Drogas e Plantas Alucinógenas na Psicoterapia e Xamanismo [parte 2/5]

Esta é a segunda parte da tradução do artigo “Drogas e Plantas Alucinógenas na Psicoterapia e Xamanismo” de Ralph Metzner, onde veremos um pouco da história do LSD e seu uso terapêutico, além das principais semelhanças entre as experiências psicodélicas. Para ler a primeira parte, clique aqui.

PSICOTERAPIA DENTRO DOS PADRÕES DO PARADIGMA OCIDENTAL

Quando as fantásticas e potentes qualidades de alterar a mente do LSD inicialmente foram descobertas, no ápice da Segunda Guerra Mundial num laboratório farmacêutico Suíço, elas foram caracterizadas como “psicotomiméticas” e “psicolíticas”. O prospecto de desarticular a mente de seus parâmetros normais por algumas horas para simular a loucura interessou um pequeno número de psiquiatras pesquisadores como uma possível experiência de treino. Previsivelmente, esta possibilidade também intrigou as agências militares e de espionagem de ambas super potencias, especialmente os Americanos. Consideráveis esforços em pesquisas e gastos foram realizados por aproximadamente 10 anos para determinar os mecanismos para surpreender soldados inimigos, agentes ou lideres, para máxima confusão, desorientação ou constrangimento (Lee & Shlain 1985). Ironicamente, e felizmente, foi a capacidade do LSD de escoar para os potenciais místicos latentes da mente humana que arruinou sua aplicabilidade como uma arma de guerra. Mais do que fazer sujeitos previsivelmente submissos a programações de controle de mente, o LSD teve a desconcertante propensão de suspender a programação mental existente, e desta forma liberar o sujeito em incríveis mundos de consciência cósmica. Os militares não estavam preparados para ter soldados ou agentes espiões se transformando em místicos.

Os primeiros estudos que saíram do laboratório Sandoz, onde Albert Hoffmann sintetizou o LSD e acidentalmente descobriu suas propriedades surpreendentes, descritas como trazedoras de “perda ou abertura psíquica”(seelische Auflockerung).Este foi o conceito psicolítico que se tornou o modelo dominante de psicoterapia assistida com LSD na Europa. Na terapia psicolítica, pacientes neuróticos sofrendo de ansiedade, depressão, ou desordens obsessivas-compulsivas ou psicossomáticas, recebiam LSD numa série de sessões em doses gradualmente aumentadas, enquanto se submetiam interações analíticas mais ou menos padrões usando uma perspectiva Freudiana (Passie 1997; Grof 1980).

O pensamento racional era de que através da psycholysis, a perda das defesas, o paciente se tornaria mais vividamente consciente de suas dinâmicas emocionais e padrões de reações inconscientes (presumivelmente adquirido em interações familiares precoces), e tal insight traria a resolução de conflitos internos. O psiquiatra tcheco Stanislav Grof, trabalhando com esse modelo, fez a incível descoberta de que em alguma séries (envolvendo doses maiores) poderia haver uma abertura ainda mais profunda – de memórias de nascimento e pré-nascimento. Depois de resolver seus conflitos decorrentes das dinâmicas Freudianas da primeira infância, pacientes se encontrariam revivendo as características sensório-emocionais significantes de suas experiências de nascimento – padrões que Grof deu o nome de matrizes perinatais (Grof 1985)

Mais ou menos simultaneamente com a abordagem psicolítica sendo desenvolvida na Europa, o modelo psicodélico se tornou a abordagem preferida nos círculos psicológicos e psiquiátricos Anglo-Americanos. O psiquiatra inglês Humphrey Osmond, que trabalhou no Canadá com Abram Hoffer no tratamento de alcoolismo com LSD (e quem forneceu a Aldous Huxley sua primeira experiência com mescalina, imortalizada em Portas da Percepção (Huxley 1954), introduziu este termo numa troca de cartas com Huxley. Primeiramente usada no tratamento com alcoólatras, onde servia para simular a experiência de mudança de vida de “sair do fundo poço”, a terapia psicodélica geralmente envolvia uma ou um número pequeno de sessões com altas doses, durante as quais, os conteúdos da mente inconsciente seriam manifestos na forma de vívidas imagéticas alucinatórias, levando a insights e transformações (Passie 1997). Um segundo centro de terapia e exploração psicodélica se desenvolveu no início dos anos sessenta no Sul da Califórnia, onde Sidney Cohen, Oscar Janiger e outros começara, fornecendo experiências psicodélicas para seus clientes da comunidade de filmes, artes e mídia de Hollywood (Novak 1997) – trabalho que trouxe considerável publicidade e notoriedade para psicodélicos. O termo “psicodélico” foi adotado por Timothy Leary, Frank Barron, Richard Alpert e o projeto de pesquisa de Harvard, que fez um dos seus primeiros estudos de pesquisa na produção de mudança de comportamento em condenados, e começaram publicando a Psychodelic Review.

Além do projeto da prisão, o foco do trabalho de Leary não era tanto tratamento ou terapia, mas sim explorar as possibilidades e valores da experiência psicodélica para “normais” (geralmente estudantes de graduação), assim como artistas, músicos, poetas e escritores, quando fornecido num setting caseiro desestruturado mas favorável. O conceito de “expansão da consciência” foi introduzido nessas experiências, que podiam ser utilmente contrastadas com a contraída e fixada consciência de adicção de narcóticos, como também em obsessões e compulsões em geral (Metzner, 1994). Leary também foi responsável por introduzir e popularizar o que ficou conhecido como a hipótese de “set e setting”, na qual as determinantes primárias de uma experiência psicodélica são os conjuntos* (set) internos (intenção, expectativa, motivação) e a configuração* (setting) ou contexto, incluindo a presença de um guia ou terapeuta (Leary, Litwin & Metzner 1963).

A pesquisa psicológica em psicodélicos, assim como as aplicações psicoterapicas com psicolíticos e psicodélicos, foram bem resumidas e revistas por Lester Grinspoon e James Bakalar (1979/1997) no livro Psychodelic Reconsidered (Psicodélicos Reconsiderados). A história da introdução do LSD e outros alucinógenos na cultura Americana com suas muitas extraordinárias e imprevistas consequências sociais e políticas foram bem descritas por Jay Stevens (1987) em seu livro Storming Heaven (Céu Tempestuoso). A própria história de Leary sobre esses eventos nos quais ele estava centralmente envolvido é contada em seu único, provocativo e ardiloso (tricksterish) estilo em suas diversas autobiografias, mas particularmente em High Priest* (1968/1995) e Flashbacks (1983). Uma significante extensão do campo da psicoterapia de psicoativos-assistida ocorreu com a descoberta do químico Alexander Shulgin de uma variedade de fenetilaminas, como MDA, MDMA, 2-CB e outros, que trazem algo como a expansão e centralização da consciência principalmente no nível emocional ou do coração, com mínimas ou nenhuma mudança de percepção (?) ou consciência de outros mundos (Shulgin & Shulgin 1991). Por esta razão, para distingui-los dos clássicos alucinógenos, alguns tem sugerido o nome empatógenos (“gerando um estado de empatia”) para esta classe de substâncias. Em particular, o MDMA (que também ficou conhecido como Ecstasy ou E, e que veio a ter um papel central nas imensamente populares cultura de rave) foi usado com sucesso impressionante em psicoterapia – geralmente facilitando uma abertura significante de relação de comunicação e ajuda na cura de traumas incapacitantes (Saunders 1993; Eisner 1989; Adamson & Metzner 1988).

Apesar das aparentes diferenças teóricas e práticas entre abordagens psicolíticas e psicodélicas, há um número de significantes conclusões fundamentais e direções que elas compartilham, e que eu gostaria de agora sumarizar. Essas são todas as características de psicoterapias psicoativas assistidas que se distinguem nesta categoria de outros usos de drogas alteradoras de humor como tranquilizantes ou antidepressivos, no qual o paciente toma uma pílula e vai para casa:

(1) É reconhecido que psicoterapia com alucinógenos invariavelmente envolve uma experiência de um profundo estado expandido de consciência, em que o indivíduo pode não só obter insights terapêuticos sobre dinâmicas neuróticas ou vícios emocionais e padrões de comportamento, mas pode se questionar e transcender auto conceitos fundamentais e visões de natureza da realidade.

(2) É amplamente aceitado no campo que set e setting são o mais importante determinante de experiências com psicodélicos, enquanto a droga assume o papel de um catalisador ou gatilho. Isto é em contraste às drogas psiquiátricas ou psicoativas (incluindo estimulantes, depressivos e narcóticos) onde a ação farmacológica parece ser suprema, e set e setting tem um papel menos. O modelo de set-setting também pode ser estendido para o entendimento de outras modalidades de estados alterados de consciência, envolvendo gatilhos não drogais, como hipnose, meditação, tambores rítmicos, isolação sensorial, jejum e outros (Metzner, 1989).

(3) Duas analogias ou metáforas para a experiência com droga tem sido repetidamente usada por escritores tanto nos paradigmas psicolíticos e psicodélicos. Uma é a analogia amplificadora, segunda a qual as funções da droga são como um amplificador não específico de conteúdos psíquicos. A amplificação pode ocorrer em parte como o resultado de uma diminuição de tesouros sensoriais, uma “limpeza das portas da percepção”, e em parte pode ser por processos centrais ainda-não-compreendidos envolvendo um ou mais neurotransmissores. A outra analogia é a metáfora microscópia: foi repetidamente dito que psicodélicos poderiam assumir o mesmo papel na psicologia, como o microscópio faz na biologia – abrindo reinos diretamente, repetidamente, e observadamente verificados e processos da mente humana que têm até agora sidos altamente escondidos ou inacessíveis.

(4) Novamente, em contraste com o uso de outras drogas psiquiátricas ou psicoativas, é amplamente reconhecido que a experiência pessoal do terapeuta ou guia é um pré-requisito essencial de uma psicoterapia psicodélica. Sem essa experiência pessoal prévia, a comunicação entre terapeuta e indivíduo há ser severamente limitada Este principio implica também um significante papel para a experiência psicodélica poderia ser no treino de psicoterapeutas. A vasta maioria de terapeutas psicolíticos e psicodélicos evidentemente não sancionariam a tomada da droga pelo terapeuta junto com o cliente.

(5) O acesso a dimensões transcendentais, religiosas ou transpessoais da consciência pode ser alcançado. Que as experiências místicas e espirituais podem e muitas vezes ocorrem com o uso de psicodélicos foi algo reconhecido desde cedo pela maioria dos pesquisadores neste campo, colocando assim desafio e promessa para as disciplinas e profissões psicológicas. Albert Hofmann testemunhou que sua capacidade de reconhecer as propriedades psicolíticas da experiência do LSD se baseava em sua similaridade com suas experiências místicas na infância na natureza (Hofmann, 1979). Stanislav Grof descobriu que depois de resolver os problemas biográficos da infância e, depois, os traumáticos perinatais, os indivíduos encontrar-se-iam frequentemente em reinos de consciência completamente transcendentes do tempo, do espaço e de outros parâmetros da nossa cosmovisão ordinária. Ele deu o nome de “transpessoal” a esses reinos de consciência e “holotrópico” ( “buscando o todo”) à qualidade predominante da consciência nesses reinos, bem como a outros meios de acesso a esses reinos, como certos métodos respiratórios, como a respiração holotrópica). Timothy Leary, estimulado por sua associação com Aldous Huxley, Huston Smith e Alan Watts, dedicou tempo e energia consideráveis para explorar e descrever as dimensões espirituais e religiosas da experiência psicodélica. Este trabalho resultou em adaptações do budista tibetano Bardo Thödol (Leary, Metzner & Alpert 1964) e Taoísta chinês Tao Te Ching (Leary, 1997) como guias para a experiência psicodélica. Com base em sua experiência iniciadora com cogumelos mágicos mexicanos, também seria verdade dizer que Leary foi a primeira pessoa a reconhecer e articular que a visão mística fundamental que emerge nestes estados é uma lembrança evolutiva – uma experiência de reconectar-se com nossa vida biológica e à evolução cosmológica. Em outras palavras, ele percebeu que a experiência ia além das questões de desenvolvimento pessoal e cultural que geralmente preocupam os psicólogos, e que a linguagem dos místicos e dos xamãs em nosso tempo era basicamente a linguagem científica da evolução.

Fim da Segunda Parte!

Ricardo Assarice é Psicólogo, Reikiano, Mestrando em Ciências da Religião, especialista em formação em Teorias e Técnicas Para Cuidados Integrativos e Escritor. Para mais artigos, informações e eventos sobre psicologia e espiritualidade acesse www.antharez.com.br ou envie um e-mail para contato@antharez.com.br

Imagens:

Imagem de Arte Visionária encontrada na internet
Gif do’pai’ do LSD, Albert Hoffman
Stanislav Grof em foto recente
MDMA, conhecido também como ‘bala’ ou ‘ecstasy’

Bibliografia:

METZNER, Ralph. Hallucinogenic Drugs and Plants in Psychotherapy and Shamanism. Journal of Psychoactive Drugs. Volume 30 (4), October – December. 1998.

#Psicologia #xamanismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/drogas-e-plantas-alucin%C3%B3genas-na-psicoterapia-e-xamanismo-parte-2-5

Jesus no Pé de Goiaba e o Tao

Por Gilberto Antônio Silva

Há pouco tempo vimos com assombro a repercussão negativa de um desabafo da então futura Ministra de Mulheres, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, contando sua infância sofrida e a salvação pro meio de uma experiência mística. Aos seis anos de idade ela foi estuprada por um pastor, que prosseguiu no ato repetidamente por dois anos. Outro abusou sexualmente dela, mais tarde. Aos 10 anos ela resolveu se matar e subiu em uma goiabeira onde costumava ir chorar para ninguém ver. Estava com “chumbinho”, veneno de ratos. Nesse momento ela viu Jesus e o saquinho de veneno caiu de suas mãos.

Um relato trágico que, no entanto, foi motivo de chacota pelas redes sociais por conta de sua visão de Jesus. Algumas pessoas, quando souberam a história inteira, se calaram e passaram a respeitar a dor dessa corajosa mulher nordestina, que apesar dessa dor que ainda sente, não cala seu relato de modo a trabalhar em prol das crianças que sofreram o mesmo tipo de abuso e a evitar futuros casos.

Outras preferiram ignorar a história dessa mulher e focar apenas na visão de Jesus, considerada por ela como um “amigo imaginário” de sua infância, como prova de problemas mentais e fanatismo religioso. Sim, ela é cristã e evangélica, logo deve ter um “parafuso solto” e estar pronta para “oprimir o povo”. Sim, eu tive que ler essas coisas. Além de ter tido a visão e ser cristã/evangélica, ela será ministra do Presidente Bolsonaro, um pecado superior a todos os demais.

Notei, especialmente no meio acadêmico, especial rejeição à experiência da futura ministra. Um de meus colegas de universidade postou o seguinte comentário, ao saber dos abusos:

Agora faz sentido o relato histérico dela sobre Jesus. Deve ser estresse pós traumático devido ao abuso. Ela precisa de ajuda.

Outros compartilharam da ideia de que uma experiência religiosa é apenas “alucinação” ou “viagem”. Nada de novo, por certo. A visão acadêmica materialista que domina o meio intelectual se choca terminantemente com qualquer tipo de ação ou conhecimento que não se origine do mundo físico, palpável, facilmente escrutinado com os cinco sentidos ordinários. Mas possuir essa percepção materialista e cética, no sentido coloquial, do mundo é a atitude mais fácil e confortável. Ora, é muito simples que se admita apenas o que podemos perceber diretamente e que se ignore (ou se negue) a possibilidade de existência de alguma coisa fora disso. Um peixe pode enxergar o mundo dessa forma.

Essa percepção parte de outra ideia fixa, a de que a ciência é a única maneira real de se conhecer o mundo, o que é inteiramente falso. É apenas uma delas. O interessante é que um dos argumentos mais utilizados para demonstrar a superioridade da ciência é que ela pode ser provada por ser precisa. Ora, a ciência é precisa justamente porque é limitada, opera dentro de uma caixa de leis e regulamentos. Dentro dessa caixa ela é soberana e procura explicar tanto qualitativamente quanto quantitativamente o que nos cerca. Mas não explica tudo.

Outro modo de se conhecer o mundo são as religiões, incluindo e destacando as de cunho oriental que são alicerçadas em uma filosofia própria com sustentação na experiência e na percepção pessoal. E aí se afigura um dos grandes problemas com esse conhecimento: as experiências são PESSOAIS. Uma pessoa precisa estudar e praticar determinados exercícios e meditações, muitas vezes por décadas, até que se comece a adquirir essa faculdade de contato com o que eu chamo de “invisível” (escrevi alguns artigos sobre isso anteriormente).

Se um desses céticos chegar a um Yogue que teve uma experiência com o divino e exigir “prove!”, ele será direcionado a estudar e executar as mesmas práticas que o Yogue fez para tentar obter a mesma experiência. Mas poucos estão propensos a fazer isso e mais: de mente aberta. Essa é uma condição inegociável. Mesmo assim, podem não chegar à mesma experiência que o Yogue ou ter uma outra inteiramente diferente. Porque essa relação com o invisível é PESSOAL.

Então a Ministra Damares teve uma mera alucinação? É possível. Ela teve uma experiência transcendente verdadeira? É possível também. O problema é que a ciência não consegue separar os dois casos, pois tanto a alucinação quanto as visões verdadeiras estão situadas em uma mesma região do córtex cerebral, responsável pela capacidade visual. Daí as pessoas “verem” Buda, Jesus, Laozi, Nossa Senhora, etc. O mecanismo visual é o mesmo que usamos na vida cotidiana.

Esse tipo de experiência transcendente é bastante comum em religiosos, profetas e grandes líderes espiritualistas.

O Cristianismo está repleto de relatos deste tipo, como as famosas visões em Fátima. Mesmo na China, uma visão de Nossa Senhora aterrorizou grupos armados que queriam destruir uma igreja católica em 1900, preservando a construção e seus fiéis. No Islamismo, Muhammad recebeu revelações de Deus (Allah) através da visão do Arcanjo Gabriel, que foram depois transcritas por seus discípulos no texto conhecido como Quran, que é o texto central do Islã.

Zhang Daoling, estudioso do Taoismo, teve uma visão divina no ano de 142. Laozi apareceu para ele como a divindade Taishang Laojun, que lhe passou o Zhengyi Meng Wei (“Doutrina da Poderosa Comunidade da Unidade Ortodoxa”). Zhang assumiu o título de Mestre Celestial e fundou o ramo Zhengyi do Taoismo religioso, a primeira vez em que o Taoismo assumia caráter de religião. Esse ramo taoista ainda existe hoje e é um dos principais, tendo o atual Mestre Celestial radicado em Taiwan.

Embora esse tipo de experiência possa ser de grande valor, nem sempre é indicativo de elevação espiritual, como atestam mestres indianos, chineses e japoneses. Conta-se que um discípulo Zen obteve uma visão de Buda durante uma meditação. Correu a contar ao seu Mestre, acreditando tratar-se de grande avanço no caminho. O Mestre olhou com condescendência para o discípulo e comentou: “Continue meditando, isso passa”. A perspectiva de que algumas dessas experiências sejam consideradas como uma distração do Caminho e não um conhecimento real mostra a seriedade e o domínio desse tipo de conhecimento nas escolas orientais. Mas é necessário ter passado pela mesma experiência ou outra similar para poder orientar outros a respeito de sua validade.

Esse tipo de experiência muitas vezes envolve a fé, que nada mais é do que uma forma de conhecimento. Fé não é mera crença, como entendem os céticos e materialistas. Você pode acreditar ou não em Papai Noel, em Disco Voador ou no Saci Pererê. Mas fé é CERTEZA. Essa é a força da fé: ela não parte de mero conhecimento superficial, mas começa quando se apreende uma Verdade completamente, com o corpo e o espírito. Falamos, obviamente, de fé verdadeira e não do mero autoengano que não passa de conhecimento superficial. A fé parte de dentro, do coração, de algo maior e inunda todo o seu ser.

Paramahansa Yogananda afirmou certa vez: “a fé significa ampliar a sua percepção intuitiva da presença de Deus dentro de você e não contar com a razão como a sua principal via de conhecimento”. Vemos que fé é conhecimento além da razão, o que não significa que não faça sentido, mas que não pode ser compreendida apenas com o intelecto. Por conta disso, não pode ser explicada racionalmente, assim como as visões e contatos com o Divino. É um conhecimento que compreendemos perfeitamente, mas que não podemos explicar apenas através do intelecto.

Laozi solta essa bomba logo nas primeiras linhas do primeiro capítulo do Daodejing:

“O Tao que pode ser expresso não é o Tao constante

O nome que pode ser enunciado não é o Nome constante”

O Tao é o nome do inominável, é algo muito além do plano intelectual, que possui as limitações do mundo físico. Não significa que não pode ser compreendido, mas que não pode ser explicado de modo racional-analítico. Mais ainda: se você puder explicar, não é o Tao! É necessário que se apreenda esse conhecimento diretamente, a partir de fontes não materiais.

Diante disso tudo, percebemos que não podemos efetuar um julgamento intelectual ou moral da visão de Damares, mas apenas analisar o resultado disso – sua sobrevivência para lutar por outras crianças nas mesmas condições. Acredito que toda experiência transcendente deve ser analisada pelo seu resultado, e não se prender apenas na discussão de sua autenticidade visto que é uma experiência pessoal não acessível ou reproduzível por outros. Sabemos o que aconteceu com as visões de Fátima, de Muhammed e de Zhang Daoling. O conhecimento transmitido ainda hoje impacta nosso mundo de maneira profunda. Não é algo que pode ser menosprezado.

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Gilberto Antônio Silva é Parapsicólogo, Terapeuta e Jornalista. Como Taoista, é um dos mais importantes pesquisadores e divulgadores no Brasil dessa fantástica cultura chinesa através de cursos, palestras e artigos. É autor de 14 livros, a maioria sobre cultura oriental e Taoismo. Sites: www.taoismo.org e www.laoshan.com.br

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/jesus-no-p%C3%A9-de-goiaba-e-o-tao

Hipótese de Sekhmet: Onde Estão os Hippies Quando Precisamos Deles

Bem vindos ao passado

Em 1610, logo após observar o sol através de seu recém inventado telescópio, Galileu Galilei fez as primeiras observações européias sobre as manchas solares. Desde 1749, as médias mensais dos números de manchas solares tiradas nos mostram que o número de manchas visíveis na superfície do sol aumenta e diminui em ciclos de aproximadamente 11 anos.

Bem vindos ao presente.

Não precisamos de uma bola de cristal para saber que algo vem acontecendo com a cultura jovem ocidental desde os embalos dos anos 1960. Antes deste período os jovens tinham que obedecer a 3 regras básicas:

1- Ficar de boca fechada;
2- Obedecer cegamente a líderes religiosos e governamentais;
3- Adotar uma aparência extremamente discreta e nacionalista (caso já imagine suásticas troque esse adjetivo por “patriótica”)

A partir da metade da década de 1960 houve uma espécie de reviravolta, a cultura jovem passou a rejeitar a grande massa, valores antiquados e se viam como parte de uma nova comunidade global. Algumas pessoas cultas, como o sociólogo Marshall McLuhan, sugeriram que isso aconteceu porque essa juventude foi criada, desde o nascimento, pelos aparelhos de televisão. Na década anterior, os distantes anos 1950, os adolescentes encontraram liberdade e uma forma de se rebelar ouvindo rock ‘n’ roll, mas vamos encarar, assim que Elvis se alistou no exército ele deixou claro que a cultura que estava representando ainda estava sob a tutela do governo patriarcal. E então surgiu a geração Beat, mas para a sociedade de forma geral, esse sempre foi um movimento quase que exclusivamente underground.

Outros movimentos surgiram e desapareceram como os Mods e os motoqueiros Rockers londrinos mas foi apenas em 1967 que o primeiro arquétipo global de uma natureza forte e atávica emergiu da cena Beat underground.

Esse arquétipo foi o da Criança Flor, ou como ficou mundialmente conhecido: o Hippie. Danças como o Monkey Jive eram um guia visual que mostrava de maneira clara a mutação do puro e cru rock ‘n’ roll para um tipo de ânimo baseado na psicodelia gentil. Diferente de outros movimentos jovens do passado a cultura Hippie tranformou completamente a sociedade ocidental, anunciando uma era de alegria, otimismo e expensão da mente.

Onze anos depois do surgimento, ou emersão se preferir, social das Crianças Flor surgiu a próxima corrente atavística jovem, o Punk explodiu no mainstream social em 1977. A espansão da mente da última parte da década de 1960 foi substituída por um sentimento de contração da mente, separatismo e  um ódio e apatia destrutivos, tudo isso celebrado de forma muito divertida e prazeirosa. O prazer de compartilhar a mente foi substituído pela repulsão súbita de cuspir a mente. Algumas pessoas, como John Peel, se referiram a esse novo movimento como uma possível reação contra os Hippies, os anti-corpos sociais para sanar a doença do paz e amor; outras afirmaram que o Punk era a polaridade inversa que complementava a doçura e gentileza das Crianças Flor, algo que seria não apenas natural, mas obrigatório aparecer como forma de equilíbrio.

Visualmente o espírito do tempo foi encapsulado por um tipo diferente de dança, o “ataque epilético”. Adolescentes se jogavam no chão e convulsionavam em espasmos acompanhando o ritmo da música. As pessoas que testemunhavam isso sentiam estar presenciando algo que ia muito além de uma simples modinha ou movimento. A postura do “luto de morte” – onde a pessoa se encolhia de maneira convulsiva – havia substituído a postura sexual e extática dos Hippies. Essa mudança possuia similaridades com os sentimentos expressos em nível pessoal quando defrontados com os extremos emocionais da vida. Quando nos apaixonamos nós erradiamos uma grande quantidade de alegria e otimismo e sentimos alegria em compartilhar isso com o resto do mundo, quando nós somos afligidos pela perda de um ente querido, tendemos a nos encurvar quando nos sentamos, ou nos enrolar como fetos e ficar chorando, deitados. O sentido de tempo celebrado por cada uma dessas culturas jovens também se relacionava com o espírito sentido na esfera pessoal: eterno, relaxado, expansivo quando apaixonado; acelerado, comprimido quando aflito ou quando nos deparamos com nossa morte evidente.

Assim como a cultura Punk começou a se desenvolver de forma cada vez mais acelerada, o gentil e suave Reggae fou complementado com o surgimento do Rap nervoso (desenvolvido de forma pioneira pela retórica rápida e esbaforida de Muhammad Ali), que curiosamente também desenvolveu de forma separada uma versão do “ataque epilético” junto com o break, uma dança constritiva e espiralada. Assim que a cultura Punk-Rap estava a pleno vapor, algumas pessoas começaram a levantar algumas questões, a maior delas sendo: poderia haver alguma razão por trás dessa ação combinada e recíproca de jovens celebrando um otimismo dócil, expansivo e construtivo, e então celebrarem o pessimismo a contração e a destruição?

Muitos tentaram responder isso de maneira sociológica, cultural, criativa, evolutiva. Mas nenhuma das respostas foi muito interessante, isso até Peter Carroll decidir se dedicar um pouco à questão. Carroll sugeriu que esse afluente cultural global estava se tornando receptivo, e assim influenciado, pelo ciclo de 11-22 anos de nosso astro local. Para muitos isso foi como ver no meio de uma festa de aniversário infantil um velho tio bêbado e um velho professor italiano se beijarem de maneira não tão púdica – um acontecimento óbvio, mas dificil de ser digerido, por mais aberta que seja sua mente.

Peter Carroll sugeriu que o movimento psicodélico que surgiu na segunda parte da década de 1960 aconteceu junto com o pico de atividade de manchas solares, que também ocorreu na segunda metade dos anos 1960. A celebração complementar de pessimismo ocorreu onze anos depois, a partir de 1977. Deste padrão Peter deduziu que conforme nos aproximássemos de outro pico de atividade solar, no fim de 1989, um novo ânimo, ou estado de espírito iria se expressar de forma social em 1988. Essas previsões foram feitas no início da década de 1980 em seu livro Psychonaut, muitos antigos Hippies leram o livro de Carroll e se pegaram aguardando maravilhados… enquanto muitos céticos apenas torceram o nariz e aguardaram por quase dez anos, preparados para rir de todos e preencher o mundo com suas teorias cínicas sobre como o mundo realmente funciona. Quem de fato acreditaria que o ciclo de manchas solares teria algo a ver com o comportamente cultural e musical dos mamíferos deste planeta? É de se admirar que depois de Newton, Darwin, Freud e outros as pessoas ainda dêem atenção a esse tipo de propaganda pseudo científica.

É claro que na vida nem tudo acontece como esperamos que aconteça e mesmo idéias que se baseiam em fatos aparentemente sólidos acabam indo por água abaixo, e foi isso o que aconteceu quando em 1988 a cultura Rave emergiu do underground. O novo movimento jovem chegou mesmo a desenvolver sua própria droga: Ecstasy, a primeira droga desenvolvida de natureza empática. E junto com essa nova leva jovem o slogam Paz e Amor estava de volta, exatamente como Carroll havia predito.

Se fôssemos extrapolar a premissa de Carroll, poderíamos esperar então uma nova celebração saudável de pessimismo e contração da mente para o ano de 1999. E de fato esta complementação surgiu, mas permaneceu underground. O que teria acontecido?

O novo ícone cultural revolucionário surgiu com a combinação do movimento NU Metal, que fundia influências do grunge e do metal alternativo com o rap e os vários subgêneros do heavy metal, e que começava a deixar o underground e a despontar em grandes festivais como o Ozzyfest, e da estética cultural e filosófica exposta no filme Matrix. Grant Morrison apontou que a nova juventude desejava absorver a cultura do filme, com seu imperialismo, sobretudos e visão niilista de que toda a liberdade existente hoje é apenas uma forma de controle vindo de “poderes ocultos” e assim não é uma liberdade real, mas poucos artistas e ícones da mídia quiseram participar desse movimento. Muitos não entenderam o porquê disso, já que outras culturas emergentes do passado não precisaram desse suporte da mídia para se desenvolverem, quando não haviam artistas elas criavam os próprios artistas.

Desta vez, a nova onde cultural veio carregada com uma dose extra de violência e o sentimento de morte foi muito mais extremo. Apenas vinte dias após o lançamento do filme Matrix nos EUA ocorreu o massacre na escola de Columbine. O crime logo foi associado com video games violentos, bandas de música pesada e particularmente ligada ao filme Matrix, a mídia inclusive afirmou que os dois estudantes responsáveis pelo crime estavam ligados a um grupo local auto denominado a Máfia do Sobretudo. A estética mostrada no filme passou a ser combatida por pais e professores, e muitos jovens, abalados pelo acontecimento não resistiram.

Além disso, dois anos após o lançamento do filme houve o ataque de 11 de Setembro nos EUA. O uso de aviões civis para se derrubar o World Trade Center, além de outros alvos fez com que a cultura global passasse não apenas a evitar, mas a combater qualquer forma cultural que exaltasse a morte e a violência criando uma guerra mundial ao terror, fosse qual fosse a forma de terror, impedindo o surgimento de um novo arquétipo cultural jovem.

Esses fatos fizeram com que muitos observadores culturais concluissem que a próxima onda cultural ainda estava para acontecer. Outros concluíram que essas mudanças culturais, ainda que influenciadas pelos ciclos de manchas solares começavam a ser também influenciadas pela mídia global que estava surgindo.

Considerando que o ciclo solar pode causar disturbios visuais, de rádio e até metereológicos, é possível que ele cause também influências de padrões sociais de natureza global. Mas se formos de fato buscar evidências que apoiem esta visão exótica, nós teríamos que buscar não só por padrões que atinjam seu ápice a cada 11 e 22 anos como também padrões que invertam de polaridade a cada 11 anos.

Que bom seria se as intensificações de caos social dentro da cultura jovem não possuíssem esse valor periódico.

Bem, deixemos de papo e vamos à prática. Um estudo dos ciclos solares no site de clima espacial da NASA nos oferecem os dados para criarmos a seguinte tabela de co-relações entre a atividade solar e os movimentos culturais:

Maio de 1967 – Cultura Hippie decola, um ano antes da máxima solar.

Janeiro de 1977 – Cultura Punk decola dois anos e meio antes da máxima solar.

Maio de 1988 –  Cultura Rave decola um ano antes da máxima solar.

1999 – Cultura de força hostil lúdica emerge (Nu Metal, Matrix, etc) logo antes da máxima. Mas curiosamente não surge um novo arquétipo jovem.

(As datas usadas são aproximações de quando os movimentos underground atingiram o mainstream da mentalidade contemporânea principalmente via as ruas, a imprensa sensacionalista e a televisão.)

Bem, agora é a hora de pararmos de simplesmente olhar par aa tomada e enfiar o dedo molhado nela par aver o que acontece.

Logo de cara os números parecem promissores, mas o primiro tropeço acontece quando olhamos o que o sol estava fazendo em janeiro de 1977. Nesta data o que aconteceu é que o sol estava em um período de atividade mínima e de repente ele resolveu, do nada, mudar para uma máxima solar no curto espaço de dois anos e meio. Não houve, então, uma máxima solar quando a cultura Punk foi sensacionallizada pelos tabloides.

Se combinarmos isso com o fato de a próxima cultura jovem ter perdido completamente a hora, aproximadamente 12 anos, começamos a sentir um cheiro estranho de peixe largado no sol quando paramos para pensar na hipótese da Cultura Jovem Solar. Afinal, sejamos francos, quem de fato acreditaria que o sol e as manchas solares poderiam influenciar que tipo de música irá surgir na terra?

Bem vamos olhar novamente para a foto de Peter Carroll e Galileu Galilei se beijando. Manchas solares são definidas como “regiões relativamente frias na fotosfera solar que aparecem como áreas escuras. Essas áreas contém campos magnéticos intensos que fornecem energia para as explosões solares. Manchas solares aparecem em grupos”.

Logo, estamos falando de magnetismo, magnetismo da pesada. Mas como esse magnetismo afetaria a cultura jovem? Bem, esse magnetismo poderia causar mudanças na eletrofisiologia do cérebro, afetar nossos neuro transmissores (o que afetaria nossa percepção de motivação/prazer e dor); o magnetismo poderia causar um decréscimo na memória, causar um défict de atenção maior e de quebra causar reações mais lentas no cérebro de crianças na escola, afetando o grau e a qualidade do aprendizado da lavagem cerebral que pagamos para essas instituições fazerem em nossas crianças 5 dias por semana, cinco horas por dia.

Então podemos dizer que os estilos psicodélicos, punk, raver e nu metal foram o resultado de doses massissas de magnetismo solar em cérebros jovens? Bem vamos trabalhar com outro gráfico e uma idéia divertida.

Sendo completamente raso, sem me aprofundar e tratando o assunto de maneira genérica o bastante para quase esbarrar na heresia, acho seguro dividir o comportamento, ou estado de espírito, do ser humano comum em quatro tipos. Imagine um círculo, cortado ao meio por uma linha horizontal e então novamente por uma linha vertical e… espere, deixe que eu faço isso pra você:

Os diferentes tipos de estado de espírito podem ser divididos em dois grupos, e cada um desses grupos em mais dois grupos menores influenciados pela personalidade geral das pessoas. Vejamos:

– Amigável – Delicado
– Hostil – Delicado
– Amigável – Força
– Hostil – Força

Entenda Delicado e Força da seguinte forma:

Delicado = passivo, sossegado
Força = ativo, energético

Assim, temos duas novas tabelas para adicionar ao nosso problema solar:

Tabela 1 = Evolução Cultural

1967 – 1976 -> Hippie
1977 – 1987 -> Punk
1988 – 1999 -> Rave
2000 – 2011 -> ?

Vamos entender essa interrogação como a falta de um arquétipo tão poderoso quanto o das outras 3 culturas anteriores. Podemos colocar o Nu Metal ai? Sim, mas estamos trabalhando com a possibilidade da carga criativa/energética/magnética ter se dissipado e o movimento ter começado forte e morrido alguns anos depois.

Tabela 2 = Desenvolvimento dos 4 tipos de estado de espírito

Amigável/Delicado -> Adiquirido aproximadamente entre 0 e 1 ano;
Hostil/Delicado -> Adiquirido aproximadamente entre 1 e 2.1 anos;
Amigável/Força -> Adiquirido aproximadamente entre 2.2 e 4 anos;
Hostil/Força -> Adiquirido aproximadamente entre 4 e 5.8 anos;

Para aqueles que não estão familiarizados com essas diferentes fases do desenvolvimento humano aguardem um artigo mais completo, por hora, basta saber que cada estado de espírito é a incorporação de um comportamento no desenvolvimento da criança e não uma única forma de comportamento. Ou seja, quando você nasce e é um bebê quando chora recebe um peito e você dita a rotina da família. Quando cresce impõe limites para você, primeiro de forma sutil, já não te alimentam sempre que quer e sim nas horas certas; ainda trocam suas frladas sempre que você se suja, mas você começa a ser incorporado na rotina, além disso não deixam você ir para onde quiser para não rolar uma escada engatinhando, ou não despencar da cama. Na fase seguinte, você já foi incorporado na rotina, mas está aprendendo as coisas, um novo universo se abre para você, que já caminha e já é parte da família; ainda trocam suas fraldas, mas você tem mais liberdade do que antes já que pode ir para onde quiser. Na quarta fase você já entende a diferença de sim e não, e os ‘não’ começam a chegar. Agora não querem mais trocar suas fraldas, estão te ensinando a ir ao banheiro, agora você entrou na hierarquia da família e tem chefes para obedecer.

Vamos fingir que o sol não existe, tire Galileu e vamos ficar apenas com Carroll.

Analisando os diferentes tipos, ou personalidades, das culturas jovens, ligadas à música que surgia, e comparando-os com os estágios do desenvolvimento humano temos novamente um padrão interessante surgindo. Uma experiência divertidas é tocar os diferentes tipos de músicas em festas de aniversários de crianças que ainda não fizeram 5 anos e observar a reação dos pimpolhos. Não, não vou descrever aqui as reações, eu disse que isso é uma experiência divertida, então a realize e se divirta. Para apenas de ler e tente aprender algo na prática.

Voltando ao assunto, temos então um quadro interessante. Se as mudanças são causadas pelo sol ou não, elas possuem um paralelo com o desenvolvimento da programação que tranforma um bebê em alguém que irá passar a maior parte da vida longe da família, dos amantes e dos filhos, trancado em algum lugar lutando por cada vez mais papel colorido com númeors impressos distribuídos pelo governo e guardados em bancos que tentam fugir do tédio lendo coisas na internet.

Assim, como podemos prever o próximo movimento cultural jovem? Se levarmos em conta que o do início deste século simplesmente se evaporou, qual seria o movimento cultural/musical que irá se tornar o avatar a partir de 2011?

Merda. Estamos em 2011!

O último grande arquétipo cultural aceito por nossos pesquisadores, foi a cultura Rave, enquadrada como Amigável-Força. A que se seguiria seria Hostil-Força, mas alunos se mataram, o World Trade Center agora é uma praça e não mais prédios. O Nu Metal trazia um aspecto hostil e energético, mas ele não se tornou um arquétipo. A nova onda energética que deve estar acontecendo este ano ou ano que vem (alarmistas de 2012, comecem a sorrir) deve adotar a postura Hostil-Força ou será que veremos um próximo pulo evolutivo?

Estilos como Stormer (pense nos storm troopers de Starwars), Valkie (pense em Wagner) ou Panzer (aqueles belos tanques alemães) estão sendo sussurrados por aqueles que gostam de falar de coisas como nanotecnologia usada para implantar propaganda corporativa em sonhos, assim sempre que você sonhar que está com sede vai se ver bebendo uma coca-cola.

Caso de fato tenhamos perdido o ônibus dormindo e tenhamos uma nova cultura jovem hostil agressiva podemos esperar algo como o inferno vindo para a terra. Ela provavelmente será demonizada pelos fundamentalistas religiosos, pela imprensa de tabloides e por uma série de DJ’s que perderam os empregos nos últimos anos por teram saído de moda. E claro, com cada cultura uma nova droga. Se antes o Ecstasy era a droga do amor, esperemos o surgimento de uma nova droga que trabalhe com um aspecto violento agressivo.

A idéia divertida mencionada acima é uma forma de tentar entender: se de fato o eletromagnetismo do sol pode influenciar nossa cultura jovem, nossa “nova onda”, o que poderia ter bloqueado a última, de 2000, e que poderia continuar fazendo com que nossa criatividade simplesmente brochasse eternamente? Que fontes de eletromagnetismo nós teríamos ao nosso redor constantemente o tempo todo?

Em 1888 Hitler foi o pioneiro na transmissão de códigos pelo ar. Claro que não era exatamente pelo ar, afinal qualquer pessoa que grite está transmitindo códigos pelo ar, mas estou falando do tipo de transmissão que acabou dando origem ao rádio transmissor. Bem, logo todo mundo decidiu que precisavam mandar informações de forma rápida. Em 1914 aconteceu a primeira ligação telefonica trans oceânica. Em 1947 os laboratórios Bell, nos Estados Unidos, pegaram a invenção de uma atriz hollywoodiana, Hedwig Kiesler (conhecida também por Hedy Lamaar) e desenvolveu em cima dela – da invenção não da atriz – um sistema telefônico de alta capacidade inteligado por diversas antenas espalhadas por ai, cada antena recebeu o nome de célula porque isso era bacana pra caralho e fazia o trabalho parecer coisa de ficção científica. Assim nascia a telefonia celular. O primeiro celular foi desenvolvido pela Ericsson, que ainda nem imaginava que temrinaria na cama com a Sony, em 1956, ele pesava 40 quilos e foi criado para ser instalado em porta malas de carros. A Motorola entrou na dança lançando o seu modelo de celular em 1973, que já pesava 1 quilo e tinha o prático tamanho de um tijolo. Em 1979 o Japão e a Suécia entraram no jogo e os EUA em 1983. Isso, em números, significa que até 1989 existiam 4 milhões de assinantes do serviço móvel em todo o mundo. Em 2009 esse número subiu para 4.600 milhões. Para 2013 se antecipam 6000 milhões.

1947-1956 – desenvolvimento do primeiro celular -> 1967 – 1976 -> Hippie
1979-1989 produção se espalha pelo mundo -> 1977 – 1987 -> Punk
1989 – 2009 – produção em massa de celulares populares -> 1988 – 1999 -> Rave e 2000 – 2011 -> ?

Celulares usam uma energia eletromagnética. Estão cada vez mais populares e mais difundidos. As antigas “células” estão sendo trocadas por satélites que vão recolher e disparar de volta outros feixos de energia eletromagnética. Teria esse magnetismo influenciado o magnetismo solar e o Nu Metal não se desenvolveu? Será que o movimento Emo seria uma mutação causada por nosso eletromagnetismo artificial? Existe eletromagnetismo artificial?

Nós podemos discartar tudo o que foi escrito até agora e simplesment assumir que é muito rasoável dizer que a cultura jovem está caindo em um ciclo por causa da substituição do antigo controle patriarcal-governamental e o substituindo por um controle corporativo-capitalista-
comercial. Pergunta a um jovem o que é o comunismo, ele pode não saber dizer o que é, mas em algum ponto da história o Mac Donald’s lutou contra ele e venceu. Isso se torna claro na cada vez mais alarmante falta de respeito por instituições religiosas e da cada vez mais falha capacidade de controle de diferentes agências governamentias que está culminando com o fim do nacionalismo/patriotismo.

Agora o que dita essas mudanças? Eletromagnetismo? De quando em quando elas ocorrem? Como definimos que ela é um arquétipo? Afinal qualquer pessoa com um mínimo de cérebro já notou duas coisas: o movimento Grunge, por exemplo, sequer foi citado neste ensaio. Porque o sol ou seja lá o que for, apenas afeta o ocidente? E o Japão?

Bem, sendo um bom adorador de gráficos inúteis e tabelas comparativas esdrúxulas, o grunge pode ser classificado como uma mistura do hippie com um punk melancólico, banhado em óleo de motor usado. Seria como vermos um bando de Punks patetas chapados em um verão ensolarado, ou hippies sombrios em um inverno escuro. Assim mesmo essa subcultura poderia ser encaixada como o resultado de duas culturas dinâmicas. Podemos apontar, de maneira óbvia, que um movimento não surge do nada, ele é formado pela interação de culturas prévias se mesclando e se influenciando de forma dinâmica.

Antes que você resolva começar a perguntar sobre Hip Hop e outras coisas, só porque leu acima que uma pessoa inteligente notaria que várias culturas jovens não foram citadas, tenha em mente primeiro que no início o Rap era considerado o ‘Punk Negro’, com certeza o rap possuia aspectos de composição mais trabalhados do que o Punk, não era exatamente um touro bravo, mas um touro bravo com óculos escuros, se é que me entendem. E depois, eu sou branco, acreditem ou não, então qualquer insight que eu possa oferecer sobre isso seria algo falso e artificial visando apenas aumentar os lucros da empresa.

Mas e quanto ao japão e ao oriente médio? Bom, o Japão teve uma sobrecarga de eletromagnetismo e um pais para se reconstruir depois da segunda Guerra. O oriente, bem ou mal, esteve em conflitos que fariam o 11 de Setembro americano parecer uma pegadinha do Mallandro, mas até ai… além de branco eu sou ocidental, não vou nem tentar começar a criar metáforas para uma cultura que o mais perto que chegamos foi Spectreman, Chance Man e cavaleiros do Zodíaco.

E, para isso não virar um pingue-pongue mental, vou deixar claro que esta hipótese trata apenas de tribalismos atávicos nascidos de traços do psicodelismo e psicoesferismo da cultura jovem.

Isso pode descartar então de fato a ligação entre o surgimento desses movimentos com a atividade solar? Ou mesmo indicar um padrão que mimetize o desenvolvimento neural de um bebê em uma criança?

Pense o seguinte: Nu Metal aconteceu, ele pode não ter chegado por aqui, mas da mesma forma que o movimento Hippie inundou os EUA e o movimento Punk inundou a inglaterra e o movimento tecno/rave pareceu começar a inundar o Brasil, ele teve lá seu momento de fama. Paralelo a isso de acordo com Dean Pesnell, o físico solar do Goddard Space Flight Center da NASA, “nada tem acontecido no Sol há algum tempo, pelo menos quando discutimos sobre a presença (ou melhor: ausência) das manchas solares; estamos experimentando um mínimo solar muito profundo”. Assim teríamos uma nova eclosão cultural que se seguiria à Hostil-Força do Nu Metal e que iria para um próximo passo, sem nenhuma influência do Sol e banhada pelo eletromagnetismo de celulares.

Bem, veja o que acontece quando se mescla elementos de hard core “alegre” com elementos emo.

As novas bandas de Rock Colorido continuam sendo motivo de risadas para muitos, ao menos aqui no Brasil, mas… para cada pessoa que sacaneia a #famíliarestart, ou qualquer coisa que o valha, tem centenas que elogiam e fazem juras de amor para eles. E essas bandas estão se multiplicando. Várias dessas bandas estão fazendo turnês pelo nosso país de uma maneira que faria grandes bandas das culturas passadas se assustarem, já que falamos do Restart, eles já viajaram mais de 3.000 quilómetros para realizar show só no mês de março do ano passado. Outras como Hori, Cine, Fake Number, Hevo 84 crescem a cada dia. Isso não significa que você vai gostar do som. Os Hippies não eram muito amigo dos Punks. Os punks não tem críticas boas para os Revaers e Clubbers, esses não tem uma queda especial pelo som Nu Metal, e ninguém, mas ninguém mesmo, gosta dessas bandas de rock colorido, a não ser os milhares cada vez maiores de fãs. Isso pode ser um indicativo do que vai ser a juventude, ou como ela vai se desenvolver nos próximos anos.

Enquanto isso podemos apenas clamar para a Deusa: Precisamos de manchas solares!

por LöN Plo

Postagem original feita no https://mortesubita.net/musica-e-ocultismo/hipotese-de-sekhmet-onde-estao-os-hippies-quando-precisamos-deles/

Wu Xing (五行) Os Cinco Elementos do Taoismo

Wu Xing, também chamada de Teoria das Cinco Energias, ela é algumas vezes citada como da época de Tsou Yen, que é sempre descrito como o fundador do pensamento científico chinês. No livro “O Documento Histórico”, que data do século I d.C., Tsou Yen é descrito como fundador de idéias essenciais do sistema das Cinco Energias. O estudo desses movimentos forma a base de um sistema da sabedoria chinesa. Associados a cada uma dessas cinco energias estão os mais variados tipos de sensações experimentadas por nós no cotidiano, cores, odores, paladares, estações do ano, comidas, direções, números. Cada um dos órgãos internos e os doze principais canais ou caminho de energia do corpo são classificados de acordo com os cinco elementos.

Obviamente, esses Elementos são estudados e entendidos como caracterização de forças e nunca como substâncias materiais; são forças nas quais a energia Ch’i se expressa de 5 maneiras diferentes. Devemos saber que as palavras com que representamos estas energias são somente palavras que se assemelham mais satisfatoriamente à conduta e ao caráter destas energias. Assim temos: Metal = Agudo e solitário; Água = Liberal, extenso, nutridor; Madeira = Ascendente, móvel, crescente; Fogo = Radiante, quente, dissipando; Terra = Estável, concentrado.

Quando uma situação requer adaptação, um modo de efetuar a mudança é acrescentar a cor, a forma, o material ou a emoção que cada Elemento expressa. Por exemplo, quando você está cansado, acrescente um pouco de energia de FOGO ao ambiente. Quando está nervoso por causa de um exame em pendência, acrescente a energia da ÁGUA ao ambiente, ou em você (roupas azuis, etc.). Quando precisa ser corajoso, acrescente MADEIRA. Quando precisa desenvolver-se mentalmente, acrescente METAL.

Os 5 Elementos têm efeitos um sobre o outro, criando um ao outro em uma seqüência fixa.

CICLO DE CRIAÇÃO DOS ELEMENTOS 

No Ciclo de Geração, MADEIRA alimenta FOGO, que produz cinzas (representada pela TERRA), que gera minerais (representados pelas rochas de onde deriva o METAL), que gera ÁGUA a partir da sua fusão fluindo como água, ÁGUA nutre as árvores, gerando MADEIRA [acompanhe o diagrama acima].

CICLO DE DESTRUIÇÃO DOS ELEMENTOS 

O FOGO derrete o METAL, que destrói a MADEIRA, que se nutre da TERRA, que vence a ÁGUA, a qual apaga o FOGO.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/asia-oculta/wu-xing-%e4%ba%94%e8%a1%8c-os-cinco-elementos-do-taoismo/

O Menor é o Mais Poderoso

Na via de realização pessoal que este manual propõe, a afirmação do título nos indica pôr especial atendimento a tudo aquilo que passa despercebido, mas que no entanto tem uma enorme importância quando se trata de conhecer a causa e a origem das coisas. Numerosas expressões tradicionais fincam pé na superioridade do poder do pequeno, sutil e invisível, sobre o visível, grosseiro e grande. “Semelhante é o Reino dos Céus a um grão de mostarda, que tomando-o um homem o semeou em seu campo (em si mesmo), o qual é a menor de todas as sementes, mas quando se desenvolveu é maior de todas as hortaliças e se faz uma árvore, de maneira que vêm as aves do céu (símbolo dos estados superiores) e aninham em seus ramos” (Mateus, XIII, 31-32).

Igualmente todos nossos gestos, o que somos e seremos, estavam já contidos, em potência, na célula seminal que nos engendrou e nos deu a vida. Estas proporções entre o pequeno e o grande não são só quantitativas, senão qualitativas, e obedecem às leis da analogia, que nos faz conhecer a idéia do Todo por uma de suas partes. Mas aqui falamos melhor das relações hierárquicas entre o Princípio e sua manifestação, que aparecem invertidas quando passamos da ordem celeste, ou espiritual, ao terrestre ou corporal, tendo sempre presente que o primeiro é causa do segundo. O maior no Céu é o menor na Terra, e o maior na Terra é o menor no Céu.

O Cosmo é o desdobramento do “Ovo do Mundo”, que alberga os germes de tudo o que existe e se manifesta ciclicamente. Desta forma, o Espírito, quando se quer dar a conhecer, não o faz através do pomposo e cerimonial, nem de nada que venha do exterior, senão que o realiza por meio do silêncio interno e do inominável, como uma força que brota do mais profundo e se expande por todo nosso ser, alumiando-o interiormente e ordenando-o conforme a seu arquétipo eterno. O verdadeiramente universal, o supremo, não tem dimensões, nem está sujeito a nenhum tipo de lei terrestre e humana. Aninha oculto e secreto no coração dos seres, que sem ele careceriam de toda realidade, da mesma forma que a circunferência não existiria sem o ponto, nem a série numérica sem a Unidade aritmética. Assim, quanto mais identificados estejamos com as coisas “deste mundo” menos participaremos da comunhão salvífica no Ser. “Faz que teu ‘eu’ seja menor e limita teus desejos”. “Renuncia ao conhecimento (quantitativo e profano) e não sofrerás” (Tao Te King, XIX). “Os últimos serão os primeiros e os primeiros os últimos” (Mateus XX, 16). “O menor entre todos vocês, esse será o maior” (Lucas, IX, 48). “Se algum quer ser o primeiro, que seja o último de todos e o servidor de todos” (Marcos, IX, 35).

#hermetismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-menor-%C3%A9-o-mais-poderoso

Nove Anos do Teoria da Conspiração!

Hoje, 10/08, exatamente nove anos atrás, em 10/08/2007, era postado o primeiro texto do Teoria da Conspiração no Sedentário: A Santa Ceia e os Símbolos Astrológicos. Lembrando as palavras de um Exu amigo, “Quando vai ver, já foi!”.

Nos dias de hoje, onde qualquer estudante de primeiro ano de filosofia pode inventar para si um titulo pomposo e criar um blog esotérico para tentar impor suas verdades, e dezenas de blogs de magias e pactos e ordens e curiosos de todos os calibres esquisotéricos surgem a cada dia na internet, como podemos saber se determinado autor é confiável?

Eu me fiz essa pergunta dez anos atrás, quando encontrei com o Del Debbio pela primeira vez em uma loja Maçônica, em uma palestra sobre “Kabbalah Hermética” (que vocês ja devem ter assistido pelo menos alguma versão dela. São todas iguais, mas todas diferentes. Só assistindo duas para ver. Para quem não viu, tem um link de uma delas no youtube Aqui). Adoro essa palestra porque sempre os judeus tradicionais se arrepiam todo quando ele faz as correlações da árvore das vidas com outras religiões. E este, talvez, seja o maior legado que ele deixará na história do Hermetismo.

Mas o que o gabarita para fazer estas afirmações?

Talvez porque a história do MDD dentro das Ordens iniciáticas seja única. A maioria de nós, estudiosos do ocultismo pré-internet, começávamos pela revista Planeta, depois comprávamos os livros da editora Pensamento, entrávamos na Maçonaria, em alguma ordem rosacruz e seguíamos pela senda sem nunca travarmos contato com outras vertentes. Quem é da macumba, caia em um terreiro escondido no fundo de algum quintal e ficava por lá décadas, isolado. Cada um com suas verdades…

O DD começou em 1989 lá na Inglaterra. E ainda teve sorte (se é que alguém aqui ainda acredita que existam coincidências) de cair em um craft tradicional de bruxaria, com a parte magística da coisa (que inclui incorporações) e contato com o pessoal da SRIA, do AA e de outros grupos rosacruzes. Quando voltou para o Brasil, talvez tivesse ficado trancado em seu quarto estudando e nunca teríamos este blog… mas ele também foi um dos primeiros Jogadores de RPG aqui no Brasil. (RPG é a sigla de um jogo que significa “role playing games” ou jogos de teatro). Em 1995 publicou um livro que utilizava o cenário medieval de mitologias reais em um jogo que foi um dos mais vendidos da história do RPG no Brasil (Arkanun). Por que isso é importante?

Porque ele se tornou uma espécie de subcelebridade pop. E isso, como veremos, foi de importância vital para chegarmos onde estamos hoje (vai anotando as coincidências ai…).

Bem, o DD se graduou em arquitetura e fez especializações em história da arte, semiótica e história das religiões comparadas. De um trabalho de mais de dez anos de pesquisas, publicou a Enciclopédia de Mitologia, um dos maiores trampos sobre o assunto no Brasil.

Com a faculdade veio a maçonaria e aqui as coisas começam a ficar interessantes. Por ser um escritor famoso, ele conheceu o Grande Secretário de Planejamentos do GOB, Wagner Veneziani Costa, um dos caras mais importantes e influentes dentro da maçonaria, editor da Madras, uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço e fundador da loja maçônica Madras, que foi padrinho do Del Debbio. E aqui entra o ponto que seria crucial para a história do hermetismo no Brasil, a LOJA MADRAS.

No período de 2004 a 2008, a ARLS Madras contou entre seus membros com pessoas como Alexandre Cumino (Umbanda), Rubens Saraceni (Umbanda Sagrada), Johhny de Carli (Reiki), Cláudio Roque Buono Ferreira (Grão Mestre do GOB), Sérgio Pacca (OTO, Thelemita e fundador da ARLS Aleister Crowley), Mario Sérgio Nunes da Costa (Grão Mestre Templário), Adriano Camargo Monteiro (LHP, Dragon Rouge), José Aleixo Vieira (Grande Secretário de Ritualística), Severino Sena (Ogan), Waldir Persona (Umbanda e Candomblé), Carlos Brasilio Conte (Teosofia), Alfonso Odrizola (Umbanda, diretor da Tv espiritualista), Ari Barbosa e Cláudio Yokoyama (Magia Divina), Marco Antônio “Xuxa” (Martinismo), Atila Fayão (Cabalá Judaica), César Mingardi (Rito de York), Diamantino Trindade (Umbanda), Carlos Guardado (Ordem da Marca), Sérgio Grosso (CBCS), entre diversos outros experts em áreas de hermetismo e ocultismo. Agora junte todos estes caras em reuniões quinzenais onde alguém apresentava uma palestra sobre um tema ocultista e os outros podiam questionar e debater sobre o assunto proposto com seus pontos de vista e você começará a ter uma idéia do que isso representou em termos de avanço do conhecimento.

Entre diversas contribuições para a maçonaria brasileira, trouxeram o RER (Rito Escocês Retificado), O Rito Maçônico-Martinista, para o Brasil, fundando a primeira loja do rito, ARLS Jerusalem Celeste, em SP, e organizaram as Ordens de Aperfeiçoamento (Marca, Nauta, Arco Real, Templários e Malta). O Del Debbio chegou a ser Grande Marechal Adjunto da Ordem Templária em 2011/2012.

Em paralelo, tínhamos a ARLS Aleister Crowley e a ARLS Thelema, onde se estudava magia prática e que era formada por membros da OTO, Astrum Argentum, Arcanum Arcanorum, AMORC, TOM e SRIA, e trocávamos conhecimento com a OTO no RJ (Loja Quetzocoatl, com minha querida soror Babalon) e a Ordem dos Cavaleiros de Thelema (que, dentre outros, tivemos a honra de poder conversar algumas vezes com Frater Áster – Euclydes Lacerda – antes de seu falecimento em 2010). Além disso, tínhamos acesso a alguns dos fundadores do movimento Satanista em São Paulo e Quimbandeiros (cujos nomes manterei em segredo para minha própria segurança kkkkk). A ARLS Crowley era tão engajada que até o Padre Quevedo palestrou uma vez sobre demonologia lá.

Palestra no evento de RPG “SANA”, em 2006. Eu avisei que ele era subcelebridade, não avisei? Bem… nesse meio tempo, o MDD já estava bem conhecido dentro das ordens Iniciáticas, dando diversas palestras e cursos fechados apenas para maçons e rosacruzes. De dia, popstar; de noite, frequentando cemitérios para desfazer trabalhos de magia negra com a galera do terreiro. Fun times!

Ok, mas e a Kabbalah Hermética?

O lance de toda aquela pesquisa sobre Mitologia e suas correlações com a Cabalá judaica o levou a estudar a Torah e a Cabalá com rabinos e maçons do rito Adonhiramita por 5 anos, tendo sido iniciado na Cabalá Sefardita em um grupo de estudos iniciáticos. Apesar da paixão e conhecimento pela cultura judaica, ele escolheu não se converter (segundo palavras do próprio “Não tem como me converter ao judaísmo; como vou ficar sem filé à Parmigiana?“). Seus estudos se intensificaram entre os textos de Charles “Chic” Cicero via suas publicações na Ars Quatuor Coronatorum, nas Lojas Inglesas e os textos de Tabatha Cicero via Golden Dawn.

A idéia da Kabbalah associada aos princípios alquímicos, unificando tarot, alquimia e astrologia sempre levantou uma guerra com os judeus ortodoxos, que consideram a Cabalá algo profundamente vinculado à sua religião (por isso costumamos grafar estas duas palavras de maneira diferente: Kabbalah e Cabalá.

Em 2006, Adriano Camargo publica o “Sistemagia”, um dos melhores guias de referência de Kabbalah Hermetica, onde muitas das correlações debatidas em loja foram aproveitadas e organizadas.

No meio de todos estes processos de estudos, chegamos em 2007 em uma palestra na qual estava presente o Regis Freitas, mais conhecido como Oitobits, do site “Sedentário e Hiperativo”, que perguntou a ele se gostaria de ter um blog para falar de ocultismo. O nome “Teoria da Conspiração” foi escolhido pelo pessoal do S&H e em poucas semanas atingiu 40.000 leitores por post.

Del Debbio se torna a primeira figura “pública” dentro do ocultismo brasileiro a defender uma correlação direta entre os orixás e suas entidades com as Esferas da Árvore das Vidas e as entidades helênicas evocadas nos rituais de Aleister Crowley. “Apenas uma questão de máscaras que a entidade espiritual escolherá de acordo com a egrégora em que estiver trabalhando” disse uma vez em uma entrevista.

Estes trabalhos em magia prática puderam ser feitos graças ao intercâmbio de conhecimentos na ARLS Madras, pois foi possível que médiuns umbandistas estudassem hermetismo, kabbalah e cabalá em profundidade e, consequentemente, as entidades que trabalham com eles pudessem se livrar das “máscaras” africanas e trabalharem com formas mais adequadas, como alquimistas, templários e hermetistas. Com a ajuda dos terreiros de Umbanda Sagrada, conseguimos trabalhar até com judeus estudiosos da cabalá que eram médiuns, cujas entidades passaram grandes conhecimentos sobre correspondências dos sistemas judaico e africano, bem como de sua raiz comum, o Egito. A maioria deste conhecimento ainda está restrito ao AA, ao Colégio dos Magos e a outros grupos fechados mas, aos poucos, conforme instruções “do lado de lá”, estão sendo gradativamente abertos.

Em 2010, conhece Fernando Maiorino, diretor da Sirius-Gaia e ajuda a divulgar o I Simpósio de Hermetismo, onde participam também o Frater Goya (C.I.H.), Acid (Saindo da Matrix), Carlos Conte (Teosofia), Renan Romão (Thelema) e Ione Cirilo (Xamanismo). Na segunda edição, em 2011, participam além dos acima o monge Márcio Lupion (Budismo Tibetano), Mário Filho (Islamismo), Alexandre Cumino (Umbanda), Adriano Camargo (LHP), Gilberto Antônio (Taoísmo) e Lázaro Freire (projeção Astral).

A terceira edição ampliou ainda os laços entre os pesquisadores, chamando Felipe Cazelli (Magia do Caos), Wagner Borges (Espiritualista), Claudio Crow (Magia Celta) e Giordano Cimadon (Gnose).

O Blog do “Teoria da Conspiração” também cresce, agregando pensadores semelhantes. Além de textos de todos os citados neste post, também colaboram estudiosos como Jayr Miranda (Panyatara, FRA), Kennyo Ismail (autor do blog “No Esquadro” e um dos maiores pesquisadores contemporâneos sobre maçonaria), Aoi Kwan (Magia Oriental), Raph Arrais (responsável pelas belíssimas traduções da obra de Rumi), o Autor do blog “Maçonaria e Satanismo” (cujo nome continua em segredo comigo!), Tiago Mazzon (labirinto da Mente), Fabio Almeida (Música e Hermetismo), Danilo Pestana (Satanismo), Bruno Cobbi (Ciganos), PH Alves e Roe Mesquita (Adeptus), Frater Alef (Aya Sofia), Jeff Alves (ocultismo BR), Yuri Motta (HQs e Ocultismo), Djaysel Pessoa (Zzzurto), Leonardo lacerda e Hugo Ramirez (Ordem Demolay).

A ARLS Arcanum Arcanorum, braço maçônico da Ordem de Estudos Arcanum Arcanorum, que trabalha em conjunto com a SOL (Sociedade dos Ocultistas Livres), o Templo Aya Sofia, o Colégio dos Magos e o Teoria da Conspiração.

E os frutos desse trabalho se multiplicaram. Com o designer Rodrigo Grola, organizou o Tarot da Kabbalah Hermética, possivelmente um dos melhores e mais completos tarots que existem, além dos pôsteres de estudo. Hoje seus alunos estão desenvolvendo HQs, Livros, Músicas, dando aulas e até mesmo produzindo um Seriado de TV baseado nos estudos da Kabbalah Hermética.

E agora esta em financiamento coletivo para um livro que deve elevar todos os paradigmas de Kabbalah hermética para outro patamar. O Livro bateu todos os recordes de arrecadação no Catarse e ainda há mais de um mês pela frente.

Quando sair publicado, o estudo de mitologias comparadas, kabbalah e astrologia hermética nunca mais será o mesmo. Isso se chama LEGADO.

E ai temos a resposta que tive para a pergunta do início do texto: Como saber se um autor é confiável? Oras, avaliando toda a história dele e quais são suas bases de estudo, quem são seus professores, quais as pessoas que o ajudam e quem são seus inimigos. Quais são os caras que ele pode perguntar alguma coisa quando tem dúvida? e quais são os caras que tentam atrapalhar o seu trabalho?

—-

Pronto. Aqui está o texto que eu tinha prometido sobre os nove anos de Blog. Parabéns, Frater Thoth, já passou da hora de alguém começar a organizar uma biografia decente sobre os seus trabalhos.

#Blogosfera

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/nove-anos-do-teoria-da-conspira%C3%A7%C3%A3o

Magia Sexual: a Alquimia Externa

 

Excerto de Magia Moderna de Donald Michael Kraig

Tradução: Yohan Flaminio

A próxima técnica sobre a qual desejo falar é chamada Alquimia Externa. Das três técnicas de magia sexual, é a mais fácil porque requer o mínimo de autodisciplina. A magia sexual da Alquimia Externa, ao contrário das outras formas de magia sexual, requer o uso de um parceiro do sexo oposto. Assim, por sua própria natureza, não é uma técnica que pode ser adaptada às práticas homossexuais masculinas ou femininas. Isso deve nos levar primeiro a uma breve discussão sobre magia e sexualidade.

Qualquer um pode fazer o Ritual Menor de Banimento do Pentagrama. Não importa se você é judeu, cristão, muçulmano, budista, ateu ou qualquer outra coisa. Tudo o que importa é sua habilidade de realizar o ritual.

Quando realizo o ritual, posso visualizar Deus como um conceito que existe antes dos deuses e deusas da criação. Outros podem ver Deus como a Trindade Cristã. Outros ainda podem ver a fonte de energia no RMBP como Jah dos Rastafarianos (ou mesmo o Monstro de Espaguete Voador dos Pastafarianos!). Se funcionar para você, não importa. O que estou tentando mostrar é que, embora nossas práticas mágicas sejam espirituais, elas não precisam seguir nenhum ponto de vista religioso em particular. É verdade que a Kabalah tem um sabor judaico intrínseco, mas isso ocorre porque foi protegida pelos judeus nos últimos milhares de anos. Uma das coisas que tentei fazer neste curso é tornar os procedimentos gerais na natureza espiritual e, portanto, aplicáveis a qualquer crença religiosa (ou falta dela).

Assim como é possível separar espiritualidade da religião, também, do ponto de vista de um magista do sexo, é possível separar sexo de amor. Observe que não estou dizendo que o sexo deve ser separado do amor, apenas que pode ser. Mas o fato é que, para algumas pessoas, sexo não tem a ver com amor e romance. Em vez disso, é pouco mais do que uma forma de exercício com um final agradável.

Não estou assumindo o ponto de vista de que o sexo deve ser baseado apenas no desejo, luxúria, prazer, etc. A intimidade sexual pode ser baseada no relacionamento, que pode se desenvolver entre duas pessoas apaixonadas. Na verdade, as experiências de magia sexual mais valiosas que tive foram com parceiros que realmente amei. Mas o que estou dizendo é que assim como a espiritualidade pode ser separada da religião, também o sexo da magia sexual pode ser separado do sexo experimentado em um relacionamento amoroso.

Isso não significa que não há problema em fazer sexo com outra pessoa que não seja seu parceiro regular, usando magia sexual como desculpa para trair. Na verdade, eu sugeriria que você não o faça, a menos que tenha contado a seu parceiro sobre isso e tenha a aprovação deste. E essa aprovação não deve vir por meio de dentes cerrados e lábios franzidos devido à raiva e ao ciúme. Lembre-se de que honestidade e integridade são vitais para um magista.

Isso significa que, se você não tiver um parceiro romântico regular ou se tiver a permissão voluntária de seu parceiro, é permitido trabalhar com outra pessoa ou várias pessoas ao fazer magia sexual. Por favor, note que o que estou dizendo aqui não é para ser uma licença para fazer sexo com ninguém porque você está praticando magia. Em vez disso, estou dizendo que certas formas de ritual mágico, incluindo rituais de magia sexual, podem ser feitas com um parceiro diferente daquele com quem você está envolvido em um relacionamento amoroso.

Pessoalmente, considero o amor e os relacionamentos estabelecidos, muito importantes na vida de uma pessoa. Se a sua participação em um ritual, incluindo um ritual de magia sexual, criar uma dificuldade em seu relacionamento, eu o encorajo a reconsiderar sua escolha de realizar tal ritual. Ou talvez você possa ajudar seu parceiro a aprender magia e fazer com que ele participe de rituais de magia sexual com você.

Portanto, se você for homossexual do sexo masculino ou feminino e você e seu parceiro acreditarem que o sexo pode ser separado do amor, você pode realizar a Alquimia Exterior. Isso dependerá da sua natureza e da natureza do seu relacionamento. Talvez a melhor maneira de conceber um ritual de magia sexual seja apenas mais um ritual, um que usa genitais em vez de um Cálice ou uma Varinha.

Muitos magistas acreditam que os textos clássicos da Alquimia Ocidental são informações codificadas para o desempenho da magia sexual. A ideia básica é que o esperma do homem e os fluidos ejaculatórios da mulher têm qualidades mágicas naturais como resultado da direção mental e da estimulação sexual. As instruções alquímicas são simplesmente maneiras de tornar esses fluidos mágicos, mais fortes e poderosos.

Embora eu esteja dando um tipo de ritual de alquimia externa em breve, tentarei limitar algumas das terminologias alquímicas precisas. Práticas alquímicas completas, interpretadas através das ideias de magia sexual, são muito complicadas para discutir em um curso deste tipo.

Se você decidir investigar os textos alquímicos tradicionais como uma fonte para rituais de magia sexual, é importante entender duas coisas:

  1. Algumas das práticas dadas nos textos alquímicos são meramente palha para esconder a verdadeira natureza das técnicas e seu trigo
  2. Várias palavras comumente usadas na alquimia são códigos para ideias

Exemplos:

O Athanor é geralmente descrito como um tipo especial de forno usado para aquecer lentamente o material com o qual você está trabalhando. De acordo com os magistas sexuais, significa o pênis.

Diz-se que a Serpente é o resultado do aquecimento de uma substância no Athanor. Para um magista sexual, é o sêmen.

O Sangue do Leão Vermelho também é sêmen.

A Curcurbita, uma espécie de recipiente alquímico, é a vagina. O mesmo acontece com a Retorta, que geralmente é descrita como outro tipo de recipiente alquímico.

O Mênstruo ou Mênstruo do Glúten é o resultado do aquecimento lento de uma substância no Athanor. Os magistas do sexo acreditam ser os fluidos lubrificantes femininos ou os fluidos ejaculatórios ou ambos, dependendo do magista do sexo com quem você fala.

A Primeira Matéria é descrita como uma mistura da Serpente e do Mênstruo. Embora este seja um tipo de substância um tanto nebulosa para o alquimista físico, seu significado é claro para o magista sexual.

Finalmente, o Amrita ou Elixir é definido como “a Primeira Matéria Transmutada”. Como é transmutado e como é usado é o segredo da Alquimia Exterior.

Um dos segredos tradicionais da alquimia é que o processo de pegar seu material básico e aquecê-lo deve ser muito lento e levar dias ou até semanas para ser realizado. Para um magista do sexo, isso significa que a melhor maneira de trabalhar com os fluidos masculinos e femininos é levar muito tempo em sua preparação, possivelmente horas. Isso envolve ter relações sexuais sem orgasmo ou ejaculação por um longo período. A técnica mental usada para fazer isso é conhecida como Karezza (pronuncia-se “kahr-etz-ah” com o acento na segunda sílaba).

Nas edições anteriores de Magia Moderna, rastreei Karezza até um homem chamado William Lloyd. Ele foi uma pessoa fascinante que escreveu sobre Karezza, mas apenas em 1931 e não no final de 1800, como afirmei incorretamente. Na verdade, a ideia foi criada por uma mulher chamada Alice Bunker Stockham (1833-1912). Ela foi a quinta mulher que se tornou médica nos EUA e teve problemas por promover o controle da natalidade. Seu interesse pelo controle da natalidade não era tanto para impedir o nascimento de crianças (ela era contra o aborto), mas para salvar vidas. Naquela época, a principal causa de morte entre mulheres jovens era o parto.

Ela acabou indo para a Índia e aprendeu sobre as ações físicas do Tantra. Ela trouxe de volta a técnica da relação sexual prolongada sem orgasmo como meio de controle de natalidade. Os efeitos colaterais incluíram relacionamentos melhorados. Seu livro, intitulado Karezza, foi publicado em 1896.

O pensamento metafísico em muitos lugares nessa época acreditava que cada gota de sêmen era igual a dez ou mais gotas de sangue. Portanto, ter menos ejaculações seria melhor para o homem, enquanto o aumento do contato íntimo seria bom para o casal e seu relacionamento.

O problema com isso, como já foi dito, é que, de acordo com Masters e Johnson, o tempo médio para a relação sexual, desde o momento da inserção do pênis até a ejaculação do homem, é de dois minutos e meio. Como esta é uma média, significa que para cada homem que pode durar meros cinco minutos sem ter um orgasmo, existe outro homem que pode durar apenas trinta segundos. Felizmente, há uma variedade de técnicas disponíveis que permitem ao homem atrasar seu orgasmo por várias horas.

A técnica Karezza básica para retardar o orgasmo é concentrar-se no propósito ou objetivo da relação sexual, e não nas sensações físicas. No que estamos fazendo aqui, isso significaria focar no propósito da magia ao invés de obter gratificação sexual, ou seja, orgasmo. Se o homem ou mulher chegar muito perto do orgasmo, ele deve interromper os movimentos físicos e, se necessário, o homem deve retirar o pênis da vagina.

Infelizmente, essa técnica, principalmente mental, de controle da ejaculação não é suficiente para muitos homens que, desde a adolescência, se treinaram para ter a ejaculação como objetivo de suas atividades sexuais. Muitos homens acreditam na mentira de que podem ter problemas físicos se não ejacularem todas as vezes que fizerem amor. Uma mulher me disse que seu namorado sempre insistia que ele deveria ter um orgasmo com ela ou ele ficaria doente. E embora seja verdade que depois de muitos períodos de excitação sexual sem orgasmo um homem pode sentir algum desconforto menor, coloquialmente conhecido como “bolas azuis”, esta não é uma condição perigosa e é aliviada por ter um orgasmo ou pela mera passagem de Tempo.

O que quero enfatizar aqui é que a maioria dos homens precisará de uma combinação de técnicas mentais e físicas para ser capaz de controlar seu orgasmo. Isso é especialmente verdadeiro considerando que alguns homens, como o namorado da mulher que acabamos de mencionar, acreditam que o orgasmo deve ser seu objetivo imediato em todas as experiências sexuais.

Dos métodos físicos, a técnica mais conhecida, e que causa mais problemas enquanto você precisa praticá-la, é a técnica de “squeeze” de Masters e Johnson. Nesta técnica, quando o homem sente que está prestes a ter um orgasmo, mas ainda não ultrapassou o que é chamado de ponto de inevitabilidade ejaculatória (quando ele não consegue parar a ejaculação), ele deve retirar seu pênis da vagina. Então, ele ou seu parceiro devem literalmente agarrar o pênis e aplicar forte pressão na parte inferior do pênis, logo atrás da cabeça do pênis, até que a necessidade de ejaculação passe. Depois de algumas semanas dessa prática, o homem pode desenvolver um bom controle sobre seu orgasmo.

Infelizmente, esta não é a experiência mais agradável para o homem ou sua parceira! Certamente, o parceiro precisa ser muito compreensivo enquanto o homem se treina com a ajuda dela. O seguinte sistema tântrico é muito melhor.

A vantagem da técnica tântrica é que ela usa várias técnicas físicas simultaneamente, e seu parceiro nunca precisa saber que você as está praticando. Primeiro, antes de chegar ao ponto de inevitabilidade ejaculatória, respire fundo e segure por uma contagem lenta até dezesseis. Enquanto faz isso, olhe, com os dois olhos, para a ponta do nariz.

Em segundo lugar, comece a respirar lentamente. Ao fazer isso, role os olhos em um movimento anti-horário. Primeiro suba o mais alto que puderem, depois direto para a esquerda, depois para baixo, depois para a direita, depois para cima e, finalmente, de volta para onde seus olhos começaram. Assim, você não está fazendo um círculo, mas um grande quadrado ou retângulo. Ao fazer isso, contraia o músculo do ânus (o esfíncter) o máximo que puder. Depois de concluir o movimento anti-horário três vezes, solte o músculo do ânus enquanto expira lentamente.

Repita as etapas acima três vezes, mesmo que a sensação de necessidade ejaculatória tenha desaparecido. Observe que é totalmente possível usar essa técnica sem sair da vagina, e sua parceira nunca precisa saber o que você está fazendo.

Mas a técnica que provavelmente é a melhor para controlar o orgasmo é uma técnica taoísta e é principalmente de natureza física. No ponto imediatamente anterior à inevitabilidade ejaculatória, pare os movimentos de introdução e respire fundo três vezes. Em seguida, usando os primeiros dois ou três dedos de cada mão, aplique uma pressão firme no períneo, o ponto intermediário entre os testículos e o ânus. Este ponto, conhecido na acupuntura como Vaso da Concepção Um, é importante para o fluxo de energia do sistema reprodutivo do corpo. Aplicar uma pressão firme aqui muda o padrão de energia, o que tem um efeito resultante nos órgãos físicos. Na verdade, isso causa uma mudança nas válvulas dentro do sistema reprodutor do homem com um efeito semelhante à sucção. A ejaculação não pode ocorrer.

Usando uma ou outra dessas técnicas, você será capaz de controlar seu orgasmo. A técnica taoísta tem um benefício colateral incomum, que não posso aprofundar muito aqui, pois essa técnica controla apenas a ejaculação. Praticar com esta técnica até aprender a exercer pressão mental no Ponto do Vaso da Concepção Um produzirá uma mudança nas energias do corpo para que o homem possa ter um orgasmo sem ejaculação. Como o resultado da ejaculação é a detumescência no homem, o resultado dessa técnica não é apenas uma relação sexual prolongada, mas também o quase lendário orgasmo múltiplo masculino. A sensação é muito parecida com pequenos orgasmos sem ejaculação seguidos por um orgasmo incrivelmente grande quando o homem permite que a ejaculação ocorra. Sua experimentação com esta técnica é convidada.

Agora, vamos supor que o homem tenha a capacidade de controlar seus orgasmos. A próxima parte a entender é a ideia do Amrita, ou Elixir. Como eu disse, é a Primeira Matéria transmutada ou alterada, sendo a Primeira Matéria a combinação do esperma e dos fluidos femininos. Em breve discutirei como a transmutação é feita, mas primeiro discutirei o que é feito com a Primeira Matéria transmutada, o verdadeiro elixir mágico.

A ideia básica deste tipo de Alquimia Exterior é que a combinação dos fluidos sexuais de um homem e uma mulher (a Primeira Matéria) é de natureza mágica (torna-se o Elixir). O Elixir deve então ser reabsorvido pelos magistas que realizam este tipo de magia sexual. A maneira mais fácil de fazer isso é simplesmente permitir que o pênis, agora flácido, permaneça na vagina por um período de quinze minutos. De acordo com algumas tradições tântricas, o esperma perde seus poderes mágicos após quinze minutos, então um período mais longo não é necessário. Esses fluidos, em menor grau, e / ou as energias que eles contêm, serão absorvidos pelos finos tecidos da vagina e da cabeça do pênis. No entanto, nem todos os fluidos são absorvidos dessa maneira.

Embora muitas pessoas criadas em culturas ocidentais possam achar a seguinte ideia desagradável, um grande número de magistas sexuais superou essa fobia e tratou o Elixir como uma Eucaristia mágica. Como um amigo meu gosta de dizer poeticamente:

Primeiro ele a ama, depois Elixir! [ele a lambe]

Em outras palavras, após o orgasmo, o homem pratica sexo oral na mulher, levando os fluidos combinados à boca. Ele pode então manter os fluidos sob a língua, permitindo que sejam absorvidos, para maior eficácia. Alternativamente, ele pode beijar seu parceiro e compartilhar o Elixir. Outra possibilidade é colocar o Elixir em um pequeno Cálice de vinho e compartilhar o Elixir. É essa ideia de engolir os fluidos sexuais que podem desligar algumas pessoas. No entanto, nos últimos quarenta anos, houve um aumento na popularidade do sexo oral, de modo que esse tabu está sendo rapidamente superado. Em alguns casos, apenas uma pequena gota do elixir é usada como uma forma de “carregar” o vinho, assim como uma pequena quantidade de “iniciador” é usada para criar um pão inteiro de fermento.

Também deve ser notado aqui que este tipo de ritual pode ser feito com outras pessoas presentes quando o copo de vinho é usado. O vinho carregado do Elixir pode ser distribuído entre os presentes. Na verdade, em alguns grupos, outro homem ou mulher é escolhido como o “copeiro”. É seu dever obter o Elixir em vez do parceiro sexual da mulher.

Obviamente, existem muitas possibilidades para Alquimia Exterior. A próxima questão é a duração da magia. Como resultado da experiência pessoal minha e de alunos que relataram para mim, bem como através de pesquisas em vários livros, é minha convicção que a relação de magia sexual deve durar um mínimo de quarenta e cinco minutos para ser eficaz, e depois de cerca de três horas, dependendo dos magistas, um ponto de retorno negativo é alcançado. Portanto, como eles abreviam atualmente na Internet, STMPV: “Seu Tempo Médio Pode Variar.”

O ponto final antes de dar um ritual, é o procedimento de transformação, que transforma a Primeira Matéria no Elixir. Isso é feito simplesmente pelo prolongamento do ato sexual enquanto se concentra em um objetivo específico, em vez de mera gratificação física. Isso pode ser realizado por meios semelhantes aos já discutidos, ou seja, por força de vontade ou concentração em sigilos.

Também existe um sistema que alinha os praticantes de magia sexual com as forças da natureza e fortalece a transmutação.

As mulheres têm um ciclo menstrual natural de aproximadamente 28 dias, correspondendo ao ciclo da lua. Segundo a ciência oculta, em cada um dos vinte e oito dias, uma mulher secretará um fluido diferente quando estiver sexualmente excitada e / ou tiver um orgasmo. Portanto, um ritual de magia sexual pode ser realizado em um dia específico do mês para um propósito particular. Ao combinar as forças espirituais dos humanos com as forças da natureza, o Elixir se torna um fluido mágico incrivelmente poderoso.

Aqui está uma cópia de uma lista publicada das habilidades mágicas dos fluidos dos vinte e oito dias, começando com a lua nova da mulher. Ou seja, começando no dia seguinte ao final de seu ciclo menstrual (de uma lista de Sariel):

  1. Boa sorte
  2. Separação e má vontade
  3. Ganhar o favor oficial
  4. Amor
  5. Bem-estar material
  6. Vitória na batalha
  7. Superar a doença
  8. Manter a saúde
  9. Espiritualidade
  10. Infortúnio no amor
  11. Harmonia no casamento
  12. Separação e divórcio
  13. Amizades
  14. Riqueza material
  15. Manter os ladrões afastados
  16. Manter criaturas venenosas longe
  17. Ajudar em partos
  18. Ajudar caçadores
  19. Lidar com inimigos
  20. Lidar com fugitivos
  21. Destruição
  22. Animais domésticos
  23. Vegetação
  24. Ganhar amor e favor
  25. Líquidos e recipientes
  26. Criaturas aquáticas
  27. Destruição
  28. Reconciliação

Observe que alguns itens da lista são tópicos muito amplos. Eles podem ser afetados pela contemplação dos magistas durante o rito mágico. Como exemplo, os magistas podem escolher ajudar ou impedir um fugitivo de um agressor fazendo um ritual de magia sexual Alquímica Externa no vigésimo dia do ciclo. Claro, uma vez que este é um tipo de Magia Cinza, uma divinação deve ser feita antes de um ritual desse tipo.

Devo notar aqui que existem muitas listas das qualidades mágicas associadas a cada dia do ciclo lunar. Às vezes, cada dia é conhecido como um “Dígito da Lua”. Se você encontrar outras listas, poderá compará-las com a lista acima. No entanto, a única maneira de determinar o que é preciso para você é por meio de testes pessoais.

Em seu livro The Tree of Life de Israel Regardie, o autor dá um esboço de um ritual chamado “a Missa do Espírito Santo”. Este é, pura e simplesmente, um ritual de magia sexual da Alquimia Externa. Aqui estão suas instruções traduzidas em termos comuns.

  1. Após as preliminares usuais, o casal deve iniciar seu sexo
  2. “Através do estímulo de calor e fogo espiritual [relação sexual] para o Athanor [pênis] deve haver… uma ascensão da Serpente [esperma] na Curcurbita [vagina].”
  3. A mistura do esperma e dos fluidos da mulher é carregada “por meio de uma invocação contínua do princípio espiritual conforme o trabalho em mãos.”
  4. O ritual é concluído tratando o Elixir como a Eucaristia mágica ou usando-o para ungir e consagrar um talismã.

Como você pode ver, há alguma sobreposição com o tipo anterior de magia sexual descrita nesta lição. No final da “Missa” é descrita uma técnica de carregar um talismã simplesmente aplicando um pouco do Elixir nele. Esta é uma técnica muito poderosa, como sua experiência virá mostrar.

Pelo que você sabe, não deve ser muito difícil criar seu próprio ritual de magia sexual. Primeiro faça a Abertura das Torres de Vigia. Em seguida, faça a magia sexual real. Siga com o fechamento das Torres de Vigia. Se houver outras pessoas presentes, elas podem se sentar, de mãos dadas, em um círculo ao redor do par praticando a magia sexual. Em alguns grupos, eles assistem aos procedimentos, sua própria excitação aumentando a dos dois magistas diretamente envolvidos. Outros grupos têm as pessoas sentadas de costas para o centro do círculo, para que o casal tenha um mínimo de privacidade. Os que estão sentados no círculo devem se concentrar no propósito do ritual. Isso pode ser muito difícil, pois assistir duas pessoas fazendo sexo (mesmo que seja magia sexual) por algumas horas pode se tornar muito enfadonho. Assim, aprender a se concentrar em um assunto ou objetivo desejado torna-se muito importante. Então, como afirmado antes, o Elixir pode ser misturado com vinho pelo ritualista masculino ou por um porta-copo. A mistura vinho-Amrita pode então ser passada ao redor do círculo. O casal realmente envolvido na magia sexual deve ser o último a beber para que receba as últimas gotas da mistura mágica. Cada par pode tomar um pequeno gole, passando o copo para frente e para trás até que o líquido tenha acabado. Então, juntos, eles devem segurar o copo de cabeça para baixo e dizer:

Está consumado.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-sexual/magia-sexual-a-alquimia-externa/

O Hexagrama

Figura composta de dois triangulos equiláteros superpostos, um com a ponta para cima, outro com a ponta para baixo, formando assim a figura de uma estrela de seis pontas, com um hexágono regular em sua interceção, é um dos simbolos mais universais. É um símbolo mandálico chamado satkona Yantra ou sadkona Yantra encontrado nos antigos templos hindus do Sul indiano construído há milhares de anos. A tradição indiana vê no hexagrama a união de Xiva e Xácti, ou seja, o hierograma fundamental. Ele simboliza a Nara-Narayana, na meditação é o estado de perfeito equilíbrio entre o homem e Deus, e caso se mantenha alcança-se “moksha“, ou “Nirvana“.

Entre os Hebreus e , cristãos e muçulmanos é conhecido como Selo de Salomão, Escudo Supremo de Salomão, ou, na transliteração do hebraico: Magen David, onde Magen significa broquel, defesa, governante, homem armado. O Substantivo Magen refere-se a um objeto que proporciona cobertura e proteção ao corpo durante o combate.

Há uma teoria sobre a origem da forma é que se trata simplesmente de 2 a 3 letras no nome David: hebraico, na sua grafia, David é transliterados como ‘DW-D ». Na bíblia hebraica, a letra “D” (Dalet) foi escrito em uma forma muito mais como um triângulo, semelhante à letra grega “Delta” (?). O símbolo pode ter sido uma simples família crista formada por justaposição e lançando os dois mais proeminentes letras no nome.

Alguns pesquisadores têm teorizado que o hexagram representa o gráfico astrológico no momento do nascimento de David ou anointment* como rei. O hexagram também é conhecido como o “Rei da Estrela” nos círculos astrológicos.

No campo da psicologia, na escola de Jung, essa união de contrários simboliza a ‘união dos mundos pessoal e temporal do Eu com o mundo nõa-pessoal e intemporal do não-Eu’. É em definitivo a união da alma com Deus, alvo de todas as religiões.

Entre as muitas obras de Aleister Crowley, há o chamado Hexagrama Unicurso, ao contrário do hexagrama tradicional, traçado pelo desenho de dois triangulos, este é traçado, como seu nome já diz, com uma unica linha, podendo ser desenhado sem retirara caneta do papel.

Também chamados hexagramas – figuras completamente diferentes – certos simbolos chineses típicos. Estão todos reunidos em um livro, o I-Ching, conhecido sob o nome de O Livrod as Mutações. Os hexagramas são compostas de seis traços cada uma, sendo esses traços ou linhas podendo ser contínuos ou descontínuos. Representam um tao ou princípio universal, que rege a ordem. São formados por dois trigramas, compostos cada um de três linhas, simbolizando o homem entre o céu e a terra. São ao todo 8 trigramas, e suas combinações resultando em 64 hexagramas.

Fonte:
Ocultura – Hexagrama
CHEVALIER, Jean, Dicionário de Símbolos

Leia também:
Do Coração do Magista
Suástica
Coelestium
Histórico Vampirico
O Muro de Cristal

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-hexagrama