IV Simpósio Brasileiro de Hermetismo – Programação

Simposio-hermetismo

A Filosofia Hermética é base de tradições milenares, perpetuadas através dos diversos métodos adotados nos diferentes Círculos Iniciáticos, que permitem aos praticantes a expansão da consciência através do autoconhecimento, seu desenvolvimento enquanto indivíduo (e consequentemente do mundo que o cerca) e a superação das fronteiras da ordinariedade.

As Ciências Ocultas unem o conhecimento místico à ciência e procuram desvendar de forma clara e compreensível aquilo que é “extra ordinário” ou, em outros termos, aquilo que vai além do “conhecimento ortodoxo”, a ciência convencional.

Esta sabedoria antiga durante muito tempo permaneceu restrita às diversas Ordens ou Escolas de Mistérios, guardadas do acesso do público em geral, não apenas por seu caráter “secreto”, mas porque sua linguagem simbólica encontra-se além da visão objetiva ou dos interesses da maioria das pessoas, permanecendo “oculta” para estes.

“Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para os encher de sabedoria” (O Caibalion).

O Simpósio Brasileiro de Hermetismo e Ciências Ocultas é realizado pela Associação Educacional Sirius-Gaia (AESG) e, neste ano, será realizada sua quarta edição, com objetivo de promover e sustentar o debate a respeito de diversas práticas ocultistas e filosóficas, reunindo no mesmo evento diferentes correntes e Escolas Ocultistas para compartilhar sua visão e sua prática.

Em 2015 o evento ocorrerá na cidade de São Paulo, nos dias 20, 21 e 22 de novembro, no Espaço Federal, na avenida Paulista, 1776, primeiro andar (próximo ao metrô Trianon-Masp).

Inscreva-se Já!

Estarei no Simpósio, fazendo uma palestra onde explicarei detalhadamente o que são, como funcionam e como podem ser usados no Autoconhecimento os Signos Intermediários na Astrologia. Pesquisados e compilados originalmente por Aleister Crowley, os fascinantes 12 Signos Intermediários possuem as características mistas dos dois signos que intercalam e possuem correspondência com os Arcanos de Corte no Tarot.

Confira toda a Programação abaixo:

Sexta-feira – 20 de novembro

A participação nos workshops é livre para o público em geral. Inscritos no simpósio contam com desconto nas taxas, que deverão ser pagas no dia em dinheiro ou cheque.

Sala 1

09:00 – 12:00 – O Xirê dos Orixás na Árvore da Vida: uma vivência interior – Fernando Maiorino (restando 4 vagas)

13:00 – 15:00 – Incensos Artesanais – Ricardo Skubs (restando 4 vagas)

15:00 – 17:00 – Magia Corporal – Harmonizando a Intenção Mágica com o Corpo Dinâmico – Paola Blanton (restando 7 vagas)

Sala 2

09:00 – 12:00 – A Árvore da Vida e os filmes: uma sessão de cinema pelo Caminho da Serpente – Léo Lousada (restando 41 vagas)

13:00 – 15:00 – Entendendo as Leis da Polaridade e do Gênero. Como harmonizar um relacionamento íntimo conhecendo os aspectos da Realeza – Maria Christina Christovão Ramos (restando 11 vagas)

Sábado – 21 de novembro

08:30 – 09:00 – Abertura Oficial

09:00 – 11:00 – Signos Intermediários na Astrologia – Marcelo Del Debbio

11:00 – 12:30 – Alquimia e Hermetismo – Giordano Cimadon

12:30 – 14:00 – Almoço

14:00 – 15:30 – A Projeção Astral no Dia a Dia do Projetor – Saulo Calderon

15:30 – 17:00 – Vivendo Astrologicamente: uma interação entre corpo, mente e espírito – Paulo Spada

17:00 – 17:30 – Coffee Break

17:30 – 19:00 – Mitos e Lendas Celtas: Decifrando Nossa Rica Herança Espiritual – Cláudio Crow

Domingo – 22 de novembro

09:00 – 11:00 – HermetiCaos: Magia não é “bug”, é “cheat code” – Felipe Cazelli

11:00 – 12:30 – Nos Sagrados Caminhos da Yu’rema – Rita Andreia de Cássia

12:30 – 14:00 – Almoço

14:00 – 15:30 – A Magia na Umbanda – Alexandre Cumino

15:30 – 16:00 – Coffee Break

16:00 – 18:00 – Umbanda Natural Hermética – Fernando Maiorino

#hermetismo #Simpósio

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/iv-simp%C3%B3sio-brasileiro-de-hermetismo-programa%C3%A7%C3%A3o

Maçonaria, Templo de Salomão e Geometria Sagrada

Por Hamal

“Sob as aparências de Universo, de Tempo, de Espaço e de Mobilidade está sempre encoberta a Realidade Substancial – a Verdade Fundamental” – O Caibalion, Capítulo IV.

A influência do hermetismo e da alquimia dentro da Maçonaria são muito claras para quem conhece um pouco dessas filosofias.

A Maçonaria parte do princípio de que Deus arquitetou o Universo de maneira harmônica, e o homem como “Pedreiro” é capaz de reproduzir ou continuar sua obra com o devido conhecimento sobre essa “Harmonia Universal” e sobre suas ferramentas de construção, tal como fez Salomão e seus arquitetos na construção do Primeiro Templo em Jerusalém. Mas hoje a Maçonaria se apoia no campo do simbolismo, onde esse Templo está dentro de nós.

O conhecimento de como o Macro se manifesta no Microcosmo está ligado às antigas Artes Liberais descritas na antiga Grécia. Os detentores desses conhecimentos que se dedicavam a construção de Templos eram chamados de Mestre Construtores e tralhavam em seus templos a Geometria Sagrada da Terra.

MACRO E MICROCOSMO

“Depois levantou as colunas no pórtico do templo; e levantando a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e levantando a coluna esquerda, pôs-lhe o nome de Boaz.” – 1 Reis 7:21.

Assim era no Templo de Salomão, assim são em muitas Catedrais Templárias e assim são nos Templos Maçons: na porta de entrada encontram-se duas colunas que marcam o inicio do Templo.

Mas por que duas? Na tradição da cabalista, da qual Rei Salomão se baseou para construção do Templo, é dito que Deus manifestou tudo em dualidade no nosso Universo para que houvesse sustentação e evolução. Jaquim significa “firme”, “estável”, “ereto” e “Ele estabelecerá”, Boaz significa “forte”, “força”, “fonte de força” ou “Nele está a força”.

A base para a existência é a dualidade. São os átomos com partículas de cargas positivas e negativas que formam a base da matéria, o frio e o calor que são idênticos mas estão em polos opostos, assim como o amor e o ódio, o vício e a virtude que são polos opostos da mesma energia. Tudo que existe é dual e precisa do seu oposto para poder existir e se completar. É o Yin Yang, ou Tai Chi, dos orientais. Se de um lado existe o macrocosmo, do outro temos o microcosmo pelo qual o Macro se manifesta, e vice versa, que são as duas colunas do Templo.

Esse é o Princípio da Polaridade que dá a estabilidade e força da criação, assim como nossas duas pernas nos sustentam.

Rei Salomão chamou arquitetos capazes de construir o Templo nas proporções do Macrocosmo, e dessa maneira reproduziu em menor escala a geometria do macrocosmo.

GEOMETRIA SAGRADA

A arquitetura e geometria na Babilônia e no Antigo Egito, onde a Geometria Sagrada foi iniciada, eram ensinamentos literalmente guardados a sete chaves reservado somente a classe sacerdotal. Ser um Mestre Construtor, Arquiteto, Escultor, Carpinteiro, era estar entre a classe mais elevada do seu reino. A exemplo citamos Imhotep de aproximadamente 2655 a.C do Antigo Egito tido como primeiro Geômetra Sagrado que se tem noticias, além de ter conhecimento em medicina e astronomia. Somente com um amplo conhecimento sobre todas as áreas do homem (micro) e do universo (macro) conseguiria-se reproduzir o macro no microcosmo.

Assim teve inicio as iniciações aos mistérios da arte da construção, onde o iniciado era conduzido através de rituais a entender o mundo que está sua volta e acima dele, como esses mundos funcionam e a como modificá-los.

As iniciações aos mistérios sempre começam com as chaves para que o indivíduo tenha no controle de si mesmo, das suas emoções e atitudes, pois o primeiro dever é ser mestre de si mesmo. A maneira pela qual o iniciado é conduzido a esse auto controle e auto conhecimento varia de tradição em tradição. Uma forte influência que prevaleceu foi a da alquimia que identificou os quatro elementos (terra, ar, água e fogo) como temperamentos do homem, e ao controlar esses elementos, o homem encontraria a Pedra Oculta, ou Filosofal, dentro de si.

O domínio sobre os elementos significa ter controle sobre suas emoções, pois cada um dos elementos representam um grau emocional da psique. Significa que o iniciado para dominar a arte da construção deve em primeiro lugar dominar as suas emoções para não ser escravos delas. Portanto o primeiro aprendizado nas iniciações aos mistérios é o aprendizado e prática do Livre Arbítrio, aquele que não é escravo dos seus estados emocionais altos e baixos.

Após a fase de aprendizado sobre si mesmo, mais chaves eram dadas ao iniciado que o auxiliariam a iniciar o entendimento sobre a construção: a Astronomia, a chave a chave para o Macrocosmo e a Geometria, a chave para o Microcosmo.

Com essa ciência o iniciado descobria que sobre um pilar se apoia a geometria terrestre e em outro a geometria celestial, ambas com os mesmos padrões e regras.

Um dos símbolos que representam o macro e microcosmo é o Hexagrama. No Hexagrama estão contidos a representação dos 4 elementos (terra, ar, água e fogo) que formam a matéria pela intercessão dos dois triângulos, e dos 7 astros errantes do espaço. Seus triângulos entrelaçados referem-se também ao o que está acima (macro) está ligado ao que está abaixo (micro).

O Templo de Salomão que abrigou a Arca da Aliança foi tido como um Templo Perfeito porque seus arquitetos aplicaram nele esse conhecimento geométrico e astronômico.

Muitas Ordens pela história já tiveram o objetivo de sua reconstrução física desse Templo, como os Essênios, Templários e a Maçonaria Operativa. Hoje o mundo precisa, de maneira bem mais urgente, da construção do Templo Perfeito simbólico, que está dentro de nós. Conhecer cada um dos nossos vícios para soterrá-los e erguer Templos a Virtude.

O símbolo da Maçonaria, como vimos no Esoterismo na Maçonaria, tem ainda um outro simbolismo oculto não mencionado, que é o do próprio hexagrama. O Esquadro faz o triângulo com vértice para baixo e o Compasso com o triângulo com o vértice para cima, e o G é o próprio Sol.

Fica de reflexão sobre essa coincidência entre o esquadro, compasso e G com o hexagrama e analisem o painel do inicio do texto com os conhecimentos aqui passados.

Eis o hermetismo na tradição maçônica tão pouco conhecido, mas ainda muito preservado.

Geometria Sagrada foi redescoberta pelos Templários e por isso tem grande importância para o DeMolay que deseja conhecer os mistérios da Ordem dos Cavaleiros Templários, não sendo restrito ao estudo Maçom.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/ma%C3%A7onaria-templo-de-salom%C3%A3o-e-geometria-sagrada

O Mago e o Feiticeiro

Minha intenção aqui não é iniciar uma polêmica a respeito do significado desses dois termos segundo diferentes autores. Também não estou diminuindo o ofício de um ou de outro, seja qual for a definição utilizada. Aprecio a sua visão a respeito do tema, mesmo que ela seja diferente da que aqui apresento. Tampouco desejo estabelecer conclusões definitivas sobre o tópico. Esclarecidos esses pontos, partirei para uma análise cujo intuito é uma reflexão saudável, que não intenciona impor o “melhor caminho”, pois a via de cada um é totalmente pessoal.

Seja na magia tradicional ou na Magia do Caos, muito ouvimos falar em feitiços, sistemas, rituais, receitas ou fórmulas, que podem variar em denominações e níveis de complexidade na execução. Muitos rituais da magia tradicional são belíssimos e ricos em simbologia, sendo que há aqueles que podem demorar longas semanas ou meses, até que se alcance um importante objetivo. Na Magia do Caos é comum a utilização dos sigilos e servidores, que podem resolver alguns problemas simples com rapidez. O método ou o tempo de duração podem depender de inúmeros fatores, sendo alguns dos mais relevantes a dificuldade da operação e as entidades envolvidas.

Existem rituais e feitiços para praticamente tudo: amor, dinheiro, cura, só para citar alguns. No ocultismo você estuda as correspondências para saber quais cores, aromas, etc, atingem o inconsciente com mais eficácia, para aumentar as chances de sucesso de certa operação. Uma magia cujo tempo de preparação é mais longo também influencia diretamente em aumentar a confiança do magista para que seu objetivo se realize, o que é fundamental.

Na magia tradicional o enfoque geralmente está nos estudos das simbologias mais adequadas, o entendimento do aspecto filosófico e a aplicação de todos esses fatores no desenvolvimento de uma magia cerimonial altamente elaborada, que poderá influenciar tanto o mundo material como a mente, no momento em que as conexões da mente do mago com a mente do mundo são estabelecidas.

No caoísmo costuma-se realizar experimentos para saber qual tipo de método poderá ser empregado para cada indivíduo. Considerando-se que cada pessoa possui uma visão de mundo e uma experiência de vida diferenciadas, seria natural supor que as influências externas as afetam de modos diversos, mesmo que em alguns momentos isso possa ocorrer num nível sutil. O caoísmo explora essas sutilezas visando mais o resultado do que as explicações por trás do processo. Tais explicações podem ser exploradas numa busca de potencializar o resultado como um entendimento relativo, não com o objetivo de sistematizar essas diretrizes através da criação de um sistema absoluto e determinado que funcione para todos.

Acredito que tanto a metodologia da magia tradicional como a do caoísmo são admiráveis, e ambas possuem seu mérito. Há momentos em que as duas se relacionam, uma utilizando técnicas da outra. Novamente, a escolha de uma linha de magia depende completamente das inclinações da pessoa, e não porque amarelo é melhor que laranja ou uvas são mais gostosas que melancias. Eventualmente praticantes da magia tradicional podem concluir que realmente o amarelo seja mais eficaz que o laranja em dada ocasião (mesmo que o magista odeie o amarelo e a cor lhe traga lembranças ruins), e sejam capazes de montar diversos quebra-cabeças do mundo para explicá-lo. Mas como os caoístas enxergam a realidade mais como um caos dançante e livre do que como uma equação a ser solucionada, talvez não seja uma questão de definir se o mundo é redondo ou quadrado, mas de ter a consciência do formato da armação de nossos óculos que enxerga o mundo dessa maneira. No final, seria extremamente agradável se tudo fosse um quebra-cabeça dançante. Assim, as duas visões seriam reconciliadas, como deseja o Princípio da Polaridade do Caibalion.

Seja qual for a sua abordagem, há realização de feitiços em muitas linhas de magia, religiões e nos mais variados sistemas e subsistemas filosóficos, herméticos e na simpatia da esquina. Para a preparação de algo assim, alguns partem de uma abordagem mais pessoal e realização de testes; outros de técnicas mais gerais, cerimoniais e altamente filosóficas.

O problema começa quando passam a existir apenas duas opções que determinem a eficácia mágica:

1- Sua magia deu certo. Você foi bem sucedido.

2- Sua magia deu errado. Você falhou.

Muitos pensam que ser bem sucedido num grande número de feitiços torna a pessoa um bom mago. Isso não é verdade. Isso faz dela um bom feiticeiro. As duas áreas estão relacionadas, mas não são a mesma coisa. De modo análogo, a habilidade de ser rápido em cálculos não torna alguém automaticamente um bom matemático. Pode ser que um matemático seja meio lento em operações aritméticas, mas possua um raciocínio lógico fenomenal para enxergar padrões em diversas áreas da matemática e relacioná-las.

Ser bom em feitiços pode ajudar um mago, mas isso não é tudo. Não é nem o começo. O princípio é perguntar-se: “Em primeiro lugar, por que eu preciso de feitiços? Estou insatisfeito com o mundo? Ou comigo mesmo? O mundo precisa mudar? Ou eu preciso mudar?”.

Nós temos a tendência a pensar que somos o centro do universo e que o mundo existe somente para nos servir. Então quando as coisas não ocorrem conforme nossa vontade ficamos tristes ou furiosos, e desejamos alterar algo lá fora rapidamente, para que o “equilíbrio seja restabelecido”, como se o equilíbrio ideal fosse sempre a satisfação imediata de todos os nossos desejos.

Não estamos sozinhos. Nossa família, nosso círculo de amigos e nossa comunidade não são tudo o que existe. Além de bilhões de pessoas, há tantos outros seres vivos, substâncias orgânicas e inorgânicas que compõem a biosfera que, por melhores que sejam nossas intenções de realizar uma magia para ajudar a nós mesmos ou a alguém, seria um desafio além de nossas forças possuir a sabedoria absoluta que determinaria quais são as ações corretas e incorretas que estariam de acordo com um “equilíbrio do universo” – sendo que até este poderia ser um “equilíbrio dinâmico”, em constante mutação.

Sabendo que não possuímos a sabedoria infinita, seria lógico entender que, por essa razão, tampouco possuímos poder infinito. Isso geraria um desequilíbrio imenso. Ter poder sem a sabedoria para usá-lo seria um perigo para os outros e para nós mesmos.

Portanto, espero que da próxima vez que um feitiço seu não dê certo, você se sinta grato. Seria realmente terrível se você fosse capaz de sair por aí alterando todas as coisas do mundo conforme sua vontade. Sabedoria e poder nem sempre evoluem proporcionalmente em todos os graus que se almeja, como ocorreu na obtenção do poder das bombas, sem a sabedoria para usar adequadamente o conhecimento das reações nucleares. Sendo assim, certas capacidades adquiridas poderiam lhe trazer solidão imensa e outros efeitos colaterais. A natureza muitas vezes freia a eficácia de algumas magias suas realizadas sem a devida sabedoria, para sua proteção e segurança, mesmo que isso lhe traga insatisfação.

Muitos magistas se tornam obcecados com a realização de feitiços, a ponto de pensar que isso é tudo o que existe no campo da magia, ou que feitiços são a magia em si. Eles são somente uma das manifestações dela.

Alguns praticantes se frustram quando cometem muitos erros, principalmente no início, e logo concluem que magia “não existe”, que é “lenda”, “não funciona”, e acham que tudo o que fizeram foi bobagem ou perda de tempo. Há também aqueles que realizam um número espetacular de acertos logo em suas primeiras experiências e se empolgam muito. Mas ao sinal do primeiro erro perdem a confiança e começam a se questionar se tudo aquilo não foi apenas “coincidência”. Sua crença no processo é abalada, e a partir daí muitos erros ocorrem em sequência, como um efeito dominó.

Para ser um bom feiticeiro é altamente desejável ser um bom mago, embora um bom magista não precise necessariamente ser exímio em feitiços. O Mago compreende que ele não é um indivíduo isolado e que sua sabedoria não é infinita. Por isso, ele entenderá com serenidade que muitos feitiços seus não irão dar certo e nem devem.

Agora nós iremos ainda mais longe na análise. Um feiticeiro que acerte mais de 60% de seus feitiços é bom, certo? E um que acerte mais de 80% seria ótimo, correto?

Não é bem assim. Até mesmo no caso de feitiços, as coisas não podem ser medidas apenas em termos de acertos e falhas. Quando se realiza um processo mágico, o efeito obtido não é apenas um resultado concreto e facilmente mensurável. Você alterou a ordem de algumas coisas lá fora, e também dentro de si mesmo.

Um feitiço seu que falhe na esfera física poderá deixar uma carga residual positiva em sua mente que contribua para a eficácia de seu próximo feitiço, caso você tenha a compreensão de que é completamente natural haver falhas e que isso não depende diretamente da sua falta de habilidade. Há inúmeros fatores em jogo. Se ao não obtiver o que deseja você pensar “Não aconteceu porque afetaria negativamente em outras partes, então eu me sinto grato”, a carga residual irá lhe favorecer, então uma parte do feitiço funcionou, pela sua sabedoria em não carregar erros físicos para a esfera mental.

Para aqueles que não se dão bem com a aparente “roda da fortuna” dos feitiços, e que não desejam transformá-la numa “roleta russa”, que retire toda sua empolgação em praticar a magia, sugiro começar com processos mais simples e mais subjetivos, como rituais para fortalecer sua confiança e coragem.

Há naturalmente pessoas com mais facilidade em obter um maior número de “acertos mensuráveis” em feitiços, mas aqueles com dificuldades não devem se desanimar, pois nada que um treino intensivo e dedicado não resolva.

Mas talvez você não seja o tipo de “mago feiticeiro”. Embora tantos grimórios possam sugerir que essa é a única categoria de magista que existe, há outras possibilidades¹. Quem sabe você não se sinta confortável, emocionalmente e filosoficamente falando, com a realização desse tipo de magia. Há os magos que defendem que a realização de feitiços vai “contra seus princípios” de aceitar a realidade como ela é e não lutar contra ela, que seria uma filosofia mais ligada ao taoísmo e budismo.

Quando você muda sua atitude mental para se harmonizar com o mundo da forma que ele nos é apresentado, nem sempre precisa realizar uma alteração mais radical lá fora (que seria o wu wei, ação pela não ação). Já no caso do budismo, você não busca diretamente poderes supramundanos. Pode acontecer de esbarrar neles ao longo da meditação, e tê-los não é considero bom e nem ruim.

Então um mago que não realiza feitiços não realiza magias? Ele realiza. O Mago é um indivíduo capaz de executar a mais poderosa alquimia: a interna, com a alteração de sua percepção do mundo e de si mesmo. Através disso, ele poderá obter o poder mais fabuloso e cobiçado: a felicidade. E essa felicidade pode ser até mesmo a capacidade de entender que ele não precisa estar feliz em todos os momentos para ser feliz, por mais paradoxal que possa parecer essa afirmação (há quem chame essa “alegria pela transitoriedade da alegria” de bem-aventurança).

Em vez de fazer o vento parar, o Mago poderá ser como a rocha, que não se abala com o sopro do vento. Ou como a árvore, que pode até se dobrar, mas não se quebrar. Há acontecimentos que poderão derrubar o nosso corpo, como a própria morte, ou até tocar a nossa mente, mas o Mago não permitirá que atinja seu espírito.

Quando entendemos que nosso espírito não é só nosso, mas está em tudo, vemos que coisas como dinheiro, saúde, pessoas ou até mesmo a felicidade não nos pertencem para que possam ser agarrados ou aprisionados. Feitiços são formas de engaiolar o pássaro por mais algum tempo. Semanas? Anos? Décadas? Um dia irá alçar voo. O Mago não engaiola a felicidade. Ele aquieta sua mente para voar com ela.

[¹Para quem deseja um exemplo de uma magia não centrada nos feitiços, aqui nós trabalhamos com uma linha de fábulas que inspiram a vivência espiritual, técnica já utilizada em tantos livros sagrados. As fábulas se relacionam a grimórios que sistematizam a porção ontológica e mágica dos sistemas. No que concerne à mente, o limite é a imaginação. Para os que não entenderam como funciona, explicarei possivelmente no meu próximo post].

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-mago-e-o-feiticeiro

IV Simpósio Brasileiro de Hermetismo

Simposio-hermetismo

A Filosofia Hermética é base de tradições milenares, perpetuadas através dos diversos métodos adotados nos diferentes Círculos Iniciáticos, que permitem aos praticantes a expansão da consciência através do autoconhecimento, seu desenvolvimento enquanto indivíduo (e consequentemente do mundo que o cerca) e a superação das fronteiras do ordinário.

As Ciências Ocultas unem o conhecimento místico à ciência e procuram desvendar de forma clara e compreensível aquilo que é “extra ordinário” ou, em outros termos, aquilo que vai além do “conhecimento ortodoxo”, a ciência convencional.

Esta sabedoria antiga durante muito tempo permaneceu restrita às diversas Ordens ou Escolas de Mistérios, guardadas do acesso do público em geral, não apenas por seu caráter “secreto”, mas porque sua linguagem simbólica encontra-se além da visão objetiva ou dos interesses da maioria das pessoas, permanecendo “oculta” para estes.

“Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para os encher de sabedoria” (O Caibalion).

O Simpósio Brasileiro de Hermetismo e Ciências Ocultas é realizado pela Associação Educacional Sirius-Gaia (AESG) e, neste ano, será realizada sua quarta edição, com objetivo de promover e sustentar o debate a respeito de diversas práticas ocultistas e filosóficas, reunindo no mesmo evento diferentes correntes e Escolas Ocultistas para compartilhar sua visão e sua prática.

Em 2015 o evento ocorrerá na cidade de São Paulo, nos dias 20, 21 e 22 de novembro, no Espaço Federal, na avenida Paulista, 1776, primeiro andar (próximo ao metrô Trianon-Masp).

Visite nossa programação e veja como se inscrever.

#hermetismo #Simpósio

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/iv-simp%C3%B3sio-brasileiro-de-hermetismo-1

O Caibalion: uma nova tradução

As Edições Textos para Reflexão desta vez trazem a você o grande clássico do hermetismo moderno, O Caibalion.

Escrita e publicada no início do século 20 por estudantes anônimos do hermetismo, esta obra introdutória traz preceitos e axiomas do antigo hermetismo, comentados e explicados para uma nova era e um novo público. Publicado originalmente em inglês, nos EUA, este Caibalion é mesmo um fruto de nosso tempo, porém ele se refere a outro Caibalion, bem mais antigo e oculto, que se perdeu nos anais da história, mas que se encontra preservado nas mentes e nas almas de todos aqueles que não deixaram morrer a chama. Acaso deseje se tornar um jogador no jogo de tabuleiro da vida, e não mais mera peça a ser movida pelas circunstâncias e influências externas, este pequeno livro cheio de luz pode ser o seu guia nas noites mais escuras.

Disponível em e-book e versão impressa :

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» Comprar livro impresso (Clube de Autores)

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À seguir, trazemos um trecho do Cap. I – A Filosofia Hermética:

Nos primeiros tempos, havia uma compilação de algumas Doutrinas Herméticas Básicas, passadas de instrutor a estudante, que ficaram conhecidas como O Caibalion, cujo exato significado do termo esteve perdido por muitos séculos. Este ensinamento, entretanto, é conhecido por muitos seres ao qual ele foi derramado ao longo dos séculos, de lábios a ouvidos, sempre escoando pelo tempo. Até onde sabemos, os seus preceitos nunca foram escritos ou impressos. Se tratava de uma mera coleção de máximas, axiomas e preceitos, que soavam incompreensíveis aos estrangeiros das ordens, mas que eram prontamente assimilados pelos estudantes assim que o seu conteúdo era explicado e exemplificado pelos Iniciados aos seus Neófitos.

Tais ensinamentos constituíam de fato os princípios básicos da Arte da Alquimia Hermética, que, ao contrário da crença popular, se baseia no domínio das Forças Mentais, e não dos Elementos Materiais – portanto, a Alquimia não fala da transmutação de um tipo de metal em outro, mas da transmutação de um tipo de Vibração Mental em outra. As lendas acerca da Pedra Filosofal, que transformava qualquer metal comum em Ouro, falavam tão somente de uma alegoria relacionada à Filosofia Hermética, facilmente compreendida por quaisquer estudantes do verdadeiro Hermetismo.

Neste pequeno livro, cuja Primeira Lição é esta, nós convidamos nosso estudante a examinar os Ensinamentos Herméticos, conforme expostos no Caibalion e explicados por nós, humildes estudantes dos Ensinamentos (e que, apesar de carregarem o título de Iniciados, são tão somente estudantes prostrados aos pés de Hermes, o Mestre). Assim, nós lhe oferecemos muitas das máximas, dos axiomas e dos preceitos do Caibalion, acompanhados de explicações e comentários que acreditamos servir de auxílio para a compreensão do estudante moderno, particularmente porque o texto original se encontra propositalmente velado em muitos termos obscuros.

As máximas, axiomas e preceitos originais do Caibalion estarão sempre destacados em negrito no restante de nossa obra, e todos eles vêm diretamente dos lábios de Hermes. O restante do texto, sem destaque, pertence a nós. Esperamos que muitos dos estudantes aos quais nós hoje oferecemos esta pequena obra possam tirar tanto proveito do seu estudo e conhecimento quanto aqueles buscadores que já a seguiram através do Caminho do Adepto, ao longo dos muitos séculos que se passaram desde o tempo de Hermes Trimegisto, o Mestre dos Mestres, o Três Vezes Grande:

“Onde se encontram as pegadas do Mestre, os ouvidos daqueles preparados para os seus Ensinamentos se abrem completamente.” – O Caibalion

“Quando os ouvidos do estudante estão preparados para ouvir, logo vêm os lábios para preenchê-los de sabedoria.” – O Caibalion

Assim, conforme indicam os Ensinamentos, a divulgação desta obra se dará na medida em que os seus futuros estudantes se encontrarem em condições de compreendê-la, pois do contrário sequer lhe darão a atenção devida, e ela lhes passará desapercebida, como deve ser. E, segundo a mesma Lei, quando o pupilo estiver devidamente preparado para receber a verdade, então esta pequena obra dará um jeito de chegar ao seu conhecimento.

O Princípio Hermético de Causa e Efeito, em seu aspecto de Lei de Atração, tratará de juntar lábios e ouvidos – e muitos pupilos ainda hão de conhecer este livro.

Que Assim Seja!

#hermetismo #Magia #Ocultismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-caibalion-uma-nova-tradu%C3%A7%C3%A3o

Casamento Alquímico e Taoísmo: A Síntese Perfeita

“Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe”
– Mateus 19:6

Na primeira parte deste artigo, entendemos um pouco sobre o simbolismo alquímico e vimos algumas correlações com a psicologia analítica de Jung. Os arquétipos Solar e Lunar, tanto para Jung quanto para os alquimistas, deviam ser integrados para sintetizar uma consciência mais equilibrada, que permitisse um diálogo saudável com o inconsciente. Através do conceito de Anima e Animus apresentados, compreendemos a natureza bipolar da psique. Bipolaridade esta que não deve ser confundida com estigmas de diagnósticos, mas aquela dualidade primordial que nos habita, que é convidada a se harmonizar para acessar uma unidade ainda mais primordial.

No entanto, não é exclusividade de Jung apresentar esse tipo de conceito. No livro “O Caibalion”, um clássico de literatura hermética, são apresentados sete princípios chaves para o funcionamento da realidade e do universo. Vejam só o que dizem os princípios 4 e 7:

Quarto Princípio, da Polaridade: Tudo é Duplo; tudo tem polos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados. Este Princípio encerra a verdade: tudo é Duplo; tudo tem dois polos; tudo tem o seu oposto […] A Tese e a Antítese são idênticas em natureza, mas diferentes em grau; os opostos são a mesma coisa, diferindo somente em grau; os pares de opostos podem ser reconciliados; os extremos se tocam; tudo existe e não existe ao mesmo tempo; todas as verdades são meias-verdades; toda verdade é meio-falsa; há dois lados em tudo, etc., etc. Ele explica que em tudo há dois pólos ou aspectos opostos, e que os opostos são simplesmente os dois extremos da mesma coisa, consistindo a diferença em variação de graus.

Sétimo Princípio, do Gênero: “O Gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos. Este princípio encerra a verdade que o gênero é manifestado em tudo; que o princípio masculino e o princípio feminino sempre estão em ação. Isto é certo não só no Plano físico, mas também nos Planos mental e espiritual. Todas as coisas e todas as pessoas contêm em si os dois Elementos deste grande Princípio. Todas as coisas macho têm também o elemento feminino; todas as coisas fêmea têm o elemento masculino.

Percebemos, portanto, que a dualidade nada mais é do que uma questão de perspectiva, e que a integração dos paradoxos se mostra altamente necessária para obtenção de uma perspectiva mais aproximada da natureza real das coisas. Vale a pena frisar que tudo isso é de caráter psicológico e simbólico, de forma alguma a orientação sexual ou a identidade de gênero deve ser interpretada frente estes vieses. A presença desses arquétipos serve para contrapor a consciência e apresentar alternativas visando ampliar a percepção da mesma quanto a sua própria natureza, além de produzir novas ferramentas para lidar com suas próprias contradições.

“A Anima como a contraparte interna da personalidade do homem visa dar um equilíbrio a personalidade, pois compensa o intelectualismo racional do mesmo com um eros compreensivo, assim como o Animus da mulher equilibra sua personalidade com o saber sobre o que se quer realmente do outro clivando seu caos de estados afetivos em uma ideia diretora com um estatuto de subordinação das emoções, no caso a transformação de impulsos afetivos em sentimentos racionais” (JUNG, 2011).

A psique busca de forma tão intensa a união dos opostos e a integração que quando ficamos ‘polarizados’ demais, ou seja, quando manifestamos apenas uma polaridade e negligenciamos outra, ela tende a nos forçar a manifestar o lado reprimido num processo chamado ‘enantiodromia’. Apesar de o nome ser complicado, este termo criado pelo filósofo Heráclito nada mais é do que a ideia de que quando uma grande força é gerada numa direção, uma força de mesmo valor é criada na direção oposta. Ninguém menos do que Jung, reutilizou este termo para definir o fenômeno de forças compensatórias entre o consciente e o inconsciente.

“O velho Heráclito, que era realmente um grande sábio, descobriu a mais fantástica de todas as leis da psicologia: a função reguladora dos contrários. Deu-lhe o nome de enantiodromia (correr em direção contrária), advertindo que um dia tudo reverte em seu contrário” (JUNG, 1987)

Agora que começamos a entender melhor como funciona a psique, e percebemos que nela habitam ambas as energias, masculina e feminina, que necessitam de harmonia, é possível deslocarmos ligeiramente nosso enfoque. Quando pensamos em duas energias a princípio conflitantes, mas cujo fluxo e interação é harmônico, facilmente visualizamos este símbolo:

O Yin e Yang é o símbolo que mais representa toda essa dinâmica de polaridades que estamos discutindo. Veja só o que Jung tem a dizer sobre este símbolo milenar:

“Não há positivo sem sua negação. Apesar da extrema oposição, ou por isso mesmo, um termo não pode existir sem o outro. É exatamente como formula a filosofia chinesa: yang (o princípio luminoso, quente, seco e masculino) contém em si o geme do yin (o princípio escuro, frio, úmido e feminino), e vice-versa” (JUNG, 2007)

Herder Lexicon (1990) assinala que “a mútua dependência de ambos os princípios, às influências de yin-yang nunca se opõe como princípios inimigos, pelo contrário, acham-se em uma contínua relação de influências mútuas”. É mister compreender que os aspectos paradoxais da psique se completam, e não se excluem. A dinâmica, que a priori pode aparecer um conflito, talvez seja melhor entendida como uma dialética.

“Segundo a lei da enantiodromia, dos fluxos contrários, tão bem interpretada pelos chineses, com o final de um ciclo dá-se o início de seu oposto. Assim, Yang em seu limite transforma-se em Yin, e o positivo, em negativo” (JUNG, 1986)

A unilateralidade é, eventualmente, prejudicial a nossa psique, sendo responsável por diversos problemas, tanto enfermidades de natureza psicológica quanto somatizações físicas. Além disso, o problema não se limita a natureza individual, um exemplo do dano causado pela unilateralidade da consciência, expressado na esfera social, é bem elaborado por Robert Johnsson, quando este afirma que:

“O homem tem visto seu lado sombrio como feminino e, ao empurrá-lo cada vez mais para as profundezas do seu ser, acabou por transformá-lo numa bruxa. Grande parte da escuridão do elemento rejeitado durante a idade média era feminino – daí a caça às bruxas e as fogueiras. E isso não se constituiu apenas de incidentes isolados que ganharam muita notoriedade. Estima-se que quase quatro milhões de mulheres foram queimadas nos patíbulos no auge da contra-reforma na Europa” (JOHNSSON, 1993)

Como podemos ver, o exagero da parcialidade é extremamente perigoso e prejudicial, tanto individualmente quanto socialmente. Mas por que a psique apresenta todos estes mecanismos para incentivar o diálogo entre as diferentes polaridades que nos habitam? Pura e simplesmente para nos ajudar a superar a nós mesmos. Para nos possibilitar transcender o maniqueísmo estático que parece tanto nos agradar. A totalidade é o objetivo final dessa luta constante das polaridades, permitir que atinjamos a plenitude, a consciência, que nos aproximamos cada vez mais da onisciência divina, ao menos à onisciência de nós mesmos.

“Após uma vivência de muitos anos no rico mundo da psique, aprendendo suas leis, Jung notou uma enorme força evolutiva atuando no universo psíquico. Ele percebeu que a psique humana desenvolve um esforço constante em busca da totalidade um esforço no sentido de se completar e se tornar mais consciente. O inconsciente procura transferir o seu conteúdo para o nível da consciência, onde pode ganhar existência e ser assimilado, formando uma personalidade consciente mais completa. A psique de cada indivíduo tem um estímulo inerente para evoluir, para integrar os elementos do inconsciente, juntando as partes que ainda faltam ao indivíduo total para formar um self completo, pleno e consciente” (JOHNSSON, 1993)

Como dito no início do texto, Jung deslocou alguns conceitos originais da Alquimia, adaptando-os a um sistema de compreensão psicológica. Os antigos alquimistas já sabiam há tempos dessas leis que governavam a mente, suas polaridades e interações. Não à toa que uma operação alquímica essencial pra a obtenção da pedra filosofal era a Coniunctio, ou Casamento Alquímico. Esta operação era quase sempre representada pela união de uma figura masculina, como um Rei ou o Sol e outra feminina, como uma Rainha ou a Lua, mas também como Hauck aponta “um coração pegando fogo, um terra frutífera, casamentos, hermafroditas, galos e galinhas” entre outros.

Esse casamento é a grande chave para a integração dos opostos complementares, com ele, é possível transcender o maniqueísmo, e através de uma interação de tese e antítese, permitir o nascimento de uma síntese. Novamente, conseguimos perceber o nascimento deste terceiro elemento quando analisamos figuras alquímicas que representam o casamento alquímico. Na imagem seguinte, vemos com exatidão a união simbólica do Rei (Sol) e da Rainha (Lua) obtendo como resultado ao criança, que na alquimia é representada como andrógina e perfeita.

“Jung constatou que a psique é andrógina: ela contém componentes masculinos e femininos. Assim homens e mulheres vêm equipados com uma estrutura psicológica que em sua totalidade inclui a riqueza de ambos os lados, de ambas as naturezas, de ambos os conjuntos de capacidades e forças. A psique espontaneamente se divide em opostos complementares e os representa como uma configuração masculina-feminina. Ela assinala algumas características como sendo “masculinas” e outras, como “femininas”. Como o yin e o yang, na antiga psicologia chinesa, estes opostos complementares se equilibram e se completam mutuamente. Nenhum qualidade ou característica da personalidade humana é completa em si: cada um deve se fazer acompanhar de seu “par” masculino ou feminino, numa combinação consciente, se quisermos alcançar equilíbrio e totalidade” (JOHNSSON, 1995)

E essa ideia da criança andrógina, representando simbolicamente a inocência e a pureza, não é exclusiva do pensamento alquímico, como vemos no Evangelho de Tomé, capítulo 22:

“Jesus viu crianças de peito a mamarem. E ele disse a seus discípulos: Essas crianças de peito se parecem com aqueles que entram no Reino. Perguntaram-lhe eles: Se formos pequenos, entraremos no Reino? Respondeu-lhes Jesus: Se reduzirdes dois a um, se fizerdes o interior como o exterior, e o exterior como o interior, se fizerdes o de cima como o de baixo, se fizerdes um o masculino e o feminino, de maneira que o masculino não seja mais masculino e o feminino não seja mais feminino – então entrareis no Reino”.

Apesar da representação sexual nas pranchas alquímicas, é sabido que tais experiências refletem experimentos interiores, subjetivos e que a relação sexual deve ser encarada com temperança. Além de técnicas antigas como o sexo Tântrico, que visa harmonizar as energias masculinas e femininas através da troca de energias ao longo do ato sexual, existe um conceito na alquimia taoísta chamado “Cultivação Dual”, na qual, em suma, os homens desenvolvem técnicas para interagir e absorver a energia feminina, sem desperdiçar a sua própria, acumulando assim ambas. Evidentemente essas técnicas orientais estão muito distantes da nossa realidade, e acredito que devemos sim estudar e nos aprofundar nas diferentes práticas, afinal, unir oriente e ocidente nada mais é que um reflexo da harmonia dos opostos que tanto discutimos ao longo do texto. Além disso, a meditação e análise psicológica podem ser ferramentas que realmente ajudam no autoconhecimento.

Mas acredito que para nós, ocidentais, existe algo que é uma chave igualmente efetiva, e mais próxima para nosso entendimento: o Amor. Quando abrimos nosso coração e permitimos essa força incrível da natureza se manifestar, podemos atingir patamares inimagináveis. O amor é transformador e é um ingrediente indispensável.

“Assim como na alquimia, a psique, dentro do processo analítico, vai transformando-se, ora dispondo-se num lado e ora de outro, no sentido das suas polaridades, até que lhe seja capaz a absorção de uma terceira figura, gradativa e construída, surgida de dentro da sua própria alma que lhe traduz essa expressão de convivência com o dual. […] O casamento Divino, que somente existirá se ali houver o Amor, sua causa e seu efeito. […] Revela-se no mundo como o altruísmo em seu sentido extrovertido e na psique, como a conexão com o Si-mesmo, gerando a unidade” (MASSAN, 2009)

Na imagem acima vemos o deus Marte (Animus) e a deusa Vênus (Anima) e seu filho Cupido, também conhecido como Eros e Amor. Coincidência?

Na Tábua de Esmeralda encontramos a seguinte inscrição:

“E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas”.

Concluímos então que existe uma aproximação muito evidente entre conceitos da alquimia e da psicologia analítica, e que ensinamentos antigos de filosofia grega e da sabedoria taoísta são fontes ricas de informações que podem nos ajudar a fortalecer a reflexão e, literalmente, integrar ideias. No final, nosso objetivo principal é voltar a Unidade, e dissolver todos os conflitos neuróticos e polarizados que nos impedem de ver as coisas como realmente são. Devemos buscar sempre fazer as coisas com o coração e amor, pois só assim podemos ter empatia e perceber os ‘dois lados das coisas’ e unir os paradoxos. Nem cara, nem coroa, somos todos moedas rodopiando.

Referencias Bibliográficas:

CAMAYSAR, Rosabis. O Caibalion. São Paulo Editora Pensamento. 2000

Evengelho de Tomé traduzido por Huberto Rohden

HAUCK, Dennis Willian. The Emerald Tablet: Alchemy for Personal Transformation. Arkana. Ed.Pengun Group. 1999.

JOHNSON, Robert A. HE: A Chave do Entendimento da Psicologia Masculina. São Paulo: Mercúrio, 1993

JOHNSON, Robert A. WE: A Chave da Psicologia do Amor Romântico. São Paulo: Mercúrio, 1995

JUNG, C. G. Fundamentos de Psicologia Analítica. OC XVIII/I. Petrópolis: Vozes, 1987a.

JUNG, C. G. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. OC IX/1. Petrópolis: Vozes, 2007.

JUNG, C. G. Psicologia do Inconsciente. OC VII/1. Petrópolis: Vozes, 1987b.

JUNG, C. G. Psicologia e Alquimia. OC XII. Petrópolis: Vozes, 1991b.

JUNG, C. G. Psicologia e Religião. OC XI/1. Petrópolis: Vozes, 1987c.

JUNG, Carl Gustav. Civilização em Transição. Petrópolis. Vozes. 2011.

LEXICON, Herder. Dicionário de Símbolos. São Paulo. Cultrix. 1990

MASSAN, Francisco. Opus Alquímica e Psicoterapia. Disponível em: www.clinicapsique.com/doc/opus.doc. 14/05/2013

VON FRANZ, Marie Louise. A Alquimia: Introdução ao Simbolismo e a Psicologia. São Paulo. Ed. Cultrix. 1993.

Tábua de Esmeralda – Tradução de Isaac Newton , 1680 , encontrada em seus textos alquímicos. Folger, Washington 1988

Ricardo Assarice é Psicólogo, Reikiano, Mestrando em Ciências da Religião e Escritor. Para mais artigos, informações e eventos sobre psicologia e espiritualidade acesse www.antharez.com.br ou envie um e-mail para contato@antharez.com.br

Imagens:

‘Philosophical Mercury’. Itália. Século XV.
Perspectivas circulares de Luz e Sombra, imagem encontrada na internet.
Yin-Yang.
“Spirals” de M. C. Escher (1953).
Cena de uma bruxa na fogueira (Série “American Horror Story: The Coven”)
Princípios Alquímicos do Masculino e Feminino.
Gravuras Alquímicas de “Donum Dei”.
“Mars, Venus and Cupid”. 1808, Leopold Kiesling.

#Alquimia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/parte-2-2-casamento-alqu%C3%ADmico-e-tao%C3%ADsmo-a-s%C3%ADntese-perfeita

O Princípio Hermético da Vibração

Nada está parado; tudo se move; tudo vibra
(O Caibalion)

Este Princípio encerra a verdade que tudo está em movimento: tudo vibra; nada está parado; fato que a Ciência moderna observa, e que cada nova descoberta científica tende a confirmar. E, contudo, este Princípio hermético foi enunciado há milhares de anos pelos Mestres do antigo Egito. Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração.

Quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala, como uma nota musical. O som é movimento (compressão e vibração das moléculas causada pelas ondas sonoras). Quanto maior a escala da nota, maior a freqüência (vibração), mais fino (sutil) parecerá, aos nossos ouvidos, o som. O mesmo ocorre com as cores: todas as cores que percebemos são na verdade vibração (ondas), captadas (e filtradas) pelo nosso nervo óptico; o vermelho na escala mais baixa (visível a nós), e o violeta, na mais alta. E não pára por aí: a diferença entre a pedra, a água e o ar TAMBÉM é uma questão de vibração (e não estamos falando aqui de esoterismo). Quanto mais denso é um material, mais estável ele é, menor a vibração.

Por isso na espiritualidade usamos a mesma analogia denso/sutil para representar a evolução/estado do espírito ou das energias que o circundam. Se a veste humana for grosseira como a pedra, o espírito (humano desencarnado) seria como a água, e os “anjos” representariam o ar.

Diz-se que a vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez tão grande que ele está praticamente parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada. Por outro lado, na extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria, cujas vibrações são tão vagarosas que também parecem estar paradas. Entre estes pólos existem milhões e milhões de graus diferentes de vibração. Desde o corpúsculo e o elétron, desde o átomo e a molécula, até os mundos e universos, tudo em movimento vibratório. Isto é verdade nos planos da energia e da força (que também variam em graus de vibração); nos planos mentais (cujos estados dependem das vibrações), e também nos planos espirituais.

Segundo o Hermetismo, o domínio deste Princípio faculta ao estudante conhecer as suas vibrações mentais, assim como também a dos outros, e favorece até mesmo a conquista dos Fenômenos Naturais, por diversos meios. “Aquele que compreende o Princípio de vibração alcançou o cetro do poder”, disse um escritor antigo. Duvida? Um bom exemplo de aplicação desse Princípio para a conquista do poder pôde ser vista na Grécia, quando o sábio Arquimedes projetou um sistema de espelhos (naquela época feitos de metal polido) para proteção de uma cidade portuária da Grécia. Com eles, os soldados concentrariam a luz do Sol nas velas de navios inimigos, ateando fogo neles. Pra quem não sabe, a concentração de luz (radiação eletromagnética, infravermelha, etc) faz as moléculas do material atingido vibrarem, e o resultado é liberação de calor. A grosso modo, este é o mesmo princípio por trás de coisas hoje banais, como a lâmpada elétrica, outras não tão banais assim, como o microondas, e coisas nada banais, como a bomba atômica.

Pela vibração podemos descrever o Universo! Isso mesmo, e isso num plano filosófico/científico, aceito (com ressalvas) pela maior parte do mundo acadêmico. No começo eram as partículas… pelo menos era assim que a Física explicava o mundo, até recentemente. E é assim que estudamos a Física nas escolas até hoje. Átomos que se combinam formando um imenso jogo de Lego que representam as formas, o ar, o mar, enfim, o Universo. Enquanto tal modelo funcionava muito bem para descrever a macro-realidade (pessoas, planetas, galáxias, etc), ele provou ser falho para estudar o mundo subatômico dos elétrons, prótons e nêutrons. Até hoje ainda usamos duas Teorias para representar o Universo: uma, o macro: a Teoria da Relatividade Geral de Einstein; outra, o micro: a Mecânica Quântica. Estes dois conjuntos de regras são extremamente precisas no seu domínio, mas quando combinadas para descrever algo que envolva algo muito pesado e incrivelmente pequeno (como o momento da Criação do Universo), o que temos é uma pane geral, a “tela azul da morte” para a Física.

Uma única teoria que descrevesse o Universo seria o “Santo Graal” de qualquer físico. Assim como Hermes postulou, com seu Princípio da correspondência, intuitivamente os homens de ciência também sabem que “O que é em cima é como é embaixo”, e o que explica o movimento dos planetas também deve explicar o átomo. Foi esse sonho da Teoria Unificada que Einstein perseguiu até o fim da vida, sem sucesso.

Pois bem, um (relativamente) novo conjunto de idéias, chamado “Teoria das Cordas” (Strings theory) se propõe a fazer isso. E, se ela estiver correta, poderá ser um dos maiores sucessos na história da ciência. As grandes mentes do nosso tempo se debruçam sobre essa teoria, em busca de provas empíricas (que provavelmente não encontrarão), mas cientes de que ela explica com elegância e sobriedade desde os elétrons até as galáxias. E a chave para os segredos do Universo reside na afirmação, revolucionária para o mundo científico (mas não para o esotérico), que postula: TUDO NO UNIVERSO OPERA POR VIBRAÇÃO!

É esse o enredo do excelente documentário da PBS “O Universo Elegante”, baseado no livro homônimo do físico boa-pinta Brian Greene (que por sinal é o “astro” da série), dividida em três partes: Einstein’s Dream; String’s the Thing e Welcome to the 11th Dimention.

Recomendo veementemente esse documentário a qualquer estudioso de esoterismo, especialmente Hermetismo. Estão disponíveis na internet os vídeos Universo Elegante – Parte 1,
Parte 2 e Parte 3, com legendas em português, numa qualidade razoável, cada arquivo com 120MB em média. Para dar um exemplo de como é esse documentário, vou pegar um trecho do segundo capítulo, que nos explica detalhadamente a teoria:

Esta elegante nova versão da Teoria das Cordas (Strings theory) parecia capaz de descrever toda a matéria-prima da natureza. Eis como: Dentro de cada grão de areia existem bilhões de pequenos átomos. Cada átomo é feito de ainda mais pequenos pedaços de matéria, elétrons em órbita do núcleo feito de prótons e nêutrons, que ainda são feitos de partículas mais pequenas chamadas quarks. Mas a Teoria das Cordas diz que este não é o fim da linha. Faz a incrível afirmação que as partículas que compõem tudo no Universo são feitas de ingredientes ainda mais pequenos, pequenas vibrantes fibras de energias que se parecem com cordas (strings). Cada uma destas cordas é inimaginavelmente pequena. De fato, se um átomo fosse alargado para o tamanho do Sistema Solar, uma corda apenas seria tão grande quanto uma árvore!
E aqui está a idéia-chave:
Assim como diferentes padrões vibracionais ou freqüências duma única corda de violoncelo criam o que ouvimos como diferentes notas musicais, as diferentes formas como as cordas vibram dão às partículas as suas propriedades únicas, como a massa e a carga. Por exemplo, a única diferença entre as partículas que constituem vocês e eu e as partículas que transmitem gravidade e as outras forças, é apenas a forma como estas pequenas cordas vibram. Composto de um enorme número destas oscilantes cordas, o Universo pode ser pensado como uma grande sinfonia cósmica.

Fantástico, não? E poderíamos emendar isso com o Princípio do Ritmo, mas isso fica pra outro post…

Eu poderia parar por aqui, mas a Física é um terreno tão fascinante quanto o esoterismo e faço questão de repartir as idéias “malucas” vinda das cabeças mais brilhantes que a humanidade já produziu:
A Teoria das cordas, pra funcionar, precisa obrigatoriamente de 11 dimensões. Isso trouxe uma grande complicação ao mundo científico sobre como elas atuam nessas dimensões extra. Apenas nos anos 90 a teoria foi reformulada e renomeada pra Teoria-M, que traz em seu bojo a idéia de que as cordas não são exatamente cilíndricas (como cordas), mas sim Branas (de membrana), objetos estendidos em variadas dimensões. De acordo com a “Teoria-M heterótica”, o nosso Universo caberia, com TUDO o que tem dentro, numa Brana quadrimensional (altura, largura, profundidade e o tempo) flutuando numa quinta dimensão, tão grande que os físicos a chamam de “imensidão” (bulk). Visto dessa quinta dimensão, nosso Universo parecerá uma folha de papel esticada e, se estas idéias estiverem corretas, a “imensidão” deve conter outras “folhas”, outros Universos, que podem estar até mesmo ao lado do nosso (a menos de um milímetro!), constituindo, de fato, Universos paralelos. Alguns deles poderiam ser parecidos com o nosso Universo, com suas próprias dimensões, com matéria e planetas e, quem sabe, talvez até seres de algum tipo. Outros certamente seriam muito estranhos, e podem ter por base leis da física completamente diferentes.

O universo numa fatia de pão

É como estar preso na Zona Fantasma: um Universo à parte, dentro de um outro ainda maior! Mas, se isto for verdade, por que não os vemos nem os tocamos? Porque quase nada escapa da nossa Brana!! É como se fôssemos seres tridimensionais presos numa superfície bidimensional, como o General Zod na Zona Fantasma, e talvez, só talvez, uma explosão nuclear no espaço nos liberte…
Er… ignorem o momento nerd acima; bem, como dizia, nem a luz nem a matéria conseguem sair da Brana, apenas a gravidade é que (teoricamente) pode escapar pra outra Brana que esteja bem próxima, e é aí que os cientistas pretendem (um dia) provar a teoria na prática. É uma idéia muito poderosa porque, se estiver certa, significa que toda a nossa imagem do Universo fica obstruída pelo fato de estarmos presos numa pequena fatia de um espaço com mais dimensões.

Interessante, não? Se esse texto não tivesse vindo de físicos sérios (não estou falando de canalizações ou Quiropráticos) provavelmente os detratores diriam que é uma nova religião, uma nova Cientologia. Devido à natureza extremamente microscópica das Cordas (nunca vistas, apenas teorizadas) alguns cientistas ficam relutantes em admitir o caráter científico destas idéias, mas mesmo eles reconhecem que a explicação é bastante convincente diante dos bizarros modelos matemáticos com os quais esses cientistas lidam em seus experimentos. Por exemplo, a Matéria Escura, que é perfeitamente verificável mas totalmente invisível, poderia ser elegantemente explicada como resultado da influência gravitacional da matéria de OUTRA Brana (Universo), paralela à nossa. Até mesmo o Big Bang poderia ser explicado como o choque de duas Branas.

Enquanto na Física alguém postula uma teoria enquanto toma banho ou almoça, vai no quadro-negro, prova matematicamente que ela é consistente com os modelos de descrição do Universo e entra pra história, no esoterismo é bem mais difícil (ou impossível) provar alguma teoria, porque nem sempre se lida com a realidade, e sim com valores morais e espirituais, mas nem por isso vamos ignorar as idéias advindas desse ramo. Veremos agora um trecho do livro espírita Na Próxima Dimensão, escrito por Carlos Baccelli e Inácio Ferreira em 2002, que tem tudo a ver com o tema:

Temos que reencarnar melhor preparados e conscientes, sobretudo conscientes de que o tempo no corpo passa depressa e não vale a pena nos entregarmos à ilusão; até aproximadamente os 40 de idade, o homem soma: saúde, prazeres, aquisições; depois dos 40, começa a subtrair em sentido inverso…
Com a evolução tecnológica e a velocidade do pensamento, a existência humana vem se tomando vertiginosa; um século contínua tendo 100 anos, mas 1 dia parece não ter mais o mesmo número de horas… A mente do homem está encurtando o seu tempo de permanência no corpo: a expectativa de vida tem aumentado significativamente, mas o tempo mental da criatura encarnada está diminuindo progressivamente…

– Com a palavra os físicos, para melhor explicarem tal fenômeno de encurtamento do tempo interior -acentuei. – A continuar assim, dentro de mais alguns séculos, o homem será chamado a modificar a sua medida-padrão de tempo; à proporção em que a vida se espiritualiza na Terra, o tempo se desmaterializa, ou seja: quanto mais o homem se absorve interiormente, mais as coisas de fora deixam de se lhe constituir em ponto de referência…
Por este motivo, quando nos dirigimos aos nossos irmãos encarnados, habitualmente o fazemos sem noção de relógio e de calendário, pois a vida além da morte é apenas uma questão de aceleração das partículas que constituem o espaço em que nos movimentamos no novo corpo que nos abriga… a dimensão espiritual é caracterizada por uma velocidade e, conseqüentemente, por um espaço geográfico; a diferença de velocidade faz com que duas dimensões espaciais coexistam, ou seja, se interpenetrem; isto modifica antigas concepções da Física, que, é bem provável, venha, em tempo mais curto que o esperado, colocar a questão da sobrevivência da alma numa equação matemática…
Futuramente, a Religião do homem será a Ciência, que, por sua vez, se lhe constituirá na mais legítima manifestação de Fé!

__________
Acredito nesta última frase, mas o dia do casamento da Fé com a Ciência ainda está longe, pois o esoterismo ainda está cheio de misticismo, muitos véus que serviam para ocultar dos não-iniciados as grandes verdades, mas que hoje só servem para nublar nossa percepção… É ainda a herança dos tempos malditos onde as pessoas eram condenadas por saber demais. Até que o joio seja efetivamente separado do trigo, ainda teremos a Ciência de um lado, e a Religião/Fé/Esoterismo do outro. As duas continuarão boas amigas, eventualmente rolará um sexo sem compromisso, mas tudo escondido da família da Ciência, que é muito tradicional e preconceituosa.

As coisas não são o que parecem ser. Nem são qualquer outra coisa
(Buda, no Lankavatara Sutra)

#hermetismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-princ%C3%ADpio-herm%C3%A9tico-da-vibra%C3%A7%C3%A3o

Alquimia no Ritual de Iniciação Demolay

Texto do meu irmão Hamal,

O Ritual de Iniciação é de fato um dos momentos mais marcantes em toda Ordem DeMolay. É como se algo fosse implantado, ou despertado, dentro de nós.

A Sala Capitular contêm em si um simbolismo em tudo que há lá, esse simbolismo é herança do que Frank Marshall chamou de “nossos antepassados”. Não há nada que não exista uma ligação ou um motivo de estarem inseridos nos Rituais da Ordem DeMolay. Isso fica bem claro a todo estudante do simbolismo ritualístico, e foi exatamente o que Frank S. Land disse aos primeiros DeMolays antes de suas Iniciações.

A Iniciação tem por objetivo apresentar uma nova realidade ao Neófito. É uma experiência que propõe uma mudança em sua personalidade, para que este tome um novo rumo em sua vida diária com o juramento que lhe é proposto e as virtudes que lhes são apresentadas.

Nossos antepassados são os Hermetistas, são aqueles que criaram a ciência iniciática mais antiga na terra: a Alquimia. Vamos recorrer a seus legados para decifrar esse mistério dentro da Iniciação.

Será mesmo que existe isso na Ordem DeMolay? Vejamos…

ALQUIMIA

Já fizemos uma pequena descrição sobre a Iniciação e a Alquimia no texto Iniciação – Hermetismo e Alquimia, e recomendamos fortemente a releitura desse importante texto para a ideal compreensão do que é Alquimia e qual sua relação com as Ordens. Esse é talvez o assunto de maior importância do blog.

Ao procurarmos sobre “Alquimia” na internet nos deparamos com informações de quais seriam seus objetivos, sua história, alquimistas famosos, etc. Vamos tentar ser claros e rápidos, pois teremos textos específicos sobre o assunto.

Alquimia tem duas possibilidades de origens históricas, o antigo Egito dos Faraós e as primeiras eras da China, apesar de sabemos que foi praticada por todo o globo de maneira semelhante. O objetivo dos alquimistas eram diversos e se destacavam na construção da Pedra Filosofal, que daria sabedoria, saúde e vida eterna ao alquimista, e na transmutação dos metais em ouro.

Os alquimistas foram os primeiros cientistas. Estudavam e analisavam em seus laboratórios como o mundo funcionava, penetravam por trás das aparências procurando as Leis que regem a Terra e os Céus, procurando o porquê disso tudo existir da maneira que existe. E atribuíam um símbolo sagrado por trás de cada descoberta.

Da Alquimia surgiu a medicina como ciência de curar os enfermos com a manipulação dos produtos da natureza, a Astrologia como ciência de prever as mudanças na natureza pelos astros, a Geometria como ciência dos estudos matemático da Terra e seus componentes, o Hermetismo como síntese simbólica e linguagem da Alquimia, a Química como estudo dos elementos e suas interações, a Engenharia e Arquitetura como arte de construir com as mesmas proporções da natureza, entre outras.

Mas isso tudo era antigamente. Hoje, num mundo completamente diferente, devemos nos perguntar “qual o valor que teria a alquimia em nossas vidas além de um conhecimento histórico”?

O grande Carl Gustav Jung desvendou esse véu e percebeu que a Alquimia é fonte de estudo para a psique humana, mostrando que dentro das ciências Herméticas encontram-se as chaves para decifrar o Inconsciente. Destaquemos aqui suas próprias palavras do livro “Psicologia e Alquimia”:

“A alquimia movia-se de fato sempre no limite da heresia e era proibida pela Igreja. Ela desfrutou entretanto da proteção eficaz da obscuridade de seu simbolismo, que a qualquer momento podia ser explicado por uma alegoria inofensiva. Para muitos alquimistas, o aspecto alegórico se achava de tal modo em primeiro plano, que estavam totalmente convencidos de tratar-se apenas de corpos químicos. Outros, entretanto, consideravam o trabalho de laboratório relacionado com o símbolo e seu efeito psíquico. Tal como demonstram os textos, esses alquimistas tinham a consciência do efeito psíquico, a ponto de condenarem os ingênuos fazedores de ouro como mentirosos, trapaceiros ou extraviados. Proclamavam seu ponto de vista através de frases como esta: “aurum nostrum non est aurum vulgi” (nosso o ouro não é o ouro vulgar).

Seu trabalho com a matéria constituía um sério esforço de penetrar na natureza das transformações químicas. No entanto, ao mesmo tempo era – e às vezes de modo predominante – a reprodução de um processo psíquico paralelo; este podia ser mais facilmente projetado na química desconhecida da matéria, uma vez que ele constituía um fenômeno inconsciente da natureza, tal como a transformação misteriosa da matéria. A problemática acima referida do processo do desenvolvimento da personalidade, isto é, do processo de individuação, é expressa no simbolismo alquímico.”

O estudo de Jung sobre Alquimia destaca uma coisa importantíssima que deve ser atentada a todo estudante de Hermetismo. Demonstra a validade das ciências ocultas para com o entendimento do ser humano e sua evolução para o que Jung chamou de Individuação, que é a pessoa tornar-se Si Mesma, alguém inteiro e completo. Para Jung, “processo do desenvolvimento da personalidade, isto é, do processo de Individuação, é expressa no simbolismo alquímico”. Isso é a transmutação do Chumbo em Ouro dos alquimistas, é o processo psicológico de Individuação, é a maturação que devemos ser em vida.

Nossos antepassados bem sabiam o que faziam e estudavam, e temos em nossas mãos seus legados.

As etapas da Alquimia, sua relação com a psique, a transmutação dos metais, Pedra Filosofal, e toda essa “obscuridade do simbolismo” como referido por Jung, voltaremos a estudar e entender melhor, já que os Templários também são alvo de nosso estudo e estes refugiaram e patrocinaram muitas Guildas de Pedreiros-Alquimistas na Idade Média.

Vamos entender agora a relação da Alquimia com o processo da Iniciação DeMolay.

PRINCÍPIO DO GÊNERO

O Sétimo Princípio descrito no Caibalion é este: “O Gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e seu princípio feminino o gênero se manifesta em todos os planos”.

Esse ensinamento se baseia na seguinte observação do Universo: tudo existem a partir de dois gêneros, para todo positivo existe seu negativo, em todos os planos de existência há sua contra parte, no físico, emocional, racional, energético, etc. Temos o dia e a noite, o veneno e o antídoto, o bem o mal, o macho e a fêmea, o macro e microcosmo, o quente e o frio, o animo e anima na psique, a vida e a morte, até mesmo a gravidade tem sua oposição na energia escura e os átomos tem suas cargas opostas para poderem existir.

Segundo a Tradição é dito que Deus criou tudo em dualidade para que pudesse existir e evoluir, e isso só é possível através do Princípio do Gênero que tem como meta a união dos opostos para haver a criação. Sem oposição não há criação nem evolução!

O Sol e a Lua foram tomados pelos Alquimistas como símbolos opostos que representam o “Grande Pai” e a “Grande Mãe” criadores de tudo. Enfatizemos que isso são símbolos e não uma crença cega. Quando os antigos adoravam o Sol estes estavam adorando a energia da Criação em seu princípio Masculino, e a Lua como princípio feminino. E para quem acha que esses cultos Solares e Lunares acabaram, revejam a origem de festas como Natal, Páscoa, Festa Junina e da Missa. São as mesmas energias que invocamos em nossa Ritualística.

Esses dois astros são opostos em suas energias e finalidades, mas a atuação de ambos é o que mantêm a vida na terra possível de existir e evoluir (isso é estudar Astrologia!). Reveja seus simbolismos nos textos: O Símbolo do Sol e O Símbolo da Lua.

A união do Sol com a Lua, na Alquimia, recebe uma denominação especial: Casamento Alquímico. Assim é denominado a união entre macho e a fêmea de maneira sagrada. E a Iniciação é uma nova vida sendo criada: a vida como Iniciados. A Iniciação da Ordem DeMolay, em especial, explora muito esse simbolismo alquímico.

Vejamos como…

Sabemos que o Altar é o ponto simbólico onde o plano espiritual é invocado e se espalha por toda Sala Capitular, é onde colocamos os utensílios para a Invocação. O Altar é a representação do Sol na arquitetura sagrada. É no Altar onde o Iniciado recebe a Luz. Durante a Iniciação os 23 Oficiais formam um certo símbolo ao redor do altar, e esse símbolo contem em seu centro a Lua.

No momento em que somos consagrados como DeMolays há o Casamento Alquímico entre o Sol e Lua e uma nova vida é criada, recebemos a Luz como DeMolays. E há muito mais. Que essa pequena revelação possa servir de inspiração aos irmão a buscarem ainda mais do que não pode aqui ser dito.

Revejam a imagem do inicio da postagem. Esta imagem simboliza o exato momento da nova vida sendo criada, a união alquímica entre o Sol e a Lua e o Pombo, símbolo do Espirito Santo, descendo para implantar a vida ao produto dessa união. É o próprio momento da Iniciação. Lembrem-se do Oficial que conduz os Iniciados em suas 9 voltas que representam a Vida e o Dia de Trabalho…

Nossos antepassados bem sabiam. Isso é Magia Cerimonial da Ordem DeMolay, e isso é Alquimia.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/alquimia-no-ritual-de-inicia%C3%A7%C3%A3o-demolay

Faltam apenas 4 Dias!

Esta é a última semana para apoiar o Financiamento Coletivo dos Livros Sagrados de Thelema.

Os Livros Sagrados de Thelema são os 15 principais e mais importantes livros de Magia escritos por Aleister Crowley, considerados como publicações classe A (textos sagrados) na Thelema, publicados originalmente entre 1907 e 1911.

Para a edição brasileira, todos os 15 Libri foram reunidos e organizados em um único volume de 320 páginas, capa dura e edição caprichada, contendo os textos originais de 1907-1911 e a tradução em paralelo.

O total de Metas batidas e prêmios que a galera que apoiar está ganhando!

Apoiando no grau de Minerval ou acima, você terá seu nome nos agradecimentos deste que é um dos conjuntos de livros mais importantes da história da magia.

Além disso, quanto mais gente apoiar, mais todos ganham! Estamos atualmente com 170k, o que significa que se você apoiar agora, receberá (de acordo com o apoio) Pôsters, livros extras, marcadores de página, o Liber 1 e o Caibalion (outra obra fundamental no Hermetismo) como presente!

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Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/faltam-apenas-4-dias

As sete leis herméticas

As sete principais leis herméticas se baseiam nos princípios incluídos no livro Caibalion que reúne os ensinamentos básicos da Lei que rege todas as coisas manifestadas. A palavra Caibalion, na língua hebraica significa tradição ou preceito manifestado por um ente de cima. Esta palavra tem a mesma raiz da palavra Kabbalah, que em hebraico, significa recepção.

Lei do Mentalismo

“O Todo é Mente; o Universo é Mental.”

O universo funciona como um grande pensamento divino. É a mente de um Ser Superior que ‘pensa’/tem consciência de tudo. E assim é tudo que existe. É o todo. Toda a criação principiou como uma ideia da mente divina que continuaria a viver, a mover-se e a ter seu ser na divina consciência.

A matéria é como os neurônios de uma grande mente, um universo consciente e que ‘pensa’. Todo o conhecimento flui e reflui de nossa mente, já que estamos ligados a uma mente divina que contém todo o conhecimento. Como tudo que surgiu, derivou-se de uma mente consciente.

Lei da Correspondência

“O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora.”

Significa que o que está em cima (seu consciente) é como o que está em baixo (seu subconsciente) e o que está dentro (as emoções geradas pela ideia posta em seu subconsciente) é como o que está fora (resultado no mundo físico gerado pelo universo com base nas emoções e vibrações geradas pelo seu corpo, seguindo seu subconsciente).

A perspectiva muda de acordo com o referencial. A perspectiva da Terra normalmente nos impede de ver outros domínios acima e abaixo de nós. A nossa atenção está tão concentrada no microcosmo que não nos percebemos o imenso macrocosmo à nossa volta.

O princípio de correspondência diz-nos que o que é verdadeiro no macrocosmo é também verdadeiro no microcosmo e vice-versa.

Lei da Vibração

“Nada está parado, tudo se move, tudo vibra”

No universo todo movimento é vibratório. O todo se manifesta por esse princípio. Todas as coisas se movimentam e vibram com seu próprio regime de vibração. Nada está em repouso. Das galáxias às partículas subatômicas, tudo é movimento.

Todos os objetos materiais são feitos de átomos e a enorme variedade de estruturas moleculares não é rígida ou imóvel, mas oscila de acordo com as temperaturas e com harmonia. A matéria não é passiva ou inerte, como nos pode parecer a nível material, mas cheia de movimento. ou seja, tudo é energia e está em constante movimento.

Lei da Polaridade

“Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados”

A polaridade revela a dualidade, os opostos representando a chave de poder no sistema hermético. Mais do que isso, os opostos são apenas extremos da mesma coisa. Tudo se torna idêntico em natureza. O pólo positivo + e o negativo  da corrente elétrica são uma mera convenção.

O claro e o escuro também são manifestações da luz. A escala musical do som, o duro versus o flexível, o doce versus o salgado. Amor e o ódio são simplesmente manifestações de uma mesma coisa, diferentes graus de um sentimento.

(Ps: A lei da dualidade esta também expressa na cultura chinesa através do Yin Yang, segundo a mitologia chinesa foi entregue a eles por uma cobra que desceu no céu, ela é o conhecimento da dualidade do bem e do mal. Acredita-se que este seja o fruto do conhecimento do bem e do mal citado no Gênesis da bíblia, muitas outras das leis herméticas também podem ser constatadas no estudo do Yin Yang.)

Lei do Ritmo

“Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação”

Pode se dizer que o princípio é manifestado pela criação e pela destruição. É o ritmo da ascensão e da queda, da conversão energia cinética para potencial e da potencial para cinética. Os opostos se movem em círculos.

É a expansão até chegar o ponto máximo, e depois que atingir sua maior força, se torna massa inerte, recomeçando novamente um novo ciclo, dessa vez no sentido inverso. A lei do ritmo assegura que cada ciclo busque sua complementação. Tudo ocorre para que seja mantido o equilíbrio.

Lei do Gênero

“O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero se manifesta em todos os planos de criação”

Os princípios de atração e repulsão não existem por si só mas, somente um dependendo do outro. Tudo tem um componente masculino e um feminino independente do gênero físico. Nada é 100% masculino ou feminino, mas sim um balanceamento desses gêneros.

Existe uma energia receptiva feminina e uma energia projetiva masculina, a que os chineses chamavam de yin yang. Nenhum dos dois pólos é capaz de criar sem o outro. É a manifestação do desejo materno com o desejo paterno.

Lei de Causa e Efeito

“Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei”

Nada acontece por acaso, pois não existe o acaso, já que acaso é simplesmente um termo dado a um fenômeno existente e do qual não conhecemos a origem, ou seja, não reconhecemos nele a Lei à qual se aplica.

Esse princípio é um dos mais polêmicos, pois também implica o fato de sermos responsáveis por todos os nossos atos. No entanto, esse princípio é aceito por todas as filosofias de pensamento, desde a antiguidade. Também é conhecido como karma.

Da Energia Latente no Ser Humano

Ser Humano (Ser) é Energia. Essa Energia é força de maior intensidade, de menor intensidade e de zero intensidade.

O Ser ativo, participativo, solidário, ético, optativo e decisivo é um Ser de Energia de intensidade alta, grande, maior.

Um Ser inativo, egoísta, passivo, corruptor, inoptativo e indeciso é um Ser de Energia de intensidade baixa, rasa, sofrível.

Um Ser doente, em fase terminal, é um Ser de intensidade de Energia igual a zero.

Um Ser que faz o mal, vive para o mal, pratica o mal, venera o mal, participa para o mal, tem o pensamento voltado para o mal, ludibria a vontade alheia em proveito próprio, tem uma Energia de intensidade sofrível.

Um Ser que é benevolente, que pratica boas ações, que venera o bem, faz o bem sem olhar a quem, ajuda ao próximo, tem o pensamento voltado para a prática do bem, é altruísta, provoca a paz entre os homens, tem uma Energia de intensidade maior.

Um esquema para melhor entender esse homem de Energia sofrível: A Elipse é aberta em ordenadas e abscissas negativas.

Um esquema para melhor entender esse homem de Energia maior: A Elipse é fechada em ordenadas e abscissas positivas.

Um esquema para melhor entender esse homem de Energia zero: A Elipse tem abscissas e ordenadas iguais.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/as-sete-leis-hermeticas/