Ordem DeMolay cabalística?

Como é possível nosso simples ritual se encaixar no diagrama que contêm os “segredos mais herméticos” da Tradição Ocidental? Da mesma maneira que nosso ritual é simples, a resposta também o é. O Ritual dos Trabalhos Secretos escrito por Frank A. Marshall em 1919 contêm os elementos básicos da Jornada do Herói, tal como decodificado e dissertado amplamente por Joseph Campbell. E da mesma forma, a Árvore da Vida estudada na Cabala Hermética, expressa os detalhes dessa Jornada Mitológica/Psicológica.

Uma coisa leva a outra sem muitos mistérios. E a analogia nos faz perceber a grandeza das entrelinhas dos rituais DeMolay. Basta não ter preconceitos e saber como se interpretar um ritual, como vimos nos textos anteriores. Vamos começar por partes, com a diferença de Cabala Judaica e Hermética.

Cabala Judaica e Hermética

Kabbalah, ou Cabala, é a sabedoria que investiga a natureza Divina.

Cabala Judaica lida com o Torá e as outras centenas de escritos, muitos deles velados a tradição judaica. Textos escritos em hebraico arcaico, e sem traduções possíveis em sua grande maioria. Não se limita ao estudo da Árvore da Vida, mas sim de todos os escritos da tradição judaica e a descoberta dos seus segredos através da Gematria (valor numérico das letras), Notaricon (são palavras cujas letras foram frases) e a Temura (permutação das letras por outras).

A Cabala Hermética abrange toda a tradição ocidental, lidando principalmente com o mais famoso esquema da Árvore da Vida (porém não é o único). A Cabala Hermética também lida com o alfabeto hebraico e com muitos dos conceitos absorvidos da Cabala Judica, mas sua ocupação não são os escritos da Tradição Judaica, e sim no que é relacionado ao Divino dentro do Homem e o caminho que devemos percorrer para alcançar esse Divino e seus métodos, como o Tarô, Astrologia, as Mitologias, e a própria atual psicologia está nesse sistema.

Outros autores já se ocuparam em esclarecer esses temas e sua extensa história, e nosso propósito aqui é somente uma apresentação.

Árvore da Vida

A Árvore da Vida é o símbolo que expressa as etapas da manifestação de Deus, da Sua Unidade até nós, e o caminho que temos que percorrer de volta. Suas esferas são chamadas de Sephiras e têm o número de 10, correspondem a Trinidade de Deus e aos 7 planetas, e seus caminhos são representados pelas 22 letras hebraicas. Toda Tradição Esotérica é se expressa nesse sistema de esferas e caminhos. Vide os textos e imagens sobre Kabbalah do Marcelo para exemplos.

Como disse no texto Conflito entre Religião e Fé DeMolay existe uma igualdade entre microcosmo e o macrocosmo. E a Árvore da Vida é o símbolo que representa todos os arquétipos da mente humana. Ou seja, é o próprio símbolo do homem e da sua mente. Mas para entender cada um desses detalhes é inviável por textos, afinal a Cabala é para ser vivenciada, e não somente especulada. Independente da sua crença, cristã, ateia, satanista ou shivaista, se você não é familiarizado com a Árvore da Vida, pode ter certeza que a estudando, estará estudando a Natureza Divina e como ela se manifesta em você dentro da sua própria crença. Em livros e em rituais encontraremos somente um guia para que alcancemos nossas próprias percepções da Árvore.

Por esse motivo a Árvore da Vida influenciou a antiga Sociedade da Rosa Cruz da Idade Média, passando dessa maneira aos ritos da Maçonaria Especulativa, às diversas Ordens rosacruzes e martinistas atuais. E claro, também a Ordem DeMolay através da sua Mãe.

Um outro dia num post mais específicos vamos contar como a Jornada do Herói, a Iniciação, e a Árvore da Vida e o Ritual DeMolay são unidos. Me cobrem após a conclusão do meu oitavo texto para o blog.

Relação com o DeMolay

Não é novidade para ninguém que já tenha prestado atenção numa Cerimônia de Posse que a Ordem DeMolay é baseada no ciclo solar, que representa a jornada da vida na Terra. Temos uma coisa importante ai: a comparação da jornada do sol com a jornada do homem. As above so below! O macrocosmo refletido no microcosmo. O mais importante princípio hermético, que já discutimos nos outros textos, na Ordem DeMolay. E isso não é tudo, vão revendo os rituais de Iniciação e Investidura de acordo com seus estudos ocultistas para terem certas surpresas. Pois muitas delas não poderemos revelar, daremos somente a chave para quem souber utilizar. E a principal acabou de ser dada.

Não é novidade para ninguém que os egípcios, os gregos e os romanos construíam seus templos para expressar a proporção divina (Número de Ouro). Mesma proporção existente no homem. Da mesma maneira que não é novidade que os Templários criaram suas catedrais também com a mesma proporção divina. Por acaso não é novidade que a rosacruz estuda os princípios divinos no homem e que os rituais visam o despertar espiritual do homem, que é o despertar da nossa Centelha Divina. Da mesma maneira que por acaso acontece na Maçonaria mas como a construção do Templo perfeito dentro de nós. Claro, na Ordem DeMolay não é diferente.

A rosa que floresce na cruz, o lapidar da pedra bruta, e a busca das virtudes que são a base para um homem de bem. Palavras diferentes para o mesmo objetivo: alcançar o Sol.

Oficiais DeMolay e Kabbalah

Não, não temos segredos da Cabala Hermética em nossos rituais. Mas por nossos rituais seguirem o princípio Universal, ele se encaixa na Árvore da Vida. Compare a Sala Capitular com seu esquema. Não é coincidência.

Keter: Unidade de Deus, o princípio, que tudo cria a todo momento, a sephira da qual tudo se manifesta. Oficial: Mester Conselheiro, o líder do Capítulo, aquele que deve tomar a iniciativa e guiar todos os trabalhos.

Hockmah: aonde a energia da Unidade cresce e acelera, criando o caos e as infinitas possibilidades de todos Universos. Oficial: Escrivão, aquele que tudo anota e tudo deve conhecer da administração.

Binah: dá ordem a criação, das infinitas possibilidades sintetiza uma para manifestar. Oficial: Orador, aquele que tem a palavra final nas reuniões, sintetizando todo acontecido da reunião numa lição que todos levarão para casa.

Daat: a esfera “vazia”, que nos separa de Deus (representa os mitos da queda do homem. Observe que aqui acontece a divisão entre Oriente e Ocidente). São os Preceptores que são representantes das virtudes que devemos adquirir para realizar novamente essa conexão.

Chesed: acontece a manifestação, é a esfera doadora de vida, benevolente. Oficial: Hospitaleiro, o responsável pelos projetos filantrópicos do Capítulo.

Geburah: é o rigor e a justiça Divina. Oficial: Tesoureiro, pois sem o seu rigor o Capítulo não tem dinheiro para comprar os materiais básicos e não pode trabalhar.

Tipheret: a harmonia e a beleza da criação, é a manifestação direta da força divina de Keter. Oficial: Porta Estandarte e Mordomos que carregam nossos baluartes, Orador, que faz as invocações e o Mestre de Cerimônias que transmite essas invocações a nós e para fora (observe que ele fica de pé nas orações, por que será?). Observe que aqui é tudo que representa a energia do Altar (e o próprio Altar) com nossos Três Baluartes e Sete Virtudes. Literalmente o coração do Capítulo, o nosso sanctum sanctorum. É também a esfera do Organista, pois ele é responsável pela harmonia vibratória da reunião, pois uma reunião sem harmonia não funciona.

Netzach: a manifestação dos sentimentos e das emoções. Oficial: Segundo Conselheiro, que é o responsável pela ritualística, que deve ser sentida no íntimo e não somente realizada com fórmulas vazias.

Hod: a manifestação da racionalidade. Oficial: Primeiro Conselheiro, que auxilia o Mestre Conselheiro e o Secretário a organizarem o Capítulo administrativamente.

Yesod: o fundamento da criação, a entrada para o “outro mundo”. Oficial: Diáconos, e não vou dizer porquê.

Malkulth: o mundo manifestado. Oficial: Sentinela, que nos protege do mundo profano durante as reuniões.

Não foi meu objetivo me aprofundar em nenhum tema, mas sim apresentar a quem não conhece ou não soube relacionar a Árvore da Vida a Ordem DeMolay. Para quem conhece Cabala sabe que o Sentinela é a manifestação do caminho de Shin para Malkulth, e não somente Malkulth, assim acontece com alguns outros oficiais. Não que eu quis ser incompleto, mas quis ser abrangente, pois são muitos DeMolays e Maçons não familiarizados com a ritualística.

Dúvidas, críticas, idéias, ou sugestões deixem nos comentários.

N.N.D.N.N.

Leonardo Cestari Lacerda

#Demolay #Kabbalah #VirtudeCardeal

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/ordem-demolay-cabal%C3%ADstica

Alan Moore discute Ciência e Religião

“Mesmo que percamos tudo o que é físico, contanto que tenhamos a memória de como reconstruir não teremos perdido nada” é excelente dica para o fim do mundo”

Alan Moore anda aparecendo bastante. Depois de um longo monólogo recente em uma webcam, o quadrinista fez uma palestra no evento Novo Humanista – Ideias para pessoas sem deus (@MDD – enquanto isso, no Brasil, a palavra “humanista” está cada vez mais associada a “ateu babaca fanático” graças a “ligas” que se comportam como igrejas crentes).

Vestindo uma camiseta escrito “Sperm” (esperma), com a tipografia de “Superman”, o autor depois repetiu nos bastidores sua palestra sobre ciência e religião. Leia abaixo os melhores momentos e assista ao vídeo na sequência.

Moore começou citando algumas teorias sobre a nossa existência e o início da vida. “Há a teoria de que os universos se reproduzem e que o novo foi criado pelo canal uterino de um buraco negro. Também existe a ideia de que estamos vivendo em uma simulação computadorizada e que somos hologramas projetados do outro lado do espaço. São ideias em que alguns acreditam e que são tão estranhas hoje quando as nossas descobertas sobre o espaço seriam alguns séculos atrás”.

O criador de Watchmen disse também que sempre se impressiona com as teorias dos cientistas e sua imaginação. “Newton era um alquimista, que disse que era um pigmeu sobre os ombros de gigantes. Um deles era o doutor John Dee, que praticamente inventou o Império Britânico. Pessoas como essas eram os cientistas da época, ou filósofos naturais, cujo trabalho era mensurar o imensurável, ou imaginar o inimaginável. Esse trabalho continua até hoje, dividido entre cientistas e artistas”

O quadrinista continua dizendo que acredita que somos anfíbios, no sentido de termos vidas em dois espaços, o material e o imaterial, das ideias, que existe dentro de nossas mentes. “São ambos reais de sua própria maneira. Tudo o que é físico e criado pelo homem começou como um ideia, dentro da cabeça de alguém”. Mensagem importante, caso você esteja se preparando para o fim do mundo…

Moore termina o papo falando sobre o conflito entre ciência e racionalidade contra a religião. “A racionalidade está sob sitio, em sua maioria por fundamentalistas cristãos americanos. Eles preferem acreditar que Adão e Eva existiram em um tempo em que sabemos que os dinossauros caminhavam sobre a Terra. Isso é assustador. Tudo isso é conhecimento pelo qual lutamos tanto tempo e de forma tão difícil para obter… é um retorno ao abismo da Idade das Trevas. Informação é nosso bem mais precioso e se a perdermos estamos ferrados. Mesmo que percamos tudo o que é físico, contanto que tenhamos a memória de como reconstruir não teremos perdido nada. O problema é que isso aflige tanto os nossos cientistas que eles estão tomando posições que também beiram a religião para defendê-las. Etimologicamente, a palavra religião não tem nada a ver com espiritualidade, mas com união, ligação em torno de algo. Nesse sentido, o Marxismo é uma religião. As várias escolas da Física também o são. O problema é que as religiões, no sentido que conhecemos a palavra hoje, criam dogmas, que são limitações ao pensamento – e isso nunca é uma coisa boa”.

Em outro momento recente de Moore, ele deixou uma mensagem de “Feliz Ano Novo” para os ouvintes da BBC Radio 4. Leia abaixo (via Bleeding Cool). “Olá a todos. Meu nome é Alan Moore e eu ganho a vida criando histórias sobre coisas que nunca existiram. Quanto às minhas crenças espirituais, elas remontam a um deus-serpente com cabeça humana do século II chamadoGlycon, que foi revelada como sendo, na verdade, um boneco de ventríloquo, há quase dois mil anos. Encontrado em todo o Império Romano, Glycon foi a criação de um empresário conhecido como Alexander, o Falso Profeta, um nome terrível para se começar qualquer negócio. O boneco tinha corpo de jiboia de verdade, viva, e sua cabeça artificial tinha olhos grandes e um longo cabelo loiro. Glycon se parecia bastante, na verdade, com Paris Hilton, mas talvez mais adorável e com um corpo biologicamente mais verossímil. Visual à parte, meu interesse pelo deus-serpente é puramente simbólico. Na verdade, esse é um dos símbolos mais antigos da humanidade, que significa sabedoria, ou, de acordo com o etno-botânico Jeremy Narby, o próprio formato da espiral de DNA. Mas eu também estou interessado em ter um deus que é assumidamente um boneco de ventríloquo. Afinal de contas, não é assim que usamos a maioria das novas divindades? Podemos ler nossos livros sagrados e escolher uma passagem ambígua específica e uma interpretação em detrimento de outra e podemos fazer nossos deuses justificarem assim qualquer desejo imediato. Podemos fazê-los dizer o que quisermos. A maior vantagem de endeusar um boneco de meia de verdade e que, se as coisas começarem a fugir do controle, ou parecerem injustas, você pode jogá-lo na gaveta. E ele não tem opção a não ser ir para a gaveta. Bom, em nome de Glycon e eu, tenham todos um Ano Novo muito feliz”.

#AlanMoore #Ciência #Religião

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/alan-moore-discute-ci%C3%AAncia-e-religi%C3%A3o

Jesus Adolescente no Século XXI

Capítulo 1: Jesus estuda na minha classe!

Meu nome é João. Meu sobrenome é Ninguém. Sou João Ninguém no nome e na vida. Moro numa favela, sou feio, vou mal nos estudos e não tenho nenhuma habilidade especial. Como se isso não bastasse, tenho outros três colegas que se chamam João e todos eles são muito populares. Então toda vez que alguém chama:

– Ô, João!

Eu já nem me viro. Nas primeiras três vezes eu me virei, só para ouvir essa adorável resposta:

– Não é com você não, seu idiota!

Por isso, tento ficar na minha. Na boa, eu realmente detesto os outros três Joões. Não sei o que o pessoal enxerga nesses caras. São uns esquisitões.

Tem o João Batista. O sujeito é totalmente antissocial. Ele se veste com pelos de camelo e cinto de couro, mesmo no calorão de quarenta graus. Só come mel e gafanhotos. Tá certo que a gente aqui na favela é pobre, mas também não é pra tanto.

Ele só fica lá paradão do lado do esgoto, batizando todo mundo que passa, e a galera acha o máximo. Sorte dele que o esgoto passa bem no meio do nosso colégio. Assim ele pode continuar os batismos nos intervalos.

– Eu batizo com água! Mas depois vai vir um cara mais forte do que eu que vai batizar com fogo a rapaziada, e eu não vou ser digno nem de desamarrar os tênis dele.

O Batista não para de falar esse negócio e tira notas muito baixas. Ele sempre pega recuperação em biologia, mas o prof Mendel é bonzinho e arredonda a nota. Os dois gostam de conversar sobre mel e abelhas, sabe-se lá o porquê.

Já o João da Cruz tira notas melhores, mas também não é muito sociável. Só quer saber de rezar, ou “contemplar” seja lá o que for isso. Ele não para de falar sobre a “noite escura” mesmo quando está dia.

Ele e um tal de João Clímaco (sim, outro João! Ainda bem que é de outra turma, para não gerar ainda mais confusão) são muito amigos e vivem subindo e descendo juntos os dez degraus da escada da entrada principal do colégio. Não param de filosofar sobre a subida da escada, que chamam de “escada de Jacó”. O Jacó era um aluno antigo que uma vez pegou no sono e dormiu nessa escada. Não vi nada de mais nisso, mas nesse colégio o pessoal cria caso com as menores coisas.

Dizem que o Cruz gosta da Teresa de Ávila, que é outra colega nossa, mas eu acho que eles são apenas amigos. Também está cheio de “Teresas” na nossa classe. Tem a Teresa de Lisieux, que todo mundo chama de “Teresinha”, porque ela é pequena, delicada e não para de falar de flores. E tem a Teresa de Calcutá, que é muito boazinha e sempre quer ajudar todo mundo.

Nenhuma das três se destaca em termos de notas, mas a Calcutá sempre faz uns estudos extras. Não porque quer aumentar as próprias notas, mas para ajudar quem precisa.

O sobrenome do terceiro João é Evangelista. Ele é um aluno modelo: tira ótimas notas e é extremamente educado com todos. Seus hobbies são pescar e escrever. Todos gostam dele, porque é simplesmente impossível não simpatizar com o sujeito. Eu digo que o detesto apenas para manter a minha reputação, já que considero uma questão de princípio desprezar os três Joões.

A estranheza do Evangelista é ao menos respeitável: ele não sai gritando por aí como o Batista e nem fica subindo degraus como o Cruz. Ele anuncia o Juízo Final, mas faz isso de maneira discreta. Ele escreve histórias sobre anjos com trombetas, jogando fogo e sangue na Terra e matando todo mundo.

As histórias dele são muito populares na sala. Todos estão sempre aguardando o próximo capítulo.

– Quando é que sai o próximo capítulo, João?

– O quê? – perguntei.

– Não tô falando contigo, ô abobado! – retrucou Judas, com aspereza – por que é que você acha que todo mundo sempre quer falar com você, hein?

Resolvi deixar quieto. Eu às vezes respondia por reflexo. Uma falha minha.

Não era uma boa ideia bater boca com o Judas Iscariotes. Ele era o bad boy da turma e comprava briga com qualquer um. Se bobear, até com o Evangelista ele brigava. Havia boatos de que ele já havia metido uns socos no Simão e no Francisco, outros colegas nossos, por um motivo banal: eles eram felizes. Judas não.

– Também quero ler a continuação! – exclamou Francisco de Assis, com alegria – adorei os quatro animais cheios de olhos! O que eles significam?

– Somos eu, Mateus, Marcos e Lucas – respondeu João Evangelista, com um sorriso amigável.

Esses três eram grandes amigos de João, mas eram da outra turma. Também gostavam de escrever. Lucas não andava escrevendo muito ultimamente, já que estava estudando que nem um condenado para o vestibular. Ele queria fazer medicina. Era um dos poucos no nosso colégio que pretendia fazer curso superior.

Mas os melhores amigos do Evangelista eram Simão e Tiago. Os três gostavam de pescar juntos.

– O meu primo vai se transferir para nosso colégio na semana que vem – comentou Tiago.

– Qual o motivo da transferência? – perguntou Simão.

– Jesus disse que não pode realizar milagres em sua própria terra, porque lá as pessoas não têm fé, devido à dureza de seus corações – respondeu Tiago.

– Pensei que Jesus fosse seu irmão e não seu primo – observou Martinho Lutero.

– Você sempre adora uma boa polêmica, hein, Martinho! – exclamou Tiago, aborrecido – eu já cansei de dizer que ele é meu primo e não meu irmão. Quantas vezes terei que repetir isso?

– Está bem, está bem! – disse Martinho, com urgência – não precisa ficar zangado. E não é verdade que eu adoro uma boa polêmica. Erros devem ser apontados quando são encontrados.

– Eu concordo plenamente com sua afirmação, meu caro – disse Jerônimo Savonarola – nesse momento, por exemplo, vocês estão conversando em aula, o que é proibido. É melhor que sigam as regras. Não veem que estão sendo rudes com o professor Tomás?

– Estou mais preocupado com outra coisa – comentou o professor Tomás de Aquino.

– Deixe-me adivinhar – disse Jerônimo – o senhor está preocupado que o seu colega, o professor Giordano Bruno, está nos ensinando um monte de heresias nas aulas de física! Eu acho que chegou a hora de conversarmos sobre fogueiras. Ou será que devo denunciar o romance imoral do professor Abelardo com a professora Heloísa?

Jerônimo adorava acender fogueiras nos intervalos, que ele chamava de “Fogueiras da Vaidade”. Mas ele nunca queimava pessoas, apenas objetos que ele considerava ilícitos. As garotas da sala o odiavam, porque ele mandava que elas jogassem os brincos, pulseiras e maquiagem lá dentro, porque aquelas coisas eram do demônio.

– Eu só estou me perguntando o que são essas… criaturas que Francisco está segurando – disse Tomás.

– São apenas nossos irmãos vermes, professor – explicou Francisco – eles estavam num local perigoso do pátio do colégio e poderiam ser pisados a qualquer momento. Então eu os protegi.

Hildegarda de Bingen, a aluna mais inteligente da classe, deu um grito.

– Professor, há hora e lugar para isso – argumentou Hildegarda – não questiono as boas intenções de Francisco, mas isso já é um exagero. Sabemos que os animais devem ser respeitados, mas as Escrituras nos dizem com clareza que eles não estão em primeiro lugar na hierarquia da criação.

– Minha querida irmã Hildegarda – sorriu Franscisco – em respeito à senhorita e ao professor Aquino, irei encontrar uma morada adequada aos nossos irmãos e devolvê-los à natureza. Tenho a sua autorização, mestre?

– Pode ir – disse o professor Aquino, com um aceno de mão.

E Francisco saiu da sala aos pulos e com imensa alegria, cantando.

– Espere! – exclamou Rosa de Lima – deixe alguns deles aqui para usarmos em nossa penitência. Prometo que não irei machucá-los.

– A senhorita pode usar o meu cilício em vez disso – disse Francisco lá da porta, amavelmente – tenho um para você e outro para a sua amiga Catarina. Podem pegar na minha mochila.

– Agradeço imensamente – disse Catarina de Siena.

Rosa e Catarina gostavam muito de fazer penitências rigorosas, a ponto de sangrar. Sinceramente, eu tinha um pouco de medo delas e preferia ficar bem longe. Não entendia como, apesar de tanto sangue, parecia emanar uma grande paz e amor daquelas duas.

A próxima aula foi com o professor Agostinho. Simão sussurrou para Tiago:

– Quando o seu primo chega mesmo?

– Ele acabou de me mandar uma mensagem pelo celular – sussurrou Tiago em resposta – ele chega amanhã.

– Seu primo tem celular? – perguntou Simão, surpreso – pensei que ele havia feito um voto de pobreza.

– Ah, mas o celular dele é um modelo muito antigo – disse Tiago – então não conta. O único jogo que tem nele é o da cobrinha.

Tiago e Simão foram atingidos na cabeça por duas pêras.

– Vocês estão muito barulhentos! – exclamou o professor Agostinho – e estão usando celular no meio da aula?

– Professor, estamos falando sobre algo muito importante – argumentou Simão – é sobre a vinda de Jesus!

– Eu não já avisei a vocês que quem usa celular em aula vai para o inferno? – perguntou Agostinho.

– Nunca li nada disso em seus livros – observou Hildegarda.

– Bem, isso somente porque na época em que eu os escrevi ainda não havia celular – justificou-se o professor – ou de outra forma esse artigo de fé certamente estaria lá.

No dia seguinte, estávamos muito empolgados aguardando a vinda do primo de Tiago. João Batista não se continha de felicidade e batizou muita gente no esgoto naquele dia.

Até que ele adentrou pelos portões do colégio.

Usava calça jeans e tênis. Tinha uma barba respeitável e invejável, rara de se encontrar em adolescentes como nós. Ele vinha acompanhado de outros três rapazes de roupas brancas.

Ele cumprimentou Tiago e cada um apresentou os amigos para o outro.

– Esses são Miguel, Gabriel e Rafael – disse Jesus – eles ficarão um tempo conosco.

Leia a continuação no PDF ou pelo livro impresso.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/jesus-adolescente-no-s%C3%A9culo-xxi

The Dragon Rouge: Kabbalah, Runas e Magia Qlifótica – Thomas Karlsson

Bate-Papo Mayhem 150 – 12/03/2021 (Sexta) 12h Marcelo Del Debbio bate papo com Thomas Karlsson – The Dragon Rouge: Kabbalah, Runas e Magia Qlifótica.

IMPORTANTE: Selecionem “legendas” e nas configurações: “Traduzir automaticamente para Português”. O Youtube gerará as legendas. Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as, 5as e sábados com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados. Além disto, temos grupos fechados no Facebook e Telegram para debater os assuntos tratados aqui.

Thomas karlsson -https://www.facebook.com/Thomas.Karlsson.Author/

Dragon Rouge – http://dragonrouge.se/

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A Jornada do Herói e a Kabbalah

Aproveitando o aniversário do Joseph Campbell e o início do financiamento coletivo do jogo RPGQuest, que é baseado no conceito da Jornada do herói e da Kabbalah, aproveito para falar um pouco de como estes dois conceitos importantíssimos estão intimamente ligados.

O monomito (às vezes chamado de “Jornada do Herói”) é um conceito de jornada cíclica presente em mitos, de acordo com o antropólogo Joseph Campbell. Como conceito de narratologia, o termo aparece pela primeira vez em 1949, no livro de Campbell The Hero with a Thousand Faces (“O Herói de Mil Faces”). No entanto, Campbell era um conhecido estudioso da obra de James Joyce (em 1944 publicara, em co-autoria com Henry Morton Robinson, a resenha A Skeleton Key to Finnegans Wake, “Uma Chave-Mestra para Finnegan’s Wake”) e tomou emprestado o termo monomyth (monomito) do conto Finnegan’s Wake, do autor irlandês.

Campbell e outros acadêmicos, tais como Erich Neumann, descrevem as narrativas de Gautama Buddha, Moisés e Cristo em termos do monomito e Campbell afirma que mitos clássicos de muitas culturas seguem esse padrão básico. O padrão do monomito foi adotado também por George Lucas para a criação da saga Star Wars, tanto na trilogia original quanto suas sequencias.

O roteirista de Hollywood e executivo da indústria cinematográfica Christopher Vogler também usou as teorias de Campbell para criar um memorando para os estúdios Disney, depois desenvolvido como o livro “The Writer’s Journey: Mythic Structure For Writers” (A Jornada do Escritor: Estrutura Mítica para Roteiristas). Este trabalho influenciou os 10 filmes produzidos pela empresa entre 1989 (A Pequena Sereia) e 1998 (Mulan), além da trilogia Matrix dos irmãos Wachowski, Harry Potter de JK Rowlings, o Senhor dos Anéis de JRR Tolkien e muitos outros.

Arquétipos dentro da Jornada do Herói

Herói: é aquele que se sacrifica por um bem coletivo. É com ele que o espectador se identifica. Podem haver vários tipos de heróis com interesses distintos, como por exemplo o Anti-Herói, que se sacrifica não por bondade, mas por motivações próprias.

Mentor: é uma figura mais experiente que motiva e fornece dons ou ferramentas para o Herói durante sua Jornada.

Guardião de Limiar: Personagem ou situações que impedem a entrada do Herói na Jornada. Guardam o limite entre o cotidiano do Herói e sua aventura.

Arauto: este personagem anuncia para o Herói o chamado à aventura. Pode ser o Mentor, o Vilão ou simplesmente um objeto como, por exemplo, uma carta.

Camaleão: é o personagem com personalidade dúbia, ou seja, nunca se sabe ao certo se ele está do lado do bem ou do mal. Por exemplo, o aliado que se revela inimigo no final ou o inimigo que salva o Herói em algum momento, revelando-se um aliado.

Sombra: Normalmente é o Vilão da história e deseja a destruição do Herói. É a personificação dos monstros internos de medos e traumas do subconsciente.

Pícaro: este personagem surge como um alívio cômico para equilibrar a seriedade da história. Serve também para derrubar o status quo do Herói e quebrar seu orgulho.

Estágios dentro da Jornada do Herói

Estágio Um: Mundo Comum (Malkuth)
Cotidiano do Herói, sua zona de conforto.

Os estágios 2 a 8 ocorrem dentro das esferas de Hod, Netzach, Tiferet, Geburah e Chesed. São as interações do Personagem Solar com os Arquétipos do Mestre, Guerreiro, Intelecto, Emocional e a figura protetora, bem como o confronto saturniano com o Inimigo e a sombra.

Estágio Dois: Chamado à Aventura
Herói recebe um chamado a uma aventura inesperada.

Estágio Três: Recusa do Chamado
Herói normalmente recusa ao chamado pois prefere ficar em sua zona de conforto.

Estágio Quatro: Encontro com o Mentor
Herói encontra um Mentor que o motiva e fornece dons para a aventura.

Estágio Cinco: Travessia do Primeiro Limiar
Herói enfrenta os guardiões entre seu mundo comum e o mundo da aventura.

Estágio Seis: Testes, Aliados, Inimigos
Herói conhece o mundo especial, suas regras, amigos, inimigos e enfrenta diversos testes.

Estágio Sete: Aproximação da Caverna Oculta
Neste momento o herói se aproxima da grande provação

Estágio Oito: Provação
Na grande provação o herói chega no limite entre a vida e a morte na luta contra o Vilão, mas é salvo milagrosamente.

Os Estágios 9 a 12 estão relacionados com o Cruzamento do Abismo e o retorno de Kether a Malkuth

Estágio Nove: Recompensa (Apanhando a Espada)
Por vencer a provação, Herói conquista uma recompensa.

Estágio Dez: Caminho de Volta
Voltando para casa o herói se depara com uma ameaça muito maior. Aqui ele morre.

Estágio Onze: Ressurreição
Como recompensa pelo seu sacrifício, o herói ressuscita dos mortos e vence a grande ameaça final, tornando-se um ser superior.

Estágio Doze: Retorno com o Elixir
O herói então volta para casa (mundo comum) ou fica no mundo especial, porém agora como uma nova pessoa, com novos conceitos e totalmente diferente do que era no início.

Um Jogo da Jornada do Herói

Após mais de uma década estudando a Kabbalah Hermética e a Jornada do herói, estruturamos um Jogo de Tabuleiro com o objetivo de contar histórias épicas. Nele, os participantes controlarão cada um um pequeno grupo de Heróis e Aventureiros que são chamados de suas vilas e cidades para uma Grande Aventura. Durante uma tarde, os Jogadores controlarão o destino destes Personagens, conduzindo-os através de florestas, colinas, montanhas, desertos e pântanos em busca de Artefatos de Grande Poder, Criaturas perigosas a serem enfrentadas, Ruínas de Templos abandonados e missões arriscadas enquanto cada personagem no grupo vai desenvolvendo suas melhores qualidades interiores. Há mentores, há provações e há o elixir. Como Grandes Desafios, Monstros destruidores aguardam os heróis que irão enfrentá-los. E NUNCA haverá uma partida remotamente parecida com outra! Cada elemento do jogo torna aquela tarde única e divertida!

Os Territórios do jogo são formados pelas Esferas da Árvore da Vida (Kether, Hochma, Binah, Chesed, Geburah, Tiferet, Netzach, Hod, Yesod e Malkuth), os Reinos são os 4 Naipes do tarot (Reino de Bastões, Taças, Espadas e Moedas) e os Conselhos de Classe são baseados nos 4 Elementos da alquimia (Terra, os Guerreiros; Ar, os ladinos; água, os clérigos e Fogo, os Magos) e todos os personagens do tarot estarão presentes (o Louco, o Mago, a Sacerdotisa, o Eremita, o Diabo, o imperador, a Imperatriz…)

Faremos apenas 500 unidades do jogo e, em menos de dez dias, já vendemos mais de 150. Se você é um estudante ou entusiasta da Jornada do herói, quer escrever roteiros para quadrinhos ou livros de fantasia Medieval, curte Hermetismo, ja jogou de RPG (mesmo se não tiver mais tempo para jogar – o RPGQuest não precisa de Mestre/narrador) ou tem filhos pequenos e quer ensinar a eles sobre como contar Grandes Histórias e desenvolver a imaginação, este jogo foi feito para você!

https://daemoneditora.com.br/categoria-produto/boardgames/

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-jornada-do-her%C3%B3i-e-a-kabbalah

Magia Sexualis de P.B. Randolph

Por Spartakus FreeMann

Nós nos propomos aqui através destas poucas linhas, traçar a vida e ensinamento de um dos principais iniciadores da Magia Sexual. Pascal Beverly Randolph, um homem do século XIX, ousará escrever e publicar livros que tratam da sexualidade e especialmente da magia sexual dentro de uma nação e de um século ainda muito puritanos.

Conteúdo:

P.B. Randolph

Pascal Beverly Randolph nasceu em 8 de outubro de 1825 em Nova York, ele era filho de uma mãe mestiça – de origem franco-malgaxe – Flora Beverly, e de um pai médico, Edmund Randolph. O casamento não duraria e Flora teve que criar o seu filho sozinha. Com a sua morte, ele seria criado por uma meia-irmã que iria negligenciar a sua educação e o deixaria por sua própria conta.

Por volta dos 15 anos, ele saiu de casa para se juntar à marinha. Ele viaja todos os oceanos em poucos anos. Ele forma o seu caráter através de vários contatos com marinheiros de diferentes origens e nações.

Aos 20 anos, Randolph sofre um acidente que o obrigou a deixar a marinha. Começou então a estudar medicina. Ao mesmo tempo, na atmosfera do nascente espiritualismo das irmãs Fox, Randolph começa se interessar pelo magnetismo de Mesmer, cujas reflexões sobre a polaridade animal teriam impacto nas suas próprias teorias sobre condensadores fluídicos e votos.

Em 1850, casou-se com uma índia chamada Mary Jane e ao mesmo tempo foi iniciado na Hermetic Brotherhood of Luxor, a Irmandade Hermética de Luxor, (então chefiada por Peter Davidson). Em 1855, vai para a Alemanha, onde entra em contato com a Fraternidade Rosae Crucis, na qual logo seria iniciado. Parece que não há nenhum documento conhecido sobre esta iniciação. Só se pode adivinhar a data exata e a cerimônia em si. No entanto, de acordo com Clymer, um dos sucessores de Randolph, ninguém poderia atingir o grau de Filósofo Iniciado dentro da F.R.C sem ter sido previamente recebido em uma Cúpula e ter sido reconhecido como Neófito lá e colocado sob a orientação e a instrução de um mestre. Diz-se que Randolph se tornou Supremo Grão-Mestre da Suprema Grande Cúpula na América em 1858.

Randolph passaria alguns meses em Paris em 1854, durante os quais conheceria Eliphas Levi, um dos maiores ocultistas de seu tempo. Ele estudaria as obras de Saint-Germain e Cagliostro. Lá ele descobre as obras escritas sobre os Ansaireth ou Nusairis da Síria, esse povo misterioso que não é judeu, nem cristão, nem mesmo muçulmano. Eles seriam os famosos Yezidis, adoradores do deus Pavão. Segundo o próprio Randolph, o líder dos Ansaireth, Narek El Gebel, que chegou à terceira Cúpula Rosa-Cruz em Paris com cartas de apresentação, reconhecendo em Randolph as aptidões exigidas, o convidou a vir à Síria para lá estudar com os Ansaireth. Pouco depois, Randolph empreendeu uma viagem iniciática na Turquia, Grécia e Oriente Médio para aprofundar os ensinamentos secretos dos Ansaireth.

Em 1860, Randolph fundou seu próprio Conselho Americano da FRC e logo retornou a Londres para ali encontrar Bulwer Lytton e Kenneth Mackenzie. De volta aos Estados Unidos, Randolph participou da Guerra Civil que acabara de estourar ao se alistar nas fileiras da União e levantar uma tropa de soldados negros, conhecida como “Fremont Legion (Legião Fremont)”. Ao final das hostilidades, Randolph milita pelos direitos dos negros. O assassinato de Lincoln o enoja com a política e ele decide se estabelecer como médico em Boston. Ele logo abriu uma nova loja de sua ordem lá.

Começa a escrever suas principais obras: Seership (Vidente), Love and the Master Passion (Amor e a Paixão Mestra), Eulis and the History of Love (Éulis e a História do Amor), bem como sua magistral Magia Sexualis. Em 1872, a publicação deste último livro fez com que fosse preso por incitação ao amor livre, mas foi libertado rapidamente. O grande incêndio que devasta Boston destrói completamente o escritório e o laboratório de Randolph, as placas originais de seus livros se perdem. Ele é denunciado pelos espíritas como libertino e seus próprios amigos começam a se afastar dele.

Em maio de 1873, Randolph sofre um acidente que lhe dá um vislumbre de seu fim iminente. Foi nesse momento mais sombrio de sua vida que ele mais uma vez encontrou o amor na pessoa de uma jovem ativista feminista, Kate Corson. O casamento logo foi celebrado e, em 1874, nasceu um filho, Osíris Budh, a quem Randolph considerava um deus desde que foi concebido segundo seus próprios princípios mágicos. Randolph continua a publicar seus trabalhos e a dar vida a um círculo da Irmandade de Éulis.

Em 29 de julho de 1875, Randolph morre em circunstâncias que permanecem misteriosas: Maria de Naglowska alegará que Blavatsky teria travado uma guerra oculta contra ele causando sua morte, segundo outras pessoas, teria sido um suicídio e, finalmente, para alguns outros, ele teria morrido durante um rito mágico… Parece, no entanto, que quando ele morreu, seu ensinamento mágico de essência puramente sexual desapareceu, oculto, talvez, por aqueles próximos a ele. Quando Clymer faz contato com a esposa e o filho de Randolph, eles alegam não saber nada sobre as instruções especiais e os materiais que tratam de doutrinas sexuais. Eles insistem apenas no caráter espiritual e moral da obra de Randolph, rejeitando o lado sexual mágico.

A Fraternidade de Éulis

A Fraternidade de Éulis foi fundada por volta de 1870 por Randolph como um corpo docente complementar ao da Fraternitas Rosae Crucis.

A chave para entender a Irmandade de Éulis pode estar no panfleto publicado por Randolph em 1875, The Book of the Triplicate Order, Rosicrucia, Eulis, Pythianae, no qual está escrito:

“Somos um organismo triplo, primeiro Rosacruz, pois somos os herdeiros desta Fraternidade e seus sucessores, e como tal cultivamos todas as ciências do conhecimento e para isso nos interessa tudo o que é obscuro, desconhecido e que corresponde ao aspectos mais profundos da natureza e as profundezas mais sutis da insondável alma humana.

Somos Pitianos porque somos pitagóricos que têm a relação mais íntima com a Fundação do Universo – o Deus da Natureza e sua Alma – e com o mundo espiritual e invisível, assim como a sede de maior conhecimento e da amizade mais verdadeira com nossos Irmãos e com o Mundo.

Somos Eulisianos, porque cultivamos os mais preciosos tesouros do pensamento que nos foram transmitidos através dos tempos; e traduzimos nosso nome oriental “Marek Gebel” – Portão da Luz – como Éulis ou o Portão do Amanhecer, nome pelo qual, durante este período o Terceiro Templo, a Ordem Tríplice, a Confraria e a Fraternidade serão doravante conhecidos.”

– Randolph, The Book of the Triplicate Order (O Livro da Ordem Triplicata).

Este texto, destinado ao uso dos membros da Fraternidade e dos candidatos à iniciação, também fornece uma história da Ordem.

Os candidatos são recebidos por votação usando bolas pretas e brancas. A Ordem é mista e tem 3 graus:

•       Construtor,

•       Arquiteto, e Cavaleiro do Templo para homens;

•       Construtora, Matrona e Irmã do Templo para as mulheres.

Há também um corpo supremo: a Loja da Pedra Angular cujo Conselho é composto por Irmãos e Irmãs: Hierarcas ou Melquisedeques, Hierofantes e Senadores.

Após a morte de Randolph em 1875, Freeman B. Dowd assumiu a liderança do F.R.C e da Fraternidade de Eulis. Em 1878, Dowd fundou uma Grande Loja na Filadélfia e em 1907, na época de sua aposentadoria, a sucessão foi assegurada por Edward Brown.

Quando Brown morreu em 1922, R.S. Clymer assumiu. Nascido em 1878, Clymer seria recebido como Neófito dentro da F.R.C e da Fraternidade de Éulis em 1897.

Em 1906 publicou suas duas primeiras obras The Rosicrucians, Their Teachings (Os Rosacruzes, Seus Ensinamentos) e Philosophy of Fire (Filosofia do Fogo).

Em 1911, ele decidiu se estabelecer em Quakertown no local de Beverly Hall, onde estabeleceu a sede da Ordem. Clymer logo entraria em conflito com Lewis e sua A.M.O.R.C. (Antiga e Mística Ordem da Rosa-Cruz). Com outros iniciados, ele cria a F.U.D.O.S.F.I. (Federação Universal das Ordens, Sociedades e Fraternidades Iniciáticas) para combater Lewis e a influência da F.U.D.O.S.I. (Federação Universal das Ordens e Sociedades Iniciáticas).

Magia Sexualis

Nas linhas seguintes, procuraremos descrever muito brevemente alguns pontos da doutrina mágica, ou Magia Sexualis, de Randolph.

“Após uma introdução apresentando os apetites espirituais da comunidade de Éulis, Magia Sexualis oferece inicialmente exercícios que permitem ao mago desenvolver as qualidades necessárias para a prática da magia: volância (emissão de uma intenção por visualização), decretismo (capacidade de emitir ordens peremptórias), posismo (posturas e gestos mágicos) e, finalmente, tirauclairismo, destinado a influenciar uma pessoa à distância. Para isso – que parece ser a obsessão do autor apesar dos grandes discursos sobre a luz celestial e o amor universal -, a parte seguinte intitulada “Magia” é dedicada à confecção de perfumes, cores e números, em adequação ao horóscopo da pessoa que você deseja sugestionar.” – Melmothia, La Magia Sexualis de Pascal B. Randolph

Os Fluidos e a Polarização dos Sexos

O Universo, assim como todos os seres vivos, sem exceção, são regidos pelo princípio das forças contrárias que exercem um poder absoluto de atração uns sobre os outros. Alguns os chamam de força positiva e força negativa e outros redescobrem neles o bom e o mau, a emissão e a recepção, a vida e a morte, o homem e a mulher. Assim, o polo feminino atrai o masculino e pode-se assim atrair para si as coisas desejadas pela criação de seu modelo oposto: criando o negativo para obter o oposto e, portanto, o positivo!

O falo do homem positivamente polarizado e o ktéis negativamente polarizados da mulher e o cérebro do homem é negativamente polarizado e de essência magnética enquanto o da mulher é positivamente e de essência elétrica.

As Operações Sexuais Mágicas ou Magia Sexualis

De acordo com o ensinamento de Randolph, as operações de magia sexual realizadas de acordo com as regras perseguem 7 objetivos principais :

1.      carregamento de condensadores fluídicos e os “Votos”;

2.      produção de uma influência e de um fluido magnético;

3.      realização de um projeto específico;

4.      determinação do sexo da criança a ser concebida;

5.      refinamento dos sentidos;

6.      regeneração da Energia Vital;

7.      provocação de visões sobre-humanas.

Randolph também fornece alguns princípios que são importantes conhecer para melhor entender e realizar os exercícios de magia:

1.      A união sexual considerada como oração. O homem que vive com sua esposa em sutil e perfeita harmonia e que pratica um ato sexual perfeito como casal consegue obter a realização de certos desejos. Mas é necessário que o pedido seja claro e formulado de forma clara pelos dois operadores.

2.      É aconselhável praticar o ato sexual com uma mulher de nível moral elevado, nunca se deve usar uma prostituta ou uma virgem ignorante ou uma menor de 18 anos. Buscaremos sempre realizar esses atos com nossos parceiros. É necessário que o espasmo masculino e feminino ocorram ao mesmo tempo, porque então resulta uma corrente mental que pode modificar o astral. O prazer compartilhado sofre então a lei da polarização oposta do casal: no homem o sexo é positivo e a cabeça negativa e na mulher o sexo é negativo e a cabeça positiva. Assim, o homem fertiliza fisicamente a mulher e a mulher fertiliza espiritualmente o homem.

3.      A união carnal deve ser inocente e não uma simples busca de prazer físico.

4.      O corpo deve ser saudável e a higiene respeitada como uma prática sagrada.

5.      As operações mágicas devem ser mantidas em segredo e deve-se tentar evitar o contato mundano ao se preparar para operações mágicas.

6.      Deve-se formular seus desejos com antecedência e não esquecer de formulá-los na hora do coito.

7.      Antes, durante e depois do ato de amor, deve-se ter em mente uma imagem clara do que se deseja.

8.      É necessário comer de forma simples e preferir alimentos naturais.

9.      Tome o ar duas vezes por semana: inspire profundamente e mantenha o ar o maior tempo possível.

10.     Não procure contato com seu parceiro com muita frequência. Faça amor uma ou duas vezes por semana.

11.     Não procure o ato se estiver doente ou com raiva.

12.     Durma bem.

13.     Nunca se esqueça do axioma: O amor é a base da vida.

14.     O momento em que o esperma entra no corpo da mulher é o momento mais fértil, de maior poder e de maior emoção.

15.     Se um homem deseja algo e o mantém em mente desde o momento em que entra até o momento em que se afasta da mulher, esse desejo será concedido todas as vezes.

16.     Todas as forças e o poder emanam do lado feminino de Deus.

Randolph aconselha 5 posições para atos de magia sexual

1.      O homem estendido sobre a mulher com a sua testa encontrada contra a testa dela. Esta posição destina-se a corrigir os sentidos e as habilidades dos operadores.

2.      De quatro, o homem mantendo o peito reto para penetrar por trás da mulher prostrada. Acredita-se que essa posição favoreça a projeção da influência para fora sobre uma pessoa escolhida, um voto…

3.      O homem e a mulher estão sentados frente a frente, sexos entrelaçados, bustos inclinados para trás enquanto dão as mãos. Esta posição reforça as influências mágicas sobre o exterior.

4.      O homem e a mulher estão sentados de frente um para o outro, a mulher cruzando as pernas ao redor dos lombos do homem, ambos testa com testa. Esta posição permite a realização de desejos comuns.

5.      De quatro, mas o homem se abaixa sobre as costas da mulher e apoia o queixo no pescoço dela. Esta posição permite influenciar a mulher.

Condensadores fluídicos

A magia é uma ciência, a única ciência que estuda, teórica e praticamente, as maiores forças da Natureza, aquelas que estão ocultas. Ela declara e prova que o Universo está, em suas menores partes, sujeito à influência de certos fluidos que são a base de todos os fenômenos físicos e psíquicos.

Para poder operar essas forças, é preciso concentrá-las num determinado ponto e depois redirecioná-las de acordo com a sua vontade. Estas operações de condensação podem ser realizadas de 4 maneiras diferentes:

1.      O operador pode usar sua própria energia;

2.      Pode utilizar as forças externas por indução;

3.      Pode vincular forças externas a um indivíduo que foi escolhido para esse propósito;

4.      Pode vincular essas forças a um objeto fornecido para esse fim.

Este último é conhecido há milênios como a “carga dos votos”. Existem diferentes tipos de materiais que podem ser usados para condensar fluidos: dois líquidos (tintas aplicadas a um talismã e líquidos guardados em garrafas) e um sólido (votos e estatuetas).

Os Votos e estatuetas

A utilização dos votos vem da observação das leis de correspondência, simpatia e polarização.

Votos são estatuetas que são preparadas de uma maneira particular, com a ajuda das leis de correspondência e simpatia, e que são carregadas com a força psíquica de um indivíduo para obter um resultado positivo ou negativo.

Deve-se notar que todas essas operações mágicas não são de forma alguma uma questão de libertinagem ou sexo vulgar ritualizado, mas uma busca espiritual. O orgasmo é santificado e se torna mágico. Segundo Randolph: “…Além da união carnal, busque a união das almas.”

Fonte:

FREEMANN, Spartakus. La Magia Sexualis, de Randolph à Naglowska. EzoOccult, publicado em 2001, atualizado em 2020. Disponível em: https://www.esoblogs.net/3318/la-magia-sexualis. Acesso em: 28 de fev. de 2022.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-sexual/a-magia-sexualis-de-pascal-beverly-randolph/

Os Quatro Sudários

Este post foi publicado no S&H dia 29/02/2008.

Como esperado, o programa foi bem tumultuado e gerou bastante polêmica. Mas uma coisa é certa: Acho que nunca mais teremos uma oportunidade de ter lado a lado um ocultista, um cético e um pastor evangélico defendendo o mesmo ponto de vista. E que raios de Jesus-cristo-super-explosão-galáctica foi aquela do Padre Quevedo???

O ponto central do programa foi o famoso Sudário de Turim. Todos colocaram várias teorias que aparentemente eram conflitantes, mas que o tio Marcelo irá demonstrar acima de qualquer dúvida razoável que todos os 6 participantes do debate estavam certos (inclusive a “explosão galáctica” do padre Quevedo).

Afinal de contas, quem está ali no sudário?

Para começar, devemos ter em mente que existem QUATRO sudários relacionados com esta história, ao longo do tempo. Vou falar sobre cada um deles e depois traçaremos nossas conclusões:

O Primeiro Sudário, e o único que realmente pode ser chamado de “Sudário”, é um pano com cerca de 60cm de lado, de linho branco, que foi usado para enxugar o sangue no rosto de Yeshua por uma mulher chamada Berenice, enquanto ele caminhava em direção ao calvário. Seu rosto ficou marcado em sangue neste pano e ele ficou de posse dos Essênios e mais tarde passou para a proteção dos Templários. Chamam este pano de “Effigies Domenici vultus quae Veronica nuncupatur’, ou a Efígie da face do senhor que é considerado Vero ico. Vero-ico significa “Vero” (verdade) “Ico” (imagem) ou “Imagem verdadeira”. Desta corruptela surgiu Santa Verônica.

De acordo com a tradição o pano ficou com a impressão da imagem da face de Jesus. Assim a historia de Santa Verônica tornou-se uma das mais populares da tradição Cristã e o seu véu é uma das mais amadas relíquias da Igreja. De acordo com os templários, Verônica levou o véu para fora da Terra Santa e teria usado para curar o Imperador Tibérius de uma doença. O véu foi subseqüentemente visto em Roma no século oitavo e mais tarde foi levado pelos templários, tendo percorrido a Europa inteira junto de seus Grãos Mestres. Quando a Inquisição acusou os templários de “venerar uma cabeça decepada barbada”, era sobre esta imagem sagrada que eles estavam se referindo.

Com a captura dos templários em 1307, o sudário foi levado de Paris em segurança e ninguém sabe onde ele se encontra hoje em dia. As melhores teorias dizem que o paradeiro atual deste sudário está na capela de Rosslyn, na Escócia, sendo protegido por Templários.

O segundo Sudário é, na verdade, um lençol mortuário que foi colocado sobre Yeshua enquanto ele descansava e se recuperava.

O Evangelho de Mateus (27:59) refere que José de Arimateia envolveu o corpo de Jesus com um pano de linho limpo. João (19:38-40) também descreve o evento, e relata que os apóstolos Pedro e João, ao visitar o túmulo de Jesus após a ressurreição, encontraram os lençóis dobrados (Jo 20:6-7). Embora depois desta descrição evangélica o sudário só tenha feito sua aparição definitiva no século XIV, para não mais ser perdido de vista, existem alguns relatos anteriores que contêm indicações bastante consistentes sobre a existência de um tal tecido em tempos mais antigos.

A primeira menção não-evangélica a ele data de 544, quando um pedaço de tecido mostrando uma face que se acreditou ser a de Jesus foi encontrado escondido sobre uma ponte em Edessa. Suas primeiras descrições mencionam um pedaço de pano quadrado, mostrando apenas a face, mas São João Damasceno, em sua obra anti-iconoclasta Sobre as imagens sagradas, falando sobre a mesma relíquia, a descreve como uma faixa comprida de tecido, embora disesse que se tratava de uma imagem transferida para o pano quando Jesus ainda estava vivo (o que mais uma vez serve de evidência para nossa história sobre Yeshua não ter morrido na cruz).

Em 944, quando esta peça foi transferida para Constantinopla, Gregorius Referendarius, arquidiácono de Hagia Sophia pregou um sermão sobre o artefato, que foi dado como perdido. Neste sermão é feita uma descrição do sudário de Edessa como contendo não só a face, mas uma imagem de corpo inteiro, e cita a presença de manchas de sangue. Outra fonte é o Codex Vossianus Latinus, também no Vaticano, que se refere ao sudário de Edessa como sendo uma impressão de corpo inteiro.

Em 1203 o cruzado Robert de Clari afirmou ter visto o sudário em Constantinopla nos seguintes termos: “Lá estava o sudário em que nosso Senhor foi envolto, e que a cada quinta-feira é exposto de modo que todos possam ver a imagem de nosso Senhor nele“. Seguindo-se ao saque de Constantinopla, em 1205 Theodoros Angelos, sobrinho de um dos três imperadores bizantinos, escreveu uma carta de protesto ao papa Inocêncio III, onde menciona o roubo de riquezas e relíquias sagradas da capital pelos cruzados, e dizendo que as jóias ficaram com os venezianos e relíquias haviam sido divididas entre os franceses, citando explicitamente o sudário, que segundo ele havia sido levado para Atenas nesta época. Dali, a partir de testemunhos de época de Geoffrey de Villehardouin e do mesmo Robert de Clari, o sudário teria sido tomado por Otto de la Roche, que se tornou Duque de Atenas. Mas Otto logo o teria transmitido aos Templários, que o teriam levado para a França.

Com a captura dos Templários, o sudário verdadeiro desapareceu nas brumas do tempo e está protegido pelos Templários e pelas Ordens Invisíveis até os dias de hoje.

O Terceiro Sudário tem uma história muito interessante. Quando Jacques deMolay foi capturado pelas tropas de Filipe, o rei da França, ele passou sete anos sendo torturado para entregar os segredos templários e não os entregou. O Grão Mestre sofreu toda sorte de torturas físicas e psicológicas que a Inquisição conhecia, sem ceder um milímetro em sua convicção.

Uma das maiores torturas que sofreu foi ser obrigado a passar por todos os tormentos de Cristo. Colocaram sobre ele a coroa de espinhos, pregaram-no no batente de uma porta, que os inquisidores golpeavam suas costas com muita força, chegando a quase quebrar seus ossos, furaram-no com uma lança e chicotearam suas costas e seu corpo com aquelas armas próprias da Igreja.

Conta-se que durante uma das sessões de tortura, ele esteve a ponto de morrer e precisaram parar com as torturas. Neste dia, uma de suas amas, a condessa de Champagne, preparou um tecido de linho para envolvê-lo, como um lençol mortuário, pois achava que ele iria falecer. Mas Jacques de Molay foi forte e conseguiu agüentar estas terríveis torturas.

Isto explica claramente a posição dos braços do morto, como demonstrada pelo Daniel Sottomaior durante o programa. A imagem do Sudário de Turim (que não é este que estamos falando!) mostra uma pessoa com os braços sobre os genitais, de uma posição que seria impossível para um morto ficar, pois deixaria os braços em uma posição “deformada”. Isto também mostra o porquê da imagem do Sudário ser a de um senhor barbado, com feições européias.

Jacques deMolay morreu queimado na fogueira em 1314, sem nada revelar aos Inquisidores.

O Lençol marcado com a imagem de Jacques deMolay ficou em posse dos Templários do sul da França, guardado como prova das torturas às quais o Grão Mestre havia sido submetido e venerado como objeto de admiração pela coragem e bravura de Jacques, por agüentar o sofrimento sem entregar seus segredos. Então começa a parte da história do sudário que é bem documentada. O Sudário aparece publicamente pela primeira vez em 1357, quando a viúva de Geoffroy de Charny, um templário francês, a exibiu na Igreja de Lirey. Não foi oferecida nenhuma explicação para a súbita aparição, nem a sua veneração como relíquia foi imediatamente aceite. Henrique de Poitiers, arcebispo de Troyes, apoiado mais tarde pelo rei Carlos VI de França, declarou o sudário como uma impostura e proibiu a sua adoração (porque eles sabiam que o Sudário era de Jacques deMolay e não de Jesus).

A peça conseguiu, no entanto, recolher um número considerável de admiradores que lutaram para a manter em exibição nas igrejas. O papa Clemente VII declarou a relíquia sagrada e ofereceu indulgências a quem peregrinasse para ver o sudário.

Em 1418, o sudário entrou na posse de Umberto de Villersexel, Conde de La Roche, que o removeu para o seu castelo de Montfort, sob o argumento de proteger a peça de um eventual roubo. Depois da sua morte, o pároco de Lirey e a viúva travaram uma batalha jurídica pela custódia da relíquia, ganha pela família. A Condessa de La Roche iniciou então uma tournée com o sudário que incluiu as catedrais de Genebra e Liege. Em 1453, o sudário foi trocado por um castelo (não vendido porque a transacção comercial de relíquias é proibida) com o Duque Luís de Sabóia. A nova aquisição do duque tornou-se na atração principal da recém construída catedral de Chambery, de acordo com cronistas contemporâneos, envolvida em veludo carmim e guardada num relicário com pregos de prata e chave de ouro. O sudário foi mais uma vez declarado como relíquia verdadeira pelo Papa Júlio II em 1506. Vamos fazer uma pausa e comentar algumas outras coisas…

O Quarto Sudário possui uma história ainda mais interessante, e ligada ao terceiro sudário: Leonardo di ser Piero da Vinci é considerado um dos maiores gênios da história da Humanidade, além de Grão Mestre de muitas ordens secretas templárias e rosacruzes, incluindo o famoso Priorado do Sião. Não tinha propriamente um sobrenome, sendo “di ser Piero” uma relação ao seu pai, “Messer Piero” (algo como Sr. Pedro), e “da Vinci”, uma relação ao lugar de origem de sua família, significando “vindo de Vinci”. Leonardo da Vinci é considerado por vários o maior gênio da história, devido à sua multiplicidade de talentos para ciências e artes, sua engenhosidade e criatividade, além de suas obras polêmicas. Num estudo realizado por Catherine Cox, em 1926, seu QI foi estimado em cerca de 180, trinta pontos acima do tio Marcelo!

Em 1502, ele ficou a serviço de César Bórgia (também chamado de Duque de Valentino e filho do Papa Alexandre VI) como arquiteto militar e engenheiro, nesse mesmo ano ambos viajaram pelo norte da Itália, é nessa viagem que Leonardo conhece Nicolau Maquiavel (guardem esta informação… retornarei a ela em posts futuros sobre ordens secretas); no final do mesmo ano retorna novamente a Florença, onde recebe a encomenda de um retrato: a Mona Lisa.

Em 1506, voltou a Milão, então nas mãos de Maximiliano Sforza depois de mercenários suíços expulsarem os franceses.

Entre 1502 a 1506, César Bórgia (que, a título de curiosidade, serviu como modelo de inspiração para Maquiavel ter escrito “o Príncipe”) estava planejando tomar o sudário das mãos da família Sabóia e esta informação chegou a Leonardo. O Sudário de Jacques deMolay foi entregue ao Grão Mestre templário, que trabalhou cerca de seis meses nele, para que fizesse uma fraude capaz de enganar os Bórgia.

Com o sudário número 3 em mãos, Leonardo trabalhou com diversas técnicas, incluindo tinturas e sangue, mas para atingir a perfeição, Leonardo usou de seus profundos conhecimentos de alquimia com nitratos e outras químicas e preparou uma câmara escura, de onde colocou o sudário de Sabóia e fez uma cópia FOTOGRÁFICA perfeita dele em um tecido mais ou menos da mesma data (o que explica claramente o porquê a imagem no sudário é um negativo e o porquê dela não ter as medidas totalmente corretas, além de explicar da onde vem o efeito “explosão galáctico” que o padre Quevedo e os especialistas católicos afirmam como prova de milagres de ressurreição). Como vocês podem ver, não há nada de sobrenatural, apenas ciência alquímica.

Após a fotografia, Leonardo trabalha com sangue e tintas, até que a farsa fique perfeita, e devolve a falsificação para os Sabóia, que acabam sendo forçados a negociar o sudário com o Vaticano.

O sudário de Jacques Demolay desaparece nas Ordens Invisíveis, sendo protegido dos olhares profanos até os dias de hoje, em algum lugar do Sul da França.

Em 1506, é declarado como relíquia verdadeira pelo Papa Júlio II (que achava ter em mãos o sudário de Jacques de Molay). César Bórgia acaba morrendo em 1507, sem nunca descobrir que foi vítima de uma falsificação.

Em 1532 o sudário (falso) foi danificado por um incêndio que afetou a sua capela e pela água das tentativas de o controlar. Por volta de 1578 a peça foi transferida para Turim em Itália, onde se encontra até aos dias de hoje na Cappella della Sacra Sindone do Palazzo Reale di Torino. A casa de Sabóia foi a proprietária do sudário até 1983, data da sua doação ao Vaticano. A última exibição da peça foi no ano 2000, a próxima está agendada para 2025. Em 2002, o sudário foi submetido a obras de restauro.

Esta é a razão porque os testes de Carbono-14 apontam o sudário para o século 14, esta é a razão pela qual foram encontrados sangue e resquícios de tinta, esta é a razão pela qual a pessoa no sudário está em uma posição que não seria possível para um morto, esta é a razão pela qual muitos livros afirmam que o sudário tem a imagem de Jacques deMolay e esta é a razão pela qual a imagem do sudário é um negativo, como se tivesse sido atingida por uma “explosão galáctica”. TODOS os participantes do programa estavam certos.

Agora, imagina se eu iria conseguir explicar tudo isso no Superpop?

Bem… no final das contas, foi divertido o programa. Ver o padre Quevedo perdendo totalmente a esportiva (a ponto de ter o microfone dele desligado) e ver um ateu, um ocultista e um bispo evangélico defendendo alegremente as mesmas convicções diante de 400.000 televisores não tem preço. Dizem que eu vi as partes íntimas da Luciana Gimenez quando ela deitou sobre o sudário, mas isso eu vou negar até a morte… podem me pregar no batente da porta se quiserem.

“Non nobis, Domine,

Non nobis, sed nomini

Tuo da gloriam”

#Templários

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/os-quatro-sud%C3%A1rios

Goécia, Kiumbas e os demônios de verdade

Postado no S&H em 3/9/2008.
Já estava com saudades de escrever para o Sedentário. Estas semanas sem parar na correria da Bienal e todas as palestras para lançamento da Enciclopédia de Mitologia praticamente acabaram com o meu (pouco) tempo livre e prejudicaram um pouco o cronograma do Teoria da Conspiração. Para manter a constância, tenho publicado textos de amigos meus e ocultistas famosos no meu Blog pessoal.
Mas esta semana retornaremos às atividades normais.

Dando continuidade à série “Desmistificando os Demônios”, falaremos agora sobre as entidades hostis que habitam o Plano Astral. Para entender o que se passa, você precisará ler primeiro os textos “O Diabo não é tão feio quanto se pinta”, “Belzebu, Satanás e Lúcifer”, “Zaratustra, Mithra e Baphomet” e “666, the Number of the beast”. Nestes textos, eu explico detalhadamente de onde surgiu cada um dos alegados “demônios” inventados pela Igreja Católica e copiados ad nausea pelas Igrejas evangélicas e caça-níqueis que se vê por ai. Porém, esta explicação precisou fazer um parênteses porque não seria possível continuar a explicação sobre manifestação de entidades astrais no Plano Físico sem explicar primeiro o que é o Plano Astral. Então chegamos a uma “mini-série” onde expliquei o que é e como funciona o Plano Astral. Esta série está nos textos “Yesod – Bem vindo ao Deserto do Real”, “Thanatos”, “Hecate”, “Hermes”, “Morpheus” e “Caronte”, que explicam as cinco interações do Plano Físico com o Astral.
Sei que é um bocado de texto para ler, mas tenho fé em vocês, jovens leitores. E muito do que eu falei em colunas anteriores, sobre Pirâmides, Círculos de Pedra e Chakras estão interligados com estas manifestações físicas das entidades astrais.

A Goécia e os 72 demônios de Salomão
Apesar de ser atribuído ao rei Salomão – que, segundo o folclore judaico, tinha o poder de controlar os demônios do céu, da terra e do inferno -, o texto da Clavícula não tem nada a ver com o legendário soberano judeu. Pela estrutura da composição do texto, ele deve ter sido escrito por volta do sec. XII d.C. provavelmente na região do Império Bizantino, que herdou boa parte do conhecimento clássico e helenístico, inclusive no que se refere ao esoterismo.
Muitos dos títulos usados nos textos (Príncipes, Duques, Barões…) não existiam nos tempos bíblicos e, portanto, não poderiam ter sido usados naquela época.
O Lemegeton Clavicula Salomonis, na minha opinião, se trata de uma compilação dos 72 “espíritos das trevas”, que deveriam fazer a contraparte dos 72 anjos cabalísticos, ou derivados dos nomes de Deus (falarei sobre isso no futuro, por ora chega de textos sobre kabbalah).
Como todos os tratados de magia medieval, a Clavícula descreve um procedimento ritualístico bastante complexo, com a utilização de toda uma parafernália cerimonial de robes, pantáculos, amuletos e talismãs, que devem ser confeccionados seguindo à risca as precisas instruções contidas em cada capítulo. Um leitor moderno que vá ler o texto à procura de um manual prático ficará decepcionado – pode-se dizer o que for dos rituais seguidos pelos magos medievais, menos que eles são práticos. Mesmo problema, aliás, do Livro de Abramelin. E não ajudam nada as constantes advertências de que o menor erro pode fazer com que a alma do mago seja arrastada para o inferno pelas entidades que ele tentam imprudentemente evocar.
E quais seriam estas entidades?

Bem… para entender o que estes magos estavam invocando, precisamos retornar um pouco no tempo e estudar as magias cerimoniais e tribais africanas (ou nossa contraparte moderna da Umbanda, Condomblé, Wodun, Santeria, Vodu e ritos caribenhos de invocação dos mortos). Ou mesmo entender o fenômeno das mesas girantes estudadas pelo maçon Allan Kardec ou as tábuas de Oui-ja do século XVIII-XIX. Embora mais “educados” em suas aparições para a fina nata européia, todos os princípios acima lidam com basicamente a mesma coisa: a manifestação de seres espirituais no Plano Físico.

Sabemos que as entidades que vivem no Astral são basicamente o MESMO tipo de pessoa que vive no Plano Físico; apenas não possuem um corpo de carne ou as limitações que possuímos aqui. Sendo assim, a índole e a moral destas pessoas varia da mesma maneira que a índole e a moral das pessoas que estão vivas. E o trabalho dos feiticeiros ou magistas consiste em chamar e contratar as pessoas certas para realizar o trabalho desejado.

No Plano Material, quando temos um problema de hidráulica em casa, contratamos um encanador para resolver o problema; se o problema é na fiação, chamamos um eletricista; se estamos doentes, chamamos um médico; e assim por diante…
No Plano Astral, a coisa funciona da MESMA MANEIRA.
Quando um xamã indígena realiza um ritual de invocação de um “espírito ancestral” para, por exemplo, ajudar no tratamento de uma pessoa doente, é exatamente isso que ele está fazendo: entrando em comunicação com os antigos médicos da tribo que examinarão a pessoa e dirão o que há de errado com ela.
Quando um Guia em um templo de umbanda ou candomblé examina uma pessoa, ele está observando as alterações e distúrbios na aura (campo eletromagnético) e sugerindo algum tratamento para sanar aquele problema.

No mundo físico, se alguém precisar “eliminar” um oponente, pode contratar os serviços de um matador de aluguel. Claro que isso é considerado criminoso, anti-ético, ilegal, etc… mas é uma possibilidade que existe!
No Mundo Astral, acontece a mesma coisa. Pode-se contratar os serviços de pessoas especializadas em separar casais, manipular a índole das pessoas, quebrar objetos, atrapalhar negócios ou até mesmo aleijar, adoecer ou mesmo matar um outro ser vivente. Nenhuma surpresa.

No mundo físico, os bandidos se agrupam em gangues, com símbolos, ritualísticas próprias (máfia russa, tríade, yakusa, etc.), vestem máscaras para não serem identificados e usam do terror e intimidação para impor respeito e medo nas suas vítimas (como por exemplo, nas armaduras samurai japonesas). No Plano Astral ocorre a exata mesma coisa. Como o duplo-etérico (perispírito) é MUITO mais maleável do que nossa pele física, é possível modificar e transformar nossa estrutura espiritual para ficarmos com a aparência que desejarmos, o que inclui chifres, garras, dentes afiados e qualquer outra coisa que você pensar que vá assustar os crentes. E eles sabem disso e usam destas modificações astrais como maneira de intimidação, desde sempre.

Na antiguidade, os médiuns videntes eram capazes de enxergar estas formas e dos relatos delas surgiram as descrições que tradicionalmente associamos aos demônios, como asas, chifres, dentes, garras, rapo, espinhos e tudo mais. Outros assumem formas animalescas como lobos ou serpentes; outros ainda assumem formas vampíricas, monstruosidades ou deformidades (eu vi certa vez no astral um ser extremamente pálido, quase albino, careca, vestindo um robe negro, que possuía 6 olhos avermelhados no rosto, quatro do lado direito e dois no esquerdo, uns sobre os outros, e que ficavam piscando de maneira desordenada…). Também há entidades que se utilizam de correntes, pregos, ganchos, piercings, espetos e toda forma de agressões e auto-mutilações sado-masoquistas que você puder imaginar (Clive Barker certamente inspirou-se nestes seres para criar os cenobitas nos seus livros da série “Hellraiser”). O Baixo-Astral ou Baixo-Umbral está repleto deste tipo de criaturas.

Nos cultos afros, chamam estas entidades de Kiumbas, de onde vem a palavra quimbanda, ou “magia negra”. No kardecismo, chamam estas entidades de “obsessores” ou “espíritos trevosos”, no hermetismo chamamos estas entidades de “seres goéticos”. Tome muito cuidado com a mistureba que a mídia e os cristitas fazem com os cultos africanos:
UMBANDA , CANDOMBLÉ e QUIMBANDA são religiões bem diferentes entre si, embora os cristitas misturem tudo e chamem de “Macumba”.

E o termo “magia negra” é utilizado errôneamente, pois não há “cor” na magia, existe o uso que se faz da magia. Assim como o gênio da lâmpada na história de Aladin, estas entidades fazem o que o magista as comandar.
O ritual e toda a ritualística envolvida serve para se entrar em conexão com as entidades astrais. Para tanto, os magistas dividem as ritualísticas de invocação e evocação em três tipos: a Teurgia, a Magia Natural e a Goécia.

A Teurgia lida com os anjos e com os seres de luz, lida com os 72 nomes de Deus, com suas manifestações, com as sephiroth da Kabbalah e com os Salmos bíblicos (sim, crianças, mais uma vez a Bíblia se mostra extremamente valiosa para o estudante de ocultismo).
A Magia Natural lida com Elementais (gnomos, ondinas, silfos e salamandras), orixás, Exus, Devas, Asuras, Djinns, Efreetis e outras criaturas da natureza.
E finalmente, a Goécia lida com os seres do baixo-umbral.

Tendo os rituais certos, nos dias e horários certos, consegue-se contatar estas criaturas; mas apenas contatá-las: é como ter à mão o telefone do Cabeleira e do Zé Pequeno. O Ritual apenas chama estas entidades, o segundo passo é negociar com elas o preço do serviço. E não usei o Zé Pequeno de exemplo à toa… negociar com estas entidades é como negociar com os traficantes do “Cidade de Deus”, você nunca sabe o que poderá acontecer.

Acho que com isto conseguimos fechar a série desmistificando os demônios. Se tiverem alguma dúvida deixem nos comentários que eu tento responder aqui mesmo ou, se for o caso, abro uma nova sessão de “Perguntas e Respostas”.

#Goécia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/go%C3%A9cia-kiumbas-e-os-dem%C3%B4nios-de-verdade

Pai nosso em Enochiano

Tradução de Robson Belli

GE IAD DS Geh Sa Madriiax
Pai Nosso que estais no céu

dripaI I Nonce dooain
Grande é o seu nome

Soba londoh niis
Venha a nós o vosso reino

Soba GEMEGANZA
Seja feita tua vontade

Pild Ta I Sa Madriiax
Assim na terra como no céu

Dlugar oi basgim bliors
De a nós neste dia o nosso conforto

Bams ge Madrid
Esqueça nossas iniquidades

Ta dlugar ge IEHUSOZ
De a nós a vossa misericordia

Dlugar ip zixlay dodseh
Traga a eles para não suscitar vexação

Crip ZONRENSG ip nonce a Ciaofi
Mas não entregue a você o terror

Zurah
Amém/concordo (fervorosamente, com humildade)


Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/enoquiano/pai-nosso-em-enochiano/

A Igreja Católica e sua visão da Magia, Mundo Espiritual e Exorcismos – Padre Bento

Bate-Papo Mayhem #154 – 23/03/2021 (Terça) Com Padre Bento – A Igreja Católica e sua visão da Magia, Mundo Espiritual e Exorcismos

Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as, 5as e sábados com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados. Além disto, temos grupos fechados no Facebook e Telegram para debater os assuntos tratados aqui.

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Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-igreja-cat%C3%B3lica-e-sua-vis%C3%A3o-da-magia-mundo-espiritual-e-exorcismos-padre-bento