Uso Magicko do Tarot – Frater Goya e Boteco do Mayhem

Bate-Papo Mayhem #254 – 27/11/2021 (Sabado) 21h – Com Frater Goya – Uso Magístico do tarot

Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as, 5as e sábados com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados. Além disto, temos grupos fechados no Facebook e Telegram para debater os assuntos tratados aqui.

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As Possibilidades Humanas – Parte 3

 Série Plano Astral e Fenômenos Psíquicos: 1. O Plano Astral e o Hermetismo / 2. As Forças Invisíveis

PASSIVO (absorvendo e desperdiçando)
Médiuns (principalmente de efeitos físicos) -> Forças inferiores
Médiuns Psíquicos (adivinhos, poetas, profetas) -> Forças superiores
ATIVO (concentrando e emitindo)
Magnetizadores (curandeiros, etc.) -> Forças inferiores
Iniciados e Adeptos (terapeutas, alquimistas, Teurgos) -> Forças superiores

Consideremos primeiro as constituições passivas, levadas à aspiração etérea pela sequência dos seus próprios desperdícios. As forças ou átomos dinamizados que se cruzam no éter-ambiente, chocando seu centro magnético, mudam-no constantemente: daí a sua impressionabilidade exagerada. Se sua constituição moral, seus hábitos anímicos facilitam este deslocamento para os órgãos corporais, tendendo ao mesmo tempo a isolá-los dos órgãos espirituais arrebatados, o sensitivo se tornará um médium de efeitos físicos. Um sujeito magnetizável, hipnotizável, de fácil sugestão e propenso à letargia.

Se o deslocamento tende mais em direção às regiões anímicas, o espírito interior (Chayad, Buddhi, Tinh), retendo também a alma ancestral, toma uma certa consciência (mais ou menos clara conforme a espiritualidade) das forças que o assaltaram. Assistimos então aos fenômenos de lucidez, clarividência, clariaudiência, profecia, previsão.

Estes fenômenos apresentam uma quantidade de nuanças conforme a intensidade da influência exterior, a mobilidade constitucional e o grau de espiritualidade do sujeito. Um verá apenas os seres vizinhos onde outro perceberá uns mais distantes; um verá apenas objetos materiais e outro distinguirá claramente os seres astrais e as vibrações etéreas. Pode acontecer que esses deslocamentos do centro magnético se produzam sob a influência de forças acidentais, que não dirigem nenhuma vontade especial. Neste caso, resultarão apenas em alucinações que por acaso parecerão pensamentos.

Ao inverso, pode acontecer que uma vontade superior se apodere do sujeito completamente; basta para isso que ela ocupe o seu centro magnético: acontecem então os fenômenos lamentáveis de obsessão e mesmo de possessão, onde muitas vezes a mediunidade dá o perigoso exemplo. É o caso das aparições onde um invisível, geralmente desconhecido, se apodera do fantasma ou mesmo da alma do médium em estado de letargia para se manifestar em aparições tangíveis e ativas.

Finalmente, se o passivo acrescenta à faculdade absorvente de sua constituição uma grande energia de desejos (proveniente da predominância da alma ancestral ou manas inferior), ele se transforma num verdadeiro vampiro astral. Assim se explica a ação particular e muitas vezes surpreendente de certas mulheres sobre seres masculinos; também se encontra num plano superior a explicação do charme feminino em geral. Os antigos simbolizavam a influência particular sobre as almas mais viris pelos domínio de Vênus sobre Marte, de Dalila sobre Sansão e outras lendas análogas.
Observamos agora o temperamento ativo.

Seria quase inútil repetir o que já dissemos: ele será magnetizador ou psicólogo (note que o termo psicólogo é utilizado com uma significação bem diferente da usual), conforme a direção em que seu centro magnético for levado: para o corpo ou para a alma. Se for psicólogo, disporá à vontade deste deslocamento. O que nos interessa saber é o uso que ele fará da força que sabe absorver, concentrar e dirigir. Pode projetá-la sobre seus semelhantes mais passivos, sem consentimento, ocupando-os de surpresa com a cumplicidade de seus centros magnéticos. Produzirão assim uma série de obsessões mais ou menos irresistíveis.

Vergonha e infelicidade sobre aquele que exerce esta faculdade relativamente fácil com a finalidade de prejudicar o seu semelhante. Além da degradação de sua alma ele cria uma verdadeira força de volta, uma reação igual à ação, que recai sobre o autor do crime.

O ativo também pode, ao contrário, forçar as emanações magnéticas daqueles que influenciam a tomar uma direção que lhe permite absorvê-las. É o magnetismo por atração; charme muito difícil de se praticar, mas mais poderoso e mais eficaz do que o seu oposto, o magnetismo por constrangimento, e terá a força do amor que domina toda a criação.

Num grau superior e muito difícil, esta prática dá ao operador o dom da leitura de pensamento, deixando o sujeito perfeitamente inconsciente das intimidades que ele revela. O médium também pode ler pensamento, mas quando o faz é inconsciente, enquanto que o sujeito ativo faz uma leitura voluntária. É fácil compreender que este exercício exija tanta elevação espiritual quanto vontade, pois supõe que a força central seja transferida em um espírito inferior muito desenvolvido. Esta é uma das funções preciosas do psicólogo.

Em vez de agir sobre os seus semelhantes, o ativo pode agir sobre si mesmo. Traz suas forças magnéticas para o organismo corporal e nele produz todos os efeitos curativos, como certos faquires da Índia que conseguem curar seus ferimentos graves instantaneamente.

Também poderá se colocar, somente por sua vontade, em estado de sonambulismo de todos os graus e até sair do corpo astral onde o corpo espiritual está envolvido inteiramente (fantasma, centro magnético e alma ancestral), arrastando uma parte do espírito interior de maneira a poder realizar a ubiquidade completa e de aparecer com todas as faculdade humanas num lugar diferente daquele onde seu corpo dorme.
É fácil de se compreenderem as dificuldades de semelhantes realizações. A força de vontade nestes casos não é suficiente para se defender dos ataques dos seres invisíveis, de maior força ainda, desejosos de ocupar a forma corporal abandonada; pode acontecer uma complicação orgânica, muitas vezes mortal se o operador se precipita bruscamente em socorro dos seus despojos, ou a alienação mental (alienum in mente) se ele não pode reentrar.

Vemos então que desenvolvimento psíquico é necessário para se realizar uma atividade espiritual igual àquela que supõe a ubiquidade voluntária.

O êxtase que permite à alma penetrar nas regiões ultraterrestres é da mesma ordem. Esses fenômenos são reservados aos psicólogos mais elevados. Mas se por acaso o pensamento do mal dá força a uma inteligência poderosa, devemos lamentar amargamente a alma que exercerá semelhantes poderes.

Finalmente o ativo pode dirigir seus eflúvios magnéticos sobre os seres invisíveis e as forças naturais. Assim consegue os fenômenos de ordem mágica. Assim é permitido ao homem, por exemplo, ativar a vegetação como fazem alguns faquires. Ou, ao contrário, retirar deles uma parte dos seus eflúvios magnéticos carregados de força vital. Pode também modificar as forças físicas até, por exemplo, se tornar invisível na atmosfera, praticar a levitação, interferir nos fenômenos meteorológicos, decompor a matéria e em seguida refazê-la no lugar onde quiser. O alquimista pertence a esta espécie de fenômenos.

Os poderes concedidos a uma criatura são proporcionais ao seu avanço sobre a rota indefinida que se estende entre o nada e as beatitudes conscientes do ser. As funções da natureza são operadas na maioria das vezes pelo próprio espírito porque o nada ainda é muito fraco para ter uma iniciativa suficiente. As funções cósmicas, principalmente, físico-químicas, meteorológicas, que são de ordem universal, não podem ser abandonadas a criaturas ainda incapazes de compreender o fim tão bem como o funcionamento, incapazes principalmente de executá-las com desinteresse. O comando das forças e dos espíritos naturais exige uma grande perfeição moral, a mais alta espiritualidade, e só pode ser exercido para o bem universal como auxiliar da vontade divina. Os fenômenos teúrgicos, tão raros quanto sublimes, são desta mesma ordem porque supõe uma alma superior à humanidade comum, pronta para as regiões celestes. Entretanto, a ambição e o orgulho do homem são tão grandes que ele chega a cobiçar os poderes alheios quando os seus são poucos. E de fato pode usurpá-los, tal é a latitude que o criador lhe deu. Mas com quais riscos? Esta usurpação se constitui na obra mágica, no naturalismo, e nas obras baixas de feitiçaria. Depois dessas explicações, bastam algumas palavras para defini-los.

A magia cerimonial é uma operação pela qual o homem procura constranger, pelo próprio jogo das forças naturais, os poderes invisíveis de diversas ordens e agir segundo o que lhes pede. Ele surpreende e consegue, projetando pelo efeito das correspondências que supõem a unidade da criação, as forças das quais ele mesmo não é o mestre mas podendo abrir para ele caminhos extraordinários. Daí surgem esses pentáculos, estas substâncias especiais, essas condições rigorosas de tempo e de lugar que é preciso observar sob pena de grandes perigos porque o audacioso estará exposto à ação de poderes perto dos quais ele não passa de um grão de poeira.
A magia cerimonial é absolutamente da mesma ordem da nossa ciência industrial. Nosso poder é quase nulo perto do vapor, da eletricidade, da dinamite; mas, ao contrário, por combinações apropriadas de forças naturais tão fortes quanto elas nós conseguiríamos transportar ou quebrar as massas que nos anulariam, usando-as então para nos transportar de um lugar para o outro e nos prestar uma série imensa de serviços.
A magia supõe então uma confiança audaciosa na ciência e somente nela. Pede apenas inteligência e conhecimento das forças invisíveis. Ela rouba o seu uso que está reservado àqueles que o amor do ser elevou à altura do sacrifício de si mesmos (arcano XII do Tarot). É por isso que a Luz do Egito representa-a para nós com razão como sendo o suicida dos elementos femininos da alma humana; os antigos o simbolizaram pelo castigo de Prometeu.

Prometeu tinha conquistado a ciência que o fazia orgulhoso. Mas por um Prometeu, quantos pobres mágicos ignorantes, miseráveis cozinheiros do astral, inteiramente ignorantes de suas reações se queimaram cruelmente em seus fogos!

O segundo caminho torto que conduz à produção de prodígios é o naturalismo. Longe de cometer audácias ele é completamente passivo, ainda que intelectual. Ao contrário do primeiro, pode ser representado como sendo o suicida dos elementos masculinos da alma. Consiste em se submeter aos espíritos naturais em vez de dominá-los. Assim procedem muitos faquires e médiuns. Através dele poderá ser reproduzido tudo o que os poderes dos espíritos quiserem com a ajuda de um organismo encarnado: crescimento rápido dos vegetais, curas instantâneas, alucinações por correntes poderosas dos elementais Kama-manasiques sobre o centro magnético dos espectadores e outros prodígios feitos por diversos praticantes de baixo estágio, principalmente na Índia. Estas práticas não acontecem sem uma certa sedução: é preciso uma certa religião, uma certa santidade, uma espiritualidade aparente para se submeter aos etéreos invisíveis, frequentemente muito poderosos em suas esferas. Mas qual é o prêmio por estas inúteis vaidades?

Adorar os espíritos naturais, identificar-se com eles, emprestar-lhes o organismo humano é fazer um ato de regressão contra a natureza; é a mesma coisa que renovar a queda do anjo cantada por Lamartine. Sem dúvida ajuda-se poderosamente a ação desses espíritos de ordem inferior e suas ações tão universais como as nossas, mas decompondo a personalidade consciente para descer ao nível deles. É ao mesmo tempo um ato de ingratidão para com a providência cujo socorro divino levou o homem até as portas do Céu. Enfim não podemos deixar de reconhecer neste esforço de uma miserável ambição uma espécie de baixeza que está acima da magia cerimonial.
A feitiçaria é uma outra forma dessas passividades mais repugnantes ainda. Acrescenta à fraqueza do naturalismo a ignomínia e a covardia do mal que se esconde para satisfazer as paixões mais vis. É inútil lembrar aqui os terríveis retornos: devem ser julgados pela consideração dos espíritos aos quais o feiticeiro entrega a sua alma.
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Retirado da obra :

Tratado Elementar de Ciências Ocultas (Papus)

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/as-possibilidades-humanas-parte-3

Dogma e Ritual de Alta Magia, de Eliphas levi – Raph Arrais

O Boteco do Mayhem (Marcelo Del Debbio, Thiago Tamosauskas, Rodrigo Elutarck, Ulisses Massad, Jesse Puga, Barbara Nox, Tales de Azevedo e Robson Belli) conversam com Raph Arrais sobre Dogma e Ritual de Alta Magia, de Eliphas levi

Raph Arrais – https://raph.com.br/

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Morte Súbita inc.

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Fundamentos da Magia(k) – Com Sérgio Bronze

Bate-Papo Mayhem #097 – 03/11/2020 (Terça) Com Sérgio Bronze – Fundamentos da Magia(k)

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#Batepapo #hermetismo #Thelema

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O Ato Principal na Magia

Texto original de IAO131
Tradução Mago Implacável

A Vontade é o movimento dinâmico do Ser, e este Ser tem “não tens direito senão fazer a tua vontade”.(AL I: 42). A maioria de nós vive em um estado de escuridão: ignoramos quem realmente somos e não estamos em contato com a nossa Vontade. Golpeados por pensamentos, emoções e circunstâncias, podemos ser como um barco à deriva, sem um rumo no mar. Na verdade, somos todos assim até certo ponto, em alguns momento mais do que em outros, mas, indubitavelmente todos nós estivemos “vagando na escuridão”, como é dito na cerimônia de iniciação de Neófito da Golden Dawn.

Embora nem todos os indivíduos sejam chamados ao Caminho de empenho a fazer a sua Vontade, há aqueles de nós – provavelmente incluindo você se você está tendo tempo para ler isto – que percebe que há algo mais na vida do que simplesmente ser uma vítima das circunstâncias, de simplesmente comer, trabalhar, dormir, e depois morrer. Há um propósito maior à espera, uma maneira mais plena de viver: existe a possibilidade da Luz.

Magia é a Ciência e Arte de causar Mudanças em conformidade com Vontade. Isto significa que Magia é essencialmente a ciência e a arte da Vida. Aqueles de nós que são chamados ao Caminho nos engajamos com alguma forma de Magia, a fim de tentar encontrar a Luz da Vontade, seja por meio da meditação, ritual, ou qualquer outra coisa. Ninguém iria se envolver em nenhuma forma de Magia se não acreditasse na possibilidade de melhorar a si mesmo e sua vida; o próprio ato implica um desejo consciente de mudar. Como percebemos a possibilidade da Luz e não queremos viver na escuridão, a forma mais básica de Magia envolve alterar a nossa forma de agir no mundo, tentando tornar-se mais consciente e intencional na maneira como nos relacionamos com as circunstâncias. Ou seja, nós não queremos apenas tropeçar pelo mundo através da escuridão; queremos a luz e a liberdade da intenção consciente. Isso envolve, de uma forma ou de outra, a disciplina de não reagir às coisas de formas típicas, condicionadas e habituais. Nós – por exemplo – tentamos comer melhor, pensar de maneiras diferentes e originais, não nos deixar levar pelas emoções arbitrárias e não seguir todos os caprichos e desejos que nos atravessam. Fazemos essas coisas quando nos lembramos de fazê-las, e nós falhamos quando nos esquecemos de nós mesmos e do nosso Caminho.

Este é, então, o ato primário da Magia: lembrar. Se você não se lembra de fazer alguma coisa, você não irá fazê-lo, independentemente de você ter a força e a habilidade para realizá-la ou não. Por exemplo, se você está tentando não insultar as pessoas por raiva, há duas possibilidades: ou você vai esquecer e, com raiva, insultar alguém novamente ou você vai se sentir irritado e vai se lembrar do seu Caminho. Só aí a possibilidade de mudança se abre para você. Sua disciplina permite a possibilidade de escolha: sem se lembrar, você simplesmente reage da forma habitual. Lembrar é a possibilidade da liberdade, e o esquecimento é se resignar à escravidão.

A coisa mais importante a se lembrar é de quem você realmente é. Então, quem é você realmente? Você não é o material físico do seu corpo, os pensamentos que passam por sua mente, as emoções que se acumulam ou seus desejos. Você não é sua personalidade ou sua carreira ou seus bens. Na linguagem do Hermetismo, não se é os quatro Elementos: você é Espírito. Você é a própria Luz da consciência, o “Khabs” ou estrela, e todo os aspectos da experiência são apenas “a dança do Véu da Vida sobre a Face do Espírito” (Liber XV). Na verdade, você é para além da consciência. A consciência é simplesmente o veículo da expressão daquilo que você realmente é: Ilimitado. Chame-o de infinito, Deus, Dharmakaya, o Absoluto, True Self (Eu Verdadeiro), Atman, a Verdade ou qualquer outra coisa que você gosta, mas isso é, em última análise, o que somos. Isto é o que todo místico, iogue e Buda que já viveu tentou expressar e também é isso o que Thelema expressa.

De certo modo, O Livro da Lei é um texto que diz para você lembrar de quem você realmente é. Crowley escreveu: “Há muitas injunções éticas de um caráter revolucionário no Livro, mas elas são todas casos particulares do preceito geral, que é o absoluto despertar de sua Cabeça-Deus(*) e para agir com a nobreza que brota deste conhecimento. Praticamente todos os vícios nascem da falha em de fazer isso” (Confissões).

Bem, o que O Livro da Lei tem a dizer sobre o lembrar? Há duas instâncias da palavra “lembrar” e ambas dizem essencialmente a mesma coisa: Lembre-se que você é Hadit. No segundo capítulo, onde Hadit é o orador, é dito : “Mas lembra-te, ó escolhido, de ser Eu; de seguir o amor de Nu no céu iluminado de estrelas; de olhar pelos homens, de dizer a eles esta palavra feliz.” (AL II: 76). Lembre-se de ser Eu, de ser Hadit. Você é a vontade de vida inesgotável, procriativa, a expressão de Energia através de Possibilidades, o “amor de Nu”. A partir desta perspectiva (de) Hadit, toda experiência é um sacramento, um cumprimento da união de Hadit com uma das infinitas possibilidades de Nuit. Onde estão suas pequenas brigas, seus ressentimentos e seus medos quando você se lembra de que é Hadit? “Tu falhaste? Tu lamentas? Existe medo no teu coração? Onde Eu estou estes não estão.” (AL II: 46-47).

Ainda no segundo capítulo, o livro diz, “Lembrai todos vós que a existência é puro prazer; que todas as tristezas são nada mais que sombras; elas passam e pronto; mas existe aquilo que permanece”. (AL II: 9). Se você se lembrar de que é Hadit, você vai saber naturalmente que a existência é pura alegria: se você for Tudo(Todo), então cada Evento é o cumprimento da sua Vontade, cada Experiência é uma nova nota na música de sua arrebatadora canção de amor para Nuit . Na medida em que nos identificamos com aquelas coisas que passam e terminam, caímos novamente na escuridão, nos tornarmos sombras e a tristeza será, naturalmente, a nossa sina. Crowley escreveu: ” Pois em cada Homem sua Luz Íntima é o coração de sua Estrela. Isto é, Hadit; e o Trabalho dele é o de Identificar-se com esta Luz “(Liber Aleph).

Este é o ato principal da Magia, o alicerce sobre o qual todos os outros atos devem basear-se: Lembre-se.

Link original: https://iao131.com/2014/03/27/the-primary-act-of-magick/

#Thelema

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-ato-principal-na-magia