Na mitologia nórdica Brynhildr (Brunilda ou Brunilde, em português) é uma Valquíria, um dos personagens principais da Volsunga saga e de partes da Edda poética. Com o nome de Brünnhilde ou Brünnhild ela aparece na Nibelungenlied e no ciclo operístico do Anel do Nibelungo, de Richard Wagner. Em A Balada de Sigrdrífa ela é conhecida como Sigrdrífa (“estimuladora-da-vitória”), onde ela ensina para o herói a runa da vitória. Seu nome aparece grafado em diversas formas: Brünhild, Brunhild, Brunhilda, Brunhilde, Brunhilt, Brunnehilde, Brünnhilde, Brynhild, Brynhilt, Bruennhilde e Brunahild. Possivelmente a inspiração para este personagem veio da histórica princesa Brunilda da Austrásia, que casou com o rei merovíngio Sigebert I em 567.
A história de Brynhildr é encontrada com variações nas diversas fontes. Na Völsunga saga ela é filha de Budli, e foi encarregada de decidir um combate entre os reis Hjalmgunnar e Agnar. Decidido em prol deste, contra a vontade de Odin, é condenada a viver a vida de uma mortal, sendo encarcerada em um castelo e posta a dormir dentro de um círculo de fogo, até que fosse resgatada por algum herói. Sigurðr, matador do dragão Fafnir, atravessa as chamas e a desperta. Imediatamente apaixonado, pede-a como esposa, oferecendo-lhe o anel Andvarinaut, e parte logo depois, prometendo retornar para desposá-la.
Chegando à corte de Djuki, a rainha Grimhild, através de encantamentos, faz Sigurðr esquecer Brynhildr e casar com sua filha Gudrun. Desejando ainda casar Brynhildr com seu filho Gunnar, envia este para tirá-la do castelo, mas ele não o consegue, por causa da muralha de chamas em torno. Disfarçado de Gunnar, Sigurðr penetra no castelo e casa com a valquíria, e lá permanece com ela por três noites, mantendo contudo uma espada entre eles no leito conjugal, significando que tencionava preservá-la virgem até entregá-la ao verdadeiro Gunnar. Então sem que ela perceba os homens reassumem suas identidades reais, com Brynhildr continuando a pensar que casara com Gunnar. Mais tarde suas esposas disputam qual seria o marido mais valoroso, e Brynhildr diz que nem mesmo o herói Sigurðr pôde penetrar no anel de fogo. Ao dizer isso Gunnar revela que fora Sigurðr o autor da façanha, e este relembra sua antiga paixão por Brynhildr, que se enfurece com a trapaça em que fora colhida. Sigurðr tenta consolá-la, mas sem sucesso, e ela trama um plano para matá-lo. Gutthorm, irmão mais novo de Gunnar foi, por fim, o assassino. Morto Sigurðr, Brynhildr arrependida, lança-se à sua pira funerária.
Na Nibelungenlied ela é Brünhild, a rainha da Islândia, por três vezes consecutivas vencida em provas de força por Gunther, com a ajuda invisível de Siegfried. Enfim é obrigada a casar-se com o pretendente Gunther. Na noite de núpcias ela, com sua enorme força, o amarra e assim o deixa até o dia seguinte. Novamente Gunther pede a ajuda de Sigfried e seu manto de invisibilidade, mas diz para não ele dormir com ela. Brünhild é outra vez vencida, embora Sigfried tenha ficado com seu cinto e anel, um símbolo de seu defloramento. Já sem sua força descomunal ela aceita o legítimo esposo. Anos mais tarde ela convida Sigfried e sua mulher, Kriemhild, para visitarem seu reino, mas questões de precedência à entrada da Catedral de Worms causam uma disputa entre as rainhas, e Kriemhild mostra o anel e cinto que Sigfried lhe dera e que eram antes de Brünhild, e para seu vexame a acusa de ter sido amante de Sigfried, abalando a amizade entre os casais e seus reinos. Por fim o caso termina em tragédia, com a morte de Gunther, Kriemhild e Sigfried, além de vários outros personagens.
Aparecendo novamente no Anel do Nibelungo de Wagner, já como Brünnhilde, participa de três das óperas – Die Walküre, Siegfried, e Götterdämmerung – tendo um papel central na história de Wotan e na devolução do tesouro dos Nibelungos às filhas do Reno. Wagner optou por usar as fontes nórdicas primitivas, em vez da versão medieval alemã da lenda, mas mesmo assim fez importantes adaptações.
Esta energia se manifesta na terra nos dias de hoje através da energia de Iansã, muitas vezes se apresentando como “baianas” ou “caboclas de Iansã” em terreiros.
Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/brunnhilde-e-as-valk%C3%ADrias