Baal! O Senhor das… Moscas?!

E deixaram todos os mandamentos do SENHOR seu Deus, e fizeram imagens de fundição, dois bezerros; e fizeram um ídolo do bosque, e adoraram perante todo o exército do céu, e serviram a Baal. 2 Reis 17:16

Baal é uma palavra em hebraico que significa Senhor, Lorde, Marido ou Dono. Numa época longínqua houve confusão quanto ao significado real da palavra em relação a adoração de algum deus. Pois muitos aparentemente adoravam o mesmo deus, porém com nomes diferentes. A confusão estava formada. Bamote-Baal, Bete-Baal-Meom, Baal-Melkart, Meribe-Baal, Quiriate-Baal e até o famoso Baal-Zebube, conhecido como O Senhor das Moscas (já, já explico isso) eram alguns dos nomes dos deuses que por confusão, ou não, eram adorados nas terras dos povos semíticos.

Pra variar, o povo semítico que estava por surgir, lançou-se numa guerra santa contra a adoração de “falsos deuses”. Partindo da premissa que seu Senhor era o verdadeiro. No Livro Sagrado desse povo, em algumas traduções e na boca do povo, Baal é conhecido mais por Belzebu, o Baal-Zebube que eu falei ainda a pouco.

Na tradução do Rei James da Bíblia, Baal-Zebube é descrito com o epíteto de O Senhor das Moscas. Explicando que isto se dava ao modo que eram “sepultados” os mortos. Coisa que chocou e muito os Judeus. Pois dizia-se que a Terra é Sagrada e os animais não enterravam cadáveres nela. Os corpos dos mortos eram lançados em grandes áreas abertas para serem devorados pelas aves de rapina.

Como muitos de vocês sabem, há uma certa regra quanto ao tratamento que se dá com os mortos e a ligação que o deus adorado, pelos sacerdotes mortuários. Seria o sepultamento para a Terra; o lançar de corpos em rios e mares para a Água; o despedaçar de corpos por aves de rapina em montanhas ou lugares abertos para o Ar; a cremação para o Fogo; e a mumificação para o Espírito/Éter/Akasha.

Nisso vocês já sacaram que Baal-Zebube era então um deus ligado ao elemento Ar. E no inglês, Fly quer dizer tanto mosca, quanto vôo. Talvez indo por uma lógica simples, Baal-Zebube seria o deus das coisas que voam ou que estão pelo ar. Sejam sílfides ou as próprias aves. O que também não exclui as moscas, já que estas eram vistas nos cadáveres que os Judeus encontraram e os horrorizavam tanto.

E o que são deuses de raça?

Bom, a confusão provocada não é tão difícil de explicar da forma ocultista também. Da mesma forma que acontece com os animais, plantas e minerais, e seus espíritos-grupo, nós temos espíritos superiores que nos guiam pelo modo mais denso que eles podem. O ar. Através da respiração, adquirimos o éter, que é o veículo que eles usam para entrar em contato conosco. Essa relação é chamada entre os gregos de Theos Pneumaton. E entre os cristãos de Alento de Deus. Por isso que se diz que “o Senhor soprou a Vida pelas narinas de Adão”.

Estes seres foram enviados em uma época imemorial para dar prosseguimento com a evolução consciencial da humanidade até que pudessemos adiquirir por nós mesmos a capacidade de andarmos com os próprios pés. A individualidade propriamente dita. Por que vocês acham que a vida fica mais dura e cheia de ordálias quanto mais nós nos aproximamos da Verdade? É mais ou menos o “vai trabalhar, vagabundo!” que nossos pais fazem muitas vezes por amor, mas quase ninguém entende.

As guerras tolas, quero dizer… Santas, que aconteciam, era devido ao fato de muitos desses tais deuses terem evoluído de uma humanidade que até a época deles ainda mantinha traços de individualismo inferior e desejos fúteis de ego e poder. O que resulta nessas lendas de guerras entre os deuses. Também cada um deles (vamos chamá-los de Inteligências Arcangélicas), como acontece com os espíritos-grupo estava responsável pela parcela da humanidade que lhe cabia. Aí entra naquela história de raça ariana e povo escolhido de Deus…

À medida que o homem vai se afastando da influência das Inteligências Arcangélicas e das egrégoras delas, e vai adquirindo individualidade, prosegue com os planos para este novo Aeon. A idéia de que “todo homem e mulher é uma estrela” e que “sois deuses”. Portanto não tenham medo do que pode acontecer a vocês caso trilhem os Caminhos da Santa Árvore da Vida, pois amigos não faltarão nesta jornada.

Que as vossas Rosas floresçam na tua Cruz.

#Mitologia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/baal-o-senhor-das-moscas

A História de Isis

Osíris e Ísis reinavam no Egito. E o reino crescia com eles em beleza e sabedoria. Era um tempo feliz. Osíris, o senhor do sol, e Ísis, a senhora da lua e da magia, eram amados por todos. Ou quase todos. Seth sentia crescer dentro de si a ira e a inveja do sucesso do irmão Osíris. Seth queria o trono.

Osíris afastou-se do Egito para travar uma batalha, deixando Ísis a governar em seu lugar, o que apenas enfureceu mais Seth. Quando Osíris regressou triunfante, Seth juntamente com 72 amigos fiéis foram saudá-lo e dar-lhe as boas vindas num grande banquete. Quando a festa em honra de Osíris estava a terminar, abriram-se as grandes portas e um magnífico sarcófago em ouro foi transportado para o meio do salão. Perante a aclamação de todos, Seth informou que o sarcófago seria para aquele que lá ficasse melhor. Contudo, o sarcófago tinha sido feito de modo a que servisse na perfeição a Osíris, que era mais alto, mais largo de ombros e mais forte que qualquer outro homem. Quando, por fim, foi a vez de Osíris experimentar o sarcófago, Seth e os amigos puseram-lhe de imediato a tampa, fecharam-no e atiraram-no ao nilo.

Após muitas dificuldades, Ísis conseguiu recuperar o sarcófago e o corpo de Osíris, mas durante a noite, Seth rastejou sob a capa da escuridão até ao corpo de Osíris e retalhou-o em 14 pedaços que, de imediato, mandou os seus seguidores espalharem por todo o Egito.

E a bela Ísis, com um coração profundamente dolorido, nunca desistiu de procurar o seu amado Osíris. Mesmo quando a desolação e o desespero cresciam, Ísis manteve-se na sua busca. Sempre leal. E, com muita perseverança, Ísis encontrou, um a um, os pedaços do seu amado senhor. Todos menos um: o falo de Osíris tinha sido comido por um peixe e estava perdido para sempre.

Usando novamente a magia, Ísis uniu de novo o corpo de Osíris. Contudo, este agora estava incompleto. Não podendo ser o senhor da vida, passou a presidir no mundo dos mortos. Com a ajuda de Thoth, Isis conseguiu engravidar de Osíris para trazer ao mundo sua luz, gerando neste ritual Horus, o filho da Viúva.

E a luta de Ísis continuou, teve que lutar sempre pela vida do seu filho Hórus que, enquanto criança, sofreu diversos atentados por parte do seu tio Seth. Mas a frágil criança Horus cresceu e transformou-se num guerreiro ao nível do seu divino pai. E as lutas entre Hórus e Seth começaram. Travaram-se muitas batalhas sangrentas, todas elas ganhas por Hórus que, após cada triunfo, pedia à Grande Enéada (conselho dos nove) a devolução da terra e do título de seu pai. Mas a Enéada mantinha-se indiferente. E as batalhas recomeçavam.

Seth surgia numa grande variedade de disfarces. Mas Hórus sempre o reconhecia e matava-o. Contudo, numa dessas batalhas, Seth tirou o olho esquerdo a Hórus. Ísis substitui-o pelo poderoso Olho Udyat.

Por fim, Hórus parou de lutar e dirigiu-se a Ísis, pedindo que o ajudasse a conquistar a sua herança. E, porque Ísis era o trono, a Enéada concedeu-o, finalmente, a Hórus.

Este o mito. E, como nos tempos que correm, os mitos são vistos como analogias e estão sujeitos a interpretações, interpretemos também este.

Em primeiro lugar, temos o conceito de lealdade absoluta. Ísis nunca coloca sequer a possibilidade de desistir de Osíris. Consideremos que o contrário também seria verdadeiro. Assim, ensina-nos que não se desiste de uma união, mesmo diante do fracasso e da derrota. É um conceito que me parece redentor.

Temos ainda o pormenor da concepção de Hórus, que nos mostra que um filho é sempre uma fonte de esperança, quaisquer que sejam as circunstâncias externas. E nada há de mais sagrado do que a própria vida. É a incapacidade de gerar vida que leva Osíris a reinar no mundo dos mortos.

Em terceiro lugar, temos a infância de Hórus: difícil, necessitando de cuidados continuos. O que nos mostra que também devemos cuidar do que ainda não amadureceu em nós, devemos ser capazes de proteger os nossos dons e tudo aquilo que nos é precioso e vulnerável, para que cresça e o nosso destino se cumpra.

Por último, há que referir, que o sucesso mais do que por mérito próprio, vem pela generosidade dos deuses. Invoquemos, então, a divina Ísis, o verdadeiro trono, para que por seu intermédio a nossa vida floresça em beleza, sabedoria e riqueza.

Este é o mito. Mas o que é exatamente um mito? Volto a insistir: só para o homem moderno que, infelizmente, perdeu quase todo o contacto com os mitos, é que um mito passou a ser uma fábula. Para a humanidade que o criou, o mito era suposto exprimir a verdade absoluta, pois contava uma história sagrada.

Antes de acabar, quero ainda referir que o mito de Hórus continua no nosso mundo. Sabemos que em Edfu, a casa de Hórus, todos os anos se realizavam festivais e recriações das antigas batalhas para celebrar a vitória de Hórus sobre Seth. Já na era romana, vemos uma estátua, que se encontra no British Museum, de Hórus vestido como centurião romano, montado num cavalo e espetando um lança em Seth, o crocodilo. Ainda mais tarde, a batalha de Hórus e Seth, tornou-se na luta de S. Jorge e o Dragão. Há até quem pense que o nome egípcio de Seth, Sutekh, pode ter evoluído para a palvra Satã.

Deixem-me só referir outro aspecto: para os egípcios, a primeira luz era Re-Hor-em-akhet, Re que é o Hórus do horizonte, em que Hórus é representado como um falcão, com as suas asas estendidas refletindo o sol. E Hórus será sempre a primeira luz da manhã, nas nossas noites.

Termino, desejando que as nossas noites se unam com os nossos dias, que a serpente e a ave parem de combater e que ambos, o poder da ave e o poder da serpente, nos fortaleçam.

Texto da soror Maria, do blog Peregrinar, de Portugal.

#Mitologia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-hist%C3%B3ria-de-isis