A Queda dos Anjos

Embora no Gênesis não esteja claro que os nefilins fossem maus, assim eles foram considerados nos livros apócrifos da época do Segundo Templo. Entre os achados arqueológicos mais importantes nesta área, encontra-se um texto em aramaico, descoberto no inverno de 1896-97 numa genizah de uma comunidade hebraica do Cairo e publicada, pela primeira vez, sob o título de Documento de Damasco, em 1910. Diz o seguinte:

«III – E, agora, ouvi-me, meus filhos, que eu descerrarei os vossos olhos para que possais escolher aquilo que Ele ama e desprezar tudo aquilo que odeia, para poderdes caminhar perfeitamente em todos os Seus caminhos e não errardes seguindo impulsos culposos ou deitando olhares de fornicação. Porque muitos foram os que se desviaram e homens fortes e valorosos aí escorregaram, tanto outrora como hoje. Caminhando com a rebelião nos corações, caíram os próprios guardas dos céus, a tal chegados porque não observavam os mandamentos de Deus, tendo caído também os seus filhos, cuja estatura atingia também a altura dos cedros e cujos corpos se assemelhavam a montanhas. Todo o ser vivo que se encontrava em terra firme, caiu, sim, e morreu, e foram como se não tivessem sido, porque procediam conforme a sua vontade e não observavam os mandamentos do seu Criador, de maneira que a cólera de Deus se inflamou contra eles.»

Vários fragmentos do Livro de Enoch, escritos em aramaico, foram descobertos nas célebres grutas de Qumran, no Mar Morto. Contudo, mesmo depois dos textos terem sido comparados e executado um árduo trabalho de reconstituição, ainda faltaram diversas lacunas. Tentei amenizar este problema tapando os buracos com passagens de uma tradução livre para o etíope quase idêntica ao original aramaico, encontrada na Abissínia (conhecida como Enoch Etíope ou I Enoch):

VI – 1 «Sucedeu que quando se multiplicaram naqueles dias os filhos dos homens, nasceram-lhe filhas formosas e belas. Os Vigilantes, filhos do céu, viram-nas, desejaram-nas e disseram uns aos outros: Vamos e escolhamos mulheres dentre as filhas dos homens e engendremos filhos. Porém Semihaza, que era o seu chefe, lhes disse: Temo que não queiras realizar esta obra, e seja eu sozinho culpável de um grande pecado. Responderam e lhe disseram todos:» «Juremo-nos todos e comprometamo-nos todos sob anátema. Uns com os outros, a não voltarmos atrás neste projeto até que tenhamos realizado esta obra. Então se juramentaram todos em uníssono e se comprometeram uns com os outros. Eram duzentos todos os que desceram no tempo de Jared sobre o cimo do monte Hermon. Chamaram o monte “Hermon”, porque juram e se comprometeram sob anátema uns com os outros nele. Estes são os nomes de seus chefes: Semihazah, que era seu chefe; ‘Ar’teqof, o segundo com relação a ele; Ramt’el, o terceiro com relação a ele; Kokab’el, o quarto com relação a ele; ???’el, o quinto com relação a ele; Ra’ma’el, sexto com relação a ele; Dani’el, sétimo com relação a ele; Zeq’el, oitavo com relação a ele; Baraq’el, nono com relação a ele; ‘Asa’el, décimo com relação a ele; Hermoni, undécimo com relação a ele; Matar’el, duodécimo com relação a ele; ‘Anan’el, décimo terceiro com relação a ele; Sato’el, décimo quarto com relação a ele; Shamsi’el, décimo quinto com relação a ele; Sahari’el, décimo sexto com relação a ele; Tumi’el, décimo sétimo com relação a ele; Turi’el, décimo oitavo com relação a ele; Yomi’el décimo nono com relação a ele; Yehadi’el, vigésimo com relação a ele. Estes são os chefes dos chefes de dezena.»

VI – 1 «Eles e seus chefes, todos tomaram para si mulheres, escolhendo entre todas, e começaram a ir a elas e a contaminar-se com elas, a ensinar-lhes bruxarias, encantos e o corte de raízes, e a revelar-lhes as plantas. Elas ficaram grávidas deles e pariram gigantes, altos uns três mil côvados, que nasceram sobre a terra conforme a sua infância, e cresceram de acordo com seu crescimento, e que devoravam o trabalho de todos os filhos dos homens, sem que os homens pudessem abastecê-los. Os gigantes conspiravam para matar os homens e para devora-los. Começaram a pecar […] contra todos os pássaros e animais da terra e contra os répteis que se movem sobre a terra e nas águas e no céu, e os peixes do mar, e a devorar uns a carne dos outros, e bebiam o sangue. Então a terra acusou os ímpios por tudo o que se havia feito nela.»

VIII – 1. «’Asa’el ensinou os homens a fabricar espadas de ferro e couraças de cobre e lhes mostrou o que se escava e como poderiam trabalhar o ouro para deixa-lo preparado; e quanto à prata, a lavrá-la para braceletes e outros adornos para as mulheres. Às mulheres revelou acerca do antimônio e acerca do sombreado dos olhos e de todas as pedras preciosas e sobre as tinturas [E assim grassava uma grande impiedade; eles promoviam a prostituição, conduziam aos excessos e eram corruptos em todos os sentidos.]» «Semihazah ensinou encantamentos e a cortar raízes; Hermoni ensinou a desencantar, a bruxaria, a magia e habilidades; Baraq’el ensinou os sinais dos raios; Kokab’el ensinou os sinais das estrelas; Zeq’el ensinou os sinais dos relâmpagos; ???’el ensinou os sinais de […]; ‘Ar’teqof ensinou os sinais da terra; Shamsi’el ensinou os sinais do sol; Sahari’el ensinou os sinais da lua. E todos começaram a descobrir segredos à suas mulheres.» «Como estava perecendo uma parte dos homens da terra, seu grito subia até o céu.»

IX -1 «Então Miguel, Sariel, Rafael, e Gabriel olharam para a terra do santuário dos céus e viram muito sangue derramado sobre a terra; e toda a terra estava cheia da maldade e da violência que se pecava sobre ela. Ouvindo isto, os quatro foram e disseram que o grito e o lamento pela destruição dos filhos da terra subia até as portas do céu. E disseram aos santos do céu: É agora a vós, santos do céu, a quem suplicam as almas dos filhos dos homens dizendo: “Levai nosso caso diante do Altíssimo e nossa destruição diante da majestade!” Foram Rafael, Miguel, Sariel e Gabriel, e disseram diante do Senhor do mundo: “Tu és nosso grande Senhor, tu és o Senhor do mundo; Tu és o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores e o Rei dos reis. Os céus são o trono de tua glória por todas as gerações que existem desde sempre, e toda a terra é o escabelo ante ti por toda a eternidade, e teu nome é grande e santo e bendito para sempre. [Tudo foi por Ti criado e conservas o domínio sobre todas as coisas. Tudo é claro e manifestado diante dos teus olhos. Tu vês tudo e nada pode ocultar-se na tua presença. Tu vês o que foi perpetrado por Azazel, como ele ensinou sobre a terra toda espécie de trangreções.]» «pois (eles) ensinaram os mistérios eternos que há no céu para que os praticassem os conhecedores dentre os homens. E (olha) Shemihaza, a quem deste autoridade para reinar sobre todos os seus companheiros. Foram às filhas dos homens da terra e dormiram com aquelas mulheres, contaminando-se com elas [e familiarizaram-nas com toda sorte de pecados. As mulheres pariram gigantes e, em conseqüência, toda a terra encheu-se de sangue e de calamidades. 6. Agora clamam as almas dos que morreram, e o seu lamento chega às portas do céu. Os seus clamores se levantam ao alto, e em face de toda a impiedade que se espalhou sobre a terra não podem cessar os seus queixumes. 7. E Tu sabes de tudo, antes mesmo que aconteça. Tu vês tudo isso e consentes. Não nos dizes o que devemos fazer.]”»

X – 1 «[Então o Altíssimo, o Santo, o Grande, tomou a palavra e enviou Uriel (= Sariel) ao filho de Lamech (Noé), com a ordem seguinte: “Diz-lhe, em meu nome: ‘Esconde-te’, e anuncia-lhe o fim próximo! Pois o mundo inteiro será destruído; um dilúvio cobrirá toda a terra e aniquilará tudo o que sobre ela existe.] Ensina ao justo o que deve fazer, e ao filho de Lamec a preservar sua alma para a vida e a escapar para sempre. E por ele será plantada uma planta e serão estabelecidas todas as gerações do mundo.» «[O Senhor] disse a Rafael: “Vai, pois, Rafael, e ata Azael de pés e mãos e arremessa-o nas trevas! [Cava um buraco no deserto de Dudael e atira-o ao fundo! Deposita pedras ásperas e pontiagudas por baixo dele e cobre-o de escuridão! Deixa-o permanecer lá para sempre e veda-lhe o rosto, para que não veja a luz! 4. No dia do grande Juízo ele deverá ser arremessado ao tremendal de fogo! Purifica a terra, corrompida pelos Anjos, e anuncia-lhe a Salvação, para que terminem seus sofrimentos e não se percam todos os filhos dos homens, em virtude das coisas secretas que os Guardiões revelaram e ensinaram aos seus filhos! Toda a terra está corrompida por causa das obras transmitidas por Azazel. A ele atribui todos os pecados!”]»; «E a Gabriel disse o Senhor: “Vai aos bastardos e aos filhos da fornicação e destrói os filhos dos Vigilantes dentre os filhos dos homens; mete-os em uma guerra de destruição, pois não haverá para eles longos dias. Nenhuma petição a seu favor será concedida a seus pais; pois esperam viver uma vida eterna, ou que cada um deles viverá quinhentos anos”. E a Miguel disse o Senhor: “Vai, Miguel, e anuncia a Shemihaza e a todos os seus amigos que se uniram com mulheres para contaminar-se com elas em sua impureza, que seus filhos perecerão e eles verão a destruição de seus queridos; acorrenta-os durante setenta gerações nos vales da terra até o dia grande de seu juízo. [Nesse dia, eles serão]» (condenados a) «tortura e ao fechamento na prisão eterna. Tudo o que seja condenado estará perdido desde agora; será acorrentado com eles até a destruição de sua geração. E no tempo do juízo com que eu julgarei, perecerão por todas as gerações. Destrói todos os espíritos dos bastardos e dos filhos dos Vigilantes, porque fizeram operar o mal aos homens. Destrói a iniqüidade da face da terra, faz perecer toda obra de impiedade e faz que apareça a planta da justiça; ela será uma bênção e as obras dos justos serão plantadas no gozo para sempre. Naquele tempo todos os justos escaparão e viverão até que engendrem milhares. Todos os dias de vossa juventude e de vossa velhice se completarão em paz.”»

VII – 1. [Enoch havia desaparecido, e nenhum dos filhos dos homens sabia onde ele se encontrava, onde se ocultava e o que era feito dele. O que ocorrera é que ele havia estado junto dos Guardiões e transcorreu os seus dias na companhia dos Santos. 2. Eu, Enoch, ergui-me e louvei o Senhor da Majestade e Rei do mundo. Então os Guardiões (santos) me chamaram, a mim Enoch, o Escriba, e disseram-me: “Enoch, tu, o Escriba da Justiça, vai e anuncia aos Guardiões do céu que perderam as alturas do paraíso e os lugares santos e eternos, que se corromperam com mulheres à moda dos homens, que se casaram com elas, produzindo assim grande desgraça sobre a terra; anuncia-lhes: ‘Não encontrareis nem paz nem perdão’. Da mesma forma como se alegram com seus filhos, presenciarão também o massacre dos seus queridos, e suspirarão com a desgraça. Eles suplicarão sem cessar, mas não obterão nem clemência nem paz!”]

XIII – 1. [Então Enoch encaminhou-se até eles e assim falou a Azazel: “Tu não terás a paz. Uma sentença severa recaiu sobre ti: deverás ser acorrentado. Não alcançarás indulgência nem será aceita a intercessão, por causa dos atos violadores que ensinaste a praticar, e por causa de todas as obras blasfemas, da violência e dos pecados que mostraste aos homens.” Então eu redigi a palavra a todos eles. Todos encheram-se de grande medo e foram tomados de pavor e tremor. Suplicaram-me que lhes escrevesse um rogo intercessório, para que pudessem obter o perdão, e que eu lesse o seu pedido na presença do Senhor dos céus. Pois a partir de então não lhes era mais permitido falar com ele nem levantar seus olhos para o céu, de vergonha pelos seus delitos, pelos quais foram castigados. Assim eu redigi o seu rogo] «com todas as suas petições, por suas almas, por todas e cada uma de suas obras e por todos o que pediam: que houvesse para eles perdão e longevidade. Fui e me sentei junto às águas de Dã, na terra de Dã, que está ao sul do Hermonim, ao seu lado oeste, e estive lendo o livro de anotações de suas petições até que dormi. Eis que me vieram sonhos e caíram sobre mim visões até que levantei minhas pálpebras às portas do palácio do céu […] E vi uma visão do rigor do castigo. E uma voz veio e me disse: Fala aos filhos do céu para repreendê-los. Quando despertei, fui a eles. Todos eles estavam reunidos juntos e sentados e chorando em Abel-Maya (a Fonte do Pranto) que está entre o Líbano e Senir, com os rostos cobertos.»; «Eu contei diante deles todas as visões que havia visto em sonhos e comecei a falar com palavras de justiça e de visão e a repreender os Vigilantes celestes.»

XIV 1. [Este é o] «livro das palavras da verdade e da repreensão dos Vigilantes que eram desde sempre, segundo o que ordenou o Grande Santo no sono que sonhei. Nesta visão eu vi em meu sonho o que agora digo com a língua carnal, com o alento de minha boca, que o Grande deu aos filhos dos homens para que falem com ela e para que compreendam no coração. Assim como Deus destinou e criou os filhos dos homens para que compreendam as palavras do conhecimento, assim me destinou e fez e criou a mim para que repreenda os Vigilantes, os filhos do céu. Eu escrevi vossa petição, Vigilantes, e numa visão me foi revelado que vossa petição não vos será concedida por todos os dias da eternidade, e que haverá juízo por decisão e por decreto contra vós; que a partir de agora não voltareis ao céu e não subireis por todas as idades; e que foi decretada a sentença para acorrentar-vos nas prisões da terra por todos os dias da eternidade; porém que antes vereis que todos os vossos queridos irão à destruição com todos os seus filhos; e as propriedades de vossos queridos e de seus filhos não as desfrutareis; cairão ante vós pela espada de destruição, pois vossa petição por eles não vos será concedida, como não vos é concedida por vós mesmos. Vós continuareis pedindo e suplicando. […] Não pronunciareis nem uma palavra do escrito que eu escrevi.»

Esses Vigilantes que “mudaram suas obras” e resolveram ensinar aos humanos ciências divinas foram responsabilizados não só pelas guerras (que naquele tempo nem sempre eram vistas como algo ruim) mas também por terem iniciado ou aperfeiçoado a própria civilização: Semihazah ensinou “bruxarias, encantos e o corte de raízes, e a revelar-lhes as plantas”. Nisso se incluía a antiga homeopatia (fabricação de remédios naturais), já conhecida e rigorosamente aperfeiçoada pelos egípcios desde tempos remotos; E também a fabricação de venenos – retirados das plantas – que era uma especialidade daquele período, herdada da dominação romana.

Menos eficazes, mas nem por isso menos populares, deveriam ser as “bruxarias” e “encantos”, aos quais alegava-se que serviam para praticamente tudo que se pudesse desejar, principalmente ganhar fama, fortuna e atrair o sexo oposto. Geralmente nessas práticas se ensina que quando o feitiço da errado é 1) porque o praticante não executou como devia ou 2) porque seu inimigo fez um contra feitiço anulando o primeiro. Assim Hermoni (et. Armaros) “ensinou a desencantar, a bruxaria, a magia e habilidades”… Uma segunda versão em etíope fala sobre outros Vigilantes que, juntamente com Semihazah, teriam ensinado magia: Kasdeja “ensinou aos filhos dos homens toda espécie de sortilégios dos espíritos e dos demônios, bem como os malefícios contra o fruto do ventre materno, para sua expulsão, e os contra a alma, feitiços contra a picada de cobra, contra a insolação e contra o filho da serpente, chamado Tabaet. – E esta foi a tarefa de Kasbeel, que desvelara aos Santos o Juramento supremo, quando habitava no alto da Glória e se chamava Bika. Este pedira a Michael para transmitir-lhe o Nome secreto, a fim de que pudesse ser conhecido e empregado nos juramentos, conquanto aqueles que ensinaram as coisas ocultas aos filhos dos homens tremessem em face desse Nome e desse Juramento.” (I Enoch LXIX)

Sobre culinária, alfabetização e leis, é dito que Penemue “ensinou aos filhos dos homens o doce e o amargo, bem como todos os segredos da sua sabedoria. Ele também instruiu os homens na escrita com tinta e sobre papel, e com isso muitos se corromperam, desde os tempos antigos por todas as épocas, até os dias de hoje. Pois os homens não foram criados para fortalecer sua honestidade dessa maneira, por meio de pena e tinta”. (I Enoxh LXIX)

Kokab’el “ensinou os sinais das estrelas. (et. Ciência das constelações)”. Isso sem dúvida é antiga Astrologia, que incorporava elementos da astronomia. Esta “ciência” era muito valorizada pois, na antigüidade, eram os astrólogos que ficavam encarregados de informar sobre a mudança das estações, da configuração de calendários e outras coisas de grande utilidade para a vida rural e economia dos reinos. Ainda no campo da astrologia, parece que Zeq’el, que “ensinou os sinais dos relâmpagos (Et. Observação das nuvens)” e Baraq’el que “ensinou os sinais dos raios” ficaram responsáveis pala previsão do tempo… Para completar o quadro astronômico/astrológico, Shamsi’el “ensinou os sinais do sol” e Sahari’el “ensinou os sinais da lua. (et. Fazes da lua)”.

Em auxílio da agricultura, ‘Ar’teqof “ensinou os sinais da terra”, se era boa ou ruim para o plantio, etc. Tudo isso gerava grandes facilidades na vida humana que, tendo menos trabalho e mais tempo livre podia se dedicar a cuidados pessoais, iniciar uma vida urbana e até mesmo pensar numa expansão através da guerra. É aqui que entra aquele que apesar de não ser o líder parece ter provocado o maior dano de todos: ‘Asa’el (hebr. et. e árabe Azazel) “Ensinou os homens a fabricar espadas de ferro e couraças de cobre e lhes mostrou o que se escava e como poderiam trabalhar o ouro para deixa-lo preparado; e quanto à prata, a lavrá-la para braceletes e outros adornos para as mulheres. Às mulheres revelou acerca do antimônio e acerca do sombreado dos olhos (Kohol) e de todas as pedras preciosas e sobre as tinturas”.

Aparentemente, se não fosse pelos insaciáveis filhos vampiros, parece que os ensinamentos dos Vigilantes não seriam tão condenáveis assim, já que trouxeram para a humanidade mais bem do que mal… Tanto que um dos chefes de dezena, Dani’el (et. Danjal) foi adotado posteriormente como anjo da misericórdia pela tradição cristã, ficando mundialmente conhecido. Outro mencionado em versões posteriores, Uzza, tornou-se anjo benéfico para os árabes. De fato, o livro apocalíptico dos Jubileus conta que os Sentinelas (= Vigilantes) vieram para a Terra e depois pecaram, mas que seu príncipe, Samael, teria tido a permissão de Iahweh para atormentar a humanidade. Entretanto, o judaísmo posterior e quase todos os primeiros escritores eclesiásticos viram nesses “filhos de Deus” anjos culpados.

Sobre a posterior condenação, a Segunda versão de I Enoch limita-se a dizer que «em conseqüência desse Julgamento, eles serão submetidos à angústia e ao estremecimento por terem desvelado aquelas coisas aos habitantes da terra.» (I Enoch LXIX).

Na verdade nenhuma das sete cópias fragmentadas do Livro de Enoch (nem das cinco do Livro dos Gigantes) encontrados nas cavernas de Qumran continha menção ao “abismo de fogo” descrito no Enoch Etíope, o que é significativo pois se trata de textos particularmente grandes. É possível que estes textos sejam acréscimos posteriores de escribas ou tradutores Coptas – mesmo porque eles se assemelham mais à doutrina cristã dos primeiros séculos d.C. do que à mitologia judaica/essênia da época em que foram escritos os Manuscritos do Mar Morto. Uma descrição mais detalhada deste local de condenação aparece no Livro das “Similitudes de Enoch” (II Enoch); Esta versão, descoberta na Rússia em um texto eslavo, foi provavelmente escrita no Egito no princípio da era cristã e fala da viagem de Enoch através das diferentes coortes do Paraíso.

Por Shirley Massapust

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/demonologia/a-queda-dos-anjos/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/demonologia/a-queda-dos-anjos/

As Muralhas de Paraúna em Goiás

Ruínas de paredes colossais nas faldas de uma serra, uma muralha com cerca de 15 quilômetros , toda construída com paralelepípedos de pedra-ferro, um sistema de túneis com seções de 4 metros de diâmetro, cavados no interior de uma rocha, esculturas zoomorfas e antropomorfas e uma gruta repleta de símbolos das civilizações clássicas do Oriente Médio de há quatro ou cinco mil anos; por incrível que pareça , todas essas coisas existem em Paraúna , no Sudeste de Goiás! O acervo arqueológico existente neste município , transcende toda e qualquer formulação hipotética porque a complexidade dos seus elementos embaraça o observador que procure situa-los no tempo ou no espaço.

O estilo da “grande muralha” possui conotações com alguns aspectos das edificações pré-incaicas do rio Santa no litoral peruano . As esculturas da serra da Arnica lembra certas formas estilísticas, enquanto a gruta do rio ribeirão Encanado apresenta desenhos e relevos que nada tem a ver com qualquer civilização pré-colombiana da América, e sim , com a simbólica das tradições egípcias e judaica!

A muralha de Paraúna se encontra no vale da serra da Portaria , a 35 quilômetros da sede do município. Construída com paralelepípedos de pedra-ferro, ela se desenvolve num alinhamento retilíneo, avançado do paredão principal da serra até o altiplano situado no outro lado do vale. Em alguns pontos, apresenta uma média de 4 a 4,5 m de altura , o que é coerente para a sua largura média que não ultrapassa 1,30 m. Nestes trechos , constata-se pela relação altura-largura que a edificação se encontra intacta , o que não ocorre em outros pontos onde só podemos observar o seu afloramento rente ao solo.

Como o terreno da região é arenoso, não se sabe se a superfície aflorada corresponde ao alicerce ou se se trata do topo , onde o corpo da muralha se encontra soterrado pela sedimentação. Escavações sistemáticas precisariam ser feitas para que se pudesse chegar a uma conclusão definitiva . Os blocos retangulares de pedra , empregados na construção , se apresentam nitidamente trabalhados com encaixes e entalhamentos que traduzem com uma elevada técnica de arquitetura lítica , fato que vem derrubar frontalmente o conceito de que no Brasil pré-histórico , nunca existiram povos construtores em pedra.

A serra da Portaria é um tabuleiro de arenito que apresenta paredões abruptos de 100 ou 120 metros de altura . Seu nome deriva justamente da presença de estranhos portais em vários pontos da escarpa que se encontram como que lacrados com blocos de outros tipos de rocha . Um desses portais , entretanto , não está bloqueado e a sua forma oval se destaca no cenário com uma enorme janela. Aproximando do local , verificamos que se trata de uma abertura de iluminação que converge para um túnel vertical que liga o topo da montanha a uma enorme galeria cavada no interior do rochedo . Desta galeria , tem origem um terceiro túnel obliquo ( mais ou menos 60º de inclinação zenital ) que vai terminar também no platô da grande elevação . Um notável portal , cerca de 25 metros abaixo da “janela de iluminação” completa o conjunto que parece corresponder a um sistema decorredores que suscita analogia com os que existem nas pirâmides egípcias.

Situada a mais ou menos 20 quilômetros do local onde se encontram a muralha e os túneis , existe a “cidadela da serra da Arnica” , assim por nós denominada em face da incrível multiplicidade de remanescentes arquitetônicos concentrados numa área inferior a um hectare.

Enormes blocos de pedra se acham sobrepostos dando a nítida impressão de ruínas de ciclônicas construções . Numa delas , constatamos o delineamento de uma incrível figura zoomorfa, um grande felino ou talvez uma esfinge. outras esculturas também surpreendem , como a “cabeça de touro” onde se notam detalhes como olhos e orelha e que se encontram em um grande pedestal trabalhado. Uma cabeça humana em estilo maia domina o panorama de um dos paredões, sugerindo mesmo uma possível relação entre as singularidades ali existentes e os magníficos tesouros daquela civilização centro-americana.

Na serra da Arnica também existem curiosas colinas como que “feitas de escamas” , muito parecidas com formações encontradas em Sete Cidades no Piauí.

Nos contrafortes da serra dos Caiapós, na fronteira de Parauna com o município de Ivolândia, existe um monumento estranhíssimo que melhor do que sob um prisma arqueológico deve ser apreciado pelo angulo mágico. Uma pequena caverna em um bloco de arenito . Uma pequena caverna em um bloco de arenito vermelho, aparentemente sem nenhuma importância e que no entanto encerra um enigma colossal: toda uma simbologia hermético-cabalistica em pleno sertão brasileiro!

Seria inútil a tentativa de qualquer explicação “racional” para o fato. As imagens ali registradas não oferecem a mínima possibilidade de estarem relacionadas com qualquer índice cultural que se quisesse propor para “um possível povo que tivesse habitado a região”. O conjunto simbólico agrupado num painel situado no teto da gruta surpreende e intriga porque as imagens apresentam traços clássicos e o cinzelamento dos relevos retratam elementos numismáticos do antigo Egito e símbolos cosmo lógicos da Alta Cabala hebraica!

Daí não se poder abordar o enigma com as armas habituais no nosso convencionalismo cultural. No “painel mágico” de Paraúna estão desenhadas as quatro formas da esfinge, o homem , o leão , a águia e o touro e por mais absurdo que possa parecer , todas as 22 figuras do Tarô, algumas exatamente de acordo com as descrições de Eliphas Levy no seu Dogma e Ritual da Alta Magia. Mais do que isto : imagens da demonologia tal como foram concebidas e classificadas pelos magistas da Idade Média.

Curiosamente , debaixo do teto onde se encontra o painel , existe um cavalo , uma espécie de pilão que apresenta as paredes polidas , como que vitrificados e onde se pode anotar a presença dos “florões cabalísticos” , semi-esferas simetricamente em seu interior.

Os elementos existentes nesta gruta podem , com toda a certeza , representar indícios experimentais de uma realidade supranormal, um ponto de partida para uma revisão supranormal, um ponto de partida para uma revisão conceptual sobre o comportamento da natureza em certos locais , pois nos parece , sinceramente, que as figuras desta caverna são naturais , frutos de um processo fenomenal que escapa ao entendimento da ciência moderna e que no entanto se constituía na remota antigüidade como fato sobejamente conhecido e destrinçado pelos iniciados.

A força do conjunto de imagens não possibilita de modo algum qualquer juízo em que se faça um apelo para o termo “coincidência”. Não se pode considerar a existência de dezenas de figuras conhecidas simbolicamente , todas agrupadas num mesmo sistema, como o capricho de uma casualidade . . . Concordamos que é mais provável que os desenhos e os relevos não tenham sido elaborados por mãos humanas, porém , se o fenômeno é natural , não o é num sentido em que a natureza se comportou de maneira exaltada , revelando particularidades insólitas pertencentes a um outro angulo da sua realidade , “criações” não cogitadas pela chamada “Ciência Oficial”, porém , perfeitamente conceptíveis pelos que estão familiarizados com os temas do naturalismo esotérico.

As referencias do ocultismo sobre “o trabalho dos espíritos elementais” muito tem a ver com os traços e o cinzela mento da gruta de Paraúna , mas é provável que em virtude do fantástico simbolismo ali existente , haja algo mais profundo e mais importante.

Depois de observar , comparar e constatar minuciosamente as relações de cada símbolo com as representações hieráticas e mitológicas da antigüidade , nos ocorreu a idéia de que os pentáculos mágicos , tão zelosamente ocultados pelos responsáveis do Santuário da Certeza , talvez tenham sido compilados diretamente de certas revelações espontâneas da natureza , tal como ocorre em Paraúna.

Neste caso , não seria absurdo estabelecer-se também uma relação entre estes símbolos naturais e os “símbolos inerentes” da concepção de Carl Jung sobre as imagens do inconsciente coletivo e os seus afloramentos nos estados oníricos.

Quem sabe se a natureza em sua sabedoria e em seu mutismo não se coloca em intima relação com a subconsciencia humana através de um “método ” ideográfico, atualmente perdido , e que no remoto passado se estabelecia como ponto de partida de todos os oráculos?

Quem sabe se o simbolismo clássico das tradições mágicas outra coisa não é senão as próprias formas criadoras de uma ponte entre a inteligência humana e a inteligência das causas segundas?

Em meados do século 18 , um ocultista francês chamado Oswaldo Crólio lançou a obra O Livro das Assinaturas , em que, com rara originalidade, desenvolveu a tese de que em todos os aspectos da criação , desde as formas de uma constelação às reentrâncias do mais singelo calhau , o principio criador deixou os traços indeléveis do seu pensamento; em outras palavras : interpretando toda a sabedoria da ciência dos magos , Oswaldo Crólio admitia que nada escapa a um sentido teleológico ( de finalidade ) e que em todos os objetos e em todas as formas , existem os sinais de uma correspondência cosmotelúrica.

De acordo com as suas observações ,toda a realidade seria absolutamente clara e precisa para o entendimento humano e o que hoje consideramos como mistério não seria mais do que a conseqüência de uma ausência : a perda da linguagem espontânea da natureza que fez com que o homem precisasse trilhar os caminhos da especulação dedutiva, para , de outro modo , reencontrar a luz.

A natureza não se comportaria segundo as conceituações mecanicistas da nossa cosmovisão “racional” ; para Crólio , nem mesmo uma folha que cai ou uma lasca de pedra , que se desprende do bloco rochoso , teria um sentido arbitrário : tudo acontece de forma integrada e em todos os acontecimentos existe a revelação do aspecto sensível e inteligente da natureza , para ele o “egrégoro planetário” ou “o espirito da Terra”,

Gaffarel , célebre astrólogo , também francês desenvolveu por sua vez a mesma questão com outra obra notável : De Como Observar o Oculto , em que , com uma linguagem menos clara porém mais profunda do que a de entre as formas de certas constelações e os traços de certas rochas e as nervuras de certas folhas com caracteres ideográficos e fonéticos do antigo alfabeto hebraico , base simbológica da cabala clássica.

Para Gaffarel , a origem das letras sagradas teria sido a compilação de sinais da natureza por parte de mestres de incomparável intuição , mestres que teriam visto naqueles sinais os fundamentos de uma linguagem que facultava ao homem o dialogo com a natureza em nível consciente ; da inteligência para inteligência , de ente sensível para ente sensível .

E Gaffarel completou afirmando que “uma vez de posse da compreensão sintética desses sinais e com o consequente alargamento da clarividência simbológica , tudo deixa de ser oculto e incompreensível ; a natureza se abre como o botão que se transforma em flor e se identifica com o iniciado na mesma proporção com que está identificado com o pensamento divino”.

Extraído de um texto de Alódio Továr – cartógrafo, escritor e jornalista – 1976

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/realismo-fantastico/as-muralhas-de-parauna-em-goias/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/realismo-fantastico/as-muralhas-de-parauna-em-goias/

Astronomia Lovecraftiana

Segundo L. Sprague, Lovecraft era um “astrônomo” afiado, cujos primeiros interesses estavam relacionados à criação dos mitos associando as constelações. As historias de Lovecraft e outros escritores do mito de Cthulhu que mencionam frequentemente os papeis das estrelas nas conexões dos eventos, em rituais. Um determinado número desses planetas e estrelas era ficção, por exemplo, o planeta Sharnoth, morada de Nyarlathotep além deste universo, que pode ser denominado universo B. Outros corpos celestes são reais, daí surgiu o interesse de investigar a conexão com a mitologia.

Os planetas

Interessante listar cada planeta seguido de seus mitos associados, veremos a seguir a sinopse de alguns que parecem particularmente interessantes. Nas historias de Lovecraft e Sterling – In the Walls of Eryx – se passa em Vênus coberta pela selva, onde o narrador procura por um cristal adorado por venuzianos homens-lagartos, uma possível referência aos povos da serpente de The Haunter of the Dark e outras histórias. Vênus é mencionada, assim como Jupiter em The Shadow out of Time em que Lovecraft escreve “There was a mind from Venus, which would live incalculable epochs to come, and one from an outer moon of Jupiter six million years in the past.” – Muitas das histórias de Clark Ashton Smith são baseadas em planetas, ‘The Door to Saturn’ por exemplo ‘The Vaults of Yoh-Vombis’ que se passa em Marte. A maioria dos trabalhos de Smith concerne planetas de outros sistemas, por exemplo, em ‘example The Planet of the Dead’ o planeta mencionado ficaria na constelação de Andrômeda. Os planetas que mencionarei no final, parecem ser os pivôs centrais dos mitos de Cthulhu – Yuggoth é sinônimo de Plutão – morada das criaturas fungol que fazem viagens interplanetárias, criaturas que resistem ao Ether.

Kenneth Grant usa Yuggoth como símbolo do limite entre as dimensões, uma idéia
expressa pelo poema Beyond de Lin Carter.

“I have seen Yith, and Yuggoth on the Rim,
And black Carcosa in the Hyades.”

É interessante que Carter menciona Carcosa (a invenção de Ambrose Bierce em sua história “An inhabitant of Carcosa”) como se encontrando nas sete estrelas irmãs de Hyades, porque esta área do céu é comentada repetida vezes nos mitos de Cthulhu.

FOMALHAUT (Alpha Pisces Australis)

Este nome como qualquer outro se deriva do árabe. Origina-se de Fum Al Hiiit, que significaria ‘a boca dos peixes’. Não sendo nenhuma surpresa uma vez que essa estrela está localizada em peixes. Interessante que é uma das únicas estrelas nomeadas dessa constelação e pode ser vista da Grã-Bretanha O fato de magnitude inicial nos relatos dos Mitos de Cthulhu é Cthugga com quem é conectada. Cthugga é descrita como uma massa ardente que varia continuamente na forma.

ALDEBARAN (Alpha Tauri)

Aldebaran é geralmente conhecido como “O olho do touro” por causa de sua distinta coloração de cor laranja. Seu nome vem outra vez do árabe, al Dabaran, significando ‘o seguidor ‘. Isto era devido à opinião dos gregos que a estrela seguiu a Pleiades. Esta estrela é ligada aos mitos de Cthulhu de uma maneira extremamente interessante. A ligação original era com as histórias de Robert William, onde é a estrela do repouso de Hastur.

É considerada por August Derleth a estrela da emanação de algumas forças relacionadas à Cthulhu. Com respeito a isto é interessante citar – The Whisperer in Darkness: “Nyarlathotep, mensageiro poderoso que revela todas as coisas, revelará todas as mascaras e vestes escondidas quando estiverem abaixo dos sete sois… – Robert Graves no livro The Greek Myths Os mitos indicam que o Pleiades e o Hyades eram as sete filhas do Atlas de Titan, fazendo os equivalentes em termos mitológicos. A indicação ” The Whisperer in Darkness ” mostra claramente um alinhamento com os sete sóis, assim conectando Nyarlathotep à área de influência de Aldebaran. – podendo até comentar que Hastur, o rei amarelo, é uma das formas de Nyarlathotep e de outros. Na história The Dream-Quest of Unknown Kadath Nyarlathotep é descrito como o portador da
“mascara amarela”.

A historia The Crawling Chaos escrito por Lovecraft e Elizabeth Berkeley comenta a destruição da terra através dos Sete sóis, conectando assim Nyarlathotep, como o caos rastejando, como o castigo merecido da terra. Outra observação é que Aldebaran estava uma vez na constelação de Mihras; que consistiu em Tauros e Perseus. Isto conecta a estrela Algol, outra estrela mencionada em Beyond the Walls of Sleep escrito por Lovecraft.

ALGOL (Beta Persei)

Esta era uma das primeiras estrelas binárias a serem descobertas: Montanan, um astrônomo italiano, foi o primeiro europeu a criar estudos a cerca das estrelas que piscam. Em árabe o nome é Al Ghtil que significa “O Demônio” mais precisamente “O Ghoul” e em inglês “the demon star”. Originalmente o Algol era uma estrela protetora de Mithras, mas depois veio a representar o olho piscando da malévola Medusa na constelação de Perseus.

BETELGEUSE (Alpha Orion)

A estrela é vermelha, e seu nome deriva de Yad al Jauzah que significa ‘mão do gigante’. Aparentemente o nome deve ser Yedelgeuse, mas soletrados devido à tradução pobre do árabe no latin que se leu errada. Esta estrela encontra-se uns 650 anos luz ausentes de nós e é uma estrela de períodos variáveis, alterando sua luminescência e esvanecendo-se em um ciclo anual. Nos mitos de Cthulhu é considerada como a estrela em que os Antigos governaram.

POLARIS (Alfa Ursae Minoris)

Obviamente o nome demonstra ser a estrela do pólo, e está de fato dentro do pólo norte celestial. Entretanto no grego seu nome é Cynosura, e significa a cauda do cão. Um nome grego mais adiantado uniforme era Phoenice, relacionada possivelmente a Phoenissa, (cujo o nome no masculino é Phoenix). Phoenissa significa “o vermelho”, ou o “sangrento”. Os estudos de Robert indicam-na como interligada com Demeter e Astarte; Phoenix é indicado de forma interessante como o rebatismo da terra de Canaan como Phoenicia, assim produzindo uma outra ligação possível.

A estrela polar estará no seu ponto mais próximo ao norte celestial no ano 2100 e será sucedida então gradualmente pela estrela Vega. Esta procissão parece ser comentada na história de Lovecraft, no poema “polaris”:

“Slumber, watcher, till the spheres,
Six and twenty thousand years
Have revolv’d, and I return
To the spot where now I burn.
Other stars anon shall rise
To the axis of the skies;
Stars that soothe and stars that bless
With a sweet forgetfulness;
Only when my round is o’er
Shall the past disturb thy door.”

O uso de termo ‘the axis of the skies’ – a linha central dos céus – no poema é interessante pelo conectar da estrela ao nome árabe Al Kutb al Shamaliyy que significa ‘O eixo do norte’. O texto comenta, também, a cerca de ARCTURUS e SIRIUS e esse texto pode ser encontrado em inglês em http://www.philhine.org.uk. O interessante do texto é a especificação dos sete sóis que dentro do Círculo Iniciático dos Sete Caos são representados por sete alto-sacerdotes capacitados a trabalhar com as forças contidas no Núcleo do Caos. – considerado como sóis negros.

O termo Sol Negro é usado pelo Círculo Iniciático para qualquer pessoa que seja capaz de, através de técnicas relacionadas à projeção astral e através dos Antigos, se projetar e ir de encontro ao Núcleo do Caos, onde não há forma, mas que é a essência da vida; e este é o ponto complicado no processo, mas que uma vez conquistado, o iniciado poderá trabalhar com essa força contida neste Núcleo Caótico, pois em resumo… Ele se torna uma face do Chaos.

Por John Beal. Trad. Frater AhaZeD

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/lovecraft/astronomia-lovecraftiana/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/lovecraft/astronomia-lovecraftiana/

Símbolo da Lua

Por Hamal

Existem manifestações visíveis e invisíveis que acontecem com todos os planetas e seus ciclos ao redor do Sol. As manifestações visíveis são as fases planetárias, as constelações que eles percorrem, etc, as invisíveis são os efeitos causados na Terra em determinadas etapas dessas fases e ciclos.

Todos os planetas e constelações têm seus papeis especiais dentro das Escolas de Mistérios, sendo que dois deles se destacam: o Sol e a Lua.

Tal como o Sol, a Lua é um dos principais objetos de adoração e culto de todos os tempos. E assim como vimos no texto Símbolo do Sol, a Lua também possui um simbolismo central dentro da Ordem Maçônica e DeMolay.

Não devemos aceitar significado de nenhum símbolo se este não estiver fundamentado. Dizem que a Lua representa o segredo a ser descoberto, o feminino, etc. Se estão corretas essas afirmações, por que estão?

Vamos primeiro conhecer a Lua para fundamentar a importância do seu símbolo.

SÍMBOLO LUNAR

A Lua é um satélite natural da Terra que não possui brilho próprio, mas por sua superfície ser pálida reflete a luz do Sol durante a noite e torna a escuridão mais clara. Essa pequena observação faz do Sol um símbolo de luz fecundante, se tornando assim o Pai fecundador, e da Lua o símbolo da Mãe que recebe os raios de luz e emite de volta para Terra.

Existem muitas espécies cujo ciclos de reprodução estão ligados ao ciclo lunar, desde crustáceos, à corais e plantas. Coincidência ou não, também existe essa ligação com as mulheres, onde foram realizados estudos que demonstraram a ligação das fases lunares com os ciclo menstrual da mulher (referência – The regulation of menstrual cycle and its relationship to the moon).

Responsável pela reprodução e fertilidade na natureza, a Lua desde a mais remota antiguidade foi associada a figuras femininas, sempre enfatizando a pureza e a capacidade de gerar a vida, que é o papel da Mãe. Dessa maneira a Lua também é o símbolo do nascimento e da iniciação.

As fases lunares tem um total de sete dias (que é a origem dos dias da semana), e é por esse motivo que a criação do universo, segundo a mitologia judaica, foi feita em uma fase lunar. Seu ciclo completo é de aproximadamente 28 dias (7 x 4 = 28), e como já vimos no texto Altar DeMolay, quatro são os elementos que compõe a matéria e sete é o número da perfeição.

Está acompanhando? São através desses fenômenos visíveis como as fases e os ciclos da lua, da sua influência com a fertilidade da natureza e dos aspectos numéricos, que é fundamentado o símbolo da lua. Como vimos no texto Simbolismo e a Liberdade Religiosa: “O homem não inventa símbolos, assim como não inventa as Leis Físicas, ele apenas observa a vida e o universo ao seu redor e identifica os símbolos correspondentes a cada acontecimento ou fato existente”, e assim foi feito com a Lua como símbolo da Mãe, fertilidade, pureza, e representa também o inconsciente, onde estão os segredos da mente.

Quando formos começar a estudar mitologia veremos como os antigos filósofos juntaram todas essas características em seus contos. Aprenderemos que a mitologia é um portal para o estudo espiritual, rico em símbolos e imagens que se referem a nós.

Devido a essas características lunares, não é difícil entender o porque das “Grandes Mães” nos contos mitológicos serem frequentemente tratadas como virgens e puras que dão a luz a grandes heróis, ou junto com seu aspecto solar, criam todo o Universo. Sendo que “virgem” não se refere a mulher casta, e sim outro símbolo que fica de lição de casa e trataremos em outra oportunidade.

Na belíssima mitologia nagô, vemos o aspecto lunar representado como Yemanjá, a rainha das águas do mar, que junto com seu aspecto solar Oxalá, manifestou todo o universo e todos os outros deuses ou orixás. Na mitologia egípcia vemos Ísis, a deusa da magia, maternidade e fertilidade, que junto com seu aspecto solar Osíris, dá a luz a Hórus (quando ainda era virgem), o Falcão Dourado, Filho do Sol ou Iluminado. Qualquer semelhança desses dois mitos com Casamento Alquímico do Sol com a Lua, não é mera coincidência. As referências são enormes e devemos entender a lógica para podermos trabalhar e identificar esses aspectos.

De alguma forma, como vemos na mitologia nagô, os antigos já identificaram o mar como origem da vida e fizeram essa relação com lua (que guia as marés) e com a Mãe, transformando essas características no mito de Yemanjá. Assim como os egípcios identificaram a Lua como o astro do segredo e da magia devido a sua “face escura”, personificando-a como Ísis.

No budismo, a mãe de Buda (Desperto, Filho do Sol ou Iluminado), Maya, engravida após ver um elefante branco em seu sonho, e passado nove meses, Sidharta nasce da lateral da sua mãe na altura do coração. No cristianismo, Maria a mãe de Jesus (Cristo, Filho do Sol, Iluminado), engravida pela concepção do Espírito Santo (cujo símbolo é uma pomba branca) no seu ventre (ventre = lua). Tanto Maya quanto Maria, segundo a mitologia, engravidaram, tiveram seus filhos e continuaram virgens. Mas claro que devemos tratar isso como um símbolo.

Temos um mistério sobre os animais e a cor deles nessas duas mitologias, pensem sobre esses símbolos.

A geração é a manifestação maior da lua, é um processo envolto de mistérios e magia, pelo qual a vida surge. Outro número relacionado com a lua é o número nove, uma vez que nove meses são o tempo entre a concepção e o nascimento do feto humano, portanto nove é também o número da iniciação.

No DeMolay a Lua ocupa o centro do seu brasão e podemos ver usa influência no que é a Primeira Virtude. Na Maçonaria a Lua faz um par com o Sol (Alquimia). Mas isso é papo para outro momento. Será que esses símbolos estão nas Ordem a toa, ou será que não? Estamos apenas fundamentando, por enquanto pegue as chaves e vá desenvolvendo a utilização dos símbolos nos rituais.

E se você não é familiarizado com mitologia, alquimia, cabala, astronomia ou astrologia, não se preocupe que tocaremos em todos esses pontos com o tempo.

Alguma dúvida?

#Alquimia #Demolay

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/s%C3%ADmbolo-da-lua

A Magia de ARBATEL

Tradução, organização edição, comentários por
Robson Bélli [1]

Arbatel de magia veterum

A Magia de ARBATEL:

Ou ainda,

A Sabedoria Espiritual dos Antigos,
bem como Sábios do povo de Deus,
como magos dos gentios:
para a ilustração da glória de Deus e seu amor à humanidade.

Agora, antes de tudo, produzido das trevas para a luz, contra todos os feiticeiros malignos e desprezadores dos dons de Deus; para proveito e deleite de todos aqueles que amam verdadeira e piedosamente as criaturas de Deus e as usam com ações de graças, para honra de Deus e proveito de si mesmos e de seus próximos.

INDEX

Conteúdo

Contendo os nove volumes (tomos) e os sete ternários de aforismos.

O primeiro volume (tomo) chama-se ISAGOGE, ou o livro dos princípios (gerais) da magia, ou do (mundo) espiritual que em quarenta e os nove aforismos gerais que abarcam os ensinamentos da arte.

O segundo volume chama-se Magia Microcósmica: O que é o microcosmo e como realizar sua magia, que é a sabedoria espiritual, através de seu próprio espírito e do espírito guardião (SAG) ligado a ele desde o nascimento, isto é, com a sabedoria espiritual.

O terceiro volume é a MAGIA OLÍMPICA, como se pode pratica-la e submeter os espíritos do Olimpo.

O quarto volume é A MAGIA DE HESIODO E HOMERO, que ensina as operações por meio de espíritos chamados Eudaemons (bons daemons). Eles não são hostis à espécie humana.

O quinto volume  é a MAGIA ROMANA ou SIBILINA, que discute e trabalha com os espíritos guardiões e Senhores, a quem é distribuído o orbe da Terra. Esta magia é muito distinta. Aqui também são referidos os ensinamentos dos druidas.

O sexto volume é a MAGIA PITAGÓRICA, que os espíritos só atendem a quem é atribuído o ensino de artes como a cura, a medicina, a matemática, a alquimia e artes afins.

O sétimo volume é a MAGIA DE APOLÔNIO e similares, que se sobrepõe à magia romana e microcósmica. Tem apenas uma distinção, pois tem poder sobre os espíritos hostis à raça humana.

O oitavo volume é sobre MAGIA HERMETICA, que é EGÍPCIA, e não está muito longe da magia divina. Isso revela deuses de todos os tipos, que habitam os templos.

O nono volume é aquela SABEDORIA, que depende apenas da palavra de DEUS, e se chama profética.

O primeiro volume dos tomos do Arbatel Relativo à Magia chamada Isagoge.

No nome (YHWH) do criador do visível e do invisível, que revela seus mistérios e segredos de seus tesouros, quando chamado, e como um pai, e com clemência nos concede sem medida. Que ele nos dê, por meio de seu filho unigênito nosso Senhor Jesus ​​Cristo, seus espíritos ministradores que revelam os segredos, para que possamos nos comprometer a escrever o livro de ARBATEL (anjo) – sobre os maiores segredos que a lei divina permite que a humanidade conheça e use sem ofensa à Deus. Amém.

O PRIMEIRO DOS SETENÁRIOS.

Aforismo 01. Sobre segredos

Quem deseja saber os segredos, precisa saber guardar segredos, revelando o que pode ser revelado, selando o que pode ser selado, e não dando aos cães o que é sagrado; não jogue pérolas aos porcos (citando Mateus 7:6). Observe esta lei, e os olhos de sua mente se abrirão para você entenda os segredos, e você ouvirá divinamente revelado tudo o que sua mente desejar. Você também encontrará os anjos de Deus e os espíritos mais prontos e dispostos em sua natureza para ensinar a você, tanto quanto qualquer mente humana poderia desejar.

Aforismo 02. Invocar no nome do Senhor

Em todas as coisas invoque o nome do Senhor, e você não deve desejar empreender ou realizar nada sem a invocação de DEUS por meio de seu Filho unigênito.” Portanto, use os espíritos dados a você e designados como ministros, sem temeridade ou presunção, com o devido respeito para com o senhor dos espíritos, tanto quanto você dá a Deus. E termine o resto de sua vida pacificamente, para a honra de Deus e para o benefício de si mesmo e de seu próximo.

Aforismo 03. Modo de vida

Viva para si e para as Musas; evite a amizade das massas e multidões. Seja mesquinho com o seu tempo. Seja benéfico para todas as pessoas. Use seus dons. Seja diligente em sua vocação (verdadeira vontade). Nunca se permita que as palavras de Deus deixem seus lábios.

Aforismo 04. Sobre ser

Preste atenção àqueles com bons conselhos. Evite toda procrastinação.

Acostume-se a ser perseverante e sério, tanto em suas palavras quanto em suas ações. Resista às tentações do tentador (o diabo) através da palavra de Deus. Fuja do mundano; busque as coisas celestiais. Não confie em sua própria sabedoria, mas observe à Deus em tudo, seguindo a opinião das Escrituras: “Quando não sabemos o que fazer, levantamos nossos olhos para você, ó Deus, e de você esperamos ajuda”. Pois onde a ajuda humana nos abandona, ali resplandece a ajuda de Deus. O segundo ditado de Filo.

Aforismo 05. Cuidados

“Ame o Senhor seu Deus com todo o seu coração e com todas as suas forças o seu próximo como a si mesmo” e o Senhor cuidará de você como a pupila de seus olhos, e ele te livrará de todo mal, e ele te encherá novamente com toda a sua bondade, e não há nada que sua alma deseje que não será concedido no futuro, desde que sirva para a salvação do corpo e da alma.

Aforismo 06. Aprendizado

O que quer que você tenha aprendido, repita-o com frequência, e fixe em sua mente, e aprenda muito, mas não muitas coisas, porque a mente humana não pode ser igualmente capaz em todas as coisas, a menos que você seja capaz de ser divinamente renovado. Para ele não há nada que seja tão árduo ou complexo quanto o que ele é.

Aforismo 07. Ignorancia

“e clame a mim no dia da angústia; eu o livrarei, e você me honrará. ” Salmos 50:15, diz o Senhor. Toda ignorância é apenas a tribulação da mente; portanto, invoque o Senhor em sua ignorância, e ele o ouvirá claramente. E lembre-se de que você atribui a honra a Deus e diz com o salmista: “Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua fidelidade! Salmos 115:1”

O SEGUNDO DOS SETERNARIO

Aforismo 08. Nomes e atribuições

Bem como as Escrituras testificam que, Deus impõe nomes a coisas ou pessoas, e ao mesmo tempo dá a eles capacidades (poderes) e certas responsabilidades. Assim, os caracteres e nomes das estrelas não têm poder por causa de sua forma ou como eles são pronunciados, mas por causa do poder e responsabilidade divinamente atribuída em seus nomes e caracteres. De fato, não há poder, seja no céu, ou na terra, ou no inferno, que não provenha de Deus, tal que sem sua benção (ou ajuda) nada pode ser obtido, feito ou trazido à existência.

Aforismo 09. Sabedoria

A sabedoria suprema é a que está em Deus, depois nas criaturas espirituais, depois nas criaturas corpóreas, em quarto lugar a que está na natureza e nas coisas naturais. Os espíritos rebeldes seguem-nas depois de um longo intervalo, que é reservado ao juízo final. Seis são os agentes de punições no inferno, e os obedientes a Deus são sete, os gnomos ocupam o lugar mais baixo, daqueles que habitam entre elementos e são compostos por elementos. Convém ver e reconhecer todas as diferenças da sabedoria do Criador e da Criação, para que propósito devemos escolher cada um, para nosso uso, assim pois certamente (suas capacidades) estarão de acordo, e pode de fato descobrir exatamente como as coisas acontecem: Pois de fato toda criação existe para a utilidade da raça humana e para seu serviço, como atestado pelas escrituras, raciocínio e experimentação.

Aforismo 10. Obediencia

Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra, e de tudo o que é visível e invisível, a Sagrada Escritura relata que ele mesmo é vigilante: E como um pai que ama com ternura seus filhos, ele nos ensina o que pode ser útil, o que não, o que devemos nos afastar, o que abraçar. Então também ele gentilmente nos atrai à obediência com as mais altas perspectivas de benefícios físicos e eternos, e nos impede de coisas que não são benéficas com as perspectivas de punição. Portanto, continue revirando em suas mãos a sagrada escritura de noite e de dia, para que você seja feliz e abençoado, tanto no presente como por toda a eternidade. Faça isso e você viverá, como as páginas sagradas lhes ensinam.

Aforismo 11. Quaternario (elementos)

O número quaternário é o pitagórico, e o primeiro quadrado. Portanto, colocaremos aqui o fundamento de toda sabedoria, segundo a sabedoria de DEUS revelada nas Sagradas Escrituras, e examinando a natureza. “·Portanto, atribuirei apenas àquele que depende inteiramente de Deus, a sabedoria de todas as criaturas, para servir e obedecer, querendo ou não. E nisso a onipotência de Deus começa a brilhar. Nisto, portanto temos O LIMITE DAS COISAS que consiste em: que a criação cuide DAQUILO QUE NÓS DESEJAMOS. E devemos reconhecer aqueles que estão dispostos a nos servir e ver quais não estão dispostos e, portanto, aprender a adaptar a discrição e os deveres de cada um para nós mesmos. Isto não nos é dado senão divinamente, Há àqueles a quem Deus está disposto a revelar esses segredos; e há aqueles a quem ele não está disposto a conceder nada de seus tesouros, nada pode ser tomado à força.

Portanto, com razão, podemos pedir somente a Deus a ciência espiritual, que misericordiosamente nos concederá. De fato, já que ele nos deu seu Filho e nos ordenou orar por seu Espírito Santo, quanto mais ele nos sujeitará toda a criação, visível e invisível. VOCÊ RECEBERÁ TUDO O QUE PEDIR (parafraseando Mt 21:22, Jo 14:13). Cuide para não fazer mau uso dos dons de Deus, e tudo cooperará para sua preservação. E antes de tudo esteja sempre vigilante nisso, para que seus nomes sejam escritos no céu. É mais trivial que os espíritos lhe obedeçam, como Cristo nos lembra.

Aforismo 12. Ide e não duvide!

No Ato dos Apóstolos, o Espírito diz a Pedro após a Visão, “Vai, e não duvide que eu vos enviei”, quando ele foi intimado por Cornelius o Centurião. Desta maneira, em palavras ditas, todos os ensinos são entregues, pelos santos anjos de Deus, como é perceptível nos monumentos dos Egípcios. E posteriormente estas coisas foram corrompidas com as opiniões humanas; e por instigação dos Espíritos malignos, que semeiam o joio entre os filhos da desobediência, como demonstrado por São Paulo, e Hermes Trismegistus. Não há outra forma de restaurar estas Artes além da doutrina dos santos espíritos de Deus; pois a verdadeira fé vem pelo ouvir (Romanos, 10:17). Mas desde que voce possas estar certo da verdade, e não duvidar se os Espíritos que falam contigo declaram coisas verdadeiras ou falsas, apenas deixa que tua fé dependa de Deus; para que possas dizer como Paulo, Eu sei em quem confio (Romanos, 14:14). Se nenhum pardal pode cair no chão sem a vontade do Pai, que está no Céu, Quanto mais não sofrerá Deus em ti ver enganado, ó voce, homem de pouca fé, se voce dependes inteiramente de Deus, e prende-se a ele? (Mateus 10:29-31, Lucas 12:6-7)

Aforismo 13. Viver

O Senhor vive, e tudo o que vive, vive nele. E ele é verdadeiramente YHWH, que dá ao mundo inteiro para que eles sejam o que são, e somente com a sua Palavra falada, através do Filho, trouxe todas as coisas do nada, para que elas possam existir. Ele chama todas as estrelas, e todas as hostes do céu pelos seus nomes. A quem, portanto, Deus mostrou os NOMES DA CRIAÇÃO, ele conhecerá os verdadeiros poderes e natureza das coisas: a posição e administração de todas as criaturas visíveis e invisíveis. Também permanece que ele recebe de Deus o poder de tomar os poderes da natureza e toda a criação oculta, e produzir ação do poder: Das trevas para a luz. Seu OBJETIVO, portanto, deve ser que você domine os nomes dos espíritos, que é seu ofício e poderes, e como eles estão sujeitos ao seu ministério ou serviço por Deus. Então RAFAEL foi enviado a Tobias para que ele curasse seu pai “, e livrasse seu filho do perigo e persuadisse sua querida esposa. Assim MICHAEL, a “força de Deus”, governa o povo de Deus. GABRIEL, o “mensageiro de Deus”, foi enviado a Daniel, Maria e Zacarias, pai de João Batista, E se voce pedir por isto, a ti será dado, aquele te ensinará tudo aquilo que tua alma desejar, na natureza das coisas. Você deve usar o ministro com respeito e temor ao teu Criador, Redentor e Santificador, isto é, ao Pai, Filho e Espírito Santo: e não deixe escapar qualquer ocasião de aprendizado, e sê vigilante em teu chamado, e tu não desejarás nada além do que é necessário para ti.

Aforismo 14. Obrigações

Tua alma vive eternamente, por meio daquele que vos criou: portanto, clama ao Senhor, teu Deus, e só a ele tu servirás. Isto tu farás, se tu considerares cuidadosamente o fim para o qual Deus te preparou e quais tuas obrigações com Deus e com o teu próximo. Deus requer de ti uma mente sã, para que tu possas honrar o seu Filho, e manter as palavras deste mesmo Filho em teu coração: se tu honrá-lo, então faz a vontade de teu Pai que está no céu. Ao teu próximo você deve os ofícios de benevolência, e que você recebas todos os homens que vierem a ti, para honrar o Filho. Esta é a Lei e os Profetas (Mateus 7:12). E nos momentos apropriados voce deve invocar a Deus como um pai, para que ele dê a ti todas as coisas necessárias desta vida: e voce deves ainda ajudar o teu próximo com os dons que Deus conferiu a ti, sejam eles espirituais ou corporais.

Portanto, assim deves orar:

Ó Senhor do céu e da terra, Autor e Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; Eu, embora indigno, clamo por teu auxílio e te invoco, por meio de teu Filho unigênito, Jesus Cristo, nosso Senhor, para que tu possas conceder a mim o teu Espírito Santo, para que me guie em tua verdade para o bem. Amém.

Pois ardentemente desejo conhecer de forma perfeita as Artes  desta vida; e aquelas coisas que são necessárias para nós, e que estão sobrecarregadas em imensas trevas, e poluídas com infinitas opiniões humanas, pois eu percebo que em meu poder próprio, não sou capaz de alcançar qualquer conhecimento nelas, a menos que tu me ensines: Concede-me, portanto, um dos teus Espíritos, para que possa me ensinar tais coisas, quais anseio por aprender e conhecer, para teu louvor e glória, e o benefício do meu próximo. Concede-me também um coração apto e ensinável, a fim de facilmente eu possa entender as coisas que tu tens me ensinado, e possa escondê-las em meu entendimento, para que  eu possa levá-los adiante, como teus inesgotáveis tesouros, para todos os usos necessários. E concede-me graça, para que eu possa usar tais dons humildemente, com respeito e temor, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, com teu Espírito Santo. Amém.

O TERCEIRO DOS SETERNARIOS

Aforismo 15. Olímpicos

Os Espíritos chamados de Olímpicos são aqueles que habitam nos céus, e nas estrelas do céu: e as funções destes Espíritos é determinar destinos, e gerir casualidades do destino, na medida em que Deus consente e permite: pois nada, nem espírito do mal nem mau destino, será capaz de afligir aquele que possuí o Altíssimo como seu refúgio. Em verdade, qualquer um dos espíritos olímpicos pode ensinar ou afetar tudo o que é pressagiado ou adequado à sua estrela, porém, sem a permissão divina, nada pode ser feito. É somente Deus quem concede a eles o poder de realizar tais coisas. A Deus, o criador de todas as coisas, são obedientes todas as coisas celestiais, sublunares, e infernais. Portanto, apóia-te nisto: Que Deus seja teu guia em todas as coisas que tu fizerdes, e todas as coisas alcançarão um fim próspero e desejado; tal como a história do mundo inteiro atesta, e demonstra diariamente. Há paz para o devoto: não há para o os ímpios, diz o Senhor (Isaías, 42:22, 57:21)

Aforismo 16. As sete autoridades

Existem sete diferentes autoridades de espíritos do Olímpo, a quem Deus sabiamente determinou o governo de toda a estrutura do universo e deste mundo: e suas estrelas visíveis são Aratron, Bethor, Phaleg, Och, Hagith, Ophiel, Phul, de acordo com o discurso Olímpico. Cada um deles possui sob seu comando uma poderosa legião no firmamento.

Aratron senhoria 49 Províncias.

Bethor, 42.

Phaleg, 35.

Och, 28.

Hagith, 21.

Ophiel, 14.

Phul, 7.

Há portanto, 196 Províncias Olímpicas (este conhecimento foi perdido) em todo o Universo, no qual os sete governantes exercem sua influencia: os quais todos são elegantemente demonstrados na Astronomia da graça (obras perdidas de Ptolomeu). Porém, é neste espaço que deve ser explicado, de que maneira estes Príncipes e Poderes podem ser atraídos para comunicação. Aratron surge na primeira hora do Sábado, e de forma muito verdadeira concede respostas sobre suas Províncias e Partes. Do mesmo modo todos os outros aparecerão em ordem em seus dias e horas. Cada um deles também governa 490 anos. O primeiro ciclo iniciou 60 anos antes do Nascimento do Cristo, quando foi o início da regência de Bethor; e ela durou até o ano 430 de Nosso Senhor. Em seguida sucedeu Phaleg, até o 920º ano. Então começa a regência de Och, e continua até o ano de 1410, e desde então rege Hagith até o ano de 1900.

Tabela de regencias

60ac – 430dc Bethor
431dc – 920dc Phaeleg
921dc – 1410dc Och
1411dc – 1900dc Hadith
1901dc – 2390dc Ophiel
2391dc – 2880dc Phul
2881dc – 3370dc Aratron

Aforismo 17. Os principes regentes

Os sete príncipes regentes são evocados somente por meio da magia, no período, dia, e hora em que eles governam visível ou invisivelmente, pelos Nomes e atributos que Deus concedeu a eles; e expondo o simbolo deles, qual eles deram ou confirmaram.

O Regente Aratron possui em seu poder estas coisas, quais ele faz naturalmente, ou  seja, a respeito do mesmo modo e essência das coisas que na Astronomia são atribuídas ao poder de Saturno.

As coisas quais ele faz por sua própria vontade, são estas:

  1. Ele é capaz de converter qualquer coisa em pedra num instante, seja animal ou planta, mantendo o mesmo em sua aparência própria.
  2. Ele transforma tesouros em carvão, e carvão em
  3. Ele concede familiares com um poder
  4. Ele ensina Alquimia, Magia, e
  5. Ele reconcilia os espíritos subterrâneos aos homens; os homens
  6. Ele torna alguém invisível.
  7. O estéril ele torna fecundo, e concede vida

Ele possui 49 Reis sob seu comando, 42 Príncipes, 35 Presidentes, 28 Duques, 21 Ministros, diante dele; 14 familiares, sete Mensageiros: ele comanda 36000 legiões de Espíritos; o número de uma legião é 490.

Bethor governa as coisas que são atribuídas a Júpiter: ele virá rapidamente, ao ser chamado. Aquele que é dignificado com seu sigilo, ele elevará a dignidades muito elevadas, exporá tesouros e garantirá a cooperação dos espíritos aéreos para que eles concedam respostas verdadeiras: eles transportam pedras preciosas de um lugar a outro, e eles produzem remédios que operaram milagres em seus efeitos: ele também concede os familiares do firmamento, e prolonga a vida em 700 anos, se for da vontade de Deus.

Sob seu comando há 42 Reis, 35 Príncipes, 28 Duques, 21 Conselheiros, 14 Ministros, 7 Mensageiros, 29000 legiões de Espíritos.

Phaleg governa as coisas que são atribuídas a Marte, o Príncipe da Paz. Aquele que porta seu sigilo a ele, ele erguerá a grandes honras em questões marciais.

Och governa sobre questões solares; ele dá 600 anos, com saúde perfeita; ele defere grande sabedoria, concede os mais excelentes espíritos; ensina remédios perfeitos: ele converte todas as coisas no mais puro ouro e pedras preciosas: ele concede ouro, e uma bolsa que verte ouro. Aquele que é exaltado com seu sigilo, ele o fará adorado como uma deidade, pelos os Reis de todo o mundo.

Ele possui 36536 legiões sob seu comando: ele governa todas as coisas sozinho: e todos os seus Espíritos o servem há séculos.

Hagith governa as questões relativas a venûs. Aquele que é enobrecido com seu sigilo, ele o fará amável, e adornado com toda beleza. Ele converte cobre em ouro num instante, e ouro em cobre: ele dá espíritos que servem fielmente aqueles a quem eles são entregues.

Há 4000 legiões de Espíritos para ele, e sobre cada mil destes ele determina Reis para suas estações estabelecidas.

Ophiel é o senhor das coisas atribuídas a mercúrio: Seus espíritos constituem cem mil legiões: ele concede espíritos familiares facilmente: ele ensina todas as artes: e aquele que é exaltado com seu sigilo, ele o torna capaz de, num instante, de transformar o Mercúrio na Pedra dos Filósofos.

Phul governa as coisas Lunares; cura edema (hidropsia): Ele transforma todos os metais em prata, em palavra e ação; ele concede espíritos da água, que servem aos homens em forma corpórea e visível; e faz com que os homens vivam 300 anos.

  1. Cada governante age com todos os seus Espíritos, seja naturalmente, sempre da mesma maneira; ou, de outra forma, por seu próprio e livre arbítrio, se Deus os permitir.
  2. Cada governante é capaz de fazer todas as coisas que são feitas naturalmente em muito tempo (muito lentamente), a partir da matéria antes preparada; e também as fazem repentinamente, a partir da matéria nunca antes preparada. Och, como o Príncipe das coisas Solares, elabora ouro nas montanhas em períodos longos; em menos tempo, pela Arte Alquímica; e Magicamente, isto é feito num instante.
  3. O verdadeiro Mago divino pode utilizar todas as criaturas de Deus, e os atributos dos governantes do mundo, à sua própria vontade, pois os governantes do mundo são obedientes a ele, e vêm quando são chamados, e executam os comandos dele: mas Deus é o autor disso e isto não é feito sem a autoridade dele: tal como Josué fez o Sol ficar parado no céu (Josué, 10:12-13).
  4. Eles enviam alguns de seus espíritos aos magos medianos, aos quais eles obedecem apenas em alguns determinados assuntos: mas eles não ouvem os falsos magos, exceto os expondo aos enganos dos mordazes demônios, e os lançando para que mergulhem em perigos, segundo o comando de Deus; como o Profeta Jeremias testifica, em seu oitavo Capítulo.
  5. Em todos os elementos há os sete Governantes com suas hostes, que os movem com movimento igual do firmamento; e os inferiores sempre dependem dos superiores, como é ensinado na Filosofia.
  6. Um homem que é um verdadeiro Mago é gerado como um Mago desde o útero de sua mãe: os outros, que se dão a este ofício, são ineficientes. Eis o que João Batista fala sobre isto: Nenhum homem pode fazer qualquer coisa de si, exceto o que lhe é dado de cima (João, 3:27).
  7. Cada sigilo dado por um Espírito, para qualquer causa que seja, possui sua eficácia naquele assunto para o qual é dado, no tempo instituído: mas ele é para ser utilizado no mesmo dia e hora Planetária a qual ele pertence.
  8. Deus vive, e tua alma vive nele: mantenha a tua Aliança, e tu terás tudo o que o Espírito revelará a ti em Deus, pois todas as coisas que o Espírito te promete deverão ser feitas.

Aforismo 18. Outros espiritos

Há outros nomes dos Espíritos Olímpicos apresentado por outras pessoas; mas estes nomes somente são efetivos para aqueles quais foram entregues, pelo Espírito revelador, visível ou invisível: e eles são entregues a todos conforme estes sejam predestinados:

por essa razão eles são chamados por nomes estelares; e eles raramente possuem qualquer eficácia acima de 140 anos. Por isso, é mais seguro, para os praticantes mais novos na Arte, que eles trabalhem somente pelos atributos dos Espíritos, sem seus nomes; e se eles são predeterminados para alcançar a Arte da Magia, as outras partes da Arte serão oferecidas a eles de acordo com sua vontade. Rogai, pois, por uma fé constante, e Deus fará com que todas as coisas aconteçam no tempo devido.

Aforismo 19. Resguardo

O Olímpo e seus habitantes voluntariamente se apresentam na forma de espíritos, por vontade própria, aos homens, e estão prontos para realizar seus atributos a eles, segundo ou não a vontade deles: mas quantas vezes eles vos atenderão, se são eles apetecidos? Mas também aparecerão espíritos malignos, e destruidores, e isto é causado pela inveja e malícia do demônio; e devido aos homens se fascinarem e atraí-los para si através de seus pecados, como uma punição aos pecadores. Portanto, aquele que deseja familiarmente ter uma conversa com os espíritos, que ele se resguarde dos infames pecados, e implore diligentemente ao Altíssimo para que ele seja seu protetor, e ele romperá todos os laços e impedimentos do demônio: e que ele se dedique ao serviço de Deus, e ele receberá crescimento em sabedoria.

Aforismo 20. Tudo é possivel

 

Todas as coisas são possíveis para aqueles que nelas acreditam, e são desejosos por recebê-las; mas para o incrédulo e relutante, todas as coisas são impossíveis: não há maior obstáculo do que uma mente distraída, leviandade, inconstância, burburinho tolo, embriaguez, luxúrias, e desobediência à Palavra de Deus. Por conseguinte, um mago deve ser uma pessoa que é piedosa, honesta, constante em suas palavras e ações, tendo uma fé firme em direção a Deus, prudente, e ávida de sabedoria e coisas divinas.

Aforismo 21. (RITUAL A SER EXECUTADO)

Quando voce desejar chamar qualquer um dos espíritos Olímpicos, observa (saiba qual o horario) o nascer do sol neste dia (dia apropriado ao espirito), e qual a natureza do espírito que tu desejas; e dizendo a seguinte Oração, teus desejos serão aperfeiçoados.

Deus eterno e onipotente, que determina toda a criação ao teu louvor e glória, e para a salvação do homem, te peço que envie seu espírito (Nome do espirito), da ordem (Nome do planeta), para que me instrua e me ensine as coisas que eu pedir a ele; ou, que ele possa trazer a mim remédio contra a hidropisia, &c. No entanto, que não seja feita a minha vontade, mas a tua, através de Jesus Cristo, teu único Filho, nosso Senhor. Amém.

Mas tu não deves deter o Espírito por mais de uma hora, a menos que ele esteja familiarmente devotado a ti (Seja seu espirito familiar).

[Licença para partir]

Visto que voce veio em paz e quietamente, e respondeu aos meus pedidos; dou graças a Deus, por cujo nome voce veio: e agora voce pode partir em paz para teus comandos; e retornar novamente a mim quando eu chamar por teu nome, ou por tua ordem, ou por teu atributo, que é concedido a ti pelo Criador. Amém.

Eclesiastes, Capítulo 5. Não te precipites com tua boca, nem o teu coração se apresse em pronunciar palavra alguma diante de Deus; pois Deus está nos céus, e tu na terra: Portanto, que tuas palavras sejam poucas, pois um sonho vem de uma multidão de ações, e da multidão de palavras, a voz de um tolo.

O QUARTO DOS SETERNARIOS

 

Aforismo 22. Os segredos espirituais

Aquilo que nós chamamos de segredo, é o que nenhum homem pode alcançar por meio da habilidade humana, sem revelação; aquilo que para a ciência está obscurecido, ocultado por Deus na criação; que, no entanto, Ele permite que seja revelado pelos espíritos, para o devido uso. E estes segredos são relativos sejam a coisas divinas, naturais, ou humanas. Mas voce deve ponderar um pouco, e o mais seleto, que tu guardará com muitos outros segredos.

Aforismo 23. A natureza dos segredos

Primeiro, considera a natureza do que é secreto, quer seja ou não feito por meio de um espírito na forma de uma pessoa, ou por meio de forças distintas, ou por qualquer outra coisa. E isto sendo conhecido, pede a um espírito que conheça tal arte, para que ele brevemente declare a ti o que é secreto: e ora a Deus, para que ele possa te inspirar com sua graça, através da qual tu poderás conduzir o segredo ao fim que tu desejas, para glória e louvor de Deus, e para o benefício de teu próximo.

Aforismo 24. Três conjuntos de segredos

Os maiores segredos estão no número sete.

  1. A primeira coisa é a cura de todas as doenças no espaço de sete dias, seja pelos sigilos, ou pelas coisas naturais, ou pelos espíritos superiores com o auxílio
  2. A segunda é ser capaz de prolongar a vida de tudo o que envelhece, daquilo que nos agrada: ou seja, uma vida corpórea e
  3. A terceira é ter a obediência das criaturas nos elementos que estão nas formas dos espíritos pessoais; também dos gnomos, Fadas, Ninfas, Dríades e Espíritos dos Bosques.
  4. O quarto é ser capaz de dialogar com conhecimento e entendimento de todas as coisas visíveis e invisíveis, e entender o poder de cada coisa, e a que ela
  5. O quinto é que o homem seja capaz de governar a si mesmo de acordo com a finalidade que Deus determinou a
  6. O sexto é conhecer Deus, e Cristo, e seu Espírito Santo: esta é a perfeição do Microcosmo.
  7. O sétimo é ser regenerado, como Enoch o Rei do mundo

Estes sete segredos um homem honesto e com uma mente e coração constante pode aprender dos Espíritos, sem qualquer ofensa a Deus.

Os segredos médios também estão em número sete.

  1. O primeiro é a transmutação dos Metais, qual é vulgarmente chamada de Alquimia: que certamente é dada a muito poucos, e não senão por graça
  2. O segundo é a cura das doenças com Metais, seja pelas virtudes magnéticas das pedras preciosas, ou pelo o uso da Pedra dos Filósofos, e
  3. O terceiro é ser capaz de realizar milagres Astronômicos e Matemáticos, tais como os mecanismos hidráulicos, administrar negócios pela influência do Céu, e coisas similares.
  4. O quarto é realizar as obras da Magia natural, de qualquer tipo que elas
  5. O quinto é conhecer todas as visões proféticas.
  6. O sexto é conhecer a fundação de todas as artes que são exercitadas com as mãos e os ofícios do
  7. O sétimo é conhecer a fundação de todas as Artes que são exercidas pela natureza angelical do

 

Os segredos menores são sete.

  1. O primeiro é fazer algo de forma eficaz e energeticamente, e adquirir fortuna.
  2. O segundo é ascender de um estado médio de dignidades e honras, e estabelecer uma nova família, que possa ser ilustre e fazer grandes coisas.
  3. A terceira coisa é sobressair em questões militares, e alegremente alcançar grandes coisas, e ser um chefe do comando dos Reis e Príncipes.
  4. O quarto é ser um(a) bom(a) amo(a) de um lar, tanto no Interior quanto na Cidade.
  5. O quinto é ser um laborioso e afortunado Comerciante.
  6. O sexto é ser um Filósofo, Matemático, e Físico, de acordo com Aristóteles, Platão, Ptolomeu, Euclídes, Hipócrates e Galeno.
  7. Ser um bom teólogo ou estudioso bíblico e escolástico, educado em todos os escritos de teologia, antiga e moderna.

Aforismo 25. Conhecer o que desejamos

Nós já declaramos o que é o um segredo, e os tipos e espécies de tal: o que resta agora é mostrar como podemos chegar a conhecer as coisas que desejamos.

A verdade e único caminho a todos os segredos, é recorrer a Deus, Autor de todas as coisas boas; e como Cristo ensina:

  1. Em primeiro lugar, buscai o reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas. (Mateus, 6:33)
  2. Procurai também para que vossos corações não se sobrecarreguem com intemperança, e embriaguez, e dos cuidados desta vida. (Lucas, 21:34)
  3. E confia teus cuidados ao Senhor, e ele o fará. (Salmo 55:22)
  4. E eu, Senhor teu Deus te ensinarei quais coisas são proveitosas a ti, e te guiarei no caminho por onde deves seguir. (Isaías, 48:17)
  5. E eu te darei entendimento, e te ensinarei por onde deves ir, e eu te guiarei com meus olhos. (Salmo 32:8)
  6. Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? (Mateus 7:11)
  7. Se vós fizerdes a vontade de meu Pai que está no Céu, vós sois verdadeiramente meus discípulos, e viremos até vós, e faremos nossa morada convosco. (Comparar com João 14:23)

Se voce entender estas sete passagens das escrituras em seu sentido exato, e colocá-las em teu espírito, ou em ação, voce não será capaz de errar, e somente alcançará os teus desejos, e o teu objetivo não perderás o alvo, e o próprio Deus, através de seu Espírito Santo vos ensinará coisas úteis e verdadeiras. Ele também concederá os seus anjos auxiliares a ti, para que sejam teus companheiros, instrutores, e assistentes em todos os segredos deste mundo. Ele também comandará todas as criaturas para que te obedeçam, para que alegremente e jubilosamente voce possas dizer como os apóstolos:

 

“Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.”

(Lucas 10:20).

 

Aforismo 26. Sonhos espirituais

Há outra forma mais comum, na qual segredos podem ser revelados a voce, mesmo sem o teu conhecimento, vindos de Deus ou dos espíritos; que é através dos sonhos, ou através das poderosas imagens ou impressões mentais, ou das tuas constelações de nascença, através das inteligências celestiais. Da mesma forma surgem os heróis, bem como as pessoas mais sábias do mundo, Aristóteles, Hipócrates, Galeno, Euclides, Arquimedes, Hermes Trismegistus O Pai dos Segredos, juntamente com Theophrastus Paracelsus, e eles tinham dentro de si todos os poderes destes segredos. E dizem que também Homero, Hesíodo, Orfeu, e Pitágoras possuíram este mesmo segredo, mesmo que não na mesma medida que os listados anteriormente. Aqui são referidas as ninfas, tal como as filhas de Melusina, e os deuses criados, como Aquiles, Enéias, Hércules, bem como Ciro, Alexandre o Grande, Júlio César, Lúculo, Sylla e Marius.

É de um principio geral, que cada um possa identificar seu espírito guardião (SAG), e que ele o obedeça como se fosse a palavra de Deus: e ele deve acautelar-se das armadilhas do espírito do mal, e que ele evite as calamidades de Brutus e Marco Antônio.

A terceira forma é o trabalho árduo, pois sem a vontade divina nada grandioso ou maravilha pode ser alcançada, como diz o verso:

Nada tu podes dizer ou fazer se não for da vontade de Minerva.

Tu nihil invita dices facie sue Minerva

Nós abominamos todos os caco-magi (magos malignos) que, com superstições proibidas associam-se com demônios, e embora eles alcancem determinadas coisas permitidas por Deus, em troca eles sofrem a punição dos demônios. E assim o diabo também faz com que coisas más aconteçam, como testifica as escrituras sobre Judas. Aqui são referidas toda a idolomania dos tempos antigos e de nossa era, e o abuso da divinação, que foi tão comum entre os pagãos. Aqui também estão relacionadas a sombra dos mortos carônticas (pertencente ao Submundo), como no trabalho de Saul com a mulher, e a profecia de Lucan do soldado morto quanto ao resultado da batalha de Farsália, e coisas similares.

Aforismo 27 Circulo mnemônico

Fazei um círculo cujo centro seja A, qual é modelado por um quadrado BCDE, tal que o lado BC esteja em direção ao Leste, CD em direção ao Norte, DE em direção ao Oeste, e EB ao Sul. Divide cada um dos quatro quadrantes em sete partes, de modo que ao todo existam 28 partes. E cada setor é dividido em quatro, perfazendo um total de 112 partes para o círculo, e muitos são os verdadeiros segredos a serem revelados. E este círculo assim dividido é o Selo dos Segredos de todo o universo, qual emana do centro único A, ou seja, do Deus indivisível em toda a criação.

O príncipe dos segredos orientais reside no meio, e possui três governadores em cada lado. Há quatro [segredos] sob cada um destes governadores, além de quatro sob o próprio príncipe. De forma similar, os quadrantes restantes (Norte, Oeste, e Sul) possuem seus próprios príncipes e governadores, com quatro segredos cada.

Em cada um dos quatro quadrantes estão os seguintes assuntos a serem estudados ou buscados: Leste, toda a sabedoria; Oeste, força; Sul, zelo; Norte, uma vida mais rígida.

Os segredos do Leste são, assim, considerados como os maiores, os do Sul são médios, enquanto os do Oeste e Norte são os menores.

O uso deste selo dos segredos é a forma pela qual tu podes saber onde os espíritos ou anjos são revelados, que podem ensinar os segredos que foram entregues a eles por Deus. Mas os nomes deles são escolhidos a partir das funções e virtudes que Deus distribuiu a cada um deles. Assim, um destes anjos ou espíritos possui o poder da espada, outro possui o poder da peste, outro possui o poder de infligir a fome ao povo, como ordenado por Deus. Outros destroem cidades, como os dois mensageiros que foram enviados para destruir Sodoma e Gomorra, e a área ao redor. E as escrituras descrevem outros exemplos destes fatos. Alguns deles zelam pelos reinos, enquanto outros guardam cidadãos em particular.

Assim, tu poderás facilmente formar os nomes deles em tua própria língua. E conseqüentemente tu poderás pedir o Anjo da Cura, ou da Filosofia, ou Matemática, ou o Anjo da Orientação Legal, ou Sobrenatural ou da Sabedoria Natural, e assim por diante. Mas pede a eles com seriedade, com o maior dos sentimentos, com Fé e Perseverança, e sem dúvida de que aquilo que tu buscas tu receberás de Deus, o pai de todos os espíritos. Esta Fé supera todos os selos, e submete todos os anjos à vontade humana. O método característico de evocação dos anjos vem depois desta fé, qual depende unicamente da revelação divina. Mas sem que esta fé venha antes e preceda a evocação, o evocador permanecerá na obscuridade.

Se tu quiseres utilizar este desenho apenas como um dispositivo mnemônico, e assim somente como algo criado por Deus, ele terá a vantagem de estar ligado à essência espiritual, e pode ser utilizado sem a ofensa a Deus. Porém, que tu sejas cuidadoso para que não caias na idolatria e nas ciladas do demônio, que é um caçador intencionado e obstinado, e pode facilmente enganar os incautos. E tu não serás capturado, exceto pelo o dedo de Deus, e devotado ao serviço das pessoas, de modo que tu serás instigado a servir o justo. Porém, ainda haverá tentações e tribulações, pois certamente isto é ordenado àquele que ferirás o calcanhar do Cristo, a semente da mulher. Portanto, com temor e respeito devemos nos aproximar do espiritual, e com grande reverência a Deus, e nos harmonizar com as entidades espirituais com seriedade e justiça. Mas se tu tentares tal incumbência deve tomar cuidado de toda leviandade, arrogância, ganância, vaidade, inveja e impiedade, a menos que queiras uma morte miserável.

Aforismo 28. O que é bom vem de Deus

Visto que tudo o que é bom provém de Deus, aquele que é unicamente bom, aquilo que desejamos, devemos obter dele ao orar em espírito e verdade, e com um coração simples. A conclusão do segredo dos segredos é: aquele que incita oração fervorosa para aquilo que deseja não sofrerá rejeição. Ninguém deve desprezar suas preces, pois Deus, se a ele pedirmos, pode e irá nos dar aquilo que buscamos; devemos, portanto, reconhecê-lo como o autor, e humildemente pedir a ele aquilo que desejamos. Este bom e misericordioso pai ama os desejos dos filhos, como fez a Daniel, e ouve-nos mais rapidamente e com mais clareza, quando vencemos a dureza de nossos corações em oração. Mas ele não quer que nós “entreguemos aos cães aquilo que é sagrado”; ele não deseja que as jóias de seu tesouro sejam desprezadas, ou subestimadas. Portanto, lê e relê diligentemente o primeiro setenário dos segredos. E preparai e organizai tua vida e todos os teus pensamentos para estas instruções, e todos os teus desejos se sujeitarão ao Senhor, em quem tu confias.

O QUINTO DOS SETERNARIOS

 

Aforismo 29.  Avançando nos estudos

Para que possamos prosseguir nosso estudo da magia, passaremos agora dos preceitos gerais para as explicações mais específicas. Os Espíritos são tanto os atendentes divinos da Palavra e da Igreja e de seus membros, quanto os zeladores da criação física, e alguns deles são para o benefício do corpo e alma, e outros para a ruína destes. E nada de bom ou ruim acontece sem uma ordem específica e definida e uma determinação. Quem deseja um fim bom deve buscar o bem. E maus desejos conduzirão a um fim infeliz, e de forma muito rápida, devido à retribuição divina, pois aquele que escolheu isto se afastou da vontade divina. Portanto, todos devem unir seus objetivos com a Palavra de Deus, e usá- la como uma pedra lídia, ou um padrão-ouro, para decidir entre o bem e o mal. E eles devem decidir o que evitar, e o que aspirar. Quer seja o que tu decidas ou determines, energeticamente segue sem procrastinar, a fim de alcançar o objetivo determinado.

Aforismo 30. Riquezas terrenas

Aqueles que desejam obter riquezas, uma vida fascinante, honras, dignidades ou poderes políticos por meio da magia, se eles se esforçarem o suficiente, isto eles obterão, cada um segundo o seu destino, diligência, e conhecimento da magia. A história de Melusina testifica isto. Outro exemplo é o mago que decretou que nenhum italiano jamais reinaria em Nápoles. E assim ele sucedeu mesmo na época em que o governante foi destronado. Quão grande é o poder dos anjos guardiões dos reinos do mundo.

Aforismo 31. Desejos e autoridade

Evocai o anjo regente do Reino, pede o que tu desejas, e tenha certeza de que isto será feito, até a ocasião em que tal regente seja liberto por um mago subseqüente. Assim o Reino de Nápoles poderia novamente ser restituído a um italiano, se o mago que o convocou fosse obrigado a remover o vínculo. Ele também pode ser obrigado a restituir as jóias roubadas de um tesouro mágico, o livro, a gema, e o chifre mágico cuja propriedade poderia facilmente tornar alguém o monarca do mundo, se assim ele desejasse. Mas este mago judeu escolheu viver entre os deuses, até o dia do julgamento, em vez de viver neste mundo de coisas fugazes. E o coração dele está iludido e ainda não entende ou considera que eles também são do Deus do Céu e da Terra. Desta forma ele desfruta dos prazeres dos imortais para a sua própria ruína eterna. E ele pode ser evocado com mais facilidade do que o espírito guardião que Plotino chamou no templo de Ísis.

Aforismo 32. Tamanho é documento

De maneira similar, os romanos foram bem instruídos a partir dos livros das Sibilas, por meio de tais eles seriam capazes de se fazerem mestres do mundo, como a história testifica. Mas ofícios menores são concedidos aos subordinados do príncipe do reino. Portanto, se tu cobiças um cargo ou dignidade menor, convoca magicamente o subordinado do príncipe, e teu pedido será concedido.

Aforismo 33. As ferramentas certas

Entretanto, se tu desprezas dignidades, e anseia riqueza, convoca o príncipe da riqueza, ou um de seus regentes subordinados, e teu desejo será concedido, e tu ficarás rico da forma que tu desejas, seja através dos bens terrenos, ou através do comércio, ou através dos presentes dos príncipes, ou por meio da prática da metalurgia ou química, desde que tu faças o governador apropriado aparecer, e obtenha dele a autoridade necessária.

Aforismo 34. Evocação de espiritos

Toda evocação dos espíritos é de um tipo e forma, e este é o método utilizado nos tempos antigos pelas Sibilas e seus sumos sacerdotes. Em nossa época isso está totalmente perdido, devido à ignorância e impiedade. O que resta está distorcido com superstição e infinitas falsificações.

Aforismo 35. Prodígios

A alma humana é a única produtora de prodígios, à medida que ela está acompanhada com o espírito escolhido; uma vez acompanhada, ela revelará o que voce deseja. Portanto, devemos proceder cautelosamente nos atos de magia, para que não sejamos enganados pelas sereias e monstros, que também são atraídos em direção à alma humana. Por esta razão, te esconde sempre sob as asas do Altíssimo, a fim de que voce não te ofereças para ser devorado pelo leão que ruge. Pois aqueles que desejam as coisas do mundo são fortemente pressionados para fugir das armadilhas de Satanás.

O SEXTO DOS SETERNARIOS

Aforismo 36. Palavras

Cuidado deve ser tomado, para que os experimentos não sejam misturados com outros experimentos; todavia, que cada um seja simples e diferente: pois Deus e a Natureza ordenaram a todas as coisas um fim certo e determinado: deste modo, por causa dos exemplos, aqueles que realizam curas com as mais simples ervas e raízes, curam da forma mais feliz. E desta maneira, nas Constelações, Palavras e Caracteres, Pedras, e similares, jazem ocultas as maiores influências ou virtudes que, na verdade, fluem como milagres.

Assim também são as palavras, que sendo pronunciadas, imediatamente induzem que criaturas tanto visíveis e invisíveis se rendam em obediência, tanto as criaturas deste nosso mundo, como as do aquoso, aéreo, subterrâneo, e Olímpico, celestial e infernal, e também o divino.

Por conseguinte, a simplicidade deve ser especialmente estudada e buscada, e o conhecimento de tal simplicidade deve ser buscado a partir de Deus; caso contrário, por nenhum outro meio ou experiência eles poderão encontrá-la.

Aforismo 37. Três coisas importantes

E que todas as partes possuam seus lugares apropriadamente: a Ordem, Razão, e os Meios, que são as três coisas que conferem todo o aprendizado das criaturas visíveis, bem como das invisíveis. Este é o curso da Ordem, de modo que algumas criaturas são criaturas da luz; outras, da escuridão: estas estão sujeitas à vaidade, pois elas rumam impetuosamente para a escuridão, e sua rebelião contra a graça provocou a punição eterna delas. Parte do reino deles é muito bonito em coisas transitórias e corruptíveis por um lado, pois ele não poderia existir sem alguma virtude e muitos dos grandes presentes de Deus; e a outra parte é muito suja e horrível para que dela seja falado, pois desta parte transborda toda a maldade e pecado, idolatria, o desprezo de Deus, blasfêmias contra o verdadeiro Deus e suas obras, adoração de demônios, desobediência contra as autoridades, dissensões, homicídios, roubos, mentiras, perjúrios, orgulho, e um ávido desejo de poder; nesta mistura consiste o Reino da escuridão: mas as criaturas da luz são preenchidas com a luz eterna, e com a graça de Deus, e os Senhores de todo o mundo reinam sobre os Senhores da escuridão, e são como os membros de Cristo. Entre estes e aqueles, há uma guerra continua, até que Deus ponha um fim nesta contenda, em seu Julgamento Final.

Aforismo 38. Divisão da magia

Deste modo, a divisão da Magia é dupla; o primeiro aspecto é dado por Deus, que ele concede às criaturas de luz; o outro também é de Deus, mas este é o dom que ele concede às criaturas da escuridão: e este aspecto também é duplo:

A primeira divisao é para uma finalidade boa, como quando os príncipes da escuridão são compelidos a fazer algo bom para as criaturas, através do poder de Deus; o outro é para uma finalidade infeliz, quando Deus permite a punição de pessoas más, que magicamente ele permite que elas sejam iludidas e direcionadas para a destruição.

A segunda divisão da Magia é aquela que cumpre seus efeitos com  instrumentos visíveis através do visível. E ela afeta outras obras com instrumentos invisíveis através de coisas invisíveis; e age em outras coisas, com a mistura das técnicas, instrumentos e efeitos.

A terceira divisão são aquelas coisas que são realizadas por meio das invocações a Deus. Isto é parcialmente Profético, e Filosófico; bem como parcialmente Teosófico.

Alternativamente, em ignorância ao verdadeiro Deus, é isto o que é realizado por meio dos príncipes dos Espíritos, para que os desejos possam ser realizados; este é o trabalho dos Mercurialistas.

A quarta divisão é a que faz uso do exercício dos bons Anjos em vez de Deus, como se fosse uma prática descendida do Altíssimo: tal era a Magia dos Baalim, ou da Magia dos ídolos.

Outra Magia é aquela que realiza suas ações com os chefes dos espíritos do mal; esta foi a magia forjada pelos Deuses menores dos pagãos.

A quinta divisão é aquela em que agem abertamente alguns dos Espíritos, frente a frente; isto é dado a alguns: os outros fazem o trabalho através de sonhos e outros sinais; como o que os antigos alcançavam através de seus augúrios e sacrifícios.

A sexta divisão é aquela do trabalho com criaturas imortais, e com criaturas mortais, como Ninfas, Sátiros, e habitantes similares dos outros elementos, gnomos, etc.

A sétima divisão é aquela dos Espíritos que servem aos outros voluntariamente, sem qualquer tipo de arte; outras pessoas estes Espíritos dificilmente atenderão, mesmo sendo chamados pela arte.

Entre todas estas espécies de Magia, a mais excelente de todas é aquela que depende unicamente de Deus. A segunda é aquela a quem os Espíritos servem fielmente. A terceira é aquela que é propriedade dos cristãos, que dependem do poder de Cristo, tanto no céu quanto na terra.

Aforismo 39. Preparação para o aprendizado

Para se aprender a Arte da Magia há uma preparação sétupla.

A primeira parte é meditar dia e noite sobre como alcançar o verdadeiro conhecimento de Deus, tanto por sua palavra revelada a partir da criação do mundo; como também pelo o selo ou escada da criação, e das criaturas; e pelos maravilhosos efeitos que as criaturas visíveis e invisíveis de Deus manifestam.

O segundo requisito é de que desça em si, e principalmente estudar para se conhecer; quais as partes em si ele possui que são mortais e quais são as imortais; e quais são as partes pertencem a ele, e quais são as partes alheias.

Em terceiro lugar, ao contemplar a parte imortal de si, ele deve aprender a adorar, amar e temer ao Deus eterno, e a adorá-lo em Espírito e Verdade; a contemplação de sua mortalidade deve levá-lo a conhecer o que é aceitável por Deus, e o benefício de seu próximo.

Estes são os primeiros três e principais preceitos da Magia, e é com cada um destes que aquele que deseja alcançar a verdadeira Magia ou Sabedoria divina deve se preparar. E desta forma ele poderá se tornar digno de que as criaturas angelicais possam atendê-lo, não apenas invisivelmente, mas também visivelmente, frente a frente.

Em quarto lugar, a partir do útero materno, cada um é destinado a uma determinada posição na vida; e, portanto, que ele seja vigilante para discernir se ele nasceu para a Magia, e para qual tipo de Magia. Qualquer um pode perceber isto facilmente se ele cuidadosamente estudar nossos escritos, e com sucesso testar os experimentos por si próprio. Pois grandes coisas e dons são dados somente aos pequenos e humildes.

A quinta condição prévia é ele seja capaz de perceber os Espíritos que estão nos auxiliando, quando estamos realizando grandes obras; se ele perceber isto, é sinal que Deus ordenou que tal pessoa seja um Mago e que ele pode utilizar o poder dos espíritos para realizar grandes coisas. Aqui, muitos caem em pecado, por meio da desatenção, negligência, ignorância, desprezo, ou por muita superstição; eles também pecam por conta da ingratidão a Deus, motivo pelo qual muitos homens de grande fama atraem sua própria destruição. Eles também pecam pela imprudência e teimosia; e também quando eles não utilizam seus dons para a honra de Deus, que é necessária, e é preferido que seja feito em menores trabalhos.

O sexto requisito é que o Mago deve ter Fé e Discrição, especialmente para que ele não revele nenhum segredo que o espírito o proibiu, como ordenou para que Daniel selasse ou guardasse determinadas coisas, ou, para que ele não as declarasse em público; de modo semelhante, nem para Paulo era lícito falar abertamente sobre todas as coisas que lhe eram entregues em uma visão. homem algum acreditará o quanto está contido neste único preceito.

A sétima exigência para aquele que deseja ser um Mago é o maior nível de justiça, para que ele não empreenda coisa alguma que seja ímpia, perversa, ou injusta, nem permita que isso se passe em sua mente; e assim ele estará divinamente protegido de todo o mal.

Aforismo 40. As sete leis

Quando o Mago percebe agentes imateriais em torno dele, seja com a percepção externa ou interna, ele deve governar a si mesmo de acordo com as sete leis seguintes, para realizar o seu objetivo Mágico.

  1. A primeira Lei é, Que ele saiba que tal espírito é ordenado a ele por Deus; e que ele esteja atento de que Deus é o observador de todos os seus pensamentos e ações; Por esta razão, que ele direcione todo o andamento de sua vida de acordo com a Palavra de
  2. A segunda Lei é, Ore sempre como Davi:
    1. Não retireis de mim teu Espírito Santo; e fortalece-me com um Espírito livre; e não nos deixei cair em tentação, e livrai-nos do mal: eu te imploro, ó Pai celestial, que não entregues poder a qualquer Espírito mentiroso, como tu fizeste a Ahab para que ele perecesse; mas mantenha-me em tua verdade. Amém.
  3. Terceiro, Que ele acostume-se a testar os espíritos, como as escrituras admoestam; pois uvas não podem ser colhidas dos espinheiros (Mateus 7:16): Devemos testar todas as coisas, e reter aquilo que é bom e louvável, para que possamos evitar tudo aquilo que é repugnante para o poder divino.
  4. A quarta Lei é estar afastado, segregado e livre de toda forma de superstições; pois isto é superstição: atribuir divindade às coisas que não possuem relação alguma com a divindade; ou escolher ou tomarmos formas de adorar a Deus quais ele não ordenou: tais são as cerimônias mágicas de Satanás, através das quais ele se oferece descaradamente para ser adorado como
  5. A quinta coisa a ser evitada é a adoração dos Ídolos, que vinculam qualquer poder divino às imagens ou ídolos ou outras coisas próprias, onde estes poderes não foram colocados pelo Criador, ou pela ordem da Natureza: tais coisas muitos caco-magos dissimulam.
  6. Em sexto lugar, Todas as imitações fraudulentas e enganosas e afeições do diabo devem ser evitadas truques, e é através disto que ele imita o poder da Criação, e do Criador, para que ele possa produzir coisas com uma palavra, parecendo ser o que não são. Isto pertence somente à Onipotência de Deus, e não é comunicável para a criatura.
  7. A sétima Lei é que nos apeguemos firme aos dons de Deus, e de seu Espírito Santo, para que possamos conhecê-los, e diligentemente cingi-los plenamente com nosso coração, e toda a nossa força.

Aforismo 41. Algumas questões finais

Nós nos aproximamos agora dos últimos nove Aforismos com os quais finalizaremos este Tomo; no qual iremos, com a misericórdia divina nos assistindo, concluir todo este Isagoge (resumo) Mágico.

Portanto, em primeiro lugar, deve ser entendido, i.e. deve ser esclarecido, aquilo que entendemos pela palavra Mago/Magus neste trabalho.

Aquele que consideramos como sendo um Mago, é aquele que pela graça de Deus as essências espirituais servem para manifestar o conhecimento de todo o universo, e dos segredos da natureza nele contido, sejam eles visíveis ou invisíveis, por meio da graça divina. Esta descrição de um Mago é ampla e universal.

Um Caco-mago é aquele, que pela permissão divina os espíritos malignos servem, para a destruição temporal e eterna dele e também para a perdição, para atrair os homens, e afastá-los de Deus; tal como ocorreu a Simão, o Mago, a quem o Ato dos Apóstolos menciona, e em Clemente; a quem o Divino São Pedro ordenou que fosse lançado a terra, pois ele havia sido elevado ao ar por meio dos espíritos imundos.

A esta categoria pertence as referências das Duas Tábuas da Lei; onde são registradas as várias formas criminosas de magia.

As divisões e espécies de ambos os tipos de Magia, observaremos nos Tomos seguintes. Neste será suficiente, que façamos a distinção das Ciências, daquela que é boa, e daquela é que maligna: visto que quando o homem que busca o conhecimento de cada um destes, ele é conduzido para sua própria ruína e destruição, como Moisés e Hermes demonstram.

Aforismo 42. Predestinação

Em segunda instância, devemos saber: Um Mago é uma pessoa predestinada a este tipo de obra desde o útero de sua mãe; e que ele não assuma coisas grandes, a menos que ele seja divinamente designado para uma boa finalidade pela graça; ou para um fim infeliz, em cumprimento destas escrituras:

 

As coisas que induzem as pessoas ao pecado são obrigadas a virem, mas ai daquela pessoa por meio de quem o pecado vem.

Por esta razão, como muitas vezes admoestamos anteriormente, Devemos viver com temor e respeito neste mundo.

Não negarei que, alguns homens podem com o estudo e diligência obter algum sucesso em cada um dos tipos de Magia, se permitido. Mas eles nunca alcançarão os tipos mais elevados desta; pelo o contrário, se ele cobiça abordá-las, ele sem dúvida será injuriado tanto em corpo quanto em alma. Tais são aqueles, que pelas operações dos Caco-magos, às vezes são transportados para o Monte Horeb/Horch, ou em alguma selva, ou desertos; ou são mutilado ou desfigurado de alguma forma, ou são simplesmente rasgados em pedaços, ou são privados da razão; assim como muitas coisas que acontecem por uso disto, onde os homens são abandonados por Deus, e entregues ao poder de Satanás.

O SÉTIMO DOS SETERNARIOS

Aforismo 43. O poder de satanás

O Senhor vive, e as obras de Deus vivem nele por ordenação dele, nas condições em  que elas são almejadas; pois ele terá que usar a liberdade delas em obediência à sua ordem, ou desobediência de tal. Ao obediente, ele brinda com suas recompensas; ao desobediente ele propõe sua merecida punição. Portanto, estes Espíritos, pela livre vontade deles, através de seu orgulho e desprezo do Filho de Deus, se rebelaram contra Deus, seu Criador, e estão reservados ao dia da Ira (Jó 21:30); e embora eles tenham abandonado os maiores poderes na criação, eles ainda possuem poder limitado, que é mantido em restrição, confinados em seus limites com a rédea de Deus. Portanto, o Magus de Deus, que significa Um Homem Sábio de Deus, ou a Pessoa Instruída de Deus, é conduzido pela mão de Deus para o bem eterno, e também para os bens médios e pequenos, e também para as coisas físicas mais corpóreas.

Grande é o poder de Satanás por causa dos grandes pecados dos homens. Por essa razão também os Magus de Satanás realizam grandes coisas, coisas maiores do que qualquer homem possa acreditar: embora eles subsistam em seus próprios limites, eles possuem uma incompreensível influência, tanto para as coisas corpóreas quanto para as coisas transitórias desta vida; muitas antigas Histórias e exemplos diários disto são testificados. Ambos os tipos de Magia são diferentes um do outro em suas finalidades: um conduz às boas coisas eternas, e utiliza as coisas temporais com gratidão; o outro é pouco preocupado com as coisas eternas; mas deleita-se completamente em torno das coisas físicas, para que possa livremente aproveitar todas as suas luxúrias e deleites em desprezo e ira contra Deus.

Aforismo 44. Dialogo interno

A passagem da vida comum do homem para uma vida Mágica, não é tão diferente quanto à passagem do estado de sono para o estado de estar completamente acordado/desperto nesta vida; pois aquelas coisas que acontecem ao ignorante e ao homem desconhecedor em sua vida comum, as mesmas acontecem ao Magus disposto e instruído.

O Magus entende quando sua mente medita; ele pondera, raciocina, institui, e determina o que deve ser feito; ele observa quando suas cogitações são frutos de uma essência divina em separado, e ele prova de que forma tal essência divina é separada.

Porém, o homem que é ignorante da Magia ou inconsciente dela, é impulsionado para um lado e outro como um animal, como se estivesse em Guerra com suas afeições; ele não sabe quando estas afeições saem de sua própria mente, ou se está impressionada por uma essência auxiliar ou entidade; e ele não sabe como derrotar os conselhos de seus inimigos pela Palavra de Deus, ou se prevenir das ciladas e fraudes do tentador.

Aforismo 45. Os maiores ensinamentos

O maior dos ensinamentos da Magia é que cada homem entenda o que pode  ser recebido de um Espírito assistente, e o que deve ser rejeitado: Isto ele pode aprender a partir daquilo que o Salmista diz:

 

Com o que purificará um jovem homem o seu próprio caminho? Sendo fiel às vossas palavras, ó Senhor.

Acautelar-se para manter a Palavra de Deus, para que o demônio não arranque esta do teu coração, é o maior dos ensinamentos da sabedoria. É lícito admirar, e exercer outras sugestões que não sejam contrárias à glória de Deus, ou a caridade de nossos próximos, sem indagar de qual Espírito tais sugestões originam-se; mas devemos tomar cuidado, para que não estejamos muito ocupados com coisas desnecessárias, de acordo com a admoestação de Cristo:

Marta, Marta, tu que estais preocupada com tantas coisas; mas Maria escolheu a melhor parte, qual não será retirada dela.

(Lucas 10:41-42).

Assim, que sempre levemos em consideração o que diz Cristo:

 

Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua retidão, e todas as outras coisas vos serão acrescentadas.

Isto é, todas as coisas que são próprias ao Microcosmo mortal, como alimento, vestuário, e as artes necessárias desta vida.

Aforismo 46. Constância

Nada convém tanto a um homem quanto a constância em suas palavras e ações, e quando o semelhante regozija-se em seu semelhante; ninguém é mais feliz do que estes (aqueles que vivem em harmonia), pois os santos Anjos permanecem próximos a eles, e a eles protegem: ao contrário, os homens que são inconstantes são mais leves do que as folhas podres e o nada. A estes nós entregamos o Quadragésimo Sexto aforismo. Conforme cada pessoa escolhe conduzir sua vida, deste modo tal pessoa atrairá os tipos de espíritos que possuem uma natureza e qualidade semelhante: este, porém, é um bom conselho, para que não tentemos nos elevar acima daquele que nós chamamos, a fim de que não possamos atrair para nós mesmos algum Espírito maligno das regiões mais distantes da terra, por quem nos enamoraremos e nos iludiremos, ou seremos levados à destruição final.

Este ensinamento é amplamente conhecido: pois Midas, quando queria transformar todas as coisas em ouro, atraia para si um Espírito, que era capaz de realizar isto; e sendo iludido por tal espírito, ele poderia ter sido levado a morrer de fome, se sua loucura não tivesse sido corrigida pela misericórdia de Deus. A mesma coisa ocorreu a uma mulher próxima de Frankfurt em Odera, em nossos tempos, que apanhava e consumia qualquer tipo de dinheiro. Bom seria se os homens pesassem diligentemente este preceito, e não considerassem as Histórias de Midas como meras fábulas; eles seriam muito mais fervorosos em moderar seus pensamentos e afeições, nem que eles sejam, assim, perpetuamente vexados com os Espíritos das montanhas douradas da Utopia. Desta forma, devemos observar com atenção para expulsar estas presunções da mente, pela palavra, enquanto elas são novas; nem permitir que elas tenham qualquer hábito na mente ociosa, que está vazia da palavra divina.

Aforismo 47. Fidelidade

Aquele que é fiel e devotado a sua vocação, também terá constância devotosa da companhia dos espíritos, que suprirão as necessidades dele em todas as coisas. Mas se ele possui algum conhecimento em Magia, eles não serão relutantes em se mostrarem a ele, e de forma familiar conversarão com ele, para servi-lo nas formas que são adequadas aos ofícios e naturezas deles; os bons Espíritos em boas coisas, até a salvação, e os espíritos malignos em toda coisa infeliz, até a destruição. Exemplos não faltam nas Histórias de todo o mundo. Teodósio antes da vitória de Arbogasto, é um exemplo do bom uso; Brutus, antes de ser morto, foi um exemplo de ser usado pelos Espíritos malignos, quando ele foi perseguido pelo Espírito de César, e este espírito exigindo vingança, fez com que ele se matasse, aquele que matou seu próprio Pai, e o Pai de seu país.

Aforismo 48. Revelação

Toda Magia é a revelação de uma espécie de espírito desta natureza; de modo que as nove musas são chamadas em Hesíodo de a Nona Magia, como ele testifica claramente em Teogonia. Na obra de Homero, o gênio de Ulisses, em Psicogogia. Hermes, os Espíritos das partes mais sublimes da mente. O próprio Deus se revelou a Moisés em um arbusto. Os três homens sábios foram procurar Cristo em Jerusalém, sendo o Anjo do Senhor o líder deles. Os Anjos do Senhor direcionaram Daniel. Portanto, não devemos nos vangloriar; Pois não depende daquele que quer, nem daquele que corre; mas de Deus, que se compadece (Romanos, 9:16), ou de algum destino espiritual. A partir daí brota toda a Magia, e assim também ele penetrará, seja bom ou mau. Desta forma, Tages, o primeiro professor de Magia dos Romanos, brotou da terra. Diana dos Efésios apresentou sua adoração, como se fosse enviado do céu. Assim também Apolo. E toda a Religião dos Pagãos é retirada dos mesmos Espíritos; nem são as crenças dos saduceus, invenções humanas.

Aforismo 49. Conclusão

A conclusão deste Isagoge é, portanto, o mesmo qual apresentamos acima, Mesmo que exista um só Deus, de onde tudo o que é bom procede; e um pecado, a saber, desobediência, contra a vontade do comando de Deus, de onde procede todo o mal; por esta razão o temor a Deus é o início de toda sabedoria, e a graça de toda Magia; pois a obediência à vontade de Deus, resulta no temor a Deus; e após isto, sucede a presença de Deus e do Espírito Santo, e o ministério dos santos Anjos, todas as coisas boas dos tesouros inesgotáveis de Deus.

Mas a Magia inútil e condenável nasce disto: quando de nossos corações extinguimos o temor a Deus, e sofremos deixando que o pecado reine em nós, e eis que o Príncipe deste mundo, o Deus que originou este mundo, e estabeleceu seu reino em vez de coisas santas, tal como achou útil para seu próprio reino; assim, tal como a aranha que apanha a mosca que cai em sua rede, igualmente Satanás propaga suas armadilhas, e apanha os homens com os laços da cobiça, até que ele sugue-os, e arraste-os para o fogo eterno, a estes ele valoriza e nestes ele investe, para que a queda deles possa ser a maior.

Para que o Leitor Cortês e Atencioso, utilizando seus olhos próprios e sua mente para as Histórias sagradas e profanas, e para aquelas coisas que voce busca que sejam feitas diariamente no mundo, e para que voce possas encontrar todas as coisas repletas da Magia, de acordo com a Ciência dupla, boa e má; para que, elas possam ser melhor discernidas, aqui dispomos suas divisões e subdivisões, como a conclusão desta Isagoge; na qual todos possam considerar, o que deve ser seguido, e o que deve ser evitado, e o quão longe está a ser trabalhado por cada um, para um final de vida e uma vivência idônea.

Respostas para perguntas gerais sobre a prática

  1. Preciso de circulo de proteção, baqueta bola de cristal ou qualquer coisa para a pratica desse grimorio?

Resposta: sim, mas, apenas dos medalhoes de cada uma dessas entidades, nada mais ou alem é necessario, pois, usar estes amuletos vai lhe trazer contato com essas entidades, seja através da conjuração do aforismo 21 seja através de sonhos, onde voce poderá conversar com estas entidades diretamente, conforme o 26.

  1. Posso chamar as entidades fora dos seus dias e horarios estipulados para elas?

Resposta: poder chamar voce pode, o que virá no entando, cabe como ensina o proprio livro, ser julgado pelo seu entendimento do que são as forças demoniacas ou celestiais.

  1. Preciso fazer banimentos?

 

Resposta: não é obrigatorio, contudo sim é aconselhado fazer algum tipo de limpeza espiritual com regularidade, se voce souber como realizar o ritual de invocação das forças planetarias com o ritual maior do hexagrama poderia ser interessante, faça pesquisas e descubra qual ritual de banimento melhor se adequa para voce!

  1. Como posso saber quais os dias e horarios para usando os medalhoes dos espiritos olimpicos possa fazer o que ensina o aforismo 21 para fazer meus pedidos a estas forças olimpicas?

Resposta: olhe as tabelas a seguir:

Dia Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
Planeta Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat
Espirito Och Phul Phalec Ophiel Bethor Hadit Aratron

 

  Dom Seg Ter Qua Qui sex sab Hr
Horas do dia Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 1
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 2
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 3
Lua Mar Mer Júp Vên Sat Sol 4
Sat Sol Lua Mar Mer Júp Vên 5
Júp Vên Sat Sol Lua Mar Mer 6
Mar Mer Júp Vên Sat Sol Lua 7
Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 8
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 9
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 10
Lua Mar Mer Júp Vên Sat Sol 11
Sat Sol Lua Mar Mer Júp Vên 12

 

  Dom Seg Ter Qua Qui sex sab Hr
Horas da noite Júp Vên Sat Sol Lua Mar Mer 1
Mar Mer Júp Vên Sat Sol Lua 2
Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 3
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 4
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 5
Lua Mar Mer Júp Vên Sat Sol 6
Sat Sol Lua Mar Mer Júp Vên 7
Júp Vên Sat Sol Lua Mar Mer 8
Mar Mer Júp Vên Sat Sol Lua 9
Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 10
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 11
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 12
  1. Preciso de um circulo magico e um altar?

Resposta: Não para ambos, pois estes espiritos não são perigosos e não é necessario altar ou circulo para o ritual, mas caso se sinta confortavel em utilizar tais implemetos, fique a vontade, contudo não é canonico neste grimorio.

 

 Textos usados

  • Primeira Impressão Original, Basiléia, 1575 (Biblioteca Yale Beinecke)
  • Primeira Impressão Original, Basiléia, 1575 (Biblioteca Britânica)
  • C. Rooks, Londres, 1665 (Biblioteca Oxford Bodleian)
  • Publicação Desconhecida, Londres, Londres, 1655 (Biblioteca da Universidade de Harvard)
  • C. para J. Harrison, Londres, 1655 (Biblioteca do Congresso)
  • Leipzig Cod.Mag. 55

Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

Arbatel da Magia (pdf)

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/a-magia-de-arbatel/

A visão oculta ou condicionada das espaçonaves

trecho de Uri Geller – Um fenomeno da Parapsicologia

Às seis horas da tarde do dia 2 de dezembro , Uri e eu ( Andrija Puharich ) chegamos ao setor militar do aeroporto de Lod , a caminho da apresentação de Uri no Deserto do Sinai. Uri já me informara que somente o pessoal já verificado pelo Exército de Israel tinha permissão para ir à zona de guerra no Sinai . Mandou que eu me sentasse a um canto do aeroporto e ficasse  calado, enquanto ele tentava conseguir que eu embarcasse. Falou primeiro com o militar que distribuia as passagens aéreas , mas o homem recusou-se a conceder-me uma passagem , pois eu não tinha os documentos necessários. Uri foi então falar com o sargento Aaron , que também se recusou a entregar-me uma passagem , por falta dos documentos necessários . Meia hora depois, Uri provocava o maior tumulto no aeroporto , insistindo  que se eu, seu amigo , não pudesse ir para o Sinai , haveria graves repercussões internacionais. No fundo , eu sabia que, se tivesse mesmo de ir , algum milagre terminaria acontecendo e permitiriam a minha viagem . Por volta das sete horas da noite , com o avião já pronto para partir , Uri inesperadamente obteve a permissão para  que eu embarcasse . Até hoje não sabemos como e nem por que a permissão foi concedida. Ambos tínhamos nos rostos sorrisos largos de satisfação quando o Viscount decolou , levando-nos para alguma base aérea desconhecida no meio do Deserto do Sinai. Trinta e cinco minutos depois de partirmos de Tel Aviv , o piloto recebeu pelo rádio a comunicação de que eu já fora verificado e não apresentava riscos à segurança militar.

Aterrisamos no meio do deserto frio e varrido pelo vento , numa pista sem qualquer prédio. Vários caminhões , foram ao encontro do avião quando este parou e um oficial apressou-se em dar as boas-vindas a Uri. O oficial prontamente informou que alguns comandos egipcios  haviam-se infiltrado na região e que ali estavam em estado de alerta de batalha . Em seguida , ele transmitiu as senhas para a noite . Estavamos em plena zona de guerra.

Depois de uma viagem com muitos solavancos e um frio enregelante , chegamos a um acampamento militar , indo comer numa barraca-refeitório . Enquanto comíamos , fomos cercados por oficiais e soldados , todos demonstando uma inabalável admiração por Uri. Ali, na frente de combate , não mais existia a reserva típica da vida civil normal de Israel . Todos estavam alertas , presas de excitação nervosa . Não existia nenhuma distancia discernivel entre oficiais e os soldados rasos . O grande motivo de excitação não era o fato de os comandos egipcios estarem à espreita na escuridão e sim a apresentação de Uri , marcada para as onze horas daquela noite . Como americano , fiquei fascinado por aquele espirito jovial.

Uri desviou um pouco a atenção geral para o espetaculo , pedindo primeiro e depois exigindo que lhe cedesse um jipe . Insisitiu em que deveria embrenhar-se imediatamente no deserto  . . .  e sózinho. Os oficiais fizeram todo o possivel para dissuadir Uri de internar-se no deserto de jipe durante a noite . Insistiram em que era por demais perigoso , mas se Uri precisava mesmo ir , tinha que ser acompanhado por uma escolta de guardas fortemente armados. Finalmente chegou-se a um acordo de meio-termo. Uri e eu teríamos o jipe , com um motorista e um soldado fortemente armados . Se o motorista ou o soldado sentissem qualquer perigo, teríamos que nos conformar com as ordens deles. Uri aceitou e saímos para anoite fria do deserto , à espera do jipe . O motorista disse que ele e o guarda teriam que dar uma parada em uma barraca , a fim de pegarem um rifle e uma metralhadora.

Paramos diante da barraca e o motorista permaneceu no jipe com Uri e comigo , enquanto o outro soldado se afastava para buscar as armas . Quando ele voltou , notei que estava com a cabeça descoberta . Achei aquilo muito estranho. Se havia tanto perigo assim, por que ele não estava usando um capacete de aço?

Exatamente as nove horas da noite passamos pelas sentinelas à entrada do acampamento. Todos nós, à exceção de Avram , o jovem soldado , afivelamos os nossos capacetes e o jipe partiu pelo deserto afora. Eu não tinha a menor idéia do ponto do Sinai em que estavamos nem da direção dos pontos cardeais. Minha desorientação era tamanha que era como se eu estivesse na Lua.
Às 9:02 , Uri inclinou-se na minha direção , no escuro , e sussurou :

—    Estou recebendo uma mensagem . . . Trinta K . . .  O que será que isso significa ? Trinta K . . .  Ah. agora entendo !  Trinta
kilometros . Devemos seguir por trinta kilometros para sermos encontrados pela luz vermelha.

Ficamos olhando para o velocimetro . Cada vez que chegavamos a uma bifurcação ou cruzamento da estrada, Uri insistia em que eu tomasse a decisão sobre se deveriamos virar à esquerda ou à direita. As minhas decisões foram exclusivamente ao acaso..

Uri tornou a sussurrar , pouco depois :

—    Nosso mestre disse que vai aparecer-nos sob a forma de uma luz vermelha, parecida com um OVNI.

Agora eu finalmente sabia por que Uri quisera que eu o acompanhasse ao Deserto do Sinai . Àquela altura eu já localizara as constelações e as estrelas no céu , o que proporcionou a indicação dos pontos cardeais da bússola.

A nossa excitação foi aumentando à medida que o velocimetro se aproximava da marca dos trinta quilometros percorridos . No momento em que ele passou de 29 para 30 , localizei uma luz vermelha no céu , a noroeste , a cerca de 18 graus acima do horizonte . Sem dizer uma palavra , apontei-a para Uri . Ele a rejeitou , dizendo :

—    É apenas a luz de uma antena de rádio.

Mas logo ele ordenou ao motorista que parasse , virando-o antes , para que os faróis  ficassem na direção da luz vermelha. Nós dois saltamos do jipe e o motorista e o soldado nos seguiram , para vigiar-nos. Nem Uri , nm eu dissemos uma só palavra . Fomos olhar a luz vermelha de um ponto a trinta metros da estrada.

        Uri não parava de murmurar!

—    Não pode ser a nossa luz vermelha !

Tirei uma moeda americana do bolso e, segurando-a na ponta dos dedos , estendi-a para a frente , calculando então que a luz devia ter dez vezes o diametro da mais brilhante estrela do céu , suando assim a técnica bastante conhecida dos observadores das estrelas. A luz vermelha estava imóvel no céu , acima do pico de uma montanha . Mais tarde identifiquei-a como o Monte Ugrat El Ayadi , de 1.791 metros de altura . Como a noite estava bastante clara , logo pudemos perceber , sem a menor sombra de dúvida , que não havia nenhuma antena de rádio por baixo da luz , abandonando assim essa possibilidade. A qualidade da luz é que me estava deixando intrigado . Era da cor de um vinho clarete . Não cintilava , nem faiscava como as estrelas Pareceu-me que se podia olhar dentro dela e através dela, como seolhasse para um olho humano.

Uri e eu chegamos então à conclusão de que estavamos sofrendo uma alucinação. Pedi a Uri que fosse falar com o motorista e com o outro soldado, apontasse-lhe a luz e indagasse  se estavam vendo a mesma coisa que nós . Uri dirigiu-se a eles e falou-lhes em hebraico , já que nenhum dos dois sabia falar inglês. Voltou poucos minutos depois e relatou-me a sequencia do episódio.

Aproximando-se dos dois homens e, apontando-lhes a luz vermelha , perguntara o que estavam vendo . Eles disseram que estavam vendo os contrornos de uma monyanha . Uri disse:

—    Não é à montanha que me estou referindo e sim ao que está acima dela.

—    Estrelas , apenas estrelas.

—    Mas não existe uma antena de rádio naquela montanha?

—    Ao que saibamos , não.

—    Pois eu era capaz de jurar que vi uma luz vermelha em cima daquela montanha.

Uri dissera essas palavras olhando diretamente para a luz vermelha . Eles tornaram a fitar a monyanha , afirmando em seguida:

—    Não há nenhuma torre, nem luz vermelha alguma.

Depois desse relato , Uri comentou para mim:

—    Eles não vêem o que nós vemos.

—    Então eu e voce devemos estar imaginando a luz vermelha, pois queremos ver realizados os nossos desejos

Um pouco desanimado , Uri disse:

—    Há um dia que estou sendo compelido a traze-lo para o Sinai . Consigo fazê-lo e agora nem mesmo sabemos o que estamos
vendo .

Ficamos parados na quietude da noite fria , mirando o que agora parecia um olho humano no céu juncado de estrelas. Como poderiamos ter certeza daquela experiencia ?
Uri rompeu o silencio:

—    Depressa, afaste-se cinco passos para a esquerda!

Cobri essa distancia e olhei ao redor. Nada . Meu pé tocou então em algo macio . Abaixei-me para pegar. Era um gorro de faxineiro militar . Mostrei-o a Uri.

—    Mas é isso !   —   exclamou ele.    — Esse é o sinal!

—    O que está querendo dizer com isso?   —   repliquei , aborrecido.   —   É apenas um gorro de soldado que deve ter voador da
cabeça de alguém que passava de jipe por aqui.

—    Não , não ! É um sinal! Leve-o!

Relutantemente , dobrei o gorro e enfiei-o no bolso . Eu não podia entender por que Uri estava dando  uma importancia tão grande àquele trapo. Ficamos parados ali por mais dez minutos , olhando para a luz vermelha no céu, que agora parecia estar assumindo a forma de um disco arredondado . A luminosidade vermelha parecia atrair meu olhar para dentro dela e através . Mas eu absolutamente não sabia o que estava vendo , nem tampouco se estava realmente vendo alguma coisa . Comecei a sentir frio e Uri e eu voltamos para o jipe.

Uri tentou mais uma vez arrancar uma resposta dos dois soldados sobre a luz vermelha , mas eles simplesmente não a viam . Lamentei que as câmaras fotográficas fossem proibidas naquela zona de guerra . Uma unica chapa , com longa exposição , teria resolvido todas as nossas duvidas . Subimos no jipe . Com o vento soprando , estava agora mais frio ainda . Tirei o meu capacete de aço e distraidamente coloquei na cabeça o gorro de soldado que encontrara no meio do deserto. Achava-me sentado na frente , ao lado de Avram , que estava agora dirigindo. A luz vermelha ainda estav no céu , `a nossa esquerda , e inclinei-me na direção do motorista para vê-la melhor . Uri e eu pudemos perceber que a luz vermelha estava se deslocando no céu, seguindo-nos. Mas os dois soldados, embora olhando na mesma direção que nós , nada consegfuiram ver. Subitamente  Avram acendeu a luz interna para examinar mapas e olhou atentamente para o gorro que eu estava usando:

—    Onde pegou meu gorro?    —    perguntou ele, finalmente , aturdido.

Começou então a falar em hebraico , excitado , informando que , ao entrar na barraca para pegar as armas , deixara o gorro em cima de seu catre . Agora eu o estava usando . Podia-se facilmente comprovar que era o dele , ois escrevera seu nome na pala. Ele queria saber qual o truque que eu usara para apanhar o gorro , já que , em nenhum momento , eu me afastara das suas vistas . Uri tentou explicar , em hebraico , que na verdade encontraramos o gorro no lugar do deserto em que haviamos parado . nenhum dos dois quis aceitar tal explicação

Enquanto os três discutiam em hebraico sobre o “truque”, concentrei-me em meus pensamentos . Eu já tivera provas de que Uri podia fazer um objeto desaparecer  e depois reaparecer . Assim , era possivel que o gorro de Avran tivesse desaparecido do acampamento em decorrencia da mesma força, aparecendo depois a nossos pés no deserto. Mas Uri já me dissera que não “desejara” tal ocorrencia . Ele apenas sentia uma mensagem para “procurar alguma coisa” . Uri estivera obsecado com a idéia de levar-e para o deserto.

Por que Uri e eu tínhamos visto a luz vermelha e os soldados não ?  Estariam nossas mentes sendo controladas ? Aquela luz vermelha teria alguma coisa a ver com a voz que ouviramos ? E o que seria aquela voz? Se havia mentes sendo controladas , seriam as nossas ou as dos soldados? E a voz seria um fragmento da mente de Uri? Um espirito? Um deus? Teria a voz alguma relação com os Noves , que haviam entrado em contato comigo tantos anos atrás? A luz verelha que seguia  o nosso jipe parecia ser agora totalmente diferente da luz que eu vira no céu em Ossining , no Estado de Nova York , em 1963 , e no Brasil , em 1968.

Minha mente recordou o que eu lera a respeito do profeta Maomé e de sua experiencia com uma “estrela” , naqueles mesmos desertos . Antes que Deus lhe aparecesse , Maomé tinha o habito de retirar-se durante um mês , todos os anos , para meditar no Monte Hira . Ali ele “vira” uma estrela descer em sua direção . Sobre essa experiencia , o Alcorão diz o seguinte:

Quando a estrela desceu , seu irmão não ficou assustado . Ela estava no horizonte mais alto e depois desceu e ficou suspensa.

Mas depois dessa primeira visita da estrela , o Profeta teve que esperar três anos antes que ela voltasse. A estrela de Maomé teria alguma relação com a que eu estava vendo agora? Será que eu tornaria a vê-la Ao entrarmos de volta no acampamento , a luz vermelha simplesmente sumiu.

No dia 3 de janeiro de 1972, Uri tinha uma apresentação marcada num teatro em Yerucha , que fica a sudeste de Beersheba,. Saímos de tel Aviv às 6:55 da tarde e seguimos para o sul , pela estrada de Rehovot . Ao passarmos pela plava na estrada que apontava para o Centro de Pesquisas Nucleares Sorek , nós três , Uri , Ila e eu , vimos uma gigantesca estrela vermelha a oeste. Na verdade , se não soubessemos sobre as espaçonaves , terímaos pensando que se tratava apenas de uma estrela.

Uri parou o carro no acostamento . Saímos do carro , pisando na lama , para olhar.  A estrela vermelha desaparecera . A cerca de mil metros de distância , numa elevação de vinte graus , estava outra luz vermelha, com cerca de noventa metros de comprimento . Outra luz vermelha a seguia , a cerca de cem metros para a direita . Olhei para o meu relógio; a cerca de cem metros para a direita . Olhei para o meu relógio ; eram 7:15 da noite. Uri fitou atentamente a luz vermelha e disse abruptamente:

—    Vamos sair daqui!

Ele saiu , seguindo em alta velocidade. Víamos agora dezenas de luzes e naves no céu . mas Uri não queria parar para observa-las, continuando a seguir em frente a toda velocidade. tentarei descrever da melhor forma possivel o que testemunhamos naquela noite . Às 7:23 apareceu à nossa frente  uma estrela brilhante , que estava apenas a duzentos metros acima da estrada , mantendo-se sempre cerca de quatrocentos metros à nossa frente. Essa estrela cintilava em sequencia de cores vermelho , azul amarelo , verde , etc . Essa “cintilação” durou até 7:26.

Às 7:40 . quando nos aproximávamos de Kiryat Gat , duas luzes amarelas surgiram a oeste . Essas logo se apagaram e
apareceram tres chamas alaranjadas , exatamente como as sete que eu vira na noite anterior . Estavam a menos de um quilometro de distancia e iluminaram todo campo. Os pilares de fumaça ergueram-se dessas chamas cor de laranja , que não atingiram o solo , mas ficaram pairando no ar . Eu não pude deixar de pensar no Pilar de Fogo , que guiara os israelenses no Sinai , durante o Êxodo .

Às 7:41 a lua cheia ergueu-se por cima das colinas a leste . Ao sul da lua cheia , pudemos distinguir nitidamente quatro luzes vermelhas , em formato de disco , deslocando-se lentamente para sudeste . Uma delas logo se apagou e as outras três continuaram por mais essas quatros luzes vermelhas , surgiu uma espetacular espaçonave . Era gigantesca , tendo pelo menos mil metros de comprimento . Era circular e adernava um pouco , de forma que podíamos ver o seu lado. De uma extremidade a outra havia ali o que a principio nos pareceu serem vigias , mas que depois verificamos serem luzes que apenas se assemelhavam a vigias. Aqueles clarões iluminavam toda extensão da nave com cores que abrangiam todo o espectro da luz . A espaçonave passou a menos de um quilometro , a leste seguindo para o norte , tão brilhantes  as suas luzes que iluminavam todo o campo lá embaixo.

Havia outros carros na estrada , seguindo na mesma direção que nós e em sentido contrário. Nós três logo compreendemos que nenhum dos outros motoristas estava vendo as mesmas coisas que nós. Eu sabia , de experiencia anteriores , que aquela exibição era “para os nossos olhos apenas”. O que eu não podia compreender era por que os outros não podiam ver o mesmo que nós , quando as chamas e a espaçonave iluminavam tão feericamente todo o campo . De vez em quando , também a estrada à nossa frente ficava iluminada . Enquanto a gigantesca espaçonave deslizava silenciosamente para o norte, surgiu diretamente à nossa frente , a cerca de duzentos metros  de distancia , uma brilhante bola amarela incandescente . Veio em nossa direção , se fazer barulho algum , explodindo então ao lado do carro. À  direita da estrada , dois clarões amarelos estavam acompanhando o nosso progresso pela estrada . Eles também despreendiam fumaça. Por trás , surgiram duas chamas. Então outra bola incandescente veio do leste da estrada e explodiu acima de nós . Tudo isso acontecia no mais absoluto silêncio e não havia no ar nenhum cheiro de substancia queimada . A exibiçãoera realmente pavorosa , pois cada chama parecia mover-se de acordo com os movimentos do
nosso carro.

E de repente , nos dois lados da estrada , chamas amarelas lampejaram por uns poucos segundos , como olhos gigantescos a nos piscarem. Nos 35 minutos seguintes estivemos cercados , por cima , à direita e à esquerda , por essas chamas a despreenderem fumaça   —   chamas amarelas, douradas , vermelhas , de todos os tons possiveis. Eu não conseguia olhar para todas aquelas luzes ao mesmo tempo.

Às 8:25 apareceram duas chamas vermelhas à nossa direita , na direção noroeste . Seguiram-nos como dois olhos vermelhos , a respeitosa distancia , sempre escondendo o horizonte  Ao se deslocarem , iluminavam os campos e os bosques lá embaixo , com uma claridade intensa.  Foi ainda mais surpreendente porque nos seguiam até a cidade de Beersheba , pairando acima dos telhados  iluminando-os com um clarão vermelho . Foi uma experiencia incrivel , ter aquele par de olhos a seguir-nos até Dimona.

Em Dimona , pegamos um soldado que estava pedindo carona e ia para Yerucham . Assim que o pegamos , as luzes sumiram e não foram mais vistas naquela noite . Estavamos tão excitados com o que víramos que Uri mal conseguia concentrar-se em sua apresentação . mas acabou por se exibir muit bem , como sempre , demonstrando telepatia, consertando relógios e entortando metais. A viagem de volta a Tel Aviv durou de meia-noite às duas e meia da madrugada Não vimos uma unica luz . Não tínhamos a menor  dúvida de que víramos pelo menos uma gigantesca espaçonave naquela noite . Víramos  também dezenas de chamas coloridas, que nos haviam seguido com uma fidelidade animal . Os sete pilares de fumaça que eu vira  na noite anterior eram apenas precursores do espetaculo que nos fora proporcionado naquela noite . Permanecia , porém , o mistério  do motivo pelo qual ninguém mais o via o que presenciávamos tão nitidamente . Eu nem mesmo tentei filmar , sabendo perfeitamente que minha câmara ficaria emperrada . Verificamos nos jornais no dia seguinte. Não havia qualquer noticia a respeito de estranhas luzes no céu
, como as que víramos . Se o que víramos fora uma alucinação , então fora uma linda viagem espacial para nós três!

A noite seguinte foi 4 de janeiro. Uri tinha outra apresentação marcada nas proximidades de Beersheba , numa cidadezinha chamada Ofakim  . Saímos de Tel Aviv pela mesma estrada que seguíramos na noite anterior . No carro  estavam Uri, Íris , Ila e eu . Ao passarmos pelo Centro de Pesquisas Nucleares Sorek , vimos a primeira luz vermelha no céu , deslocando-se lentamente para oeste , numa rota senoidal . Não quero cansar o leitor , por isso digo-lhe apenas que todos nós vimos a repetição do espetaculo da noite anterior .  Vimos a gigantesca espaçonaves com as suas luzes multicoloridas , as chamas , as explosões , sendo sempre seguidos por aqueles olhos na nite. E novamente ninguém mais , além de nós , pareceu estar vendo aquele fantástico espetáculo .

Chegamos a Ofakim , onde Uri iria apresentar-se num teatro moderno e muito bonito . Para variar , fazia uma noite quente , das mais agradaveis Resolvi permanecer do lado de fora do teatro , ficando de olho no céu para novas exibições de luzes. Pelo sistema de alto-falantes do teatro , fui informado do momento exato em que Uri começou sua apresentação . Quando Uri pôs-se a falar , eu e Ila vims uma luz vermelha e uma espaçonave aproximarem-se de Ofakim , vndo do leste . Baixaram de altitude ao chegarem à cidade e foram pousar um pouco mais além , fora do alcance de nossa visão , escondidas por alguns prédios , a cerca de um quilometro de distancia . Fiquei olhando para a ärea em que a luz vermelha e a espaçonave haviam ficado invisiveis , durante todo o tempo em que Uri se exibiu. Quando Uri acabou sua apresentação , a luz vermelha e a espaçonave   ergueram-se de seu esconderijo  e seguiram para leste.

Na quarta feira, 5 de janeiro , Ila saiu para a varanda do quarto 1101 do Hotel Sharon logo depois do pôr do sol , em torno de 5:20 da tarde . Subitamente ela chamou , em pânico . Fui ao seu encontro. Vinda do sul , voando baixo sobre a Rodovia Tel Aviv – Haifa , lá estava uma gigantesca espaçonave . Tinha uma luz branca na frente e outra atrás . Entre essas duas luzes havia um casco escuro, talvez com cem metros de comprimento . Estava a uns 600 metros a leste de nós , deslocando-se a cerca de 500 quilometros horários. Era uma visão magnifica ver aquela nave sobrevoar Israel desafiadoramente , vista provavelmente só por nós.

Naquela mesma noite , Uri tinha outra exibição ao sul de Beersheba . Quando passávamos ao sul de Rishon Le Zion , às 8:40 , Uri parou o carro para mostrar uma espaçonave a Iris , Ila e a mim. Foi a performance  mais espetacular que já presenciei até hoje . A espaçonave  estava bem alta no céu e muito distante  de nós . Estava um pouco acima do cinturão do Caçador , na Constelação de Orion . Não podiamos calcular a que distancia se achava , pois parecia estar no espaço exterior, no campo estrelado . Qualquer que fosse a distancia, pudemos ver que era um gigantesco disco a girar , com uma luz vermelha em cada extremidade . E o mais espetacular é que estava efetuando manobras complicadas. Primeiro moveu-se de lado, em circulos , depois para trás , descrevendo imagens complexas , circulos , rodopios . Então começou a oscilar , em movimentos laterais . Parecia estar escrevendo coisas no céu , mas nenhum de nós conseguiu ler nada.

Pensei em filmar a cena , mas Uri dissuadiu-me   —   aquilo era sagrado, disse ele. A observação daquela espaçonave produziu um efeito tranquilizante em todos nós. Pessoalmente , fez com que eu me senti-se muito pequeno e sózinho no universo. A exibição durou quatro minutos pelo relógio , mas para mim pareceu uma eternidade.

Nas proximidades de Ashqelon , perdemos o caminho numa estrada secundária, às 9:35 . E lá nos apareceu uma pequena
espaçonave , em forma  de disco , com uma luz vermelha e outra verde. Tudo se fundiu numa unica luz vermelha , que assumiu uma posição acima e à frente do nosso carro. Seguiamos essa luz e ela nos induziu por um labirinto de estradas secundárias. Ao chegarmos novamente à estrada principal , a luz desapareceu.

A apresentação de Uri foi um sucesso estrondoso. Ao voltarmos para Tel Aviv , não vimos luzes nem espaçonaves no céu .

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/ufologia/a-visao-oculta-ou-condicionada-das-espaconaves/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/ufologia/a-visao-oculta-ou-condicionada-das-espaconaves/

A história da humanidade segundo os chineses

MIN TZU, excerto de CHINESE TAOIST SORCERY

Deuses, demônios e espíritos são imortais. Eles não morrem, eles duram para sempre. Compostos de energia Chi, eles não precisam respirar, não têm forma definida e não projetam sombra.

Uma vez que o homem está posicionado de forma única entre o céu e a terra, ele naturalmente possui a intuição e os poderes extra-sensoriais necessários para se comunicar com os deuses. Ele usa muitos métodos para entrar em contato com as divindades, como meditação, oração, feitiçaria e adivinhação. Mas, infelizmente, nem todos acreditam nos efeitos da feitiçaria, o método mais rápido e eficaz de todos. Este lamentável ceticismo tem perseguido a humanidade desde o início de sua história e impedido muitas pessoas de desfrutar da felicidade que a feitiçaria pode conceder a elas.

Se a felicidade significa alcançar tudo o que o coração deseja, então a feitiçaria chinesa é capaz de tornar as pessoas felizes. A feitiçaria é um ramo do taoísmo religioso cujos princípios esotéricos foram compilados para ajudar aqueles que encontraram o infortúnio. Agravados e enfurecidos pelas injustiças da vida, esses indivíduos sofrem a cada dia, esperando um alívio de sua ansiedade. Este alívio é possível para aqueles que recorrem ao uso de feitiçaria.

A feitiçaria pode ser facilmente colocada em prática e foi testada e comprovada sem sombra de dúvida. Por milhares de anos, muitas pessoas experimentaram a feitiçaria chinesa em sua busca para provar o leite e o mel da vida, confiando nela para ajudá-los a alcançar seus objetivos. Deu-lhes a oportunidade de mudar suas vidas e obter os poderes esotéricos com os quais transformaram seus sonhos em realidade.

A feitiçaria, sem dúvida, existe, mas o processo invisível pelo qual ela funciona não foi desvendado por cientistas, filósofos ou antropólogos porque não pode ser totalmente explicado apenas pela lógica científica. Como resultado, quando confrontados com os mistérios divinos, os intelectuais só podem disfarçar sua falta de conhecimento sobre tais assuntos desprezando-os com desprezo como superstições primitivas. Mas o fato é que o homem pode manipular as forças divinas por meio de rituais.

Muito antes de Shakespeare expressar admiração pelo número infinito de coisas inexplicáveis ​​que existem no mundo, os feiticeiros chineses compilaram uma grande quantidade de informações sobre fenômenos místicos. Eles entenderam que poucas pessoas e ainda menos empresas poderiam ter sucesso sem a ajuda da feitiçaria. Eles também sabiam que era um sinal da generosidade do Céu para a humanidade que de todas as criaturas vivas, o homem é o único capaz de invocar deuses e demônios à vontade.

No entanto, aqueles que entram no reino da magia e feitiçaria pela primeira vez devem manter alguns princípios esotéricos em mente. Em primeiro lugar, os rituais têm uma natureza dupla: podem ser usados ​​para ajudar as pessoas ou para destruí-las. Orações aos deuses trazem coisas boas para o feiticeiro e maldições lançadas sobre os inimigos trazem sua ruína. Os antigos professores de metafísica advertiram contra o uso de rituais e feitiços para fins egoístas e desonestos. Idealmente, a feitiçaria deve ser empregada para manter a boa saúde, obter riqueza e contentamento e alcançar uma vida longa. Em segundo lugar, diz-se que a maneira mais segura de alcançar a autodestruição é contar ao seu pior inimigo ou melhor amigo sobre a fonte do seu sucesso. Afinal, os amigos de hoje podem ser os inimigos de amanhã.
Existem nove níveis progressivos de feitiçaria chinesa. Seus rituais fornecerão às pessoas poder oculto mais do que suficiente para permitir que lidem com a maioria das dificuldades da vida.

VER O SOL PELA PRIMEIRA VEZ

A teoria taoísta sobre o início do universo explica que originalmente nada existia além de um Grande Vazio. O Criador Perfeito preencheu o vazio com a energia Chi fundamental até que a luz emergiu da escuridão. Eventualmente, a matéria foi formada e o nascimento do que conhecemos como nosso universo ocorreu. Sob as influências do tempo, do espaço, da energia Chi e das forças Yin e Yang, tudo começou a ocupar seu lugar no vazio gigantesco. Galáxias, constelações, estrelas e planetas assumiram suas posições no espaço.
Neste planeta, a matéria estava dividida em um céu etéreo acima e uma terra sólida abaixo, mas todo o resto estava um caos. Vulcões constantemente entravam em erupção, cobrindo a superfície da terra com lava, e o mar se movia de um lugar para outro sem restrições enquanto a terra se inclinava para frente e para trás. Terremotos sacudiram a massa sólida de terra fazendo com que se separe em continentes e forme montanhas e vales. Fogo, terra e água constantemente contra-atacavam em ciclos de turbulência violenta.

Depois de milhões de anos, os elementos desencadeados deram forma ao nosso mundo e a Terra começou a se acalmar à medida que seu campo magnético se tornava mais estável. Orbitando em torno do sol, a terra agora era acompanhada por uma lua que dava ritmo e estabilidade aos movimentos do mar. Esse equilíbrio possibilitou que formas elementares de vida aparecessem na água. Iniciou-se um ciclo positivo-negativo dos elementos água, fogo, madeira, metal e terra que acabaria por gerar as Quatro Estações, formando florestas e desertos e fazendo a vida a florescer na terra e no mar.

Para os seres humanos, a vida na Terra começou de forma dura. A tradição chinesa sustenta isso há muito tempo, quando os ancestrais do homem abandonaram sua vida nas árvores por uma nas cavernas, a energia Chi da terra ainda estava perturbada e instável. A superfície da terra estava coberta por montanhas maciças, pântanos e uma densa neblina cuja escuridão não podia ser perfurada pela luz do sol. A névoa sempre presente impedia que a luz do sol aquecesse o solo e produzia uma umidade entorpecente. Vários tipos de seres semi-humanos evoluíram das primeiras criaturas semelhantes a macacos que deixaram as árvores para viver no chão. Alguns tinham duas cabeças, um rosto de macaco ou três olhos. Outros tinham apenas um olho ou a cabeça de um animal. Havia também gigantes e anões, assim como vários outros seres igualmente estranhos.

Muitas dessas criaturas foram vítimas do mau clima, das feras e pássaros predadores e das batalhas pela supremacia que travavam entre si. Nessas escaramuças, a maioria dos gigantes foi morta pelos
homens mais engenhosos nascidos do cruzamento que estava ocorrendo entre os grupos.

Esse novo tipo de ser humano era mais aguçado do que seus predecessores e não era nem muito alto nem muito baixo. Um dos princípios chineses da natureza afirma que um homem pequeno e compacto sobreviverá melhor do que um superdimensionado, e esse tipo de homem menor, mas mais robusto, sobreviveu a todos os outros.

Essa criatura primitiva buscou alívio do frio construindo fogueiras grosseiras. Ele acendeu os fogos com as faíscas geradas por fogos naturais, esfregando pedaços de madeira ou batendo uma pederneira com uma pedra. Dessa maneira, ele duplicou a espantosa maravilha dos incêndios que viu produzidos por erupções vulcânicas e relâmpagos. Estes foram os primeiros incêndios provocados pelo homem na história. Eventualmente, ele foi capaz de fazer tochas
que ele usava enquanto vagava pelo mundo sem luz ao seu redor.
O homem enfrentou um perigo adicional na forma de animais e pássaros monstruosos que governavam a terra. As florestas eram habitadas por feras com garras que provaram ser inimigas mortais do homem. Os pântanos estavam cheios de répteis de todos os tipos que matavam qualquer um que tropeçasse neles. Serpentes voadoras ferozes, agora conhecidas como dragões, abundavam, juntamente com inúmeros outros tipos de predadores, como cobras gigantes e criaturas que eram metade pássaros e metade animais. Sua presença forçou o homem primitivo a buscar a segurança em cavernas ou lugares elevados. Ele também aprendeu a se reunir em pequenos grupos para se defender desses predadores. Ainda hoje, essa luta entre o homem e a fera continua.

A presença de animais, a falta de luz do dia e os rigores das condições climáticas incontroláveis ​​impediam as pessoas de migrar à vontade. Eles viviam em um estado permanente de semi-escuridão e era impossível para eles acompanhar o tempo. Durante esse período, deuses e demônios ocasionalmente se revelavam ao homem de maneiras que, infelizmente, não são possíveis no mundo brilhante de hoje. Através desses encontros, ele aprendeu um pouco sobre a natureza e a forma de divindades e demônios menores, e também sobre Deus e o Diabo.

Eras mais tarde, quando as energias Chi do céu e da terra estavam um pouco estabilizadas, os vulcões entraram em erupção com menos frequência e os terremotos diminuíram. A espessa neblina que cobria o mundo desapareceu gradualmente, o sol brilhou com todo o esplendor, o ciclo rítmico das Quatro Estações foi estabelecido, as florestas começaram a crescer e os rios a fluir.

Neste agradável mundo novo, muitas formas de vida começaram a florescer e o homem até aprendeu a migrar. Quando ele se espalhou por todo o mundo, a raça humana havia se dividido em cinco categorias com base na cor da pele: amarelo, marrom, branco, preto e vermelho. Uma vez que o homem começou a migrar e viajar, ele foi submetido a mudanças na vegetação e no clima que nem sempre eram boas para sua saúde e muitas vezes ele ficava doente depois de comer vegetais crus e carne crua. Felizmente, sua dieta tornou-se mais diversificada depois que ele dominou a culinária. A subsequente invenção das panelas possibilitou métodos mais sofisticados e criativos de cozinhar e permitiu que ele viajasse longas distâncias porque conseguia se alimentar com uma dieta melhor.

Este homem antigo era engenhoso. Ele inventou ferramentas que usou para tornar seu ambiente mais habitável. Como suas mãos eram menos poderosas que as patas de um animal, ele inventou armadilhas e armas afiadas. Como não tinha pelos, cobria-se com peles de animais que o protegiam do frio e da chuva.

Na China, o homem começou a medir o tempo e o espaço. Ele também descobriu a maneira de plantar e colher muitos tipos de grãos. Ele aprendeu a prever o tempo observando os movimentos das estrelas e planetas, e do sol e da lua. Ele inventou a roda e foi capaz de calcular peso e medida usando sistemas elementares de matemática e geometria. Ele desenvolveu um método básico de registro de incidentes usando um cordão com nós. Ele também começou a perceber que ele tinha uma natureza especial que o diferenciava de todos os outros seres vivos e começou a enterrar seus mortos para evitar que seus cadáveres fossem expostos à selvageria de animais e aves de rapina. Em suma, o homem tornou-se o rei de todas as criaturas da terra e estava a caminho de se tornar civilizado.

A Infância Religiosa da Humanidade

Na China, o progresso do homem primitivo foi potencializado pelo desenvolvimento de uma cultura baseada na vida em grupo. Dentro dessa ordem cultural, diferentes clãs foram formados, cada um elegendo seu próprio líder. Essa prática continuou até que os chineses desenvolveram o conceito de governo imperial que propunha que o país fosse unificado sob um homem que atuaria como seu líder político, religioso e militar. Ele seria considerado o Primeiro Filho do Céu, o Pai do Povo.

Quando o Primeiro Imperador da China chegou ao poder, ele reuniu todos os clãs separados em uma nação. A monarquia começou com este imperador, há cerca de cinco mil anos, e terminou em 1912 com o governante manchu Pu Yi, o último imperador da China.

O Primeiro Imperador foi sucedido pelo Imperador do Céu, que promoveu o aprendizado entre as massas. Ele ensinou as pessoas a calcular as horas do dia usando uma variedade de dispositivos, como o relógio de água. Quando a duração exata da noite e do dia pode ser determinada, as pessoas podem organizar melhor seus horários de trabalho e descanso.

O Imperador do Céu foi sucedido pelo Imperador da Terra, que foi seguido pelo Imperador do Homem. O governante seguinte, o Imperador do Fogo, ensinou as pessoas a usar o fogo para limpar terras agrícolas, forjar metais, e para muitos outros fins. Depois, o Imperador da Madeira ensinou seus súditos a construir casas, barcos, ferramentas e muitos outros objetos de madeira.

O calendário lunar foi inventado durante o reinado do imperador Fu Hsi, combinando cálculos de tempo, o ciclo das quatro estações e os movimentos dos planetas. A partir daí, as constelações
foram descritos como figuras e animais conhecidos pelo homem. Fu Hsi também produziu a primeira versão do I Ching, ou Livro das Mutações, e inventou a rede de pesca. Ele instituiu os princípios básicos da propriedade privada e promoveu a criação do primeiro sistema de escrita. As regras do casamento e da família também foram estabelecidas nessa época, para fortalecer a sociedade.

O Imperador Dragão da Água promoveu o desenvolvimento e classificação de ervas medicinais. Esse conhecimento provou ser uma das maiores bênçãos já concedidas à humanidade. O bordado também foi inventado durante seu reinado, para embelezar a arte da confecção de tecidos. De fato, as vestes imperiais do Imperador Dragão da Água foram as primeiras a serem bordadas com símbolos astrológicos que mostravam um conhecimento de princípios astronômicos. Os governantes posteriores promoveram invenções como o arado, métodos agrícolas cada vez mais sofisticados, como irrigação, e comércio em pequena escala com base na troca.

O reinado do Imperador Amarelo foi caracterizado por grande progresso em todos os níveis. Foi uma época de grandes invenções, como a vela, e de avanços culturais, como fundição de metais, produção de seda, tiro com arco militar, criação e uso de moedas de metal como dinheiro, pesquisa e uso de substâncias químicas (ou alquimia) e o desenvolvimento dos princípios taoístas. Este imperador foi o primeiro a criar o cargo hereditário de Historiador da Corte, que era obrigado a registrar os bons e maus eventos que ocorreram dentro do Império, e as ações justas ou más do próprio imperador. Esses registros deveriam ser usados ​​para ajudar as gerações seguintes, permitindo-lhes aprender com os erros de seus ancestrais.

Tudo estava indo bem para a raça humana, mas por causa de alguma reviravolta cósmica, nove sóis adicionais se juntaram ao próprio sol da Terra e seu calor abrasador atingiu a terra com grande intensidade. Os horríveis e enormes animais e pássaros morreram com a dramática mudança de temperatura e clima. O pântanos secos pelo calor avassalador, plantações e vegetação queimadas, e fizeram com que a água evaporasse em alta taxa, causando secas maciças.

Para sobreviver às temperaturas de fogo, as pessoas tiveram que buscar a proteção e o frescor das cavernas profundas. Eles também aprenderam a arte de construir túneis para que pudessem viver no subsolo e escapar do calor assassino. Nesses túneis, eles aprenderam a cultivar sob a terra, minerar metais, construir poços e preservar alimentos.

Com o tempo, os sóis adicionais desapareceram e as pessoas puderam emergir de suas habitações subterrâneas. Em gratidão aos deuses, eles erigiram altas pirâmides nas quais adoravam o único sol remanescente que permitiu que a vida voltasse a prosperar na superfície da Terra.
Após a calamidade dos dez sóis, seguiu-se um período de chuvas intensas. As chuvas incessantes inundaram a terra. A elevação e o deslocamento do nível do mar causados ​​pelas chuvas torrenciais quase exterminaram a população e perturbaram o clima da Terra. Poucas pessoas escaparam deste desastre e quando as chuvas pararam, ficou óbvio para os sobreviventes que o eixo da terra havia mudado. Eles perceberam isso quando perceberam que as estrelas e constelações no céu não estavam mais em suas antigas posições.

As pessoas restantes dedicaram suas vidas a drenar a água deixada pelas chuvas. Depois, eles construíram barragens e diques e pântanos secos. Este trabalho continuou sem interrupção por centenas de anos.
Entre as pessoas que sobreviveram ao Dilúvio, algumas eram sensíveis à presença de divindades. Era mais fácil para essas pessoas talentosas contatar os deuses e demônios. Os chineses chamaram esses indivíduos de “os escolhidos”. Esses poucos homens foram educados com o único propósito de sacrificar diretamente às divindades e receberam treinamento especial para desenvolver suas habilidades sobrenaturais desde tenra idade. Suas vidas eram totalmente dedicadas à religião. Eles se comunicavam com o mundo dos espíritos por meio de cerimônias religiosas e atuavam como intermediários sagrados entre as pessoas e os deuses.

Quando os deuses se comunicaram com esses primeiros médiuns sacerdotes, eles lhes deram informações sobre o submundo. Os sacerdotes receberam detalhes sobre as origens da humanidade e a existência de forças poderosas no mundo além. Os deuses também revelaram os nomes e graus de divindades menores e maiores e seu grau de influência sobre o mundo do homem.

Em geral, o relacionamento pacífico que existia entre o homem e os deuses nessa época refletia as influências celestiais benevolentes predominantes na Terra. Nenhum lado exigia muito do outro; os deuses recebiam sacrifícios cerimoniais das pessoas e concediam seus desejos prudentes em troca.

Há cinco mil anos, durante o reinado do Imperador Amarelo, surgiu uma escola de conhecimento chamada Taoísmo. Continha informações sobre alquimia, religião e muitos outros ramos do conhecimento. O taoísmo religioso ensina que existem três forças principais que governam o mundo espiritual. Eles são os dois grandes poderes opostos, mas complementares – Deus e o Diabo – e seu governante, o Ser Supremo.

Deus é uma expressão benevolente da força universal do Chi, que deseja o bem ao homem e mantém a paz na terra. O Diabo é negativo por natureza, odeia a paz e só quer guerra, desordem e luta para reinar neste planeta. Essas duas forças divinas, também chamadas de Yin e Yang pelos antigos, travam uma batalha eterna, cada uma tentando vencer a outra. O Ser Supremo é o poder inigualável que mantém o equilíbrio entre Deus e o Diabo. Deus, o Diabo e todos os outros deuses e demônios menores estão subordinados a esse poder augusto e singular. Este Criador Perfeito é o começo e o fim de tudo que existe.

De acordo com o taoísmo, o bem e o mal não podem destruir um ao outro, caso contrário o equilíbrio universal seria rompido e a terra destruída. Esses dois poderes divinos possuem igual força e influência sobre o mundo do homem e se um se tornasse superior ao outro, ambos desapareceriam e o universo desapareceria junto com eles.

O Ser Supremo, Deus e o Diabo formam um Triângulo Sagrado que preside o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Homem, Terra e Céu formam outro triângulo que, quando combinado com o primeiro, cria a estrela de seis pontas. Este duplo triângulo é um dos símbolos mais conhecidos do misticismo taoísta.

Antigamente, as pessoas aprendiam rituais com os sacerdotes e tudo ia bem entre os homens e os deuses. Mas o Príncipe das Trevas ficou com ciúmes desse relacionamento acolhedor e começou a perturbar a harmonia espiritual prevalecente. Os primeiros sinais de sua influência perniciosa foram vistos quando algumas das pessoas que antes se contentavam com sua sorte egoisticamente começaram a usar rituais sagrados para pedir aos deuses poder pessoal, aparentemente sem medo da retribuição divina. Como as pessoas já possuíam alguns rituais de grande valor, os sacerdotes não conseguiram fazê-los exercer a prudência uma vez que provaram seu poder. A desordem religiosa se seguiu e durou muitos séculos.

Naquela conjuntura da história, cerca de dois mil anos atrás, os sacerdotes taoístas codificaram todos os rituais para evitar que caíssem nas mãos de indivíduos ambiciosos, fechando assim as portas do alto aprendizado religioso para todos, exceto alguns monges e sacerdotes. Ao fazê-lo, eles conseguiram centralizar o poder religioso, mas também geraram uma desordem religiosa inesperada porque, sem a devida direção, leigos inexperientes começaram a realizar rituais taoístas incompletos que apenas trouxeram espíritos malignos para este mundo.

China: O Reino do Meio

Desde o início da história chinesa até a virada do século XX, duzentos e oitenta imperadores governaram o Império Celestial. Durante esse tempo, uma incrível riqueza de conhecimento foi acumulada, conhecimento que teve uma influência significativa em outras nações.
Os chineses chamam seu país de Chung Kuo, ou Reino do Meio. Este nome é representado por escrito por dois ideogramas, um significando o centro de algo, como o alvo de um alvo, o segundo significando país. O nome indica que, pela riqueza de sua cultura, os chineses há milhares de anos consideram seu país o centro do universo.

Há muito tempo, Confúcio restabeleceu o conceito de ritual e estabeleceu as regras de conduta adequada a serem seguidas por todos os oficiais civis, militares e religiosos. Os deveres de todos os funcionários do governo foram claramente delineados dentro da hierarquia. Ele também separou as práticas puramente religiosas dos rituais de feitiçaria. Antes de seu tempo, os sacerdotes praticavam tanto a religião quanto a feitiçaria. Ele foi o primeiro a traçar uma linha de distinção entre os dois, afirmando: “Não vou falar de assuntos sobrenaturais. Respeito os espíritos, mas também mantenho distância deles”. Com base em seu ponto de vista profundo e pragmático, a prática da feitiçaria foi separada da prática da religião. Daquele ponto em diante, os sacerdotes tiveram que seguir uma ética religiosa claramente declarada.

Os princípios confucionistas de cerimônia também reafirmavam a estrutura da unidade familiar. Esse conceito enfatizou a importância do pai e dos membros mais velhos da família e esclareceu que o papel da família é permitir que todos os indivíduos consanguíneos com o mesmo sobrenome se reúnam e forneçam amor e apoio mútuos, protegendo uns aos outros do mundo exterior sem coração.

Princípios confucionistas de cerimônia também eram evidentes nos aspectos religiosos do protocolo real. Eles ditaram que apenas um homem que fosse o primeiro entre iguais poderia oferecer sacrifícios ao Céu em nome da nação. Como Filho do Céu, o imperador era o único mortal que podia oferecer sacrifícios diretamente ao Ser Supremo.
Como o imperador liderava seus súditos em todos os assuntos relativos ao céu, à terra e ao homem, ele se chamava “Pai do Povo”. Ele nunca se referia a si mesmo como um indivíduo, mas usava humildemente o pronome “nós”.

No passado distante, a maioria dos países fora da China não era muito esclarecida. Por exemplo, apenas alguns séculos atrás, a Inglaterra era uma nação bastante atrasada, enquanto agora é considerada um país avançado. Quando os primeiros marinheiros chineses começaram a viajar para o exterior há alguns milhares de anos, descobriram que, comparados ao progresso que os chineses haviam alcançado nas artes e nas ciências, os povos estrangeiros ainda estavam literalmente “vivendo em árvores”. Esses marinheiros plantaram as sementes da cultura em lugares tão distantes quanto o México. Muitos séculos depois, pessoas do Japão, Coréia, Pérsia e outros países muçulmanos foram para a China em busca de conhecimento. De acordo com registros chineses, mesmo os antigos gregos e romanos tiveram contato com a China há mais de dois mil anos.

Os europeus foram apresentados à sabedoria chinesa relativamente recentemente, inicialmente através dos escritos de árabes e persas. Quando os mouros invadiram a Espanha no século VIII d.C., trouxeram livros sobre ciência e literatura que haviam sido influenciados pelo pensamento chinês. Quando os espanhóis estudaram essas obras árabes e se tornaram filósofos famosos, eles habilmente atribuíram suas fontes aos escritos gregos.

No Oriente Médio, sacerdotes e mercadores também sabiam sobre a China há séculos, mas mantinham silêncio sobre isso. Quando seus colegas do Mediterrâneo viajaram para a China, perceberam que esse país era, na verdade, o “Poço do Conhecimento”. Naturalmente, eles também tentaram desviar a atenção do país que se tornaria a fonte do esclarecimento intelectual ocidental. Lembre-se, naqueles dias, a China era como os Estados Unidos são hoje, um país em que há uma convergência de grande riqueza e conhecimento.

Os historiadores modernos continuam a atribuir muitas coisas de origem chinesa a outras culturas, especialmente às culturas mediterrânea e japonesa. Desta forma, a importância da China em fornecer o elo perdido entre a Idade das Trevas Europeia e o Renascimento foi obscurecida.

O estudo mais superficial da história e da arte europeias revela até que ponto a China influenciou o Ocidente e quantas ideias e invenções chinesas foram incorporadas à cultura ocidental. Nos séculos passados, os europeus adotaram, entre outros, os princípios da fitoterapia, da carpintaria, dos uniformes militares, do uso da pólvora para fins militares, dos sistemas de classificação civil e militar, dos sinais e formações militares, da destilação do vinho, moda, bordados, alfaiataria, tinturaria e perfumaria. Eles aprenderam a construir casas com telhados triangulares elevados e juntas em cauda de andorinha, e a usar ferramentas como esquadro, compasso, martelo e carrinho de mão. Também copiaram brinquedos chineses como pião, pernas de pau, ioiô, balanço, pipa e carrossel, e brincadeiras infantis como pular corda e brincar de amarelinha.

No início do mundo europeu da moda, os estilos das dinastias Tang e Ming inspiraram muitos dos designs de roupas religiosas, militares e civis. A peça superior de gola alta Manchu mais tarde teve um grande impacto na moda européia que ainda pode ser visto hoje no estilo clássico dos uniformes militares europeus.

Sabe-se também agora que a astrologia ocidental não se baseia no antigo ensinamento “babilônico” e seus princípios de negociação foram combinados para agilizar e aumentar os negócios correntes.

Para os chineses, um dos benefícios de poder trocar ouro por papel-moeda era que lhes permitia queimar dinheiro espiritual verdadeiro para seus ancestrais. Antes dessa época, as pessoas colocavam moedas de ouro e outros tesouros nos caixões das pessoas para que seus espíritos tivessem dinheiro para pagar suas despesas no outro mundo.
De qualquer forma, como a China não tinha um escritório de patentes, qualquer coisa que os estrangeiros vissem naquele país era deles. Muitos europeus, de comerciantes a reis, dependiam do fluxo de invenções que vinham da China para manter e aumentar suas fortunas.
Nos primeiros dias, a maioria dos estrangeiros que visitavam a China podia obter facilmente a maior parte do conhecimento possuído pelas pessoas comuns, embora alguns métodos, como os usados ​​para fazer seda e porcelana, nunca fossem dados voluntariamente a estrangeiros.

Os chineses detinham o monopólio mundial na fabricação e comercialização desses itens e guardavam zelosamente as técnicas usadas para produzi-los. Invejosos de tais lucros, os governantes e mercadores europeus ofereciam grandes recompensas a qualquer um — comerciantes, diplomatas, padres ou outros espiões com destino à China — que conseguisse obter esses métodos secretos. Dois monges católicos foram os primeiros a trazer o cobiçado método de fabricação de seda para a Europa. Eles fizeram isso contrabandeando vários bichos-da-seda para fora da China dentro de seus cajados ocos. Uma vez que os ocidentais começaram a produzir seda, eles foram capazes de quebrar o domínio chinês no mercado. Até então, os chineses forneciam ao Ocidente a seda usada por todos que podiam pagar. Os registros mostram que até Júlio César usava mantos feitos de seda chinesa.

Com o passar do tempo, inúmeras outras invenções, ideias, costumes, objetos e ferramentas chegaram à Europa. Eles incluíam: a imprensa; desenhos de armas de fogo; a ideia de usar impressões digitais para identificar indivíduos; o tear; passaportes para controlar a circulação de pessoas através das fronteiras; o esporão; o arreio do cavalo; os princípios de tributação, papel e fabricação de livros, hipnotismo, marionetes e patologia forense; a teoria da terra esférica; o conceito de circo e teatro de palco; métodos de fabricação de tinta; a ideia de usar o sal como moeda; o guarda-chuva; técnicas de construção de pontes; a ideia de que cidadãos comuns poderiam escrever memoriais de censura ao trono; os desenhos de jardins vistos em jardins europeus; técnicas de irrigação e meios de construção de poços e rodas d’água; instrumentos musicais de cordas; entrega de correio expresso; a lista de animais que poderiam ser domados para servir ao homem; técnicas de criação e equitação – ainda evidentes na escola espanhola de equitação; os princípios da perspectiva na pintura; e muitos outros.

A lista de maneiras pelas quais a China mudou a direção da civilização européia poderia continuar, mas o que foi dito é suficiente para permitir que se entenda por que a China significa “o centro da
universo.”

Postagem original feita no https://mortesubita.net/sociedades-secretas-conspiracoes/a-historia-da-humanidade-segundo-os-chineses/

A Transcendência do Amor

Magia Sexual

Por Serge Hutin Quer

Este é o título de um livro escrito nos Estados Unidos, em meados do século XIX, por um homem curioso: o mago rosacruz Randolph.

Originalmente não era uma obra destinada à publicação, mas apenas apontamentos confidenciais que ele reservou para uns poucos discípulos e que só foram levados ao grande público após sua morte.

Seu conteúdo centra-se na magia que envolve o ato sexual resultante de uma união harmoniosa e os poderes regeneradores dele originários.

PRIMEIRA PARTE:
PASCHOAL BEVERLY RANDOLPH

Paschoal Beverly Randolph nasceu em Nova York, a 3 de outubro de 1825. Era filho de um homem pertencente a uma família economicamente bem situada na região e de uma mulher, Flora Beverly, que descendia de ingleses, franceses e malgaxes.

Esta mulher – segundo se dizia, descendente da família real de Madagascar – morreu quando Randolph tinha apenas 5 anos, e seu desaparecimento marcou a vida do jovem para sempre.

O pai deixou-o aos cuidados de uma descuidada meia-irmã, que o largou praticamente abandonado: durante anos Randolph não foi à escola, e sua educação foi inteiramente feita nas ruas. Mais tarde, Randolph chegou a se formar em medicina – mas seus estudos foram quase inteiramente dirigidos por ele mesmo.

Durante toda sua vida Randolph guardou a lembrança do amor maternal perdido tão cedo. Na sua autobiografia, ele escreveu: “Nasci no amor de uma mãe amorosa. Sou exatamente a contrapartida de seus sentimentos, de suas paixões vulcânicas, ardentes, de seu amor que parecia o céu, mais profundo que a morte. De sua agonia, terrível como mil instrumentos de tortura. De sua esperança e confiança. Por sua solidão fui um eremita toda minha vida, mesmo entre os homens. Em uma palavra: sou a expressão exata do estado do corpo do espírito, da emoção, da alma, das tendências, das aspirações desta mulher, quando ela tomou para si a encarnação daquele que agora escreve essas linhas.”

Randolph estendeu essa admi-ração a toda mulher, como poderemos ver. Mas esse lado malgaxe que tinha em si foi a origem, também, de uma série de problemas raciais. Desde cedo, foi maltratado por esse motivo. Aos 15 anos tornou-se grumete e, mais tarde, marinheiro. Tal fato levou Randolph a viajar por todo o mundo e conhecer países distantes.

Aos 20 anos, um grave acidente ocorrido quando ele cortava madeira obrigou-o a abandonar a carreira marítima. Passou então a exercer profissões diferentes, como tintureiro, cabeleireiro. Mas continuava a viajar, com os poucos recursos que conseguia reunir.

SEGUNDA PARTE: 
VIAGENS AO ORIENTE E A  AMÉRICA
Apaixonado desde a infância por ilusionismo e magia, ele foi, numa das suas viagens à Síria, um dos primeiros ocidentais a serem iniciados nos ritos secretos dos ansariehs. No seu retorno aos Estados Unidos, Randolph iria organizar uma seita ligada aos degraus superiores da rosacruz: os Sacerdotes de Aeth.

Na Europa, Randolph recebeu também os mais altos graus de um dos ramos mais ativos da comunidade rosacruz. Eliphas Levi, em pessoa, conferiu a Randolph o grau supremo da Fraternidade Rosacruz e também da Ordem do Lírio. Na Espanha, recebeu a iniciação secreta dos alumbrados, adeptos do Amor Puro.

Mas as viagens não pararam aí: ele visitou a América Latina, Inglaterra, novamente a França onde se tornaria amigo de Alexandre Dumas -, Grécia, Turquia, mais uma vez a Síria e Arábia.

De volta aos Estados Unidos, ele fez amizade com pessoas de posição na comunidade e adquiriu uma reputação sedutora e invejada nos meios maçônicos e rosacruzes da região. Entre os amigos maçônicos de Randolph estavam George Lippard, o general Ethan Ritchcock – autor de uma célebre pequena obra sobre os aspectos espirituais e psíquicos da alquimia, publicada em 1854 em Boston – e John Brown, autor da “cruzada antiescravagista”, surgida na década de 1850 na Virgínia e que antecedeu a Guerra de Secessão.
Randolph foi, também, uma espécie de consultor espiritual de Abraham Lincoln, e isso não é tão surpreendente: ambos eram maçons e rosacruzes, ambos verdadeiros self-made-men, oriundos de uma classe social humilde, até chegarem a uma condição social superior.
Ambos eram ardentes patriotas americanos, queriam abolir a escravatura e libertar os negros. No fim da Guerra de Secessão, Lincoln encarregou Randolph de supervisionar, em seu nome, obras educativas destinadas aos escravos emancipados.

Randolph se tornara Supremo Grão-Mestre da sociedade rosacruz segundo duas patentes: uma liberada em 1858, após uma reunião realizada em Paris e presidida por Eliphas Levi, e uma outra, interior, oriunda da Fraternidade Hermética de Luxor.

Mais ou menos em 1870, Randolph participava de um círculo chamado Fraternidade de Eulis. Essa fraternidade rosacruz, atualmente com sede em Beverly Hall, Pensilvânia (EUA), é atualmente uma das organizações rosacruzes mais atuantes nos Estados Unidos.

TERCEIRA PARTE:
MAGIA: O CONTATO COM OUTROS PLANOS

Apesar de seu grande sucesso nos meios ocultos, Randolph não teve jamais uma vida simples e feliz. Ele diria dele mesmo: “Cada gênio está destinado à miséria nessa vida, porque a sua vida nada mais é do que um desenvolvimento angular, unilateral.”

Randolph morreu bastante jovem, depois de ter passado por vários problemas bastante difíceis: surgiram ataques de todo lado, resultado da total confiança que ele depositava nas pessoas, na sua generosidade. De fato, Randolph era de uma ingenuidade quase infantil com todos aqueles que se relacionavam com ele.

Mas, ainda assim, Randolph teve tempo para deixar alguns outros tratados ocultos, além da Magia Sexual: por exemplo, o Relacionamento com os Mortos, Os Mistérios Secretos de Eulis, além de uma série de romances iniciatórios, como Asrotis, Dhoula-Bell, Magh-Theson.
Madame Blavatsky não tinha Randolph em boa consideração: para ela, o americano era uma espécie de mágico, suspeito, ávido de fama e poderes nefastos. Mas este é um julgamento apressado: seria um erro crer que o autor de Magia Sexual era um homem obcecado egoisticamente com o poder às custas dos outros.

Randolph, na verdade, queria conhecer as leis supremas do universo e da vida, adquirir conhecimentos. Ele mesmo explicou: “Acreditamos na natureza, que é para nós a manifestação da inteligência suprema, e proclamamos que Deus reside em tudo e em cada um de nós. O mundo das aparências físicas não é nem de longe o único a ter uma realidade palpável. Pela magia será possível obter o contato com as outras regiões da existência.”

Em “A Fraternidade de Eulis”, Randolph escreveu que crê nos mundos elétricos, etéreos e fluídicos, situados além das fronteiras do mundo material. Esses mundos, lembra ele, se estendem para o infinito, “povoados de belezas ofuscantes, ornados de nuvens e constelações insensatas, de paisagens sem limite.” Esses mundos são, para nosso universo, o que este último seria para uma cidade de formigas.


QUARTA PARTE:
A MAIOR FORÇA MAGICA DA NATUREZA

Mas, para Randolph, a revelação fundamental é uma só: o sexo é a maior força mágica da natureza. Mais ainda: do amor nascem, segundo as circunstâncias, as paixões, os arrebatamentos, os estímulos para a criação divina ou humana, o surgimento de deuses ou diabos.

Daí a possibilidade dessa magia simples e eficaz, que não precisa ser temida pelos não-iniciados, pelos que não foram predestinados. Esta força, quando desencadeada, pode ser comparada àquela que, na natureza exterior, origina a tempestade.

Apesar dessa aparente simplicidade da energia sexual, Randolph acredita que somente um iniciado será capaz de dominar essa força inteiramente. Diz ele: “Este caminho está destinado e é reservado aos homens de coragem e algumas poucas mulheres, que sabem utilizar a energia sexual de uma forma útil.”

Ele observa ainda que “as forças mágicas não repousam jamais nos grandes vazios das almas fracas, e elas não se revelam ao homem a não ser que as diferentes correntes de influências exteriores se acalmem, graças a uma vontade fria e paciente, comprovadas ritualmente”.

Para Randolph, sua Magia Sexual seria apenas um caminho, traçado sobre um plano: o interessado deve erigir ele mesmo a vela do seu barco e orientá-lo com sua própria mão, “na direção onde brilha o Sol”.

Longe de ser um libertino cínico, Randolph mais parece, aos olhos modernos, um homem rígido, se comparado às atuais lutas pela chamada liberação sexual. Exemplo disso é que ele concebia sua magia sexual praticada apenas por um casal carinhosamente unido e amantíssimo. 
São do próprio Randolph as palavras: “Não tome, para essa operação mágica, a prostituta, a virgem ignorante, nem a menor de 18 anos, nem a mulher de um outro, mas cumpra o ato solene com sua própria amada, esposa ou amante.”

Ele exalta o casal a observar um sábio equilíbrio higiênico: alimentar-se com simplicidade e, de preferência, com alimentos naturais, dormir num leito duro, com a cabeça para o norte, usando travesseiros baixos, num quarto fresco e bem arejado.

Isto não quer dizer que Randolph queira tirar toda a alegria e prazer do ato sexual: “O homem não deve, jamais, tocar uma mulher que não esteja emocionada, e ele não deve deixá-la antes que os dois frissons não tenham acabado.”

Ainda assim, seria falso acreditar que a multiplicação frenética das relações sexuais aumentaria os efeitos. Para Randolph, o contrário estaria mais perto da verdade. Escreve ele: “Não veja tão freqüentemente sua mulher e somente quando os dois estejam bem precisados. Durmam em quartos separados e uni-vos não mais que duas ou três vezes por semana.”

Mas é interessante reforçar o fato de que a união do casal não se reduz somente ao ato sexual: “Além do prazer carnal, esteja atento à união das almas, se quereis que vossa prece seja atendida.” Quando essa união atinge sua forma perfeita, ela é sagrada: “Que vosso amor vos una a Deus”, espera Randolph.

 

QUINTA PARTE:
SEXO: CAMINHO PARA O DIVINO

Aos olhos de Randolph, seria inteiramente inconcebível acreditar que um amor verdadeiramente sincero e total possa fechar o caminho dos parceiros ao Divino.

Para ele, existem certas posições sexuais que têm efeitos mágicos, mas seria mutilar singularmente seus ensinamentos acreditar que tudo se resume a uma série de posturas fisiológicas sexuais mais eficazes. Ao contrário: Randolph crê que o ato sexual é um verdadeiro ritual mágico onde intervêm, ao mesmo tempo, os gestos, os perfumes, as cores, os sons, Randolph precisa: “O ritual do amor mágico pode ser completado por objetivos tão variados como a vida mesma o é, mas não se pode esquecer jamais que a lei da polarização e reflexo devolve ao operador o bem e o mal que ele causa ao outro”.

Essa é a idéia clássica do choque do retorno sofrido pelo enfeitiçador. Segundo Randolph, seria possível utilizar a energia sexual para a realização de toda sorte de operações mágicas: “Se um homem deseja ardentemente um certo poder e guarda este desejo do instante que penetra a mulher até o instante que a deixa, seus votos necessariamente serão satisfeitos.”

Randolph desenvolveu um princípio, no qual afirma que se o ato sexual é perfeito, se a união entre o homem e a mulher se cumpre dentro de todas as esferas de seus respectivos seres, suas forças aumentam tanto mental quanto fisicamente. “E a prece, esta prece, é sempre satisfeita.”

E quais seriam os resultados práticos obtidos pela magia sexual? Randolph enumera os seguintes:

1) A regenerescência da força e da energia vital e o reforço do poder magnético;

2) A produção da influência magnética, em vista da submissão do homem à mulher, ou da mulher ao homem;

3) O refinamento do poder ou dos sentidos em geral;

4) A determinação, à vontade, do sexo da criança a conceber e o reforço de suas capacidades cerebrais ou corporais;

5) A criação de visões sobre-humanas, espirituais e sublimes;

6) A realização de um projeto ou de um desejo extremo, não importa em que ordem de idéias.

SEXTA PARTE:
AS PROJEÇÕES MÁGICAS

O livro consagra os capítulos XIX e XXII à confecção minuciosa de espelhos mágicos, magneticamente carregados pelo casal. Outra proposta de Randolph seria a de quadros magicamente animados pela projeção da energia psíquica.

Para ele, seria possível realizar a magia dos quadros animados, não somente de pessoas vivas, mas de seres do passado e do futuro – e para isso bastaria que o casal soubesse realmente usar a energia sexual. Ele descreve suas próprias experiências, coroadas de êxito, e garante que os resultados podem ser alcançados por todos os seus seguidores.

Randolph explica: “Você verá, enquanto estiver confortavelmente instalado ao lado da pessoa amada, o ar do quarto escurecer gradualmente até o negro profundo. A imagem surgirá na sombra e o corpo pintado na tela estremecerá de repente. Os braços e as pernas do retrato farão movimentos incertos, como se eles se assegurassem da realidade da sua vida, e depois, lentamente, a silhueta inteira se destacará do quadro até vocês.”

Uma operação como essa pode ser altamente perigosa, já que será muitas vezes suscetível de levar à materialização de entidades demoníacas, as quais tentarão seduzir a um ou outro dos operadores. Randolph, então, adverte: “Um minuto de prazer nos braços de um súcubo (o demônio feminino materializado) é um pacto assinado com o Diabo: toda sua vida pode ser sugada em um ano.”

Uma curiosidade: Claude d’Ygé, autor da Nouvelle Assemblée des Philosophes, publicada em 1954, na França, afirmou ter visto vários desses quadros animados descritos por Randolph durante as reuniões de uma seita mágica em um castelo da Tchecoslováquia, nos anos 20. Essa seita, criada a partir da Fraternidade de Randolph, foi fundada pela tradutora do livro, naFrança: a estranha, misteriosa Maria de Naelowska.

Publicado em: O Melhor de Planeta Vol. 3
Tradução e adaptação de Marco Antonio de Carvalho

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-sexual/a-transcendencia-do-amor/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-sexual/a-transcendencia-do-amor/

A Imagem de Maioral

Por Danilo Coppini

Dentro dos costumes e tradições da Quimbanda, a grande maioria dos Templos/Terreiros usa uma imagem muito similar à Deusa “Baphomet” para representar o “Imperador Maioral”. Essa forma de idolatria também ocorreu por conta do sincretismo religioso ocorrido na formação do culto, principalmente pela grande influência das obras literárias do “mago cristão” Eliphas Levi, criador da imagem. Dentre suas obras, o livro “Dogma e Ritual da Alta Magia” foi um dos responsáveis pela profanação da “Senhora da Terra” e pela propagação de um dos maiores erros no círculo ocultista. Transcreveremos um trecho dessa obra que expõem sobre Baphomet:

“Figura panteística e mágica do Absoluto. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos pecados corporais. As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o mistério aos iniciados e mostram dois crescentes lunares, um branco que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do bem e do mal, da misericórdia e da justiça. A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente pelo símbolo do caduceu. O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do micro-cosmo ou pentagrama de ponta para cima, símbolo da inteligência humana, que colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma imagem da revelação divina. Este panteus deve ter por assento um cubo, e para estrado quer uma bola só, quer uma bola e um escabelo triangular” Levi, Eliphas. Dogma e Ritual da Alta Magia, Editora Madras – 2008.”

Segundo essa descrição, Baphomet trata-se de uma figura filosófica, hermafrodita, cuja principal função é manter o equilíbrio entre os polos energéticos (+ e -) e promover uma suposta redenção motivada por impulsos de misericórdia e justiça. O ídolo Baphomet foi concebido por esses estudiosos cristitas como sendo um conjunto de fagulhas das mais diversas culturas antigas que capacitaram o entendimento da geração, polaridade, dualidade, entre tantos outros significados.

“Baphomet”, segundo nossos entendimentos, não é a figura panteística do “Absoluto”, tampouco, algum esboço representativo da santidade do homem. Acreditamos que a palavra “Baphomet” é junção das palavras gre-gas “Baphe-Metra” (Βαφή μητερα), que corresponde à “Mãe tingida/sangrenta”, “A tintura da Mãe” ou ainda “o batismo da Mãe” onde ocorre o encontro com a face da Deusa Sinistra. O nome, apesar de filosófico, representa o “Grande Útero Negro” que gerou e capacitou forças para guerrear contra a inércia das religiões estigmatizadas.

Para desmistificar algumas ideias, vamos expor um conjunto de conceitos que nos fazem acreditar que “Baphomet ou Bafomé” não é o “Antigo deus templário” que motivou autoridades católicas e reis perseguirem os “cavaleiros de cristo” ou “uma corrupção do nome Maomé” como infelizes ocultistas persistem perpetuando em escritos sem nexo.

Visivelmente, a imagem de Baphomet é carregada de significados esotéricos. Tais sinais são tão amplos que dão margem à diversas interpretações, por tal motivo, cada corrente filosófica enxerga a imagem com atributos diferentes. Associam-na ao deus Pan (panteão grego), ao Vigilante Azazel (hebreu), ao demônio Behemot e ao próprio Satanás cristão. Alguns alegam que a imagem é o puro “Akasha” (primeiro espírito), outros que representa o “Batismo da Sabedoria” (corrupção da expressão grega “BaphesMetis”) ou “Sophia” e os mais infortunados alegam ainda que o nome é uma corrupção de “Abufihamat” (ou ainda Bufihimat, como pronunciado na Espanha), expressão moura para “Pai do Entendimento” ou “Cabeça do Conhecimento”. Dezenas de teorias enxertam a massa formadora do ícone gnóstico mais corrompido da história da filosofia esotérica.

Como dito anteriormente, o autor e ocultista cristão Eliphas Levi, que outrora se tratava de um abade com impulsos ao “desconhecido”, moldou através dos conceitos preexistentes uma figura filosófica repleta de significados e nomeou-a como “O bode Baphomet ou o Bode de Sabbath”, uma figura visivelmente corrompida e repleta de influências demoníacas. Portanto, o ídolo Baphomet foi construído nas pranchetas de um abade que fundiu dezenas de conceitos e culturas para desenhá-lo.

A imagem de Baphomet, carregada de traços demoníacos e simbologias não cristãs, foi o vaso perfeito para a habitação do “inimigo de Deus”. A Igreja cristã fundiu os dois conceitos e criou uma forma física para propagar o medo que sua doutrina necessita para manter-se viva. A imagem de Baphomet torna-se a imagem de Satã/Lúcifer, cultuado pelos bruxos em suas ritualísticas de “Sabbat Negro”, onde o deus adorado era o “bode negro”, também conhecido como “Mestre Leonardo”.

No processo formador da Quimbanda, a imagem de Levi chegou em terras brasileiras concomitantemente aos demais livros inquisitórios de demonologia. Como a imagem é forte e expressiva, ostentando a cabeça de um bode (animal repudiado), não tardou para ser proliferada como a imagem do próprio demônio ou ainda a imagem que retratava o demônio e suas legiões. Dessa forma, foi a imagem usada para representar as forças de Maioral e a amplitude de seus poderes dentro do culto da Quimbanda. Esse conhecimento é fundamental para a compreensão da imagem de Maioral.

Evidentemente que fica uma lacuna na mente dos adeptos: “Se a imagem de Maioral foi o desenho de um abade esotérico corrompido pela Igreja Católica, a mesma torna-se uma figura desprovida de poder e verdade dentro do culto da Quimbanda. Como seria a imagem de Maioral?” Para sanarmos essa lacuna, temos de readaptar nosso entendimento acerca da imagem, bem como os fundamentos que a mesma carrega. Segundo nossa Tradição V.S. Maioral é um Ser amorfo, portanto, todas as imagens ou gravuras são apenas formas representativas que facilitam o processo evolutivo. Outro ponto importante é que independente da imagem ter sido fruto da imaginação de um ser humano, a mesma adquiriu um poder energético condensado por centenas de anos de egrégora. Cabe aos dirigentes espirituais entenderem e adaptarem novos conceitos para que a imagem possa ser usada nos cultos.

Ao observarmos a imagem de Baphomet, encontraremos alguns aspectos deveras importantes para associá-la ao culto de Maioral. A imagem possui:

Asas: Representa o elemento ar, associado ao “Maioral Beelzebuth”. As asas são a expressão de liberdade que quebram as barreiras mentais.

Escamas: Representa o elemento água, associado ao “Maioral Leviatã”. As escamas são intransponíveis armaduras que garantem a continuidade do astral amorfo, ou seja, a libertação de tudo que escraviza no astral.

Cascos: Representa o elemento terra, associado ao “Maioral Belial”. Os cascos são fortes e as fendas garantem o equilíbrio sob qualquer circunstância. Esse é o símbolo da força necessária para destruir as correntes aprisionadoras físicas, os vícios, as falhas, o ego, o humanismo, a necessidade de auto afirmação, dentre outros comportamentos aprisionadores.

Tocha/Archote: Representa o elemento fogo, associado ao “Maioral Lúcifer”. Esse elemento é responsável pela busca da iluminação interior e espiritual. É o fogo que transforma nossa “Pedra Filosofal” no “Diamante Negro”. É o sacrifício que logra êxito nas jornadas espirituais.

Os quatro Maiorais são os formadores do Grande Dragão Negro e suas representações, bem como seus poderes estão simbolizados na imagem. A cabeça do bode indica uma relação direta com a bestialidade, com o caos, instintos animais, agressivos que o homem tenta sufocar e as Leis aprisionar. É uma forma de entender que apesar da aparência, somos animais e devemos saciar nossos instintos. A tocha sobre a cabeça lembra-nos que tais instintos devem ser controlados e manipulados segundo a necessidade e vontade. Os cornos também são uma expressão do lado animal e da dualidade energética (pela força de penetração e por sua abertura em forma de receptáculo) que todos os adeptos possuem. Indicam a ancestralidade, o poder, a coroa e a proteção ao archote de Lúcifer, afinal, “é a luz que cega os profanos”. Os chifres do bode são um símbolo de sexualidade e procriação, mostrando a ligação com a Terra e todas as disputas que ocorrem nela. Sob uma visão mais esotérica, tais chifres são símbolos relacionados aos poderes infernais, afinal, representam o aspecto lunar e não solar como os do carneiro. Resumimos toda essa explanação em uma frase dita pelo grandioso Exu Pantera Negra: “Abra os olhos, seja corajoso e se torne um bode preto!”.

– 69 -Sob tal entendimento, apesar de Maioral possuir a chama de Lúcifer em sua essência, protege-a de tolos profanos. Seus chifres representam que na Terra é Imperador e possui poderes receptivos e dinâmicos, masculinos e femininos, positivos e negativos, construindo ou destruindo conforme a necessidade. Não se trata de um Ser andrógino, mas de um Ser que possui domínio sob ambas as energias.

Diversas culturas pagãs acreditavam que o bode era um animal divino e carregado de forças de libido e procriação, cujo sangue possui o poder de “temperar o ferro” em associação ao próprio fogo. Todavia, a figura de animal expiatório, iniciada através das religiões de Israel que concentravam a redenção de seus pecados simbolicamente na cabeça desses animais. A religião cristita fez do bode a própria figura do “diabo”, retirando desse animal sagrado o direito de ser divino e repleto de energias de procriação.

“… em ambos os casos, contudo, é importante salientar que tanto o carneiro quanto o bode são claros símbolos de divindades solares, sendo que no primeiro tem-se a exaltação da divindade, enquanto que no segundo a expiação e morte do deus.” Chevalier, Alain Jean Geerbrant. Dicionário de Símbolos. José Olympio Editora. Rio de Janeiro, 2000); p. 134

A imagem apresenta em cima do chacra Ajna, que na nossa tradição chama-se “Abaddon”. Esse centro energético está diretamente ligado ao Senhor Astaroth e no mergulho para a mente inconsciente que possui sombrios “vales”, a fim de encontramos respostas para nossos caminhos evolutivos. Na imagem tradicional, um pentagrama cósmico representa esse centro energético, todavia, segundo nosso entendimento, apenas o pentagrama invertido pode representar esse caminho, pois a ponta que representa o espírito deve estar voltada para o submundo (para baixo), local de onde habita a escuridão em nossos inconscientes. Dessa forma, existirá o autoconhecimento e a força de Maioral terá o poder de libertação sobre seus escolhidos através da unificação das forças elementares, assim como reza as antigas tradições dos deuses corníferos.

Os braços musculosos mostram o lado guerreiro, forte e onipotente, portador dos garfos (tridentes) eternos no culto da Quimbanda e as mãos, posicionadas para cima e para baixo são símbolos da equação: “O que está em cima e o que está embaixo são mistérios que só os iniciados enxergarão!”, todavia, como apenas dois dedos apontam o caminho (Luz ou Escravidão), concluímos que o caminho oculto deve ser preservado. Não se trata de um símbolo de equilíbrio, trata-se do mistério da escalada do próprio autoconhecimento.

Os seios na imagem de Maioral são apenas representações do “oceano primordial” e honrarias ao ser que deu origem à sagrada linhagem. Também mostram que foi criado como forma de embate aos dogmas e comportamentos preestabelecidos, um Ser que protege seus escolhidos eternamente.

Na barriga da imagem encontramos um dos elementos mais importantes da mesma: “O falo emblemático” denominado como “Caduceu de Hermes/Mercúrio”. O falo aparece de forma peculiar, afinal, salta de um manto que cobre as pernas do ídolo. O mesmo atravessa um “semicírculo” que divide a imagem. Entendemos que esse semicírculo represente as constelações. O falo fecunda e age como um totem para forças além-matéria, e é como um cetro de poder regendo o equilíbrio dinâmico de duas forças. Segundo a tradição esotérica que seguimos e entendemos como correta (não desmerecendo as demais), representa a ascensão do Dragão Cego carregando Lilith através dos centros energéticos do corpo para promover o reencontro com Samael/Satã e receber as sagradas sementes. É um símbolo para despertar uma forma de serpente/dragão, profanamente denominada de “Kundalini” e gerar uma poderosa descarga energética no microcosmo que refletirá no macrocosmo.

Essa imagem possui duas cobras entrelaçadas que posicionam suas cabeças como se estivessem aptas à guerra. Essas duas serpentes possuem uma grande gama de explicações, todavia, acreditamos que no culto ao Senhor Maioral, representem as duas polaridades em embate, comunhão e procriação. Além disso, também comungamos a ideia de que representem a unidade em um mesmo corpo de Luz e Trevas (base de toda nossa crença). De forma esotérica, junto com o falo (eixo central) representa o desenho da própria Otz Daath (Árvore da Morte). Outro conceito interessante é associar as duas serpentes com as correntes lunares e solares, denominadas de Ob e Od (veneno e antídoto).

O manto cobre aquilo que não deve ser visto, que ainda se forma ou que nunca existiu. Cobre as pernas entrecruzadas de Maioral, numa espécie de posição autoritária, assentado sobre a Terra donde rege Seus reinos, povos e legiões, assim como seus escravos.

Sob esses prismas, a imagem de Baphomet, adaptada ao culto de Quimbanda para representar o Senhor Maioral torna-se real e verdadeira. Alguns enxergam a imagem como representação do Senhor Maioral Beelzebuth. Essa visão também é válida, afinal, a imagem contêm a essência desse “Ser” em sua formação.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/cultos-afros/a-imagem-de-maioral/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cultos-afros/a-imagem-de-maioral/

A Demonologia Clássica e o Fenômeno OVNI

Observando a literatura sobre ocultismo de séculos passados podemos constatar que observadores antigos citavam a existência de aparições que normalmente eram classificadas como demônios. O trabalho Oficial de Francis Barret, The Magus – Book 2 (Os Magos – Livro 2), de 1801, entre as páginas 48 e 54, descreve os anjos decaídos ou demônios:

…alguns dos que estão perto de nós perambulam para cima e para baixo neste ar obscuro: outros habitam lagos, rios e mares, outros a terra e aterrorizam todas as coisas… perturbando não só os homens, mas também outras criaturas; alguns se contentam com brincadeiras e zombarias, aborrecendo os homens sem causar-lhes dano; outros… mudando de forma, transtornam os homens e fazem com que eles temam em vão…

…os demônios falam; e o que o homem faz com voz audível, eles o fazem imprimindo a idéia de fala na mente daqueles a quem se dirigem, de um modo melhor do que se fizessem isso em voz audível… todavia, eles muitas vezes emitem uma voz audível.

Em seu livro Earth’s Earliest Ages And Their Connection with Modern Spiritualism and Theosophy (As primeiras Idades da Terra e Sua Conexão com o Espiritualismo e Teosofia Modernos, 1876, página 254, G. H. Pember Observa que o ocultista “é levado à comunicação inteligente com espíritos do ar, e pode receber qualquer conhecimento possuído por eles, ou qualquer falsa impressão que decidam comunicar… os demônios parecem ter permissão para operar vários prodígios a seu pedido”.

As obras “De Magia” e “De Vinculis in Genere” escritas pelo Mago Bruno Giordano, em meados de 1590, consagradas à magia, apresenta práticas religiosas de origem egípcia para atrair demônios para dentro de suas estátuas e um método de condicionamento da imaginação ou da memória para receber influências demoníacas, através de imagens ou sinais estampados na memória. Estes métodos não seriam suficientes para se criar falsas lembranças de abdução, por exemplo?!

Segundo os milhares de registros de casos de aparições de “tripulantes de discos voadores” em todo o mundo, os supostos extraterrestres variam seu tamanho entre alguns centímetros a quase seis metros, sendo que na maioria dos casos o tamanho fica entre 1,20 m e 2,00 m, sendo, normalmente, de forma humanóide, embora também há casos de formas muito estranhas (semelhantes a insetos, por exemplo) ou fantasmagóricas. Sendo que, por muitas vezes, estes seres correspondem a figuras folclóricas, mitológicas, demoníacas ou do ocultismo, relacionados a muitas tradições e culturas de diversas épocas, mostrando tratar-se de entidades polimorfas que, não tendo um corpo físico, são capazes de criar, de alguma forma, uma imagem adequada às culturas com as quais pretendem interagir.

Na obra “Asclépio” de Hermes Trimegisto, século XVI, há a afirmação de que o Anjo Decaído (Lúcifer ou Satanás) recrimina suas hostes por terem fundamentado suas imagens somente em animais, fazendo simbolizar as constelações com figuras de animais (ursa, áries etc) e, para fazer uma paródia contra Jesus Cristo, o Anjo Decaído admite ser uma besta (um animal), porém vitoriosa, triunfante, a “Bestia Triofante”. Levando em conta esta afirmação da obra de Hermes Trimegisto e partindo-se do pressuposto de que entidades sobrenaturais existem e que podem ser classificadas como “demônios” que procuram se adequar às culturas para interagir com a humanidade, não seria ousado contar com a possibilidade de que para os religiosos do antigo Egito, seus deuses eram reais e que transmitiam suas mensagens e mandamentos através dos médiuns egípcios. Afirmações semelhantes poderiam ser feitas com relação à crença na existência de Orixás, Espíritos de Mortos e, para os que não são religiosos, estas entidades poderiam se passar por tripulantes de naves extraterrestres. Até mesmo Martinho Lutero (conforme Commentary on Galatians, cap. 3, verso 1, pág 290) observou:

“Satanás é perfeitamente capaz de afetar todos os sentidos da pessoa, de modo que ela juraria ter visto, ouvido, sentido e tocado algo que – na verdade – não viu, etc.

Também na Bíblia vemos citações à capacidade de Satanás mudar sua forma:

E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz.

(II Coríntios 11:14)

Há diversos registros históricos que nos relatam como eram as possessões demoníacas e, surpreendentemente, o pesquisador Jacques Vallee, após muitos anos de pesquisas do fenômeno OVNI, em sua obra Confrontations (Confrontos), na pág. 63, declara:

“O ‘exame médico’ a que os seqüestradores dizem ter-se submetido, muitas vezes acompanhados de manipulação sexual sádica, é remanescente das lendas medievais de encontros com demônios. Não faz sentido numa estrutura sofisticada, técnica, ou biológica: qualquer ser inteligente equipado com as maravilhas científicas que os OVNIs possuem estaria em posição de realizar quaisquer desses supostos objetivos científicos num prazo mais curto e com menos riscos”.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/demonologia/a-demonologia-classica-e-o-fenomeno-ovni/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/demonologia/a-demonologia-classica-e-o-fenomeno-ovni/