O culto ao deus Seth e a Magia Egípcia – Mogg Morgan

O Boteco do Mayhem (Marcelo Del Debbio, Barbara Nox e Jesse Puga) conversam com Mogg Morgan sobre o culto ao deus Seth e a Magia Egípcia

Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as, 5as e sábados com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados. Além disto, temos grupos fechados no Facebook e Telegram para debater os assuntos tratados aqui.

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Signos Intermediários, os 72 Nomes de Deus

Bate-Papo Mayhem 069 – Com Marcelo Del Debbio – Signos Intermediários, os 72 Nomes de Deus

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O vídeo desta conversa está disponível em: https://youtu.be/_eXszr2rKZ0

Bate Papo Mayhem é um projeto extra desbloqueado nas Metas do Projeto Mayhem.

Todas as 3as, 5as e Sabados as 21h os coordenadores do Projeto Mayhem batem papo com algum convidado sobre Temas escolhidos pelos membros, que participam ao vivo da conversa, podendo fazer perguntas e colocações. Os vídeos ficam disponíveis para os membros e são liberados para o público em geral duas vezes por semana, às segundas e quintas feiras e os áudios são editados na forma de podcast e liberados uma vez por semana.

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Religiões dogmáticas e Moral

Texto de Desidério Murcho

A ideia de que a religião deve estar firmemente separada da ciência levou algum tempo a afirmar-se; mas é hoje um lugar-comum — infelizmente só depois de muitos cientistas terem sido silenciados ou até assassinados pela Igreja. A ideia de que a religião deve estar firmemente separada do Estado é ainda uma luta que países mais atrasados, como Portugal, têm de travar. Mas há uma outra separação que urge aprofundar e defender: a separação entre a religião e a moral.

A ideia errada de que a moral ou a ética tem qualquer coisa a ver com a religião dogmática está patente no modo como se enfrenta no nosso país as questões éticas, como o aborto ou a eutanásia. Quando se pensa em discutir estas questões pensa-se em convidar padres ou pessoas profundamente ligadas à religião para exporem as suas ideias. Mas isto é tão absurdo como convidar um padre ou uma pessoa ligada à religião quando se discute a origem do universo.

Do mesmo modo que o pensamento religioso confundiu e impediu o desenvolvimento da ciência, também o desenvolvimento do pensamento moral e ético fica castrado e confuso quando a religião se intromete. A confusão começa logo nisto: um católico, ou um muçulmano, defendem um código moral específico, mas não são de modo algum especialistas em ética, nem têm nada a dizer às pessoas que não professam a sua religião. Por que razão hei-de ouvir as opiniões de um padre sobre a eutanásia ou o aborto se ele baseia a sua posição na ideia de que a vida foi dada por Deus? E por que razão há-de o padre pensar que os seus argumentos religiosos contra o aborto ou contra a eutanásia têm um carácter universal? Mas se não têm um carácter universal, o padre não deve fazer mais do que explicar aos seus fiéis as razões pelas quais eles, e só eles, não devem praticar o aborto nem a eutanásia; mas aqueles que não são seus fiéis nada têm a aprender com os seus ensinamentos.

A ética secular, a ética filosófica, é uma ética para todas as pessoas e não apenas para as que professam determinadas crenças. Claro que as pessoas que professam essas crenças, religiosas ou para-religiosas, merecem todo o nosso respeito. Mas também as pessoas que não professam essas crenças merecem o nosso respeito. E legislar como se todas as pessoas fossem crentes é uma injustiça. É por esta razão que, se os únicos argumentos que os padres têm contra o aborto e a eutanásia é o facto de estas práticas violarem a ideia de que a vida é sagrada, tanto uma prática como outra devem ser permitidas, pois muitas pessoas não acreditam, pura e simplesmente, na existência do sagrado, tal como não acreditam na água benta. Num país com uma legislação permissiva relativamente ao aborto ou à eutanásia, as pessoas com crenças religiosas que não queiram praticar abortos nem eutanásia, têm toda a liberdade de o não fazer. Tal como as mulheres cristãs têm toda a liberdade de não tomar a pílula; mas proibir a pílula a toda a gente só porque os padres acham que a pílula viola um qualquer código moral cristão seria injusto.

A religião é um obstáculo ao desenvolvimento de um pensamento ético livre. A religião desnorteia o pensamento ético normal das pessoas, tal como desnorteia o pensamento científico normal das pessoas. Qualquer pessoa razoável diria, perante as provas de Galileu: a Terra move-se. Mas as pessoas de formação religiosa disseram o contrário. Qualquer pessoa razoável percebe que a eutanásia é um direito humano inalienável, ou que o direito à escolha da sexualidade é também inalienável. Mas as pessoas de formação religiosa, não.

Nas pessoas de formação religosa verifica-se a síndrome da proibição: o ponto de partida do pensamento moral religioso é a proibição, mesmo que do inócuo, como o facto de uma pessoa ter relações sexuais com pessoas do seu sexo. Esta atitude confunde o verdadeiro pensamento moral, tornando-o uma caricatura. Pelo contrário, o verdadeiro pensamento moral procura o bem comum e não a defesa de dogmas religiosos que só são aceitáveis para os respectivos fiéis.

#ICAR

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9 Verdades e 1 Mentira sobre Seitas

Aquele sorriso amigável, aquela promessa de uma vida melhor, o sonho de, enfim, estar em paz com o Deus Todo Poderoso… Essa ânsia humana em ser feliz faz com que procuremos respostas, e nessa busca, nos submetamos às mais diversas situações, sem nos darmos conta em que “furada” nos enfiamos. De grupos evangélicos a pseudo-feministas, de justiceiros sociais a neonazistas bolsomitos, todos estes grupos seguem a cartilha das Qlipoth; as cascas da Árvore da Morte.

Abaixo, algumas dicas. Daí, você responde: você está envolvido em uma seita?

Descubra quais afirmações são verdadeiras e qual é a falsa!

CONTROLE DE PENSAMENTO – Não é permitido ler material ou falar com pessoas que tenham ideias contrárias às do grupo. Em alguns casos, a vítima é geograficamente isolada da família e dos amigos. Podem atacar membros do grupo que falem com pessoas que tenham idéias diferentes ao grupo e nunca escutam opiniões divergentes.

HIERARQUIA RÍGIDA – São criados modos uniformizados de agir e pensar, desenvolvidos para parecer espontâneos. A vítima é convencida da autoridade absoluta e do caráter especial- às vezes, sobrenatural – do líder empoderado. São criados modelos de pensamento no qual todos os membros do grupo devem copiar.

MUNDO DIVIDIDO – O mundo é dividido entre “bons”(o grupo) e “maus”(todo o resto). Não existe meio-termo. É preciso se policiar e ser policiado para agir de acordo com o padrão de comportamento “ideal”. É preciso engolir todo o “pacote”. Não é possível concordar com algumas partes e discordar de outras. Ou você aceita tudo, ou faz parte do “lado mau”.

DELAÇÃO PREMIADA – Qualquer atitude errada, ainda que cometida em pensamento, deve ser reportada ao líder. Também se deve delatar os erros alheios. Isso acaba com o senso de privacidade e fortalece o líder empoderado . Deve-se criar maneiras de expor e atacar qualquer pessoa que pense de maneira diferente.

OCUPAÇÃO – O grupo tenta interferir e ocupar todo e qualquer espaço disponível, mesmo fora de sua alçada. Atacar e destruir qualquer tipo de pensamento diferente é a regra em todas as instâncias.

VERDADE VERDADEIRA – O grupo explica o mundo com regras próprias, vistas como cientificamente verdadeiras e inquestionáveis. A vítima acredita que sua doutrina é a única que oferece respostas válidas para tudo e todos e não aceita nada que não venha de seus líderes. Mesmo quando os líderes são presos ou desmascarados, continuam pregando que a culpa é da “mídia do mau” e dos “inimigos” do grupo e que os líderes são inquestionáveis em sua lacração.

CÓDIGO SECRETO – O grupo cria termos próprios para se referir à realidade, muitas vezes incompreensíveis e sem sentido para as pessoas de fora. Uma linguagem muito específica ajuda a controlar os pensamentos e as ideias dos escravos do grupo.

MEU MUNDO E NADA MAIS – O grupo passa a ser a coisa mais importante – se bobear, a única, na vida da pessoa. Nenhum compromisso, plano ou sonho fora daquele ambiente é justificável. A vítima se sente presa, pois não pode imaginar uma vida completa e feliz fora do grupo. Isso pode ser usado por políticos e militares para justificar execuções ou por grupos menores para justificar linchamentos virtuais sem provas ou acusações mentirosas e boatos. Tudo é válido contra os “inimigos”.

INCOERÊNCIA – Muitos dos líderes do grupo fazem o oposto do que pregam. Se pregam a paz, atacam viciosamente quem se opõe a eles, se pregam castidade, geralmente são pegos em condutas inapropriadas, se dizem lutar contra o racismo, são pegos cometendo atrocidades contra pessoas de raças diferentes, tudo justificado pelos dogmas da seita

A TERRA É PLANA – e o homem nunca pisou na lua, que também é plana.

Adaptado de um texto que saiu publicado na Superinteressante (março/2009)

#Fraudes

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Antes que se apague a chama

Eu queria lhes apresentar um amigo…

Foi um dos maiores educadores que já se viu e, no entanto, diz-se que seu primeiro trabalho foi de auxiliar da mãe, Phaenarete, que era parteira. Ainda assim, ao observar um parto complicado da mãe, já demonstrou a extensão de seu pensamento: “Minha mãe não irá criar o bebê, apenas auxiliá-lo a nascer, e tentar diminuir a dor do parto. Porém, se ela não realizar o parto, talvez ambos, a mulher e seu filho, morram… Eu também serei um parteiro, um parteiro do conhecimento que jaz na alma das pessoas, mas, por ignorância dele, elas não se dedicam devidamente ao seu nascimento. Eu os ajudarei fazer nascer sua sabedoria.”

Este era Sócrates, o maior dos filósofos, a luz perene de Atenas. Ele que serviu sua cidade-estado como quem serve a um ideal maior do que ele próprio, uma paideia, uma cultura universal condensada e absorvida pela cultura de um só povo, uns 70 mil que, não obstante, influenciaram a linguagem e as ideias de todo o Ocidente. E, servindo a tal pátria, lutou em diversas guerras como soldado, felizmente escapando ileso de todas elas. Ao fim da carreira de soldado, poderia haver se aposentado da vida, mas foi aí, pelo contrário, que sua vida de sábio e educador começou.

Tendo consultado o oráculo em Delfos e recebido a inquietante resposta de que era “o homem mais sábio de toda Grécia”, prontamente dedicou-se a abordar outros homens ditos sábios, na esperança de provar que o oráculo estava errado. Como, para sua surpresa, descobriu que todos aqueles que se julgavam sábios, em realidade não o eram, passou a perseguir a sabedoria – que ele mesmo julgava não possuir – noutro mundo.

Sócrates buscou aos jovens, e os jovens buscaram a Sócrates, como as abelhas buscam as flores, e as flores as abelhas. Sabiam, de alguma forma oculta, que necessitavam uns dos outros: os jovens precisavam de um parteiro para que sua própria sabedoria florescesse, e o filósofo, em seu papel de parteiro do conhecimento, necessitava do contato direto com o fogo das almas recém-chegadas ao mundo, antes que sua chama houvesse sido apagada pelos hábitos moribundos da estagnação dos homens ignorantes.

Precisamente por isso, mais do que por ter professado servir a um Deus desconhecido, foi Sócrates acusado e sentenciado a morte por seu próprio povo: corromper aos jovens. Ora, mas não poderia ter sido diferente – aqueles que haviam se acostumado com o musgo e o breu das cavernas, jamais poderiam suportar aqueles jovens falando sobre uma luz, uma divina luz, a irradiar sob os campos da superfície das mentes libertas do claustro.

Sócrates demarcou a alternância do entendimento da justiça, da ética e da política como elementos de um conjunto de regras de convívio social, para a era da justiça, da ética e da política a serem realizadas primeiramente na própria alma, a juíza de si própria, num conflito perene para que deixasse de ser escrava de seus próprios instintos inferiores, de sua ignorância, e se reacendesse em chamas, no fogo que veio do Alto, e do qual ainda poderiam se lembrar – como ideias inatas de um Grande Bem.

Não é culpa do velho atarracado com seus olhos de touro que a Igreja tenha, muitos séculos depois, se apropriado deste conceito e determinado que ele seria deste ou daquele jeito: um Céu Eterno, contrapondo um Inferno Eterno. O Céu de Sócrates era, antes de tudo, o Céu da liberdade, da amizade, da fraternidade, do amor ao saber. Não poderia jamais ser delimitado por dogmas ou manuais de como seria exatamente tal região, até mesmo porque, para o filósofo, tal Céu estava por ser erigido em alguma época futura, onde todos os jovens houvessem feito o parto de sua própria sabedoria, sua própria potencialidade, com a ajuda do grande parteiro, ou de outros que viriam após ele… O Deus de Sócrates estava no futuro, mas sua chama atingia o passado.

Ao ser condenado por ingestão de cicuta, seus amigos mais próximos lhe imploraram que fugisse da cidade para viver no exílio. Sócrates, porém, os fez tentar compreender: não havia cidade para onde fugir, Atenas era sua paideia, e sua paideia era todo o mundo. Havia ali permanecido desde o nascimento, e por 70 longos anos, não somente porque pensava estar no centro físico do mundo conhecido, mas principalmente porque acreditava ser ali o centro espiritual de todo o horizonte. Foi em Atenas, e com ideias, que Sócrates lutou toda sua guerra… Fugir, naquele momento, seria o mesmo que debandar de uma batalha enquanto soldado, somente por medo de perecer em combate. Sócrates não tinha medo da morte, mas antes da desonra, algo que poderia fazer com que todo o seu pensamento, e tantos e tantos partos, houvessem sido em vão.

Mas, ainda mais do que isso, Sócrates sabia de um outro mundo, aquele mundo onde a chama que observara na memória dos jovens ardia em puro esplendor e essência. Por boa parte da vida procurou fazer com que os jovens enxergassem tal mundo antes que a chama se apagasse por completo… Agora, era a sua vez de chegar, uma vez mais, ao mundo das essências. Se estaria em melhor posição que aqueles que permaneceriam no mundo das sombras, deixou que cada um decidisse por si só.

“Levou a taça aos lábios e com toda a naturalidade, sem vacilar um nada, bebeu até à última gota.

Até esse momento, quase todos tínhamos conseguido reter as lágrimas; porém quando o vimos beber, e que havia bebido tudo, ninguém mais aguentou. Eu também não me contive: chorei à lágrima viva. Cobrindo a cabeça, lastimei o meu infortúnio; sim, não era por desgraça que eu chorava, mas a minha própria sorte, por ver de que espécie de amigo me veria privado. Critão levantou-se antes de mim, por não poder reter as lágrimas. Apolodoro, que desde o começo não havia parado de chorar, pôs se a urrar, comovendo seu pranto e lamentações até o íntimo todos os presentes, com exceção do próprio Sócrates.

– Que é isso, gente incompreensível? Perguntou. Mandei sair às mulheres, para evitar esses exageros. Sempre soube que só se deve morrer com palavras de bom agouro. Acalmai-vos! Sede homens!

Ouvindo-o falar dessa maneira, sentimo-nos envergonhados e paramos de chorar. E ele, sem deixar de andar, ao sentir as pernas pesadas, deitou-se de costas, como recomendara o homem [que lhe deu] o veneno. Este, a intervalos, apalpava-lhe os pés e as pernas. Depois, apertando com mais força os pés, perguntou se sentia alguma coisa. Respondeu que não. De seguida, sem deixar de comprimir-lhe a perna, do artelho para cima, mostrou-nos que começava a ficar frio e a enrijecer. Apalpando-o mais uma vez, declarou-nos que no momento em que aquilo chegasse ao coração, ele partiria. Já se lhe tinha esfriado quase todo o baixo-ventre, quando, descobrindo o rosto – pois o havia tapado antes – disse, e foram suas últimas palavras:

– Critão (exclamou ele), devemos um galo a Asclépio. Não te esqueças de saldar essa dívida!

“Assim farei!”, respondeu Critão. Vê se queres dizer mais alguma coisa. A essa pergunta, já não respondeu. Decorrido mais algum tempo, deu um estremeção. O homem o descobriu; tinha o olhar parado. Percebendo isso, Critão fechou-lhe os olhos e a boca.

Tal foi o fim do nosso amigo, Equécrates, do homem, podemos afirmá-lo, que entre todos os que nos foi dado conhecer, era o melhor e também o mais sábio e mais justo.” (Fédon – Platão)

Feliz foi Sócrates, o filósofo que viveu entre amigos, e não entre discípulos.

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Crédito da imagem: Sven Hagolani/Corbis

#Educação #Filosofia #Platão #Sócrates

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O Menor é o Mais Poderoso

Na via de realização pessoal que este manual propõe, a afirmação do título nos indica pôr especial atendimento a tudo aquilo que passa despercebido, mas que no entanto tem uma enorme importância quando se trata de conhecer a causa e a origem das coisas. Numerosas expressões tradicionais fincam pé na superioridade do poder do pequeno, sutil e invisível, sobre o visível, grosseiro e grande. “Semelhante é o Reino dos Céus a um grão de mostarda, que tomando-o um homem o semeou em seu campo (em si mesmo), o qual é a menor de todas as sementes, mas quando se desenvolveu é maior de todas as hortaliças e se faz uma árvore, de maneira que vêm as aves do céu (símbolo dos estados superiores) e aninham em seus ramos” (Mateus, XIII, 31-32).

Igualmente todos nossos gestos, o que somos e seremos, estavam já contidos, em potência, na célula seminal que nos engendrou e nos deu a vida. Estas proporções entre o pequeno e o grande não são só quantitativas, senão qualitativas, e obedecem às leis da analogia, que nos faz conhecer a idéia do Todo por uma de suas partes. Mas aqui falamos melhor das relações hierárquicas entre o Princípio e sua manifestação, que aparecem invertidas quando passamos da ordem celeste, ou espiritual, ao terrestre ou corporal, tendo sempre presente que o primeiro é causa do segundo. O maior no Céu é o menor na Terra, e o maior na Terra é o menor no Céu.

O Cosmo é o desdobramento do “Ovo do Mundo”, que alberga os germes de tudo o que existe e se manifesta ciclicamente. Desta forma, o Espírito, quando se quer dar a conhecer, não o faz através do pomposo e cerimonial, nem de nada que venha do exterior, senão que o realiza por meio do silêncio interno e do inominável, como uma força que brota do mais profundo e se expande por todo nosso ser, alumiando-o interiormente e ordenando-o conforme a seu arquétipo eterno. O verdadeiramente universal, o supremo, não tem dimensões, nem está sujeito a nenhum tipo de lei terrestre e humana. Aninha oculto e secreto no coração dos seres, que sem ele careceriam de toda realidade, da mesma forma que a circunferência não existiria sem o ponto, nem a série numérica sem a Unidade aritmética. Assim, quanto mais identificados estejamos com as coisas “deste mundo” menos participaremos da comunhão salvífica no Ser. “Faz que teu ‘eu’ seja menor e limita teus desejos”. “Renuncia ao conhecimento (quantitativo e profano) e não sofrerás” (Tao Te King, XIX). “Os últimos serão os primeiros e os primeiros os últimos” (Mateus XX, 16). “O menor entre todos vocês, esse será o maior” (Lucas, IX, 48). “Se algum quer ser o primeiro, que seja o último de todos e o servidor de todos” (Marcos, IX, 35).

#hermetismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-menor-%C3%A9-o-mais-poderoso

Como Surgiu a Ordem Demolay?

Em 1919 após os esforços do Maçom Frank Sherman Land ao ajudar um rapaz, que perdera seu pai no ano anterior, a achar um emprego. O nome desse garoto era Louis Gordon Lower e na época tinha 17 anos.

Apaixonado pelos ideias de Maçonaria, Frank S. Land dentro de alguns meses estruturou a Ordem DeMolay com os princípios essenciais para formação do jovem.

Teve ajuda de Arthur Marshal que escreveu o Ritual dos Trabalhos Secretos do Grau Iniciático e Grau DeMolay em uma única noite, como que por inspiração Divina.

DE ONDE VEM O NOME “DEMOLAY”?

Jacques DeMolay foi o ultimo Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, eleito em 1298 d.C., numa época em que a Terra Santa já não estava mais sobre o controle do Cristianismo.

O Rei da França na época, Felipe IV, também conhecido como “o Belo” e “Rei de Ferro”, subjugou os Templários com ajuda do Papa Clemente V visando se apoderar de toda riqueza dos Templários. Seus esforços foram em vão, pois, já prevendo as ações do Rei, os Templários esconderam e fugiram com todos seus tesouros.

Jacques DeMolay foi preso em 13 de outubro 1307 d.C. e torturado até o dia 18 de março de 1314 d.C quando foi queimado vivo em frente a Catedral de Notre-Dame de Paris. Sob tortura muitas vezes confessou as acusações criadas pelo Rei, pelo Papa e por seus cúmplices para incriminar a Ordem do Templo, porém sempre retirava suas palavras afirmando terem sido extraídas devido a dores da tortura. Nesses anos de tortura Jacques DeMolay não revelou a identidade de nenhum de seus irmãos e não confessou para onde fora mandado o tesouro da Ordem que se encontra perdido até os dias de hoje.

E foi esse personagem que inspirou Frank S. Land, Frank A. Marshall e os nove primeiros garotos que formaram a Ordem, tornando-se o nosso Patrono.

CÓDIGO DE ÉTICA DEMOLAY

Um DeMolay serve a Deus;

Um DeMolay honra todas as mulheres;

Um DeMolay ama e honra seus pais;

Um DeMolay é honesto;

Um DeMolay é leal a ideais e amigos;

Um DeMolay executa trabalhos honestos;

Um DeMolay é cortês;

Um DeMolay é sempre um cavalheiro;

Um DeMolay é um patriota tanto em tempo de paz quanto em tempo de guerra;

Um DeMolay sempre permanece inabalável a favor das escolas públicas;

Um DeMolay é o orgulho de sua Pátria, seus pais, sua família e seus amigos;

Um DeMolay por preceito e exemplo, deve manter os elevados níveis aos quais ele se comprometeu.

Texto do excelente site Esoterismo Demolay

#Demolay

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/como-surgiu-a-ordem-demolay

Avatar e a Kabbalah

Um dos melhores desenhos de todos os Tempos, “Avatar: The Last Airbender”, é carregado de referências Hermetistas. Como não poderia deixar de ser, como todo grande projeto de contar uma história, Avatar se utiliza da Jornada do Herói, ancorada pesadamente na Kabbalah Hermética. Os Principais Personagens seguem os grandes Arquétipos das Sephiroth e os personagens menores oscilam entre os Caminhos e as correspondências entre as Esferas, formando uma história fabulosa em 61 episódios e 3 Temporadas. Tentarei ser o mais sucinto possível para não dar nenhum grande Spoiler, mas recomendo que vocês assistam à série antes de ler o post a seguir.

AVISO: Contém Spoilers. Não abra se não assistiu à série ainda.

Malkuth: Toph tem 12 anos e é uma excelente dobradora de terra. Apesar de ser cega, Toph está longe de ser uma menina inútil e frágil, pois é a pessoa mais forte (no sentido de força física) do grupo. Seus pais não acreditam que ela é forte, o que faz ela duvidar se eles realmente a amam. Aprendeu a dobrar terra com as toupeiras dobradoras, consideradas as primeiras dobradoras de terra do planeta. Como ela mesma diz, apesar de ter nascido cega nunca teve problemas para ver, pois com a dobra de terra, seus “pés podem enxergar” qualquer vibração à sua volta através das ondas transmitidas pelo solo. Desde que fugiu de casa para se juntar ao grupo, Toph ensina a Dobra de Terra a Aang. A garota é uma típica baderneira e tem um gênio muito forte, entrando em conflito com Katara várias vezes. Seu senso de humor é parecido com o de Sokka e parece ter uma queda pelo mesmo. Ela também inventou a dominação de metal, quando descobriu que há partículas de terra no metal.

Yesod: Katara é a última Dobradora da Tribo da Água do Sul. No começo de suas aventuras com Aang ela era apenas uma amadora na Dobra de Água, mas, após sair do Polo Norte, Katara atingiu o nível de mestra na Dobra de Água. Ela quem ensina Aang a dobra d’água. O temperamento de Katara é um pouco maternal, porém instável, irritando-se com facilidade. Ela é muito caridosa, prestativa e responsável, uma vez que teve que assumir o comando de sua família após a morte de sua mãe (apesar de estarem com a avó). Ao final da trama, corresponde ao amor de Aang, que foi se apaixonando por ela ao longo da história.

Hod: Sokka é o irmão mais velho de Katara. Ele era o único guerreiro que havia sobrado na Tribo da Água do Sul depois que seu pai e as suas tropas saíram da tribo. Sokka não pode dobrar nada, mas é muito inteligente e também é um bom guerreiro. Ele é muito engraçado, mas a maior parte da graça do garoto advém do fato dele ser extremamente sarcástico. Utiliza um bumerangue como arma, além de sua espada negra, feita de um meteoro. Se apaixonou pela Princesa Yue, que foi sua primeira namorada; e também por Suki, na qual fica com ele no final. É o estrategista de todo o grupo e planeja a Invasão ao Reino do Fogo.

Netzach: Suki é uma jovem e bonita garota que mora na Ilha de Kyoshi, que conheceu Aang e seus amigos, e desde lá, nutre fortes sentimentos por Sokka. Ela saiu da Ilha de Kyoshi com suas guerreiras e foi lutar na guerra contra a Nação do Fogo. É capturada, e levada a prisão da mais alta segurança da Nação do Fogo por ser a líder das Guerreiras de Kyoshi. Nos últimos episódios do terceiro livro é libertada por Sokka, que acreditava que seu pai estivesse em tal prisão, mas encontra Suki acidentalmente. Apesar de esperar encontrar seu pai, Sokka, ficou tremendamente feliz por ter finalmente re-encontrado sua amada (a libertação da Princesa da Masmorra). No final, os dois ficam juntos.

Tiferet: Aang é um típico garoto de 12 anos de idade (tempo em que conviveu com o mundo. Na realidade são 112, já que passou 100 anos congelado em um iceberg), exceto pelo fato de ele ser o Avatar. Ele é o último remanescente dos dobradores de ar, e foi descoberto depois de passar cem anos aprisionado em um iceberg. Aang nunca quis ser o Avatar, mas sim uma criança normal. Não obstante, ele é muito importante para restaurar a paz do mundo e seu destino é derrotar o senhor do fogo Ozai, ele entende isso e sempre segue o que lhe foi ensinado no Templo do Ar onde cresceu, que inclui o princípio de que “toda vida é sagrada”. Contudo, apesar dele ser o Avatar, ele tenta sempre que possível realizar brincadeiras para afastá-lo de sua enorme responsabilidade. É apaixonado por Katara.

Geburah: Príncipe Zuko. “Eu vou capturar o Avatar, e restaurar minha honra!” Essa era a fixação do Príncipe Zuko, que frequentemente tentava capturar o Avatar para que ele pudesse ser de novo aceito como príncipe da Nação do Fogo. Sob o manto de sua fúria, Zuko é um jovem que foi privado do amor de seu pai, que marcou seu rosto com uma enorme cicatriz, o que o levava a fazer qualquer coisa para agradá-lo, tornando suas decisões confusas e impensadas, mas seu pai nunca deu nenhum sinal da afeição. Mesmo depois que seu tio e ele foram banidos da Nação do Fogo, ele ainda tentou realcançar sua “honra” para ser aceito de volta pelo pai, ajudando sua irmã a dominar o Reino da Terra. Não obstante, após voltar para sua casa e ser aceito por seu pai, Zuko percebeu o quão errado ele havia sido em sua vida e decidiu se juntar a Aang e seus amigos para ensinar ao Avatar a Dobra de Fogo. Apesar de ser um tanto quanto sarcástico e impulsivo, Zuko é uma pessoa bondosa e justa.

Chesed: Iroh. Conhecido “O Dragão do Oeste”, Iroh é um general aposentado. Ele é o irmão mais velho do Senhor do Fogo Ozai, e acompanha Zuko em todos os lugares em que ele vai. Seu filho, Lu Ten, morreu quando ele realizava um cerco na cidade de Ba Sing Se. Desde então, considera Zuko como seu próprio filho. Tem com uma de suas principais características sua apreensão por chás, sendo o “Chá de Jasmin” o seu favorito. Iroh é uma pessoa calma e muito sábia, e é também o maior Dobrador de Fogo existente, e era até mesmo considerado um dos orgulhos da Nação do Fogo em tempos antigos. Ele adora jogar Pai Sho, uma espécie de jogo de tabuleiro, a qual se refere “não sendo apenas um jogo”. Iroh tem uma elevada posição na secreta Ordem da Lótus Branca, ordem essa qual os participantes se identificam por meio do Pai Sho. Iroh seria o Senhor do Fogo atual, mas com a morte do filho acabou ficando sem herdeiros, e o seu irmão Ozai assumiu o seu lugar.

Daath: Senhor do Fogo Ozai. É um líder tirano e com imensa sede de poder que faz de tudo para poder ganhar a guerra e controlar todas as nações.

Binah, Hochma e Kether: Os Avatares passados. Aang possui a habilidade de se conectar a todas as suas vidas anteriores, representadas principalmente por Avatar Kyoshi (Binah/Terra) e Avatar Roku (Hochma/Fogo). Ao longo de seu treinamento, conforme Aang avança no domínio dos chakras, mais próximo fica de atingir a Forma-Deus (Kether) onde possui o poder reunido de todos os Avatares que vieram antes dele.

Quer entender mais sobre Kabbalah Hermética? Você pode fazer o Curso em EAD pelo Editora Daemon.

#Arte #Kabbalah

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/avatar-e-a-kabbalah

Mapa Astral de Carl Sagan

Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 — Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrônomo dos Estados Unidos.

Em 1960, obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago. Dedicou-se à pesquisa e à divulgação da astronomia, como também ao estudo da chamada exobiologia. Morreu aos 62 anos, de câncer, no Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).

Com sua formação multidisciplinar, Sagan foi o autor de obras como Cosmos (que foi transformada em uma premiada série de televisão), Os Dragões do Éden (pelo qual recebeu o prêmio Pulitzer de Literatura), O Romance da Ciência, Pálido Ponto Azul e O Mundo Assombrado Pelos Demônios: A Ciência Como Uma Vela No Escuro.

Escreveu ainda o romance de ficção científica Contato, que foi levado para as telas de cinema, posteriormente a sua morte. Sua última obra, Bilhões e Bilhões, foi publicada postumamente por sua esposa e colaboradora Ann Druyan e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos escritos por Sagan, tendo um capítulo sido escrito por ele enquanto se encontrava no hospital. Recentemente foi publicado no Brasil mais um livro sobre Sagan, Variedades da experiência científica: Uma visão pessoal da busca por Deus, que é uma coletânea de suas palestras sobre teologia natural.

O Mapa de Sagan

Sagan possuía Sol, Vênus, Mercúrio e Júpiter em Escorpião (na Casa 6), Lua em Sagitário, Ascendente em Touro e Caput Draconis em Aquário. É um Mapa astral característico de professores e acadêmicos. Júpiter em escorpião é seu planeta mais forte, com 7 Aspectações.

Por este Mapa, vemos uma pessoa obstinada com o conhecimento e com a descoberta de como o mundo funciona. Especialmente Mercúrio em Escorpião, considerado o “Mercúrio dos Investigadores”, muito encontrado em céticos e ocultistas famosos. Combine a profundidade de escorpião com o lado racional de Mercúrio, faciliado por Júpiter e temos uma pessoa obstinada. Com o que?

A Lua em Sagitário é conhecida como “Lua dos filósofos” ou “Lua dos professores” e já a encontramos em diversos pensadores e acadêmicos de carreira. São pessoas que gostam de observar o mundo à sua volta e estabelecerem regras e métodos à partir do que observam, daí a facilidade de ser encontrada em pessoas cuja carreira teve ligação com o meio acadêmico.

A Ascendência em Touro o traz “para o chão”, em um ceticismo bem materialista sobre o que pode tocar, cheirar e medir dentro dos 5 sentidos. Carl Sagan era contra a espiritualidade, astrologia e outras ciências herméticas por considerá-las “pseudo-ciência”, ou algo que não poderia ser medido pela Ciência Ortodoxa.

Para facilitar ainda mais seu trabalho, temos Marte e Urano em Virgem (o signo dos engenheiros, técnicos e pessoas metódicas).

o Caput Draconis em conjunção ao Meio do Céu (em Aquário) indica alguém cuja carreira servirá de alguma maneira para abrir as mentes das pessoas e direcioná-las para algo novo, um “próximo passo”. No caso de Sagan, foi o fascínio pelo Cosmos, pela Ciência e pelo Espaço a expansão de consciência que ele promoveu no Planeta.

Hoje a maioria dos céticos e pseudo-céticos consideram Sagan como um dos grandes heróis da divulgação científica. Seu livro “o Mundo assombrado pelos Demônios” é um livro de cabeceira para qualquer pessoa que deseje estudar o ocultismo de maneira séria.

Carl Sagan, sua história de vida e seu mapa é mais um exemplo de que não se precisa “acreditar” em Astrologia Hermética para ela funcionar.

#Astrologia #Biografias

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/mapa-astral-de-carl-sagan

Cristianismo ou Igrejismo?

O CRISTIANISMO E O CATOLICISMO OU IGREJISMO

(Extraído do Livro: O Ministério do Homem Espírito, de Louis Claude de Saint Martin)

“A principal reprovação que apresento contra eles é que a cada passo, confundem Cristianismo com a Igreja (Catolicismo). Vejo frequentemente, célebres mestres literários atribuírem à religião obras de famosos Bispos que muitas vezes se desviam enormemente do espírito do Cristianismo. Vejo outros num momento, sustentarem a necessidade dos mistérios (sacramentos, etc.) em outro, tentarem explicá-los afirmando, mais uma vez que a demonstração de Tertuliano sobre a trindade pode ser compreendida até pelos mais simples. Vejo como se vangloriam da influência do Cristianismo na poesia, ainda que concordem em alguns casos, que a poesia se alimente do erro! Vejo como se desorientam com relação aos números rejeitando, com razão, as especulações fúteis que emergiram do abuso desta ciência, afirmando que o três não é engendrado, que segundo a expressão atribuída à Pitágoras, este número deve existir sem uma mãe, enquanto que a geração de nenhum número é mais evidente que a geração do número três; o dois é claramente sua mãe, em todas as ordens, natural, intelectual ou Divina; a diferença é que na ordem natural, esta mãe engendra a corrupção, assim como o pecado engendrou a morte; na ordem intelectual, engendra variabilidade, como podemos observar pela instabilidade de nossos pensamentos; na ordem Divina, engendra a fixidez, com é reconhecida na Unidade Universal. Em resumo, apesar do brilhante efeito que suas obras possam produzir, não consigo encontrar aquele alimento substancial que a inteligência exige, a saber, o verdadeiro espírito do Cristianismo, encontro, sim, o espírito do Catolicismo. Ora, o verdadeiro Cristianismo é anterior, não só ao Catolicismo, mas ao próprio nome Cristianismo que não é encontrado nos Evangelhos, embora o espírito deste nome esteja bem claramente expressado e consiste, de acordo com João (I.12) no poder de se tornarem filhos de Deus ; o espírito dos filhos de Deus, ou dos Apóstolos de Cristo, que acreditaram nele, é mostrado, segundo Marcos (XVI. 20) pelo Senhor agindo com eles e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.

Neste ponto de vista, estar verdadeiramente no Cristianismo, seria estar unido com o Espírito do Senhor e ter completado ou consumado nossa aliança com Ele. A este respeito, o verdadeiro caráter do Cristianismo não seria tanto o de se tornar uma religião e sim o de ser um termo e ponto de repouso de todas as religiões e de todos aqueles laboriosos caminhos pelos quais a fé dos homens e suas necessidades de serem purificados de suas manchas, os obrigam a caminhar diariamente. É notável que, em todos os quatro Evangelhos, fundados no Espírito do verdadeiro Cristianismo, a palavra religião não é encontrada nem uma só vez; e nos escritos dos Apóstolos, que completaram o Novo Testamento é encontrada somente cinco vezes. A primeira vez que a palavra religião aparece é em “Atos dos Apóstolos” (XXVI.5 [da versão inglesa; também, Gl.I.13,14]) quando se fala da religião judaica. A segunda vez é em Colossenses (II.18) quando o Apóstolo casualmente condena o culto aos anjos. Na terceira e quarta vez, aparece em São Tiago (I.26,27) onde ele diz simplesmente: “Se alguém pensa ser religioso, mas não refreia a sua língua, antes se engana a si mesmo, saiba que a sua religião é vã”, e “A religião pura e sem mácula diante de Deus, nosso Pai, consiste nisto: em assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e em guardar-se livre da corrupção do mundo”; estes são exemplos em que o Cristianismo parece se inclinar mais à sua sublimidade Divina ou condição de repouso, do que se revestir daquilo que costumamos chamar de religião. Portanto, há diferenças entre Cristianismo e Catolicismo: Cristianismo nada mais é do que o espírito de Jesus Cristo em sua amplitude, depois que este terapeuta Divino escalou todos os passos de sua missão, que teve início com a queda do homem, quando prometeu que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. O Cristianismo é o complemento da pregação de Melchisedek; é a alma do Evangelho; o Cristianismo faz com que as águas vivas, de que as nações têm tanta sede, circulem no Evangelho. O Catolicismo (a Igreja), ao qual pertence o título de religião, é uma espécie de esforço e tentativa de se chegar ao Cristianismo. O Cristianismo é a religião da emancipação e da liberdade, o Catolicismo é apenas o seminário do Cristianismo, a região das regras e disciplina para o neófito. O Cristianismo enche toda a terra com o Espírito de Deus. O Catolicismo enche apenas uma parte do globo embora se intitule universal.

O Cristianismo eleva nossa fé à luminosa região do Verbo Divino e Eterno; O Catolicismo limita esta fé à palavra escrita ou tradição. O Cristianismo nos mostra Deus abertamente, no centro de nosso ser, sem o auxílio de formas e fórmulas. O Catolicismo nos deixa em conflito com nós mesmos, pois quer que encontremos Deus oculto nas cerimônias. O Cristianismo não tem mistérios; esta palavra é repugnante para ele pois, essencialmente, o Cristianismo é a própria evidência, a nitidez universal. O Catolicismo é repleto de mistérios e seu fundamento é velado. A esfinge pode ser colocada na entrada dos templos, tendo sido feita pelas mãos dos homens; não pode ser posicionada no coração, que é a real entrada do Cristianismo. O Cristianismo é a fruta da árvore, enquanto que o Catolicismo só pode ser o adubo. O Cristianismo não faz nem monastérios e nem eremitas, porque não pode se isolar mais do que pode a luz do sol e porque, como o sol, procura brilhar em todo lugar. O Catolicismo povoou os desertos com solitários e encheu as cidades com comunidades religiosas; no primeiro caso, para que pudessem se dedicar com mais facilidade à sua própria salvação, no segundo caso, para apresentar ao mundo corrupto algumas imagens de virtude e piedade a fim de despertá-lo de sua letargia. O Cristianismo não tem secto, já que embarca a unidade e esta sendo única, não pode ser dividida.

O Catolicismo tem presenciado uma multiplicidade de cismas e sectos brotando em seu seio, o que propiciou o reino da divisão ao invés do reino da concórdia; o Catolicismo, mesmo acreditando ocupar o mais alto degrau de pureza, dificilmente encontra dois de seus membros que pensam da mesma forma. O Cristianismo nunca deveria ter realizado as Cruzadas: a cruz invisível que carrega em seu seio não tem outro objetivo senão o alívio e felicidade de todas as criaturas. Foi uma imitação falsa do Cristianismo, para não dizer outra coisa, que inventou as Cruzadas; o Catolicismo a adotou posteriormente: mas, o fanatismo as comandaram: o Jacobinismo as compuseram, a anarquia as dirigiram e o banditismo as executaram. O Cristianismo só declarou guerra contra o pecado; O Catolicismo declarou guerra contra os homens. O Cristianismo só marcha pela experiência segura e contínua; O Catolicismo marcha apenas pela autoridade e pelas instituições ; O Cristianismo é a lei da fé; O Catolicismo é a fé da lei. O Cristianismo é a completa instalação da alma do homem no rangue de ministros ou servos do Senhor; O Catolicismo limita o homem ao cuidado de sua própria saúde espiritual. O Cristianismo contínuo une o homem a Deus, já que são, por natureza, dois seres inseparáveis; o Catolicismo, ainda que use a mesma linguagem, alimenta o homem unicamente com meras formas e isto faz com que ele perca de vista o seu real objetivo e adquira muitos hábitos que nem sempre contribuem para seu benefício ou para um real progresso.

O Cristianismo baseia-se no Verbo oral, não escrito, o Catolicismo baseia-se no Verbo escrito ou Evangelho em geral e na massa em particular. O Cristianismo é um ativo e perpétuo sacrifício espiritual e Divino, tanto da alma de Jesus Cristo como da nossa própria alma; o Catolicismo que se baseia particularmente na massa, apresenta unicamente um sacrifício ostensivo do corpo e do sangue do Redentor. O Cristianismo pode ser composto apenas pela raça santa do homem primitivo, a verdadeira raça sacerdotal. O Catolicismo, baseando-se particularmente na massa, foi como a última Páscoa do Cristo, um mero degrau iniciador deste sacerdócio, pois quando Ele disse a seus discípulos “Façam isto em minha memória” eles já haviam recebido o poder de expulsar os espíritos malignos, curar doentes e ressuscitar os mortos; mas ainda não tinham recebido o que era mais importante para o cumprimento do sacerdócio já que a consagração de um padre consiste na transmissão do Espírito Santo e o Espírito Santo ainda não havia sido dado porque o Redentor ainda não havia sido glorificado (João VII.39). O Cristianismo se torna uma contínua luz crescente a partir do momento em que a alma do homem é nele admitida; o Catolicismo que fez da Santa Ceia o ponto mais alto e sublime de seu culto, permitiu que um véu fosse jogado sobre esta cerimônia introduzindo até mesmo, como disse anteriormente, na liturgia da missa, as palavras Mysterium Fidei, que não estão no evangelho e são contrárias à luz universal do Cristianismo. O Cristianismo pertence à eternidade; o Catolicismo pertence ao tempo. O Cristianismo é o termo; o Catolicismo, com toda a majestosa imposição de suas solenidades e a sagrada grandiosidade de suas orações é apenas o meio. Finalmente, é possível que haja muitos católicos, que ainda, sejam incapazes de julgar o que é o Cristianismo; mas é impossível para um verdadeiro cristão não ser capaz de julgar o que o Catolicismo é e o que deve ser.” – (Louis Claude de Saint Martin; O Ministério do Homem Espírito).

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REFERÊNCIAS:

Saint Martin, Louis-claude de – O MINISTÉRIO DO HOMEM ESPIRITO, Ed. AMORC, ano 1994;

S.C.A: http://www.sca.org.br/artigos/Cristianismo_e_Catolicismo.pdf

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