Interregno de eras

Há séculos o rio Tâmisa não era atravessado por uma procissão de barcos tão bela e luxuosa. Por quase todos os prédios no percurso, os súditos da rainha exibiam, orgulhosos, a bandeira da Inglaterra nas sacadas. Em seu barco real, cercada da família e em pé na maior parte do trajeto, Elizabeth II retribuía com pequenos acenos a todos que se acotovelavam as margens para celebrar o jubileu de diamante de seu reinado (em 2012): 6 décadas como rainha da Inglaterra, governante suprema da Igreja Anglicana, e comandante-em-chefe das Forças Armadas do Reino Unido.

Um pequeno grupo protestava pacificamente com cartazes de mensagens contra a monarquia. “Não tenho nada pessoal contra a rainha. É mais uma questão moral de ter uma chefe de Estado não eleita em pleno século 21” – explicou-se um manifestante. Outro alegava questões mais econômicas do que políticas: “A ideia de celebrar a vida de luxo da rainha me faz passar mal; muitos lembraram que essas celebrações estão acontecendo num momento de austeridade (em toda Europa), em que muitos estão perdendo seus empregos”… Estranho de se pensar: ainda assim, a grande maioria dos britânicos apoia a permanência da monarquia, exatamente como é hoje, e assim como já o é há muitos séculos.

Mais estranho ainda se lembrarmos que, há poucos meses, no final de 2011, Londres foi sacudida por uma série de manifestações populares em bairros de baixa renda. Jovens desempregados e desiludidos atacaram grandes lojas e mercados, saqueando boa parte das mercadorias, e tocando fogo nas demais… O polonês Zygmunt Bauman, que vive na Inglaterra há anos, sendo para muitos um dos maiores sociólogos vivos, foi quem primeiro levantou a grande questão que podia ser lida nas entrelinhas daqueles dias caóticos; Aquela não era uma primavera londrina, e tampouco os manifestantes tinham claras reivindicações políticas a fazer. Tratava-se simplesmente de um ato de revolta, de revanche, dos “consumidores desqualificados que foram criados numa sociedade de consumo”. Aquilo que desejavam, os tênis e roupas de grife, era o mesmo que, ao mesmo tempo, amavam e odiavam – tanto que colocaram fogo em parte do que poderia ter sido saqueado.

Essa complexa dualidade, de amor e ódio em relação ao objeto de consumo, pode ser, senão vista, ao menos intuída, por todo o mundo moderno ocidental, e particularmente na Europa. Os governantes que, em meio à crise econômica, recomendam o ajuste fiscal dos países em débito – incluindo pesadas reduções de salários –, são os mesmos que, por outro lado, continuam a estimular e tentar manter vivo a todo custo um sistema já decadente de consumo desenfreado, onde é dito a todos e há todo momento, em propagandas que só faltam pular por debaixo do tapete da porta de nossa casa: “Compre, consuma, aproveite enquanto é tempo! Seja feliz com um novo smartphone, um carro zero, uma TV com 10 polegadas a mais… Mas não se esqueça de continuar comprando, pois coisas novas são lançadas há todo momento, e se você parar de comprar, já sabe – a economia esfria, e é capaz de você perder o seu emprego!”.

Ora, é óbvio que as pessoas não conseguem consumir tanto quando as propagandas incitam, e exatamente por isso que foi criado o crédito bancário, que é obviamente a melhor coisa que os bancos inventaram desde as Cruzadas [1]: emprestar dinheiro que as pessoas não têm, para que elas comprem o que não precisam; mas, não obstante, dinheiro este que serão obrigadas a pagar de volta, com juros. Ah! Os juros! O que os bancos fariam sem inventar crédito, e ganhar dinheiro de volta por algo que foi emprestado, mas que, em realidade, sequer existe, sequer têm permanência – todo valor do dinheiro impresso é, afinal, um construto da fé. Afinal, não sei se sabem, mas as leis que requeriam que existisse lastro material em ouro (ou outros valores) para os belos papéis coloridos já deixaram de ser usadas há décadas… Nosso sistema econômico: uma grande bolsa de crenças, onde especuladores podem ser confundidos com pastores.

Este dinheiro de valor impermanente é apenas mais um dos fatores que compõe o que Bauman intitulou modernidade líquida: onde todos os valores morais, todas as antigas tradições, entraram numa ebulição, numa mistura complexa e sempre fluida, em constante mudança, de onde é cada vez mais difícil extrairmos algum significado. Tempo é dinheiro e, como é exatamente o dinheiro que nos garante o consumo, vivemos correndo, “economizando” tempo em fast-foods, em relações amorosas superficiais, em relações familiares cada vez mais desconexas, já que não há mais muito tempo nem para os jantares em família… Com todo esse precioso tempo que foi “economizado”, nos sobra então o tempo que precisávamos para ir nalgum shopping center consumir.

E é bom que sejamos felizes nestes breves momentos de consumo, pois será nossa única chance de termos alguma felicidade… Ou, pelo menos é para essa vida que fomos educados na modernidade, e basta ligar qualquer televisão no horário nobre para verificar. Nas grandes agências de propaganda e marketing, especialistas que passaram anos e anos nas melhores escolas e universidades realizam o seu brainstorm diário exatamente para que a nossa mente não desgrude os pensamentos da vitrine mais vistosa. A culpa não é dos publicitários: eles estão apenas realizando o que foram educados para fazer; eu diria até que alguns deles foram muito bem educados para nos convencer de quase qualquer coisa… Estamos na desvantagem, e nosso pensamento foi aprisionado nalgum outdoor pelo caminho.

Mas foi somente nos últimos anos, onde se levantaram as bandeiras da ecologia e da sustentabilidade, que as pessoas, todas as pessoas (embora algumas finjam não saber), passaram a perceber que a conta da economia de consumo em crescimento exponencial não irá fechar com um planeta, um meio ambiente, de recursos naturais finitos. Se tudo o que consumimos, e principalmente o combustível envolvido na produção e distribuição dos bens, tivesse uma taxação sobre “recurso finito”, e não fosse tratado como algo fabricado a partir de materiais infinitos, provavelmente viajaríamos bem menos de avião, comeríamos muito menos frutas vindas da Ásia, ou queijos vindos da Europa.

Dessa forma, a sociedade de consumo, perdida na fluidez de uma vida sem significado, sabe muito bem que o mesmo objeto de consumo que hoje deseja, depois vira lixo, muitas vezes não tratado, não reciclável. E, sem reciclar o que é finito, para ser reutilizado, um dia a conta chegará… Bem, segundo Bauman, as gerações atuais, com seu sistema de crédito e consumo, nada mais fazem do que hipotecar o futuro. Estamos, dessa forma, comendo em restaurantes luxuosos e deixando a conta para que nossos netos e bisnetos paguem, literalmente. Sob esse ponto de vista, é mesmo bom que haja uma grande crise no horizonte.

E, quanto a monarquia inglesa, ela nada mais é do que uma âncora fincada no passado. Uma mitologia, um significado, uma narrativa da pátria, do “ser inglês”, que ainda traz sentido à vida britânica. Se os ingleses estão dispostos a continuar financiando os rituais de sua realeza? Enquanto não chegar uma nova era, certamente – para eles, é uma pechincha. E, afinal, o dinheiro não existe enquanto valor por si só, o que existe á uma crença nos valores que povoam nosso pensamento. Melhor comemorar a longa vida da rainha do que a curta vida do seu smartphone.

Ainda assim, um dia, mesmo a rainha cairá… Mas, e o que virá nesse interregno de eras, onde os sistemas e os reis antigos caem, mas os novos não se erguem, sequer foram ainda inventados? Isso, nem mesmo Bauman foi capaz de nos dizer…

Entrevista com Zygmunt Bauman no programa Milênio, da Globo News. Vinte e poucos minutos altamente recomendados.

***

[1] Devido ao pouco espaço, estou trazendo alguns conceitos de forma superficial. Para se aprofundar melhor em alguns dos assuntos tratados neste artigo, recomendo consultarem alguns outros posts: A história do ouro; Padrão-fé; O dinheiro que não existe; A lâmpada centenária; Nosso planeta, nossa casa; e finalmente Onde está o seu deus?

Crédito das imagens: [topo] AFP (Elizabeth II conversa com o decano David Ison ao deixar a Catedral de St. Paul); [ao longo] Anônimo.

O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.

Ad infinitum

Se gostam do que tenho escrito por aqui, considerem conhecer meu livro. Nele, chamo 4 personagens para um diálogo acerca do Tudo: uma filósofa, um agnóstico, um espiritualista e um cristão. Um hino a tolerância escrito sobre ombros de gigantes como Espinosa, Hermes, Sagan, Gibran, etc.

» Comprar livro impresso, PDF, ou versão para Amazon Kindle

***

» Ver todos os posts da coluna Textos para Reflexão no TdC

» Veja também nossa página no Facebook

#ecologia #Economia #política

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/interregno-de-eras

Magia Sexualis de P.B. Randolph

Por Spartakus FreeMann

Nós nos propomos aqui através destas poucas linhas, traçar a vida e ensinamento de um dos principais iniciadores da Magia Sexual. Pascal Beverly Randolph, um homem do século XIX, ousará escrever e publicar livros que tratam da sexualidade e especialmente da magia sexual dentro de uma nação e de um século ainda muito puritanos.

Conteúdo:

P.B. Randolph

Pascal Beverly Randolph nasceu em 8 de outubro de 1825 em Nova York, ele era filho de uma mãe mestiça – de origem franco-malgaxe – Flora Beverly, e de um pai médico, Edmund Randolph. O casamento não duraria e Flora teve que criar o seu filho sozinha. Com a sua morte, ele seria criado por uma meia-irmã que iria negligenciar a sua educação e o deixaria por sua própria conta.

Por volta dos 15 anos, ele saiu de casa para se juntar à marinha. Ele viaja todos os oceanos em poucos anos. Ele forma o seu caráter através de vários contatos com marinheiros de diferentes origens e nações.

Aos 20 anos, Randolph sofre um acidente que o obrigou a deixar a marinha. Começou então a estudar medicina. Ao mesmo tempo, na atmosfera do nascente espiritualismo das irmãs Fox, Randolph começa se interessar pelo magnetismo de Mesmer, cujas reflexões sobre a polaridade animal teriam impacto nas suas próprias teorias sobre condensadores fluídicos e votos.

Em 1850, casou-se com uma índia chamada Mary Jane e ao mesmo tempo foi iniciado na Hermetic Brotherhood of Luxor, a Irmandade Hermética de Luxor, (então chefiada por Peter Davidson). Em 1855, vai para a Alemanha, onde entra em contato com a Fraternidade Rosae Crucis, na qual logo seria iniciado. Parece que não há nenhum documento conhecido sobre esta iniciação. Só se pode adivinhar a data exata e a cerimônia em si. No entanto, de acordo com Clymer, um dos sucessores de Randolph, ninguém poderia atingir o grau de Filósofo Iniciado dentro da F.R.C sem ter sido previamente recebido em uma Cúpula e ter sido reconhecido como Neófito lá e colocado sob a orientação e a instrução de um mestre. Diz-se que Randolph se tornou Supremo Grão-Mestre da Suprema Grande Cúpula na América em 1858.

Randolph passaria alguns meses em Paris em 1854, durante os quais conheceria Eliphas Levi, um dos maiores ocultistas de seu tempo. Ele estudaria as obras de Saint-Germain e Cagliostro. Lá ele descobre as obras escritas sobre os Ansaireth ou Nusairis da Síria, esse povo misterioso que não é judeu, nem cristão, nem mesmo muçulmano. Eles seriam os famosos Yezidis, adoradores do deus Pavão. Segundo o próprio Randolph, o líder dos Ansaireth, Narek El Gebel, que chegou à terceira Cúpula Rosa-Cruz em Paris com cartas de apresentação, reconhecendo em Randolph as aptidões exigidas, o convidou a vir à Síria para lá estudar com os Ansaireth. Pouco depois, Randolph empreendeu uma viagem iniciática na Turquia, Grécia e Oriente Médio para aprofundar os ensinamentos secretos dos Ansaireth.

Em 1860, Randolph fundou seu próprio Conselho Americano da FRC e logo retornou a Londres para ali encontrar Bulwer Lytton e Kenneth Mackenzie. De volta aos Estados Unidos, Randolph participou da Guerra Civil que acabara de estourar ao se alistar nas fileiras da União e levantar uma tropa de soldados negros, conhecida como “Fremont Legion (Legião Fremont)”. Ao final das hostilidades, Randolph milita pelos direitos dos negros. O assassinato de Lincoln o enoja com a política e ele decide se estabelecer como médico em Boston. Ele logo abriu uma nova loja de sua ordem lá.

Começa a escrever suas principais obras: Seership (Vidente), Love and the Master Passion (Amor e a Paixão Mestra), Eulis and the History of Love (Éulis e a História do Amor), bem como sua magistral Magia Sexualis. Em 1872, a publicação deste último livro fez com que fosse preso por incitação ao amor livre, mas foi libertado rapidamente. O grande incêndio que devasta Boston destrói completamente o escritório e o laboratório de Randolph, as placas originais de seus livros se perdem. Ele é denunciado pelos espíritas como libertino e seus próprios amigos começam a se afastar dele.

Em maio de 1873, Randolph sofre um acidente que lhe dá um vislumbre de seu fim iminente. Foi nesse momento mais sombrio de sua vida que ele mais uma vez encontrou o amor na pessoa de uma jovem ativista feminista, Kate Corson. O casamento logo foi celebrado e, em 1874, nasceu um filho, Osíris Budh, a quem Randolph considerava um deus desde que foi concebido segundo seus próprios princípios mágicos. Randolph continua a publicar seus trabalhos e a dar vida a um círculo da Irmandade de Éulis.

Em 29 de julho de 1875, Randolph morre em circunstâncias que permanecem misteriosas: Maria de Naglowska alegará que Blavatsky teria travado uma guerra oculta contra ele causando sua morte, segundo outras pessoas, teria sido um suicídio e, finalmente, para alguns outros, ele teria morrido durante um rito mágico… Parece, no entanto, que quando ele morreu, seu ensinamento mágico de essência puramente sexual desapareceu, oculto, talvez, por aqueles próximos a ele. Quando Clymer faz contato com a esposa e o filho de Randolph, eles alegam não saber nada sobre as instruções especiais e os materiais que tratam de doutrinas sexuais. Eles insistem apenas no caráter espiritual e moral da obra de Randolph, rejeitando o lado sexual mágico.

A Fraternidade de Éulis

A Fraternidade de Éulis foi fundada por volta de 1870 por Randolph como um corpo docente complementar ao da Fraternitas Rosae Crucis.

A chave para entender a Irmandade de Éulis pode estar no panfleto publicado por Randolph em 1875, The Book of the Triplicate Order, Rosicrucia, Eulis, Pythianae, no qual está escrito:

“Somos um organismo triplo, primeiro Rosacruz, pois somos os herdeiros desta Fraternidade e seus sucessores, e como tal cultivamos todas as ciências do conhecimento e para isso nos interessa tudo o que é obscuro, desconhecido e que corresponde ao aspectos mais profundos da natureza e as profundezas mais sutis da insondável alma humana.

Somos Pitianos porque somos pitagóricos que têm a relação mais íntima com a Fundação do Universo – o Deus da Natureza e sua Alma – e com o mundo espiritual e invisível, assim como a sede de maior conhecimento e da amizade mais verdadeira com nossos Irmãos e com o Mundo.

Somos Eulisianos, porque cultivamos os mais preciosos tesouros do pensamento que nos foram transmitidos através dos tempos; e traduzimos nosso nome oriental “Marek Gebel” – Portão da Luz – como Éulis ou o Portão do Amanhecer, nome pelo qual, durante este período o Terceiro Templo, a Ordem Tríplice, a Confraria e a Fraternidade serão doravante conhecidos.”

– Randolph, The Book of the Triplicate Order (O Livro da Ordem Triplicata).

Este texto, destinado ao uso dos membros da Fraternidade e dos candidatos à iniciação, também fornece uma história da Ordem.

Os candidatos são recebidos por votação usando bolas pretas e brancas. A Ordem é mista e tem 3 graus:

•       Construtor,

•       Arquiteto, e Cavaleiro do Templo para homens;

•       Construtora, Matrona e Irmã do Templo para as mulheres.

Há também um corpo supremo: a Loja da Pedra Angular cujo Conselho é composto por Irmãos e Irmãs: Hierarcas ou Melquisedeques, Hierofantes e Senadores.

Após a morte de Randolph em 1875, Freeman B. Dowd assumiu a liderança do F.R.C e da Fraternidade de Eulis. Em 1878, Dowd fundou uma Grande Loja na Filadélfia e em 1907, na época de sua aposentadoria, a sucessão foi assegurada por Edward Brown.

Quando Brown morreu em 1922, R.S. Clymer assumiu. Nascido em 1878, Clymer seria recebido como Neófito dentro da F.R.C e da Fraternidade de Éulis em 1897.

Em 1906 publicou suas duas primeiras obras The Rosicrucians, Their Teachings (Os Rosacruzes, Seus Ensinamentos) e Philosophy of Fire (Filosofia do Fogo).

Em 1911, ele decidiu se estabelecer em Quakertown no local de Beverly Hall, onde estabeleceu a sede da Ordem. Clymer logo entraria em conflito com Lewis e sua A.M.O.R.C. (Antiga e Mística Ordem da Rosa-Cruz). Com outros iniciados, ele cria a F.U.D.O.S.F.I. (Federação Universal das Ordens, Sociedades e Fraternidades Iniciáticas) para combater Lewis e a influência da F.U.D.O.S.I. (Federação Universal das Ordens e Sociedades Iniciáticas).

Magia Sexualis

Nas linhas seguintes, procuraremos descrever muito brevemente alguns pontos da doutrina mágica, ou Magia Sexualis, de Randolph.

“Após uma introdução apresentando os apetites espirituais da comunidade de Éulis, Magia Sexualis oferece inicialmente exercícios que permitem ao mago desenvolver as qualidades necessárias para a prática da magia: volância (emissão de uma intenção por visualização), decretismo (capacidade de emitir ordens peremptórias), posismo (posturas e gestos mágicos) e, finalmente, tirauclairismo, destinado a influenciar uma pessoa à distância. Para isso – que parece ser a obsessão do autor apesar dos grandes discursos sobre a luz celestial e o amor universal -, a parte seguinte intitulada “Magia” é dedicada à confecção de perfumes, cores e números, em adequação ao horóscopo da pessoa que você deseja sugestionar.” – Melmothia, La Magia Sexualis de Pascal B. Randolph

Os Fluidos e a Polarização dos Sexos

O Universo, assim como todos os seres vivos, sem exceção, são regidos pelo princípio das forças contrárias que exercem um poder absoluto de atração uns sobre os outros. Alguns os chamam de força positiva e força negativa e outros redescobrem neles o bom e o mau, a emissão e a recepção, a vida e a morte, o homem e a mulher. Assim, o polo feminino atrai o masculino e pode-se assim atrair para si as coisas desejadas pela criação de seu modelo oposto: criando o negativo para obter o oposto e, portanto, o positivo!

O falo do homem positivamente polarizado e o ktéis negativamente polarizados da mulher e o cérebro do homem é negativamente polarizado e de essência magnética enquanto o da mulher é positivamente e de essência elétrica.

As Operações Sexuais Mágicas ou Magia Sexualis

De acordo com o ensinamento de Randolph, as operações de magia sexual realizadas de acordo com as regras perseguem 7 objetivos principais :

1.      carregamento de condensadores fluídicos e os “Votos”;

2.      produção de uma influência e de um fluido magnético;

3.      realização de um projeto específico;

4.      determinação do sexo da criança a ser concebida;

5.      refinamento dos sentidos;

6.      regeneração da Energia Vital;

7.      provocação de visões sobre-humanas.

Randolph também fornece alguns princípios que são importantes conhecer para melhor entender e realizar os exercícios de magia:

1.      A união sexual considerada como oração. O homem que vive com sua esposa em sutil e perfeita harmonia e que pratica um ato sexual perfeito como casal consegue obter a realização de certos desejos. Mas é necessário que o pedido seja claro e formulado de forma clara pelos dois operadores.

2.      É aconselhável praticar o ato sexual com uma mulher de nível moral elevado, nunca se deve usar uma prostituta ou uma virgem ignorante ou uma menor de 18 anos. Buscaremos sempre realizar esses atos com nossos parceiros. É necessário que o espasmo masculino e feminino ocorram ao mesmo tempo, porque então resulta uma corrente mental que pode modificar o astral. O prazer compartilhado sofre então a lei da polarização oposta do casal: no homem o sexo é positivo e a cabeça negativa e na mulher o sexo é negativo e a cabeça positiva. Assim, o homem fertiliza fisicamente a mulher e a mulher fertiliza espiritualmente o homem.

3.      A união carnal deve ser inocente e não uma simples busca de prazer físico.

4.      O corpo deve ser saudável e a higiene respeitada como uma prática sagrada.

5.      As operações mágicas devem ser mantidas em segredo e deve-se tentar evitar o contato mundano ao se preparar para operações mágicas.

6.      Deve-se formular seus desejos com antecedência e não esquecer de formulá-los na hora do coito.

7.      Antes, durante e depois do ato de amor, deve-se ter em mente uma imagem clara do que se deseja.

8.      É necessário comer de forma simples e preferir alimentos naturais.

9.      Tome o ar duas vezes por semana: inspire profundamente e mantenha o ar o maior tempo possível.

10.     Não procure contato com seu parceiro com muita frequência. Faça amor uma ou duas vezes por semana.

11.     Não procure o ato se estiver doente ou com raiva.

12.     Durma bem.

13.     Nunca se esqueça do axioma: O amor é a base da vida.

14.     O momento em que o esperma entra no corpo da mulher é o momento mais fértil, de maior poder e de maior emoção.

15.     Se um homem deseja algo e o mantém em mente desde o momento em que entra até o momento em que se afasta da mulher, esse desejo será concedido todas as vezes.

16.     Todas as forças e o poder emanam do lado feminino de Deus.

Randolph aconselha 5 posições para atos de magia sexual

1.      O homem estendido sobre a mulher com a sua testa encontrada contra a testa dela. Esta posição destina-se a corrigir os sentidos e as habilidades dos operadores.

2.      De quatro, o homem mantendo o peito reto para penetrar por trás da mulher prostrada. Acredita-se que essa posição favoreça a projeção da influência para fora sobre uma pessoa escolhida, um voto…

3.      O homem e a mulher estão sentados frente a frente, sexos entrelaçados, bustos inclinados para trás enquanto dão as mãos. Esta posição reforça as influências mágicas sobre o exterior.

4.      O homem e a mulher estão sentados de frente um para o outro, a mulher cruzando as pernas ao redor dos lombos do homem, ambos testa com testa. Esta posição permite a realização de desejos comuns.

5.      De quatro, mas o homem se abaixa sobre as costas da mulher e apoia o queixo no pescoço dela. Esta posição permite influenciar a mulher.

Condensadores fluídicos

A magia é uma ciência, a única ciência que estuda, teórica e praticamente, as maiores forças da Natureza, aquelas que estão ocultas. Ela declara e prova que o Universo está, em suas menores partes, sujeito à influência de certos fluidos que são a base de todos os fenômenos físicos e psíquicos.

Para poder operar essas forças, é preciso concentrá-las num determinado ponto e depois redirecioná-las de acordo com a sua vontade. Estas operações de condensação podem ser realizadas de 4 maneiras diferentes:

1.      O operador pode usar sua própria energia;

2.      Pode utilizar as forças externas por indução;

3.      Pode vincular forças externas a um indivíduo que foi escolhido para esse propósito;

4.      Pode vincular essas forças a um objeto fornecido para esse fim.

Este último é conhecido há milênios como a “carga dos votos”. Existem diferentes tipos de materiais que podem ser usados para condensar fluidos: dois líquidos (tintas aplicadas a um talismã e líquidos guardados em garrafas) e um sólido (votos e estatuetas).

Os Votos e estatuetas

A utilização dos votos vem da observação das leis de correspondência, simpatia e polarização.

Votos são estatuetas que são preparadas de uma maneira particular, com a ajuda das leis de correspondência e simpatia, e que são carregadas com a força psíquica de um indivíduo para obter um resultado positivo ou negativo.

Deve-se notar que todas essas operações mágicas não são de forma alguma uma questão de libertinagem ou sexo vulgar ritualizado, mas uma busca espiritual. O orgasmo é santificado e se torna mágico. Segundo Randolph: “…Além da união carnal, busque a união das almas.”

Fonte:

FREEMANN, Spartakus. La Magia Sexualis, de Randolph à Naglowska. EzoOccult, publicado em 2001, atualizado em 2020. Disponível em: https://www.esoblogs.net/3318/la-magia-sexualis. Acesso em: 28 de fev. de 2022.

***

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-sexual/a-magia-sexualis-de-pascal-beverly-randolph/

Astrologia e Ciência

Em 1994, o cineasta, fotógrafo e multimilionário Gunther Sashs decidiu proceder em uma investigação estatística e matemática das propostas astrológicas, uma aproximação empírica tal qual imaginávamos que os antigos haviam feito. Ele não era astrólogo, nem nenhum de seus colaboradores. Quando os estudos começaram, motivados por pura curiosidade, nenhum deles sabia muito sobre Astrologia Hermética. Mas levantaram uma série de dados que acompanharemos a seguir:

Em primeiro lugar, seguem os termos de referência:
1. Examinar por meio de um estudo científico largamente estruturado os possíveis efeitos dos signos no comportamento humano
2. Não tentar provar nem desprovar a astrologia acima ou ao lado de mitologias, mas investigar se ela existe e exerce efeito real em grandes massas populacionais.
3. Publicar seus estudos, mesmo se falhassem em provar a existência de uma astrologia não-mitológica.
4. Basear suas pesquisas exclusivamente em dados empíricos, sem consultar qualquer astrólogo.
5. Examinar e explicar cientificamente quaisquer fatores que pudessem distorcer seus resultados estatísticos.
6. Indicar como significativo qualquer desvio aparente dos resultados esperados que não pudesse ser explicado como simples acaso.
7. Ter seus cálculos e resultados conferidos por uma aceitável autoridade neutra, tal como uma universidade.

Eles trabalharam com um instituto de Pesquisas Europeu de grande prestígio, que atuou como seu árbitro independente: o Institute fur Demoskopie, em allensbach, e utilizaram os serviços da dra. Rita Kunstler, uma profissional do Instituto de Estatística de Ludwig-Maximilian University, em Munique, como consultora de metodologia estatística.

Eles conseguiram seus dados brutos de autoridades públicas, companhias de seguro e pesquisadores de mercado. Coletaram um enorme arquivo a respeito de criminosos, traficantes, casamentos e divórcios, doentes, suicidas e muito mais. As regras de proteção dos arquivos impediam que os indivíduos fossem identificados, mas poderiam obter a data e local de nascimento.

Quando conseguiram os dados brutos e passaram a analisá-los, os resultados foram todos documentados e são fascinantes.

O estudo de Sashs usava amostras muito grandes, e quando ele procedeu a testes significativos, o Instituto de Estatística da Universidade Ludwig-Maximilian verificou seu método. Uma coisa estava bem clara: ele fez seus testes de maneira imparcial e teve todo o trabalho de eliminar amostras preconceituosas sistemáticas.

Gunther começou analisando as vendas de livros de Astrologia, de signos estelares, e comparou as vendas em proporção aos indivíduos nascidos sob aqueles signos em particular em áreas de vendas. Ele encontrou significativas diferenças estatísticas em 10 dos 12 signos, um resultado que poderia ocorrer por acaso apenas uma vez em dez milhões (um nível de significância muito além da “1 chance em 99” aceita na imensa maioria dos testes estatísticos usuais na ciência ortodoxa).

Ele baseou seus dados na amostra de 313.368 vendas de livros de signos durante o período de 1991 a 1994. Se algum leitor quiser saber quais signos estão mais interessados em Astrologia e quais estão menos, recomendo a leitura do livro de Saschs, “The Astrology File”, da editora Orion, 1997. Neste texto, estou interessado nos resultados estatísticos.

A Seguir, Sashs analisou dez diferentes áreas da vida onde ele poderia obter dados. apresento abaixo um sumário de algumas das descobertas que ele fez:

1 – Quem casa com quem?
Ele partiu de uma amostra de 717.526 pessoas casadas e observou se seus mapas eram compatíveis, para concluir se as expectativas astrológicas eram cumpridas. Sua hipótese nula (o resultado esperado) assumia que as combinações estariam aleatoriamente distribuídas entre todos os signos. NÂO ESTAVAM.
Das 144 possíveis combinações entre signos dentro dos planetas, ele encontrou 25 pares que se desviavam significantemente das expectativas aleatórias. Quando conferidas as probabilidades de tais eventos ocorrerem por coincidência, a possibilidade é de 1 para 50.000 contra. Isso significa que estas escolhas eram 49.999 vezes mais prováveis de serem causadas por algum fator que não o acaso!

2 – Quem se divorciou de quem?
O tamanho de sua amostra para este teste foi de 109.030 casais. O método usado foi o mesmo do casamento. Mais uma vez, das 144 possíveis combinações de signos dentro dos planetas, ele encontrou 25 desvios significativos (mas desta vez com um nível de significância menor, de 1 a cada 260 testes). Embora bem menor que o anterior, este resultado não é desprezível estatisticamente.

3 – Quem é solteiro?
Este teste foi baseado no censo de 1989-1990, cobrindo toda a população da Suíça, de 4.045.170 habitantes. isto deu uma amostra de 2.731.766 pessoas na idade aceitável (18 a 26 anos). Ele descobriu que certos signos e combinações estão mais preparados para comprometimento e casamentos que outros. Sete desvios significativos no comportamento aleatório eram estatisticamente significativos em 1 para 10.000, ou seja, há um padrão de comportamento definido nesta amostra.

4 – Quem estuda o que?
Os dados vieram de universidades e cobriam 231.026 candidatos em dez cursos específicos. A hipótese nula é que os signos estariam distribuídos aleatoriamente entre as disciplinas. Haviam 120 combinações de signos/disciplinas possíveis e ele encontrou 27 desvios significativos. a chance de obter este resultado por coincidência são de 1 em 10 milhões. Este resultado é monumental (pessoas são condenadas à morte com base em evidências de DNA com significância estatística milhares de vezes menor que essa).

5 – Quem faz qual trabalho?
A amostra foi tirada do censo de 1989-1990 que chegou a 4.045.170 habitantes na Suíça e estudou 47 tipos de ocupação. isso resultou em 564 possíveis combinações entre trabalhos e mapas/signos. saschs encontrou 77 variações significativas com probabilidade de 1 em 10 milhões de ser mera coincidência. Novamente, apenas um tolo poderia negar uma correlação destas.

6 – Quem morre de que?
Este teste foi conduzido com todas as mortes registradas na Suíça entre 1969 e 1994, com uma amostra de 1.195.174 eventos. Para tornar este teste significativo, apenas mortes por causas naturais foram consideradas. Isto reduziu a amostra para 657.492 indivíduos. as 240 possíveis combinações (das quais a hipótese nula era, como nas demais, uma distribuição aleatoria entre signos e causa mortis) revelaram, porém, cinco desvios com probabilidade de 1 para 270. Apesar de modesto em comparação com os outros resultados, ainda tem valor estatístico.

7 – quem comete suicídio?
Do registro de mortes acima, Sachs pôde extrair uma amostra de 30.358 pessoas que cometeram suicídio. ele encontrou cinco desvios significativos com a possibilidade de coincidência apenas de 1 em 1000.

8 – quem dirige de que jeito?
Esta amostra foi colhida junto a seguradoras e cobria 25 mil acidentes durante 1996. mais uma vez, Sachs encontrou desvios para quatro signos com nível de significância de um para dez milhões (curiosamente, foram os mesmos 4 signos que eu, Marcelo Del Debbio, encontrei desvios em pilotos de fórmula 1 que venciam corridas em um estudo que fiz e devo publicar em breve aqui no blog).
Ele também tirou uma amostra de 85.598 acidentes na Suíça e novamente encontrou os mesmos quatro signos envolvidos, mostrando significantes desvios estatísticos com probabilidade de 1 para 5.000 de ser coincidência.

9 – Quem comete quais crimes?
a amostra tomou 325.866 prisões para 25 diferentes tipos de crimes. os dados foram coletados no Ofício de Registros Criminais da Suíça. A combinação testada era de 300 possíveis crimes/signos. Assim como nos outros testes, a hipótese nula era que estivessem distribuídos aleatoriamente entre as combinações, mas 6 destas combinações mostraram desvios da expectativa, com significância de 1 para dez milhões contra a coincidência.

10 – quem joga futebol?
De uma amostra de 4.162 futebolistas na alemanha, Sachs encontrou nove signos desviando significativamente das chances esperadas. As chances de serem coincidência eram de 1 para 1 milhão. quando analisou os atletas profissionais, esta probabilidade subia para 1 em 10 milhões.

Após estas análises, Sashs fez uma conferência cética do resultado: A equipe de consultoria misturou todos os dados e as datas foram arrumadas de maneiras aleatórias, criando 12 signos “artificiais” (usaram um gerador de números aleatórios para agrupar os 365 dias do ano em 12 blocos totalmente arbitrários) e refizeram os testes.

Aqui está o resultado, em suas próprias palavras:

Os estatísticos podiam misturar os dados ao acaso e criar signos na mesma ordem com o ano, mas este foi provido com datas de nascimento artificiais (falsas). Desda forma, um ano artificial apareceria começando em 6 de abril, seguido por 11 de novembro, 7 de março, 19 de agosto e assim por diante, até os 365 dias.
Se a afirmativa dos astrólogos a respeito do efeito dos signos fossem inválidas, aqui também seriam encontradas significâncias estatísticas, no entanto, não houve correlações significativas entre os signos artificiais.

Sashs resumiu seu trabalho comos segue:
O principal propósito deste estudo não era produzir resultados individuais interessantes – esses seriam, de fato, não mais que entretenimento encontrado como subproduto de nosso projeto. Ao invés disso, o objetivo da pesquisa era estabelecer se havia uma correlação entre signos/planetas e o comportamento e predisposição humanos.

Provamos isto. Há uma correlação!

Todos os dados de suas pesquisas foram publicados no livro “The Astrology File, publicado pela editora Orion em 1997. Após esta data, Gunther passou a estudar Astrologia Hermética e a testar e refinar seus resultados em seu instituto. Apesar de um excelente trabalho, ele ainda não pode satisfazer o critério de aceitação que Stephen Hawkins colocou:

“A razão pela qual a maioria dos cientistas não acredita em Astrologia não é a evidência ou falta dela, mas porquê ela não é consistente com outras teorias que foram testadas por experimentação”.

Talvez isso aconteça porque o estudo é amplamente ignorado pelos acadêmicos e, quando é realizado, é feito com metodologias totalmente furadas, envolvendo apenas signos solares ou horóscopos de jornal. De um lado, a comunidade científica está entrincheirada contra ela porque a vê conflitando com outras teorias e do outro lado, malucos e charlatões apresentando uma bizarrice maior do que a outra em programas de TV. E, no meio disso, os “Astrólogos Sérios”, dentro de Ordens iniciáticas que possuem o conhecimento do método e das técnicas, mas não os recursos para demonstrá-las. Sorte nossa que Gunther Sashs é milionário.

E apenas um último adendo: Stephen Hawkings está errado; a Astrologia Hermética É consistente com as teorias espiritualistas e teosóficas; que envolvem reencarnação, Verdadeira Vontade e outros aspectos que ainda não podem ser provados pelo método científico aceito pela ciência ortodoxa. O astrólogo e teósofo Dane Rudhyar publicou diversos livros a respeito destas correlações.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/astrologia-e-ci%C3%AAncia

O Caminho da Sabedoria – Diálogo entre Mitra e Zoroastro

Uma vez foi visitar o célebre sábio persa, Zoroastro, um dos seus amigos dos tempos da juventude, de nome Mitra. Depois de se abraçarem e saudarem, perguntou o sábio:

– Que é o que te conduz a mim, querido amigo? Feriu-te, por acaso, o mundo e desejas fortalecer-te ao lado do companheiro da tua juventude ? Ou vens trazido pela curiosidade de veres pessoalmente o que há de verdade das coisas que o povo conta a meu respeito?

Respondeu Mitra:

– Tu mesmo te referes à causa da minha vinda; não te ofenderá, portanto, a minha sinceridade.

Interesso-me por ti e pela tua sorte; e decidi vir para ver quem tem razão: se aqueles que afirmam que chegaste ao conhecimento dos segredos da Natureza, tornando-te sábio, ou aqueles que dizem que és charlatão, que abusas da ignorância da multidão, a fim de seres considerado homem célebre.

Alegra-me que fales sinceramente – disse Zoroastro. – Mas qual é a tua propria opinião a meu respeito ?

Confessou Mitra:

– Ainda não a formei. Se é verdade que os outros afirmam, que és iluminado pela luz da Sabedoria, quero pedir-te que comigo comparti-lhes a tua felicidade; se, porém, tem razão os que falam mal de ti, desejo tentar desviar-te do meu caminho e conseguir que voltes a ti mesmo e a senda da virtude.

Comovido e entusiasmado, tomou Zoroastro pela sua a mão do amigo e lhe disse:

– Abençoada a hora que te trouxe a mim; e sete vezes abençoada, se tens a força e coragem de aproximar-te da Luz, de quem unicamente emana a vida, a felicidade e a sabedoria.

– Como? – exclamou o amigo. – Quererias introduzir-me no teu templo, que com tanto cuidado fechas a outros?

Contestou Zoroastro:

– O meu templo é a Natureza, e, nem que eu quisesse, o que seria loucura, não poderia nunca fecha-lo a pessoa alguma.

– Porém contam muitíssimos casos que repeles àqueles que desejam aprender de ti alguma coisa.

Perdoa-me se te digo o que penso. Se conseguiste conhecer a Sabedoria Superior – suponho que ela existe – por que a ocultas? Por que não a expões claramente ao povo, mas encobres a Verdade com véus de enigmas, alegorias e símbolos, que raras vezes um de muitas centenas de homens pode solver e compreender?

– Falas, Mitra, como todos aqueles que não tem idéia exata do assunto. De que utilidade ser-te-á, se te expuser o perfume de uma flor ? Poderás, de tal exposição, sentir esse perfume e conhecer a flor?

De que te servirá se te descrever um banquete? Servir-te-á a minha descrição para matares tua fome? Analogamente, como posso fazer que alguém conheça a Sabedoria, se ele se recusa a procura-la? Há Sabedoria morta e Sabedoria viva. A Sabedoria morta nos vem dos livros, das narrações, dos cálculos, das medições e considerações. Esta Sabedoria pode nos ser dada e pode nos ser tomada. Mas a Sabedoria Viva emana da eterna Fonte da Vida, dessa Fonte que, uma vez aberta, nunca desaparece e sempre nos fornece bases imperecíveis para nossas construções no domínio da Razão. Porém, é impossível explicar e ensinar esta Sabedoria; é mister apropriar-nos dela sim como nos apropriamos do perfume da flor ou da comida; ou melhor dito, é mister que a despertemos em nós, assim como, pelo perfume, da flor, se desperta em nós o sentido do olfato. Vês como é difícil dar uma explicação, mesmo geral. E quando se passa às minuciosidades, a dificuldade cresce, pois a nossa linguagem é demasiado pobre e o nosso ouvido é demasiado cru para essas coisas tão delicadas. È necessário procurar e achar a Sabedoria em si mesmo; outro caminho não conduz a ela.

Mas espero que tudo isso se torrne mais claro se quiseres acompanhar-me na minha ida à maravilhosa Fonte que existe lá, nas montanhas que daqui se pode avistar.

E, dizendo isso, Zoroastro apontou além de uma serra, ao Oriente, duas montanhas mais altas, e continuou:

– Lá, entre aquelas duas montanhas elevadas emana uma Fonte que contém qualidades maravilhosas; purifica o coração, dissipa as evaporações e névoas que se acumularam na cabeça e na mente, e retira de nós a impureza das grandes cidades e as fuligens que a fumaça do mundo depositou em nosso interior. Depende de ti querer acompanhar-me até lá. Daqui a algumas semanas mostrarei o caminho que conduz a essa Fonte, há alguns que desejam conhece-la e com sua água se saciar. Verás, então, como sou liberal na distribuição da minha doutrina, como também te convencerás que pouquíssimos são os que, verdadeiramente e com seriedade, almejam atingir a verdadeira Sabedoria.

E Zoroastro foi preparando o seu novo discípulo para a viagem. Quando chegou o dia determinado, reuniram-se setenta discípulos ao redor do Mestre, para ouvirem ainda alguns conselhos relativos a viagem. Dando-se fraternais abraços, prometeram eterna fidelidade à Sabedoria, e puseram-se a caminho, separadamente, cada um escolhendo o caminho que mais lhe agradava: um a estrada larga e outro um caminho estreito; um em companhia de um amigo, outro sozinho; um preferia o campo, outro o bosque. Não caminharam em grandes grupos, para não chamarem a atenção do povo, porque a Sabedoria não quer, se a procuramos, ser objeto de conversações e críticas das multidões.

Quando os viajantes tinham caminhado desta forma durante três dias, reuniram-se todos numa grande cidade, onde floresciam o comércio, as ciências e as artes, e onde existiam numerosas instituições de educação, asilos e hospitais, como atestados do amor da cultura e humanidade dos seus cidadãos. De todos os países, ali se reuniram muitas pessoas, para observarem e estudarem os sistemas políticos, sociais, humanitários, e educacionais dessa cidade, considerados superiores aos demais conhecidos. O fato mais admirável, porém, era o de já haver ali a água da fonte da Sabedoria, embora apenas imitada; pois os químicos haviam estudado a composição natural da água genuína da dita fonte e conseguiram compor uma imitação, que os peritos consideravam tão boa, e talves até melhor do que a fonte da montanha.

Muitos dos discípulos de Zoroastro encontraram ali seus conhecidos, outros formaram novas amizades; assim, aconteceu que, após três dias, devendo continuar a viagem, sentiram-se tristes por se despedirem dos amigos; alguns decidiram ficar, pois haviam provado daquela água e, apesar de ser apenas uma imitação da água verdadeira, acharam-na muito gostosa e não sentiram mais vontade de procurar a verdadeira fonte.

Depois de outros cinco dias de viagem, durante os quais não encontraram lugares importantes, mas sim alguns lugarejos que apenas ofereciam divertimentos e gozos sensuais, os discípulos de Zoroastro que ainda continuavam a peregrinação, chegaram a uma cidade que excedia a anterior, tanto na grandeza, como no progresso. Ao se reunirem os viajantes, perceberam que novamente alguns companheiros haviam ficado para trás, atraídos e seduzidos pelos gozos e divertimentos encontrados no lugar acima mencionado. Alguns tinham encarregado seus condiscípulos que os desculpassem alegando necessidade de descanso e prometendo seguir viagem logo depois de renovarem as forças. Ouvindo isso, Zoroastro chamou a atenção dos presentes para os perigos que o discípulo encontra ao procurar a Sabedoria nas atrações das ilusões sensuais e admoestou os companheiros para que não perdessem a coragem de combater tais ilusões.

A cidade onde agora se achavam era um quase paraíso das ciências e das artes. Ali soavam todos os nomes célebres; as riquezas locais; lindíssimos jardins, edifícios majestosos, danças, cantos, esportes, jogos, lutas e festas divertiam os estrangeiros. Todos os talentos estavam agindo e recebiam suas recompensas. E, o que era mais admirável, vendia-se ali, por preço elevado a água da sabedoria, recolhida da própria fonte; mas não era pura; porque, para fazer dela um verdadeiro néctar, misturavam-lhe partículas de sabedoria de outros lugares.

– Esta é a verdadeira água da sabedoria – clamava o vendedor – a sua composição é a maior e a mais sublime arte e o mais profundo segredo. Zoroastro mesmo tem se esforçado por descobrir este segredo e não o conseguiu, pois aqui nada pode conseguir a razão humana; só a tradição fielmente conservada pelos adeptos, conservou a receita para o bem da humanidade.

Fácil é compreender que o vendedor dessa água fazia ótimos negócios, e até alguns dos companheiros de Zoroastro deixaram-se iludir, pois compraram e tomaram essa água, e julgaram-se desobrigados de continuar a viagem. Quando, no sexto dia se reuniram num lugar isolado a fim de prosseguirem em sua peregrinação, o número de discípulos havia diminuído sensivelmente.

Zoroastro exortou-os, com palavras sinceras, paternais e sérias, a que persistissem, vencendo obstáculos e ilusões, quaisquer que fosse sua forma. Parecia como se temesse que chegaria sozinho à fonte. Mas aqueles que ainda o acompanhavam prometeram que continuariam até chegar ao alvo de sua viagem, apesar de todos os obstáculos possíveis.

Depois de novos sete dias de viagem, entraram numa cidade vasta, porém diferente das anteriores; não havia ai nada que lembrasse divertimentos; tudo respirava serenidade e reflexão. Havia ali uma universidade, onde professores, uns sentados, outro parados de pé, outro passeando, enchiam as cabeças dos seus discípulos com os conteúdos de todos os livros e ensinamentos dos mestres eruditos de todo o mundo e de todos os séculos. Havia também um templo da sabedoria, onde era fornecida a água da maravilhosa fonte, e essa água era pura, genuína e sem mistura alguma. Era trazida diretamente, carregada em vasos especialmente fabricados para este fim, impermeáveis, para não se perder nem uma gota; e esses vasos eram lacrados com um selo, de que se afirmava que fora usado já por Enoque, para defender da morte corporal. Nestes vasos, debaixo do selo, ficava a água durante sete semanas, sete dias e sete horas, guardada para desenvolver as qualidades perfeitas que não podia manifestar – assim se dizia – na fonte e no momento em que era retirada. Essa água era vendida por um pequeno preço e aqueles que a bebiam aguardavam com paciência e esperança, o efeito prometido; e quando este se manifestava, ninguém tinha a coragem de confessar que havia sido iludido, porque não queria causar inimizades nem prejudicar a boa fama da água.

Depois de passarem ali sete dias, os viajantes continuaram a jornada. Faltavam ainda nove dias para chegarem a almejada fonte.

Depois de três dias, deviam novamente reunir-se todos num certo lugar.

Já estava pondo-se o Sol naquele dia e só quatro estavam no lugar designado.

Zoroastro olhou o pequeno resto do séqüito e disse apenas:

– Vamos descansar.

No dia seguinte passaram por um riacho que caia de um rochedo.

– Vede! – Disse Zoroastro – Aqui está aquela água, cuja fonte procuramos. Daqui a tiram aqueles que a vendem na cidade que visitamos. Vamos adiante!

O caminho subia íngrime e em alguns lugares apenas as fendas das rochas serviam para se seguraremo. Finalmente, os caminhantes chegaram ao lugar onde viram elevar-se nos ares dois altos montes, um à direita e outro à esquerda.

– Estes dois montes – explicou Zoroastro – formam o vale onde encontraremos nossa fonte. O caminho até lá é perigoso, e cada um de nós tem que passa-lo sozinho, para devidamente se preparar e provar que seriamente deseja beber dessa fonte da verdade. Quem, durante a viagem se deixou seduzir, bebendo da água imitada ou selada, ficou para trás, porque não suportaria o caminho. E, apontando a cada um dos quatro o caminho a seguir, afastou-se deles.

Então, os quatro acharam crítica a situação. Com surpresa olharam ao redor de si, e sentiram-se com pouca coragem de prosseguir. Finalmente um deles disse:

– Irmãos, avante! Não nos servirá a vacilação. Eu confio na proteção da Sabedoria, em cuja proximidade estamos e com coragem irei adiante. Desejo-vos êxito; tornaremos a ver-nos juntos à fonte.

E segiu na direção que Zoroastro lhe havia apontado. O nome deste corajoso era Ali. Mitra também continuou a viagem, tendo adquirido mais energia com as palavras de Ali. Os outros que tinham provado da água milagrosa na cidade por onde ultimamente passaram, julgaram inútil prosseguir, e rataram de voltar. Assim, pois, só Ali e Mitra continuaram a viagem à fonte. Ambos tinham-se abstido de experimentar, nas ocasiões oferecidas, a água imitada ou selada; ambos estavam animados de um vivo desejo de alcançar a fonte da verdadeira, pura e livre água da sabedoria. E quem descreverá a alegria que ambos sentiram nos seus corações, quando, vindo um de um lado, e o outro do outro lado, ambos se encontraram, no dia seguinte num vale, diante de uma pirâmide, formada pela Natureza; no centro dessa pirâmide manava, de um triângulo de ouro, a mais pura, a mais clara água. E no mesmo instante, apareceu ao lado deles Zoroastro, abraçando-os e dizendo:

– Ao menos vós dois chegastes! Graças ao Dirigente do Destino! Mas, ainda não bebais desta água, tão pura. É preciso que vos prepareis dignamente, para que os seus efeitos vos sejam benéficos e duradouros.

E, umedecendo com a água da Sabedoria as testas dos dois companheiros, e dando-lhes frutas para que comessem, disse-lhes:

– Ainda por três dias terei que esperar-vos e a cada um lhe será dada uma tenda, e ali cada um deverá observar-se a si mesmo. Evocai os dias da vossa infância, vossa pura inocência. Unindo esses dias com o presente, esquecei todo o tempo que está entre essa infância e hoje. Elevai em seguida, os vossos pensamentos para o eterno futuro, para que o passado da inocência o presente e o futuro se unam num só pensamento e vos tornem dignos de receberdes a suprema consagração!

E, levando-os as suas tendas, recomendou a proteção da Eterna e Onipresente Divindade. Três dias depois estiveram novamente ao pé da pirâmide. Zoroastro encheu um cálice de água para cada um.

Ergueu o seu e bebeu, brindando ao passado ao presente e ao futuro. Os dois amigos seguiram o seu exemplo. Com sublime seriedade levantou os braços e pronunciou uma prece em nome de

Aquele que sempre foi, que é e que será e disse:

– Está feito, caia o véu! Vós abandonastes a multidão mutável e elevaste-vos as regiões do que é imutável, onde não domina mais o acaso, mas onde reina a Verdade, e onde a claridade da Luz Eterna nos torna conhecidos às leis da Eternidade.

Abençoada seja esta hora! Duas almas foram trazidas a Imortalidade! Abraçai-me, irmãos; continuaremos sendo irmãos. O Mestre é Um só e Ele vos conduzirá no futuro.

– Os três passaram mais alguns dias naquele lugar Sagrado. Depois saíram dali juntos e, sem dificuldade, alcançaram o lugar de sua partida e, quando Zoroastro chegou à sala de reuniões, eis que ali estavam reunidos todos os setenta discípulos, muito alegres que podiam agradecer ao Mestre a felicidade que encontraram na viagem. Zoroastro falou com amistosa seriedade e explicou como é fácil considerar como verdade uma ilusão. Exortou-os que evitassem toda ilusão e não se cansassem de procurar a Verdade, até encontrá-la. Depois de se despedirem, ficou com os dois companheiros vitoriosos, Ali e Mitra, e levou-os a sua casa e lhes disse:

– A vós nada mais tenho a ensinar. Conhecestes a Verdade e a sua fonte. Ide cada um pelo vosso próprio caminho, e, se encontrardes ouvidos capazes de vos ouvir e compreender, ensinai-lhes o modo de conhecer o Espírito. Que o vosso ensino seja calmo e dado em rodas de irmãos. Nunca pregueis vossas doutrinas nos lugares públicos, no movimento das massas nas lutas dos partidos nem onde se procura poder político, honras ou riquezas. Na arte dissolvente dos discursos públicos foge o espírito e, assim, o orador apresenta-nos um alimento que podemos perceber, mas não comer.

– E se não encontrarmos ouvintes – Perguntaram os dois amigos, – Que deveremos fazer?

– Então tomai por vosso modelo a fonte no deserto – respondeu Zoroastro -– Ela corre incessantemente e, se em um século matou a sede de um só viajante sedento, não ficou sem utilidade, e não fluiu em vão.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-caminho-da-sabedoria-di%C3%A1logo-entre-mitra-e-zoroastro

Isso tudo está apenas na sua mente

» Parte final da série “Xamãs ancestrais”
ver parte 1 | ver parte 2

Xamã é um termo de origem tungúsica, que nessa língua siberiana quer dizer, na tradução literal, “aquele que enxerga no escuro”. Os xamãs são os portadores da função religiosa na tribo, que podem entrar em um estado extático, “voar” para outros mundos e ter acesso e contato com seus aliados (animais, vegetais e minerais), seres de outras dimensões e os espíritos ancestrais. Apesar de ter surgido na Sibéria, o termo “xamanismo” se aplica atualmente a práticas espiritualistas em vários pontos do mundo, tanto no espaço quanto no tempo.

Sigmund Freud, quase todos no Ocidente o sabem, foi o fundador da psicanálise. O que talvez muitos não saibam é que a própria psicanálise talvez deva sua origem a uma droga que nos dias atuais é ilegal em quase todo o mundo…

Entre as idades de 28 e 39, por onze anos, Freud utilizou regularmente a cocaína em sua forma de alcaloide, em pó (diluída em água). Como jovem neurologista, essa foi sua primeira tentativa experimental fora da prática médica tradicional. Ele estava buscando o reconhecimento público capaz de gerar a clientela que lhe traria fama e recursos financeiros permitindo, assim, que se casasse com sua noiva, de quem estava separado havia dois anos. Durante esse período, Freud publicou três artigos importantes e fez uma apresentação para a Sociedade Psiquiátrica de Viena sobre os usos terapêuticos da cocaína. Embora esse experimento não tenha atingido suas expectativas, e seus artigos sobre a cocaína nunca tivessem aparecido em seus escritos publicados, esses estudos fizeram de Freud, na verdade, um fundador da psicofarmacologia e, provavelmente, influenciaram seu trabalho com os sonhos e o inconsciente.

Freud acreditava que a cocaína era fundamental para curar as “doenças da alma”, mas com o tempo se apercebeu de seu seus perigos, quando verificou que seus pacientes, e ele mesmo, estavam ficando viciados na substância. Foi a partir dessa experiência, entretanto, que Freud se concentrou em alcançar novamente algumas daquelas reflexões e pensamentos de quando era influenciado pela cocaína, porém apenas com a própria mente, e a linguagem correta: a droga não era mais necessária, estava fundada a psicanálise.

Nos dias atuais, após meio século de uma Guerra as Drogas que parece ter gerado apenas mais e mais violência em todo o mundo, substâncias como a cocaína são demonizadas: não são tratadas apenas como um psicotrópico perigoso, mas como uma espécie de “pó do inferno”, algo que, uma vez consumido, nos condenará eternamente a carregar a alcunha de “drogados”, sem jamais, jamais, sermos capazes de dia sequer retornar ao que éramos antes. No fundo, sabemos que não é bem assim, mas, não obstante, essa é a crença generalizada, embutida em nossa mente pela mídia mundial, particularmente a americana, e da qual é realmente difícil escapar.

Longe de mim querer aqui relativizar o perigo da cocaína e outras drogas (já a cannabis, poderia muito bem ser legalizada). Na verdade, eu nem posso falar com tanta propriedade do assunto: nunca usei droga alguma além do álcool, ao menos nessa vida… Mas, talvez estejamos pegando pesado demais com a cocaína e outros psicotrópicos. Afinal, quem somos nós para julgar o que mesmo um papa recomendou com grande entusiasmo?

O Vin Tonique Mariani, ou Vin Mariani, era um vinho misturado com cocaína (também diluída em água), criação do químico francês Angelo Mariani, que era uma bebida bastante popular no fim do séc. XIX. Popular ao ponto de ter sido regularmente consumida por pelo menos dois papas da Igreja de Roma… O Papa Leo XIII chegou ao ponto de participar de uma campanha de publicidade da época, como “garoto propaganda” do grande Vin Mariani. Será que, por ser o papa, ele estaria livre do inferno ao consumir cocaína?

Gostemos ou não, o ser humano sempre teve, ao longo de toda a história, uma relação muito íntima com as drogas e todo o tipo de substância psicoativa… Como vimos anteriormente na série, é bem capaz de a própria pré-história, antes das civilizações e da escrita, já ter registrado práticas de consumo de drogas. Práticas essas que, bem controladas e devidamente classificadas como “sagradas”, podem mesmo ter dado origem a boa parte de nossa mitologia, magia, arte e religião.

Não eram, de fato, absolutamente todos os xamãs que usavam dessas substâncias. Na verdade, sabemos que muitos deles desenvolveram outros tipos de técnicas para alcançar seus estados de transe e consciência alterada, sua experiência mística. A lógica parece nos dizer que, entretanto, existe aqui uma proporção inversa em jogo: quanto mais consumimos substâncias psicoativas, mais facilmente conseguiremos alcançar os estados extáticos, porém mais árdua e complexa será nossa compreensão acerca do que efetivamente ocorre neles, na viagem para dentro de nós mesmos. Da mesma forma, quanto menos nos valemos de substâncias psicoativas, mais árdua e desgastante será nossa prática mental até que consigamos alcançar tais estados místicos “por nós mesmos”, apenas pelo uso da própria mente, mas por outro lado, tanto mais simples será nossa compreensão acerca do que ocorre dentro da mente. Freud parece, portanto, ter começado pelo primeiro método, e depois ter preferido o segundo. Talvez seja só isso mesmo: questão de preferência. Eu estou com Freud.

Ainda assim, há muitas questões que permanecem em aberto: porque, afinal, nossos ancestrais gastavam tanto tempo e energia nessas tentativas de adentrar “dimensões ocultas” dentro de suas próprias mentes? No que exatamente isso auxiliava em sua sobrevivência? Porque, afinal, tal prática estranha parece um dia ter sido comum em todas as partes do globo onde houvessem caçadores-coletores a caminhar pela terra, os pais e as mães de todos nós, os humanos…

Os signos da arte rupestre, com similaridades encontradas em sítios na Europa e na África, distantes não apenas no espaço, mas em milhares de anos no tempo, talvez nos deem alguma pista do que nossos xamãs ancestrais buscavam. Em seu extensivo estudo [1], Graham Hancock lista alguns dos pontos em comum: (a) As pessoas ou seres podem ser parte animal, parte homem, e podem se transformar plenamente em animais; (b) Certas pessoas ou seres são, às vezes, empaladas por lanças, flechas ou arpões quando estão se transformando em animais (os “homens feridos”); (c) Animais podem se transformar em outros animais ou aparecer como híbridos de duas ou mais espécies, e alguns podem ter a aparência distorcida, “fantástica”, inteiramente desconhecida do mundo natural (de qualquer época do planeta); (d) Há padrões geométricos, pontos, grades e zigue-zagues de linhas e “linhas-serpentes”, por toda parte; (e) A face da rocha onde a arte rupestre é encontrada é dinâmica e permeável, não como uma tela em branco, plana, a espera de ser decorada, mas muito mais como uma mescla em três dimensões entre a rocha e a arte, como se a arte também fosse, ali, um portal para uma outra dimensão, acessível apenas na contemplação daquele “local sagrado”.

Após ter encontrado tantas similaridades, Hancock partiu para uma tentativa ousada de explicar aquilo tudo, o que preenche boa parte de seu livro, e da qual não entraremos em maiores detalhes aqui [2]. Porém, talvez seja uma boa hora para refletirmos acerca do que os próprios xamãs afirmam que fazem em seu xamanismo, ou pelo menos daqueles xamãs que sobreviveram ao tempo. O importante é que seu relato é bastante similar ao que os xamãs san do século XIX disseram a Bleek e Lloyd [3]: (a) Entrar em contato com uma “realidade primordial”, espiritual, acessível através de alguma espécie de “sintonia mental” alcançada em certos estados extáticos; (b) Entrar em contato direto com ancestrais (já “mortos”, mas que vivem neste outro plano de existência), entidades, deuses, semi-deuses e seres “sobrenaturais” cujo conselho é informação inestimável para a sobrevivência da tribo; (c) Influência sobre o clima, particularmente na tentativa de produzir chuvas; (d) Influência e/ou identificação da movimentação de agrupamentos de animais que são caçados pela tribo nas redondezas; (e) Conhecimento de propriedades farmacológicas de ervas e plantas; e finalmente, talvez a mais importante: (f) Conhecimento e capacidade de cura de enfermidades físicas, psicológicas e/ou espirituais que afligem os membros da tribo.

Estariam os xamãs ancestrais totalmente certos, ou absolutamente equivocados, em todas essas práticas? Disso não temos como saber sem experimentar os mesmos estados extáticos… Mas, a lógica e o bom senso nos dizem: estavam mais certos que errados; Do contrário não estaríamos aqui para contar a história, não seríamos nós mesmos os seus descendentes, o seu presente para o mundo.

O Chefe Seattle, outro grande xamã, uma vez disse em sua carta ao presidente em Washington: “Sabemos que a terra não pertence ao homem. O homem pertence à terra. Todas as coisas são interligadas, como o sangue que nos une. O homem não tece a teia da vida – ele é apenas um fio dela. O que fizer à teia, fará a si mesmo”. Mas, o que é afinal essa teia, esse tecido de realidade que parece habitar tanto o mundo lá fora quanto a nossa própria mente? É possível, afinal, influenciar e interagir com o mundo lá fora, através de alguma ponta de teia que puxamos ainda dentro de nossa mente?

O cético escandalizado com tal possibilidade vai prontamente nos responder: “Isso tudo está apenas na sua mente!”… Mas, afinal de contas, e o que não está?

Nossa consciência desperta, normal, a qual chamamos de racional, nada mais é do que um tipo especial de consciência. Ao redor e sobre ela, separada pela mais fina das telas, há formas potenciais de consciências muito diferentes. Podemos atravessar a vida sem nem sequer desconfiarmos de sua existência. Mas, aplique o estímulo necessário e, ao menor toque, elas estão lá, em toda a sua inteireza… Nenhum relato do universo em sua totalidade pode ser tão definitivo que deixe essas outras formas de consciência inteiramente menosprezadas… De qualquer maneira, elas proíbem um encerramento prematuro de nosso acerto de contas com a realidade (William James, Variedades da Experiência Religiosa)

***

Leitura recomendada: Sobrenatural, de Graham Hancock (Nova Era).
[1] Maiores detalhes no livro recomendado acima.
[2] Hancock prossegue em um longo, extensivamente detalhado e devidamente documentado relato de similaridades entre as experiências do xamanismo, os relatos de abdução por OVNIs (inclusive muitos séculos antes do século XX) e os relatos de encontros com seres mitológicos e do “reino das fadas”… Trata-se, talvez, de um “passo maior do que as pernas”, mas nada disso invalida o que vinha sido demonstrado desde o início do livro, particularmente o que foi resumido nas duas primeiras partes desta série.
[3] Ver parte 2 desta série de artigos.

***

Crédito das imagens: [topo] Wikipedia (Papa Leo XIII recomenda o Vin Mariani); [ao longo] Imagem criada a partir de imagem compartilhada no Facebook

O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.

Ad infinitum

Se gostam do que tenho escrito por aqui, considerem conhecer meu livro. Nele, chamo 4 personagens para um diálogo acerca do Tudo: uma filósofa, um agnóstico, um espiritualista e um cristão. Um hino a tolerância escrito sobre ombros de gigantes como Espinosa, Hermes, Sagan, Gibran, etc.

» Comprar livro impresso, PDF, ou versão para Amazon Kindle

***

» Ver todos os posts da coluna Textos para Reflexão no TdC

» Veja também nossa página no Facebook

#Espiritualidade #Drogas #Freud #Psicologia #xamanismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/isso-tudo-est%C3%A1-apenas-na-sua-mente

Elementos Internos do Templo Rosacruz

Thiago Garcia Tamosauskas

Após a abertura do templo a primeira coisa que se vê é uma sala de preparação, geralmente escura, na qual os membros da loja podem deixar seus pertences pessoais e munirem-se de seus aventais ritualísticos.  Para entrar entretanto é preciso provar suas credenciais ao Guardião Externo que abriu as portas.  Daqui se prossegue para a Antecâmara do Templo.

Antecâmara do Templo: Esta sala é muito querida pelos iniciados pois representa a passagem da escuridão para a luz, da ignorância para o conhecimento, do finito para o infinito. É um cômodo que existe entre a entrada do templo e a loja. Possui luz suave e decoração agradável (geralmente de estética egípcia da época de Akhenaton). A partir daqui os membros da loja já devem manter especial referência e seguir algumas regras de conduta, evitando conversas, mantendo silêncio, portando-se dignamente e demonstrando retidão em todos os níveis, incluindo meios simbólicos.  Na antecâmara há uma entrada para a loja.

Antecâmara rosacruz

A Câmara do Templo: Esta é uma outra sala que dá acesso a loja mas que permanece oculta acessível por uma passagem secreta na Antecâmara. Aqui entre outras coisas ocorre a primeira parte da primeira iniciação é conduzida. É a tumba do Silêncio, o Abismo das Trevas, o Local do Terror. Isso é tudo que pode ser dito.

A Loja Rosacruz

 

 

A loja é o recinto central no interior de um Templo Rosacruz dedicado a convocações gerais, estudos e praticas místicas. Suas quatro estações representando os quatro elementos e também os pontos cardeais fazendo desta uma réplica tanto do micro quanto do macrocosmo. Acima dela o teto remete ao céu e as estrelas do mundo imaterial.

LESTE

O Leste (topo da ilustração) é o primeiro ponto do horizonte de onde provém a Luz Maior da qual todos os irmãos e irmãs buscam a iluminação. Por essa razão o leste recebe uma saudação especial quando os membros entram na loja.

Para o rosacruz observando o Leste o ser humano testemunhou o “símbolo da vida” e soube que as Leis de Deus seguem uma lógica e perfeita. O nascer do sol todos os dias com infinita exatidão sugeriu ao ser humano a continuidade e imortalidade da vida e a regularidade matemática cosmos. É no leste que ficam o altar, a estação do o Mestre da loja, bem como a Columba e a urna do fogo vestal. Veremos estes elementos mais adiante.

SUL

O Sul é lugar onde simbolicamente o Sol brilha com máxima Luz e intensidade. Por esta razão, no templo rosacruz é daqui que partem as preces e sagradas bênçãos do serviço pela voz do Capelão. É aqui também que fica o representante masculino da dupla de cantores.

OESTE

A estação Oeste é onde o Sol da vida lentamente se abandona ao término da sua jornada. Por esta razão é mais ligada as coisas materiais do que espirituais.  É neste local que fica a Mater, que simboliza a mãe espiritual de todos os membros da Fraternidade.

NORTE
A estação Norte representa onde o Sol não lança a luz com toda sua força. É o abismo do mal e o vale da morte, o reino das trevas e das horas noturnas. Por essas razões é simbolicamente é por aqui que entram os neófitos em busca da Iniciação. Aqui também ficam o Guardião Interno e a representante feminina da dupla de cantores.

O Shekinah

No centro do templo temos o coração e o quinto ponto da loja, o lugar onde todas as linhas se cruzam e onde fica o altar triangular denominado Shekinah, equivalente a rosa da cruz. ‘Shekinak’ é uma antiga palavra egípcia que foi incorporada no vocabulário hebraico com o mesmo simbolismo de ser o fogo, o calor, o fervor, a flama e a luz  da presença divina. No templo é também símbolo do poder concentrado da Assembleia de frateres e sorores.

O Shekinah é um altar triangular de cerca de um metro de altura e igual medida em cada um dos seus três lados. Seus topo é coberto com cetim vermelho e suas bordas enfeitadas com um cordão dourado. Cada uma das laterais trás ainda uma cruz rosacruz dourada com cerca de 50 cm de altura e 30 cm de largura. No topo do altar – que pode ter um vidro para proteger o cetim vermelho há três velas, cada uma em uma das pontas do triangulo que quando acesas pela Columba simbolizam as a Luz, a Vida e Amor do Sagrado Triângulo Rosacruz. As três velas nos lembram ainda a lei sagrada de que não menos do que três ‘pontos’ são necessário para uma perfeita manifestação existir. Uma de suas pontas aponta para Oeste e as outras duas para o Norte e o Sul. Incenso pode ser queimado no centro do triangulo.

O SANCTUM

O Shekinah recebe seu poder pelas vibrações místicas e sagradas geradas no leste da Loja Desta forma o Sanctum – o local mais sagrado de cada templo – é a área entre o Skekinah e a plataforma Leste. Este local, salvo raras oacsiões só pode ser atravessado pelo Mestre da loja e pela Columba. Na ponta oeste do sanctum, de frente parao altar, está a Urna do Fogo vestal: símbolo de luz, vida e amor. Desta forma a “Presença de Deus” é levada pado Leste para ‘O Coração da alma do templo”.

Arquétipos dentro da Loja Rosacruz

Toda loja rosa cruz depende do bom serviço de seus membros para funcionar. Alguns deles assumem dentro da loja papeis arquétipos importantes. Enquanto estiverem servindo devem ser tratados como de fato sendo aqueles papeis. Uma soror deixa de ser chamada pelo seu nome para ser a MATER, um frater deixa de atender pelo seu nome para ser de fato o Guardião.

O Mestre

Embora esse papel possa ser ocupado por homens ou mulheres, ele representa o arquétipo do Grande Pai. É ele que do altar conduz as cerimônias e dirige os membros do templo durante os rituais e iniciações. Representa  simbolicamente a luz maior dentro do templo e serve como um meio e um mensageiro das irradiação desta luz.

Deve-se dizer que o status de Mestre da loja rosacruz segue o princípio de que “aquele que for o maior entre vós deve ser o que mais serve”. Seu título e posição surgem de seu valor, habilidade, caráter e desejo de servir e sua atuação está limitada pelos regulamentos da ordem e pelos decretos do imperator.

A Matre

Simboliza o arquétipo da Grande Mãe dentro do templo e tem uma autoridade como a do Mestre, mas uma forma diferente de atuação. É a mãe no sentido material e espiritual de todos os membros da loja e a ela devem ser confiados aqueles problemas íntimos e pessoais que só uma figura materna pode entender e confortar. Ela busca a ajuda necessária nos demais membros da loja para que o auxilio espiritual ou material seja feito. É a mãe que entende, que simpatiza e que sabe e confia, que ama e se sacrifica por nossa felicidade.

O Cantor e Cantora

Posicionados nas estações Norte e Sul a dupla de cantores tema importante missão de guiar e liderar os demais membros em na evocação de uma série de sons vocálico que possuem diferentes porem sempre benéficos propósitos.

Capelão

Situado no Sul da loja, onde simbolicamente o Sol brilha mais forte o capelão é o porta voz de Deus no templo. Dele partem as preces, as sagradas bênçãos e os discursos da iniciação. É o representante do arquétipo do sábio eloquente.

Guardiões

Estes símbolos de força e autoridade são responsáveis por manter a ordem e a regra do templo. O Guardião Interno cuida dos procedimentos de dentro da loja, enquanto que o Guardião Externo cuida da entrada e da saída adequada dos membros.

Columba

Sendo a representante do arquétipo da Pureza esta figura análoga as virgens vestais dos romanos e sacerdotisa egípcias tem uma grande importância dentro da loja rosacruz, mantendo o fogo sagrado aceso, purificando o templo e servindo de guia para todos nas iniciações e nas operações ritualísticas

A palavra columba de fato significa pomba, um importante símbolo místico e religioso rosacruz. Ela possui uma cadeira permanente ao Leste do Templo que só pode ser ocupado por ela. Ela representa a Consciência Pura de cada frater ou soror da loja. Quando ela fala todos devem se calar pois da boca da inocência vem a sabedoria e do florescer da consciência vem a verdade. As meninas indicadas como columbas devem ter entre 13 e 18 anos de idade e podem servir até os 21 anos enquanto mantiverem a virgindade.

Além desses citados a equipe ritualística possui outros cargos e papeis importantes como o Portador do Archote, o Sonoplasta, o Guia e o Arauto, mas o conhecimento aqui exposto basta para uma compreensão inicial do que se passa dentro de um templo rosacruz,

Postagem original feita no https://mortesubita.net/sociedades-secretas-conspiracoes/elementos-do-templo-rosacruz/

Bancada Evangélica: a mais ausente, inexpressiva e corrupta de todas

@MDD – Muitos de vocês, jovens leitores, têm pais e parentes evangélicos. Pessoas boas, que não concordam com a corrupção e com o roubo e desvio do dinheiro dos fiéis para enriquecimento ilícito de pastores mal intencionados. Você, leitor, tem uma missão: Enviar este post para a maior quantidade de evangélicos que você conhecer. Se estes amigos e parentes forem pessoas honestas, eles ajudarão a limpar esse lixo infectado da política que se alojou no seio das Igrejas de dentro para fora! Começamos a campanha “Evangélico não vota em pastor corrupto”.

Dados do Transparência Brasil indicam que:

1) Da bancada evangélica, todos os deputados que a compõe respondem processos judiciais;

2) 95% da referida bancada estão entre os mais faltosos;

3) 87% da referida bancada estão entre os mais inexpressivos do DIAP;

4) Na última década não houve um só projeto de expressão, ou capaz de mudar a realidade do país, encabeçado por um parlamentar evangélico.

Assembleia de Deus

1 Hidekazu Takayama – PSC/PR

TRF-1 (Seção Judiciária do Distrito Federal) – Processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – de Ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal. STF – Inquérito nº 2652/ 2007 – Inquérito apura crimes contra a ordem tributária, estelionato e peculato.

2 – Sabino Castelo Branco – PTB/AM

STF – Processo nº 538 – Réu em ação penal movida pelo Ministério Público Federal por peculato.

STF – Inquérito nº 2940 – É alvo de inquérito que apura crimes contra a ordem tributária. TSE –

Processo nº 504786.2010.604.0000 – É alvo de recurso contra expedição de diploma apresentado pelo Ministério Público Eleitoral por abuso de poder econômico e uso indevido de meio de comunicação social.

TSE – Processo nº 874.2011.604.0000 – É alvo de representação movida pelo MPE por captação ou gasto ilícito de recursos financeiros de campanha eleitoral.

TRE-AM – Processo nº 90095.2002.604.0000 – Teve reprovada prestação de contas referente às eleições de 2002.

TRE-AM – Processo nº 424843.2010.604.0000 – Teve reprovada prestação de contas referente às eleições de 2010.

TRE-AM – Processo nº 485034.2010.604.0000 – É alvo de representação movida pelo MPE.TRF-1 Seção Judiciária da Amazônia – Processo nº 0001172-68.2007.4.01.3200 – É alvo de ação de execução fiscal movida pela Fazenda Nacional.

TJ-AM Comarca de Manaus – Processo nº 0039972-21.2002.8.04.0001 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual.

3 – Ronaldo Nogueira – PTB/RS

TCE-RS (processo 008255-02.00/ 08-2) – Irregularidades na gestão da Câmara de Carazinho.

TCE-RS (processo 001084-02.00/ 01-0) – Idem. TCE-RS (processo 010264-02.00/ 00-4) – Idem.

4 – João Campos de Araújo – PSDB/GO

TRF-1 (Seção Judiciária do Distrito Federal – processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal.

5 – Costa da Conceição Costa Ferreira – PSC/MA

TRF-1 (Seção Judiciária do Distrito Federal) – processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal.

É alvo de ações de execução fiscal movidas pelo município de São Luís:

TJ-MA Comarca de São Luís – Processo nº 7092-32.2007.8.10.0001.

TJ-MA Comarca de São Luís – Processo nº 1793-35.2011.8.10.0001

6 – Antônia Luciléia Cruz Ramos Câmara – PSC/AC

TRE-AC – processo 497/ 2002 – Teve reprovada a prestação de contas referente às eleições de 2002. É alvo de ações penais movidas pelo Ministério Público por crimes eleitorais (peculato/captação ilícita de votos ou corrupção eleitoral).

STF – processo 585. STF – Processo nº 587. TRE-AC – processo 177708/ 2010

– É alvo de inquéritos que apuram crimes eleitorais e contra a administração em geral:

STF – inquérito 3083, TRE-AC – Inquérito 245, STF – Inquérito nº 3133.

É alvo de ações de investigação judicial eleitoral por abuso de poder econômico:

TRE-AC – processo 142143/ 2010, TRE-AC – processo 178782/ 2010, TRE-AC – processo 142835/2010 . É alvo de representações movidas pelo MPE por captação ilícita de sufrágio e/ ou captação ou gasto ilícito de recursos financeiros de campanha eleitoral: TRE-AC – processo 180081/ 2010, TRE-AC – processo 194625/ 2010 e TRE-AC – processo 142058/ 2010

7 – Cleber Verde Cordeiro Mendes – PRB/MA

STF – processo 497/2008 – É alvo de ação penal movida pelo Ministério Público Federal por crimes praticados contra a administração em geral (inserção de dados falsos em sistema de informações).

TRE-MA – processo 603979.2010.610.0000 – É alvo de ação de investigação judicial movida pelo Ministério Público Eleitoral por uso de poder político e conduta vedada a agentes públicos.

8 – Nilton Baldino (Capixaba) – PTB/RO

STF – Processo nº 644 – Acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias, é réu em ação penal movida pelo Ministério Público Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – Processo nº 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo MPF.

TRF-1 Subseção Judiciária de Ji-Paraná – Processo nº 0000432-26.2007.4.01.4101 – É alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo MPF por envolvimento com a máfia das ambulâncias.

9 – Silas Câmara – PSC/AM

STF – inquérito 2005/2003 – É alvo de inquérito que apura peculato e improbidade administrativa.

STF – inquérito 3269 e STF – inquérito 3092 – É alvo de inquéritos que apuram crimes eleitorais.

TRF-1 Seção Judiciária da Amazônia – processo 0004121-02.2006.4.01.3200 – É alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal.

É alvo de representação e ações de investigação judicial movidas pelo Ministério Público Eleitoral por captação ilícita de sufrágio e abuso de poder econômico:

TRE-AC – processo 180081.2010.601.0000,

TRE-AC – processo 142835.2010.601.0000,

TRE-AC – processo 178782.2010.601.0000,

TRE-AM – processo 73203919.2005.604.0000

– O PTB teve reprovada a prestação de contas referente ao exercício financeiro de 2004, quando o parlamentar era ordenador de despesas do partido em nível estadual.

10 – José Vieira Lins (Zé Vieira) – PR/MA

É alvo de inquéritos que apuram crimes de responsabilidade, peculato e sonegação de contribuição previdenciária:

STF – inquérito 3051, STF – inquérito 3078, STF – inquérito 2945, STF – inquérito 2943, STF – Inquérito 3047.

É alvo de ações civis públicas, inclusive de improbidade administrativa, movidas pelo Ministério Público e pelo município de Bacabal:

TRF-1 Seção Judiciária do Maranhão – processo 0005980-37.2008.4.01.3700, TJ-MA Comarca de Bacabal – processo 378-16.2009.8.10.0024, TJ-MA Comarca de Bacabal – processo 1771-15.2005.8.10.0024, TJ-MA Comarca de Bacabal – processo 279-56.2003.8.10.0024.

É alvo de ações de execução movidas pela Fazenda Nacional — por exemplo: TRF-1 Subseção Judiciária de Bacabal – processo 0000629-69.2011.4.01.3703, TRF-1 Subseção Judiciária de Bacabal – processo 693-79.2011.4.01.3703, TRF-1 Subseção Judiciária de Bacabal – processo 0000908-55.2011.4.01.3703, TJ-MA Comarca de São Luís – Processo 6007-40.2009.8.10.0001.

Foi responsabilizado por irregularidades em convênios e aplicação de recursos e teve contas reprovadas: TCU – Acórdão 5659/ 2010, TCU – Acórdão 3577/2009, TCU – Acórdão 3282/2010, TCU – Acórdão 2679/2010, TCU – Acórdão 749/2010, TCU – Acórdão 1918/ 2008 (teve o nome incluído no TCU – Cadastro de responsáveis com contas julgadas irregulares). TCU – Acórdão 801/ 2008 (teve o nome incluído no TCU – Cadastro de responsáveis com contas julgadas irregulares). TCE-MA – processo 2600/1999 e TCE-MA – processo 3276/2005.

11 – Marcelo Theodoro de Aguiar – PSC/SP

TRE-SP – Processo 1077244.2010.626.0000 – Teve reprovada prestação de contas referente às eleições de 2010.

Igreja Presbiteriana

1 – Leonardo Lemos Barros Quintão – PMDB/MG

STF – Inquérito nº 2792 – É alvo de inquérito que apura crimes eleitorais.

TJ-MG Comarca de Belo Horizonte – Processo nº 5034047-88.2009.8.13.0024

– É alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual.

2 – Edmar de Souza Arruda – PSC/PR

STF – inquérito 3307 – É alvo de inquérito que apura crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético.

3 – Edson Edinho Coelho Araújo (Edinho Araújo) – PMDB/SP

STF – Inquérito nº 3137 – É alvo de inquérito que apura crimes previstos na lei de licitações.

TJ-SP Comarca de São José do Rio Preto – Processo 576.01.2009.043791-5 – É alvo de ação de execução fiscal movida pela Fazenda estadual. É alvo de ações de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Estadual: TJ-SP (segunda instância) – processo 9035424-43.2006.8.26.0000, TJ-SP (Comarca de São José do Rio Preto) – Processo nº 576.01.2010.062759-8. O TCE-SP julgou irregulares processos licitatórios e contratos firmados pela prefeitura de São José do Rio Preto: TCE-SP – processo 2832/008/04, TCE-SP – processo 313/008/02, TCE-SP – processo 2432/008/07

4 – Benedita Souza da Silva Sampaio – PT/RJ

TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – Processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal.

É alvo de ações de improbidade administrativa: TJ-RJ (Comarca do Rio de Janeiro) – processo 0040421-83.2007.8.19.0001, TJ-RJ (Comarca do Rio de Janeiro) – processo 0050419-80.2004.8.19.0001 e TJ-RJ (Comarca do Rio de Janeiro) – processo 0372416-70.2009.8.19.0001.

5 – Anthony William Garotinho Matheus De Oliveira (Anthony Garotinho) – PR/RJ

É alvo de inquéritos que apuram crimes eleitorais:

STF – Inquérito 2601/2007,

STF – inquérito 2704/2008,

TRF-2 (Seção Judiciária do Rio de Janeiro – Processo nº 2008.51.01.815397-2

– É réu em ação penal referente à máfia dos caça-níqueis e movida pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção e crimes contra a administração pública. Chegou a ser condenado a dois anos meio de prisão. A pena foi convertida em prestação de serviços e suspensão de direitos.

É alvo de ações de improbidade administrativa:

TJ-RJ Comarca de Nova Iguaçu – processo 0026769-53.2005.8.19.0038,

TJ-RJ Comarca de São Fidelis – processo º 0000249-07.2011.8.19.0051,

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0050419-80.2004.8.19.0001,

TJ-RJ Comarca de Campos dos Goytacazes – processo 0011729-64.2009.8.19.0014,

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0040380-19.2007.8.19.0001,

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0040412-24.2007.8.19.0001, TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0039456-08.2007.8.19.0001,

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0064717-67.2010.8.19.0001,

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0183480-95.2008.8.19.0001,

TRE-RJ – processo 764689.2008.619.3802

– Em ação judicial eleitoral, foi condenado por abuso de poder econômico e uso indevido de veículo de comunicação social. A Justiça decretou inelegibilidade.

Igreja Universal do Reino de Deus

1 – José Heleno da Silva – PRB/SE

É alvo de ações de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Federal:

TRF-5 Seção Judiciária de Sergipe – processo 0005364-36.2010.4.05.8500,

TRF-5 Seção Judiciária de Sergipe – processo 0005511-67.2007.4.05.8500 (Acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias),

TRF-1 Seção Judiciária de Mato Grosso – processo 0015233-58.2008.4.01.3600

– É alvo de medidas investigatórias referentes à máfia das ambulâncias e conduzidas pelo Ministério Público Federal.

O TRE reprovou as prestações de contas do PL referentes aos exercícios financeiros de 2003 e de 2005, quando o parlamentar era dirigente do partido em nível regional:

TRE-SE – processo 34792.2004.625.0000,

TRE-SE – processo 438664.2006.625.0000

2 – Vitor Paulo Araújo dos Santos – PRB/RJ

STF – processo 592 – É réu em ação penal movida pelo Ministério Público por crimes eleitorais.

3 – Antonio Carlos Martins de Bulhões – PRB/SP

STF – inquérito 2930/ 2010 – É alvo de inquérito que apura peculato.

TRF-3 Seção Judiciária de São Paulo – Processo 0044601-82.2002.4.03.6182 – É alvo de ação de execução fiscal movida pela Fazenda Nacional.

TRF-3 Seção Judiciária de São Paulo – Inquérito 0005062-78.2003.4.03.6181 – É alvo de inquérito que apura apropriação indébita e crimes contra o patrimônio.

4 – Jhonatan Pereira de Jesus – PRB/RR

TRE-RR – processo 229176.2010.623.0000 – Teve reprovada a prestação de contas referente às eleições de 2010.

Igreja Do Evangelho Quadrangular

1 – Jefferson Alves de Campos – PSD/SP

TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal.

É alvo de ações de improbidade administrativa movidas pelo MPF por envolvimento com a máfia das ambulâncias:

TRF-3 Seção Judiciária de São Paulo – processo 0004928-22.2011.4.03.6100, TRF-3 Subseção Judiciária de Santos – processo 0000249-06.2007.4.03.6104

2 – Mário de Oliveira – PSC/MG

TRE-MG – Processo 60069.2011.613.0000 – É alvo de inquérito que apura crime eleitoral.

STF – inquérito 2727 – É alvo de inquérito que apura crimes de responsabilidade, contra a ordem tributária e previstos na lei de licitações, além de formação de quadrilha, falsidade ideológica, estelionato e lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores.

3 – Josué Bengtson – PTB/PA

TRF-1 Seção Judiciária do Pará – rocesso 3733-02.2007.4.01.3900 – É alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal.

TRF-1 Seção Judiciária de Mato Grosso – processo 0004032-69.2008.4.01.3600 – Acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias, é alvo de medidas investigatórias conduzidas pelo MPF por crimes previstos na lei de licitações.

Igreja Internacional da Graça

1- Rodrigo Moreira Ladeira Grilo – PSL/MG

2 – Jorge Tadeu Mudalen – DEM/SP

TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – Processo 0031294-51.2004.4.01.3400 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal.

Igreja Mundial do Poder de Deus

1 – José Olímpio Silveira Moraes (missionário José Olímpio) – PP/SP

TJ-SP Comarca de São Paulo – Processo 0424086-16.1997.8.26.0053 – É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual.

TJ-SP Comarca de Itu – processo 286.01.2009.514728-4 – É alvo de ação de execução fiscal movida pelo município de Itu.

2 – Francisco Floriano de Souza Silva – PR/RJ

TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0139394-68.2010.8.19.0001 – É réu em ação penal movida pelo Ministério Público Estadual por lesão corporal decorrente de violência doméstica.

Igreja Metodista

1 – Walney Da Rocha Carvalho – PTB/RJ

STF – Processo 627 – É alvo de ação penal movida pelo Ministério Público Federal por corrupção passiva.

TRE-RJ – Processo nº 197118.2002.619.0000 – Teve reprovada prestação de contas referente às eleições de 2002.

É alvo de ações de execução fiscal movidas pelo município de Nova Iguaçu e pela Fazenda Nacional — por exemplo: TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – processo 0000562-61.2010.4.02.5110, TJ-RJ Comarca de Nova Iguaçu – processo 0112599-45.2009.8.19.0038, TJ-RJ Comarca de Nova Iguaçu – processo 0083231-88.2009.8.19.0038

2 – Áureo Lidio Moreira Ribeiro – PRTB/RJ

É alvo de ações de execução fiscal movidas pela Fazenda Nacional e pelo município de Duque de Caxias:

TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – processo 0000153-61.2005.4.02.5110,

TJ-RJ Comarca de Duque de Caxias – Processo nº 0005413-58.2002.8.19.0021.

Igreja Nova Vida

1 – Washington Reis de Oliveira – PMDB/RJ

STF – processo 618 – É alvo de ação penal movida pelo Ministério Público Federal por crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético e formação de quadrilha.

STF – inquérito 3192 – É alvo de inquérito que apura crimes eleitorais. É alvo de ações civis públicas, inclusive de improbidade administrativa, movidas pelo Ministério Público:

TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – Processo 0007523-23.2007.4.02.5110, TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – processo 0008324-65.2009.4.02.5110, TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – Processo 0003813-92.2007.4.02.5110 (Foi condenado por improbidade administrativa, pois não houve divulgação de recursos recebidos pela prefeitura de Duque de Caxias. A Justiça determinou a suspensão dos direitos políticos, a proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios/ incentivos fiscais ou creditícios e o pagamento de multa).

É alvo de ações de execução fiscal movidas pela Fazenda Nacional e pelo município de Duque de Caxias — por exemplo:TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – processo 0004113-83.2009.4.02.5110, TRF-2 Seção Judiciária do Rio de Janeiro – processo 0004857-78.2009.4.02.5110, TJ-RJ Comarca de Duque de Caxias – processo 0223580-32.2008.8.19.0021, TJ-RJ Comarca de Duque de Caxias – processo 0223582-02.2008.8.19.0021, TRE-RJ – processo 386718.2010.619.0000

– É alvo de ação de investigação judicial movida pelo Ministério Público Eleitoral por abuso de poder econômico. TRE-RJ – processo 772.2011.619.0000

– É alvo de representação movida pelo MPE por captação ou gasto ilícito de recursos financeiros de campanha eleitoral. TRE-RJ – Processo 674343.2010.619.0000

– É alvo de representação movida pelo MPE por conduta vedada a agente público. TCE-RJ detectou irregularidades e emitiu pareceres contrários à aprovação das contas referentes à administração financeira da prefeitura de Duque de Caxias: TCE-RJ – Processo 203.163-8/10. TCE-RJ – processo 206.291.7/09

Igreja Cristã Evangélica

1 – Iris de Araújo Resende Machado – PMDB/GO

TRE-GO – Processo nº 999423170.2006.609.0000 – Teve rejeitada prestação de contas referente às eleições de 2006.

Congregação Cristã no Brasil

1 – Bruna Dias Furlan – PSDB/SP

É alvo de representações movidas pelo Ministério Público Eleitoral por conduta vedada a agentes públicos: TRE-SP – processo 15170.2010.626.0199, TRE-SP – processo 1949115.2010.626.0000

Igreja Sara Nossa Terra

1 – Eduardo Cosentino da Cunha – PMDB/RJ

STF – inquérito 2984/ 2010 – É alvo de inquérito que apura uso de documento falso. STF – inquérito 3056

– É alvo de inquérito que apura crimes contra a ordem tributária. TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – processo 0031294-51.2004.4.01.3400

– É alvo de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal. TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0026321-60.2006.8.19.0001

– É alvo de ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual. TRE-RJ – processo 59664.2011.619.0000

– Alvo de representação movida pelo Ministério Público Eleitoral por captação ilícita de sufrágio. TRE-RJ – processo 9488.2010.619.0153

– Alvo de ação de investigação judicial eleitoral movida pelo MPE por abuso de poder econômico. TSE – processo 707/2007

– Alvo de recurso contra expedição de diploma apresentado pelo MPE por captação ilícita de sufrágio.

Com informações do site catolicas.org.br

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/bancada-evang%C3%A9lica-a-mais-ausente-inexpressiva-e-corrupta-de-todas

Seria o TdC uma Sociedade Secreta?

cebola

Com o projeto do livro de Kabbalah Hermética chegando em sua reta final, sinto que também está na hora de dar um passo adiante com o Blog também. Nestes últimos 9 meses eu estive bastante ausente em termos de escrever textos de ensinamentos aqui, embora, na verdade, estava extremamente ocupado escrevendo textos de ensinamentos para o Livro! Depois de mais de 8 anos publicando textos sobre praticamente TUDO o que se pode imaginar dentro do Hermetismo, Alquimia, Maçonaria, Umbanda, Rosacruz e trocentos outros assuntos, chega uma hora que a maioria das perguntas do tipo “onde eu acho algo sobre X?” já foi respondido em algum post dentro dos 3.000 publicados.

Então, vou tentar uma nova fórmula que acho que deve ser bacana e, ao mesmo tempo, me forçará a escrever novamente com constância. Usar o Blog como “Blog”, contando causos, debatendo sobre assuntos aleatórios relacionados ao Hermetismo, Cultura Pop, resenha de filmes que tenham assuntos iniciáticos e coisas assim… e vocês me ajudam sugerindo tópicos nos comentários ou nas postagens do Facebook.

Hoje vou falar um pouco sobre um tema que bombou na lista de debates do facebook: Afinal, o TdC está caminhando para se tornar uma Sociedade Secreta?

A Resposta mais honesta seria: Talvez sim. Mas não do jeito que você imagina.

A verdade é que existem inúmeros Círculos de Compreensão dentro do Hermetismo e que de uma certa maneira, eu preciso ser capaz de conversar com cada um destes Círculos de maneira diferente. Geralmente, quanto maior o Círculo, mais leigas são as pessoas e mais diluída precisa ser a mensagem, senão a quantidade de chorume ignorante que vai chover sobre os textos nos comentários não está no gibi. Comecemos com dois exemplos bons:

O Mundo profano

1 – Quando eu vou em algum programa tipo “Superpop”, sempre aparece algum idiota para xingar “Ah, mas olha lá o deldebbio no Superpop! Nenhum mago sério toparia ir naquele programa que só tem abobrinha”… o que é de certa maneira um espelho do próprio preconceito e arrogância de quem diz esse tipo de coisa. Programas populares de auditório escolhem pautas XYZ por causa da popularidade, depois buscam no google se tem algum expert para falar sobre aquilo. Se o cara diz “não”, eles ligam pro próximo, e pro próximo, e pro próximo, ATÉ ALGUÉM ACEITAR. Muitos idiotas da net acham que bastaria falar “não” que o programa não aconteceria e que poderíamos escapar desta exposição, mas simplesmente não é verdade. Então eu prefiro mil vezes ir em um programa do Superpop, ou Regina Casé, ou Faustão ou o que seja para falar sobre Hermetismo do que deixar que eles escolham algum tosco fantasiado de dr. Estranho ou Constantine pra falar besteiras. Eu sei que eu me garanto e que, em vinte anos de entrevistas, já tenho tarimba para sacanear quem acha que vai nos sacanear. E cada programa destes atinge 400.000 famílias (é gente pra caramba!) e, se eu articular direito e levantar a curiosidade da maneira certa, aqueles que tem um QI maior que o de um funkeiro vão buscar algo no Google… e não são poucos! Lembro que da última vez que fui no Superpop, fui reconhecido até por caixa de supermercado uma semana depois do programa! É uma chance de ouro de defender o hermetismo nas grandes massas.

2 – Quando eu escrevo ou publico algo no mundo geek/nerd, geralmente entrevistas relacionadas com RPG ou cinema, procuro ficar mais nos assuntos de mitologia, ou utilizar elementos da magia dos universos de fantasia para trazer aqueles com QI maior que o de um orc para dentro do blog. Apesar de ser um círculo mais fechado, ainda tem muito retardado com o ego de crianças de 12 anos no meio Rpgístico e que se melindra com qualquer coisa, ainda mais nestes tempos pós-modernxs. Ao longo de quase 20 anos, jogos como Arkanun, Trevas, Anjos e Demônios atraíram muita gente para o hermetismo. Pessoas que começaram a jogar com 10-15 anos e que hoje possuem 35-40 anos, já estão em ordens iniciáticas e/ou estudando.

Estes são os exemplos mais distantes das cascas da cebola, públicos onde a imensa maioria é composta de leigos, palpiteiros e “achadores” de egos imensos, mas é a primeira filtragem. Em seguida, temos o próprio Blog do TdC, que começou como uma Coluna no site Sedentário e Hiperativo (uns 8 anos atrás, hoje o foco do site são vídeos e memes). Nos tempos do Sedentário cada postagem na Coluna chegava a 40.000 visualizações, o que ainda é um número gigantesco, porém mais afinado com a egrégora.

Podcasts e Entrevistas
Outro método excelente de abrir as portas aos buscadores é através de entrevistas e bate-papos em podcasts, sites e youtubers. Um vídeo como a palestra sobre A Kabbalah e os Deuses de Todas as religiões já foi visto mais de 80 mil vezes. Aqui tem uma lista com as melhores. Fora os excelentes podcasts do Descontrole (aliás, fica o convite: se você possui um podcast sobre qualquer assunto que seja e quiser bater papo comigo, é só me mandar um email ou mensagem no Facebook e marcamos). Estas conversas atingem públicos às vezes muito diversos do habitual e serve como porta de entrada para os textos do site. Acho que os livros e textos em PDF (especialmente o “Grande Computador Celeste” também ajudaram muita gente a chegar até as portas do Labirinto).

No TdC ocorre o que gosto de chamar de “Porta de Entrada”. São cerca de 10 mil visitantes por dia, cerca de 7 mil no post principal e 3 mil espalhados pelo que chamamos de “cauda longa”, que é movimentado principalmente pelos Sites de Busca e pelo alto Pagerank do TdC. Por ter material original e bem cotado, o Blog está sempre entre os primeiros sites (tirando os patrocinados e os esquisotéricos de portais gigantescos) e conseguimos manter um bom diálogo com a galera e começar a redirecioná-los para círculos mais específicos…

Os Primeiros Círculos costumam ser os Grupos de Hermetismo no Facebook, antigamente (em tempos de Orkut) tínhamos o Projeto Mayhem, mas com o tempo, a praticidade do Facebook fez com que o pessoal naturalmente migrasse de uma plataforma para outra. Nossos grupos de Facebook são moderados e bem cuidados. Não permitimos fakes nem trolls e qualquer problema com babacas gera advertência e banimento. Assim, conseguimos manter a qualidade mesmo dentro de um dos maiores grupos do Facebook do tema. E dentro destes Grupos, temos grupos menores relacionados à Kabbalah, Astrologia Hermética, Runas, Tarot e outros assuntos. Grupos mais fechados e mais selecionados, porque o nível dos debates também é mais complexo. Nestes grupos chegamos a 300, 400 pessoas no máximo.

Finalmente, temos nossos próprios grupos de estudo, onde você pode estudar sozinho e fazer os exercícios práticos em casa. São Monografias e relatórios, cada lição resolvida abre as portas para a próxima Monografia… Apesar de parecer simples e mais de 8 mil pessoas já terem pedido para entrar, menos de 10% sequer consegue chegar ao grau de Probacionista, onde a jornada começa. Aqui já temos uma Egrégora bem forte protegendo aqueles que resolveram se dedicar ao estudo da Alquimia, Hermetismo e busca pela Verdadeira Vontade.

Nesta caminhada, temos cursos presenciais de Hermetismo e, para os que não possuem finais de semana livre ou tempo disponível ou moram longe de São Paulo, estruturamos os Cursos de Hermetismo À Distância no Excelente site da Daemon Editora. o Conteúdo é rigorosamente o mesmo dos cursos presenciais e faço acompanhamento com apostilas e plantão de dúvidas. Aos poucos, fazemos o que está ao nosso alcance para ajudar, mas a Caminhada até o Santo Graal deve ser feita pelo Buscador.

Então, a conclusão é que depois de 22 milhões de pessoas visitando nosso site ao longo de 8 anos, cada uma destas pessoas ultrapassou o que conseguiu do próprio abismo. Muitas abriram, leram e entenderam tudo ao contrário e vão sair falando merda; muitas leram alguma coisa, mataram a curiosidade e retornaram às suas vidas; muitas leram alguns posts, até gostaram do que viram mas ficaram com preguiça de continuar e retornaram para as vidas normais; outros começaram a estudar alguma coisa; outros resolveram aprofundar os estudos; alguns entraram em ordens iniciáticas (muitas e muitas e muitas diferentes para poder citá-las todas aqui) e uma parte realmente avançou dentro destas ordens. Hoje tenho a felicidade de encontrar leitores do Arkanun/Trevas entre médicos, advogados, engenheiros, artistas, administradores; temos amigos dentro dos maiores graus de todas as Ordens no Brasil e em vários outros países…

O que nos leva à resposta do título: SIM, praticamente somos uma Ordem Secreta enraizada dentro da Cultura Pop, das Ordens Iniciáticas e de profissionais que estão no caminho para se tornarem os melhores profissionais que puderem ser. O quanto você pretende avançar na Árvore da Vida só depende de você!

Certo homem saiu para semear. Enquanto semeava, uma parte das sementes caiu à beira do caminho e os pássaros vieram e as comeram. Outra parte caiu no meio de pedras, onde havia pouca terra. Essas sementes brotaram depressa pois a terra não era funda, mas, quando o sol apareceu, elas secaram, pois não tinham raízes.

Outra parte das sementes caiu no meio de espinhos, os quais cresceram e as sufocaram. Uma outra parte ainda caiu em terra boa e deu frutos, produzindo 30, 60 e até mesmo 100 vezes mais do que tinha sido plantado. Quem pode ouvir, ouça.

– Matheus, 13

#Blogosfera

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/seria-o-tdc-uma-sociedade-secreta

Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei

O dicionário Webster classifica religião como “o serviço e veneração a Deus ou ao sobrenatural; um conjunto de leis ou um sistema institucionalizado de atitudes religiosas, crenças e práticas; a causa, princípio ou sistema de crenças efetuada com ardor e fé”. Ele também coloca a palavra Ritual como sendo “uma forma estabelecida de cerimônia; um ato ou ação cerimonial; qualquer ato formal ou costumeiro realizado de maneira seqüencial”.

Porém, nenhum dicionário vai conseguir dar a vocês a verdadeira definição de Magia. Magia é um processo deliberado no qual eventos do desejo do Mago acontecem sem nenhuma explicação visível ou racional. Os católicos/evangélicos chamam estes eventos de Milagres quando são produzidos por eles e de “coisas do demônio” quando são produzidos por outras pessoas. As religiões ortodoxas acabaram presas em uma armadilha que elas mesmas criaram a respeito dos rituais e da magia. Embora a Igreja Católica (e as Evangélicas por extensão, com seus óleos sagrados, águas do rio Jordão e círculos de 318 pastores) use e abuse de rituais de magia baixa em seus cultos, o mero comentário que seus fiéis estejam usando rituais de magia pode te arrumar confusão.

Então… como os magos definem magia? Um Ritual de Magia é apenas e tão somente a canalização de energias de outros planos de existência, através de pensamentos, gestos, ações e vocalizações específicas, em uma forma manifestada no Plano Físico. O nome que se dá a isso é Weaving (tecer), de onde se originam as palavras Witch (bruxa) e Wiccan (bruxo). Não confundir com a baboseira new age que se difundiu no Brasil e que chamam de “wicca” por aí. Estou falando de coisas sérias.

A idéia por trás da magia é contatar diversas Egrégoras (chamadas de Deuses ou Deusas) que existem em uma dimensão não material. Os magos trabalham deliberadamente estas energias porque as Egrégoras adicionam um poder enorme ao Mago para a manifestação de sua vontade (Thelema, em grego).

O primeiro propósito de um ritual é criar uma mudança, e é muito difícil realizá-las apenas com a combinação dos arquétipos e de nossa vontade solitária. Para isto, precisamos da assistência destas “piscinas de energia” que chamamos de Divindades.

Tudo o que é usado durante a ritualística é um símbolo para uma energia que existe em outro plano. O que define se o contato irá funcionar ou não depende do conhecimento que o Mago possui destas representações simbólicas usadas no Plano Material. O estudo e meditação a respeito da simbologia envolvida nas ritualísticas é vital para o treinamento de um mago dentro do ocultismo.

Para conseguir trazer estas energias das Egrégoras para o Plano Físico, os magos precisam preparar um circuito de comunicação adequado, de maneira a permitir o fluxo destas energias. Isto é feito através da ritualística, do uso de símbolos, da visualização e da meditação.

Para manter este poder fluindo em direção a um objetivo, é necessário criar um Círculo de Proteção ao redor da oficina de trabalho. Este circuito providencia uma área energética neutra que não permitirá que a energia trabalhada escoa ou se dissipe. Este círculo pode ser imaginário, traçado, riscado ou até mesmo representado por cordas (como a famosa “corda de 81 nós” usadas nas irmandades de pedreiros livres na Idade Média).

O círculo de proteção também pode ser usado para limpar um ambiente, para afastar energias negativas ou entidades astrais indesejadas.

Para direcionar este controle e poder, o mago utiliza-se de certas ferramentas de operação, para auxiliar simbolicamente seu subconsciente a guiar os trabalhos no plano mental e espiritual. É por esta razão que a maioria das escolas herméticas utiliza-se dos mesmos instrumentos, como taças, moedas, espadas, adagas, incensos, caldeirões, ervas e velas. O uso de robes e roupas consagradas especialmente para estas cerimônias também é necessário para influenciar e preparar a canalização das energias destas egrégoras.

Para contatar corretamente cada egrégora, o Mago necessita da maior quantidade possível de símbolos para identificar e representar corretamente a divindade, poder ou arquétipo que deseja. Apenas despertando sua mente subconsciente o Mago conseguirá algum resultado prático em seus experimentos. E como o subconsciente conversa apenas através de símbolos, somente símbolos podem atrair sua atenção e fazer com que funcionem adequadamente.

Podemos fazer uma analogia destas egrégoras como sendo cofres protegendo vastas somas de recursos, cujas portas só podem ser abertas pela chave correta. Rezas, orações, práticas mágicas e venerações “carregam” estes cofres e rituais específicos “abrem” estes cofres. Cada desenho, imagem, vela, cor, incenso, plantas, pedras, símbolo, gestos, movimentos e vocalização adicionam “dentes” para esta chave, como um verdadeiro chaveiro astral (qualquer semelhança com o Keymaker do filme Matrix NÃO é mera coincidência). De posse da simbologia correta do ritual e da realização precisa de cada passo da ritualística, o Mago é capaz “girar a chave”, contatar a egrégora e acessar estes recursos.

Ao final do ritual, estes deuses ou formas arquetipais são liberados para que possam manifestar o desejo para qual foram chamados durante o ritual e também permite que o Mago volte a funcionar no mundo normal. Manter os canais de conexão com os poderes ativos após o ritual ter sido completado tornaria impossível para uma pessoa viver uma vida normal.

Os magos enxergam o universo como um organismo infinito no qual a humanidade o moldou à sua imagem. Tudo dentro do universo, incluindo o próprio universo, é chamado de Deus (Keter). Por causa desta interação e interpenetração de energias, os iniciados podem estender sua vontade e influenciar o universo à sua volta.

Para conseguir fazer isto, o iniciado precisa encontrar seu próprio Deus interior (chamado pelos orientais de atmã e pelos ocidentais de EU SOU, ou seja, o seu verdadeiro EU). Este é o verdadeiro significado da “Grande Obra” para a qual nós, alquimistas, nos dedicamos. Tornar-se um mestre da Grande Obra pode demorar uma vida inteira, ou algumas vidas.

A magia ritualística abre as portas para sua mente criativa e para o seu subconsciente. Para conseguir realizar apropriadamente os rituais de magia, o magista precisa desligar o seu lado esquerdo do cérebro (chamado mente objetiva ou consciente, que lida com o que os limitados céticos chamam de realidade) e trabalhar com o lado direito (ou criativo) do cérebro. Isto pode ser conseguido através de meditação, visualização e outras práticas religiosas ou ocultistas para despertar.

O lado esquerdo do cérebro normalmente nos domina. Ele está conectado com a mente objetiva e lida apenas com o mundo material denso (chamado de Malkuth pelos cabalistas). É o lado do cérebro que lida com lógica, matemática e outras funções similares e também o lado do cérebro responsável pela culpa e por criticar tudo o que fazemos ou pretendemos fazer. Na Kabbalah chamamos este estado de consciência de Hod.

O lado criativo do cérebro pertence ao que chamam de “imaginação”. É artístico, visualizador, criativo e capaz de inventar e criar apenas através de uma fagulha de pensamento. Com o desequilíbrio entre as energias da Razão e da Emoção, o indivíduo pode pender tanto para o lado “cético-ateu” quanto para o lado “fanático religioso”. Os verdadeiros ocultistas são aqueles que dominam ambas as partes de sua consciência.

Uma das primeiras coisas que alguém que pretende enveredar por este caminho precisa fazer é aprender a eliminar qualquer sensação de falha, insatisfação ou crença materialista no chamado “mundo real”. Esta é a esfera do gado e dos rebanhos.

Diariamente, todos nós somos bombardeados com estas mensagens negativas na forma de “essas coisas não existem”, “imaginação é faz-de-conta”, “só acredito no que posso tocar”, “magia é coisa de filme”” e outras baboseiras, condicionando o gado desde pequeno a se comportar desta maneira. Esta é a razão pela qual amigos e companheiros devem ser escolhidos cuidadosamente, não importa a idade que você tenha. Diga-me com quem andas e te direi quem és.

Idéias a respeito de limitações ou falhas devem ser mantidas no nível mínimo e, se possível, eliminadas completamente. Para isto, existem certas técnicas de meditação que ensinarei nas colunas futuras.

Desligando o lado esquerdo

Durante um ritual, o lado esquerdo do cérebro é enganado para sua falsa sensação de domínio pelos cantos, gestos, ferramentas, velas e movimentações. Ele acredita que nada ilógico está acontecendo ou envolvido e se torna tão envolvido no processo que esquece de “fiscalizar” o lado direito. Ao mesmo tempo, as ferramentas se tornam os símbolos nas quais nosso lado direito trabalhará.

Existem diversas maneiras de se treinar para “desligar” a mente objetiva durante uma prática mágica. Os mais simples são a meditação, contemplação, rezas e mantras, mas também podemos usar a dança, exercícios físicos até a beira da exaustão, atividades sexuais e orgasmos, rodopios, daydreaming, drogas alucinógenas ou até mesmo bebedeira até o estado de semi-inconsciência. O exercício da Vela que eu passei em uma das primeiras matérias é um ótimo exercício para treinar este desligamento da mente objetiva.

Emoções

O lado esquerdo do cérebro não gosta de emoções (repare que a maioria dos fanáticos céticos parecem robozinhos, ao passo que os fanáticos religiosos parecem alucinados), pois emoção não é lógica. Mas as emoções são de vital importância na realização dos rituais. A menos que você esteja REALMENTE envolvido de maneira emocional e queira atingir os resultados, eu recomendo que você feche este browser e vá procurar uma página com mulheres peladas, porque não vai atingir nenhum resultado prático na magia. Emoções descontroladas também não possuem lugar na verdadeira magia, mas emoções controladas são VITAIS para a realização correta de rituais. O segredo é soltar estas emoções ao final da cerimônia (eu falarei sobre isso mais para a frente).

O primeiro passo para realizar magias é acreditar que você pode fazer as coisas mudarem e acontecerem. A maioria do gado do planeta está tão tolhido de imaginação e visualização que não é capaz nem de dar este primeiro passo, pois acreditam que “estas coisas não existem”. Enquanto você não conseguir quebrar a programação que as otoridades colocaram em você desde criança, as manifestações demorarão muito tempo para acontecer.

É o paradoxo do “eu não acredito que aconteça, então não acontece”.

Para começar a fazer as mudanças que você precisa, é necessário matar hábitos negativos. Falarei sobre a Estrela Setenária e os Sete defeitos capitais da alquimia (ou “sete pecados” da Igreja) mais para a frente. Conforme você for mudando seus hábitos, descobrirá que você gostará mais de você mesmo e os resultados mágicos começarão a fluir.

Esta é a origem dos famosos “livros de auto-ajuda” que nada mais são do que a aplicação destes princípios místicos travestidos de explicações científicas. O livro “O segredo” nada mais é do que uma compilação de ensinamentos iniciáticos desde o Antigo Egito. Ele não funciona para a maioria dos profanos simplesmente porque o gado não possui a disciplina mental, a imaginação e a vontade (Thelema) para executar o que deve ser executado.

O Bem e o Mal

Algumas Escolas iniciáticas, religiões judaico-cristãs e filosofias de botequim irão te dizer que realizar magias para você mesmo é egoísta e “magia negra”. Esqueça estas besteiras… se você não é capaz de operar e manifestar para você mesmo, você nunca conseguirá manifestar nada para os outros.

Não existe “magia branca” ou “magia negra”. O que existe é a INTENÇÃO. A magia é uma ferramenta, como um martelo. Você pode usá-lo para construir uma casa ou para abrir a cabeça de um inocente a pancadas. Quando Aleister Crowley disse “Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei”, ele disse isso para iniciados que já tinham total noção do que deviam ou não fazer dentro da Grande Arte, não para um zé mané iniciante. Cansei de ver misticóides do orkut interpretando esta frase como sendo “vou fazer o que minhas paixões de gado me dizem para fazer”, usando as palavras do grande Crowley para justificar suas imbecilidades.

O Karma é uma Lei Imutável. Assim como a Lei da Gravidade, a Lei do Karma não dá a mínima se você acredita nela ou não, ela simplesmente existe: você sofrerá suas ações. Ponto final.

Por esta razão, é essencial pensar nisso quando se fala em magia. Normalmente, utilizar este tipo de conhecimento para causar o mal gratuito não vale o preço kármico a se pagar depois. Simples assim.

Willpower, baby

A força de vontade humana é uma força real e muito poderosa. Ela é possível de ser disciplinada e produzir o que a uma primeira vista parecem resultados sobrenaturais. A força de vontade é direcionada pela imaginação, que é o domínio do lado direito do cérebro. O universo não é aleatório. “Tudo o que está em cima é igual ao que está embaixo”. Ele é constituído de padrões e conexões, como um fractal multidimensional de ações. Através das correspondências, do conhecimento dos padrões e da força de vontade, você será capaz de utilizar as forças arquetipais para seus próprios propósitos, sejam eles bons ou malignos.

Os deuses, demônios, devas, elementais, anjos enochianos, djinns, exús, emanações divinas, qlipoths e entidades astrais são amorais. O poder simplesmente está lá. COMO você vai utilizá-lo é que se torna responsabilidade dos magos. Tanto a magia branca quanto a magia negra trazem resultados, mas no final das contas, todos teremos de nos acertar com a Balança de Anúbis e os preços devem ser pagos. Infelizmente, a maioria das pessoas tem esta idéia errada de que Karma significa “punição” ou “recompensa”. Isto vem de um sincretismo com as religiões judaico-cristãs. Karma significa apenas que cada ação traz uma reação de igual força. E que as pessoas são responsáveis por aquilo que fazem.

A simbologia dos deuses per se são apenas estímulos para serem usados pela humanidade como catalisadores para uma elevação da consciência e a melhoria do ambiente ao redor do mago. Os rituais, em seu senso mais puro, lidam com transformações no mundo. O conhecimento destas ações é o motivo pela qual as Ordens (a maioria delas) trabalha em ações globais além das ações locais. E esta também é a razão pela qual as otoridades tanto temem e perseguem os magos, bruxos e membros de ordens secretas. Eles não querem que o status quo se modifique, pois perderiam todo o poder e o controle sobre o rebanho que possuem.

Carl Jung disse que experiências espirituais são diferentes de experiências pessoais, sendo que a segunda estaria em um nível mais elevado. Isto acontece porque normalmente nem todos em um grupo possuem a concentração ou a dedicação necessária para elevar todo o grupo ao mesmo patamar de consciência (uma corrente é tão forte quanto o mais fraco de seus elos). ESTA é a razão pela qual as ordens secretas (especialmente as invisíveis, já que as discretas já estão sendo contaminadas faz um tempo pelo gado de avental) escolhem com tanto cuidado seus membros.

Muita gente choraminga a respeito do porque as Ordens Iniciáticas serem tão fechadas, e do porquê este conhecimento ficar preso nas mãos de poucas pessoas, mas a verdade é que pessoas perturbadas ou cujo grau de consciência não esteja no mesmo nível do grupo acabarão agindo como sifões de energia ou criarão caos suficiente para estragar a egrégora das oficinas.

Meditação

O conceito de participar de um ritual ou entrar em um templo sagrado (seja ele um círculo de pedra, uma pirâmide ou uma igreja católica) é o de atingir um estado de consciência conhecido na Índia como “a outra mente”. Durante um ritual, todos os participantes são ao mesmo tempo atores e platéia, ativando áreas da mente que não são usadas durante o dia-a-dia. Através deste jogo, conseguimos libertar nossas mentes e espíritos destes grilhões e alcançar que está além.

93, 93/93

#Thelema

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/faze-o-que-tu-queres-h%C3%A1-de-ser-o-todo-da-lei

O Livro Que Leva À Loucura: Excalibur

No momento em que escrevemos, um iate luxuosíssimo percorre os oceanos do globo. Traz bandeira que não é de nenhum país conhecido ou desconhecido. Tem a bordo um certo número de guardas armados, pois muitas vezes tentou-se forçar o cofre-forte do capitão; esse cofre-forte contém um livro muito perigoso cuja leitura torna louco o que lê e se chama Excalibur.

Para que essa história seja compreensível, é preciso referir-se à vida do proprietário do iate, um americano chamado Lafayette Ron Hubbard, e à suas duas descobertas, a dianética e a cientologia. A história de Hubbard foi, geralmente, contada de forma humorística por Martin Gardner no livro “Os mágicos desmascarados” e por mim mesmo em “Rir com os Sábios”. Mas um certo número de fatos novos, aparecidos no curso dos dois últimos anos, tendem a fazer admitir que tal história não é apenas extravagante. Tentarei contá-la de maneira a mais neutra possível.

Lafayette Ron Hubbard é, indiscutivelmente, um explorador e um oficial da marinha americana, extremamente corajoso. Foi também – não escreveu muito no gênero – um dos melhores autores americanos de ficção científica e do fantástico. Entre seus romances traduzidos em francês, citamos Le bras droit de la mort (Hachette).

A melhor parte de sua obra, no que concerne à ficção científica e ao fantástico, foi escrita antes da guerra de 1940. durante essa guerra, em virtude de um ferimento que recebeu num combate com os japoneses, Hubbard sofreu a experiência da morte clínica. Foi reanimando, mas parece ter-se conscientizado que não o fora por vias normais, e ter tido percepções e sensações que nunca pôde suficientemente explicar.

Assim é que, depois da guerra, ele passou a meditar, sistematicamente, sobre o sistema nervoso humano. Acabou concebendo uma nova teoria que batizou de dianética, que comunicou a John Campbell, célebre editor de ficção-científica.

A dianética era uma espécie de psicanálise própria para seduzir os americanos. Estes são, com efeito, ávidos pelo “Faça você mesmo”, e a dianética permitia exercer seus talentos sobre qualquer um, sem necessidade de qualquer prévio estudo.

A teoria geral da dianética admite, como Freud, um inconsciente, mas enquanto o inconsciente freudiano é extremamente astucioso – era copiado do diabo – o inconsciente de Hubbard é sobretudo estúpido. Ele nos obrigava a fazer as piores asneiras, pois era totalmente literal e incapaz de transcender o significante, e composto de registros ou engramas (Hubbard usa esse termo científico num sentido que não lhe é dado normalmente).

O inconsciente de Hubbard forma muito cedo, notadamente durante a vida do feto. E basta, sempre segundo Hubbard, que se diga à uma mulher gestante “você se obstina em andar à esquerda” para que a criança, tornada adulta, cai, sem resistência, para um esquerdismo extremado!

Se chegássemos a desembaraçar um cérebro de todos esses significantes, anuncia triunfalmente Hubbard, produziríamos um sujeito perfeitamente “claro”. Esse sujeito “claro”, desprovido de qualquer complexo, inteiramente são espiritualmente, constituiria o embrião de uma espécie humana nova, próxima ao sobre-humano. Isto poderia ser conseguido através de simples conversa com o sujeito, utilizando técnicas que Hubbard descrevia em seus artigos de “Astounding Science-Fiction” ou em seu livro “Dianetices”, que, imediatamente aparecido, se tornou um best-seller.

Hubbard começou por tratar sua mulher. Logo que se tornou “clara”, ela pediu o divórcio, o que obteve. Tratou, em seguida, de um amigo, que logo que ficou “claro”, matou sua mulher e se suicidou. Então, a popularidade da dianética tornou-se imensa. Por volta de 1955, os americanos que se tratavam pela dianética eram milhares. Os resultados não foram tão sensacionais como no começo, mas esse pequeno jogo de salão fez logo concorrência à psicanálise.

A psicanálise tem, evidentemente, a vantagem de aplicar-se aos animais. Há nos Estados Unidos psicanalistas para cães, e não se conhecem técnicos da dianética para cães. A dianética, ao contrário, tem a vantagem de ser rápida, pouco custosa, e de apresentar a “psique” humana, não em termos complicados, mas segundo diagramas bastante iguais àqueles que permitem a qualquer um instalar em casa uma campainha elétrica. E antes de tudo, é mais reconfortante.

Certos psicanalistas foram também tratados, e sem tornar-se absolutamente “claros”, reconheceram que a tal dianética lhes fazia bem. Quando se lê Hubbard, não se tem a impressão de que ele é mais louco que Reich ou Ferenczi. Talvez menos. E no que concerne às lembranças formadas durante a vida do feto, Hubbard parece ter razão. O fenômeno parece ter sido clinicamente verificado, e põe um problema que não foi resolvido: como o feto, que não tem ainda um sistema auditivo, pode entender o que se diz ao seu redor? No entanto, ele o faz, isto é certo.

O que quer que seja, não se pode dizer que a dianética seja mais ou menos louca que a psicanálise. Todas as duas “caminham” menos bem que os métodos do sacerdote budista primitivo, mas caminham. Há em todo psíquico um tal esforço para o equilíbrio, que não importa qual a técnica usada para amenizar provisoriamente um psiquismo defeituoso. Tal amenização, evidentemente, não é durável, só os métodos químicos realmente podem curar.

A dianética parecia destinada a ser apenas um desses métodos curiosos como existem tantos, e foi assim que todos a consideraram. Somente que a história só estava começando. Tendo refletido sobre os defeitos da dianética, Hubbard chegou à conclusão de que esta não tratava senão das cicatrizes psíquicas devidas aos acontecimentos dessa vida terrestre, e em nenhum caso as feridas adquiridas em vidas anteriores. Criou uma nova disciplina: a cientologia.

A dianética foi um fogo de palha, mas a cientologia, com um desenvolvimento lento e progressivo, conheceu um crescimento constante que fez com que, em 1971, o movimento cientologista constituísse uma força mundial que inquietou muita gente. Tal movimento tem muito dinheiro, não se sabe de que fonte. As partes de Hubbard no trabalho original lhe trouxeram uma riqueza enorme, fala-se em dezenas de milhões de dólares.

Hubbard escreveu outros livros além de “Scientology”. Notou pela informação de amigos próximos, algumas lembranças de suas vidas anteriores. Tais lembranças, segundo ele, provinham de uma grande civilização galáctica da qual somos uma colônia perdida.

Reuniu essas lembranças num livro chamado Excalibur, que deu a ler a alguns voluntários. Estes ficaram loucos e estão, segundo o que sei, internados.

Nem a dianética, nem a psicanálise, nem a cientologia, nem mesmo os medicamentos que se conhece puderam fazer algo por eles. Hubbard continuou a navegar nos oceanos e a tomar notas, enquanto desconhecidos tentavam forçar seu cofre e ler o Excalibur. Durante esse temo, a cientologia desenvolveu-se a um ponto tal que chegou a inquietar. Foi assim que Charles Manson, assassino de Sharon Tate, declarou que era o representante local da cientologia. Os cientólogos negaram e Hubbard mesmo afirmou que denunciara Manson ao FBI como sendo um perigoso diabolista. Os cientólogos são acusados de dominar pessoas, de controlá-las, de teleguiá-las e de visar, com isso, à possessão do mundo.

Respondem com calma, que se dizia a mesma coisa dos primeiros cristãos.

São extremamente numerosos, sem que se possam citar cifras. Mas em 1969, uma associação inglesa que lutava por uma medicina mais racionalista e por uma condenação mais severa às medicinas paralelas, denunciou-os logo todos os cientólogos ingleses se inscreveram na associação e ficaram sendo a maioria rapidamente. O que prova serem eles bastante numerosos.

Certos países falam em proibir a cientologia, mas, pelo que sei, isto nunca foi feito em parte alguma. Os meios materiais enormes de que dispõem os cientólogos lhes permitem inundar literalmente o mundo de jornais, revistas, documentos. A inscrição em um curso de cientologia não é onerosa e não é isto que dá recursos ao movimento. O conselho administrativo da sociedade que, em diversos países, é registrado conforme as leis locais, reconhece que é um bom negócio. Mas sem precisar exatamente como funciona esse bom negócio.

Um dos dirigentes da cientologia inglesa declarou à imprensa: “Se alguém procura atacar-nos, investigamos sobre ele, e encontraremos algo de desfavorável que traremos ao conhecimento público”. Isto efetivamente se produz, o que significa que a cientologia ou possui excelentes recursos de espionagem, ou meios para utilizar as melhores agências de detetives privados.

A cientologia não parece ser política, se bem que se denuncie, periodicamente, tal organismo como um novo nazismo ou, pelo menos, como uma variedade do rearmamento moral. Isto não parece estar provado. O que parece certo é que a cientologia drena para si clientes não somente de cultos marginais e pequenas seitas ocultas, mas de religiões tão bem estabelecidas, como o cristianismo, ou do marxismo. Ela está em progresso no plano do número e no plano do poder. Os que zombaram de Hubbard, e eu me coloco entre esses, estão, talvez, rindo muito cedo. O fenômeno da cientologia é muito curioso, e não foi ainda suficientemente estudado.

A cientologia atraiu muitos escritores de ficção-científica, mormente Van Vogt (autor do famoso best-seller “Le Monde des Ô) que, durante certo tempo, abandonara a ficção-científica para se ocupar, exclusivamente, da cientologia. Esta não renega a dianética, mas acrescenta um conteúdo suplementar que não se pode qualificar senão como visionário. E evidentemente Hubbard, sob seu aspecto exterior de aventureiro positivo e de engenheiro instruído, é um visionário. Parece que teve uma visão quando esteve sob morte clínica, e que teve outras depois. Infelizmente, não disse grande coisa sobre os dirigentes da cientologia, que parecem acolher no movimento homens de negócios, mas também outros personagens.

Ao nível do contato com o público, ao nível, igualmente, do ensinamento elementar da cientologia, encontram-se pessoas extremamente convencidas e, ao que parece, sinceras. Não saberia dizer exatamente o que se passa em nível superior. Em conseqüência da filosofia de Max Weber, chama-se geralmente “efeito carismático” a influência de um ser humano sobre outro. A cientologia agrupa pessoas que possuem efeito carismático muito elevado.

O que quer que seja, a reunião de membros de um grupo de cientologia ao redor de seu chefe, e por causa de cientologia geral, é de uma natureza fanática. A tal ponto que muitas queixas apareceram contra os grupos.

Contrariamente à Golden Dawn, a cientologia tornou-se uma central de energia que exerce um poder real passavelmente inquietante. O que não aconteceu com a dianética. Qualquer coisa foi injetada na estrutura de um movimento que estava declinando e que parecia uma seita dissidente e simplificadora da psicanálise; e esse movimento foi transformado em instrumento utilizado para fins que não sabemos ainda. O período da diversão acabou e podemos perguntar o que foi introduzido na dianética para criar um movimento assim tão dinâmico como é a cientologia.

Como no início de todas as religiões há um Livro, a esta cabe o livro Excalibur que, ao invés de ser difundido, é cuidadosamente guardado como o talismã secreto da nova religião. O fenômeno é curioso, pois em casos análogos como os Mórmons ou os Babistas, o livro-base – livro de Joseph Smith para os Mórmons, Profecias de Bab para os Babistas – foi largamente difundido. No que concerne à cientologia, assiste-se, ao mesmo tempo a um esforço extremamente moderno de propaganda e a uma organização que esconde um livro secreto que se poderia dizer maldito. Não se sabe o que aconteceu às pessoas que o leram: tornaram-se loucos simplesmente lendo-o, ou tentaram certas experiências?

(Respondo aqui à uma questão que me é feita com freqüência: por que não tentei transformar o movimento nascido do “Despertar dos Mágicos” e de “Planète” numa espécie de pára-religião? Responderia simplesmente que num estado de ignorância total da dinâmica dos grupos humanos, pareceu-me extremamente perigoso lançar novos movimentos pára-religiosos. Numa admirável novela de Catherine Mac Lean, “O efeito bola de neve”, que traduzi para o francês para o “Nouveau Planète nº 2”, vê-se um grupo de senhoras que se ocupam, numa pequena vila americana, de coletar vestimentas, arrumá-las e dá-las aos pobres. Sociólogos imprudentes lançaram a esse grupo uma estrutura dinâmica que acabou virando uma bola de neve que foi pegando outros grupos. E esse microcorpúsculo acabou conquistando o mundo… Esse tipo de coisa é, ao meu ver, inteiramente possível, e por isso cuidadosamente cortei qualquer tentativa de formação de uma pára-religião a partir do movimento Planète.)

Ao nível do público, o ensinamento cientológico parece-me bastante com a dianética primitiva, sob uma forma mais razoável. Pretende-se aumentar a intensidade da consciência em pessoas tratadas, e talvez o consiga. Isto não acontece sempre. Por exemplo, o autor de ficção-científica americano Barry Malzberg conta no início de 1971 como tendo visto no metrô de New York, cartazes de propaganda de cientologia, decidiu tomar lições. Isto não o levou adiante, mas talvez não tivesse boas vibrações iniciais…

O que é ensinado em nível superior, ignoro-o. A literatura de promoção diz respeito a informações provenientes de épocas em que a Terra não era ainda uma colônia perdida, mas fazia parte da humanidade galáctica. Isto parece ficção-científica, mas a bomba de hidrogênio e a viagem à Lua pareciam também. Seria preciso ver a coisa mais de perto.

É interessante notar igualmente que a cientologia se declara perseguida por pessoas bastante análogas no fundo, àquelas que chamo Homens de Preto, cuja existência postulo neste livro.

Deixando de lado Hubbard, que parece fora de circuito, voluntariamente ou não, não se sabe muito bem o que está atrás da cientologia. Cai-se num paradoxo bastante curioso: por que os homens e mulheres da Golden Dawn, tão brilhantes e por vezes geniais, não chegaram a criar um centro de energia? E por que os indivíduos anônimos da cientologia conseguiram isto?

Pode-se tirar razões da dinâmica dos grupos. Não se pode, talvez, formar um grupo juntando gente de personalidade poderosa. É preciso, quem sabe, uma hierarquia que parece existir na cientologia e que não parece ter existido de maneira marcante na Golden Dawn.

Pode-se dizer ainda, com certa ironia, que a Golden Dawn dirigia-se a uma elite muito limitada de pessoas excepcionais, enquanto que a cientologia se dirige a pessoas medianas.

Os membros dos grupos cientologistas me sugerem uma terceira resposta: para eles, a cientologia se mantém porque é científica, enquanto a Golden Dawn era um amontoado de superstições e práticas mágicas.

É-me difícil considerar esta resposta válida, pois a leitura de documentação que a própria cientologia difunde, mostra que não se trata de uma ciência, ao menos no sentido habitual do termo. É uma mística análoga ao freudismo. Como o freudismo, é preciso aceitar sem discutir afirmações das quais não se tem nenhuma prova. Ademais, enquanto a Golden Dawn parece ter resolvido o grande mistério do despertar, não se vê nada análogo na cientologia. E, contudo, esta prospera e prospera, segundo uma estrutura que parece aquela pra a qual tendia a Golden Dawn.

Como na Golden Dawn, trata-se de um apelo às forças profundas e desconhecidas que existem nos domínios que a psicologia corrente, mesmo aperfeiçoada por Jung, não pode alcançar e dos quais nega a existência. Para a Golden Dawn, eram os “planos superiores” existentes acima do despertar. Para a cientologia, trata-se de um super-hiper-inconsciente estendendo-se ao passado até épocas que nenhum código genético razoável pode dar conta. Certos documentos cientológicos falam de setenta e dois milhões de anos. Parece muito.

Evidentemente, é fácil taxar esse tipo de idéia de aberração, o que estou tentado a fazer. Entretanto, a existência do fenômeno não é duvidosa, e pode-se perguntar até onde se desenvolverá.

A dinâmica marxista da História não tem mais base científica como o Prêmio Nobel Jacques Monod acaba de mostrar pela nona vez no “O Acaso e A Necessidade”. O que não impede que um homem, em cada dois, viva em regimes marxistas.

Numa mesa-redonda sobre as viagens à Lua, ouvi um erudito do Islão dizer que a Lua era habitada. A viagem lunar não o provou, mas isto não abalou o Islão.

Uma vez que um grupo humano tenha começado a fazer bola de neve sob o efeito de forças dinâmicas das quais tudo ignoramos, é extremamente difícil, e talvez impossível, pará-la. Não está, em todo caso, excluído que a cientologia dá a uma certa juventude o que o esquerdismo e o LSD não puderam dar, e não se vê expandir-se eventualmente sustentada pelas armas.

Por isso, essa questão de saber o que existe exatamente do Excalibur, de saber até que ponto a doutrina secreta da cientologia, se há uma, deriva de um livro maldito, merece ser examinada. E não penso que se possa elucidar esse gênero de problema dizendo simplesmente que Deus está morto, e que é preciso qualquer coisa ou alguém que o substitua. Penso que houve químicos, antes que se descobrisse o átomo e a teoria exata da química baseada sobre a mecânica ondulatória.

Da mesma maneira, estou persuadido de que há praticantes da dinâmica de grupo, incapazes de explicar o que fazem, no entanto obtém resultados, enquanto que um sociólogo médio seria incapaz de eleger-se numa vila de cinqüenta habitantes.

Penso que Hitler ou Hubbard fazem parte desses sociólogos amadores que obtém de maneira empírica resultados espantosos.

No meu entender, entretanto, esses praticantes só podem funcionar se atrás deles houver um grupo de organizadores ou de planificadores. Sabemos muito bem qual o grupo que se encontrava atrás de Hitler, ignoramos tudo sobre o grupo que se encontra atrás de Hubbard, e notadamente sobre o financiamento das operações, e seus objetivos definitivos. Se há, realmente, atrás de Hubbard um livro maldito, seria desejável que ele tivesse feito dele muitas fotocópias e que as tivesse colocado em lugar seguro, espalhando-as pelo mundo. Se não, eu não ficaria surpreso se um dia o seu iate sofresse um acidente.

A teoria de Hubbard é falsa certamente, mas dá, talvez, resultados justos. Não é a primeira vez que esse tipo de coisa acontece.

Não se fez, ainda, estudo sociológico sobre as pessoas atraídas pela cientologia. A dianética, como a psicanálise, atraiu principalmente loucos. Freud mesmo, numa primeira fase de sua carreira, ao que indica, parece ter ficado louco furioso: praticava a numerologia, e acreditava nas piores superstições. Diz-se que ele ficou são em sua segunda fase, depois que fez sua auto-análise, mas tenho dúvidas.

Como diz, justamente, G. K. Chesterton: “O louco não é aquele que perdeu a razão; o louco é aquele que perdeu tudo, menos a razão”. A cientologia começou a entrar numa fase em que atrai em massa pessoas que poderíamos chamar de normais? Em que proporção? Isto seria interessante saber.

Gostaria muito, correndo os devidos riscos e perigos, de dar uma olhada no Excalibur.

por Jacques Bergier

Postagem original feita no https://mortesubita.net/realismo-fantastico/o-livro-que-leva-a-loucura-excalibur/