A Greve dos Signos

Por Carlos Hollanda

Num dado momento da Eternidade, os signos do Zodíaco se reuniram perante o Ser Supremo. Sentados em torno de sua távola de estrelas, reclamavam que, apesar de conferirem ao Homem seus atributos (conforme o Ser assim havia dito), a espécie, a máxima criação divina, não se harmonizava e não estava conseguindo chegar ao ponto de relação com a Fonte de Luz. Um signo acusava o outro de impedir a harmonia e a felicidade humana. Cada um achava ser o senhor da verdade e que a humanidade deveria agir conforme seu padrão. A discussão aumentou até que o Ser Supremo, com infinita sabedoria, sugeriu: “Façam uma greve.” Todos ficaram estupefatos. Silêncio total na Eternidade. O Ser continuou: “Aqueles cuja ausência puder ser equilibrada pelos outros serão retirados do Zodíaco e passarão a fazer parte das outras constelações. A greve será para um de cada vez, de forma que todos vejam os efeitos. Para que a vida no Universo não sofra as conseqüências, vamos fazer isso no plano das idéias. Se vocês acharem que tudo estará bem, faremos no plano físico logo em seguida”.

Todos se aprumaram, prontos para começar nessa empreitada do “o que aconteceria se?”.

Áries tomou a dianteira e declarou: “Sem mim, nada no Universo poderá ser iniciado”.

E assim começou um período onde crianças permaneciam presas no útero, nenhuma semente brotava e nem surgia nas plantas, ninguém saía mais de suas casas, não havia mais nada que interessasse na Terra, pois sem a energia e a iniciativa de Áries a realidade se tornara estagnada, sem movimento. Além disso, não era possível decidir coisa alguma, tal era a dificuldade de optar por um caminho a seguir. Todos esperavam a aprovação de todos, o que levava a mais e mais estagnação. Ninguém conseguia sacrificar-se o suficiente para reverter a situação, não havia mais honestidade nem nobreza para enfrentar as vicissitudes. A falta de energia era tão grande que os planetas pararam de se movimentar. Na Terra, em um dos hemisférios só havia dia e calor causticante. No outro só a noite e o frio congelante. A locomotiva do Zodíaco parara.

Com o mundo à beira da destruição devido à inatividade total, os arquétipos se reuniram e decidiram afagar o ego do Carneiro pedindo-lhe para retornar a seu posto. Orgulhoso, ele atendeu o pedido.

“Que Touro se apresente”, disse o Ser em sua voz de mil trovões.

Touro então inicia sua greve. Logo tudo passa a cheirar mal, a terra seca e as pessoas empobrecem. Miséria espalhada por todo canto, colapso econômico, ganância e falta de contenção de impulsos geraram ondas de violência sem igual. A paz taurina havia sido banida. Todas as coisas mudavam repentinamente e sem parar. Não se podia mais esperar nada do futuro. As crianças nasciam e morriam logo em seguida, devido à dificuldade de manter as coisas por um certo período. Aliás, os organismos perdiam a resistência tão rapidamente que qualquer alteração (e haviam muitas), provocava uma catástrofe.

Os arquétipos, convencidos do problema, pediram o retorno de Touro, que recusou-se a fazê-lo. Depois de muitas vezes e com muita insistência, os arquétipos se reuniram e pediram o retorno de Touro, que, relutante, sentou-se em seu lugar.

Chegou a vez de Gêmeos. Todos sentiram o ar ficar rarefeito, houve silêncio novamente, mas tal silêncio era involuntário e sepulcral. Ninguém mais concatenava as idéias, nada podia ser dito e quando era dito se tornava dogma, sem lógica, sem flexibilidade, sem humor. As coisas se repetiam infinitamente, pois nunca houve tanta falta de variedade no Universo. Se alguma coisa era ensinada de um jeito, ninguém mais podia ter outra opção. A falta de comunicação, com as pessoas não querendo mais ouvir e muito menos ponderar questões mesmo as simples, estava criando o ambiente perfeito para a guerra, isso sem falar nos problemas respiratórios e de sistema nervoso que afetaram a todos.

Após uma série de controvérsias, discussões, mudanças de assunto e muito falatório, Gêmeos resolveu voltar ao seu lugar.

A primeira medida de Câncer foi extingüir todos os alimentos. Isso por si só já acabaria com toda a vida existente, mas Câncer, como sempre, nunca deixa as coisas pela metade. Além da ameaça de morte por inanição, as mães largavam seus filhos a esmo, mesmo os recém-nascidos. Não havia mais famílias. Todas as pessoas decidiram ser independentes demais, apesar de a maioria estar despreparada para enfrentar a vida sem apoio emocional, um lar e gente que nos quer bem por perto. Todos esqueceram o passado, portanto nem mesmo sabiam porque estavam fazendo tudo aquilo e porque tudo estava horrível.

Assim, a pedidos imersos em lágrimas e com um pouco de chantagem emocional, Câncer retornou ao seu lugar.

Leão não se manifestou. Por causa disso, todos estavam se perdendo na animalidade, sem contato consigo mesmos. Ninguém queria mais saber o impacto que tinha sobre as outras pessoas, daí que nem valia a pena viver. Suicídios. Não havia mais nenhuma procriação, nenhum auto-respeito e muito menos personalidades integradas. Esquizofrenia geral, frieza nas relações. Todos os seres vivos pereciam devido à isenção de contato e à inexistência de vontade de se sentir vivo. Tudo estava se perdendo numa horrenda rotina, com sistemas para tudo, sem participação do indivíduo naquilo que deveria trazer satisfação. A incidência de enfartes aumentou 1000% a cada dia. O Sol começava a perder seu calor, e o sistema solar entrava na era da escuridão e do frio eternos.

Para evitar isso, Leão, exprimindo seu desejo de ser apreciado e de demonstrar sua importância, por vontade própria, voltou a ocupar seu lugar.

Virgem não gostou muito da idéia de interromper suas atividades, mas seguiu as ordens. Sem ele, todas as ações terminavam em obras extremamente mal feitas, perigosíssimas para a saúde e integridade física de todos no Universo. Ninguém mais se importava se havia necessidade de trabalhar, todos só queriam as coisas boas sem nenhum sacrifício. Isso gerou sérios problemas, pois novamente não havia comida. As pessoas ficaram doentes e não havia médicos. As crendices sem sentido imperavam. O caos tomou conta de tudo e nenhum ser existente conseguia mais digerir o que restou dos alimentos, que por sinal estava muito sujo e estragado. Nenhum conhecimento era aprofundado, tudo era fútil e sem sentido. Não se estabelecia rotinas nem mesmo no corpo dos seres viventes, pois a química do organismo estava suspensa. Houve mortalidade sem igual pela falta de higiene.

Terrivelmente arrependido pelo engano, resmungando muito e se criticando (e também ao Supremo, por fazer as coisas de um jeito que ele não achava certo), Virgem voltou correndo a seu lugar.

Libra não sabia se entrava na greve ou se permanecia no lugar onde estava. Com muito custo e chateado por ser desagradável, retirou-se. Num instante tudo perdeu o brilho, as pessoas ficaram horripilantes, os animais, tudo. Nem mesmo a vegetação era verde, mas de uma cor desbotada, indefinível. Guerra por todos os lados, ninguém mais tinha vontade de unir e reunir, somente os egos eram importantes e a vontade de cada ente tinha de prevalecer. Ninguém tinha mais medo de nada, mas também não tinha bom senso, que é um tipo de medo. Não se podia mais usar roupas, porque elas feriam a pele, o chão feria os pés, o sol queimava sem trégua e até os planetas perderam o rumo de suas órbitas, chocando-se uns com os outros, tal era a falta de equilíbrio. Divórcios eram tão comuns que as pessoas nem mesmo se casavam mais – até porque todos estavam horríveis.

Após um diálogo com contrato assinado dividindo as responsabilidades de tudo, Libra concordou em retornar.

Escorpião saiu e com ele saíram todas as possibilidades de reciclagem do Universo. As coisas apodreciam, mas não se desintegravam. Nada morria. Cadáveres andavam pelas ruas putrefatos, sem alma, mas com os corpos funcionando tal como máquinas ligadas indefinidamente. As emoções mais primitivas desapareceram também, mas com elas se foi tudo o que a vida tem de importante. Não havia mais intensidade de propósitos e tudo se tornou rotina pura, sem sentido. Todos os seres agiam como autômatos e os dias, horas, minutos, etc., tudo era o mesmo. O Universo não mais se destruiria, devido à falta de Escorpião, mas também não mais seria reconstruído e melhorado. Tudo passou a ser superficial e falso, apenas cascas sem vida com movimento. Nos seres humanos todo o processo orgânico de excreção foi interrompido, gerando grande sofrimento.

Satisfeito com a lição que dera, mas já entrando em depressão, Escorpião voltou a seu lugar.

Repentinamente as coisas diminuíram de tamanho e a desesperança tomou conta de todos os seres. EraSagitário entrando em greve. As mentalidades se tornaram tacanhas, regionalistas, sem o mínimo senso de amplitude. Nada no Universo se expandia ou crescia mais. A humanidade definhava, emagrecia, como que acometida por mil e uma doenças e isso acontecia mesmo com aqueles que ainda podiam conseguir alimentos. O ceticismo imperava a tal ponto que não se acreditava mais nem mesmo que a pessoa ao lado respirava também. Tudo tinha de ser comprovado cientificamente, o que gerava muita confusão, pois não havia tempo para ter certeza de tudo nos mínimos detalhes. Não havia mais significado em nada, tudo era aleatório. Quanto mais banal o conhecimento e quanto menos ele levasse a alguma coisa melhor. Estava instaurada a era da futilidade total, enquanto que o mundo se destruía pelo descaso e pela falta de pessoas dedicadas a ensinar.

Sagitário rapidamente voltou ao convívio daqueles que considerava o que de melhor o Universo poderia oferecer, pois não agüentava mais estar perdendo as novidades do high society celestial.

Chegando a vez de Capricórnio, toda a ordem cronológica das coisas perdeu o sentido. Coisas que deveriam acontecer em seqüência, tinham sua lógica alterada. Morria-se antes de nascer, os jovens se tornavam velhos aos 20 anos e quem chegava aos 50 anos estava à beira da morte ou já estava reencarnando, não importava se houvesse problemas de saúde ou não. Não havia mais sistema e ordem. Não bastasse isso, em todos os outros pontos do Universo a irresponsabilidade tomava conta. Tudo era feito de forma passional, sem ponderação. Depois de tudo isso a destruição final seria fazer tudo o que era sólido se tornar líquido, até mesmo as rochas e os esqueletos.

Os arquétipos precisaram intervir, “depondo” Capricórnio de seu “status” de grevista. Só assim ele retornou a seu lugar.

Aquário em greve resultou em perda total da liberdade. Todo o fluxo e refluxo universal cessara e todas as pessoas passaram a pensar, agir, sentir e viver do mesmo jeito. A preocupação maior de cada um era consigo mesmo, nada era feito em prol da comunidade. Alguns conseguiram viver durante um tempo em castelos feitos de ouro, mas em volta desses castelos havia um oceano de excrementos, lixo humano e devastação. A conseqüência foi a destruição gradativa desses monumentos ao egoísmo pela própria ignorância de seus donos a respeito da necessidade de disseminar recursos para que pudessem tê-los de volta. Todos esqueceram do ciclo da vida, da Lei do Retorno. A palavra amizade foi banida de todos os dicionários. Não chovia mais em lugar nenhum, pois a chuva distribui água para todos sem exceção, portanto as nuvens desapareceram. A humanidade quase se extinguiu, pois Aquário é o signo da Humanidade. Até mesmo as estrelas pararam de emitir luz, uma vez que ela banha a todos e isso faz farte da tarefa de Aquário.

Cansado da rotina de nada fazer, Aquário voltou repentinamente ao seu lugar, pois estava bolando uma revolução para modificar tudo o que se julgava bom até aquele momento.

Peixes, retirado como de costume, simplesmente deixa de se importar com o sofrimento humano. As crueldades infligidas são incontáveis. Não há mais compaixão no Universo, apenas regras rígidas. Qualquer desvio, por mínimo que seja, é punido com severidade sem igual. A Graça Divina deixa de descer sobre a Criação, pois preza-se sobremaneira a execução exata das tarefas e rotinas (orgânicas, sociais ou cósmicas), não havendo lugar para o incognoscível ou para a possibilidade de adequar qualquer anomalia à vida cotidiana. Por causa disso, as formas viventes são violentamente forçadas a desenvolver-se dentro dos padrões de perfeição absoluta. O resultado foi a extinção da maioria dos seres , inclusive os humanos, pois nenhum ser vivente é uma cópia fiel do protótipo do Criador, daí que fez-se necessária a interrupção desta última greve o quanto antes.

Após o retorno lacrimejante de Peixes, que, por sinal, sentia muita piedade e auto-piedade daquilo que só aconteceu na imaginação, ouviu-se a pergunta do Ser Supremo: “Então? Já decidiram quais são os signos que podem ser retirados? Há algum que não tenha feito falta?”

Os doze entreolharam-se cabisbaixos e, agora mais sábios, responderam em uníssono: “Senhor, percebemos que somos partes de um imenso mecanismo cósmico que jamais sobreviveria desfalcado, mesmo de apenas um de nós. Pedimos perdão por nossa ignorância. Decidimos, portanto, dar como missão ao Homem a mesma tarefa que deste a nós, fazendo com que ele, a cada geração, harmonize nossos aspectos dentro de si mesmo. Dessa maneira, concedemos a ele, Senhor, aquilo que recebemos de Ti: o Livre-Arbítrio e a capacidade de superar até mesmo o que nós, como símbolos, representamos. O Homem jamais será uma marionete das estrelas se não quiser sê-lo.”

Satisfeito, o Ser deu por concluída sua obra e irradiou sua energia divina à espera daqueles que por ela procuram.

#Astrologia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-greve-dos-signos

Hércules e os Estábulos de Áugias

Hércules se ofereceu para limpar em um só dia os currais imundos de um rei que possuía um rebanho numeroso – Augias, filho de Poseidon. Eles continham três mil bois e que há trinta anos não eram limpos. Estavam tão fedorentos que exalavam um gás mortal. Desviando dois rios para os estábulos, Hércules cumpriu a promessa, que parecia impossível. Nossa sujeira acumulada é composta por raiva, angústia e emoções negativas.

“Para fazer uma limpeza interior, devemos observar diariamente e com honestidade a qualidade de nossas reações e emoções”

Mitologia

O Mestre chamou Hércules e disse: “Por muito tempo perseguiste a luz que tremeluzia, primeiro de maneira incerta, depois aumentando até tornar-se um firme farol, e agora brilha para ti como um sol brilhante. Agora volta tuas costas para o brilho, inverte os teus passos; volta para aqueles para quem a luz é apenas um ponto de transição e ajuda-os a fazê-la crescer. Dirige teus passos para Augias, cujo reino deve ser limpo do antigo mal.”

E Hércules saiu à procura de Augias, o rei. Quando ele se aproximou do reino onde Augias governava, um terrível mau cheiro fê-lo quase desmaiar. Durante anos, ele ficou sabendo, o Rei Augias jamais fizera limpar o excremento que o seu gado deixava nos estábulos reais. Então os pastos estavam tão adubados que nenhuma colheita crescia. Em consequência, a pestilência varria o país, devastando vidas humanas.

Hércules dirigiu-se para o palácio e procurou pelo próprio Augias. Informado de que Hércules vinha limpar os fétidos estábulos, Augias confessou a sua dúvida e descrença dizendo: “Dizeis que farás esta imensa tarefa sem recompensa? Não confio naqueles que anunciam tais bazófias. Hás-de ter algum plano astucioso que arquitetaste, oh Hércules, para me roubar o trono. Jamais ouvi de homens que procuram servir ao mundo sem recompensa. Nunca ouvi.

A esta altura, contudo, eu de bom grado acolheria qualquer tolo que procurasse ajudar. Mas deve ser feito um trato, para que não zombem de mim como sendo um rei bobo. Se tu, em um único dia, fizeres o que prometeste, um décimo de todo o meu rebanho será teu; mas se fracassares, tua vida e teus bens estarão em minhas mãos. Não penso que possas cumprir tuas bazófias, mas podes tentar”

Hércules então deixou o rei. Ele vagou pela pestilenta área, e viu uma carroça passar empilhada com cadáveres, as vítimas da pestilência. Dois rios, ele observou, o Alfeu e o Peneu, fluíam mansamente pela vizinhança. Sentado à beira de um deles, a resposta a este problema veio-lhe à mente como um relâmpago. Com determinação e força ele trabalhou. Com enorme esforço ele conseguiu desviar ambas as correntes dos cursos seguidos por séculos. Ele fez com que o Alfeu e o Peneu derivassem as suas águas através dos estábulos e aceleradas limparam a imundície por tanto tempo acumulada. O reino foi limpo de toda a sua fétida treva. Num único dia foi cumprida a tarefa impossível.

Quando Hércules, bastante satisfeito com o resultado, voltou a Augias, este último franziu a testa e disse: “Conseguiste êxito com um truque”, berrou de raiva o Rei Augias. “Os rios fizeram o trabalho, não tu. Foi uma manobra para me tirar meu gado, uma conspiração contra o meu trono. Não terás uma recompensa. Vais, sai daqui ou mandarei decapitar a tua cabeça!”

O enraivecido rei assim baniu Hércules, e proibiu-o de voltar ao seu reino, sob pena de morte imediata. Hércules cumpriu a tarefa que lhe fora dada e voltou ao Mestre, que disse: “Tu tornaste-te um servidor mundial. Avançaste ao recuares; vieste à Casa da Luz por um outro caminho, gastaste a tua luz para que a luz dos outros pudesse brilhar. A jóia que o Trabalho dá é tua para sempre”.

Simbologia

Em Augias, o trabalho é feito pelo eixo Aquário/Leão, em que com a sua lâmpada acesa (Leão) através do serviço altruísta e alinhamento com os níveis superiores de consciência (Aquario), que Hércules deve levar a luz aos outros, pois é a partir do momento em que a luz se acende na consciência que o Homem deixa de ter possibilidade de voltar às trevas do mundo.

É aqui que Hércules deixa de prestar atenção a si mesmo (Aquário), indo ao encontro dos que ainda não acenderam a sua própria luz.

Quando Hércules se dirige ao reino de Áugias, simbolizado pelo Leão e a propriedade, o domínio, o poder e a arrogância demonstrado pelo Rei, sente o cheiro, acumulado de tempos imemoriais, desse mesmo preconceito. Sem se sentir intimidado por estar a prestar um serviço à humanidade apesar do desprezo do rei e o seu descrédito naqueles que prestam serviço desinteressado, Hércules levou a cabo a sua tarefa e acaba por se retirar em silêncio após as palavras de medo de perda de poder do próprio rei.

Mas Hércules já sabe que as únicas contas a prestar são a Deus. E que usando a sua intuição e a sua própria luz (Leão em equilíbrio), trazendo luz àqueles que não a viam, são um presente de Aquário para as forças retrógradas e provisórias que representa este rei no seu reino.

Hércules sendo o iniciado, deveria fazer três coisas, que podem ser resumidas como as características principais de todos os verdadeiros iniciados. Se não estiverem presentes em alguma medida, o homem não é um iniciado.

A primeira é o serviço impessoal, que não é o serviço que prestamos porque nos dizem que o serviço é um caminho de libertação, mas o serviço prestado porque a nossa já não é mais centrada em nós mesmos. Não estamos mais interessados em nós mesmos e sim na nossa consciência, que sendo universal nada há a fazer, senão assimilar os problemas dos nossos semelhantes e ajudá-los. Para o verdadeiro iniciado, isso não representa esforço.

A segunda é o trabalho grupal que é permanecer sozinho espiritualmente na manipulação dos assuntos pessoais, esquecendo completamente de si mesmo no bem-estar do particular segmento da humanidade ao qual está associado.

A terceira é o auto-sacrifício que significa tornar o ego sagrado. Isto lida com o ego do grupo e o ego do individúo; esse é o trabalho do iniciado.

Caminho de Iniciação

Todo Adepto que anela conquistar a morada das Potesdades, o Mundo Institucional, terá que limpar seus estábulos interiores, descendo aos infernos do Sol. Nesses estábulos (nosso subconsciente) vivem recolhidos os rebanhos (animais que personificam os milhares de egos de nossa mente) do Rei da Élida; dentre deles, os doze touros (karma zodiacal) que haviam acumulado ali enorme volume de sujeira.

Nos relatos mitológicos, Hércules cumpriu essa tarefa desviando o curso das águas de um rio, que fluía nas proximidades, para dentro dos estábulos (desviou o fluxo das energias sexuais), e com isso logrou cumprir tal tarefa que parecia impossível, devido ao curto tempo que lhe haviam dado para fazer tal limpeza. N alquimia sexual temos a ciência que ensina a desviar a corrente da energia sexual e também para acelerar o trabalho.

Aqueles que se esquecem de sua Divina Mãe não passam nessa prova. Todo o fluxo de amor deve ser entregue a Ela. Na prática, vemos as pessoas apaixonadas e enamoradas pelas coisas materiais, atraídas por aparências, enfeitiçadas pelos caprichos do amor mundano e das relações entre homens e mulheres. Nem remotamente as pessoas se lembram da divindade durante o diário viver. Infeliz daquele que não compreender os Mistérios do Eterno Feminino de Deus… jamais logrará alcançar a Região onde moram os Principados.

Biblioteca de Antroposofia.

#Hércules #Mitologia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/h%C3%A9rcules-e-os-est%C3%A1bulos-de-%C3%A1ugias

10 casos relevantes para o estudo da ufologia

Muita gente acredita em discos voadores. Mas também tem muita gente que não acredita. Claro que nem tudo que parece ser disco voador, realmente é. Mas é inegável que tem certos casos onde é muito mais improvável a hipótese cética do que admitir que ufos voam por aí. Muita gente me pergunta: Ah, mas o que faria um ET sair lá da PQP pra vir aqui na Terra? Só olhar? E por que eles não entram logo em contato. Pra essa pergunta, existem dezenas de respostas que vão da mais simples à s conjecturas mais complicadas, envolvendo antropologia, sociologia, política, etc.

Mas a resposta que eu mais gosto é a que estabelece um paralelo com nosso mundo.

“É legal ir ao jardim zoológico para olhar os animais, e nem por isso tentamos falar com o hipopótamo.”

Como é praticamente impossível provar a existência dos ufos de uma maneira completamente irrefutável, dada a inconstância e erraticidade do fenômeno, a solução é continuar catalogando as ocorrências e tentando documentá-las da maneira que for possível para um cruzamento de informações e estabelecimentos de hipóteses.

São eles:

  1. A noite Oficial dos Ufos
  2. Vôo 169 da VASP
  3. Caso Villas Boas
  4. Operação Prato
  5. Caso Saliut 6 – contato no espaço
  6. Caso Baependi
  7. Caso Travis Walton
  8. Caso Thomas Mantell
  9. Caso Westendorff
  10. Caso Crixás

Vamos ver um por um…

A noite oficial dos UFOS

 

Este caso foi escolhido para encabeçar a minha lista porque: Até hoje não conseguiram explicação melhor que discos voadores. ( e olha que tentaram apaixonadamente imaginar soluções malucas)

Está registrado fartamente. Os militares registraram tudo em video. Os ufos foram detectados e registrados em mais de 50 radares. O ministro em pessoa assumiu a existência dos ufos na Tv.

Em 19 de maio de 1986 nada menos que 23 UFOS invadiram o espaço aéreo nacional. Isso tumultuou e interrompeu o tráfego aéreo em alguns lugares do país. Os ufos ficaram registrados em várias estações de radares das regiões sobrevoadas e até o Cindacta, em Brasília (DF) – captou os objetos. Diante da gravidade da situação, por ordem expressa a aeronáutica, três caças Mirage e dois caças F-5E decolaram para interceptar aqueles UFOs. O que se seguiu nos céus do Brasil era digno dos momentos finais do filme Independence Day:

Os UFOs saltaram de 250 km/h para algo em torno de 1.500 km/h em menos de um segundo. em alguns momentos os ufos chegaram a fazer curvas de 90 graus a 3600 km/h Eles também mudavam constantemente de cor e de trajetória – faziam curvas em ângulos retos, sem reduzir a velocidade. Eram extremamanete manobráveis. Eles subiam, desciam, sumiam instantaneamente do radar e apareciam em outro lugar. O caça F-5E, chegou a ser seguido por 13 UFOs. Para escapar ele tentou uma manobra evasiva padrão e fez um “looping”, mas para a surpresa do piloto do caça, os ufos entraram com ele no looping, frustrando a intenção do piloto com a manobra.

Um dos objetos veio em alta velocidade e, repentinamente, parou, de forma que ficou em rota de colisão eminente com um dos aviões e deixando o piloto completamente apavorado. Mas, logo em seguida, o artefato disparou em alta velocidade, saindo da rota de colisão iminente.
Os ufos eram muito brilhantes e tinham o tamanhs variados um deles pelos registros do radar do caça tinha a dimensão de um avião jumbo. Haviam também outros menores, com 8 e 10 metros.
Os ufos foram perseguidos até que o combustível dos jatos chegou no limite e eles tiveram que voltar para a base aérea.
Os ufos voaram segundo os registros, por cerca de 8 horas.
A situação era tão esdrúxula que obrigou o próprio Ministro da Aeronáutica na época, o então Brigadeiro Otávio Júlio Moreira Lima, a se pronunciar na imprensa, organizando inclusive uma coletiva onde os próprios pilotos ficaram disponíveis para dar entrevistas. Um fato histórico para a Ufologia brasileira: pela primeira vez, oficialmente, era admitido publicamente que vários UFOs invadiram o espaço aéreo do Brasil.
Chegou-se a levantar a hipótese de ser um engano e até idiotices foram ditas, como os pilotos terem perseguido reflexos e até mesmo o planeta Vênus. É bom lembrar que os objetos ficaram registrados em diferentes radares, totalizando mais de 50 radares. Sobretudo nos radares internos dos Caças. E que os pilotos são treinados. Além disso o tempo estava bom e limpo. Sem nuvens. E planetas e reflexos não aparecem em radar.
Levantou-se a hipótese de falhas nos instrumentos. Porém considerando que mais de 50 radares registraram a mesma coisa, então uma falha dessas proporções é algo ainda mais bizarro que ufos voando pelo céu.

Vôo 169 da VASP

Este é um outro caso documentado e registrado oficialmente. Está aqui não só por ser bem legal mas pelo fato número de testemunhas oculares que produziu. (mais de 150 pessoas.)

Na madrugada do dia 8 de fevereiro de 1982, quando os passageiros e a tripulação de um Boeing 727/200 da VASP tiveram a chance de observar um OVNI por mais de uma hora, num vôo de Fortaleza para São Paulo, com escala na cidade do Rio de Janeiro. No total, aproximadamente 150 pessoas participaram da experiência.

Segundo o piloto, Gerson Maciel de Britto, o vôo teve início com a decolagem por volta das 2 horas da madrugada, da cidade de Fortaleza. O céu estava limpo, apresentando visibilidade total, condições que seriam mantidas durante toda a rota. Cerca de uma hora depois da decolagem, quando sobrevoavam a cidade de Petrolina, já no Estado de Pernambuco, o comandante percebe então pela primeira vez a presença de um objeto luminoso à esquerda do avião, semelhante inicialmente aos faróis de um outro avião. A partir daquele momento Britto passa a monitorar com atenção o OVNI, para verificar a trajetória que o objeto seguiria em relação à rota de seu avião, pensando na segurança do vôo que comandava. Neste momento, o avião estava justamente sobre a região onde temos um entroncamento de aerovias, relacionado ao tráfego aéreo proveniente da Europa. Naquele momento o comandante do vôo ainda pensava na possibilidade do envolvimento de um outro avião comercial.

Com o passar dos minutos, Britto percebeu que aquela fonte luminosa mantinha a mesma distância de seu Boeing, com uma trajetória paralela, sem se aproximar. Em seguida, percebe então já uma mutação de cor no objeto, como se ele estivesse girando em torno de si, ionizando gases de nossa atmosfera, apresentando uma coloração alternadamente avermelhada, cor de abóbora e azulada. Em seguida o comandante do vôo entra em contato com a jurisdição de tráfego aéreo de Recife, para saber se existia algum tráfego especial da Força Aérea Brasileira na região, já que não havia sido informado previamente, como é normal quando do início do vôo de qualquer vôo comercial, que pudesse explicar o que ele e os demais tripulantes estavam observando. Em resposta, “Recife” comunica – através do rádio – que desconhecia qualquer vôo militar na área, e que não tinham também informações sobre qualquer outro tráfego comercial naquele momento na região.

A partir da confirmação que não se tratava de um tráfego aéreo convencional o comandante Britto passa a observar ainda com mais atenção o objeto, já definido de maneira definitiva com um OVNI, mantendo seu avião na rota normal, já que o objeto não identificado não apresentava qualquer risco para o vôo, mantendo-se a uma distância segura, apresentando uma velocidade próxima à mantida pelo próprio Boeing, que voava a um pouco mais de 900km/h. Depois de vários minutos acompanhando o avião, o OVNI começou a apresentar deslocamentos surpreendentes. Segundo Britto, em frações de segundo o aparelho se deslocava dezenas de milhas, se posicionando bem mais à frente do avião, para depois retroceder à posição anterior, demonstrando um potencial tecnológico muito além da nossa compreensão. Estas variações de velocidade e posição ocorreram várias vezes, e foram observadas tanto visualmente como através do radar de bordo. Quando o vôo chegou à jurisdição do CINDACTA Brasília (Centro Integrado de Defesa Aeroespacial e Controle de Tráfego Aéreo), Britto entrou em contato com o mesmo, reportando todos os detalhes sobre o que estava acontecendo. Para sua surpresa, o centro de controle informou que não estava detectando nenhum eco-radar na região.

O comandante do vôo solicitou então, a seguir, sabendo que podiam existir outros aviões no mesmo setor, que os controladores do órgão indagassem se outras tripulações estavam observando o mesmo fenômeno. O CINDACTA entrou então em contato com um jumbo da Aerolíneas Argentinas, e o comandante do avião confirmou que estava também observando o fenômeno. Em seguida a tripulação de um vôo da Transbrasil, de Brasília para o Rio de Janeiro, confirmou que estava já observando as evoluções do objeto durante muito tempo, descrevendo os deslocamentos impressionantes que o OVNI realizava. O CINDACTA continuava sem dar nenhuma instrução de alteração de rota para o vôo 169. Diante desta situação o comandante Britto continuava a manter a mesma proa, nível e velocidade, mantendo a observação constante do aparelho não-identificado.

Quando o vôo já estava nas proximidades da cidade de Belo Horizonte, aquele objeto – que mantinha desde o início uma distância razoável do Boeing – começou a se aproximar de maneira definitiva, e o CINDACTA entrou em contato finalmente com a tripulação reportando que estavam detectando um eco-radar na posição nove horas, ou seja, bem à esquerda, a uma distância de 8 milhas náuticas. (detalhe: O CINDACTA estava registrando o ufo o tempo todo e deram a “desculpa padrão” até quando a coisa pareceu que “ia ficar feia”. Este comportamento é assim até hoje, como pessoalmente me confirmou um controlador aéreo)

O comandante Britto estranhou o comportamento do CINDACTA, pois só quando começou a se materializar uma situação de conflito de tráfego aéreo os operadores do órgão resolveram assumir que o OVNI estava realmente em suas telas. O foco luminoso cada vez ficava maior com sua aproximação do Boeing. Segundo Britto, ele já conseguia observava uma estrutura discoidal em meio àquela intensa luminosidade, com o tamanho equivalente a dois aviões jumbos juntos.

A partir deste momento, o comandante do vôo – já entendendo que se tratava realmente de uma nave extraterrena que, de alguma forma, estava tentando entrar em contato – deixou o seu lado mais humano surgir, mentalizando uma mensagem de boas-vindas aos tripulantes do objeto, e em seguida teve a idéia de convocar o restante da tripulação – já que até aquele momento apenas a tripulação da cabine vinha acompanhando o fenômeno – e os próprios passageiros para partilharem aqueles momentos especiais. O avião foi inundado por uma luminosidade intensa de coloração azulada, e os passageiros, de maneira tranqüila e ordeira, foram se revezando nas janelas do lado esquerdo para observarem o fenômeno. Com exceção de Don Ivo Lonchaider e um outro religioso que o acompanhava, que não desejaram observar o OVNI (temendo provavelmente serem transformados em testemunhas), todos os outros passageiros tiveram a oportunidade de observar o fenômeno, que continuou a manter aquela distância de 16 milhas até o início do procedimento de descida, quando o avião já estava próximo da cidade de Barra do Piraí, no interior do estado do Rio de Janeiro.

Britto pôde observar ainda, quando já sobrevoava as serras nas proximidades do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o OVNI por trás de uma formação nevoenta que existia sobre a região. Com a chegada do avião ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, os passageiros que desceram começaram a divulgar o ocorrido, e a mesma coisa aconteceu pouco tempo depois já em São Paulo, chamando a atenção do plantão de imprensa no local. Ao terminar o histórico vôo, Britto recolheu-se às dependências da VASP, ainda no Aeroporto, com a finalidade de elaborar o relatório sobre o vôo para o departamento de operações da empresa, como é de praxe.

Em seguida foi informado por um dos diretores do departamento que havia já uma multidão de repórteres de jornais, revistas, rádios e televisões, tentando – via o serviço de imprensa da companhia – entrevistas com o comandante do vôo, que desejavam saber todos os detalhes do encontro com o OVNI. O comandante Gerson Maciel de Britto, depois de ser liberado pela própria empresa para falar abertamente sobre o incidente, levou sete hora e meia atendendo aos jornalistas. Em poucas horas a história era apresentada para o Brasil de norte ao sul. Como costuma acontecer em casos ufológicos de repercussão, surgiram, com o passar dos dias, as mais absurdas explicações visando desqualificar a realidade da presença de uma nave extraterrestre. ( como sempre com as mais estrambúlicas possibilidades. De balões meteorológicos ao já manjado planeta Vênus)

Caso Villas Boas – O cara que transou com a ET

Este caso está aqui por razões óbvias. É um incrível relato de abdução de cunho genético. Escolhi este caso por ser um dos mais legais e emblemáticos casos de abdução ufológica no país.

Em 1957 o então jovem Antônio Villas Boas estava arando a terra num trator. Era o turno noturno e Antônio trabalhava duro na fazenda, localizada em São Francisco de Salles, em Minas Gerais quando notou que havia uma estrela com brilho incrívelmente intenso no céu.

Antes disso porém, Villas boas já tinah estado às voltas com estranhas luzes potentes por duas vezes. A primeira foi quando abriu a janela do quarto em função do calor e viu uma etsranha luz voar para próximo da janela. A tal luz foi testemunhada pelo irmão de Antônio, e deu a volta na casa, iluminando -a através das frestas do telhado.
A segunda ocorrência se deu quando ele e o irmão aravam a terra e a luz surgiu muito forte no céu. Antônio correu para a direção da luz, e o ufo pareceu fugir indo para outra direção e estacionando. Ficou parado por um tempo emitindo flashes e depois deslocou-se para o alto tão rapidamente que pareceu apagar.

Mas naquela fatídica noite, Antônio Villas Boas estava sozinho arando a terra. Por volta da uma hora da madrugada, Villas Boas viu uma estrela vermelha. No entanto, logo percebeu que não se tratava de uma simples estrela, pois aumentava progressivamente de tamanho e parecia se aproximar velozmente dele. Dentro de alguns poucos instantes, a estrela se revelou um objeto brilhante, com o formato de um ovo, que se dirigia na direção de Villas Boas com uma velocidade incrível. Sua aproximação era tão veloz que já estava sobre o trator antes de Villas Boas ter qualquer reação. De repente, o objeto parou a uma altura estimada pelo protagonista como em torno de uns 50 metros, e bem acima de sua cabeça. O trator e o campo ficaram iluminados como se fosse de dia. Essa situação durou uns dois minutos e Villas Boas, hesitante e sem saber o que fazer, ficou paralisado.

Finalmente, a luz tornou a se deslocar e parou a uns 10 a 15 metros à frente de seu trator, para então pousar no solo lentamente. Nesse momento já era possível distinguir nitidamente os contornos da máquina: era parecida com um ovo alongado, apresentando três picos, um no meio e um de cada lado. Os picos eram metálicos, de ponta fina e base larga. Villas Boas não pôde distinguir sua cor por causa da forte luz vermelha que o objeto emitia. Em cima havia algo girando a alta velocidade que, por sua vez, emitia uma luz vermelha fluorescente.

De repente, a parte debaixo do objeto se abriu e deles saíram três suportes metálicos… e isso aterrorizou Villas Boas, que previa que algo iminente iria acontecer com ele. Não disposto a esperar para ver do que se tratava, Villas Boas pôs o pé no acelerador, desviou-o do objeto voador e tentou escapar. Porém, após avançar alguns metros, o motor parou e os faróis se apagaram. Aterrorizado, ele tentou dar a partida, mas o motor não pegou mais. Em vista disso, Villas Boas pulou do trator, que estava atrás do objeto, e correu desesperadamente. Mas um minúsculo ser estranho, que mal chegava a altura dos seus ombros, pegou em seu braço. Chocado, Villas Boas aplicou-lhe um golpe que o fez perder o equilíbrio, largar o seu braço e cair para trás. Novamente, tentou correr quando, instantaneamente, três outros seres pegaram-me por trás e pelos lados, segurando seus braços e pernas. Villas Boas perdeu o equilíbrio, caindo no chão, e acabou ficando totalmente dominado pelas criaturas.

Os seres o levantaram do solo, sem que ele pudesse esboçar sequer o menor gesto. Tomado pelo mais completo desespero, Villas Boas tentou se livrar das criaturas, mas os seres o seguravam firme e não deixaram-no escapar.

Neste momento, Villas Boas gritou por socorro e xingou as criaturas exigindo que soltassem-no, mas nada adiantou. As criaturas o levaram então para sua nave que estava pousada sobre suportes metálicos. Na parte traseira do objeto voador havia uma porta, que se abria de cima para baixo, e assim servia de rampa. Na sua ponta havia uma escada de metal, do mesmo metal prateado das paredes da máquina, e que descia até o solo. Os seres estavam com a situação completamente dominada e só tiveram dificuldade em fazer Villas Boas subir pela escada, que só dava para duas pessoas, uma ao lado da outra, e não era firme, mas móvel, balançando fortemente a cada uma das tentativas de Villas Boas se livrar dos seus raptores. De cada lado havia um corrimão, com a espessura de um cabo de vassoura, no qual Villas Boas agarrou para não ser levado para cima – o que fez com que as criaturas tivessem de parar, a fim de desprender a força as suas mãos do corrimão.

Por fim, os seres conseguiram arrancar as mãos de Villas Boas do corrimão e leva-lo para o interior da nave. Logo em seguida, deixaram Villas Boas em um pequeno recinto quadrado. A luz brilhante do teto metálico refletia-se nas paredes de metal polido. Ela era emitida por numerosas lâmpadas quadradas, embutidas debaixo do teto, ao redor da sala. Logo em seguida, a porta de entrada, junto com a escada recolhida, levantou-se e se fechou. O que impressionou Villas Boas é que, uma vez a porta fechada, ela se integrava à parede de tal forma que era impossível percebê-la. Um dos cinco seres presentes apontou com a mão para uma porta aberta e fez Villas Boas compreender que deveria segui-lo para aquele recinto. Cansado, estressado e vendo que não tinha qualquer outra alternativa, Villas Boas obedeceu a criatura. Dentro desse recinto, os únicos móveis existentes eram uma mesa de desenho estranho e várias cadeiras giratórias parecidas com as nossas cadeiras de balcão de bar. Todos os objetos eram de metal. A mesa e as cadeiras tinham um só pé no centro.

Os seres continuavam segurando firmemente Villas Boas e pareciam conversar entre si numa linguagem completamente estranha e incompreensível – pareciam estar discutindo. Quando finalmente deu a entender que as criaturas tinham chegado a uma decisão, os cinco pararam de falar entre si e começaram a tirar as roupas de Villas Boas. Claro que Villas Boas não gostou nada da idéia de ficar nu. Imediatamente ele reagiu e começou a tentar se defender de todas as formas, inclusive debatendo-se, gritando e xingando os seres. Não adiantou: Villas Boas ficou completamente nu. Uma das criaturas se aproxima de Villas Boas segurando algo que parecia ser uma espécie de esponja, com a qual passou um líquido em todo o seu corpo. Era uma esponja bem macia e o líquido era bem claro e inodoro, porém mais viscoso do que a água. Num primeiro momento, Villas Boas pensou que fosse um óleo, mas chegou a conclusão que não era porque a sua pele não ficou oleosa, nem gordurosa. Quando passaram aquele líquido no corpo de Villas Boas, ele sentiu um frio intenso, e tremeu muito. No entanto, logo o líquido secou e Villas Boas já não sentia mais nada.

Então, três das criaturas levaram Villas Boas para uma porta que fica do lado oposto daquela pela qual eles haviam entrado no interior da nave. Um deles tocou em algo bem no centro da porta que, em seguida, se abriu para os dois lados, como uma porta de encaixar de bar feita de uma só folha, do piso ao teto. Em cima, havia uma espécie de inscrição com letreiros luminosos de cor vermelha. Os efeitos da luz deixaram aqueles letreiros salientes, destacados da porta em um ou dois centímetros. Eram totalmente diferentes de quaisquer dos símbolos ou caracteres conhecidos. Villas Boas tentou gravá-los em sua memória, mas não conseguiu.

Em companhia de dois seres, Antônio Villas Boas ingressou em uma pequena sala quadrada, iluminada como os demais recintos, e a porta se fechou atrás deles. De repente, a parede tornou a se abrir e pela porta entraram mais dois seres. As criaturas levavam nas mãos dois tubos de borracha vermelha, bastante grossos, cada um medindo mais de um metro. Uma das pontas do tubo estava ligada a um recipiente de vidro em forma de taça. Na outra ponta havia uma peça de embocadura, parecida com uma ventosa, que colocaram sobre a pele de Villas Boas, debaixo de seu queixo. O ser comprimiu o tubo de borracha fortemente com a mão, como se dele quisesse expelir todo o ar. Logo no início, Villas Boas não sentiu dores nem comichão, mas notou apenas que sua pele estava sendo sugada. Em seguida, Villas Boas sentiu uma ardência e teve vontade de coçar no local. Neste momento a taça se encheu lentamente de sangue até a metade. Logo em seguida, retiraram o tubo de borracha e substituíram-no por outro. Villas Boas sofre nova sangria, só que dessa vez no outro lado do queixo. Nesta segunda sangria as criaturas encheram a taça de sangue. Depois essa operação, os seres se retiraram do recinto e deixaram Villas Boas sozinho.

Por mais de meia hora, Antônio Villas Boas ficou a sós na sala. Na sala não existiam móveis, exceto uma espécie de cama sem cabeceira nem moldura. Como estava se sentido cansado, Villas Boas sentou-se naquela cama. No mesmo instante, começou a sentir um odor forte, estranho e que lhe causou náuseas. Villas Boas teve a impressão de estar inalando uma fumaça grossa, cortante, que o deixou quase asfixiado. Talvez fosse isso mesmo que estivesse acontecendo, pois quando examinou a parede da sala com mais atenção, notou uma quantidade de pequenos tubos metálicos embutidos na parede, à altura da sua cabeça. Semelhantes a um chuveiro, os tubos apresentavam múltiplos furinhos, pelos quais saia uma fumaça cinzenta, que se dissolveu no ar. Villas Boas estava preso na sala e as criaturas estavam aplicando um gás lá. Sentido-se bastante mal e com ânsia de vômito, Villas Boas foi para um canto da sala e acabou vomitando. Em seguida, pôde respirar sem dificuldades, porém continuava a se sentir mal com aquele cheiro.

Até aquele momento, Antônio Villas Boas não fazia a menor idéia de como era a aparência dos seres que haviam raptado-lhe. Os cinco usavam macacões bem colantes, de um tecido grosso, cinzento, muito macio e colado com tiras pretas. Cobrindo a cabeça e o pescoço, usavam um capacete de mesma cor, mas de material mais consistente, reforçado atrás, com estreitas tiras de metal. Esse capacete cobria toda a cabeça deixando à mostra somente os olhos que Villas Boas pôde distinguir através de algo parecido com um par de óculos redondos. Acima dos olhos, o capacete tinha duas vezes a altura de uma testa normal.

A partir do meio da cabeça, descendo pelas costas e entrando no macacão, à altura das costelas, Villas Boas notou três tubos redondos de prata, dos quais não soube dizer se eram de borracha ou metal. O tubo central descia pela coluna vertebral. Na esquerda e na direita desciam os dois outros tubos, que iam até uns 10 centímetros abaixo das axilas. As mangas do macacão eram estreitas e compridas. Os punhos continuavam em luvas grossas, de cinco dedos e com a mesma cor. Nenhum dos macacões tinham bolsos ou botões. As calças eram compridas e colantes e continuavam numa espécie de bota. Todavia, a sola dos sapatos deles era de quatro a sete centímetros de espessura. Era bem diferente dos nossos sapatos. Nas pontas, os sapatos eram levemente encurvados para cima.

Depois de um longo tempo que Villas Boas não soube precisar, começou um ruído na direção da porta. Villas Boas virou-se naquela direção e deparou-se com uma moça aproximando-se lentamente. Estava totalmente nua e descalça. Seus cabelos eram macios e louros, quase cor de platina – como que esbranquiçados – e lhe caíam na nuca, com as pontas viradas para dentro. Usava o cabelo repartido ao meio e tinha grandes olhos azuis amendoados. Seu nariz era reto. Os ossos da face, muitos altos, conferiam às suas feições uma aparência heterogênea, deixando o rosto bem largo e com o queixo pontudo, que ficava quase triangular. Tinha os lábios finos, pouco marcados, e suas orelhas eram exatamente como a de nossas mulheres comuns. Segundo Villas Boas, ela tinha um corpo lindo e com os seios bem formados. Sua cintura era fina. Os seus quadris eram largos, as coxas compridas, os pés pequenos, as mãos finas e as unhas normais. Ela era de estatura bem baixa – mal chegava nos ombros de Villas Boas.

Essa criatura se aproximou de Villas Boas, em silêncio, e fitou-lhe com seus olhos grandes – não deixando dúvidas para com suas intenções. De repente, ela abraçou Villas Boas e começou a esfregar seu rosto e corpo contra o dele. A porta tornou a se fechar e Villas Boas ficou a sós com aquela criatura. Considerando a situação em que se encontrava, isso parece um tanto improvável… mas Villas Boas acredita que a excitação pode ter sido resultado do líquido que passaram por todo o seu corpo. De qualquer forma, Villas Boas não conseguiu mais refrear seu apetite sexual e acabaram tendo várias relações sexuais. Depois, a criatura ficou cansada e começou a respirar ofegantemente. Segundo Villas Boas, ele ainda estava excitadíssimo – o que demonstra que não era um estado de excitação sexual comum e natural. Antônio até tentou transar mais, mas ela recusou continuar com o sexo. No momento da recusa, Villas Boas percebeu que queriam ele apenas como um reprodutor para algum tipo de experiência. Apesar disso, segundo seu próprio depoimento, ele tomou o cuidado para não deixar que percebessem a sua irritação. Afinal, ele se encontrava nu, num lugar estranho, com seres estranhos, completamente sem chance de fuga e, sendo assim, não seria muito prudente e inteligente demonstrar qualquer tipo de hostilidade.

Pouco depois de seus corpos terem se separado, a porta se abriu e um dos seres chamou a moça com gestos. Antes de sair da sala, ela virou-se para Antônio Villas Boas e apontou primeiro para sua barriga, depois, com uma espécie de sorriso, para o próprio Villas Boas e, por último, para o alto – como se quisesse dizer que Villas Boas iria ser pai de uma criança que iria viver no espaço.

Logo em seguida, um dos seres voltou com as roupas de Villas Boas e ele, por sua vez, se vestiu. Segundo Villas Boas, as criaturas lhe devolveram tudo, menos um isqueiro que tinha em um dos bolsos (apesar de cogitar a possibilidade de que ele possa ter caído no chão no momento da luta na hora que estavam capturando-no). Quando Villas Boas terminou de se vestir, os seres o levaram de volta para o mesmo recinto que estava antes de ter entrado naquela sala.

Chegando lá, três dos tripulantes estavam sentados nas cadeiras giratórias, grunhindo um para o outro. Aquele que veio buscar Villas Boas juntou-se a eles e deixaram-no sozinho. Enquanto eles “falavam entre si”, Villas Boas tentou gravar na memória todos os detalhes ao seu redor e observava minuciosamente tudo. Assim, reparou que dentro de uma caixa com tampa de vidro que estava sobre uma mesa havia um disco parecido com um mostrador de relógio: havia um ponteiro e, no lugar dos números 3, 6 e 9, uma marcação negra. No lugar em que normalmente está o número 12, havia quatro pequenos símbolos negros, um do lado do outro.

Naquele momento, já bem mais calmo, Antônio Villas Boas teve a idéia de pegar aquela coisa e levá-la consigo – a título de ter uma prova concreta de sua inacreditável aventura de abdução. Imaginando que se os seres percebessem seu interesse por aquele objeto e talvez acabassem presenteando-lhe com o mesmo, tratou de se aproximar dele, aos poucos e, quando os seres não olhavam, puxou-o da mesa com as duas mãos. Villas Boas estimou que aquele objeto pesava, pelo menos, uns dois quilos. Porém, as criaturas não deram tempo para que Villas Boas olhasse o objeto de mais perto pois, com a rapidez, um dos seres acabou empurrando Villas Boas para o lado, tirou a caixa de suas mãos e, aparentemente furioso, tornou a colocá-la no lugar. Intimidado com a ação do alienígena, Villas Boas recuou até a parede mais próxima e ficou parado lá, imóvel.

Enfim, depois de vários minutos, uma das criaturas se levantou e fez um sinal para que Villas Boas o seguisse. Assim, atravessaram a pequena ante-sala, até a porta de entrada, já aberta e com a escada descida. No entanto, ainda não desceram, mas o ser fez Villas Boas compreender que devia acompanha-lo até a rampa que havia em ambos os lados da porta. Ela era estreita, mas permitiu dar uma volta completa ao redor da nave. Primeiro foram para frente e lá Villas Boas viu uma protuberância metálica sobressaindo da nave. Na parte oposta havia essa mesma protuberância.

O ser também apontou para os picos de metal na parte frontal. Os três estavam firmemente ligados à nave. O protuberância do meio estava ligada diretamente com a parte dianteira. As três esporas tinham a mesma forma, base larga, diminuindo para uma ponta fina e sobressaindo horizontalmente. Elas brilhavam como metal incandescente, mas não irradiavam nenhum calor. Um pouco acima da esporas metálicas havia luzes vermelhas, sendo duas laterais, que eram pequenas e redondas, e uma na da parte dianteira de grande tamanho. Eram os possantes faróis. Acima da rampa, ao redor da nave, estavam dispostas inúmeras lâmpadas quadradas, embutidas no casco. Seu brilho vermelho refletia na rampa, a qual, por sua vez, terminava em uma grande placa de vidro grosso, que entrava fundo no revestimento de metal. Como não existiam janelas em parte alguma, Villas Boas julgou que aquela vidraça serviria para olhar para fora, mesmo que não fornecesse uma boa visão pois, visto de fora, o vidro parecia bastante turvo.

Após a vistoria da parte frontal da máquina, o ser levou Villas Boas para a parte traseira (que apresentava uma curvatura bem mais pronunciada do que a da dianteira) mas, antes disso, pararam mais uma vez, quando a criatura apontou para cima, onde estava girando a imensa cúpula em forma de prato. Ao girar lentamente, mergulhava numa luz esverdeada, cuja fonte não era possível detectar. Simultaneamente, emitia um som parecido com assobio. Quando, mais tarde, a máquina decolou, as rotações da cúpula aceleraram progressivamente, até desaparecer por completo, e, em seu lugar, permanecer apenas um brilho de luz vermelho-clara. Ao mesmo tempo, o ruído cresceu para um estrondoso uivo. Depois de ter mostrado toda a parte externa da nave para Villas Boas, o ser o levou para a escada metálica e deu a entender que ele estava livre para ir embora. Ele apontou primeiro para si próprio, depois para Villas Boas e, finalmente, para o quadrante sul no céu. Em seguida, fez sinal de que ia recuar e desapareceu no interior da nave.

A escada metálica foi se recolhendo e a porta da nave se fechou. As luzes da esporas metálica do farol principal e da cúpula ficaram progressivamente mais intensas com o aumento das rotações. Lentamente, a máquina subiu, em uma linha vertical, recolhendo, ao mesmo tempo, seu trem de pouso. O objeto subiu devagar, até uns 30 a 50 metros de altura. Lá parou por alguns segundos, enquanto sua luminosidade se tornava mais intensa. O ruído de uivo tornou-se mais forte, a cúpula começou a girar com uma velocidade enorme, ao passo que sua luz foi se transformando progressivamente, até ficar vermelho-clara. Naquele instante, a nave inclinou-se ligeiramente para o lado, ouviu-se uma batida rítmica e, repentinamente, desviou-se para o sul, desaparecendo de vista uns poucos segundos depois.

Finalmente, Villas Boas voltou para o seu trator. Era 01:15 horas quando foi levado para o interior da nave e retornou somente às 05:30 horas da madrugada – por mais de quatro horas ficou sob tutela daqueles inusitados seres. Com o passar do tempo, Villas Boas formou-se em Direito, casou-se e teve quatro filhos. Esse caso foi minuciosamente investigado pelo Dr. Olavo Fontes. Um dos elementos mais impressionantes na experiência de Villas Boas são as marcas escuras que começaram a surgir em seu corpo, cujas investigações indicaram como possível causa de um processo de intoxicação radioativa.

A Operação Prato

Um dos bem documentados e inacreditáveis casos envolvendo ufos hostis, militares e mortes suspeitas é o caso da Operação Prato. Não só por isso, mas porque eu tenho aqui em casa cópia dos relatórios oficiais desta operação. É um dos mais ricos e irrefutáveis casos ufológicos do país. Ao lado da Noite oficial dos ufos, eu acho que a Operação Prato é o mais emblemático retrato da condição militar-social-ufológica no país. ( sob todos os aspectos) A operação Prato foiuma missão inédita da Aeronáutica realizada entre setembro e dezembro de 1977 para monitorar atividades extraterrestres na Amazônia, mais especificamente no Pará, onde em várias cidades um raio de luz vindo do céu atacava os moradores até mesmo dentro das próprias casas. Essa luz (apelidade de chupa-chupa pela população ribeirinha) provocava queimaduras que necrosavam na mesma hora e deixavam dois orifícios, geralmente no peito esquerdo. De cada 10 pessoas atacadas, aproximadamente 8 eram mulheres. Para esta missão foi escolhido o – até então – cético e descrente capitão Uyrangê Hollanda. Ele comandou a famosa e polêmica Operação Prato por determinação do comandante do 1º Comando Aéreo Regional (COMAR), de Belém (PA).

Para este trabalho, Hollanda estruturou, organizou e colheu os espantosos resultados desse que foi o único projeto do gênero de que se tem notícia em nosso país – e provavelmente um dos poucos no mundo.O volume de dados obtido surpreendeu até o mais incrédulo dos militares da época. Para obter os mais de 500 fotogramas dos ufos, Hollanda levou consigo o que havia de mais moderno em equipamentos óticos, cameras, gravadores, lunetas, etc. Ele usou filmes especiais para diferentes comprimentos de onda. Infravermelho e ultravioleta. Ele organizou vigílias militares em turnos e sistematizou completamente o movimento ufológico da região. Inicialmente um descrente dos discos voadores, o comandando Hollanda chegou a temer pela própria vida ao dar de cara com ufos de diferentes tipos e tamanhos.

Vinte anos depois, já reformado, o agora Coronel Hollanda veio a público falar sobre o assunto. Logo após conceder uma histórica entrevista à Revista UFO, antes mesmo de vê-la publicada, o militar se suicidou coma corda do roupão em circunstâncias estranhas, mas que talvez não tenham a ver com o fato dele ter liberado informações confidenciais à imprensa.

O programa de Tv ” Linha direta” fez uma das edições com o Caso da operação Prato, usando a computação gráfica para reconstruir de maneira espetacular cenas que Hollanda vivenciou.

A entrevista é fantástica, e é suportada por depoimentos das (poucas) testemunhas que se atrevem a quebrar o silêncio, como os moradores do local, o então prefeito de Colares, uma médica que cuidou dos feridos, e de documentos sigilosos da aeronáutica que “vazaram” e mostraram que a operação existiu de fato. TUDO foi filmado e fotografado, mas a Aeronáutica não libera esses vídeos por se tratar de material classificado e a legislação não permite a liberação a menos que se mude a lei.
Recentemente um grupo de ufólogos conseguiu acesso a dois documentos da Aeronáutica, através do movimento UFO: Liberdade de informação já. Um deles são partes da Operação Prato, com algumas páginas de relatório e 500 fotografias. Mas é apenas uma fração do material que eles têm e não podem mostrar ainda, pois precisam mudar as leis do país, e é pra isso que o Movimento está lutando.
O documentário do Linha direta não mostra todo o caso, afinal foram muitas aventuras e perigos. Mas se você não viu, vale a pena ver.

Contato com alienígenas no espaço

 

Eu escolhi este caso por ser incrível,além de se tratar de um contato imediato de segundo grau no espaço, além do fato de que envolve um oficial russo que confirma o contato.

Em maio de 1981 a estação orbital russa Salyut-6 teve um contato com uma nave extraterrestre durante 4 dias. O evento envolveu astronautas da Salyut-6 e três ETS que tripulavam o OVNI, descrito como esférico e com cerca de oito metros de diâmetro. Os cosmonautas russos tiveram condições de rodar um vídeo de 45 minutos sobre o encontro, onde se vê claramente o OVNI a apenas 40 metros de distância da estação orbital russa. Esse vídeo permanece muito bem guardado e confidencial em algum porão governamental de Moscou. Um mês depois do avistamento do OVNI junto a Salyut-6, o Ministério de Planejamento da extinta União Soviética convocou uma reunião extraordinária que reuniu especialistas em ÓVNIS, cosmonautas e autoridades soviéticas, inclusive militares. Essa história só chegou ao público recentemente, quando fontes decidiram contar tudo.

Depois de estarem trabalhando em experiências científicas por 75 dias a bordo da Salyut-6, dois dos astronautas russos observaram um objeto esférico surgindo repentinamente, a cerca de um quilômetro deles. Vladmir Kovalyonok, um dos astronautas, apanhou uma câmera e começou a rodar os primeiros minutos do que se tornaria um documento secreto russo. Com a ajuda de binóculos, Kovalyonok percebeu que havia portinholas no OVNI, que por 24 horas permaneceu em posição estacionária em frente a Salyut-6, sem demonstrar a existência de tripulantes em seu interior. No outro dia, o objeto estava mais próximo, a menos de 100 metros de distância. Ela se movera sem usar jatos, impulsos ou quaisquer outros recursos visíveis aos astronautas russos, que contaram uma série de 24 janelas, em três níveis. Em três das janelas, foram avistadas cabeças parecidas às humanas. Os ETS usavam capacetes leves com visores que mostravam parcialmente seus rostos. O que mais impressionou os cosmonautas foram os olhos dos seres – enormes, azuis – fixos neles, sem demonstrar o menor sinal de emoção. Mais tarde, como as criaturas se mostraram amistosas, os cosmonautas pediram permissão a Terra para tentar estabelecer contato com elas. Um dos astronautas abriu um grande mapa celeste em frente a si mesmo, mostrando nosso Sistema Solar ao centro. O mapa foi colocado junto a uma escotilha da Salyut-6. Kovalyinok se emocionou quando um dos ETS da outra nave puxou seu próprio mapa, que mostrava nosso Sistema Solar de um lado e alguns astros ainda desconhecidos da humanidade em outro. Ainda emocionado, Kovalyonok, fez um sinal com o dedo polegar para cima, que foi retribuído pelo estranho E.T. de modo mecânico.

Em seguida, o OVNI se afastou a uma velocidade tal que pareia varrida do céu, como se os ETs quisessem mostrar sua manobrabilidade.

Na órbita seguinte, ele estava de volta. Usando uma lanterna potente Kovalyonok tentou se comunicar em russo pelo código Morse, sinalizando: “Cosmonautas soviéticos saúdam visitantes a Terra”. Os estranhos não entenderam. Tentou a mesma mensagem em inglês, também sem resposta. Decidiu então usar uma figura matemática, usando uma luz breve para o ZERO e uma longa para UM. Sinalizou o número 101101. Logo depois veio um sinal luminoso em resposta, que não só era uma repetição da cifra, como acabou decifrada como um logaritmo da base que Kovalyonok utilizou nos sinais. Isso prova que, pelo menos em Matemática, Humanos e E.T.s falam a mesma língua.
No outro dia, os ETS fizeram um passeio pela superfície de seu veículo esférico, usando os mesmos trajes vistos quando estavam no seu interior. Quatro dias depois do primeiro contato, o OVNI desapareceu. Por alguma razão, os cosmonautas Kovalyonok e Savinitkh tinham se acostumados àqueles seres estranhos silenciosos e antiemotivos. Tinham sentido uma amizade sutil que deixou como lembrança à certeza de que não estamos sós no Universo.

CASO BAEPENDI

 

Eu acho este caso muito peculiar, porque ele reflete as conseqüências da falta de cultura do brasileiro. Neste caso, alienígenas amistosos surgem para um capiau e tentam instruí-lo com um audiovisual sobre a sua tecnologia, de onde eles vem e seus interesses. Sabe o que o sujeito conseguiu entender? Nada.

O ano era 1971. Um agricultor semi-analfabeto da cidade de Três Corações (MG) chamado Arlindo Gabriel dos Santos saiu para caçar tatu.

Arlindo estava caçando com dois amigos e, quando eles estavam a uns seis quilômetros de distância da sede de sua fazenda, decidiram se separar. Cada qual teria tomado um rumo diferente.

Depois de um pequeno tempo, Arlindo avistou um objeto estranho descer no chão e que, inevitavelmente, o deixou cismado. Curiosos, decidiu se aproximar para observar melhor o objeto. Pelas suas descrições, o objeto tinha um formato cilíndrico com 50 centímetros de largura e 1,5 metros de comprimento, uma base circular escura e uma esfera na sua parte superior de cores branca e vermelha.Arlindo tinha levando uma câmera fotográfica que estava embrulhada em um embornal de pano e, sendo assim, teve a oportunidade de fotografar o objeto por uma vez, até que o mesmo desapareceu inexplicavelmente. Logo em seguida, desceu um outro objeto que tinha o formato ovóide e com uma haste na sua parte inferior. Essa haste parecia uma espada e, na parte superior, tinha algo que parecia ser uma espécie de hélice. Arlindo tirou uma foto do objeto até que o mesmo começou a emitir um ruído e, logo em seguida, se transformado numa névoa – que logo desapareceu.

Depois dessas duas aparições súbitas e seus respectivos desaparecimentos, Arlindo voltou a andar mais um pouco e, de repente, desceu um terceiro objeto. Este tinha a forma de um barril de um metro de altura e era listrado nas cores branco e vermelho. Este objeto também parecia ter uma espécie de hélice na sua parte superior. Arlindo não hesitou: também fotografou o inusitado aparelho. Tal qual os dois anteriores, o objeto desapareceu logo em seguida sem que Arlindo pudesse reparar como isso aconteceu.

Arlindo então andou uns dez metros na direção do local onde o objeto estava antes de desaparecer. Sua intenção era ver se conseguia encontrar alguma coisa que lhe indicasse o que estaria acontecendo e como aqueles objetos teriam sumido. E é exatamente neste momento que um enorme OVNI com o formato de um ovo e todo branco desce diante de Arlindo – numa distância de apenas um metro. Conforme a descrição da testemunha, o objeto tinha um ruído parecido com o de um motor de carro afogado. O aparelho tnha no mínimo uns dez metros de diâmetro e uns oito metros de altura e, antes de ele pousar no chão, saiu uma espécie de trem de pouso que consistia em quatro hastes pequeninas – algo como uns seis ou sete centímetros de largura. Arlindo tentou fotografar este UFO, porém ele emitiu um feixe de luz em sua direção que provocou uma dor em seus olhos. Imediatamente, Arlindo largou todas as suas coisas no chão e saiu correndo, temendo o que poderia acontecer com ele.Para seu desespero, Arlindo mal conseguiu se distanciar uns dez metros do UFO, pois o objeto disparou uma espécie de relâmpago que o atingiu em cheio – Arlindo ficou totalmente paralisado após ser atingido. Sem compreender o que lhe estava prendendo, Arlindo tentou olhar para trás e viu dois alienígenas que pareciam ser iguais a nós. Os seres estavam usando roupas que cobriam todo o seu corpo, além de capacetes justos que cobriam quase toda as suas cabeças. Eles também estavam usando luvas. Só era possível ver os rostos das criaturas, pois os capacetes tinham vidros transparentes na frente. Os dois alienígenas foram até Arlindo e o pegaram, sendo que um foi no seu lado direito e o outro do lado esquerdo. Nesse momento, Arlindo suplicou: “Pelo amor de Deus, me soltem!”. Neste exato momento ele ouviu uma resposta de um dos alienígenas que, inclusive, mexeu a boca para falar: “Em nome de Deus, nós todos somos irmãos”. O interessante é que o som não parecia sair de sua boca e sim de uma caixa que estava pendurada nas costas dos alienígenas. Desta caixa saia uma espécie de tubo que estava conectado no capacete deles. O outro alienígena falou logo em seguida: “Não fazemos mal a ninguém, apenas queremos uma informação”. E assim eles levaram Arlindo em direção do OVNI.

Quando chegaram diante da nave, Arlindo pode ver que este tinha uma porta com uma escada de quatro degraus e, ainda, havia outro alienígena parado ali, esperando-os. Esta criatura perguntou para Arlindo se ele não tinha visto uma “zurca” ali por perto. Arlindo disse que não e perguntou o que é uma “zurca”. Então o alienígena explicou que era um aparelho que eles transmitiram de lá para cá.

O ser perguntou para Arlindo se ele “tinha inteligência”. Arlindo respondeu negativamente ao aparente chefe da nave. Este então fez um sinal e finalmente os seres pegaram Arlindo e levaram-no para o interior do UFO. Ainda quando estava do lado de fora, Arlindo reparou que nas proximidades da porta de entrada da nave a temperatura estava mais baixa que no ambiente do local. Quando entraram, Arlindo percebeu que a temperatura era bem mais fria que do lado de fora. Era como se houvesse um ar condicionado no interior da nave. Outro detalhe interessante é que, além de frio, ele reparou um cheiro que julgou ser parecido com o de poeira. Além dos três alienígenas que Arlindo viu ainda do lado de fora, dentro da nave havia outros três, sendo que um deles era do sexo feminino. Ao entrar, imediatamente Arlindo viu outros dois seres que estavam sentados numa espécie de cadeira. Ambos estavam usando capacetes como os outros. A impressão que Arlindo teve é que – segundo suas próprias palavras – “eles estariam batendo máquina” (Arlindo comparou a atividade dos tripulantes com datilografia). Talvez tal julgamento fosse motivado em função do barulho que fazia enquanto os seres estavam mexendo nos dispositivos internos da nave. No entanto, ao entrarem, logo as criaturas pararam e conversaram com os três que foram lá fora capturar Arlindo. Inclusive ele reparou que eles chacoalhavam a cabeça em alguns momentos. Arlindo não entendeu absolutamente nada do que os seres alienígenas conversavam entre si.

De repente apareceu uma moça, que teria vindo de outro compartimento do UFO, e que não estaria usando capacete. Ela era loira e de rosto rosado. Ela estava usando um aparelho no ouvido com o que Arlindo comparou com um “ouvidor de telefone”. Inicialmente, a alienígena conversou com os outros seres, na qual foi impossível para Arlindo entender uma única palavra. Logo em seguida, a criatura e um dos alienígenas masculinos levaram Arlindo para um outro cômodo da nave, na qual tinha um aparelho parecido com uma geladeira.

A “moça” pegou uma espécie de varinha enquanto o outro ser começou a mexer nos botões deste aparelho que Arlindo comparou com uma geladeira. O aparelho tinha um monitor e, assim que apareceu uma imagem, a alienígena feminina usava a varinha para apontar para os objetos que apareciam nesse monitor. Segundo Arlindo, essa criatura aparentemente fêmea começou a explicar detalhes sobre sua civilização, a forma que eles conseguiam vencer as distâncias astronômicas e outras várias informações importantíssimas – que, infelizmente, não foi possível se resgatar nada em seus depoimentos devido a limitação cultural de Arlindo. Ele não entendeu nada e não se interessou em perguntar para a criatura o que não conseguia entender. É lógico que Arlindo poderia estar se sentindo intimidado ou mesmo, em função da situação incomum – um seqüestro alienígena – não estava em condição de raciocinar normalmente.

Depois que a criatura lhe passou diversas informações, Arlindo foi levado para o cômodo anterior e percebeu que um dos seres também tinha tirado o capacete. Segundo Arlindo, eles eram muito parecidos conosco, sendo que ele só reparou uma pequena diferença: a testa deles era um pouco diferente – embora Arlindo foi incapaz de dizer exatamente qual era a diferença no sentido anatômico. Já a boca Arlindo descreveu que parecia um corte com lábios bem fininhos.

Neste momento, as criaturas teriam lhe dito que: “Nós somos da mesma matéria, do mesmo sangue e vivemos o mesmo trabalho”. Depois disso, Arlindo foi levado para fora da nave e os seres ainda lhe avisaram: “Proteja a vista, que o aparelho condena a vista”. Os alienígenas conduziram Arlindo até a saída e Arlindo, por sua vez, desceu sozinho as escadas. O interessante é que Arlindo não conseguiu olhar para traz, pois ele se sentia meio “preso” – um efeito que ele nunca conseguiu explicar. Talvez isso ainda fosse alguma influência dos extraterrestres sobre Arlindo.

Depois de tudo isso, Arlindo teve de andar de volta um bom “pedaço” até que encontrasse seus dois amigos que tinham ido caçar com ele. Arlindo se sentia enjoado e com um pouco de tontura – sensações que duraram bastante tempo. No momento do contato com os alienígenas, Arlindo tinha deixado suas coisas caídas no chão e, quando retornou para procurar, ele acabou não achando nada. Porém reparou que o trem de pouso da nave tinha deixado marcas profundas no terreno.

Logo a notícia de sua experiência com os alienígenas se tornou a grande sensação da cidade de Baependi. E, inevitavelmente, acabou chegando nos ouvidos da imprensa que deu todo um tratamento sensacionalista ao incidente com manchetes de grande apelo público nos jornais. Obviamente este caso logo chegou também ao conhecimento do ufólogo Ubirajara Franco Rodrigues, que tratou de entrar em contato com Arlindo Gabriel dos Santos. Levado até o local onde teria se dado o incidente pelo próprio Arlindo, Ubirajara Rodrigues fez moldes de gesso das marcas do trem de pouso e, ainda, eles acharam o embornal que Arlindo tinha perdido no momento do contato.

A princípio Arlindo ficou em dúvida se aquele era mesmo o seu embornal, pois o mesmo estava com várias figuras desenhadas que pareciam uma espécie de escrita. O embornal de Arlindo era liso e não tinha qualquer figura pintada nele.Depois de alguma análise descobriu-se que a linguagem estranha no embornal parciea ser hebraico arcaico. Como os textos do Pergaminhos do Mar Morto.

Com relação às supostas fotografias obtidas por Arlindo, infelizmente as fotos não mostravam as supostas três sondas que tinham descido antes do pouso da nave tripulada. Verificado por Ubirajara Franco Rodrigues, a câmera acabou sofrendo uma grave avaria: a chapa interna de proteção do filme estava queimada e coberta de fuligem. É possível que isto tenha acontecido no momento que Arlindo tentou tirar uma fotografia do OVNI e este, por sua vez, emitiu um feixe de luz que acabou lhe paralisando e também, como conseqüência do feixe, estragou sua câmera fotográfica. A fuligem que cobria a placa interna do sistema de disparo pode ter sido provocada por uma reação química em função de uma exposição ao calor ou uma grande energia luminosa. Mas sem dúvida, o “ponto alto” deste caso seria as estranhas pinturas do embornal de Arlindo.

O que está escrito em hebraico no embornal?

TRADUÇÃO DE PAULO STEKEL
Hebraico e o aramaico bíblico, recorrendo a técnica cabalística quando o léxico não ajudava:

“Que aquele que oprime a erva nova a umedeça, faça-a nascer, para que seja concluída e domine a matéria para que a sua palavra realize o destino da beleza que a conserva perfeita. Pois aquele que a protege da palavra inútil e impura tem um escudo que reforça seu jardim. Caso contrário, sobre o que recairá a ruína? Sobre a força natural da vida. Agora é o momento para a evolução de sua forma e de sua consciência ordinária, pois consciência natural é como o ouro puro, como uma chapa superior, como a síntese da existência e do conhecimento. Defeito violento é à força da consciência objetiva, que é um movimento evolutivo, sem nenhum amor, usada apenas para conservar o domínio. Cada broto desta erva possui um sublime poder. A erva é como uma árvore de ouro puro, capaz da dissolução do mal, mesmo que no princípio seja apenas uma insignificante semente”.

TRADUÇÃO DE RICARDO FERREIRA ARANTES
Usou uma imagem invertida (como visto pelo reflexo do espelho) e baseou-se nos alfabetos fenício, hebraico e aramaico. Preferiu deixar sete frases sem tradução em função dos borrões:

“(Oh) quando está determinado;
Calamidades seis vezes;
Vermelho desolado;
Nem a beleza das terras mais longínquas será preservada na nuvem;
Escutai mensageiro, a dor (dos que foram) destruídos pelo clarão;
Livrai-nos da maldição (de ter) o corpo consumido;
Fazei saber (que) a ira de Deus cresce e se aproxima silenciosamente”.

CASO TRAVIS WALTON

Se você já viu aquele filme FOGO NO CÉU saberá do que se trata este caso. Esta é a história da mais famosa abdução do mundo. Um caso que abalou a opinião pública americana e é uma das mais fortes evidências da presença alienígena e das abduções no planeta. Considerado um clássico da ufologia mundial, o Caso Travis Walton reproduz as principais características comuns das abduções alienígenas. Por volta das 18:00 horas da tarde, do dia 05 de novembro de 1975, uma caminhonete de cabine dupla do Serviço Florestal voltava da Floresta Nacional Sitgraves, Arizona, (Estados Unidos), levando sete lenhadores: Michael Rogers, Ken Peterson, Travis Walton, Allen Dallis, John Goulete, Duane Smith e Stephen Pierce. Todos eles tinham menos de trinta anos e voltavam para casa depois de um longo dia de trabalho.

Travis Walton, na época com apenas 22 anos, reparou uma luminosidade amarelada por trás de uns pinheiros, do lado direito do caminhonete, e comentou com os companheiros. A caminhonete seguia sua rota normal, mas, ao chegar em uma clareira, viram um enorme disco de uns cinco metros de diâmetro que estava flutuando a cerca de seis metros de altura.

Chocado, Travis pediu que parassem a caminhonete e, imediatamente, saiu do veículo. Acreditando que ao se aproximar o objeto se afastaria, Travis Walton começou a caminhar em direção do OVNI. O disco começou a emitir um ruído alto e movimentar-se lentamente. O motorista da caminhonete, Mike Rogers, tomado pelo pânico, gritou para que Travis voltasse, mas ele estava absorvido na contemplação daquele objeto que, agora, já estava bem acima de sua cabeça. Subitamente, o OVNI emitiu um feixe de luz verde-azulado que atingiu em cheio o peito de Travis, jogando-o para trás. Ao cair, Travis Walton estava desmaiado.

Todas os outros trabalhadores que estavam na caminhonete ficaram em pânico e Mike, o motorista, imediatamente deu partida no veículo e se afastou, deixando para trás Travis caído próximo ao UFO. A alguma distância do local, quando todos comprovaram que o objeto não lhes perseguia, pararam a caminhonete e discutiram nervosamente se deveriam ou não voltar para socorrer Travis. Finalmente chegaram a algum entendimento e voltaram para o local, porém nem Travis e nem o UFO estavam mais lá.

Os seis trabalhadores decidiram ir então à delegacia de Navajo Country, que era o posto policial mais próximo. Foram atendidos pelo tenente Chuck Allison que, após ouvir toda a história, decidiu ir até o local dos fatos, às 21:30 horas daquele mesmo dia, levando junto mais três testemunhas para investigar. Não encontraram absolutamente nada. No dia seguinte, os seis trabalhadores passaram a ser suspeitos de assassinato. Ninguém acreditava na história contada por eles e a polícia passou a considerar a hipótese de que eles tinham matado Travis Walton e escondido o corpo. Depois inventaram a história do “disco voador” para justificar o sumiço de Travis.

Durante os três dias seguintes, foi realizada uma super operação “pente-fino” na floresta em busca do corpo de Travis Walton. Essa operação foi composta por um pouco mais de uma centena de homens, vários cães e um helicóptero – no entanto não obtiveram qualquer êxito. Durante toda essa operação de procura pelo corpo de Travis Walton, os investigadores responsáveis pelo caso ficaram surpreendidos ao ver que os seis lenhadores não hesitaram em passar pelo detector de mentiras. Durante o teste do detector de mentiras, foram tomadas todas as medidas para não dar vazão a qualquer possibilidade de dúvida. Entre as medidas estava a presença de C. Gibson, especialista em poligrafia. E para surpreender mais ainda as autoridades responsáveis pelo caso, todos eles passaram pelo detector sem que fosse detectada uma única mentira sequer. A partir daí, somando com o fato de não se ter encontrado o corpo ou qualquer vestígio do mesmo, a história dos lenhadores passou a ser levada a sério por toda a comunidade.

Seis dias depois do desaparecimento de Travis , no dia 11 de novembro, seu irmão recebe uma ligação telefônica na qual reconhece, imediatamente, que era o próprio Travis do outro lado da linha. Travis pede para que venham buscá-lo e é encontrado no chão de uma cabine telefônica, no posto de gasolina de Heber – cerca de 80 quilômetros de distância de Snowflake. Travis apresentava visíveis sinais de esgotamento e desidratação, tinha náuseas e estava completamente desorientado. Mas o mais surpreendente de tudo é que Travis Walton não acreditava que tinha sumido por vários dias. Para ele tinham se passados algumas poucas horas apenas desde que foi atingido pelo UFO.

Imediatamente, a família de Travis Walton o levou para um hospital. O doutor Howard Kandell certificou que Travis estava bem, mas tinha perdido um pouco de peso devido à desidratação. A única coisa estranha encontrada em Travis era uma marca no seu braço esquerdo, claramente produzida por uma agulha ou um outro instrumento pungente. As análises de sangue comprovaram que Travis Walton não era usuário de drogas – coisa que a própria família dele garantiu para o médico.

O passo seguinte das investigações foi submeter Travis Walton a uma sessão hipnótica para averiguar o que tinha acontecido realmente. Neste processo, os doutores Harder e Rosenbaum (presidente da Associação Psicanalítica do Sudeste) ficaram no controle da sessão hipnótica, além da presença de mais três médicos que assistiram tudo na qualidade de supervisores. Em transe hipnótico, Travis Walton relembrou de vários momentos de sua abdução. Quando foi atingido pelo feixe de luz do disco, tudo escureceu. Mas quando abriu os olhos, estava numa espécie de mesa num quarto fortemente iluminado. Inicialmente ele pensou que estava em um hospital mas, quando olhou para os lados, viu seres horripilantes, de um metro e meio de altura e com grandes olhos negros. Suas faces não tinham cor e suas testas eram inchadas. Seus longos dedos não tinham unhas. Travis Walton os comparou com “fetos muito desenvolvidos”.

Aquelas criaturas tinham colocado um aparelho sobre seu tórax que lhe causava uma dor persistente e o impedia de respirar normalmente. Travis entrou em pânico imediatamente e, se debatendo, conseguiu tirar o aparelho de seu peito. Também tentou afastar os alienígenas com empurrões, no entanto, as criaturas continuavam tentando dominá-lo. Somente quando Travis pegou um tubo transparente na mão, que estava numa mesa ao lado, e ameaçou agredir as criaturas, os seres se afastaram e saíram da sala marchando por uma porta. Travis não teve dúvidas: optou por ir embora dali por uma outra porta que existia na sala.

Travis Walton chegou então num corredor e começou a caminhar. Viu outra porta e entrou. Era uma sala onde havia um sofá com vários botões nos braços. Na frente do sofá havia uma tela enorme, quase do tamanho da parede, e que tinha uma imagem típica do espaço: fundo negro com muitas estrelas. Ao apertar os botões no braço do sofá, as estrelas da imagem na tela se mexiam. Nesse exato momento entrou um ser humanóide idêntico a nós que, através de sinais, indicou que Travis devia acompanhá-lo. Travis se levantou do sofá e tentou falar com a criatura, que usava um capacete transparente, mas não obteve qualquer resposta – o ser apenas sorria de forma tolerante.

Sem opção e desconcertado, Travis Walton acompanhou aquele ser. Eles saíram do UFO, por uma rampa, e Travis viu que estavam em um hangar onde havia várias naves iguais a que eles estavam. Entraram, logo em seguida, num túnel que os levou a um pequeno quarto. Neste recinto se encontravam três pessoas, sendo dois homens e uma mulher. Subitamente uma mão colocou uma máscara no rosto de Travis e ele, por sua vez, perdeu os sentidos. A próxima lembrança de Travis Walton é ele acordando caído na estrada perto de Heber. Ele olhou para cima e viu uma nave se afastando – inusitadamente não parecia ser a mesma nave que lhe teria abduzido.

Tal qual foi feito com os outros lenhadores, Travis passou pelo detector de mentiras sem que fosse detectada qualquer fraude em seu relato. Infelizmente, hoje Travis Walton se recusa a fazer outras sessões de hipnose regressiva para tentar resgatar o que poderia estar perdido em sua memória. Ele alega ter medo de saber mais detalhes da experiência traumática que passou. O Caso Travis Walton foi amplamente divulgado e causou grande comoção na comunidade ufológica.

 

O CASO MANTHELL

 

Nem só de abdução vive o lado obscuro da ufologia. Existem casos impressionantes envolvendo mortes, desaparecimentos e violência. Este é um dos mais famosos deles.

Nas primeiras horas da tarde do dia 07 de janeiro de 1948, centenas de pessoas viram um objeto que definiram como “um sorvete de casquinha com a parte superior vermelha”, que se dirigia lentamente e a baixa altitude rumo a Fort Knox, Estado de Kentucky. O Fort Knox é uma zona de alta segurança usada para guardar as reservas de ouro dos Estados Unidos. Seu espaço aéreo é proibido e constantes rondas de caças acontecem. Os mais sofisticados radares vasculham, 24 horas por dia, nos 365 dias do ano, toda a região. Em torno das 14:30 horas, os radares acusaram um gigantesco OVNI se deslocando vagorosamente sobre Fort Knox. Imediatamente o comando militar responsável pela segurança do Campo Godman providenciou uma interceptação aérea do intruso. O Campo Godman é uma base militar que está baseada – convenientemente – ao lado de Fort Knox.

Justamente nesse momento, uma esquadrilha composta de 4 caças P-51 Mustang estava chegando de uma ronda aérea. A esquadrilha em questão era liderada pelo capitão Thomas Mantell que, devido ao seu desempenho em combate durante a Guerra, ele tinha várias condecorações e era uma espécie de ídolo das Forças Armadas. O que se seguiu naquela fatídica tarde de 07 de janeiro de 1948 marcou “a fogo” a vaidade militar norte-americana.

Imediatamente a esquadrilha foi acionada para realizar a interceptação. Dos 4 aviões da esquadrilha, foram apenas 3, pois um deles já estava com o combustível “na reserva”. Inicia-se a perseguição ao OVNI e, logo em seguida, um segundo avião se vê obrigado a abandonar a perseguição por seu painel apresentar problemas eletrônicos. Mal ele teve tempo de sair da formação para que o terceiro avião, por sua vez, também tivesse que abandonar a interceptação aérea por falta de oxigênio. Poucos minutos após o início da perseguição, o capitão Mantell ficou sozinho. Vale ressaltar que o avião do capitão Thomas Mantell deveria estar, como os outros, com o combustível e oxigênio acabando.

O fato é que Mantell continuou obstinadamente a caçar o OVNI mesmo sabendo de suas limitações em termos de combustível e oxigênio. Por volta das 14:45 horas, ele se comunica com a base informando que já conseguia avistar o intruso a olho nu. Foram vários comunicados descrevendo um objeto metálico, com a forma de um cone e de proporções gigantescas. Finalmente, por volta das 15:15 horas, se ouve pela última vez a voz de Mantell no rádio: “O objeto está adiante e acima de minha posição, movimentando-se à mesma velocidade de meu avião ou um pouco mais. Se eu não conseguir me aproximar mais vou desistir”.

Enquanto tentativas desesperadas de comunicação aconteciam, o avião de Mantell fazia círculos no ar para, logo em seguida, iniciar o megulho fatal ao chão. Maior que o impacto do avião do capitão Thomas Mantell foi o causado com a notícia de sua morte para todo o contingente das Forças Armadas dos Estados Unidos. Como isso poderia ter acontecido se os Estados Unidos era a maior força militar planeta? A explicação inical da USAF foi que Mantell perseguiu o planeta Vênus, até que ficou sem oxigênio e desmaiou. Sequer ele teria morrido com o impacto da queda, pois, provavelmente, o capitão Mantell teria morrido de anoxia (falta de oxigênio), já que estava a cerca de 20.000 pés. Obviamente, parece um absurdo que um piloto experiênte, condecorado, tivesse confundido o planeta Vênus ( olha o planeta Vênus aí, gente!) com uma nave desconhecida – sem mencionar o absurdo que é supor que o planeta Vênus seja detectado pelo radar.

Para tentar acabar com os boatos relacionando este caso com UFOs, a USAF acionou o projeto Blue Book para assumir as investigações. O capitão Edward Ruppelt, responsável pelo Blue Book, concluiu que Thomas Mantell havia perseguido um balão sonda meteorológico lançado pelo projeto “Skyhook”. A armada norte-americana criou um balão gigantesco capaz de ascender até 70.000 pés (cerca de 21.000 metros) de altitude, para recolher informação sobre a alta atmosfera. O gigantesco balão tinha forma de pêra próximo à Terra, mas se convertia numa esfera, de trinta metros de diâmetro, quando estava a grande altura.

Muitos ufólogos não concordaram com a explicação oficial e outros, como Jacques Vallée, aceitaram e deram o caso como encerrado. Já a imprensa, como sempre, fez sua glória com todo tipo de sensacionalismo possível.

CASO WESTENDORFF

 

A maioria dos avistamentos se dá com ufos chamados ufos standard. São as naves menores, para poucos tripulantes. Eventualmente uma nave grande, cahamada convenientemente de “Nave-Mãe” é vista. Este caso é emblemátoco pois uma dessas foi vista em pleno vôo por um piloto brasileiro, que deu voltas ao redor dela. E só se afastou quando ela liberou um ufo standard.

Haroldo Westendorff, empresário gaúcho, administrava uma empresa de beneficiamento de arroz, uma transportadora e uma fábrica de rações. Nas horas de folga costumava pilotar o seu próprio avião monomotor Tupi. Foi num desses momentos de lazer que o empresário viveu uma experiência intrigante.Às nove horas, logo depois de tomar o café da manhã, ele decolou do aeroporto de Pelotas para mais um passeio. Às 10h15, quando sobrevoava a ilha de Saragonha, na Lagoa dos Patos, a cerca de 15 quilômetros do aeroporto, Westendorff deparou-se com um imenso objeto aéreo não identificado. O susto foi enorme. Até a gagueira de infância voltou a afetar-lhe por alguns segundos. Recuperada a fala, o empresário conseguiu levar o monomotor a até muito próximo do objeto, onde permaneceu por mais de dez minutos.

Piloto desde os anos 70, Haroldo afirma que o objeto tinha uma base do tamanho de um estádio de futebol, com cerca de 100 metros de diâmetro, e de 50 a 60 metros de altura. Diz ainda que tinha a forma de um cone, com os vértices arredondados. Por 12 minutos, o empresário permaneceu voando ao redor do OVNI, a uma distância de aproximadamente 100 metros. Deu três voltas ao redor da nave e pôde observar seus detalhes. Era feita de algo parecido com metal, com a parte inferior lisa e oito vértices, que tinham cada um três saliências, como bolhas. A nave girava em torno de si própria e se deslocava em direção ao mar. Durante o tempo em que a testemunha permaneceu ao redor do OVNI não percebeu nenhum movimento da nave que pudesse indicar uma reação hostil. De repente, a parte superior do OVNI se abriu, bem na ponta, e dali saiu um disco voador na vertical, que em seguida se inclinou 45 graus e disparou para cima numa velocidade impressionante. Assustado, Haroldo se afastou da nave. Nesse momento, aquele objeto enorme subiu na vertical, numa velocidade fora do comum, sem fazer vento, sem ruído de explosão e sem nenhuma reação física.

O fato, ocorrido na manhã de 5 de outubro, impressiona não só pela riqueza dos detalhes descritos por um piloto com mais de 20 anos de experiência como pelo número e qualificação das testemunhas que asseguram ter avistado a mesma nave.

Westendorff, durante a segunda volta ao redor da nave, usou o rádio do avião para informar a sala de controle da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), do aeroporto de Pelotas, sobre o que estava ocorrendo. Perguntou ao operador da Infraero, Airton Mendes da Silva, o que ele via no setor Leste na direção da pista 15/33. “Olhei para fora e vi no horizonte um objeto, na forma de um triângulo acinzentado, com as bordas arredondadas”, conta o operador. Estavam com ele os auxiliares de serviços portuários Gilberto Martins dos Santos e Jorge Renato S. Dutra, que tentaram juntos identificar o objeto voador.

Westendorff também se comunicou com o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II), em Curitiba, no Paraná, responsável por vigiar os céus do Sul do Brasil. A resposta recebida foi a de que não havia nenhum registro anormal nos radares, embora pudessem detectar a presença do monomotor.

O Ministério da Aeronáutica mantém uma investigação sigilosa sobre a nave avistada por Westendorff. Um sargento da Base Aérea de Canoas viajou a Pelotas para colher o depoimento do empresário e de funcionários da Infraero. O sargento pede para não ser identificado, mas passou uma tarde no aeroclube de Pelotas, ouviu os relatos e tomou conhecimento de um “desenho falado” de todo o episódio.

Sem dúvida, o Caso Westendorff é um dos relatos ufológicos com mais precisão de detalhes. Será que a testemunha viu mesmo uma nave? E será que esta nave tinha procedência extraterrestre?

Referência: Revista ISTOÉ

O Caso Crixás

Infelizmente nem só de coisas curiosas e estranhas vive a ufologia. Há situações de conflito direto entre humanos e humanóides, com a corta arrbentando do lado mais fraco. Este caso ilustra os ( vários) episódios de violência envolvendo humanos e aliens.

O Caso Crixás. Ocorrido no dia 13 de agosto de 1967, na cidade de Crixás, Goiás, o caso Crixás envolveu o capataz Inácio de Souza e sua esposa. Na ocasião, Inácio de Souza voltava para casa, na fazenda Santa Maria, cidade de Crixás, por volta das 16:00 horas. Ao chegar, foi calorosamente recebido por sua mulher do lado de fora. Ambos ainda não haviam percebido nada de anormal, até dirigirem o olhar para o pasto próximo da casa, que é cortado por uma pista de pouso de aviões. No fim da pista de pouso havia um estranho objeto que foi descrito por Inácio como sendo uma bacia invertida. Mas, num primeiro momento, Inácio e sua esposa realmente não deram muita atenção. O fato é que o proprietário da fazenda, o senhor Ibiracy de Moraes, era um fazendeiro realmente rico e poderia estar testando algum tipo de veículo novo para o Exército brasileiro – o que, se fosse o caso, não seria a primeira vez. Só para se ter uma idéia, entre os cargos que o senhor Ibiracy de Moraes já ocupou está a presidência do Banco do Brasil. Mas logo o casal percebeu que algo estranho estava acontecendo.

Mesmo estando a uma distância razoável, o casal percebeu que havia “três crianças” aparentemente nuas em volta do objeto. Isso teria indignado Inácio que classificava tal ato como uma afronta para a sua esposa. Inácio passou a caminhar diretamente na direção daquelas “crianças”. Mas, ao se aproximar um pouco mais, levou um susto: não estavam nuas, mas sim vestidas com uma roupa inteiriça colada no corpo e de cor amarela. Todas eram calvas e tinham uma aparência bastante incomum. Só que naquele momento as criaturas também perceberam o casal e um deles apontou diretamente para Inácio e sua esposa. Imediatamente, os três seres começaram a correr em suas direções, ficando claro que iriam abordá-los.

Quase que como uma ação reflexiva movida pelo terror, Inácio pegou sua espingarda, que sempre carregava no ombro, e se posicionou para disparar, mirando diretamente para a testa de uma das criaturas. Em seguida pediu para a sua mulher entrar correndo em casa e se trancar. Inácio dispara e acerta em cheio a cabeça de um dos seres que, segundo sua estimativa, deveria estar a um pouco mais de sessenta metros de distância. Inácio era conhecido na região por ser um atirador exímio. Ele acertava qualquer coisa com extrema precisão a uma distancia de até cem metros. O próprio proprietário da fazenda, o Sr. Ibiracy de Moraes, comentou que Inácio acertava uma pomba em pleno vôo a várias dezenas de metros de distância. No momento que Inácio atirou, o ser atingido caiu no chão. E naquele mesmo instante, o UFO disparou um raio de luz verde que atingiu o agricultor no ombro esquerdo. Inácio caiu imediatamente desacordado.

Desesperada com a cena do marido caído no chão, a esposa de Inácio, que acompanhava tudo pela janela da cozinha, saiu da casa correndo na direção do marido desmaiado. Ela pegou a arma e se colocou na frente de Inácio, para protegê-lo. Imediatamente apontou a arma na direção dos alienígenas. No entanto os seres haviam parado e pegado o que tinha sido atingido por Inácio, sendo que eles já estavam entrando no disco carregando o ser baleado. Logo em seguida, o disco começou a emitir um forte zumbido e ganhar altura lentamente em sentido vertical.

Inácio foi levado às pressas para o hospital. Ele passou a apresentar náuseas, formigamento e adormecimento por todo o corpo. Suas mãos sempre estavam trêmulas. Infelizmente, no dia 11 de outubro de 1967, cerca de cinqüenta e nove dias depois do incidente, Inácio veio a falecer. Ele tinha 41 anos e era pai de cinco filhos. No ombro esquerdo onde ele foi atingido tinha ficado uma espécie de mancha. Esta mancha evoluiu e acabou por se espalhar por todo o seu braço esquerdo e pescoço. No atestado de óbito, o médico colocou como causa da morte leucemia. Por recomendação do próprio Inácio ainda em vida, a sua esposa queimou todas as coisas dele após a sua morte, incluindo o colchão onde dormiam.

É interessante notar que nesse caso houve uma clara situação de confronto. No entanto, é difícil afirmar que se trate de uma hostilidade extraterrestre gratuita. Fica patente nesse caso que o raio que atingiu Inácio no ombro pode ter sido uma resposta imediata ao comportamento hostil de Inácio que, num primeiro momento, baleou uma das criaturas. Se por um lado é complicado tentar analisar o comportamento extraterrestre, por outro lado temos uma característica humana facilmente detectável: a nossa xenofobia.

Numa analogia rápida à questão, os primeiros contatos dos irmãos Villas Boas com os índios xavantes foi drástico e complicado, pois os xavantes atacaram o seu avião – um UFO para eles – com flechas, conforme foi fotografado e documentado na época. Infelizmente percebemos que o homem, independentemente de ser mais ou menos civilizado, tem uma tendência inata de atacar o desconhecido, pois teme tudo o que não compreende. Não é a toa que filmes como “Signs”, “Independece Day” e “Alien – O Oitavo passageiro” proporcionam grandes bilheterias, pois atingem nossas causas emotivas básicas, como o medo do desconhecido. E essa característica pode ser um desencadeador de confrontos com o fenômeno.

A situação de agressão do caso Crixás também nos leva a uma outra constatação: os extraterrestres parecem não hesitar em responder com hostilidade quando são atacados. Grande parte da casuística ufológica demonstra que o fenômeno é esquivo, evitando um maior contato. Mas em algumas situações extremas, parecem realmente dispostos a responder uma agressão de forma também violenta.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/ufologia/10-casos-de-ufologia/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/ufologia/10-casos-de-ufologia/

A Arte da Conjuração: Hodu, Trabalho com Raízes, e Conjuração para o Século 21.

Por Stephanie Rose Bird

História do Hodu:

Era uma vez, éramos africanos, envolvidos em um léxico único de crenças, tradições, histórias e costumes destinados a ajudar a nos integrar em um ambiente repleto de plantas, animais, elementos e uma gama complexa de espíritos. Com o advento da escravidão, aqueles que permaneceram mais tempo cortaram a ligação física com a Pátria Mãe, mas como sementes retiradas de uma flor pelo vento, encontramos um terreno fértil em terras distantes. As sementes recém semeadas tomaram mais força em climas ensolarados que lembram a nossa Pátria.

Separados fisicamente, permanecemos unidos como irmãos e irmãs em espírito. Os vários híbridos de religiões tradicionais africanas continuam a prosperar no litoral do Brasil, República Dominicana e Cuba na forma de Candomblé, Shango, Lucumi, Umbanda e Santeria. Na Louisiana e no Haiti, nossa espiritualidade próspera sob a forma de Vodoun. No sul dos Estados Unidos, o Hodu criou raízes no Alabama, Mississippi, Geórgia, Flórida, Carolina do Norte e Carolina do Sul. O Hodu foi estabelecido durante a escravidão, utilizando os tipos de plantas disponíveis nos Estados Unidos. Nosso conhecimento do herbalismo africano foi aprimorado através da generosidade de tribos nativas americanas como os Cherokee, Chickasaw, Chocktaw e Seminole, que compreenderam intimamente nosso sofrimento. Muitos índios negros foram o resultado deste intercâmbio. A prova disso está em nossas receitas, em nossa aparência e, é claro, no Hodu.

Com a imigração e as migrações de escravos libertados na América do Norte e do Sul, as religiões de base africana se espalharam dos centros culturais mais antigos da Bahia, Brasil; Havana, Cuba; e Yorubalândia, África Ocidental. Nos estabelecemos em centros industriais dinâmicos como Nova Iorque, Miami, Los Angeles e Chicago. Algumas de nossas práticas tradicionais foram transformadas em sistemas que incorporaram o catolicismo. Por exemplo, o elaborado sistema de santos, sacerdotes e sacerdotisas, deidades e cerimônias honradas pelos católicos está integrado em Santeria dos países de língua espanhola e Vodoun em áreas predominantemente de língua francesa. Santeria, Shango e Vodoun são misturas únicas de rituais religiosos, cerimônias, orações, invocações e bênçãos ocidentais e não ocidentais, mas também estão abertas para incluir o lado mais escuro do mundo, incluindo maldições, feitiços e banimentos.

Hodu e Candomblé são principalmente tradições curativas envolvidas com ervas, plantas, raízes, árvores, animais, ímãs, minerais e águas naturais combinadas com amuletos mágicos, cantos, cerimônias, rituais e objetos de poder feitos à mão, que capacitam o praticante a tomar o controle de seu próprio destino em vez de colocar o poder nas mãos de deidades ou líderes religiosos como sacerdotes ou sacerdotisas. Hodu e Candomblé são distintamente americanos (Norte e Sul); portanto, são multiculturais e refletem fortes laços entre vários grupos indígenas, o judaico-cristão das culturas dominantes, e o herbalismo mágico e medicinal da África Ocidental dos Iorubás, Fon, Ewe, e outros.

Como o Hodu é uma tradição americana amplamente praticada nas áreas onde meus ancestrais americanos mais antigos se estabeleceram e se misturaram com o povo Cherokee e Chickasaw, foi o principal africanismo que me foi transmitido. A palavra “Hodu”, no entanto, raramente foi falada pelos afro-americanos, embora tenha sido passada adiante. Esta eclética coleção de mantenedores das tradições hodu africanas sobreviveu à passagem intermediária e à escravidão através de canções, receitas e rituais. Popularmente chamado tanto de hodu quanto de vodu pelos desinformados, o termo é de origens misteriosas, muito provavelmente a criação da mídia como uma adulteração de Vodoun. A palavra “Hodu” não era falada em minha casa, mas seus princípios eram evidentes em minha criação. O termo é uma forma útil de dar forma às crenças folclóricas coloridas e específicas praticadas por uma ampla gama de crentes, incluindo o Gullah dos povos da Geórgia e das Carolinas, os negros nas principais áreas metropolitanas, os brancos dos Apalaches e outras áreas rurais, os imigrantes europeus e os grupos indígenas americanos, principalmente das regiões costeiras do sudeste.

Como não é uma religião, o Hodu sempre foi praticado por uma variedade de pessoas. Seu atrativo reside no fato de ser natural, não dogmático e prático. As principais preocupações incluem abençoar o lar e manter o ambiente doméstico funcionando sem problemas. Outras preocupações são ganhar um companheiro fiel que seja amoroso e não traia ou abandone seu cônjuge; saúde geral e felicidade; prever o futuro; controlar as pessoas quando necessário e libertar-se de um controle indesejado; usar os feitiços e os desenfeitiços para aliviar situações; atrair a sorte no emprego, carreira, escola, prosperidade, sorte e felicidade; preocupações comuns para a humanidade. É também um dos poucos caminhos que contém trabalho que se dirige especificamente aos gays, lésbicas e bissexuais diretamente.

“Cultivar um grande respeito pela natureza é o objetivo final de todos os costumes relativos à madeira sagrada”.

-Excerto de The Healing Drum de Yallo Diallo e Mitchell Hall

Este caminho leva da e para a África:

Paus, pedras, raízes e ossos são os ingredientes básicos encontrados no saco de mojo do Hodu. Para entender o conceito de Arte da Conjuração, vamos explorar as raízes africanas do Hodu. Até muito recentemente, a relação entre o Hodu e o folclore europeu, o misticismo e a magia, bem como suas semelhanças com a espiritualidade nativa americana, tem sido um foco principal de estudo. Quando comecei a explorar minha ascendência e herança, fiquei imediatamente impressionado com o quão muito africano é o Hodu. Como estudioso, achei o estudo do Hodu de uma perspectiva africana extremamente oblíquo, já que a pesquisa existente veio através de um filtro europeu. Para complicar ainda mais as coisas, não se pode pesquisar o Hodu buscando fontes sobre a magia africana ou afro-americana ou mesmo como espiritualidade alternativa; tais categorias não são culturalmente relativas.

Por sorte, pude usar minha formação como artista e professor de arte com interesses no folclore, algum trabalho de campo em antropologia cultural e uma paixão pela linguística para encontrar respostas. Ao examinar as palavras não-inglesas usadas em tesouros Hodu como a coleção de volumes finos de Anna Riva, encontrei pistas valiosas que me levaram não só à África Ocidental, mas a todo o caminho de volta ao Antigo Egito. As palavras em feitiços, óleos, pós e encantamentos incluem divindades egípcias (Sol Rá, Ísis, Osíris e Hathor). Egípcias sagradas ou misturas de ervas como Kyphi, Khus Khus (capim-limão), incenso e mirra são ingredientes frequentemente necessários para o Hodu. Pessoas lendárias do Oriente Médio e do Norte da África como a Rainha de Sabá e o Rei Salomão são homenageados com incenso com seus nomes. Muitos pós usam termos baseados na África Ocidental como Nyama, Ngama e Nganga e invocam os Sete Poderes da África (Ifa Orisha). Superstições sobre vassouras; a encruzilhada; reverência aos guerreiros, água, metalurgia e pedras estão implícitas no Hodu; cada uma delas é derivada principalmente da espiritualidade tradicional africana. Estas ligações foram apenas o início da minha mágica jornada.

O livro seminal que une a cultura africana com a das Américas é Flash of the Spirit de Robert Farris Thomas. Thomas fornece algumas das relações mais bem documentadas e bem ilustradas disponíveis. Construindo sobre os alicerces fornecidos por Flash of the Spirit, mergulhei em livros e catálogos dedicados à arte africana. Tive uma epifania enquanto explorava a escultura figurativa africana, encontrando a herança africana do Hodu bem preservada dentro do saco do mojo.

Antes que você possa apreciar o reservatório cultural que um saco mojo representa, é melhor entender alguns dos conceitos que ele encarna. O mojo bag é uma coleção de ashe. Ashe (Axé) é o poder invisível da natureza representado em todos os produtos naturais e objetos orgânicos. O povo Igala da Nigéria é um dos muitos grupos africanos que consideram qualquer tipo de vida vegetal como preenchida com poderes medicinais. O termo medicina é holístico, portanto não é apenas para tratar as queixas físicas, mas também as espirituais. Objetos de poder como escudos, máscaras, esculturas, amuletos e encantos são conglomerados de ashe. As máscaras da Sociedade Bamani Komo e as esculturas figurativas de Boli são incrustadas com penas e penas. Isto capta os poderes místicos tanto do pássaro quanto do porco-espinho. A incrustação é um tipo de alimento para um objeto de poder. O alimento sustenta a vida do objeto de poder. A alimentação consiste de pedras moídas ou ervas; folhas; penas; ossos; peles de animais, dentes; órgãos sexuais ou chifres; sangue de galinha; sêmen ou saliva.

Os povos Yaka, Kongo, Teke, Suku e Songhai embalam uma cavidade na barriga de suas esculturas com uma grande variedade ou materiais orgânicos: ossos, pelos, garras, sujeira de pegadas de animais; escamas, órgãos sexuais, excrementos de relâmpagos, unhas, peles de animais, e muito mais. Os povos Kongo, Suku e Yaka da África Central criam alguns excelentes exemplos destas esculturas. Estes grupos de pessoas preparam sachês feitos de conchas, cestas, panelas, garrafas ou latas de alimentos, sacos plásticos ou bolsas de couro. Estas bolsas de remédios são carregadas com materiais naturais e feitos pelo homem, como pólvora ou vidro.

As figuras do Kongo são chamadas de minkisi ou nkisi (plural). Os nkisi incorporam os elementos e são considerados como encantos movidos pela natureza. Eles ajudam as pessoas a curar e proporcionam um lugar seguro ou esconderijo para a alma. Às vezes, elas contêm conchas, penas, nozes, bagas, pedras, ossos, folhas, raízes ou galhos.

Os Bamana do Sudão Ocidental usam objetos de poder, como bolsas de remédios que estão imbuídos de ashe para tratar de vários males. Esses objetos são usados para expressar proezas como guerreiro, para combater o mal-estar sobrenatural e para frustrar as más intenções. As bolsas contêm bilongo (remédio) e um mooyo (alma).

O Kongo escravizado e a medicina angolana juntaram o conceito de bilongo e mooyo nas Américas como bolsas de mojo. Estas bolsas de mojo são preparadas por um especialista parecido com o Banganga (sacerdotes/sacerdotisas) chamados de rootworker (trabalhador de raízes) ou conjurador em Hodu. Os objetos dentro de cada bolsa guiam os espíritos para entender a razão pela qual sua ajuda é procurada.

Materiais com pegadas fortes como pegadas humanas ou animais sobreviveram à escravidão e continuam a ser usados em sacos mojo dentro do Hodu e Santeria também. Outros ingredientes de um saco mojo incluem objetos associados com os mortos: pregos de caixão, ossos moídos ou terra de cemitério. Os objetos, sejam pau, pedra, folha ou osso, têm um espírito correspondente e um remédio particular atribuído a eles. Os sacos mojo são considerados vivos, possuindo uma alma; assim, eles, como seus antepassados africanos, devem ser alimentados em dias específicos. O hoodoo americano alimenta seus mojos com ervas em pó, pó magnético, óleos de ervas, pó e sujeira da pista do pé, isoladamente ou combinados. O herbalismo africano chamado Daliluw é usado para atingir o equilíbrio correto dos ingredientes junto com a invocação de várias divindades. O Daliluw é realçado por rituais que ativam ou controlam a energia. Os sacos Mojo variam de acordo com a região, finalidade e até mesmo com o gênero que os cria. Eles são chamados alternativamente de mão, flanela, toby, gris-gris, ou Joe mow.

Aqui está uma receita para um saco mojo projetado para atrair prosperidade:

Um saco de dinheiro:

A [árvore] Alto João, a Raiz do Conquistador encarna o espírito de um heroico e destemido sobrevivente da escravidão. O Alto João Conquistador representa a coragem, força, bravura e o espírito de esperança.

Comece este trabalho na lua de cera em uma quinta-feira. Selecione cuidadosamente uma raiz do Alto João Conquistador que chame o seu espírito. Usando sua mão dominante (a mão mais poderosa), crie raízes em um copo de óleo de girassol. (Os girassóis possuem energia positiva por causa de sua intimidade com Sol Rá). Mexa em sete gotas de atar de rosas (óleo de fragrância de rosas substituto, se necessário). As rosas são plantas calmantes, curativas, que nos ajudam a receber bênçãos do universo. Feche bem a tampa. Rodar diariamente durante quatorze dias. Óleo com excesso de mancha. Colocar o Alto João perfumado, noz moscada, alguns cravos e um pequeno pau de canela dentro de um pedaço de flanela verde de quatro por seis polegadas. Mergulhe a agulha de costura na mistura de óleo de girassol e rosa. Coser flanela junto com fio de algodão verde. Saco de alimentação no início da lua de cera e na lua cheia.

Alimentos: polvilhar saco com uma mistura de hortelã-pimenta em pó, cal e manjericão (seco), areia magnética, e óleo essencial de sândalo. (Armazenar a mistura em recipiente de aço inoxidável quando não estiver em uso). Você também pode alimentar seu dinheiro com raiz de High John em pó para extrair prosperidade ou polvilhar com manjericão.

A Arte da Conjuração: A Arte do Hodu Contemporâneo
Agora que você entendeu um pouco da história da Hodu, gostaria de mergulhar na Arte da Conjuração. Meu trabalho enfatiza a ideia de trabalhar com a natureza e não apenas usar o que ela tem para nos oferecer. Uma maneira fácil de realizar isto é assegurar um equilíbrio adequado na relação de dar e receber:

– Usar mas não abusar, causar dor, ou destruir seus dons no processo

– Aproximar-se da Mãe Terra como ela existe hoje

– Evitar o uso excessivo ou a negligência da natureza, dos animais, do oceano e das plantas frágeis

Para conseguir a ajuda da Terra, trabalhe em estreita colaboração com ela:

– Ouça seus sussurros à noite, sob a luz da lua

– Ouça suas chamadas no início da manhã carregadas nas asas de pássaros e borboletas

– Observe seu suspiro e ondular com o refluxo e fluxo das correntes

– Procure seus conselhos quando trabalhar com ervas e raízes

– Tenha em mente que existem limitações aos dons terrenos quando se toca na fonte

– Abra seus olhos.

– Trabalhe com ela e não contra ela.

Isto é Hodu para o século 21 – chamo-lhe a Arte da Conjuração.

É fundamental que levemos em consideração a grande população de humanos que reside em nosso planeta e os efeitos desses números sobre as reservas da Mãe Terra. Precisamos ser donos até a natureza urbana de nossa existência. Além disso, devemos estar atentos aos recentes desenvolvimentos em nossa cultura. Para nos mantermos fiéis às origens do Hodu, tentaremos incorporar tanta tradição quanto for realisticamente viável. À medida que nos misturamos, buscamos um equilíbrio entre os caminhos antigos com a ética moderna e a tecnologia contemporânea. Nosso objetivo é honrar a Mãe Terra e nossos ancestrais enquanto trabalhamos nossas raízes de uma forma respeitosa.

Plantas em Risco:

A United Plant Savers é um grupo importante que mantém herboristas, jardineiros e outros informados sobre o estado frágil de certas plantas. É importante perceber que hoje em dia muitas plantas Hodu tradicionais estão em risco e algumas estão em perigo de extinção, inclusive:

– Uva-de-urso (Arctostaphylos uva-ursi), também chamado kinnickinnick;
– Acteia, ou cohosh negra (Cimicifuga racemosa);
– Sanguínea (Sanguinaria Canadensis), também chamada de raiz Rei ou Ele raiz;
– Cohosh Azul (Caulophyllum thalictroides);
– Cáscara Sagrada (Frangula purshiana), também chamada casca sagrada;
– Hidraste (Hydrastic canadensis); o gengibre é um substituto seguro;
– Selo de Salomão (Polygonatum biflorum);
– Trílio (Trillium spp.), Raiz da Índia e Raiz de Beth;
– Casca de carvalho-branco (Quercus alba);
– Sálvia branca (Salvia apiana), amplamente utilizada em bastões de borrão.

Animais:

Pode ser uma surpresa que certas plantas estejam em perigo ou em risco, mas há muito tempo sabemos que isso é verdade em relação aos animais e criaturas marinhas. Uma variedade de partes de animais: peles, dentes, ossos, chifres e garras têm sido úteis para o Hodu e caminhos similares da África. Vamos examinar alguns dos animais mais proeminentes usados de uma perspectiva africana para entender porque foram usados no Hodu e depois descobrir uma maneira de substituí-los na Arte da Conjuração.

Texugos: Os dentes dos texugos eram e em alguns casos ainda são usados em sacos mojo. O texugo é uma criatura fantástica – baixa à terra, hábil em cavar, e extremamente agressiva quando cruzada. Eles são simbólicos do espírito caçador/guerreiro, já que podem enfrentar animais tão ferozes quanto ursos ou cães. Existem cerca de quinze subespécies de texugo nas Américas. Na África Ocidental, há a espécie Mellivora capensis, também chamada de texugo de mel ou ratel. Esses caras têm uma aparência semelhante à doninha – eles têm pelo marrom ou preto com uma cobertura branca, amarelo-pálido ou cinza distinta no topo. Os texugos de mel são encontrados na floresta de Ituri, no norte do Zaire. Uma característica útil a ser considerada em relação a todas as espécies de texugos é que sua pele é tão dura que até mesmo uma pena de porco-espinho, uma picada de abelha africana ou uma mordida de cachorro mal consegue penetrar sua pele. Eles parecem ser completamente desprovidos de medo. Eles atacam animais como cavalos, antílopes, gado, até mesmo búfalos, embora não sejam maiores do que um guaxinim.

Aligátores e crocodilos: Os dentes de crocodilo têm sido um componente dos sacos de mojo. Os crocodilos estão em um grupo de répteis aparentados chamados Crocodylidae que povoam tanto as Américas quanto a África Ocidental na forma de O. t. tetraspis e O.t osborni, também chamados de Crocodilo Anão da África Ocidental e Crocodilo Anão do Congo. O jacaré americano e o Crocodilo Anão da África Ocidental são crocodilos que compartilham características chave admiradas por guerreiros africanos, caçadores e Hodus. Os crocodilos são resistentes, tenazes, astuciosos e difíceis de penetrar.

Guaxinins: Os guaxinins são omnívoros cujas espécies vivem na Europa, Ásia e Américas. Há muito folclore em torno do guaxinim no folclore indígena americano. O nome guaxinim deriva da palavra algonguina arachun, ou aquele que se arranha. Outras palavras nativas americanas para guaxinim indicam que eles são considerados bruxos, feiticeiros ou demônios. O guaxinim é outro sobrevivente astuto que admiramos. O pênis do guaxinim é procurado por amor e atrai magia.

Serpentes: Serpentes de vários tipos têm um papel de destaque no mito africano, na lenda e na vida cotidiana. As qualidades das cobras que são admiradas são sua habilidade de sobreviver na terra e na água; sua habilidade de se camuflar e se misturar calmamente em seu ambiente; sua habilidade de caçar e comer presas muito maiores e mais poderosas; e a potência de seu veneno.

Dr. Buzzard, um renomado Hodu, é lembrado como alguém que poderia implantar cobras e outros répteis em suas vítimas humanas com o poder de sua mente, um aperto de mão ou um golpe de pó. Esta é uma prática bem documentada na África. O antropólogo e autores Paul Stroller e Cheryl Olkes documentam a feitiçaria do veneno da cobra em seu livro, In Sorcery’s Shadow (University of Chicago Press, Chicago, Londres, 1987), centrado em torno da República do Níger.

O guizo da cascavel é um emblema das antigas Deusas Egípcias Hathor e Isis. Ísis usou seu sistro, um chocalho parecido com uma cascavel, para motivar deuses e humanos, a se tornarem ativos em vez de passivos. Ísis, ou Auset como era chamada no Egito, trouxe a cobra à existência. Os guizos de pele de cobra e cascavel são usados em várias fórmulas de Hodu, incluindo o infame pó de Gopher.

Histórias fascinantes, traços e mitologia à parte, meu conselho em utilizar animais para conjurar é trabalhar com os animais sem tirar suas vidas. Você pode encontrar uma pele de cobra, penas caídas, caveiras encontradas e jacarés, guaxinins e texugos mortos para utilizar suas várias partes. Você pode usar um escaravelho em cerimônias e rituais para capturar o poder das serpentes. Se você comer carne, colete e depois alveje (para higienizar) ossos e penas de suas refeições e use-os em sacos mojo.

Encontrar substitutos:

Outra coisa a fazer é usar substitutos artísticos. Estes incluem réplicas de brinquedos de plástico; moldes de metal de aranhas, escorpiões, cobras e tigres; e pequenas esculturas. Na África do Sul, há uma viva tradição de criar animais de poder a partir do barro. Eu gosto particularmente de usar as esculturas sul-africanas por magia, já que os africanos negros as tiram da Mãe Terra.

Tribos da África Ocidental, antigos khemetianos (egípcios) e vários caminhos espirituais africanos apoiam fortemente a noção de trabalhar com animais totêmicos. Em Wicca e Feitiçaria, trabalhar de perto com os animais está alinhado com o conceito do familiar.

Na Arte da Conjuração, sugiro que se abstenha de prejudicar todos os animais, inclusive os humanos.

Substitutos para ofertas de sangue animal e sacrifício ainda melhoram os truques (feitiços) se você os abençoar e os carregar com poder. Experimente qualquer um destes:

Pedras ou contas de cornalina, granadas ou pedras de rubi são representativas do sangue.

– Cidra de maçã, suco de arando, suco de romã ou suco de tomate é recomendado em vez de sangue real na Enciclopédia de Ervas Mágicas de Cunningham de Scott Cunningham (Llewellyn 1985).

– Os ossos fósseis oferecem outra rica possibilidade, mas minha preferida de todas é trabalhar com a generosa pureza dentro da força vital de vários animais. Eu acompanho e cuido de quatro animais dentro de casa e muitas criaturas selvagens no exterior – todos eles servem como companheiros espirituais e mensageiros.

Criaturas marinhas:

O Hodu gira em torno da veneração da água, dos espíritos da água e das divindades da água; consequentemente, olhamos para os rios, lagos, e especialmente para o mar em busca de ingredientes para o trabalho das raízes. Há duas criaturas marinhas das quais eu desmotivo o uso: o coral e as pérolas. Pérolas cultivadas são criadas e depois extraídas de criaturas vivas de forma violenta. O uso de pérolas pode fazer com que seus truques ou trabalhos sejam negativos e mau carma à sua maneira. Os corais estão vivos. Se você puder encontrar uma peça lavada na praia ou em um antiquário, isso pode trazer alguns benefícios à sua conjuração. Não é aconselhável comprar corais contemporâneos colhidos comercialmente, tendo em vista o estado ameaçado dos recifes mundiais de coral.

Os cauris, musgo irlandês, algas e especialmente o sal marinho são úteis para invocar a presença purificadora, protetora e amorosa do mar. As vacas são um instrumento tradicional de adivinhação na África. Elas têm sido úteis como moeda e na ornamentação – e por que não? Afinal de contas, eles são o símbolo da yoni.

Bastões, Pedras, Raízes e Ossos:

A esta altura, é claro que a Arte da Conjuração e seus ancestrais, Hodu, são construídos em torno da natureza. Estas tradições compartilham alguns pontos em comum com as mais europeias Bruxaria e Wicca. O praticante da Arte da Conjuração ou Hodu tem muito em comum com os Wiccanas, os Bruxas Verdes (Green Witches) e as Bruxas Solitárias (Hedge Witches). Todos nós empregamos a natureza, os elementos, o universo e o poder de dentro para provocar mudanças poderosas.

O título do meu livro inovador Sticks, Stones, Roots and Bones (Paus, Pedras, Raízes e Ossos). Este livro é uma compilação de canções, receitas, truques, trabalhos, rituais, feitiços, histórias, lembranças e folclore que se concentram em torno da cultura africana e americana. O livro dá mãos práticas sobre formas de denotar ritos de passagem e ciclos de vida usando o herbalismo mágico e as tradições africanas. Informações amplas, feitiços, encantamentos e amuletos são compartilhados para ajudar o leitor a lidar com as preocupações comuns e cotidianas.

O Hodu foi quase ridicularizado pela existência daqueles que não tinham a menor ideia do que haviam tropeçado. Ele continua a sofrer de mal-entendidos, um excesso de interpretações europeias, capitalismo e interesses comerciais. A elaboração das fórmulas e receitas requer um ingrediente essencial – o TLC (terno cuidado amoroso) para aproveitar as forças mágicas e as energias do universo. Sticks, Stones, Roots and Bones enfatiza uma abordagem prática, faça você mesmo; assim, as receitas são centrais.

Felizmente, Hodu e conjuração estão atualmente desfrutando de um renascimento.

Sou grato que os ancestrais e os espíritos da natureza me acharam um canal adequado para contribuir para a criação da Arte da Conjuração. Deixo-os com alguns projetos e inspirações, por isso arregacem as mangas e se empenhem!

Espírito de Renovação Sachê de Banho:

As clareiras e o combate à negatividade podem ter seu preço. Para combater a fadiga, tente este sachê revigorante. Ele renovará seus recursos espirituais e psíquicos.

1 colher de chá cada milefólio seco, camomila e hortelã-pimenta.
2 colheres de sopa de leite integral em pó
1/8 colher de chá de cada óleo essencial de lavanda, alecrim e agulha de pinheiro branco
3 colheres de sopa de gel de aloe vera (babosa)
Duas flores de calêndula (calendula officinalis)
1 colher de sopa de areia magnética

Coloque ervas secas e leite em um grande saquinho de chá. (Você também pode usar um pedaço de pano de queijaria preso com um elástico de borracha). Correr banho. Pendure o sachê sob a torneira. Mexa os óleos essenciais em gel de aloe vera. Despeje na banheira. Misturar. Colocar pétalas de calêndula na água enquanto se concentra em suas intenções. Polvilhe em areia magnética, imaginando que são grãos de energia.

Entre, relaxe, e aproveite!

Uma Tigela de Sujeira:

Um lembrete importante de nossa conexão com os antepassados e com a Mãe Terra é manter uma tigela de cristal ou metal cheia de terra em casa. Esta pode ser terra de cemitério coletada de um terreno de um membro amoroso da família, terra de um jardim fértil, ou simplesmente terra de vaso. Coloque a tigela cheia em seu altar pessoal sobre um pedaço de pano africano como pano de lama, pano de kente, ou índigo.

Um Amuleto da Prosperidade:

Pressione um trevo de cinco folhas (Trifolium spp.) entre dois livros pesados. Quando estiver liso e seco (cerca de uma semana), remover o trevo e laminá-lo. Recorte dois pedaços de papel parafinado com cerca de dois centímetros quadrados. Trevo de sanduíche entre os papéis. Ferro em baixo. Uma vez frio, coloque o trevo prensado em um medalhão e use-o todos os dias ou carregue-o na carteira prensado entre seu dinheiro de papel.

Poção do Amor:

Numa sexta-feira à noite da lua nova, coloque três cápsulas de cardamomo branco em suas mãos, sopre nelas, beije-as, diga a elas para lhe trazerem amor. Coloque cardamomo em duas taças de vinho tinto com algumas fatias de laranja. Ferva, não ferva (picar o dedo com uma agulha e adicionar algumas gotas de sangue à poção, se você ousar!) Beba isto com a pessoa desejada.

Amor, prosperidade, saúde, fertilidade, lembrança, sucesso, empoderamento, autoajuda e tudo o que você deseja pode ser alcançado através do emprego atencioso dos dons da Mãe Natureza: paus, pedras, raízes e ossos.

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Fonte:

BIRD, Stephanie Rose. Conjure Craft: Hoodoo, Rootwork, and Conjuring for the 21st Century. The Lllewellyn’s Journal, 2003. Disponível em: <https://www.llewellyn.com/journal/article/504>. Acesso em 9 de março de 2022.

COPYRIGHT (2003). Llewellyn Worldwide, Ltd. All rights reserved.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cultos-afros/a-arte-da-conjuracao-hodu-trabalho-com-raizes-e-conjuracao-para-o-seculo-21/

do Vampiro Histórico

Primeiro artigo de uma série sobre vampirismo, intercalado aos outros assuntos do blog, começando com uma breve história do vampirismo no imaginário popular.

O mito do Vampiro assombra e fascina a mente humana desde tempos imemoriais, estando presente em diversas culturas e em seus respectivos folclores sob as mais variadas formas, mas com certos pontos em comum, como sendo mortos-vivos que retornam de seus túmulos e alimentando-se de sangue humano, tendo sua maior expressão na mitologia da Idade Média na Europa Cristã. Apresento aqui um breve resumo, do Vampiro histórico, ao Vampiro Literário e sua presença no cinema moderno:

-Pré História – Crenças e mitos sobre vampiros emergem nas culturas do mundo inteiro.

-1047 – Primeiras aparições, na forma escrita, da palavra Upir (forma primitiva da palavra que mais tarde se tornaria “vampiro”) num documento se referindo a um príncipe russo como “Upir Lichy”, ou Vampiro Perverso.

-1190 – De Nagis Curialium, de Walter Map, inclui relatos de seres vampíricos na Inglaterra.

-1196 – Chronicles, de Willian de Newburgh, registram diversas histórias de fantasmas vampíricos na Inglaterra.

-1428/29 – Nasce Vlad Tepes, filho de Vlad Dracul.

-1436 – Vlad Tepes se torna príncinpe da Wallachia e se muda para Tirgoviste.

-1442 – Vlad Tepes é aprisionado com seu pai pelos turcos.

-1443 – Vlad Tepes se torna refém dos turcos.

-1447 – Vlad Dracul é decapitado.

-1448 – Vlad conquista brevemente o trono da Wallachia. Destronado, vai para a Moldávia e se torna amigo do príncipe Stefan.

-1451 – Vlad e Stefan fogem para a Transilvânia.

-1455 – Queda de Constantinopla.

-1456 – John Hunyadi ajuda Vlad Tepes a conquistar o trono da Wallachia. Vladislav Dan é executado.

-1458 – Mathias Corvinus sucede a John Hunyandi como rei da Hungria.

-1459 – Massacre dos boiardos na Páscoa e reconstrução do Castelo de Drácula. Bucareste é estabelecida como o segundo centro do governo.

-1460 – Ataque sobre a cidade de Brasov, na Romênia.

-1461 – Campanha bem-sucedida contra os agrupamentos turcos ao longo do Danúbio. Retirada, no verão, para Tirgoviste.

-1462 – Após a batalha no Castelo de Drácula, Vlad foge para a Transilvânia. Vlad inicia período de treze anos na prisão.

-1475 – Guerras de Verão na Sérvia contra os turcos. Novembro: Vlad retoma o trono de Wallachia.

-1476/77 – Vlad é assassinado.

-1560 – nasce Elizabeth Bathory.

-1610 – Bathory é presa por ter matado centenas de pessoas e ter nadado em seu sangue. Julgada e condenada, é sentenciada à prisão perpétua.

-1614 – Elizabeth Bathory morre.

-1645 – Leo Allatius acada de escrever o primeiro tratado moderno sobre os vampiros, De Graecorum hodie quirundam opinationabus.

-1657 – Fr. Françoise Richard escreve Relation de ce qui s’est passé à Sant-Erini Isle de l’Archipel ligando o vampirismo à bruxaria.

-1672 – Onda de histeria vampírica varre Istra.

-1679 – Philip Rohr escreve De Masticatione Mortuorum, um texto alemão sobre os vampiros.

-1710 – A histeria do vampiro varre a Prússia oriental.

-1725 – A histeria do vampiro volta à Prussia oriental.

-1725/30 – A histeria do vampiro continua na Hungria.

-1725/32 – A onda da histeria do vampiro na Sérvia austríaca produz os famosos casos de Peter Plogojowitz e Arnold Paul (Paole).

-1734 – A palavra vampyre entra para a língua inglesa traduzida de relatos alemães sobre as ondas de histeria vampíricas européias.

-1744 – O Cardeal Giuseppe Davanzati publica seu tratado Dissertazione sopre I Vampiri.

-1746 – Dom Augustin Calmet publica seu tratado sobre os vampiros, Dissertations sur les Apparitions des Anges, des Démons et des Esprits, et sur les revenants, et Vampires de Hundrie, de Bohême, de Moravie, et Silésie.

-1748 – É publicado o primeiro poema moderno de vampiros, “Der Vampir”, por Heinrich August Ossenfelder.

-1750 – Outra onda de histeria vampirica ocorre na Prússia oriental.

-1755 – A Imperatriz Maria Theresa, da Áustria, instaurou leis contra a exumação de corpos na região eslava e na Áustria.

-1756 – A histeria do vampiro atinge o pico na Wallachia.

– 1765 – O naturalista francês Louis Lecrerc de Buffon batizou uma espécie de morcego do Novo Mundo de ‘vampiro’ em seu livro Histoire Naturelle ao descobrir sua alimentação à base de sangue, e a sua habilidade de chupar o sangue de pessoas e animais sem acordá-los associando assim o morcego pela primeira vez ao mito do vampiro.

-1772 – A histeria do vampiro ocorre na Rússia.

-1797 – Publicação do poema de Goethe “Bride of Corinth” (poema concernente ao vampiro).

-1780/1800 – Samuel Taylor Coleridge escreve “Christabel”, considerado hoje como o primeiro poema sobre vampiros em inglês.

-1800 – I Vampiri, ópera de Silvestro de Palma, estréia em Milão, Itália.

-1801 – “Thalaba”, de Robert Southey, é o primeiro poema a mencionar a palavra vampiro, em inglês.

-1810 – Circulam no norte da Inglaterra reatos de ovelhas com a juguar cortada e o sangue drenado. Publicação de “The Vfampyre”, de John Stagg, um dos primeiros poemas sobre vampiros.

-1813 – O poema de Lord Byron, “The Giaour”, inclui o encontro de um herói com um vampiro.

-1819 – The Vampyre, de John Polidori, a primeira história de vampiros em inglês, é publicada na edição de Abril do New Monthly Magazine. Esta obra é considerada por muitos a origem do Vampiro na Ficção moderna. John Keats compõe “The Lamia”, um poema calcado em antigas lendas gregas.

-1820 – Lord Ruthwen, ou Les Vampires, de Cypren Berard, é publicado anonimamente em paris, em 13 de junho; Le Vampire, a peça de Charles Nodier, estréia no héatre de la Pore Saint-Martin, em Paris; agosto: The Vampire/ or The Bride os the Isles, uma tradução da peça de James R. Planché, estréia em Londres.

-1829 – Março: a ópera de Heinrich Marshner, Der Vampyr, baseada na história de Nodier, estréia em Leipzig.

-1841 – Alexey Tolstói publica seu conto, “Upyr”, quando morava em Paris. É a primeira história moderna sobre vampiros escrita por um Russo.

-1847 – Nasce Bram Stoker. Começa a longa seriação de Varney the Vampire.

-1851 – A ultima obra dramática de Alexandre Dumas, Le Vampire, estréia em Paris.

-1854 – O caso do vampiro na familia Ray, de Jewett, Connecticut, é publicado nos jornais locais.

-1872 – Sheridan Le Fanu escreve “Carmilla”. Vincenzo Verzeni, na Itália, é condenado por assassinar duas pessoas e por ebber seu sangue.

-1874 – Relatos de Ceven, na Irlanda, informam que ovelhas tiveram o pescoço cortado e o sangue drenado.

-1888 – Editado o Land Beyond the Forest, de Emily Gerard. Vai se tornar a principal fonte de informações sobre a Transilvânia para o Dracula, de Bram Stoker.

-1894 – O conto de H. G. Wells, “The Flowering of the Strange Orchild”, é o precursos das histórias de ficção científica sobre vampiros.

-1897 – Dracula, de Bram Stoker, é publicado em Londres. “The Vampire”, de Rudyard Kipling, se torna uma inspiração para a criação do vampiro como um personagem estereotipado no palco e na tela.

-1912 – The Secret of House nº 5, possivelmente o primeiro filme sobre vampiros, é produzido na Grã-Bretanha.

-1913 – É publicado Dracula’s Guest, de Stoker.

-1920 – Dracula, o primeiro filme baseado no livro, é produzido na Russia. Não há copias.

-1921 – Cineastas Húngaros produzem uma versão de Drácula.

-1922 – Nosferatu, um filme mudo alemão, é produzido pela Prana Films, é a terceira tentativa de filmar Drácula.

-1924 – A versão de Dracula para o palco, de Hamilton Deane, estréia em Derby. Fritz Haarmann, de Hanover, Alemanha, é preso, julgado e condenado por matar mais de vinte pessoas numa orgia criminal vampirica. Sherlock Holmes tem seu único encontro com um vampiro em “The Case of the Sussex Vampire”.

– 1927 – 14 de fevereiro: versão para o palco de Dracula estréia no Little Theatre de Londres. Outubro: a versão americana de Dracula, estrelando Bela Lugosi, estréia no Fulton Theatre de New York. Tod Browning dirige Lon Chaney em London After Midnight, o primeiro longa-metragem sobre vampiros.

– 1928 – A primeira edição do influente trabalho de Montague Summers, The Vampire: His Kith and Kin, aparece na Inglaterra.

-1929 – O Segundo livro de Montague Summers, The Vampire in Europe, é pulicado.

-1931 – Janeiro: avant-première da versão espanhola Dracula. Fevereiro: versão americana para o cinema, Drácula, com Bela Lugosi, estréia em Roxy Theatre, em New York. Peter Kiirten, de Diisseldorf, Alemanha, é executado após ser julgado culpado de assassinar várias pessoas numa orgia vampirica.

-1932 – Lançado o altamente aclamado filme Vampyr, dirigido por Carl Theodor Dreyer.

-1936 – Lançado o filme Dracula’s Daughter, pela Universal Pictures.

-1942 – “Asylum”, a primeira história sobre um vampiro alienígena, de A.E.Van Gogt.

-1943 – Son of Dracula (Universal Pictures) com Lon Chansey Jr., como Drácula.

-1944 – John Carradine interpreta Drácula pela primeira vez em Horror of Frankenstein.

-1953 – Dracula Istanbula, um filme turco adaptado de Dracula, é lançado. Série nº 8 inclui a primeira história em quadrinhos adaptada de Dracula.

-1954 – O Código das Histórias em Quadrinhos bane os vampiros. I Am Legend, de Richard Matheson, apresenta o vampirismo que altera o corpo.

-1956 – John Carradine interpreta Drácula na primeira adaptação para a televisão no programa Matinee Theater. Kyuketsuki Ga, o primeiro filme japonês sobre vampiros é lançado.

– 1957 – O primeiro filme Italiano sobre vampiros, I Vampiri, é lançado. O produtor americano Roger Corman faz o primeiro filme de ficção científica sobre o vampiro, Not of This Earth. El Vampiro, com German Robles, é o primeiro de uma série de filmes mexicanos sobre vampiros.

-1958 – A Hammer Films, da Grã-Bretanha, inicia uma nova onda de interesse pelos vampiros com o seu primeiro filme Dracula, lançado nos Estados Unidos como The Horror of Dracula filme que lançou Christopher Lee no papel de Drácula, interpretando o mesmo como um conde violento, dinâmico e fisicamente poderoso, apresentando a peculiaridade que se seguiria nos romances de vampiros: caninos afiados. O primeiro número de Famous Monsters of Filmland assinala um novo interesse pelos filmes de horror nos Estados Unidos.

-1959 – Plan 9 from Outer Space é o último filme de Bela Lugosi.

-1961 – The Bad Flower é a primeira adaptação coreana de Dracula.

-1962 – Fundação da Count Dracula Society, em Los Angeles, por Donald Reed.

-1964 – The Munsteers e A Familia Addams, duas comédias de horror com personagens vampiricos, abrem a temporada de outono na televisão.

-1965 – Jeanne Youngson funda The Count Dracula Fan Club. The Munsters, baseado na série de TV do memso nome, é a primeira série de histórias em quadrinhos que destaca um personagem vampirico.

-1966 – Dark Shadows estréia na rede ABC, na programação da tarde.

-1967 – Abril: no episódio 210 de Dark Shadows, o vampiro Barnabas Collins faz sua primeira aparição.

-1969 – O primeiro número de Vampirella, a história em quadrinhos de maior duração até hoje, é lançado. Denholm Elliot fazz o papel-titulo na série Dracula, produção televisiva da BBC. Does Dracula Realy Suk? (Dracula and the Boys) é lançado como o primeiro filme a apresentar um vampiro gay.

-1970 – Christopher Lee estrela em El Conde Dracula, adaptação espanhola de Drácula. Sean Manchester funda The Vampire Research Society.

-1971 – A Marvel Comics lança a primeira cópia de um livro sobre vampiros pós-Código das Histórias em Quadrinhos, The Tomb of Dracula. Morbius, o Vampiro Vivo, é o primeiro novo personagem introduzido após a revisão do Código, que permitiu o reaparecimento de vampiros em histórias de quadrinhos.

-1972 – The Night Stalker, com David McGavin, se torna o filme de TV mais visto até essa data. Vampire Kung-fu é lançaod em Hong Kong como o primeiro de uma série de filmes de artes marciais vampíricos. In Search os Dracula, de Raymond T. McNally e Radu Florescu, introduz Vlad, o Empalador, o Drácula Histórico, ao mundo dos fãs do vampiro contemporâneo. A dream of Dracula, de Leonard Wolf, complementa o trabalho de McNally e de Florescu ao chamar a atenção para a lenda do vampiro. True Vampires os History, de Donald Glut, é a primeira tentativa de juntar as histórias de todas as figuras históricas de vampiros. Stephen Kaplan funda The Vampire Research Center.

-1973 – A versão de Dracula, da Can Curtis Productions, apresenta o ator Jack Palance num filme feito para a TV. Vampires, de nancy Garden, inicia uma onda de literatura juvenil para crianças e jovens.

-1975 – Fred Saberhagen propõe que se veja Dracula mais como um herói do que como vilão em The Dracula Tape. The World of Dark Shadows é fundada como a primeira fanzine Dark Shadows.

-1976 – Publicaçãod e Interview With the Vampire, de Anne Rice. Stephen King é recomendado para o World Fantasy Award por seu romance Salem’s Lot. Shadowcon, a primeira covnenção nacional Dark Shadows, é organizada pelos fãs de Dark Shadows.

-1977 – Uma nova e dramática versão de Dracula estréia na Broadway, com Frank Langella. Louis Jordan faz o papel principal em Count Dracula, uma versão de três horas do romance de Bram Stoker, na TV BBC. Martin V. Riccardo funda o Vampire Studies Society.

-1978 – O livro Hotel Transylvania, de Chealsea Quinn Yarbro, junta-se aos voumes de Fred Saberhagen e Anne Rice como um terceiro grande esforço para iniciar uma reavaliação do mito do vampiro durante a década. Eric Held e Dorothy Nixon fundam o Vampire Information Exchange.

-1979 – Baseado no sucesso da nova produção da Broadway, a Universal Pictures refilma Dracula (1979), com Frank Langella. A gravação pela banda Bauhaus de “Bela Lugosi’s Dead” torna-se o primeiro sucesso do novo movimento de rock gótico. Shadowgram é fundada como uma fanzine Dark Shadows.

-1980 – A Bram Stoker Society é fundada em Dublin, na Irlanda. Richard Chase, conhecido como o Drácula Assassino de Sacramento, Califórnia, comete suicídio na prisão. A World Federation of Dark Shadows Clubs (atualmente Dark Shadows Official Fan Club) é fundada.

-1983 – Na edição de dezembro de Dr Strange, o ás ocultista da Marvel Comics mata todos os vampiros do mundo, banindo-os assim da shistórias em quadrinhos pelos seis anos seguintes. É fundado o Dark Shadows Festival para anfitriar a convenção anual de Dark Shadows. Hunger, filme baseado no romance de Whitley Streiber (1981).

-1985 – Publicação do livro The Vampire Lestat, de Anne Rice, que alcança a lista dos best-sellers. Lançamento do filme Fright Night (A Hora do Espanto).

-1987 – O filme Lost Boys;

-1989 – A derrubada do ditador romeno Nicolae Ceaucescu abre a Transilvânia para os fãns de Dracula. Nancy Collins ganha o Bram Stoker Award por seu romance Sunglass After Dark.

– 1991 – Lisa Jane Smith lança o livro de terror e romance Diários do Vampiro, The Vampire Diaries no original, sobre a vida de uma garota chamada Elena Gilbert que se vê ás voltas com dois irmãos vampiros. Dark Reunion, segundo livro da série, lançado em 1992, e após 16 anos lança a primeira parte dos novos títulos, intitulado The Vampire Diaries – The Return: Nightfall, publicado em 10 de feveriero de 2009. Vampire: The Masquerade, o mais bem-sucedido role-playing game, ou RPG, é lançado por White Wolf.

-1992 – Estréia Bram Stoker’s Dracula, dirigido por Francis Ford Coppola, considerado uma das melhores adaptações do filme para o cinema, com Gary Oldman no papel de Dracula e Winona Rider no papel de Mina Murray. Andrei Chikatilo, da Rússia, é condenado á morte após matar e vampirizar cerca de 55 pessoas. É lançado também o Romance Lost Souls, de Poppy Z. Bright. É Lançado também o filme Buffy, a Caça-Vampiros, dirigido por fran Rubel Kuzui.

-1994 – A versão cinematográfica de Interview With the ampire (entrevista com Vampiro), de Anne Rice, estréia com Tom Cruise no papel do Vampiro Lestat e Brad Pitt como Louis.

-1995 – Em maio, a International Transylvania Society of Dracula promove a Wrold Dracula Conference na Romênia.

-1996 – Os membros de um “culto” ao vampiro, liderados por Rod Ferrell, são presos pelo assassinato de duas pessaos na Flórida. Eles foram em seguida julgados e condenados por assassinato. Lançado Santanico Pandemonium (Um Drink no Inferno).

-1997 – O centenário de publicação do romance Dracula, de Bram Stoker, provoca um surto de atividades durante 1997 e 1998, incluindo o lançamento de diversos livros comemorativos, muitos programas para televisão e a criação de selos (no Canadá, na Irlanda, no Reino Unido e nos Estados Unidos). De 13 a 15 de junho, ocorreu em Whitby, na Inglaterra, o evento “Dracula the Centenary”, patrocinado pela Whitby Dracula Society. Em 13 de agosto, o serial killer Ali Reza Khoshruy Juran Kordiyeh, conhecido como “o vampiro de Teerã”, é executado publicamente no Irã. De 14 a 17 de agosto, ocorreu em Los Angeles a Dracula’ 97: A Centennial Celebration, o maior de todo os eventos que comemoraram o centésimo aniversário de publicação de Dracula. O evento foi patrocinado pelas divisões americana e canadense da Transylvania Society of Dracula e pelo Count Dracula Fan Club.

-1998 – Lançamento de Balde, Caçador de Vampiros, com Wesley Snipes no papel principal.

-2002 – Lançamento de Blade II, continuação da história do meio-vampiro Negro Blade.

-2004 – Blade Trinity, o terceiro filme da série é lançado.

-2005 – 5 de outubro: Stephenie Meyer publica: Twillight, adaptado ao cinema em 2008 sob o titulo Crepusculo, no Brasil;

-2006 – Lançado Blade: A nova Geração, e o seriado para TV Blade: The Series. 6 de setembro: Lança New Moon, segundo titulo da série Twillight, lançado no Brasil em 27 de setembro de 2008 e adaptado ao cinema em 20 de novembro de 2009.

-2007 – 7 de agosto: Lançado em inglês o livro Eclipse, da Saga Twillignt, em 16 de Janeiro, adaptado ao cinema em 30 de Junho de 2010, dirigido por David Slade.

-2008 – lançado em inglês o titulo breaking Dawn, da série Twillight em2 de agosto, e no Brasil em 26 de junho de 2009; a adaptação do livro será dividido em dois filmes: a primeira parte tem previsão de lançamento para 18 de novembro de 2011 e a segunda para 16 de novembro de 2012. Em 7 de Setembro estréia a Série de TV True Blood pela HBO, estreando no Brasil em 5 de Janeiro de 2010. Lançado o Filme “Deixa Ela Entrar”, onde a jovem Eli chamou a atenção do público ao mesclar tanto o lado existencial dos vampiros quanto o sanguinolento.

– 2009 – Lançado no Brasil o primeiro volume da série Vampire Diaries, chamado ‘O Despertar’, em novembro foi lançado o segundo volume, sob o nome de ‘O Confronto’, em março de 2010 foi lançado A Fúria, e em agosto de 2010 o Reunião Sombria. A nova trilogia O Retorno teve seu primeiro livro lançado em Dezembro de 2010, sob o titulo: Anoitecer.

Essa é uma breve explanação sobre a figura do Vampiro no ideário medieval, sua influência na literatura e no cinema até os dias de hoje, em breve falarei sobre poderes e fraquezas associadas ao vampiro literário, e a presença do Vampiro no Ocultismo, revisado e atualizado.

Fontes:

Wikipédia, no nomes de pesquisadores e consulta d lançamento dos livros e filmes citados

-O Livro dos Vampiros – A Enciclopédia dos Mortos-Vivos” – MELTON, J, Gordon, Makron Books, São Paulo, 1996.

-Enciclopédia dos Vampiros – Edição Compacta – MELTON, J. Gordon, M. Books do Brasil, São Paulo, 2008

#Filosofia #Mitologia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/do-vampiro-hist%C3%B3rico

A gênese dos anormais

saturno

“Digamos que o monstro é o que combina o impossível com o proibido”.

– Foucault – Os anormais.

Segundo Michel Foulcault, em Os anormais, o monstro fez parte da constituição do domínio da anormalidade no século XIX. Ele é a figura chave que nos permite entender as articulações entre as instâncias de poder e os campos de saber envolvidos na constituição dos “anormais”.

Cada época constitui formas privilegiadas de monstro. No decorrer da Idade Média, o homem bestial – mistura entre o reino humano e animal – constituiu o imaginário da época. A monstruosidade dos irmãos siameses dominou a literatura especializada ao longo do Renascimento. Já na Idade Clássica, os hermafroditas foram eleitos os monstros da vez.

Se cada época possui suas formas eleitas de monstruosidade, assistimos, ao longo do século XIX, uma diluição dos grandes monstros em uma série de monstrinhos perversos, a saber: os anormais. Como se deu esse processo?

O suplício

Até o século XVIII, o monstro era considerado dentro de uma noção jurídico-biológica ou jurídico-natural. Ele não era apenas uma infração das leis da sociedade, mas, principalmente, uma violação das leis naturais. Nesse contexto, o monstro não gerava uma simples resposta da lei. O que ele suscitava era algo diferente da lei, era a violência, o suplício.

O suplício funcionava como um ritual de atrocidade que tinha como objetivo responder ao crime cometido com um desequilíbrio de forças tal que anulasse a ofensa, seja ela qual fosse. Não por acaso temos notícias de suplícios que duravam dias como o caso do assassino de Guilherme de Oranges, em 1584, que sofreu queimaduras, decepações, cortes e as mais horríveis torturas durante dezoito dias.

Essa economia do poder de punição transforma-se, no final do século XVIII, num conjunto de preceitos e análises que permitem intensificar seus efeitos de poder. Desse modo, o poder de punição deixa de se exercer como um rito (ritual do suplício) e passa a funcionar por meio dos mecanismos de vigilância e controle. Nesse ponto, a questão deixa de ser “qual é o crime?” e passa a ser “o que leva um indivíduo a ser criminoso?”. É a passagem do crime ao criminoso. O crime que era apenas uma violação das regras, passa a ter uma constituição, em outras palavras, uma natureza.

A patologização das condutas criminosas: o nascimento da psiquiatria

A partir dessa nova economia do poder de punição são formuladas novas teorias sobre a natureza da criminalidade. Surge, portanto, uma patologia das condutas criminosas. É na passagem do crime ao criminoso que vemos emergir um novo saber que pretende colocar-se como protetor da sociedade contra os anormais. É o nascimento da psiquiatria. E foi justamente nesse terreno fértil da constituição da anormalidade que a psiquiatria se constituiu como um novo campo de saber. Isso porque a natureza ou a racionalidade do crime cria uma lacuna para o poder judiciário que só pode julgar e penalizar na medida em que conheça a natureza do crime, ou seja, na medida em que conheça as causas que levaram o criminoso a cometer seu crime.

Essa nova mecânica das relações de poder teve como efeito alterar a antiga concepção jurídico-natural do monstro. A partir desse momento, a monstruosidade passa a ser entendida de um ponto de vista moral, ou seja, nasce uma monstruosidade moral que, ao longo do século XIX, se transformará em uma espécie de monstruosidade das condutas cotidianas.

O monstro moral

O primeiro monstro moral é o monstro político. Com o advento da revolução francesa, o criminoso passou a ser aquele que rompe o pacto social. Em outras palavras, o criminoso é aquele indivíduo que coloca seus interesses pessoais acima dos interesses sociais. A figura paradigmática dessa relação é o rei, o rei déspota ou tirano. Assim, o primeiro monstro moral é o rei. Nessa época, foi constituído todo um arcabouço teórico que ligava a realeza, principalmente Luis XVI e Maria Antonieta, a uma monstruosidade tirânica sempre associada ao tema do incesto. Monstro incestuoso, monstro sexual.

Segundo livros e folhetos da época, Maria Antonieta era o modelo desse monstro político-moral-sexual: além de sua tirania e de sua sede de sangue era uma mulher depravada, escandalosa, entregue à libertinagem. Quando criança perdeu a virgindade com seu irmão José II e se tornou amante de Luis XV (e do cunhado deste). Para completar seu quadro libertino, ela era acusada de manter relações homoafetivas.

Concomitante ao modelo do monstro déspota com sua libertinagem, surge o monstro revolucionário, o monstro popular, imagem invertida do rei tirânico. Do mesmo modo que o monarca, o monstro popular (que também é um monstro político) rompe o pacto social. Se aquele era um monstro incestuoso, esse será o monstro antropofágico, que tem fome de carne humana, que volta a um estado de natureza selvagem. É a imagem do povo revoltado.

Foram justamente essas duas figuras do monstro político-moral, o rei incestuoso e o povo canibal ou a monstruosidade sexual e a monstruosidade antropofágica, que serviram de modelo de inteligibilidade para a psiquiatria no século XIX. A psiquiatria constituiu seu saber reativando esses temas da sexualidade antropofágica por meio de uma série de novos domínios, de novos objetos no interior de seu discurso. Essa nova série de elementos são os impulsos, pulsões, tendências e, principalmente, os instintos.

O instinto

Segundo os médicos do início do século XIX, o instinto é um dado natural que faz parte da essência do próprio ser. Um instinto deturpado seria a indicação mais que precisa de uma essência comprometida.

Foucault destacou que há, nesse momento, uma freada da teoria da alienação mental centrada no delírio. É o fim dos alienistas e o início de uma neuropsiquiatria organizada em torno dos impulsos e dos instintos. Essa freada na teoria da alienação centrada no delírio abre a possibilidade para construção de uma psicopatia sexual que constrói a idéia do instinto sexual como origem dos distúrbios. Para esse autor, essa freada na teoria da alienação mental centrada no delírio para uma psicopatia sexual é que constrói a ligação entre um instinto sexual como origem dos distúrbios. Entra em cena um novo objeto para a psiquiatria: o prazer. A psiquiatria foi obrigada a elaborar uma teoria e uma armadura conceitual própria e é nisso que consiste a teoria da degeneração.

A psiquiatria do último quarto do século XIX passa por cima do essencial da justificação da medicina no século XVIII e início do XIX, ou seja, sobrepõe a idéia da cura. A psiquiatria deixa de ser, ou será secundariamente, uma técnica de saber da cura.

O que ocorreu foi uma certa despatologização de seu objeto por meio da idéia de “estado”. O “estado” não seria propriamente uma doença, mas um fundo causal que estaria associado a uma gama imensa de processos e episódios (comportamentais) que, unidos em uma síndrome, comporiam uma doença.

Desse modo, a busca por uma causa única que explique a “anormalidade” será substituída por uma “metassomatização” representada pela idéia de hereditariedade. Metassomatização, pois, funciona como um “corpo fantástico” que possibilita a explicação de qualquer tipo de desvio.

Os degenerados: perversidade e perigo

Não é possível abordar a idéia de desvio sem passar pelos seus correlatos: loucura e crime. Em última instância, se todo desvio acontece na forma de um crime (no sentido de não corresponder às normas vigentes), todo crime representará, ao menos em potencial, os indícios de um ser desviante.

Ao deslocar a questão do crime para o criminoso, como vimos acima, – ou da ruptura da saúde para o comprometimento do ser em si – o que a medicina e a jurisprudência fizeram foi dobrar o delito com outras coisas que não são o delito (comportamento, maneiras de ser etc). Esses outros elementos foram apresentados como a causa, a origem ou a motivação do delito. É justamente a possibilidade de criar esses “duplos-sucessivos” que permitiu a passagem do ato à conduta, do delito à maneira de ser. Houve, contudo, o deslocamento do nível de realidade da infração, pois as condutas não infringiam a lei (nenhuma lei impede alguém de ser desequilibrado). Assim sendo, não há mais uma infração penal, mas irregularidades em relação às regras, que podem ser fisiológicas, morais etc.

Temos discursos epistemologicamente fracos, pois pelo lado da justiça, a jurisprudência não buscou exatamente determinar o criminoso ou o inocente, e pelo lado da medicina, a psiquiatria não buscou determinar quem era ou não doente e, conseqüentemente, tratar o mal. Houve a busca pela perversidade e pelo perigo. Em suma, buscou-se determinar e construir o “anormal”. O resultado de todo esse processo foi a construção dos degenerados.

O degenerado não era considerado, de modo geral, como um doente afetado por uma moléstia qualquer. Era, antes de tudo, uma espécie ou classe diferente, menos humana. O degenerado colocava em risco, além dele mesmo, toda a sociedade, por ser ele próprio um perigo.

A monstruosidade das condutas cotidianas

Os anormais ou os degenerados são os herdeiros diretos dos grandes monstros, principalmente, do monstro moral. E o instinto foi o mecanismo que possibilitou a passagem das grandes irregularidades monstruosas aos pequenos distúrbios da anormalidade, das pequenas irregularidades da conduta. Desse modo, o modelo do monstro moral-sexual-antropofágico serviu como base na elaboração dos desvios comportamentais que caracterizaram o domínio da anormalidade no século XIX. Em outras palavras, foi o que permitiu a passagem do grande monstro aos monstrinhos perversos que marcou, e talvez ainda marque, nosso imaginário social.

Renato Beluche possui graduação em história pela Unesp, campus de Franca e mestrado em ciências sociais pela UFSCar. É membro do grupo de pesquisa “Corpo, Identidade Social e Estética da Existência” na UFSCar e pesquisador do Centro de Pesquisa em Infoeducação na USP.

Artigo originalmente publicado na REVISTA ELETRÔNICA DE JORNALISMO CIENTÍFICO

Bibliografia

Foucault, Michel. Os anormais: curso no Collège de France (1974-1975). Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

______. A verdade e as formas jurídicas. 3 ed. Trad. Roberto Cabral de Melo Machado e Eduardo Jardim Moraes. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2003.

______. Vigiar e punir : História da Violência nas prisões. Trad. Raquel Ramalhete. 24 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

Beluche, Renato. O corte da sexualidade: o ponto de viragem da psiquiatria brasileira no século XIX. 102 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – PPGCSo – UFSCar, 2006.

______. Sexualidade, “raça” e nação: a construção das identidades desviantes no Brasil imperial. In: Dossiê – Práticas Culturais e Identidades. Tempos Históricos. Marechal Cândido Rondon: Gráfica Líder, vol. 9, 2° semestre, p. 139-168, 2006b.

Por Renato Beluche

Se envolve FucÔ, nem leio.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/a-genese-dos-anormais/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/a-genese-dos-anormais/

Abramelin

Abraao o judeu

1362 – 1460

Tudo o que se sabe sobre Abrão, o mago, alquimista, teólogo e filósofo do século XIV é diretamente derivado do manuscritos de posse da Bibliotheque de l’Arsenal em Paris, um arquivo, deve-se dizer, rico em fontes originais do ocultismo medieval.  O título completo da obra é em português “O Livro da Sagrada Magia de Abramelim, conforme passado por Abrão, o Judeu para seu filho Lamech.” Inteiramente escrito em francês, este documento alega ser a tradução de um manuscrito ainda mais antigo em hebraico, e o estilo da caligrafia sugere um escriba que viveu no século dezoito ou no final do século dezessete. A grafia e gramática do texto sugerem que o autor era ou semiletrado ou pouco cuidadoso, possivelmente não tendo o francês como lingua nativa.

Abraão, (doravente chamado de Abraham para maior acuidade histórica) foi ao que tudo indica nativo de Mayence, nascido em cerca de 1362. Seu pai, Simon, também foi adepto das investigações ocultistas e da prática mágica e desde cedo guioi seu filho nos estudos. Numa certa fase da vida, a tutotia do pai da lugar a um outro professor indetificado com o nome Moses. Abraham no entando ao crescer, rapidamente supera seu segundo mestre ao ponto de o descrever por fim como “um bom homem, mas inteiramente ignorante do Verdadeiro Mistério e da Verdadeira Magia.”

Sem um guia a sua altura, a fase sgeuinte da sua vida é dedicada a numerosas viagens educacionais ao redor do mundo conhecido. Com seu amigo Samuel, boemio por natureza, ele visita a Austria, a Hungria, a Grécia até chegar a Constantinopla (atual Istambul) onde fixou-se por aproximadamente dois anos. Após isso Abraham viajou para a Arabia, em sua época talvez o maior centro de aprendizagem mística do mundo onde dedicou mais alguns anos de vivência. Em seguida dirigiu-se para a Palestina e então para o Egito onde aprendeu uma grande quantidade de segredos ocultos.

Foi nas terras do Egito que Abraham conheceu Abra-Melin, célebre filósofo da região, a esta altura já com idade avançada em uma pequena cidade chamada Arach próxima ao Rio Nilo.  Lá ele vivia em uma casa modesta no topo de um pequeno monte coberto de árvores. Um homem gentil e educado, levando uma vida simples e regrada, apóstolo do Temor a Deus e evitando qualquer acúmulo de riquezas. Ele concordou em ensinar sua sagrada arte a Abraham com a promessa de que ele abandonaria seus falsos fogmas e passaria a viver no caminho e sob a lei de Deus.

Pelo presso de dez florins de ouro, que foram distribuidos aos pobres da cidade, Abra-Melin confiou a Abraham certos documentos contendo uma grande variedade de operações e segredos acumulados durante sua vida. Este conhecimento parece emergir de um cenário ocultista especificamente, mas não exclusivamente judaico. Um exemplo claro disso são as receitas que ele lega para a confecção do óleo e o incenso, que podem ser encontradas de forma idêntica no Pentateuco. Em Êxodo 30:23-25, temos a receita para o Óleo de Abramelim: “Também toma das principais especiarias, da mais pura mirra quinhentos siclos, de canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos, de cálamo aromático duzentos e cinqüenta siclos, de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveiras um him.” Pouco adiante em Êxodo 30:34-36, temos a receita para o Incenso de Abramelim: “Toma especiarias aromáticas: estoraque, e ônica, e gálbano, especiarias aromáticas com incenso puro; de cada uma delas tomarás peso igual; e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, temperado com sal, puro e santo e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti; coisa santíssimá vos será.”

Após isso Abraham deixa o Egito e segue para a Europa onde eventualmente fixa morada em Würzburg, na Alemanha, tornando-se profundamente envolvido com o estudo da Alquimia. Nesta época ele se casa com uma mulher, provavelmente sua própria prima, que lhe dá três filhas e dois filhos. O filho mais velho foi chamado Joseph e o mais novo recebeu o nome de Lamech.

Assim como seu pai, e provavelmente o pai de seu pai antes dele, Abraham instruiu seus filhos homens nos assuntos ocultos, enquanto que para suas filhas deixou dotes de 100,000 florins de ouro. Esta considerada soma de riqueza, assim como suas muitas viagens demonstram que Abraham foi um homem de posses, a quem nunca faltou sustento e recursos. Tesouro estes que o próprio mago atribuiu aos seus talentos como magista.

Ele também tornou-se célebre ao final da vida ao produzir impressionantes atos de magia na presença de pessoas famosas e importantes de sua época como o próprio Imperador Sigismund da Alemanha, o bisco de Würzburg, Henrioque VI da Inglaterra, o duque da Bavária e o papa João XXII. Aqui a narrativa se encerra e não existe detalhes sobre o final da vida de Abraham, sendo que a data e circustancias de sua morte são incertas, embora seja estimada como ocorrida em meados de 1460.

A Sagrada Magia de Abra-Melin

 

O documento mencionado, que é a origem destas informações biográficas foi traduzido em 1896 por Samuel Liddell MacGregor Mathers, um dos fundadores da Hermetic Order of the Golden Dawn e tornou-se um dos tomos mais importantes da magia cerimonial. As  traduções mais recentes para o inglês feita por Georg Dehn e Steven Guth atribuem a autoria e e identidade histórica de Abraham com a de Rabbi Yaakov Moelin יעקב בן משה מולין. Diversos fatores nos levam a crer que Abraham, o Judeu é o pseudônimo ou o nome iniciático deste Rabbi, pois muitos dados biográficos deles se encaixam como uma luva na narrativa acima passada.

A primeira parte desta obra conta a própria história de vida de Abraham, tal como aqui mencionada. A segunda parte é baseada nos documentos entregues por Abra-Melin durante sua viagem ao Egito. Nesta seção do manuscrito são expostos os princípios gerais da magia, incluindo o capítulos como “Quais são e quais são as classes da Verdadeira Magia”? “O que deve ser levado em consideração para uma operação mágica”, “Como convocar os Espíritos” e “De que maneira devem ser feitas as operações”

A terceira parte do documento é bem menos teórica e o autor supões que seu leitor sabe a base do que está sendo exposto. Aqui são tratadas a parte prática da operação mágica. São técnicas com vários propósitos como: provocar visões, reter espíritos familiares, dominar tempestades, transformar coisas e pessoas em diferentes formas e figuras, voar através dos ares, destruir edifícios, curar doenças, descobrir objetos roubados e caminhar debaixo d`agua. O autor ainda trata da cura taumaturgica de males como a lepra, a paralisia, a febre e o mal estar geral. Ele também oferece conselhos sobre como fazer-se amado por uma mulher e como conseguir o favor de papas, imperadores e pessoas influêntes. Muitas dessas façanhas são realizadas pelo emprego adequado de quadrados e signos cabalísticos. Com eles o autor ensina como causar visões específicas como a de homens armados, ou mesmo como evocar “Comédias, Operas e todo tipo de Música e Dança”. Diferentes símbolos representam diferentes resultados nas operações.

O temperamento e personalidade de Abraham é revelado nas entrelinhas da obra. Nela há um evidênte pouco caso de quase todos os magistas de sua época e um quase desprezo de todas as obras ocultas que não as dele mesmo ou de seu mestre Abra-Melin. Abraham critica abertamente todos aqueles que se contentam com os dogmas das religiões em que nasceram e aponta que ninguém culpado desta falha jamais atingirá qualquer sucesso nas práticas da magia. A doutrina fundamental do livro é que o cosmos é povoado por hostes de anjos e demônios. Os demônios trabalham em última instância, sob a direção dos anjos O homem situa-se entre as forás angélicas e demoniacas. E a cada homem é designado um anjo protetor e um demônio tentador. O objetivo dos grandes iniciados é controlar seu demônio e atingir o contato e conversação com seu sagrado anjo guardião. Uma vez que tenha atigido este grau elevado o magista tem ao seu controle todos os espíritos infernais, e portanto grande poder sobre a criação. Apesar dos claros benefícios materiais e pessoas óbvios, em seus escritos existe uma fé bastante forte de que isso pode e deve ser feito não apenas para o benefício imediato do mago, mas sim como uma conquista que afeta imediatamente a posição da humanidade no cosmos.

 

O impacto no ocultismo posterior

 

Após a tradução de MacGregor Mathers, este sistema ganhou um lugar de destaque no ocultismo ocidental igualavel ao sistema enoquiano e as chaves de Salomão. Sua herança direta pode ser encontrada no Hermetismo, no Rosicrucianismo, na Thelema e mesmo  no Neopaganismo. Sem muita procura pode ser visto nas obras ocultistas posteriores encabeçadas pelo próprio Mathers, assim como nos trabalhos de Aleister Crowley e Dion Fortune. O primeiro obstáculo desta nova geraçao foi tentar sobreviver diante do forte monoteísmo abraamico que permeia todo o sistema de Abra-melin. O temor a Deus é o primeiro e  mais necessário requisito da obra e a todo tempo lembrada. Orações incessantes e leitura constante dos textos bíblicos fazem parte do processo que leva ao contato do Sagrado anjo Guardião. De fato, todos os outros tipos de operações mágicas são tidas por Abraham como falsas e inúteis, verdadeiras armadilhas dos demônios para afastar os adeptos do caminho da Grande Obra. Foi necessária uma releitura histórica de todo o manuscrito para que ele pudesse ser usado em uma época tão mais laica como os século XIX e XX.

O grimório de Abramelim passou a ser visto então como uma coletânea de conhecimentos mágicos muito mais antigos, na mesma medida em que Plotino e Agostinho de Hipona fizeram os ensinamentos de Platão atravessarem a Idade Média, Abramelim foi o responsável por apresentar os mistérios Egípcios e Babilônicos numa roupagem monoteísta. Na perspectiva do ocultismo renascente do período de Crowley e compania, o judeu Abraham aproveitou o trabalho de magistas mais antigos e dos sacerdotes da antiguidade e encharcou com toda a submissão e servidáo própria de sua religião.

Na mão dos autores modernos, o Anjo Guardião de Abraham desdobrou-se em equivalentes como o Gênio da Golden Dawn, ao Augoeideis de Iamblichus, ao Atman do Hinduismo e ao Daemon dos gnósticos. É Cristo em Jesus e Budha em Sidarta. A roupagem judaica foi portanto eliminada em prol de uma imersão com a egrégora mais antiga, mais primal e atávica.

Na magia cerimonial o objetivo é portanto conseguir uma conexão com esta realidade intima superior. Em Magick Without Tears, Crowley é enfático ao dizer: “Nunca se deve esquecer nem por um momento que o trabalho central e essencial do magista é atingir o Conhecimento e Conversação com o Sagrado Anjo Guardião. Uma vez que seja atingido ele deve é claro se inteiramente deixado nas mais deste Anjo, que pode ser invariavelmente e inevitavelmente levá-lo ao grande passo seguinte – atravessar o Abismo e obter o grau de Mestre do Templo.”

Depos da edição de Mathers uma nova edição foi publicada em 1970 reapresentando a história de Abraham e o sistema de Abra-Melin a uma nova geração de magistas, muit mais acostumados com a experimentação e muito menos dada a dogmatismos de qualquer tipo. Apesar do respeito histórico pelo autor, existe uma tendência na maioria dos magistas contemporâneos em afirmam que em realidade o “Anjo da Guarda” de Abraham é o arquétipo profundo do Eu Superior, o Kia de Austin Spare ou do Self, para usar termos psicológicos atualizados. Ao atingir este estado de integração o adepto se torna consciênte de sua Verdadeira Vontade. Sua vida então é esclarecida com seu propósito. Com isso em mente, a operação de Abra-Melin se torna uma exploração do Eu Interior em direção a natureza divina que existe em potencial dentro de cada um. No Brasil, a editora Madras publicou uma edição sob o título “Santo Anjo Guardião – A Magia Sagrada de AbraMelin, o Mago Atribuída a Abraão, o Judeu”.

 

Sources:

The Book of the Sacred Magic of Abra-Melin the Sage. Translated by S. L. MacGregor-Mathers. Chicago: De Laurence, 1932. Reprint, New York: Causeway Books, 1974.
The Book of Abramelin: A New Translation
, Georg Dehn, transl. by Steven Guth, Ibis Publishing, 2006)
Santo Anjo Guardião – A Magia Sagrada de AbraMelin, o Mago Atribuída a Abraão, o Judeu, Editora Madras

 

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/biografias/abrao-o-judeu-e-abramelin/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/biografias/abrao-o-judeu-e-abramelin/

Iniciação no Novo Aeon: Self como Redentor

Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei.

Nota: originalmente escrito em 20 de abril de 2009

4) Auto-Redentor

“Não há outro deus senão o homem”

– “Liber OZ”

Um atributo comum dos sistemas do Velho Aeon é a insistência deles na infâmia, na pecaminosidade e no desamparo da humanidade. Nesta visão, a humanidade está naturalmente em um estado de cegueira, surdez e mudez espirituais; não sabemos o que é melhor para nós mesmos, e estamos sem objetivo quando deixados sob os nossos próprios recursos. Isso muitas vezes se traduz na necessidade de se entregar a um poder superior fora de si: à classe sacerdotal, ao guru, a Deus e, mais recentemente, ao Estado. No Novo Aeon, não colocamos fé na graça de nenhum deus ou guru; nós afirmamos que não há necessidade de tornar-se Iniciado para além de si mesmo.

Como mencionado em uma parte anterior da “Nova Iniciação Aeon”, cada pessoa deve unir-se tanto com o Companheiro “inferior” (“o abismo de profundidade”, “aquela Criatura Cega do Limo”) quanto com o “superior” (“o abismo das alturas”, “a Imagem brilhante”) – aqueles aspectos de “Correto” e “Avesso” de si mesmos além da consciência atual do ego, que devem ser liberados, explorados e assimilados. Uma faceta muito importante deste “grande mistério” é que “aquele Companheiro é Você Mesmo. Você não pode ter outro Companheiro” (“Liber Tzaddi”, 34-35). Embora procuremos unir-nos com esses abismos além de nós mesmos (na medida em que o “eu” é aqui considerado como o eu-egóico), esses abismos são partes de Você Mesmo. Em termos psicológicos, são os aspectos inconscientes da psique humana, que não é apenas “abaixo” do ego (isto é, apenas “inferior”, impulsos animais, o “Qliphótico” em termos Cabalísticos, e “aquela Criatura Cega do Limo”), mas também está “acima” (na medida em que contém o “superior”, “divino”, o “Neschamah” em termos Cabalísticos,”a Imagem brilhante”).

Percebemos então que a Iniciação não consiste em “vir a Deus” ou receber “a graça de Deus”, conquanto consideremos um Deus separado ou “acima” de nós, mas, ao contrário, no Novo Aeon, é o processo de entendimento mais completo e verdadeiro de si mesmo que constitui a Iniciação. Isto é porque “Iniciação significa a Jornada Para Dentro” (Ensaios Pequenos para a Verdade, “Maestria”), e a Cabeça Divina (godhead) que buscamos não é outra coisa senão os nossos Verdadeiros Eus. Como Crowley escreve: “Vejais! O Reino de Deus está dentro de vocês, assim como o Sol permanece eterno nos céus, igual à meia-noite e ao meio-dia. Ele não se levanta: ele não se põe: ele é apenas a sombra da terra que o oculta, ou as nuvens sobre o seu rosto” (“De Lege Libellum”). Novamente, afirmamos que este Eu está sempre presente, mesmo no início da Grande Obra de conhecê-lo, embora normalmente funcionemos e voltemos ao estado de identificação com nossas mentes e corpos (isto é, nossa concepção egóica normal de eu).

Esta Obra de vir a revelar e identificar-se com o Verdadeiro Eu não requer a bênção dos sacerdotes, a capacitação dos gurus, a presença de um “Mestre”, a graça de Deus ou o financiamento do Estado. Cada pessoa deve “Levantar-se!” (Liber AL II: 78). Em certo sentido, é somente pela coragem, persistência e trabalho árduo do próprio indivíduo que a Grande Obra pode ser realizada. Em outro sentido, a Verdade – a realização do Verdadeiro Eu além das dualidades – não pode ser comunicada.

É tão inútil tentar comunicar a experiência da Unidade com Todas as Coisas quanto tentar descrever o vermelho para uma pessoa cega. Podemos usar metáforas ou analogias, mas elas nunca vão realmente entender até que elas próprias tenham experimentado isso. Como diz Crowley, “todos os segredos reais são incomunicáveis” (Magick em Teoria & Prática, capítulo 9), e isso porque “a verdade é supra racional” e, portanto, é “incomunicável na linguagem da razão (“Carta a um Probacionista”). Portanto, se há alguma “fé”, ela está na confiança conferida pela “consciência da continuidade da existência” (Liber AL I: 26). Essa percepção da Verdade só pode ser parcialmente comunicada via poética, metáforas, símbolos e analogias: é a experiência direta e individual do Verdadeiro Eu que traz a verdadeira compreensão da Verdade como Aquilo que está além das dualidades.

Pode-se imaginar a percepção da Verdade como uma flor que se abre no coração de cada homem e de cada mulher: é algo inerente ao indivíduo que é revelado. A humanidade não é pecaminosa, degenerada, vazia ou não confiável, mas sim cada indivíduo é uma Estrela, cada uma fonte de Cabeça divina (Godhead), e cada um inerentemente Divino. É o trabalho do indivíduo perceber esta Divindade em si mesmo, conhecendo-se não como o ego, mas como o Verdadeiro Eu que transcende todos os opostos: “Olhai para vós mesmos e vedes Todas as Coisas que são na Verdade apenas Uma” (“De Lege Libellum”). Esta “consciência da continuidade da existência” não é fantasia sobrenatural, extraterrestre, supramundana ou póstuma: cada pessoa pode atingir esta consciência aqui na terra, durante esta vida.

“Todo homem deve superar seus próprios obstáculos, expor suas próprias ilusões”.

– “Liber Causae”, linha 4

Amor é a lei, amor sob vontade.

Link original: https://iao131.com/2010/09/08/new-aeon-initiation-self-as-redeemer/

#Thelema

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/inicia%C3%A7%C3%A3o-no-novo-aeon-self-como-redentor

A jornada espiritual não é confortável

No período em que vivemos nós temos a ideia de que o objetivo da vida é obter o máximo de prazer e de conforto. E nós refletimos esses desejos também quando buscamos uma religião ou práticas espirituais.

Vivemos numa época individualista, materialista e utilitarista. O individualismo se manifesta quando buscamos uma religião cuja meta seja satisfazer apenas a nós mesmos, como indivíduos separados de todo o resto. Perdemos a noção de que fazemos parte de um todo e nossa busca não é mais tentar reconectar-se com as outras pessoas, com o divino ou com a natureza. Nós apenas identificamos que “eu” estou com um problema e “eu” preciso arrumar um jeito de resolver isso. Como se minha perda de conexão com Deus, com o mundo ao meu redor e com as outras pessoas não tivesse nenhuma relação com isso.

Quando percebemos que a realidade é muito maior do que a nossa pequena existência, a morte já não parece assim tão assustadora. Não parece tão terrível o pensamento de desaparecer, porque o mundo não gira ao meu redor. Se eu morrer, não estarei sozinho, porque muitos seres já morreram antes e muitos seres ficarão. Eles, de certa forma, são uma extensão de mim mesmo, porque eu não sou totalmente separado de todo o resto como acho que sou.

O materialismo se manifesta quando buscamos somente gratificação material numa prática espiritual. Atualmente é comum achar que somente a realidade que eu experimento com meus cinco sentidos tem existência, e que a mente é somente uma projeção do cérebro, como se fôssemos máquinas. Então, se tudo que existe é meu corpo físico e minhas emoções, a religião se torna apenas um veículo para aumentar o êxtase que sinto com meu corpo físico (prazer dos sentidos) e com minha mente (prazer emocional).

Com isso, a meta da jornada espiritual do materialista acaba se reduzindo a busca de prazeres. Você vai à igreja para sentir uma sensação de paz mental ou realiza uma meditação para sentir aquele êxtase obtido com os estados alterados de consciência. Se a religião servisse só para isso não seria muito diferente de usar drogas.

Por fim, o utilitarismo se manifesta quando optamos por realizar certa prática espiritual apenas na medida em que ela me é útil. “Para que serve isso?” você se pergunta. E somente passa a realizar as práticas que são convenientes para você. A espiritualidade já não é boa por si mesma, ela precisa “servir” para alguma coisa e esse objetivo precisa ser necessariamente material ou emocional, para satisfazer a máquina que é o ser humano.

Muita gente diz que o objetivo de ter uma religião é alcançar coisas como paz mental, alegria, ter disciplina ou simplesmente sentir-se bem. Mas se fosse assim, ela poderia ser substituída por qualquer outra coisa, como uma visita ao psicólogo, uma agenda, um sorvete ou sair com os amigos.

É verdade que você pode obter essas coisas ao longo de sua jornada espiritual, mas sugiro que as pense mais como subprodutos de sua prática e não como a meta em si. O foco principal de uma religião é o espírito, o transcendente.

Mas o que isso quer dizer? No mundo em que vivemos já não há espaço para o espírito, porque ele parece meio antiquado e não parece ter uma utilidade imediata como um lápis ou uma panela. Então, que tal deixá-lo de lado? Que tal reduzir a nossa vida somente ao essencial e abandonar tudo o que é supérfluo para a obtenção dos meus prazeres?

Muitos de nós sentem uma sensação de tédio ou vazio. Nossa vida está aparentemente completa. Nós estudamos, ou trabalhamos, temos amigos, pequenos lazeres. Mas a vida é apenas isso? Parece que falta alguma coisa. Parece que, em algum momento da sua vida, você deixou para trás algo absolutamente importante, ou nunca foi atrás disso de fato.

As religiões lidam com a porção espiritual de nossa existência. Não é algo que possa ser substituído por filosofia, que se ocupa da razão, ou por psicologia, que se ocupa da mente e emoções. No máximo, essas e outras áreas podem complementar as religiões, mas nunca substituí-las.

No budismo não se fala tanto em Deus ou em alma, mas a iluminação é tida como um “apagar”. Precisamos nos desapegar da nossa noção de “identidade” e nos desapegar de nossos desejos incessantes por prazeres do corpo e da mente. Algumas pessoas que praticam meditação o fazem porque buscam os prazeres que ela proporciona, mas a meta é deixar de lado até esse tipo de prazer. O budismo não existe para obter “paz mental” ou “conforto”. O primeiro passo é obter desenvolvimento moral (produzir bom karma e deixar de produzir mau karma). O passo seguinte é deixar de lado até o bom karma (não se identificar mais com as ações do corpo e da mente).

Mas isso é doloroso. Quando abandonamos até mesmo os prazeres obtidos na meditação, ficamos sem nada. E esse é exatamente o momento de travarmos nossa guerra contra Mara, que procura nos tentar novamente com as ilusões do mundo.

Jornadas similares são trilhadas em outras religiões. No cristianismo, muita gente passa a frequentar a igreja porque quer se sentir bem. No momento da missa, sentem um grande êxtase e passam a realizar práticas como orações porque gostam da sensação de conforto e segurança.

Ou seja, encaram a religião como se tivesse uma utilidade e essa utilidade fosse somente material: sinto boas sensações no corpo inteiro quando me ajoelho, e também sinto paz e felicidade. Sendo assim, a prática não é espiritual, mas uma busca de um êxtase dos sentidos, como relata São João da Cruz, que pode ser substituída por um banho de espuma ou uma massagem.

Acaba-se por acreditar em Deus porque se busca a salvação individual. Eis o individualismo: quero crer em Deus para salvar a mim mesmo e não porque busco reconectar-me com o divino para descobrir que meu pequeno eu não está sozinho no universo. E eu não devo buscar isso porque a solidão que sinto é insuportável, mas porque tenho uma busca pela verdade.

Claro que não é errado começar buscando uma religião tendo desejos como esses. No entanto, com o tempo, é desejável ocorrer algum amadurecimento espiritual para notarmos as coisas que realmente importam em nossa jornada.

Hoje em dia, as meditações budistas realizadas nos templos viraram sinônimo de um momento confortável de relaxamento para aliviar o estresse e a ansiedade. Da mesma forma, frequenta-se uma igreja não para adorar a Deus porque essa adoração é excelente, mas para que o padre me diga palavras de conforto e eu me sinta bem. Essa mudança de paradigma ficou muito clara com as mudanças ocorridas após o Concílio Vaticano II na década de 60. Antes nas missas o padre ficava de costas e a meta central não era deixar os frequentadores da missa satisfeitos, mas honrar a Deus e não resolver meus problemas psicológicos. Agora, o padre se volta para a frente, como se a utilidade da missa fosse mostrar que nós somos os protagonistas e não Deus.

O cristianismo de hoje é praticado de uma forma que C.S. Lewis chama de “cristianismo água com açúcar”: muitos acreditam em Deus, mas não no diabo. Mal se fala no diabo hoje em dia. As pessoas preferem o Deus mais reconfortante do Novo Testamento e criticam o Deus do Velho Testamento, porque não se sentem confortáveis com seus discursos e ações.

Com isso, estamos usando a religião para atender as nossas necessidades individuais: vou escolher somente os dogmas que me parecem bonitos, especialmente os mais confortáveis e fáceis, que confirmem minhas visões de mundo.

Então a religião não passa mais a ter um estudo e prática dedicado para que se tente compreender os dogmas mais difíceis. É muito mais fácil criticar as religiões e dizer que elas são antiquadas, preconceituosas e erradas do que admitir que talvez nós possamos estar errados.

Recentemente terminei de ler um livro sobre anjos do grande teólogo Peter Kreeft. E uma das perguntas contidas no livro reflete exatamente o mal de nosso tempo:

“De acordo com a angeologia, anjos supostamente formam uma hierarquia. Por quê? Isso não é apenas uma projeção das políticas monárquicas medievais?”

Kreeft inicia sua resposta com os seguintes dizeres:

“A noção alternativa de que anjos são iguais poderia também muito bem ser uma projeção das nossas políticas igualitárias modernas”

O que isso significa? Que preferimos achar que os pensamentos medievais são atrasados ou incorretos do que admitir que talvez nós estejamos cometendo o erro de interpretar uma religião antiga com os preconceitos existentes na nossa própria época.

Hoje o cristão não deseja entender o que é Deus. Deseja inventar em sua cabeça o Deus que é conveniente para ele.

Kreeft observa no mesmo livro que Rabbi Abraham Hescel objetou seriamente a noção de um Deus reconfortante. Hescel disse:

“Deus não é um tio. Deus não é bonzinho. Deus é um terremoto”

O termo “temor a Deus” é muito mal compreendido hoje e geralmente interpretado como respeito. Porém, a interpretação ideal do termo “awe” seria: “um sentimento de respeito reverente, misturado com medo ou espanto”.

Quando meditamos, nós sentimos medo. Até mesmo medo da morte. Quando nos entregamos a práticas místicas do cristianismo, também sentimos medo diante de Deus. E esse medo é essencial para a jornada, que São João da Cruz chama de “a noite escura da alma”.

É claro que queremos uma meditação confortável. É evidente que preferimos um Deus e um anjo que somente massageiam nosso ser. Mas não é assim que iremos avançar na jornada.

Para avançar, precisamos dos obstáculos e desafios. É necessário o mal, o diabo, a dor, o sofrimento. É preciso cair. É imprescindível sentir temor a Deus ou verdadeiro temor diante dos estados alterados de consciência, pois somente assim gera-se a concentração de acesso para ir adiante nos jhanas.

Tire os demônios do cristianismo, tire as práticas ascéticas e desconfortáveis das religiões indianas e você matará essas religiões.

Tente assistir a um filme em que todos os personagens são felizes e em que não há situações difíceis. Experimente jogar um jogo muito fácil e logo enjoará. Tente viver uma religião cor-de-rosa, na qual existem apenas inocentes querubins (e não anjos magníficos e assustadores, que também podem cair como nós) e meditações com chás e bolos. Talvez essa religião te satisfaça por um tempo. Você apenas cortou os galhos da árvore e não atingiu suas raízes. Siga uma religião que apenas te deixe confortável na maior parte do tempo, e, no momento que chegar a dor e a morte não terá maturidade para lidar com elas.

A jornada espiritual não é confortável. Mas ela também não é terrível. Na Idade Média se falava em excesso sobre o demônio, o que também pode ser um exagero. Mas atualmente não se fala nem em Deuses e nem em demônios, mas apenas no ser humano, como se não houvesse o espírito e o transcendente, e a religião fosse meramente uma metáfora para desenvolver a moralidade.

O primeiro passo para equilibrarmos nossa busca espiritual é ler seriamente e praticar seriamente. Não ler e praticar apenas o que nos agrada, mas ousar dar um passo adiante para sair da zona de conforto e aceitar que não sabemos de tudo. Ainda há muito a aprender.

E uma mensagem para os praticantes da Magia do Caos: investigue, experimente, ouse. Além de pragmática e divertida, a sua prática poderá se tornar repleta de espíritos, Deuses e desafios. Afinal, caoísmo não é fazer qualquer coisa, mas montar um laboratório de experimentos e permitir-se o aprendizado tanto da matéria quanto do espírito em sua jornada.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-jornada-espiritual-n%C3%A3o-%C3%A9-confort%C3%A1vel

Cursos Avançados – 72 Nomes de Deus e Goécia

Anjos-cabalisticos

Agora com os cursos básicos gravados em EAD, estou utilizando os poucos finais de semana disponíveis para ministrar os Cursos Intermediários e Avançados. Em Agosto, ministrarei dois cursos muito importantes para o estudioso de hermetismo: Shemhamphorash, os 72 Anjos Cabalísticos, e Goécia, os 72 Demônios Cabalísticos. Estes dois cursos complementares estudam as nuances e desdobramentos dos doze signos do Zodíaco dentro da Árvore da Vida, cujas Imagens Telesmáticas são utilizadas em diversos rituais de autoconhecimento. Os dois cursos possuem pré-requisitos de Kabbalah e Astrologia Hermética e pede-se para os alunos trazerem seus Mapas Natais para utilização durante o curso.

Dias 01 e 02 de Agosto, das 10h as 18h na Vila Mariana

informações: marcelo@daemon.com.br

Para quem está começando seus estudos agora, recomendo fazer os seguintes cursos, nesta ordem:

– Kabbalah Hermética

– Astrologia Hermética

– Tarot – Arcanos Maiores

– Geomancia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cursos-avan%C3%A7ados-72-nomes-de-deus-e-go%C3%A9cia