Contos de Fadas e as Crianças

“Nos verdadeiros contos de fada (como os dos Irmãos Grimm) há uma lei impecável: “a recompensa do bem e o castigo do mal”. Esta lei forma a base na alma infantil. Mais tarde, verificamos que surgiu, no íntimo do homem a faculdade de discernir entre o bem e o mal que nos dá uma clareza na consciência e nos ajuda nos momentos de decisão; trata-se de um profecia, solução de problemas, de mantermos no caminho certo da verdade, do bem, da compaixão, do sentimento nobre e muitos tesouros para a vida em comunidade.”

Muitos pais se perguntam se deve ou não contar contos de fadas para a criança. Os preocupa se lhe fará mal tal ou qual passagem horrenda, pois no conto se relatam acontecimentos cruéis que poderiam perturbar a inocência da criança. Muitas vezes pensando assim se decide eliminar tais contos. Em conseqüência, se priva a criança do melhor alimento para a alma, porque nos verdadeiros contos de antigamente estão contidos acontecimentos da alma, que têm suas raízes nas forças construtivas da humanidade. Os antigos sabiam disso e relatavam de forma tradicional os contos aos seus filhos. Dando-lhes vida aos contos de fadas ao relatá-los novamente, avivavam as crianças com a variedade dos acontecimentos narrados, avivando assim ao mesmo tempo suas próprias almas de adultos.

Uma boa narrativa comove ativamente a alma; dá asas aos sentimentos, ativa uma sã vontade e estimula a mente num entre jogos de pensamentos.

Com o conto de fadas bem narrado ativa-se e intensifica-se toda uma série de experiências na criança: passam por sua alma, uma atrás da outra, compaixão, crítica, tensão, alívio, tristeza, alegria, medo, coragem, etc.

Tais emoções não fazem mal à criança se a narrativa se constitui claramente de causa e efeito e prevalecer no final o sentido de justiça tão almejado pela criança que quer ver o mal sendo castigado e o bem recompensado. Fortalecendo assim na criança sua confiança no trunfo da bondade, fortifica-se também sua confiança na vida. Tudo isso estimula também as funções orgânicas e age benignamente. Contribui também a que aprenda a frear sua eventual inquietude e que não se perca nos anos posteriores num sentimentalismo barato por coisas superficiais.

Se conseguimos ainda, respeitando-a guiar sua vontade sem quebrá-la, dispor de forças suficientes para reparar (superar o grave, o sangrento, o cruel dos contos de fada sem impressionar-se mais do que o devido; e essa capacidade será transformada, mais tarde, numa fonte permanente de novas forças. (O Dr. Brun Bettlheim afirma que “os contos de fadas são a chave para ajudar as pessoas a desembaraçar os mistérios da realidade”).

Quanto mais a privamos destes contos de dragões e bruxas, etc, tanto mais fraca resultará sua alma de adulto. Mais tarde, quando as asperezas e as durezas da vida golpearem, lhe faltará o valor e a firmeza de haver aprendido através dos acontecimentos dos contos de fadas; seu comportamento será como um barco sem leme, açoitado pelas ondas da vida. Se os pais e os professores lhes proporcionaram esse “valor e coragem” destacados nos acontecimentos dos contos, se estas qualidades foram semeadas qual semente de força moral em sua alma, manejará o leme de sua sorte (destino) com a mão direita e segura, e estará preparado e armado contra as provas da vida, contra a intriga, o engano e o ódio, contra a sedução e o sofrimento.

Com o passar dos anos, quando ressurgem do fundo da alma as experiências obtidas de escutar com atenção os contos de fadas na nossa infância, as impressões que recebemos nos abrem e apresentam um aspecto bastante diferenciado; entendemos melhor seu conteúdo com a base adquirida na própria experiência; nos servem para dar-nos solidez interior e lucidez na crítica.

Nos verdadeiros contos de fada (como os dos Irmãos Grimm) há uma lei impecável: “a recompensa do bem e o castigo do mal”. Esta lei forma a base na alma infantil. Mais tarde, verificamos que surgiu, no íntimo do homem a faculdade de discernir entre o bem e o mal que nos dá uma clareza na consciência e nos ajuda nos momentos de decisão; trata-se de um profecia, solução de problemas, de mantermos no caminho certo da verdade, do bem, da compaixão, do sentimento nobre e muitos tesouros para a vida em comunidade.

As profundas impressões vividas na infância mantém sua força. Quando o príncipe circundado de luz vence o dragão, quando esse ia devorar a bela princesa, a criança se identifica com essa coragem triunfal que mais tarde, do fundo de seu ser surge e ajuda a trazer luz na escuridão da vida, impulsionada por essa recordação.

Por esta razão não devemos eliminar nenhum dos contos de fadas tradicionais. Gradualmente temos de contar os contos colecionados pelos Irmãos Grimm e Bechstein. Não devemos selecionar nem adaptar, abreviar ou trocar nada por “algo” que nos pareça melhor. Devemos começar com os contos simples e logo mais tarde aos 5 anos mais ou menos até os 6 continuar com alguns mais complicados, cheios de interessantes e emocionantes acontecimentos. São benfeitores, e mais tarde darão frutos como forças protetoras ante as vicissitudes e obstáculos que se apresentam no caminho da criança nos seus anos vindouros.

#Arte #Contos

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RPGQuest Dungeon, o maior Financiamento Coletivo de Boardgames no Brasil em 2018

No Diversão Offline deste ano foram anunciados os maiores Financiamentos Coletivos de Boardgames (Jogos de Tabuleiro) de 2018 e, pelo segundo ano consecutivo, o RPGQuest ficou em primeiro lugar.

2018 foi um ano com muitas novidades e muitos candidatos de grande porte concorrendo. Em ano de Copa do Mundo e Eleições, tivemos jogos de temática de futebol e dois jogos de política na parada, além de pesos pesados de marketing e um cardgame zoeira nos mesmos moldes do Pequenas Igrejas, Grandes Negócios participando.

O RPGQuest foi lançado inicialmente em 2006 como um RPG de Banca de Jornal, no final da Era de Ouro do RPG e até hoje ainda possui uma rede enorme de fãs, em um dos grupos mais ativos de projetos no Facebook. Muitos deles apoiaram o jogo para jogar com seus filhos. O RPGQuest serve como uma excelente porta de entrada para o universo dos RPGs.

Para quem não ficou sabendo do Financiamento Coletivo à tempo, os Jogos de Tabuleiro do RPGQuest podem ser comprados na Loja da Editora Daemon

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História do RPG no Brasil

Parte 1 – O início do RPG no Brasil. A “Geração xerox” e os primeiros RPGs. Dos primeiros encontros na Forbidden Planet até a organização da Uspcon, primeiro evento de RPG do Brasil. A Gibiteca Henfil, a Dragão Brasil e as adaptações de desenhos, filmes e HQs. Arkanun e Trevas, dois dos mais importantes jogos de RPG do Brasil, baseados em hermetismo e kabbalah, que concorriam em igualdade com os principais jogos importados. 3D&T, o sistema mais jogado do país, graças à distribuição em bancas de jornal.
https://www.youtube.com/watch?v=Lf0UZsnJR_I

Parte 2 – Anos 1995-2000 – A era de Ouro do RPG: Eventos para 30 mil pessoas no Martcenter, patrocínio de grandes empresas como Coca-Cola, Banco do Brasil e prefeituras. O Crime de Ouro preto em 2001, falsamente atribuído ao RPG e as consequências negativas que quase quebraram o mercado. Boicotes de distribuidoras e o fim do Encontro Internacional de RPG. A “Era de Prata” e a ascensão dos eventos de Anime. Publicação do AnimeRPG, único RPG brasileiro escrito por uma mulher, que vendeu 20 mil exemplares. A explicação de como funciona o ciclo de vida do mercado de RPG.
https://www.youtube.com/watch?v=-qYw6f8iHWM

Parte 3 – Final dos anos 2007-2008, a morte do RPG? RPGQuest e stands na Bienal do Livro e nas escolas; o fim da Dragão Brasil e o renascimento dos RPGs indies através de impressões de 100-200 exemplares e a mudança de público no mercado. Os novos livros da Daemon em sistema aberto e os mais de 500 netbooks gratuitos. Como a pirataria manteve o Sistema Daemon como um dos mais jogados até os dias de hoje. O renascimento tímido do mercado através dos Financiamentos Coletivos e o novo mercado dos Boardgames.
https://www.youtube.com/watch?v=_KQAjX39ZxQ

Parte 4 – Pequenas Igrejas, Grandes Negócios: a história de um dos cardgames mais engraçados e ao mesmo tempo mais polêmicos que já foram lançados, batendo todos os recordes de Financiamento Coletivo de 2014, que virou até matéria na revista Playboy; da procura pelas notícias bizarras aos processos e ameaças de morte. Dois mil exemplares esgotados e material para três novas edições só com as barbaridades que os pastores criam a cada dia…
https://www.youtube.com/watch?v=DHLbNudzdMg

#Entrevista #RPG

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Astaroth

Uma Breve Introdução ao Conceito da definição do Ser.

Há muito que se aprender sobre determinadas Inteligências, só que, é sabido pela grande maioria dos estudiosos do Ocultismo, seja este em qualquer ramificação das religiões da mão esquerda, que os detentores dos poderes políticos das religiões de massa e escravistas, fizeram de tudo para que esses conhecimentos não chegassem até nós, nos dias de hoje. Infelizmente a religião judaico-cristã contribuiu para a destruição quase que total de toda fonte verossímil acerca de tais saberes.

O que podemos ainda contar, mas não em grande veracidade são com alguns Grimórios (livro de conhecimentos mágicos, a grosso modo falando), que em 90% dos casos estão propositalmente alterados pela religião, a fim de distorcer, denegrir e ocultar a Gnose ou Sabedoria, como queira, acerca de determinadas Inteligências.

Não usarei de delongas explicando o que é um demônio, pois o Portal Morte Súbita está repleto de informações riquíssimas sobre os mesmos, somente abrirei um parêntese sobre a etimologia do vocábulo a fim de sustentar a minha posição de utilizar Inteligência neste texto em vez de Demônio. É praxe que até a expressão “demônio, foi demonizada” por quem muito astutamente não queria que todos tivessem acesso a estes seres brilhantes e ajudadores em via de regra da humanidade. “Demônio” deriva da língua grega daimónion, ou daimon que quer literalmente dizer Gênio, ramificando-se para a língua árabe, a palavra se dimana para “djjins” que significa gênio. Daí surgira o mito do “Gênio da Lâmpada”, como todos conhecem.

Um Deus, uma Deusa, um Demônio ou uma Inteligência?

Neste caso, o uso da palavra Inteligência tem a denotação de atribuir toda à Sabedoria que um Ser Superior, diferente dos homens, possui em sua totalidade. Pois bem, mais a frente, tentarei sucintamente atribuir Astaroth em relação à sua Esfera Cabalística e em relação à sua Qliffot (sem adentrar a fundo no conceito de Kabbalah), pois se encontram também aqui no Portal, bons materiais que abordam o assunto, mas é através destes textos cabalísticos que Astaroth é mais profundamente conhecido como um Arquedemônio com poderes inimagináveis!
Em 1458, em alguns fragmentos de escritos hebraicos relacionados a demonologia, pode-se encontrar, por exemplo, no Livro de Abramelin,  Astaroth sendo o primeiro conhecido demônio do “sexo masculino” além de Satã, Beelzebuth, dentre outros, o que se popularizou ainda mais nas escritas de outros grimórios ao longos dos séculos conseguintes.

A antiga cidade da Cananéia, ademais de “pertencer” ao povo hebreu, de origem monoteísta, (hoje compreendida entre parte da Faixa de Gaza, talvez a Cisjordânia e a Jordânia) incluíram em suas adorações aos deuses pagãos o culto a esta Divindade como uma Deusa chamada Astarote. Na demonologia antiga, esta Inteligência pôde ser chamada de Astaroth, Astarote, Astarot e Asteroth, todas significando a sua coroação de um Príncipe no Inferno.

Alguns teóricos em demonologia afirmam veementemente que somente a partir do segundo milênio a.C. que o nome Astaroth fora reconhecido, e que fora derivada da Deusa fenícia Astarte, também anteriormente como a sumeriana Ianna e equivalente a babilônica Ishtar.
Ademais disso também temos a questão da antropomorfização, onde queremos atribuir questões inimagináveis ao que imaginável, do impalpável para o palpável, fora as questões culturais da época em relação principalmente do povo hebreu com questões machistas, que não aceitavam nem em suas relações interpessoais que mulheres tivessem algum valor, quanto mais atribuir a uma Deusa, digamos assim, o poder de trazer algum tipo de benção, seja lá qual fosse a este povo. Todavia, deixando de lado o estereótipo sobre a “sexualidade” da Inteligência, daremos curso ao nosso pequeno estudo.

Astaroth e a Bíblia

Astharthe (singular) e Astharoth (plural) vem da tradução da Bíblia Vulgata Latina, tradução essa possivelmente da Deusa Ashtart ou Astarté, conforme dito no tópico anterior.

No livro de Juízes, no capítulo 2, dos versos 11 ao 13 é clara a insatisfação dos hebreus com seu Deus Iavé, o que os faz, quase que repentinamente, e, por toda a bíblia, repetidamente abandoná-lo e seguir aos outros Deuses.

“Então fizeram os filhos de Israel o que era mau aos olhos do senhor; e serviram aos baalins.

E deixaram ao senhor, deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros Deuses, dentre os Deuses dos povos, que havia ao redor deles, e adoraram a Eles; e provocaram o senhor à ira.

Porquanto deixaram ao senhor, e serviram a Baal e a Astarote.”

A insatisfação também toma conta do dito Rei mais sábio de Israel Salomão em 1 Reis 11:5:

“Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas”.

Em guerras entre Filisteus e Hebreus: em 1 Samuel 31:8-10:

“Sucedeu, pois, que, vindo os filisteus no outro dia para despojar os mortos, acharam a Saul e a seus três filhos estirados na montanha de Gilboa. E cortaram-lhe a cabeça, e o despojaram das suas armas, e enviaram pela terra dos filisteus, em redor, a anunciá-lo no templo dos seus ídolos e entre o povo. E puseram as suas armas no templo de Astarote, e o seu corpo o afixaram no muro de Bete-Seã.”

O Deus dos hebreus com crises de ciúmes e consciência em 1 Reis 11:33 :

“Porque me deixaram, e se encurvaram a Astarote, deusa dos sidônios, a Quemós, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não andaram pelos meus caminhos, para fazerem o que é reto aos meus olhos, a saber, os meus estatutos e os meus juízos, como Davi, seu pai.”

De novo? Em Juízes 10:6:

“Então tornaram os filhos de Israel a fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, e serviram aos baalins, e a Astarote, e aos deuses da Síria, e aos deuses de Sidom, e aos deuses de Moabe, e aos deuses dos filhos de Amom, e aos deuses dos filisteus; e deixaram ao SENHOR, e não o serviram.”

Astaroth e a Goétia

Segundo a Arte Goétia (tema bastante controverso e polêmico, particularmente falando), tentarei aqui, ser ao máximo imparcial, apenas apontado relatos de crença e histórico. Através de “A Chave Menor e As clavículas de Salomão”, é “possível” ao magista através de “triângulos” com os nomes de anjos e nomes do deus hebreu, através de um suposto anel com símbolos judaicos, “submeter” esta Inteligência, e, até mesmo sujeitá-la a interrogatórios para diversos fins de proveito próprio, como a arte adivinatória, os segredos da Criação, questões que envolvem o passado, o presente e o futuro, sabedoria ilimitada nas artes liberais e eticétera. Ainda pela Goétia, temos conhecimento de que Astaroth é na contagem dos 72 “Demônios” é o 29º, que aparece montado sobre uma besta, semelhante a um Dragão Infernal, tem a fisionomia de um anjo medonho, e, ainda reina sobre 40 legiões, além de ser um demônio poderosíssimo!


Selo de Astaroth segundo a Goétia

Esta é a descrição de Astaroth segundo o Dicionário Infernal: Usa uma coroa reluzente, vêm sempre montado em sua besta-fera-dragão, que possui uma cauda de serpente e asas, e vem despido, aparentemente tendo algumas penas (provavelmente asas). Outra versão de aparições bem semelhante é a de que Astaroth propriamente é um homem desnudo com asas, possui mãos e pés de dragão e segura uma serpente em uma das mãos, vindo cavalgando sobre um lobo ou cachorro gigante. A possibilidade do livro do Apocalipse estar fazendo menção à Astaroth é segundo ainda outras aparições, onde Ele é um Cavalheiro Negro montado em um grande escorpião.

Existe uma teoria extremamente controversa de que Ele tem como seu principal adversário o “santo” Bartolomeu, porque este último resistiu as suas “tentações” e pode ajudar a quem rogá-lo. Segundo remonta a história, as tentações vencidas foram nada mais nada menos que: a preguiça, a vaidade e as filosofias racionalizadas, isso também é relatado por Sebastien Michaelis.

Já segundo Francis Barret e outros demonologistas do século 16, Astaroth é um dos principais acusadores e inquisidores, onde no mês de Agosto os ataques ao homem por esse demônio são extremamente fortes. Pode ser que o mito da frase: “Agosto o mês do desgosto” tenha alguma relação com o fato narrado.

Outros que afirmam que tiveram contato direto ou indireto com esta inenarrável Inteligência passaram a terem uma desenvoltura absurdamente ampla nas ciências da matemática, no artesanato, na pintura, conseguiram desvendar segredos indecifráveis, além de encontrarem tesouros escondidos por magos e feiticeiros, e, até mesmo a tão almejada arte da invisibilidade. Além de terem recebido poderes para enfeitiçarem serpentes de todos os tipos.

A Influência desta Inteligência em nosso presente século é absurdamente inconfudível!

Astaroth e as Artes

Na Música:

  • Referência na música da Banda de Back Metal Mercyfull Fate – “No som do sino do demônio”.
  • Referência na música da Banda de Doom Metal Candlemass – “Anão Negro”.
  • Referência na música da Banda de Doom Metal Draconian – “Embrace the Gothic” e Serenade of Sorrow”
  • A Banda Testament contém uma referência à Astaroth na música “Alone in the Dark”
  • A Banda Behemoth de Death Metal menciona-O na canção “Mate os Profetas Ov Isa”
  • Em  “Abrahadabra” de Dimmu Borgir o selo de Astaroth está lustrado  na capa do álbum.
  • Astarte é uma Banda feminina de Black Metal grega, formada em 1995 – aonde um dos hits que mais fizeram sucesso foi uma louvação própria a esta Inteligência – nome da música: Mutter Astarte – do Álbum Demonized, de 2007.
  • Mägo de Oz é uma banda espanhola de folk metal – diante de muitas músicas, possui uma de Adoração Explícita à Astaroth, inclusive informações de como invocar a Inteligência.
  • Dentre muitas outras bandas…

No Cinema:

  • Uma Filha para o Diabo de 1976 – O filme é sobre um duelo entre um escritor de livros sobre ciências ocultas e o demônio, com quem a filha de um casal de amigos fez um pacto. A chave do mistério está nos códigos de Astaroth, num livro satânico.
  • Der Golem, wie er in die Welt Kam  de 1920, Adaptado por Heinrik Galeen e Paul Wegener é sobre uma lenda do gueto de Praga. O rabi Low, para proteger o seu povo de uma ameaça dá vida a uma estátua de barro com a ajuda das forças das trevas. Mas, depois de cumprida a sua missão, o “demônio” é de novo animado para satisfazer a vingança de um rapaz apaixonado pela filha do rabi, e destrói tudo à sua volta. Este é um dos mais famosos títulos do cinema alemão dos anos 10 e 20, de que se fizeram várias versões. A de 1920 é a segunda representação do cinema. Livros esotéricos de consultoria surgiram posteriormente para encontrar o segredo de como criar o tal “monstro de barro”, que segundo muitos apreciadores da obra, atribuem este ser “criado” advindo do submundo a Astaroth.
  • Em 1971 Bedknobs e Broomsticks, é um filme musical onde “A Estrela de Astaroth ‘é um artefato que os protagonistas começam a utilizar a partir da cena da “Ilha de Naboombu”.

Na TV:

  • Num episódio de um seriado chamado “Não ao Exorcista”, no primeiro episódio aparece um demônio que possuía um adolescente, e este demônio “foi” Astaroth.
  • Na 3ª temporada de Friday the 13th: The Series o episódio chamado “As Profecias”, quem está incumbido de abrir a porta de entrada de Lúcifer para a Terra, contada em seis profecias, é Astaroth que aparece como um dos “anjos caídos”.
  • Em Blood Ties, o selo de Astaroth aparece magicamente tatuado nos pulsos da personagem principal.
  • Em “Trials of the Demon”, episódio de Batman: The Brave and the Bold, Astaroth aparece como um demônio, a fim de buscar as almas que tentam escapar de suas mãos.
  • Dentre muitas outras aparições, que tornaria exaustivo a explanação completa aqui.

Nos Games:

  • O Arquidemônio Astaroth é o “chefe” final no game original Ghosts ‘n Goblins e um “chefão” em Ghouls e Super Ghouls ‘n Ghosts . Um personagem similar em aparência e ataque a Ele também aparece como um chefe mediano em Rosenkreuzstilette Freudenstachel .
  • Em MapleStory , Astaroth é um chefe no final do desafio das aventuras
  • No Never Dead , o principal vilão é Astaroth, que mata seu amado e das lágrimas de seus olhos, faz um Demônio Lord Imortal que vai sofrer por toda a eternidade.
  • Em Dungeons & Dragons jogo RPG, Astaroth aparece como uma divindade para aqueles de alinhamento com o “mal caótico”.
  • No game Castlevania: Portrait of Ruin, Astaroth aparece como um nobre egípcio.
  • Em Soul Calibur série de jogos de games, um demônio chamado Astaroth é um personagem jogável.
  • E assim, continua…

Na Literatura:

  • Astaroth aparece como um demônio brevemente no Warhammer 40.000 em Daemonifuge (quadrinhos).
  • É a personagem de Luigi Pulci ‘s Renascença, Épico de Morgante .
  • É o nome de um Romance escrito pelo croata escritor Ivo Brešan .
  • Astaroth aparece como um personagem de apoio / vilão de Marlon Pierre-Antoine de Wandering Stars .
  • É o vilão de Henry H. Neff na Tapeçaria (série).
  • Fez várias aparições como um demônio na história em quadrinhos Hellboy .
  • Dentre outras muitas dezenas de relatos.

Segundo um segmento religioso da “mão esquerda”, Astaroth possui:

  • Posição no Zodíaco de 10 a 20º de Capricórnio
  • Dias concernentes à Inteligência: de 31 de Dezembro a 09 de Janeiro
  • Dentro das Cartas de Tarô é o Ás de Copas
  • Planeta associado: Vênus
  • Cor de vela predileta: Marrom ou Verde
  • Metal: Cobre
  • Elemento: Terra
  • Hierarquia: Grão-Duque das Regiões Ocidentais do Inferno.

 

De todas as informações “colhidas” e expostas em nível de conhecimento e até mesmo como objeto de estudo e verificação anterior, ademais das muitas linhas de raciocínio e compreensão desta Inteligência, sem querer ser pretensioso, o ponto de vista a seguir explanado, é o que tem maior coerência, pois tem extrema relação e compromisso com a Verdade na qual é compreendido Astaroth, Ele pertence e tem relação com a Esfera Planetária de Júpiter, a Porta Obscura associada às suas Evocações chama-se Abbadon e sua Esfera Cabalística é a de Gha´aghsheblah.

Sigilo de Gha´aghsheblah

Os favores daqueles que comungam a verdadeira essência deste Magnífico Deus são:

Misantropia, Aristocracia Satânica, Inteligência, Filosofia, Sabedoria, Riqueza, Luxúria Sangrenta e Fatal, a Manipulação, a Divulgação do Suicídio, a Sorte, a Honra e Descoberta de Novos Aliados, assim como a Canalização das Energias “Sinistras” e a Abertura do “Olho do Holocausto”.

Ele habita / está composto no Quarto Ângulo de Sitra AHRA, simploriamente falando sobre as esferas Qliffóticas da “Árvore da Morte”.
Devido o Seu Portal Obscuro ser Abbadon, Astaroth também é capaz de abrir a 3ª visão e dar poderes de Clarividência ao Magista que o busca, além de fortalecê-lo cada vez mais, a fim de que as falsas luzes demiúrgicas sejam cada vez mais diminuídas, e o adepto da Religião da Mão Esquerda recebe mais ascensão na Luz Negra.

Esses “novos aliados” citados acima, tanto podem ser seres humanos quanto espirituais (espíritos familiares e/ ou daemons), e, a sabedoria não deriva somente da humana, mas também a Satânica (Emancipação do Intelecto), e, quem se aproxima desta Inteligência com o intuito de contemplá-la e não somente usufruir de seus Incontáveis Poderes, poderá ter neste Deus um Verdadeiro amigo, companheiro, e uma fonte inenarrável de Gnose e avanços em amplos sentidos na vida.


Sigilo de Astaroth segundo a Tradição Anticósmica da Corrente dos 218

“Astaroth Nisa Chenibranbo Calevodium Barzotabrasol!”

Hail Astaroth!

Bibliografia: Wikipédia, a enciclopédia livre, A Chave Menor de Salomão, As Clavículas de Salomão, Bíblia Sagrada – Versão Corrigida e Atualizada, Joy of Satan, MLO (Misantropic Luciferian Order), T.O.T.B.L (Templo of the Black Light) e o Liber Azerate – O Livro do Caos Irado 2002.

 

Bruxo Του Βάαλ – A’ arab Zaraq

Postagem original feita no https://mortesubita.net/demonologia/astaroth-2/

O Caminho Sinistro – Parte 2

Continuação do Post: O Caminho Sinistro – Parte 1

Preparação

Saudações, leitor. Já a partir deste, você encontrará similaridades com o artigo anterior. Nossa caminhada seguirá um padrão monográfico, para otimizar a compreensão e os processos cognitivos envolvidos. Em “Preparação” serão abordados temas introdutórios, ou uma explicação retrospectiva, para que você tenha tempo de abandonar o que estava fazendo anteriormente e conectar-se ao conteúdo. Em “Meta-Percepção” serão abordados jogos e exercícios intuitivos para aprimorar sua capacidade perceptiva no que se refere a coisas que são ditas em um padrão diferente da linguagem direta. Meta-percepção é a habilidade de perceber que está percebendo alguma coisa. E, finalmente, em “Considerações” será proposta uma ideia a ser trabalhada até o próximo passo n’O Caminho Sinistro, além de feitas, se necessárias, observações e explicações pertinentes.

Desde a publicação do primeiro artigo, pessoas próximas têm me perguntado por que optei por uma abordagem tão básica, e a resposta é simples: porque ninguém o faz. A senda sinistra é muito mais complexa do que o satanismo e o luciferianismo jamais serão juntos e há interpretações errôneas e tabus suficientes para induzir o mais atento dos adeptos ao erro. O objetivo desta caminhada inicial é encher os pulmões com uma nova golfada de ar para galgar uma colina, onde poderemos secar o suor à ilharga do braseiro, mas acima de tudo aproveitar a vista privilegiada. Preparado?

Meta-Percepção

Antes de qualquer coisa pare e se pergunte por que você está aqui, lendo isso.

Se você leu atentamente a primeira parte d’O Caminho Sinistro, deve saber que essa pergunta não tem uma resposta correta sequer, apesar de ter várias.

Não se trata da resposta, mas da pergunta, caro leitor.

Há uma máxima contemporânea que diz que feliz é aquele que sabe o que procura, pois o que não sabe, não vê o que encontra. Ao se deparar com a necessidade de saber o motivo de estar aqui, lendo isso, onde você busca os recursos para preencher a lacuna? Há mesmo uma lacuna a ser preenchida? Você “percebe” que a única pessoa a quem precisa realmente responder essa pergunta é a si mesmo? Percebe como isso muda completamente o contexto da pergunta e o universo de respostas? Percebe que, mesmo com a mudança de paradigma, a pergunta ainda carece de resposta?

Talvez a decomposição da proposta simplifique-a: “você está aqui”?

É chamada de propriocepção a capacidade de reconhecer, sem auxilio visual, seu posicionamento no espaço e esta funciona mesmo em nível inconsciente. Quando seu corpo é inclinado lateralmente, o cerebelo ativa o reflexo corretivo, fazendo com que você incline a cabeça para que sua linha de visão se alinhe novamente com o horizonte. Você não apenas está no espaço, como tenta inconscientemente se harmonizar com ele. Da próxima vez que isso acontecer você vai, provavelmente, tentar assumir o controle. Este é um exemplo mais complexo, mas funciona com qualquer função orgânica que normalmente façamos automaticamente, como respirar, contrair ou relaxar um músculo, piscar os olhos e assim por diante. No momento em que você assume o controle consciente de uma função orgânica e pensa ativamente sobre isso, você ganha ciência sobre o espaço que ocupa e começa a ter lapsos sobre como funciona sua própria consciência. Você percebe ativamente que está aí?

Antes de prosseguir pare e se pergunte por que você está aqui, lendo isso.

Panchamakara

No texto anterior conhecemos de forma breve as práticas dos Aghori, praticantes extremistas do Vamachara da linhagem Kapalika; hoje daremos um passo adiante na direção do Tantra sinistro de uma forma geral, para que você esteja definitivamente familiarizado com a origem da doutrina sinistra e, desta forma, possa tanto evitar engodos quanto construir suas próprias impressões sobre a mesma.

Na tradição védica designa-se pelo termo sânscrito “sadhana” qualquer meio espiritual para se alcançar o “moksha”; a libertação do ciclo de renascimento e morte. O Vamachara, ou caminho sinistro, é um sadhana, mas isso não impede que existam outros sadhanas específicos dentro da doutrina. O mais notório deles é o Panchamakara, ou “cinco M”.

Por melhor que o caminho destro tenha tentado adaptar os significados esotéricos dessa prática tradicionalmente sinistra, é difícil transpor todo seu significado sem distorcer a moral no sentido como conhecemos. O princípio básico de prática está na afirmação de Shiva (no Maheshvara Tantra) de que através da paixão é possível transcender. Os “cinco M” são os cinco aspectos envolvidos na união amorosa com a shakti (a mulher, e esta deve sempre ser vista como uma encarnação divina), a saber:

– Madya: Vinho. Transforma e ativa o tattva do ar e simboliza a intoxicação mística causada pelo amor e o néctar divino (amrita), de face feminina e ligada à shakti.

– Mamsa: Carne. Transforma e ativa o tattva do fogo e simboliza a consciência e a contemplação, de face masculina e ligada à Shiva.

– Matsya: Peixe. Transforma e ativa o tattva da água e simboliza a extensão por onde Kundalini ascende e/ou descende sob o controle do pranayama.

– Mudra: Não possui tradução literal, mas no Vamachara representa um companheiro espiritual, guru ou parceiro de sexo tântrico. Os dakshinacharyas, praticantes da mão direita, substituem esse elemento pelo cereal integral ou maltado… pois é. Transforma e ativa o tattva da terra.

– Maithuna: Traduz-se grosseiramente por ato sexual e é o elemento mais mal interpretado do Panchamakara. Obviamente não se refere à relação sexual comum, mas à união entre mente individual e mente cósmica. E, de qualquer forma, a prática tântrica ensina que o bindu (o núcleo manifesto da criação) deve ser preservado, e isto é feito evitando-se o orgasmo. Transforma e ativa o tattva do éter.

Talvez seja difícil imaginar inicialmente, mas o uso literal dos elementos do Panchamakara ajuda o praticante a destruir noções de egoísmo e falsas noções de pureza e são usados na maioria das vezes para recondicionamento mental e/ou para quebrar ciclos de pensamentos ou comportamentos negativos. Lembrando que um rigoroso nível de disciplina é exigido enquanto o praticante envolve-se nesse tipo de atividade sob o risco de incorrerem dependência psíquica e distúrbios orgânicos. Perceba que eu não descrevo o ritual em si; isso é proposital, tendo em vista que nossa caminhada não é doutrinária em sua natureza, mas explicativa. Houve um esforço da minha parte, contudo, para sintetizar o conhecimento sobre cada aspecto para que você mesmo possa fazer suas correlações durante a fase de estudo. Mudra, por exemplo, tem uma forte ligação alegórica com a Shekhinah inferior (Malkuth), daí a discrepância do significado para vamacharyas e dakshinacharyas.

Agora, caro leitor, o convido a fazer uma rápida análise por mera reflexão herética, lembrando que o ritual de Panchamakara tem como objetivo elevar o praticante à condição divina temporária, através da expansão da consciência e do refino pessoal. Onde mais você já viu estes elementos juntos? O vinho (“meu sangue”), o pão (“meu corpo”… agora o cereal faz sentido ao invés de guru?), o peixe e a carne (sobre a mesa) e a comunhão íntima entre corpo e espírito. Eis aí todos os elementos em forma literal. E se algum de vocês quiser entender que “consumir o corpo” do guru não se referia exatamente aos cereais, eu prometo que não vou impedir ninguém, afinal sexo tântrico é uma via de sublimação espiritual. É importante neste momento que vocês considerem, independente de se em forma literal ou alegórica, a possível ironia da incorporação do caminho sinistro à tradição cristã e passem a entender como é especialmente importante o valor da percepção e da interpretação na nossa caminhada.

Tanto a exegese quanto a gematria não apontariam mudança na essência “divina” do rito caso este fosse sinistro e, a bem da verdade, a interpretação literal é inconclusiva. E, não se engane, o desconforto moral que surge em grande parte dos casos não é, nem de perto, um indício real da essência das coisas.

Motivação Intrínseca

Como no artigo anterior, parte do texto será dedicada à origem e explicação da doutrina e parte dedicada a uma análise contemporânea sobre a mesma, desta forma no final de nossa caminhada você terá um apanhado geral sobre passado e presente, causas e conseqüências e, com sorte, teremos um grupo bem instruído.

Por que você faz as coisas que faz? Calma, essa não é uma das perguntas da seção Meta-Percepção. Quando você quer ser o melhor no que faz ou quando faz algo por diversão ou prazer o que o propulsiona em direção ao seu objetivo é a motivação intrínseca. Esse tipo de estímulo tem grande funcionalidade prática, por não depender diretamente da aprovação ou avaliação de terceiros, por facilitar e agilizar o mecanismo de recompensa, mas especialmente por não gerar quantias consideráveis de tensão e ansiedade.

No que se refere ao ocultismo sinistro, o comportamento ativado por recompensas internas deveria ser regra, mas a realidade está mais próxima do extremo oposto, pelo menos para a maioria, e aqui reside um problema que devemos evitar.

Motivação Extrínseca

Toda vez que você faz algo esperando uma recompensa, tangível (dinheiro, presentes) ou intangível (elogios, reconhecimento), aquilo que o propulsiona em direção ao seu objetivo é alheio a você. E se você pensar por um instante, simplesmente não faz sentido qualquer ato oculto cujo benefício não possa ser “recebido” diretamente através de si mesmo.

[IMPORTANTE] Se você não pode gerar e manter uma coisa que deseje com seus próprios recursos, não tente consegui-la através das artes ocultas. Nunca. Essa não é a função de absolutamente nenhuma doutrina sinistra. A evocação goética (que, por falar nisso, é um rito essencialmente do caminho da mão direita, como a quase totalidade do que tange a demonologia) é extremamente nociva sem um profundo conhecimento prévio e prática de teurgia. Absolutamente nenhum pacto favorece o contratante, e é mais fácil Mefistófeles executar o contrato do que Fausto encontrar outro Eterno Feminino que por ele interceda. Estude. Trabalhe. Tenha relações edificantes. Apenas o mérito constrói o êxito. Você foi avisado.

Portanto o principal erro, e também o mais comum, dos iniciantes no caminho sinistro é usar um fator extrínseco como motivação. Há os que querem grandes quantidades de dinheiro, sexo fácil, poder (sem conhecer sua definição exata, confundindo às vezes com arrogância, prepotência e pedantismo), atenção (esses são incontáveis), opor-se ao status quo ou alguma organização ou entidade específica por rebeldia e há ainda os que simplesmente buscam aceitação de algum grupo. É muito provável que você conheça alguém com motivações assim, elas existem nos dois caminhos, mas são uma praga particularmente persistente no caminho sinistro e, se você for uma dessas pessoas e ainda estiver aqui lendo isso, reavalie-se.

Em um contexto mais refinado, mas ainda no campo da motivação extrínseca, há casos de pessoas que buscam o caminho sinistro para desenvolver ou treinar traços da personalidade que não possuem. Um ESTJ (extrovertido, sensorial, racional e juiz, na escala Myers-Briggs) acredita que pode tornar-se um INTJ (introvertido, intuitivo, racional e juiz). Ou um “azul” (na escala Taylor Hartman) acredita que pode tornar-se um “vermelho” apenas porque entende o estereótipo desta forma. É realmente necessário apontar a futilidade aqui?

São estes tipos de motivação (ou falta dela) que diluíram ou apagaram totalmente os conceitos tântricos originais, desaparecendo com boa parte da metodologia e da disciplina mental no caminho sinistro moderno, que hoje é em grande parte “inventado” com base no humor do praticante. Desnecessário dizer que isso o deixa suscetível ao delírio e à paranóia, tanto astral quanto mundano, justamente pela falta de disciplina e perspectiva. O circo de horrores que você provavelmente conhecia não é o caminho sinistro. Não é sequer um caminho. É a fossa.

Considerações

Como os passos foram largos, a reflexão não vai exigir menos, caro leitor.

Na nossa realidade densa, o convido a analisar com carinho as suas e as motivações daqueles que o cercam. Note que eu não digo julgar, eu digo analisar. Tente perceber as pequenas molas invisíveis movendo as pessoas o tempo todo. Elas podem te ajudar a ter uma relação muito mais honesta com a sua Vontade. Em realidades mais sutis, o convite é mais complexo, mas igualmente gratificante. Teste-se em relação ao seu conforto moral. Parece simples, mas não é. Da mesma forma que ilustrei a Santa Ceia como rito sinistro sem alterar sua essência “divina”, tente experimentar com o componente moral dos conceitos e doutrinas que conhece (lembrando que nada viabiliza nem justifica comportamento criminal) e se pergunte se, honestamente, isso modifica suas essências.

Neste segundo artigo eu aprofundei um pouco a nossa relação, antecipando o formato que você deve esperar, fazendo colocações ligeiramente mais pessoais e delineando mais claramente aspectos de ocultismo, mas sobre este último assunto eu adianto que só vamos tratar o estritamente necessário para que, neste primeiro momento, você seja capaz de construir suas próprias opiniões e argumentos sobre o que seja, de fato, o caminho sinistro.

Mantive o formato condensado para não ficar cansativo, mas todos os termos e assuntos tratados no artigo continuam sendo de fácil pesquisa para aqueles que tiverem interesse em se aprofundar em qualquer um deles.

Espero que a caminhada continue sendo agradável; obrigado pela companhia.

Até breve.

#LHP

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-caminho-sinistro-parte-2

Como não dormir na missa

Só existe uma forma de uma pessoa normal não pegar no sono durante uma missa soleme: mudá-la completamente.

O movimento Jesus Freak alegra-se em trabalhar incansavelmente na ruptura da lógica centralizadora que tem regido o cristianismo desde a Idade Média.  Esta centralização é reforçada diariamente em diversos templos de diversas dominações nos quais os rituais são dirigidos por uma elite sacerdotal com diferentes graus de interação com o público, mas ainda assim, dividido sempre entre leigos e sacerdotes. Talvez essa divisão possuísse certa coerência na época de Arão no antigo testamento (Números 3:10). Porém, torna-se uma ideia completamente estapafúrdia para a nova aliança, onde segundo I Pedro 4:16 todo aquele que se chama cristão é honrado como sacerdote.

Uma vez que os morcegos das tradições humanas eclipsam o Sol da verdade é necessário que algumas dessas tradições sejam revisadas ou mesmo abolidas. Caso contrário o cristianismo estará fadado ao sono profundo e aos jogos de poder que podemos ver hoje em seus templos. É por este motivo  os Jesus Freaks incentivam a retomada dos verdadeiros valores cristãos de fraternidade deixando para  trás o centralismo e o fanatismo que não apenas foram condenados por Jesus Cristo em sua época como agem hoje como ervas daninhas sufocando o crescimento de um espírito espontâneo de conhecimento e adoração.

Nós propomos que o culto cristão seja revolucionário:

Roteiro Rápido

1 – Ação de graças
2 – Leitura
3 – Comentários
4 – Oração
5 – Comunhão
6 – Bençãos

Roteiro Detalhado

0 – Preparação

Um momento musical pode preceder o culto (ver artigo ‘Transliturgia: Todas as músicas são sagradas’). Deve-se evitar uma disposição no formato altar ou palco. Todos os participantes são absolutamente iguais. Recomenda-se uma mesa ou um circulo no chão. Não é preciso uma grande congregação ou mesmo um templo físico para organizar uma reunião. Um grupo com pelo menos 2 corações sinceros é tão digna da presença de Deus quanto um showmissa em uma catedral. Não recomendamos grupos com mais de 12 pessoas para preservar a organização do culto. Em casos de é comum que entre os Freaks uma divisão em dois novos grupos, estimulando assim o crescimento do movimento.

1 – Ação de Graças

Cientes da presença divina, o grupo inicia a missa com as ações de graças. Uma pessoa de cada vez deve esforçar-se em divulgar aos irmãos presentes algo em sua vida pelo que sinta-se grata. Saúde, amor,prosperidade, sexo com a vizinha, não importa o que for, deve ser compartilhado nesse momento com a comunidade em sincera alegria. Todos os presentes podem expressar-se, mas quem quiser se calar agora também pode fazer isso. Lembre-se, são todos irmãos, não há do que se envergonhar.

2 – Leitura

Esse é o momento em que se inicia a leitura das escrituras sagradas. Esse momento exige um cuidado especial, para evitar a manipulação política e ideológica dos muitos pelos poucos. Desta forma, o aleatório é muito bem vindo. Recomendamos alguns mecanismos de sorteio como dados ou papéis fechados em sacolas que possam decidir o texto e livro a ser lido e quem o lerá. É sensato não prolongar muito a leitura, portanto devem ser lidas apenas porções pequenas mas coesas dos textos que contemplem um ou mais ensinamentos. O Movimento Jesus Freak não faz diferenças entre Livros Canônicos ou Apócrifos deixando o coração de cada um ser o filtro da verdade.

3 – Observações

Após a leitura todos terão a oportunidade de deixar seu testemunho sobre o texto em questão. Os interessados devem manifestar-se levantando uma das mãos ou emitindo algum outro sinal durante a leitura. Este é o belo momento de compartilhar e deixar de lado a contenda. Ninguém deve ser criticado ou julgado pelo que disser, por isso não haverá réplica sobre comentários. Exemplificando: Se um ateu achar que um versículo lido é um indício da inexistência de Deus e expressar-se assim, os demais deverão exercitar a tolerância e o amor cristão em silêncio.

4 – Oração

Para criar uma harmonia no grupo após eventuais tensões nos comentários todos devem fazer uma oração ou no se preferir aguardar em silêncio. Alguns grupos podem optar por um Pai Nosso em unissono, outros podem escolher que esta é a hora de um fervor multi-línguas no qual, ao mesmo tempo, todos farão suas próprias orações outro grupo ainda pode achar mais apropriado que cada um faça sua oração em voz baixa ou apenas com os pensamentos.  Mesmo queo grupo tenha uma prática definida para esta hora, a liberdade de cada um deve ser honrada e cada um pode honrar, pedir reclamar conforme suas próprias crenças ou permanecer em silêncio. Todos devem aguardar até a última oração terminar. Um momento musical pode estar presente nessa etapa e recomendamos que não pare antes do último participante parar de falar.

5 – Comunhão

Tira-se a sorte agora para a decisão de quem presidirá a comunhão. Ela pode ser feita com qualquer alimento e bebida que agradar. O sortudo exibe ambos para os presentes e anuncia que a bebida é o sangue derramado por Cristo e que o alimento é a carne entregue em sacrifício. Após isso todos devem saborear com alegria a eucaristia, fazendo isso em memória D’ELE.

6 – Bençãos

A última etapa é iniciada com um minuto de silêncio que segue a comunhão. Após o término do silêncio, outro participante é escolhido randomicamente para fazer abençoar todos os demais. Não importa a forma, mas sim que seja feita em nome de Jesus. Quem não quiser receber benção nenhuma, porque por exemplo não acredita em nada da Bíblia, pode cruzar os braços em sinal de negação se desejar. Estas pessoas devem sempre ser convidadas mas nunca coagidas a nada. As pessoas que desejarem uma benção específica (saúde, vida pessoal, etc…) deverão dizer o motivo em voz alta e em seguida a receberão.

Conclusão

 

Uso de escolhas randomicas, embora não seja incomum não é uma novidade moderna. Quando Judas morreu ous apóstolos tiveram que escolher uma nova pessoa para ficar em seu lugar entre os 12. Veja em Atos 1:26 como eles decidiram isso. Eles sabiam que Deus conhece o coração de todos e pediu que indicasse o escolhido, lançando a sorte em seguida.  Toda aleatoridade é guiada por Deus. Mesmo no antigo testamento, Exodo 28:30, lemos sobre o Urim e Tumim, que embora de natureza misteriosa indicam ter uma funcão semelhante a uma moeda de cara e coroa.

Sabemos que nossa proposta de missa pode desagradar a muitas pessoas, especialmente aquelas doutrinadas pelas antigas tradições e as interessadas em manter seu rebanho sob controle. De fato, muitas pessoas acreditam que não estão prontas para o tipo de liberdade que o evangelho oferece. Mas caso estas diretrizes lhe causem estranhamento não se incomode, continue no seu culto. Não somos o tipo de cristãos que obrigam as pessoas a fazerem o que elas não querem.


Sentindo-se freak? Conheça Jesus Freak: o Guia de Campo para o Pecador Pós-Moderno


 

Postagem original feita no https://mortesubita.net/jesus-freaks/como-nao-dormir-na-missa/

Conselhos para Iniciantes no Caminho

O texto que segue é uma adaptação de textos de Veos, Prophecy, Rawn Clark e Bardonista e destina-se a quem está começando na senda. Outras dicas para quem está começando podem ser encontradas em Três Conselhos Úteis em Magia Prática, Conselhos aos que desejam estudar o Oculto, Conselhos para as Práticas Mágica e Dez Conselhos de Magia Prática. Se é novo aqui no site, recomendo que veja esta lista de links. E se está procurando uma ótima ordem hermética/alquímica, dê uma olhada na Arcanum Arcanorum. Vamos à lista de conselhos.

1. MOTIVE-SE CONSTANTEMENTE!

A fonte para a prática continuada é a sua motivação. Baixe ou compre livros sobre Magia e Ocultismo e comprometa-se a lê-los frequentemente.

Nessa fase, não é errado aspirar aos poderes que um mago possa vir a ter – na verdade, é até saudável, porque faz com que o estudante prossiga no treinamento. No início, o mago aspirante tem apenas uma noção grosseira do que é a verdadeira união com a divindade e precisa de metas mais concretas para se motivar, como, por exemplo, as habilidades mágicas como a clarividência, a clariaudiência, a sensitividade, etc.

Deve haver uma mudança na sua perspectiva. “Seja um mago que estuda e trabalha, não um cara normal que estuda, trabalha e faz um pouco de magia nas horas vagas”, como Veos diz. O praticante deve se estabelecer firmemente como um mago aspirante, que está destinado à mais elevadas alturas e poderes espirituais – um mago que não deixa o mundo ao seu redor dominá-lo, mas que o domina com uma vontade de ferro. Pode-se até recitar uma pequena frase, logo após de acordar, ou uma prece reafirmando a si mesmo a importância do treinamento e as recompensas possíveis.

Outra boa maneira de manter esse estado mental seria decorar o local de trabalho ou descanso com fotos, imagens ou objetos que lhe lembrem constantemente as suas práticas. Você deve posicionar esses objetos de modo a serem frequentemente notados em sua rotina diária. Isso seria ideal se você tivesse um quarto ou lugar visitado apenas por você mesmo. Caso a sua família não apoie ou acredite nas suas práticas, seria melhor não exibir tais objetos à vista de todos os membros da sua casa. Pensamentos desfavoráveis de outros podem negativar as suas práticas e desacelerar o seu progresso. É por esse mesmo princípio que Bardon recomendou, em seu segundo livro, que o mago, quando estiver praticando a evocação mágica, esconda da vista dos “profanos” (pessoas que não são adeptos ou pessoas que não acreditam ou combatem a magia) os seus instrumentos e vestes, de modo a não serem influenciados negativamente.

Ao mesmo tempo, se atividades de lazer (Internet, filmes, jogos, música etc.) atrapalharem com a sua motivação de praticar magia ou até mesmo subjugá-la, você deve reduzir ou cortar tais hábitos de modo que eles não interfiram mais e você possa continuar a praticar.

2. COMECE POR BAIXO

Os resultados dos exercícios místicos podem ser demorados e difíceis. Algumas escolas e ordens colocam exercícios difíceis cedo para poder separar aqueles que querem “brincar de magia” daqueles estudantes sérios. Você se confrontará com muitas coisas que vão contra o seu atual estilo de vida e precisa se acostumar a elas de forma natural, sem correria. Se você praticar durante longos períodos de tempo logo do início, não importando a sua vontade e motivação, é mais provável que você se canse e desista.“É preciso aprender a andar antes de correr”, diz o ditado.

Utilize tempos de práticas pequenos e aumente lentamente a cada semana, a fim de que você possa estabelecer o hábito e se acostumar à rotina. Dessa maneira, terá muito mais chances de ter sucesso com o passar do tempo.

Algumas coisas interessantes a se fazer neste ponto são:

Obter um caderno ou computador no qual anotará diariamente as práticas. Sempre anote os resultados de suas práticas em grande detalhe. Sinta-se como um cientista entusiasmado que quer manter um registro completo de suas experiências – e na verdade é isso mesmo que você é. A única diferença é que você está fazendo experiências em si mesmo. Só com esse registro completo você saberá onde está melhorando ou piorando, se está praticando demais ou de menos, e o que fazer para consertar problemas na sua prática.

Conseguir um japa mala ou um cordão de nós, preferivelmente de 108 contas. Você usará esse cordão tanto para o japa quanto para manter o registro das suas interrupções nos exercícios, ou, se preferir, compre ou monte dois, um para cada coisa. Se não conseguir, um terço poderia ser adaptado.

Conseguir um relógio ou um celular que possua despertador ou alarme – o último é preferível, e, se possível, o celular não deveria ter um alarme alto ou inconveniente. Eu uso na minha prática um Nokia que desperta usando não o som, mas apenas a sua vibração – que, se colocado no chão ou uma mesinha próxima, produz barulho na medida certa para me fazer abrir os olhos e parar meu exercício. Para fazer o celular despertar apenas com vibração, sem som, tente mexer nas configurações do celular ou fazer download de um arquivo de som que seja completamente silencioso. No caso do Nokia, o celular vibra mesmo se o arquivo sendo tocado como alarme não tenha som e isso funciona muito bem.

Montar o cronograma da semana. Estabeleça os horários de suas práticas. De preferência, divida as práticas em duas sessões distintas – uma de manhã, logo após acordar e outra à noite, antes de dormir. Esse cenário seria o melhor, porque distribui melhor as práticas e não cansa tanto o estudante quanto uma longa prática uma vez só ao dia. Casos excepcionais deverão ser adaptados.

Pratique todo dia na mesma hora. Isso estabelece o hábito e o circuito magnético do treinamento mágico.

Alguns horários são especiais. Não pratique das 13h às 15h quando possível, porque a energia desse período do dia não é ótima. Faça o treinamento ao nascer do sol, pôr do sol ou meia-noite. De 1h às 3h é particularmente bom, bem como 3h às 5h (aos que estudam Yoga, lembrem-se da importância de praticar às 4h particularmente). Em noites de lua cheia, treine à luz da lua. A Fraternidade Branca lhe enviará energia para lhe ajudar. Gaste 15 a 30 minutos na luz do sol todos os dias, preferivelmente enquanto treina.

3. APRIMORE-SE

Eu disse antes que magos controlam o mundo ao seu redor. Por que não começar na sua vida diária, que é a mais próxima a você? Existem decisões simples que você pode tomar que podem mudar não só a visão e o impacto de sua atuação no mundo, mas também a visão que as outras pessoas têm sobre você. Eu enumerei várias coisas:

Como e o quanto você fala. Investigue o conteúdo e quantidade da sua fala (se tem expressões chulas ou inúteis, se você conversa muito ou pouco demais etc.). Preste atenção também na tonalidade da sua voz. Já encontrou alguém que fala de jeito arrastado, insolente ou preguiçoso? Você pode ser uma dessas pessoas, mas pode nem perceber. Fale sempre com uma voz firme, segura, e fale apenas o que for necessário. Não fale mal de outras pessoas, nem expresse sua opinião quando não for perguntado. Diminua ou, o que é melhor, elimine as críticas negativas sobre as coisas ao seu redor. Tente falar sobre coisas boas e interessantes, e não sobre coisas negativas e mal-feitas. Sempre fale sobre coisas e histórias proveitosas. Controle-se para não doutrinar ninguém e passar a sua opinião como se ela fosse a verdadeira e absoluta.

Sua postura, seja em pé, sentado ou deitado. Esforce-se para manter a coluna reta em todas as situações, seja em pé ou sentado. Pesquise no Google como dormir na posição certa – geralmente a posição de lado, com um travesseiro entre as pernas, é a mais correta – e reeduque-se para não ter problemas de coluna mais tarde. Além disso, uma pessoa com um porte reto e imponente causa uma impressão muito melhor do que alguém todo encolhido e torto.

Tenha uma forte atenção e seja perfeccionista. Ao fazer as suas tarefas diárias, tanto na casa quanto na escola, concentre toda a sua energia mental e atenção para elas. Isso fará com que você faça as coisas muito mais rapida e eficientemente, e, além disso, de forma muito mais perfeita. Esforce-se para ser o melhor em tudo que se propor fazer. Um mago não deve ser preguiçoso nem descuidado. Fique sempre alerta! Não permita a sua mente viajar em pensamentos inúteis. Adote uma agenda para anotar os seus compromissos de modo que você não precise pensar constantemente neles. Evite ao máximo o uso de fones de ouvido e música, porque essas músicas grudam no fundo da sua mente, atrapalhando as suas práticas. Permita-se raramente exceções a essa regra, é claro.

Atente para a sua alimentação. Leia no Google noções básicas de nutrição e faça um plano alimentar balanceado para você. De preferência, neste caso, procure um nutricionista. Se você não controlar o que entra na sua cozinha, tome suplementos vitamínicos – Centrum é uma boa escolha até mesmo para as pessoas que tenham uma alimentação balanceada. Centrum não precisa de receita e oferece todas as vitaminas necessárias no dia-a-dia. Se possível na sua região, busque informações sobre o melhor suplemento alimentar para você com o seu nutricionista ou farmacêutico. Fora de casa, tente comer coisas mais saudáveis, como sanduíches naturais, saladas etc.

Faça atividades físicas. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention, um centro de saúde ligado ao governo americano, adultos precisam de pelo menos 150 minutos de uma atividade aeróbica de intensidade moderada (por exemplo, caminhada) por semana e atividades de fortalecimento de músculos em 2 ou mais dias por semana que trabalhem em todos os grupos maiores de músculos (pernas, quadris, costas, abdômen, peito, ombros e braços). Os efeitos da atividade física na vida diária não precisam nem ser enumerados, porque são evidentes a todos.

Modere o consumo de carne vermelha. Carne vermelha (bovina e suína) é destrutiva para o seu corpo, é ruim para o meio ambiente, uma injustiça quanto aos animais (que, segundo algumas doutrinas, são tão filhos de Deus quanto nós, mas em estados diferentes de evolução) e ela atrapalha até mesmo suas práticas espirituais, tornando o progresso muito devagar. Animais com carne vermelha são de inteligência mais elevada e, portanto, capazes de expressar uma profundidade mais intensa de emoção que impregnará sua carne. Essa energia emocional se transfere para você depois da refeição. Lembre-se sempre, o segredo está na moderação. Evite carne vermelha ao máximo que a sua saúde permitir. Se você come carne, coma primariamente aves e peixes que eram selvagens ou mantidos em fazendas de uma forma boa e saudável sem química, e com boas condições de vida. Não evite a carne simplesmente pelo idealismo. Os corpos de algumas pessoas simplesmente precisam de carne para manterem uma boa saúde. Se você deseja ser vegetariano, mas sê-lo o afeta negativamente, então espere até que esteja mais avançado no seu treinamento para gradualmente retirar a carne. Resumindo, o segredo é a moderação.

Pare de fumar e de beber. Além de serem hábitos destrutivos, eles também desaceleram o seu progresso nas práticas espirituais. Se você não conseguir parar imediatamente, pare pouco a pouco, através de etapas. Busque na Internet métodos para parar de fumar ou de beber, ou procure ajuda em instituições para esse fim. No caso das bebidas alcoólicas, novamente digo que o segredo está na moderação.

Controle a atividade sexual. Quando em uma relação estável e monogâmica, o sexo deve ser controlado. Uma ou duas vezes por semana é um bom número. O celibato também é uma boa opção. A masturbação e a autoestimulação sexual devem ser totalmente proibidas para quem deseja obter um sucesso mais rápido e completo. O sexo pode constituir um vício tanto quanto as outras coisas, e portanto as regras de parar pouco a pouco aplicam-se aqui também. Repetindo novamente, o segredo está na moderação.

Seja uma pessoa culta. Os magos desta ciência devem aspirar sempre à perfeição – o intelecto também está na lista. Tente obter um conhecimento geral das ciências materiais, da história, literatura, artes e espiritualidade (incluindo os sistemas religiosos do mundo). Para saber como o meio acadêmico trata da magia e da espiritualidade, seria interessante ler sobre a Antropologia da Religião (ou Religiosa). A maioria das pessoas sai do Ensino Fundamental e Ensino Médio e esquece totalmente de tudo que aprendeu. Claro, coisas são ensinadas que não têm nenhum valor prático para grande parte das pessoas, como fórmulas e teorias complexas da Física, Matemática e Química, mas é útil manter pelo menos um conhecimento geral sobre essas ciências. Tudo isso é facilmente acessível hoje através da Internet, ainda mais se você souber inglês – o que nos leva ao próximo tópico.

Aprenda pelo menos uma língua estrangeira. Se você quiser aprender uma língua estrangeira, aprenda o inglês. Isso vai lhe abrir um campo extremamente grande de informação sobre tudo que você desejar saber. Grande parte do conhecimento do mundo está disponível ou traduzido para o inglês. Além disso, você poderá se comunicar com muito mais pessoas ao redor do mundo e isso será muito útil em possíveis viagens para o exterior. Inglês é, definitivamente, uma língua mais fácil que o português brasileiro – o vocabulário é extenso e a pronúncia desafiadora no começo, mas quando você aprender as palavras mais usadas os textos se abrirão pra você e você será capaz de compreendê-los. Existem muitos cursos por aí, mas para a pessoa sem tempo nem dinheiro, eu aconselho o seguinte: Baixe o programa Rosetta Stone. Esse programa de aprendizado de línguas é fantástico. Contudo, apesar de ajudar imensamente, ele não é tudo. Além de fazer lições do Rosetta sempre que puder, traduza textos do seu interesse para o português – o seu vocabulário vai aumentar imensamente e você ganhará fluência muito mais rapidamente. Na Internet tudo pode ser feito fácil e sem pagar absolutamente nada. Quando você tiver bastante fluente no inglês, você ficará impressionado com a quantidade de conteúdo que vai ser capaz de absorver, sem contar que a maioria dos livros de esoterismo e magia está em inglês. Só quando ganhar fluência no inglês, prossiga para outras línguas, se tiver o interesse de se tornar poliglota.

Controle o que você aprende pela Internet. É fácil se engajar em assuntos fúteis, discussões que chegam a lugar algum e conhecimentos inúteis caso você não tenha discernimento disso. Passe a fazer o tempo que você passa na frente do computador um pouco mais instrutivo de agora em diante.

Humildade. Quando estudantes brigam entre si, não há vencedor. O vitorioso é aquele que humildemente se desculpa em nome da harmonia do grupo. Não se vanglorie, ou diminua outrem.

Não faça nada em excesso. Até praticar em excesso (6 ou mais horas por dia) é prejudicial no começo. De todas as coisas que podem ser feitas em excesso, as mais prejudiciais são comer, dormir e desperdício de energia sexual.

Não se associe demais com pessoas negativas. Se o ambiente do seu trabalho é negativo, é altamente aconselhável obter um novo emprego (quando possível) para o bem do seu treinamento. Não gaste tempo demais com amigos que seguem um caminho contrário ao progresso espiritual, porque eles são grandes tentadores. Preciso repetir sobre moderação? Se você precisar treinar depois de um longo dia de trabalho ou após estar com pessoas negativas, tome um banho frio primeiro e visualize a negatividade saindo de você na medida em que se lava. O treinamento será melhor. Um banho de banheira é melhor que o de chuveiro para esse objetivo.

Nunca profane objetos ou nomes sagrados. Nunca profane outra religião. Não discrimine entre religiões.

Reze ao acordar e antes de dormir.

Pratique o distanciamento ou desapego. O “distanciamento” ocorre quando o estudante se distancia das coisas materiais e passa a observá-las como elas realmente são: transitórias. Quando os sentidos desejam algo, vitalidade preciosa é gasta.

Não se preocupe demais sobre as coisas. Ansiedade e nervosismo gastam energia preciosa.

Não pense mal dos outros.

Sempre execute suas tarefas. Não renuncie, pensando secretamente que é o caminho fácil enquanto proclama externamente que é o mais difícil.

Tenha fé no Deus de seu coração e de sua compreensão e no treinamento mágico.

Pratique amor e compaixão.

Não se veja como melhor do que o próximo simplesmente por causa do seu treinamento. Desenvolva a compaixão àqueles que não têm a Teurgia ou outro caminho em direção à Deus.

Pratique a abnegação.

4. EXERCITE O SILÊNCIO SEMPRE!

“Quanto mais [o mago] se calar sobre as próprias experiências e conhecimentos, sem se isolar das outras pessoas, tanto mais poderes ele obterá da fonte primordial.” – Franz Bardon, CVA

No tópico 1, falamos do efeito negativo que parentes e amigos podem ocasionar em nossas práticas caso sejam desfavoráveis ou descrentes quanto ao caminho que estamos trilhando. A primeira e mais essencial maneira de evitar esse efeito é não dizer absolutamente nada aos seus pais, seus membros da família ou até mesmo seus melhores amigos sobre a sua prática na magia. Eu posso falar da minha própria experiência, e posso dizer qual será a reação deles em 99,9% dos casos quando você os contar:

1) Eles não acreditarão em magia e, consequentemente…

2) … Se você for jovem, dirão que é uma “fase”. Se for mais velho, acharão que você é um imbecil por acreditar nisso. Em alguns casos, eles vão achar ambas as coisas.

3) Não lhe apoiarão, mesmo que você tente explicar que a magia na verdade é uma ciência divina e válida tanto quanto as outras religiões. Não importa o quanto você escreva, fale ou mostre a eles, não espere que eles entendam ou aceitem o que você diz. Não fique com falsas esperanças de que eles vão aceitar o que você diz, porque eles NÃO VÃO. Não importa o que você disser, e isso é a coisa mais verdadeira de todas, os seus amigos e parentes sempre estarão certos de suas opiniões, geralmente infectadas não pela pesquisa ou estudo deles próprios sobre o que você diz, mas por preconceito, ignorância e (até mesmo) de materialismo. Em alguns casos, eles podem até não dizer nada sobre isso, como se aceitassem calados, mas na menor oportunidade vão mostrar o quanto eles não acreditam nem lhe apoiam.

4) O que é pior, eles poderão rir de você quando ouvirem você dizer alguma coisa sobre o assunto. Imagine todos na sua família, na hora do almoço aos domingos, vão discutir sobre o “bobo” e nas “bobeiras” que ele diz. Dependendo de como você reage a isso, você pode quebrar laços e piorar a sua relação com eles.

Nos casos mais extremos, de pais de religiões cristãs como o Catolicismo e o Protestantismo, pode acontecer o seguinte:

5) Eles proibirão você de fazer essas coisas e passarão a vigiá-lo mais de perto. Talvez até lhe mandem confessar isso num padre ou chamarão uma “autoridade de religião” para conversar ou consertar o seu problema à força.

É por isso que digo que é melhor você deixar a sua prática para si mesmo. O melhor seria se manter totalmente calado e, se eles descobrirem acidentalmente, diga que é apenas uma espécie de prece ou de meditação bem simples. Planeje as suas práticas de modo que eles não percebam o que você está praticando exatamente. Tranque sempre a porta do seu local de prática e pratique em horários em que eles estejam fora ou dormindo, se possível.

É evidente o impacto negativo que as opiniões e sensações de outras pessoas podem causar em suas práticas. Esse impacto ocorre invisivelmente, sem mesmo a consciência deles próprios, e de repente você não está conseguindo progredir nem mais um milímetro na sua prática. É por isso que Bardon adverte sobre isso em seu livro. A humanidade ainda não está pronta para aceitar certas verdades – segundo Emil Stejnar, o próprio Bardon dizia constantemente que tinha escrito O Caminho do Verdadeiro Adepto 600 anos mais cedo do que deveria. Seria melhor confiarmos no que o mestre diz em sua obra do que acreditarmos em nossas falsas (e ingênuas) esperanças.

5. PREMIE-SE E PUNA-SE

Uma outra prática que pode lhe ajudar seria um sistema de auto-recompensa pelo seu esforço na magia. Parece irônico, mas o mundo material pode lhe ajudar no começo a manter sua perseverança. Escolha algo que você goste muito de fazer ou de ter e prometa a si mesmo que, se você continuar a praticar por um período determinado, vai se dar o que você tanto deseja.

Ao mesmo tempo, também obrigue-se a passar por certas “provações” caso a sua determinação diminua. A sua própria personalidade lhe dirá do que você gosta ou desgosta, e assim você pode criar punições e recompensas de acordo.

Por fim, “o discípulo deve ser mais rápido em escutar do que o Mestre em falar.” (Hermes)

Esta lista poderia continuar por um bom tempo, mas eu acho que esses são bons pontos básicos para ajudar a assegurar o progresso espiritual.

EU TENHO QUE PARAR DE FUMAR, BEBER, COMER CARNE OU FAZER SEXO?

Não, você não TEM que fazer nada. Mas, se você quiser ter sucesso no trabalho inicial é aconselhável que você temporariamente elimine todas as substâncias que afetem a mente. Essas substâncias ficam na sua corrente sanguínea por períodos estendidos de tempo e vão agir no controle que você tem de mentalizar. A ideia de uma iniciação mágica é que você deve aprender como alcançar os estados alterados equivalentes, espontaneamente e sem precisar de um apoio artificial. O mago bem treinado pode ter qualquer estado que uma droga pode induzir – e controlar a natureza e a duração da experiência.

Uma vez que você tenha dominado a sua própria mente, não há razão pela qual você não possa conceder-se a estados mentais alterados e prazerosos com moderação. Normalmente, o único problema é se o estado mental alterado interfere com sua prática mágica. Com a atenção com o tempo, isso pode ser abolido.

No que diz respeito a desistir de toda a expressão sexual, isso não é nem necessário nem aconselhável a longo período para o mago que procura por equilíbrio. A abstinência sexual produz desequilíbrio. Invocar esse certo tipo de desequilíbrio pode, algumas vezes, ser útil para o mago avançado, mas apenas por períodos de curta duração e para tarefas muito específicas. Se você tem o que agora é chamado de “vício sexual”, então uma abstinência temporária pode ser um componente auxiliar de sua recuperação. Mas, sozinha, a negação não resolve um vício – o indivíduo tem de alcançar a raiz de um vício e trabalhar nele por dentro E por fora.

Sobre ser vegetariano. Na melhor das hipóteses, é uma boa ideia, se seu corpo se sente confortável comendo apenas uma dieta vegetariana e você se sente confortável ao preparar apenas refeições vegetarianas. Mas não é obrigatório. Os benefícios em potencial à saúde de uma pessoa são inegáveis, mas isso não é uma parte essencial ao se aprender magia. Alguns autores até recomendam que o vegetarianismo apenas aconteça em curtos períodos de tempo.

O que é muito mais importante é comer uma dieta bem balanceada. Basta uma dieta que forneça ao seu corpo os nutrientes e fontes de energia que ele precisa. Tente evitar comer em excesso ou pouco demais.

#Exercícios #hermetismo #MagiaPrática

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/conselhos-para-iniciantes-no-caminho

Entrevista com um Hare Krishna (Ramananda Das)

Apresente-se por favor para nosso público.

Sou Ramananda Das (Felipe D´Aviz), iniciado na tradição Gaudiya Vaishnava de bhakti-yoga. Participei de diversos grupos espiritualistas, incluindo grupos esotéricos e mágickos. Hoje em dia me dedico mais a prática e divulgação da bhakti-yoga, tal como foi me passada por meus mestres espirituais.

Como você conheceu inicialmente o movimento Hare Krishna?

Recebi uma certa vez um livrinho chamado “A Fórmula da Paz” que continha conversas de Srila Prabhupada (que trouxe o movimento Hare Krishna para o ocidente) com George Harrison (que chegou a doar uma mansão ao movimento), John Lennon e Yoko Ono. Depois disso encontrei na biblioteca da minha cidade (Santos-SP) um exemplar do “Bhagavad Gita como ele é” traduzido e comentado por Srila Prabhupada. Fiquei encantado com o sânscrito e a profundidade da filosofia védica.

Uma certa vez passando pela rua, encontrei os devotos cantando e dançando, distribuindo “simplesmente maravilhosa” (um doce de leite em pó) de manga. Meu amigo perguntou se tinha que pagar e eles responderam que não. Depois daquela bolinha, nunca mais minha vida seria a mesma! Manga sempre foi minha fruta predileta e Krishna soube usar o artificio perfeito para me atrair até Ele. Depois disso fiquei querendo conhecer o templo Hare Krishna. Quem sabe assim poderia adquirir mais dessas bolinhas?

Então um amigo Straight Edge que gostava dos Hare Krishna e eu combinamos de ir ao templo. Ele não apareceu, mas eu comecei a frequentar toda semana. Se não me engano isso tudo foi em 2000, logo após o grupo Shelter (grupo de Krishnacore) ter feito um show em Santos ao qual eu fui, sem conhecer ainda os devotos de Krishna, alguns dos quais estavam lá.

 

Como e porque você se decidiu participar deste movimento? 

Tudo se encaminhou para tal. Devido a uma doença de pele, a dermatologista pediu que eu evitasse comer carne. Parei de comer carne logo após comer o primeiro prato de prasada (alimento oferecido a Krishna) no templo.  Minhas práticas em Thelema me indicavam “Inflama-te em oração!”, o estudo do Gita e a prática de Bhakti (Liber Astarte vel Berylli). Isso junto ao que relatei na pergunta anterior, fez com que quisesse me aprofundar no assunto.

Existe alguma forma de oficialização da entrada no movimento, como é o batismo entre os cristãos?

Sim, isso se chama harinama (primeira iniciação). Quando você encontra um guru fidedigno, pede-se dele as bençãos para o cantar do maha-mantra Hare Krishna nas contas de tulasi (japa). Ele também dará um nome de servo (Das) ou serva (Dasi) de Krishna ou Radharani e um colar de tulasi (kanti), uma planta que aumenta a devoção por Krishna. Para receber essa iniciação existe alguns pré-requisitos que podem variar de acordo com o guru. Em geral deve-se tornar completamente vegetariano, não consumindo nenhuma tipo de carne (peixe é carne!) e ovos. Dessa forma é pedido que se dedique ao cantar do maha-mantra Hare Krishna na japa diariamente e vá progredindo em sua prática.

No que sua rotina mudou desde então?

Desde então tenho me dedicado diariamente a prática do cantar do maha-mantra na japa, cuidar das deidades de Krishna (imagens para adoração no altar), divulgar essa filosofia, entre outros. Tenho procurado aceitar tudo que é favorável nesse caminho e rejeitar tudo que é desfavorável, ainda que como uma alma condicionada eu tenha diversos apegos materiais.

O “Hinduísmo” é uma invenção do ocidente?

Pode-se dizer que é uma construção teórica deformada do que seria o Sanatana-Dharma, ou principio espiritual eterno da cultura védica. A palavra “Hinduísmo” não é proveniente do sânscrito e vêem do persa “Hindu”, uma outra maneira de designar o rio Sindhu, um rio ao noroeste da Índia e que agora pertence ao Paquistão. A palavra “Hindu” foi utilizado primeiramente para designar o povo que vivia as margens desse rio Sindhu e que seguiam as tradições que ficaram sendo conhecidas como Hinduísmo. No movimento Hare Krishna não usamos esse termo para nos designar enquanto seguidores do Sanatana-Dharma.

Qual a diferença entre o movimento Hare Krishna e as muitas escolas e praticas religiosas indianas?

Dentro do Sanatana-Dharma existem uma enorme variedade de processos para pessoas de naturezas diversas como havia dito anteriormente. No entanto, no movimento Hare Krishna (também conhecido como Gaudiya Vaishnavismo) procuramos seguir apenas a essência da cultura védica, tal como exposta no Srimad Bhagavatam, Bhagavad Gita e outras escrituras de bhakti. Essas escrituras foram comentadas por uma sucessão discipular que revelam os conteúdos confidenciais das escrituras e as práticas a serem realizadas para a auto-realização. O movimento Hare Krishna é um dos ramos do Vaishnavismo. No Vaishnavismo adora-se Krishna, Vishnu ou alguma de suas encarnações como a verdade suprema. No ramo Gaudiya Vaishnava adoramos ao Casal Divino Radha e Krishna, e vemos a Chaitanya Mahaprabhu como a encarnação de Krishna experimentando o amor que Radha sente por Ele.

O Movimento Hare Krishna é monoteísta ou politeísta?

Difícil encaixar em somente um desses conceitos. Pode-se dizer monoteísta pois acreditamos que existe apenas uma Suprema Personalidade de Deus – Krishna, mas que se manifesta em diversas expansões. Krishna engaja ainda diversos semideuses que regem esse mundo material, mas no movimento não adoramos esses semideuses, como é o caso de muitos que se dizem “Hindus”.

Os Hare Krishna devem se vestir como indianos? Quais as exigências e restrições feitas aos adeptos?

As vestes deverão ser utilizadas em ocasiões especificas como a adoração no altar, entre outras. Fora isso, o uso ou não das vestes indianas fica a critério da pessoa. É pedido que as pessoas sigam 4 princípios regulativos que são: 1) não comer carne, nem peixe e ovos, buscando comer somente prasada (alimentos oferecidos), 2) não jogar jogos de azar, 3) não se intoxicar (incluindo álcool, café, chá preto etc), 4) não realizar sexo ilícito (sexo deve ser apenas para procriação).

Os Hare Krishnas acreditam no céu e no inferno? Eles são diferentes dos da visão judaico-cristã?

Sim, tudo isso é descrito de maneira detalhada nas escrituras védicas, em especial no Srimad Bhagavatam. Seria necessário um estudo mais detalhado para comparar a visão judaico-cristã, o que não tenho capacidade para discorrer sobre no momento.

No que os ensinamentos dos vedas difere do espiritismo kardecista?

O kardecismo ao contrário da visão védica, não acredita que a alma possa voltar a encarnar em um corpo de um animal. Já as escrituras védicas afirmam que você obtêm um corpo adequado ao nível de consciência que se tem na hora de abandonar o corpo. O espiritismo é todo baseado na revelação dada por espíritos, que de acordo com a visão védica estão sujeitos as imperfeições das almas condicionadas. Já as escrituras védicas foram reveladas por Vyasadeva, a encarnação literária de Krishna que veio transmitir o conhecimento de maneira pura e que nos é passada através da sucessão discipular. O kardecismo descreve apenas os planos sutis que também são materiais, enquanto as escrituras védicas descrevem tanto os diversos planos materiais quanto espirituais. Essas e outras comparações poderão ser encontradas em: Espiritismo e Consciência de Krishna

Não te incomoda o sistema ser aberto a qualquer um que queira um almoço grátis?

Claro que não! Dessa forma muitos se atraem e acabam virando devotos. Talvez as pessoas tenham dificuldade em aceitar um ou outro aspecto da filosofia, mas rejeitar um delicioso prato de prasada, preparado com todo amor e devoção, ainda estou para conhecer. Analisando sob outro aspecto, simplesmente por honrar essa prasada de Krishna, a pessoa já está praticando serviço devocional e dessa maneira ela irá estar se graduando para realizar outros tipos de serviço ao Casal Divino Radha-Krishna.

Qual a importância de ter um guru? Como identificar um confiável?

Para a maioria dos empreendimentos que vamos realizar, geralmente buscamos as instruções de alguém com maior experiencia no assunto para ser nosso professor. De tal forma, no caminho espiritual isso não é diferente. O que acontece é que nossa visão está obscurecida pelo véu de maya (ilusão) e o guru, sendo uma alma auto-realizada, não sofre desse mal, podendo abrir nossos olhos com o archote do conhecimento espiritual. As escrituras indicam quem é um guru confiável/fidedigno. Ele tem que ter realizado a conclusão das escrituras, ser hábil em convencer os outros dessas conclusões e ser completamente livre de apegos materiais.

Quem é o seu guru? Fale um pouco sobre ele

É um grande prazer essa oportunidade para falar sobre meu guru Srila Narayana Goswami Maharaj, cujo aparecimento (aniversário) se comemora hoje. Srila Narayana Goswami Maharaj nasceu em uma família de brahmanas vaishnavas em Tiwaripur, no estado de Bihar, Índia. Na sua família, adora-se Sita-Rama e portanto desde pequeno gurudeva apegou-se as histórias do Ramayana de Tulsi Das e o kirtan (cantar) de Sita-Rama. Mais tarde conheceu os devotos da linha Gaudiya Vaishnava (Hare Krishna) e largou tudo para se dedicar completamente a essa prática e seus ensinamentos. Mais tarde a pedido de Srila Prabhupada veio ao ocidente ajudar os devotos que desconheciam a profundidade do sidhanta (conclusões filosóficas) a restabelecer o sentido original da missão iniciada por Sri Chaitanya Mahaprabhu. Em virtude disso deu a volta mais de 30 vezes ao mundo espalhando esse conhecimento, vindo 3 vezes ao Brasil, sendo que seu ultimo aniversário em vida foi comemorado aqui em 2010. Srila Gurudeva é um grande cirurgião que remove a impurezas do coração e coloca a semente do amor espontâneo a Sri Chaitanya Mahaprabhu e o Casal Divino Radha-Krishna. Sua mensagem é muito importante pois revela os segredos mais confidenciais de bhakti de uma maneira acessível ao mundo inteiro.

Outras informações mais detalhadas poderão ser consultadas em um dos blogs que construí para sua missão (IPBYS) no Brasil: http://ipbysbrasil.blogspot.com.br/p/srila-narayana-gosvami-maharaj.html

O que é o movimento Krishna West? Qual sua opinião sobre ele?

O movimento Krishna West é um movimento dentro da ISKCON que visa ocidentalizar a divulgação do movimento Hare Krishna. Vejo com bons olhos qualquer inovação que facilite o acesso das pessoas a consciência de Krishna e o cantar do maha-mantra. Mesmo não sendo mais um membro ativo da ISKCON, participei de algumas discussões nesse sentido e tenho a opinião que as pessoas deveriam ter liberdade de escolher o tipo de apresentação que lhe atraem mais, seguindo sua inspiração. De qualquer forma, os praticantes devem se aprofundar na filosofia de nossa tradição e passar a essência da mensagem de Sri Chaitanya Mahaprabhu sem alteração.

Vocês aceitam a existência de vida em outros planetas?

Sim, a literatura védica descreve que existe vida nos diversos planetas do mundo material e do mundo espiritual. No livro “Fácil viajem a outros planetas” Srila Prabhupada descreve que yogis viajam a esses diversos planetas. No entanto, o bhakta (devoto) está interessado somente em viajar ao planeta de Krishna e lá residir servindo Radha-Krishna eternamente. O processo para tal também é descrito nesse livro.

São a favor ou contra a pena de morte?

Esse é um tema muito polemico que exige uma análise cuidadosa. Com base no Código de Manu, Srila Prabhupada afirma sim que é possível aplicar a pena de morte em caso de homicídio. No entanto, devemos levar em consideração também a misericórdia aos criminosos que se arrependem sinceramente dos crimes cometidos. Afim de levar uma luz aos encarcerados nas penitenciárias (tal como estamos encarcerados no mundo material) devotos tem programas de distribuição de livros nas penitenciárias e se correspondem com os presos. Essa é misericórdia dos devotos que pode levar a uma transformação de consciência dos presos e uma possível mudança de vida.

E o aborto, condenam?

Toda forma de vida é sagrada e pode somente ser retirada em casos de auto-defesa, por kshatriyas (guerreiros) em guerra (Arjuna no Gita por exemplo) ou como no caso da pena de morte. O aborto é uma grande irresponsabilidade de pessoas que não conseguem enxergar essa sacralidade e na maioria das vezes surge como medida emergencial de pessoas que quiseram desfrutar do gozo dos sentidos mas não querem assumir a responsabilidade de gerar uma criança. Srila Prabhupada costumava dizer que o grande mal da civilização é a prole indesejada e como solução para tal indicava que as crianças fossem geradas dentro do ritual védico de procriação.

Segundo os ensinamentos, qual a influência dos desencarnados em nossas vidas? Estes são vistos como espíritos, demônios ou o que?

Existem espíritos de desencarnados e existem demônios, uma coisa não te a ver com a outra.  Os espíritos podem atuar de diversas maneiras a influenciarem os seres humanos, sendo que algumas vezes tentam prejudicar alguma pessoa. Para isso, o cantar em voz alta do maha-mantra, a presença da planta tulasi e a leitura das escrituras são eficazes para remover esses espíritos que queiram nos prejudicar.

Haribol!

Postagem original feita no https://mortesubita.net/yoga-fire/entrevista-com-um-hare-krishna-ramananda-das/

O Tarot e o Machismo

Segundo Nei Naiff, sua pesquisa a respeito das origens do tarot começou com o livro Tarô dos Boêmios (Paris, 1889) que seguramente é o primeiro na história do tarô a abordar os arcanos, tanto sob a ótica da metafísica cabalística quanto dos jogos adivinhatórios em uma única obra, pois os outros autores de sua época ou se reportavam a um ou a outro aspecto. O livro em questão foi escrito pelo médico espanhol, radicado na França, Gérard Anaclet Vincent Encausse (1865-1917), conhecido como Papus.

Apesar da grande quantidade de mulheres daquela época que jogavam cartas e faziam adivinhações sobre o futuro, nem Papus nem nenhum outro ocultista de sua época faz qualquer menção a elas ou a estes jogos de azar. Por quê?

Não adianta alegar que estes jogos eram secretos e raros. Para se ter uma idéia, entre 1583 e 1811 na Espanha, e entre 1769 e 1832 em Portugal, haviam empresas estatais que produziam cartas de tarô para consumo interno e nas colônias ao redor do mundo… dezenas de milhares de cartas por mês! Para jogar adivinhação com o tarô?! Não, nos museus portugueses constavam que eles eram feitos para os jogos lúdicos (e prestem atenção nisso, pois será importante no final deste texto).

Papus e os outros ocultistas/cientistas não reconheciam o papel da mulher, achando que elas eram todas burras e limitadas para entender algo tão complexo quanto a Kabbalah, a Astrologia, letras hebraicas e todas aquelas deduções abstratas que obviamente eram terreno dos homens da ciência! Como os bons céticos de hoje, achavam que “intuição” e “sincronicidade” não existiam.

Eu sempre me perguntei por quê os ocultistas do final do século XIX exaltavam a kabbalah e, ao mesmo tempo, ignoravam solenemente as milhares de ciganas, prostitutas e damas da corte que liam abertamente jogos de cartomancia desde meados de 1500. O baralho tem sido rigorosamente o mesmo desde o século XII, quando os mamelucos trouxeram os jogos de Tarokko do Egito para as terras dos Cruzados e os Templários os trouxeram para a Itália, onde durante o Renascimento existiram escolas dedicadas a ilustrá-los (algo que era feito em sua quase totalidade por HOMENS). Quando e como ocorreu esta transição entre o Tarot como instrumento de autoconhecimento e a profanação nas casas de leitura das cortes francesas?

Na bibliografia do Tarô dos Boêmios, Papus citava os autores de sua época até, no máximo, um século antes: Antoine Court de Gebelin (1775). Etteilla (1787), Claude de Saint Martin (1790), Saint Yves d’Alveydre (1830), J.A.Vaillant (1850), Eliphas Levi (1854), Stanislas Guaita (1886), Mac Gregor Mathers (1888), Piobb (1890), mas não se chega a lugar algum porque todos citavam uns aos outros e todos possuíam como ponto de partida Gebelin e Lévi.

Court de Gebelin e o tarô “egípcio”

Antoine Court de Gebelin (1725-1784) era filho do famoso pastor evangélico francês Antoine Court (1695-1760) que restaurou a Igreja reformada na França, fundou um importante seminário para a formação de pastores evangélicos, sendo um grande historiador de sua época. Gebelin seguiu os passos de seu pai tornando-se um pastor e, mais tarde, também influenciado, interessou-se por mitologia, história e lingüística.

Certo dia, como ele mesmo diz em sua obra (Le Mond Primitif…), “foi convidado a conhecer um jogo de cartas que desconhecia e em menos de quinze minutos declarou ser um livro egípcio salvo das chamas, explicando, imediatamente, aos presentes, todas as alegorias das cartas”. Escreveu, em sua obra, uma retórica do tarot como sendo a chave dos símbolos da língua primeva e da mitologia; fez uma relação dos arcanos com as letras egípcias e hebraicas e revelou que a tradução egípcia da palavra “tarot” é “tar” = caminho, estrada e “ot” = rei, real.

Mas esta história tem um pouco de Dan Brown nela… segundo ele, durante os primeiros séculos da Igreja, os egípcios, que estavam muito próximos dos romanos (Era Copta, conversão absoluta do Egito ao Cristianismo – 313 a 631 d.C.), ensinaram-lhes o culto de Ísis e os jogos de cartas de seu cerimonial. Assim, o jogo de tarô ficou limitado à Itália e Alemanha (Santo Império Romano); posteriormente, chegou ao sul da França (Provença, Avignon, Marselha) e, ainda desconhecido, no norte (Paris, Lion).

Realmente, este foi o caminho, mas o Tarot não possuía a forma de cartas nesta época, pelo simples fato que o papel era algo caro demais para ser feito e delicado demais para sobreviver ao deserto.

Dados, Dominós e a Kabbalah

Neste período, não se usavam cartas e a função de adivinhação estava restrita às bruxas e videntes. Por conta da divisão entre cultos Solares e lunares, homens e mulheres trabalhavam facetas diferentes do conhecimento ocultista. Enquanto os homens se dedicavam à matemática, geometria, astrologia, gematria e kabbalah, as mulheres eram treinadas nas danças iniciáticas, oráculos e magia sexual. Desta maneira, os dados foram o instrumento utilizado pelos magistas com uma função oracular, mas que foram rapidamente profanados e passaram a ser usados pelo povão para jogos de azar (o mesmo aconteceria com os arcanos do Tarot mais tarde). Os dados evoluíram para o que chamamos de Dominós. A versão com o zero (de 28 peças, a que usamos hoje) só aparece bem mais para frente… lembremos que nesta época o zero nem sequer havia sido “inventado” ainda, só aparecendo com os árabes muitos séculos depois.

Basicamente, os dominós representavam os 21 Arcanos Maiores do tarot. Ficava faltando o Louco e esta é a explicação verdadeira razão pela qual este arcano não possui um número. Alguns autores o colocaram como número zero, outros como 22 e outros ainda como Arcano 78… alguns até o deixam sem número. Eu já li textos onde se dizia que os dados eram arremessados dentro de um círculo traçado na areia e este arcano se manifestava quando algum dos dados caia fora do local demarcado (tal qual alguns jogos de Runas) mas não existem registros garantidos disto, visto que toda a tradição iniciática era oral.

O pesquisador e historiador especializado na história do tarot Kris Hadar defende que a origem do tarô na Europa pode ser encontrada no século 12 na região de Oc ou Provence, no sul da França (por isso a data simbólica 1181 na carta do 2 de Ouros encontrada em um dos baralhos); e que a criação do baralho foi uma maneira encontrada para ocultar e preservar, na forma de cartas de jogar, a cultura e o conhecimento daquela região (onde nasceu a cultura trovadoresca), que a Igreja e os reis de França da época procuraram exterminar por ser “herética”. Considera ainda que o tarô foi “o primeiro livro que permitiu que os analfabetos fossem capazes de refletir e meditar sobre sua salvação eterna e a busca de si mesmos”. A história dos Tarots, dados e jogos de azar acompanha o caminho percorrido pelas Ordens Gnósticas (Sul da França e Norte do Egito).

Em 1392, surge na Europa o Tarô de Gringonneur, até hoje conhecido como o tarot mais antigo que se tem notícias (Charles Poupart em Registre de la Chambre des Comptes, 1392).

Entre 1392 e o Famoso “Tarot de Marselha” (1761) surgem diversos tarots, dos quais temos apenas algumas poucas cartas remanescentes, como o Poema descrevendo os 22 arcanos, escrito por Matteo boiardo (1494), o Tarot de mantegna (1465), o sola Busca Tarot (1491), Francesco Marcolini (1540), Catelin Geoffroy (1557). No começo do século XVI, há um texto da inquisição acusando uma mulher de usar o Arcano do Diabo em uma Adoração Satânica, mas por algum motivo, o tarot é meio que deixado de lado pela Inquisição.

Na França, temos o Tarot de Paris (1650), o tarot de Jean Noblet (1650) e o Tarot de Jacques Vieville (1643), na Itália temos predominantemente o Tarocchino de Mitteli (1662). Mitteli era um rosacruz italiano, da mesma escola de Gabriel Ferrantini, Girolamo Curti e Angelo Colonna, o que nos traz novamente a ligação entre Ordens esotéricas e o tarot.

Em 1761, Nicolas Convert, conhecido como “Mestre da Guilda dos Fabricantes de Baralhos de Marselha”, produziu a versão mais famosa e mais popular de todos os tarots, o “Baralho de Marselha”.

Gebelin foi o primeiro a atribuir a origem Egípcia ao baralho. A partir de então, o tarô se tornou uma febre parisiense. Todos queriam aprender o jogo egípcio. As ciganas que eram consideradas, à época, de origem egípcia, aproveitaram a onda e Créu! Começaram a ler cartas e ganhar o the Money fazendo previsões!

Etteilla, discípulo de Gebelin

Etteilla, pseudônimo de Alliette, era professor de álgebra, amigo íntimo de Madame Lenormand (famosa cartomante de Napoleão, que criou seu próprio baralho também) e de Julia Orsini, outra famosa cartomante francesa. Não se tem notícias de que tivesse pertencido a nenhuma ordem ou fraternidade oculta. Em todas as referências é tido como charlatão. Lévi e Papus revelam que ele se apropriou para benefício próprio das idéias da origem egípcia, da relação das letras hebraicas e egípcias feitas por Gebelin, criando seu próprio tarô corrigido, compilando as obras de suas amigas e escrevendo onze livros. Instalou-se em um dos mais luxuosos hotéis de Paris, Hotel de Crillon, e começou a atender e ensinar a nata parisiense! Voilá, cherry! Gebelin e Etteilla devem ter falecido ricos e felizes, um sob a visão da fama científica e o outro do misticismo.

Eliphas Levi, o senhor da Kabbalah

Tanto Gebelin quanto Ettteilla mexeram com o imaginário popular da época e, conseqüentemente, dos esotéricos e exotéricos; pois fica muito claro nas obras de todos os ocultistas do final do século XVIII e início do XIX que no âmbito tradicional do universo das ciências ocultas nunca se analisou ou questionou o tarô — são palavras do próprio Gebelin e de todas as pessoas posteriores a ele, sem exceção.

Lévi, em seu primeiro livro (1854), Dogma e Ritual, e no segundo, História da Magia, detona as obras e a conduta de Etteilla, contesta a origem egípcia de Gebelin e repudia a palavra tar=caminho e ot=real. Vai mais além: Introduz o conceito de que Moisés escondeu nos símbolos do tarô a verdadeira Kabbalah.

Também, pela primeira vez, um ocultista, em toda a história da magia, faz uma acalentada tese de associações das letras hebraicas com os arcanos e diz que a palavra tarot é análoga a palavra sagrada IHVH, sendo também uma variação das palavras Rota / Ot-tara / Hathor / Ator / Tora / Astaroth / Tika.

Assim como no livro de Papus, numa segunda leitura, igualmente encontrei críticas às mulheres na obra de Lévi, um pouco mais cruéis eu diria — desdenha Mlle Lenormand chamando-a de gorda, feia e chata e duas outras cartomantes, Madame Bouche e Krudener, de prostitutas (coquetes ou Salomé à época) (História da Magia, páginas 346 e 347). Tanto Lévi quanto Papus condenavam as práticas femininas de cartomancia, achavam que elas usurpavam o poder do homem na ciência oculta…

Eu também sempre havia me perguntado o que eles teriam contra as mulheres, visto que nenhum deles tinha características gays nem nunca ninguém chegou a levantar esta possibilidade. Quem levantou a melhor idéia foi o pesquisador Nei Naiff, autor do livro “Tarô, ocultismo e Modernidade”:

“Comecei a pensar sobre a sociedade até o fim do século XIX: era patriarcal e misógina! Será que houve uma descrença no sistema de cartas por causa do contexto feminino? Ou será que pelo fato do tarô expressar símbolos comuns de sua época não teria nenhum valor ocultista? Neste caso, eu acredito que foram ambos os fatores!

A partir da história egípcia sobre o tarô criada por Gebelin, os ocultistas viram uma possibilidade de abarcarem as técnicas de cartomancia, sem caírem no ridículo de usarem “uma arte feminina nos vôos da imaginação”, como disse Papus, ou usaram a arte das “loucas e coquetes”, segundo Lévi. Como? Fizeram uma retórica metafísica impossível delas compreenderem.

Se reparar na história do ocultismo, da magia, da cabala e da alquimia observará que não há uma única mulher (eram todas consideradas bruxas, ignorantes e maldosas!) que anteceda a Helena Blavatsky (1831-1891)! Ela foi muito “macho” em peitar todos os ocultistas eruditos. Assim, não foi difícil começarem a estudar uma arte feminina, que estava bem debaixo do nariz deles por tantos séculos, mas que nunca ousaram tocar por puro preconceito machista.

Afinal, nada melhor do que a imaginação e a intuição feminina para desvendar o significado simbólico das cartas em vez da razão e da lógica dos eruditos que necessitavam de fórmulas complicadas para tudo.

Para mim ficou muito claro o porquê da ausência do estudo do tarô entre os renomados ocultistas até o século XVIII e, principalmente, o porquê de tanto escárnio nas obras de Lévi e Papus sobre as cartomantes ou, no caso de Etteilla, um homem que se atreveu a jogar cartas como elas, denegrindo a imagem do “macho esotérico que conjura demônios”… Coisas do século passado…

Embora o tarô fosse conhecido e utilizado há séculos na Itália, Alemanha, Suíça, Espanha e França, foi precisamente em Paris que ele criou sua própria luz espiritual, tanto no surgimento de seu nome (tarot), quanto em sua centrifugação com o ocultismo. Observe que todos os autores que descrevemos são franceses e publicaram suas obras na Cidade Luz”.

#Tarot

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-tarot-e-o-machismo

Asmodeus – Adornado em Chamas

7 Aconteceu que, precisamente naquele dia, Sara, filha de Raguel, em
Ecbátana na Média, teve também de suportar os ultrajes de uma serva

de seu pai.

8 Ela tinha sido dada sucessivamente a sete maridos. Mas logo que eles  5
se aproximavam dela, um demônio chamado Asmodeu os matava.

9 Tendo Sara repreendido a jovem criada por alguma falta, esta
respondeu-lhe: Não vejamos jamais filho nem filha nascidos de ti sobre
a terra! Foste tu que assassinaste os teus maridos.

Livro de Tobias (3: 7-8-9)

asmodeus1Os três Sacerdotes do Templo de Satã, dedicam esse texto como uma homenagem a ti, Katlyn Babalon, nossa Musa do Apocalipse 

Parabéns e aprecie, e relembre tudo que Asmoday já te trouxe.

Quando falamos de demonologia, um dos principais nomes, é Asmodai, o trigésimo terceiro demonio da goetia, tão famoso por ter construído o templo de Salomão. Eu comecei a trabalhar com ele, no meio de 2008 e de lá pra cá, comecei a passar pra outras pessoas, sobre ele, e sobre como trabalhar com este demônio. Afinal, o inferno é free pass ? Ou não ?

Senhor de toda a Luxuria, ASMODAI, ASMODEUS, ACHENEDAY, SIDONAI, ASHMODAY, ASMODÉÉ, é o mais sedutor de todos os demônios, sem duvida alguma, por causa de seus domínios, acaba aprisionando os incautos em teus jogos de possessão. Ele é alimentado com álcool puro, fluidos sexuais, jóias masculinas, Absinto, maçã, enxofre, pimenta (todos os tipos) velas vermelhas e todos os incensos afrodisíacos podem ser dedicados á ele. Além de luxuria, ele trabalha fornecendo sabedoria, riquezas, une e desune casais, mata destrói, enlouquece, é um senhor da Loucura,  acendendo ou apagando paixões, causando dor e sofrimento, tornando homens ignorantes, perturbando-os.

É o senhor da Ira, do Caos.

Cuida também de virilidade, dando ou retirando de um homem, e de fertilidade, regendo a sensualidade, os jogos, o adultério, a homossexualidade, discórdia, engano. Um dos demônios mais intensos que já convoquei.

Em uma das minhas brincadeiras, eu e uma amiga, convocamos ele, ao meio da madrugada, na praia vazia, somente para acender a paixão de duas pessoas para nós. Ela morava comigo na época, e foi uma época rica de demonologia – que serão detalhadas aqui. Usamos apenas o que tínhamos, que era somente incenso de almíscar. Foi magnifico a invocação, olhando pro mar, pequenos globos de energia se formavam e desapareciam,  terminada a conjuração, os dois, se sentiam possuídos,  rindo a toa, e sentindo uma força sobrenatural dentro de si. Assim perdurou por dois dias. Quando estavamos brincando com o tarot, uns dias após, o telefone toca. Uma garota, a qual o demônio foi enviado, acabara de ligar desesperada. Ela acordou com um homem a sua frente, a sombra de um, se sentindo paralisada. Começou a ter crises de choro fortes, e só pensava em mim, no caso, e me ligou pedindo tanto ajuda como segundas intenções, reveladas somente mais tarde, no ápice da lascívia. E esta mania de se mostrar, é tipica do Asmoday, quando mandei ele separar duas pessoas, uma delas um amigo intimo e sua ex namorada, ele me contou que a sua ex, também acordou com esse homem, vestido de negro ao lado da sua cama, e a sensação de desespero também a fez ligar para seu namorado e contar. E ele me contou logo em seguida, sem saber que era uma brincadeira demoníaca minha.

Já pra ela, Asmoday agiu de outra forma. Ela o invocou para um rapaz a qual veio a namorar um tempo, ela ganhou fascínio com o Asmoday, por ver, que o rapaz falava exatamente, segundo ela, exatamente tudo que ela pediu pro Asmoday. Ele se tornou uma casca, com o Asmoday dentro, jogando com seus sentimentos. A cada vez que mantinham relações, ela mentalizava o nome do Asmoday, e assim alimentava o demônio. Até que a coisa perdeu o controle. Tudo se iniciou por sonhos perturbadores do rapaz, que ficava desordenado, e se rebatia na cama. Até o ponto, que numa madrugada ela me ligou me sem saber o que fazer. O garoto tava se rebatendo demais, além de gritar o tempo todo, falando em línguas que ela não entendia, ela não conseguia acorda-lo, e ele se batia violentamente, e em algumas vezes, parecia q ele se levantara meio sonambulo, quase vindo pra cima dela, e logo em seguida caindo. Ela estava assustada, me ligou. Em posse de fios de cabelo dele, eu comecei a exorcizar o demônio, ainda bêbado de sono, assim que desliguei o telefone com ela. Uma hora após, ela tornou-me a me ligar relatando que ele caíra num sono tranquilo. Asmodai foi embora, junto com ele, toda a obsessão amorosa que o rapaz tinha por ela.  Ela logo terminou o namoro, assim que notou a diferença gritante que aconteceu da noite pro dia, literalmente.

Já outro rapaz, Lipe, convocou para uma garota a qual estava interessado. Ele começou a invocar toda semana, dando fluidos sexuais para o demônio, depositando-os sobre o selo do mesmo. Em um mês e pouco, tudo mudou radicalmente. Em questão de dias, a garota começou a demonstrar uma paixão louca por ele. E enlouqueceu a ponto de ela ter visões dele pela casa, sonhar com ele diariamente, ter crises de choro sentindo a falta dele, ela perdia o sentido, tinha falta de ar, parecia que perdia a próprio controle. Ela tinha visões dele, alucinações com o rapaz, vindo e se envolvendo com ela. Ela sentia fisicamente isso.  Ele fazia apenas dois pedidos, cada vez que dava seus fluidos pro Asmodai – Enlouquece-la de paixão, traze-la até á ele.E as coisas aconteciam de modo brusco, se não, violento. Asmoday fez a garota delirar, literalmente, perder o próprio controle. Ele teve que mudar de demônio, quando ela começou a ter complicações respiratórias, além das alucinações mais frequentes.

Sexo com demônios não é um assunto novo, tão antigo quanto a minha própria bissexualidade, e por isso, em uma projeção astral eu o convoquei para tal proposito. Voltei completamente exausto, tonto, não conseguindo me manter em pé direito. As mesmas experiencias, uma amiga minha Hydra, teve com ele. As quais estarei descrevendo. Adiante no texto;

Eu conheci Asmodai através do meu amigo Inkubus e estava muito tentada a trabalhar com ele dentro da demonologia porque queria a aproximação de uma pessoa. Encontrei uma linda foto de Asmodeus e a imprimi, e trabalhava com energia sexual alimentando-o e buscando sua presença com fluidos sexuais. Em poucos das eu estava fascinada por Asmodeus, que se mostrou muito sedutor e comecei a buscar incessantemente sua materialização. Um belo dia eu acordo e vejo Asmodeus pairando sobre mim, como que flutuando… minha respiração estava ofegante e a excitação sexual muito intensa. Sentia que o corpo sutil dele ganhava forma e conteúdo enquanto ele penetrava em mim. Isso levou alguns poucos minutos e então ele se dissipou. Terminei por mim mesma este “ritual” sexual entre eu e ele e ofertei a energia desprendida desse ato à ele. Asmodeus respondeu positivamente aos meus pedidos e desse dia em diante se tornou um dos demônios com os quais eu mais me identifico. 

Lupus aeternos, me descreveu este cavalheiro desta forma;

Asmoday é um rei reservado e calmo, porem quando evocado ele pode deixar um rastro de discórdia e perversões sexuais. Na mitologia semítica encontramos que Asmodeus nasceu para se tornar o rei dos shedim (espíritos malignos) e na mitologia cristã cabalista ele pode ser identificado com o anjo Asmodel. Seu ofício é o confronto, a destruição e a luxuria. 

Sendo um demônio do fogo e marido da jovem Lilith(Na’amah mãe e esposa dele) ele foi conhecido por auxiliar feiticeiros no Negev e matar hebreus através de pragas, loucura e violência. 

A ele podemos associar animais como o galo, touro, serpente e o cão. 

Não posso dizer que tive experiencias tranquilas com ele mas algumas forma muito positivas e outras muito conturbadas. A energia dele leva a um estado de consciência que pode “simular” uma possessão  e as vezes nos induzir à momentos de insanidade, ao mesmo tempo que parece ser um estimulante sexual e também aumenta o vigor e a força física do mago ou feiticeiro.

Ele buscou no Asmoday outra coisa; queria vingança – untando uma vela em sangue, ele começou a fazer a seguinte invocação, de forma poética, expressando teu desejo;

“Abra a tua boca Asmodeus e deixa o enxofre sair,
Rei de toda ira e luxuria deixa tua força fluir,
Pela minha ira e meu desejo de vingança destroi o corpo deX,
Lança tuas legiões a cada hora de vida para para assolar “X” até que ele esteja morto!
Deixa tua discórdia fluir e destruir a vida e a mente deste que me feriu,
E tudo que ele mais gosta na vida se volte contra ele,
Eu invoco a tua ira e tua força e ordeno ao céu, a terra e aos mares que se voltem contra ele!
E por todos os shedim sobre o teu comando que a peste e a desgraça caiam sobre ele,
A loucura e a insanidade venha a tona, para que ele engasgue com os proprios ossos!
Asmodeus, pela minha voz destroi o corpo, a mente e o espirito de “X’ com  a tua ferocidade!”

Formas variadas de se trabalhar com esse demônio, nos levam a crer, que magia é mais pessoal que formal, que não existem receitas para que a magia aconteça, por que ela, simplesmente acontece. Asmoday nesses 4 anos ao meu lado, me mostrou claramente que demônios são vivos, tem personalidade, e muitas vezes além de pedir o que se deseja, deve –se pedir o que se não deseja – para que se evite resultados desastrosos.  Talvez o Inferno seja um grande professor, ou até mais que isso. Pouco importa hoje em dia a origem dos mitos, o que nos vale, é como usa-los. E aqui está Aeshma Daeva, em uma entrevista completa e participações em vidas pessoais. Usem bem.

Excitação, domínio e magia. Achenaday, um dos príncipes da Escuridão, este é um trabalho dedicado á ti.

Por Inkubus

Postagem original feita no https://mortesubita.net/demonologia/asmodeus-adornado-em-chamas/