A Coragem para Viver Conscientemente

Nas nossas vidas do dia-a-dia, a virtude da coragem não recebe muita atenção. Coragem é uma qualidade reservada para soldados, bombeiros e ativistas. Segurança é o que mais importa hoje em dia. Talvez você foi ensinado a evitar ser ousado demais ou destemido demais. É muito perigoso. Não assuma riscos desnecessários. Não atraia atenção para si mesmo em público. Siga tradições familiares. Não fale com estranhos. Fique de olho em pessoas suspeitas. Mantenha-se seguro.

Mas um efeito colateral de superenfatizar a importância da segurança pessoal na sua vida é que isso faz com que você viva reativamente. Ao invés de criar suas próprias metas, fazer planos e realizá-los, e persegui-los com Vontade, você se mantém “seguro”. Continua trabalhando no emprego estável, mesmo que ele não te traga satisfação. Fica no relacionamento insatisfatório, mesmo que você se sinta morto por dentro quando comparado à paixão que um dia você teve. Quem você pensa que é para empenar o sistema? Aceite o que você recebeu da vida, e faça o melhor que puder com isso. Siga o fluxo, e não páre o barco. Sua única esperança é que as correntes da vida irão arrastá-lo para uma direção favorável.

Sem dúvida que existem perigos reais na vida que você deve evitar. Mas há um imenso golfo entre negligência e coragem. Eu não estou me referindo à coragem heróica necessária para arriscar sua vida para salvar alguém de um prédio em chamas. Por coragem eu quero dizer a habilidade de encarar esses medos imaginários e recuperar a vida muito mais poderosa que você negou a si mesmo. Medo de fracasso. Medo de rejeição. Medo de falir. Medo de ficar sozinho. Medo de humilhação. Medo de falar em público. Medo de ser banido pela família e amigos. Medo de desconforto físico. Medo de arrependimento. Medo de sucesso.

Quantos desses medos estão te segurando? Como você viveria se não tivesse nenhum medo? Você ainda teria sua inteligência e seu bom senso para navegar seguramente ao redor dos perigos reais, mas sem sentir a emoção do medo, você estaria mais inclinado a assumir mais riscos, especialmente quando o pior cenário não iria machucá-lo de modo algum? Você daria discursos mais frequentemente, falaria mais com estranhos, pediria por mais vendas, mergulharia diretamente naqueles projetos ambiciosos que você tem sonhado? E se você aprendesse a aproveitar essas coisas que você atualmente teme? Que tipo de diferença isso faria na sua vida?

Você já se convenceu anteriormente de que você não está realmente com medo de nada… que sempre há boas e lógicas razões para que você não faça certas coisas? Seria rude apresentar-se para um estranho. Você não deveria tentar falar em público porque você não tem nada a dizer. Pedir por um aumento seria inapropriado porque você deveria esperar pela próxima avaliação formal. Porém, essas são apenas racionalizações – pense sobre como sua vida mudaria se você pudesse, corajosa e confiantemente fazer essas coisas sem medo algum.
O que é Coragem?

Eu gosto das definições de coragem acima, as quais sugerem que a coragem é uma habilidade que o incita a tomar ações ao invés de permanecer parado, com medo. A palavra coragem deriva do latim cor, que significa “coração”. Mas coragem verdadeira tem um sentido mais intelectual do que sentimental. Ela requer que usemos a parte cerebral única que os humanos possuem (o neocortex) para adquirir o controle, tirando-o do cérebro límbico emocional que você compartilha com outros mamíferos. Seu cérebro límbico avisa o perigo, mas o neocortex raciocina que o perigo não é real, que você simplesmente sente o medo e toma as ações mesmo assim. Quanto mais você aprender a agir ao invés de sentir medo e paralisar, mais humano você se torna. Quanto mais você seguir seus medos, mais você viverá como um mamífero inferior. Então a questão “Você é um homem ou um rato?” é consistente com a neurologia humana.

Pessoas corajosas ainda estão com medo, mas elas não deixam o medo paralizá-las. Pessoas pouco corajosas irão ceder cada vez mais ao medo, o que têm o efeito de fortalecer o medo ao longo do tempo. Quando você evita enfrentar um medo e daí se sente aliviado por ter escapado dele, isso atua como uma recompensa psicológica que reforça o comportamento-medroso-de-rato, fazendo com que a probabilidade de você evitar enfrentar um medo aumente ainda mais no futuro. Você está literalmente condicionando a si mesmo para tornar-se cada vez mais tímido e parecido com um rato.

Tal comportamento de fuga causa estagnação a longo prazo. Conforme você vai envelhecendo, você reforça suas reações de medo ao ponto em que é difícil até imaginar a si mesmo encarando seus medos. Você começa a tomar seus medos como garantidos; eles se tornam reais para você. Você cria um casulo em torno de si mesmo que o isola de todos esses medos; um estável mas infeliz casamento, um emprego que não exige que você assuma riscos, um salário que o mantém confortável. Daí você racionaliza seu comportamento: Você têm uma família para sustentar e não pode assumir riscos, você está muito velho para mudar de carreira, você não pode perder peso porque você possui genes “gordos”. Cinco anos… dez anos… vinte anos passam, e você percebe que sua vida não mudou muito. Você se acomodou. Tudo o que restou agora é viver o resto de seus anos tão alegremente quanto possível, e daí acomodar-se na terra, quando você finalmente alcançará total segurança e proteção.

Mas há algo acontecendo por trás das câmeras, não há? Aquela pequena voz na parte de trás de sua mente lembra que esta não é o tipo de vida que você queria viver. Ela quer mais, muito mais. Ela quer que você se torne muito mais rico e abundante, que você tenha um relacionamento extraordinário, que você adquira um corpo totalmente saudável e forte, que você aprenda novas habilidades, que viaje o mundo, que tenha muitos amigos admiráveis, que ajude pessoas em necessidade, que faça uma importante diferença. Essa voz te diz que esse emprego no qual você está se acomodando, onde você vende bugigangas pelo resto da vida, simplesmente não vai bastar. Essa voz o reprova sempre que você dá uma olhada na sua barriga acima do peso ou quando falta ar ao subir um lance de escadas. Ela envia mensagens de desapontamento quando vê o que sua família se tornou. Ela te diz que as razões pelas quais você tem problemas em se auto-motivar é que você não está realmente fazendo o que deveria estar fazendo com sua vida… porque você tem medo. E se você se recusa a escutá-la, ela sempre estará lá, incomodando-o sobre seus resultados medíocres até que você morra, cheio de remorsos pela vida que deveria ter sido.

Entao como você responde a essa voz geniosa que não quer calar? O que você faz quando confrontado por aquele frio na barriga de que algo não está correto na sua vida? Qual é o seu modo favorito de silenciá-lo? Talvez afogá-lo assistindo TV, escutando rádio, trabalhando longas horas em um emprego medíocre, ou consumindo álcool e cafeína e açúcar.

Mas sempre que você faz isso, você abaixa seu nível de consciência. Você afunda em direção ao instinto animal e se afasta de tornar-se um ser humano totalmente consciente. Você reage à vida ao inves de proativamente perseguir seus ideais. Você cai em um estado de impotência adquirida, onde você começa a acreditar que suas metas não são possíveis ou praticáveis para você. Você se torna cada vez mais e mais como um rato, chegando até a tentar convencer a si mesmo que uma vida como rato não deve ser tão ruim, afinal de contas, pois todos ao seu redor parecem achar que está tudo bem em levar uma vida assim. Você se envolve com seus amigos ratos, e em algumas poucas ocasiões que você encontra um ser humano totalmente consciente você se assusta mortalmente por lembrar-se o quanto de sua coragem foi perdida.
Aumente sua Consciência

A saída desse círculo vicioso é criar coragem e enfrentar sua voz interior. Encontre um lugar onde possa ficar sozinho com caneta e papel (ou computador e teclado). Escute essa voz, e encare o que quer que ela esteja lhe dizendo, não importa o quão difícil seja ouvir. (A voz é somente uma abstração – você pode não ouvir nenhuma palavra; ao invés disso você talvez veja o que você deveria estar fazendo ou simplesmente sentir-lo emocionalmente. Mas eu irei continuar a me referir como “a voz” para esse exemplo.) Essa voz poderá lhe dizer que seu casamento está morto por dez anos, e que você está recusando aceitar isso porque têm medo do divórcio. Poderá lhe dizer que você desistiu de perder peso porque você falhou em todas as tentativas anteriores, e que você é viciado em comida. Poderá lhe dizer que seus amigos com os quais você têm saído são incongruentes com a pessoa que você deseja se tornar, e que você precisa deixar esse grupo de referência para trás e construir um novo. Poderá lhe dizer que você sempre quis ser um ator ou um escritor, mas que você se acomodou com um emprego de vendedor porque parecia ser mais seguro e estável. Poderá lhe dizer que você sempre quis ajudar pessoas com necessidades, mas que você não está fazendo isso da forma que deveria. Poderá lhe dizer que você está desperdiçando seus talentos.

Veja se consegue reduzir essa voz para apenas uma palavra ou duas. O que ela está lhe dizendo? Saia. Peça demissão. Fale. Escreva. Dance. Atue. Exercite-se. Venda. Mude. Troque. Deixe. Pergunte. Aprenda. Perdoe. Seja lá o que for que você consiga desse modo, escreva. Talvez você até tenha diferentes palavras para cada área da sua vida.

Agora você tem que tomar o difícil passo de conscientemente reconhecer de que isso é o que você realmente quer. Está TUDO BEM se você pensa que isso não é possível pra você. Está TUDO BEM se você não vê uma forma de consegui-lo. Mas não negue que você o quer. Você diminui sua consciência quando faz isso. Quando você olhar para seu corpo obeso, admita que você realmente quer ficar saudável e em forma. Quando você acender aquele próximo cigarro, não negue que você queria ser um não-fumante. Quando você encontrar o(a) parceiro(a) dos seus sonhos em potencial, não negue que você adoraria estar em um relacionamento com aquela pessoa. Quando você encontra uma pessoa que parece estar em completa paz consigo mesma, não negue que você deseja ter esse nível de paz interior também. Tire-se da negação. Ao invés disso, mova-se para um lugar onde você admite, “Eu realmente quero isso, mas eu apenas não sinto ainda que tenho a habilidade para consegui-lo”. Está perfeitamente BEM querer algo que você pensa que não pode ter. E você provavelmente está errado em concluir que não pode tê-lo. Mas primeiro, pare de mentir para si mesmo e fingir que você não quer realmente aquilo.
Mova do Medo para a Ação, Mesmo que Você Ache que Vá Falhar

Agora que você reconheceu algumas coisas que você têm tido medo de encarar, como você se sente? Você provavelmente ainda se sente paralisado antes de agir. Tudo bem. Enquanto mergulhar diretamente no medo e confrontá-lo cara-a-cara pode ser bastante eficiente, isso talvez requeira mais coragem do que você acha que pode reunir nesse exato momento.

O ponto mais importante que eu quero que você aprenda neste artigo é que a verdadeira coragem é uma habilidade mental, não emocional. Neurologicamente isso significa usar a região cerebral do neocortex racional para dominar os impulsos emocionais límbicos. Em outras palavras, você usa sua inteligência humana, lógica e vontade independente para superar as limitações que você herdou como um mamífero emocional.

Agora, isso pode logicamente fazer sentido, mas é mais fácil falar do que fazer. Você pode logicamente saber que não estará em perigo real se você subir em um palco e falar em frente a 1000 pessoas, mas o seu medo é disparado mesmo assim, e os medos imaginários o previne de voluntariar-se para qualquer coisa parecida com isso. Ou talvez você deva saber que está em emprego sem futuro, mas parece não ser capaz de reunir suas forças para dizer as palavras, “eu me demito”.

Coragem, no entanto, não requer que você tome ações drásticas nessas situações. Coragem é uma habilidade mental que você deve aprender e treinar, assim como musculação fortalece seus músculos. Você não iria para uma academia pela primeira vez e tentaria levantar 140 kg, então não pense que para ser corajoso você precisa enfrentar seu medo mais paralisante logo de primeira.

Há dois métodos que eu sugiro para adquirir coragem. O primeiro método é análogo ao treinamento progressivo com pesos. Comece com pesos que você pode levantar mas que ainda assim sejam desafiadores, e então vá progressivamente aumentando para pesos mais pesados conforme sua força aumenta.

Entao pegue um pedaço de papel e escreva um de seus medos que você gostaria de superar. Daí numere de um a dez, e escreva dez variações desse medo, com o número um sendo o que gera a menor sensação de ansiedade e o número dez o de maior ansiedade. Esta é a sua hierarquia do medo. Por exemplo, se você está com medo de convidar alguém para um encontro, então o número um na sua lista poderia ser ir para um lugar público e sorrir para alguém que você ache atraente (medo muito suave). Número dois pode ser sorrir para dez estranhas(os) atraentes em um único dia. Número dez pode ser convidar a pessoa ideal para você em frente de todos os seus amigos mútuos, quando você está quase certo de que será recusado de cara e todos que estão no local irão rir (medo extremo). Agora comece com o objetivo de completar o número um da sua lista. Assim que você obteve sucesso (e sucesso nesse caso é simplesmente tomar ação, não importando as consequências), então mova para o número dois, e assim por diante, até que você esteja preparado para atacar o medo número dez ou se você não sente que o medo o(a) está limitando mais. Você pode precisar ajustar os itens na sua lista para torná-los praticáveis para realmente experimentá-los. E se você em algum momento sentir que o próximo item é muito difícil, então divida-o em gradientes adicionais. Por exemplo, se você pode levantar 130 kg mas não 140 kg, então tente levantar 135 kg ou mesmo 131 kg. Use esse processo tão gradualmente quanto achar necessário, de modo que o próximo passo seja um desafio considerável mas que você se sinta satisfatoriamente confiante de que pode completá-lo. E fique à vontade para repetir um passo anterior múltiplas vezes se você achar isso útil para prepará-lo para o próximo. Siga seu próprio ritmo.

Seguindo esse processo de treinamento progressivo, você irá realizar duas coisas. Você irá parar de reforçar a reação medo/fuga que exibiu no passado. E irá condicionar a si mesmo para agir mais corajosamente em situações futuras. Daí seus sentimentos de medo irão diminuir ao mesmo tempo que sua expressão de coragem aumenta. Neurologicamente, você estará enfraquecendo o controle límbico sobre suas ações enquanto fortalece o controle do neocortex, gradualmente transformando seus comportamentos inconscientes similares aos de rato para comportamentos conscientes, mais humanos.

A segunda opção para aumentar coragem é adquirir conhecimento e habilidades adicionais dentro do domínio de seu medo. Confrontar medos cara-a-cara pode ser útil, mas se seu medo é amplamente devido a ignorância e falta de habilidade, então geralmente você pode reduzir ou eliminar o medo com informação e treinamento. Por exemplo, se você está com medo de pedir demissão de seu emprego e começar seu próprio negócio mesmo sabendo que adoraria estar nessa situação, então inicie lendo livros e participando de aulas sobre como abrir um negócio. Passe uma tarde na biblioteca local pesquisando sobre o assunto, ou faça uma pesquisa online. Entre para a Câmara de Comércio local e qualquer outra organização de comércio relevante no seu campo de atuação. Compareça a conferências. Crie conexões com outras pessoas. Peça a ajuda de um especialista. Aumente suas habilidades ao ponto que você começa a se sentir mais confiante e que você poderia na verdade conseguir, e que esse conhecimento irá lhe ajudar a agir mais ousada e corajosamente quando você estiver pronto. Esse método é especialmente eficiente quando boa parte de seu medo é relacionado ao desconhecido. Geralmente basta ler um livro ou dois sobre o assunto para que o medo se dissipe o suficiente, de tal forma que você conseguirá agir.

Esses são, pessoalmente, meus dois métodos favoritos, mas há muitas outras formas de se condicionar a conquistar o medo, incluindo programação neuro-linguística, terapia de implosão, desensibilização sistemática e auto-confrontação. Você pode pesquisá-los através de ferramentas de busca online se você deseja aprender esses métodos e aumentar suas ferramentas de destruir medos no seu arsenal. A maioria deles podem ser facilmente praticados individualmente (terapia de implosão sendo a óbvia exceção).

O processo exato que você usa para criar coragem não é importante. O que é importante é que você conscientemente o faça. Assim como seus músculos atrofiarão se você não os exercita regularmente, sua coragem atrofiará se você não desafiar a si mesmo a encarar consistentemente seus medos. Na ausência desse tipo de condicionamento consciente, você irá automaticamente se tornar fraco em ambos mente e corpo. Se você não está exercitando regularmente sua coragem, então você está automaticamente fortalecendo seus medos; não há meio termo. Assim como seus músculos irão automaticamente atrofiar por falta de uso, sua coragem vai automaticamente decair na ausência de condicionamento consciente.

Agora isso pode exageradamente pessimista, então aqui está uma forma de encarar isso positivamente. Cargas pesadas podem ser um fardo difícil de carregar, mas elas são ferramentas úteis para construir músculos fortes. Você não olharia para um halteres de 20 kg e diria, “Por que você tem de ser tão pesado?” Ele é o que é. “Pesado” é o SEU pensamento, não uma propriedade intrínseca do halteres. Similarmente, não olhe para as coisas que você teme e diga, “Por que você tem de ser tão assustador?” Medo é a SUA reação, não uma propriedade do objeto de sua ansiedade.

O Medo não é seu inimigo. É uma bússola apontando para você áreas que precisam ser desenvolvidas. Então, quando você encontrar um novo medo, celebre-o como uma oportunidade para crescimento, da mesma forma que você celebraria se alcançasse um novo nível de capacidade no treinamento com pesos.
Tenha um Vislumbre de Sua Própria Grandeza

Então, o que você fará com a sua recém adquirida coragem? Onde ela o levará? A resposta é que ela o permitirá levar uma vida com muito mais significado e satisfação. Você irá começar a viver de verdade como um ser humano ousado ao invés de um tímido roedor. Você irá descobrir e desenvolver seus maiores talentos. Você irá começar a viver muito mais consciente e intencionalmente do que jamais viveu antes. Ao invés de reagir aos acontecimentos, você irá proativamente “manufaturar” seus próprios eventos e circunstâncias.

Coragem é algo que você só pode realmente experimentar sozinho. É uma vitória privada, não pública. Reunir a coragem para ouvir seus desejos mais íntimos NÃO é uma atividade de grupo e NÃO resulta de chegar a um consenso com outros. Kahlil Gibran escreve em The Prophet, “A visão de um homem não empresta suas asas a outro homem”. O propósito de sua existência é somente você pode descobrir. Ninguém na Terra passou pelas mesmas experiências que você passou, e ninguém pensa nas mesmas coisas nem da mesma forma que você.

Vendo de uma perspectiva, essa é uma realização solitária. Se você mora sozinho ou se gosta de uma profunda intimidade com um parceiro amoroso, lá no fundo você tem que encarar a realidade que sua vida é somente sua para ser vivida. Você pode escolher temporariamente entregar o controle de sua vida para outros, seja para um companheiro, um cônjuge ou simplesmente às pressões da vida diária, mas você nunca pode entregar a sua responsabilidade pessoal pelos resultados. Se você assume controle direto e cônscio sobre sua vida ou se meramente reage a eventos assim que eles acontecem para você, não importa: você e somente você têm de tolerar as consequências.

Se você se comprometer a seguir o caminho da coragem, você vai ser inevitavelmente forçado a confrontar o que talvez seja o maior de todos os medos – que você é muito mais poderoso e capaz do que havia percebido inicialmente, que o seu poder máximo é muito maior que qualquer coisa que você experimentou no passado, e que com esse poder vêm tremenda responsabilidade. Você talvez não possa resolver todos os problemas desse planeta, mas você pode causar significante impacto nas vidas de muitas pessoas, e que esse impacto irá reverberar através das gerações futuras que virão.

Qual é a diferença entre você e uma daquelas figuras históricas lendárias que causaram tal impacto? Ambos possuem/possuíram muitos medos idênticos. Ambos nasceram com talentos em algumas áreas e deficiências em outras. A única coisa te segurando é o medo, e a única coisa que fará com que ultrapasse isso é a coragem. O que você faz da sua vida não depende de seus pais, de seu chefe ou de seu cônjuge. Depende de você e somente de você.

Ter um vislumbre da sua própria grandeza pode ser uma das experiências mais perturbadoras imagináveis. E ainda mais perturbadoras é a percepção dos imensos desafios que o esperam se você a aceitar. Viver conscientemente não é um caminho fácil, mas é uma experiência humana única, e requer fazer a decisão comprometida para permanentemente deixar para trás o rato que mora dentro de você. Ir atrás de seus maiores e mais ambiciosos sonhos e experimentar a derrota e o desapontamento, ir contra suas limitações mais humildemente humanas ao invés de viver com um medíocre preenchimento de potencial – esses medos são comuns a todos nós.

As primeiras vezes que você encontrar tais medos, você pode querer rapidamente retornar para a segurança ilusória da vida como um rato. Mas se você continuar exercitando sua coragem, você vai eventualmente amadurecer ao ponto onde você pode abertamente aceitar os desafios e responsabilidades de vida de um ser humano totalmente consciente. Continuar a viver como um roedor simplesmente não terá mais significado para você. Voce irá admitir, nos mais profundos recônditos de seu ser: Eu acordei para esse incrível potencial em mim, e eu aceito o que quer que ele requeira de mim. O que quer que isso me custe, o que quer que eu tenha de sacrificar para seguir esse caminho, peça. Eu estou pronto. Mesmo que você ainda experimente medo, você o reconhecerá pela ilusão que é, e saberá como usar sua coragem humana para encará-lo, de tal modo que o medo não mais terá o poder de pará-lo.
Aceite a Audaciosa Aventura

Enquanto você desenvolve um senso de verdadeiro propósito na vida, você pode começar a sentir uma desconexão importuna entre sua situação de vida atual e a vida em que visualiza estar. Esses dois mundos podem parecer tão diferentes que você não pode mentalmente conceber como construir uma ponte entre eles. Como você conseguiria balancear a realidade prática de tomar conta de suas obrigações tridimensionais como ganhar dinheiro para pagar suas contas e impostos, agradar seu chefe, cuidar de sua família, e manter responsabilidades sociais com pessoas que nem estão ligadas com o que você está passando versus a nova visão de si mesmo que você desesperadamente trazer à realidade? Um inteiro grupo de novos medos parecem se reunir, relacionados a essa aparente mudança impossível. Como você irá se sustentar? O que irá acontecer com seus relacionamentos? Estará você apenas se iludindo?

O melhor conselho que eu posso dar aqui é: esqueça de tentar construir uma ponte. Ao invés disso, foque em independentemente começar o processo de manifestar a nova visão de si mesmo a partir do início, como se fosse uma linha totalmente separada em sua vida. Se isso cria uma incongruência temporária na sua vida, faça-a assim mesmo. Por exemplo, suponha que você trabalha atualmente como um advogado de divórcios, mas sua coragem diz que você deve eventualmente abandonar tal trabalho. Você enxerga a si mesmo ensinando apaixonadamente a casais como curar seus relacionamentos. Mas você não pode nem imaginar a si mesmo, como um advogado, tentando falar sobre relacionamentos saudáveis, e além desse problema, você não consegue ver nenhuma forma de viver decentemente nessa nova carreira, ao menos não rapidamente. Há simplesmente uma desconexão muito grande entre a nova visão e a realidade prática. Então ao invés de tentar tapar os buracos, apenas começe a construir sua nova visão totalmente do zero em qualquer tempo vago que você tenha, mesmo que seja somente uma ou duas horas por semana. Continue fazendo seu trabalho normalmente como um advogado, mas em seu tempo livre, comece a publicar textos anonimamente em fórums de relacionamentos para dar conselhos a casais sobre como curar seus relacionamentos. Use suas habilidades de oratória que adquiriu como advogado para começar a palestrar para pequenos grupos sobre cura de relacionamentos. Pode também criar um novo site na web, e começar a escrever e publicar artigos sobre sua nova paixão. Você não precisa esconder o fato que trabalha como advogado, mas não se preocupe em construir uma ponte entre esses mundos. Viva em paradoxo. Apenas comece a desenvolver seu novo Você, e permita que o antigo continue em paralelo por um tempo.

O que vai acontecer é que você vai desenvolver habilidades em sua nova iniciativa, e irá eventualmente estar apto a se sustentar com isso, mesmo que não consiga ver como nesse momento. Você pode não ver como irá se sustentar em sua nova visão, mas não tem problema. Apenas comece assim mesmo, fazendo de graça, sem nenhuma preocupação sobre como torna-la em uma nova carreira de tempo integral. Pacientemente espere por clareza; você irá eventualmente encontrar um caminho para fazer dar certo. Então quando a época for certa, você poderá pacificamente abandonar a antiga carreira e focar toda sua energia na nova. Em algum ponto você vai poder comprometer-se totalmente para o seu novo Eu. Sua paixão pelo novo trabalho irá invariavelmente esmagar seus medos de deixar para trás sua antiga fonte de estabilidade. Então, ao invés de tentar transformar sua antiga carreira em sua nova, apenas comece o processo de construir a nova, e deixe a antiga gradualmente apagar. Mesmo que você só possa investir uma hora por semana nesse novo empreendimento, você irá provavelmente descobrir que essa hora é mais prazerosa que todas as outras horas juntas, e essa paixão irá direcioná-lo para encontrar um meio de gradualmente crescer essa presença até que preencha a maioria dos seus dias. A coisa mais importante é começar agora por introduzir sua nova visão de si mesmo na sua vida diária, mesmo que você só possa fazê-lo em uma pequena quantidade.

Não importa quão difícil isso possa parecer, faça a escolha de viver conscientemente. Não sucumba à realidade meio-consciente de pensamentos baseados em medo, preenchendo sua vida com distrações para evitar encarar o que você sente naqueles espaços silenciosos entre seus pensamentos. Ou você exercita seus dotes humanos de coragem e vai progressivamente treinando sua força para enfrentar seus mais profundos e tenebrosos medos para viver como o ser poderoso que realmente é, ou admita que seus medos são grandes demais, e abrace a vida como um roedor. Mas faça essa escolha conscientemente e com total percepção das consequências. Se você vai deixar o medo vencer a batalha da sua vida, então proclame-o vitorioso e desista da luta. Se você simplesmente evita viver consciente e corajosamente, então isso é o equivalente a desistir da vida em si mesma, onde sua existência restante se torna um pouco mais do que um período de espera antes da morte física – o nada como sendo o oposto à audaciosa aventura.

Não morra sem embarcar na corajosa aventura que sua vida deveria ser. Você pode ir à falência. Você pode experimentar falhas e rejeições repetidamente. Você pode ter de passar por múltiplos relacionamentos disfuncionais. Mas essas são apenas pedras ao longo do caminho de uma vida vivida corajosamente. Elas são suas vitórias privadas, esculpindo um espaço mais profundo dentro de você para ser preenchido pela abundância da alegria, felicidade e satisfação. Então vá em frente e sinta o medo – então convoque a coragem para seguir seus sonhos mesmo assim. Isso sim é força invencível!

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Escrito e publicado originalmente por Steve Pavlina em The Courage to Live Consciously. Thank you for this amazing article, Steve!

#consciência #Virtudes

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-coragem-para-viver-conscientemente

Bram Stoker Pertenceu à Golden Dawn?

Por Shirlei Massapust.

Hoje é lugar comum dizer que «Stoker pertencia à famosa ordem secreta da Golden Dawn (Aurora Dourada), em companhia de escritores fantásticos como Arthur Machen e Algernon Blackwood.» Tal afirmação, retirada da introdução de uma coletânea de quadrinhos de Drácula da década de 70, deriva de uma teoria sustentada por diversos estudiosos de vampirismo. Contudo, nem todos estão de acordo. Não há registros conhecidos de obras ou anotações pessoais de Stoker mencionando o nome da ordem, da mesma forma que parece não haver também testemunhos de membros sobre a filiação de Stoker. Segundo Carlos Raposo, «o melhor e mais confiável documento a respeito da historia da GD é o The Magicians of the GD, por Ellic Howe [que não cita o nome de Stoker]. Tudo indica que esse boato sobre a suposta participação dele nessa Ordem tenha vindo do best-seller O Despertar dos Magos, da dupla Bergier e Pauwels, onde eles afirmam isso, sem citar fonte alguma.» (Mail para a Illuminati, 1997).

Na palavra de Pauwels e Bergier, «Arthur Machen tomara o nome de Filus Aquarti. Havia uma mulher filiada na Golden Dawn: Florence Farr, diretora de teatro e amiga íntima de Bernard Shah. Ali se encontravam também os escritores Blackwood, Stoker, o autor de Drácula, e Sax Rohmer, assim como Peck, o astrônomo real da Escócia, o célebre engenheiro Allan Bennett e Sir Gerald Kelly, presidente da Academia Real. Segundo parece, esses espíritos de elite foram marcados de forma indelével pela Golden Dawn. Como eles próprios confessaram, a visão que tinham do mundo foi alterada e as práticas às quais se entregaram não deixaram de lhes parecer eficazes e exaltantes.»

Em que a dupla poderia basear-se para afirmar tal coisa? Teriam acatado como provas de sua filiação a semelhança de alguns escritos de Stoker com os ritos da ordem comparando, por exemplo, Drácula com a acusação de Crowley sobre a prática de vampirismo na GD (De Arte Magica, XVIII)? Ou teriam tido acesso a documentos desconhecidos mesmo para altos membros de ordens derivadas, como a OTO e AA?

O seguinte texto – adaptado da introdução de Tony Faivre da tradução francesa de outra obra de Stoker, Le Repaire du ver Blanc, – parece simplesmente confiar em Pauwels e Bergier, partindo para analogias entre as obras de Stoker e a Aurora Dourada. Para ser lido com a devida reserva, não deixa de ser interessante e bem trabalhado.

O Mostro Branco

(Introdução)

Todo o mundo conhece Drácula, mas se conhece menos ou se desconhece completamente seu autor, Bram Stoker. A literatura fantástica é de tal modo ingrata que destrói os autores em proveito de suas obras. Stoker faz parte desses escritores sobre quem nada se sabia até recentemente; mal e mal, a data de seu nascimento e a de sua morte, inteiramente eclipsado por seus personagens e pelos sonhos que forjaram. Que há de espantoso nisso? O sonho de Bram Stoker não se chama Drácula?

Portanto, tratar-se-á aqui muito menos de Drácula que do seu autor e de alguns pontos de referência sobre sua vida e seu último livro, The Lair of the White Worm (o covil do verme branco).

Este livro foi escrito em 1911 por Bram Stoker, nascido em 1847 e falecido em 1912; lembremos que Drácula apareceu em 1897. Se se acrescentar que Frankenstein surgiu em 1818, o Doutor Jekyll e Mr Hyde (O médico e o monstro), em 1886 e que a sociedade secreta iniciadora da Golden Dawn in the Outer foi criada em 1887, nada mais nos resta se não indicar a data do aparecimento de Carmilla, de Sheridan le Fanu: 1887, e assim terminar essas referências históricas e falar um pouco de Bram Stoker.

Harry Ludlam em seu livro nos conta que Bram Stoker passou os oito primeiros anos de sua vida, encerrado, enfermo, num quarto, como se fora votado à morte. Contudo sobreviveu e saiu de seus sonhos, leituras e estórias, provindos de sua mãe, apaixonada pelo fantástico. E, coisa curiosa, tornou-se um homem de grande estatura, ruivo e barbudo, dotado duma força e duma vitalidade, irlandesas certamente, que jamais se poderia vaticinar ao pequeno enfermo, nem descobrir entre as linhas de Drácula.

Essa vitalidade permitiu a Stoker exercer várias atividades (contador, de dia; jornalista,

cronista de teatro, à noite); depois, em 1878, dedicou-se à administração do Lyceum Theatre, de Londres, do grande ator Henry Irving, por quem tinha, há longo tempo, grande admiração. Essa colaboração durou mais de trinta anos. Sua energia o leva a escrever com paixão um ensaio intitulado Sensationalism in fiction and society e, um pouco mais tarde, um livro sobre a administração irlandesa, The Dutie of clerks of petty sessions in Ireland! Porém seu trabalho com Henry Irving o põe em contato com a sociedade inglesa ou certa sociedade londrina, apaixonada pelo sobrenatural. Além disso ele sempre teve gosto pelo fantástico. Nesse fim de século, tudo é possível. Assim é que Stoker pôde encontrar em Londres “vampires personalites” ou “os sugadores de sangue” (?), cujas características permanecem contudo muito vagas. Assim filia-se também ele à sociedade mágica da Golden Dawn cuja história Pierre Victor escreveu com detalhes. E nós registramos, com espanto, a presença, ao lado de Stoker, de outros escritores tais como Willian B. Yats, Arthur Machen, Algernon Blackwood e Sax Rohmer, especialmente. Essa ordem iniciadora baseada em conhecimentos ocultos, e em práticas de magias reais, influenciou certamente tais escritores. E Drácula apareceu como uma narrativa iniciadora ao mesmo título que le Grand Dieu Pan de Machen ou os Fu-Manchu de Sax Rohmer. Zomba-se freqüentemente de tais sociedades, de tais experiências e é necessário destacar aqui sua existência; sua influência é importante, tanto sobre as obras (fantásticas ou não) como sobre a própria vida dos seres e dos povos. (é suficiente estudar a sociedade alemã a partir de 1918). O racional e o irracional estão intimamente ligados, as distinções são muito artificiais. Será mister recordar-se de Conan Doyle, no fim de sua vida, fã do espiritismo? E Samuel L. Mathers, um dos três fundadores da Golden dawn, não era o esposo da irmã de Henri Bérgson? E porque não falar do próprio Bérgson?

Mas chega de exemplos. No que concerne a Bram Stoker parece que até 1897 (data do aparecimento do Drácula), nosso autor somente escrevia nos momentos de folga ou de “férias”, repousando na costa escocesa, principalmente em Crugen Bay, lugar que o fascinava. Depois o sucesso de Drácula (sobre o qual não falaremos mais, enviando o leitor ao prefácio de Tony Faivre) coincide com as primeiras dificuldades de Stoker com Henri Bérgson, as quais levarão Bram a se entregar mais e mais somente à atividade literária.

Drácula é o ponto central de sua obra, evidentemente; os outros livros são peças “anexas” que completam a visão do conjunto. Nem tudo é de inspiração fantasmagórica, como The Mann (1905) ou, por vezes apresenta curiosa mistura de fantástico e de aventuras modernas; assim, The Lady of the shroud (1909) nos mostra a aparição de uma jovem, à noite, vestida de uma mortalha, morta ou vampiro, e, pouco depois, a evolução de uma esquadrilha de aviões que repele uma invasão num país balcânico. A inspiração de Stoker parece funcionar a jatos intermitentes, mas infelizmente não com muita freqüência. O estilo e a pureza de Drácula parecem perdidos para sempre, embora os temas permaneçam. Assim The Mystery of the sea (1902) ou The Jewel of the seven stars (1903), que narra a ressurreição de uma rainha do Egito, cinco mil anos mais tarde, possui o Dom da evocação da Antigüidade. Mas tudo se desenrola como se, a partir de Drácula, o pensamento de Stoker, se interiorizasse, não se entregando ao leitor, apenas de vez em quando. Seus livros apresentam intuições brilhantes, mas não desenvolvidas. Negligência ou vontade de Stoker? The lair of the wite worm parece responder por ele.

Esse livro, escrito em 1911, um ano antes de sua morte, esclarece retrospectivamente a obra e a vida de Stoker. Se ele retoma a técnica de narração de Drácula, conforme vários pontos de vista, observado no diário íntimo dos principais personagens (Drácula conserva sempre seu mistério, dado que sempre indiretamente aproximado), o Repaire du ver blanc não alcança a síntese final que faz a grandeza de Drácula. Ao contrário, cada capítulo parece isolado um do outro, cada personagem, encerrado em sua história, não encontrando jamais, nem por acaso, os outros. Em resumo, há no contexto, quatro ou cinco histórias que, desenvolvidas, poderiam muito bem transformar-se em quatro ou cinco romances, completamente diferentes. Os personagens tem uma história pessoal, um passado e um fim a atingir, que é sobretudo individual. Drácula reunia várias pessoas para uma ação comum: destruir Drácula. O Repaire du ver blanc mostra vários indivíduos, unidos no início, que se separam, pouco a pouco, em diversas direções e com fins opostos. Cada um é enviado à sua solidão e à sua morte. Somente o jovem casal sobrevive, salvo pelo seu amor e sua energia. Não há inter-relação de personagens, mas ação separada. Esse fechamento sutil, não aparente à primeira vista, é sem dúvida um dos interesses deste livro que, de alguma maneira, sugere vários temas do fantástico. Cada tema é, sempre, apenas sugerido, para, imediatamente, ser seguido e substituído por um outro que o absorve. Dessa maneira se apresenta o tema dos pássaros e do silêncio dos campos; a presença do9 papagaio de papel e a sombra de Mesmer; os conflitos e os passes magnéticos; o personagem de Oolanga, a coleção de objetos fantásticos e, por fim, o tema da serpente e da mulher-demônio, que se desdobra com o da sobrevivência do grande mostro pré-histórico. Mas cada tema é isolado dos outros, tratando diferentemente, precisamente esboçado.

Divaga-se bastante sobre o tema do monstro, desse gênio do mal, que procura destruir os outros, sobre aquele da luta das trevas e da luz, do bem contra o mal (o personagem de Oolanga é uma encarnação espantosa da maldade, além de um racismo aparente). A primeira confusão da narrativa resulta do fato de que tudo é apresentado sobre o mesmo plano, sem distinção, o que pode enganar o leitor não avisado. Passamos agora de considerações históricas às reflexões sobre o Verme branco, quer reflexões morais, quer físicas, para terminar sobre o envio de “mensageiros” a um papagaio que se torna cada vez mais maléfico.

E tudo só se resolve no último instante, no momento de horror final, no fogo e na explosão da dinamite em que a eletricidade da tormenta desempenha papel importante. Pouco antes, Lady Arabella suportara sua última transformação, em vampiro erótico e feroz, antes de se tornar, por uma derradeira vez, no grande verme branco.

Bram Stoker sabe evocar com tanta força como Machem esse mundo pagão, do Mal, da antiguidade; os vestígios da conquista romana são tão evocativos, os símbolos são tão fortes. A sobrevivência do passado é monstruosa, porque ela apaga a noção do tempo, e então tudo é possível e se torna um pesadelo. A narração é certamente uma iniciação, visto que é a história de uma luta e de uma vitória sobre as trevas. Depois surge a luz, as últimas páginas evocam aurora radiosa, sem as nuvens portadoras de angústia.

Nos últimos anos de sua vida, Bram Stoker abateu-se com a tenaz enfermidade a que escapara por tão longo tempo. As dificuldades financeiras se tornaram oprimentes, perturbando sua velhice. Não há dúvidas que Bram desejou, pela última vez, recontar a história eterna da vitória do espírito sobre o mundo. Ele tem certeza disso; ele é um “iniciado”. Ao leitor cabe curar sua pista através das diversas estórias dos livros, e assim continuá-las e termina-las. A serenidade que transparece nas derradeiras linhas mostram bem que Stoker atingira seu fim, Drácula aí acabara de morrer e de ressuscitar do meio das trevas. Harry Ludlum escrevia: “Há um profundo mistério entre as linhas desta obra (The Lair of the White Worm)… o mistério do espírito do homem que as redigiu…”

Com efeito, devemos saber ler as linhas para descobrir o pavor sugerido e combate-lo, para chegar à “Golden Dawn” (aurora dourada) que Stoker procurara atingir. “La fête du sang” (festa do sangue ? sub-título de um livro de Thomas Preskett Prest), celebrada por Drácula, o “príncipe das trevas”, encarnação terrível do Mar, deve ela dar lugar a uma ascese mais espiritual? Para Stoker, assemelham-se os dois caminhos: é mister ir até o fim do terror e enfrenta-lo. A literatura fantástica proclama a liberdade do homem, mesmo no mal, para a escolha da ação. Todos os personagens de Stoker são positivos (embora em graus diversos) porque eles agem. A inação é a morte, a tomada de posse por “outra coisa”. Ora, não se pode compreender o mundo, a não ser que seja ele “impelido” por uma ação, seja mágica, seja religiosa, sonhada ou literária. Sabido é que Bram Stoker pretendia que Drácula lhe fora inspirado por um pesadelo, provocado por uma indigestão! Assim o mundo parte do sonho e ao sonho retorna, tomando às vezes, a forma de um pesadelo. Stoker esforçou-se por conservá-lo para melhor entender e procurar explica-lo. Sua obra é sua resposta, a nós toca apenas ler.

Texto extraído de:

FAIVRE, Tony (?). Introdução a Le Repaire du ver Blanc. Tradução e revisão de João Evangelista Franco. In: STOKER, Bram. O Monstro Branco. Global. P. 7-12.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/bram-stoker-pertenceu-%C3%A0-golden-dawn

Magia para passar em qualquer Concurso ou Prova

Quase todo dia, pessoas me escrevem pedindo magias ou rituais que os permitam passar em provas, concursos, exame da OAB ou testes de qualquer tipo. Recentemente, recebi autorização dos Poderes Illuminati que regem o Governo Oculto do Mundo para revelar apenas aos leitores deste blog os segredos goéticos para passar magistralmente em qualquer concurso sem levantar suspeitas.

Este é um ritual enochiano complexo que necessitará de seis meses de preparo (para um Exame da OAB ou Concurso Público), acompanhando as tábuas lunares e aspectações astrológicas, de acordo com as anotações deixadas por Aleister Crowley.

Em primeiro lugar, veja a data exata do Concurso. Isso possui uma importância fundamental astrológica no ritual.

Veja seu calendário magístico e marque exatos 6 meses, 6 horas e 6 minutos antes (666). Separe todos os livros e matérias que constam nas “Disciplinas do Edital” ou a “matéria da Prova”. Estes serão denominados de agora em diante “Coelum Philosophorum”. É importante que você separe TODOS os livros que cairão na prova ou concurso, porque precisaremos de todo o conteúdo para o pacto com as forças das trevas.

Caso seja uma prova menor, com menos matéria, o estudante pode começar a preparar o ritual exatamente 6 dias, 6 horas e 6 minutos antes da prova.

O contrato com os demônios da Goécia para realizar o pacto precisa ser feito todos os dias, sem falhas, ou o ritual não funcionará. Segundo Abramelin, durante não menos do que duas horas a cada dia, o Estudante começará a preparar os “Sigilos de Resumo” que são fórmulas cabalísticas para transformar grandes conteúdos literários em pequenos trechos que deverão ser compreendidos no pacto final. Para tanto, separe toda a matéria do Coelum Philosophorum, dividindo-o pelo número de dias que você fará as invocações.

A cada dia, certifique-se que não será perturbado pelos profanos por pelo menos duas horas. Desligue todos os equipamentos eletrônicos ao redor, pois as emanações eletromagnéticas prejudicarão o entrosamento psicomental necessário para contactar os seres goéticos.

O mago deverá usar suas vestes ritualísticas (se não possuir, poderá usar roupas pretas) e, atentamente, leia e faça anotações e RESUMOS em seu Grimório Pessoal com todo o conteúdo dos textos separados (isto é importante para que o mago saiba exatamente o conteúdo total da energia que será exigida na prova, a fim de invocar a entidade goética mais adequada). Segundo McGregor Mathers, Dion Fortune e Peter J. Carroll, esta etapa do ritual é fundamental e não pode ser negligenciada, pois os sigilos ficariam incompletos.

São Cipriano recomenda, em seu livro de capa preta, que o feiticeiro tenha ao seu lado um copo de água cheio, que deverá ser consumido durante estas duas horas de ritual.

Na noite anterior, é necessário que o Adepto medite a respeito dos objetivos e não pense mais no assunto, pois os sigilos precisam ser lançados no Astral para o dia seguinte. Com o tempo e com as práticas ritualísticas, o iniciado dominará qualquer tipo de assunto, bastando para isso incorporar novos livros ao Coelum Philosophorum.

Na hora do exame, toda a matéria resumida nos sigilos aparecerá de maneira mágica e inexplicável na mente do iniciado, trazida diretamente de seu Sagrado Anjo Guardião, fazendo com que ele consiga passar em qualquer prova ou teste!

De Paracelsus a Isaac Newton, de Agrippa a Leonardo DaVinci, todos os alquimistas utilizaram-se deste método que agora está disponível a qualquer digno estudante de ciências ocultas. Desta maneira, o estudante das ciências herméticas conseguirá os melhores resultados na escola, na faculdade ou em qualquer outro lugar, sem despertar suspeitas!

93!

Marcelo Del Debbio

Dies Martis, Sol in Aquarius, Luna in Pisces

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/magia-para-passar-em-qualquer-concurso-ou-prova

Sagrado Anjo Guardião

Por J. R.R. Abrahão

A mais importante invocação que o Mago pode efetuar é a de seu Gênio, Daemon, Anjo-Demônio da Guarda, Santo Anjo da Guarda, Sagrado Anjo Guardião, Amante Secreto, Vontade Verdadeira ou Augoeides.
Essa operação é tradicionalmente conhecida como conseguir o Conhecimento e a Conversação com o Sagrado Anjo Guardião.
O Sagrado Anjo da Guarda (“SAG”), é o nosso poder de consciência, Magia e Gênio.
Nós temos a pesarosa capacidade de ficarmos obsediados com meros produtos de nosso próprio gênio, crendo, por engano, ser o próprio Gênio legítimo, não uma criação nossa.
Os efeitos colaterais dessa obsessão tem um nome genérico, CHORONZON, ou, ainda DEMÔNIOS CHORONZON, pois seu nome é LEGIÃO. Louvar essas criações é aprisionar a si mesmo na loucura, além de invocar desastres eventuais.

Mas CHORONZON, o “outro lado” do AUGOEIDES, só aparece aonde se busca o “SAG”. Daí o perigo da busca frenética e mal dirigida, como está na moda atualmente. Em algumas Escolas Iniciáticas CHORONZON é identificado como o Deus Egípcio ANÚBIS.
Para os que nada buscam, porém, também há uma nefasta criatura espreitando: o HABITANTE DO UMBRAL.
Habitante do Umbral é um conceito metafísico. É nossa própria criação. Ele tende a controlar nossas fraquezas, especialmente através da Vontade e força de vontade. Isso está relacionado à possessão num nível astral. É especialmente dominante nos casos de toxicomania, alcoolismo, tabagismo e outros problemas de vícios em geral.
Para entender a envergadura desses problemas, basta conhecer o nome do Anjo da Guarda junto ao Tantrismo: O Amante Secreto. Portanto, todas as fantasias pessoais, inclusive as sexuais, têm origem na natureza e aparência dessa Entidade. Eis por que todas as anomalias e desvios sexuais têm origem em seus “opostos”, isto é, nos opostos do Amante Secreto.
O Santo Anjo da Guarda é o mais importante dos elos mágicos – e o único seguro – entre os humanos e as “forças externas”.

Aleister Crowley é extremamente claro ao afirmar que o Anjo da Guarda não deve ser confundido com entidades nebulosas como o Eu Superior. Diz ainda que o Anjo da Guarda é um indivíduo real, com seu próprio universo, assim como os seres humanos.
O Santo Anjo da Guarda não é uma entidade subjetiva, nem consiste numa forma de “oposto da consciência” da pessoa. Seus reflexos, porém, podem constituir um potencial de ordem distinta, que pode vir a ser interpretado como o “mal” (ou o “Anjo Mau”), potencial esse que supera, em muito, o de qualquer ser humano.
Esse “Anjo Mau” ou “Mau Anjo da Guarda” é um habitante de uma Zona Intermediária entre os universos humano e não-humano, e é o único intermediário, ou “ponte”, entre esses dois universos.
Esses dois universos, o Solar (ou Dévico), e o Terrestre (ou Assurico), são as Zonas habitadas pelas correntes homônimas, portanto também são as Zonas aonde se situam os Eu Superior e Eu Inferior, respectivamente.
O encontro de um ser humano com seu Anjo da Guarda dá-se na Esfera Cabalística de Tiferet, esfera Solar na Árvore Cabalística.
Tiferet é o assento dessas duas consciências, e até que os seres humanos atinjam Tiferet, permanecerão atados à Corrente Assurica de consciência.
Como conseqüência de não alcançarem Tiferet, os seres humanos não obterão uma consciência real do mundo dévico, mas não tornar-se-ão imunes às radiações e vibrações dessas regiões.
Por outro lado, o Santo Anjo da Guarda, cujo ponto de contato com os seres humanos é em Tiferet, liga a consciência humana com as Esferas além do Universo Solar.
Os reflexos do Anjo da Guarda, porém, também iluminam as paragens Qliphóticas, aonde ele se torna o “Anjo Negro”, posto que as Qliphás são a parte trevosa do Universo, a região das sombras.
Tendo em vista o que foi dito acima, antes de se praticar a Evocação Mágica, o indivíduo deve obter o conhecimento de seu Anjo da Guarda, fator imprescindível para que qualquer operação mágica com Entidades externas não se transforme num fiasco, ou numa tragédia.
É importante ressalvar que o “HGA” é, na verdade, nosso “Deus Pessoal”, nossa “Divindade Pessoal”, e não um Anjinho alado…
Esse “Guardião” que aconselha, protege, encaminha, induz e alerta seu “protegido” não é nenhum anjo – é, isto sim, alguém desencarnado que recebe essa função quando do nascimento de cada indivíduo.
Aliás, o único trabalho que aborda este assunto na extensão devida é o magnífico “Initiation Into Hermetics” de Franz Bardon.
Neste sentido, de “protetor”, o Anjo da Guarda está mais para “Guia” de Umbanda ou Quimbanda, ou ainda para “Babá-Egum” de Candomblé, do que para uma Divindade pessoal.
E por falar em Candomblé, o que chamamos de “nossos Orixás” corresponde muito bem ao conceito de “HGA”. Mas não “o nosso Orixá”, porém “os nossos Orixás”, isto é, o conjunto de Orixás – 2, 3, 4, 5, 6 e até 7 Orixás “combinados” – que formam o Arquétipo perfeito para que efetuemos a união – a União com o Arquétipo – que não é outra coisa que a união com o HGA – o Conhecimento e a Conversação com o Santo Anjo da Guarda.
E quando se fala em “Anjo da Guarda”, vem sempre à mente a pergunta:

– Quem, e o que, são os Anjos?
Logo a seguir, nos perguntamos:
– E quem, e o que, são os Demônios?
Os Anjos são sempre bons?
E os Demônios são sempre maus?
É seguro contatar os Anjos?
É perigoso contatar Demônios?
Anjos e Demônios são Inteligências.
E isto equivale a dizer que são Entidades de certa complexidade, o oposto aos Elementares, cujo nome por sí só explica a simplicidade de constituição.
Também fica claro que, enquanto os Elementares só podem executar tarefas simples, às Inteligências cabem tarefas complexas.
As Inteligências podem ser Originais (naturais) ou Artificiais (fabricadas pela mente humana).
As Originais tem mais poder e maior envergadura desse poder que as Artificiais.
Mas são sempre Entidades poderosas e potencialmente perigosas.
É perigoso afirmar que os Anjos são sempre bons, tanto quanto o é crer que os Demônios são sempre maus.
O correto é afirmar que os Anjos são seres Dogmáticos, enquanto os Demônios são seres Pragmáticos.
Isto equivale a dizer que os Anjos aderem aos Dogmas, são atraídos pelos Rituais Dogmáticos, e identificam-se mais com os Magos que praticam a Magia Dogmática.
Com os Demônios ocorre o inverso – aderem ao Pragmatismo, sentindo-se atraídos pela Magia Pragmática e identificando-se com seus praticantes.
Mas isso não significa que os Demônios sejam bons, pois lhes agrada ver o sofrimento dos seres humanos, quando não causar esses sofrimentos.
Seria mais adequado dizer que aos Anjos cabe a missão de provocar efeitos agradáveis; aos Demônios, de gerar efeitos desagradáveis.
Isto, porém, não significa que os Anjos estejam sempre dispostos a satisfazer os caprichos de qualquer pseudo-mago; eles são Inteligências, seres dotados de imenso poder.
Exigem respeito e moderação.
Bom senso e cautela.
É sempre perigoso contatar Anjos e Demônios, donde se conclúi que o Mago deve ter total controle da situação, para nunca ser subjugado – quer seja por um Demônio, quer seja por um Anjo.
Voltando por um instante ao tema inicial, visando eliminar quaisquer dúvidas, vejamos:
O que se convencionou chamar de Anjo-da-Guarda, isto é, uma Entidade que protege, aconselha, orienta, direciona, é o Espírito de alguém desencarnado, bem no estilo dos “Mentores” Kardecistas, “Guias” de Umbanda e assim por diante; o verdadeiro Anjo-da-Guarda, porém, é o Deus pessoal, o Arquétipo com o qual buscamos união, a mais sublime Energia alcançável pelos seres humanos.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/sagrado-anjo-guardi%C3%A3o

Dalai Lama – Magia e Mistério no Tibete

Os aspectos mágicos são sempre lembrados quando se fala sobre o Tibete. Com a vinda do Dalai Lama ao Brasil, a redação de Bodisatva e o C.E.B. receberam cartas com perguntas que deveriam ser formuladas a Sua Santidade buscando esclarecer estas questões. Temas como reencarnação, identificação de lamas reencarnados, oráculos, o exame do budismo pela ciência, a noção de “vazio” e sua contribuição ao pensamento ocidental, entre outros, são muito relevantes no nosso contexto cultural, sendo áreas de diálogo e superposições.

Em seu livro “Freedom in Exile”*, S.S. dedica um capítulo inteiro a este tema, cuja tradução e resumo Bodisatva aqui apresenta. A importância dessa obra pode ser avaliada pelo fato de S.S. ter ofertado cópias do livro a todas as autoridades com quem trocou presentes e a vários dos colaboradores do programa de sua visita ao Brasil.

Freqüentemente sou perguntado sobre os aspectos assim chamados “mágicos” do budismo tibetano. Muitas pessoas no Ocidente querem saber se os livros sobre o Tibete, escritos por pessoas como Lobsang Rampa e alguns outros, onde se fala em práticas ocultas, são verdadeiros. Também me perguntam se Shambhala (um país legendário referido em certas escrituras e supostamente oculto nas regiões desérticas do norte do Tibete) realmente existe. Há também a carta que eu recebi de um eminente cientista, no início dos anos 60, dizendo que ele havia ouvido que certos lamas são capazes de realizar certos fenômenos sobrenaturais, e perguntando se ele mesmo poderia realizar experimentos para determinar a veracidade disso.

Em reposta à primeira destas questões, usualmente digo que a maioria desses livros são frutos da imaginação e que Shambhala existe sim, mas não em um sentido convencional. Ao mesmo tempo, seria errado negar que algumas práticas tântricas dão origem a fenômenos misteriosos. Por essa razão, escrevendo ao cientista, por um lado disse que o que ele havia ouvido estava correto, mas, por outro lado, tinha que lastimar o fato de que tal pessoa, sobre a qual os experimentos poderiam ser realizados, ainda não havia nascido! De fato, na época, várias razões práticas tornavam impossível colaborar em pesquisas desse tipo.

Desde então, no entanto, vim a concordar com a realização de várias investigações científicas sobre a natureza de certas práticas específicas. O primeiro desses trabalhos foi realizado pelo Dr. Herbert Benson, que é atualmente o chefe do Departamento de Medicina Comportamental de Faculdade de Medicina de Universidade de Harvard, EUA. Quando nos encontramos durante a minha visita de 1979, ele me disse que estava trabalhando na análise do que ele chama de “relaxation response”, um fenômeno fisiológico encontrado quando uma pessoa entra em um estado meditativo. Ele acreditava que poderia ir adiante em seu estudo se pudesse fazer experimentos com praticantes muito avançados de meditação.

Como alguém que crê fortemente no valor da ciência moderna, decidi deixá-lo ir adiante com a idéia, não sem alguma hesitação. Eu sabia que muitos tibetano não gostavam muito dessa idéia, eles sentiam que o acesso a essas práticas deveria ser mantido restrito, uma vez que elas vêm de doutrinas secretas. Por outro lado, argumentei sobre a possibilidade de que os resultados de tal estudo poderiam beneficiar não apenas a ciência, mas também os praticantes de religião, e poderiam, portanto, ser de benefício geral para a humanidade.

No evento, Dr. Benson ficou satisfeito por ter encontrado algo extraordinário. (Suas pesquisas foram publicadas em muitos livros e jornais científicos, entre os quais Nature.) Ele veio à Índia acompanhado de dois assistentes e trazendo sofisticado equipamento científico, tendo conduzido os experimentos com alguns monges em mosteiros próximos de Dharamsala, e ao norte, no Ladakh e Sikkim.

Tais monges eram praticantes de Tum-mo Yoga, excelente para demostrar a eficiência de certas disciplinas tântricas particulares. Meditando com a atenção nos chakras (centros de energia) e nos nadis (canais de energia), o praticante é capaz de controlar e suspender temporariamente a operação dos níveis mais grosseiros da consciência, podendo experienciar níveis mais sutis de consciência. Os mais grosseiros pertencem à percepção ordinária — tato, visão, olfato, e assim por diante — enquanto que os mais sutis são os experienciados no momento da morte. Um dos objetos do Tantra é capacitar o praticante a “experienciar” a morte, pois é aí, então, que surgem as experiências espirituais mais poderosas.

Quando são suprimidos os níveis mais ordinários de consciência, podem ser observados fenômenos fisiológicos colaterais. Nos experimentos do Dr. Benson, esses efeitos incluíram a acentuada elevação da temperatura do corpo (medida internamente por uma termômetro retal e externamente por um termômetro na pele). Esses acréscimos levaram os monges a secarem lençóis mergulhados em água fria e enrolados em vota deles, mesmo em temperaturas externas abaixo de zero. O Dr. Benzon também testemunhou e mediu, de forma semelhante, monges sentados nus sobre a neve. (…)

Sejam quais forem os mecanismos aqui envolvidos, o que mais interessa é a clara visão de que existem coisas que a ciência moderna pode aprender da cultura tibetana. E mais, eu acredito que muitas outras áreas de nossa experiência poderiam ser investigadas proveitosamente. Por exemplo, eu gostaria de organizar algum dia uma experiência sobre os oráculos, que permanecem uma parte importante da vida tibetana.

Antes de falar disso em detalhe, gostaria de enfatizar que o propósito dos oráculos não é, como poderíamos supor, simplesmente antever o futuro. Isto é apenas parte do que eles fazem. Além disso, eles podem ser chamados como protetores ou, em alguns casos, como agentes de cura. Sua principal função, no entanto, é auxiliar os pessoas em sua prática do Darma. Outro ponto a lembrar é que a palavra “oráculo”, ela própria, conduz a enganos, uma vez que traz implícito que existem pessoas que possuem poderes de ser um oráculo. Isto é errado. Na tradição tibetana existem apenas certos homens e mulheres que atuam como médium entre os mundos natural e espiritual e que são chamados de kuten, o que significa, literalmente, “base física”. Também é importante enfatizar que, embora seja de uso corrente falar do oráculo como uma pessoa, isso é feito apenas por conveniência. De modo mais acurado, eles podem ser descritos como “espíritos” que estão associados a coisas particulares (por exemplo, uma estátua), pessoas e lugares. Isso não deve, no entanto, implicar na crença da existência de entidade externas independentes.

Em tempos antigos havia muitas centenas de oráculos por todo o Tibete. Poucos se mantiveram, mas os mais importantes — os usados pelo governo tibetano — ainda existem. Desses, o principal é conhecido como oráculo de Nechung. Através dele se manifesta Dorje Drakden, uma das divindades protetoras do Dalai Lama.

Nechung veio originalmente para o Tibete com um descendente do sábio indiano Dharmapala, estabelecendo-se em um lugar da Ásia Central chamado Bata Hor. Durante o reinado do rei Trisong Dretsen, no oitavo século a.C., ele foi designado pelo mestre tântrico indiano Padmasambhava, supremo guardião espiritual do Tibete, como protetor do mosteiro de Samye. Subseqüentemente, o segundo Dalai Lama desenvolveu uma relação muito próxima com Nechung, que nessa época havia estabelecida uma relação muito próxima com o monastério de Drepung, e após, Dorje Drakden designado com protetor pessoal dos Dalai Lamas que se sucederam.

Por centenas de anos até os dias presentes, tornou-se tradicional, para o Dalai Lama e para o governo tibetano, consultar Nechung durante os festivais de ano novo. Mas além dessas oportunidades, ele poderia ser chamado outras vezes para responder perguntas específicas. Eu mesmo o encontro muitas vezes por ano. Isso pode parecer estranho para os leitores ocidentais do século XX. Mesmo alguns tibetanos, que se consideram “progressistas”, não apreciam o meu uso continuado desse método antigo de buscar a compreensão das coisas. Faço isso pela razão simples de que quando olho para trás e relembro as muitas ocasiões em que formulei perguntas ao oráculo, em cada uma delas o tempo mostrou que sua reposta estava correta. Não que eu me baseie apenas nas respostas do oráculo. Não é assim. Busco sua opinião da mesma forma que busco a opinião do meu Gabinete (o Kashag), e da mesma forma que busco a opinião de minha própria consciência. Considero os deuses como minha “casa de cima”. O Kashag constitui minha “casa de baixo”. Á semelhança de outro líderes, consulto a ambos quando devo tomar uma decisão em assuntos de estado. Além disso, adicionalmente ao conselho de Nechung, também procuro levar em consideração certas profecias. Apesar de nossas funções serem similares, minha relação com Nechung é a do comandante com o ajudante: nunca me inclino a ele, ele é que se inclina ao Dalai Lama. Ainda assim somos muito próximos, quase amigos.

Ainda que possa parecer surpreendente, as respostas do oráculo raramente são vagas. Como no caso de minha fuga de Lhasa, ele é freqüentemente muito específico. Ainda assim, creio que seria difícil que algum tipo de investigação científica pudesse provar conclusivamente a validade de seus pronunciamentos. O mesmo se dá com outras áreas da experiência tibetana, por exemplo, a questão dos tulkus. Ainda assim, espero que, algum dia, possa ser realizado algum tipo de experimento com respeito a esses dois fenômenos.

Na realidade, a tarefa de identificar os tulkus é mais lógica do que pode parecer á primeira vista. Dada a crença budista no renascimento, e considerando que todo o propósito da reencarnação é possibilitar ao ser continuar seus esforços em benefício de todos os seres vivos, é uma conclusão clara que deveria ser possível identificar casos individuais. Isso habilita-os a serem educados e colocados no mundo de tal forma que continuem seu trabalho o mais rápido possível.

Certamente podem ocorrer eventuais erros nesse processo de identificação, mas as vidas da grande maioria dos tulkus (atualmente existem algumas centenas deles reconhecido, sendo que antes da invasão chinesa eram provavelmente milhares os tulkus reconhecidos) são um testemunho de sua eficácia.

Como disse, todo o propósito de reencarnação é facilitar a continuidade do trabalho de um ser. Esse fato tem grandes implicações quando se busca pelo sucessor de uma pessoa em particular. Por exemplo, ainda que meus esforços sejam geralmente dirigidos a auxiliar todos os seres, em particular eles se dirigem a auxiliar os tibetanos. Portanto, se eu morrer antes dos tibetanos readquirirem sua liberdade, seria lógico admitir que eu renasceria fora do Tibete. Naturalmente, poderia ocorrer que meu povo, nessa ocasião, não visse mais utilidade para um Dalai Lama, e nesse caso não se ocuparia de procurar-me. Assim, eu poderia renascer como um inseto, ou como um animal, de tal forma que pudesse ser de maior utilidade ao maior número de seres secientes.

O modo pelo qual o processo de identificação é procedido é também menos misterioso do que se pode parecer. Começa com um simples processo de eliminação. Digamos, por exemplo, que estamos buscando a reencarnação de um certo monge. Primeiro, devemos estabelecer quando e onde o monge morreu. Então, considerando que a nova reencarnação será concebida usualmente em torno de um ano após a morte de seu predecessor — esta duração sabemos por experiência —, fica já estabelecido um referencial temporal. Então, se um lama X morre no ano Y, sua nova encarnação provavelmente nascerá dezoito meses a dois anos após. No ano Y mais cinco, a criança deverá estar com uma idade entre três e quatro anos: o campo de busca já se estreitou consideravelmente.

A seguir, tenta-se estabelecer o lugar da reencarnação. Usualmente isso é muito fácil. Primeiro, ocorrerá dentro do Tibete? Se fora, há um número muito limitado de lugares onde seria provável: as comunidades tibetanas da Índia, Nepal, Suíça, por exemplo. Após, precisaria se decidido em que cidade a criança seria mais provavelmente encontrada. Geralmente isso é feito buscando-se referências na vida prévia.

Tendo reduzido as opções e estabelecido os parâmetros do modo descrito, o próximo passo, usualmente, é organizar o grupo de busca. Isso não significa necessariamente que um grupo de pessoas deverá ser enviado como se estivessem buscando um tesouro. De modo geral, basta perguntar a várias pessoas da comunidade para procurar pelas crianças entre três e quatro anos que poderiam ser candidatos. De modo geral, existem algumas indicações que auxiliam, como fenômenos incomuns ocorridos quando do nascimento, ou a criança pode exibir características peculiares.

Algumas vezes, duas, três ou mais possibilidades emergirão neste estágio. Ocasionalmente tal grupo será inteiramente desnecessário, porque a encarnação anterior deixou informação detalhada, inclusive com o nome de seu sucessor e de seus pais. Mas isso é rara. Outras vezes, os que buscam o monge reencarnado podem ter sonhos claros ou visões sobre onde encontrar seu sucessor. De outro lado, um elevado lama recentemente deu ordens de que sua reencarnação não deveria ser procurada. Ele disse que melhor seria instalar como seu sucessor a quem quer que pareça capaz de servir ao Darma do Buda e a sua comunidade, em lugar de preocupar-se com uma identificação precisa. Não existem regras duras, rígidas.

Se ocorre que muitas crianças surgem como candidatos, é usual que alguém muito próximo à encarnação anterior venha a fazer o exame final. Freqüentemente essa pessoa será reconhecida por uma das crianças, o que é uma forte evidência de prova; outras vezes marcas especiais no corpo são também levadas em consideração.

Algumas vezes o processo de identificação envolve a consulta a oráculos ou a alguém que tenha o poder de ngon shé (clarividência). Um dos métodos que essas pessoas usam é o Ta, através do qual o praticante fixa o olhar em um espelho, no qual ele ou ela podem ver a própria criança, ou uma construção, ou uma palavra escrita. Eu chamo isso de “televisão antiga”. Isto corresponde às visões que as pessoas tiveram no lago Lhamoi Lhatso, onde Reting Rinpoche viu as letras Ah, Ka, e Ma e teve a visão de um mosteiro e de uma casa onde começou a buscar por mim.

Algumas vezes eu mesmo sou chamado para dirigir a busca por uma reencarnação. Nessas circunstâncias, é de minha responsabilidade tomar a decisão final sobre o candidato que deve ser corretamente escolhido. É importante que diga que eu não tenho poderes de clarividência. Não tive nem tempo nem oportunidade de desenvolvê-los, apesar de ter elementos para acreditar que o Décimo Terceiro Dalai Lama tenha tido alguma habilidade nessa esfera.

Como um exemplo de como faço isso, vou relatar a história de Ling Rinpoche, meu antigo tutor. Eu sempre tive o maior respeito por Ling Rinpoche; mesmo quando eu era uma criança, bastava apenas ver seu ajudante para ficar com medo, e tão pronto ouvia seus passos, meu coração paralisava. Com o tempo, vim a valorizá-lo como um de meus maiores e mais próximos amigos. Quando ele morreu, não faz muito tempo, senti que a vida sem ele ao meu lado seria muito difícil. Ele havia se tornado uma rocha sobre a qual eu podia me apoiar.

Estava na Suíça, no verão de 1983, quando pela primeira vez ouvi sobre sua doença: ele havia sofrido um derrame cerebral e ficara paralisado. Essas notícias me perturbaram muito, ainda que, como budista, soubesse que de nada adiantaria a preocupação. Tão pronto pude, retornei a Dharamsala, onde encontrei-o ainda com vida, mas em más condições físicas. Ainda assim, sua mente continuava aguda como sempre, graças a uma vida de constante treinamento mental. Sua condição permaneceu estável por muitos meses antes de subitamente deteriorar. Ele entrou em coma, de onde nunca saiu e morreu em 25 de dezembro de 1983. Mas, como se alguma evidência de ter sido uma pessoa extraordinária ainda fosse necessária, seu corpo não começou a se decompor antes de trinta dias após ter sido declarado morto, apesar do clima quente. Era como se ele ainda habitasse seu corpo, mesmo que clinicamente estivesse sem vida.

Quando olho para trás e vejo o modo pelo qual as coisas ocorreram, fico certo de que a doença de Ling Rinpoche, com sua duração prolongada, foi inteiramente deliberada, para ajudar a que me acostumasse com sua ausência. Isso, no entanto, é apenas a metade da história. Como estamos falando de tibetanos, tudo continua de forma feliz. A reencarnação de Ling Rinpoche já foi encontrada, e ele é atualmente um garoto muito vivo e espontâneo de três anos de idade. Sua descoberta foi um exemplo de quando a criança reconhece claramente um membro do grupo de busca. Apesar de estar com apenas 18 meses de idade, ele chamou pelo nome e se dirigiu sorrindo para esta pessoa. Subseqüentemente ele identificou corretamente muitos dos pertences de seu antecessor.

Quando encontrei o menino pela primeiro vez, não tive dúvida sobre sua identidade. Ele comportou-se de um modo que ficou óbvio que havia me reconhecido. Nessa ocasião eu dei ao pequeno Ling Rinpoche uma grande barra de chocolate. Ele permaneceu impassível segurando-a, braço estendido e cabeça inclinada durante todo o tempo em que esteve na minha presença. Não consigo lembrar de qualquer criança que tenha ficado com algo doce guardado sem abrir e provar, e tenha ficado parado, em pé, tão formalmente. Então, quando recebi o menino em minha residência e ele foi trazido até a porta, comportou-se exatamente como seu predecessor. Era evidente que ele lembrava do caminho. Após, quando entrou na minha sala de trabalho, imediatamente mostrou familiaridade com um dos meus auxiliares que, nessa época, se recuperava de uma perna quebrada. Em primeiro lugar, essa pequenina figura solenemente presenteou-o com um kata, e então, cheio de risadas e brincadeiras de criança, apanhou uma das muletas de Lobsang Gawa e correu em volta, sem parar, como se aquilo fosse um pau de bandeira.

Outra história muito impressionante sobre o menino refere-se ao tempo em que ele foi levado, na idade de dois anos, a Bodh Gaya, onde eu deveria dar ensinamentos. Sem que ninguém indicasse a ele e tendo subido uma escada com suas mãos e joelhos, encontrou minha cama e colocou um kata sobre ela. Hoje Ling Rinpoche já está recitando as escrituras, ainda que esteja para ser visto se ele, após aprender a ler, será como alguns dos jovens Tulkus que memorizam textos com uma velocidade estonteante, como se estivessem apenas pegando novamente o que haviam deixado. Eu conheço muitas crianças que podem declamar, com facilidade, várias páginas de texto.

Há, certamente, um elemento de mistério nesse processo de identificação dos reencarnados. Mas é suficiente dizer que, como budista, não acredito que pessoas como Mao ou Churchill apenas “acontecem”.

Uma outra área da experiência tibetana que eu gostaria muito que fosse examinada cientificamente é o sistema de medicina tibetana. Além de datar de mais de dois mil anos, derivou de várias diferentes fontes, incluindo a antiga Pérsia; hoje os princípios são inteiramente budistas. Ela tem uma abordagem inteiramente diferente da medicina ocidental. Por exemplo, ela afirma que as causas-raiz da doença são a ignorância, o desejo ou o rancor.

De acordo com a medicina tibetana, o corpo é dominado pelos três principais nopa, literalmente “venenos”, mas freqüentemente traduzidos como “humores”. Considera-se que esses nopa estão sempre presentes no organismo. Isto significa que nunca se pode estar completamente livre das doenças, pelo menos de seu potencial, mas contanto que esteja em equilíbrio, o corpo mantém-se saudável. Entretanto, um desbalanço causado por uma das três causas-raiz se manifestará como doença, o que é diagnosticado pelo pulso do paciente ou pelo exame de sua urina. Também existem doze principais lugares nas mãos e punhos onde o pulso é examinado. A urina é similarmente examinada de diferentes maneiras (como cor, cheiro, etc.). Com respeito ao tratamento, o primeiro aspecto é a dieta; os remédios formam a segunda linha; a acupuntura e moxabustão, a terceira; a cirurgia, a quarta. Os próprios medicamentos são feitos de materiais orgânicos, algumas vezes combinados com óxidos de metais e certos minerais (incluindo, por exemplo, diamantes moídos)

Até agora tem havido pouca pesquisa clínica com respeito ao valor do sistema médico tibetano, ainda que o meu médico pessoal anterior, Dr. Yeshe Dhonden, tenha participado de uma série de experimentos de laboratório na Universidade de Virgínea, EUA. Ele teve resultados surpreendentemente bons em curar o câncer em ratos brancos, mas muito mais trabalho será necessário até que se possa chegar a conclusões definitivas. Com respeito a minha experiência própria, vejo os medicamentos tibetanos como muito eficientes. Tomo-os regularmente, não apenas para curar, mas para prevenir-me de adoecer. Percebi que esses remédios promovem um reforço da constituição física do corpo e têm efeitos colaterais desprezíveis. O resultado é que, apesar de meus longos dias e períodos intensivos de meditação, eu quase nunca experimento a sensação de cansaço.

Ainda, uma outra área onde acredito que há uma região de diálogo entre a ciência moderna e a cultura tibetana concerne ao conhecimento teórico e não experiencial. Alguma das mais recentes descobertas da física de partículas parecem apontar para a não-dualidade entre mente e matéria. Por exemplo, foi encontrado que se um vácuo (o que significa o espaço vazio) é comprimido, aparecem partículas onde nada havia antes, o que seria matéria, de alguma maneira, aparentemente inerente. Essas descobertas parecem oferecer uma área de convergência entre a ciência e a teoria budista Madhyamika do vazio. Essencialmente, essa teoria afirma que a mente e a matéria existem separadamente, mas de forma interdependente.

Estou bem consciente, no entanto, do perigo de ligar as crenças espirituais a qualquer sistema científico. Pois, enquanto o budismo continua sendo relevante dois e meio milênios após seu início, os fundamentos absolutos da ciência têm uma vida relativamente muito mais curta. Isto não é para poder afirmar que eu considero que coisas como os oráculos ou a capacidade dos monges de ficarem ao relento durante noites, em condições de congelamento, seja uma evidência de poderes mágicos. Ainda assim não posso concordar com nossos irmãos e irmãs chineses, que sustentam que a aceitação desses fenômenos é uma evidência de nosso atraso e barbárie. Mesmo do mais rigorosos ponto de vista científico, esta não é uma atitude objetiva.

Ao mesmo tempo, mesmo que um princípio seja aceito, isso não significa que tudo que esteja conectado com ele seja válido. Por analogia, seria burlesco seguir escravizadamente e sem qualquer discriminação todas as afirmações de Marx e Lênin, mesmo em face da evidência clara de que o comunismo é um sistema imperfeito. É preciso manter grande vigilância em áreas onde não temos grande experiência. Isso, naturalmente, é onde a ciência pode auxiliar. Enfim, só vemos as coisas como misteriosas quando não as entendemos.

Até agora os resultados das pesquisas que descrevi têm sido benéficos para todas as partes. Compreendo, no entanto, que esses resultados são tão acurados quanto os experimentos que conduziram a eles. Além do mais, estou consciente que se algo não é encontrado isso não significa sua inexistência, isso apenas prova que o experimento foi incapaz de encontrá-lo. Esta é a razão pela qual precisamos ser cuidadosos em nossas pesquisas, especialmente quando lidando em uma área onde a pesquisa científica é pequena. É também importante manter em mente as limitações impostas pela própria natureza. Por exemplo, enquanto a investigação cientifica não pode apreender meus pensamentos, isso não significa que eles sejam inexistentes, nem que algum outro método de pesquisa não possa descobrir algo a respeito deles, e aí é que entra a experiência tibelana. Através do treinamento mental, desenvolvemos técnicas que a ciência atual não pode ainda explicar adequadamente. Isto, então, é a base da suposto “magia e mistério” do budismo tibetano.

Por: Dalai Lama.

#Budismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/dalai-lama-magia-e-mist%C3%A9rio-no-tibete

Magia Enochiana para passar no ENEM

Quase todo dia, pessoas me escrevem pedindo magias ou rituais que os permitam passar em provas, concursos ou testes de qualquer tipo. Os mais retardados fazem Pacto Pactorum ou mergulham nas qliphot e só se ferram… Mas seus problemas acabaram! Recentemente, recebi autorização dos Poderes Illuminati para revelar apenas aos leitores deste blog os segredos reptilianos para passar magistralmente no ENEM sem levantar suspeitas.

Este é um ritual enochiano complexo que necessitará de seis meses de preparo (para o ENEM), acompanhando as tábuas lunares e aspectações astrológicas, de acordo com as anotações deixadas por Aleister Crowley. “Sucesso é a única possibilidade!” ele escreveu. E você também conseguirá.

Em primeiro lugar, veja a data exata do Concurso. Isso possui uma importância fundamental astrológica no ritual.

Veja seu calendário magístico e marque exatos 6 meses, 6 horas e 6 minutos antes (666). Separe todos os livros e matérias que constam nas “Disciplinas do Edital” ou a “matéria da Prova”. Estes serão denominados de agora em diante “Coelum Philosophorum“. É importante que você separe TODOS os livros que cairão na prova ou concurso, porque precisaremos de todo o conteúdo para o pacto com as forças enochianas. A nota da Redação tem grande peso na nota final do Enem. Por isso, além de ficar bem informado é necessário focar nas técnicas de redação. Por isso é importante estudar pelo caminho do hermetismo. Em todos estes anos de internet, nunca vi um crente ou satanista que escrevesse direito…

Sei que Você já deve ter ouvido isto antes, mas ler bastante é muito importante para quem deseja escrever bem. Papus e Eliphas Levi já diziam isso e eu apenas reforço seus pensamentos.

O contrato com os anjos enochianos para realizar o pacto precisa ser feito todos os dias, sem falhas, ou o ritual não funcionará. Segundo John Dee, durante não menos do que duas horas a cada dia, o Estudante começará a preparar os “Sigilos de Resumo” que são fórmulas cabalísticas para transformar grandes conteúdos literários em pequenos trechos resumidos que deverão ser compreendidos no pacto final. Para tanto, separe toda a matéria do Coelum Philosophorum, dividindo-o pelo número de dias que você fará as invocações.

A cada dia, certifique-se que não será perturbado pelos profanos por pelo menos duas horas. Desligue todos os equipamentos eletrônicos ao redor, pois as emanações eletromagnéticas prejudicarão o entrosamento psicomental necessário para contactar os seres enochianos.

O mago deverá usar suas vestes ritualísticas (se não possuir, poderá usar roupas pretas) e, atentamente, leia e faça anotações e RESUMOS em seu Grimório Pessoal com todo o conteúdo dos textos separados (isto é importante para que o mago saiba exatamente o conteúdo total da energia que será exigida na prova, a fim de invocar a entidade enochiana mais adequada). Segundo McGregor Mathers, Dion Fortune e Peter J. Carroll, esta etapa do ritual é fundamental e não pode ser negligenciada, pois os sigilos ficariam incompletos.

São Cipriano recomenda, em seu livro de capa preta, que o feiticeiro tenha ao seu lado um copo de água cheio, que deverá ser consumido durante estas duas horas de ritual.

Na noite anterior, é necessário que o Adepto medite a respeito dos objetivos e não pense mais no assunto, pois os sigilos precisam ser lançados no Astral para o dia seguinte. Com o tempo e com as práticas ritualísticas, o iniciado dominará qualquer tipo de assunto, bastando para isso incorporar novos livros ao Coelum Philosophorum e poderá usar este ritual não apenas no ENEM, mas também em outros testes como o vestibular, prova da OAB e concursos.

Na hora do exame, toda a matéria resumida e estudada nos sigilos aparecerá de maneira mágica e inexplicável na mente do iniciado, trazida diretamente de seu Sagrado Anjo Guardião, fazendo com que ele consiga passar em qualquer prova ou teste!

De Paracelsus a Isaac Newton, de Agrippa a Leonardo DaVinci, todos os alquimistas utilizaram-se deste método que agora está disponível a qualquer digno estudante de ciências ocultas. Desta maneira, conseguirá os melhores resultados na escola, na faculdade ou em qualquer outro lugar, sem despertar suspeitas!

93!

Marcelo Del Debbio

Dies Martis, Sol in Aries, Luna in Taurus

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/magia-enochiana-para-passar-no-enem

Ritual Menor do Pentagrama

O Ritual menor do pentagrama foi criado pela “Golden Dawn”, uma ordem de estilo Maçônica/Rosacruciana com graus e iniciações. Esta Ordem foi devotada ao estudo da magia cerimonial ocidental e ao estudo do oculto, passando por estudos de Kabbalah, de Tarot, Tattwas (símbolos que representam os cinco elementos), viagem nos planos, entre outros. Apesar de não ter tido uma vida muito longa, esta ordem foi a base para a maioria das ordens mágicas conhecidas hoje, e teve entre seus membros os maiores expoentes da magia da época, S.L. MacGregor Mathers, Aleister Crowley, Austim Osman Spare, Israel Regardie, Dion Fortune, W.B. Yeats, entre outros tantos. Este ritual era o primeiro a ser ensinado a seus membros, ainda neófitos. Isto porque ele o introduzia a invocação, e servia como meditação, centralização e proteção. Este ritual é utilizado por várias ordens hoje em dia, e possui grande número de variações.

O RMP é o mais eficaz método de “desinfetar” um ambiente astral e é recomendado antes de qualquer consagração ou operação mágica. Versões modificadas (e mais fracas) dele são usadas na Wicca, OTO, Maçonaria e Rosacruz, além de trocentos filhotes destas ordens. Porém, antes de você começar a praticá-lo, tem uma série de exercícios, que eu já passei no blog, que deverão ser dominados:

– Cruz Cabalística.

– Exercício de Visualização dos 4 Pentagramas.

É importante que você não “imagine” toda a estrutura do RMP, mas VISUALIZE toda a estrutura. Há uma grande (e vital) diferença entre estes dois verbos… quando eu falo em visualizar, significa ter a CERTEZA de que tudo aquilo que você traçou está realmente ali; que a luz emanada pelas chamas está iluminando e dando um tom azulado ao local, só ofuscado pela luminescência da cruz sobre o altar; que o seu sigilo pessoal está flamejante no centro de cada um dos quatro pentagramas e que os Anjos estão dispostos ao lado de fora do local, de espadas em punho.

VISUALIZAR significa que estas construções estarão firmes e cristalizadas no Astral. Com o tempo e a repetição, você tornará aquele recinto impenetrável a qualquer entidade com Força de Vontade menor que a sua (e eis o por quê os magos devem dominar TODAS as esferas da Árvore… Yesod para a visualização, Hod para a Vontade e Netzach para a cristalização). Pode-se utilizar uma vela no altar (que será acesa logo na finalização do ritual) para ajudar o inconsciente nestas visualizações (enquanto a vela estiver acesa, estará atrelada ao ritual).

O Ritual

Parte 1 – A Cruz Cabalística (ou Rosa Cruz)

Deve ser feita diante do altar onde ficará o Livro da Lei, o Coração do Templo, voltado para o Leste (Oriente). Visualizar a cruz projetada sobre o altar. Traçado com os dedos indicador e médio estendidos e os outros dedos fechados.

1 – Toque a testa e diga “ATEH” (dedo indicador e médio estendidos, os outros fechados)

Visualize a luz divina descendo do alto de Keter até o magista e o altar.

2 – Toque o sexo e diga “MALKUTH” (com a mão na posição de “figa” – Imagine a energia vinda do cósmico fecundando a mãe-terra a seus pés e fincando as bases da cruz luminosa que protegerá o ambiente). Neste momento, deverá estar visualizado um pilar de luz no centro do templo.

3 – Toque o ombro direito e diga “VE – GEBURAH” (dedo indicador e médio estendidos, os outros fechados)

4 – Toque o ombro esquerdo e diga “VE – GEDULAH” (dedo indicador e médio estendidos, os outros fechados)

Conforme for traçando os braços da cruz, imagine que esta energia luminosa se espalha pelos lados do Rigor e Misericórdia, formando a estrutura da Cruz no centro do templo/altar.

5 – Trace o seu Sigilo Pessoal (se tiver) no centro da cruz.

Imagine o traço em dourado brilhante (Tiferet).

6 – Junte as mãos no peito e diga “LE – OLAHM AMEN”

Visualize a energia divina projetando-se para dentro do Templo, iluminando toda a Sala Capitular/Templo e afastando qualquer interferência ruim do mundo profano.

Parte 2 – Os Pentagramas

1 – De frente para o Leste (o Oriente), com as mãos na forma do Kubera-Mudra (dedos polegar, indicador e médio unidos, como se estivesse segurando um giz invisível) desenhe um pentagrama visualizando-o em chamas azuladas muito fortes.

Comece a traçar o Pentagrama de acordo com a figura ao lado.

No centro visualize o primeiro nome de Deus, IHVH e inspirando-o, sentindo passar pelo peito até os pés e sentindo-o à sua volta; trace o Sigilo Pessoal com os dedos no centro do pentagrama, e depois toque o símbolo, espalhando a energia pelo pentagrama, ao mesmo tempo em que vibra o nome (pronuncia-se “Iod Rê Vav Rê”) com energia, visualizando toda a estrutura flamejante. Trace com os dedos o Círculo de Proteção, no sentido horário, do Leste para o Sul, circundando o meridiano do Templo.

2 – De frente para o Sul, repita o processo anterior trocando o nome por “ADONAI”. Continue o Círculo para o Oeste

3 – De frente para o Oeste, repita o processo anterior trocando o nome por “EHEIEH” (pronuncia-se “É-Ré-Iée”. Continue o Círculo para o Norte

4 – De frente para o Norte, repita o processo anterior trocando o nome por “AGLA”. Continue o Círculo para o Leste, fechando todo o conjunto.

Parte 3 – Invocação dos Arcanjos

1 – Na posição de Cruz (os braços abertos e os pés juntos), o estudante repetirá:

“A minha frente RAPHAEL” (vibre todos os nomes)

2 – “Atrás de mim GABRIEL”

3 – “A minha direita MICHAEL”

4 – “A minha esquerda AURIEL”

5 – “Pois ao meu redor flamejam os Pentagramas”

Sempre imaginando os Arcanjos nas suas respectivas posições, fora do Templo, guardando-o e protegendo-o, e os pentagramas em chamas. Cada um está relacionado a um elemento: Raphael (Ar), Michael (Fogo), Gabriel(Água) e Auriel (Terra), na seqüência. Como os elementos são 4, o magista, ao centro, será a 5ª parte do pentagrama, o espírito.

6 – “E na coluna do meio, brilha a estrela de seis raios”.

Que o estudante visualize dois Hexagramas, um em cima e o outro projetado embaixo, com uma faixa de luz estendendo-se na vertical, envolvendo-o e formando uma espécie de “grade” ao redor do local.

Parte 4 – Repita a Cruz Cabalística

Quando terminar, os Pentagramas e a proteção ficarão por ali tanto tempo quanto sua vontade for capaz de manter a Visualização.

UPDATE: este vídeo no Youtube tem uma boa base para as pronúncias corretas:

Dúvidas?

#MagiaPrática

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/ritual-menor-do-pentagrama

Egrégoras, o segredo do “Segredo” – parte II

“Pois onde se acham dois ou três reunidos

em meu nome, aí estou eu no meio deles.”

Mateus 18:20

Olá crianças,

Quem está lendo esta coluna pela primeira vez, provavelmente pode ter alguma dificuldade em acompanhar o que eu vou explicar sobre egrégoras, afinidades energéticas e ressonância. Eu sugiro primeiro ler estas colunas AQUI, AQUI, AQUI, AQUI e AQUI sobre múltiplas dimensões, a formação de Egrégoras, Magia Sexual e Ordens Solares e Lunares antes de continuar.

Especialmente a primeira parte, porque eu vi nos comentários que teve muita gente que não prestou atenção ao que leu. Não se “abre uma egrégora”, mas sim “abre-se os trabalhos dentro de uma egrégora”. Da mesma forma que não se “fecha uma egrégora”, mas sim “fecham-se os trabalhos dentro de uma egrégora”. As egrégoras já estão lá antes de você nascer e continuarão lá depois que você morrer… você não abre e nem fecha nada!

Egrégoras, por definição, são fruto de DUAS ou mais pessoas. Visualizações de uma pessoa são chamadas construções astrais. Egrégoras também não são criadas do dia para a noite. São necessários MESES ou mesmo ANOS para se estabelecerem. Algumas já estão no planeta há MILÊNIOS.

E não pense que isto é algo “místico” ou “religioso”. Da mesma forma que Igrejas, cultos ou Ordens Secretas possuem suas egrégoras, qualquer faculdade de física, química, engenharia e qualquer laboratório de biologia, química ou física, seja ele da sua escola ou da NASA, possuem sua própria egrégora, que por sua vez estão conectadas a egrégoras maiores do mesmo tipo de pensamento.

E qual a relação das Egrégoras com a nossa vida?

Toda. Quantas vezes não entramos em algum ambiente e nos sentimos desconfortáveis, com mal estar ou até mesmo ficamos com dores de cabeça após algum tempo? O que acontece é que nossos sete corpos, como geradores e receptores eletromagnéticos, ressoam com o ambiente e as pessoas ao nosso redor, onde quer que nos encontremos. Se o ambiente está carregado com uma egrégora que se comporta de uma maneira oposta aos nossos pensamentos, com certeza ocorrerá um choque entre elas e normalmente “os incomodados que se mudam” (claro que existem círculos de proteção pessoal e isolamentos psíquicos, mas isso é OUTRA história que eu comento outro dia… ).

Como já dissemos anteriormente, os planos mentais/astrais e espirituais também vibram em freqüências mais altas ou mais baixas. Conforme você está em ressonância com cada tipo de vibração, você atrai aquilo que você pensa. É a origem dos termos profanos “estar de alto astral” (que significa “o estado de vibração de meu corpo está em ressonância com as altas vibrações do astral”) e “estar de baixo astral”.

Quanto mais opostas as egrégoras, piores as sensações; quanto mais afinidade, melhores as sensações. Esta é a base científica da “Lei da Afinidade” que esses livros de auto-ajuda estão transformando em modinha por ai recentemente, mas não fazem muita noção de como tudo isso funciona.

Fazendo uma comparação simples, seria a mesma coisa que eu escrever um livro chamado “Como operar um acelerador de partículas no CERN”. Meu livro traria passo a passo tudo o que um leigo precisa fazer para realizar com sucesso uma experiência em um acelerador de partículas. O livro diria “entre na sala, coloque sua fantasia de cientista, ligue o aparelho, calibre assim, assim, assado, digite XYZ, coloque os parâmetros tais e tais, blá, blá, blá e aperte o botão vermelho”. Pronto. O leigo fez uma experiência com o acelerador de partículas…

MAS isto não o torna um cientista, não o torna conhecedor de física e muito menos uma pessoa que realmente saiba operar um acelerador de partículas… e se acontecer uma vírgula de parâmetros fora do que está no livro, TODA a experiência vai dar errado, ou pior, em alguns casos, trazer conseqüências que, em último caso, podem ser catastróficas.

Mas os exemplos descritos no livro “o Segredo” funcionam? Em termos…

Mozart, Beethoven, Abraham Lincoln, Benjamin Franklin e outros exemplos ali eram Iniciados e sabiam o que estavam fazendo. Não estavam copiando “receitas de bolos”. Ganhar na loteria, ganhar carros 0km, o amor da sua vida e tudo mais o que estão prometendo não vão “cair do céu”. Além de Visualizar, você vai precisar BATALHAR por isso…

E a questão da crença?

Não há crença ou descrença… Perguntar para alguém “você acredita na Lei da Atração?” ou “você acredita na Lei do Karma?” é tão estúpido quanto perguntar “você acredita na Lei da Gravidade?”. Não faz a MENOR DIFERENÇA se a pessoa acredita ou não nestas leis, ela está sujeita à suas ações de qualquer maneira. O fato de alguém não acreditar na Lei da Gravidade não vai fazê-la voar da mesma maneira que o fato de uma pessoa não acreditar na Lei da Atração ou Lei do Karma não vai fazê-la atrair egrégoras diferentes das que está atraindo ou deixar de sofrer as conseqüências das ações que realiza.

Entrando em sintonia com as Egrégoras

Como vocês já perceberam, estamos envolvidos a todo instante com dezenas, centenas, milhares de egrégoras de todos os tamanhos (de uma maneira análoga a um rádio que está envolvido por dezenas, centenas, milhares de freqüências ao mesmo tempo). Carl Gustav Jung chamou este mar de egrégoras de “Inconsciente coletivo”.

Para os iniciados, este mar de idéias é uma fonte inesgotável de inspiração, um universo de deuses, alegorias e mistérios a serem explorados, a fonte primordial na qual bebem todos os grandes artistas, inventores, cientistas e escritores.

Porém, a imensa maioria da população mundial está tão adormecida que suas mentes são um enorme depósito de poluição mental, ou seja, é como se o seu “rádio mental” estivesse o tempo todo com chuviscos, sintonizando dezenas de estações ao mesmo tempo. Preocupados em quem matou fulana na novela, que time está em qual divisão, que celular ele deve comprar, que cerveja deve tomar para conquistar as mulheres, ou sintonizado nas estações que as otoridades querem que você sintonize. Não é de se admirar que o planeta esteja um caos.

E como “sintonizamos” direito estas estações? Através da meditação e controle de nossos pensamentos.

Da mesma maneira que sintonizamos um rádio: se queremos escutar futebol, colocamos na rádio que transmite futebol; se queremos escutar música, colocamos na rádio que tem a música que queremos; se queremos escutar notícias, colocamos na estação de notícias. Não ficamos mudando de estação a cada 5 segundos.

Existe uma máxima zen budista que diz “Esteja presente no presente”. As pessoas comuns ficam pensando no trabalho quando estão na cama com suas esposas, ficam pensando na praia quando estão no trabalho, ficam pensando no trânsito da volta quando estão na praia, ficam pensando no futebol quando estão fazendo prova, nos problemas da vida quando estão no cinema e na namorada quando estão estudando… ou seja… não fazem nada direito, nada rende e eles não sabem por quê não têm tempo para nada. Sem contar o stress.

Aprendendo como funcionam as egrégoras, nossa vida se torna muito mais produtiva: Quando estamos com uma amiga na cama, aquilo é a única coisa no universo que existe naquele momento; quando estamos almoçando, desligamos nossos celulares e apreciamos a companhia que está almoçando com a gente; quando estamos no trabalho, não ficamos batendo papo no msn ou internet; quando estamos no cinema, assistimos o filme, quando estamos em ritual, estamos em contato com o divino, quando estamos treinando, estamos esculpindo nossos corpos, e assim por diante.

Assim como o conhecimento de nossos chakras e do fluxo de energias internas, precisamos conhecer também o fluxo de energias externas que entram em contato com nossos corpos para estarmos sempre em equilíbrio. Através do auto conhecimento e do trabalho com as egrégoras, conseguiremos muitos prodígios.

Como a Liliancomentou comigo depois da palestra da semana passada: “quando o orador terminou de ler todo o seu currículo e você levantou para falar, eu achava que você era um daqueles professores de 50 anos… como você consegue tempo para fazer todas estas coisas?” Não há nenhum “Segredo” nisso. É tudo uma questão de abrir e fechar as portas de cada coisa que você for fazer. Qualquer pessoa que se dedique consegue.

Exemplos de abrir e fechar trabalhos no mundo profano

Todos devem se lembrar do costume de nossos avós de “dar graças” antes das refeições. Apesar de ter adquirido uma casca religiosa, este era (e é) um costume ocultista que os sacerdotes egípcios já tinham 6.000 anos atrás.

Quando uma pessoa senta à mesa, esta ação de dar graças a alguma divindade, seja ela externa ou interior, é o que abre os “trabalhos” desta refeição em conjunto com uma egrégora de tranqüilidade (seja ela budista, egípcia, nórdica, wiccan, cristã, católica, etc… ). O ato de comer é um ritual. O que não quer dizer que você precise comer em silêncio (a menos que você esteja sozinho, o que torna este momento o melhor do dia para meditar em silêncio) mas, se estiver acompanhado, aproveite este momento para conversas construtivas ou reuniões de negócios proveitosas (ao invés de apenas ficar falando mal das pessoas que não estão presentes). Ao final da refeição, agradeça ao seu deus interior e volte ao mundo profano.

Locais de Influência

Assim como todos os outros fenômenos eletromagnéticos, existem locais na Terra que intensificam estas vibrações e outros que as prejudicam. Círculos de Pedras, Pirâmides e Catedrais (que foram erguidas sobre Linhas de Ley) servem como potencializadores de determinadas egrégoras, em rituais que sejam realizados ali; o Vaticano ou uma igreja são centros de egrégora do catolicismo; um estádio de futebol é o centro de egrégora de um time; um terreiro de umbanda, um centro kardecista ou uma Loja Maçônica intensificam os trabalhos ali realizados; um presídio ou um laboratório também intensificam as idéias ali debatidas.

Todos os especialistas em futebol dizem que é mais difícil derrotar um time quando ele está “em casa”. Por quê? O campo é do mesmo tamanho, as traves estão no mesmo lugar, a bola é a mesma e ninguém além dos 22 jogadores e juízes está em campo… qual é a diferença, então? Mas as estatísticas fornecem dados incontestáveis de que é mais complicado vencer um jogo estando “no campo adversário”. Por quê? Por causa das influências de Egrégora. Como eu disse anteriormente, elas não são suficientes para ganhar, mas influenciam.

Da mesma maneira, quando médiuns escolhem locais especialmente preparados para manifestações espirituais, não é uma “desculpa”, mas sim uma preparação do ambiente para vencer as barreiras físicas/astrais e permitir estas manifestações no plano físico.

Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece

Esta é toda a base do tal do “Segredo”. A ressonância entre egrégoras. Peça e receberá.

Da mesma forma que cada onda de rádio e TV viaja pelo espaço e tem uma freqüência característica de vibração, a onda de cada emissora tem uma freqüência própria, diferente da freqüência das demais emissoras. Sintonizar uma emissora significa fazer seu receptor de rádio ou TV entrar em ressonância com a onda da emissora.

Da mesma forma que ocorrem com as egrégoras. Se seus pensamentos ressoam de uma determinada maneira, mais cedo ou mais tarde você encontrará ondas provenientes de alguma egrégora que esteja vibrando nesta mesma freqüência.

E através da sincronicidade, o universo conspirará para que você e estas egrégoras se aproximem. E isto não tem absolutamente NADA a ver com bem, mal, céu, inferno, merecer, desmerecer, ocultistas, céticos ou religiosos. Funciona até mesmo se você for ateu! A palavra chave aqui é VONTADE (Thelema).

#Egrégoras #MagiaPrática

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/egr%C3%A9goras-o-segredo-do-segredo-parte-ii

Cartas a um jovem poeta, de Rainer Maria Rilke

As Edições Textos para Reflexão desta vez trazem a você o livro mais conhedio de um dos maiores poetas de língua alemã, Rainer Maria Rilke .

Tudo começou com uma carta despretensiosa de um jovem poeta, “iniciante de tudo”, a um Rilke já em pleno domínio do seu mundo poético. Ao costumeiro pedido de avaliação, algo como, “Seriam bons os meus poemas?”, o poeta respondeu simplesmente que não poderia avaliar, pois que “nada está mais afastado de uma obra de arte do que as palavras de uma crítica: elas sempre terminam em desentendimentos mais ou menos desafortunados”. Foi assim que Franz Xavier Kappus, o jovem poeta, não ganhou nenhuma crítica literária exclusiva, mas sim conselhos de uma sabedoria avassaladora, tão intensos e profundos que são capazes, até hoje, de abalar nossas vidas em seus alicerces mais profundos… Assim nasceu Cartas a um jovem poeta.

Disponível em e-book na Amazon e na Saraiva:

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À seguir, trazemos a primeira carta de Rilke, na íntegra (tradução de Rafael Arrais):

Paris
17 de fevereiro de 1903

Caro Senhor,

Sua carta me encontrou apenas alguns dias atrás. Eu quero lhe agradecer pela grande confiança que depositou em mim. Isto é tudo o que eu posso fazer. Eu não posso debater acerca dos seus versos; pois que qualquer tentativa de crítica à poesia alheia seria algo estranho para mim. Nada está mais afastado de uma obra de arte do que as palavras de uma crítica: elas sempre terminam em desentendimentos mais ou menos desafortunados. As coisas não são todas tão tangíveis e exprimíveis em palavras quanto às pessoas usualmente nos fazem crer; muitas experiências estão além das descrições, elas se passam num espaço onde nenhuma palavra jamais adentrou, e não há nada que esteja mais distante das descrições do que as obras de arte, tais existências misteriosas cujas vidas perduram ao lado da nossa própria vida, pequenina e transitória.

Tendo esta nota como prefácio, devo lhe dizer que os seus versos não têm ainda um estilo próprio, ainda que possuam sementes ocultas e silenciosas de algo mais pessoal. Eu senti isso de forma mais clara no último poema, “Minha Alma”. É lá que alguma coisa de sua essência está buscando se tornar palavra e melodia. E no amável poema, “Para Leopardi”, uma espécie de parentesco com esta grande e solitária figura também parece se manifestar. Em todo caso, os poemas ainda não são nada em si mesmos, ainda não alcançaram sua independência, até mesmo estes dois que citei. Sua amável carta, essa que acompanhou seus poemas, permitiu que se tornassem mais claras para mim várias faltas que senti ao ler os seus versos, ainda que não me seja possível nomeá-las em específico.

Ora, você me pergunta se os seus versos têm alguma qualidade. Você me pergunta… Você também perguntou a outros antes de mim. Você enviou seus poemas para revistas. Você os comparou com a poesia de outros autores, e não se perturbou quanto certos editores rejeitaram seu trabalho. Agora, já que você pediu o meu conselho, eu lhe imploro que pare de fazer esse tipo de coisa. Você está olhando para fora, e isso é o que mais deveria evitar nesse momento. Ninguém pode lhe aconselhar ou lhe ajudar neste caso – absolutamente ninguém. Há apenas uma coisa que você deveria fazer: adentrar fundo em si mesmo. Descubra a razão que lhe comanda a escrever, veja se ela já espalhou suas raízes pelas profundezas do seu coração, confesse a si mesmo se você preferiria morrer caso lhe fosse proibida a escrita. E, acima de tudo, pergunte a si mesmo na hora mais escura da sua noite: eu devo escrever?

Cave em seu próprio ser por uma resposta profunda, e caso essa resposta ressoe positiva, caso você solucione tal questão solene com um vigoroso e simples “eu devo”, então construa sua vida de acordo com tal necessidade. Toda a sua vida, até mesmo em suas horas mais humildes e indiferentes, deve ser como um signo e um testemunho desse impulso.

Então vá para junto da Natureza. Daí, como se nunca ninguém houvesse tentado isso antes, tente falar sobre o que vê e sente e ama e perde. Não escreva poemas de amor; se afaste desses formatos que são muito dóceis e ordinários: eles são os mais difíceis de se trabalhar, e será preciso um grandioso poder, totalmente florescido, para que consiga criar algo individual onde boas, até mesmo gloriosas tradições já existem em abundância. Assim, salve a si mesmo de tais temas gerais e escreva sobre o que o dia a dia lhe oferece; descreva suas tristezas e desejos, os pensamentos que flutuam por sua mente e a sua crença nalguma espécie de beleza. Descreva tudo isso com o sentimento que passou de fato pelo seu coração, fale de forma silenciosa, humilde e sincera.

E, quando for se expressar, faça pleno uso das coisas a sua volta, das imagens em seus sonhos e dos objetos que estão em sua memória. Acaso o seu dia a dia lhe pareça pobre, não o culpe; culpe a si mesmo. Admita que você ainda não é um poeta hábil o suficiente para perceber suas riquezas; pois que para o criador não há nem pobreza nem lugares pobres, indiferentes. Assim, mesmo que se encontre numa prisão cujas paredes isolem todos os sons do mundo lá fora, você ainda não teria contigo toda a sua infância, essa tal joia além de qualquer preço, essa casa do tesouro de memórias? Foque a sua atenção nela. Tente trazer à tona os sentimentos submersos desse imenso passado; sua personalidade se fortalecerá; sua solidão irá se expandir e se tornar um lugar onde você poderá viver no crepúsculo, onde o barulho das demais pessoas passa bem longe, à distância.

E se deste voltar-se para dentro, desta imersão em seu próprio mundo, surgirem poemas, então você jamais pensará em perguntar a qualquer um se eles são bons ou não. Tampouco tentará fazer com que as revistas se interessem por eles: pois você os verá como uma valiosa posse pessoal, como um pedaço de sua própria vida, como se ela mesma lhe falasse por palavras.

Uma obra de arte é boa se ela surgiu de uma necessidade íntima. Esta é a única forma que alguém poderá julgá-la. Assim sendo, caro Senhor, eu não posso lhe dar qualquer outro conselho além deste: que mergulhe em si mesmo e veja quão profundo é o lugar de onde flui a sua vida; é lá na sua fonte que encontrará a resposta para o que quer que deva criar. Aceite tal resposta, do modo como lhe foi dada, sem tentar interpretá-la. Talvez você descubra que foi chamado a ser um artista. Se for este o caso, então aceite tal destino, suporte o seu fardo e a sua grandiosidade, sem jamais se questionar acerca de qual prêmio deverá aparecer lá fora. Pois que o criador deve ser um mundo para si mesmo, e deve encontrar tudo em si mesmo e na Natureza, para a qual toda a sua vida é devotada.

No entanto, após haver descido em si mesmo, e em sua solidão, talvez você deva renunciar o ofício de poeta (como já disse, se alguém sente que pode viver sem escrever, então não deveria escrever jamais). Em todo caso, ainda assim, esta busca interna que eu lhe recomendei não terá sido realizada em vão. Sua vida poderá encontrar os seus próprios caminhos desta experiência, e que eles possam ser bons, ricos e largos é o que eu lhe desejo, mais do que possa colocar em palavras.

O que mais eu poderia lhe dizer? Me parece que tudo o que havia por ser abordado já o foi. Finalmente, gostaria de adicionar mais um pequeno conselho: para que continue a crescer, de forma silenciosa e fervorosa, ao longo de todo o seu caminho de desenvolvimento. Afinal, você não poderia perturbar tal caminho de forma mais violenta do que buscar lá fora pelas respostas que só podem ser encontradas em seus sentimentos mais íntimos, nas suas horas mais silenciosas.

Foi uma alegria encontrar na sua carta o nome do professor Horacek; eu tenho grande reverência por este homem tão doce e culto, e uma gratidão que resistiu ao passar dos anos. Por favor, diga a ele como me sinto; fico muito feliz em saber que ele ainda se lembra de mim, feliz e lisonjeado.

O poema que deixou aos meus cuidados, eu estou lhe enviando de volta. E eu lhe agradeço mais uma vez por suas questões e sua confiança sincera, da qual, respondendo da forma mais honesta que me foi possível responder, eu tentei fazer de mim alguém um pouco mais digno do que realmente sou.

Atenciosamente,

Rainer Maria Rilke

#eBooks #Kindle #poesia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cartas-a-um-jovem-poeta-de-rainer-maria-rilke

O Poder da Palavra

Geralmente classificamos discursos morais como entediantes e chatos. Não atribuímos importância às virtudes pois elas nos parecem chatas e restritivas. Isso acontece porque desde pequenos levamos sermões de nossos pais, nos dizendo o que devemos ou não fazer. Apesar de suas advertências, muitas daquelas coisas proibidas acabam sendo feitas mesmo assim. E o que acontece é que aprendemos a lição, mostrando-nos se nossas pais estavam certos ou não, e nunca mais esquecemos.

Pois bem, esses dias estava pensando em como costumamos mentir para nós mesmos ou para os outros. Muitas dessas mentiras são não-intencionais. Lembrando, é claro, que promessas não cumpridas também são mentiras: afinal de contas, dissemos que faríamos algo, e acabamos não fazendo, tornando nossa afirmação falsa.

Se você não cumpre o que fala, você mente duas vezes: para você e para o mundo.

Palavras têm poder. Palavras são a manifestação sonora dos seus pensamentos, sentimentos, promessas e conclusões. Ao falar o que está na sua mente, sua voz é emitida em todas as direções a partir da sua boca na forma de ondas sonoras que se propagam pelo ar. Sua voz entra pelos seus ouvidos, você a entende e a associa ao pensamento que a originou, formando um circuito fechado ou ciclo. Isso reforça o pensamento, emoção, conclusão ou promessa que estava passando na sua mente no momento em que você falou.

Ou seja, sempre que você diz algo, você está reforçando um pensamento. Reforçar um pensamento é a base para muitas coisas. Desde reforçar uma necessidade através da emissão de um “estou com fome” até reforçar um pensamento elevado, emitindo, por exemplo, um sonoro e sagrado mantra budista.

Podemos aqui traçar um paralelo com a pronúncia de mantras específicos em rituais magísticos. Ao pronunciá-los, estamos reforçando a nossa visualização através do som. O som reverbera em nossas mentes, adicionando energia ao pensamento que estamos mantendo, a fim de realizarmos aquele Trabalho em questão. O mantra é uma forma eficaz de aumentar e fortalecer uma visualização com a poderosa energia da Palavra, do Verbo.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele” (João 1:1-3)

Falar é um ato de Criação. Detemos esse poder e, portanto, temos total responsabilidade sobre como o utilizamos. Alegar ignorância não o exime dessa responsabilidade, pois você está constantemente exercendo-o, quer queira, quer não.

Permita-me repetir: você SEMPRE reforça o pensamento ao falá-lo, consciente ou inconscientemente.

Se você diz algo com a intenção de desdém ou mentira, você diz inconscientemente ao seu cérebro para rejeitar aquela informação. Mentira após mentira, você se auto-programa para ignorar a si mesmo cada vez mais, até que chega em um ponto em que não possui mais nenhuma autoconfiança. Isso acaba refletindo também no trato com outras pessoas, pois se nem você é digno de confiança, como confiar nos outros? Como saber se dizem a verdade?

Suas promessas passam a ser vazias. Compromissos são deixados de lado. Metas que você tenta traçar para si mesmo são ignoradas e, portanto, jamais atingidas.

Mentir acaba afastando as pessoas de você. Acaba afastando também seus projetos e sonhos de se realizarem, pois você nunca cumpre o que diz. Sua mente já está bem treinada para ignorar tudo o que sai da sua boca.

Mas sempre há uma saída de qualquer situação; essa não seria uma exceção. Basta reprogramar sua mente para ouvir o que você diz. Basta começar a cumprir suas promessas, compromissos e metas. Basta falar a verdade e se manter fiel a ela.

Ao emitir a sua verdade, sua mente reforçará sua promessa, seu compromisso, sua meta… assim como suas inspirações, conclusões, pensamentos e emoções.

Seus projetos passarão a se concretizar. Suas inspirações se tornarão reais. Sua vida se tornará congruente com a sua Palavra. As pessoas acreditarão no que voce diz, pois saberão que é alguém honrado e verdadeiro.

Honrar é cumprir a Palavra.

Cumprir a Palavra é tornar Verdade aquilo que vem da Mente (ou dos Planos Superiores, ou Espírito, ou Essência, ou Consciência… ou tantos outros sinônimos e termos similares em significado).

Procure agora aplicar essa visão congruente de manifestação da Verdade em todas as pessoas do planeta Terra. Tente esboçar um quadro em que todas as pessoas falam a verdade, ou seja, cumprem o que dizem, sendo o que dizem ser. Como seria o mundo?

Quando faço esse exercício, visualizo que haverá mais confiança entre as pessoas. Surgirá um fluxo comunicativo bem maior, ampliando o entendimento e o desenvolvimento das sociedades. Tudo correrá tranquilamente entre as pessoas e as nações, pois não haverá motivo para medo de traição. A autenticidade de cada povo será legítima. Intenções claras à vista de todos.

A Justiça seria totalmente reestruturada, ou até mesmo desnecessária. Se todos os governos e seus atos são totalmente claros aos olhos do povo, tudo passa a ser fiscalizado naturalmente e corrigido quase que instantaneamente. Os impostos seriam destinados totalmente ao propósito que foram criados. Todos os cargos teriam sua finalidade bem clara, definida e preenchida.

A burocracia deixaria de ser necessária. Leis tampouco, pois ninguém esconderia nada dos olhos públicos.

As religiões também seriam profundamente afetadas, com a revelação da verdade sobre a História do mundo, e a história da vida de grandes homens e mulheres do passado.

Há tantas outras repercussões mundiais que simplesmente levaria muito tempo só para escrever todo o impacto causado por tal adoção de comportamento.

Fica bastante claro que a força purificadora e alteradora da Verdade transformaria a humanidade tão profundamente e de formas tão fantásticas que seria tal qual fogo nuclear.

Mas o que realmente devemos destacar é: o que ocasiona a fagulha inicial? O que inicia o processo revolucionário de transformação?

A atitude pessoal. Individual.

Tudo começa em mim. Em você.

Que tal começarmos agora? Que tal começarmos a ser sinceros consigo mesmos? É um bom primeiro passo 🙂

#MagiaPrática #Rituais #sociedade #Virtudes

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-poder-da-palavra