Desenvolvendo um Templo Astral

Olá crianças,

Esta semana tivemos pelo menos 20 pessoas adentrando o segundo atrio do Arcanum Arcanorum e muitos me pediram para dar maiores detalhes sobre como funciona um Templo Astral. O Templo Astral é um dos principais exercícios magísticos de todas as Ordens Iniciáticas, xamânicas, rosacruzes e até mesmo católicas… Por quê? Porque ele é uma construção astral/mental que consegue transformar todo o seu subconsciente em algo consciente e compreensível.

Explico: O Templo Astral de um mago representa sua própria mente, organizada e moldada de uma forma onde os símbolos que ali surgem possam ser interpretados conscientemente pelo nosso cérebro.

De acordo com Yuri Motta, “A construção do Templo Astral é um exercício que é sempre indicado após você dominar a visualização e ter desenvolvido uma boa concentração, fora isso é bom saber dominar um estado de relaxamento, que você pode atingir fazendo respirações controladas ou atingindo o Estado Alpha.

Estando em um local confortável como sua cama ou uma poltrona, você se visualiza em um espaço branco, esse é o papel branco da sua mente, lá você vai construir um o local que vai ser ponto de partida para o seu templo astral inteiro, não existe regra, mas você pode começar com um pequeno quarto e ir colocando as coisas que quiser, por exemplo uma mesa, quadros, plantas e etc. Vai ser o lugar que você faria para ficar uma parte do seu tempo e se não existisse limites na forma que você poderia decorar. Se você é ocultista por exemplo, pode colocar estátuas de deuses, objetos com simbolismo, armas e etc, objetos que só uma pessoa milionária poderia colocar”.

Cada um destes objetos pode e deve ter um simbolismo especial para o mago. Por exemplo, no Xamanismo, somos ensinados a construir nosso “local de meditação” como uma clareira dentro de uma floresta, com uma fogueira no centro e uma grande árvore próxima”. Quando construímos esta cena mental, nosso HOD (a bagagem de formas e conceitos de cada um) molda essa descrição em símbolos que trazem certas correspondências. A primeira coisa que o xamã vai pedir é para você identificar qual tipo de árvore é aquela… e pelo tipo de árvore podemos compreender uma parcela de nossa personalidade; pelo tipo de fogueira, podemos compreender como está nossa Vontade (thelema), pelo estado da mata, nossos limites e assim por diante (existe água próxima? é dia ou noite? há animais? quais? etc…).

O dia em que você está desanimado, sua fogueira está fraca, no dia em que você está se sentindo poderoso, sua fogueira reflete isso (mesmo sem você comandar isso! ela simplesmente muda seguindo o que o seu subconsciente faz da leitura das vibrações e codifica isso em um símbolo que seu consciente pode compreender – no caso, intensidade da fogueira). Ela está espiralada em descontrole? sinal que sua vida espiritual está tumultuada… está pendendo ao ateísmo? ela tende a apagar… você faz as regras quando cria os objetos, e eles reagem à sua vontade de maneira inconsciente…

E cada ponto fixo desta construção fica ancorado em seu subconsciente. Ou seja, se você plantou uma árvore para um relacionamento, por exemplo, quando seu relacionamento vai bem, a árvore estará frondosa e saudável… se estiver ruim, a árvore estará murcha, seca, ou até morta… podem aparecer cupins, ou dar frutos… cabe ao mago estudar simbologia e correspondências para conseguir compreender o que aqueles símbolos significam para ele e, com isso, ampliar sua consciência).

Podem aparecer animais, criaturas, até mesmo monstros em seu templo… objetos podem aparecer quebrados (mesmo que você os conserte cada vez que entrar no Templo, eles teimam em continuar quebrados… isso significa alguma coisa: seu inconsciente lhe mandando uma mensagem através de símbolos!)

E como pode ser esta construção básica? Yuri Motta nos descreve o seguinte:

“Obviamente como o espaço é seu, você pode imaginar imaginar algo completamente diferente como uma praia deserta, ou um castelo nas nuvens.

Por exemplo, uma parte do meu Templo Astral é uma ilha, com uma cabana de madeira bem simples, com uma sala ao lado para meditar, fora dela eu coloquei locais para representarem os 4 elementos, o mar é água, terra uma gruta, vento um penhasco e fogo uma piscina de lava no fundo da terra. Também é possível colocar deuses personificados para conversar ou estátuas desses para oferendar algo, emfim, o limite fica na criatividade”.

Existem diversos motivos para se ter um templo astral, é um lugar onde pode se relaxar a mente e ao mesmo tempo treiná-la, pois a visualização é um exercício também.

Dentro do templo astral, após deixar tudo “firme” chega a parte mais interessante, enquanto você cria e explora esse mundo criado por você, podem aparecer coisas novas com o passar do tempo, muitas vezes símbolos que sua mente cria e você deve desvendar o significado, não podem aparecer apenas objetos, como também seres vivos, como a mente trabalha com símbolos é importante procurar colocar coisas que tenham algum significado para você.

Quanto mais se pratica a construção e criação de um Templo astral, mais se treina visualização e criatividade e maior se torna sua capacidade de moldar pensamentos no Plano Astral. Inclusive, uma das perguntas que mais me fazem é a seguinte: “eu faço parte das ordens X, Y e Z e cada uma tem um Templo astral… devo fazê-los juntos ou separados?” e a resposta é “Junte TUDO. Sua mente deve ser unificada”. Você faz parte da AMORC? tenha um templo da AMORC que possa acessar dentro de seu Templo Astral, e portais que o levem direto ao Colégio Invisível, faz parte da demolay? tenha um Capítulo pronto com todos os paramentos montados; tenha um templo maçônico, um círculo de pedra, as quatro fortalezas elementais do AA, as firmezas de exu, caboclo, preto-velho… tenha seus animais de poder livres para correr na floresta, próximos da cachoeira!

Em níveis mais avançados você pode usar o templo para guardar informações, pode lançar sigilos dentro do templo, realizar rituais. Se conseguir, pode personificar um trauma, medo ou vicio e em uma batalha épica matar esse problema.

O templo pode ser usado para guardar informações, como uma biblioteca, pode ser utilizado para treinar ações, rituais, treinos esportivos e eventos. Atletas olímpicos costumam repassar suas formas mentalmente dezenas de vezes para cada vez que a executam fisicamente, Tesla construía mecanismos em sua mente e os deixava “funcionando” por semanas. Quando ia examiná-los, sabia exatamente quais peças teriam qualquer gasto e que problemas apresentariam… quando crio jogos de tabuleiro, costumo deixar as regras com seres do templo astral jogando e, quando retorno, eles me mostram eventuais defeitos ou modificações a serem feitas… com a mente treinada, as possibilidades são infinitas!

O treinamento em Qlipoth, em NOX passa necessariamente por ter um Templo Astral desenvolvido e as defesas prontas para se trabalhar seus próprios monstros e demônios internos. É necessário ter todas as defesas, armas, armaduras e preparos mentais e astrais para se poder solidificar um demônio interno e dominá-lo… caso contrário, seus defeitos irão dominar você.

É importante esse exercício ser feito com frequência e diariamente para ter bons resultados, você pode fazer também toda noite antes de dormir.

E não se preocupe com o tamanho dele… como costumo brincar: não se paga IPTU no Astral. Facilita bastante desenhar, moldar, construir ou até, se você tiver facilidade com arquitetura, desenhar a planta básica em CAD ou outro Sketch.

Qualquer dúvida que tiverem, aproveitem o espaço dos comentários.

#MagiaPrática #PlanoAstral #TemploAstral

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/desenvolvendo-um-templo-astral

Pra não dizer que não falei da política

Eu não gosto de política. Eu não entendo quase nada de política. Por isso eu quase nada escrevo sobre política. Já me disseram algumas vezes que eu deveria me interessar mais por política, que “a política é essencial na formação do cidadão”. Porém, normalmente entende-se por cidadão aquele membro pertencente a uma determinada nação ou estado, com seus direitos e deveres… O meu problema, portanto, é que antes de ser cidadão eu sou poeta – e poetas são cidadãos do mundo todo, não compreendem como tantos enxergam essas fronteiras invisíveis onde tudo o que há são florestas e aves a voar e, quando muito, um rio a fluir. Eu sou cético quanto a essas alucinações, até hoje ninguém fotografou uma fronteira (fotografaram grades e muros, mas esses a gente passa por cima).

Há pouco tempo, finalmente encontrei um motivo para falar de política, e aqui segue o meu depoimento…

Ocorre que descobri que um dos heróis da resistência contra a ditadura militar que perdurou no país por pouco mais de 20 anos (vocês se lembram não?) foi exatamente um poeta, e sua arma foi a poesia:

Esta música de Geraldo Vandré, “Pra não dizer que não falei das flores”, foi entoada como um hino pela liberdade por legiões de jovens e admiradores do ser humano. Como dizia que os soldados eram ensinados “a morrer pela pátria e viver sem razão”, foi censurada, e Vandré foi um dos inúmeros “formadores de opinião” forçado a se exilar fora do Brasil em 1969.

Mesmo após seu retorno ao país, em 1973, Vandré nunca mais foi filmado em um palco nem participou de algum show ou comemoração musical que a relevância de sua obra requeria. Isolou-se como se nunca tivesse existido… Isso foi o suficiente para que surgissem boatos de que ele havia sido torturado física e mentalmente pelos militares, que estava louco ou que sofrera lavagem cerebral… Para muitos radicais da época (e até hoje), Vandré era uma espécie de “Che Guevara brasileiro” – ocorre que ele nunca pegou numa arma, nem tampouco morreu em alguma revolução.

Na verdade, Vandré não foi torturado. Na verdade, Vandré não queria fazer revolução alguma… Um dos motivos de nunca ter retornado a carreira artística de forma pública (pois compõe músicas até hoje) foi exatamente porque se sentiu incomodado com essa fama de “mártir revolucionário”… Vandré não era apenas um “Che Guevara”, era muito mais do que isso – era antes um poeta revolucionário.

Sua música que se tornou hino era muito mais uma poesia sobre a condição humana, e não sobre uma ditadura militar dentre tantas outras na história da América do Sul. Para Vandré, tanto os cidadãos quanto os militares eram todos soldados, alguns armados com fuzis, outros apenas com a razão e a intuição – sempre muito mais poderosos. Porém, todos irmãos, todos fadados à caminhar juntos, de mãos dadas, rumo ao futuro em comum.

O poeta nada tinha contra os militares, muito pelo contrário – era apaixonado por aviação desde criança, e ainda nos dias de hoje é quase sempre visto nas ruas próximas a seu apartamento em São Paulo vestindo uma camisa branca com um símbolo da aeronáutica no peito. Vocês podem não acreditar, e por isso mesmo eu acho interessante verem este outro vídeo, onde ele acompanha um sargento cantar seu hino atemporal, e depois vai até ele para abraçá-lo… Se você chegou até aqui sem compreender que não existe nem nunca existiu uma nação dividida entre militares e cidadãos, é provável que tão cedo não compreenda:

Da mesma forma, a política trata da organização e administração dos interesses comuns de um dado grupo de pessoas. Moisés fez política ao trazer suas tábuas para o povo no deserto. Os gregos fizeram política ao decidir condenar Sócrates a beber cicuta. Gandhi fez política ao livrar todo um país da opressão estrangeira com um aceno de paz e uma grandiosa alma a irradiar-se por milhões e milhões de irmãos… O fim da política é resolver os interesses comuns da melhor forma possível – a questão é que muitas vezes os homens, esses animais políticos, não dispõe da ética e da poesia necessárias para alçarem vôos às regiões mais ensolaradas do reino da liberdade e da fraternidade universal.

Ainda crêem que partidos políticos significam divisões eternas, e que o inimigo está sempre do outro lado… Ora, o inimigo é a própria noção profundamente ignorante de que existe um inimigo. O inimigo é achar que o mundo divide-se entre esquerda e direita, branco e preto, e não nas mais variadas gradações de cores e culturas.

Assim como nas religiões os seres ignorantes digladiam-se em nome de um Deus que só poderia pertencer a todas elas, na política muitas vezes os homens elegem deuses os seus próprios sistemas políticos, e há alguns que se autodenominam avatares desses deuses fajutos. Ora, o único sistema político que predomina e sempre predominou é aquele que atende aos desejos da maioria pensante, ou seja, aquela que foi ensinada a pensar…

Em “1984”, George Orwell retratou um futuro sombrio onde as ditaduras políticas tomaram o controle da maioria dos países, e onde toda liberdade à informação é cerceada. Já Aldous Huxley foi um pouco mais perspicaz, e previu um futuro superficialmente mais ameno, mas no fundo muito pior – um futuro onde seríamos de tal forma atordoados por uma overdose de informações irrelevantes, que não seria sequer necessária à censura, pois os possíveis revolucionários seriam reduzidos à passividade e ao egoísmo. O primeiro temia que o medo nos arruinasse, o segundo previu que o desejo seria nossa maior ruína.

Quando Vandré retornou ao país, percebeu que o povo que cantarolava suas poesias não existia mais… Não porque havia sido exterminado pela ditadura militar, mas simplesmente porque havia sido domado pela cultura massificada e irrelevante que ele já previra desde décadas atrás…

Bem, talvez Vandré seja muito mais revolucionário do que sequer poderíamos imaginar que a idéia de ser revolucionário algum dia poderia significar. Ele não estava interessado em salvar um sistema político, mas um sistema poético. Poetas são conhecidos por tirar as pessoas de suas vidas anestesiadas por breves momentos – mas será que a poesia pode fazer-nos despertar do “Admirável Mundo Novo” de Huxley? Isso somente nós mesmos é quem poderemos responder, no único espaço que jamais pôde ser controlado ou censurado, nem tampouco cercado por muros e grades – na consciência de quem pensa por si mesmo.

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

***

Obs: Eu propositalmente iniciei este artigo falando de meu desgosto pela política, mas eu me referia a política dos corruptores e corruptíveis, e não a Política dos poetas, filósofos e grandes líderes como Gandhi. O texto é uma tentativa de analisar essas diferenças entre a política e a Política – embora continue sem pretensão nenhuma de ser um grande conhecedor do assunto.

O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.

Ad infinitum

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#Música #poesia #política

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/pra-n%C3%A3o-dizer-que-n%C3%A3o-falei-da-pol%C3%ADtica

22 Toques Conscienciais

1. Tudo tem um duplo! (A energia é a base de todas as coisas).

2. Emoções estagnadas bloqueiam a circulação sadia das energias. (Má resolução afetiva = Bloqueios energéticos e Chacra cardíaco esmaecido).

3. As energias seguem os pensamentos. (Cada um é o que pensa!)

4. Se a mágoa prende as energias, o oposto também é verdadeiro; o perdão libera as energias e faz o coração virar um sol. (A compreensão enche a aura de luz).

5. Fios energéticos interligam as pessoas. Às vezes, espíritos densos se agarram nesses fios e interagem com as energias, conectando-se psiquicamente com aqueles que estão interligados. Muitas vezes, através dos acoplamentos áuricos negativos entre pessoas, espíritos densos interligam-se a elas e fazem um verdadeiro trampolim energético, pulando de uma para outra. O objetivo desse pessoal pesado é sempre o vampirismo psíquico e o rebaixamento espiritual de todos. (Por isso o sábio Jesus ensinava que é preciso “orar e vigiar!”).

6. De que adianta uma vestimenta luxuosa, se, por dentro, o coração está miserável? (A verdadeira roupa do Ser é sua aura, que reflete bem o que cada um pensa, sente e quer da vida e dos outros. Por isso, é essencial encher a aura de luz, diariamente, e lembrar-se da própria natureza espiritual).

7. Da mesma forma que é necessária e vital a higiene diária do corpo físico, assim também é em relação aos corpos sutis. (Preces, meditações, mantras, contatos com a natureza, e estudos e práticas espirituais sadias renovam as energias dos corpos sutis e tornam a aura uma verdadeira “vestimenta de luz”).

8. Espíritos assediadores não ligam a mínima para a formação acadêmica de ninguém. Eles entram nas energias das pessoas por sintonia com o que elas pensam, sentem e fazem na vida. Não lhes interessa o diploma ou a cultura da vítima de seu vampirismo, pois sempre procuram nela o clima psíquico interno adequado para suas atividades nefandas.(Esse é um paradoxo curioso: espíritos infelizes, sem formação alguma, conseguem infligir grandes danos psíquicos em técnicos e doutores de várias áreas humanas, simplesmente explorando neles o mais básico: suas emoções mal-resolvidas e seus pensamentos estranhos).

9. Outros paradoxos estranhos: médiuns com medo de espíritos desencarnados; iogues que trabalham com práticas respiratórias, mas que são escravos do fumo; doutrinadores de sessões de desobsessão, que sequer doutrinaram a si mesmos e jamais fazem o que dizem aos espíritos, principalmente perdoar a alguém; passistas, curadores prânicos e reikianos andando no mundo com os chacras das mãos apagados; projetores extrafísicos com medo das saídas do corpo; e espiritualistas variados que sempre falam de vida após a morte, mas não deixam de chorar e visitar tumbas no cemitério no dia de finados. (E, mais um paradoxo, que nunca consegui entender: estudantes espirituais, de várias linhas, que estudam sobre carma e reencarnação, mas ainda padecem da doença do racismo e do preconceito em seus corações).

10. Ninguém é dono da verdade, mas tem gente que acha que sabe tudo! E isso só revela o seguinte: dentro da magnitude da vida, em todos os níveis, planos e dimensões, quanto mais se estuda, mais dúvidas aparecem, pois se percebe, claramente, que o que se sabe é bem pouco diante do infinito. Logo, quem estuda a sério e com discernimento das coisas, descobre o óbvio: nunca saberá o bastante, nem em mil vidas… Em contrapartida, pode descobrir a si mesmo e admirar-se com a grandeza da vida, e isso é mais importante do que os segredos do universo. (Conhecer a si mesmo é o grande desafio do ser humano).

11. Alguém pode comprar o amor verdadeiro de outro? E que coisa da Terra poderá preencher o vazio existencial do coração? (Nem bebida nem drogas são capazes de dar o que o próprio coração não descobriu: a arte de ser feliz).

12. Nenhum ser no universo pode dar discernimento a outro. Isso é tarefa íntima e intransferível. É fruto da própria experiência de ousar raciocinar e se erguer para além dos limites sensoriais e dos convencionalismos humanos. Não há nenhuma técnica de despertar da consciência que seja baseada na preguiça e no comodismo. (Seres de luz podem dar toques conscienciais profundos, mas não podem viver a vida por ninguém).

13. A morte não muda ninguém, só joga a consciência definitivamente para fora do corpo físico, do jeitinho que ela é mesmo, com todas as suas qualidades e defeitos. (Não, não é a morte que muda a consciência. É a vida. E quem já descobriu isso, não espera a morte chegar para pensar, pois valoriza o tempo de seu viver para aprender o que for possível).

14. A cor da pele dos corpos humanos pode ser amarela, negra, branca ou vermelha, mas a raça do espírito é da luz. (Qual seria o povo escolhido de Deus, senão todos os seres vivos?).

15. Mais do que ocidental ou oriental, cada ser humano é filho das estrelas. (Ninguém é estranho. Todo ser vivo é cidadão do universo!).

16. Dizem que “Deus escreve certo por linhas tortas”. Isso é verdade. Ele é muito criativo. Mas bem que o próprio homem poderia escrever melhor nas páginas de sua vida… (Também dizem por aí que “pau que nasce torto, vive e morre torto”. Isso não é verdade. Uma das grandezas do homem é poder mudar as coisas e transcender os seus parâmetros limitados. Muitas pessoas mudam de vida e se erguem das cinzas de si mesmas, desentortando a própria consciência e melhorando suas jornadas de vida).

17. Amar não é só fantasiar, mas construir e realizar. (Igual a uma plantinha, um relacionamento precisa ser regado com amor e atenção, senão seca e morre).

18. Envelhecer não é um problema, faz parte do jogo de viver na Terra. É natural. Porém ver o tempo passar e somente ganhar rugas na cara, sem amadurecer, isso sim é encrenca! (Há pessoas de idade com expressões joviais no rosto e cheias de vida e de interesse por coisas novas. Em contrapartida, há jovens com expressões envelhecidas e sem tesão de viver. Então, qual é a idade real de alguém? Aquela que se conta no corpo? Ou aquela outra, bem mais linda, que não se conta nas rugas ou nos cabelos brancos, mas no interesse pela vida e no sorriso franco, como a aurora iluminando a cara? Ah, tem tanta gente de idade que parece criança arteira e, por isso, não parece ter idade alguma, a não ser aquela que sua consciência feliz diz. E tem tanta gente, supostamente jovem, mais parecendo “fim de feira”, chupada e jogada de lado, sem sonhos e sem vida, só ganhando rugas e sem aurora na cara. Quem é o velho? Quem é o novo? Ou, melhor dizendo, quem tem brilho na cara?).

19. A melhor fogueira é a do discernimento, que queima as tolices de dentro do próprio coração. (Talvez, por isso, Jesus tenha ensinado o seguinte: “De que vale a uma pessoa ganhar o mundo, se ela perder sua alma?”).

20. Séculos antes de Buda e Jesus, Krishna já ensinava que “o espírito é eterno, não nasce e nem morre, só entra e sai dos corpos perecíveis”. (Será por isso que, toda vez que passo em frente a um cemitério e olho os grandes mausoléus, começo a rir e a lembrar-me de Krishna tocando sua flauta, namorando as gopis e dizendo para Arjuna, o seu discípulo-arqueiro?: “O espírito é imperecível! O fogo não pode queimá-lo; a água não pode molhá-lo; e que arma feita pelo homem poderia destruir o princípio imperecível, que veio da Luz do Infinito?”

21. A missão de todo homem é uma só: viver! E, se puder, fazer o melhor possível. (Talvez, por isso, o grande sábio chinês Lao-Tzé ensinou o seguinte: “O sábio pode até andar vestido em andrajos, mas ele carrega uma jóia dentro do seu coração”).

FONTE: Wagner Borges – São Paulo, 13 de janeiro de 2009.

#Filosofia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/22-toques-conscienciais

Anatomia Oculta e os Chakras

Texto de Prophecy, traduzido por Bardonista

No vocabulário esotérico, a “anatomia oculta” se refere à constituição psíquica e à constituição astral, como elas interagem, e como cada uma delas interage com o corpo material. É importante para a espiritualidade do estudante, se ele quiser ser bem-sucedido, entender o que acontece dentro dele. Em particular, ele deveria saber como essas coisas influenciam a evolução espiritual, ou qual papel elas têm. Ao mago essas coisas são de singular importância, porque a tradição mágica tem práticas que fortalecem as partes básicas dos veículos espirituais. O que é dado aqui é a primeira de três lições sobre a anatomia oculta que são dadas a tempos diferentes, na medida em que se avança a níveis posteriores do sistema de treinamento. Esta é a mais simples delas.

Os Três Corpos

A alma é inserida envolvida por três “capas” ou corpos. Eles são os corpos mental, astral e físico. Destes, o corpo mental é o mais sutil e o mais refinado. É o corpo mais evoluído da alma, e o que possui menos restrições. É, porém, ainda ahamkara [ego – N.T.]; é ainda maya [ilusão – N.T.], porque até o corpo mental ainda precisa de uma ideia de separação de Deus, tal ideia que na realidade é incorreta.

O corpo mental é composto de chitta, substância mental. A substância do corpo mental fica em constante atividade, constantemente sendo movimentada e formando redemoinhos por causa dos vrittis [perturbações – N.T.] da mente. É no corpo mental que a nossa mente e nosso senso de consciência são enraizados, embora esse senso de consciência ainda seja influenciado pelos corpos astral e físico. Contudo, não cometa o erro comum de que a mente é o corpo mental. A palavra “mental” como terminologia esotérica não se refere necessariamente à mente, mas em vez disso se refere à natureza da substância sendo discutida. A mente é, na verdade, inserida no aspecto do Akasha que se move sem esforço através de todos os corpos, e de fato é todos os corpos. Os ornamentos da mente e a ilusão do corpo mental mantêm a consciência contida num “local” em particular do Akasha, ancorado ao seu veículo atual. Em Samadhi, a mente é destruída, e portanto a consciência é permitida a se tornar o Akasha. Então, na medida em que a Samadhi se aprofunda, a mente vai até além do Akasha, porque o Akasha ainda é uma sustância e portanto não é totalmente consciência.

O corpo mental se prende aos corpos físico e astral via do que é chamada a matriz mental. A matriz mental é um “denominador comum” onde as emoções interagem com os pensamentos. Isso permite que os pensamentos emirjam de emoções, e que a mente seja capaz de identificar a fonte da emoção. Se não fosse pelas funções da matriz mental, experimentaríamos a emoção sem nenhum tipo de supressão de raciocínio lógico. Assim, nunca saberíamos a origem da emoção, porque não haveria pensamentos arraigados a ela. Nós poderíamos ficar zangados, por exemplo, mas seríamos incapazes de associar essa emoção a qualquer tipo de ação que possa ter feito com que ficássemos zangados. Por causa disso, a emoção seria instintiva. Dessa forma, a matriz mental é muito importante em proteger a parte bruta do homem e a parte humana do homem. Ela protege nosso raciocínio superior, e garante que, pelo menos na maioria dos casos, nosso raciocínio seja capaz de acalmar a besta que são nossas emoções.

Na medida em que se treina a mente e se ganha controle sobre as emoções, a matriz mental se fortalece. Do mesmo modo, fazer exercícios que fortalecem a matriz mental faz com que se tenha controle maior sobre as emoções. Portanto, é um relacionamento duplo. Japa é um bom exercício para o fortalecimento da matriz mental. A respiração consciente também é muito boa para isso.

O corpo astral tem uma qualidade chamada elasticidade. A elasticidade é a habilidade de se agüentar diferentes energias que “alongarão” o corpo astral em várias direções. Você pode imaginar essa elasticidade como um balão. Se o balão for muito elástico, então pode ser preenchido por muito ar antes de sua pressão aumentar. Se não for elástico, então você ou não será capaz de enchê-lo com muito ar, ou ao tentar fazê-lo ele estourará. Agora, o corpo astral nunca “estourará”, mas ele se desgastará, justo como o corpo físico. Quando isso acontece, a grande parte do trabalho baseado em energia é fútil por algumas horas depois. O processo inteiro é similar ao corpo físico. Se você malhar demais, você chegará a um ponto no qual é muito difícil levantar até pequenos pesos, e será quase impossível levantar o peso aos quais você está acostumado. Uma vez que você tenha alcançado esse desgaste, o corpo precisará de algum tempo para se restaurar e se reparar, e aumentar a porção de estresse que os músculos podem agüentar. Se você se exercitar demais muito frequentemente, você estará estirando os músculos e não permitirá que eles cresçam ou se fortaleçam, e pode fazê-los até se tornarem mais fracos, em vez de mais fortes. É parecido com o corpo astral. Os exercícios, as “malhações” astrais são as acumulações de energia, como o trabalho com a força vital, ou com as forças dos quatro elementos. O “peso” são quantas acumulações você faz. Se o seu corpo astral pode apenas agüentar quatro ou cinco acumulações (o que é comum para a maioria das pessoas quando elas começam esse treinamento), então até se você fizer vinte acumulações, seu corpo astral terá feito na verdade apenas cinco, e portanto você alcançou os benefícios de apenas cinco acumulações. Muitas vezes, o corpo astral do iniciante é “rígido” demais para agüentar até mesmo somente uma acumulação de energia, e portanto o estudante gradualmente o suaviza na primeira semana ou na segunda de prática, até que comece a poder conter energia.

A pureza do corpo mental é determinada pelo estado mental, e sua força é determinada pela disciplina da mente. A pureza do corpo astral é determinada pelo equilíbrio dos elementos, significando o estado de equilíbrio entre os quatro elementos no corpo astral, e quão puros cada atividade desses elementos são. Por causa da natureza da matriz mental, um corpo astral equilibrado permitirá uma mente em paz, e uma mente em paz fará com que a realização de um corpo astral balanceado seja muito mais fácil.

A matriz astral conecta o corpo astral ao corpo físico, e se liga ao corpo físico em dois lugares: o coração e o fígado. Se a ligação, em qualquer dos dois locais, for destruída, não filtrará energia suficiente no corpo humano para mantê-lo vivo. Essa matriz é chamada de “corpo vital” em alguns círculos. É o local mais denso dos chakras como orbes individuais de energia dentro do ser, bem como é a localização inicial da Kundalini. Ela segura essas forças em sua potência mais condensada, antes de ser ancorada em diferentes pontos do corpo. A conexão imediata da matriz astral ao corpo astral, que é emocional em sua natureza, é a explicação para a grande onda de emoções que surge com o primeiro despertar da Kundalini. Então, na medida em que o despertar se torna mais controlado, seus impactos sobre a mente são mais grandemente enfatizados. É também no corpo vital que todas as nossas nadis se localizam, embora elas possuam paralelos físicos nos nervos do corpo físico. Assim, Nadi Shodhan pode ser vista como um tipo de limpeza dos canais energéticos do corpo vital, permitindo que a energia seja mais perfeitamente transmitida entre o corpo astral e o corpo vital. Quando não existem tais impedimentos, o corpo físico só adoecerá quando existir um desequilíbrio astral. Se o equilíbrio mágico foi alcançado no corpo astral, então este só se tornará doente quando existir uma implicação kármica do corpo mental. Se o corpo mental se tornou limpo de todos os karmas durante o ato de profunda Samadhi, então a doença é impossível, a não ser se for conscientemente tomada pelo mago para ajudar alguém.

É por isso que alguns mestres ficam muito doentes quando eles morrem. Eles já escolheram o exato segundo de sua morte há muito tempo, mas quando o momento de deixar os seus corpos se aproxima, eles se desfazem de uma grande quantidade de karma presente nesses corpos, de modo que, quando entrarem na Samadhi final daquele corpo, todo o karma seja destruído. Eles fazem isso por seus estudantes. Alguns mestres, que estão contentes com seu nível atual de evolução naquela encarnação, se carregam com muito do karma de seus estudantes, e, portanto, eles aparecem estar doentes muito frequentemente. Eles fazem isso porque eles praticamente não ligam para seus corpos físicos. Outros mestres podem ainda desejar evoluir até a um nível superior em uma encarnação, e portanto só podem se carregar até um certo grau com os karmas de seus estudantes. Nesse caso, eles só tomarão o karma de outra pessoa quando é de grande importância ou quando ele causa uma conseqüência terrível.

O corpo físico deveria também ser considerado, porque seus detalhes são de grande importância também. Muitos estudantes dos caminhos espirituais cometem um grande erro ao ignorar a informação relevante sobre este corpo, desmerecendo-o como ilusão, e focando apenas em sua consciência. Eles não compreendem que o quão distante a sua consciência é permitida a decolar pode depender diretamente de coisas físicas, ou que, se eles soubessem a, energeticamente, ajudar seus corpos físicos, então o voo da consciência seria grandemente acelerado e mais totalmente expressado. Para um mago, tal conhecimento é imperativo. Agora, isso que falarei é algo um pouco avançado, mas como eu não os verei por alguns anos, eu quero me assegurar de que vocês saibam essas coisas.

Cada um dos cinco chakras inferiores tem seu paralelo físico em um dos cinco plexos nervosos do corpo físico. Quando um chakra fica carregado e vibrante, existe uma grande quantidade de atividade neuroelétrica positiva resultante no plexo correspondente. Isso ajuda na saúde física do corpo inteiro. A prática de várias asanas físicas, chamadas gratashta yoga, utiliza certas posturas de modo a alongar os tendões que sustentam esses centros nervosos, a massagear os músculos que os cercam, e a redirecionar o fluxo sanguíneo aos centros nervosos para oxigená-los e, portanto, permite que a energia nervosa viaje melhor através deles. Para esse fim, a adoção da prática das yogasanas físicas pode ser muito benéfica e produtiva à meditação. Estudantes que começam sua sadhana com quinze minutos ou mais de yogasanas verão resultados agradáveis em suas meditações seguintes. Por haver energia astral carregada nos músculos, oxigênio e sangue, o efeito das yogasanas sobre os chakras astrais é positivo, e ajuda a abri-los aos fluxos de energia astral criados durante pranayama.

Os cinco plexos nervosos e seus cinco chakras correspondentes seguem:

Plexo Coccígeo – Muladhara

Plexo Sacro – Swadisthana

Plexo Lombar – Manipura

Plexo Solar – Anahata

Plexo Cervical – Visudha

O Agya Chakra não é ancorado ao corpo físico por um dos plexos nervosos, por ser localizado no cérebro. Em vez disso, o agya chakra tem seu centro na glândula pineal no centro do cérebro. Se você colocar um dedo de cada mão no ponto onde o topo da orelha se conecta ao resto da face, então entre esses dois dedos no centro do cérebro é aproximadamente onde o chakra agya deveria ser visualizado. O agya chakra possui dois pólos, dois lados diferentes que criam uma tensão eletromagnética no cérebro. A parte frontal do agya chakra, o pólo positivo, fica no lobo temporal no raiz do nariz entre as sobrancelhas. O pólo negativo fica atrás da cabeça, no bulbo raquidiano, logo abaixo do cerebelo. O cerebelo, assim, pode ser visto como o assento do ser inferior e das emoções animais, e a glândula pineal é o portal entre a sua consciência e o ser superior. O bulbo raquidiano é um importante centro de energia para trabalhos energéticos mais avançados, mas é suficiente dizer que ele serve como um ponto significante no corpo, onde a energia pode ser movida. Você não deveria tentar tal trabalho energético como iniciante, contudo. No vocabulário esotérico tradicional, é o Brahma Guha, a “Caverna de Brahma”. É chamada de “caverna” porque é escondida logo abaixo do cerebelo numa depressão do crânio que pode ser sentida atrás da cabeça onde o crânio se conecta novamente à medula espinhal.

Quando uma pessoa entra em Samadhi, a Kundalini ascende através da caverna de Brahma e arqueia adiante à glândula pineal, radiando ao pólo positivo no lobo temporal. Isso carrega energia através do terceiro ventrículo do cérebro, o qual se ilumina quando isso ocorre. O terceiro ventrículo é da forma do hamsa, do cisne, com sua cabeça apontando para trás à medua e suas asas estendidas à esquerda e à direita sobre o cérebro. É por isso que o cisne é associado ao moksha, liberação, na Índia. A impressão de luz que ocorre quando a energia elétrica passa através do terceiro ventrículo é refletida no fundo dos olhos como um cisne. Nos níveis posteriores e mais elevados de Samadhi, a Kundalini ascende até as suturas occipital e parietal do crânio no topo da cabeça, o brahmarandra. Quando isso acontece, toda a respiração no corpo cessa, o corpo se torna pálido e frio, e fica essencialmente morto. O topo da cabeça se torna muito quente ao toque. É através dessas duas suturas que a alma entra no cérebro e descende para a espinha. Quando uma pessoa comum morre, ela se “derrama” através de seus poros e, em particular, através de seu plexo solar. Quando uma pessoa iluminada morre, seus espíritos levantam voo através dessas suturas no Sahaswara Chakra no topo da cabeça, onde eles se expandem em consciência, ou vão para onde quiserem.

Os Sete Chakras

Os chakras são tradicionalmente representados como várias formas simbólicas dentro de esferas localizadas ao longo da medula espinhal. Eles existem no Sushumna, a sutil nadi correndo através da parte posterior da medulha espinha, dentro da coluna vertebral da espinha. No corpo, eles correspondem a vários plexos, como enfatizado acima, mas os chakras verdadeiros são astrais e mentais em sua natureza. Quando eles são trabalhados, você trabalha nos corpos astral e mental ao mesmo tempo. Isso é algo que eu ainda não li num livro, mas todo mundo deveria saber disso. Até o prana e a Kundalini existem no corpo mental, além de estarem presentes no corpo astral. À medida que a mente entra em níveis mais profundos de consciência, todo o fluxo de prana no corpo para e passa a acontecer no nível astral, e então o prana no corpo astral para e o movimento ocorre apenas no corpo mental. Quando tudo para, você experimenta um elevado nível de Samadhi.

Outras imagens dentro das representações dos chakras representam os deuses ou deusas que inspecionam as funções desses chakras, as associações elementais e quais raios de atividade cósmica estão ativos através deles. Estes não são importantes num senso prático, mas qualquer um que desejar pode investigá-los mais profundamente.

Sistemas diferentes têm números diferentes de chakras. Existem 144 chakras no total no corpo, mas existem sete chakras primários. A tradição Nath, da qual eu venho, presta atenção aos nove chakras em vez dos sete tradicionais. Os dois extras são localizados sob o Anahata Chakra e no topo da boca. Eles são importantes para práticas Nath em particular, mas não diretamente envolvidos na passagem da Kundalini.

Muladhara

Inicialmente, esta é a casa da Kundalini Shakti, a energia psicossexual que controla qual nível de consciência somos capazes de manter. Ela enraíza a mente ao nível inferior, o nível mais animal, que se preocupa grandemente com coisas como território. No estágio de evolução que o Muladhara representa, o homem estava preocupado apenas consigo mesmo e seu corpo físico, e com a sobrevivência resultante. Quando a mente de alguém está lá, não significa que ele é um bárbaro, mas ele naturalmente terá algumas qualidades daquele tipo de pensamento. No começo, a não ser que fosse uma encarnação em especial, a Kundalini de todos está presa nesse chakra. Quando a Kundalini desperta, algumas pessoas experimentam Darduri Siddhi, que é a levitação do chão. Ela normalmente ocorre na forma de um “saltitar” espontâneo enquanto sentado, mas pode também resultar em literal levitação para cima do chão. Dois de meus estudantes experimentaram Darduri Siddhi total, e nós capturamos os últimos segundos de um desses momentos em câmera. Infelizmente, o camera man improvisado, que era um estudante, amigo nosso, muito excitado, não era um camera man muito bom.

Swadistana

No processo de evolução, este chakra representa o desejo do homem de procriar e criar um tipo de imortalidade de sua estrutura física ao perpetuá-la entre suas crianças. Isso ocorre quando o indivíduo parou de se preocupar inteiramente sobre seu ser pessoal, e agora deseja permitir o seu ser a durar mais através das vidas de suas crianças. É também o início do desejo por um parceiro, por um relacionamento. Uma pessoa cuja Kundalini se elevou a esse nível tem controle sobre essa parte de sua evolução animal.

Manipura

Agora, a associação elemental desse chakra é o fogo, e sua localização em uma região “aquosa” [N.T.: região do elemento água] confunde alguns estudantes que não tiveram experiência direta dessas energias. Essa é uma associação simbólica, mais do que uma associaçãoenergética. Quando o prana flui para baixo e o apana é puxado para cima, o que acontece durante Pranayama (Sukha Purvaka e Bhastrika fazem isso), as duas energias se encontram no estômago. Isso cria tapas, calor, na boca do estômago. Ela pode ser sentida fisicamente se a prática for consistente, mas ela não é sentida por todos os tipos de estudantes. Esse calor é produto da “fricção” criada pelas duas energias se esfregando uma contra a outra nessa área. O encontro ocorre num chakra menor localizado internamente, mais ou menos 7,5 cm do umbigo. É por causa disso, e não por causa da energia elemental prevalecente nessa parte do corpo, que esse chakra tem a associação do fogo.

Quando alguém elevou sua Kundalini a esse nível, ele a uniu ao que é chamado a Madhya Shakti. Essa é uma vibração mais purificada da Shakti, a energia psicossexual, da Kundalini. Ela ajuda a sustentar a consciência a esse nível, e alivia da contenção do aspecto inferior da Shakti enraizado no Muladhara. Quando isso acontece, o desejo por comida é conquistado em grande parte. A conexão à Madhya Shakti ajuda a mente a vencer muito de seus desejos inferiores, e assim a mente se torna um terreno fértil para que a evolução espiritual genuína ocorra. Na história evolucionária da humanidade, o Manipura Chakra representa o desejo do homem de se associar com o cultivo, cultivando a terra e produzindo comida, e de se sustentar. É o instinto de se criar um “ninho”, ou seja, o cuidado e o sustento que resultam do desejo de procriar.

Anahata

A associação em particular de se elevar a Kundalini a esse nível é a realização do amor cósmico. Uma vez que o centro do coração é ativado, torna-se possível para o mago amar todos como a sua própria família, até como parentes de sangue. Ele se torna humilde, e compreende que todos são a sua mãe, pai, e filhos, tudo ao mesmo tempo. Ele não mais confunde amor passional com amor espiritual genuíno, e pela primeira vez até agora, ele aprende o que a devoção é. Quando o coração foi abrandado pela elevação da Kundalini e a prática da Japa em Deus, a mente experimenta Bhava genuíno, absorção devocional em Deus. Ele percebe que, até aquele momento, ele apenas pensava que amava Deus, mas não o amava realmente. Esse é o centro do Ishwar Pranidhan, a submissão a Deus.

Vissudha

Uma vez que a Kundalini tenha se elevado a esse ponto, ganha-se discernimento sobre o Karma. Ele compreende o passado, o presente e o futuro, e consegue identificar as razões secretas para tudo que ele vê e experimenta. Essa habilidade também dá uma compreensão fenomenal de todas as escrituras espirituais, porque agora se consegue ver além das palavras e entrar em seus significados verdadeiros. Por causa disso, esse centro é também associado com o poder da telepatia e da leitura mental. É o aperfeiçoamento da habilidade de comunicação. Existem dezesseis nadis maiores se ramificando daqui, que conectam esse chakra a muitos lugares do corpo inteiro. Em particular, elas o conectam à língua, as pregas vocais na garganta, a glote e o nervo vago.

Agya

Por uma razão qualquer, esse chakra é normalmente escrito como “Ajna”. Porém, isso não faz sentido, se baseado na fonética do inglês. Ele soa como “Agya”, com um som de “G” sólido como em “gato” ou “grande”. Esse chakra tem duas pétalas, as Nadis Ida e Pingala. Isso foi discutido extensivamente numa parte anterior desta aula, e portanto não há necessidade de considerá-lo mais profundamente. É quando a Kundalini se eleva a esse ponto que Savikalpa Samadhi ocorre.

Sahaswara

Os Granthis

Ao longo da Sushumna Nadi na espinha, existem três Granthis, ou “nós”. Esses são formados por certas nadis se unindo ao redor das nadis Sushumna, Ida e Pingala. O primeiro Granthi se encontra mais ou menos 5 centímetros acima do Muladhara Chakra, logo abaixo do Swadhistana. É chamado o Brahmagranthi, e impede que a Kundalini se eleve prematura ou automaticamente de certas experiências. É representado por uma cobra, cuja cabeça é alongada sobre o topo de um Shivalinga. É necessária muita energia sexual para penetrar nesse granthi, e é por isso que é melhor que as pessoas cuja Kundalini ainda reside no Muladhara deveriam abster-se grandemente de atividade sexual.

Daqui, o fluxo é grandemente desimpedido através do Swadisthana e Manipura Chakras. Logo abaixo do Anahata Chakra, porém, está o segundo granthi: o Visnugranthi. Isso impede que uma pessoa compreenda o amor cósmico, e portanto segura sua Kundalini, até que a mente esteja fértil para tal compreensão. Do contrário, uma pessoa poderia só forçar sua Kundalini para o chakra do coração com vários métodos rígidos, e sua mente se despedaçaria porque não estaria pronta para o influxo do amor divino. Quando o granthi é quebrado, o amor é verdadeiramente experimentado e o prana flui dentro do Anahata Chakra.

O terceiro e final granthi é o Rudragranthi, localizado no Agya Chakra. Ele impede a experiência de Samadhi até que a mente esteja pronta, e para a Kundalini de se elevar mais do que o bulbo raquidiano na base do crânio. Não é quebrado até o momento de Samadhi.

PS: Abaixo segue a diferenciação entre Chakras (centros de energia etérico) e Centros Psíquicos (centros de energia/força localizados no corpo astral). Para os curiosos de plantão, é interessante pesquisar qual a funcionalidade e diferença entre a glândula (corpo físico), o chakra (corpo etérico) e o centro psíquico (corpo astral) correspondente.

#Chakras #hermetismo #oalvorecer

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/anatomia-oculta-e-os-chakras

As Possibilidades Humanas – Parte 3

 Série Plano Astral e Fenômenos Psíquicos: 1. O Plano Astral e o Hermetismo / 2. As Forças Invisíveis

PASSIVO (absorvendo e desperdiçando)
Médiuns (principalmente de efeitos físicos) -> Forças inferiores
Médiuns Psíquicos (adivinhos, poetas, profetas) -> Forças superiores
ATIVO (concentrando e emitindo)
Magnetizadores (curandeiros, etc.) -> Forças inferiores
Iniciados e Adeptos (terapeutas, alquimistas, Teurgos) -> Forças superiores

Consideremos primeiro as constituições passivas, levadas à aspiração etérea pela sequência dos seus próprios desperdícios. As forças ou átomos dinamizados que se cruzam no éter-ambiente, chocando seu centro magnético, mudam-no constantemente: daí a sua impressionabilidade exagerada. Se sua constituição moral, seus hábitos anímicos facilitam este deslocamento para os órgãos corporais, tendendo ao mesmo tempo a isolá-los dos órgãos espirituais arrebatados, o sensitivo se tornará um médium de efeitos físicos. Um sujeito magnetizável, hipnotizável, de fácil sugestão e propenso à letargia.

Se o deslocamento tende mais em direção às regiões anímicas, o espírito interior (Chayad, Buddhi, Tinh), retendo também a alma ancestral, toma uma certa consciência (mais ou menos clara conforme a espiritualidade) das forças que o assaltaram. Assistimos então aos fenômenos de lucidez, clarividência, clariaudiência, profecia, previsão.

Estes fenômenos apresentam uma quantidade de nuanças conforme a intensidade da influência exterior, a mobilidade constitucional e o grau de espiritualidade do sujeito. Um verá apenas os seres vizinhos onde outro perceberá uns mais distantes; um verá apenas objetos materiais e outro distinguirá claramente os seres astrais e as vibrações etéreas. Pode acontecer que esses deslocamentos do centro magnético se produzam sob a influência de forças acidentais, que não dirigem nenhuma vontade especial. Neste caso, resultarão apenas em alucinações que por acaso parecerão pensamentos.

Ao inverso, pode acontecer que uma vontade superior se apodere do sujeito completamente; basta para isso que ela ocupe o seu centro magnético: acontecem então os fenômenos lamentáveis de obsessão e mesmo de possessão, onde muitas vezes a mediunidade dá o perigoso exemplo. É o caso das aparições onde um invisível, geralmente desconhecido, se apodera do fantasma ou mesmo da alma do médium em estado de letargia para se manifestar em aparições tangíveis e ativas.

Finalmente, se o passivo acrescenta à faculdade absorvente de sua constituição uma grande energia de desejos (proveniente da predominância da alma ancestral ou manas inferior), ele se transforma num verdadeiro vampiro astral. Assim se explica a ação particular e muitas vezes surpreendente de certas mulheres sobre seres masculinos; também se encontra num plano superior a explicação do charme feminino em geral. Os antigos simbolizavam a influência particular sobre as almas mais viris pelos domínio de Vênus sobre Marte, de Dalila sobre Sansão e outras lendas análogas.
Observamos agora o temperamento ativo.

Seria quase inútil repetir o que já dissemos: ele será magnetizador ou psicólogo (note que o termo psicólogo é utilizado com uma significação bem diferente da usual), conforme a direção em que seu centro magnético for levado: para o corpo ou para a alma. Se for psicólogo, disporá à vontade deste deslocamento. O que nos interessa saber é o uso que ele fará da força que sabe absorver, concentrar e dirigir. Pode projetá-la sobre seus semelhantes mais passivos, sem consentimento, ocupando-os de surpresa com a cumplicidade de seus centros magnéticos. Produzirão assim uma série de obsessões mais ou menos irresistíveis.

Vergonha e infelicidade sobre aquele que exerce esta faculdade relativamente fácil com a finalidade de prejudicar o seu semelhante. Além da degradação de sua alma ele cria uma verdadeira força de volta, uma reação igual à ação, que recai sobre o autor do crime.

O ativo também pode, ao contrário, forçar as emanações magnéticas daqueles que influenciam a tomar uma direção que lhe permite absorvê-las. É o magnetismo por atração; charme muito difícil de se praticar, mas mais poderoso e mais eficaz do que o seu oposto, o magnetismo por constrangimento, e terá a força do amor que domina toda a criação.

Num grau superior e muito difícil, esta prática dá ao operador o dom da leitura de pensamento, deixando o sujeito perfeitamente inconsciente das intimidades que ele revela. O médium também pode ler pensamento, mas quando o faz é inconsciente, enquanto que o sujeito ativo faz uma leitura voluntária. É fácil compreender que este exercício exija tanta elevação espiritual quanto vontade, pois supõe que a força central seja transferida em um espírito inferior muito desenvolvido. Esta é uma das funções preciosas do psicólogo.

Em vez de agir sobre os seus semelhantes, o ativo pode agir sobre si mesmo. Traz suas forças magnéticas para o organismo corporal e nele produz todos os efeitos curativos, como certos faquires da Índia que conseguem curar seus ferimentos graves instantaneamente.

Também poderá se colocar, somente por sua vontade, em estado de sonambulismo de todos os graus e até sair do corpo astral onde o corpo espiritual está envolvido inteiramente (fantasma, centro magnético e alma ancestral), arrastando uma parte do espírito interior de maneira a poder realizar a ubiquidade completa e de aparecer com todas as faculdade humanas num lugar diferente daquele onde seu corpo dorme.
É fácil de se compreenderem as dificuldades de semelhantes realizações. A força de vontade nestes casos não é suficiente para se defender dos ataques dos seres invisíveis, de maior força ainda, desejosos de ocupar a forma corporal abandonada; pode acontecer uma complicação orgânica, muitas vezes mortal se o operador se precipita bruscamente em socorro dos seus despojos, ou a alienação mental (alienum in mente) se ele não pode reentrar.

Vemos então que desenvolvimento psíquico é necessário para se realizar uma atividade espiritual igual àquela que supõe a ubiquidade voluntária.

O êxtase que permite à alma penetrar nas regiões ultraterrestres é da mesma ordem. Esses fenômenos são reservados aos psicólogos mais elevados. Mas se por acaso o pensamento do mal dá força a uma inteligência poderosa, devemos lamentar amargamente a alma que exercerá semelhantes poderes.

Finalmente o ativo pode dirigir seus eflúvios magnéticos sobre os seres invisíveis e as forças naturais. Assim consegue os fenômenos de ordem mágica. Assim é permitido ao homem, por exemplo, ativar a vegetação como fazem alguns faquires. Ou, ao contrário, retirar deles uma parte dos seus eflúvios magnéticos carregados de força vital. Pode também modificar as forças físicas até, por exemplo, se tornar invisível na atmosfera, praticar a levitação, interferir nos fenômenos meteorológicos, decompor a matéria e em seguida refazê-la no lugar onde quiser. O alquimista pertence a esta espécie de fenômenos.

Os poderes concedidos a uma criatura são proporcionais ao seu avanço sobre a rota indefinida que se estende entre o nada e as beatitudes conscientes do ser. As funções da natureza são operadas na maioria das vezes pelo próprio espírito porque o nada ainda é muito fraco para ter uma iniciativa suficiente. As funções cósmicas, principalmente, físico-químicas, meteorológicas, que são de ordem universal, não podem ser abandonadas a criaturas ainda incapazes de compreender o fim tão bem como o funcionamento, incapazes principalmente de executá-las com desinteresse. O comando das forças e dos espíritos naturais exige uma grande perfeição moral, a mais alta espiritualidade, e só pode ser exercido para o bem universal como auxiliar da vontade divina. Os fenômenos teúrgicos, tão raros quanto sublimes, são desta mesma ordem porque supõe uma alma superior à humanidade comum, pronta para as regiões celestes. Entretanto, a ambição e o orgulho do homem são tão grandes que ele chega a cobiçar os poderes alheios quando os seus são poucos. E de fato pode usurpá-los, tal é a latitude que o criador lhe deu. Mas com quais riscos? Esta usurpação se constitui na obra mágica, no naturalismo, e nas obras baixas de feitiçaria. Depois dessas explicações, bastam algumas palavras para defini-los.

A magia cerimonial é uma operação pela qual o homem procura constranger, pelo próprio jogo das forças naturais, os poderes invisíveis de diversas ordens e agir segundo o que lhes pede. Ele surpreende e consegue, projetando pelo efeito das correspondências que supõem a unidade da criação, as forças das quais ele mesmo não é o mestre mas podendo abrir para ele caminhos extraordinários. Daí surgem esses pentáculos, estas substâncias especiais, essas condições rigorosas de tempo e de lugar que é preciso observar sob pena de grandes perigos porque o audacioso estará exposto à ação de poderes perto dos quais ele não passa de um grão de poeira.
A magia cerimonial é absolutamente da mesma ordem da nossa ciência industrial. Nosso poder é quase nulo perto do vapor, da eletricidade, da dinamite; mas, ao contrário, por combinações apropriadas de forças naturais tão fortes quanto elas nós conseguiríamos transportar ou quebrar as massas que nos anulariam, usando-as então para nos transportar de um lugar para o outro e nos prestar uma série imensa de serviços.
A magia supõe então uma confiança audaciosa na ciência e somente nela. Pede apenas inteligência e conhecimento das forças invisíveis. Ela rouba o seu uso que está reservado àqueles que o amor do ser elevou à altura do sacrifício de si mesmos (arcano XII do Tarot). É por isso que a Luz do Egito representa-a para nós com razão como sendo o suicida dos elementos femininos da alma humana; os antigos o simbolizaram pelo castigo de Prometeu.

Prometeu tinha conquistado a ciência que o fazia orgulhoso. Mas por um Prometeu, quantos pobres mágicos ignorantes, miseráveis cozinheiros do astral, inteiramente ignorantes de suas reações se queimaram cruelmente em seus fogos!

O segundo caminho torto que conduz à produção de prodígios é o naturalismo. Longe de cometer audácias ele é completamente passivo, ainda que intelectual. Ao contrário do primeiro, pode ser representado como sendo o suicida dos elementos masculinos da alma. Consiste em se submeter aos espíritos naturais em vez de dominá-los. Assim procedem muitos faquires e médiuns. Através dele poderá ser reproduzido tudo o que os poderes dos espíritos quiserem com a ajuda de um organismo encarnado: crescimento rápido dos vegetais, curas instantâneas, alucinações por correntes poderosas dos elementais Kama-manasiques sobre o centro magnético dos espectadores e outros prodígios feitos por diversos praticantes de baixo estágio, principalmente na Índia. Estas práticas não acontecem sem uma certa sedução: é preciso uma certa religião, uma certa santidade, uma espiritualidade aparente para se submeter aos etéreos invisíveis, frequentemente muito poderosos em suas esferas. Mas qual é o prêmio por estas inúteis vaidades?

Adorar os espíritos naturais, identificar-se com eles, emprestar-lhes o organismo humano é fazer um ato de regressão contra a natureza; é a mesma coisa que renovar a queda do anjo cantada por Lamartine. Sem dúvida ajuda-se poderosamente a ação desses espíritos de ordem inferior e suas ações tão universais como as nossas, mas decompondo a personalidade consciente para descer ao nível deles. É ao mesmo tempo um ato de ingratidão para com a providência cujo socorro divino levou o homem até as portas do Céu. Enfim não podemos deixar de reconhecer neste esforço de uma miserável ambição uma espécie de baixeza que está acima da magia cerimonial.
A feitiçaria é uma outra forma dessas passividades mais repugnantes ainda. Acrescenta à fraqueza do naturalismo a ignomínia e a covardia do mal que se esconde para satisfazer as paixões mais vis. É inútil lembrar aqui os terríveis retornos: devem ser julgados pela consideração dos espíritos aos quais o feiticeiro entrega a sua alma.
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Retirado da obra :

Tratado Elementar de Ciências Ocultas (Papus)

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/as-possibilidades-humanas-parte-3

O que vos liga à fraternidade?

A Ordem DeMolay conta com Iniciações e, portanto, pode ser chamada de Ordem Iniciática. No entanto, não é uma Ordem magística – seu intuito é formar bons homens, amigos fiéis, jovens cidadãos de nossa grande nação, dignos dos elogios de todos os homens de bem. Como a Maçonaria, ela é uma organização fraternal, tanto que sua 4ª Virtude é o Companheirismo, e, por isso, seus membros tratam-se entre si como Irmãos, chamando os maçons de Tios [nos Estados Unidos, o termo é Dad, Pai]. Entre nossos Tios, incluem-se Marcelo Del Debbio, criador deste portal.

Não é uma ideia curiosa? Um belo dia, você é admitido como membro de um grupo e, a partir daquela data, passa a tratar pessoas que você nunca viu na vida como Irmão. Não parece surreal e falso? Na melhor das hipóteses, forçado. Afinal, quem é aquele DeMolay Iniciado no Capítulo Abaeté, nº 583, ou no Capítulo Xanxerê, nº 469? Nos Congressos Regionais, Estaduais e Nacionais, dezenas e centenas de outros jovens que eu devo chamar de Irmãos? Não é um conceito estranho?

Este é o mistério dos Iniciados, o mistério que está além do véu e mesmo quem devassar nossos Rituais e observar nossas Cerimônias, sem contudo tomar parte de nossas reuniões, jamais será capaz de compreendê-lo. Os Maçons o conhecem, os Cavaleiros Templários o conhecem, os Pitagóricos o conhecem – e nós, os DeMolays, também o conhecemos.

O que nos liga nessa fraternidade indissolúvel são os juramentos que realizamos. Nós nos dedicamos aos mesmos ideais e seguimos as mesmas Virtudes. Nosso grande objetivo é sermos melhores e sabemos que, para isso, podemos contar com todos os nossos Irmãos – e eles sabem que podem contar conosco.

Como dissemos, esta não é uma exclusividade da Ordem DeMolay. Todas as organizações fraternais são assim. Aí está a grande dificuldade para entendê-las – e os homens temem aquilo que não compreendem, acovardam-se diante do terrível enigma “Decifra-me ou devoro-te” e recorrem à violência para não desnudarem seus corações.

As empresas e as corporações fazem longas pesquisas e traçam estratégias para conseguir com que seus funcionários “vistam a camisa”. Nós, seres humanos, temos vontade de sermos parte de algo maior do que nós mesmos. Queremos ser parte de algo grandioso, algo que vá além de nossas vidas breves, pois somos coisas frágeis.

O que os empresários falham em perceber é que seus empregados estão ali motivados por objetivos particulares; a grande meta é o salário, utilizado para diversos fins, a influência e o poder. Não há como vestir a camisa e se identificar plenamente quando não se tem tanto em comum, exceto frequentar o mesmo lugar. Até certo ponto, funciona – basta lembrar dos anos de escola e da rivalidade com outros colégios – mas, internamente, não existe coesão. Não existe fraternidade.

Por isso, dentro das Ordens fraternais, temos pessoas de todo tipo, de todo credo, de toda história e de todo pensamento. Somos cristãos e somos agnósticos, somos judeus e somos muçulmanos, somos espíritas e espiritualistas, somos petistas e psdbistas, somos esquerdistas, direitistas e centristas, somos apoiadores e condenadores do governo atual e do passado, somos ricos e somos pobres, somos negros, brancos, mulatos, somos muito novos e somos bastante velhos. Porque nós estamos unidos em torno de uma causa comum, uma chama [que se manifesta em sete, no caso dos DeMolays] que reconhecemos arder no íntimo dos nossos Irmãos.

O verdadeiro espírito de Companheirismo e de fraternidade é sublime e mesmo as discordâncias intelectuais e materiais são incapazes de fazer frente à ligação que nos une de modo permanente.

A Ordem DeMolay permanece ativa através das décadas porque ela não existe somente nos sábados e domingos em que seus membros se reúnem, mas se manifesta a cada instante que os DeMolays agem de acordo com seus princípios, na escola, na faculdade, em casa, com os amigos, com a namorada, com um estranho e com um Irmão. Nossas cerimônias não são palavras mortas no papel ou fórmulas vazias, posto que tomam vida nos nossos gestos, palavras e pensamentos.

Ser um DeMolay não é um privilégio que nos torna homens especiais ou superiores aos demais; na verdade, trata-se de uma dádiva, um presente de serviço porque o verdadeiro DeMolay trabalha para ser um homem melhor, sabendo que esta é a melhor maneira de fazer com que as luzes das Virtudes Cardeais brilhem diante dos homens, de modo que eles vejam nossos bons trabalhos e glorifiquem o Pai Celestial.

Hugo Lima

#Demolay #VirtudeCardeal

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-que-vos-liga-%C3%A0-fraternidade

O Alfabeto Templário, o Alfabeto Marciano e o Menino do Acre

Olá crianças,

Desde o suposto desaparecimento do guri lá nos cafundós do Acre, quase todos os dias recebo emails e mensagens pedindo algum comentário sobre todo o circo que a mídia retardada brasileira ergueu. Bem, a gente tem como base “não bater palma para maluco dançar” aqui no TdC, por isso não comentamos falsos Videntes da Luz que “avisam” sobre os desastres DEPOIS que eles ocorrem, ou fazem “previsões” de eventos DEPOIS que eles ocorrem, ou picaretas que vendem “Pactos com Lucifer”, “Pactos Pactoruns” e outras baboseiras porque a cada cinco pessoas que são alertadas e se afastam desses picaretas, outras dez escrevem pedindo recomendações e indicações dos videntes e amarradores “sérios”…

Logo que mostraram as primeiras imagens, ficou claro que o tal “círculo mágico” desenhado aos pés da estátua era uma cópia de um desenho animado japonês (Full Metal Alchemist) e o tal “alfabeto mágico” dos livros nada mais era do que uma versão do Alfabeto Templário, que publiquei no RPG Trevas em 2001. Graças aos deuses este alfabeto saiu também em infinitos lugares e, mais especificamente, no “Manual do Escoteiro Mirim” que tem um alcance infinitamente maior do que os meus livros e blog. E Graças a Zeus que a mídia tosca chegou primeiro ao “Manual do Escoteiro Mirim” e não ao “Manual de RPG” senão teríamos outra caça às bruxas vinda da mídia retardada, como foi no começo dos anos 2000.

Mas tio Del Debbio, não é um alfabeto muito fácil de ser decifrado?

Sim e não. É necessário lembrar que na Idade Média, 99,9% da população era analfabeta, então nem o latim ou inglês as pessoas eram capazes de ler. a substituição funcionava por que mesmo as pessoas que sabiam ler não tinham a ideia de que poderia haver uma substituição deste tipo e acreditavam que os textos fossem runas esculpidas em uma outra língua. E você mesmo só sabe que o alfabeto é de substituição simples porque leu na internet, senão não saberia…

Em 1974, o Manual do Escoteiro Mirim publicou estas cifras como sendo “Alfabeto Marciano”, já que colocar isto como “Alfabeto Maçônico” traria um tremendo problema junto com os crentes de plantão do Brasil. Vale lembrar que o Walt Disney era Rosacruz e Demolay e muito do que foi colocado nos Manuais antigos vinha de conhecimentos hermetistas.

Provavelmente o Full Acre Alchemist escolheu as cifras dos infinitos alfabetos templários disponíveis na internet, ou até mesmo deu uma adaptada e tinha esperança que a mídia fosse pensar que aquilo era um “alfabeto doziluminatti” ou “alfabeto maçônico” mas, para azar dele, a Editora Abril reimprimiu recentemente o Manual do Escoteiro Mirim e a zueira never ends… muito mais engraçado para os sites avacalharem o moleque com referência ao Manual do Escoteiro Mirim do que associarem a escrita à Eliphas levi ou aos Templários.

Sorte nossa, que livrou o RPG de mais uma caça às bruxas, e azar do garoto, que a cada dia que passa perde cada vez mais o status de “cool” para o marketing do livro dele.

Se você gosta de assuntos relacionados a hermetismo e alquimia, apoie o Projeto RPGQuest, um jogo de tabuleiro de Alquimia.
https://www.catarse.me/rpgquest

#Blogosfera

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-alfabeto-templ%C3%A1rio-o-alfabeto-marciano-e-o-menino-do-acre

O Incenso de Ketoret

Traduzido por Gabriela Ayres

Em março de 1988 foi encontrado em uma caverna de Qumran, uma pequena jarra que continha um oléo avermelhado. Acredita-se que é a única amostra sobrevivente de um óleo balsâmico, descrito na Toráh para ungir o Mishkan (Tabernáculo) e seus vasos, assim como os kohanim, sacerdotes e reis de Israel. O óleo – quando foi encontrado – tinha uma consistência como o mel. A jarra em que o encontraram, estava embrulhada em folhas de palmeiras, cuidadosamente dobradas e preservadas em um poço com profundidade suficiente para evitar que se desperdiçasse devido às intempéries do tempo externo da zona.

Quatro anos depois, descobriram 600 quilos de uma substância orgânica avermelhada dentro de um silo, construído com rochas, em outra parte do complexo de Qumran. Uma série de análises determinaram que a dita sustância avermelhada continha pelo menos oito das onze espécies que eram utilizadas em Pitum haQetoret (mistura de incenso) e oferecidas no Templo.

Alguns anos mais tarde, foi apresentado uma amostra perante dois rabinos que a deram à seus próprios profissionais químicos para analisar a qualidade orgânica, e sugeriram que se queimasse uma porção dessa mistura com propósitos científicos (para tal, utilizaram ácido cloridrico e fogo). Também foi sugerido que a queimasse junto com outras duas espécies que se escontraram no outro lado da caverna.

Os resultados foram assombrosos. Se por um lado, as espécies haviam perdido algum traço da sua potência ao longo dos milênios desde seu enterro, por outro ainda eram poderosas. O resíduo da fragrância permaneceu nos arredores por inúmeros dias depois da experiência. Muitas pessoas informaram que seus cabelos e roupas consevaram o mesmo perfume. Ainda mais assombroso, a área onde foram queimadas as espécies, mudou radicalmente já que estava infestada durante meses, com formigas, mosquitos e outros insetos, que logo depois da experiência do incenso, desapareceram magicamente.

Depois de Ketoret, nenhum inseto foi visto por um bom tempo. Isto traz lembrança da Mishná em Avot 5:5 (Talmude) que diz que não havia moscas na área do Templo.

O poder e efeito prolongado do Ketoret estão também escritos no Talmude Yoma 39b, que as cabras em Jericó (ao norte de Qumrán) espirravam ao sentir o cheiro do Ketoret, e as mulheres não precisavam se perfumar. Em Jerusalém as noivas não precisavam usar seu perfumeiro (um pingente com misturas de ervas) em virtude do dulcíssimo e onipresente cheiro do Ketoret.

O Ketoret e a Bíblia

No Talmude (Arajin 16ª) está escrito que em Beit haMikdash (Templo), o Mishkán (Tabernáculo) assim como os vasos sagrados, o Aron Hakodesh (Arca sagrada), a Menoráh (o candelabro), o Mizbeaj haKetoret (Altar do Incenso), as roupas do Cohen Hagadol (Sumo Sacerdote), as cinzas dos sacríficios, etc., não eram só arterfatos físicos, mas sim, representavam níveis espirituais para estar mais perto de Deus. O mesmo acontece com o Óleo (Shemen) e o Ketoret.

Da leitura de Exôdo 30, podemos destacar que o óleo da unção e o Ketoret estão muito ligados um ao outro, já que contêm várias especiarias iguais.

Outra coisa que podemos destacar é que ambos são muito sagrados. Sagrado em Hebreu se diz Kodesh, quando algo é Kodesh se deve afastar-se e ser mantido separado, adquirindo por tanto o poder de santificar e elevar tudo ao redor (Shabat Hakodesh, Torat Hakodesh, lashon Hakodesh, Ierushalaim Ir Hakodesh, etc.).

Da Kabalah, podemos dizer que o incenso consistía em dez perfumes ou especiarias com uma agradável fragância, e uma especiaria a mais, jelbená (gálbano), com un cheiro horrível. Essas espécies eram misturadas para serem usadas no Templo. Como as onze especiarias representavam as dez, mais uma sefirot (ou originária) da Árvore da Vida do Universo de Tohu (caos), se diz entre tanto que representam a completa retificação do mal. Isto é indicado pela junção da 11ª especiaria, gálbano, que faz menção a elevação do mal retornando ao reino sagrado.

O Talmude (Shabat 89ª) ensina que Moisés foi instruído sobre o mistério do incenso pelo Anjo da Morte (o Anjo da Morte revelou a Moisés que o Ketoret tem poder de anular um decreto maligno, ainda que fosse o da morte).

Por que o Ketoret supera a maldade da morte? De onde sai o seu poder? Obtêm-se do fato da pulverização das especiarias se assemelharem ao rompimento da morte das sefirot originais. As sefirot originais dão luz com uma pequena porção de escuridão. A escuridão não poderia se manifestar como “mal” integro até que a luz fosse “pulverizada”. O rompimento da luz se demomina morte e escuridão. Mas o Ketoret, na precisa forma que está, e especialmente pelo número e natureza dos seus ingredientes tem o poder de sobrepôr-se a morte e a escuridão, e tranformar completamente o mal, tanto em nós e no mundo, no bem.

O Jelbená

O incenso consistia em dez especiarias, ou perfumes, com boas fragrâncias e uma 11ª, gálbano, com um cheiro horrível que se refere a elevação do mal no reino sagrado.

É interesante observar que o jelbená, uma das quatro especiarias mais importantes do Ketoret, descrita no Toráh, corresponde a nada mais nada menos que o carbono, ao carbono animal, um dos quatro elementos primários encontrados no Universo, que junto com o oxigênio eram essenciais para manter a vida!

Continuando com a idéia das dez fragrancias especiais e uma desagradável, o Talmude diz: (Keritot 6b): Todo jejum coletivo que não inclua os pecadores de Israel, não é jejum”.

Isto tem a ver com o fato de que o incenso tinha jelbená. Assim como o jelbená, era preciso que o incenso adquirisse esse aroma, uma congregação não está completa sem alguém que tenha errado e queira redimir-se através do arrependimento. Em particular quando um castigo era decretado contra Israel devido a alguma má ação, este mesmo mal deve ser elevado. Entre tanto, a idéia de trasformar o mal, o elevando novamente a sua fonte no sagrado está incorporanda no incenso. É por essa razão, que todo jejum coletivo deve incluir os pecadores de Israel.

A Toráh menciona quatro especiarias fundamentais para o Ketoret: Bálsamo, estacte, gálbano e frankincenso puro. É somente através da trasmissão oral que conhecemos as outras sete, somando um total de onze. Os sábios, tentam nos explicar, de que maneira se menciona na Toráh, repetindo duas vezes, a palavra “samim”, ou especiarias. A Toráh não especifica quais eram.

O Talmude mais uma vez explica as propriedades do Keroret:

Keritot 6ª: “De que era composto o Ketoret? Continha 368 maneh (medidas). 365 correspondiam ao número de dias do ano solar, uma medida por dia: meia pela manhã e meia a noite. As outras três são aquelas que o Cohen Hagadol (Sumo Sacerdote) traria (ao Sancta Sanctorum) como dobro da porção no “Iom Kipur”

Existe uma súplica, dizendo que nossa oferta seja agradável e aceitável a Deus. O Ketoret tem o poder de anular os efeitos do Lashon Hará (palavras torpes, fofocas, insultos, ofensas verbais, literalmente, a “lingua afiada”). Aqui devemos frisar que a Toráh e a súplica são a forma mais poderosa de utilização da linguagem para o bem. Às vezes, é muito fácil dizer palavras, aquelas que não são nossas e acostumamos repeti-las a ponto de perderem a profundidade e o significado. Mas o segredo da verdadeira súplica é nos colocarmos atrás das palavras, de convertê-las em ações, especialmente aquelas que foram pronunciadas para purificar durante milênios

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-incenso-de-ketoret

A Inquisição Protestante

Muitos evangélicos falam da Inquisição Católica, mas poucos sabem sobre a Inquisição Protestante.

Alemanha

Bandos protestantes esfolaram os monges da abadia de São Bernardo, em Bremen, passaram sal em suas carnes vivas e depois os penduraram no campanário.

Em Augsburgo, em 1528, cerca de 170 anabatistas foram aprisionados por ordem do Poder Público. Muitos foram queimados vivos; outros foram marcados com ferro em brasa nas bochechas ou tiveram a língua cortada.

Em 1537, o Conselho Municipal publicou um decreto que proibia o culto católico e estabelecia o prazo de oito dias para que os católicos abandonassem a cidade. Ao término desse prazo, soldados passaram a perseguir os que não aceitaram a nova fé. Igrejas e mosteiros foram profanados, imagens foram derrubadas, altares e o patrimônio artístico-cultural foram saqueados, queimados e destruídos. Também em Frankfurt, a lei determinou a total suspensão do culto católico e a estendeu a todos os estados alemães.

O teólogo protestante Meyfart descreveu uma tortura que ele mesmo presenciou: “Um espanhol e um italiano foram os que sofreram esta bestialidade e brutalidade. Nos países católicos não se condena um assassino, um incestuoso ou um adúltero a mais de uma hora de tortura (sic). Porém, na Alemanha, a tortura é mantida por um dia e uma noite inteira; às vezes, até por dois dias; outras vezes, até por quatro dias e, após isto, é novamente iniciada. Esta é uma história exata e horrível, que não pude presenciar sem também me estremecer. “

Inglaterra

Seis monges Cartuxos e o bispo de Rochester foram sumariamente enforcados. Na época da imperadora Isabel, cerca de 800 católicos eram assassinados por ano e Jesuítas foram assassinados ou torturados. Um ato do Parlamento inglês, em 1562, decretou que “cada sacerdote romano deve ser pendurado, decapitado e esquartejado; a seguir, deve ser queimado e sua cabeça exposta num poste em local público”.

Suíça

O descobridor da circulação do sangue foi queimado em Genebra, por ordem de Calvino. No distrito de Thorgau, um missionário zwingliano liderou um bando protestante que saqueou, massacrou e destruiu o mosteiro local, inclusive a biblioteca e o acervo artístico-cultural.

Em Zurique, foi ordenada a retirada de todas as imagens religiosas, relíquias e enfeites das igrejas; até mesmo os órgãos foram proibidos. A catedral ficou vazia, como continua até hoje. Os católicos foram proibidos de ocupar cargos públicos; o comparecimento aos sermões católicos implicava em penas e castigos físicos e, sob a ordem de “severas penas”, era proibido ao povo possuir imagens e quadros religiosos em suas casas.

Ainda em Zurique, a Missa foi prescrita em 1525. A isto, seguiu-se a queima dos mosteiros e a destruição em massa de templos. Os bispos de Constança, Basiléia, Lausana e Genebra foram obrigados a abandonar suas cidades e o território. Um observador contemporâneo, Willian Farel, escreveu: “Ao sermão de João Calvino na antiga igreja de São Pedro, seguiram-se desordens em que se destruíram imagens, quadros e tesouros antigos das igrejas”.

Irlanda

Quando Henrique VIII iniciou a perseguição protestante contra os católicos, existiam mais de mil monges dominicanos no país, dos quais apenas dois sobreviveram à perseguição.

Escócia

Durante um período de seis anos, John Knox, pai do presbiteranismo, mandou queimar na fogueira cerca de 1.000 mulheres, acusadas de bruxaria.

O saque de Roma

O Saque de Roma foi um dos episódios mais sangrentos da Reforma Protestante.

No dia 6 de maio de 1527, legiões luteranas do exército imperial de Carlos V invadiram a cidade. Um texto veneziano, daquela época, afirma que: “o inferno não é nada quando comparado com a visão da Roma atual”. Os soldados luteranos nomearam Lutero “papa de Roma”. Todos os doentes do Hospital do Espírito Santo foram massacrados em seus leitos.

Os palácios foram destruídos por tiros de canhões, com seus habitantes dentro. Os crânios dos Apóstolos São João e Santo André serviram para os jogos esportivos das tropas. Centenas de cadáveres de religiosas, leigas e crianças violentadas – muitas com lanças incrustadas na região genital – foram atirados no rio Tibre. As igrejas, inclusive a Basílica de São Pedro, foram convertidas em estábulos e celebraram-se missas profanas.

Gregóribo afirma a respeito: “Alguns soldados embriagados colocaram ornamentos sacerdotais em um asno e obrigaram um sacerdote a conferir-lhe a comunhão. O sacerdote engoliu a forma e seus algozes o mataram mediante terríveis tormentos”.

Conta o Padre. Mexia: “Depois disso, sem diferenciar o sagrado e o profano, toda a cidade foi roubada e saqueada, inexistindo qualquer casa ou templo que não foi roubado ou algum homem que não foi preso e solto apenas após o resgate”. O butim foi de 10 milhões de ducados, uma soma astronômica para a época.

Dos 55.000 habitantes de Roma, sobreviveram apenas 19.000.

Os “Grandes Reformadores Protestantes” e o emprego da violência:

Lutero

Em 1520, escreveu em seu “Epítome”: (…) francamente declaro que o verdadeiro anticristo encontra-se entronizado no templo de Deus e governa em Roma (a empurpurada Babilônia), sendo a Cúria a sinagoga de Satanás (…) Se a fúria dos romanistas não cessar, não restará outro remédio senão os imperadores, reis e príncipes reunidos com forças e armas atacarem a essa praga mundial, resolvendo o assunto não mais com palavras, mas com a espada (…) Se castigamos os ladrões com a forca, os assaltantes com a espada, os hereges com a fogueira; por que não atacamos com armas, com maior razão, a esses mestres da perdição, a esses cardeais, a esses papas, a todo esse ápice da Sodoma romana, que tem perpetuamente corrompido a Igreja de Deus, lavando assim as nossas mãos em seu sangue?”

Em um folheto intitulado “Contra a Falsamente Chamada Ordem Espiritual do Papa e dos Bispos”, de julho de 1522, ele declarou: “Seria melhor que se assassinassem todos os bispos e se arrasassem todas as fundações e claustros para que não se destruísse uma só alma, para não falar já de todas as almas perdidas para salvar os seus indignos fraudadores e idólatras. Que utilidade tem os que assim vivem na luxúria, alimentando-se com o suor e o sangue dos demais?”

Em outro folheto, “Contra a Horda dos Camponeses que Roubam e Assassinam”, ele dizia aos príncipes: “Empunhai rapidamente a espada, pois um príncipe ou senhor deve lembrar neste caso que é ministro de Deus e servidor da Sua ira (Romanos 13) e que recebeu a espada para empregá-la contra tais homens (…) Se pode castigar e não o faz – mesmo que o castigo consista em tirar a vida e derramar sangue – é culpável de todos os assassinatos e todo o mal que esses homens cometerem”.

Em julho de 1525, Lutero escrevia em sua “Carta Aberta sobre o Livro contra os Camponeses”:

“Se acreditam que esta resposta é demasiadamente dura e que seu único fim e fazer-vos calar pela violência, respondo que isto é verdade. Um rebelde não merece ser contestado pela razão porque não a aceita. Aquele que não quer escutar a Palavra de Deus, que lhe fala com bondade, deve ouvir o algoz quando este chega com o seu machado (…) Não quero ouvir nem saber nada sobre misericórdia”.

Sobre os judeus, assim dizia em suas famosas “Cartas sobre a Mesa”: “Quem puder que atire-lhes enxofre e alcatrão; se alguém puder lançá-los no fogo do inferno, tanto que melhor (…) E isto deve ser feito em honra de Nosso Senhor e do Cristianismo. Sejam suas casas despedaçadas e destruídas (…) Sejam-lhes confiscados seus livros de orações e talmudes, bem como toda a sua Bíblia. Proíba-se seus rabinos de ensinar, sob pena de morte, de agora em diante. E se tudo isso for pouco, que sejam expulsos do país como cães raivosos”.

Em seus “Comentários ao Salmo 80?, Lutero aconselhava aos governantes que aplicassem a pena de morte a todos os hereges.

Melanchton, o teólogo luterano da Reforma, aceitou ser o presidente da inquisição protestante, com sede na Saxônia. Ele apresentou um documento, em 1530, no qual defendia o direito de repressão à espada contra os anabatistas. Lutero acrescentou de próprio punho uma nota em que dizia: “Isto é de meu agrado”. Convencido de que os anabatistas arderiam no fogo do inferno, Melanchton os perseguia com a justificativa de que “por que precisamos ter mais piedade com essas pessoas do que Deus?”

Calvino

Em seus “Institutos”, declarou: “Pessoas que persistem nas superstições do anticristo romano devem ser reprimidas pela espada”. Em 1547, James Gruet publicou uma nota criticando Calvino e foi preso, torturado no potro duas vezes por dia durante um mês e, finalmente, sentenciado à morte por blasfêmia. Seus pés foram pregados a uma estaca e sua cabeça foi cortada. Em 1555, os irmãos Comparet foram acusados de libertinagem, executados e esquartejados. Seus restos mortais foram exibidos em diferentes partes de Genebra.

Zwínglio

Em 1525, começou a perseguir os anabatistas de Zurique. As penas iam desde o afogamento no lago ou em rios, até a fogueira.

Protestantes versus Protestantes

Os reformadores também lutavam entre si..

Lutero disse: “Ecolampaio, Calvino e outros hereges semelhantes possuem demônios sobre demônios, têm corações corrompidos e bocas mentirosas”. Por ocasião da morte de Zwínglio, afirmou: “Que bom que Zwínglio morreu em campo de batalha! A que classe de triunfo e a que bem Deus conduziu os seus negócios!”, e também: “Zwínglio está morto e condenado por ser ladrão, rebelde e levar outros a seguir os seus erros”.

Zwínglio também atacava Lutero: “O demônio apoderou-se de Lutero de tal modo que até nos faz crer que o possui por completo. Quando é visto entre os seus seguidores, parece realmente que uma legião o possui”.

Acerca da Reforma, disse Rosseau: “A Reforma foi intolerante desde o seu berço e os seus autores são contados entre os grandes repressores da Humanidade”. Em sua obra “Filosofia Positiva”, escreveu: “A intolerância do Protestantismo certamente não foi menor do que a do Catolicismo e, com certeza, mais reprovável”.

Texto original de Marcelo “Druyan” Esteves.

#Protestantismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-inquisi%C3%A7%C3%A3o-protestante

13 Conselhos de Chuck Palahniuk sobre como Escrever

fight-club

Ela disse o comentário perfeito no momento perfeito, e eu lembro disso duas décadas depois porque isso me fez rir. Aquelas outras vitrines bonitas… Estou certo de que elas eram estilosas e de bom gosto, mas eu não tenho recordações claras de como elas eram.

Para este ensaio, minha meta é colocar mais. Reunir um estoque de ideias ao estilo do Natal, com a esperança de que algo seja útil. Ou como se estivesse empacotando caixas de presentes para os leitores, colocando doces e um esquilo e um livro e alguns brinquedos e um colar, estou na esperança de que variedade o bastante é garantia de que algo aqui vai soar completamente estúpido, mas também de que alguma outra coisa poderá ser perfeita.

1: Dois anos atrás, quando escrevi o primeiro desses ensaios tratava-se do meu “método do cronômetro” de escrever. Você nunca viu esse ensaio, mas eis o método: Quando você não quiser escrever, programe um cronômetro para uma hora (ou meia hora) e sente-se para escrever até que o alarme toque. Se você ainda detesta estar escrevendo, estará livre em uma hora. Mas geralmente, ao momento em que o alarme tocar, você estará tão envolvido no seu trabalho, divertindo-se tanto com ele, que vai seguir em frente. Ao invés de um cronômetro, você pode colocar algumas roupas na máquina de lavar ou de secar e usá-los para cronometrar seu trabalho. Alternar entre o trabalho cerebral de escrever com o trabalho não-pensante da máquina de lavar roupas ou pratos te dará os intervalos que você precisa para que novas ideias e epifanias ocorram. Se você não sabe o que vem a seguir na estória… limpe seu banheiro. Troque os lençóis. Pelo amor de Cristo, tire a poeira do computador. Uma ideia melhor surgirá.

2: Seu público é mais esperto do que você imagina. Não tenha medo de experimentar com formatos de narrativa e mudanças temporais. Minha teoria pessoal é de que os jovens leitores se enjoam da maioria dos livros – não porque estes leitores sejam mais estúpidos que os leitores antigos, mas porque o leitor de hoje é mais esperto. Filmes nos tornaram muito sofisticados no quesito narrativa. E seu público é muito mais difícil de chocar do que você jamais poderia imaginar.

3: Antes de sentar e escrever uma cena, pondere sobre ela em sua mente e saiba o propósito daquela cena. Para quais tramas anteriores esta cena vai ser vantajosa? O que isso criará para as cenas seguintes? Como esta cena levará seu enredo adiante? Conforme você trabalha, dirige, se exercita, tenha apenas esta questão em sua mente. Tome algumas notas conforme tiver ideias. E apenas quando você decidiu a ‘coluna vertebral’ daquela cena – então, sente e escreva-a. Não vá até aquele computador chato e empoeirado sem algo em mente. E não faça seu se esforçar ao longo de uma cena na qual pouco ou nada acontece.

4: Surpreenda-se. Se você pode levar a história – ou deixar que ela o leve – a um lugar que te maravilha, então você pode surpreender seu leitor. No momento em que você visualizar qualquer surpresa bem planejada, muito provavelmente, o seu sofisticado leitor também o fará.

5: Quando você ficar preso, volte e leia suas cenas anteriores, procurando por personagens abandonados ou detalhes que você pode ressuscitar como “armas enterradas”. Quando terminava de escrever Clube da Luta, eu não tinha a menor ideia do que fazer com o edifício do escritório. Mas, relendo a primeira cena, eu encontrei um comentário aleatório sobre misturar nitroglicerina com parafina e como era um método duvidoso de fazer explosivos plásticos. Este detalhe bobo (… parafina nunca funcionou comigo…) criou a “arma escondida” perfeita para se ressuscitar no final e salvar meu rabo contador de histórias.

6: Use a escrita como sua desculpa para lançar uma festa toda semana – mesmo se você chamar aquela festa de “workshop.” Sempre que você puder passar tempo em meio a outras pessoas que valorizam e apoiam a escrita, isso vai balancear aquelas horas que você passou sozinho, escrevendo. Mesmo se algum dia você vender seu trabalho, nenhuma quantia de dinheiro vai compensá-lo pelo seu tempo gasto sozinho. Então pegue seu cheque adiantado, faça da escrita uma desculpa para estar entre pessoas. Quando você alcançar o fim da sua vida – confie em mim, você não vai olhar para trás e saborear os momentos que passou sozinho.

7: Deixe-se em companhia do Não Saber. Este pequeno conselho parte de centenas de pessoas famosos, de Tom Spanbauer até mim e agora você. O quanto mais você puder permitir que uma história tome forma, melhor ficará esta forma final. Não se apresse ou force o fim de uma história ou livro. Tudo o que você tem de fazer é a cena seguinte, ou as próximas cenas. Você não precisa saber de cada momento até o final. De fato, isso será chato para caramba de se executar.

8: Se você precisa de mais liberdade ao longo da história, rascunho a rascunho, mude os nomes dos personagens. Personagens não são reais, e eles não são você. Por mudar arbitrariamente seus nomes, você consegue a distância de que precisa para realmente torturar um personagem. Ou pior, apague um personagem, se é disso que a história realmente precisa.

9: Há três tipos de discurso – eu não sei se isso é VERDADE, mas ouvi em um seminário e fez sentido. Os três tipos são: Descritivo, Instrutivo e Expressivo. Descritivo: “O sol se ergueu bem alto…” Instrutivo: “Caminhe, não corra…” Expressivo: “Ai!” A maioria dos escritores de ficção usará apenas uma – no máximo, duas – dessas formas. Então use todas as três. Misture-as. É assim que as pessoas falam.

10: Escreva os livros que você deseja ler.

11: Tenha suas fotos de autor de livro vestindo jaqueta tiradas agora, enquanto você é jovem. E obtenha os negativos e direitos de imagem dessas fotos.

12: Escreva sobre os assuntos que realmente te desagradam. Estas são as únicas coisas sobre as quais vale a pena escrever. Neste curso, chamado “Escrita Perigosa”, Tom Spanbauer enfatiza que a vida é preciosa demais para passá-la escrevendo histórias mansas e convencionais com as quais você não tem nenhuma ligação pessoal. Há tantas coisa sobre as quais Tom falou mas que eu apenas me lembro parcialmente: a arte da “manumissão”, que eu não sei de cor, mas entendo que se refira à preocupação que você tem em mover um leitor ao longo dos momentos de uma história. E “sous conversation”, que eu interpretei como a mensagem escondida, enterrada dentro da história óbvia. Por eu não me sentir confortável descrevendo tópicos que eu apenas entendo pela metade, Tom concordou em escrever um livro sobre sua oficina literária e as ideias que ele ensina. O título é “Um buraco no coração”, e ele planeja ter um rascunho lido em Junho de 2006, com data de publicação no começo de 2007.

13: Outra história sobre uma janela no Natal. Quase todas as manhãs eu tomo meu café no mesmo restaurante, e nesta manhã um homem estava pintando as janelas com ilustrações de natal. Bonecos de neve. Flocos de neve. Sinos. Papai Noel. Ele ficou do lado de fora na calçada, pintando no frio congelante, sua respiração fazendo vapor, alternando pinceladas e passadas de rolo com diferentes cores de tinta. Dentro do restaurante, os clientes e garçons observavam conforme ele passava camadas de tinta vermelha, branca e azul na parte de fora das grandes janelas. Atrás dele a chuva se transformou em neve, caindo lateralmente com o vento.

O cabelo do pintor tinha todas as diferentes cores de cinza, e seu rosto era frouxo e enrugado como o bolso vazio de seu jeans. Entre cores, ele parava para beber alguma coisa num copo de papel.

Assisti-lo de dentro, comendo ovos e torradas, alguém disse que aquilo era triste. Um cliente disse que o homem era provavelmente um artista fracassado. Era provavelmente uísque no copo. Ele provavelmente tinha um estúdio cheio de pinturas fracassadas e agora ganhava a vida decorando janelas cafonas de restaurantes e lojas de doces. Apenas triste, triste, triste.

Um garçom passou pelo local, servindo café às pessoas, e disse, “Isso é tão bacana. Eu queria poder fazer isso…”

E a despeito de nós invejarmos ou sentirmos pena desse cara no frio, ele continuou pintando. Adicionando detalhes e camadas de cor. Eu não estou certo sobre quando aconteceu, mas em algum momento ele não estava lá. As figuras sozinhas eram tão ricas, elas preencheram as janelas tão bem, as cores eram tão vibrantes, que o pintor havia sumido. Fosse ele um fracasso ou um herói. Ele desapareceu, sumiu para qualquer lugar, e tudo o que nós estávamos vendo era seu trabalho.

Como lição de casa, pergunte a sua família e amigos como você era quando criança. Melhor ainda, pergunte a eles como eles eram quando crianças. Então, simplesmente escute.

#Arte #Blogosfera

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/13-conselhos-de-chuck-palahniuk-sobre-como-escrever