Enoque

(Texto original em inglês extraído da The Encyclopedia of Jewish Myth, Magic and Mysticism, de Rabbi Geoffrey Dennis)

Enoque, do hebraico “Chanokh”, é um dos ancestrais primordiais da humanidade.

Ele foi, significativamente, o sétimo nas primeiras dez gerações de humanos listados em Gênesis.

De acordo com as Escrituras, Enoque era o mais Justo dos antediluvianos e “foi com Deus … e ele não foi, porque Deus o levou”.

A partir dessas informações mínimas, muito é extrapolado.

Enoque aparece como uma figura importante em uma série de obras apócrifas (I Enoque; Jubileus; Livro dos Gigantes).

A ele é atribuída a criação da escrita, da astrologia e do recebimento do calendário solar oelos Anjos, calendário esse que era tão precioso para os sacerdotes que coletaram os Manuscritos do Mar Morto.

Para aqueles sacerdotes, ele era o protótipo de todos os escribas, sábios e sacerdotes (I Enoque 12, 14, 80–82, 106–7; Jubileus 4).

Ele também era um oniromante, isto é, um adivinhador de sonhos (Livro dos Gigantes).

Em alguns lugares, seu papel é tão exaltado que ele funciona como o principal canal do conhecimento divino para os mortais.

Algumas tradições judaicas sustentavam que Enoque ascendeu corporalmente ao céu, onde foi transubstanciado no príncipe angelical Metatron (III Enoque), embora haja pelo menos uma tradição que rejeita essa afirmação (Targum Onkelos de Gênesis 5:24; Gênesis Rabbah 5:24).

Junto com a mudança de nome, seu corpo material é consumido e substituído por um corpo de fogo supremo.

Ele é conhecido por vários títulos e nomes angelicais, incluindo Sar ha-Panim, o Príncipe do Rosto Divino e/ou Bar Enosh, “Filho do Homem”.

Os textos hebraicos sobre Enoque e sua translação angelical incluem Sefer Hechalot, Hechalot Rabbati e Sefer Chanoch.

Os Livros de Enoque

Existem vários livros em grego, hebraico e aramaico associados ao nome de Enoque, como III Enoque, o Livro dos Gigantes e Sefer ha-Razim de Chanoch.

Vários outros livros foram preservados apenas em traduções (eslavo e etíope).

Existem muitas variações entre os textos, e alguns se contradizem, mas o conjunto de elementos que se sobrepõem em diferentes versões é a história do papel terreno de Enoque antes do Dilúvio, sua ascensão ao céu, sua experiência de revelações apocalípticas lá, seu envolvimento nos assuntos dos anjos (caídos), e sua translação em anjo.

Abordaremos agora acerca dos livros existentes que são atribuídos a Enoque:

O Primeiro Livro de Enoque, também conhecido como I Enoque:

Este livro existe apenas em duas traduções variantes, grega e etíope.

O original hebraico não existe mais, embora tenhamos encontrado fragmentos hebraicos/aramaicos entre os Manuscritos do Mar Morto.

A tradução etíope é um apocalipse dividido em cinco livros: o Livro dos Vigilantes, o Livro das Similitudes, o Livro do Curso dos Luminares Celestiais, o Livro dos Sonhos e a Epístola de Enoque.

O livro de I Enoque Inclui a lenda dos anjo caídos, visões de sonhos, visões do julgamento final e outras parafernálias e refugos literários

A versão grega de I Enoque compartilha alguns textos e tem apenas um terço do tamanho da versão etíope.

O Segundo Livro de Enoque, também conhecido como II Enoque:

II Enoque é uma obra pseudoepigráfica judaica, provavelmente escrita no Egito, do século I EC.

Apenas manuscritos eslavos antigos (em duas versões) sobreviveram até hoje.

Este livro bastante enigmático também é um apocalipse, revelando o funcionamento do céu, do inferno e do fim do mundo.

O livro é um dos primeiros a expor os sete céus e a dar uma descrição detalhada dos prazeres do Paraíso (e o primeiro a associar a vida após a morte celestial ao Éden) para os mortos justos.

O Terceiro Livro de Enoque, também conhecido como III Enoque:

III Enoque também é conhecido como Sefer ha-Hechalot, Sefer Chanoch ou “o Enoque Hebraico”, este livro descreve o processo de ascensão mística.

Ao contrário dos primeiros livros de Enoque, que refletem mais puramente uma espiritualidade sacerdotal, esta obra também está claramente enraizada no judaísmo rabínico.

Um Sábio Sacerdote talmúdico, Rabi Ishmael ben Elisha ha-Kohen, é a figura central, e o trabalho é provavelmente um produto dos místicos merkavá.

III Enoque foi agrupado com os outros livros enoqueanos anteriores principalmente porque Rabi Ismael encontra Enoque no céu, em sua forma angélica de Metatron.

Este texto narra a ascensão mística de Rabi Ismael aos sete céus e seus encontros lá com seres angélicos.

Ele detalha os passos da angelificação e transubstanciação de Enoque.

Inclui uma descrição do guf ha-briyot, o Tesouro das Almas e a transmigração das almas.

O Quarto Livro de Enoque, também conhecido como IV Enoque:

IV Enoque é uma obra aramaica fragmentária encontrada entre os Manuscritos do Mar Morto, que inclui muitas partes de outros livros enoquianos e pode de fato ser a versão mais antiga dessas obras que temos agora.

O Livro dos Gigantes também pode pertencer à biblioteca Enoqueana.

Traduzido e adaptado do inglês para o português por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/biografias/enoque/

O Real Sentido da Meditação

Texto do meu irmão e amigo Dario Djouki, sobre meditação:

A meditação, como conhecemos no ocidente, tem um significado completamente diferente de sua real origem, no oriente, mais especificamente na Índia. Várias práticas espirituais, ao chegaram até o ocidente, foram deturpadas ou mesmo adequadas ao estilo de vida das pessoas, mais voltado ao plano material do que o espiritual, ao dinheiro do que a elevação do ser e a busca de Deus dentro de cada um de nós.

As religiões ocidentais fizeram isto com as pessoas. Através de seus dogmas, sistemas verticalizados de comando, imposições sociais, introduziram na sociedade os conceitos de bem e mal, certo e errado, mantendo-as dentro de seus domínios, pois obviamente é muito mais fácil de se controlar alguém!

Com o próprio advento da espiritualidade “fast-food” com suas soluções práticas de vida e consumismo desenfreado, todos os conceitos orientais foram banalizados, e o resgate dos mesmos como caminhos de evolução do ser humano é muito importante para as pessoas que realmente querem ter uma vida melhor, tanto física como espiritual. Isto tudo pode e deve ser agregado às práticas espirituais ocidentais, sem o menor problema, pois todas as fontes levam à Deus.

Meditação

Por Swami Ritajananda

A palavra meditação não tem na Índia o mesmo significado que no Ocidente. Os hindus usam uma palavra equivalente, pois não existe outra que se aproxime mais dessa idéia. A palavra mais usada por eles é Dhyana, ou Nidihyasana, ou ainda Upasana.

Normalmente, durante a meditação, objetivamos pensar apenas em um Ideal espiritual ou uma idéia próxima deste ideal. Na Dhyana, o pensamento não se ocupa de modo algum com um tema, mas dirige-se intensamente para o Ideal espiritual.

Na Índia, o objetivo buscado é o de se obter uma experiência espiritual que transcenda a mente. Se não se admitisse a possibilidade de atingir um estado mais elevado que o nível da mente, a meditação hindu não teria nenhum significado. Para os hindus, a meditação é suscetível de levar um contato direto com o Supremo.

Por que é necessário meditar? Para buscar o Supremo. Aqueles que meditam desejam encontrar o Supremo. Sabem que a melhor coisa que existe em suas vidas é alcança-lo. É a meta suprema da existência. Na Índia é a salvação. Precisamos dizer também que a meditação deve tornar-se uma concentração intensa, tão fina e aguda quanto possível. Trata-se, portanto de uma intuição penetrante.

Há, por um lado, a intensidade da concentração e , por outro, uma compreensão bem aguçada, bem afinada, dentro da meditação profunda. Ficamos então completamente separados da vida comum.

Normalmente esta prática é difícil, pelo menos no início, porque nossa mente está habituada a afundar-se numa imensa variedade de pensamentos e sentimentos. A isto se acrescenta a lembrança de nossas impressões passadas, ou então aquilo que está próximo, o imediato, tornando a concentração muito difícil. Poucas pessoas consentem em desprender-se de todas as suas atividades mentais para se tornarem capazes de absorver-se em seu Ideal Espiritual.

Existe um meio eficaz para se conseguir purificar a mente de todos os diferentes tipos de pensamentos. Este meio é a introspecção e a análise de si mesmo. Praticando bastante a introspecção, analisando-se a si próprio em seu interior, consegue eliminar todas as más tendências da atividade mental. Mas isto é difícil no começo, porque não somos capazes de julgar-nos imparcialmente e dificilmente aceitamos reconhecer nossos defeitos.

Muitas vezes as pessoas não se dão conta da dificuldade que há em descobrir seus defeitos, porque sua própria mente, em geral, mascara as más tendências. Então, sem compreender que elas próprias estão velando a visão das coisas, não sabem que estão vendo incorretamente e agindo mal. Não sabem que sua apreciação de sua própria atitude mental não é nem clara, nem exata. Por esta mesma razão, tais pessoas não compreendem a crítica de seus defeitos, se lhes acontece ouvi-la, pois julgam-se feridas em seu amor-próprio. Portanto, é muito difícil.

(…) O objetivo supremo da meditação é atingir a Consciência Pura,absolutamente pura, a Luz sem nenhuma nuvem. Mas, antes disto, há diferentes níveis.

(…) A consciência pura é o estado de Samadhi. Se pudermos chegar a este estado, seremos realmente mestres. A mente ficará completamente controlada, descobriremos muitas coisas muito mais nitidamente do que antes. A compreensão habitual é a do mundo, daquilo que vemos. Não é o real. Não é a verdade. O que tomamos por verdadeiro é o produto de nosso pensamento, a criação da mente. Com a mudança da mente, o mundo muda, tudo muda. Nesse momento, pode-se dizer que vocês captaram a meta suprema de suas vidas. Compreendem quem são, compreendem onde estão. Vocês se transformam.

Como verificamos nas palavras do Swami Ritajananda, meditação não é apenas fechar os olhos, ficar em silêncio, praticando respiração. Meditação é algo muito mais profundo, é a busca da consciência suprema, da conexão com Deus, através de práticas, seja entoando mantras, observando imagens, ou outra forma que seja melhor adequada ao praticante. Quando você medita, você se conecta, descobre seu verdadeiro ser.

Meditar não é manter a mente vazia, mas sim preenchida de silêncio. É o equilíbrio absoluto, é a paz interior definitiva, criando uma mente centrada, em paz consigo mesma.

#Hinduismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-real-sentido-da-medita%C3%A7%C3%A3o

Reencarnação e Corpo Físico

Eu ia responder isso nos comentários, mas ficou tão extenso, e pode ser que sirva para outras pessoas. Não considero isso exatamente um post, é mais uma conversa de bar, mas vale pela curiosidade:

Cláudio perguntou como seria essa questão de escolhermos previamente a vida que teremos aqui na Terra: “Afinal, o fato de estar desencarnados antes de nascer não nos faz necessariamente sábios a ponto de escolher com perfeição nossos futuros moldes, ou faz?”

Olá Cláudio. Não faz mesmo. Todos nós precisamos de uma certa orientação, de um amigo do “lado de lá”. Nós os conhecemos como Guias espirituais, ou Anjos da guarda, ou Amparadores. São amigos de outras vidas, parentes, pessoas com afinidade e amor um pelo outro. Não precisam ser venerados como anjos, nem acender vela ou incenso pra eles, e sim serem respeitados (afinal, foi você que o escolheu pra essa missão). Se comunicam com você pela intuição, como um pensamento bem no íntimo (eu chamo de “grilo falante”). Dependendo da nossa tarefa e evolução no cumprimento (ou não) dela, podemos ter vários guias durante a vida, assim como temos professores diferentes na alfabetização, colegial e universidade.

São nossos guias que intercedem por nós junto às mais altas esferas, mas como não dá pra subornar o pessoal de lá, o que vale mesmo são nossas ações, nosso merecimento, que cria uma “aura” de afinidade para arrecadar o que necessitamos pra nossa evolução (que nem sempre é o que desejamos).

Mas, como tudo na vida, isso varia de pessoa pra pessoa. vejamos alguns casos:

1- Quando a pessoa é interessada em aprender, em fazer algo pelo semelhante, possui toda a ajuda que os departamentos superiores possam dar. Então o “roteiro” da nossa vida por vezes é traçado cuidadosamente pelo pessoal que cuida especialmente dessas coisas, mas é como a preparação de um exército pra guerra. Traçar um plano é importantíssimo antes da batalha, mas uma vez que ela começa ele é inútil, pois a coisa ocorre de forma inesperada. O importante é ater-se à meta.

2- O roteiro é traçado pela própria pessoa lá do “outro lado”, com o auxilio dos guias. Isso é para pessoas que se garantem, que possuem um grande conhecimento espiritual e muita força de vontade para cumprir o que se dispôs a fazer. Esses sequer precisam de guias “dando sermões” porque agem sempre com virtude, sempre no fluxo.

3- A pessoa não é muito ligada em espiritualidade, mas faz parte de algum grupo espiritual atuante (que chamamos de correntes espirituais, como a dos ciganos, africanos, hindus, etc. Devem existir correntes de evangélicos, rosacruzes, todos esses grupos que se reúnem por afinidade, formando uma egrégora forte). Por exemplo, se uma pessoa pertence originalmente à corrente hindu, mas precisa reencarnar junto com um outro grupo, longe da sua família espiritual, então precisa do apoio de uma corrente “local”, ou seja, ligada àquela família e aos objetivos em comum que desejam atingir naquela encarnação.

3- A pessoa reencarna na zona mesmo e faz o que der na telha. Isso infelizmente é maioria. Gente que quando morre fica vagando pela terra até reencarnar por conta própria, através de afinidade vibracional com a “hospedeira” (a futura mãe). Acaba sem ter nenhum planejamento, sem orientação (porque não querem) e formam a “massa de manobra” dos seres que preferem difundir a ignorância, para assim ter mais poder de manipulação. Agem pelo instinto, comandados pelas necessidades do corpo, espiritualmente não são muito diferentes de um animal irracional (aliás, já tive cachorros com muito mais caráter que algumas pessoas).

Nossos futuros corpos são construídos em torno de nossos moldes energéticos (o corpo astral). Esses moldes são tão sutis que são completamente afetados pelos nossos pensamentos, então podemos dizer que nossos corpos são (em parte) extensões de nossos pensamentos, nossas culpas, complexos, fixações, etc. Tenham em mente que nesse campo metafísico não existem regras inflexíveis, tudo é mutável (a não ser, talvez, os postulados de Hermes Trismegisto), e inúmeros outros fatores (físicos e extrafísicos) podem afetar a formação do corpo. Pode-se pedir ao departamento de reencarnação (engenheiros biológicos, com mais tecnologia que os daqui da Terra, que podem manipular a cadeia de DNA para propósitos evolutivos), por exemplo, que se nasça com um defeito que o impeça de cometer o mesmo erro que vinha cometendo em outras vidas (caso extremo, quando a pessoa sabe que não tem força de vontade pra mudar e precisa de um estímulo grosseiro pra fazer a consciência “pegar no tranco”). O câncer, por exemplo, tem íntima relação com o estado mental / emocional / psicológico da pessoa. Resumindo de forma grosseira: se você é um pessimista, seus anticorpos também serão! Quantos e quantos não viviam razoavelmente bem com um tumor, ou câncer, e morrem logo após descobrir que ele existe? A culpa não é o descobrimento, e sim do estado mental em que a pessoa entra. O desânimo é mais do que compreensível, mas se a pessoa quer prolongar a vida, deve lutar para SER e GERAR vida, e não se tornar uma morte anunciada ambulante. ISSO é botar em prática todos os ensinamentos desse blog, é ser Mantenedor (Vishnu), é ser Deus dentro de você mesmo. Não adianta se pegar com uma imagem de um santo e continuar deprimido, ou doar energias para centenas, mas não ter a energia interna para se reerguer e lutar. Sei que este caminho contra os males da alma (que acabam por influir no corpo) não é fácil, mas é o mais eficiente.

#Espiritualidade

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/reencarna%C3%A7%C3%A3o-e-corpo-f%C3%ADsico

Aceitação e Entrega

Essa semana me contaram um caso de uma mulher que, ao visitar a amiga, as plantas ao redor dela murchavam ou morriam. Acho que todo mundo conhece algum caso de “olho de seca pimenteira”, o tipo de pessoa que basta gostar ou elogiar alguma coisa viva de pequeno porte (planta, crianças, animal), que a “vítima” adoece ou fica fraca. É o caso onde a pessoa consciente ou inconscientemente rouba energia vital através do olhar. Daí que dizem pra vítima em potencial usar alguma peça de roupa ou detalhe vermelho-vivo, porque a atenção do “vampiro” (como qualquer outra pessoa) vai ser sempre atraída (ou perturbada) pela cor vermelha.

Esse negócio de planta é muito interessante!! É uma coisa que devia ser estudada pela ciência, pois ocorre NA SUA FRENTE, em pouco tempo. Não sei como funciona, mas deve ser o mesmo princípio pelo qual as plantas “sentem” o ambiente ao seu redor. Uma das plantas mais sensíveis é o manjericão, que, pelo menos na crença popular, atrai a energia ruim pra ela (evitando que vá pra alguma pessoa ou animal). Minha mãe de vez em quando usa na cozinha, onde todo mundo sempre fica tomando café e conversando, e a vida média dela num jarro com água é de alguns poucos dias, mas basta uma pessoa mais “carregada” chegar pra ela murchar COMPLETAMENTE em 1 hora apenas, não importando se ela estava verdinha e saudável 1 hora antes. Até mesmo os evangélicos estão usando essa sabedoria, quando distribuem aos seus fiéis a “rosa ungida” ou alguma coisa assim, pra levar pra casa e deixar num jarro. Eles dizem que deve-se trocar a rosa por uma nova toda vez que ela murchar, pois ela vai “limpando” a casa. É o mesmo princípio: se um parente (ou a própria pessoa) está perturbado (e comumente quem vai a centros religiosos vai em busca de paz na família e na própria vida) a rosa, tadinha, absorve aquilo e morre prematuramente. A pessoa vai continuar com seus problemas, mas pelo menos o ambiente da casa não vai ficando impregnado de fluidos mentais deletérios.

Mas, voltando ao assunto, imaginei que, se aquela mulher – sem sequer prestar atenção ao seu redor – consegue matar várias plantas, ela deve estar totalmente descompensada emocionalmente. O que se revelou uma verdade, já que ela perdeu o filho por suicídio. A dor de perder um filho deve ser a maior de todas, especialmente sendo mãe. A mulher então perdeu sua capacidade de ser auto-suficiente energeticamente e passou a ser um buraco-negro, pois aposto que tudo o que ela absorve se perde em elucubrações mentais e pensamentos que a exaurem. Recomendei então que ela fizesse trilhas, trekking, e tomasse banhos de cachoeira, para que entrasse em contato intensivo com a natureza a fim de poder pegar ao máximo energia (a floresta é GIGANTESCA fonte de energia) e, uma vez repleta (no curto espaço de tempo em que ela estivesse lá estaria “sadia”) o organismo espiritual pudesse se reequilibrar. Mas me disseram que ela detesta o contato com a natureza. Normal. Quem está deprimido só pensa em ficar trancado em casa, longe do sol. É uma forma de auto-sabotagem do ego, que simplesmente adora remoer pensamentos tristes. Por mais que a pessoa queira em sã consciência sair daquela situação, buscar uma luz, uma felicidade, a própria mente (identificada com o ego) vai trazer de volta aqueles pensamentos que você queria esquecer. Por que? Porque aquilo lhe define melhor do que qualquer coisa. A tristeza lhe traz um centramento, um recolhimento, que é o oposto da felicidade. Então, o que acontece aqui? Há um estado de negação, onde a pessoa se recusa a “largar o osso” (no caso, aceitar que deixou de ser a mãe daquele filho aqui na Terra, e tal). A solução é a entrega, a aceitação das coisas como elas são (e pra isso muitas pessoas gastam anos em terapias).

Novamente recorro ao livro de Eckhart Tolle “O poder do Agora” (eu já merecia uns mil reais pelas propagandas constantes) para ilustrar a idéia de entrega:

Para muitas pessoas, a entrega talvez tenha conotações negativas, como uma desistência, certa letargia, etc. A verdadeira entrega, entretanto, é algo completamente diferente. Não significa suportar passivamente uma situação qualquer que nos aconteça e não fazer nada a respeito, nem deixar de fazer planos ou de ter confiança para começar algo novo. A entrega é a sabedoria simples mas profunda de nos submetermos e não de nos opormos ao fluxo da vida. O único lugar em que podemos sentir o fluxo da vida é no Agora. Isso significa que se entregar é aceitar o momento presente sem restrições e sem nenhuma reserva. É abandonar a resistência interior àquilo que é. A resistência interior acontece quando dizemos “não” para aquilo que é, através do nosso julgamento mental e de uma negatividade emocional. Isso se agrava especialmente quando as coisas “vão mal”, o que significa que há um espaço entre as exigências ou expectativas rígidas da nossa mente a aquilo que é. Isso não quer dizer que não possamos fazer alguma coisa no campo exterior para mudar a situação. Na verdade, não é a situação completa que temos de aceitar quando falo de entrega, mas apenas o segmento minúsculo chamado o Agora.
Por exemplo: Você está andando por uma estrada à noite, com uma neblina cerrada, mas possui uma lanterna potente que corta a neblina e cria um espaço estreito e nítido na sua frente. A neblina é a sua situação de vida, que inclui o passado e o futuro. A lanterna é a sua presença consciente, e o espaço nítido é o Agora.

No estado de entrega, você vê claramente o que precisa ser feito e parte para a ação, fazendo uma coisa de cada vez e se concentrando em uma coisa de cada vez. Aprenda com a natureza. Veja como todas as coisas se realizam e como o milagre da vida se desenrola sem insatisfação ou infelicidade. É por isso que Jesus disse: “Olhai os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam”.

Se a sua situação geral é insatisfatória ou desagradável, separe esse instante e entregue-se ao que é. Eis aqui a lanterna cortando através da neblina. O seu estado de consciência deixa então de ser controlado pelas condições externas. Você não age mais a partir de uma resistência ou de uma reação.

Olhe para uma situação específica e pergunte-se: “Existe alguma coisa que eu possa fazer para mudar essa situação, melhorá-la ou me retirar dela?” Se houver, você toma a atitude adequada. Não se prenda às mil coisas que você vai ter que fazer em algum tempo futuro, mas na única coisa que você pode fazer agora. Isso não significa que você não deva traçar um plano. Planejar talvez seja a única coisa que você possa fazer agora. Mas certifique-se de que você não vai começar a rodar “filmes mentais”, se projetar no futuro e, assim, perder o Agora. Talvez a atitude que você tomar não dê frutos imediatamente. Até que ela dê, não resista ao que é.

Não se entregar endurece a casca do ego, e assim cria uma forte sensação de separação. O mundo e as pessoas à sua volta passam a ser vistos como ameaças. Surge uma compulsão inconsciente para destruir os outros através do julgamento e uma necessidade de competir e dominar. Até mesmo a natureza vira sua inimiga e o medo passa a governar a sua percepção e a interpretação das coisas. A doença mental conhecida como paranóia é apenas uma forma ligeiramente mais aguda desse estado normal, embora disfuncional, da consciência.

A resistência faz com que tanto a sua mente quanto o seu corpo fiquem mais “pesados”. A tensão se manifesta em diferentes partes do corpo, que se contrai para se defender. O fluxo de energia vital, essencial para o funcionamento saudável do corpo, fica prejudicado.

A negatividade é completamente antinatural. É um poluente psíquico e existe um vínculo profundo entre o envenenamento e a destruição da natureza e a grande negatividade que vem sendo acumulada na psique coletiva humana. Nenhuma outra forma de vida no planeta conhece a negatividade, somente os seres humanos, assim como nenhuma outra forma de vida violenta e envenena a Terra que a sustenta. Você já viu uma flor infeliz ou um carvalho estressado? Já cruzou com um golfinho deprimido, um sapo com problemas de auto-estima, um gato que não consegue relaxar, ou um pássaro com ódio e ressentimento? Os únicos animais que eventualmente vivenciam alguma coisa semelhante à negatividade, ou mostram sinais de comportamento neurótico, são os que vivem em contato íntimo com os seres humanos e assim se ligam à mente humana e à insanidade deles.

Vivi com alguns mestres zen – todos eles gatos. Até mesmo os patos me ensinaram importantes lições espirituais. Observá-los é uma meditação. Como eles flutuam em paz, de bem com eles mesmos, totalmente presentes no Agora, dignos e perfeitos, tanto quanto uma criatura sem mente pode ser. Eventualmente, no entanto, dois patos vão se envolver em uma briga, algumas vezes sem nenhuma razão aparente ou porque um pato penetrou no espaço particular do outro. A briga geralmente dura só alguns segundos e então os patos se separam, nadam em direções opostas e batem suas asas com força, por algumas vezes. Então continuam a nadar em paz, como se a briga nunca tivesse acontecido. Quando observei isso pela primeira vez, percebi, num relance, que ao bater as asas eles estavam soltando a energia acumulada, evitando assim que ela ficasse aprisionada no corpo e se transformado em negatividade. Isso é sabedoria natural. É fácil para eles porque não têm uma mente para manter vivo o passado, sem necessidade, e então construir uma identidade em volta dele.

#Espiritualidade #espiritualismo

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Energia OD

Certo dia impliquei. Estava cansado de como as coisas pareciam não estar funcionando devidamente. Em minha mente visualizei que iria aonde quer que fosse mas entraria em contato com meus “guias” ou seja lá qual nome se dá a eles. Iria entrar no ambiente e com o médium ou a mãe de santo, que incorporasse tais entidades, falaria: “Vamos ser sinceros! Temos um problema. Ao que tudo indica não existe uma relação muito positiva entre nós. Precisamos deixar as coisas limpas para que tal relação deixe de ser um problema e seja de fato útil para as duas partes.”. Estava então decidido. Aquela seria uma conversa esclarecedora.

Um dia se passou e encontrei uma pessoa que eu sabia ser frequentadora de um centro de umbanda aqui da cidade. Perguntei os dias que a mãe de santo trabalhava atendendo e ele me disse que procurasse somente não ir na segunda-feira. Ficou então agora mais do que decidido, tinha data marcada para a realização de minha visualização. Voltei ao trabalho, não pensei mais nisso. Nos dois dias seguintes nada fiz pra tornar isso realidade. No entanto não precisei. Praticamente um dia e meio depois tive um sonho, este sonho:

Estava num lugar escuro e eu me via em terceira pessoa. Havia um turbilhão de energia azulada passando ao meu lado. Dentro deste turbilhão dava para ver objetos, pessoas, coisas, pensamentos, ideias, tudo passando freneticamente acompanhando o transladar da massa energética ao meu lado. Foi quando uma voz, não sei bem d’aonde surge falando: “Isso é energia OD!” Eu olhava para o turbilhão ao meu lado e tentava visualizar as letras ‘O’, ‘D’ juntas, fazendo um círculo torto. Era quando eu dizia: “Você quer dizer energia ódica?!”.

Acordei! Era uma manhã como outra qualquer. Meu corpo recobrava os sentidos e em instantes me veio à mente o desenho do O, D juntos como no sonho. Forcei um pouco e até cheguei a pensar que se referia a um amigo meu que escreve seu nome com tais letras, mas quando consegui recordar do nome ódico a coisa toda mudou de perspectiva. Fiquei intrigado. O que deveria ser energia ódica? Existe isso? Levantei de imediato e corri para ligar o notebook. Depois de três, quatro, cinco pesquisas encontrei o que buscava em quatro sites em alemão e um em inglês. Para ser mais rápido traduzi mecanicamente o site em inglês já que o em alemão ficava incompreensível e me lancei a ler. Após algum tempo de leitura tive a percepção da resposta mais produtiva de toda minha vida. Foi a primeira vez que não havia dúvida alguma. Eu tinha sido respondido diretamente, sobre algo que me fez refletir muito em minha vida inteira. Em tal momento tudo ficou claro pra mim, e todas minhas incursões acerca do espiritual e o mundo físico, sobre a energia como um todo tornara-se devidamente palpável. Para ser bem simplificado contarei o importante agora:

Seu pai era um bibliotecário do Tribunal e por intermédio disso tinha acesso a livros infindáveis. Chegou a ler sobre Mesmer e tornou-se por assim dizer um defensor do mesmo, alegando que Mesmer não utilizava de sugestões em seus experimentos. Ou pelo menos que isso não era o fator real dos fenômenos. Havia algo, só que não existia aparelhos para definir esse algo, em que Mesmer se apoiou para desenvolver sua bateria, objeto ao que me pareceu ser o mais famoso. Reichenbach mergulhou de cabeça no estudo do sonambulismo, medos noturnos, câimbras (no texto aparece como tétano muscular). Tudo isso era inevitavelmente mal visto por todos e existiam rituais de exorcismo dos mais variados para sanar o que não se sanava. A igreja em nome de Deus até já tinha queimado na fogueira algumas famílias alegando ser obra do demônio. As pessoas se escondiam quando viam que algum membro da família apresentavam os sintomas e viviam no silêncio e enclausurados temendo o pior.

O barão Reichenbach, pra ser sucinto, reuniu todas as informações possíveis sobre a maioria dos casos que obtivera algum dado. Fez uma pesquisa extensa ao que é informado no site. Reuniu o máximo de informações possíveis acerca de todos os casos pela Europa. Enquanto isso reunia o único fator que poderia na época demonstrar algo de fato em relação aos fenômenos. Ele procurou pessoas sensitivas e sensíveis o suficiente para que pudesse determinar quando e porque tais fenômenos ocorriam. Esse fator fez com que seus estudos perdessem o crédito jogando-o no esquecimento. Esses sensitivos foram escolhidos por intermédio de testes variados que determinavam que eles não estavam simplesmente mentindo sobre. Tais testes e o próprio processo do estudo dos casos levou a separar estes sensitivos entre os maiores e os menores, determinando exatamente quem era quem nesse meio.

Existiam nesses casos fatores em comum: não havia distinção de gênero, apesar da ciência da época colocar o gênero feminino como o mais susceptível à histerias e coisas do tipo. Não havia uma idade específica para o ocorrer do fenômeno, crianças as vezes só precisavam aprender a andar para que já se apresentasse o problema, o que retirou do caso o fator emocional e situações traumáticas como a razão de tais fenômenos. Ao longo do processo percebeu que não havia uma razão geográfica para tal, e nem a eletricidade ou o magnetismo causavam tais reações nos indivíduos, apesar de ter percebido que bastões de imã causavam algum tipo de reações nos sensitivos, o mesmo magnetismo geográfico nada fazia. Havia o fator de que em períodos de lua cheia o fenômeno tinha o seu pico de expressão. Levando muitos sonâmbulos a andarem em busca da lua, por beiradas dos prédios ou pelo meio das vilas com os braços levantados, bem ao clichê que já imaginamos quando pensamos nisso. Por fim o barão fez literalmente uma análise geral e por fim percebeu que, retirando todos os fatores duvidosos, a lua era de algum modo a vilã da história.

Isso levou ele a fazer experimentos com os sensitivos em quartos totalmente escuros. Cada qual ficava um tempo em silêncio e em um dado momento a luz da lua era incindida na face ou em outra parte do corpo causando reações variadas. Havia algo ali e ele estava começando a ter uma dimensão do caso. Foi quando brilhantemente teve a ideia de por intermédio de prismas incindir os espectros específicos sobre os indivíduos sensitivos. Cada cor começou a demonstrar efeitos específicos em tais indivíduos, que variavam de convulsões à dores e enjoos. Isso levou o mesmo a testar a luz do sol e por conseguinte perceber características distintas em cada caso. Cada sensitivo demonstrava (sem saber bem o que lhe ocorria) os mesmos efeitos para cada espectro da luz que incidia em seu corpo. Foi assim que o barão teve a ideia de saber até que ponto essa energia era a luz ou algo além. Por intermédio de metais e minérios todo o tipo de experimentos foram feitos para determinar se a energia em questão se propagava melhor dependendo do ambiente em que se encontrava. Ele assim determinou exatamente quais metais e minérios se carregavam com tal energia com mais facilidade e conseguiu até mesmo determinar a velocidade de expansão da energia, algo em torno de 1,5 m/s se não me engano. Algo relativamente lento. A energia parecia se movimentar por acúmulo e em determinados casos demorava para esvair-se. Assim ele nomeou tal energia de od, energia ódica que ao meu ver é a mesma coisa do chi, ki, prana, energia plástica e por ai vai.

Ao longo de todo esse processo e dessa leitura eu tive meu momento de iluminação. Tive uma experiencia clara de como poderemos ter sim contato com nosso mundo espiritual, sem os modismos típicos ou falácias coloridas das práticas que considero new age. Tal acontecimento me demonstrou que por mais difícil que seja tal relação com esse espiritual, basta que sejamos sinceros conosco e atentos. Nada de absurdo fiz, a não ser desejar tal conversa veementemente, visualizando claramente toda a cena. Acabei mandando meu pedido às forças que me circundam sem me esforçar muito. E estes não demoraram em me responder, com algo que eu mesmo nem ao menos tinha pedido diretamente. Eles sabiam o que eu sabia ter dúvidas, e não precisei dizer uma palavra sequer para ser auxiliado devidamente.

Em nenhum momento ler sobre esta energia me fez aprender algo que eu já não soubesse. Tudo que li e estudei trabalha com tal energia, ou com tal compreensão do universo. O que aprendi com isso é que não há na vida uma ação sem seu resultado. E se o indivíduo se permitir ser verdadeiro nada será impossível.

Meu caso fora simples. Não romantizei em momento algum o acontecido. Fora exatamente como coloquei aqui. Trabalhar com tal universo espiritual requer que sejamos muito verdadeiros e sensatos. Não surtei com o caso, não alegrei-me mais do que o necessário. Era o que eu queria e assim foi. Obtive mais de uma resposta com uma única ação. A primeira era que eles estão sim atentos ao que me ocorre. A segunda é que tenho uma carga de conhecimento que basta trazer à superfície que obterei as respostas que preciso. Terceiro que minhas incursões filosóficas e práticas sobre energias e realidade estão sim caminhando para um canto real. Quarto que precisamos da simplicidade nos nossos atos. Cinco que a vida não deixa um ponto sem nó em momento algum.

Como falei, não aprendi nada que já não soubesse em relação à energias. Mas tal site me abriu um novo horizonte. Às vezes desejamos respostas claras e imediatas. E quando não recebemos achamos que fizemos algo errado ou que na verdade isso tudo é uma bobagem. O que tenho a dizer sobre isso é que o diálogo é construído mutualmente. E que as palavras por eles usadas não seguem nossas razões técnicas sobre isso.

Quando falo sobre espiritualidade necessariamente não coloco isso como algo estritamente fora de nós ou dentro de nós. Essa dimensão não é importante nesse caso. O que importa mesmo ao se pensar nisso é que há uma força e ponto. Se soubermos como ativar tal energia em nós ou ao nosso redor poderemos sim causar mudanças na nossa realidade por intermédio da nossa vontade. Mas precisamos antes de mais nada viver tal energia se quisermos ter domínio sobre ela. Não adianta perseguir isso tudo se não temos relação direta com as forças do nosso mundo. Essa energia, seja chamada de od ou de prana, está ai em relação constante conosco. Claro que sabemos bem que trabalhar com ela ou em favor dela às vezes nem é tão necessário para que algo ocorra. Visto que, ao que tudo indica, respiramos tal força sem nem ao menos nos darmos conta disso. Não importa se acredita ou não que uma árvore no meio da floresta faça som ou não… ela fará som sim, independentemente. Essa crença de que precisamos acreditar pra que tudo isso funcione é mais do que errônea… é estúpida. Pensar dessa forma é iludir-se, mas querer ser um mago e não abarcar o universo prático é tolice. É preciso elevar a varinha e determinar os pontos de apoio para que as operações tenham efeito. Mas acima de tudo é necessário não ter dúvidas alguma. Se porventura você quer fazer algo e nem ao menos sente as energias e duvida copiosamente por nunca ter tido um contato direto e claro, comece hoje mesmo a desenvolver tais percepções. É necessário tirar do plano da fantasia e trazer para o plano real se quiser ter um resultado factual da ação de sua vontade sob as forças. Energia não é algo que funcione por sugestão, apesar de algumas vezes a sugestão levar o indivíduo a fazer mover as energias. Ela tem uma lógica natural que precisamos respeitar e perceber. Não serão os livros que irão ensinar realmente. Será a prática concreta. É necessário sair do quarto e brandir sua espada sob o auspício lunar. É necessário sentar e meditar. É necessário duvidar das suas práticas para reconhecer o que de fato é real, palpável. É necessário criar e adaptar o conhecimento ao nosso universo particular se quiser fazer diferença. Eu não me utilizei de maneirismos tolos e medinhos medíocres ou formas cheias de bondade estúpida para fazer algo simples. Conversar. Eu usei de minhas próprias palavras, atuei com meu jeito particular e obtive resposta. Não precisei de termos pomposos ou de uma túnica ungida, eu até ri um pouco da cena que visualizei, ri por achar que ele riria quando me ouvisse falando daquele jeito. Provavelmente eu ri quando ele de fato riu ao perceber toda a minha construção pra dizer que queria um resultado real na nossa relação. Para dizer que estava cansado de achar que eles não estavam nem ai para com minha vida. Ledo engano.

Esse texto vai em nome destes que me circundam, sejam estes seres humanos desencarnados, sejam estes forças da natureza, sejam estes criaturas densas ou puras, sejam estes intelectos condensados, sejam estes reflexos da egrégora que me circunda, sejam estes meus próprios servidores, sejam estes animais que me acompanham, sejam estes pura e simplesmente eu mesmo replicado nos planos sutis… não importa. Importa que sei bem agora que se importam com o que penso e falo. E que o único empecilho fora eu mesmo o tempo inteiro.

Djaysel Pessôa

S.O.Q.C.

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Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/energia-od

A Vontade de Crer

As Edições Textos para Reflexão tem o orgulho de lhes trazer A vontade de crer, um dos livros mais conhecidos de William James. Ele foi traduzido do original em inglês pela nova integrante de nossa equipe, Kamila Pereira (Hipátia), que por acaso também é uma das integrantes da equipe do blog Queremos Querer, outro dos colunistas do TdC.

William James, um dos fundadores da psicologia moderna, foi um daqueles raros homens que soube transitar com igual destreza entre a Academia e o Templo, entre a racionalidade e a espiritualidade, entre o empirismo e a subjetividade. James estava, de fato, em casa no universo. Mas o seu universo não se resumia ao que residia lá fora. Ele sabia, pois também contemplou tal caminho, que haviam espaços infinitos, ou quase infinitos, também dentro de nós.

Um livro digital já disponível para o Amazon Kindle:

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#Livros

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-vontade-de-crer

Gustav Holst e “Os Planetas”

Esta alusão ao mapa astral tem tudo a ver com a vida e a obra do compositor inglês. Ele mesmo era um entusiasta do assunto e chegou a confeccionar diversos mapas para seus amigos. Sua principal obra, Os Planetas, é resultado dos seus estudos místicos e astrológicos.

Influências Musicais

O Crepúsculo dos Deuses, a quarta ópera da tetralogia O anel dos Nibelungos, de Richard Wagner, impressionou os ouvidos de Holst. Mais tarde, sentiu-se elevado ao “reino dos céus” ao ouvir a Missa em Si menor de Johann Sebastian Bach. As influências de Arnold Shoenberg, Stravinsky, Richard Strauss, Debussy, e sua amizade com o compositor Ralph Vaughan Williams, encerram o arco musical dentro do qual Holst se desenvolveu como compositor.

Apesar da sua formação no Royal College of Music, Holst foi um grande autodidata. Evitava sistemas acadêmicos e estruturas musicais pré-concebidas. Não dava tanto crédito aos livros, mas no lema “aprenda fazendo”. Seguiu seu próprio caminho, e como num laboratório alquímico, realizou inúmeras experiências buscando constantemente as notas certas para suas obras.

Espiritualidade

Holst acreditava nas forças supra-humanas, foi muito influenciado pelas religiões orientais, especialmente nas doutrinas do dharma e reencarnação. Trabalhou na composição de diversos hinos para coral e orquestra sob inspiração de um dos escritos religiosos mais antigos do mundo, o Rig Veda. Escrito na linguagem sânscrita, é um verdadeiro compêndio de hinos, rituais e oferendas às divindades.

Como um bom virgiano, era perfeccionista e tinha o dom para dedicar-se em trabalhos cansativos e minuciosos. Portanto, não satisfeito com as traduções do Rig Veda decidiu aprender sânscrito e traduziu as palavras conforme sua interpretação.

Além dos Choral Hymns, compôs uma ópera chamada Sita, inspirada no épico indiano Ramayana, levou sete anos para sua conclusão, sem jamais encená-la! No caso de Holst, esse dom analítico e a capacidade para empenhar-se em grandes trabalhos, coincidem exatamente com as características de quem possui a lua em virgem no mapa astral.

Com base nos evangelhos apócrifos, escreveu The Hymn of Jesus (Parte I, Parte II, Parte III) Com seu rigor habitual, aprendeu o grego para ler os originais. Além do empenho para conservar o espírito do texto original, combinou em sua música o canto gregoriano, ritmos irregulares, harmonia colorida e uma orquestração grandiosa.

A astrologia e “Os Planetas”

“Os planetas” não se trata de uma obra ortodoxa, sua estrutura não obedece aos padrões convencionais. Não é uma sinfonia, nem poema sinfônico, nem fantasia. Mas sim, uma série de perfis sonoros dos planetas. Nas palavras de Holst: “as sete influências do destino e componentes de nosso espírito.“

Além das referências astrológicas, esta obra nos remete ao conceito de música das esferas, amplamente pesquisada por Pitágoras, Kepler, Kircher, dentre outros. Visto que Holst dedicou sete anos de sua vida nesta obra, vale a pena dedicar alguns minutos para ouvi-la e compreende-la.

Os Planetas

I. Marte, O Portador da Guerra

As cordas, percutidas com a parte de madeira do arco apresentam o motivo marcial onde a música irrompe em ondas orquestrais com intensidade crescente. Este clima bélico e enérgico da música caracteriza o perfil astrológico de Marte: coragem, poder, pioneirismo e o instinto lutador para enfrentar os desafios com bravura. Se estas energias não forem devidamente controladas seu resultado é desastroso: violência, assassinato e todos os subprodutos do defeito relacionado a Marte, a Ira.

Marte, O Portador da Guerra foi composto no início de 1914, antes do começo da Primeira Guerra Mundial. Seus sons militares soaram como uma premonição do conflito mundial que estava por vir.

II. Venus, O Portador da Paz

Fornece uma espécie de resposta para Marte. Contrasta pela placidez e pelo andamento lento. As harpas, madeiras e a celesta realçam a delicadeza desta obra, que nos passa a sensação de harmonia, equilíbrio e paz.

Alan Leo descreve este contraste entre Marte e Venus da seguinte forma: “Marte é o representante da alma animal no homem e Venus da alma humana, em certo sentido, um é o complemento do outro. Mercúrio o mensageiro alado dos deuses voa entre os dois como memória e é, portanto, a alma espiritual humana.”

III. Mercúrio, O Mensageiro Alado

De forma alegre, uma extensa e contínua linha melódica passeia pelos diversos naipes orquestrais transmitindo de instrumento para instrumento a mensagem vinda de outros mundos. Mercúrio, o mensageiro alado dos deuses representa a consciência humana, o intelecto, a aptidão para nos comunicarmos e a nossa busca pelo saber.

IV. Júpiter, O Portador da Jovialidade

Com base numa linha de acompanhamento na região aguda dos violinos, as trompas apresentam o tema enérgico do movimento, é o impulso para a introspecção a nível intelectual, filosófico e religioso, um dos aspectos de Júpiter. Em suma, Júpiter representa a “mente superior” no homem, não como razão pura, mas como sabedoria inata.

V. Saturno, O Portador da Velhice

Começa sombrio, segue com uma marcha nos metais e retorna à serenidade no final. Harpas e flautas estabelecem um padrão de acompanhamento sobre o qual cordas e outros instrumentos de madeira apresentarão breves fragmentos melódicos.

Saturno no horóscopo mostra onde podem ser encontrados os maiores desafios e onde podem ser aprendidas as lições mais difíceis. Segundo alguns biógrafos, Saturno é também a representação do sofrimento de Holst, que devido a sérios problemas na articulação de seu braço, teve que abandonar o piano e o violino.

Alan Leo descreve Saturno como sendo um dos responsáveis por todos os casos de degradação, degenerescência, humilhação e vergonha. Nos aspectos positivos representa a verdadeira humildade, perseverança, sacrifício, entrega e serenidade.

VI. Urano, O Mágico

É um scherzo com uma melodia ágil no fagote que se desenvolve em uma intrincada teia orquestral. O início da música representa o impulso para ser único, para chocar e surpreender. Mais a frente, o som pesado dos metais nos remetem aos acontecimentos repentinos e imprevisíveis. O grandioso tutti representa o que talvez seja a maior influência de Urano: o despertar da consciência.

Em seu livro Art of Synthesis, Alan Leo chama o capítulo sobre Urano de “Uranus, the awakener”. Este, representa a originalidade de pensamento, a independência de espírito, o gênio criador, as avançadas formas de pensamento, a intuição e a capacidade de trazer conhecimento através da consciência desperta adquirida nas esferas internas do ser.

VII. Netuno, O Místico

Aqui Holst explora o pianissimo com enorme habilidade. Harmonias misteriosas e um coral de vozes femininas fazem parecer “música de outro mundo”. Esta obra nos transmite claramente a representação astrológica de netuno: as influências não materiais, os sonhos, o espiritualismo, a teosofia, a dedicação pelo misticismo e a abertura para o divino.

Ele também é o responsável pelo gosto por artes ocultas, habilidades para o mesmerismo, telepatia e sonhos lúcidos. O planeta é muito musical e conduz à composição inspirada em melodias ouvidas em sonhos. Pelo teor, esta obra pode tranquilamente servir como música de fundo para breves meditações.

Epílogo

Holst utilizou-se da música tanto para o seu trabalho profano como para a construção da “grande obra”. Ao mesmo tempo em que compunha melodias “mundanas” para manter-se financeiramente estável, dedicava-se a trabalhos chamados “sérios”, sem qualquer sentimento de incoerência. O único inconveniente é que a maioria de suas obras ficaram ofuscadas devido ao grande sucesso de Os Planetas.

Em maio de 1933, Holst foi internado às pressas devido a uma hemorragia causada por uma úlcera no duodeno. Outro dado curioso é que fisicamente o signo de virgem, possui relações com o aparelho digestivo e há quem diga que os intestinos são o ponto fraco físico dos virgianos. Coincidência ou não, logo após uma cirurgia a fim de erradicar a úlcera no duodeno, Holst não resistiu e deixou este mundo no dia 25 de maio de 1934 aos 59 anos.

Curiosidades

Marte, O Portador da Guerra é amplamente utilizado no cinema, principalmente em filmes que envolvem grandes batalhas. Além disso, é a maior referência musical para os compositores “hollywoodianos” em suas obras bélicas.

Em 2006, a banda inglesa Iron Maiden utilizou a música de Marte para abertura dos seus shows na turnê A Matter of Life and Death.

O tema central de Júpiter tornou-se um hino patriótico inglês.

O ritmo brincalhão de Urano é muito semelhante ao da obra O aprendiz de Feiticeiro de Paul Dukas, do qual Holst certamente recebeu influências.

Referências

Holst Biography, Ian Lace.
Astrologia, Wikipedia de Ocultismo
Art of Synthesis, Alan Leo.
Música Clássica, John Burrows.
Grandes Compositores, João M. Coelho.

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#Arte #Astrologia #Música

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/gustav-holst-e-os-planetas

Lançamento: Ad infinitum

Hoje, 13.01.13, lancei meu livro, Ad infinitum.

Quando comecei a escrevê-lo, em meados de 2009, não fazia ideia de que hoje existiria um serviço como o Clube de Autores, que permite que lancemos um livro com o controle total do resultado final, de cada vírgula do texto a diagramação da capa, contracapa e orelhas. Tampouco poderia prever que hoje teria uma página do meu blog, no Facebook, com quase 3 mil seguidores; ou que meu próprio blog, o Textos para Reflexão, teria uma média de visitas diárias de mais de mil acessos; muito menos que seria um colunista regular de um grande portal de ocultismo e espiritualidade, o Teoria da Conspiração [1].

Quando a ideia para este livro me veio, martelando a cabeça, quis que fosse embora. Daria muito trabalho levá-la adiante. Quando finalmente comecei a escrever, tive medo de não estar à altura da tarefa. Quando enviei os primeiros dois capítulos a leitores que considero cultos e exigentes, e eles gostaram do que leram, tive medo de não saber como terminar o restante do livro. Agora, no entanto, me sinto aliviado, realizado. Este livro não é mais uma questão minha, não é mais o meu livro, mas o livro de vocês, leitores. O que virá daqui para frente dependerá muito mais de vocês do que de mim.

Com este livro, procurei demonstrar como num diálogo amigável de quatro personagens com crenças e descrenças diversas, ainda assim podemos chegar a grandiosos acordos. E, mesmo quando não chegamos a um acordo geral, nada deveria indicar que um desacordo de crenças e ideias leva, necessariamente, a inimizades.

A existência é muito grandiosa, complexa, inefável e brutal, para que percamos tempo em brigas inúteis. Os personagens no fim são todos aspectos de mim mesmo (e de todos nós, quem sabe) que são capazes de se tornar amigos uns dos outros: uma filósofa, um cético, um espiritualista, um crente. Por que não?

Neste livro falaremos de Deus, do Cosmos, de fé e razão, ciência e religião, arte e espiritualidade, filosofia e ceticismo, etc. Tudo para que estas ideias possam melhorar a vizinhança.

Já me disseram que meus textos mudam as pessoas. Não é verdade: as pessoas é que mudam elas mesmas, e a vizinhança em torno (e quem sabe o mundo todo), quando mudam seu pensamento. O que escrevo sobre os ombros de gigantes, como Benedito Espinosa, Hermes Trimegisto, Carl Sagan e Gibran Khalil Gibran, dentre outros, é apenas uma mensagem. Uma luz. Reflitam adiante, ad infinitum!

» Comprar o livro no Clube de Autores

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» Conheça a simbologia do Ouroboros e da Árvore da Vida (capa do livro)

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Algumas perguntas e respostas sobre o livro:

Ele pode ser encontrado em livrarias?

Não. No momento só pode ser comprado pelo site do Clube de Autores.

Posso confiar neste site? Quais são as formas de pagamento e envio?

O Clube de Autores é a maior comunidade de autores do país, e vende livros por demanda, impressos com qualidade profissional. Você poderá pagar com cartões Visa e Mastercard, boleto bancário, PagSeguro e/ou transferências online. O livro impresso será enviado para seu endereço pelos Correios, sendo possível rastrear a encomenda a qualquer momento do processo. O eBook (livro digital) será disponibilizado para download imediatamente após a confirmação da compra.

Posso confiar na revisão e diagramação do livro?

O livro foi diagramado conforme exemplos de livros profissionais, composto com as fontes mais legíveis do mercado, e com os devidos cuidados de revisão gramatical. Você também pode conferir uma amostra do livro (25 páginas, PDF).

Posso confiar na qualidade do conteúdo?

Depende. Se você gosta do que escrevo em meu blog (Textos para Reflexão), é bem provável que o livro lhe agrade. Se, por outro lado, não conhece ainda o meu blog, talvez seja melhor primeiramente navegar por lá e ver se gosta do que tenho a refletir.

Você desistiu de tentar publicar o livro por uma editora de grande distribuição?

Pelo contrário, ainda nem comecei. Este será o segundo passo. O fato de o livro estar sendo vendido online não significa que eu tenha perdido os direitos sobre ele. Pelo contrato do Clube de Autores, posso cancelar a venda a qualquer momento, e o farei, caso alguma boa editora se interesse por publicá-lo. Mas, se nenhuma se interessar, fato é que os leitores do meu blog já terão acesso a ele, e isso já é suficientemente extraordinário para mim.

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“Gostei do livro! Como posso ajudar a divulgá-lo?”

1 – Boca a boca: é a alma do negócio!

2 – Você pode entrar na página dele no Clube de Autores e comentar, ou avaliar (clicando nas estrelinhas), ou recomendar nas redes sociais, etc.

3 – Você pode tirar uma foto sua com o livro nas mãos (mesmo sendo a versão eBook), e nos enviar por nossa página no Facebook (clique em mensagens e mande uma mensagem com a imagem em anexo). Contanto que dê permissão para que eu possa publicar sua foto nas galerias de imagens por lá. Acredite, isto já será uma baita ajuda…

4 – Você pode comprar outros livros e dar de presente para quem ama.

5 – Caso seja amigo de algum editor, você pode recomendar o livro a sua editora (contanto que ela tenha uma boa distribuição nas livrarias).

6 – Você pode ajudar de alguma outra forma criativa, que não consta nesta lista, contanto que seja de coração…

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[1] Não poderia deixar de agradecer imensamente ao irmão Del Debbio pela oportunidade, assim como aos demais colunistas.

#Espiritualidade #Ocultismo #Filosofia #hermetismo #Ciência #Livros

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/lan%C3%A7amento-ad-infinitum

Breves Considerações sobre a Orixá Pombagira

Na Umbanda, a Orixá Pombagira está assentada no Trono do Estímulo, do Desejo e também se manifesta como entidade espiritual incorporada em suas médiuns.  Com o passar do tempo, a Pombagira atingiu um grau análogo ao de Exu e muitos passaram a chamá-la de Exu Feminino.

Mas a Pombagira foi logo no início, desde suas primeiras incorporações, construindo um arquétipo forte, poderoso e subjugador do machismo. O arquétipo da mulher livre das convenções sociais, liberal, provocante e insinuante vai além da própria figura, nos ensinando a força e firmeza de propósitos, do desejo resoluto pela vida e por nossos objetivos, que devem ser buscados sempre com entusiasmo e energia.

E a todos Ela ouve com compreensão e a ninguém nega seus conselhos e sua ajuda num campo que domina como ninguém mais é capaz. Sua desenvoltura e seu poder fascinam até os mais introvertidos que, diante dela, se abrem e confessam suas necessidades. Pombagira é um dos mistérios do nosso Divino Criador que rege sobre a sexualidade feminina.

Segundo Rubens Saraceni:

“Amem-na e respeitem-na os que entendem que o arquétipo é liberador da feminilidade tão reprimida na nossa sociedade patriarcal onde a mulher [ainda] é vista e tida para a cama e a mesa.”

A espiritualidade superior que arquitetou a Umbanda sinalizou a todos que não estava fechada para ninguém e que, tal como Cristo havia feito, também acolheria as mulheres e não encobriria com uma suposta religiosidade a hipocrisia das pessoas que, “por baixo dos panos”, o que gostam mesmo é de tudo o que a Pombagira representa com seu poderoso arquétipo.

Este arquétipo forte e poderoso já pôs por terra muito falso moralismo, libertando os seres da hipocrisia reinante e mostrando que a vontade é mãe da realização. Na Umbanda, será sempre a orientadora, aconselhadora e motivadora da vida, de suas belezas e delícias, além, é claro, da imensa vontade de viver!

***

Fonte: Umbanda, eu curto.

***

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/jesus-freaks/breves-consideracoes-sobre-a-orixa-pombagira/

Amar e Perder

Uma das coisas que mais traz sentido a nossa existência é o amor. Embora não seja algo passível de ser totalmente abarcado pela filosofia – ou, pela razão, por assim dizer –, tivemos a sorte de poder contar com alguns grandes pensadores que trataram do amor, e da perda do amor. O que seria mais traumático, amar e perder, ou jamais ter amado verdadeiramente? A resposta para essa questão, tão essencial, muitas vezes esbarra em nossa falta de compreensão do que quer que seja “amar verdadeiramente”. Quase sempre, só nos damos conta de um amor verdadeiro após o termos perdido…

Em seus Ensaios sobre a amizade, Michel de Montaigne nos traz um exemplo do tipo [1]: “O falecido Senhor de Monluc, o marechal, quando conversou comigo sobre a perda do filho (um cavalheiro muito corajoso, de grande futuro, que morreu na Ilha da Madeira), enfatizou, entre outras tristezas, o luto e a mágoa que sentiu por nunca ter se mostrado para o filho e por ter perdido o prazer de conhecê-lo e aproveitar sua companhia. Tudo por causa de sua mania de lidar com ele com a gravidade de um pai rígido. Ele nunca falara sobre o imenso amor que sentia pelo filho e sobre como ele o considerava digno de sua virtude. ‘E tudo o que o pobre menino viu de mim’, disse ele, ‘foi um rosto fechado, cheio de desprezo. Ele se foi acreditando que eu não era capaz de amá-lo ou de julgá-lo como ele merecia. Para quem eu estava guardando tudo isso, a afirmação do amor especial que eu cultivava em minha alma? Será que ele não deveria ter sentido o prazer trazido por ela e todos os elos da gratidão? Eu me forcei, me torturei, para manter essa máscara boba e assim perdi a alegria de sua companhia – e também sua boa vontade, que deveria ser muito pouca para comigo. Ele nunca recebeu de mim nada além de rispidez ou conheceu nada além de uma fachada tirana’.”

Tal relato tão sincero de uma relação familiar do século XVI nos demonstra como passam os séculos, mas nossa angústia existencial muitas vezes gravita em torno do amor, o grande Sol da vida. No entanto, vivemos como roedores encondendo-se nas tocas e túneis de nossa alma, sempre com medo de encarar tal luz solar frente a frente, sem as máscaras apropriadas. Toda nossa sociedade, todo nosso racionalismo: um grande manual para quando e como amar. Obviamente, um manual absurdo e enganador. O amor é livre, não segue liturgias nem manuais de boa conduta, e jamais, jamais pode ser capturado – assim como os raios solares, que podem no máximo aquecer nossa mão, mas não encerrarem-se nela.

Não há como se amar com garantias, seguros de perdas. O risco de se amar é o risco de se viver, verdadeiramente: eis a essência do existir. Quando Montaigne cita a verdadeira amizade em seus Ensaios, está a falar em realidade do verdadeiro amor. Supreendentemente, seu grande amor não foi sua esposa ou algum parente, mas um amigo (e estamos aqui falando de uma amizade sem conotações sexuais, por favor). “Pior”, um amigo que conheceu já no fim de sua vida, e que conviveu por pouco anos, já que ele era mais velho:

“Em nosso primeiro encontro, que acabou acontecendo por acaso em uma grande festa em uma cidade, nos descobrimos tão amigos, tão conhecidos, tão unidos, que, a partir dali, ninguém foi mais próximo do que nós dois […] Por ter tão pouco tempo para durar e por ter começado tão tarde, já que nós dois éramos homens feitos e ele alguns anos mais velho do que eu, não havia tempo a perder seguindo o padrão das amizades menores e comuns, que exisgem tantas precauções e longas conversas preliminares. Essa amizade não tinha nada a seguir a não ser a si mesma […] Não havia nada em especial, mas algum tipo de quintessência em que tudo se misturou e, tendo capturado minha vontade, me fez mergulhar e me perder na dele. E, tendo capturado a sua vontade, também o fez mergulhar e se perder na minha com uma fome e uma vontade iguais. Digo ‘perder’ com convicção. Não guardávamos nada um do outro. Nada era dele nem meu.”

Montaigne citava Étienne de La Boétie, um filósofo conterrâneo da França, e para o qual escreveu este e outros belíssimos trechos em sua homenagem, nos seus Ensaios, já anos depois da morte do grande amigo. Há que se notar com que entusiasmo Montaigne fala sobre uma amizade tão grandiosa, um verdadeiro entrelaçamento de almas, mas que no fundo também se tratava de um amargo lamento sobre a perda de alguém tão querido… Amar e perder, será esta a nossa sina? Será que o sofrimento, a ferida aberta da saudade persistente, valem os breves períodos da mais pura das felicidades?

Epicuro não tinha esse tipo de dúvida, para o filósofo grego, que era conhecido por morar com os próprios amigos e filósofos em uma casa de largo jardim, só a amizade valia a pena: “De todas as coisas que nos oferecem a sabedoria para a felicidade de toda a vida, a maior é a aquisição da amizade… Alimentar-se sem a companhia de um amigo é o mesmo que viver como um leão ou um lobo.”

Essa busca pela felicidade na amizade, no querer o bem ao outro, não poderia ser eclipsada nem mesmo pela morte. Afinal, para Epicuro, a morte era o mesmo que nada: “A morte não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos. A morte, portanto, não é nada, nem para os vivos, nem para os mortos, já que para aqueles ela não existe, ao passo que estes não estão mais aqui. E, no entanto, a maioria das pessoas ora foge da morte como se fosse o maior dos males, ora a deseja como descanso dos males da vida” [2].

É então que, conforme nos alertou o Dalai Lama, vivemos como se não fôssemos morrer, e morremos como se jamais tivessemos vivido [3]… Esta sim é a sina dos que se abstém de amar, por temor da perda, e terminam os seus dias com um certo arrependimento obscuro de nunca terem tido a chance de absorver um pouco da luz do Sol, mesmo que para nunca mais ter a mesma experiência… Quem vai saber? Quem pode definir quantas vezes irá amar, e quantas vezes irá perder o amor? Quantas vezes será verdadeiramente feliz, para então voltar ao estado de tristeza habitual: a tristeza de ter experimentado o Céu, para uma vez mais cair no pântano do Mundo?

A única coisa que o sábio poderá responder é: “não sabemos, não fazemos a menor ideia”. Porém, do pequeno monte de sua sabedoria, ainda que tenha rolado uma vez mais abaixo, o sábio pôde ver, ainda que de relance, toda a imensidão da montanha que se estende no País do Amor. É para lá que ele, desde aquele dia, deseja retornar… É para este objetivo que ele dedica boa parte dos seus dias, e um bom tanto dos seus pensamentos… É precisamente esta ponte, a ponte que se eleva sobre o pântano das máscaras e dos hábitos moribundos, e se conecta a toda a liberdade, e todo o divino risco do amor, que ele deseja percorrer agora: pé ante pé, sonho após sonho, ele deseja nalgum dia acordar neste Céu de Liberdade.

E, uma vez tendo chegado lá, talvez toda a mágoa, toda a dor, toda a saudade, toda a profunda tristeza da perda de tantos e tantos amores pelo caminho, seja recompensada pela visão de tal Sol, de onde todos os suspiros de primeiro encontro partiram, e para onde todas as derradeiras lágrimas de despedida escorreram de volta… É isto, é apenas isto, o grande sentido, a misteriosa e escancarada essência da vida: é, sim, melhor, muito melhor, ter amado tanto, e cada vez mais, e ter sofrido tanto por saudade deste amor, e cada vez mais, do que nunca haver sequer amado, do que se despedir desta vida sem saudades, sem grandes tristezas e sem momentos de felicidade realmente dignos de nota. O que conta é o amor: não importa se o tempo passou, o amor ainda estará lá, aguardando ser redescoberto na luz da eternidade.

Para Teresa, Flávio, Flávia, e todo o amor envolvido…

***
[1] Publicado no Brasil com o título de Sobre a amizade, num pequeno livro da Editora Tinta Negra, com a luxuosa introdução de Viviane Mosé (filósofa brasileira).
[2] Trecho de Carta sobre a felicidade (a Meneceu), publicado pela Editora Unesp.
[3] Na verdade este é um antigo ditado da sabedoria milenar oriental, do qual não sabemos ao certo o autor original.

Crédito da foto: Heide Benser/Corbis

O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.

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Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/amar-e-perder