A História dos Vampiros

Conhecidos também como vampiros, nosferatu, entre outros, eles são incrivelmente inesplicaveis e maravilhosas criaturas. O conceito específico dos mortos retornando para atacar e se alimentar do sangue dos vivos encontrou sua maior expressão na Europa cristã. No séc. XII, O historiador inglês William de Newburgh relatou diversos casos de mortos retornando para aterrorizar, atacar e matar durante a noite. Identificou-se esse tipo de espírito maligno com o termo latino sanguisuga. Na maioria dos casos sobre os quais escreveu, a única solução permanente era desenterrar e queimar o corpo do assaltante acusado. Do séc XVI ao séc XVIII ocorreu vários relatos na Europa oriental. Várias palavras foram usadas para designar estas criaturas, tais como, vukodlak (extraída da palavra que designa lobisomem) ou outros termos usados na Sérvia, vampir (de origem questionavel) e palavras relacionadas (como a palavra russa upyr), também se disseminaram. Em fins do séc XIX, o romance Dracula, de Bran Stoker, iniciou a era da ficção que continua até hoje. Dracula criou o vampiro vilão definitivo, utilizando elementos de Polidori e Le Fanu para produzir um pano de fundo gótico para história de um predador aristocrático profano saído do túmulo, que hipnotiza, corrompe e se alimenta das lindas jovens que mata. Stoker revelou todo o impácto das conotações psicossexuais envolvidas entre o relacionamento vampiro e vítima, mostrando uma notável semelhança entre a ânsia de sangue dos mortos-vivos e a sensualidade reprimida dos simples mortais. Um elo psiquico ainda mais profundo está indicado quando uma vítima do sexo feminino é forçada a beber o sangue de Drácula como parte de sua transformação em vampira.

O que é?

O que é um vampiro? Você deve estar se perguntando. A definição comum, nos dicionários, serve como referência para a investigação: vampiro é um cadaver reavivado que levanta do túmulo para sugar o sangue dos vivos e assim reter a aparência da vida. Esta descrição certamente se adapta a Drácula, o vampiro mais famoso, mas é apenas um ponto de partida e rapidamente se prova inadequada quando nos aproximamos do reinado do folclore vampírico. De modo algum todos os vampiros se encaixam nesta descrição. Nem todos os vampiros são corpos ressuscitados, alguns são espíritos desencarnados, como os lamiai da Grécia, também são os humanos normais com hábitos incomuns (como beber sangue) ou um poder extraordinário (como a possibilidade de “drenar” as pessoas emocionalmente). Os animais vampiros, do tradicional morcego aos deliciosos personagens infantis como Bunnicula e Conde Duckula, não estão de nenhuma forma ausentes na literatura. Portanto, vampiros existem de várias formas, mesmo sendo a maioria de cadáveres que ressuscitam. Como o conhecido por todos, uma das características dos vampiros é a que eles tem que sugar sangue de pessoas ou animasi pra sobreviver, mas alguns vampiros não sugam sangue, na verdade só drenam a força vital de suas vítimas. A pessoa atacada por um vampiro tradicional sofre pela perda de sangue, o que causa fadiga, perda da cor no rosto, apatia, motivação esvaziada e fraqueza. Várias doenças que envolvem a perda do sangue também tem os mesmos sintomas.

Vampiro

Abordando um vampiro. Uma vez decidido que o termo vampiro cobre uma grande variedade de criaturas, surge um segundo problema. De um modo geral, os vampiros em si estão indisponíveis pra exame. Com algumas pequenas exceções, o assunto deste volume não é sobre vampiros em si, e sim sobre a crença humana neles. Assim sendo, alguma metodologia se fez necessária para levar em consideração a crença humana em entidades que objetivamente não existem. O problema não é novo e a vasta literatua sobre vampiros nos favorece de duas maneiras. A primeira oferece explicações de um contexto social, isto é, a existencia dos vampiros dá às pessoas uma explicação de eventos de ooutra forma inexplicaveis (que no Ocidente moderno tentamos explicar com termos científicos) . A segunda abordagem é psicológica e explica o vampiro como existindo no cenário psíquico íntimo do indivíduo. As duas abordagens não necessáriamente se excluem. De acordo com a distribuição mundial dos vampiros, podemos afirmar que eles tem seu próprio lugar em cada cultura, um exemplo é que na América Central existe os camazots, é muito parecido com o vampiro da Europa oriental, mas, nas culturas são encontrados em situações diferentes, os camazots tinham e ainda tem estátuas suas na América Central, enquanto nenhum Europeu iria pensar em fazer estátuas para vampiros. Mas eles também tinham suas semelhanças, como o lamai, era um ser que surgiu em respostas de uma série de problemas relativos ao parto, ele caçava bebês ou crianças pequenas, de modo que seria quase o mesmo de suyar e da Lilith.

Drácula

Drácula, com certeza é o vampiro mais conhecido, mas, por que? Sua pergunta será respondida neste texto. Ele na verdade nasceu em Schassburg na Transilvânia no séc XV, para ser mais preciso foi em 1428, assumiu o posto de príncipe da Valaquia (ou Wallachia, como preferir) em 1436. Este homem era um guerreiro da igreja católica, e sua família fez um juramento a ela de combater os turcos, ele seria um herói da igreja se não fosse por ele ter executado e empalado muitos de sua religião. Por seus atos, ele era também conhecido como Vlad, O empalador. Só na noite de 24 de agosto de 1460, Vlad, O empalador, matou 20 mil pessoas, entre as quais incluiam, mulheres, velhos e crianças. Seus atos eram totalmente brutais, antes de matar sua vítima, ele a torturava enfiando uma estaca no corpo da vítima a ponto de não matar, só causar dor, amarrava os menbros em cavalos, e puxava, sem matar ainda, por fim, como golpe de misericórdia, ele enfiava uma lança no abdome do alvo, levantava-o e deixava fincado no campo de batálha. Teve um tempo de sua vida, que, Drácula ficou aprisionado pelos turcos como modo de que Vlad Dracul (seu pai), não os traísse. Durante este tempo como prisioneiro Drácula aprendeu a lingua turca, aperfeiçoou suas tecnicas de tortura e estratégias de combate, até os guardas que cuidavam de sua “estadia”com os turcos, tinham medo do pequeno Drácula, pois conheciam o que o garoto poderia fazer com seus conhecimentos. Depois que seu pai morreu decaptado em 1447, Drácula viveu com inúmeros tutores e em inúmeros lugares, aprendeu muitas linguas e todas as formas e estratégias militares dos turcos e dos católicos, conhecia todos os pontos fracos de ambos os lados. Era sempre levado por seus tutores aos campos de batalha nos tempos de guerra, assim começou seu gosto por sangue, morte e torturas. Ainda com raiva dos turcos por terem executado seu pai, queria vingança, mas a matança não parou só com os turcos, ele queria mais, assim começou a matar católicos, e foi considerado pela igreja como um monstro, após matar suas vítimas bebia seu sangue, chegou até a fazer um comentário ironico uma certa vez dizendo “eu estou enjoando do cheiro de sangue coagulado”. O castelo de Drácula, era na época, praticamente ivulnerável a ataques, diziam que neste castelo existia uma passagem secreta que passava por baixo da montanha, que ele usava para fugir quando uma investida contra seu castelo era bem sucedida, mas esta passagem nunca foi encontrada. Existe uma suposição de que Bram Stoker estudou profundamente a vida de Vlad Tepes antes de escrever seu livro, pois muitas informações estão incrivelmente exatas, como a localização de seu castelo. Depois de uma vida inteira de matança, tanto de turcos como de católicos, Vlad Tepes foi assassinado em 1476.

Relatos

Relatos de seres “vampíricos” já foram apresentados diversas vezes. Uma certa vez foi sobre Johannes Cuntius que, na noite de sua morte um gato entrou em seu quarto e arranhou seu rosto. Após o enterro, o vigoa da cidade começou a relatar ruídos estranhos vindos da casa de Cuntius todas as noites. Outras histórias estraordinárias foram relatadas de outras residências. Uma empregada, por exemplo, relatou ter ouvido alguem cavalgando em volta da casa e depois para o dentro do edifício, abalando-o violentamente. Em outras noites, Cuntius apareceu e teve encontros violentos com antigos conhecidos, amigos e membros da família. Entrou no quarto e exigiu dividir a cama com a mulher. Como outras aparições (pessoas que voltam após a morte ou depois de longa ausência), Cuntius tinha uma presença física e uma força extraordinária. Numa ocasião, relata-se que arrancou dois postes firmemente enterrados no solo. Todavia, em outras ocasiões ele aparentemente operava de forma não-cormoral – como um fantasma- e desaparecia subtamente quando era acesa uma vela em sua presença. Dizia-se que Cuntius cheirava mau e tinha extremo mau alito. Relata-se que uma vez transformou leite em sangue. Sugava as vacas até que ficassem sem sangue, numa tentativa de chamar a atenção, não somente de sua esposa mas como também de diversas mulheres de sua cidade. Uma pessoa a qual tocou disse que sua mão era fria como o gelo. Diversos buracos dando para o local de seu caixão apareceram ao lado do túmulo. Os buracos foram preenchidos, mas reapareceram na noite seguinte. Os moradores da cidade, incapases de encontrar uma solução para essas ocorrências, resolveram finalmente verificar o cemitério, cavaram diversos túmulos. Todos os corpos estavam em adiantado seu estado de decomposição, menos o de Cuntius. Embora já estivesse enterrado a seis meses, seu corpo ainda estava macio e flexivel. Puseram um bastão na mão do morto e ele o agarrou. Cortaram o corpo e o sangue espirrou. Foi convocada uma audiência judicial formal, sendo pronunciado um julgamento contra o cadáver. Foram dadas ordens para que o corpo fosse queimado. Como este demorou a queimar, o corpo foi cortado em pedacinhos, o executor relatou que o sangue estava fresco e puro. Após a cremação, a figura de Cuntius nunca mais foi vista.

Lilith

Lilith, uma das figuras mais famosas do folclore hebreu, originou-se de um espírito malígno tempestuoso e mais tarde se tornou identificada com a noite. Fazia parte de um grupo de espíritos malígnos demoníacos dos americanos que incluíam Lillu, Ardat Lili, e Irdu Lili. Apareceu no Gilgamesh Epic babilônico (aproximadamente 2000 a.C) como uma prostituta vampira que era incapás de procriar e cujos seios estavam secos. Foi retratada como uma linda jovem com pés de coruja (indicativos de sua vida notívaga). No Gilgamesh Epic, Lilith foge de casa perto do rio Eufrates e se estabeleceu no deserto. Nesse sentido, mereceu um lugar na bíblia hebráica )velho testamento critão). Isaías, ao sdescrever a vingança de Deus, durante a qual a Terra foi transformada num deserto, proclamou isso como sinal da desolação: “Lilith repousará lá e encontrará seu local de descanso” (Isaías 34:14). Lilith reapareceu no Talmude , onde uma história mais interessante é contada, onde ela é como a mulher do bíblico Adão. Tiveram um desentendimento sobre quem ficaria na posição dominante durante as relações sexuais. Quando Adão insistiu em ficar por cima, Lilith usou seus conhecimentos magicos para voar até o Mar Vermelho, o lar dos espíritos malígnos. Conseguiu muitos amantes e teve muitos filhos, chamados lilin. Lá encontrou-se com três anjos enviados por Deus – Senoy, Sansenoy e Semangelof – com os quais fez um trato. Alegou ter poderres vampíricos sobre os bebês, mas concordou ficar afastada de quaisquer bebês protegidos por um amuleto que tivesse o nome dos três anjos. Uma vez mais atraída a Adão, Lilith retornou para assombrá-lo. Depois que ele e Eva (sua segunda mulher) foram explusos do jardim de Éden, Lilith e suas asseclas, todas na forma incubus/succubus, os atacaram, fazendo assim com que Adão procriasse muitos espíritos malígnos e Eva mais ainda. Dessa lenda, Lilith veio a ser considerada na tradição hebraica muito mais uma succubus do que uma vampira.

Kali

Kali, uma das mais importantes divindades da mitologia na Índia, era conhecida, entre outras características, pela sua sede de sangue. Kali apareceu pela primeira vez nos escritos indianos por volta do Séc VI em invocações pedindo ajuda nas guerras. Nestes primeiros textos foi descrita como tendo presas, usando uma guirlanda de cadáveres e morando no local de cremações, diverss séculos mais tarde no Bhagavat-purana, ela e seus seguidores, os dakinis, avançaram sobre um bando de ladrões, decapitaram-nos, embeberam-se em seu sangue e divertiram-se num jogo de atirar as cabeças de um lado para o outro. Outros escritos registram que seus templos deveriam ser construídos longe das vilas e perto dos locais de cremação. Kali fez sua aparição mais famosa no Devi-mahatmya, onde se juntou à deusa Durga para lutar contra o espírito demoníaco Raktabija, que tinha a habilidade de se reproduzir com cada gota de sangue derramado; assim, ao lutar contra ele, Durga se viu suberpujada pelos clones de Raktabija. Kali resgatou Durga ao vampirizar Raktabija e ao comer suas duplicatas. Kali foi vista por alguns como o aspécto irado de Durga. Kali também apareceu como consorte do deus Siva. Eganjaram-se numa dança feroz. Pictoricamente, Kali geralmente era vista sobre o corpo de Siva numa posição dominante enquanto se enganjavam em relações sexuais. Kali tinha um relacionamento ambíguo com o mundo. Por um lado, destruía espíritos malígnos e estabelecia ordem, por outro, servia como representante das forças que ameaçavam a ordem social e a estabilidade por sua embriagues de sangue.

Por Keld

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/a-historia-dos-vampiros/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/a-historia-dos-vampiros/

A Ascensão Tifoniana: O Legado Mágico de Kenneth Grant

Matthew Levi Stevens

Onze anos após a morte do autor, ocultista e poeta britânico Kenneth Grant (1924-2011), estamos apenas agora começando a ver as primeiras tentativas de avaliar o impacto e o legado do homem que foi o último estudante e secretário do famoso Aleister Crowley, e que muitos acreditam ser seu sucessor natural.

Grant também foi um amigo próximo do mago artista Austin Osman Spare, apoiando-o em seus últimos anos, teve o padrinho de Wicca, Gerald Gardner, como um colega e às vezes rival, assim como durante seu tempo com Crowley e conheceu a Sacerdotisa da Nova Era, Dion Fortune. Como tal, Grant teve contato direto com quatro das figuras mais influentes do Renascimento Mágico e Místico dos meados do século XX.

Com relação a seu próprio trabalho, os nove volumes das três “Trilogias Tifonianas” de Grant escritos ao longo das três décadas de 1972 a 2003 – assim como vários volumes de ficção com temática oculta, e memórias das personalidades mágicas que ele encontrou – abrangem temas como Alquimia, Cabala, Controle de Sonhos, Egiptologia, Mitos de Cthulhu de H. P. Lovecraft, Caminho da Mão Esquerda, Magia Sexual, Surrealismo, Tantra, Thelema, Budismo Tibetano, Ufologia, Bruxaria e Vodu, que são um retrato único do Renascimento Oculto Moderno, assim como indiscutivelmente uma de suas correntes mais criativas.

Então, quem era exatamente Kenneth Grant?

Nascido em 23 de maio de 1924, muito pouco se sabe sobre os antecedentes de Grant ou sobre a sua biografia real. Ele era um homem intensamente reservado, que apesar – ou talvez até mesmo por causa – da natureza de seu trabalho e a notoriedade de seu mentor, Aleister Crowley, seguia uma rígida política de não divulgação, semelhante ao apagamento da história pessoal defendida nos livros de Carlos Castañeda.

Por sua própria natureza, algo como um jovem livreiro, sonhador, fascinado pela magia e pelo misticismo, o jovem Grant havia experimentado projeção astral e, aos 15 anos de idade, o que ele vivia eram contatos espontâneos de um ser que se chamava Aushik ou Aossic, que mais tarde identificaria como seu Santo Anjo Guardião. Grant tinha encontrado Magick In Theory and Practice (Magia em Teoria e Prática) de ‘Mestre Therion’ (um pseudônimo de Crowley’s) na livraria Charing Cross Road, Zwemmer’s, e, sentindo aqui talvez uma chave para entender – ou mesmo controlar – suas experiências, convenceu Michael Houghton, proprietário da Livraria The Atlantis Bookshop, a colocá-lo em contato com o autor. Houghton declinou, no entanto – as razões para isso não são claras – mas o que é um assunto de registro é que Grant, depois de escrever pela primeira vez, finalmente se encontrou com Crowley. Era dezembro de 1945, e quando eles apertaram as mãos pela primeira vez a música Shine On Harvest Moon estava tocando no rádio em segundo plano.

Foi assim que o jovem Kenneth Grant se tornou, por um tempo, um assistente-secretário do velho Magus ao abandonar Londres devastada pela Blitzkrieg, pela paz, tranquilidade e relativa segurança de uma hospedaria na costa sul. Foi em ‘Netherwood’ em Hastings, onde A Grande Besta terminou seus dias apenas três curtos anos depois, que Grant se tornaria aprendiz da Magia de Crowley a sério, e seria iniciado em sua Ordo Templi Orientis, conheceria pessoas como Dion Fortune, Gerald Gardner e Lady Frieda Harris, a artista talentosa que ilustrou o superlativo Livro do Tarô de Toth de Crowley. Ele também tomou conhecimento da ainda extensa rede de correspondência de Crowley com ocultistas no exterior – tais como Karl Germer e Eugen Grosche na Alemanha, e Jane Wolfe, W. T. Smith e Jack Parsons na América. Por um tempo, parece até que a Besta envelhecida estava preparando o jovem Grant para ser um possível sucessor, referindo-se a ele como um “Presente dos Deuses“, e anotando em seu diário:

“…o valor de Grant. Se eu morrer ou for para os EUA, deve haver um homem treinado para cuidar da OTO inglesa.”

Mas mesmo nesta fase inicial, a propensão de Grant para o devaneio e para o outro mundo desnorteou e frustrou o homem mais velho, que – afinal de contas – procurava assistência prática, no dia-a-dia, em primeiro lugar, e treinar um herdeiro, em segundo. Finalmente tudo se tornou demais – particularmente para Grant, que sentia falta de sua noiva Steffi – e Crowley o deixou ir, mas não antes de iniciar Grant no Grau IXO da O.T.O. e de fornecê-lo com uma Carta para montar um acampamento da Ordem.

Pouco antes da morte de Crowley, Grant também conheceu um homem que mais tarde provaria ser quase tão influente sobre ele quanto A Grande Besta: embora mais na forma de uma eminência parda, que influenciou Grant nos bastidores. Ele forneceu uma iniciação e inspiração que teve um impacto definitivo na reformulação da Thelema de Grant, no propósito e rituais do ramo da O.T.O. que ele fundou, e muito do foco das suas Trilogias Tifonianas. Seu nome era David Curwen.

Um alquimista praticante e aluno do Tantra, que havia dado o passo da devoção a um guru indiano – incomum para um ocidental na época – David Curwen foi mencionado pela primeira vez nas memórias de Grant de 1991, Remembering Aleister Crowley (Relembrando o diário Aleister Crowley):

“David Curwen foi mencionado pela primeira vez nos diários de Crowley, em 2.9.1944. Quando o conheci, pouco antes da morte de Crowley, ele era membro do IX° O.T.O. Sua paixão pela Alquimia era tão grande que ele quase morreu depois de absorver o ouro líquido. Seu conhecimento do Tantra era considerável. Foi através de Curwen que recebi, eventualmente, a iniciação completa em uma fórmula altamente recôndita do Tântrico vama marg.”

Ao discutir a tentativa de Crowley de formular um “elixir” como parte de seu trabalho da magia sexual, Grant menciona um detalhe de relevância fundamental para sua posterior tecelagem de Tantra e Thelema, que seria essencial para sua própria jornada de iniciação:

“Existe um documento relativo a esta fórmula compilado pelo antigo guru de Curwen, um tântrico do sul da Índia. É na forma de um extenso comentário sobre um texto antigo da Escola Kaula. Curwen emprestou a Crowley uma cópia do mesmo.”

O documento em questão era uma cópia do Anandalahari, ou a “Onda de Felicidade“, anotado pelo guru sul-indiano de Curwen e com um Comentário explicando o simbolismo fisiológico – e explicitamente sexual -. Isto forneceu a Grant a chave para desvendar os mistérios ocultos dos Textos Sagrados em Sânscrito, a partir dos quais ele foi capaz de desenvolver – com a ajuda de Curwen – uma visão mais profunda do Tantra do que seu antigo mentor jamais havia conseguido:

Nas instruções que acompanham os graus superiores da O.T.O., não há um relato abrangente do papel crítico dos kalas, ou emanações psicossexuais da mulher escolhida para os ritos mágicos. O comentário foi um abrir de olhos para Crowley, e explicou algumas de suas preocupações durante minha estada no ‘Netherwood’. Estas envolviam uma fórmula de rejuvenescimento. Faltava ao O.T.O. algumas chaves vitais para o verdadeiro segredo da magia que Crowley afirmava ter incorporado nos graus mais altos. Curwen, sem dúvida, sabia mais sobre estes assuntos do que Crowley, e Crowley ficou irritado com isso.

Apesar de suas credenciais externas como ocultista e às vezes transgressor, como um bissexual promíscuo e drogado, Aleister Crowley ainda era, em muitos aspectos, um produto de seu tempo: ele pode não ter sido um misógino, mas sofria de um chauvinismo masculino, todo típico de sua origem vitoriana, privilegiada e branca. Ele também tinha pouco ou nenhum conhecimento do autêntico Tantra de fontes originais, enquanto quando eu troquei cartas e me encontrei brevemente com Kenneth Grant em 1981, ele deixou claro que apesar de sua dedicação de toda sua vida a Crowley e à Lei de Thelema, realmente seu “primeiro amor”, espiritualmente falando, foi o Advaita Vedanta. Esta antiga filosofia hindu da não-dualidade afirma que Atman, ou o Verdadeiro Eu, não é essencialmente diferente do Princípio Universal mais Elevado, ou Brahman. Grant se tornaria por um tempo, nos anos 50, um seguidor do Sábio de Arunachala, Bhagavan Sri Ramana Maharshi, e via sua meditação essencial “Quem sou eu?” como equiparada à busca de Thelema de realizar a Verdadeira Vontade de alguém, escrevendo:

“O espírito natural do Oriente, em sua rotunda mais profunda, está em total concordância com a doutrina de Thelema. Que isto pode ser provado comparando os princípios básicos de Thelema com o Caminho Chinês do Tao, a doutrina Vedântica de Advaita e a filosofia central do Tantricismo Hindu e Budista.”

Vários artigos que Grant escreveu para as revistas anglo-indianas foram posteriormente reunidos e publicados como At the Feet of the Guru (Aos Pés do Guru).

Depois de um período de associação com Gerald Gardner – que também era membro da O.T.O., também com um estatuto para criar um acampamento (embora não haja evidências de que ele alguma vez o tenha utilizado) – Grant criaria um Grupo de Trabalho próprio, “evoluído… para fins de tráfego com os Outer Ones (Exteriores)”, do qual ele escreveu:

“Entre os anos 1955-1962, eu estava envolvido com uma Ordem oculta conhecida como New Ísis Lodge (Nova Loja Ísis). Ela funcionava como uma filial da Ordo Templi Orientis (O.T.O.), com sede em Londres. Fundei a Loja para canalizar transmissões de fontes transplutônicas… O corpo dessas transmissões forma a base das Trilogias Tifonianas.”

Isto causou uma briga com Karl Germer, chefe nominal da O.T.O. quando da morte de Crowley, que sentiu que Grant havia excedido sua autoridade. Houve também conflitos de personalidade porque a New Ísis Lodge havia emitido um manifesto em conjunto com o antigo Grão-Mestre da Fraternitas Saturni alemã, Eugen Grosche, com quem Germer havia se desentendido anteriormente – o resultado foi a expulsão de Grant da Ordem. Este Grant desconsiderou, entretanto, considerando sua autorização de ter vindo do próprio Crowley, e também seus próprios contatos dos “Planos Interiores”. Assim começou a separação dos caminhos entre a Ordem Tifoniana de Grant e o chamado ‘Califado’ O.T.O. reformulado na América por Grady McMurtry.

Uma chave para entender a noção de ‘Gnose Tifoniana é a identificação enfática de Kenneth Grant com Tifón – uma entidade monstruosa da mitologia grega, líder dos Titãs, que fazem guerra contra os deuses do Olimpo, e decididamente feminina – como a Mãe de Set. Grant não hesita em se apropriar deste gigantesco monstro ctônico, de múltiplas asas e membros de cobra, Tifón Primordial, como um avatar da Grande Mãe, ou seja, da própria “Mãe Natureza”, e ousadamente afirma:

“Ela tipificou a primeiro progenitora numa época em que o papel do macho na procriação era insuspeito. Como ela não tinha consorte, ela era considerada uma deusa sem um deus, e seu filho – Set – sendo sem pai, também não tinha deus e era, portanto, o primeiro ‘diabo’, o protótipo do Satã das lendas posteriores.”

Em relação a Set – uma figura sombria e primordial da potência bruta do Egito aborígine, pré-dinástico, mais tarde lançado como o assassino do deus-rei Osíris e depois protótipo do “Deus contra os deuses” – Grant escreveu no prefácio da edição de 1990 do que havia sido originalmente seu primeiro livro, O Renascer da Magia:

“Para nós, que temos o conhecimento interior, herdado ou vencido, resta restaurar os verdadeiros ritos de Átis, Adônis, Osíris, de Set, Serápis, Mitra, e Abel”.

Estas palavras de Aleister Crowley me inspiraram quando jovem e, imaginando-me como um daqueles a quem eram dirigidas, logo descobri que, por alguma razão, não fui capaz de entender que era o deus Set que eu estava sendo chamado a honrar. Assim, tomei a mim mesmo a tarefa de penetrar nos Mistérios deste, o mais antigo dos deuses, e traçar a história de seus ritos desde uma antiguidade indefinida até os dias de hoje.

Os Mistérios Egípcios formam em grande parte o núcleo da Tradição Mágica Ocidental e foram certamente a base para os mitos e rituais da  Hermetic Order of the Golden Dawn (Ordem Hermética da Aurora Dourada), onde Crowley tinha aprendido a maior parte do que precisava para seu desenvolvimento posterior. O Antigo Egito como fonte de poder sobrenatural sancionou seu papel como Profeta, e construiu sobre o Éon de Horus de Crowley e O Livro da Lei, tanto quanto Grant cuja principal fonte para sua Gnose Tifoniana foi o controverso trabalho do egiptólogo esotérico autodidata, Gerald Massey.

Em obras monumentais como o Natural Genesis and Ancient Egypt: The Light of the World (Gênesis Natural e o Egito Antigo: A Luz do Mundo), Massey expôs em termos inequívocos o que ele afirmava ser a base afrocêntrica e fisiológica da Gnose: “Os mais antigos símbolos e religiões têm origem na África”. Ele concebeu o Tifón como equivalente à Tauret egípcia, ou Ta-Urt, o hipopótamo “Senhora da Casa de Nascimento”. Ela era a Deusa das Sete Estrelas do Norte (A constelação da Ursa Maior), e seu filho era a Estrela da (Constelação) do Cão (Maior), Sothis ou Sírius (igualado a Set), cuja ascensão heliacal aparecia acima do horizonte pouco antes da inundação do Nilo. A palavra “Tifoniano” se referia àqueles que adoravam esta Deusa Primordial, e os membros de Seu Culto Estelar haviam fugido para o Oriente, levando sua sabedoria com eles, quando os adoradores do Culto Solar ganharam a ascendência. Em muitos aspectos, a maior inovação de Kenneth Grant foi ligar esta Tradição Tifoniana ao Ocultismo Moderno.

Enquanto Grant se baseava extensivamente nas obras de outros ocultistas que o precederam – Blavatsky, Crowley, Fortune, Grosche, Spare – e citou acadêmicos e estudiosos, do sexólogo pioneiro Havelock Ellis ao ‘Egiptosofista’ Gerald Massey, ele também tinha o curioso hábito de referenciar obras de ficção com a uma aparente mesma seriedade. Assim, as discussões sobre a Sabedoria Estelar e a sobrevivência do culto pré-dinástico do primeiro Egito podem incluir, assim como referências a fontes arqueológicas, também material especulativo extraído dos Registros Akáshicos. Comparações com escritos sobre Tantra e Vodu são todas misturadas com as histórias de terror de Bram Stoker, as pulp novels (romances de celulose) de Sax Rohmer, a ficção sobrenatural de Arthur Machen e os ‘Contos Estranhos’ de H. P. Lovecraft.

Grant tinha uma afeição especial por Lovecraft, aparentemente acreditando que ele estava “em alguma coisa” – que seu temido grimório, O Necronomicon, de fato existia no plano astral, e que HPL (Lovecraft) tinha apreendido isso através de seus sonhos, mas era incapaz de aceitar a “verdade” do que ele tinha discernido – que ele era, de fato, um mago inconsciente. Para aumentar a aparente confusão, em várias obras Grant deu relatos – alegadamente dos Anais de sua Nova Loja Ísis – que parecer como algo da prosa roxa de escritores de horror sobrenaturais, e falou de personagens fictícios como se fossem “reais” – e então em suas obras supostamente fictícias ele se baseou em elementos presumivelmente biográficos de sua própria vida, também personagens e locais “reais”.

A meu ver, este exame excessivamente literal de certos escritos, tais como Grant – ou mesmo Carlos Castañeda, com quem às vezes foi comparado – pode passar despercebido. Se Don Juan ‘realmente’ transformou Castañeda em um corvo, ou se eles saltaram da montanha juntos – ou se Crowley ‘realmente’ perguntou a Kenneth Grant se eles eram parentes distantes por meio de um primo compartilhado em um clã estendido, que por acaso estava de posse de uma herança de família na forma de um grimório documentando seu tráfego de gerações – com inteligências de outros mundos – não está nem aqui nem lá. O que Grant está tentando enfatizar – do que ele era um indubitável Mestre – é o uso da ficção ou literatura como uma forma de Glamour mágico.

As palavras podem tecer mundos, as palavras podem conjurar fantasmas – as palavras podem transportar, transformar, e alterar a consciência – o único limite sendo a imaginação. É preciso lembrar que a imaginação se preocupa com a criação de imagens, em cujo respeito está diretamente relacionada à Antiga Heka egípcia: uma palavra que significava tanto “Magia” quanto “a criação de imagens”. O rol de escritores que também eram magos – ou, alternativamente, ocultistas que empregam a ficção como meio de expressar conceitos mágicos – é longa e distinta.

O próprio Grant segue as pegadas de Aleister Crowley e Dion Fortune, ambos com um passado na Golden Dawn e seus descendentes, assim como Algernon Blackwood, J. W. Brodie-Innes, Arthur Machen, Sax Rohmer, Bram Stoker e A. E. Waite. Grant viu as implicações ocultas no trabalho de tais escritores como não sendo tão diferentes das suas próprias:

“Machen, Blackwood, Crowley, Lovecraft, Fortune e outros, frequentemente usaram como tema para seus escritos o influxo de poderes extraterrestres que têm moldado a história de nosso planeta desde o início dos tempos…”

Assim como outros poetas e escritores decadentes e simbolistas, como Baudelaire, Huysmans, Lautréamont e Rimbaud, pintores surrealistas como Salvador Dali, Paul Delvaux, Max Ernst e Yves Tanguy tem uma apreciação especial. Dali em particular foi elogiado como “Um dos maiores magos de nosso tempo” – com Grant passando a explicitar a comparação deste com Spare:

“Spare já havia conseguido isolar e concentrar o desejo em um símbolo que se tornou senciente e, portanto, potencialmente criativo através dos relâmpagos da vontade magnetizada. Dali, parece, levou o processo um passo adiante. Sua fórmula de ‘atividade paranóico-crítica’ é um desenvolvimento do conceito primordial (africano) do fetiche, e é instrutivo comparar a teoria de Spare de ‘sensação visualizada’ com a definição de Dali de pintura como ‘fotografia colorida feita à mão de irracionalidade concreta’. A sensação é essencialmente irracional, e sua delineação em forma gráfica (“fotografia a cores feita à mão”) é idêntica ao método de Spare de “sensação visualizada”.”

A ênfase no uso de tal criatividade, carregada de intenção mágica e dirigida pela vontade treinada, é um conceito chave da Gnose Tifoniana:

“Dion Fortune enfatizou a importância do devaneio conscientemente controlado. Baseando suas práticas em aspectos dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, ela demonstrou o valor mágico do “sonho verdadeiro”, uma expressão derivada do romance de George du Maurier, Peter Ibbetson. A teoria é que se alguém tece um sonho diurno com intensidade suficiente induz a uma abstração tão total dos sentidos que o sonhador se funde num sonho acordado, no qual ele é o criador e mestre de suas próprias fantasias. Se poderosamente formuladas, estas concretizam, reificam e assumem uma realidade igual em grau – e muitas vezes maior – àquela que é experimentada na consciência desperta comum. As vantagens de ser capaz de induzir tal estado são evidentes.”

Talvez mais do que qualquer outro escritor ocultista moderno, Grant enfatizou a importância, potencial e poder de tal criatividade, escrevendo em Aleister Crowley & O Deus Oculto que, “A Grande arte é sempre simples… a verdadeira arte expressa a Eternidade”. Desde o início, a arte de Austin Osman Spare e a esposa de Grant, Steffi, é essencial para a função das Trilogias Tifonianas – o texto ilustra as figuras tanto quanto as figuras ilustram o texto. Mais tarde, em Outside the Circles of Time (Fora dos Círculos do Tempo), Grant escreve a respeito de artistas como Dali, Sidney Sime, Spare, e Tanguy:

“Estes artistas deram um salto em outras dimensões e – este é o ponto importante – voltaram para registrar suas experiências extradimensionais… A arte, no sentido verdadeiro e vital, é um instrumento, uma máquina mágica, um meio de exploração oculta que pode projetar o vidente no reino do invisível, e lançar a mente desperta nos mares do subconsciente.”

Por mais que as obras de Kenneth Grant possam ser documentos inestimáveis da evolução do ocultismo contemporâneo – assim como registros da contribuição de muitas das figuras pioneiras com as quais ele teve contato pessoal – é de se esperar que a maior contribuição de seus livros seja como catalisadores mágicos para o leitor que está preparado para abordá-los sob a mesma luz. Como escreveu a antiga protegida de Grant, Sacerdotisa da Magia de Maat, Nema: “Estes não são apenas livros sobre Magia; são livros que são Magia”.

Usados como portais para o Nightside (Lado Noturno), os nove volumes das Trilogias Tifonianas – assim como os vários outros livros de Grant – podem finalmente servir como guias para aquele lugar de exploração e inspiração além de distinções como ‘fato’ e ‘ficção’ que ele gostava de chamar de “a Zona Malva”.

Como tal, eles podem servir como plataformas de lançamento ou mesmo veículos para aquele lugar que cada um de nós precisa encontrar por si mesmo: o lugar onde a Magia acontece.

Finalmente, para concluir, sei que uma imagem de Grant é frequentemente pintada como autocrático, até mesmo autoritário da “Velha Escola”, o que pode muito bem ter sido assim – várias pessoas me levaram a acreditar que ele era realmente mais fácil de lidar se você não fosse um membro da sua Ordem Tifoniana! – mas não há dúvida da sua óbvia dedicação ao Feminino Daemônico (ou Demoníaco). A  Fellowship of Isis (Irmandade de Ísis), que Grant apoiou, afirmou que ele era “totalmente a favor da Deusa”. Sua defesa da obra de Dion Fortune, de Marjorie Cameron – numa época em que a maioria das pessoas, se é que tinham conhecimento dela, apenas a consideravam como a “viúva de Jack Parsons” – seu encorajamento ativo às sucessivas gerações de mulheres fortes ocultistas, como Janice Ayers, Jan Bailey, Linda Falorio, Margaret Ingalls (a supracitada Nema), Mishlen Linden e Caroline Wise – assim como sua devoção vitalícia à sua esposa, a artista Steffi Grant, cujas obras complementam e ilustram vividamente seus livros – todas atestam isso.

Retrato de Steffi e Kenneth Grant, por Austin Osman Spare.

Sendo o último elo vivo* com Aleister Crowley, Gerald Gardner, Eugen Grosche e Austin Osman Spare, o legado de Kenneth Grant ainda está para ser totalmente avaliado e não voltaremos a ver algo semelhante a ele novamente.

* Kenneth Grant faleceu em janeiro de 2011 aos 86 anos.


Fonte: Tifon Rising: The Magical Legacy of Kenneth Grant.

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-do-caos/a-ascensao-tifoniana-o-legado-magico-de-kenneth-grant/

A Gnose Afro-Americana e o Candomblé Gnóstico

Uma visão moderna dos Cultos-Afro e de suas potencialidades mágicas.

O MOTIVO PELO QUAL ESTE CURSO FOI ELABORADO: Durante meus mais de vinte anos de estudos teóricos e experiências práticas no Ocultismo, tenho travado contato com as mais variadas correntes de pensamento Esotérico.

Como pesquisador que sou, não me contento em permanecer na superfície da questão, como a grande maioria de interessados no tema; muito pelo contrário, pois eu procuro me aprofundar sobremaneira no assunto que me desperta interesse, adquirindo a maior quantidade de informações possível, sejam relatos pessoais, sejam escritos de que natureza forem, para, então, colocar em prática os ensinamentos de dito Sistema.

Tenho experimentado de tudo um pouco, em se tratando de Magia, sofrendo, por assim dizer, “na própria carne”, os resultados de minhas experiências e, porque não dizer, de minha ousadia.

Após algum tempo de militância em determinado Sistema de Magia, coloco os resultados obtidos numa balança imaginária, pesando os prós e os contras, até que me tenho por satisfeito com uma resposta clara e sem evasivas, obtida entre duas únicas opções: tal Sistema FUNCIONA, ou NÃO FUNCIONA.

Assim, concluindo definitivamente minhas pesquisas em tal Sistema, passo a incluí-lo em minhas práticas pessoais (meu próprio Sistema, se assim quiserem), caso a conclusão de meus estudos seja de que tal Sistema funciona; ou, então, descarto tal Sistema em definitivo, caso conclua que o mesmo não funciona.

Muitos dos Sistemas de Magia tidos em elevada conta por especialistas diversos, funcionam a contento. Outros, entretanto, ficam muito a desejar.

Como este não é o momento de abordar tal assunto (o que faço em detalhes no meu livro “CURSO DE MAGIA”), deter-me-ei a examinar os Cultos- Afro, sob um prisma Gnóstico e Esotérico.

Voltando ao assunto de Sistemas que funcionam ou não, vamos falar do Candomblé e seus congêneres.

Tenho observado, ao passar dos anos, que muitas pessoas, interessadas em Ocultismo, nutrem um forte preconceito contra o Candomblé e assemelhados.

Apesar disso, quando encontram-se “no aperto”, buscam, de imediato, “socorro” dentro das práticas mágicas candomblecistas.

Socorridos, entretanto, e mais, sanado o problema que os afligia, “dão as costas” para a tal de “macumba”, coisa que não compreendem mas sabem que funciona, voltando aos seus cristais e florais.

Atitude simplista, para dizer o mínimo.

A “macumba”, designação genérica de tudo quanto seja de origem Afro, manteve a fama de ser infalível; apesar disso, poucos estudiosos do assunto se deteviram a examinar o assunto a luz da ciência experimental, para concluir como funciona a “macumba” e, mais ainda, quando funciona, e por qual motivo, assim como compreender suas falhas e deficiências, que aumentam no mesmo passo em que o assunto é difundido – mas não explicado.

Interessante observar que, nos últimos anos, houve uma verdadeira explosão de livros sobre “macumba”, muitos dos quais ensinando trabalhos para os mais diversos fins, tal qual fossem receitas de bolo.

Assim, sem explicar nem justificar, passam adiante ensinamentos que exigem, para serem postos em prática, um profundo conhecimento dos Cultos- Afro, sem o que tais práticas tornar-se-iam perigosas para todos os envolvidos.

Mais ainda, incentivam ao leitor realizar tal trabalho, sem alertar para os cuidados que devem cercar tais práticas.

Dessa forma, indivíduos inescrupulosos, pouco conhecedores do assunto, mas sabedores das necessidades humanas, travestem-se de “Pais-de-Santo” ou “Mães-de-Santo”, realizando todo tipo de trabalhos, jogando búzios, interferindo na vida de todo e qualquer cidadão, sem o menor cuidado ou escrúpulo.

O resultado? Fracasso, desilusão, além da sensação de que “macumba não funciona”.

Eis o motivo deste curso – explicar tudo, tirar todos os véus, trazer o conhecimento mágico-místico-religioso à luz da ciência experimental, para que todos, admiradores ou não do assunto, possam compreender no que consistem tais práticas, tirando, assim, suas próprias conclusões.

Vamos, portanto, ao curso.

“INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE MAGIA DE ORIGEM AFRO”

“CANDOMBLÉ, VUDÚ, HOODOO, PETRO, RADA, LUCUMÍ, SANTERÍA, PALO-MAYOMBE, UMBANDA, QUIMBANDA E CATIMBÓ: SUAS SEMELHANÇAS, DIFERENÇAS, TABÚS E FUNDAMENTOS.”

Visão moderna dos Sistemas do Candomblé, do Vudú, da Umbanda e da Quimbanda.

Muitas vezes, quando se fala em Magia, as pessoas pensam imediatamente nas práticas executadas nos Cultos Afro-Brasileiros, Afro-Americanos e Afro- Ameríndios.

Diversas pessoas tem visões semelhantes desses Cultos, mas os conceitos difundidos são preconceituosos, misteriosos e dogmáticos, o que faz, pouco a pouco, com que a Realidade Mágica desses Cultos se perca para sempre.

Para começar, o Candomblé, o Vudú, a Santería, o Palo-Mayombe e o Lucumí são cultos muito semelhantes, de origem africana, mas tremendamente desenvolvidos nas Américas. Já a Umbanda é um culto muito distinto, com bem poucas semelhanças com os outros dois, enquanto a Quimbanda é algo totalmente diferente. O Catimbó é uma espécie de meio-caminho entre a Umbanda e a Quimbanda. O Hoodoo reúne características do Vudú, porém tem diversas peculiaridades, sendo a mais importante delas trabalhar apenas com Elementais, Elementares, Sombras, Cascarões, Larvas e “Almas”. Petro e Rada são duas raízes diferentes do Vudú haitiano, sendo o culto Rada mais voltado às Entidades do panteão Afro original, enquanto o Petro é mais voltado ao culto de Loas semelhantes aos Guias de nossas Umbanda e Quimbanda. O Voudon Gnóstico, apesar do nome, e da nítida influência do Vudú e do Hoodoo, é mais uma Ordem Hermética (uma vez que é ligado à O.T.O.A. – Ordo Templi Orientis Antiqua) do que um culto ou uma religião, razão pela qual está fora deste texto. Todos, porém, tem entre si uma semelhança marcante e de suma importância: são todas “Religiões Thelêmicas”, ou “Cultos Thelêmicos”, como queiram. E o que significa uma religião ser “Thelêmica”? Significa que cada indivíduo, dentro dela, tem sua própria religião, seu próprio Deus, distintos dos de qualquer outro indivíduo. E foi por isso que os cultos africanos sobreviveram na mudança para o novo mundo, cresceram e se multiplicaram.

Sendo assim, vamos começar a definir a Quimbanda.

A Quimbanda é um culto mágico às Entidades malévolas, denominadas Exus, Pombas-Giras, Caboclos Quimbandeiros, Pretos-Velhos Quimbandeiros, e assim por diante. Na Quimbanda não há nenhum tipo de “Iniciação”, quer seja mágica, mística ou religiosa. Basicamente, há duas formas de se praticar a Quimbanda – a Evocação e a Invocação das Entidades. Qualquer que seja o meio escolhido, normalmente desenha-se o “Sigilo” (chamado “Ponto Riscado” na Umbanda e na Quimbanda) da Entidade no chão, pedindo-se, em seguida, sua intervenção. No caso da Invocação, a pessoa que “receber” a Entidade (chamado “Cavalo” ou “Burro” na Umbanda ou na Quimbanda) passa a ter os poderes da mesma; são então feitos pedidos à pessoa “incorporada”, que pedirá então algumas coisas para a execução do “trabalho de magia” . Em geral, na Quimbanda só se trabalha para o mal de alguém, ou então para submeter-se uma pessoa à vontade de outra. Quando se Evoca Entidades na Quimbanda, porém, faz-se oferendas simples, visando obter a intervenção da Entidade para obter o que se deseja, normalmente alguma maldade. Na Umbanda, o que acontece é a mesmíssima coisa, com uma diferença essencial: só se “trabalha” para o bem, pois as Entidades que “baixam” na Umbanda são somente benéficas. Em alguns “terreiros” de Umbanda foram implantados “Rituais Iniciáticos”, herdados de culturas diversas. Na Umbanda, vê-se uma nítida influência do Kardecismo, bem como da mentalidade católico-cristã, além do público e notório sincretismo religioso entre os Orixás da Umbanda (que só comungam dos nomes com os Orixás do Candomblé) e os Santos Católicos. O Catimbó é uma mistura completa entre a Umbanda e a Quimbanda, com algumas diferenças: as Entidades que “baixam” são chamadas de “Mestres”; se são benfazejos, diz-se que “fazem fumaça às direitas”, e dos malévolos se diz que “fazem fumaça às esquerdas”. Concluí-se daí que no Catimbó se “trabalha” indistintamente para o bem e para o mal. Além disso, no Catimbó não se cultuam Deuses ou outras Entidades de grande envergadura de poder, apenas “baixam” Entidades com especial identificação social no grupo aonde se desenvolve a “mesa” do Catimbó. Na Santería ocorrem práticas semelhantes às dos cultos descritos acima, mas há também um culto aos Orixás, no estilo do Candomblé, só que com toda a influência Católico-Cristã imaginável.

Mas existem sutis diferenças entre esses cultos. Na Umbanda, as Entidades são “espíritos” de pessoas desencarnadas (mortas); na Quimbanda, “baixam” indistintamente “espíritos” de pessoas mortas (normalmente de pessoas perniciosas ou criminosas), ou Demônios mesmo. No Catimbó só “baixam” os “espíritos” de mortos.

Mas, será que o que “baixa” em todas essas “sessões” é mesmo uma “alma”? E será que todas essas “almas” são sábias, sinceras e magicamente capazes? Não creio. Para mim, o que ocorre muitas das vezes, é o seguinte: A) o “médium”, desejoso de “receber um guia”, induzido pelo “chefe do terreiro” de que ele/ela “tem mediunidade, precisa desenvolvê-la”, acaba por criar uma Imagem Telemática correspondente a sua idéia do “guia”, que, então, cria “vida”, passando a agir como desejado…

B) cena “A”: alguém morre; seu corpo físico jaz inerte, seu corpo astral separa-se do cadáver físico e, em pouco tempo, o corpo mental do falecido separa-se também do corpo astral, ficando este último também destinado a morrer, a decompor-se; cena “B”: um Elementar Artificial, um Íncubo, um Súcubo, um Vampiro, uma Larva Astral, alguma dessas Entidades simples, busca sobreviver …vampirizando alguém! É porém difícil “sugar vitalidade a força” de alguém; cena “C”: a Larva da “cena B” encontra um cadáver de corpo astral (Cascarão Astral), penetra nele e o “aviva”; cena “D”: o “Cascarão Avivado” encontra uma pessoa receptiva, um “médium”, e começa o ataque; o “médium” acaba por ir a um “terreiro” ou “centro”, aonde “seu guia” o levou, e aonde irá “desenvolver sua mediunidade”; cena “E”: o “médium” já “desenvolvido”, recebendo seu “guia”, dá consultas, passes, faz trabalhos, aconselha…e o “guia” (o Cascarão Avivado) vampiriza o “médium” e as pessoas que vão consultá-los.

É claro que existem incorporações ou possessões reais, mas são muito raras na Umbanda e no Kardecismo. Ocorrem muito freqüentemente no Candomblé e correlatos, mas são raríssimos nos cultos à desencarnados.

Sem mais comentários sobre o assunto.

Agora, Candomblé, Vudú, Palo-Mayombe e Lucumí.

O que digo a seguir é minha experiência e enfoque pessoais. Quem desejar aprofundar-se no assunto deve consultar as obras dos seguintes autores, colocados em ordem de importância: Pierre “Fatumbí” Verger, Fernandes Portugal, Caribé, Bernard Maupoil, William Bascon, Michael Bertiaux, Luis Manuel Nuñes, Jorge Alberto Varanda, Roger Bastide, Juana Elbein dos Santos, Courtney Willis, Ogã Jimbereuá, Babalorixá Ominarê, Lydia Cabrera, Migene Gonzalez-Wippler e João Sebastião das Chagas Varella. Já os apreciadores de Mitologia em geral, deverão conhecer a obra de Joseph Campbell, o mais importante autor do assunto. A Editora Pallas tem bons títulos sobre Candomblé e Vudú. Este texto trata dos aspectos reais das Práticas Mágicas dos Cultos em questão. Desculpem a crueza, mas a verdade é cruel, e dói.

Muitos estudiosos de Magia, bem como inúmeros autores do gênero, colocam os Deuses dos diversos panteãos como Arquétipos. Considerando-os assim, alguns praticantes da Magia Ritual creem que pode-se trabalhar magicamente com os Deuses Internos, como se trabalhassemos com os Arquétipos Universais. Aqui existe um enorme equívoco, pois os Deuses Internos englobam aspectos arquetípicos, não se limitando, porém, a serem Arquétipos simplesmente.

Na verdade, há uma obra muito boa sobre Magia Planetária (Planetary Magick, editora Llewellyn), que, porém, considera os Deuses de diversos panteãos como a mesma coisa que os Arquétipos. Eu particularmente discordo desse prisma, pois considero que os Arquétipos são acessíveis a qualquer pessoa, enquanto que os Deuses só são acessíveis aos que tenham alguma identificação e familiaridade com os mesmos. Na verdade, a experiência chamada de “União com Os Arquétipos Universais”, quando a pessoa entra em “transe” e sofre a “possessão” da Divindade, é o contato que ocorre da pessoa com seu Microcosmos, ou seja, com seu “Universo Interior”, portanto, somente com os Arquétipos Universais, e não com o todo da Egrégora dos Deuses Internos do Homem. A diferença é, portanto, patente, no que diz respeito ao “transe” do sujeito “possuído” pelo Orixá (aonde são despertados poderes latentes dentro do próprio indivíduo), e da Evocação ou Invocação da energia do Orixá como um todo, uma Entidade de existência independente da psique do Mago. O que ocorre entre os profanos, os não-iniciados, o “bolar” no Santo, é somente a “União com O Arquétipo”; o que ocorre na Invocação, feita pelo Mago de forma consciente, é “abrir sua mente” para uma energia externa, de vida autônoma, externa ao Microcosmos do Mago. Portanto, podemos concluir que o Arquétipo Universal existe num nível sub-consciente de cada indivíduo, mas somente manifesta-se no Microcosmos; já o Deus Interno existe num nível Macrocósmico e, após uma iniciação, num nível Macro-Micro-Cósmico, isto é, pode manifestar-se dentro ou fora do indivíduo. Com isso quero dizer que um Orixá pode manifestar-se fora da psique do Mago, até mesmo fora de seu corpo, inclusive, algumas vezes, a um nível social. O poder de um Arquétipo é o de despertar talentos latentes na psique do indivíduo, enquanto que o poder de um Deus Interno (sendo uma Egrégora), é amplo, de uma envergadura bem maior que a psique de um indivíduo apenas, incomensurável em termos humanos. Com isto quero dizer que uma Egrégora antiga e poderosa como a dos Deuses Internos pode quase tudo. Sem exagero. E em se tratando de Deuses Internos (ou Panteônicos), podemos distinguir duas categorias: os Deuses adormecidos, cujo culto inexiste na atualidade, e os Deuses ativos, cujos cultos existem. Nessa última categoria estão os Deuses e Deusas cultuados no Candomblé, no Vudú, no Palo-Mayombe e no Lucumí. Fico, inclusive, muito curioso com a atitude de certos grupos de ocultistas, que cultuam Deuses adormecidos, e torcem o nariz para os Deuses do panteão Afro, talvez considerando-os algo inferior, muito provavelmente pelo motivo de que esses Deuses são cultuados pelo povo, não pelas elites culturais…preconceito e ignorância de sobra! Esses Deuses e Deusas dos Cultos Mágico-Religiosos Afro-Americanos são designados da seguinte forma: na “Fé Indígena” (Indigenous Faith), como o Culto é chamado na Nigéria (África), são chamados de Orixás e Odus, o mesmo ocorrendo nos Candomblés de origem Nigeriana ou Yorubana (“Nação” Keto ou Alaketo); nos Candomblés de origem Daomeana (Fon ou Gêge), são chamados Voduns e Odus; nos Candomblés de origem Angolana (“Nação” Angola), são conhecidos por Inkices ou Santos, e Odus; na Santería, praticada nos Estados Unidos (Puerto Rico, New Orleans, Miami, etc), são chamados de Orichás ou Santos, e Odus; no Vudú, praticado no Haiti e na França, são conhecidos como Loas e Odus; no Lucumí, praticado em Cuba e nos Estados Unidos (Miami), são os Nganga, Orichás, Padrinhos, Prenda, Ndoki, Odus, entre outros nomes, ocorrendo o mesmo no Palo-Mayombe.

Veja-se que o nome do panteão altera-se de região para região, e assim também se alteram as características das Entidades. É interessante notar que o nome Odu (Odus no plural), está presente em todas as “Nações” de Candomblé, e suas atribuições são idênticas em todas as citadas culturas.

Pois Odus são Entidades objetivas que personificam, de forma antropomórfica, as energias das figuras geomânticas. Vê-se que, quando o simbolismo e a energia não sofrem alterações, os nomes permanecem idênticos. O contrário ocorreu com a vinda dos Orixás da África para o Brasil, pois na África os Orixás não possuem as subdivisível ditas “qualidades”, fato que ocorreu no Brasil. Por isso é que o Culto aos Orixás, no Brasil, é mais rico e complexo do que na Nigéria atual, sem nenhuma conotação pejorativa quanto ao Culto praticado na Nigéria. Apenas digo que, no Brasil, cultua-se doze variedades de Xangô, enquanto na Nigéria há somente uma; aqui cultua-se onze Oyá, dezesseis Oxum, dez Oxalá, nove Yemanjá, vinte e um Exu, enquanto na Nigéria há um de cada. É bem verdade que a troca de informações entre Nigerianos e Brasileiros, do Culto, está levando “qualidades” de Orixás para lá, e trazendo para cá as práticas mais modernas do Culto. Assim, em breve, graças às trocas de informações, o Culto aos Orixás estará aprimorado e talvez até estandardizado no Brasil e na Nigéria. Mas aqui o assunto é outro.

Vide os Apêndices desta obra relativos a “Arquétipos” e “Deus, As Egrégoras Coletivas e Os Deuses Internos do Homem”, para compreender a mecânica de que falamos acima.

Somente recomendo, aos que pretendem praticar a Magia Planetária, a Magia Evocativa, a Magia Invocativa ou o “Casamento dos Homens com Os Deuses” (conceito de Aleister Crowley, uma das práticas secretas da O.T.O., revelada no livro “The Secret Rituals of the O.T.O.”, de autoria de Francis X. King)) com os Deuses dos panteãos Afro, que estudem a respectiva mitologia, familiarizem-se com as suas energias, para não sofrerem revezes nem decepções. Estejam avisados que essas energias são incomensuráveis, além de extremamente ativas, pois há, em todo o mundo, pessoas cultuando-os dioturnamente, vivendo para o Culto, alimentando a Egrégora a cada momento, ampliando sua envergadura de poder.

Apesar disso tudo, há muita gente que duvida das potencialidades mágicas dos Cultos-Afro; há também os que creem que tudo quanto se faz nesses Cultos funciona a contento, independentemente dos Fundamentos Mágicos que sejam ou não aplicados às práticas rituais. Pensando nisso gostaria de abordar alguns aspectos importantes desses cultos, muitas vezes mal interpretados pelas pessoas em geral. E é justamente visando separar o joio do trigo, embora revelando muitos segredos guardados com zêlo por muito tempo, que descrevo, a seguir, os Fundamentos Mágicos Racionais das Práticas Mágico-Místico-Liturgicas dos Cultos-Afro.

Espero estar contribuído assim, de alguma forma, para a preservação desse culto que tanto me atrai, e que estudo e pesquiso fazem anos. Afinal, em 1988, fui consagrado Babalaô (Nação Alaketo) – sacerdote de Ifá – , além de ter sido iniciado no culto de Yiá-Mí Oxorongá.

Iniciação

é tipicamente shamânica, quanto a parte do Iniciando, com práticas primitivas (raspar os cabelos da cabeça, esfregar folhas na cabeça e outras partes do corpo, fazer cortes em diversas partes do corpo – cabeça, testa, mãos, pés, língua, braços – para passar “pós mágicos” nos cortes abertos – Kuras – , sacrificar animais deixando o sangue escorrer sobre a região do Chakra Coronário, colocação de substâncias vegetais e animais sobre o Chakra Coronário – o Adoxú, no formato de um cone – , colocação de uma pena de alguma ave no local do Chakra Frontal – Terceiro Olho – , entre outras coisas), requerendo total submissão do Iniciando – Iaô – ao Sacerdote ou Sacerdotisa – Pai ou Mãe de Santo, Babalorixá ou Yialorixá – , que guarda os cabelos daquele, tendo assim, meios de impor sua autoridade à força…

A Iniciação no Candomblé é lenta (21 dias no mínimo) e penosa (a pessoa terá de se submeter aos ditames do Sacerdote, devendo comer o que lhe é permitido – com algumas restrições por toda a vida – , falar quando lhe é permitido, usar as roupas nas cores autorizadas – mais uma vez com restrições para o resto da vida – , até mesmo quais atividades sociais e profissionais poderá ter dali para diante). Uma das partes mais curiosas do Ritual Iniciático reside na pintura da cabeça e do corpo do Iniciando com pontos coloridos, feitos com pós coloridos, numa espécie de Cromo-Punctura rudimentar.

Vê-se aí, nesse conjunto de práticas antiquadas, o aspecto da autoridade do Mestre, inquestionável, sobre a vida do Discípulo, traço típico das iniciações em sociedades primitivas.

Quando, porém, observarmos a parte do Iniciador, do Sacerdote ou da Sacerdotisa, veremos uma enorme quantidade de práticas típicas da feitiçaria, portanto, de caráter muito distinto das práticas shamânicas.

Eis um dos mais flagrantes aspectos da ambiguidade do Candomblé.

Como disse o brilhante ocultista norte-americano Robert North, o que falta aos Cultos-Afro é uma “Auto-Iniciação”. Concordo plenamente. Seguindo as orientações dele, o iniciando deverá praticar uma técnica conhecida nos meios ocultistas como “visualizar uma imagem como se fosse uma porta e mentalmente atravessar a porta”. Daí, o iniciando travará contato com as Entidades que habitam o plano correspondente vibratoriamente à dita imagem.

Mas que imagem é essa? Os desenhos dos Vevés, Pontos-Riscados, Sigilos das Entidades, Figuras Geomânticas (Odus), entre outras. Essa técnica permite uma auto-iniciação com menos riscos que a Invocação Mágica (a “incorporação” da Entidade na pessoa), que evoca riscos óbvios de acidentes.

O que deve, porém, ficar claro, é que ninguém é “filho” desse ou daquele Orixá, ou de qualquer outra Entidade, nem tem tal ou qual Odu. Na verdade, as pessoas identificam-se com um Arquétipo, em geral composto, isto é, com qualidades mescladas de várias Entidades, o que caracteriza o Orixá e suas qualidades, bem como os outros Orixás da pessoa. Identificando-se com o Arquétipo, a pessoa passa a louvá-lo ou cultuá-lo, atraindo então a Entidade Egregórica correspondente ao Arquétipo da identificação pessoal. Fica claro, agora, o motivo pelo qual há pessoas com “santo forte”, outras sempre “acompanhadas” pelo seu Orixá ou Guia, e assim por diante? Lembrem-se de que a energia que flui no contato do Mago com a Egrégora é mutual e simbiótico, isto é, se recebe o tanto que se dá…

No caso dos Odu, eles apresentam-se e manifestam-se em cada momento, mudando de acordo com as chamadas “marés tatwicas”, as marés elementais.

Somente ocasionalmente cristalizam-se num local, situação ou espécie de atividade, promovendo constante sucesso ou fracasso. E os remédios já são conhecidos.

 

Sacudimento

Dá-se esse nome às Práticas Mágicas que são realizadas quando existe uma presença energética intrusa (em pessoas, objetos ou lugares) – Exus ou Egums, isto é, Entidades Demoníacas, Vampiros, Íncubos, Súcubos, Larvas, Espíritos de Desencarnados, entre outras – ; passa-se pelo corpo da pessoa atingida uma série de plantas, folhas, grãos crus, pipocas, legumes, verduras, até mesmo aves (pombo, frango); esses componentes tem atribuições diversas em se tratando de elementos naturais – presentes por analogia nos componentes do sacudimento – , impregnando-se-os com o fluído magnético, que tem a propriedade de sugar energia (no caso, a intrusa), o que então providenciará a remoção das energias intrusas. É prática primitiva que, porém, tem seus méritos; na verdade, há um elemento de grande importância, que não pode faltar, pois é o que faz o “Trabalho” funcionar: o ovo! Sim, um simples ovo de galinha é o suficiente para o “Trabalho” funcionar. Com um ovo e a atitude mental adequada, consegue-se resultados espetaculares.

Na simplicidade está a chave dos grandes mistérios. Quer dizer, a Energia intrusa, nefasta, é transferida para os elementos passados pelo corpo da pessoa; em seguida, esses elementos são deixados em local determinado (praia, cachoeira, rio, praça, encruzilhada, estrada, enterrados, atirados barranco abaixo, cruzeiro do cemitério, etc.), aonde a Energia tornar-se-á inofensiva, ou atingirá curiosos que porventura toquem o material energeticamente contaminado.

 

Ebós

Dá-se esse nome aos sacrifícios ou oferendas, dedicados a alguma Entidade, consistindo nas comidas, bebidas e animais votivos da mesma Entidade; quer dizer, todas as práticas mágicas convencionais do Camdomblé tem o nome de Ebós. Os Ebós funcionam por causa do uso de Condensadores Líquidos e Sólidos, infundidos da vontade do Mago, além de, algumas vezes, a Energia Vital que se desprende de um animal sendo imolado, além da própria Energia do sangue de dito animal. Este é o segredo para a eficiência dos Ebós. E também da ineficiência de muitas bobagens batizadas de Ebó, mas que, na verdade, não são nada, magicamente falando. Para os interessados, basta consultar um dos numerosos livros sobre Ebós – do Ogã Gimbereuá, do Babalorixá Ominarê, de Fernandes Portugal e de Antony Ferreira, por exemplo – para verificar o uso constante de Condensadores Líquidos e Sólidos (pimentas, cebolas e alhos, atribuídas ao Elemento Fogo, por exemplo).

Existem três espécies de Ebós: A) Periódico: dado em períodos de tempo regulares, para fortalecer o elo com a Entidade, ou para fortalecer uma Entidade Artificial criada pelo próprio grupo ou operador; B) Propiciatório: dado quando se deseja obter algo de uma Entidade, dando-se-lhe algo, esperando o favor almejado em troca; C) Expiatório: dado quando se necessita reparar alguma falta para com a Entidade que, aborrecida com o indivíduo, passa a prejudicá-lo; nos três tipos deve haver uma analogia adequada.

Só para ilustrar, incenso é uma oferenda que, além de agradar as Entidades (desde que de aroma análogo à Esfera da Entidade), pode permitir sua materialização (com sua possível aparição espectral); para Entidades Negativas ou perigosas/nefastas, o sangue (quente) de sacrifício animal faz efeito semelhante; a cebola constitui um elemento de grande vibração quando ofertada à alguma Entidade, o mesmo podendo dizer-se dos ovos; as velas são parte importante de qualquer ofertório, as de cera de abelha adequadas às Entidades Positivas, e as de cebo adequadas às Entidades Negativas.

Devemos sempre buscar as leis de analogia ao desejarmos ofertar algo para qualquer Entidade. Seguindo estes princípios, qualquer Mago poderá elaborar seus próprios Ebós, se esse for seu desejo.

 

Pós Mágicos

Também chamados de Atim (Alaketo), Pemba (Angola), Zorra (para o mal), são diversas substâncias misturadas e posteriormente reduzidas a pó; são usadas para atrair boas coisas (saúde, amizade, amor respeito, bons negócios, dinheiro, proteção contra maus fluidos, paz, etc.), espalhando-se nas mãos, pés, sapatos, roupas, cabeça e utensílios da pessoa, ou soprando-o na residência, veículo, local de trabalho, Templo, etc.; ou então para levar desgraças aos desafetos (doenças, acidentes, maus fluidos, ruína, morte), espalhando-se nos locais, ou soprando-se/jogando-se sobre a vítima.

Respeitando-se as leis de analogia, pode-se compor pós mágicos respectivos aos quatro elementos da natureza, que serão Condensadores Sólidos da vontade do Mago. Para maiores detalhes do assunto, ver o livro de Franz Bardon “Initiation Into Hermetics”, citado na bibliografia desta obra.

 

Azeite de Dendê

 

Elemento que constantemente é utilizado nas práticas ritualísticas Afro-Negras, constituindo poderoso Condensador Líquido; Condensador é um elemento capaz de condensar a vontade e os desejos do Mago.

 

Pólvora

Muito utilizada nos Cultos Afro, ao incandescer ou explodir libera tremenda energia ígnea (do Elemento Fogo), podendo ser utilizada para curar, livrar de alguma influência maléfica, criar embaraços ou até mesmo matar, tudo em analogia completa ao Elemento Fogo, isto é, ao seu campo de ação.

Recebe o nome de “Ponto-de-Fogo”. Nas obras do autor N.A.Molina encontra-se constante referência a ditas práticas, o mesmo ocorrendo nos livros de Antônio de Alva e Antônio Alves Teixeira Neto.

 

Nome Mágico

 

Chamado também de Orukó, é o Nome Mágico que a pessoa adota após a Iniciação no Culto; também os Templos (Ilê) recebem um Orukó.

Folhas Mágicas

Camdomblé e seus similares tem como grande fundamento o uso mágico, litúrgico e medicinal das ervas, folhas, frutos, raízes e outros elementos vegetais. Portanto, seria necessário um volume de centenas de páginas para abordar, de forma adequada, o assunto. De qualquer forma, selecionei algumas folhas e frutos especiais, devido às suas particularidades: A) Folha de Pinhão Branco (Jatrofa Curcas) – usada para substituir o sangue animal nas oferendas a Exu; B) Folha de Acocô (Naelvia Boldos) – usada da mesma forma que a anterior, inclusive sobre a cabeça das pessoas, quando falta o animal a ser imolado para o Orixá; C) Folha de Iroco (Clorophora Excelsa) – usada como substituto do sangue animal nas oferendas, iniciações e assentamentos de Orixás; D) Noz de Cola ou Obi (Sterculia Acuminata) – usada em todos os rituais iniciáticos do Camdomblé, exceto no culto à Xangô, que recebe, ao invés desta, o E) Orobô, Orogbo ou Falsa Noz de Cola (Garcínea Guinetóides).

Tendo-se em vista o que foi dito acima, poderemos tornar nosso Camdomblé mais moderno, utilizando as Essências de Flores e de Ervas (Essências Florais) como se utilizam as folhas, frutos, Flores, raízes, etc.

E, também, substituindo muitos elementos por uma substância sua, dinamizada homeopaticamente. Creio que dinamizações de D-1 ou D-3 combinadas com dinamizações de 10MM seriam o mais adequado, unindo presença física e energética. E, para evitar o sacrifício animal ou a destruição de elementos naturais, pode-se preparar tais substâncias pelos meios radiestésico ou radiônico (ver a obra intitulada “MATERIALIZAÇÕES Radiestésicas”, de autoria dos Irmãos Servranx, que trata do uso do Decágono para reproduzir magicamente a energia de qualquer substância).

 

Banhos Energéticos

Abô ou Omieró (banho pronto e, em geral, putrefato) e Amací (banho fresco feito com ervas maceradas com água da chuva), são um dos mais ricos, complexos e deturpados (magicamente falando) aspectos dos Cultos Afro- Negros; os banhos devem ter apenas duas finalidades: Atração e Repulsão.

Conhecendo-se a natureza dos elementos a serem utilizados no banho, através do conhecimento das leis de analogia, pode-se preparar um banho dotado das características de Atração ou de Repulsão de qualquer tipo de energia. Só isso. Basta escolher qual (ou quais) o elemento da natureza adequado (água, ar, terra, fogo), impregná-lo (o banho) com o fluído Elétrico (para Repulsão) ou Magnético (para Atração), e está tudo pronto. De qualquer forma, a obra de Franz Bardon aborda o assunto com maestria.

Defumação

Vale aqui o que foi dito relativamente aos Banhos.

Podem atrair ou repulsar energias.

 

Assentamentos (de Orixás, Exus, Egums, Odus, etc.)

Chamadas em ioruba “Igbas” pu “Ibás”, os Assentamentos são essencialmente uma construção de um corpo físico não-animado, para receber determinada energia. Cria-se um Elementar Artificial com corpo físico.

Assenta-se Orixás, Exus, Egums (Cascarões de desencarnados), Odus, além de outras Entidades cultuadas no Camdomblé – Ikú, a Morte; Yiá-Mi-Oxorongá, o pássaro negro que personifica todas as feiticeiras e suas energias, entre outras -.

Os elementos, vegetais (folhas, ervas, raízes, madeiras, folhas, cascas, frutos, nozes, caroços), minerais (águas, argilas, barros, terras, rochas, cristais, gemas, metais, areias, calcário), animais – insetos, répteis, mamíferos, aves, peixes, aracnídeos, batráquios, etc – (sangue, peles, chifres, garras, unhas, falanges de dedos, pêlos, olhos, dentes, prêsas, línguas, víscera, ossos, testículos, fluidos, cabeças, etc.) e humanos (sangue de aborto, sangue de acidentado, sangue de morto, feto, unhas, crânios, falanges de dedos, dentes, cérebros, línguas, fluidos corpóreos – até mesmo sêmen e fluidos vaginais -, cabelos, fezes, urina, sangue menstrual, placenta, testículos, víscera, tíbias, ossos diversos, corações, etc.), além de objetos variados (facas, lâminas, navalhas, pembas, giletes, cacos de vidro, ladrilhos, pó ou poeira de lugares variados, folhas de jornais e revistas, pedaços de veículos acidentados, bebidas variadas, condimentos, tinturas naturais, o pó produzido pelos cupins, etc.), são colocados num jarro, porrão, panela ou vaso, misturados com cimento e água, posteriormente assentados em camadas. Daí, sacrificam-se os animais votivos sobre o assentamento, decora-se o mesmo com as insígnias ou os paramentos da Entidade, além de enfeitar os elementos de decoração com pedaços dos animais sacrificados – cabeça, asas, penas, patas, etc -, além de praticar-se atos litúrgicos diversos, incluindo orações, cânticos e louvações.

Tudo isso é muito forte, além de Energeticamente eficiente. Apenas creio que podemos realizar coisa melhor sem todo esse trabalho.

Francis King descreve, em diversas obras suas, coisas interessantíssimas e de grande utilidade mágica, como “O Casamento dos Homens com Os Deuses” e o “The Homunculus”; Aleister Crowley no seu “MAGICK” dá os fundamentos do Mistério da Eucaristia, entre outras preciosidades; Franz Bardon no seu “Initiation Into Hermetics” versa sobre os mesmos Mistérios Eucarísticos, além da criação de Elementares e Elementais Artificiais, Animação Mágica de Figuras e Esculturas, além de muito, muito mais; Pascal Beverly Randolph no seu “Magia Sexualis” (em especial na edição espanhola) descreve também a Animação Mágica de Figuras (imagens, pinturas, fotografias, desenhos); Peter James Carroll nos seus “Liber Null & Psychonaut” e “Liber Kaos”, descreve didaticamente outras práticas de muito interesse. Com esse material em mãos, o Mago tem condições plenas de criar seus próprios Assentamentos, sem ter de realizar práticas ou rituais primitivos, nem sacrificar animais ou trabalhar com materiais orgânicos perecíveis.

Para aqueles que desejarem realizar um assentamento no melhor sistema africano, purgando as bobagens, dou a minha versão da conjuração chamada de “Evocação ao nível da Feitiçaria”, de autoria de Peter James Carroll: Construir um boneco, de material proveniente da natureza, com as próprias mãos (contando, é óbvio, com as ferramentas adequadas); dar forma humanóide ou de algum ser real ou mitológico; utilizar, para a escultura, argila, ou tabatinga, ou barro, ou madeira, ou pedra; anexam-se gemas, cristais, rochas e metais que possuam correspondência energética com a energia que desejamos obter do assentamento; todos os materiais utilizados deverão ser purificados com água mineral, sumo de ervas Energeticamente compatíveis, defumação com substâncias adequadas, além de eventuais desimpregnações por meio de gráficos emissores de Ondas-de-Forma; o interior do boneco deverá ser ôco, aonde deverá ser derramado um condensador líquido universal, o que permitirá a “Animação Mágica” da figura, fato este que dará à mesma movimento…(ver Initiation into Hermetics, de Franz Bardon); vasos com flores energeticamente compatíveis poderão ser mantidos próximos do assentamento, o que manterá energia viva perto de nossa criação; símbolos geomânticos ativos, gravados no boneco, ajudarão a definir e manter a energia definida e sob controle; a decoração externa ou acabamento do homúnculo é livre, devendo-se, porém, evitar materiais perecíveis, derivados ou extraidos de cadáveres de animais ou seres humanos, pois, caso contrário, o assentamento emitirá energias nocivas no ambiente; tomar muito cuidado com o formato do boneco, para que o mesmo não emita RADIAÇÕES nocivas – deveremos, durante a execução do corpo físico da entidade, verificar radiestésicamente, todo o tempo, a qualidade das EMISSÕES; utilizando-nos dos pêndulos cabalísticos para efetuar esse controle, nosso boneco deverá emanar “A Terra”, “Sôpro de Vida”, “Espírito” e “Shin”, além de poder emanar (embora devamos ter cuidado com essa energia) “Magia”; quanto as EMANAÇÕES nefastas, que deveremos evitar a qualquer custo, estão “V-e” (Verde Negativo Elétrico), “Matar” (Vermelho Elétrico), “Necromancia”, “Forças-do-Mal”, “O Adversário”, “Shin” invertido, “Iavê” invertido, “Ilha-de-Páscoa”, “A Terra” invertido, figuras geomânticas nefastas, entre outras coisas; seria muito bom que nossa criação emitisse, além das energias harmônicas, a energia-invertida das energias nefastas; se nossa figura destinar-se a causar influência em terceiros, provavelmente emitirá “Magia” – nesse caso, mantê-la longe de áreas de repouso, trabalho ou lazer, num local aonde somente tenhamos acesso quando quisermos realizar um ato mágico, e não um local aonde se realize outras atividades; isto é, no quarto ou escritório, nem pensar!; a entidade trabalhará somente para o Mago, portanto, só deverá emitir radiações benéficas; realizado o corpo físico da entidade, dirigir-se a ela como se a mesma tivesse vida, conversando com a mesma, afirmando e reafirmando nossos desejos e pedidos, sempre dentro do mesmo âmbito; poderemos realizar vários assentamentos, para ter paz e harmonia, para repelir a má-sorte e acidentes, para proteger contra inimigos e malfeitores, para evitar acidentes e enfermidades, para atrair amor e amizade, para obter conhecimento de planos ocultos ou pessoas distantes, para atrair a prosperidade e a riqueza, entre muitas outras coisas; para melhor definir a envergadura de poder de cada entidade, podemos tomar por base as casas astrológico-geomânticas, que contém em si a energia de uma Egrégora poderosa; tudo isso feito, mentalizar a existência de nosso boneco também no mundo da mente, criando uma Imagem Telemática idêntica em aparência e atribuições ao boneco; e, para terminar, tudo quanto existe deve ter um nome, motivo pelo qual nosso boneco deverá ter um nome, se possível análogo às suas quantidades e qualidades, escolhido ou montado com cuidados numerológicos, visando evitar, entre outras coisas, que a criatura se volte contra o criador…

Tudo feito adequadamente, essa entidade artificial poderá, inclusive, ser invocada e evocada pelo seu criador. Agirá então, a entidade, como qualquer inteligência original. Obviamente, poderão ser criadas entidades artificiais para as mais diversas finalidades, mas, coisas nefastas atraem energias perigosas, e assim por diante. Bom senso faz bem.

Para os que preferem “assentar” Entidades não-antropomórficas, podemos utilizar um cristal de quartzo para “corpo” de nossa criação, uma vasilha de cristal translúcido como receptáculo (à lá Dr. Edward Bach). Areia no fundo, para firmar a base do cristal, condensador sólido sob o cristal, condensador líquido pincelado ou espargido sobre o cristal. Pode-se utilizar de Essências Florais para enriquecer o condensador líquido; sigilo ou pantáculo consagrado são uma boa idéia para potencializar o conjunto. Um “Cofrinho Emissor de Raio PY” para colocar-se os “pedidos” à Entidade. Uma pirâmide, que mantenha todo o conjunto dentro de sua geometria, pode manter a energia num nível surpreendente. Substâncias homeopaticamente dinamizadas poderão tornar o Elementar poderoso e versátil. Pode-se utilizar gráficos moduladores de ondas-de-forma para definir melhor a natureza e a envergadura da Entidade. Por outro lado, ao se querer cultuar os Orixás, pode-se realizar rituais simples como a queima de velas coloridas (compatíveis, é claro), ou até mesmo oferendas de ovos ou de rodelas de cebola, com uma vela acesa no centro da rodela de cebola. Só não se deve tentar “assentar” um Orixá, ou cultuar um assentamento, pois são coisas totalmente distintas e que não devem jamais ser misturadas. Por aí é que se vê que muita coisa que se faz no Camdomblé é cultuar Elementares, suponde se estar cultuando o próprio Orixá.

Para os desejosos em se aprofundar no assunto, ver a obra de Franz Bardon, “Initiation into Hermetics”, e a obra de Peter James Carroll, “Liber Kaos”.

A indicação da utilização de materiais orgânicos perecíveis, freqüentemente encontrada nas instruções para a construção do GOLEM, não trará nenhuma vantagem ao Mago que deseje executar assentamentos de Energias Afro; há exceções, mas devem ser deixadas para quem sabe o que está fazendo.

Para terminar o assunto, evitando induzir alguém em erro, é conveniente lembrar que não devemos tratar um assentamento como se fosse um ídolo. O assentamento não pode ser louvado como uma imagem sacra num altar de Igreja.

O assentamento é, na realidade, uma poderosa “Imagem Talismânica”, criada para tornar mais efetiva a concentração quando da “chamada” (Invocação ou Evocação) da respectiva Entidade.

 

Águas

São utilizadas em praticamente todos os tipos de rituais, tendo especial importância devido a procedência (de poço, de chuva, de praia, de alto mar, de rio, de vala, de cachoeira, de lago, de açude, etc.). Seu uso é tanto interno quanto esterno.

 

Pedras

São importantes devido ao uso litúrgico, sendo o elemento principal da maioria dos assentamentos (são chamadas Otá ou Okutá). Nas pedras reside a força dos Orixás, e nelas devem concentrar-se o Culto, segundo a tradição religiosa. Pena não haverem utilizações mais amplas e práticas das pedras no Camdomblé, além da falta de conhecimento relativo às virtudes terapêuticas e mágicas das mesmas. De qualquer forma, há um Culto às Pedras, e isso é importante! E os cristais de quartzo são pedras! – Metais: diferentemente das pedras, os metais, no Camdomblé, tem papel coadjuvante apenas, tendo cada Entidade seus metais correspondentes, mas o conhecimento do assunto no meio é tão superficial que nada há para dizer.

 

As receitas (inflexíveis e complexas)

Peter James Carroll, brilhante autor e ocultista britânico, diz, em suas obras, que, se um ritual é tão complexo que precisamos escrevê-lo detalhadamente para não cometermos deslizes, esse ritual precisa, urgentemente, ser simplificado, de forma que caiba todo na cabeça! É exatamente assim que penso. Os Ebós utilizados no Camdomblé são como receitas de bolo: detalhados até na quantidade de cada elemento! Claro está que a tradição tem seu lugar, mas esse lugar é no folclore ou na religião, não na Magia e no Hermetismo. Para elaborar as próprias “receitas mágicas” seja lá do que for, o Mago deve conhecer as leis de analogia, bastando decidir se deseja atrair uma Energia, repulsá-la, influenciar alguém (ou a si mesmo) com a Energia Elemental escolhida, ou tratar uma enfermidade pelos fluidos eletro-magnéticos. Para aprofundar-se no assunto, ver as obras de Franz Bardon.

Só para deixar claro, os tópicos para que um “trabalho” funcione são: 1) vontade do operador; 2) invocação ou evocação de alguma Entidade cuja envergadura e natureza do poder permita realizar o que se deseja; 3) direcionamento da energia invocada, evocada ou criada.

Divinação

No Camdomblé, é feita utilizando-se da Geomancia. Há o Jogo da Alobaça (praticada com uma cebola cortada em quatro), o Jogo de Búzios (praticado com quatro ou dezesseis búzios da espécie “Ciprae Moneta” e seus semelhantes) e o Opelê-Ifá (praticado com o Opelê). Dividi-se essas práticas em divinações litúrgicas e profanas. O método Afro, apesar de rudimentar, é preciso e com ele obtem-se bons resultados. Só é necessário ater-se à interpretação da Geomancia Racional, descartando a interpretação clássica, por esta última ser insuficiente e inadequada, além de basear-se em parâmetros equivocados.

 

Criação de Zumbis

Aviva-se um cadáver físico de alguém, cria-se um Elementar Artificial, colocando-se o mesmo “dentro” do cadáver, que então terá novamente vida, muito embora de forma distinta. Mas esse processo é trabalhoso, perigoso e de conseqüências imprevisíveis.

 

Paramentos

São as roupas e insígnias dos Orixás e outros, que mostram clara distinção dos Arquétipos aos quais se deseja vinculá-los.

 

Armas

Vale aqui o que disse no item “paramentos”.

 

Fundamentos de Ifá

São os fundamentos da Geomancia e da Magia Geomântica.

 

Animais

Os Animais Sagrados são considerados Animais Votivos, e imolados em holocausto aos Orixás e Exus; uma deturpação do sentido verdadeiro tanto das correspondências das Entidades com os animais, quanto com relação a função dos sacrifícios animais.

 

Plantas

O mais importante item da cultura mágica Afro, pois as plantas são usadas em todos os rituais, da Iniciação aos funerais, da Magia à terapêutica. Há muito o que aprender sobre fitoterapia com o Camdomblé.

 

Efó

São os encantamentos recitados em Ioruba, que acompanham todos os rituais. Podem ser recitados ou cantados.

 

Evocação, Louvação

É o que se pratica quando se oferece algo (Ebó) à Entidade, pedindo sua proteção ou intervenção.

 

Invocação

É o que se chama “virar no santo” ou “bolar no santo”. Consiste em “receber” a Energia do Orixá de forma passiva, deixando-se usar como instrumento da Entidade.

Talismãs

São os “fios de contas”, “Axés” – breves -, alianças de cobre, pós mágicos dentro de saquinhos de tecido, entre outras coisas. A Magia Pantacular inesiste no Camdomblé.

Mangaka

É o bonequinho todo cravejado de pregos. Consiste simplesmente numa estátua animada magicamente, que contém, em seu interior, um condensador líquido. São cravejados nela inúmeros pregos. Quando se tira um prego, se condensa o desejo no mesmo, enfiando-se a seguir de volta no bonequinho.

Assim, o Homúnculo agirá de acordo com a vontade do Mago. É originário do Congo, atual Zaire.

Música, Ritmos e Cantos

Elementos de suma importância nos rituais Afro, aonde as emoções são expressadas livre e primitivamente, facilitando a atuação da Energia Evocada ou Invocada.

Consagrações

São práticas litúrgicas usadas sempre, em tudo. Os rituais em geral são simples, mas eficazes.

Ebós com Animais

São feitos com partes dos animais (intestinos, por exemplo), que recebem o testemunho da vítima, Condensadores Sólidos e/ou Líquidos, sendo posteriormente enterrados; aí, passado um tempo, o efeito se fará sentir por ação do Elemento Terra (por decomposição).

Há alguns tipos de Ebós que utilizam animais vivos (sapo com a boca costurada, cabra, porco ou coelho com caranguejo vivo costurado dentro do ventre, lagartixa ou caranguejo enrolado em filó), aonde se colocam o testemunho da vítima junto com elementos que farão o animal sofrer lenta e terrível agonia; aí, o que ocorre, é que o animal (sempre) emite Ondas Biológicas (as Ondas utilizadas para diagnóstico e tratamento em Tele- Terapias, Radiestesia e Radiônica), emitindo-as, no caso, permeadas de dor e sofrimento terríveis. Junta-se nessa emissão de Ondas Biológicas do animal a Energia também de Ondas Biológicas da vítima, através de seu testemunho (o Testemunho liga-se a seu “dono” por meio do Raio-Testemunho, o raio que liga a pessoa aos seus pedaços ou imagens). Atingido o alvo, é claro que o resultado será desastroso.

 

Assentamentos de Odus

Assenta-se a Energia das Figuras Geomânticas, da mesma forma que se faz com as outras Energias. O principal problema que se enfrenta aqui é que as interpretações das figuras geomânticas dentro do Camdomblé (e seus similares) é sempre ambíguo, tendo sempre aspectos bons e ruins. Uma reformulação é necessária, para desmanchar esse verdadeiro labirinto.

Só uma dica: pode-se fazer a fixação da energia das figuras geomânticas por meio de um simples Pantáculo! Para que tanto trabalho? Sobre Pantáculos, ver a obra de Franz Bardon.

 

Magia Sexual

Inexiste nos cultos Afro, exceto no Vudú Haitiano. Mesmo assim, está muito aquém de algo realmente prático e eficiente. Ver a obra “Magia Sexualis” de Pascal Beverly Randolph.

 

FT e FPA

Forças das Trevas e Forças Psíquicas Assassinas são dois conceitos metafísicos que definem a Energia da Magia maléfica Afro. Desse prisma, podem ser eliminadas pela Radiônica ou Ondas-de-Forma.

 

Boneco Vodu

 

O clássico bonequinho cheio de alfinetes é simplesmente um boneco de cera, madeira ou pano, com diversos elementos da vítima, que, por práticas ritualísticas, passa a ser um Testemunho Artificial Vivo da vítima; deve ser Animado Magicamente, batizado (utilizando-se da Egrégora do Batismo), posteriormente deixado para “Saturar de Energia” (deixado enterrado por toda uma lunação), o que fará com que o que for feito ao bonequinho cause algum efeito na vítima; daí, se espeta o boneco com alfinetes de aço, devidamente impregnadas com nosso desejo. E o desejado deve ocorrer, em breve. Quando se deseja a morte da vítima, se enterra o bonequinho, com caixão e tudo, reproduzindo um verdadeiro funeral (utiliza-se da Egrégora do Funeral, Enterro). Todas essas práticas podem ser classificadas como de “transplantação” ou “Magia Mumíaca”. Sobre o assunto, ver a obra completa de Franz Bardon (em especial o capítulo VIII do “Initiation Into Hermetics” e o “The Practice of Magical Evocation” em sua totalidade).

Podem ser utilizados, também, em magia benéfica, ou até mesmo em magia de proteção – criando-se, por exemplo, várias égides nossas, deixando-as em locais diversos, visando dispersar ataques mágicos desferidos contra nós.

Sobre isso, ver os livros de Frater U.D., sobre Sigilização Mágica e Magia Sexual.

 

Ferros dos Assentamentos

Usados sobre a massa do assentamento, emitem Ondas-de-Forma análogas às qualidades da Entidade.

 

Importância do Ovo

 

É um dos principais fundamentos da Cultura Mágica Afro, conforme disse antes. Só por curiosidade, o ôvo tem a capacidade de sugar Energias nocivas das pessoas, locais e objetos, quer seja pela colocação do mesmo junto a um testemunho da vítima, ou por passá-lo na própria pessoa (ou colocado no local) alvo da Energia nefasta. Se, após impregnado e saturada de dita Energia, for enterrado, o efeito da Energia some, e a mesma se dissipa nos Elementos. Se, porém, for atirado longe, de forma a espatifar-se, a Energia retorna a quem a enviou…e bem rápido! É importante, porém, frisar, que a Energia “sugada” pelo ovo pode, facilmente, passar para o operador, num instante! Além disso, há práticas místicas que transmutam a Energia natural do ovo em outra coisa; por exemplo, há uma “cantiga” que permite dar, ao ovo, a mesma Energia de um galo vivo! Dessa forma, ao se ofertar o ovo, se entrega à Entidade um galo! Só um alerta importante: NÃO TRABALHEM COM OVOS, sem um prévio conhecimento sobre o assunto.

Estejam avisados!

Troca-de-Cabeça

É a troca da vitalidade do enfermo ou do moribundo pela energia de outro ser, saudável e vigoroso.

Eu aconselho fazer-se com ovos, pedras ou plantas; no Camdomblé se faz com animais; há quem faça com pessoas…

Círculo Mágico

Só aparece na divinação, quer seja na peneira ou no colar de contas (Jogo dos Búzios), ou ainda no Opón, tábua de madeira usada na divinação por Ifá.

 

Tarot

 

 

Inexiste a tradição do uso de cartas para divinação ou meditação, mas já existe um Tarot do Voodoo de New Orleans, e um Tarot dos Orixás, da editora Pallas.

 

Proteção contra ataques psíquicos

 

 

Práticas inexistentes nos Cultos Afro.

 

Espelhos Mágicos

 

 

Existem, mas muito rudimentares, e em pequeno número; são mais comuns em Cuba. Ver obra de Franz Bardon e Pascal Beverly Randolph.

Uso de Testemunhos

 

Nos Cultos Afro, se utiliza muito, para Magia a distância, algum Testemunho (no sentido radiestésico) da pessoa visada. Para os Camdomblecistas, são testemunhos válidos quaisquer sinais da pessoa (sangue, urina, fezes, cabelos, aparos de unhas, esperma, SECREÇÕES vaginais, saliva, suor), sua foto (apesar que muitos Sacerdotes do Culto não gostam muito de trabalhar com fotos, enquanto outros exigem fotos novas – tudo bobagem, pois foto é um excelente testemunho, não importa a idade nem o tamanho), a roupa usada e suja (em especial as roupas íntimas e as meias), fronha do travesseiro, sapatos, palmilhas, assinatura, e, até mesmo, a pegada da pessoa – a terra aonde ela pisou ou o pó do local aonde pisou – , o que eu acho muito arriscado para um uso sério.

De qualquer modo, mesmo em se tratando de testemunhos válidos, a falta de cuidados no manuseio dos mesmos pode invalidar o ato mágico. Muito melhor contruir-se testemunhos artificiais do que trabalhar com um testemunho de valor energético duvidoso.

Assim, podemos observar que o Camdomblé navega num mar da mais profunda ambiguidade.

Enquanto suas práticas iniciáticas são decididamente shamânicas do lado do Iniciando ou Iniciado (ao menos durante seu período como Iaô), as mesmas práticas, isto é, as práticas complementares àquelas, mas realizadas pelo Iniciador, são claramente do nível da feitiçaria.

Na Geomancia, rica e elaborada, com um panteão próprio (uma vez que todos os Odus tem suas representações antropomórficas), o método de praticála é sempre simplificado, utiliza-se de instrumentos primitivos sem nenhum significado oculto, ignora-se as fusões das figuras, que portanto são 256 ao invés de apenas 16; essas, por sua vez, variam quanto a natureza da energia a todo momento, ora significando benesses, ora o oposto – e isto a mesma figura! Por exemplo, tomemos a melhor figura geomântica, no domínio energético e sutil, “Laetitia”, 1222; no Camdomblé, é o melhor Odu, “Obará”, 1222. No Camdomblé, Obará prenuncia riquezas (atribuição de Fortuna Major, 2211), promete que seus filhos nascem pobres mas morrem ricos. Obará só tem um aspecto nefasto: seus filhos são os mais sujeitos a feitiços, inveja, olho-grande e coisas afins. Laetitia significa “alegria”, simbolizada por uma barraca, que provê a proteção do céu. Ou a bobagem foi pura burrice, ou é coisa de painhos querendo faturar…

A Geomancia Afro é mais uma forma de Astrologia Horária; como todas essas, não possui um “evolutivo”. Somente a nossa “Nova Geomancia” a Geomancia Racional, possuí o “evolutivo”, obtido através da rotação das casas, resultado do resto na operação de divisão do total de traços obtidos por doze (ver obra do Panisha sobre o assunto).

Outras figuras de manifesta ambiguidade são o Odu Oxé e a figura Amissio (perda), 1212; como Odu, significa riqueza, mas como figura geomântica significa empobrecimento e, até mesmo, a morte. O Odu Oyekú, o Odu da morte (Oyá-Ikú), em nada corresponde a Populus, embora ambas tenham a mesma figura numérica, 2222. O Odu Odí é tido como o pior dos Odus, enquanto que a figura de Carcer é uma figura de entraves, tendo seu aspecto bom na casa 12 (entrava os acidentes, obstáculos e doenças), e algumas vezes bom na casa 8 (entrava as mudanças, mas também a morte). Isso só para começar. Mas basta de Geomancia.

O Camdomblé possuí um dos mais belos e ricos panteãos de Deuses jamais conhecidos, embora muitos aspectos de relevância tenham se perdido ao longo do tempo. E com a ausência desses elementos fica muito complicado encontrar as corretas atribuições com Deuses de outros panteãos, bem como com a Árvore da Vida. Aspectos relativos a sexualidade, tão patentes entre os Deuses da Índia, são praticamente ausentes entre os Deuses Afro, ou, quando presentes, seus dados são por demais perfunctórios, tornando sua utilização mágica muito arriscada. Creio que o resgate do “elo perdido” é necessitado com urgência.

Como se não bastasse o que relatei acima, temos, no Camdomblé, práticas mágicas do nível da feitiçaria, com alguns poucos toques de shamanismo. Curioso é que muitos praticantes do Camdomblé creem que, para que a Magia funcione, é necessário ter-se o auxílio de um “parceiro astral”, um Exu ou um Egum, devidamente assentado, com todos os Ossé (tratamentos e obrigações) em dia (portanto, potencializado). Quer dizer, o Exu (ou o Egum) deve existir tanto no plano físico, através do assentamento (ver Evocação ao nível da Feitiçaria), como nos planos sutis, pela manutenção da imagem mental da entidade (ver Evocação ao nível do Shamanismo).

E, para encerrar com “Chave-de-Ouro” o assunto, uma verdadeira barbaridade, prova cabal da profunda ignorância daqueles que se dizem detentores dos Fundamentos do Culto: definem os Orixás como sendo Elementais! Seria bom que essas pessoas estudassem um pouco de Mitologia, Arquétipos, Egrégoras e Elementais, para saírem do poço de ignorância que está destruindo o último Culto Vivo aos Deuses Internos do Homem, o Camdomblé!

Trocando em miúdos, na Umbanda e na Quimbanda, se pratica e Invocação Mágica (a qual se chama de Incorporação), e a Evocação Mágica – quando se busca, pelas oferendas compostas de velas coloridas, bebidas, charutos e outras coisas, criar uma atmosfera propícia à manifestação da Entidade – , quando então se pede à Entidade o que se deseja.

Já as oferendas no Candomblé – Ebós – tem dois aspectos distintos, o primeiro sendo a criação de uma atmosfera propícia à manifestação da Entidade, e o segundo a criação de Elementares, para a execução de operações mágicas. Nada, aliás, que não se consiga repetir por outras dezenas de métodos mais simples, práticos e baratos – o que, porém, não invalida a tradição. Praticar o Camdomblé com artigos importados da África ou da Nigéria é tão absurdo quanto importar gêlo das geleiras dos polos ou neve da América do Norte ou Europa para realizar rituais da Wicca adequados ao inverno…

É lamentável constatar que o Candomblé, religião Thelêmica, Sistema de Magia antes de tudo Pragmático, foi transformado num culto vazio, pobre, custoso e dominado por pessoas ignorantes, inescrupulosas e mercantilistas.

Apêndices

 

 

“CAMPO DE ATUAÇÃO, CORES VOTIVAS E SAUDAÇÕES AOS ORIXÁS

 

 

OXALÁ: paz, harmonia, longevidade, velhice, vitória;
– “XEU EU BABÁ!” (para o Velho – OXALUFÃ)
– “ÊPA BABÁ!” (para o Moço – OXAGUIÃ, e outras qualidades)
> branco, algumas vezes branco e azul;

XANGÔ: justiça, conquista, vitória, amor, sexo, lar, trabalho, riqueza;
– “OXÉ CAÔ CABIECILE!”
> branco e vermelho, algumas vezes só vermelho;

XANGÔ AFONJÁ: ídem Xangô.
> branco e vermelho;

XANGÔ AYRÁ: ídem Xangô, além de intelectualidade.
> branco, algumas vezes branco e vermelho;

XANGÔ AGANJÚ: ídem Xangô.
> marrom e vermelho;

OGUM: guerra, vitória, trabalhos manuais, habilidades;
– “OGUNHÊ PATACURÍ!”
> azul-escuro, azulão;

ABALUAIÊ: saúde, doenças, morte;
– “AJUBERÚ, ATÔTÔ!”
> branco e preto, preto e vermelho, preto e amarelo, branco-preto-vermelho;

OXUMARÉ: riqueza, boa sorte;
– “ARRÔBÔBÔI!”
> preto e amarelo;

EXÚ, BÁRA, ELEGBARÁ, LEGBÁ, BOMBOMGIRA: tudo;
– “LARÔIÊ EXÚ, EXÚ É MOJIBÁ!”
> preto, vermelho, branco e roxo, algumas vezes preto e vermelho, ou branco;

ERÊ: alegria, paz, harmonia, infância;
– “ERÊ-MIM!”
> azul-claro, ou rosa-claro, ou branco, ou dourado, ou verde-claro;

OXÓSSI: caça, amor, fartura, agricultura;
– “OKÊ ARÔ!”
> azul-claro;

NANÃ: morte, saúde, longevidade;
– “SALÚBA, NÂN!”
> roxo e branco, algumas vezes só branco;

OXUM: amor, sexo, boa sorte, riqueza, prosperidade;
– “ÓRÁIÊIÊO!”
> dourado, algumas vezes dourado e branco;

IEMANJÁ: harmonia, paz, lar, prosperidade, fartura;
– “ÔDÔIÁ!”
> branco ou incolor, algumas vezes azul-claro, outras azul e branco;

OBÁ: justiça, amor;
– “ÔBÁ XIRÊE!”
> vermelho, algumas vezes coral;

OYÁ: sexo, amor, guerra, os mortos;
– “ÊPARRÊI!”
> coral, algumas vezes vermelho, outras vermelho e coral, ou coral e branco;

IRÔCO: hemorragias;
– “IRÔDEGÍ!”
> cinza;

YEWÁ: visão, vidência;
– “RIRÓ!”
> amarelo e vermelho;

OSSÃE: ervas, saúde, medicina, alquimia, magia;
– “EUEU ASSA!”
> branco e verde;

TEMPO: o tempo, as forças da natureza;
– “ZÁRA, TEMPO!”
> amarelo e vermelho;

LOGUM-EDÉ: amor, sexo, caça;
– “LÓSSI, LÓSSI, LOGUM!”
> azul-claro e dourado;

IFÁ: destino, futuro, segredos;
– “ODÚDÚA DÁDÁ ÔRÚMILÁ – AXÉ IFÁ!”
> verde e amarelo;

YIÁ-MÍ-OXORONGÁ: magia-negra;
– “AXÉ!”
> preto;

AJÊ: riqueza, fartura, prosperidade;
– “AXÉ!”
> dourado e prateado;

EXÚ DE QUIMBANDA/POMBA-GIRA DE QUIMBANDA: tudo;
– “LARÔIÊ!”
> preto e vermelho, algumas vezes preto-branco-vermelho

 

CORRELAÇÃO DE NOMES NOS CULTOS AFROS

 

Segue os nomes respectivamente de ORIXÁ (ALAKETU) VODUM (GÊGE) e INKICE (ANGOLA)

OXALÁ OLISASSA LEMBA-DI-LÊ
XANGÔ SOBÔ, BADÊ ZAZE
OGUM GU ROXIMOCUMBI
IBÊJE ERÊ VUNJI
EXÚ BÁRA, ELEGBARA, LEGBÁ BOMBOMGIRA
OMOLÚ, OMULÚ {XAPANÃ, SAPATÁ, AZOANÍ, KIKONGO, CAJANJÁ
{BABALUAIÊ, INTÔTO
OXUMARÉ, OXUMARÊ {BESSÉM, ABESSÉM, SIMBÍ, {ANGOROMÉIA,
{DAMBALAH, SOBOADÃ {ANGORÔ
OXÓSSI, ODÉ ODÉ, AGUÊ KIBUCOMOTOLOMBO
{NANÃ, NANÃ BURUKÚ, TABOSSI RADIALONGA
{ANÃBURUKÚ
OXUM AZIRÍ KISSIMBÍ
{IEMANJÁ, YEMONJÁ, INAÊ, MARBÔ {JANAÍNA, MUCUNÃ,
{YIÊMÔNDJÁ {KAIALA, KIANDA,
{OLOXUM
YANSÃ OYÁ KAIONGO
TEMPO TEMPO KATENDE
IRÔCO LÔCO LÔCO
IFÁ FÁ IFÁ
YEWÁ YEWÁ YEWÁ
YIÁ-MÍ-OXORONGÁ AJÉ, ADJÉ, OXÔ ADJÉ
AJÊ, ADJÊ ADJÊ-XALÚGA AJÊ

 

OS ARCANOS MAIORES DO TAROT E OS ORIXÁS

 

ARCANO ORIXÁ
0 O LOUCO IAÔ – O INICIANDO
I O MAGO OSSAIN
II A GRÃ-SACERDOTISA NANÃ
III A IMPERATRIZ IEMANJÁ
IV O IMPERADOR XANGÔ
V O PAPA/O HIEROFANTE OXALÁ
VI OS NAMORADOS OXÓSSI
VII O CARRO OGUM
VIII A JUSTIÇA OBÁ
IX O HEREMITA/O HERMITÃO OMOLU
X A RODA DA FORTUNA IFÁ
XI A FORÇA OYÁ
XII O PENDURADO/O ENFORCADO LOGUM-EDÉ
XIII A MORTE ÉGUM
XIV A TEMPERANÇA OXUMARÊ
XV O DIABO EXÚ
XVI A TORRE TEMPO
XVII A ESTRELA OXUM
XVIII A LUA YEWÁ
XIX O SOL IBEJI
XX O RENASCIMENTO/O JUÍZO BABÁ-ÉGUM
XXI O MUNDO O ÔVO CÓSMICO DE DAMBALLAH E AYIDA

 

OS ODÚS E O JOGO DOS BÚZIOS

Segue i jogo com dezesseis búzios – “merindilogum”

nº de búzios abertos * figura geomântica * nome em latim  * nome em yoruba

0 * nenhuma * nenhum * Opira
1 * 1111 * Via * Ogbé ou Ejí-Onile
2 * 1112 * Cauda Draconis * Ogundá
3 * 1121 * Puer * Iretê ou Mejioco
4 * 1122 * Fortuna Minor * Irossum
5 * 1211 * Puela * Oturá ou Ejí-Oligbon
6 * 1212 * Amissio * Oxé
7 * 1221 * Carcer * Odí
8 * 1222 * Laetitia * Obará
9 * 2111 * Caput Draconis * Ossá
10 * 2112 * Conjunctio * Iwóri ou Obetegundá
11 * 2121 * Aquisitio * Ofum
12 * 2122 * Albus * Iká
13 * 2211 * Fortuna Major * Owanrin
14 * 2212 * Rubeus * Eji-Laxeborá ou Oturupon
15 * 2221 * Tristitia * Okaran
16 * 2222 * Populus * Aláfia ou Oyekú

 

por J. R. R. Abrahão

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/cultos-afros/a-gnose-afro-americana-e-o-candomble-gnostico/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cultos-afros/a-gnose-afro-americana-e-o-candomble-gnostico/

Al-Hallaj

Al-Husayn ibn Mansur al-Hallaj (857-922), foi o polêmico e precoce sufi lembrado por sua proclamação: “Eu sou a Verdade” e pelo martírio que sofreu nas mãos das autoridades muçulmanas em Bagdá.

Nascido na região dos Fars no sul do Irã, Al-Hallaj se mudou com sua família para Wasit, uma cidade no centro do Iraque.

Seu pai provavelmente trabalhou na indústria têxtil (hallaj é a palavra árabe para uma pessoa que trabalha na profissão da carda do algodão ou da lã).

Em sua juventude, Al-Hallaj memorizou o Alcorão e estudou sufismo com Sahl al-Tustari (m. 896), mas ele não foi iniciado como sufi até os vinte anos de idade.

O casamento não o influenciou na sua busca espiritual e, viajando entre o Irã, o Iraque e a Meca, ele teria ganhado um seguimento de quatrocentos discípulos.

Também foi dito que ele visitou a Índia, a Ásia Central e o túmulo de Jesus em Jerusalém.

Depois de realizar o Hajj a Meca pela terceira vez, ele voltou para sua família em Bagdá e criou um modelo da Caaba em sua casa.

As afiliações de Al-Hallaj com rebeldes, xiitas e não-muçulmanos eventualmente despertaram as suspeitas dos sunitas conservadores e das autoridades políticas.

Alguns de seus antigos associados sufi até acusaram-no de magia e bruxaria.

Além disso, enquanto estava engajado em sua busca espiritual por Deus, ele fez sermões e declarações públicas que enfureceram os seus opositores.

Em um deles, ele disse que os muçulmanos poderiam cumprir o dever do Hajj, realizando circum-ambulações em seus corações e dando caridade aos pobres em casa.

Sua afirmação mais famosa foi, “Eu sou a Verdade”, que seus inimigos interpretaram como uma afirmação de sua própria divindade.

Na visão do mundo islâmico, a Verdade (haqq) era considerada como um atributo de Deus.

Os sufis fizeram tais declarações (sha-thiyyat) enquanto estavam em estado de êxtase, implicando que eles estavam falando na voz de Deus, não na sua própria voz.

Al-Hallaj logo se envolveu nas intrigas religiosas e políticas da Bagdá do século X, e ficou preso por nove anos.

Finalmente, em 922, Al-Hallaj foi acusado de blasfêmia, espancado e crucificado.

Seus restos mortais foram queimados e jogados no rio Tigre, impedindo assim que a sua família e os seus amigos de darem a ele o devido enterro muçulmano ou de venerá-lo como santo.

Al-Hallaj tem consequentemente um legado misto, lembrado por alguns como um herege e por outros como um santo martirizado.

Seus ditos foram escritos e coletados por seus seguidores.

A ele também é atribuído ter escrito o Kitab al-Tawasin, um conjunto de meditações sobre Muhammad, a Viagem Noturna e a Ascensão do Profeta, e os diálogos de Satã com Deus e Moisés.

Leitura adicional:

– Louis Massignon, The Passion of al-Hallaj: Mystic and Martyr of Islam, 4 vols. Traduzido por Herbert Mason (Princeton, N.J.: Princeton UniversityPress, 1982);

– Michael Sells, Early Islamic Mysticism:Sufi, Quran, Miraj, Poetic and Theological Writings (NewYork: Paulist Press, 1996), 266-280.

***

Fonte:

Encyclopedia of Islam

Copyright © 2009 by Juan E. Campo

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/biografias/al-hallaj/

O Mito da Terra Plana

Por Widson Porto Reis

No livro “Aristóteles em 90 minutos”, parte de uma coleção da Jorge Zahar Editora que traz a cada volume a biografia de um grande filósofo da história, pode-se ler o seguinte trecho:

“Ao declarar que as obras de Aristóteles eram como a Sagrada Escritura, a Igreja se viu numa encruzilhada (e no caso, nos confins de uma Terra plana). O conflito que se avizinhava entre a Igreja e a descoberta científica era inevitável”. (pag. 48-49)

O autor, Paul Strathern, professor universitário e autor de romances, biografias e livros de viagens, mas não historiador nem filósofo, é apenas mais um a propagar o mito de que na Idade Média, sob a influência dogmática da Igreja Católica, acreditava-se que a Terra era plana. A ele somam-se filmes (“1492 – A Conquista do Paraíso”), músicas (“Flat Earth Society” – Bad Religion), desenhos animados (tantos que não seria possível citá-los todos), e o pior: livros escolares. Todos mostram Cristovão Colombo como um visionário – o único a acreditar que a Terra fosse redonda – lutando contra religiosos ortodoxos que, citando suas escrituras sagradas, acreditavam que o navio de Colombo cairia da borda da Terra ao atingir o horizonte.

Os gregos já sabiam!

A despeito do que você possa ter aprendido na escola nas suas aulas de História (talvez como o autor deste artigo), os gregos já sabiam mais de 2000 anos antes de Colombo que a Terra era redonda. O grego Erastótenes (276-194 a.C.) chegou mesmo a calcular geometricamente o diâmetro da Terra com uma precisão muito boa, medindo em passos a distância entre as cidades de Alexandria e Siene e conhecendo o tamanho das sombras projetadas por uma estaca nas duas cidades.

Mas você poderia perguntar: “E daí que os gregos já sabiam?” Afinal, diversas outras civilizações da mesma época, como a chinesa, realmente pensavam que a Terra era plana e continuaram pensando assim por muito tempo (os chineses só começaram a discutir a hipótese da Terra redonda no início do século XVII). Outro povo, os hebreus, usaram nos seus textos sagrados, que hoje fazem parte da Bíblia, diversas figuras de linguagem que levam estudiosos a crer que também acreditavam que a Terra fosse plana, como menções aos “quatro cantos da Terra”, por exemplo (embora também haja passagens que são usadas para provar o contrário). A diferença do pensamento grego para os outros povos é que ele influenciou enormemente a forma de pensar do ocidente e em praticamente todas as áreas do conhecimento: política, ética, ciência, lógica, filosofia, arte e muito mais, incluindo aí a toda poderosa religião Cristã.

Mas nenhum filósofo grego influenciou mais o pensamento medieval do que Aristóteles (384-322 a.C.). Aristóteles acreditava que todas as coisas eram formadas por combinações de quatro elementos: terra, água, fogo e ar, e que cada um deles possuía no universo um “lugar natural”. O lugar natural do elemento “terra”, sendo mais pesado do que todos os outros, seria o centro do universo. Uma vez que todas as coisas sólidas eram formadas por este elemento e como todas tinham igual tendência em estar o mais próximo possível do seu lugar natural, Aristóteles concluiu que a forma da Terra deveria ser esférica (note-se que esse raciocínio também exigia que a Terra estivesse no centro do Universo). Em seu livro “Sobre os Céus”, depois de longa argumentação, Aristóteles encerra a questão assim:

“Sobre a posição da Terra e da maneira de seu repouso ou movimento nossa discussão pode aqui terminar. Sua forma deve necessariamente ser esférica.”

A prova da esfericidade da Terra, segundo Aristóteles, publicado em uma edição do livro De sphaere do século XVI.

Platão, mestre de Aristóteles, também acreditava na forma esférica da Terra; ele diz em seu diálogo “Fédon”: “Minha convicção é de que a Terra é um corpo circular no centro dos céus”. Embora Platão não tenha sido tão importante quanto seu pupilo para o pensamento científico medieval, uma versão um pouco modificada de sua filosofia, conhecida por neoplatonismo, influenciou fortemente os primeiros filósofos religiosos, especialmente aquele que foi um dos maiores teólogos cristãos: Santo Agostinho (354-430). Quanto à forma da Terra, Agostinho não parecia duvidar de que ela fosse esférica, embora se mostrasse um tanto pertubado com a idéia de pessoas de ponta cabeça habitando terras do outro lado do mundo. No seu livro “A Cidade de Deus” (De Civitate Dei) ele escreveu:

“Apesar de estar supostamente ou cientificamente provado que a Terra tem a forma esférica, disto não decorre que o outro lado do mundo seja desprovido de mares, nem decorre imediatamente que, sendo desprovido de mares, seja habitado.”

Mas alguém realmente acreditava que a Terra era plana?

Enquanto a filosofia de Platão (sob a forma levemente adulterada do neoplatonismo) continuou, durante os primeiros séculos da Idade Média, a ser cultivada pelos cristãos desejosos em dar um estofo filósofico a sua nova religião, os livros de Aristóteles e boa parte do restante do conhecimento grego se perderam depois do esfacelamento do Império Romano no século VII. Durante este período, conhecido por “Idade das Trevas” (período medieval que costuma ser definido como indo do ano 600 ao ano 1000 D.C), alguns membros da Igreja publicaram de fato trabalhos que defendiam a idéia de uma Terra plana. Um deles foi o monge Cosmas Indicopleustes. Cosmas, um ex-mercador que trocou o comércio pelo hábito, escreveu no ano de 547 o livro chamado “Topografia Cristã” no qual expunha sua visão geográfica do mundo baseada em interpretações literais da Bíblia. Cosmas imaginava a Terra como um grande baú, sendo o firmamento a “tampa” deste baú, e ridicularizava a crença pagã numa Terra redonda com os velhos argumentos de pessoas de ponta cabeça, chuva caindo para cima, etc. Outro defensor da Terra plana foi o padre Lactâncio (265-345) e seus argumentos eram igualmente baseados em interpretações literais de metáforas bíblicas. Além destes sabe-se que, Severian de Gabala (380), e possivelmente Theodoro de Mopsuestia (350-430) e Deodoro de Tarsus (394) defenderam ideais de uma Terra plana.

Sobre estes autores no entanto, a maioria dos historiadores modernos concorda que foram praticamente ignorados em suas épocas ou no mínimo encarados com pouca seriedade nos círculos intelectuais; Cosmas por exemplo foi considerado um tolo ignorante pelo filósofo grego cristão John Philoponus.

Porque a Igreja adotou a Teoria da Terra Redonda?

No século XIII a Europa começou a reerguer-se do obscurantismo em que havia mergulhado e as obras gregas começaram finalmente a ser redescobertas, trazidas pelos árabes. Assim que tiveram contato com as obras de Aristóteles, os intelectuais cristãos imediatamente se encantaram com a complexidade e sofisticação filosófica do corpus aristotélico. Aristóteles não escrevia somente sobre o mundo natural, mas sobre ética, teatro, política, matemática, e muito mais com uma profundidade e um rigor lógico sem par na era medieval (a reverência por Aristóteles era tamanha que ele era chamado simplesmente por “O Filósofo”). Mas foi São Tomás de Aquino (1225-1274), um dos expoentes da teologia cristã, o grande responsável por embutir a ciência, a filosofia e a cosmologia de Aristóteles no cristianismo. Tomás transformou Aristóteles no suporte filosófico de toda a doutrina cristã. A partir daí, questioná-lo era o mesmo que questionar a própria existência de Deus.

Podemos agora voltar ao trecho do livro da Jorge Zahar Editor que abriu este artigo:

“Ao declarar que as obras de Aristóteles eram como a Sagrada Escritura, a Igreja se viu numa encruzilhada (e no caso, nos confins de uma Terra plana). O conflito que se avizinhava entre a Igreja e a descoberta científica era inevitável”.

Podemos entender que autor confundiu algumas coisas. Confundiu “Terra Plana” com “Geocentrismo”. Como se viu, o mesmo raciocínio Aristotélico que concluía pela redondeza da Terra também exigia que ela fosse o centro do universo, e isto sim causou o conflito entre ciência e a religião, mencionado pelo autor, que se viu com Giordano Bruno, Copérnico e Galileu.

Outras evidências pré-Colombianas

John Holywood (isso mesmo), monge inglês que também atendia pelo nome latinizado de Joanes de Sacrobosco era contemporâneo de Tomás de Aquino. Professor de Astronomia na Universidade de Paris, Sacrobosco foi o autor do livro astronômico com o maior número de edições até hoje, o “Tractatus de Sphaera Mundi”, publicado pela primeira vez em 1473. O “Sphaera” era um manual de astronomia e geografia muito utilizado pelos portugueses durante a era das grandes explorações e não deixa dúvidas aos historiadores modernos (a começar pelo nome), de que a esfericidade da Terra fosse um fato bem reconhecido na época.

Um dos mais fascinantes livros medievais é o “Liber Chronicarum” (“Crônicas de Nuremberg”). Com mais de 1800 ilustrações e 600 páginas, este volumoso livro contava a história ilustrada do mundo desde o Genêsis até aquela data e foi publicado originalmente em maio de 1493 antes que a descoberta da América fosse conhecida. A reprodução do “Universo Ptolomaico” (abaixo), representando o universo com suas esferas concêntricas ocupadas pelos planetas conhecidos (incluindo a Lua e o Sol) é bastante clara: a esfericidade da Terra era um fato tão bem estabelecido quanto o geocentrismo.

Encontrando os culpados pelo mito

Se a esfericidade da Terra não era questionada nos círculos eruditos da Idade Média então quem inventou o mito da Terra plana? (ou mais apropriadamente: o mito de que as pessoas acreditavam que a Terra fosse plana). O historiador J. B. Russel, no livro “Inventing the Flat Earth” (“Inventando a Terra Plana” – 1991), procurou os responsáveis pela propagação do mito e descobriu dois culpados: o francês Antoine-Jean Letronne (1787-1848) e o americano Washington Irving (1783-1859). Letrone, um historiador muito respeitado mas com um grande preconceito religioso, foi responsável por atribuir ao “Topografia Cristã” de Cosmas Indicopleustes uma importância histórica que ele nunca teve, concluindo que todos na Idade Média acreditavam que a Terra era plana. Seria como se daqui a mil anos alguém encontrasse um obscuro trabalho científico questionando a evolução e afirmasse que os cientistas do século XXI não acreditavam na evolução. Segundo Russel, devido ao enorme prestígio e reputação de Letrone, esta interpretação particular dos fatos não foi questionada pelos historiadores posteriores e passou a circular como verdade nos meios intelectuais.

Washington Irving, por outro lado, era antes de nada mais um romancista. Você na certa o conhece como o autor do conto que já virou desenho e filme: “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça”. Como historiador entretanto, costumava levar sua habilidade de escrever ficção para suas biografias, romanceando fatos que nunca aconteceram. Segundo o pesquisador Owen Gingerich, em seu artigo “Astronomy in the Age of Columbus” (“Astronomia no Tempo de Colombo”; Scientific American, novembro de 1992) logo após a revolução americana Irving estava procurando por um herói não inglês para contrapor ao famoso explorador inglês Sebastian Calbot, o primeiro homem a chegar ao Polo Norte, e enxergou em Colombo a pessoa certa.

Na biografia de Cristovão Colombo, “Columbus”, publicada em 1828, Irving descreve um episódio real – o Conselho de Salamanca em que Colombo apresenta seu projeto a um grupo de religiosos e leigos – porém “enriquece” a narrativa afirmando que Colombo foi acusado de heresia por sustentar que a Terra fosse redonda, o que supostamente seria contrário às Escrituras. É verdade que Colombo sofreu sérias objeções das autoridades presentes, mas a questão nunca foi se a Terra era redonda ou não, e sim o tamanho desta. Colombo supunha que a Terra fosse muito menor do que é na realidade (considerava-a com apenas 20% de seu tamanho real) enquanto seus opositores diziam ser impossível chegar às Índias percorrendo uma distância que consideravam muito maior (os opositores de Colombo estavam certos; se a América não estivesse no meio do caminho de Colombo ele e sua tripulação teriam morrido à míngua de recursos). A narrativa conforme floreada por Irving transformou o debate de Salamanca em um símbolo da luta entre o campeão da liberdade científica e o dogmatismo teólogico, e caiu no gosto popular.

Letrone deu ao mito da Terra plana sua base história, Irving sua carga emocional. Mas o mito realmente ganhou a força que tem até hoje quando John Draper (1811-1882), um físico violentamente anti-católico, publicou em 1873 o livro “A História do conflito entre a Ciência e a Religião” utilizando o mito da Terra plana como exemplo de como as crenças religiosas eram estúpidas e atrasadas e necessariamente se opunham ao progresso da ciência. Através de Draper o mito da Terra plana chegou como verdade absoluta até o início do século XX, e só nos anos 20 começou a ser questionado.

Referências:

“Astronomy in the Age of Columbus”; Scientific American; Novembro de 1992

“Pilares do tempo ? Ciência e Religião na Plenitude da Vida”, Sthepen Jay Gould, Ed. Rocco

“História do Pensamento Ocidental”, Bertrand Russel, Ed. Ediouro

“A Epopéia do Pensamento Ocidental”, Richard Tarnas, Ed. Bertrand Brasil

“A Mensuração da Realidade”, Alfred W. Crosby, Ed. Unesp

“Geographical Background of the First Voyage of Columbus”, Clarence B. Odell, Dale Edward Case

“History of the Conflict between Religion and Science”, John William Draper.

#Ciência

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-mito-da-terra-plana

Campos Morfogenéticos

Havia um arquipélago no Pacífico povoado apenas por macacos. Eles se alimentavam de batatas, que tiravam da terra. Um dia, não se sabe porque, um desses macacos lavou a batata antes de comer, o que melhorou o sabor do alimento. Os outros o observaram, intrigados, e aos poucos começaram a imitá-lo. Quando o centésimo macaco lavou a sua batata, todos os macacos das outras ilhas começaram a lavar suas batatas antes de comer. E entre as ilhas não havia nenhuma comunicação aparente.

Essa história (fictícia) exemplifica uma teoria criada pelo fisiologista inglês Rupert Sheldrake, denominada teoria dos campos morfogenéticos. Segundo o cientista, os campos mórfogenéticos são estruturas invisíveis que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o comportamento de todos os sistemas do mundo material. Todo átomo, molécula, célula ou organismo que existe gera um campo organizador invisível e ainda não detectável por qualquer instrumento, que afeta todas as unidades desse tipo. Assim, sempre que um membro de uma espécie aprende um comportamento, e esse comportamento é repetido vezes suficiente, o tal campo (molde) é modificado e a modificação afeta a espécie por inteiro, mesmo que não haja formas convencionais de contato entre seus membros. Isso explica porque, no exemplo, todos os macacos do arquipélago de repente começaram a lavar suas raízes, sem que houvesse comunicação entre as ilhas.

Mas outros exemplos na natureza – desta vez verdadeiros – ilustram bem uma organização invisível no comportamento dos animais. Pegue um gato, por exemplo. Separe-o do convívio com outros gatos poucos dias após o nascimento (algo infelizmente comum) e crie-o isolado. Ele vai ter todas as características comportamentais de um gato, as brincadeiras, inclusive o cacoete de só fazer as necessidades na areia (se tiver areia no lugar, claro). Quem ensinou isso? Milhares de anos de evolução, dirão os Darwinistas. Deus, dirão os Criacionistas. Mas nem um nem outro explica a questão: Quem ensinou isso ao maldito gato que foi criado fora do convívio dos outros de sua maldita raça milenar?!

Ainda mais extraordinários são os pássaros jardineiros, cujo ninho é uma obra de arte, feito de palhas e ramos, e que não se esquecem, para encantar mais a fêmea, de enfeitar com o que se denomina “jóias”, sejam ervas ou flores, ou pedrinhas todas iguais, para atapetar o chão. Quem ensinou isso? Foi um Deus caprichoso, que estava numa fase mais artistica e deu esse dom pra esse pássaro e não para os outros? Ou foram seus genes, tão caprichosos quanto? Será que, baseado tão-somente na sobrevivência e possibilidades de acasalamento, não seria mais inteligente pra natureza espalhar essa técnica pra todos os pássaros e outros animais?

A ciência dá um valor muito alto aos genes. É uma verdadeira panacéia: se não sabemos explicar algo, simplesmente “culpamos” os genes. Exemplo disso é o processo de diferenciação e especialização celular que caracteriza o desenvolvimento embrionário. Como explicar que um aglomerado de células absolutamente iguais, dotadas do mesmo patrimônio genético, dê origem a um organismo complexo, no qual órgãos diferentes e especializados se formam, com precisão milimétrica, no lugar certo e no momento adequado? A biologia reducionista diz que isso se deve à ativação ou inativação de genes específicos, e que tal fato depende das interações de cada célula com sua vizinhança (entendendo-se por vizinhança as outras células do aglomerado e o meio ambiente). Tal formação do embrião acontece com precisão tanto aqui quanto na China, tanto no frio como no calor, tanto na poluição e radiação de NY, quanto nos bucólicos campos da Escócia…

A biologia reducionista transformou o DNA numa cartola de mágico, da qual é possível tirar qualquer coisa. Na vida real, porém, a atuação do DNA é bem mais modesta. O código genético nele inscrito coordena a síntese das proteínas, determinando a seqüência exata dos aminoácidos na construção dessas macro-moléculas. Os genes ditam essa estrutura primária e ponto. “A maneira como as proteínas se distribuem dentro das células, as células nos tecidos, os tecidos nos órgãos e os órgãos nos organismos não estão programadas no código genético”, afirma Sheldrake. “Dados os genes corretos, e portanto as proteínas adequadas, supõe-se que o organismo, de alguma maneira, se monte automaticamente. Isso é mais ou menos o mesmo que enviar, na ocasião certa, os materiais corretos para um local de construção e esperar que a casa se construa espontaneamente.”

A morfogênese, isto é, a modelagem formal de sistemas biológicos como as células, os tecidos, os órgãos e os organismos seria ditada pelos campos morfogenéticos, uma estrutura espaço-temporal que direcionaria a diferenciação celular, fornecendo uma espécie de roteiro básico ou matriz para a ativação ou inativação dos genes, um papel semelhante ao da planta de um edifício. Devemos ter claras, porém, as limitações dessa analogia. Porque a planta é um conjunto estático de informações, que só pode ser implementado pela força de trabalho dos operários envolvidos na construção. Os campos morfogenéticos, ao contrário, estão eles mesmos em permanente interação com os sistemas vivos e se transformam o tempo todo graças ao processo de ressonância entre os campos.

Tanto quanto a diferenciação celular, a regeneração de organismos simples é um outro fenômeno que desafia a biologia reducionista e conspira a favor da hipótese dos campos morfogenéticos. Ela ocorre em espécies como a dos platelmintos, por exemplo. Se um animal desses for cortado em pedaços, cada parte se transforma num organismo completo. Tal organismo parece estar associado a uma matriz invisível, que lhe permite regenerar sua forma original mesmo que partes importantes sejam removidas. Sheldrake já realizou várias pesquisas para provar que o corpo possui um campo mórfico e, quando se perde uma parte desse corpo, o campo permanece. Um exemplo é uma das experiências que fez: Uma pessoa que não tem parte do braço age como se estivesse empurrando o membro fantasma através de uma tela fina. Do outro lado da tela, uma outra pessoa tenta tocar o braço fantasma. De acordo com Sheldrake, as duas pessoas envolvidas na experiência são capazes de sentir o toque. É uma prova (subjetiva) de que alguma coisa do braço ainda existe concretamente, e não apenas no cérebro da pessoa que o perdeu.

Depois de muitos anos de estudo e pesquisa chegou-se à conclusão de que a chave desse mistério estaria numa espécie de memória: uma memória coletiva e inconsciente que faz com que formas e hábitos sejam transmitidos de geração para geração. O campo morfogenético seria uma região de influência que atua dentro e em torno de todo organismo vivo. Algo parecido com o campo eletromagnético que existe em volta dos imãs. Para o cientista, cada grupo de animais, plantas, pássaros etc, está cercado por uma espécie de campo invisível que contém uma memória, e que cada animal usa a memória de todos os outros animais da sua espécie. Esses campos são o meio pelo qual os hábitos de cada espécie se formam, se mantém e se repetem. No exemplo dos macacos, o conhecimento adquirido por um conjunto de indivíduos agrega-se ao patrimônio coletivo, provocando um acréscimo de consciência que passa a ser compartilhado por toda a espécie.

O processo responsável por essa coletivização da informação foi batizado por Sheldrake com o nome de ressonância mórfica. Por meio dela, as informações se propagam no interior do campo mórfico, alimentando uma espécie de memória coletiva.

Os seres humanos também têm uma memória comum. É o que Jung chamou de inconsciente coletivo. A respeito disso, Sheldrake lança uma luz sobre a questão da existência de vidas passadas: Ele diz que, às vezes, as pessoas podem entrar em sintonia com as memórias de uma outra pessoa que existiu no passado. Isso que não significa que elas foram realmente aquela pessoa, mas que se teve acesso à memória dela. Talvez por isso existam por aí tantas reencarnações de Napoleão e Cleópatra…

Então, o campo morfogenético é algo que está dentro de nós, e fora de nós. Nos envolve e nos define, está presente em nossos pensamentos, e nossas atitudes. Pode estar por trás do Id; Pode ser a Força. O inconsciente coletivo; O Shaktipat; Em essência, o Tao; Ou mesmo Brahma! O Reino dos céus!

Os campos morfogenéticos também são responsáveis por aquela sensação que a maioria das pessoas tem quando sente que está sendo observada. Sheldrake explica:
“Entrevistei alguns detetives particulares, pessoal da vigilância na polícia, pelotões antiterrorismo da Irlanda do Norte e outras pessoas cujo negócio é olhar outras pessoas. A maior parte destes observadores profissionais está muito consciente desse fenômeno, e alguns daqueles que operam sistemas de segurança em shoppings, edifícios, aeroportos e hospitais também estão muito conscientes desse efeito. Em uma das principais lojas de departamento de Londres, os detetives da loja disseram que podiam olhar as pessoas na loja através de uma TV, e quando viam alguém roubando, um gatuno, muitas vezes perceberam que, se olhassem para essa pessoa muito intensamente, pela tela da TV, a pessoa começava a olhar a seu redor procurando as câmeras escondidas e depois devolvia o que tinha tirado e saía da loja. Um segurança em um hospital disse que onde isso dava mais certo era com uma câmera oculta que cobria uma área onde as pessoas iam fumar, embora não fosse permitido fumar no hospital, mas quando ele observava os fumantes através da televisão de circuito fechado eles imediatamente começavam a parecer constrangidos e apagavam seus cigarros e saíam dali. Portanto, há muitas experiências práticas. No SAS britânico, que são as forças especiais usadas para tomar de assalto terroristas em embaixadas e lugares semelhantes, parte do treinamento ensina que, se você está se aproximando cuidadosamente de uma pessoa por trás, para esfaqueá-la nas costas, você não deve olhar fixamente para as costas dela, porque é quase certo que, se o fizer, ela vai se virar. E a primeira lição que um detetive particular aprende sobre seguir alguém é que você não olha para quem está seguindo, porque se olhar, ele vai se virar e seu disfarce terá sido descoberto”.

Parece telepatia. Mas não é. Porque, tal como a conhecemos, a telepatia é uma atividade mental superior, focalizada e intencional que relaciona dois ou mais indivíduos da espécie humana. A ressonância mórfica, ao contrário, é um processo básico, difuso e não-intencional que articula coletividades de qualquer tipo. Sheldrake apresenta um exemplo desconcertante dessa propriedade:
“Quando uma nova substância química é sintetizada em laboratório, não existe nenhum precedente que determine a maneira exata de como ela deverá cristalizar-se. Dependendo das características da molécula, várias formas de cristalização são possíveis. Por acaso ou pela intervenção de fatores puramente circunstanciais, uma dessas possibilidades se efetiva e a substância segue um padrão determinado de cristalização. Uma vez que isso ocorra, porém, um novo campo mórfico passa a existir. A partir de então, a ressonância mórfica gerada pelos primeiros cristais faz com que a ocorrência do mesmo padrão de cristalização se torne mais provável em qualquer laboratório do mundo. E quanto mais vezes ele se efetivar, maior será a probabilidade de que aconteça novamente em experimentos futuros.”

Com afirmações como essa, não espanta que a hipótese de Sheldrake tenha causado tanta polêmica. Em 1981, quando ele publicou seu primeiro livro, A New Science of Life (Uma nova ciência da vida), a obra foi recebida de maneira diametralmente oposta pelas duas principais revistas científicas da Inglaterra. Enquanto a New Scientist elogiava o trabalho como “uma importante pesquisa científica”, a Nature o considerava “o melhor candidato à fogueira em muitos anos”.

Doutor em biologia pela tradicional Universidade de Cambridge e dono de uma larga experiência de vida, Sheldrake já era, então, suficientemente seguro de si para não se deixar destruir pelas críticas. Ele sabia muito bem que suas idéias heterodoxas não seriam aceitas com facilidade pela comunidade científica. Anos antes, havia experimentado uma pequena amostra disso, quando, na condição de pesquisador da Universidade de Cambridge e da Royal Society, lhe ocorreu pela primeira vez a hipótese dos campos mórfogenéticos. A idéia foi assimilada com entusiasmo por filósofos de mente aberta, mas Sheldrake virou motivo de gozação entre seus colegas biólogos. Cada vez que dizia alguma coisa do tipo “eu preciso telefonar”, eles retrucavam com um “telefonar para quê? Comunique-se por ressonância mórfogenética”. Era uma brincadeira amistosa, mas traduzia o desconforto da comunidade científica diante de uma hipótese que trombava de frente com a visão de mundo dominante. Afinal, a corrente majoritária da biologia vangloriava-se de reduzir a atividade dos organismos vivos à mera interação físico-química entre moléculas e fazia do DNA uma resposta para todos os mistérios da vida.

A hipótese dos campos morfogenéticos é bem anterior a Sheldrake, tendo surgido nas cabeças de vários biólogos durante a década de 20. O que Sheldrake fez foi generalizar essa idéia, elaborando o conceito mais amplo de campos mórficos, aplicável a todos os sistemas naturais e não apenas aos entes biológicos. Propôs também a existência do processo de ressonância mórfica, como princípio capaz de explicar o surgimento e a transformação dos campos mórficos. Não é difícil perceber os impactos que tal processo teria na vida humana. “Experimentos em psicologia mostram que é mais fácil aprender o que outras pessoas já aprenderam”, informa Sheldrake.

Ele mesmo vem fazendo interessantes experimentos nessa área. Um deles mostrou que uma figura oculta numa ilustração em alto constraste torna-se mais fácil de perceber depois de ter sido percebida por várias pessoas. Isso foi verificado numa pesquisa realizada entre populações da Europa, das Américas e da África em 1983. Em duas ocasiões, os pesquisadores mostraram as ilustrações 1 e 2 a pessoas que não conheciam suas respectivas “soluções”. Entre uma enquete e outra, a figura 2 e sua “resposta” foram transmitidas pela TV. Verificou-se que o índice de acerto na segunda mostra subiu 76% para a ilustração 2, contra apenas 9% para a 1. Numa universidade inglesa, alguns pesquisadores conseguiram provar que as palavras cruzadas dos jornais são muito mais fáceis de resolver quando feitas no dia seguinte à publicação original.

Esse fenômeno é muito comum entre os químicos. Quando um deles tenta cristalizar um novo composto leva muito tempo para conseguir um bom resultado. Mas a partir desse momento em outros lugares do mundo muitos outros químicos conseguem cristalizar o mesmo composto num tempo muito mais curto.

Isso explicaria o porquê da geração dos anos 80 ter tido facilidade de programar o videocassete, e a geração de 90 dominar o computador e o celular?

Se for definitivamente comprovado que os conteúdos mentais se transmitem imperceptivelmente de pessoa a pessoa, essa propriedade terá aplicações óbvias no domínio da educação. “Métodos educacionais que realcem o processo de ressonância mórfica podem levar a uma notável aceleração do aprendizado”, conjectura Sheldrake. E essa possibilidade vem sendo testada na Ross School, uma escola experimental de Nova York, dirigida pelo matemático e filósofo Ralph Abraham.

Outra conseqüência ocorreria no campo da psicologia. Teorias psicológicas como as de Carl Gustav Jung e Stanislav Grof, que enfatizam as dimensões coletivas ou transpessoais da psique, receberiam um notável reforço, em contraposição ao modelo reducionista de Sigmund Freud (ver artigo “Nas fronteiras da consciência”, em Globo Ciência nº 32).

Sem excluir outros fatores, o processo de ressonância mórfica forneceria um novo e importante ingrediente para a compreensão de patologias coletivas, como o sadomasoquismo e os cultos da morbidez e da violência, que assumiram proporções epidêmicas no mundo contemporâneo, e poderia propiciar a criação de métodos mais efetivos de terapia. “A ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom ou mal”, afirmou Sheldrake a Galileu. “Por isso, cada um de nós é mais responsável do que imagina, pois nossas ações podem influenciar os outros e serem repetidas”.

Abaixo, os melhores momentos da palestra de Rupert Sheldrake, intitulada “A mente ampliada” (que pode ser lida integralmente aqui):

EXPERIMENTO DO CACHORRO

Deixe-me dar um exemplo do tipo de histórias que temos em nosso banco de dados, sobre um cachorro que sabe quando seu dono está chegando em casa. Essa é de uma pessoa no Havaí: “Meu cachorro Debby sempre fica esperando na porta uma meia hora antes de meu pai chegar em casa do trabalho. Como meu pai estava no exército, ele tinha um horário de trabalho muito irregular. Não fazia diferença se meu pai ligava antes, e uma época eu achei que o cachorro reagia à chamada telefónica, mas isso obviamente não era o caso, porque às vezes meu pai dizia que estava vindo para casa mais cedo, mas tinha que ficar até mais tarde. Às vezes ele nem telefonava. O cachorro nunca se enganava, portanto eu eliminei a teoria do telefone. Minha mãe foi a primeira pessoa que notou esse comportamento. Ela estava sempre preparando o jantar quando o cachorro ia para a porta. Se o cachorro não fosse até a porta, nós sabíamos que papai ia chegar mais tarde. Se ele chegasse tarde, o cachorro mesmo assim o esperava, mas só quando ele já estivesse no caminho de casa”.

Temos agora em nosso banco de dados cerca de 580 relatos de cachorros que fazem isso, e cerca de 300 relatos de gatos que fazem isso, com esse tipo de qualidades. O cético de carteirinha irá dizer “bem, é apenas uma rotina”, mas na maioria dos casos não é uma rotina (se fosse as pessoas nem notariam). O próximo argumento do cético de carteirinha é “bom, o que deve acontecer é que as pessoas da casa sabem quando o dono está vindo e com isso seu estado emocional muda, e o animal capta essa mudança através de deixas sutis”. Bem, é claro que isso é possível se as pessoas realmente prevêem que alguém está vindo para casa, seu estado emocional pode mudar, elas podem ficar excitadas ou talvez deprimidas e o animal pode captar essa mudança emocional e reagir a ela. Mas, em muitos dos casos, as pessoas na casa não sabem quando a outra está vindo para casa, é o animal que lhes diz, e não elas que dizem ao animal.

Quando eu estava discutindo esse assunto com Nicholas Humphrey, meu amigo cético disse: “bem, tudo isso ainda não elimina a possibilidade de que eles ouvem o barulho do motor do carro, um motor de carro familiar a 30, 40 quilômetros de distância”, e eu disse: “isso é obviamente impossível”. E ele: “pelo contrário, apenas demonstra como a audição dos cachorros é aguçada”. Foi essa discussão que levou à ideia de fazer um experimento. Eu disse: “OK, e se eles vierem para casa de táxi, ou no carro de um amigo, ou de trem, ou de bicicleta da estação em uma bicicleta emprestada, para que não haja sons familiares?” E ele disse: “nesse caso, o cachorro não reagiria”, e desde a publicação deste livro eu já descobri muitos cachorros, gatos e outros animais que fazem isso.

Telefonamos para pessoas escolhidas aleatoriamente usando técnicas padronizadas de amostragem e perguntamos se elas tinham animais. Dos donos de animais, havia mais donos de cachorros do que de gatos na maior parte das localidades. Perguntávamos: então “seu animal parece saber previamente quando um membro da família está vindo para casa?” Aproximadamente 50% dos donos de cachorro em todas as localidades disseram que sim – em Los Angeles foram mais de 60% – e podemos ver através desses resultados que os gatos em todas as localidades fazem isso menos que os cachorros.

Nos primeiros experimentos que foram feitos, pedíamos às pessoas que anotassem em um caderno o comportamento do cachorro, mas os céticos disseram: “bem, assim você tem uma tendência subjetiva”. Portanto, agora nós fazemos uma fita de vídeo de todos os experimentos. Temos uma câmera de vídeo em tripé, apontando para o lugar onde o cachorro ou o gato esperam pela pessoa que vem para casa. Há um controle de tempo na câmera e ela fica funcionando por horas. Então, temos horas de filme que irão mostrar se o cachorro ou o gato vão até a janela, e por quanto tempo ficam lá, um registro objetivo e perfeito. O que vou lhes mostrar é um vídeo de um desses experimentos que foi feito com um cachorro com que trabalhei principalmente na Inglaterra. O cachorro chama-se JT e o nome de sua dona é Pam. Quando Pam sai, ela deixa JT com seus pais, que vivem no apartamento ao lado do dela. Eles observaram há muitos anos que JT sempre ia para a janela quando Pam estava a caminho de casa, ou quase sempre. Esse experimento foi filmado profissionalmente pela televisão estatal austríaca, e foi filmado com duas câmeras, para que pudéssemos ver o cachorro e a pessoa que estava na rua ao mesmo tempo. E foi combinado que eles escolhessem as horas de sua vinda para casa de maneira aleatória, que nem ela mesma soubesse previamente, que ninguém soubesse previamente; e ela viria para casa de táxi, para eliminar a possibilidade de sons de carros familiares. Esse, portanto, é um experimento que foi realizado dentro dessas condições.

Na vida real, Pam não vem para casa em horas escolhidas aleatoriamente, e que ela própria desconheça previamente. Quando está no trabalho, ou quando sai para fazer compras ou visitar amigos, ela vem para casa em vários momentos diferentes, e nós monitoramos regularmente as horas em que ela volta, mais de 200 experimentos foram monitorados, temos dezenas deles em vídeo. O cachorro nem sempre reage, cerca de 85% das vezes JT realmente espera por ela quando ela está vindo para casa, cerca de 15% ele não o faz. Analisamos as ocasiões em que ele não faz, a maioria das vezes ocorreu quando a cadela do apartamento vizinho estava no cio. Isso mostra que JT pode se distrair. Isso também ocorreu algumas vezes quando havia visitas na casa ou outro cachorro, e algumas vezes sem nenhum motivo. De qualquer forma, JT normalmente reage quando Pam decide que vai para casa. No filme vê-se que ele não começa a reagir quando ela entra no táxi, e sim quando ela estava pronta para ir para casa. Na vida real ele não reage quando ela entra no carro para ir para casa, e sim quando ela começa a se despedir dos amigos e pensando “bem, vou-me embora”. Ele parece captar essa intenção dela. É bem verdade que JT vai até a janela ocasionalmente quando Pam não está a caminho de casa, normalmente porque vai latir para um gato que passa na rua ou está olhando alguma coisa que está acontecendo do lado de fora. Nesses gráficos incluímos todos esses casos, embora fique claro no vídeo que ele não está esperando, mas como os céticos dizem que, se você usar evidência seletiva isso demonstra que você inventou a coisa toda, não fizemos nenhuma seleção aqui. Às vezes há uns trechos barulhentos, quando ele vai até a janela de qualquer maneira, mas podemos ver que isso é a média de 12 ocasiões diferentes quando ela estava fora por mais de 3 horas. O tempo que ele está esperando na janela é maior quando ela está no caminho de casa do que quando ela não está. Vemos um pequeno aumento antes de ela ir para casa que, a meu ver, tem relação com esse efeito antecipatório.

JT está obviamente esperando por ela principalmente quando ela está no caminho de casa. O que é claro nesses gráficos é que JT não vai para a janela com mais frequência quanto mais tempo ela estiver fora. Ele obviamente está muito mais na janela aqui, quando ela está no caminho de volta, do que nos períodos correspondentes aqui. Esses efeitos têm uma enorme significância estatística. Vários tipos de análise mostram significâncias que vão mais além da escala de meu computador. Esses efeitos são do tipo p é menor que .00001.

Esses resultados foram amplamente publicados na Grã-Bretanha, nos jornais, e – é claro – foram criticados pelos céticos, que estão sempre prontos para dizer que nada semelhante poderia ocorrer. Um dos céticos mais ativos na Grã-Bretanha, cujo nome é Richard Wiseman, disse que eu não tinha usado procedimentos adequados, não os tinha registrado de forma adequada, etc. Eu fiz também muitos experimentos com horas de retorno aleatórias. Pam tem umpager em seu bolso que eu ativei por telefone de Londres e ela vem para casa em momentos verdadeiramente aleatórios, usando um desses pagers da telecom. De qualquer forma, ele criticou os detalhes, então eu disse: “Tudo bem, por que você mesmo não faz o experimento? Eu organizo tudo para que você possa fazê-lo com o mesmo cachorro. Emprestamos uma câmera de vídeo, Pam irá onde você quiser, o seu ajudante ficará observando-a”. Na verdade, então, o próprio Wiseman filmou o cachorro e ficou no apartamento dos pais da Pam, enquanto seu ajudante ia com a Pam para pubs, ou outros lugares, até que em um momento determinado aleatoriamente fosse decidido que eles voltariam para casa. Eles checavam o tempo todo para garantir que não haveria chamadas telefônicas secretas, nenhum meio de comunicação invisível, nenhuma fraude ou trapaça.

Wiseman é um mágico, e ele é um desses céticos que está sempre afirmando que tudo pode ser feito por trapaça ou ilusionismo. Bem, ele mesmo esteve lá, e eles estavam se protegendo de tudo, e ele realizou três experimentos com Pam na casa de seus pais, e esses foram os resultados dos três experimentos que ele fez, usando todos seus controles rigorosíssimos, seu próprio procedimento aleatório, e outras coisas mais (os resultados são exatamente iguais aos outros; o público ri). Portanto, esses resultados são sólidos, mesmo com um cético, que ao fazer o experimento na verdade não quer que ele dê certo. Atualmente realizo uma série de experimentos em Santa Cruz, Califórnia, com um tipo de periquito italiano que mostra o mesmo tipo de reação: eles guincham quando o dono está vindo para casa, e obtemos quase o mesmo tipo de gráficos, mostrando que os guinchos vão aumentando de intensidade quando o dono está a caminho de casa em horas aleatórias.

Um cão e um ser humano, quando formam uma união entre eles, são parte de um grupo social. Os cães são animais intensamente sociais, eles descendem dos lobos que têm uma vida social intensa. Portanto, eu acho que o que ocorre quando uma pessoa sai de casa, é que ela ainda continua conectada pelo campo mórfico da família, do qual o cão é parte. O campo mórfico se estica, por assim dizer, mas eles ainda estão ligados por esse campo mórfico, e é devido a essa conexão contínua invisível que a informação pode viajar, as intenções da pessoa podem afetar o cachorro em casa.

Portanto, eu interpreto tudo isso em termos de campos mórfícos. É claro, outras pessoas podem querer interpretá-lo em termos de outras coisas, e pode ser que isso esteja relacionado com a não-localidade quântica, ninguém sabe. Existem na física quântica, fenômenos não-locais misteriosos, sistemas que foram conectados como parte do mesmo sistema, e quando são separados retêm essa conexão não-local e não separável à distância. Bem, uma pessoa e um cachorro, que estiveram conectados por terem vivido juntos como companheiros, quando se separam podem ter uma conexão não-local semelhante. Mas ninguém sabe se essa não-localidade quântica se estende aos fenômenos macroscópicos ou não.

MEMÓRIA COLETIVA

Acho que esses campos têm uma espécie de memória, essa é minha ideia de ressonância mórfíca, o que significa que cada tipo de campo mórfico tem uma memória de sistemas passados semelhantes, por meio de um processo de ressonância através do espaço e do tempo. Os campos são locais, estão dentro e ao redor do sistema que eles organizam, mas sistemas semelhantes têm uma influência não-local através do espaço e do tempo, oriunda da ressonância mórfíca, que dá uma memória coletiva para cada espécie. Não tenho tempo de explicar os detalhes da teoria da ressonância mórfíca, a não ser para dizer que cada espécie neste planeta teria uma memória coletiva. Todos os ratos extrairiam memórias da memória coletiva de ratos anteriores. Se ratos aprenderem um novo truque no laboratório, outros ratos em outros locais deveriam ser capazes de aprender o mesmo truque mais rapidamente. Haja evidência, que eu discuti em meus livros, de que isso realmente ocorre.

No reino humano, se as pessoas aprendem uma nova habilidade, como windsurf, ou andar de skate, ou programação de computador, o fato de que muitas pessoas já aprenderam a mesma coisa deveria fazer com que fosse mais fácil para os outros aprenderem. Bem, essa é uma teoria que, claramente, é muito polêmica, e eu a descrevi em detalhe em meus livros A new science of life e A presença do passado. Já houve um número considerável de testes experimentais, e quando um número grande de pessoas está envolvida, eles dão resultados positivos; com uma amostra pequena (20, 30 pessoas) aprendendo algo novo, os resultados são às vezes positivos e às vezes não significativos. Esses efeitos são relativamente pequenos e difíceis de detectar no contexto de variações individuais. Mas há certos tipos de evidência que surgiram espontaneamente, que são relevantes aqui, e um deles está relacionado com testes de QI. Como vocês sabem, os testes padrão de QI vêm sendo ministrados por muitos anos para medir a inteligência e esses mesmos testes são aplicados ano após ano. Foram feitos estudos para examinar a contagem de testes de QI no decorrer do tempo; quando examinamos o desempenho absoluto nesses testes – e aqui estamos falando de testes feitos por milhões de pessoas – os testes mostram um efeito muito interessante que foi descoberto pela primeira vez por James Flynn, e portanto é chamado de Efeito Flynn: há um aumento misterioso e inesperado nas porcentagens do QI com o correr do tempo. Aqui temos um gráfico mostrando resultados de testes de QI, tirado de um número recente da revista Scientific American. As porcentagens aumentaram uns três por cento a cada década, não só nos Estados Unidos, mas também na Inglaterra, na Alemanha e na França. Por que o QI é uma questão polêmica na psicologia, tem havido muita discussão sobre a razão pela qual isso aconteceu: melhor nutrição, escolas melhores, mais experiência com os testes, e assim por diante. Mas nenhuma dessas teorias foi capaz de explicar mais do que uma fração desse efeito. O próprio Flynn, após 10 anos pensando sobre isso, e testando todas essas explicações, chegou à conclusão que o efeito é desconcertante, não há explicação para ele na ciência convencional. No entanto, é apenas o tipo de efeito que seria de se esperar com a ressonância mórfíca. Não é porque as pessoas estão realmente ficando mais inteligentes, mas o que está acontecendo é que elas simplesmente estão mais eficientes quando fazem os testes de QI, e eu acho que isso ocorre porque milhões de pessoas já fizeram os mesmos testes.

CRISTAIS

Se você fizer um novo cristal que nunca existiu antes, não poderia existir um campo mórfico para esse cristal. Essa teoria se aplica também a moléculas. Se você a cristalizar repetidamente, o campo mórfico ficará mais forte, e ficaria mais fácil para a substância se cristalizar. Na verdade isso é um fato bem conhecido dos químicos, que os novos compostos se cristalizam com mais facilidade com o passar do tempo nos vários laboratórios. A explicação desses químicos é que isso ocorre porque fragmentos dos cristais anteriores são levados de um laboratório para o outro, nas barbas de químicos migrantes, ou que foram transportados da atmosfera como partículas invisíveis de poeira. Mas eu estou sugerindo que isso poderia ser um efeito da ressonância mórfica e essa é uma das áreas em que ela pode ser testada. Na química existem também outras áreas onde ela pode ser testada.

O UNIVERSO E OS ANJOS

Átomos, moléculas, cristais, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos, sociedades, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares, galáxias: cada uma dessas entidades estaria associada a um campo mórfogenético específico. São eles que fazem com que um sistema seja um sistema, isto é, uma totalidade articulada e não um mero ajuntamento de partes.

Se, através da teoria de Gaya, estamos passando a enxergar a Terra como um organismo vivo, então será que a Terra pensa? Será que ela poderia ser consciente? E o Sol? Todas as religiões tradicionais tratam o Sol como sendo consciente. É um deus (Hélios), na religião grega. Mitra, na Pérsia. Surya, na Índia, onde seus devotos o saúdam pela manhã, através de um exercício de yoga chamado Surya namaskar. Portanto, estas são tradições que existem em todas as partes, mas, é claro, para nós, com uma estrutura científica, o Sol é apenas uma grande explosão nuclear do tipo que ocorre o tempo todo emitindo radiação.

O Sol, sabemos hoje em dia, tem uma série incrível de mutações de ressonância elétrica e magnética ocorrendo em seu interior: ciclos de onze anos, explosões de manchas solares, dinâmica caótica, freqüências ressonantes. Atualmente sistemas estão monitorando, com um detalhamento anteriormente considerado impossível, essas incríveis mudanças eletromagnéticas – minuciosas e complexas – que estão ocorrendo no Sol. Bem, se padrões elétricos complexos são uma interface suficiente para a consciência e o cérebro humano, por que é que o Sol não poderia tê-los também? Por que o Sol não poderia pensar? E se o Sol é consciente, por que não as estrelas? E se as estrelas são conscientes, por que não as galáxias? Essas últimas teriam uma consciência de um tipo muito mais inclusivo do que a das estrelas que elas contêm. E se galáxias, por que não os grupos de galaxias? Então teríamos uma idéia de níveis hierárquicos de consciência por todo o universo. É claro, na tradição ocidental, como em todas as tradições, temos uma idéia exatamente desse tipo. A idéia das hierarquias dos anjos na Idade Média não era a de seres com asas – isso era apenas uma maneira bastante ingênua de representá-los. Eles eram compreendidos tradicionalmente como níveis de consciência além do humano. Havia nove níveis, dos quais três ou mais eram relacionados com as estrelas e com a organização de corpos celestiais. Eles eram as inteligências das estrelas e dos planetas, os três níveis intermediários dos anjos. Portanto, já existe a tradição no ocidente sobre uma consciência super-humana.

#espiritualismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/campos-morfogen%C3%A9ticos

A Filosofia do Dr. Sapo: Um Olhar Sobre as Limitações de Nossa Mente e Sentidos

por Drutakarma dasa.

A Filosofia do Dr. Sapo – Saltar para as Conclusões: Um Olhar Sobre as Limitações de Nossa Mente e Sentidos.

Era uma vez uma comunidade de sapos que vivia em um poço perto do Oceano Atlântico. Nenhum deles tinha saído do poço, então não sabiam nada do mundo exterior.

Então, um dia, um jovem sapo particularmente atlético conseguiu saltar do poço. Ele começou a explorar. Quando chegou à praia e viu o mar, ficou espantado. Ele nunca tinha visto nada parecido e correu de volta ao poço para relatar sua descoberta.

De volta ao poço, o jovem sapo pediu animadamente para ver o sapo mais culto da comunidade. Esse sapo sênior sabia tudo o que havia para saber sobre sociologia, história e geografia do mundo-em-um-poço. Ele era um verdadeiro repositório de conhecimento de sapos. Vamos chamá-lo de Dr. Sapo.

“Onde você esteve?” perguntou o Dr. Sapo ao jovem explorador. “O que você viu?”

“Vi uma vasta massa de água”, respondeu o jovem sapo.

“Quão vasto? Era o dobro do tamanho do nosso poço?” E o Dr. Sapo inchou um pouco em apreciação de um corpo de água tão grande.

“Não, não, senhor. É muito maior do que isso. Você vê-”

“Era quatro vezes o tamanho do nosso poço?” O Dr. Sapo inflou-se um pouco mais.

“Não, não, senhor. Muito, muito maior.”

“Dez vezes o tamanho do nosso poço?” Dr. Sapo bufou prodigiosamente.

“Não, não, você não entende.” E com isso o Dr. Sapo inchou um pouco mais e explodiu.

* * *

Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, o fundador e guia espiritual do movimento Hare Krishna, às vezes contava essa história para ilustrar as limitações do método científico quando aplicado a questões fundamentais como a origem do universo ou a existência e natureza do Deus.

E os próprios cientistas admitem essas limitações. Em 1980, Kenneth E. Boulding, presidente da Associação Americana para o Avanço da Ciência, disse isso durante um discurso na convenção anual da organização: “A Cosmologia . . . é provável que seja muito insegura, simplesmente porque estuda um universo muito grande com uma amostra muito pequena e tendenciosa. Estamos olhando para ele com cuidado por uma fração muito pequena de seu período total de tempo, e conhecemos intimamente uma fração ainda menor de seu período total no espaço.”

A crítica de Srila Prabhupada ao conhecimento material ecoa o que encontramos na literatura védica, o grande corpo de escritos filosóficos da Índia. Milhares de anos atrás, os sábios védicos analisaram as razões pelas quais o conhecimento adquirido através dos sentidos materiais e da mente é defeituoso. Em primeiro lugar, os próprios sentidos são limitados e imperfeitos. Em segundo lugar, facilmente nos tornamos iludidos. Terceiro, cometemos erros. E quarto, temos a tendência de trapacear, de reivindicar a posse da verdade quando os fundamentos de nosso conhecimento são instáveis.

Vejamos mais de perto esses impedimentos ao conhecimento materialmente adquirido.

SENTIDOS IMPERFEITOS:

O primeiro problema que enfrentamos ao tentar obter informações precisas sobre o mundo externo é que nossos sentidos têm limites fisiológicos, ou “limiares de percepção”. Veja os olhos, por exemplo. Podemos ver apenas uma pequena fração do espectro eletromagnético total. Uma onda eletromagnética pode variar de um quadrilionésimo de metro até 100 milhões de metros de comprimento. E dessa imensa gama de energia, podemos ver apenas as ondas entre 400 e 750 milimícrons de comprimento. (Um milimícron é um bilionésimo de um metro.) O violeta cai em torno de 400 milimícrons, azul em torno de 450, verde em torno de 500, amarelo em torno de 600 e vermelho em torno de 700. Qualquer coisa fora dessa faixa fina é invisível para nós.

Nossa audição é limitada da mesma maneira. As ondas sonoras são medidas em hertz, ou ciclos por segundo. A audição humana se estende de 20 hertz até 20.000 hertz. Somos surdos a qualquer vibração acima ou abaixo dessa faixa.

Se examinarmos cada um dos nossos sentidos restantes, vamos encontrá-los igualmente limitados.

Portanto, nossos sentidos são imperfeitos. Mas e os instrumentos científicos? Eles não podem nos ajudar a obter um conhecimento mais perfeito? Na verdade, não. Eles apenas complicam as coisas. O físico vencedor do Prêmio Nobel Eugene Wigner aponta: “Mesmo se fotografarmos as estrelas, devemos eventualmente ‘absorver’ por nossos sentidos o que a fotografia mostra. Além disso, sem nossos sentidos, não poderíamos lidar com uma câmera fotográfica. Claramente, todo conhecimento chega até nós, em última análise, através de nossos sentidos.”

Assim, mesmo se amplificado ou refinado por instrumentos, qualquer conhecimento que baseamos na percepção sensorial não é mais perfeito do que nossos sentidos imperfeitos.

ILUSÃO:

Nossos olhos muitas vezes nos pregam peças. As duas barras da figura a. são de igual altura. O triângulo branco na figura b. não está realmente ali. O desenho do “tridente” na figura c. confunde nossa mente e nossos olhos com sua perspectiva impossível. E as linhas diagonais na figura d. são paralelas.

Nosso segundo defeito é que estamos sujeitos à ilusão. Muitos de nós tiveram a experiência de dirigir pela estrada em um dia quente e ver o que parece ser água à frente, apenas para descobrir que não há nenhuma lá. Portanto, mesmo que o Dr. Sapo pudesse ter saído de seu poço e visto o oceano, seus problemas de percepção não teriam terminado. “É possível que eu esteja errado que a mancha azul de aparência molhada aparentemente seja o mar”, diz o Dr. R.L. Gregory, diretor do Laboratório de Cérebro e Percepção da Universidade de Bristol, Inglaterra. “Eu posso estar sonhando ou drogado. Isso pode ser improvável, mas é possível; então minhas percepções não são certas.”

Psicólogos e outros estudiosos da percepção fizeram muitas pesquisas sobre a ilusão, particularmente no campo da visão.

O sentido do tato também é altamente suscetível à ilusão. Se nossa mão foi aquecida o suficiente, a água “quente” parecerá fria. Se a mão foi resfriada, a água “fria” parecerá quente. Este fenômeno leva a situações em que podemos perceber a mesma água como simultaneamente fria e quente! Se provarmos uma laranja depois de provarmos o açúcar, a laranja terá um sabor azedo. Mas depois de um limão, uma laranja tem um sabor doce. As ilusões auditivas também são comuns, como a arte do ventriloquismo demonstra claramente.

Mas há outra maneira pela qual a percepção comum nos ilude: os objetos de nossos sentidos mudam constantemente de momento a momento. Eles não são características estáveis ​​da realidade. Essa dificuldade torna-se particularmente evidente quando tentamos rotular esses objetos. Em The Social and Psychological Distortion of Information (A Distorção Social e Psicológica da Informação), Charles K. West, professor de psicologia educacional da Universidade de Illinois, diz: aparência temporária, existindo temporariamente no tempo e no espaço”.

A mesma observação foi feita há cinquenta séculos no Srimad-Bhagavatam, um clássico tratado filosófico védico. O Bhagavatam descreve a manifestação cósmica como “o mundo dos nomes”. Em seu comentário sobre esta passagem, Srila Prabhupada explica: “Toda a criação material é apenas um malabarismo de nomes; na verdade, nada mais é do que uma desconcertante criação de matéria como terra, água e fogo. Os edifícios, móveis, carros, bangalôs, moinhos, fábricas, indústrias, paz, guerra, ou mesmo a mais alta perfeição da ciência dos materiais, a saber, energia atômica e eletrônica, são simplesmente nomes desconcertantes dos elementos materiais com suas reações concomitantes.

ERROS:

Ainda outra dificuldade com a percepção sensorial é que todos cometemos erros. Dr. Gregory (o especialista em cérebro de Bristol) diz: “A ciência, com todos os seus sucessos dramáticos, desde o início também gerou relatos totalmente incorretos: estrelas como alfinetes em um globo de cristal, eletricidade e calor como fluidos, o cérebro como um órgão para esfriar o sangue… Esses são desvios dramáticos do que agora vemos como verdade; e quando inventados eram desvios do que então parecia verdadeiro.”

Um exemplo recente de tal erro diz respeito ao brontossauro, o mais conhecido dos dinossauros, geralmente retratado como um gigante de nariz arrebitado e dentes rombos. Falando do esqueleto no Carnegie Institute, o curador assistente David Berman admite: “Ele está com a cabeça errada. Existem outros quatro museus que exibem esqueletos de brontossauros, e todos eles têm as cabeças erradas.”

Acontece que o brontossauro realmente tinha um focinho comprido e dentes pontiagudos. A confusão aparentemente começou em 1881, quando um respeitado paleontólogo de Yale usou o esqueleto de um brontossauro escavado no Colorado para montar a primeira foto do enorme réptil. Berman diz: “Ele realmente usou uma cabeça que foi encontrada a três ou quatro milhas de distância do esqueleto, mas ninguém sabia”. O colega de Berman, o professor da Wesleyan University, John McIntosh, diz: “Ele adivinhou. Ele geralmente adivinhava coisas assim, mas desta vez não.

Em outro caso, três astrônomos descobriram recentemente um erro significativo na Constante de Hubble, uma equação usada como medida cósmica para medir distâncias enormes no universo. A Constante de Hubble – nomeada em homenagem ao astrônomo Edwin P. Hubble – passou por tantas correções desde que a formulou pela primeira vez que muitos astrônomos agora a chamam de “variável de Hubble”.

Claramente, com nossos sentidos imperfeitos e nossa mente propensa a ilusões, os erros são inevitáveis.

FRAUDES:

Errar é humano, diz o ditado, mas infelizmente os humanos às vezes vão além do erro inocente e propagam deliberadamente inverdades. Os cientistas não estão imunes a essa deficiência.

Por muitos anos, livros didáticos sobre evolução citaram rotineiramente o Homem de Piltdown como evidência de que os seres humanos descendem de um ancestral simiesco. Em 1912, os arqueólogos escavaram um crânio humanoide e uma mandíbula simiesca de um poço de cascalho em Piltdown, nas Ilhas Britânicas. Os ossos foram considerados partes da mesma criatura, que foi devidamente reconstruída na íntegra e colocada no Museu Britânico como exemplo de uma fase de transição entre o antigo macaco e o homem moderno. Em 1953, no entanto, os investigadores descobriram que o maxilar do Homem de Piltdown era na verdade de origem muito recente e havia sido simplesmente manchado para parecer um fóssil. Além disso, alguém havia lixado os dentes para mudar sua aparência. Em outras palavras, o Homem de Piltdown era uma fraude, aparentemente projetada por um dos descobridores originais.

Mais recentemente, comitês do Congresso dos EUA têm investigado alegações de que cientistas que trabalham sob subsídios federais de pesquisa falsificam rotineiramente dados experimentais para manter o dinheiro do subsídio chegando. O Los Angeles Times relatou: “Em uma das sessões do Congresso. O Dr. John Long admitiu em depoimento juramentado que havia falsificado resultados de pesquisa em um experimento que conduziu sobre a doença de Hodgkin no renomado Massachusetts General Hospital em Boston. Ele também admitiu ocultar de seus colegas de trabalho as descobertas de que as células que ele descrevia há anos como células cancerígenas humanas eram, na verdade, células de um macaco-esquilo”.

Tais incidentes estão causando grande consternação entre os líderes da comunidade científica, que temem que a crescente desconfiança do público resulte em cortes de financiamento. No entanto, os cientistas ainda parecem desfrutar de um reservatório bastante substancial de confiança do público. Em seu livro sobre a distorção da informação, o Dr. Charles West diz: “Acredita-se que a informação científica não seja afetada pelas armadilhas intelectuais e emocionais que influenciam as pessoas comuns. Apenas usar a palavra científica significa para muitas pessoas que a informação é altamente significativa, indiscutível, desapaixonada, objetiva, irrepreensível, livre de dogmas e altamente racional”. Mas nem sempre é assim. Como o Dr. West observa tão astutamente, “os cientistas veem o mundo em termos de suas necessidades, atitudes, valores, interesses, conceitos e estruturas como qualquer outra pessoa, e suas observações e descobertas são influenciadas por esses fatores”.

Um problema é que quase todos os cientistas são empregados por grandes instituições, geralmente uma grande universidade, uma grande corporação ou o governo. Assim, além de ser prejudicado por todas as imperfeições da percepção sensorial, o cientista está sob constante pressão para modificar suas descobertas para atender às necessidades da instituição para a qual trabalha. Como observa o Dr. West, “os controles operam em todas as etapas da pesquisa, que incluem seleção de problemas, articulação de problemas, análise de dados, formação de hipóteses e solução; ou articulação de achados”.

O CONHECIMENTO PERFEITO:

Levando tudo isso em consideração, devemos ter muitas dúvidas sobre a imagem do universo que nos é dada pela ciência natural, o que falar de suas ideias sobre questões últimas como a origem da vida e a existência de Deus.

Isso significa, no entanto, que nunca podemos esperar respostas para tais perguntas? Não, mas significa que temos que encontrar outro método de obtê-los.

De acordo com a literatura védica, o caminho para receber o conhecimento perfeito sobre essas questões fundamentais é chamado de avaroha-pantha, o caminho descendente do conhecimento. Está em contraste com o caminho ascendente da ciência material, o método de pesquisa especulativa com a mente e os sentidos imperfeitos. Como vimos, esse caminho ascendente nunca pode levar a um conhecimento certo. Mas no caminho descendente, aceitamos o conhecimento de uma fonte perfeita, além dos quatro defeitos. Só assim podemos contornar esses impedimentos e alcançar o conhecimento de Deus.

Considere a situação de um homem que não sabe quem é seu pai porque o pai saiu de casa antes de ele nascer. Como o filho pode saber com certeza a identidade de seu pai? Uma alternativa seria o filho entrevistar pessoalmente milhões de homens – obviamente um esforço tedioso e provavelmente infrutífero. Este é o caminho ascendente do conhecimento. Outra alternativa é o homem se aproximar de sua mãe e perguntar quem é seu pai. Este método, o único método com alguma esperança de certeza, é o caminho descendente do conhecimento.

O problema, é claro, é encontrar uma fonte de conhecimento perfeito — uma fonte que não esteja sujeita aos quatro defeitos descritos acima. Tal fonte é especialmente necessária quando estamos procurando respostas para perguntas sobre a origem da vida e da matéria ou a existência e natureza de Deus – em outras palavras, a Verdade Absoluta.

Os devotos do Senhor Krishna reconhecem a literatura védica como a fonte primária do conhecimento perfeito sobre a Verdade Absoluta. É certo que é necessária uma certa quantidade de fé para embarcar no processo de realização da verdade contida no conhecimento védico, um processo conhecido como bhakti-yoga, ou serviço devocional. Mas essa fé não é diferente da fé que um calouro em um curso universitário de química deve ter para iniciar seus estudos. Ele não pode ter certeza de que os experimentos funcionarão ou que as informações nos livros didáticos são precisas (na verdade, como vimos, algumas delas provavelmente não são), mas ele tem fé em seu professor, um especialista em química, e em todos aqueles que vieram antes dele, completaram o curso e confirmaram para sua própria satisfação que o corpus do conhecimento padrão é verdadeiro. Da mesma forma, quando alguém assume o serviço devocional, fica sob a tutela de um mestre espiritual, um especialista em serviço devocional que ensina o conhecimento contido na literatura védica e que realizou pessoalmente a Verdade Absoluta. O devoto neófito também encontra outros que estão mais adiantados no curso de bhakti-yoga e que perceberam a Verdade Absoluta até certo ponto. E ele mesmo começa a perceber o conhecimento transcendental enquanto continua servindo ao Senhor.

Assim, o conhecimento derivado da prática de bhakti-yoga, embora fora do alcance dos sentidos materiais e da mente, é tão científico – ou mais – do que o que comumente aceitamos como fato científico.

A literatura védica nos diz que o conhecimento perfeito se origina com a Suprema Personalidade de Deus, que é o criador e controlador de toda a manifestação material. Se quisermos entender o significado último de uma pintura, devemos nos aproximar do artista que a pintou. Ele é a melhor fonte de conhecimento sobre sua própria criação. Da mesma forma, o Senhor Supremo é a melhor fonte de conhecimento sobre o universo. Ele não é prejudicado pelos defeitos dos seres humanos comuns. Seus sentidos são perfeitos e ilimitados, e Ele está completamente livre da propensão a se iludir, cometer erros e trapacear.

No início da criação, o Senhor Krishna transmitiu o conhecimento védico perfeito a Brahma, o primeiro ser criado no universo. Brahma então repetiu o mesmo conhecimento perfeito para seu filho e discípulo Narada. Narada, por sua vez, falou para o sábio Vyasa, que o repetiu para seu filho e discípulo Sukadeva Gosvami. E da mesma forma o conhecimento védico chegou até os dias atuais através de uma cadeia de sucessão discipular. Em certo ponto, os ensinamentos védicos foram comprometidos com a escrita.

Os textos védicos mais essenciais, como o Bhagavad-gita, contêm as palavras diretas da Suprema Personalidade de Deus. Em contraste com outras escrituras, que dão apenas os relatos mais rudimentares da criação, a literatura védica fornece relatos detalhados da origem da manifestação cósmica, desde o átomo até as variedades de sistemas planetários.

A melhor maneira de atingir o conhecimento perfeito, então, é aproximar-se de um mestre espiritual genuíno na linha de sucessão discipular descendente da Suprema Personalidade de Deus, e estudar a literatura védica sob sua direção. O Bhagavad-gita aconselha: “Apenas tente aprender a verdade aproximando-se de um mestre espiritual. Pergunte a ele com submissão e preste serviço a ele. As almas auto-realizadas podem transmitir conhecimento a vocês porque viram a verdade.” E o Mundaka Upanisad afirma: “Para aprender a ciência transcendental, deve-se abordar um mestre espiritual que faz parte de uma genuína sucessão discipular e que está fixado na Verdade Absoluta”. A ligação com o mestre espiritual é tão importante que o discípulo tradicionalmente ora: “Ofereço minhas respeitosas reverências ao meu mestre espiritual, que, com a tocha do conhecimento, abriu meus olhos, que estavam cegos pela escuridão da ignorância”.

Assim, aceitando o conhecimento transcendental que desce através da cadeia de devotos puros de Krishna, pode-se elevar-se acima dos defeitos da mente e dos sentidos materiais e alcançar uma compreensão científica da Verdade Absoluta. A alternativa é a filosofia do Dr. Sapo – que em última análise leva à uma explosão de fracasso.

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Fonte:

The Philosophy of Dr. Frog – Jumping to Conclusions, by Drutakarma dasa.

From: Back To Godhead, April, 1983.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/yoga-fire/a-filosofia-do-dr-sapo-um-olhar-sobre-as-limitacoes-de-nossa-mente-e-sentidos/

Matrix – o Deserto do Real

Para começarmos a entender Matrix, é fundamental que façamos a pergunta essencial do filme: O que é a Matrix? Nas telas do cinema, Matrix é um mundo de sonhos gerado por computador, o qual, por meio de uma realidade virtual, simula o nosso mundo como é hoje.

O fenômeno Matrix pode ser compreendido, se considerarmos as influências dos temas que aparecem, direta ou indiretamente, no roteiro do filme. Citarei alguns exemplos: distopia, esperança, filosofia, 1984 de George Orwell, artes marciais, cybercultura, agentes secretos, conspirações, romance, Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, messianismo, mitologia grega e céltica, Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, ficção científica e assim por diante.

Poderia começar pelo messianismo — crença na vinda do Salvador, Jesus, Messias, Buda, Krishna, Noé, rei Artur… Mas começarei pela Filosofia, que, segundo o Aurélio: Filosofia 1. é o estudo que visa a compreensão da realidade, no sentido de aprendê-la na sua totalidade; 2. Razão; Sabedoria.

Vamos a Matrix! Morpheus tem aspectos diferentes; algumas vezes o relaciono com o “Mestre” da Grande Fraternidade Branca, que tem de ensinar o seu discípulo, Neo, a vencer a ilusão (Maya) para, desta forma, enfrentar a Matrix. Para que isso aconteça, Neo tem de transformar-se em Mestre. E é por meio dos softwares (programas) que começa seu aprendizado.

Por outro lado, Morpheus é um deus da mitologia grega, filho da noite e do sono, deus dos sonhos, filho de Hypnos. Deus que proporciona o repouso necessário ao homem fatigado para que este possa, por meio dos sonhos, libertar o adormecido de seus pesares.

Em sua missão, Morpheus leva Neo para conhecer o “Oráculo”, que logo lhe mostra a frase “Conhece-te a ti mesmo”, que no Templo de Delfos assim aparece inscrito: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses.”.

Pítia (ou pitonisa) era um “título” muito antigo e designava a sacerdotisa de Apolo que, no Oráculo de Delfos, entrava em transe para receber as profecias e as respostas do deus. O nome, talvez relacionado ao antigo nome de Delfos, Pitô, remonta, provavelmente, à época em que o oráculo era consagrado à Gaia e guardado pela serpente Píton, morta por Apolo.

No interior do santuário, a pergunta do consulente era então transmitida à Pítia que, sentada sobre a trípode sagrada e com um ramo de loureiro (um dos atributos de Apolo) nas mãos, inalava os vapores de uma fenda, entrava em êxtase e transmitia a resposta de Apolo. A profecia, sempre enigmática e ambígua, era registrada pelos demais sacerdotes, interpretada por eles entre versos hexâmetros.

A cidade de Delfos fora consagrada a princípio à Terra, em seguida a Têmis (justiça), depois a Febe (a Lua mediadora), por fim a Apolo, o deus solar, o verbo solar, a palavra universal, o grande mediador, o Vishnu dos hindus, o Mithras dos persas, o Hórus dos egípcios, o Logos da Teosofia.

Aliás, Logos significa “espírito”, “razão” ou “linguagem”. Na Bíblia, o Logos aparece no Evangelho de João, no qual é traduzido como “Verbo”, e é um dos atributos de Deus: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Os gnósticos interpretavam o Logos como uma denominação do verdadeiro Deus. Durante uma visão, o líder gnóstico Valentino viu o Logos sob a forma de um menino não muito diferente do órfão que fala a Neo a respeito da colher em Matrix. No Gnosticismo, o Arquiteto assemelha-se ao Demiurgo, um deus falso. Os gnósticos acreditavam que todos viviam em um mundo material e que despertaríamos para a realidade verdadeira.

Matrix também nos faz lembrar de Sócrates, esse sábio que mudou o panorama da Filosofia e da humanidade, fundador da ética ou filosofia moral. Por sua causa, as pessoas passaram a se interessar e a estudar, não apenas a realidade exterior, mas a interior.

Sócrates, em sua época, também procurou o “Oráculo”, e este vaticinou ser ele o homem mais sábio dos homens. Todas as pessoas achavam isso, menos Sócrates. No filme, todos acham que Neo é o “Escolhido”, menos ele.

Para Sócrates, a sabedoria consiste no reconhecimento da própria ignorância, o que envolve o abandono de idéias preconcebidas. Isso tem uma profundidade imensa. As pessoas não questionam, são ignorantes (não conhecem). Elas buscam um caminho um tanto controverso, sem nenhum fundamento, baseiam-se em livros sem começo e sem fim, de autoria desconhecida e com traduções duvidosas.

Em Matrix, algumas coincidências com as religiões são fáceis de serem percebidas. A ligação de Neo com o Messias é óbvia, tanto em sua ressureição como nas profecias da vinda do Salvador, que é preparada por Morpheus (na Bíblia, por João Batista); Nabucodonosor é a nave com o mesmo nome do rei babilônico responsável pela destruição do Templo de Jerusalém; na nave de Matrix existe a inscrição Mark III nº 11, em referência ao Evangelho de Marcos 3:11, que diz: “E quando os espíritos impuros o viam, se jogavam gritando: ‘Tu és o Filho de Deus’”.

Já que mencionei o número 11, voltemos ao início do filme, quando deixa gravado na tela por alguns instantes o número 506, que em sua soma tem como resultado o número 11. Este é considerado um número “mestre”.

O 11 é o despertador para a consciência Divina, um portal dimensional, o fogo sagrado presente em nosso ser. Este número está associado à carta “força” do Tarô, que representa a vitalidade, a força e o brilho de todos os seres. Indica energia transbordante. O 11 é o número de Nuit (Deusa da Noite).

Os maçons representam esse número com o Hexagrama Pentáfico, o pentagrama inscrito no Hexagrama. Para a tradição chinesa, o 11 é o número pelo qual se constitui, na sua totalidade, o caminho do Céu e da Terra, Tcheng. É o número do Tao. No hebraico, está relacionado à letra Teth, que significa serpente. É o asilo do homem, seu escudo e proteção. No caminho cabalístico, a letra Teth une e equilibra Chesed (a misericórdia) com Gueburah (a severidade). É a ponte que integra a polaridade da construção e da destruição. Diz Robert Wang: “É o caminho em que o fogo se torna Luz”. Sua atribuição astrológica é leão, signo do fogo e regido pelo sol.

No Sepher Yetzirah está escrito: “O décimo-primeiro é o número da consciência desejada e procurada (Sephel Hachafutz VeHaMevukash), e é assim chamado porque recebe o influxo Divino para outorgar sua bênção a tudo o que existe”.

Podemos ainda relacionar o número 11 a Lúcifer, o portador da Luz, phosphóros (= do grego), Vênus, a estrela matutina e vespertina, a luz mais brilhante.

No Hinduísmo, a figura da mulher é supervalorizada e há a união entre o masculino e o feminino, o yin e o yang. Na Antiguidade, a figura feminina era ligada à Deusa. Era à mulher que os deuses faziam as revelações (como à Pítia, por exemplo). Em Matrix, temos a figura de Trinity, que representa o número 3 e que, em português, significa Trindade — Pai, Filho e Espírito Santo — Brahma, Vishnu e Shiva, e assim por diante. Existe aqui, portanto, um outro ponto, um tanto menos masculino. Trinity é uma mulher e representa a Grande Mãe-Filha e o Espírito Santo. Outra vez o filme faz menção à Grande Fraternidade Branca, na qual a mulher é representada pela Mãe-natureza.

Segundo o pitagorismo, a essência de todas as coisas é o número, ou seja, as relações matemáticas, que afirmam poder explicar a variedade do mundo mediante o concurso dos opostos, que são: o limitado e o ilimitado, o par e o ímpar, o perfeito e o imperfeito.

Como a filosofia da natureza, assim a astronomia pitagórica representa um progresso sobre a jônica; afirmam a esfericidade da Terra e dos demais corpos celestes, denominando o conceito de harmonia, logicamente conexo com a filosofia pitagórica, e as práticas ascéticas e abstinenciais com relação à metempsicose e à reencarnação das almas.

“Simbolismo dos Números Pitagóricos: um é a razão, dois a opinião, quatro a justiça, cinco o casamento, dez a perfeição, etc. Um é o ponto, dois é a linha, três é a superfície, quatro é o volume. Cosmogonia. O Universo e os Planetas esféricos. A Harmonia das Esferas.”

Existem muitas divergências a respeito da verdadeira nacionalidade de Pitágoras, pois uns afirmam ter sido ele de origem egípcia; outros, síria ou, ainda, que ele seja natural de Tiro. Porém, o mais aceito por todos que estudam sua vida é que Pitágoras nasceu em Samos, entre 520 e 570 antes de nossa era. Na mesma época de Gautama — Buda, Zoroastro (Zaratustra), Confúcio e Lao Tse.

Seus Mestres foram Hermodamas de Samos, até os 18 anos; depois, Ferécides de Siros; foi aluno de Tales, em Mileto, e ouvinte das conferências de Anaximando. Foi discípulo de Sanchi, sacerdote egípcio, tendo também conhecido o assírio Zaratustra, na Babilônia, quando de sua estada na Metrópole da Antiguidade.

O hierofante Adonai aconselhou-o a ir ao Egito, recomendado ao faraó Amon, onde foi iniciado nos Mistérios Egípcios, no Santuário de Mênfis, Dióspolis e Heliópolis.

Eis o significado do nome Pitágoras (Píton = serpente; Ágora = espaço aberto onde os gregos se reuniam para conversar e mercadejar). A Serpente representa sabedoria e Ágora a “boca”. Em resumo, seu nome significa a “Voz da Sabedoria”.

Pitágoras ostentava em sua coxa esquerda uma grande marca dourada que os céticos julgavam ter sido um sinal de nascença, mas os iniciados sabem que se trata do sinal de Apolo.

“A ciência dos números e a arte da vontade são as duas chaves da magia, diziam os sacerdotes de Mênfis; elas abrem todas as portas do Universo.”

“O sono, o sonho e o êxtase são as três portas abertas do além, de onde nos vêm a ciência da alma e da arte da adivinhação. A evolução é a lei da vida. O número é a lei do Universo. A unidade é a lei de Deus.”

Não poderíamos falar em Matrix sem mencionarmos a figura de Icarus, um havercrafts que, como Nabucodonosor, de Morpheus, percorre os túneis subterrâneos em busca de um local para transmitir um sinal pirata para dentro da Matrix. Na mitologia grega, Ícaro era filho de Dédalo, o artesão que construiu o Labirinto do Minotauro em Creta, aquele com corpo de homem e cabeça de touro, que devorava os prisioneiros do rei. Dédalo e seu filho foram vítimas dessa prisão e sabiam que só conseguiriam sair dali se fosse pelo alto. Dédalo, então, confeccionou asas para ambos, coladas com cera de abelha, e conseguiram fugir. Mas Ícaro se embriagou pela sensação de voar e aproximou-se demais do Sol, que derreteu a cera de suas asas fazendo com que ele se despedaçasse de encontro ao solo. Os gregos passaram a ter Ícaro como símbolo do pior pecado que um humano possa cometer, Hybris, a tentação de igualar-se aos deuses.

A magnífica obra 1984, de George Orwell, escrita em 1948, fala de um mundo dominado pelo socialismo stalinista em 1984 (o inverso dos números do ano em que foi escrita). Em um mundo onde o Estado domina e nada é de ninguém, mas tudo é de todos, tudo o que resta de privado são os poucos centímetros quadrados do cérebro. E é aí que a batalha se desenvolve, entre o indivíduo e o Estado, lutando na tentativa de controlar a mente.

“Obediência não é o suficiente. A não ser que uma pessoa esteja sofrendo, como você pode ter certeza de que ela está obedecendo à sua vontade e não à dela? O poder está em infringir dor e humilhação. O poder está em rasgar mentes humanas em pedaços e colocá-las juntas de volta em novas formas escolhidas por você mesmo. Você começa a enxergar agora o tipo de mundo que estamos criando? (…) Não haverá lealdade, a não ser lealdade ao partido. Não haverá amor, a não ser amor ao Grande Irmão. Não haverá riso, apenas o riso de triunfo sobre um inimigo derrotado. Não haverá arte, literatura ou ciência. Quando formos onipotentes, já não haverá mais necessidade de ciência. Não haverá distinção entre a beleza e a falta dela. Não haverá mais curiosidade nem alegria no processo da vida. Todos os prazeres competitivos serão destruídos. Mas sempre – não se esqueça disso, Winston – sempre haverá a intoxicação do poder, sempre aumentando e sempre crescendo sutilmente. Sempre, a cada momento, haverá o tremor da vitória, a sensação de pisar num inimigo que já está sem esperança. Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota pisando num rosto humano – para sempre.”

Lembro-me, também, de Aldous Huxley e sua obra-prima, Brave New World (Admirável Mundo Novo), escrita durante quatro meses, no ano de 1931. Os temas nela abordados remontam grande parte de suas preocupações ideológicas como a liberdade individual em detrimento ao autoritarismo do Estado.

“A sobrevivência da democracia depende da capacidade de grandes maiorias de fazer escolhas de um modo realista, à luz de uma informação suficiente.”

É uma forma diferente de criticar a substituição das pessoas por máquinas: substituindo o lado humano, os sentimentos e emoções por sensações pré-programadas. Os seres humanos são produzidos em linhas de montagem (criadas por Henry Ford, no início deste século), como os produtos genéricos, e condicionados a aceitar uma série de dogmas sociais; são padronizados e, no entanto, continuam presos a dogmas, embora estes mudem de uma sociedade para outra, sendo atribuídos de formas diferentes: por um lado, por meio da educação infantil e, por outro, pelo condicionamento hipnopédico (em outras palavras, adestramento).

Quando Trinity beija Neo, ele revive (ressurreição) e, pelo amor, é feita a penetração do fluído sutil. Vemos que não há nada mais poderoso que o Amor. Sua ressonância dissolve toda ilusão, bem como o véu da separação; sua pureza cura todas as experiências passadas e mágoas profundas, formando um invencível campo de Luz.

Na grande maioria, nas iniciações das Ordens Secretas (entenda-se como secreta aquilo que não é público, não tem registro físico, jurídico, etc.), o neófito morre para o mundo profano e renasce “Iniciado”. Antigamente era normal batizá-lo com nome iniciático.

Na Maçonaria, isso era comum também, mas os céticos, intitulados historiadores, tentam todos os dias diminuir o universo oculto e místico que estão presentes na Ordem Maçônica. Que me desculpem os Irmãos que pensam diferente, mas contra fatos não há argumentos. Nossos Templos estão lotados de alegorias e símbolos, nossos rituais não são a respeito de política, nosso livro da Lei não está ali apenas para os nossos juramentos, enfim, faço questão de lembrá-los dos Mistérios Persas e Hindus; Mistérios Egípcios; Mistérios Gregos, de Ceres ou Deméter; Mistérios Judaicos de Salomão; Mistérios Gregos de Orfeu; de Pitágoras; dos Essênios e dos Mistérios Romanos. E ainda querem argumentar…

Assim como os Mistérios de Ísis, os Mistérios de Elêusis, na Grécia Antiga, também exerceram uma enorme influência no surgimento do Gnosticismo. Dedicados à deusa grega Deméter, os rituais de Elêusis rememoravam a peregrinação dessa divindade pelo mundo em busca da filha Perséfone, seqüestrada por Hades, o Senhor das Almas, que a levou para o mundo subterrâneo e tomou-a por esposa. Foi da filha de Deméter que a mulher de Merovíngio emprestou seu nome, o que faz do próprio Merovíngio um equivalente do Hades grego. O mundo subterrâneo, onde se localizava o Hades, por sua vez, remete ao mundo subterrâneo onde se localiza a cidade de Zion, em Matrix. Outra coisa que nos chama a atenção no filme é Zion — Sião em português. Poderíamos ir pelo caminho do Santo Graal, pois a cidade de Zion está situada no centro da Terra, ou até mesmo citar Júlio Verne em sua obra Viagem ao Centro da Terra.

Há aqui outra referência a respeito do mundo subterrâneo. O mundo de Jina ou de Duat, Agartha e Shamballah, que são reflexos do seio da terra dos três mundos superiores, esquematizado no Hexágono, o seis, o vau (arcano deste número).

Hermes Trismegisto diz: “O que está em cima é como o que está embaixo e o que está embaixo é como o que está acima, para a realização dos mistérios da causa única”.

O significado do nome de Hermes Trismegisto é: Hermes = o intérprete – Trismegisto = 3 megas = 3 vezes grande, ou o que possui os 3 reinos de sabedoria: mineral, vegetal e animal. Sua existência é atribuída no ano de 1900 a.C.; Hermes é o mesmo Thoth dos egípcios, e sua existência acompanha a vida religiosa do Egito.

Voltando à Agartha, foi para lá que Noé conduziu seu povo, a fim de salvá-lo do dilúvio. E podemos dizer ainda que seria a cidade submergida de Atlântida, a mesma de Platão.

Segundo Saint-Yves d’Alveydre, que viveu entre 1842 e 1909 e teve contato com seres desse lugar, é um verdadeiro mundo a quatro dimensões. Chamado de Venerável Mestre do G.O. (Governo Oculto) por seus discípulos, Saint-Yves, dentre suas obras, Mission dês Souverains, Mission dês Juifs e Mission de l’Inde, deixou uma de maravilhosa magnitude, O Arqueômetro, lançamento da Madras Editora.

O nome “sinarquia”, pela sua etimologia grega, pressupõe a realização de uma ordem sagrada num equilíbrio perfeito, de uma harmonia completa, que seria o reflexo das leis cósmicas. Está associado a uma das mais misteriosas sociedades secretas modernas de governantes invisíveis, tendo sido introduzido pelo grande esotérico Alexandre Saint-Yves. Ele recebeu do papa o título de Marquês de Alveydre e, por isso, tornou-se conhecido como Saint-Yves d’Alveydre. Viu-se, então, escolhido pelos governantes invisíveis do mundo para executar seus planos. Saint-Yves apregoava o ideal de uma sinarquia universal, a Sinarquia do Império, e não restam dúvidas de que manteve contato direto com os mais altos governantes secretos.

Na obra Animais, Homens e Deuses, Ferdinando Ossendowsky nos fala do Rei do Mundo, chefe supremo de todas as Ordens Secretas, conhecido na Índia como Jagrat-Dwipa. Na bíblia hebraica, o rei Melkitsedek é um ser mais enigmático que o próprio Apolônio de Tiana; no Tibete, é chamado de Rigden-Jyepo.

Os iniciados chineses da Ordem do Dragão de Ouro faziam referências a Agartha com Salem — A cidade Luz das tradições hebraicas e de vários povos.

René Guénon cita em sua obra, O Rei do Mundo, que Agartha é o centro oculto durante a Kali-Yuga (Idade Negra) de todos os movimentos filosóficos e espiritualistas na Terra. Na mitologia hindu, Kali, também conhecida como Durga, é a deusa-mãe, representada sob o duplo aspecto de nutridora (como aquela que dá a vida) e devoradora (a morte, destruidora de todas as coisas). Seu nome principal, Durga, em sânscrito significa “a que é difícil de abordar, a inacessível”, e na cosmogonia brahmânica, especialmente na filosofia de Sri Ramakrishna, ela é considerada uma personificação do real que se oculta por detrás do mundo das aparências. A palavra Kali, por sua vez, deriva do sânscrito kala, que quer dizer “tempo”. Sob seu aspecto negativo, Kali é a padroeira da Kali Yuga, a quarta e última etapa pela qual o mundo deve passar antes que, de acordo com o Hinduísmo, ele seja reabsorvido em sua origem Divina. Durante a Kali Yuga, o mundo ¬ mergulha quase que completamente nas trevas da ilusão (Maya), uma descrição bastante apropriada ao universo de Matrix. Cabe também ressaltar que Kali é tida como o lado feminino de Shiva, o Senhor da destruição e da renovação; pai de Ganesh, Senhor que remove os obstáculos de nossos caminhos.

Já nos antigos manuscritos indianos, a verdade das revelações globais estava contornada, como se vê da promessa do Espírito da Verdade quando, pela boca de KRISHNA, este diz a seu discípulo Arjuna, no Bhagavad-Gita, profecia que mais uma vez somos obrigados a repetir:

“Todas as vezes, ó filho de Bharata! que Dharma (a lei justa) declina, e Adharma (a lei injusta) se levanta, Eu me manifesto para a salvação dos bons e destruição dos maus. Para restabelecimento da lei, Eu nasço em cada Yuga (idade).”

Blavatsky confirmou que estamos passando por mudanças cíclicas, com as seguintes palavras:

“Em breve, chegaremos ao fim do ciclo. Os cataclismos se sucedem. Grandes forças estão sendo acumuladas, para esse fim, em diversos lugares.”

Com Jeoshua Ben Pandira, o Cristo, retificou-se a antiga tradição: “Eu não vim destruir a Lei, mas dar-lhe cumprimento”, reestabelecendo o Sanctum Santorum, a Grande Assembléia Universal, como a mansão do amanhecer, Cidade de Cristal, Agartha-Shamaballah.

Para conhecer mais a respeito de sociedades ocultas, sugiro a leitura da obra As Forças Secretas da Civilização, de Vitor M. Adrião, Madras Editora.

Sempre houve um elo profundo que unia, na Antiguidade, a adivinhação aos solares. O culto ao Sol é a chave de ouro de todos os mistérios ditos mágicos. Lembre-se de que, no filme, os Mamíferos (seres humanos) destruíam o Sol. Na verdade, o Sol é a fonte de Luz, de calor e de vida. Os sábios hindus viam-no como forma de Agni, o fogo universal que penetra em todas as coisas. Mitras é o fogo masculino e Mitra, a luz feminina. Para o iniciado de Mitras, o Sol é apenas um reflexo grosseiro da luz inteligível. Os egípcios iniciados procuravam o mesmo Sol sob o nome de Osíris. Hermes também reconhece, nas ondas etéreas, uma luz deliciosa. No Livro dos Mortos do Antigo Egito (Madras Editora), as almas vagam a duras penas para essa luz na barca de Ísis. Moisés também adotou essa doutrina na Gênese. “Elohim disse: ‘Que se faça a Luz, e a Luz se fez’”. Zoroastro está de acordo com Heráclito, Pitágoras, São Paulo, os cabalistas e Paracelso, que definem a luz que reina em toda a parte.

Quando Smith e seus agentes capturam Neo, colocam nele um chip. Acerca desse assunto, daria para escrever um livro, mas vou simplesmente pincelar, assim como os demais temas, para não deixar de comentá-lo.

Percebam que o chip se transforma numa espécie de crustáceo (que lembra um camarão) que faz a sua penetração pelo umbigo, que, por sua vez, está relacionado ao chacra abdominal (umbigo, plexo solar, o dom da razão). Sua cor é o amarelo, que no nível físico é uma cor quente, muito boa para entrar em contato com o seu próprio Poder. Mas o mais importante é que, segundo os espíritas, o cordão espiritual está ligado diretamente ao umbigo, ou seja, quando seu espírito sai de seu corpo (viagem astral), fica ligado ao umbigo físico por um cordão invisível.

Em Matrix Reloaded, conhecemos o Arquiteto como o criador da Matrix (Deus dos humanos). Vestido todo de branco, menciona que os seres humanos são anomalias e que estamos numa mistura entre Matrix e Zion. Primeiro fomos colocados na Matrix, e a maioria vive nela, representando um papel a cada encarnação, trocando de “nick” para esquecer-se do que são. Outros poucos encontram-se em Zion, onde todos acreditam que tudo é uma ilusão, onde não existe bem ou mal — uma sociedade alternativa…

Dá para perceber que houve um grande arrependimento desse deus ter criado os seres humanos.

Vários aspectos aqui nos chamam a atenção. Nosso Arquiteto de branco, como o chefe dos anjos, não é aquele ser barbudo nem seu coração está transbordando de amor pelas suas criaturas e muito menos perdoando-as de seus “pecados”. Que horror!

Buda, ao atingir seu estado de iluminação, Nirvana, libertou-se das ilusões do sansara, e falou: “Apanhei-te, Arquiteto. Nunca mais tornarás a construir”. De acordo com a filosofia budista, ele estava referindo-se ao ego, criador da pseudo-realidade em que vivemos.

Não comentei nada sobre Cypher, o traidor, o Judas. Mesmo sabendo que tudo era uma ilusão, ele quer retornar à Matrix e afirma: “A ignorância é maravilhosa”. Mas em Matrix Reloaded existe Haman, que foi um traidor do povo judeu. Na Bíblia, Haman é o grande vilão do Livro de Ester; ele odiava os judeu e tramava secretamente contra o povo, a fim de exterminá-lo. Mas seu plano foi descoberto por Ester, que o denunciou ao rei. Na festa judaica do Purim, é comemorada a derrota de Haman. Também confeccionam bonecos, como fazem os cristãos na malhação de Judas.

Um dos maiores heróis da religião hindu é o Senhor Rama, protagonista do poema épico Ramayana. Rama-Chandra é o sétimo avatar do deus Vishnu, um dos integrantes da Trindade Suprema (Brahma, Vishnu e Shiva), que periodicamente descia encarnado sob forma humana à Terra para libertar os humanos da ilusão.

Gostaria de poder escrever muito mais a respeito desta obra, na qual William Irwin compilou com maestria as diversas visões referentes a Matrix, elaboradas pelos respeitáveis acadêmicos: Barry Smith, Carolyn Korsmeyer, Charles I. Griswold, Cynthia Freeland, Daniel Barwick, David Mitsuo Nixon, David Rieder, David Weberman, Deborah Knight, George McKnight, Gerald J. Erion, Gregory Brassham, James Lawler, Jason Holt, Jennifer L. McMahon, Jonathan J. Sanford, Jorge J. E. Gracia, Martin A. Danahay, Michael Brannigan, Sarah E. Worth, Slavoj Zizek, Theodore Schick Jr. e Thomas S. Hibbis. Espero, entretanto, que com essas poucas palavras, tenha contribuído para que muitas pessoas não apenas vejam os filmes novamente, mas também “acordem” e procurem saber mais a respeito da fonte na qual os irmãos Wachowski foram saciar sua sede. Ou teria a fonte vindo até eles?

Por Wagner Veneziani Costa.

Introdução do livro “Matrix – Benvindo ao Deserto do Real”, da Editora madras.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/matrix-o-deserto-do-real

A Conspiração Mundial Luciferiana

“A manifestação do ímpio37 será acompanhada, graças ao poder de satanás, de toda sorte de portentos, sinais e prodígios enganadores. Ele usará de TODAS AS SEDUÇÕES do mal com aqueles que se perdem, por não terem cultivado o amor a verdade que os teria podido salvar. Por isso DEUS lhes enviará um poder que os enganará e os induzirá a acreditar no erro. Desse modo, serão julgados e condenados todos os que não deram crédito à verdade, mas consentiram no mal.” (2 Ts. 2, 9- 12)

Transcreveremos a seguir, praticamente na íntegra (90%), uma das obras literárias do Almirante William Guy Carr, da Marinha do Canadá, cujo título original, editado no referido País, chamou-se: “The Conspiracy to Destroy all existing governaments and Religions” (“A Conspiração para destruir todos os governos e Religiões existentes”.)

O texto que apresentamos foi traduzido para o português da versão francesa. Observamos que o autor, mais preocupado com a difusão da verdade, do que com os ganhos, jamais registrou um “copyright” dos seus livros. Agradecemos e cumprimentamos a Editora Resistência, de Brasília – D.F., pelo belíssimo trabalho. (Título no Brasil, “A Conspiração Mundial”).

A partir daqui tem início o texto do livro:

 

O AUTOR

As duas últimas obras do Comodoro (Almirante) William Guy Carr (1895 –1959) foram publicadas após sua morte. A primeira, e a mais modesta delas, é o presente trabalho que data de 1958[1].

O Alte. Carr teve uma carreira naval exemplar. Suas análises profundas da história e da geopolítica, auxiliadas por um espírito penetrante, coroaram de sucesso suas tentativas implacáveis de remontar os acontecimentos até suas fontes, antes de sacar suas últimas conclusões.

A “Conspiração” não se destina ao indivíduo politicamente inculto, seja ou não produto da universidade… É um assunto destinado aos homens já conscientes do fato de que assistimos a uma corrida da nossa civilização ocidental para o abismo, devido a um grande número de influências que agem coordenadamente. E o acaso não conta… Ao escrever para tais homens, William Carr não demonstrou qualquer rancor, sentimento que caracteriza certos patriotas. Carr preconiza, ao contrário, o amor e a paciência.

“Sereis julgados – declara – pelo esforço consagrado a este trabalho, não pelos resultados obtidos. Não deveis imputar-vos a culpa. Usai a paciência, e não a força. Demonstrai bom-senso, e não denigrais. Sede amáveis e refletidos, em vez de rixentos e agressivos. Fazei com que as pessoas pensem, e deixai-as refletir sobre a questão por si mesmas”.

Não é, pois, de admirar que os livros de William Guy Carr tenham sido bem acolhidos. Algumas de suas obras têm sido reeditadas várias vezes.
(O autor também prestou serviços à Inteligência do Império Britânico – n.J.B. Klein.)

A CONSPIRAÇÃO

John Robinson, professor de filosofia natural e secretário da Sociedade Real de Edimburgo, na Escócia, publicou, em 1796, certos documentos que recebeu dos Iluminados da Baviera de Adam Weishaupt, quando viajava pela Europa. Isto se passou bem antes que a Revolução Francesa de 1789 explodisse.

Robinson era um maçom de grau elevadíssimo. Por isto lhe foram confiados documentos secretos. Ele, no entanto, os pôs de lado por algum tempo, antes de lê-los… Quando acabou a leitura, soube que tinha nas mãos um exemplar – revisto por Weishaupt -, da Velha Conspiração Luciferina. Esse documento explica como Weishaupt iria utilizar os Membros da Ordem e Seita dos Iluminados – Os Illuminati -, a fim de conquistar o objetivo final, isto é, a constituição, depois o controle do Primeiro Governo Mundial, estabelecido sob a férula da ideologia luciferiana, imposta à raça humana por meio do Satanismo Despótico.

A obra de John Robinson teve por título: “Prova de uma Conspiração para Destruir todas as Religiões e Governos na Europa”.

As informações que ela continha apenas confirmavam aquelas que o Governo Bávaro publicara em 1786, sob o título: “Os Escritos Originais (Protocolos) da Ordem e Seita dos Iluminados”, que Zwach tinha, igualmente, publicado sob o título: “Einige Original Schriften” (Alguns Escritos Originais). O Governo Bávaro tinha remetido exemplares do Plano de Weishaupt – que visava a utilizar esses Illuminati, recentemente organizados-, para destruir todas as autoridades da Igreja e do Estado, antes da eclosão da Revolução Francesa de 1789. Porém, a advertência foi ignorada… O fato de que os Illuminati tenham conseguido guardar em segredo sua identidade, e sua intenção de escravizar a Raça Humana, de corpo e alma, permitiu aos conspiradores levar o complô até seu estágio semifinal.

O propósito deste opúsculo é explicar como a Conspiração foi posta em execução, de 1789 até os nossos dias. Revelaremos, também, os detalhes do projeto executado pelo General Albert Pike, entre 1850 e 1886, visando à sua conclusão.

Weishaupt era professor de Direito Canônico na Universidade de Ingolstadt quando revisou e modernizou a Velha Conspiração Luciferina, destinada a impedir à Raça Humana de cumprir o Plano de Deus sobre a Criação. Seu objetivo era impor, em última instância, a ideologia luciferina à massa dos Goyim (bestas humanas), por meio do Satanismo Despótico. De 1770 a 1776, a Casa Rothschild, recém-estabelecida, financiou Weishaupt, assim como hoje os dirigentes dos Illuminati são financiados, da mesma maneira, pelas “Tax Exempt Foundations” – As fundações isentas de impostos -, constituídas voluntariamente por multibilionários, tais como Rockefeller (Stein[au] er, do seu verdadeiro nome), Carnegie e Ford.

O Governo Bávaro descobriu a Conspiração de Weishaupt quando, em 1785, Deus fez cair (permitiu – n.J.B. Klein) um raio sobre um dos seus correios – o padre apóstata Lanz -, e o matou, enquanto cavalgava de Ratisbona a Paris. A polícia do Eleitor da Baviera encontrou com ele um exemplar da versão revisada da Conspiração, destinada aos membros dos Illuminati que tinham recebido ordem de fomentar a Grande Revolução Francesa. Este primeiro projeto de importância, daquilo que deveria conduzir à destruição final de todos os governos e religiões, deveria se realizar, segundo seus planos, em 1789!

O Plano de Weishaupt era extremamente simples. Em primeiro lugar, ele organizou os Iluminados, e constituiu, em seguida, as Lojas do Grande Oriente, para nelas infiltrar os Iluminati na Maçonaria Azul, ou Maçonaria Européia, usando as lojas como quartéis-generais secretos. Os conspiradores poderiam operar, assim, sob a máscara da filantropia. Weishaupt considerou, sempre, que somente os maçons especialmente selecionados, aqueles dos Altos Graus, deveriam conhecer o “Grande Segredo”. Somente os maçons para sempre dissuadidos de Deus Todo-Poderoso foram iniciados nos Altos Graus das Lojas do Grande Oriente, e sabiam que os Iluminados formavam uma organização secreta tendo por único fim constituir, de algum modo, um Governo Mundial Único, do qual tinham a intenção de usurpar, em seguida, os poderes, de modo a impor seu culto à humanidade: a adoração de Lúcifer.

Weishaupt afirmava que sua ação asseguraria paz e prosperidade permanentes. Somente os iniciados dos últimos graus, sabiam, então, que a ideologia luciferina seria imposta à Raça Humana por meio do despotismo satânico.

Provaremos que somente os adeptos dos últimos graus são iniciados como Grandes Sacerdotes da Sinagoga de Satanás. Eles adoram Lúcifer, o príncipe oposto ao nosso Deus, ao qual chamam de “Adonai”.

O plano que os Iluminados tinham em vista previa a utilização da corrupção pelo dinheiro e pelo sexo, e, pôr em ação pessoas influentes caídas sob seu controle. Essas pessoas serviriam, em seguida, como peões nas estratégias secretas dos Iluminati. Ele mandava, igualmente, que jovens pertencentes a boas famílias, ligadas ao internacionalismo, fossem recrutadas e, depois, enviadas a escolas particulares, onde os Iluministas os endoutrinariam nas idéias internacionalistas, e os formariam, de maneira que eles pudessem ocupar, na política e na religião, os postos de “Especialistas”, “Peritos” e “Conselheiros”.

Os Iluminati – é preciso que se saiba -, usam a riqueza, o poder, e a influência dos seus membros para colocar seus “Agentes” em postos chaves nos bastidores de todos os governos, quer seja no domínio das finanças, da indústria, da educação, ou da religião. Eles adaptam, então, as políticas governamentais, para que elas coincidam com o Plano Luciferiano que visa a promover guerras e revoluções numa escala cada vez maior. Weishaupt estipulava que os Iluminati deveriam organizar, financiar, dirigir e controlar o Comunismo e, mais tarde, o Nazismo e o Sionismo Político, a fim de facilitar sua tarefa, dividindo a população mundial em partidos opostos, cada vez mais numerosos.
A política de auto-eliminação deverá ser perseguida até que só o Comunismo[2] e a Cristandade sejam as potências mundiais sobreviventes.
Quando essa fase da Conspiração for atingida, os Iluminati provocarão o maior cataclisma social que o mundo jamais viu… Os goyim, controlados pelos comunistas ateus, e aqueles outros que professam o Cristianismo, se massacrarão às dezenas de milhões, e se deixará que o façam. Não esqueçamos de que é durante as guerras mundiais que o demônio recolhe suas mais ricas colheitas de almas. Esse massacre geral se produzirá enquanto os Iluminati, seus amigos bilionários, cientistas, e seus agentes, repousarão, com toda segurança, e no luxo, nos “santuários” escolhidos e equipados com antecedência (Flórida do Sul, Índias Ocidentais, Ilhas do Caribe), e isto enquanto os dois partidos estejam sendo, literalmente, sugados e exauridos, física e economicamente[3]. Eles não terão, então, outra alternativa senão aceitar um Governo Mundial, sua única esperança. Os Iluminati usurparão, em seguida, os poderes desse Governo e coroarão seu déspota-rei do mundo inteiro. (o anticristo – n.J.B. Klein)

Será somente nesse momento que a Sinagoga de Satanás – que sempre controlou, e ainda controla, todas as organizações subversivas -, dará a conhecer, através de uma manifestação universal, pela primeira vez, a verdadeira luz da pura doutrina luciferina, e imporá a ideologia luciferiana ao que restar da Raça Humana, por meio do despotismo satânico. Constatamos, assim, que o objetivo final não é temporal e materialista como gostariam de nos fazer crer os que dirigem a Conspiração. Estamos implicados no movimento contínuo da revolta luciferina contra o poder supremo e a autoridade de Deus Todo – Poderoso, que os luciferianos chamam de Adonai.

Ensinaram-nos a bondade infinita do nosso Deus, mas nos mantiveram na ignorância do fato de que a revolta luciferiana começou no mundo celeste, que chamamos o Céu (paraíso).

Lúcifer contestou, e pôs em jogo, a supremacia de Adonai (Deus – n.J.B. Klein), sob o pretexto de que seu plano de direção do Universo era inconsistente e impossível de ser posto em prática, porque se baseia na afirmação de que todos os seres inferiores têm a obrigação de conhecê-lo, amá-lo e serví-lo por causa das suas perfeições infinitas. Lúcifer proclamou que a única maneira de dirigir o universo inteiro seria estabelecer uma ditadura totalitária, e fazer respeitar, à força, a vontade do Ditador, graças ao seu despotismo Absoluto. A palavra Universo como a emprega aqueles que têm aceitado a ideologia luciferina, no mundo celeste ou nos outros, significa: “A totalidade das coisas existentes, inclusive a Terra, os corpos celestes e tudo que pode se encontrar no espaço”..

Não se pode compreender esse importante assunto, na sua totalidade, se não se conhece a verdade inteira. É preciso conhecermos, portanto, a ideologia luciferina tão bem quanto a história escriturística do combate que se tem perpetuado em todas as épocas, neste mundo, entre Deus e Lúcifer, a fim de decidir qual dos planos sobre a criação será, finalmente, aplicado.

A menos que saibamos a inteira verdade não poderemos decidir, pelo uso dos dons divinos da inteligência e da vontade livre, se aceitamos o plano e o amor de Deus, se nós O serviremos e obedeceremos por toda a eternidade, ou, se iremos, literalmente, para o Diabo (Lúcifer).
O desiderato daqueles que dirigem a Conspiração Luciferiana é impedir que as massas – os Goyin, as bestas humanas, não conheçam toda a verdade, porque sabem que isto as fariam aceitar, automaticamente, o plano de Deus. Em conseqüência, os luciferianos contam com o seu gênio para mentir e enganar àqueles que têm a intenção de escravizar os corpos e as almas, e fazer-lhes crer, não importa o quê, exceto a verdade. Assim, compreendem melhor porque Cristo referiu-se à Sinogaga de Satanás, que dirige a Conspiração Luciferina nesta terra: “Vós sois os filhos do diabo, e cumprem a sua vontade. Ele é um homicida desde o princípio. Não possui a verdade porque a verdade não está nele” (Jo. 7,44). Devemos nos lembrar, igualmente, que as palavras “Sinagoga de Satanás” não caracterizam, unicamente, os judeus (conspiradores – n.J.B. Klein), porque Cristo fez saber, claramente, que incluem, também, “aqueles que se dizem judeus, mas não o são, e mentem”[4].

A Sinagoga de Satanás se compõe, na verdade, de homens e mulheres de um grande número de nacionalidades, que remontam a Caim, filho de Eva. Adquiri meu conhecimento sobre a “fé” luciferina lendo tudo o que pude encontrar, e, também, lendo e estudando as traduções das obras de S. E. o Cardeal Caro Y Rodriguez, de Santiago, arcebispo – primaz do Chile. Eu vos transmito estas informações para que possais decidir sobre a marcha dos acontecimentos, num ou noutro sentido.

A “fé” luciferina ensina que Lúcifer era o espírito mais brilhante do Exército Celeste. Seu poder e influência eram tão fortes que ele acabou pondo em questão o poder e a supremacia de Deus – “Adonai”, e provocou a deserção de um grande número de espíritos celestes das altas hierarquias. Estes, deixaram Deus e seguiram o Príncipe dos Anjos caídos. Dentre os traidores estava Satanás, o “filho mais velho de Adonai”.

De acordo com a crença luciferina, o arcanjo São Miguel é irmão de Satanás, bem como o filho mais moço de Adonai. A doutrina luciferina reconhece que São Miguel infligiu uma derrota aos anjos que tinham optado pela causa luciferina, no Céu. Dessa época, data a inimizade eterna entre Satanás e São Miguel.

Ainda de acordo com os ensinamentos luciferinos, a palavra “inferno” é utilizada para designar o mundo celeste para o qual Deus baniu Lúcifer e os espíritos celestes mais inteligentes, que seguiram o Príncipe do Inferno por sua livre vontade. Deus – Adonai -, decidiu, então, dar outra chance a essas criaturas, considerando que elas tinham sido enganadas ao adotar a revolta luciferina. Ele criou, em conseqüência, outros mundos, entre os quais a Terra, e os povoou com os anjos menos culpados dentre aqueles que tinham se separado dele, no Céu, quando da revolta. Ele os fez à sua imagem e semelhança; foram dotados de corpos, nos quais insuflara a luz espiritual da graça santificante. A aparência destes era semelhante à do Cristo que Pedro, Tiago e João contemplaram na transfiguração. Deus pôs esses anjos caídos nos mundos, através de um processo de nascimentos que os privou do conhecimento das suas existências anteriores, dotando-os, no entanto, de inteligência, e concedendo-lhes a vontade livre. Seus espíritos foram feitos de maneira que pudessem receber inspirações do mundo celeste, tanto daqueles espíritos que permanecerem fiéis a Deus, quanto dos espíritos que tinham abraçado a causa luciferina. Os mais fracos desejam, geralmente, receber tais inspirações, usando a sua própria inteligência. O corpo age de acordo com as decisões do espírito; todas as ações do corpo devem ser ou positivas (boas) ou negativas (más). Toda ação pneumática (espiritual) é registrada no “Livro da Vida”. O indivíduo decide com conhecimento do seu futuro eterno, e, através das suas ações pneumáticas, demonstrando se aceita o plano de Deus para o Universo, ou plano de Lúcifer. O resultado é o “Bem” ou o “Mal”. Segundo a fé luciferina, Lúcifer, fez de Satanás o “Príncipe deste Mundo” quando da criação. O objetivo deste era incitar nossos primeiros pais a separar-se de Deus – “Adonai” -, e impedir que seus descendentes realizassem o Plano de Deus para a criação. Essa “Fé” ensina, igualmente, que Deus, no Jardim do Éden –  o paraíso -, acompanhava nossos primeiros pais, instruindo-os sobreseu plano e sua concepção de vida.

(…) Os luciferianos ensinam – aos iniciados dos graus inferiores do Rito Paládico Novo, fundado por Albert Pike – que Deus – “Adonai” é um Deus ciumento e egoísta, que impediu nossos primeiros pais de conhecer os prazeres das relações sexuais, – o segredo da procriação -, porque deseja reservar-se tais prazeres! Podeis constatar a abominação, uma mentira difícil até de se qualificar, o tanto que é assustadora! Deus, simplesmente tinha deixado para depois a revelação da procriação, a fim de primeiro provar a honestidade, a integridade e a obediência dos nossos primeiros pais. Ele queria estar certo do poder contar com eles antes de confiar-lhes o segredo, de sabê-los dignos de poder cumprir essa função santa e sagrada, que daria a outros a oportunidade de aceitar seu plano sobre a criação. Os luciferianos contam, aos iniciados no Rito Paládico Novo, que Satanás gratificou a “Raça Humana com o dom mais importante, quando iniciou Eva nos prazeres das relações sexuais, fazendo com que ela descobrisse o segredo da procriação. As Santas Escrituras nos ensinam que Satanás incitou Eva a desobedecer a Deus: “Da árvore do Bem e do Mal não comerás” -, prometendo-lhe que se ela aceitasse sua sugestão, Adão e ela se tornariam iguais a Deus em Poder, e nunca morreriam. Em outras palavras, Satanás revelou a Eva a ideologia relativa ao sexo e às relações sexuais, o “conhecimento da carne”, que está em total oposição com a vontade de Deus: o ato de procriação deve ser realizado por um homem e uma mulher, unidos por toda a vida pelos laços do casamento. Um ato realizado na mais restrita intimidade, fundamentado em sentimentos profundos, expressões mútuas de alegria, estima, devotamento e reconhecimento, devendo o summum ser atingido pelo desejo espiritual dos dois seres, consistindo na promoção do Plano de Deus, isto é, o povoamento do mundo, a fim de viver-se eternamente com Ele, na felicidade.

A conquista de Eva por Satanás foi de um gênero totalmente diferente, pois reproduziu o Rito da Missa Adonaicida, a Missa Negra. Segundo o ritual dessa “missa”, os atos amorosos de Satanás foram calculados de modo a excitar as paixões animais de Eva, até o ponto em que a satisfação da excitação sexual se põe acima de qualquer outra consideração. Satanás aconselhou-a a amar a volúpia mais do que a modéstia. (…) De acordo com o Satanismo, é perfeitamente normal empregar qualquer meio que seja a fim de satisfazer o desejo sexual, seja ele animal ou humano! O Talmude da Babilônia, – que se baseia nos ensinamentos cabalísticos dos promotores da Conspiração Luciferina -, ensina que é perfeitamente normal que um “homem” abuse de crianças com idade de 3 anos, a fim de satisfazer suas diabólicas paixões animais! A “fé” luciferina proclama, além disso, que Caim nasceu da união de Eva com Satanás!

(…) Quando se compreende isto, pode-se, facilmente, alcançar como a Conspiração Luciferina, permanente, se desenvolveu nesta Terra com o objetivo de escravizar, de corpo e alma, os sobreviventes da Conspiração dos Illuminati. Isto explica, igualmente, o dilúvio quotidiano de sexualidade na mídia, os filmes pornográficos, as exibições impúdicas da mulher, a canção sexy, o ritmo “Elvis Presley”, o Rock’n Roll[6].
Voltaire escreveu que, para levar as massas a uma nova servidão, os Illuminati deveriam mentir-lhes, como o próprio Diabo, não timidamente, ou por um certo tempo, mas descarada e permanentemente. Ele expunha aos seus companheiros Iluministas: “Devemos fazer-lhes promessas levianas, e empregar frases extravagantes… e poderemos fazer, a seguir, o contrário do que prometemos… isto não terá conseqüências”.

Mas, o fato mais esclarecedor de todos é o conhecimento da terrível e espantosa influência do satanismo na conduta de certos homens – os que foram admitidos como Grandes Sacerdotes da fé luciferina -, que se emasculam, ou pedem aos seus médicos que os castrem, a fim de impedir que as considerações sexuais intervenham na sua determinação de estabelecer a Ditadura Totalitária Luciferina sobre a Terra.
Segundo fontes confiáveis, Janos Kadar é um desses homens. Uma revista das mais importante da América, publicou, em fins de 1956, a história da maneira com que Kadar tomou o poder da Hungria, e pôs fim à rebelião. O autor afirma que Kadar foi emasculado por seus inimigos, quando esteve preso. Tal declaração é mentirosa. Kadar foi castrado por seu cirurgião, e a seu pedido. Ele desejava tornar-se um adepto perfeito da causa luciferina. Kadar era de tal maneira fanático que, depois de ter reprimido a Revolta Húngara, ordenou que fossem emasculados 45.000 jovens húngaros que tinham caído prisioneiros. Em seguida, os enviou a campos especiais, onde foram treinados para se tornarem agentes dos Illuminati, e serem empregados no auxílio a Conspiração Luciferina, na sua última fase. Tudo isto é essencialmente horrível, mas é a verdade. “News behind the News” [7], afirmou, em 1956, que a Revolução Húngara tinha sido tramada pelos Illuminati, do exterior, e que tinha como objetivo testar, na prática, a realização do plano Pike: provocar o cataclisma social último, implicando povos controlados pelos comunistas ateus, e, povos que professam o cristianismo. As provas recebidas posteriormente estabelecem, formalmente, que tínhamos absoluta razão nas afirmações.

A “fé” luciferina ensina que a Conspiração progrediu em tal rapidez que Deus decidiu enviar S.Miguel à Terra, na pessoa de Jesus Cristo (!), a fim de acabar com a Sinagoga de Satanás e dispensar seus sicários. Ensina, também, que S. Miguel, – o Cristo -, falhou na sua missão*.
Pike elaborou o ritual da missa adonaicida baseado na sedução de Eva por Satanás; na vitória luciferina sobre Cristo; e, na sua morte instigada pelos Illuminati. Cristo veio para nos resgatar e liberar das correntes com as quais Satanás nos havia sujeitado. Pike “ensina” que Satanás tinha obtido o controle de todos aqueles que exerciam funções importantes nos governos, religiões, ciências, e demais atividades humanas. O nascimento de Cristo num estábulo nos ensina que, se querermos cumprir o Plano de Deus, devemos começar pelos mais humildes, a fim de educar a maioria da humanidade. Cristo nos deu conhecimento, da maneira a mais clara possível, que era inútil e vão começar pela cúpula. Se tivéssemos aprendido a lição, teríamos uma “revolução” espiritual! Cristo nos ensinou, também, que só há uma maneira de pôr fim à Conspiração Luciferina: ensinar a verdade inteira, interessando no problema os povos de todas as nações. Ele nos assegurou que, se fizermos conhecer a verdade, e explicarmos às massas que a ideologia luciferina é má, a opinião pública se tornaria uma força imensa incontrolável pela Sinagoga de Satanás.

Weishaupt e Pike reconheceram essa verdade. Insistiram no fato de que todo agente iluminista, suspeito de traição, deveria ser executado. Weishaupt, escreveu que se um só homem pudesse divulgar[8] seu segredo, seu plano recuaria 3.000 anos, ou seria definitivamente adiado. Weishaupt, serviu-se de Thomas Jefferson para transferir à América sua conspiração luciferiana revisada.

Jefferson integrava o grupo dos financistas, políticos, economistas, cientistas, industriais, profissionais liberais, e religiosos, que tinha a idéia de um Governo Mundial, dirigido por homens de cabeça (os iluministas). Esta seria a única maneira de pôr fim às guerras e revoluções.

Jefferson ocupava uma posição tão elevada nos conselhos executivos dos Illuminati, que estes impuseram, secretamente, a impressão da insígnia da seita no verso do Grande Selo da América, festejando antecipadamente sua posse no governo. Como essa informação tem chocado a maioria dos cidadãos americanos, citaremos documentos autênticos e acontecimentos históricos, cuja existência foi cuidadosamente ocultadas ao grande público do Canadá e Estados Unidos.

Em 1789[9], o altíssimo iniciado maçom, John Robinson, confirmou que os Illuminati tinham se infiltrado nas lojas maçônicas americanas.
Em 19 de julho de 1789, David A. Pappen, presidente da Universidade de Harvard, preveniu seus alunos quanto à influência do Iluminismo na política americana, bem como na religião (imaginamos o que ele diria da Harvard de hoje, se ainda estivesse vivo!).

No dia de Ação de Graças, de 1789, Jedediak Morse pregou contra o Iluminismo. Advertiu sua congregação, e o povo americano, de que os Iluministas dissimulavam seu verdadeiro objetivo ao se infiltrarem nas lojas maçônicas, cobrindo suas ações subversivas, bem como suas intenções, com a máscara da filantropia.

Em 1799, John Cosens Ogden revelou o fato de que os Iluministas da Nova Inglaterra se consagravam, infatigavelmente, à destruição da religião e do governo da América, fingindo preocupar-se com a sua proteção.

Em 1800, John Quincy Adams se opôs a Jefferson na eleição à presidência americana. Adams tinha organizado as lojas maçônicas da Nova Inglaterra. Ele escreveu três cartas ao coronel W. L. Stone, expondo as atividades subversivas de Jefferson. As informações contidas nessas cartas permitiram a Adams ganhar as eleições. As cartas, às quais nos referimos, estão, – ou estavam -, expostas na Biblioteca Rittemburg Square, na Filadélfia.

Em 1800, o Capitão William Morgan sentiu-se no dever de informar aos demais franco – maçons sobre os propósitos, e o modo com que os Illuminati usavam suas lojas com objetivos subversivos. Os Illuminati, delegaram a um dos seus membros, Richard Howard, a incumbência de executar o “traidor” Morgan. Esse tentou fugir para o Canadá, mas não conseguiu[10]. Em 1829[11], uma Iluminista chamada “Fanny” Wright, fez uma conferência para um grupo cuidadosamente selecionado de Iluministas, no novo templo maçônico de New York. Ela explicou a ideologia luciferina quanto ao “amor livre” e à “liberdade sexual”. Informou, igualmente, aos Iluministas americanos sobre o fato de que estava previsto organizar e financiar o Comunismo ateu, com o objetivo de prosseguir no cumprimento dos seus planos secretos, conforme sua visão do mundo. Dentre os homens que contribuíram para implementar essa fase da Conspiração Luciferina, encontramos Clinton Roosevelt (um ancestral direto de Franklin Delano Roosevelt), Horage Greeley e Charles Dana.

Em 1834, a fim de dissimular seu verdadeiro propósito, as pessoas citadas organizaram o “Partido Loco-Foco”.

Em 1835, mudaram seu nome para “Partido Whig”, e o empregaram na coleta dos fundos que financiaram Mordecai Mark Levi (isto é, Karl Marx) quando este escreveu “O Manifesto Comunista”, junto com Engels[12], e “O Capital”, em Soho (Londres).

Essas duas publicações foram redigidas sobre o controle direto dos Illuminati. Destinavam-se a organizar o Comunismo ateu, como exigia o plano de Adam Weishaupt elaborado em 1766.

Em 1834, os Illuminati fizeram de Giuseppe Mazzini[13] seu “Diretor de Ação Política”. Esse título significava, na realidade, “Diretor de Atividades Revolucionárias”. Léon de Poncins, em “As Forças Secretas da Revolução” (p.65), confirma o que publiquei a respeito em “Pawns in the Game” e “Red Fog Over América”: Mazzini mantinha relações estreitas com dirigentes ocultos, e conduzia atividades revolucionárias em diferentes países. Mazzini conheceu o General Albert Pike pouco depois que o presidente Jefferson Davis dissolveu as tropas indígenas auxiliares, sob o pretexto de que tinham cometidos atrocidades durante a guerra.

Em 1850, com 41 anos de idade, Albert Pike se infiltrou na Maçonaria, e foi iniciado na loja Western Star, de Little Rock, no Arkansas. Apoiado pelos Illuminati, fez uma carreira fulgurante.

Em 02 de janeiro de 1856, Pike foi eleito Soberano Grande Comendador do Conselho Supremo da Jurisdição Sul dos Estados Unidos. Ligou-se, estreitamente, a um luciferiano chamado Moses Holbrock, que ocupava um cargo maçônico correspondente, em Charleston, na Carolina do Sul. Juntos, elaboraram o ritual de uma versão modernizada da “Missa Negra” luciferiana, baseada na doutrina cabalística. Holbrock morreu, e Pike introduziu a “Missa Adonaicida”, que deveria ser celebrada pelos iniciados admitidos no segredo integral, e no último grau do Rito Paládico Novo. Esse ritual preconiza, ao celebrante, iniciar a sacerdotisa que desempenha o papel de Eva nos prazeres do sexo, assim como Satanás os ensinou a ela. Assim, a memória de Eva é perpetuada, e se lembra aos presentes como se utiliza, ainda, o sexo, para obrigar as pessoas que desejam controlar, a se afastarem de Deus[14]. O ritual exige a imolação de uma vítima humana, animal, ou mesmo uma ave. O sacrifício é oferecido a Lúcifer, para comemorar a vitória da Sinagoga sobre Cristo. Faz-se circular e beber, em pequenos goles, o sangue da vítima, e comer pedaços da carne, tudo isso para ridicularizar Cristo que ensinava: “Aquele que come minha carne e bebe meu sangue terá a vida eterna”[15].

O celebrante profana, a seguir, uma hóstia consagrada por um padre da Igreja Católica Romana[16]. Este ato é realizado para demonstrar aos presentes que Deus – “Adonai” não é todo poderoso. Isto indica, também, a determinação de destruir todas as outras religiões. Aliás, todas as Missas Adonaicidas terminam com uma orgia de comidas, bebidas e sexo. Pike declarou que: “para que um adepto dos altos graus seja perfeitamente senhor de suas paixões, que deixam a nu tantos corações, seria preciso usar mulheres com freqüência, mas sem paixão, a fim de dominar seus desejos, e sujeitar as mulheres”. Pike escreveu, igualmente, que “as lojas de irmãos, que não têm uma loja de irmãs anexa, são incompletas”. Remetemo-nos à página 578 do livro “A Mulher e a Criança – Maçonaria Universal”, de A. C. de La Rive, que trata, precisamente, das lojas de adoção, usadas para introduzir mulheres nos ritos paládicos[17].

Por causa do seu apoio incondicional à causa luciferina, Pike foi eleito Soberano Pontífice da Franco – Maçonaria Universal, e, enquanto tal, foi assistido por dez anciãos da Suprema Loja do Grande Oriente de Charleston, na Carolina do Sul. Pike ocupava a residência magistral que mandou construir em Little Rock, em 1840. Foi ali que elaborou o Plano das Fases Terminais da Conspiração Luciferiana. Como provaremos a seguir, o último cataclisma social deverá produzir-se no embate entre as massas controladas pelos comunistas ateus, e aquelas que reconhecem a religião cristã[18]. É esse plano diabólico que justifica a definição da palavra “Goyn”: “gado humano preparado para o massacre”. A fim de pôr em execução esse plano, diabolicamente inspirado, Pike organizou o “Rito Paládico Novo”, e ordenou a Mazzini que estabelecesse Conselhos Supremos em Roma e Berlim, para operar em ligação com o quartel-general que ele tinha estabelecido em Charleston. O Supremo Conselho de Roma era responsável pela “Ação Política”, enquanto que o de Berlim constituía o “Diretório Dogmático”. Os três Supremos Conselhos tinham por missão dirigir as atividades subversivas de 23 outros conselhos, que Pike erigiu em posições estratégicas na América do Norte, América do Sul, Europa, Ásia, África e Oceania[19].

Para provar que “O Supremo Segredo” só é revelado aos adeptos dignos de receber a iniciação do último grau do rito paládico, que os entroniza como membros da “Grande Loja Branca” e “Grandes Sacerdotes da Fé Luciferina”, citaremos uma carta de Mazzini ao Dr. Breidenstein, antes deste receber o último grau: “Construímos uma irmandade espalhada por todos os pontos do mundo. Gostaríamos de quebrar todos os jugos. Entretanto, há um, invisível, o qual se pode apenas sentir, e que pesa sobre nós. Donde vem? Onde está? Ninguém sabe… ou não quer dizer. Essa sociedade é secreta até mesmo para nós, os veteranos das sociedades secretas”.

Tendo em vista provocar o último cataclisma social, entre comunistas e cristãos, Pike deveria colocar Iluministas nos postos de controle do Estado do Vaticano. Para facilitar a infiltração, Pike ordenou que Mazzini suscitasse, na Europa, um clima “antivaticano”, até que – como o sabemos -, a integridade física das pessoas, no interior do Vaticano, fosse posta em perigo. Karl Rothschild[20], filho de Mayer Amschel Rothschild, que financiou os Iluminados da Baviera de Weishaupt, interveio, então, em favor do Estado Pontifical, sob o pretexto de que desejava impedir uma inútil efusão de sangue. Foi assim que um dos membros mais altos dos Illuminati obteve o reconhecimento e a estima do Papa, e dos Altos Funcionários do Vaticano. Então, ele aproveitou para introduzir agentes da seita, como peritos, conselheiros financeiros[21] e políticos… Estes cumpriram, de modo preciso, a diretriz de Weishaupt, que orgulhosamente escreveu: “Nos infiltraremos nesse lugar – o Vaticano- , e quando estivermos lá dentro, não sairemos jamais. Nós o minaremos até que reste, apenas um coquinho vazio!… Depois que os Iluminati se infiltraram no Vaticano, a Conspiração Luciferina fomentou duas guerras mundiais, que dividiram a Cristandade em exércitos opostos. Os cristãos, de todas as confissões, se mataram uns aos outros aos milhões, com a conseqüência de que as massas, controladas pelo Comunismo ateu, tornaram-se uma potência equivalente ao que resta na Cristandade. O curso dos acontecimentos, até os nossos dias, está estritamente conforme as prescrições de Weishaupt e da sua Conspiração Luciferina. O modo com que isso ocorreu indica que o plano de ação, elaborado por Albert Pike, entre 1850 a 1886, na sua residência de Little Rock, foi escrupulosamente seguido. Não esqueçam de que os arquivos secretos do Vaticano são os mais completos do mundo, mais do que todos os outros! Imaginamos qual não teria sido o curso da História se os Iluminati não tivessem conseguido estabelecer uma conspiração do silêncio, cobrindo todos os governos, sejam eles políticos ou religiosos. Possuo numerosas cartas de padres que viveram em Roma, e estudaram no Vaticano. Elas comprovam que o Santo Padre é uma espécie de prisioneiro, no interior do Vaticano[22]; assim como o presidente dos Estados Unidos é um prisioneiro na Casa Branca; a rainha da Inglaterra, no Palácio de Buckingham; e, Khrouchev, no Kremlin. Uma só vez, nesses últimos anos, a vigilância constantemente exercida sobre o Papa foi relaxada. Foi quando se pensou que Sua Santidade estava à morte. Sabemos que ele se encontrava de tal maneira debilitado que somente um milagre pôde dar-lhe as forças necessárias para convocar uma personalidade oficial, com a qual podia contar. Ele deu ordem para que se enviasse um apelo a todos os católicos romanos, pedindo-lhes “rezar pela Igreja do Silêncio”. [Pio XII]. Pike limitou a iniciação ao Rito Paládico Novo aos homens e mulheres que já tinham se afastado, definitivamente, de Deus, vendendo suas almas à Satanás, em troca da realização material e dos prazeres carnais. Mas, a astúcia e a inteligência dos mestres da Sinagoga de Satanás são tais que, mesmo os iniciados nesse rito, não podem ser admitidos no supremo segredo, antes de serem testados a fundo.

A maneira como a “Grande Loja Branca” – Sacerdotes da Fé Luciferiana,
guarda seu segredo foi perfeitamente revelada quando Deus fez com que
os documentos ultra-secretos, emitidos por Albert Pike, caíssem em
mãos diferentes daqueles às quais se destinavam.
Mazzini morreu em 1872, Pike designou, então, Adriano Lemmi para sucedê-lo como Diretor de Ação Política. Este, já iniciado no Rito Paládico Novo, era um satanista. Pike revelou-lhe o supremo segredo. Explicou-lhe que Lúcifer é o único Deus, além de Adonai, e que o objetivo final da conspiração em marcha consiste em impor a ideologia luciferina à Humanidade[23]. Os fatos referentes a essa nomeação foram relatados no livro de Domenico Margiotta: “Adriano Lemmi, Chefe Supremo dos Franco – Maçons”.

O fato de somente alguns dos iniciados dos Altos Graus dos rito Paládico estarem de posse do supremo segredo, foi outra vez provado quando Pike julgou necessário remeter a carta, com as instruções que transcrevemos, aos Iluministas que tinham sido escolhidos para dirigir os 23 conselhos, estabelecidos no mundo inteiro.

Um exemplar dessa carta, datada de 14 de julho de 1889[24] também foi desviado… O “correio” é citado por A.C. de La Rive, na p. 587 do seu livro: “La Femme et L’Enfant dans la Franc – Maçonnerie Universelle”. Citamos o parágrafo:

“Eis o que devemos dizer às massas: nós adoramos um Deus, mas trata-se do Deus que se adora sem superstição… A Religião Maçônica deveria ser, por todos nós, iniciados dos Altos Graus, mantida na pureza da Doutrina Luciferina… Se Lúcifer não fosse Deus, será que Adonai, cujos atos na sua totalidade atestam sua crueldade, perfídia, ódio ao homem, barbaria, e repulsa à ciência, – se Lúcifer não fosse Deus, será que Adonai e seus padres o caluniariam? Sim! Lúcifer é Deus. E, infelizmente, Adonai também é Deus, porque a lei eterna exige que não exista esplendor sem sombra, beleza sem feiúra, branco sem negro. O absoluto não pode existir senão enquanto duplo elemento (Deuses)… Donde, a doutrina do Satanismo é uma heresia. A verdadeira, e pura religião filosófica, é a crença em Lúcifer, igual a Adonai, mas Lúcifer Deus de luz e Deus do Bem, lutando pela Humanidade contra Adonai, Deus das Trevas e Deus do Mal”. A História nos ensina, que, desde 1776, a Conspiração tem-se desenvolvido exatamente como Adam Weishaupt previu, simplesmente porque os dirigentes dessa empresa demoníaca têm sido capazes de guardar o segredo do seu objetivo final, isto é, a escravização, de corpo e alma, do que restar da Raça Humana. Vamos, agora, desvelar os planos que os Illuminati têm a intenção de seguir, até o completo arremate.

Weishaupt, depois Pike, tinham necessidade de que o Sionismo Político fosse organizado, financiado, e controlado pelos Illuminati, de

maneira que pudessem utilizá-lo, inicialmente, para a criação de um Estado soberano que veria o coroamento do seu Déspota-Rei, Senhor do Universo, o que lhes permitiria, a seguir, fomentar a Terceira Guerra Mundial.

O Sionismo Político foi organizado por Herzl, em 1897. Uma pessoa dotada de inteligência, – essa faculdade dada por Deus-, pode negar o fato de que essa fase do complô já está se desenrolando no Oriente Médio[26] (e, também, no Próximo) nos nossos dias? Se deixarmos a 3ª G.M. eclodir, o Sionismo e o mundo muçulmano serão varridos do mapa, e as nações restantes serão eliminadas, enquanto potências mundiais. Restarão, entre os Illuminati e seu objetivo, somente o COMUNISMO ATEU E O CRISTIANISMO.

Numa carta que escreveu a Mazzini, em 15 de agosto de 1871, Albert Pike explica como chegar à Terceira Guerra Mundial. Um exemplar dessa carta se encontra, ou se encontrava, na Biblioteca do Museu Britânico Imperial de Londres:

“Nós, os Illuminati, soltaremos os Niilistas e Ateus, e provocaremos um formidável cataclisma social que mostrará às nações, em todo o seu horror, o efeito do ateísmo absoluto, origem de toda selvageria e das desordens as mais sangrentas. Os cidadãos serão obrigados a se defender, por toda parte, contra a minoria dos revolucionários, e exterminarão esses destruidores da civilização….

A multidão, desiludida com o Cristianismo, cujo, espírito deísta estará, sem qualquer direção nesse momento, buscará um ideal, mas, não sabendo onde e a quem render adoração, receberá a verdadeira luz, pela manifestação universal da pura doutrina de Lúcifer. Essa manifestação será, enfim, revelada ao povo; ela resultará do movimento reacionário geral que seguirá, de perto, a destruição do Cristianismo e do Ateísmo, ambos conquistados e destruídos no mesmo instante”.

Se acaso algum dos nossos leitores ainda duvide da verdade que afirmamos, que nos permita ressaltar que S.E. o Cardeal Caro y Rodriguez, primaz do Chile tentou advertir os católicos, e até mesmo os franco-maçons[27], do destino planejado para eles.

Quando Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos Estados Unidos, estava absolutamente certo de que a Conspiração alcançaria seus objetivos finais ainda durante sua vida. Em conseqüência, [aceitou o conselho e] mandou imprimir, em 1933, no verso das notas de 1 dólar, a insígnia dos Illuminati – que Jefferson já tinha feito cunhar secretamente no verso do Grande Selo Americano.

Estava, portanto, notificado aos Iluministas do mundo inteiro, que os Illuminati estavam em condições de exercer um controle absoluto sobre as finanças, a política e as ciências sociais da América. Roosevelt deu o nome de “New Deal” (Plano do Governo Americano para o Restabelecimento Econômico e a Segurança Social) a essa iniciativa.

Na política exterior, Roosevelt apoiou o Comunismo ateu, de maneira que este, em todos os pontos, se tornasse equivalentes em força, à Cristandade. Roosevelt estava de tal maneira convencido de que seria o primeiro Déspota-Rei, que teve a audácia de declarar, em 1942, a Winston Churchill, “que tinha chegado o momento do Império Britânico ser dissolvido no interesse da paz mundial”. Este incidente ocorreu em Vallentia Harbour, Terra Nova, quando se encontraram para tratar da questão da OTAN. A que espécie de paz Roosevelt se referia? A uma paz sob a férula de uma ditadura luciferina? É mais que provável! Vamos, agora, mostrar como os Illuminati se infiltraram na Casa Real Britânica. Desde 1942, o Almirante Louis Mountbatten era a “eminência parda” na Grã-Bretanha. Foi sob sua influência e direção que a Índia, e numerosas outras regiões do Império Britânico, “adquiriram a independência”, modo elegante de dizer que elas foram seccionadas da Coroa Britânica. O que a opinião pública tomava como sendo, apenas, desejos da parte de Roosevelt, tornaram-se, rapidamente, realidade. Roosevelt não ignorava o que os Illuminati tinham programado. Sua língua solta, durante a conversa com Churchill, confirmou o velho provérbio: “In vino verítas” [Quando se bebe o vinho, a verdade transpira].

De fato, em menos de cinqüenta anos, o Império Britânico foi reduzido, de maior potência da terra, a uma potência de terceira classe. Por outro lado, a Rainha da Inglaterra desposou o sobrinho do Almirante Mountbatten. O príncipe Philippe foi “adotado” pelo Almirante quando era menino. Todos sabem que o Príncipe Philippe tem uma visão extremamente liberal, mas poucas pessoas sabem que ele foi educado privadamente, por decisão do seu tio, em Gordonstoun, na Escócia, pelo Dr. Kurt Hahn, um Iluminista que (…) (vivia na – n.J.B. Klein) Alemanha.

O Dr. Kurt Hahn era, indiscutivelmente, um agente dos Illuminati. Ele serviu, na Alemanha, no Comitê Executivo do Partido Comunista, mas não era um ateu. Dirigiu a política comunista na Alemanha, de maneira que os Illuminati pudessem fomentar a 2ª Guerra Mundial. De qualquer modo, o príncipe foi entregue a um subversivo perfeitamente informado, altamente treinado e experimentado. A Escola de Gordonstoun é uma das três estabelecidas de acordo com o Plano de Weishaupt, que preconizava aos Illuminati endoutrinar e treinar jovens pertencentes a famílias bem situadas, com espírito internacionalista, a fim de fazê-los agentes da sua seita. As duas outras escolas fundadas pelo Dr. Kurt. Hahn, encontram-se em Salem, na Alemanha, e Anavryta, na Grécia.

Queremos deixar bem claro que os jovens assim treinados não tinham, todos, consciência da finalidade para a qual foram formados. E. H. Norman foi um desses jovens que teve um triste fim… E assim foi com muitos outros, porque não passaram de “PEÕES NO TABULEIRO DE XADREZ” dos Illuminati.

A Rainha Elizabeth é, igualmente, Chefe da Igreja Protestante na Inglaterra. O Cônego C.E. Raven, por imposição de forças que ela não pôde controlar, foi nomeado “conselheiro espiritual” da Casa Real. Este anglicanista casou-se três vezes. Sua terceira esposa professava o ateísmo, e era conhecida como “Heroína da Resistência Francesa”.

Uma coisa é certa: depois dessa nomeação, Sua Majestade nunca mais se referiu a Deus Todo-Poderoso, nas suas mensagens de Natal ao povo. O mais significativo ocorreu na sua última alocução: empregou o jargão dos Illuminati. Entre outras coisas, declarou: “A reação em cadeia das Potências da Luz, a fim de Iluminar a nova era (Nova Ordem) que chega”.

O poderio dos Illuminati é tamanho que instruíram um outro dos seus agentes, canadense, mas alemão de nascimento, chamado Hahn, para que celebrasse a ascensão da Rainha Elizabeth ao trono, modificando a foto que Sua Majestade tinha aprovado para as notas dos bancos canadenses. Hahn dissimulou, com habilidade, a carantonha de Satanás no penteado da Rainha.

No simbolismo iluminista, isto significa “Agora, temos o ‘ouvido da Rainha’. Nossos agentes estão tão próximos da sua pessoa que ela nem percebe sua presença”.

“News behind the News”, levou esse atentado ao conhecimento da Câmara dos Comuns do Canadá, na pessoa do Sr. John Blackmore. Em conseqüência, foram fabricados novos clichês e novas cédulas. Tentamos informar o marido da Rainha do verdadeiro objetivo dos Illuminati, mas sem grande sucesso, pareceu-nos.

Depois da morte de Roosevelt, a política exterior americana, e da ONU, têm sido decidida pelos Iluminados do Conselho de Relações Exteriores – C F R, que se instalou no Ed. Harold Pratt, em Nova York. Esse quartel-general da intriga internacional foi estabelecido, e é financiado, pelas fundações Rockefeller, Carnegie e Ford. Aliás, isentas de impostos.

Desde o início do século [XX], os Rockefellers tomaram dos Rothschilds a direção da Conspiração. Sua política visa conter o Comunismo, mas não destruí-lo. Com certeza, o Comunismo Internacional deve ser guardado em reserva, com um poderio equivalente ao da Cristandade inteira, senão o Plano diabólico de Albert Pike, para o último cataclisma social, não poderá ser executado.

Essa política, aparentemente desconcertante, nos explica porque Mac Arthur não foi autorizado a destruir o Comunismo, durante a Guerra da Coréia. Foi, ainda, essa mesma política que incitou a ONU a exigir, da França e da Grã-Bretanha, que retirassem as tropas pára-quedistas lançadas em Suez, para pôr fim às atividades subversivas de Nasser no Egito e no Oriente Médio. Quando Mac Arthur persistiu na intenção de destruir o Comunismo, foi destituído. Quando Antony Eden mandou tropas ao Egito, foi igualmente cassado. Por quais motivos verdadeiros? – Insubordinação ao “diktats” dos Illuminati? Desde a época de Jefferson, os cidadãos dos Estados Unidos têm sido gradualmente condicionados para o dia em que os Illuminati decidirem tomar o poder. O mesmo ocorre na Canadá [28].

Saberemos que a hora da escravização terá soado quando o presidente dos Estados Unidos, e o Primeiro Ministro do Canadá, declararem “Estado de Emergência”, e constituírem uma ditadura militar sob o pretexto de que tal medida é necessária para proteger o povo de uma agressão comunista[29]. Os Partidos Comunistas dos dois países são “contidos”, porque os Illuminati têm a intenção de utilizá-los para levar ao “Estado de Emergência” (parece que hoje a maneira mais operacional é o terrorismo). Afinal, teria o velho e doente Bin Laden, de dentro de uma caverna nas montanhas áridas do Afeganistão, capacidade para planejar, executar e controlar o atentado contra o World Trade Center, mais o Pentágono e, talvez, a Casa Branca? É preciso não esquecer que o governo Roosevelt sabia, com precisão, do ataque japonês a Pearl Harbor, e deixou acontecer, com mortos e feridos, além dos danos materiais.

(…) Aliás, o FBI e a Polícia Montada Canadense poderiam neutralizar, em 48 horas, os comunistas e todas as forças subversivas, se tivessem permissão. Os chefes do FBI, e da Polícia Montada, sabem quem são as Potências Secretas. Somente o apoio generalizado da população liberaria esses órgãos das correntes com as quais – nós inclusive, somos todos imobilizados.

Quando os comunistas receberem a ordem de se revoltar, serão autorizados a massacrar todos aqueles cujos nomes constam das listas de liquidação dos Illuminati. Os agentes dos Illuminati aparecerão, então, em cena, e tomarão o controle, sob o falacioso pretexto de salvadores do povo. Lênin se gabava de que “quando os tempos chegarem, os Estados Unidos cairão nas suas mãos, – as do Illuminati-, como frutos maduríssimos”.

O plano com o qual os Illuminati pretendem tomar o poder aos comunistas está pronto. O pessoal selecionado para arrematar os seus detalhes recebe treinamento num imóvel de Chicago denominado o “Treze Treze” (THIRTEEN THIRTEEN), Rua 60ª, uma propriedade da Universidade de Chicago. Esse centro de treinamento Iluminista é financiado pelas mesmas fundações que financiam o Conselho de Relações Exteriores – CFR, de N. York. Os Iluministas, engajados nesse projeto, estão infiltrados nos “Serviços da Administração Pública”, pretensamente para melhorar os serviços sociais, bem como o governo. Na realidade, eles treinam seus agentes selecionados para ocupar posições-chaves, em todos os níveis do governo.

Diplomados em Administração Pública já estão devidamente colocados como “especialistas”, “experts” e “conselheiros”, pelos Illuminati, nos seguintes órgãos:

-Am. Publica Works Assn. Municipal Finance Officers Assn; Public Personal Assn.; [seguem-se duas dezenas de outras organizações].
A política dos dirigentes dos serviços de Administração Pública, no “Treze Treze”, consiste em fazer nomear agentes treinados para os postos importantes dos Municípios. Estes, indicam outros diplomados pelo “treze treze” para chefiar os diferentes serviços civis, até que tenham controlado a Administração Municipal. Eles se propõem a trabalhar com eficiência, no interesse da organização. Na verdade, nada mais fazem que usurpar os poderes do eleitorado.

Dade County, Miami e Chicago já passaram ao controle dos diplomados pelo “Treze Treze”. (…) No caso de Miami, seria necessário estabelecer esse controle imediatamente; o Sul da Flórida constitui um dos “santuários” dos Illuminati, que planejam reunir e proteger lá os seus, excluindo todos aqueles que não forem de alguma utilidade, sobretudo quando o “Estado de Emergência” for declarado. É verdade, os Iluministas de Chicago e Miami controlam a Administração Civil, mas não o povo. [Por enquanto não foram aplicadas todas as novas medidas que o combate ao terrorismo impõe].

No interior do “Treze Treze”, os agentes do Illuminati recebem uma formação que lhes ensina como assumir o controle dos governos municipais, dos parlamentos de cada Estado, e como subjugar os “Goyins” (gado humano), assim que receberem a ordem. São ensinados, também, e antes de tudo, a como se apresentar sob o disfarce de “salvador do povo”, cuja missão seria preservar as massas das perseguições mais importantes da parte dos comunistas. São ensinados como retirar as massas da opressão comunista, para colocá-las sob nova sujeição, aos Illuminati. Esta, caros leitores, é a organização e seu funcionamento. Para outras informações sobre o “Treze Treze”, dirijam-se a Time for Truth Press, P.O. box 2233, Palm Beach, USA.

Nossa finalidade, ao escrever este opúsculo, era provar que os Illuminati foram bem organizados por Weishaupt, para dirigir a Conspiração Luciferina até seu objetivo final, mas, também, que são controlados, na cúpula, pela Sinagoga de Satanás. Esta, por sua vez, está colocada sob o controle de alguns indivíduos que são, de fato, os grandes sacerdotes da “fé” luciferina, conhecidos, também, sob o nome de “Grande Loja Branca”.

Tentamos provar que o objetivo encoberto da hierarquia luciferina consiste em impedir o estabelecimento do Plano de Deus para a Sua Criação, e que a vontade de Deus seja feita, assim na Terra como no Céu. Seu objetivo é impor a ideologia luciferina à humanidade, bem como suas decisões, pela força, graças ao despotismo satânico. A fim de enganar as populações, referem-se à ditadura totalitária luciferina com a denominação de “Nova Ordem Mundial”.

A ideologia luciferina exige da “Nova Ordem Mundial” uma divisão da humanidade em duas classes: os mestres (senhores) e os escravos. Os mestres, e seus governadores, serão os grandes sacerdotes dessa “fé”, seus Illuminati, e terão, como agentes de alto nível, alguns bilionários, cientistas, economistas, e profissionais liberais devotados à causa luciferina. Mas, haverá, também, uma polícia e um exército, em número suficiente, para obrigar os Goyim a obedecer.

Todos os outros seres humanos serão reduzidos a uma espécie de “conglomerado”, feito pela mestiçagem de brancos, negros, amarelos e vermelhos. A mestiçagem será rapidamente obtida pela inseminação artificial. As mulheres serão cientificamente selecionadas, e utilizadas como chocadeiras humanas, e, os machos que as fecundarão, serão cuidadosamente escolhidos [leia-se “O Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, uma visão romanceada do projeto dos Illuminati, por esse parente muito próximo de Altos Iniciados (n.d.t. brasileiro)].
Por outro lado, a taxa de natalidade será estritamente limitada às necessidades do Estado [experiências de controle de população são feitas no mundo todo, especialmente na China, donde nos chegam notícias de que os “médicos” abortadores vendem os fetos a U$ 10,00, para serem comidos numa sopa altamente valorizada nos meios mais satanizados (idem)].

Está escrito no plano diabólico dos Illuminati: quando obtivermos o controle, o próprio nome de Deus será apagado no Livro da Vida. No jargão dos Illuminati isto significa uma lavagem cerebral, cientificamente aplicada, a fim de lavar os espíritos dos escravos humanos de todo o conhecimento de Deus Todo-Poderoso: “Adonai”. Os Iluministas têm intenção de transformar em zumbis todos aqueles para os quais não tenham uma destinação particular.

Uma última advertência: as guerras, sejam elas ofensivas ou defensivas, as revoluções – mesmo que sejam chamadas de contra-revoluções-, a intolerância racial, a intolerância religiosa[32], o fanatismo religioso [é o caso das seitas, não devemos aceitar o rótulo que nos quer impor a Maçonaria!], a perseguição e o ódio, não darão solução ao nosso problema.

Será apenas conhecendo toda a verdade que poremos fim à Conspiração Luciferiana. Se continuarmos a guardar silêncio, por causa dos riscos, a Conspiração progredirá até o último cataclisma mundial, quando os Goyim se massacrarão as dezenas de milhões [ou bilhões?] com bombas atômicas e gás tóxico dos nervos, enquanto os Illuminati, e seus amigos, se aquecerão nas praias ensolaradas dos seus “santuários”, gozando do luxo.

Quem desejar resistir, e combater por Deus contra Lúcifer, não precisa de armas, de dinheiro. Tudo o que é necessário está exposto claramente nas Santas Escrituras. Que meditem sobre a Epístola aos Efésios, cap. VI, versículos 10 a 17:

“Quanto ao mais, irmãos, fortificai-vos no Senhor e sua força toda-poderosa. Revesti-vos da armadura de Deus para poder resistir às ciladas do diabo. Porque não é contra a carne e o sangue que vamos combater, mas contra os principados e as potestades, os senhores desse mundo das trevas, os maus espíritos espalhados pelos ares. Por isso, vesti a armadura divina, para poder resistir aos tempos terríveis, e, cumprido o dever, poder permanecer de pé. Tenhais, pois, os rins cingidos com a verdade, revestida da couraça da justiça; que vossos pés sejam calçados pelo zelo pelo anúncio do Evangelho da paz; tendo sempre à mão o escudo da fé, contra o qual se quebram os dardos inflamados dos mentirosos, Portai, ainda, o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” Poderia haver algo de mais completo e claro? (…) Se rompermos a
 Conspiração do Silêncio, se insistirmos com nossos representantes para que não façam o jogo da política, mas que trabalhem para o estabelecimento do Plano de Deus para a Criação, aí então, Deus intervirá em favor daqueles que provaram sua vontade de figurar entre seus eleitos. Esta alternativa nos é oferecida. Cabe-nos decidir: se, de todo coração desejamos viver, para toda a eternidade, segundo o Plano de Deus, a única maneira de provar nossa sinceridade é trabalhar pela realização do Seu Plano para a Terra. O plano de Deus está revelado nas Santas Escrituras. Ele não está, evidentemente, de acordo com a Carta das Nações Unidas, a ONU, ou com a ideologia dos mundialistas. Postai, ou distribui exemplares desta brochura às pessoas com as quais vos preocupais. Os resultados obtidos são maravilhosos quando os exemplares caem em boas mãos… Se estiverdes convencidos do que revelamos, então é vosso dever transmitir estas informações ao maior número de pessoas que possais contactar. Algumas, – muito poucas -, aceitarão o conhecimento da verdade. Outras a rejeitarão. Não será por vossa culpa! Sereis julgados pelos esforços consagrados ao trabalho, e não pelos resultados que tiverdes obtido. Usai da paciência, sem nada impordes, mormente pela força! Dai provas de bom senso-senso, sem nunca denegrir! Sede amáveis e reflexivos, não sejais polemizadores ou agressivos! Levai as pessoas a pensar, e, depois, deixai-as refletir por si mesmas sobre a questão. Os escravos, que estão a serviço dos Iluminados, gastam todo o tempo disponível, – noite e dia-, a serviço da sua causa. Podemos fazer por menos, se desejamos obter nossa recompensa eterna?

Necessitamos da cooperação do clero de todas as nações que ensinam a crença em Deus e o combate a Lúcifer. Temos necessidade, particularmente, do apoio ativo de todos os ministros da Religião Cristã. Se pudermos persuadi-los a prestar mais atenção, a romper a conspiração do Silêncio, e ensinar toda a verdade aos seus fiéis, os Illuminati não poderão completar seu Plano e fomentar a Terceira Guerra Mundial, bem como o cataclisma social. Os padres de Deus assumem uma responsabilidade muito pesada quando recebem o sacramento da Ordem. É seu dever, sejam quais forem as conseqüências, e nisto está empenhada sua honra, revelar aos seus rebanhos a inteira verdade! Se não aceitam fazê-lo, entregam à própria sorte inocentes vítimas, nas mãos de criminosos que buscam tomar posse das suas almas imortais!

Conclusão: proponho aos 900.000.000 de católicos, espalhados pelo mundo inteiro, a seguinte questão: se aquilo que expliquei nestas páginas não é verdade, por que rezais assim no final de cada missa[33]:

“São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede nosso escudo contra as maldades e ciladas do demônio. Cordeiro de Deus, instantemente vos pedimos, e vós, Príncipe da Milícia Celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno a Satanás, e a todos os espíritos malignos que andam pelos ares para perder as almas”[34]

Ou bem o que revelamos é verdade, ou bem as palavras da oração acima são absurdas!

Sei quem compôs esta grande prece35. Já disse porque a compôs. Estou certo de que Deus está pronto a ouvir nossas preces, desde que tenhamos provado – pela ação refletida -, que somos dignos da sua intervenção[36]!

William Guy Carr

“Abriu, pois, a boca em blasfêmias contra DEUS, para blasfemar o seu nome, o seu tabernáculo[38] e os habitantes do Céu. Foi-lhe dado, também, fazer guerra aos santos e vencê-los. Recebeu autoridade sobre toda tribo, povo, língua e nação, e hão de adorá-la[39] todos os habitantes da terra, cujos nomes não estão escritos desde a origem do mundo no livro da vida do Cordeiro imolad. Quem tiver ouvidos, ouça!”
(Ap. 13,6-9)
(A citação Bíblica foi inclusão nossa: J. B. Klein)


NOTA FINAL DA EDIÇÃO FRANCESA

A CONSPIRAÇÃO MUNDIAL

Aqueles que têm dificuldade em aceitar que os Estados Unidos e o mundo sejam alvo de conspirações políticas e econômicas, não estão preparados para a leitura deste livro, que trata da Conspiração num nível muito alto. O homem comum não está familiarizado com a história e a documentação que expusemos aqui. Ocorre, também, que nunca lhe disseram que as potências do mal são tão reais quanto as potências do bem.

Neste trabalho, o leitor se confronta com a revelação de documentos secretos do Pe. Robinson, e com outras mais recentes e numerosos. Em seguida, o autor transporta o leitor através da história, remontando à Conspiração desde suas origens mais remotas. De repente, o leitor se dá conta de que está entendendo o que se passa com o Governo Mundial, que trata de usurpar os poderes dos demais governos legítimos. É coisa muito diferente do simples governo que a maior parte dos Cristãos espera do Senhor.

Os conspiradores têm um conhecimento profundo da natureza humana. São conscientes do fato de que Deus criou a terra, e nos colocou nela por meio de um processo de nascimentos; que nos dotou de uma inteligência, que pode receber inspirações boas ou maléficas. Assim, gratificado com uma vontade livre, o homem teria que ser posto à prova nesta terra, posto que seu corpo material executa as decisões do seu espírito, num sentido positivo ou negativo.

Os conspiradores tomaram muito cuidado para assegurar-se de que seus planos não seriam, jamais, revelados. Principalmente, pela imposição de juramentos (secretos) terríveis, e usando da zombaria, ou do assassinato…

Seus objetivos verdadeiros não devem ser revelados, até que sua organização tenha imposto um despotismo absoluto. Estamos sendo informados , aqui, que se trata de uma Conspiração, tão implacável quanto diabólica, cujo objetivo é amputar a liberdade do homem, dada por Deus, usando, para isto, a mentira, o crime e a força.

A Sinagoga de Satanás recorre a todos os expedientes baixos. Ela mesma diz “As massas devem ser endeusadas com louvores exagerados, e promessas extravagantes. A seguir, poderemos fazer o contrário do que prometemos… Não há nenhuma importância!”…

William Carr aconselhava, freqüentemente, postar ou distribuir exemplares desta brochura às pessoas das nossas relações, porque os resultados são maravilhosos quando caem em boas mãos. Ele estava persuadido de que a verdade será, um dia, vitoriosa.

( A seguir inclusões nossas: J.B. Klein)

NOTA 1:

Republicaremos o artigo do Jornal Folha de São Paulo, de 02 de novembro de 2000, originado na sucursal do Rio de Janeiro, pois após passaram-se QUARENTA e DOIS (42) ANOS, são confirmadas plenamente as informações e os alertas do Almirante Canadense William Guy Carr, transcritos aqui:

MANIFESTO GRUPO REÚNE CIVIS E MILITARES

Criado por militares da reserva e por civis, o “Movimento para restituir o Brasil aos Brasileiros”, acaba de lançar o “Manifesto à Nação”, que aponta um suposto “Governo Mundial”, que já se encontra em gestação.

Essa administração mundial, afirma o documento, tem como objetivo estabelecer-se em um patamar “hierarquicamente superior a todos os Estados – Nações que hoje existem sobre a terra”.

Escrito em 14 páginas e dividido em 5 capítulos, o manifesto sustenta a estratégia desse “Grupo obcecado pelo poder mundial”, que já está definida e em execução.

Fariam parte da estratégia do grupo para controlar o mundo, o estímulo a movimentos separatistas, a desativação de indústrias nacionais, o corte de verbas para o setor de ciência e tecnologia, e à adoção do dólar como moeda fora dos EUA.

Esse plano, se não for detido, levará o domínio da violência, da destruição e da morte, em uma escala nunca vista anteriormente; uma verdadeira tragédia de alcance mundial, afirma o texto.

Em relação ao Brasil, o manifesto dia que o País “ainda não foi destruído de forma irreversível, e pode dizer não, aqueles que querem destruí-lo”.

O movimento foi criado este ano por quarenta e dois civis e militares. Seu coordenador-geral é o Brigadeiro Eércio Braga, 64 anos, da reserva da Aeronáutica.

“Queremos o Brasil como o Brasil, e não como uma espécie de colônia”, disse Braga.

NOTA 2:

O CATÓLICO NÃO PODE SER MAÇOM
DECLARAÇÃO DA SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ, RELACIONADA COM A ACTA APOSTOLICAE SEDIS 73, DE 17 DE FEVEREIRO DE 1981

Declaração sobre as associações maçônicas

“Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja à respeito da maçonaria pelo fato de que no novo Código de Direito Canônico ela não vir expressamente mencionada como no código anterior (imagine se a maçonaria eclesiástica não iria agir? – n.J.B. Klein).

Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redacional seguido também quanto às outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.

Permanece portanto inalterado o parecer negativo da Igreja à respeito das Associações Maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a Doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem as associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da sagrada comunhão.

Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a Declaração desta Congregação, de 17 de fevereiro de 1981 (cfe. AAS 73, 1981, p. 240-241).

O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao subscrito Cardeal Prefeito, aprovou a presente declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua publicação.

Roma, da sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de novembro de 1983.

Obs. Final: Não esqueçamos disto em nenhum momento de nossas vidas: “O lívre arbítrio DEUS nos concedeu, mas pelas conseqüências de todas as nossas decisões, responderão nossas almas, eternamente…” Colaboração de João Batista Klein, Porto Alegre-RS, em 04.03.2005
www.portalanjo.com

 

NOTAS GERAIS:

1 A segunda é “Satanás, Príncipe deste Mundo”, editada em 1997 nos Estados Unidos, por enquanto não traduzida em português nem francês.

2 Na época o autor não precisou, e não era fácil prever, que o Comunismo mudaria de forma exterior. Aliás, é da sua natureza disfarçar-se de acordo com as circunstâncias históricas. Não é de admirar que hoje, o Comunismo tome a forma de Socialismo Democrático.
Para bem compreender a natureza cambiante do Comunismo, ler o livro de Jean Daujat: “Conheça o Comunismo”.

3 Atualmente, parece que os Illuminati fixaram sua escolha no Deserto Australiano e na Patagônia, como testemunham os extratos da imprensa que deixamos à sua meditação:

a) Marcel Renoulet, diretor do jornal libertário “L’ Homme Libre” citou a seguinte advertência (10.11.94): “Ignoro se a guerra vaieclodir. Um fato muito me preocupa: Rockefeller, e uma dezena dos maiores bilionários americanos compraram um território quase tão grande quanto a Bélgica, em pleno centro do Deserto Australiano, e ali estão construindo palácios enterrados.

. O território é cercado de arame farpado, e vigiado por um exército provado. Muito mau, muito mau sinal… Esses senhores conhecem o futuro… Já que são eles que o decidem…”.

Acrescentamos, no que se refere à Austrália, que de 21 de outubro a 9 de novembro de 1993, ocorreu uma “Grande Reunião de Luciferianos” em Wollongong, cidade situada na costa oriental australiana, próxima a Sidnei, mas também nas proximidades de uma grande zona desértica…

Os testemunhos de ex-satanistas revelaram que a elite dos chefes do culto satânico do mundo inteiro lá se encontrava… Esse encontro, projetado há vários anos, teve lugar nas montanhas vizinhas à cidade, na mata densa. Ali muitos rituais foram praticados. O objetivo desse encontro em Wollongong foi reunir todos os adeptos do aniquilamento do “anjo da morte”, um personagem cristão que Deus teria chamado para combatê-los! O fim do Mistério da Iniqüidade seria em breve? Na perspectiva da guerra anticristã posta em marcha, a coligação entre a Alta França Maçônica Luciferiana, e os círculos satânicos, já está estabelecida”.

b) No seu número 481, de maio de 1997, página 60, a revista “Lectures Françaises” cita a seguinte informação: “Buenos Aires. Território caro ao coração de Jean Raipail, a Patagônia está em vias de se tornar a terra dos bilionários. Ted Turner, o riquíssimo magnata da cadeia de televisão CNN, comprou 5.000 hectares de magníficas paisagens. Sylvester Stallone propôs a compra de um lago, e mais 14.000 hectares. Alfredo Yabran, amigo do Pres. Menem, acusado de ser o chefe da máfia local, os imitou. Pode se encontrar outros bilionários seduzidos pelos grandes espaços ainda intactos: a família Benneton possui 850.000 hectares destinados à criação de ovelhas e bovinos. Georges Soros não fica atrás: é proprietário de 350.000 hectares, comprados de antigas famílias em dificuldades financeiras.

Muitos políticos argentinos responsáveis criticam esta corrida à Patagônia, transformada em reserva ecológica. Acusam o Governo de entregar a região a preço de banana. “Mas nada poderão fazer, por causa das razões que agora sabem; ainda mais que a maioria desses “privilegiados” faz parte do “Povo Eleito”…
(n.d.t. francês)

4 Queiram estudar, lápis à mão, a “extraordinária” questão dos Khazars, povo mongol-asiático convertido ao Judaísmo nos séculos VIII-IX D.C. Os judeus “ashkenazim” são os descendentes dos Khazars, logo não-semitas. Quando se sabe que 82% dos judeus do mundo inteiro são “ashkenazim”, pode-se avaliar as dimensões da impostura indizível que constitui o suposto anti-semitismo… A única obra relativamente “séria” que se pode procurar sobre esse assunto é La Treiziéme Tribu, do judeu Arthur Koestler, publicada em 1976 por Calmann-Lévy, encontrada, também em edição de bolso em “Presses Pocket” nº 2546. Curiosamente, esta obra é raramente citada nos outros livros de Koestler, na relação das obras do mesmo autor, e estranhamente, A. Koestler morreu subitamente, após a publicação desse livro muito desconcertante para certas pessoas… Uma obra que pode ser lida com prudência: “Le Dictionnaire Khazar”, de Milorad Pavic, editado por Belfond, em 1988 (n.d.t. francês).

6 Sobre as origens demoníacas do Rock in ‘Roll, consultar as seguintes obras:

a) Pe. O’Connor, O.P.: “La Guerre de Satan Contre nos Enfants”;

b) Jean – Paul Régimbalt: “Le Rock’n ‘roll, Viol de la Conscience par les messages sublimimaux” (preferível a edição canadense, que saiu sem cortes da “censura”) A parte suprimida na Suíça, p.e,. é o capítulo: “Quem financia o rock?”

c) Mons. Corrado Balducci: “Adorateurs du Diable et Rock Satanique”, Tequi, Paris.
Todas estas obras estão disponíveis nas Ed. D. F. T, BP 28, 35370 Argentré-du – Plessis, França. Quanto à pornografia e suas sombrias origens, ver o livro de Désiré Dutonnerre: “Lá Marée Noire de La Pornographie”, publicada pelas Ed. De Chiré, BP.1, 86190 Chire-em-Montreuil 
(n.d.t. francês).

Não nos esqueçamos de que, em pleno regime militar no Brasil, carimbado pelos comunistas de “ditadura militar fascista”, a partir do Governo Geisel, por obra do seu auxiliar mais importante, o general Golbery do Couto e Silva, maçom dos altos graus, foi liberada a pornografia nos cinemas, teatros e revistas, o que tinha sido proibido no Governo Médici. Golbery alegava que era preciso haver “válvula de escape”, como se a Educação Moral e Cívica, e a censura vigentes, fossem sufocantes e antinaturais. O sociólogo laureado (e muito lido, ao contrário do “príncipe dos sociólogos”, Fernando Henrique), o professor russo naturalizado americano, Pitrim Sorokim, escreveu a magistral obra “A Revolução Sexual Americana”, que trata dos efeitos na erotização na sociedade americana”. 
(n.d.t. brasileiro).

7 “News Behind the News” (N.B.N): “Notícias por trás das Notícias”, boletim informativo sobre os bastidores da política mundial, com ênfase no papel dos Illuminati, fundado por William Guy Carr, não é mais publicado. Esse boletim completava, com muita utilidade, suas notáveis obras .
(n.d.t. francês)

* Esta heresia é ensinada pela seita “Testemunhas de Jeová”, cujo fundador era maçom de alto grau e Illuminati. Outras seitas de origem protestante foram fundadas pelos Iniciados.

8 S.S. o Papa Leão XIII, declarou na sua inspirada encíclica “Humanum Genus” (1884), sobre a Maçonaria, que é preciso “arrancar a máscara dessa seita a fim de mostrá-la tal como é”. Obedecemos de bom grado a essa diretriz papal, porque o inimigo deve ser combatido sem quartel
(n.d.t. francês).

9 1789, ano da Rev. Francesa e da inconfidência Mineira dos maçons brasileiros. Em 1889, a Maçonaria brasileira comemorou o 1º centenário desses eventos com a Proclamação da República, e, o 2º centenário, com a promulgação, em 1988, da “Constituição Cidadã” que institucionalizou, no Brasil, o Código dos Direitos do Homem e do Cidadão, da Rev. Francesa. Ainda em 1889, planejaram um atentado a D.Pedro II, comemorativo ao 1º centenário da Rev. Francesa, que deveria ocorrer exatamente no dia 17 de julho, data da “tomada da Bastilha”, quando o monarca deveria ir ao teatro. Como não foi naquele dia, só o fazendo alguns poucos dias depois, o atentado, realizado por um maçom português, foi adiado. O tiro nem acertou a carruagem, o conspirador foi preso, banido, e o fato, esquecido.
(n.d.t. brasileiro).

10 Ver “O Gnosticismo e a Franco-Maçonaria”, de Eduard Haus, p. 190
(n.d.a).

11 Bem antes de 1917!

12 Vejam que atribuem a Engels o financiamento do seu parceiro, numa tentativa de cobrir a ação do Illuminati. 
(n.d.t. brasileiro).

13 Ele dirigia os Carbonari (braço armado da Maçonaria), e a famosa “Mão Negra”, cujos membros assassinaram o arquiduque Francisco Ferdinando, em Sarajevo (dando início à 1ª Guerra Mundial)

14 Existem, com certeza, várias datas no calendário luciferiano nas quais se realizam missas negras e sacrifícios humanos. Atualmente, através de Halloween, assistimos à penetração do rito satânico nas escolas. O ano novo do calendário dos bruxos é comemorado no dia 31 de outubro. A “World Book Encyclopedia” afirma que se trata do começo de tudo o que é “frio, escuro e morto”. Sabemos que, ainda nos nossos dias, os satanistas praticam sacrifícios humanos, à noite, nos Estados Unidos e na Austrália. (A pedofilia, rito iniciático satânico, termina, geralmente, com o assassinato de crianças. Os membros dos altos cargos da União Européia, p. ex., são obrigatoriamente, pedófilos). 
(n.t.d. brasileiro).



15 A polícia de Chicago conduziu inquéritos sobre três crimes rituais recentemente (n.d.a.), a imprensa americana publicou notícias sobre o sumiço e morte ritual de cerca de 600 pessoas por ano, de todas as idades. O escândalo só poderia ser abafado com outro maior: o caso Mônica “gate” (uma agente do Mossad) envolvendo o Pres. Bill Clinton. No Brasil, o julgamento (2003) mais importante do caso do assassinato e retirada dos órgãos genitais de alguns rapazes, em Altamira, no Pará: Apenas dois médicos e um policial foram condenados a altas penas, e a bruxa mandante dos crimes, foi absolvida, por falta de provas! 
(n.d.t. brasileiro).

16 Recentemente, agentes dos Illuminati roubaram o tabernáculo de uma Igreja Católica Romana, em N. Jersey, para obter hóstias consagradas (n.d.a.).

Atualmente, elas podem ser fornecidas pelos próprios padres e bispos pedófilos. Aliás, a própria criança, submetida aos abusos, senão assassinada, já é uma hóstia. São mártires de uma categoria especial. Daí o empenho (de membros da maçonaria eclesiástica dentro -n.J.B. Klein) da “Igreja” em dar a comunhão na mão. 
(n.d.t. brasileiro).

17 Uma certa Wilma Montesi morreu, depois de ter sido utilizada como sacerdotisa de uma Missa Adonaicida. Ela tinha participado de uma maratona sexual. Morreu de esgotamento físico, e também, de uma overdose de drogas, numa praia próxima a Nápoles. O escândalo envolveu altas personalidades da Igreja e do Estado… 
(n.d.a.).

A laicíssima revista História, no seu nº especial 430-bis, página 86, informa que um certo Bernard Oudin falou sobre a operação “abafa” para apagar o caso Montesi. Os Illuminati fazem tudo o que é possível para limpar os traços dos seus crimes. W. Carr estava muito melhor informado do que esse pobre jornalista. Sabemos que hoje em dia muitos outros corpos de moças seqüestradas são, depois, encontrados numa praia, ou num outro lugar qualquer. 
(n.d.t. francês)

18 No livro “L’ Église Eclipsée?”, ou autores mostram que o inimigo conseguiu seu Papa da Revolução, e que este realiza o plano da conspiração luciferina, implementando o projeto do rabino E. Benamozegh, o qual previu a instalação da religião noachida, no Sinai, no final do Séc. XX, ou nos primeiros anos do XXI, como trampolim para a religião luciferina. É curiosa à significação de Har Sinai, no talmude: Monte Sinai é a montanha donde irradia sina, o ódio contra todos os povos do mundo (Talmud, Schabbath, 89).

19 Os membros executivos desses conselhos reuniram-se, secretamente, na Geórgia, no Hotel King & Prince, na Ilha St. Simon, de 14 a 17 de fevereiro de 1957. Os fatos são relatados no número de maio de “News Behind the News”. 
(n.d.a).

20 Esse Karl Rothschild, o Rothschild de Nápoles, era o célebre “Piccolo Tigre” dos documentos da Alta Venda Romana, que Crétineau-Joly revelou no seu trabalho fundamental “A Igreja em face de Revolução”. 
(n.d.t. francês).

21 O escândalo da loja “P2” e do Banco Ambrosiano, no início dos anos 80, na Itália, ilustra bem o assunto. (n.t. francês).

22 Lembramos que se trata do Vaticano de 1957-58, i.e, dos tempos de Pio XII. O leitor compreenderá bem essas crises lendo “L’Église Eclipsée”, D.P.F. 
(n.d.t. francês).

23 Lembremo-nos da importância do Halloween, atualmente festejado em todas as escolas, um meio escolhido para iniciar as crianças no rito satânico, mandando-as aos lares da sua cidade pedir doces. Antigamente, as feiticeiras, quando lhes recusavam uma “esmola, lançavam pragas na casas dos não-doadores”. Lembremo-nos também, que a data do Halloween visa a abafar a comemoração do Dia de Todos os Santos, como acontece com outras datas do calendário católico: Dia das Mães, competindo com o de Nossa Senhora; Dia dos Namorados, Dia dos Pais; retirando recursos destinados as comemorações católicas, e desviando os corações. O Natal, no Uruguai, p. ex., virou “Dia da Família”, e o personagem homenageado é, sempre, o Papai Noel, símbolo do liberalismo, e, nunca, o Menino Jesus. Os cartões de Natal – Papai Noel transmitem mensagens afetuosas e sentimentos humanos fraternos, sem alusão ao Divino Infante, etc. 
(n.d.t. brasileiro).

24 Atenção para a data: exatamente o 1º centenário da “Queda da Bastilha”, data máxima da Rev. Francesa, que é a revolução modelo.

26 Também não escapam à inteligência, de qualquer pessoa mediamente instruída, os seguintes fatos, estimuladores da entrada na guerra dos Estados Unidos, cujo povo é, tradicionalmente, isolacionista:

– afundamento (torpedo) da Lusitania, navio americano à 1ª G.M;

– ataque japonês a Pearl Harbor à 2ª G.M;

– ataque ao “World Trade Center”, Pentágono e, presumivelmente, à Casa Branca

– à 3ª G.M. Se ainda não estamos na 3ª G.M, já assistimos seus prenúncios: Yuguslavia x OTAN; Afeganistão x Índia.

– Bush pai e Bush filho já se lançaram contra o Iraque. Ambos são formados na sociedade secreta “Skull and Bones”, são maçons de alto grau, e seguem o plano de Weishaupt-Pike. Bush falou sobre a Nova Ordem Mundial, e o filho sobre a “Novíssima Ordem Mundial”, quando, aparentemente, afrontou a ONU para atacar o Iraque, contra a opinião pública mundial. Enquanto isso, os ashkenazins, descendentes dos Kahzars, um povo mongol-asiático que migrou para as estepes russas e se converteu ao Judaísmo no séc. VII-VIII D.C, disputam com os sefardins a eleição do Rei do Mundo. Os ashkenazins são os mais numerosos (82%), mas os sefardins são os mais ricos (Rothschild, Rockfeller). É um problema para os Illuminati resolverem antes de deflagrarem a 3ª Guerra Mundial.

… Recomendamos meditar sobre:

- O fato de que o Comunismo foi planejado, desencadeado, sustentado, e controlado pelos Illuminati, e ainda o é. Gorbatchev é um deles, fez a lição de casa direitinho, deu nome até a uma Fundação e investe, atualmente, na “Nova Religião Mundial”, Dalai Lama, Rochefeller, etc, como figuras de proa;

- um ensaio desse cataclisma social foi executado durante a Rev. Espanhola de 35, com loucos e criminosos soltos, como na Revolução Francesa de 1789, matando e roubando indiscriminadamente, enquanto grupos fanáticos, bem treinados, seqüestravam pessoas constantes de uma relação pré-preparada.(…) 
(n.d.t. brasileiro)



27 Os maçons, na sua quase totalidade, são uns bobos que os “Altos Graus” manobram, como o manipulador que puxa os cordões das marionetes. A esses maçons idealistas, que acreditam estar sendo, como a pedra, polidos, e contribuem para a realização da grande Obra da Fraternidade Universal, ou aqueles mais avançados na iniciação, que pensam serão os quadros, os tecnocratas de uma nova civilização, baseada na supressão do:

– erro, pela abolição das leis;

- pecado, pela abolição da idéia de Deus;

– miséria, pela abolição [física] dos miseráveis;

Tudo levando à PAZ, sob uma Nova Ordem Mundial, de liberdade, igualdade e fraternidade, que ponham as barbas de molho. Para eles, os “irmãos” desconhecidos preparam um suicídio coletivo, já testado na Guiana, com o esquecido (por quê?) Jim Jones. Maçom amigo (porque devemos amar até mesmo os inimigos): não se iluda! Você foi treinado para obedecer cegamente a fim de que, cumprido seu papel (sujo, por sinal) seja eliminado com prioridade: pelo bem da Humanidade, irmão, você deverá se matar! 
(n.d.t. brasileiro).

28 O livro de W. Carr, “Pawns in the Game” está, agora, censurado no Canadá, bem como outras obras “não-conformistas”. É essa a liberdade de expressão que as diversas Declarações de Direitos Humanos não cessam de zumbir nas nossas orelhas. O inimigo não pode suportar a verdade, e usa de todos os meios para impedir que seus planos sejam revelados. 
(n.d.t. francês)

29 A revista americana “The New American”, da direita (cuidado, é direita da Maçonaria), tem alertado sobre a crescente quebra das liberdades e da privacidade dos cidadãos daquele país, outrora modelo de nação livre, sob o pretexto de impedir o terrorismo. Após o 11 de setembro, atentado que destruiu as torres gêmeas de N.York, os cidadãos têm sofrido uma série de restrições e controles. Um sistema de escuta-gravação permite monitorar todos os telefones, faxes, correios eletrônicos, telefones digitais do país e do mundo inteiro.

Já está desenvolvido também, o sistema de identificação pessoal na base de um microchip implantado nas costas da mão, contendo todos os dados do indivíduo, permitindo localizá-lo em qualquer lugar do planeta, inclusive em subterrâneos. Cogita-se também em acabar com o dinheiro e passar a comprar e vender apenas com microchip (“a marca da besta”!). Informações recentes dão conta de que a Motorola já tem fabricado, em Campinas, cerca de 200 milhões de microchips, para implantar nos brasileiros. Faz algum tempo transpirou uma notícia que passou despercebida do grande público: o presidente John Kennedy teria sido morto porque, após ter assinado um decreto ultra-secreto, que lhe daria poderes ditatoriais, em caso de “Estado de Emergência”, decidiu revogá-lo publicamente em cadeia de televisão “costa a costa”… Não viveu para isso. 
(n.d.t. brasileiro).


32 Ler, a respeito, a doutrina correta da Igreja, exposta magistralmente pelo Pe. Pie (depois cardeal) em três sermões magníficos. A verdade é, sim, intolerante quanto a erro. 
(n.d.t. brasileiro).

33 Esta oração foi suprimida na “Liturgia Conciliar”… Pois bem, esta oração, dita 400.000 vezes por dia, ao redor do globo, constituía uma barragem de metralhadoras incrível, contra a ação diabólica. Os manipuladores desertaram, os demônios podem passar!… De qualquer modo, é preciso não esquecer que existe uma mulher, “mais terrível que um exército em ordem de batalha”, que esmagará sua cabeça, como anunciou em Fátima, em 1917!

34 Uma instrução recente, vinda do Vaticano (da maçonaria eclesiástica – n.J.B. Klein) , proíbe que essa oração seja rezada pelos fiéis, ao final das Missas, e, até mesmo dizerem amém! Alegam que se trata de um exorcismo e, como tal, não pode ser dito por leigos… Numa outra instrução, proíbe o Vaticano (a maçonaria eclesiástica – n.J.B. Klein) que se ofenda Lúcifer – Satanás com palavras, etc. Deve ser referido, apenas como “Príncipe do Mal”. Ao tratar Satanás, o diabo, como Príncipe do Mal, estaremos concedendo- lhe o status de Deus, que os satanistas desejam, porque não existe um princípio do mal. Deus não criou o mal, apenas o bem, nem poderia fazê-lo, porque Ele é o Bem! Ele, Deus, sim, é o princípio. Lúcifer – Satanás é a criatura, e o mal é apenas, deficiência do bem, aquilo que falta à Criação para que ela seja, inteiramente, o bem. A Igreja já condenou essa heresia professada pelos maniqueístas e, depois, outras seitas vinculadas a essa doutrina falsa. O escândalo é que agora ela volta, oriunda do próprio Vaticano (por ação dos maçons lá encastelados – n.J.B. Klein). Que prova maior podemos ter de que os luciferianos – satanistas ocupam a Sé de Pedro? Professam, abertamente, a doutrina dos Illuminati, e querem impô-la aos Católicos. Quantos bispos, padres e religiosos, sem contar a multidão de leigos, por causa de uma obediência mal compreendida, a uma autoridade que declara não mais encarná-la, vão perder suas almas? Vade retro Satanás!
 (n.d.t. brasileiro).

35 S.S. O Papa Leão XIII teve uma visão apavorante da ação tenebrosa, de Satanás e seus anjos, sobre o mundo. Isto o estimulou a compor esta prece exorcística! No que concerne ao “Grande Exorcismo de Leão XIII”, consultar a pequena brochura editada pela Editora Ste. Jeanne D’ Arc, (“Les Guillots”, 18260 Vilegaignon), que contém um bom número de informações históricas; dentre outras, sobre os golpes sombrios que foram praticados, no começo do século (XX), sobre esse Grande Exorcismo, pelos inimigos infiltrados na mais alta cúpula da Igreja. Dispomos, pois, do texto integral desse “Grande Exorcismo”…
(n.d.t. francês).

36 Aconselhamos a leitura de “La Bataille Préliminaire”, de Jean Vaquié. Ele detalha o que é preciso fazer-se na espera da intervenção divina.

37 anticristo

38 EUCARISTIA

39 A fera (o anticristo)

por William Guy Carr

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/sociedades-secretas-conspiracoes/a-conspiracao-mundial-luciferiana/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/sociedades-secretas-conspiracoes/a-conspiracao-mundial-luciferiana/

O Mito da Fênix

A Fênix é um pássaro da mitologia grega que quando morria entrava em auto-combustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas. Outra característica da Fênix é sua força que a faz transportar em vôo cargas muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar até elefantes.

A Fênix nas tradições germânicas é a deusa Gullweig.

Teria penas brilhantes, douradas, e vermelho-arroxeadas, e seria do mesmo tamanho ou maior do que uma águia. Segundo alguns escritores gregos, a Fênix vivia exatamente quinhentos anos. Outros acreditavam que seu ciclo de vida era de 97.200 anos. No final de cada ciclo de vida, a Fênix queimava-se numa pira funerária. A Fênix, após erguer-se das cinzas, levava os restos do seu pai ao altar do deus Sol na cidade egípcia de Heliópolis (Cidade do Sol). A vida longa da Fênix e o seu dramático renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual.

Os gregos provavelmente copiaram dos egípcios a idéia da Fênix. Esses últimos adoravam “benu”, uma ave sagrada semelhante à cegonha. O “benu”, assim como a Fênix, estava ligada aos rituais de adoração do Sol em Heliópolis. As duas aves somente representavam o Sol, que morre em chamas toda tarde e emerge a cada manhã.

Segundo a uma antiga versão russa tinha o nome de pássaro de fogo,na qual vivia em chamas.

A Fênix, o mais belo de todos os animais fabulosos, simbolizava a esperança e a continuidade da vida após a morte. Revestida de penas vermelhas e douradas, as cores do Sol nascente, possuía uma voz melodiosa que se tornava triste quando a morte se aproximava. A impressão que a sua beleza e tristeza causava em outros animais, chegava a provocar a morte deles.

Segundo a lenda, apenas uma Fênix podia viver de cada vez. Hesíodo, poeta grego do século VIII a.C., afirmou que esta ave vivia nove vezes o tempo de existência do corvo, que tem uma longa vida. Outros cálculos mencionaram até 97.200 anos.

Quando a ave sentia a morte aproximar-se, construía uma pira de ramos de canela, sálvia e mirra em cujas chamas morria queimada. Mas das cinzas erguia-se então uma nova Fênix, que colocava piedosamente os restos da sua progenitora num ovo de mirra e voava com eles à cidade egípicia de Heliópolis , onde os colocava no Altar do Sol. Dizia-se que estas cinzas tinham o poder de ressuscitar um morto. O devasso imperador romano Heliogábalo (204-222 d. C.) decidiu comer carne de Fênix, a fim de conseguir a imortalidade. Comeu uma ave-do-paraíso, que lhe foi enviada em vez de uma Fênix, mas foi assassinado pouco tempo depois.

Atualmente os estudiosos crêem que a lenda surgiu no Oriente e foi adaptada pelos sacerdotes do Sol de Heliópolis como uma alegoria da morte e renascimento diários do astro-rei. Tal como todos os grandes mitos gregos, desperta consonâncias no mais íntimo do homem. Na arte cristã, a Fênix renascida tornou-se um símbolo popular da ressurreição de Cristo.

Curiosamente, o seu nome pode dever-se a um equívoco de Heródoto, historiador grego do século V a.C.. Na sua descrição da ave, ele pode tê-la erroneamente designado por Fênix (phoenix), a palmeira (phoinix em grego) sobre a qual a ave era nessa época representada.

A crença na ave lendária que renasce das próprias cinzas existiu em vários povos da antiguidade como gregos, egípcios e chineses. Em todas as mitologias o significado é preservado: a perpetuação, a ressurreição, a esperança que nunca têm fim.

Para os gregos, a Fênix por vezes estava ligada ao deus Hermes e é representada em muitos templos antigos. Há um paralelo da Fênix com o Sol, que morre todos os dias no horizonte para renascer no dia seguinte, tornando-se o eterno símbolo da morte e do renascimento da natureza.

Os egípcios a tinham por “Benu” e estava sempre relacionada a estrela “Sótis”, ou estrela de cinco pontas, estrela flamejante, que é pintada ao seu lado.

Na China antiga a fénix foi representada como uma ave maravilhosa e transformada em símbolo da felicidade, da virtude, da força, da liberdade, e da inteligência. Na sua plumagem, brilham as cinco cores sagradas.

No ínicio da era Cristã esta ave fabulosa foi símbolo do renascimento e da ressurreição. Neste sentido, ela simboliza o Cristo ou o Iniciado, recebendo uma segunda vida, em troca daquela que sacrificou pela humanidade.

Registros históricos

“Existe outro pássaro sagrado, também, cujo nome é fénix. Eu mesmo nunca o vi, apenas figuras dele. O pássaro raramente vem ao Egito, uma vez a cada cinco séculos, como diz o povo de Heliópolis. É dito que a fénix vem quando seu pai morre. Se o retrato mostra verdadeiramente seu tamanho e aparência, sua plumagem é em parte dourado e em parte vermelho. É parecido com uma águia em sua forma e tamanho. O que dizem que este pássaro é capaz de fazer é incrível para mim. Voa da Árabia para o templo de Hélio (o Sol), dizem, ele encerra seu pai em um ovo de mirra e enterra-o no templo de Hélio. Isto é como dizem: primeiramente molda um ovo de mirra tão pesado quanto pode carregar, então abre cavidades no ovo e coloca os restos de seu pai nele, selando o ovo. E dizem, ele encerra o ovo no templo do Sol no Egito. Isto é o que se diz que este pássaro faz.” – “E a fénix, ele disse, é o pássaro que visita o Egito a cada cinco séculos, mas no resto do tempo ela voa até a Índia; e lá podem ser visto os raios de luz solar que brilham como ouro, em tamanho e aparência assemelha-se a uma águia; e senta-se em um ninho; que é feito por ele nas primaveras do Nilo. A história do Aigyptos sobre ele é testificada pelos indianos também, mas os últimos adicionam um toque a história, que a fénix enquanto é consumida pelo fogo em seu ninho canta canções de funeral para si” – Apolônio de Tiana,[2]

“Estas criaturas (outras raças de pássaros) todas descendem de seus primeiros, de outros de seu tipo. Mas um sozinho, um pássaro, renova e renasce dele mesmo – a Fénix da Assíria, que se alimenta não de sementes ou folhas verdes mas de óleos de bálsamo e gotas de olíbano. Este pássaro, quando os cinco longos séculos de vida já se passaram, cria um ninho em uma palmeira elevada; e as linhas do ninho com cássia, mirra dourados e pedaços de canela, estabelecida lá, inflama-se, rodeada de perfumes, termina a extensão de sua vida. Então do corpo de seu pai renasce uma pequena Fénix, como se diz, para viver os mesmos longos anos. Quando o tempo reconstrói sua força ao poder de suportar seu próprio peso, levanta o ninho – o ninho que é berço seu e túmulo de seu pai – como imposição do amor e do dever, dessa palma alta e carrega-o através dos céus até alcançar a grande cidade do Sol (Heliópolis, no Egito), e perante as portas do sagrado templo do Sol, sepulta-o” –

A Fênix, símbolo de ressurreição.

A Fênix representa a ave legendaria que vivia na Arábia. Segundo a tradição, era consumida por acção do fogo a cada 500 anos, e uma nova e jovem fênix surgia das suas cinzas.

Na mitologia egípcia, a ave fênix representava o Sol, que morria à noite e renascia pela manhã.

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Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-mito-da-f%C3%AAnix