Enciclopedia de Mitologia na Daemon

Consegui uma pausa de dez minutos aqui para agradecer a todos os pedidos da Enciclopédia que chegaram até a editora. Estou autografando desde ontem e, pelo visto, ainda ficarei mais um ou dois dias até terminar todo o processo.

Foram pedidos de todo o Brasil, além de Portugal, Alemanha, Inglaterra e vários outros países onde temos leitores. Não poderia ter recebido um presente de aniversário melhor.

A Enciclopédia de Mitologia é um trabalho que tenho desenvolvido desde 1998, reunindo e compilando histórias, personagens, deuses, objetos, locais e demônios de diversas mitologias ao redor do planeta. A partir do estudo comparado destas mitologias, cheguei em um banco de dados muito interessante sobre as principais mitologias e religiões do planeta, cujos símbolos me inspiraram para o estudo da Árvore da Vida como a apresento na palestra “A Kabbalah e os deuses de todas as Mitologias“.

Traz elementos da mitologia grega, romana, egípcia, indiana, árabe, chinesa, japonesa, celta, nórdica, européia, polinésia, sul americana, norte-americana, azteca, maia, inca, goécia e bíblica.

Seu lançamento foi feito na Bienal do Livro de 2008, no Stand da Daemon Editora. A Enciclopédia possui 640 páginas, trata de 7.159 verbetes e 994 ilustrações. Esta nova impressão apenas corrigiu pequenos erros de digitação/texto, portanto, se você já possui a Enciclopédia, não vai precisar da nova edição (mas pode comprá-la para dar de presente para alguém que você goste!).

Você pode baixar uma preview das 10 primeiras páginas AQUI.

Para os leitores do Blog, a Enciclopédia de Mitologia estará em preço promocional e autografada na Loja de RPG. Coloque o nome da pessoa para qual o livro será dedicado no campo “observação” da compra.

#Arte #Mitologia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/enciclopedia-de-mitologia-na-daemon

Espelho de Circe

Por todos os anos de trabalho do TdC e na senda ocultista se fez necessária uma voz e uma força que falasse para todos com o poder feminino. Em tempos e meios tão masculinos, campos para o surgimento de olhares surpreendentes como dessas mulheres é um bálsamo de que há propósitos além das ondas ordinárias da vida comum.

E na última sexta feira 13 de lua cheia o Espelho de Circe nasce como uma proposta de integração, espaço acolhedor e trabalho coletivo. Pretende falar abertamente para todas as idades e orientações, também ao abordar temas rejeitados por serem tabus ou difíceis ou considerados menos importantes, o lugar que se torna esse trabalho é de criatividade e coletividade.

Uma inspiração que trata a Arte em seus recônditos mais deliciosos; no coração e no fortalecimento do indivíduo para alcançar outras reconciliações no micro e macro da criação. Com conhecimentos profundos passados na melhor forma de tradição oral e abertos ao florescimento individual e da comunidade que o cerca, Espelho de Circe sai do lugar comum e se torna um “mundo entre mundos” de beleza e liberdade.

A diversidade dos colaboradores, suas percepções diversas, suas inclinações pessoais, como escolhem se comunicar com todos é além de deslumbrante, é um alento surpreendente ao nos lembrar que a diversidade e inclusão existem e acontecem pelas mãos de todos nós, todos os dias.

Divinamente iguais. Humanamente diferentes. Totalmente livres. Não é apenas um mote, mas estabelece um novo patamar de simplicidade e genialidade nos caminhos mágicos, humanos e de liberdade das prisões concienciais antes limitadoras.

Para seguir o trabalho dessa gente espetacular acompanhe no site Espelho de Circe: https://www.espelhodecirce.org.br, pelo Facebook Espelho de Circe e pelo instagram:
@espelhodecirce

Atravesse o espelho.

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Milão Sagrado e a Origem do Panetone

Texto do meu querido irmão Vitor Manuel Adrião.

A cidade de Milão tem por Armas um brasão carregado de simbologia esotérica, cuja peça heráldica apresenta em fundo prateado uma serpente azul coroada de ouro vomitando um jovem cor de carne descrito como mouro. Trata-se da vipera (“víbora) ou bissa, mais conhecida entre os milaneses como biscione (“cobra grande”).

A História afirma que este brasão foi criado por Ottone Visconti, dito Ottorino (1207 – 8.8.1295), que nasceu em Milão e foi arcebispo desta cidade. Era filho do poderoso feudatário Ubaldo Visconti, família que dominava a Lombardia, e com o senhorio deOttorino a capital ficou sob o poder dos Visconti, que durou até 1447. A eleição arcebispal de Ottone Visconti, depois de severas controvérsias e lutas com um outro candidato a esse cargo, Martino della Torre, acabou reconhecida pelo Papa Gregório IX, cujo nome era Tedaldo Visconti (1210-1276). Como agradecimento, Ottone Visconti perpetuou no seu brasão “o mouro vomitado pela serpente” referindo-se ao envolvimento de Gregório IX, antes de ser eleito Papa (1271-1276), na Nona Cruzada (1271-1272) a São João de Acre, na Terra Santa, com o príncipe futuro rei Eduardo I de Inglaterra.

De facto, o biscione é historicamente o brasão de armas da Casa dos Visconti, instalada no Palácio dos Arcebispos na Piazza del Duomo da cidade milanesa. Por vezes, no brasão aparecem as iniciais IO (HANNES), indicando o nome do arcebispo Giovanni Visconti (1290-1354), amigo e protector do grande poeta e humanista Francesco Petrarca (1304-1374), frequentemente chamado de “Pai do Humanismo”.

Além de se referir no plano imediato ao exclusivo senhorio dos Visconti, o biscionecoroado é sobretudo emblema hermético ou esotérico de origem muitíssimo anterior a Ottone Visconti, que o terá adoptado para brasão familiar. O primeiro indício está na própria vipera que afinal é um basilisco, o animal mitológico que Plínio o Velho descreve como uma serpente verde com uma coroa dourada. Na Alquimia, o basiliscoé chamado a “Criança dos Filósofos” e expressa a natureza inferior do homem transmutada e redimida pela sua natureza superior, que assim o “vomita” como Espírito Vivente ou Ego Integrado na Natureza Divina do Universo. Representa o verdadeiro Alquimista, o Filósofo do Fogo Sagrado, o Delfim Iluminado ou Adepto Perfeito, tanto valendo por Ser Eucarístico ou “Pedra Filosofal” Viva. Ora é isto mesmo que está retratado no brasão do biscione. E o IO de Iohannes (Giovanni) pode muito bem reforçar o sentido oculto do brasão se for transposto para essa outra IO de que fala Apuleio no seu Asno de Ouro, ou seja, a Mónada imperecível integrada no Todo Divino e iluminando o Tudo Humano.

Os tratados orientais de Tantra-Yoga do Hinduísmo primitivo, referem a Força Electromagnética que jaze no interior do Homem e da Natureza a que chamam Kundalini e retratam esta como uma serpente coroada que se eleva iluminando espiritualmente o homem. Decerto por esta razão os antigos egípcios, cuja cultura e religião os greco-romanos posteriormente adoptaram e adaptaram à sua mentalidade, retrataram o seu deus Serapis com corpo de serpente e cabeça humana, algo semelhante ao que aqui se apresenta. Serapis foi assim representado por ser o deus dos Mistérios Subterrâneos, celebrados em criptas e grutas sagradas, e também por representar a Força Vital da Terra, o seu telurismo, circulando no seu interior como uma serpente, ou seja, serpenteando pelos veios ou linhas telúricas que animam o Globo.

Por essa razão de geradora e mantenedora da Vida, a “serpentária” Kundalini veio a ser associada ao Fogo do Espírito Santo e à própria Mãe Divina. Ora os Ínsubres celtas que por volta do ano 600 a. C. fundaram Mediolanum, Mediolano ou Milão, dedicavam profunda adoração à serpente por verem nela a representante zoomórfica da Deusa-Mãe, pois acreditavam ter sido a serpente marinha que ao sair das Águas Originais da Criação havia povoado a Terra. As crenças primitivas consideravam a serpente como a serva do Altíssimo, sendo muitas vezes figurada com a cabeça coroada.

As ondas do mar – a matéria por excelência – foram representadas nos hieróglifos egípcios por uma linha sinuosa. Naturalemente que o animal mais conforme a esta linha é a serpente, pelo que os ofídios foram escolhidos como totem da Acqua Mater, a matéria fecudante da Natureza. Esta está assinalada no nome do Orago da catedral milanesa: Santa Maria Nascente.

Este simbolismo aquático ou genesíaco da serpente está implícito no nome que certos povos lhe deram. Assim, dos temas semita asiáticos Na, “água”, e Aha, “santa”, engendraram-se os nomes Nahas (hebraico) e Nagas (hindustânico), ambos significativos de “serpente”, sobretudo com o sentido de Serpente de Sabedoria ouSer-Apis, ou seja, Ser Divino que é todo o Iluminado Perfeito.

Nesse sentido vai também a iconografia paleocristã para a história bíblica de Jonas e a baleia Leviatã, no acto de engoli-lo e regurgitá-lo, que é um motivo comum representativo da morte profana e da ressurreição iniciática. Esse episódio bíblico reaparece na lenda de Teodórico, o Grande, rei da Itália Ostrogoda (493-526 d. C.), que diz ter sido engolido e vomitado por uma serpente monstruosa na cidade de Arona, a qual significativamente era propriedade da família Visconti.

Como esta figura do biscione amplamente conhecida das tradições e tratados herméticos milenares pode ser rastreada até à Casa de Visconti, com inteira comprovação, permanece desconhecida a maneira como chegou aí, todavia ficando a suspeita que Ottone Visconti talvez não fosse inteiramente alheio à antiga Sabedoria Tradicional.

Panetone: de iguaria ritual a doce regional

O panetone é a iguaria tradicional do Natal na Lombardia, sendo um pão doce recheado de frutas secas (passas de uvas e frutas cristalizadas tais como damasco, laranja, limão, figo e maçã) e com fragrância de baunilha, tendo uma consistência macia resultado do processo de fermentação natural. A sua origem permanece um mistério, que várias lendas tentam explicar sem explicar coisa alguma excepto o seguinte: o panetone tem origem em Milão.

Sabe-se que o panetone também existe noutras partes de Itália e até de França, mas invariavelmente afirma-se que a sua origem é Milão. Esta palavra panetone deriva daquela outra italiana panetto, indicando um pão de forma pequena. O sufixo italianoum que se pronuncia one, mudou o sentido para “pão grande”.

Quando Milão se chamava Mediolano e fora fundada pelos ínsubres celtas por volta do ano 600 a. C., estes por altura do Solstício de Inverno nas proximidades do que viria a ser o Natal dos cristãos, celebravam o renascimento do Sol então recolhido sob o manto invernoso da Natureza, evocando o seu reaparecimento para que propiciasse boas sementeiras, por norma começando em Janeiro e inícios de Fevereiro. Esta celebração celta chamava-se Midwinter ou Yule e foi a primeira festa sazonal comemorada pelas tribos neolíticas do Norte da Europa. Durante esse festejo os druidas, que eram os sacerdotes da religião celta, ofereciam entre si e depois ao povo um pão doce feito de cevada recheado de maçãs e uvas, que era o principal alimento sagrado do Yule. Acompanhavam-no com uma bebida de fermento de cevada (que veio a dar na atual cerveja, cuja base de fabricação é a cevada) adocicada com mel de abelhas que, há falta de designação apropriada, actualmente alguns folcloristas dum pretenso e ingénuo “neopaganismo” urbano chamam inapropriadamente “hidromel”, mas nada tem a ver com este que, dentre outros elementos, comporta mel e cidra.

Quando Milão foi ocupada pelos romanos em 222 a. C. e passou a pertencer ao Império sob o nome Mediolanum, os usos e costumes celtas foram incorporados aos latinos, razão de na mesma época do Solstício de Inverno celebrar-se o Nascimento de Mitra que viria a corresponder ao nascimento de Cristo como Sol Invictus, como também se designava o deus solar Mitra. Simultaneamente, eram celebradas asSaturnais romanas, festejando-se o triunfo de Saturno (Sol Subterrâneo, Inverno) sobre Júpiter (Sol Celeste, Verão), isto porque Saturno representava a Idade de Ouro de Roma e era o próprio Sol original de quem Júpiter descendia. Nesta época ninguém trabalhava, acendiam-se velas e grandes fogueiras para iluminar a noite e havia muita comida. Nas Saturnais, os celebrantes deram origem ao costume agradável de um doce ritual que era servido na altura após as celebrações, constando de um fermento de trigo ou cevada adocicado com mel e recheado com frutas da época. Desse fermento de trigo originou-se a hóstia das celebrações cristãs, e foi assim que os historiadores romanos do século II-III d. C. descreveram a origem milanesa dopanetone como um “pão doce grande”, confeccionado com uma massa conservada pronta, modelada e depois posta a assar.

O panetone, por sua fama e singularidade, seria definitivamente identificado ao Natal cristão no século XVIII, por via dos escritos do filósofo e historiador Pietro Verri (1728-1797), onde ele refere o panetone como pane di tono, ou seja, “pão de luxo”, só para ser consumido em ocasiões especiais. Já antes, no século XVI, o pintor flamenco Pieter Bruegel, o Velho (1525-1569), pintara o panetone num quadro como “bolo de frutas da época”, possivelmente inspirado na menção a ele que terá encontrado num livro de receitas escrito pelo lombardo Bartolomeo Scappi (1500-1577), mestre de culinária dos Papas Pio IV e Pio V. Também o pintor holandês Jan Albert Rootins (1615-1674) representou no centro do seu quadro “Natureza morta com frutas”, um magnífico panetone.

O pane di tono, por já se ter perdido o seu sentido original e o povo gostar de simplificar e dar lógica imediata , deu origem à lenda do pane di Toni: o panetone foi criado por um padeiro chamado Toni, que trabalhava na padaria Della Grazia, em Milão, na época de Ludovico, o Mouro (1452-1508). O jovem padeiro, apaixonado pela filha do patrão, teria inventado o pão doce para impressionar o pai da sua amada. Os fregueses passaram a pedir o pane di Toni, designativo que evolui para o panatón(vocábulo milanês) e depois para o panetone (italiano).

Segundo outra lenda, o panetone foi inventado na corte de Ludovico, o Mouro, na véspera do Natal, entre os anos 1494-1500. Conta a lenda que o Natal era uma grande festa celebrada com grandes banquetes. Em um dos Natais, a sobremesa que havia sido preparada queimou ao ser assada. Um dos empregados da cozinha, chamado Toni, havia preparado uma massa com sobras de ingredientes, que pretendia levar para sua casa. Sem outra opção, ofereceu a sua massa para servir como sobremesa para a corte. Diz a lenda que a sobremesa foi tão apreciada que Ludovico perguntou qual era o nome da iguaria. O jovem Toni, chamado para responder à pergunta do monarca, disse que a sobremesa não tinha nome. Ludovico resolveu chamá-la de pane di Toni, dando origem ao nome panetone.

O formato típico do panetone deu-lhe o apelido de doce do duomo de Milão, para vincar bem o lugar de origem da sua confecção. Com o passar do tempo, na Itália, passaram a surgir novos tipos de panetones baseados em duas escolas: a primeira, descrevendo-o como um panetone redondo, com base larga, bastante baixo e achatado, comum durante a Páscoa; a segunda, preferida pela indústria de doces, descrevendo-o como um panetone alto, com base estreita e uma cúpula bastante acentuada, comum durante o Natal.

Depois, conforme o panetone foi cada vez mais consumido em outros países, novos tipos foram surgindo, novos ingredientes foram acrescentados para satisfazer o paladar e os gostos. Assim, esta singular iguaria ritual se transformou num doce regional, nascido nos templos e crescido nos gostos dos milaneses.

#Mitologia

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Os Mitos Modernos do Tarot – Rodrigo Grola e Marcos Keller

Bate-Papo Mayhem 232 – gravado dia 11/09/2021 (Sabado) Com Rodrigo Grola e Marcos Keller – Os Mitos Modernos do Tarot

Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as, 5as e sábados com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados. Além disto, temos grupos fechados no Facebook e Telegram para debater os assuntos tratados aqui.

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#Batepapo #Tarot

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Dia do Médico

Coronis, filha do lápita Flégias e irmã de Íxion, foi amada por Apolo e esperava um filho dele. Antes de dar à luz, no entanto, teve uma aventura com Ísquis, um simples mortal. Apolo encolerizou-se ao saber da traição e pediu à irmã, Ártemis, que matasse a amante infiel com uma flecha. Apiedou-se, no entanto, da criança, e retirou-a do ventre da mãe antes que as chamas da pira funerária a consumissem. O menino, Asclépio, foi então levado ao centauro Quíron para ser educado.

Asclépio aprendeu rapidamente a medicina e tornou-se capaz de curar praticamente todas as doenças e traumas. Depois de algum tempo começou a ressuscitar os mortos, e aí Hades foi se queixar a Zeus, pois seu reino estava ficando vazio. Para que a ordem natural das coisas não fosse conturbada, Zeus fulminou Asclépio com um raio, mas em reconhecimento de seus méritos recebeu-o entre as divindades.

Com o tempo, Asclépio tornou-se popular e passou a ser cultuado em muitos lugares como deus da Medicina e muitos de seus templos estavam associados à cura de doenças. destes, o mais importante com certeza foi o Centro de Epidauro no Peloponeso.

#Festividade #Mitologia

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A Jornada do Herói e os Mitos Modernos pelo viés de Krishnamurti.

Bate-Papo Mayhem 010 – gravado dia 25/04/2020 (sabado)
Com Francisco Tupy – A Jornada do Herói e os Mitos Modernos pelo viés de Krishnamurti.

A Jornada do Herói e os Mitos Modernos pelo viés de Krishnamurti.

Bate Papo Mayhem é um projeto extra desbloqueado nas Metas do Projeto Mayhem. 

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O vídeo desta conversa está disponível em: https://youtu.be/haMZqQt_nSs

Todas as 3as, 5as e Sabados as 21h os coordenadores do Projeto Mayhem batem papo com algum convidado sobre Temas escolhidos pelos membros, que participam ao vivo da conversa, podendo fazer perguntas e colocações. Os vídeos ficam disponíveis para os membros e são liberados para o público em geral duas vezes por semana, às segundas e quintas feiras e os áudios são editados na forma de podcast e liberados uma vez por semana.

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#Batepapo #Podcast

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Circe e Ulisses

O herói Ulisses da Odisséia de Homero e sua tripulação desesperada desembarcam na praia da ilha de Eana, onde vivia Circe, filha do Sol. Ao desembarcar, Ulisses subiu um morro e, olhando em torno, não viu sinais de habitação, a não ser um ponto no centro da ilha, onde avistou um palácio rodeado de árvores.

Ulisses enviou à terra 23 homens, para verificar com que hospitalidade poderiam contar. Ao se aproximarem do palácio, os gregos viram-se rodeados de leões, tigres e lobos, não ferozes, pois eram homens transformados em feras pelos encantamentos de Circe.

Do lado de dentro do palácio vinham sons de uma música suave e de uma bela voz de mulher que cantava. A deusa apareceu e convidou os recém-chegados a entrar, o que fizeram de boa vontade, exceto Euríloco, que desconfiou do perigo. A deusa fez seus convidados se assentarem e serviu-lhes vinho e iguarias. Quando haviam se divertido à farta, tocou-os com uma varinha de condão e eles se transformaram imediatamente em porcos, embora conservando a inteligência de homens.

Ulisses, então, resolveu ir ele próprio libertar os companheiros. Enquanto se encaminhava para o palácio encontrou o jovem Hermes, que conhecia suas aventuras e lhe contou dos perigos de Circe. Não sendo capaz de convencer Ulisses, Hermes deu-lhe o broto de uma planta chamada Moli, dotada do poder de resistir às bruxarias e ensinou-lhe o que deveria fazer.

Quando Ulisses chegou ao palácio foi recebido por Circe com muita cortesia, que lhe serviu vinho e comida. Mas quando ela o tocou com a varinha para transformá-lo em porco, Ulisses tirou sua espada e investiu furioso contra a deusa, que implorou clemência. Ulisses exigiu que ela libertasse seus companheiros e ela retirou o encantamento. Os homens readquiriram suas formas e Circe prometeu um banquete para toda tripulação.

#Mitologia #MitologiaGrega

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Poseidon e os Marinheiros de Oxóssi

Olá crianças,

Poseidon sempre foi uma das minhas divindades favoritas. Não apenas pelo seu arquétipo de fartura e prosperidade marítima, mas como irmão de Zeus e Hades, um dos governantes de todo o universo grego além, claro, de seu tridente ter sido a inspiração para a associação do tridente do diabo nos cultos católicos romanos mais antigos, que primeiro fizeram esta associação.

Costumamos associar Poseidon à esfera de Chesed, afinal de contas, Ele possui todos os arquétipos de “Deus-Pai”, associações óbvias à prosperidade, riqueza, poder de Rei administrador e governante.

Porém, em uma conversa certa vez com Soror Othila, ela disse que sentia Poseidon como um grande arquétipo masculino ligado a Yemanjá. Sua defesa era embasada: Poseidon é o Senhor dos Mares ao passo que a energia matriz de yemanjá-Yesod é o domínio das águas do mar, ou do Grande Subconsciente. O problema é que absolutamente TODOS os arquétipos mitológicos de Yesod são os de donzelas lunares.

E quando este Caminho é acrescentado, podemos perceber que muitas divindades que estávamos colocando em determinado Caminho podem ser “realocadas” para este novo arredondamento. Tomemos, por exemplo, ENKI, o Aguadeiro, deus mesopotâmico que muitas vezes é tido como o arquétipo original do signo de Aquário. Ele possui características de Chesed, mas também possui características que o associam ao Caminho de TZADDI, a Estrela, tanto que suas jarras de água foram emprestadas para duas cartas do tarot, a Temperança e a Estrela. Ao olharmos para a Árvore da Vida, vemos que curiosamente, estes dois arcanos delimitam as bordas do novo Caminho, que nomearei “O Pescador”.

Por que “O Pescador”? Por alguns motivos: O primeiro é que ele é delimitado pelos Caminhos de Tzaddi (Anzol), Samekh (erguer), Kaph (trabalhar/júpiter), Yod (vontade/eremita) e cruza NUN (peixe/morte).

Também vemos que seis dos apóstolos de Xristos são descritos como “Pescadores” e estas características geralmente são associadas ao Arcano da Estrela (Fé, Esperança) e os arquétipos de velho (Eremita) e Prosperidade (júpiter) coroam este novo Caminho quando ele se aproxima de Chesed. Da fusão destes símbolos têm-se “A prosperidade no mar”, ou “O domínio do subconsciente”.

Eis que me deparo com alguns decks antigos, pré-Gebelin, que TINHAM uma carta chamada “O Navio”, que ficava no Arcano 14… onde hoje é a Temperança (exceto pelo deck de Minchiati, que o colocava no Arcano XXi – descoberta do novo Mundo e o associava à água [MEM]). Com a estruturação do tarot ao redor do deck de Marseille, estas cartas foram substituídas por arcanos que estivessem mais próximos das 22 letras hebraicas.

Cabalísticamente, temos um Arcano cercado pelas energias de Resh (cabeça/pensar), Samekh (erguer), Mem (Água) e Lamed (Aguilhão/Justiça) cruzando Ayin (olho, observar). A figura de um marinheiro no topo de um mastro, observando e patrulhando os mares me vêm à cabeça. Em conversas com marinheiros da linha de Ogum, percebemos que muitos deles fazem exatamente isso: patrulhar e proteger aqueles que são atacados no campo emocional, estando muito ligados à proteção durante a gravidez (novamente, campo de Yemanjá).

Fica ai a proposta de estudos de dois Caminhos novos (porém antigos).

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O Vampiro na literatura, filmes e na cultura pop – Lorde A

Bate-Papo Mayhem #028 – gravado dia 06/06/2020 (sabado) Marcelo Del Debbio bate papo com Lorde A – O Vampiro na literatura, filmes e na cultura pop. Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as e 5as com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados.

Saiba mais sobre o Projeto Mayhem aqui:

#Literatura #vampiros

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14 sabedorias de Joseph Campbell

por André Camargo

Joseph Campbell é o cara que criou aquela história da ‘Jornada do Herói’. É também o cara daquele documentário incrível, ‘O Poder do Mito’. Já ouviu falar?

Eu gosto muito. 🙂

Sabe aquela pilha de livros que você morre de vontade de ler, mas nunca dá tempo? Essa pilha só cresce, né?

Imagina que o cara tava lá, contrariado com as exigências arbitrárias do doutorado, e resolveu largar a coisa toda. Aí, alugou um casebre no meio do mato e passou ali, sozinho, os cinco anos seguintes.

Fazendo o quê?

Lendo.

9 horas por dia, todos os dias.

Segundo ele, o período de estudo e recolhimento foi a base de toda sua vida futura, assim como do conjunto de seu pensamento.

O cara leu todos os livros que ele queria, do jeito que ele queria, no tempo dele.

Uau.

Essa é uma passagem emblemática na biografia do cara. Como você verá, o pensamento de Joseph Campbell é um monumento à coragem de viver a vida nos próprios termos.
[Sugestão de Consumo] Vá com calma. Leia cada citação pelo menos duas vezes, antes de seguir em frente.

__________

(1) “A gente precisa se dispor a abrir mão da vida que planejamos a fim de encontrar a vida que espera por nós.”
Deixar-se guiar pelo próprio coração — e não por planos. Abrir mão do desejo de controle. Destemor e confiança. Abertura. Permitir que o que é vivo em nós se manifeste e nos direcione.

(2) “Qualquer que seja seu destino, o que quer que aconteça, diga: “Isso é o que eu preciso”. Pode parecer devastador, mas olhe para aquilo como uma oportunidade, um desafio. Se você trouxer amor para aquele momento — não desencorajamento — perceberá que existe força naquilo.”
Essa é a filosofia do Amor Fati, de Nietzsche. A Força que vem da aceitação incondicional; render-se incondicionalmente à Vida. Requer uma alta dose de desapego. E, de acordo com a sabedoria oriental, premia com a maior das liberdades.

(3) “Você é o herói (ou heroína) da própria história.”
Na real, acho que a maior parte das pessoas, hoje, vive como coadjuvante da própria história. O que é muito triste e não tem nada de heroico. O desafio é sair da periferia da vida, da posição de vítima das circunstâncias, e tomar a vida nas próprias mãos. O que te faz herói ou heroína é tornar-se a um tempo autor/a e protagonista da própria história.

(4) “A caverna em que você teme penetrar guarda o tesouro que você busca.”
A noite escura da alma, que, dizem, precede o despertar de uma nova consciência. Na linguagem da Jornada do Herói, passamos pela Provação Suprema, o encontro com a Sombra, antes de podermos encontrar o Elixir que cura todas as dores.

(5) “Não acredito que as pessoas estejam buscando pelo sentido da vida, tanto quanto pela experiência de se sentirem vivas.”
O sentido da vida, para ele, não é um tipo de enigma a ser solucionado; o sentido da vida é estar vivo. Estar plenamente vivo dá sentido à existência.

(6) “Siga o que enche seu coração de alegria e o universo abrirá portas onde antes só existiam muros.”
Follow your Bliss. Essa frase é considerada a quintessência do pensamento de Campbell. E bliss é uma palavra danada. Ninguém consegue traduzir direito. Então, eu optei por uma expressão: ‘bliss’ = ‘o que enche seu coração de alegria’. A origem do termo, segundo Campbell, é o sânscrito: ‘ananda’. Que significa êxtase, beatitude ou felicidade suprema.

(7) “O maior privilégio da vida é ser quem você é.”
Sócrates ecoa o Oráculo de Delfos: “Conhece a ti mesmo”. Já ouviu isso? Para os gregos antigos, cumprimos nosso destino humano ao amadurecer as sementes de realização que se manifestam por meio de nossos dons e talentos únicos. Nietzsche reformula: “Torna-te quem tu és”.

(8) “A vida não tem sentido. Cada um de nós tem sentido e nós o atribuímos à vida. É bobagem fazer a pergunta quando você é a resposta.”
Essa é matadora! A vida tem o sentido que a gente dá. Nós mesmos somos a resposta para a questão do sentido da vida… Basta se encarar no espelho.

(9) “A vida é como chegar atrasado ao cinema, ter de sacar o que tava rolando sem perturbar todo mundo com um monte de perguntas, e aí ser inesperadamente chamado de volta antes de descobrir como o filme acaba.”
Adoro essa imagem! Uma metáfora da condição humana simplesmente… cinematográfica.

(10) “O objetivo da vida é sintonizar a batida do seu coração com a batida do universo, sintonizar sua natureza com a Natureza.”
Isso é muito lindo. Como o coração do bebê, que bate no mesmo ritmo que o coração da mãe. Assim é. Assim é.

(11) “Se você de fato segue o que enche seu coração de alegria, você se coloca em um tipo de caminho que sempre esteve lá, à sua espera, e a vida que você deveria estar vivendo é a vida que você está vivendo.”
Como uma semente caída no asfalto. Pode ficar um bom tempo ali, congelada. Se, no entanto, alguma força externa a conduz até um punhado de terra fértil, ela naturalmente se reconecta com a verdade de seu Ser, seu potencial de realização. Ela desabrocha, cresce, floresce, frutifica. Pois aquele solo sempre esteve lá, à sua espera, e a nova vida que ela passa a viver é de fato a vida que ela deveria estar vivendo.

(12) “De repente, você é atirado/a na situação de estar vivo. E a vida é dor, e a vida é sofrimento, e a vida é horror, mas — meu Deus — você está vivo, e isso é espetacular.”
Para Joseph Campbell (assim como na maior parte das filosofias orientais), faz mais sentido substituir a ânsia por saber, essa busca ansiosa por respostas, pela experiência de deslumbramento, de arrebatamento, de assombro e deleite diante do mistério.

(13) “O mundo sem espírito é uma terra devastada. As pessoas têm a ideia de salvar o mundo mudando as coisas de lugar, mudando as regras, e quem está em cima e assim por diante. Não, não! Qualquer mundo é um mundo válido se está vivo. A coisa a fazer é trazer vida a ele, e a única forma de fazer isso é encontrar em si mesmo onde a vida está e tornar-se vivo você mesmo/a.”
A aridez de viver apartado de si! Lembro bem. Sempre me pergunto: como colocar meus dons e talentos, minha pulsação, para fortalecer o que serve à vida —  em qualquer situação?

(14) “Não podemos curar o mundo de seus pesares, mas podemos escolher viver com alegria.”
Um antídoto para a onipotência. Acho que a única maneira de, verdadeiramente, salvar o mundo é salvar a nós mesmos primeiro. Um ser humano plenamente realizado é a mais profunda inspiração para cada um de nós.

#Mitologia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/14-sabedorias-de-joseph-campbell