Resultados da Hospitalaria – Junho 2010

Em Junho, tivemos 20 mapas e 10 sigilos.

Entidades auxiliadas este mês:

– Lar Escola Dr. Leocádio José Correia (Curitiba)

– ONG Colméia (Ribeirão Preto)

– Sociedade Espírita Paz e Fraternidade

– Casa de Saúde de Santos

– Caixa de AMRA da AMORC Santana

– Centro Espírita Nosso Lar – Casas André Luiz
http://www.andreluiz.org.br

– Instituição “Asas Brancas”
http://adhemaralmeida.sites.uol.com.br/asasbrancas/

e 4 doações de Sangue.

E pretendemos continuar o projeto de Hospitalaria. Quem estiver a fim de participar, é só seguir as instruções e pegar seu Mapa Astral ou Sigilo Pessoal via o TdC.

O dinheiro arrecadado durante Julho será destinado às vítimas das enchentes em Pernambuco.

#Hospitalaria

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/resultados-da-hospitalaria-junho-2010

[parte 2/7] Alquimia, Individuação e Ourobóros: Psicologia Analítica

“Só o que está separado pode ser devidamente unido.”

– Alquimista desconhecido

Esta é a segunda parte da série de sete artigos “Alquimia, Individuação e Ourobóros”, que é melhor compreendida se lida na ordem. Caso queira acompanhar desde o começo, leia a introdução.

Individuação

Na escola analítica, compreende-se que a psique seja maior que a consciência em si, ou seja, a existência de todo um campo inconsciente que interfere e interage com a mente consciente. Além do inconsciente pessoal, Jung (2011) defende a existência de um inconsciente coletivo, um plano de consciência no qual ficariam armazenados toda a herança cultural da sociedade, acessível ao nível consciente, cujo encontro, através de arquétipos, acrescentam e expandem a consciência.

Arquétipos podem ser definidos como temas típicos que aparecem em toda forma de sociedade e cultura, que abriga um significado primordial de estruturas psíquicas, os quais os indivíduos experienciam em níveis pessoais. Em Os arquétipos e o Inconsciente Coletivo (JUNG, 2011), o autor define que “O arquétipo representa essencialmente um conteúdo inconsciente, o qual se modifica através de sua conscientização e percepção, assumindo matrizes que variam de acordo com a consciência individual na qual se manifesta” (JUNG, 2011).

De acordo com Jung (1998), apesar da expressão social e coletiva de imagens e energias ligadas à ideia de divino, em nível individual, é necessário que o ser humano permita-se atravessar por tais ideias, pois isso ajuda sua natureza no processo de transcendência e auto-conhecimento – processo chamado de individuação. Em “O Poder do Mito” (CAMPBELL, 1999), o autor cita Nietzsche e toda sua teoria do eterno retorno, para demostrar a existência humana como cíclica. Nesta teoria, há a defesa de que as vivências humanas se dão através da polarização complementar dos aspectos pessoais que se repetem interminavelmente ao longo da existência, demarcando também a noção de infinito, porém ligada a psique humana e não em alguma entidade fora dela.

“Podemos dizer que a personalidade humana é constituída de duas partes: a primeira é a consciência e tudo o que ela abrange; a segunda é o interior de amplidão indeterminada da psique inconsciente. A personalidade consciente é mais ou menos definível e determinável. Mas, em relação à personalidade humana, como um todo, temos de admitir a impossibilidade de uma descrição completa dela. Em toda personalidade existe inevitavelmente algo de indelineável e de indefinível, uma vez que ela apresenta um lado consciente e observável, que não contém determinados fatores, cuja existência, no entanto é forçoso admitir, se quisermos explicar a existência de certos fatos. Estes fatores desconhecidos constituem aquilo que designamos como o lado inconsciente da personalidade” (JUNG, 1989, 47).

Realizar a síntese destes opostos no Si-mesmo é a meta do processo de individuação. Isso ocorre com a discriminação e a consequente integração de conteúdos inicialmente inconscientes e que fazem parte de um processo de transição da consciência comum (vigília) para um estado psíquico mais amplo, na busca do homem consciente, o homem total.

Evidentemente, esta é uma experiência incomum e vivida por poucas pessoas geralmente não antes da segunda metade da vida. A Individuação é um processo que ocorre durante toda a vida, mas, às vezes, há uma intensificação antes da maturidade da idade adulta e, quando isso acontece, há uma mudança na forma da pessoa encarar sua vida, fazendo-a manifestar, às vezes, alguns “comportamentos místicos”, num sentimento de comunhão e harmonia com a vida.

É de suma importância que as pessoas consigam refletir e entrar em contato com tais aspectos de suas personalidades, uma vez que, compreendendo-as, é possível integrá-las, tendo como consequência uma existência mais saudável e prazerosa, transcendendo a patologia e permitindo que suas verdadeiras essências venham à tona e se transformem.

Os Arquétipos Complementares

Jung descreve alguns arquétipos, universais e necessários para a compreensão da vida psíquica do homem. Alguns básicos discutidos pelo autor são os arquétipos da anima, animus, persona e sombra. A integração destes são de suma importância para o processo de individuação.

Ele consegue perceber a natureza polarizada na psique humana, e admite no homem uma natureza feminina, dando ao nome de anima, e seu complementar, a natureza masculina na mulher, de animus. “[…] Desde tempos imemoriais, o homem nos mitos, sempre exprimiu a ideia da coexistência do masculino e do feminino num só corpo” (JUNG, 1989, 38).

“O homem é composto biológica, e psicologicamente, de aspectos masculinos e femininos, para se desenvolver plenamente deve passar por fases: infância, adolescência, idade madura e velhice. Neste processo precisa integrar partes essenciais de sua personalidade como seu lado guerreiro, seu lado sensível, seu lado legislador e líder. A este processo de ir à busca da totalidade, Jung denominou individuação, e implica num grau de diferenciação de seus aspectos masculinos e femininos” (ULSON, 1997, 76).

A ideia andrógina de Deus faz com que, na busca pelo divino (individuação), a psique humana precise vivenciar, mesmo que em planos oníricos, personalidades complementares, cujas orientações muitas vezes sejam contrárias àquelas conscientes, trazendo ao sonhador, novos e diferentes pontos de vista que facilitam uma compreensão mais panorâmica de si mesmo.

Anima e animus seriam então os aspectos complementares de gênero na psique, personalidades inferiores que habitam a mente e são necessários para a dialética das polaridades consciente e inconsciente.

Persona pode ser definido como o arquétipo social. Aquele que abrange o tato das relações interpessoais e coletivas, e relação com o outro. É um conjunto de normas e condutas culturais que o indivíduo assimila e constrói uma identidade complementar.

“A partir de Jung, o conceito de ‘persona’ significa mais precisamente o eu social resultante dos esforços de adaptação realizados para observar as normas social, morais e educacionais de seu meio. A persona lança fora de seu campo de consciência todos os elementos – emoções, traços de caráter, talentos, atitudes – julgados inaceitáveis para as pessoas significativas do seu meio. Esse mecanismo produz no inconsciente uma contrapartida de si mesmo que Jung chamou de ‘sombra”. (OCANÃ, 2008, 04)

A sombra pode ser caracteriazada como o arquétipo da negação. Na sombra é personificado tudo aquilo que se tem resistência ou dificuldade para assimilar como próprio. A sombra é o amargurado ou reprimido que clama por expressão. Não só se opõe a persona, no constructo social, mas também em nível individual do sujeito e seus instintos e potenciais negligenciados pela sociedade.

“Diversas pessoas que trilham o caminho do aperfeiçoamento individual acreditam que completaram o processo, mas são incapazes de enxergar a verdade sobre si mesmas. Muitos de nós almejam ver a luz e viver na beleza do seu eu mais elevado, mas tentamos fazer isso sem integrar nosso ser. Não podemos ter a experiência completa da luz sem conhecer a escuridão. O lado sombrio é o porteiro que abre as portas para a verdadeira liberdade. Todos devem estar atentos para explorar e expor continuamente esse aspecto do ser. Quer você goste ou não, sendo humano, você tem uma sombra.” (FORD, 1998, 23).

A integração desses aspectos psicológicos inicialmente opostos seria, portanto a chave da chamada individuação. Através destes, seria possível atingir um estado psicológico centrado, no qual o maniqueísmo neurótico não mais afetaria negativamente a vida dos indivíduos.

“É de suma importancia que um indivíduo se relacione com esses aspectos nebulosos de sua psique e possa, no encontro com esses arquétipos, canalizar sua energia psíquica a fim de construir uma identidade plena, consciente de si-mesmo. Essa construção de identidade é um processo chamado por Jung (1986) de individuação. É um fenômeno que ocorre em todo o decorrer da vida, quando um sujeito ascende a níveis menos infantis de funcionamento em busca da integração de sua personalidade. A matriz dessa personalidade individual provém do conceito junguiano de self ou si-mesmo que pode ser definido como o arquétipo da totalidade e centro regulador da psique, oculto por trás da personalidade total e encarregado de levar à prática o projeto de vida e de guiar o processo de individuação. Por isso, Jung dizia que sua vivência poderia sentir-se psicologicamente como o “Deus dentro de nós” (SHARP apud JUNG, 1994,181).

O processo de individuação tem como finalidade paradoxal aproximar o homem da ideia de divino através da aproximação do homem com sua própria natureza.

A individuação, portanto, diz respeito ao processo cíclico de integração dos opostos psíquicos para transcender e atingir um contato mais significativo com suas essências e se aproximar do arquétipo divino, o Si-mesmo (Self), e está intimamente ligada com os processos e etapas alquímicas.

“A serenidade no velho e o estar consciente dos problemas à sua volta é a melhor maneira de se aferir seu processo de amadurecimento se completou. A total entrega e submissão aos designíos da natureza, do Self, ou de Deus, é objetivo e fim de todos aqueles que conseguem harmonizar os pares de opostos internos. É o coniunctio oppostorium dos alquimistas, ou a pedra filosofal, o lápís, ou tantos outros nomes que eles criaram para expressar o estado de totalidade e plenitude que apenas os sábios, santos e heróis conseguem atingir de uma forma mais intensa e duradoura” (ULSON, 1997, 79).

A alquimia, como veremos posteriormente, é um antigo método para a obtenção desse re-ligare com o Self e permitir o amadurecimento da psique através de metáforas que permitam a integração de opostos complementares.

Referências Bibliográficas:

BOECHAT, Walter. O Masculino em Questão. Petrópolis. Ed. Vozes. 1997.

CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. São Paulo. Ed. Palas Athena, 1990.

FORD, Debbie. O Lado Sombrio dos Buscadores da Luz. Disponível em: http://dharmalog.com/2013/02/19/7-trechos-de-o-lado-sombrio-dos-buscadores-da-luz-de-debbie-ford-1955-2013-sobre-a-aceitacao-plena-de-nos-mesmos/. 14/05/2013

JUNG, C.G Psicologia e Religião Oriental. Petrópolis: Vozes. 1989.

JUNG, Carl Gustav. A Vida Simbólica. Obras Completas. Vol. XVIII/I. Petrópolis. Ed. Vozes. 2 Edição 1998.

JUNG, Carl Gustav. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. Obras Completas. Vol. IX/I. Petrópolis. Ed. Vozes. 2011.

OCAÑA, Emma Martinez. A sabedoria de integrar a sombra. Disponível em: http://www.fundacao-betania.org/biblioteca/cadernos/pdf/Caderno_13_A_Sabedoria_de_Integrar_a_Sombra_Emma_Ocana.pdf. 14/05/2014

SHARP, Daryl. Léxico Junguiano. São Paulo: Cultrix, 1997.

Imagens:

Gravura de Camille Flammarion, da obra “L’atmosphère, météorologie populaire” de 1888

Aquarela do manuscrito “Aurora Consurgens” de autor desconhecido, representando a dialética entre as polaridades masculina (sol) e feminina (lua)

“Union” arte de Android Jones

“DreamCatcher” arte de Android Jones

Ricardo Assarice é Psicólogo, Reikiano e Escritor. Para mais artigos, informações e eventos sobre psicologia e espiritualidade acesse www.antharez.com.br

#Alquimia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/parte-2-7-alquimia-individua%C3%A7%C3%A3o-e-ourob%C3%B3ros-psicologia-anal%C3%ADtica

O Sangue e Ossos da Bruxaria Tradicional

Com a primeira faísca da forja sagrada – a primeira gnose, palavra da mesma raiz que gnoscere, ou “conhecer”, o homo sapiens tornou-se capaz de maravilhar-se com toda a criação ao seu redor, assim como se tornou capaz de questionar as razões de tudo o que acontecia com ele. Podemos dizer que esta “faísca” caiu em um corpo que sentia medo, fome, frio, sono e o desejo de procriar, como qualquer outro animal. O homem muito provavelmente ainda nos tempos de “bicho” percebeu que um grupo era mais forte que um indivíduo solitário, assim como os lobos e os macacos, e portanto, é muito provável que ele já tivesse uma idéia do que era uma família, um clã ou tribo. A idéia de lar foi desenvolvida pelas mulheres, que também foram as inventoras da agricultura e muito provavelmente da pecuária, o que possibilitou os assentamentos humanos em regiões específicas.

Com o lar, toda a idéia das conexões entre a terra com o mundo invisível chegou à estrutura de culto – que interessantemente possui a mesma raiz etimológica que a palavra “cultivar”. Os primeiros cultos, de acordo com os resquícios mais antigos deixados pelas lendas do continente africano, foram os das divindades responsáveis em favorecer a vida na região em que se vivia e o culto aos ancestrais. Todos podiam remontar sua ancestralidade a uma divindade, o que lhes dava um ideal mítico como modelo para suas vidas. Cada ser humano era uma divindade na terra, em uma jornada humana, e este ainda é o sentido da iniciação em um culto ancestral.

Nos velhos tempos, os mortos eram enterrados em locais no mínimo significativos, naqueles considerados sagrados, e não raro, próximos ou dentro da própria moradia dos vivos, em porões ou sob o fogo que processava os alimentos. Tomando por base as culturas africanas e bascas, onde os mortos eram e muitos ainda são guardados sob o piso dos vivos, o culto aos mortos teria sido criado também pelas mulheres, que ficavam responsáveis em “cultivar” o fogo dos vivos (processando os alimentos) e o fogo dos mortos (mantendo suas memórias vivas). Algumas tradições de Bruxaria (isto é, Bruxaria Tradicional), mantêm este reconhecimento à mulher como um ser que já nasce com seus poderes completos, enquanto o homem nasceria somente com o poder do fogo, necessitando da mulher como a pedra fundamental de um clã, como aquela que doma o fogo. Nos mitos ancestrais da Nigéria, este período de poder matriarcal é relatado, e é possível observar como este período foi marcado pela tirania. O poder espiritual absoluto das mulheres foi tomado pelos homens quando eles astutamente tomaram os ossos dos mortos e dominaram o culto dos ancestrais, trazendo uma era de equilíbrio entre os gêneros, mas não sem algum conflito. O mito nos relata que os homens, ao tomarem os ossos e as vestimentas sagradas irritaram as mulheres profundamente, ao ponto do caos, e a única forma de resolver o conflito foi a de apaziguá-las com presentes, comidas, confortos e canções, gerando uma coexistência pacífica. A sociedade de Iyami, por exemplo, é sem dúvida a mais temida e poderosa, pois convencer estas “mulheres-pássaros” de uma decisão comunitária sempre dependerá do senso de justiça feminina e muito apaziguamento.

Quando a Igreja tomou o poder de enterrar os mortos, ela “tomou os ossos” dos nossos ancestrais, e da mesma forma, tomou para si o culto aos mortos. Nossos mortos não mais eram enterrados em seus locais favoritos ou sagrados para serem lembrados por qualquer um que ali passasse, e assim fomos convencidos que nem suas presenças eram bem vindas perto de nós. Fomos roubados de nossos ancestrais, e a memória foi roubada deles. Nossos cemitérios são meros depósitos de ossos esquecidos, e nossos mortos são enterrados em um piscar de olhos. Já não são mais velados, enaltecidos e relembrados, e eles já não encontram mais seus lugares em nossas vidas e memórias. Roubaram-nos a nossa memória, e se não conhecemos de onde viemos como saberíamos para onde vamos?

Bruxaria e Paganismo

Pessoalmente, eu concordaria com uma “bruxaria” ligada ao paganismo se as correntes ancestrais – que dão contexto mitológico às bruxas – não estivessem rompidas. E é por esta mesma razão que a iniciação nos cultos pagãos ainda se perpetua e se faz necessária: quando entramos em um culto ancestral, recebemos não só os ensinamentos acumulados do culto, mas o vínculo espiritual com os ancestrais deste culto, que é sem dúvida o ponto central de onde toda a sabedoria parte. E é aqui que reside a diferença entre conhecimento e sabedoria, pois esta última só pode ser obtida com experiência e memória. O neopaganismo, por exemplo, tem uma enorme desvantagem neste quesito, desde que tenta reconstituir o vínculo espiritual muito frequentemente sem terem a noção precisa de quem foram estes ancestrais, e muitas vezes tateando através da história e antropologia para reconstituir fatos, e assim, limitando-se ao “conhecimento” enquanto desbrava-se o caminho rumo à “sabedoria”. Eu diria que isto é uma desvantagem, e não uma diminuição de valor, desde que a meta é a mesma.

Em especial por conta das ocorrências da Idade Média – no período que foi nomeado como a “Era das Fogueiras” – muitas pessoas ganharam o direito de clamar para si a herança “bruxa”. Pagãos, judeus, pervertidos, criminosos, alcoviteiras e feiticeiras foram os indiscutíveis bodes expiatórios que queimaram como “bruxos”. No Brasil, especificamente, ondas de novos convertidos ou degradados (ou seja, expulsos de seus países pela Santa Inquisição), mesclaram suas crenças – unidas por uma espantosa similaridade – às dos indígenas e negros escravos, dando origem a híbridos singulares e interessantes. As benzedeiras não devem em nada daquelas que foram julgadas nos tribunais inquisitórios, e apesar do freqüente rigor cristão da maioria delas, elas continuam marginalizadas pelo cristianismo moderno. Para elas, nada mudou. É bom ainda ressaltar que a Inquisição foi um processo de limpeza interna da igreja para livrá-la das heresias. Este processo que saiu fora do controle, e acabou perseguindo muitos que se consideravam “bons cristãos”, mesmo que mantivessem certos costumes remanescentes do paganismo através do velho catolicismo em uma Europa protestante. O próprio termo “auld faith”, ou como se traduziu “Antiga Religião” era uma alusão ao catolicismo anterior ao protestantismo, que considerava o culto aos santos – uma derivação pagã – uma grande heresia. Lutero, por exemplo, apontou a Igreja Católica como a “Sinagoga de Satã” por este motivo entre outros muitos. E isto, aliás, é um dos motivos pelos quais não é absurda a cristandade para uma bruxa, apesar da histeria que isto causa entre os bruxos modernos. É lógico que a própria Igreja Católica possui todo um capítulo negro em sua história, mas nem por isso deve ser descartada, desde que manteve uma herança viva dos antigos cultos – disfarçados e distorcidos ou nem tanto.

O Bruxo e a Tradição

A diferença que se faz de um “bruxo” para um “bruxo tradicional” é que o primeiro pode não estar necessariamente ligado a uma ancestralidade mítica conhecida, e assim, alguns buscam o híbrido “pagão-bruxo” da Wicca exatamente para recompor uma ancestralidade mítica perdida. Outros permanecem manifestando seus dons ancorados nas religiões exotéricas, como o catolicismo, ou dentro do misticismo new age, buscando fortalecer os laços com seus espíritos guias solitariamente. Um “bruxo tradicional” é um ser já consciente de sua ancestralidade mítica (ou ainda, de suas plurais ancestralidades míticas), que podem ser passadas através da família (blood in) ou da adoção como novo parente (blood out).

Não podemos deixar de discutir um outro subgrupo que deve ser apresentado dentro do contexto tradicional da bruxaria, que remonta de sociedades similares à Maçonaria, e que operam como “guildas de ofício”. Uma guilda de ofício é basicamente um grupo que possui uma determinada especialidade. Antigamente, todas as guildas de ofício possuíam não só um caráter social – mas um espiritual, já que possuíam suas próprias mitologias ligadas à profissão. Aqueles cuja profissão era a de ferreiro, por exemplo, prestavam cultos a deidades “ferreiras”, como Hefestos, Tubelo, Ogum, etc. Com o surgimento destas confrarias, grupos que giravam em torno de deuses ctônicos, obscuros e marginalizados pela religião oficial também surgiram. O fato é que estas guildas se formaram através de pessoas que possuíam uma linhagem ancestral em um determinado culto, e que possibilitavam a adoção de novos “parentes” ligados ao ofício.

Bruxaria e o Ofício

Para falarmos do caráter “ofício” da bruxaria, temos necessariamente que trazer à memória o arquétipo primordial do que é uma Bruxa. Aliás, se esta figura sobreviveu aos tempos, é graças à sua imagem arquetípica.

Particularmente, gosto sempre de relembrar as figuras de Circe e Medeia, mas outros “personagens” imortalizados nos contos de fadas, no folclore e nas tradições da terra contam um pouco sobre esta figura assombrosa, magnífica e incompreendida quando colocada dentro esta sociedade destituída da Tradição Perene. Ela reina absoluta no papel da resistência necessária que o herói deve enfrentar para que floresça e se torne imortalizado. Ela é a sábia que perscruta o destino dos homens, que alimenta o fogo dos vivos com seus remédios fervendo no caldeirão, assim como alimenta o fogo dos mortos ao jamais esquecê-los. Como podemos observar nas inquebradas tradições ancestrais da terra, estas mulheres são as nigromantes, curandeiras, feiticeiras e conselheiras… megeras que são donas de seus narizes e que jamais tiveram ou terão rédeas. A única forma de domá-las é através da rendição completa, é o dar-se para ter. Sem esta doação, pode-se até brincar de ser bruxo, e manter a esperança de coerência, mas em última instância, é bom torcer que esta força indomada da natureza, representada por deusas cujos mistérios são relegados a poucos, nunca preste atenção em você.

Originalmente postado em http://www.espelhodecirce.com.br/2011/05/o-sangue-e-ossos-da-bruxaria.html

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-sangue-e-ossos-da-bruxaria-tradicional

Onde vivem os magos

texto por Rafael Arrais

Um mago é antes de tudo um ser desperto. Nesse sentido, o “despertar” não significa necessariamente a aquisição de um “conhecimento secreto”, tampouco torna este próprio mago alguém superior aos demais. Pelo contrário, o verdadeiro mago é aquele que já se iniciou no caminho que conecta todos os seres e todas as coisas, e já percebeu que não faz sentido pensar num céu de escolhidos. Sabe que, se o céu não for erigido aqui, neste mundo, neste tempo, ele será sempre um céu vazio, uma fantasia pobre, um anti-mito.

Tais magos aprendem a reconhecer seus próprios pensamentos e a filtrar o que vem de fora. E assim, com o tempo, com apenas algumas vidas passageiras, uma espécie de milagre acontece, e onde antes se via um charco de caos e desejos desenfreados, passa a se ver um sistema que guia a tudo e a todos rumo a uma montanha de onde é possível ver toda a paisagem, e esta paisagem se torna a imagem daquilo que é lembrado para sempre. Às vezes temos visto tal paisagem em nossos sonhos mais iluminados…

Aqui neste país tropical, todos esses que sonham juntos um mesmo sonho por vezes se encontram em São Paulo. Em plena Avenida Paulista, enquanto uns estão indo ao banco, ou fazer compras, ou simplesmente assistir ao cover do Elvis (e nada contra nada disso), outros estão indo encontrar consigo mesmos, e com a essência da realidade. Este evento ocorre praticamente uma vez por ano, o último foi no fim de semana passado.

Abaixo lhes trarei alguns trechos do que vi, ouvi e senti no IV Simpósio de Hermetismo e Ciências Ocultas [1]:

Signos Intermediários na Astrologia, Marcelo Del Debbio

“A linguagem astrológica preenche a arte com os seus símbolos mais profundos, particularmente no Renascimento.”

“Não há saltos abruptos entre as energias que os signos simbolizam, mas variações graduais, como tudo no tempo da natureza.”

“Quem nasce entre os dias 21 e 22 de cada mês está mais próximo dos intervalos entre os signos, isto é, dos signos intermediários.”

“O estudo de tais signos intermediários é um avanço sobre a astrologia tradicional, o que prova que ainda há muito por ser estudado e compreendido.”

“Todos os signos trazem potencialidades boas e más, o que cada um vai desenvolver vai de acordo com o seu livre-arbítrio.”

Alquimia e Hermetismo, Giordano Cimadon

“A gnose é uma experiência, uma ‘doutrina sem forma’ que se manifesta na própria alma, e não em livros.”

“No estado de consciência adequado, até mesmo os eventos mais cotidianos da vida se tornarão uma aventura espiritual.”

“A gnose é o terceiro componente principal da formação da cultura ocidental, após a racionalidade e a fé dogmática.”

“Para os gnósticos, Deus não é homem, mulher, velho, jovem, nem animal nem planta nem mineral, pois se encontra além da epistemologia [conhecimento racional].”

“O aqui é um ponto além do espaço. O agora é um ponto além do tempo. Viver no aqui e agora, portanto, é viver na eternidade.”

Mitos e Lendas Celtas: Decifrando Nossa Rica Herança Espiritual, Cláudio Crow

“Mitologia, espiritualidade, religião, filosofia e história são, no fundo, uma só coisa, e não podem ser compreendidas em separado.”

“As verdades presentes nos mitos não são proclamadas por profetas, mas nascem de nós mesmos, de nossa essência eterna.”

“Os deuses e as deusas da cultura celta são emanações da paisagem, indissociáveis da natureza. Para a cultura celta, a morte de um rio seria a morte de uma deusa.”

“A mente celta jamais se sentiu atraída pela linha reta, e evita formas de ver e perceber o mundo que se satisfaçam com a certeza.” (John O’Donohue)

“O druida [sacerdote celta] não vê o outro mundo, vê este mesmo mundo com outros olhos, e deve se dedicar a trazer a perfeição do céu para a terra.”

Hermeticaos: Magia não é “bug”, é “cheat code”, Felipe Cazelli [2]

“A verdadeira treta na discussão se Deus existe ou não nem é a questão existencial em si, mas uma disputa que envolve a resposta da pergunta, ‘Quem vive melhor, o ateu ou o crente?’. Diante disso, eu gosto da solução que um amigo meu encontrou; ele diz que ‘é um ateu não praticante’.”

“A verdade é uma experiência. Assim sendo, os devotos das religiões organizadas são, em sua grande maioria, uma galera que acredita piamente nas experiências dos outros, algumas de milênios atrás, e se abstém de ter as suas próprias experiências desta verdade.”

“Estes são os fundamentos do ocultismo ocidental: (a) Não tem credo, mas hipóteses que precisam ser testadas, ainda que subjetivamente; (b) Muitos acabaram se convencendo de que há mesmo um mundo invisível; (c) Da mesma forma, que há uma ordem no universo, e que nada existe sem um propósito; (d) Igualmente, que tudo evoluí, do caos para a ordem, do simples para o complexo; (e) Que aprendemos através das reencarnações; (f) Que as circunstâncias de nossas vidas servem para o nosso desenvolvimento; (g) e finalmente, que há espíritos que podem afetar a realidade a nossa volta.”

“A magia é arte, a arte, e esta é uma afirmação grave! Pois, como uma arte, a magia não tem realmente regras definidas. O ritual mágico é uma experiência arbitrária, e nem mesmo um estado de consciência alterado se faz necessário para que ele seja realizado. No fim das contas, você consegue o que pediu, se a sua crença for praticada diariamente, e se o que deseja tem meios de se manifestar de acordo com as leis naturais.”

“Se a energia é a massa acelerada a velocidade da luz, a massa, isto é, a matéria, é uma ‘energia lerda’. Isto é bom, pois que se a realidade é puramente mental, há um delay entre o que você pensa e o que você efetivamente realiza. Assim, nós estamos nesse mundo, sobretudo, para aprendermos a controlar a mente, que nunca desliga. O dia em que não vermos problema em ver nossos desejos realizados imediatamente, sem delay, estaremos já iluminados, e não será mais necessário vivermos por aqui.”

Nos Sagrados Caminhos da Y’urema, Rita Andreia de Cássia

“A natureza é sagrada e viva, e Y’urema é a árvore, e também a deusa, que liga a terra e o céu.”

“O mundo está doente porque os homens se distanciaram do seu lado feminino.”

“Nós temos fé que existe um espírito vegetal que nos cura…”

“A Y’urema é uma árvore de muitos, muitos galhos… Ela é a maior entidade dos cultos ameríndios.”

“No fundo, toda a magia terá a cor que você pensar.”

A Magia na Umbanda, Alexandre Cumino

“Zélio de Moraes fundou a umbanda em Niterói/RJ, em 1908, com 17 anos de idade. Foi a entidade que ele incorporava, o Caboclo das 7 Encruzilhadas, quem idealizou o ritual de umbanda. A umbanda é a primeira religião nascida exclusivamente no Brasil.”

“Este caboclo foi reconhecido como um padre católico em uma vida passada por um médium espírita vidente, mas ele responde ao médium que ‘somente uma encarnação não resume o que é um espírito, e hoje eu prefiro ser um caboclo’.”

“A umbanda faz questão de ser uma religião, e cultuar os orixás e os santos católicos. A umbanda, ao contrário do espiritismo, não tem ‘centro’, tem ‘templo’, com altar e uma ritualística formal.”

“Uma falange é composta por muitos espíritos anônimos usando um mesmo nome para se identificar. Assim sendo, não há somente um Preto Velho, uma Maria Padilha ou um único Caboclo Pena Branca, mas muitos deles.”

“Na umbanda e nos demais cultos africanos, a chamada Direita se encarrega de trazer a energia positiva, enquanto que a Esquerda se dedica a repelir a energia negativa. Dessa forma, ambas têm a sua função, que é sempre benéfica (em se tratando de magia divina).”

***
[1] Se trata de pequenos trechos e frases que anotei em meu caderno. Não significa que tenha sido exatamente o que os palestrantes disseram, mas antes já a minha interpretação, por vezes resumida, do que foi dito. Finalmente, vale notar que infelizmente eu não tive tempo de assistir todas as palestras (apesar de ter assistido somente cerca de metade da palestra do Alexandre Cumino, decidi incluí-lo também).
[2] O próprio título da palestra do Cazelli já encerra um conhecimento profundo, que merece uma explicação: um bug seria como que uma espécie de falha no sistema de um game; já um cheat code seria um código que permite “burlar” certas regras do jogo. Ora, se a realidade é um sistema mental, um mago não está se aproveitando de nenhuma suposta falha deste sistema, mas antes se aproveitando desses tais códigos que permitem alterar suas regras – o detalhe é que tais códigos já estavam inseridos nela, desde o início dos tempos.

Crédito das fotos: Raph e AESG

#hermetismo #Simpósio

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/onde-vivem-os-magos

Bancada Evangélica: a mais ausente, inexpressiva e corrupta de todas

@MDD – Muitos de vocês, jovens leitores, têm pais e parentes evangélicos. Pessoas boas, que não concordam com a corrupção e com o roubo e desvio do dinheiro dos fiéis para enriquecimento ilícito de pastores mal intencionados. Você, leitor, tem uma missão: Enviar este post para a maior quantidade de evangélicos que você conhecer. Se estes amigos e parentes forem pessoas honestas, eles ajudarão a limpar esse lixo infectado da política que se alojou no seio das Igrejas de dentro para fora! Começamos a campanha “Evangélico não vota em pastor corrupto”.

Dados do Transparência Brasil indicam que:

1) Da bancada evangélica, todos os deputados que a compõe respondem processos judiciais;

2) 95% da referida bancada estão entre os mais faltosos;

3) 87% da referida bancada estão entre os mais inexpressivos do DIAP;

4) Na última década não houve um só projeto de expressão, ou capaz de mudar a realidade do país, encabeçado por um parlamentar evangélico.

Assembleia de Deus

1 Hidekazu Takayama – PSC/PR

TRF-1 (Seção Judiciária do Distrito Federal) – Processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – de Ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal. STF – Inquérito nº 2652/ 2007 – Inquérito apura crimes contra a ordem tributária, estelionato e peculato.

2 – Sabino Castelo Branco – PTB/AM

STF – Processo nº 538 – Réu em ação penal movida pelo Ministério Público Federal por peculato.

STF – Inquérito nº 2940 – É alvo de inquérito que apura crimes contra a ordem tributária. TSE –

Processo nº 504786.2010.604.0000 – É alvo de recurso contra expedição de diploma apresentado pelo Ministério Público Eleitoral por abuso de poder econômico e uso indevido de meio de comunicação social.

TSE – Processo nº 874.2011.604.0000 – É alvo de representação movida pelo MPE por captação ou gasto ilícito de recursos financeiros de campanha eleitoral.

TRE-AM – Processo nº 90095.2002.604.0000 – Teve reprovada prestação de contas referente às eleições de 2002.

TRE-AM – Processo nº 424843.2010.604.0000 – Teve reprovada prestação de contas referente às eleições de 2010.

TRE-AM – Processo nº 485034.2010.604.0000 – É alvo de representação movida pelo MPE.TRF-1 Seção Judiciária da Amazônia – Processo nº 0001172-68.2007.4.01.3200 – É alvo de ação de execução fiscal movida pela Fazenda Nacional.

TJ-AM Comarca de Manaus – Processo nº 0039972-21.2002.8.04.0001 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual.

3 – Ronaldo Nogueira – PTB/RS

TCE-RS (processo 008255-02.00/ 08-2) – Irregularidades na gestão da Câmara de Carazinho.

TCE-RS (processo 001084-02.00/ 01-0) – Idem. TCE-RS (processo 010264-02.00/ 00-4) – Idem.

4 – João Campos de Araújo – PSDB/GO

TRF-1 (Seção Judiciária do Distrito Federal – processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal.

5 – Costa da Conceição Costa Ferreira – PSC/MA

TRF-1 (Seção Judiciária do Distrito Federal) – processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal.

É alvo de ações de execução fiscal movidas pelo município de São Luís:

TJ-MA Comarca de São Luís – Processo nº 7092-32.2007.8.10.0001.

TJ-MA Comarca de São Luís – Processo nº 1793-35.2011.8.10.0001

6 – Antônia Luciléia Cruz Ramos Câmara – PSC/AC

TRE-AC – processo 497/ 2002 – Teve reprovada a prestação de contas referente às eleições de 2002. É alvo de ações penais movidas pelo Ministério Público por crimes eleitorais (peculato/captação ilícita de votos ou corrupção eleitoral).

STF – processo 585. STF – Processo nº 587. TRE-AC – processo 177708/ 2010

– É alvo de inquéritos que apuram crimes eleitorais e contra a administração em geral:

STF – inquérito 3083, TRE-AC – Inquérito 245, STF – Inquérito nº 3133.

É alvo de ações de investigação judicial eleitoral por abuso de poder econômico:

TRE-AC – processo 142143/ 2010, TRE-AC – processo 178782/ 2010, TRE-AC – processo 142835/2010 . É alvo de representações movidas pelo MPE por captação ilícita de sufrágio e/ ou captação ou gasto ilícito de recursos financeiros de campanha eleitoral: TRE-AC – processo 180081/ 2010, TRE-AC – processo 194625/ 2010 e TRE-AC – processo 142058/ 2010

7 – Cleber Verde Cordeiro Mendes – PRB/MA

STF – processo 497/2008 – É alvo de ação penal movida pelo Ministério Público Federal por crimes praticados contra a administração em geral (inserção de dados falsos em sistema de informações).

TRE-MA – processo 603979.2010.610.0000 – É alvo de ação de investigação judicial movida pelo Ministério Público Eleitoral por uso de poder político e conduta vedada a agentes públicos.

8 – Nilton Baldino (Capixaba) – PTB/RO

STF – Processo nº 644 – Acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias, é réu em ação penal movida pelo Ministério Público Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – Processo nº 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo MPF.

TRF-1 Subseção Judiciária de Ji-Paraná – Processo nº 0000432-26.2007.4.01.4101 – É alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo MPF por envolvimento com a máfia das ambulâncias.

9 – Silas Câmara – PSC/AM

STF – inquérito 2005/2003 – É alvo de inquérito que apura peculato e improbidade administrativa.

STF – inquérito 3269 e STF – inquérito 3092 – É alvo de inquéritos que apuram crimes eleitorais.

TRF-1 Seção Judiciária da Amazônia – processo 0004121-02.2006.4.01.3200 – É alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal.

É alvo de representação e ações de investigação judicial movidas pelo Ministério Público Eleitoral por captação ilícita de sufrágio e abuso de poder econômico:

TRE-AC – processo 180081.2010.601.0000,

TRE-AC – processo 142835.2010.601.0000,

TRE-AC – processo 178782.2010.601.0000,

TRE-AM – processo 73203919.2005.604.0000

– O PTB teve reprovada a prestação de contas referente ao exercício financeiro de 2004, quando o parlamentar era ordenador de despesas do partido em nível estadual.

10 – José Vieira Lins (Zé Vieira) – PR/MA

É alvo de inquéritos que apuram crimes de responsabilidade, peculato e sonegação de contribuição previdenciária:

STF – inquérito 3051, STF – inquérito 3078, STF – inquérito 2945, STF – inquérito 2943, STF – Inquérito 3047.

É alvo de ações civis públicas, inclusive de improbidade administrativa, movidas pelo Ministério Público e pelo município de Bacabal:

TRF-1 Seção Judiciária do Maranhão – processo 0005980-37.2008.4.01.3700, TJ-MA Comarca de Bacabal – processo 378-16.2009.8.10.0024, TJ-MA Comarca de Bacabal – processo 1771-15.2005.8.10.0024, TJ-MA Comarca de Bacabal – processo 279-56.2003.8.10.0024.

É alvo de ações de execução movidas pela Fazenda Nacional — por exemplo: TRF-1 Subseção Judiciária de Bacabal – processo 0000629-69.2011.4.01.3703, TRF-1 Subseção Judiciária de Bacabal – processo 693-79.2011.4.01.3703, TRF-1 Subseção Judiciária de Bacabal – processo 0000908-55.2011.4.01.3703, TJ-MA Comarca de São Luís – Processo 6007-40.2009.8.10.0001.

Foi responsabilizado por irregularidades em convênios e aplicação de recursos e teve contas reprovadas: TCU – Acórdão 5659/ 2010, TCU – Acórdão 3577/2009, TCU – Acórdão 3282/2010, TCU – Acórdão 2679/2010, TCU – Acórdão 749/2010, TCU – Acórdão 1918/ 2008 (teve o nome incluído no TCU – Cadastro de responsáveis com contas julgadas irregulares). TCU – Acórdão 801/ 2008 (teve o nome incluído no TCU – Cadastro de responsáveis com contas julgadas irregulares). TCE-MA – processo 2600/1999 e TCE-MA – processo 3276/2005.

11 – Marcelo Theodoro de Aguiar – PSC/SP

TRE-SP – Processo 1077244.2010.626.0000 – Teve reprovada prestação de contas referente às eleições de 2010.

Igreja Presbiteriana

1 – Leonardo Lemos Barros Quintão – PMDB/MG

STF – Inquérito nº 2792 – É alvo de inquérito que apura crimes eleitorais.

TJ-MG Comarca de Belo Horizonte – Processo nº 5034047-88.2009.8.13.0024

– É alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual.

2 – Edmar de Souza Arruda – PSC/PR

STF – inquérito 3307 – É alvo de inquérito que apura crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético.

3 – Edson Edinho Coelho Araújo (Edinho Araújo) – PMDB/SP

STF – Inquérito nº 3137 – É alvo de inquérito que apura crimes previstos na lei de licitações.

TJ-SP Comarca de São José do Rio Preto – Processo 576.01.2009.043791-5 – É alvo de ação de execução fiscal movida pela Fazenda estadual. É alvo de ações de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Estadual: TJ-SP (segunda instância) – processo 9035424-43.2006.8.26.0000, TJ-SP (Comarca de São José do Rio Preto) – Processo nº 576.01.2010.062759-8. O TCE-SP julgou irregulares processos licitatórios e contratos firmados pela prefeitura de São José do Rio Preto: TCE-SP – processo 2832/008/04, TCE-SP – processo 313/008/02, TCE-SP – processo 2432/008/07

4 – Benedita Souza da Silva Sampaio – PT/RJ

TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – Processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal.

É alvo de ações de improbidade administrativa: TJ-RJ (Comarca do Rio de Janeiro) – processo 0040421-83.2007.8.19.0001, TJ-RJ (Comarca do Rio de Janeiro) – processo 0050419-80.2004.8.19.0001 e TJ-RJ (Comarca do Rio de Janeiro) – processo 0372416-70.2009.8.19.0001.

5 – Anthony William Garotinho Matheus De Oliveira (Anthony Garotinho) – PR/RJ

É alvo de inquéritos que apuram crimes eleitorais:

STF – Inquérito 2601/2007,

STF – inquérito 2704/2008,

TRF-2 (Seção Judiciária do Rio de Janeiro – Processo nº 2008.51.01.815397-2

– É réu em ação penal referente à máfia dos caça-níqueis e movida pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e crimes contra a administração pública. Chegou a ser condenado a dois anos meio de prisão. A pena foi convertida em prestação de serviços e suspensão de direitos.

É alvo de ações de improbidade administrativa:

TJ-RJ Comarca de Nova Iguaçu – processo 0026769-53.2005.8.19.0038,

TJ-RJ Comarca de São Fidelis – processo º 0000249-07.2011.8.19.0051,

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0050419-80.2004.8.19.0001,

TJ-RJ Comarca de Campos dos Goytacazes – processo 0011729-64.2009.8.19.0014,

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0040380-19.2007.8.19.0001,

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0040412-24.2007.8.19.0001, TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0039456-08.2007.8.19.0001,

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0064717-67.2010.8.19.0001,

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0183480-95.2008.8.19.0001,

TRE-RJ – processo 764689.2008.619.3802

– Em ação judicial eleitoral, foi condenado por abuso de poder econômico e uso indevido de veículo de comunicação social. A Justiça decretou inelegibilidade.

Igreja Universal do Reino de Deus

1 – José Heleno da Silva – PRB/SE

É alvo de ações de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Federal:

TRF-5 Seção Judiciária de Sergipe – processo 0005364-36.2010.4.05.8500,

TRF-5 Seção Judiciária de Sergipe – processo 0005511-67.2007.4.05.8500 (Acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias),

TRF-1 Seção Judiciária de Mato Grosso – processo 0015233-58.2008.4.01.3600

– É alvo de medidas investigatórias referentes à máfia das ambulâncias e conduzidas pelo Ministério Público Federal.

O TRE reprovou as prestações de contas do PL referentes aos exercícios financeiros de 2003 e de 2005, quando o parlamentar era dirigente do partido em nível regional:

TRE-SE – processo 34792.2004.625.0000,

TRE-SE – processo 438664.2006.625.0000

2 – Vitor Paulo Araújo dos Santos – PRB/RJ

STF – processo 592 – É réu em ação penal movida pelo Ministério Público por crimes eleitorais.

3 – Antonio Carlos Martins de Bulhões – PRB/SP

STF – inquérito 2930/ 2010 – É alvo de inquérito que apura peculato.

TRF-3 Seção Judiciária de São Paulo – Processo 0044601-82.2002.4.03.6182 – É alvo de ação de execução fiscal movida pela Fazenda Nacional.

TRF-3 Seção Judiciária de São Paulo – Inquérito 0005062-78.2003.4.03.6181 – É alvo de inquérito que apura apropriação indébita e crimes contra o patrimônio.

4 – Jhonatan Pereira de Jesus – PRB/RR

TRE-RR – processo 229176.2010.623.0000 – Teve reprovada a prestação de contas referente às eleições de 2010.

Igreja Do Evangelho Quadrangular

1 – Jefferson Alves de Campos – PSD/SP

TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal.

É alvo de ações de improbidade administrativa movidas pelo MPF por envolvimento com a máfia das ambulâncias:

TRF-3 Seção Judiciária de São Paulo – processo 0004928-22.2011.4.03.6100, TRF-3 Subseção Judiciária de Santos – processo 0000249-06.2007.4.03.6104

2 – Mário de Oliveira – PSC/MG

TRE-MG – Processo 60069.2011.613.0000 – É alvo de inquérito que apura crime eleitoral.

STF – inquérito 2727 – É alvo de inquérito que apura crimes de responsabilidade, contra a ordem tributária e previstos na lei de licitações, além de formação de quadrilha, falsidade ideológica, estelionato e lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores.

3 – Josué Bengtson – PTB/PA

TRF-1 Seção Judiciária do Pará – rocesso 3733-02.2007.4.01.3900 – É alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal.

TRF-1 Seção Judiciária de Mato Grosso – processo 0004032-69.2008.4.01.3600 – Acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias, é alvo de medidas investigatórias conduzidas pelo MPF por crimes previstos na lei de licitações.

Igreja Internacional da Graça

1- Rodrigo Moreira Ladeira Grilo – PSL/MG

2 – Jorge Tadeu Mudalen – DEM/SP

TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – Processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal.

Igreja Mundial do Poder de Deus

1 – José Olímpio Silveira Moraes (missionário José Olímpio) – PP/SP

TJ-SP Comarca de São Paulo – Processo 0424086-16.1997.8.26.0053 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual.

TJ-SP Comarca de Itu – processo 286.01.2009.514728-4 – É alvo de ação de execução fiscal movida pelo município de Itu.

2 – Francisco Floriano de Souza Silva – PR/RJ

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0139394-68.2010.8.19.0001 – É réu em ação penal movida pelo Ministério Público Estadual por lesão corporal decorrente de violência doméstica.

Igreja Metodista

1 – Walney Da Rocha Carvalho – PTB/RJ

STF – Processo 627 – É alvo de ação penal movida pelo Ministério Público Federal por corrupção passiva.

TRE-RJ – Processo nº 197118.2002.619.0000 – Teve reprovada prestação de contas referente às eleições de 2002.

É alvo de ações de execução fiscal movidas pelo município de Nova Iguaçu e pela Fazenda Nacional — por exemplo: TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – processo 0000562-61.2010.4.02.5110, TJ-RJ Comarca de Nova Iguaçu – processo 0112599-45.2009.8.19.0038, TJ-RJ Comarca de Nova Iguaçu – processo 0083231-88.2009.8.19.0038

2 – Áureo Lidio Moreira Ribeiro – PRTB/RJ

É alvo de ações de execução fiscal movidas pela Fazenda Nacional e pelo município de Duque de Caxias:

TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – processo 0000153-61.2005.4.02.5110,

TJ-RJ Comarca de Duque de Caxias – Processo nº 0005413-58.2002.8.19.0021.

Igreja Nova Vida

1 – Washington Reis de Oliveira – PMDB/RJ

STF – processo 618 – É alvo de ação penal movida pelo Ministério Público Federal por crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético e formação de quadrilha.

STF – inquérito 3192 – É alvo de inquérito que apura crimes eleitorais. É alvo de ações civis públicas, inclusive de improbidade administrativa, movidas pelo Ministério Público:

TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – Processo 0007523-23.2007.4.02.5110, TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – processo 0008324-65.2009.4.02.5110, TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – Processo 0003813-92.2007.4.02.5110 (Foi condenado por improbidade administrativa, pois não houve divulgação de recursos recebidos pela prefeitura de Duque de Caxias. A Justiça determinou a suspensão dos direitos políticos, a proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios/ incentivos fiscais ou creditícios e o pagamento de multa).

É alvo de ações de execução fiscal movidas pela Fazenda Nacional e pelo município de Duque de Caxias — por exemplo:TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – processo 0004113-83.2009.4.02.5110, TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – processo 0004857-78.2009.4.02.5110, TJ-RJ Comarca de Duque de Caxias – processo 0223580-32.2008.8.19.0021, TJ-RJ Comarca de Duque de Caxias – processo 0223582-02.2008.8.19.0021, TRE-RJ – processo 386718.2010.619.0000

– É alvo de ação de investigação judicial movida pelo Ministério Público Eleitoral por abuso de poder econômico. TRE-RJ – processo 772.2011.619.0000

– É alvo de representação movida pelo MPE por captação ou gasto ilícito de recursos financeiros de campanha eleitoral. TRE-RJ – Processo 674343.2010.619.0000

– É alvo de representação movida pelo MPE por conduta vedada a agente público. TCE-RJ detectou irregularidades e emitiu pareceres contrários à aprovação das contas referentes à administração financeira da prefeitura de Duque de Caxias: TCE-RJ – Processo 203.163-8/10. TCE-RJ – processo 206.291.7/09

Igreja Cristã Evangélica

1 – Iris de Araújo Resende Machado – PMDB/GO

TRE-GO – Processo nº 999423170.2006.609.0000 – Teve rejeitada prestação de contas referente às eleições de 2006.

Congregação Cristã no Brasil

1 – Bruna Dias Furlan – PSDB/SP

É alvo de representações movidas pelo Ministério Público Eleitoral por conduta vedada a agentes públicos: TRE-SP – processo 15170.2010.626.0199, TRE-SP – processo 1949115.2010.626.0000

Igreja Sara Nossa Terra

1 – Eduardo Cosentino da Cunha – PMDB/RJ

STF – inquérito 2984/ 2010 – É alvo de inquérito que apura uso de documento falso. STF – inquérito 3056

– É alvo de inquérito que apura crimes contra a ordem tributária. TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – processo 0031294-51.2004.4.01.3400

– É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal. TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0026321-60.2006.8.19.0001

– É alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual. TRE-RJ – processo 59664.2011.619.0000

– Alvo de representação movida pelo Ministério Público Eleitoral por captação ilícita de sufrágio. TRE-RJ – processo 9488.2010.619.0153

– Alvo de ação de investigação judicial eleitoral movida pelo MPE por abuso de poder econômico. TSE – processo 707/2007

– Alvo de recurso contra expedição de diploma apresentado pelo MPE por captação ilícita de sufrágio.

Com informações do site catolicas.org.br

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/bancada-evang%C3%A9lica-a-mais-ausente-inexpressiva-e-corrupta-de-todas

A Religião Mais Poderosa do Mundo

Anton Szandor LaVey

1997, publicado na revista The Cloven Hoof, nº 127 

A religião é aquilo que for a coisa mais importante na vida de uma pessoa. Se trenzinhos elétricos são a coisa mais relevante para alguém, essa é a religião dele. Qualquer coisa pode ser uma religião, se for algo que signifique muito. Se sua religião atual não é a coisa mais importante em sua vida, descarte-a. Encontre o que mais o anime e faça disso a sua religião. 

As religiões são fáceis de inventar. A maioria das religiões tradicionais têm pouco ou nada a ver com a realidade, dependem de ofuscação, interpretação, culpa e fé irracional – algumas mais que outras. Como o satanismo é essencialmente uma religião do eu, ele sustenta que o indivíduo e suas necessidades pessoais vêm em primeiro lugar. Se isso significa brincar com trens ou sapatos de salto alto ou cantar na banheira, esses são seus sacramentos e devoções. Fazer um inventário da sua coleção de histórias em quadrinhos antigas é como contar contas em um rosário, cada livro sendo uma estação da cruz. 

Antes de codificar o satanismo, permitindo-me integrar tudo de significância pessoal em uma forma adequada, primeiro considerei a religião do cachorrismo. O sistema de crenças fazia sentido, mas era muito limitado. O cachorrismo defende que, se você não pode comê-lo e não fodê-lo; mije nele. Por mais que eu respeite os cães e seus deuses, eu poderia me identificar mais com o gatismo, a principal religião dos gatos. Os cinco mandamentos do gatismo são: 

  1. Não corra, se você pode andar. 
  1. Não ande, se você pode ficar. 
  1. Não fique de pé se você pode sentar. 
  1. Não sente se você pode deitar, e 
  1. Não fique acordado se você pode tirar uma soneca.

O gatismo aconselha: “Aquele que dorme o dia todo / vive para dormir outro dia”, ou “Respeite o amigo que traz sua comida, pois ele foi sua escolha  ou vá e pegue você mesmo e mie mais alto, ”Entre outras homilias. 

O “princípio do prazer” de Freud deve ser o grande motivador de qualquer religião. O significado de qualquer fetiche é um parâmetro para sua prioridade. Quando um fetiche transcende todo o resto, incluindo as necessidades de sobrevivência, o resultado é o fanatismo religioso. Quando o equipamento de áudio tem prioridade sobre a música, a maneira como a música soa é mais importante que o som da música. O ato de se apaixonar pode ser mais importante do que a escolha de um companheiro. Se o tamanho de uma tela é mais importante do que o que está nela e o hardware e software mais recente ofusca a qualidade do produto inserido, o resultado é o fetichismo. 

Toda atividade que nos consome, portanto, deve ser reconhecida como religiosa e fetichista. Um satanista cujo hobby ou fetiche é o satanismo per se, não é mais um satanista do que aquele que, percebendo as indulgências defendidas pelo satanismo, aceita o nome. A diferença entre o homem ou a mulher que é satanista praticante, e o de uma identidade satanista é que o satanista praticante se apega a foto, enquanto a identidade satanista se apega ao porta-retrato. 

Aqueles que menosprezam e desdenham a Church of Satan também revelam em grau obsessivo seu fetiche. Na realidade e na prática, por seu interesse consumidor, eles revelam sua verdadeira religião – a Church of Satan Caso contrário, eles se virariam, se afastariam e se recusariam a se sujeitar àquilo de que não precisavam. Claramente, eles precisam de nós. Nós não precisamos deles. 

Nunca subestime os corolários sexuais ao fetichismo / religião. É muito fácil (e conveniente) descartar a excitação secreta. Assim como houve fetichistas de pés que trabalham em lojas de sapatos, existem escritores e artistas masturbacionistas que não têm nada a dizer e não escrevem nada que valha a pena ler. Sua produção equivale ao auto-prazer erótico se esfregando linha por linha, usando suas máquinas de escrever ou computadores como brinquedos sexuais. Isso pode levar à dependência sexual do computador. Complicado? As coisas mudaram desde que os monges tinham seus êxtases a luz de velas com seus  manuscritos. 

Às variedades da experiência religiosa podem ser tão interessantes quanto variedades de fetichismo. Embora possa haver muitas classificações, no geral, cada discípulo tem seu conjunto rígido de devoções preferidas e obrigatórias. Cada um tem palavras pessoais de poder como resultado desta destilação. Todos os caminhos levam a Roma para o praticante sério. É o princípio de redução de Spare, o sino de Pavlov. O católico devoto faz o sinal da cruz e murmura “valei-me os santos”. Os pentecostais gritam “Aleluia!” O judeu diz “Mazeltov”. Uma manifestação mais potente é possível quando se considera a verdadeira natureza da religião. Em vez disso, eles podem dizer: “Eu preciso de uma bebida”, “Um garota com uma bunda boa”, “Alguém pode me dar umas palmadas?” Todo fetichista/religioso tem palavras de ordem sagradas: “Cócegas”, “Mustang Cherry ’65 “, “Meias fedorentas” e milhões de outras mais. Os fetiches sexuais são provavelmente a preferência mais epicurista do animal humano. O menor detalhe é de grande importância e há pouca margem para erro. De fato, há menos espaço para desvio, do que em qualquer outro empreendimento humano. 

Se certas palavras e frases continuam aparecendo, é porque elas nunca são cansativas, sempre novas. A composição de jazz favorita do tio Louie pode ser a mesma velha música antiga para os outros, mas para o tio Louie, ela melhora com a idade – o que é mais do que se pode dizer do tio Louie É a sua Ave Maria. 

O satanismo é a única religião que serve para incentivar e aprimorar as preferências individuais, desde que haja admissão honesta dessas necessidades. Assim, a religião pessoal e indelével de uma pessoa (a imagem) é integrada em um porta-retrato perfeito. É uma celebração da individualidade sem hipocrisia, da solidariedade sem falta de espírito, da subjetividade objetiva. Não precisa haver desvio desses princípios. Eles devem negar sumariamente as contendas e discussões internas. Quaisquer tentativas de “reforma” satânica devem ser vistas pelo que são: criação de problemas onde não existem. Não deveria haver lugar em nenhuma religião para reformadores cuja própria religião é o fetiche da reforma. Existe até um lugar e um título para dissidentes compulsivos, e se eles podem usar o manto, são bem-vindos. Eles se iludirem como revolucionários. Em nossa casa o chamamos de “masoquistas”. 

Postagem original feita no https://mortesubita.net/satanismo/a-religiao-mais-poderosa-do-mundo-2/

Análise das Religiões

Acredita-se que ela (a religião) consiste em um sistema de idéias, exprimindo, mais ou menos adequadamente, um sistema de coisas. Mas esta característica da religião não é a única nem a mais importante. Antes de tudo, a religião supõe a ação de forças sui generis, que elevam o indivíduo acima dele mesmo, que o transportam para um meio distinto daquele no qual transcorre sua existência profana, e que o fazem viver uma vida muito diferente, mais elevada e mais intensa. O crente não é somente um homem que vê, que conhece coisas que o descrente ignora: é um homem que pode mais.

(Durkheim, 1977)

Não é novidade nenhuma que a religião tem um papel transformador nas pessoas, que vencem desafios impostos pela classe social com dignidade e obstinação. Isso é chamado resilência, e pode ser conferido in loco por quem for ao Coque, uma enorme comunidade marginalizada pela violência, onde a ONG Neimfa (Núcleo Educacional dos Irmãos Menores de Francisco de Assis) se instalou e, através das religiões (católica, evangélica, espírita, budista, hinduísta e umbandista) e da ciência (psicólogos, médicos, professores), fornece suporte físico, psicológico e espiritual para mais de 300 famílias, com resultados visíveis.
Max Weber (1864-1920) tem uma visão mais pragmática e funcional da religião, imaginando-a não como um sistema de crenças, mas sim “sistemas de regulamentação da vida que reúnem massas de fiéis”, voltando-se para o sentido que o ethos religioso atribui à conduta. Em seus textos Weber visa expor como as religiões geram ou constituem formas de ação e disposições gerais, relacionadas a determinados estilos de vida. Na análise do protestantismo, por exemplo, vemos essa relação, quando Lutero usa a palavra Beruf tanto pra se referir à vocação religiosa como ao trabalho secular (embora o autor diga que a afinidade do protestantismo com o espírito do capitalismo e do progresso como o entendemos hoje só remonta ao início do séc. XVIII). Assim, o pedreiro passa a servir a Deus construindo casas, o padeiro, fazendo pães, o comerciante, vendendo e comprando. Nessa linha, Deus não solicitava mais imagens ou templos ornados, mas determinada disposição em relação à vida cotidiana, à inserção e ao trabalho no mundo secular; trata-se do ascetismo intramundano, que nos lembra um pouco a filosofia zen budista de procurar estar dentro do mundo (não procurando algo fora dele), praticando sua religiosidade através das ações (mesmo as mais mundanas).

A ética protestante representa uma ruptura em relação à ética católica tradicional. A negação da devoção aos santos e seus milagres, a recusa a certos sacramentos e uma nova perspectiva de relação com o sagrado e com as ascese configuraram uma religiosidade menos ritualista e mágica e mais intelectualizada. O fiel protestante, racional, disciplinado e, fundamentalmente, previsível, é também o operário capitalista, necessariamente previsível e disciplinado. Assim, Weber busca articular o ethosreligioso com o ethos econômico no decurso da história. Segundo ele, pra cada formação religiosa há tipos específicos de “comunalização religiosa” e de “autoridade”. Dois tipos formulados por Weber são a “igreja” e a “seita”. A igreja implica um certo projeto universalista, que a coloca para além de laços tribais, familiares ou étnicos, assim como um corpo sacerdotal profissional, dogmas e cultos fundamentados em escrituras sagradas que se racionalizam e se institucionalizam progressivamente. Já a “seita” diz respeito a tipos de associações voluntárias de fiéis, que se caracterizam por uma certa ruptura com a sociedade mais geral. Os fiéis não seguem “profissionais religiosos”, mas autoridades carismáticas. Interessante notar como a Igreja católica entrou num movimento de reafirmação onde está cada vez mais distante da sociedade geral, admoestando os “católicos de fim de semana” e procurando valorizar os dogmas dentro de um núcleo doutrinário, excluindo o aculturamento… Quase uma seita.

Weber também se preocupa com as relações entre religiosidade e os diferentes grupos sociais. Assim, para as classes oprimidas politica, social ou economicamente, as crenças preferidas estariam relacionadas à possibilidade de “redenção” ou “compensação”, enquanto as classes privilegiadas e dominantes buscam formas de religiosidade que permitam “legitimação” das relações sociais estabelecidas. O espiritismo cumpriu muito bem ambos os papéis no Brasil quando, em plena ditadura militar, foi bem aceito pelos dois lados (militares e a população oprimida pela ditadura).
Peter Berger (1985) acredita que os homens são congenitamente forçados a impor uma ordem sinificativa à realidade, e aí entra o sentido da religião, como um escudo contra o terror.

Em um certo nível, o antônimo de sagrado é o profano (…) Em um nível mais profundo, todavia, o sagrado tem outra categoria oposta, a do caos. (…) A oposição entre o cosmo e o caos é frequentemente expressa por vários mitos cosmogônicos. (…) Achar-se em uma relação “correta” com o cosmos sagrado é ser protegido contra o pesadelo das ameaças do caos.Pode-se dizer que a religião desempenhou uma parte estratégica no empreendimento humano da construção do mundo. (…) A religião supõe que a ordem humana é projetada na totalidade do ser. Ou por outra, a religião é a ousada tentativa de conceber o universo inteiro como humanamente significativo.

Sigmund Freud (1856-1939) vê a religião como uma ilusão infantil, um sistema de defesa socialmente contruído com o qual o homem lida com sua condição fundamental de desamparo e sentimentos ambíguos em relação à figura paterna. Freud, assim, ignora o sentimento de transcendência e resilência que a religião aparentemente proporciona, preferindo colocar a experiência religiosa de eternidade e fusão como o Todo como um sentimento que não teria origem transcendental, mas sim algo intelectual/afetivo, como um retorno à experiência primeva do bebê, fundido com sua mãe. Embora Freud reconheça a religiosidade como vivência humana importante, tende a considerá-la derivada de outras experiências, não sendo, assim, uma experiência primária. Já a relação do Homem com Deus é apenas a projeção da relação com o pai (aimago paterna). Daí as relações intensas e ambíguas que surgem, como o Pai/Deus poderoso, dominante, protetor, onipresente, punitivo, odiado, vítima do ódio dos filhos e redentor.

Já Erik Erikson (1902-1994) relaciona a religião com a imago materna, ou seja, a experiência primeva com a mãe, a separação e a tentativa sempre recorrente de reencontro.
Carl Gustav Jung (1875–1961), como sempre, vai além do seu mestre e postula a religiosidade como elemento natural do psiquismo humano, uma parte constitutiva e essencial da natureza do próprio homem. Dessa forma, a religiosidade seria, por assim dizer, um instinto. Mas isso não quer dizer que as representações de Deus e dos elementos sagrados de cada cultura não sejam fenômenos socialmente construídos, mas sim baseadas num fundamento religioso humano universal.

Quando, por exemplo, a psicologia se refere à concepção da virgem, trata apenas do fato de que existe essa idéia, mas não da questão de estabelecer se essa idéia é verdadeira ou falsa em determinado sentido. A idéia é psicologicamente verdadeira na medida mesma em que existe.O pressuposto da existência de deuses e demônios invisíveis é, na minha opinião, uma formulação do inconsciente psicologicamente adequada, embora se trate de uma projeção antropomórfica. (…) tudo quanto se acha fora, quer seja de caráter divino ou demoníaco, deve retornar à alma, ao interior desconhecido do homem, de onde aparentemente saiu.Não é Deus que é um mito (como podem sugerir as ciências), mas o mito que é a revelação de uma vida divina no homem. Não somos nós que inventamos o mito, é ele que nos fala como Verbo de Deus.

Mas, para Jung, nem tudo na religiosidade é expressão dos recônditos da alma humana. Determinadas crenças, dogmas e ritos podem ser, de fato, recursos sociais protetores contra a experiência religiosa originária, imediata e, potencialmente, avassaladora:

A experiência imediata do arquétipo da divindade representa um impacto tão violento que o ego corre o perigo de desintegrar-se. Com os meios de defesa face a esses poderes, a essas existências mais fortes, o homem criou os rituais. Poucos são aqueles capazes de aguentar impunemente a experiência do numinoso. As cerimônias religiosas coletivas originam-se de necessidades de proteção, funcionam como anteparos entre o divino e o humano, isto é, entre o arquétipo da imagem de Deus – presente no inconsciente coletivo – e o ego.

Como vimos, a religião cumpre os mais diversos (e importantes) papéis na humanidade. Ela é social, é psíquica, é estruturadora, reguladora, é instintiva, projetiva, espelhada, transformadora, é cultural, espiritual, etc. Todos os pensadores acima não conseguiram englobar a multitude de aspectos da religião em uma teoria, mas a soma deles nos dá uma boa idéia de como precisamos encarar com respeito a religiosidade, não no aspecto do outro, mas de nós mesmos (que aspecto dela estamos trabalhando em nós nesse momento?).

#Religiões

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/an%C3%A1lise-das-religi%C3%B5es

Abaixo a Inteligência!

Gilberto Antônio Silva

O Taoismo é uma filosofia pouco conhecida no Brasil. Mas, além disso, o pouco que se conhece ainda está cheio de imprecisões e mal-entendidos. É muito difícil encontrarmos algum material que fale sobre o Taoismo como ele realmente é. Parece que temos em nosso país algum tipo de má vontade para com os antigos chineses, que impede as pessoas de executarem a mais ínfima pesquisa antes de sair falando de nossa filosofia como se fossem grandes especialistas.

Mas esse tipo de coisa não vem de hoje. Um dos assuntos preferidos pelos “especialistas” fictícios é o Wuwei, a não-ação. Ela já foi chamada de tudo e interpretada de todas as formas, exceto dentro das ideias taoistas propriamente ditas. Outra grande aberração intelectual é a própria ideia de “inteligência”, muito presente no Tao Te Ching. É dela que vou me ocupar neste artigo.
Existem algumas passagens do Tao Te Ching que falam sobre a inteligência, quase sempre de maneira pouco convidativa, ou assim nos parece à primeira vista. Veja alguns trechos:

CAPÍTULO 18
Quando se perde o Grande Caminho
Surgem a bondade e a justiça
Quando aparece a inteligência
Surge a grande hipocrisia
Quando os seis parentes não estão em paz
Surgem o amor filial e o amor paternal
Quando há desordem e confusão no reino
Surge o patriota

CAPÍTULO 19
Anule o sagrado e abandone a inteligência
E o povo cem vezes se beneficiará
Anule a bondade e abandone a justiça
E o povo retornará ao amor filial e ao amor paternal
Anule a engenhosidade e abandone o interesse
E não haverá mais ladrões nem roubos
Se estas três frases ditas não são o suficiente
Então faça existir aquilo em que se possa confiar
Encontrando e abraçando a simplicidade
Reduzindo o egoísmo e diminuindo os desejos

Com base nisso, os especialistas ocidentais já tiraram várias conclusões sobre o Taoismo, especialmente de que ele não gosta de estudo, é contra a educação e prega que se abandonem as cidades e vá todo mundo viver na floresta. Acredite, isso foi devidamente difundido como uma análise correta do Taoismo dentro do círculo filosófico ocidental.
Segundo o Manual de Filosofia, obra didática escolar muito popular em meados do século XX, de Theobaldo M. Santos,

“Lao-Tsé admitia a existência de uma Razão suprema, causa de todos os seres e norma de ação moral, e pregava a supremacia do bem comum e a defesa da paz e da tranqüilidade geral, para o que julgava indispensável abolir a instrução, fonte de desejos e inquietações.”

Se não fosse trágico, seria muito engraçado. Essa visão expressa nessa obra não é coisa incomum, já vi essas mesmas ideias de várias formas diferentes, em livros do começo do século XX até poucos anos atrás. Porque o erro persiste. Na verdade, o Taoismo, pelo contrário, é grande incentivador do estudo. Os três pilares da vida taoista são o Tao (o Caminho), o Shi (os Mestres) e o Jing (os livros).

Mas por que o Taoismo fala assim da inteligência? Antes de tudo é preciso conceituar a “inteligência” de que nos fala Laozi. Para o Taoismo, a inteligência é o equivalente à artimanha, à engenhosidade, à malícia. Ao fazer algo esperando receber outro algo em troca ou tentar conduzir as pessoas de modo a ter um ganho individual, usamos nossa “inteligência”. Isso, claro, é ilusório, posto que está ligado ao apego às coisas humanas, fruto da perda da Unicidade. Essa “inteligência” é fruto do mundo dualista, do universo manifestado e não do Tao, por isso deve ser evitado. Ela nos conduz para longe do Caminho.

Nos exemplos mostrados, o Capítulo 18 diz “Quando aparece a inteligência, surge a grande hipocrisia”. Isso significa que sempre que se usa de artimanhas e malícia, nosso verdadeiro objetivo está sendo ocultado, daí o surgimento da hipocrisia. Nossas ações não são sinceras, mas se destinam a determinados objetivos ocultos.

Já o Capítulo 19 é ainda mais incisivo ao dizer que “Anule o sagrado e abandone a inteligência e o povo cem vezes se beneficiará”. Aqui novamente se faz referência ao mundo dual, o universo manifestado que não é senão um pálido reflexo do Tao. “Anular o sagrado” significa deixar de enxergar o sagrado apenas nas coisas ditas “sagradas”, como templos, igrejas, livros, relíquias, e notar que o sagrado está em todas as coisas. Tudo está imerso no sagrado, pois tudo faz parte do Tao. “Abandonar a inteligência” tem o mesmo sentido que examinamos anteriormente, de eliminar a maquinação e a malícia em prol da sinceridade. Por fim, “o povo cem vezes se beneficiará” é um recado não apenas aos governantes, mas a todos nós, que somos o povo. Agir com sinceridade e enxergando o sagrado em tudo, e principalmente em todos, é o caminho certo para uma sociedade mais harmoniosa.

O oposto a essa inteligência é chamado de “não-intenção”, da qual Mestre Wu Jhy Cherng nos fala repetidamente em seus comentários sobre o Tao Te Ching. Quando falamos em não-ação (Wuwei) não falamos sobre a imobilidade, o não fazer nada, mas em agir segundo os movimentos naturais, seguir a natureza. A não-intenção é fundamental para que essas atitudes estejam dentro do Wuwei. Fazer algo simplesmente porque deve ser feito, sem prestar atenção ou exprimir desejos quanto aos frutos de seu resultado, está em completa concordância com a não-ação.
Se uma senhora anda na rua cheia de pacotes e um cai, você automaticamente se abaixa, pega o pacote e o devolve a ela. É um movimento natural. Não fez isso porque espera uma recompensa dela, porque vai ganhar méritos no Céu, porque Deus mandou ou qualquer outro motivo. Agiu porque era o que devia ser feito naquele momento.
A não-intenção é a essência interior da ética taoista na qual não existem regras de conduta explícitas, mas onde o praticante deve unicamente seguir o Tao, seguir a natureza e fazer o que deve ser feito. Sem maquinações, sem planos mirabolantes e sem esperar recompensas ou favorecimentos. Sem usar sua “inteligência”.

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Gilberto Antônio Silva é Parapsicólogo, Terapeuta e Jornalista. Como Taoista, atua amplamente na pesquisa e divulgação desta fantástica filosofia e cultura chinesa através de cursos, palestras e artigos. É autor de 14 livros, a maioria sobre cultura oriental e Taoismo, e Editor Responsável da revista Daojia, especializada em filosofia e artes taoistas e cultura chinesa. Sites: www.taoismo.org e www.laoshan.com.br

#Tao #taoísmo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/abaixo-a-intelig%C3%AAncia

Jainismo – A Religião do Protesto e da Não-Violência

O Jainismo, a religião do protesto e da não-violência na Índia, é originária do século VI a.C. Um de seus líderes foi Jina, o Vencedor, outro foi Mahavira, o Grande Herói. A religião protestava contra o complicado ritualismo e a impessoalidade do Hinduísmo.

Entre as afirmações do Jainismo que ainda existem está a coexistência de duas categorias eternamente independentes conhecidas como Jiva (animado, alma viva: o desfrutador) e Ajiva (objeto inanimado, não vivo: o desfrutado).

Os jainistas acreditam fortemente no karma. Eles afirmam que as ações da mente, fala e corpo produzem sutis partículas infra-atômicas de matéria que causam a escravidão da alma individual. Para evitar essa escravidão ou aprisionamento, a pessoa deve abster-se da violência para não causar sofrimento na vida. Alcança-se a salvação praticando as três “joias”: da fé correta, do conhecimento correto e da conduta correta.

Os espíritos conhecem sua identidade passando por sucessivas encarnações. Depois de nove encarnações vem a obtenção do Nirvana.

Os Yatis (ascetas) atingem o Nirvana com os cinco votos, panca-mahavrata: ahimsa, nunca infligir dano a qualquer criatura; satya, ser sempre verdadeiro; asteya, nunca roubar; brahmacarya, para praticar a contenção sexual; e aparig-raha, para desistir de bens mundanos. Esses votos ajudam a promover o autodomínio.

Os jainistas adoravam muitos dos deuses hindus, além de dois grandes profetas Mahavira e Jina. Eles acreditam que uma sucessão de 24 Tirthankaras (santos) originou sua religião com Mahavira o grande herói e Jina, figuras históricas, sendo o último desses santos.

As duas principais seitas dos jainistas, os monges de Digambara (vestidos de espaço ou nus) e os monges de Svetambara (vestidos de branco, ou vestindo roupas brancas), produziram grandes quantidades de literatura secular e religiosa nas línguas prácrito e sânscrito.

A maior parte da arte jainista foi encontrada principalmente em templos de cavernas elaboradamente decorados com pedras esculpidas e manuscritos ilustrados. Esta arte foi modelada após o budismo, mas era mais rica em textura e fertilidade. A maioria foi destruída no século 12, quando algumas seitas rejeitaram a adoração de imagens. As invasões muçulmanas saquearam muitos dos tesouros de arte também. No século 18, a inspiração da iconoclastia foi rejeitada ainda mais na adoração no templo. Rituais complicados foram substituídos por práticas de culto mais austeras.

Atualmente a religião está localizada principalmente na parte mais ao norte da Índia, na região de Bombaim (Mumbai) e nas maiores cidades da península indiana. Na década de 1960, os jainistas somavam apenas 1.500.000, mas influenciaram predominantemente a religião hindu. Os jainistas são principalmente comerciantes, e sua riqueza e autoridade os tornam muito influentes.

A maioria, se não todos, os jainistas praticam o ahimsa, a não violência, o que levou a referências extremas para a vida animal. Isto é especialmente verdadeiro para os ascetas, os Yatis. Exemplo desses extremos são usar um pano sobre a boca da pessoa para evitar que insetos voem e entrem nela e assim morram, carregar uma escova ou vassoura para varrer o local onde ela está prestes a se sentar e remover o risco de fazer mal a qualquer criatura viva.

Essas práticas de não-violência dos ascetas Yatis influenciaram muito o líder nacionalista indiano Mohandas Karamchand Gandhi, o Mahatma Gandhi, cujas ações geraram ainda o maior movimento não-violento em todo o mundo e continuam influenciando outros movimentos não-violentos até os dias de hoje.

A.G.H.

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Jainism, by A.G.H.

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/yoga-fire/jainismo-a-religiao-do-protesto-e-da-nao-violencia/

Tempo de Despertar

Escrevi isso exatos dez anos atrás.. fiquei muito relutante em publicar, mas várias “indicações” ao longo do caminho me fizeram ter a certeza de que devo publicar sim. Espero que ninguém se sinta particularmente ofendido, pois não escrevi pensando em ninguém em especial:

Sabe, eu sempre procurei aliar meus estudos esotéricos a um objetivo prático. De nada adianta toda a teoria se não há um impacto aqui e agora em nossas vidas. Isso não quer dizer que ao ler “Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra” eu vá passar a aplicar isso automaticamente, mas tenho de ter um mínimo de bom-senso de que aquele deve ser meu objetivo. Então eu fico realmente cabreiro com o monte de teoria inútil que é distribuída por aí e que não fazem diferença alguma na vida de ninguém!! São em sua maioria canalizações, que espalham de forma indiscriminada coisas como duplicação de DNA, transmutação em corpo de luz, fim dos tempos, chegada dos extraterrestres, etc.

Ora, de que me adianta saber destas coisas que não têm nenhum paralelo com o mundo real e não servem nem como abstração para a evolução do meu espírito? Por exemplo, quando estudo sobre corpo astral (que é um troço abstrato) essa informação vai ter um impacto em minha vida. Como? Sabendo que eu tenho um corpo astral, que me interpenetra e é susceptível às energias circundantes, saberei que ele também precisa de limpeza e proteção, como o meu corpo físico, e ainda MAIS que ele, por não haver as limitações físicas de alcance e interação com outros corpos. Como posso comprovar essa teoria na prática? Conversando com aquele chato sanguessuga do trabalho, indo a um “inferninho”… Enfim, em pessoas sensíveis os efeitos são gritantes. Se eu fosse clarividente até me interessaria pelas cores da aura, que denotam a intenção do pensamento da pessoa, mas não sou, então essa informação não me interessa (mas pode ser útil pra milhares de outras pessoas!). Se eu me projetasse (saísse do corpo) com facilidade, a informação de que o corpo se subdivide em 7 corpos cada vez menos materiais poderia me ser útil, mas eu mal consigo sair do primeiro corpo!! Não me adianta querer fazer uma tese de mestrado se eu ainda não saí do primário!

Há alguns anos tais informações só estavam acessíveis a quem realmente precisasse delas, pois a obtenção era difícil e exigia real interesse. Com a Internet e o modismo esotérico, fala-se em “salto quântico” como se fosse falar de novela, em contextos totalmente incoerentes, e muitas vezes a pessoa que usou o termo mal sabe o que é um quanta!

Onde estou tentando chegar? No samba do esotérico doido que se tornou o ocultismo hoje, que mistura ufologia, ciência, todas as religiões possíveis (preferencialmente o judaísmo, porque estudar Cabalá “é muito chique”) e previsões catastróficas do futuro. Nem os Santos Católicos escapam: tem um site que traz supostas canalizações de uma Nossa Senhora da Aparecida que diz o tempo todo que “O que digo não é para causar-vos medo”, mas não tem uma mensagem sequer que ela não fale uma dúzia de desgraças como “Atenas tropeçará e perderá sua fama. O Braço forte de Deus agirá. Grande sofrimento experimentarão os habitantes da Dinamarca, Bélgica e Alemanha. A morte passará pelo Ceará. Arrependei-vos.” Tudo isso numa só linha! Não sabia que a mãe de Jesus era porta-voz do Apocalipse… Ora, o que se pode tirar de útil disso? Será que a Santa está insinuando que devemos nos converter pelo medo, como na Idade Média? Será que Jesus pregava através do medo? Considerando que o site não parece ter fins lucrativos (embora tenha doações envolvidas no meio) é de se pensar que seja alguma doença mental, ou então devemos aceitar que a mãe de Jesus tenha uma péssima assessoria de comunicação e tenha de descer sua vibração dos mais altos planos a cada dois dias para contatar pessoalmente alguém no Brasil pra ficar repassando mensagens vazias (A morte passará em tal local…), redundantes (ela já ameaçou o Japão três vezes) e intimidadoras.

Sei que eu não devia estar falando essas coisas das crenças dos outros, mas existe uma grande diferença entre respeito e covardia. Eu estaria sendo omisso comigo mesmo se, dentro do meu próprio blog não alertasse as pessoas que vêm em busca de informações de cunho espiritual. Jesus disse para olhar primeiro para a trave em nosso próprio olho, mas não deixava de criticar os hipócritas e aproveitadores da fé de sua época. Estaria sim, sendo desrespeitoso se entrasse no site deles para criticá-los.

Dito isso, vamos a outro tópico que me dá nos nervos: A tal da mudança do DNA. Isso surgiu em algum canto dos EUA e foi traduzido em diversas línguas, onde um tal de Dr. Berrenda Fox, com “doutorado em Fisiologia e Naturopatia” sugere (sem evidência científica alguma, claro) que o nosso DNA está mudando… e MUITO. Isso se espalhou como fogo pelas comunidades esquisotéricas. Um MÍNIMO de formação acadêmica já descartaria tal teoria como um absurdo, afinal, muitos sabem que a diferença entre o DNA do homem e do macaco é de apenas 1,5%, e como eu acredito que em tais comunidades existam médicos e professores, me parece ser mais uma questão de constrangimento que cria um véu de “tabu” ao redor desse assunto. Vejamos alguns trechos do artigo, onde vocês verão as inconsistências do texto:

Pergunta: Quais são as mudanças que estão ocorrendo neste momento no planeta, e como nossos corpos têm sido afetados?
Berrenda Fox: Existem grandes mudanças, mutações que não ocorriam, de acordo com geneticistas, desde quando, supostamente, saímos da água. Há alguns anos atrás, na cidade do México, houve uma convenção de geneticistas de todo o mundo e o tópico principal foi a mudança no DNA. Nós estamos fazendo uma mudança evolucionária, embora não saibamos em no que vamos nos transformar.

Pergunta: Como está mudando o nosso DNA?
Berrenda Fox: Todas as pessoas têm uma hélice dupla de DNA. O que estamos descobrindo é que existem outras hélices que estão sendo formadas. Na hélice dupla, existem duas seqüências de DNA enroladas em uma espiral. Meu entendimento é o de que iremos desenvolver doze hélices. Durante este tempo, que parece ter começado talvez entre 5 e 20 anos atrás, temos sofrido uma mutação. Esta é a explicação científica. É uma mutação da nossa espécie em algo para o qual o resultado final ainda não é conhecido.
As mudanças não são conhecidas publicamente, porque a comunidade científica sente que isso iria amedrontar a população. De qualquer forma, as pessoas estão mudando a nível celular. Estou trabalhando atualmente com três crianças que possuem três hélices de DNA.

E tem mais:

DNA, MUDANÇAS CORPORAIS E RECOMENDAÇÕES
Extraído do artigo “A imagem superior” por Susanna Thorpe-Clark

Nós estamos sendo mudados fisicamente de seres basicamente carbônicos com duas seqüências de DNA para seres cristalinos com 1.024 seqüências de DNA (eventualmente), porque apenas substâncias cristalinas podem existir em níveis dimensionais mais elevados.
Na verdade, estamos fundindo nossos corpos com seqüências de DNA dos Sírios, já que este formato é suficientemente próximo ao nosso para que nos integremos com relativamente poucos efeitos colaterais…

_____________
Agora sim, uma explicação satisfatória… Eu bem que desconfiava que esses ETs de Sírios estavam querendo fundir com a gente… Eles que fundam a mãe, porque comigo não!

Se o bom-senso não for satisfatório pra descartar estes textos, então faço uso de uma réplica supostamente escrita por um PHD na comunidade “Biologia” do Orkut:

“Nunca me vi perdendo tanto tempo numa leitura absurda como esta de Berrenda Fox! As mutações acontecem, mas elas são postas em cheque quanto à letalidade do fenótipo apresentado ou sua implicação fisiológica geral no indivíduo.

Por exemplo:
1) Se o novo caractere for inócuo à sobrevivência do portador, ele pode se perpetuar com suas descendências em F1, F2, etc, ou poderá se combinar com os genes de seus compares, consortes ou se diluir depois de gerações e desaparecer por completo.

2) Se o novo caractere apresentar letalidade, então dificilmente apresentará uma variabilidade crescente (culminando depois em presença dominante genética) como conta o texto.

Absurdo! É até um paradoxo pensar nesta segunda hipótese, sem dúvida contra a herança genética como a conhecemos, e implicando diretamente em aberração à lógica da partilha de genes e sua recessividade/dominância.

NÃO, o nosso ADN (DNA) não está mudando como diz o texto. 12 hélices? Acho que o autor leu muito as histórias de Gene Roddenberry e quer passar algumas das idéias dos episódios de Star Trek em forma de ciência para fazer sucesso imediato nas revistas de pasquim, boletins via email da internet, manchetes de supermercados ou para deslumbrar o leigo com fantasias destoantes.

Mutação é uma ocorrência no ADN que pode ser transmitida para futuras gerações, dependendo do tamanho da seqüência do ADN que modificou, levando o portador daquela mudança a manifestar caracteres lesivos ou não a sua saúde, anatomia ou comportamento.

Algumas mutações são benéficas – como as que aconteceram com certos seres aquáticos quando evoluíram de uma vida totalmente aquática para uma semi-aquática e semi-terrestre, vindo a surgir assim os anfíbios, certos répteis e quelônios. Muitas espécies surgiram assim, através de mutações genéticas, muitas delas mantiveram a capacidade natural de se autopreservar e outras acabaram mal por falta de mecanismos de adaptação ao ambiente.

Outras mutações são inofensivas, como a perda de funcionalidade de nosso apêndice vermiforme (que se suspeita ser parte ativa de um intestino mais largo em pitecantropos – antepassados da espécie humana há centenas de milhares de anos).

Existem ainda as mutações danosas, como as que acontecem no aparecimento de cânceres, em aneuploidias diversas que acontecem entre nós (propiciando doenças e síndromes que dificultam a sobrevivência da espécie, incapacitando os portadores sexualmente, psicologicamente, imunologicamente, socialmente e patologicamente).

As mutações podem modificar o ADN de todas as células humanas sim, pelo menos daquele portador e seus descendentes (vide o que eu escrevi acima, sob certas circunstâncias), mas NÃO VÃO MODIFICAR TODO O ADN.

As mutações podem desequilibrar células somáticas (de todo o corpo) e/ou germinativas (nossos gametas, espermatozóides nos homens e óvulos nas mulheres), e freqüentemente apresentam estas falhas de código no ADN, negando a captação ou síntese de proteínas pelos genes, ou podem passar despercebidas caso atingirem áreas do ADN que não sejam hábeis a traduzir sequência de proteínas (íntrons).

Além disso, existem outros certos tipos de mutações que ocorrem apenas em células especializadas, ou em áreas localizadas como o que acontece em mosaicos durante alguma malformação na meiose ou em heterotopias subcorticais (o que acontece com algumas desordens de migração neuronal com a ativação parcial do gene LIS1).

Algumas dessas mutações são corrigidas pelo próprio ADN, a nível molecular através de uma rede de sinais celulares, enzimas diversos, ou equipamento regulador do ARN, etc, outras não precisarão ser corrigidas por caírem em regiões neutras do ADN, conforme descrito antes.

Mas o que acontece com mutações num período curto? Num período de 6 anos ou menos, a poluição poderia influenciar no aparecimento de novas mutações, assim como radiação, medicamentos, substâncias tóxicas administradas como drogas ou aditivos alimentares, respostas à infecção viral e bacteriana, cânceres e combinação deletéria de uma série de doenças genéticas em uma pequena população.

O resultado que possa se apresentar diferente do normativo (num indivíduo adulto) em decorrência da alteração genética de seus cromossomos por alguma mutação é conseqüência de alguma doença, síndrome ou aparecimento de debilidades diversas de cunho anatômico, comportamental, etc, isoladamente.

Acho muito difícil que isso venha implicar em uma total reestruturação biológica populacional com o escopo de criar uma nova espécie daquele ponto em diante somente em 6 anos, conforme o texto se coaduna, ou até mesmo em 50 anos!

Para se criar uma espécie é preciso muito mais tempo, muitos mais descendentes, todos funcionalmente interativos e cooperativos para a transmissão dos novos caracteres (cientes ou não deste fim) para as futuras gerações, e se possível em algum ambiente isolado e sem participação de fatores que permitam descontinuar o desenvolvimento próprio destes novos caracteres. Ou seja, algo como que ocorreu nas ilhas Galápagos, ao longo de séculos, seria um exemplo mais apropriado para que isso desse certo.

Seremos os mesmo no futuro, porém melhores…

Existem textos mais brilhantes que aventam a possibilidade da espécie humana estar mudando, acrescendo-se de novas características funcionais, eliminando aquelas nocivas, prejudiciais e deletérias, e fazendo aos poucos uma nova espécie que se acomode aos desafios do ambiente, aprenda a manipular melhor as diferentes facetas da natureza, adaptando-se ao meio melhor e enriquecendo a massa encefálica com novas e mais amplas conexões sinápticas. Eu vejo o homem do futuro, um ser com um ADN muito próximo ao atual (com pouquíssimas modificações), mas com uma anatomia muito mais adaptada ao mundo do que a que temos hoje – com maior volume encefálico, maiores defesas epiteliais, maior eficácia cárdio-respiratória, vascular, óssea, com maiores habilidades carpo-cinéticas, visuais, degustatórias, e de percepção… e menos pilosidade corporal.

Sem dúvida seremos humanos, mas é duvidoso que seremos uma espécie nova com outro ADN, ou com um ADN exógeno (a não ser que encontremos melhores espécies fora deste planeta, e com isso decidamos incorporar ou combinar nosso ADN com os da espécie mais talentosa, com devido indulto e reverência à astrobiologia, claro, heheheh).”

Bem, vamos passar a outro tópico: Mestres Ascensionados. Taí um assunto que já foi interessante, há alguns anos, quando estava vinculado tão-somente aos Sete Raios. Até fiz um post a respeito. Os Sete Raios podiam servir como “teste vocacional espiritual”, algo como um guia, um horóscopo, mas já naquela época estava se iniciando um movimento de glorificação do Saint-Germain como uma espécie de “Jesus da Nova Era”. E os outros Mestres ganharam status de santos, da mesma forma que na Igreja Católica. Se você quer ter sucesso em certa área da vida, reze ou acenda uma vela pra o Mestre tal, na cor tal (à venda nos shoppings e nas tendas esotéricas de duendes e bruxinhas).

Temos também o Ashtar Sheran, um ser alto, louro e nórdico das galáxias, protetor do planeta Terra e comandante-em-chefe das tropas estrelares da Confederação Intergaláctica da Grande Fraternidade Branca Universal, a serviço de Jesus (que é conhecido nesses meios por Sananda)! Pra quem não conhece, essa é a Ufologia mística, que aterroriza todos os pesquisadores SÉRIOS do estudo ufológico e contribui para que o fenômeno UFO seja ridicularizado. A idéia de Ashtar é antiga (1952), e sua missão é enviar mensagens aos habitantes do Planeta Terra, para que estes tomassem consciência de suas ações; orientar e ajudar durante os períodos de transição da Terra para uma “dimensão superior” e resgatar seres-humanos que estivessem “preparados” ou em perigo, para serem novamente recolocados na Terra, após um inevitável cataclismo que estaria se aproximando (há mais de 50 anos!). Ou seja, é mais uma seita apocalíptica de “eleitos” que prevê uma forma new-age de arrebatamento. Isso é mais velho do que andar para frente, só que, para as pessoas de hoje, insatisfeitas com o catolicismo e ainda dependentes de mitos e grupinhos fechados, isso cai como uma luva para suas aspirações, afinal, basta entrar para o grupo (e ler todas as mensagens) para se tornar uma pessoa especial, que vai ser “salva” nessa espécie de “juízo final”. Não precisa nem pagar dízimo! Mas é preciso ter cuidado os Greys, aqueles alienígenas cinzentos do cabeção. Tudo o que lhe acontecer de ruim você pode pôr a culpa neles, afinal, você agora é um trabalhador da luz, e os demônios da nova era irão persegui-lo. Por isso, NÃO SAIA DO NOSSO GRUPO ou você estará vulnerável! Perceberam?

Claro, devido a quantidade de grupos espalhados pelo Brasil que lidam com Ashtar e Mestres Ascensionados, é impossível não estar cometendo uma injustiça com alguns deles. É como se eu pegasse um centro espírita onde se faz charlatanismo e dissesse que todos são assim. Mas é preciso SIM ficar de olhos bem abertos. O Fantástico desse domingo vai começar uma série que visa desmistificar aqueles “gurus” que se fazem passar por místicos, seres iluminados com percepção extra-sensorial, e tal, mas que são na verdade aproveitadores cujo “poder” é apenas ler as mensagens que as próprias pessoas passam no dia-a-dia, com roupas, gestos, expressões, etc.

#Espiritualidade #espiritualismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/tempo-de-despertar