Diferenças Mediúnicas entre Umbanda e Kardecismo

No livro “Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de Um Preto-Velho” – W. W. da Matta e Silva, há um relato de Pai Ernesto de Moçambique sobre a diferença entre a mediunidade da “mesa kardecista” e a mediunidade de Umbanda :

“Pergunta : Existe alguma diferença entre a mediunidade da mesa kardecista e a mediunidade de Umbanda?

Resposta : “Sim! A mediunidade no chamado espiritismo de mesa é acentuadamente mental, as comunicações são quase telepáticas, predominantemente inspirativas, isto e’, os espíritos atuam mais sobre a mente dos médiuns, pois a atividade do espiritismo se processa mais no plano mental. Espiritismo de mesa não tem a missão de atuar no baixo astral contra os elementos de magia negra, como acontece com a Umbanda. Ele é quase exclusivamente doutrinário, mostrando aos homens o caminho a ser seguido a fim de se elevarem verticalmente a Deus. Sua doutrina fundamenta-se principalmente na reencarnação e na Lei da Causa e do Efeito. Abre a porta, mostra o caminho iluminado e aconselha o homem a percorre-lo a fim de alcançar a sua libertação dos renascimentos dolorosos em mundos de sofrimentos, como é o nosso atualmente, candidatando-se à vivência em mundos melhores. Em virtude disso, a defesa do médium kardecista reside quase exclusivamente na sua conduta moral e elevação dos sentimentos, portanto os espíritos da mesa kardecista, após cumprirem suas tarefas benfeitoras, devem atender outras obrigações inadiáveis.

É da tradição espirita kardecista que os espíritos manifestem-se pelo pensamento, cabendo aos médiuns transmitirem as idéia com o seu próprio vocabulário e não as configurações dos espíritos comunicantes.

Em face do habitual cerceamento mediúnico junto às mesas kardecistas, os espíritos tem de se limitar ao intercâmbio mais mental e menos fenomênico, isto é, mais idéias e menos personalidade. Qualquer coação ou advertência contraria no exercício da mediunidade reduz-lhe a passividade mediúnica e desperta a condição anímica. Por esta razão há muito animismo na corrente kardecista.

A faculdade mediúnica do médium ou cavalo de Umbanda é muito diferente da do médium kardecista, considerando-se que um dos principais trabalhos da Umbanda é atuar no baixo astral, submundo das energias degradantes e fonte primaria da vida.

Os médiuns de Umbanda lidam com toda a sorte de tropeços, ciladas, mistificações, magias e demandas contra espíritos sumamente poderosos e cruéis, que manipulam as forcas ocultas negativas com sabedoria. Em conseqüência o seu desenvolvimento obedece a uma técnica especifica diferente da dos médiuns kardecistas. Para se resguardar das vibrações e ataques das chamadas falanges negras, ele tem de valer-se dos elementos da natureza, como seja: banhos de ervas, perfumes, defumações, oferendas nos diversos reinos da natureza, fonte original dos Orixás ,Guias e Protetores, como meios de defesa e limpeza da aura física e psíquica, para poder estar em condições de desempenhar a sua tarefa, sem embargo da indispensável proteção dos seus Guias e Protetores espirituais, em virtude de participarem de trabalhos mediúnicos que ferem profundamente a ação dos espíritos das falanges negras, isto e’, do mal que os perseguem, sempre procurando tirar uma desforra.

Por isso a proteção dos filhos de Terreiro é constituída por verdadeiras tropas de choque comandadas pelos experimentados Orixás, conhecedores das manhas e astucias dos magos negros. Sua atuação é permanente na crosta da Terra e vigiam atentamente os médiuns contra investidas adversas, certos de que ainda é muito precária a defesa guarnecida pela evocação de pensamentos ou de conduta moral superior, ainda bastante rara entre as melhores criaturas. Os Chefes de Legião, Falanges, Sub-falanges, Grupamentos e Protetores, também assumem pesados deveres e responsabilidade de segurança e proteção de seus médiuns. É um compromisso de serviço de fidelidade mutua, porem, de maior responsabilidades dos Chefes de Terreiro.

Dai as descargas fluídicas que se processam nos Terreiros, após certos trabalhos, com a colaboração das falanges do mar e da cachoeira, defumação dos médiuns e do ambiente e dando de beber a todos água fluidificada. Espirito que encarna com o compromisso de mediunidade de Umbanda, recebe no espaço, na preparação de sua reencarnação, nos seus plexos nervosos ou chacras, um acréscimo de energia vital eletromagnética necessária para que ele possa suportar a pesada tarefa que irá desempenhar.

Na corrente kardecista, isto não é necessário, em virtude de não ter de enfrentar trabalhos de magia negra, como acontece na Umbanda, e mesmo permitir aos guias atuarem-lhe mais fortemente nas regiões dos plexos, assumindo o domínio do corpo físico e plastificando suas principais características. Enato vemos caboclos e pretos-velhos revelarem-se nos Terreiros com linguagem deturpada para melhor compreensão da massa humilde, assim como as crianças, encarnando suas maneiras infantis para melhor aceitação das mesmas. “

#kardecismo #Umbanda

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/diferen%C3%A7as-medi%C3%BAnicas-entre-umbanda-e-kardecismo

A Arca da Aliança

O Aron Hakodesh – a Arca Sagrada ou Arca da Aliança – era o ponto focal do Tabernáculo, o local de maior santidade pelo fato de abrigar as Tábuas da Lei e a Torá, Testemunhos da Aliança Eterna selada no Monte Sinai entre D’us e Seu povo. Era também um “caminho” para a mais elevada dimensão espiritual; pois, como está dito na Torá, o Eterno se comunicaria com Moisés “por sobre a Arca”. (Êxodo 25:22)

Terminara uma experiência extraordinária. Do topo do Monte Sinai, envolto em espessa nuvem, D’us Se revelara diante de todo Israel por meio da Shechiná, a Presença Divina. E, destarte, selara Sua aliança com o Seu povo.

Durante a Revelação, Israel atingiu alturas espirituais inconcebíveis, tendo um contato com a Presença Divina e ouvindo de Sua tonitruante Voz as Leis que norteariam para sempre sua existência. Em que implicaria, para eles, o término dessa Revelação e a saída do Monte Sinai rumo ao deserto? A Shechiná os abandonaria ou continuaria constantemente entre eles?

Foi nesse momento que D´us, por amor a Seu povo, ordena-lhes a construção do Mishkán, o Tabernáculo, para ser o local onde, seguindo Sua determinação, pairaria a Shechiná. Segundo o sábio espanhol Don Yitzhak Abravanel, ao transmitir Sua Vontade, o Eterno visava assegurar a Israel que não abandonaria o mundo terreno. Indicava, pelo contrário, Sua permanência entre eles. Sua Providência estaria sempre por perto, apesar de envolta em um véu, oculta aos comuns mortais. O Mishkán seria para Israel um sinal de que sempre haveria uma via de comunicação com D´us, independente de quão distantes estivessem do local da Revelação, já que lá não havia santidade intrínseca. O que conferia santidade era a Presença Divina e a Sua Torá, Sua Palavra, que a partir da Revelação estaria para sempre com Israel. A importância do Tabernáculo pode ser constatada pelo fato de quase a totalidade da segunda parte do livro Êxodo ser dedicada à sua descrição e construção, assim como ao detalhamento de seus implementos. O Talmud, o Midrash, a Cabalá assim como comentários de nossos Sábios revelam simbolismos, fatos e minúcias sobre cada aspecto da construção. Cada detalhe, cada objeto e cada simbologia, são profundamente discutidos, analisados e esmiuçados a tal ponto que seria impossível, neste simples artigo, pretender cobrir as interpretações e conotações do assunto.

Segundo Nachmânides, grande sábio e místico espanhol do séc. XIII conhecido como Ramban, a edificação do Mishkán foi vital para nosso povo, pois, por seu intermédio, o propósito do Êxodo foi totalmente alcançado. Como explica Ramban, D´us instruíra os Filhos de Israel para construir o Tabernáculo para que a Shechiná sobre este pudesse pairar. Portanto, foi através do Tabernáculo que a elevação espiritual – que Israel atingira temporariamente durante a Revelação, no Sinai – tornou-se permanente.

O ponto focal do Mishkán era o Aron Hakodesh – a Arca Sagrada. Guardada no lugar de maior santidade do Tabernáculo, no Kodesh ha-Kodashim, a Arca iria abrigar os bens mais preciosos de Israel, símbolo da Aliança firmada no Sinai: as duas Tábuas da Lei, onde D’us inscrevera os Dez Mandamentos, os fragmentos das primeiras Tábuas estilhaçadas e o Sefer Torá original, que, ditado por D´us, fora transcrito por Moisés.

Por conter o testemunho da Palavra Divina, a Arca é o ponto de maior santidade de todo o Mishkán, o local onde se revelaria a Shechiná. Pois, seria de lá, afirma a Torá, “por sobre a Arca” que o Todo Poderoso se comunicaria com Moisés. Assim como no Monte Sinai o “Grandioso Encontro” fora único e poderoso, o “ininterrupto” encontro no Mishkán – mais precisamente, sobre a Arca – daria um prosseguimento àquele extraordinário acontecimento e ao relacionamento entre D´us e Seu povo.

O Mishkán

Como vimos acima, o Mishkán e todos os seus implementos eram o símbolo e a indicação, para o povo, de que a Presença Divina estava constantemente entre eles. Eram o símbolo de sua consagração como “um reino de sacerdotes e um povo santo”. Em outras palavras, o Mishkán tinha como principal objetivo o aperfeiçoamento espiritual do ser humano. O Midrash nos alerta, porém, que tanto o Santuário do Deserto como o Templo, mais tarde, eram apenas representações materiais do “verdadeiro Santuário”, o lugar que D´us escolhera para “habitar ” – e este é o coração de todo judeu.

Segundo a Cabalá, o Tabernáculo é o microcosmo do universo e, como tal, reflete as verdades mais profundas sobre a vida e a Criação. Uma de suas finalidades era ensinar ao homem que ele tem a responsabilidade de elevar e santificar a si mesmo e a toda a Criação. Numa escala infinitamente mínima, dizem os textos místicos, o Mishkán reflete a Fonte Universal da qual emanam as bênçãos sobre toda a Criação.

O Tabernáculo era também o ponto de convergência de toda a Nação, um centro espiritual que os congregava, fazendo deles um grupo homogêneo e coeso. Localizado no centro dos acampamentos das doze tribos, seria um local onde todo judeu poderia purificar-se, elevar seu espírito e conseguir o perdão Divino. Estas funções couberam, posteriormente, ao Templo Sagrado, em Jerusalém. Em termos estruturais, o Mishkán era uma construção notável. Muito provavelmente foi a primeira estrutura pré-fabricada, no mundo. Apesar de bastante grande – media 6,10m de altura por 7,30m de largura por 25m de comprimento – toda a sua estrutura podia ser desmontada e transportada de um local para outro. Assim sendo, pôde acompanhar os israelitas enquanto vagavam pelo deserto. Mesmo após terem entrado na Terra de Israel, vez por outra foi necessário transportá-lo para novas paragens. De acordo com a tradição bíblica, ficou em Guilgal durante 14 anos, em Shiló durante 369 anos e, por último, em Nov e Guivon, durante um total de 57 anos. Foi o rei David quem, após conquistar Jerusalém e expandir seu reinado, finalmente trouxe a Arca para Jerusalém. Sabia ser a cidade escolhida pelo Eterno para que lá fosse edificado um Templo permanente, em substituição ao Tabernáculo móvel e provisório que nos acompanhara em nossa epopéia pelo deserto.

Apesar de sua aparência externa modesta, quase austera, o interior do Mishkán era esplêndido, repleto de ornamentos em ouro, prata, pedra preciosas, materiais suntuosos e os mais adocicados perfumes. Treze diferentes matérias primas foram usadas para a sua construção e de seus implementos, bem como das vestes dos sacerdotes. E todo o povo de Israel participou, com suas oferendas, desta obra magistral.

Apesar dos esforços e do entusiasmo, inúmeras foram as complicações surgidas em relação à sua planta e execução. O profundo simbolismo imbuído em cada um de seus objetos implicava em um cuidado todo especial na execução do menor detalhe que fosse. Segundo o Midrash, enquanto estava no Monte Sinai, D’us mostrou a Moisés, feito em fogo, o modelo exato do Santuário e de seus implementos. Mas, tamanha era a complexidade que, em certas ocasiões, D´us teve que mostrar certos objetos, mesmo ao maior de nossos profetas, quatro vezes.

Para executar a complexa tarefa, D’us escolhera Betsalel, da tribo de Judá; e, para ajudá-lo, indicara Aholiav, da tribo de Dan. Estes, assim como todos os que ajudaram, foram imbuídos por D´us de profunda sabedoria para o desempenho de suas tarefas. A Moisés caberia a responsabilidade de integrar as partes em um todo, já que somente a ele D´us mostrara a planta, em sua totalidade.

O Aron Hakodesh – a Arca sagrada

A primeira instrução que D´us deu a Moisés em relação ao Tabernáculo foi confeccionar um repositório para abrigar “o Testemunho que Eu Te darei”. Se analisarmos de uma forma lógica, a Arca não deveria ser construída até ter uma estrutura que a abrigasse. E, de fato, foi isto o que finalmente aconteceu. Somente após a estrutura estar pronta Betsalel confeccionou a Arca, o único implemento que, sob supervisão pessoal de Moisés, ele fez com suas próprias mãos, pois aí pousaria a Shechiná.

Mas, foi a primeira ordem Divina, pois a Torá, testemunho eterno do relacionamento especial entre D´us e Seu povo, é infinitamente mais importante que a estrutura que iria abrigá-la. É por conter o testemunho da Palavra Divina que o Aron é o ponto de maior santidade de todo o Mishkán.

No capítulo 25 do Êxodo, a Torá provê os detalhes referentes à confecção da Arca. Relata o texto bíblico que D´us ordenara que todo Israel participasse da construção, nem que fosse com alguma contribuição simbólica ou apenas em pensamento – uma exceção no que diz respeito aos mandamentos acerca da construção dos outros objetos sagrados. Os Sábios explicam que com isto cada um dos membros de nosso povo teria a sua parte, o seu quinhão de participação na Torá.

Sua estrutura

A Arca era uma caixa retangular medindo 2,5 cúbitos de comprimento e 1,5 cúbito de largura e altura. Feita de madeira de acácia, uma espécie de cedro – em hebraico, shitim, era aberta por cima e devia ser revestida, por dentro e por fora, de uma camada do mais puro ouro. Rashi, o maior comentarista da Torá, explica que para a confeccionar conforme as especificações Divinas, Betsalel fez três caixas. A primeira, de madeira de acácia. Uma segunda, maior, de ouro puríssimo, dentro da qual era colocada a caixa de madeira. Por último, uma terceira, menor, que foi colocada dentro da caixa de acácia. Desta forma, o receptáculo principal era coberto de ouro em seu interior e exterior. Para confeccioná-la, foram utilizados o mais puro ouro e madeira porque, explicam nossos sábios, a Torá é como o ouro em seu valor e pureza, mas é também chamada de Árvore da Vida.

O ouro é primeiro na lista dos materiais a serem utilizados na construção do Tabernáculo. O Midrash observa que este metal é particularmente adequado para o Santuário, pois o objetivo deste era o “refinamento” espiritual do ser humano. Assim, como se refina o ouro bruto de suas impurezas, de modo semelhante deveria o judeu tentar apurar-se cada vez mais, espiritual e moralmente. Além do que, o ouro puríssimo do Aron serviria como símbolo de que o homem deve tentar alcançar a pureza não somente em suas ações e pensamentos, como também nos instrumentos que utiliza para a sua realização.

Na parte superior da Arca devia haver uma borda de ouro, como que a coroá-la (Yomá, 72b). Segundo o Midrash, o Aron simboliza a Torá e, a borda, a “Coroa da Torá”. D´us conferiu ao povo de Israel três coroas: a da Torá, a da Kehuná (o sacerdócio) e a da monarquia. Acim

A Tampa e os Querubins

Uma tampa, kaporet em hebraico, do mesmo comprimento e largura do Aron Hakodesh e de ouro puríssimo devia cobrir a Arca para a fechar. O Midrash explica o nome kaporet. O termo deriva da palavra kapará, que significa expiação. É uma indicação de que o ouro usado em sua confecção serviria para expiar a grave transgressão que Israel cometera ao fazer o “Bezerro de ouro”.

Sobre esta tampa, em suas extremidades, havia “dois querubins de ouro batido”. Como D´us ordenara a Moisés que tanto os querubins como a tampa deviam ser feitos da mesma peça de ouro, Betsalel os havia moldado cinzelando as extremidades da tampa. No Talmud há uma descrição da aparência da Arca e dos dois querubins e inúmeras são as discussões sobre cada detalhe. Apesar das diferentes interpretações, diz a tradição que os querubins são representados como anjos com asas, como pássaros, e com rosto de criança, um de sexo masculino e outro, feminino. As asas dessas criaturas celestiais, estendendo-se para cima da tampa, formavam um arco protetor e sua face estava voltada uma à outra, inclinando-se para baixo, em direção à tampa.

É preciso que se faça uma ressalva importante. Apesar de D’us ter proibido a construção de imagens, esses querubins eram uma exceção, pois Ele Mesmo ordenara, de forma explícita, que fossem colocados sobre a Arca. E, no judaísmo, o que pode ou não ser feito depende exclusivamente da Vontade Divina. Mas, para evitar qualquer dúvida sobre a proibição absoluta de se adorar imagens e mostrar a Israel que os querubins não eram destinados à adoração, mas indicavam um lugar onde se concentrava a força espiritual, eles não ficavam de frente para o povo, mas um olhando para o outro. Além do mais, o fato de estarem colocados sobre a Arca – que abrigava as duas Tábuas da Lei e o rolo original da Torá — era uma clara indicação da Fonte Única e Verdadeira de todo o Poder Espiritual.

Era “entre os querubins” que o Eterno comunicava-se com Seu profeta. A Torá relata as palavras do Todo Poderoso a Moisés: “E no tempo marcado, Eu estarei lá, falarei contigo desde a tampa da Arca, entre os dois querubins que estão sobre a Arca do Testemunho” (Êxodo, 25:22). Por isso, o espaço entre estas duas formas era visto por sábios e profetas como o foco principal da força espiritual e de toda inspiração profética, uma abertura para a dimensão espiritual, o próprio caminho à ascensão espiritual.

A simbologia que envolve os querubins é vasta e profunda. Em diversas ocasiões a Torá menciona essas criaturas celestiais: D’us os coloca para proteger o caminho da Árvore da Vida após a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden; na visão do profeta Ezequiel, são os portadores do Trono de Glória Divina, e aparecem em várias outras visões proféticas. Representam entre outros o dualismo inerente a toda a Criação – as duas Tábuas da Lei, mantidas no Aron Hakodesh, eram um lembrete desta mesma verdade. Além disso, representam os princípios masculino e feminino que permeiam todo o Universo. Segundo Rashi, as faces infantis simbolizavam a pureza da inocência e do amor de D’us por Israel. Não podemos esquecer que foram as crianças de Israel que haviam sido eleitas no Monte Sinai como “os fiéis guardadores da Torá”. O fato dos querubins terem a forma de um ser humano alado era uma alusão à capacidade do homem de transcender os laços terrenos. E, as asas abertas em direção aos céus representavam a vontade que motiva todas as criaturas a voar para cima “em direção a esferas espirituais mais elevadas”. Pois, mesmo estando o homem ligado à materialidade pelo seu corpo mortal, pode voar com as asas de sua alma e se elevar espiritualmente.

Os querubins, de acordo com os textos místicos, refletiam a relação entre D’s e Israel. Explica o Zohar que assim como o homem – pó da terra – criara vida pelo Sopro Divino, também os querubins podiam criar vida, especialmente por estarem em permanente contato com a Presença Divina. Pode-se dizer que eram um barômetro extremamente sensível que “media” a unidade e a harmonia existente entre D´us e o homem. Quando Israel realizava a Vontade Divina, e aumentava o amor entre Ele e Seu Povo, os querubins ficavam frente a frente e suas asas se tocavam. Mas, quando Israel transgredia A Grande Vontade, os querubins viravam as costas e se afastavam um do outro (Bava Barsa, 99 a). Relata o Midrash que nos dias festivos – os Yamim Tovim – quando os judeus iam até o Santuário e mais tarde até o Grande Templo, as cortinas da Arca eram suspensas e todo Israel podia ver os querubins entrelaçados e perceber o grande Amor que D´us tinha por Seu povo (Yomá, 54a). Relata o Talmud que quando os romanos estavam prestes a destruir o Segundo Templo, os querubins entalhados em madeira que adornavam suas paredes, ao pressentir a desgraça que se abateria sobre Israel, abraçaram-se e choraram, copiosamente. Isto indicava que naquela hora amarga em que os Filhos de Israel iniciavam seu longo e penoso exílio, na hora de seu mais profundo desespero, o Eterno ainda estava ao lado de Seu povo, Seu amor por nós era forte e inamovível – e, portanto, abraçaram-se os querubins (Chazon L’Moed).

A mobilidade da Torá

Assim como o Mishkán, a Arca era portátil e, por essa razão, tinha quatro anéis de ouro maciço, dois de cada lado, fixados nas paredes laterais de suas quatro superfícies. Duas varas de madeira de acácia, folheada a ouro, traspassavam esses anéis para permitir que se carregasse a Arca. E, uma vez colocadas, não podiam ser mais removidas. Aliás, todos os objetos do Tabernáculo tinham varas com essa mesma função de transporte dos objetos sagrados, mas esta proibição não existe para outros objetos. Por quê? Porque, respondem nossos Sábios, a Arca devia estar sempre pronta para ser transportada de um local para outro.

Para o Rabi Shimshon R. Hirsh, a característica de mobilidade da Arca Sagrada é símbolo da intrínseca mobilidade da Torá. Nossa Lei não está amarrada a um determinado local, nem vinculada a um determinado momento no tempo, mas acompanha nosso povo por toda sua história e em todos seus exílios. Onde forem os judeus, com eles vai a sua Torá. Isto não se aplica aos demais implementos do Tabernáculo e, conseqüentemente, do Grande Templo de Jerusalém. A Arca ficou com Israel até o final do período do Primeiro Templo, desaparecendo em seguida. Mas, segundo a tradição, ainda se encontra em Jerusalém. O rei Salomão, ao construir o Templo, mandou cavar um túnel secreto e profundo por baixo do Monte do Templo para, em caso de perigo, lá esconder os implementos sagrados. Pouco antes da destruição do Primeiro Templo pelos babilônios, o rei Josias teve uma visão da catástrofe que estava para se abater sobre Israel; e, para garantir a segurança da Arca, tê-la-ia escondido justamente nesse local secreto, sob o Monte do Templo, longe dos olhos inimigos.

Se assim foi – e assim nós judeus o cremos – até hoje, O Aron Hakodesh do Mishkán está ainda oculto em algum ponto, sob o Monte do Templo, em Jerusalém, Capital Eterna do Povo Judeu.

Enviado por Anderson Prudencio.’.

#Judaismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-arca-da-alian%C3%A7a

Os Terreiros de Umbanda mais Antigos do Brasil

Compilação por Renato Guimarães, do “Registros de Umbanda”

Terreiros precursores* da Umbanda fundados entre 1888 e 1907

1.O terreiro do senhor Nicanor (Costa Barro, Rio de Janeiro, RJ, 1890)

2.O terreiro do senhor Olímpio de Melo (Magé, RJ, 1904)

3.O terreiro da senhora Cândida (Neves, São Gonçalo, RJ, em ou antes de 1907)

Terreiros de Umbanda fundados entre 1908 e 1910

1.Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade (Neves, São Gonçalo, RJ, 16/11/1908)

Terreiros de Umbanda fundados entre 1911 e 1920

2.Terreiro de Cobra Coral (Belford Roxo, RJ, 1913 – 1945)

3.Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição (Rio de Janeiro, RJ, 1918)

Terreiros de Umbanda fundados entre 1921 e 1930

4.Tenda Espírita Mirim (Rio de Janeiro, RJ, 13/10/1924)

5.Um centro na antiga Rua Dona Júlia (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

6.Centro Espírita Beneficente Filhos de Maria de Nazareth (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

7.Canzel de Pai Quintino (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

8.Centro Espírita Maria da Conceição (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

9.Centro Espírita Deus, Luz e Amor (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

10.Um centro na rua Barão do Bom Retiro (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

11.Centro Espírita de Caridade Mãe Guiomar (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

12.Centro Espírita Redentor São Jorge e Santa Catarina (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

13.Seita Espírita Nossa Senhora da Aparecida (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

14.Centro Deus, Christo, Caridade (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

15.Centro Espírita Joanna d’Arc (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

16.Um centro no Engenho Novo (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

17.Centro Espírita Santa Rita de Cássia (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

18.Um centro na antiga Rua Elvira (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

19.Centro Humildade (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

20.Um centro na Rua São Luiz Gonzaga (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

21.Centro Fé, Esperança e Caridade (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

22.Sociedade Espírita da Divindade de São Sebastião (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1924)

23.Centro Espírita Reino de São Jorge (Rio Grande, RS, 1926)

24.Tenda Espírita São Pedro (Rio de Janeiro, RJ, antes de 1927)

25.Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia (Rio de Janeiro, RJ, antes de 1927)

26.Sociedade Espírita Jorge (Rio de Janeiro, RJ, 06/03/1927 – ?)

27.Tenda de Pai Benedito (Vila Mariana, São Paulo, SP, em ou antes de 1927)

28.Grupo Espírita Humildes de Jesus (Rio de Janeiro, RJ, 12/12/1928)

Terreiros de Umbanda fundados entre 1931 e 1940

29.Centro Espírita de Caridade Jesus (Rio de Janeiro, RJ, 1932)

30.Tenda de Umbanda Nossa Senhora Aparecida (Ponte Pequena, São Paulo, SP, em ou antes de 1934)

31.Tenda Espírita Santa Bárbara (entre 1933 e 1935)

32.Tenda Espírita Oxalá (entre 1933 e 1935)

33.Tenda Espírita São Jorge (Centro, Rio de Janeiro, RJ, 15/02/1935)

34.Tenda Espírita São Jerônimo (Centro, Rio de Janeiro, RJ, 1935)

35.Abrigo Espírita Francisco de Assis (Porto Alegre, RS, 04/10/1936)

36.Centro Espírita Caminheiros da Verdade (Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, RJ, 1936)

37.Centro Espírita Trabalhadores Humildes (Ramos, Rio de Janeiro, RJ, 1938)

38.Cabana de Pai Joaquim de Loanda (Rio de Janeiro, RJ, antes de 1939)

39.Centro Espírita Antonio Francisco Lisboa (Montes Claros, MG, em ou antes de 1939)

40.Cabana Espírita Nosso Senhor do Bonfim (Rio de Janeiro, RJ, 06/09/1939)

41.Tenda de Umbanda Rei dos Reis (Vila Nova York, São Paulo, SP, 1939)

42.Centro Espírita Xangô-Agodô – Casa do Caboclo Lírio Branco (Barra Mansa, RJ, 1939)

43.Tenda Espírita Pai João do Congo (São Domingos, Americana, SP, 1940)

Terreiros de Umbanda fundados entre 1941 e 1950

44.Tenda Espírita Humildade e Caridade (em ou antes de 1941)

45.Tenda Espírita Fé e Humildade (em ou antes de 1941)

46.Cabana Pai Thomé do Senhor do Bonfim (antes de 1941)

47.Centro Espírita Religioso São João Baptista (em ou antes de 1941)

48.Centro Espírita Urubatan (Barra Funda, São Paulo, SP, 02/09/1941)

49.Templo Espiritualista Sol do Oriente (Curitiba, PR, 20/01/1942)

50.Tenda Espírita Fé pela Razão (Rio de Janeiro, RJ, antes de 1944)

51.Tenda Espírita Santo Agostinho (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1944)

52.Tenda Espírita Pedro Pescador (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1944)

53.Tenda Espírita Nossa Senhora Auxiliadora (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1944)

54.Tenda Espírita Filhos de São Jerônimo (Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1944)

55.Centro Espírita Caboclo Tupi Guarani (Piedade, Rio de Janeiro, RJ, 1945)

56.Centro Espírita São João Batista (Rio de Janeiro, RJ, 1945)

57.Centro Espírita Nossa Senhora do Rosário (Montes Claros, MG, 1945 – 12/11/1976)

58.Fraternidade Eclética Espiritualista Universal (Centro, Rio de Janeiro, RJ, 27/03/1946)

59.Centro Espiritualista Fraternidade Reino de Urubatan (Porto Alegre, RS, 01/01/1947)

60.Tenda Espírita Fraternidade da Luz (Méier, Rio de Janeiro, RJ, 08/04/1948)

61.Centro de Umbanda São Sebastião (Santa Maria, RS, 19/11/1948)

62.Igreja Espiritual Cristã Maior de Presidente Altino (Presidente Altino, Osasco, SP, 09/12/1948)

63.Tupã Oca do Caboclo Arranca Toco (São Paulo, SP, 1950)

64.Templo Espiritualista e Confraternização de Umbanda São Benedito (Pinheiros, São Paulo, SP, 1950)

65.Tenda Espírita Pai Cambinda (Barra Mansa, RJ, 1950)

Terreiros de Umbanda fundados entre 1951 e 1960

66.Tenda Espírita Mirim – 1ª Filial (Queimados, RJ, 30/06/1951)

67.Tenda de Umbanda Índio Pedra Preta (Parque Alvorada, Araraquara, SP, 1951)

68.Terreiro de Umbanda Divino Espírito Santo (Montes Claros, MG, 1951)

69.Tenda Filhos de Santa Bárbara (em ou antes de 1952)

70.Tenda Espírita São Miguel Arcanjo (em ou antes de 1952)

71.Tenda Espírita Estrela do Mar (em ou antes de 1952)

72.Tenda Espírita Maria Madalena (em ou antes de 1952)

73.Tenda Espírita Perseverantes da Fé (Rocha, Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1952 – 1974)

74.Casa de Caridade São Crispim e São Crispiniano (em ou antes de 1952)

75.Instituto do Templo dos Pobres de Jesus (em ou antes de 1952)

76.Tenda Espírita Ogum Megê (em ou antes de 1952)

77.Tenda Espírita São Jorge (em ou antes de 1952)

78.Centro Espírita São Jorge (em ou antes de 1952)

79.Tenda de Caridade Filhos de Benedito (em ou antes de 1952)

80.Caminheiros Anônimos do Bem (em ou antes de 1952)

81.Centro Espírita Pai Benedito (em ou antes de 1952)

82.Tenda Espírita Seara de Jesus (em ou antes de 1952)

83.Tenda Espírita Seara do Senhor (em ou antes de 1952)

84.Palhoça do Preto Velho (em ou antes de 1952)

85.Centro de Irradiação Antônio de Pádua (em ou antes de 1952)

86.Tenda Espírita São Benedito (em ou antes de 1952)

87.Tenda Espírita Santa Bárbara (em ou antes de 1952)

88.Centro Espírita Casa da Jurema (Rio de Janeiro, RJ, 01/01/1952)

89.Tenda Espírita Estrela do Mar (Rio de Janeiro, RJ, 27/09/1952)

90.Tenda Espírita Deusa Iara (João Paulo, São Luís, MA, 1952 – 1984)

91.Templo de Umbanda Santa Rita de Cássia (Jabaquara, São Paulo, SP, em ou antes de 1953)

92.Tenda de Umbanda Caboclo Ycaraí (São Paulo, SP, 1953)

93.Terreiro Espírita Pai Antônio José de Benguela (Tomás Coelho, Rio de Janeiro, RJ, 20/01/1954)

94.Instituição de Caridade Mãe Catharina (Pedra de Guaratiba, Rio de Janeiro, RJ, 12/06/1954)

95.Cabana de Pai Antônio (Boca do Mato, Cachoeiras de Macacu, RJ, 1954)

96.Roça Estrela Guia (Inhaúma, Rio de Janeiro, RJ, 1954)

97.Tenda Espírita Maria da Conceição do Mar (Penha, Rio de Janeiro, RJ, 02/07/1955)

98.Tenda de Umbanda Luz, Esperança e Fraternidade (Rio de Janeiro, RJ, 1955)

99.Sociedade Espírita Nossa Senhora dos Navegantes (Porto Alegre, RS, 13/05/1956)

100.Ogun de Ronda Rei dos Astros (Salvador, BA, 1956)

101.Templo Espírita de Umbanda Pai Xangô (Taboão, Diadema, SP, em ou antes de 1956)

102.Tenda Espírita São Jorge Guerreiro de Umbanda (Bacacheri, Curitiba, PR, 01/01/1958)

103.Tenda Espírita de Umbanda Tupinambá (Estiva, Taubaté, SP, 28/03/1958)

104.Irmandade Espiritualista e Beneficente Mirim (1959)

105.Terreiro de Umbanda São Jorge Guerreiro (Salvador, BA, 1960)

106.Terreiro Filhos de Pai Gonzaga (Montes Claros, MG, 1960 – 12/11/1976)

Terreiros de Umbanda fundados entre 1961 e 1970

107.Casa de Oxalá (Rio de Janeiro, RJ, 24/06/1962)

108.Templo de Umbanda São Judas Tadeu (Rio de Janeiro, RJ, 04/09/1962)

109.Cabana de Oxum (Praça Seca, Rio de Janeiro, RJ, 10/1962)

110.Centro Espírita Fé Esperança e Caridade (São Gonçalo, RJ, 1962 – 2000 / 2007)

111.Centro de Caboclo Serra Negra da Aldeia de Jequitiriça (Salvador, BA, 1962)

112.Templo de Oxóssi Rompe Mato (Rio de Janeiro, RJ, 15/11/1963)

113.Centro Espírita Pai Congo de Cambinda (Paracambi, RJ, 23/04/1964)

114.Tupã Oca do Caboclo Irajé (Vila Carrão, São Paulo, SP, 23/04/1964)

115.Sociedade Espírita Umbandista Mãe Iemanjá e Ogum Beira Mar (Porto Alegre, RS, 12/07/1964)

116.Centro de Umbanda Ogum de Ronda (Salvador, BA, 1964)

117.Tenda Espírita Caxana (Magalhães Bastos, Rio de Janeiro, RJ, 10/04/1965)

118.Centro Espírita Sentinela do Além (Bento Ribeiro, Rio de Janeiro, RJ, ?/09/1965)

119.Tenda de Umbanda Caboclo Ogum Caiçara (Lapa, São Paulo, SP, 1965 – 2000)

120.Templo Umbandista a Caminho da Luz (Rio de Janeiro, RJ, 22/11/1968)

121.Ordem do Círculo Cruzado (Rio de Janeiro, RJ, 1968)

122.Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino (Ipiranga, São Paulo, SP, 1969)

123.Roça Gongobiro Unguzu Moxicongo (Montes Claros, MG, 1969)

124.Centro de Umbanda Oxóssi Guerreiro (Salvador, BA, 1970)

125.Centro Espírita Irmão Felipe (Montes Claros, MG, 07/1970)

126.Recanto de Pai João Velho (Montes Claros, MG, 31/12/1970)

Terreiros de Umbanda fundados entre 1971 e 1980

127.Tenda Filhos de Oxoce (Madureira, Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1971)

128.Tenda Oxum Marê (Rio Comprido, Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1971)

129.Ilê de Ogum Megê e Oxóssi de Pedra Preta (Centro, Mesquita, RJ, em ou antes de 1971)

130.Cabana Pena Preta de Oxóssi (Jardim Sulacap, Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1971)

131.Centro Jesus de Nazareno (Duque de Caxias, RJ, em ou antes de 1971)

132.Tenda Afro Brasileira Senhor do Bonfim e Oxalá (Tomás Coelho, Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1971)

133.Tenda Santa Bárbara (Itaúna, São Gonçalo, RJ, em ou antes de 1971)

134.Tenda Pai Manuel das Almas e Nossa Senhora da Conceição (Centro, São João de Meriti, RJ, em ou antes de 1971)

135.Tenda Caboclo Sete Encruzilhadas (Brás de Pina, Rio de Janeiro, RJ, em ou antes de 1971)

136.Roça Estrela Guia de Omulu da Almas (Inhaúma, Rio de Janeiro, RJ, 1971)

137.Templo Guaracy do Brasil (São Paulo, SP, 02/08/1973)

138.Tenda Espírita Caboclo Tupiaçu e Tapajós (Riachuelo, Rio de Janeiro, RJ, 20/09/1974)

139.Centro Espírita Jesus Maria José (Cidade de Deus, Rio de Janeiro, RJ, 1974)

140.Templo de Umbanda Pai Xangô (Freguesia do Ó, São Paulo, SP, 02/02/1976)

141.Tenda Espírita Pai Benedito (Barra Mansa, RJ, 13/05/1976)

142.Templo de Umbanda Nossa Senhora da Conceição e Caboclo Pisa n’Areia (Penha, São Paulo, SP, 31/10/1977)

143.Casa de Lua Cheia (Salvador, BA, 1977)

144.Templo de Umbanda Sagrada Cacique Ubiratã e Pai Sacomé (Valinhos, SP, 20/02/1978)

145.Casa Branca de Omolu (Praça da Bandeira, Rio de Janeiro, RJ, ?/11/1978)

146.Centro de Umbanda Caboclo Pena Branca (Salvador, BA, 1978)

147.Centro de Umbanda Juriti (Salvador, BA, 1980)

Terreiros de Umbanda fundados entre 1981 e 1990

148.Associação de Pesquisas Espirituais Ubatuba (São Paulo, SP, 17/01/1981)

149.Centro de Umbanda Obaluaiê (Salvador, BA, 1981)

150.Templo de Umbanda Ogum Vence Demanda (São Paulo, SP, 06/11/1982)

151.Centro de Umbanda de Ogum Megê Sete Espadas (São Paulo, SP, antes de 1983)

152.Sociedade Espiritualista Universalista Cantinho de São Francisco de Assis (Porto Alegre, RS, 26/07/1983)

153.Templo de Doutrina Umbandista Caboclo Sete Flechas e Pai Oxalá (Rudge Ramos, São Bernardo do Campo, SP, 1983)

154.Centro Espírita Santo Antônio de Pádua (Piedade, Rio de Janeiro, RJ, 20/04/1985)

155.Tenda Espírita Filhos de Urundahy (Maracanã, Rio de Janeiro, RJ, 15/08/1985 – 2007)

156.Tenda de Umbanda Ogum Beira Mar e Pai João da Mina (Jardim Hercília, São Paulo, SP, 1986 – 1992)

157.Ordem Esotérica Olho do Mestre (1988)

158.Centro de Umbanda Caminhos de Luz (Brasília, DF, 1988)

Terreiros de Umbanda fundados entre 1991 e 2000

159.Centro Espírita Caboclo Tumba Jussara (Salvador, BA, 1991)

160.Casa Branca de Oxalá (Bonança, Santa Luzia, MG, 13/05/1992)

161.Centro de Umbanda Vovó Cambinda (Caminho Novo, Palhoça, SC, 06/02/1994)

162.Ordem de Umbanda do Cruzeiro do Sul (Grajaú, Rio de Janeiro, RJ, 31/08/1995)

163.Centro Umbandista Paz e Justiça (Salvador, BA, 1995)

164.Sociedade Espiritualista Jesus é o Caminho (Santa Maria, RS, 31/07/1996)

165.Grupo Umbandista Fé, Esperança e Caridade (Campinho, Rio de Janeiro, RJ, 15/11/1996)

166.Tenda de Umbanda Ogum e Oxalá (Viamão, RS, 09/07/1997)

167.Centro Casa de Mesa Branca Raio de Sol (Salvador, BA, 1997)

168.Tenda Umbandista Caboclo Jundiara (Jardim Carioca, Rio de Janeiro, RJ, 19/09/1998)

169.Centro Espiritualista Caboclo Pery (Itaipu, Niterói, RJ, 23/09/1998)

170.Ogun de Kariri (Salvador, BA, 1998)

171.Templo de Umbanda Caboclo Pena Branca (Marlene Miranda, Taubaté, SP, 24/03/1999)

172.Casa de Umbanda Giro de Caboclo (Salvador, BA, 1999)

173.Templo de Umbanda Caridade é Amor (São Paulo, SP, ?/04/2000)

Terreiros de Umbanda fundados entre 2001 e 2010

174.Templo à Caminho da Paz (Rio de Janeiro, RJ, 20/01/2001)

175.Templo e Escola de Umbanda Luz da Aruanda (São Paulo, SP, ?/03/2001)

176.Fraternidade de Umbanda Esotérica Confraria da Luz – Templo do Caboclo Sete Flechas (Mogi das Cruzes, SP, 30/10/2001)

177.Templo de Umbanda Sagrada Sete Luzes Divinas (Vila Guilhermina, São Paulo, SP, ?/03/2003)

178.Cabana de Pai Pescador das Almas (Rio de Janeiro, RJ, 17/05/2003)

179.Centro Cigana Maguidala (Salvador, BA, 2003)

180.Templo Caboclo Pena Branca (Guarulhos, SP, 22/01/2004)

181.Centro Espírita Luz Força e Caridade (Itaboraí, RJ, 23/04/2004)

182.Centro Cultural e Social de Umbanda Carismática Luz de Oxalá Força de Oxum (São Paulo, SP, 12/10/2004)

183.Terreiro de Obaluaiê (Salvador, BA, 2004)

184.Tenda Espírita Santo Antônio (Ahú, Curitiba, PR, 20/01/2005)

185.Choupana do Caboclo Pery (Passo d’Areia, Porto Alegre, RS, 13/05/2005)

186.Terreiro de Umbanda Luz, Amor e Paz – Cabana do Pai Tobias de Guiné (Bigorrilho, Curitiba, PR, 21/07/2005)

187.Fraternidade Umbandista Luz de Aruanda (Barra Mansa, RJ, 15/11/2005)

188.Centro de Umbanda Ogum Yara e Mãe Iansã (Viamão, RS, 25/11/2005)

189.Templo Universalista Pena Branca (Lapa, Campos dos Goytacazes, RJ, 09/02/2006)

190.Templo de Umbanda Vozes de Aruanda (São Cristóvão, Erechim, RS, 01/03/2006)

191.Centro Espírita Ogum Yara Caminho da Luz (Pilares, RJ, ?/10/2006)

192.Templo Espiritualista de Luz e Fraternidade Tupyara (Ilha do Governador, Rio de Janeiro, RJ, 29/12/2006)

193.Seara Espiritualista Falangeiros da Aruanda (Piedade, Rio de Janeiro, RJ, 14/04/2007)

194.Templo Estrela do Oriente (Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, 22/04/2007)

195.Centro Espiritualista Luz de Aruanda (Estância, Recife, PE, 16/08/2007)

196.Fraternidade Espiritualista Caboclo Ubirajara (Olaria, Rio de Janeiro, RJ, 27/09/2007)

OBS:

Precursor significa aquele que anuncia um acontecimento vindouro ou aquele que é o primeiro a pregar ou a defender certas ideias, tendências ou doutrinas.

No texto, o termo foi utilizado para identificar terreiros que adotavam práticas semelhantes à da Umbanda, porém não eram considerados como pertencentes à Umbanda e sim à Macumba (religião afrobrasileira de fins do séc. XIX e início do séc. XX).

E isso por uma simples razão: não há, até o momento, nenhum registro histórico que comprove a utilização da palavra Umbanda, como o nome de uma religião, em datas anteriores ao ano de 1909, embora a mesma já fosse usada, com outros significados, em linguas africanas.

Dessa forma, à luz do exposto acima, preferimos denominar tais terreiros como sendo precursores da Umbanda, pois embora não fossem considerados como sendo terreiros de Umbanda, já adotavam certas ideias e doutrinas que caracterizam a Umbanda.

#Umbanda

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/os-terreiros-de-umbanda-mais-antigos-do-brasil

Grandes Iniciados – Salomão

Grande parte dos conhecimentos secretos oriundos da Civilização da Atlântida acompanhou o povo Hebreu quando de sua saída do Egito para a Terra da Promissão. Os Hebreus conservaram aqueles conhecimentos e deles extraiu uma parcela baseados na qual estruturaram a face esotérica da religião, a qual posteriormente veio a se chamar Cabala. Este termo, em essência, significa Conhecimento.

Com certeza os hebreus se constituíram um grupo que conservou certos conhecimentos elevados de uma forma pura, e que eram inicialmente transmitidos de uma para outra pessoa considerada digna do saber. Mas isto fez com que a conjura decretasse perseguições àquele povo cuja história está repleta de perseguições, guerras, injustiças – sofridas e praticadas – e que ainda vêm ocorrendo. O que não tem sido dito é o fato daqueles conhecimentos haverem sido alterados por ordem de Jeová, e também perseguidos pela “conjura do Sillêncio” – obscurantismo – assim como por algumas “Escolas Iniciáticas”. Estas não permitiam o conhecimento fora do controle que exerciam, e por sua vez a conjura primava para que conhecimento algum fosse cultivado. O intento de Jehová era idêntico ao da conjura, porém por um motivo diferente. Essa situação só veio a ser modificada quando veio à terra uma Centelha da Consciência Cósmica na pessoa de Salomão.

Devemos sentir o quanto uma ciência secreta existia entre os hebreus e a política oculta que operava nos bastidores. Visando tal entendimento, antes já expomos, agora analisaremos alguns dos aspectos da natureza do Rei Salomão. Evidentemente existe muita fantasia, muita lenda em torno dele, mas isto não invalida a acertiva de que ele entre os Reis de Israel foi o mais sábio, o portador de maior cabedal de conhecimentos gerais e também dos “proibidos.”

Salomão destaca-se ainda na atualidade tanto pelo História Bíblica quanto pelas tradições maçônicas e de outras escolas místicas. Mas, não é só isto, Ele também é reconhecido de forma preponderante pelo Islamismo, que têm aquele rei entre os mais importantes seres que já estiveram na terra. Mas, o que é mais curioso, Salomão também é respeitado e admirado por todos os seguidores do ocultismo. Até hoje o Seu nome impera entre os adeptos de inúmeras seitas, chegando mesmo a ser aceito e respeitado pela magia negra. É precisamente em Salomão e na construção do Templo de Jerusalém que se fundamentam muitas histórias ligadas a inúmeras Ordens Iniciáticas.

Por que Salomão se tornou tão importante perante tão heterogênea massa? Por que nele confluem pensamentos tão díspares e tantas religiões e seitas? – Quando se fala de Salomão torna-se difícil separar o que é verdade do que é lenda ou mesmo calúnia. Torna-se quase impossível se estabelecer os limites onde termina a verdade histórica e onde começa o mito e a fantasia, haja visto ao tamanho número de coisas sensacionais que lhes são atribuídas.

Com a morte de David, pai de Salomão, quem normalmente deveria assumir o trono seria Adonias. A Bíblia cita uma luta política que se estabeleceu entre os sacerdotes a respeito de qual dos dois deveria assumir o trono de Israel, cabendo a vitória a Salomão. É deveras incompreensível o porquê de Salomão, que pelo direito de progenitura não era o herdeiro da coroa, foi ungido Rei de Israel. O Primogênito era Absalão que por haver morrido em batao direito de progenitura cabia então a Adonias – o segundo na escala de sucessão – mas o escolhido por David para sucedê-lo foi Salomão.

Adonias foi apoiado para ser proclamado Rei por alguns sacerdotes, sendo o principal deles Abiatar. Quando David estava para morrer Adonias já se auto-proclamou rei e exaltava-se dizendo: “Eu reinarei.” Bíblia cap. 1 ver. 5 e seguintes: “Mandou fazer par si um coche, e tomou cavaleiros e seu pai nunca disse: Por que fazes isto? Mas nem o pontífice Sadoc, nem Banaias, nem o profeta Natan, nem Semei, nem Rei, nem o grosso do exército era por Adonias” Adonias, pois, tendo imolado carneiros, novilhos e toda sorte de vítimas gordas, ao pé da pedra de Zoelet, que está fundo da fonte de Rogel, convidou todos os seus irmãos, filhos do rei e todos os de Judá, criados do rei. Mas não convidou nem o profeta Natan, nem Banaias, e nem os soldados mais valentes, nem Salomão, seu irmão. (Note-se o festival se sacrifícios com sangue ).

“Disse pois Natan a Betsabéia, mãe de Salomão: Tu não ouviste que Adonias, filho de Hagit, se fez rei e que David, nosso senhor, ignora isto? Vem pois agora, toma o meu conselho e salva a tua vida e a do teu filho Salomão. Vai, apresenta-te ao rei David e diz-lhe: Porventura tu, ó rei, meu senhor, não mo jurastes a mim tua escrava, dizendo: Salomão, teu filho, reinará depois de mim, e ele se sentará no meu trono? Porém quem reina, pois Adonias? E estando tu ainda falando com o rei, eu sobrevirei depois de ti, e apoiarei as tuas palavras“.

Apresentou-se, pois, Betsabéia ao rei no seu quarto. O rei era já muito velho e Abisag de Sunam o servia.

Inclinou-se Betsabéia profundamente e fez uma profunda reverência ao rei. O rei disse-lhe: Que queres tu? Ela, respondendo, disse: Meu senhor, tu jurastes à tua escrava pelo Senhor, teu Deus: Salomão, teu filho, reinará depois de mim e ele se sentará no meu trono. Agora, eis que Adonias reina sem tu, ó rei meu senhor, o saberes. Ele imolou bois, toda a sorte de vítimas gordas e muitos carneiros, convidou todos os filhos do rei, o pontífice Abiatar e Joab, general do exército; mas não convidou Salomão, teu servo. ToDavida, todo o Israel, está com os olhos em ti esperando que declares quem é que deve sentar-se depois de ti no trono, ó rei meu senhor. Porque, logo que o meu senhor dormir com seus pais, eu e meu filho Salomão seremos tratados como criminosos.

Enquanto ela falava ainda com o rei, eis que chegou o profeta Natan. E avisaram o rei, dizendo: Eis aqui está o profeta Natan. Tendo entrado à presença do rei, e, tendo-lhe feito uma profunda reverência, prostrando-se em terra disse Natan: Ó rei, meu senhor, porventura disseste tu reine Adonias depois de mim e seja ele o que se sente no meu trono? Porque ele desceu hoje, imolou bois, vítimas gordas, muitos carneiros, convidou todos os filhos do rei, os generais do exército e o pontífice Abiatar; e comeram e beberam diante dele dizendo: Viva o rei Adonias! Mas não convidou a mim, que sou teu servo, nem ao pontífice Sadoc, nem a Banaias, filho de Jojada, nem a teu servo Salomão. Porventura saiu essa ordem do rei meu senhor? Mas não é assim que tu me declaraste a mim, teu servo, quem era o que devia, depois do rei meu senhor, sentar-se sobre o seu trono?

O rei David respondeu, dizendo: Chamai-me Betsabéia. Tendo ela se apresentado ao rei e estando de pé diante dele o rei jurou e disse: Viva o Senhor, que livrou a minha alma de toda a angústia, pois que assim como te jurei pelo Senhor Deus, dizendo: Salomão teu filho reinará depois de mim, e ele se sentará em meu lugar sobre o meu trono, assim o cumprirei hoje. Betsabéia, prostrando-se com o rosto em terra, fez uma profunda reverência ao rei, dizendo: Viva David, meu senhor, para todo o sempre. Disse mais o Rei David: Chamai-me o pontífice Sadoc, o profeta Natan e Banais, filho de Jojada. E todos eles entrando à presença do rei, disse-lhes: Toma convosco os servos do vosso amo, fazei montar na minha mula o meu filho Salomão, e levai-o a Gion. O pontífice Sadoc com o profeta Natan o ungiram ali como rei de Israel, vós fareis soar a trombeta e direis? Viva o rei Salomão! E voltareis atrás dele, e ele virá, e sentar-se-á sobre o meu trono, e reinará em meu lugar e eu lhe ordenarei que governe Israel e Judá.

Desceram, pois, o pontífice Sadoc, o profeta Natan e Banaias filho de Jojada, com os cereteus e os feleteus e fizeram montar Salomão na mula do rei David, e levaram-no a Gion. O pontífice Sadoc tomou do tabernáculo o vaso do óleo e ungiu Salomão; tocaram a trombeta e disse todo o povo: Viva o rei Salomão! Subiu toda a multidão após ele e o povo, ecoando ao som das flautas, e mostrando grande regozijo, e a terra retiniu com suas aclamações” ( Vejam o contraste entre o festival de Salomão e o festival de sacrifícios de sangues promovido por Adonias.)

Assim prossegue a descrição. No versículo 50 se lê: Adonias, pois, temendo Salomão, levantou-se e foi abraçar-se com os chifres do altar. Noticiaram a Salomão dizendo: Eis que Adonias, temendo o rei Salomão, está refugiado a um lado do altar, dizendo: O rei Salomão, me jure hoje que ele não fará morrer o seu servo à espada. Salomão respondeu:? Se ele se houver como homem de bem, não cairá em um só cabelo da sua cabeça, mas, se nele se encontrar maldade, morrerá. Mandou, pois o rei Salomão que o fossem tirar do altar, e Adonias, tendo entrado, fez uma profunda reverência ao rei Salomão, o qual disse-lhe: Vai para tua casa.

Neste ponto vamos fazer algumas apreciações. Porque David quando do nascimento de Salomão jurou para Betsabéia que este seria o rei quando na realidade por direito de progenitura isto não lhe caberia? David era um rei sábio, por que razão ele tomara aquela decisão? Com certeza podemos acreditar que David tinha consciência de que Salomão não era como os seus demais filhos, que não era uma pessoa qualquer e sim uma entidade de natureza extremamente elevada. Um ser com uma sabedoria sem par em toda a terra, como veio a se comprovar depois quando ele reinou sobre Israel. Se a decisão de David fosse apenas em decorrência de uma paixão carnal por Betsabéia porque haviam de concordar com a escolha o profeta Natan e outros sacerdotes e militares de Israel? por que nunca fizeram David revogar a promessa feita durante muitos anos enquanto Salomão ainda era criança e sim o contrário fazer Betsabéia cobrar do rei quando este estava próximo a desencarnar, o cumprimento da promessa de fazer Salomão o seu sucessor? Só tem uma explicação possível, eles conheciam a verdadeira identidade espiritual de Salomão, sabiam QUEM É SALOMÃO.

Enquanto Salomão era proclamado, e simplesmente desfilava montado na mula do Rei David, Adonias promovia banquete com sangue, com carne, sacrifícios cruentos, espetáculo bem mundano. Sacrifícios de animais foram realizados, espetáculos de sangue, exalação de energia vital ( energia sutil ) dos seres imolados.

Adonias não empreendeu qualquer luta direta contra Salomão e sim se abrigou no templo e se abraçou com os chifres do altar, numa atitude temerosa, com medo de ser morto por Salomão. Por que Adonias temeu Salomão se por direito de progenitura o trono era dele desde que o primogênito David, Absalão, havia anteriormente sido morto numa revolta contra o próprio rei David? Depois de Absalão, o herdeiro por direito era Adonias o legítimo herdeiro do trono pela escala de progenitura? Ele contava com parte do exército, mas não enfrentou diretamente Salomão, por que? Não enfrentou e ficou pedindo para que a sua vida fosse poupada? Por que isso se ele não havia cometido crime algum aparentemente? Pelo direito de progenitura o usurpador do trono poderia ser considerado Salomão e não Adonias. Somente Absalão é que poderia acusar Adonias de usurpador do torno de Israel e não Salomão, mas aquele já havia morrido.

Outro ponto importante a ser considerado diz respeito à velhice de David.

Bíblia 1-1 e seguintes: Ora, o rei David tinha envelhecido, e achava-se numa idade muito avançada, e por mais que o cobrissem de roupa, não aquecia. Disseram-lhe, pois, os seus criados: Busquemos para o rei nosso senhor uma jovem virgem, que esteja diante do rei, o esquente, durma ao seu lado e preserve do grande frio o rei nosso senhor. Buscaram, pois, em todas as terras de Israel uma jovem formosa, acharam Abisag de Sunam e levaram-na ao rei. Era esta uma donzela de extrema beleza, dormia com o rei, e o servia, mas o rei deixou-a sempre virgem.

Os seres dos planos inferiores, dependendo da disponibilidade de energia sutil, tanto podem influenciar, induzir, ou inspirar as pessoas da terra fazendo o jogo de interesse deles, induzindo pessoas à consciente ou inconscientemente a agirem de acordo com o que eles querem, ou é possível até mesmo assumirem e se apresentarem diretamente numa estrutura ponderável, num determinado tipo de corpo físico.

Depois de Salomão haver assumido o trono Adonias fez um pedido que lhe custou a vida. Sem que se tenha conhecimentos ocultos é difícil se entender a razão da decisão de Salomão de tirar a vida de Adonias se o rei era considerado o mais justo de todos os reis. Só se pode entender aquela atitude sabendo-se do envolvimento do reino das sombras e as ingerências dos palácios da impureza sobre o plano terreno e no caso em estudo, sobre o povo hebreu.

Vejamos o que diz a os livros sagrados : Bíblia: Cap. 1 ver 12 e seguintes:

Salomão tomou posse do trono de David seu pai, e o seu reino consolidou-se sobrema­neira. Adonias, filho de Hagit, foi ter com Betsabéia, mãe de Salomão. Ela disse-lhe: É porventura de paz a tua entrada? Ele respondeu-lhe: Sim. Fala e ele disse: Tu sabes que o reino era meu e que todo o Is­rael me tinha escolhido de preferência para ser rei. Mas o reino foi transferido e pas­sou para meu irmão, porque o Senhor o destinou para ele. Agora, pois, uma só coisa de peço, não me faças passar pela vergonha de ma recusares. Ela disse-lhe: Fala, Adonias disse: Peço-te que digas a Salomão, visto que Ele não pode negar-te nada, que me dê Abisag sunamita por mulher. Betsabéia respondeu: Está bem, eu falarei por ti ao rei. Foi, pois, Betsabéia ter com o rei Salomão, para lhe falar em favor de Adonias. O rei levantou-se para a vir receber, saudou-a com profunda reverência e sentou-se no seu trono; e foi posto um trono para a mãe do rei, a qual se sentou à sua mão direita. Então disse-lhe: Eu só te peço uma pequena coisa, não me envergonhes, com a resposta. O rei disse-lhe: Pede, minha mãe, porque não é justo que vás descontente. Disse Betsabéia: Dê-se Abisag sunamita por mulher a Adonias, teu irmão. O rei Salomão respondeu e disse à sua mãe: Por que pedes tu Abisag sunamita para Adonias? Pede também para ele o reino, porque ele é meu irmão mais velho e tem por si o pontífice Abiatar e Joab, filho de Sarvia. Jurou, pois o rei Salomão dizendo: Deus me trate com todo o seu rigor, se não é verdade que Adonias por esta palavra falou contra a sua própria vida. E agora juro pelo Senhor, que me confirmou e que me colocou no trono de David, meu pai, e que estabeleceu a minha casa como tinha dito, que Adonias será hoje morto. O rei Salomão deu ordem a Anaias, filho de Jojada, o qual o matou e assim morreu. Disse também o rei a pontífice Abiatar: Vai para Anatot, para as tuas terras; na verdade és digno de morte, mas eu não te matarei hoje, porque levaste a arca do senhor Deus diante de meu pai David, e acompanhaste meu pai em todos os trabalhos que padeceu. Salomão decretou, pois, Abiatar, para não ser mais pontífice do senhor…”

Chegou essa notícia a Joab, por que Joab tinha seguido o partido de Adonias, e não o de Salomão, fugiu pois, Joab para o tabernáculo do senhor e agarrou-se aos chifres do altar. Foram dizer ao rei Salomão que Joab tinha ido para o tabernáculo. Mandou Banais, filho de Jojada, dizendo: Vai e mata-o e sepulta-o. Com isto lavará a mim e a casa de meu pai do sangue inocente, que Joab derramou. O senhor fará recair o seu sangue sobre a sua cabeça. Salomão ordenou que Semei fizesse uma casa em Jerusalém e de não saísse. pois seria morte de tal fizesse.

Vemos a justiça de Salomão recair sobre os três principais envolvidos no incidente da escolha do sucessor do rei David. Muitas pessoas não compreendem o porquê daquela atitude de Salomão, por desconhecerem a natureza do GRANDE REI e a sua missão na terra.

Como já deixamos transparecer em outras palestras o lado negativo da natureza havia se infiltrado no seio da divina religião hebraica desde o tempo de Abraão, modificando os ensinamentos, alterando a história e estabelecendo convênios.

Grande número de vezes o Poder Superior enviou, em todos os ciclos de civilização, projeções do mais alto nível a fim de dar seguimento ao desenvolvimento espiritual na terra. Entre estes, podemos afirmar ser Salomão um deles.

A presença de Salomão na terra teve como uma das metas por fim à influência dos mundos negativos dentro da religião hebraica e aquelas que lhe sucederiam. Haviam desde a civilização egípcia três interesses diferentes ligados à problemática humana, como já mostramos em outra palestra na qual enfatizamos os Três Poderes que governam a terra.

Um, o primeira era aquele representado pelos INICIÁTICOS, que visam dar ao homem o conhecimento segundo o merecimento. Assim, Para o cumprimento desta meta foram criadas as Escolas de Mistérios ( Escolas Iniciáticas ). O segundo, aquele representado pelos OBSCURANTISTAS visava uma vida singela sem conhecimento algum sobre as leis da natureza. O terceiro, aquele ligado diretamente aos mundos inferiores que não tinham para dar mas tudo exigia em troca por se considerarem deuses os seus elementos na terra. Aquele grupo na história agiu independentemente em algumas ocasiões, em outras apoiando uma ou outra das duas.

Dentro deste contexto, um dos três poderes atuou maciçamente dentro da religião e da comunidade hebraica se fazendo passar por Deus, fazendo acordos, estabelecendo pactos, exigindo obediência, promovendo guerras, incentivando o genocídio, cobrando oferendas com sacrifícios envolvendo sangue, elegendo raças e tudo aquilo que, como já vimos, é próprio dos mundos inferiores. Algo que se apresentou com resquícios de crueldade, punitivo, intolerante, irado e vingador… Tanto é assim que impiedosamente puniu o povo hebreu com uma peste horrível, por David haver simplesmente permitido um recenseamento. Por haver David autorizado o recenseamento o povo de Israel foi castigado impiedosamente punido por uma peste que dizimou 70 mil homens.

Em Samuel 24 -15 e seguintes vemos que houve uma terrível fome que durou três anos como conseqüência da ira de Jehová, e que somente foi aplacada mediante um holocausto de muitos bois. É estranho que a ira haja sido aplacada pelo derramamento de grande quantidade de sangue ( liberação de Força Vital ).

Salomão, embora educado dentro dos preceitos oficias da religião hebraica, tinha consciência bem clara, por isso todos os ensinamentos que dizem haver Ele recebido na realidade não os necessitava por ser detentor daquilo tudo e de muito mais.

A história cita a passagem de Salomão pelas Escolas Iniciáticas de Memphis no Egito. Na realidade ele ali esteve não para aprender, mas para se inteirar do ponto em que o as verdades históricas estavam sendo ministradas e quanto à organização daquelas instituições eram ministradas. Como não era possível ser admitido numa Escola de Mistérios sem passar pelo cerimonial de iniciação Salomão não foi exceção, também se submeteu às normas oficiais, embora não tivesse coisa alguma a aprender, e sim para ensinar. Ele certamente mostrou a sua colossal sabedoria nas Escolas Iniciáticas onde esteve.

A importância de Salomão foi tamanha naquele período que Ele chegou a desposar a filha do próprio Faraó, conforme conta a Bíblia.

Podemos dizer que a religião hebraica de então, inicialmente uma religião pura, estava totalmente minada desde a época de Abrão pelos conceitos de uma outra força. Sucessivamente três Patriarcas vieram, espíritos elevados com a missão de orientar o povo hebreu, de manter aquele núcleo de disseminação dos conhecimentos cósmicos, mas todos os três foram envolvidos pelo lado negativo da natureza. Em consequência disso houve a necessidade da própria Consciência Cósmica se destacar e animar um corpo físico para conseguir superar as interferências do lado negativo dominante. Assim foi o que ocorreu no que diz respeito a Salomão. Um ser humano com Consciência Cósmica clara, com a missão de restaurar a pureza da religião hebraica, de “dar um basta” no domínio dos “palácios da impureza”. Para isto foi preciso que Salomão agisse com firmeza. Existem muitas passagens da vida de Salomão que são difíceis de serem entendidas se a pessoa não ter ciência da sua MISSÃO CÓSMICA. Sendo ele o mais justo dos reis como poderia ter mandado matar o seu próprio irmão Adonias aparentemente sem uma causa justa, apenas por haver ele pedido através de Betsabéia, que Salomão lhe concedesse Abisag de Sunan, aquela jovem que havia convido com o seu pai David.

É de se estranhar não ter havido luta alguma quando Adonias tomou conhecimento de que Salomão havia sido proclamado rei. É estranho que ele simplesmente haja fugido e se abrigado no templo ficando ali abraçado com os chifres do altar e pedindo que Salomão poupasse a sua vida. Assim foi feito, até que Adonias pediu para casar com Abisag. Com o pedido Salomão disse. Em Reis 2.-23 Deus me trate com todo o seu rigor se não é verdade que Adonias por esta palavra falou contra a sua própria vida. Reis 2-24: E agora juro pelo Senhor, que me confirmou e me colocou no trono de David, meu pai, e que estabeleceu a minha casa com tinha dito, que Adonias será hoje morto. 25 – O rei Salomão deu ordem a Banaias, filho de Jojada, o qual o matou, e assim morreu. 26 – Disse também o rei ao pontífice Abiatar: Vai para Anatot, para as tuas terras; na verdade és digno de morrer, mas eu não te matarei hoje porque acompanhaste meu pai em todos os trabalhos que padeceu.- 27 – Salomão desterrou, pois Abiatar, para não ser mais pontífice do Se­nhor, a fim de se cumprir a palavra … 28 – Chegou essa noticia a Joab, porque Joab tinha seguido Adonias, e não a Salomão, fugiu, pois, Joab para o tabernáculo do senhor e agarrou-se aos chi­fres do altar. ( Novamente o agarrar-se aos chifres), Salomão manda que ele saia do templo e ele respondeu: Não sairei, mas morrerei neste lugar. Salomão disse a Banaias, fazei como ele te disse, mata-o e sepulta-o. Com isto lavarás a mim e a casa de meu pai do sangue inocente que Joab derramou. 2-36 Mandou também o rei chamar Semei e disse-lhe: Faze para ti uma casa em Jeru­salém e habita aí; não saias, andando de uma parte para outra em qualquer dia, pois, se daqui saíres e pas­ses a torrente do ebron que será morto…. Três anos depois Semei desobedeceu e Salomão lhe disse: Tu sabes de todo o mal que tua consciência te acusa de teres feito a David, meu pai, o senhor fez recair a tua malícia sobre a tua cabeça. 2-45 – O rei Salomão será abençoado e o trono de David será sempre estável diante do Senhor deu, pois, o rei ordem a Banaias, filho de Jojaba, o qual tendo saído, feriu Semei, e ele morreu.

Tudo isso que parece uma luta palaciana, na realidade é algo muitíssimo mais importante, não só para o povo de Israel como para toda a humanidade. A luta era entre duas forças a força inferior infiltrada na religião dos hebreus constituindo o seu lado exotérico e representado por muitas pessoas, especialmente por Adonias, Semei e o pontífice de Abiatar, e a Força Superior implícita no lado esotérico e fundamentalmente representada em Salomão.

A Salomão cabia restaurar a ordem, assim Ele teve que destruir os principais representantes da força negativa, especialmente Adonias.

Querendo Abisag como esposa ele tramava se colocar no lugar de David e usar tal condição como escada para chegar ao poder. Ter a “viúva” de David como esposa, especialmente pela natureza de Abisag era na realidade uma tentativa de se imiscuir dentro da direção do reino de Israel.

Abisag por haver vivido intimamente com David ela mantinha os padrões vibratórios do rei e isso seria usado por Adonias como meio de conseguir os seus intentos. Salomão com consciência clara se percebendo isso, e assim tomou a decisão de libertar de uma vez o povo daquela ameaça negativa.

Muitas pessoas se chocam quando tomam conhecimento de situações sem que uma vida é dizimada. É bom que se tenha em mente que quando o Poder Superior precisa agir para libertar os espíritos das garras da força negativa Ela embora sendo a própria justiça age com de uma fora que segundo os padrões humanos parece ser uma crueldade. Consciência clara sabe a natureza daquelas supostas vitimas. Vejam quando a força negativa imperava na terra dominando a q quase totalidade das pessoas, os espíritos encarnavam, e reencarnavam sucessivamente sem se libertarem do domínio da forma inferior, então o Poder Superior determinou o dilúvio quando morreram quase todas as pessoas, independentemente de serem adultos, homens, mulheres, velhos ou crianças, num aparente ato de injustiça ou mesmo crueldade se analisado segundo a escala de valores da humanidade. Mas na realidade foi um ato de justiça um e uma forma de libertação espiritual porque a humanidade estava tão poluída que nenhum daqueles espíritos tinha mais condição de se desenvolver, estavam todos os espíritos estagnados por isso teria que haver um choque. Eles não mereciam mais do que aquilo.

Não foi um ato de vingança, ou de crueldade, mas para que o trauma do acontecimento pudesse agir como uma “terapia de choque” um grande impacto visando essencialmente o despertar daqueles espíritos, fazendo-os reconhecer que existe uma finalidade maior a ser cumprida. Um choque para acordar os que estavam dormindo.

Assim também não foi crueldade Salomão eliminar algumas pessoas quando em reali­dade Ele estava propiciando condições para aqueles espíritos se libertarem, se integrarem de que estavam sendo veículos dos intentos da força.

Autor: José Laércio do Egito – F.R.C.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/grandes-iniciados-salom%C3%A3o