Curso em Brasília e Cursos no Carnaval

Este é um post sobre um Curso já ministrado!

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Cursos de Fevereiro/2009

21/02 – SP – Sábado – Kabbalah.

22/02 – SP – Domingo – Astrologia Hermética.

23/02 – SP – Segunda – Tarot (Arcanos Maiores).

24/02 – SP – Terça – Chakras, Kundalini e Magia Sexual.

Uma alternativa para o Ziriguidum dos infernos que toma conta desta República de Bananas. Os interessados escrevam pro marcelo@daemon.com.br

Mais sobre a experiência dos cursos na continuação…

Queria agradecer à galera da Pendragon, que conseguiu o local, e ao pessoal que se dispôs a passar 16 horas estudando sobre coisas que até então faziam parte das suas vidas, mas que parecem estar espalhadas e desconexas… até que tudo faz sentido! Normalmente o pessoal sai com o cérebro zunindo deste curso e demora alguns meses para digerir todas as informações.

Uma vez um aluno me perguntou quanto tempo demorava para aprender toda a Kabbalah. “Algumas vidas” – respondi.

Como tudo começou…

Estou curtindo ministrar esses cursos. Antigamente eles eram abertos apenas para membros da maçonaria ou rosacruz, porque eu não tinha a menor paciência para ensinar estas coisas no método que as pessoas vêem nas “Escolas Ezotéricas” (com Z mesmo, porque nem X de “Exotérica” esse povo está merecendo hoje em dia). Conheci um pessoal de um desses centros holísticos da vida e fiz uma experiência:

ministrei um curso de tarot.

Apareceram umas vinte tias, e o curso era dividido em três meses, uma aula por semana… “tem de ser mastigado, senão o pessoal não entende” – me disse a dona do local – “É mesmo?“.

Nem preciso dizer que as tias apareciam aula sim, aula não.. e davam a impressão que, se o curso fosse de culinária ao invés de tarot, daria na mesma. Para elas, era como se fosse um passatempo.

Como eu gosto das coisas bem feitas, mandei esse esquema à merda e parei de dar aulas para profanos. Dentro das Ordens Iniciáticas, o pessoal que vai fazer estes cursos já sabe o que quer e tem a disciplina e a vontade de aprender, mesmo que não saibam NADA sobre o assunto em questão.

E assim foi durante alguns anos, até que o Eightbits me convidou para escrever a coluna no S&H e o pessoal começou a insistir para abrir estes cursos para os leitores.

Fiz a experiência em Dezembro do ano passado e devo reconhecer que têm sido muito legal. Conheci um pessoal que realmente está a fim de estudar, ler, pesquisar e ir a fundo nestes assuntos. Tanto que boa parte deles acabou se iniciando em ordens filosóficas e iniciáticas e hoje já seguem com as próprias pernas. Fico muito feliz e honrado de poder ter sido a pessoa que abriu estas portas para vocês.

Agora em 2009, com o pessoal mais adiantado, podemos abrir turmas de 72 anjos da Kabbalah, Goécia, Geometria Sagrada, Florais, I-Ching, Runas e Gematria, pois seria impossível ter grupos de estudos pegando um pessoal novato.

Justamente por isso, pensei em fazer a série com os 4 cursos que eu considero mais importantes ao estudante de Ocultismo. Eu já preparei toda a didática para quem não sabe nada a respeito destes assuntos ter as bases para estudar sozinho depois.

Kabbalah vai tratar da Árvore da Vida. A origem e a explicação de todas as escolas filosóficas e religiões, a resposta para a Vida, o Universo e tudo mais…
Astrologia Hermética já traz muitos aspectos práticos de autoconhecimento. Entender como funcionam os ciclos da natureza e como estas forças astrais podem ser utilizadas para impulsionar praticamente qualquer ação realizada no Plano Material é uma ferramenta básica de qualquer iniciado.

O Tarot é o meu oráculo favorito. Dispensa apresentações.

E por fim, Chakras, Kundalini e Magia Sexual eu considero muito importante para qualquer pessoa que já tenha alguma mediunidade, para casais que queiram estudar ocultismo juntos e para quem deseja lidar com aspectos de magia prática no futuro.

Mas já aviso antes… São cursos puxados, de 8h cada e com um volume enorme de material (mas se você prefere tudo mastigadinho, tudo bem, eu posso recomendar umas casas ezotéricas…)

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/curso-em-bras%C3%ADlia-e-cursos-no-carnaval

Quem é quem na Távola Redonda

Publicado no S&H dia07/05/09.

Qualquer um que extrair
esta espada desta pedra
será o rei da Inglaterra
por direito de nascimento

Falar ou escrever com propriedade e fidedignidade sobre o Rei Arthur é uma tarefa muito difícil, porque simplesmente não existe nada historicamente confiável. Aliás, “Arthur” é um herói que nem consta das linhas do tempo nos sites de história ortodoxa. Para suprir esse vazio, abundam as tradições dos antigos trovadores e novelistas que iam de burgo em burgo cantando as proezas heróicas de um grande guerreiro que unificou as tribos bretãs e expulsou os invasores normandos e saxões provenientes do continente europeu no século V de nossa era cristã.

Também se pode dizer que as lendas arthurianas serviram de inspiração para outras versões heróicas posteriores, como a de Carlos Magno e seus cavaleiros (século IX). E, da mescla de tudo que se cantou (e os heróis realizaram) nos primeiros dez séculos depois de Cristo, surgiram as versões que hoje são conhecidas (portanto, bem distantes dos acontecimentos reais).
Começarei pelos 12 Cavaleiros mais conhecidos: Kay, Lancelot, Gaheris, Bedivere, Lamorak de Galis, Gawain, Galahad, Tristão, Gareth, Percival, Boors e Geraint. Com Arthur, formam os 12 apóstolos e o Rei, onde o mais fiel de todos os cavaleiros é justamente o que trai Arthur. Já ouviu esta lenda em algum outro lugar?

Lancelot
Vou começar pelo mais importante e mais controverso de todos: Lancelot Du Lac.
Ele é mais conhecido hoje em dia por ter chifrado o Rei Arthur do que pelo seu papel na busca pelo Santo Graal. A vida de Lancelot é contada em diversos romances medievais, geralmente como um personagem secundário. Sua primeira aparição “séria” ocorre no texto “Le Chevalier de La charette””, de Chretien de Troyes, datado do século XII., mas foi durante o século XIII que ele se torna realmente conhecido nas cortes européias, no ciclo chamado “Vulgata”, nas “Prosas de Lancelot”. O texto pode ser encontrado AQUI (em francês).

As origens literárias de Lancelot são um tanto quanto obscuras. Antes de sua aparição nos poemas de Chrétien de Troyes, Lancelot é praticamente um ilustre desconhecido. O erudito Roger Sherman Loomis sugere que Lancelot esteja relacionado ao herói Llwch Llenlleawg de Galês (“Llwch da mão impressionante”) do ciclo Culhwch e de Olwen.

No poema “Erec e Enide” de Chrétien, o Lancelot conhecido aparece como o terceiro personagem em uma lista de cavaleiros na corte do rei Arthur. O fato de que o nome de Lancelot segue Gawain e Erec indica a importância presumida do cavaleiro na corte, mesmo que não figure proeminente no conto de Chrétien. Lancelot reaparece em “Cligès”, também de Chrétien. Aqui, Lancelot toma um papel mais importante como um dos cavaleiros que Cligès deve superar em sua procura.
Não é até o “Le Chevalier de La charette”, entretanto, que Lancelot torna-se o protagonista. Neste texto, é apresentado como o cavaleiro o mais formidável na corte do rei Arthur. Seu relacionamento adúltero com a rainha é introduzido igualmente neste conto pela primeira vez. De acordo com Pamela Raabe, no trabalho de Chrétien de Troyes, Lancelot está retratado enquanto não somente o mais justo e perfeito dos cavaleiros, mas todos os que o encontram também o descrevem como excepcionalmente perfeito. O problema é que os críticos foram incapazes de conciliar seu “estado de santidade” com seu adultério óbvio com Guinevere. Como pode a consumação dos amantes ser considerada “um caso santificado” quando for igualmente adúltero?
Embora Lancelot seja associado mais tarde com a procura do Graal, Chrétien não o inclui no seu romance final, Le conte du graal. Nesta história, que introduz a alegoria do Graal na literatura medieval, Percival é o único buscador do graal. A participação de Lancelot na lenda do Graal é publicada primeiramente no poema Perlesvaus escrito entre 1200 e 1210.

Galahad
Galahad (também conhecido por Galaaz ou Gwalchavad), é filho de Lancelot com a princesa Helena, filha do Rei Pelles (o “Rei Pescador”). Como Lancelot havia feito um juramento de não amar nenhuma mulher a não ser Guinevere, Helena usa magia para enganar Lancelot, fazendo-o levar a crer que ela era Guinevere. Eles dormem juntos mas, ao descobrir o que aconteceu, Lancelot deixa Helena e volta para a Corte do Rei Arthur. Galahad é, então, entregue aos cuidados de uma sua tia, abadessa de um convento, e ali criado. É interessante notar que “Galahad” era também o nome original de Lancelot, mas é-lhe alterado em criança, pois Merlin profetiza que o seu filho irá ultrapassar o seu pai em valor e terá sucesso na demanda do Graal.

Ao chegar à vida adulta, Galahad reune-se ao seu pai, que o inicia como cavaleiro. É, então, trazido para a Corte do Rei Arthur em Camelot durante a festa de Pentecostes. Sem ter conhecimento do perigo em que se estava a meter, Galahad dirige-se para a Távola Redonda e senta-se na cadeira proibida. Este lugar tinha sido sempre mantido vago para a única pessoa que conseguisse alcançar o sucesso na Busca pelo Santo Graal. Qualquer outra pessoa que aí se sentasse teria morte imediata. Galahad sobrevive ao evento testemunhado por Arhtur e pelos seus cavaleiros. O Rei faz um outro teste, solicitando-lhe que arrancasse uma espada cravada numa rocha, teste que ele passa com facilidade (interessante teste iniciático, certo?).
O Rei Arthur proclama então Galahad como o melhor cavaleiro do mundo. Ele é, então, convidado a juntar-se à Ordem da Távola Redonda e, depois de uma visão do Graal, lança-se na sua busca.
O incrível poder e sorte de Galahad na Busca pelo Graal são sempre atribuídos à sua piedade. De acordo com a lenda, só os cavaleiros puros conseguirão alcançar o Graal. Galahad parece levar uma vida totalmente sem pecado e, como resultado, vive e pensa num nível totalmente à parte dos outros cavaleiro da lenda.
Talvez devido à sua natureza totalmente pura, Galahad parece quase sobre-humano. Ele derrota os cavaleiros rivais aparentemente sem esforço, praticamente não lhes fala e leva os seus companheiros ao Graal com uma determinação indestrutível. Assim, dos três que terminam a demanda (Boors, Percival e o próprio Galahad), ele é o único que realmente o alcança. Quando o faz, Galahad é levado para os Céus, tal como os Patriarcas Bíblicos Enoque e o profeta Elias, deixando os seus companheiros para trás.

Percival
Existem numerosas versões sobre a origem de Percival. Na maioria das histórias ele é de origem nobre, sendo filho de Pellinor, cavaleiro valoroso e rei de Listenois. A sua mãe, habitualmente anônima, desempenha um papel importante na história. Ela vai viver para uma floresta isolada, para impedir o filho de se tornar cavaleiro. A sua irmã, portadora do Santo Graal é chamada Dandrane. Nas versões da história em que Percival é filho de Pellinor, os seus irmãos são Tor, Agloval, Lamorat e Dornar.
Depois da morte do pai de Percival, a sua mãe o leva para o isolamento da floresta, fazendo com que ele ignore, até aos quinze anos, como se comportam os homens. Um dia, ao treinar com sua espada na floresta, o jovem Percival encontra cinco cavaleiros com armaduras tão brilhantes que os toma por anjos. Após ter vislumbrado esta cena, adquire o desejo de se tornar, ele próprio, um cavaleiro, e dirige-se à corte do Rei Arthur. Aí, depois de se ter revelado um excelente guerreiro, é convidado a juntar-se aos Cavaleiros da Távola Redonda.

Nos contos mais antigos, Percival participa na busca do Santo Graal. Na versão de Chrétien de Troyes ele encontra o Rei Pescador ferido e observa o Graal, mas abstém-se de pôr a questão que iria trazer a cura do soberano. Apercebendo-se do seu erro ele esforça-se por voltar ao Castelo do Graal e terminar a sua busca.
As histórias posteriores fazem de Galahad, filho de Lancelot, o verdadeiro herói do Santo Graal. Mas mesmo que o seu papel tenha sido diminuído, Percival mantém-se como uma importante personagem e é um dos dois cavaleiros (juntamente com Boors) que acompanha Galahad ao castelo do Graal, terminado com ele a sua demanda.
Nas versões primitivas da história, a amada de Percival é Blanchefleur e ele torna-se rei de Corbenic, depois de ter curado o Rei Pescador. Já nas versões posteriores, ele mantém-se virgem e morre depois de ter encontrado o Graal. Na versão de Wolfram von Eschenbach o filho de Percival é Lohengrin, o Cavaleiro do Cisne.

Kay
Kay está sempre presente a literatura Arthuriana, mas raramente passa algo além do que ser um fanfarrão aos outros personagens. Embora ele manipule o rei para seus propósitos, sua lealdade a Arthur não é questionada. No “Ciclo Vulgate”, “Pós-Vulgate” e “Le Morte d’Arthur” de Malory, o pai de Kay, Heitor adota o pequeno Arthur após Merlin tomá-lo de seus pais, Uther e Igraine.
Heitor os cria como irmãos, mas a descendência de Arthur é revelada quando retira a Espada da Pedra em um torneio em Londres. Arthur servia como escudeiro a Kay, recém nomeado como cavaleiro, quando perdeu a espada de seu irmão e usa a Espada da Pedra para substituí-la. Kay, com seu oportunismo característico, tenta chamar para si o feito de retirar a espada da pedra, fazendo-se o Rei dos Bretões, porém cede e admite que fôra Arthur quem havia retirado a espada. Kay acaba se tornando um dos primeiros cavaleiros da Távola Redonda e serve seu irmão adotivo como escudeiro pelo resto da vida.
O pai de Kay é chamado de Heitor na literatura recente, mas nos contos galeses é nomeado como Cynyr Fork-Beard. Chrétien de Troyes menciona que tinha um filho chamado Gronosis, que era versado no mal, enquanto que o galês o dá um filho e uma filha chamados Garanwyn e Celemon. Romances raramene surgem na vida amorosa de Kay com uma exceção de Girart d’Amiens’ Escanor, que detalha seu amor por Andrivete de Northumbria, em que deve defendê-la das maquinações políticas do tio dela antes que casem.

Gawain
Gawain é muitas vezes descrito como sendo sobrinho do rei Arthur, filho de Morgause e irmão de Gaheris, Gareth, Agravaine e Mordred. Possuía um comportamento muito irritadiço, como pode-se constatar em Layamon, quando Arthur descobre a traição de Lancelot e Guinevere, Gawain declara que vai enforcar Mordred com suas próprias mãos e que Guinevere deve ser despedaçada por cavalos selvagens. Outra passagem, descrita por Thomas Malory, onde se pode visualizar o caráter vingativo de Gawain, é mostrada quando do cerco ao castelo de Lancelot. Lancelot, que durante a fuga com a rainha mata os irmãos de Gawain, Gaheris e Gareth, afirma que a acusação de traição contra ele é falsa e que o julgamento por combate havia mostrado que ele estava certo. Arthur poderia até perdoá-lo, mas Gawain não deixa que isso ocorra. O clímax da história é a luta entre Gawain e Lancelot.
Gawain tem uma peculiaridade que lhe permite ganhar força física no período que vai das nove da manhã até ao meio-dia. Malory diz que isso era um presente de um homem santo, mas é claro que, originalmente, Gawain era a representação de um adorador do deus-sol e Lancelot representa o cristianismo. Lancelot simplesmente resiste nas horas de força de Gawain e, quando elas declinam, lança-o à terra. Por duas vezes essa luta sobrenatural acontece e a cada vez que Gawain é jogado no chão, chama Lancelot para continuar a luta. Lancelot responde que quer lutar com ele de novo, mas só quando estiver de pé.
O conto mais famoso de Gawain, no entanto, é intitulado “Sir Gawain and the Green Knight” (Sir Gawain e o Cavaleiro Verde), escrito por volta do ano 1400. No dia do Ano-Novo, quando o rei, a rainha e a corte estão reunidos para um jantar, um cavaleiro de tamanho incomum entra no casarão com seu cavalo. Pede que algum cavaleiro ali presente lhe dê um golpe no pescoço com o machado que ele carrega e que, no próximo Ano-Novo, o oponente esteja na Capela Verde para receber, por sua vez, o seu golpe. O cavaleiro e suas roupas, assim como seu cavalo, os trajes e os arreios, tudo era verde. O ouro e o aço estavam manchados de verde, os arreios reluziam e cintilavam com pedras verdes e filetes de ouro estavam entrelaçados na crina verde do cavalo. Arthur imediatamente se oferece para o desafio do cavaleiro, mas Gawain se interpõe e o toma para si. Com um golpe de machado, decepa a cabeça do cavaleiro que rola pelo chão, espalhando sangue na carne verde. O cavaleiro verde recolhe a cabeça. Levanta as pálpebras, olha vivamente e então encarrega Gawain de encontrá-lo naquele dia, após um ano, na Capela Verde. Segurando a cabeça pelos cabelos verdes, monta em seu cavalo e deixa o casarão. Creepy, ne?
Um ano depois, para manter a palavra, Gawain chega ao castelo de Bertilak, anfitrião cordial e generoso que, por ter cor normal, não é reconhecido como sendo o cavaleiro verde. Gawain chega ao castelo em completo estado de exaustão. Recebido com hospitalidade, envolvido em um manto de arminhos enfileirados, é convidado a sentar ao lado de uma lareira com brasas de carvão. Quando Sir Bertilak retorna ao seu castelo, depois da caça, recebe o hóspede com muita cortesia e combina com ele que daria o produto de sua caça a Gawain todo dia e, em troca, Gawain lhe daria algo que tivesse recebido no castelo.
Durante a sua estada no castelo, Gawain recebe de manhã, antes de sair da cama, a visita da bela mulher de Bertilak, se vendo obrigado a resistir às suas investidas. Por dois dias assim o faz, aceitando somente beijos que, à noite, transmite a Sir Bertilak em troca da caça. Na terceira manhã, porém, a senhora oferece-lhe um cordão verde que o protegerá de qualquer ferimento, o medo de sua provação faz com que o aceite, mas esconde o fato de seu anfitrião. Quando chega o dia do Ano Novo, para honrar seu compromisso, ele sai em busca da Capela Verde. Achando o local, o Cavaleiro Verde aparece para devolver o golpe de Gawain. Se ele não tivesse aceitado o cordão verde, o machado teria caído sobre ele inofensivamente, mas, como isso não aconteceu, o machado esfola sua pele e seu sangue jorra. Agora revela-se que o Cavaleiro Verde é o próprio Bertilak, que havia sido enfeitiçado pela irmã de Arthur, a fada Morgana. Depois de trocarem muitas cortesias, Gawain parte e retorna à corte de Arthur, a quem confessa sua pequenez por ter aceitado o cordão.
Claro que, contando assim, parece um poema maluco, mas ele faz todo o sentido simbolicamente, onde retrata o “Green Man”, sacerdotes dos cultos osirianos e celtas, e Gawain representa o cristianismo. O Cavaleiro Verde também pode ser uma referência a Al-Khidr, um obscuro personagem que aparece no Corão, testando o profeta Moisés.

Boors, o Exilado
Boors, o Jovem (posteriormente também conhecido por Boors, O Exilado, ou ainda, Boors, O Destemido) é mais conhecido que seu pai (que possui o mesmo nome, Boors) nas histórias do Ciclo Arthuriano. Ele e seu irmão Leonel vivem durante vários anos na corte do rei Claudas, mas acabam por se rebelar contra ele e chegam a matar o seu cruel filho Dorin. Antes de Claudas ter tempo de retaliar, os rapazes são resgatados por um servo da Senhora do Lago e são levados para serem criados junto ao seu primo Lancelot.
Os três crescem e tornam-se excelentes cavaleiros, indo para Camelot para se juntarem à corte do Rei Arthur. Boors é identificável por uma cicatriz na testa e participa na maioria dos conflitos de Arthur, incluindo a batalha final contra Claudas que liberta o país do seu pai. Boors havia feito o voto de castidade, mas acaba se tornando pai de Elian quando Brandegoris, a filha de Arthur (nesse ciclo de contos), o consegue levar a dormir com ela, através de um anel mágico. Mais tarde, leva o seu filho a entrar na Távola Redonda.
Boors é sempre retratado como um dos melhores da Távola Redonda, mas a sua glória vem da Demanda do Santo Graal, na qual ele prova ter o valor suficiente, juntamente com Galahad e Percival, para alcançar e testemunhar os mistérios do Graal.
Vários episódios demonstram o seu carácter virtuoso. Num deles, uma dama aproxima-se de Boors, ameaçando-o de se suicidar se ele não dormisse com ela. Ele se recusa, porém, a quebrar o seu voto de celibato. Perante a sua recusa, a dama e as suas aias ameaçam atirar-se do alto das muralhas do castelo e, ao caírem, revelam-se demônios disfarçados que tentavam aproveitar-se da compaixão de Boors.

Tal como o resto da sua família, Bors junta-se a Lancelot no exílio, depois do seu caso amoroso com Guinevere ser revelado, e salva a rainha de ser executada no cadafalso. Ele acaba se tornando um dos conselheiros de maior confiança de Lancelot na sua guerra contra Arthur, tornando-se o governante dos antigos reinos de Claudas. Quando Arthur e Gawain têm que regressar à Bretanha para combater o usurpador Mordred, Gawain envia uma carta a Lancelot pedindo-lhe auxílio. Lancelot chega para dominar o resto da rebelião liderada pelos filhos de Mordred, mas Leonel é morto por um deles e, dessa forma, Boors vai então vingar a morte do irmão.
Boors, Galahad e Percival vão em busca do Santo Graal, conseguindo alcançá-lo. Então acompanham-no a Sarras, uma ilha mítica no Médio Oriente. Tanto Galahd como Percival morrem enquanto lá se encontram, sendo Boors o único a regressar.
Do nome Sarras originou-se o termo SARRACENOS.

#ReiArthur

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/quem-%C3%A9-quem-na-t%C3%A1vola-redonda

A luz se foi de nossa Ordem

Hoje é um dia muito difícil para milhares e milhares de jovens e não-tão-jovens DeMolays, Filhas de Jó e membros da Estrela do Oriente.

O Fundador destas três Ordens no Brasil, Alberto Mansur, nos deixou na madrugada do dia 17 de julho, aos 89 anos, deixando nesta terra um enorme legado fruto do trabalho contínuo por décadas de Maçonaria.

O Tio Alberto Mansur, Grande Mestre Fundador do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, será sempre lembrado como um maçom visionário que se dedicou sem reservas ao seu grande sonho, que ele chamava de “minha querida família da Maçonaria”, cujo objetivo era reunir em torno dos elevados ideais dessa instituição os filhos, filhas e esposas dos Irmãos.

Breve História

O Tio Alberto Mansur nasceu em 7 de setembro de 1922, o Centenário da Independência do Brasil. Era filho de imigrantes libaneses, Anthônio Nehmetalla Mansur e Ramza Mansur, e recebeu seu nome em homenagem ao Rei Alberto I, da Bélgica, herói da I Guerra Mundial. Teve dois filhos com sua companheira inseparável de toda vida, Tia Célia, Cristina Maria e José Alberto Mansur, 1º Mestre Conselheiro do Brasil.

Em 1933 mudou-se para o Rio de Janeiro e mais tarde, em 30 de setembro de 1950, foi Iniciado na Loja Perfeita União, nº 13, em Valença – RJ, onde em 23 de maio de 1969 veio a ser Instalado como Venerável Mestre. Dirigindo-se à capital, passou a ser membro do Supremo Conselho e mais tarde seu Soberano Grande Comendador, em 24 de novembro de 1974. Sua gestão levou o Supremo Conselho de uma posição ignorada e uma sede apertada para uma entidade de milhares de Maçons abrigada em um grande local. Mais tarde, tornou-se o primeiro ocupante do cargo a deixar o posto – até então vitalício – em favor de eleições.

Em 1993, fundou a Ordem Internacional das Filhas de Jó no Brasil, enquanto em 1997 trouxe a Ordem Estrela do Oriente para o país.
[Boa parte das informações desta seção foi obtida através do material compilado pelo Irmão Guilherme Santos, ex-Mestre Conselheiro Nacional do SCODB.]

Ordem DeMolay

Em 1969, o Maçom Alberto Mansur entra em contato pela primeira vez com a ideia de uma organização juvenil existente nos Estados Unidos chamada “Order of DeMolay”. Enxergando no grupo idealizado por Frank Sherman Land um projeto essencial para a Maçonaria brasileira, Tio Mansur trabalha durante mais de uma década para conseguir finalmente ser nomeado Oficial Executivo para o Brasil do Supremo Conselho Internacional e fundar e instalar o Capítulo Rio de Janeiro, nº 001.

Em 1985, após atingir a marca de 25 Capítulos instalados com o Capítulo Grande Rio, nº 025, o Supremo Conselho Internacional firma tratado de fundação e reconhecimento do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, o SCODB. Alberto Mansur é indicado como Grande Mestre Nacional, cargo que ocupa através de numerosas reeleições sem contestação até 2004, quando é sucedido por Toshio Furukawa.

Na sua gestão à frente da Ordem DeMolay, o país viu a fundação de mais de 600 Capítulos, o surgimento dos Conventos da Ordem da Cavalaria, das Cortes Chevaliers, das Távolas de Escudeiros e dos Colégios Alumni, bem como a Iniciação de quase 100.000 jovens brasileiros nas fileiras da Ordem DeMolay.

Do Sonho para a Realidade

Com uma biografia tão rica e imponente, com o peso de Grande Mestre Fundador da Ordem DeMolay no Brasil, é compreensível entender que eu, assim como milhares de Irmãos, sentia-me muito intimidado com a ideia de conversar com essa figura algo legendária.

A primeira vez que o vi e sentei à mesa com o Tio Mansur foi no II Encontro Fluminense da Ordem da Cavalaria, em Macaé, sediado pelo Convento Godofredo de Saint Omer, nº 096. De repente, todos os presentes se apressaram em formar duas fileiras e começaram a aplaudir e eu ouvi gritos de “Mansur! Mansur! Mansur!” enquanto um senhor baixo, de cabelos encaracolados brancos, bigode e olhos muito serenos acenava com um sorriso de satisfação de estar presente no evento.

Com o passar de alguns anos e a participação de outros eventos, especialmente nos Congressos Nacionais da Ordem, eu descobri que esse coro de “Mansur! Mansur!” não era programado e nem um pouco raro, mas natural da parte de todos os DeMolays que sabiam que o velhinho apareceria. Com uma popularidade imensa e demonstrando carinho pelos DeMolays como fossem seus filhos [e netos e bisnetos, dada a diferença de idade], o velho Tio Mansur tinha grande disposição para aparecer ao lado da Tia Célia, Madrinha da Ordem DeMolay e sempre apoiadora dos grandes projetos do seu marido.

Era possível perceber nos olhos do Tio Mansur uma espécie de felicidade única, de ver diante de si, depois de três décadas de trabalho e uma a mais de sonhos, aquele grandioso projeto com uma forma bem definida. Perceber que ele realmente tinha sonhado que seus Irmãos Maçons brasileiros abraçariam a causa da Ordem DeMolay e permitiriam que milhares de jovens rapazes de 12 a 21 anos, muitos deles sem qualquer ligação com a Maçonaria, como eu, participassem deste grupo de ideais tão elevados e encontrassem em perfeitos estranhos verdadeiros Irmãos e Tios.

Parece bobo, mas eu realmente acreditava que os anos continuariam passar e eu continuaria a participar nos Congressos do coro de “Mansur! Mansur!” precedendo a entrada do velho Tio, como se o Pai Celestial concedesse um presente mágico para seus filhos DeMolays e permitisse que os anos não levassem embora o responsável por tanta coisa na vida de tantas pessoas.

A luz se foi de nossa Ordem

Meu irmão de sangue e Irmão gêmeo de Ordem DeMolay, Luís, enviou uma mensagem na lista do meu Capítulo citando o discurso do Primeiro-Ministro Jawaharlal Nehru quando do assassinato de Gandhi, em 1948. Eu o parafrasearei porque acredito que é perfeito para este momento [tradução livre]:

“A luz se foi, eu disse, e ainda assim eu estava errado. Pois a luz que brilhou nesta Ordem não era uma luz comum. A luz que iluminou esta Ordem por esses tantos anos iluminará esta Ordem por muitos mais anos e daqui mil anos esta luz ainda poderá ser vista nesta Ordem e o mundo a verá e ela será consolo para inúmeros corações. Pois aquela luz representava a verdade viva… as verdades eternas, lembrando-nos do caminho correto, nos afastando do erro, levando esta Ordem ao crescimento.

“Tudo isto aconteceu quando ainda havia tanto para ele fazer. Nós jamais poderíamos pensar nele como desnecessário ou que ele já havia cumprido sua missão. Porém agora, em particular, quando estamos diante de tantas dificuldades, ele não estar conosco é um golpe terrível de se suportar.

“Uma complicação médica tirou sua vida, mas ainda assim veneno demais se espalhou por esta Ordem durante os últimos anos e meses e este veneno teve seu efeito sobre a mente das pessoas. Nós devemos enfrentar esse veneno, nós devemos arrancar esse veneno e devemos encarar todos os perigos que o envolvem não de forma louca ou ruim, mas da forma como nosso amado Tio nos ensinou. Nós precisamos nos comportar como pessoas fortes e determinadas a enfrentar todos os perigos que nos cercam, determinadas a levar adiante o mandato que nosso grande Tio e nosso grande líder nos deixou, lembrando-nos sempre que se, como eu acredito, o seu espírito olha por nós e nos vê, nada desagradaria mais a sua alma do que nos ver envolvidos em qualquer comportamento mesquinho ou em violência.

“Então, não devemos agir dessa forma. Porém, isto não significa que devemos ser fracos, mas que devemos com força e união encarar todos os problemas e dificuldades e conflitos que devem ser encerrados diante deste grande desastre. Um grande desastre é um símbolo para nos lembrar de todas as grandes coisas da vida e nos fazer esquecer das pequenas coisas, nas quais pensamos demais.”

Hugo Lima é Sênior DeMolay do Capítulo Imperial de Petrópolis, nº 470 graças ao sonho e ao trabalho do Tio Alberto Mansur.

#Demolay

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-luz-se-foi-de-nossa-ordem

Cursos/Palestras – Out/Nov – 2008

Este é um post sobre um Curso já ministrado!

Se você chegou até aqui procurando por Cursos de Hermetismo, Kabbalah, Astrologia ou Tarot, vá para nossa página de Cursos ou conheça nossos cursos básicos!

– 18/10 – Astrologia Hermética

– 19/10 – Kabbalah

– 25/10 – Tarot (Arcanos Menores)

– 02/11 – Chakras, Kundalini e Magia Sexual

– 09/11 – Magia Prática

– 15/11 – Tarot (Arcanos Maiores)

– 16/11 – Astrologia Hermética (Intermediário/Avançado)

Informações: marcelo@daemon.com.br ou tel (11) 5539-1122

Palestras

Grande Oriente de São Paulo
http://www.cursosepalestrasgscem.blogspot.com/

As palestras acontecem aos sábados, as 10h00

Endereço: r. São Joaquim, 457

11 de Outubro: Palestra: Medicina Tradicional Chinesa – Com Marcus Rene Magalhães

25 de Outubro: Leonardo Da Vinci: Vida, Obra, Verdades e Mentiras – Com Carlos Brasílio Conte

6 de Dezembro: Caminhos pelo Mundo: Santiago de Compostela, Macchu Picchu, Assis – Com Omar João Zacharias

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Exclusivo para Maçons

18 de Outubro: Liderança para Mestres Instalados – Com Armando Ettore do Vale

08 de Novembro: Introdução à Maçonaria para Candidatos – Com Carlos Brasílio Conte

29 de Novembro: Oratória para Maçons – Com Carlos Brasílio Conte

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AMORC e Organismos Afiliados (SP)

Locais: http://saopaulosp1.amorc.org.br/PALESTRAS.html

HEPTADA MARTINISTA SÃO PAULO

A CABALA PRÁTICA: CONSTRUINDO O PILAR DO MEIO

Data: 18 outubro – 14h00

PALESTRANTE: Marcos Rogério Chaves da Silva

LOJA ROSACRUZ SANTANA

CONHECE-TE A TI MESMO, UMA VISÃO MARTINISTA

Data: 18 de outubro – 18h

PALESTRANTE: Silvia Munoz, Mestre da Heptada Martinista São Paulo

LOJA ROSACRUZ TATUAPÉ

O SENTIDO MÍSTICO DA PASCOA

Data: 31 outubro – 20h30

Palestrante: Joyce Setti Parkins

LOJA ROSACRUZ LAPA

CURSO DE CRIAÇÃO MENTAL

Data: todas as terças feiras- 20h00

Palestrante: Nelson Alonso, FRC

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RIO DE JANEIRO

Círculo de Estudos Egregore

19/10*SEMINÁRIO: “Mudras e Chakras:O poder em suas mãos” Por Allan Trimurti

Av. Lobo Junior, 1513 – Penha circular – das 10h as 17h.

26/10-Manhã:Departamento de Paganismo.Tarde:Palestra “ASTROLOGIA Você através do espelho” por Thaiana da Silva

09/11*WORKSHOP: “Magia do Amor” por Cleverson Fleming

23/11-Departamento de Paganismo

30/11-Palestra: “A magia que vem do Mar” por Gilson Júnior

07/12-2º Ritual dos 144 OMS por Caciano Camilo

14/12-Trabalho Voluntário

21/12-Caminhada Mística na Floresta da Tijuca Guiada por Cleverson Fleming e Atma

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cursos-palestras-out-nov-2008

Cursos de Kabbalah e Astrologia para o final do Ano

Este é um post sobre um Curso de Hermetismo já ministrado!

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Como vocês devem ter acompanhado pelo Blog, neste final de ano nasce minha filhinha (no final de outubro) e por conta disso minha agenda ficou toda bagunçada. Como eu havia prometido que faria os 3 cursos avançados ainda este ano (Astrologia II, Magia Prática e 72 Nomes de Deus/Anjos Cabalísticos), consegui arrumar dois feriados para encaixar tudo, então já deixo avisado agora para vocês se programarem, porque não sei quando abrirei turmas para estes cursos tão cedo:

NOVEMBRO

Dia 20/nov – Astrologia Hermética II – Aspectações, Horóscopo e Sinastria (SP)

Dia 21/nov – 72 Nomes de Deus/Anjos Cabalísticos (SP)

Dia 22/nov – Magia Prática (SP)

Organizei os cursos avançados também em uma ordem que dê para usar o que se aprende em um curso no curso seguinte. Para fazer os cursos intermediários/avançados, você precisa ter feito Kabbalah e Astrologia Hermética (quem já fez os cursos básicos sabe que eles são puxados como matérias de faculdade).

Calma! Se você ainda não fez algum dos dois cursos básicos, teremos outro final de semana prolongado agora dia 10-12 de Outubro, então programei os cursos básicos para estas datas:

OUTUBRO

Dia 10/Out – Kabbalah (SP)

Dia 11/Out – Astrologia Hermética (SP)

Dia 12/Out – Tarot (Arcanos Menores, pq tem uma ênfase maior nas Sephiroth) – Como é aniversário do Crowley, vou incluir o estudo do Tarot de Toth neste curso desta vez (SP).

Informações: marcelo@daemon.com.br

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/programa%C3%A7%C3%A3o-para-o-final-do-ano-1

Cursos de Kabbalah, Magia e Astrologia no Carnaval

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Putz… eu estava tão preocupado em organizar os cursos com meses de antecedência e mandar emails para o pessoal que já tinha o email cadastrado na lista que esqueci de anunciar aqui no Blog – #FAIL

Para quem abomina o ziriguidum e prefere aproveitar uma São Paulo silenciosa e vazia para estudar, seguem os cursos do final de Semana:

13/2 – Kabbalah

14/2 – Astrologia Hermética

15/2 – Tarot – Arcanos Menores, com ênfase na Kabbalah

16/2 – Chakras, Kundalini e Magia Sexual – Lotada!

Em compensação, já escolhi os cursos de Abril. Serão:

02/4 – 72 Nomes de Deus e os Anjos Cabalísticos

03/4 – Runas e Magia Rúnica

04/4 – Chakras, Kundalini e Magia Sexual

24 e 25 – Florais (Voltado para Médicos, Veterinários e Terapeutas)

Informações no email marcelo@daemon.com.br

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cursos-do-carnaval

Curso de Astrologia, tarot e Kabbalah – Junho, Julho e Agosto

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Neste final de semana, acontecerão dois cursos aqui em SP. No Sábado 18/6 teremos o curso de Qlipoths: a Árvore da Morte e os Túneis de Set, curso mais avançado voltado para o Estudo das Qliphoth (as cascas vazias da Árvore da Vida) que possuem pré-requisitos Kabbalah e Astrologia Hermética.

Domingo, 19/6 será dia do Curso sobre Chakras, Kundalini e Magia Sexual (sem pré-requisito). É um curso mais voltado para dois tipos de público: médiuns e pessoas que trabalhem ou estudem a espiritualidade de algum modo e casais que estejam estudando ocultismo juntos.

Julho

Em Julho terei novamente os cursos básicos de Kabbalah e Astrologia Hermética em São paulo e no Rio de Janeiro, preparando o pessoal para os cursos intermediários do final do ano.

16/07 – Kabbalah – SP

17/07 – Astrologia Hermética – SP

23/07 – Kabbalah – RJ

24/07 – Astrologia Hermética – RJ

Agosto

20/08 – Tarot (Arcanos Menores) – Porto alegre

21/08 – Magia Prática – Porto Alegre

São cursos intermediários, que precisam de Kabbalah e Astrologia Hermética como pré-requisitos.

27/08 – Tarot (Arcanos Maiores) – SP

28/08 – Tarot (Arcanos Menores) – SP

Em Setembro terei apenas cursos intermediários/avançados (Astrologia Hermética II e Enochiano), então se você pretende se programar para fazer Magia Prática em Outubro, recomendo que faça os básicos agora em Julho.

Dúvidas e informações: marcelo@daemon.com.br

PS: Nas Férias, estou vendo com leitores de se organizarem em pequenos grupos de 4-6 pessoas em cidades próximas de SP (que dê para ir e voltar no mesmo dia) para que eu possa ministrar os cursos básicos durante a semana, porque os finais de semana estão impossíveis até o final do ano mas acredito que esta possa ser uma solução.

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/curso-de-junho-julho-e-agosto

Arcano 6 – Enamorados – Zain

Um homem, entre duas mulheres, é visado por uma flecha que parece pronta para ser disparada por um anjo, Cupido, à frente de um disco solar. O homem, no centro do grupo, olha para a mulher da esquerda. Ele tem cabelos louros, as pernas descobertas, e sua vestimenta é uma túnica de listas verticais, com mangas e um cinto amarelo. Vê-se apenas uma das suas mãos, a direita, à altura do cinto.

A mulher da direita, com os cabelos louros soltos sobre os ombros, tem um rosto jovem, fino. A mão esquerda está pousada sobre o peito do homem, enquanto a direita aponta para baixo, de modo que os braços estão cruzados.

A outra mulher, a da esquerda, está representada de costas, mas o rosto aparece de perfil. Tem cabelos que escapam livremente de um curioso chapéu. Dirige a mão direita para a terra e pousa a esquerda sobre o ombro do jovem.

O anjo, de cabelos louros e asas azuis, segura uma flecha branca com uma das mãos enquanto com a outra segura um arco da mesma cor.

Do disco solar surgem 24 raios pontiagudos, um dos quais é superposto pela asa do anjo.

Significados simbólicos

Sentimento. Livre arbítrio. Maioridade. Prova. Escolha.
Encadeamento, enredo, abraço, luta, antagonismo, combinação, equilíbrio.
Matrimônio, ligação, união. Integração de ambos os sexos ao poder gerador do universo.

Interpretações usuais na cartomancia

Decisão voluntária, eleição. Votos, aspirações, desejos. Exame, deliberações, responsabilidades. Afetos.
Mental: Amor pelas belas formas e pelas artes plásticas.
Emocional: Dedicação e sacrifícios.
Físico: Os desejos, o amor, o sacrifício pela pátria ou pelos ideais sociais, assim como todos os sentimentos manifestados fortemente no plano físico.

É a carta da união e do matrimônio. Representa para os consulentes de ambos os sexos, também, a infidelidade; em certos casos, a iminência de uma escolha a ser realizada.

Sentido negativo: Ruptura, separação, corte, desordem. Divórcio. Prova a ser suportada. Dúvida, falta de resolução. Tentação perigosa, risco de ser seduzido. Má conduta, libertinagem. Debilidade, falta de heroísmo. Infidelidade, maus relacionamentos, indecisão e impotência.

História e iconografia

Em vasos e quadros da época romana, encontra-se com frequência a imagem de um casal de namorados ante uma terceira pessoa ou elemento (em geral um Cupido).

O Arcano VI parece referir-se de forma alegórica a uma ideia diferente: a famosa parábola de Hércules na encruzilhada entre a Virtude e o Vicio, tal como conta Xenofonte nas suas lembranças de Sócrates. É bem provável que esta parábola – e suas variantes, como a de Luciano, o Jovem, disputado pela Arte e pela Ciência, entre as mais conhecidas – tenha sido popular na Idade Média, visto que é citada por vários autores dessa época (Cícero, no Tratado dos Deveres; São Basílio, no seu Discurso aos Jovens).

A ideia fundamental deste tema – ou seja, a necessidade de escolha entre dois caminhos – encontra-se igualmente em muitas imagens cristãs. Pode-se citar como exemplo uma miniatura bizantina do século X, onde Davi está representado entre duas mulheres que simbolizam a Sabedoria e a Profecia: a pomba que pousa sobre a cabeça do rei lembra em muito o Cupido do Arcano VI.

A antiguidade desta parábola é indiscutível, mesmo que as suas representações gráficas mais remotas não tenham chegado até nos. Na vida de Apolônio de Tiana, narrada por Filostrates no final do século II, há uma curiosa passagem em que um sábio egípcio diz a Apolônio:

Davi, entre a Sabedoria e a Profecia

“Tu conheces, nos livros de imagens, a representação de Hércules em que ele, jovem, ainda não escolheu o seu caminho. O Vício e a Virtude o rodeiam, tentam atraí-lo, cada um o quer para si…”

É preciso remontar mais uma vez aos pitagóricos para encontrar o simbolismo gráfico do tema, representado entre eles pela letra Y, emblema da escolha vital que todo homem realiza no final da infância.

O traço da metade inferior da letra Y representaria precisamente a infância, isenta de vícios ou virtudes; os braços que partem da bifurcação da letra representariam cada uma dessas tendências, enquanto que o ponto onde a bifurcação se produz seria o momento exato em que a puberdade se manifesta.

É comum encontrar nos manuscritos medievais esta referência à letra Y: “bifurcação, ou letra de Pitágoras”. Não é casual, assim, que alguns desenhos modernos do Tarô mencionem esta lâmina como A Dúvida ou A Prova.

Esse mesmo significado é mencionado no Antigo Testamento – no Deuteronômio, no primeiro dos Salmos, e mais explicitamente ainda em Jeremias. A idéia não reaparece no Novo Testamento, mas sim no começo dos Ensinamentos dos Doze Apóstolos, texto não canônico, presumivelmente composto por volta do século II: “Dois são os caminhos; um leva à Vida e outro à Morte”.

Uma interpretação totalmente diferente vê nessa estampa o ato do compromisso matrimonial dos noivos diante do sacerdote. Alguns dos célebres pintores renascentistas – Rafael, Perugino – deram testemunho dessa cerimônia na vida da Virgem.

“Entre os pitagóricos – disse Clemente de Alexandria – o seis é um numero sexual, chamando-se por esta razão O Matrimônio”.

Nas analogias geométricas, o Enamorado se identifica ao selo de Salomão, ou seja, tem claro vínculo com cópula dos triângulos entrelaçados.

Do ponto do vista psicológico, é sem dúvida a metáfora mais transparente do caminho para a identidade, que só se realiza no conflito e no intercâmbio com o mundo e com os outros.

Por Constantino K. Riemma retirado de http://www.clubedotaro.com.br/

#Tarot

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/arcano-6-enamorados-zain

Exercício de Respiração – VII

yetsirah

Como nas duas lições anteriores, referentes aos exercícios respiratórios do plano ou mundo de Atsiluth e do de Beriyah, respectivamente, começamos tomando os cuidados convenientes para nossa prática. Agora tomemos nosso alento diretamente da fonte da luz e do calor: Tifereth, o Sol. Este, por sua vez a toma do espaço infinito e a emana diretamente para nós. Agora estamos localizados em Netsah, a sefirah N° 7, e aspiramos essa energia que nos inunda e se faz evidente na zona baixa de nosso plexo solar. Começamos a expirá-la suavemente para Hod, a sefirah N° 8, percebendo que o vermelho brilhante se faz mais intenso, bem como a sensação de “corporalidade” em todo o exercício. Retemos toda essa força e a exalamos para Yesod, a sefirah N° 9, e notamos como desce e se vai coagulando, até ficar estática, sinal de que a transmissão se efetuou. A copa ficou prenhe de frutos, e a receptividade de Yesod passa agora a cumprir um papel generativo e fecundador. Expelimos então nosso alento para o plano ou mundo de Asiyah, para a Concreção material, fruto e manifestação sensível das emanações, e efetivização das energias de toda a Árvore da Vida cabalística.

#Exercícios #hermetismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/exerc%C3%ADcio-de-respira%C3%A7%C3%A3o-vii

Por dentro do Pró-Vida

(publicado em Marie Claire nº 68, novembro de 1996)

Poucas vezes o segredo funcionou tão bem como a alma de um negócio. O Pró-Vida cerca sua atuação de mistério. Apresenta-se como uma escola filosófica de desenvolvimento mental, mas não divulga métodos e conteúdo dos cursos. Quem quiser saber mais deve literalmente pagar para ver. Ou melhor, ingressar no quadro de alunos. É o que constato no primeiro telefonema, após receber de Marie Claire a missão de desvendar os bastidores desse enigmático grupo. Quando começo a frequentar o curso Básico, descubro que não se trata apenas de uma escola filosófica às voltas com as velhas interrogações do espírito humano – quem somos, por que vivemos, para onde iremos. Em muitos pontos, as aulas se assemelham aos cultos da Igreja Universal do Reino de Deus e afins. De maneira mais sutil, o Pró-Vida também envolve, incute idéias, desperta culpas, cobra dízimos. Não falta nem mesmo a revelação da existência de um paraíso na Terra.

Alguma vez na vida você ouviu falar que “um mundo melhor” existe aqui e agora? Para desfrutá-lo, basta entrar para o Pró-Vida e conviver com os “irmãos” do grupo. E não são poucos os que fazem essa opção. Chegam a abandonar outras atividades para marcar presença constante nos cursos, prestar trabalho voluntário e integrar definitivamente o rebanho de eleitos. A comparação é quase inevitável: o Pró-Vida atua como uma versão mais elaborada da igreja do bispo Edir Macedo. Dirige-se à classe média alta e, portanto, utiliza meios mais complexos de persuasão. O discurso dos monitores é articulado. No lugar de trechos bíblicos, supostas referências científicas. De Einstein a Freud e Jung, proliferam citações que procuram emprestar credibilidade aos ensinamentos.

Antes de descobrir esses e outros detalhes, tive de passar por uma entrevista para ser aceita no seleto rebanho. Durante a conversa não revelei, claro, minhas intenções jornalísticas. Criei uma pequena mentira. Disse ser uma publicitária em busca de sucesso profissional. Admito que estava um pouco amedrontada. Se soubessem ler pensamentos, como de fato sugerem, descobririam a farsa. Mas a história convenceu e fui aprovada com a garantia de que, ao final do curso, teria mudanças radicais na minha vida. Que tipo de mudanças? “Você verá os resultados”, desconversou uma educada monitora na faixa dos 50 anos.

A manutenção do suspense tem finalidade. O Pró-Vida funciona como um grupo “iniciático”, segundo a classificação do antropólogo José Guilherme Magnani, professor da Universidade de São Paulo. “É a mesma estrutura de sociedades como a maçonaria e a rosa-cruz”, ele compara. “Nessas organizações, há sempre um segredo mantido pela lealdade dos adeptos. É preciso passar por etapas para ter acesso a certas dimensões do grupo”. Quer dizer, para conhecer o referido “segredo”, é necessário prosseguir na iniciação – o que no Pró-Vida significa pagar mais e mais cursos. Como a meta é conquistar adeptos selecionados, de preferência os financeiramente saudáveis, a propaganda é dirigida. O Pró-Vida mantém uma página na Internet e promove divulgação boca-a-boca – alunos de cursos avançados levam parentes, amigos e conhecidos. Outra ferramenta publicitária é um adesivo para ser colado no vidro do carro. O anúncio traz uma frase que confirma o teor enigmático utilizado pelo grupo: “Se você já estiver preparado, uma força maior o levará ao Pró-Vida”. Quem ler – e não conseguir segurar a curiosidade – irá telefonar.

Logo no primeiro dia, percebo que o marketing do mistério funciona. Cerca de 60 pessoas desembolsaram R$ 350,00 para “aprender a utilizar melhor o cérebro”. A procura é tamanha que a organização promove de dois a quatro cursos iguais a este por mês – não só em São Paulo, mas também em várias cidades do país e em Buenos Aires, na Argentina. Faço uma conta rápida, considerando a presença mínima de 50 alunos em cada um deles, e constato que o Pró-Vida deve faturar pelo menos de R$ 35 mil a R$ 70 mil reais por mês só com essa fonte. E os cursos não são a única forma de ganhar dinheiro. O clube de Campo, situado em Araiçoiaba da Serra, no interior de São Paulo, é outro negócio bastante rentável.

É PROIBIDO ANOTAR

Uma nova sede do Pró-Vida em São Paulo está funcionando desde agosto. Erguido nas imediações da Marginal Pinheiros, o prédio ostenta uma vistosa pirâmide em sua fachada e abriga os cursos ministrados na capital paulista. Substituiu outras duas sedes, situadas nos bairros de Moema e Vila Olímpia. Fiz o Básico na casa da Alameda dos Nhambiquaras, em Moema, pouco tempo antes da inauguração do prédio da Marginal. No primeiro dia, uma segunda-feira, chego 30 minutos antes do horário estipulado. A aula estava marcada para começas às 20h30. Procuro um lugar vago entre as cadeiras enfileiradas, que acomodam homens e mulheres com idades e profissões variadas. Há médicos, engenheiros, professores, estudantes, publicitários, empresários, donas de casa. E também crianças e adolescentes (maiores de 9 anos podem frequentar o curso).

Enquanto espero, converso com uma colega. Ela namora um “avançado” do Pró-Vida e está lá por insistência dele. Tem 24 anos e é muito falante. A aula começa com atraso – o que se repete todos os dias. A monitora fala longamente sobre as agruras do mundo moderno, as guerras, as doenças, as drogas. Fico olhando os rostos atentos e percebo que três alunos avançados estão sentados em posição estratégica para assistir a platéia. Sinto-me vigiada. Tento decifrar o que estariam observando. Nessa primeira aula, a monitora garante que aquela semana mudará a nossa vida e promete algo do tipo: satisfação garantida ou seu dinheiro de volta”.

Durante a minha maratona de “desenvolvimento mental”, ouvi ensinamentos sobre o funcionamento do cérebro, sono, poderes das pirâmides, energia, aura e fenômenos de levitação e materialização. Participei de sessões de relaxamento e pratiquei exercícios comandados pela monitora. Mas, nesses tempos de farta literatura esotérica, cursos de auto-ajuda aos borbotões e familiaridade com anjos, achei que nada poderia ser visto como novidade.

O entusiasmo dos meus colegas, no entanto, confirmou não ser essa a opinião da maioria. Boa parte parecia estarrecida. Mas será o conteúdo que conquista os alunos ou a forma como ele é transmitido? Para se ter uma idéia, somos instruídos a “sentir” o que está sendo falado. Não temos autorização de fazer qualquer anotação. O professor do Departamento de Psicologia Social da Universidade de São Paulo, Esdras Guerreiro Vasconcellos, explica por que esse detalhe é tão importante, “O ensinamento da primeira noite é internalizado no nível da consciência, mas uma parte se perde. Na noite seguinte, outra leva de conhecimentos é internalizada da mesma forma e só uma parte fica – e assim sucessivamente”, afirma. Como nossa memória possui capacidade limitada, segundo o professor, a internalização torna-se um processo inconsciente. Com um agravante: o curso compacto não oferece tempo para elaborar o aprendizado. Conclusão: “A pessoa guarda essencialmente aquilo que tem valor emocional”. Em conversas durante os intervalos, percebo que muitos chegam ao Pró-Vida em busca do genérico “algo mais”. Ou estão embalados por crises conjugais, dificuldades profissionais, estresse acumulado.

A aula de terça-feira trata do sono e sonhos. Freud e Jung, os mais badalados estudiosos do tema, não são esquecidos. O bê-a-bá das teorias de ambos faz parte do menu de ensinamentos do dia. Depois, aprendemos a programar nosso cérebro para acordar no horário desejado, lembrar dos sonhos ou ter um sono revitalizante. Basta, antes de adormecer, em estado de relaxamento, emitir uma ordem objetiva para ele. Assim, se eu ordenar que “quero acordar às 7 horas”, despertarei. Se só possuo quatro horas disponíveis para dormir, devo apenas dizer com firmeza a meu cérebro que acordarei disposta e descansada. E ponto final.

CONTRABANDO DE EISNTEIN

A aula de quarta-feira é anunciada como especial e ansiosamente aguardada por todos. No encerramento da noite anterior, somos avisados de que teremos um grande dia. Receberemos um ensinamento, cunhado de “chave de prata”, que nos ajudará a abrir portas da felicidade. Durante a explicação, descobrimos que a “chave” em questão leva o nome pomposo de “Verdade Suprema e Absoluta ao nível da Consciência Humana”. Mas rapidamente verifico que o resumo da ópera é menos sofisticado e equivale à difundida idéia de que a energia do pensamento tem poderosa força. Todos são instruiídos a fazer “tela mental” para o que quiserem. Em outras palavras, quem almeja um carro novo precisa, em primeiro lugar, determinar marca, cor e detalhes. Depois, imaginar-se desfrutando da supermáquina, no velho estilo Lair Ribeiro. Se conseguir “eliminar conflitos” – do tipo “será que mereço?”-, vai obter o que pretende. Para convencer sobre a veracidade dessa sabedoria, a aula inclui exemplos de pessoas que alcançaram o desejado. Até mesmo a equação de Einstein – E=mc2 – entra na dança, numa tentativa de provar que a energia do pensamento é capaz de materializar desejos.

Naquele momento, suspeito que a teoria de Einstein foi retirada de seu contexto. O professor do Instituto de Física da USP Luiz Carlos de Menezes confirma minhas suspeitas. “É uma interpretação rastaqüera da ciência”, critica o físico. Ele explica que é possível transformar matéria em energia e vice-versa, desde que sejam observadas “determinadas leis de conservação”. E conclui: “Não desprezo outras formas de conhecimento que não sejam a dos cientistas. Mas tenho grande desconfiança desse contrabando de conceitos Você pode usar a fórmula de Einstein até para vender pasta de dentes”.

A noite da grande apoteose é marcada para sexta-feira. Teremos demonstrações de cura. Alunos avançados promovem uma sessão rápida de imposição de mãos. No melhor estilo Doril, a dor de cabeça de um colega simplesmente sumiu. Outro garante que se livrou do incômodo no estômago e uma terceira sente a inflamação na garganta aliviada. Lembro novamente dos cultos da Universal com suas curas, mas o pior ainda está por vir. Chegou a hora e a vez de despertar culpas e induzir todos a fazerem uma auto-avaliação. “Classifique-se”, ordena a monitora. Ela sugere que cada um faça uma auto-avaliação do seu estágio de evolução. A “evolução” pregada pelo Pró-Vida, a grosso modo, significa migrar do reino “mineral”, formado pelas pessoas menos evoluídas, passar pelo intermediário mundo “vegetal” e atingir o grupo dos “animais superiores”. Esses últimos, segundo eles, são aqueles que praticam “a ajuda verdadeira” e tratam os outros como “irmãos”.

Os últimos momentos da aula reservam mais surpresas. Faremos um exercício para sentir a chamada “harmonia universal”. Estamos relaxados quando a monitora começa a ler um texto escrito pelo fundador do Pró-Vida, o médico Celso Charuri. O texto descreve o ser evoluído como aquele que “conhece-se a si mesmo, tal qual é, e conhece a Deus”. Enquanto isso, uma fita mal gravada, com chiados de fundo, embala a catarse com a versão instrumental do tema da Disneylândia – “Para ser feliz é preciso ver / Este céu azul na imensidão… / Há um mundo bem melhor” etc. Muitos não seguram as lágrimas.

O sábado promove mais catarse. A monitora nos conduz a um castelo imaginário, onde encontraremos o chamado “guardião”ou o “eu maior”. Cada um pode enxergar a imagem que bem quiser. Durante o “encontro”, alguns choram e posso ouvir os soluços. No final, todos os alunos contam o que viram. O campeão absoluto das citações é Jesus Cristo. houve até quem mantivesse contatos imediatos com “um monge”, “um oriental” ou “um hindu”. Da minha parte, confesso que não vi nada.

Na manhã de domingo, estou esgotada. Na reta final da maratona, somos orientados a praticar tudo o que aprendemos nas aulas. Fazemos exercícios “parapsicológicos”em duplas. Imaginem, por exemplo, que meu companheiro fará minha mão levitar. Depois, eu repetirei a dose com a mão dele. Na hora, abro discretamente um dos olhos para conferir se meu colega já eliminou a força gravitacional. Vejo que sim e vou suspendendo vagarosamente minha mão para que ele se sinta feliz e satisfeito.

O destaque da manhã é a sessão de clarividência. Funciona mais ou menos assim: uma das partes da dupla entra em alfa (pratica o relaxamento) e a outra cochicha o nome de alguém de seu rol de amigos, acompanhado de idade e endereço. Quem ouviu não conhece a pessoa, mas deve visitá-la mentalmente e descrevê-la – e, quem sabe, falar algo sobre sua personalidade. Torci para que, pelo menos isso, desse certo. Tive uma clarividência? Claro que não. Quase todos, entretanto, garantem que obtiveram êxito. E quem errou a descrição contou com o apoio do companheiro e da monitora para arriscar uma adaptação convincente do que “viu”. Exemplo: se a “clarividente” enxergou uma morena, e ela é loira, chutavam: mas será que ela não pintou o cabelo? Pior: mas será que não pensa em mudar a cor? E assim por diante. Cada um relata sua história, os outros batem palmas e dão nota dez.

Um mês mais tarde, tenho a oportunidade de repetir o Básico. Os interessados em prosseguir na “iniciação” necessitam cumprir esse procedimento. Precisam assistir de novo às sete aulas e registrar oficialmente a presença. Desta vez, contabilizo mais de cem novatos, além de cerca de 200 “repetentes”. Desde o primeiro momento, percebo que o discurso é igualzinho. Mudou o monitor, mas as aulas continuam as mesmas. Como no primeiro Básico, muitas perguntas ficam sem resposta porque são assunto de cursos mais avançados. Um colega pergunta por que a pirâmide azul é mais indicada para auxiliar curas. A resposta: “Isso você vai saber no Avançado 1”. Nem todos, porém, chegarão lá. no terceiro dia de repetição, constato a desistência da jovem publicitária, que foi minha colega na primeira vez e era uma das mais entusiasmadas. Ao mesmo tempo, outro colega, um empresário de 33 anos, confidencia que não tem certeza se prosseguirá. Passou a fase da empolgação. Um dia, até brincou comigo que estava se sentindo “na igreja do Edir Macedo”.

DÍZIMOS PARA TREINAR O CÉREBRO

Aqueles que resistem à provoção de assistir a todas as aulas novamente – e permanecem entusiasmados – estão fisgados e prontos para se matricular no Avançado 1. E, aí, o céu pode não ser o limite. “Desde o Básico, o aluno vai sendo envolvido aula após aula. Colocam em sua cabeça que harmonia e amigos só se encontram ali. Você acaba se convencendo de que é mais do que os outros”, explica a ex-integrante Elza Aparecida de Castro. Conforme informações de ex-adeptos do grupo, depois do Avançado 1, vem o curso Introdução. Ambos custam igualmente R$ 350 e são seguidos dos Avançados 2 ao 7. Para ser promovido, é preciso passar por uma espécie de comissão julgadora, que escolhe os “eleitos”. Por isso, muitos adeptos permanecem anos no mesmo curso e não são autorizados a seguir adiante. Os que atingem os três últimos níveis são identificados por um crachá com o símbolo ” 4/ ” , que significa “avançados quatro e meio”. Do seleto grupo fazem parte basicamente diretores, conselheiros e monitores.

A exemplo de diversas seitas evangélicas, o Pró-Vida também recolhe dízimo. Não existe uma pressão escancarada para doar dinheiro como nos cultos da Igreja Universal, onde pastores aos berros lembram aos fiéis que “Deus quer dar, mas o demônio segura a carteira”. O convencimento é sutil. Quem colocar os pés na escola será contemplado por uma frase de pretenso efeito sugestivo: “O privilégio de ser nas mãos de quem dá”. Essa mensagem, assinada pela Central Geral do Dízimo e seguida pelo número de uma conta bancária está estampada nos crachás recebidos pelos alunos, nas paredes e até na página da Internet. O lucro, em última análise, é o sabor predominante nesse caldeirão que mistura psicanálise com neurolingüística, princípios de física com jargões de auto-ajuda, retórica evangélica com estrutura de maçonaria, parapsicologia com ficção científica.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/por-dentro-do-pr%C3%B3-vida