Afinal de contas, o que torna o TdC Especial?

Por Frater Dybbuk,, Zelator do AA

Nos dias de hoje, onde qualquer estudante de primeiro ano de filosofia pode inventar para si um titulo pomposo e criar um blog esotérico para tentar impor suas verdades, e dezenas de blogs de magias e pactos e ordens e curiosos de todos os calibres esquisotéricos surgem a cada dia na internet, como podemos saber se determinado autor é confiável?

Eu me fiz essa pergunta oito anos atrás, quando encontrei com o Del Debbio pela primeira vez em uma loja Maçônica, em uma palestra sobre “Kabbalah Hermética” (que vocês ja devem ter assistido pelo menos alguma versão dela. São todas iguais, mas todas diferentes. Só assistindo duas para ver. Para quem não viu, tem um link de uma delas no youtube Aqui). Adoro essa palestra porque sempre os judeus tradicionais se arrepiam todo quando ele faz as correlações da árvore das vidas com outras religiões. E este, talvez, seja o maior legado que ele deixará na história do Hermetismo.

Mas o que o gabarita para fazer estas afirmações?

Talvez porque a história do MDD dentro das Ordens iniciáticas seja única. A maioria de nós, estudiosos do ocultismo pré-internet, começávamos pela revista Planeta, depois comprávamos os livros da editora Pensamento, entrávamos na Maçonaria, em alguma ordem rosacruz e seguíamos pela senda sem nunca travarmos contato com outras vertentes. Quem é da macumba, caia em um terreiro escondido no fundo de algum quintal e ficava por lá décadas, isolado. Cada um com suas verdades…

O DD começou em 1989 lá na Inglaterra. E ainda teve sorte (se é que alguém aqui ainda acredita que existam coincidências) de cair em um craft tradicional de bruxaria, com a parte magística da coisa (que inclui incorporações) e contato com o pessoal da SRIA, do AA e de outros grupos rosacruzes. Quando voltou para o Brasil, talvez tivesse ficado trancado em seu quarto estudando e nunca teríamos este blog… mas ele também foi um dos primeiros Jogadores de RPG aqui no Brasil. (RPG é a sigla de um jogo que significa “role playing games” ou jogos de teatro). Em 1995 publicou um livro que utilizava o cenário medieval de mitologias reais em um jogo que foi um dos mais vendidos da história do RPG no Brasil (Arkanun). Por que isso é importante?

Porque ele se tornou uma espécie de celebridade pop. E isso, como veremos, foi de importância vital para chegarmos onde estamos hoje (vai anotando as coincidências ai…).

Bem, o DD se graduou em arquitetura e fez especializações em história da arte, semiótica e história das religiões comparadas. De um trabalho de mais de dez anos de pesquisas, publicou a Enciclopédia de Mitologia, um dos maiores trampos sobre o assunto no Brasil.

Com a faculdade veio a maçonaria e aqui as coisas começam a ficar interessantes. Por ser um escritor famoso, ele conheceu o Grande Secretário de Planejamentos do GOB, Wagner Veneziani Costa, um dos caras mais importantes e influentes dentro da maçonaria, editor da Madras, uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço e fundador da loja maçônica Madras, que foi padrinho do Del Debbio. E aqui entra o ponto que seria crucial para a história do hermetismo no Brasil, a LOJA MADRAS.

No período de 2004 a 2008, a ARLS Madras contou entre seus membros com pessoas como Alexandre Cumino (Umbanda), Rubens Saraceni (Umbanda Sagrada), Johhny de Carli (Reiki), Cláudio Roque Buono Ferreira (Grão Mestre do GOB), Sérgio Pacca (OTO, Thelemita e fundador da ARLS Aleister Crowley), Mario Sérgio Nunes da Costa (Grão Mestre Templário), Adriano Camargo Monteiro (LHP, Dragon Rouge), José Aleixo Vieira (Grande Secretário de Ritualística), Severino Sena (Ogan), Waldir Persona (Umbanda e Candomblé), Carlos Brasilio Conte (Teosofia), Alfonso Odrizola (Umbanda, diretor da Tv espiritualista), Ari Barbosa e Cláudio Yokoyama (Magia Divina), Marco Antônio “Xuxa” (Martinismo), Atila Fayão (Cabalá Judaica), César Mingardi (Rito de York), Diamantino Trindade (Umbanda), Carlos Guardado (Ordem da Marca), Sérgio Grosso (CBCS), entre diversos outros experts em áreas de hermetismo e ocultismo. Agora junte todos estes caras em reuniões quinzenais onde alguém apresentava uma palestra sobre um tema ocultista e os outros podiam questionar e debater sobre o assunto proposto com seus pontos de vista e você começará a ter uma idéia do que isso representou em termos de avanço do conhecimento.

Entre diversas contribuições para a maçonaria brasileira, trouxeram o RER (Rito Escocês Retificado), O Rito Maçônico-Martinista, para o Brasil, fundando a primeira loja do rito, ARLS Jerusalem Celeste, em SP, e organizaram as Ordens de Aperfeiçoamento (Marca, Nauta, Arco Real, Templários e Malta). O Del Debbio chegou a ser Grande Marechal Adjunto da Ordem Templária em 2011/2012.

Em paralelo, tínhamos a ARLS Aleister Crowley e a ARLS Thelema, onde naquela época se estudava magia prática e trocávamos conhecimento com a OTO no RJ (Loja Quetzocoatl, com minha querida soror Babalon) e a Ordem dos Cavaleiros de Thelema (que, dentre outros, tivemos a honra de poder conversar algumas vezes com Frater Áster – Euclydes Lacerda – antes de seu falecimento em 2010). Além disso, tínhamos acesso a alguns dos fundadores do movimento Satanista em São Paulo e Quimbandeiros (cujos nomes manterei em segredo para minha própria segurança ).

Palestra no evento de RPG “SANA”, em 2006. Eu avisei que ele era subcelebridade, não avisei? Bem… nesse meio tempo, o MDD já estava bem conhecido dentro das ordens Iniciáticas, dando diversas palestras e cursos fechados apenas para maçons e rosacruzes. De dia, popstar; de noite, frequentando cemitérios para desfazer trabalhos de magia negra com a galera do terreiro. Fun times!

Ok, mas e a Kabbalah Hermética?

O lance de toda aquela pesquisa sobre Mitologia e suas correlações com a Cabalá judaica o levou a estudar a Torah e a Cabalá com rabinos e maçons do rito Adonhiramita por 5 anos, tendo sido iniciado na Cabalá Sefardita em um grupo de estudos iniciáticos coordenado pelo prof. Edmundo Pellizari (Ras Adeagbo). Apesar da paixão e conhecimento pela cultura judaica, ele escolheu não se converter (segundo palavras do próprio “Não tem como me converter ao judaísmo; como vou ficar sem filé à Parmigiana?“). Seus estudos se intensificaram entre os textos de Charles “Chic” Cicero via suas publicações na Ars Quatuor Coronatorum, nas Lojas Inglesas e os textos de Tabatha Cicero via Golden Dawn.

A idéia da Kabbalah associada aos princípios alquímicos, unificando tarot, alquimia e astrologia sempre levantou uma guerra com os judeus ortodoxos, que consideram a Cabalá algo profundamente vinculado à sua religião (por isso costumamos grafar estas duas palavras de maneira diferente: Kabbalah e Cabalá.

Em 2006, Adriano Camargo publica o “Sistemagia”, um dos melhores guias de referência de Kabbalah Hermetica, onde muitas das correlações debatidas em loja foram aproveitadas e organizadas.

No meio de todos estes processos de estudos, chegamos em 2007 em uma palestra na qual estava presente o Regis Freitas, mais conhecido como Oitobits, do site “Sedentário e Hiperativo”, que perguntou a ele se gostaria de ter um blog para falar de ocultismo. O nome “Teoria da Conspiração” foi escolhido pelo pessoal do S&H e em poucas semanas atingiu 40.000 leitores por post.

Del Debbio se torna a primeira figura “pública” dentro do ocultismo brasileiro a defender uma correlação direta entre os orixás e suas entidades com as Esferas da Árvore das Vidas e as entidades helênicas evocadas nos rituais da Golden Dawn “Apenas uma questão de máscaras que a entidade espiritual escolherá de acordo com a egrégora em que estiver trabalhando” disse uma vez em uma entrevista.

Estes trabalhos em magia prática puderam ser feitos graças ao intercâmbio de conhecimentos na ARLS Madras, pois foi possível que médiuns umbandistas estudassem hermetismo, kabbalah e cabalá em profundidade e, consequentemente, as entidades que trabalham com eles pudessem se livrar das “máscaras” africanas e trabalharem com formas mais adequadas, como alquimistas, templários e hermetistas. Com a ajuda dos terreiros de Umbanda Sagrada, conseguimos trabalhar até com judeus estudiosos da cabalá que eram médiuns, cujas entidades passaram grandes conhecimentos sobre correspondências dos sistemas judaico e africano, bem como de sua raiz comum, o Egito. A maioria deste conhecimento ainda está restrito ao AA, ao Colégio dos Magos e a outros grupos fechados mas, aos poucos, conforme instruções “do lado de lá”, estão sendo gradativamente abertos.

Em 2010, conhece Fernando Maiorino, diretor da Sirius-Gaia e ajuda a divulgar o I Simpósio de Hermetismo, onde participam também o Frater Goya (C.I.H.), Acid (Saindo da Matrix), Carlos Conte (Teosofia), Renan Romão (Thelema) e Ione Cirilo (Xamanismo). Na segunda edição, em 2011, participam além dos acima o monge Márcio Lupion (Budismo Tibetano), Mário Filho (Islamismo), Alexandre Cumino (Umbanda), Adriano Camargo (LHP), Gilberto Antônio (Taoísmo) e Lázaro Freire (projeção Astral).

A terceira edição ampliou ainda os laços entre os pesquisadores, chamando Felipe Cazelli (Magia do Caos), Wagner Borges (Espiritualista), Claudio Crow (Magia Celta) e Giordano Cimadon (Gnose).

O Blog do “Teoria da Conspiração” também cresce, agregando pensadores semelhantes. Além de textos de todos os citados neste post, também colaboram estudiosos como Jayr Miranda (Panyatara, FRA), Kennyo Ismail (autor do blog “No Esquadro” e um dos maiores pesquisadores contemporâneos sobre maçonaria), Aoi Kwan (Magia Oriental), Raph Arrais (responsável pelas belíssimas traduções da obra de Rumi), o Autor do blog “Maçonaria e Satanismo” (cujo nome continua em segredo comigo!), Tiago Mazzon (labirinto da Mente), Fabio Almeida (Música e Hermetismo), Danilo Pestana (Satanismo), Bruno Cobbi (Ciganos), PH Alves e Roe Mesquita (Adeptus), Frater Alef (Aya Sofia), Jeff Alves (ocultismo BR), Yuri Motta (HQs e Ocultismo), Djaysel Pessoa (Zzzurto), Leonardo lacerda e Hugo Ramirez (Ordem Demolay).

A ARLS Arcanum Arcanorum, braço maçônico da Ordem de Estudos Arcanum Arcanorum, que trabalha em conjunto com a SOL (Sociedade dos Ocultistas Livres), o Templo Aya Sofia, o Colégio dos Magos e o Teoria da Conspiração.

E os frutos desse trabalho se multiplicaram. Com o designer Rodrigo Grola, organizou o Tarot da Kabbalah Hermética, possivelmente um dos melhores e mais completos tarots que existem, além dos pôsteres de estudo. Hoje seus alunos estão desenvolvendo HQs, Livros, Músicas, dando aulas e até mesmo produzindo um Filme baseado nos estudos da Kabbalah Hermética (“Supernova”).

E o estudo de mitologias comparadas, kabbalah e astrologia hermética nunca mais será o mesmo. Isso se chama LEGADO.

E ai temos a resposta que tive para a pergunta do início do texto: Como saber se um autor é confiável? Oras, avaliando toda a história dele e quais são suas bases de estudo, quem são seus professores, quais as pessoas que o ajudam e quem são seus inimigos. Quais são os caras que ele pode perguntar alguma coisa quando tem dúvida? e quais são os caras que tentam atrapalhar o seu trabalho?

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Pronto. Aqui está o texto que eu tinha prometido sobre os doze anos de Blog. Parabéns, Frater Thoth, já passou da hora de alguém começar a organizar uma biografia decente sobre os seus trabalhos.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/afinal-de-contas-o-que-torna-o-tdc-especial

A verdade sobre as evocações

Por: Aaron Leitch

Fonte: https://aaronleitch.wordpress.com/2021/01/13/the-truth-about-evocation/ Tradução e notas: Frater Goya (Anderson Rosa)

Saudações caminhantes com espíritos!

Percebi que as pessoas tendem a ter um mal-entendido geral sobre o que é evocação e para que se destina. Muitas pessoas parecem acreditar que a evocação é o objetivo da Magia Salomônica. Não é.

Eu entendo por que essa visão existe. Em ocultismo e ficção de fantasia, é necessário fazer as coisas parecerem interessantes – então o padrão é sempre mostrar um mago em pé dentro de seu Círculo protetor, cercado por fumaça de incenso, varinha ou espada na mão, cantando em línguas misteriosas, evocando criaturas assustadoras ou inspiradoras das névoas astrais. Não é diferente de – por exemplo – um programa policial que apenas mostra as perseguições emocionantes e técnicas de detetive impressionantes, mas nunca mostra as horas de papelada e espera que realmente constituem a maior parte do trabalho. O mesmo ocorre com a representação popular da magia dos grimórios. E, como você só vê o mago fazendo aquela única coisa – evocação – ele tende a se tornar o que você imagina quando pensa no assunto.

Outro culpado, acredite ou não, são os próprios grimórios. Ou, devo dizer, a má interpretação popular dos grimórios. Como eu explico em Segredos dos Grimórios Mágicosi e em meu curso online para iniciantes, os grimórios de fato não apresentam toda a tradição salomônica. São apenas os manuais iniciais (por isso são chamados de “gramáticas”), que dão instruções sobre como estabelecer o primeiro contato com os anjos e espíritos da tradição. E como você faz isso é (em grande medida) realizando as evocações. Depois de estabelecer esse contato, não é necessário realizar a evocação repetidamente. A partir daí, os espíritos assumem e ensinam a magia real – e não é apenas mais evocação.

A evocação tem dois objetivos principais:

1) estabelecer contato com um ser espiritual (ou grupo de seres). Assim que tiver esse contato, você nunca mais precisará realizar a evocação daquele ser novamente. Claro, você precisará realizá-lo novamente para quaisquer novas entidades que deseja conhecer. Portanto, de forma alguma estou sugerindo que você nunca fará outra evocação! No entanto, você não precisará repetir para o(s) espírito(s) que você já contatou. Isto é, contanto que você vincule aquele ser a um talismã, anel, tábua, altar, etc. e tenha meios de continuar trabalhando com ele.

2) Para assuntos importantes que requerem questionar diretamente um ser espiritual. Mais especificamente quando você tem uma série de perguntas que precisam ser feitas. É por isso que os grimórios costumam usar a evocação com o propósito de descobrir informações ocultas, encontrar itens ou pessoas perdidas ou roubadas, receber instruções específicas para algo, para encontrar um tesouro enterrado, etc., etc. Eu disse no passado que a evocação – significando seu uso para este propósito específico – é em si uma forma de adivinhação. Você está falando com o espírito para aprender algo que não sabia anteriormente. Caso contrário – por que você pedindo informações?

Portanto, a evocação é algo que é feito muito mais raramente do que outros aspectos da Tradição. Para a maioria dos propósitos, você pode fazer uma petição a um anjo ou criar um talismã para o que for necessário, sem passar pelo processo de semanas ou meses de evocação completa. Isto é, se você já fez o trabalho de evocar os espíritos com os quais está trabalhando e dedicou seu tempo e esforço para construir uma relação de trabalho com eles. Em nossa casa, temos altares para todos os sete Arcanjos Planetários (os mesmos caras que você vê no Heptâmeronii), sem mencionar meu SAG e Familiares, as Prendas de Carrie, seu Altar Ancestral e alguns outros também. Não precisamos passar meses fazendo evocações completas deles quando precisamos pedir algo – porque já fizemos isso e agora eles moram aqui!

Outra coisa a se considerar: NÃO há necessidade de evocar dezenas de espíritos! Já vi pessoas se gabando de convocar todos os 72 espíritos da Goetiaiii. Ou que eles evocaram todos os Shem haMephoreshiv e / ou Anjos da Árvore da Vida. Mas, gente, não é assim que funciona essa tradição! Você poderia ser um mago salomônico de sucesso durante toda a sua vida e apenas contatar um ou dois espíritos. Você tem que encontrar um espírito que trabalhe bem com você, que goste de você e obtenha resultados – e continuar trabalhando com esse espírito. Esse espírito pode ou não ser capaz de fazer tudo que você precisa – e, se não, pode direcioná-lo (ou mesmo apresentá-lo a) outro espírito que pode, e agora esse espírito se torna parte de sua tripulação. Os anjos e espíritos dos grimórios não são Pokémons! Você não precisa coletar todos eles. Seu exército espiritual deve ser algo que você constrói muito lenta e deliberadamente ao longo dos anos, e não deve ser tratado como uma lista de chamadas em uma empresa de vendas de telefones.

Sim, temos MUITOS altares em nossa casa – principalmente porque fazemos isso profissionalmente. Mas, mesmo conosco, há um número menor de entidades às quais recorremos para a maioria das coisas. Para mim, é primeiro o meu SAGv, depois os meus familiares. Se instruído a fazer isso, posso levar um problema para um dos Sete Arcanjos – e que geralmente tende a ser Sachiel e Iophiel, porque em algum lugar ao longo do caminho me tornei um mago de Júpiter. Para Carrie, ela frequentemente irá para Anael ou Samael porque ela tem uma relação especial com eles. Isso não quer dizer que nunca vamos aos outros Arcanjos, apenas que é uma ocorrência mais rara em relação àqueles com quem mais trabalhamos.

E é ainda mais raro fazermos evocações completas para eles. Em vez disso, gastamos nosso tempo cuidando de seus altares e ícones, fazendo oferendas a eles, acendendo velas decoradas e fazendo petições a eles, e conversando com eles diretamente ou por meio de uma forma de adivinhação ou de outra. Desculpe se isso soa mais como trabalho do que a fantasia incrível de ser um mago – mas é a verdade. E agora você tem.

NOTAS

i No original Secrets of the Magickal Grimoires: The Classical Texts of Magick Deciphered https://www.amazon.com.br/Secrets-Magickal-Grimoires-Classical-Deciphered/dp/0738703036

ii O Heptâmeron é um dos quatro maiores livros de magia na história da humanidade. Acompanhada de “A chave de Salomão”, o Grimorium Verum e “A Constituição do Papa Honório”, forma uma linha de tratados sobre Magia Negra, escritos na Antiguidade e na Idade Média. Também é chamado de Quarto Livro de Cornélio Agrippa. Porém, a autoria foi atribuída a ele sem que, no entanto, fosse citado por seu pretenso autor em nenhuma outra obra. Este livro foi dividido em duas partes: a primeira ensina a comunicar-se com os espíritos do Ar, através de invocações a serem realizadas durante os sete dias da semana. Na Segunda parte, uma série de fórmulas ensina como conjurar entidades para descobrir tesouros, escutar segredos, fazer alguém se apaixonar, abrir cadeados e mais uma série imensa de utilidades práticas do cotidiano.

iii Goetia ou Goëtia é uma prática mágica que inclui a conjuração de demônios ou gênios. Apalavra grega antiga γοητεία (goēteía) significa “encanto, malabarismo, feitiçaria”, de γόης (góēs) “feiticeiro, mago” (plural: γόητες góētes). Durante a Renascença, a goëtia foi às vezes contrastada com magia, como “magia do mal” vs. “magia boa” ou “Magia natural”, ou às vezes com teurgia. Heinrich Cornelius Agrippa, em seus Três Livros de Filosofia Oculta, escreve “Agora, as partes da magia cerimonial são goetia e teurgia. Goetia é infeliz, pelos comércios de espíritos impuros compostos de ritos de curiosidades perversas, encantos iníquos, e depreciações, e é abandonado e execrado por todas as leis.”

iv O Shem HaMephorash (hebraico: שם המפורש, alternativamente Shem ha-Mephorash ou Schemhamphoras), significando o nome explícito, é um termo originalmente tannaítico que descreve um nome oculto de Deus na Cabala (incluindo variantes cristãs e herméticas), e em algumas mais discursos judaicos convencionais. O “nome dobrado 72 vezes ” é altamente importante para o Sefer Raziel, e um componente chave (mas frequentemente ausente) para as práticas mágicas na Chave Menor de Salomão. É derivado de Êxodo 14: 19–21, lido de forma a produzir 72 nomes de três letras. Este método foi explicado por Rashi. As lendas cabalistas e ocultistas afirmam que o nome 72 formado foi usado por Moisés para cruzar o Mar Vermelho, e que pode conceder aos santos mais tarde o poder de expulsar demônios, curar os enfermos, prevenir desastres naturais e até matar inimigos.

v Sagrado Anjo Guardião – considerado a própria Voz de Deus dentro do indivíduo. Uma vez obtida a cooperação do Santo Anjo da Guarda, o aspirante poderia passar a controlar todos os espíritos da natureza e infernais.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/demonologia/a-verdade-sobre-as-evocacoes/

Chamadas enochianas adaptadas segundo pronúncia

Frater Ozymandias

Reunidas aqui estão as principais invocações enochianas já adaptadas conforme a pronúncia para a língua portuguesa sugerida por Frater Goya. O presente documento inclui assim as palavras do Mantra da Chave, do Banimento  do Anjo Alegere, do Banimento do Pentagrama e das 19 chamadas enochianas. Em todos os casos foram incluídos links para artigos onde cada invocação é explicada com mais detalhes.

Mantra da Chave

ODe CeHISe DieS TA ZodACARe BAGeLE MADe SOBA SAMeRANe LAPe ODO QAA

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Banimento Enochiano

(Frater Goya)

LONeSA AMeMA OI NETAABe.

OLe LeVeSeDI INeSI BeLANeSe NOMIGe OAI OReSe OIADe INeSI DeLeVeGARe OLeLORe RIORe EOPeHANe

OIADe INeSI NANAEELe OI NOBeLOHe ODe NOROMI I DAReBeSe

OIADe PONe GAHe ZodAHe

AMeMA NOASeMI OI MONASeCI ODe OI ADOIANe TONeVeGe AREPT BAMPOI MADACHE (repetir 3x)

OIADe AMeMA LONeCeHO OBeZodA NOSeTOAHe OI MADe GEMEGANeZodA NOASeMI

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Ritual do Enochiano do Pentagrama

NONeCeFe KeHYSe
ADOHY
LONeSA
BUSeDYRe
YOYADe

YAYDONe
GE-YADe
ENAY
MONASeKY

LUKALe Y YKeZodHHKALe
BABAGE Y EDeLePeReNAA
RA-ASe Y BATAYVAH
ODe SOBOLeNe Y RAAGYSOLe
MYKeMA VeNALe YALePORe OYVEAE
DieS BYAH ASePeSe O NOKO

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Chaves Enochianas

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1º CHAMADA

Ole sonefe vorese-ge goho lade balete, laneseh calezod vonepehu; sobera zodole roreita nazodpesade, ode gereaa ta maleperege, dies holeqe qaa notehoa zodimezod ode comemah ta nobeloh zodiene; soba tehile genonepe perege aledi, dies urebese oboleh ge-resame; casareme ohorela taba pire, dies zodonerenesege cabe ereme jadenah. Pilah farezodme zodnera adena gono ladepile dies home toh soba [iaode] ipame lu ipamise; dies loholo vepe zodomede poamale, ode bogepa aai ta piape piamose ode vaoame. Ca zosacare ode zamerame! Odo cicele qaa zosorege lape zosiredo noco made, hoateh zodaida.

2º CHAMADA

Adegete upaah zodonege ome faaipe salede, viu le? Sobane laleperege izodazodazod piadepeh; casarema aberamege ta taleho paraceleda qe-ta loreseleqe turebese oogo baletoh givi cehise lusede oreri ode micalepe cehis bia ozodonegone; lape noane terofe corese ta ge oqe manine laidone. Torezodu gohe-l! Zodacare, ca ce-noqode! Zodamerane micalezoso, ode ozodazodme userelpe, lape zodire loiade.

3º CHAMADA

Micema, goho piade, zodire comeseleh a-zodiene biabe ose lonedoh; norezod cehise otehile gigipah; unedele cehise ta puime qe mosepeheh teloceh; quiine toletorege cehise i-cehise-ge me ozodiene dies-te beregeda ode torezodule. Ie-li eoi balezodarege ode aala tehilene ose netaabe deluga, vomesarege lonesa capemiali vorese cela, homile cocasebe, fafene izodizodope ode miinoage de ge-netaabe, vaune nanaeel, panepire malepiregi caosege pilede. Noane unalah balete ode vooane. Dooiape nade, goholore, gohuse micema, iehusozod cacacome, ode dooaine noare micaolezod aaiome; casaremege gohia ziodacare unigelage ode imevamare pugo pelapeli ananaele qaane.

4º CHAMADA

Otehile lasedi barebage, ode dorepeha, gohole, gecehisege avavago coremepe pede, de-sonefe viu diu? Caesaremi oali mapeme sobame age coremepo cerepe-le casaremege cerodezodi cehise ode ugege; dies-te capimali cehise capimaone ode lonesehine cehise ta lo cela. Toregu, nore quasahi, ode fe caosega bagele zodirena iade, dies-i ode apila. Dooaio qaale, zodacare ode zodamerane obelisonege resete-ele
aafe nore-molape.

5º CHAMADA

Sapah zodimii de diu ode noase ta qaanise aderoceh, dorepehale [ulecinina] caosege, ode faonetese [lucifetiase] peripesole ta beliore. Casareme amipezodi nazod-areteh afe, ode delugare zodizodope zodlida caosegi tole- toregi; ode zodcehise esiaseceh lta viu ode iaode tehilede, dies perale [pilede] hubare peoale, soba coremefa cehise ta
la, velese, ode qe-cocasebe. Ca niise ode darebese qaase; fe eteharezodi ode beliora. Iaiale edenase cicelese. Bagele? Geiade i-le.

6º CHAMADA

Gah se diu eme, micalezodo pilezodine; sobame ele harege mire babalone ode obeloce samevelege, delugare maleperege are caosegi, ode acame canale, sobolezodare fe-beliarede caosegi, ode cehise anetabe ode miame ta vive ode de. Daresare solepeteh bieme! Berita ode zodacame ge-micalezodo sobeha-ateh teriane luiahe ode ecerine made qaaone.

7º CHAMADA

Raase i-salemane paradizod oecerimi aao ialepiregah quiine enay butemone, ode i-noase ni paradiale casaremege ugeare cehirelane; ode zodonace lucifetiane, corenese ta vaule zodirene tole-hami. Soba lodoh ode miame cehise ta de ode ese, umadea ode pi-beliare otehile-rite ode miame. Ce noquole rite, zodacare zodamerane, oecerimi qadah ode omicaolezod aai-ome. Bagele papenore idelugame lonesehi, ode umepelife ugegi bigeliade.

8º CHAMADA

Bazodme, lo le ta [de] piripesone olene nazode-a-vabeh oxe, casaremege urane cehise ugege; dies aberamege baletoha, goho lade; soba miame teriane ta lolecisevovin e abai ode azodiagiere riore. Ieregile cehise da dies paaoxe busede caosego, dies cehise ode ipe-urane teloah, cacerege oi-salemane loneceho ode vovina carebafe! Niiso! Bagele avavago gohone! Niiso! Bagele momao siaione ode mabezoda jadoiasemomare poilepe! Niise, zodamerane ciaofi caosego, ode beliorese, ode coresi ta aberamige.

9º CHAMADA

Micaoli beranesege peregele napeta ialepore dies berine efafafe pe vonepeho olani anede obezoda; sobecah upaah cehise tatane ode teranane balye, alare luseda sobolene, ode cehise holeqe ce-noqeuodi ciale. Unale aledone mome caosego ta lase olelore genay limelale. Amema cehiise sobeca maderide zod-cehise! Ooanoane cehise aviny derilepi caosegine, ode butemoni pareme zumevi cenila. Dazodise etehamezod a-cehiledao, ode mirece ozodole cehise pidiai colelale. Ulecinine a-sobame ucime. Bagele? Ladebaletoh cehirelane pare. Niiso! Ode ipe ofafafe! Bagele a-cocasebe i-corese-ta unige beliore.

10º CHAMADA

Coraxo cehise coremepe ode belanese lucale azodiazodore paebe, soba lilonone cehise vireqe ope eopehane ode racelire maasi bagele caosegi, dies ialepone dosige ode basegime, ode oxexe dazodise siaterise ode saleberoxe cynexire faboane.

Unale-cehise conesete dies daoxe cocasebe ole oanio yore eorese vohime gizodyaxe ode matebe cocasebe pelosi molevi dies page-ipe larage ome derolene matorebe cocasebe. Emena l pateralexe yoleci matebe nomige mononese olora genay anegelarede. Ohio! Ohio! Ohio! Ohio! Ohio! Ohio!

Noibe ohio caosegone, bagele maderide, i, zodirope cehiso derilepa. Niiso! Ceripe ipe nidali!

11º CHAMADA

Oxiayale holedo ode zodirome o coraxo dies zodiledare raasy, ode vabezodire cameliaxe ode bahale. Niiso! [ode aledone ode noase] salemane teloceh, casaremane holeqe, ode te-i ta zod-cehise soba coremefe i ga. Niisa! Bagele aberanege nonecepe! Zodacare ca ode zamerane. Odo cicele qaa zodorege, lape zodiredo noco made, hoateh laida.

12° CHAMADA

Noneci de-sonefe babage, ode cehise obe, hubaio tibibepe; alelare ateraah ode efe. Derixe fafene miane, are enay ovofe, soba dooaine aai le vonepeh. Zodacare gohuse ode zodamerane. Odo cicele qaa. Zodorege lape zodiredo noco made, hoateh laida.

13° CHAMADA

Napeai babagene, dies-brine vexe ooaona lerinege vonepeh doalime eoline oleloge oreseba, dies cehise afefa. Micema isero made ode lonesehi-toxe, dies i-umede aai gerosebe. Zodacare odo zodamerane. Odo cicele qaa. Zodorege lape zodiredo noco made, hoateh laida.

14° CHAMADA

Noromi bagie, pasebese  oiade, dies terinete  mirece ole tehile dodese tolehame caosego homine;   dies   berine oroceh quare;  micema biale oiade. Airesero toxe dies-i-ume aai [bagiele] qe balefime. Zodacare ode zodamerame. Odo cicele qaa. Zodorege lape zodiredo noco made, hoateh laida.

15° CHAMADA

Ilese tabaane lialeperete, casaremane upaahi cehise darege, dies oado caosegi oresecore, dies omaxe monaseci baeovibe ode emetegise iaiadixe. Zodacare ode zodamerane. Odo cicele qaa. Zodorege lape zodiredo noco made, hoateh laida.

16º CHAMADA

Ielese viu-ialeperete, salemane balete, dies berine aceroodezodi busede, ode belioraxe balite; dies-inesi caosege lusedane emode dies-ome ode teliobe hami; derilepa geh ilese madezododilodarepe. Zodacare ode zodamerane. Odo cicele qaa. Zodorege lape zodiredo noco made, hoateh laida.

17º CHAMADA

Ielese de-ialeperete, soba upeaah cehise nameba zodixelay dodesih, ode berinete faxese hubaro tusetaxe ylesi; soba lade i vonepo-unepeh; aledone daxile ode toatare! Zodacare ode zodamerane. Odo cicele qaa. Zodorege lape zodiredo noco made, hoateh laida.

18º CHAMADA

Ielese micaolezod oleperite ode laleperege beliorese, dies odo busedire oiade ovoarese caosego, casaremege laiade [vaoane] erane berinetese cafafame, dies iumede a-qe-loadohi mozod, ode maoafefese; bolepe como-beliorete pamebete. Zodacare ode zodamerane. Odo celicele qaa zodorege lape zodiredo noco made hoateh laida

19º CHAMADA – Aethyrs

Maderiax dies-perafe (nome do Æthyr’s ) cehise micaolezod saanire caosego, ode fisise balezodizoderase laida.

Noneca gohulime: micema adoiane made, iaode beliorebe, soba ooaona cehise lucifetiase piripesole, dies aberaasesa nonecefe netaaibe caosego, ode tilebe adepehahte damepelozod, tooate nonecefe gemicalezod oma lrasede tofelego marebe yarery idoigo, ode torezodulepe iaodafe golule; caosega, tabaorede saanire, ode ceriseteose yrepoile tiobele, busedire tilebe noalene paide oreseba ode doderemeni zodulena; elezodapetilebe, pareme-gi peripesax, ode ta qurelesete booapise.

Le-nibeme, ouceho symepe, ode cehriseteose age-toletorene lele mirece tone paomebede, dilezodmo o asepiane, ode cehriseteose age le toretorene paraceh a-symepe; coredezodizod, dodepale ode fifalezod le- semenade; ode faregete, bamese omaoase; conisebera ode avavox, tonuge; oreseca-tebele, naosemi tabegese levitehmonege; unecehi omepe-tilebe orese.

Bagele? Moooah ole-coredezodizod. Le capimao ixomaxipe, ode ca- cocasebe gosaa; bagelene pi-i tianeta ababalonede ode faoregete telocevovime.

Maderiiax, torezodu! Oaderiax oroceha aboaperi. Tabaori periazod are-tabase; aderepane corese-ta dobix; yolecame periazodi are-coazodiore, ode qeuasebe qetinege.

Ripire paaoxte saga-core; umele ode peredezodare cacerege aoiveae coremepete.

Torezodu! Zodacare ode zodamerane asepete sibesi butemona, dies surezodase tia baletane; odo cicele qaa, ode ozodazodma pelapeli iadenamade.


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Postagem original feita no https://mortesubita.net/enoquiano/chamadas-enochianas-adaptadas-segundo-pronuncia/

A Lua na Astrologia segundo Aleister Crowley

Por Aleister Crowley
Tradução e Nota: Frater Goya (Anderson Rosa)

Um dos epítetos favoritos da deusa Lua entre os romanos era Trivia, a de três formas, porque tinha três formas. É uma mulher, como mãe e como menina; esta dupla capacidade completa esse conceito de sexo feminino, do qual Vênus, que foi descrita mais acima, é apenas uma parte. Há, sem dúvida, um certo aspecto sinistro da vida de uma mulher e para compreende-lo devemos novamente retornar ao exame dos povos primitivos. Nas primeiras comunidades, uma mulher que já não pudesse ter filhos era uma mulher inútil, quaisquer que tivessem sido seus serviços à comunidade, estes eram esquecidos. Ela caía em desprezo e no ódio, o qual ela naturalmente devolvia, pondo em uso a sublimação das artes, que havia aprendido a tratar com os homens para molesta-los. Inclusive nos dias atuais, na Índia, o mesmo que em outras comunidades sobre as quais é desnecessário entrar em detalhes, as mulheres velhas são vistas com medo e aborrecimento. Supõe-se que passam o tempo inteiro causando algum dano. Entre as pessoas supersticiosas, adquiria portanto, e de maneira bastante óbvia, a reputação de ser uma bruxa. A Lua minguante foi, portanto, tomada como um símbolo de toda classe de diabruras. É Hécate, a Rainha das Estrígias*. Uma descrição moderna e bastante aproximada nos é dada em Macbeth.

O terceiro aspecto da Lua é aquele sugerido pelos ocorridos na natureza, seu rápido curso pelo céu e seu aspecto mutável lhe dá inconstância e instabilidade. Isso se relaciona com a variabilidade e a falta de atenção que observamos nas crianças. Deve-se, por conseguinte, considerar estes principais aspectos. Primeiro, representa a vida da mulher exatamente da mesma maneira que o Sol representa a vida do Homem. Segundo, representa a mulher em seu aspecto como mãe em oposição à esposa, e também representa o menino em seus primeiros anos, antes que a mente, que é Mercúrio, esteja totalmente desenvolvida, e a criaturinha não seja mais que um conjunto de desejos, estados de ânimo e emoções. Terceiro, representa na mulher em grande medida o que Saturno representa para o Homem, mas isso somente quando está aflita e na minguante. A consideração desses aspectos permitirão ao estudante compreender bastante bem o que os astrólogos querem dizer ao falar da influência de nosso satélite.

Há outros dois aspectos que devemos assinalar no Horóscopo aos quais nos referimos anteriormente. Hoje em dia, alguns astrólogos se descuidam, dizendo que a influência que lhes é atribuída por investigadores mais antigos das estrelas foram explicadas pelo descobrimento de Urano e Netuno, mas temos visto Horóscopos nos quais sua influência é extremamente notória, e cremos que não irá complicar de forma indevida o assunto, se dedicamos brevemente suas funções e natureza.

São os Nódulos Lunares, que são os pontos nos quais a Lua cruza a eclíptica. São chamados na astrologia de Caput Draconis e Cauda Draconis, a cabeça e a cauda do dragão. A influência da cabeça do dragão combina de maneira peculiar, repentina e violenta os efeitos de Sol e Júpiter, e é portanto favorável para iniciar qualquer operação importante. É especialmente proveitoso para o estudo das mais sublimes e mais puras classes de ciências ocultas, e presta grande força ao estudante de tais materiais. A cauda do dragão, que está na direção oposta à cabeça, possui a influência oposta. É utilizada para terminar um assunto, mas implica em perdas repentinas, da mesma forma que a cabeça indica ganhos súbitos. É pouco apreciada para o estudantes de tipos mais físicos e práticos do ocultismo.

Nem a cabeça nem a cauda do dragão formam aspectos com os planetas. Sua única importância é sua posição no Horóscopo.

* Estrígia – Ser mitológico que temos conhecimento a partir de Antonio de Torquemada, que nos descreve o mesmo como sendo uma “Ave noturna, que de noite produz grande barulho, e quando pode entrar onde estão os bebês, lhes retira o sangue do corpo, e o bebe“. Por causa disso, as bruxas também são chamadas Estrígias, pois fazem a mesma coisa, que é sugar o sangue de tudo que podem alcançar, principalmente crianças pequenas. Em Latim, Strix=Ave Noturna, de onde surge o termo para bruxa na língua Italiana, Strega. (Plural=Streghe, Masculino=Stregone)

Postagem original feita no https://mortesubita.net/thelema/a-lua-na-astrologia-segundo-aleister-crowley/

Caixa Enochiana

Frater Iustus (Robson Bélli)

 CONFORME REVELADO EM SONHO, PELO ANJO ARZL

Eu recebi esta caixa em resposta a minha incredulidade a respeito de uma coisa que eu via como uma caixinha de oração, contudo após receber fiz usos diversos desta caixa, pude perceber que a ideia havia sido recebida também por Vladimir G. da Silva, aluno do Frater Goya em 2012, e era na realidade uma manifestação legitima e real dos anjos enochianos, para nosso uso e bem estar dentro do sistema que ao meu ver, ainda esta sendo revelado!

Conforme meu sonho a caixa enochiana deve ser confeccionada da seguinte forma:

  • A caixa precisa ter, no mínimo, 04 lados (ao ser questionado se a caixa poderia ter 07 lados, o anjo respondeu que não.)
  • O lado de dentro da caixa deve ser pintado de dourado.
  • O lado de fora deve ser preto ou dourado (o anjo recomenda que a caixa seja feita de metal, mas, dependendo das condições financeiras, esta, pode ser foleada e que tendo ouro na caixa, mesmo que de baixo quilate, a caixa seria como se feita de cera de abelha [alusão ao Sigillum Dei Aemeth, de mesmo material]).
  • O verso do Sigillum Dei Aemeth deverá ser colocado no fundo externo da caixa.
  • O fundo interno da caixa precisa conter o Sigillum Dei Aemeth
  • Não é necessário mais do que 01 Sigillum Dei Aemeth na caixa.
  • Recite uma oração à sua escolha durante o processo de confecção da caixa. (quanto mais orar, mais poderosa se torna a caixa.)

Modo de usar

• Coloque a caixa finalizada, sobre o Sigillum Dei Aemeth principal sobre o altar (esta estará protegida das influências da terra)
• Faça uma oração à sua escolha, antes de iniciar o procedimento.
• Escreva o pedido, de forma objetiva e completa, sem partes obscuras, em um papel sem pauta e que nunca tenha sido utilizado para outro fim e segure em sua mão.
• Recite a Primeira Chamada para questões no plano espiritual.
• Recite a Segunda Chamada para questões no plano físico.
• Recite as demais chamadas até um anjo que seja correspondente ao desejo escrito para aumentar a eficácia na realização.


Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/enoquiano/caixa-enochiana/

A História da Golden Dawn

A Golden Dawn (ou Aurora Dourada), foi a segunda sociedade ocultista mais importante do século passado (a primeira foi a Sociedade Teosófica de H.P. Blavatsky). Foi criada em 1880 por quatro membros da S.R.I.A. (Societas Rosecruciana in Anglia) chamados:

  • A.F.A. Woodford, membro do Clero Anglicano e Maçon;
  • William Wynn Westcott, médico legista;
  • W.R. Woodman, médico;
  • Samuel Liddell Mac Gregor Mathers, estudioso de ocultismo.

A principal proposta da Ordem Hermética da Aurora Dourada, era colocar em prática os Rituais e Ensinamentos da Magia, fortemente influenciados pelos textos de John Dee, Eliphas Levi e Francis Barret, entre outros.

Sua reivindicação era a de ser a verdadeira herdeira dos primórdios do rosacrucianismo e dos princípios de Cristian Rosenkreutz (misterioso pai do rosacrucianismo), baseando-se num misterioso conjunto de manuscritos cifrados, oriundos de Westcott. De posse desses documentos cifrados, encontraram em meio a estes, uma carta com o endereço da Fraülein Ana Sprengel (Sapiens Dominabitur Astris = O Sábio Será Governado pelas Estrelas) originária de Nuremberg. Mais tarde descobriu-se que esses documentos foram na verdade, criados por eles.

Esses manuscritos estavam em inglês arcaico, transcritos num código “secreto” inventado no séc. XVI pelo Abade Trithemius. Nesses manuscritos encontram-se os rituais e a estrutura hierárquica básica da organização.

Através de um grande volume de cartas remetidas pelos dois lados, o quarteto de magos foi instruído de forma a preencher os rituais esboçados nos manuscritos cifrados. Em 1887 Ana Sprengel deu ao grupo, que até então estava subordinado à ela, autoridade suficiente para poderem abrir a primeira Loja (ou Templo) da Aurora Dourada, o Templo de Ísis-Urânia. Logo após a fundação do Templo foi anunciada a morte de Ana Sprengel.

A Aurora Dourada era fundamenta em Graus de aprimoramento, onde o estudante evoluía de acordo com suas aptidões. O recrutamento de novos membros era feito na maioria das vezes por cooptação, através de um padrinho, que iria cuidar de sua evolução dentro da organização e de sua diligência nos estudos.

A divisão dos Graus era baseada na Árvore da Vida, proveniente da Qabalah. São onze Graus divididos em três classes cada. A partir do Sexto Grau, ao que nos parece, reúne não seres humanos, mas entidades ou seres superiores.

A Grade de Estudos era bastante exigente em relação ao estudante, que, para passar de um Grau a outro necessitava provar seu domínio do Grau ao qual estava preste a abandonar.  Partindo de rituais do Pentagrama, Armas Mágicas, Talismãs, conversas com Anjos e Artes Divinatórias, pretendiam dar ao estudante o domínio do mundo em que este vivia.

A partir de 1892, Mathers começou a chefiar a Aurora Dourada praticamente sozinho, alegando que era iluminado por Mestres Secretos, os quais lhe davam plenos poderes para tanto. Criou-se então a Ordem Interna (Rubrae Rosae et Aurae Crucis = R.R.A.C.).

Os rituais da Ordem eram bem construídos pelo profundo conhecimento que Mathers tinha do ocultismo e eram plenos de poesia e filosofia. Seus efeitos sobre o espírito humano eram inegáveis assim como seus resultados.

Em 1898, Aleister Crowley ingressa na Aurora Dourada, tornando-se discípulo de Alan Bennett. Por seu talento com as artes esotéricas e pela sua perspicácia, adquiriu o respeito de Mathers. Por esse mesmo motivo além de sua independência nos estudos, surgiram atritos com outros membros da ordem. Em 1899, os membros de Londres recusaram-se a dar a Crowley o ingresso na Ordem Interna. Essa atitude contribuiu para a desagragação da Ordem conforme veremos a seguir.

Mathers havia se mudado para Paris com sua esposa Moina, para fundar um ramo continental da organização e lá conferiu a Crowley o grau de Adeptus Minor. Isso causou furor nos membros de Londres que votaram a expulsão de Mathers da Chefia da Organização.

A partir de 1900, a história da Aurora Dourada parecia estar chegando ao fim. Mathers troca insultos com vários membros da Ordem. Expulsou Florence Farr de seu posto de segunda no comando da organização. Mathers então manda Aleister Crowley a Londres para reprimir os rebeldes.

Após vários episódios bastante dramáticos e alguns até tragicômicos, Mathers foi afastado da Ordem. Depois do ano de 1900, a Ordem Hermética da Aurora Dourada deixou de existir na sua forma original, sendo dividida em diversos seguimentos, a saber: A Ordem de São Rafael, A Stella Matutina, Alpha-Omega, A Luz Interior, Builders of the Adytum.

A organização tentou reerguer-se através das mãos de outros grandes nomes do ocultismo, como Yeats, e A.E. Waite, mas seus esforços não conseguiram manter nem uma pálida lembrança dos dias de glória daquela que seria conhecida mais tarde como a maior Sociedade Rosacruz de todos os tempos.

A Ordem separou-se em várias facções que lutavam entre si pelo posto de verdadeira herdeira da Ordem Hermética da Aurora Dourada.

Hoje ainda existem várias Lojas e Templos espalhados pelo mundo que se dizem descendentes daqueles quatro magos. A verdade de sua herança, apenas o tempo será capaz de dizer.

A Aurora Dourada foi o centro onde reuniram-se grandes cabeças da época, sendo que, da totalidade, podemos citar com segurança:

  • Maud Gonna, musa inspiradora de William Butler Yeats;
  • William Butler Yeats, poeta, nobel de literatura de 1924;
  • Jean-Marc Bride, pai de Maud Gonna, político;
  • Florence Farr, atriz, conselheira de Bernard Shaw;
  • William Peck, astrônomo;
  • Gérard Kelly, presidente da Real Academia;
  • Arthur Machen, escritor;
  • Bram Stocker, escritor, autor de Drácula;
  • Violet Wirth, ou seja, Dion Fortune, escritora;
  • Sam Rohmer, escritor;
  • Edita Montés, condessa de Landsfeld, filha bastarda de Luís I da Baviera, e de Lola Montés;
  • Bulwer Lytton, escritor de Zanoni;
  • Aleister Crowley, mago, fundador da Astrum Argentum, mais tarde O.H.O. da O.T.O

“Como um prelúdio ao que sucederá mais adiante, haverá agora uma reforma geral, tanto de coisas divinas como humanas, conforme desejamos, e outros esperam. Pois, é natural que, antes do nascer do Sol, surja a AURORA, ou alguma claridade, ou divina luz, no Céu; e, entretanto, alguns, que darão seus nomes, se reunirão para aumentar o número e o respeito de nossa FRATERNIDADE, dando feliz e tão desejado começo aos nossos Cânones Filosóficos, para nós prescritos pelo nosso irmão R.C., participando então dos nossos tesouros (que nunca se esgotam ou corrompem), com toda humildade, e amor que os alivie do labor e das misérias deste mundo, de modo que não caminhem tão cegamente no conhecimento das maravilhosas obras de Deus.” -FAMA

por Frater Goya

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