Os Quatro Grandes Pilares do Conhecimento

Faz parte da busca pelo auto-aperfeiçoamento, pelo auto-conhecimento e pela liberdade psicomental a educação da Vontade, o exercício do livre-pensar, a psiconáutica, a criação visionária. Dentro do contexto draco-luciferiano, o indivíduo procura englobar em sua bagagem cultural superior as Ciências Arcanas e os quatro grandes pilares do conhecimento humano, a saber: Ciência, Religião, Filosofia e Arte em seus aspectos mais ocultos, criativos e práticos para a experiência da consciência individual.

Mas todo o conhecimento adquirido deve ser profundamente compreendido e internalizado para que se torne sabedoria. É importante “filtrar” com discernimento a cultura, o conhecimento, as informações que se adquire, pois todo e qualquer conhecimento internalizado pode ser néctar ou veneno. O néctar proporciona clareza de pensamento, organização intelectual e consciência iluminada (Luxfero); o veneno se espalha na constituição humana, dispersando e confundindo todo o conhecimento não compreendido e não assimilado, distorcendo a realidade, distorcendo o entendimento e podendo causar algum nível de insanidade.

A cultura pessoal de cada indivíduo auto-consciente deveria ser relativamente ampla e abrangente, dentro do possível. Mas não é o que ocorre. Há pessoas, ou grupos, com matéria mental ainda muito crua e rudimentar, mesmo na atualidade na qual existe tecnologia e informação acessíveis a muitos. Por outro lado, há também aqueles de inteligência mediana muito específica, condicionada, um tipo bastante comum de “inteligência de ofício”, útil somente para a atividade profissional estritamente mundana (mas muitos estendem essas características culturais “do trabalho profissional” para todas as esferas da vida, em todos os momentos, o que é muito chato e entediante para os outros).

O verdadeiro influxo mental expandido desce dos planos sutis e invisíveis (pode-se ver a mente?) e se manifesta como avançada compreensão interior naqueles que são naturalmente receptivos devido ao seu próprio grau evolutivo individual. Pessoas tais possuem inquietudes e vontade pelo saber, capacidade de descobrir as coisas por si mesmas e sede por conhecimentos. Essa arte de descobrir, de adquirir conhecimento e experiência, de solucionar problemas, etc., é o que se chama de heurística, seja na Ciência, na Religião, na Filosofia ou na Arte.

Assim, os quatro grandes pilares do conhecimento devem formar um todo na mente e na vida do indivíduo consciente.

O pilar da Ciência, ou Gnosis (Conhecimento), é o fundamento intelectual com a experiência direta das causas e efeitos das coisas, vivenciando as próprias verdades. Teoricamente, a Ciência é um conjunto de conhecimentos organizados e coordenados entre si acerca de determinadas coisas, e, geralmente, considerado como o conhecimento intelectual individual. Mas é também o auto-conhecimento, o verdadeiro Gnosis, o estudo de si mesmo pela contínua e concentrada auto-observação, para além do mero cientificismo “desumano”, mecanóide e materialista. Na Via Draconiana, a Ciência representa a mente elevada, o pensamento livre e esclarecido e o discernimento racional para a aquisição de cultura superior e de conhecimento científico útil e prático para o próprio indivíduo.

O pilar da Religião, ou Agape (Amor), representa a experiência direta da emoção superior consciente, algo apenas vivenciado no interior de cada um. É a união do espírito individual com a essência do universo. É o verdadeiro amor devocional por si mesmo enquanto entidade espiritual auto-consciente. Trata-se de uma experiência supranormal e extemamente marcante vivida e provada para si próprio e mais ninguém. A Religião pode ser considerada também um sistema das relações entre os seres humanos e os seres não-humanos de qualquer categoria divina (incluindo-se os assim chamados daemonos), no qual busca-se uma união espiritual. Na Religião verdadeira e digna busca-se sempre a limpeza do corpo e da alma, a auto-purificação, eliminando as escórias físicas e psicomentais que embotam o despertar da consciência e a evolução interior. A Religião do verdadeiro Agape certamente não é a religião das massas ignorantes; não é a religião do Je$u$ ($alva seu dinheiro) que cobra caro por seus “serviços de salvação”; não é a religião de um deus moribundo, agonizante que instila dor, sofrimento, tristeza e confusão mental em seus cegos cordeirinhos de abate; não é a religião da enfermidade da alma, da estagnação psicomental e da acídia, ou seja, da preguiça e desolação do espírito. Na Via Draconiana, a Religião é a viagem da alma em seu próprio interior, um mergulho em suas próprias emoções primitivas (e divinas!) que jazem no fundo microcósmico espiritual.

O pilar da Filosofia, ou Sophia (Sabedoria), é a busca da verdade individual que só tem fundamento e valor para o próprio buscador; é a busca pela realização do ideal fundamental latente no espírito. Ao contrário de muitos filósofos cartesianos estéreis, aprisionados em seus labirintos intelectuais, o filósofo draconiano pragmático emprega meios tais como sistemas metafísicos, entre outros, para a experiência da consciência, para a aquisição de Sabedoria acerca de si e do universo, na medida em que isso seja possível. Teoricamente, a Filosofia é o sistema que estuda a natureza de todas as coisas e suas relações. Por meio da reflexão, de questionamentos, de especulações e de análises, estuda os processos do pensamento e sua manifestação. Na Via Draconiana, Sophia conduz à paz ataráxica, impertubável, do espírito, ao bem-estar, à alegria, à satisfação, às dádivas do ideal que busca realizar-se.

O pilar da Arte, ou Thelema (Vontade) é o fundamento das idéias intuitivas, da vontade criadora, do espírito individual criativo e realizador. A Arte só pode expressar a criatividade se houver verdadeira vontade, impulso e ousadia, livre de limitações impostas e oriundas de diversas fontes tais como as repressões sócio-religiosas. Arte é a capacidade de realizar a Obra da Criação sobre si mesmo, de aperfeiçoá-la com vontade forte. Na Via Draconiana, Arte é o conjunto de conhecimentos, capacidades e talento para concretizar idéias, sentimentos e visões de maneira estética e “viva” por meio de imagens, música e literatura. A verdadeira Arte realizada através de Thelema (Vontade) está muito longe da pseudo-arte intelectualóide, moderninha, criativa e tecnicamente tosca, grosseira, anti-estética, de mau gosto e desonesta que “artistas” estereotipados produzem sem nenhuma inspiração autêntica. A verdadeira Arte se realiza sob Vontade para manifestar porções do próprio Ser.

Eis os quatro pilares do conhecimento que sustentam a Via Draconiana e que podem levar o indivíduo ao auto-aprimoramento, ao auto-conhecimento e ao desenvolvimento de poderes latentes em quatro planos de manifestação, o físico, o emocional, o mental e o espiritual.

Fr.’. Adriano Camargo Monteiro

#LHP #Luciferianismo

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Lúcifer Estrela-da-Manhã

Lúcifer ficou conhecido pelo leitores de quadrinhos em Sandman de Neil Gaiman como senhor do inferno junto de Azazel e Beelzebub, um local de autopunição dos pecadores que já morreram e lar dos seres chamados de demônios , um lugar também conhecido pelos nomes de Hades, Abaddon, Sheol, Avernus, Reflexo Negro do Cêu entre outros nomes.

Nesse capítulo Morpheus foi lá em busca do seu elmo que perdeu durante o período que esteve preso e que agora está em posse do demônio Choronzon.

Depois que Morpheus consegue recuperar o seu elmo, Lúcifer decide não deixar ele ir, ai ocorre o diálogo.

Lúcifer : “Com ou sem o seu elmo , você não tem poder nenhum aqui… que força tem os sonhos no inferno?”

Morfheus : “…que poder teria o inferno se os prisioneiros daqui não fossem capazes de sonhar com o cêu?”

E assim de certo modo Morpheus sai ganhando e vai embora , e Estrela-da-Manhã jura vingança pela humilhação .

Dois anos depois desse acontecido Morpheus precisa voltar ao inferno para resgatar uma antiga amada sua que ele deixou no inferno por milhares de anos , após ela cometer suicídio.

Desta vez o anjo caído está um pouco diferente com asas de demônio , (antes estava com asas de anjo) ao invés da esperada vingança Lúcifer faz algo diferente do esperado , apenas dizendo que esta cansado do inferno depois de 10 bilhões de anos e gostaria de ser livre , e depois de um longo diálogo enquanto fecha as portas do inferno , pede para Morpheus cortar suas asas e dá para ele a chave do inferno.

Algo muito inteligente , quem sabe seria a esperada grande vingança afinal muitos gostariam de serem donos do inferno e poderiam fazer de tudo para serem.

Lúcifer se apresenta como um homem alto , loiro de aparência jovem e é conhecido por vários nomes , Lord Lúcifer , Estrela-da-Manhã , Aquele que traz a luz , O primeiro entre os caídos , Senhor do Inferno, Samael , Anjo das trevas entre outros nomes.

Esse é um diálogo interessante extraído de Sandman :

Porque eles culpam a mim pelos seus defeitos ?

Usam meu nome como se eu passasse o dia inteiro instingando-os a cometerem atos que , de outra forma achariam repulsivos.

“O demônio me forçou a isso.” Nunca forcei ninguém a fazer nada. NUNCA.

Eles falam de mim como se eu andasse comprando almas na feira , sem jamais se perguntassem por quê.

Não preciso de almas.

E como alguém pode comprar uma alma?

Passando alguns anos Lúcifer ganha sua própria revista , assim como ocorreu com Constantine que nasceu coadjuvante em O Monstro do Pântano no inglês Swamp Thing, na época que Alan Moore assumiu a revista.

Em sua revista , depois de tudo ele cria o bar noturno chamada Lux em Los Angeles e fica lá com Mazikeen , uma filha de Lilith fiel a ele desde o inferno.

Lúcifer é considerado um dos seres mais poderosos do universo DC , após Deus e Miguel.

Foi difícil achar um escritor para Lúcifer , quem sabe o nome assustava os escritores , o próprio Neil Gaiman sempre indicou ele para outros escritores mais por anos ninguém pegou o “trampo” e não sei porque Gaiman não fez isso também.

Mas em 2000 Mike Carey resolveu escrever Lúcifer , usando como base Paradise Lost de John Milton e nasceu um grande sucesso.

Em sua revista conhecemos melhor esse anjo , que se mostra extremamente inteligente , informado , cheio de ironia e raramente apelando para força bruta usando sempre perspicácia , neutro e agindo apenas conforme o seu favor, estando além do “bem” e do “mal”.

Entre as centenas de temas que são tratados temos : Deuses , Magia , Runas , Bíblia , Xamanismo , Anjos , Demônios , Mitologia , Lilith , Tarot , Literatura , Filosofia , Mediunidade , Livre Arbítrio entre outros assuntos..

Assim como Sandman , Lúcifer teve 75 edições em 6 anos de 2000 até 2006.

Texto Sobre Neil Gaiman

 Texto Sobre Os Perpétuos de Sandman

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Outros Textos da Coluna de Quadrinhos

#Quadrinhos

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Baal

Podemos afirmar sem sombras de dúvidas, que a Goetia é uma das práticas sistematizadas mais proeminentes do ocultismo clássico e da magia contemporânea. Rechaçada por muitos e considerada baixa magia por outros, a Goetia que conhecemos hoje deve parte de sua reputação a dois célebres cavalheiros em especial: Samuel Liddel MacGregor Mathers e Aleister Crowley.

Em 1889 Mathers publicou sua tradução do “A Goetia – A Chave Menor do Rei Salomão”, nessa obra está descrita a natureza básica de 72 Espíritos com os quais o Mago pode estabelecer contato para a obtenção de certos “favores”. O livro passou a ser ainda mais conhecido com a edição e a introdução de Aleister Crowley, onde Mestre Therion esclarece que “os Espíritos da Goetia são partes do cérebro humano”. Essa introdução foi escrita em 1903 em Boleskyne, uns três ou quatro anos após Crowley ter iniciado suas práticas goéticas, sob o título “A Interpretação Iniciática da Magia Cerimonial”.

O livro apresenta ainda algumas tabelas de correspondências, os selos mágicos dos Espíritos, as conjurações, os requisitos dos operadores, as técnicas de operação, além das particularidades inerentes a prática Goética.

Um pouco menos conhecido, porém de extrema relevância, foi o trabalho de Guido Wolther (Frater Daniel) nos anos 1970 na Fraternitatis Saturni. Suas anotações pessoais culminaram no “Luciferian Hierarchy” onde Frater Danielis descreve sinais de evocação de Espíritos Goéticos Femininos através de Goetia sexual. Suas ilustrações são simples, porém muito próximas das manifestações desses Espíritos conforme nos contam os relatos de dois experientes Magos Goéticos brasileiros que trabalharam com essas técnicas.

Em 1992 Lon Milo Duquette e Christopher S. Hyatt publicaram outro petardo Goético, trata-se do “Goetia Ilustrada de Aleister Crowley”, obra ilustrada por David P. Wilson. O livro de Duquette apresenta os mesmos 72 espíritos e rituais complementares num âmbito mais thelêmico. As principais novidades foram os capítulos que tratam da natureza do Mal e de alguns aspectos mágico-sexuais que podem ser utilizados nas evocações. Outro ponto forte no livro são as experiências goéticas pessoais que os autores relatam.

Baseado no trabalho de Crowley e Mathers, Michael W. Ford publicou em 2003 o “Luciferian Goetia”. O livro pretende ser um guia prático do trabalho goético de forma Luciferiana, conforme as palavras do autor. Além das descrições tradicionais dos 72 Espíritos, Ford traz novos rituais e adaptações de algumas figuras originais, há também capítulos com definições preliminares de magia e de magia negra, questões sobre o Sagrado Anjo Guardião, elementos do ritual e evocação sexual.

Bem, essa pequena introdução serviu apenas para apresentar o tema, pois nosso escopo inicial daqui por diante será apresentar os Espíritos Goéticos e suas principais particularidades: no primeiro número trazemos um Rei, um Antigo Deus Eclipsado, Um Senhor do Sol, de Fertilidade, de Chuvas e Trovões… Apresentemos Vossa Majestade Bael…

Bael / Baal

  • 1° decanato de Áries
  • II de Paus
  • 21-30 Março
  • Planeta: Sol
  • Metal: Ouro
  • Perfume: Pimenta Negra

O primeiro espírito descrito na Clavícula de Salomão é o Rei Bael que governa 66 Legiões de Espíritos Infernais. Bael é um Rei no Leste e pode aparecer como um gato, como um sapo ou como um homem ou todos ao mesmo tempo. Sua voz é rouca e Ele pode tornar o Mago invisível.

Sua origem está nos antigos cultos dos povos semitas há mais de 3400 anos atrás. Seu nome é escrito em hebraico com as letras Lamed + Aleph + Beth e possui valor gemátrico igual a 33. A palavra podia significar Mestre, Senhor e Sol.

De certa forma seu culto esteve presente na Síria, na Pérsia e em Canaã, pois Baal era um nome comum para algumas divindades dessas regiões em determinadas épocas.

Sacrifícios humanos e prostituição mágica eram comuns em suas celebrações.

Em Canaã, Baal era o filho do Deus supremo EL e anualmente sua morte e ressurreição eram celebradas como parte dos rituais de fertilidade.

Na Síria Baal Hadad era o deus das tempestades e trovões. Baal Peor era adorado pelos moabitas em duas figuras: uma masculina como Deus Sol e uma Feminina como Deusa Lua. Baal Sapon era o nome do deus dos marinheiros em Canaã.

Conforme a Goetia esse é o selo que deve ser utilizado na sua evocação:

Para saber mais recomendamos alguns livros mais abaixo, mas somente a experiência prática é que poderá demonstrar o que nenhum meio de comunicação pode, portanto, estudem e pratiquem…

Mais alguns passos e nos encontraremos num Abismo!

Bibliografia de referência:

  • The Goetia – The Lesser Key of Solomon the King, de Samuel L. MacGregor Mathers editado e traduzido por Aleister Crowley, Weiser Books;
  • Aleister Crowley Illustred Goetia, de Lon Milo DuQuette e Christopher S. Hyatt PhD, New Falcon;
  • The Goetia – The Lesser Key of Solomon the King Luciferian Edition, Michael W. Ford;
  • Nightside of Eden, Kenneth Grant, Scoob Books;
  • Luciferian Hierarchy, Guido Wolther (não publicado oficialmente).

 

Goetia Summa Baal, por Pharzhuph

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Os Três Amores: Agape, Philos e Eros

O ser humano não precisa de amor, mas de amores. Precisa sim de três: Agape, Eros e Philos, para que seja um ser (quase) completo. Completo como um ente único manifestando três aspectos do amor humano e divino que se complementam e são transferidos para os objetos desses amores, interagindo com outros entes também únicos.

Sem as influências estéreis da maioria dos filósofos acadêmicos, vamos abordar algo sobre esses três amores do ser humano, de maneira inteligível, sintética e prática para que possamos assimilá-los em nossa existência.

Agape, Philos e Eros são fundamentais na vida de qualquer indivíduo e devem ser desenvolvidos por todo aquele que tem consciência desse fato. São também aspectos considerados muito importantes e trabalhados na Via Draconiana. Nessa Via, pouco explorada pela grande maioria, os três amores podem ser tipificados pelos arquétipos de Lucifer (Agape), Sophiae (Philos) e Venus (Eros), entre outras associações e correlações. O leitor verá, pelo que segue, o porquê dessas associações. Contudo, por hora, não abordaremos as extensas implicações desse Caminho. O interessado pode se aprofundar nessa matéria, sem medos infundados, estudando as obras A Cabala Draconiana e A Revolução Luciferiana.

Mas, vamos aos amores da humanidade, amores “doados” por Lúcifer e Vênus para que façamos bom proveito, com discernimento.

As três formas de amor – Agape, Philos e Eros – manifestam-se em três níveis que interagem entre si: Agape é o amor em nível espiritual e universal (coração de Lúcifer); Philos, em nível psicomental (cabeça de Lúcifer); e Eros, em nível etérico-material e sexual (genitália de Lúcifer). É um sistema ternário que funciona no ser humano, sendo cada forma de amor em maior ou menor grau. No humano superior, mais evoluído, em seu estado lux-venusiano, iluminado pela consciência e pela sabedoria, os três amores estão em equilíbrio.

“Agape” em grego significa “amor”. Esse é o amor fraternal e espiritual entre camaradas, irmãos e irmãs, entre a família, entre casais e seus filhos (quando de fato existe o sentimento fraterno, e não uma mera convenção social de fachada). Agape é o amor afetivo isento de conotações sexuais, isento de segundas intenções, isento de malícia e de interesses pessoais. Sendo Agape o amor de afeição, é também amor de satisfação, pois uma fraternidade, quer seja entre irmãos de sangue ou não, quer seja entre esposo e esposa, quer seja entre um núcleo familiar, etc., esse amor satisfaz porque é compartilhado e tem resposta entre todos aqueles que se reúnem para formar uma fraternidade de homens, mulheres e crianças.

A satisfação de Agape também se refere ao prazer por boas comidas e bebidas, por banquetes geralmente alegres e harmoniosos partilhados entre pessoas fraternas e espiritualizadas que se respeitam. Em antigos textos clássicos gregos como o poema épico A Odisséia, de Homero, Agape expressa essa satisfação, esse prazer de compartilhar refeições entre determinada fraternidade, determinado grupo, seja de homens, mulheres, crianças, etc. Ao longo da obra de Homero, Agape pode ser evidentemente percebido nas ações de seus personagens, especialmente entre Odisseus e seus companheiros, bem como entre Odisseus e sua esposa Penélope, entre Odisseus e seu filho Thelêmaco, entre Odisseus e seus empregados, o que é manifestado com notável respeito e admiração. Podemos ver também a satisfação entre esses atos fraternos associados às refeições em diversas circunstâncias descritas ao longo da obra homérica.

Ainda na mitologia grega, Prometheus (uma forma de Lúcifer) é um dos principais exemplos da manifestação de Agape, vindo dos céus, do divino, com sua vontade e amor titânicos, para a humanidade na Terra. A propósito, as palavras gregas Thelema (vontade) e Agape (amor) têm ambas valor numérico 93 (9+3=12; 1+2=3, os três amores fundamentais, Agape, Philos e Eros).

Assim, devido ao seu significado e importância, Agape também existe no interior de ordens maçônicas, ordens ocultistas, ordens esotéricas, ordens draconianas, etc.

Philos (ou phileo, philia), em certo sentido, é também o amor fraternal, manifestado por lealdade, igualdade e mútuo benefício, um amor de dedicação ao objeto amado. Contudo, Philos vai além dessas definições, e a “dedicação” desse amor pode chegar a ser mental, que é um nível abaixo do espiritual e acima do emocional. É o caso do amor pela sabedoria (o objeto amado), ou seja, a filosofia. Esta pode ser um meio de engrandecimento mental, intelectual e cultural, de busca pela verdade das coisas, bem como todo um modo de vida que se adota e que se ama profunda e conscientemente. Philos como amor, dedicação e apreciação, manifesta-se como inquietudes interiores que impulsionam o ser humano à busca da sabedoria que irá torná-lo maior, mais nobre, mais digno de ser amado e mais capaz de amar conscientemente. Manifesta-se também como prazer mental, intelectual e cultural, como prazer e sede por conhecimento e cultura útil, estimulante e construtiva. O benefício mútuo que existe em Philos é o benefício que se tem quando se vai adquirindo sabedoria ao longo da vida, pois quando se ama a sabedoria (Sophia, a Deusa Mãe provedora de virtudes), ela própria nos devolve mais sabedoria em troca de dedicação e adoração.

Nosso terceiro amor, Eros, expressa o amor sexual, sensual, carnal, de atração física com a consumação do prazer, e manifesta o instinto de união e reprodução. Sendo filho de Afrodite (ou Vênus, a deusa da beleza, do amor, do sexo e dos prazeres, um aspecto de Sophia), Eros (Cupido) manifesta o amor em seu nível físico-etérico, no mundo material, com o estímulo dos cinco sentidos físicos e sua gratificação. Eros é o amor que evoca a beleza, o prazer pela beleza e a perigosa obsessão pelo objeto amado e pelo prazer que ele traz. Mas é também o amor essencial da Natureza, a força primitiva da procriação de tudo o que vive, o amor theriônico, bestial, de instinto sexual e de preservação da espécie. Eros deve unir-se com Agape para gerar a beleza do amor romântico e sensual, a princípio, que evolui para o amor de reciprocidade e de desejo mútuo um pelo outro, fluindo em trocas de energias polarizadas entre o homem e a mulher. Tal troca de energias ocorre por meio do sexo, em determinado nível, e por meio das afinidades mentais e espirituais quando desenvolvido em amor completo (Agape-Philos-Eros). Entretanto, Eros representa o amor mais perigoso dos três, pois traz prazer, e (muita) dor se não for devidamente administrado, assimilado e combinado com Agape e também com Philos.

Mas devemos sim buscar o prazer, com o discernimento de epicuristas espiritualizados, pois é um direito da raça humana, um bem de todos aqueles que o merecem. Devemos buscar os prazeres sadios que nos enriquecem, que nos confortam, e que não degradam o espírito, a mente e o corpo, de maneira que nosso esforço para obtê-los não seja maior do que o seu desfrute. A obsessão e o vício doentios não são um prazer, mas dor que leva à própria destruição do ser como um todo, o que não contribui em nada para a evolução. Lúcifer não é debilidade, não é submissão aos vícios, não é escravidão, não é decadência, não é degradação. Quando combinado com Agape e Philos, o prazer erótico luciferiano é essencial para a saúde do corpo e para a saúde do amor romântico (sem vulgarização), entre o homem (Lúcifer) e a mulher (Vênus).

Nesse caso, para nascer uma união ideal ou (quase) perfeita, é preciso de:

-Eros (atração física e desejo);

-Philos (afinidade mental e cultural);

-Agape (afinidade de ideais espirituais e de grau evolutivo).

Assim, se forma a unidade ternária do amor criativo e criador, a inspiração e o estímulo para a Senda da evolução.

Para concluir, fazendo uma outra analogia, no ser humano temos a cabeça (Philos), o coração (Agape) e os genitais (Eros) unidos em um sistema cérebro-cardio-genital que deve funcionar em harmonia. O ser humano deveria se esforçar para unir em si esses três amores para que haja satisfação sadia em suas inter-relações, cada qual no lugar certo e na medida certa, evitando a degeneração em seus vícios opostos (paixonite grosseira, obsessão egoísta e depravação sexual). Tal corrupção dos três amores pode causar uma “perda da alma” e seu conseqüente sofrimento, como podemos facilmente observar ao redor do mundo com sua lastimável “civilização”.

Amar nessas três formas não é sofrer mas sim atingir a paz ataráxica, quer dizer, a paz interior impertubável do espírito auto-consciente, do espírito sábio, desfrutando o prazer sadio e natural da alma, da mente e do corpo, traqüilamente.

Por Fr.’. Adriano Camargo Monteiro

#LHP #Luciferianismo

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Flashpoint, Rolling Stones

A intenção de Mick Jagger e Keith Richards ao compor ‘Sympathy for the Devil’ era fazer dela um samba-rock (seja lá o que eles quiseram dizer com isso ). Entendendo pouco de samba e muito de rock, a música foi criada por eles logo após visitarem um terreiro de candomblé em uma excursão no Brasil. Era típico na época, e talvez ainda seja, levar turistas para conhecer esse tipo de coisa: carnaval, macumbeiros e vadias que colaboraram para fazer com que até hoje no exterior, todo mundo ache que mulher brasileira é prostituta por natureza.

 

Sympathy for the Devil foi lançada no disco Beggars Banquet de 1968 um dos álbuns mais políticos da banda, que contém outras pérolas como Street Fighting Man e Salt of the Earth. Este disco foi o responsável por dar aos Rollings Stones a imagem de seguidores do diabo, o que foi posteriormente reforçado com o lançamento na obra seguinte, o psicodélico, ”Their satanic majesties request”.

 

Antes de Sympathy for the Devil nunca uma música sobre o diabo havia tido tanta popularidade, sendo cantada coletivamente por grandes multidões nos shows dos Stones. Curiosamente, durante uma execução dela no festival de Altamont em dezembro de 1969, um espectador foi assassinado a facadas e as imagens registradas e publicadas no filme oficial do Show, levando o oportunista Jagger a comentar que algo estranho sempre acontecia quando tocavam a canção.

Mais tarde, Jagger afirmou que Lavey foi uma das grandes inspirações para Sympathy for the Devil – pura balela – ele já deu um zilhão de versões para a origem da música. Mas como aqui o que importa é a mensagem satanista.  A melhor versão de hit é, entretanto, encontrada no álbum ao vivo, FlashPoint, gravado muitos anos depois em 1991, que tem a honra de trazer em sua lista outras músicas não menos satânicas como a imortal “Paint if Black”.

Rolling Stones ( Sympathy For The Devil ), Beggars Banquet/Flashpoint

 

Please allow me to introduce myself
I’m a man of wealth and taste
I’ve been around for a long, long year
Stole many a man’s soul and fate

And I was ’round when Jesus Christ
Had his moment of doubt and pain
Made damn sure that Pilate
Washed his hands and sealed his fate

Pleased to meet you
Hope you guess my name
But what’s puzzling you
Is the nature of my game

Stuck around St. Petersberg
When I saw it was a time for a change
Killed the Czar and his ministers
Anastasia screamed in vain

I rode a tank
In a general’s rank
When the Blitzkrieg raged
And the bodies stank

Pleased to meet you
Hope you guess my name
What’s puzzling you
Is the nature of my game,

I watched the gleam
While you kings and queens
Fought for ten decades
For the Goth they made

I shouted out
“Who killed the Kennedys?”
When after all
It was you and me

Let me please introduce myself
I’m a man of wealth and taste
And I laid tracks for troubadors
Who get killed before they reached Bombay

Pleased to meet you
Hope you guess my name
But what’s puzzling you
Is the nature of my game

Just as every cop is a criminal
And all the sinners Saints
As I end this tale
Just call me Lucifer
‘Cause I’m in need of some restraint

So if you meet me
Have some courtesy
Have some sympathy, and some taste
Use all your well learned qualities
Or I’ll lay your soul to waste.

Pleased to meet you
Hope you guess my name, um yeah
But what’s puzzling you
Is the nature of my game

Tradução de Sympathy For The Devil
(Simpatia pelo Diabo)

Por favor, deixe-me apresentar
Sou um homem rico e de bom gosto
Estive por aí por muitos anos
Roubei a alma e destino de muitos homens.

Estava lá quando Jesus Cristo
Teve seu momento de indecisão e dor.
Certifiquei me de que Pilatos
Lavasse suas mãos e selasse seu destino.

Prazer em conhecê-lo
Espero que adivinhe meu nome.
Mas o que está te intrigando
É a natureza de meu jogo.

Estava por perto em São Petersburgo
Quando vi que estava na hora de uma mudança.
Matei o Czar e seu ministros
Anastazia gritou em vão.

Montei em um tanque
Mantive a posição de General
Quando a guerra relâmpago enfureceu
E os corpos fediam.

Prazer em conhecê-lo
Espero que adivinhe meu nome.
Mas o que está te intrigando
É a natureza de meu jogo.

Assisti com alegria
Enquanto seus Reis e Rainhas
Lutaram por dez décadas
Pelos Deuses que criaram.

Gritei alto
“Quem matou os Kennedys?”
Quando, no final das contas,
Fui eu e você.

Por favor, deixe-me apresentar
Sou um homem rico e de bom gosto.
Deixei armadilhas para os trovadores
Que acabaram mortos antes de alcançar Bombay.

Assim como todo policial é um criminoso
E todos os pecadores são santos
E cabeças são caudas.
Simplesmente me chame de Lúcifer
Porque preciso de algum nome.

Então se encontrar-me
Seja cortêz,
Seja simpático e tenha bom gosto
Use de toda etiqueta que conhece
Ou então tomarei sua alma.

Prazer em conhecê-lo
Espero que adivinhe meu nome
Mas o que está o confundindo
É a natureza de meu jogo.

 

Nº 92 – Os 100 álbuns satânicos mais importantes da história

Postagem original feita no https://mortesubita.net/musica-e-ocultismo/flashpoint-rolling-stones/

Alquimia dos Elementos

E papel de todo alquimista ter pleno domínio dos cinco elementos. O numero cinco sempre foi representado como místico, magico e essencialmente humano. Basta se lembrar que cinco são os sentidos, cinco os dedos da mão e do pé, cinco representa o homem como estrela, com os braços e pernas abertos dentro do pentagrama. Lorena de Mantheia (O Ocultismo Sem Mistérios) explica que “O número cinco tira seu simbolismo do fato de ser: por um lado a soma do primeiro numero par e do primeiro  numero ímpar (2+3) e, por outro lado, de estar no meio dos nove primeiros números”. “E ainda o símbolo do homem (braços abertos, o homem parece disposto em cinco partes em forma de cruz: os dois braços, o busto, o centro – abrigo do coração – a cabeça, as duas pernas). Símbolo igualmente do Universo: dois eixos, um vertical, outro horizontal, passando por um mesmo centro.” Alem disso, cinco são os elementos: o éter (elemento imaterial), ar, terra, água e fogo (elementos materiais). O fato de o éter estar acima dos demais elementos significa que rege os demais, na realização da magica.

O Pentagrama

Estrela de cinco pontas, formada por cinco linhas num traço único; na Antiguidade visto também como penetração quíntupla da primeira letra do alfabeto grego, como pentalfa. Em consonância com o número cinco, inicialmente símbolo da harmonia cósmica. O pentagrama, utilizado pelos pitagóricos como sinal de saúde e de salvação, tornou-se símbolo médico. No exército bizantino o pentalfa (=pentagrama) sobre os escudos servia como uma espécie de emblema de vitória. O pentagrama refere-se aos cinco elementos: éter, único elemento que e imaterial e serve para harmonizar os outros quatro, materiais, que são o ar, o fogo, a terra e a água.

Segundo Eliphas Levi, se invertido o pentagrama, o caminho seria  involutivo, em busca do nada, da mentira etc., no qual não se pode concordar, uma vez que o melhor entendimento para a referida inversão e a aceitação dos aspectos “negativos” do ser, sem o qual a pessoa  continua dividida entre uma parte de si “que gosta” e a outra parte, “que não gosta”. O primeiro passo e aceitar esta parte “de que não gosta”. Por outro lado, pelo simples fato de esta parte ter sido sempre reprimida, representa um alto poder magico que pode transformar a vida do mago na ascensão pelo caminho da matéria. Confira um estudo detalhado do pentagrama nesse artigo da Lucifer Luciferax

O alquimista e estudante de hermetismo aprenderão que os quatro elementos são regidos pelo quinto, éter. É o momento de se observar como este se manifesta através dos demais.

Terra

A Terra é um elemento de polaridade feminina , associado a fertilidade, à matéria , à origem do homem como espécie e sua ligação  com a natureza. Os signos astrológicos da terra são touro, capricórnio e virgem. Como os signos podem ser cardeais (iniciar uma ação), fixos (estabilizar o que for realizado) e mutáveis (alterar o que foi estabilizado), Capricórnio  e um signo cardeal, voltado para a ação material; o Touro e um signo fixo, para acumular bens materiais; e Virgem um signo mutável, para alterar o que aprendeu através de suas experiências, para aperfeiçoar.

Anna Maria da Costa Ribeiro (Conhecimento da Astrologia) diz que “A terra é pratica, objetiva, concreta, vê a utilidade pratica das coisas.” O atributo humano mais marcante da terra e a Sensação.

Características:

Ponto Cardeal : Norte
Sinal do Elemento : set
Príncipe Infernal : Belial
Chakra : básico
Clima : seco e frio
Cor : amarelo
Estação : inverno
Lua : lua negra
Sentido : Tato
Símbolo : Quadrado
Ativa : fome, alegria da vida, prazer espiritual, germinação de idéias e objetivos, fortalece o trabalho, atrai rendas , energia física e equilíbrio.

Fogo

O fogo é um elemento de polaridade masculina, de poder transformador – ele destrói o que está desgastado para dar lugar ao novo. Também estimula  a intuição a percepção
extrasensorial, a sexualidade, a vitalidade e o senso de liderança. Na astrologia, os signos são Aries, cardeal, com ação para firmar sua identidade; Leão, fixo, a fim de manter sua identidade; e Sagitário, mutável, com o escopo de alterar ideais, a fim de melhor se expressar socialmente, através de considerações filosóficas, intelectuais e religiosas. A maior característica de fogo é a Intuição. Anna Maria relata as qualidades desse  elemento: “Entusiasmo, alegria, otimismo, espontaneidade.”

Características

Ponto Cardeal : Sul
Sinal do Elemento : thoum-aesh-neith
Príncipe Infernal : Satã
Chakra : Plexo Solar
Clima : Seco e Quente
Cor : Vermelho
Estação : Verão
Lua : Cheia
Sentido : Visão
Símbolo : Triângulo
Ativa :Aumento de Energia, Agressividade, Bem-Estar físico, Queima do que não presta.

Água

A água é um elemento de polaridade feminina, associado às mutações, aos sonhos ao inconsciente e as emoções em geral.  O signo cardeal e o câncer, ligado a ação emocional; o signo fixo e o escorpião, no sentido de controlar as emoções; o signo mutável, peixes, que adapta-se as situações, conforme as suas vivências e percepções emocionais ou psíquicas. Sua característica e o Sentimento, “percebe as coisas por via emocional, sentindo-se logo bem ou mal nas situações ou com pessoas” (Anna Maria). “Para água só o sentimento e real. Subjetivo, intimo e profundo.

Características

Ponto Cardeal : Oeste
Sinal do Elemento : auromoth
Príncipe Infernal : Leviatã.
Chakra : Umbilical
Clima : úmido e frio
Cor : Prata
Estação : Outono
Lua : Minguante
Sentido : Paladar
Símbolo : Meia Lua
Ativa : Tomada de decisões , manipulação de emoções, meditação.

Ar

O signo cardeal é libra, regedor da ação social e intelectual; o signo fixo e aquário, mantenedor das suas idéias; e o signo mutável e gêmeos, alterador daquilo que prende social ou intelectualmente. A característica marcante e o Pensamento, “porque elabora coisas intelectualmente, raciocina e relaciona-se com coisas e pessoas. E abstrato.” Tem como qualidades a objetividade, capaz de ver o ponto de vista do outro mesmo quando zangado, por isso sabe lidar com as decepções de forma filosófica. Boas maneiras, reflexão e explicações” (Anna Maria).

Características

Ponto Cardeal : Leste
Sinal do Elemento : shu
Príncipe Infernal : Lúcifer.
Chakra : Cardíaco
Clima : úmido e quente
Cor : Azul
Estação : Primavera
Lua : Crescente
Sentido : Olfato
Símbolo : Círculo
Ativa : Inteligência Clareza de idéias memória .

Para finalizar o estudo, deve-se descrever o sinal de cada elemento. O  fogo é representado pelas mãos juntas na testa, com a palma para fora, formando um triângulo no espaço vazio entre as junções dos polegares e indicadores. O ar e representado pelas mãos espalmadas para cima da cabeça, como se fosse Atlas segurando o globo terrestre. A água, pela mesma junção da do fogo, só que agora o triângulo e apontado para baixo, com as mãos sobre o plexo solar. Finalmente, a terra, por uma postura similar a da letra hebraica Aleph , ou seja, a mão direita espalmada para a frente, por cima da cabeça, a mão esquerda, espalmada para baixo e recuada, o pé direito situado a frente do corpo e o esquerdo, atrás.


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Postagem original feita no https://mortesubita.net/alquimia/alquimia-dos-elementos/

Lúcifer, o Portador da Luz

Lúcifer é uma palavra latina que significa “portador da luz” (Vem do latim, lux, lucis = luz; ferre = carregar) cuja correspondente em grego é “phosphoros”, significa “o portador do archote” ou “o portador da luz”, sendo ele mesmo, como indica o seu nome, aquele que traz a luz onde ela se faz necessária.

Além disso, Lúcifer foi um nome dado pelos latinos ao planeta Vênus. (Nesta acepção leva inicial maiúscula.) Todos sabem que Vênus, por sua proximidade ao sol, “aparece” quando este se encontra ao horizonte, durante os crepúsculos, seja esse matutino ou vespertino. Dai ele ser conhecido como a estrela da manhã, e também a estrela vespertina. Durante o amanhecer, a “estrela” Vênus aparece ao horizonte antes do “nascimento” do sol. Na observação dos antigos, é como se fizesse o papel de arauto do sol, puxando o astro rei de seu sono nas regiões abissais. Ele, nas manhãs, anunciava a chegada do sol, como se o carregasse. No entardecer, Vênus “empurrava” o Sol de volta para as regiões obscuras. Dai se dizer que Vênus ou Lúcifer, estrela da manhã “porta” o archote, ou, o sol… Esta é a razão pela qual um dos primeiros papas foi chamado de Lúcifer, como provam Yonge e registros eclesiásticos. (O termo “Lúcifer” não aparece no Novo Testamento como nome de demônio).

Em Apocalipse 22:16 está escrito: “Eu, Jesus, … Eu sou a raiz e o descendente de Davi, sou a estrela radiosa da manha.” — Isso abre uma discussão interessante pois se o próprio Jesus se auto denominou a estrela radiosa da manhã, que também é Lúcifer, este nome não deveria ter sido associado ao mal de forma alguma! — Houve também um Bispo chamado Lúcifer, de Cagliari, na Sicília, de 370 a 371, que montou uma doutrina contrária a todo e qualquer contato com os idólatras.

Posteriormente, para combater e substituir a versão aceita corrente dos Livros de Enoch para a “quedados anjos”, Tomás de Aquino entre outros, criaram uma segunda versão, tomando a decisão infeliz de transformar a palavra num epíteto do demônio. Helena Blavatsk, escreveu uma crítica na introdução da revista “Lúcifer” [Vol. I, No 1, Setembro, 1887] informando que “foi Gregório Magno quem aplicou pela primeira vez a seguinte passagem de Isaías, ‘Como caíste do céu, ó Lúcifer, filho da manhã’, etc. à Satã e, desde então, a ousada metáfora do profeta, que se referia, afinal, a um rei assírio inimigo dos israelitas, tem sido aplicada ao Diabo”. Já outros atribuem essa tradição como tendo se originado com uma interpretação — bastante forçosa — de Orígenes de algumas passagens Bíblicas.

Falando a respeito do poder dado aos discípulos, para lutarem contra o poder do Inimigo, Cristo disse: “Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago!” (Lucas 10, 18). No Apocalipse 9, uma estrela cai do céu sobre a Terra e se transforma em Apollyon, o anjo do poço do abismo. Obviamente, ambos se referiam metaforicamente a humanos usando uma analogia de passagens da condenação dos anjos, liderados por Semjazah, em Enoch. Entretanto, estas palavras foram interpretadas por Orígenes, e depois pelos Padres da Igreja, como referências a um capítulo do Livro de Isaías no qual Yaveh protege seu povo destruindo o orgulho de seu inimigo. (O nome de “Estrela d’alva”, ou Lúcifer, foi interpretado por Orígines como sendo o nome de Satanás antes de sua queda do Paraíso. Segundo ele, Lúcifer e seus anjos caíram por sua própria escolha. Seu motivo teria sido o orgulho, representado pela tentativa de se equipararem a Deus. Desejavam colocar sua própria vontade no lugar da vontade de Deus. E isto era considerado como a base do pecado em todos os níveis. Aos poucos, estas idéias começaram a se transformar na base dos ensinamentos tradicionais sobre o Diabo). Trata-se de uma interpretação errônea do seguinte trecho de Isaías que fala da “morte do rei da Babilônia” Nabucodonosor (Nebukadneççar em hebraico), que recebeu a maldição suprema da privação da sepultura:

“Como caíste do céu, ó estrela dálva, filho da aurora!
Como foste atirado à terra, vencedor da nações!
E, no entanto, dizias no teu coração:
‘Hei de subir até o céu, acima das estrelas de Deus colocarei o meu trono, estabelecer-me-ei na montanha da Assembléia, nos confins do norte.
Subirei acima das nuvens, tornar-me-ei semelhante ao Altíssimo.’
E, contudo foste precipitado ao Xeol, nas profundezas do abismo”.
Os que te vêem fitam os olhos em ti, e te observam com toda atenção, perguntando:
“Porventura é este o homem que fazia tremer a terra, que abalava reinos?”

(Isaías 14, 12-15)

Segundo estudiosos da Bíblia, a expressão usada no texto “ó estrela d’alva, filho da aurora!” parece inspirar-se num modelo fenício. Em todo caso, eles apresentaram vários pontos de contato com os poemas de Râs-Shamra: a estrela d’alva e a aurora são duas figuras divinas; a montanha da assembléia é aquela em que os deuses se reuniam, como no Olimpo dos gregos. Posteriormente, os padres interpretaram a queda da estrela d’alva (Vulg., “Lúcifer”) como a do príncipe dos demônios.

Daí em diante a história se arrastou acumulando erro após erro. Como já era de se esperar, não seria tão simples sepultar Enoch. Muitos aceitaram a nova versão da “queda dos anjos” mas não esqueceram a antiga e, logo, as interações culturais cuidaram de unir ambas. Relações sexuais de anjos com humanos saíram de um passado longínquo de Enoch e passaram para o “tempo presente”. Falava-se de Íncubos e Succubos; Então, como o novo objetivo do lado negro seria tomar o trono de Deus, nada mais prático do que criar um novo messias. Assim, já nos primeiros tempos da cristandade, a profetiza Sibila Tiburtina, previa a chegada do Anticristo — que seria de origem judia. Entretanto, Santa Hildegarda foi a primeira a dizer que ele seria filho de “um demônio disfarçado de anjo de luz”. Diz ela:

“O filho de perdição que reinará pouco tempo, virá ao anoitecer da duração do mundo, no tempo correspondente a esse momento em que o sol desapareceu já no horizonte, isto é, que virá nos últimos dias. Armai-vos com tempo, e preparai-vos para o mais terrível de todos os combates. Após haver passado uma juventude libertina no meio de homens muito perversos e num deserto onde haverá sido conduzido por um demônio disfarçado de anjo de luz, a mãe do filho de perdição o conceberá e o alumiará sem conhecer seu pai. O filho de perdição é essa besta muito malvada’, que fará morrer os que recusam crer nele…

Quando o filho de perdição tiver levado a cabo todos os seus propósitos, reunirá todos os crentes e lhes dirá que quer subir ao céu. No momento dessa ascensão, um raio lhe ferirá, matando-o. Por outro lado, a montanha na qual se terá estabelecido para proceder à sua ascensão, será coberta no mesmo instante por uma nuvem que propagará um cheiro de podre horrível e infernal.”

Ainda no século V, Dante Alighieri apresentava o quadro mais falso, famoso e hediondo que o mundo já conheceu:

“O imperador do reino doloroso erguia o peito para fora da geleira. Eu, com minha estatura, mais próximo estou de um gigante do que um gigante comparado com o braço, apenas, de Lúcifer. Imagina pois, leitor, quão grande será Lúcifer, se calculado pelo tamanho de seus braços. Se um dia foi belo, quanto é hoje horrendo; se contra seu Criador alçou a fronte, bem entendo seja ele a fonte única do mal que o mundo inteiro chora.

Nem sei como diga a estupefação que em mim causou o haver-me aparecido de três faces era sua cabeça. Era vermelha (a indicar o ódio que o move) a face que eu via de frente; as outras duas repousam, cada uma, sobre largo ombro, mas lá em cima, no alto crânio, formavam três um só conjunto. A face da direita estava entre o branco e o amarelo; a da esquerda lembrava a cor que amorena a gente nascida e afeita à terra onde o Nilo tem seu curso. Sob cada face, duas asas vastas quando convém a um ser de modo volátil e mau.

Velas tão grandes não vi jamais em nau de alto mar. Não tinham penas, e mais lembravam aquelas asas próprias dos morcegos. Continuamente agitadas, produziam os três ventos gélidos / que mantém o Cócito enregelado. Pelos seis olhos, chorava; por três peitos escorriam suas lágrimas, pranto feito de sangue e espuma. Em cada boca triturava um pecador, qual moinho a esmagar o grão. Ao condenado que na boca fronteira a mim atormentava, acrescentava-se um outro sofrimento, pois com as garras, em fúria constante, Lúcifer por inteiro lhe arrancava a pele.”

(ALIGHIERI, Dante. A divina comédia. S. Paulo: Cultrix, 1965, p. 121, vv. 28-60)

Inúmeros inquisidores, artistas, etc. propagaram pelos séculos esta desmerecida “má fama”, juntando horrores após horrores num “efeito bola de neve”, que aglomerava e crescia com todo tipo de disparates, frutos do medo dos condenados e da demência humana. Provavelmente, dos autores mais recentes, o que mais influenciou a imaginação humana foi Milton, com sua cultuada obra “O Paraíso Perdido”:

“Fere-lhes com tais modos os ouvidos:
Dominações, virtudes, principados,
Tronos, poderes, se são vossos inda
Estes imensos títulos pomposos,
Se acaso inda não são nomes inúteis:

Há quem, por um tirânico decreto,
Todo o poder a si vem arrogar-se
Fazendo dele horrível monopólio,
E, sob o nome de monarca ungido,
Eclipsa nossa glória e privilégios.

Toda esta marcha rápida, noturna,
Esta convocação acelerada,
Promove-as ele, a fim de vermos como,
Com que pompas nos cumpra recebê-lo
Quando vier extorquir de nós – escravos !-
Tributo genuflexo agora imposto,
Vil prostração, que feita ante um já cansa,
Que feita a dois se torna insuportável!

E não pode outro arbítrio mais sisudo
Dar-nos mais elevados pensamentos,
Que a sacudir tal jugo nos ensinem?
Curvareis vosso colo majestoso ?
Súplice joelho dobrareis humildes ?
Decerto o não fareis, se não me engano,

Que vosso jus por vós é conhecido:
Bem sabeis que no Céu nascidos fostes,
No Céu antes de vós nunca habitado;
E, se ente vós não sois iguais de todo,
Iguais contudo sois na liberdade:
As várias gradações, as jerarquias
Da liberdade os forros não estragam,
Antes maior firmeza lhes transmitem.

Quer dentre iguais na liberdade pode
Por direito ou razão alçar um cetro
Sobre consórcios seus, posto mostraram
Menor poder em si, menos fulgores?

Não temos leis e nem por isso erramos;
E quem tais leis impor-nos pode ou deve ?
Ninguém pois pode ser monarca nosso,
Nem de nós exigir tão vil tributo
Em desprezo dos títulos excelsos,
Que atestam destinada nossa essência
Para ser dominante e não escrava.”

(MILTON, John. O paraíso perdido. Trad. de Antônio José de Lima Leitão. S. Paulo: Logos, p. 261-2)

O mal esta feito, o erro divulgado. “É o falso Lúcifer da legenda heterodoxa; é este anjo altivo para julgar-se Deus, bastante corajoso para comprar a independência a custo de uma eternidade de suplícios, bastante belo para ter podido adornar-se em plena luz divina; bastante forte para reinar ainda nas trevas e na dor e para construir um trono com sua inextinguível fogueira.”

(LÉVI, Éliphas, História da Magia, S. Paulo, Pensamento, p. 29).

 

por Shirlei Massapust

Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/lucifer-o-portador-da-luz/

Astaroth

Uma Breve Introdução ao Conceito da definição do Ser.

Há muito que se aprender sobre determinadas Inteligências, só que, é sabido pela grande maioria dos estudiosos do Ocultismo, seja este em qualquer ramificação das religiões da mão esquerda, que os detentores dos poderes políticos das religiões de massa e escravistas, fizeram de tudo para que esses conhecimentos não chegassem até nós, nos dias de hoje. Infelizmente a religião judaico-cristã contribuiu para a destruição quase que total de toda fonte verossímil acerca de tais saberes.

O que podemos ainda contar, mas não em grande veracidade são com alguns Grimórios (livro de conhecimentos mágicos, a grosso modo falando), que em 90% dos casos estão propositalmente alterados pela religião, a fim de distorcer, denegrir e ocultar a Gnose ou Sabedoria, como queira, acerca de determinadas Inteligências.

Não usarei de delongas explicando o que é um demônio, pois o Portal Morte Súbita está repleto de informações riquíssimas sobre os mesmos, somente abrirei um parêntese sobre a etimologia do vocábulo a fim de sustentar a minha posição de utilizar Inteligência neste texto em vez de Demônio. É praxe que até a expressão “demônio, foi demonizada” por quem muito astutamente não queria que todos tivessem acesso a estes seres brilhantes e ajudadores em via de regra da humanidade. “Demônio” deriva da língua grega daimónion, ou daimon que quer literalmente dizer Gênio, ramificando-se para a língua árabe, a palavra se dimana para “djjins” que significa gênio. Daí surgira o mito do “Gênio da Lâmpada”, como todos conhecem.

Um Deus, uma Deusa, um Demônio ou uma Inteligência?

Neste caso, o uso da palavra Inteligência tem a denotação de atribuir toda à Sabedoria que um Ser Superior, diferente dos homens, possui em sua totalidade. Pois bem, mais a frente, tentarei sucintamente atribuir Astaroth em relação à sua Esfera Cabalística e em relação à sua Qliffot (sem adentrar a fundo no conceito de Kabbalah), pois se encontram também aqui no Portal, bons materiais que abordam o assunto, mas é através destes textos cabalísticos que Astaroth é mais profundamente conhecido como um Arquedemônio com poderes inimagináveis!
Em 1458, em alguns fragmentos de escritos hebraicos relacionados a demonologia, pode-se encontrar, por exemplo, no Livro de Abramelin,  Astaroth sendo o primeiro conhecido demônio do “sexo masculino” além de Satã, Beelzebuth, dentre outros, o que se popularizou ainda mais nas escritas de outros grimórios ao longos dos séculos conseguintes.

A antiga cidade da Cananéia, ademais de “pertencer” ao povo hebreu, de origem monoteísta, (hoje compreendida entre parte da Faixa de Gaza, talvez a Cisjordânia e a Jordânia) incluíram em suas adorações aos deuses pagãos o culto a esta Divindade como uma Deusa chamada Astarote. Na demonologia antiga, esta Inteligência pôde ser chamada de Astaroth, Astarote, Astarot e Asteroth, todas significando a sua coroação de um Príncipe no Inferno.

Alguns teóricos em demonologia afirmam veementemente que somente a partir do segundo milênio a.C. que o nome Astaroth fora reconhecido, e que fora derivada da Deusa fenícia Astarte, também anteriormente como a sumeriana Ianna e equivalente a babilônica Ishtar.
Ademais disso também temos a questão da antropomorfização, onde queremos atribuir questões inimagináveis ao que imaginável, do impalpável para o palpável, fora as questões culturais da época em relação principalmente do povo hebreu com questões machistas, que não aceitavam nem em suas relações interpessoais que mulheres tivessem algum valor, quanto mais atribuir a uma Deusa, digamos assim, o poder de trazer algum tipo de benção, seja lá qual fosse a este povo. Todavia, deixando de lado o estereótipo sobre a “sexualidade” da Inteligência, daremos curso ao nosso pequeno estudo.

Astaroth e a Bíblia

Astharthe (singular) e Astharoth (plural) vem da tradução da Bíblia Vulgata Latina, tradução essa possivelmente da Deusa Ashtart ou Astarté, conforme dito no tópico anterior.

No livro de Juízes, no capítulo 2, dos versos 11 ao 13 é clara a insatisfação dos hebreus com seu Deus Iavé, o que os faz, quase que repentinamente, e, por toda a bíblia, repetidamente abandoná-lo e seguir aos outros Deuses.

“Então fizeram os filhos de Israel o que era mau aos olhos do senhor; e serviram aos baalins.

E deixaram ao senhor, deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros Deuses, dentre os Deuses dos povos, que havia ao redor deles, e adoraram a Eles; e provocaram o senhor à ira.

Porquanto deixaram ao senhor, e serviram a Baal e a Astarote.”

A insatisfação também toma conta do dito Rei mais sábio de Israel Salomão em 1 Reis 11:5:

“Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas”.

Em guerras entre Filisteus e Hebreus: em 1 Samuel 31:8-10:

“Sucedeu, pois, que, vindo os filisteus no outro dia para despojar os mortos, acharam a Saul e a seus três filhos estirados na montanha de Gilboa. E cortaram-lhe a cabeça, e o despojaram das suas armas, e enviaram pela terra dos filisteus, em redor, a anunciá-lo no templo dos seus ídolos e entre o povo. E puseram as suas armas no templo de Astarote, e o seu corpo o afixaram no muro de Bete-Seã.”

O Deus dos hebreus com crises de ciúmes e consciência em 1 Reis 11:33 :

“Porque me deixaram, e se encurvaram a Astarote, deusa dos sidônios, a Quemós, deus dos moabitas, e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não andaram pelos meus caminhos, para fazerem o que é reto aos meus olhos, a saber, os meus estatutos e os meus juízos, como Davi, seu pai.”

De novo? Em Juízes 10:6:

“Então tornaram os filhos de Israel a fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, e serviram aos baalins, e a Astarote, e aos deuses da Síria, e aos deuses de Sidom, e aos deuses de Moabe, e aos deuses dos filhos de Amom, e aos deuses dos filisteus; e deixaram ao SENHOR, e não o serviram.”

Astaroth e a Goétia

Segundo a Arte Goétia (tema bastante controverso e polêmico, particularmente falando), tentarei aqui, ser ao máximo imparcial, apenas apontado relatos de crença e histórico. Através de “A Chave Menor e As clavículas de Salomão”, é “possível” ao magista através de “triângulos” com os nomes de anjos e nomes do deus hebreu, através de um suposto anel com símbolos judaicos, “submeter” esta Inteligência, e, até mesmo sujeitá-la a interrogatórios para diversos fins de proveito próprio, como a arte adivinatória, os segredos da Criação, questões que envolvem o passado, o presente e o futuro, sabedoria ilimitada nas artes liberais e eticétera. Ainda pela Goétia, temos conhecimento de que Astaroth é na contagem dos 72 “Demônios” é o 29º, que aparece montado sobre uma besta, semelhante a um Dragão Infernal, tem a fisionomia de um anjo medonho, e, ainda reina sobre 40 legiões, além de ser um demônio poderosíssimo!


Selo de Astaroth segundo a Goétia

Esta é a descrição de Astaroth segundo o Dicionário Infernal: Usa uma coroa reluzente, vêm sempre montado em sua besta-fera-dragão, que possui uma cauda de serpente e asas, e vem despido, aparentemente tendo algumas penas (provavelmente asas). Outra versão de aparições bem semelhante é a de que Astaroth propriamente é um homem desnudo com asas, possui mãos e pés de dragão e segura uma serpente em uma das mãos, vindo cavalgando sobre um lobo ou cachorro gigante. A possibilidade do livro do Apocalipse estar fazendo menção à Astaroth é segundo ainda outras aparições, onde Ele é um Cavalheiro Negro montado em um grande escorpião.

Existe uma teoria extremamente controversa de que Ele tem como seu principal adversário o “santo” Bartolomeu, porque este último resistiu as suas “tentações” e pode ajudar a quem rogá-lo. Segundo remonta a história, as tentações vencidas foram nada mais nada menos que: a preguiça, a vaidade e as filosofias racionalizadas, isso também é relatado por Sebastien Michaelis.

Já segundo Francis Barret e outros demonologistas do século 16, Astaroth é um dos principais acusadores e inquisidores, onde no mês de Agosto os ataques ao homem por esse demônio são extremamente fortes. Pode ser que o mito da frase: “Agosto o mês do desgosto” tenha alguma relação com o fato narrado.

Outros que afirmam que tiveram contato direto ou indireto com esta inenarrável Inteligência passaram a terem uma desenvoltura absurdamente ampla nas ciências da matemática, no artesanato, na pintura, conseguiram desvendar segredos indecifráveis, além de encontrarem tesouros escondidos por magos e feiticeiros, e, até mesmo a tão almejada arte da invisibilidade. Além de terem recebido poderes para enfeitiçarem serpentes de todos os tipos.

A Influência desta Inteligência em nosso presente século é absurdamente inconfudível!

Astaroth e as Artes

Na Música:

  • Referência na música da Banda de Back Metal Mercyfull Fate – “No som do sino do demônio”.
  • Referência na música da Banda de Doom Metal Candlemass – “Anão Negro”.
  • Referência na música da Banda de Doom Metal Draconian – “Embrace the Gothic” e Serenade of Sorrow”
  • A Banda Testament contém uma referência à Astaroth na música “Alone in the Dark”
  • A Banda Behemoth de Death Metal menciona-O na canção “Mate os Profetas Ov Isa”
  • Em  “Abrahadabra” de Dimmu Borgir o selo de Astaroth está lustrado  na capa do álbum.
  • Astarte é uma Banda feminina de Black Metal grega, formada em 1995 – aonde um dos hits que mais fizeram sucesso foi uma louvação própria a esta Inteligência – nome da música: Mutter Astarte – do Álbum Demonized, de 2007.
  • Mägo de Oz é uma banda espanhola de folk metal – diante de muitas músicas, possui uma de Adoração Explícita à Astaroth, inclusive informações de como invocar a Inteligência.
  • Dentre muitas outras bandas…

No Cinema:

  • Uma Filha para o Diabo de 1976 – O filme é sobre um duelo entre um escritor de livros sobre ciências ocultas e o demônio, com quem a filha de um casal de amigos fez um pacto. A chave do mistério está nos códigos de Astaroth, num livro satânico.
  • Der Golem, wie er in die Welt Kam  de 1920, Adaptado por Heinrik Galeen e Paul Wegener é sobre uma lenda do gueto de Praga. O rabi Low, para proteger o seu povo de uma ameaça dá vida a uma estátua de barro com a ajuda das forças das trevas. Mas, depois de cumprida a sua missão, o “demônio” é de novo animado para satisfazer a vingança de um rapaz apaixonado pela filha do rabi, e destrói tudo à sua volta. Este é um dos mais famosos títulos do cinema alemão dos anos 10 e 20, de que se fizeram várias versões. A de 1920 é a segunda representação do cinema. Livros esotéricos de consultoria surgiram posteriormente para encontrar o segredo de como criar o tal “monstro de barro”, que segundo muitos apreciadores da obra, atribuem este ser “criado” advindo do submundo a Astaroth.
  • Em 1971 Bedknobs e Broomsticks, é um filme musical onde “A Estrela de Astaroth ‘é um artefato que os protagonistas começam a utilizar a partir da cena da “Ilha de Naboombu”.

Na TV:

  • Num episódio de um seriado chamado “Não ao Exorcista”, no primeiro episódio aparece um demônio que possuía um adolescente, e este demônio “foi” Astaroth.
  • Na 3ª temporada de Friday the 13th: The Series o episódio chamado “As Profecias”, quem está incumbido de abrir a porta de entrada de Lúcifer para a Terra, contada em seis profecias, é Astaroth que aparece como um dos “anjos caídos”.
  • Em Blood Ties, o selo de Astaroth aparece magicamente tatuado nos pulsos da personagem principal.
  • Em “Trials of the Demon”, episódio de Batman: The Brave and the Bold, Astaroth aparece como um demônio, a fim de buscar as almas que tentam escapar de suas mãos.
  • Dentre muitas outras aparições, que tornaria exaustivo a explanação completa aqui.

Nos Games:

  • O Arquidemônio Astaroth é o “chefe” final no game original Ghosts ‘n Goblins e um “chefão” em Ghouls e Super Ghouls ‘n Ghosts . Um personagem similar em aparência e ataque a Ele também aparece como um chefe mediano em Rosenkreuzstilette Freudenstachel .
  • Em MapleStory , Astaroth é um chefe no final do desafio das aventuras
  • No Never Dead , o principal vilão é Astaroth, que mata seu amado e das lágrimas de seus olhos, faz um Demônio Lord Imortal que vai sofrer por toda a eternidade.
  • Em Dungeons & Dragons jogo RPG, Astaroth aparece como uma divindade para aqueles de alinhamento com o “mal caótico”.
  • No game Castlevania: Portrait of Ruin, Astaroth aparece como um nobre egípcio.
  • Em Soul Calibur série de jogos de games, um demônio chamado Astaroth é um personagem jogável.
  • E assim, continua…

Na Literatura:

  • Astaroth aparece como um demônio brevemente no Warhammer 40.000 em Daemonifuge (quadrinhos).
  • É a personagem de Luigi Pulci ‘s Renascença, Épico de Morgante .
  • É o nome de um Romance escrito pelo croata escritor Ivo Brešan .
  • Astaroth aparece como um personagem de apoio / vilão de Marlon Pierre-Antoine de Wandering Stars .
  • É o vilão de Henry H. Neff na Tapeçaria (série).
  • Fez várias aparições como um demônio na história em quadrinhos Hellboy .
  • Dentre outras muitas dezenas de relatos.

Segundo um segmento religioso da “mão esquerda”, Astaroth possui:

  • Posição no Zodíaco de 10 a 20º de Capricórnio
  • Dias concernentes à Inteligência: de 31 de Dezembro a 09 de Janeiro
  • Dentro das Cartas de Tarô é o Ás de Copas
  • Planeta associado: Vênus
  • Cor de vela predileta: Marrom ou Verde
  • Metal: Cobre
  • Elemento: Terra
  • Hierarquia: Grão-Duque das Regiões Ocidentais do Inferno.

 

De todas as informações “colhidas” e expostas em nível de conhecimento e até mesmo como objeto de estudo e verificação anterior, ademais das muitas linhas de raciocínio e compreensão desta Inteligência, sem querer ser pretensioso, o ponto de vista a seguir explanado, é o que tem maior coerência, pois tem extrema relação e compromisso com a Verdade na qual é compreendido Astaroth, Ele pertence e tem relação com a Esfera Planetária de Júpiter, a Porta Obscura associada às suas Evocações chama-se Abbadon e sua Esfera Cabalística é a de Gha´aghsheblah.

Sigilo de Gha´aghsheblah

Os favores daqueles que comungam a verdadeira essência deste Magnífico Deus são:

Misantropia, Aristocracia Satânica, Inteligência, Filosofia, Sabedoria, Riqueza, Luxúria Sangrenta e Fatal, a Manipulação, a Divulgação do Suicídio, a Sorte, a Honra e Descoberta de Novos Aliados, assim como a Canalização das Energias “Sinistras” e a Abertura do “Olho do Holocausto”.

Ele habita / está composto no Quarto Ângulo de Sitra AHRA, simploriamente falando sobre as esferas Qliffóticas da “Árvore da Morte”.
Devido o Seu Portal Obscuro ser Abbadon, Astaroth também é capaz de abrir a 3ª visão e dar poderes de Clarividência ao Magista que o busca, além de fortalecê-lo cada vez mais, a fim de que as falsas luzes demiúrgicas sejam cada vez mais diminuídas, e o adepto da Religião da Mão Esquerda recebe mais ascensão na Luz Negra.

Esses “novos aliados” citados acima, tanto podem ser seres humanos quanto espirituais (espíritos familiares e/ ou daemons), e, a sabedoria não deriva somente da humana, mas também a Satânica (Emancipação do Intelecto), e, quem se aproxima desta Inteligência com o intuito de contemplá-la e não somente usufruir de seus Incontáveis Poderes, poderá ter neste Deus um Verdadeiro amigo, companheiro, e uma fonte inenarrável de Gnose e avanços em amplos sentidos na vida.


Sigilo de Astaroth segundo a Tradição Anticósmica da Corrente dos 218

“Astaroth Nisa Chenibranbo Calevodium Barzotabrasol!”

Hail Astaroth!

Bibliografia: Wikipédia, a enciclopédia livre, A Chave Menor de Salomão, As Clavículas de Salomão, Bíblia Sagrada – Versão Corrigida e Atualizada, Joy of Satan, MLO (Misantropic Luciferian Order), T.O.T.B.L (Templo of the Black Light) e o Liber Azerate – O Livro do Caos Irado 2002.

 

Bruxo Του Βάαλ – A’ arab Zaraq

Postagem original feita no https://mortesubita.net/demonologia/astaroth-2/

O Caminho Sinistro – Parte 2

Continuação do Post: O Caminho Sinistro – Parte 1

Preparação

Saudações, leitor. Já a partir deste, você encontrará similaridades com o artigo anterior. Nossa caminhada seguirá um padrão monográfico, para otimizar a compreensão e os processos cognitivos envolvidos. Em “Preparação” serão abordados temas introdutórios, ou uma explicação retrospectiva, para que você tenha tempo de abandonar o que estava fazendo anteriormente e conectar-se ao conteúdo. Em “Meta-Percepção” serão abordados jogos e exercícios intuitivos para aprimorar sua capacidade perceptiva no que se refere a coisas que são ditas em um padrão diferente da linguagem direta. Meta-percepção é a habilidade de perceber que está percebendo alguma coisa. E, finalmente, em “Considerações” será proposta uma ideia a ser trabalhada até o próximo passo n’O Caminho Sinistro, além de feitas, se necessárias, observações e explicações pertinentes.

Desde a publicação do primeiro artigo, pessoas próximas têm me perguntado por que optei por uma abordagem tão básica, e a resposta é simples: porque ninguém o faz. A senda sinistra é muito mais complexa do que o satanismo e o luciferianismo jamais serão juntos e há interpretações errôneas e tabus suficientes para induzir o mais atento dos adeptos ao erro. O objetivo desta caminhada inicial é encher os pulmões com uma nova golfada de ar para galgar uma colina, onde poderemos secar o suor à ilharga do braseiro, mas acima de tudo aproveitar a vista privilegiada. Preparado?

Meta-Percepção

Antes de qualquer coisa pare e se pergunte por que você está aqui, lendo isso.

Se você leu atentamente a primeira parte d’O Caminho Sinistro, deve saber que essa pergunta não tem uma resposta correta sequer, apesar de ter várias.

Não se trata da resposta, mas da pergunta, caro leitor.

Há uma máxima contemporânea que diz que feliz é aquele que sabe o que procura, pois o que não sabe, não vê o que encontra. Ao se deparar com a necessidade de saber o motivo de estar aqui, lendo isso, onde você busca os recursos para preencher a lacuna? Há mesmo uma lacuna a ser preenchida? Você “percebe” que a única pessoa a quem precisa realmente responder essa pergunta é a si mesmo? Percebe como isso muda completamente o contexto da pergunta e o universo de respostas? Percebe que, mesmo com a mudança de paradigma, a pergunta ainda carece de resposta?

Talvez a decomposição da proposta simplifique-a: “você está aqui”?

É chamada de propriocepção a capacidade de reconhecer, sem auxilio visual, seu posicionamento no espaço e esta funciona mesmo em nível inconsciente. Quando seu corpo é inclinado lateralmente, o cerebelo ativa o reflexo corretivo, fazendo com que você incline a cabeça para que sua linha de visão se alinhe novamente com o horizonte. Você não apenas está no espaço, como tenta inconscientemente se harmonizar com ele. Da próxima vez que isso acontecer você vai, provavelmente, tentar assumir o controle. Este é um exemplo mais complexo, mas funciona com qualquer função orgânica que normalmente façamos automaticamente, como respirar, contrair ou relaxar um músculo, piscar os olhos e assim por diante. No momento em que você assume o controle consciente de uma função orgânica e pensa ativamente sobre isso, você ganha ciência sobre o espaço que ocupa e começa a ter lapsos sobre como funciona sua própria consciência. Você percebe ativamente que está aí?

Antes de prosseguir pare e se pergunte por que você está aqui, lendo isso.

Panchamakara

No texto anterior conhecemos de forma breve as práticas dos Aghori, praticantes extremistas do Vamachara da linhagem Kapalika; hoje daremos um passo adiante na direção do Tantra sinistro de uma forma geral, para que você esteja definitivamente familiarizado com a origem da doutrina sinistra e, desta forma, possa tanto evitar engodos quanto construir suas próprias impressões sobre a mesma.

Na tradição védica designa-se pelo termo sânscrito “sadhana” qualquer meio espiritual para se alcançar o “moksha”; a libertação do ciclo de renascimento e morte. O Vamachara, ou caminho sinistro, é um sadhana, mas isso não impede que existam outros sadhanas específicos dentro da doutrina. O mais notório deles é o Panchamakara, ou “cinco M”.

Por melhor que o caminho destro tenha tentado adaptar os significados esotéricos dessa prática tradicionalmente sinistra, é difícil transpor todo seu significado sem distorcer a moral no sentido como conhecemos. O princípio básico de prática está na afirmação de Shiva (no Maheshvara Tantra) de que através da paixão é possível transcender. Os “cinco M” são os cinco aspectos envolvidos na união amorosa com a shakti (a mulher, e esta deve sempre ser vista como uma encarnação divina), a saber:

– Madya: Vinho. Transforma e ativa o tattva do ar e simboliza a intoxicação mística causada pelo amor e o néctar divino (amrita), de face feminina e ligada à shakti.

– Mamsa: Carne. Transforma e ativa o tattva do fogo e simboliza a consciência e a contemplação, de face masculina e ligada à Shiva.

– Matsya: Peixe. Transforma e ativa o tattva da água e simboliza a extensão por onde Kundalini ascende e/ou descende sob o controle do pranayama.

– Mudra: Não possui tradução literal, mas no Vamachara representa um companheiro espiritual, guru ou parceiro de sexo tântrico. Os dakshinacharyas, praticantes da mão direita, substituem esse elemento pelo cereal integral ou maltado… pois é. Transforma e ativa o tattva da terra.

– Maithuna: Traduz-se grosseiramente por ato sexual e é o elemento mais mal interpretado do Panchamakara. Obviamente não se refere à relação sexual comum, mas à união entre mente individual e mente cósmica. E, de qualquer forma, a prática tântrica ensina que o bindu (o núcleo manifesto da criação) deve ser preservado, e isto é feito evitando-se o orgasmo. Transforma e ativa o tattva do éter.

Talvez seja difícil imaginar inicialmente, mas o uso literal dos elementos do Panchamakara ajuda o praticante a destruir noções de egoísmo e falsas noções de pureza e são usados na maioria das vezes para recondicionamento mental e/ou para quebrar ciclos de pensamentos ou comportamentos negativos. Lembrando que um rigoroso nível de disciplina é exigido enquanto o praticante envolve-se nesse tipo de atividade sob o risco de incorrerem dependência psíquica e distúrbios orgânicos. Perceba que eu não descrevo o ritual em si; isso é proposital, tendo em vista que nossa caminhada não é doutrinária em sua natureza, mas explicativa. Houve um esforço da minha parte, contudo, para sintetizar o conhecimento sobre cada aspecto para que você mesmo possa fazer suas correlações durante a fase de estudo. Mudra, por exemplo, tem uma forte ligação alegórica com a Shekhinah inferior (Malkuth), daí a discrepância do significado para vamacharyas e dakshinacharyas.

Agora, caro leitor, o convido a fazer uma rápida análise por mera reflexão herética, lembrando que o ritual de Panchamakara tem como objetivo elevar o praticante à condição divina temporária, através da expansão da consciência e do refino pessoal. Onde mais você já viu estes elementos juntos? O vinho (“meu sangue”), o pão (“meu corpo”… agora o cereal faz sentido ao invés de guru?), o peixe e a carne (sobre a mesa) e a comunhão íntima entre corpo e espírito. Eis aí todos os elementos em forma literal. E se algum de vocês quiser entender que “consumir o corpo” do guru não se referia exatamente aos cereais, eu prometo que não vou impedir ninguém, afinal sexo tântrico é uma via de sublimação espiritual. É importante neste momento que vocês considerem, independente de se em forma literal ou alegórica, a possível ironia da incorporação do caminho sinistro à tradição cristã e passem a entender como é especialmente importante o valor da percepção e da interpretação na nossa caminhada.

Tanto a exegese quanto a gematria não apontariam mudança na essência “divina” do rito caso este fosse sinistro e, a bem da verdade, a interpretação literal é inconclusiva. E, não se engane, o desconforto moral que surge em grande parte dos casos não é, nem de perto, um indício real da essência das coisas.

Motivação Intrínseca

Como no artigo anterior, parte do texto será dedicada à origem e explicação da doutrina e parte dedicada a uma análise contemporânea sobre a mesma, desta forma no final de nossa caminhada você terá um apanhado geral sobre passado e presente, causas e conseqüências e, com sorte, teremos um grupo bem instruído.

Por que você faz as coisas que faz? Calma, essa não é uma das perguntas da seção Meta-Percepção. Quando você quer ser o melhor no que faz ou quando faz algo por diversão ou prazer o que o propulsiona em direção ao seu objetivo é a motivação intrínseca. Esse tipo de estímulo tem grande funcionalidade prática, por não depender diretamente da aprovação ou avaliação de terceiros, por facilitar e agilizar o mecanismo de recompensa, mas especialmente por não gerar quantias consideráveis de tensão e ansiedade.

No que se refere ao ocultismo sinistro, o comportamento ativado por recompensas internas deveria ser regra, mas a realidade está mais próxima do extremo oposto, pelo menos para a maioria, e aqui reside um problema que devemos evitar.

Motivação Extrínseca

Toda vez que você faz algo esperando uma recompensa, tangível (dinheiro, presentes) ou intangível (elogios, reconhecimento), aquilo que o propulsiona em direção ao seu objetivo é alheio a você. E se você pensar por um instante, simplesmente não faz sentido qualquer ato oculto cujo benefício não possa ser “recebido” diretamente através de si mesmo.

[IMPORTANTE] Se você não pode gerar e manter uma coisa que deseje com seus próprios recursos, não tente consegui-la através das artes ocultas. Nunca. Essa não é a função de absolutamente nenhuma doutrina sinistra. A evocação goética (que, por falar nisso, é um rito essencialmente do caminho da mão direita, como a quase totalidade do que tange a demonologia) é extremamente nociva sem um profundo conhecimento prévio e prática de teurgia. Absolutamente nenhum pacto favorece o contratante, e é mais fácil Mefistófeles executar o contrato do que Fausto encontrar outro Eterno Feminino que por ele interceda. Estude. Trabalhe. Tenha relações edificantes. Apenas o mérito constrói o êxito. Você foi avisado.

Portanto o principal erro, e também o mais comum, dos iniciantes no caminho sinistro é usar um fator extrínseco como motivação. Há os que querem grandes quantidades de dinheiro, sexo fácil, poder (sem conhecer sua definição exata, confundindo às vezes com arrogância, prepotência e pedantismo), atenção (esses são incontáveis), opor-se ao status quo ou alguma organização ou entidade específica por rebeldia e há ainda os que simplesmente buscam aceitação de algum grupo. É muito provável que você conheça alguém com motivações assim, elas existem nos dois caminhos, mas são uma praga particularmente persistente no caminho sinistro e, se você for uma dessas pessoas e ainda estiver aqui lendo isso, reavalie-se.

Em um contexto mais refinado, mas ainda no campo da motivação extrínseca, há casos de pessoas que buscam o caminho sinistro para desenvolver ou treinar traços da personalidade que não possuem. Um ESTJ (extrovertido, sensorial, racional e juiz, na escala Myers-Briggs) acredita que pode tornar-se um INTJ (introvertido, intuitivo, racional e juiz). Ou um “azul” (na escala Taylor Hartman) acredita que pode tornar-se um “vermelho” apenas porque entende o estereótipo desta forma. É realmente necessário apontar a futilidade aqui?

São estes tipos de motivação (ou falta dela) que diluíram ou apagaram totalmente os conceitos tântricos originais, desaparecendo com boa parte da metodologia e da disciplina mental no caminho sinistro moderno, que hoje é em grande parte “inventado” com base no humor do praticante. Desnecessário dizer que isso o deixa suscetível ao delírio e à paranóia, tanto astral quanto mundano, justamente pela falta de disciplina e perspectiva. O circo de horrores que você provavelmente conhecia não é o caminho sinistro. Não é sequer um caminho. É a fossa.

Considerações

Como os passos foram largos, a reflexão não vai exigir menos, caro leitor.

Na nossa realidade densa, o convido a analisar com carinho as suas e as motivações daqueles que o cercam. Note que eu não digo julgar, eu digo analisar. Tente perceber as pequenas molas invisíveis movendo as pessoas o tempo todo. Elas podem te ajudar a ter uma relação muito mais honesta com a sua Vontade. Em realidades mais sutis, o convite é mais complexo, mas igualmente gratificante. Teste-se em relação ao seu conforto moral. Parece simples, mas não é. Da mesma forma que ilustrei a Santa Ceia como rito sinistro sem alterar sua essência “divina”, tente experimentar com o componente moral dos conceitos e doutrinas que conhece (lembrando que nada viabiliza nem justifica comportamento criminal) e se pergunte se, honestamente, isso modifica suas essências.

Neste segundo artigo eu aprofundei um pouco a nossa relação, antecipando o formato que você deve esperar, fazendo colocações ligeiramente mais pessoais e delineando mais claramente aspectos de ocultismo, mas sobre este último assunto eu adianto que só vamos tratar o estritamente necessário para que, neste primeiro momento, você seja capaz de construir suas próprias opiniões e argumentos sobre o que seja, de fato, o caminho sinistro.

Mantive o formato condensado para não ficar cansativo, mas todos os termos e assuntos tratados no artigo continuam sendo de fácil pesquisa para aqueles que tiverem interesse em se aprofundar em qualquer um deles.

Espero que a caminhada continue sendo agradável; obrigado pela companhia.

Até breve.

#LHP

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-caminho-sinistro-parte-2

A Maçonaria Paládio: A Farsa de Léo Taxil

A fraude de Taxil foi uma farsa de exposição de 1890 por “Léo Taxil” destinada a zombar não apenas da Maçonaria, mas também da oposição da Igreja Católica a ela.

Léo Taxil e a Maçonaria:

Léo Taxil era o pseudônimo de Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand-Pagès, que havia sido acusado anteriormente de difamação em relação a um livro que escreveu chamado The Secret Loves of Pope Pius IX (Os Amores Secretos do Papa Pio IX). Em 20 de abril de 1884, o Papa Leão XIII publicou uma encíclica, Humanum genus (O Gênero Humano), que dizia que a raça humana era:

“[…] separada em duas partes diversas e opostas, das quais uma defende firmemente a verdade e a virtude, a outra daquelas coisas que são contrárias à virtude e à verdade. Um é o reino de Deus na terra, ou seja, a verdadeira Igreja de Jesus Cristo… O outro é o reino de Satanás… Neste período, no entanto, os partidários do mal parecem estar se unindo e sendo lutando com veemência unida, liderados ou assistidos por aquela associação fortemente organizada e difundida chamada Maçons.”

Após esta encíclica, Taxil passou por uma conversão pública fingida ao catolicismo romano e anunciou sua intenção de reparar o dano que havia causado à verdadeira fé.

O primeiro livro produzido por Taxil após sua conversão foi uma história da Maçonaria em quatro volumes, que continha testemunhas oculares fictícias de sua participação no Satanismo. Com um colaborador que publicou como “Dr. Karl Hacks”, Taxil escreveu outro livro chamado Le Diable au XIXe siècle (O Diabo no Século XIX), que introduziu um novo personagem, Diana Vaughan, uma suposta descendente do alquimista rosacruz Thomas Vaughan. O livro continha muitos contos sobre seus encontros com demônios encarnados, um dos quais deveria ter escrito profecias em suas costas com sua cauda, ​​e outro que tocava piano na forma de um crocodilo.

A chamada “Diana Vaughan”, vestida como “Inspetora Geral do Paládio”. Fotografia de Van Bosch, publicada no livro Memoirs of a Perfect, Initiated, Independent Ex-Palladist (Memórias de uma Perfeita, Iniciada e Independente Ex-Paladista, 1895)

Diana estava supostamente envolvida na Maçonaria Satânica, mas foi redimida quando um dia ela professou admiração por Joana d’Arc, em cujo nome os demônios foram postos em fuga. Como Diana Vaughan, Taxil publicou um livro chamado Eucharistic Novena (Novena Eucarística), uma coleção de orações que foram elogiadas pelo Papa.

Os Paladistas:

Na fraude de Taxil, os Paladistas eram membros de um suposto culto satanista teísta dentro da Maçonaria. De acordo com Taxil, o Paladismo era uma religião praticada dentro das mais altas ordens da Maçonaria. Os adeptos adoravam Lúcifer e interagiam com demônios.

Em 1891 Léo Taxil (Gabriel Jogand-Pagès) e Adolphe Ricoux afirmaram ter descoberto uma Sociedade Paladiana. Um livro francês de 1892, Le Diable au XIXe siècle (O Diabo no Século 19″, 1892), escrito por “Dr. Bataille” (na verdade o próprio Jogand-Pagès) alegou que os Paladistas eram satanistas com sede em Charleston, Carolina do Sul, liderados pelo maçom americano Albert Pike (autor do famoso Morals and Dogma) e criados pelo patriota e autor liberal italiano Giuseppe Mazzini.

Arthur Edward Waite, desmascarando a existência do grupo em Devil-Worship in France, or The Question of Lucifer (Adoração ao Diabo na França, ou A Questão de Lúcifer), cap. II: “The Mask of Masonry (A Máscara da Maçonaria)” (Londres, 1896), relata de acordo com “os trabalhos de Domenico Margiotta e Dr. Bataille” que “[a] Ordem de Paládio fundada em Paris 20 de maio de 1737 ou Sovereign Council of Wisdom (Soberano Conselho da Sabedoria)” foi um “Ordem diabólica maçônica”. Dr. Bataille afirmou que as mulheres seriam supostamente iniciadas como “Companions of Penelope (Companheiras de Penélope)”. Segundo o Dr. Bataille, a sociedade tinha duas ordens, “Adelph (Adelfo)” e “Companion of Ulisses (Companheiro de Ulisses)”; no entanto, a sociedade foi desmembrada pela aplicação da lei francesa alguns anos após sua fundação. Uma suposta Diana Vaughan publicou Confessions of an Ex-Palladist (Confissões de uma Ex-Paladista) em 1895.

Confissão:

Em 19 de abril de 1897, Léo Taxil convocou uma entrevista coletiva na qual, segundo ele, apresentaria Diana Vaughan à imprensa. Na conferência, em vez disso, ele anunciou que suas revelações sobre os maçons eram fictícias. Ele agradeceu ao clero católico por sua ajuda em dar publicidade às suas reivindicações selvagens.

A confissão de Taxil foi impressa, na íntegra, no jornal parisiense Le Frondeur, em 25 de abril de 1897, intitulada: Twelve Years Under the Banner of the Church, The Prank Of Palladism. Miss Diana Vaughan–The Devil At The Freemasons. A Conference held by M. Léo Taxil, at the Hall of the Geographic Society in Paris (Doze Anos sob a Bandeira da Igreja, a Fraude do Paladismo. Senhorita Diana Vaughan – O Diabo nos Maçons. Conferência realizada por M. Léo Taxil, no Salão da Sociedade Geográfica em Paris).

O material falso ainda é citado até hoje. O tratado da Chick Publications, The Curse of Baphomet (A Maldição de Baphomet), e o livro de Randy Noblitt sobre abuso ritual satânico, Cult and Ritual Abuse (Culto e Abuso Ritual), ambos citam as alegações fictícias de Taxil.

O escritor cristão William Schnoebelen, em seu livro, Lúcifer Destronado, apresenta certificados nos quais consta que ele foi membro de uma “Ordem do Paládio”, o que mostra sua dependência das obras de Léo Taxil. O autor apresenta um “Pirâmide Ocultista” que tem na base a Loja Azul da Maçonaria, Rito Escocês e o Rito de York da Maçonaria, The Shrine, o Grau de Soberano Grande Inspetor-Geral (33º Grau), o Supremo Conselho dos Soberanos Grandes Inspetores-Gerais, A Ordem do Trapezoide, Antigo e Primitivo Rito (97 Graus), Ordo Templo Orientis (O.T.O.), A Ordem Paládio, A Ordem Illuminatti, Os 9 “Desconhecidos”, Os Sete (“Demônios”, com o ápice no T.G.A.T.U. (“O Grande Arquiteto do Universo”, Ain Soph Aur, que ele identifica com Lúcifer), mas esse escritor e as bizarrices contidas em suas obras são assuntos para um outro artigo.

Uma Entrevista Posterior com Taxil:

Na revista National Magazine, an Illustrated American Monthly, Volume XXIV: abril – setembro de 1906, páginas 228 e 229, Taxil é citado como dando suas verdadeiras razões por trás da farsa. Dez meses depois, em 31 de março de 1907, Taxil morreu.

Os membros das ordens maçônicas entendem a falsa exposição acumulada sobre essa organização nas guerras antimaçons. A Igreja Católica e muitas outras ordens religiosas foram vítimas desses ataques semiescritos e muitas vezes venenosos. A confissão de Taxil, o livre-pensador francês, que primeiro expôs os católicos e depois os maçons, faz uma leitura interessante sobre a situação atual hoje. Motivos semelhantes acionam alguns dos “ancinhos” de hoje, como indicado na seguinte confissão:

“O público me fez o que sou; o arquimentiroso da época”, confessou Taxil, “pois quando comecei a escrever contra os maçons meu objetivo era diversão pura e simples. Os crimes que dei à sua porta eram tão grotescos, tão impossíveis, tão amplamente exagerados, que pensei que todos veriam a piada e me dariam crédito por originar uma nova linha de humor. Mas meus leitores não aceitaram; eles aceitaram minhas fábulas como a verdade do evangelho, e com o propósito de mostrar que eu menti, mais convencidos ficaram de que eu era um modelo de veracidade.”

“Então me ocorreu que havia muito dinheiro em ser um (Barão de) Munchausen do tipo certo, e por doze anos eu dei a eles quente e forte, mas nunca muito quente. que escrevia profecias nas costas de Diana com a ponta do rabo, às vezes eu dizia a mim mesmo: ‘Espere, você está indo longe demais’, mas não o fiz. Meus leitores até aceitaram com carinho a história do diabo que, em ao se casar com um maçom, transformou-se em crocodilo e, apesar do baile de máscaras, tocava piano maravilhosamente bem.”

“Certo dia, ao dar uma palestra em Lille, disse à plateia que acabara de ter uma aparição de Nautilus, a mais ousada afronta à credulidade humana que eu havia arriscado. Mas meus ouvintes nunca viraram um fio de cabelo. “Ouça, o médico viu Nautulius”, disseram eles com olhares de admiração. Claro que ninguém tinha uma ideia clara de quem era Nautilus, eu não tinha, mas eles presumiram que ele era um demônio.”

“Ah, as noites alegres que passei com meus colegas autores inventando novas tramas, novas, inauditas perversões da verdade e da lógica, cada uma tentando superar a outra na mistificação organizada. Achei que ia me matar de rir de algumas coisas propostas, mas deu tudo certo; não há limite para a estupidez humana”.

A Citação Luciferiana:

Uma série de parágrafos sobre Lúcifer são frequentemente associados à farsa de Taxil. Eles leem:

“O que devemos dizer ao mundo é que adoramos um deus, mas é o deus que se adora sem superstição. A vós, Soberanos Grandes Inspetores Gerais, dizemos isto, para que o repitais aos irmãos dos graus 32, 31 e 30: A Religião Maçônica deve ser, por todos nós iniciados dos graus superiores, mantida na Pureza da doutrina luciferiana. Se Lúcifer não fosse Deus, Adonay e seus sacerdotes o caluniariam?

Sim, Lúcifer é Deus, e infelizmente Adonay também é deus. Pois a lei eterna é que não há luz sem sombra, nem beleza sem feiura, nem branco sem preto, pois o absoluto só pode existir como dois deuses; sendo a escuridão necessária para que a luz sirva de contraste, como o pedestal é necessário para a estátua, e o freio para a locomotiva…

Assim, a doutrina do satanismo é uma heresia, e a verdadeira e pura religião filosófica é a crença em Lúcifer, igual a Adonay; mas Lúcifer, Deus da Luz e Deus do Bem, está lutando pela humanidade contra Adonay, o Deus das Trevas e do Mal.”

Embora esta citação tenha sido publicada por Abel Clarin de la Rive em seu Woman and Child in Universal Freemasonry (A Mulher e a Criança na Maçonaria Universal), ela não aparece nos escritos de Taxil propriamente, embora seja originada em uma nota de rodapé de Diana Vaughan, a criação de Taxil.

Na Cultura Popular:

Os Paladistas são o nome da sociedade satanista de Greenwich Village no filme de Val Lewton, A Sétima Vítima (1943).

Os Paladistas desempenham um papel importante na última parte do romance de Umberto Eco, O Cemitério de Praga (2011).

***

Principal fonte:

Melior, Alec (1961). “A Hoaxer of Genius-Leo Taxil (1890-7)”. Our Separated Brethren, the Freemasons. trans. B. R. Feinson. London: G. G. Harrap & Co. pp. 149–55.

***

Revisão final: Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/satanismo/a-maconaria-paladio-a-farsa-de-leo-taxil/