A Grande Fraternidade Branca

Em termos de Sociedade Secreta não há registro de nada mais antigo nem mais secreto-secretíssimo do que a Grande Fraternidade Branca ─ ou Grande Loja Branca: seus integrantes, afinal, são invisíveis e atemporais. Dela se diz que sua regência sobre a evolução das criaturas humanas terrenas remonta à Terceira Raça Raiz ─ ou seja, a Fraternidade Branca atua neste globo desde as extintas civilizações Lemuriana [a Terceira] passando pela civilização Atlante e chegando à atual, a civilização do auto-denominado homo sapiens, Quinta Raça Raça Humana, ponto extremo inferior da curva evolutiva.

18 milhões de anos! Considerando tal longevidade e analisando a cronologia dos Brâmanes [veja box abaixo] conforme da Doutrina Secreta, essa Grande Fraternidade Branca deve estar atuando nos destinos humanos há pelo menos 18 milhões de anos! quando, segundo os teósofos,  a Humanidade atual, a Quinta Raça Humana, começou a se manifestar.

Cronologia dos Brâmanes

Idade deste Sistema Planetário-Solar [em 2009]
Idade do Surgimento da Primeira Raça Humana [etérea]
Idade da Humanidade Atual ─ Quinta Raça Humana
Duração do Kali-Yuga, Era atual
Tempo de KaliYuga já transcorrido [em 2009]

1 bilhão 995 milhões 884 mil 809 anos
1 bilhão 644 milhões 501 mil 109 anos
18 milhões 618 mil 728 anos
432 mil anos
5 mil 111 anos

Fonte: BLAVATSKY, 2001

Para muitas Sociedades Secretas, a Grande Fraternidade Branca é uma espécie de modelo hierárquico, doutrinário e ideológico invisível. Muitas dessas sociedades, mais ou menos antigas, reivindicam o posto de representantes fiéis dos Mestres Espirituais neste mundo material:

Segundo abalizados autores, a Loja Branca é uma poderosa Fraternidade ou Hierarquia de Adeptos cujas colunas mestras são o Amor e a Sabedoria [estrutura da qual] uma Loja maçônica é uma miniatura simbólica. …Essa Fraternidade vela pela humanidade e através dos séculos vem guiando sua evolução e governando internamente [secretamente] os negócios do nosso globo. [FIGUEIREDO, 1899 ─ p 225]

Durante os séculos XVIII, XIX, XX e mesmo hoje, no século XXI, quando o interesse nas tradições ocultistas era [e ainda é] tão intenso quanto o entusiasmo pela ciência objetiva, Teósofos e outros esotéricos revelaram a Grande Loja Branca como um Colégio, um Conselho de Mestres responsáveis pela preservação da Sabedoria e pela orientação da evolução da Humanidade deste planeta. De acordo com essa revelação, os Mestres da Grande Loja Branca são os verdadeiros governantes deste mundo; são guias dos Homens ao longo do processo de desenvolvimento espiritual.

Estudos e ensaios teosóficos descrevem com detalhes a organização interna dessa Fraternidade transcendental. Seu líder e considerado o Senhor do Mundochama-se Sanat Kumara. Na hierarquia da Fraternidade, o segundo mestre é Gautama [príncipe Sidarta Gautama, o Buddha Sakyamuni ─  [vida terrena situada entre 563-483 a.C.] ─ o Buda da Raça Humana atual, [a Quinta]. A estes Mestres seguem-se muitos outros, menos graduados, entre manus, bodhisatvas [corpos de Sabedoria], Cohans, Maha-cohans, mestres de Raios!  e toda uma corte de seres supra-humanos, metafísicos e sobretudo, ocultos, inacessíveis aos sentidos e meios físicos, misteriosos.

Quanto à fonte de Todo esse conhecimento, sobre esta suposta Irmandade que interage com o mundo humano-terreno a partir de uma outra dimensão existencial, essas informações foram obtidas, segundo os ocultistas informantes, por meio da paranormal faculdade da clarividência [portanto é um conhecimento que pertence á categoria Acredite se quiser] ─ [GREER, 2003 ─ p 209]. Todavia, não é bem assim; o fato é que a Grande Fraternidade Branca é uma idéia que tem um precursor histórico.

Origem da Idéia

A idéia de uma organização secreta de místicos iluminados, guias do desenvolvimento espiritual da raça humana, foi apresentada pela primeira vez no século XVIII [anos 1700] por Karl von Ekartshausen [1752-1803], escritor, filósofo, místico alemão, no livro The Cloud Upon the Sanctuary [A Nuvem Sobre o Santuário] publicado depois da morte do autor, em 1802.

Na concepção de Ekartshausen estes místicos, que formam um Conselho da Luz, eram [ou são] Espíritos que permanecem ativos em relação à Terra mesmo depois depois da morte física neste planeta. O autor propõe, então, que se promova uma comunhão entre vivos e mortos, unindo a idéia cristã da Comunhão dos Santos com as Sociedades Secretas Ocultistas, místicas ou mágicas, como os Rosa-cruzes e os Illuminatti.

Durante o século XIX ocultistas de diferentes linhas de pensamento se encarregaram de enriquecer, alimentar e difundir a crença nessa Irmandade. Entre esses difusores, destacam-se: os Teósofos, como Alfred Percy Sinnet [1840-1921, autor de Mahatma Letters, ou cartas de Mahatmas, mestres espirituais], Helena Petrovna Blavatsky [1831-1891], C. W. Leadbeater [1854-1934], Alice Bailey [1880-1949], Helena Roerich [1879-1955]; Guy Balard, [1878-1939], pseudônimo de Godfré Ray King, fundador do movimento Eu Sou, transmissor na Terra dos ensinamentos transcendentais do Conde de Saint-Germain, personagem misterioso do ocultismo ocidental, um dos Iluminados da Fraternidade Branca ou, como também são chamados esses mestres invisíveis, um mestre ascencionado [CABUS, 2008].

Os teósofos foram um dos primeiros a atribuir sua doutrina, seus ensinamentos a esse Colegiado de Adeptos. Em Isis Unveiled [Isis Sem Véu] H.P. Blavatsky refere-se a estes Guias como Mestres da Irmandade Oculta ou Mahâtmas [Grande Espírito] e afirma que não somente encontrou pessoalmente esses Adeptos com também, durante toda a sua vida, manteve com eles comunicações regulares através de poderes telepáticos, incorporações, como os mediuns espíritas fazem com espíritos desencarnados ou, ainda, por deslocamentos do corpo astral.

A expressão Grande Irmandade Branca [white brotherhood] começou a ser usada depois da publicação de The Masters and The Path [Os Mestres e O Caminho] de C. W. Leadbeater, 1925. Desde então o título Grande Irmandade Branca tornou-se o preferido nas referências a essa comunidade de Adeptos Iluminados.

Os ocultistas ocidentais também costumem se referir à Irmandade com Grande Loja Branca, denominação que parece indicar que esses ocultistas idealizam esse Colégio de Sábios, como uma sociedade hierárquica, com estrutura semelhante às sociedades secretas iniciáticas terrenas.

Inúmeras Sociedades ocultistas reclamam para si a condição de verdadeiras representantes da Grande e invisível Irmandade Branca. Até Aleister Crowley [1875-1947], com sua fama auto-proclamada de perversa besta, chegou a insinuar que sua Astrum Argentum era diretamente ligada aos bondosos Mestres Ascensos.

Mestres Ascensos e Doutrina do EU SOU

Em 1934, Guy Ballard [1878-1939], um engenheiro norte-americano, que alegava ter tido uma revelação em 1930, no Mt. Shasta ─ Califórnia, publicou Unveiled Mysteries onde refere-se à Irmandade Branca como um Conselho ou Colegiado de Mestres Ascensos.

Ballard afirma que esteve frente a frente com o lendário Conde de Saint-Germain. O Conde seria um desses Mestres Ascensos que encarnou voluntariamente na Terra em diferentes períodos da História sempre usando, ostensivamente, a mesma identidade, de Conde de Saint-Germain, intrigando gerações que envelheceram enquanto o misterioso personagem permanecia jovem.

Mestre Saint-Germain transmitiu a Ballard os ensinamentos da Doutrina EU SOU, muito difundida através de um livrinho precioso chamado O Livro de Ouro de Saint-Germain. Precioso porque, com certeza, a pequena obra é origem e fundamento de praticamente todas as técnicas de auto-ajuda, em cujo cerne repousa a velha e boa reprogramação comportamental com base na neuro-lingüística, tão em moda nas últimas cinco décadas [desde os anos de 1960, no mínimo ─ CABUS, 2008].

Sincretismo & Mestres Ascensos

Depois de tantas revelações e tantos reveladores, a Grande Fraternidade Branca chegou à segunda metade do século XX [a partir dos anos de 1950] envolta em doutrinas sincréticas, que misturavam ensinamentos de várias vertentes místico-religiosas: cristianismo esotérico, gnose, teosofia, budismo e doutrinas outras entre exóticas e fantasiosas. Essas Irmandades terrenas que se dizem representantes da verdadeira White Brotherhood proliferam em todo o mundo adotando diferentes denominações.

O conceito do Colegiado de Mestres Ascensos enfatizado por Guy Ballard obteve enorme aceitação entre esotéricos da Nova Era [New Age] resultando na formação de numerosas irmandades, fraternidades, sociedades, muitas delas fazendo absoluta questão de serem legítimos rosa-cruzes, outras, proclamando-se profetas contemporâneos guiados pelos Ascencionados.

O elenco ou lista desses Ascencionados, não é um consenso e cada organização tem lá suas preferências embora alguns personagens de elite, conhecidos do grande público, sejam comuns a todas elas: Jesus, Maria mãe de Jesus, Buda Sakyamuni, qchamam familiarmente Gautama quando o próprio Buda Sakyamuni renunciou ao seu nome de família nobre e, mais recentemente, até o desencarnado papa João Paulo II foi admitido na equipe dos Mestres Ascencionados!

Oh! Raios!

Outros destacados Mestres Ascensos, mais ou menos famosos, fazem são nomeados e até suas imagens, desenhadas, aparecem em suas fichas. São alguns deles:  El Morya, Hilarion, classificados como cohans ou seja, Mestres do Raio: Kuthumi [que foi popularizado pela Teosofia], Mestra Nada [que tem sido identificada com Maria de Nazaré], Maytreya, Palas Atena [aquela mesma, da mitologia grega] entre outros menos famosos.

O Raio, na verdade, ao menos sete deles, são emanações energéticas diferentes, cada uma sob o domínio de um Mestre do Raio. Esses raios têm uma cor terapêutica própria e comunicam aos que os recebem ou invocam diferentes virtudes. Esses mestres atuam sob a liderança de um superior, o Maha-Cohan.

O cargo não é eterno e, no momento, segundo os teóricos da Summit Lighthouse, [Cúpula da Casa da Luz], uma das incontáveis organizações que se apresentam como verdadeiros representantes da White Brotherhood, o lugar é ocupado por um conhecido personagem histórico: Aquele que atualmente ocupa o cargo de Maha-Chohan esteve encarnado como o poeta cego Homero! ─ cujos poemas épicos, a Ilíada e a Odisséia, incluem sua chama gêmea, Palas Atena!, como personagem central. A Summit Lighthouse define a Irmandade:

A Grande Fraternidade Branca é uma ordem espiritual de santos do Ocidente e de adeptos do Oriente, que se reuniram ao Espírito do Deus vivente, e da qual fazem parte as hostes celestiais. Eles transcenderam os ciclos de carma e renascimento e ascenderam para essa realidade superior, que é a eterna morada da alma… A palavra “branca” não se refere à raça, mas à aura de luz branca que circunda esses seres. [SUMMIT LIGHT HOUSE]

Endereço! ─ Onde Fica a Sede da Grande Fraternidade Branca

Para chegar à sede da Grande Fraternidade Branca é necessário: 1. ou morrer em santidade; 2. ou aprender a sair do corpo e visitar pessoalmente os Mestres, se os Mestres quiserem receber você. Isso porque, como já foi esclarecido, a Grande Fraternidade Branca é invisível e sua sede está situada em um não-lugar terreno; em um plano outro de existência [outro plano ontológico, de Ser], em outra dimensão, em alguma dobra das curvas do Universo.

Todavia, essa mansão sem endereço topográfico tem sua localização etérica que, eventualmente, tem seus pontos de referência geográficos. Mas não há consenso entre os ocultistas: para alguns, a morada dos Mestres fica em uma dimensão transcendental situada no Deserto de Gobi.

O Deserto de Gobi, que ocupa territórios da Mongólia e da China, em tempos arcaicos, teria sido um mar e a cidade dos Ascensos ficava às margens deste mar. O mar foi engolido pelas convulsões geológicas do planeta porém, no mesmo lugar, existiria, ainda, a ilha sagrada dos Mestres, que os sentidos meramente físicos dos humanos não podem perceber. Diz a lenda que o local permanece oculto graças aos poderes sobrenaturais de seus habitantes; e protegido pela vigilância de seres encantados.

Outra possível localização dessa Morada dos Mestres seriam os subterrâneos da cordilheira dos Himalaias, entre o Tibete e o Nepal. Nesse caso, não é uma cidade invisível; antes, é uma sede oculta. Uma terceira hipótese, supõe que os Iluminados estão onde sempre estiveram desde o início dos tempos: no único ponto imutável do planeta [segundo os teósofos], o Pólo Norte, na região diretamente alinhada com a estrela chamada Ursa Polar. Ali habitariam seres remanescentes da Primeira Raça Humana, os Sombras, os Arûpa, os Sem-Corpos [materiais densos]; e também os sábios de todas as outras quatros Raças que vieram depois. Entre estes, destacam-se os magos brancos da Atlântida.

Finalmente, existe a versão dos Mestres Invisíveis que vivem não nos subterrâneos mais superficiais, mas nas entranhas do mundo, em uma cidade mítica sobre a qual há controvérsias. A idéia mais aceita implica na admissão não de um, mas de dois Colegiados de seres superiores e rivais. Os mestres da mão direita, magos brancos, teriam se instalado no reino de Agharta, ao norte, no interior deste planeta. Estes trabalham pela evolução da Humanidade.

Os mestres da mão esquerda, magos negros, seriam os fundadores moradores de Shambala, que ou são indiferentes ao destino dos Homens ou não se importam em, eventualmente, promover a desgraça desta Quinta Raça Humana. Nesta hipótese, tanto os Magos brancos quanto negros seriam os últimos descendentes/sobreviventes da civilização Atlante e, somente escaparam das enchentes e terremotos porque souberam previamente da iminência da tragédia graças aos seus poderes de clarividência.

Fraternidade Branca: O que Dizem os Místicos

Muitos ocultistas escreveram sobre essas Entidades, Seres, Mestres que governam o mundo por meios insidiosos e agentes secretos, pelo bem ou pelo mal da Humanidade. Eis alguns comentários e revelações sobre aquela que deve ser a mais antiga das Sociedades Secretas da História desta e de todas as Humanidades que já existiram na Terra:

H. P. Blavatsky [1831-1891] ─  Quando a Quinta Raça [atual] estava ainda em sua infância, o Dilúvio alcançou a Quarta Raça, Atlante [que eram gigantes comparados ao homo sapiens]… Somente [um] punhado de eleitos, cujos instrutores divinos tinham ido habitar a Ilha Sagrada [no deserto de Gobi] – de onde virá o último Salvador – impediu que metade da Humanidade se convertesse em exterminadora da outra metade. …Os Adeptos e Sábios moram em habitações subterrâneas, geralmente sob construções piramidais existentes nos quatro cantos do mundo. …Os Senhores da Sabedoria trouxeram frutas, grãos de outras esferas, para benefício da Raça que eles governavam. O primeiro uso do fogo, a domesticação de animais, o plantio dos cereais e das ervas foram conhecimentos transmitidos pela Hoste Santa. [BLAVATSKY, 1899]

O Colégio dos Sábios Segundo Gurdjieff [1860/1872?-1949] ─ Setenta gerações antes do último dilúvio [e cada geração valia por cem anos]… no tempo em que o mar estava onde hoje está a terra e a terra, onde hoje está o mar – existia uma grande civilização, cujo centro era a ilha Hannin. Os únicos sobreviventes desse dilúvio [o dilúvio ao qual o autor se refere é o que aparece no relato sumério-mesopotâmica de Gilgamesh] tinham sido alguns membros de uma confraria [irmandade] denominada Imastun que representava, por si só, toda uma casta.

Esses Irmãos Imastun estavam, antigamente, espalhados por toda a Terra, mas o centro de sua confraria permanecia nessa ilha. Esses homens eram sábios. Estudavam, entre outras coisas, a astrologia e foi para poder observar os fenômenos celestes sob ângulos diferentes que, pouco antes do dilúvio tinham se dispersado por todo o globo. Mas qualquer que fosse a distância, às vezes considerável, que os separasse, permaneciam em comunicação entre si, bem como com o centro de sua comunidade, que mantinham ao corrente de suas pesquisas por meios telepáticos. [GURDJIEFF, 2003- ─ p 44]

Peter Deunov ─  [1864-1944] Gnóstico búlgaro, mestre espiritual fundador da School of Esoteric Christianism, [chamado por seus discípulos de Master Beinsa Douno] refere-se a essa organização como Universal Brotherhood [Irmandade Universal]. Ao ser excomungado em julho de 1922, defendeu a Irmandade: Existe apenas uma Igreja no mundo mas a Universal Brotherhood está além das Igrejas, é mais que Igrejas. Mais elevado que a Universal Brotherhood, somente o reino do Céus [o Paraíso].

C. W. Leadbeater [1854-1934, teósofo] ─ Desde sempre existe uma Irmandade de Adeptos [Brotherhood of Adepts], The Great White Brotherhood [Grande Irmandade Branca]; desde sempre existiram Aqueles que sabiam, Aqueles que possuíam [essa] sabedoria secreta, e nossos Mestres estão entre os atuais representantes dessa poderosa linhagem de Profetas e Sábios. Durante incontáveis Eons Eles têm preservado O Conhecimento.

Atualmente, parte desse Conhecimento está ao alcance de qualquer um, aqui, no plano físico, [no corpo da chamada Doutrina Secreta revelada pela Teosofia]. O próprio Mestre Kuthumi disse uma vez, sorrindo, que quando alguém fala da grande mudança que o conhecimento teosófico trouxe à sua vida, Ele reflete: Sim, mas nós somente levantamos uma pequena ponta do véu [LEADBEATER, 1925].

A Grande Fraternidade Branca é uma organização diferente de qualquer outra no mundo. Alguns a descrevem, ou imaginam, como uma irmandade Himalaica ou tibetana que reúne ascéticos indianos em algum tipo de monastério situado em algum ponto inacessível de uma montanha. [Mas não é assim, os Irmãos pertencem, muitas vezes, a outras esferas, outros globos; outros são desencarnados terrenos e não habitam, necessariamente, um lugar físico]. Esse Grandes Espíritos pertencem a duas categorias: aqueles que mantêm um corpo físico e os que não mantêm. Esses últimos são chamados Nirmanakayas. Os Nirmanakayas mantêm a si mesmos em um estado de ser intermediário entre o mundo-terreno e o Nirvana. Dedicam todo o seu tempo e energia para a geração de força espiritual benéfica para Humanidade [LEADBEATER, 1996]

Koot’ Hoomi Lal Sing [1880, mestre ascenso] ─ A verdade sobre nossas Lojas e sobre nós mesmos… os Irmãos, sobre os quais todos ouvem falar e poucos vêem, são entidades reais, e não ficções criadas como alucinações por um cérebro em desordem. [Apud SINNETT, 1926]

Trevor Barker [teósofo] ─ Entre os estudiosos da Teosofia e Ocultismo é bem conhecido o fato de que a doutrina e a ética apresentadas ao mundo pela Sociedade Teosófica, durante os 16 anos depois de de sua fundação, em 1875, são conhecimentos ministrados por Mestres do Oriente pertencentes a uma Irmandade Oculta que vive no Trans-Himalaia Tibetano. Blavatsky, que tinha esses sábios como mestres, afirmava não somente a existência da Irmandade, mas dizia que, durante sua estada no Tibete, tinha recebido pessoalmente, destes mestres, treinamento, ensinamentos e instruções [BARKER, 1926]

Wouter J. Hanegraaff[Grande Fraternidade Branca & Jesus] ─ Segundo o clarividente Edgar Cayce [1877-1945], os Essênios foram representantes da Grande Fraternidade Branca, ativos na Palestina no tempo de Jesus. Seu principal centro não era em Quram, mas no Monte Carmelo, lugar associado ao profeta Elias, outro iniciado, membro da Fraternidade. …Antes do nascimento de Jesus, os essênios souberam e prepararam seu advento. Chamavam-no o Velho Irmão. Acreditava-se que Ele foi o primeiro ser humano a completar o desenvolvimento espiritual. Aquele mesmo Jesus que viria como Messias tinha vivido muitas vidas neste planeta: Adão, Enoch, Melchizedek, José do Egito.

Preparando a chegada ou encarnação do mestre, os essênios selecionaram várias jovens; uma delas seria a mãe do Messias. Essas candidatas a Mãe do Salvador eram educadas no Monte Carmelo. Maria foi escolhida por um anjo. No episódio da Fuga Para o Egitoos essênios providenciaram que a Sagrada Família chegasse ao seu destino em segurança. Ao longo de toda sua vida até o momento em que começou seu ministério público, Jesus foi treinado por mestres da Grande Fraternidade Branca. Depois dos sete anos passados no Egito, o menino foi levado à Índia, onde ficou por três anos; depois, Pérsia voltando à Judéia na ocasião da morte de seu tutor terreno, José. [HANEGRAAFF, 1996]

George D. Chryssides─ A Grande Fraternidade Branca é um grupo de seres espirituais que vivem, existem em um espaço paralelo ao mundo físico humano. Essa Fraternidade é liderada por um Senhor do Mundo que preside uma hierarquia de mestres que inclui o Buda Sakyamuni, o mestre Maiterya, o mestre Morya e Mestre Koot Hoomi. Alguns desses mestres são pessoas desencarnadas, outros, pertencem a uma mitologia religiosa e alguns não se encaixam em nenhuma dessas categorias.

A Fraternidade abriga, ainda, históricas personalidades religiosas, ocultistas e filosóficas:

  • o patriarca Abraão
  • o rei Salomão
  • Confúcio [551-479 a.C.]
  • Lao Tzu [filósofo e alquimista chinês,autor do Tao Te Ching]
  • Platão [428-347 a.C., grego], Jacob Boehme [1575-1624, filósofo e místico alemão]
  • Roger Bacon [1214-1294, inglês]
  • Francis Bacon []1561-1626, inglês]
  • Cagliostro [1743-1795 Alexandro, conde de Cagliostro, ocultista, alquimista, maçom]
  • e até Franz Anton Mesmer [1734-1815, alemão], o famoso médico e hipnotizador. [CHRYSSIDES, 2001]

Glossário Mínimo da Grande Fraternidade Branca

Fonte: BLAVATSKY, H. P.. Glossário Teosófico. [Trad. Silvia Branco Sarzana] ─ São Paulo: Pensamento, 1995.

Adepto  ─ latim. Adeptus  ─  aquele que obteve. Em Ocultismo, aquele que pelo desenvolvimento espiritual alcançou o grau de Iniciação ou seja, alcançou conhecimentos e poderes transcendentais e chegou à condição de Mestre esotérico [dos segredos] [BLAVASTKY, 1995].

Cohan ─ Na Doutrina Secreta a tradução é Senhor. Na literatura teosófica atual é o mesmo que Dhyân-Cohan ou seja, Luzes Celestiais, Arcanjos.[BLAVASTKY, 2001]

Dhyânis ─ sânscrito. Anjos ou espíritos angélicos. Nome genérico aplicado a alguns Seres espirituais ordenados [hierarquizados] ─  [HOUDT Apud BLAVASTKY, 1995]

Doutrina Secreta ─ [Gupta Vidyâ ─ ciência oculta ou esotérica] denominação usada para designar os ensinamentos secretos da Antiguidade. [BLAVASTKY, 1995]

Gnôsis [do grego] ─  Gnose. Conhecimento. Termo empregado pelas escolas de filosofia religiosa, antes e durante os primeiros séculos do Cristianismo a Gupta Vidyâ [veja acima], o conhecimento supremo ou divino através do  estudo e prática das ciências ocultas ou esotéricas a fim de alcançar a posição de Iniciado nos Mistérios Espirituais [realidade metafísica, BLAVASTKY, 1995]

Gnósticos ─ Filósofos que formularam e ensinaram a Gnôsis. Viveram nos três primeiros séculos da Era Cristã. entre estes precursore, destacam-se: Valentino, Basilides, Marcion, Simão, o Mago ─ entre outros.

Loja ─ etimologicamente, do sânscrito loka, mundo, lugar próprio, podendo se referir a um templo, um prédio, uma casa, este mundo, outros mundos ou o Universo. [BLAVASTKY, 1995]

Maha-Cohan ─ sânscrito. Chefe de uma hierarquia espiritual ou de uma escola de ocultismo; o chefe dos místicos da região situada além do Himalaia. [BLAVASTKY, 1995]

Mahâtma ou Mahâtman ─ sânscrito. Em pali, Arhats ou Rahats. Adepto de ordem mais elevada. Sres que, tendo obtido o domínio de seus princípios inferiores [físicos orgânicos-astrais] vivem livres das limitações do homem carnal. Possuem conhecimento e poderes [faculdades, habilidades, sentidos, percepção] que o homem comum considera sobrenaturais mas que decorrem de evolução espiritual.

Também são chamados Sidhas, na condição de seres perfeitos que, por sua poderosa inteligência e santidade chegaram a uma condição semi-divina; ou, ainda, Jivan-muktas, almas libertadas; mas concedem em se ligar a corpos mais ou menos físicos sempre que necessário em sua missão de auxílio ao progresso da Humanidade.Como primeiros espíritos que um dia encarnaram em Humanidades arcanas, ao longo de Eons! alcançaram a consciência atmica [de Atman, o Todo incognoscível, consciência divina] ou nirvânica; completaram o ciclo de evolução como humanos. [BLAVASTKY, 1995]

Páli ─ Língua arcaica que precedeu o sânscrito mais refinado. As escrituras budistas mais antigas são todas escritas nessa língua. [BLAVASTKY, 1995]

texto, organização & pesquisa: Ligia Cabus

O Ser Humano tem uma necessidade enorme de complicar as coisas e uma imaginação que não cabe no planeta.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/a-grande-fraternidade-branca/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/a-grande-fraternidade-branca/

A Espada de Dâmocles dentro das Calças

Curitiba, 26 de Dezembro de 2017

dies Martis, Sol 4º in ♑ Luna 6º in ♈ Lua Crescente

 

Faz o que tu queres há de ser o todo da Lei!

 

“Deu B.O., a casa caiu, a polícia tá chegando
A mulher tá me ligando
Se esconder ela não acha
Fujo do flagrante, mando o check-in lá de casa”

Wesley Safadão, 2017

“Sentir que por detrás de toda e qualquer coisa que possa ser experienciada há algo além, que nossas mentes não conseguem compreender e cuja beleza sublime nos chega somente indiretamente e como uma pálida reflexão.”

Einstein apud Dawkins, God, a Delusion, página 5.

ajustamentoNeste último dia 24, véspera de Natal, após um longo período de trabalho bastante desgastante de quase um mês sem descanso de verdade, estávamos minha namorada e eu vendo Netflix e bebendo um carmenére reserva bem gostosinho. Lá pelas tantas, naquela pausa estratégica para fazer um xixizinho, já meio alegrão com o vinho, recebo uma daquelas perguntas que vêm da curiosidade espiritual legítima, mas que têm tudo para fazer deste Natal o último em que terei minhas bolas, caso responda de maneira menos que ideal. Decifra-me ou te DR, diz a minha esfinge exuberante, deitada em nossa cama.

Antes de desvelar a pergunta, aos prolegômenos dessa sinuca.

O filme que estávamos assistindo – muito bom, aliás! – era ‘Um Método Perigoso’, de David Cronenberg (2011). Nele temos o Lennon e o McCartney do Inconsciente, também conhecidos como Freud e Jung. Embora a visão Junguiana tenha se modificado posteriormente e evoluído para a Psicologia Analítica, naquele ponto da história os dois estão muito BFF e trabalhando juntos no desenvolvimento das idéias que comporão suas teorias posteriormente.

A trama da história concerne o relacionamento extraconjugal que o Jung safadão tem com a sua paciente Sabina Spielrein.

Após esse prólogo, vamos ao cerne do vuco-vuco.

A questão da minha parceira de vida dizia respeito à postura do tralha do Jung sob o ponto de vista de Thelema. Tendo estado ao meu lado tempo suficiente para entender que a visão Thelemita tende a esculhambar o rolê – e exemplos abundam para demonstrar como a Lei da Liberdade pode ser (mal)usada para justificar condutas babacas por aí, sua pergunta tinha um tanto de curiosidade intelectual sobre minhas baboseiras esquisotéricas e um tanto de cagaço quanto à perspectiva futura da manutenção do estado monogâmico de nosso relacionamento. Calma aí, vida… para quê essa pergunta essazora…

Sobrevivi ao polígrafo, com testículos e relacionamento incólumes, e voltei desse encontro com o ceifador para contar minha epifania.

Vi uma frase – em um grupo de Facebook chamado Memes Pagãos – que é engraçada porque é verdade na maior parte dos casos…

“Um adepto do xamanismo fumando maconha e um thelemita dando a bunda viajam em direções opostas a 80 km/h. Qual deles usa mais pretexto?”

A maior parte, não só de nós thelemitas, mas dos ocultistas em geral, não se preocupa com os aspectos cotidianos da sua prática mágicka – yama e niyama, para os patanjalétes de plantão; os caras usam thelema como desculpa para fazerem o que dá na telha e saírem esfregando o pinto em qualquer coisa que não consiga correr para longe rápido o suficiente.

Se o leitor tiver qualquer familiaridade com a visão thelêmica, poderá facilmente lembrar de exemplos do nosso querido Livro da Lei que parecem endossar essa visão libertina do conceito de thelemita.

I.22 “Nada ateis! Que não se faça diferença entre vós e uma coisa e qualquer outra coisa; pois disto resulta dor.”

I.41 “A palavra de Pecado é Restrição. Ó homem! Não recuseis tua esposa, se ela o quiser! Ó amante, se quereis, ide embora! Não há vínculo que possa unir o dividido senão o amor: tudo o mais é uma maldição. Maldito! Maldito seja pelos aeons! Inferno!”

I. 61” Vós devereis reunir bens e fartura de mulheres e especiarias;”

Além desses trechos, a própria biografia dos thelemitas mais conhecidos é notória por apresentar um balaio de putarias e os barracos oriundos delas, ao ponto de Thelema ser quase sinônimo de dedo no cu e gritaria.

Não obstante, preciso vestir agora meu balandrau de apologista da Lei da Liberdade, e gritar que essa não é a casa da mãe Joana, seus viado!

“1. O Homem tem o direito de viver pela sua própria lei;
de viver da maneira como quiser viver;
de trabalhar como quiser;
de brincar como quiser;
de morrer quando e como quiser.”

Liber OZ

A idéia de ‘faze o que tu queres’, imprescindível para o entendimento de Thelema, pretende que a vida seja bem vivida, e que possamos aproveitar do prazer da relação sexual (e todos os outros) sem culpas ou amarras, desde que isto não seja um empecilho para a consecução de nossa verdadeira vontade.

I.12. “Avançai, ó crianças, sob as estrelas, e tomai a vossa plenitude de amor.”

Neste sentido, a Lei de Thelema é a precursora do conceito de Hedonismo Responsável, presente na visão da Igreja de Satã, fundada por Anton La Vey em 1966 nos EUA.

Assim, a Lei de Thelema admite a possibilidade de relações sexuais como, com quem e quantos se quiser, sejam uma, duas, três ou cinquenta pessoas, e não propõe que isso seja necessariamente um impedimento para o desenvolvimento espiritual – desde que todos os envolvidos estejam de comum acordo e aceitem sua responsabilidade pelo ato.

Já nos diz o Liber OZ:

4. O Homem tem direito de amar como quiser;
“tomai vossa fartura e vontade de amor como quiserdes, quando, onde e com quem quiserdes” AL I 51

Até aí, todo mundo que sabe alguma coisa de Thelema meio que já entendeu, e parece que eu estou pregando para convertidos, reiterando a chancela à prática do oba-oba. Só que não.

Este é o momento que separa os meninos dos homens (para a tristeza dos padres católicos…), meus amigos, e que faz um thelemita guardar o pau dentro da cueca: assim como existe, no Liber Al, uma exortação à prática da liberdade e da plena realização da individualidade, existe também outra questão tão importante quanto – e quem sabe seja a mesma questão, inclusive.

II. 27 “Há grande perigo em mim; pois quem não compreende estas runas cometerá um grande erro. Ele cairá dentro da cova chamada Porque, e lá ele perecerá com os cães da Razão.”

Thelema é o entendimento de que a liberdade de ser você mesmo é um chamado a buscar ser somente a sua essência mais verdadeira e nada que não esteja ligado com sua Verdadeira Vontade. Aliás, o termo Ipsissimus, que é o grau mais alto em algumas ordens iniciáticas, é o superlativo latino do pronome demonstrativo ipse, e significa ‘próprio ou mesmo’. Dessa maneira, ipsissimus (enquanto definição semântica, e não necessariamente relacionada à uma ordem iniciática específica) significa tornar-se tão ‘você mesmo’ quanto é possível, e esta deveria ser a ambição de qualquer Thelemita.

II. 57 “Aquele que é correto permanecerá correto; aquele que é sujo permanecerá sujo.”

I. 52 “Se isto não estiver correto; se vós confundires as marcas do espaço, dizendo: Elas são uma; ou dizendo, Elas são muitas; se o ritual não for sempre para mim: então esperai pelos terríveis julgamentos de Ra Hoor Khuit!”

A maturidade da aplicação da Lei da Liberdade não é alcançada fazendo o que você quer fazer, pulando de capricho em capricho, de prazer em prazer. A maturidade do entendimento da Lei da Liberdade está em você tomar todas as diferentes partes de você e submetê-las a uma única vontade.

I.29 “Pois Eu estou dividida pela causa do amor, pela chance de união.”

Da mesma forma que em uma orquestra – em que todos os instrumentos tocam em harmonia e uníssono sob a batuta do maestro, assim também temos esta lição sintetizada sob os signos do arcano VII do Tarot de Thoth, a Carruagem, em que somente mediante o domínio das diferentes bestas-esfinges poderá o condutor da carruagem levar o veículo para a direção desejada. Antes disto, todas as bestas estão soltas e exercendo suas próprias tendências e inclinações, cada uma puxando para um lado diferente.

II. 49 “Eu sou único e conquistador.”

I.42 “Que aquele estado de multiplicidade, seja confinado e repugnado. Assim com todos vós; tu não tens direito a não ser fazer a tua vontade.”

Talvez esta questão pareça um tanto desconectada do questionamento da minha namorada, mas é agora que todas as coisas se juntam para uma apoteose orgástica. Espia só!

Como Thelemita, não pode existir postura contra ou à favor de monogamia, poliamor ou suruba à priori. São todas expressões válidas de individualidade.

Contudo, responder algo dessa natureza não teria livrado meu couro da inquisição, não é mesmo? Então o que fez a diferença aos 48 do segundo tempo e me garantiu ver o sol por mais um dia?

O que eu disse para minha namorada – e que realmente é o meu entendimento da visão thelêmica aplicada à questão dos relacionamentos sexuais e de qualquer outra natureza – é que eu não vejo o comportamento de Jung no filme como desejável pelo fato de ele agir com duas posturas completamente antagônicas por temer a consequência de seus atos.

Para os que não viram o filme e não conhecem a história do Dr. Jung, o que se passa é que ele tem um caso com sua paciente, mas diante de sua esposa assume falsamente o papel de marido de moral ilibada. Curiosamente, um dos conceitos Jungianos é a noção de Persona, que vem da palavra latina usada para as máscaras de teatro. Obviamente a conceituação dentro da teoria Jungiana de personalidade é completamente distinta da aproximação que eu realizei, mas é curioso observar como o Dr. Jung acaba por vestir uma máscara nesse exemplo.

Note que o uso de máscaras sociais implica uma incapacidade de manifestação de uma coerência de comportamento, o que é algo muitíssimo comum (e até necessário para a nossa sobrevivência social), mas que deve ser gradualmente abandonada pelo adepto, para que paulatinamente possa executar a grande obra, a construção do templo e a confecção da pedra filosofal, que são alegorias para a construção dessa versão coesa de si mesmo, tão si-mesmo quanto possível: Ipsissimus.

Está escrito em Mateus 5,37: ‘Seja, porém, o teu sim, sim! E o teu não, não! O que passar disso vem do Maligno.’ Longe de mim fazer o pastor, mas essa frase é muito foda e completamente alinhada com a perspectiva thelêmica.

Ainda sobre essa questão de unidade, um dos rituais básicos mais utilizados por praticantes de magia cerimonial é o Ritual Menor do Hexagrama, e lá utiliza-se uma palavra por repetidas vezes. ARARITA. Talvez até saibamos o que as letras representam ipsis verbis, mas a apreensão real do sentido a ser utilizado é algo muito mais sutil, que escapa à maioria dos praticantes.

“Todos em Dois. Dois em Um. Um em Nada.

Assim não são nem Quatro, nem Todos, nem Dois, nem Um e nem Nada.

Gloria ao Pai, à Mãe, ao Filho, à Filha, ao Espírito Santo Externo e ao Espírito Santo Interno

como era, é e há de ser pelos Séculos dos Séculos, Seis em Um pelo Nome Sétuplo,

ARARITA” – Liber XXXVI – Ritual da Safira Estrela

Daí nêgo faz o ritual todo dia (ou deveria) e não pára para considerar o que está fazendo e dizendo. ARARITA é um notaricon (uma sigla) que nos fala sobre a unidade do Todo; só que ao invés de buscar a união do microcosmo com o macrocosmo, o praticante deveria primeiramente buscar uma união consigo mesmo dentro dessa unidade coerente e alinhada com a sua Vontade, e colocar suas esfinges-bestas sob o domínio de sua Vontade, para que a porcaria da carruagem possa ir para algum lado, percebe?

III. 4” Escolhei vós uma ilha!”

III. 5 “Fortificai-a!”

III. 6“Adubai-a ao redor com engenharia de guerra!”

O que ocorre na maioria das vezes é uma cisão entre o sujeito quando está entre seus pares no templo e a sua versão profana, que trabalha e vai no shopping. O praticante de magia cerimonial acaba utilizando seu motto mágicko como um alter ego, no sentido literal do latim, que significa ‘outro eu’, sendo quase uma esquizofrenia esotérica.

O motto mágicko não pode ser usado como uma máscara, uma persona, um alter ego, para que se esconda e se separe o trabalho interno (templo) e o trabalho externo (mundo do cotidiano).

A razão de se utilizar o motto mágicko é justamente o contrário disso. O motto representa uma morte do eu anterior à iniciação, para que essa nova existência seja completamente vivida sob a intenção do motto, que é, portanto, não uma capa que oculta, mas um estandarte a ser alardeado em cada ato, pois, como diz o careca no primeiro teorema de Magick in Theory and Practise, ‘Todo ato intencional é um Ato Mágicko.’

III. 37 “Unidade revelada ao máximo!
Eu adoro o poder do Teu alento,
Deus supremo e terrível,
Que fizestes os deuses e a morte
Estremecerem perante a Ti:–
Eu, Eu te adoro!”

Para que haja a consecução da Grande Obra, a união do microcosmo com o macrocosmo, do 5 com o 6, é necessário o trabalho árduo de depuração do indesejável e junção e transmutação do que permanece. Solve et Coagula. Apenas quando houver esta coesão, ou, nas palavras do Silvio Santos do ocultismo, Samael Aun Weor, ‘um centro de gravidade interna permanente, é que o buscador pode começar a ponderar sobre o trabalho de integração com o macrocosmo.

“11. Também eu fundi unidas a Estrela Flamejante

e a Estrela de Seis Pontas na forja de minha alma, e vede!

Uma Nova Estrela 418 que se coloca acima de todas as demais.”

Liber Ararita, p. 2

“36. Muitos apareceram, sendo sábios. Eles disseram: “Buscai a Imagem resplandecente no lugar sempre dourado e uni-vos a Ela”.
37. Muitos apareceram, sendo tolos. Eles disseram: “Descei ao esplêndido mundo da escuridão, e desposai a Criatura Cega do Lodo”.
38. Eu, que estou além da Sabedoria e da Tolice, ergo-me e vos digo: Realizai ambos os casamentos! Uni-vos com ambos!
39. Cuidado, cuidado, digo Eu, para que vós não cortejeis uma e percais a outra!
40. Meus adeptos mantêm-se erguidos; suas cabeças acima dos céus, seus pés abaixo dos infernos.” – Liber Tzaddi

Amor é a Lei, Amor sob Vontade.

Frater Melquisedeque

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Crowley, Aleister. Liber OZ

______. Liber CCXX Al vel Legis

______.Liber XXXVI Safira Estrela

______.Liber DCCCLXVIII Viarum Viae

______.Liber O vel Manus et Sagittae

______. Liber DCCCXXXI Liber Yod

______. Liber DLXX vel Ararita

Dawking, Richard. God, a Delusion

Weor, Samael Aun – Psicologia Revolucionária

Bíblia Católica Online

Frater Melquisedeque

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/thelema/a-espada-de-damocles-dentro-das-calcas/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/thelema/a-espada-de-damocles-dentro-das-calcas/

A Peste Negra

A chamada peste negra foi talvez a pandemia que mais marcou a história a história universal. Seja por sua extensão territórial, seja por ter permanecido inexplicáel por muito tempo, ou mesmo pelo número assombroso de pessoas que matou, sua lembrança persiste até hoje no imaginário ocidental como uma genuina expressão da face da morte, comparável às das  grandes guerras mundiais.

No início de 1330 o primeiro foco da peste bubônica aconteceu na China. A peste afeta principalmente roedores, mas suas pulgas podem transmitir a doença para as pessoas. Uma vez infectada, o contagio a outras pessoas ocorre de maneira extremamente rápida. A peste causa febre e um inchaço doloroso das glândulas linfáticas chamadas de bulbos, daí o seu nome. A doença pode também causar manchas na pele que apresentam primeiramente uma cor avermelhada e então se torna negra.

Como a China era um das maiores nações comerciais, foi só uma questão de tempo até que a epidemia da peste se espalhasse pela Ásia oriental e pela Europa. Em outubro de 1347, vários navios mercantes Italianos retornaram de uma viagem ao mar negro, um dos elos no comércio com a China. Quando os navios aportaram Sicília muitos dos que estavam a bordo já estavam morrendo por causa da peste. Após alguns dias a doença se espalhava pela cidade e pelos arredores. Uma testemunha ocular conta o que aconteceu:

“Percebendo que um desastre mortal havia chegado a eles, as pessoas rapidamente expulsaram os italianos de sua cidade. Mas a doença permaneceu, e logo a morte estava por toda parte. Pais abandonavam seus filhos doentes. Advogados se recusavam a sair de casa e fazer testamento para os moribundos. Frades e freiras foram deixados para trás para tomar conta dos doentes e monastérios e conventos logo estavam desertos, pois eles também foram afetados. Corpos foram deixados em casa abandonadas, e não havia ninguém para lhes dar um funeral Cristão.”

A doença atacava e matava com terrível rapidez. O escritor italiano Boccaccio disse que as vítimas normalmente,

“almoçavam com seus amigos e jantavam com seus ancestrais no paraíso.”

Em agosto no ano seguinte, a peste havia se espalhado ao norte até a Inglaterra, onde as pessoas a chamavam de “A Morte Negra” por causa das manchas negras que ela causava na pele. Um terrível assassino estava solto na Europa, e a medicina medieval não tinha nada para combatê-lo.

No inverno a doença parecia desaparecer, mas somente porque as pulgas, grandes responsáveis pelo transporte da peste de pessoa para pessoa, estavam dormentes. A cada primavera a peste atacava novamente, fazendo novas vítimas. Após cinco anos 25 milhões de pessoas estavam mortas, um terço da população da Europa.

Mesmo quando o pior havia passado epidemias menores continuaram a acontecer, não só por anos mas por séculos. Os sobreviventes viviam em medo constante do retorno da peste, e a doença não desapareceu até o século XVII.

A sociedade medieval nunca se recobrou dos resultados da praga. Tantas pessoas haviam morrido que houveram sérios problemas de mão de obra em toda a Europa. Isso fez com que trabalhadores pedissem maiores salários. No fim do século XIV revoltas de camponeses aconteceram na Inglaterra, França, Bélgica e Itália.

A doença também cobrou sua dívida na igreja. Pessoas durante a era cristã rezaram com devoção para serem liberados da praga. Por que essas preces não foram atendidas? Um novo período de distúrbio político e questionamento filosófico surgiam à vista.

O Desastre Acontece

População estimada na Europa entre os anos 1000 e 1352

1000 38 milhões
1100 48 milhões
1200 59 milhões
1300 70 milhões
1347 75 milhões
1352 50 milhões

Calcula-se que a peste negra tenha matado mais de 25 milhões de pessoas entre 1347 e 1352. Ou seja, a peste bubônica sozinha dizimou cerca de 1/3 da população na Europa em apenas cinco anos. Isso sem contar a imensidão de orfãos e viúvas deixados no rastro da epidemia.

Um Relato Sobre o Início da Peste

“No começo de Outubro, no ano 1347 da encarnação do Filho de Deus, doze galeões Genoveses que estavam fugindo da vingança de nosso Nosso Senhor, vingança essa lançada contra seus feitos nefastos, entraram no porto de Messina. Em seus ossos traziam tão virulenta doença que qualquer um que tão somente falasse com eles enfrentaria seus sintomas mortais e logo sucumbiria sem esperanças de evitar a morte. A infecção se espalhou para todos que tiveram intercurso com os doentes. Os infectados se sentiam penetrados por uma dor que se fazia sentir por todo o corpo e, por assim dizer, indeterminada. Então desenvolviam em suas virilhas e em seus braços bolhas pustulentas. Estas infectavam o corpo inteiro e penetravam tão profundamente que o paciente ficava vomitando sangue violentamente. Esses vômitos de sangue se seguiam sem pausa por um período de três dias, sem haver como curá-lo, e então o paciente expirava. Mas não só aqueles que tinham intercurso com eles morriam, mas também aqueles que haviam tocado neles ou em qualquer uma de suas coisas.

“Em breve os homens se odiavam tanto que se um filho fosse atacado pela doença seu pai não cuidaria dele. Se, apesar de tudo, ele ousasse se aproximar também se contaminaria e estaria marcado para morrer em três dias. E isso não era tudo, todos aqueles habitando a mesma casa que ele o seguiriam à morte. Conforme o número de mortes crescia em Messina muitos desejavam confessar seus pecados aos padres e expressar seus últimos desejos colocando-os em seus testamentos. Mas eclesiásticos, advogados se recusavam a entrar nas casas dos doentes. Mas se algum deles colocasse um pé dentro da casa do doente ele era imediatamente abandonado para a morte súbita. Freiras, Dominicanos e membros de outras ordens que ouviam as confissões dos moribundos eram logo subjulgados pela morte tão rapidamente que alguns nem chegavam a abandonar o quarto do doente. Logo os corpos estavam largados pelas casas. Nenhum eclesiástico, nenhum filho, nenhum pai e nenhum parente ousava entrar, mas pagavam serventes altas taxas para enterrar os mortos. Mas as casas dos mortos permaneciam abertas, com todos os seus pertences, jóias e ouro e todo aquele que decidisse entrar para reclamá-las o fazia sem encontrar obstáculos, pois a praga atacava com tanta veemência que em pouco tempo havia uma falta de serventes e finalmente não havia nenhum.

“Quando a catástrofe alcançou seu clímax os Messienses se decidiram emigrar. Uma parte deles achou abrigo nos vinhedos e nos campos, mas uma parte maior procurou refúgio na cidade da Catânia, na esperança que a Santa Virgem Agatha de Catânia lhes pouparia de seu mal. Para esta cidade se dirigiu a Rainha da Sicília e de lá convocou seu filho Don Federigo. Em novembro os Messienses persuadiram o Patriarca, Arquebispo de Catânia, a permitir que as relíquias de santos fossem trazidas para sua cidade. Mas a população de Catânia não permitiriam que os ossos sagrados fossem removidos de seu lugar. Agora processões e pelegrinagens se dirigiam a Catânia para se apresentar a Deus, mas a praga atacava com mais veemência que antes. A fuga não era mais uma opção. A doença se escondia entre os fugitivos e os acompanhava por todo lugar onde fossem buscar ajuda. Muitos dos fugitivos caiam nas beiras de estradas e eram arrastados para o campo ou escondidos entre os arbustos para morrerem lá. Aqueles que alcançaram a Catânia tiverem seu último suspiro nos hospitais que haviam lá. Os cidadãos horrorizados demandavam que o Patriarca proibisse que os doentes recebessem uma banição eclesiástica e que fossem enterrados nos arredores da cidade, e então eles eram atirados em valas cavadas do lado de fora dos muros da cidade.

“A população de Catânia era tão tímida e atéia que ninguém dentre eles ofereceu (aos fugitivos) abrigo. Se alguns grupos em segredo não houvessem ajudado um pequeno número de pessoas de Messina, elas teriam sido abandonadas sem auxilio algum. Mesmo se espalhando por toda a ilha da Sicília, e junto com eles a peste, inúmeras pessoas morreram. Sempre que alguém em Catânia sofria de dores de cabeça e calafrios essa pessoa sabia que estava destinada a morrer dentro do prazo, então saia para se confessar com os padres e para fazer seus testamentos com os advogados. Quando a praga ganhou peso em Catânia o Patriarca delegou a todos os eclesiásticos, até os mais jovens, com todos os poderes sagrados para a absolsão dos pecados que ele como bispo e patriarca possuía. Mas a pestilência continuou atacando de outubro de 1347 a abril de 1348. O próprio patriarca foi um dos últimos a morrer. Ele morreu realizando seu trabalho. Ao mesmo tempo o Duque Giovanni, que havia evitado cuidadosamente cada casa infectada e pessoa doente morreu.”

Analisando a Peste

A variedade de respostas à praga talvez seja o que melhor nos mostre a natureza da sociedade medieval Européia na Idade Média.. Mas quando investigamos as respostas humanas à peste devemos considerar o seguinte:

É a natureza humana reagir e responder a diferentes eventos e circunstâncias. Uma boa técnica de entender os complexos eventos é analisar o comportamento humano separando-o em categorias distintas. Essas podem incluir respostas científicas e médicas, políticas, sociais ou religiosas. Essas categorias não são exclusivas e uma coisa pode cair em várias categorias, mas geralmente esse método faz que vários dados sejam organizados de maneira compreensiva.

Todas as civilizações sempre se preocuparam com a saúde e doenças. Todas tiveram curandeiros de um modo ou outro e forneceram explicações para a ocorrência de doenças. Veja agora os elementos da teoria e prática médica prevalecente na Europa e no Oriente Médio na época da praga.

Rumores do Anti-Cristo

Com tantas mortes ao seu redor, os europeus começaram a enxergar o fim do mundo, como a Bíblia Cristã previa. Uma das professias do Livro do Apocalipse dizia que o Anti-Cristo apareceria.

“Os rumores citados abaixo foram escritos em 1349, pelo Irmão William de Blofield na Inglaterra para um irmão Frade Dominicano em Norwich. Existem inúmeros profetas nos arredores de Roma, cujas identidades permanecem um segredo, que inventaram estórias como esta por anos. Eles dizem que neste mesmo ano, 1349, o Anti-Cristo vive com 10 anos de idade e é uma criança encantadora, tão bem educada em todas as áreas de conhecimento que nenhum ser vivo pode se igualar a ele. E eles também dizem que existe outro garoto, agora com 12 anos, e vivendo além das terras dos tártaros, que foi criada como um cristão e será ele que destruirá os saracenos e se tornará o maior homem no reinado cristão, mas seu poder logo será trazido para um fim pela chegada do Anti-Cristo.”

Teorias Médicas Medievais

A teoria médica medieval esteve em grande dívida com os antigos filósofos Gregos e Greco-Romanos. A medicina islâmica não somente se utilizava de práticas antigas, mas os filósofos islâmicos também desenvolveram um sofisticada teoria médica. A medicina européia do século XIV aplicava as tradições antigas assim como as islâmicas. Para a maioria dos europeus existiam três grandes autoridades que representavam essas tradições médicas, Hipócrates, Galen e Avicena.

Os documentos revelam as teorias médicas envolvendo as causas da peste e seus métodos de tratamento.

Naquele tempo a peste não se encaixava no conhecimento médico contemporâneo que em sua maioria afirmavam que doenças eram transmitidas através do “ar ruim”, que geralmente possuía um cheiro nauseabundo. Para prevenir que as doenças se espalhassem era comum a terapia de aromas. Isso podia incluir a queima de incensos ou a inalação de fragrâncias, como perfumes ou flores. Isso não afetou o avanço da peste e muitos curandeiros  fugiam ao primeiro sinal da doença.

Biologia da Peste Negra

Nós devemos nos lembrar que no século XIV, as idéias modernas de medicina ainda não haviam se desenvolvido. Não foi até o século XIX que os fisiologistas foram capazes de isolar a causa precisa da peste.

A causa da peste foi finalmente descoberta pela comunidade médica na última década do século. Como resultado da então nova teoria de germes causadores de doenças, pesquisadores acharam que a peste bubônica era de fato causada por uma infecção massiva da bactéria Yersinia Pestis. Somente com esta descoberta é que se tornou possível sintetizar os antibióticos necessários para combater esta doença.

O bacilo, Yersinia Pestis, é normalmente encontrado vivendo como um parasita dentro de ratos. Lá a bactéria pode se multiplicar, infectar a corrente sangüínea, órgãos e outros sistemas dos roedores hospedeiros. Pulgas vivendo nesses ratos ingerem o sangue infectado quando se alimentam, e assim se tornam infectadas pela bactéria. Normalmente essas pulgas vivem somente nos ratos, mas a peste também os afetou assim como aos humanos, e logo os ratos hospedeiros acabam morrendo. As pulgas devem então encontrar um novo hospedeiro e, por causa da proximidade entre as duas espécies devido principalmente às condições de vida da época, logo elas migraram para seus novos hospedeiros, os humanos. A infecção acontece quando a pulga começa a se alimentar de sangue humano e acaba passando a bactéria através de fluídos para o hospedeiro humano.

Este tipo de infecção acaba causando o tipo de peste denominada “bubônica”. A bactéria começa a se multiplicar na corrente sangüínea da pessoa infectada, chegando à veias e artérias e ao tecido dos pulmões. Como resultado, uma pessoa infectada normalmente exibirá uma descoloração na pele causada pela hemorragia nos capilares. Como resultados sua pele apresenta uma aparência pálida marcada por vários hematomas. A bactéria também ataca o sistema linfático. A infecção dos nódulos linfáticos é que dá a este tipo de peste o seu nome. Os nódulos linfáticos tentam criar anticorpos para combater a infecção, o que acaba resultando num inchaço do tamanho que varia de uma noz até o tamanho de uma maçã. Os inchaços resultantes, localizados nas axilas, pescoço ou virilha eram chamados de “bulbos” ou “bubões” pelos europeus medievais. Era geralmente este sintoma em particular que permitia com que os doutores contemporâneos detectassem a presença desta doença. A forma bubônica desta doença na maioria dos casos se mostrava fatal, mas existem registros de pessoas que se recuperaram completamente após ficarem seriamente doentes.

Existem outras duas formas desta doença, pneumônica e infecciosa. A primeira envolve uma infecção no tecido pulmonar que causa o acúmulo de fluído que acaba acarretando na morte do infectado. Evidência sugere que um pessoa pode contrair esta forma da doença ao inalar gotículas de saliva ou outro fluído corporal de uma pessoa infectada. A forma pneumônica parece causar uma taxa de morte que se aproxima a 100%. A Segunda forma da doença, infecciosa, envolve uma forma de infecção tão rápida e massiva que a morte acontece antes mesmo que os sintomas principais tenham tempo de aparecer. Esse tipo relativamente raro da peste pode ser encontrado em registros médicos indicando que a pessoa simplesmente morreu durante as epidemias de peste por nenhuma razão aparente.

Ambos os tipos desta doença afetaram a sociedade européia entre os anos de 1347-1348 e em epidemias que ocorreram nos anos seguintes. Infelizmente ainda é muito difícil se dizer qual das formas da doença estava presente em algumas das localidades e em alguns casos da peste. De fato ao que tudo indica alguns casos de epidemias da peste não passavam de casos de disinteria, por exemplo, e muitas outras doenças acabaram ganhando o rótulo da peste em epidemias que ocorreram mais tarde. Uma pista para se identificar a forma da doença depende da época do ano no qual determinada epidemia aconteceu. Por causa da temperatura e umidade do ar que permitem a população de pulgas a prosperar, a peste bubônica tendia a surgir nos meses de verão enquanto a pneumônica durante o inverno. A relação entre a forma da peste, o clima e a localização geográfica da epidemia entretanto é algo complexo, e um conhecimento biológico definitivo destes eventos históricos é difícil de se estabelecer.

Durante os períodos medievais e no início do período moderno somente o rato negro, ou rato de telhado, parece ter vivido na maior parte da Europa. O rato negro (Rattus rattus) vivia próximo de humanos preferindo, por exemplo, viver em sótãos ou telhados. O rato negro não encontrou dificuldades para se adaptar aos humanos já que pesavam 315 gr e chegavam a 17,5 cm. O rato marrom, ou rato de esgoto, tomou o lugar do rato negro em algum ponto do século XVIII. As pulgas do rato marrom (Rattus nirvegicus) são menos efetivas como transmissoras da bactéria e alguns historiadores alegam que essa mudança foi a responsável pelo, de outra maneira difícil de se explicar, desaparecimento das grandes epidemias na Europa nessa época.

A Peste na Europa

No fim de 1347 a “Peste Negra” havia chegado no centro oeste e estava começando a se dirigir para a parte sul da Europa. Em seis meses, no início do verão, a doença havia se espalhado pela Itália, Europa Central e atingido a parte norte da Espanha. No Natal de 1348 o seu alcance atravessou o Canal da Mancha e os Alpes. Outros seis meses foram testemunhas do seu avanço para a Irlanda, interior da Inglaterra e para o norte da Europa. O inverno de 1349 trouxe a peste para a Escócia, partes da Escandinávia e aos Países Baixos. No ano seguinte a doença havia chegado na Suécia, norte da Alemanha e norte da Polônia. Nenhuma parte da Europa foi tão afetada como as cidades de Liege e Nuremberg, assim como algumas cidades do sul da França e da Alemanha central parecem ter sido ignoradas pela praga.

Durante a Era Medieval as rotas de comércio na Europa passavam pelo eixo norte-sul. Mercadorias dos mercados do Oriente Médio inundavam o sul da Europa chegando pelas cidades estados da Itália. De lá as rotas de comércio se ramificavam em direção ao norte seguindo os rios as passagens naturais nos Alpes. Como a tecnologia marítima ainda era muito precária as principais rotas eram terrestres.

A Peste Bubônica pode voltar?

como visto anteriormente, a peste bubônica é provocada por uma bactéria, a Yersinia Pestis, geralmente transportada por pequenos roedores (ratos) e transmitida ao homem pelas pulgas. Como facilmente se compreende, são os países das regiões mais pobres, com condições sanitárias e higiénicas mais desfavoráveis, os que estão à mercê deste tipo de doença.

Esta lógica tem elevado com frequência a preocupação da própria Organização Mundial de Saúde (OMS), quanto ao problema, especialmente depois dos anos 90 quando os relatados  de algumas dezenas de casos acoteceram na Índia. Neste mesmo país, entre os anos de 1889 e 1950 a Peste Bubonica já foi responsável por mais de 12,5 milhões de mortos.

As formas conhecidas como peste bubônica e peste pneumônica ainda existem no Brasil, especialmente na região nordeste. Apesar de dispormos de tratamento com antibiótico, este é eficaz quando o diagnóstico é feito precocemente. O diagnóstico precoce também é importante pelo caráter contagioso da forma pneumônica, que necessita isolamento respiratório do doente. Se tratado a tempo, este se recupera sem sequelas.

 

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/realismo-fantastico/a-peste-negra/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/realismo-fantastico/a-peste-negra/

A Bruxa de Endor

A Bruxa de Endor, também conhecida como a Médium ou a Necromante de Endor (hebraico: בַּעֲלַת־אֹוב בְּעֵין דּוֹר‎ baʿălaṯ-ʾōḇ bəʿĒyn Dōr, “aquela que possui o ʾōḇ de Endor”) é uma mulher que, de acordo com a Bíblia hebraica, foi consultada por Saul para realizar um ritual noturno e convocar o espírito de Saul profeta Samuel. Saul desejava receber conselhos sobre como derrotar os filisteus em batalha, depois que as tentativas anteriores de consultar a Deus por meio de sorteios sagrados e outros meios falharam. Quando convocado, no entanto, o espírito de Samuel apenas profere uma profecia de condenação contra Saul. Este evento ocorre no Primeiro Livro de Samuel [28. 3-25]; também é mencionado no livro deuterocanônico do Eclesiástico [46. 19-20].

A mulher da história é chamada no hebraico bíblico de ” אֵשֶׁת בַּעֲלַת־אֹוב בְּעֵין דֹּור” (ʾēšeṯ baʿălaṯ-ʾōḇ bəʿĒyn Dōr), “uma mulher, possuidora de um ʾōḇ em Endor”. A palavra אֹ֖וב ‘ōḇ foi sugerida por Harry Hoffner para se referir a um poço ritual para convocar os mortos do submundo, com base em paralelos em outras culturas do Oriente Próximo e do Mediterrâneo. A palavra ” ‘ōḇ ” tem cognatos em outras línguas regionais (como a palavra suméria “ab”, acadiano “âbu”, hitita “a-a-bi”, ugarítico “ib”) e o ritual da bruxa de Endor tem paralelos nos textos mágicos babilônicos e hititas, bem como na Odisseia. Outras sugestões para uma definição de ” ‘ōḇ ” incluem um espírito familiar, um talismã, ou um odre, em referência ao ventriloquismo.

Na Septuaginta, a tradução da Bíblia escrita em grego, ela é chamada de
” ἐγγαστρίμυθος ἐν Αενδωρ “, engastrímythos en Aendōr, enquanto a Vulgata, a tradução latina da Bíblia, tem ” pythonem em Aendor “, ambos os termos são referências a oráculos pagãos contemporâneos.

A bruxa também afirma ver “elohim surgindo” (verbo plural) do chão, ao usar a palavra tipicamente traduzida como “deus(es)” para se referir aos espíritos dos mortos. Isso também é paralelo ao uso da palavra cognata acadiana ” ilu ” (“deus”) de maneira semelhante.

Quando o profeta Samuel morre, ele é enterrado em Ramá. Saul, o rei de Israel, busca conselho de Deus para escolher um curso de ação contra as forças reunidas do exército filisteu. Ele não recebe resposta de sonhos, profetas, ou do Urim e Tumim. Tendo anteriormente expulsado todos os necromantes e magos de Israel, Saul, de forma anônima, procura uma bruxa e encontra uma vivendo na vila de Endor. Saul a visita disfarçado e pede que ela invoque o espírito de Samuel. A mulher a princípio se recusa, por causa do decreto de Saul contra a feitiçaria, mas Saul garante que ela não será punida [1 Samuel, 28. 8-25].

A mulher invoca um espírito, que ela descreve como tendo a aparência de um velho envolto em um manto. Saul se curva ao espírito, mas aparentemente é incapaz de vê-lo por si mesmo. O espírito reclama de ser perturbado, repreende Saul por desobedecer a Deus e prediz a queda de Saul. Reitera uma profecia pré-mortem de Samuel, e acrescenta que Saul perecerá na batalha no dia seguinte, junto com todo o seu exército. Saul desmaia de terror; a mulher o conforta, mata um bezerro e lhe prepara uma refeição para restaurar suas forças [1 Samuel 28:3-25].

No dia seguinte, o exército israelita é derrotado conforme profetizado: Saul é ferido mortalmente pelos filisteus e comete suicídio ao cair sobre sua espada [1 Samuel 31:1-4] – ou, de acordo com um relato paralelo, ao pedir a um jovem amalequita para que desferisse o golpe mortal [2 Samuel, 1:6-10]. Em 1 Crônicas, afirma-se que a morte de Saul foi, em parte, uma punição por buscar conselho de um médium ao invés de Deus [1 Crônicas, 10.13-14].

Na Septuaginta (século II a.C.), a mulher é descrita como uma ventríloquista, o que possivelmente reflete a visão consistente dos tradutores alexandrinos de que os demônios não existem. Por outro lado, o livro hebraico do Eclesiástico, composto no mesmo período, representa como um fato que Samuel profetizou a Saul após sua morte [Eclesiástico, 46:19-20]. O historiador judeu Flávio Josefo, que escreveu no século I d.C., também parece achar a história completamente confiável [Antiguidades Judaicas 6.14].

O Yalkut Shimoni (século 11), um texto que faz parte do Midrash, identifica a bruxa anônima como Zefanias, a mãe de Abner, um dos generais do rei Davi [Yalkut Shimoni, 140 e Lev. R. 26]. Com base na afirmação da bruxa de ter visto algo, e Saul ter ouvido uma voz desencarnada, o Yalkut sugere que os necromantes são capazes de ver os espíritos dos mortos, mas são incapazes de ouvir seu discurso, enquanto a pessoa para quem o falecido foi convocado ouve a voz, mas não consegue ver nada.

De acordo com Antoine Augustin Calmet, que escreveu no século 18:

“Os judeus de nossos dias acreditam que, depois que o corpo de um homem é enterrado, seu espírito vai e vem, e sai do local onde está destinado a visitar seu corpo e saber o que se passa ao seu redor; que vaga durante um ano inteiro após a morte do corpo, e que foi durante esse ano de atraso que a Pitonisa de Endor evocou a alma de Samuel, após o qual a evocação não teria poder sobre seu espírito.”

Os Padres da Igreja e alguns escritores cristãos modernos têm debatido as questões teológicas levantadas por este texto, que à primeira vista parece afirmar que é possível (embora proibido) que os humanos convoquem os espíritos dos mortos através de magia.

O Rei James, em seu tratado filosófico Daemonologie (1597), rejeitou a teoria de que a bruxa realizava um ato de ventriloquismo, mas também negou que ela tivesse realmente convocado o espírito de Samuel. Ele escreveu que às vezes é permitido ao Diabo assumir a semelhança dos santos, citando 2 Coríntios 11:14, que diz que “Satanás pode se transformar em um anjo de luz”. James descreve a bruxa de Endor como a “Pitonisa de Saul”, comparando-a á Pítia, o antigo oráculo grego. Ele afirma a realidade da feitiçaria, e argumenta que se tais coisas não fossem possíveis, elas não seriam proibidas nas Escrituras:

“Certo é que a Lei de Deus nada fala em vão, nem lança maldições, nem impõe castigos às sombras, condenando-a a ser doente, o que não é em essência ou ser como a chamamos.”

Outras glosas medievais da Bíblia também sugeriam que o que a bruxa invocou não era o fantasma de Samuel, mas um demônio que toma sua forma ou uma ilusão criada pela bruxa. Martinho Lutero, que acreditava que os mortos estavam inconscientes, leu que era “o fantasma do Diabo”, enquanto João Calvino leu que “não era o verdadeiro Samuel, mas um espectro”.

Augustin Calmet menciona brevemente a bruxa de Endor em seu Tratado sobre as Aparições de Espíritos (1759), entre outras provas bíblicas da “realidade da magia”. Ele reconhece que esta interpretação é contestada, e diz que não deduzirá nada da passagem “exceto que esta mulher passou por uma bruxa, [e] que Saul a estimava assim”.

Uma vez que esta passagem afirma que a bruxa chorou de medo quando viu o espírito de Samuel, alguns intérpretes rejeitam a sugestão de que a bruxa foi responsável por invocar o espírito de Samuel, e alegam que isso foi obra de Deus. Joyce Baldwin (1989) escreve que “o incidente não nos diz nada sobre a veracidade das alegações de consultar os mortos por parte dos médiuns, porque as indicações [do comportamento da mulher] são de que este foi um evento extraordinário para ela, e assustador, porque ela não estava no controle.”

Os espíritas tomaram a história como evidência da mediunidade espiritual nos tempos antigos. A história foi citada em debates entre apologistas espíritas e críticos cristãos. Um jornal espiritualista de Chicago em 1875 afirmou: “A mulher de Endor era uma médium, respeitável, honesta, cumpridora da lei e muito mais semelhante a Cristo do que” os críticos cristãos do Espiritismo.

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Fontes:

Bíblia Sagrada Ave-Maria.

História dos Hebreus, por Flávio Josefo.

The Encyclopedia of Jewish Myth, Magic, and Mysticism, por Rabbi Geoffrey W. Dennis.

Hoffner, Harry A. (1967). “Second Millenium Antecedents to the Hebrew ‘Ôḇ”. Journal of Biblical Literature. Atlanta, Georgia: Society of Biblical Literature. 86 (4): 385–401.

Calmet, Augustin (2016). Treatise on the Apparitions of Spirits and on Vampires or Revenants: of Hungary, Moravia, et al. The Complete Volumes I & II. pp. 47, 237.

Baldwin, Joyce (1989). 1 and 2 Samuel: An introduction and commentary. p. 159.

“The Religion of Ghosts”. Spiritualist at Work. Vol. 1, no. 19. Chicago. 24 April 1875. p. 1.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-bruxa-de-endor/

A cultura gótica

Alguém não é dito gótico por estar de preto da cabeça aos pés, ter infindável amor pela literatura gótica, “spleen”, regar suas noites em cemitérios ao vinho, ou por ser fanático pelo obnóxio Marilyn Manson; este alguém é gótico porque em seu âmago arde uma fria chama gótica. O goticismo está profundamente ligado à psique humana, às reações, ao modo de filtrar os fatos ao seu redor. Toda produção artística tenebrosa e qualquer outro aspecto ligado ao goticismo é apenas a expressão da visão e do pensamento, manifestação da essência, e não o oposto.

O goticismo não é um estado de “depressão”, “síndrome do pânico” ou qualquer outra doença; alguém que acha que é gótico porque ouve Manson, ou porque é depressivo, ou porque gosta de coisas obscuras, ou suas roupas preferidas são pretas, ou Lorde Byron é seu ídolo ou qualquer fator análogo a esses é um poser. Não devemos, nem podemos, julgar alguém por isso ou por aquilo, mas, sim, acabei de fazê-lo e não há retorno.

O gótico é uma alma corroída, um ser recluso, uma mente brilhante e tenebrosa, não alguém com um rosto amargo que incessantemente atira no esgoto de pobres mentes palavras sobre a morte, lascivas, ou clichês e outras meras “reflexões” superficiais que leu em algum lugar; goticismo é um modo de ver a vida, uma linha de pensamento, é refletir e apurar toda dor e todo riso, é olhar para si mesmo e perguntar-se o porque de cada coisa, é extrair sabedoria de onde as pessoas só extraem lágrimas, extrair das lágrimas força e consciência para não dobrar os joelhos perante toda agonia que a existência os traz e ainda assim resistir diante da consciência da sina universal. Todo pensamento extrato da essência gótica reflete a experiência pessoal de cada indivíduo e não uma generalização, de uma linha em um ponto [quanto aos pensamentos extratos, isso varia de pessoa a pessoa, por isso cada um tem sua própria visão do que é goticismo; porque ele é algo essencial e não imposto].

O gótico, em relação à sociedade, é mais dissimulado do que expressivo, principalmente quando tratamos do sofrimento consciente; o gótico é retraído e isso não quer dizer que ele não fala com ninguém, nunca ri ou sofre de algum tipo de timidez excessiva. O gótico é retraído porque ele esconde sua real natureza, ele é retraído e é tímido, porque não quer que ninguém o conheça, ele é retraído porque ele sabe que as outras pessoas não suportariam seu fardo: o sofrimento consciente, a agonia existencial, o angst – isto é – o conhecimento adquirido nas longas e frias noites regadas às lágrimas, em que todos estavam acamados em aconchegantes leitos e somente ele estava no escuro, calado e sentado na dura e fria pedra, pensando sobre a vida, o amor, a injustiça, o ódio e a morte [pode ser que um dia aquele serelepe ser que você sempre viu acompanhado de raios de sol se revele uma mente extremamente reflexiva, forte, consciente e mórbida]. Não estou falando de ser falso ou mentir, mas existem certas coisas que não devem ser mencionadas, principalmente quando não se está em meio a amigos e iguais.

Se o gótico acredita em Deus, ou Satã, ou Wicca ou Set, Lóki, Zeus? Ou se ele deve ser ateu e adverso a qualquer crença ou religião? Tudo é uma mera questão de consciência. Muitos “góticos” dizem que o gótico deve ser ateu, “se não é ateu não é gótico”, mas eles mesmos se contradizem ao dizer que o gótico é um pensador livre. Que tipo de pensador livre é este que tem seus alicerces manipulados e para ser enxertado num estereótipo deve abandonar seus pensamentos? Que tipo de gótico abandona sua consciência em nome de um estereótipo?! O gótico é uma mente livre, cabe a ele e como ele vê a vida a decisão de servir a Satã, a Deus, Gautama Buda ou qualquer outra nume ou divindade! Esses “góticos” criam inúmeras regras para o goticismo, todas refletem sua experiência pessoal e jamais regra geral; e apenas tolos e posers seguem-nas, pessoas de mente realmente fraca, e de certo modo irracionais. Se não é ateu, não é gótico?! Afirmamos, se segue regrinhas e estereótipos tolos e irracionais não é gótico!

Na realidade, os godos (góticos) foram os povos que mais rapidamente assimilaram o cristianismo a sua cultura; sabe-se que os góticos do século XVIII eram cristãos, por mais que alguns deles fizessem menção à Satã ou a Natureza, e a maior parte dos góticos de hoje em dia veio de lares cristãos, querendo ou não, o cristianismo exerce uma grande influência em sua mentalidade. Para mim, o cristianismo é a religião que mais se liga ao goticismo, sendo o sonho concreto de cada gótico, mas falo disso depois.

Quanto a só vestir preto, ouvir música gótica, e ser depressivo; tudo está ligado ao gosto, estilo e personalidade de cada um. Devemos ressaltar apenas que a cultura é um subproduto da mente, da essência gótica; um gótico real sabe ser prudente no que busca. Em outras palavras, poderíamos ditar a regra: “nada de perder tempo com coisas que não vão desenvolver seu pensamento, sua visão, seus modos, sua cultura”; mas não devemos fazê-lo, pois poderíamos esquecer de nossa essência gótica, convertendo assim o goticismo num mero conjunto de regras tolas e irracionais, apenas a fim de enxertar ou enxotar pessoas de uma “tribo urbana”, formada por mentes medíocres.

Todos os motivos pelos quais alguns góticos só vestem roupas pretas, escutam este ou aquele estilo de música, são depressivos, fumam aquela marca de cigarro, bebem vinho, fazem tatuagens, são bissexuais, são homofóbicos ou jogam rpg, são considerações pessoais e jamais devem ser vistos como regras e etc., em contra partida, se não há um motivo real, considerando o seu agrado como um, não é subproduto da essência e sim regra manipulada, e isso é ser poser…
Muitos góticos carregam horríveis cicatrizes, mas, e é aí que se encontra a ironia, são motivados a continuar a busca por algo, justamente por isso alguns externam seus sentimentos, externam marcos que devem ser memoráveis, marcos que os motivam, ou fazem tudo de modo a fugir da realidade, tudo para esquecer: fazem tatuagens, escrevem poesia, bebem vodka, ou só vestem preto…

Justamente pelos incontáveis e inimagináveis motivos que assombram a consciência de cada um, não podemos tratar ninguém com preconceito. Seja por sua religião, sexualidade, estilo de música favorito, ideologia ou qualquer outra fator. Que tipos de pensadores são os góticos que desprezam o pensamento e a consciência dos outros? Onde está o respeito pela “liberdade” [mesmo que pela liberdade de escolha de ser manipulado] pelos outros? E pela natureza de cada um? Que divirjamos, e toleremos, jamais defendamos, mas respeitemos!

O goticismo pode ser resumido em uma pequena frase: “é a essência reflexiva, consciente, trágica e mórbida que faz do gótico o real gótico” a subcultura gótica é formada pelas produções e expressões de góticos reais, sendo residual.

Quanto ao suicídio, o gótico que suicida, ao meu ver, se revela um fracassado; não foi capaz de resistir diante do negro da vida e sucumbiu ao seu outono. Esta vida jamais deve ser o mais importante, mas desfazer-se dela é desfazer-se de sua natureza gótica; suicidar é destruir a essência gótica.

A Origem do Movimento Gótico

Era o final dos anos Setenta, o cenário era extremo. De um lado encontrava-se a contestação ao sistema de extrema direita, feita pelos punks. Do outro lado uma cultura jovem alienada e psicodélica das discotecas. Neste conturbado período os jovens que procuravam pela arte e a cultura, estavam desfalcados e procurando por um espaço próprio de expressão de suas idéias. Este espaço começou a surgir com o aparecimento do estilo musical “coldwave” (onda fria, em inglês), era um som mais frio, gelado e apropriado para estes jovens que se reuniam em casas abandonadas, cemitérios para discutirem sobre cultura, realizarem saraus literários e apreciarem um bom vinho ou absinto.

O “coldwave” aos poucos começou a atrair músicos de outros estilos, algumas bandas originalmente punks e os chamados ultra-românticos, desse modo formando os primeiros Darks nos primórdios dos anos oitenta. Neste período a coldwave se espalhou pelo mundo, originando bandas como Siouxie and the Banshees, Bauhaus, Joy Division, The Cure, Xmal Deutschland, The Sisters of Mercy e tantos outros.

Na virada dos anos oitenta para noventa, os primeiros darks saíram de cena e abriram espaço para os góticos. Estes chegaram com um visual mais complexo e estiloso, buscando ainda mais por um refinamento musical e assumindo uma atitude de estilo de vida sombrio.

A cultura gótica sempre esteve ligada com a arte. Não importando qual fosse essa, música, poesia, pintura, escultura, e vem manifestando-se ora como um sentimento nostálgico, ora melancólico, ás vezes tenebroso e sempre celebrando um lado sombrio da vida e da arte. Você não se torna gótico, você nasce como um desde o primeiro dia de sua vida, encontrando a arte na escuridão.

Literatura Gótica

Na literatura o termo gótico se refere a uma forma peculiar de romance popular do século XVIII. Romances góticos continuaram a serem escritos no século XIX e reapareceram com maior intensidade no século XX. É também conhecida como a “literatura do pesadelo”.

Esse tipo de literatura emergiu como uma forma de romantismo, mas procurando mostrar o lado mais negro e obscuro do ser. A literatura gótica impõe o sentido do pavor, uma fusão entre o medo, dor e melancolia.

A literatura Gótica faz uma grande distinção entre o bem e o mal. São muito citados nos textos góticos a noite, o pessimismo, a loucura, os sonhos, as sombras, as quedas, o medo, a decomposição, a atração pelo abismo, sem se esquecer da principal a morte e a vida.

Podemos citar diversos autores, não só aqueles obvimente citados entre os autores góticos, como também aqueles mais classificados como romancistas, expressionistas, surrealistas, etc… Anne Rice, H.P Lovecraft, Álvares de Azevedo, Adous Huxley, George Orwell, Edgar Allan Poe, Lord Byron… são apenas alguns nomes da extensa lista de autores do estilo gótico.

Entre as obras mais famosas desse gênero podemos citar: Frankenstein (Mary Shellley),
As Flores do Mal, Drácula (Bram Stoker), A Rainhas dos Condenados e Entrevista com o Vampiro (Anne Rice), entre muitos outras.

No Brasil, a literatura gótica foi conhecida como Segunda Geração do Romantismo, ou Geração do Mal-do-Século. Podemos destacar nela, autores como Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela, ambos influenciados por Lord Byron e Musset, chamada também de geração byroniana. Suas principais características, assim como a literatura gótica européia, era o egocentrismo, negativismo, pessimismo, dúvidas, desilusão adolescente e tédio constante. O tema preferido desses autores era a fuga da realidade, uma forma de manifesto e repúdio a sociedade da época e na exaltação da morte, outra forma de repúdio, mas através da liberdade que a morte traz em nos tirar desse mundo.

A Música Gótica

No final dos anos 70 e início dos anos 80, a raiva e a agressividde que incendiavam o movimento punk começam a ceder lugar a uma profunda depressão e um sentimento de insatisfação de um lado e falta de perspectiva do outro.

Na Inglaterra Margareth Tatcher assume o poder, triplica-se o desemprego e aumenta a inflação. Este é o cenário triste da chamada década perdida. Nas paradas musicais domina a pose e o “glamour” do pop inglês e da dance music com seus artistas poseurs e cintilantes.

Entretanto algo estava para acontecer em uma cidadezinha chamada Manchester, onde havia muita gente morando em subúrbios cinzentos recusando-se a enterrar o legado punk, e achando que aquele “pop poseur” tinha muito pouco a ver com a vida real na Inglaterra.

E é na mesma Manchester que surge o porta voz ideal destes angustiados de quarto, na figura de Ian Curtis, um dos primeiros a transformar toda essa melancolia e desilusão em música, através da sua banda Joy Division, que apesar da curta duração devido ao suicídio de Ian, seu vocalista, deixou como legado o rock mais melancólico e desesperado já feito, sendo uma das bandas mais representativas do movimento pós-punk, como ficou conhecido este substilo musical do rock, que apresentava elementos musicais do punk mas com uma dose de melancolia mais acentuada. E é dentro do pós-punk que encontramos as mais representativas bandas do chamado estilo gótico, que no Brasil também foi chamado de “dark”, devido a preferência por roupas pretas de seus adeptos.

É nos anos 80 que a morte será o tema mais recorrente nas canções, sendo igualmente comuns temas como melancolia, desespero, abandono, decepções amorosas e falta de perspectivas. Estes temas se fazem presentes nas músicas de um certo grupo suburbano de Crowley, Sussex, Inglaterra, chamado The Cure, cujo vocalista Robert Smith com seu jeito soluçante de cantar, cabelos desgrenhados e olhos pintados de preto, fez a “alegria” dos cultuadores de deprê em suas canções.

Entretanto a cristalização do gótico enquanto gênero esteve a cargo de um quarteto de Northampton (Inglaterra), que em seu primeiro single fala de um tal Bela Lugosi, famoso vampiro dos anos 30, e cujo vocalista Peter Murphy delirava pesadelos com sua voz soturna sob um baixo pesadão e efeitos macabros de guitarra, falando de temas como morte, vampiros, morcegos e rituais pagãos. O nome do grupo, Bauhaus era uma referência a escola alemã de arquitetura que na década de 1930 teve suas portas fechadas pelos nazistas devido a ligações com o expressionismo alemão, considerado por Hitler uma “arte degenerada”.

A voz igualmente soturna de Andrew Eldritch foi o selo definitivo do movimento gótico, sendo seu grupo, “The Sister of Mercy” considerado, com toda razão,um dos maiores representantes do gênero, além de possuirem até hoje uma influência marcante em tudo que diga respeito ao estilo. Dois ex-membros do SOM formaram ainda um outro grupo seminal do gótico em 1985, “The Mission”.

Não se pode também esquecer as musas, pra ser mais exata duas musas, madrinhas, divas e rainhas máximas do gótico: Siouxsie Sioux e Anja Howe.

Comecemos por Siouxsie, com seu estilo misto de diva dos anos 20 e de prostituta nos seus belos olhos extremamente maquiados. Siouxsie e seus banshees eram majestades únicas do reinado gótico. Guitarras distorcidas, batida tribal, harmonias fluidas e climas mórbidos se traduziam em pérolas como “A Kiss in the Dreamhouse”, “Kaleidoscope” e “Nocturne”. Siouxsie também foi uma das primeiras cantoras a liderar uma banda “mais pesada”. Nascidos no movimento punk,”Siouxsie & The Banshees” souberam fazer a perfeita transição para o gótico, sendo um dos precursores do estilo.

Quanto a sua majestade loira, Anja Howe, a vocalista da banda underground alemã “X-Mal Deutschland”, pode ser considerada pioneira do estilo gótico na terra de Goethe, com sua voz inconfundível, acompanhada de guitarras e baixo linha serra elétrica. Eram também comuns na banda o uso de recursos eletrônicos, criando sons viajantes que mesclados ao vocal sedutor criavam texturas delirantes num perfeito clímax lírico-depressivo, levando os “mortos vivos” à loucura através de obras primas como “Incubus Succubus”,”Tocsin” e a maravilhosa “Matador”.

Seria ainda uma grande injustiça da minha parte deixar de citar outras bandas igualmente seminais do estilo gothic e do darkwave como Clan of Xymox, Mission, Opera Multi Steel, Poesie Noire, Cult, Switchblade Symphony, Love is Colder than Death…bem são tantas que fica até difícil citar todas, em mais uma prova do quanto o estilo é prolífico.

No finalzinho da segunda metade da década de 1980 porém, o clima começa a tornar-se inóspito para morcegões e afiliados, e o estilo gótico começa a entrar em decadência, significando o fim de muitos grupos que consagraram o gênero, deixando orfãos e famintos de sangue muitos “nosferatus”, e fazendo as noites enevoadas de Londres perder muito de seu charme.

Por Beatrix Algrave

Gothic Metal

Quem disse que o gótico morreu no final da década de 80 estava muito enganado. Aqui está o gothic metal para provar o contrário.

Como uma fênix nascida das cinzas de um estilo praticamente acabado, a música gótica ganhou peso e uma nova roupagem, mas sem deixar de lado a melancolia e obscuridade que caracterizavam o estilo.

Na década de 90, várias bandas começam a fazer um som mais voltado para o lado do peso, mas ao mesmo tempo sem deixar de lado a raiz negra que caracterizava o estilo anos atrás. A melancolia, a depressão, a angústia, o clima mórbido das canções, tudo estava lá, ainda mais completo, contando com elementos da música clássica, tudo isso sem esquecer dos contrastes dos vocais líricos e os guturais.

Aliado a novos fatores agora a música gótica, em sua versão século XXI, vem acompanhada de outros estilos que completam ainda mais a sonoridade de cada banda. Podendo ser misturada ao black metal, ao death metal, ao power metal, a música gótica atual deixou de ser apenas um filho bastardo do movimento punk para ganhar seu próprio espaço dentro da música.

Uma das principais inovações do gothic metal é o famoso metal “Bela e a Fera”, que é uma característica muito comum na maioria das bandas góticas. Representando a ambivalência presente nesse estilo, é o mais perfeito contraste entre os doces e belos vocais líricos e dos nervosos vocais guturais.

After Forever, Within Temptation, Tristania, The Sins of Thy Beloved, Theatre of Tragedy, Sirenia, Epica, etc. são apenas algumas das diversas bandas que possuem os vocais “bela e fera”, claro que cada uma possui diversas outras características que tornam sua sonoridade única.

A banda sueca Therion também possui vozes masculinas e femininas, mas na fase atual da banda, esses vocais dividem-se em soprano e tenores.

A Finlândia é um dos países onde mais nascem bandas com influências góticas, talvez o clima frio seja propício para isso… Sendo a finlandesa Nightwish o mais perfeito exemplo disto. Eles fazem um metal gótico misturado ao power metal, sendo uma das mais influentes do estilo. Mas isso já era de se imaginar, a banda possui o belíssimo vocal lírico de Tarja Turunen, aliado as profundas composições de Tuomas Holopainen e ainda conta com músicos de altíssima qualidade para complementar ainda mais a sonoridade do Nightwish.

Saídos do mesmo território que o Nightwish não poderíamos deixar de lado o love metal das bandas HIM e To/Die/For.
Também não podemos esquecer do For My Pain, do tecladista do nightwish e músicos da extinta Eternal Tears of Sorrow, do Poisonblack de Ville Laihiala ex-sentenced, do próprio Sentenced, dos veteranos do The 69 Eyes, do Entwine, entre muitas outras, afinal as bandas finlandesas nunca param de aparecer…

O Brasil também possui diversas bandas que fazem um som de altíssima qualidade, apenas ainda não caíram nas graças das grandes gravadoras, mas esbanjam competência para isso. Bons exemplos de bandas góticas nacionais podemos ter com a Simphonia Nocturna e a santista Master of Darkness, que além de covers possuem trabalhos próprios e estão apenas esperando ser descobertos para compartilhar seu talento com o resto do mundo.

Portugal já contribuiu com o cenário gótico mundial com a maravilhosa Moonspell, que vem presenteando o mundo com as composições de Fernando Ribeiro desde 1989.

Dos países latinos a Itália também gerou o Lacuna Coil, que agora encanta ao mundo com a belíssima voz de Cristina Scabbia.

Recentemente temos ouvido falar muito de duas bandas, cujos líderes deixaram suas antigas bandas que já tinham conquistado seu lugar na cena gótica, para partirem para novos projetos.

É esse o caso do recém surgido Epica, do ex-After Forever Mark Jansen, com seu som inovador repleto de influências árabes, e a mais perfeita harmonia entre o vocal gutural e o lírico. Possui apenas um álbum full-length lançado, o The Phanton Agony, mas já conquistou inúmeros fãs em todos os cantos do mundo. É o caso também do Sirenia, que surgiu logo depois de Morten Veland deixar o Tristania. Morten sentiu se realizado com a banda, tanto como compositor quanto como músico. Compôs, arranjou e tocou os dois álbuns da banda, que existe deste 2001.

Por Daniele Ferreira
16 de Junho de 2004.

A arquitetura Gótica

A arquitetura gótica, em termos de estética, qualidade, estrutura e acabamento, é considerada uma das mais belas e fascinantes de todo o mundo.

O estilo gótico é identificado como o período das grandes catedrais. De fato, com suas construções começaram a ser definidos os princípios fundamentais desse estilo. O gótico teve início na França, novo centro de poder depois da queda do Sacro Império, emmeados do século XII, e terminou aproximadamente no século XIV, embora em alguns países do resto da Europa, como a Alemanha, se entendesse até bem depois de iniciado o século XV.

O gótico era uma arte imbuída da volta do refinamento e da civilização na Europa e o fim do bárbaro obscurantismo medieval. A palavra gótico, que faz referência aos godos ou povos bárbaros do norte, foi escolhida pelos italianos do renascimento para descrever essas descomunais construções que, na sua opinião, escapavam aos critérios bem proporcionados da arquitetura.

Foi nas universidades, sob o severo postulado da escolástica – Deus Como Unidade Suprema e Matemática -, que se estabeleceram as bases dessa arte eminentemente teológica. A verticalidade das formas, a pureza das linhas e o recato da ornamentação na arquitetura foram transportados também para a pintura e a escultura. O gótico implicava uma renovação das formas e técnicas de toda a arte com o objetivo de expressar a harmonia divina.

A arquitetura gótica se apoiava nos princípios de um forte simbolismo teológico, fruto do mais puro pensamento escolástico: as paredes eram a base espiritual da Igreja, os pilares representavam os santos, e os arcos e os nervos eram o caminho para Deus. Além disso, nos vitrais pintados e decorados se ensinava ao povo, por meio da mágica luminosidade de suas cores, as histórias e relatos contidos nas Sagradas Escrituras.

O século X encontra a Europa em crise. O poder real, enfraquecido, foi substituído pelo feudalismo. Invasões ameaçam a França. Desprotegidos, o povo se organiza em torno dos castelos feudais, únicas – e precárias – fortalezas. A tensão popular conttribui para que se espalhe a crença propagada pela Igreja de que se aproxima o juízo final: o mundo vai acabar no ano 1000. A arte românica, expressão estética do feudalismo, reflete o medo do povo. Esculturas anunciam o apocalipse, pinturas murais apavorantes retratam o pânico que invade não só a França mas toda a Europa Ocidental. Chega o ano 1000 e o mundo não acaba. Alguma coisa precisa acontecer.
Em 1905, surgem as primeira Cruzadas. O feudalismo ainda permanece, mas tudo indica que não poderá resistir por muito tempo. Novos pensadores fazem-se ouvir, propagando suas idéias. Fundam-se as primeiras Universidades. Subitamente, a literatura cresce em importância. Muitos europeus, até então confinados à vida nas aldeias, passam a ter uma visão mais ampla do mundo. Profunda mudança social está a caminho.

Pressentindo a queda do feudalismo, a arte antecipa-se aos acontecimentos e cria novo estilo, que irá conviver durante certo tempo com o românico, mas atendendo às novas necessidades. Verdadeiro trabalho de futuristas da época, o estilo gótico surge pela primeira vez em 1127, na arquitetura da basílica de Saint-Denis, construída na região de Ile-de-France, hoje Paris.

As Catedrais Góticas

A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à três naves do interior da igreja a nave central e as duas naves laterais.

A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas.

A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV.

Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja.

As catedrais góticas mais conhecidas são Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.

A Pintura Gótica

A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura o realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao plano celeste.

Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do Renascimento.

Giotto é um dos maiores e melhores representantes desse estilo, a principal característica do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos com seres humanos de aparência bem comum. E esses santos com ar de homem comum eram o ser mais importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até ganhar plenitude no Renascimento.

Suas maiores obras são os Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis (Itália) e Retiro de São Joaquim entre os Pastores.

O pintor Jan Van Eyck procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida urbana e da sociedade de sua época. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a perspectiva, procurando mostrar os detalhes e as paisagens.

Suas maiores obras são: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler Rolin.

A ilustração gótica

Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos (a gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da quase mítica China). O desenvolvimento de tal genero está ligado à difusão dos livros ilustrados patrimônio quase exclusivo dos mosteiros: no clima de fervor cultural que caracteriza a arte gótica, os manuscritos também eram encomendados por particulares, aristocratas e burgueses. É precisamente por esta razão que os grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos iluministas góticos em formatos manejáveis.

Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava um texto.

Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões: a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas, a segunda é que os artistas ilustradores do período gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores.

Os vitraios

O efeito milagroso dos vitrais, que foram usados em quantidades cada vez maiores à medida que a nova arquitetura começava a comportar mais janelas, de dimensão cada vez maiores. No entanto, a técnica do vitral já havia sido aperfeiçoada no período românico, e os estilo dos desenhos demorou a mudar, embora a quantidade de vitrais exigida pelas novas catedrais fizesse com que as iluminuras deixassem de ser a forma principal de pintura. Criar uma figura verdadeiramente monumental com as técnicas dos escultores, em si é algo como um milagre: os primitivos métodos medievais de manufatura de vidros não permitiam a produção de grandes vidraças, de modo que essas obras não de pintavam sobre vidro, mas sim “pintura com vidro”, com exceção dos traços em preto ou marrom que delineavam os contornos das figuras. Sendo mais trabalhosa que a técnica dos mosaicistas bizantinos, a dos mestres-vidreiros envolvia a junção, por meio das tiras de vidro, dos fragmentos de formas variadas que acompanhavam os contornos de seus desenhos. Sendo bastante adequado quando ao desenho ornamental abstrato, o vitral tende a resistir a qualquer tentativa de se obter efeitos tridimensionais.

O uso do arcobotante e dos contrafortes tornou possível o emprego de grandes aberturas preenchidas com belíssimos vitrais.

A função dos vitrais não se reduz à de mero complemento decorativo da igreja gótica. O vitral – parede translúcida – adquire caráter estrutural ao contribuir decisivamente para a configuração de um determinado sentido da arquitetura; mais exatamente do espaço interior.
Após 1250, houve um declínio da atividade arquitetônica, o que reduziu as encomendas de vitrais. Nessa época, entretanto, a iluminura adaptara-se ao novo estilo, cujas origens remontavam às obras em pedra e vidro.

Giotto

Giotto di Bondone, 1267-1337. O revolucionário tratamento que dava à forma e o modo que representava realisticamente o espaço “arquitetônico” (de maneira que as dimensões das figuras eram proporcionais às das construções e paisagens circundantes) assinalaram um grande passo adiante na história da pintura. A opinião generalizada é que a pintura gótica chegou a seu ápice com Giotto, o qual veio a ordenar, abarcar e revigorar tão esplendidamente tudo que se fizera antes.Pela primeira vez temos na pintura européia o que o historiador Michael Levey denomina “uma grande personalidade criativa”. No entanto, a verdadeira era das personalidades criativas foi a Renascença, e não sem motivo que os estudiosos desse período começam sempre por Giotto.Um gigante, ele encompassa as duas épocas, sendo homem de seu tempo e, simultaneamente, estando à frente dele.As datas, porém coloca-nos firmemente no período gótico, com sua ambiência de graça espiritual e um deleite primaveril no frescor das cores e na beleza do mundo visível. A realização das artistas góticos foi representar solidez da forma, ao passo que pintores anteriores mostravam um mudo essencialmente linear, carente de volume e pobre de substância (a despeito de seu vigor espiritual).

Para Giotto, o mundo real era a base de tudo. O pintor tinha verdadeira intuição da forma natural, criando uma maravilhosa solidez escultórica e uma humanidade sem afetações, características que mudaram os rumos da arte.

A Capela degli Scrovegni, em Pádua, Itália, está adornada com a maior das obras de Giotto que chegaram até nós, um ciclo de afrescos pintado por volta de 1305 para mostrar cenas da vida da Virgem e da Paixão.Os afrescos dão volta às paredes da capela.

Outros artistas sobressaíram na pintura gótica, sendo eles: Simone Martini (discípulo de Duccio), os irmãos Lorenzetti Pietro e Ambrogio (identificaram com Giotto).

Escultura Gótica

De modo geral a escultura do período gótico estava associada à arquitetura. Nos tímpanos dos portais, nos umbrais ou no interior das grandes igrejas, os trabalhos de escultura enriqueceram artisticamente as construções e documentaram na pedra, os aspectos da vida humana.

Os portais da fachada de Saint-Denis e os admiráveis portais principais da Catedral de Chartres trata-se, provavelmente, dos mais antigos e completos exemplos da escultura gótica. A simetria e a clareza substituíram os movimentos frenéticos e as multidões; as figuras não são mais emaranhadas entre si, mas eretas e independentes, de modo que se visualiza muito melhor o conjunto a grande distância. É particularmente admirável o tratamento dado às ombreiras da porta, onde se alinham os de alinham figuras esguias adossadas a colunas. Em vez de serem tratadas essencialmente como relevos esculpidos na cantaria, ou projetando-se a partir dela, são na verdade estátuas, cada qual com seu próprio eixo; pelo menos em teoria, poderiam ser destacadas das colunas que lhes servem de suporte. As suas cabeças já possuem uma suavidade humana que evidencia a busca por uma maior realismo.

Na Alemanha a arte gótica como a conhecemos até o presente, reflete um desejo de conferir aos temas tradicionais do cristianismo, um apelo emocional cada vez mais intenso, mas destinada a devoções particulares. A escultura gótica italiana, assim como a arquitetura, ocupa um lugar a parte em toda a Europa. Iniciou-se provavelmente no extremo sul, na Apúlia e na Sicília, que tinham preferências que favoreciam ao estilo clássico.

Cinema Gótico

A sétima arte está repleta de obras-primas do gênero terror-suspense, filmes que de uma forma ou de outra expressam e exibem a face obscura e irracional da imaginação humana.

O gênero de cinema gótico nos remete as mais diversas sensações, desde o horror até os mais profundos sentimentos humanos.

Os filmes de terror nasceram praticamente junto com a cinematografia. O primeiro filme do gênero surgiu em 1896 e chamava-se “Escamotage d’Une Dame Chez Robert Houdin”, e em 1912 veio “A conquista do pólo” no qual um expedicionário era devorado pelo abominável homem das neves.

Passando por clássicos como O gabinete do Dr. Caligari de Weine e Nosferatu de Murnau, até o sádico Freddy Krueger nos anos 80, o gênero é um dos mais prolíficos já inventados.

Dentre os muitos filmes do gênero gótico famosos em todo o mundo, podemos citar entre os mais antigos “Frankenstein” e “Nosferatu”, que se transformaram em mitos do cinema gótico através dos anos. Entre os filmes mais atuais, podemos citar “A Lenda do cavaleiro sem cabeça”, “Entrevista com o vampiro”, “A Rainha dos Condenados”, entre muitos outros.

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Postagem original feita no https://mortesubita.net/musica-e-ocultismo/a-cultura-gotica/

O Pavimento Mosaico e a Orla Dentada na Maçonaria

Primeiramente, o que é mosaico? Ao contrário do que muitos já registraram, mosaico não tem origem em Moisés. Conforme a etimologia dessa palavra já confirmou, sua origem é a mesma da palavra “museu”. Mosaico é o trabalho feito através da união de diferentes pedras.

Em Loja, diz-se que o Pavimento de Mosaico, constituído de pedras brancas e pretas, simboliza a diversidade do ser humano, mas sempre levado à dualidade das forças: bem e mal, rico e pobre, sábio e ignorante, saudável e doente, virtude e vício, feliz e triste. Muitos autores concordaram sobre isso. Será que essa é a verdadeira interpretação?

Também se diz que o Pavimento Mosaico está presente em nossos templos porque assim era o piso do Templo de Salomão. Será mesmo verdade?

Outra importante questão sobre o Pavimento Mosaico é quanto ao seu formato. Qual é o correto? Aquele pequeno retângulo na área do Altar dos Juramentos, ou todo o piso da Loja?

Para encontrar as respostas corretas para tais questionamentos, deve-se por um momento esquecer dos nossos Rituais atuais e voltar os olhos para a história:

Mosaicos faziam parte da arte e da arquitetura romana. Tem-se no livro João, Capítulo 19, versículo 13, que os julgamentos do governante romano Pilatos ocorriam em um lugar chamado pelo termo grego de “Litóstrotos”, e em hebraico chamado de “Gabatah”. Litóstrotos significa calçado por pedras, e Gabatah significa pavimento. Plínio utilizava o termo Litóstrotos para se referir a um Pavimento Mosaico.

Convencionou-se imaginar que o “Santo dos Santos” do Templo de Salomão, por também ser um local de juízo, possuía um Pavimento Mosaico. Essa teoria não tem fundamentos na Bíblia, onde consta que todo o piso do Templo era de madeira de cedro, mas é baseada em uma breve passagem do Talmud, que permite uma interpretação de que os lugares mais sagrados dos templos tinham o Pavimento Mosaico. As escrituras e tradições também dão notícia de que o Santo dos Santos, mais alto do que o restante do Templo, era delimitado por véus com franjas e borlas (almiazar). Franjas e borlas eram usadas em sinal de respeito e devoção na época. Por borlas, entende-se um adorno pendente. Uma herança dessa tradição ainda está presente, por exemplo, nos populares lenços palestinos.

Até o final da Idade Média, não se sabia quais as cores desses antigos Pavimentos Mosaicos. Porém, no século XVI, o Rei Henrique VIII autorizou a confecção de um bíblia em inglês, surgindo então a chamada “Bíblia de Genebra”, por ter sido feita naquela cidade. Essa versão traduzida trazia como novidade diversas ilustrações. Entre elas, a do Templo de Salomão, que era ilustrado com um Pavimento Mosaico de quadrados intercalados em preto e branco. É evidente que não havia outra forma de ilustrar um pavimento colorido, pois a impressão na época era apenas em preto e branco. Porém, com pouco tempo a visão do Pavimento Mosaico do Templo de Salomão em preto e branco firmou-se como realidade. Dessa forma, quando do surgimento dos templos maçônicos, inspirados no Templo de Salomão, o Pavimento Mosaico em preto e branco foi adotado.

Enfim, as cores não tinham a simbologia da dualidade das forças. As cores eram apenas porque essa era a ideia que se tinha do piso do Templo de Salomão. O próprio Mackey, um dos maiores escritores sobre maçonaria de todos os tempos, confessou isso em sua Enciclopédia Maçônica, declarando que, apesar de equivocada, é adequada a interpretação do Pavimento Mosaico como a dualidade entre o bem e o mal.

Você pode estar se perguntando: “E a Orla Dentada?” Essa é uma questão interessante. Quando do registro dos primeiros rituais em inglês, o que era uma orla (borda, margem) com franjas e borlas (adornos pendentes) nas extremidades… tornou-se simplesmente “indented tessel” que, em tradução livre, significa “orla dentada”. Mas o que seria então uma verdadeira “orla dentada”? Trata-se do que hoje vemos sobre o trono do Venerável Mestre, em que a borda da cobertura do trono possui “dentes” com franjas, sendo comum atualmente serem feitos de gesso.

Como se sabe, os primeiros templos maçônicos eram planos e sua ornamentação precária. Por esse motivo, o retângulo onde se encontra o Altar dos Juramentos, o qual simbolicamente representa o Santo dos Santos, não era elevado, o que impedia de se ter uma Orla Dentada real. Por isso, a Orla Dentada precisava ser desenhada ou pintada no chão, ao redor do Pavimento Mosaico. Com o tempo e a forte presença do triângulo na simbologia maçônica, convencionou-se desenhar os “dentes” da orla em formato de triângulos, e assim surgiu o que atualmente se vê na maioria dos templos maçônicos espalhados pelo mundo.

Nos Ritos que adotam o Pavimento Mosaico como um retângulo central, os maçons não devem pisar no Pavimento, a não ser aquele que irá abrir e fechar o Livro da Lei, assim como ocorria no Santo dos Santos, onde apenas o Sumo Sacerdote podia ingressar e para realizar um fim específico relacionado ao GADU. A circulação então é feita em ângulo reto, tendo como parâmetro o Pavimento Mosaico.

Já no REAA, prevaleceu o entendimento de que todo o piso do Templo de Salomão era um Pavimento Mosaico, baseado nas ilustrações medievais. Por isso, todo o piso nos templos do REAA é em mosaico alvinegro, e a Orla Dentada, que circula todo o pavimento, está representada pela “Corda de 81 nós”, da qual pendem 04 borlas nos 04 cantos do Templo.

Porém, com a perda de tal compreensão e do conhecimento da origem de tais símbolos, além da influência de outros Ritos, é comum encontrar templos do REAA no Brasil que possuem o Pavimento Mosaico restrito ao retângulo central, constituído também de Orla Dentada, ao mesmo tempo em que vemos a Corda de 81 nós sobre as colunas zodiacais, algo totalmente redundante. Onde se vê Orla Dentada não deveria existir Corda de 81 nós, e vice-versa. Dessa forma, não é de se surpreender com as dezenas de significados inventados para cada um desses símbolos:

Rizzardo da Camino chegou a escrever que o Pavimento Mosaico representa a união das doze tribos de Israel, os dentes da Orla Dentada são os planetas que giram no Cosmos, e que a Corda de 81 nós absorve as vibrações negativas e as transforma em positivas. Castellani preferiu escrever que o Pavimento Mosaico representa a mistura de raças, a Orla Dentada é a união dos opostos, e a Corda de 81 nós representa a comunhão de ideias e objetivos de todos os maçons, tendo suas borlas o papel de representar que a Maçonaria é “dinâmica e progressista”. Não somente discordaram um do outro como suas suposições estavam erradas.

Apesar desses dois grandes autores discordarem um do outro em suas teorias, eles têm algo em comum: criatividade.

#Maçonaria

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-pavimento-mosaico-e-a-orla-dentada-na-ma%C3%A7onaria

A Lenda dos Tatus Brancos

Shirlei Massapust

Mutantes existem. Todos nós somos mutantes. Assumindo que a vida humana começou no continente africano, deduzimos que os negros que lá vivem estão mais próximos da configuração original do código genético do Homo sapiens, embora nunca hajam parado de evoluir. Sempre, ao mudar de ambiente, os membros de nossa espécie sofrem adaptações. Para sobreviver em cenários climáticos mais frios, caucasianos perderam melanina e ganharam gordura. Nos olhos dos orientais a inserção do músculo reto superior é mais baixa na pele palpebral provocando diferenciação ou ausência, em 50% dos casos, da prega supra tarsal. Pessoas da tribo Huaorani desenvolveram pés planos com dedos mais curtos, em número de seis em cada membro, o que os tornam melhores para escalar árvores. Povos andinos sofreram mutação no gene AS3MT possibilitando que o organismo metabolize arsênio. Os povos Bajaus sofreram uma mutação no gene PDE10A e outra no gene BDKRB2, que resultou em mais hemácias oxigenadas e melhor reflexo de mergulho. Por este motivo eles conseguem permanecer submersos por até treze minutos em profundidades de até sessenta metros.

Sempre que dois ou mais grupos humanos se reencontram, após uma separação por tempo e espaço consideráveis, as pessoas ficam curiosas diante das diferenças étnicas e culturais desenvolvidas cá e acolá. No continente europeu os viajantes do mundo antigo costumavam exagerar e até fantasiar as características de povos vivendo nos rincões mais distantes de sua terra. Alguns acreditavam em blêmias (pessoas sem cabeça, com olhos, nariz e boca no busto) e temiam pigmeus (termo pejorativo utilizado para vários grupos étnicos cuja altura média é invulgarmente baixa, cerca de 1,50 cm).

Os portugueses transmitiram aos brasileiros o gosto por bestiários e crônicas de viagens extraordinárias, de modo que o poeta Bernardo Guimarães (1825-1884) acabou inspirado a descrever uma tribo hostil e exótica no conto O pão de Ouro (1879). As adaptações dos membros da tribo Tatu Branco são: Baixa estatura, brancura excessiva, cegueira diurna, visão noturna e unhas curvas como as dos animais carnívoros.

Todos os numerosíssimos integrantes são ágeis e robustos, apesar de “quase anões[1]”. Eles fazem caça humana e comem crus àqueles que capturam em seu território, porém não praticam endocanibalismo. Ou seja, não comem os mortos de sua própria tribo e etnia mesmo que estejam famintos e que haja muitos corpos disponíveis.

Seus bens culturais se resumem à linguagem exclusiva de seu grupo étnico, pois não pintam grafismos corporais, não produzem artesanato e desconhecem até o fogo. Suas ferramentas são paus que quebram pelo mato e pedras que encontram pelo chão. Seus lares são cavernas escavadas com as unhas. Eles conseguiram criar um grande e complexo sistema espeleológico artificial numa região do Estado de Goiás.

Em O pão de Ouro o autor romanceia histórias pitorescas sobre as expedições dos bandeirantes paulistas trilhando em busca de riquezas no interior do Brasil desde o século XVII até o meado do XVIII. Tudo termina quando Gaspar Nunes, o último chefe de expedição, encontra uma nativo-americana que lhe informa sobre a proximidade dos jardins de Tupã onde “o cascalho dos rios é de diamantes, e os rochedos das montanhas são de ouro, e o que há de mais extraordinário ainda, é um grande penedo todo inteiro do mais puro ouro, que existe encima de uma serra”.[2]

Nenhum intruso jamais sobreviveu ao pernoite nesta localidade porque a região é dominada pela temida tribo Tatu Branco. É a personagem indígena quem os define:

Uma casta de gente terrível, que vive debaixo da terra como o tatú durante o dia, e só de noite sai do buraco. São brancos, brancos como o leite d’estes meus peitos, e numerosos como as formigas, e ai de quem lhes cai nas garras; não deixam ficar nem os ossos. Tupã não quer que ninguém pise nos seus jardins, e pôs lá essa raça maldita para vigiá-lo.[3]

Hélio Lopes e Alfredo Bosi interpretam essa “raça de índios pigmeus”, como um dos “obstáculos alimentados pela imaginação” que dificultaram o desbravamento do sertão.[4] Sem atribuir autoria ao poeta, Afonso Arinos de Mello Franco (1905-1990), apresentou, em sua coletânea de palestras Lendas e tradições Brasileiras (1917), o resumo da “lenda bandeirante” rememorada a partir dum impresso lido na infância.

Imortal que ocupou a cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras, Afonso Arinos foi um dos fundadores do partido União Democrática Nacional (UDN) em 1945 e deputado federal a partir de 1947. É de sua autoria a Lei no 1.3901, aprovada pelo Congresso Nacional em 03/07/1951, pioneira na tipificação da discriminação racial como contravenção penal no Brasil. Este homem exerceu diversas atividades ao longo da vida, dentre elas as de crítico literário, historiador, memorialista, biógrafo e jurista, sendo que a preocupação em se apoiar em vasta documentação caracterizou sua produção bibliográfica. Luís da Câmara Cascudo confiou na boa-fé de tão respeitável autor e reproduziu a sua versão da lenda da tribo Tatu Branco nos livros Antologia do folclore brasileiro (1944) e Lendas brasileiras (1945). A jornalista Maria Rosa Moreira Lima também reescreveu a palestra, apresentando-a na qualidade de “lenda paulista”, publicada no Diário de São Paulo, edição do dia 09/08/1975.

Verificamos poucas, porém significativas, diferenças entre O pão de Ouro e a lenda de Afonso Arinos. O cenário esvaziado de suas riquezas maravilhosas foi transferido de Goiás para uma região agreste de Minas Gerais, “conhecida pela grande quantidade de furnas e cavernas temerosas”.[5] Quem adverte os bandeirantes sobre o desaparecimento de pessoas já não é uma jovem e elegante personagem de sexo feminino, de etnia indígena, falante dum idioma do tronco linguístico tupi, mas sim um “caboclo velho da escolta” conhecedor das tradições do sertão.

Na descrição de Bernardo Guimarães, os tatus brancos são apenas canibais que fazem caça noturna e dizimam todos os aventureiros: “A carne humana parece que era para eles finíssima iguaria por isso mesmo que raras vezes podiam obtê-la”[6].

Na lenda de Afonso Arinos os cavernícolas são definidos como “índios vampiros” com poderes quase mágicos, pois “enxergavam como as corujas” e farejavam a carne humana tão bem quanto os melhores cães de caça. [7]  (Sim, eles tinham sentidos aguçados na versão anterior, mas não conforme tal mesura). Na variante posterior de Miranda Santos, compilada no livro didático Lendas e mitos do Brasil (1955), editado pela prestigiosa Companhia Nacional[8], estes ainda são “índios vampiros, que moravam em cavernas daquela região, e que só saíam à noite para atacar os viajantes”. Enfim, o conhecimento da área já não pertence a índia ou caboclo, mas a “um velho sertanejo”.[9]

Em todas as variantes da narrativa a única forma de escapar da horda esfaimada é caindo nas graças duma fêmea que faz de Gaspar Nunes o seu brinquedo sexual, ao invés de permitir que ele seja canibalizado tal como os demais prisioneiros. Quando a mulher sem nome chega no banquete, enxota seus iguais como a um bando de urubus.

sentou-se depois outra vez junto de Gaspar, tocou-lhe o corpo com as mãos, encostou as faces em suas faces, os lábios em seus lábios, e pousou seu peito sobre o dele. Gaspar reconheceu, que era uma mulher, e sentiu um horror e um asco irresistível. Essa mulher, que assim o afagava, tinha as mãos e a boca besuntadas do sangue de seu camarada a pouco devorado, e seu hálito tresandava um cheiro infecto e nauseabundo de sangueira. Gaspar sentiu as entranhas se lhe revolverem em ânsias cruéis. Se ele se visse com o pescoço enleado entre as roscas de uma serpente, que com a farpada língua lhe lambesse as faces e os lábios, não sentiria tanto horror e repugnância, como ao ver-se enlaçado nos braços de tão repulsiva criatura.[10]

No conto de Bernardo Guimarães a mulher que toma Gaspar para si percebe o nojo do bandeirante, não se apresenta mais babada de sangue e lhe oferece frutas ao invés de carne humana. Ainda assim é irremediavelmente asquerosa. Coabitar com ela na murrinha duma toca mal arejada pareceu-lhe um destino pior do que a morte.

Quando o sol dardejou seus primeiros raios, Gaspar (…) contemplou pela primeira vez à luz do dia aquele corpo, que não era mal feito, porém de alvura tão excessiva, que fazia repugnância; os cabelos eram finos, corredios e de um louro quase branco; o rosto era irregular, mas não inteiramente destituído de graça; porém as unhas curvas e compridas, e os dentes aguçados, que se viam por entre os lábios entreabertos, davam-lhe um ar feroz e repulsivo. Gaspar depois de ter lançado um último olhar de comiseração sobre aquela infeliz selvagem, pôs-se a fugir a bom andar para longe daqueles sítios fatais.[11]

A índia vampira da lenda de Afonso Arinos não entra em combustão espontânea quando exposta à luz solar, mas ainda encontra dificuldade de locomoção. Ela é uma princesa! Algumas imperfeições anatômicas desapareceram. Seus cabelos ganharam volume. Mesmo assim, durante a fuga, Gaspar só olha momentaneamente para traz para se certificar que sua perseguidora não o alcançará.

Era pequenina e branca; cabelos longos, de um louro embaçado, caíam-lhe abundantes sobre as costas. Quanto mais clareava o dia, maior parecia a angústia da princesinha dos “tatus brancos” que tapava com as mãos os olhos gázeos, bracejava e gemia, incapaz de caminhar, às tontas, como inteiramente cega. O bandeirante olhou uma última vez para a triste selvagem, e fugiu da terra maldita.[12]

Na variante de Theobaldo Miranda Santos – à época considerada adequada para leitura por alunos da terceira série primaria e crianças com mais de oito anos, – Gaspar parece tão pouco preocupado com o cárcere privado quanto a personagem protagonista do conto de fadas francês A Bela e a Fera; porque eles amam suas feras.

A madrugada encontrou fora da caverna a salvadora do bandeirante. (…) Era branca e loura. E linda como um anjo. O bandeirante ficou com pena de abandonar a princesinha. Mas não teve outro remédio.[13]

Confesso que essa monstra me causa mais embrolhos agora que é nobre, bela e virtuosa do que quando ela oferecia o braço do cadáver do colega para o cativo comer. O próximo passo para a desconstrução do antagonismo índio nesta lenda equivocada seria reconstruir elementos de terror como horror ou contágio sobrenatural de um mal europeu pelo nativo-americano. Assim surgiu a variante do imponente romance gráfico Papa-Capim – Noite Branca (2016), a 11ª edição do selo Graphic MSP, com roteiro de Marcela Godoy e desenho de Renato Guedes, publicada pela Panini.

Os extras do álbum informam que Marcela Godoy realizou “uma rica pesquisa” antes de criar vilões inspirados na lenda da tribo Tatu Branco.[14] Neste roteiro o leitor é apresentado à Noite Branca, tribo de índios possessos com poderes de desdobramento no universo onírico, onde geram pesadelos. Todo indivíduo integrado à Noite Branca se transforma num horrendo monstro albino capaz de resistir a qualquer ferimento, exceto à perfuração do coração por flechas de madeira. Somente o religar de seu Eu com a natureza, da qual se afastou, pode lhe devolver a humanidade. O fundador da Noite Branca seria um pajé imortalizado pelo consumo do coração de um vampiro europeu.

A fonte de Marcela Godoy é Câmara Cascudo que, conforme exposto, compilou um texto de Afonso Arinos. Este último certamente resumiu Bernardo Guimarães, sendo que antes imperava o silêncio… Que a verdade seja dita: Poderíamos passar um pente fino em todos os trabalhos arqueológicos e antropológicos realizados no centro-oeste e sudeste do Brasil sem localizar quaisquer menções no folclore nativo-americano a uma tribo denominada Abati Tatu, ou mesmo a um mero xingamento peē tatu.

Profissionais ocupados com pesquisa de campo fazem chacota do tema; a exemplo da ironia de Gilmar Pinheiro ao comentar o achado duma estatueta de tatu (Dasypodidae) quando buscavam por vestígios de ocupação humana em cavernas mineiras: “A análise das fontes primárias dos séculos XVI e XVII, aliada aos recentes dados que vêm sendo levantados pelo PASF, deixa uma certeza incontestável: é mais fácil crer na existência dos Tatus Brancos de Câmara Cascudo, que nos temíveis Cataguá de Diogo de Vasconcellos e seus discípulos”.[15]

Apesar de tudo, talvez não seja inútil rememorar a proposta de um personagem de Bernardo Guimarães, em O pão de Ouro, que planejou, mas não executou, um modo de vencer a tribo Tatu Branco: “O melhor é ajuntar bastante lenha na boca de cada furna, e deitar fogo; assim os sufocaremos e os mataremos todos, como se matam as formigas cabeçudas lá em nossa terra”.[16] É assim que vários povos nativo-americanos caçam morcegos. E foi assim que heróis do folclore Apinajé e Kayapó-Xikrin derrotaram a tribo dos homens-morcego kupẽ nhêp, caçadora de homens, que abduzia todos que pernoitavam nos arredores de sua caverna, numa área misteriosa no Alto Tocantins.

Faça download gratuito das fontes primárias:

GUIMARÃES, Bernardo. A Ilha Maldita. O pão de ouro. Rio de Janeiro, B. L. Garnier, 1879. URL: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/3079

ARINOS, Affonso. Lendas e Tradições Brasileiras. São Paulo, Typographia Levi, 1917, p 23-27. URL: https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?id=145784

Notas:

[1] GUIMARÃES, Bernardo. A Ilha Maldita. O pão de ouro. Rio de Janeiro, B. L. Garnier, 1879, p 280.

[2] GUIMARÃES, Bernardo. A Ilha Maldita. O pão de ouro. Rio de Janeiro, B. L. Garnier, 1879, p 260.

[3] GUIMARÃES, Bernardo. A Ilha Maldita. O pão de ouro. Rio de Janeiro, B. L. Garnier, 1879, p 261.

[4] LOPES, Hélio & BOSI, Alfredo. Letras de Minas e outros ensaios. São Paulo, EdUSP, 1997, p 23.

[5] ARINOS, Affonso. Lendas e Tradições Brasileiras. São Paulo, Typographia Levi, 1917, p 23.

[6] GUIMARÃES, Bernardo. A Ilha Maldita. O pão de ouro. Rio de Janeiro, B. L. Garnier, 1879, p 281.

[7] ARINOS, Affonso. Lendas e Tradições Brasileiras. São Paulo, Typographia Levi, 1917, p 23-24.

[8] A Companhia Editora Nacional é uma editora brasileira que foi fundada por Monteiro Lobato em 1925 e, em 1980, passou a fazer parte do Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas.

[9] SANTOS, Theobaldo Miranda. Lendas e mitos do Brasil. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1955, p 86.

[10] GUIMARÃES, Bernardo. A Ilha Maldita. O pão de ouro. Rio de Janeiro, B. L. Garnier, 1879, p 287-288.

[11] GUIMARÃES, Bernardo. A Ilha Maldita. O pão de ouro. Rio de Janeiro, B. L. Garnier, 1879, p 261.

[12] ARINOS, Affonso. Lendas e Tradições Brasileiras. São Paulo, Typographia Levi, 1917, p 26.

[13] SANTOS, Theobaldo Miranda. Lendas e mitos do Brasil. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1955, p 87.

[14] GODOY, Marcela e GUEDES, Renato. Papa-Capim – Noite Branca. São Paulo, Panini, abril de 2016, p 76.

[15] JÚNIOR, Gilmar Pinheiro. Arqueologia Regional da Província Cárstica do Alto São Francisco: um estudo das tradições ceramistas Uma e Sapucaí. (Dissertação de Mestrado). Belo Horizonte, MAE-USP, Março de 2006, p 20-21.

[16] GUIMARÃES, Bernardo. A Ilha Maldita. O pão de ouro. Rio de Janeiro, B. L. Garnier, 1879, p 276.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/a-lenda-dos-tatus-brancos/

A Grande Conspiração Universal

Entrevista efetuada por Daniel Rebisso e publicada na Revista Realismo Fantástico número 6 de Curitiba. Ernesto Bono, autor de A Grande Conspiração Universal, faz incríveis revelações em entrevista concedida a Realismo Fantástico. Pesquisador italo-brasileiro, naturalizado, radicado no Rio Grande do Sul, o ufólogo Ernesto Bono é um dos pioneiros na abordagem filosófica do fenômeno OVNI. Nesta entrevista concedida ao também famoso ufólogo Daniel Rebisso, Bono fala de suas últimas descobertas sobre a grande conspiração dos extraterrestres que estariam dominando planeta.

Realismo Fantástico — Primeira curiosidade: como a Ufologia entrou em sua vida?

Ernesto Bono — Muitos anos antes de me tornar médico e psiquiatra. Foi por volta dos meus 14 anos que comecei a interessar-me profundamente pelo tema e, desde então, nunca mais abandonei essa temática fantástica ou essa manifestação do insólito.

RF – Como conferencista e escritor, observamos que a sua principal preocupação em relação aos OVNIs tem-se voltado para as questões filosóficas ou, como poderíamos dizer, para o aspecto epistemológico e que envolve o conhecimento das coisas. A seu entender, o que a realidade ufológica freqüentemente impõe aos homens?

EB – Eu suspeito que a presença dos UFOs, entre outras coisas, visa modificar nosso modo de sentir, perceber e entender a Vida e o mundo. Eles estariam aí para que, de algum modo, o homem abandone seus velhos esquemas de mal conhecer, esquemas instituídos no Ocidente pela filosofia e epistemologia de Aristóteles e fortalecida por Tomás de Aquino.

Tanto esses velhos filósofos como René Descartes, também filósofo e precursor da Ciência Moderna estabeleceram a primazia da dualidade perceptual. Para eles, sem qualquer dúvida – e para nós também, condicionados pelas idéias deles – existe uma realidade material que se estende e que dura, a qual pode ser encarada por outra realidade que pensa, o corpo-ego-homem, no caso. Esse dualismo ou multiplicidade perceptual acredita, por exemplo, que o homem é um ser à parte, separado, criado por alguém – Deus bíblico ou Acaso científico –, dotado de sentidos e capaz de sentir, pensar e perceber. O homem confrontar-se-ia então com um mundo que estaria à sua frente, mundo que precisa ser bem enfocado, bem percebido, decifrado. Ou melhor, teríamos que raciocinar em cima do que se enxerga e se percebe. Malgrado a impecabilidade dessa postura, ela infelizmente é um modo de conscientizar ou perceber totalmente errôneo e que vem prevalecendo há milhares de anos. Sem qualquer dúvida é prático e cômodo ao Status Quo, mas não passa de uma safadeza e desonestidade da lógica-razão em nós. Tal gnoseologia ou epistemologia é ótima para que os donos do poder alcancem seus fins, e é ótima principalmente para subjugar e dominar os inocentes e desavisados. Os orientais há milênios deram-se conta das mentiras do pensamento comum e da lógica-razão. Esse é o motivo profundo de os sábios orientais nunca se terem permitido criar uma ciência moderna, por exemplo, com seu modo de mal conhecer e de atuar pior. Embora os UFOs nada tenham a ver com a Sabedoria Oriental, talvez estejam tentando romper com nosso esquema enganador de mal conhecer, perceber, senão todos os UFOs, pelo menos boa parte. A presença anômala e escorregadia dos UFOs quiçá esteja sugerindo que conhecer corretamente não é exatamente aquilo que Aristóteles, Ciência e todos os demais filósofos do Ocidente estabeleceram, porque lhes convinha.

RF – Seria então necessário ver ou interpretar o fenômeno OVNI por um outro ângulo que não o científico?

EB – Aprofundando-me no tema, descobri que as humanas possibilidades de conhecer são somente duas: ou prevalece a Direta ou Sentir (do Sábio Autêntico), ou prevalece a Indireta ou pensar (do homem comum, do ignorante, do cientista confuso e conformado). Explico-me melhor: Conhecimento Direto é quando a Mente em SI – ou a Mente num Homem livre do mal pensar – não se separa do dado, ou daquilo que está à sua frente, isto é, a objetividade, que não precisa ser só e sempre material. Tal Mente Pura (ou SENTIR Primevo) comunga com a Objetividade Primordial – ou com o “ISTO” ou também com o Cosmo Verdadeiro. Em tal Saber-e-Sentir há uma interfusão, interpenetração, intercâmbio constante entre o Ser e a Coisa e que em verdade não são dois, mas sim são uma não-dualidade perfeita… No Conhecimento Direto se Sente, se Sabe e se Intui, se Comunga, mas não se rumina a respeito (raciocínio) ou não se discorre propositadamente sobre o percebido, sobre o que se conscientiza. Não existe um ego, ladrão, salteador e mentiroso para tal, e que se meta a distorcer tudo, a ocultar ou a acrescentar lorotas e enganos perceptuais. No conhecimento indireto se pretende que haja um ego-pensante aqui, que se confronta com determinada coisa, lá e que independeria dele, mas que em verdade é só e totalmente pensada. O ego-pensamento em todos nós sempre acha que sente, que sabe, que intuí, que compreende, que atua etc, quando em verdade só pensar em sentir, pensa em agir, pensa em compreender, mas mais mal conhece do que sabe de fato, mais mal lucubra do que intui; tudo raciocina e nada compreende; só pensa em agir, sem conseguir atuar e contento, livremente e alcançar fins verdadeiros. O que o ego-pensamento alcança é exatamente o fruto pensado ou aquilo que se propôs fazer. Longe porém está de usufruir daquele Saber-Sentir Puro, ou de alcançar aquele Isto Primordial, os quais não são tão transcendentes assim nem tão metafísicos. Os discos voadores autênticos são um ISTO Primordial que só o Saber-e-Sentir no Homem vivencia ou senão surpreende e com eles comunga. Há momentos, porém, que certos OVNIs, como uma concessão deles mesmos, transformam-se em objetos vulgares, fugazes, em aparelhos e que qualquer reconhecimento humano ou mal conhecer discursivo pode captar. Só que as experiências que a testemunha-ego tiver sempre serão precárias, confusas, enganadoras, traumatizantes ou até mesmo sofridas. E toda conclusão que de tal experiência o ego quiser retirar sempre será aparências, enganos ou mentiras.

RF – Mas esse tipo de apreensão ufológica nos parece quase um estado de Iluminação Interior. Será preciso tanto?

EB – E por que não poderia ser assim? Aristóteles, Descartes, Kant, Hegel e a ciência moderna inventaram estórias a respeito da objetividade, do viver cotidiano, do Cosmo, onde os UFOs parecem caber. E quem pode nos garantir que o mundo ou a objetividade tem que ser exatamente como eles disseram? E além de ser assim, quem pode nos garantir que uma objetividade tipo UFO tem que se acomodar às leis e dogmas que a ciência inventou, estabeleceu para resultar em PODER. Ou um UFO tem que se comportar conforme a previsibilidade dos preconceitos humanos?

RF – Mas e o conhecimento indireto de que o amigo fala seria só um fornecedor de aparências e ilusões?

EB – Ele é o pai da própria ilusão e tem como base a própria lógica-razão, mãe de todas as aparências e contradições bipolares e polivalentes! A lógica-razão sempre polariza o que nós acreditamos conhecer por meio dela, ou seja sempre resulta num certo e errado, num longe e perto, num alto e baixo, num longo e curto, num duro e mole etc. –, ou senão oculta a Verdade-Isto, ou ainda distorce o Sentir Primevo e Puro, esconde o Real e em seu lugar engendra substitutos enganadores tipo falso mundo, falso universo, falso objeto. O REAL em si, por sua vez, não é nem material nem anímico, não é nada acrescentado nem dependente, nem é algo que o pensamento comum possa decifrar. Na verdadeira VIDA, em cujo seio os OVNIs também pode caber, e com eles outros Cosmos – e não só o modelo de universo científico – não existe “um homem aqui” e “um mundo lá”. O que nessa Vida talvez prevaleça é exatamente uma não-dualidade vivenciável, indescritível para a lógica pura, mas descritível para os sentidos e emoções. Digamos, é um todo em que homem-e-meio são algo completo. Sol-e-Raios, Raios-e-Sol. Aí, portanto, não haveria nenhuma necessidade de o homem na condição calhorda de ego-pensante separar-se desse meio e depois tentar conhecê-lo para dele tirar ou não proveito e implantar o PODER institucionalizado. Bastaria a esse homem comungar com seu meio, reconquistando aquela unidade ou aquela não-dualidade sensorial e que sempre é uma união afetiva e inteligente.

RF – A idéia é interessante, mas como se aplicaria esse Conhecimento Direto à pesquisa ufológica, ou senão ao seu correto entendimento?

EB – Para se aplicar o Conhecimento Direto não existe nem como nem porquê. O fato é que, sempre que se levantam os “como” e os “por quê?” em seguida passa a prevalecer o conhecimento indireto, o grande enganador e distorcedor de verdades simples e imediatas, como certos UFOs, às vezes podem ser. A presença UFO não oferece um “o quê” ou um “como” pensar. De algum modo, apenas sugere que o teu modo de conhecer é precário ou está errado e que tens que te modificar. Sua realidade, quando presentes se fazem, em termos aparentemente objetivos e materiais, é sempre um desafio para um ufólogo honesto e livre de escolas. Parece que eles vivem a nos dizer: Pára de pensar tanto e tão mal e começa a sentir-e-saber de outro modo! Esse teu outro modo de sentir-e-saber pode perfeitamente transformar-se num caminho que te conduzirá até nós”. E aí voltaremos a ser aquela não-dualidade, Isto-Sentir e Sentir-Isto, em que tanto os homens de boa vontade como os homens cósmicos, seus irmãos mais velhos, acabarão se confundindo e se abraçando no seio de um mesmo PAI-MÃE, de onde tudo surge, mas nada se cria.

RF – Acreditas que todos os UFOs ou melhor, os ufonautas seriam capazes de tal gesto?

EB – É claro que todos não, mas boa parte sim. E é exatamente contra esta boa parte que o Governo Invisível humano e os ETs nefastos do além estão lutando. Boa parte dos ETs devem ser positivamente neutros ou benevolentes; e quem sabe estejam inseridos nesse modo de conhecer direto ou não-dualista. Estes talvez estejam tentando atrair alguns homens inteligentes para levá-los de volta às suas origens, o centro de tudo, onde tudo converge e também desde onde tudo diverge, sem que nada nem ninguém perca aquela condição primordial de Consciência-EU.

RF – E dos demais extraterrestres, dos ETs nefastos, o que poderias no dizer?

EB – Que são velhos aliados de humanos também nefastos daqui mesmo. Tanto a esses ETs velhacos como os seus compadres terrestres do Governo Invisível interessa e convém que prevaleça o famoso conhecimento indireto e indiretíssimo, ou seja, o conhecimento tipo comum ou tipo científico, a moral gananciosa e mesquinha do materialismo niilista, a falsa religiosidade. Esses ETs bandidos ou até mesmo neutros negativos visam o PODER, no além e no próprio mundo, como também o Governo Invisível visa este PODER ou a hegemonia mundial. Ambos não têm qualquer emoção, amor e sentimentos. São máquinas trituradoras e destruidoras sem o emocional-cardíaco, e que é exatamente a alma humana. Eles são os famosos emissários da morte!

RF – Em seu livro A Grande Conspiração há um capítulo inteiro dedicado às revelações de John Lehar e Milton William Cooper a respeito do Majestic-12 e do governo secreto do mundo. O que te levou a crer na validade dessas denúncias?

EB – Exatamente os pormenores das denúncias que ambos fizeram. Como diz William Moore, que os contra-ataca, ambos podem ser apenas simples paranóides, fascistas, farsantes ou quem sabe agentes da CIA disfarçados. Suspeito que William Moore é muito mais do que eles. Para não ter amor à verdade e ao próximo sofrido, Milton William Cooper estaria se expondo demais, pode até correr risco de vida. Nem ele mesmo se dá conta da incrível e espantosa gravidade de suas denúncias. Põe a nu as manobras de um Governo Invisível que efetivamente existe, encabeçado por uma CIA, MJ-12, CFR, TC, Bilderburger, Sociedade Jason, Alternativas l, 2 e 3 etc. como nunca ninguém o fez. John Lear é muito mais prudente e comedido. Mostra o crime, sim, mas acha que ninguém é criminoso. Só os ETs safados é que seriam. M.W.Cooper prova que a maior culpa cabe não aos ETs, mas ao Governo Invisível, que tem atormentado o mundo inteiro, visando o Poder Máximo… O que mais me deixou pasmo foi saber que desde 1947, atrás de um Truman ou de um Eisenhower, já existiam assessores presidenciais humanos, manipulando o governo norte-americano e soviético, constituindo inclusive e com toda felicidade organizações ocultas e prejudiciais aos homens e aos ETs, digamos bem intencionados, como o MJ-12 (ou melhor, projeto Grudge, Sign, Projeto Grudge, Projeto Bluebook, Projeto Yellowbook, Sociedade Jason etc. etc). O que me deixou abismado foi ver como esses humanos em absoluto nada honestos – alguns dos quais representam exatamente a anti-raça humana – se levantaram em bloco, tentando de todas as maneiras possíveis ocultar e bloquear toda e qualquer difusão de verdades ufológicas que não conviessem aos interesses deles. Eles não podiam deixar transparecer que sociedades secretas ou eles próprios, o Governo Invisível, já lidavam com ETs nefastos há milhares de anos. Também não podiam deixar transparecer que sempre houve uma Grande Conspiração Universal, e que, após a Segunda Guerra Mundial, ou após a Segunda Grande Derrota Mundial – pois não foi o homem quem ganhou tal guerra – outros tipos de UFOs e ETs haviam irrompido no mundo, numa tentativa desesperada de alertar os homens ou de ajeitar o que ainda podia ser ajeitado.

RF – Mas então o que tens a dizer da falsa alegação de que os governos mundiais manteriam o fenômeno UFO em sigilo a fim de manter a ordem social e perpetuar o bem estar de todos?

EB — Essa tese de manter a ordem social, malgrado as histerias que o programa radiofônico de Orson Welles em 1938 causou, é completamente falsa. Os poderosos que Milton William Cooper denuncia, e que eu julgo extremamente prejudiciais para o gênero humano, foram os que se levantaram após o segundo conflito mundial (ou derrota mundial), tentando esconder e sufocar uma coisa que havia resolvido intervir desde fora, desde o Insólito, e com o qual eles não contavam. Ou seja, as aparições em massa de OVNIs neutros e quem sabe benevolentes, não aliados de certos humanos safados e não ligados à Conspiração Universal. Esta última talvez atinja seu ápice neste fim, de século ou no novo.

RF – Acreditas realmente que seres extraterrestres tenham firmado algum pacto ultra-secreto com as grandes Potências da Terra?

EB – Não que assinaram, mas foram induzidos a firmar pelo Governo Invisível, e que manda em todas essas grandes potências aparentes. Por conseguinte, foram enganados tanto pelos ETs nefastos como por certos humanos safados daqui mesmo. Ao assim me exprimir, estou me baseando em dados históricos, filosóficos, religiosos, espirituais e ocultistas. A Grande Conspiração não abrange somente a área política e econômica, mas abrange tudo, principalmente o pretenso lado religioso, espiritual, ocultista e paranormal da humanidade.

RF – Independentemente de Cooper e Lear, de onde tiraste a tua convicção do pacto entre ETs e humanos safados?

EB – Conhecendo bastante bem um plano geral que está em andamento há milhares de anos. Tenho me apercebido dos interesses em jogo e que são da ordem econômica, militar, política, religiosa, filosófica, científica, mágica, ocultista, sociológica etc. A partir da manipulação disso tudo, pode-se conhecer o que o Governo Invisível pretende e sempre pretendeu: a hegemonia mundial absoluta. E para tal, nada melhor do que os alienígenas aliados deles! Sempre confundimos esse Governo Invisível ou clandestino com uma Fraternidade Branca com uma Shamballa, com Agartha, mas essas não tem nada a ver com isso. Forças ocultas nefastas do além e do aquém movem o mundo há centenas, senão há milhares de anos. E essas forças tanto pertencem aos falsos deuses, a Golem, Moloch, Molokron, a ETs tenebrosos, como pertencem a humanos, em momentos senhores e em outros servos daqueles. É a velha luta entre Deuses inseridos na Lei e Demiurgos fora da Lei, ambicionando o Poder. O homem comum infelizmente, fica no meio, como nas duas últimas guerras mundiais, e sempre leva a pior. Não poucos humanos gananciosos são aliados dos demiurgos há já muito tempo.

RF – Mas esse acordo secreto justificaria toda uma série de fatos aterradores, supostamente causados por determinados extraterrestres, como as desaparições misteriosas de seres humanos, mutilações inexplicáveis de animais, abduções de mulheres e homens por OVNIs e que depois são devolvidos totalmente perturbados.

EB – Que o acordo propriamente dito tenha a culpa do que vem acontecendo na Ufologia, duvido; mas que ele entreabriu a porta, entreabriu. Só que os poderosos dos governos não suspeitavam – e quem sabe sequer os líderes do governo invisível suspeitavam – que com essa abertura de leve, as portas iriam se escancarar, favorecendo as patifarias de certos notórios ETs vampiros, de certas larvas, de certas “máquinas” ávidas de sangue. Muitos estudiosos do assunto sabem que esses acordos não somente permitiram que alguns ETs, e que depois se revelaram insidiosos, se instalassem no nosso meio, como inclusive lhes foi concedida certa liberdade para fazer as experiências que lhes conviessem, em troca de favores e avanços técnicos. Esses mesmos ETs, aliás, velhos aliados do Governo Invisível ou clandestino, sempre estiveram aí. O que faz pensar então que tais coisas já vinham acontecendo há muito tempo, só que de modo mais brando e bem disfarçado. As velhas bruxarias e os diabos teológicos levavam a culpa. Tais ETs nos tempos que correm, infelizmente, estão exagerando na medida. Ninguém mais os segura. Entrementes, o que o Governo Invisível está fazendo com suas Alternativas l, 2 e 3, com sua franca difusão das drogas, com o contrabando de armas sofisticadas, com corrupções generalizadas, com desgovernos provocados no terceiro mundo, com inflações totalmente camufladas, com recessões, com misérias agudas, com fome generalizada como as da África, com futuras leis marciais etc. etc. isso meu amigo é muito pior.

RF – Duas raças supostamente extraterrestres, os reticulianos e os rigelianos (além dos reptilianos) estariam atrás dessas operações e acordos secretos. Quem te garante que sejam elas mesmas as que estão fazendo tudo isso?

EB – As palavras reticulianos, rigelianos, reptilianos, e até mesmo procionianos (ou tipo humano, nórdicos) foram inventadas pelos homens, por certos estudiosos de Ufologia. Não sei quantas raças de ETs nefastos existem, mas um tipo cinzento, e que o homem chamou de reticuliano, é o que geralmente prevalece quando se trata de descrever horrores e circunstâncias desagradáveis na Ufologia. Suspeito que dentre as centenas de tipos de ETs já vistos – (vistos pelo conhecimento indireto e enganador do homem e, portanto, ETs mal descritos; ou quem sabe, alienígenas que nos enganam por causa de nossa precariedade perceptual) – possível seria formar três grupos, sem cair no maniqueísmo do bem e do mal, ou seja: os benevolentes, tolerantes e que talvez tentem nos ajudar (os procionianos, quem sabe!), Os neutros e que às vezes se confundem com máquinas, robôs, andróides, clones, e os nefastos que precisam nos vampirizar e sugar tudo o que fortaleça e garanta a sobrevivência deles… Temo que estes últimos sejam a maioria… O relatório Matrix aponta os reticulianos, os rigelianos e os procionianos como sendo os extraterrestres que mais nos visitam e atuam no nosso meio. Suspeita-se também que as potências mundiais do primeiro mundo foram levadas a fazer acordos com reticulianos e rigelianos,. Os procionianos ou os tipo venusino de George Adamski sempre foram rechaçados pelos governos em geral, não se sabe porque e sempre foram vistos como seres criados pela imaginação humana. (É que esses tais se confundem com os alemães, e por conseguinte com os nazistas que fugiram após a WW2). Adamski, no caso, era o pai dessa imaginação, com propensões místicas. É claro que atrás desse rechaço forçado e imposto estava o próprio Governo Invisível… Por outro lado, levando em consideração os diversos relatos  e raptos acontecidos, as vítimas geralmente ou descrevem extraterrestres tipo reticuliano, ou senão tipo rigeliano, mas estes bem menos, reforçando sobremaneira a tese das experiências terríveis que tais alienígenas estariam levando a cabo com homens e animais. Por outro lado, não se tem notícias de encontros com procianianos (ou tipo venusino) e que para o contatado tenha resultado em violências e traumas… Posso estar enganado, pois não é possível memorizar todos os contatos de terceiro, quarto e quinto grau que já aconteceram com ETs, no mundo inteiro.

RF – Esses reticulianos e rigelianos teriam eles entrado no cenário terrestres somente após a Segunda Guerra Mundial? Ou melhor dito, somente depois de 1947?

EB – Ai amigo, indiretamente estás me obrigando a tocar num assento delicado. Bem, lá vai, paciência! De fato, certas coisas precisam ser ditas! Como antes sugeri, muito antes de 1947, digamos milhares de anos atrás, certos membros ativos do que hoje mal se suspeita existir como governo invisível já eram aliados de certos extraterrestres. Quero crer que eram aliados de ETs nefastos. Só que estes dificilmente se faziam presentes na superfície do globo. A modo de dizer, viviam invisíveis ou semi-invisíveis em planos imediatos ao plano-Terra. Eles, tranqüilamente sempre efetuaram o comércio do troca-troca… Ou seja, certos bruxos, certos religiosos de mau caráter, sempre estiveram fazendo sacrifícios, geralmente sanguinários, sempre praticavam rituais a favor de tais ETs e que eram vistos como pretensos santos, deuses, guias, líderes de falanges, de egrégoras etc. E estes, em troca, obsequiavam favores e poderes para os seus eleitos, escolhidos ou ritualistas. Talvez alguns do Governo Invisível atuassem assim e tirassem proveito disso. Assim que os pactos ou acordos entre ETs nefastos, necessitando de sangue, hormônios, órgãos, humores, sentimentos, emoções dos seres vivos já são bem antigos. Eles sugam tudo.

RF – Por que razão esse acordo entre ETs cinzentos e grandes Potências, direcionadas por um pretenso governo invisível só foi posto em prática mais intensamente nos últimos anos, digamos, após a Segunda Guerra Mundial.

EB – Vou contar uma piada que parece verdade ou uma verdade que parece uma piada. Conforme ensina a tradição milenar e o próprio Apocalipse, milhares de anos atrás houve um terrível confronto de ETs no céu, confronto que se refletiu na superfície terrestre, de modo catastrófico. Um grupo de ETs benevolentes ou da Luz, capitaneados por alguém, e obedecendo ordens do Centro da Vida, vieram dispostos a eliminar (ou a expulsar) dos céus e da superfície da Terra o Demiurgo usurpador,  e seu 1/3 de estrelas (ou ETs nefastos, asseclas, seguidores ou até mesmo outros demiurgos mais). Este Demiurgo usurpador, tomando o lugar do Absoluto, do Ser Primevo, do Deus Pai-Mãe, muito antes fez-se passar pelo deus único, criador do céu e da terra, e que todos deviam obedecer e temer. Em verdade sempre foi e é um farsante, um Titã inimigo dos homens. E tal como conta o Gênesis, em que Abel é atraído para fora por Caim e depois é traído e morto, esse mesmo líder e seus ETs de boa vontade, de algum modo, foram enganados pelo Demiurgo. Tiveram que parar de guerrear contra as hordas do Demiurgo, porque quem estava sendo prejudicado, como de hábito era o homem da superfície terrestre. E, bloqueados,  não puderam voltar às suas origens. Para evitar o pior, “esses ETs benevolentes tombaram na superfície terrestre”, em pontos especiais e se esconderam por um tempo ou Era. Esses mesmos que se esconderam em algum lugar da terra, como os tempos haviam chegado, por amor ao homem, resolveram reaparecer na superfície. Determinados extraterrestres não derrotados, mas que por força das circunstâncias se ocultaram em mundos subterrâneos e plataformas submarinas, simplesmente resolveram voltar. Juntamente com o retorno à superfície desses, também voltaram a aparecer outros ETs cósmicos, Filhos da Luz, que se situavam muito além do escudo isolador que o Demiurgo havia levantado ao redor da Terra. Com esse aparecimento repentino de ETs positivos do muito além, e os aqui escondidos, o Governo Invisível ou clandestino se apavorou, pois estes, mais, digamos os reticulianos do além, aliados destes, eram inimigos milenares de todos esses outros ETs provavelmente positivos e inclusive inimigos da própria humanidade, que por eles todos sempre foi considerada um pasto aprazível.

RF – Na semana passada, saiu uma grande entrevista na Revista Veja, com Peter Ward, famoso astrônomo, astrofísico norte-americano, o qual afirma, após profundos estudos e pesquisas científicas, que fora do Planeta Terra não existe vida. Sendo ele um renomado cientista que fala assim, num quase coro com os demais colegas de astronomia, o que sobra então para os leigos, para quem não é especialista de astronomia, para os que pretendem ser exobiologistas etc? Por um mero acaso, só a Terra teria vida? E se não existe vida em parte alguma, para que a ciência astronômica, astrofísica vem gastando tanto dinheiro com pretensas conquistas do espaço, viagens para a Marte, para a Lua, com radiotelescópios tipo Arecipo e outros mais?

EB –  Sinceramente, malgrado a pretensa seriedade, certos astrônomos deveriam se aposentar ou deveriam ser aposentados. Que nessa visão científica de Marte ou nesse modelo de universo científico não existe vida até dá para acreditar. No caso contudo também se deveria dizer que o que de fato não existe é exatamente esse universo científico, malgrado o falso universo sempre aparece, e que no seu lugar desse universo há Algo mais, o Desconhecido, por exemplo. Conheço bem a pretensa seriedade científica, conheço bem as aludidas provas, a metodologia utilizada para arrancar verdades de um perfeito faz-de-conta.

Por exemplo, eu, feito um cientista ou feito um astrônomo não posso afirmar categoricamente que na minha versão de um Marte científico, ou seja qual for o planeta, não exista vida, e sequer restos de vida que talvez possa ter se existido milhares ou senão milhões de anos atrás. Feito um ufólogo também não posso afirmar categoricamente que no planeta Marte, sinceramente descrito por um pressuposto alienígena autêntico,  existe vida por que ele mo disse. Tampouco posso afirmar que num hipotético Marte astralino há vida só porque um pretenso espírito do além, tipo Ramatis, descreveu tal vida, por meio de um médium ou sensitivo. Mas então, se nem o cientista, nem o ufólogo e nem o místico têm razão quem a tem? Digo eu, como a nossa percepção comum e científica está distorcida, como a nossa possibilidade de conhecer não leva a coisa alguma, e quando muito forja ficções e inventa estórias, então ninguém tem razão de coisa nenhuma. Só terá razão aquele que vivenciar o fato e se Aqui e Agora nesse fato couber um planeta Marte, nessa vivência estará a razão.

Os radiotelescópios foram forjados para que a ciência moderna provasse aos contribuintes otários, aos pagadores de impostos, que ela faz alguma coisa de útil, ou senão para pretensamente provar que existem planetas com vida inteligente, planetas que emitem sinais de vida, que existe atividade inteligente perfeitamente captável por meios luminosos e sonoros. Para os UFOs que rolam aos milhares, por aí e inclusive se comunicam, tais astrônomos não dão a mínima importância, mas para captarem falsos sinais de vida a bilhões ou trilhões quilômetros de distância, esses gênios da ciência moderna tudo gastam, em tudo se aplicam. Eles acham que tais radiotelescópios lá pelas tanta inclusive poderiam permitir um intercâmbio de inteligência e informações, pois sim. Custaram uma fortuna, e no entanto, qualquer gaiato em ciência, num paradoxo completo, vem e afirma que não há vida igual a da Terra em nenhum outro planeta. Face a esse paradoxo, as opiniões dos ufólogos são bem menos dispendiosas.

RF –  Existe uma imensa presença diante de nossos olhos extasiados que chamamos céu estrelado. Até quinhentos anos atrás, de todo  este céu a Terra era o ponto central. Todo o resto girava ao redor. Depois vieram os precursores da ciência, Copérnico, Kepler, Galileu, Newton, e a Terra de central passou à condição periférica. Transformou-se num insignificante terceiro planeta de um banal sistema solar qualquer. O Sol ficou central. De lá para cá, o universo foi-se complicando até o infinito. Bem, mas o Atual modelo científico de universo é de absoluta confiança? Pode-se crer absolutamente nele, ou alguma coisa aí nos estaria enganando, como no tempo do geocentrismo?

EB – Para escândalo de alguns, o atual modelo científico de universo não é algo absolutamente verdadeiro, no qual se possa confiar. Meus amigos, o universo científico nunca falou de por si, nunca provou nada por si mesmo, quem fala por ele é sempre o homem mal pensante, seja este uma pessoa comum, seja este um cientista, seja um contatado, seja um místico, seja um sensitivo. E mesmo que se tente provar que o universo científico é verdadeiro, em realidade aí apenas estão se armando causas e condições que resultam numa ilusão perceptual. Tudo obedece à Lei da Geração Condicionada. (Isto sendo, em pensamento, aquilo aparecem, aquilo se objetiva, aquilo se concretiza se para tal eu executar o ato intencional… E mais) Sou eu que te vejo, ó universo de araque, e vendo-te, me vejo, e vendo-me te faço! Por outro lado, no nosso íntimo existe uma poderosa ferramenta pretensamente perceptora chamada avidya (ou ignorância-ego-pensamento primordial) mas que em verdade distorce tudo o que se coloca na frente dela. Por sua vez, fora de nós existe uma Realidade Desconhecida e que Aqui e Agora só se revela àquele que consegue Vivenciá-la, num Saber-Sentir-Intuir autêntico. E se não for assim, quando a ignorância em nós encara Realidade Cósmica a transforma em mentira, num faz-de-conta, em aparência, ilusão ou em Maya, como dizem os orientais. É por isso que o universo objetivado não é uma realidade lá adiante, em sejam quais forem as versões, não importa se geocentristas, heliocentristas, materialistas, idealistas, animistas etc. etc. Tal máquina universal é um embuste total, é  uma completa  interdependência entre pessoa pensante e objeto pensado.

RF –  A Astronáutica moderna mandou foguetes e sondas para todo o sistema solar, e conforme informam os donos do poder e, por conseguinte os donos da verdade científica, da “verdade conveniente” não há vida nos demais planetas do sistema solar. Parece não haver vida também no tal sistema solar próximo da terra, chamado Alfa Centauro e que estaria a uma distância de 4,3 ou 4,5 anos luz.. Mas e aí de onde vem os tais de discos voadores? Ou será que tais discos não existem e nunca existiram?

EB – Pergunta inteligente mas capciosa. Por causa dela serei obrigado a fazer afirmações diferentes, terei que apresentar teses a respeito da eventual origem dos UFOs. No fundo porém abomino teses, antíteses e sínteses. Mas apesar disso, os discos voadores têm que provir de algum lugar ou senão teriam que provir.

Amigos, um lugar nos dá uma idéia quase clara de espaço e, por conseguinte de tempo. Com isso esses dois embustes universais chamados espaço e tempo físicos se assentariam em termos absolutos, como vêm fazendo a milhares ou milhões de anos. Nós seres humanos vivemos na Terra que seria um pequeno lugar do universo científico. Eles, ETs morariam em outro lugar, em outro planeta desse mesmo universo científico. Segundo a ciência, o Universo científico é constituído e trilhões de trilhões de lugares geométricos-espaciais. Mas será mesmo? Paradoxalmente, porém a ciência, para desgraça nossa, prova que não há planetas habitados. Tal “maravilhosa” conclusão, evidentemente é alcançada por um modo de pensar vergonhosamente deturpador, ou seja, pela inferência, pela elucubração adoidada e por conclusões estapafúrdias. Mas e se os UFOs não viessem  de nenhum lugar do universo científico? Digamos que eles não conhecessem os lugares geométrico-espaciais do conhecimento humano!? E se eles simplesmente vêm de outros planos de vida, que não planetas, que não lugares falsamente físicos? Se tais UFOs vierem de outras dimensões que nada tem a ver com a nossa pobre e miserável prisão tridimensional? E se eles são um ponto-instante, ou seja, moram num ponto-instante luminoso, num Aqui e Agora suis generis, que de repente vira um plano existencial, um planeta, um palco de vida etc, a partir do qual eles saem e conseguem se intrometer no nosso meio, manipulando para tal a nossa triste e porca tridimensionalidade, adaptando-se a ela? Tudo isso é delírio minha gente? Delírio absoluto e total, porém, é o modelo científico de universo vigente por meio do qual cientistas e astrônomos arrotam à vontade. Não estou impondo nenhuma tese, e nem quero que tomem defesa do que sugiro ou digo, pois não vale a pena. Minhas palavras, como as de qualquer um “são fantasmagóricas rainhas que criam e matam a outros fantasmas” Amigos, face à evidência gritante dos UFOs e suas intromissões ininterruptas no nosso meio, há já milhares ou milhões de anos, só se pode sugerir, sem nada impor, que eles são extra-situacionais e não extraterrestres. Ou seja, quem sabe, quem sabe, o Cosmo verdadeiro, ao invés de ser constituído de planetas, satélites, sistemas solares, galáxias, nebulosas, buracos negros, quasars, anos luz a serem suplantados e o escambau, pode ser constituído de situações existenciais especiais e que chegam até nós sob a forma de ponto luminoso. Este ponto contudo dilata, encolhe, se aproxima, se afasta, se funde com o nosso meio, simplesmente desaparece etc.etc. Nenhuma certeza amigos, nenhum dogma, apenas conversa bem temperada ou papo de maluco, como diria um senhor Renato Azevedo

RF – Newton, com sua pretensa descoberta da Lei da Gravidade e seu implante, já no seu tempo, transformou o Universo numa verdadeira máquina. E preocupado com isso, arremedou que o Deus, ele a  pessoa bíblica, o criador de tudo, estava fora dessa máquina astronômica, daí ele ou os companheiros dele terem dito que Deus é um Deus ex-máchina. Isto é, que Deus estava  fora da máquina, estava  fora da engrenagem que o pensamento de Newton & Cia forjou. A objetividade universal atualmente se complicou de tal maneira e ficou tão imensa que as idéias, as concepções humanas de Deus criando universos de fato não cabem mais. Quem criou esse universo, deus ou o pensamento humano, pretencioso e delirante?

EB – Escândalo dos escândalos! “Prendam esse homem pois ele está maluco e quer prejudicar nossas instituições tão sagradas e tão proveitosas, pois nos propiciam tanta riqueza e fama!” Qualquer falso puritano, falso cientista, verdadeiro cientificista, cientificóide poderia pensar assim ou poderia gritar assim. Amigos, nunca houve uma criação do mundo, do universo, no espaço e no tempo, primeiro porque estes dois últimos não existem como a astronomia e a física humanas acreditam que sejam. Não existindo espaço, tempo, matéria, energia, plasma, nunca houve também um recipiente prévio, no qual um deus pessoa, barbudo e decorador de bíblias, por meio de taumaturgias começasse a criar o mundo, o sol, a lua, a vida e o homem. Tampouco houve um muito mais ridículo deus acaso da ciência que por meio de uma brutal mentira tipo Big-Bang tenha dado origem à vida, graças ao funcionar de leis físico-químicas-matemáticas que ninguém sabe como vieram a ser,  a existir,   nem como conseguem criar e conseguem fazer funcionar alguma coisa. Sem impor tese nenhuma, nem conceitos, nem proposições, sugira-se apenas sugira-se, sussurrando, que o Absoluto, que Deus Vivo, Aqui e Agora, livre de espaço, tempo, livre de falsa matéria, falsa energia e falso plasma, Manifesta-se feito Vida, feito Cosmo, e que Aqui e Agora toda essa Manifestação Divina e Extraordinária, também escondida no Coração do Homem, se renova de momento a momento. Por conseguinte nessa Manifestação em constante renovação nada há que uma ciência possa descobrir a nível físico, a nível astronômico, químico, bioquímico, biológico, existencial. E o que a ciência diz descobrir em verdade ela apenas forja, engendra. Tudo o que é descoberto e provado, isso sempre é inventado pelo pensamento humano, o que já é um grande mérito, mormente se determinada forjação manifestar algo positivo e construtivo.

RF – A cada dois minutos ou segundos na superfície da Terra são vistas ou constatadas as mais diferentes presenças celestes, entre as quais os Objetos Voadores não Identificados. Digamos que só 10% disso sejam discos voadores. Se a Terra é o único planeta habitado e está isolado do resto do cosmo, de onde vem tantas presenças anômalas que longe estão de se igualarem a aviões de carreiras?

EB – Essas presenças vêm das infinitas possibilidades do Cosmo Verdadeiro e não necessariamente do universo científico e respectivo modelo. Copérnico-Kepler-Galileu, no século XVII apenas forjaram seu próprio universo quantitativo, Newton o sacramentou por meio de fórmulas físico-matemáticos, e depois disso tal modelo de universo se complicou e entrou em inflação galopante. O universo proposto por esses gênios do pensamento humano é apenas um universo quantitativo e este tinha que entrar em inflação. Brevemente entrará em colapso. A Ciência Moderna se implantou no século XVII graças a essa pretensa revolução astronômica, e eu acho que haverá de modificar-se ou tornar-se uma Ciência científica-filosófica-espiritual graças a outra modificação da concepção astronômica. Certamente quando Jesus, o Mestre da Galiléia disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas ou muitos quartos”  estava-se referindo a um Cosmo Autêntico, a um universo qualitativo e não quantitativo, malgrado a frase de Jesus também sugira o lado quantitativo. Sucede porém que “casa e quartos” é algo muito íntimo, muito emocional, muito qualitativo e não quantitativo. Não há nada mais sagrado do que o próprio lar. Só uma casa paterna com muitas moradas encerra infinitas possibilidades cósmicas e existenciais. E desta devem provir os UFOs benevolentes, neutros e até mesmo prejudiciais. E a propósito, os monstros que há milhões de anos tomaram conta da Terra vieram de um anti-universo, vieram da sombra da vida, de um horroroso poço sem fundo, e esses dominam o mundo, e para desgraça nossa, inclusive se intrometem e nos insuflam arremedos de sabedoria, para que essa coisa notável chamada ciência, que derrotou em definitivo as proposições da teologia católica e de alguma maneira eliminou a inquisição, acabe se deturpando até o extremo por simples exageros, falsas certezas absolutas e distorções..

RF –  Dr. Bono, em seu livro A Grande Conspiração Universal, o senhor escreve: Eles estão aqui há muito tempo e brigam entre si. O ser humano desavisado está inserido entre dois fogos. Precisamos surpreender quem são os extraterrestres realmente favoráveis ao homem, quais são os neutros e quais os alienígenas nefastos, sem nos comprometer e sem sairmos prejudicados nessa investigação. E principalmente, para que melhor se entenda a temática ufológica, ela tem que se divorciar das idéias científicas de espaço, tempo, matéria, energia, plasma, evolução, porque os paradigmas ou os modos de conhecimento de que os alienígenas se valem são completamente outros. Os ETs não abusam do pensamento como nós. Sentem-e-Sabem que podem fazer determinadas coisas e simplesmente as fazem. Talvez de modo mais mágico do que lógico. Todos esses aspectos têm que ser levados em conta na Ufologia para que alguma luz vingue numa temática tão ambígua. A Ufologia não pode fundamentar-se nos erros da astronomia.

EB -Está muito bem dito, nada a acrescentar.

RF – Os grandes inimigos das viagens espaciais ou astronáuticas são o espaço e o tempo. A matéria, a energia e o plasma até que não são tanto. As distâncias entre os planetas do sistema solar são enormes. Contam-se em bilhões ou trilhões de quilômetros e até em quatrilhões. Entre sistemas solares, então as distâncias são um horror. São medidas em anos luz. A distância que permeia o sistema solar e outro sistema solar mais próximo, e que é o Alfa-Centauro é de 4,3 a 4,5 anos luz.

Um ano luz tem aproximadamente 39 trilhões de quilômetros. Os sistemas solares de nossa galáxia via láctea, digamos as plêiades, ou zeta retículo estão a mais de 100 anos luz de distância. De que maneira ETs ou até mesmo terrestres superariam essas distâncias impossíveis de suplantar?

EB – Quando a ciência astronômica se depara com essas fantásticas distâncias em trilhões de quilômetros tem toda a razão em dizer que os UFOs não existem. Só que eles não se deram conta de que o espaço é uma mentira, o tempo físico também, de que a velocidade da luz em 300.000 km por segundo é um engodo, de que tais distâncias são um absurdo, de que o universo que eles enfocam é apenas uma recriação de suas próprias cabeças. Eles utilizam uma cabeça, um cérebro (tudo mentiras reinventadas), quando em verdade eles utilizam uma mente não material e um pensamento calhorda para perceber e conhecer o que no fundo e em última instância nunca souberam o que era isso. Confiaram em tal enigma perceptor e conhecedor e nunca quiseram ouvir os avisos de outras maneiras antigas de conhecer que já alertavam: “Homem, homem cuidado com o pensamento, porquanto ele é um ótimo servo, um ótimo criado, mas é um péssimo senhor. Se fizeres de teu pensamento (raciocínio, intelecto, falsa percepção) um senhor, ele virará um tirano e te esmagará sempre.” Sim, pois o homem não é só mal pensar, mas é principalmente Saber-Sentir-Intuir. “Homem, homem, antes de forjar lorotas e extrojetá-las diante de ti feito um cientista, conhece-te a ti mesmo! Porquanto se te autoconheceres em profundidades, Saberás quem és, de onde vieste e para onde vais. Surpreenderás o trapalhão e salteador ou o ego-pensamento, no teu próprio íntimo forjando mentiras e ilusões com a finalidade de subjugar e dominar o Verdadeiro Homem em ti. Autoconhecendo-te saberás quem é Deus e o que a Vida ou o Universo dentro e fora de ti!”

RF -Enrico Fermi, um dos pais da bomba atômica, pois foi o primeiro a fissionar o átomo em laboratório, como bom cientista descrente que era e em relação aos discos voadores, na década de 1950-1960 declarou: “Não existem seres inteligentes extraterrestres na Terra, agora. Se houvesse outras civilizações inteligentes na via láctea, mais cedo ou mais tarde, elas teriam dominado as viagens interestelares, tendo explorado e colonizado a Galáxia. Como eles não estão aqui e agora, eles não existem!” Este é chamado o paradoxo de Fermi, por meio do qual cientistas e astrônomos acreditam silenciar os argumentos dos ufólogos.

EB – Enrico Fermi não suspeitou o horror que ia desencadear com a sua maneira de pensar e de agir, e que dizem ter sido uma maneira científica de atuar.Ou seja, ele, grosso modo, teria conseguido fissionar o átomo de plutônio, urânio, ou sei lá qual, para que daí aparecesse  a explosão atômica. Em verdade ele apenas pôs a Lei da Geração Condicionada em funcionamento como nunca, e incidiu num campo virgem de forjações e manipulações mentais. Daí então saltou fora o seu átomo, as suas pretensas fissões, as suas explosões e tudo o mais, pois sou eu que te vejo, ó átomo de merda, e vendo-me, te vejo, e vendo-me, te faço!” Isto é, sou eu que te vejo, ó átomo de merda, pois eu e tu, em verdade somos não dualidade, não separação, somos unidade. Somos um imã, eu, a  parte pensante, sou o pólo A e tu, a  parte pensada,  és o pólo B. E vendo-me objetivado feito um tu, feito um falso átomo pensado, em realidade me vejo, e vendo-me diferenciado feito um tu, feito um falso átomo, vejo-me obrigado a agir por meio do método científico de experimentação e com isso te faço, te engendro, ó desgraceira, ó poluição máxima, ó imbecilidade atroz!

Enrico Fermi, estimulado pelas pretensas descobertas de Einstein e pela sua fórmula E = mC2 apenas pós a Lei da Geração Condicionada em funcionamento e alcançou um assombro de fruto. “Isto sendo, em pensamento, aquilo aparece, aquilo se sobrepõe, aquilo se objetiva, se concretiza, se para tal eu executar o ato intencional da metodologia científica experimental. Isto não sendo pensado, aquilo não aparece, não se objetiva, não se concretiza porque para tal não somente não penso como inclusive não faço absolutamente nada.”   “O Paradoxo Verbal de Enrico Fermi”,  por meio do qual não poucos astrônomos desavisados tanto se ufanam, é puro verbalismo fútil, conversa fiada extremamente requintada e intelectual. Minhas colocações também podem ser pura conversa fiada, por que não? Seres inteligentes em outros planetas, na via láctea, dominando o espaço e o tempo e superando distâncias impossíveis, para finalmente nos dominar é um absurdo total, é contradição completa,  é pura conversa fiada, malgrado haja alguns ETs safados, sim, ou extra-situacionais que nos dominam. Só que estes provêm de outras condições existenciais, e estão saturados por um espírito de porco incomparavelmente maldoso ou são verdadeiros demônio, sui generis.

RF – Se a presença dos UFOs na Terra é uma aberração, porque então os poderosos do mundo, o governo norte-americano, principalmente já em 1947, 1948 criaram o projeto Sign (projeto sinal), que evoluiu para o Projeto Grudge (projeto ressentimento), no qual foi elaborado o famoso livro Yellow Book onde se registraram as conversas dos ETs. Porque foi criado o Projeto Blue-book, com suas equipes idiotas, outrora tão conhecidas na televisão brasileira? Por que e para que foram criadas a antiga CIA e a atualíssima NSA (National Security Agency). Por que foram criados o Conselho de Segurança Nacional, o MJ-12, o projeto Red-Light, Snowbird etc.

EB – A hipocrisia das autoridades constituídas mais a do Governo Invisível é tamanha que preenche completamente o universo científico ou o seu pressuposto espaço físico. Por exemplo, a turma governamental do presidente Truman de 1947, quando o acontecimento de Rooswell escorregou e quase se tornou de público conhecimento, correram apressados para tapar o sol com a peneira e aí criaram o Projeto Sign, o Projeto Grude, que iam estudar o vôo das borboletas (ou UFO), igual à expedição da Antártida em que o almirante Bird foi caçar pingüins na Nova Suábia do Pólo Sul. Foi criada nada menos do que a CIA, existente na ocasião só para estudar o escândalo dos UFOs e capturar qualquer objeto voador caído e respectivo tripulante. Depois, a CIA evidentemente evoluiu e se transformou na atual agência de espionagem safada e criminosa. Foi criada essa coisa incrível que praticamente quase suga todas as verbas do mundo ocidental, (Verbas do terceiro mundo, de preferência), ou seja a SNA que lida com os mais incríveis aparelhos eletrônicos só para espionar as mensagens excepcionais saídas de UFOs, ou senão dos meios de comunicação antigos ou também de todos os meios eletrônicos atuais. Tal Security National Agency, via Mossad, pretende inclusive dominar completamente o mundo. E já falam em holocaustos psicotrônicos.

RF – Afinal, existe ou não existe vida fora deste nosso planeta de dor e sofrimento? Houve ou não houve um criador para o milagre chamado Vida? O Universo tem que ser realmente a gigantesca e absurda máquina apontada pela ciência, ou quem sabe ele é algo bem diferente. Ao invés de estar saturado de mundos-bola, opacos ou incandescentes, girando de lá para cá, ou de cá para lá não poderia estar saturado apenas de ilhas-situações existenciais? E se este outro universo não científico não dependesse nem do espaço nem do tempo, aí a impossibilidade de viajar pelo cosmo persistiria? Os ETs ao invés de extraterrestres não poderiam ser extra-situacionais?

EB – Bem,  mas esta última pergunta praticamente constitui um resumo de todas as respostas que eu dei. Não se diga porém que outra vida tem que existir fora deste nosso planeta de dor e sofrimento. Esse fora só pode traduzir o universo científico, e este último já ficou mais ou menos evidente que quem sabe não passe de um engano, de uma distorção e talvez sequer exista. Grosso modo, por nossa própria culpa e devido à nossa maneira de mal pensar e pior agir, é que parece estar lá fora, quando o Universo Real deveria estar centrado a Algo mais Verdadeiro. Assim que este nosso mundo supostamente situado nas trevas exteriores, de modo positivo e excepcional só poderia receber visitantes não de trevas mais exteriorizadas ainda (ou espaço científico) e sim de planos existenciais mais equilibrados, de situações cósmicas mais harmônicas e mais centralizadas ao Coração da Vida

Entrevista ufológica com Ernesto Bono, feita por Daniel Rebisso

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/sociedades-secretas-conspiracoes/a-grande-conspiracao-universal/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/sociedades-secretas-conspiracoes/a-grande-conspiracao-universal/

A Exposição Valentiana

[…] entrar na abundância […] aqueles que […] falarei meu mistério para aqueles que são meus e para aqueles que serão meus. Além disso, são estes que conheceram aquele que é o Pai, isto é, a Raiz do Todo, o Inefável que habita na Mônada. Ele mora sozinho em silêncio, e o silêncio é tranqüilidade, pois, afinal, ele era uma Mônada e ninguém antes dele. Ele mora na Díade e no Par, e seu Par é o Silêncio. E ele possuía o Todo habitando dentro dele. E quanto à Intenção e Persistência, Amor e Permanência, eles são de fato não gerados.

Deus saiu: o Filho, Mente do Todo, isto é, é da Raiz do Todo que também brota seu Pensamento, pois ele tinha este (o Filho) em Mente. Pois em nome do Todo, ele recebeu um Pensamento estranho, pois não havia nada diante dele. Daquele lugar é ele quem moveu […] uma fonte jorrando. Agora esta é a Raiz do Todo e da Mônada sem ninguém antes dele. Agora a segunda fonte existe em silêncio e fala com ele a sós. E o quarto, portanto, é aquele que se restringiu no quarto: enquanto morava no trecentésimo sexto, ele primeiro se apresentou, e no segundo ele revelou sua vontade, e no quarto ele se espalhou.

Enquanto essas coisas são devidas à Raiz do Todo, vamos entrar, de nossa parte, em sua revelação e sua bondade e sua descendência e o Todo, isto é, o Filho, o Pai do Todo, e a Mente do Espírito; pois ele estava possuindo este antes […]. Ele é uma mola. Ele é aquele que aparece no Silêncio, e ele é a Mente do Todo morando secundariamente com a Vida. Pois ele é o projetor do Todo e a própria hipóstase do Pai, ou seja, ele é o Pensamento e sua descida abaixo.

Quando quis, o Primeiro Pai se revelou nele. Já que, afinal, por causa dele a revelação está disponível para o Todo, eu, de minha parte, chamo o Todo de ‘o desejo do Todo’. E ele teve tal pensamento sobre o Todo – eu, de minha parte, chamo o pensamento de ‘Monogenes’. Pois agora Deus trouxe a Verdade, aquela que glorifica a Raiz do Todo. Assim foi ele quem se revelou em Monogenes, e nele revelou o Inefável […] a Verdade. Eles o viram morando na Mônada e na Díade e na Tétrade. Ele primeiro trouxe Monogenes e Limit. E o Limite é o separador do Todo e a confirmação do Todo, pois são […] as cem […]. Ele é a Mente […] o Filho. Ele é completamente inefável para o Todo, e ele é a confirmação e a hipóstase do Todo, o véu silencioso, o verdadeiro Sumo Sacerdote, aquele que tem autoridade para entrar nos Santos dos Santos, revelando a glória dos Aeons e trazendo adiante a abundância para <fragrance>. O Oriente […] que está Nele. Ele é aquele que se revelou como o santuário primordial e o tesouro do Todo. E ele abrangeu o Todo, aquele que é superior ao Todo. Estes, por sua vez, enviaram Cristo para estabelecê-la, assim como foram estabelecidos antes de sua descida. E dizem a respeito dele: […] Ele não é manifesto, mas invisível para aqueles que permanecem no Limite. E ele possui quatro poderes: um separador e um confirmador, um provedor de forma e um produtor de substância. Certamente só nós discerniríamos suas presenças e o tempo e os lugares que as semelhanças confirmaram porque eles têm […] desses lugares […] o Amor […] é emanado […] todo o Pleroma […]. A persistência perdura sempre, e também […] pelo tempo […] mais […] ou seja, a prova do seu grande amor.

Então, por que um separador, um confirmador, um produtor de substâncias e um provedor de formulários, como outros disseram? Pois dizem a respeito do Limite que ele tem dois poderes, um separador e um confirmador, pois separa a Profundidade dos Aeons, para que […]. Estes, então […] de Profundidade […]. Pois […] é a forma […] o Pai da Verdade […] dizer que Cristo […] o Espírito […] Monogenes […] tem [… ].

É algo grande e necessário que busquemos com mais diligência e perseverança as escrituras e aqueles que proclamam os conceitos. Pois sobre isso os antigos dizem, “eles foram proclamados por Deus”. Então, deixe-nos conhecer sua riqueza insondável! Ele queria […] servidão. Ele não se tornou […] da vida deles […]. Eles olham firmemente para seu livro de conhecimento e consideram a aparência um do outro.

Essa Tétrade projetou a Tétrade que é aquela que consiste em Palavra e Vida e Homem e Igreja. Agora o Incriado projetou a Palavra e a Vida. A Palavra é para a glória do Inefável, enquanto a Vida é para a glória do Silêncio, e o Homem é para a sua própria glória, enquanto a Igreja é para a glória da Verdade. Esta, então, é a Tétrade gerada de acordo com a semelhança do Incriado (Tétrade). E a Tétrade é gerada […] a Década da Palavra e da Vida, e a Dodecádia do Homem, e a Igreja tornou-se uma Triacontada. Além disso, é aquele da Triacontad dos Aeons que dá frutos da Triacontrad. Eles entram juntos, mas o

Vocês saem sozinhos, fugindo dos Aeons e dos Incontáveis. E os Incontáveis, uma vez que olharam para ele, glorificaram a Mente, pois ele é um Incontentável que existe no Pleroma.

Mas a Década da Palavra e da Vida gerou décadas para fazer o Pleroma se tornar cem, e o Dodecad do Homem e da Igreja gerou e fez a Triacontad para fazer com que os trezentos e sessenta se tornassem o Pleroma do ano. E o ano do Senhor […perfeito…] perfeito […] segundo […] Limite e […] Limite […] a grandeza que […] meu bem […] ele. A vida […] sofre […] pela cara […] na presença do Pleroma […] que ele queria […]. E ele queria sair do Trigésimo – sendo um szygy do Homem e da Igreja, ou seja, Sophia – para superar a Triacontad e trazer o Pleroma […] seu […] mas […] e ela [. ..] o Todos […] mas […] quem […] o Todo […]. Ele fez […] os pensamentos e […] o Pleroma através da Palavra […] sua carne. Estes, então, são os Aeons que são como eles. Depois que a Palavra entrou nela, exatamente como eu disse antes, também aquele que vem para estar com o Incontido trouxe à luz […] antes que eles […] saíssem […] escondê-lo de [… ] a sizígia e […] o movimento e o […] projeto do Cristo […] e as sementes […] da cruz desde […] as marcas da ferida do prego [. ..] perfeição. Como é uma forma perfeita que deveria ascender ao Pleroma, ele não quis consentir com o sofrimento, mas foi detido […] por Limite, isto é, pela sizígia, pois a correção dela não ocorrer por meio de qualquer um, exceto seu próprio Filho, cujo único é a plenitude da divindade. Ele desejou dentro de si mesmo corporalmente deixar os poderes e desceu. E essas coisas (paixões) Sophia sofreu depois que seu filho ascendeu dela, pois ela sabia que ela morava em uma […] unidade e restauração. Eles foram parados […] os irmãos […] estes. Um […] não fez […]. Eu me tornei […]. Quem são eles de fato? O […], por um lado, parou ela […], por outro lado, […]. com a […] ela. Estes, aliás, são aqueles que me olhavam, estes que, […] estes que consideraram […] a morte. Eles foram impedidos […] e ela se arrependeu e implorou ao Pai da verdade, dizendo: “Concedido que eu renunciei a minha consorte. Portanto, estou além da confirmação também. Eu mereço as coisas (paixões) que sofro. Eu morava no Pleroma produzindo os Aeons e dando frutos com meu consorte” E ela sabia o que ela era e o que havia acontecido com ela.

Então ambos sofreram; disseram que ela ri porque ficou sozinha e imitou o Incontido, enquanto ele disse que ela ri porque se separou do consorte. […] De fato, Jesus e Sofia revelaram a criatura. Como, afinal, as sementes de Sofia são incompletas e sem forma, Jesus inventou uma criatura desse tipo e a fez das sementes enquanto Sofia trabalhava com ele. Pois uma vez que são sementes e sem forma, ele desceu e produziu aquele pleroma de éons que estão naquele lugar, já que mesmo os incriados daqueles Aeons são do padrão do Pleroma e do Pai incontido. O Incriado produziu o padrão do incriado, pois é do incriado que o Pai traz à forma. Mas a criatura é uma sombra de coisas pré-existentes. Além disso, esse Jesus criou a criatura, e trabalhou a partir das paixões que cercavam as sementes. E ele os separou uns dos outros, e as melhores paixões ele introduziu no espírito e as piores no carnal.

Agora, primeiro entre todas essas paixões […] nem ele, pois, afinal, Pronoia fez com que a correção projetasse sombras e imagens daqueles que existem desde o início e daqueles que são e daqueles que serão . Esta, então, é a dispensação de crer em Jesus por causa daquele que inscreveu o Todo com semelhanças, imagens e sombras.

Depois que Jesus deu à luz, ele gerou para todos aqueles do Pleroma e da sizígia, isto é, os anjos. Pois simultaneamente com o acordo do Pleroma seu consorte projetou os anjos, pois ele permanece na vontade do Pai. Pois esta é a vontade do Pai: não permitir que nada aconteça no Pleroma além de uma sizígia. Novamente, a vontade do Pai é: sempre produzir e dar frutos. Que ela sofresse, então, não era a vontade do Pai, pois ela mora em si mesma sozinha, sem seu consorte. Deixe-nos […] outro […] o Segundo […] o filho de outro […] é a Tétrade do mundo. E essa Tétrade deu frutos como se o Pleroma do mundo fosse uma Hebdomad. E entrou imagens e semelhanças e anjos e arcanjos, divindades e ministros.

Quando todas essas coisas aconteceram por Pronoia […] de Jesus que […] as sementes de Monogenes […]. Na verdade, eles são espirituais e carnais, os celestiais e os terrenos. Ele os fez um lugar desse tipo e uma escola deste tipo para a doutrina e para a forma.

Além disso, o Demiurgo começou a criar o homem à sua imagem, por um lado, e, por outro, à semelhança daqueles que existem desde o início. Era esse tipo de morada que ela usava para as sementes, a saber […separar…] Deus. Quando eles […] em favor do homem, pois de fato o Diabo é um dos seres divinos. Ele se retirou e apoderou-se de toda a praça dos portões e expulsou sua própria raiz daquele lugar no corpo e carcaças de carne, pois está envolvido pelo homem de Deus. E Adão o semeou. Portanto, ele adquiriu filhos que irritavam uns aos outros. E Caim matou seu irmão Abel, pois o Demiurgo soprou neles seu espírito. E ali ocorreu a luta com a apostasia dos anjos e da humanidade, os da direita com os da esquerda, os do céu com os da terra, os espíritos com os carnais e o diabo contra Deus. Por isso os anjos cobiçaram as filhas dos homens e desceram à carne para que Deus causasse um dilúvio. E ele quase lamentou ter criado o mundo […] a consorte e Sophia e seu Filho e os anjos e as sementes. Mas a sizígia é a completa, e Sofia e Jesus e os anjos e as sementes são imagens do Pleroma. Além disso, o Demiurgo lançou uma sombra sobre a sizígia e o Pleroma e Jesus e Sophia e os anjos e as sementes. O completo glorifica Sophia; a imagem glorifica a Verdade. E a glória das sementes e de Jesus são as de Silêncio e Monogenes. E os anjos dos machos e os seminais das fêmeas são todos Pleromas. Além disso, sempre que Sophia recebe seu consorte e Jesus recebe o Cristo e as sementes e os anjos, então o Pleroma receberá Sophia com alegria, e o Todo virá a estar em unidade e reconciliação. Pois por isso os Aeons foram aumentados; pois eles sabiam que se mudassem, eles não mudariam.

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Postagem original feita no https://mortesubita.net/jesus-freaks/a-exposicao-valentiana/

As Chamadas (ou chaves) Enoquianas

As Chaves Enoquianas fornecem uma das abordagens mais flexiveis do sistema enoquiano de magia.  Cada uma delas é, sozinha, uma invocação poderosa a ser usada emmomentos aprópriados pelo magista. Elas devem ser lidar no idioma enoquiano, seguindo a pronûncia correta desta linguágem, mas sempre carregada cmo um forte aspecto emocional do operador que entende e vive a mensagem expressa por cada uma delas.

A Primeira Chave

Ol Sonf Vorsag Goho lad Bait, Lonsh Calz Vonpho Sobra Z-OL Ror I Ta Nazps Od Graa Ta Maiprg Ds Hol-Q Qaa Nothoa Zimz Od Commah Ta Nobioh Zien. Soba Thu Gnonp Prge Aldi Ds Vrbs Oboleh G Rsam; Casarm Ohorela Taba Pir Ds Zonrensg Cab Erm Iadnah Pilah Farzm Znrza Adna Gono Iadpil Ds Hom Od To h Soba Ipam Lu Ipamis Ds Loholo Vep Zomd Poamal Od Bogpa Aai Ta Piap Piamol Od Vaoan Zacare Eca Od Zamran Odo Cicle Qaa Zorge Lap Zirdo Noco Mad, Hoath laida.

Tradução: Eu reino sobre vós, diz o Deus da Justiça poderosamente exaltado acima dos firmamentos da ira; em cujas mãos o Sol é uma espada e a Lua como um fogo penetrante: que mede as vossas túnicas, no seio de minhas próprias vestes e vos amarrei juntos com as palmas de minhas mãos; vossos assentos sendo decorados com o fogo da reunião, embelezando vossas vestimentas com admiração; para quem fiz a Lei para governar os santos e entreguei uma vara com a arca do conhecimento. Além disso, vós então erguestes vossas vozes e jurastes obediência e fá a Ele, que vive e triunfa, que não tem início, nem fim, que brilha como uma chama no meio de vosso palácio, e reina entre vós como a balança da retidão e verdade. Portanto, movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação! Sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

A Segunda Chave

Adgt Vpaah Zong Om Faaip Sald Vi-I-V L Sobam Ial-Prg I-Za-Zaz Pi-Adph. Casarma Abrang Ta Talho Paracleda Q Ta Lorslq Turbs Ooge Baltoh. Givi Chis Lusd Orri Od Micaip Chis Bia Ozongon. Lap Noan Trof Cors Ta Ge 0 Q Manin la-Idon. Torzu Gohe L Zacar Eca C Noqod Zamran Micaizo Od Ozazm Vrelp Lap Zir Io-lad.

Tradução: Podem as asas do vento entender vossas vozes de admiração, Oh, vós todos, os segundos dos primeiros? Que as chamas ardentes conceberam nas pofundidades de minhas mandíbulas; que preparei como taças para um casamento, ou como flores em sua beleza para a câmara da retidão. Mais fortes são os vossos pés, que a pedra estéril, e mais poderosa são vossas vozes que os ventos múltiplos, pois se haveis tornado uma edificação como não existe outra, exceto em minha mente de Todo-Poderoso. Aparecei disse o Primeiro: Movei-vos, portanto, até os vossos servos! Mostrai vossos poderes e fazei de mim um Grande Vidente, pois eu sou daquele que vive para sempre.

A Terceira Chave

Micma Goho Mad Zir Comselha Zien Biah Os Londoh Norz Chis Othil Gigipah Vnd-L Chis ta Pu-Im Q Mospleh Teloch Qui-I—-N Toltorg Chis I Chis-Ge In Ozien Ds T Brgdo Od Torzul. I Li E Ol Balzarg Od Aala Thiln Os Netaab Dluga Vonsarg Lonsa Cap-Mi Ali Vors CLA Homil Cocasb Fafen Izizop Od Miinoag De Gnetaab Vaun Na-Na-E-El Panpir Malpirg Pild Caosg. Noan Vnaiah Bait Od Vaoan. Do-O-I-A p Mad Goholor Gohus Amiran. Micma Iehusoz Ca-Cacom Od Do-O-A-In Noar Mica-Olz A-Ai-Om, Casarmg Gohia. Zacar Vnigiag Od Im-Va-Mar Pugo Piapii Ananael Qa-A-An.

Tradução: Vede! Disse o vosso Deus, eu sou um círculo em cujas mãos descansam 12 reinos; Seis são os assentos dos espíritos da vida; os outros são como foices afiadas ou como o chifre da morte, nos quais a criatura da Terra são e não são, exceto pelas minhas próprias mãos; que também dormem e subirão! No princípio os fiz Administradores e os coloquei sobre 12 assentos de Governo, dando a cada um de vós o poder sucessivamente sobre os 456, verdadeiras épocas do tempo, de forma que desde os mais altos receptáculos e cantos de seus governos pudessem trabalhar meu Poder, derramando o fogo da vida, e crescer na Terra continuamente. Assim, tornam-se os limites dajustiça e da verdade. Em nome do vosso Deus, levantai-vos; eu vos digo: Vede! Vossas misericórdias florescem e vosso nome que permanece poderoso entre nós. Nele dizemos: Movei-vos! Descendei e recorrei a nós, como participantes da sabedoria secreta de vossa criação.

A Quarta Chave

Othil Lusdi Babage Od Dorpha Gohol. G-Chis-Gee Avavago Cormp P D Ds Sonf Vi-vi-Iv? Casarmi Oali MAPM Soham Ag Cormpo Crp L. Casarmg Cro-Od-Zi Chis Od Vgeg, Ds T Capmiali Chis Capimaon Od Lonshin Chis Ta L-O CLA, Torzu Nor-Quasahi Od F Caosga Bagle Zire Mad Ds I Od Apila. Do-O-—A—Ip Qaal Zacar Od Zamran Obelisong Rest-El-Aaf Nor-Molap.

Tradução: Coloquei os meus pés no Sul e olhei ao meu redor, dizendo: Não são os Trovões do crescimento de número 33, que reinam no Segundo Ângulo? Sob eles coloquei 9639 que nunca foram numerados, a não ser um, no qual o segundo princípio das coisas estáe cresce forte, que, sucessivamente, também são os números do Tempo: e seus Poderes são como os dos primeiros 456. Levantai-vos! Oh Filhos do Prazer!, e visitai a Terra: pois eu sou o Senhor vosso Deus que vive e é eterno! E em nome do Criador, movei-vos e revelai-vos como agradáveis entregadores para que possais louva-lo entre os filhos dos homens.

A Quinta Chave

Sapah Zimii DUlY od noas ta quanis Adroch, Dorphal Caosg od faonts Piripsol Ta blior. Casarm am-ipzi nazarth AF od dlugar zizop zlida Caosgi toltorgi: Od z chis e siasch L ta Vi-u od Iaod thild ds Hubar PEOAL, Sobo-Cormfa chis Ta LA, Vls od Q Cocasb. Eca niis, od darbs qaas. F etharzi od bliora. Ia-Ial ednas cicles. Bagle? Ge-lad I L.

Tradução: Os Poderosos Sons entram no terceiro ângulo e estão se tornando como olivas no Monte das Oliveiras, olhando com alegria a Terra e habitando no brilho do Céu como contínuos consoladores. A eles firmei os pilares da alegria, 19, e dei vasilhas para regar a Terra com suas criaturas; e eles estão adornados com lâmpadas perpétuas, 69636,cujos números são como o princípio, os fins e os conteúdos do tempo. Portanto, vinde e obedecei a vossa Criação: visitai-nos em paz e conforto: Tornai-nos receptores de vossos mistérios. Por quê? Nosso Senhor e Mestre é o Todo Uno.

A Sexta Chave

Gah S diu chis Em micalzo pilzin: Sobam El harg mir Babalon od obloc Samvelg: Dlugar malprg Ar Caosgi od ACAM Canal sobol zar fbliard Caosgi, od chisa Netaab od Miam ta VIV od D. Darsar Solpeth bi-en. Brita od zacam g-micalza sobol ath trian lu-Ia he od ecrin Mad Qaaon.

Tradução: Os espíritos do quarto ângulo são nove, poderosos no firmamento das águas. Que o Primeiro formou como um tormento para os maus e uma guirlanda para os justos, dando-lhes flechas flamejantes para liderar a Terra, e 7699 trabalhadores incansáveis, cujo trajeto visita com conforto a Terra e estão no governo e continuidade com o Segundo e o Terceiro. Para que ouçam a minha voz! Tenho falado de vós todos e vos movo em poder e presença, para que vossas obras sejam uma canção de honra, e louvor de vosso Deus em vossa criação.

A Sétima Chave

Raas i salman paradiz oecrimi aao Ialpirgah, quiin Enay Butmon od I Noas NI Paradial casarmg vgear chirlan od zonac Luciftian cors ta vaul zirn tolhami. Sobol londoh od miam chis ta I od ES vmadea od pibliar, Othil Rit od miam. C noqol rit, Zacar zamran oecrimi Qaada! od 0 micaolz aaiom! Bagle papnor i dlugam lonshi od vmplif vgegi Bigl lAD!

Tradução: O leste é uma casa de Virgens que cantam louvores entre as Chamas da primeira glória em que o Senhor abriu a sua boca; e se tornaram as 28 habitações viventes onde a força do homem se regozija; e elas estão vestidas com ornamentos brilhantes que operam maravilhas em todas as criaturas; dos reinos e continuidade são como o terceiro e quarto, fortes torres e locais de conforto, assentos da misericórdia e da continuidade. Oh, Servos da Misericórdia, movei-vos e aparecei, cantai louvores ao Criador e sede poderosos entre nós, pis a esta recordação é dado o poder, e a vossa força crescida e poderosa em vosso Consolador.

A Oitava Chave

Bazm ELO i ta Piripson oln Nazavabh OX casarmg vran chis vgeg ds abramg baltoha goho lad, Soba mian trian ta lolcis Abaivovin od Aziagiar nor. Irgil chis da ds paaox busd caosgo, ds chis, od ipuran teloch cacrg oi salman loncho od voviva carbaf? Niiso! Bagle avavago gohon! Niiso! Bagle momao siaion od mabza lAD 01 as Momar Poilp. Niis! Zamran ciaofi caosgo od bliors od corsi ta abramig.

Tradução: O meio-dia, o primeiro, é como o terceiro céu, feito de Pilares de Jacinto, 26, em que os Anciãos se fazem fortes; que preparei em minha própria retidão, disse o Senhor: que vossa longa duração seja como um escudo contra o Dragão curvado, e como a colheita de um viúvo. Quantos são os que permanecem na glória da Terra, quem são e que não verão a morte, até que esta casa caia e o Dragão afunde! Ide! Porque os trovões têm dito; ide, porque as coroas do templo e a túnica Dele, que É, e Era, e Será coroado, stão divididas. Vinde! Aparecei para o terror da Terra e para nosso consolo e daqueles que estão preparados.

A Nona Chave

Micaolz bransg prgel napea lalpor, ds brin P Efafage Vonpho olani od obza, sobol vpeah chis tatan od tranan balie, alar lusda soboin od chis holq c Noquodi CIAL. Unal alson Mom Caosgo ta las ollor gnay limlal. Amma chis sobca madrid z chis ooanoan chis aviny drilpi caosgin, od butmoni parm zumvi cnila. Dazis ethamza childao, od mire ozol chis pidiai collal. Vicinina sobam vcim. Bagle? lAD Baltoh chirlan par. Niiso! Od ip efafafe bagle a cocasb i cors ta vnig blior.

Tradução: Um poderosos exército de fogo, com espadas chamejantes de dois gumes (que contém frascos, 8, de Ira, duas e vezes e meia: cujas asas são de absinto e tutano de sal), colocou os pés no oeste, e são medidos com os seus ministros 9996. Estes recolhem o musgo da Terra, como o homem rio faz com seu tesouro. Amaldiçoados são aqueles que inqüidades são! Nos vossos olhos estão moinhos de pedra maiores que a Terra, e de vossas bocas correm mares de sangue. Vossas cabeças estão cobertas com diamantes, e sobre vossas mãos estão luvas de mármore. Feliz é aquele a quem não desaprovam. Por quê? O Deus da Retidão regozija-se neles! Saí e não vossos frascos! Pois o tempo é aquele que requer o conforto.

A Décima Chave

Coraxo chis cormp od blans lucal aziazor paeb sobol ilonon chis OP virq eophan od raclir, maasi bagle caosgi, di ialpon dosig od basgim; Od oxex dazis siatris od saibrox, cinxir faboan. Unal chis const ds DAOX cocasg ol oanio yorb voh m gizyax, od math cocasg plosi molvi ds page ip, larag om dron matorb cocasb emna. L Patralx yolci matb, nomig monons olora gnay angelard. Ohio! Ohio! Ohio! Ohio! Ohio! Ohio! Noib Ohio! Casgon, bagle madrid i zir, od chiso drilpa. Niiso! Crip ip Nidali.

Tradução: Os Trovões do Juízo da Ira estão numerados e descansam no Norte, semelhantes a um carvalho cujos ramos são ninhos, 22, de lamentações e lágrimas, caídas sobre a Terra, que queimam noite e dia, e vomitam cabeças de escorpiões e enxofre ardente misturado com veneno. Estes são os Trovões que 5678 vezes na 24ª parte de um momento rugem com centenas de poderosos terremotos e milhares de vezes tantas ondas que não descansam, e não conhecem qualquer tempo de calmaria. Aqui uma pedra produz 1000, da mesma forma que o coração do homem produz seus pensamentos. Maldita, maldita, maldita, maldita, maldita, maldita! Sim, maldita seja a Terra, pois a inqüidade é, foi e será grande. Ide! Mas não vossos ruídos!

A Décima Primeira Chave

Oxyiayal holdo, od zirom 0 coraxo dis zildar Raasy, od Vabzir camliax, od bahal. Niiso! Salman teloch, casarman hoiq, od t i ta Z soba cormf I GA. Niiso! Bagle abrang noncp. Zacar ece od zamran. Odo cicle qaa! Zorge lap zirdo noco Mad, hoath laida.

Tradução: O Poderoso Trono gritou e houve cinco Trovões que voaram para o leste; e a Águia falou e chorou em voz alta: Saí! E eles se reuniram e se tornaram a casa da morte, de quem é medido, e isto é como eles serão, cujo número é 31. Saí, pois eu preparei para vós. Movei-vos, portanto, e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação. Sede amistosos comigo, porque eu sou servo de vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

A Décima Segunda Chave

Nonci ds sonf babage, od chis OB Hubardo tibibp, allar atraah od ef! Drix fafen MIAN, ar Enay ovof, sobol ooain vonph. Zacar gohus od zamran. Odo cicle qaa. Zorge lap zirdo noco Mad, hoath Iaida.

Tradução: Ó vós que reinais no Sul, e que sois 28, as Lanternas da Dor: afivelai vossos cintos e visitai-nos! Trazei vossa legião de 3663, que o Senhor possa ser exaltado, cujo nome entre vós é Ira. Movei-vos, digo eu, e mostrai-vos; abrir os mistérios vossa criação; sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

A Décima Terceira Chave

Napeai babage ds brin VX ooaona iring vonph doalim: eolis ollog orsba, ds chis affa. Micma Isro Mad od Lonshi Tox, ds i vmd aai Grosb. Zacar od zamran. Odo cicle qaa. Zorge lap zirdo noco Mad, hoath laida.

Tradução: Ó vós espadas do Sul, que tendes 41 olhos para incitar a ira do pecado, tornando-os homens bêbados os quais estão vazios: vede a promessa de Deus e vosso poder que é chamado entre vós todos como um ferrão amargo. Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação! Sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

A Décima Quarta Chave

Noromi baghie, pashs 0 lad, ds trint mirc OL thil, dods tol hami caosgi homin, ds brin oroch QUAR. Micma bialo lad! Isro tox ds I vmd aai Baltim. Zacar od zamran. Odo cicle qaa. Zorge lap zirdo noco Mad, hoath laida.

Tradução: Ó Filhos da Fúria, ó Filhad do Íntegro, que se sentam sobre os 24 assentos e vexam todas as criaturas da Terra que tenham idade; que tem sob vós 1636: Vede a voz de Deus e a promessa Dele que é chamada entre vós Fúria (ou Justiça Extrema). Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação! Sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

A Décima Quinta Chave

Ils tabaan L lalpirt, casarman vpaachi chis DARG ds oado caosgi orscor: Ds oman baeouib od emetgis Iaiadix! Zacar od zamran. Odo cicle qaa. Zorge lap zirdo noco Mad, hoath laida.

Tradução: Ó vós Governador da primeira Chama, sob cujas Asas estão 6739, que entrelaçam a Terra com esterilidade, que conhecem o grande nome da Retidão e o selo da honra. Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação! Sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

A Décima Sexta Chave

Ils viv Iaiprt, Salman Bait, ds a croodzi busd, od bliorax Balit, ds insi caosgi iusdan EMOD, ds om od tiiob. Drilpa geh us Mad Zilodarp. Zacar od zamran. Odo cicle qaa. Zorge lap zirdo noco Mad, hoath laida.

Tradução: Ó vós segunda Chama, a Casa da Justiça, que tendes vosso início em glória e confortareis o justo que caminha sobre a Terra com 8763 Pés; que compreendeis e separeis as criaturas: Grande és vós no Deus que estende além e conquista. Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação! Sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

A Décima Sétima Chave

Ils D lalpirt, soba vpaah chis nanba zixiay dodseh, od ds brint TAXS Hubardo tastax ilsi. Soba lad i vonpho vonph. Aldon dax il od toatar. Zacar od zamran. Odo cicle qaa. Zorge lap zirdo noco Mad, hoath laida.

Tradução: Ó vós terceira Chama, cujas Asas são espinhos para incitar vexação, e que tem 7336 Luminárias Viventes vindo ante a vós; cujo Deus é grande em raiva: preparei vossa força e Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação! Sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

A Décima Oitava Chave

Ils micaolz Olprt od lalprt, bliors ds odo Busdir O Iad ovoars caosgo, casarmg ERAN la lad brints cafafam, ds I vmd Aglo Adohi Moz od Maoffas. Bolp como bliort pambt. Zacar od zamran. Odo cicle qaa. Zorge lap zirdo noco Mad, hoath laida.

Tradução: Ó vós que sois a poderosa luz e chama ardente do conforto, que revelastes a glória de Deus para o centro da Terra; em quem os segredos da Verdade 6332 têm sua permanência, que é chamada em vosso reino Júbilo, e não pode ser medida; sede vós uma janela para o meu conforto. Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação! Sede amistosa comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

[…] A Ópera Enochiana (na verdade uma Oratória) é um projeto audacioso do musicista russo Valentin Dubovskoy de trazer ao estilo musical épico e seguindo a fonética proposta por Aleister Crowley, todas as dezenove Chamadas Enoquianas. […]

[…] Recite a Chamada ou Chamadas apropriadas. […]

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/enoquiano/as-chaves-enoquianas/ […]

[…] papel sem pauta e que nunca tenha sido utilizado para outro fim e segure em sua mão. • Recite a Primeira Chamada para questões no plano espiritual. • Recite a Segunda Chamada para questões no plano físico. […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/enoquiano/as-chaves-enoquianas/