O Politicamente Correto e as Qlipoth

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“Quando a Educação não é Libertadora,

O Sonho do Oprimido é se tornar o Opressor”

Depois do post polêmico no Facebook no qual eu alertava sobre os perigos do Politicamente correto e de como ele é um câncer tão nocivo quanto o radicalismo religioso, fascista ou extrema direita, muitas pessoas pediram para que eu escrevesse um post no Blog explicitando melhor estas comparações. Para ser justo, farei as comparações das atitudes dos radicais politicamente corretos comparando-as com as atitudes da direita-religiosa, fascista e no totalitarismo, para ficar mais simples a compreensão. Este post será mais complexo do que a média, mas como a maioria de vocês já deve estar com o Livro de Kabbalah Hermética (e se você ainda não tem, o que está esperando?) e podem consultá-lo para a comparação dos túneis com os Caminhos.

Thantifaxath (O Túnel abaixo de TAV)
Para entender a Árvore da Morte, precisamos entender sua contraparte na Árvore da Vida. Se TAV é o Caminho que abre os portões do Templo, permitindo ao Iniciado que descubra um mundo maior e melhor, seja através da imaginação, seja através da expansão da consciência, Thantifaxath atua como “Os portões fechados do Paraíso”, ou seja, toda atitude de censura, bloqueio ou restrição Saturniana (seu Regente) que impede as vítimas de ampliar a consciência.

No Politicamente Correto: todo militante radical começa a se estreitar em um gueto, utilizando vocabulários próprios, banindo o contato com qualquer pessoa que pense diferente (ou simplesmente não concorde com qualquer coisa que é dita pelo grupo), bloqueando o acesso e cortando qualquer tipo de debate sadio. O uso de força (“ocupações”), destruição de patrimônio público (pichações, depredações… tudo é “justificado” pela militância), impedimento da manifestação do outro lado no debate (vide Centros Acadêmicos e DCEs de faculdades “de humanas”) chegando à agressão verbal, moral e até física de qualquer um que se posicione contra o movimento. Proibição de literatura considerada blasfêmica (ex. Monteiro Lobato, Mark Twain) por motivos unilaterais.

No Fanatismo Religioso/partidário: o fiel é proibido de ler qualquer texto sobre outros pontos de vista, qualquer outro livro filosófico ou qualquer outra doutrina. Quem nunca escutou a frase “Harry Potter e RPG são do demônio”?

Gamaliel (A Qlipha de YESOD)
Se YESOD representa a Intuição, Imaginação e a Expansão de Consciência, Gamaliel representa o lado sombrio da Imaginação (ou falta de imaginação), a Ilusão e a Distração. Drogas, Vícios, Fuga da Realidade, Aprisionamento na Maya e o lado sombrio do Sexo. Novelas contam vários pontos nessas tabelas! Futebol, Álcool, Cigarros e Drogas também têm papel fundamental em Gamaliel, principalmente em nosso país onde traficante é “vítima da sociedade”, Big Brother é “herói nacional” e agentes dos direitos humanos trabalham para o PCC. Novela, Futebol, Redes Sociais e Drogas… quem precisa de iluminação?

No Politicamente Correto: A ilusão de fazer alguma coisa é uma constante… na Europa, homens usam minissaia para “protestarem” contra estupros, militantes mudam bandeirinhas em seus perfis de Facebook e pintam as unhas contra o Bullying. Teve até umas radicais que adoram protestar peladas ou com os peitos de fora contra sei-lá-o-que-qualquer-coisa. Enquanto isso, o mundo das drogas (sempre atrelado à violência e assassinatos e ao crime) é louvado nos campi universitários. Como diz o Capitão Nascimento, “É você que financia essa porra!”. Fazem textões de Facebook e precisam de “Espaços Seguros” para protegerem suas frágeis bolhas emocionais e ao mesmo tempo fecham completamente os olhos para atrocidades religiosas cometidas contra as minorias (gays, mulheres e ateus) em países fundamentalistas.

No Fanatismo Religioso/partidário: A primeira coisa que qualquer Igreja que se preze faz é conseguir uma rádio, jornal e televisão, para controlar os meios de comunicação (vide Samael e Thantifaxath) e para providenciar distração para seu rebanho. A Mídia também serve para criar heróis e modelos a serem seguidos (figuras públicas, artistas e big brothers a serem imitados em Raflifu) e principalmente servir como vício e DISTRAÇÂO.

Samael (Qlipha de HOD)
Se HOD lida com a Informação, sua contraparte escura é a MENTIRA, a Falsidade e a Manipulação. O lado sombrio de Mercúrio. Está bem representada na Mídia e nos “jornalistas imparciais” que vemos todos os dias defendendo partidos políticos e igrejas nas Redes Sociais.

No Politicamente Correto: a militância usa de falácias, mentiras e falsidades para pregar idéias absurdas como “Teoria Queer”, “Lugar de Fala”, “Apropriação Cultural”, “Vivência”, “Dívida Histórica” e outras papagaiadas como se tivessem qualquer tipo de embasamento científico (nenhuma delas tem!) ou manipular dados, números e estatísticas ao bel prazer para justificar ações políticas e ativistas. Acusações falsas, Linchamentos virtuais e Coerção são comuns ao atacar adversários ideológicos e personas non gratas.

No Fanatismo Religioso/partidário: Os grupos no poder usam justificativas mentirosas para impulsionar o racismo, machismo e segregações. Por exemplo, a escravidão só foi possível e aceita porque a Igreja tinha como “base científica” que “os negros não tinham alma”; a justificativa para os horrores dos experimentos nazistas era que os judeus eram “uma raça inferior”; a agressão a umbandistas é incentivada por pastores pois eles “adoram o diabo” (também vale para bruxas e a Inquisição); a religião Islâmica permite que se minta e trapaceie se isto ampliar as causas da Sharia (procurem no google por “Taqiyya”, a “Mentira Sagrada”).

Shalicu (O Túnel abaixo de SHIN)
Shin é o Caminho da Iniciação e do Julgamento. É a barreira de testes que separa o Mundo profano do Mundo Sagrado e que seleciona aqueles que estão aptos a prosseguir na Jornada. Sua Qlipha é Shalicu, o Preconceito. Todos os lados radicais são exímios em apresentar preconceitos contra o outro lado: “todo homem é estuprador”

No Politicamente Correto: Shalicu age como uma barreira que privilegia partidários e militantes. As fraudes na Lei Rouanet são um excelente exemplo de como pessoas talentosas e com projetos excelentes eram bloqueadas em detrimento de aberrações culturais alinhadas com o partido e com a linha de pensamento politicamente correta radical. Criação de “cotas” e “bolsas” que logo eram fraudadas em favorecimento a militantes, ao mesmo tempo em que criavam uma situação de guerra ideológica de “Nós contra eles”, gerando MAIS segregação e MAIS preconceito. Sem falar nos “Tribunais Raciais” para julgar aqueles que se declaravam “negros” para ter direito à “cotas”. Goebbels ficaria orgulhoso!

No Fanatismo Religioso/partidário: barreiras raciais e segregações são as desgraças mais comuns neste Túnel. Bloqueio de acesso de pessoas de outras religiões na política, chegando a absurdos maiores como segregação racial, Apartheid e extermínio de homossexuais na Rússia e nos territórios Islâmicos.

A’arab Zaraq, ou “Corvos da Dispersão”
Se cada Qlipha na Árvore Sombria é uma antítese da Sephirah correspondente na Árvore da Vida, devemos primeiro dar uma olhada em A’arab Zaraq com relação à Sephira Netzach, “Vitória” (Emoção). As forças de Netzach são conectadas com a influência planetária de Vênus e representam emoções e paixões, Desejo como uma força motriz que supera os obstáculos no caminho da Ascensão e inspira o adepto ao avanço, para buscar iluminação espiritual. Esta é a energia bruta que precisa ser equilibrada, e este equilíbrio é encontrado na Sephirah Hod, que representa intelecto, pensamento racional e auto controle. No Lado Sombrio da Árvore, estas forças existem em sua forma pura, primitiva, desequilibrada e desenfreada. No plano físico elas se manifestam como ganância, ciúmes, atitudes possessivas, paixões desenfreadas e luxúria descontrolada – a negatividade de Netzach, o lado sombrio de Vênus. Têm este nome porque o desequilíbrio e hipocrisia geram uma ruptura entre “pecado” e “culpa” que destrói qualquer equilíbrio emocional.

O Politicamente Correto: Enquanto uma parte dos movimentos politicamente corretos deturpam o feminismo na cartilha do “meu corpo, minhas regras” incentivando a promiscuidade, luxúria descontrolada, tentam criar um estado de perpétuo medo com “homem é tudo estuprador”, “cultura de estupro” (e curiosamente ignorando completamente a REAL “cultura de estupro” religiosa, que possui até mesmo regras para como “tratar suas escravas sexuais” em seus manuais). Coletivos extremamente revoltados com a Mulher Maravilha ser uma “mulher branca hétero cis magra” e com o tamanho do shortinhos da Arlequina enquanto Feministas alemãs deixam de reportar estupros para proteger refugiados muçulmanos ou até mesmo o caso onde a mulher que foi estuprada pediu desculpas ao seu agressor por ser uma “vítima da sociedade patriarcal”.

No Fanatismo Religioso/partidário: O sexo é considerado tabu, com proibição até do uso de preservativos pelas autoridades eclesiásticas. Sexo antes do casamento? Nem pensar! Sexo anal? Direto para o inferno! As mulheres são obrigadas a se cobrir integralmente “para não despertar a libido pecaminosa do diabo nos homens”, porém ao mesmo tempo, algumas religiões incentivam o “estupro corretivo” e o “estupro das infiéis (infiéis no sentido de que não segue a mesma religião… se for no sentido de traição, ai a pena é apedrejamento… mas APENAS na mulher!)

Rafliflu (O túnel abaixo de RESH)
Chamado de “Caminho dos falsos ídolos”, Rafliflu é a deturpação de RESH, o Caminho da Aurora onde ocorre o Autoconhecimento e a Individualização dos Iniciados.

O Politicamente Correto: Os seguidores da seita precisam primeiro perguntar o que “o movimento” pensa para depois responderem alguma pergunta. Posicionar-se contra qualquer uma das “lideranças” é tornar-se vítima (ops, “opressora”, “passador de pano para machista/racista/hitler”, “vítima do patriarcado”, etc) e nesta condição agora, ser atacado com toda a fúria irracional da militância (ver Perfaxita e Thantifaxath). Quando um negro se posiciona “do lado errado da política”, então está tudo bem xingá-lo e atacá-lo sem piedade (outro exemplo: se a mulher pode fazer o que quiser como quiser, porque a fúria virulenta de ataques quando Marcela Temer, esposa do Vice da Dilma, declarou que era recatada e do lar?). Chamar uma mulher de “grelo duro” é um elogio ou xingamento? Pela cartilha do Politicamente Correto, depende de quem falar…
No Túnel dos Falsos Ídolos, a Militância do Politicamente Correto cria leis que devem ser obedecidas e copiadas por todos os seguidores, como Clones.

No Fanatismo Religioso/partidário: Geralmente esta Qlipha se manifesta na cópia de ídolos como Big Brothers, criaturas fabricadas pela mídia, artistas de TV e cantores pré-moldados. ídolos da Moda e ditadores de modinhas e tendências que fazem com que as pessoas, ao invés de tentarem a individualização do pensamento, se tornam cardumes em uma militância. Transformam facínoras, homofóbicos e assassinos em ídolos (Che Guevara, por exemplo) ou defendem bandidos/corruptos como se fossem heróis da Nação. Pastores e Líderes Religiosos, então, são intocáveis. No mundo profano mais baixo, alguém ai se lembra da moda do corte de cabelo ridículo que surgiu do nada, imitando jogador de futebol? Então…

Tzuflifu (O Túnel abaixo de TZADDI)
O Túnel onde a Arte e a Fé são substituídos pelos dogmas e pelo lixo cultural. Tudo aquilo que não se encaixa no padrão ditado deve ser queimado na fogueira enquanto qualquer lixo mental que se encaixe nos ditames da Mídia é martelado goela abaixo da população. Tzuflifu conecta as Qlipoth de Gamaliel (a Ilusão, Drogas, Vícios e Fuga da Realidade) com A´Arab Zarak (a Luxúria e depravação).

O Politicamente Correto: Doenças como obesidade mórbida são transformadas em “empoderamento”, louvando a desarmonia, feiura e desequilíbrio; defecar, introduzir objetos religiosos nas cavidades em público vira “movimento artístico de protesto” e exploração do ânus dos amiguinhos vira “peça de teatro”, entre diversas outras aberrações.

No Fanatismo Religioso/partidário: Qualquer coisa com “Gospel” no final já prova minha teoria, nem precisa ser Axé Gospel… No mundo mais profano, Tzuflifu está bem representado pelo Funk (“patrimônio cultural brasileiro”, não esqueçamos!), pelos bondes, pelas MCs-qualquer-coisa-empoderada e suas letras edificantes; pelas letras que louvam o crime, tráfico, estupros grupais, “novinhas” e drogas (curiosamente, traficantes e criminosos são colocados como “vítimas da sociedade”); mas nem preciso ir tão longe… basta assistir qualquer novela em TV aberta ou avaliar a qualidade literária de nossos youtubers e seus best-sellers.

Parfaxitas (O Túnel abaixo de PEH)
O Túnel com o lado sombrio da Fornalha do Alquimista não poderia ter um nome melhor: “Ódio ao Diferente”. Enquanto PEH faz a Síntese entre o Mental e o Emocional; o “Calcinatio” da Alquimia e a desconstrução da Torre; seu lado sombrio prega o Ódio ao Diferente. Não preciso me alongar muito aqui, todos nós presenciamos as eleições de 2014 e perdemos muitos amigos nas Redes Sociais. Aliás, vimos todas as Qlipoth inferiores em Ação nos posts falsos disseminados pela mídia regiamente paga de todos os lados, coerção em empregados, alunos e bolsistas, shows de música podre superfaturados e artistas de TV regiamente pagos para defenderem ideologias.

O Politicamente Correto: prega o ódio ao diferente e a segregação ainda mais radical. Ao invés de explicar, unir forças e colaborar, os militantes do “politicamente correto” utilizam-se da mesma truculência para agredir e atacar qualquer coisa que considerem “diferente”. E o ódio não respeita nem eles mesmos… temos Mulheres versus Trans, “Manas Brancas” levando esculacho de “Manas Pretas” porque usavam turbantes (e logo em seguida, as “Manas Pretas americanas” levaram esculacho das “Manas Pretas da África” pelo mesmo motivo).

No Fanatismo Religioso/partidário: O termo “Guerra Santa” já diz muito. No Âmbito das ditaduras, podemos ir até a Coréia do Norte, mas nem precisa ir mais longe do que Cuba para ver o que um regime totalitário faz com seus cidadãos. No âmbito religioso podemos citar a perseguição (com direito a pena de morte) aos homossexuais nos países Islâmicos (nem precisa ir tão longe, basta pregar a bíblia em público em alguns destes países para ser condenado à morte) mas, curiosamente, o Politicamente Correto e sua incoerência protege este tipo de coisa, dando o nome eufemístico de “Multiculturalismo”. Em um panorama mais popular e profano, quantas mortes ocorrem por ano por causa de futebol mesmo?

Acredito que já tenhamos elementos para debate por hoje. Se você se interessou em conhecer e estudar as Qlipoth, recomendo o Curso Avançado sobre a Árvore da Morte na Daemon Editora, mas somente para quem já tem conhecimento sobre Kabbalah Hermética.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-politicamente-correto-e-as-qlipoth

As Palavras, Símbolos e o Poder

Muitos anos atrás quando ainda podíamos sair de nossas casas, fui com a Pri Martinelli assistir à peça “Troilo e Créssida” no teatro SESI, pois um grande amigo nosso, Eduardo Semerjian, está fazendo o papel de Ulisses, um dos generais gregos no texto. A peça, escrita por William Shakespeare em 1602, é uma de suas peças menos conhecidas no grande público mas, por lidar diretamente com a Guerra de Tróia e conter diversas referências herméticas, é uma das favoritas dos apreciadores de História da Arte.
No caminho, estava aguardando a Priscilla recarregar o cartão dela e, quando retornou, explicou que havia demorado pois a moça à sua frente na fila era analfabeta e não conseguia de jeito nenhum fazer a recarga na máquina sozinha e tiveram de ajudá-la na tarefa.

“Analfabetismo” talvez seja uma das coisas que, como escritor, creio ser das mais cruéis possíveis quando se diz respeito à alma humana e a Pri me pediu para escrever alguma coisa sobre isso… analfabetismo não apenas no sentido mais tradicional, mas também voltado ao espiritual. É uma verdadeira prisão em todos os sentidos possíveis e imaginários, que limita e encolhe o ser humano à condição quase de um animal. E é algo muito difícil de se compreender, pois se você está lendo este texto, significa que nunca conseguirá imaginar o que é não ter a capacidade de interpretar os símbolos ao seu redor, pois é impossível fingir ser analfabeto mesmo que para um teste de se colocar no lugar do outro.

Esta prisão é estudada na Kabbalah dentro das Qlipoth. Thantifaxath é o nome pela qual conhecemos o 32o túnel de Set, a Sombra de TAV. Enquanto TAV representa os portais do Templo do conhecimento que nos permitem adentrar a Árvore da Vida, Thantifaxath são as portas fechadas aos que querem aprender. Neste texto não falarei sobre responsabilidades governamentais, políticas nem nada assim, EMBORA como os túneis estão conectados, Thagirion, a Corrupção (a Sombra de Tiferet) demanda que os servos estejam aprisionados e Thantifaxath cumpre este papel de carcereiro, da mesma maneira que um povo ignorante e analfabeto político serve aos interesses dos ditadores e populistas de plantão…

Magia e Imagem

Não é à toa que a palavra MAGIA está ligada diretamente à palavra IMAGEM, e GRIMÓRIO vem do francês Grimoire, que relata à Gramática. “spell” em inglês tem a mesma relação com soletrar uma palavra e conjurar um feitiço ou sortilégio. Os primeiros magos da humanidade foram as primeiras pessoas que aprenderam a ler e escrever. Com estes hieróglifos, eles eram capazes de passar o conhecimento para um papiro ou parede no templo e outros com o mesmo conhecimento eram capazes de resgatar estes ensinamentos mesmo longe da presença dos Mestres. O “Conhecimento invisível” (e daí o termo “Colégio Invisível” usado na Rosacruz) vem da capacidade de aprender algo novo simplesmente olhando para um desenho na parede (ou, no seu caso, olhando símbolos na tela de um computador)! o quão mágico pode ser isso? E ai o Elemento AR estar ligado diretamente ao Conhecimento, aos Símbolos e às letras. E, em última instância, ao AUTO-CONHECIMENTO.

Pois é… você não tem como saber. Você não possui as CHAVES. Porém, você sabe ler em Português, e consegue ler o que EU escrevo. Se eu soubesse ler Akkadio, eu poderia traduzir os textos para você entender… e se eu não soubesse, eu poderia inventar e você não teria como saber se eu estou dizendo a verdade. O que, nas duas alternativas, coloca você, analfabeto acadiano, nas mãos da pessoa que DIZ que sabe interpretar os textos… o princípio vale para os textos acadianos e também para a BÍBLIA… ou você também fala aramaico, grego ou latim?

Em 1998, no interior da Grécia, tive por algumas horas a sensação de não conseguir interpretar as palavras e letras que estão dispostas nos letreiros de ônibus, lojas, restaurantes, mercados e jornais… um mundo alienígena onde só conseguia compreender as fotos, logomarcas e imagens nas embalagens do produto, onde mal se conseguiria diferenciar um shampoo de uma embalagem de ketchup. As notícias de todos os jornais pareciam todas iguais! Letras incompreensíveis e algumas fotos de pessoas de terno apertando as mãos em alguma reunião. O que estariam discutindo?Apenas quando perdemos algo que nos é tido como garantido que percebemos como nos faz falta!

Todos nós somos ignorantes em algum aspecto. Não há vergonha alguma em admitir isso. O problema começa quando algumas pessoas DIZEM ter todas as chaves e respostas que, de fato, não possuem. E isso vale para um jornal em grego ou para a BÍBLIA. E pior ainda, para as interpretações do que é “certo” e do que é “errado” de acordo com qualquer texto “sagrado”. Fica mais simples de entender porque justamente o túnel de Thantifaxath controla as chaves para os portões do Templo, certo? Sem o triângulo TAV-SHIN-RESH, não temos competência para interpretar os símbolos que são apresentados diante dos nossos olhos e nos tornamos vulneráveis às mentiras e informações falsas (SAMAEL, a Qlipoth de HOD, trata justamente da Mentira e é a emanação do túnel de Shalicu, o Preconceito).

Samael também cuida da MÍDIA como grande manipuladora da informação. Um povo analfabeto acredita em qualquer coisa que a mídia disser. Não é à toa que todas as Igrejas compram emissoras de rádio, jornais e televisões e que por trás de todo grande partido político corrupto está uma ligação com emissoras de televisão, jornais e rádios (e agora blogs e “jornalistas” de internet?).

Como escapar de Thantifaxath?
Não há uma maneira fácil, a evolução demanda sacrifício. A Espada Excalibur está permanentemente enterrada na pedra bruta, aguardando todo aquele que será o Rei de seu Reino retirá-la da pedra. Se a Espada e o elemento Ar representam o Conhecimento e a Pedra Bruta o Mundo Profano, o que deve fazer um Mago, ou Rei? Estudar sempre. Aprender, questionar, procurar obter as chaves do conhecimento em todos os sentidos. Alfabetizar-se em todos os sentidos (não apenas saber juntar as letras e formar palavras, isso minha filha de sete anos consegue fazer…). O grande problema de Thantifaxath é quando as pessoas ACHAM que são alfabetizadas, mas são o que chamamos de “Analfabetos funcionais”, o segundo degrau da escada, ainda mais perigoso que o primeiro, como demonstrei acima. Em 2001 quando fazia especialização em Semiótica, um professor disse que “A população brasileira não tem capacidade nem para discernir entre um merchandising e um conselho… Quando o povão vê uma apresentadora de TV dizer que usa um shampoo X no cabelo, eles não acreditam que aquilo seja uma propaganda; 78% das pessoas acreditam que a apresentadora está REALMENTE recomendando e usa aquele produto”. Bem, isso explica muita coisa em relação à nossa TV aberta e os programas de auditório, certo?

Alfabetizar-se no Elemento AR significa ter a capacidade crítica e racional de questionar o mundo ao seu redor e conseguir separar o joio do trigo. No Brasil, apenas 8% das pessoas podem ser consideradas realmente alfabetizadas, de acordo com as pesquisas mais recentes, o que significa que a situação ficou PIOR nestes últimos 15 anos.

Hermetismo e Metalinguagem
O Hermetismo no Renascimento assume o papel de uma Metalinguagem capaz de implementar mais força e impacto na apreciação de qualquer obra de Arte. Um artista talentoso consegue fazer um retrato ou um desenho, mas somente um Mestre é capaz de colocar os símbolos certos nos locais certos e invocar em nosso subconsciente as sensações que tornarão aquela obra de arte inesquecível. Da mesma maneira, qualquer um consegue escrever um texto, uma peça de teatro ou uma história em quadrinhos, mas somente os verdadeiros Mestres conseguirão mexer com o público em sua forma mais íntima e impactante, como camadas (ver o texto anterior sobre O Hermetismo ser como Camadas de uma Cebola). É a diferença entre aquela HQ mensal meia-boca que será esquecida daqui alguns meses e um Sandman, Promethea, Invisibles, Liga Extraordinária ou Watchmen que serão clássicos para sempre.

Cada camada desta cebola exige um vocabulário específico, uma maneira de conversar com o público e uma linguagem que atinja o público que você deseja. E os Símbolos conversam com todas as pessoas ao mesmo tempo. É possível escrever um texto em camadas, desde que você tenha o fio de Ariadne para conduzir a narrativa (se duvida, releia os primeiros textos do TdC após alguns anos e veja se continuam iguais aos que você lembra de ter lido…). Desta maneira, seu texto conversará com todo mundo, não importa o grau de conhecimento que a pessoa possua. E quanto mais culta a pessoa for e mais chaves ela tiver, mais ela gostará do seu texto, pois será capaz de se aprofundar cada vez mais no labirinto.

Troilo e Créssida
Para finalizar, queria dar os parabéns a toda a equipe da peça, tanto o diretor Jô Soares em suas escolhas de adaptar o roteiro junto com Maurício Guilherme para uma versão mais popular e simplificada, sem perder o simbolismo da história. A escolha de redefinir os figurinos dos Gregos e Troianos com base na dicotomia do Xadrez, para facilitar a compreensão do público em relação a qual lado da disputa cada personagem estava, entre outros detalhes muito bem acabados. O balanço entre a comédia e a tragédia ficou bem marcado (embora a peça tenha pendido muito mais para o lado da comédia nesta versão… uma “comédia sinistra, como diz o cartaz) e as caracterizações dos atores estão sensacionais (eu não assisto TV aberta, mas alguns dos atores da peça são conhecidos por seus trejeitos em programas como Zorra Total e outros e os aspectos mais caricatos foram bem explorados para conseguir a empatia do público junto a personagens complicados como Aquiles, Pátroclo, Menelau, Ajax, Pândoro e o estrupício Térsito.

Os gregos

Shakespeare conseguia conversar com todos os tipos de público em sua linguagem simples e suas obras podem ser adaptadas para praticamente qualquer contexto, por serem profundamente hermetistas e dançarem na Árvore da Vida. Suas obras podem ser apreciadas tanto pelas camadas mais populares quanto pelos mais eruditos e cultos. E quanto mais chaves você tiver, mais gostará desta peça.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/as-palavras-s%C3%ADmbolos-e-o-poder