Maçonaria para não-Maçons – Parte 2

iniciacao-maconica-franca

Vamos lá então…

Um Passo De Cada Vez

Cada Ordem Iniciática tem sua forma de transmitir o seu conhecimento, algumas mais diretas e outras mais indiretas.

Por exemplo, a Rosacruz da “Antiga e Mística Ordem RosaCruz” (AMORC) é uma das que tem a forma mais direta. Ela o faz por meio de pequenas “monografias” que são entregues aos seus membros a cada novo Grau que ele percorre. Com isso é possível que o membro tenha uma visão macro do universo que ele está envolvido.

Nesse caso, mesmo esse material, não tem tudo que o membro poderia saber sobre a Rosacruz, MAS, tem tudo que ele precisa saber para estar ali. Se ele quiser compreender todo o conhecimento da Ordem, em sua plenitude, irá precisar de uma série de centenas de livros para isso.

Outras Ordens apresentarão livros ou apostilas, ao invés de monografias. Ou seja, no geral, a maioria das Ordens tem uma forma um pouco “acadêmica” de transmitir seu conhecimento. No entanto, esse não é o caso da Maçonaria.

Na Maçonaria não há um Material Acadêmico INSTITUCIONALIZADO, para os Graus.

Existem muitos livros sobre o “universo” que envolve a Maçonaria, que foram escritos durante os últimos 3 séculos, por vários maçons de renome e que acompanharam o desenvolvimento da Maçonaria Moderna.

Acontece que, essa “Literatura Maçonica”, não é obrigatória e nem se faz necessária para que o membro se desenvolva através dos graus.

É claro que muitos Maçons podem argumentar que as “lições de virtude”, aprendidas na Ordem, são o que realmente importa, mas quero lembrar que, isso não muda o fato de que existe uma riqueza imensurável no Simbolismo de nossos Rituais.

Nessa Literatura pode ser encontrada todas as vertentes que o caminho Maçonico pode te levar. Da compreensão das Virtudes ao estudo das Antigas Escolas de Mistério.

Mas, se o conhecimento dessas obras não é obrigatório, o que tem nos Graus?

Os Rituais e a Literatura Maçônica

Os Rituais, na Ordem Maçônica, são a base de cada Grau. Cada Ritual apresenta uma “história” diferente. Dele é tirado todo o Simbolismo e a Filosofia daquele Grau.

Em contrapartida, temos uma vasta Literatura Maçonica que, além da história da Ordem, trata de todo o Simbolismo que pode ser encontrado nesses Rituais.

Essa Literatura pode ser encontrada em quaisquer Livrarias (salve raros materiais que estão em algumas bibliotecas maçônicas). Todos podem ter acesso – basta ir lá e comprar.

Muito misterioso, não acha?

Mas se é tão simples assim, todos podem estudar e entender a Maçonaria de forma plena, certo?

Bem, não é tão simples assim.

A Literatura Maçonica trata do conhecimento que estão nos Graus, mas não explica abertamente os Rituais. Isso faz com que não seja possível que um “não-maçon” tenha compreensão plena de como isso funciona.

Esse material pode tratar de Qabalah, Hermetismo, Teosofia, Mistérios do Antigo Egito e etc. Mas, aquele que não é membro, não será capaz de fazer a relação necessária desse conhecimento com a Ordem.

Em outras palavras, ele pode sim, através desse material, aprender as Leis Espirituais do Hermetismo, mas não será capaz de entender qual é a relação desse conteúdo com a Ordem, pois não teve acesso aos Rituais.

Infelizmente, o contrário também acontece.

Quando um Maçon tem contato com o Ritual de um determinado Grau, tem contato com uma nova história e seus ensinamentos de virtude, mas, não é capaz de compreender, em plenitude, tudo o que aquele Simbolismo é capaz de transmitir.

Ou seja, para fins “didáticos”, é possível dizer que a Literatura Maçonica representa 50% da compreensão dos ensinamentos, enquanto os Rituais representam os outros 50% restantes. Para conseguir uma compreensão plena, não bastará conhecer apenas um ou outro. Mas é o que mais acontece e isso gera a questão que tratei no Post anterior.

Quando se encontra um Maçon que conhece MUITO sobre a Ordem e outro que não conhece quase nada, fica a impressão de que existem duas Ordens.

Claro que, no caso do Post anterior, ele foi escrito por religiosos protestantes que acreditam que o Conhecimento Maçonico REAL tem relação com “adoração ao Demônio”, já que, para muitos religiosos fervorosos, tudo que não faz parte da própria religião é demoníaco.

Em virtude disso, no próximo Post, sobre Maçonaria, falarei sobre “Lúcifer na Maçonaria”.

Aguardem…

#Maçonaria #satanismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/ma%C3%A7onaria-para-n%C3%A3o-ma%C3%A7ons-parte-2

Satanismo na Idade Média

“Mas Deus tira férias?? R: Claro, você nunca ouviu falar em Idade Média?” – O Todo Poderoso (Diálogo entre Bruce e Deus).

Seguindo nossa Série de posts com relação ao Satanismo, vamos falar hoje da (suposta) aparição do Satanismo no mundo.

Caso você ainda não tenha lido, recomendo ler o primeiro post deste blog sobre o satanismo: O que o Satanismo NÃO É.

Vamos introduzir nosso assunto falando um pouco da Santa Igreja Católica e do seu desenvolvimento.

Diferente do que muitos pensam, a Igreja Católica demorou centenas de anos, desde o seu surgimento, para adquirir força e poder. Primeiramente, nos primeiros séculos de seu surgimento, ela começou como uma Religião bem sucedida (porém, muito combatida) no Império Romano.

Depois de muitos embates, ela tornou-se a religião oficial, no final do século IV, graças ao Imperador Teodósio I.

Após a queda do Império Romano (em 476 DC), ela passou alguns séculos sobrevivendo, no período que hoje conhecemos como Idade Média Alta (que compreende o período de 476 até o ano 1000).

Foi um período muito conturbado, onde a Europa vivia o surgimento do período feudal e lidava com diversos invasores, sejam dos Árabes, vindos do Oriente Médio, dos Vikings, que vinham das terras Nórdicas, ou dos Magiares, nômades do Leste que deram origem aos Húngaros. Naquele momento ainda não havia espaço para qualquer domínio de poder absoluto.

Para ser mais específico, o “poder” da Igreja começa no início das “Cruzadas”, que se deu com a tomada da cidade de Jerusalém, em 1095. A igreja resolveu reivindicar a cidade de Jerusalém e responder as investidas dos muçulmanos (mas claro, ainda existem muitos outros fatores envolvidos).

Para quem nunca ouviu falar das “Cruzadas”, foi um período que durou cerca de 200 anos, de um conflito entre Cristãos e Muçulmanos pelas Terras de Jerusalém (que acabou envolvendo terras dos arredores, como Antióquia, Trípoli e Edessa).

Porém, nesse período de Cruzadas, a Igreja fez algo inesperado: Ela atacou cristãos europeus. Mas como assim? Eles atacaram os Católicos? Não, eles atacaram os Cátaros.

Os cátaros eram uma Seita Cristã (do sul da França) baseada em algumas das correntes cristãs do primeiro e segundo século depois de cristo, sendo as suas características mais marcantes as do Maniqueísmo e do Gnosticismo.

Eles acreditavam que os princípios de “Bem e Mau” tinham a mesma força e poder. Acreditavam que toda a Matéria era obra do Demônio (e isso explicava as tantas imperfeições da “carne”).

Eles acreditavam no processo de reencarnação, e que, a procriação deveria ser desconsiderada, afinal, é através da procriação que a matéria se perpetua. Se ninguém mais tivesse filhos, nenhuma alma poderia renascer e estes não precisariam mais habitar o mundo da matéria.

Os cátaros foram considerados uma seita herética, pela Igreja Católica (alguns autores, inclusive, os colocam como sendo os primeiros hereges da Igreja).

A grande questão que os envolve é que a Igreja resolveu promover uma Cruzada CONTRA os Cátaros (por não os considerarem verdadeiros cristãos). Hoje em dia, pode até não parecer nada demais, pois já conhecemos a história da Igreja, mas, naquela época, tudo isso era, no mínimo, questionável. Principalmente a forma com que isso se desenvolveu.

Era muito fácil distinguir um muçulmano de um católico (pelas feições, cor da pele e etc), ou seja, nos conflitos contra os árabes, era fácil saber contra quem você deveria lutar. O que não era possível quando se tratava dos Cátaros, já que eles eram todos europeus e essas diferenças não existiam.

Como eram todos iguais, não era possível olhar e saber quem era Cátaro e quem era Católico.

Deste evento surgiu uma famosa frase (que alguns atribuem ao papa Inocêncio III) quando questionaram como seria possível fazer a distinção entre um Cátaro e um Cristão:

A frase foi: “Matai-os todos, Deus reconhecerá os seus!”

E foi um grande massacre na história – que durou cerca de 20 anos. Maior do que qualquer uma das investidas promovidas contra os Muçulmanos. A primeira de muitas da Igreja Católica. Afinal, foi exatamente para combater os Cátaros que surgiu o famoso movimento da Inquisição.

Bem depois, surgiu aquela que seria (direta ou indiretamente) um braço fortíssimo para a Inquisição: a Companhia de Jesus, mais conhecida como Ordem dos Jesuítas.

Obviamente eu irei dedicar um post para falar da Inquisição, da mesma forma que irei dedicar um post para falar, exclusivamente, dos Jesuítas. Porém, não será no próximo post. Irei seguir com a história do Satanismo, chegando no primeiro momento em que vai surgir, verdadeiramente, uma ideologia acerca do tema.

A partir desse evento (a cruzada contra os Cátaros), passam-se a ter diversas perseguições aos Grupos não Católicos que atuavam no mundo Europeu. Essas perseguições ainda iriam durar muitos séculos. Por exemplo, a responsável direta por forçar Galileu a “renegar” sua teoria sobre o heliocentrismo (que destruía, em definitivo, a ideia de que o Sol girava em torno da Terra), foi o movimento da Inquisição.

Essas perseguições na Idade Média, vinham através de uma justificativa: “A perseguição dos Satanistas”.

Não é de hoje que “tudo que não vem da Igreja é do Demônio”. Naquela época isso já existia. Movimentos como a famosa “Caça as Bruxas” tiveram origem daí. Quaisquer idéias, movimentos e cerimoniais que fossem contrários aos padrões cristãos eram caçados para que fossem eliminados.

Tudo era considerado “farinha do mesmo saco”, e eram repreendidos da mesma forma. Dos cultos nórdicos aos cerimoniais xamânicos, eram todos considerados “satanistas” e, eram tratados da mesma forma.

Nunca existiu movimentos de adoração ao Demônio na Idade Média. A Igreja é que os acusou e os caçou com tal. O “satanismo” da Idade Média foi uma criação daqueles que acusavam, e não dos que sofriam essas acusações. Era, também, uma forma com que a Igreja imprimia o medo na mente das pessoas.

Mas tudo isso é bem simples de se entender, afinal, se hoje em dia, em pleno século XXI, ainda existem pessoas que acusam de “satânico” tudo aquilo que não está de acordo com as suas crenças, imagine então naquela época.

Bem. Por hora é só!

O próximo posts sobre Satanismo, como eu já havia comentado, será sobre o “Satanismo no Renascimento”, onde iremos falar do primeiro movimento Satanista do mundo.

Até mais…

#Maçonaria #satanismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/satanismo-na-idade-m%C3%A9dia

Esoterismo e Maçonaria no México – Samuel Aguilare Ibarra

Bate-Papo Mayhem #057 – gravado dia 13/08/2020 (Quinta) Marcelo Del Debbio bate papo com Samuel Aguilare Ibarra – Serenissimo Gran Maestro de Grande Oriente de Mexico – Esoterismo e Maçonaria no México

Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as e 5as com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados.

Saiba mais sobre o Projeto Mayhem aqui:

#Batepapo #Maçonaria

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/esoterismo-e-ma%C3%A7onaria-no-m%C3%A9xico-samuel-aguilare-ibarra