Sexo e a Morte

Ao contrário do que uma análise superficial possa dar a entender, muitas são as relações entre o sexo e a morte. Para começar, na história da vida, eles nasceram praticamente juntos: até 1 bilhão de anos atrás, só existia vida na Terra na forma de organismos unicelulares, o que vale dizer, não existia sexo nem morte, pois um organismo unicelular se reproduz sem necessidade de uma cópula, apenas dividindo-se em dois, e ao fazê-lo, ele “morre” como indivíduo, e as duas células em que se dividiu constituem sua descendência.

Parece prático, mas atravanca a evolução, que, como se sabe, depende da rápida transmissão aos descendentes das mutações “boas”, assim consideradas por significarem adaptações evolutivas. É do interesse da espécie, portanto, que a linhagem dos portadores das adaptações evolutivas prospere o quanto antes. Mas como cada célula dá origem uma linhagem única e específica, cada uma delas é como uma gota no oceano. Até que os portadores das mutações “boas” se tornem majoritários, decorrerá um tempo imenso.

Foi então que surgiu o sexo e a morte. Agora, para haver reprodução, não basta que cada organismo faça cópias de si mesmo, ad infinitum. É necessário haver, não uma cópia, mas uma combinação, e é justamente isto o que oferece a reprodução sexuada. A cada cópula bem-sucedida, embaralham-se novamente os genes, produzindo uma variedade de resultados. Tal como no pôquer, teremos jogos bons e maus. Um único exemplar masculino, oriundo de um jogo “bom”, pode transmitir suas boas cartas a uma variedade de fêmeas, dando origem, não a uma única, mas a várias linhagens. E depois? Bom, aí que entra a morte. É do interesse da espécie que as gerações novas, por serem portadoras das adaptações evolutivas, tornem-se majoritárias o quanto antes. Mas se os exemplares das gerações antigas, ainda mal adaptadas, tiverem um tempo de vida demasiado longo, eles passarão a fazer concorrência aos jovens, retardando-os em seu percurso. É necessário que os velhos desapareçam – e é para isto que há a morte [1].

Na verdade, o que a visão estritamente materialista nos traz – no sentido de tratar apenas da evolução física das espécies – é esta lição ancestral de que, sem sexo e sem morte, não haveria tamanha evolução de seres tão complexos quanto praticamente qualquer animal que vemos a olho nu, e inclusive o próprio homo sapiens. Em suma, para a natureza, o sexo e a morte se complementam, o primeiro atuando como agente potencializador da evolução, o último atuando como agente renovador.

Mas eis que surge a consciência e com ela tantas e tantas perguntas sem resposta. Se somos a forma do Cosmos conhecer a si mesmo, por vezes tememos que nada em todo Cosmos fosse capaz de aplacar nossa angústia perante a existência… Por isso não é de surpreender que tenha surgido nossa distinta visão espiritual do mundo, evento talvez exclusivo do homo sapiens, o que o destaca definitivamente de todos os outros seres terrestres na árvore da vida.

No ato do sexo profundo, realizado não somente com o corpo, mas também com alma, há um momento de êxtase onde a consciência é subitamente alterada, em muitos casos perdida ou esquecida… Nas tradições espiritualistas do Oriente, o sexo profundo é também chamado de pequena morte. Existe uma relação interessante entre ambos, a nível de processo de consciência e não apenas físico e material: ambos são uma espécie de encontro – no sexo encontramos o amor presente em outro ser afim; na morte, encontramos o amor presente no eterno renovar da vida. Pois que seria a vida, afinal, que não um supremo ato de amor, de criação? E o que seriam o sexo e a morte, senão os mecanismos pelos quais a vida segue o seu rumo?

Mas há que se ter uma visão equilibrada entre tais polos aparentemente opostos, para se conquistar um conhecimento abrangente em relação a existência, uma distinta paz de espírito própria dos sábios de outrora, das mais diversas tradições espiritualistas, que souberam tratar o sexo e a morte como dois lados da mesma moeda, como componentes sagrados da própria vida…

Sem tal equilíbrio, a sociedade se vê envolta em uma “esquizofrenia do politicamente correto”. Desde o advento do cristianismo até poucas décadas atrás, o Ocidente – e este é só um exemplo, pois os polos se alternam – passou por um longo período de aversão a exposição pública do sexo. Tal qual bonobos arrependidos, os homens e mulheres certamente continuaram a fazer sexo, e bastante, mas precisavam ocultá-lo da sociedade, e por vezes confessá-lo, em extrema vergonha, ao deus do confessionário. Interessante de se notar, entretanto, que nessa época a morte não era algo abominável – pelo contrário, era bastante comum a família toda, inclusive as crianças, se reunirem em torno de um parente moribundo, em sua própria casa, em sua própria cama, para se despedirem. O sexo era sujo, mas a morte era a promessa de purificação na vida eterna.

Após tanta supressão do sexo, a polaridade havia de se inverter. Então veio o pós-modernismo, o rock and roll e a revolução sexual do Ocidente. Desta feita, o sexo e o prazer eram exaltados e cada vez mais expostos a toda a sociedade – não importa se alguns não estavam tão interessados, era a época do advento da mídia de massa. E todos precisavam ver os exuberantes corpos nus de homo sapiens, a se admirar e se roçar tal qual bonobos ferozes: todos precisavam experimentar. Ser virgem era subitamente o mais novo pecado!

Mas, se o sexo era agora algo tão belo e prazeroso, a morte por sua vez tornara-se medonha e obscura. Até mesmo o envelhecimento haveria de ser mascarado. Era preferível morrer jovem, por alguma overdose sensorial, do que sequer imaginar habitarmos um corpo envelhecido e decrépito. E eis que a própria morte em si deveria ser algo disfarçado, “resolvido” e esquecido o quanto antes. Não se trazia mais os moribundos para morrerem em casa, mas os mantinham até onde fosse possível nos hospitais. As CTIs se tornaram o purgatório, e a cerimônia do velório um ritual macabro, do qual todos haviam de comparecer com certo asco, e fugir o mais breve possível, e daí esquecer…

Então, como diria o Dalai Lama, passamos a viver como se jamais fossemos morrer, e a morrer como se não tivéssemos vivido. Que nessa anestesia mental, ora ignoramos o sexo, ora ignoramos a morte. Mas nada parece ter resolvido nossa angústia: nem a espiritualidade superficial das religiões de barganha, nem a ciência superficial do modernismo tecnológico que pretende que seres sejam máquinas. Que não é pelo pagamento de orações, pelo recitar repetitivo de dogmas esquecidos, ou pela insistência em reconstruir nosso corpo, na esperança que pareça “eternamente jovem”, que encontraremos a solução.

A solução está tão somente em pensar, em abrir os olhos e ver, e assim melhor viver… E vivendo, conhecer a si próprio, o próprio corpo e cada uma de suas rugas, a própria mente e cada um de seus medos, o próprio espírito e cada uma de suas sombras. E quem sabe nalgum dia compreender, como os sábios de outrora, e de hoje, que desde épocas imemoriais, desde muito antes do despertar de nossa consciência, tudo já era assim: não existe propriamente nem o sexo nem a morte, mas antes de tudo, apenas o amor a gerar esse oceano de vida, em constante renovação.

***
[1] Boa parte dos três primeiros parágrafos foi retirada de um artigo do escritor Pedro Mundim.

***

#Espiritualidade #biologia #amor #sexo #morte

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/sexo-e-a-morte

Os Pretos Velhos e Exus na Umbanda – Mãe Nazaré

Bate-Papo Mayhem 192 – 26/06/2021 (Sabado) Com Mãe Nazaré – Os Pretos Velhos e Exus na Umbanda Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as, 5as e sábados com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados. Além disto, temos grupos fechados no Facebook e Telegram para debater os assuntos tratados aqui.

Faça parte do Projeto Mayhem aqui:

Site do Projeto Mayhem – https://projetomayhem.com.br/

Siga a gente no Instagram: https://www.instagram.com/projetomayhem/

Livros de Hermetismo: https://daemoneditora.com.br/

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/os-pretos-velhos-e-exus-na-umbanda-m%C3%A3e-nazar%C3%A9-1

Curso em Brasília e Cursos no Carnaval

Este é um post sobre um Curso já ministrado!

Se você chegou até aqui procurando por Cursos de Hermetismo, Kabbalah, Astrologia ou Tarot, vá para nossa página de Cursos ou conheça nossos cursos básicos!

Cursos de Fevereiro/2009

21/02 – SP – Sábado – Kabbalah.

22/02 – SP – Domingo – Astrologia Hermética.

23/02 – SP – Segunda – Tarot (Arcanos Maiores).

24/02 – SP – Terça – Chakras, Kundalini e Magia Sexual.

Uma alternativa para o Ziriguidum dos infernos que toma conta desta República de Bananas. Os interessados escrevam pro marcelo@daemon.com.br

Mais sobre a experiência dos cursos na continuação…

Queria agradecer à galera da Pendragon, que conseguiu o local, e ao pessoal que se dispôs a passar 16 horas estudando sobre coisas que até então faziam parte das suas vidas, mas que parecem estar espalhadas e desconexas… até que tudo faz sentido! Normalmente o pessoal sai com o cérebro zunindo deste curso e demora alguns meses para digerir todas as informações.

Uma vez um aluno me perguntou quanto tempo demorava para aprender toda a Kabbalah. “Algumas vidas” – respondi.

Como tudo começou…

Estou curtindo ministrar esses cursos. Antigamente eles eram abertos apenas para membros da maçonaria ou rosacruz, porque eu não tinha a menor paciência para ensinar estas coisas no método que as pessoas vêem nas “Escolas Ezotéricas” (com Z mesmo, porque nem X de “Exotérica” esse povo está merecendo hoje em dia). Conheci um pessoal de um desses centros holísticos da vida e fiz uma experiência:

ministrei um curso de tarot.

Apareceram umas vinte tias, e o curso era dividido em três meses, uma aula por semana… “tem de ser mastigado, senão o pessoal não entende” – me disse a dona do local – “É mesmo?“.

Nem preciso dizer que as tias apareciam aula sim, aula não.. e davam a impressão que, se o curso fosse de culinária ao invés de tarot, daria na mesma. Para elas, era como se fosse um passatempo.

Como eu gosto das coisas bem feitas, mandei esse esquema à merda e parei de dar aulas para profanos. Dentro das Ordens Iniciáticas, o pessoal que vai fazer estes cursos já sabe o que quer e tem a disciplina e a vontade de aprender, mesmo que não saibam NADA sobre o assunto em questão.

E assim foi durante alguns anos, até que o Eightbits me convidou para escrever a coluna no S&H e o pessoal começou a insistir para abrir estes cursos para os leitores.

Fiz a experiência em Dezembro do ano passado e devo reconhecer que têm sido muito legal. Conheci um pessoal que realmente está a fim de estudar, ler, pesquisar e ir a fundo nestes assuntos. Tanto que boa parte deles acabou se iniciando em ordens filosóficas e iniciáticas e hoje já seguem com as próprias pernas. Fico muito feliz e honrado de poder ter sido a pessoa que abriu estas portas para vocês.

Agora em 2009, com o pessoal mais adiantado, podemos abrir turmas de 72 anjos da Kabbalah, Goécia, Geometria Sagrada, Florais, I-Ching, Runas e Gematria, pois seria impossível ter grupos de estudos pegando um pessoal novato.

Justamente por isso, pensei em fazer a série com os 4 cursos que eu considero mais importantes ao estudante de Ocultismo. Eu já preparei toda a didática para quem não sabe nada a respeito destes assuntos ter as bases para estudar sozinho depois.

Kabbalah vai tratar da Árvore da Vida. A origem e a explicação de todas as escolas filosóficas e religiões, a resposta para a Vida, o Universo e tudo mais…
Astrologia Hermética já traz muitos aspectos práticos de autoconhecimento. Entender como funcionam os ciclos da natureza e como estas forças astrais podem ser utilizadas para impulsionar praticamente qualquer ação realizada no Plano Material é uma ferramenta básica de qualquer iniciado.

O Tarot é o meu oráculo favorito. Dispensa apresentações.

E por fim, Chakras, Kundalini e Magia Sexual eu considero muito importante para qualquer pessoa que já tenha alguma mediunidade, para casais que queiram estudar ocultismo juntos e para quem deseja lidar com aspectos de magia prática no futuro.

Mas já aviso antes… São cursos puxados, de 8h cada e com um volume enorme de material (mas se você prefere tudo mastigadinho, tudo bem, eu posso recomendar umas casas ezotéricas…)

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/curso-em-bras%C3%ADlia-e-cursos-no-carnaval

Cursos/Palestras – Out/Nov – 2008

Este é um post sobre um Curso já ministrado!

Se você chegou até aqui procurando por Cursos de Hermetismo, Kabbalah, Astrologia ou Tarot, vá para nossa página de Cursos ou conheça nossos cursos básicos!

– 18/10 – Astrologia Hermética

– 19/10 – Kabbalah

– 25/10 – Tarot (Arcanos Menores)

– 02/11 – Chakras, Kundalini e Magia Sexual

– 09/11 – Magia Prática

– 15/11 – Tarot (Arcanos Maiores)

– 16/11 – Astrologia Hermética (Intermediário/Avançado)

Informações: marcelo@daemon.com.br ou tel (11) 5539-1122

Palestras

Grande Oriente de São Paulo
http://www.cursosepalestrasgscem.blogspot.com/

As palestras acontecem aos sábados, as 10h00

Endereço: r. São Joaquim, 457

11 de Outubro: Palestra: Medicina Tradicional Chinesa – Com Marcus Rene Magalhães

25 de Outubro: Leonardo Da Vinci: Vida, Obra, Verdades e Mentiras – Com Carlos Brasílio Conte

6 de Dezembro: Caminhos pelo Mundo: Santiago de Compostela, Macchu Picchu, Assis – Com Omar João Zacharias

—————————–
Exclusivo para Maçons

18 de Outubro: Liderança para Mestres Instalados – Com Armando Ettore do Vale

08 de Novembro: Introdução à Maçonaria para Candidatos – Com Carlos Brasílio Conte

29 de Novembro: Oratória para Maçons – Com Carlos Brasílio Conte

———————-

AMORC e Organismos Afiliados (SP)

Locais: http://saopaulosp1.amorc.org.br/PALESTRAS.html

HEPTADA MARTINISTA SÃO PAULO

A CABALA PRÁTICA: CONSTRUINDO O PILAR DO MEIO

Data: 18 outubro – 14h00

PALESTRANTE: Marcos Rogério Chaves da Silva

LOJA ROSACRUZ SANTANA

CONHECE-TE A TI MESMO, UMA VISÃO MARTINISTA

Data: 18 de outubro – 18h

PALESTRANTE: Silvia Munoz, Mestre da Heptada Martinista São Paulo

LOJA ROSACRUZ TATUAPÉ

O SENTIDO MÍSTICO DA PASCOA

Data: 31 outubro – 20h30

Palestrante: Joyce Setti Parkins

LOJA ROSACRUZ LAPA

CURSO DE CRIAÇÃO MENTAL

Data: todas as terças feiras- 20h00

Palestrante: Nelson Alonso, FRC

————————-

RIO DE JANEIRO

Círculo de Estudos Egregore

19/10*SEMINÁRIO: “Mudras e Chakras:O poder em suas mãos” Por Allan Trimurti

Av. Lobo Junior, 1513 – Penha circular – das 10h as 17h.

26/10-Manhã:Departamento de Paganismo.Tarde:Palestra “ASTROLOGIA Você através do espelho” por Thaiana da Silva

09/11*WORKSHOP: “Magia do Amor” por Cleverson Fleming

23/11-Departamento de Paganismo

30/11-Palestra: “A magia que vem do Mar” por Gilson Júnior

07/12-2º Ritual dos 144 OMS por Caciano Camilo

14/12-Trabalho Voluntário

21/12-Caminhada Mística na Floresta da Tijuca Guiada por Cleverson Fleming e Atma

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cursos-palestras-out-nov-2008

Cursos de Kabbalah, Magia e Astrologia no Carnaval

Este é um post sobre um Curso de Hermetismo já ministrado!

Se você chegou até aqui procurando por Cursos de Ocultismo, Kabbalah, Astrologia ou Tarot, vá para nossa página de Cursos ou conheça nossos cursos básicos!

Putz… eu estava tão preocupado em organizar os cursos com meses de antecedência e mandar emails para o pessoal que já tinha o email cadastrado na lista que esqueci de anunciar aqui no Blog – #FAIL

Para quem abomina o ziriguidum e prefere aproveitar uma São Paulo silenciosa e vazia para estudar, seguem os cursos do final de Semana:

13/2 – Kabbalah

14/2 – Astrologia Hermética

15/2 – Tarot – Arcanos Menores, com ênfase na Kabbalah

16/2 – Chakras, Kundalini e Magia Sexual – Lotada!

Em compensação, já escolhi os cursos de Abril. Serão:

02/4 – 72 Nomes de Deus e os Anjos Cabalísticos

03/4 – Runas e Magia Rúnica

04/4 – Chakras, Kundalini e Magia Sexual

24 e 25 – Florais (Voltado para Médicos, Veterinários e Terapeutas)

Informações no email marcelo@daemon.com.br

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cursos-do-carnaval

Curso de Astrologia, tarot e Kabbalah – Junho, Julho e Agosto

Este é um post sobre um Curso de Hermetismo já ministrado!

Se você chegou até aqui procurando por Cursos de Ocultismo, Kabbalah, Astrologia ou Tarot, vá para nossa página de Cursos ou conheça nossos cursos básicos!

Neste final de semana, acontecerão dois cursos aqui em SP. No Sábado 18/6 teremos o curso de Qlipoths: a Árvore da Morte e os Túneis de Set, curso mais avançado voltado para o Estudo das Qliphoth (as cascas vazias da Árvore da Vida) que possuem pré-requisitos Kabbalah e Astrologia Hermética.

Domingo, 19/6 será dia do Curso sobre Chakras, Kundalini e Magia Sexual (sem pré-requisito). É um curso mais voltado para dois tipos de público: médiuns e pessoas que trabalhem ou estudem a espiritualidade de algum modo e casais que estejam estudando ocultismo juntos.

Julho

Em Julho terei novamente os cursos básicos de Kabbalah e Astrologia Hermética em São paulo e no Rio de Janeiro, preparando o pessoal para os cursos intermediários do final do ano.

16/07 – Kabbalah – SP

17/07 – Astrologia Hermética – SP

23/07 – Kabbalah – RJ

24/07 – Astrologia Hermética – RJ

Agosto

20/08 – Tarot (Arcanos Menores) – Porto alegre

21/08 – Magia Prática – Porto Alegre

São cursos intermediários, que precisam de Kabbalah e Astrologia Hermética como pré-requisitos.

27/08 – Tarot (Arcanos Maiores) – SP

28/08 – Tarot (Arcanos Menores) – SP

Em Setembro terei apenas cursos intermediários/avançados (Astrologia Hermética II e Enochiano), então se você pretende se programar para fazer Magia Prática em Outubro, recomendo que faça os básicos agora em Julho.

Dúvidas e informações: marcelo@daemon.com.br

PS: Nas Férias, estou vendo com leitores de se organizarem em pequenos grupos de 4-6 pessoas em cidades próximas de SP (que dê para ir e voltar no mesmo dia) para que eu possa ministrar os cursos básicos durante a semana, porque os finais de semana estão impossíveis até o final do ano mas acredito que esta possa ser uma solução.

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/curso-de-junho-julho-e-agosto

Arcano 6 – Enamorados – Zain

Um homem, entre duas mulheres, é visado por uma flecha que parece pronta para ser disparada por um anjo, Cupido, à frente de um disco solar. O homem, no centro do grupo, olha para a mulher da esquerda. Ele tem cabelos louros, as pernas descobertas, e sua vestimenta é uma túnica de listas verticais, com mangas e um cinto amarelo. Vê-se apenas uma das suas mãos, a direita, à altura do cinto.

A mulher da direita, com os cabelos louros soltos sobre os ombros, tem um rosto jovem, fino. A mão esquerda está pousada sobre o peito do homem, enquanto a direita aponta para baixo, de modo que os braços estão cruzados.

A outra mulher, a da esquerda, está representada de costas, mas o rosto aparece de perfil. Tem cabelos que escapam livremente de um curioso chapéu. Dirige a mão direita para a terra e pousa a esquerda sobre o ombro do jovem.

O anjo, de cabelos louros e asas azuis, segura uma flecha branca com uma das mãos enquanto com a outra segura um arco da mesma cor.

Do disco solar surgem 24 raios pontiagudos, um dos quais é superposto pela asa do anjo.

Significados simbólicos

Sentimento. Livre arbítrio. Maioridade. Prova. Escolha.
Encadeamento, enredo, abraço, luta, antagonismo, combinação, equilíbrio.
Matrimônio, ligação, união. Integração de ambos os sexos ao poder gerador do universo.

Interpretações usuais na cartomancia

Decisão voluntária, eleição. Votos, aspirações, desejos. Exame, deliberações, responsabilidades. Afetos.
Mental: Amor pelas belas formas e pelas artes plásticas.
Emocional: Dedicação e sacrifícios.
Físico: Os desejos, o amor, o sacrifício pela pátria ou pelos ideais sociais, assim como todos os sentimentos manifestados fortemente no plano físico.

É a carta da união e do matrimônio. Representa para os consulentes de ambos os sexos, também, a infidelidade; em certos casos, a iminência de uma escolha a ser realizada.

Sentido negativo: Ruptura, separação, corte, desordem. Divórcio. Prova a ser suportada. Dúvida, falta de resolução. Tentação perigosa, risco de ser seduzido. Má conduta, libertinagem. Debilidade, falta de heroísmo. Infidelidade, maus relacionamentos, indecisão e impotência.

História e iconografia

Em vasos e quadros da época romana, encontra-se com frequência a imagem de um casal de namorados ante uma terceira pessoa ou elemento (em geral um Cupido).

O Arcano VI parece referir-se de forma alegórica a uma ideia diferente: a famosa parábola de Hércules na encruzilhada entre a Virtude e o Vicio, tal como conta Xenofonte nas suas lembranças de Sócrates. É bem provável que esta parábola – e suas variantes, como a de Luciano, o Jovem, disputado pela Arte e pela Ciência, entre as mais conhecidas – tenha sido popular na Idade Média, visto que é citada por vários autores dessa época (Cícero, no Tratado dos Deveres; São Basílio, no seu Discurso aos Jovens).

A ideia fundamental deste tema – ou seja, a necessidade de escolha entre dois caminhos – encontra-se igualmente em muitas imagens cristãs. Pode-se citar como exemplo uma miniatura bizantina do século X, onde Davi está representado entre duas mulheres que simbolizam a Sabedoria e a Profecia: a pomba que pousa sobre a cabeça do rei lembra em muito o Cupido do Arcano VI.

A antiguidade desta parábola é indiscutível, mesmo que as suas representações gráficas mais remotas não tenham chegado até nos. Na vida de Apolônio de Tiana, narrada por Filostrates no final do século II, há uma curiosa passagem em que um sábio egípcio diz a Apolônio:

Davi, entre a Sabedoria e a Profecia

“Tu conheces, nos livros de imagens, a representação de Hércules em que ele, jovem, ainda não escolheu o seu caminho. O Vício e a Virtude o rodeiam, tentam atraí-lo, cada um o quer para si…”

É preciso remontar mais uma vez aos pitagóricos para encontrar o simbolismo gráfico do tema, representado entre eles pela letra Y, emblema da escolha vital que todo homem realiza no final da infância.

O traço da metade inferior da letra Y representaria precisamente a infância, isenta de vícios ou virtudes; os braços que partem da bifurcação da letra representariam cada uma dessas tendências, enquanto que o ponto onde a bifurcação se produz seria o momento exato em que a puberdade se manifesta.

É comum encontrar nos manuscritos medievais esta referência à letra Y: “bifurcação, ou letra de Pitágoras”. Não é casual, assim, que alguns desenhos modernos do Tarô mencionem esta lâmina como A Dúvida ou A Prova.

Esse mesmo significado é mencionado no Antigo Testamento – no Deuteronômio, no primeiro dos Salmos, e mais explicitamente ainda em Jeremias. A idéia não reaparece no Novo Testamento, mas sim no começo dos Ensinamentos dos Doze Apóstolos, texto não canônico, presumivelmente composto por volta do século II: “Dois são os caminhos; um leva à Vida e outro à Morte”.

Uma interpretação totalmente diferente vê nessa estampa o ato do compromisso matrimonial dos noivos diante do sacerdote. Alguns dos célebres pintores renascentistas – Rafael, Perugino – deram testemunho dessa cerimônia na vida da Virgem.

“Entre os pitagóricos – disse Clemente de Alexandria – o seis é um numero sexual, chamando-se por esta razão O Matrimônio”.

Nas analogias geométricas, o Enamorado se identifica ao selo de Salomão, ou seja, tem claro vínculo com cópula dos triângulos entrelaçados.

Do ponto do vista psicológico, é sem dúvida a metáfora mais transparente do caminho para a identidade, que só se realiza no conflito e no intercâmbio com o mundo e com os outros.

Por Constantino K. Riemma retirado de http://www.clubedotaro.com.br/

#Tarot

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/arcano-6-enamorados-zain

Cursos de Setembro/2008 – Update

Este é um post sobre Cursos já ministrados e que podem ser adquiridos a qualquer momento!

Se você chegou até aqui procurando por Cursos de Hermetismo, Kabbalah, Astrologia ou Tarot, vá para nossa página de Cursos ou conheça nossos cursos básicos!

Seguem as datas dos cursos de Setembro, em São Paulo:

21/09 – Kabbalah

27/09 – Tarot (Arcanos Maiores)

28/09 – Chakras, Kundalini e Magia Sexual

Informações no email: marcelo@daemon.com.br

Para ver as Palestras abertas ao público, continue lendo este artigo:

Palestras:

As palestras são todas gratuitas e abertas ao público leigo.

Se for algo diferente disso, eu deixarei avisado!

Conforme prometido, segue o endereço da Palestra em Campinas:

ASTROLOGIA HERMÉTICA

Data: 19 de Setembro, 20h

PALESTRANTE: Marcelo Del Debbio

LOCAL: Loja Maçônica “Trabalho e Silêncio”

Av. da Saudade, 1289 – Bairro Ponte Preta, Campinas, SP

Telefone: (19) 3231-4184

Palestras abertas em São Paulo:

TEMPLÁRIOS E CÁTAROS

Data:13 de Setembro – 16H

PALESTRANTE: João Miguel Matos Nogueira e Alexandre Ullmann

LOCAL: LOJA ROSACRUZ SÃO PAULO

Endereço: Rua Borges Lagoa, 1345 – Vila Clementino

OS FUNDAMENTOS CABALÍSTICOS DO MARTINISMO

Data: 20 setembro – 14h00

PALESTRANTE: Marcos Rogério Chaves da Silva

LOCAL: HEPTADA MARTINISTA SÃO PAULO

Endereço:Rua Antonio de Godoy, 88 – 5º andar -Centro

Precisa confirmar presença pelo telefone: (011) 3362-2481

PREVISÕES ASTROLÓGICAS

Data: 20 de setembro – 18h

PALESTRANTE: Marcio Cassoni

LOCAL: LOJA ROSACRUZ SANTANA

Endereço:Rua Antonio dos Santos Neto, 129 – Carandiru.

A CABALA MEDIEVAL

Data: 20 de Setembro – 16h00

Palestrante:João Miguel Matos Nogueira e Alexandre Ullmann

LOCAL: LOJA ROSACRUZ SÃO PAULO

Endereço: Rua Borges Lagoa, 1345 – Vila Clementino

A BUSCA DO GRAAL

Data: 27 setembro – 17h

Palestrantes: Fabio Mendia e Cecilia Mendia

LOCAL: LOJA ROSACRUZ SÃO PAULO

Endereço: Rua Borges Lagoa, 1345 – Vila Clementino

INTUIÇÃO: A INTELIGÊNCIA DO CORAÇÃO

Data: 28 setembro – 14h

Palestrante: Mercedes Accorsi

LOCAL: LOJA ROSACRUZ LAPA

Endereço: Largo da Lapa, 178 – Lapa de baixo.

#Cursos

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/cursos-de-setembro-2008-update

Carl Jung Reloaded

A forma do mundo em que o homem nasceu já está dentro dele como imagem virtual. (Carl Jung)

Carl Gustav Jung era um jovem psiquiatra de Zurique na época em que conheceu e ficou fascinado pelo revolucionário psicanalista Sigmund Freud, no começo do século passado. A admiração mútua durou pouco mais de uma década, tendo os dois rompido relações por incompatibilidades pessoais e intelectuais, principalmente pela rejeição de Jung ao pansexualismo de Freud. Para Jung, o comportamento humano é condicionado não somente pela sua história individual e racial (causalidade), mas também pelos seus alvos e aspirações (teologia). O passado como realidade, e o futuro como aspiração/potencialidade dirigem o comportamento presente.

“O indivíduo vive para os alvos, assim como pelas causas.” (Carl Jung)

No primeiro filme, The Matrix, Neo aprende a viver por sua aspiração, que é primeiro libertar-se de algo que ele não conseguia ver ou saber, mas cuja opressão ele podia sentir em sua alma. Ele buscou essa libertação desesperada e inconscientemente, e foi ajudado por Morpheus e Trinity a sair da Matrix. Após o conhecimento do QUE o subjugava, sobreveio o medo, e a pequenez diante do poder do carcereiro (no caso, as máquinas). Precisou, novamente, de ajuda externa, na figura de Oráculo, que progressivamente o ensinou que buscar os seus objetivos é como respirar (ou amar): não deve haver dúvidas se você pode ou não pode, você apenas respira (ou ama) e aquilo é o natural. Sua mente, enganada (e subjugada) pelas máquinas durante toda a vida, poderia novamente ser enganada (e subjugada) por uma força ainda maior: ele mesmo. Inicia-se todo um esforço de desprogramação (desintoxicação) das limitações que o cerceavam na Matrix.

Foi em um momento de absoluta necessidade, quando não havia espaço para o raciocínio lógico, que uma parte do poder de Neo aflorou, e ele salvou Trinity da queda no helicóptero numa seqüência de acontecimentos que poderíamos chamar aqui de Sincronicidade, onde cada ação ocorreu em seu momento certo, da forma correta. Embora ele tenha tido este momento de epifania, dúvidas ainda pairavam em sua mente, dúvidas essas que o levaram ao erro (a bala que passou de raspão ao tentar desviar) e foi preciso que seu corpo na Matrix morresse (simbólica e literalmente) para que uma nova consciência pudesse despertar. Essa nova consciência, finalmente liberta das amarras da ilusão (Matrix), escolheu ensinar a humanidade o poder dessa libertação.

Assim termina o primeiro filme, que retrata um combate não externo, mas interno, contra a ilusão que nubla a própria mente consciente, ou ego, como veremos nos estudos de Carl Jung:
Ego ou mente consciente

É o responsável por nossos sentimentos de identidade e continuidade e, do ponto de vista da própria pessoa, é encarado como sendo o centro da personalidade. O budismo procura justamente aniquilar o ego, essa falsa percepção de identidade. O ego não foi produzido pela natureza para seguir ilimitadamente os seus próprios impulsos arbitrários, e sim para ajudar a realizar, verdadeiramente, a totalidade da Psique. Se, por exemplo, possuo algum dom artístico de que meu ego não está consciente, este talento não se desenvolve, e é como se fora inexistente. O ego é como o boi da parábola Zen, é a tração. Mas não confunda: o boi não guia, é guiado pelo cocheiro, mas, na maioria das vezes, nós mesmos deixamos o boi tomar o rumo que ele quer.
Inconsciente individual

Onde ficam as experiências que foram reprimidas, suprimidas, esquecidas ou ignoradas, e também experiências muito fracas para marcar a consciência do individuo. É aí que se encaixam os Complexos, que são grupos organizados de sentimentos, percepções e memórias, que ficam no inconsciente, mas atuando de forma determinante no consciente, podendo atuar até mesmo como uma personalidade autônoma, usando a psique para seus próprios fins.
Inconsciente coletivo

É o alicerce de toda a estrutura da personalidade. Sobre ele estão erigidos o ego, o inconsciente individual e todas as outras

“O conhecimento baseia-se não somente na verdade, mas no erro também.” (Carl Jung)

No segundo filme, Neo é alçado a um patamar de semi-Deus pelos seus amigos e habitantes de Zion. Não apenas ele libertou-se, como dominou o código da Matrix. Neo fica um pouco desconfortável com o assédio, mas seu ego se acomoda bem à posição de Super-Homem, e sua autoconfiança dentro da Matrix é visível, e perigosa. Vejamos o que Jung tem a dizer sobre os papéis que tomamos para nós mesmos e para a sociedade:
Arquétipos

São imagens recorrentes no inconsciente coletivo (formas-pensamento), que expressam e definem uma situação. São mais que um ícone, pois contêm uma grande carga de emoção (além da informação) que é transmitida a quem vê. Ex: Jesus na cruz simboliza um arquétipo de ser bondoso que sofreu injustamente e resignado, o que causa um efeito anestésico (inconsciente) em quem está passando por provações (por identificação). Já a andrógina e decidida Trinity se tornou (pra muitos) um arquétipo feminino desta geração, assim como sensual e produzida Marilyn Monroe o foi para a geração dos anos 60. Uma vez que esses arquétipos são assimilados pela pessoa, são trabalhados individualmente, podendo até assumir o controle da personalidade (no caso da Sombra). Não é preciso entrar em contato sensorial com o arquétipo para que eles atuem, já que cada indivíduo nasce com acesso a toda a “biblioteca de Arquétipos”, via Inconsciente Coletivo.
Persona

É a máscara usada pelo indivíduo em resposta às convenções e tradições sociais e às suas próprias necessidades arquetípicas internas. É o papel que a sociedade lhe atribui, que espera que você represente na vida. O propósito da máscara é produzir uma impressão definitiva nos outros e, muitas vezes (embora não obrigatoriamente) dissimula a verdadeira natureza do indivíduo, em oposição à personalidade privada, que existe por trás da fachada social. Se o ego se identificar com a persona, como freqüentemente o faz, o indivíduo terá mais consciência do papel que está representando do que de seus sentimentos genuínos. Será sugado pelo personagem, tornando-se um alienado de si mesmo e toda a sua personalidade toma um aspecto superficial e bidimensional (a persona assemelha-se, em certos casos, ao superego categorizado por Freud). O pós-estruturalismo veio reforçar a idéia do papel como esvaziador da potência do indivíduo, como um chefe que se deixa tomar pela importância do cargo, ou homem/mulher que sofre ou se anula em prol de um símbolo, que é a família ou o casamento. Lidamos com esses símbolos todo dia, seja em casa (com o pai, irmão), seja na rua (com o guarda), nos afazeres (com o professor, o chefe), até mesmo indiretamente (como o governador e o presidente), os símbolos se interpõem entre nós e as pessoas, assim como um software de computador nos apresenta um conjunto de símbolos que intermedia nossa comunicação com o processador da máquina.

“Mais cedo ou mais tarde tudo se transforma no seu contrário.” (Carl Jung)

“Aceite que tudo gira em torno do sexo, Mr. Jung. É inevitável!”

Continuando o filme, surge o combate de Neo com Smith. Neo fica surpreso em ver como ele está mais forte, e tem de fugir para não perder o combate. Aqui fica claro que há uma estreita relação entre os dois, que ambos podem intuir, mas, como ambos se detestam, não podem compreender as implicações de que um é instrumento de evolução do outro.
Sombra

O arquétipo da Sombra é o lado escuro da mente, moradia do inconsciente. Lá estariam guardados os instintos animais que o homem herdou de espécies primitivas na evolução, e também as funções menos utilizadas da personalidade. É representada pelas idéias, desejos e memórias que foram reprimidos pelo consciente, por ser incompatível com a Persona e contrárias aos padrões morais e sociais. Quanto mais forte for nossa Persona, e quanto mais nos identificarmos com ela, mais repudiaremos outras partes de nós mesmos. A Sombra representa aquilo que consideramos inferior em nossa personalidade e também aquilo que negligenciamos e nunca desenvolvemos em nós mesmos. Em sonhos, a Sombra freqüentemente aparece na forma daquilo que detestamos. No caso de Neo, um engravatado do governo. 

O estruturalismo (Lévi-Strauss, Barthes, Lacan etc) e a teoria dos sistemas (Luhmann) decretaram a “morte do sujeito”, o indivíduo do pensamento iluminista, em favor da sociedade ex-machina, vista de cima, de forma pragmática e objetiva. Esse é o papel do Arquiteto, o programa que construiu a Matrix. Para ele pessoas são números, equações que ele deve manter equilibradas. Entretanto, o ser humano é imprevisível, e alguns poucos desequilibraram o sistema várias vezes, causando um colapso.

O pós-estruturalismo defende que é a interação entre os elementos de um sistema que causa a entropia que destrói a estutura. Cuidar desses elementos individuais é o papel de Oráculo, um programa de salvaguarda do “sistema Matrix”. Ela tenta equilibrar os interesses do Arquiteto com o dos humanos “revoltados”, e naturalmente evoluiu para ser a intermediadora entre os dois lados.

Anima e Animus

Anima (alma, em latim) é a representação feminina no inconsciente do homem (que idéia ele faz, no seu íntimo, da mulher). O caráter da Anima é, em geral, determinado pela sua mãe. Se o homem sente que sua mãe teve sobre ele uma influencia negativa, sua Anima se manifestará de forma negativa, ou seja, ele poderá ser inseguro, apático, com medo de doenças, de impotência ou de acidentes (se ele conseguir combater essas influências negativas da Anima, sua masculinidade tende a fortalecer-se). A vida adquire um aspecto tristonho e opressivo, que pode levar o homem até mesmo ao suicídio. Se, por outro lado, a experiência com a mãe tiver sido positiva, a Anima poderá deixá-lo efeminado ou explorado por mulheres, incapaz de fazer face às dificuldades da vida (menino criado com vó dá nisso!). A manifestação mais freqüente de Anima é a que toma forma como fantasia erótica, que leva o homem a consumir revistas pornográficas, sex-shows, etc. É um aspecto primitivo e grosseiro da Anima, mas que só se torna compulsivo quando o homem não cultiva suficientemente suas relações afetivas – quando sua atitude para com a vida mantém-se infantil.Animus (espírito, em Latim) é o lado masculino no inconsciente da mulher. Assim, uma mulher muito feminina tem uma alma

“O encontro de duas personalidades é como o contato de duas substâncias químicas. Se há alguma reação, ambos são transformados”

masculina não desenvolvida (trabalhada). Em seu relacionamento com o mundo, se ela é impressionável, calorosa, estimulante e envolvente, seu lado masculino interior será muito diferente: duro, crítico, agressivo, prepotente… O Animus (assim como a Anima) possui 4 estágios de desenvolvimento: o primeiro como personificação da força física (o atleta, a força pelos músculos), no estágio seguinte, como o homem de ação (iniciativa e planejamento). No terceiro, manifesta-se como verbo, como professor, e na quarta e mais elevada manifestação torna-se (assim como a Anima) mediador de uma experiência na qual a vida adquire um novo sentido. Dá à mulher uma firmeza espiritual e um amparo interior, que compensa sua brandura exterior. Relaciona a mente feminina com a evolução espiritual da época, tornando-a assim mais receptiva a novas idéias criadoras do que o homem. É por este motivo que antigamente, em muitos países, cabia à mulher adivinhar o futuro ou a vontade dos Deuses. A audácia criadora do seu Animus positivo expressa, por vezes, pensamentos e idéias que estimulam a humanidade a novos empreendimentos.

Anima/us é também uma Sombra, e como tal pode ser projetada. Isso é feito quando a pessoa apaixona-se logo de cara, quando diz “É essa/esse!” e parece que se conhece essa pessoa há tempos. Pessoas fascinantemente misteriosas são as mais fáceis do homem/mulher projetar sua Anima/us, pois em torno delas pode-se tecer as mais variadas fantasias. Para sair desta ilusão é preciso reconhecer o Anima/us como um poder e qualidade interior. O objetivo de todo esse jogo do inconsciente é forçar o ser humano a desenvolver e amadurecer o próprio ser, integrando melhor a sua personalidade inconsciente e trazendo-a à realidade da vida (mesmo que seja através de subterfúgios, como projeções).

“Cada homem sempre carregou dentro de si a imagem da mulher; não a imagem desta ou daquela mulher, mas uma imagem feminina definitiva.” (Carl Jung)

Mas a Anima/us não é só negativa. Ao contrário, uma Anima bem trabalhada pode levar o homem ao seu pleno potencial. A função mais importante da Anima é ajudar a sintonizar a mente masculina com seus valores interiores positivos, assumindo então uma posição de mediadora entre o mundo interior e o Self. E é através deste desejo íntimo de trabalhar aspectos que o homem não possui, que um homem tímido tende a procurar alguém que seja extrovertida. Como no velho ditado “os opostos se atraem”, ou a “cara metade”, a “banda da laranja”, etc. As pessoas buscam o oposto nas outras pessoas quando na verdade é um subterfúgio do inconsciente para encontrar o oposto dentro delas mesmas.

“Atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher“. Verdade, embora o contrário também seja verdadeiro. Vemos este arquétipo de Anima como a salvação, a luz no fim do túnel, no livro A Divina Comédia, onde Beatriz guia Dante através de um (significativo e simbólico) caminho tortuoso e íngreme, que o leva à redenção (luz). Trinity simboliza a Anima de Neo em Matrix, e através dela (direta e indiretamente) ele pôde manifestar suas potencialidades. Na Índia vemos essa dualidade/complementação no casal de Deuses Shiva/Kali e Vishnu/Parvati.

No terceiro filme Neo fica cego (simbolicamente perdido, cercado pela escuridão) e é guiado (literalmente pela mão) por Trinity, que pilota a nave até seu objetivo (a cidade das máquinas). Antes, porém ela Neo até a luz do Sol (símbolo pra uma nova iluminação, uma nova compreensão).

A Anima/us vai muito mais fundo na contraparte da personalidade (lado oposto inconsciente) que a Sombra. Se a imagem da

Se todas as funções pudessem ser igualmente fortes no consciente e harmonizadas (como se dispostas na borda de um círculo) o centro desse círculo seria o Self realizado plenamente. É o núcleo, mas também é toda a esfera. O problema é que nem sempre acessamos este núcleo. Mas não fiquem pensando que é um ponto localizável na alma humana, algo que possa ser acessado tipo “ah, eu estou falando com o Self” porque ele é um conjunto que define o ser humano como um TODO, e o ser humano TAMBÉM é sua coletividade e seu meio (inconsciente coletivo). A abordagem do Self vem de encontro à filosofia Zen, quando diz:

“Se o Zen Budismo considerasse importante expressar-se aqui apoiado no uso da terminologia, poderia fazê-lo do seguinte modo: o centro do ser situa-se além da multiplicidade, da identidade/diversidade e, no entanto, não se situa além delas. E, como situar-se além e não-além disto é igualmente uma contradição, acrescentar-se-ia como explicação: o centro do ser não é um nem outro, nem ambos, e absolutamente não pode ser descrito por meio do pensamento. Quem desejar saber o que ele é, deve percorrer o Caminho Zen”

(O caminho Zen, de Eugen Herrigel)

Nicolau de Cusa, monge filósofo do século XV, já usara imagem semelhante ao referir-se à onisciência divina: “Deus é uma esfera cujo centro está em toda parte e cuja circunferência não se delimita em parte alguma”.

Self

O Self é o objetivo da vida. Um alvo pelo qual as pessoas sempre lutam, mas raramente atingem. Os arquétipos dessa realização são Jesus e Buda (meus heróis, meus heróis!). O Self pode ser definido como um fator de orientação intima. Jung o compara ao daemon, ou gênio (que hoje chamamos de guia espiritual ou anjo da guarda), seja ele interior ou exterior a você. O Self é o ponto central da personalidade, em torno do qual giram todos os outros sistemas. Ele sustenta a união desses sistemas, e fornece unidade, equilíbrio e estabilidade à personalidade. Antes de o Self emergir, é necessário os vários componentes da personalidade se desenvolvam plenamente. Por essa razão, o arquétipo do Self não se torna evidente até que o indivíduo tenha atingido a idade madura. Nessa época, ele procura deslocar-se do ego consciente para um ponto a meio caminho entre o consciente e o inconsciente. Manter-se nessa região intermediária constitui-se no domínio do Self. Qualquer semelhança com o caminho do meio, de Buda, não é coincidência.

“Não posso lhe dizer como é um homem que goza de uma completa auto-realização, nunca vi nenhum… Antes de buscar a perfeição, devemos viver o homem comum, sem mutilação” (Carl Jung)

Individuação

É um processo ininterrupto de aprimoramento pessoal. A harmonização do consciente com o Self. O caminho para a iluminação. Todos estamos num processo de Individuação, no entanto, a grande maioria não o sabem. Mas os que estão suficientemente conscientes deste processo, podem tirar algum proveito disso.

Mas não é assim tão é fácil: o ego reclama, pois se sente tolhido em suas vontades ou desejos, e projeta essa frustração sobre qualquer objeto exterior (Deus, a economia, o vizinho, o namorado(a) ou o trabalho). Algumas vezes tudo parece estar bem com a pessoa, mas no íntimo ela sente tédio e um vazio mortal. Há também o perigo de identificação com a Persona. Aqueles que o fazem tendem a tentar tornar-se perfeitos demais, incapazes de aceitar seus erros ou fraquezas, ou quaisquer desvios de sua auto-imagem idealizada. Aqueles que se identificam totalmente com a Persona tenderão a reprimir todas as tendências que não se ajustam, e a projetá-las nos outros, atribuindo a eles a tarefa de representar aspectos de sua identidade negativa reprimida.

“Nós não podemos mudar nada sem que primeiro a aceitemos” (Carl Jung)

Há alguns estágios básicos para a Individuação, que são: reconhecer as máscaras (persona), confrontar a Sombra, a Anima /

Neo se defronta com as questão do que é “real” várias vezes durante os filmes. Primeiro, ele teve de se libertar da ilusão da Matrix, depois da ilusão do ego e, por fim, da ilusão da individualidade. Somente quando percebeu que não tinha sentido combater pela eternidade a Sombra (Smith) foi que Neo se deixou levar pelo SENTIDO dos acontecimentos, que no filme é chamado de propósito. Todos ali têm uma missão, uma programação, mesmo fora da Matrix. Era o indicativo de que, para além do Arquiteto e da Matrix, existiria uma OUTRA Matrix mais sutil, e percebemos isso claramente quando Neo, ao Individuar-se (na fusão com Smith) é simbolicamente retratado como Jesus na cruz – pois cumpriu o trajeto dos Mestres Crísticos, que colocaram a missão acima da individualidade – para depois sumir em uma luz que representa uma flor de Lótus (símbolo da transcendência da alma).

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/carl-jung-reloaded

Sagrado, Secreto e Sinistro: 666

por Adriano C. Monteiro

O “temível” e suspeito número 666 parece causar muito burburinho quando mencionado em quaisquer lugares. Mas sem divagar demais em muitas teorias e preconceitos religiosos, o número 666 encerra significações cabalísticas draconianas, ocultistas e psicológicas, o que nada tem a ver com o Diabo ou com o mal do mundo.

Seis é o número da esfera do Sol, o que representa, em nível humano, o Eu Superior em seu aspecto luminoso, a inteligência manifestada, a mente expandida. O Sol e o número 6 também podem ser representados pelo hexagrama e pela cruz (um símbolo bastante antigo e pré-cristão), que é desdobrada e desenvolvida a partir do cubo, que é um sólido geométrico de seis lados. Desdobrado na cruz invertida, esta simplesmente representa uma espada apontada para cima, um shiva-linga, quer dizer, um falo (símbolo solar, masculino) unido à vagina (o traço horizontal da cruz).

O Sol está situado – na Árvore da Vida e da Morte cabalística – nas esferas de Tiphareth/Thagirion (a “Beleza” e o “Ardente Sol Negro”), que é um nível de evolução no qual o indivíduo atinge um alto grau de autoconhecimento e autoconsciência. Mas para que a evolução seja completa e a sabedoria seja internalizada, é preciso conhecer o lado sinistro do sagrado e secreto Eu Superior (pois nada existe somente com uma face). E esse lado sinistro do Dragão de Sabedoria, do Eu Superior, é expresso pelo número 666, já que sua multiplicação e soma finalmente resultam sempre no número noturno da Lua, ou seja, 9, que é também o número do leão-serpente (teth, ?), a união entre o masculino e o feminino. A Lua representa a noite, o oculto, o secreto, o subconsciente e o sinistro (sombrio e “esquerdo” como o aspecto feminino e sexual do universo e da psique humana). Entenda-se que “sinistro” não é aquilo que seja maligno nem malévolo, ou coisa semelhante; sinistro é “esquerdo”, e no contexto prático e metafísico draconiano indica a presença de elementos sexuais, femininos poderosos, instintivos e subconscientes (a maior fonte de poder de um iniciado e de um filósofo oculto). Portanto, nada há de maligno nisso nem tem a ver com qualquer fantasia paranoica do Diabo (pois este não existe). Afinal, nós temos o lado direito e esquerdo de nosso corpo, temos a mão direita e a esquerda, o lado direito e esquerdo do cérebro, etc.

Fique só com o lado direito, então, e você verá o quão simétrico, equilibrado, harmonioso e belo você parecerá!

Na prática da filosofia oculta e do draconismo, 666 é o número da força obscura e agressiva do Eu Superior, o número do aspecto sombrio da Inteligência Solar do Daemon individual. Mas é também o número de Sorath, o Espírito do Sol, a força solar agressiva e impetuosa que impulsiona a evolução. Esse número, 666, pode ser extraído do Quadrado Mágico Solar, ou Kamea, que é dividido em 36 partes, ou quadrados menores numerados, cuja soma total é 666, o número do próprio nome de Sorath extraído pelo cálculo de suas letras hebraicas. Desse quadrado, para fins práticos, também é extraído o sigilo de Sorath, ou Deggial, como também é chamado. Sorath-Deggial é a verdadeira Besta da Revelação, a Besta 666, a correspondente revelação microcósmica do próprio Eu com seu animalismo (não confundir com animismo) natural, primitivo e intrínseco que se torna autoconsciente; é a revelação do conhecimento com compreensão, da Gnose, e da Sabedoria das sombras (o subconsciente e o aspecto feminino, Sophia/Shakti/Shekinah).

O número 36 (3×6, 666) igualmente resulta em 9, a Lua, a consorte do Sol Negro (a Grande Besta, o Dragão de Sabedoria), demonstrando assim o equilíbrio entre as forças duais (como dois pilares) do universo e do ser humano, a união entre o feminino e o masculino, entre as trevas e a luz, entre o subconsciente e o supraconsciente, etc. A Lua é a yoni (vagina) de Shakti, e o Sol Negro é o linga (pênis) de Shiva, e sua união resulta finalmente em 9, a esfera do sexo, não somente o sexo humano, fisiológico e anatômico, mas principalmente o sexo metafísico de todas as forças que são unidas para criar algo no universo e na natureza

visíveis e invisíveis.

Tal união, como toda união entre forças opostas deveria ser, resulta em uma terceira força que é, no ser humano, o nascimento da autoconsciência e o renascimento do autêntico e completo ser humano em seu alto grau evolutivo, ou seja, o Homo veritas (o humano verdadeiro). As forças opostas não se opõem, mas se unem para criar. E o ser humano verdadeiro autoconsciente, não um mero humanoide autômato, cria a si mesmo a cada etapa evolutiva. O número 666, portanto, é o número do Homem, do Anjo Guardião e da Besta (o Eu Superior, o Dragão) com suas forças em equilíbrio e com a sabedoria das Sombras e da Luz.

Contudo, as pessoas cuja compreensão parece não ir além de interpretações limitadas e condicionadas e com base em suas ideias oriundas de dogmas enganosos seculares, há muito tempo acreditam piamente que o número seiscentos e sessenta e seis seja satânico, “sujo” e sinistro. Os textos bíblicos disseminaram muitas ideias que seriam motivo de sarcasmo por parte de Satã, se ele realmente existisse como a maioria das pessoas imagina. Se tal número é da besta, besta é o próprio o homem, segundo o texto bíblico, pois “(…) calcule o número da besta, pois é o número do homem (…)”; em essência, a espécie (besta) humana é obviamente uma espécie animal. Assim, cada indivíduo tem a escolha de buscar ser uma Grande Besta sábia, pois o 666 é a face sagrada, secreta e sinistra do Ser autoconsciente.

Adriano C. Monteiro é escritor de Filosofia Oculta, membro de diversas Ordens e autor da Tetralogia Draconiana

#LHP

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/sagrado-secreto-e-sinistro-666