Crises mágickas, ordens, desordens, Linces e lobos solitários

por 999 Choronzon (1991)

Tradução Leonardo Gracina

Senti-me muito feliz uma década ou mais atrás para ser rotulado como um mágico de “crise”. A caracterização definitiva, de acordo com Peter J. Carroll, é que de um indivíduo que dedica maior parte de suas energias a atividades diárias normais, recorrer apenas para “A Varinha em tempos de crise”. O melhor de meu conhecimento, Carroll nunca foi publicado sobre o assunto, mas de seu tom pejorativo quando conversar sobre um assunto pode reunir esse tal de ‘modus operandi’ é pensado como impróprio para um sério praticante de ocultismo. Pessoalmente, eu iria contrastar a vida relativamente ordenada de muitos ocultistas que recorrem a táticas praeter-naturais somente em casos de extrema emergência, com a experiência de muitos mágicos habituais cujas vidas parecem balançar inexoravelmente de um cenário grotesco para outro. Talvez o tempo esteja suficientemente maduro para uma redefinição!

Consumidores regulares de meus artigos e palestras podem reconhecer aqui algum desenvolvimento de ideias que introduziu nos meus documentos “So-Called Magick”, “Fraud or Bullshit” e “The History and Development of Secret Societies”, chamada “Magick, ou fraude ou besteira” e “a história e desenvolvimento das sociedades secretas”, bem como uma atualização sobre questões levantadas em “Magical Conflict – The Corporate Adversary.” “Conflito mágico – o adversário corporativo”, não proponho perder tempo, considerando se magick funciona ou não, ou o que é, mas sim para examinar as maneiras indescritíveis em que pode trabalhar, para olhar para o tipo de relações associativas que praticantes de ocultismo podem formar entre si e as vantagens e desvantagens da participação em tais grupos de trabalho mágico.

“Ordens” e “Transtornos” neste contexto são diferentes espécies de agrupamentos estruturados ou não, dos mágicos, enquanto Linces (Lynxs) é a contraparte feminina dos “Lobos solitários”. (Sim, eu sei que existem lobos femininos, mas se um diz “Lone Wolf”, no sentido de um praticante mágico que prefere trabalhar sozinho, a percepção do público poderia interpretar o termo que se aplica exclusivamente para o gênero masculino).

A BUSCA SOLITÁRIA

Em culturas ocidentais muitos praticantes mágicos começam em, ou gastam uma parte importante de sua carreira oculta no modo “Lince” ou “Lobo solitário”. Os indivíduos desenvolvem um interesse inicial em magia, geralmente como resultado de uma experiência pessoal, ou porque algum livro, ou mesmo um registro, parece estar dizendo algo a eles que significa mais do que os dogmas hipócritas da moralidade ortodoxa e religião. Claro, pode haver alguma influência de um amigo, um parente ou até mesmo um professor, mas um período solitário, que muitas vezes assume a forma de algo pessoal pela “busca da verdade”, é uma característica dos anos de formação na maioria dos ocultistas.

Algumas pessoas se contentam com esse estado de solidão filosófica, embora muitos simplesmente sintam que eles são as únicas pessoas no mundo que veem as coisas de uma forma particular, ou que já foram um objeto de uma experiência absolutamente única, que, se ele contasse para outras pessoas, o chamariam de louco. A este respeito as famílias frequentemente são percebidas como sendo adversas, ou, em casos extremos, francamente hostis. Abertura de espírito para opiniões e pontos de vista infantis da vida nunca foi uma característica importante da vida familiar, na nossa cultura, não importa quantos anos a criança pode vir a ter!

Outros praticantes comprometidos com o caminho solitário são aqueles que tenham trabalhado mais e sidos roubados por alguns falsos cultos ou “gurus”, e que sobreviveram à “programação” e/ou “conversão” para alguma outra suposta revelação da verdade suprema. Tais experiências resultam em uma atitude poderosamente aversiva e bastante compreensível, com grupos de ocultismo em geral e, em casos de sorte, podem engendrar o cepticismo profundo enraizado que é absolutamente essencial isso se a petição falida ao pai como um pedinte dentro de um pote, integrante de um sistema auto consistente ou uma hipótese irrefutável. Qualquer pessoa motivada pelo cepticismo para evitar todos os grupos religiosos, o ocultismo tem meu apoio incondicional e sincero que é uma inteiramente honrosa posição e para o qual tenho simpatia considerável.

O verdadeiro Cepticismo, porém, exige um grau de abertura de espírito, e não estender o elogio acima para incluir aqueles fanáticos neo-fóbicos da instituição científica que transformaram o modelo determinístico do universo em uma religião em seu próprio direito, e que buscam reforçar essa estrutura de crença escolhendo examinar apenas tais provas como suporta sua preconcebida não da maneira como as coisas deveriam ser. Para essas autoridades digo “estudar as provas ou fatos dos teoremas de Godel, e se você não compreendê-los, aconselho a ficar calado até você entendê-los!”

MOTIVAÇÕES PARA O ESTUDO MÁGICO

A multiplicidade de razões que as pessoas possam ter para embarcar em um programa de estudos mágicos parecem-me ser livremente em três temas básicos:

  1. A vontade desse modo de ganhar alguma questão pessoal “iluminação espiritual”.
  2. A vontade ganhar poder para influenciar os acontecimentos externos.
  3. A vontade ganhar poder sobre outras pessoas.

No caso de qualquer indivíduo determinado, muitas vezes haverá algum componente de cada uma dessas motivações primárias exibidas.

No entanto, no nebuloso conceito de “iluminação espiritual” pode ser, para pessoas quem a sua realização fornece a motivação dominante frequentemente levou à crença de que melhor podem ser fornecido por outra pessoa que já alcançaram tal estado. Esta convenientemente fornece para aqueles que desejam ganhar poder sobre outras pessoas com uma fonte pronta dos sujeitos, e não é nenhuma surpresa encontrar pessoas em quem tais motivações dominam juntas. Nas relações de mestre/aluno e, em maior número, em hierarquia estrutural rígida, dentro do qual tanto buscadores e mestres derivam um cumprimento de sua motivação, mas onde as maquinações internas dentro da relação ou estrutura frequentemente substituem a intenção original.

Poder de influenciar os acontecimentos externos, sugiro, é algo diferente, não menos porque há um componente de objetividade envolvida. Um telecomando para um televisor concede algum poder objetivamente para transformar a realidade externa; e John Dee, Agrippa ou até mesmo Isaac Newton, sendo apresentados com tal dispositivo pode bem ser classificado entre artefatos mágicos. O ponto é que uma técnica ou tecnologia que pode fazer algo tão aparentemente simples como cruzar um pequeno pedaço de metal em uma superfície lisa, ou algo tão devastador como induzindo a combustão espontânea em cima de alguém que causou a ofensa. Tais técnicas também funcionam ou não; (no âmbito de um universo estocástico), há uma maior ou menor probabilidade de um resultado eficaz perceptível ocorrendo que acordos com a intenção original.

A dificuldade é que na prática, raramente se trata com qualquer efeito tão claramente demonstrável como realmente sendo capaz para assistir a um objeto mover-se de um lugar para outro, ou aplaudir enquanto alguns conseguem acender como um maçarico. Onde magia é encontrada para trabalhar mais eficazmente, é no Reino da manipulação de coincidência, onde o resultado final pode ter vindo aproximadamente como uma questão de puro acaso.

A vida se torna ainda mais confusa quando se percebe que aqueles que procuram o objetivo nebuloso ou desconhecido de “iluminação espiritual” não têm como objetivo o meio de julgar as qualificações daqueles que possivelmente seriam capazes de ensinar ou concedê-la. No entanto supõe-se que aqueles que realizam a prática avançada “espiritual” têm a capacidade de realizar atos “milagrosos” (a Igreja Católica ainda faz com que tais performances num pré-requisito essencial para canonização de alguém como um Santo), e o campo é, portanto, aberto para carismáticos, com pessoas e fraudadores para entregar até sensacionalistas fenômeno-ilusionistas para convencer os ingênuos para pagar parte com seu dinheiro. Em alguns casos, o que é perpetrado é pouco mais do que um jogo do pseudo- metafísico de “Encontrar a dama”.

Não é difícil ver porque muitas pessoas com um interesse pelo ocultismo mantem-se  eles mesmos e seguem seus próprios caminhos e experiências com essas técnicas sentem que funciona melhor para eles pessoalmente.

O problema com essa abordagem individual em um contexto mais amplo é que não é provável que consiga avançar as fronteiras do conhecimento humano, muito bem. Dado que a matéria em apreço tem a aparência de uma espécie de desdobramento ciência e/ou tecnologia, alguns avanços importantes nas disciplinas ao longo dos anos foram feitos por indivíduos trabalhando totalmente sozinho. A fertilização cruzada de ideias e experiências que inevitavelmente resulta de trabalhar em conjunto com outros membros de uma equipe é um componente importante na produção de saltos quânticos em compreensão e percepção que caracterizam os grandes avanços. Assim, há alguma motivação adicional para aqueles profissionais que se tornam convencidos, de sua própria experiência, que efeitos “mágicos” têm algum fundamento na realidade, a aliar-se com outros indivíduos como o espírito e de formar grupos a fim de reunir conhecimentos e combinar seus esforços.

CONTEMPORÂNEO DE IGREJAS, CULTOS E GRUPOS MÁGICOS

A maioria das igrejas, cultos e grupos mágicos aderiram a algum tipo de estrutura de crença que apresenta sua organização como os guardiões da “Verdade final”. Em alguns casos, esta “verdade” deriva de tradição histórica, como com, digamos, do grosso da população segue cristianismo ou Maçonaria, em outros casos a nascente é totalmente moderna (como com a base racionalista na ‘Energia Nuclear Dogma’), ou consiste em uma reinterpretação moderna do material de origem mais antiga.

maioria dessas religiões, para em um sentido ou outro, isso é o que são, publica sua hipótese irrefutável de domínio público, então que ele pelo menos está disponível para adeptos e buscadores (praticantes ou leigos) a considerar e discutir abertamente. Uma minoria, sobretudo entre as organizações orientadas mais ocultas, apresentar um conceito de uma “verdade” que é tão maravilhoso ou fantástico que tem que ser ocultado o “profano” (ou seja, pessoas de fora) e em alguns casos restringidos para os mais altos escalões de uma estrutura hierárquica, com divulgação proibida por juramentos de sigilo.

Uma única categoria de persuasão oculta, o mágico de caos, de uma filosofia e um ponto de vista matemático, tem objetivo de argumentar que “não pode haver nenhuma verdade suprema” e tratar a “crença” como um expediente técnico que pode ser temporariamente útil na realização de objetivos particulares dos mágicos.

Desde o início da magia do caos, foi uma forma moderna na década de 1970, houve um debate considerável entre seus adeptos relativos à estrutura coletiva mais adequada para o desenvolvimento da filosofia e técnicas mágicas associadas e perseguição.

ORDENS E DESORDENS

Quem estiver interessado em magia cerimonial/ritual em Londres na década de 1970, onde tinha pouca alternativa para seguir o caminho do lobo solitário. O músico de blues Graham Bond tinha feito uma tentativa de introduzir uma marca thelêmica. Maçonaria para jovens membros da subcultura Notting Hill no final dos anos 60, mas qualquer vestígio morreu com ele em 1974, enquanto os maçons mainstream, na medida em que eles estavam recrutando, estava concentrando-se em escola pública, associações de Old Boy (reformatórios) e seus campos de caça usuais na polícia e outros serviços públicos, informados se qualquer das ordens cerimoniais de antes da guerra, a Golden Dawn, a OTO, A.’. A.’., M.’. M. ‘., ou Aurora Dourada ainda existisse, em seguida, sua associação de envelhecimento era manter um perfil baixo. Livros de Crowley estavam fora de catálogo, difíceis de encontrar e muito caro; de fato o único sistema publicado por auto iniciação mágico foi a edição de McGregor Mathers “A sagrada magia de Abra-Melin o mago”, que, embora talvez eficaz, não foi popular devido à sua polarização masculina e exigência por meses de abstinência sexual. Reimpressões ocasionais de Austin O Spare, trabalhos foram avistados, principalmente de terceira geração de  fotocópias.

Se você queria envolver-se em trabalhar com um grupo que foi até as teosofistas, Antroposofia de Rudolph Steiner, White Eagle Lodge ou os Rosacruzes da AMORC, em tudo o que “sexo, drogas e rock and roll” foram definitivamente desaprovadas. Alternativamente havia Cientologia, do Guru Maharaji ‘Luz divina’, Maharishi Mahesh Yogi Meditação Transcendental e Hare Krishna, que foram todos amplamente sentidos para serem referências de um tipo ou outro.

Neste terreno mágico de Londres em novembro de 1974, foi onde de repente projetou o agora famoso anúncio de classificados na revista Time Out:

MAGIA. Estudante sério de ocultismo tem acesso a Golden Dawn Records e desejos a sociedade semelhantes de forma mais adequada para as tendências atuais – mas talvez reter muitas das notas da Ordem e iniciação de processos. Convida para escrever e discutir o projeto mais plenamente aberto a todos com um mais do que passar o interesse em cerimônias mágicas e instruções práticas, está disponível para o novato ou iniciante. Por favor, sinta-se livre para escrever o que quer que sua interpretação da verdade essencial. O estudo combinado de magia para o bem comum só pode ser benéfico para a humanidade. Caixa 247/20.

Cerca de 20 lobos solitários (todos masculinos) responderam e ficaram desapontados ao descobrirem que o anunciante não era o que eles pretendiam, e que ele tinha pouco interesse em organizar uma ordem reconstituída da Golden Dawn. Numa reunião dos entrevistados, porém, vários deles, incluindo Peter J. Carroll e eu, decidiram reunirem-se regularmente e contribuírem com ideias para o ritual que outros participantes conseguissem unir-se em trabalho.

O grupo nunca teve um nome formal do trabalho ao tempo – o arquivo correspondência original está marcado “Grupo de estudo mágico” -, mas chegou a ser referida como “Stoke Newington Sorcerors” (SNS), desde que a maioria das reuniões teve lugar em uma casa em algum lugar de Londres.

Embora houvessem muitas discussões sobre instituir algum tipo de estrutura formal, geralmente resistiu, em parte porque nenhum dos membros originais estava disposto a ceder a superioridade de qualquer um dos outros, e apesar de chegadas mais tarde tentaram usurpar um papel de liderança, habitualmente receberam pouca atenção. Um núcleo de membros do SNS eventualmente acabou morando nas proximidades durante 1977/8 na casa do notório Speedwell (em Deptford, sudeste de Londres) onde eles se tornaram entrelaçados na anarquia nascente da explosão da moda ‘Punk’. Os nomes mágicos de rua “Cred” como Frater Autonemesis e Frater Choronzon data deste período, e, em termos de estilo de vida, o caos era rei; a dimensão filosófica desenvolvida a partir desse ponto.

Peter Carroll e eu ambos escrevíamos para a, de circulação pequena, revista “novo Equinox” que estava sendo publicada por Ray Sherwin fora Morton East Yorkshire, e foi nesta época que Pete produziu um mágico currículo baseado em exercícios que ele estava usando-se e que foram extraídas em parte de fontes de yoga, bem como tendo alguma influencia de Crowley, Reposição e Castañeda. A essência do trabalho do próprio Carroll havia em despir as besteiras e as técnicas mais úteis em um livreto de não mais que 7, encapsulando digitado em folhas A4, intituladas “LIBER MMM” em classe “A” publicação da ordem mágica do IOT – sendo as instruções iniciais no controle da mente, metamorfose e magia para os candidatos para o IOT.”

IOT é claro, “Iluminação de Thanateros”; o nome em si, talvez devido uma dívida de inspiração não só para reposição, mas também para Robert Shea e Anton Wilson, cuja trilogia teórica da conspiração “Illuminatus” tinha beneficiado de uma medida de aclamação, juntamente com seu estágio de adaptação. Devido à natureza de curto prazo do domicílio do Speedwell, casa e a exigência para os candidatos ao trabalho “Liber MMM” pelo menos seis meses antes de submeter um registro mágico para a consideração, o endereço de correspondência foi o de “Morton Press” de Ray Sherwin. O imprimatur mesmo é para ser encontrado nas primeiras edições do primeiro livro de Carroll “Liber Null”, que inclui “Liber MMM” como o capítulo de abertura.

Existem algumas interessantes características sobre as primeiras versões do “Liber MMM” que são relevantes para as questões discutidas neste artigo, em primeiro lugar, o IOT é apresentado como uma ordem de mágica. Em segundo lugar, não há nenhuma menção de todo do caos; e, em terceiro lugar, sob o título “Estrutura”, Carroll afirma “Não há nenhuma hierarquia no muito”. Embora que ele passa a delinear “uma divisão da atividade baseado na capacidade”, com funções para os alunos, iniciados, adeptos e mestres sendo detalhados. Destaco aquelas características do conceito original porque pequenas alterações foram feitas em versões posteriores do “Liber MMM” e porque o preâmbulo que inclui o material sobre “Estrutura” desapareceu da seção na edição posterior Weiser do “Liber Null e Psychonaut” combinados.

O ponto-chave sobre essa fase inaugural na história de todos é que IOT, embora ela foi apresentada como uma ordem, a estrutura (como a do SNS antes) era uma desordem não -hierárquica, apesar de que não havia nenhuma referência explícita ao caos.

Durante os cinco anos, mais ou menos depois da demolição da casa do Speedwell, “Liber Null” foi seguido por “Psychonaut” e o locus da magia do caos mudou-se para West Yorkshire. Apareceu uma tradução alemã e algum contato foi estabelecido com alguns indivíduos resistentes que tinha trabalhado através do programa “Liber MMM” e quem apresentaram os honrosos registros de suas experiências.

Eventualmente em 1986, a primeira edição do “Caos internacional” apareceu sob a editoria de polícia de Brown e Ray Sherwin. Um olhar sobre o primeiro Editorial mostra que a postura anti hierárquica de magia do caos tinha sobrevivido intacta desde os primeiros dias de IOT. O extrato seguinte faz a posição filosófica naquele momento bastante claro:

“Hierarquia falha por várias razões, não menos do que é que é eminentemente corruptível. Do ponto de vista mágico, hierarquia, exceto quando seus líderes têm verdadeiramente os interesses de seus aspirantes no coração, é sufocante e inercial, o desenvolvimento de indivíduos tendo quarto lugar para poder jogar, política interna e das finanças. ”

Por esta altura a magia do caos estava sendo comercializada com entusiasmo em países de língua alemãs da Europa continental através dos esforços de Ralph Tegtmeier, que tinha publicado as traduções da obra de Carroll. Algum ímpeto estava construindo, em grande parte da moeda, para o muito a reestruturação de uma forma mais formal e eventualmente no Outono de 1987, “Caos internacional” questão #3 realizados dois artigos por Peter Carroll respectivamente intitulado “O Pacto” e “The Magical pact of The Iluminato of Thanateros” que estabelecem um sistema de graus formais que intimamente correspondeu a “divisões de atividade” do parágrafo “Estrutura” na recensão de Speedwell casa original de “Liber MMM”; embora com a adição do post do Mago Supremo grau 0. (Estes artigos são reimpressos, mais ou menos textualmente, sob o título geral ‘Liber Pactionis’ como parte do apêndice ao livro mais recente de Carroll ‘Liber Kaos, The Psychonomicon’.)

Talvez para aplacar os sentimentos do Inglês falando a seguinte passagem de anti-hierarquia foi incluído com destaque:

“As funções principais da estrutura de classe são para fornecer um mecanismo para a exclusão de certos misanthropes psicóticas e neuróticos velhacos que às vezes são atraídos para as referidas empresas e garantir que que precisa organizar que devidamente atendidos.”

As principais características de um pensamento cuidadosamente acordo são discerníveis. Em particular um “escritório de insubordinado” é introduzido para forçar “um fluxo constante de feedback negativo para surgir pela institucionalização rebelião.” O objetivo de contornar um dos mais notórios inconvenientes de hierarquia onde “aqueles no topo estão condenados para cair nas enganosas reflexões de suas próprias expectativas e emitir diretivas ainda mais inapropriadas. Esse gabinete é compreendido para ter algum precedente em Amerindian e outras sociedades xamânicas (referencia Neonfaust – carta em caos internacional #4).

Que havia algumas dúvidas sobre a ideia de uma ‘ordem’ dedicada ao ‘Caos’ entre os profissionais de destaque é claro o artigo de Ray Sherwin que imediatamente segue aqueles por Carroll em caos internacional #3. Sob o título “Filosófico e prático objeções a hierárquicas estruturas em Magick”, ele escreve: “Hierarquias são abertas a abusos” e, ecoando o editorial no “Caos internacional #1”, “mesmo se eles são criados com as melhores intenções são eminentemente corruptível e inevitavelmente corrompidas por razões de poder pessoal ou ganância”.

Sherwin, em seguida, faz uma distinção clara entre ordens mágicas e consenso baseado em grupos mágicos:

“Trabalhando em um meio de base de consenso que os indivíduos não competir com os outros como eles são mais propensos a fazer dentro de uma estrutura hierárquica, muitas vezes lutando por um outro para títulos e privilégios, e rankings, tendo precedência sobre magia e sobre as outras pessoas em causa. A emissão de cartas, no pior dos casos, é simplesmente uma extensão do presente – os requerentes de poder em busca de grupos, ao invés de indivíduos.”

Na mesma peça Sherwin carrega para fazer pontos válidos sobre a feiúra de hierarquias para as fêmeas, e ele comenta que “sem mulheres, magick perde 50% de seu potencial”. Ele conclui: “Se você está interessado em magia, mas não quer se envolver em estruturas hierárquicas, ‘Caos desorganizado’ podem ser de seu interesse” e refere-se a leitores para um endereço de contato noutros países a revista.

O debate continua em questão #4 de ‘Caos internacional’ que apareceu na Primavera de 1988 carregando uma carta a partir de um ‘ Nefasto eu ‘ quem proclama-se como 1º grau IOT da Alemanha Ocidental. Ele introduz o assunto assim:

“Enquanto eu vejo a Ray Sherwin ponto em geral, ainda acho que sua oposição filosófica e prática para estruturas hierárquicas em magia é puramente de fato os argumentos de um infiltrado trabalhando dentro de um grupo bem estabelecido.”

Este é um fato – Sherwin foi um dos membros mais proeminentes da originária, a Internet das coisas!

‘Neonfaust’ continua:

“Trabalhando em semelhante linhas, por um lado, mas ativamente participantes em uma ordem mágica altamente e hierarquicamente estruturada, bem, eu sinto que ele não fez a hierarquia completa justiça. Por um lado, hierarquia é basicamente estrutura e como tal pode ser uma das armas mais fortes contra as muitas armadilhas de magia que tem sido, eu concederei, altamente superestimado no passado, mas que estão aí para ser enfrentada, no entanto. ”

Entre os exemplos de tais armadilhas, ‘Neonfaust’ dá destaque as “auto ilusão” e “megalomania individualista”.

Pode ser, quando o ‘a Saga do gelo’ é enviado para análise crítica semelhante, que a iluminação é convertida na medida em que o abuso de poder hierárquico serviu para mascarar a realidade que este indivíduo foi realmente chafurdar aquelas armadilhas muito ele tanta precisão identifica.

Há, eu sinto, uma desvantagem para o estabelecimento de uma estrutura hierárquica, que não é mencionada em qualquer material fonte citado aqui. A estrutura constante no ‘Liber Pactionis’ pode funcionar bem se visto como um ambiente de processual estabelecido em curso para o trabalho mágico. O que ele não cobre adequadamente é o processo para a criação da hierarquia em primeiro lugar.

Minhas dúvidas sobre hierarquias são geradas em parte porque eu me sinto não necessariamente restringir informações sobre trabalho mágico útil sendo realizado. No ambiente social prevalecente, sobrecarregado, como estamos com uma imprensa intrusiva procuram qualquer desculpa para publicar histórias sensacionais de ‘ocultistas’, estou completamente de acordo com a necessidade de preservar o sigilo sobre as identidades das pessoas envolvidas no trabalho mágico privado. Eu não sinto que este segredo necessariamente deve ser alargado para o trabalho em si – especialmente se avanços significativos no conhecimento e/ou técnicas que estão sendo feitos. Por essa razão, eu fiz um hábito de conduzir uma parte significativa do meu trabalho mágico fora dos limites das definições formais do templo, se não sempre completamente em domínio público. Vejo tais atividades como uma extensão lógica do tipo de trabalho que estava fazendo quando outros escolheram caracterizar-me como um mágico de crise.

UMA VEZ UM MÁGICO DE CRISE – SEMPRE UM MÁGICO DE CRISE

Se se enfrenta alguns terríveis fatais de emergência, em termos físicos, o corpo produz uma descarga de adrenalina que pode conceder um impulso físico para capacitar um para sair da situação. Este tipo de circunstância vai ser familiar para qualquer um que já tenha sido em um arranhão estranho enquanto pote-buraco, por exemplo. Minha forte impressão é que algo semelhante acontece quando um aplica-se uma solução mágica para alguma circunstância de prensagem, ameaçando a vida e a segurança ou a de uns seus dependentes. Se um trabalho tão mágico se torna necessário, é a minha experiência, que é sempre bem-sucedido – Gnose através da crise.

Com o sucesso recente de uma longa e complexa legal e mágico operação contra um Golias de um adversário corporativo, pode fazer essa afirmação categoricamente.

Já não vou tolerar ser arrancado ou trabalhado junto a grandes corporações, que consideram que eles têm algum direito na lei natural se comportar assim, simplesmente por causa de seu tamanho. Tenho que permitir que a situação de proceder a um ponto onde minha posição torna-se suficientemente perigosa que a vaga de ‘adrenalina mágica’ lacra o resultado, mas funciona no final. Essa é a essência da magia de crise.

NO SENTIDO DE PRECISÃO EM MAGIA

Na minha recente análise do livro de Peter Carroll ‘Liber Kaos, o Psychonomicon’, eu era solicitado a estabelecer uma comparação entre o progresso no entendimento dos chamados ‘magia’ e a história da compreensão da radiação eletromagnética pela ciência do século XIX. O físico dinamarquês Hans Oersted notou em 1820 que uma faísca de alta tensão gerada através de uma abertura em um loop metálico poderia induzir uma faísca semelhante, embora menor, ocorrem através de uma abertura em um loop semelhante do outro lado de sua oficina. Você pode observar que o mesmo tipo de efeito no trabalho hoje, quando você está tentando gravar alguma coisa fora do rádio, e seu vizinho começa a trabalhar com sua antiga furadeira elétrica, faíscas causam emissões de rádio de “ruído branco” em toda a inteira gama de frequências. Foi cerca de vinte anos antes de Faraday começar a chegar a um entendimento coerente do que estava acontecendo e não até 1865 que James Clark Maxwell apresentou suas famosas equações de onda que descreveu o processo em termos matemáticos precisos. Depois de mais de 30 anos, Marconi construiu o primeiro conjunto de rádio confiável que pode enviar e receber informações coerentes carregando sinais em comprimentos de onda discretos.

Minha opinião é que, em termos de magia, estamos passados da fase de ‘Oersted’, no qual podemos fazer coisas simples – o equivalente de transmissão faísca indiferenciadas – em uma base razoavelmente consistente e quantificável. Agora, as primeiras tentativas estão sendo feitas para propor um modelo quantitativo de Carroll “equações de magia” no ‘Liber Kaos’, e pode ser que essas equações, em tempos vindouros, irão assumir tanta importância na ciência emergente e tecnologia de ‘magia’, como aqueles de Maxwell feito em engenharia de rádio.

Se nós somos agora, em comparação, apenas um pouco mais adiante do que ser capaz de enviar faíscas de um gerador de Van Der Graaf, acho que o que poderia ser realizado quando os análogos ‘mágicos’ de comprimentos de onda separados, modulação de frequência e/ou tecnologia de radar vem a ser compreendido. Sinto que não é razoável afirmar que talvez estejamos no limiar de alguma grande descoberta, e felizmente para todos nós, o estabelecimento científico/técnico é olhar para o lado por causa de sua crença servil em um universo determinístico e sua recusa em aceitar a realidade de quaisquer fenômenos que ameaçam essa crença – e isto apesar de teoremas de Godel, tendo sido publicadas há meio século!

A chave para o progresso, a meu ver, é se esforçar para alcançar maior precisão em ações mágicas, com cada vez mais precisas declarações de intenções, possivelmente sigilizadas para diagramas de sistemas de mapeamento detalhado de efeitos. Por exemplo, se você se sentir comovido mágisticamente a agir contra um banco para, digamos deduzindo as despesas bancárias de sua conta sem aviso e então saltando um cheque apresentado por seus advogados (que podem ser muito embaraçoso); então você deseja garantir que a maldição é eficaz contra todos os elevadores em sua sede e não todas as suas máquinas de multibanco em um raio de 6,66 milhas; especialmente se o trabalho tiver sido realizado publicamente. Alternativamente, em um nível mais pessoal, você quer ter a certeza de que é o Gerenciador de ofender quem sofre o ajuste de vômitos projétil e não o Secretário infeliz que chances de abrir a carta com as runas desenhadas sob o selo postal.

Aconteça o que acontecer, nunca deixe a vida ficar em cima de você – sempre mantenha a varinha e o raio útil em tempos de crise.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-do-caos/crises-magickas-ordens-desordens-linces-e-lobos-solitarios/

Dogmas e Rituais da Kaballah – Conjuração e Evocação de uma Entidade

Por Aluizio Fontenelle, Exu, Capítulo XX, 2ed.

Todo o ritual que se pratica nas sessões chamadas espíritas, nada mais representam do que evocações e conjurações de espíritos ou de entidades espirituais.

A evocação de um espírito é feita, partindo do principio que regem os trabalhos nessas práticas, no qual se procura fazer uma concentração, com a finalidade de entrar no pensamento dominante desse espírito. Daí tiramos a conclusão de que, se o nosso pensamento for elevado moralmente mais alto ou no mesmo nível, esse espírito evocado estará conosco e nos servirá.

No caso contrário, se o nosso pensamento for maléfico, e nos colocamos abaixo do seu nível, ele então nos arrastará no seu círculo e aí então nós é que passaremos a servi-lo.

Já a conjuração a um espírito, é o ato de se opor a um espírito isolado, ou vários espíritos, a resistência de uma corrente ou cadeia, ou ainda: a concentração de forças idênticas de pensamentos, como ato de fé comum. Daí a conclusão que se tira de uma sessão espírita quando a corrente possui o mesmo entusiasmo e a mesma força, a conjuração ou também chamada força mental, é totalmente eficaz.

Deve o cristianismo de antanho, toda a supremacia com que faziam calar-se os oráculos, à inspiração e a força que lhes davam a fé, que nada mais é do que uma conjuração de ideias dirigidas ao Deus que haviam concebido e adorado.

Pode-se estar sozinho para a evocação de um espírito, porém, para conjurá-lo, necessário se torna que se fale em torno de um círculo ou de uma associação tal como no caso das sessões espíritas; pois, é preciso que essa corrente seja coesa, e que durante o período dessa concentração ninguém se retire, para evitar que se perca a força e o poder cessa conjuração.

Por outro lado, as falanges espirituais que num determinado “centro”, “terreiro”, “tenda”, etc., que estejam trabalhando para una finalidade qualquer, em contato com os seres vivos, incorporados ou não, firmam eles próprios essa conjuração, através dos seus pontos riscados, para evitar a intromissão de forças estranhas que possam vir a perturbar o perfeito equilíbrio das irradiações espirituais.

Tanto nos pontos cantados como nos pontos riscados, a Magia está presente, e por isso, os praticantes da Kaballah nos rituais da alta magia, têm por base como Dogma Mágico o triângulo de Salomão, representando o “ternário”, símbolo necessariamente observado em todas as evocações.

Nos casos de Magia Negra, as evocações são feitas por instituições e pedidos aos gênios do mal, e aí, os pontos riscados são na maioria das vezes representados pelos símbolos característicos das entidades do mal, sendo o principal, o conhecido nas Leis Kabalísticas com o nome de “TRIDENTE DE PARACELSO”, que é um pentáculo que exprime o resumo do ternário na unidade completando o que na alta magia se conhece como o “QUARTENÁRIO SAGRADO”.

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Fonte:

FONTENELLE, Aluizio. Exu. 2ª Ed. Rio de Janeiro, Gráfica Editora Aurora, Ltda, 1954.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cultos-afros/dogmas-e-rituais-da-kaballah-conjuracao-e-evocacao-de-uma-entidade/

Pequenas Mortes

Durante muitos séculos o conteúdo de nosso crânio foi percebido com algo relativamente sem importância. Quando mumificavam os mortos, os egípcios antigos lhes retiravam o cérebro e os jogavam fora, mas preservavam com todo cuidado o coração. O filósofo grego Aristóteles acreditava que o cérebro fosse um radiador para esfriar o sangue. René Descartes, filósofo e cientista francês, dedicou ao órgão um pouco mais de respeito, concluindo que ele era um tipo de antena pela qual o espírito poderia se comunicar com o corpo. Apenas agora se percebe toda a maravilha do cérebro.

A função básica do cérebro é manter o restante do corpo vivo. Porém, ele é também o órgão que nos possibilita ter a consciência de que estamos vivos, e que eventualmente iremos morrer.

Para os céticos, a morte compreende o cessar da consciência, exatamente quando o cérebro deixa de executar suas funcionalidades. Para os religiosos e espiritualistas em geral, a morte representa apenas uma passagem para um outro mundo, ou uma outra forma de existência, a qual muitos chamam de mundo espiritual. De qualquer forma, existe um sentimento que une a grande maioria de nós, do cético mais pragmático ao crente mais devoto: o medo da morte.

Há esta distinta idéia de retorno à escuridão, ao nada

Onde tudo o que construímos nessa longa estrada

Da vida, nada restará: não há homem são

Que não trema, com um assombro no olhar

Ante tal nefasto pensamento, uma existência inteira

A navegar pelo oceano à beira, tudo em vão,

Tudo perdido neste derradeiro momento:

Da água do mar ficará apenas o gosto amargo do sal

Do mundo, apenas uma brisa, uma curiosidade,

Uma ansiedade por saber de seu final [1]

Entretanto, poucos se dão conta de que morremos já por todos os dias de nossas vidas.

Sto. Agostinho, o grande filósofo dos primórdios do cristianismo, já havia chegado a uma curiosa conclusão acerca do tempo: se o futuro ainda não existe e o passado já deixou de existir, o único tempo em que vivemos é o presente, ainda que não possamos medi-lo de forma alguma, já que o próprio ato de medir o presente, ou de pensar e refletir sobre o assunto, já o coloca em nosso passado. Todo o tempo que dispomos é este momento, aqui e agora. É aqui que a consciência opera, embora possa nos trazer lembranças do passado e expectativas do futuro, nós estamos sempre num incessante presente.

Há quem tenha se angustiado com tal pensamento, mas isso é uma outra história. O importante é que esta idéia, se bem analisada, pode nos trazer uma bela compreensão acerca da morte, e no mínimo aliviar um pouco nosso medo do Grande Nada. Ora, eis que, se a morte é o cessar da consciência, no momento presente, nós morremos toda vez que vamos dormir, e renascemos toda vez que nossa consciência volta à tona, ao acordarmos. Todos os dias de nossas vidas, além de nossas células que morrem e se renovam com o tempo, também nossa consciência opera pequenas mortes, e passamos praticamente 1/3 da vida “mortos”.

Porque então gostamos tanto de descansar, mas abominamos a idéia de morrer? Talvez porque a morte nada mais seja do que uma idéia, que de concreto não tem nada, a não ser no derradeiro momento em que passamos para o outro lado do véu.

O célebre filósofo grego Sócrates, ao ser condenado a morte pela ingestão de veneno, avisou a seus injustos acusadores de que não se poderia saber quem iria para um lugar melhor: ele, ou aqueles que permaneceriam em Atenas. Já Epicteto, o espírito iluminado do estoicismo grego, dizia que deveríamos viver sempre prontos para quando a embarcação ancorasse no porto e nos chamasse para a próxima viagem: não havia razão para nos digladiarmos com nosso medo da morte, pois que tudo o que está fora do alcance de nossa vontade não deveria sequer ser levado em consideração. Era melhor se preocupar com a vida.

Nossa tendência de evitar a mudança a todo custo é o principal foco de angústias ao longo da vida. É como tentar tapar o raio de sol com a peneira: não adianta, a natureza sempre vence, tudo vibra, tudo muda a todo momento. As células que constituem nosso corpo na idade avançada não são as mesmas células que o constituíam em nossa adolescência, absolutamente nenhuma delas – todas morreram. E quando perdem a capacidade de se renovar, também nosso relógio biológico avisa ao cérebro, o grande comandante: está na hora da próxima viagem.

E existem aqueles que crêem que isso é apenas o fim permanente da consciência. Mas mesmo entre os céticos há alguns mais poéticos, como Carl Sagan, que dizia que “viver na mente e no coração daqueles que nos amam, é viver para sempre”.

Mas não é possível viver para sempre. Graças à natureza, graças à evolução constante e incessante do Cosmos. Absolutamente tudo precisa seguir adiante, se renovar, por caminhos e mecanismos belíssimos e elegantes. A natureza faz com que tudo o que há navegue sempre em direção ao próximo farol, a próxima parada, e não podemos saber ainda aonde tudo isso vai desaguar.

Que se façam novas todas às coisas.
Assim sempre foi e sempre será.

***
[1] Trecho do meu poema, “O assombro no olhar“.

Crédito das fotos: [topo] Wikipedia, [ao longo] Gustave Doré (a morte de Abel).

O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.

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#estoicismo #biologia #Filosofia #Tempo #morte

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/pequenas-mortes

Carta a Hermann Metzger

29 de março de 1963.

Ao chefe dos “Thelemitas” suíços – como vocês se autodenominam.

Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei.

Esta carta é minha Saudação Equinocial a você.

Embora eu tenha pedido que pare de enviar-me sua literatura, você continua e me bombardear com a evidencia de sua tolice – menos tolice, por favor! Eu não sei se isto é um desafio de sua parte. Se for, você foi além de seus desenfreados sonhos, pois em seu últimos sintomas de insanidade – suas traduções das cartas de 666 a uma irmã com um “DU” no sagrado verso – você provou ter caído precisamente ao nível que lhe tenho advertido contra. E portanto, o Cabeça Externa da Ordem fará um último esforço, uma última tentativa, para lhe mostrar o quanto aquilo que você julga ser uma mudança nada mais é do que demonstração de cegueira – cegueira espiritual.

Em resumo, eu pretendo falar com senso comum, senso de cavalo assim – chamado; e esperar assim despertar o que resta do senso de humor – que é o senso de equilíbrio, que é senso “comum” – em você. Você pode – ou não – saber que Karl Germer faleceu no ano passado, uma morte na qual a última gota de sangue deixou o corpo dele. Você pode, ou não, saber o que isto significa, e a que grau aquele Homem atingiu. Eu não sei se você sabia – e não sei mesmo se ele sequer lhe disse – que era o sucessor de A.C., e BAPHOMET para todo mundo. Ele tampouco disse-me; tive de descobrir por mim mesmo. Este era o homem que você desobedeceu, cuja tradução iniciática dos Livros Sagrados de Thelema para a língua alemã você alterou, mas a quem você desejou substituir – eu falo a você, senhor! – neste momento, alguém na América do Sul segura um honesto espelho ante sua tola face.

Você reclamou junto a ele de ter sido acusado de estar de conluio com Oskar Schlag, o que diz ser uma inverdade. Mas o que você não sabe é que a influência de Schlag que tem inflamado seu ego ao ponto de você se tornar, sem o saber, um traidor a toda PALAVRA que pensa manter. Schlag é um “Adepto Maligno” – isto simplesmente significa que ele é um homem que, quando executou o trabalho de 5º = 6º, uniu-se à sua Persona Maligna, ao invés de unir-se à seu Sagrado Anjo Guardião, e é agora um escravo de Choronzon – Dispersão – na forma de um demônio de Abramelim. Ele é, sendo um Adepto, magicamente poderoso – muito mais poderoso do que você pode imaginar – e tem o auxílio, alem do mais, dos Quatro Príncipes, os quais, ao passar do velho Aeon, assumiram liderança e personificaram os fundadores espirituais das principais religiões do Aeon passado: Cristianismo Osiriano, Brahmanismo, Buddhismo e Islamismo.

Pense, por um momento, senhor, o quanto poderosas são estas Entidades que você, indubitavelmente, tem de maneira tola pensado controlar – pequeno servidor deles! É possível – é escassamente possível – ser você realmente a “criança”, e por esta razão eu escrevo esta carta. Pois se você é um filho de BABALON e da BESTA, isto é, se é agora um Bebê do Abismo, é necessário dar-lhe alguns significados pelos quais você possa marcar seu curso, e saia do abismo do Porque para o Portal da Cidade das Pirâmides.

Saiba então, minha pobre criança, que todo simples thelemita que cruza o Abismo, e um grande número daqueles que nunca o realizou, pensa ser aquele “filho” de AL. E com perfeito direito de assim pensar. Nós somos, todos nós, filhos de Therion – o Cristo – nascido da Virgina Mundi, que é o vero nome da Grande Puta, a Mulher Vestida Com O Sol, Nossa Senhora BABALON da Cidade das Pirâmides. Agora, se você é o particular filho que irá decifrar AL II, 76, que somente será provado quando e se o decifrar. Pode ficar certo que o mistério uma vez decifrado, será evidente e simples a todos, do mesmo modo que foi a chave 31, descoberto pelo pobre O.I.V.V.I.O., sobre cujo deplorável caso eu o alertei para ponderar cuidadosamente ante de continuar em seu atual caminho.

Você é – se realmente é um Bebê do Abismo – maior que todos os reis da terra, porque o Magister Templi é realmente – mesmo se o homem no qual ele se manifesta seja um varredor de rua, ou, como Um que conheci, um velho negro sem pernas rolando em um pequeno carrinho de madeira ao longo das ruas, aparentando a todos um mendigo – embora um mendigo responsável pelo trabalho e a visão – visão espiritual – de todos aqueles ligados a ele. Eu lhe refiro LXV: “… e Eu carrego a Taça de Seu regozijo aos fatigados da velha terra cinzenta. “Não se esqueça a seqüência ! Se você é um dos “escolhidos” não é responsabilidade sua, pois Ele não é para ser comprado pelo resgate de todo Universo. Lembre-se de Sir Palamedes o Sarraceno – ele fez prodígios, ele atingiu os mais altos trances, executou as festas máximas – mas somente quando confessou sua falha em “comprá-lo” pelo resgate de todo o Universo a Besta veio acomodar-se a seu lado…. Agora, por favor, meu pobre amigo, deixa-me apontar o sintoma da esquizofrenia – o começo da Dispersão, a qual haja Restrição no Nome de BABALON! – o sintoma de esquizofrenia em seu comportamento: Você não pode fazer o bolo e comê-lo ao mesmo tempo.

Você clama ser a “criança” profetizada em AL. Então isto significa que você aceita AL como um Livro Sagrado, a única Lei e regulador da vida, divinamente inspirado, o trabalho não de um homem mas de um Deus – estou usando esta palavra em seu senso técnico de Iniciação à Divindade, ou o que possa ela significar. Mas, se você realmente aceita AL como tal, como pode você, homem, possivelmente, sempre desobedecer a mais solene injunção do Livro, sempre repetida em cada um dos Capítulos, sob o comando de Nuit, Hadit e Ra-Hoo-Khuit de não mudar mesmo o simples estilo de uma letra. Você só pode ter uma dessas alternativas. Você não pode ter as duas. Isto é simples premissa, meu amigo. AL é um livro razoável.

Qualquer razoável livro não pode ser o trabalho do insano (= ‘ povo da terra’, no senso desses cuja Razão – Daath – ao invés de ser o servidor das altas faculdades – tenta usurpar o lugar do Mais Alto, por isto verdadeiramente tornando-se o “bastardo da Swastika”). Lembre-se que os antigos Reis Teutônicos usavam um colar ao redor do pescoço, o símbolo da escravidão – para significar que Daath – cujo lugar é o pescoço — está encadeado, amarrado e restringido pelas altas faculdades simbolizadas por sua coroas. “Que você faça o mesmo”. Aquele colar é a Linha Verde que circula o Universo – o Cinturão de Astarte a Estrelada. O acima é básico. Eu te peço considerá-lo cuidadosamente, perceber a natureza irracional de seu comportamento, e se você pensa – como certamente o faz – “mas acima do Abismo nada é verdade exceto em termos da contradição implicada”- eu lhe peço lembrar-se que, embora, isto é assim acima do Abismo, é abaixo do Abismo que você tem estado durante longo tempo desfigurado AL ( pense nisto ), a despeito do fato de ter sido avisado pelo O.H.O., Frater Saturnus, que acontece também ser um Magister Templi da A.·.A.·. e Cabeça da Ordem de Thelema. Se ulteriormente, você pensa: “ele está dogmatizando, enquanto estou apenas preocupado com o espírito”, eu aviso muito seriamente a ler os parágrafos 28 e 29, principalmente este último, de Liber CLX Astarté vel Berylli, que cai perfeitamente sobre seu caso.

Passarei agora a outras considerações do porque seu “DU” é uma imprópria tradução da passagem em questão ( devo ainda lembrar-lhe mais uma vez que, acima de tudo, a qualquer verdadeiro Thelemita, é uma blasfêmia). Eu suponho que sua razão, em escreve-lo assim, foi para implicar: “Veja, quando eu digo, faze o que tu queres, eu não quero significar que você deve fazer o que seus sujos, impuros, e malcheirosos eus inferiores desejam fazer: eu quero significar que você deve fazer o que seu Eu Superior quer que você faça”.

Em um senso, fazendo isto, você está se desculpando pela Lei – você está envergonhado dele. Embora deveria lembrar-se que está escrito que, a Mulher Escarlate deve ser desavergonhada ante todos homens – se você é verdadeiramente um Magister Templi, você entenderá o que isto significa, mas eu lhe darei uma pista, lembre-se que a primeira ordália é de prata, lembre-se que a Fundação é chamada uma Pedra, lembre-se que Aspirantes da A.·.A.·. são homens, mas os irmãos da A.·.A.·. são mulheres; relembre que a Nephesh purificado é a Virgem do Mundo, este é um dos símbolos desenhados no livro dos Símbolos Secretos dos Rosacruzes: veja o diagrama 33, “O Jardim do Eden”.

Seguramente você possui isto. Mas, existe outro, e mais importante senso, no qual “DU” é enganador. Como pode possivelmente presumir e determinar como qualquer homem interpretará esta linha? Está você tornando sua interpretação a interpretação para todo povo de língua alemã? Você não percebe que está restringindo seu semelhante? Reprimindo a órbita de outras estrelas? Que está, de fato, projetando a gigantesca sombra de seu inflamado ego sobre o Universo, ao invés de mante-lo no que ele deve ser – o instrumento através o qual você se relaciona com o Universo. Não percebe que isto é uma Síndrome composta de vaidade e medo – o mais claro sintoma de identificação com o – que está por detrás desta sua iniciativa? Pois veja, uma estrela pode escolher interpretar Faze o que tu queres como fazer o que seu pequenino eu deseja fazer. Outra estrela pode interpretar como fazer o que alguém mais deseja que ela faça. Você diz que isto está errado? Não é de sua conta! Todo número é infinito; não existe diferença! “Que não haja diferença feita entre você entre qualquer outra coisa & e qualquer outra coisa…” “… não argumente; não converta; não fales demais”. Pense nos tempos que virão, quando sua errada tradução possa ser a única acessível à outras pessoas, que a traduzirão do alemão para sua próprias línguas, e assim multiplicando o erro. Você pensa os estar libertando! Você os está acorrentando as rodas de seu carro.

Este é o trabalho de um magista negro, não o trabalho de um Cavaleiro da Hoste do Sol. Pensa, além disso, no karma que você está criando. Pense na praga e maldição do Cristianismo quando a Igreja Romana assumiu liderar sobre todas as outras existentes, escolhendo o caminho do crescimento material, e espalhou a infecção de Choronzon e escravidão espiritual em todas as partes do mundo. Pense a respeito de O.I.V.V.I.O. Pense a respeito de Franker, e o que ele fez à ordo templi orientis acreditando estar seguindo instruções de seu Anjo Guardião! Pense a respeito de Krumm-Heller (o pai), e o dano que causou à ordo templi orientis e a qualquer coisa em contato com a Verdadeira Rosacruz, acreditando, ele também, que estava obedecendo seu Anjo Guardião, que ele pensava ser o Conde de Saint Germain – o qual foi uma de minhas passadas encarnações, e que somente é verdadeiramente descrito na excelente biografia feita por M. Paul Charconac, a qual, várias vezes, eu lhe avisei para ler.

Faze o que tu queres é a Lei da Liberdade, embora você tenha que me servir! – você diria alto. Mas, meu amigo, nós não somos livres no senso de ser irresponsáveis. Estamos amarrados por Nosso Juramento de servir. Nós somos servidores da Estrela & da Serpente. Nós somos servidores de Heru-Ra-Ha. Nós somos servidores de V.V.V.V.V. Nós precisamos construir, nós mesmos, pedras que somos, como a grande muralha que protege a humanidade – nossa pequena irmandade – contra o furioso ataque do abismo. Verdade, nós não somos “livres”!

Nós servimos; precisamos humilhar a nós mesmos; necessitamos dar tudo que somos e tudo que temos; necessitamos nos tornar nada; precisamos trabalhar na escuridão e cuidar de nossos jardins; precisamos reprimir nosso egos com a tripla corrente em torno do pescoço, e precisamos esperar a Consumação – a qual virá quando Ele desejar Quem é Destinado a este Fim, e não quando nós pensamos dever ser. Realmente, devemos morrer; mas morrendo, semente que somos, devemos dar muitos frutos. Nós somos Isis Regozijante; nós carregamos o filho, nós o alimentamos com nossa substância; e nosso trabalho é alimentar o filho; nós não somos o filho!

Ele é o filho em nós, ou melhor, de nós. O ego deve morrer. Este é o mistério de Osiris, e porque Osiris é um deus negro. Você deve tornar-se Osiris antes de poder adorar Hoor Você precisa ser crucificado, morto e erguido antes de poder clamar seu júbilo ante o novo Sol nascente. Em resumo, irmão, se você é um Bebê do Abismo, cedo se tornará um Zelator da A.·.A.·., uma Pedra das Torres Universais, um Guardião dos Mistérios. Esta Iniciação transcende Assiah, pela primeira vez, em Yetzirah, o Mundo Angélico. A Iniciação de Adeptus Minor que você julga ter atingido antes de Tiphareth de Malkuth, e em Assiah. O Trabalho de conseguir o Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião estende-se ante você — não atrás. Você necessita consegui-lo em total no pode e luz descrita no Livro da Sagrada Magia e em “João São João” no Equinócio I,1. A verdadeira Orgia da Theurgia, a Grande Obra, estende-se em Tiphareth de Tiphareth – e não se esqueça que o Magus do Aeon, o CHRISTO, o Senhor THERION, é crucificado em Tiphareth de Chokmah, e o Adeptus bebe Seu sangue e come Sua carne para sustento. E a Grande Obra – o Cruzamento do Abismo entre Kether de Chesed e Malkuth de Binah – ainda se encontra muito longe de você. Ou de mim.

Você entende, criança? Você conseguiu muito; mas será muito pouco se você não perceber o quanto mais falta atingir. Por favor aja a partir da perspectiva de seu novo adquirido ponto de vista. Obedeça seu superior, que agora sou eu. O que ele pede? Pede ele algo repugnante ao seu orgulho como homem?, ou seu direito como irmão? Ele pede que você obedeça, não a ele, mas ao Livro da Lei; ele pede a você que, na próxima vez que editar a Missa Canonica da ordo templi orientis , o encaderne em vermelho e ouro, que são as heraldicas cores da Rosa Cruz (a ordo templi orientis é uma Ordem Rosacruciana, uma das poucas – não sabia?) ao invés do negro dos Romanos e seus bastardos filhos os protestantes. E ele nada mais pede a ti.

Se você não se importa com minha autoridade, eu não tenho a intenção de impo-la com ameaças ou coerções. Mas eu lhe aviso, mais uma vez, que você está errando contra você mesmo e seus seguidores por esquecer AL, e agora também o Mestre THERION. Se continuar assim, certamente será destruido; e desde que vangloriou-se uma vez, em circunstâncias similares ao nosso então Superior, Saturnus, que “suas publicações vão agora em quarenta diferentes países”, ou similar número, eu lhe relembro que acumular bens em Malkuth não é a mesma coisa como tornar-se uma Pedra em Yesod – que a fórmula de manipulação da matéria sobre somente um plano é a fórmula de ALIM, não de ELHIM – e que a Igreja Romana, também cresceu tornando-se o mais forte poder temporal no mundo — e veja o que ela fez à humanidade como resultado disto! ” Que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro se ele perder sua eterna alma? “Você somente pode atuar eficientemente sobre um plano se trabalhar de um plano acima dele. É somente então que você introduz um novo, verdadeiramente criativo fator na equação.

De outra maneira, apenas estará permutando os termos já existentes. Você está preso à Roda de Samsara – saia dela. O karma do homem lunar (veja o Upanishad para este homem “lunar”) é sempre um círculo vicioso. Mas a força serpentina é uma Espiral! A Fraternidade Negra, as Demonícas Legiões e Chorozon somente podem atacar através do ego… Eu repito isto para que você possa entender porque sua desobediência não é sintoma de independência, mas de desordem da personalidade.

Você também está orgulhoso do crescimento material de sua organização; mas nenhuma corrente é mais forte de que seu mais fraco elo. E veja o que você, o líder de seu movimento, está fazendo quando blasfema AL, cita incorretamente o Mestre Therion, e ignora as Cores Heraldicas das Hostes do Sol! Por favor, tente perceber que isto é o efeito das constantes ondas da corrente demoníaca diariamente atacando seu ego; você não percebe que existem padres jesuitas determinados a se aproximarem de ti, tentando submete-lo? Você não sabe que as Missas de “Jesus” – isto é, o Grande Príncipe do Mal deste Mundo que Abramelin chama de Satã – são diáriamente, talvez toda hora, sendo rezada “para sua alma”? Estas forças das águas da morte continuamente assaltam sua personalidade e invadem sua alma? Elas somente são úteis a você no senso em que provocam sintomas indicando que pontos do Ego ainda é necessário destruir, que porção da matéria ainda está unido ao Corpo Solar que por sua aspiração e trabalho você está começando a formar dentro de sua crisalida humana. Mas necessitas passar pelas Águas além da Morte e além da Vida. Não é coincidência que Schlag está vivendo na Suiça. Eu sei que você tem mandado material para ele. Outro exemplo de sua cegueira.Não percebe que isto significa que você voluntariamente formou um elo com ele?

Não percebe que está lhe dando satisfação do que você faz? Ele mandou material dele para você? Ele está fazendo muito mais alarde sobre Thelema do que pode aqui no Brasil; e quando eu comecei meu próprio trabalho aqui, eu desejei colocar pessoas interessadas na ordo templi orientis em contato com você – mas como poderia? Eu fui forçado a avisá-los contra você, por motivo de sua blasfêmia e sua tolice, e porque está fazendo exatamente o que o mundo demoníaco deseja que faça. Eu seu que seu pai foi Chefe da Polícia Secreta Suíça, e que assim você é capaz de manter um fichario sobre as atividades de Schlag. Peço-lhe o favor de me enviar uma cópia deste fichario: eu pretendo publica-lo em um pequeno livro sobre os meios de trabalho da Loja Negra. Schlag anda por aí brandindo uma cópia de AL, feita a mão por A.C., escrita quando A.C. não sabia muito e a deu como presente a um discípulo, dizendo ser o original de AL (Schlag comprou o manuscrito por uma grande quantia – você diz que sabia disto). Por que? Eu lhe indico AL III, 39 e 47.. Como pode ver que Schlag evidencia maior fé em AL – de sua maneira – do que você. Ele deseja corromper o Livro – e você o está ajudando.

Ele deseja destruir Thelema, pois pensa ser ele mesmo a reencarnação de St. Germain – o “Mestre R.” dos Theosofistas – Claro, foi sua “Mala-Persona” que apareceu, em seu corpo astral, para Tranker e Arnold Krumm-Heller, e fingiu ser seu Anjo Guardião. Sobre este assunto, leia o Livro da Magia Sagrada no assunto do “homem de aparência magestosa” que surge no início da Operação e “promete muitas coisas maravilhosas”. Eu repito a você que eu sou a “reencarnação de St. Germain”, e a maioria das “estórias” a respeito de minha vida são na maioria mentiras. O livro de Charconac é o mais honesto sobre o assunto.

Não pense que Schlag, em si mesmo é importante. Ele é somente o ingênuo e a marionete de seu Anjo Maligno – um demônio Abrameliano, como eu ja disse. Em “A Visão e a Voz”, Equinócio I, v, Suplemento, pagina 143, parágrafos 1 e 2, está escrito:

“E Satan é adorado pelos homens sob o nome de Jesus”; e Lúcifer é adorado pelos homens sob o nome de Brahma; e Leviathan é adorado pelos homens sob o nome de de Allah; e Belial é adorado pelos homens sob o nome de Buddha. ” (Este é o significado da passagem em Liber Legis, Cap. III.)

“Medite então, meu amigo, sobre o poder destas quatro Entidades chamadas os Quatro Príncipes do Mal deste Mundo por Abramelin o Mago. Imagine a Tarefa do Adeptus Minor, para sobrepor e sujeitar estas forças através da intercessão de seu Sagrado Anjo Guardião. Pense como estas forças dispostas contra nós incluem praticamente toda a humanidade e os líderes “espirituais” da humanidade; as mais poderosas egrégoras formadas através de gerações e gerações de adorantes; os demônios das Qliphoth; e nossos próprios egos além disso. Como pode alguém suportar o ataque a não ser pela presença e com a bênção de Ra-Hoor-Khuit?

E assim mesmo você blasfema contra Ele e contra o Livro da Lei. Como espera fazer algum bom trabalho para THELEMA nestas circunstâncias? E se isto não fosse o bastante, você tem citado THERION incorretamente. Você é um membro da Ordem Cristã – e você insulta Christo. Você está confundindo os planos em seu presente trabalho – com mortais resultados para a humanidade, a qual – se tu és um Irmão da A.·.A.·. você está jurado a ajudar.

Esta é minha última carta a ti. Não mais escreverei a não ser que receba algum tipo de evidência que você retornou a Si Mesmo – a seu Verdadeiro Eu – finalmente. Lembre-se de que o verdadeiro sintoma da primeira ordália – de prata – é o que está acontecendo com você; e lembre-se que triunfo na ordália é mostrado por desejar servir. Você pode ser de grande valor para Thelema, para Ti Mesmo, e portanto para mim mesmo, se cumprir a sua vontade. Mas esteja certo de não mais citar erradamente Therion, e que insultar o Sangue e Ouro do Sol não pode ser sua vontade, ou a Vontade de seu Anjo Guardião, ou a vontade de qualquer simples coisa vivente no Universo.

Amor é a lei, amor sob vontade.

Fraternalmente (por enquanto),

Marcelo Motta

 

Postagem original feita no https://mortesubita.net/thelema/carta-a-hermann-metzger/

O Livro Que Leva À Loucura: Excalibur

No momento em que escrevemos, um iate luxuosíssimo percorre os oceanos do globo. Traz bandeira que não é de nenhum país conhecido ou desconhecido. Tem a bordo um certo número de guardas armados, pois muitas vezes tentou-se forçar o cofre-forte do capitão; esse cofre-forte contém um livro muito perigoso cuja leitura torna louco o que lê e se chama Excalibur.

Para que essa história seja compreensível, é preciso referir-se à vida do proprietário do iate, um americano chamado Lafayette Ron Hubbard, e à suas duas descobertas, a dianética e a cientologia. A história de Hubbard foi, geralmente, contada de forma humorística por Martin Gardner no livro “Os mágicos desmascarados” e por mim mesmo em “Rir com os Sábios”. Mas um certo número de fatos novos, aparecidos no curso dos dois últimos anos, tendem a fazer admitir que tal história não é apenas extravagante. Tentarei contá-la de maneira a mais neutra possível.

Lafayette Ron Hubbard é, indiscutivelmente, um explorador e um oficial da marinha americana, extremamente corajoso. Foi também – não escreveu muito no gênero – um dos melhores autores americanos de ficção científica e do fantástico. Entre seus romances traduzidos em francês, citamos Le bras droit de la mort (Hachette).

A melhor parte de sua obra, no que concerne à ficção científica e ao fantástico, foi escrita antes da guerra de 1940. durante essa guerra, em virtude de um ferimento que recebeu num combate com os japoneses, Hubbard sofreu a experiência da morte clínica. Foi reanimando, mas parece ter-se conscientizado que não o fora por vias normais, e ter tido percepções e sensações que nunca pôde suficientemente explicar.

Assim é que, depois da guerra, ele passou a meditar, sistematicamente, sobre o sistema nervoso humano. Acabou concebendo uma nova teoria que batizou de dianética, que comunicou a John Campbell, célebre editor de ficção-científica.

A dianética era uma espécie de psicanálise própria para seduzir os americanos. Estes são, com efeito, ávidos pelo “Faça você mesmo”, e a dianética permitia exercer seus talentos sobre qualquer um, sem necessidade de qualquer prévio estudo.

A teoria geral da dianética admite, como Freud, um inconsciente, mas enquanto o inconsciente freudiano é extremamente astucioso – era copiado do diabo – o inconsciente de Hubbard é sobretudo estúpido. Ele nos obrigava a fazer as piores asneiras, pois era totalmente literal e incapaz de transcender o significante, e composto de registros ou engramas (Hubbard usa esse termo científico num sentido que não lhe é dado normalmente).

O inconsciente de Hubbard forma muito cedo, notadamente durante a vida do feto. E basta, sempre segundo Hubbard, que se diga à uma mulher gestante “você se obstina em andar à esquerda” para que a criança, tornada adulta, cai, sem resistência, para um esquerdismo extremado!

Se chegássemos a desembaraçar um cérebro de todos esses significantes, anuncia triunfalmente Hubbard, produziríamos um sujeito perfeitamente “claro”. Esse sujeito “claro”, desprovido de qualquer complexo, inteiramente são espiritualmente, constituiria o embrião de uma espécie humana nova, próxima ao sobre-humano. Isto poderia ser conseguido através de simples conversa com o sujeito, utilizando técnicas que Hubbard descrevia em seus artigos de “Astounding Science-Fiction” ou em seu livro “Dianetices”, que, imediatamente aparecido, se tornou um best-seller.

Hubbard começou por tratar sua mulher. Logo que se tornou “clara”, ela pediu o divórcio, o que obteve. Tratou, em seguida, de um amigo, que logo que ficou “claro”, matou sua mulher e se suicidou. Então, a popularidade da dianética tornou-se imensa. Por volta de 1955, os americanos que se tratavam pela dianética eram milhares. Os resultados não foram tão sensacionais como no começo, mas esse pequeno jogo de salão fez logo concorrência à psicanálise.

A psicanálise tem, evidentemente, a vantagem de aplicar-se aos animais. Há nos Estados Unidos psicanalistas para cães, e não se conhecem técnicos da dianética para cães. A dianética, ao contrário, tem a vantagem de ser rápida, pouco custosa, e de apresentar a “psique” humana, não em termos complicados, mas segundo diagramas bastante iguais àqueles que permitem a qualquer um instalar em casa uma campainha elétrica. E antes de tudo, é mais reconfortante.

Certos psicanalistas foram também tratados, e sem tornar-se absolutamente “claros”, reconheceram que a tal dianética lhes fazia bem. Quando se lê Hubbard, não se tem a impressão de que ele é mais louco que Reich ou Ferenczi. Talvez menos. E no que concerne às lembranças formadas durante a vida do feto, Hubbard parece ter razão. O fenômeno parece ter sido clinicamente verificado, e põe um problema que não foi resolvido: como o feto, que não tem ainda um sistema auditivo, pode entender o que se diz ao seu redor? No entanto, ele o faz, isto é certo.

O que quer que seja, não se pode dizer que a dianética seja mais ou menos louca que a psicanálise. Todas as duas “caminham” menos bem que os métodos do sacerdote budista primitivo, mas caminham. Há em todo psíquico um tal esforço para o equilíbrio, que não importa qual a técnica usada para amenizar provisoriamente um psiquismo defeituoso. Tal amenização, evidentemente, não é durável, só os métodos químicos realmente podem curar.

A dianética parecia destinada a ser apenas um desses métodos curiosos como existem tantos, e foi assim que todos a consideraram. Somente que a história só estava começando. Tendo refletido sobre os defeitos da dianética, Hubbard chegou à conclusão de que esta não tratava senão das cicatrizes psíquicas devidas aos acontecimentos dessa vida terrestre, e em nenhum caso as feridas adquiridas em vidas anteriores. Criou uma nova disciplina: a cientologia.

A dianética foi um fogo de palha, mas a cientologia, com um desenvolvimento lento e progressivo, conheceu um crescimento constante que fez com que, em 1971, o movimento cientologista constituísse uma força mundial que inquietou muita gente. Tal movimento tem muito dinheiro, não se sabe de que fonte. As partes de Hubbard no trabalho original lhe trouxeram uma riqueza enorme, fala-se em dezenas de milhões de dólares.

Hubbard escreveu outros livros além de “Scientology”. Notou pela informação de amigos próximos, algumas lembranças de suas vidas anteriores. Tais lembranças, segundo ele, provinham de uma grande civilização galáctica da qual somos uma colônia perdida.

Reuniu essas lembranças num livro chamado Excalibur, que deu a ler a alguns voluntários. Estes ficaram loucos e estão, segundo o que sei, internados.

Nem a dianética, nem a psicanálise, nem a cientologia, nem mesmo os medicamentos que se conhece puderam fazer algo por eles. Hubbard continuou a navegar nos oceanos e a tomar notas, enquanto desconhecidos tentavam forçar seu cofre e ler o Excalibur. Durante esse temo, a cientologia desenvolveu-se a um ponto tal que chegou a inquietar. Foi assim que Charles Manson, assassino de Sharon Tate, declarou que era o representante local da cientologia. Os cientólogos negaram e Hubbard mesmo afirmou que denunciara Manson ao FBI como sendo um perigoso diabolista. Os cientólogos são acusados de dominar pessoas, de controlá-las, de teleguiá-las e de visar, com isso, à possessão do mundo.

Respondem com calma, que se dizia a mesma coisa dos primeiros cristãos.

São extremamente numerosos, sem que se possam citar cifras. Mas em 1969, uma associação inglesa que lutava por uma medicina mais racionalista e por uma condenação mais severa às medicinas paralelas, denunciou-os logo todos os cientólogos ingleses se inscreveram na associação e ficaram sendo a maioria rapidamente. O que prova serem eles bastante numerosos.

Certos países falam em proibir a cientologia, mas, pelo que sei, isto nunca foi feito em parte alguma. Os meios materiais enormes de que dispõem os cientólogos lhes permitem inundar literalmente o mundo de jornais, revistas, documentos. A inscrição em um curso de cientologia não é onerosa e não é isto que dá recursos ao movimento. O conselho administrativo da sociedade que, em diversos países, é registrado conforme as leis locais, reconhece que é um bom negócio. Mas sem precisar exatamente como funciona esse bom negócio.

Um dos dirigentes da cientologia inglesa declarou à imprensa: “Se alguém procura atacar-nos, investigamos sobre ele, e encontraremos algo de desfavorável que traremos ao conhecimento público”. Isto efetivamente se produz, o que significa que a cientologia ou possui excelentes recursos de espionagem, ou meios para utilizar as melhores agências de detetives privados.

A cientologia não parece ser política, se bem que se denuncie, periodicamente, tal organismo como um novo nazismo ou, pelo menos, como uma variedade do rearmamento moral. Isto não parece estar provado. O que parece certo é que a cientologia drena para si clientes não somente de cultos marginais e pequenas seitas ocultas, mas de religiões tão bem estabelecidas, como o cristianismo, ou do marxismo. Ela está em progresso no plano do número e no plano do poder. Os que zombaram de Hubbard, e eu me coloco entre esses, estão, talvez, rindo muito cedo. O fenômeno da cientologia é muito curioso, e não foi ainda suficientemente estudado.

A cientologia atraiu muitos escritores de ficção-científica, mormente Van Vogt (autor do famoso best-seller “Le Monde des Ô) que, durante certo tempo, abandonara a ficção-científica para se ocupar, exclusivamente, da cientologia. Esta não renega a dianética, mas acrescenta um conteúdo suplementar que não se pode qualificar senão como visionário. E evidentemente Hubbard, sob seu aspecto exterior de aventureiro positivo e de engenheiro instruído, é um visionário. Parece que teve uma visão quando esteve sob morte clínica, e que teve outras depois. Infelizmente, não disse grande coisa sobre os dirigentes da cientologia, que parecem acolher no movimento homens de negócios, mas também outros personagens.

Ao nível do contato com o público, ao nível, igualmente, do ensinamento elementar da cientologia, encontram-se pessoas extremamente convencidas e, ao que parece, sinceras. Não saberia dizer exatamente o que se passa em nível superior. Em conseqüência da filosofia de Max Weber, chama-se geralmente “efeito carismático” a influência de um ser humano sobre outro. A cientologia agrupa pessoas que possuem efeito carismático muito elevado.

O que quer que seja, a reunião de membros de um grupo de cientologia ao redor de seu chefe, e por causa de cientologia geral, é de uma natureza fanática. A tal ponto que muitas queixas apareceram contra os grupos.

Contrariamente à Golden Dawn, a cientologia tornou-se uma central de energia que exerce um poder real passavelmente inquietante. O que não aconteceu com a dianética. Qualquer coisa foi injetada na estrutura de um movimento que estava declinando e que parecia uma seita dissidente e simplificadora da psicanálise; e esse movimento foi transformado em instrumento utilizado para fins que não sabemos ainda. O período da diversão acabou e podemos perguntar o que foi introduzido na dianética para criar um movimento assim tão dinâmico como é a cientologia.

Como no início de todas as religiões há um Livro, a esta cabe o livro Excalibur que, ao invés de ser difundido, é cuidadosamente guardado como o talismã secreto da nova religião. O fenômeno é curioso, pois em casos análogos como os Mórmons ou os Babistas, o livro-base – livro de Joseph Smith para os Mórmons, Profecias de Bab para os Babistas – foi largamente difundido. No que concerne à cientologia, assiste-se, ao mesmo tempo a um esforço extremamente moderno de propaganda e a uma organização que esconde um livro secreto que se poderia dizer maldito. Não se sabe o que aconteceu às pessoas que o leram: tornaram-se loucos simplesmente lendo-o, ou tentaram certas experiências?

(Respondo aqui à uma questão que me é feita com freqüência: por que não tentei transformar o movimento nascido do “Despertar dos Mágicos” e de “Planète” numa espécie de pára-religião? Responderia simplesmente que num estado de ignorância total da dinâmica dos grupos humanos, pareceu-me extremamente perigoso lançar novos movimentos pára-religiosos. Numa admirável novela de Catherine Mac Lean, “O efeito bola de neve”, que traduzi para o francês para o “Nouveau Planète nº 2”, vê-se um grupo de senhoras que se ocupam, numa pequena vila americana, de coletar vestimentas, arrumá-las e dá-las aos pobres. Sociólogos imprudentes lançaram a esse grupo uma estrutura dinâmica que acabou virando uma bola de neve que foi pegando outros grupos. E esse microcorpúsculo acabou conquistando o mundo… Esse tipo de coisa é, ao meu ver, inteiramente possível, e por isso cuidadosamente cortei qualquer tentativa de formação de uma pára-religião a partir do movimento Planète.)

Ao nível do público, o ensinamento cientológico parece-me bastante com a dianética primitiva, sob uma forma mais razoável. Pretende-se aumentar a intensidade da consciência em pessoas tratadas, e talvez o consiga. Isto não acontece sempre. Por exemplo, o autor de ficção-científica americano Barry Malzberg conta no início de 1971 como tendo visto no metrô de New York, cartazes de propaganda de cientologia, decidiu tomar lições. Isto não o levou adiante, mas talvez não tivesse boas vibrações iniciais…

O que é ensinado em nível superior, ignoro-o. A literatura de promoção diz respeito a informações provenientes de épocas em que a Terra não era ainda uma colônia perdida, mas fazia parte da humanidade galáctica. Isto parece ficção-científica, mas a bomba de hidrogênio e a viagem à Lua pareciam também. Seria preciso ver a coisa mais de perto.

É interessante notar igualmente que a cientologia se declara perseguida por pessoas bastante análogas no fundo, àquelas que chamo Homens de Preto, cuja existência postulo neste livro.

Deixando de lado Hubbard, que parece fora de circuito, voluntariamente ou não, não se sabe muito bem o que está atrás da cientologia. Cai-se num paradoxo bastante curioso: por que os homens e mulheres da Golden Dawn, tão brilhantes e por vezes geniais, não chegaram a criar um centro de energia? E por que os indivíduos anônimos da cientologia conseguiram isto?

Pode-se tirar razões da dinâmica dos grupos. Não se pode, talvez, formar um grupo juntando gente de personalidade poderosa. É preciso, quem sabe, uma hierarquia que parece existir na cientologia e que não parece ter existido de maneira marcante na Golden Dawn.

Pode-se dizer ainda, com certa ironia, que a Golden Dawn dirigia-se a uma elite muito limitada de pessoas excepcionais, enquanto que a cientologia se dirige a pessoas medianas.

Os membros dos grupos cientologistas me sugerem uma terceira resposta: para eles, a cientologia se mantém porque é científica, enquanto a Golden Dawn era um amontoado de superstições e práticas mágicas.

É-me difícil considerar esta resposta válida, pois a leitura de documentação que a própria cientologia difunde, mostra que não se trata de uma ciência, ao menos no sentido habitual do termo. É uma mística análoga ao freudismo. Como o freudismo, é preciso aceitar sem discutir afirmações das quais não se tem nenhuma prova. Ademais, enquanto a Golden Dawn parece ter resolvido o grande mistério do despertar, não se vê nada análogo na cientologia. E, contudo, esta prospera e prospera, segundo uma estrutura que parece aquela pra a qual tendia a Golden Dawn.

Como na Golden Dawn, trata-se de um apelo às forças profundas e desconhecidas que existem nos domínios que a psicologia corrente, mesmo aperfeiçoada por Jung, não pode alcançar e dos quais nega a existência. Para a Golden Dawn, eram os “planos superiores” existentes acima do despertar. Para a cientologia, trata-se de um super-hiper-inconsciente estendendo-se ao passado até épocas que nenhum código genético razoável pode dar conta. Certos documentos cientológicos falam de setenta e dois milhões de anos. Parece muito.

Evidentemente, é fácil taxar esse tipo de idéia de aberração, o que estou tentado a fazer. Entretanto, a existência do fenômeno não é duvidosa, e pode-se perguntar até onde se desenvolverá.

A dinâmica marxista da História não tem mais base científica como o Prêmio Nobel Jacques Monod acaba de mostrar pela nona vez no “O Acaso e A Necessidade”. O que não impede que um homem, em cada dois, viva em regimes marxistas.

Numa mesa-redonda sobre as viagens à Lua, ouvi um erudito do Islão dizer que a Lua era habitada. A viagem lunar não o provou, mas isto não abalou o Islão.

Uma vez que um grupo humano tenha começado a fazer bola de neve sob o efeito de forças dinâmicas das quais tudo ignoramos, é extremamente difícil, e talvez impossível, pará-la. Não está, em todo caso, excluído que a cientologia dá a uma certa juventude o que o esquerdismo e o LSD não puderam dar, e não se vê expandir-se eventualmente sustentada pelas armas.

Por isso, essa questão de saber o que existe exatamente do Excalibur, de saber até que ponto a doutrina secreta da cientologia, se há uma, deriva de um livro maldito, merece ser examinada. E não penso que se possa elucidar esse gênero de problema dizendo simplesmente que Deus está morto, e que é preciso qualquer coisa ou alguém que o substitua. Penso que houve químicos, antes que se descobrisse o átomo e a teoria exata da química baseada sobre a mecânica ondulatória.

Da mesma maneira, estou persuadido de que há praticantes da dinâmica de grupo, incapazes de explicar o que fazem, no entanto obtém resultados, enquanto que um sociólogo médio seria incapaz de eleger-se numa vila de cinqüenta habitantes.

Penso que Hitler ou Hubbard fazem parte desses sociólogos amadores que obtém de maneira empírica resultados espantosos.

No meu entender, entretanto, esses praticantes só podem funcionar se atrás deles houver um grupo de organizadores ou de planificadores. Sabemos muito bem qual o grupo que se encontrava atrás de Hitler, ignoramos tudo sobre o grupo que se encontra atrás de Hubbard, e notadamente sobre o financiamento das operações, e seus objetivos definitivos. Se há, realmente, atrás de Hubbard um livro maldito, seria desejável que ele tivesse feito dele muitas fotocópias e que as tivesse colocado em lugar seguro, espalhando-as pelo mundo. Se não, eu não ficaria surpreso se um dia o seu iate sofresse um acidente.

A teoria de Hubbard é falsa certamente, mas dá, talvez, resultados justos. Não é a primeira vez que esse tipo de coisa acontece.

Não se fez, ainda, estudo sociológico sobre as pessoas atraídas pela cientologia. A dianética, como a psicanálise, atraiu principalmente loucos. Freud mesmo, numa primeira fase de sua carreira, ao que indica, parece ter ficado louco furioso: praticava a numerologia, e acreditava nas piores superstições. Diz-se que ele ficou são em sua segunda fase, depois que fez sua auto-análise, mas tenho dúvidas.

Como diz, justamente, G. K. Chesterton: “O louco não é aquele que perdeu a razão; o louco é aquele que perdeu tudo, menos a razão”. A cientologia começou a entrar numa fase em que atrai em massa pessoas que poderíamos chamar de normais? Em que proporção? Isto seria interessante saber.

Gostaria muito, correndo os devidos riscos e perigos, de dar uma olhada no Excalibur.

por Jacques Bergier

Postagem original feita no https://mortesubita.net/realismo-fantastico/o-livro-que-leva-a-loucura-excalibur/

Como Surgiu a Ordem Demolay?

Em 1919 após os esforços do Maçom Frank Sherman Land ao ajudar um rapaz, que perdera seu pai no ano anterior, a achar um emprego. O nome desse garoto era Louis Gordon Lower e na época tinha 17 anos.

Apaixonado pelos ideias de Maçonaria, Frank S. Land dentro de alguns meses estruturou a Ordem DeMolay com os princípios essenciais para formação do jovem.

Teve ajuda de Arthur Marshal que escreveu o Ritual dos Trabalhos Secretos do Grau Iniciático e Grau DeMolay em uma única noite, como que por inspiração Divina.

DE ONDE VEM O NOME “DEMOLAY”?

Jacques DeMolay foi o ultimo Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, eleito em 1298 d.C., numa época em que a Terra Santa já não estava mais sobre o controle do Cristianismo.

O Rei da França na época, Felipe IV, também conhecido como “o Belo” e “Rei de Ferro”, subjugou os Templários com ajuda do Papa Clemente V visando se apoderar de toda riqueza dos Templários. Seus esforços foram em vão, pois, já prevendo as ações do Rei, os Templários esconderam e fugiram com todos seus tesouros.

Jacques DeMolay foi preso em 13 de outubro 1307 d.C. e torturado até o dia 18 de março de 1314 d.C quando foi queimado vivo em frente a Catedral de Notre-Dame de Paris. Sob tortura muitas vezes confessou as acusações criadas pelo Rei, pelo Papa e por seus cúmplices para incriminar a Ordem do Templo, porém sempre retirava suas palavras afirmando terem sido extraídas devido a dores da tortura. Nesses anos de tortura Jacques DeMolay não revelou a identidade de nenhum de seus irmãos e não confessou para onde fora mandado o tesouro da Ordem que se encontra perdido até os dias de hoje.

E foi esse personagem que inspirou Frank S. Land, Frank A. Marshall e os nove primeiros garotos que formaram a Ordem, tornando-se o nosso Patrono.

CÓDIGO DE ÉTICA DEMOLAY

Um DeMolay serve a Deus;

Um DeMolay honra todas as mulheres;

Um DeMolay ama e honra seus pais;

Um DeMolay é honesto;

Um DeMolay é leal a ideais e amigos;

Um DeMolay executa trabalhos honestos;

Um DeMolay é cortês;

Um DeMolay é sempre um cavalheiro;

Um DeMolay é um patriota tanto em tempo de paz quanto em tempo de guerra;

Um DeMolay sempre permanece inabalável a favor das escolas públicas;

Um DeMolay é o orgulho de sua Pátria, seus pais, sua família e seus amigos;

Um DeMolay por preceito e exemplo, deve manter os elevados níveis aos quais ele se comprometeu.

Texto do excelente site Esoterismo Demolay

#Demolay

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/como-surgiu-a-ordem-demolay

O Sexo e a Morte

Ao contrário do que uma análise superficial possa dar a entender, muitas são as relações entre o sexo e a morte. Para começar, na história da vida, eles nasceram praticamente juntos: até 1 bilhão de anos atrás, só existia vida na Terra na forma de organismos unicelulares, o que vale dizer, não existia sexo nem morte, pois um organismo unicelular se reproduz sem necessidade de uma cópula, apenas dividindo-se em dois, e ao fazê-lo, ele “morre” como indivíduo, e as duas células em que se dividiu constituem sua descendência.

Parece prático, mas atravanca a evolução, que, como se sabe, depende da rápida transmissão aos descendentes das mutações “boas”, assim consideradas por significarem adaptações evolutivas. É do interesse da espécie, portanto, que a linhagem dos portadores das adaptações evolutivas prospere o quanto antes. Mas como cada célula dá origem uma linhagem única e específica, cada uma delas é como uma gota no oceano. Até que os portadores das mutações “boas” se tornem majoritários, decorrerá um tempo imenso.

Foi então que surgiu o sexo e a morte. Agora, para haver reprodução, não basta que cada organismo faça cópias de si mesmo, ad infinitum. É necessário haver, não uma cópia, mas uma combinação, e é justamente isto o que oferece a reprodução sexuada. A cada cópula bem-sucedida, embaralham-se novamente os genes, produzindo uma variedade de resultados. Tal como no pôquer, teremos jogos bons e maus. Um único exemplar masculino, oriundo de um jogo “bom”, pode transmitir suas boas cartas a uma variedade de fêmeas, dando origem, não a uma única, mas a várias linhagens. E depois? Bom, aí que entra a morte. É do interesse da espécie que as gerações novas, por serem portadoras das adaptações evolutivas, tornem-se majoritárias o quanto antes. Mas se os exemplares das gerações antigas, ainda mal adaptadas, tiverem um tempo de vida demasiado longo, eles passarão a fazer concorrência aos jovens, retardando-os em seu percurso. É necessário que os velhos desapareçam – e é para isto que há a morte [1].

Na verdade, o que a visão estritamente materialista nos traz – no sentido de tratar apenas da evolução física das espécies – é esta lição ancestral de que, sem sexo e sem morte, não haveria tamanha evolução de seres tão complexos quanto praticamente qualquer animal que vemos a olho nu, e inclusive o próprio homo sapiens. Em suma, para a natureza, o sexo e a morte se complementam, o primeiro atuando como agente potencializador da evolução, o último atuando como agente renovador.

Mas eis que surge a consciência e com ela tantas e tantas perguntas sem resposta. Se somos a forma do Cosmos conhecer a si mesmo, por vezes tememos que nada em todo Cosmos fosse capaz de aplacar nossa angústia perante a existência… Por isso não é de surpreender que tenha surgido nossa distinta visão espiritual do mundo, evento talvez exclusivo do homo sapiens, o que o destaca definitivamente de todos os outros seres terrestres na árvore da vida.

No ato do sexo profundo, realizado não somente com o corpo, mas também com alma, há um momento de êxtase onde a consciência é subitamente alterada, em muitos casos perdida ou esquecida… Nas tradições espiritualistas do Oriente, o sexo profundo é também chamado de pequena morte. Existe uma relação interessante entre ambos, a nível de processo de consciência e não apenas físico e material: ambos são uma espécie de encontro – no sexo encontramos o amor presente em outro ser afim; na morte, encontramos o amor presente no eterno renovar da vida. Pois que seria a vida, afinal, que não um supremo ato de amor, de criação? E o que seriam o sexo e a morte, senão os mecanismos pelos quais a vida segue o seu rumo?

Mas há que se ter uma visão equilibrada entre tais polos aparentemente opostos, para se conquistar um conhecimento abrangente em relação a existência, uma distinta paz de espírito própria dos sábios de outrora, das mais diversas tradições espiritualistas, que souberam tratar o sexo e a morte como dois lados da mesma moeda, como componentes sagrados da própria vida…

Sem tal equilíbrio, a sociedade se vê envolta em uma “esquizofrenia do politicamente correto”. Desde o advento do cristianismo até poucas décadas atrás, o Ocidente – e este é só um exemplo, pois os polos se alternam – passou por um longo período de aversão a exposição pública do sexo. Tal qual bonobos arrependidos, os homens e mulheres certamente continuaram a fazer sexo, e bastante, mas precisavam ocultá-lo da sociedade, e por vezes confessá-lo, em extrema vergonha, ao deus do confessionário. Interessante de se notar, entretanto, que nessa época a morte não era algo abominável – pelo contrário, era bastante comum a família toda, inclusive as crianças, se reunirem em torno de um parente moribundo, em sua própria casa, em sua própria cama, para se despedirem. O sexo era sujo, mas a morte era a promessa de purificação na vida eterna.

Após tanta supressão do sexo, a polaridade havia de se inverter. Então veio o pós-modernismo, o rock and roll e a revolução sexual do Ocidente. Desta feita, o sexo e o prazer eram exaltados e cada vez mais expostos a toda a sociedade – não importa se alguns não estavam tão interessados, era a época do advento da mídia de massa. E todos precisavam ver os exuberantes corpos nus de homo sapiens, a se admirar e se roçar tal qual bonobos ferozes: todos precisavam experimentar. Ser virgem era subitamente o mais novo pecado!

Mas, se o sexo era agora algo tão belo e prazeroso, a morte por sua vez tornara-se medonha e obscura. Até mesmo o envelhecimento haveria de ser mascarado. Era preferível morrer jovem, por alguma overdose sensorial, do que sequer imaginar habitarmos um corpo envelhecido e decrépito. E eis que a própria morte em si deveria ser algo disfarçado, “resolvido” e esquecido o quanto antes. Não se trazia mais os moribundos para morrerem em casa, mas os mantinham até onde fosse possível nos hospitais. As CTIs se tornaram o purgatório, e a cerimônia do velório um ritual macabro, do qual todos haviam de comparecer com certo asco, e fugir o mais breve possível, e daí esquecer…

Então, como diria o Dalai Lama, passamos a viver como se jamais fossemos morrer, e a morrer como se não tivéssemos vivido. Que nessa anestesia mental, ora ignoramos o sexo, ora ignoramos a morte. Mas nada parece ter resolvido nossa angústia: nem a espiritualidade superficial das religiões de barganha, nem a ciência superficial do modernismo tecnológico que pretende que seres sejam máquinas. Que não é pelo pagamento de orações, pelo recitar repetitivo de dogmas esquecidos, ou pela insistência em reconstruir nosso corpo, na esperança que pareça “eternamente jovem”, que encontraremos a solução.

A solução está tão somente em pensar, em abrir os olhos e ver, e assim melhor viver… E vivendo, conhecer a si próprio, o próprio corpo e cada uma de suas rugas, a própria mente e cada um de seus medos, o próprio espírito e cada uma de suas sombras. E quem sabe nalgum dia compreender, como os sábios de outrora, e de hoje, que desde épocas imemoriais, desde muito antes do despertar de nossa consciência, tudo já era assim: não existe propriamente nem o sexo nem a morte, mas antes de tudo, apenas o amor a gerar esse oceano de vida, em constante renovação.

***
[1] Boa parte dos três primeiros parágrafos foi retirada de um artigo do escritor Pedro Mundim.

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#Espiritualidade #biologia #amor #sexo #morte

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-sexo-e-a-morte

Cristianismo ou Igrejismo?

O CRISTIANISMO E O CATOLICISMO OU IGREJISMO

(Extraído do Livro: O Ministério do Homem Espírito, de Louis Claude de Saint Martin)

“A principal reprovação que apresento contra eles é que a cada passo, confundem Cristianismo com a Igreja (Catolicismo). Vejo frequentemente, célebres mestres literários atribuírem à religião obras de famosos Bispos que muitas vezes se desviam enormemente do espírito do Cristianismo. Vejo outros num momento, sustentarem a necessidade dos mistérios (sacramentos, etc.) em outro, tentarem explicá-los afirmando, mais uma vez que a demonstração de Tertuliano sobre a trindade pode ser compreendida até pelos mais simples. Vejo como se vangloriam da influência do Cristianismo na poesia, ainda que concordem em alguns casos, que a poesia se alimente do erro! Vejo como se desorientam com relação aos números rejeitando, com razão, as especulações fúteis que emergiram do abuso desta ciência, afirmando que o três não é engendrado, que segundo a expressão atribuída à Pitágoras, este número deve existir sem uma mãe, enquanto que a geração de nenhum número é mais evidente que a geração do número três; o dois é claramente sua mãe, em todas as ordens, natural, intelectual ou Divina; a diferença é que na ordem natural, esta mãe engendra a corrupção, assim como o pecado engendrou a morte; na ordem intelectual, engendra variabilidade, como podemos observar pela instabilidade de nossos pensamentos; na ordem Divina, engendra a fixidez, com é reconhecida na Unidade Universal. Em resumo, apesar do brilhante efeito que suas obras possam produzir, não consigo encontrar aquele alimento substancial que a inteligência exige, a saber, o verdadeiro espírito do Cristianismo, encontro, sim, o espírito do Catolicismo. Ora, o verdadeiro Cristianismo é anterior, não só ao Catolicismo, mas ao próprio nome Cristianismo que não é encontrado nos Evangelhos, embora o espírito deste nome esteja bem claramente expressado e consiste, de acordo com João (I.12) no poder de se tornarem filhos de Deus ; o espírito dos filhos de Deus, ou dos Apóstolos de Cristo, que acreditaram nele, é mostrado, segundo Marcos (XVI. 20) pelo Senhor agindo com eles e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.

Neste ponto de vista, estar verdadeiramente no Cristianismo, seria estar unido com o Espírito do Senhor e ter completado ou consumado nossa aliança com Ele. A este respeito, o verdadeiro caráter do Cristianismo não seria tanto o de se tornar uma religião e sim o de ser um termo e ponto de repouso de todas as religiões e de todos aqueles laboriosos caminhos pelos quais a fé dos homens e suas necessidades de serem purificados de suas manchas, os obrigam a caminhar diariamente. É notável que, em todos os quatro Evangelhos, fundados no Espírito do verdadeiro Cristianismo, a palavra religião não é encontrada nem uma só vez; e nos escritos dos Apóstolos, que completaram o Novo Testamento é encontrada somente cinco vezes. A primeira vez que a palavra religião aparece é em “Atos dos Apóstolos” (XXVI.5 [da versão inglesa; também, Gl.I.13,14]) quando se fala da religião judaica. A segunda vez é em Colossenses (II.18) quando o Apóstolo casualmente condena o culto aos anjos. Na terceira e quarta vez, aparece em São Tiago (I.26,27) onde ele diz simplesmente: “Se alguém pensa ser religioso, mas não refreia a sua língua, antes se engana a si mesmo, saiba que a sua religião é vã”, e “A religião pura e sem mácula diante de Deus, nosso Pai, consiste nisto: em assistir os órfãos e as viúvas em suas tribulações e em guardar-se livre da corrupção do mundo”; estes são exemplos em que o Cristianismo parece se inclinar mais à sua sublimidade Divina ou condição de repouso, do que se revestir daquilo que costumamos chamar de religião. Portanto, há diferenças entre Cristianismo e Catolicismo: Cristianismo nada mais é do que o espírito de Jesus Cristo em sua amplitude, depois que este terapeuta Divino escalou todos os passos de sua missão, que teve início com a queda do homem, quando prometeu que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. O Cristianismo é o complemento da pregação de Melchisedek; é a alma do Evangelho; o Cristianismo faz com que as águas vivas, de que as nações têm tanta sede, circulem no Evangelho. O Catolicismo (a Igreja), ao qual pertence o título de religião, é uma espécie de esforço e tentativa de se chegar ao Cristianismo. O Cristianismo é a religião da emancipação e da liberdade, o Catolicismo é apenas o seminário do Cristianismo, a região das regras e disciplina para o neófito. O Cristianismo enche toda a terra com o Espírito de Deus. O Catolicismo enche apenas uma parte do globo embora se intitule universal.

O Cristianismo eleva nossa fé à luminosa região do Verbo Divino e Eterno; O Catolicismo limita esta fé à palavra escrita ou tradição. O Cristianismo nos mostra Deus abertamente, no centro de nosso ser, sem o auxílio de formas e fórmulas. O Catolicismo nos deixa em conflito com nós mesmos, pois quer que encontremos Deus oculto nas cerimônias. O Cristianismo não tem mistérios; esta palavra é repugnante para ele pois, essencialmente, o Cristianismo é a própria evidência, a nitidez universal. O Catolicismo é repleto de mistérios e seu fundamento é velado. A esfinge pode ser colocada na entrada dos templos, tendo sido feita pelas mãos dos homens; não pode ser posicionada no coração, que é a real entrada do Cristianismo. O Cristianismo é a fruta da árvore, enquanto que o Catolicismo só pode ser o adubo. O Cristianismo não faz nem monastérios e nem eremitas, porque não pode se isolar mais do que pode a luz do sol e porque, como o sol, procura brilhar em todo lugar. O Catolicismo povoou os desertos com solitários e encheu as cidades com comunidades religiosas; no primeiro caso, para que pudessem se dedicar com mais facilidade à sua própria salvação, no segundo caso, para apresentar ao mundo corrupto algumas imagens de virtude e piedade a fim de despertá-lo de sua letargia. O Cristianismo não tem secto, já que embarca a unidade e esta sendo única, não pode ser dividida.

O Catolicismo tem presenciado uma multiplicidade de cismas e sectos brotando em seu seio, o que propiciou o reino da divisão ao invés do reino da concórdia; o Catolicismo, mesmo acreditando ocupar o mais alto degrau de pureza, dificilmente encontra dois de seus membros que pensam da mesma forma. O Cristianismo nunca deveria ter realizado as Cruzadas: a cruz invisível que carrega em seu seio não tem outro objetivo senão o alívio e felicidade de todas as criaturas. Foi uma imitação falsa do Cristianismo, para não dizer outra coisa, que inventou as Cruzadas; o Catolicismo a adotou posteriormente: mas, o fanatismo as comandaram: o Jacobinismo as compuseram, a anarquia as dirigiram e o banditismo as executaram. O Cristianismo só declarou guerra contra o pecado; O Catolicismo declarou guerra contra os homens. O Cristianismo só marcha pela experiência segura e contínua; O Catolicismo marcha apenas pela autoridade e pelas instituições ; O Cristianismo é a lei da fé; O Catolicismo é a fé da lei. O Cristianismo é a completa instalação da alma do homem no rangue de ministros ou servos do Senhor; O Catolicismo limita o homem ao cuidado de sua própria saúde espiritual. O Cristianismo contínuo une o homem a Deus, já que são, por natureza, dois seres inseparáveis; o Catolicismo, ainda que use a mesma linguagem, alimenta o homem unicamente com meras formas e isto faz com que ele perca de vista o seu real objetivo e adquira muitos hábitos que nem sempre contribuem para seu benefício ou para um real progresso.

O Cristianismo baseia-se no Verbo oral, não escrito, o Catolicismo baseia-se no Verbo escrito ou Evangelho em geral e na massa em particular. O Cristianismo é um ativo e perpétuo sacrifício espiritual e Divino, tanto da alma de Jesus Cristo como da nossa própria alma; o Catolicismo que se baseia particularmente na massa, apresenta unicamente um sacrifício ostensivo do corpo e do sangue do Redentor. O Cristianismo pode ser composto apenas pela raça santa do homem primitivo, a verdadeira raça sacerdotal. O Catolicismo, baseando-se particularmente na massa, foi como a última Páscoa do Cristo, um mero degrau iniciador deste sacerdócio, pois quando Ele disse a seus discípulos “Façam isto em minha memória” eles já haviam recebido o poder de expulsar os espíritos malignos, curar doentes e ressuscitar os mortos; mas ainda não tinham recebido o que era mais importante para o cumprimento do sacerdócio já que a consagração de um padre consiste na transmissão do Espírito Santo e o Espírito Santo ainda não havia sido dado porque o Redentor ainda não havia sido glorificado (João VII.39). O Cristianismo se torna uma contínua luz crescente a partir do momento em que a alma do homem é nele admitida; o Catolicismo que fez da Santa Ceia o ponto mais alto e sublime de seu culto, permitiu que um véu fosse jogado sobre esta cerimônia introduzindo até mesmo, como disse anteriormente, na liturgia da missa, as palavras Mysterium Fidei, que não estão no evangelho e são contrárias à luz universal do Cristianismo. O Cristianismo pertence à eternidade; o Catolicismo pertence ao tempo. O Cristianismo é o termo; o Catolicismo, com toda a majestosa imposição de suas solenidades e a sagrada grandiosidade de suas orações é apenas o meio. Finalmente, é possível que haja muitos católicos, que ainda, sejam incapazes de julgar o que é o Cristianismo; mas é impossível para um verdadeiro cristão não ser capaz de julgar o que o Catolicismo é e o que deve ser.” – (Louis Claude de Saint Martin; O Ministério do Homem Espírito).

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REFERÊNCIAS:

Saint Martin, Louis-claude de – O MINISTÉRIO DO HOMEM ESPIRITO, Ed. AMORC, ano 1994;

S.C.A: http://www.sca.org.br/artigos/Cristianismo_e_Catolicismo.pdf

#catolicismo #Cristianismo #Evangélicos #Martinismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cristianismo-ou-igrejismo

Kabbalah Hermética

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Começa hoje o Projeto do Livro de Kabbalah Hermética! Durante os próximos 60 dias, acompanhando todos os 49 dias do Sefirat ha Omer, faremos a campanha de divulgação deste que será o maior projeto de Kabbalah Hermética já feito em língua portuguesa.

Todos que apoiarem o Projeto nas próximas 48 horas receberão de presente (além das Metas que alcançarmos) um cupom de desconto de 50% para qualquer compra nos meus cursos do EADeptus (o que é uma excelente notícia, pois o Curso de Qlipoth, a Árvore da Morte, começa agora dia 18/04).

A Kabbalah Hermética é baseada na Cabalá judaica, adaptada para a Alquimia durante o período medieval, servindo de base para todos os estudos da Rosacruz, Maçonaria, Golden Dawn e praticamente todas as Ordens Herméticas a partir do século XIX.

Ela envolve todo o traçado do mapa dos estados de consciência no ser humano, de extrema importância na magia ritualística. Em suas quase 700 páginas ricamente ilustradas, o livro aborda as diferenças entre a Cabalá Judaica e Kabbalah Hermética, a descrição da Árvore da Vida nas diversas mitologias, explicação sobre os Elementos da Alquimia, Planetas, Números, as Sephiroth (Keter, Hochma, Binah, Chesed, Geburah, Tiferet, Netzach, Hod, Yesod, Malkuth e também Daath) e todas as nuances dentro de cada uma das Esferas (A Árvore da Vida dentro de cada uma das Sephiroth); os 22 Caminhos (e suas diversas correlações dentro da Geometria Sagrada), além dos planetas, signos, elementos, cores, sons, incensos, anjos, demônios, deuses, Arcanos do Tarot, runas, principais obras de arte e símbolos associados a cada um dos Caminhos.

Este livro é resultado de mais de 15 anos de pesquisas dentro do Hermetismo e Esoterismo Ocidental. O autor, Marcelo Del Debbio, é um dos mais conceituados nomes no hermetismo brasileiro. Mestre Maçom, é Arquiteto com especializações em Semiótica e História da Arte. Tomou contato com a alquimia, o hermetismo e a Cabalá judaica ao aprofundar os estudos na Arte Renascentista e se apaixonou pela grandiosidade do simbolismo contido nessa estrutura intelectual.

Todos os grandes mestres da humanidade beberam nas fontes da Árvore da Vida. Leonardo DaVinci, Rafael Sanzio, Michelangelo, Giovanni Bellini, Jan van Eyck, Caravaggio, Vasari, Albrecht Dürer, Ticiano, Boticelli, Hieronymus Bosch e inúmeros outros tiveram suas lições vindas dos cabalistas recém convertidos ao cristianismo e deixaram para sempre as marcas destes ensinamentos escondidas em suas pinturas.

Autores de grandes sagas, como George Lucas, Tolkien e J.K.Rowling seguiram passo a passo a “Jornada do Herói”, descrita por Joseph Campbell diretamente da Jornada na Árvore da Vida, explorando cada um dos estados de consciência da humanidade.

Entendendo a Kabbalah Hermética, você conhecerá a origem dos deuses, demônios, heróis, monstros, histórias e mitos de todas as religiões; conhecerá as bases de todas as Ordens Iniciáticas e religiões; os segredos da Geometria Sagrada, do Tarot e da Astrologia.

COMO APOIAR ESTE PROJETO

Na página da Kabbalah Hermética, existem diversas maneiras de se apoiar este projeto:

KABBALAH HERMÉTICA – R$ 250 – Receba na sua casa o Livro e mais todas as metas que conseguirmos conquistar no Projeto.

PATRONO – R$ 300 – Mais do que apenas ter o livro, faça parte dele! Com este apoio, receba em casa o Livro autografado e seu nome nos agradecimentos!

DOIS LIVROS – R$ 500 – Um para você e outro para uma pessoa querida. Receba 2x as metas conquistadas, os dois livros autografados e os 2 nomes nos agradecimentos.

LOJA PATROCINADORA – R$ 1.100 – Se você faz parte de um grupo de estudos, uma Loja Maçônica, um Capítulo Demolay; templo Rosacruz… se tem um site, blog, podcast, loja, banda, HQ, Projeto, artesanato esotérico ou qualquer atividade ligada ao Hermetismo, este Apoio foi feito para você. Receba 5 Livros, 5x as metas atingidas, autógrafos, nomes nos agradecimentos, o Brasão de sua Loja/Capítulo/Projeto na área de Patronos, além de uma pequena descrição sobre o seu grupo.

Estes são os Apoios básicos do projeto, mas você pode adicionar outros Livros com seu Apoio, bastando acrescentar os valores deles nos apoios:

☯ Enciclopédia de Mitologia – R$ 100,00

☯ H.K.T. (Hermetic Kabbalah Tarot 1) – R$ 150,00

☯ H.K.T. 2 (Hermetic Kabbalah Tarot 2) – R$ 75,00

☯ As Aventuras de Lilith – R$ 45,00

☯ As Aventuras de Ísis – R$ 45,00

☯ As Aventuras de Hércules – R$ 45,00

☯ Posters “Arvore da Vida” e “Lamen” – R$ 30,00

METAS

Se conseguirmos os valores estipulados, conseguiremos imprimir e enviar os livros para todos os apoiadores, mas conforme as Metas vão sendo batidas, todos os apoiadores ganham presentes da Editora. Quanto mais gente apoiar, mais presentes todo mundo ganha!

☯ R$ 50k – Projeto Financiado

☯ R$ 60k – Marcador de Página TERRA

☯ R$ 65k – Marcador de Página AR

☯ R$ 70k – Marcador de Página ÁGUA

☯ R$ 75k – Marcador de Página FOGO

☯ R$ 90k – Poster “Rosacruz Hermética”

☯ R$ 100k – Gravaremos um Curso de Mitologia Grega no EADeptus que será gratuito para os apoiadores deste Projeto.

☯ R$ 110k – Marcador de Página MALKUTH

☯ R$ 120k – Marcador de Página YESOD

☯ R$ 130k – Marcador de Página HOD

☯ R$ 140k – Marcador de Página NETZACH

☯ R$ 140k – Marcador de Página TIFERET + Poster “Escada de Jacob”

☯ R$ 150k – Livro dos Salmos Liturgia Mágica – Sepher Shimmush Tehillim”

e mais…

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/kabbalah-herm%C3%A9tica

Maçonaria no Mundo: Israel

A partir de Junho, teremos novas colunas aqui no Blog. Para falar sobre curiosidades e desmentir invencionices que circulam na internet sobre a Maçonaria, convidei ao Irmão Kennyo Ismail, pesquisador muito mais competente do que eu e autor do blog No Esquadro, para escrever textos e tirar dúvidas sobre a maçonaria para o TdC.

A Grande Loja do Estado de Israel foi instalada em 20/10/1953, em Jerusalém. Porém, sua sede fica em Tel Aviv. A 1ª Loja na região foi a Loja Rei Salomão n°293, filiada à Grande Loja do Canadá, e teve sua primeira reunião realizada nas chamadas pedreiras do Rei Salomão no dia 07/05/1873. Cinco anos antes havia ocorrido uma reunião no mesmo local, porém sem existir uma Loja regularmente constituída. Posteriormente a isso, houve outras Lojas na região, filiadas a extinta Grande Loja da Palestina.

O atual Grão-Mestre da Grande Loja do Estado de Israel é o Irmão Nadim Mansour, cidadão de origem árabe. Sua presença como Grão-Mestre demonstra que não somente a paz, mas também a Fraternidade pode reinar entre árabes e judeus, como bem ocorre naquela Grande Loja.

A Grande Loja do Estado de Israel possui 55 Lojas Simbólicas ativas, as quais em sua maioria trabalham no Rito de York (Monitor de Webb, americano). As Lojas se reúnem nas línguas: hebraico, romeno, francês, espanhol, turco, inglês, russo, alemão e árabe.

A prova maior do compromisso dessa Grande Loja com os princípios de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” pode ser vista no Selo da mesma: a Cruz, a Lua Quarto-crescente e a Estrela de Davi estão juntas, simbolizando o Cristianismo, o Islamismo e o Judaísmo. Da mesma forma, a Bíblia, o Alcorão e a Torah estão no Altar das Lojas, comprovando que todos os Irmãos, independente da fé professada, estão imbuídos do objetivo de trabalhar pela felicidade da humanidade.

#Maçonaria

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/ma%C3%A7onaria-no-mundo-israel