Algumas imagens do HKT2

HKT2

Algumas cartas da Nova edição. Adicionamos a tudo o que já havia no HKT1:

– Marca d´água com as imagens originais do Rider Waite, de 1904.

– Nomes das runas

– Elementos Alquimicos de cada Arcano Menor

– significado das letras hebraicas

– Símbolos astrológicos, rúnicos e planetários nos caminhos adjacentes a cada um dos Arcanos Menores.

Por quê uma segunda edição?

Conforme havíamos prometido na primeira edição, ela seria consagrada ao Elemento AR e limitada a 360 tarots (dos quais restam pouco mais de 20 em estoque na Loja do TdC) e nunca mais serão reimpressos naquele formato, tornando-se um item de colecionador.

A segunda edição é dedicada ao Elemento FOGO (Vontade, ou Thelema) e as modificações que fizemos tornam o tarot mais completo para estudos, tanto para mestres quanto para quem deseja começar a estudar agora. Fizemos uma tiragem de 999 exemplares, o que torna este tarot bem mais acessível que o HKT1 (preço de venda de R$ 75,00) mantendo os padrões europeus de qualidade.

o HKT2 foi feito em papel especial envernizado e em uma caixinha projetada pelo Rodrigo Grola. Um presente de Natal perfeito!

Previsão de lançamento dia 21/11.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/algumas-imagens-do-hkt2

Cursos de Kabbalah, Astrologia e Tarot – 2012

Este é um post sobre um Curso de Hermetismo já ministrado!

Se você chegou até aqui procurando por Cursos de Ocultismo, Kabbalah, Astrologia ou Tarot, vá para nossa página de Cursos ou conheça nossos cursos básicos!

Tentando ser mais organizado e também para ajudá-los a se organizar com passagens, hoteis e datas, programei todos os cursos de 2012 em São Paulo e já deixei tudo agendado.

Os cursos costumam ser realizados nos finais de semana, próximo ao Metrô Vila Mariana, das 10h às 18h e, nos sábados, emendamos o curso com a visita a um terreiro para que os alunos conheçam uma Gira de Umbanda.

Janeiro/2012

21/01 – Tarot (Arcanos Maiores) – SP

22/01 – Tarot (Arcanos Menores) – SP

Fevereiro/2012 – Carnaval

18/02 – Kabbalah – SP

19/02 – Astrologia Hermética – SP

20/02 – Runas, Talismãs e Magia Nórdica – SP

21/02 – Magia Prática

Março/2012

24/03 – Kabbalah – SP

25/03 – Astrologia Hermética – SP

Abril/2012

06/04 – Qlipoth (sexta-feira Santa) – SP

08/04 – Chakras, Kundalini e Magia Sexual – SP

Maio/2012

19/05 – Tarot (Arcanos Maiores) – SP

20/05 – Tarot (Arcanos Menores) – SP

Junho/2012

23/06 – Kabbalah – SP

24/06 – Astrologia Hermética – SP

Julho/2012

21/07 – Astrologia Hermética II – SP

22/07 – Magia Prática

Agosto/2012

18/08 – Kabbalah – SP

19/08 – Astrologia Hermética – SP

Setembro/2012

22/09 – Tarot (Arcanos Maiores) – SP

23/09 – Tarot (Arcanos Menores) – SP

Outubro/2012

06/10 – Magia Enochiana – SP

07/10 – Magia Prática – SP

Novembro/2012

17/11 – Kabbalah Judaica

18/11 – Astrologia Hermética II – SP

Dezembro/2012

08/12 – Runas, Talismãs e Magia Nórdica – SP

09/12 – Chakras, Kundalini e Magia Sexual – SP

Para maiores informações sobre valores e detalhes dos cursos:

marcelo@daemon.com.br

Quero marcar os Cursos em outras cidades. Com certeza teremos em Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília pelo menos os 6 principais, mas acho que é possível organizar isso em várias capitais. Tudo o que eu preciso é de uma Sala com carteiras para 20-25 pessoas com lousa branca, que seja de fácil acesso. O restante fica simples de organizar. Quem tiver contato com locais assim me manda por email que começamos a ver datas.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cursos-de-2012

Arcano 3 – Imperatriz – Daleth

Uma mulher coroada, sentada num trono, mantém contra si, com sua mão direita, um escudo ornado com uma águia amarela, enquanto que com a esquerda sustenta um cetro que termina por um globo encimado pela cruz.

Está representada de frente, com os joelhos separados e com os pés ocultos nas dobras da túnica. A cintura da Imperatriz está marcada por um cinto, que se une a uma gola dourada. A coroa leva florões amarelos e permite que os cabelos da figura se derramem sobre os ombros.

O trono está bem visível e seu espaldar sobressai à altura da cabeça da Imperatriz. No ângulo inferior esquerdo da estampa cresce uma planta. A águia desenhada no escudo olha para a direita.

Significados simbólicos
O verbo, o ternário, a plenitude, a natureza, a fecundidade, a geração nos três mundos.
Sabedoria. Discernimento. Idealismo. Influência solar intelectual. É o arcano da Magia Sagrada, instrumento do poder divino.

Interpretações usuais na cartomancia
Gravidez, criatividade, sucesso. Compreensão, inteligência, instrução, encanto, amabilidade. Elegância, distinção, cortesia. Domínio do espírito, abundância, riqueza.

Mental: Penetração na matéria por meio do conhecimento das coisas práticas. Os problemas vêem à tona e podem ser reconhecidos.

Emocional: Capacidade para penetrar na alma dos seres. Pensamento fecundo e criador.

Físico: Esperança, equilíbrio. Soluciona os problemas. Renova e melhora as situações. Poder continuo e irresistível nas ações.

Sentido negativo: Desavenças, discussões em todos os planos. As coisas se embaralham e ficam confusas. Atraso na realização de um acontecimento que, no entanto, ocorrerá.
Afetação, pose, coqueteria. Vaidade, presunção, desdém. Futilidade, luxo, prodigalidade. Deixa-se levar pelas adulações, falta de refinamento, modos de novo-rico.

História e iconografia
A Imperatriz, adornada dos símbolos atribuídos à feminilidade triunfante, pode ser relacionada a um repertório interminável: a Madona cristã, a esposa do rei ou mãe do herói; a deusa primordial de todos os ritos matriarcais, as quatro damas do baralho.

Sobre a figura da Imperatriz parece ser mais importante considerar a sua localização no Tarô (como a terceira da série) e à sua relação com outras figuras do que o seu simbolismo individual, já que o caráter difuso da carta torna sua amplitude inesgotável. Assim, será interessante recapitular tudo que foi escrito sobre o simbolismo do três e a ordem do ternário, bem como às variadas significações atribuídas às damas dos Arcanos Menores.

Na versão de Wirth, a Imperatriz aparece aureolada por doze estrelas, das quais somente nove são visíveis: é evidente o duplo sentido alegórico desta representação, que se refere simultaneamente aos signos do Zodíaco e ao período da gestação.

Como o 9 é também representação da inteligência, no momento da sua maturidade, é possível associar os atributos centrais do Arcano III: feminilidade-experiência-sabedoria.

Relacionada em todas as cosmogonias ao simbolismo lunar e à face oculta do conhecimento (Sacerdotisa), a mulher admite também um período solar (Imperatriz), do qual há correspondências nas organizações culturais mais remotas da humanidade.

Do ponto de vista matriarcal, a Imperatriz não é ainda a Eva protagonista do pecado e da queda, mas a que aparece em certas tradições talmúdicas: a fundadora, que reencontra Adão depois de trezentos anos de separação; a que aniquila Lilit – a rival estéril e luxuriosa – para organizar junto ao primeiro pai a família dos homens.

Alguns comentaristas do Islã vêem nesta Eva triunfante do adultério a representação da passagem das sociedades anárquicas ao princípio de ordem dos tempos históricos. Seu túmulo mítico se localiza em Djeda ou Djidda, às margens do mar Vermelho e próximo da montanha sagrada de Arafat, onde o teria ocorrido seu reencontro com Adão, para formar o casal primordial.

A Imperatriz, finalmente, é símbolo da palavra e representa o envoltório material do corpo, seus órgãos e suas funções. Ouspensky a imagina repousando sobre um trono de luz, bela e fecunda, em meio à interminável primavera.

Por Constantino K. Riemma
http://www.clubedotaro.com.br/

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/arcano-3-imperatriz-daleth

Cursos de Kabbalah, Astrologia e Tarot – Abril e Maio

Este é um post sobre um Curso de Hermetismo já ministrado!

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Seguindo na minha tentativa de ficar mais organizado em 2011, seguem as datas e os cursos de Abril e Maio para vocês se programarem. Em Maio teremos cursos em Belém/PA e Vitória/ES.

Abril

16/04 – Runas e Magia Rúnica – SP

17/04 – Enochiano (pré-requisito: Kabbalah) – SP

16-17/04 – Curso de Florais (Voltado para Médicos, Veterinários e Terapeutas). Ministrado pela prof. dra Cynthia Maria Carpigiani. O curso aborda o uso medicinal de 80 ervas e florais para tratamento médico e veterinário.

Maio

14/05 – Tarot (Arcanos Maiores) – Belém/PA

15/05 – Tarot (Arcanos Menores) – Belém/PA

21/05 – Tarot (Arcanos Maiores) – Vitória/ES

22/05 – Tarot (Arcanos Menores) – Vitória/ES

28/05 – Astrologia Hermética – SP

29/05 – Kabbalah – SP

Informações no email marcelo@daemon.com.br

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cursos-de-abril-e-maio

Curso Completo de Tarot

curso-de-taro

Completando a primeira parte do meu projeto de Ensino à Distância, está pronto o Curso Completo de Tarot. Com isso, consegui cumprir a meta que estabeleci no começo de 2015, de até o final do ano ter todos os cursos básicos de Hermetismo disponíveis para Ensino à Distância.

Com todas as responsabilidades que tenho junto à Maçonaria, ao Arcanum Arcanorum, à Rosacruz e à Ordem Demolay, está difícil organizar cursos presenciais nos finais de semana e vemos também que muita gente que acompanha o TdC mora longe do eixo SP-RJ.

Pensando nisso, gravamos e organizamos todos os Cursos Básicos na plataforma de Ensino à Distância (EADeptus), para que vocês possam estudar em suas casas, no seu horário e em seu próprio tempo. Os cursos digitais possuem muitas vantagens em relação aos presenciais: contam com mais imagens, vídeos e áudios; você pode pausar para fazer uma pesquisa, anotar alguma coisa ou assistir às aulas quantas vezes quiser; os cursos são apostilados e temos plantão de dúvidas por email, fórum e Facebook. Fora o preço mais em conta e possível de dividir no cartão em até 12x. Se você contabilizar passagens, hospedagem e alimentação quando viaja para SP para fazer um curso, poderá fazer todos os básicos!

Até agora, gravamos todos os cursos básicos de Hermetismo:

– Kabbalah Hermética

– Astrologia Hermética

– Tarot Completo (Os Cursos de Arcanos Maiores e Arcanos Menores podem ser feitos separadamente)

– Geomancia

Agora em 2016, começaremos a gravar os cursos intermediários e avançados: Runas, Qlipoth, Magia Prática, Alquimia, Geometria Sagrada, 72 Nomes de Deus, Goétia e Enochiano. Cursos mais demorados e complexos, que demandam exercícios práticos além da parte teórica. Sucesso é a Única Possibilidade!

Para quem prefere mesmo os cursos presenciais, já comecei a abri as turmas de Carnaval. Dias 6, 7, 8 e 9 de fevereiro teremos os Cursos de Kabbalah, Astrologia, Qlipoth e Magia Prática. Informações e reservas no email marcelo@daemon.com.br

Confira abaixo o conteúdo dos Cursos de tarot:

Aula 01 – História dos Oráculos

1.1 – Introdução ao Curso Online de Tarot – Arcanos Maiores

1.2 – História dos Oráculos – Parte 1 – Geomancia

1.3 – História dos Oráculos – Parte 2 – I-Ching

1.4 – História dos Oráculos – Parte 3 – Dados e Ossos

1.5 – História dos Oráculos – Parte 4 – Alquimia, Rosacruz e Hermetismo

Aula 02 – Arcanos Maiores I

2.1 – A Árvore da Vida

2.2 – O Louco

2.3 – O Mago

2.4 – Sacerdotisa

2.5 – Imperatriz

Aula 03 – Arcanos Maiores II

3.1 – Imperador

3.2 – Hierofante

3.3 – Enamorados

3.4 – Carro

3.5 – Força

Aula 04 – Arcanos Maiores III

4.1 – Eremita

4.2 – Roda da Fortuna

4.3 – Justiça

4.4 – Pendurado

4.5 – Morte

Aula 05 – Arcanos Maiores IV

5.1 – Temperança

5.2 – Diabo

5.3 – Torre

5.4 – Estrela

5.5 – Lua

Aula 06 – Arcanos Maiores V

6.1 – Sol

6.2 – Julgamento

6.3 – Mundo

6.4 – Consagração das Cartas e Tiradas

6.5 – Considerações Finais

ARCANOS MENORES

Aula 01 – Introdução

1.1 – A Origem dos Arcanos Menores

1.2 – O Yin e o Yang

1.3 – Os Quatro Elementos: Terra, Fogo, Ar e Água

1.4 – Estrutura da Árvore da Vida e Nomenclaturas

1.5 – Os Arcanos da Corte

Aula 02 – Árvore do Fogo

2.1 – O Naipe de Bastões

2.2 – Ás, Dois e Três de Bastões

2.3 – Quatro, Cinco e Seis de Bastões

2.4 – Sete, Oito, Nove de Bastões

2.5 – Dez de Bastões

Aula 03 – Árvore da Água

3.1 – O Naipe de Taças

3.2 – Ás, Dois e Três de Taças

3.3 – Quatro, Cinco e Seis de Taças

3.4 – Sete, Oito, Nove de Taças

3.5 – Dez de Taças

Aula 04 – Árvore do Ar

4.1 – O Naipe de Espadas

4.2 – Ás, Dois e Três de Espadas

4.3 – Quatro, Cinco e Seis de Espadas

4.4 – Sete, Oito, Nove de Espadas

4.5 – Dez de Espadas

Aula 05 – Árvore da Terra

5.1 – O Naipe de Moedas

5.2 – Ás, Dois e Três de Moedas

5.3 – Quatro, Cinco e Seis de Moedas

5.4 – Sete, Oito, Nove de Moedas

5.5 -Dez de Moedas

Aula 06 – Os Arcanos da Nobreza

6.1 – Os Arcanos da Nobreza

6.2 – Princesa, Príncipe, Rainha e Rei de Moedas

6.3 – Princesa, Príncipe, Rainha e Rei de Espadas

6.4 – Princesa, Príncipe, Rainha e Rei de Taças

6.5 – Princesa, Príncipe, Rainha e Rei de Bastões

Aula 07 – Utilizando o Tarot

7.1 – Consagrações

7.2 – Uma Carta

7.3 – Três Cartas

7.4 – A Cruz Celta

7.5 – Conclusões Finais

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/curso-completo-de-tarot

Cursos de Hermetismo do final de Ano

Cursos intermediários/avançados de Hermetismo (São Paulo).

15/11 – Runas e Magia Rúnica

16/11 – 72 Nomes de Deus

17/11 – Magia Prática

Informações e inscrições: marcelo@daemon.com.br

Cursos de Hermetismo em Lisboa/Portugal.

23/11 – Kabbalah

24/11 – Qlipoth, a Árvore da Morte

30/11 – Tarot (Arcanos Maiores)

01/12 – Tarot (Arcanos Menores)

Informações e inscrições: cptarot@gmail.com

Em Dezembro (São Paulo)

14/12 – Tarot (Arcanos Maiores)

15/12 – Tarot (Arcanos Menores)

Informações e inscrições: marcelo@daemon.com.br

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cursos-de-hermetismo-do-final-de-ano

As figuras da corte e suas associações elementais

Leonora Dias

Para entendermos melhor as figuras da corte, precisamos buscar nas raízes de sua significância, o número 4. A estrutura numérica dos chamados Arcanos Menores é totalmente baseada nesse número – são cinquenta e seis cartas, divididas em quatro grupos de catorze cartas – os naipes. Dessas catorze cartas, dez são numeradas e quatro são figuras da corte. Ao que se sabe, a estrutura quaternária dos naipes existe desde a origem das cartas – ao menos, quando cartas de jogar surgiram na Europa, no final do século 14, já seguiam um sistema de quatro naipes. Experiências com mais naipes e figuras da corte foram feitas, mas o que realmente perdurou foi o esquema de quádruplo. Não se sabe ao certo a razão da existência desse princípio, mas isso não é exatamente estranho, se considerarmos que o número 4 acompanha a humanidade desde tempos ancestrais.

Os Quatro Elementos (da esquerda para a direita: terra, água, ar e fogo
Tratato alquímico “Viridarium chymicum”, 1624, Francfort-sur-le-Main

Nossa consciência é quaternária. Nossos corpos, com dois braços e duas pernas, naturalmente sugerem o número quatro. Percebemos quatro direções básicas – frente, atrás, direita e esquerda; essa consciência espacial é reproduzida naturalmente em nossas construções – nossas casas têm quatro paredes. Também são quatro os pontos cardeais. A percepção da natureza como se modificando através de quatro estações também pode figurar entre outro fator quaternário que ficou gravado no pensamento humano desde seus primórdios, tendo suas origens na percepção dos solstícios, também em número de quatro. Além disso, a cruz figura entre os símbolos mais antigos desenhados em cavernas.
Os elementos primordiais tradicionais, que servem de base para a existência de todas as coisas no universo, são um grupo de quatro – Fogo, Água, Ar e Terra. No mundo ocidental, a tradição dos elementos surgiu na filosofia grega antiga e, consolidada por Aristóteles, permeou todo o pensamento científico do ocidente desde a Antiguidade até o século 17, marcado pelo início da Era Moderna, que introduziu uma concepção de mundo mais calcada no pensamento racional, ligado aos fatos e seus desdobramentos lógicos – concepção essa que permanece em voga até hoje.

O sistema de associações entre as cartas do Tarot e a tradição dos quatro elementos é um dos fundamentos do entendimento esotérico do Tarot. Nesse sentido, as Figuras da Corte são um caso à parte. Além de estar associada ao elemento de seu respectivo naipe, cada figura da corte relaciona-se também a um dos quatro elementos por meio de sua posição hierárquica. O cruzamento entre esses dois fatores abre uma ampla dimensão de significado para as cartas da corte. Esse esquema de associações elementais, junto com as associações das figuras da corte com a Astrologia e com elementos cabalísticos, formam a tríade dos principais elementos na atribuição de significado a essas cartas. Sendo assim, entender esse esquema de associações elementais é entender melhor as próprias figuras da corte no contexto do Tarot.
Cada naipe é associado a um dos quatro elementos, que determina o tema tratado no naipe. As associações elementais de cada naipe e os temas tratados em cada um podem ser sumariamente esquematizados na tabela abaixo:

Naipe
Elemento
Tema
Paus
Fogo
  Movimento, ação, as lutas (e conflitos) da vida, realização pessoal
Copas
Água
  Emoções, relacionamentos, sonhos
Espadas
Ar
  Lições de vida, valores, aprendizado, compreensão da vida,
(daí) conflitos, sofrimento, dificuldades
Ouros
Terra
  Assuntos materiais, o vai-e-vem do dinheiro, os resultados da
nossa energia aplicada

As cartas que compõem o naipe falam do desenvolvimento da experiência no tal tema. Começando com o ás, que é a energia do elemento em seu estado bruto, vamos subindo até o dez, passando por diversas situações que representam um aspecto específico da experiência com o tema em questão, de forma progressiva. Sucedendo a ordem das cartas numeradas, as cartas das figuras da corte representam um estágio a mais no desenvolvimento da experiência no tema – o desenvolvimento da relação com a energia elemental no âmbito do indivíduo. Em outras palavras, as figuras da corte são personificações sucessivas de cada elemento, desde seu estado embrionário ou infantil em nós (os Pajens) até seu estado maduro e completamente desenvolto (os Reis/Rainhas). Enquanto as cartas numeradas representam a ação das forças elementais em nossas vidas, as figuras da corte representam a manifestação de tais energias em nós. É só pensar nas cartas numeradas como as situações do enredo de uma estória, e as figuras da corte como os personagens. Cada figura da corte é, portanto, um estágio de desenvolvimento da relação com a energia elemental no campo pessoal. Tal desenvolvimento é representado na progressão das quatro posições hierárquicas dentro do sistema da corte:
• os Pajens representam essa energia manifestando-se na personalidade em seu estado primário, pouco desenvolvido e bruto. Eles são as bases do naipe;
• os Cavaleiros personificam a energia do naipe se desenvolvendo a pleno vapor, com toda sua força. Representam a intensidade da energia do naipe crescendo;
• as Rainhas representam essa energia já desenvolvida, de forma madura e profunda. São a energia do naipe amadurecida;
• os Reis também representam o completo desenvolvimento dessa energia. Eles são os reis do naipe, o estágio mais alto que eles podem alcançar em seu desenvolvimento.
Até agora, descobrimos então que:
1. cada naipe, relacionado a um dos quatro elementos, trata sobre as experiências em um determinado tema da vida;
2. enquanto as cartas numeradas falam de situações nas quais a energia desses elementos se manifesta, as figuras da corte representam a manifestação dessa energia no indivíduo;
3. tanto no caso das cartas numeradas quanto no caso das figuras, a ordem numérica imprime um senso de progressão na experiência com as energias elementais, que vai da inexperiência à experiência.
O ocultista inglês MacGregor Mathers, em seu livro Book T, escrito no final do século 19, baseou-se na Qabalah, astrologia e geomancia para traçar os paralelos entre os elementos e as figuras da corte. Seu sistema vigora até hoje, servindo de base para a maior parte de novos esquemas de associação. Um dos traços mais marcantes do sistema de Mathers foram as mudanças feitas por ele na hierarquia da corte do Tarot. Acreditando estar fazendo uma retificação, Mathers modificou os nomes e importância das posições, trocando os títulos tradicionais de Rei, Rainha, Cavaleiro e Pajem por Rei, Rainha, Príncipe e Princesa. Sua modificação mais discutida foi a alteração da importância de certas figuras na dinâmica da corte – Mathers colocou o Cavaleiro no posto mais alto, e rebaixou o Rei à posição de príncipe. Os motivos para tais mudanças baseiam-se no que supôs como uma melhor associação do Tarot com a Qabalah.
Mathers foi um dos fundadores da Ordem Hermética da Golden Dawn. Os criadores dos dois baralhos de Tarot mais famosos da modernidade foram membros dessa Ordem – Aleister Crowley, que junto com Lady Frieda Harris criou o baralho de Thoth, entre 1938 e 1943; e Arthur Waite e Pamela Smith, criadores do baralho Waite-Smith, lançado em 1909. Ambos os baralhos exibem claramente influências do sistema esotérico e mágico da Golden Dawn em vários pontos, sendo um deles a associação elemental das Figuras da Corte. Dada a sua popularização através dos dois baralhos acima mencionados, o sistema desenvolvido pela Golden Dawn é hoje o mais aceito e reproduzido. Abaixo, a título de informação, uma tabela com as variações das figuras da corte, de acordo com os Mathers, Crowley e Waite:

Mathers
Crowley
Waite
    Rei (antigo Cavaleiro)
    Cavaleiro
    Rei
    Rainha
    Rainha
    Rainha
    Príncipe (antigo Rei)
    Príncipe (antigo Rei)
    Cavaleiro
    Princesa (antigo Pajem)
    Princesa (antigo Pajem)
    Pajem

Percebemos pela tabela que, enquanto Crowley adotou mais inteiramente o sistema de Mathers nas figuras da corte, Waite preferiu manter-se fiel à estrutura tradicional de Rei-Rainha-Cavaleiro-Pajem. O esquema tradicional faz mais sentido para mim, talvez por eu usar o Waite-Smith e estar habituado a esse esquema de hierarquia. Portanto, é dele que vamos tratar aqui. Contudo, é importante mencionar que não há um sistema certo e absoluto; tais associações foram feitas de acordo com a forma de pensar de cada ocultista, fazendo sentido no contexto do sistema de pensamento dele. Cabe a cada estudante escolher o sistema com o qual se sentir mais confortável, o que fizer mais sentido para ele.
Isto posto, agora temos as bases para estabelecer as associações elementais a cada posição hierárquica da corte.
As associações elementais e as quatro funções da psique
Usando a imagem da ascensão social, o caminho progressivo do Pajem ao Rei ilustra o desenvolvimento da energia elemental dentro de nós. Da manifestação primária dos Pajens ao completo desenvolvimento dos Reis, cada figura da corte representa um dos quatro estágios de manifestação dessas qualidades. A ideia esotérica por trás disso é a de que a manifestação do espiritual ao material é quaternária, e cada estágio subdivide-se em quatro estados, num total de dezesseis. Entendendo que a manifestação ocorre do mais sutil ao mais bruto, a ascensão ou retorno ao espírito faz logicamente o caminho inverso, do mais bruto ao mais sutil, onde está o Uno, a fonte primordial de tudo. De acordo com o pensamento místico, esse conceito serve como molde para o desenvolvimento de qualquer coisa existente, incluindo as pessoas e as coisas que elas produzem, os acontecimentos, a natureza e o cosmos. Vale lembrar que nenhum estágio é mais importante ou sagrado que o outro. Cada um tem sua própria importância e seu papel, fundamentais no processo de manifestação/ascensão.
Uma maneira de abordar a relação das figuras da corte com os quatro elementos é através da teoria das funções do ego, desenvolvida na primeira metade do século 20 pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. Segundo Jung, o ego tem quatro funções, quatro formas fundamentais diferentes de perceber e interpretar a realidade e de lidar com o mundo; são elas Sensação, Intuição, Sentimento e Pensamento. Esse grupo de quatro funções consiste em dois pares de elementos opostos. De um lado temos o par Sensação-Intuição, que Jung chamou de funções irracionais, caracterizando-se pela percepção e simples resposta a estímulos . Do outro, temos o par Sentimento-Pensamento. Jung chamou as duas funções que compõem esse segundo par de racionais, pois ambas envolvem o ato de tomar decisões ou fazer julgamentos, mais do que simplesmente receber estímulos.
A função da Sensação consiste na recepção de informação por meio dos sentidos físicos. A função da Intuição define-se por uma percepção que funciona fora do processo consciente comum, consistindo numa complexa integração de grandes quantidades de informação, mais do que simplesmente ver ou ouvir. Ambas são irracionais, no sentido de que não envolvem julgamento. A Sensação é uma percepção mais voltada para o exterior, enquanto que a Intuição é uma percepção de estímulos psíquicos, interiores.
No segundo par, ambas as funções Sentimento e Pensamento são formas de avaliar a informação recebida, ou seja, dar a ela um valor, atribuir-lhe um sentido. Sentimento é a capacidade de fazer julgamentos baseando-se nas respostas emocionais, seguindo valores de bom/mau, agradável/desagradável. A função do Pensamento distingue-se de sua função oposta por basear-se na lógica e na razão para avaliar informações. Enquanto Emoção é voltada para dentro, ou seja, para a realidade interior dos sentimentos, Pensamento volta-se para o exterior, isto é, para as evidências e os fatos do mundo objetivo.
O próprio Jung baseou-se nas tradições antigas dos quatro elementos, através da teoria dos quatro humores de Hipócrates, para formular seu esquema de quatro funções psíquicas. Hipócrates, por sua vez, baseou-se na teoria dos quatro elementos de Empédocles, onipresente no pensamento filosófico grego antigo desde 600 a.C.

Os Pajens

Elemento
Função Psíquica
Fase de desenvolvimento humano
Terra
Sensação
Infância

O Pajem é o estágio inicial do desenvolvimento. Nele, a energia do naipe está em seu estado bruto, não desenvolvido e primário. Como crianças, relacionam-se com o mundo de maneira bem simples e direta. Ligado ao elemento Terra, o Pajem no Tarot mostra que tudo começa no chão, e a ele está incondicionalmente ligado.

A figura do Pajem representa o aprendiz. Na Idade Média, o pajem era o servo de um cavaleiro, um aprendiz a escudeiro. Após sete anos servindo o cavaleiro, o pajem tornava-se um escudeiro que, depois de mais sete anos, poderia vir a ser ele mesmo um cavaleiro. O pajem executava as funções mais básicas, como cuidar da organização e limpeza dos aparatos de seu cavaleiro, ou levar e trazer mensagens. Simbolicamente, o pajem do Tarot representa o estágio mais básico do desenvolvimento no naipe. Ele é a experiência direta com o naipe, sem abstrações ou sofisticações. Sendo uma criança, o Pajem é neutro – pode ser tanto masculino quanto feminino.
O elemento Terra é o plano material, o mundo objetivo ao nosso redor, e o nosso próprio corpo. No ser humano, a experiência mais primária é a relação com nosso próprio corpo, que percebe o mundo que nos circunda através dos estímulos de nossos sentidos. Relacionados ao elemento terra, os Pajens representam essa experiência sensória, táctil, básica a todo ser humano. Eles estão em contato direto com a energia do elemento ao qual pertencem, sem abstração nenhuma. Psicologicamente, a figura do Pajem equivale à função da sensação, que se caracteriza pela consciência dos estímulos físicos.
As características dos pajens incluem:
• Curiosidade
• Criatividade
• Dedicação
• Inocência
• Sensitividade (no sentido de fisicalidade)
• Inexperiência
• Certa arrogância inocente
• Visão limitada

Os Cavaleiros

Elemento
Função Psíquica
Fase de desenvolvimento humano
Fogo
Intuição
Juventude

O Cavaleiro é um impulso de energia; retrata o estágio de ascensão da intensidade da energia do naipe. Nele, a energia está subindo, ficando cada vez mais intensa. Os Cavaleiros são cheios de si. Enquanto os pajens são dedicados, quase despersonalizados (tal como as

crianças, os pajens, estão ainda desenvolvendo sua personalidade), os cavaleiros são personalidades desenvoltas; eles sabem quem são, e sabem o que querem – ou melhor dizendo, pensam que sabem. Relacionados ao elemento Fogo, os cavaleiros são o impulso da vida, que brota da terra em direção ao céu.
Na Idade Média, os cavaleiros eram os representantes da classe militar. Assim, a figura do cavaleiro é naturalmente associada à guerra, à missão, à luta por um ideal, uma crença (típicos do elemento Fogo). No Tarot, os cavaleiros tipicamente agem por impulso, seguindo seu coração e perseguindo os ideais onde depositam sua fé. No contexto evolutivo ilustrado na corte, a figura do cavaleiro representa o impulso criador fecundo, o ímpeto rumo ao progresso. Se os pajens são associados à infância, os cavaleiros estão ligados à juventude. Assim como os jovens, os cavaleiros são cheios de energia e disposição para negar, questionar e contestar tudo, preferindo sempre seguir seu próprio caminho.
O elemento Fogo corresponde à força criativa. Ele é a vida, o espírito que preenche a estrutura física formada pelo elemento Terra. Sem a vida do Fogo, toda a estrutura do elemento Terra torna-se um mero objeto inanimado. Psicologicamente, esse impulso vital traduz-se pela intuição, a função psíquica que se caracteriza pela
manifestação de uma experiência espontaneamente trazida à consciência, em vez de provir de atividade mental (ou seja, pensamentos e emoções), ou de estímulos físicos (sensações). Trata-se de um sentimento instintivo, a fonte da inspiração, criatividade e ideias espontâneas. Psicologicamente, os cavaleiros também se relacionam à vontade. As características dos cavaleiros incluem:
• Ação
• Coragem
• Idealismo
• Impulsividade
• Iniciativa
• Paixão
• Entusiasmo
• Egocentrismo
• Imaturidade
• Teimosia

O Casal Monárquico

Existe uma tênue divisão na corte do Tarot entre o casal monárquico (o Rei e a Rainha) e os par de servos, o Cavaleiro e seu Pajem. Enquanto entre o Pajem e o Cavaleiro existe um movimento de ascensão perceptível (a diferença entre eles é comparável à diferença entre um aluno do ensino fundamental e um estudante universitário), as figuras do casal monárquico são mais estáticas e semelhantes. Nelas, o processo de desenvolvimento não é tão evidente como entre o Pajem e o Cavaleiro. A diferença está no fato de que o Rei e a Rainha são como as duas faces de uma mesma moeda. Seu poder é similar – o que distingue um do outro é o foco onde tal poder exerce sua força. Os Reis focam-se no mundo exterior, além das fronteiras de seu reino; as Rainhas concentram sua atenção ao mundo interior, dentro das fronteiras de seu reino.
Psicologicamente, poderíamos dizer que o Rei e a Rainha são os dois aspectos de uma mesma entidade, que personifica a maturidade da manifestação do elemento na personalidade, em seus aspectos ativo e passivo, yang e yin. O poder real das duas figuras do casal monárquico pode servir como metáfora para o domínio que uma pessoa completamente amadurecida tem sobre sua vida e a influência que exerce sobre os outros ao seu redor.
Na teoria jungiana das funções do ego, o grupo de quatro funções divide-se em dois pares; o par sensação-intuição caracteriza-se pela percepção de experiências irracionais, enquanto o segundo par, pensamento-sentimento se destaca por experiências racionais. A exemplo das funções psíquicas, o primeiro par de figuras da corte, Cavaleiro e Pajem, exibe formas mais imediatas de perceber a realidade; já o segundo par, Rei e Rainha, caracteriza-se pela abstração do julgamento.
O casal monárquico faz as decisões, enquanto os dois subalternos cuidam de executá-la. A exemplo do Rei e a Rainha, o par de subalternos também exibe a dicotomia de ativo/passivo, exterior/interior. O Cavaleiro é mais voltado ao mundo exterior ao reino, enquanto o Pajem ocupa-se principalmente das tarefas domésticas e cotidianas.

As Rainhas

Elemento
Função Psíquica
Fase de desenvolvimento humano
Água
Emoção
Idade adulta/maturidade

A Rainha representa o completo desenvolvimento do naipe, voltado para o interior. É o entendimento de si mesmo. E, através da compreensão de si mesma, ela é capaz de compreender o outro. O estágio da Rainha é um contraponto ao estágio anterior do Cavaleiro.
Ela representa o processo de internalização da energia do naipe, a transcendência da individualidade, e a percepção do outro. Enquanto o Cavaleiro está preocupado em se auto-afirmar, seguir seu próprio caminho e ser dono da sua própria vida (ou seja, sua individualidade), a Rainha já tem sua posição conquistada, e já tem sua identidade completamente estabelecida.

A rainha encarna a figura da matrona, da mãe, do feminino superior e autoritário. As Rainhas têm a mesma energia da Imperatriz, a carta 3, porém manifestada em um nível mais humano e imediato. De fato, é como se cada Rainha fosse um aspecto da Imperatriz.
O elemento Água é o responsável pela união, pela associação. A água serve de meio para a combinação de diversos elementos para o surgimento de algo novo. Ela é responsável pela manutenção da vida. Esse é o motivo devido ao qual o naipe de Copas se associa ao elemento Água – através de sua propriedade fluida, a Água aproxima e une as pessoas pelo que elas têm em comum, suas emoções. Por pertencerem a esse elemento, as Rainhas são sensíveis e conciliadoras.
Elas enxergam as pessoas por dentro, conhecem e compreendem suas necessidades. Empédocles, o primeiro filósofo grego a propor a ideia de quatro elementos primordiais, já associava o elemento Água a Perséfone, a Rainha dos mundos inferiores, o mundo dos mortos. Nesse sentido, note-se a relação de Perséfone com a Sacerdotisa da carta 2 dos arcanos maiores. Por trás da Sacerdotisa, no tarô de Waite,
há uma cortina estampada de romãs. Após ser raptada por Hades, o Rei dos mundos inferiores, Perséfone não pôde mais voltar por ter comido algumas sementes de romã. Através desse paralelo, a Sacerdotisa do Tarot pode ser também uma alusão a Perséfone, a Rainha dos mundos inferiores – do inconsciente, por assim dizer.
Psicologicamente, o elemento Água equivale à função psíquica da emoção. As características das Rainhas incluem:
• Autoridade
• Sensibilidade
• Percepção
• Sentimentalidade
• Conhecimento
• Receptividade
• Experiência
• Auto-segurança
• Possessividade
• Controle excessivo
• Mutabilidade

Os Reis

Elemento
Função Psíquica
Fase de desenvolvimento humano
Ar
Pensamentoo
Idade adulta/maturidade

O Rei representa o estágio de máximo desenvolvimento do naipe, voltado para o exterior e para a ação. Esse é o estágio do domínio, do poder total sobre as forças do naipe. Imagine cada naipe como um reino, então entenderá melhor o papel do Rei. Ele é a autoridade em seu campo.


Enquanto as figuras do Pajem e do Cavaleiro estão mais vinculadas a um momento específico da história, as figuras de rei e rainha estão presentes em todas as culturas, de todas as épocas. De certa forma a figura do rei era um reflexo maior da figura do pai em sua sociedade; assim como o pai era o chefe da família, o rei era chefe do povo. O papel do rei é comandar, e isso significa estabelecer as leis e dizer o que deve ser feito, e quando. Frequentemente, o rei detinha o papel de juiz máximo de seu povo, sendo responsável por definir o que era certo e o que era errado. O Rei é capaz de julgar e avaliar o exato valor de cada coisa, porque ele tem a experiência necessária para fazer um julgamento acertado, e a autoridade para ter sua palavra seguida.
Assim como as Rainhas dos naipes estão relacionadas à Imperatriz do Tarot, cada Rei representa a manifestação da energia do Imperador no nível humano e tangível. A diferença é que, enquanto o poder do Imperador é absoluto, a autoridade de cada Rei se delimita ao seu campo, ou seja, ao naipe ao qual ele pertence.
A figura do Rei é associada ao elemento Ar. Empédocles associou o elemento Ar a Zeus, o Rei dos deuses. Psicologicamente, o elemento Ar traduz-se pelo intelecto – a capacidade de combinar informações e criar abstrações a partir disso.
O aspecto intelectual do Ar está relacionado ao papel do Rei como juiz. A palavra “pensar tem origens em comum com a palavra “pesar” – ambas vêm do latim pendere, significando “pesar”.
A função psíquica associada ao elemento Ar é o pensamento, a capacidade de emitir julgamentos e tomar decisões através do raciocínio. O raciocínio, por sua vez, consiste na habilidade de alcançar a verdade através de um processo de comparações e abstrações dos fatores existentes em uma certa questão. As principais características dos Reis são:
• Autoridade
• Poder
• Liderança
• Domínio
• Julgamento
• Razão
• Discernimento
• Experiência

Cruzamentos dos elementos e seus significados

O Tarot é um jogo, um conjunto de elementos que seguem regras e têm cada qual sua função definida. Uma das “regras” do jogo do Tarot é a doutrina dos quatro elementos. Tal doutrina funciona como um denominador comum entre a quadruplicidade dos naipes e a quadruplicidade das figuras da corte. Observando a dinâmica dos quatro elementos através das cartas, podemos identificar o lugar delas no jogo do Tarot, ou seja, seu papel.
A coisa mais importante que deve ser entendida sobre esse processo de atribuição de significado é que ele acontece do geral ao específico, isto é, do âmbito simbólico do naipe ao âmbito simbólico de cada posição hierárquica. Cada figura da corte é um dos quatro aspectos de seu elemento e, como tal, incorpora um papel único entre as dezesseis figuras. Assim, todas as quatro figuras do naipe de Copas, por exemplo, pertencem ao elemento Água – são do “reino da Água”, por assim dizer; o que difere uma das outras é a associação elemental específica de sua função/posição. Todos os Pajens são de Terra, todos os Cavaleiros são de Fogo, todas as Rainhas são de Água e todos os Reis são de Ar. O Rei de Copas seria então “Ar de Água”, ou seja, a “parte ar” do elemento Água. Algumas pessoas preferem usar a fórmula “elemento do naipe + comportando-se como + elemento da posição, ou seja, “Água comportando-se como Ar”, no exemplo citado anteriormente.
Abaixo, uma tabela listando as associações para cada figura da corte:

Ouros/Terra
Paus/Fogo
Copas/Água
Espadas/Ar
Pajem/Terra
Terra de Terra
Terra de Fogo
Terra de Água
Terra de Ar
Cavaleiro/Fogo
Fogo de Terra
Fogo de Fogo
Fogo de Água
Fogo de Ar
Rainha/Água
Água de Terra
Água de Fogo
Água de Água
Água de Ar
Rei/Ar
Ar de Terra
Ar de Fogo
Ar de Água
Ar de Ar

Isto tudo pode ser confuso no começo, mas fica fácil à medida que percebemos o sentido das denominações dos elementos. Os quatro elementos da tradição ocidental são na verdade símbolos-raiz. Quando dizemos Fogo, não nos referimos apenas ao fogo que queima na lareira; no sentido esotérico, o elemento Fogo diz respeito a todo um complexo de conceitos, que, por convenção e economia, resumem-se na palavra-símbolo “Fogo”, do qual o fogo da lareira é a manifestação física.
Quando percebemos que, no lugar dos nomes dos elementos, podemos colocar outras palavras pertencentes a uma mesma categoria, as coisas começam a ficar mais fáceis. Por exemplo, em vez de dizermos que o Pajem de Copas é “Terra de Água” ou “Água comportando-se como Terra”, podemos dizer que ele é Emoção em Desenvolvimento. O elemento Terra nos Pajens traduz-se por um estado receptivo de desenvolvimento primário e inicial; o naipe de Copas caracteriza-se pela temática emocional. No Pajem de Copas temos a manifestação da emoção, do sentimento, de forma primária, direta, bruta e espontânea. É isso que faz de tal Pajem um personagem sonhador, delicado, sensível, doce, brincalhão, romântico e inocente; o contato direto que ele tem com suas emoções o faz vivenciá-las em sua forma pura. É isso também que faz o Pajem de Copas simbolizar o início de um sentimento ou sonho, ou a inspiração, ou uma afeição desapegada e espontânea. Através das chaves de dois elementos combinadas, podemos extrair uma infinidade de associações de significado. Esse sistema foi desenvolvido do final do século 19 ao começo do século 20, e perdura até hoje como uma base para a avaliação das figuras da corte.

Uma representação de conjunto dos quatro elementos
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O diagrama acima resume, em forma de imagem, os princípios que acabei de expor. No lado esquerdo temos o diagrama dos elementos, contendo em si seus aspectos quaternários; no lado direito vemos, como exemplo, o elemento Ar em destaque e, ressaltando dele, o seu aspecto Fogo – em outras palavras, Fogo de Ar, a configuração elemental correspondente ao Cavaleiro de Espadas.
Tipos de combinações
A forma que os elementos se combinam determina traços da personalidade que emerge de tal combinação. As regras das combinações são as mesmas usadas no método de Elemental Dignities
Combinações entre elementos opostos (Água + Fogo e Ar +Terra), caracterizam-se por um conflito entre o elemento geral (do naipe) e o elemento especifico (da posição hierárquica). Isso resulta em uma personalidade ambivalente e conflitante, altamente mutável e imprevisível.
Combinações entre elementos amigáveis (Fogo + Ar, Água + Terra) resultam em uma personalidade poderosa, que se destaca no naipe ao qual pertencem.
Combinações entre elementos complementares (Água + Ar, Fogo + Terra) são equilibradas, flexíveis e adaptáveis.
As personificações puras
Observando o diagrama dos elementos, abaixo, percebemos que, em cada ponta do quadrado, a parte do elemento permanece a mesma.

Esquema representativo da força específica de cada elemento
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Na tabela das associações, tais combinações estão em negrito. Esses são os aspectos puros de cada elemento, nos quais o estado de manifestação que ele representa e um dos seus próprios estados de manifestação coincidem. São o lado do elemento que permanece inalterado e puro. No Tarot, as figuras da corte relacionadas a esses aspectos personificam cada um dos quatro elementos de forma integral. Sua presença numa leitura indica – a) que a energia bruta dos ases está se manifestando no próprio consulente ou; b) que existe alguém, ou um acontecimento onde ele entrou em contato com essa energia. Tais cartas assemelham-se aos quatro ases, com a diferença de que elas não são impessoais como os ases; elas são os próprios elementos em forma de entidades.
Finalização: por que estudar tudo isso?
Quem chegou até aqui, depois de ler o texto todo, pode estar perguntando-se qual a utilidade de tanta complexidade. E a resposta é bem simples – esses sistemas são o paradigma fundamental na atribuição de significado às cartas. É neles que se baseiam os significados que geralmente lemos nos livros. Mesmo as definições populares, em última instância, têm como referência esses paradigmas. Mas isso é definitivo? É mesmo necessário estudar essas coisas para entender melhor as cartas? Bem, depende.
Ao contrário do que muita gente pode imaginar, o Tarot não surgiu como um sistema divinatório. De acordo com a grande maioria das evidências de que dispomos hoje, seu uso original foi em jogos de cartas comuns. Registros de um uso divinatório/oracular das cartas datam de cerca de 300 anos após o seu surgimento. Até que, no final do século 18, as cartas do Tarot começaram a chamar a atenção de ocultistas Europeus mais influentes, que não demoraram a incluí-lo em seu sistema esotérico. Foi a chamada redescoberta do Tarot – ou invenção, de acordo com o seu ponto de vista. Os primeiros a olharem o Tarot como portador de um conhecimento secreto encararam-no como um sistema simbólico universal. Na crença de estarem descobrindo sua grandiosidade, tais estudiosos acabaram por inventar um novo Tarot, em muitos aspectos. Esse sistema serviu de base para os voos mais altos que fazemos hoje em dia, como associar o Tarot à psicologia jungiana, por exemplo.
Qualquer pessoa que estuda o Tarot entra em contato com um conhecimento que foi estabelecido, a princípio, por essas pessoas. Independentemente do uso que fazemos das cartas, maior ou menor que seja nosso embasamento teórico, todos nós incorporamos, conscientes disso ou não, elementos das doutrinas desses estudiosos no nosso processo de entender e extrair significado das cartas. Pessoas como Court de Gébelin, Eliphas Lévi ou MacGregor Mathers são os responsáveis pela associação das cartas com a Astrologia, a Qabalah e a Tradição dos Quatro Elementos, as três doutrinas mais fortemente associadas ao Tarot. Tal união foi tão forte que o sistema imagético de versões novas do Tarot passou a ser produzido de acordo com esses novos parâmetros de significado. Não há, portanto como negar a importância de tais figuras na conceitualização e uso modernos do Tarot. Exceto no caso de usar um baralho anterior as inovações introduzidas por essas pessoas, alguém que deseja ter uma relação mais próxima com seu baralho de trabalho, bem como uma compreensão mais profunda dos símbolos contidos nele, certamente conseguirá isso melhor buscando a informação de onde ela veio, ou seja, na produção literária dessas pessoas.
Isso nos leva à seguinte conclusão – as associações das cartas com Astrologia, Qabalah ou elementos são um sistema artificial, mais inventado do que descoberto, ou percebido. Apesar do fato de a Astrologia e a doutrina dos quatro elementos terem feito parte do corpo de pensamento filosófico na época da criação do Tarot, não há hoje evidências apontando para uma profunda associação delas com as cartas que não seja anterior ao século 18. Isso quer dizer que os significados dados às cartas são sim relativos e particulares, o que significa basicamente que eles fazem total sentido quando inseridos em um sistema maior, que lhes dá a referência.
Mas, é possível não se basear nessas tradições para compor o corpo de significados das cartas? Sim, claro. Temos hoje uma infinidade de baralhos disponíveis, que se baseiam mais ou menos nos sistemas tradicionais – isso quando há algum embasamento tradicional sequer. Novos artistas, novos teóricos – e novos tarólogos – têm abordado as cartas por outros viés, contribuindo para uma nova concepção do Tarot – uma nova invenção do Tarot, por assim dizer. E eu acredito que a validade dessas novas teorias e visões não é algo que possa ser decidido objetivamente, cabendo a cada um que estuda as cartas decidir se elas cabem ou não no seu universo de concepção tarológica. Para alguém que amadurece sua comunicação com as cartas, as interpretações tradicionais servem mais como trampolins para uma relação mais íntima com as cartas. O Tarot é uma linguagem entre o tarólogo e seu próprio sistema de valores, símbolos e significados. Em última instância, o único compromisso que cada estudante de Tarot deve ter, é consigo mesmo.

Bibliografia
Livros:
The Tarot: History, Mystery and Lore – Cynthia Giles, 1992, Paragon House
Understanding the Tarot Court – Mary K. Greer & Tom Little, 2004, Llewellyn
Seventy Eight Degrees of Wisdom: a Book of Tarot – Rachel Pollack, 1980), Weiser Books
Tarot Symbolism – Robert O’Neill, 1986 (ed. 2004), ATS
The Complete New Tarot: Theory, History, Practice – Onno & Rob Docters van Leeuwen
Sites:
Taroteachings.com, de Avia Venefica – www.tarotteachings.com/tarot-court-cards-elements.html
Llewellyn.com: artigo Hidden and Secret Meanings – The Court Cards, part II, de David Allen Hulse – www.llewellyn.com/journal/article/387
Kheper.net – artigo The Four Ego Functions, M. Alan Kazlev – www.kheper.net/topics/Jung/typology.html
Wikipedia.com – verbetes Aristotle, Carl Jung, Knight, Queen, King, Page
Taroteca.multiply.com (imagens)

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/as-figuras-da-corte-e-suas-associacoes-elementais/

O Tarô das Sombras, de Linda Falorio

Quem conhece alguma coisa sobre tarô sabe que uma característica dos tarôs espetaculares é que eles são geralmente desenhados por uma mulher. Embora Waite e Crowley tenham ficado com a fama, quem estuda um pouco – ou pelo menos lê a caixa do baralho – sabe que foi Pamela Smith a artista do famoso tarô hermético e Lady Frieda Harris quem desenhou as lâminas do tarô de Thoth. Não poderia ser diferente com o Tarô das Sombras, um deck concebido dentro da via sinistra onde o feminino é celebrado.

O Tarô das Sombras de Linda Falorio é um mergulho no arquétipo da sombras, e por isso mesmo deve usado levianamente nem manipulado por qualquer um. Para reificá-lo cada lâmina nasceu de um período de semanas ou meses de aprofundamento, tantra e meditação.

As lâminas dos Arcanos Maiores em especial são baseadas nos vinte e dois caminhos descritos por Aleister Crowley em seu Liber CCXXXI no qual trata dos “Gênios das 22 Escalas da Serpente e das Qliphoth”. Estes são os chamados Túneis de Set que foram ampliados posteriormente por Kenneth Grant, em seu clássico Nightside Of Eden.  Os Arcanos Menores por sua vez surgem a partir de uma imersão com os Espíritos descritos na Goetia, a Chave Menor de Salomão. Tornando este um baralho único para os praticantes do caminho da mão esquerda.

Esta preciosidade está em financiamento coletivo pela Editora Via Sestra em uma edição limitada e acompanhará um livro com explicação das cartas, técnicas e exemplos de uso ritualístico, meditativo e divinatório, entre outros recursos. A tradução foi encabeçada por Soror Lilith Ashtart, profunda conhecedora dos trabalhos da Linda Falorio.

Serão produzidos apenas 93 decks e o financiamento fica no ar até novembro de 2020, com entrega prevista para janeiro de 2021.

Tarô das Sombras, Catarse

 

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/o-tarot-das-sombras-de-linda-falorio/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/popmagic/o-tarot-das-sombras-de-linda-falorio/

Rosacruz, Maçonaria e Martinismo

Texto de G. O. Mebes, datado de 1911.

Não queremos impor a ninguém a crença de que tenha existido, efetivamente, uma Fraternidade fundada por Christian Rosenkreuz (1378 – 1484) e composta de um pequeno conjunto de místicos castos; queremos, apenas, afirmar o fato do aparecimento no astral de uma forma apresentando, nitidamente, os ideais e caminhos de aperfeiçoamento dos quais, bem mais tarde, tratou a famosa obra “FAMA FRATERNITATIS ROSAE CRUCIS”. Nela, esses ideais foram registrados em forma de um código; mas o despertar da Egrégora aconteceu numa época bem anterior.

Estudemos como se apresenta para nós a Egrégora da Rosa-Cruz inicial, segundo a obra acima citada e também conforme o “CONFESSIO FIDEI R+C”. É claramente visível que essa poderosa Egrégora atraiu a si os fluidos de três importantes e amplos fluxos da Verdade: o Gnosticismo, a Cabala e o Hermetismo da Escola Alquímica.

O “Ponto Superior acima do Iod” deste novo aspecto da Egrégora Templária foi constituído pelo ideal do trabalho teúrgico, visando a vinda do “Reino de Elias Artista” e por uma fé inabalável de que este Reino virá no futuro.

O que quer dizer isso? Quem é “Elias Artista”?; de onde surgiu “Elias” e por que “Artista”?

Na Bíblia, Elias e Enoch são símbolos de algo que é levado vivo ao céu. No entanto, o caminho direto para o Empíreo da metafísica está aberto somente aos fluxos da Verdade Absoluta. Os Arcanos Menores do Livro de Enoch fazem parte de tais fluxos. Elias, por sua vez, é como uma imagem mais concreta de Enoch, está mais próximo de nós. Portanto, “Elias” e não “Enoch”.

Como é este Elias? Por quais caminhos pode ele nos levar aos Arcanos Menores, à Reintegração Rosacruciana? Seria este o caminho dos Bem-aventurados, caminho dos corações humildes e plenos de amor, das mentes simples e sem malícia, mas possuidoras de uma fé infinita?

Não. A Egrégora não era para eles. Era para os que haviam experimentado o refinado sabor do conhecimento e já não podiam a ele renunciar, O “Elias Rosacruciano” conduz seus seguidores aos Arcanos Menores pelo caminho difícil do estudo minucioso e profundo dos Arcanos Maiores, uma analise engenhosa, constituindo verdadeira arte; dai o nome “Artista”.

O poderoso “Iod” com o qual a Egrégora modelava seus adeptos expressou-se pelo símbolo imortal da Rosa+Cruz. Seja qual for a moldura que acompanhe este símbolo, sejam quais forem os acréscimos, sua parte central e essencial permanece sempre a mesma.

A Cruz, símbolo da auto-renúncia, do altruísmo ilimitado, submissão total às Leis Superiores, é um dos seus polos. A Rosa perfumada de Hermes, símbolo da ciência e do aperfeiçoamento nos três planos, envolve a Cruz.

Os vinculados ao símbolo da Rosa+Cruz, podem carregar a Cruz mas não poderão remover dele a Rosa. Mesmo se os espinhos do conhecimento os fizerem sofrer, não renunciarão à atração de seu perfume. A Rosa é o segundo polo do Binário .

A tarefa do Rosacrucianismo é neutralizar este binário com sua própria personalidade, harmonizar em si mesmo a Ciência e a auto renuncia, fazê-las servir a um mesmo ideal . Um Rosacriciano deve assemelhar-se ao terceiro símbolo que consta do pantáculo da Rosacruz, o Pelicano, cujas asas permanecem abertas e que sacrifica-se por seus filhotes, alimenta-os com seu próprio corpo, seu sangue e sua carne.

No emblema, os filhotes do Pelicano são de cores diferentes. Nos emblemas primitivos havia apenas três filhotes, simbolizando as três Causas Primordiais; nos emblemas posteriores há sete, simbolizando as sete Causas Secundárias, sendo cada um dos filhotes de uma cor planetária diferente. Isso indica que o sacrifício deve ser feito conforme a ciência das cores, ou seja, cada um dos filhotes necessita um tratamento especifico.

Esse “lod’ apresenta um tema a ser meditado por parte de cada um dos verdadeiros Rosacrucianos.

O “Primeiro He” do Rosacrucianismo inicial era constituído por um grupo de naturezas raras e excepcionais, capazes de unir o misticismo à mais elevada intelectualidade.

O “Shin” do esquema Rosacruciano revestiu-se de uma certa auto-apreciação, em consequência natural de se considerarem instrumentos escolhidos. Havia tão poucas pessoas, capazes de satisfazer a essas exigências, que a convicção da superioridade introduziu-se por si mesma. Ela acentuou-se ainda mais, devido as severas regras da ética Rosacruciana, que os eleitos introduziram em seu viver.

O culto, o elemento “Vau”, expressava-se pela meditação sobre os símbolos, especialmente sobre o grande pantáculo da Rosa + Cruz e, em parte, pelas cerimônias místicas durante as reuniões periódicas dos Rosacrucianos.

O “Segundo He”, a “política” da Escola, constituiu-se numa atividade que, de acordo com suas convicções, os Rosacrucianos consideravam indispensável ao progresso da Humanidade. Devido a necessidade da prudência, tanto essa atividade quanto as pessoas dos membros da Corrente, eram envolvidas num estrito anonimato. Nesse “Segundo He”, podia-se perceber facilmente a reação, ainda não dissolvida no astral puro, do violento ressentimento dos Templários contra a Igreja Romana, ressentimento que chegou a criar os elementos formais do Protestantismo.

O Rosacrucianismo inicial, como já sublinhamos, não podia, naturalmente, contar com muitos adeptos, pois exigia deles características que, em geral, se excluem mutuamente.

Mais tarde, no século XVI, da Escola inicial gradualmente aquilo que poderia ser chamado de Rosacrucianismo secundário. Se o primeiro era acessível somente a poucos, o segundo podia ser seguido por todos os homens conscientes. Se o primeiro exigia quase fanaticamente que seus seguidores adotassem regras rígidas de auto-aperfeiçoamento, o segundo era caracterizado por uma tolerância maior em todos os campos da mente e do coração.

O ponto acima do Iod é o próprio elemento “Iod” permaneceram os mesmos. Visivelmente, mudou o “Primeiro He”. O ambiente dos séculos XVI, XVII e, parcialmente, do XVIII, fecundado pelos ideais Rosacrucianos, era o dos Enciclopedistas no melhor e mais amplo sentido dessa palavra. Do adepto da nova Rosa+Cruz exigia-se uma multiplicidade de facetas intelectuais, capacidade de especulação científica, amplitude do horizonte mental e dedicação aos ideais. Na Corrente Rosacruciana entravam tanto as naturezas altamente místicas como fervorosos panteístas ou pessoas de mentalidade pratica. Todavia, tornamos a repetir, eram aceitas unicamente pessoas notáveis por sua inteligência e erudição, pessoas possuindo uma vontade desenvolvida e concepções claras a respeito do trabalho a desenvolver para a elevação da humanidade.

(A publicação do elemento Shin não foi autorizada pelo Mestre).

O elemento “Vau”, em linhas gerais, permaneceu idêntico ao da Rosacruz inicial. Segundo os vários ramos da Escola, apareceram pequenas diferenças no ritual de recepção dos novos membros, nos rituais dos graus ou nas cerimônias, durante as reuniões dos conselhos superiores. No elemento Vau devem ser também incluídos os métodos de transformação astral e de treinamento da personalidade, acrescentados à prática básica de meditação. A introdução desses métodos era devida, em grande parte, à influência de várias escolas orientais.

O ‘segundo He” ou a “política da Escola”, expressou-se pela orientação de exercer sua influência na sociedade contemporânea. No começo, essa influência tinha um caráter puramente ético, mais tarde, fortemente realizador. Os ramos e sub ramos do Rosacrucianismo Secundário possuíam seus programas políticos particulares. Estes mudavam, naturalmente com o passar do tempo, visando sempre as reformas políticas e religiosas mais necessárias. Não obstante, a Egrégora Templária, portadora do impressionante clichê da destruição do plano Físico da Corrente de Jacques DeMolay, vibrava na direção da prudência cada vez que o Rosacrucianismo se preparava para dar um passo decisivo no mundo externo, causando a escolha do modo de ação mais seguro. Em consequência de uma destas vibrações foi criada a Ordem Maçônica.

O astral muito sutil do Rosacrucianismo, apropriado ao ensino, não possuía qualidades necessárias para lidar com problemas práticos e adaptar-se aos condicionamentos e brutalidade dos homens. Podia ficar prejudicado em sua base. A fim de evitá-lo, ao redor da Rosa e da Cruz, foi criado um invólucro mais material, melhor adaptado a contatos e trabalhos externos: a MAÇONARIA.

A Maçonaria, isto é, a Maçonaria legítima do Rito Escocês, com interpretação ético-hermética do simbolismo tradicional, tornou-se a guardiã de “sua alma”, a Rosa+Cruz. Ela implantava, tanto no seu próprio ambiente, como no mundo externo, o respeito para com os símbolos tradicionais e para com seus intérpretes, os Rosacrucianos. Os Maçons espalhavam ao redor de si a convicção de que o exemplo irrepreensível de suas vidas e seu alto nível moral tinham suas bases nos ensinamentos iniciáticos.

A Maçonaria realizava as reformas decididas pelos Rosacrucianos, protegendo-os, com suas próprias pessoas, contra a possível hostilidade e as perseguições humanas no plano físico.

Os fundadores da Maçonaria, entre os quais ocupa um lugar proeminente ELIAS ASHMOLE (1817-1692), com muita habilidade adaptaram para seu uso o sistema dos graus dos Maçons Livres, fazendo dele a base de seus próprios três primeiros graus, os “simbólicos”, da Iniciação Maçônica. Este trabalho se iniciou em 1646 e em 1717 existia já um sistema dos Capítulos da Maçonaria Escocesa, plenamente organizado.

Assim, a Maçonaria tornou-se um instrumento indispensável no trabalho do Iluminismo Rosacruciano, cuja “política” (o “Segundo He”) recebeu o nome de “Maçônica”, nome que guardou até agora. Os efeitos da política Rosacruciana, alcançados pelos Maçons no mundo externo, receberam o nome de “tiros de canhão”. Entre outros, como “tiros de canhão”, foram consideradas as reformas religiosas de Lutero e de Calvino, assim como a libertação dos Estados Unidos da América do Norte da dependência britânica (Lafayette e seus oficiais Maçons). Os Rosacrucianos se utilizavam dos Maçons, tanto mais que entre eles escolhiam os que mereciam ser iniciados no Iluminismo Cristão.

Contudo, cada medalha tem seu reverso. Enquanto a Maçonaria foi uma organização submetida ao Rosacrucianismo, enquanto praticava o princípio da Sucessão Hierárquica por transmissão, ela cumpria sua tarefa e não havia problemas.

Infelizmente, diversos ramos bastante fortes resolveram introduzir o método de eleger seus dirigentes, rejeitando assim o princípio hierárquico tradicional. Em decorrência, o trabalho maçônico começou a mudar seu caráter e, de evolutivo, passou a ser quase revolucionário. Um momento importante neste novo rumo foi a dissidência de Lacorne e seus seguidores (em 1773) que, numa cisão, separaram-se da Maçonaria legítima e fundaram uma nova associação que passou a ser conhecida sob o nome de “Grande Oriente da França”.

Com isto concluiremos o nosso breve esboço relativo à Maçonaria e passaremos ao fim do século XVII, para analisar uma das correntes, ainda existente, do antigo Iluminismo Cristão.

Ao redor do ano de 1760, o famoso Martinez de Pasqually fundou uma fraternidade de “Seletos Servidores do Sagrado”, os “ELUS COHENS”, com nove graus hierárquicos. Os três graus superiores eram Rosacrucianos.

A Escola de Martinez era mágico-teúrgica, com forte predominância de métodos puramente mágicos. Após a morte de Martinez, seus dois discípulos preferidos, Willermoz e Louis Claude de Saint Martin, alteraram o caráter dessa Corrente.

Willermoz lhe deu um colorido maçônico e Claude de Saint Martin, um escritor conhecido sob o pseudônimo “Filosofo Descolhecido” encaminhou a Corrente para o lado místico-teúrgico. Contrariamente a Willermoz, ele favorecia uma Iniciação liberal e não as regras das Lojas Maçônicas. A influência de Saint Martin predominou e criou uma Corrente chamada “Martinismo”.

A Egrégora do Martinismo que possuía sua Maçonaria, seu círculo externo “encarnou” solidamente em todos os países da Europa. Ela era constituída, aproximadamente, do seguinte modo:

O ponto acima do Iod, correspondia à harmonização ética, do ser humano. O “Iod” baseava-se na filosofia espiritualista das obras de St. Martin, que variava, um pouco, segundo diversas épocas da vida do escritor.

O “Primeiro He” era constituído por um grupo de pessoas muito puras e desinteressadas, possuindo aspirações místicas mais ou menos pronunciadas, pessoas prontas a qualquer trabalho filantrópico

O elemento Shin era inexistente, provavelmente em virtude do caráter do “Primeiro He”. Os idealistas puros que aspiravam a harmonia interna, não necessitam de um ímã para atrair adeptos.

O elemento ”Vau” se limitava a um ritual muito simples, a oração e a cerimônia de Iniciação notável pela sua simplicidade. É verdade que alguns maçons, entre os Martinistas davam mais importância ao ritual e este em certas Lojas, tornou-se até imponente por sua magnificência; todavia nós frisamos agora o Martinismo puro, independente de qualquer acréscimo maçônico. No Martinismo todo valor era dado a meditação, à formação interna do “Homem de Aspiração” e não ao ambiente mágico, como foi o caso do Martinezismo ou do Willemozismo .

O “Segundo He” do Martinismo consistia do trabalho filantrópico de seus membros, ajudar aos necessitados e sofredores, evitando toda manifestação espetacular, na recusa de qualquer compromisso ético ao deparar-se com as influências externas e, em uma modéstia, simplicidade e presteza no adaptar-se a quaisquer condições externas de vida. Essas qualidades impressionavam fortemente todas as elites sociais contemporâneas.

Embora a Iniciação Martinista na época do Primeiro Império e, posteriormente, até a oitava década do século XIX, se transmitisse por um liame multo tênue, o Martinismo contava em suas fileiras pessoas de ato valor, como Chaptal, Delage, Constant e outros.

Aproximadamente, na oitava década , o bem conhecido Stanislas de Guaita, querendo recriar uma corrente mais esotérica, fundou a “Ordem Cabalística da Rosa+Cruz”, obedecendo o esquema seguinte:

O “Ponto acima do Iod” consistia numa conciliação da ciência acadêmica oficial com os ensinamentos esotéricos acessíveis, objetivando criar um trabalho frutífero, em conjunto, dos representantes dos dois aspectos do conhecimento.

O “Iod” resumia-se em uma síntese de todos o conhecimentos, acessíveis tanto pela pesquisa científica, quanto pelo estudo da Tradição.

O “Primeiro He” era de novo o ambiente dos Enciclopedistas, mas infelizmente, Enciclopedistas fracassados. Em nossa época, as pessoas capazes progridem rapidamente dentro de sua profissão ou especialização e, muitas vezes, falta-lhes o tempo para se desenvolver em outros sentidos, enquanto os que fracassaram em sua direção particular, procuram geralmente um derivativo no Enciclopedismo, que lhes forneça uma compensação. Para um observador superficial, tais pessoas podem aparentar possuir uma inteligência de muitas facetas, assemelhando-se, através disso, às pessoas realmente excepcionais como o foram os membros do Rosacrucianismo inicial.

O elemento “Shin” da nova Egrégora era a perspectiva, atraente para os fracassados, de receber, devido ao prestígio da Rosacruz, a mesma consideração que os reconhecidos luminares da ciência oficial.

O elemento “Vau” era o trabalho de reeditar, traduzir e comentar as obras clássicas relativas ao ocultismo, que naquela época tornaram-se raridades bibliográficas, de preços quase inacessíveis, mesmo às pessoas bem situadas materialmente. Neste campo, os Rosacrucianos de Paris fizeram um trabalho muito útil e mereceram uma profunda gratidão dos que reverenciam os grandes monumentos deixados pela Tradição.

O pior elemento do sistema revelou-se o “Segundo He”, manifestado como uma política oportunista, a fim de atrair o mundo universitário. As teses tradicionais, na sua explanação, eram alteradas para fazê-las concordar com as últimas obras científicas, perdendo assim o seu valor. O empenho de certos Rosacrucianos em obter a aprovação dos representantes da ciência oficial, prejudicava naturalmente o prestigio da Escola. Por outro lado, as tentativas de uma parte de seus membros, para atenuar as teses Rosacrucianas, a fim de não contrariarem demais a Igreja Romana, levaram a uma cisão dentro da própria Escola (o afastamento de Peladan). Em geral, ainda no tempo de Guaita, a situação tornou- se precária. Foi feita, por isso, uma tentativa de aproximação com a Maçonaria, o que, deturpando as finalidades da Ordem, precipitou sua queda. Ela existe ainda.

Paralelamente com a fundação da Ordem Cabalística da Rosa Cruz, S. de Guaita procurou dar uma nova e grande amplitude à Corrente Martinista. O “Neo-Martinismo” de Guaita, tornou-se bem diverso da corrente inicial, toda via, o Neo-Martinismo adotou o ritual Martinista da Iniciação ao grau de S:::I::: ( Superior Incógnito – NT) e neste ritual baseou seu simbololismo.

Os ideais de Saint Martin e a formação interna do Homem de Aspiração não podiam satisfazer o enérgico Guaita, atraído demais para os resultados visíveis. Ele não admitia nenhuma interrupção voluntária da atividade externa, mesmo quando necessária para magnetizar o ambiente. Nas obras de Guaita encontram-se mesmo, muitas vezes palavras irônicas a respeito de tais interrupções.

Para que a quase renascida Egrégora de Martinez de Pasqually pudesse trazer à nova Ordem da Rosa+Cruz adeptos escolhidos entre os mais capazes S:::I::: do novo Martinismo foi preciso introduzir no esquema do mesmo uma grande tolerância no campo dogmático.

O ponto acima do Iod permaneceu, como antes, a harmonização ética interna.

A escolha do elemento “Iod” foi deixada ao livre arbítrio de cada membro da Corrente Neo-Martinista. Naturalmente, as obras de Saint Martin conservavam o seu papel de linha mestra.

O elemento “He”, como consequência da livre escolha do elemento “Iod”, veio a ser constituído por círculos de diversas tonalidades e valores. Aí podiam ser encontrados os cansados da busca religiosa, os decepcionados com a ciência oficial, os que não conseguiram ingressar na Maçonaria e procuravam algo equivalente, os impressionados pelo uso dos emblemas místicos, os que se deleitavam em debates versando temas do ocultismo durante as reuniões, os simplesmente curiosos, sempre prontos a ingressar nas organizações “misteriosas”. Havia também aqueles que chegaram à conclusão de que era preferível tornar-se membro de qualquer corrente a permanecer sem nenhuma proteção egregórica.

Como a Ordem da Rosa+Cruz recebia e recebe até agora somente os que passaram pelos três primeiros graus do novo Martinismo, entre os últimos podiam ser sempre encontradas algumas pessoas adequadas a se tornarem instrutores na corrente Martinista e orientar o desenvolvimento de seus membros. Foi isso que sustentou e vivificou o Martinismo que cresceu consideravelmente depois de Guaita, e conta agora com um grande número de adeptos. Atualmente, seu Conselho Superior está chefiado pelo Dr. Gerard Encausse, escritor e propagador do ocultismo, mais conhecido sob o pseudônimo “Papus”  (lembrando que este artigo foi escrito por G. O. Mebes em 1911 – NT).

Devido a diversidade das tendências e dos níveis evolutivos de seus membros, o “Shin” da nova Corrente Martinista foi formado por vários elementos. A uns atraia o ritual; a outros a solidariedade existente entre os membros da Corrente. A uns, a possibilidade de desenvolvimento interno; a outros, a pureza da transmissão do poder, etc.

O elemento “Vau” além das cerimônias místicas, a unirem os Martinistas, consistia em meditação obrigatória acerca de temas determinados e, facilitando essas meditações, palestras dos instrutores abordando assuntos iniciáticos.

O “Segundo He” consistia numa política, bastante passiva, de aguardar o progresso ético da sociedade, colaborando neste sentido com o exemplo de uma vida em acordo com sua consciência. Muitos círculos Martinistas acrescentavam, a esse modo de viver, um elemento mais ativo, filantrópico ou algum outro. Todavia, estas atividades particulares não de vem ser levadas em consideração numa análise dos princípios Egregóricos.

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