Jainismo – A Religião do Protesto e da Não-Violência

O Jainismo, a religião do protesto e da não-violência na Índia, é originária do século VI a.C. Um de seus líderes foi Jina, o Vencedor, outro foi Mahavira, o Grande Herói. A religião protestava contra o complicado ritualismo e a impessoalidade do Hinduísmo.

Entre as afirmações do Jainismo que ainda existem está a coexistência de duas categorias eternamente independentes conhecidas como Jiva (animado, alma viva: o desfrutador) e Ajiva (objeto inanimado, não vivo: o desfrutado).

Os jainistas acreditam fortemente no karma. Eles afirmam que as ações da mente, fala e corpo produzem sutis partículas infra-atômicas de matéria que causam a escravidão da alma individual. Para evitar essa escravidão ou aprisionamento, a pessoa deve abster-se da violência para não causar sofrimento na vida. Alcança-se a salvação praticando as três “joias”: da fé correta, do conhecimento correto e da conduta correta.

Os espíritos conhecem sua identidade passando por sucessivas encarnações. Depois de nove encarnações vem a obtenção do Nirvana.

Os Yatis (ascetas) atingem o Nirvana com os cinco votos, panca-mahavrata: ahimsa, nunca infligir dano a qualquer criatura; satya, ser sempre verdadeiro; asteya, nunca roubar; brahmacarya, para praticar a contenção sexual; e aparig-raha, para desistir de bens mundanos. Esses votos ajudam a promover o autodomínio.

Os jainistas adoravam muitos dos deuses hindus, além de dois grandes profetas Mahavira e Jina. Eles acreditam que uma sucessão de 24 Tirthankaras (santos) originou sua religião com Mahavira o grande herói e Jina, figuras históricas, sendo o último desses santos.

As duas principais seitas dos jainistas, os monges de Digambara (vestidos de espaço ou nus) e os monges de Svetambara (vestidos de branco, ou vestindo roupas brancas), produziram grandes quantidades de literatura secular e religiosa nas línguas prácrito e sânscrito.

A maior parte da arte jainista foi encontrada principalmente em templos de cavernas elaboradamente decorados com pedras esculpidas e manuscritos ilustrados. Esta arte foi modelada após o budismo, mas era mais rica em textura e fertilidade. A maioria foi destruída no século 12, quando algumas seitas rejeitaram a adoração de imagens. As invasões muçulmanas saquearam muitos dos tesouros de arte também. No século 18, a inspiração da iconoclastia foi rejeitada ainda mais na adoração no templo. Rituais complicados foram substituídos por práticas de culto mais austeras.

Atualmente a religião está localizada principalmente na parte mais ao norte da Índia, na região de Bombaim (Mumbai) e nas maiores cidades da península indiana. Na década de 1960, os jainistas somavam apenas 1.500.000, mas influenciaram predominantemente a religião hindu. Os jainistas são principalmente comerciantes, e sua riqueza e autoridade os tornam muito influentes.

A maioria, se não todos, os jainistas praticam o ahimsa, a não violência, o que levou a referências extremas para a vida animal. Isto é especialmente verdadeiro para os ascetas, os Yatis. Exemplo desses extremos são usar um pano sobre a boca da pessoa para evitar que insetos voem e entrem nela e assim morram, carregar uma escova ou vassoura para varrer o local onde ela está prestes a se sentar e remover o risco de fazer mal a qualquer criatura viva.

Essas práticas de não-violência dos ascetas Yatis influenciaram muito o líder nacionalista indiano Mohandas Karamchand Gandhi, o Mahatma Gandhi, cujas ações geraram ainda o maior movimento não-violento em todo o mundo e continuam influenciando outros movimentos não-violentos até os dias de hoje.

A.G.H.

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Jainism, by A.G.H.

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/yoga-fire/jainismo-a-religiao-do-protesto-e-da-nao-violencia/

Om Gam Ganapataye Namaha

Este mantra é um dos mais conhecidos da tradição hindu e é muito fácil de pronunciar. É uma invocação a Ganapati (outro nome de Ganesha) e serve para remover os obstáculos, tanto materiais como espirituais. Este mantra atua muito rápido, vale a pena experimentar.

O texto que se segue é de Thomas Ashley Farrand no livro “Mantras que Curam”

Ao longo dos anos, aprendi muitos mantras para resolver os problemas que a vida criou para mim. Para que você tenha uma idéia de como isso pode funcionar, vou contar como a prática de um mantra me ajudou num período particularmente difícil.

Em 1980, ocorreram muitas mudanças na minha vida. Durante oito anos, eu havia sido ministro-residente de um centro espiritual filiado a uma organização espiritual da Índia, mas sediada em Washington, D.C.

Eu gostava de ser útil e minhas responsabilidades em geral eram agradáveis. Entretanto, a forma como o líder indiano estava conduzindo a organização passou a me incomodar cada vez mais, por apresentar um comportamento inadequado em questões referentes a sexo, dinheiro e poder. Eu vacilava entre permanecer ou abandonar a organização e essa preocupação me deixava nervoso.

Um dia, numa de minhas habituais sessões de duas horas de meditação, eu vi um relógio que marcava um quarto para as doze horas. Aquela visão mostrava-me que às doze horas, a relação pela qual eu vinha esperando desde muito tempo atrás chegaria. Resolvi esperar um pouco mais antes de tomar a decisão de deixar o centro. Na realidade, aqueles quinze minutos acabaram sendo mais de seis meses. Depois de seis meses, uma mulher chamada Margalo chegou à organização. Em duas semanas, deixei o centro para ir morar com ela. Um ano depois, já casados, decidimos juntos abandonar totalmente a organização.

Quando me envolvi com a organização, eu trabalhava como produtor de televisão. Logo depois de entrar para ela, passei a lecionar radiofusão, por tempo integral, na George Washington University. Em 1980, entretanto, vencido o prazo do meu contrato temporário e, recém-casado, eu refletia sobre minhas opções profissionais. Margalo sugeriu que deixássemos Washington, D.C., e fôssemos morar em sua antiga casa no sul da Califórnia. Eu não vi nenhum motivo para recusar. Uma vez lá, eu sabia que teria de iniciar uma nova carreira. Mas, apesar de todos os meus esforços para encontrar um trabalho em Los Angeles, a capital da mídia do mundo ocidental, as portas da televisão mantiveram-se fechadas e eu fui obrigado a aceitar trabalhos esporádicos. Eu lutava para encontrar algum tipo de equilíbrio entre minha procura desestimulante de uma nova profissão e minha nova vida feliz com minha mulher.

Durante meus anos de sacerdócio, eu havia usado mantrans quase exclusivamente durante as sessões de meditação para aumentar a concentração e estimular a introversão espiritual. Para qualquer problema secular, eu recorria às orações que havia aprendido em minha formação judaico-cristã nas igrejas Presbiteriana e Metodista. A prática de mantras não requer o abandono da organização religiosa a que pertencemos, nem das nossas raízes ou de outras práticas espirituais. Embora continue me considerando cristão, eu já estudei muitas tradições religiosas e, com o passar dos anos, fui acrescentando novas práticas religiosas de origens hinduísta e budista a meus hábitos diários, para compor uma espiritualidade pessoal voltada para a compaixão e o serviço. O mantra é uma prática espiritual complementar incrivelmente eficaz, que pode enriquecer a sua vida.

No meu caso, os resultados obtidos por meio de orações eram esporádicos, mas eu os havia aceito. Naquele período profissionalmente difícil de minha vida, entretanto, decidi aplicar um mantra à minha situação para ver se me ajudava. Escolhi um mantra que me pareceu apropriado para as minhas dificuldades no plano material e decidi dedicar-me a ele por quarenta dias. Escolhi uma prática de quarenta dias porque quarenta é um número recorrente na literatura religiosa. Jesus andou no deserto por quarenta dias. Noé flutuou sobre as águas por quarenta dias. Moisés errou pelo deserto por quarenta anos. Com Buda foi um pouco diferente, pois permaneceu sentado sob a Árvore Bodhi por 43 dias até alcançar a iluminação. No hinduísmo védico, quarenta dias é o período estipulado para a prática concentrada de um mantra. No catolicismo romano, a novena, uma disciplina diária de oração utilizada pelos fiéis em busca de solução para seus problemas, é, às vezes, praticada durante cinco, quarenta e 54 dias, embora tradicionalmente seja uma prática de nove dias.

Eu achei que precisava de uma quantidade considerável de tempo para que a prática do meu mantra atuasse sobre quaisquer que fossem as forças que estavam me impedindo de encontrar trabalho. A intenção que criei na minha mente era de encontrar um emprego estável no qual eu pudesse dar uma contribuição aos outros e me rendesse um salário para viver. Como muitos mantras para a solução de problemas são genéricos por natureza, o mantra que escolhi foi para a remoção de obstáculos:

Om Gam Ganapataye Namaha

“Om e saudações àquele que remove obstáculos do qual Gam é o som seminal.”

Entre as seitas védicas e hinduístas, este mantra é universalmente reconhecido como extremamente eficaz para a remoção de todos os tipos de obstáculo. Como eu não sabia o que estava me impedindo de encontrar um emprego fixo e remunerado, meu objetivo era remover qualquer obstáculo, interno ou externo, espiritual ou físico, que estivesse no meu caminho.

Nos quarenta dias seguintes, repeti o mantra o máximo de vezes possível, algumas vezes em silêncio, outras em voz alta. Enquanto realizava tarefas domésticas, eu repetia o mantra. Dirigindo, eu ia entoando o mantra no carro. Enquanto comia ou preparava a comida, eu o repetia. Enquanto adormecia, continuava repetindo o mantra pelo máximo de tempo possível. Ao despertar, começava imediatamente a recitá-lo. Se estava com outras pessoas, recitava-o em silêncio. Se estava sozinho, entoava-o em voz moderadamente alta. Tornei-me uma máquina de entoar o mantra Om Gam Ganapataye Namaha.

Eu gostava da sensação que o mantra me proporcionava. Seu ritmo instalou-se rapidamente em minha consciência e, depois de duas semanas, constatei que o mantra se iniciava sozinho quando eu estava ocupado com alguma outra coisa. Quando acordava no meio da noite, podia ouvi-lo ressoando fracamente em algum compartimento nas profundezas da minha mente. Ele se integrara ao meu corpo e à minha mente como um alimento espiritual.

Depois de três semanas trabalhando com o mantra, fui convidado para realizar uma cerimônia védica para um grupo em Santa Ana. A cerimônia durou cerca de uma hora e, quando acabou, circulei entre os convidados para conversar e comer petiscos. Com um pequeno grupo, a conversa acabou indo parar na pergunta “E o que você faz para viver?” Expliquei, um pouco constrangido, que tinha vindo recentemente para a Costa Oeste e que ainda não havia me fixado em nada.

O bate-papo continuou e depois de um tempo uma mulher do grupo disse que sua empresa estava procurando alguém para trabalhar num projeto de marketing pelos próximos três meses. Perguntei o que a empresa fazia e ela respondeu que um serviço de assistência médica que se ocupava de medicina familiar, medicina ocupacional e atendimento de emergência. Eu não tinha nada a ver com a área de saúde e disse isso a ela.

Sem se importar com isso, a mulher insistiu para que eu lhe telefonasse para marcar uma hora na semana seguinte. Concordei, mais por educação e com a consciência de que devia explorar as possibilidades – mas sem nenhuma esperança real de que aquilo resultaria num emprego para mim.

Quando cheguei à empresa, fui recebido pelo chefe da mulher que eu havia conhecido, Rick, que me entrevistou por cerca de dez minutos. Eu achei que estava descartado, uma vez que mostrara não entender nada daquele ramo, mas para grande surpresa minha, ele finalizou sua breve entrevista com: “Eu acho que você vai se dar bem. Mas preciso que os médicos aprovem. Por favor, espere aqui.”

Os médicos me aprovaram e, dentro de alguns minutos, eu já havia preenchido alguns formulários e me tornado um representante de marketing da clínica deles, para realizar trabalho de campo com base num contrato provisório de três meses. O salário era modesto, mas era melhor do que trabalhar esporadicamente ou aguardar o telefone tocar, de maneira que fiquei agradecido. Durante todo o tempo, eu continuei recitando o mantra em silêncio.

Depois de vários dias dando telefonemas de negócios, eu aprendi o suficiente para perceber que o material de marketing de que dispunha para sustentar meus telefonemas era péssimo. Eu não conseguia tirar isso da cabeça e comecei a me sentir cada vez mais estúpido toda vez que fazia uma chamada. Finalmente, percebi que eu tinha de fazer algo.

Nessa altura, eu estava no trigésimo dia de prática do meu mantra. Nessa noite, refiz todo o material, resumindo-o em três desenhos e usando as cores do prédio e o familiar caduceu, símbolo da medicina. Quando cheguei ao escritório na manhã seguinte, procurei o médico a quem relatei e expus rapidamente o que tinha em mente. Ele parou de repente, fitou-me e disse para encontrá-lo na sala de reunião dentro de uma hora. Quando entrei na sala de reunião, lá estava Rick, junto com a mulher que havia sugerido que me candidatasse ao emprego, o médico que havia me entrevistado e dois outros médicos que eram sócios da empresa. Inseguro, percebi que teria de fazer uma apresentação. O médico que havia convocado a reunião disse, “Mostre-nos o que você fez”.

Depois de dez minutos de apresentação improvisada, os médicos me pediram para deixar a sala por alguns minutos. Nervoso, aquiesci. Quando fui chamado de volta, meu chefe disse, “Parabéns, você é nosso novo diretor de marketing. Mande imprimir alguns cartões e também esse material que você desenhou o mais rapidamente possível”. Eu estava em estado de choque, mas continuava interiormente repetindo o mantra Om Gam Ganapataye Namaha.

Concluí meus quarenta dias de prática do mantra sem nenhum outro incidente. Dentro de trinta dias, eu estava envolvido num projeto de marketing com a participação de um hospital local. A enfermeira que era diretora de marketing do hospital era amistosa e tecnicamente muito competente. Trabalhamos bem juntos. Quando estava quase no final do projeto, ela me perguntou se eu não me importaria em dizer quanto eles me pagavam. Não me importei e disse a verdade. Ela franziu o cenho e disse, “Eles estão lhe pagando uma bagatela”.

Quando o projeto em conjunto foi concluído, meu chefe nos parabenizou a ambos pelo ótimo trabalho. Depois de apertar a mão dele, a enfermeira apontou na minha direção e disse, “Você sabe que esse cara é muitíssimo mal pago. É melhor você tomar alguma providência antes que alguém lhe faça uma proposta e ele vá embora”. Fiquei espantado, mas meu chefe respondeu como o bom profissional que era. Deu uma risadinha e disse: “Não se preocupe, cuidaremos bem dele”. Em trinta dias, tive um aumento de 40%.

Isso foi no início de 1983. Trabalhei nessa empresa durante quase sete anos. Tive inúmeros aumentos e sentia que meu trabalho era valorizado. Finalmente, eu saí quando meu supervisor decidiu abrir seu próprio negócio e fez-me uma proposta para ir com ele.

Eu atribuí o meu êxito na procura de emprego ao mantra que pratiquei. Sua eficácia causou uma profunda impressão em mim e comecei a dar um novo valor ao poder das fórmulas espirituais para a solução de problemas cotidianos. Comecei a recomendar o uso de mantras a outras pessoas com problemas e funcionou surpreendentemente bem.

Indiquei esse mesmo mantra a um amigo meu de Washington, que havia acabado de deixar sua carreira no exército. Ele havia estudado gemologia e estava a fim de encontrar um trabalho nessa área. Entretanto, depois de meses de procura em muitas cidades, ele não conseguira encontrar o emprego que queria. Recomendei a ele que começasse a repetir o mantra Om Gam Ganapataye Namaha o máximo de vezes possível durante dez dias. No décimo primeiro dia, realizei uma cerimônia de limpeza energética para ele. Dentro de três dias, ele recebeu várias propostas de emprego e começou bem sua nova carreira.

#Hinduismo #Mantras

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/om-gam-ganapataye-namaha

O Caso do Dr. X

O episódio foi mencionado em tantos livros e revistas sobre OVNIs  que a maioria dos leitores assíduos do assunto provavelmente presumem que todos aspectos do caso foram estudados  em detalhe, e que nada de novo poderia ser acrescentado a esta altura. Mesmo assim a história completa jamais foi registrada.

O Dr. X. nasceu na França , em 1930 . Depois de concluir seus estudos com êxito , especializou-se em um campo relacionado com a medicina , encontando tempo também para cultivar um talento musical notável. Mora com a esposa e um filho, numa grande vila localizada em uma colina , de onde  se pode ver uma paisagem deslumbrante.

Sua história médica registra um fato importante : no dia 18 de maio de 1958, ele foi ferido pela explosão de uma mina na Argélia, quando servia no Exército frances. Isso causou uma deficiencia permanente no lado direito do corpo, provocando dores quando ficava muito tempo em pé ou apoiando o corpo no pédireito. Ele praticamente abandonou o piano, por causa das dores na mão direita. Três dias antes da visão, o Dr. X cortava lenha com um machado, fez um movimento em falso e se feriu na perna , cortando uma veia. Segiu-se uma hemorragia, o local ficou inflamado. Ele foi tratado imediatamente , mas ainda sentia dores na noite de 2 de novembro de 1968, qunado ocorreu o incidente com o OVNI.

Na noite em questão ele foi acordado, depois da meia-noite, pelo choro de seu filho de 14 meses. Sem acender a luz , levantou-se e foi ao quarto do menino, percebendo  clarões do lado de fora da casa. Seu filho estava em pé no berço, apontando para a janela: uma luz brilhante se movia atrás da venisiana. Ele não deu muita atenção ao fato, preparando uma mamadeira para a criança, que voltou a dormir. Como os efeitos de luz prosseguiam, o Dr. X aproximou-se de uma das janelas e a abriu, para investigar a causa. Quando resolveu sair na sacada, ficou visivel para qualquer um que observasse sua casa, do lado de fora. O relógio maracava 4:00.

Naquele momento o Dr. X viu nítidamente dois discos grandes, identicos, em posição perfeitamente horizontal. A parte superior de cada disco era branca, prateada, e o fundo tinha a cor do sol poente. No topo de cada objeto encontrava-se uma antena vertical alta. Na lateral de cada disco havia uma antena menor, horizontal. Um facho de luz branca iluminava o solo. Ele identificou elementos conhecidos  . Um facho de luz branca iluminava o solo. Ele identificou elementos conhecidos, como árvores e arbustos , o que lhe permitiu clacular com precisão a distancia  do fenomeno , quando o reconstituiu nos dias seguintes. Ele avaliou o tamanho dos discos: tinham diametro de 65 metros e espessura de 17 metros. Estavam a cerca de 250 metros da casa.

Os dois objetos se moveram lentamente , aproximando-se um do outro, emitindo pequenas faíscas comas antenas horizontais e finalmente fundiram-se em um unico objeto, que mudou de curso e seguiu na direção dele. Parando abrupatamente, o facho de luz na parte iluminou o teto de uma casa vizinha. O Dr. X reparou que a parte de baixo estava dividida em onze partes, percorridas por uma linha horizontal que lembrava a varredura de um televisor . A testemunha ficou fascinada pelo movimento da linha dentro do brilho vermelho do objeto.

O disco finalmente executou um movimento, que o colocou acima de sua cabeça, na vertical, e a luz branca pegou o doutor exatamente na sacada onde se encontrava. Ele ouviu um estalo, e o objeto desapareceu, deixando apenas uma forma esbranquiçada , como algodão doce, que foi carregado pelo vento. Um “fio brilhante” saiu do centro do objeto quando este se desmaterializou , subindo em direção ao céu, onde transformou-se em um ponto que explodiu como um rojão. Ficou tudo escuro novamente. O doutor santiu um choque nervoso e entrou. O episódio inteiro durara apenas dez minutos.

  O Dr. X  acordou a esposa e relatou a observação, andando excitado  pelo quarto, sem aparentemente sentir nenhuma dor na perna.Não só o hematoma desaparecera , como também todos os vestígios de seu ferimento de guerra.

Retornando a sua cama , pegou no sono rápidamente, mas falou enquanto dormia. Ele só parou de falar  às 7 horas , e dormiu até 14 horas . Relatou o incidente a uma única pessoa, Aimé Michel , que o visitou no dia 8 de novembro, encontrando-o enfraquecido e um pouco mais magro . O doutor sentia dores no estomago. No dia 17 de novembro ele notou uma descoloração estriada curiosa, em volta do umbigo. No dia seguinte a área adquiriu forma triangular avermelhada, cujos lados mediam cerca de 15 centimetros. Aimé Michel suspeitou de um efeito psicossomático, pois a testemunha sonhara que o objeto avistado tinha relação com uma forma triangular. Mas quando o mesmo triangulo surgiu no abdome do menino, e o mesmo fenomeno repetiu-se nos anos seguintes, a versão do efeito psicossomático foi descartada. Vale dizer que Steven Michalak também relatou a existencia de uma marca em V em seu peito.

Quando realizei minha primeira visita ao Dr. X e sua familia , em maio de 1979, junto com Aimé Michel, passamos um dia reconstituindo os acontecimentos e as experiencias posteriores descritas pela testemunha, sendo que nenhuma delas fora mencionada nas publicações sobre OVNIs.

Entre as experiencias posteriores há várias menções a cicatrizações inexplicadas. Não só os problemas anteriores desapareceram completamente, apesar de terem sido comprovados e verificados sem possibilidade de erro por médicos militares anteriormente, como o Dr. X passou tempos depois pela cura espontanea de uma fratura exposta. Neste caso, ele ficou tão embaraçado pelo rápido desaparecimento da ferida que saiu da cidade por alguns dias, de modo que um médico, seu colega, que tratou da fratura não fizesse perguntas ao ve-lo caminhar normalmente. O Dr. X também revelou que um especialista em dermatologista foi consultado, com referencia ao triangulo da pele. Ele disse que a descarnação ( pele ressecada) consistia de células mortas, mas não pode identificar sua causa provável.

Quando fiz perguntas sobre pessoas incomuns que pudesse ter encontrado desde a observação, o doutor revelou uma sequencia inteira de eventos tão fantásticos que desafiam a credulidade , apesar de confirmados por outros membros da familia.

O primeiro contato aconteceu quando o Dr. X passava férias no sul da França, cerca de um ano após a visão . Ele escutou repentinamente um assovio “dentro da cabeça” e sentiu “um impulso” para voltar ao quarto no hotel. Quando retornou o gerente disse que uma pessoa desejava falar com ele ao telefone. Era uma voz masculina, afirmando veemente que em pouco tempo eles “se encontrariam em sua cidade para discutir sua visão”.

Algum tempo depois, de volta a sua casa, o Dr. X ouviu um assobio similar. Ele pegou o carro e saiu, sendo “guiado”
misteriosamente para um determinado local, onde um estranho o esperava, parado perto de um Citroen CX, na época o carro francês mais moderno e caro. Ele era alto, tinha olhos azuis impressionantes e cabelos castanhos, vestindo um terno comum.

O sujeito deixou o Dr. X espantado quando iniciou a conversa desculpando-se pelos estranhos acontecimentos em sua casa.  Na verdade, desde a visão, o Dr. X e a esposa declararam ter sido atormentados por atividades tipo “poltergeist” e disturbios inexplicáveis nos circuitos elétricos. Nos encontros seguintes o homem instruiu o Dr. X sobre vários assuntos paranormais, levando-o a participar de experiencias de teletransporte e viagem no tempo, incluindo-se um episóio tenso em paisagens alternativas e uma estrada que “não existia” , segundo o Dr. X, que não tem explicação para estes episódios.

O estranho nunca disse seu nome, mas o Dr. X o chamava mnemonicamente de Sr. Bied. Ele surgia frequentemente em uma curva de um caminho poeirento que sai do lado norte da casa e vai dar nas colméias.

Em certa ocasião o Sr. Bied chegou acompanhado de uma humanóide de 1 metro de altura e pele mumificada, que permaneceu imóvel, enquanto seus olhos examinavam rapidamente a sala. Tais episódios possuem semelhanças com ocorrencias da vida de testemunhas norte-americanas , como no caso de Whitley Strieber, sempre provocando tensões familiares.

—    A presença de alienígenas nas proximidades da casa era sentida por ele    —   disse a esposa do Dr. X , que enfrentava
momentos dificeis quando isso acontecia. Ela precisava cuidar do filho pequeno, apesar dos medos e tensões resultantes de tais eventos. Embora nem Aimé Michel nem eu estivéssemos em condições de verificar a existencia de tais alienigenas , tivemos uma prova do incrivel talento musical do Dr. X, quando ele foi para o piano e executou uma admirável versão de Dies Irae  de Liszt.

  No mês seguinte o Dr. X visitou os Estados Unidos com a esposa e o filho, então com 12 anos. Eles vieram a nossa casa , na Califórnia. Janine e eu tivemos uma conversa longa e calma com eles, na qual o doutor revelou detalhes adicionais de suas experiencias . O episódio mais assombroso ocorreu em 1971, quando ele a esposa esperavam amigos para o almoço. Ele disse que ia tirar o carro do sol   —  e não voltou.

Ao entrar no carro, sentiu um “impulso” para ir até a cidade, onde novamente encontrou o misterioso Sr. Bied. O estranho disse que eles “precisavam ir a um certo lugar“. Em seguida o Dr. X se viu deitado em uma cama, numa cidade desconhecida. Quando ergueu-se e chegou perto da janela, percebeu que estava em Paris, perto do Ministério do Interior. Ele viu o carro do Dr. Bied passando na rua e entrando no prédio. Os guardas o saudaram. Ele pegou o telefone no quarto e ligou para a esposa: vinteminutos haviam passado, os convidados tinham chegado. Mais vinte minutos transcorreram, o carro do Sr. Bied saiu e o Dr. X descobriu que estava de volta a sua cidade. Ele voltou em segurança para casa, completamente atônito com o ocorrido.

Tais episódios de fugas não são raros em pessoas normais e inteligentes. Sei do caso de um importante cientista de computadores que desapareceu totalmente e inocentemente durante uma semana inteira, para desespero de uma grande empresa que o contratara, e dos orgãos governamentais com os quais desenvolvia projetos secretos de alto nivel. Mas não há indicações de que o Dr. X seja dado a tais fugas. Sua esposa confirma o telefonema de Paris. Mas a melhor indicação de que o Dr. X foi atingido por um fenomeno inexplicado deriva das provas médicas. A cura espontanea e permanete do ferimento de guerra e do hematoma foi confirmada, e a volta da descoloração triangular no abdome foi verificada durante anos seguidos.

Recentemente , em novembro de 1984, meu amigo Jean-Yves Casgha, reporter radiofonico da France-Inter, observou e filmou o aparecimento gradual do triangulo. Ele foi mais longe, providenciando exames termográficos durante o episódio ( no dia 2 de novembro ) , e quando a pele voltou ao normal ( no dia 16 de novembro ). As fotos foram tiradas com e sem resfriamento, nas duas ocasiões.

Os comentáriso feitos pelo médico encarregado, no dia 2 de novembro , incluem o seguinte:

Exame Clinico: Intenso eritema, em forma triangular, centrado no umbigo; ausencia de vaso superficial visível.
Termografia : Numerosas áreas hipertémicas curvilíneas, espalhadas sobre a região umbilical e bilateral ilíaca , correspondentes a vasos profundos, cuja topografia pode ser sobreposta à do eritema cutâneo, e que se mostram resistentes aos esfriamento.

No dia 11 de novembro o mesmo médico fez as seguintes observações no acompanhamento do caso:

Exame Clinico: A área cutânea tem aspecto normal, um pouco mais “queimada de sol” no nível do eritema de 2 de novembro .
Termografia: Hipertemia subumbilical difusa , em um setor correspondente ao aspecto termografia usual ao plano cutâneo.

O desaparecimento dos ferimentos sofridos na Argélia foi documentado novamente , em 1985. Um diagnóstico feito em 1958 pelos médicos do Departamento de Veteranos indicava “deficiencia motora dos membros superior e inferior direitos, com síndrome de Babinski e parestesia acompanhada de pontadas e entorpecimento”. O relatório médico realizado em 8 de janeiro de 1985 concluía:

O exame neurológico é normal ; não existe nenhum sinal da sindrome de Babinski, nem deficiencias no senso de equilíbrio.

Os outros fenomenos são intrigantes , mas não exclusivos. A 9 de dezembro de 1968 ( cinco semanas após a visão do Dr. X ) um funcionário da alfândega de Lima , no Peru, declarou ter visto um OVNI quando na varanda de sua casa , e que uma  luz purpura o “atingiu” no rosto. Ele ficou atônito ao descobrir que não precisava mais usar óculos, que corrigiam sua miopia. Seu reumatismo desapareceu. Um engenheiro chamado Emmano Manurio, ao pesquisar o caso para a APRO, calculou a distancia do objeto em cerca de 2,5 quilometros. A testemunha, segundo ele, sentiu um “medo paralisante” que o deixou em um estado próximo ao êstase por dois ou três minutos.

A observação de “paisagens alternativas”  tampouco é uma experiencia exclusiva do Dr. X . Whitley Strieber descreveu vividamente seu espanto ao descobrir campos com  flores anarelas onde não deveriam estar. Em outubro de 1982 um ingles , depois de ler meu livro Mensageiros da Fraude, residente a poucos quilometros da base da Força Aérea norte-americana de Wethersfield , escreveu a seguinte carta, dizendo que conhecia

um jovem que me contou ter conseguido, durante seu período de treinamento, como piloto, acesso para leitura apenas de um documento sobre OVNIs abrangendo até a década de 1940. Ele não disse ter passado por nenhuma experiencia pessoal com OVNIs. A maior parte das informações passadas por ele constava da literatura sobre OVNIs, com a qual eu já estava familiarizado , embora a êfase fosse diferente : eles reagiam quando atacados; decolavam “na vertical” ; “mudavam de forma “. Ele também menciona alguns efeitos psicológicos.

Ao que parece havia casos onde os pilotos , ao tentar interceptar os objetos, encontravam-se em paisagens ilusórias. Em um dos casos o piloto precisou ser alertado quando retornava à base, navegando a partir de marcos terrestres familiares. Na verdade, ele seguia diretamente para o mar.

Um documento muito censurado relatava um caso de caças que tentaram interceptar OVNIs; os aviões retornaram à base praticamente ao mesmo tempo, como resultado de uma espécie de amnésia coletiva, concluiu-se. Em vários casos de contatos imediatos os pilotos sofreram danos psicológicos de modos obscuros, e foram transferidos para outras unidades. Após a leitura de seu livro, achei este detalhe final particularmente interessante.

A peculiar descoloração geométrica da pele tampouco é unica. Um médico especialista da Força Aérea dos Estados Unidos me contou detalhes de um caso investigado por ele em Tyler, no Texas , em 1979. Um jovem universitário chamado Greg manteve contato com uma luz  verde brilhante, e viu “duas naves com uma luz vermelho-violeta indo e vindo“. O médico o examinou e encontrou uma marca vermelha em forma de diamante com 12 centimetros, no peito, e pequenos sinais de picadas nas pernas. A marca no peito levou meses para desaparecer. Os sinais tinham o tamnho aproximado de uma agulha hipodérmica, mas tais marcas teriam desaparecido com mais rapidez.

Em anos recentes médicos e cientistas ligados ao governo da França realizaram um estudo especial dos fenomenos biologicos ligados a observação de OVNIs. Em particular, eles investigaram os casos de paralisia frequentemente relatados por testemunhas obviamente confiaveis como o Sr. Masse. O conceito de “paralisia” na verdade não se aplica ao efeito , que seria melhor definido como acinesia: dificuldade ou impossibilidade de realizar determinados movimentos.

Um dos médicos especialistas, o Dr. Daniel Mavrakis, notou que em tais episódios de OVNIs “a tonica da postura não é afetada, o paciente mantém o equilibrio e não cai. O coração não é afetado “. Ele concluiu que a acinésia provocada pela experiencia com um OVNI agia sobre o sistema nervoso central.

Alguns experimentos realizados com campos magnéticos também são relevantes neste aspecto. Um trabalho de Hodgkin mostrou que as células produzem e absorvem diferentes íons quando liberam energia. Um trabalho realizado por um pesquisador francês sobre o “impacto biológico das instalações eletromagéticas” pesquisou a possibilidade de campos magnéticos intensos influenciarem a trajetória destes íons. Uma série de experimentos feitos e camundongos por Guiot, com campos variando entre 12 mil oersteds e 23 mil oersteds produziram efeitos variando da inibição dos reflexos defensivos à indução ao sono, criação de estados convulsivos e mesmo a morte.

Outros modelos , mais sofisticados, foram recentemente desenvolvidos por pesquisadores franceses, que estudaram a ação direta da radiação eletromagnética pulsante nas células musculares, mas não tenho autorização para divulgar resultados deste trabalho.

Vale notar que os efeitos das microondas no sistema nervoso central podem levar as testemunhas a alucinações, um fato que pode ser importante na interpretação de muitos casos de contatos imediatos ou sequestros com fatores absurdo. O mesmo fenomeno pode também induzir mudanças a longo prazo no conjunto de crenças do individuo, contribuindo para a explicação de acontecimentos aparentemente miraculoso que as testemunhas descrevem com frequencia de boa-fé . Mesmo assim uma interpretação física deixa de explicar a totalidade das observações registradas na literatura.
Em uma revisão cuidadosa dos efeitos dos OVNIs nas pessoas, James McCampbell notou que os fenomenos frequentes de queimaduras solares não pode ser causado apenas por radiação ultravioleta   —   uma vez que ocorre muito em áreas de pele cobertas por roupas, que barram os raios ultravioletas  —, sendo melhor explicadas por exposição a microondas . Um comprimento de onda de 1 centimetro causa a sensação clara de calor, com menos de um décimo do fluxo de energia do Sol . Conforme notado por McCampbell, “queimaduras só seriam causadas, naturalmente por intensidades muito maiores

No dia 23 de janeiro de 1976 a garota Shelley McLenaghan, 17 anos , viu uma luz “estranha” no céu, verde e vermelha , perto de Bolton, no norte da Inglaterra. Ela acabara de descer do ônibus, às 17h15. O objeto era do tamanho de uma casa pequena, chato no topo , com lados em declive e três pernas.

—   Senti uma terrivel pressão na cabeça e no ombro, e um gosto estranho na boca. Meus dentes pareciam vibrar. Quando tentei correr, parecia que estava dentro de um pesadelo. Só conseguia mover braços e pernas lentamente. Tentei gritar. Não saiu nenhum som   — declarou a testemunha.

Shelley ficou doente no final de semana: manchas púrpureas cobriram o pescoso, peito , ombros e a parte de cima das costas. Seus olhos e juntas doiam. As obturações do maxilar superior caíram, e as do inferior se esfarelaram.

Um oficial do Exército que serviu na Guerra da Coréia descreveu um incidente ainda mais notável, no qual um objeto luminoso alaranjado sobrevoou uma aldeia quando esta era bombardeada por uma unidade completa de artilharia na área do Triangulo de Ferro. Ele pairou a baixa altitude, aparentemente sem se importar com as explosões poderosas. Quando subiu a colina, aproximando-se das peças de artilharia, foi dada permissão para se atirar contra ele com um rifle de precisão. O objeto foi visivelmente deslocado com o impacto da bala. Depois começou a varrer a colina com uma estranha luz, segundo o oficial:

Não se podia ver a luz, a não ser quando ela passava pela gente”, ele declarou. No dia seguinte toda a unidade de artilharia ficou muito doente e precisou ser removida da linha de frente, mas nenhum relatório oficial foi feito para identificar a fonte da estranha doença.

Os dados clínicos foram coletados por investigadores sérios dos fenomenos de OVNIs, e portanto formam uma coleção
impressionante de fatos empíricos. Várias explicações foram propostas variando de campos magnéticos a microndas pulsantes. Elas abrangem alguns efeitos, mas nenhuma explicação, por si só, esclarece o fenomeno como um todo.

Dada a complexidade das observações existentes, eu proponho que se adie a analise destes efeitos, e que se considere
cuidadosamente as provas dos casos mais extremos: aqueles que resultaram em danos permanentes ou morte.

Extraido do livro Confrontos de Jacques Vallée  – Editora Best Seller  – 1990

Postagem original feita no https://mortesubita.net/ufologia/o-caso-do-dr-x/

[parte 5/7] Alquimia, Individuação e Ourobóros: Símbolos e Imagens Arquetípicas

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Vivo minha vida em círculos cada vez maiores que se estendem sobre as coisas. Talvez não possa acabar o último, mas quero tentar.”

– Reiner Rilke

Símbolo

Esta é a quinta parte da série de sete artigos “Alquimia, Individuação e Ourobóros”, que é melhor compreendida se lida na ordem. Caso queira acompanhar desde o começo, leia as parte 1, 2, 3 e 4

A palavra símbolo remete ao do grego symbolon, derivado do verbo sym-ballein, que significa “lançar com, pôr junto com juntar”. A etimologia da palavra remete que símbolo é, a priori, uma dualidade, que se forma uma. A própria definição da palavra já remete a integração dos opostos e pode ser associada com a imagem do Ourobóros.

Os conceitos simbólicos foram desenvolvidos em diversas religiões como reflexo de diferentes concepções do mundo e de novas linguagens.

“No seio da multiplicidade de crenças desenvolvidas pelo ser humano, a primeira distinção efetuada pelo homem foi entre o Bem e o Mal. Nas culturas pagãs, este conceito de dualidade moral poderia ser identificado nos símbolos positivos com o lado masculino, o Sol ou o céu, e nos símbolos negativos como o preto, o lado feminino, a Lua, a água ou o inferno. Da mesma forma, nas religiões, como por exemplo o cristianismo, o poder do Bem encontra-se simbolizado em Deus e em Cristo, e a força do Mal em Satanás. No que respeita a mitologia, tal como acontece no hinduísmo, a luta travada entre as forças superiores e as força inferiores é representada através do conflito entre a ave solar Garuda e as serpentes Nagas, hindus e, na tradição ocidental, entre a águia e o dragão. Na maioria das culturas a verdadeira perfeição apenas poderá ser alcançada através da conciliação e da união das forças opostas do universo. Nesta sequência, o símbolo taoista de Yin-Yang e, na alquimia, a figura do Andrógino representam ambos estes ideais, à semelhança do que acontece na psicologia.” (CHEVALIER, 2008, 10)

Jung (1964) introduz a noção de símbolo como um conjunto de significados que transcendem sua própria imagem concreta. Um símbolo remete a algo maior que o próprio símbolo; um conjunto de ideias orientadas através de um sutil emaranhado de padrões. Como possível gênesis de símbolos, Jung compreende que os sonhos revelam através de suas férteis imagens arquetípicas, grande parte do mistério do símbolo, e que, ao sonhar, o homem bebe da fonte do desconhecido e inicia sua jornada pelo conhecimento.

Compreendendo os sonhos como manifestados também por conteúdos inconscientes, logo se percebe que a busca de conhecimento através dos sonhos, nada mais é do que buscar conhecer a si mesmo. Através de sua consciência, o homem aprendeu a viver através da parcial previsibilidade das coisas, mas seu inconsciente demonstra ao menos metade de um grande escopo de possibilidades antes fora do seu campo de compreensão.

Jung rompe com a escola psicanalítica quando define que o valor do conceito de “libido não está em sua definição sexual, mas no seu ponto de vista energético” (JUNG, 1989, p. 127-8), ou seja, define como energia psíquica todas as pulsões provenientes da psique e do inconsciente, estabelecendo que a libido freudiana é só mais um dos canais de expressão desta energia. O que difere empiricamente na interpretação do fenômeno é que na teoria freudiana parte-se da causa para o efeito, engessando a percepção interpretativa num molde teórico, a teoria da sexualidade. Ao partir dos efeitos para depois compreender as causas, Jung consegue analisar a psique de forma dinâmica, e superar a teoria sexual. A energia psíquica é a fonte de toda a movimentação humana em busca de crescimento.

Ourobóros

Mas o que é um Ourobóros? Quem nunca ouviu a expressão ‘morder a própria cauda’? É normalmente utilizada para descrever o momento em que alguém, inconsciente de si, repete ações sem atingir os objetivos estabelecidos, e por isso, exige um olhar para si, reavaliando seus métodos de ação.

O Ourobóros é a resolução do conflito dialético atingido na busca da individuação à unidade da separação, ou solve et coagula (dissolve e solidifica), representando metaforicamente todo o processo alquímico descrito no capítulo anterior. É uma imagem alquímica presente em diversas esferas sociais e religiosas, na qual uma cobra, ou dragão, morde a sua própria cauda num movimento circular. A imagem revela o paradoxo do infinito, onde tudo se inicia em seu próprio fim, e acaba em seu próprio começo.

Se reduzirmos o símbolo em imagens ainda mais primordiais, como o círculo, o dragão e a serpente começamos a desvelar o significado deste símbolo. Seguem transcrições do “Dicionário de Símbolos”, de Nadia Julien:

Círculo

– Representa “o desenvolvimento contínuo da criação”. E mais, ele representa o ciclo do tempo, o movimento perpétuo de tudo que se move, os planetas em torno do sol (círculo do zodíaco) que se projeta nos tempos circulares, a arena, o circo, a dança circular.

– Símbolo da perfeição para o Islamismo, da divindade (disco solar) e da luz no Egito, expressão do que não tem começo nem fim, simbolizando a eternidade representada pela serpente que morde a cauda, cuja divisa é um, o todo, a substância universal rarefeita até a imperceptibilidade para constituir a essência íntima das coisas, o fundamento imaterial de toda a materialidade, ou a prima matéria dos alquimistas.

– O círculo é também o zero de nossa numeração e representa as potencialidades, o embrião. Comportando um ponto central, o círculo é a representação do ser manifestado, evocando o conceito de ordem, de cosmo e de harmonia. Nos sonhos o círculo é um símbolo do Eu, e indica o fim do processo de individuação, da evolução da personalidade para a sua unidade.

Dragão

– Para os alquimistas, as atitudes do dragão simbolizam as etapas da grande obra.

– Imagem arcaica das energias mais primitivas, o dragão representa o inconsciente durante tanto tempo enquanto não possuirmos acesso a ele, onde as paixões os complexos inconscientes, os desejos ocultos conduzem a uma vida arcaica. Isto que se explica a fundo com os poderes do psiquismo, que luta com o dragão, pode recuperar uma parte das energias inconscientes que pode utilizar para dominar sua vida.

– A luta com o dragão é um símbolo do amadurecimento… então, ele terá ganho o tesouro que os dragões guardam em quase todas as mitologias. Libertará sua alma, esta virgem que o dragão mantinha prisioneira.

Serpente

– A serpente representa o conjunto dos ciclos da manifestação universal. No processo de criação, rodeando o ovo cósmico (o caos), simboliza a fecundação pela incubação do espírito vital divino, semente de todas as coisas, assim liberadas dos elos da matéria inerte pelo poder divino.

– Símbolo da imortalidade, enrolada em torno da árvore de maçãs de ouro do jardim das Hespérides; rodeia o Ônfalo, ou a montanha cósmica (eixos do mundo), simbolizando o conjunto de ciclos da manifestação universal, o Samsara, a cadeia do ser no ciclo indefinido de renascimentos, o percurso indefinido e renovado das existências.

– A serpente do paraíso é o símbolo do conhecimento perigoso (descoberta da sexualidade). Daí transformar-se num símbolo fálico e sexual (a serpente tentadora, portadora de forças perigosas e maléficas cuja a arma é a sedução empregada por Eva, a Anima).

– Em suas relações com o inconsciente coletivo, o ofídio representa num nível inferior a agressividade, e num nível superior o poder e a sabedoria. É a representação do inconsciente, onde se acumulam todos os fatores rejeitados, recalcados, desconhecidos ou ignorados e as possibilidades desmedidas em nós.

– São estas forças muito primitivas, aglomeradas em constelação, que colocam em jogo a serpente no sonho. É a manifestação de uma energia psíquica dormente pronta a se tornar concreta, em positivo ou negativo, em razão da ambivalência do simbolismo deste animal de sangue frio (pavor, angústia), como do melhor (propriedades curativas e salvadoras).

Segundo Erik Hournung (1999), a primeira aparição conhecida do símbolo Ourobóros está no Netherworld, um texto funerário egípcio encontrado na tumba de Tutancâmon, no século 14 AC. Referindo-se a união do deus Ra e Osíris no submundo. Em uma ilustração deste texto, duas serpentes, mordendo as caudas. Ambas as serpentes são manifestações da divindade integrada que representa o início e o fim do tempo.

O texto alquímico “Chrysopoeia de Cleópatra”, datado do século está grafado com o os dizeres ‘hen to pan’, em tradução livre: “o um é o todo” além de uma imagem de uma cobra, metade branca, metade preta, mordendo a própria cauda. Novamente a figura circular ofídia como uma dinâmica polarizada, cíclica que se integra tornando-se Um. O Ourobóros de Chrysopoeia poderia ser interpretado como o equivalente ocidental do símbolo taoista Yin-Yang.

“El signo del Yin-Yang, según la filosofía oriental, simboliza un concepto fundamentado en la dualidad de todo lo existente en el universo. Describe las dos fuerzas fundamentales, aparentemente opuestas y complementarias que se encuentran en todas las cosas” (BADANO, 2010).

Outra alegoria religiosa que podemos associar com a simbologia da serpente e seus movimentos circulares estão na cultura Hindu, através da serpente Kundalini, que em sânscrito significa “serpente enrolada”. Nesta cultura yogue, o corpo humano é divido em sete centros básicos de manifestação de energia, ou Chakras, e Kundalini, a origem desta manifestação energética, estaria ‘adormecida’ no primeiro centro, abaixo da coluna vertebral.

Conforme o indivíduo se purifica e pratica as técnicas que envolvem controle da respiração, postura e meditação, ele ‘desperta’ a ‘serpente’ que sobe pelos centros de energia, fazendo com que o praticante atinja a iluminação, ou individuação. A figura da esquerda representa este processo enquanto a figura da direita ilustra os centros de energia:

Esse mesmo simbolismo pode ser encontrado no Caduceu de Hermes, símbolo da medicina, visto no capítulo anterior. Curioso a correspondência entre as cores dos sete centros de energia com as sete etapas alquímicas que vimos aqui.

Limitemos nossa análise a simbologia religiosa Alquímica, apesar de todos os sincretismo encontrados em diversas culturas religiosas acerca da imagem do Ourobóros. Quem sabe os posts futuros não possam tratar desses assuntos.

“O Ourobóros é um símbolo dinâmico para a integração e assimilação de opostos, i.e., da sombra… Simboliza o Um, que resulta no conflito do opostos, e portanto constitui o segredo da prima matéria…” (JUNG, 2008, 365)

Esta é uma imagem arquetípica bastante rica, contextualizado sob o paradigma de integração, ou conjunção, de aspectos opostos. Fica evidente que a figura representa não só a união dos opostos complementares da psique como todo o potencial do processo alquímico.

“Os alquimistas, de sua própria maneira sabiam mais sobre a natureza do processo de individuação que nós modernos, expressavam este paradoxo através do símbolo do Ourobóros, a cobra que morde a própria cauda. Do Ourobóros é dito ter o significado do infinito ou completude. Na antiga imagem do Ourobóros está o pensamento de se devorar e se transformar em um processo cíclico, pois era claro para os alquimistas mais astutos que a arte da matéria prima era o próprio homem. O Ourobóros é um símbolo dramático para a integração e assimilação dos opostos, ou seja, da sombra. Este processo de “feed-back” é ao mesmo tempo um símbolo da imortalidade, uma vez que é dito dos Ourobóros que ele mata a si mesmo e se traz à vida, fertiliza a si mesmo e dá a luz a si mesmo. Ele simboliza o Um, que procede do choque de opostos, e, portanto, constitui o segredo da prima matéria que […] decorre, sem dúvida, do inconsciente do homem.”(JUNG, 2008, 513)

No livro “A tábua de esmeralda: Alquimia para transformação pessoal”, Dennis Hauck explícita sobre o símbolo ourobórico e o associa com etapas alquímicas:

“Descrições mais alegóricas abundam na literatura medieval e representações, entre as quais estão aqueles que compreendem tanto aspectos “esotéricos”, quanto “exotéricos” da Alquimia. Tal símbolo, cujas origens podem ser traçadas de volta para o Egito Antigo é a dos Ourobóros, a serpente mordendo a cauda, simbolizando a imortalidade, e os ciclos eternos de mudança do mundo. Isso também pode ter significado para refletir a integração e reversibilidade de certas transformações alquímicas como a “destilação” e “condensação”. (HAUCK, 1999, 156)

Ou ainda nas palavras de Von Franz, no livro Introdução a Alquimia:

“O que tem luz se cria na escuridão da luz. Mas quando alcança sua perfeição, recupera-se de suas enfermidades e debilidades e então aparecerá esta grande corrente da cabeça e da cauda. […] É uma luz nova que nasce na escuridão, e então se vão todos os sintomas neuróticos e a enfermidade e a debilidade […]. Aqui é mister recordar ao Ouroboros, que come a cauda, onde os opostos são um: a cabeça está em um extremo e a cauda no outro. São um, mas têm um aspecto oposto e quando a cabeça e a cauda, os opostos, encontram-se, nasce uma corrente, que é ao que os alquimistas se referem […] como uma manifestação do Si mesmo. Tal é o resultado da coniunctio neste caso. Em muitos outros o descreve como a pedra filosofal, mas, como dizem também muitos textos, a água da vida e a pedra são uma mesma coisa” (VON FRANZ, 1985, 134).

A partir deste levantamento bibliográfico e imagético da simbologia do Ourobóros, é possível perceber correspondências encontradas entre a imagem e o processo de individuação, porém, tais associações serão melhor elaboradas no capítulo seguinte, assim como os paralelos dos temas individuação e Ourobóros com os processos alquímicos.

Referências Bibliográficas:

BADANO, Federico. Signo del Yin-Yang. Rev. argent. Radiol., 2010, vol.74, no.4, p.403-405. ISSN 1852-9992

CHEVALIER, Jean e GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. Rio de Janeiro. Ed. José Olympo. 2008

HAUCK, Dennis Willian. The Emerald Tablet: Alchemy for Personal Transformation. Arkana. Ed.Pengun Group. 1999.

Hornung, Erik. Conceptions of God in Egypt: The One and the Many. Cornell University Press, 1982.

JULIEN, Nadia. Dicionário dos Símbolos. São Paulo. Ed. Rideel. 1989

JUNG, Carl Gustav. Psicologia e Religião Oriental. Petrópolis: Vozes. 1989.

JUNG, Carl Gustav. Mysterium Coniunctionis. Obras Completas. Vol. XIV/I. Petrópolis. Ed. Vozes. 2008.

JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus Símbolos. São Paulo. Ed. Nova Fronteira. 9 edição. 1964.

VON FRANZ, Marie Louise. A Alquimia: Introdução ao Simbolismo e a Psicologia. São Paulo. Ed. Cultrix. 1993.

Imagens:

Primeira gravura do “Uraltes chymisches Werck” de Abraham Eleazar

Cosmic, arte de Geometria Sagrada de Daniel Martin Diaz

Exemplo de um Dragão Ourobóros

Diagrama em círculos dos planetas alquímicos

O Dragão Smaug protegendo seu tesouro na gravura “There He Lay” de Justin Gerard

“De Zondeval” de Cornelis van Harleen

Ourobóros de Chrysopoeia comparado ao símbolo oriental do Yin e Yang

Ilustração da subida de Kundalini e a referência do trajeto pelo “Chakras”

Gravura de “Uma Coleção de Emblemas Antigos e Modernos” de George Whiters (1635)

Gravura encontrada no Castelo de Ptuj, Slovênia (Séc XII)

Ricardo Assarice é Psicólogo, Reikiano e Escritor. 

#Alquimia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/parte-5-7-alquimia-individua%C3%A7%C3%A3o-e-ourob%C3%B3ros-s%C3%ADmbolos-e-imagens-arquet%C3%ADpicas

Curve-se Diante do Messias da Lepra

Quando olha ao redor, você pode pensar: “Uau! eu sou o máximo!”. Claro que não me refiro a ser o máximo enquanto ser humano, dificilmente uma pessoa é, a não ser que seja Charles Bronson ou o Homem do Trolóló ou Nikolai Tesla; o problema é que todos eles estão mortos já, o que indica que o número de seres humanos que são o máximo está muito próximo do zero. Quando digo que você pode pensar que é o máximo me refiro enquanto espécie.

É quase certeza que neste instante você está diante de um computador. E é muito provável que esse computador se alimente de eletricidade que sai da sua parede. Você mora em um lugar feito de concreto, tem acesso a água, não precisa conviver com suas fezes e urina e se tem fome pode colocar seus crocks e ir até um supermercado comprar uma alcatra para fazer bifes, que serão fritos no seu fogão – alimentado por gás que sai de uma parede ou de um botijão – enquanto você navega em seu tablet, um objeto com mais tecnologia do que o foguete que levou o homem à lua, ou joga algo no seu PS3/X-Box/CUBE/Super Nintendo (se você for dessa raça de moderninhos retrô). De fato, nenhuma outra espécie chegou tão longe quanto nós, não existem saunas turcas de cupins ou montanhas russas de salmões, e não se sabe de um urso panda que fique puto quando a operadora de celular top da China perde o sinal.

Somos evoluídos, Apex Predators, a boca dentada no alto da pirâmide alimentar, e tudo isso graças a nosso cérebro e a nossa inteligência, que nos coloca em vantagem sobre as garras do leão, a força do urso e os espinhos do porco-espinho, certo?

Não, não tão certo assim.

Desde o dia que seus antepassados resolver descer das árvores, não havia muita coisa para se fazer. Com certeza andar ereto deixou de ser uma novidade divertida em alguns meses e durante alguns milhões de anos a vida foi bem tediosa, até que algo aconteceu mais ou menos 5000 anos atrás. Até então, o equivalente de um iPhone 5 era um pedaço de pedra lascada que podia cortar carne e vegetais, inclusive é por causa disso que chamamos essa época de Idade da Pedra. Aquelas pessoas não tinham muito o que fazer, além de ficarem lascando pedaços de rochas para criar ferramentas – ao menos é o que os Steve Jobs da época faziam. Aquilo era o que havia de mais avançado em termos tecnológicos, e provavelmente permaneceríamos assim se não fosse pelo fogo.

O fogo pode ser descrito como a rápida oxidação de um material combustível liberando calor, luz e produtos de reação, tais como o dióxido de carbono e a água. O fogo também pode ser descrito como uma forma de vida inorgânica ou como uma mistura de gases a altas temperaturas, formada em reação exotérmica de oxidação, que emite radiação eletromagnética nas faixas do infravermelho à faixa visível. É por isso que podemos afirmar que o fogo é uma entidade gasosa emissora de radiação e decorrente da combustão, e, se ele for bastante quente, os gases podem se tornar ionizados para produzir plasma.

Tecnicamente o fogo esquenta coisas. Isso implica que agora aquele bando de humanos que estavam começando a usar roupas podiam esquentar sua comida, acender cigarros e torturar uns aos outros em nome de Deus. Isso também implica em outra coisa que normalmente passa desapercebida por um monte de gente.

Veja, com a exceção de alguns metais como o ouro, a prata, o cobre, a platina e o mercúrio, todos os metais que existem na natureza existem na forma de minérios. Quando o universo era uma massa gasosa de átomos, resultante da explosão de estrelas, os átomos de metais se combinavam e esfriavam, aqui em nosso planeta especialmente eles se oxidaram após se combinar e, livre as exceções citadas acima, não sabíamos o que eram metais. Agora com o fogo uma mágica sinistra começava a acontecer. Você podia fazer uma fogueira, colocar pedras nela e as pedras começavam a suar e a derreter. Uma simples fogueira pode não parecer muito, mas com um calor de 200ºC, que pode ser produzido com carvão, você consegue derreter chumbo e quando ele se esfria assume a forma que você quiser.

O problema com o chumbo, e esses outros metais, é que eles são moles! O mercúrio é líquido pelo amor de Mendeleiev! Então não tinham muita utilidade além de enfeites. Mesmo com as fundições caseiras e fabricação de pulseiras e estátuas esses metais não eram muito práticos, para que construir uma faca que se dobrava quando você tentava atacar um boi, ou flechas que não perfuravam nem uma pomba?

Mesmo com o fogo e a fundição, permaneceríamos um bando de macacos, cheios de anéis e brincos brilhantes, adorando estátuas brilhantes de deuses, se não fosse por um elemento.

O Cobre e o Estanho

O cobre é um metal que surge naturalmente em pepitas, é maleável e pode ser derretido e moldado. Existem pingentes de cobre datados de 10.000 anos a.C., e ele se tornou extremamente popular a partir de 6.500 a.C. Com o controle do fogo começaram a surgir fornos que atingiam temperaturas de 1000ªC para a fundição de cobre, que já podia ser extraído de outros minerais como a malaquita ou a calcopirita. Começaram a surgir ferramentas de cobre, capacetes de cobre… e viram que o cobre era uma porcaria.

Mas por sorte, graças aos métodos primitivos de purificação de metais da época, o cobre conseguido vinha com muitas impurezas e uma dessas impurezas era o estanho, o elemento 50 da tabela periódica. Foi graças ao estanho que pulamos diretamente da Idade da Pedra para a idade mais tecnologicamente doida da história.

Apesar do cobre ser considerado o primeiro metal a ser de fato trabalhado pelo homem, foi o estanho que deu status de avanço tecnológico para todo aquele negócio de fundição. O cobre, quando fundido com estanho, dá origem a uma liga metálica muito mais resistente. Com uma resistência mecânica muito maior sem contar muito mais dura. Uma liga que, se transformada em facas, espadas e escudos, teriam uma utilidade prática muito boa. Essa liga é o bronze. É por isso que muita gente nem situa uma idade do cobre – ou calcolítica como preferem chamar – entre a pedra e o bronze, já que o bronze chegou roubando a cena. É por causa do estanho que agora descem a cortinas e acaba a pré-história.

O bronze logo se tornou tão importante que na datação clássica dos gregos, a raça humana passou por 5 idades: a do ouro, a da prata, a do bronze, a dos heróis – os semi-deuses – e a do ferro. E durante a era dos heróis, todas as suas armas e indumentárias eram feitas de bronze. Milhares de anos depois a DC Comics usaria a mesma classificação para mostrar como seus quadrinhos foram perdendo a criatividade.

O bronze ergueu impérios e destruiu reinos. Nos ensinou a fundir ligas cada vez mais resistentes e a criar armas cada vez melhores. Criou uma reviravolta na economia e nos ensinou a matar melhor. E isso tudo graças ao estanho, se infiltrando no cobre derretido. Foi graças a este elemento que perdemos o tatus de macacos vaidosos e nos lançamos para o espaço e para o Facebook. Não seria exagero afirmar que o Estanho fez mais pela raça humana do que qualquer outro messias, inclusive Cristo, enviado para nos libertar de nosso estado de cegueira primitiva. Caralho o estanho mudou tudo.

Mas claro que nem tudo que é bom dura, e tantos séculos de exploração e abuso chegariam a um fim. Por milênios o estanho planejou. No recôndito mais profundo do seu núcleo atômico ele planejou e esperou, até que chegasse o momento.

 

Gott ist Tot

A Idade do Bronze foi substituída pela Idade do Ferro, Osiris foi destronado e uma série de Deuses assumiu seu posto para depois serem abandonados. A família imperial chinesa se trancou na cidade proibida. O cristianismo virou a última moda da Europa. A fome, a guerra e a pestilência eram as baladas mais concorridas. Mesmo que hoje olhemos para trás e chamemos a época de Idade das Trevas, esse termo não é exato. Ok, os padres eram os pop stars. Ok, não havia muita higiene. Ok, o conhecimento não estava ao alcance de todos, mas isso não era culpa da igreja. Era bem o oposto, ela se tornou o centro do desenvolvimento tecnológico da época, e não apenas em tópicos como genética, astronomia, literatura e química, mas também de engenharia.

O equivalente medieval dos super-computadores eram os órgãos das igrejas. Eram peças de engenharia extremamente complexas e trabalhosas de se construir. Quanto maior o órgão, mais caro. Isso significava que não eram todas as igrejas que podiam ter um aparelho desses, só as maiores e mais saudáveis – financeiramente se falando. Eram as igrejas populares, famosas e temidas. Centenas de pessoas se acotovelavam nos fins de semana para assistir a missas e para temer a Deus, e como já disse, existiam motivos de sobra para isso. Os antibióticos não haviam sido descobertos, nem os fertilizantes, quando tentavam se aquecer em suas pequenas casas as pessoas sufocavam, ninguém lavava as mãos antes de comer, era uma desgraça. E igrejas grandes e equipadas davam a impressão de que, no meio daquilo tudo, algo estava ok. Era uma época de privações, mas o rebanho crescia, Deus estava feliz com algo.

E no inverno era ainda pior, mas a igreja estava lá, para confortá-los. E naquela época, em que Deus era a única certeza das pessoas, foi justamente onde o estanho decidiu atacar.

Era domingo, igreja cheia, o padre preparado para mais uma missa, todos dentro, se espremendo por causa do frio e da falta de espaço, a missa estava para começar. O organista erguia as mãos, já tento estalado discretamente os dedos, e assim que pressionou as primeiras teclas, o órgão gritou e se despedaçou! Silêncio na nave. O que aquilo significaria? Teria Deus ficado insatisfeito ou bravo com a congregação? Ou pior… teria o diabo se infiltrado na igreja e estaria escarnecendo de Deus?

Seja o que fosse, o pânico e a desconfiança estavam instalados. Quando relatos de outras igrejas chegavam de muitos outros órgãos se despedaçando, tivemos a certeza de que o pior estava por vir. Agora, o que eles não sabiam era que o estanho, assim como o simpático e aflito Dr. Jeckyll, possui um lado sinistro, escuro e maléfico. Um lado que começa a surgir quando ele é resfriado a temperaturas inferiores a 13.2 ºC, e acredite, o inverno medieval europeu era bem mais frio do que isso.

O estanho sólido tem dois alótropos nas condições normais de temperatura e pressão. Normalmente dizemos que o Estanho se encontra em sua forma “branca”, também conhecida como estanho beta – ou estanho-β. Sua estrutura atômica assume uma estrutura cristalina tetragonal. Agora, quando a temperatura cai, ele começa a se tornar cinzento, sua estrutura assume uma forma diferente, cúbica, semelhante ao silício ou ao germânio – seus vizinhos do andar de cima da coluna periódica – e ele se transforma no estanho-α. Esta transformação, lenta no início, começa a se acelerar, ela se torna uma catalizadora de si mesma, uma vez que tem início ela não pára. Como parte desta mudança o volume do estanho aumenta em até 27%. Eventualmente o estanho-α se esfarela. Este processo é conhecido como lepra do estanho, ou praga do estanho.

Desta forma, assim que os canos dos órgãos, feitos com estanho, começavam a se decompor, tudo o que precisavam para desabar e causar a impressão que desejavam era que uma boa quantidade de ar passasse por eles. Claro que o Estanho não estava satisfeito ainda. A religião do homem era apenas um de seus alvos. O estanho também quis se envolver em nossa política, e mostrar como nossas ambições são toscas e nossa capacidade de planejar não nos difere de meros cupins sem cérebro.

 

France, armée, Joséphine…

Em 1812, Napoleão juntamente com um exército de quase meio milhão de homens entraram na Russia com o objetivo de obrigar  o imperador da Rússia Alexandre I a permanecer no Bloqueio Continental do Reino Unido e de quebra  por um fim à ameaça de uma invasão russa à Polônia. Napoleão batizou sua empreitada de Segunda Guerra Polaca, o governo russo designou a campanha de Napoleão como um pedido por chineladas e proclamou uma Guerra Patriótica. Napoleão era tido como um gênio militar invencível, a França possuía alianças com o Reino da Prússia e com o Império Austríaco, diabos, Napoleão tinha se proclamado imperador. Mas isso tudo mudou naquele ano.

A campanha começou em 24 de junho de 1812, quando as forças de Napoleão atravessaram o rio Neman. Em 6 meses o resultado não poderia ser outro: a tropa napoleônica consistia de apenas 27 mil soldados, 380.000 homens haviam morrido e mais de 100.000 eram prisioneiros. Napoleão abandonou os seus homens e voltou para Paris para proteger a sua posição como Imperador e preparar-se para resistir aos avanços dos russos. E o resto é história.

Claro que os russos tinham estratégias. Claro que os russos eram russos. Mas havia mais um detalhe nesta história. Os botões dos uniformes dos soldados franceses eram de estanho. Não importa o quão difícil seja uma batalha, ela sempre pode piorar se você tem que lutar segurando uma espada em uma mão e as calças na outra enquanto seus botões se esfarelavam no frio e gelado inverno russo.

Mas como se isso não bastasse, 100 anos depois, o nosso elemento 50 riu novamente de nossas vãs tentativas de nos mostrarmos superiores ao mundo que nos cerca.

 

O Sol da Meia Noite

O início do século XX parecia promissor para os aventureiros. A ciência havia evoluído muito com o iluminismo do século XVII, a revolução industrial havia sido responsável por inovações tecnológicas jamais pensadas. O homem voava em máquinas, decifrava o mistério dos átomos, mas havia lugares onde ainda não era capaz de chegar. O pólo sul era um deles. Era como um farol brilhando no escuro, atraindo exploradores e homens de coragem, daqueles que andam descalços em salas cobertas de peças de lego sem nem piscar. Robert Falcon Scott era um desses homens. Durante sua vida liderou duas expedições rumo ao polo sul, a Expedição Discovery – nos anos 1901 e 1904 – e a expedição Terra Nova – nos anos 1910 e 1913.

Em sua mais ousada e famosa expedição, Scott liderou um grupo de 5 homens com o objetivo de atingir o ponto mais extremo da terra antes de qualquer outro homem. Foram feitos arranjos e planos. Bases ao longo do caminho foram estabelecidas. Cachorros e assistentes contratados. A idéia era simples, seguir rumo ao sul. Em pontos chave mantimentos e combustível eram enterrados na neve para serem utilizados no trajeto de volta. Homens ficariam aguardando no navio e em algumas bases para dar assistência. E eles iriam a pé e em trenós até o polo sul para cravar lá sua bandeira.

Quando chegou lá, depois de semanas sendo judiado pelo terreno e pelo clima, Scott teve sua primeira surpresa. Ao invés de um montinho de neve para colocar sua bandeira ele encontrou… uma bandeira. Ela havia sido cravada lá apenas algumas semanas antes por uma expedição norueguesa, liderada por Roald Amundsen. A sua segundo surpresa foi ainda mais aterrorizante!

Quando começaram a voltar, com a moral lá em baixo, Scott e seus homens descobriram que algo muito sinistro tinha acontecido com as provisões. Os containers pareciam ter se desintegrado, deixando a querosene vazar. A querosene era importante porque ela faria seus geradores funcionarem. Os geradores fariam os trenós funcionarem, e o aquecimento e as luzes funcionarem. Sem querosene eles estavam basicamente sem condução, sem luz e sem calor. Claro que isso por si só já seria uma merda, mas imagine que a querosene que vazou dos containers acabou ensopando os mantimentos. Então eles também não tinham comida. Acredita-se que ele tenha morrido no dia 29 ou 30 de Março de 1912, sua última entrada no diária da expedição dizia o seguinte:

“Nós assumimos riscos, nós sabíamos que os tínhamos assumido; as coisas se voltaram contra nós e, portanto, não temos nenhum motivo de queixa, devemos apenas nos curvar perante a vontade da Providência, determinados a fazer o melhor para resistirmos… Tivéssemos sobrevivido, eu teria histórias sobre coragem, resistência e determinação de meus companheiros que teriam tocado o coração de cada inglês que as ouvisse. Estas notas canhestras e nossos corpos mortos devem contar estas histórias, mas certamente, certamente, um grande país próspero como o nosso irá se certificar de que aqueles que dependem de nós tenham seu sustento.”

Claro que não foi exatamente a vontade da Providência a responsável por seu maior fracasso. Aquela expedição era muito importante, por isso muitos cuidados foram tomados em seu planejamento, inclusive os novos containers que tinham soldas de estanho e eram muito mais resistentes – a não ser nas temperaturas do ártico. Scott se tornou um herói nacional, mas não o símbolo mundial que desejava – além do fato de morrer sozinho, de fome, sede, gangrena e frio.

Até hoje existem aqueles que tentam abafar este vexame afirmando que o estanho por si só não teria sido o responsável por órgãos se esfarelando dentro de igrejas, que os botões franceses eram feitos de madeira, ou que Scott era experiente o suficiente para não usar containers que vazassem. Curiosamente assim como as investigações dos anos 1980, que buscavam evidências de abusos satânicos em crianças, nunca conseguiram uma prova concreta, apenas afirmam hoje que muito provavelmente o estanho é inocente. Provavelmente…

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/curve-se-diante-do-messias-da-lepra/

Os Quatro Grandes Pilares do Conhecimento

Faz parte da busca pelo auto-aperfeiçoamento, pelo auto-conhecimento e pela liberdade psicomental a educação da Vontade, o exercício do livre-pensar, a psiconáutica, a criação visionária. Dentro do contexto draco-luciferiano, o indivíduo procura englobar em sua bagagem cultural superior as Ciências Arcanas e os quatro grandes pilares do conhecimento humano, a saber: Ciência, Religião, Filosofia e Arte em seus aspectos mais ocultos, criativos e práticos para a experiência da consciência individual.

Mas todo o conhecimento adquirido deve ser profundamente compreendido e internalizado para que se torne sabedoria. É importante “filtrar” com discernimento a cultura, o conhecimento, as informações que se adquire, pois todo e qualquer conhecimento internalizado pode ser néctar ou veneno. O néctar proporciona clareza de pensamento, organização intelectual e consciência iluminada (Luxfero); o veneno se espalha na constituição humana, dispersando e confundindo todo o conhecimento não compreendido e não assimilado, distorcendo a realidade, distorcendo o entendimento e podendo causar algum nível de insanidade.

A cultura pessoal de cada indivíduo auto-consciente deveria ser relativamente ampla e abrangente, dentro do possível. Mas não é o que ocorre. Há pessoas, ou grupos, com matéria mental ainda muito crua e rudimentar, mesmo na atualidade na qual existe tecnologia e informação acessíveis a muitos. Por outro lado, há também aqueles de inteligência mediana muito específica, condicionada, um tipo bastante comum de “inteligência de ofício”, útil somente para a atividade profissional estritamente mundana (mas muitos estendem essas características culturais “do trabalho profissional” para todas as esferas da vida, em todos os momentos, o que é muito chato e entediante para os outros).

O verdadeiro influxo mental expandido desce dos planos sutis e invisíveis (pode-se ver a mente?) e se manifesta como avançada compreensão interior naqueles que são naturalmente receptivos devido ao seu próprio grau evolutivo individual. Pessoas tais possuem inquietudes e vontade pelo saber, capacidade de descobrir as coisas por si mesmas e sede por conhecimentos. Essa arte de descobrir, de adquirir conhecimento e experiência, de solucionar problemas, etc., é o que se chama de heurística, seja na Ciência, na Religião, na Filosofia ou na Arte.

Assim, os quatro grandes pilares do conhecimento devem formar um todo na mente e na vida do indivíduo consciente.

O pilar da Ciência, ou Gnosis (Conhecimento), é o fundamento intelectual com a experiência direta das causas e efeitos das coisas, vivenciando as próprias verdades. Teoricamente, a Ciência é um conjunto de conhecimentos organizados e coordenados entre si acerca de determinadas coisas, e, geralmente, considerado como o conhecimento intelectual individual. Mas é também o auto-conhecimento, o verdadeiro Gnosis, o estudo de si mesmo pela contínua e concentrada auto-observação, para além do mero cientificismo “desumano”, mecanóide e materialista. Na Via Draconiana, a Ciência representa a mente elevada, o pensamento livre e esclarecido e o discernimento racional para a aquisição de cultura superior e de conhecimento científico útil e prático para o próprio indivíduo.

O pilar da Religião, ou Agape (Amor), representa a experiência direta da emoção superior consciente, algo apenas vivenciado no interior de cada um. É a união do espírito individual com a essência do universo. É o verdadeiro amor devocional por si mesmo enquanto entidade espiritual auto-consciente. Trata-se de uma experiência supranormal e extemamente marcante vivida e provada para si próprio e mais ninguém. A Religião pode ser considerada também um sistema das relações entre os seres humanos e os seres não-humanos de qualquer categoria divina (incluindo-se os assim chamados daemonos), no qual busca-se uma união espiritual. Na Religião verdadeira e digna busca-se sempre a limpeza do corpo e da alma, a auto-purificação, eliminando as escórias físicas e psicomentais que embotam o despertar da consciência e a evolução interior. A Religião do verdadeiro Agape certamente não é a religião das massas ignorantes; não é a religião do Je$u$ ($alva seu dinheiro) que cobra caro por seus “serviços de salvação”; não é a religião de um deus moribundo, agonizante que instila dor, sofrimento, tristeza e confusão mental em seus cegos cordeirinhos de abate; não é a religião da enfermidade da alma, da estagnação psicomental e da acídia, ou seja, da preguiça e desolação do espírito. Na Via Draconiana, a Religião é a viagem da alma em seu próprio interior, um mergulho em suas próprias emoções primitivas (e divinas!) que jazem no fundo microcósmico espiritual.

O pilar da Filosofia, ou Sophia (Sabedoria), é a busca da verdade individual que só tem fundamento e valor para o próprio buscador; é a busca pela realização do ideal fundamental latente no espírito. Ao contrário de muitos filósofos cartesianos estéreis, aprisionados em seus labirintos intelectuais, o filósofo draconiano pragmático emprega meios tais como sistemas metafísicos, entre outros, para a experiência da consciência, para a aquisição de Sabedoria acerca de si e do universo, na medida em que isso seja possível. Teoricamente, a Filosofia é o sistema que estuda a natureza de todas as coisas e suas relações. Por meio da reflexão, de questionamentos, de especulações e de análises, estuda os processos do pensamento e sua manifestação. Na Via Draconiana, Sophia conduz à paz ataráxica, impertubável, do espírito, ao bem-estar, à alegria, à satisfação, às dádivas do ideal que busca realizar-se.

O pilar da Arte, ou Thelema (Vontade) é o fundamento das idéias intuitivas, da vontade criadora, do espírito individual criativo e realizador. A Arte só pode expressar a criatividade se houver verdadeira vontade, impulso e ousadia, livre de limitações impostas e oriundas de diversas fontes tais como as repressões sócio-religiosas. Arte é a capacidade de realizar a Obra da Criação sobre si mesmo, de aperfeiçoá-la com vontade forte. Na Via Draconiana, Arte é o conjunto de conhecimentos, capacidades e talento para concretizar idéias, sentimentos e visões de maneira estética e “viva” por meio de imagens, música e literatura. A verdadeira Arte realizada através de Thelema (Vontade) está muito longe da pseudo-arte intelectualóide, moderninha, criativa e tecnicamente tosca, grosseira, anti-estética, de mau gosto e desonesta que “artistas” estereotipados produzem sem nenhuma inspiração autêntica. A verdadeira Arte se realiza sob Vontade para manifestar porções do próprio Ser.

Eis os quatro pilares do conhecimento que sustentam a Via Draconiana e que podem levar o indivíduo ao auto-aprimoramento, ao auto-conhecimento e ao desenvolvimento de poderes latentes em quatro planos de manifestação, o físico, o emocional, o mental e o espiritual.

Fr.’. Adriano Camargo Monteiro

#LHP #Luciferianismo

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Lúcifer Estrela-da-Manhã

Lúcifer ficou conhecido pelo leitores de quadrinhos em Sandman de Neil Gaiman como senhor do inferno junto de Azazel e Beelzebub, um local de autopunição dos pecadores que já morreram e lar dos seres chamados de demônios , um lugar também conhecido pelos nomes de Hades, Abaddon, Sheol, Avernus, Reflexo Negro do Cêu entre outros nomes.

Nesse capítulo Morpheus foi lá em busca do seu elmo que perdeu durante o período que esteve preso e que agora está em posse do demônio Choronzon.

Depois que Morpheus consegue recuperar o seu elmo, Lúcifer decide não deixar ele ir, ai ocorre o diálogo.

Lúcifer : “Com ou sem o seu elmo , você não tem poder nenhum aqui… que força tem os sonhos no inferno?”

Morfheus : “…que poder teria o inferno se os prisioneiros daqui não fossem capazes de sonhar com o cêu?”

E assim de certo modo Morpheus sai ganhando e vai embora , e Estrela-da-Manhã jura vingança pela humilhação .

Dois anos depois desse acontecido Morpheus precisa voltar ao inferno para resgatar uma antiga amada sua que ele deixou no inferno por milhares de anos , após ela cometer suicídio.

Desta vez o anjo caído está um pouco diferente com asas de demônio , (antes estava com asas de anjo) ao invés da esperada vingança Lúcifer faz algo diferente do esperado , apenas dizendo que esta cansado do inferno depois de 10 bilhões de anos e gostaria de ser livre , e depois de um longo diálogo enquanto fecha as portas do inferno , pede para Morpheus cortar suas asas e dá para ele a chave do inferno.

Algo muito inteligente , quem sabe seria a esperada grande vingança afinal muitos gostariam de serem donos do inferno e poderiam fazer de tudo para serem.

Lúcifer se apresenta como um homem alto , loiro de aparência jovem e é conhecido por vários nomes , Lord Lúcifer , Estrela-da-Manhã , Aquele que traz a luz , O primeiro entre os caídos , Senhor do Inferno, Samael , Anjo das trevas entre outros nomes.

Esse é um diálogo interessante extraído de Sandman :

Porque eles culpam a mim pelos seus defeitos ?

Usam meu nome como se eu passasse o dia inteiro instingando-os a cometerem atos que , de outra forma achariam repulsivos.

“O demônio me forçou a isso.” Nunca forcei ninguém a fazer nada. NUNCA.

Eles falam de mim como se eu andasse comprando almas na feira , sem jamais se perguntassem por quê.

Não preciso de almas.

E como alguém pode comprar uma alma?

Passando alguns anos Lúcifer ganha sua própria revista , assim como ocorreu com Constantine que nasceu coadjuvante em O Monstro do Pântano no inglês Swamp Thing, na época que Alan Moore assumiu a revista.

Em sua revista , depois de tudo ele cria o bar noturno chamada Lux em Los Angeles e fica lá com Mazikeen , uma filha de Lilith fiel a ele desde o inferno.

Lúcifer é considerado um dos seres mais poderosos do universo DC , após Deus e Miguel.

Foi difícil achar um escritor para Lúcifer , quem sabe o nome assustava os escritores , o próprio Neil Gaiman sempre indicou ele para outros escritores mais por anos ninguém pegou o “trampo” e não sei porque Gaiman não fez isso também.

Mas em 2000 Mike Carey resolveu escrever Lúcifer , usando como base Paradise Lost de John Milton e nasceu um grande sucesso.

Em sua revista conhecemos melhor esse anjo , que se mostra extremamente inteligente , informado , cheio de ironia e raramente apelando para força bruta usando sempre perspicácia , neutro e agindo apenas conforme o seu favor, estando além do “bem” e do “mal”.

Entre as centenas de temas que são tratados temos : Deuses , Magia , Runas , Bíblia , Xamanismo , Anjos , Demônios , Mitologia , Lilith , Tarot , Literatura , Filosofia , Mediunidade , Livre Arbítrio entre outros assuntos..

Assim como Sandman , Lúcifer teve 75 edições em 6 anos de 2000 até 2006.

Texto Sobre Neil Gaiman

 Texto Sobre Os Perpétuos de Sandman

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Outros Textos da Coluna de Quadrinhos

#Quadrinhos

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Casamento Alquímico e Taoísmo: A Síntese Perfeita

“Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe”
– Mateus 19:6

Na primeira parte deste artigo, entendemos um pouco sobre o simbolismo alquímico e vimos algumas correlações com a psicologia analítica de Jung. Os arquétipos Solar e Lunar, tanto para Jung quanto para os alquimistas, deviam ser integrados para sintetizar uma consciência mais equilibrada, que permitisse um diálogo saudável com o inconsciente. Através do conceito de Anima e Animus apresentados, compreendemos a natureza bipolar da psique. Bipolaridade esta que não deve ser confundida com estigmas de diagnósticos, mas aquela dualidade primordial que nos habita, que é convidada a se harmonizar para acessar uma unidade ainda mais primordial.

No entanto, não é exclusividade de Jung apresentar esse tipo de conceito. No livro “O Caibalion”, um clássico de literatura hermética, são apresentados sete princípios chaves para o funcionamento da realidade e do universo. Vejam só o que dizem os princípios 4 e 7:

Quarto Princípio, da Polaridade: Tudo é Duplo; tudo tem polos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados. Este Princípio encerra a verdade: tudo é Duplo; tudo tem dois polos; tudo tem o seu oposto […] A Tese e a Antítese são idênticas em natureza, mas diferentes em grau; os opostos são a mesma coisa, diferindo somente em grau; os pares de opostos podem ser reconciliados; os extremos se tocam; tudo existe e não existe ao mesmo tempo; todas as verdades são meias-verdades; toda verdade é meio-falsa; há dois lados em tudo, etc., etc. Ele explica que em tudo há dois pólos ou aspectos opostos, e que os opostos são simplesmente os dois extremos da mesma coisa, consistindo a diferença em variação de graus.

Sétimo Princípio, do Gênero: “O Gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos. Este princípio encerra a verdade que o gênero é manifestado em tudo; que o princípio masculino e o princípio feminino sempre estão em ação. Isto é certo não só no Plano físico, mas também nos Planos mental e espiritual. Todas as coisas e todas as pessoas contêm em si os dois Elementos deste grande Princípio. Todas as coisas macho têm também o elemento feminino; todas as coisas fêmea têm o elemento masculino.

Percebemos, portanto, que a dualidade nada mais é do que uma questão de perspectiva, e que a integração dos paradoxos se mostra altamente necessária para obtenção de uma perspectiva mais aproximada da natureza real das coisas. Vale a pena frisar que tudo isso é de caráter psicológico e simbólico, de forma alguma a orientação sexual ou a identidade de gênero deve ser interpretada frente estes vieses. A presença desses arquétipos serve para contrapor a consciência e apresentar alternativas visando ampliar a percepção da mesma quanto a sua própria natureza, além de produzir novas ferramentas para lidar com suas próprias contradições.

“A Anima como a contraparte interna da personalidade do homem visa dar um equilíbrio a personalidade, pois compensa o intelectualismo racional do mesmo com um eros compreensivo, assim como o Animus da mulher equilibra sua personalidade com o saber sobre o que se quer realmente do outro clivando seu caos de estados afetivos em uma ideia diretora com um estatuto de subordinação das emoções, no caso a transformação de impulsos afetivos em sentimentos racionais” (JUNG, 2011).

A psique busca de forma tão intensa a união dos opostos e a integração que quando ficamos ‘polarizados’ demais, ou seja, quando manifestamos apenas uma polaridade e negligenciamos outra, ela tende a nos forçar a manifestar o lado reprimido num processo chamado ‘enantiodromia’. Apesar de o nome ser complicado, este termo criado pelo filósofo Heráclito nada mais é do que a ideia de que quando uma grande força é gerada numa direção, uma força de mesmo valor é criada na direção oposta. Ninguém menos do que Jung, reutilizou este termo para definir o fenômeno de forças compensatórias entre o consciente e o inconsciente.

“O velho Heráclito, que era realmente um grande sábio, descobriu a mais fantástica de todas as leis da psicologia: a função reguladora dos contrários. Deu-lhe o nome de enantiodromia (correr em direção contrária), advertindo que um dia tudo reverte em seu contrário” (JUNG, 1987)

Agora que começamos a entender melhor como funciona a psique, e percebemos que nela habitam ambas as energias, masculina e feminina, que necessitam de harmonia, é possível deslocarmos ligeiramente nosso enfoque. Quando pensamos em duas energias a princípio conflitantes, mas cujo fluxo e interação é harmônico, facilmente visualizamos este símbolo:

O Yin e Yang é o símbolo que mais representa toda essa dinâmica de polaridades que estamos discutindo. Veja só o que Jung tem a dizer sobre este símbolo milenar:

“Não há positivo sem sua negação. Apesar da extrema oposição, ou por isso mesmo, um termo não pode existir sem o outro. É exatamente como formula a filosofia chinesa: yang (o princípio luminoso, quente, seco e masculino) contém em si o geme do yin (o princípio escuro, frio, úmido e feminino), e vice-versa” (JUNG, 2007)

Herder Lexicon (1990) assinala que “a mútua dependência de ambos os princípios, às influências de yin-yang nunca se opõe como princípios inimigos, pelo contrário, acham-se em uma contínua relação de influências mútuas”. É mister compreender que os aspectos paradoxais da psique se completam, e não se excluem. A dinâmica, que a priori pode aparecer um conflito, talvez seja melhor entendida como uma dialética.

“Segundo a lei da enantiodromia, dos fluxos contrários, tão bem interpretada pelos chineses, com o final de um ciclo dá-se o início de seu oposto. Assim, Yang em seu limite transforma-se em Yin, e o positivo, em negativo” (JUNG, 1986)

A unilateralidade é, eventualmente, prejudicial a nossa psique, sendo responsável por diversos problemas, tanto enfermidades de natureza psicológica quanto somatizações físicas. Além disso, o problema não se limita a natureza individual, um exemplo do dano causado pela unilateralidade da consciência, expressado na esfera social, é bem elaborado por Robert Johnsson, quando este afirma que:

“O homem tem visto seu lado sombrio como feminino e, ao empurrá-lo cada vez mais para as profundezas do seu ser, acabou por transformá-lo numa bruxa. Grande parte da escuridão do elemento rejeitado durante a idade média era feminino – daí a caça às bruxas e as fogueiras. E isso não se constituiu apenas de incidentes isolados que ganharam muita notoriedade. Estima-se que quase quatro milhões de mulheres foram queimadas nos patíbulos no auge da contra-reforma na Europa” (JOHNSSON, 1993)

Como podemos ver, o exagero da parcialidade é extremamente perigoso e prejudicial, tanto individualmente quanto socialmente. Mas por que a psique apresenta todos estes mecanismos para incentivar o diálogo entre as diferentes polaridades que nos habitam? Pura e simplesmente para nos ajudar a superar a nós mesmos. Para nos possibilitar transcender o maniqueísmo estático que parece tanto nos agradar. A totalidade é o objetivo final dessa luta constante das polaridades, permitir que atinjamos a plenitude, a consciência, que nos aproximamos cada vez mais da onisciência divina, ao menos à onisciência de nós mesmos.

“Após uma vivência de muitos anos no rico mundo da psique, aprendendo suas leis, Jung notou uma enorme força evolutiva atuando no universo psíquico. Ele percebeu que a psique humana desenvolve um esforço constante em busca da totalidade um esforço no sentido de se completar e se tornar mais consciente. O inconsciente procura transferir o seu conteúdo para o nível da consciência, onde pode ganhar existência e ser assimilado, formando uma personalidade consciente mais completa. A psique de cada indivíduo tem um estímulo inerente para evoluir, para integrar os elementos do inconsciente, juntando as partes que ainda faltam ao indivíduo total para formar um self completo, pleno e consciente” (JOHNSSON, 1993)

Como dito no início do texto, Jung deslocou alguns conceitos originais da Alquimia, adaptando-os a um sistema de compreensão psicológica. Os antigos alquimistas já sabiam há tempos dessas leis que governavam a mente, suas polaridades e interações. Não à toa que uma operação alquímica essencial pra a obtenção da pedra filosofal era a Coniunctio, ou Casamento Alquímico. Esta operação era quase sempre representada pela união de uma figura masculina, como um Rei ou o Sol e outra feminina, como uma Rainha ou a Lua, mas também como Hauck aponta “um coração pegando fogo, um terra frutífera, casamentos, hermafroditas, galos e galinhas” entre outros.

Esse casamento é a grande chave para a integração dos opostos complementares, com ele, é possível transcender o maniqueísmo, e através de uma interação de tese e antítese, permitir o nascimento de uma síntese. Novamente, conseguimos perceber o nascimento deste terceiro elemento quando analisamos figuras alquímicas que representam o casamento alquímico. Na imagem seguinte, vemos com exatidão a união simbólica do Rei (Sol) e da Rainha (Lua) obtendo como resultado ao criança, que na alquimia é representada como andrógina e perfeita.

“Jung constatou que a psique é andrógina: ela contém componentes masculinos e femininos. Assim homens e mulheres vêm equipados com uma estrutura psicológica que em sua totalidade inclui a riqueza de ambos os lados, de ambas as naturezas, de ambos os conjuntos de capacidades e forças. A psique espontaneamente se divide em opostos complementares e os representa como uma configuração masculina-feminina. Ela assinala algumas características como sendo “masculinas” e outras, como “femininas”. Como o yin e o yang, na antiga psicologia chinesa, estes opostos complementares se equilibram e se completam mutuamente. Nenhum qualidade ou característica da personalidade humana é completa em si: cada um deve se fazer acompanhar de seu “par” masculino ou feminino, numa combinação consciente, se quisermos alcançar equilíbrio e totalidade” (JOHNSSON, 1995)

E essa ideia da criança andrógina, representando simbolicamente a inocência e a pureza, não é exclusiva do pensamento alquímico, como vemos no Evangelho de Tomé, capítulo 22:

“Jesus viu crianças de peito a mamarem. E ele disse a seus discípulos: Essas crianças de peito se parecem com aqueles que entram no Reino. Perguntaram-lhe eles: Se formos pequenos, entraremos no Reino? Respondeu-lhes Jesus: Se reduzirdes dois a um, se fizerdes o interior como o exterior, e o exterior como o interior, se fizerdes o de cima como o de baixo, se fizerdes um o masculino e o feminino, de maneira que o masculino não seja mais masculino e o feminino não seja mais feminino – então entrareis no Reino”.

Apesar da representação sexual nas pranchas alquímicas, é sabido que tais experiências refletem experimentos interiores, subjetivos e que a relação sexual deve ser encarada com temperança. Além de técnicas antigas como o sexo Tântrico, que visa harmonizar as energias masculinas e femininas através da troca de energias ao longo do ato sexual, existe um conceito na alquimia taoísta chamado “Cultivação Dual”, na qual, em suma, os homens desenvolvem técnicas para interagir e absorver a energia feminina, sem desperdiçar a sua própria, acumulando assim ambas. Evidentemente essas técnicas orientais estão muito distantes da nossa realidade, e acredito que devemos sim estudar e nos aprofundar nas diferentes práticas, afinal, unir oriente e ocidente nada mais é que um reflexo da harmonia dos opostos que tanto discutimos ao longo do texto. Além disso, a meditação e análise psicológica podem ser ferramentas que realmente ajudam no autoconhecimento.

Mas acredito que para nós, ocidentais, existe algo que é uma chave igualmente efetiva, e mais próxima para nosso entendimento: o Amor. Quando abrimos nosso coração e permitimos essa força incrível da natureza se manifestar, podemos atingir patamares inimagináveis. O amor é transformador e é um ingrediente indispensável.

“Assim como na alquimia, a psique, dentro do processo analítico, vai transformando-se, ora dispondo-se num lado e ora de outro, no sentido das suas polaridades, até que lhe seja capaz a absorção de uma terceira figura, gradativa e construída, surgida de dentro da sua própria alma que lhe traduz essa expressão de convivência com o dual. […] O casamento Divino, que somente existirá se ali houver o Amor, sua causa e seu efeito. […] Revela-se no mundo como o altruísmo em seu sentido extrovertido e na psique, como a conexão com o Si-mesmo, gerando a unidade” (MASSAN, 2009)

Na imagem acima vemos o deus Marte (Animus) e a deusa Vênus (Anima) e seu filho Cupido, também conhecido como Eros e Amor. Coincidência?

Na Tábua de Esmeralda encontramos a seguinte inscrição:

“E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas”.

Concluímos então que existe uma aproximação muito evidente entre conceitos da alquimia e da psicologia analítica, e que ensinamentos antigos de filosofia grega e da sabedoria taoísta são fontes ricas de informações que podem nos ajudar a fortalecer a reflexão e, literalmente, integrar ideias. No final, nosso objetivo principal é voltar a Unidade, e dissolver todos os conflitos neuróticos e polarizados que nos impedem de ver as coisas como realmente são. Devemos buscar sempre fazer as coisas com o coração e amor, pois só assim podemos ter empatia e perceber os ‘dois lados das coisas’ e unir os paradoxos. Nem cara, nem coroa, somos todos moedas rodopiando.

Referencias Bibliográficas:

CAMAYSAR, Rosabis. O Caibalion. São Paulo Editora Pensamento. 2000

Evengelho de Tomé traduzido por Huberto Rohden

HAUCK, Dennis Willian. The Emerald Tablet: Alchemy for Personal Transformation. Arkana. Ed.Pengun Group. 1999.

JOHNSON, Robert A. HE: A Chave do Entendimento da Psicologia Masculina. São Paulo: Mercúrio, 1993

JOHNSON, Robert A. WE: A Chave da Psicologia do Amor Romântico. São Paulo: Mercúrio, 1995

JUNG, C. G. Fundamentos de Psicologia Analítica. OC XVIII/I. Petrópolis: Vozes, 1987a.

JUNG, C. G. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. OC IX/1. Petrópolis: Vozes, 2007.

JUNG, C. G. Psicologia do Inconsciente. OC VII/1. Petrópolis: Vozes, 1987b.

JUNG, C. G. Psicologia e Alquimia. OC XII. Petrópolis: Vozes, 1991b.

JUNG, C. G. Psicologia e Religião. OC XI/1. Petrópolis: Vozes, 1987c.

JUNG, Carl Gustav. Civilização em Transição. Petrópolis. Vozes. 2011.

LEXICON, Herder. Dicionário de Símbolos. São Paulo. Cultrix. 1990

MASSAN, Francisco. Opus Alquímica e Psicoterapia. Disponível em: www.clinicapsique.com/doc/opus.doc. 14/05/2013

VON FRANZ, Marie Louise. A Alquimia: Introdução ao Simbolismo e a Psicologia. São Paulo. Ed. Cultrix. 1993.

Tábua de Esmeralda – Tradução de Isaac Newton , 1680 , encontrada em seus textos alquímicos. Folger, Washington 1988

Ricardo Assarice é Psicólogo, Reikiano, Mestrando em Ciências da Religião e Escritor. Para mais artigos, informações e eventos sobre psicologia e espiritualidade acesse www.antharez.com.br ou envie um e-mail para contato@antharez.com.br

Imagens:

‘Philosophical Mercury’. Itália. Século XV.
Perspectivas circulares de Luz e Sombra, imagem encontrada na internet.
Yin-Yang.
“Spirals” de M. C. Escher (1953).
Cena de uma bruxa na fogueira (Série “American Horror Story: The Coven”)
Princípios Alquímicos do Masculino e Feminino.
Gravuras Alquímicas de “Donum Dei”.
“Mars, Venus and Cupid”. 1808, Leopold Kiesling.

#Alquimia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/parte-2-2-casamento-alqu%C3%ADmico-e-tao%C3%ADsmo-a-s%C3%ADntese-perfeita

Psicodelias, Relâmpagos e Catedrais

Continuando nossa série histórica a respeito das origens dos Cavaleiros Templários, dividimos nosso arco histórico em três facções: de um lado, a Igreja Católica e a história de seus papas, até chegar em Urbano II “Porque Deus quis” pode ser lida AQUI, AQUI, AQUI e AQUI. Do outro lado, a história paralela dos Construtores do Templo, as guildas de maçons detentores do conhecimento da geometria sagrada, preservado desde as pirâmides egípcias até os templos romanos (e até os dias de hoje).

Justamente quando estava escrevendo esta coluna, li um texto postado pelo amigo Kentaro a respeito de um estudo feito por cientistas a respeito de padrões psicodélicos encontrados em neurônios em curto-circuito. Por coincidência, acabei de ler um livro chamado “Girando a Chave de Hiram” onde o autor relaciona justamente estas conexões e a ritualística templária e maçônica. Nesta semana, traçarei a relação entre psicotrópicos, mantras, orgasmos, meditações, relâmpagos, limiares da dor, religião, da falta de sono e até mesmo experiências de pós-morte e sua conexão com o Plano Astral e com a estrutura das primeiras catedrais européias.

Antes de mais nada, vamos ao texto original:

Psicodelia explicada por neurônios em curto
“Está cheio de estrelas”, disse o astronauta Bowman enquanto era absorvido pelo Monolito Negro em “2001 – Uma Odisséia no Espaço”. Uma sucessão de imagens psicodélicas (criadas com fotografia slit-scan) representavam então um contato com o Divino, ou o que quer que fosse, já que o próprio Kubrick nunca deixou claro o que diabos aquele final significava. Mas era algo grande, místico, mesmo religioso.
Imagens espirais e túneis de luz afins emergem repetidamente em experiências com drogas alucinógenas, e talvez não por mera coincidência, em iconografias religiosas resultantes de “visões”, como mandalas, arte islâmica ou catedrais cristãs. Não apenas isso, surgem também em experiências de “quase-morte”, alucinações de sinestésicos, cefaléias, epilepsia, distúrbios psicóticos, sífilis avançada, distúrbios do sono, tontura e mesmo em pinturas rupestres de milhares de anos.
Esta universalidade parece indicar algo maior, quiçá contato com planos superiores, ainda que cefaléias, sífilis avançada ou distúrbios psicóticos como meio de se aproximar de deus pareça um tanto bizarro. A neurociência aliada à matemática sugere uma explicação um pouco mais mundana. Porque a ciência já anda investigando o tema.
Nos anos 1920, o neurologista alemão Heinrich Klüver dedicou-se com afinco a estudar os efeitos da mescalina (peyote), e notou como tais padrões geométricos eram repetidamente relatados por diferentes sujeitos (incluindo ele mesmo, mas esta é outra história). Os padrões acabaram classificados no que ele chamou de “constantes de forma”, de quatro tipos: (I) túneis, (II) espirais, (III) colméias e (IV) teias.

Pois estudos recentes, aliando descobertas sobre o funcionamento do córtex visual a modelos do funcionamento de neurônios sugerem que tais padrões podem surgir simplesmente de uma espécie de curto-circuito no cérebro. Perturbações simples no córtex visual, quando mapeadas ao correspondente que o sujeito perceberia, podem gerar padrões notavelmente similares às constantes de forma psicodélicas.

À esquerda, a representação da alucinação de um maconhado. Ao lado, a simulação da percepção gerada pela perturbação do córtex visual. Simples assim. Nada de enxergar deus, e sim um produto da forma como nossos neurônios processam imagens, e como reagem assim a perturbações em seu funcionamento. “Está cheio de estrelas”, mas todas em seu cérebro.
Ou não tão simples, é preciso ressalvar. Neurocientistas, cientistas que são, admitem que ainda não conseguem explicar todas as alucinações relatadas. O próprio exemplo acima envolve uma complexidade maior do que os modelos usados, e a simulação envolve mais especulação. Mesmo o modelo utilizado para simular a percepção dos sujeitos frente às perturbações em seu córtex visual é, ainda, rudimentar, envolvendo diversas simplificações. É uma área ainda em exploração, mas pelo visto, extremamente promissora. Explicaria bem porque tanto religiosos em transe quanto drogados e sifilíticos em estado avançado poderiam partilhar as mesmas alucinações visuais. São seres humanos partilhando a mesma estrutura cerebral submetida a alguma perturbação.

By Kentaro Mori no 100Nexos.

Espirais, Relâmpagos e Teias de Aranha
Uma das sete leis de Hermes Trismegistrus diz que “Todas as coisas se movimentam e vibram com seu próprio regime de vibração. Nada está em repouso”.
Das galáxias às partículas sub-atômicas, tudo é movimento. Todos os objetos materiais são feitos de átomos e a enorme variedade de estruturas moleculares não é rígida ou imóvel, mas oscila de acordo com as temperaturas e com harmonia. A matéria não é passiva ou inerte, como nos pode parecer a nível material, mas cheia de movimento e ritmo. Ela dança.

Os primeiros contatos com o Divino muito provavelmente aconteceram por causa dos relâmpagos. Robert Lomas, em seu livro “Girando a Chave de Hiran” conta que, certa vez, estava passando de automóvel quando quase foi atingido por um raio. O raio havia passado tão perto que, por alguns segundos, não apenas a parte elétrica de seu carro teve problemas, mas ele teve uma “visão de Deus”. Naqueles pequenos instantes, que para ele pareceram uma enternidade, Lomas teve o contato direto com o Cósmico, fundindo-se ao todo, na sensação que os ocultistas chamam de Samadhi ou “pequeno mergulho no Nirvana”. O contato com Kheter.
Durante o livro, com a ajuda de diversos neurocientistas britânicos, ele traça paralelos experimentais entre o “curto-circuito” que experimentou graças ao raio e as descrições de êxtase religioso encontradas em diversas literaturas, bem como experiências de neurocientistas como Michael Persinger, Andrew Newberg e Eugene D´Aquili envolvendo o comportamento do cérebro humano.

Mas voltando aos trovões e relâmpagos… é muito provável que desde os tempos mais remotos, muitos homens tenham passado pela mesma experiência que Lomas. Este “curto circuito” e posterior expansão da mente do indivíduo pelo Cósmico certamente resultariam em uma experiência transcedental, divina. O contato com o TODO, o Grande Arquiteto do Universo. Não é de se estranhar, então, que alguns dos deuses mais importantes de todas as mitologias faziam uso do trovão como arma (Zeus fulminando seus adversários na mitologia grega, por exemplo). Ao quase ser alvejado por um raio e sobreviver, o indivíduo ou grupo de indivíduos passava a ter um legítimo contato com a divindade cósmica, e traduzia esta sensação indescritível com o melhor que seu vocabulário pudesse conceber. Enquanto isso, no plano material, os neurônios e sinapses expostos a campos elétricos causariam a sensação que Walter Leslie Wilmshurts chamou de “Consciência cósmica”. Não é de se estranhar que os antigos construtores de catedrais, trabalhando em campanários e outros locais elevados, sob tempo ruim, invocavam a ajuda de Santa Bárbara.

Tantra e Chakras
A experiência divina não é exclusividade do contato com raios e trovões. Paralelamente a isso, os iniciados conheciam técnicas de magias sexuais derivadas do tantra para atingir o MESMO estado de iluminação, ou Samadhi. Através de orgasmos cada vez mais fortes e intensos, e do fluxo de energias despertando cada um dos chakras dos amantes, através da Kundalini, os iniciados conseguem experimentar o mesmo estado divino descrito pelas experiências acima. Da mesma forma, outros exercícios de meditação, contemplação e masturbação têm sido utilizados para o mesmo fim. A energia canalizada durante este “curto circuito” é muito utilizada na chamada Magia do Caos, desenvolvida por Peter J. Carroll no começo do século XX e não é muito diferente das antigas magias sexuais celtas ou egípcias.
Aposto minhas adagas ritualísticas que, se os neurocientistas medissem o padrão do córtex visual em um casal de sacerdotes durante o Hieros Gamos ou de um casal iniciado tântrico durante o Maythuna, eles encontrariam o mesmo padrão descrito por Heinrich Klüver.

Meditação, Mantras e Mandalas
Outro caminho conhecido para se atingir este estado de “curto circuito” é através da meditação. Exercícios de “desligamento da mente” zen e técnicas envolvendo mandalas, mantras ou orações repetitivas, normalmente trabalhando em um padrão espiral, fazendo com que os sentidos objetivos sejam cada vez mais neutralizados, até que haja o travamento das faculdades objetivas e, como conseqüência, a conexão com os planos superiores.
O mesmo processo explica claramente porque muitos fiéis cristãos, ao envolverem-se demasiadamente com as orações (especialmente no terço, que é uma derivação do japamala budista), entram neste “curto-circuito” durante as orações e chegam ao mesmo estado de consciência. A diferença é que, para estas pessoas, por desconhecerem o que está acontecendo, acreditam que “Jesus falou com elas”, pois não são capazes de explicar este contato com o Cósmico e, assim como os selvagens nas cavernas, tentam explicar ao mundo o que sentiram através de seu vocabulário limitado.
Novamente, se estes padrões cerebrais fossem medidos, teríamos o mesmo padrão, tanto que eles se repetem nos desenhos das mandalas, só que de uma forma invertida. Nas experiências com psicotrópicos, o usuário enxerga os padrões depois de entrar em contato com a droga; nas mandalas, o iniciado procura os padrões ANTES de causar o “curto-circuito”.
Qual padrão é a causa e qual é a consequência?

O limiar da dor
Também é conhecido que estes padrões são encontrados em cefaléias, epilepsia, distúrbios psicóticos, sífilis avançada e outras situações do limiar da dor extrema. Estes estados mentais também causam o “curto-circuito”, resultando os mesmos padrões descritos acima. Isto deu origem a uma série de rituais de iniciação e ritos religiosos envolvendo perfurações e suspensões por meio de ganchos, até os famosos faquires e devotos hindus, capazes de atravessar pregos pelo nariz, anzóis pela pele e ganchos por todo o corpo. Examine o córtex deles e teremos o mesmo padrão.
Este culto à dor pela iniciação existe até os dias de hoje, tanto em iniciações que envolvam suportar a dor, como o ritual de Gkol nas tribos de Vanuatu, que consiste em se jogar do alto de uma árvore ou penhasco amarrado em cipós como prova de iniciação da puberdade para a maioridade até talhar os próprios dentes para deixá-los pontudos ou perfurar a pele com piercings e anzóis, além das flagelações.

Durante a idade Média, existiram muitas ordens monásticas que cultuavam a auto-flagelação. Açoites e chicotes como forma de penitência foram trazidos para a Igreja católica dos templos hindus, que por sua vez traziam este costume da maneira a conectar-se com o divino através da penitência.
Podemos ver resquícios desta ritualística até mesmo no cilício, instrumento composto de espinhos que são amarrados na coxa e apertados de acordo com a vontade do usuário, causando uma dor contínua e muito forte. O cilício ainda é muito utilizado na Opus Dei e em outras ordens religiosas monásticas.

Sexo e a Dor
Os Etruscos possuíam templos destinados a ritos sexuais que envolviam prazer e dor (o mais conhecido é a Tombe de la Fustigazione), que deram origem à Lupercália romana e, mais tarde, ao dia de São Valentino (o “dia dos namorados” gringo). Até os dias de hoje, existem dentro de ordens do caminho da mão esquerda rituais de BDSM até o limiar da dor e do êxtase, onde se consegue chegar ao mesmo “curto circuito” da meditação zen. E aposto meu pantáculo saturnino que quando a iniciada estiver em êxtase, encontraremos nela os mesmos padrões descritos por Heinrich Klüver.

As drogas e os psicotrópicos
Outro aspecto muito comum nas iniciações é o uso de psicotrópicos e libertadores da consciência. Drogas como o haxixe, ópio, peyote, mescalina, folha de coca, LSD ou até mesmo o Santo Daime têm a finalidade de desligar os sentidos objetivos e abrir as portas da percepção. Como foi colocado acima, o efeito resultante no Plano Material é o mesmo das outras experiências. Da mesma maneira, Sinestetas enxergam sons, escutam cheiros, sentem cores e algumas delas (acabei de perguntar a uma amiga sinesteta pelo msn) enxergam espirais e estrelas no momento de um orgasmo. “Mas só dos mais fantásticos” segundo palavras dela. O que comprova nossa teoria a respeito dos orgasmos tântricos e curtos circuitos.

Dança de Roda
Outra maneira de se atingir este “curto circuito” é através da dança ou das artes marciais. Danças sagradas de roda e danças ritualísticas existem em todas as culturas e religiões, muitas das quais com extremos aspectos místicos. Entre as principais eu vou citar os Dervishes, do ocultismo muçulmano (epa, eu escutei certo? Ocultismo muçulmano? Sim crianças… chegaremos aos sufis e dervishes em breve) e suas danças de roda. Note como eles estão em estado de transe. Aposto meu cálice de prata que se você medir os padrões do córtex deles, obterá os MESMOS resultados supracitados.
Também posso citar as dançarinas de dança do ventre ou dança dos sete véus ritualística e, claro, os praticantes de kung fu ou tai chi (especialmente tai chi).

A Árvore da Vida
Dentro da Kabbalah, na Árvore da Vida (diagrama que mapeia todos os estados de consciência do ser humano, do mais mundano até o divino), este processo é o caminho que conecta a décima esfera Malkuth (o mundo da matéria) à nona esfera Yesod (o mundo astral, ou intuitivo e acausal), representado pela letra hebraica “Tav”, que também é o símbolo da Ordem dos Franciscanos. O Tau ou Tav representa a imaginação e todos os processos decorrentes da libertação da mente intuitiva da mente objetiva, que incluem todos os processos criativos e visionários. É o primeiro passo para a iluminação. Não é por acaso que todos os deuses representados em Yesod trabalhem com a intuição e com a conexão com a Consciência superior.

A Geometria Sagrada e os Rituais
Muitos dos Construtores de Templos conheciam as propriedades da geometria sagrada de induzir e promover estes estados psíquicos nos iniciados durante os rituais. Desde as proporções na Pirâmide, nos Templos Gregos e Romanos até chegarmos às catedrais cristãs e, posteriormente, às mesquitas muçulmanas e aos Castelos Templários.
Este conhecimento também permanece na África (o povo sempre se esquece que o Egito fica na África! Quando os muçulmanos tomam o Cairo e Alexandria, eles absorvem muito do conhecimento que estava disponível nas Escolas e bibliotecas), trazendo a geometria sagrada para a Arábia. Com as expansões, levam este conhecimento para o sul da Espanha também.

Mas isso já é outra história…

#ICAR

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/psicodelias-rel%C3%A2mpagos-e-catedrais

Signos Intermediários na Astrologia

O maior problema que eu percebo nas pessoas que estão aprendendo (e ensinando) Astrologia é a necessidade que elas possuem de querer ter “palavras chaves” para os signos, sem se atentar para o conceito de oitavas. Então pensemos juntos, cada pessoa vai ter um conjunto de “trilhos” que são os planetas e os signos, mas antes de tudo a pessoa precisa olhar no espelho e ver em que oitava ela própria segue trabalhando. A imagem desse post diz respeito a essa correspondência de vocabulário, ou “palavras chaves”, mas na realidade deve ser compreendido como um verdadeiro pantone de sentimentos.

No livre arbítrio, é pelo resultado prático que entendemos em que oitava estamos vibrando. Por exemplo, você tem muitos planetas em Gêmeos? Legal, mas como está usando isso? O fato é que não existe uma literatura sobre as oitavas (a não ser as musicais,rs). Todo manual de Astrologia coloca “palavras chaves”, ou seja, são os “defeitos” do signo e as “qualidades” dos mesmos, mas tudo muito superficial se pensarmos a nível desse pantone de sentimentos mais complexos.

Claro que, na real, tudo isso é muito subjetivo. Você já pode ter estudado mais de 1000 mapas e eles vão te dar algumas chaves de entendimento, mas continua sendo só um MAPA. Você pode pegar todos os melhores adjetivos que puder para os mapas analisados, mas eles não vão mudar uma vírgula sequer se a pessoa não AGIR. É aquela coisa, alguém por acaso já viu uma pessoa justificar suas debilidades planetárias como desculpa paras as vacilações que já cometeu e continua cometendo na vida? Pois bem…

O fato é que todas as energias precisam estar na mandala, é por isso que em matéria de Alquimia se fala em “transformar” e não em “criar” o ouro. Se a pessoa tem algo no mapa que não aparece na consulta, das duas uma, ou ela está escondendo ou está reprimindo – ou pode justamente estar vibrando nas oitavas baixas e mentindo! Daí vai acontecer o seguinte, se reprimir por muito tempo, aquilo lá pode virar uma doença porque essas energias são o que somos, e elas precisam fluir de um jeito ou de outro.

Resumindo, você pode ser um bombeiro, um lutador de jiu-jitsu, ou então… um covarde que bate em mendigos na frente dos amigos pra se achar “o” valentão. A linha entre esses dois é muito tênue, confere?

Uma boa referência para o estudo dessas oitavas e desse pantone de sentimentos é buscar compreender melhor como podemos lidar com os chamados “signos intermediários”. A dificuldade em se entender os signos intermediários está na necessidade de se colocar tudo em [caixinhas], como se as energias não vibrassem de forma fluida. Percebam o pantone, onde podemos encontrar a fronteira entre “corajoso” e “intrépido”? Ou “corajoso” e “irresponsável”? E onde está a fronteira entre Áries e Touro? No caso, se encontra no vermelho-alaranjado-escuro, que é justamente o ariano com capacidade de finalizar o que começa.

Não existe uma “caixa” chamada Gêmeos que, quando dá 23h59, continua sendo essa vibração mas quando passa pra 0h01, agora é totalmente câncer. Há um espectro de cores, de tonalidades, ou seja, de oitavas que um signo possui!

Agradecimentos ao Patrick Mesquita pela organização dos textos.

#Astrologia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/signos-intermedi%C3%A1rios-na-astrologia