Aleister Crowley e a mediunidade em Thelema – Keron-E

O Boteco do Mayhem (Marcelo Del Debbio, Thiago Tamosauskas, Rodrigo Elutarck, Ulisses Massad, Jesse Puga, Paulo Jacobina, Tales de Azevedo, Barbara Nox e Robson Belli) conversam com Keron-E sobre Aleister Crowley e a mediunidade

Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as, 5as e sábados com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados. Além disto, temos grupos fechados no Facebook e Telegram para debater os assuntos tratados aqui.

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O papel do Thelemita na divulgação da Lei de Thelema

Por Jonatas Lacerda

Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei.

Os eventos mundiais que presenciamos e a clareza de um colapso social eminente expõem a necessidade de uma revisão completa das bases de conduta moral. É necessário rever os papéis desempenhados por cada integrante da sociedade e do governo, avaliando cada ação sob diversos pontos de vista e procurando sempre desenvolver trabalhos para o crescimento do ser humano como um todo. A Lei de Thelema traz a fórmula para esta revisão, com base em seus preceitos é possível atualizar os paradigmas da convivência em comunidade e da convivência com a natureza. Não há como garantir que este colapso possa ser evitado, assim como é impossível acreditar em mudanças drásticas ou ainda pensar que o estabelecimento do Novo Æon trará a perfeição à Terra. A globalização dos preceitos Thelêmicos, no entanto, podem gerar uma mudança de perspectiva, a consciência desse Æon e dessa Lei pode fazer com que o próprio ser humano defina outros modelos de curso, procurando viver mais harmonicamente consigo, com o próximo e com a natureza, zelando pelo respeito e pela completa liberdade.

Divulgar a Lei de Thelema é a única forma de garantir que seu conceito e seus preceitos sejam difundidos. Essa difusão culminará em resultados práticos de grande valor ao ser humano, tanto no que se refere ao indivíduo, quanto ao que se refere à comunidade. Não há como manifestar completamente uma ideia sem divulgá-la, uma grande ideia ou conceito não deve ser segregado, ainda mais quando estamos falando de algo tão crucial para o Æon, fazê-lo é ir contra os preceitos da própria Lei. Não vejo razão para se manter em silêncio diante do horror das máquinas do velho Æon. Thelemitas são homens e mulheres de guerra, que visam um futuro melhor para si, para o outro, para a Nação e para a Terra. O Thelemita que se omite, o faz em detrimento da mesma Lei que ele diz seguir, a omissão é o mais maligno dos males, ela é capaz de matar, sem exprimir sequer uma palavra. A Lei do Forte: esta é a nossa Lei e a alegria do mundo.

Ao procurar avaliar as ações do indivíduo de acordo com os padrões éticos da Lei de Thelema, notamos que cada ato acaba sendo medido de acordo com esta Lei universal e infalível, aqueles atos corretos se provam corretos e aqueles dúbios ou certamente incorretos, são punidos pelo efeito natural daquele ato, sem qualquer intervenção direta. A avaliação do efeito de uma determinada ação é capaz de provar a realidade do Novo Æon e a influência direta de uma Lei no indivíduo e no meio. Desta mesma forma, a aplicação desses conceitos nas diversas camadas da sociedade, certamente nos levará a um avanço considerável em nossa conduta, ética e valores.

A divulgação da Lei de Thelema é certamente o primeiro passo para alcançar todo o avanço que abordamos. No entanto, é necessário entender que divulgação não deve ser entendida como conversão, aliás, o conceito de conversão deve ser completamente afastado de nosso meio e a divulgação em si deve, de alguma forma, expor explicitamente que a intenção está em divulgar um conceito e não em converter ou empurrar esse conceito como verdade fundamental. Portanto, é essencial divulgar com zelo e com responsabilidade, levando-a ao maior número de pessoas possível, mas sem ferir os direitos fundamentais delas.

Há muitas formas de se divulgar a Lei de Thelema e cada Thelemita pode ainda apresentar novos modelos a cada dia. A intenção deste texto é abordar itens importantes que estão diretamente ligados ao papel do Thelemita e ao formato mais efetivo que pode ser adotado na divulgação da nossa Lei.

É obrigação do Thelemita divulgar a Lei de Thelema?

Como aceitar uma tão perfeita Lei e não querer instantaneamente divulgá-la e trabalhar para estabelecê-la? Por mais que seja uma obrigação, esta é uma obrigação gratificante, já que essa divulgação possibilita o aumento gradativo de nossos horizontes.

É certo que a divulgação não é, por si só fácil e também não é recompensadora, já que seus resultados são quase imperceptíveis, mas devemos manter sempre em mente aquilo que está escrito no Livro da Lei I:44 “Pois a vontade pura, aliviada de objetivo, livre do desejo de resultado, é em todos os modos perfeita.”. Precisamos manter o desejo de resultado distante também da divulgação da Lei de Thelema.

Mesmo sendo uma obrigação implícita, não é possível ditar como cada Thelemita irá optar por divulgar a Lei e também não cabe a nenhum outro Thelemita dizer que o trabalho de A está certo ou errado, ou ainda se B divulga ou não a Lei. A estrita observância é interna, cada um deve ter a consciência do que faz e cada um deve julgar a si mesmo, procurando sempre evoluir e caminhar mais e mais em direção do Novo Æon.

O que deve ser divulgado?

Uma resposta clara e direta seria o Livro da Lei, haja visto que ele concebe a Lei e tem as bases (e chaves) do Novo Æon. Todavia, o conteúdo do Livro concebe a Lei, cabe a nós estudá-la e difundi-la (“A Lei foi proclamada. É para nós interpretá-la e estabelecê-la.” Aleister Crowley em O Método de Thelema), assim como repassar o produto desses estudos aos que encontram essa Lei. Também em O Método de Thelema encontramos “Quanto mais se examina mais profundas são as implicações da Lei de Thelema, mais se entende que ela constitui uma síntese sublime, e a única possível, dos ensinamentos de cada ciência, da embriologia à história.” e com base nisto percebemos que o estudo da Lei está intimamente ligado a cada área do pensamento humano e que este estudo ainda está começando e com certeza passará por diversos modelos com o passar do tempo. A questão principal neste contexto é, há muito a ser estudado sobre o real efeito da aplicação da Lei de Thelema e sobre o resultado a curto, médio e longo prazo. Portanto, no que cabe à divulgação, um embasamento estritamente filosófico é crucial para deixar claro qual é o nosso objetivo, método e modelo.

Existe mais um ponto importante, de que forma uma pessoa que não teve contato com nenhuma informação mística ou mágica terá condições de assimilar ao menos a parte bruta da mensagem? Mesmo que o conteúdo gere uma atração inicial no leitor, será ele capaz de chegar a alguma conclusão sem um embasamento filosófico mais claro e pertinente? Uma introdução foi adicionada ao Livro da Lei, isto sugere que realmente é necessário contextualizar o indivíduo que está, pela primeira vez, em contato com este universo.

O exposto não é extremamente conclusivo e deixa em aberto algumas questões que precisam ser consideradas quando iniciamos qualquer trabalho que tenha ligação direta ou indireta com a Lei de Thelema. De forma muito genérica é possível dizer que cada modelo de divulgação pode adotar um formato específico de abordagem, porém deve sempre estar conectado ao Livro da Lei, haja visto que ele é a base de tudo.

De forma geral é possível considerar que a divulgação da Lei de Thelema deve utilizar o Livro da Lei como base e outras instruções (um exemplo é nossa Carta de Liberdade, Liber OZ) que sejam capazes de prover mais luz e entendimento àqueles que desejam e precisam. Como ressalva, é importante frisar o que está escrito no Livro da Lei III:42 “O sucesso é a tua prova: não argumentes, não convertas; não fales demasiado!“.

Saindo do modelo comum e mais utilizado de divulgação podemos ainda abranger qualquer outro método, isto é, tudo pode se tornar um veículo direto ou indireto utilizado para levar, de alguma forma, a Lei de Thelema ao mundo. Hoje, temos sites, blogs, livros, revistas, canções, poesias e muitos outros modelos que podem ser utilizados com objetivo de expandir a consciência do Æon da Criança Coroada e Conquistadora. Muitas coisas podem ser feitas, neste ponto entra a criatividade de cada Thelemita e esta criatividade pode sim fazer a diferença, pois ela pode levar a outras pessoas essa Lei de Liberdade e talvez, essa é a Lei que esta pessoa esperava. Existem muitas estrelas por aí…

De que forma a Lei de Thelema deve ser divulgada?

Esta é uma questão cuja resposta é muito simples, a Lei de Thelema deve ser divulgada com responsabilidade e o material disponibilizado deve ser sempre da mais alta qualidade, exigindo sempre uma estrita observância da verdade e da coerência do exposto. Quanto ao Livro da Lei, está claro em III:47 “Este livro deverá ser traduzido para todas as línguas; mas sempre com o original na escrita da Besta; pois na forma casual das letras e suas posições de uma para outra: nisso estão mistérios que nenhuma Besta adivinhará . Que ele não procure tentar; mas um virá após ele, de que lugar eu não digo, que descobrirá a Chave de tudo. Então esta linha traçada é uma chave: então este círculo enquadrado em sua falha é uma chave também. E Abrahadabra. Será a criança dele & isso estranhamente. Que ele não vá atrás disso; pois desse modo ele pode cair sozinho.“. Tudo que está ligado a Lei de Thelema deve ser tratado com a mais alta dedicação e deve ser propagado com cuidado e sempre mantendo a essência da origem.

É assegurado a todo Thelemita o sagrado direito de manter uma visão estritamente pessoal das bases místicas e mágicas do Novo Æon e eu acredito, sinceramente, que o ato de compartilhar seu pensamento é o mais importante ato para o crescimento e evolução da humanidade sob este Æon. O único ponto importante sobre isso é a necessidade de se lembrar que os olhos do escritor enxergam de forma diferente dos olhos de seus leitores, cada um vê de uma forma, mesmo que em alguns casos uma forma única é encontrada. Na verdade, o mais importante é não continuar cegos e perdidos, procurando eternamente por um deus morto.

Existe um público alvo?

A resposta desta questão pode ser encontrada no próprio Livro da Lei, I:34 “Mas ela disse: os ordálios eu não escrevo: os rituais deverão ser metade conhecidos e metade ocultos: a Lei é para todos.” e em III:39 encontramos a afirmação “Tudo isso e um livro para dizer como tu fizeste para chegar até aqui e uma reprodução deste manuscrito para sempre — pois nele está a palavra secreta & não somente em Inglês — e teu comento a respeito do Livro da Lei deverá ser graciosamente impresso em tinta vermelha e preta sobre um belo papel feito à mão; e para cada homem e cada mulher que encontres, seja para jantar ou para beber com eles, esta é a Lei a dar. Então, isso é sem importância. Então eles se arriscarão a permanecer ou não nessa bem-aventurança. Faz isso rapidamente!“. Podemos notar claramente que A Lei é para todos e que o Livro da Lei é o livro que deve ser entregue para cada homem e cada mulher que encontrarmos.

Neste ponto, é necessário abrir um parênteses direcionado à visão de Aleister Crowley e de Marcelo Motta sobre a interpretação de AL III:39:

“…”a eles” pode significar “em casa deles”, isto é, nós devemos saudar com a Lei, quando reconhecemos qualquer pessoa com um rei em potencial, como aceitação de sua hospitalidade. Um significado alternativo é em honra deles.”

Aleister Crowley, no livro Os Comentários Mágickos e Filosóficos do Livro da Lei

“O significado é: a Lei deve ser dada a todo casal de homem e mulher de quem aceitamos um convite para beber ou comer. Não é necessário que sejam casados.”

Marcelo Ramos Motta, em nota no livro Os Comentários Mágickos e Filosóficos do Livro da Lei

Todo homem e toda mulher tem o sagrado direito de ter acesso e de ler o Livro da Lei, aceitá-lo é uma questão interna a cada um e a aceitação deve partir exclusivamente do indivíduo e este não deve se sentir de forma alguma forçado ou induzido a aceitá-lo.

O problema: minha maior questão é sobre como executar esta tarefa de forma tão explícita, a tarefa é clara, mas mesmo assim eu não consigo simplesmente entregar o Livro a qualquer pessoa, uma força (que considero opositora ao Æon de Hórus) me faz avaliar se a pessoa está ou não apta a ler o Livro. Ora, se a Lei é para todos, como posso simplesmente privar uma pessoa do conhecimento desta fonte de boas novas e de alegria? Como posso me achar superior ao ponto de poder tomar uma decisão que cabe apenas ao indivíduo? Estas perguntas eu realmente não tenho como responder, porque são perguntas que eu me faço sempre e minha resposta vai de encontro ao fato de que, por bem ou por mal, posso me prejudicar quando não faço esta distinção, porém não me sinto nada bem quando me pego fazendo. Mais uma vez, quem sou eu para dizer que este pode e aquele não pode ler o Livro da Lei?

É muito claro que numa sociedade claramente de maioria Cristã é extremamente difícil executar o trabalho de divulgação da Lei de Thelema sem enfrentar a intolerância e a falta de visão normalmente encontradas nesses meios. Por este motivo ainda não sei como tratar diretamente este ponto.

O preconceito que podemos enfrentar é muito grande e com o advento da internet isso pode rapidamente afetar até o ambiente de trabalho. Eu mesmo já tive que ouvir piadas infames no meu trabalho oriundas de pesquisas pelo meu nome em ferramentas de busca como o Google. Eu não nego o que sou, sou Thelemita e ponto, mas não posso negar que fui vítima apenas de piadas e pelo menos até hoje não tive que enfrentar o preconceito de frente. Negar a existência deste preconceito, é negar que o Brasil é de maioria Cristã / Católica. Por isto, ainda tenho receio de entregar abertamente o Livro da Lei a todo homem e toda mulher que eu tenha contato. Meu receio pode ser uma falha, já que minha vontade é entregar.

O Thelemita deve passar sua visão pessoal como forma de introdução?

Tudo que está escrito sobre a Lei de Thelema que não está no Livro da Lei é fruto de uma visão pessoal, não acredito que seja um problema passar uma visão pessoal sobre esta Lei e sobre sua filosofia, mas acredito que o exagero pode levar à uma tentativa errada de conversão. Mais uma vez, é importante que o indivíduo queira estar sob esta Lei, é importante que ele aceite por si só, sem que haja interferência no fluxo dos eventos.

A leitura do Livro é e deve ser muito particular, assim como a aceitação e posteriormente o trabalho para se livrar das correntes da escravidão e livrar-se das correntes é algo que é muito mais do que difícil, estamos tão enraizados nestes conceitos escravagistas que a possibilidade de liberdade causa, em alguns casos, um certo terror. A consciência da não existência de um deus que o castigará torna o indivíduo livre, mas em consequência o indivíduo torna-se seu próprio deus, e ele é o responsável por seus atos e não há a quem culpar, ou alguém que possa redimí-lo. Não há redenção, não há pecado, mas há uma Lei inefável que rege o universo e respeitá-la é seu dever como indivíduo e como Thelemita. “Não há lei além de Faze o que tu queres” AL III:60.

Divulgar e Converter – como fazer um sem fazer o outro?

A solução para este dilema está no Livro da Lei III:42 “O sucesso é a tua prova: não argumentes, não convertas; não fales demasiado!“. São três ordens diretas e claras, quando argumentamos muito ou falamos muito sobre algo, há uma tendência normal de conversão, tentamos passar para o outro a nossa experiência, a nossa visão e tentamos automaticamente mostrar a ele o quanto é maravilhoso e bom viver sob esta Lei, o que não é mentira, mas tende à conversão.

Devemos divulgar sim, converter nunca. Nós podemos prover o acesso ao Livro da Lei, facilitar o acesso ao material de cunho Thelemico, trocar experiências e sem sombra de dúvida unir para somar, no entanto, é preciso se manter sempre alerta para que pequenos deslizes que tendenciem à conversão não existam.

Continuidade – como prover material essencial àqueles que aceitaram o Livro da Lei?

Pessoalmente, eu acho extremamente difícil divulgar a Lei de Thelema sem, em contrapartida, oferecer informações que possam dar continuidade ao processo de desenvolvimento do indivíduo que se identificou com o a Lei do Novo Æon. Sem dúvida, este problema é bem menor em países cujo idioma nativo é o inglês, o que não é o caso. Muito material já foi disponibilizado em português, mas ainda falta muita coisa a ser traduzida. Sem um conteúdo sério e razoavelmente organizado é impossível dar continuidade ao processo pessoal, já que a evolução fica obstruída pela falta de continuidade.

Além disso, é importante que estudos filosóficos, análises da sociedade e do governo, e avanços nas teorias de aplicabilidade da Lei de Thelema no mundo sejam realizados constantemente por todos os Thelemitas, cada um em sua área. Com estes avanços será possível atingir outras camadas da sociedade, podendo assim elevar os resultados concretos da aplicação da Lei de Thelema no indivíduo, no cotidiano, na sociedade e no governo, visando o desenvolvimento humano sob as bases do Æon de Hórus.

Considerações finais

A Lei de Thelema provê uma fórmula perfeita para o crescimento e evolução da humanidade. Os tempos atuais demonstram que apenas com o estabelecimento dessa Lei e com a conscientização da humanidade de que não há deus senão o homem e de que o homem deve respeitar a si mesmo e também ao meio, será possível sobreviver a um colapso. O planeta começa a reagir contra aquele que está o destruindo e é chegado um tempo de mudança e esta mudança precisa ser realizada rapidamente, cabe a nós, definir como essa mudança acontecerá.

Amor é a lei, amor sob vontade.

Publicado originalmente em

http://www.thelema.com.br/espaco-novo-aeon/ensaios/o-papel-do-thelemita-na-divulgacao-da-lei-de-thelema/

#Thelema #Crowley #AleisterCrowley #Thelemita #Aeon

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-papel-do-thelemita-na-divulga%C3%A7%C3%A3o-da-lei-de-thelema

Magia para passar em qualquer Concurso ou Prova

Quase todo dia, pessoas me escrevem pedindo magias ou rituais que os permitam passar em provas, concursos, exame da OAB ou testes de qualquer tipo. Recentemente, recebi autorização dos Poderes Illuminati que regem o Governo Oculto do Mundo para revelar apenas aos leitores deste blog os segredos goéticos para passar magistralmente em qualquer concurso sem levantar suspeitas.

Este é um ritual enochiano complexo que necessitará de seis meses de preparo (para um Exame da OAB ou Concurso Público), acompanhando as tábuas lunares e aspectações astrológicas, de acordo com as anotações deixadas por Aleister Crowley.

Em primeiro lugar, veja a data exata do Concurso. Isso possui uma importância fundamental astrológica no ritual.

Veja seu calendário magístico e marque exatos 6 meses, 6 horas e 6 minutos antes (666). Separe todos os livros e matérias que constam nas “Disciplinas do Edital” ou a “matéria da Prova”. Estes serão denominados de agora em diante “Coelum Philosophorum”. É importante que você separe TODOS os livros que cairão na prova ou concurso, porque precisaremos de todo o conteúdo para o pacto com as forças das trevas.

Caso seja uma prova menor, com menos matéria, o estudante pode começar a preparar o ritual exatamente 6 dias, 6 horas e 6 minutos antes da prova.

O contrato com os demônios da Goécia para realizar o pacto precisa ser feito todos os dias, sem falhas, ou o ritual não funcionará. Segundo Abramelin, durante não menos do que duas horas a cada dia, o Estudante começará a preparar os “Sigilos de Resumo” que são fórmulas cabalísticas para transformar grandes conteúdos literários em pequenos trechos que deverão ser compreendidos no pacto final. Para tanto, separe toda a matéria do Coelum Philosophorum, dividindo-o pelo número de dias que você fará as invocações.

A cada dia, certifique-se que não será perturbado pelos profanos por pelo menos duas horas. Desligue todos os equipamentos eletrônicos ao redor, pois as emanações eletromagnéticas prejudicarão o entrosamento psicomental necessário para contactar os seres goéticos.

O mago deverá usar suas vestes ritualísticas (se não possuir, poderá usar roupas pretas) e, atentamente, leia e faça anotações e RESUMOS em seu Grimório Pessoal com todo o conteúdo dos textos separados (isto é importante para que o mago saiba exatamente o conteúdo total da energia que será exigida na prova, a fim de invocar a entidade goética mais adequada). Segundo McGregor Mathers, Dion Fortune e Peter J. Carroll, esta etapa do ritual é fundamental e não pode ser negligenciada, pois os sigilos ficariam incompletos.

São Cipriano recomenda, em seu livro de capa preta, que o feiticeiro tenha ao seu lado um copo de água cheio, que deverá ser consumido durante estas duas horas de ritual.

Na noite anterior, é necessário que o Adepto medite a respeito dos objetivos e não pense mais no assunto, pois os sigilos precisam ser lançados no Astral para o dia seguinte. Com o tempo e com as práticas ritualísticas, o iniciado dominará qualquer tipo de assunto, bastando para isso incorporar novos livros ao Coelum Philosophorum.

Na hora do exame, toda a matéria resumida nos sigilos aparecerá de maneira mágica e inexplicável na mente do iniciado, trazida diretamente de seu Sagrado Anjo Guardião, fazendo com que ele consiga passar em qualquer prova ou teste!

De Paracelsus a Isaac Newton, de Agrippa a Leonardo DaVinci, todos os alquimistas utilizaram-se deste método que agora está disponível a qualquer digno estudante de ciências ocultas. Desta maneira, o estudante das ciências herméticas conseguirá os melhores resultados na escola, na faculdade ou em qualquer outro lugar, sem despertar suspeitas!

93!

Marcelo Del Debbio

Dies Martis, Sol in Aquarius, Luna in Pisces

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/magia-para-passar-em-qualquer-concurso-ou-prova

Sagrado Anjo Guardião

Por J. R.R. Abrahão

A mais importante invocação que o Mago pode efetuar é a de seu Gênio, Daemon, Anjo-Demônio da Guarda, Santo Anjo da Guarda, Sagrado Anjo Guardião, Amante Secreto, Vontade Verdadeira ou Augoeides.
Essa operação é tradicionalmente conhecida como conseguir o Conhecimento e a Conversação com o Sagrado Anjo Guardião.
O Sagrado Anjo da Guarda (“SAG”), é o nosso poder de consciência, Magia e Gênio.
Nós temos a pesarosa capacidade de ficarmos obsediados com meros produtos de nosso próprio gênio, crendo, por engano, ser o próprio Gênio legítimo, não uma criação nossa.
Os efeitos colaterais dessa obsessão tem um nome genérico, CHORONZON, ou, ainda DEMÔNIOS CHORONZON, pois seu nome é LEGIÃO. Louvar essas criações é aprisionar a si mesmo na loucura, além de invocar desastres eventuais.

Mas CHORONZON, o “outro lado” do AUGOEIDES, só aparece aonde se busca o “SAG”. Daí o perigo da busca frenética e mal dirigida, como está na moda atualmente. Em algumas Escolas Iniciáticas CHORONZON é identificado como o Deus Egípcio ANÚBIS.
Para os que nada buscam, porém, também há uma nefasta criatura espreitando: o HABITANTE DO UMBRAL.
Habitante do Umbral é um conceito metafísico. É nossa própria criação. Ele tende a controlar nossas fraquezas, especialmente através da Vontade e força de vontade. Isso está relacionado à possessão num nível astral. É especialmente dominante nos casos de toxicomania, alcoolismo, tabagismo e outros problemas de vícios em geral.
Para entender a envergadura desses problemas, basta conhecer o nome do Anjo da Guarda junto ao Tantrismo: O Amante Secreto. Portanto, todas as fantasias pessoais, inclusive as sexuais, têm origem na natureza e aparência dessa Entidade. Eis por que todas as anomalias e desvios sexuais têm origem em seus “opostos”, isto é, nos opostos do Amante Secreto.
O Santo Anjo da Guarda é o mais importante dos elos mágicos – e o único seguro – entre os humanos e as “forças externas”.

Aleister Crowley é extremamente claro ao afirmar que o Anjo da Guarda não deve ser confundido com entidades nebulosas como o Eu Superior. Diz ainda que o Anjo da Guarda é um indivíduo real, com seu próprio universo, assim como os seres humanos.
O Santo Anjo da Guarda não é uma entidade subjetiva, nem consiste numa forma de “oposto da consciência” da pessoa. Seus reflexos, porém, podem constituir um potencial de ordem distinta, que pode vir a ser interpretado como o “mal” (ou o “Anjo Mau”), potencial esse que supera, em muito, o de qualquer ser humano.
Esse “Anjo Mau” ou “Mau Anjo da Guarda” é um habitante de uma Zona Intermediária entre os universos humano e não-humano, e é o único intermediário, ou “ponte”, entre esses dois universos.
Esses dois universos, o Solar (ou Dévico), e o Terrestre (ou Assurico), são as Zonas habitadas pelas correntes homônimas, portanto também são as Zonas aonde se situam os Eu Superior e Eu Inferior, respectivamente.
O encontro de um ser humano com seu Anjo da Guarda dá-se na Esfera Cabalística de Tiferet, esfera Solar na Árvore Cabalística.
Tiferet é o assento dessas duas consciências, e até que os seres humanos atinjam Tiferet, permanecerão atados à Corrente Assurica de consciência.
Como conseqüência de não alcançarem Tiferet, os seres humanos não obterão uma consciência real do mundo dévico, mas não tornar-se-ão imunes às radiações e vibrações dessas regiões.
Por outro lado, o Santo Anjo da Guarda, cujo ponto de contato com os seres humanos é em Tiferet, liga a consciência humana com as Esferas além do Universo Solar.
Os reflexos do Anjo da Guarda, porém, também iluminam as paragens Qliphóticas, aonde ele se torna o “Anjo Negro”, posto que as Qliphás são a parte trevosa do Universo, a região das sombras.
Tendo em vista o que foi dito acima, antes de se praticar a Evocação Mágica, o indivíduo deve obter o conhecimento de seu Anjo da Guarda, fator imprescindível para que qualquer operação mágica com Entidades externas não se transforme num fiasco, ou numa tragédia.
É importante ressalvar que o “HGA” é, na verdade, nosso “Deus Pessoal”, nossa “Divindade Pessoal”, e não um Anjinho alado…
Esse “Guardião” que aconselha, protege, encaminha, induz e alerta seu “protegido” não é nenhum anjo – é, isto sim, alguém desencarnado que recebe essa função quando do nascimento de cada indivíduo.
Aliás, o único trabalho que aborda este assunto na extensão devida é o magnífico “Initiation Into Hermetics” de Franz Bardon.
Neste sentido, de “protetor”, o Anjo da Guarda está mais para “Guia” de Umbanda ou Quimbanda, ou ainda para “Babá-Egum” de Candomblé, do que para uma Divindade pessoal.
E por falar em Candomblé, o que chamamos de “nossos Orixás” corresponde muito bem ao conceito de “HGA”. Mas não “o nosso Orixá”, porém “os nossos Orixás”, isto é, o conjunto de Orixás – 2, 3, 4, 5, 6 e até 7 Orixás “combinados” – que formam o Arquétipo perfeito para que efetuemos a união – a União com o Arquétipo – que não é outra coisa que a união com o HGA – o Conhecimento e a Conversação com o Santo Anjo da Guarda.
E quando se fala em “Anjo da Guarda”, vem sempre à mente a pergunta:

– Quem, e o que, são os Anjos?
Logo a seguir, nos perguntamos:
– E quem, e o que, são os Demônios?
Os Anjos são sempre bons?
E os Demônios são sempre maus?
É seguro contatar os Anjos?
É perigoso contatar Demônios?
Anjos e Demônios são Inteligências.
E isto equivale a dizer que são Entidades de certa complexidade, o oposto aos Elementares, cujo nome por sí só explica a simplicidade de constituição.
Também fica claro que, enquanto os Elementares só podem executar tarefas simples, às Inteligências cabem tarefas complexas.
As Inteligências podem ser Originais (naturais) ou Artificiais (fabricadas pela mente humana).
As Originais tem mais poder e maior envergadura desse poder que as Artificiais.
Mas são sempre Entidades poderosas e potencialmente perigosas.
É perigoso afirmar que os Anjos são sempre bons, tanto quanto o é crer que os Demônios são sempre maus.
O correto é afirmar que os Anjos são seres Dogmáticos, enquanto os Demônios são seres Pragmáticos.
Isto equivale a dizer que os Anjos aderem aos Dogmas, são atraídos pelos Rituais Dogmáticos, e identificam-se mais com os Magos que praticam a Magia Dogmática.
Com os Demônios ocorre o inverso – aderem ao Pragmatismo, sentindo-se atraídos pela Magia Pragmática e identificando-se com seus praticantes.
Mas isso não significa que os Demônios sejam bons, pois lhes agrada ver o sofrimento dos seres humanos, quando não causar esses sofrimentos.
Seria mais adequado dizer que aos Anjos cabe a missão de provocar efeitos agradáveis; aos Demônios, de gerar efeitos desagradáveis.
Isto, porém, não significa que os Anjos estejam sempre dispostos a satisfazer os caprichos de qualquer pseudo-mago; eles são Inteligências, seres dotados de imenso poder.
Exigem respeito e moderação.
Bom senso e cautela.
É sempre perigoso contatar Anjos e Demônios, donde se conclúi que o Mago deve ter total controle da situação, para nunca ser subjugado – quer seja por um Demônio, quer seja por um Anjo.
Voltando por um instante ao tema inicial, visando eliminar quaisquer dúvidas, vejamos:
O que se convencionou chamar de Anjo-da-Guarda, isto é, uma Entidade que protege, aconselha, orienta, direciona, é o Espírito de alguém desencarnado, bem no estilo dos “Mentores” Kardecistas, “Guias” de Umbanda e assim por diante; o verdadeiro Anjo-da-Guarda, porém, é o Deus pessoal, o Arquétipo com o qual buscamos união, a mais sublime Energia alcançável pelos seres humanos.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/sagrado-anjo-guardi%C3%A3o

Magia Enochiana para passar no ENEM

Quase todo dia, pessoas me escrevem pedindo magias ou rituais que os permitam passar em provas, concursos ou testes de qualquer tipo. Os mais retardados fazem Pacto Pactorum ou mergulham nas qliphot e só se ferram… Mas seus problemas acabaram! Recentemente, recebi autorização dos Poderes Illuminati para revelar apenas aos leitores deste blog os segredos reptilianos para passar magistralmente no ENEM sem levantar suspeitas.

Este é um ritual enochiano complexo que necessitará de seis meses de preparo (para o ENEM), acompanhando as tábuas lunares e aspectações astrológicas, de acordo com as anotações deixadas por Aleister Crowley. “Sucesso é a única possibilidade!” ele escreveu. E você também conseguirá.

Em primeiro lugar, veja a data exata do Concurso. Isso possui uma importância fundamental astrológica no ritual.

Veja seu calendário magístico e marque exatos 6 meses, 6 horas e 6 minutos antes (666). Separe todos os livros e matérias que constam nas “Disciplinas do Edital” ou a “matéria da Prova”. Estes serão denominados de agora em diante “Coelum Philosophorum“. É importante que você separe TODOS os livros que cairão na prova ou concurso, porque precisaremos de todo o conteúdo para o pacto com as forças enochianas. A nota da Redação tem grande peso na nota final do Enem. Por isso, além de ficar bem informado é necessário focar nas técnicas de redação. Por isso é importante estudar pelo caminho do hermetismo. Em todos estes anos de internet, nunca vi um crente ou satanista que escrevesse direito…

Sei que Você já deve ter ouvido isto antes, mas ler bastante é muito importante para quem deseja escrever bem. Papus e Eliphas Levi já diziam isso e eu apenas reforço seus pensamentos.

O contrato com os anjos enochianos para realizar o pacto precisa ser feito todos os dias, sem falhas, ou o ritual não funcionará. Segundo John Dee, durante não menos do que duas horas a cada dia, o Estudante começará a preparar os “Sigilos de Resumo” que são fórmulas cabalísticas para transformar grandes conteúdos literários em pequenos trechos resumidos que deverão ser compreendidos no pacto final. Para tanto, separe toda a matéria do Coelum Philosophorum, dividindo-o pelo número de dias que você fará as invocações.

A cada dia, certifique-se que não será perturbado pelos profanos por pelo menos duas horas. Desligue todos os equipamentos eletrônicos ao redor, pois as emanações eletromagnéticas prejudicarão o entrosamento psicomental necessário para contactar os seres enochianos.

O mago deverá usar suas vestes ritualísticas (se não possuir, poderá usar roupas pretas) e, atentamente, leia e faça anotações e RESUMOS em seu Grimório Pessoal com todo o conteúdo dos textos separados (isto é importante para que o mago saiba exatamente o conteúdo total da energia que será exigida na prova, a fim de invocar a entidade enochiana mais adequada). Segundo McGregor Mathers, Dion Fortune e Peter J. Carroll, esta etapa do ritual é fundamental e não pode ser negligenciada, pois os sigilos ficariam incompletos.

São Cipriano recomenda, em seu livro de capa preta, que o feiticeiro tenha ao seu lado um copo de água cheio, que deverá ser consumido durante estas duas horas de ritual.

Na noite anterior, é necessário que o Adepto medite a respeito dos objetivos e não pense mais no assunto, pois os sigilos precisam ser lançados no Astral para o dia seguinte. Com o tempo e com as práticas ritualísticas, o iniciado dominará qualquer tipo de assunto, bastando para isso incorporar novos livros ao Coelum Philosophorum e poderá usar este ritual não apenas no ENEM, mas também em outros testes como o vestibular, prova da OAB e concursos.

Na hora do exame, toda a matéria resumida e estudada nos sigilos aparecerá de maneira mágica e inexplicável na mente do iniciado, trazida diretamente de seu Sagrado Anjo Guardião, fazendo com que ele consiga passar em qualquer prova ou teste!

De Paracelsus a Isaac Newton, de Agrippa a Leonardo DaVinci, todos os alquimistas utilizaram-se deste método que agora está disponível a qualquer digno estudante de ciências ocultas. Desta maneira, conseguirá os melhores resultados na escola, na faculdade ou em qualquer outro lugar, sem despertar suspeitas!

93!

Marcelo Del Debbio

Dies Martis, Sol in Aries, Luna in Taurus

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/magia-enochiana-para-passar-no-enem

Vênus-Afrodite: All you need is love!

Olá crianças,

Semana anterior falamos sobre a Razão: um dos 3 pilares da Magia e também dos 3 estados de consciência que precisam ser trabalhados e dominados dentro de cada um de nós. Falei sobre os deuses associados à razão, à lógica e ao entendimento e como os antigos utilizavam-se destas alegorias e representações para facilitar o domínio destes conceitos.

Hoje falaremos sobre o contraponto feminino em nossa mente. Associado ao elemento Água, ao naipe de taças (copas) e ao sagrado feminino, a Emoção está representada na esfera de Netzach.

Antes de prosseguir com a leitura desta matéria, recomendo que vocês leiam (ou releiam) o post sobre Hermes Trismegistrus antes de continuar.

Inanna

A representação mais antiga de Netzach era a deusa Inanna.

Inanna era a deusa do amor, do erotismo, da fecundidade e da fertilidade, entre os antigos Sumérios, sendo associada ao planeta Vênus.

Era especialmente cultuada nos enormes e importantes templos em Ur, mas era alvo de culto em todas as cidades sumérias.

Inanna surge em praticamente todos os mitos, sobretudo pelo seu carácter de deusa do amor (embora seja sempre referida como a virgem Inanna). Inanna representava também a primavera e as festividades relacionadas com o plantio. Sua história conta que como a deusa se tivesse apaixonado pelo jovem Dumuzi (um deus que antes era humano, representante das plantações, que todo ano morria e posteriormente era ressuscitado… já viram este mito em algum lugar antes?). Durante o Inverno, tendo Duzumi morrido, a deusa Inanna desceu aos Infernos para o resgatar dos mortos, para que este pudesse dar vida à humanidade, agora transformado em deus da agricultura e da vegetação no final dos tempos tenebrosos.

É cognata das deusas semitas da Mesopotâmia (Ishtar) e de Canaã (Asterote e Anat), tanto em termos de mitologia como de significado.

Ishtar

Da deusa Inanna, surgiu na suméria o culto a Ishtar.

Ishtar é a deusa mãe dos acádios, herança dos seus antecessores sumérios, cognata da deusa Asterote dos filisteus, de Isis dos egipcios, Inanna dos sumérios e da Astarte dos Gregos. Mais tarde esta deusa foi assumida também na mitologia Nórdica como Easter – a deusa da fertilidade e da primavera.

Esta deusa era irmã gêmea de Shamash (que era o deus solar – preste atenção que isto é importante!) e filha do deus Sin, o deus lunar (e isto também será importante). Até este momento da história, quando os homens não tinham muita certeza sobre como as mulheres geravam os filhos, as principais divindades eram todas matriarcais, e associadas ao Sol.

Assim como Inanna, Ishtar também é representada pelo planeta Vênus.

Eu já havia falado sobre os ritos sexuais do Hieros Gamos AQUI, AQUI e AQUI, então não vou repetir. Além destes rituais, o mais importante festival em honra a Ishtar consistia na Celebração do Equinócio da Primavera.

Neste ritual, os participantes pintavam e decoravam ovos (símbolo da fertilidade) e os escondiam nos campos. Para quem não fez as contas ainda, o Equinócio da Primavera cai aproximadamente dia 21 de Março, inicio do período de plantações.

Estes ovos continham runas e magias de Sigil pintadas cuidadosamente sobre eles (ensinarei sobre magia de Sigil daqui algumas colunas). Estes ovos eram enterradas nos campos e, quando os ovos eram destruídos pelos arados, os desejos escritos nos ovos se realizavam. Esta é a origem dos ovos “coloridos” de “Páscoa” (na verdade, eles não eram apenas “pintados”, mas escritos com runas e sigils de várias cores, representando cada cor e símbolo dos desejos a serem realizados)… calma que chegaremos nos coelhos daqui a pouco.
[um parênteses – hoje em dia, quando alguém vai em um templo de Umbanda e Candomble e recebe uma instrução de um Exú ou Bombo-Gira para acender tantas velas de tal cor para realizar um pedido, ou quando amarramos fitas de cores específicas nos galhos de uma árvore no Japão, no festival de Tanabata, ou quando desligamos nossa mente pintando mandalas com areia colorida, estamos falando do MESMO tipo de magia ritualística, apenas em formas e culturas diferentes – fim do parênteses].

Ísis

Isis é a deusa suprema do panteão egipcio; a grande mãe, a grande deusa, a criadora da vida. Ela era descrita como tendo pele clara, olhos azuis e cabelos negros. Junto com Osíris e Hórus, fazia parte da trindade sagrada dos deuses egípcios.

As lendas diziam que suas sacerdotisas eram capazes de controlar o clima prendendo ou soltando seus cabelos. Seus sacerdotes conheciam como ninguém as artes de trabalhar com metalurgia. Assim como nas culturas anteriores, o culto à deusa-mãe que representava as forças da natureza era muito difundido. Ísis era a deusa da sabedoria, detentora de todos os poderes mágicos dentro nas iniciações das Pirâmides (o chamado “Véu de Ísis”). Repare no “carretel de empinar pipas” que ela carrega em sua mão esquerda. Mais tarde falaremos sobre ele.

Ísis era casada com seu irmão osíris e ambos governavam o Egito. Enquanto Osíris estava espalhando suas idéias de civilização pelo mundo, Isis governava o Egito. Porém, seu irmão Seth era um deus violento e invejoso e queria o trono para si. Quando Osíris retornou a Menphis, Seth convocou 72 auxiliares e o convidou para um banquete. Durante o jantar, ele mostrou um belíssimo baú e disse que qualquer pessoa que coubesse dentro dele seria seu dono. Osíris coube perfeitamente, mas Seth e seus seguidores fecharam o baú com chumbo derretido e jogaram a caixa no Nilo.

A caixa chegou na Fenícia, onde uma árvore de Tâmaras cresceu ao seu redor. Mais tarde, quando esta árvore foi cortada e levada para fazer um pilar de um templo no palácio do rei, o odor da árvore era tão maravilhoso e diferente que a história acabou chegando até os ouvidos de Ísis e Seth.

Seth chegou primeiro ao baú e despedaçou o corpo de Osíris em 14 pedaços, que espalhou pelo Egito. Quando Ísis conseguiu chegar até o baú, ficou desesperada e começou a procurar pelas partes de Osíris por toda a terra, até que conseguiu recuperar todas as partes de seu amado (exceto seu falo, que havia sido devorado por um caranguejo) e levá-lo para os pântanos da deusa cobra Buto. Ali, utilizando-se de magias de Thoth e Anubis, Ísis conseguiu reanimar a essência de seu amado tempo suficiente para gerar um filho (sem contato sexual), chamado Hórus. Ísis era considerada uma deusa-virgem até então, de onde pode-se dizer que Hórus nasceu de uma Virgem.

Hórus simboliza a criança do solstício de Inverno; a esperança que o sol mais uma vez surgirá após o tenebroso inverno.

Em seguida, Ísis realiza os ritos de embalsamar, preparando Osíris para a viagem ao Próximo Mundo. Ísis e Hórus permanecem no pântano de Buto até que Hórus esteja forte o suficiente para desafiar seu tio Seth.

Quando estava em idade adequada, foi chamado um conselho dos deuses e Hórus pediu a eles que recuperasse o trono que era seu por direito. Todos os deuses votaram para que o trono permanecesse com Seth, exceto Toth (a Razão). O trono permanecia com Seth.

Ísis começou a proferir maldições e Seth ficou furioso, ameaçando matar um deus por dia até que os deuses decidissem a seu favor. Para evitar maiores problemas, Rá ordenou que a votação fosse movida para um santuário em uma Ilha e deu instruções ao barqueiro Ani para que nenhuma mulher cruzasse aquelas águas.

Ísis, então, decidiu usar um estratagema: transformou-se em uma linda donzela e, disfarçada, subornou Ani para que a levasse até a ilha de santuário de Seth, onde o seduziu com sua beleza. Quando Seth estava prestes a cair em sua sedução, ísis contou a ele que era uma viúva com um filho, cuja herança em gado havia sido tomada injustamente por seu tio estrangeiro, e perguntou o que ela deveria fazer para ajudar o filho da viúva. Seth disse a ela que o filho dela era o verdadeiro herdeiro.

Ísis foi, então, até o conselho dos deuses onde contou a todos o que havia acontecido e, dado que o julgamento foi proferido pela própria boca de Seth, os deuses não tiveram outra alternativa senão entregar o trono a Hórus.

Seth pediu, então, que o trono fosse disputado em uma batalha entre os dois e o conselho concordou. A partir de então, os dois deuses combatem, sendo responsabilidade de Toth velar para que haja sempre equilíbrio entre as estações.

Ísis era considerada uma deusa LUNAR. Ao contrário de suas predecessoras, que eram divindades solares, a partir do Egito as deusas femininas que possuem as atribuições sexuais e de fertilidade passam a adquirir atributos lunares. Isto se deve, em parte à associação do ciclo menstrual feminino (de 28 dias) com os ciclos lunares e, em parte, com a tomada do poder pelo patriarcado, que elevou o Sol à categoria de deus masculino dominador todo-poderoso.

Afrodite

De acordo com a Teogonia, de Hesíodo, Afrodite nasceu quando Urano (pai dos titãs) foi castrado por seu filho Cronos/Saturno, que atirou os genitais cortados de Urano ao mar, que começou a ferver e a espumar, esse efeito foi a fecundação que ocorreu em Tálassa, deusa primordial do mar. De aphros (“espuma do mar”), ergueu-se Afrodite e o mar a carregou para Chipre. Assim, Afrodite é de uma geração mais antiga que a maioria dos outros deuses olímpicos.

Após destronar Cronos, Zeus ficou ressentido pois tão grande era o poder sedutor de Afrodite que ele e os demais deuses estavam brigando o tempo todo pelos encantos dela, enquanto esta os desprezava a todos. Como vingança e punição, Zeus fê-la casar-se com Hefesto, que usou toda sua perícia para cobri-la com as melhores jóias do mundo, inclusive um cinto mágico do mais fino ouro, entrelaçado com filigranas mágicas. Segundo Homero, Afrodite e Hefesto se amavam mas, pela falta de atenção deste, que estava sempre envolvido com os trabalhos encomendados pelos deuses, Afrodite começou a trair o marido com Ares.

Suas festas eram chamadas de “Festas Afrodisíacas” e eram celebradas por toda a Grécia, especialmente em Atenas e Corinto. Suas sacerdotisas eram consideradas prostitutas sagradas, que representavam a própria Afrodite, e o sexo com elas era considerado um meio de adoração e contato com a Deusa. Com o passar do tempo, e com a substituição da religiosidade matriarcal pela patriarcal, Afrodite passou a ser vista cada vez mais como uma Deusa frívola e promíscua, como resultado de sua sexualidade liberal.

Afrodite/Vênus representa as paixões incontroladas, o espírito deixado levar pelo sentimento, as forças primordiais do SENTIR, incontroláveis. Vênus simboliza a emoção pura. O desejo, ciúmes, amizade, amor, ódio, luxúria, a arte, inspiração, etc… todos os sentimentos que não podem ser controlados pela Razão são de domínio de Vênus. Tudo o que não pode ser contabilizado, quantificado ou racionalizado pertence à Esfera de Vênus… a esfera de Netzach.

Eostre

Eostre ou Ostera é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. A primavera, lebres e ovos pintados com runas eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados.

A lebre (e NÃO um coelho) era seu símbolo. Suas sacerdotisas eram capazes de prever o futuro observando as entranhas de uma lebre sacrificada (claro que a versão “coelhinho da páscoa, que trazes pra mim?” é bem mais comercialmente interessante do que “Lebre de Eostre, o que suas entranhas trazem de sorte para mim?”, que é a versão original desta rima.

A lebre de Eostre pode ser vista na Lua cheia (vide desenho neste post) e, portanto, era naturalmente associada à Lua e às deusas lunares da fertilidade.

De seus cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de Março. Eostre ou Ostera (no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora” (ou novamente, o planeta Vênus). É uma Deusa anglo-saxã, teutônica, da Primavera, da Ressurreição e do Renascimento. Ela deu nome ao Sabbat Pagão, que celebra o renascimento chamado de Ostara.

Afrodite/Vênus na Kabbalah

A Árvore da Vida representa um mapa dos estados de consciência humanos. Vamos falar mais detalhadamente sobre isso em posts futuros, mas vou fazer a referência agora e vocês podem retornar e ler novamente este texto mais tarde, ok?

Em razão de sua ligação com o amor incondicional e com as emoções, Vênus está associado na Kabbalah à sétima esfera (sephira), chamada Netzach (Vitória). Netzach representa a emoção pura, o amor, desejo, luxúria, as águas torrentes das paixões. Enquanto Hod, sua contraparte racional, é simbolizada pelos ventos frios do deserto, Netzach é associada ao elemento Água e ao lado feminino de nossos pensamentos.

Netzach está associado ao planeta Vênus, ao metal cobre, ao incenso de benzoin e rosas, às rosas, à cor verde, à esmeraldas, velas e aos cinturões. Netzach influencia os Caminhos de Qof (29), a “antiga bruxa”, a conexão entre o Emocional e o Plano Físico, representado pelo sentimento que deu origem a todas as grandes festividades ao redor das fogueiras; Tzaddi (28) a “Estrela”, que liga as fortes conexões entre o Plano Astral e o Emocional. É um caminho tão importante que Aleister Crowley o substituiu com o caminho de Heh (Imperador) no cruzamento do Abismo (falaremos sobre isto mais adiante, mas por enquanto, lembrem-se da frase “Todo Homem e toda Mulher é uma estrela”). Peh (27), a Torre, o caminho turbulento que conecta a esfera da Razão Pura à esfera da Emoção Pura. Imaginar este estado de consciência é como colocar um fanático cético com um fanático religioso para discutir. Mais cedo ou mais tarde, a estrutura vai rachar ao meio.

Da conexão entre Netzach e Tiferet está Nun (24), a terrível Morte através do sacrifício pela Humanidade, a maneira do caminho da Mão Direita para se chegar a Ascensão. A frase usada ad nauseam pelos católicos e evangélicos (“Jesus morreu para nos salvar”) vem de uma má interpretação ou de uma interpretação literal deste caminho. O quinto caminho, conectando os rituais de fertilidade com a esfera da prosperidade (Hesed) é o caminho de Koph (21), também conhecido como a “Roda da Fortuna”, que rege os ciclos da natureza.

Assim como os excessos de Hod criam os fanáticos-céticos, os excessos de Netzach criam os fanáticos religiosos: Aqueles que acreditam em algo baseados apenas na fé, sem razão nem imaginação. Como eu já disse alguns posts atrás, fanáticos ateus e fanáticos religiosos são duas faces da mesma moeda, e aqui está a demonstração. Sem equilíbrio e domínio dos quatro elementos não vamos a lugar nenhum, ficando perdidos e isolados nestas esferas que, como vocês podem observar, ocupam o mesmo grau dentro do mapa da consciência humana.

Os símbolos de Vênus

O primeiro e mais conhecido deles é o Pentagrama. Observando o céu e anotando a posição da “Estrela Matutina” durante 8 anos, o traçado do chamado “período sinódico” de Vênus forma um Pentagrama (período sinódico é o tempo que um planeta leva para retornar a uma mesma posição em relação ao sol por um observador na Terra – observe o desenho ao lado).

O outro símbolo de Vênus, que também é a sua representação planetária utilizada por cientistas e ocultistas, é este que está representado ao lado. Ele possui a chave para entender o caminho de Nun através da Mão Direita (somente através do amor e do sacrifício pela humanidade é que se consegue atingir a Iluminação).

Examinemos o símbolo de Vênus por um momento: um círculo sobreposto a uma cruz. A cruz representa o Plano Material e o Microcosmos, enquanto o círculo representa o Espírito e o Macrocosmos. A cruz representa o ciclo de reencarnações, os quatro elementos que precisam ser dominados para se chegar até o estado de Iluminado, enquanto o círculo representa o ciclo divino, já fora da Roda de Samsara. O ponto central do símbolo é a esfera de Tiferet – O Sol.

Também quero que vocês prestem atenção na estrutura da Árvore da Vida. Quando estudamos as relações entre o Microcosmo e o Macrocosmo na alquimia, podemos sublinhar alguns dos caminhos mais relevantes para este processo de Autoconhecimento: Aleph, Beth, Vav, Chet, Yod, Lamed, Sameck, Peh e o mais importante de todos: Tav.

Vamos ver o que acontece quando eu seleciono estes caminhos no diagrama:

Vejam só, crianças… que símbolo curioso surgiu!

Não é um prendedor de cinto de Ísis e muito menos um segurador de pipas, como os céticos acreditam. É o símbolo da Árvore da Vida, retratado pelos Antigos Egípcios através do Ankh, o Símbolo da VIDA ETERNA.

E qual seria a razão pela qual o símbolo astronômico de Vênus e o Símbolo da Árvore da Vida e do caminho até Deus serem os mesmos?

Porque… não importa quanto conhecimento você adquira (Hod), não importa o quanto você seja fodão em alquimia e magia (Yesod), não importa o quão rico e bem estruturado você esteja no Plano Material (Malkuth), sem AMOR você não vai chegar a lugar nenhum.

E o Símbolo de Netzach/Vênus representa o “Tudo o que está acima é igual ao que está abaixo”. De nada adianta um mundo com tecnologia melhor que a Atlântida se a humanidade continua fazendo as mesmas merdas… e 2012 está logo ai.

Love, love, love, love, love, love, love, love, love.

There’s nothing you can do that can’t be done.

Nothing you can sing that can’t be sung.

Nothing you can say but you can learn how to play the game

It’s easy.

There’s nothing you can make that can’t be made.

No one you can save that can’t be saved.

Nothing you can do but you can learn how to be in time

It’s easy.

All you need is love, all you need is love,

All you need is love, love, love is all you need.

Love, love, love, love, love, love, love, love, love.

All you need is love, all you need is love,

All you need is love, love, love is all you need.

There’s nothing you can know that isn’t known.

Nothing you can see that isn’t shown.

Nowhere you can be that isn’t where you’re meant to be.

It’s easy.

All you need is love, all you need is love,

All you need is love, love, love is all you need.

All you need is love (all together now)

All you need is love (everybody)

All you need is love, love, love is all you need.

#Alquimia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/v%C3%AAnus-afrodite-all-you-need-is-love

Perdurabo, a biografia de Aleister Crowley

Bate-Papo Mayhem 209 – Com Richard kaczinsky – Perdurabo, a biografia de Aleister Crowley

https://projetomayhem.com.br/

O vídeo desta conversa está disponível em: https://youtu.be/MaNP0FFJKBs

Bate Papo Mayhem é um projeto extra desbloqueado nas Metas do Projeto Mayhem.

Todas as 3as, 5as e Sabados as 21h os coordenadores do Projeto Mayhem batem papo com algum convidado sobre Temas escolhidos pelos membros, que participam ao vivo da conversa, podendo fazer perguntas e colocações. Os vídeos ficam disponíveis para os membros e são liberados para o público em geral duas vezes por semana, às segundas e quintas feiras e os áudios são editados na forma de podcast e liberados uma vez por semana.

Faça parte do projeto Mayhem:

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/perdurabo-a-biografia-de-aleister-crowley

Ritual Menor do Pentagrama

O Ritual menor do pentagrama foi criado pela “Golden Dawn”, uma ordem de estilo Maçônica/Rosacruciana com graus e iniciações. Esta Ordem foi devotada ao estudo da magia cerimonial ocidental e ao estudo do oculto, passando por estudos de Kabbalah, de Tarot, Tattwas (símbolos que representam os cinco elementos), viagem nos planos, entre outros. Apesar de não ter tido uma vida muito longa, esta ordem foi a base para a maioria das ordens mágicas conhecidas hoje, e teve entre seus membros os maiores expoentes da magia da época, S.L. MacGregor Mathers, Aleister Crowley, Austim Osman Spare, Israel Regardie, Dion Fortune, W.B. Yeats, entre outros tantos. Este ritual era o primeiro a ser ensinado a seus membros, ainda neófitos. Isto porque ele o introduzia a invocação, e servia como meditação, centralização e proteção. Este ritual é utilizado por várias ordens hoje em dia, e possui grande número de variações.

O RMP é o mais eficaz método de “desinfetar” um ambiente astral e é recomendado antes de qualquer consagração ou operação mágica. Versões modificadas (e mais fracas) dele são usadas na Wicca, OTO, Maçonaria e Rosacruz, além de trocentos filhotes destas ordens. Porém, antes de você começar a praticá-lo, tem uma série de exercícios, que eu já passei no blog, que deverão ser dominados:

– Cruz Cabalística.

– Exercício de Visualização dos 4 Pentagramas.

É importante que você não “imagine” toda a estrutura do RMP, mas VISUALIZE toda a estrutura. Há uma grande (e vital) diferença entre estes dois verbos… quando eu falo em visualizar, significa ter a CERTEZA de que tudo aquilo que você traçou está realmente ali; que a luz emanada pelas chamas está iluminando e dando um tom azulado ao local, só ofuscado pela luminescência da cruz sobre o altar; que o seu sigilo pessoal está flamejante no centro de cada um dos quatro pentagramas e que os Anjos estão dispostos ao lado de fora do local, de espadas em punho.

VISUALIZAR significa que estas construções estarão firmes e cristalizadas no Astral. Com o tempo e a repetição, você tornará aquele recinto impenetrável a qualquer entidade com Força de Vontade menor que a sua (e eis o por quê os magos devem dominar TODAS as esferas da Árvore… Yesod para a visualização, Hod para a Vontade e Netzach para a cristalização). Pode-se utilizar uma vela no altar (que será acesa logo na finalização do ritual) para ajudar o inconsciente nestas visualizações (enquanto a vela estiver acesa, estará atrelada ao ritual).

O Ritual

Parte 1 – A Cruz Cabalística (ou Rosa Cruz)

Deve ser feita diante do altar onde ficará o Livro da Lei, o Coração do Templo, voltado para o Leste (Oriente). Visualizar a cruz projetada sobre o altar. Traçado com os dedos indicador e médio estendidos e os outros dedos fechados.

1 – Toque a testa e diga “ATEH” (dedo indicador e médio estendidos, os outros fechados)

Visualize a luz divina descendo do alto de Keter até o magista e o altar.

2 – Toque o sexo e diga “MALKUTH” (com a mão na posição de “figa” – Imagine a energia vinda do cósmico fecundando a mãe-terra a seus pés e fincando as bases da cruz luminosa que protegerá o ambiente). Neste momento, deverá estar visualizado um pilar de luz no centro do templo.

3 – Toque o ombro direito e diga “VE – GEBURAH” (dedo indicador e médio estendidos, os outros fechados)

4 – Toque o ombro esquerdo e diga “VE – GEDULAH” (dedo indicador e médio estendidos, os outros fechados)

Conforme for traçando os braços da cruz, imagine que esta energia luminosa se espalha pelos lados do Rigor e Misericórdia, formando a estrutura da Cruz no centro do templo/altar.

5 – Trace o seu Sigilo Pessoal (se tiver) no centro da cruz.

Imagine o traço em dourado brilhante (Tiferet).

6 – Junte as mãos no peito e diga “LE – OLAHM AMEN”

Visualize a energia divina projetando-se para dentro do Templo, iluminando toda a Sala Capitular/Templo e afastando qualquer interferência ruim do mundo profano.

Parte 2 – Os Pentagramas

1 – De frente para o Leste (o Oriente), com as mãos na forma do Kubera-Mudra (dedos polegar, indicador e médio unidos, como se estivesse segurando um giz invisível) desenhe um pentagrama visualizando-o em chamas azuladas muito fortes.

Comece a traçar o Pentagrama de acordo com a figura ao lado.

No centro visualize o primeiro nome de Deus, IHVH e inspirando-o, sentindo passar pelo peito até os pés e sentindo-o à sua volta; trace o Sigilo Pessoal com os dedos no centro do pentagrama, e depois toque o símbolo, espalhando a energia pelo pentagrama, ao mesmo tempo em que vibra o nome (pronuncia-se “Iod Rê Vav Rê”) com energia, visualizando toda a estrutura flamejante. Trace com os dedos o Círculo de Proteção, no sentido horário, do Leste para o Sul, circundando o meridiano do Templo.

2 – De frente para o Sul, repita o processo anterior trocando o nome por “ADONAI”. Continue o Círculo para o Oeste

3 – De frente para o Oeste, repita o processo anterior trocando o nome por “EHEIEH” (pronuncia-se “É-Ré-Iée”. Continue o Círculo para o Norte

4 – De frente para o Norte, repita o processo anterior trocando o nome por “AGLA”. Continue o Círculo para o Leste, fechando todo o conjunto.

Parte 3 – Invocação dos Arcanjos

1 – Na posição de Cruz (os braços abertos e os pés juntos), o estudante repetirá:

“A minha frente RAPHAEL” (vibre todos os nomes)

2 – “Atrás de mim GABRIEL”

3 – “A minha direita MICHAEL”

4 – “A minha esquerda AURIEL”

5 – “Pois ao meu redor flamejam os Pentagramas”

Sempre imaginando os Arcanjos nas suas respectivas posições, fora do Templo, guardando-o e protegendo-o, e os pentagramas em chamas. Cada um está relacionado a um elemento: Raphael (Ar), Michael (Fogo), Gabriel(Água) e Auriel (Terra), na seqüência. Como os elementos são 4, o magista, ao centro, será a 5ª parte do pentagrama, o espírito.

6 – “E na coluna do meio, brilha a estrela de seis raios”.

Que o estudante visualize dois Hexagramas, um em cima e o outro projetado embaixo, com uma faixa de luz estendendo-se na vertical, envolvendo-o e formando uma espécie de “grade” ao redor do local.

Parte 4 – Repita a Cruz Cabalística

Quando terminar, os Pentagramas e a proteção ficarão por ali tanto tempo quanto sua vontade for capaz de manter a Visualização.

UPDATE: este vídeo no Youtube tem uma boa base para as pronúncias corretas:

Dúvidas?

#MagiaPrática

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/ritual-menor-do-pentagrama

IV Simpósio Brasileiro de Hermetismo – Programação

Simposio-hermetismo

A Filosofia Hermética é base de tradições milenares, perpetuadas através dos diversos métodos adotados nos diferentes Círculos Iniciáticos, que permitem aos praticantes a expansão da consciência através do autoconhecimento, seu desenvolvimento enquanto indivíduo (e consequentemente do mundo que o cerca) e a superação das fronteiras da ordinariedade.

As Ciências Ocultas unem o conhecimento místico à ciência e procuram desvendar de forma clara e compreensível aquilo que é “extra ordinário” ou, em outros termos, aquilo que vai além do “conhecimento ortodoxo”, a ciência convencional.

Esta sabedoria antiga durante muito tempo permaneceu restrita às diversas Ordens ou Escolas de Mistérios, guardadas do acesso do público em geral, não apenas por seu caráter “secreto”, mas porque sua linguagem simbólica encontra-se além da visão objetiva ou dos interesses da maioria das pessoas, permanecendo “oculta” para estes.

“Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para os encher de sabedoria” (O Caibalion).

O Simpósio Brasileiro de Hermetismo e Ciências Ocultas é realizado pela Associação Educacional Sirius-Gaia (AESG) e, neste ano, será realizada sua quarta edição, com objetivo de promover e sustentar o debate a respeito de diversas práticas ocultistas e filosóficas, reunindo no mesmo evento diferentes correntes e Escolas Ocultistas para compartilhar sua visão e sua prática.

Em 2015 o evento ocorrerá na cidade de São Paulo, nos dias 20, 21 e 22 de novembro, no Espaço Federal, na avenida Paulista, 1776, primeiro andar (próximo ao metrô Trianon-Masp).

Inscreva-se Já!

Estarei no Simpósio, fazendo uma palestra onde explicarei detalhadamente o que são, como funcionam e como podem ser usados no Autoconhecimento os Signos Intermediários na Astrologia. Pesquisados e compilados originalmente por Aleister Crowley, os fascinantes 12 Signos Intermediários possuem as características mistas dos dois signos que intercalam e possuem correspondência com os Arcanos de Corte no Tarot.

Confira toda a Programação abaixo:

Sexta-feira – 20 de novembro

A participação nos workshops é livre para o público em geral. Inscritos no simpósio contam com desconto nas taxas, que deverão ser pagas no dia em dinheiro ou cheque.

Sala 1

09:00 – 12:00 – O Xirê dos Orixás na Árvore da Vida: uma vivência interior – Fernando Maiorino (restando 4 vagas)

13:00 – 15:00 – Incensos Artesanais – Ricardo Skubs (restando 4 vagas)

15:00 – 17:00 – Magia Corporal – Harmonizando a Intenção Mágica com o Corpo Dinâmico – Paola Blanton (restando 7 vagas)

Sala 2

09:00 – 12:00 – A Árvore da Vida e os filmes: uma sessão de cinema pelo Caminho da Serpente – Léo Lousada (restando 41 vagas)

13:00 – 15:00 – Entendendo as Leis da Polaridade e do Gênero. Como harmonizar um relacionamento íntimo conhecendo os aspectos da Realeza – Maria Christina Christovão Ramos (restando 11 vagas)

Sábado – 21 de novembro

08:30 – 09:00 – Abertura Oficial

09:00 – 11:00 – Signos Intermediários na Astrologia – Marcelo Del Debbio

11:00 – 12:30 – Alquimia e Hermetismo – Giordano Cimadon

12:30 – 14:00 – Almoço

14:00 – 15:30 – A Projeção Astral no Dia a Dia do Projetor – Saulo Calderon

15:30 – 17:00 – Vivendo Astrologicamente: uma interação entre corpo, mente e espírito – Paulo Spada

17:00 – 17:30 – Coffee Break

17:30 – 19:00 – Mitos e Lendas Celtas: Decifrando Nossa Rica Herança Espiritual – Cláudio Crow

Domingo – 22 de novembro

09:00 – 11:00 – HermetiCaos: Magia não é “bug”, é “cheat code” – Felipe Cazelli

11:00 – 12:30 – Nos Sagrados Caminhos da Yu’rema – Rita Andreia de Cássia

12:30 – 14:00 – Almoço

14:00 – 15:30 – A Magia na Umbanda – Alexandre Cumino

15:30 – 16:00 – Coffee Break

16:00 – 18:00 – Umbanda Natural Hermética – Fernando Maiorino

#hermetismo #Simpósio

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/iv-simp%C3%B3sio-brasileiro-de-hermetismo-programa%C3%A7%C3%A3o

Dez Razões da Queda do Ocultismo Popular

cassandra

Os dias de glória do Hermetismo aberto para as massas está chegando ao fim. Mesmo aqueles que tentam a todo custo manter as luzes da sabedoria acesa estão achando a conta de luz cada vez mais cara e menos satisfatória. Recentemente, pesquisando sobre as Nuances da Árvore da Vida para o livro de Kabbalah, me deparei com saltos de conhecimento enormes a respeito da geometria da Árvore da Vida, das correlações dos deuses de diversos pontos do tempo-espaço da cultura terrestre e sua relação com os tradicionais Nomes de Deus, estruturas maçônicas e rosacruzes e toda o entrelaçamento disto com a Astrologia, Tarot e a Arte. Mas, ao contrário dos anos anteriores, eu não estou com tesão de escrever mais sobre isso publicamente ou postar estas informações para fora do círculos que envolvem meus irmãos de ordem ou alunos dos meus cursos.

A razão é que, assim como muitos que nos acompanharam durantes os últimos vinte ou trinta anos dentro do ocultismo, estou cada vez mais percebendo que os dias de Hermetismo para grandes escalas acabou. O “Real Deal” ainda existe, mas tende a ficar cada vez mais fechado e oculto do que tem sido. O grande experimento da Golden Dawn de deixar as informações esotéricas semi-públicas falhou miseravelmente… a idéia de que se você colocar toda a informação existente disponível fará com que a humanidade evolua é uma falha completa. Tudo que um livro ou uma página da net pode fazer é apresentar uma opinião – uma sombra na parede. Isso não nos torna magos, da mesma forma que ler receitas online não nos torna grandes cozinheiros.

Claro que algumas idéias e técnicas podem ser encontradas na internet ou nos livros, mas o conhecimento sério está espalhado, como peças de um quebra-cabeças que demorara anos para ser colocado no lugar. Mesmo com o auxílio de um bom professor ou uma Ordem Hermética, no final cada um de nós precisa montar o quebra-cabeças sozinho…

Historicamente, o hermetismo aparece e desaparece continuamente, e o florescimento que aconteceu no início do século XX está diluindo. Acredito que em duas gerações estará extinto novamente. O material continuará ali, mas cada vez menos pessoas estarão interessadas; a maioria apenas seguirá quaisquer movimentos religiosos que aparecerem nos próximos 20 anos…

E o problema não é com o Hermetismo. Os ensinamentos estão por ai há milênios. O problema é que o conhecimento verdadeiro nunca será popular. É muito intelectual para ser popular. É muito prático para ser popular. É muito desgastante e profundo para ser popular. A queda do Esoterismo acontecerá da mesma maneira que ocorreu no século V, quando o paganismo filosófico foi substituído por uma versão muito mais organizada e simples chamada cristianismo.

DEZ RAZÕES DA QUEDA DO OCULTISMO POPULAR

1. A contaminação do Ocultismo pelas baboseiras New Age. O hermetismo têm sido sistematicamente aguado por esquisoterices, fantasias e fraudes. O hermetismo nunca poderá ser simplificado em regrinhas básicas que podem ser seguidas como um “jogo da vida” por qualquer um. Coisas como “o Segredo”, PNL, Magia do Caos, New Age, Teoria da Prosperidade, pactos pactorums e outras besteiradas dão esta falsa impressão de que magia é receita de bolo. Elas incentivam uma pesquisa rasa dos chamados “turistas” ao invés de “buscadores” dentro do hermetismo e estas pessoas logo constatam que os sistemas não funcionam (não por que eles não funcionem, mas porque a técnica apresentada está tão ruim que não vai funcionar mesmo…)

2. Contaminação pelos intelectualóides. Apesar de parecer uma contradição com a razão 1, na verdade isso causa uma polarização extrema do que temos visto no ocultismo hoje em dia e que está matando as discussões e debates. Se por um lado temos os esquisotéricos e suas invencionices, do outro temos os chamados “magos da poltrona” (Armchair Occultists) que ficam no Facebook discutindo “a pronúncia correta do trigésimo sexto aethyr enochiano comparado à Qabbalah judaica de acordo com autor X ou Y da Golden Dawn” mas que, na prática, nunca sequer pisaram em um terreiro. Ler milhares de livros sobre natação não faz você atravessar uma piscina. Magia é prática constante. E esses debates intelectualóides sobre minúcias causam brigas e dogmas entre as poucas ordens que tentam continuar a propagação dos exercícios mágicos a troco de massagens no ego.

3. Contaminação pela Psicologia. A Psicologia coincidiu com a elevação do hermetismo no século XX e ambos pegaram emprestados conceitos um do outro. Porém, por volta da década de 60, a psicologia começou a espalhar que a magia (e as idéias religiosas) existiam “apenas na mente”, confundindo “mediunidade” e “conjurações” com “esquizofrenia” e “multiplas personalidades”. Isso é uma vergonha, pois a psicologia pode ajudar a explicar a compreensão de diversos símbolos internos e consegue manter parâmetros para objetivar o que poderia ser considerado subjetivo (como por exemplo, dez pessoas terem a mesma “alucinação” ao mesmo tempo). Mas com os extremos de achar que tudo se passa na mente, muita coisa que poderia ser aprofundada se torna apenas masturbação intelectual.

4. Contaminação pelo fundamentalismo esotérico. O Século XX tem sido bastante aleijado pela maldição do fundamentalismo – movimentos que tentam purificar uma tradição pela interpretação literal dos seus escritos – O hermetismo e espiritualismo não estão sendo diferentes. Por exemplo, o Kardecismo, que começou como um estudo científico, hoje está mais embolorado e dogmático que muitas igrejas evangélicas em suas regras e verdades absolutas e inquestionáveis. No hermetismo, isso se tornou uma verdadeira “guerra pokemon dos mestres”, onde cada estudante, ao invés de estudar comparativamente todas as doutrinas e entender os pontos lógicos e ilógicos de cada um, abraça com cegueira fervorosa os textos do mestre X ou Y como se fossem times de futebol, cada vez mais literais e afastados uns dos outros. “Meu mestre é melhor que o seu” é seu lema. Assim como seus amiguinhos evangélicos, os fanáticos ocultistas tendem a ser seletivos sobre quais pontos acreditam ou desacreditam serem literais dentro dos textos de cada autor.

5. Contaminação por líderes não hermetistas. O começo do século XXI viu o surgimento de uma série de aventureiros, charlatões e picaretas que só queriam ganhar uma grana ou chiconelar as meninas. Poucos conseguiram se instalar na comunidade, pois não tinham estudos ou grupos capazes mas, neste processo a confiança das pessoas nas ordens e ensinamentos foi destruída. Estudantes assumem que, por causa desses trambiqueiros, todos os professores e ordens são picaretas ou charlatões. Místicos de auto-ajuda, gurus da prosperidade, centros holísticos de quintal e toda sorte de aventureiros da fé alheia abundam pela internet, cada um se achando a única verdade do universo.

6. A Falha dos estudantes modernos em estudar ou se empenhar em qualquer coisa. Os chamados “magos do facebook” colecionam milhares de fatos, textos, pdfs, ensinamentos e grupos (geralmente só os gratuitos), mas não praticam, lêem ou estudam nada. Treinar Hermetismo e autoconhecimento é como treinar uma arte marcial. Leva tempo para se acostumar, praticar e aperfeiçoar… mas, assim como nas artes marciais, a imensa maioria não leva suas práticas como prioridade… sempre tem algo mais importante para fazer… gente que tem preguiça de seguir em uma ordem mágica só porque precisa dirigir 40 minutos para chegar lá… ler livros de verdade, então, só para concurso público e olhe lá… para ter uma idéia do volume dessa preguiça, em uma Ordem tradicional como o Arcanum Arcanorum, das mais de 7.000 pessoas que se inscreveram, receberam e começaram os estudos no grau de Átrio, menos de 10% sequer teve capacidade para completar os exercícios da primeira monografia… conversei com o Frater Goya, Fernando Maiorino, Sérgio Pacca, Rubens Saraceni, Alexandre Cumino e outros magisters de Ordens tradicionais e sérias e a porcentagem é mais ou menos a mesma… de cada 100 pessoas que entram em um grupo de estudos, menos de 1% vai chegar a um Círculo Interno.

7. Falha em apoiar financeiramente professores, escritores e ordens. No século XIX e XX, as Ordens Ocultistas eram apoiadas por seus membros. A Golden Dawn, Inner Light, BOTA, White Eagle, Theosophy, SOL, AMORC, etc todas recebiam ricos donativos de seus membros e sobreviviam. Seus professores podiam viver de escrever e ensinar dentro da Ordem, mas isso parou por volta da década de 1970. Os professores começaram, então, a escrever para fora de seus grupos fechados e até que conseguiam sobreviver, mas recentemente isso também está acabando. Os professores têm de escolher cada vez mais em “coelhizar” seus textos para atingir um mínimo de público semi-analfabeto funcional, ou “satanizar” seus textos para atingir os adolescentes que querem posar de malvadinhos na internet. Ordens conhecidas de fora, como a Aurum Solis ou Dragon rouge não juntam nem 20 membros aqui no Brasil e muitas ordens sérias às vezes mal juntam o suficiente por mês para pagar o salário da faxineira. Perdi a conta de quantos espertalhões me escrevem pedindo pdfs grátis dos livros que escrevo. E o pior de tudo é que mesmo se esses jumentos conseguissem os tais livros, provavelmente eles ficariam apenas guardados na coleção dentro do ipad, sem nunca sequer serem lidos…

8. O Colapso das Ordens e do Sistema de Ensino. Antigamente, as Ordens e os Professores estavam todos equilibrados. Os professores davam as aulas e auxiliavam o desenvolvimento pessoal dos alunos que, por sua vez, precisavam se esforçar para obter cada grau. Pelas razões que citei acima, está cada vez mais difícil trabalhar com ordens herméticas, pois os alunos não respeitam mais seus professores ou grupos. Os que tentam sobreviver querem quantidade em cima de qualidade, abrindo turmas para 100-120 alunos pagando pouco e se esforçando menos ainda para pegar graus e titulos (todos saem do curso com o grau de “mestre”, por exemplo). Alguns chegam ao absurdo de anunciar iniciação maçônica via SPAM ou anúncio de Facebook até mesmo em comentários em sites (!!!) Com medo de arrumar encrenca com os alunos, já vi professores sofrendo bullying nas mãos de alunos ignorantes por não querer dizer que a baboseira quantica que o aluno estava falando era algo completamente esquisotérico! Até mesmo no TdC já tive posts que as pessoas me escreviam depois perguntando se valia mesmo à pena comprar briga com X ou Y por falar a verdade sobre numerologia pitagórica, sagrado masculino, homeopatia, portais alienígenas, Saint German, qualquer baboseira “Quantica”, maçonaria galática, dança do ventre masculina, pactos com lucifer, almas gêmeas, pactum pactorum, amarração, civilização pleidiana, sistema arcturiano de cura dimensional, lilith, quíron, ceres, juno, sputnik, ciência Keylontica, Sacerdócio de Melchizedek, cristais etéricos akashicos, mesa quantica radiônica prateada, reiki kahuna viking, Nibiru e outras invencionices cada vez mais e mais picaretas.

9. A internet deixou o Ocultismo acessível demais. Hoje em dia, se você quer uma informação de alguma “personalidade” do ocultismo, voce pode pesquisar no google e enviar um email para ele. E a maioria desses caras são gente-boa e acabam respondendo. O problema com isso é que o estudande acaba se achando muito importante e que informações vindas de uma fonte valiosa podem ser obtidas a apenas um SMS mal escrito de distância. A maioria das perguntas que me mandam poderia ser respondida nas primeiras 4 monografias do AA, fazendo o curso básico de Kabbalah Hermética ou lendo com atenção diversos posts no blog. Ao contrário do que os gurus de auto ajuda pregam, EXISTEM SIM perguntas estúpidas… e dentro do hermetismo, fazer a pergunta certa é realmente importante… por exemplo, se você tivesse a chance de conversar com Aleister Crowley ou Arthur Waite, iria ficar perguntando a eles sobre quais são os quatro elementos? As pessoas hoje em dia não querem direcionamento para aprofundar os estudos, querem respostas prontas para dúvidas primárias, sem ter de mexer a bunda da cadeira para pesquisarem sozinhos.

10. A qualidade das informações está ficando cada vez pior. Aqui no Brasil, principalmente. Para cada livro ou texto importante, temos uma centena de porcarias, cópias mal feitas ou escrita para retardados. Foi uma das principais razões pelas quais eu simplesmente parei de colocar qualquer fonte das pesquisas no TdC e tirei as que tinham das matérias. Os blogs exotéricos que abundam por ai copiavam meus textos na cara dura e colocavam as referências do TdC como se eles tivessem pesquisado lá (até o site Whiplash fez isso uma vez!). Tenho visto por ai ex-alunos meus querendo dar aula como se fossem mestres autoiniciados e autodidatas, sendo que mal começaram os estudos 5 ou 6 anos atrás. Vi um sujeito que teve aulas de PNL e hipnose poucos anos atrás e que ja começou a inventar seu próprio método (!?!) para dar cursos… pessoas anunciando que “estudam ocultismo desde os 10 anos de idade” mas, pela idade, vemos que acabaram de completar 18-19 anos e ja querem dar cursos; “professor” anunciando ritual de iniciação em motel; perfumes da prosperidade; pingentes de sangue menstrual; vemos livros a rodo publicados como panfletos nesses sites de self-publishing; rituais e tradições wiccas inventadas… isso quando o cara não finge que é rabino, cabalista, maçom, enochiano, sacerdotisa wiccana, templária do sagrado feminino, iniciado no Haiti e por ai vai… para cada podcast sério, tem cem programas alucinados na Radio Mundial, para cada site sério, tem uma centena de esquisoterices quanticas de Saint German do calendário maia, para cada buscador, cem turistas.

Todos estes fatores criaram um abismo onde as vozes dos estúpidos possuem o poder de abafar aqueles que sabem do que estão falando. Um lugar onde todo mundo pensa que é “mago” mas nem 1% quer estudar de verdade. Um universo onde boas ordens herméticas são destruídas por não terem apoio de alunos cada vez mais preguiçosos e mimados da internet. O resultado disso é que o interesse do público no hermetismo real irá lentamente se dissolver, com poucos ou nenhum estudioso real para preencher o vazio que está ficando, até que nem mesmo esses consigam preencher as expectativas dos alunos cada vez mais mimados e preguiçosos, até que o ocultismo retorne para as Sombras novamente.

#MagiaPrática

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/dez-raz%C3%B5es-da-queda-do-ocultismo-popular