O Evangelho Segundo Johann Sebastian Bach

“Pode ser que nem todos os músicos acreditem em Deus; em Bach, porém, todos acreditam”

Há exatos 334 anos nascia em Eisenach, Alemanha, o Pai da música. Reverenciado por todos os compositores que o sucederam e responsável por abrir um mundo de possibilidades criativas, Johann Sebastian Bach é, sem dúvida alguma, o grande arquiteto da música clássica.

Sua música é uma manifestação clara da divindade. Ouvir sua obra é uma experiência arrebatadora, uma oportunidade de reflexão, de autoconhecimento e, ao mesmo tempo, elevação. Nietzsche, o grande filósofo alemão, não pensava diferente: “Esta semana, ouvi três vezes a Paixão Segundo São Mateus do divino Bach e a cada vez com o mesmo sentimento de infinita admiração. Quem desaprendeu totalmente a cristandade tem a chance de ouvi-la como um Evangelho.”

Apesar do seu temperamento vulcânico, Bach era uma pessoa de natureza bondosa e de postura modesta. Não pensava na posteridade nem se gabava de suas habilidades. Acreditava que tinha muito a aprender com todos. Prova disso foram as transcrições que fez das obras de Vivaldi, o que ajudou a melhorar a sua escrita. Em determinada ocasião, ele percorreu 350 km a pé apenas para ouvir o organista e compositor Buxtehude.

O Gênio

Sua genialidade é comparável a de Shakespeare, Newton e Einstein. O que seus professores ensinaram, foram apenas rudimentos da teoria musical. A excelência no cravo, no órgão e na arte da composição, Bach adquiriu da mesma maneira que um mago com seus grimórios, estudando a luz de velas, tocando e copiando partituras de outros compositores.

Aprender sozinho estes instrumentos e atingir o nível que Bach atingiu é no mínimo impossível para a maioria dos seres humanos. Fica evidente que Bach é um indicio de alma avançada que, por meio de duro esforço em muitas vidas anteriores, desenvolveu em si mesmo algo que vai além das realizações normais da humanidade.

“O gênio não pode ser explicado pela hereditariedade, pois esta se relaciona apenas parcialmente com o corpo denso, não com as qualidades anímicas. Se o gênio pudesse ser explicado pela hereditariedade, por que não há uma longa linhagem comum de mecânicos entre os ancestrais de Thomas Edison, cada qual mais capacitado do que seu predecessor? Por que o gênio não se propaga? (…) Quando a expressão do gênio depende da posse de órgãos especialmente construídos, que requerem longo tempo de desenvolvimento, o Ego renasce naturalmente em uma família de Egos que tenham trabalhado gerações inteiras para construir organismos semelhantes. Esta é a razão de terem nascido, na família Bach, vinte e nove músicos, mais ou menos geniais, durante um período de duzentos e cinqüenta anos. Que o gênio é uma expressão da alma e não do corpo é demonstrado pelo fato de que essa faculdade não se aperfeiçoou gradativamente, alcançando sua  máxima expressão na pessoa de Johann Sebastian Bach. Antes, sua proficiência estava muito acima não só da dos antecessores como dos sucessores. O corpo é simplesmente um instrumento, cujo trabalho depende do Ego que o guia, assim como a qualidade de uma melodia depende da habilidade do músico e do timbre do instrumento. Um bom músico não pode expressar-se plenamente num instrumento pobre, assim como nem todos os músicos podem tocar de modo igual no mesmo instrumento. Que um Ego procure renascer como filho de um grande músico não significa necessariamente que venha a ser um gênio maior que o pai, o que forçosamente sucederia se o gênio fosse herança física e não uma qualidade anímica.” (Max Heindel, Conceito Rosacruz de Cosmos)

Bach e os Rosacruzes

No texto “Johann Sebastian Bach e os Rosacruzes” (Fraternidade Rosacruz) o autor nos demonstra o uso da numerologia bachiana e especula sobre sua possível filiação rosacruciana.

O fato é que Bach foi membro da Sociedade das Ciências Musicais de Leipzig, Alemanha, uma Associação ligada ao caminho iniciático, ingressando desta forma no “mundo oculto da música”.

Segundo consta, conceitos de filosofia e matemática em conjunto com pesquisas cabalísticas e alfabetos mágicos, originaram fórmulas secretas e enigmáticas utilizadas nas composições musicais dos iniciados nesta sociedade. Esta “formulação iniciática” nas músicas eram aplicadas nos intervalos, figurações rítmicas, harmônicas, etc.

É interessante ver que a Ordem Rosacruz (AMORC) intitula a Ária da Suíte nº3 de Sinfonia Mística e a considera como uma obra de elevadíssimos ideais, sugerindo-a como um tema místico para meditação.

De uma forma ou de outra, eu acredito que Bach fora iniciado muito antes de entrar em alguma ordem de caráter iniciático. O sistema de magia musical se cristalizou nas músicas de Bach, construindo catedrais no plano astral que serviu de sustentáculo para toda a música posterior a ele.

“A Paixão de Cristo” pela Música

Bach escreveu três paixões durante sua carreira, a de são Mateus, a de são João e a de são Marcos, embora grande parte desta última tenha se perdido.

A paixão segundo são Mateus, para coro duplo, orquestra dupla, dois órgãos e solistas é uma obra grandiosa, exibida pela primeira vez na Sexta-Feira Santa de  1727.

A estrutura narrativa é a seguinte: o evangelista revela os fatos à medida que acontecem nos recitativos, com ocasionais versos dialogados entoados pelos solistas. O coro ora tem papel participativo direto, p. ex. introduzindo o diálogo no drama pela voz do povo, ora oferece comentários e entoa preces, incluindo corais interpostos.

Parte I – A obra abre com um prólogo no qual o coro lamenta os fatos vindouros. A narrativa começa propriamente em Betânia, com o Cristo prevendo sua própria e iminente crucificação. A trama segue o episódio da cumplicidade de Judas com os fariseus, os apelos de Jesus a Deus e, por fim, a traição e a prisão. Depois de cada seçãoda narrativa, um comentário é inserido na forma de recitativo e ária ou coral.

Parte II – Após outro Prólogo, que lamenta a prisão de Jesus, a segunda parte começa com o interrogatório perante Caiafás, a negação de Pedro e o julgamento por Pilatos. Bach conclui a obra com a crucificação, morte e sepultamento de Jesus, seguindo-se um coro final de lamento

Para narrar o martírio e a morte de Cristo, Bach usa os capítulos 26 e 27 do Evangelho de São Mateus e em alguns trechos ele emprega textos poéticos de Christian Friedrich Henrici, conhecido como Picander.

A igreja onde Bach trabalhava é um aspecto de grande importância, sua estrutura permitia que dois coros se posicionassem um de frente para o outro, possibilitando a criação de um efeito estéreo, fator que contribuiu para a dramaticidade dessa obra.

Outro aspecto interessante é a forma com que Bach tratou os recitativos cantados por Jesus. Diferente do comum, que seria um recitativo seco, acompanhado apenas pelo contínuo, Jesus é acompanhado pelas cordas, criando um efeito de amplidão e doçura, como se Deus ali estivesse amparando seu filho. Somente quando Jesus diz Eli, Eli, lemá sabactháni? (Meu Pai, meu Pai, por que me abandonaste?), esse acompanhamento desaparece.

A escrita dessa obra é perfeita, temos a nítida impressão que Deus a ditou para Bach e ele apenas a transcreveu. Não foi a toa que lhe deram o título de “O Quinto Evangelista”. Bach concordava com Lutero quando este dizia: “Com a exceção da teologia, não há nenhuma arte que possa ser colocada no mesmo nível da música (…) onde há música devocional, Deus está presente”

“As palavras de Cristo são sempre pronunciadas num estilo declamato, carregado de elã místico e verdade profética, acompanhado pelas cordas, quase sempre por sequências de acordes, mas também, com ornamentos independentes da linha do canto, em atmosferas que se movem entre a tristeza, a ternura, o celestial, derivando por instantes até o estilo próprio arioso (…) Podemos imaginar que Bach tinha consciência de ter criado uma obra única, de ter aprofundado a natureza do Cristo como se ele estivesse vivo em seu próprio intelecto, mas o que poderíamos compreender, a respeito dessa obra-prima, será para sempre obscurecido e limitado pela inadequação de nossos esforços e a inferioridade manifesta da teoria diante da verdadeira beleza.” (Basso, pesquisador italiano)

O fato é que nem os ateus mais ferrenhos escapam de serem evangelizados pela musica de Bach, até mesmo Richard Dawkins, ateu de carteirinha, é um convertido confesso da Paixão Segundo São Mateus. E aí, o que vocês acham, Bach era ou não era um mago?

Soli Deo gloria

Para ouvir antes de morrer

O Cravo Bem-Temperado, BWV846-893

Missa em Si Menor, BWV232

Seis suítes para violoncelo Solo, BWV1007-1012

Oratório de Natal, BWV248

Paixão Segundo São Mateus, BWV244

Concertos de Brandenburgo, BWV1046-1051

Oferenda Musical, BWV1079

Links

Mapa Astral de Johann Sebastian Bach
Johann Sebastian Bach e os Rosacruzes
Música: Ciência, Arte ou Magia?

Fabio Almeida é membro do Projeto Mayhem e autor do blog Sinfonia Cósmica.

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#Arte #Biografias #Música #Rosacruz

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-evangelho-segundo-johann-sebastian-bach

Entrevista com Rafael Chiconeli

Caro Rafael Chiconeli,

Recentemente temos recebido comentários e acusações vindas de algumas alunas suas que questionam algumas das coisas que você nos disse. Recebemos prints de centenas de páginas de conversas suas com elas e estamos preocupados. Tentamos procurar na sua biografia fatos para combater estas afirmações, mas estamos tendo dificuldades em encontrá-las.

Como o período Astrológico é propício para expulsar charlatões, picaretas, bandidos e corruptos do nosso universo, organizamos esta entrevista para verificarmos todas as histórias que nos têm sido contadas.

Com o intuito de acabar de uma vez por todas com estes boatos e podermos iniciar um processo de calúnia e difamação contra quem fez estas afirmações, se for o caso, gostaríamos que você respondesse a estas perguntas simples, para que possamos ter uma idéia clara e reta sobre quem você é e sobre o seu passado e qualificações de uma vez por todas, de modo que ninguém mais possa vir até nós com histórias fantasiosas a seu respeito.

1 – Você disse que é filho de um embaixador. Qual é o nome do seu pai e em que cargo do Itamarati ele trabalha?

2 – Qual a sua data de nascimento? seu RG, CPF ou Identidade de Passaporte? Como alguém que trabalha com imóveis não carrega documentos nem tem cartões ou conta em banco? Por que você não viaja de avião?

3 – As datas de sua estada em Israel parecem conflitantes. Qual o período de tempo exato que você passou em Israel? Você diz que prestou serviço militar e que é faixa preta de krav-Maga. Você prestou serviço militar obrigatório lá?

4 – Para ser Rabino, é obrigatório ter um curso superior. Qual curso superior você fez? Onde e quando se formou?

5 – Não existe Rabino sem Sinagoga. Em qual sinagoga você está afiliado?

6 – Para ser Cabalista, é necessário estudar em uma Yeshiva. Quem foi seu mestre e em qual Yeshiva você estudou? Qual é a sua linhagem? Em que período de tempo você estudou?

7 – Você diz que é maçom do GOB. Para ser Maçom do Grande Oriente do Brasil, é necessário ter um CIM e uma loja de iniciação. Qual o seu CIM e em qual loja você foi iniciado?

8 – Para ser judeu, é necessário passar pelo Brit Mila. Pelo menos quatro alunas que afirmam terem sido seduzidas por você com um papo de alma gêmea, casamento e amor eterno dizem que você não é circuncidado. Você é circuncidado?

9 – Temos pessoas que pagaram pelo mapa cabalístico em dezembro e ainda não receberam. O que aconteceu para um atraso de mais de seis meses em meia dúzia de mapas?

10 – O “Centro de Cabala Iniciática” parece ser apenas uma ou duas salas alugadas no RJ. Qual o CNPJ desta instituição?

11 – Márcia Chiconeli é sua esposa ou sua irmã? para cada grupo de alunos você diz uma coisa diferente.

12 – Sobre esta “conveniente” doença que surgiu para “impedir que você viaje”, você teria um scanner de qualquer diagnóstico feito no hospital?

13 – Quem é Rafael Ithzaak?

Desculpe por fazermos perguntas tão diretas, mas nenhum de nós conseguiu encontrar essas informações em lugar nenhum… A Entrevista está ai, aguardamos as respostas do “Rabino”. Se algum aluno dele conseguir fazer a entrevista, mande as respostas para nós, pois ele bloqueou todas as pessoas que o questionaram aqui em São Paulo, inclusive os editores deste blog.

Assinado: a Patotinha – Marcelo Del Debbio (TdC), Leo Lousada, Claudiney Prieto (Mystic Fair), Gabriel Avelar (Templo AyaSofia), Rodrigo Grola (Tarot da Kabbalah), PH Alves (Diario do Adeptu), Raph Arraes (Textos para Reflexão), Peterson Danda (Autoconhecimento e Liberdade), Fábio Almeida, Tiago Mazzon, Gleice Lemos e muitos outros.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/entrevista-com-rafael-chiconeli

Olhos novos para o mais distante…

Sabemos que a maior parte do que chamamos de “realidade”, permanece oculta aos nossos olhos. De certo modo isso é bom. Imaginem o caos que não seria, se enxergássemos as ondas rádio, as microondas ou as inúmeras radiações. A natureza fez bem em delimitar nosso campo visual e auditivo. Nos deu o suficiente para sobrevivermos.

Do mesmo modo, somos incapazes de enxergar as infindáveis galáxias que nos rodeiam, bem como a estrutura de um átomo. Acreditamos que essas coisas existem, mesmo que não tenhamos os instrumentos certos para averiguar. Isso porque, existiram, e ainda existem, homens ou mulheres, que fazem disso a sua vida, a sua razão de existir: romper os limites observáveis.

O italiano Galileu Galilei, físico, matemático, astrônomo e filósofo foi um desses. Não saberia ele, da existência dos anéis de Saturno, das manchas solares, das montanhas lunares, das fases de Vênus e das “luas” de Júpiter se não tivesse realizado sua verdadeira vontade.

Novas visões trazem novos pensamentos, o sistema heliocêntrico ganhava força. No entanto, novos pensamentos não eram bem vindos. Visões que rompem nossos paradigmas é sempre um incômodo. E na época de Galileu, expor essas visões, poderia ser um tanto perigoso. Julgado pelo tribunal da inquisição romana e temendo um fim semelhante ao de Giordano Bruno, Galileu se viu forçado a renunciar publicamente as suas ideias.

Se engana quem acredita que isso pertence apenas a um passado distante. As chamas da inquisição se apagaram, mas suas cinzas continuam a intoxicar a sociedade, a sufocar o pensamento livre. Eles atuam silenciosamente, como uma espécie de câncer que se desenvolve em nossas entranhas. Lamentavelmente, quando nos dermos conta dos sintomas, já estaremos em fase terminal.

Nosso saudoso Rubem Alves, sabia muito bem disso ao escrever que “os hereges que as religiões queimam e matam não são assassinos, terroristas, ladrões, adúlteros, pedófilos, corruptos. Esses são pecados suaves, que podem ser curados pelo perdão e pelos sacramentos. Os hereges, ao contrário, são aqueles que odeiam as gaiolas e abrem as suas portas, para que o Pássaro Encantado voe livre. Esse pecado, abrir as portas das gaiolas para que o Pássaro voe livre, não tem perdão. O seu destino é a fogueira. Palavra do Grande Inquisidor.”

Ainda hoje, pensamentos diferentes do padrão o qual estamos inseridos, ou que estejam em dissonância com os dogmas religiosos, não são bem vindos. É notável como um livre pensador pode incomodar. Incomoda porque não fomos programados para pensar livremente. Incomoda porque balança as colunas dos templos fundamentalistas, que lamentavelmente são construídos sobre a maleabilidade da areia. “E caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela desmoronou. E foi grande sua ruína! ” (Mateus 7:27)

Até quando carregaremos as traves do preconceito e do legalismo? Até quando permitiremos que a cegueira ideológica nos impeça de enxergar o que está por trás das aparências?

Escreve Frei Beto que “toda realidade é sacramento, sinal de algo maior e mais profundo do que as meras aparências demonstram”. O que precisamos? O que nos falta? Teilhard de Chardin deixa a dica: “uma nova maneira de ver, ligada a uma nova maneira de agir: eis o que nos falta”.

Em poucas linhas, Nietzsche nos apresenta toda uma filosofia de vida, uma espécie de “código de conduta” para quem deseja vivenciar essa nova maneira de ver e a nova maneira de agir proposta por Chardin. Afinal, o que é necessário para que sejamos, de fato, livres pensadores? O que é necessário para que deixemos de ser apenas mais uma mera bateria da matrix, e quem sabe um dia, alcançarmos o livre arbítrio intelectual?

“É necessário possuir uma integridade intelectual levada aos limites extremos. Estar acostumado a viver no cimo das montanhas – e ver a imundície política e o nacionalismo abaixo de si. Ter se tornado indiferente; nunca perguntar se a verdade será útil ou prejudicial… Possuir uma inclinação – nascida da força – para questões que ninguém possui coragem de enfrentar; ousadia para o proibido; predestinação para o labirinto. Uma experiência de sete solidões. Ouvidos novos para música nova. Olhos novos para o mais distante. Uma consciência nova para verdades que até agora permaneceram mudas. E um desejo de economia em grande estilo – acumular sua força, seu entusiasmo… Auto-reverência, amor-próprio, absoluta liberdade para consigo”.

Creio, que Galieu Galilei, está entre esses raros homens que tiveram “olhos novos para o mais distante”.

Fabio Almeida é bacharel em administração de empresas, especializado em filosofia, teologia e história. Eterno aprendiz, amante das artes e do livre pensar. 

#Universalismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/olhos-novos-para-o-mais-distante

Cristo, Buda e Krishna

Hans Küng, teólogo suíço, escreveu: “não haverá paz no mundo se não houver paz nas religiões e não haverá paz entre as religiões se não houver diálogo”. Eu poderia escrever um longo texto sobre tolerância religiosa. Ou quem sabe, sobre o diálogo entre as religiões, suas semelhanças, suas diferenças e etc. Mas preferi me calar e expor o que os próprios representantes do Grande Arquiteto do Universo tem a dizer.

O Conselho dos Avatares

Buda: A causa do sofrimento humano encontra se, sem dúvida, nos desejos do corpo físico e nas ilusões das paixões humanas. Os homens se apegam obstinadamente à vida de riqueza e fama, de conforto e prazer, de excitamento e egoísmo, sem saber que estes desejos são a fonte do sofrimento humano.

Krishna:  Sábios dotados de perfeita sabedoria não se apegam aos frutos do seu trabalho, e com isto se libertam para sempre da escravidão de nascimento e morte, e atingem o estado de beatitude absoluta.

Cristo: Não acumuleis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os destroem, onde os ladrões penetram e roubam. Acumulai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça nem a ferrugem os destroem, onde os ladrões não penetram nem os roubam. Pois onde está o tesouro, aí também está o teu coração. 

Buda: O rico se preocupa com seu patrimônio; preocupa-se com sua mansão ou outras propriedades. Aflige-se, enfim, com o desastre que lhe possa acontecer: incêndio em sua mansão, roubos ou sequestro. Preocupa-se com a morte e a disposição de sua fortuna. Com efeito, seu caminho para a morte é solitário: ninguém o acompanhará em sua morte.

Cristo: Por isso vos digo: não vos dê cuidados a vida, o que haveis de comer e o que haveis de beber; nem o vosso corpo, o que haveis de vestir. Não vale, porventura, mais a vida que o alimento, e o corpo mais que a vestimenta?

Krishna: Quem a tudo renuncia, jubiloso, alcança, já agora, a mais alta paz de espírito; mas quem espera vantagem das suas obras é escravizado por seus desejos.

Buda: Muitos homens, por alimentar o amor ao bem-estar do corpo, não percebem os males que seguem o conforto (…)   Estes desejos, que surgem das diferentes sensações, são as mais perigosas armadilhas. Sendo apanhados por elas, os homens se enredam nas paixões mundanas e sofrem. Devem aprender um meio pelo qual possam escapar dessas ciladas.

Cristo: Não andeis, pois, inquietos, nem digais: que havemos de comer? Que havemos de Beber? Com que havemos de nos vestir? Os mundanos é que se preocupam com todas essas coisas. Vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas. Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas de acréscimo.

Buda: Se o desejo, que se aloja na raiz de toda paixão humana, puder ser removido, aí então, morrerá esta paixão e desparecerá, consequentemente, todo o sofrimento humano.

Krishna: Porque quando o homem é perfeitamente liberto de todos os desejos do ego finito e alcança a paz da alma pela realização do Eu divino, então é um homem de perfeita sabedoria.

Cristo: Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

Buda: O meio de vida, isento de toda a paixão mundana e do sofrimento, somente é conhecido através da Iluminação.  Aqueles que buscam a Iluminação devem sempre se lembrar da necessidade de manter constantemente puros o corpo, a fala e a mente.

Cristo: Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.

Krishna: Entretanto, árduo é esse caminho para os que procuram encontrar o Imanifesto por meio de um amor afetivo; difícil é esse caminho para os que ainda vivem em corpo carnal.

Cristo: Entrai  pela porta estreita. Pois larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição – e são muitos os que entram por ele. Quão apertada é a porta e quão estreito o caminho que conduz à vida – e poucos são os que acertam com ele!

Buda: É muito difícil seguir o caminho da Iluminação, mas será muito mais difícil, se os homens não tiverem a mente para procurar este caminho. Sem a Iluminação, haverá infindável sofrimento neste mundo da vida e da morte.

Krishna: Verdade é que o saber espiritual é melhor que o fazer material; porém, melhor que ambos é o amar integral – e isso requer total desapego; quem a tudo renuncia por amor, este está perto da meta final.

Buda: Para se manter o corpo puro, não se deve matar qualquer criatura vivente, não se deve roubar ou cometer adultério.

Cristo: Tendes ouvido que foi dito aos antigos: não matarás e quem matar será réu em juízo, Tendes ouvido que foi dito: “Não cometerás adultério”.

Krishna: Quem não quer mal a ser algum e, liberto do ódio e egoísmo, é benévolo para com todas as criaturas; quem permanece fiel a si mesmo, no prazer e no sofrimento, sempre sereno e paciente, este me é querido.

Cristo:  Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

Buda: O Esforço Correto significa dar o melhor de si, com diligência, para realizar nobres ações.

Krishna: Quem dá esmola em tempo e lugar corretos, de espírito alegre e por compaixão, inspirado no senso do dever, sem nada esperar em retribuição – este também é guiado pela sapiência da razão.

Cristo: Quando, pois deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita, para que tua esmola fique às ocultas; e teu Pai, que vê o que é oculto, te há de recompensar.

Buda: Para se manter pura a fala, não se deve mentir, abusar, ludibriar ou se perder em vãs conversas.  Mas evitar as palavras falsas, inúteis, abusivas e ambíguas.

Krishna: Quem age indeciso, sem rumo certo, sem jeito nem critério, procurando iludir os outros – este age sob o signo do desmazelo.

Cristo: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.

Buda: Para se manter pura a mente, deve-se remover toda a cobiça, ira e o falso julgamento.

Cristo: Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir vós.

Krishna: E ainda que a mente volúvel se rebele e tente fugir para longe, disciplina-a pela força do amor e a reconduz ao Ser Supremo.

Buda: À mente impura seguem atos impuros e estes trarão sofrimentos. Assim, é de suma importância que se conservem puros a mente e o corpo.

Cristo: O que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.

Krishna: Realmente perseverante é o homem quando domina os impulsos do coração, a força vital e os sentidos – e isso provém do conhecimento da Verdade.

Cristo:  E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.

***

Na tentativa de construir um só diálogo,  retirei  as falas de Krishna da Bhagavad Gita, as falas de Cristo dos Evangelhos e as falas de Siddharta Gautama do livro “A Doutrina de Buda”. Os ensinamentos desses três avatares são tão similares, que foi preciso pouco esforço para construir tal diálogo.

Vejo cada religião como uma bela sinfonia, diferentes entre si, tal como as diferenças que percebemos ao ouvir uma sinfonia de Mozart, Beethoven ou Bruckner. Diferenças estéticas à parte, somos capazes de apreciar o que cada uma delas tem de melhor. No fim, todo compositor possui os mesmos recursos: uma pauta de cinco linhas e sete notas. A única diferença é a maneira como elas se organizam.

Fábio Almeida é bacharel em administração de empresas, especializado em filosofia, teologia e história. Um eterno aprendiz, amante das artes e do livre-pensar.

#Cristo #Religiões #Universalismo

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Astronomia, Matemática e Música

A Metafísica Ocidental, não seria a mesma se Pitágoras não descobrisse a íntima ligação existente entre os números e a música.  Isto fez com que a Astronomia, a Música, a Matemática e a Geometria fossem disciplinas básicas de uma Cosmologia que perdurou por toda Idade Média.

Os quatro caminhos, também denominado quadrivium, era o conjunto destas quatro matérias ensinadas nas universidades medievais, uma ressonância da Fraternidade de Pitágoras que procurava unir a ciência e a religião, a matemática e a música, a cura e a cosmologia.

Depois do trivium (gramática, lógica e retórica), o quadrivium era a parte secundária do currículo descrito por Platão em “A República“. Destas disciplinas originou-se a idéia da Música das Esferas, onde a disposição dos astros correspondiam à escala musical, e que a música tocada pelo Cosmos, mesmo que além dos limites da nossa audição, seria inteligível.

A partir das suas descobertas em relação aos fundamentos matemáticos das consonâncias musicais, Pitágoras visualizou uma relação mística entre a matemática a música e a astronomia. Para ele a música era o elo de união entre o homem e o cosmos. Em sua cosmologia cada planeta produzia uma nota musical, e esta orquestra celeste executa uma harmonia cósmica tão perfeita, que nós humanos não seríamos capazes e talvez nem merecedores de ouvi-la.

Em 1766 Johann Titias, acreditando que os planetas formavam naturalmente uma cadeia de oitavas, observou que todos os planetas conhecidos na época tinham distâncias que se tornavam progressivamente maiores na razão 2:1, a razão da própria oitava. Apesar das distâncias não serem exatamente na razão 2:1, outras leis harmônicas, como a velocidade dos movimentos dos planetas na descrição das suas órbitas, podem ter passado de maneira despercebida pelos astrônomos.

Fabio Almeida é membro do Projeto Mayhem e foi autor do blog Sinfonia Cósmica (desativado)

#Astronomia #Matemática #Música #Pitágoras

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