Monstros Internos

Eles povoam a nossa imaginação. Ocultam-se sob nossas camas. Rastejam nos obscuros recessos de nosso inconsciente primitivo. Não há fuga, não há refúgio. A coisa vai pega você. A Besta, o aniquilador, o Lusus Natura. O que é? Por que tememos?

Qual é o seu nome?

Sempre tivemos nossos demônios. Há muito inflamam a imaginação romântica de sacerdotes e poetas. Houve um tempo em que os denominamos Trolls; depois foram chamados de Diabos, e então vieram as Bruxas, misturando poções maléficas em seus caldeirões. Ainda mais tarde, dizia-se que o Monstro era o Lobo Mau, o Bicho Papão, o Godzilla do terror da guerra fria. Por fim, alguns chamaram-no de intolerância e boçalidade. Durante algum tempo tentaram convencer-nos de que monstros não existem, que tudo no universo tinha, ou logo viria a ter, uma explicação racional.

Mas agora sabemos a verdade. Reatamos nossas relações coma Besta. Aprendemos seu verdadeiro nome.

Agora compreendemos a dimensão da eternidade, sua infinitude inimaginável, sua estrutura caótica e insignificância de nossa própria existência.
Agora admitimos a magnitude dos problemas que enfrentamos e a nossa aparente incapacidade de gerar mudanças na escala necessária para salvar-nos.

Tivemos um lampejo da realidade e enxergamos a verdade por trás do véu. Fechamos o círculo e redescrobimos o Demônio. Recuperamos nossa herança ancestral. Achamos aquilo a que concedemos tantos nomes – a fonte de nosso terror mortal.

Descobrimos o inimigos… e somos nós.

Somos caçadores, perseguindo eternamente a verdade inquietante de nossa condição humana, buscando em nosso íntimo por aquilo que é sujo, incerto, impuro – pelo que não tem nome. Ao olharmos os monstros que criamos, adquirimos um discernimento um pouco mais amplo de nossa “metade negra”. Esses demônios expressam o que somos nos níveis mais profundos e inacessíveis do inconsciente. Desde tempos remotos, eles nos têm proporcionado uma conexão com nosso eu animal, a satisfação de uma necessidade emocional primitiva, e a promessa de uma injustiça implacável.

O vampiro é o demônio quintessencial, nada mais sendo que um reflexo de nós mesmos. Os vampiros alimentam-se como nos alimentamos, matando, e, causando morte, podem sentir o mesmo terror, a mesma culpa, o mesmo anseio por fuga. Estão aprisionados no mesmo ciclo de necessidade, fartura e alívio. Como nós, buscam redenção, pureza e paz. O vampiro é a expressão poética de nossos temores recônditos, sombra de nossas necessidades primordiais.

Tal o herói da lenda, que desse ao poço do Purgatório para enfrentar o algoz, derrotar as fraquezas pessoais e finalmente ser purificado, retornando para casa com a dádiva do fogo, também nós precisamos descer às profundezas de nossas almas e renascer com os segredos conquistados. Essa é a verdadeira jornada de Prometeu, o significado do mito. Apenas embarcando nessa jornada podemos descobrir nossos eus verdadeiros e ver nossos reflexos no espelho.

O fascínio desta promessa de conexão espiritual é praticamente irresistível. Mas trata-se de uma aventura por demais perturbadora. É preciso manter-se vigilante e caminhar com cautela – toda jornada reserva seus perigos. Não olhe a própria alma, a menos que esteja preparado para enfrentar o que descobrir.

E neste momento, lembre-se:

Monstros não existem…”

Retirado do livro Vampiro: A máscara,

Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/monstros-internos/

Monstro do Lago Ness

O lago Ness (Loch Ness) é um lago de água doce localizado nas Highlands da Escócia, de forma estreita e alongada com cerca de 37 quilómetros de comprimento. O lago ocupa uma área de cerca de 56,4 km² e tem uma profundidade máxima de 226 metros. A superfície do lago de encontra a 15,8 metros acima do nível do mar e a visibilidade da água é extremamente reduzida devido ao teor de turfa dos solos circundantes, que é trazida para o lago através das redes de drenagem. A turfa é um material de origem vegetal, parcialmente decomposto, encontrado em camadas, geralmente em regiões pantanosas e também sobre montanhas (turfa de altitude). É formada principalmente por Sphagnum (esfagno, grupo de musgos) e Hypnum, mas também de juncos, árvores, etc. Sob condições geológicas adequadas, transformam-se em carvão, através de emanações de metano vindo das profundezas e da preservação em ambiente anóxico. É utilizada como combustível para aquecimento doméstico. Pensa-se que o lago Ness tenha sido modelado pelas geleiras da última era glacial, aproximadamente 20.000 anos atrás.

O lago Ness se conecta ao sul com o rio Oich e através de uma sessão do canal Caledônio com o lago Oich. A extremidade norte se liga ao estreito Bona que se abre no lago Dochfour, que desagua no rio Ness e uma sessão do canal para a cidade de Inverness. Ele faz parte de uma série de lagos e rios interconectados da Escócia e é o segundo maior lago escocês em superfície, perdendo apenas para o lago Lomond, mas graças a sua profundidade é o maior em volume de água. Sua profundidade só não é maior do que a do lago Morar, o lago Ness contém mais água fresca do que todos os lagos da Inglaterra e Wales combinados e é o maior corpo de água da Grande Falha de Glen que vai de Inverness, ao norte, até Fort William, no sul. Este tipo de lago, conhecido como loch, é caracterizado por grandes profundidades e morfologia alongada de acordo com a direcção da falha que os modela.

As águas do Loch Ness são bastante frias, devido principalmente à sua latitude e à sua profundidade, apesar disso, o lago nunca se congela. Por causa de seu grande volume de água, mesmo quando as temperaturas caem a baixo de zero graus, abaixo de 30 metros da superfície a temperatura da água se mantém a 6 graus estáveis, e isso causa com que muita névoa se forme na superfície do lago. O seu litoral é bastante pitoresco, com castelos como o de Eilean Donan, onde foi filmada a cena inicial do filme Highlander, ou ruínas de castelos, como o de Urquhart, em Drumnadrochit.

As principais espécies que vivem no lago são enguias (Anguilla anguilla), lúcio europeu (Esox lucius), esgana gata (Gasterosteus aculeatus), lampréia de riacho (Lampetra planeri), salmão (Salmo salar), trutas (Salmo trutta), peixes como o Salvelinus alpinus e o Phoxinus phoxinus, e, a partir de maio de 1933, nessie (Nessiteras rhombopteryx), uma criatura que muitos acreditam poder ser um plessiossáuro, uma enguia gigante e já foi chamado inclusive de foca de pescoço grande.

O termo “monstro” foi usado publiamente no dia 2 de maio de 1933, por Alex Campbell, um reporter do Inverness Courier. No dia 4 de agosto do mesmo ano, o Courier trouxe uma matéria falando de um homem chamado George Spicer, que em companhia de sua esposa, algumas semanas antes, estiveram “O mais perto de um dragão ou animal pre-histórico que eu já estive em toda a minha vida”, o animal estava atravessando a estrada, indo em direção ao lago, carregando “um animal” na boca. O animal passou a metros de distância do carro dirigido pelo casal.

Um mês depois, o jornal recebe uma carta de um estudante de veterinária relatando um encontro semelhante enquanto dirigia de noite. Em pouco tempo essas histórias alcançaram a imprensa nacional e internacional e todos começaram a falar de um “peixe monstro”, “serpente marinha”ou “dragão” que parecia habitar o lago Ness. No dia 6 de dezembro, de 1933, é publicada a primeira foto do Monstro do Lago Ness, como ficou popularmente conhecido. O fotógrafo se chamava Hugh Gray, e graças à sua foto o monstro recebeu o reconhecimento oficial do Secretário de Estado da Escócia, que enviou ordem para a polícia local evitar ataques à criatura.

Outras cartas começaram a surgir no Courier, a maioria enviadas por pessoas que não se identificavam, com relatos sobre encontros em terra ou avistamentos aquáticos com o animal, esses relatos descreviam encontros do próprio escritor ou de algum conhecido ou membro da família. Em 1934 o interesse do mundo pelo monstro atingiu proporções nunca imaginadas, graças ao que ficou conhecido na história como a Fotografia do Cirurgião (Surgeon’s Photograph).

Agora diferente do que muitos imaginam, os registros de aparição do Monstro do Lago Ness não são tão recentes, datando da década de 1930, existem muitos relatos na região que possuem mais de 1500 anos de idade que falam sobre uma criatura gigantesca vivendo, se alimentando e se escondendo nas águas do lago.

Muitos moradores que vivem ao redor do lado tem o costume antigo já, de contar para suas crianças histórias para assustá-las e evitar que chegassem perto das águas escuras do lago. Essas histórias, que fazem parte do folclore da angústia infantil da região, falam de uma fera assustadora que vivia no lago e quando ficava faminta saia de seu lar aquático e em terra assumiria a forma de um lindo cavalo, que esperaria até que um viajante desavisado o montasse, e então partia em disparada para o lago onde devoraria o cavaleiro. Apesar de uma história dessas de fato conseguir assustar crianças, nunca impediu que os moradores pescassem salmões e trutas no lago. O que mostra mais uma preocupação em assustar as crianças do que um medo enraizado no lago por parte da população.

O primeiro registro de avistamento da criatura data de 565 e.C.. O livro A Vida de São Columba, escrito por Adamnan foi escrito no século VII, e descreve como em 565, Columba salvou a vida de um picto que estava sendo atacado por um monstro dentro do lago.

Um dia, viajando perto do rio Ness, Columba encontrou um grupo de moradores locais enterrando um conhecido que havia entrado no rio para apanhar um bote que havia se soltado das cordas que o prendiam à margem e foi atacado pela fera. Vendo aquilo, Columba falou para que um dos presentes entrasse no rio e fosse buscar a pequena embarcação, e assim que entrou na água, o monstro surgiu do lago com um grande rugido e o atacou, então:

“…(Columba) ergueu sua mão sagrada enquanto todos que o cercavam, pagãos e desconhecidos, estavam petrificados pelo terror, e, invocando o nome de Deus, desenhou o símbolo da salvação, um cruz, no ar, e comandou o monstro feroz dizendo: “Tu não se aproximarás, nem tocará o homem; se afaste a toda velocidade”. Ouvindo a voz do santo o monstro se encheu de temor e, mesmo estando a alguns metros apenas de Lugne, se afastou mais rápido do que se estivesse sendo arrastado com cordas.”

São Columba (7 de Dezembro de 521 a 9 de Junho de 597) também conhecido como Columba de Iona, ou, em Gaélico, Colm Cille ou Columcille (“pomba da Igreja”), foi a grande figura missionária da Escócia que reintroduziu o Cristianismo entre os Pictos medievais. Existem muitas histórias de encontros entre ele e outras entidades, naturais ou sobrenaturais, que acabam servindo de ferramenta para mostrar sua fé no poder de Deus ou ainda conseguir converter os povos pagãos que assistiam suas proezas.

Esses e outros detalhes, como o ataque tendo acontecido no rio Ness e não no lago, depõe contra o relato como podendo de fato ser uma prova da existência do monstro num período tão afastado da história. Um fato que lembra a lenda do monstro que se transforma em cavalo é o do monstro nunca ter ataca ninguém, o que talvez explique porque os adultos ainda que assustando as crianças continuem a pescar na região, possivelmente sabendo da docilidade da criatura.

Em 1650 surge outro relato. Nesta época o exército inglês estava tentando ganhar maior controle sobre os clãs escoceses, e para conseguir isso um enorme navio foi construído em Inverness e então levado para o lago. O objetivo deles era usar o navio para transportar suprimentos e homens pelo lago antes que qualquer desentendimento com eles tomasse proporções de uma batalha. A bordo do navio estava um escritor chamado Richard Franck, membro do Exército do Lorde Protetor da Inglaterra (Oliver Cromwell). Ele escreveu a respeito do lago e de suas conhecidas ilhas flutuantes, sobre como eram formadas de emaranhados de vegetação, se movendo pelo lago, mas que graças à turfa que se encontra na água, muito pouca vegetação cresce em suas margens e a luz do sol pode penetrar apenas alguns centímetros além da superfície.

Em 1871 surgem relato de um homem chamado Mackenzie, que disse ter visto algo que se movia lentamente sob as águas e então mudava de direção à toda velocidade, esses avistamentos ocorreram em mais de um ponto do lago.

E voltamos a abril de 1933, com o Sr. e Sra. Mackay dirigindo pelas margens do lago, vindo de Inverness para sua casa em Drumnadrochit. Apesar da existência de inúmeros outros relatos que datam desde a época de São Columba, foi a experiência do casal que trouxe a criatura para o interesse de pesquisadores e caçadores de monstros. Em determinado momento da viagem, o carro do casal foi bloqueado por um “animal extraordinário” que atravessou a estrada bem na frente do veículo. Eles o descreveram como um animal grande, um corpo de um metro de altura e oito metros de comprimento, e um pescoço comprido e mais fino, um pouco mais grosso do que a tromba de um elefante e com o comprimento de três a três metros e meio, o pescoço possuía inúmeras ondulações. Eles não foram capazes de enxergar os membros do animal por causa de uma vala na estrada que ocultava a parte inferior de seu corpo. O animal atravessava a estrada em direção ao lago, a uns vinte metros de distância, deixando apenas um rastro por onde passava.

Em agosto de 1933 um motociclista chamado Arthur Grant disse que quase colidiu com a criatura quando se aproximava de Abriach, na margem oriental do lago, às 01:00 da manhã, numa noite iluminada pela lua. Grant viu uma pequena cabeça ligada ao enorme pescoço, a criatura o viu e voltou correndo para dentro do lago, Grant a seguiu, mas quando chegou na margem viu apenas ondas na água.

Ainda em 1933 uma jovem criada chamada Margaret Munro, observou a criatura por aproximadamente 20 minutos. Eram 6:30 da manhã do dia 5 de Junho, quando ela a viu na margem, a uma distância de aproximadamente 180 metros. Ela descreveu o animal como tendo uma pele parecida com a de um elefante, um longo pescoço com uma pequena cabeça e duas patas frontais curtas como nadadeiras. A criatura, depois de um tempo, retornou para dentro da água.

Durante a Segunda Guerra Mundial, em maio de 1943, CB Farrel, da Tropa de Observação Real avistou a criatura a uma distância de 230 metros, ele a descreveu como uma criatura esguia, de olhos grandes, com um corpo que chegava a 9 metros de comprimento e um pescoço de um metro e meio, que estava fora da água.

Finalmente em dezembro de 1954 surge o primeiro registro em sonar da criatura, feito pelo pesqueiro Rival III. A tripulação do navio observaram leituras no sonar de um objeto grande que acompanhou a embarcação a uma profundidade de 146 metros. Eles a mantiveram no sonar por uma distância de 800 metros antes de perderem e voltarem a estabelecer contato.

O registro mais conhecido de Nessie, como foi apelidada na década de 1950 pelas pessoas da região (da gaulês Niseag), é a Fotografia do Cirurgião, que era considerada a maior evidência de sua existência. O que chamou atenção na foto era a presença do “pescoço e cabeça” do animal, enquanto todas as outras fotos eram apenas de distúrbios na superfície do lago ou apenas lombadas surgindo apra fora da água. Em 1994 essa fotografia foi declarada uma fraude.

A foto havia sido tirada, supostamente, por Robert Kenneth Wilson, um ginecologista londrino, e foi publicada no Daily Mail no dia 21 de abril de 1934. A foto geralmente é cortada, para centralizar o monstro e fazê-lo parecer maior. Na foto original, inteira, mostra a outra margem do lago e o monstro, aparentando ser bem menor nadando no centro. As ondulações formadas possuem o padrão circular de ondas pequenas, e não grandes como seria de se esperar caso a foto fosse tirada de perto. Análises na foto sem cortes, levantaram ainda mais dúvidas. Um ano antes da fraude ser descoberta, os produtores do documentário Loch Ness Discovered, do Discovery Channel, analizaram a imagem original e encontraram um objeto branco em todas as cópias da foto, o que mostrava que ele deveria estar no negativo original. “[o objeto] parece ser a causa das ondas na água, é como se o objeto estivesse sendo rebocado por algo. Mas analises complementares da foto mostram que os estudos científicos não podem descartar que tenha sido causado por uma falha no negativo”. Mais análizes da foto, revelaram que o objeto não teria mais do que 90 centímetros.

Em 1979 muitos afirmavam que a foto era de um elefante, com a tromba saindo da água. Outros céticos discutiam que a foto provavelmente mostrava um pássaro mergulhando, mas depois que Christian Spurling confessou que a foto não passava de um submarino de brinquedo com uma cabeça esculpida colada na ponta.

Christian confessou que essa foto foi feita como vingança ao jornal que havia ridicularizado publicamente seu sogro, Marmaduke Wetherel, o Daily Mail. Marmaduke contou com a ajuda de Chris Spurting (um escultor), seu filho, Ian Marmaduke, que comprou o material para criar a falsa Nessie, e Maurice Chambers, um agente de seguros, que ligaria para o cirurgião Robert Kenneth Wilson e pediria apra que ele oferecesse as fotos para o Daily Mail. Uma das questões que aqueles que ainda defendem que a foto é real é o fato de nunca terem desmentido a farsa na época do jornal para desmoralizá-lo.

Alastair Boyd, um dos pesquisadores que descobriu a farsa afirma que o Monstro do Lago Ness é real, e que o fato da foto não ser legítima não tira a validade de todos os relatos de testemunhas, nem as outras evidências de Nessie.

Em 1960, Tim Dinsdale filmou uma lombada atravessando a água do lago e fazendo um grande rastro atrás de si, como um barco. O JARIC (O Centro Nacional De Estudos de Imagens, parte do Grupo Da Inteligência de Coleta, da Inteligência de Defesa do Reino Unido) declarou que o objeto era “provavelmente animado”. Outros céticos diziam que a probabilidade da “lombada” ser um bote, não podia ser descartada, que que era possível enxergar a figura de um homem nesse bote podia ser vista quando o contraste da imagem era aumentado.

Em 1993 o documentário Loch Ness Discovered melhorou a definição do filme e um dos experts em computadores que trabalho no filme, notou uma sombra no negativo que não era muito obvia no filme revelado. Ao melhorar a qualidade e sobrepor os frames, ele descobriu o que parecia ser a parte traseira, as nadadeiras traseiras e uma ou duas lombadas a mais de um corpo semelhante a um plessiossauro. Ele disse que “Antes de ver o filme, eu achava que o Monstro do Lago Ness era só um monte de historias furadas. Depois de trabalhar com o filme, eu não tenho mais certeza”.

Dia 26 de maio de 2007, Gordon Holmes, capturou em vídeo o que ele disse ser: “uma coisa negra, de 14 metros de comprimento, se movendo rapidamente dentro da água”. Adrian Shine, um biólogo marinho do centro Loch Ness 2000, em Drumnadrochit, assistiu ao video e o analisou. Shine disse que o vídeo está entre os melhores que ele jamais viu. Dia 29 de maio de 2007 a BBC escocesa transmitiu o video, um dia antes a emissora STV levou ao ar o programa News’ North Tonight onde mostrava o video junto com uma entrevista com Holmes. No mesmo programa Adrian Shine também foi entrevistado, mas disse que o video poderia estar mostrando uma foca ou mesmo um pássaro aquático.

A credibilidade de Holmes foi posta em dúvida por um artigo no site Cryptomundo, que declara que ele tem um histórico de registrar encontros com criaturas criptozoólogas e que vende um livro e um dvd editados por ele mesmo que dizem provar que a existência de fadas é real.

Apesar da dificuldades de provas substanciais da existência de Nessie, durante todas essas décadas a possibilidade da existência de um animal desconhecido em um local como o lago Ness atraiu muitos pesquisadores e caçadores para a região.

Depois de ler o livro escrito por Goud, Sir Edward Moutain decidiu financiar uma operação para conseguir provas da existência do monstro em 1934. Ele equipou 20 homens com binóculos e câmeras e os posicionou ao redor do lago. Por cinco semanas os homens iniciavam a observação às 9 da manhã e aguardava coletando informações até as dezoito horas. Neste período foram tiradas 21 fotografias, mas nenhuma foi considerada conclusiva. O capitão James Fraser foi contratado como supervisor do grupo, e permaneceu no lago após o fim da empreitada, conseguindo gravar um filme que se perdeu com o tempo no dia 15 de setembro. Quando foi analisado por zoólogos e professores de história natural o veredito foi de que o objeto filmado era uma foca, possivelmente uma foca cinzenta.

Em 1962 foi fundada no Reino Unido o Bureau de Investigação do Fenômeno de Loch Ness (Loch Ness Phenomena Investigation Bureau – LNPIB), com o intuito de estudar o lago Ness e identificar a criatura conhecida como o Monstro do Lago Ness ou conseguir apontar que fenômenos causavam tantos relatos de avistamentos. Algum tempo depois mudarma o nome para Bureau de Investigação de Loch Ness, e foi fechada em 1972. De acordo com os registros do grupo, em 1969 eles contavam com 1030 membros, muitos voluntários que se dedicavam a viajar até o lago e de pontos de observação privilegiado esperar para registrar Nessie.

Em 1968, o professor D.G. Tucker, um dos docentes do Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica da Universidade de Birmingham, Inglaterra, se voluntariou como especialista em sonar e no Lago Ness. O gesto foi parte de um esforço conjunto com a LNPIB que envolveu a colaboração entre voluntários amadores e profissionais em vários campos de atividade. Tucker escolheu o lago Ness como local de teste para um protótipo de um sonar transdutor com um alcance de 800 metros. O aparelho foi fixado debaixo da água em Temple Pier, na baia Urquhart e foi apontado para a margem oposta do lago, criando uma rede acústica que detectaria qualquer coisa que atravessasse o lago por aquele ponto. Durante o teste, que durou duas semanas, captaram inúmeros animais que mediam até 6 metros ascendendo do fundo do lago ou mergulhando para ele. As análises dos mergulhos descartaram a possibilidade de animais que precisassem respirar, porque os alvos nunca chegavam na superfície. Um breve press release por parte da LNPIB, com base no resultado da experiência dizia: “A resposta para a questão sobre a existência de fenômenos estranhos no lago Ness, Escócia, e, caso existam, qual a sua possível natureza, está um passo mais próxima de ser respondida, graças ao resultado das experiências com sonar, realizadas em 1968, pelo professor D. Gordon Tucker e seu time de cientistas… O professor Tucker disse que seu sonar, fixado na margem do lago, registrou objetos grandes, alcançando velocidades de até 19 km/h. Ele concluiu que os objetos são claramente animais e descartou a possibilidade de serem peixes comuns. Ele declarou:’O grande grau de ascensão e queda mostram que a chance de serem peixes é muito pequena, e os biólogos que consultamos não conseguiram dizer que tipo de peixe poderia ser. É uma tentação supor que eles possam ser os fabulosos monstros do lago Ness, agora observados pela primeira vez em suas atividades sub aquáticas.’”

 

Em 1969 Andrew Carrol, pesquisador de campo para o Aquário de Nova Iorque, Estados Unidos, propôs uma nova operação com sonar no lago. O projeto foi fundado pela fundação Griffis, essa foi talvez a melhor operação da LNPIB envolvendo submersíveis com arpões de biópsia. Em outubro fizeram uma varredura do lago que encontrou um eco animado muito forte que durou aproximadamente 3 minutos. A identidade do contato permanece um mistério, análises posteriores determinaram que o eco recebido, vindo de uma região ao norte de Foyers, era duas vezes maior do que a de uma baleia piloto, que o animal que o emitiu deveria ter pelo menos 6 metros de comprimento.

As primeiras buscas submarinas no lago produziram poucos resultados elusivos. Com o patrocínio da World Book Encyclopedia, o piloto Dan Taylor levou o Viperfish para o lago no dia 1 de junho de 1969. Seus mergulhadores tiveram muitos problemas técnicos e não conseguiram nenhuma informação nova. O Deep Star III, construído pela General Dynamics e um submergível de dois homens, construído pela Westinghouse se programaram para navegar no lago, mas nunca foram lançados. Foi somento quendo o Piscies chegou ao lago que a LNPIB conseguiu novas informações. Propriedade da Vickers, Ltd., o submergível foi alugado para a produção de um filme de Sherlock Holmes. O filme incluia um monstro falso que durante as filmagens se soltou do submarino e foi parar no fundo do lago, a Vickers resolveu então tranformar a perda em ganho, captalizando a perde e a febre do monstro, permitindo que o sub realizasse uma pequena exploração. Durante uma dessas excursões, o Piscies captou em seu sonar um objeto grande a uma distância de 60 metros, a 15 metros de distância do fundo do lago. Lentamente o piloto se aproximou da fonte do sinal, mas o eco se moveu rapidamente e saindo do alcance do sonar, desapareceu.

Durante aquela que ficou conhecida como “A Grande Expedição” de 1970, Roy Mackal, um biólogo que lecionou por 20 anos na Universidade de Chicago, desenvolveu um sistema de hidrofones (microfones que gravariam debaixo da água) e os usou em intervalos em várias locações do lago. No início de agosto o hidrofone foi submerso na baia Urquhart e colocado a uma profundidade de 215 metros. Dois hidrofones foram colocados a 90 e 180 metros. Depois de duas noites de gravação a fita (selada dentro de um tambor de aço juntamente com os outros componentes sensíveis do sistema) foi retirada e tocada diante de um grupo excitado da LNPIB. Silvos como o de pássaros foram gravados e a intensidade desses silvos sugeriam que eles foram produzidos em uma profundidade ainda maior do que a onde o equipamento se localizava.

Em outubro, pancadas e cliques foram gravados por outro hidrofone na baia Urquhart, indicando uma ecolocação. Esses sons foram seguidos de um movimento e turbulência, que sugeria o movimento da cauda de um animal aquático grande. As batidas, cliques e turbulência foram creditados a um animal que utilizava o próprio sonar para localizar sua presa através do som do eco e então se movendo para apanhá-la. Os sons paravam por completo sempre que uma embarcação passava pela superfície do lago perto do hidrofone, e depois reiniciavam quando a embracação atingia uma distância segura.

 

Em experimentos prévios, foi notado que a intensidade dessas “chamadas” eram maiores em profundidades maiores do que 30 metros. Os membros da LNPIB decidiram então se comunicar com o que quer que fosse que as estivesse produzindo. Tocaram então as gravações e usaram os hidrofones para registrar os resultados, que foram inúmeros. Em algumas ocasiões os padrões e intensidades das respostas variavam, mas outras vezes não havia nenhuma diferença entre gravação e resposta. Mackal notou que não haviam similaridades entre as gravações e as centenas de sons conhecidos produzidos por animais aquáticos. “Mais especificamente”, ele disse “as autoridades competentes afirmam que nenhuma das espécies aquáticas conhecidas no lago Ness possuem anatomia para serem capazes de produzir tais sons.”.

No início da década de 1970, um grupo de pessoas lideradas por Robert H. Rines, conseguiu algumas fotos sub aquáticas. Duas eram imagens vagas, mostravam talvez nadadeiras (apesar de muitos terem afirmado que a imagem mostrava bolhas de ar ou peixes). A suposta nadadeira foi então fotografada em diferentes posições, e as fotos indicaram movimentos. Com base nessas fotografias, o naturalista britânico Peter Scott anunciou em 1975 que o nome científico do monstro seria a partir de então Nessiteras rhombopteryx (a forma grega para O Monstro de Ness com barbatanas em forma de diamante). Scott disse que o objetivo dele era permitir que Nessie fosse adicionada no registro britânico de espécies oficialmente protegidas. Mas Nicholas Fairbairn, um político escoces, notou que o nome também era um anagrama para “Monster Hoax by Sir Peter S.” (Fraude Monstruosa por Sir Peter S.)

As fotos sub aquáticas foram conseguidas após minuciosos exames das profundezas do lago, com o auxílio de sonares em busca de atividades incomuns encontradas. Uma câmera submarina com uma potente lanterna (necessária para conseguir se enxergar na escuridão das águas) foi utilizada para se conseguirem tirar as fotos abaixo da superfície. Muitas das fotografias, apesar da opacidade da água, conseguiram capturar um animal que de fato se parecia com um plessiossauro, em diferentes posições e sob diferentes focos de luz. Uma das fotografias parecia mostrar uma cabeça, pescoço e parte superior do torso de um animal semelhante a um plessiossauro. Uma fotografia rara, que quase não foi divulgada, mostrava dois corpos semelhantes a plessiossauros. Outra foto mostrava uma cabeça semelhante à de um gárgola medieval com chifres, imagem muito semelhante aos inúmeros relatos de avistamentos do monstro. (muitos hoje acreditem que essa última foto mostra na verdade um toco de tronco de árvore)

Alguns closes do que aparenta ser a nadadeira em forma de diamante (losango) da criatura foram tirados de diferentes ângulos com a criatura se movendo, mas a fotografia da nadadeira recebeu muitos retoques. A foto original existe no Museu das Fraudes, onde Charlie Wyckoff afirmou que alguém retocou a imagem original para destacar a nadadeira, e que a foto original, sem o tratamento mostra uma nadadeira muito menor. Ninguém hoje, tem certeza de como a foto original recebeu esse tratamento.

Em 2001, a Academia Robert Rine de Ciência Aplicada (Robert Rines’ Academy of Applied Science – AAS), fez a exibição de uma grande onda em forma de V atravessando a superfície da água em um dia calmo. A AAS também filmou um objeto no fundo do lago que se parecia com uma carcassa que continha conchas de animais marinho e um fungo dificilmente encontrado em lagos de água doce, de acordo com a AAS isso mostra que o lago de alguma forma é conectado com o oceano e que essa conexão talvez seja a rota de entrada e saída do lago usada por Nessie.

 

Em 1993, a Discovery Communications deu início a uma pesquisa sobre a ecologia do lago. O estudo não foi focado exclusivamente no monstro, mas nos nematodes (inclusive com a descoberta de uma nova espécie) e peixes do lago. Esperando encontrar uma pequena população de peixes no lago os pesquisadores se assustaram ao retirar da água vinte peixes com apenas uma tentativa, o que aumentou em 9 vezes a estimativa da quantidade de peixes.

 

Usando um sonar a equipe encontrou um tipo de distúrbio sub aquático (chamado de seiche), causado por energia potencial, isso ocorre por causa do desequilíbrio entre as camadas de água quente e fria do lago. No dia seguinte, quando revisavam as impressões do evento registrado, eles encontraram o que pareciam ser três contatos no sonar, cada um seguido de um poderoso distúrbio. Esses acontecimentos foram mostrados no programa chamado Loch Ness Discovered, juntamente com a foto do cirurgião e os vídeos melhorados de Dinsdale, a foto do cirurgião e a foto da nadadeira de Rines.

Dossiê de Criptozoologia de Herman Flegenheimer Jr.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/monstro-do-lago-ness/

Monstro da Lagoa Negra

Em 1954, alguns arqueólogos em expedição na Amazônia encontraram no rio Amazonas um animal que nunca foi classificado. Um ser de olhos completamente negros, bípede aquático com guelras e escamas. Quatro anos depois, em 1958, um morador da Califórnia, passando de carro pelo rio Santa Ana foi atacado por uma criatura semelhante, com “a cabeça redonda de um espantalho”, olhos negros brilhantes e escamas que deixou grandes arranhões no pára-brisas. Ele acelerou, atingiu-o e passou por cima do ser. A primeira história é de um filme de ficção científica da Universal, “ O Monstro da Lagoa Negra” The Creature from the Black Lagon “. A segunda é uma história real.

Casos Fictícios

A temática do Monstro aquático bípede humanoide ganhou diversas vezes as telas do cinema, sendo inclusive o primeiro filme em 3d da história e recebendo duas continuações “Revenge of the Creature” de 1955 e “The Creature Walks Among Us” de 1956. Confira o trailer do primeiro filme abaixo. Com o sucesso da trilogia a criatura tornou-se popular e apareceu em diversas outras produções ganhando o status de monstro clássico do horror ao lado de Drácula e Frankenstein.

Casos Reais

O relato real é testemunhado por Charles Wetzel, numa noite de inverno na cidade de Riverside. Na noite seguinte, outro motorista disse que um monstro do mesmo tipo que o primeiro saiu do mato e pulou em cima do seu carro. E este é apenas um dos relatos de bípetes répteis que os estudantes de criptozoologia possuem, que embora raros não parecem possuir limites nacionais ou cronológicos.

De modo geral as aparições destes “Monstros da Lagoa Negra”  são rápidas. A idéia que se faz dessas criaturas porém remonta no mínimo a 1878, quando o teatro metropolitano de Louisville exibiu um ser chamado Wild Man of the Woods (O Homem das Selvas) e descreveu-o como sendo coberto com escamas de peixe  e 1’95m de altura. Podemos presumir hoje que este monstro fosse um homem alto e maquiado dedicado a tomar dinheiro dos crédulos.  Contudo, os relatos não pararam mesmo mais de um século depois. Os moradores ao norte de Louisville continuaram informando ter avistado outros “lagartos gigantes bípedes”.

No verão de 1972, no Lago Thetis, Colúmbia Britânica, houve dois relatos de aparições de uma criatura cor de prata que emergiu da água, no primeiro caso em 19 de agosto para expulsar dois rapazes da praia, um dos quais sofreu lacerações na mão causada por seis pontas afiadas em cima da cabeça do bicho. No segundo incidente uma testemunha disse que a criatura “tinha a forma do corpo comum, como a de um ser humano, mas o rosto era monstruoso, todo escamado. Tinha na cabeça uma ponta afiada e orelhas muito grandes.

Dez anos depois em 1986 à uma hora da madrugada dois policiais de Loveland encontraram algo parecido: “um bípede com cara de sapo e pele com textura de couro”. Viram-no pular a cerca de proteção e descer um barranco que ia dar no rio Little Miami. Umas duas semanas depois, um dos policiais viu-o de novo, primeiro deitado na estrada, depois levantando-se e pulando a cerca de proteção. Outro fazendeiro local também informou ter visto a criatura.

Um ponto importante é que diferente das visões de antropoides anômalos, espíritos, e discos voadores os relatos dos Monstros da Lagoa negra estão se tornando progressivamente mais raros com o passar dos anos. De fato, não houve nenhum caso relatado depois dos anos 2000. Isso pode indicar que uma criatura que o homem jamais reconheceu como vivente esta agora na lista dos animais extintos. Ainda hoje muitos animais não foram catalogados, mas é uma grande tragédia seres serem varridos do planeta sem que soubéssemos qualquer coisa de concreta sobre eles.

Descrição tipológica

Existiram casos o bastante destes “homens-peixes” para traçarmos um perfil mínimo deles:

  • São bípedes humanóides escamados
  • São mais fortes e rápidos que um ser humano normal.
  • Aparecem sempre próximos a grandes corpos de água.
  • Saem da água somente a noite.
  • Possuem inteligência de um animal.
  • Comportamento agressivo e territorialista.

O criptozóologo Rouin, Jeff, descreve a biologia destes ser como um anfíbio, capaz de respirar dentro e fora d’água possuindo pulmões que são ativados suas brânquias são incapacitadas. É vulnerável como qualquer animal a agressões físicas e demonstra inclsuive vulnerabilidade a rotenona e outros compostos químicos usados como pesticida. Possui uma força bem superior à humana e inteligência inferior semelhante a de uma criança em idade pre-escolar. Suas mãos são grandes e com garras, além das membranas entre os dedos. A pele do Monstro é bastante resistente além de um fator de cura que lhe permite se recuperar de ferimentos que aparentemente seriam fatais para qualquer homem, mesmo os causados por tiros. O Monstro demonstra sofrer de uma fotofobia, adquirida pela permanência em aguas escuras do seu habitat.

Dito isto, resta apenas afirmar que estes casos não devem ser confundidos com os chamados Reptilianos, muito mais raros e de inteligência muito superior. Talvez haja uma relação entre os dois tipos de relatos, talvez não, são entretanto inegavelmente diferentes.

Texto Dossiê de Criptozoologia de Herman Flegenheimer Jr.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/monstro-da-lagoa-negra/

Mapinguari

Mapinguari é uma lenda derivada dos Índios da Região Amazônica.

Os caboclos contam que dentro da floresta vive o Mapinguari, um gigante peludo com um olho na testa e a boca no umbigo. Para uns, ele é realmente coberto de pelos, porém usa uma armadura feita do casco da tartaruga, para outros, a sua pele é igual ao couro de jacaré.

Segundo esta Lenda, alguns índios ao atingirem uma idade mais avançada evoluiriam e transformariam-se em Mapinguari e passariam a habitar o interior das florestas passando a viver apenas no seu interior e sozinhos. Há também quem diga que seus pés têm o formato de uma mão de pilão.

O Mapinguari emite um gritos semelhantes ao grito dado pelos caçadores. Se alguém responder, ele logo vai ao encontro do desavisado, que acaba perdendo a vida. A criatura é selvagem e não teme nem caçador, porque é capaz de dilatar o aço quando sopra no cano da espingarda. Os ribeirinhos amazônicos contam muitas histórias de grandes combates entre o Mapinguari e valentes caçadores. O Mapinguari sempre leva vantagem e os caçadores que conseguem sobreviver, muitas vezes ficam aleijados ou com terríveis marcas no corpo para o resto de suas vidas. Há quem diga que o Mapinguari só anda pelas florestas de dia, guardando a noite para dormir. Quando anda pela mata, vai gritando, quebrando galhos e derrubando árvores, deixando um rastro de destruição. Outros contam que ele só aparece nos dias santos ou feriados. Dizem que ele só foge quando vê um bicho-preguiça.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/mapinguari/

Lobisomem

Mesmo o homem que é puro no coração
que antes de dormir faz sua oração,
Pode se tornar um animal.
Se o lobo de dentro o chamar
e a lua brilhar em seu quintal

1- Lobo, s.m. (zool.) mamífero selvagem e carniceiro do gênero cão (Canis lupus), que difere deste em ter o focinho mais delgado, as orelhas sempre retesadas e maiores proporções. || (Fig.) Homem cruel, de maus instintos. || Máquina composta de um tambor denteado, e que serve para abrir a lã (nas fábricas de lanifícios). || (Bras.) O mesmo que guará. || (Gír. de ladr.) Cão que não ladra e morde. || Jogo de crianças em que umas fingem ser lobos, outras ovelhas e uma delas o pastor que as guarda. || Lobo da mar, marinheiro velho e experimentado nas lides do mar; leão do mar. Cf. lobo-do-mar. || Entre o lobo e o cão, ao lusco-fusco, à boca da noite. || Cair na goela do lobo, cair em perigo que pretendia evitar. || Comer como um lobo, comer muito e com sofreguidão. || Parece que viu lobo, diz-se de quem tem o cabelo hirto ou ouriçado. || Parece que foi aos lobos, diz-se da pessoa que não tem a voz clara. || Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele (prov.), quem não quer sofrer as conseqüencias de um fato não o pratica. || (Astr.) Constelação do hemisfério austral. || F. lat. Lupus.

2- Licantropia, s.f. (med.) gênero de loucura, em que o alienado se julga transformado em lobo. || F. gr. Lykos (lobo) + anthropos (homem) + ia.

3- Licantropo (ô), s.m. (med.) alienado que padece de licantropia. || Lobisomem. || F. cp. Licantropia.

4- Lobisomem, s.m. criação fantástica da crendice popular, que consiste em um homem transformar-se em lobo, o qual anda errante de noite até que qualquer o fira para terminar o seu fadário. || F. Lobo + homem.

Introdução

O lobisomem era uma figura antiga encontrada no folclore mundial. O relato mais antigo de um homem tendo se transformado em lobo veio da mitologia da Grécia antiga. Lycaon (daí a palavra licantropia) desagradou Zeus e a divindade o tranformou num lobo. Vários autores antigos, tais como Galeno e Virgílio, forneceram as primeiras descrições de licantropia, entretanto rejeitaram a mitologia e acreditavam que a transformação em animais era o resultado de uma doença provocada pela melancolia ou pelas drogas.

Da mesma forma, o “lobisominismo” tinha sido relatado em todo mundo, embora os animais nos quais os humanos se tranformavam eram bem variados, incluindo leões, tigres, tubarões e crocodilos – todos animais grandes e conhecidos por sua ferocidade. Relatórios contemporâneos de licantropia também provêm do mundo inteiro, tanto de áreas rurais como do moderno Ocidente.

– América do Sul: kanima, um espírito que toma a forma de um jaguar.

– Argentina: lobisón.

– Brasil:o nome perdeu o hífem de Portugal e se tornou lobisomem. Além desse existem muitos outros como o boto, que assume a forma de um homem e o uirapuru, um pássaro marrom que assume a forma de um menino.

– Bulgária: vrkolak.

– Canada: wendigo or witiko.

– Chile: chonchon, uma bruxa que se transforma em um urubu.

– Etiópia, Marrocos e Tanzania: boudas, um homem-hiena.

– Escandinávia: varulf.

– Estados Unidos: werewolf.

– Espanha: hombre lobo, lupino.

– França: loup-garou, bisclavret.

– Grécia: vrykolaka, um nome usado para lobisomens que também serve para descrever vampiros e feiticeiras/os.

– Haiti: loup-garouque pode mudar sua forma para qualquer coisa, seja planta ou animal.

– Islândia: hamrammr, uma criatura que assume a forma da última coisa que comeu, e ganha mais poder continuando a devorar outras coisas.

– Índia: rakshasa, uma criatura que pode assumir a forma de qualquer animal desejado.

– Indonésia: layak, um espírito que pode assumir a forma do que quiser.

– Itália: lupo manero ou benandanti para pessoas que se tornam lobos permanentemente para lutar contra bruxas no submundo.

– Japão: kitsune, uma pessoa que vira raposa, também o tanuki ou minjina, uma pessoa que assume a forma de um texugo, cachorro ou castor.Em geral criaturas capazes de alterar a forma são chamadas de henge.

– Latvia: vilkacis.

– Lituânia: vilkatas.

– México: nahaul, uma pessoa que assume a forma de um lobo, gato, águia ou touro.

– Nativos Norte Americanos: limikkin ou skin walkers.

– Normândia, França: lubins ou lupins.

– Noruega e Suécia: eigi einhamir.

– Filipinas: aswang, um vampiro / lobisomem.

– Portugal: lobis-homem e lobis-homens.

– Quênia: ilimu.

– Russia: wawkalak ou bodark.

– Sérvia: vukodlak.

– Slovakia: vulkodlak.

 

Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/definicoes-sobre-licantropia/

Lêmures

Também lhes deram o nome de larvas. Ao contrário dos lares da família, que protegiam os seus, os lêmures, que eram as almas dos mortos malvados, erravam pelo mundo, infundindo pavor nos homens. Imparcialmente, torturavam os ímpios e justos. Na Roma anterior à fé em Cristo, celebravam-se festas em sua honra, durante o mês de maio. As festas se chamavam Lemúrias. Foram instituídas por Rômulo para apaziguar a alma de Remo, a quem havia assassinado. Uma epidemia assolou Roma, e o oráculo, consultado por Rômulo, aconselhou essas festas anuais que duravam três noites. Fechavam-se os templos das outras divindades e eram proibidos os casamentos. Era costume atirar favas sobre os túmulos ou consumi-las pelo fogo, porque a fumaça afugentava os lêmures. Também os espantavam os tamores e as palavras mágicas. O leitor curioso pode interrogar Os Fastos de Ovídio.

Fonte: O Livros dos Seres Imaginários – Jorge Luís Borges e Margarita Guerrero

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Lebre Lunar

Nas manchas lunares, os ingleses crêem decifrar a forma de um homem; duas ou três referências ao homem da lua, ao man in the moon, há no Sonho de Uma Noite de Verão. Shakespeare menciona seu feixe ou arbusto de espinhos; já um dos versos finais do canto XX do Inferno fala de Caim e dos espinhos. O comentário de Tommaso Casini lembra a esse propósito a fábula toscana de que o Senhor deu a Caim a lua por cárcere e condenou-o a carregar um feixe de espinhos até o fim dos tempos. Outros vêem na lua a sagrada família, e assim Lugones escreveu em seu Lunario Sentimental:

“Y está todo: la Virgen com el niño; al flanco,
San José (algunos tienen la buena fortuna
De ver su vara); y el buen burrito blanco
Trota que trota los campos de la luna” [1]

Os Chineses, por sua vez, falam da lebre lunar. Buda, em uma de suas vidas anteriores, padeceu fome; para alimentá-lo uma lebre atirou-se ao fogo. Buda, como recompensa, enviou sua alma à lua. Aí, sob uma acácia, a lebre tritura em um almofariz mágico as drogas que integram o elixir da imortalidade. Na fala popular de certas regiões, essa lebre se chama o doutor, ou lebre preciosa ou lebre de jade.

Acredita-se que a lebre comum vive até os mil anos e encanece ao envelhecer.

Notas

1- Tudo está ali: a Virgem com o menino; em seu flanco,
São José (alguns, boa sorte é sua,
Podem ver seu cajado); e o bom burrinho branco
Trota que Trota pelos campos da lua.
(Trad. de J. V. B.).

Fonte: O Livros dos Seres Imaginários – Jorge Luís Borges e Margarita Guerrero

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Kujata

Segundo um mito islâmico, Kujata é um grande touro dotado de quatro mil olhos, de quatro mil orelhas, de quatro mil ventas, de quatro mil bocas, de quatro mil línguas e de quatro mil pés. Para ir de um a outro olho, ou de uma orelha a outra bastam quinhentos anos. Quem sustenta Kujata é o peixe Bahamut; sobre o lombo do touro há uma rocha de rubi, sobre a rocha um anjo e sobre o anjo nossa terra.

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Krampus

a parte no natal que preferimos esquecer

Todo dia 25 de dezembro ele viaja pelo mundo, entrando em todas as casas. Ele sabem quem foi bonzinho e quem foi malvado – ele perde tempo para checar a lista duas vezes – e não liga a mínima para os bonzinhos.

A figura do Papai Noel hoje é talvez uma das mais conhecidas no ocidente, para as crianças é ele que traz os presentes, para os adultos é o garoto propaganda da Coca-Cola ou uma opção de fantasia em uma sex shop, para os Xamãs ele é o Grande Espírito Rena que viaja em transe pelos céus em um trenó, usando um gorro vermelho pontudo, sendo puxado por renas voadoras; independente de sua cultura ele se tornou um fenômeno popular que tem um papel a cumprir. E é um papel estranho.

Pense. Papai Noel passa a ano fabricando presentes e investigando a vida de todos. Ele precisa saber quem foi bom para ser recompensado. Mas e se você não foi bom? E se foi uma pessoa com altos e muitos baixos. Foi desagradável, mesquinho e egoísta?

De fato, parece que uma figura que só recompensa e não pune não tem muito propósito. Claro, as crianças acostumadas a ganhar presentes podem se sentir mal, ficar tristes, dar chilique se não ganham nada, mas isso não é exatamente uma punição certo? Papai Noel não deveria sujar as mãos e de fato punir quem não entrou na lista dos bonzinhos?

Claro que não! Ele não precisa sujar as mãos porque já existe quem faça isso. Uma figura tão horrível e nefasta que assustou a própria Igreja Católica, e fez com que ela tentasse a todo custo sumir com esse “policial mal” do natal.

Imagine a cena: é noite, você está na cama tem 12 anos de idade. Ouve estalos, alguém anda pela casa. Você se levanta – é véspera de natal – e, pé ante pé, vai até a sala, para tentar pegar o bom velhinho com a mão na massa. Quando chega na porta e olha para a árvore vê uma criatura com mais de dois metros de altura, com chifres, andando nua. O som de passos eram de seus cascos raspando a madeira, seu corpo, coberto de pêlos escuros e sujos fede, ele carrega correntes enferrujadas enroladas no corpo e assim que te vê põe a língua pontuda para fora. Em uma das mãos ele carrega uma vara e começa a vir na sua direção. Neste momento você percebe, apesar da tenra idade, que não devia ter cortado os cabelos da Barbie da sua irmã e que você nunca mais vai ver seus pais.

Se sua imaginação é vívida, parabéns, você acabou de conhecer o Krampus.

O nome Krampus, também escrito Grampus as vezes, se deriva da antiga palavra germânica “garra”. Na Austria ele é chamado de Klaubauf, em outros países e áreas rurais da europa o conhecem como Bartl, Bartel, Niglobartl, e Wubartl.

O Krampus é uma figura antiga na europa, as menções mais antigas precatam o cristianismo na Alemanha. Suas características físicas são semelhantes às dos sátiros da mitologia grega. Na noite conhecida como Krampusnacht, celebrada no dia 5 de dezembro, na Áustria, Itália e outras paisagens européias, hordas de demônios corriam pela noite, intoxicados, carregando tochas, terrificando crianças e adultos, era a Krampuslauf.

Com a chegada do Cristianismo a Igreja começou seu combate a essa criatura, proibindo qualquer menção a ela, a Krampusnacht ou a Krampuslauf. E até o início do século XX, o Krampus foi sufocado, quase foi esquecido; mas todos aqueles que vivem ou viveram no inferno aprendem a ser pacientes, e depois de décadas o Krampus começa a aparecer novamente e mais forte do que nunca.

Para muitos tanto o Krampus, quanto São Nicolau ou mesmo o Papai Noel podem ser mitos, ou apenas figuras comerciais que perderam mesmo seu status de arquétipo cultural, mas nem todos pensam assim.

Nos últimos 3 anos, o projeto Morte Súbita Inc. desejou trazer mais do que um mero artigo sobre mais uma mitologia européia para você e, por isso, enviamos o Prof. Alberto Grosheniark, nosso especialista em deontologia européia freelancer, para vários países nos meses de novembro e dezembro para nos trazer essa criatura, ou ao menos um relatório mais atual de sua existência.

“Para entender o que é, e principalmente o que se tornou, o Krampus, é mister compreender esta celebração a que chamamos Natal”, começa explicando o professor, passemos a ele então as rédeas do texto.

O Nascimento do Natal

É patente que nos dias moderno as celebrações natalinas não passam de um marketing capitalista, uma forma de se conseguir mais lucros do que em qualquer outro mês do ano. Mas essa realidade está presente, obviamente, nas grandes capitais, cidades infladas pelo comercio e que vivem do dinheiro gerado. Longe desses centros urbanos e comerciais o Natal volta a assumir suas características mais religiosas e sociais, famílias se reúnem, freqüentam igrejas, etc.

Este é um exemplo claro e muito interessante de um mecanismo de transição cultural de festividades. Por um lado pessoas desesperadas para gastar seus salários em produtos que elas sabem, serão liquidados por valores mais baixos nos dias que se seguem ao natal. Por outro pessoas menos urbanizadas que ainda vivenciam o espírito natalino. Perceber como uma celebração se transmuda em outra nos mostra como o Natal se formou em seus primórdios.

O Natal foi criado, sim, criado, pela Igreja Católica para celebrar o nascimento de Cristo. A própria palavra Natal se deriva de Natalis, do latim, que se origina do verbo nascor – nasceria, nasci, natus sum – que tem o sentido de nascer. É a mesma origem do Natale italiano, do Noel francês, o Nadal catalão e do natal castelhano, que acabou evoluindo para navidad – com o sentido do nome de um dia religioso.

Quando enfatizei a criação da festividade, não desejava implicar que muitos acreditavam que ela existisse desde os primórdios da humanidade e sim que ela foi desenvolvida de forma anacrônica com uma finalidade bem determinada. Natal seria o nascimento de Cristo, mas foi instituído apenas no século IV. A primeira celebração natalina que se tem notícia hoje ocorreu em Roma no ano 336 d.C – apesar de algumas evidências que apontem para a Turquia pelo menos 2 séculos antes. O ponto é que o Natal só passou a ser atribuído a Cristo ao menos 300 anos depois de sua suposta existência.

Não há evidências hoje que Cristo tenha sido mais real do que o Dr. Griffin ou Roderick Usher. Duramente perseguidos por onde quer que passassem, os cristãos começaram a ser tolerados no decurso do século IV e em breve se tornariam a religião oficial do estado. Teodósio, o imperador romano, por esta época, já ajudava a organizar as estruturas territoriais da nova igreja. Por que criar uma festividade que exaltasse um homem que era praticamente um agitador comunista quando a instituição passava a ganhar poder político que bateria de frente com os supostos ensinamentos de Cristo?

Devemos nos atentar que os primeiros concílios religiosos visavam eliminar aquilo que consideravam heresias entre os cristãos; foi formulada a doutrina da trindade, colocou-se a questão da relação entre as naturezas humana e divina de Cristo definindo-se que era “perfeito Deus e perfeito homem” e que Maria era Theotokos – Aquela que portou Deus – e não Christotokos – Aquela que portou Cristo. As maiores discussões teológicas, em contrapartida à de cunho administrativo, tinham a ver com a divindade de Cristo, tentando limpar de sua figura qualquer aspecto humano. Por que perder tempo então festejando algo tão mundano quanto seu nascimento “na carne”? Sua vida teve inúmeros pontos que logicamente teriam mais força popular como o início de seu ministério, seus milagres, sua ressurreição, sua subida aos céus. O nascimento é justamente o aspecto mais humano de sua vida. Por que haveria de se tornar então a festa mais conhecida e celebrada de todas?

A existência de Cristo sempre foi um assunto que, inclusive, poderia complicar a Igreja Cristã. Seus ensinamentos eram anti-autoridade, anti-institucionais. Se não fossem as cartas de Paulo de Tarso, não haveriam sequer bases para a fundação de uma igreja, e nessas cartas Paulo deixa claro que aquilo que escreve são opiniões suas e não inspirações procedentes de Deus. Além disso os primeiros cristãos não celebravam o nascimento do Nazareno pois consideravam a comemoração de aniversário um costume pagão.

Para entender o Natal devemos recuar no tempo e nas culturas humanas.

Dia 25 dezembro

Não há como como discutir celebrações de Dezembro sem nos atentarmos ao solstício. Praticamente todo texto sobre o assunto o reduz a celebrações solares de povos primitivos.

O Solstício de inverno é um fenômeno astronômico usado para marcar o início do inverno. Como todo fenômeno astronômico ele não tem um dia fixo para ocorrer – geralmente por volta do dia 21 de Junho no hemisfério sul e 22 de Dezembro no hemisfério norte. No dia do solstício, uma derivação latina das palavras sol e sistere – “que não se move” – o Sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador. Hoje acredita-se que povos primitivos, ao notarem que o Sol não se movia no céu e que aquele era o dia mais curto do ano, lhe atribuíam grande importância, o associando, de modo geral, simbolicamente a aspectos como o nascimento ou renascimento.

Bem, por mais que abusemos de nossa fé em relação aa inocência dos povos antigos, não faz sentido acreditar que culturas capazes de, em uma época sem dispositivos digitais, anotar com tanta precisão as posições de corpos celestes e a duração da claridade do dia, se degenerariam em culturas que simplesmente acreditavam que o solstício era o renascimento e morte de algo e então voltariam a evoluir para atribuir esse nascimento e morte a algum Deus.

A crença que temos hoje é a de que em certas regiões, bem próximas do pólo norte, no solstício de inverno o sol desaparece da linha do horizonte, justamente por causa da sua inclinação aparente para o sul. Para quem vive nessa região, o sol fica dias sem nascer, trazendo, portanto, uma noite longa. Conhecendo, então, o “sumiço” aparente do sol em certas regiões, fica fácil entender como surgiu o culto ao sol. Dai basta ver qual a representação arquetípica do sol em diferentes culturas – o deus greco-romano Apolo, considerado como “Sol invicto” e seus equivalentes entre outros povos, Ra o deus egípcio; Utu dos babilônicos; Surya da Índia; assim como também Baal e Mitra. Todos estes e as Saturnálias, deram origem ao dia 25 de dezembro, como o dia do sol.

O único problema com essa teoria preconceituosa é que nem o solstício nem as Saturnálias ocorriam no dia 25 de dezembro.

Então o que teria de interessante este dia específico do ano?

Bem, para início de conversa, este dia só passou a existir, como o conhecemos hoje em 1582, com a criação e instituição do Calendário Gregoriano, o calendário atribuído ao Papa Gregório XIII que visava corrigir o antigo Calendário Juliano que tinha uma contagem imprecisa dos dias do ano – quando foi instituído o calendário gregoriano, seu antecessor já apresentava uma discrepância de 10 dias que “não existiam”.

Como segundo ponto veja a seguinte lista e veja se nota algo em comum:

  •  Prometeu, aproximadamente no alvorecer da humanidade
  •  Osiris, aproximadamente 3000 anos antes de Cristo;
  •  Hórus, aproximadamente 3000 anos antes de Cristo;
  •  Átis de Frígia, aproximadamente 1400 anos antes de Cristo;
  •  Krishna, aproximadamente 1400 anos antes de Cristo;
  •  Zoroastro, aproximadamente 1000 anos antes de Cristo;
  •  Héracles, aproximadamente 800 anos antes de Cristo;
  •  Mitra, aproximadamente 600 anos antes de Cristo;
  •  Tammuz, aproximadamente 400 anos antes de Cristo;
  •  Hermes, aproximadamente 400 anos antes de Cristo;
  •  Adonis, aproximadamente 200 anos antes de Cristo;
  •  Dionísio, aproximadamente 186 anos antes de Cristo;

Todas essas figuras se mostraram seres excepcionais, tiveram tamanho impacto sobre a cultura onde viveram que se tornaram precursores de cultos. Eram seres de magia e ciência. Avatares. Todos eles nasceram dia 25 de dezembro. Todos eles enfrentaram as trevas e, mais importante, todos são portas.

Prometeu é um titã, filho de Jápeto e irmão de Atlas, Epimeteu e Menoécio. Foi um defensor da humanidade, conhecido por sua astuta inteligência, responsável por roubar o fogo de Zeus e dá-lo aos mortais, assegurando a superioridade dos homens sobre os outros animais. Por causa disso foi acorrentado pelos deuses no cume do monte Cáucaso, onde todos os dias um pássaro dilacerava o seu fígado que, todos os dias, se regenerava. Esse castigo devia durar 30.000 anos.

Osiris era um deus da mitologia egípcia. Oriundo de Busíris foi um dos deuses mais populares do Antigo Egito, cujo culto remontava às épocas remotas da história egípcia e que continuou até à era Greco-Romana, quando o Egito perdeu a sua independência política. Osíris governou a terra (o Egito), tendo ensinado aos seres humanos as técnicas necessárias à civilização, como a agricultura e a domesticação de animais. É morto e então esquartejado por seu irmão. Seu corpo é reconstruído e ressuscitado, ele então tem um filho com sua irmã/esposa e passa a governar apenas o mundo dos mortos.

Horus é o filho póstumo de Osiris e Isis. Recebeu a missão de sua mãe de proteger o povo do egito de Set, o Deus do deserto, o assassino de seu pai. Após derrotar Seth se tornou o primeiro Deus nacional do Egito e patrono dos Faraós, conhecido como o filho da Verdade. Era visto como um falcão cujo olho direito era o sol e o esquerdo a lua e nesta forma era conhecido como Kemwer, o Negro.

Átis era o consort humano de Cibele, considerado por muitos um semi-Deus. No dia de seu casamento ele enlouquece e se castra. Depois de morto ressuscita e se torna um Deus da vegetação e fertilidade.

Krishna é retratado em várias perspectivas: como um deus do panteão hindu, como uma encarnação de Vishnu ou ainda como a forma original e suprema de Deus. Krishna é o oitavo avatar de Vishnu. Teve um nascimento milagroso, uma infância e juventude pastoris, e a vida como príncipe, amante, guerreiro e mestre espiritual. Ao ser ferido mortalmente por uma flecha diz ao caçador que “tudo isso fazia parte do meu plano”. Dizendo isso, Krishna partiu para Goloka, sua morada celestial.

Zoroastro foi um profeta nascido na Pérsia (atual Irã), fundador do Masdeísmo ou Zoroastrismo após receber a visita de um ser indescritível que se identificou como Vohu Mano, a Boa Mente. Foi abduzido por este ser e teve acesso ao conhecimento e à sabedoria.

Hermes era o Deus das fronteiras, transitando entre o mundo dos mortais e dos deuses.

Tamuz um deus da fertilidade e da vegetação, viajou ao submundo em busca de sua amada.

A lista prossegue. Hoje se sabe que o nascimento de muitas dessas figuras não ocorreu em dezembro, mas passaram a ser comemorado neste mês. Por quê?

 

Os Espancadores

Existem inúmeras criaturas correndo pelo planeta que, apesar de não possuírem relação entre si, podem ser agrupadas graças a sua natureza. São criaturas violentas cujo maior prazer parecer residir em assustar, punir ou simplesmente espancar os infelizes que cruzam seu caminho. O Barrete Vermelho que vive na Escócia e Inglaterra, que espanca até a morte suas vítimas. O Nain Rouge francês. Jack Calcanhar de molas na Inglaterra. O saci e o curupira na américa do sul, etc.

Algumas dessas criaturas são conhecidas por sua sazonalidade, algumas delas agindo no período que se encontra entre o início de dezembro e do final de janeiro.

  • O Belsnickel, um ser que se aparece envolto em trapos imundos e batidos, invade casas nas primeiras semanas de Janeiro para espancar crianças.
  • No dia 6 de dezembro, casas são visitadas pelo Knecht Ruprecht, que espanca crianças que não sabem rezar com um saco de cinzas.
  • A Grýla, uma gigante que visita casas na Groenlândia, durante a última semana de dezembro para seqüestrar e então cozinhar crianças.
  • No Japão, durance as últimas semanas de Janeiro o Namahage, armado de facas e palmatórias caminha pela rua em busca de crianças.
  • O Pai Espancador, caminha no dia 6 de dezembro espancando crianças na França e Bélgica.
  • Na Austria é Bertha que visitas as casas na última semana de Dezembro e primeira de Janeiro procurando crianças mal comportadas para lhes abrir o estômago, remover o intestino e o substituir com palha e pedras.

E dentre essas criaturas temos figuras como o Homem do Saco aqui no Brasil, ou o Krampus no Velho Continente. Hoje muitos o consideram apenas mais uma figura do enorme universo de criaturas que compõe a angústia Infantil, criaturas como a Cuca e o Boi da Cara Preta, que são evocados pelos pais para que as crianças se comportem. Apenas um mito que serve para manter os pequenos na linha. Mas isso não é verdade.

A figura do Krampus, como já foi discutida, é a de um ser bestial que vive nas áreas não civilizadas. Antes da chegada do moralismo Cristão o Krampus possuía um papel de iniciador. Em diferentes regiões da Alemanha, jovens eram enviados munidos apenas de um pequeno saco de provisões, para as áreas selvagens e desabitadas. Depois de um período que variava de jovem para jovem, ele retornava para sua vila ou aldeia, vestido como o Krampus, mostrando que havia encorporado este espírito na época em que viveu como um animal selvagem.

Quando a bravura e a resistência eram qualidades fundamentais para uma pessoa enfrentar as adversidade do meio, Krampus era um espírito temido, mas desejado pelas pessoas. Uma tradição não muito diferente dos Berserkes saxões, que matavam, se alimentavam e depois vestiam a pele de um animal – lobo ou urso – para se tornarem o animal e assim se tornarem adultos – os engraçados chapéus da guarda inglesa são um remanescente deste ritual de passagem.

O Krampus então, era uma presença real, uma presença que deixava a humanidade, o aspecto civilizado ou mesmo “domesticado” se preferir, do indivíduo para que se tornasse algo novo, mais selvagem, mais resistente. Claro que muitos não sobreviviam e muitos não conseguiam se tornar o Krampus, a garra, e simplesmente retornavam para a aldeia como meros humanos, em alguns casos em condição de vergonha.

Com o Cristianismo não veio apenas a crença em um único Deus, mas também uma série de rituais de iniciação, como o batismo, a crisma, etc. Os primeiros embates da Igreja com as crenças locais eram reencenações dos primeiros conflitos do Jeovah Judeu: Não haverão outros Deuses! E assim a Igreja Católica se valia de sua magia para liquidar outros Deuses.

Falar em Magia Católica não é exagero também. Ela foi uma das grandes responsáveis pelo surgimento dos protestantes, que não suportavam ver os ensinamentos de Cristo sendo proferido por “magos pagãos vestidos de padre”.

A Igreja passou a combater essas criaturas iniciáticas não apenas catequizando aqueles que as buscavam, mas criando uma magia mais poderosa. Isso chegou ao ponto de que em muitos lugares as pessoas acreditavam que um simples pedaço do pão usado no ritual de comunhão era o suficiente para curar doenças, espantar maus espíritos e curar o gado de qualquer mal que o afligisse.

Assim, a igreja passou a atacar não apenas a iniciação com o Krampus, mas todo e qualquer ato relacionado a ele como a Krampusnacht e a Krampuslauf.

Paralelo a isso a Igreja também buscou colocar seu próprio porteiro na porta que ligava mundos: Jesus Cristo. Mudando a data de seu nascimento para a última semana de Dezembro.

Claro que quando afirmo que o Krampus era uma figura real, uma presença real, não me refiro a um folclore ou a uma crença compartilhada, mas a uma entidade como eu e você. Krampus é algo físico, uma figura que poderia ser hoje descrita em termos de um elementar ou um semi-deus, como sátiros ou tantas outras figuras associadas com as crenças grego-romanas.

Para começar a acabar com essas figuras, a igreja começou primeiro a designar santos para as acompanharem, assim grande parte delas acabou tendo sua época de comunhão compartilhada com os festejos de São Nicolau e em pouco tempo passou a ser o “acompanhante” do santo. As pessoas não buscavam mais ao Krampus ou a outras figuras, e desta forma o “acordo” cultural que existia foi quebrado. O próprio Krampus passa a ser retratado e descrito como uma entidade presa a correntes.

Isso explica a atitude da grande maioria dessas figuras, buscar atacar especialmente crianças. Como o flautista que se viu logrado de seu pagamento, os antigos iniciadores partem em busca da maior riqueza dos povos, suas crianças. Mas esses ataques não seriam também gratuitos: o medo gera respeito, ainda mais se infligido durante a infância. Antes de cair nas garras intelectuais do cristianismo, os iniciadores buscariam comprovar sua existência às pessoas em uma época em que elas soubessem distinguir que as criaturas são reais.

Claro que mesmo assim, não havia como conseguir novamente pessoas buscando a iniciação, e tais entes ganharam um tatus de meros bichos-papões, sendo relegados à categoria de lendas.

 

A Volta do Krampus

Curiosamente justamente aquilo que o prendeu em correntes de lenda foi o que o trouxe de volta. Com o crescimento do Cristianismo, logo surgiram aqueles fiéis contrários à magia da Igreja. Julgavam que todo e qualquer ritual ou costume mágico era uma afronta a Deus e passaram a combater qualquer coisa que não a fé e a leitura da Bíblia. Nascia assim o protestantismo.

Os primeiros protestantes buscaram acabar com a Missa Católica, com o ritual de comunhão, com o Batizado, fizeram questão de mostrar que os padres eram pessoas comuns sem poderes e o Papa um mero enganador de todos. Eles proibiram o ritual de exorcismo, de crisma, de extrema-unção. Proibiam atos como abençoar o vinho e o pão, abençoar objetos, fossem sagrados ou não, a consagração de terrenos, construções ou qualquer coisa. Os feriados e comemorações católicas foram sendo combatidos, acusados de não passarem de costumes pagãos transvestidos de cristianismo. E assim o poder da Igreja começou a ser minado.

Não é surpresa ver que nos dias de hoje as comemorações dedicadas ao Krampus voltaram e não apenas na Europa. O Krampus hoje corre solto novamente, livre das amarras cristãs.

Visitei algumas dessas comemorações na Finlândia e na França e de fato rodas de demônios correm pelas cidades, embriagados por Krampus schnapps – um licor muito forte -, intimidando crianças e adultos. O aspecto iniciático se foi, hoje nossos rituais de maturidade estão mais ligados a possuir cartões de crédito e poder ter uma conta bancária do que provarmos sermos capazes de sobreviver à vida.

A Noite de Krampus tem início com algumas pessoas se vestindo com peles, botas pesadas e máscaras com chifres, armados de chicotes e varas. Eles visitam as casas, especialmente as que tem crianças, invadindo-as e correndo, assustando a todos. Então recebem o convite para beber, e o fazem. No fim da noite essas pessoas estão embriagadas e por vezes o número de feras “fantasiadas” ligeiramente maior, é então que a corrida de Krampus se torna mais violenta e fora de controle.

Seria muita inocência acreditarmos, quando observamos a balbúrdia causada por aquelas criaturas barulhentas, que todas elas são apenas pessoas com fantasias. Da mesma forma que as virgens da antigüidade recebiam os oráculos, ou que os praticantes do vodu haitiano se tornam cavalos para os deuses, muitas daquelas criaturas deixam de ser humanas, se é que já o foram. Mesmo nesta “Era de Razão” a figura do Krampus é temida como um folclore jamais seria. O governo Austríco chegou a proibir a tradição da Krampusnacht, na década de 1950 panfletos entitulados “Krampus é um Homem Mau” circulavam pelas cidades.

Hoje existem as Krampusfest, também chamada Kränchen, atendidas por mais de 300 pessoas, bêbadas, lascivas e fora de controle.

Os Krampuskarten

Apesar das proibições, no século XIX surgiram os cartões Krampus, eram como cartões postais que mostravam a criatura, geralmente acompanhados da mensagem: Gruß vom Krampus! (Saudações do Krampus)

Com o tempo a imagem do Krampus mudou, seu aspecto bestial foi lentamente mudando. As cenas onde ele ameaçava crianças começaram a ser subtituídas por imagens com um apelo mais sensual, onde o Krampus aparecia à volta com mulheres de curvas voluptuosas. Hoje em muitos cartões o Krampus surge como uma figura fofa e amável, como um pequeno cupido.

 

   

 

Com o fim de suas amarras o Krampus se viu livre para “expandir sua empreitada”, não apenas para o norte da Itália e o sul da França. Hoje o Krampus é celebrado na Inglaterra, Escócia, Estados Unidos. No México é conhecido como Pedro Preto. Logo as Krampusfest e a Krampusnatch serão celebradas como a noite de Halloween, e o Krampus voltará a correr não apenas por cidades, mas por todo o mundo.

por Albertus Grosheniark

Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/krampus-a-parte-no-natal-que-preferimos-esquecer/

Jack, o Saltador

Alguns diziam que era um super humano, outros um demônio. No apogeu de sua terrível carreira ele foi tão infame e temido como seu quase homônimo, Jack, o Estripador. Hoje em dia é difícil acreditar que ele tenha realmente existido, mas se as histórias forem fidedignas podemos dizer que Jack, o Saltador não era humano.

Embora as linhas a seguir lembre a introdução de um romance sensacionalista barato ou uma história de horror para quadrinhos, elas descrevem com perfeição os absurdos reais cometidos por uma figura cuja aparência fora do comum aterrorizou a Inglaterra vitoriana e eduardiana, de Londres a Liverpool. Conhecido pelo apelido Jack, o Saltador (Spring-heeled Jack), o extraordinário personagem que vestia uma capa, voava dando grandes saltos, pulava muros e portões altos com incrível facilidade, resistindo sem esforços a todas as tentativas de prisão empreendidas pela polícia e forças armadas.

Jack foi visto pela primeira vez em Barbes Commom, na região de Londres, durante três noites seguidas, em fevereiro de 1837, Nessas primeiras aparições, ele sempre saltava sobre homens ou mulheres sozinhos ou casais que estivessem caminhando por ruelas escuras, Muito embora não haja registros de violência ou roubo, os encontros foram realmente assustadores. A simples visão do semblante demoníaco, de cartola, capa preta e olhos vermelhos e brilhantes de Jack, o Saltador era o suficiente para fazer com que suas testemunhas desmaiassem ou ficassem tremendo de medo.

Alertadas do fenômeno as autoridades policiais atribuíram a história a uma molecagem qualquer – até que um dos oficiais de polícia viu a criatura em pessoa e confirmou que os relatos sobre sua aparência tenebrosa eram extremamente reais. Além disso o agente de polícia viu com seus próprios olhos a habilidade sobrenatural de saltar sobre um muro de mais de quatro metros em um simples ato de desafio a gravidade.

Um ano depois ele foi visto assombrando ruelas do bairro de Bow, tendo em uma dessas ocasiões atacado uma mulher chamada Jane Allssop. Recordando mais tarde de sua experiência diante dos juízes em Lambeth, Jane descreveu seu assaltante como alguém horrivelmente desfigurado, com olhos brilhantes como bolas de fogo. Esses mesmos detalhes foram mencionados por ocasião de todas as aparições do extraordinariamente ágil monstro no sul da Inglaterra e nos condados centrais do país durante as décadas de 1850 e 1860. Os jornais denominaram Jack de o Inimigo número Um, e Lorde Moyor de Londres ofereceu uma recompensa substancial a qualquer um capaz de prendê-lo. A medida que as aparições foram se deslocando da capital para os condados do interior, formaram-se grupos de vigilantes para capturar Jack e em uma certa ocasião o idoso duque de Wellington foi pessoalmente a cavalo ajudar nas caçadas.

Tudo isso mostrou-se inútil. Na década de 1870 autoridades do exército de Aldershot mandaram instalar armadilhas depois de serem informados que seus sentinelas foram atacados por um homem com olhos brilhantes, mãos geladas e capaz de transpor um muro de vários metros de altura. Finalmente conseguiram capturá-lo e atiraram nele várias vezes à queima-roupa mas a criatura deu um salto para longe gargalhando sem deixar uma gota de sangue no local onde fora baleado. Todos os que presenciaram a cena concordaram com a opinião do London Morning Post de setembro de 1876 de que o intruso não era um mortal como nós. Quatro meses depois a criatura foi novamente encurralada e fuzilaram desta vez pelos cidadãos de Newportin, porém outra vez escapou ilesa, aparecendo logo em seguida, sete duas depois dessa vez para ser perseguida por uma turba de volta na cidade de Londres.

Com o passar dos anos com a morte das testemunhas e o enfraquecimento de sua memória as pessoas começaram a duvidar de que ele tenha existido, tornando-se uma figura popular na ficção e uma espécie de bicho-papão para assustar as crianças. Contudo sua mais espetacular aparição ainda estava para acontecer. Na tarde de 10 de setembro de 1904 a polícia do distrito de Everton foi chamada para investigar relatos surpreendentes de uma figura estranhamente vestida que foi vista correndo pelos telhados de algumas casas com terraço. Quando chegaram no local do ocorrido, centenas de pessoas reuniram-se para ver a atuação extraordinária de atletismo da criatura. No alto, o homem aparentemente desafiando a gravidade ia saltando de dez metros a cada salto. Ignorando os pedidos para que descesse ele enfim agachou-se como um gato e, em um tremendo ato de esforço, saltou cruzando a rua, desaparecendo atrás das casas do outro lado. Todas as tentativas de encontrá-lo desde então foram inúteis.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/jack-o-saltador/