Alquimia dos Elementos

E papel de todo alquimista ter pleno domínio dos cinco elementos. O numero cinco sempre foi representado como místico, magico e essencialmente humano. Basta se lembrar que cinco são os sentidos, cinco os dedos da mão e do pé, cinco representa o homem como estrela, com os braços e pernas abertos dentro do pentagrama. Lorena de Mantheia (O Ocultismo Sem Mistérios) explica que “O número cinco tira seu simbolismo do fato de ser: por um lado a soma do primeiro numero par e do primeiro  numero ímpar (2+3) e, por outro lado, de estar no meio dos nove primeiros números”. “E ainda o símbolo do homem (braços abertos, o homem parece disposto em cinco partes em forma de cruz: os dois braços, o busto, o centro – abrigo do coração – a cabeça, as duas pernas). Símbolo igualmente do Universo: dois eixos, um vertical, outro horizontal, passando por um mesmo centro.” Alem disso, cinco são os elementos: o éter (elemento imaterial), ar, terra, água e fogo (elementos materiais). O fato de o éter estar acima dos demais elementos significa que rege os demais, na realização da magica.

O Pentagrama

Estrela de cinco pontas, formada por cinco linhas num traço único; na Antiguidade visto também como penetração quíntupla da primeira letra do alfabeto grego, como pentalfa. Em consonância com o número cinco, inicialmente símbolo da harmonia cósmica. O pentagrama, utilizado pelos pitagóricos como sinal de saúde e de salvação, tornou-se símbolo médico. No exército bizantino o pentalfa (=pentagrama) sobre os escudos servia como uma espécie de emblema de vitória. O pentagrama refere-se aos cinco elementos: éter, único elemento que e imaterial e serve para harmonizar os outros quatro, materiais, que são o ar, o fogo, a terra e a água.

Segundo Eliphas Levi, se invertido o pentagrama, o caminho seria  involutivo, em busca do nada, da mentira etc., no qual não se pode concordar, uma vez que o melhor entendimento para a referida inversão e a aceitação dos aspectos “negativos” do ser, sem o qual a pessoa  continua dividida entre uma parte de si “que gosta” e a outra parte, “que não gosta”. O primeiro passo e aceitar esta parte “de que não gosta”. Por outro lado, pelo simples fato de esta parte ter sido sempre reprimida, representa um alto poder magico que pode transformar a vida do mago na ascensão pelo caminho da matéria. Confira um estudo detalhado do pentagrama nesse artigo da Lucifer Luciferax

O alquimista e estudante de hermetismo aprenderão que os quatro elementos são regidos pelo quinto, éter. É o momento de se observar como este se manifesta através dos demais.

Terra

A Terra é um elemento de polaridade feminina , associado a fertilidade, à matéria , à origem do homem como espécie e sua ligação  com a natureza. Os signos astrológicos da terra são touro, capricórnio e virgem. Como os signos podem ser cardeais (iniciar uma ação), fixos (estabilizar o que for realizado) e mutáveis (alterar o que foi estabilizado), Capricórnio  e um signo cardeal, voltado para a ação material; o Touro e um signo fixo, para acumular bens materiais; e Virgem um signo mutável, para alterar o que aprendeu através de suas experiências, para aperfeiçoar.

Anna Maria da Costa Ribeiro (Conhecimento da Astrologia) diz que “A terra é pratica, objetiva, concreta, vê a utilidade pratica das coisas.” O atributo humano mais marcante da terra e a Sensação.

Características:

Ponto Cardeal : Norte
Sinal do Elemento : set
Príncipe Infernal : Belial
Chakra : básico
Clima : seco e frio
Cor : amarelo
Estação : inverno
Lua : lua negra
Sentido : Tato
Símbolo : Quadrado
Ativa : fome, alegria da vida, prazer espiritual, germinação de idéias e objetivos, fortalece o trabalho, atrai rendas , energia física e equilíbrio.

Fogo

O fogo é um elemento de polaridade masculina, de poder transformador – ele destrói o que está desgastado para dar lugar ao novo. Também estimula  a intuição a percepção
extrasensorial, a sexualidade, a vitalidade e o senso de liderança. Na astrologia, os signos são Aries, cardeal, com ação para firmar sua identidade; Leão, fixo, a fim de manter sua identidade; e Sagitário, mutável, com o escopo de alterar ideais, a fim de melhor se expressar socialmente, através de considerações filosóficas, intelectuais e religiosas. A maior característica de fogo é a Intuição. Anna Maria relata as qualidades desse  elemento: “Entusiasmo, alegria, otimismo, espontaneidade.”

Características

Ponto Cardeal : Sul
Sinal do Elemento : thoum-aesh-neith
Príncipe Infernal : Satã
Chakra : Plexo Solar
Clima : Seco e Quente
Cor : Vermelho
Estação : Verão
Lua : Cheia
Sentido : Visão
Símbolo : Triângulo
Ativa :Aumento de Energia, Agressividade, Bem-Estar físico, Queima do que não presta.

Água

A água é um elemento de polaridade feminina, associado às mutações, aos sonhos ao inconsciente e as emoções em geral.  O signo cardeal e o câncer, ligado a ação emocional; o signo fixo e o escorpião, no sentido de controlar as emoções; o signo mutável, peixes, que adapta-se as situações, conforme as suas vivências e percepções emocionais ou psíquicas. Sua característica e o Sentimento, “percebe as coisas por via emocional, sentindo-se logo bem ou mal nas situações ou com pessoas” (Anna Maria). “Para água só o sentimento e real. Subjetivo, intimo e profundo.

Características

Ponto Cardeal : Oeste
Sinal do Elemento : auromoth
Príncipe Infernal : Leviatã.
Chakra : Umbilical
Clima : úmido e frio
Cor : Prata
Estação : Outono
Lua : Minguante
Sentido : Paladar
Símbolo : Meia Lua
Ativa : Tomada de decisões , manipulação de emoções, meditação.

Ar

O signo cardeal é libra, regedor da ação social e intelectual; o signo fixo e aquário, mantenedor das suas idéias; e o signo mutável e gêmeos, alterador daquilo que prende social ou intelectualmente. A característica marcante e o Pensamento, “porque elabora coisas intelectualmente, raciocina e relaciona-se com coisas e pessoas. E abstrato.” Tem como qualidades a objetividade, capaz de ver o ponto de vista do outro mesmo quando zangado, por isso sabe lidar com as decepções de forma filosófica. Boas maneiras, reflexão e explicações” (Anna Maria).

Características

Ponto Cardeal : Leste
Sinal do Elemento : shu
Príncipe Infernal : Lúcifer.
Chakra : Cardíaco
Clima : úmido e quente
Cor : Azul
Estação : Primavera
Lua : Crescente
Sentido : Olfato
Símbolo : Círculo
Ativa : Inteligência Clareza de idéias memória .

Para finalizar o estudo, deve-se descrever o sinal de cada elemento. O  fogo é representado pelas mãos juntas na testa, com a palma para fora, formando um triângulo no espaço vazio entre as junções dos polegares e indicadores. O ar e representado pelas mãos espalmadas para cima da cabeça, como se fosse Atlas segurando o globo terrestre. A água, pela mesma junção da do fogo, só que agora o triângulo e apontado para baixo, com as mãos sobre o plexo solar. Finalmente, a terra, por uma postura similar a da letra hebraica Aleph , ou seja, a mão direita espalmada para a frente, por cima da cabeça, a mão esquerda, espalmada para baixo e recuada, o pé direito situado a frente do corpo e o esquerdo, atrás.


Quer aprender alquimia do zero? Conheça o Principia Alchimica: o manual prático da alquimia.


 

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alquimia/alquimia-dos-elementos/

Alkahest do Reino Vegetal

Curso de John Reid sobre Alquimia Prática – II. Capítulo 5.

Na espagíria existe um mênstruo especial chamado alkahest. Este produto é capaz de extrair o enxofre espagírico de plantas e minerais em um tempo muito curto, economizando muito tempo e trabalho do alquimista. Este mênstruo é realmente muito fácil de preparar. Requer apenas paciência e diligência no trabalho.

Pegue um galão de vinho tinto e retifique-o sete vezes, conforme descrito anteriormente. Quando terminar, guarde o álcool em um frasco de conserva rotulado como tal. Certifique-se também de salvar o catarro que sobrou das retificações. A tintura de cor escura que permanece após a retificação deve ser fervida suavemente. No fundo do recipiente, você verá um tom de mel. Seque isso por evaporação até formar uma goma ou substância endurecida semelhante ao alcatrão.

Pegue três recipientes de plástico de um galão de vinagre de vinho tinto e coloque-os no freezer sem as tampas. Deixe o vinagre congelar durante a noite. Retire os recipientes do congelador e inverta-os para permitir que o vinagre escorra dos recipientes para outro. Depois de algumas horas, você verá que uma água colorida com cheiro forte encheu o segundo recipiente. No primeiro fica um tampão de água congelada. Repita este procedimento pelo menos sete vezes e sua água ficará afiada e muito penetrante. Certifique-se de guardar a água dos tampões de gelo. Pegue o vinagre concentrado  após suas sete retificações e coloque-o em um frasco de destilação. Monte um trem de destilação e aplique calor. Destile lentamente e você obterá uma fração que chega a 100 graus C (água) e outra que chega a 103 graus C e atinge o pico de 105 graus C (vinagre concentrado). Você deve trocar os receptores entre o momento em que toda a água foi destilada e o espírito corrosivo começa a chegar. Certifique-se, porém, de não queimar a tintura colorida, incitando o fogo a precipitar-se. Para a tintura no receptor em um frasco de conserva marcado “tintura de vinagre”. Este procedimento deve ser repetido mais três vezes. Mas apenas destilar a água e não fazer o espírito voar.

Separe a água que sobrou dos tampões de gelo na tintura colorida deixada após a destilação. Seque este líquido em uma goma ou alcatrão endurecido como você fez com o corpo de sua contraparte.

Moa ambas as gomas para um pó. Coloque-os colher por colher em um cadinho e calcine-os até a brancura. No início, você verá as impurezas queimarem de seus corpos e subirem como fumaça (use um capuz ou faça-o do lado de fora). Quando eles se purificarem para uma brancura de neve, eles estão prontos. Use a fleuma clara salva da retificação do álcool para extrair o verdadeiro corpo de nossos espíritos da matéria calcinada. O corpo dos espíritos é a base do nosso funcionamento. Eles devem ser extremamente puros. Para testar sua espiritualidade, leve-os para fora em um dia claro de primavera. Se verdadeiramente puros, eles se transformarão em líquidos e não deixarão vestígios de sólidos. Quando aquecidos suavemente para remover a umidade da atmosfera, eles se tornarão sólidos novamente.

Pegue o álcool retificado e coobate-o com seu corpo duplo. Expire suavemente (ou seja, destilação de vapor). Deixe o aparelho esfriar e então coobe o espírito no corpo mais uma vez. Destilar novamente e cohobar sete ou mais vezes, quanto mais vezes melhor.

Adicione apenas o suficiente da fleuma da retificação do álcool para dissolver os corpos. Adicione apenas o suficiente do vinagre para que a natureza encontre seu equilíbrio. Evapore todos os líquidos. Monte o trem de destilação. No receptor tem um pouco do álcool retificado. A extremidade do tubo de condensação deve estar abaixo do nível do álcool ou você perderá o ânimo quando ele chegar. Na retorta coloque o corpo. Aqueça o frasco de destilação em um banho de areia quente e você verá no espaço de uma hora ou mais o corpo se levantar e se unir ao espírito do vinho. Deixe o aparelho esfriar. Remova os espíritos no receptor e coloque-os em um frasco bem fechado. Certifique-se de colocar álcool suficiente para submergir a extremidade do tubo de decolagem.

Calcine a matéria deixada na retorta. Adicione fleuma ou água destilada suficiente para dissolver o que está na retorta. Adicione o vinagre retificado como fez antes e destile como fez antes. Continue esta operação até que todo ou a maior parte do corpo tenha se unido ao espírito do vinho.

Pegue o frasco que contém o espírito e o corpo e circule no ritmo do sol e da lua por quatorze dias. Depois que a circulação estiver concluída, deixe o frasco esfriar. O corpo agora espiritualizado sempre virá junto com o espírito unido. Mantenha este mênstruo, este magistério, em uma garrafa bem fechada. Ele separará o enxofre espagírico de uma erva em muito pouco tempo. Também funcionará em cristais, quando preparados de acordo com nossa arte.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alquimia/alkahest-do-reino-vegetal/

Alkahest – O Solvente Universal

Alkahest é o termo cunhado por PARACELSUS para um misterioso “solvente universal” em transmutação alquímica. O Alkahest também é conhecido como Elixir e “a água que não molha as mãos”. A origem exata do termo é desconhecida.

Paracelso fez sua primeira menção ao alkahest em seu livro “Os Membros do Homem”, dizendo: “Há também o espírito alkahest, que age muito eficientemente sobre o fígado: ele sustenta, fortifica, e preserva das doenças ao seu alcance. . . . Aqueles que querem usar tal remédio devem saber como o alkahest é preparado”.

Jean Baptista van Helmont deu grande credibilidade ao alkahest, descrevendo-o como “Água de Fogo” ou “Água do Inferno” que é capaz de dissolver todos os corpos “como a água quente dissolve o gelo”. Van Helmont disse: “É um sal, o mais abençoado e o mais perfeito de todos os sais; o segredo de sua preparação está além da compreensão humana e só Deus pode revelá-lo aos escolhidos”.

Durante os séculos XVII e XVIII, os alquimistas procuraram o alcaloide para dissolver substâncias para a Prima Matéria. Alguns consideravam a palavra alkahest como um anagrama de seu verdadeiro nome. Alguns diziam que o nome realmente significava “alcalino est”, ou “É alcalino”, ou então “All-Geist”, a palavra alemã para “espírito universal”. Várias receitas foram dadas para fazer alkahest; o melhor ingrediente era considerado como sendo o sangue, mais vermes, suor e saliva.

O interesse em alkahest terminou em meados do século 18 quando o alquimista alemão Kunckel apontou que se o alkahest fosse um verdadeiro solvente universal, então ele dissolveria até mesmo o recipiente que o continha. Kunckel disse desdenhosamente que o alkahest era realmente “Alles Lugen ist”, alemão para “Tudo o que é mentira”.

O alkahest é usado por magia para remover o nevoeiro e a obstrução para que uma coisa desejada possa se manifestar. Nos processos alquímicos espirituais, o alkahest é a água escura do inconsciente na qual o ego é dissolvido.

Leitura adicional:

Seligmann, Kurt. The History of Magic and the Occult. Nova York: Pantheon Books, 1948.

***

Fonte: The Encyclopedia Of Magic And Alchemy, por Rosemary Ellen Guiley.

Copyright © 2006 by Visionary Living, Inc.

***

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alquimia/alkahest-o-solvente-universal/

Afinidades Metal-Planetárias: o Padrão Sétuplo

Nick Kollerstrom

“Sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas”
– Provérbios 9,1

Desde a antiguidade até meados do século XVIII, o número de metais conhecidos e reconhecidos como tal era de sete. Eram: chumbo, estanho, ferro, ouro, cobre, mercúrio e prata. O latão foi usado ocasionalmente, mas as pessoas não perceberam que era uma liga de cobre com zinco, até a segunda metade do século XVIII. O metal que finalmente quebrou o mito milenar dos sete vezes  (em 1752) foi a platina, chamada de “oitavo metal”, ao ser descoberta nas minas de ouro de Columbia.

A crença na ligação desses sete metais com os ‘sete planetas’ remonta à pré-história: não houve época em que a Prata não estivesse associada à Lua, nem o Ouro ao Sol. Essas ligações definiram as identidades dos metais. O Ferro, usado sempre para instrumentos de guerra, estava associado a inteligência militar de Marte, o Cobre macio e maleável estava ligado a sensibilidade de Vênus, e o metal camaleão Mercúrio tinha o mesmo nome de seu planeta. Chumbo, o único dos metais reconhecido com tóxico, foi ligado a Saturno (Mercúrio só foi identificado como tóxico no séc 19). Então, por volta do início do século 18, essas velhas imaginações cósmicas foram varridas pela emergente ciência da química. As características dos metais não eram mais explicadas em termos de suas origens cósmicas, mas sim em termos de uma estrutura atômica subjacente. Novos metais começaram a ser descobertos, o que fez com que a visão antiga parecesse limitada.

Ouro - Divindade
Prata - Mística e religiosidade
Mercúrio - Psicopompo
Estanho - Realeza e liderança
Ferro - Inteligência militar
Cobre - Sensibilidade amorosa
Chumbo - Morte e matéria

No século XX, abrem-se novas linhas de abordagem a este velho tema através do trabalho realizado no seio do movimento antroposófico fundado por Rudolf Steiner, e aqui recorremos especialmente aos trabalhos de Rudolf Hauschka (Rudolf Hauschka,The Nature of Substance) e Wilhelm Pelikan (Wilhelm Pelikan, The Secrets of Metals). Eles viam os sete metais tradicionais como expressando mais plenamente os sete caracteres planetários, de uma maneira que muitos outros metais conhecidos hoje não o fazem:

“Os sete metais fundamentais representam algo como as sete notas de uma escala. Como existe uma grande variedade de tons intermediários dentro da escala, pode-se reconhecer tons intermediários entre os metais” (Walter Cloos, The Living Earth).

O lítio metálico extra-leve é ​​usado para bombas de hidrogênio, pílulas antidepressivas e graxa para eixos de bicicletas. Assim, pode-se sentir sua ‘leveza de ser’, mas isso não nos daria uma afinidade planetária a ela. O magnésio emite uma luz brilhante ao queimar, usado para lanternas fotográficas, então isso lhe dá uma afinidade solar? É usado ainda para ligas ultraleves em aeronaves supersônicas, etc., e é o principal metal usado na clorofila, pela qual a energia solar é metabolizada pelas plantas. Wilhelm Pelikan sugeriu que deveria ser visto como um metal solar, e vamos ver isso como uma possibilidade.

I. Propriedades físicas

Nós experimentamos os metais como diferentes dos não-metais em virtude de seu brilho, sua ressonância, sua maleabilidade e condutividade – essas são suas principais propriedades físicas. Os metais podem ser polidos para brilhar (brilho), produzirão tons quando tocados, ou seja, soam (ressonância), quando martelados não quebram, podem ser moldados e rapidamente se tornarão quentes se  forem aquecidos. Os sete metais tradicionais podem ser organizados em uma escala, por essas propriedades físicas fundamentais. Para grande espanto moderno essa escala tem a mesma ordenação de seus planetas associados, em termos de velocidade de movimento. A Tabela abaixo expressa a condutividade metálica tanto como térmica (conduzindo calor) quanto como elétrica, dimensionada por conveniência para prata = 100 (Kaye and Laby, Physical and Chemical Constants).

Os planetas são ordenados por algo que se pode experimentar diretamente, ou seja, quão rápido eles se movem pelo céu – da Lua como o movimento mais rápido para Saturno como o mais lento. Isso significa usar uma perspectiva geocêntrica, pois vemos suas velocidades angulares médias da Terra, e na ordenação tradicional como costumava ser atribuída aos planetas no antigo sistema ptolomaico – por quase dois mil anos. Essa ordenação era quase universalmente aceita, até a época de Copérnico, e tinha a esfera de Mercúrio mais próxima da Terra do que Vênus (matematicamente, esse pode ser o caso: ou seja, Mercúrio em alguns momentos está mais próximo de nós do que Vênus (NK, ‘Interface, Astronomical Essays for Astrologers’, 1997)).

Para citar o bioquímico moderno Dr. Frank McGillion,

“O movimento orbital do planeta correlaciona-se em sequência com a condutividade do seu metal correspondente… Quanto mais lento um planeta se move, menos capaz seu metal correspondente é de conduzir eletricidade!” (Frank McGillian, The Opening Eye, 1982, p.94. The standard electrode potentials are given to the most common valence condition.).

Para os alquimistas antigos, todos os metais tinham essas propriedades em diferentes graus. Eles não os viam como elementos separados, mas aceitavam que tinham essas propriedades experienciais em comum. Além disso, um metal tinha que ser purificável em uma fornalha, onde derreteria, mas não queimaria. É por isso que eles nunca poderiam levar o zinco a sério como um metal, porque ele simplesmente queimava ao ser aquecido. Este critério os colocava em uma situação difícil quanto ao mercúrio, uma vez que era geralmente reconhecido como metálico, embora paradoxalmente.

Essa definição experimental nos limita ao que chamaremos de metais ‘reais’, enquanto a definição moderna de um metal é totalmente abstrata – em termos de átomos que são doadores de elétrons – e inclui substâncias que não se assemelham a elas: por  exemplo, o potássio é uma substância cerosa que explode em chamas ao simples contato com a água. Hoje em dia, as crianças, mesmo nas aulas de ciências elementares, recebem esses conceitos bastante abstratos e dificilmente podem experimentar as propriedades primárias dos metais comuns. Aqui nos concentramos em coisas que são elementares. Vamos passar pelo que estamos chamando aqui de propriedades físicas principais:

Condutividade: O cobre é usado para fiação elétrica sendo um bom condutor, já o chumbo é usado para fusíveis porque é um condutor muito ruim. O mercúrio não está incluído nesta tabela sendo um líquido – as condutividades dos metais quando líquidos são muito menores do que quando sólidos.

Brilho (ou refletância): a prata é o metal mais perfeitamente refletivo dos sete e, portanto, é usado para fazer espelhos. Mercúrio também tem um brilho muito alto e também é usado para isso: esses são os dois metais-espelho. Na antiguidade, eram usados ​​espelhos de cobre ou bronze. Os outros metais apresentam uma gradação aproximada do brilho até o chumbo, que tem uma superfície muito embotada.

Ressonância: o cobre é muito usado em instrumentos musicais por causa de sua alta ressonância, embora os instrumentos de prata tenham os tons mais claros e puros – ‘sinos de prata’, e essa propriedade novamente diminui na escala até o som maçante que o chumbo faz ao ser tocado.

Maleabilidade: Hauschka descreveu como os metais no topo da lista são altamente maleáveis, mas não podem ser bem fundidos, enquanto aqueles na parte inferior podem ser fundidos, mas não forjados. O ouro que ele descreveu como mantendo uma posição de equilíbrio na medida em que poderia igualmente ser fundido ou forjado.

Essas escalas mostram um aumento na mobilidade interna do chumbo, o mais inerte, até a prata, que acompanha o aumento das velocidades angulares dos planetas. Hauschka, que primeiro descreveu isso, concluiu de forma memorável:

“Vemos então que o movimento planetário é metamorfoseado nas propriedades dos metais terrestres”

II. Atividade Química

“Isso não é apenas um encontro, é química”
– There’s Something About Mary

Valência: A valência é a razão de combinação: o hidrogênio tem uma valência de um, o oxigênio de dois e o carbono, quatro. Ele diz quantos “braços” cada elemento tem, por meio dos quais ele se une a outros. Um átomo de carbono se liga a quatro hidrogênios para dar metano (CH4), enquanto o oxigênio se liga a apenas dois hidrogênios, para formar água como H2O.

A maioria dos metais tem mais de um estado de valência possível. A Tabela mostra as valências que os sete metais normalmente apresentam, enquanto quaisquer outros que podem se formar são raros e sem importância. Curiosamente, suas valências se alinham com a tradicional ordenação ptolomaica das esferas celestes:

A prata, que apresentou a maior condutividade e deu o som mais puro, tem apenas uma única valência para todas as ligações que forma com outros elementos. Como cisnes que permanecem monogâmicos e fiéis a um parceiro por toda a vida, a prata metal lunar tem apenas um braço de valência. Em contraste, aqueles que pontuaram mais baixo em suas propriedades físicas, estanho e chumbo, sendo menos condutores, etc., são mais ativos e gananciosos em suas proporções de combinação.

Reatividade: Alguns metais são inertes, por exemplo, o ouro dificilmente se combina, e estes são chamados de metais ‘nobres’ (platina, prata); enquanto o estanho e o chumbo são reativos e se dissolvem mesmo em ácidos fracos. Podemos colocar os metais clássicos em uma seqüência de sua atividade química, que é convenientemente medida pelo que os químicos chamam de seu ‘potencial de eletrodo’. Isso nos diz o quão reativos seus íons estão em solução. Metais inativos que não liberam hidrogênio de um ácido são chamados de ‘eletronegativos’, enquanto os metais mais ativos que liberam hidrogênio são ‘eletropositivos’. Isso fornece uma escala útil de atividade química para metais, medida pelo “potencial de eletrodo padrão” de uma solução em uma determinada concentração.

Vamos começar (como McGillian aqui defendeu) com a ordem dos planetas saindo do Sol, e então os potenciais de eletrodos correspondentes dos metais são:

Assim, McGillian comparou os metais mais reativos e “eletronegativos” ligados a planetas dentro da órbita da Terra com íons eletropositivos que correspondem àqueles fora da órbita da Terra (McGillian). O potencial do eletrodo é medido em relação ao da terra, o que indica a relevância do ponto de vista geocêntrico aqui envolvido. Ele concluiu:

“O universo centrado na Terra dos alquimistas é polarizado em positivo e negativo. É quimicamente yin e yang.’

Uma ordenação mais tradicional teria a prata no topo da lista e o ouro-sol no meio, que é como Hauschka o descreveu; que tem que usar a noção de planetas ‘acima do Sol’, Marte, Júpiter e Saturno tendo metais eletropositivos, enquanto vice-versa para planetas ‘abaixo do Sol’, mas este não é um conceito muito moderno! O potencial de eletrodo padrão da prata é -0,8. De qualquer forma, as correlações são impressionantes.

III. Pesos Atômicos

Cada elemento tem um ‘peso atômico’, e a Tabela Periódica dos Elementos os organiza na sequência desses pesos atômicos. Começa com o hidrogênio tendo um peso atômico de um, então, por exemplo, o carbono é 12 e o oxigênio tem 16. Essa ordenação por pesos atômicos fornece informações sobre as propriedades químicas de cada elemento. Quando Mendeleev descobriu a tabela periódica, organizando os elementos dessa maneira, ele conseguiu prever as propriedades químicas de vários elementos que ainda não haviam sido descobertos, e sua teoria passou a ser aceita à medida que foram confirmadas.

A Tabela de Mendeleev tem sete linhas ou “períodos”, desde a primeira linha que contém apenas os elementos mais leves, hidrogênio e hélio, até a sétima que contém os elementos radioativos extrapesados, como urânio e plutônio. Verticalmente, tem sete ou oito colunas (a oitava e última coluna com os gases inertes geralmente é dada como a coluna 0, as outras são contadas como 1-7): então, de certo modo, também tem sete colunas. Os chamados elementos do ‘grupo um’ pertencem à sua primeira coluna e são todos univalentes, como o sódio. Grupo dois (a segunda coluna) são bivalentes como cálcio, grupo três são trivalentes, por exemplo, alumínio. Assim, o número sete aparece nesta Tabela como bastante dominante, controlando as possibilidades de quais elementos podem existir.

Quando o planeta Urano foi descoberto em 1781, por William Herschel, isso definitivamente eliminou a noção de que havia algo sete vezes maior nos céus. Até então, havia sete esferas que podiam ser vistas se movendo pelo céu. Ainda existiam, de fato, mas um extra invisível havia sido adicionado. Depois de sua descoberta, não havia mais nada sétuplo no mundo! Esse terrível estado de coisas persistiu por quase um século, até que o professor de química Dmitri Mendeleev formulou sua Tabela Periódica. Um padrão de sete dobras então reapareceu na matéria, na ciência da química. Tendo isso em mente, pode ser interessante olhar para o momento em que essa nova síntese foi criada: a tarde de 1º de março de 1869.

Havia nada menos que seis aspectos séptil presentes no céu, entre os planetas. Eles eram:

LUA-SATURNO (1°),  VÊNUS-JÚPITER (1° 10′),  LUA-URANO (0° 10′),   MERCÚRIO-NETUNO (1° 40′),   VÊNUS-NETUNO (0° 30′), SATURNO-URANO (1°)

(O séptil é um aspecto celestial formado pela divisão do círculo em sete partes. Dá o ângulo de inclinação da Grande Pirâmide, 51 1/2°) O cosmos estava em um modo bastante sétuplo naquele momento, quando a novo síntese ocorreu em Mendeleev. Era uma situação clássica do tipo eureca: ele havia recortado cartões para cada elemento conhecido, estava tentando organizá-los por seus números atômicos no tapete da sala, cochilou e, quando acordou, a ideia veio a ele! O que aqui nos interessa é a noção de que um padrão sétuplo é discernido na matéria, durante um período em que estes estão mais fortemente presentes nos céus.

A ordenação dos sete metais clássicos por seus pesos atômicos deriva de nossa ordenação anterior usando um padrão de heptágono: coloque os sete metais em um círculo na sequência de suas propriedades físicas, conforme indicado acima, então comece com o ferro, como tendo o menor valor atômico, peso, e pontue alternadamente, e isso dá a ordenação por pesos atômicos (10).

Um significado mais profundo dessa transformação aparece dentro de um processo de três estágios, como segue. Começa-se com os dias da semana dispostos em círculo. Os dias da semana têm nomes de divindades planetárias, e as línguas européias (exceto o português) concordam a esse respeito. Assim, quinta-feira deriva do ‘dia de Thor’, enquanto o jeudi francês é o ‘dia de Júpiter’, mas o Thor empunhando o trovão sendo um equivalente nórdico a Júpiter. Da mesma forma, há uma analogia entre nossa sexta-feira, como ‘dia de Freya’, e Vendredi, ‘dia de Vênus’, com Freya como uma divindade de Vênus, e assim por diante.

Partindo desse círculo dos sete dias da semana e selecionando alternadamente temos o antigo ordenamento ptolomaico dos planetas. Esta sequência começa na Lua, como a esfera mais próxima da Terra, e termina com Saturno como a mais distante das sete. Vimos anteriormente como isso se refere às suas velocidades de movimento no céu, mas também à ordem de valências de seus metais correspondentes, bem como suas propriedades físicas.

Livros antigos de astronomia costumavam descrever essa transformação sétupla, desde a sequência dos Dias da Criação, ou seja, os sete dias da semana, até a antiga ordenação dos planetas. Eles o chamavam de ‘Hebdomad’ (C.Leadbetter, A Complete System of Astronomy). Então, no início do século XX, o surpreendente terceiro passo desse argumento foi discernido (Sephariel, Cosmic Symbolism). Traçando uma a cada três pontas (ver abaixo) podemos traçar um heptágono estrelar, que dá a mesma ordenação por peso atômico ou número atômico dos metais! O exemplo começa a partir do ferro, como tendo o menor peso atômico dos sete clássicos:

Assim temos um padrão sétuplo ou mandala com os nomes dos deuses do céu ligados aos dias da semana, que pode ser derivados das sequências de propriedades físicas e químicas dos seus respectivos metais. Pelikan parece ter sido o primeiro a descrever esses padrões de heptágono, embora não na sequência aqui apresentada. De uma maneira bela e misteriosa, eles unem os conceitos da química moderna e as antigas tradições do cosmos. De uma fonte totalmente inesperada, recebemos a confirmação de que há de fato algo especial nos ‘sete metais’ conhecidos na antiguidade clássica.

Um acadêmico americano, Derek de Solla Price (Elwell, Astrol. Assoc. Jnl, review of ‘Astrochemistry’, Winter), ficou impressionado com o fato de que a mesma figura geométrica, o heptagrama, explicava tanto a ordem da semana planetária quanto a relação entre os pesos atômicos dos sete metais e o revolucionário período de seus respectivos planetas. Ele foi levado a escrever:

“Parece bastante plausível que grande parte da teoria astrológica possa repousar exatamente sobre essa base de racionalidade figurada, e não sobre conhecimento empírico ou de presságio especial. Nesse sentido, a astrologia… desenvolveu-se numa base muito racional, com uma teoria figurativa e o simbolismo associado em seu centro.’

IV. Uma abordagem sensata

Vimos aqui as concordâncias primárias, o que se poderia chamar de Sete Pilares da Sabedoria, de uma perspectiva matemática/numerológica, para ligar a Terra e o Céu, a estrela e a pedra, a psique e o cosmos. A nossa abordagem tem sido racional, no sentido de olhar para as razões envolvidas. Outros arquivos aqui descrevem uma experiência mais qualitativa: retratos astrais dos arquétipos do planeta metal. Os astrólogos, ao descrever seus arquétipos, usam muito os antigos deuses gregos. Sem dúvida são bons, mas aqui é feito um buscamos uma base mais material e experiencial no reino da química inorgânica. Isso pode parecer difícil para a credulidade, mas vamos ver o que pode ser feito.

Qualquer resposta à pergunta: ‘Do que é feita a matéria?’ tende ao Quatro. A velha teoria da matéria dos quatro elementos desmoronou-se no século XVII e reapareceu no século XX com o reconhecimento dos quatro estados da matéria (sólido, líquido, gasoso e plasma, sendo este último muito quente). Então, na década de 1990, depois que hordas de estranhas partículas subatômicas foram descobertas, surgiu uma simetria de doze vezes, com seis quarks e seis léptons – bastante análoga aos doze signos do zodíaco, com suas três famílias de quatro. Para citar o New Scientist,

‘Hoje, os físicos acreditam que toda a matéria é composta de 12 partículas.’ Começa a parecer que a física de alta energia (o que costumava ser chamada de física de partículas) requer uma base na metafísica pitagórica, em termos do significado dos diferentes padrões numéricos que estão surgindo.

Atualmente falamos das quatrp forças fundamentais da natureza: força gravitacional, força eletromagnética, força nuclear forte e força nuclear fraca, mas estamos aqui preocupados com coisas sensíveis, ou seja, o que pode ser experimentado e é perceptível aos sentidos. Em contraste, os físicos de partículas estão preocupados com o oculto, ou seja, com o que está oculto, pois nenhuma das coisas com as quais lidam pode ser vistas. Suas partículas ficam menores e mais estranhas à medida que os orçamentos crescem. Houve um parlamentar britânico que visitou o enorme anel subterrâneo em Genebra, para ver onde as partículas  aceleradas estavam alegando entender o que era um ‘bóson de Higgs’, uma partícula que eles descobriram recentemente, que dura um milionésimo de segundo ou mais. Ao longo dos anos, o projeto internacional de construir esses aceleradores gigantes não conseguiu produzir nada que o público pudesse entender (o recente ‘quark top’ foi descoberto no Fermilab, EUA, não na Europa).

Toda via distinguimos assim um contraste importante entre os números doze e sete. Padrões de doze e quatro da física moderna dizem respeito à própria estrutura da matéria: ao passo que vimos como as estruturas sétuplas demonstram de uma maneira mais mística uma concordância terra/céu – de uma maneira que valida as correspondências tradicionais. Esses sete metais se entrelaçaram com a história da humanidade. É certo que há mais a dizer em relação aos planetas exteriores, e especialmente à terrível ligação Plutão/Plutônio.

V. Parentesco Metálico

As propriedades periódicas que conhecemos hoje dos metais nos permite agora falar de “grupos de parentesco” entre elementos que compartilham as mesmas caracteristicas.  Os ‘Irmãos do Ferro’ por exemplo são o Cobalto, Níquel, Cromo e Manganês pois mostram uma forte afinidade com o Ferro, e assim possuem uma natureza semelhante a Marte. Eles têm propriedades semelhante de ressonância e brilho, e o ferro pode ser endurecido por aços com traços desses metais. 95% da produção de Manganês vai para a fabricação de aço. O Níquel e o cobalto se comportam como ferro quando estão em um campo magnético. A Tabela compara algumas de suas propriedades físicas de interesse:

A frase que Pelikan usou para esses metais foi: ‘temos fortes razões para suspeitar que o impulso ferro-Marte cooperou em sua formação.’ (Wilhelm Pelikan, The Secrets of Metals). Vale notar que todos são quimicamente mais ativos que o ferro, sendo seus potenciais divalentes de eletrodos +1,2,  para manganês, +0,28 para o cobalto e +0,25 níquel  o que explicaria porque os mesmos foram encontrados muito tempo depois do ferro.

Fonte: Astrochemistry: A study of metal-planet affinities,
Nick Kollerstrom

Tradução: Thiago Tamosauskas

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alquimia/afinidades-metal-planetarias-o-padrao-setuplo/