Teoria da Conspiração

Existem muito mais coisas no mundo do que são ensinadas em nossas escolas, na mídia, e divulgadas pelas Igrejas e pelo Estado. A maioria da humanidade vive em um transe hipnótico, acreditando estar na realidade ao invés de um triste e distorcido simulacro de realidade. As pessoas vivem um sonho coletivo na qual os valores estão invertidos, mentiras são tomadas como verdades e a tirania é aceita sem questionamento como sendo uma falsa segurança. As pessoas gostam desta ignorância e agarram-se com força à miséria que lhes dá identidade.

Felizmente, alguns nascem com um sistema espiritual imune, que mais cedo ou mais tarde lhes traz rejeição a este mundo ilusório criado desde seu nascimento através de condicionamento social. Elas começam sentindo que algo está errado; e começam a buscar respostas. Em pouco tempo, a busca pelo auto-conhecimento e experiências não explicáveis mostram a elas uma face da realidade que normalmente permanece oculta, começando assim sua jornada para a iluminação. Assim, cada passo em direção à iluminação é guiado pelo coração e não pela multidão, escolhendo o conhecimento ao invés da ignorância.

O Conhecimento é a chave para destravar todo o nosso potencial. Ele nos fornece a determinação, responsabilidade e o poder necessário para nos livrar das correntes da opressão. O Conhecimento é nosso grande protetor, pois ele nos fornece as ferramentas para lidar com os desafios da vida e, mais importante, as maneiras para evitarmos as armadilhas no caminho para a Iluminação. Quanto mais você trabalhar as verdades superiores e aplicar aquilo que você conhece, mais começará a operar sobre as leis superiores e transcenderá as limitações das leis inferiores.

#Pessoal

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/teoria-da-conspira%C3%A7%C3%A3o-1

Sobre Autoconhecimento e Liberdade

A todo o instante somos bombardeados com diversas informações. O mundo em que vivemos é o mundo do instante, tudo acontece no tempo do agora. Para que algo seja considerado como verdade, basta apenas criar-se uma hipótese, e a “verdade” está “materializada”.

Vemos isso acontecer diariamente ao nosso redor, seja na mídia, seja em nosso trabalho ou em nossos círculos de relacionamentos. Um fato levantado sobre a vida de alguém e o suficiente para que, em nossa mente, a hipótese do acontecido se materialize e, mesmo que involuntariamente, consideraremos tal hipótese quando cruzarmos com essa pessoa nos corredores da vida.

Mas, se tal fato realmente não aconteceu de verdade, como pode exercer tamanha influência em nossos pensamentos e, inclusive, na vida da “vítima” de tal boato?

Simplesmente porque, tal comentário, acabou de virar verdade, DE VERDADE!

Como assim? tá querendo me enlouquecer? Se você acabou de dizer que é boato, como tá querendo dizer agora que é verdade?

Calma que eu já explico!

Aposto que você já ouvi várias vezes, seja daquele seu amigo hippie ou daquela vizinha “esotérica” algo como “seja mais otimista” ou “pense positivo que vai dar tudo certo”, ou ainda “também, você só fica com esses pensamentos negativos, é por isso que coisas ruins acontecem”.

Já ouvi né? Pois é… E você, como uma pessoa instruída, estudada, culta, provavelmente ignorou essas “esquisitices”, com um pensamento ou frase como “isso é besteira, coisa de misticóide que não tem o que fazer”.

Pois é, se eu fosse você, reveria meus conceitos…

O que os seus amigos esquisitos estão dizendo tem tudo a ver com o que falamos no início deste texto: a capacidade mental que temos de alterar o estado das coisas.

Ok, você agora acha que eu faço parte da mesma turma dos esquisitos né? Então vou te dar um exemplo:

Você tem dois pacientes em uma UTI, ambos com a mesma doença, os mesmos sintomas, o mesmo tratamento, porém, um deles não tem mais nenhuma vontade de curar-se, e o outro, está certo de que sua recuperação será breve. Qual dos dois você acha que terá mais chance de ficar curado?

Se sua resposta foi o que quer ficar curado, você acertou!

Já existem hoje estudos que relacionam as significativas diferenças nos diagnósticos de pacientes que foram acompanhados através de técnicas de Terapia Motivacional do que aqueles que não receberam tal ajuda. Essa terapia, inclusive, é muito utilizada como auxílio no tratamento de pacientes com dependência química.

O que isso quer dizer? O que os Alquimistas de séculos atras já sabiam: Que a nossa mente é capaz de materializar o que quiser!

O que? Ta louco? Isso tá parecendo coisa daquele tal de O Segredo.

De certa forma, sim. O que eu estou querendo dizer é que, quando ficamos em dúvida se o boato sobre o colega de trabalho é verdade, CRIAMOS em nossa mente a ideia do ocorrido, e, a partir daí, passamos a considerá-lo como verdade (ou seja, a ideia se materializou). No caso do paciente, aquele que pensa positivo acaba focando seu corpo e mente no processo da cura, ou seja, MATERIALIZANDO a ideia de estar curado (e, dependendo da sua Força de Vontade, a própria cura).

Poderia também entrar em outras questões sobre o que é possível se criar com a capacidade mental, mas vamos deixar essa conversa para os próximos encontros…

Hmmm… Ok, até que tem fundamento… Prometo pensar nisso com mais calma. Mas o que diabos isso tem a ver com Autoconhecimento e Liberdade?

Ahá! Ta ficando espertinho ou apenas mudando de assunto? Mas vamos lá que isso é fácil.

Para conhecer você mesmo é necessário, além de mapear suas atitudes, conhecer também seus pensamentos. Para ter controle de suas ações e reações, é necessário que você domine o que acontece dentro de sua mente. Reconhecer os pensamentos e ideias que se repetem e ter a capacidade de controlar e eliminar aqueles que não pertencem a você faz parte deste processo.

Também falaremos melhor sobre isso no futuro, mas, por enquanto, reflita sobre o seguinte: quando você, por algum motivo específico, briga com uma pessoa no trabalho e, no dia seguinte, pede desculpas para essa pessoa, qual das duas atitudes te identifica melhor: a briga ou o ato de pedir desculpas? Qual dos dois indivíduos é você?

Quanto a liberdade… Se você não conhece nem a você mesmo, como acredita que é livre? Você acha que ser livre é apenas não estar em uma prisão? Acha que, por você poder fazer o que quer, é livre de verdade?

Quantas das ideias que estão em sua cabeça nesse momento são realmente suas? E quantas delas foram plantadas em você por outros? As ações que você realiza todos os dias, são de livre e espontânea vontade ou induzidas por alguma fator externo?

Não é possível ser livre enquanto você não conhece suas próprias atitudes, se você nem mesmo sabe se suas opiniões são realmente suas ou foram plantadas em você pelo status quo em que você está inserido.

Ser livre é ter o domínio sob o que você está fazendo, é agir por decisão própria. Mesmo que sua ação seja ceder ao propósito de outra pessoa, essa decisão deve partir inteiramente de você. Você deve estar decidido que quer isso, e não persuadido, ou seja, agir conforme sua Vontade.

Agora mesmo é que me embaralhou as ideias!!

Acalme-se, ainda teremos tempo (embora não muito) para decifrar estes mistérios que existem dentro de nossa própria cabeça. Convido você a tomar a pílula vermelha e ser meu companheiro nesta jornada do Autoconhecimento, para que um dia, quem sabe, possamos alcançar a tão sonhada Liberdade.

“Nenhum homem que não controla a própria vida pode ser considerado livre.” (Pitágoras)

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O blog Autoconhecimento e Liberdade busca auxiliar seus visitantes a encontrarem o caminho da espiritualidade dentro de seu próprio cotidiano, através de transformações em nosso comportamento e na maneira como encaramos nossos desafios.

Outros assuntos interessantes:

– Capitalismo x Espiritualidade (o panteísmo materialista)

– “O luxo da simplicidade” ou “a descoberta do paraíso”

#vontade #pensamento #liberdade #mente #Alquimia

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O Legado do Medo

Medo. Sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente.

Quem de nós nunca sentiu algum medo em sua vida? Medo de escuro, da solidão, de lugares fechados, do novo, do oculto, de perder alguém que se ama, de não ser amado, de sentir dor, etc.

O medo não é definido por classe social, crença filosófica ou espiritual, não é definido por raça nem faixa etária, o medo é algo que move a humanidade dos tempos antigos a modernidade, dos mais novos aos mais velhos, o medo nos deixa desconfortáveis, leva a depressão e nos faz desistir e esquecer de grandes planos.

A própria cultura ou formação religiosa nos incute o medo. A crença do pecado original que a Humanidade carregaria até hoje, resulta no temor(medo) de Deus e das possíveis represálias que pode sofrer, ainda dentro da crença Cristã, esse medo do pecado original nos leva ao medo do amanhã, pois quando alguem morre, terá três alternativas, Céu, Inferno ou Purgatório.

Creio eu que todos nós temos nossos erros e nossos pequenos(alguns nem tão pequenos assim)deslizes na vida, o que nos restaria o Inferno ou o Purgatório, onde teremos que suportar mais e mais sofrimentos, que nos leva a temer por eles.

Saindo do conceito religioso e indo para um conceito social, o medo nos acompanha desde criança, onde mal se entendia o que era uma inflação, mas sempre ouvia os pais comentando sobre a alta da inflação, ou a alta taxa de juros e o crescimento do desemprego, não precisamos entender os números e o real significado dessas palavras, basta observar e sentir o tom de voz de preocupação e a reação corporal/energética que os pais tinha ao falar sobre o tema, isso toda criança é capaz de sentir, basta apenas uma pequena experiência como essa em nossa infância e já aderimos o legado do medo que acaba sendo repassado a nós inconcientemente.

Crescemos sendo bombardeado por todos os lados com algo que nos limita, e que nos deixe temerosos, temos medo da vida, ou seja, do que a vida nos oferece em termos de conjuntura e possibilidades. Na verdade, o medo é de fracassarmos no resgate de erros pretéritos ou da experimentação, por novas provas que poderiam, ambas (provas e expiações), nos garantir o ingresso em melhores condições sociais e espirituais futuras.

O medo nos leva a um estado misantrópico pois temos medo dos outros, de que eles nos possam causar mal, em qualquer dos ambientes em que nos inserimos: o colega de trabalho ou estudo, o vizinho, o conhecido, o amigo, o parente, etc. Todos, ou quase, nos representam ameaças vivas aquilo que projetamos ou desejamos para nós.

E o que devemos fazer?

Bom, devemos buscar novos horizontes, acreditar em nossa força e potencial, vencendo nossos medos indo sempre em frente. Muitos vão dizer que não é fácil porem necessário eu já prefiro dizer a você que é fácil e mais que necessário.

O x da questão está no domínio de nossa mente, se você não tem controle do que você pensa, então não há como dominar nem suas vontades, quanto mais seus medos. Parafraseando Sidartha Gautama, “nós somos hoje, o resultado de nossos pensamentos de ontem.” Se você planeja uma mudança em sua vida e sempre que for pensar nela, criar situações mentais em que o medo está sempre presente, meu amigo, você está fadado ao fracasso.

Faça algo para controlar sua mente, não importa qual seja a filosofia a crença ou a prática, apenas faça e busque o controle de suas emoções, de seus medos, anseios, e tente se tornar uma pessoa melhor, quando o medo nos domina, nosso lado primitivo é evidenciado o que nos torna pessoas mais grosseiras, mais amargas e menos racional.

Então domine seus sentimentos, ansiedades e seus medos, torne-se uma pessoa desprovida de sentimentos amargos e faça a mudança do Mundo a sua volta, pois o Mundo muda na mudança da mente.

Frater Aurum

Paz Profunda

#medo #Rosacruz

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-legado-do-medo

Tragédia e Fortuna

Por Livio Nakano e Igor Teo

Existe um viés permanente de entendimento ao se imaginar que a realidade do filósofo ou das ideias estudadas equivaleria à sua própria, cidadão do século XX ou XXI. Na verdade, quando lemos um autor medieval, persa, romano ou helenístico, a ideia de historicidade não é apenas útil – é indispensável! Se não, caímos em lugares comuns, confundimos alhos com bugalhos e perdemos o fio da meada que estaríamos procurando encontrar. Foi tendo isto em mente que nós iniciamos uma interessante conversa que rendeu algumas reflexões.

Há uma linha de estudos acadêmicos conhecida como história da psicologia. Ao contrário do que o nome possa sugerir, ela não trata apenas do estudo da história da psicologia em si (como, por exemplo, em qual ano Freud escreveu seu último texto ou quando se abriu um cérebro pela primeira vez). Estudar história da psicologia é, sobretudo, estudar a história das ideias psicológicas, como estas surgiram, sobreviveram e cambiaram com o passar do tempo. Ideias psicológicas são, por sua vez, todas as concepções que o homem cria sobre si próprio, isto é, ideias que o homem construiu ao longo da história sobre emoção, razão, alma, e todas estas demais questões pertinentes que hoje são temas da recente psicologia científica. Pensar em termos da história da psicologia é entender a história e as motivações de nosso pensamento. Entender que ideias diferentes têm origens diferentes e razões diferentes, e essas diferenças refletem, sobretudo, o contexto socio-histórico das mesmas.

 Ao pensarmos nos rumos da história, o seu desenrolar óbvio e ao mesmo tempo incerto,  questionamentos nos podem vir à mente. Até que ponto somos produtos de um passado se projetando ao futuro? Até que ponto somos livres para reinventar o porvir? Que peso damos a própria noção de Livre-Arbítrio enquanto valor necessário e capaz de libertar qualquer mortal das tramas sórdidas do destino ou de criar crescimento e evolução a partir de dificuldades, dor e desgraças, ignorando até rumos mais fortes como circunstâncias ambientais e geográficas, ciclos celestes e até a providência divina?

 Na Grécia Antiga, por exemplo, salvo raras exceções, acreditava-se que o destino dos homens pertencia aos deuses e não cabia aos mortais o poder de mudá-lo A história de Édipo é um exemplo de que por mais que se tente fugir do seu destino, você ainda estará o executando. E mesmo os primeiros filósofos cristãos não eram partidários do livre-arbítrio. Agostinho de Hipona, uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente, já falava em predestinação divina muito antes de Calvino e da Reforma Protestante. No mundo moderno, por sua vez, é comum a crença de que somos capazes de tudo e só não obtemos por mera e talvez momentânea falha nossa. Estão aí os livros de autoajuda para todo mundo que quer abrir uma empresa e ser o próximo Eike Batista.

 Para quem se ergue é fácil compor todas as dificuldades da vida em uma sequência narrativa inevitável. Assim como para quem desaba.  Até onde nosso presente foi só fruto de nossas decisões e acordos, até que ponto foi fruto de um destino, e até que ponto, isto foi ou seria negociável? Isto lembra muito ao excelente filme “De Volta para o Futuro”, onde todo o futuro do protagonista dependia de um simples baile de formatura de ginásio nas mais variadas e diferentes direções – o presente original, o futuro alterado do primeiro filme, do segundo, e etc. E se tais momentos cruciais existem, seriam a todo o momento e a toda hora, e talvez, tão lábeis assim, como no filme? Afinal, para cada baile de formatura, existem centenas de tardes e noites que passamos no sofá de nossa casa (e talvez, nosso “livre arbítrio”, muitas vezes, se limite a escolher o passivo momento da inércia, em detrimento de uma trabalhosa e incerta oportunidade, que pode tanto oferecer tragédia como fortuna).

Indo na contracorrente de uma ciência determinista, que procura a medição e o controle absoluto de variáveis para determinar exatamente os possíveis resultados, Jean-Paul Sartre vai construir uma filosofia da liberdade. O filósofo não vai negar as determinações que condicionam uma realidade, mas ao mesmo tempo vai defender veemente a liberdade pessoal, ainda que condicionada aos determinantes. Dizia ele que a todo o momento nós estamos fazendo escolhas, e dizer que as determinações nos coagem a optar por algo, ignorando o nosso próprio poder de decisão sobre as mesmas, é o tipo de atitude que ele vai chamar de má-fé. A frase sintetizadora de sua filosofia é “o importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós“. Para Sartre, não posso evitar que alguém escolha me dar um tapa, mas eu posso escolher revidar ou me abster. Mas foi essa uma escolha verdadeira ou ela existiu apenas por causa de uma pré-disposição que eu já tinha em mim, produto de minha própria história pessoal, para revidar ou abster? Pois e se realmente não houver liberdade, dizer que alguém é responsável por seu sofrimento não seria culpar a vitima?

 Sartre resume bem o dilema: um mesmo fato, dividido em pessoas diferentes, pode resultar em traumas de infância, em perversões sexuais, em obras artísticas plásticas ou musicais, em anos e anos de análise ou em religiosidade e transcendência. Só que talvez não dependa unicamente de uma crucial decisão, mas sim, da estrutura e das ferramentas que o mesmo possuiria.

 Um limite da ciência, é que ela não tem como avaliar uma hipótese onde se observe múltiplas variáveis oscilando durante o período de estudo. Outra é que deve haver um limite para o período de observação. Mas uma coisa possível é reconhecer que pessoas são e serão diferentes. Há pessoas que toleram o treinamento do BOPE e outras que trincam e nunca mais se levantam na primeira decepção romântica. Não é todo o mundo que nasceu para ser caveira. E aquela criatura que carrega eternamente uma mágoa do bullying de infância pode não ser necessariamente apenas um “bunda mole”.

 Este tipo de questionamento pode estar presente na paternidade ou maternidade. Quando nossos filhos nascem, podemos querer que sejam doutores, meritíssimo e excelências, mas não dá para saber se eles serão revolucionários ou conservadores, homossexuais ou heterossexuais, hereges ou fanáticos, mesmo com todo nosso esforço, exemplo e educação doméstica. Ou seja, nossos amados filhos terão um destino próprio a cumprir, que podemos e iremos ajudar, mas jamais determinar. Que podemos oferecer valores, limites, disciplina, mas não temos como interferir na sua soberana escolha de exercício de sua afetividade (seja em gênero, classe social, raça, religião).

 E pensar seletivamente, em critérios de exclusão, pode ser legal em vestibular, em concursos, em atletas olímpicos, especialmente se você é um dos ungidos, um dos vencedores – mas não quando procuramos inclusão e abraçar ao todo, à humanidade em si, a valores como fraternidade, e quando queremos dividir tudo o que conquistamos com pessoas que “não se encaixariam” em extremos de meritocracia, mas que você tanto ama.

#Reflexão #história #Filosofia #liberdade #reflexões

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Teoria das Janelas Partidas

Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social. Deixou duas viaturas abandonadas na via pública, duas viaturas idênticas, da mesma marca, modelo e até cor. Uma deixou em Bronx, na altura uma zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia.

Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local.

Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto manteve-se intacta.

É comum atribuir à pobreza as causas de delito.

Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras, (da direita e da esquerda). Contudo, a experiência em questão não terminou aí. Quando a viatura abandonada em Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava há uma semana impecável, os investigadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto.

O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre.

Por quê que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso?

Não se trata de pobreza. Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia humana e com as relações sociais.

Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação que vai quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como o “vale tudo”. Cada novo ataque que a viatura sofre reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores, se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.

Em experiências posteriores (James Q. Wilson e George Kelling), desenvolveram a ‘Teoria das Janelas Partidas’, a mesma que de um ponto de vista criminalístico conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores.

Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito.

Se se cometem ‘pequenas faltas’ (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar-se um semáforo vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves. Se se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.

Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas (que deixa de sair das suas casas por temor a criminalidade) , estes mesmos espaços abandonados pelas pessoas são progressivamente ocupados pelos delinquentes.

A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, o qual se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade. Começou-se por combater as pequenas transgressões: graffitis deteriorando o lugar, sujeira das estacões, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.

Posteriormente, em 1994, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Partidas e na experiência do metrô, impulsionou uma política de ‘Tolerância Zero’.

A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana. O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York.

A expressão ‘Tolerância Zero’ soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança. Não se trata de linchar o delinquente, nem da prepotência da polícia, de fato, a respeito dos abusos de autoridade deve também aplicar-se a tolerância zero.

Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito. Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.

Essa é uma teoria interessante e pode ser comprovada em nossa vida diária, seja em nosso bairro, na vila ou condominio onde vivemos, não só em cidades grandes.

A tolerância zero colocou Nova York na lista das cidades seguras.

Esta teoria pode também explicar o que acontece aqui no Brasil com corrupção, impunidade, amoralidade, criminalidade, vandalismo, etc.

Pense nisso!

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