A Historia cultural dos Vampiros

A crença em criaturas vampíricas provavelmente remonta às experiências humanas muito antes do advento da palavra escrita. Tanto um temor respeitoso em relação aos mortos como uma crença nas propriedades mágicas do sangue podem ser encontradas em culturas do mundo todo. Contos modernos e antigos sobre chupadores de sangue , voadores noctívagos e sobrenaturais, tais como a Lamia (Bruxa, na mitologia grega) , são caracterizadas, sob muitas formas, em várias culturas mundiais.

O conceito específico dos mortos retornando para atacar e alimentar-se do sangue dos vivos encontrou sua maior expressão na Europa cristã. No século XII, o historiador William de Newburgh relatou diversos casos de mortos retornando para aterrorizar, atacar e matar durante a noite. Identificou esse tipo de espírito maligno com o termo latino sanguisuga. Na maioria dos casos sobre os quais escreveu, a única solução permanente era desenterrar e queimar o corpo do assaltante acusado.

Embora nenhuma crença prolongada nesses seres tenha continuado entre os ingleses, a onda de relatos virtualmente idênticos varreu grandes áreas da Europa oriental, do século XVI ao século XVIII. Uma grande variedade de termos foi desenvolvida para designar esses seres, tais como variações do termo sérvio vulkodlak (extraído da palavra que designa o lobisomem). Outros termos usados na Sérvia , vampir (de origem questionável) e palavras relacionadas (como a palavra russa upyr), também se desseminaram.

Ao longo do tempo , esses relatos sobre vampirismo se infiltraram na Europa ocidental, onde se tornaram foco de discussão intelectual. Em 7 de janeiro de 1732, um relatório oficial foi assinado pelo cirurgião do regimento de campanha Johannes Fluckinger, do governo austríaco (e três de seis assistentes), detalhando suas investigações sobre vampirismo na Sérvia. O relatório indicava diversas mortes na vila de Meduegna cinco anos antes, cuja culpa recaíra sobre um homem chamado Arnold (Paole) Paul, que alegara ter sido mordido certa vez por um vampiro e subseqüentemente morrido. Alguns acreditaram que ele tinha voltado do mundo dos mortos e os estava atormentando. Seu corpo, quando exumado, parecia estar em bom estado, mas o sangue escorria de sua cabeça e mais sangue espirrou quando foi açoitado. O cirurgião de campanha e seus assistentes estavam investigando uma nova onda de ataques alegadamente vampíricos na área quando examinaram outros supostos vampiros, que foram desenterrados. Oito, cuja aparência foi considerada extraordinariamente fresca, foram queimados.

Dom Augustin Calmet, um abate beneditino e renomado estudioso da Bíblia, publicou um tratado sobre os vampiros em 1746, no qual narrou, entre outros relatos, a história de Arnould Paul. Apresentou várias explicações racionais, mas também deixou em aberto a possibilidade de que algo sobrenatural poderia estar ocorrendo.

Vampira de MunchUm jovem escritor e médico do século XIX que pode ter se familiarizado com as teorias de Calmet sobre os vampiros foi John Polidori, um imigrante italiano residente na Inglaterra. Em 1816, durante um certo período, Polidori foi companheiro de viajem do aclamado poeta e escritor Lord Byron. Enquanto estava com Byron e um pequeno grupo de pessoas hospedadas na Villa Diodati, nas cercanias de Genebra, Polidori se juntou aos que, por sugestão de Byron, inventavam histórias de fantasmas para seu mútuo entretenimento. Uma das presentes era Mary Shelley, cuja história se transformou mais tarde no clássico romance de horror Frankesntein. A história de Byron era sobre um homem à beira da morte, que fazia seu companheiro de viagem jurar que não revelaria sua morte a ninguém. Anos mais tarde, Polidori juntou a idéia básica de Byron com um motivo vampírico. Usando Byron como modelo, criou o vampiro Lord Ruthven, um aristocrata viajante que atraía e matava mulheres inocentes a fim de se alimentar de seu sangue. Sua historia inspirou diversas peças de teatro e outras obras de criação durante o século XIX.

Em 1872, uma imagem mais inovadora para o vampiro foi apresentada pelo escritor irlandês Sheridam Le Fanu, com o lançamento de seu conto “Carmilla”, que incorpora as crenças vampíricas a uma ambientação gótica. A historia gira em torno de uma vampira que desenvolve uma longa ligação com uma vítima do sexo feminino. Insinuações eróticas nesse estranho e sinistro vínculo entre vampira e vítima ecoam ao longo de toda a história.

Em fins de século XIX, o romance Dracula, de Bram Stoker, iniciou a era da ficção que continua até hoje. Dracula criou o vampiro vilão definitivo, utilizando elementos dos trabalhos de Polidori e Le Fanu para produzir um pano de fundo gótico para a história de um predador aristocrático profano saído do túmulo, que hipnotiza, corrompe e se alimenta das lindas jovens que mata. Stoker revelou todo o impacto das conotações psicossexuais envolvidas no relacionamento entre vampiro e vítima, mostrando a notável semelhança entre ânsia de sangue dos mortos-vivos e a sensualidade reprimida dos simples mortais. Um elo psíquico ainda mais profundo está indicado quando uma vítima do sexo feminino é forçada a beber o sangue de Drácula como parte de sua transformação em vampira.

Após o lançamento do extraordinário romance Dracula, em 1897, poucos romances foram publicados durante mais de meio século, e os que foram não eram dignos de nota. Porém na primeira metade do século XX novos romances e contos do gênero horror injetaram sangue novo ao tema. Particularmente em revistas de produção precária do tipo “horror”, como Weird Tales.

Cinema e TV

Todavia, uma grande influência sobre a percepção pública do vampiro veio de filmes exibidos para grandes audiências. Boa parte dos primeiros filmes não conseguiu atrair o público no lançamento. O filme mudo alemão de 1922, Nosferatu, Eine Symphonie des Garuens, dirigido por F.W. Murnau, retratou com sucesso um vampiro de aparência mórbida e revoltante. Outros se seguiram a este como London After Midnight, em 1927.

Bela LugosiVampiro (1932) é um rigoroso e sombrio espetáculo de morbidez orquestrado pelo diretor Carl Dreyer, um dos nomes mais importantes da história do cinema. Porém os filmes das décadas de 1920, 1930 e 1940 consagraram alguns atores como lendas vivas do mito do vampiro , como o filme Drácula da Universal , estrelado por Bela Lugosi, Ao contrário do que muita gente pensa, o ator austro-húngaro Bela Lugosi interpretou Drácula nas telas em apenas duas ocasiões. Drácula (1931), da Universal, e Às Voltas com Fantasmas (1948), ao lado da dupla cômica Abbott & Costello. Entretanto o papel lhe marcou de forma tão definitiva que Bela chegou a ser enterrado vestido com os trajes de vampiro.

Outros como Christopher Lee chegaram a fazem um verdadeiro PHD de vampiro, de tanto que interpretaram o papel, ele fez simplesmente sete filmes como o conde Drácula, de Vampiro da Noite (1958) até Os Ritos Satânicos de Drácula (1973). Detestava a imagem do vampiro, mas retornou ao papel em Conde Drácula (1970), Uma Dupla em Sinuca (1970) e Drácula, Pai e Filho (1977). Filmes de vampiros sempre foram um grande sucesso a exemplo de “Bram Stoker`s Dracula”, (Copolla, 1992) ou “Entrevista com o Vampiro” (Neil Jordan, 1994). Não podemos esquecer também das várias séries de TV sobre o tema que pipocaram durante várias décadas.

Alguns anos após o término de uma cultuada série de TV sobre vampirismo conhecida como Dark Shadows, em 1971, apareceu um romance que retratava o vampiro tanto como herói trágico como anti-herói. Interview with a Vampire, de Anne Rice , publicado em 1976, faz uma apreciação altamente introspectiva da vida de um vampiro chamado Louis. A autora pinta um retrato macabro de uma pessoa altamente erudita e sensível que é atirada, sem saber , no fantasmagórico mundo dos vampiros. Louis é forçado a lidar com sua imortalidade enquanto procura algum sentido de identidade em sua existência de assassino movido a sangue.
Em 1980, para brindar as sessões da tarde criam-se diversas versões adolescentes e de terror explícito do mito do vampiro. A Hora do Espanto (1985) é a visão moderna do vampiro no sucesso que revigorou o gênero em plena década de 1980, com humor corrosivo, cenas escabrosas que abusam de sangue e gosma cenográficos e efeitos visuais espetaculares.

Cena de Drácula de Bram StokerOs anos 90 lideraram uma verdadeira explosão de interesse pelos vampiros. A revolução da TV a cabo e do vídeo cassete e posteriormente do DVD tornou acessíveis quase todos os numerosos filmes sobre o tema, muitos desses estavam inclusive fora de catálogo e foram relançados em formato digital. Uma torrente sem fim de romances vampíricos foi lançada. Um crescimento contínuo de romances sobre vampirismo em forma de seriados alcançou números sem precedentes para um único personagem do amplo universo do terror.
O aclamado Drácula de Bram Stoker (Copolla, 1992) traz uma adaptação fiel do livro de Bram Stoker, mostrando a busca do Conde Drácula pela reencarnação de sua amada. No século XV, um líder e guerreiro dos Cárpatos renega a Igreja quando esta se recusa a enterrar em solo sagrado a mulher que amava, pois ela se matou acreditando que ele estava morto. Assim, perambula através dos séculos como um morto-vivo e, ao contratar um advogado, descobre que a noiva deste é a reencarnação da sua amada. Deste modo, o deixa preso com suas “noivas” e vai para a Londres da Inglaterra vitoriana, no intuito de encontrar a mulher que sempre amou através dos séculos.

Cena de Entrevista com o Vampiro Entrevista com o Vampiro (1994), baseado no romance de Anne Rice é uma releitura do mito, carregada de ambigüidades sexuais. Em pleno século XX, um vampiro concede uma entrevista a um jovem repórter, contando como foi transformado em uma criatura das trevas pelo vampiro Lestat, na Nova Orleans do século XVIII. Uma curiosidade do filme é que Anne Rice ficou terrivelmente surpresa com a escolha de Tom Cruise para o papel de Lestat, entretanto ao ver a atuação de Cruise ela chegou a fazer um pedido de desculpas público em virtude do bom desempenho do ator.

 

Assim aparecem filmes como “Um drink no inferno” (1996, Tarantino) que teve continuações, e retrata vampiros como bestas assassinas e sedentas de sangue, num clima de roadie movie com terror escatológico.

‘Blade – O Caçador de Vampiros (1998), surgiu baseado em um herói dos quadrinhos da Marvel, um ser metade humano e metade vampiro, movido pelo desejo de vingança contra aquele que o transformou nesse ser híbrido ao atacar sua mãe antes mesmo dele nascer. O filme rendeu mais uma seqüência, e a terceira parte está para estrear nos cinemas. O filme é violento e mostra vampiros brigando pelo poder como se fossem uma espécie de máfia, não faltam efeitos especiais, cenas de luta e parafernália eletrônica.

A Sombra do Vampiro No século XXI a moda dos vampiros permanece e ganhou até um folego extra. A Sombra do Vampiro (2000, Merhige), filme de ficção sobre os bastidores do clássico alemão, sugere que Schreck era um vampiro real contratado pelo diretor F.W. Murnau para dar maior realismo à história. Outro filme recente sobre o tema é Drácula 2000, de diretor Patrick Lussier, uma adaptação para os tempos atuais da clássica história do Conde Drácula. Em 2002 mais um livro de Anne Rice é adaptado para o cinema (mas sem o apuro da anterior), A Rainha dos Condenados (Rymer), baseado no terceiro livro de Rice sobre o tema, continua contando a história do vampiro Lestat, agora transformado em uma estrela do rock. Sua música acaba despertando a rainha de todos os vampiros, que tem por objetivo destruir a Terra. Para combatê-la, os demais vampiros imortais também despertam de seu sono. Recentemente foi lançado, Underworld (2003), um filme de vampiros com uma estética copiada da trilogia de ficção científica, Matrix, que mostra Vampiros e Lobisomens numa guerra sem fim, e como outros filmes do gênero já promete uma seqüência. Pelo visto o cinema é um campo bastante propício para o vampirismo.

Histórias em Quadrinhos:

Os vampiros retornaram nas HQs. Entre outros encontros, Drácula confrontou Batman em Chuva Rubra (1992) e o mascarado Zorro numa HQ de 1993. O livro de Stoker ganhou inúmeras adaptações em quadrinhos, incluindo álbuns do genial Guido Crepax. Blade o Caçador de Vampiros, a exemplo do que aconteceu com vários heróis dos quadrinhos, chegou as telas dos cinemas, e já promete a terceira seqüência em filme. Não podemos esquecer da importância hoje dos quadrinhos japoneses, os famosos mangás, neste gênero se destaca a presença de Vampire Princess Miyu e Vampire Hunter D. Produzido em 1988, “Vampire Princess Miyu” é uma série de quatro OVA’s (disponíveis nos EUA), quatro volumes de quadrinhos (também disponíveis nos EUA) e seis histórias no fomato de rádio-novela, para CD (esses, só no Japão). Miyu é a vampira mais poderosa do mundo, sendo imune às armas tradicionais contra vampiros: cruz, alho, água benta e Sol. As histórias de Miyu apresentam um clima dramático e denso, sem contudo apelar para a violência explícita, tudo é muito sutil. O que impressiona na série é o forte apelo erótico sugerido apenas pelo olhar de Miyu e as mortes bastante cruéis dos Shimas. O roteiro é bem estruturando, renovando o tema vampiro de um maneira muito criativa.

A narrativa destes desenhos é feita por Kimiko, uma médium que não aparece nos mangás originais. Ela originariamente queria matar Miyu, mas convenceu-se de que as intenções da menina-vampiro não eram malignas. E surge uma estranha aliança entre ambas.
O autor de “Vampire Princess Miyu” é Narumi Kakinuchi. Nascido em Osaka, seu primeiro trabalho foi “Ideon Runaway” (Densetsu Kyo Shin Ideon). Outros trabalhos são as séries “Dangaioh”, “Iczer” e “Vampire Yui”, entre outros.

Quanto à Vampire Hunter D, é ambientado em um mundo futurista onde há uma nova Idade Média, Numa pequena vila, uma garota, Dóris, foi mordida por um vampiro. E não por qualquer vampiro. Pelo Conde Magnus Lee, que há séculos é o senhor daquele local. O conde pretende desposá-la. Mas Dóris não deseja se tornar uma vampira. E na cidade, lhe recusam ajuda, o merceeiro recusa-se mesmo a vender-lhe as mercadorias de que necessita. Falam em exilá-la para um antigo campo de párias, o que somente não fazem por medo: o Conde Magnus matou diversas pessoas da cidade da última vez que fizeram isso com uma das suas escolhidas. Dóris tem uma única esperança. D.

D é um caçador de vampiros. Deve ser bastante famoso, Dóris o encontra na estrada sabendo quem ele é, sem que nenhuma explicação seja dada. D é também um pouco mais que um caçador de vampiros.

Video Games

A saga de Drácula foi transportada para o universo dos games em Drácula: A Ressurreição e Drácula 2: O Último Santuário, aventuras em 3-D lançadas pela Infogames. O jogador assume o papel de Jonathan Harker e precisa desvendar enigmas, interagindo com dezenas de personagens.

Para algumas pessoas, isso vai além da mera simpatia pelo gênero para se tornar parte de um estilo de vida. Um exemplo disso está no cenário moderno da música gótica, no qual o gosto pelos vampiros e uma aparência vampírica estilizada são muito comuns.
Em resumo: Os vampiros são eternos.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/a-historia-cultural-dos-vampiros/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/a-historia-cultural-dos-vampiros/

10 Transtornos Mentais Bizarros

Os transtornos mentais afetam milhões de pessoas no mundo todo. Em geral, apenas algumas são conhecidas do grande público, como o transtorno bipolar, a esquizofrenia e o mal de Alzheimer.

Nesta lista estão compilados 10 tipos de transtornos mentais incomuns, que dificilmente se vê por aí. É muito difícil encontrar um conhecido ou até mesmo matérias na mídia falando de alguma destas doenças.

10. Síndrome de Estocolmo

A síndrome de Estocolmo ocorre em pessoas seqüestradas que, após o término da situação de risco pela qual passaram, começar a nutrir um certo tipo de simpatia pelos seus sequestradores. Também há casos registrados desta síndrome em mulheres que apanham dos maridos, estuprados e crianças abusadas.

Esta desordem ganhou seu nome após um assalto a banco em Estocolmo, na Suécia, onde os reféns, apesar de passarem sob domínio dos bandidos do dia 23 ao dia 28 de agosto de 1973, pediam que a polícia os libertasse e se recusavam a testemunhar contra.

9. Síndrome de Lima

O oposto da Síndrome de Estocolmo: neste caso, os bandidos têm extrema compaixão pelas vítimas.

Ganhou este nome após a crise na embaixada japonesa em Lima, no Peru, entre 26 de dezembro de 1996 e 22 de abril de 1997. Os membros do Tupac Amaru tomaram como reféns os convidados de uma festa promovida na casa do embaixador japonês no Peru. Entre os reféns encontravam-se diplomatas, membros do governo e militares.

Depois de meses de negociações infrutíferas, os reféns foram libertados por militares peruanos, embora um refém tenha sido morto.
8. Síndrome de Diógenes

Diógenes foi um filósofo grego que vivia em um barril pregando ideais de animalismo e niilismo.

Esta síndrome é caracterizada por extremo negligenciamento, tendências reclusivas e acumulação compulsiva, algumas vezes de animais. É encontrada principalmente em pessoas mais velhas e é associada à senilidade.

7. Síndrome de Paris

É uma síndrome exclusiva de japoneses, que piram ao chegar nesta cidade. Dos milhões que visitam Paris todo ano, aproximadamente uma dúzia sofre deste problema e precisa ser levado de volta ao Japão.

Isto ocorre basicamente devido a um grande choque cultural. Alguns turistas que chegam à cidade são incapazes de dissociar a visão utópica que tem de Paris, como aquela vista em filmes como Amélie Poulain, da realidade de uma grande metrópole.

Se um dos portadores da síndrome encontra um garçom mal-educado, por exemplo, ele se força a guardar a raiva para si e acaba sofrendo uma fadiga mental muito grande.

 

6. Síndrome de Stendhal

Esta doença psicossomática causa taquicardia, tonturas, confusão e até mesmo alucinações em quem a tem e é exposto a artes. Os ataques ocorrem especialmente se a arte é muito bonita ou se há muitas obras reunidas em um mesmo local.

Esta desordem tem este nome em homenagem ao escritor francês Stendhal, que descreveu estas sensações em um livro, após visitar Florença, na Itália.

5. Síndrome de Jerusalém

Síndrome de Jerusalém é o nome dado a um grupo de fenômenos mentais envolvendo idéias obsessivas com religião, delírios ou outras experiências psicóticas desencadeadas por (ou que levam a) uma visita a Jerusalém. Não é exclusiva de uma religião, podendo afetar tanto judeus quanto cristãos.

Esta perturbação surge enquanto a pessoa está em Jerusalém e causa delírios psicológicos que tendem a se dissipar após algumas semanas. Todas as pessoas que já sofreram disto têm histórico de doenças mentais.

 

4. Delírio de Capgras

O delírio de Capgras é uma desordem rara na qual uma pessoa acredita que um conhecido seu, muitas vezes o cônjuge ou um parente próximo, foi substituído por um sósia idêntico.

É mais comum em pacientes com esquizofrenia, embora ocorra em pessoas com demência ou que sofreram algum dano cerebral.

A paranóia induzida por esta doença foi utilizada em vários filmes de ficção científica, como Vampiros de Almas, O Vingador do Futuro e Mulheres Perfeitas.

 

3. Delírio de Fregoli

O oposto do delírio de Capgras. Uma pessoa pessoa com esta desordem acredita que um completo estranho é, na realidade, um conhecido próximo que mudou de aparência ou está disfarçado.

Ganhou este nome graças ao ator italiano Leopoldo Fregoli, conhecido por sua grande habilidade em mudar de aparência durante suas apresentações.

Foi reportado pela primeira vez em 1927, quando uma mulher de 27 anos que acreditava estar sendo perseguida por dois atores que ela freqüentemente assistia no teatro. Ela acreditava que estas pessoas perseguiam-na de perto, tomando a forma de pessoas que ela conhecia.

2. Delírio de Cotard

Esta é uma desordem rara na qual a pessoa acredita estar morta, não existir, estar apodrecendo ou ter perdido todo o sangue e órgãos vitais. Raramente pode incluir delírios de imortalidade.

Foi batizada assim devido a Jules Cotard, neurologista francês que primeiro descreveu a condição, chamando-a de le délirie de négation, em uma palestra em Paris, em 1880.

1. Paramnésia Reduplicativa

A paramnésia reduplicativa é a crença de que um local foi duplicado, existindo simultaneamente em dois ou mais lugares simultaneamente, ou que foi movido para algum outro lugar. Por exemplo, uma pessoa pode não acreditar que está no hospital no qual foi internada, mas sim em um outro hospital, idêntico ao primeiro, mas localizado em outro lugar do país.

O termo paramnésia reduplicatica foi utilizado pela primeira vez em 1903 pelo neurologista tcheco Arnold Pick, para descrever a condição em que se encontrava uma paciente com suspeita de mal de Alzheimer. Esta paciente insistia que havia sido transferida da clínica de pick para outra clínica idêntica à dele, mas localizada em um subúrbio familiar. Para explicar as discrepâncias, ela afirmava que Pick e sua equipe trabalhavam nos dois locais.

Tradução de http://listverse.com/health/top-10-bizarre-mental-disorders/

Grande Abobora

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/psico/10-transtornos-mentais-bizarros/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/psico/10-transtornos-mentais-bizarros/

O Vampiro na literatura, filmes e na cultura pop – Lorde A

Bate-Papo Mayhem #028 – gravado dia 06/06/2020 (sabado) Marcelo Del Debbio bate papo com Lorde A – O Vampiro na literatura, filmes e na cultura pop. Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as e 5as com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados.

Saiba mais sobre o Projeto Mayhem aqui:

#Literatura #vampiros

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-vampiro-na-literatura-filmes-e-na-cultura-pop-lorde-a

A Gênese Vampírica e o Mito de Caim e Abel

Uma questão que sempre levantou acirrados debates nos círculos estudiosos é a de como a gênese vampírica se vincula ao mito de Caim e Abel. São vários os relatos míticos que tencionam descrever a autêntica origem da linhagem vampírica. Entre muitas culturas, a judaico-cristã também possui algumas versões, mas nenhuma delas está disponível nos textos canônicos. O mesmo processo que filtrou, eliminou e adulterou os documentos produzidos nos meios pré-cristão e cristão primitivo, de tal modo a autorizar os dogmas e doutrinas da ortodoxia católica, também purgou qualquer menção explícita aos vampiros nas narrativas bíblicas. Muito embora a intenção e o empenho da igreja católica fosse o de destruir todos os livros que, de alguma forma, contradissessem a sua compilação diretamente “inspirada” pelo espírito santo, alguns lograram sobreviver e hoje são conhecidos como apócrifos ou escritos proibidos. É num raro e reduzido grupo destes que encontramos os únicos relatos remanescentes sobre vampiros dentro da cultura bíblica. Recentemente a pretensa antiguidade de um livro deste grupo foi negada; estudos históricos e análise de estilo dataram o surgimento do original por volta do século XI. Neste manuscrito, Caim é posto propositalmente como o antepassado mais remoto da linhagem. O intuito disfarçado na elaboração deste livro é compor mais um elemento para a cortina de fumaça que encobre as intenções filosóficas originais das passagens bíblicas. Sendo assim, não merece uma consideração maior.

Meu interesse se volta mais para uma certa versão gnóstica do Livro do Gênese. Esse texto, em sua transcrição copta, foi preservado por uma seita gnóstica cristã minoritária chamada “astanfitas”, pertencente ao mesmo braço herético responsável pelos “ofitas” e “caimitas”. Devido ao número extremamente reduzido de seguidores, esta seita pôde passar incógnita até proximamente o século IX, quanto foi cruel e sigilosamente exterminada nos alvores da inquisição. Antes de assumir suas feições gnósticas, ela fazia parte das dissidências judaicas do período pré-cristão. Surgiu como uma resposta heterodoxa à outra seita cismática que marcou essa época com seu fundamentalismo austero: os essênios. Estes se referiam aos astanfitas como os inimigos da verdade, um título que eles não rejeitavam de todo; já que, revelando notável concordância com os filósofos céticos, pregavam que a certeza é um engano, a dúvida é fundamental; a mente sem ilusão não tem certeza, a inteligência honesta duvida. Mais tarde, resumiriam: “Toda gnose possível é dúvida rigorosa”. A princípio parece um total niilismo e um profundo pessimismo; mas; para eles; uma conduta moral somente poderia ser construída sobre a dúvida alcançada a duras penas. O homem moralmente apto é aquele que pode se responsabilizar por seus atos e um ato é responsável desde que tenha sido executado por livre opção. Contudo, não há o que decidir se a certeza já nos é dada pela verdade. E optar pelo errado não é uma atitude livre, é apenas uma louca inconseqüência. Logo, é legítima somente a decisão que for pautada numa dúvida muito bem estabelecida, pois apenas ela nos provê de opções, a verdade elimina todas. Assim, chegam a um certo humanismo moral, onde desprezam a verdade revelada que tira do homem a responsabilidade por seus atos. A verdade, diziam os astanfitas, produz apenas dois tipos de homens; os imbecis irresponsáveis e os loucos inconseqüentes.

Depois do desaparecimento dos astanfitas, demorou quatro séculos para que surgisse indícios da sobrevivência de algo dos seus manuscritos. Então, na península ibérica, começou a circular, entre os cabalistas, exemplares de textos nitidamente astanfitas vertidos para o árabe. Inafortunamente, nenhuma dessas obras escapou completa do fogo da inquisição, tudo o que nos restou foram poucos fragmentos dispersos, insuficientes para dar idéia geral sobre o que tratava o texto integral do qual provinham. Comentários, inserções e indicações nos tratados de alquimia e cabala do período, quando não são sucintos em demasia, são herméticos em excesso ou propositalmente evasivos.

Após esse breve aparecimento, só no século XX o interesse na gnose astanfita veio a se reacender através de novos e sensacionais achados. Sintomaticamente, duas das mais importantes coletâneas de textos gnósticos vieram à luz em datas quase concomitantes na década de quarenta. Em dezembro de 1945, foram encontrados, num complexo de cavernas no alto Egito, os famosos “manuscritos de Nag Hammadi” que, após superarem mais de trinta anos entraves de todo tipo, puderam contar uma estória diferente do início do cristianismo.

Em março de 1946, foi a vez dos menos conhecidos “manuscritos astanfitas de Hagia Sophia”. Tendo um percurso tão mirabolante e mais antigo que o da primeira descoberta, sua estória começa quando um colecionador, em 1935, doou à igreja de Hagia Sophia, recém transformada em museu, um maço de pergaminhos aos quais não se deu muita importância, pois se tratava na maior parte de homilias e sermões de padres ortodoxos que oficiavam na basílica entre os séculos XIII e XV. Durante mais de dez anos ficaram preteridos no depósito, quando finalmente foi feito um exaustivo trabalho de recuperação, em que as folhas grudadas pelo mofo e umidade foram separadas cuidadosamente uma a uma. Entremeado aos textos eclesiais, encontrou-se um códice em copta com datação mais remota que o restante do material. Era uma legítima compilação astanfita feita provavelmente no quinto ou sexto século.

Quando soube do achado, o colecionador confessou ter adquirido o maço, junto com diversos outros artefatos egípcios, de um ladrão de túmulos no Cairo, pouco antes da primeira guerra. Este lhe contou que os papéis lhe foram passado numa transação arriscada feita com um receptador de Istambul, mas que, antes dele, estiveram em posse de um padre da igreja ortodoxa que, por sua vez, os haviam recebido em confiança de um operário que trabalhou na recuperação de Hagia Sophia após o terremoto de 1894. O vício em ópio, além de outros prazeres mais caros, levou o sacerdote a negociar os documentos com o comerciante desonesto em troca de algum dinheiro que lhe suprisse, pelo menos por uns dias, suas necessidades mais prementes.

Ao que parece, vários dos manuscritos ficaram por muito tempo resguardados da sanha dos inquisidores em recônditos obscuros dentro da sólida construção de Hagia Sophia, sob a custódia de alguns padres simpatizantes ou simplesmente tolerantes da heresia astanfita. Também há rumores de que o faziam em respeito aos projetistas do edifício: o matemático Anthemius de Tralles e o arquiteto Isidorus de Miletus; estes sim – sustentam certas fontes – eram astanfitas praticantes, fato que mantiveram em segredo durante toda vida por razões óbvias. Sobre isso nada podemos afirmar. Seja como for, o encargo foi passado dentro de um círculo restrito de padres, geração a geração. Até que a tomada de Constantinopla pelos turcos no século XV obrigou os padres a esconder, apressadamente, seus livros e documentos em recintos selados, para que não ficassem ao alcance dos pagãos e fossem destruídos. No meio dessas pilhas de papéis ordinários, os manuscritos astanfitas foram inseridos sorrateiramente sem que os outros padres incumbidos da tarefa suspeitassem. A esperança era que logo os invasores seriam expulsos e os documentos novamente recuperados. Tais expectativas não se cumpriram e a basílica não só permaneceu em domínio turco como foi feita mesquita imperial pelo conquistador, o Sultão Mehmet. E assim foram esquecidos por mais de cinco séculos; quando, então, um terremoto abriu uma das câmaras secretas expondo seu conteúdo. A abertura foi descoberta primeiramente por um dos operários que vieram trabalhar na restauração da igreja. Visando obter algum lucro no comércio ilegal de antiguidades, ele extraviou uns poucos pacotes de escritos, enquanto pode manter oculta a passagem para a cela. Quando, no canteiro de obra, começaram a desconfiar de seus estranhos pacotes, supondo que logo seria despedido, lacrou de vez a passagem, pensando poder voltar assim que a situação fosse esquecida. Nesse meio tempo, deixou seu espólio sob guarda de um padre que era seu conhecido para não levantar suspeitas. Seu azar foi que o tal padre não tinha uma vida tão devota e estava sempre desesperado em busca de dinheiro para sustentá-la. Logo, não demorou muito para cair na tentação e vender todos os pacotes no mercado negro de itens antigos. Ele não poderia imaginar o quanto antigos eram os documentos e que valiam bem mais que as garrafas de absinto e a noite de satisfação carnal. Contudo, não tardou para que todos os seus problemas fossem definitivamente resolvidos; o operário, ao saber que mais nada restava, apunhalou o padre e fugiu. A sorte do fugitivo não melhorou, o padre tinha irmãos menos tementes a deus, que o emboscaram e mataram alguns dias depois.

Depois do relato feito pelo colecionador, começou-se as buscas pela cela secreta e ela foi encontrada. Passou-se, então, ao tedioso trabalho de recuperação e, no seu decorrer, outros textos astanfitas foram surgindo paulatinamente. Entre eles, algumas preciosidades como um evangelho desconhecido e que nem mesmo estava presente na biblioteca de Nag Hammadi. Enigmaticamente, em sua primeira linha lê-se: “Estes são os relatos feitos por Lásarus, o primeiro vivo, sobre Jesus, o segundo vivo”. Outros são conhecidos por Nag Hammadi ou outras fontes, mas designam autores diferentes. É o caso de certos livros, cuja autoria sempre foi dada a João, que aparecem atribuídos a Lásarus, o primeiro vivo. Esse Lásarus evangelista, discípulo e depois mestre de Jesus confunde os pesquisadores imensamente. Nos evangelhos canônicos, ele é apenas o rapaz ressuscitado, irmão de Marta e Maria. Talvez “primeiro vivo” derive do fato de ter precedido Jesus na ressurreição do corpo. O seu evangelho astanfita diz explicitamente isso, mas também revela que a ressurreição foi apenas aparente; já que, efetivamente, eles jamais chegaram a morrer. Nos seus termos:

“A ressurreição só é possível enquanto ainda não sobreveio a morte física. O fruto da arvore da vida é para ser comido pela carne e quem assim o saborear ressuscita e passa a ser um ‘vivo’ como Jesus e, antes dele, Lásarus”.

Tudo isso é muito interessante, todavia estamos nos desviando de nosso tema. Haverá outras ocasiões propícias para retomarmos a esse assunto instigante. No momento, devemos nos ater a uma obra magnífica e sem precedentes revelada entre os manuscritos de Hagia Sophia. Nunca houve qualquer citação sobre ela, tudo que lhe dissesse respeito foi sumariamente destruído. Parece que até mesmo os monges de Nag Hammadi a rejeitaram ou a desconheciam. Nem os detratores da heresia gnóstica que existiram dentro da patrística – normalmente os responsáveis por sobreviver alguma memória dos textos que atacavam e, por paradoxal que pareça, sem eles a existência de certas concepções não ortodoxas seriam completamente varridas da História – ousaram mencioná-la uma vez que fosse. Era como jamais tivesse sido escrita até as descobertas de Hagia Sophia. Talvez os padres da igreja tenham pensado que era mais sensato e prudente omitir comentários e não chamar atenção sobre ela, deixá-la obscura e restrita como estava, não deviam salientar qualquer aspecto de seu conteúdo, até tachá-la de apostasia imperdoável seria conceder-lhe uma importância perigosa. Neste caso, julgaram que o melhor era calar e proceder, sem aviso e demora, uma devassa permanente para busca e apreensão de todas as cópias que surgissem, as quais seriam lançadas ao fogo de imediato. Felizmente, os astanfitas eram poucos e astutos, não se revelavam com facilidade e suas condutas não os denunciavam. Além de tudo, eram muito estimados, pois se destacavam em diversas das artes e ciências da época, inclusive assumiam posto de responsabilidade dentro do império e, mais tarde, na própria igreja. Graças a essas providenciais peculiaridades, um pergaminho contendo uma inspirada versão alternativa do gênese bíblico chegou aos nossos tempos.

Os historiadores catalogaram esse códice com o título de “O Livro de Astanfeus”, já que Astanfeus, um dos sete anjos da criação, é o protagonista da trama narrada no manuscrito. A sua epopéia inicia-se precisamente no trecho bíblico encontrado em gênesis 3:22 nas bíblias atuais e relata sua contenda com Iaodabaoth, outro anjo da criação; metáfora para o conflito eterno entre liberdade e tirania. O sentimento filantrópico nutrido por Astanfeus o levará a defender o homem contra os desmandos megalômanos de Iaodabaoth. Sua interferência se faz, a princípio, através de Eva, pois só ela lhe podia ouvir, isto porque a sensibilidade de Adão foi totalmente embotada pelo domínio que Iaodabaoth exerce sobre a aparência. Astanfeus passa, então, a incentivá-la para que compartilhe com seu parceiro o fruto interdito do conhecimento do bem e do mal, assegurando-lhe que não iriam morrer como sentenciou o anjo que lhes dizia ser um deus único. E, além disso, seus olhos se abririam, o que os tornaria iguais aos anjos. Sua investida surtiu efeito e o fruto foi consumido, o que desagradou profundamente Iaodabaoth, fazendo-o exigir a expulsão do casal humano do éden, para evitar que também usufruíssem da árvore da vida. Todavia, sua moção não foi acatada pelos outros seis anjos da criação; os elohim, o próprio Astanfeus sendo um deles. Enfurecido, Iaodabaoth se volta contra os humanos, persuadindo-os de que nada havia mudado; continuavam a ser as mesmas criaturas indefesas de antes, só que agora estavam eternamente marcadas pelo pecado da desobediência e da soberba de desejarem ser deuses, tornando mister que sofressem uma severa punição: o exílio.

Prefigurando uma notável ingenuidade, eles aceitam as manobras ladinas do anjo contrariado em seu amor próprio. É voluntariamente que se submetem e se humilham a um poder que já não possuía controle sobre seus destinos. E por que fizeram isso? Qual a razão de tal disparate? O texto delata uma cumplicidade tácita entre os dois lados dessa relação de poder. Evidencia que os pais da humanidade não foram enganados, nem poderiam ser; o fruto do conhecimento havia lhes concedido clareza de espírito suficiente para flagrar qualquer tentativa de logro. O que choca é concluir com o autor que eles deliberadamente se deixaram enganar. E isso não é a mesma coisa, está muito longe de ser. Inadvertidamente, usa-se um conceito pelo outro sem considerar a inversão que ocorre entre agente e paciente do dolo. O logrado aqui, no fim das contas, é Iaodabaoth que tomou como sincera a crença depositada em suas palavras.

A que leva e qual a motivação desse estranho jogo de interesse? Depois que conheceram o bem e o mal, Adão e Eva se encontram numa situação semelhante a que passaram antes de comer o fruto. Na ocasião, nada havia que lhes desse certeza de qual dos dois anjos estava certo e, sendo honestos consigo mesmos, esse ponto ainda permanecia incerto; já que Iaodabaoth sentenciou que morreriam, mas não disse quando. Mesmo assim, tomaram uma decisão e declinaram em favor de Astanfeus. Comido o pomo da discórdia, descobriram que o esclarecimento não lhes trouxe a verdade, nem resolveu inteiramente o certo do errado; o que fez foi refinar, de modo extraordinário, a dúvida; paradoxalmente tornando-a algo líquido e certo. O bem e o mal se confundem, se mesclam, permutam incessantemente, variam de acordo com as circunstâncias, são recíprocos de uma mesma inteireza, um consubstancia o outro, entre eles há uma mútua afirmação e uma alternância cíclica de feições. Nessa dança interminável, as alternativas estarão sempre sendo geradas, as escolhas irão se sucedendo a cada passo. O primeiro casal humano percebeu, aturdido, que não lhe seria exigido apenas mais uma decisão; encadeadas a esta viriam várias, uma após outra até o fim da vida que pudessem ter. Vislumbraram uma existência repleta de livres opções e responsabilidade por cada ato. Se a primeira decisão não havia sido fácil, imagine enfrentar isso a todo momento e para sempre. Diante de Eva, Adão pondera:

– De que nos adiantou ter os olhos abertos, enxergamos em detalhes e minúcias o que antes era plano e compacto, abandonamos uma imagem simples e imediata de tudo que era exterior a nós por uma complexa compreensão que não delimita fronteira entre o dentro e o fora. Agora, podemos antecipar que nosso futuro não está previsto, são muitas as possibilidades e nenhuma garantia é possível; o dia seguinte se tornou uma bela esperança. Essa liberdade exasperante que devemos exercer cotidianamente nos será cobrada com mais e mais necessidades. Quanto mais se amplia a potência de nossos atos, mais aumenta nossa responsabilidade pelas conseqüências. A partir do fruto, se não assumirmos e suportarmos esse peso, não nos consideraremos dignos, nem razoáveis. Perdemos totalmente a capacidade de acreditar no quer que seja, sempre conseguiremos ver outras alternativas e, então, fazer mais uma escolha será inevitável, como a responsabilidade dela decorrente. Nunca escaparemos desse destino repleto de opções angustiantes, sempre seremos levados a tomar decisões cruciais e dolorosas. E tudo isso, toda essa demanda valerá a pena? Qual recompensa receberemos pelo extremo esforço? Também sobre isso nada é certo. Nosso discernimento recém adquirido não sustenta um só sentimento de segurança.

– Talvez, Eva, fosse melhor para nós devolver esse dom ingrato. Voltar a fechar os olhos como antes e esquecer tudo que vimos. Apaguemos de vez essa clareza de espírito. Se nos recusarmos a usá-la, ela deve desaparecer com o tempo. Com isso, a jogaremos no olvido junto com todo o resto. Façamos, Eva, com que nossa segunda decisão seja a última. Na primeira, eu te segui e demos ouvidos à serpente; eis que este é o momento de tu me seguires e ficarmos ao lado do Senhor Nosso Deus. A dádiva do fruto que nos trouxe infortúnio também nos mostra a alternativa para escaparmos dele. Argúcia e inteligência não nos convêm, nada mais que sofridos dilemas advirão deles. Como criaturas estúpidas, poderemos voltar a crer em Deus e ficaremos despreocupados em Seu regaço, livres de qualquer responsabilidade.

Eva se deixa convencer e capitula diante de Iaodabaoth para acompanhar Adão no desterro. Aceitam de bom grado o injustificado sentimento de culpa que o demiurgo lançou sobre eles. E obedecem cabisbaixos a ordem para que abandonem o éden e se confinem numa distante caverna nas terras ocidentais.

Nesta escura caverna, Eva gesta e dá luz a Caim (aquele que possui a si mesmo) e Luluva, as metades máscula e feminil do primeiro filho do homem, cuja fecundação se deu no meio do éden em pleno efeito do fruto do conhecimento. Já Abel (vaidade) e Aclia foram fecundados na clausura e no alheamento. Assim, no tempo das origens, o humano nascia, na aparência, com suas partes masculina e feminina separadas em irmãos gêmeos, destinados a se religarem no enlace sexual e recompor o hermafrodita primordial. Entretanto, isso jamais esteve nos planos de Iaodabaoth, pois a imagem humana dividida em dois sexos foi propositalmente concebida por ele, um premeditado arranjo para tornar o homem mais vulnerável ao seu aliciamento. Então, para impedir que a reunião se consumasse, convence Adão e Eva de que os casais deveriam ser prometidos trocados.

Caim e luluva crescem inconformados com a situação injusta a que seus pais estavam sujeitos. Chegaram cedo à convicção de que não precisavam, nem deveriam, adorar Iaodabaoth como deus único. Logo perceberam que era uma entidade insidiosa e com um hipertrofiado conceito de si mesmo, apenas preocupada em alimentar uma vaidade insana. Contrariando Adão e Eva, recusaram-se a louvá-lo, repudiaram seus caprichos, não aceitaram a condição de servos tementes, pois sabiam que ele dependia da anuência de suas vítimas para tocá-las. Mesmo com as imprecações ouvidas de seus genitores, viviam fora da caverna em peremptória e intencional ignorância às determinações do deus de seus pais. Mas não só deles, também seus irmãos Abel e Aclia se converteram em fiéis seguidores e condenavam o modo de vida que adotaram, que consistia em explorar as extensões dos campos ao redor, coletando vegetais e frutas, aprendendo os mecanismos da natureza. Despertaram suas mentes para o céu e o passar do tempo. Descobriram padrões e correlações, intuíram leis benéficas no crescimento dos vegetais, aprenderam técnicas de sobrevivência com os animais. E tudo isso os levou às artes e às ciências. Enquanto seus irmãos enveredaram por outros caminhos; confinaram os animais fora de seus habitats, cevando-os para abate, impondo-lhes ritmos de vida artificiais.

Os fragmentos em árabe deste texto que foram preservados apresentam pequenas discordâncias, em relação ao pergaminho astanfita, quanto à descrição de como foi efetuada a oferenda de Caim e Luluva. No códice, nem mesmo há oferenda, eles se recusam terminantemente em prestar qualquer homenagem àquele deus que tanto desprezavam. Nas versões em árabe até encetam a oblação, cedendo às suplicas dos pais, contudo o desfecho dado vai se modificando nitidamente em cada fragmento. Em exemplares mais tardios, a oferta é mínima, suficiente para não ofender um certo senso de desperdício que não conseguiram negligenciar; enquanto nos de datação mais remota, foram mais radicais e, desistindo na última hora, retiram tudo, ignorando peremptoriamente os apelos e admoestações dos pais e dos irmãos.

Não importa o quanto essa atitude foi minimizada nas versões árabes, a ira despertada em Iaodabaoth é irretocável. Não podendo atingi-los diretamente, nutre a vaidade de Abel e fomenta nele uma crescente desconfiança contra o irmão. E conduz a intriga num estilo que em muito antecipa o Iago no Othelo de Shakespeare:

– Abel, tu bem sabes que te amo tanto quanto a teus pais, que tuas oferendas me são agradáveis e as recebo com júbilo. Tu mereces toda minha deferência, mas teu irmão é o oposto de ti, rejeitou a verdade que te dei de bom grado e enfrenta a dúvida e a incerteza a cada dia. Ele não ouve as súplicas de teus pais e me odeia por puro orgulho, nada fiz contra ele para justificar essa má vontade e não retribuo o mesmo sentimento. Nunca neguei a ele o justo poder que permito a ti que exerças sobre a natureza, através dos animais que criei para te servir e aplacar tua fome. Mas não, por birra, ele prefere se sujeitar aos caprichos da natureza para se alimentar de vegetais ao invés de reinar sobre ela. Fiz-te forte e robusto por meio do que comes, enquanto ele ficou fraco e frágil devido ao seu alimento pobre; não é como um homem deveria ser; o vigor sanguíneo de teu rosto não se compara à tez pálida de teu irmão. A jovial beleza que possuis contrasta com a sobriedade pedante desse primogênito arredio. Talvez eu espere demais de quem é fruto do pecado de teus pais, que foi gerado na desobediência de minhas leis. Muito diferente és tu; filho do amor puro e casto, vieste à luz graças ao enlace que perante mim foi consagrado e comprometido. Bem-aventurado, então, foi teu nascimento e eu o abençoei e permaneci ao teu lado todos os dias de tua vida e jamais te abandonarei. Porém, teu irmão sempre se afastou de minha presença, seduzido por palavras evocativas e sibilinas repudiou minha guarda e proteção. Mesmo se impondo por arrogância, não pode esconder que seu desejo mais profundo é, na verdade, usufruir a intimidade que compartilhamos. Todo o desdém é dissimulado; apesar das recusas enfáticas, ambiciona secretamente todas as dádivas que te concedi. E assim, porque me importo com tua segurança, alerto-te para que te acauteles contra teu irmão. Porque me amas, logo Caim passará a te odiar como odeia a mim. Ele, agora, está enfurecido e rebelou-se totalmente contra meus desígnios. Aviso-te para que saibas: ele inveja-te mais do que nunca depois que te favoreci; reluta em aceitar minha decisão de fazer tua prometida a mais bela das irmãs. A obsessão por Luluva o está consumindo e há intenções hostis em seus gestos. És o predileto de teu Deus e não quero que sofras pelos atos de teu irmão, portanto previna-se contra a violência que ele poderá perpetrar. Tu conheces a morte, a tens provocado com tuas próprias mãos. O que ainda não te dei a conhecer é que não só os animais morrem; no exílio, também o homem morre. Ciente disto, tu perceberás que, em certos momentos, devemos nos antecipar ao mal para que ele não prevaleça.

Bem, o que se seguiu a isso é fácil prever. Abel, temendo a morte nas mãos de Caim, se antecipa e tenta matar o irmão usando seu instrumento de trabalho, ao que ele se defende por puro instinto de sobrevivência e ambos vão ao solo. Não conseguindo conter a fúria do irmão e no afã de o fazer parar, Caim reage reflexamente e desfere um golpe na cabeça de Abel com o que, no momento, estava mais ao alcance de sua mão; uma pedra. Abel tomba para o lado, mortalmente ferido, agoniza e morre. Caim se levanta atônito diante de uma visão que não pôde conciliar; olha o corpo inerte e sanguinolento e não reconhece, nele, seu irmão. Ele havia desencadeado um processo que, de um instante para outro, transformou algo vivo numa massa bruta e sem identidade. Sentia que era uma situação muito grave e, talvez, irreparável. Mas, transtornado, não queria pensar que fosse assim, freneticamente buscava em sua imaginação meios que pudesse reverter os fatos. A lembrança mais reconfortante que lhe ocorreu foi das sementes germinando do solo. Coisas inertes postas sob a terra úmida brotavam para a vida. O mesmo poderia suceder se, literalmente, plantasse aquilo que fora seu irmão. Com esse pensamento, cavou desarvoradamente o solo e na cova acomodou o cadáver, cobrindo-o com a terra solta. Contudo, não se tranqüilizou, sabia: algumas sementes não germinam. Apesar da dúvida, decidiu que nada mais poderia fazer senão esperar. Foi quando ouviu a voz que vem em silêncio lhe inquirir:

– Caim, onde está Abel, teu irmão?
– E logo tu, que deverias saber, me perguntas?

Lógico que sabia; Iaodabaoth perguntava apenas por intimidação. E, ainda a pouco, estivera com os Elohim pedindo para que intercedessem por Abel; primeiro, que lhe restituíssem a vida e segundo, que punissem severamente Caim por seu crime inominável. Ao primeiro disseram: “Há limites a todo poder: a vida é como a água que derrama do vaso partido no solo seco; é possível restaurar o vaso, mas a mesma água não poderá ser reposta”. Ao segundo deliberam que qualquer pena seria injusta: “Posto que nem Caim, nem Abel podem ser responsabilizados pelos seus atos; pois ambos foram privados de opção: A Caim, o ímpeto de sobreviver tirou todas e a Abel, tu não deixaste nenhuma”.

Porém, de nada disso tinha conhecimento Caim e prosseguiu afrontando o demiurgo em seu total estado de transtorno:

– Por certo, não és tu o guardião de meu irmão? Não era teu o compromisso de o proteger de todo mal? Pois, não o protegeste contra mim e agora jaz sob o solo que piso. Minha esperança é que a terra que dá vida ao trigo o faça renascer. Então, por que não mostras o quanto és poderoso e lhe devolves a vida que tirei?

Caim só tentava mais uma solução desesperada para seu drama pessoal, todavia Iaodabaoth encarou aquilo como um desafio; fora profundamente atingido em seu orgulho, não poderia deixar que uma criatura tão inferior o desacatasse assim. Movido pela arrogância e o despeito, Iaodabaoth comete a mais hedionda das ofensas à vida; desrespeita a morte e macula a inocência de um cadáver ao tocá-lo para reanimar seus membros. Tal intenção desnaturaliza sua existência e o torna um elemento estranho para a terra que o acolhe. E, então, num espasmo, ela expele o corpo de Abel de volta a superfície. Perplexo, Caim tem novamente o irmão morto diante de si. Intrigado levanta os olhos e interroga seu interlocutor divino:

– O que estás fazendo, queres brincar com a minha inquietação?
– Não, apenas estou respondendo ao teu desafio e pondo a prova tua descrença.
– Mas ele não se move, ainda o sinto morto. Nada fizeste senão desfazer meu trabalho. Oh, deixa-nos em paz e volta para tuas alturas.

Caim voltou a enterrar Abel na mesma cova e, de novo, o solo fértil recusou-se a recebê-lo em seu seio. Por três vezes Caim tentou devolver o irmão ao úmido útero da terra; ela, entretanto, em todas as tentativas o lançou fora. Na terceira, toda a criação é violada; os olhos de Abel se abrem e o irmão vivo fica mortificado. Nada mudou, é a mesma massa bruta despersonalizada, algo tão apavorante quanto uma pedra que abrisse, de repente, olhos que nunca tivera. O coração de Caim gela quando o irmão, que ainda sente morto, lhe pede, numa voz sumida, para levantá-lo dali, afastá-lo da terra calcinante que queima dolorosamente suas costas. Caim atende e ao erguê-lo percebe que a pele dele está cheia de ulcerações. De pé, Abel começa a se recompor, lança um olhar desvairado para o irmão e diz em tom de contrito lamento: “Tenho fome, muita fome, tanta fome que não penso em mais nada senão em satisfazê-la”. Dito isso, sai, sem aviso, correndo a esmo entre os arbustos até avistar uma presa; num rompante, salta sobre ela e a captura. Com uma expressão de extasiado deleite, mostra o desafortunado animal ao irmão, aperta-o sofregamente entre as mãos e crava os dentes em seu pescoço; em vão ele se contorce e guincha, mas seu sangue jorra e é sorvido avidamente pela boca crispada. Terminado, a carcaça totalmente exaurida de seus fluídos é largada ao chão como um bagaço de fruta chupada. Ato contínuo, o corpo revivo de Abel entra num frenesi convulsionado e, quando cessa, vasculha freneticamente ao redor, ansiando por mais. Assim, se põe a cata de novas vítimas e afasta-se rapidamente do irmão. Caim, terrificado, não tem coragem de ir atrás dele e o deixa à sua sorte. Já presenciara vários predadores em caça, porém nada visto era comparável ao que acabara de assistir, algo excessivamente doentio passara a habitar o corpo de Abel.

Sem alternativa, outra vez volta-se para a voz desincorporada e indaga sobre o que era aquilo:

– O que fizeste ao meu irmão? Não foi vida que lhe reenviaste, mas apenas movimento ao corpo. Ele é um morto que aparenta estar vivo. Algo medonho e abominável criado por mero capricho.

– Como ousas julgar minhas ações. Os meus motivos estão muito além do teu entendimento. Antes de eu criar a vida de aparência, tu criaste a morte de fato. Somos cúmplices nesse horror que se espalhará pela terra. A descendência de Abel proliferará entre os homens, enquanto a tua será apartada da humanidade, proscrita do convívio de seus próprios semelhantes, rechaçada onde quer que vá.
– Como tua maldição poderá se cumprir? Como conseguirão distinguir minha descendência das demais?
– Há uma marca indelével em ti que passarás, inapelavelmente, para todos de tua linhagem.
– Eu não tenho marca alguma e não deixarei que me marques como Abel marcava seus animais!
– Não preciso marcar a ti. Será na humanidade que infundirei a minha marca, um selo que não poderás, nem desejarás, simular. Deste modo, tu e tua descendência é que estarão marcados, justo por não possuírem marca alguma.

Iaodabaoth, imprudentemente, havia reconstituído o vaso: mas um vazamento permaneceu e toda a água nele posta não seria contida por muito tempo. O demiurgo deu a luz a um ser desviante, vazio de vida. Partejou um aborto da natureza que sobreviverá absorvendo a vida de outros. O que é bem diferente dos seres naturais que consomem a matéria para alimentar a vida que lhes é própria.

Bem, é isso. Já me estendi demais nesta resenha. É o que basta para apresentar a gênese mística dos vampiros dentro de uma perspectiva de origem judaica, como havia proposto. E se você achar tudo isso surpreendente demais, lembre-se que a história é escrita pelos vencedores. Quanto aos que insistem na prosaica pergunta: “Então, está é a verdade?”; responderei como faziam os astanfitas: “Não, apenas faz mais sentido!”.

X Runner

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/a-genese-vampirica-e-o-mito-de-caim-e-abel/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/a-genese-vampirica-e-o-mito-de-caim-e-abel/

A Conexão Reptiliana

Se você é novo ao meu trabalho, a informação mais bizarra que você vai encontrar neste site é a relativa à conexão reptiliana.

Eu compreendo isso. É algo totalmente diferente da nossa versão condicionada da realidade. Mas, esse é exatamente o ponto principal. Se você quer manter algo secreto das pessoas, dê a elas uma versão de realidade e possibilidade que seja tão distante do que realmente está acontecendo, que, até mesmo se a verdade vier à luz, ela parecerá absurda e extrema demais para a maioria das pessoas acreditar.

De fato, se você fizer o seu trabalho bem o bastante, as pessoas irão rir da verdade, chamá-la de insanidade, e ridicularizar qualquer um que a promova.

Para verdadeiramente entender como toda a informação neste site ajusta-se em um todo coerente, você realmente precisa ler meu livro, O Maior Segredo. Mas, para aqueles que ainda não leram, aqui está algum pano de fundo básico. Contudo, por favor lembre-se de que no livro há uma enorme quantidade de informação para apoiar o que eu estou a ponto de dizer.

Quando eu alcancei o ponto, alguns anos atrás, onde eu tinha reunido e entendido a estrutura pela qual poucas pessoas controlam a direção do mundo (veja E a Verdade o Libertará), estava claro que esta rede de sociedades e grupos secretos que manipulam a política global, os negócios, os bancos, as forças armadas, mídia, e assim por diante, não poderia ter sido criada dentro de poucos anos ou décadas. Ela tinha que voltar um tempo muito longo.

Assim eu comecei a rastrear suas origens no que nós chamamos de história. Eu fiz isto com o conhecimento de que, por alguma razão, descendência e genética eram vitalmente importantes a esses manipuladores, os Illuminati ou Iluminados – iluminados no conhecimento que o público nunca vê.

Eu segui confortavelmente a pista ao tempo das Cruzadas no Oriente Médio, aos 12º e 13º séculos, aquele “amável” período, e, a partir daí, voltei ainda mais longe: ao mundo antigo e pré-história.

Lá, por todo o planeta, você encontra as lendas e contos antigos de “deuses” de outro mundo que cruzaram com a humanidade para criar uma rede de descendentes híbridos. O Velho Testamento, por exemplo, fala sobre os “Filhos de Deus” que cruzaram com as filhas dos homens para criar a raça híbrida, chamada de Nefilim. Antes que fosse traduzido para o inglês, aquela passagem, dizia “os filhos dos deuses”, plural. Mas os contos da Bíblia são apenas alguns dos muitos que descrevem o mesmo tema.

As Tábuas de barro sumérias, achadas no local que nós chamamos agora de Iraque, na metade do século 19, conta uma história semelhante. É estimado que elas foram enterradas ao redor de 2,000 AC, mas as histórias que elas contam voltam muito antes disso. As Tábuas falam de uma raça de “deuses” de outro mundo que trouxe conhecimento avançado para o planeta e cruzou com humanos para criar uma descendência de híbridos. Esses “deuses” são chamados nas Tábuas, os “Anunnaki” que aparentemente traduz como “aqueles que do céu para a Terra vieram.”

Os contos antigos nos falam que estes descendentes híbridos, resultantes da fusão dos genes de humanos selecionados com os dos “deuses”, foram postos nas posições de comandar o poder real, especialmente no antigo Oriente Médio e Próximo Oriente, em culturas avançadas como a Suméria, Babilônia e Egito. Mas isto também aconteceu em outros lugares, como você descobrirá se pesquisar, por exemplo, nas informações surpreendentes fornecidas neste site pelo shaman zulu africano, Credo Mutwa, e nos incríveis Credo vídeos, Agenda Reptiliana, partes um e dois. Ele conta a mesma história vinda da tradição negra africana que eu tenho descoberto em outros lugares do mundo.

Os contos sobre a “raça serpente” em culturas antigas são simplesmente intermináveis para onde quer que você olhe, e o simbolismo serpente-reptiliano em relação aos Anunnaki e outras versões destes “deuses” são igualmente difundidos. Nós vemos isto na Bíblia, por exemplo, com a serpente no “Jardim do Éden” – uma história que claramente vem dos contos Sumérios, assim como a história de Moisés nos juncos, uma história contada sobre um rei Sumério muito antes da Bíblia. É por isso que eu achei tão surpreendente quando Zecharia Sitchin, o melhor e mais conhecido tradutor das Tábuas Sumérias, me disse que não havia nenhuma evidência de uma raça serpente no mundo antigo. Claro que há. Ele também me aconselhou fortemente em relação à raça serpente… “não vá lá”. Porque? Quando a evidência, antiga e moderna, é tão enorme?

Destes descendentes híbridos veio “o direito divino dos reis”, a crença de que somente aqueles de “sangue azul” têm o direito de governar dado por Deus. Na verdade esse direito não é “divino”. É o direito de governar dado pelos “deuses” reptilianos por via de sua genética híbrida.

Estes híbridos se tornaram depois as famílias reais e aristocráticas da Europa e, graças ao “Grande” Império britânico e aos outros impérios europeus, eles foram exportados para as Américas, África, Austrália, Nova Zelândia, e diretamente para o Distante Oriente onde eles conectaram-se com outros híbridos reptilianos, como aqueles, mais obviamente, na China onde o simbolismo do dragão é a base da cultura deles.

Estas linhagens híbridas reptilianas-humanas se tornaram os governantes políticos e econômicos daquelas terras ocupadas pelos impérios europeus e elas continuam governando esses países ainda hoje. Os Estados Unidos da América tem sido o lar de centenas de milhões de pessoas desde 1776. E o que é mais surpreendente é que essas pessoas vieram de uma incrivelmente diversa mistura genética. E contudo, espere por isto, os 42 homens que se tornaram Presidentes dos Estados Unidos são todos relacionados!!! Trinta e três deles sozinhos estão relacionados à Carlos Magno, um dos monarcas mais famosos do que nós chamamos agora de França. Acontece que ele é uma figura principal na história e na expansão dessas linhagens híbridas para a Inglaterra, a França, a Alemanha, e para outros lugares.

Os Rothschilds, os Rockefellers, a família real britânica, e as famílias que controlam a política e a economia do EUA e do resto do mundo vêm desta MESMA linhagem. É por isso que as assim chamadas famílias do Estabelecimento Oriental dos Estados Unidos cruzam entre si tão obsessivamente quanto as Famílias reais e “nobres” européias sempre fizeram. Assim como outras famílias similares ao redor do mundo. Elas não fazem isso por serem snobes, mas para manterem, da melhor forma que puderem, uma estrutura genética: a combinação do DNA réptil-mamífero, a qual permite que eles mudem de forma.

Você também verá referências neste site para “mudança de forma”, o fenômeno no qual testemunhas informam terem visto pessoas (freqüentemente aquelas em posições de poder), transformar-se diante dos seus olhos, de uma forma humana para uma réptil e então retornar à forma humana. Você achará muito sobre isto em O Maior Segredo. E Credo Mutwa confirma exatamente a mesma experiência na África negra. Uma vez mais, antigos e modernos contos apóiam uns aos outros. Os deuses antigos dos Vales Indus, os Nagas, eram ditos terem sido capazes de assumir ou a forma humana ou a réptil.

O presidente anterior dos EUA, George Bush, incidentemente, é mencionado mais do que qualquer outra pessoa em minhas experiências em relação à mudança de forma. é por isso que o filho dele está sendo conduzido para a eleição presidencial de 2000. Na America presidentes não são eleitos por votos,  eles são selecionados por seu sangue.

Al Gore, o seu oponente “Democrático” no Estado de um único partido, também é desta linhagem genética. Olhe quase em qualquer lugar no mundo para uma posição significativa de poder e você achará o mesmo.

O simbolismo reptiliano que você vê ao seu redor em gárgulas, em brasões, em propaganda, e assim por diante, é tudo parte disto.

Estes “deuses” não poderiam assumir o controle do planeta abertamente porque não há bastante deles, assim eles estão fazendo isto secretamente, disfarçando-se de humanos. Filmes como Eles Vivem, A Chegada (o primeiro, não a seqüência), e a série de televisão americana, V, conta a história do que REALMENTE está acontecendo. Se você é novo a tudo isto, eu sugiro que você pense em assistir estes filmes para acordar pra realidade o mais depressa possível.

Os pesquisadores de conspirações e da Nova Ordem Mundial também têm seus próprios sistemas de crença políticos e religiosos para defender e enquanto eles descobrem um nível da conspiração, a maioria rejeita e até mesmo ridiculariza o que eu estou dizendo sobre a conexão reptiliana. Tudo bem, mas a menos que eles entendam este quadro maior eles nunca irão, em minha visão, entender o que está verdadeiramente acontecendo ao nosso redor.

Como disse Ghandi: “Mesmo se você está em uma minoria de um, a verdade ainda é a verdade.”

E como resultado das ondas que O Maior Segredo têm causado, e as novas informações, experiências, e contos que o livro e este website têm atraído do mundo inteiro, há uma compreensão crescente de que esta aparentemente bizarra e louca história é de fato verdade. Que o mundo realmente pode ser controlado por linhagens genéticas reptilianas que se escondem por atrás de uma forma aparentemente humana. E é este entendimento que reúne todas as informações aparentemente desconexas neste site em um grande e conectado todo.

Aqui estão alguns exemplos:

RELIGIÃO

Se você deseja controlar uma grande quantidade de pessoas, você tem que desconectá-las do verdadeiro conhecimento de quem elas são e do próprio potencial infinito delas para manifestar o seu próprio destino e controlar suas próprias vidas. Você tem que convencê-las de que elas são insignificantes e impotentes assim elas viverão as suas vidas de acordo com isso.

É por isso que a religião tem sido uma das armas mais efetivas da Illuminati e das linhagens genéticas reptilianas. Ela enche as pessoas de medo de um Deus vingativo e diz que a menos que eles acreditem que a “verdade” de tudo pode ser achado dentro um livro ou sistema de crença, eles irão para inferno ou então experimentarão outras conseqüências extremamente desagradáveis.

Religiões diferentes também têm sido veículos maravilhosos para dividir e conquistar as pessoas através de conflitos inter-religiosos arrogantes. Os reptilianos criaram as religiões por isso e os jogadores-chave dentro delas nem mesmo acreditam na tolice que eles papagueiam para os seus seguidores. Eles apenas querem que a população acredite nisto, assim ela será fácil de controlar. É por isso que você descobre que tantos famosos evangelistas “Cristãos”, por exemplo, são de fato Satanistas. O “Cristianismo” deles é só uma cortina de fumaça.

MEDICINA E MÍDIA

A supressão do verdadeiro conhecimento de curar e a dominação de drogas e cirurgias na “medicina” assegura que o corpo físico humano opere muito longe do seu potencial máximo. Esta é a razão para a descarada falta de representação e supressão das chamadas formas “alternativas” de curar que surgiram milhares de anos antes da moderna “medicina”.

Suplementos alimentares, fast food (comida rápida), flúor nos suprimentos de água, os venenos que nós colocamos na terra e conseqüentemente comemos em nossa comida e bebemos em nossa água, estão suprimindo não só nossa saúde física e vibração, mas, crucialmente, nossas funções cerebrais e intelecto. Uma população completamente acordada e mentalmente afiada é a última coisa de que você precisa se você quer controlá-la. Assim as linhagens genéticas reptilianas também dão muita ênfase em controlar a “educação” e a mídia. Isso permite que eles nos alimentem com uma dieta constante de lixo desmiolado, como game shows, enquanto a mídia de “notícias” nos conta o que os controladores querem que nós pensemos. A maioria dos jornalistas são tão desmiolados, e com uma enorme falta de compreensão do que eles fazem parte, que eles, como a maioria da população, ajudam a avançar uma agenda que eles nem mesmo sabem que existe.

CONTROLE DA MENTE

O controle mental está obviamente muito relacionado a religião, que é, para mim, a melhor forma de controle mental em massa já inventado. Assim como propaganda e televisão. Mas o controle de mente vai muito mais fundo do que isso. Os projetos de controle da mente dos Illuminati-reptilianos têm produzido literalmente milhões de robôs mente-controlados que são programados para levar a cabo a Agenda da Illuminati.

Há muitas formas eletrônicas através das quais isto é feito hoje, mas um dos métodos-chave é o controle da mente baseado no trauma. Onde pessoas são traumatizadas por abuso sexual, violência, são forçadas a testemunhar e tomar parte em rituais de sacrifício humano e outros incontáveis horrores. Tais experiências ativam o mecanismo da mente que bloqueia recordações de trauma extremo.

Um exemplo disto, o qual muitas pessoas experimentaram, é quando elas não podem recordar de um grave acidente de carro. Elas podem se lembrar de antes e depois do acidente, mas não do impacto. A mente põe uma barreira amnésica ao redor da memória assim nós não temos que continuar revivendo o acidente. Isso é uma boa coisa, mas a Illuminati tem desenvolvido métodos de usar esta técnica para traumatizar uma mente seguidamente até que ela se fragmente em várias barreiras amnésicas desconectadas. Eles então programam esses diferentes fragmentos da mente (altares como eles os chamam) com tarefas diferentes. As tarefas são pré-programadas para serem ativadas com um “gatilho”, que pode ser uma palavra, uma cor, um som, ou o que quer que seja. Uma vez que o gatilho é determinado, o programa se fecha e a pessoa fará tudo o que ela foi programada pra fazer.

Essa tarefa pode ser ter sexo com um político famoso, a qual elas não se lembrarão; assassinar alguém como John Lennon; enlouquecer com uma arma em uma escola, o que conduz para políticas de controle de armas, etc. Os campos de concentração da Alemanha Nazista sobre a supervisão do “Anjo da Morte”, Josef Mengele, foram uns dos principais centros para tais experimentos. Mengele foi levado para os Estados Unidos e América do Sul depois da guerra pela Illuminati com o nome de Doutor Green ou Greenbaum para continuar o seu horroroso “trabalho”. Isso resultou no notório projeto de controle mental, MK Ultra. O Centro de armas navais China Lake no deserto da Califórnia foi uma das suas primeiras bases de operação.

O tempo mais efetivo para começar este processo de criação de robôs humanos é antes da idade de cinco ou seis anos. Conseqüentemente você tem as colossais redes de abuso de crianças e o ritual Satânico de abuso de crianças expostos neste site e em meus livros.

O ABUSO E O RITUAL SATÂNICO DE ABUSO DE CRIANÇAS, E CERIMÔNIAS DE SACRIFÍCIO HUMANO EM GERAL

Estarrecedor como isso pode parecer, tudo isso acima é maciçamente difundido no mundo inteiro. Está acontecendo dentro de sua comunidade agora, não importa onde você esteja. Eu, e outros, temos revelado isto durante anos e agora, como você verá neste site, a escala disto, e as pessoas famosas envolvidas, estão finalmente vindo à luz.

Em parte, estes rituais e redes de abuso são para traumatizar pessoas, especialmente as crianças, mas é muito mais do que apenas isso. Siga as linhagens genéticas Illuminati-reptilianas do mundo antigo até agora e você verá que elas SEMPRE tomaram parte em cerimônias de sacrifício humano e SEMPRE beberam sangue. Os sacrifícios para os “deuses” nos contos antigos, eram literalmente sacrifícios para os reptilianos e suas linhagens genéticas híbridas. A história do Drácula, o bebedor de sangue, é simbólica desses “vampiros” reptilianos. Um dos locais deste grupo reptiliano parece ser o sistema estelar conhecido como Draco (dragão), e “draconiano” certamente resume a Illuminati.

Para sustentar a sua forma humana, essas entidades precisam beber sangue humano (mamífero), e acessar a energia que ele contém para manterem seus códigos genéticos em sua expressão “humana”. Se eles não fazem isso, eles manifestam os códigos reptilianos deles e, dessa forma, todos nós veríamos o que eles realmente se parecem. “Oh meu Deus, Sr. Presidente, você sempre toma seu café da manhã dentro do quarto?”

Do que eu entendi através de informações de pessoas que já trabalharam pra essa “gente” (ex-insiders), o sangue (energia) de bebês e de crianças pequenas é o mais efetivo para isso, como também é o sangue de pessoas loiras e de olhos azuis. Conseqüentemente essas são as pessoas predominantemente usadas em sacrifício e, ao que parece, também as pessoas de cabelo vermelho.

É por isso que pessoas como George Bush, Henry Kissinger, e uma corrente de outros “grandes nomes” da Illuminati estão expostos em meus livros e neste site como reptilianos que mudam de forma e que tomam parte em sacrifícios humanos e bebem sangue. Os dois acontecem juntos. Parece haver também uma ênfase muito significativa entre os Illuminati-reptilianos e os seus aliados com pedofilia, que é excessiva neste planeta.

Eu também gostaria de enfatizar antes de eu terminar aqui, que eu estou expondo certos GRUPOS reptilianos por trás da Illuminati, não a corrente genética reptiliana em geral. Há muitos de origem reptiliana que estão aqui para ajudar a humanidade a se livrar desta escravidão mental e emocional. De fato, todos nós temos um corpo com muitos genes répteis, inclusive parte do cérebro chamado de complexo-R, o cérebro réptil.

Eu confio que este breve resumo o ajudará a ver a relevância de todos os artigos e informações que você achará neste site. No fim, todas essas aparentemente desconexas “conspirações” são parte de UMA conspiração projetada para introduzir UMA agenda: O controle reptiliano do Planeta Terra e de toda a sua população.

Exposição do plano de controle reptiliano do Planeta Terra por David Icke

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/ufologia/a-conexao-reptiliana/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/ufologia/a-conexao-reptiliana/

A Aura Púrpura do Vampiro

Shirlei Massapust

Existem pessoas que enxergam auras humanas. Eu, por exemplo, as vejo. E também vejo chuviscos coloridos dispersos em toda parte, o tempo todo. Ao consultar oftalmologistas disseram-me que não há nada em meus globos oculares que justifique tal coisa. Para a psiquiatria isto é uma variedade de fenômeno alucinatório visual. Para a parapsicologia a clarividência se justifica por si só e, para o espiritualismo, é um traço de mediunidade. Ursula Roberts propôs a seguinte técnica de observação:

A primeira coisa que se deve fazer é observar as pessoas. Isto não significa ter de olhar fixamente para elas, ou para as suas roupas ou para o tipo de maquilagem. Se você conseguir posicionar os seus amigos de forma a observa-los contra um fundo plano, isso será de grande ajuda. Uma parede com pintura a têmpera ou coberta com um tecido liso, preto ou branco, será o fundo mais adequado. Se você olhar um pouco para o lado da pessoa, será possível detectar a aura interior na forma de um contorno fraco e confuso sobre o fundo… Notei que posso ver muito bem as auras quando o aposento está bem iluminado, mas não posso vê-las com tanta clareza quando estou em local aberto, especialmente se os raios de sol estiverem muito fortes. Costumo vê-las quando o sol está se pondo, ou em dias nublados. Disso concluí que, no meu caso, certas luzes favorecem a visão das auras.[1]

Algumas vezes pedi a céticos e crédulos para testarem este método e muitos daqueles que não se declararam clarividentes conseguiram ver uma luminosidade ao redor dos que ficaram de pé, em frente a uma parede branca; todavia concordamos que que um voluntário trajando roupa vermelha tem aura vermelha. Sendo roupas amarelas a aura fica amarela, etc. A excessão são roupas pretas que não emanam auras pretas.

Por essa razão os observadores mais céticos questionaram se auras podem ser o reflexo da luz ambiente nas roupas e na pele dos observados. (Embora as auras dos indivíduos de pele negra nos pareçam iguais às dos indivíduos de pele branca). Já os mais crédulos teorizaram que, se a cromoterapia influencia o humor das pessoas, é esperado que as cores das roupas modifiquem temporariamente as cores das auras.

Embora exista consenso entre os autores de bibliografia especializada sobre o fato de as cores das auras possuírem significados, ninguém concorda com o que cada cor significa. Por exemplo, enquanto o amarelo-ouro indica “forte intelectualidade”[2] na classificação de C. W. Leadbeater, exposta no livro pioneiro Man, Visible and Invisible (1920), a mesmíssima cor sugere “forças telúricas, preguiça, ciúmes, calúnia”[3] na tabela de Colette Tiret, publicada na obra posterior, Auras humaines et ordinateur (1976), onde o autor teve o cuidado de objetivar suas conclusões em respostas de questionários que utilizam o método de Guilford-Zimmermann, emprestado da psicologia diferencial.

Durante quatorze meses Colette Tiret se reuniu com outros seis clarividentes e todos observaram inúmeros voluntários, de modo a concluir que “os belos tons pálidos são mais raros do que as cores fortes”[4]. Já eu nunca encontrei cores fortes em ninguém. Todas as auras me pareceram quase invisíveis, mais ralas do que a luz de um arco-íris. Menos um finíssimo fio dourado que circunda pessoas e coisas. Esse tem a cor tão forte que quase parece sólido. De qualquer modo, para um clarividente, depois que aprende a ver e interpretar, as auras humanas são todas muito parecidas. Colette Tiret observou:

Ante a objeção de que certas leituras de auras parecem semelhantes e pouco originais, responderemos isto: “Cada um julga viver uma história muito pessoal, única em seu gênero. Ora, graças às nossas pesquisas, pareceu-nos que cada um vive quase sempre a mesma história humana. Mas nossa atitude vaidosa – ou orgulhosa – faz-nos pensar que somos únicos em nosso comportamento interior”.[5]

Assim como dois ouvidores de vozes não escutam as mesmas vozes se reunidos num mesmo cômodo, dois clarividentes geralmente não experimentam vivências iguais. C. W. Leadbeater via imensas auras multicoloridas, de formato ovalado, as quais ele desenhou e interpretou. A clarividente Ursula Roberts, autora do livro The Mystery of the Human Aura (1950), definiu a aura humana como um campo magnético de vibração que circunda todas as pessoas, da mesma forma que a luz envolve uma vela acesa ou o perfume envolve uma flor.[6] A aura se assemelharia a uma cebola com camadas sobrepostas, uma envolvendo a outra. Os clarividentes distinguem a primeira camada com mais frequência, pois esta segue o contorno exato do corpo humano.

A segunda camada é mais extensa do que a primeira e muitas vezes parece ter uma estrutura dupla “porque revela os sentimentos da pessoa”.[7] A terceira camada é a maior e se irradia por cerca de 60 cm, na pessoa comum, apresentando coloração variável de acordo com o humor.[8] Contudo, numa “pessoa altamente desenvolvida”, a luz ao seu redor pode se estender à distância de 90 cm, de 120 cm ou de 150 cm.[9]

Na minha experiência frequentemente observo até duas pequenas camadas, mas nunca vi uma terceira e ampla camada em ninguém. As cores são combinações binárias ou ternárias. Certo dia pulei um obstáculo diante de três clarividentes e todos alegaram haver visto a minha aura emitir longos pseudópodes ou tentáculos que se apoiaram no chão, prevenindo uma queda. Eu mesma nunca vi nada parecido.

C. W. Leadbeater acreditava que o homem tem sete corpos, incluindo o corpo físico. O que o clarividente vê para além da matéria densa do corpo físico é o corpo astral; popularmente conhecido como aura em razão da semelhança com as aureolas de luz que adornam as cabeças, as mãos e algumas vezes também os corpos dos santos na iconografia medieval.

A propósito, existe uma teoria exotérica sobre por que Ursula Roberts via mais do que eu e C. W. Leadbeater via mais do que Ursula Roberts. Acontece que ele enxergava o conjunto completo dos sete corpos. Cada um desses corpos é adaptado a um plano da natureza, sendo constituído pela matéria de seu plano correspondente.  Sendo assim o ser humano pode servir-se de seu corpo astral para receber impressões e registrar as observações do mundo astral que o rodeia, e da mesma maneira pode servir-se de seu corpo mental para explorar o plano mental e obter informações desse plano.[10] Os graus superiores de matéria sucedem em ordem metódica, de modo que, mesmo considerando cada plano como um mundo, o conjunto de todos estes planos constitui um mundo ainda maior, que só pode ser visto por “almas muito adiantadas”.[11]

Segundo C. W. Leadbeater, um clarividente “é apenas alguém que desenvolve a faculdade de responder à outra oitava dessa prodigiosa escala de possíveis vibrações, e capacita-se desse modo a ver o mundo que nos rodeia, antes que possam vê-lo os dotados de percepção mais limitada”.[12] Embora C. W. Leadbeater nunca haja visto um vampiro pessoalmente, e relutasse em admitir sua crença, ele sugeriu noutros escritos que mortos-vivos, se existissem, só teriam três dos sete corpos.

Descrições de um estranho padrão impossível

À época em que trabalhava como músico integrante da banda Bell, Book & Candle, o clarividente estadunidense Konstantinos foi convidado por outro membro da banda a ir numa reunião social organizada por sua mãe. Lá ele viu uma determinada pessoa capaz de esvaziar uma sala limitando-se a estar nela durante algum tempo. A observação de seu corpo astral lhe impressionou tanto que ele julgou tal incidente como algo digno de registro em seu segundo livro, Vampires. The Occult Truth (1996).

Tinha tido um dia muito longo e, quando me sentei, tive a sensação de que entrava num estado de consciência levemente alterado como resultado da minha leve fadiga. Quando olhei em volta do, aparentemente, ainda mais cheio salão, notei que M. ainda não se havia movido do seu sofá. No entanto, por qualquer razão desconhecida, toda a gente se havia afastado dessa parte do salão.

Achei isso estranho, e no meu estado descontraído de leve aborrecimento, deixei que meu olhar caísse sobre ela. O que vi chocou-me deveras, em grande parte por ser tão inesperado. A senhora parecia-se de certo modo como uma aranha humana! Soube que aquilo que estava a ver não era físico, mas uma visão astral como resultado do meu estado alterado. Depois do choque inicial se ter desvanecido e de ter visto que ninguém estava a olhar para mim, deixei que o meu olhar se fixasse nela mais uma vez. Mais uma vez tive a mesma visão horrível.

Encontrava-se rodeada de uma aura púrpura escuro que emanava atingindo uma distância de cerca de sessenta centímetros do corpo. Para as extremidades, a aura parecia escurecer, tornando-se quase negra, embora a área escurecida não me impedisse de ver através dela na direção da área púrpura. Da parte escura da aura sobressaíam tentáculos negros e finos que se moviam na direção dos convidados da festa. Observei, por um período que não excedeu os quinze ou vinte segundos, quando ela se voltou e olhou para mim. Sem ter a certeza daquilo que poderia fazer limitei-me a sorrir para ela. Ela devolveu-me o sorriso. Enquanto via os tentáculos continuarem a ondular, convenci-me de que ela não tinha a menor ideia do que estava a fazer naquele momento. Devo ter parecido confuso porque ouvi o meu amigo chamar-me repetidamente, perguntando-me o que eu tinha.[13]

Konstantinos teorizou que, após repetidas “alimentações” por osmose, através do toque, o corpo astral de um vampiro inconsciente se torna capacitado a desenvolver novas técnicas, começando a formar pseudópodes ou “tentáculos astrais”, variando em comprimento desde alguns centímetros a vários decímetros. “Através dos tentáculos astrais, um vampiro psíquico poderia entrar em contato com quem quer que se encontrasse próximo e continuar a alimentar-se por osmose ou, estando consciente das suas ações, poderia dirigir mentalmente os tentáculos para um determinado alvo e alimentar-se por inalação da respiração. É fácil de imaginar que um vampiro que tenha estado ativo por um período razoável de tempo, possa criar vários desses tentáculos e alimentar-se de muitos indivíduos que se encontram no mesmo compartimento”.[14]

O curioso nisto tudo é que houve consenso entre alguns clarividentes a respeito do modo singular como a aura ou corpo astral de alguém se modifica quando tal pessoa se habitua a absorver campos energéticos de outrem. Depois que a neuropsiquiatra Shafica Karagulla (1914-1986) se desligou de suas funções para realizar pesquisa independente sobre pessoas com dons de Sentido de Percepção Superior (S.P.S.), ela passou a entrevistar e andar na companhia de clarividentes. No livro Breakthrough to Creativity (1967) lemos sobre observações de “solapadores” por seus convivas:

Foi de Diane que obtive a melhor descrição do que acontece quando um “solapador” extrai energia de sua vítima. Laura e Kay, cada uma separadamente, fizeram observações semelhantes. Os sensitivos descrevem uma abertura bastante ampla na área do plexo solar do corpo vital do “solapador”. Em torno dos bordos desta abertura fitas ou tentáculos parecem projetar-se para fora e enganchar-se no campo de um indivíduo que esteja bastante próximo. O “solapador” parece desejar tocar a pessoa de quem drena a energia, ou então estar o mais junto possível a ela. Há todo um grupo de “solapadores” que drenam outras pessoas, simplesmente mantendo-se junto a elas.[15]

Quem conta um conto aumenta um ponto. Após uma conversa com o francês Michel Sokoloff, o jornalista e editor brasileiro Luis Pellegrini discriminou dez perfiz de vampiros psíquicos, cujo melhor exemplo seria, para ele, o caso dum egocêntrico e eloquente projetor de tentáculos de energia luminosa, observado pela própria Shafica Karagulla durante uma reunião social em Londres.[16] Ora pois, imagino que o exemplar do livro lido por Luis Pellegrini, se existe, deve ter sido importado de algum universo paralelo onde tudo acontece de modo levemente diverso, porque naquele que eu comprei numa livraria a neuropsiquiatra não tem dons de S.P.S., como seus voluntários.

De qualquer modo é importante ressaltar o que a verdadeira Shafica Karagulla escreveu sobre os vórtices, que funcionariam como órgãos do corpo astral.

Já que esse fenômeno produz um efeito nítido na energia física, eu pedi que os sensitivos observassem os vórtices de energia que eles veem no corpo físico. Foi notado que a extração da energia se faz, geralmente, através do vórtice mais fraco da vítima. Um indivíduo que apresenta perturbações no vórtice de energia na área do coração, perde energia por esse vórtice. Um indivíduo cujo vórtice na área da garganta apresenta fraqueza ou perturbação, revela um esvaziamento de energia através do canal do vórtice da garganta.[17]

O jovem Konstantinos não menciona obras de Shafica Karagulla na bibliografia de seu livro temático de modo que não aparenta haver lido a descrição compatível com a sua, – endossada por Diane, Laura e Kay – publicada vinte e nove anos antes. Voltando ao relato de Konstantinos, sobre a reunião social onde visualizou a aura púrpura duma senhora, lemos que a anfitriã conduziu o músico a um cômodo isolado e relatou um caso de paralisia do sono acompanhada de fenômeno alucinatório visual:

B. contou-me que, na noite imediatamente antes da festa, havia tido aquilo que ela considerou como um pesadelo horrível estando acordada. Nas primeiras horas da manhã (não tinha certeza, lembrando-se apenas de que ainda estava escuro), B. acordou descobrindo que não se podia mexer (…). De acordo com o que B. me contou, sentia a cabeça “inchar e latejar devido a qualquer tipo de vibração estranha” e sentia uma impressão no peito como se alguém “fizesse pressão para baixo na coberta”.

Continuou dizendo-me que havia ficado imóvel durante alguns segundos, coberta de suor e aterrorizada. Foi então que, de repente, teve consciência de um som que se assemelhava ao som grave do vento. Julgando que era o seu marido que se levantava, tentou chama-lo, mas não lhe saiu qualquer som da boca, e o seu marido não se havia mexido. Dentro de alguns segundos o som de vento aumentou e começou a notar uma luz púrpura ondulando sobre ela. (…) A luz púrpura adquiriu uma forma que B. reconheceu imediatamente. Era uma serpente enrolada no peito dela. Nessa altura, o seu terror era tão grande, contou-me ela, que conseguia ouvir o bater do coração e conseguia sentir a dor do grito que não se escapava. A pressão no peito aumentou por momentos e a serpente abriu a boca. No momento em que isso se deu, a sua cabeça desvaneceu-se e foi substituída por uma esfera negra. Nessa esfera, B. viu nitidamente o rosto de M. Não havia qualquer expressão no rosto fantasmagórico e os seus olhos encontravam-se fechados.

Alguns segundos mais tarde, toda a visão se desvaneceu, fazendo com que também desaparecessem a pressão e o som que B. havia experimentado. O sentimento de terror imediato passou igualmente, mas B. disse que ainda se sentia aterrada quando pensava nisso. Ver M. na festa, fez-lhe regressar o seu medo e, por qualquer razão, não era capaz de afastar “aquilo que deve ter sido um sonho” e de passar algum tempo com a mulher moribunda, como sempre fazia. Na festa, tinha o sentimento de que alguma coisa não estava certa a respeito de M., pelo menos ultimamente.[18]

Segundo Ursula Roberts, “quando abandonamos o corpo físico, a consciência continua dentro do corpo áurico”.[19] Presumimos que, considerando esta perspectiva, se o corpo áurico for anômalo este atuará conforme sua anomalia enquanto existir. Ou seja, se a moribunda M. efetivamente batesse as botas ela seria promovida em definitivo ao status de assombração… Isso catapultaria os impopulares e capengas vampiros de energia inconscientes a outro nível de interesse no ocultismo.

Mas não se animem. Quatro clarividentes confirmando um padrão recorrente é uma coincidência notável, não uma unanimidade na matéria. Ursula Roberts observou que os idosos, os doentes e as pessoas com distúrbios mentais “tendem a sugar energia da aura interior de pessoas mais jovens e saudáveis”.[20] Entre as pessoas que drenam quem passa por perto, “pouquíssimas fazem isso intencionalmente, mas os egoístas o fazem, pois as irradiações de suas auras voltam-se um pouco para dentro; em vez de irradiarem para fora”.[21] Ou seja, desta vez, nada de tentáculos preto-púrpura.

Eu vi uma aura preto-púrpura somente uma vez na vida. Em abril de 2017 assisti à peça VAMP onde obtive um assento especialmente bom, no centro, à frente da parte alta da arquibancada. Os efeitos especiais em geral eram aqueles que se poderiam esperar duma peça teatral bem produzida. Teve cenários de clima sombrio, efeitos drásticos de luz e sombras e até fumaça de gelo seco fervido em água quente. Num dado momento, Claudia Ohana estava cantando quando passou a projetar algo como uma aura de energia preta com tons roxos. Eu pensei, “Como fizeram isso?”

Claudia Ohana saiu do palco e sua silhueta em negativo ficou pairando por todo o tempo em que demorou para começar a próxima cena que, talvez por coincidência, começou justamente quando o resquício de impressão da luz na retina se desvaneceu.

Na verdade, o truque era relativamente simples. Havendo um sólido à frente duma luz direta voltada na direção dos olhos de alguém, ao apagar as luzes fica uma imagem negativa pairando no ar. Todos já vimos isso antes. Só não vimos um fantasma ilusório de tal monta atuando no papel de espírito de “Eugênia Queiroz” deixando o corpo da sua médium “Natasha”. Um espirito impalpável que não pode ser filmado, fotografado nem reflete em espelhos, embora seja perfeitamente visível por todos.

E o tom púrpura? Provavelmente era só eu vendo coisas, e aquele detalhe em especial era a “aura” dela mesmo… Enfim, demorou para cair a ficha. Todo mundo viu os flashes das luzes laterais, mas só eu vi algo para além do que foi mostrado.

Bibliografia

PELLEGRINI, Luis. Ladrões de Energia. Em: Criativa, Ano IX, nº 99, Editora Globo, Julho 1997, p 38-42.

PELLEGRINI, Luis. O Decálogo dos Vampiros. Em: Planeta, edição 284, Editora Três, Junho de 1996, p 44-50.

KARAGULLA, Dra. Shafica. O Destino Criativo do Homem: Seu sentido de percepção superior. Trad. Dr. J. Treiger. Niterói, Fundação Cultural Avatart, 1982, capítulo VI, p 134-141.

KONSTANTINOS. Vampiros: A verdade oculta. Trad. Joaquim Antônio Nogueira Gil. Lisboa, Editorial Estampa, 1997. 200p.

Notas

[1] ROBERTS, Ursula. O Mistério da aura Humana. Trad. Sueli Mayumi Okutani. São Paulo, Pensamento, 1997, p 69-70.

[2] LEADBEATHER, C. W. O Homem Visível e Invisível. Trad. Joaquim Gervásio de Figueiredo. SP, Pensamento, I.

[3] TIRET, Colette. Auras Humanas: Onde o abstrato se cruza com o concreto. Trad. Álvaro Lorencini e Sidney Barbosa. São Paulo, Pensamento, 1993, p 30.

[4] TIRET, Colette. Auras Humanas: Onde o abstrato se cruza com o concreto. Trad. Álvaro Lorencini e Sidney Barbosa. São Paulo, Pensamento, 1993, p 29.

[5] TIRET, Colette. Auras Humanas: Onde o abstrato se cruza com o concreto. Trd. Álvaro Lorencini e Sidney Barbosa. São Paulo, Pensamento, 1993, p 33.

[6] ROBERTS, Ursula. O Mistério da aura Humana. Trad. Sueli Mayumi Okutani. São Paulo, Pensamento, 1997, p 9.

[7] ROBERTS, Ursula. O Mistério da aura Humana. Trad. Sueli Mayumi Okutani. São Paulo, Pensamento, 1997, p 66.

[8] ROBERTS, Ursula. O Mistério da aura Humana. Trad. Sueli Mayumi Okutani. São Paulo, Pensamento, 1997, p 35.

[9] ROBERTS, Ursula. O Mistério da aura Humana. Trad. Sueli Mayumi Okutani. São Paulo, Pensamento, 1997, p 67.

[10] LEADBEATHER, C. W. O Homem Visível e Invisível. Trad. Joaquim Gervásio de Figueiredo. SP, Pensamento, p 25.

[11] LEADBEATHER, C. W. O Homem Visível e Invisível. Trad. Joaquim Gervásio de Figueiredo. SP, Pensamento, p 26.

[12] LEADBEATHER, C. W. O Homem Visível e Invisível. Trad. Joaquim Gervásio de Figueiredo. SP, Pensamento, p 28.

[13] KONSTANTINOS. Vampiros: A verdade oculta. Trad. Joaquim Antônio Nogueira Gil. Lisboa, Editorial Estampa, 1997, p 160-161.

[14] KONSTANTINOS. Vampiros: A verdade oculta. Trad. Joaquim Antônio Nogueira Gil. Lisboa, Editorial Estampa, 1997, p 147-148.

[15] KARAGULLA, Dra. Shafica. O Destino Criativo do Homem: Seu sentido de percepção superior. Trad. Dr. J. Treiger. Niterói, Fundação Cultural Avatart, 1982, p 140-141.

[16]  Luis Pellegrini escreveu: “Cheio de charme e inteligência, o vampiro, sentado diante de sua vítima, falava sem parar. A vítima o escutava embevecida, numa atitude completamente passiva diante daquela torrente de palavras sedutoras que chegavam a seus ouvidos. Abrindo sua clarividência, a doutora Karagulla pôde ver o que realmente ocorria: como um tentáculo, um canal energético saíra da região do plexo solar do vampiro e se instalara diretamente no centro do plexo solar da vítima. Por esse canal, o vampiro sugava com avidez. Pouco a pouco (…) o corpo sutil da vítima perdeu brilho e intensidade, ao mesmo tempo em que ela começou a empalidecer e a bocejar”. (PELLEGRINI, Luis. O Decálogo dos Vampiros. Em: Planeta, edição 284, Editora Três, Junho de 1996, p 50). Onze meses depois Luis Pellegrini voltaria a rememorar e recontar o caso: “Ela estava numa festa, sentada numa poltrona. No sofá bem em frente, havia um casal. O homem, um tipo até bem-apessoado, falava sem parar de si mesmo, exibindo-se como um pavão de cauda aberta. A mulher colocara-se na posição de receptora passiva, fitando o sujeito com olhar lânguido, totalmente entregue ao seu palavrório. De repente, tentáculos de energia luminosa saíram da região do umbigo do homem – do seu plexo solar – e se lançaram em direção à mesma região da mulher. Fixaram-se ali, e Shafika Karagulla pôde perceber claramente o que acontecia: por aqueles canais sutis a energia da mulher começou a ser drenada em direção ao interlocutor. Até que a pobre, no início dona de uma aura luminosa e brilhante, ficou reduzida a um trapo energético. Sua aura tomou-se débil e opaca, olheiras escuras tinham se formado em seu rosto, e sua expressão agora era a de uma pessoa bem mais idosa e cansada. Mas o homem parecia um sol radiante. Bem-disposto e feliz da vida, despediu-se da vítima, levantou-se e foi gastar com outros participantes da festa toda a vitalidade que roubara”. (PELLEGRINI, Luis. Ladrões de Energia. Em: Criativa, Ano IX, nº 99, Editora Globo, Julho 1997, p 38-39).

[17] KARAGULLA, Dra. Shafica. O Destino Criativo do Homem: Seu sentido de percepção superior. Trad. Dr. J. Treiger. Niterói, Fundação Cultural Avatart, 1982, capítulo VI, p 137.

[18] KONSTANTINOS. Vampiros: A verdade oculta. Trad. Joaquim Antônio Nogueira Gil. Lisboa, Editorial Estampa, 1997, p 161-162.

[19] ROBERTS, Ursula. O Mistério da aura Humana. Trad. Sueli Mayumi Okutani. São Paulo, Pensamento, 1997, p 37.

[20] ROBERTS, Ursula. O Mistério da aura Humana. Trad. Sueli Mayumi Okutani. São Paulo, Pensamento, 1997, p 86.

[21] ROBERTS, Ursula. O Mistério da aura Humana. Trad. Sueli Mayumi Okutani. São Paulo, Pensamento, 1997, p 84.

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A Arte do Abraço Vampírico

No Templo de Azagthoth, a arte de beber a essência da força vital de seres humanos é denominada a Arte do Abraço Vampírico, o Abraço Vampírico é o símbolo primal da nossa ordem e representa a arte de drenar a força vital, causando o mal via contacto astral para a vítima pretendida. O símbolo não é demasiadamente complexo em aparência, mas seus usos variam de acordo com o feiticeiro (a) que usaria este sigilo e praticaria as artes que ele contém. Para aqueles familiarizados com o processo de imbuir objetos ou símbolos físicos com energia astral, você pode considerar sua aplicação quando o Abraço Vampírico (o símbolo) foi criado. É de fato o sigilo mais antigo criado pelo Templo de Azagthoth e pode ser obtido em requisição. O segundo símbolo é o Esquife, não apenas corresponde ao princípio vampírico do homem, através da metamorfose vampírica e instrução, também possui um enorme significado simbólico com referência à Comunhão de Dracul, o chamamento dos Deuses Imortais, nos quais o despertar dos sacrifícios vampíricos acumulou a força vital de suas jornadas predatórias até uma série de exaustões, então vem a renovar a força vital do não-morto que é simbolizada pelo abraço próximo ao topo do esquife pelo derramamento de sangue sobre ‘o lugar de descanso do cadáver’, desta forma possibilitando uma nova vida, os poderes mais altos através da prática do Vampirismo, metamorfose, e finalmente imortalidade entre os Deuses Imortais. Este não é um caminho fácil e precisa ser enfatizado que o Vampirismo, diferente de outras formas do Oculto, precisa ser tomado em prática constante. O vampiro enfrenta muitos testes, mas é desnecessário dizer que se você falha em sua elevação ao Trono da Besta, um destino pior do que a morte o espera.

A Arte do Abraço Vampírico envolve a força astral vital drenada de muitos modos. Há a prática do ‘mau olhado’ pelo qual o mago experimentado pode implantar pensamentos, drenar energia e instilar certos fatores que afetarão o recipiente do encantamento mais tarde. Projetando pensamentos através do uso do olhar fixo, seu corpo astral toca a vítima, e seus pensamentos são instilados em sua mente e a vítima sempre os verá como seus próprios pensamentos e atos. Por exemplo, se você esperava que uma pessoa escolhesse um livro, através desta prática você poderia usar a frase “Este livro parece interessante, eu preciso obtê-lo…”, nunca diga “Eu quero que a pessoa escolha o livro…” Isto não é o método correto, e não funcionará. Sempre implante um declaração na mente das pessoas que fará a pessoa pensar que é sua própria idéia, não pela segurança das pessoas acharem que você está implantando idéias na sua cabeça, o que é completamente ridículo, o problema em usar métodos indiretos na arte é que tende a causar muita confusão no cérebro do recipiente para colher resultados para você próprio. A vítima humana não acredita, em sua maior parte, que possam ser mentalmente influenciadas sem seu conhecimento. O Vampiro Imortal, tanto quanto o Vampiro Vivo, sempre promove literatura e ensinamentos que perduram a lavagem cerebral da sociedade humana e então a cega pelos nossos caminhos ocultos.

A força astral vital drenada através da visão envolve o uso dos seus olhos, em extensão do corpo astral (o abraço vampírico) para tocar a sua vítima e remover a energia vital dela. Movimentos pequenos, completamente indetectáveis com dedos e mãos, bem como inalação física, pode acelerar o processo de recebimento da energia da vítima. Como o Vampiro fortalece sua arte e poder, outros meios de drenar a força vital são possíveis.

A arte de drenar a força astral vital do humano enquanto você está completamente separado do seu corpo físico e uma parte do plano astral, é uma das práticas básicas do vampirismo. O humano dormindo fornece a mais pura força vital que aumentará violentamente a força vital dos vampiros. Quanto mais bela a vítima, mais pura é a sua força de vida. Assim que o humano dorme, ele não tem mais controle sobre o seu corpo astral pois eles não são praticantes da nossa arte e tem certa fraqueza, enquanto o vampiro tem muitas vantagens misteriosas sobre a presa humana. É possível, quando o corpo astral do vampiro aproximou-se da sua presa, entrar no estado de sonho do humano e implantar certas cenas no subconsciente humano. Através de poções e elixires apropriadamente preparados, é possível causar enfermidades nas vítimas, apesar disto parecer ser depois um efeito comum de um ataque vampírico. Lembre-se, quanto mais força de vida você obtém para si, menos força de vida para o humano. Então seu ser inteiro se tornará mais fraco e frágil. É sempre o prazer do vampiro ser capaz de drenar o sangue mais puro das veias de seres humanos, então medite como o mundo dos humanos externamente desintegra-se no caos e desordem diante de você, enquanto o seu mundo aumenta em experiência e você vem a conhecer o caminho do Dragão Vampiro Tiamat e o caminho do Mago Negro, AZAG-THOTH.

Copyright Emperor Norduk (C)

Por Emperor Norduk (de “The Countess Elisabeth Bathory”)

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Almas Vintage

Shirlei Massapust

Em mandarim yāo (妖) significa um monstro, geralmente de origem exógena, com corpo formado de ectoplasma modelável, como o ātman (आत्म) do hinduísmo. Este termo passou para o nihongo como prefixo de palavras tais como yōkai (妖怪) ou monstro misterioso, yōma (妖魔) ou monstro mágico, yōtō (妖刀) ou kataná monstruosa, etc. Menos frequentemente yāo pode designar um humano que se tornou feiticeiro ou até um fantasma. Geralmente os imaginamos com má aparência, embora a partícula ocorra também em termos venturosos como yōen (妖艶), que designa uma personagem encantadora, sensual. A palavra utilizada para traduzir o inglês faery (fada) é geralmente yāojing (妖精), em mandarim, yojeong (요정) em hangul e yōsei (妖精) em nihongo.

Um ponto leva a outro. Pelas sílabas de yōkai (妖怪) obtemos os sinônimos yōbutsu (妖物) e kaibutsu (怪物), designando poder de mutação; algo que nos leva em trilha semântica ao bakemono (化け物), um ser com poder de metamorfose, apto a assumir ao menos duas formas distintas. Outras combinações do superlativo honorífico o (お) com bake (化け, mudando, corrompendo)[1] e o substantivo mono (物, objeto) dão-nos as variantes sinônimas obake (お化け) e obakemono (お化け物).[2]

No Japão uma casa mal assombrada é uma bakemono-yashiki (化物屋敷). No folclore oriental o ser humano tem ki (氣), uma força vital que nos sustenta e se espalha pelo meio-ambiente do mesmo modo que deixamos fios de cabelo, células mortas, fragmentos de unhas, suor, etc., para traz. Enquanto nossos restos matérias atraem ácaros que produzem fezes, nossos restos de carga atraem yōkai que, por sua vez, recarregam o ambiente com rastros de sua potência mutagênica e vivificante.

Casas repletas de mobília antiga e objetos que nunca são renovados acumulam carga até as coisas entrarem num estado de existência animista[3] indicativo da corrupção ou mudança, chamado de tamashī (魂), reikon (靈魂), konpaku (魂魄) e hakurei (魄霊)[4] em diferentes épocas. Isto que hoje conhecemos por bakemono é um corpo material (objeto, animal ou pessoa) que prodigiosamente muda daquilo que era antes para algo que vem a ser. Um exemplo: No templo budista Mannenji, localizado em Iwamizawa, Hokkaido, existe uma boneca chamada Okiku (お菊人形), antiga e já bastante erodida.

A tradição oral revela que este item foi comprado por Eikichi Suzuki, um rapaz de dezessete anos, no ano 1918, em Tanuki-Koji, na ilha Sapporo. Eikichi Suzuki deu Okiku à sua irmã de três anos, chamada Kikuko ou Kiyoko. A menina amou o presente e não se separou da boneca até morrer de virose no ano seguinte. Após a cremação do corpo da menina, Okiku foi posta no oratório da família bem ao lado da urna funerária. Com o passar do tempo o corte de cabelo em estilo okappa, antes nos ombros, alongou visivelmente. A família interpretou a mudança como sinal de que a sombra da morta penetrou naquele objeto por osmose, vivificando-o.

Em 1938 a família Suzuki se mudou para Sakhalin e doou Okiku ao templo, onde permanece exposta até hoje, junto à urna contendo as cinzas da falecida. Todos os anos romeiros participam duma cerimônia em memória de Okiku. Dizem que os olhos da boneca causam sensação de vigilância real. Dizem que sua boca abriu e que cabelos continuam a crescer. Graças à boneca, este templo acabou virando atração turística.[5]

É triste quando o bonequeiro, ningyōshi (kanji 人形師, kana にんぎょうし), fabrica o boneco, ningyō (kanji 人形, kanaにんぎょう), com propósitos artísticos e o item acaba na fogueira porque alguém julgou aquele objeto como algo capaz de absorver a moléstia e curar uma criança adoentada quando posto no leito onde ela dorme.

No Japão as bonecas não são apenas brinquedos infantis e muitas vezes representam símbolo da história dos costumes do país. Elas são chamadas de ningyō e ao longo de toda a história do Japão foram sofrendo pequenas modificações. As primeiras referências de bonecos são os haniwa, estatuetas de barro encontradas em tumbas pré-históricas, onde o que menos contava era o apelo decorativo. No período Heian (794-1185) eram usados para afastar demônios.

Inicialmente as bonecas eram muito simples, moldadas em palha ou papel sendo que as primeiras serviam para afastar epidemias e eram colocadas nas fronteiras das antigas aldeias. E para purificar corpo e alma, se usavam bonecas feitas de papel que depois eram jogadas no rio para levar embora os maus fluídos. (…) Durante o fechamento do país para o mundo, no período Edo (1603-1868), o país desenvolveu uma cultura própria. Neste período as bonecas ainda carregavam uma forte superstição pois muitas pessoas as tinham como amuleto para afastar pragas de plantações ou para garantir um bom parto. Mas foi em meio a esta mentalidade que surgiram as karakuri, bonecas que tocavam instrumentos e dançavam através de um sistema simples de cordas retorcidas, roldanas e fios.[6]

Noutro artigo já mencionamos a lenda da yōtō (妖刀), espada de uso bélico que se apega à sua função social, tem sede de sangue e induz qualquer usuário a continuar matando mesmo em tempos de paz. Outros artefatos de uso militar também podem ganhar vida, conforme narrativas folclóricas e artísticas. O abumi-guchi (鐙口) é o estribo de hipismo, utilizado por um comandante militar, que com o tempo se transforma numa criatura peluda.[7] Certa vez Ozamu Tezuka preencheu uma página do gibi Dororo (どろろ) com um único quadro onde equinos sem cabeça, de pescoços flamejantes, galopam assustando o protagonista. Parecem com a mula-sem-cabeça do folclore brasileiro.

Não é normal num gibi que o desenhista gaste uma página inteira com apenas um quadro, especialmente contendo uma cena desprovida de pertinência temática com o roteiro. Na página seguinte o menino sonha com o passado, lembrando de como ele se tornou um órfão predestinado à vida de ladrão.[8] Seriam aqueles cavalos de guerra decapitados anunciadores de pesadelos?[9] Na esperança de obter mais informações procurei pela primeira versão animada de Dororo (どろろ; 1969) cuja música da abertura e encerramento é pausada pela recitação de poemas por uma voz feminina. Na primeira interrupção ela fala sobre as posses do samurai moeru yoroini (燃えるよろいに) ou “armadura flamejante” e moeru uma (燃える馬) ou “cavalo flamejante”:

赤い夕日に照り映えて

燃えるよろいに燃える馬

天下めざしてつきすすむ

 

No crepúsculo vermelho

Armadura em chamas, cavalo em chamas

Correndo veloz, galopando pelo mundo[10]

Na abertura do remake de Dororo (どろろ; 2019) vemos a cena do quadrinho onde vários cavalos sem cabeça galopam numa fração de segundo e não tornam a aparecer no seriado em si, assim como nunca vemos a cena da putrefação do cadáver do protagonista igualmente presente naquela amostragem.

Nossa energia impregna num animal doméstico mimado em excesso do mesmo modo que entra em objetos estimados. Por isso a forma primária dum bakemono pode ser um ser vivo, como o bakeneko (化け猫, gato metamorfo). Um animal selvagem que atinge idade avançada para muito além do normal também se transforma, como o bake-danuki (化け狸, tanuki metamorfo). Isso é o contrário das lendas ocidentais de homens que viram animais (lobisomem, capelobo, etc.) pois no caso nipônico é o gato, o tanuki, a raposa, etc., que vira gente temporariamente ou reencarna como gente.

Quando itens domésticos ganham vida e senciência eles ainda estão apegados aos velhos usos e atuam de modo obsessivo compulsivo. Sendo assim, na China uma zhǒu shén (箒 神), chamada no Japão de wawakigami (ははきがみ), é uma vassoura que, descontroladamente, varre sozinha as folhas que caem em dias de vento frio.[11]

Objetos domésticos de uso regular só se tornam agressivos quando passionais, podendo buscar vingança contra pessoas que os inutilizaram ou os jogaram no lixo. Por conta disso, alguns santuários oferecem o serviço de “consolar” objetos quebrados ou que não são mais usados.[12] Muitos países como a Tailândia, por exemplo, constroem templos para alguns objetos com fama ou origem sobrenatural.[13] No Japão cerimônias de consolação são realizadas em templos budistas e xintoístas. Por exemplo, existe o festival hari kuyō (針供養), celebrado em 8 de fevereiro na região de Kanto, mas em 8 de dezembro nas regiões de Kyoto e Kansai, onde as costureiras levam suas agulhas quebradas para agradecer os préstimos antes do descarte.[14] Assim elas não as furam.

Ningyō kuyō (人形供養) é um serviço de memorial para bonecas antigas, com presença de gueixas e monges, onde as famílias agradecem os préstimos dos objetos que cumpriram sua função social fazendo companhia e protegendo suas crianças, mas que perderam a utilidade e foram entregues à cremação. Isto ocorre desde sempre no templo zen-budista Hōkyō-ji (宝慶寺), em Kyoto, conhecido como Templo dos Bonecos devido ao seu acervo de peças imperiais coletadas e acumuladas durante séculos.[15] Posteriormente o mesmo costume foi introduzido no templo Kiyomizu Kannon-dō (清水観音堂), em Tokyo, e virou matéria da revista Superinteressante (agosto de 1992).

No Japão, até hoje as duas definições (boneca e ídolo) se misturam tanto quanto se misturavam entre romanos e gregos. Há pelo menos 900 anos, todo dia 3 de março, as meninas reverenciam a casa imperial reunindo suas bonecas prediletas numa grande festa. Uma a uma, todas as bonequinhas são visitadas, apresentadas às amigas e, durante o chá, têm o privilégio de serem servidas em primeiro lugar. (…) Para os japoneses, bonecas têm espírito. (…) Ainda hoje, muitos japoneses acreditam que, colocada no leito de uma criança doente, a boneca pode levar a moléstia embora. Se presenteadas no dia do casamento, são consideradas símbolo de prosperidade e felicidade conjugal para o jovem casal. Há pouco mais de vinte anos, o sindicato dos fabricantes e comerciantes de Tóquio aproveitou a deixa dessa crença para promover um grande lance comercial chamado ningyō kuyō. Tradução: “consolo da alma das bonecas”, ritual de cremação que se tornou tradicional na capital japonesa. Todo dia 25 de setembro, as mulheres estéreis que obtiveram a graça de ter um filho levam uma boneca para ser cremada no templo Kiyomizu-Kannon-dō. A ideia é que, queimando a boneca, seu espírito carregado do desejo de maternidade vai embora com a fumaça e a criança pode crescer em paz. Vai-se o espírito infantil, fica o comercial.[16]

Na antologia de poemas Ise monogatari (伊勢物語), seção 63, datada do século IX, lemos a palavra tsukumogami (つくも髪) referente aos cabelos brancos, kami (髪), duma idosa. Setecentos anos depois o autor-ilustrador do pergaminho Tsukumogami emaki (付喪神絵巻) explicou que o intraduzível prefixo tsukumo na palavra tsukumogami (desta vez 付喪神) também poderia ser escrito com o kanji 九十九, que significa um período de noventa e nove anos. Sendo assim uma ferramenta ou utensílio doméstico desenvolveria um espírito evoluído após a passagem de noventa e nove anos. Mas há um problema: A truncagem de kami (髪, cabelo) por kami (神, divindade) sugere que ele não entendia o sentido original de tsukumogami ou formulou um homônimo homófono.            Segundo o pergaminho do século XVI, à época as pessoas descartavam objetos antes de completarem o período chamado de susu-harai (煤払い). Conforme exposto, se demorassem mais a ferramenta “mudaria e adquiriria um espírito, e enganaria o coração das pessoas”. Tal ensinamento constaria no livro Onmyō Zakki (陰陽雑記), livro que também informaria sobre a coisa vivificada que assume aparência humana, tanto masculina quanto feminina, tanto idosa quanto jovem; bem como “a semelhança de chimi akki” (aparência de oni) e “a forma de korō yakan” (forma de animais), entre outras. Seu aspecto após a mutação é referido com palavras como youbutsu (妖物).[17]

Há dúvidas sobre se o susu-harai é, de fato, um período de exatos noventa e nove anos porque tsukumo (九十九) pode se referir literalmente a um número ou, menos precisamente, a uma hipérbole no sentido de muito tempo. A boneca Okiku só precisou de um ano para adquirir uma natureza espiritual pois isso representou um terço da vida de sua dona, que a amou com intensidade, agonizou e morreu com ela. No primeiro volume do romance gráfico Tokyo Babylon (東京BABYLON), do grupo CLAMP, editado pela Shinshokan, em 1990, uma personagem adoece e apresenta comportamentos estranhos após comprar uma jaqueta numa liquidação de roupas. Subaru descobre que a jaqueta ficou carregada de energia negativa por conta da competição da clientela por aquele objeto, ao ponto de aquilo necessitar de exorcismo.[18]

Papéis encantados

No Japão, em templos da religião xintó, são vendidos ofuda (御札), que são amuletos de papel produzidos por monges para atrair o amor, a saúde, a prosperidade financeira e até proteger contra mal olhado e fantasmagorias. Do mesmo modo, no taoísmo e noutras religiões chinesas, existe o jufu (呪符) ou gofu (護符), amuleto de papel ou madeira produzido para finalidades que mudam conforma a inscrição.

Os ofuda tem efeito imediato porque o monge xintó é competente para canalizar a energia dos kami (神) aos quais ele presta culto. Porém existem métodos para o leigo carregar papel com os eflúvios energéticos de origem humana, de modo voluntário ou involuntário. Hoje há todo um ritual construído em torno da tradição de confeccionar, expor e descartar o washi ningyō (和紙人形); um ningyō (人形) ou boneco feito de washi (和紙), tipo de papel artesanal feito a partir das cascas das árvores das amoreiras.

Livro de arte com fotografias de washi ningyō produzidos pela artesã japonesa Eika Ito.[19]

Dizem que o washi ningyō teria o poder de remover a dor quando posto no leito dum enfermo que dorme. Logo depois, o boneco descartável carregado pela energia da enfermidade deve ser cremado ou levado para longe e dissolvido em água.

Fotos: 1) washi ningyō produzidos pela fábrica Kyugetsu representando Shinzo Abe, o Primeiro Ministro do Japão, e Caroline Kennedy, Embaixatriz dos Estados Unidos no Japão. (Foto © 2014, The Japan Times). 2) Monges levando um barco cheio de bonecos para o rio.

Com o passar dos séculos este rito individual originou uma festa coletiva. Hina-ningyō (雛人形) é um washi ningyō introduzido no festival Hinamatsuri (雛祭り), o “Dia das Meninas”, realizado anualmente por japoneses e italianos descendentes de japoneses. Neste festival inúmeros bonecos são expostos sobre carpete vermelho.

Bonecos de papel ou palha representando a corte imperial, com roupinhas em estilo antigo, são levados para templos onde ficam expostos ao público desde meados de fevereiro até o dia três de março. Depois o excesso é cremado pelos monges. Contudo, muitos ainda chegam ao fim do procedimento onde as pequenas figuras humanas são postas para navegar à deriva em barquinhos de madeira, empurrados pela correnteza dos rios ou pelo movimento das ondas.  Estes se tornam hina-nagashi (雛流し), bonecos flutuantes, que levam as doenças e problemas com eles para longe.

No Brasil existe um costume parecido onde, no dia do Réveillon, os umbandistas pulam sete ondas na Praia de Copacabana e enviam oferendas para Iemanjá dentro de réplicas de barcos em miniatura que podem ou não conter uma imagem da santa.

No Japão até um maço de papel pode ser imbuído de poder mágico. Kyōrinrin ( 経凛々) é um bakemono resultado da transmutação de pergaminhos, livros, etc., que foram negligenciados e deixados sem leitura[20] por bastante tempo. Antigamente o papel branco era produzido com fibras da planta chamada asa (麻) ou o (苧), conhecida em botânica como Cannabis sativa. Havia grandes campos de plantações destinadas a este fim. Na ausência de nanquim a tinta era obtida de materiais biológicos, como gema de ovo e sangue animal. Segundo Aline Ribeiro, durante o shogunato de Tokugawa (1853-1867) os samurais eram submetidos a um rito de passagem:

A lealdade tinha certos rituais muito profundos, como um “contrato” firmado entre o guerreiro e seu daimyō. O documento era escrito com o sangue do próprio samurai, assinado e, logo em seguida, queimado. As cinzas eram dissolvidas em água e bebidas, fazendo com que se criasse um laço eterno entre a linhagem do samurai e a do senhor.[21]

Coisas estranhas acontecem quando um papel impregnado de energia aleatória não é cremado nem exposto aos elementos. Muitos acreditam que o shōji – tipo de porta deslizante feita de papel de arroz, – assim como as fechaduras e outras benfeitorias necessárias do lar, se transmutam em mokumokuren (目目連) e tendem a criar muitos olhos quando deteriorados e esburacados pelo tempo ou pela má conservação.[22]

A lanterna chōchin (提灯お), feita de bambu ou papel de seda, é um objeto de grande beleza, onipresente na decoração nipônica. O yóuzhǐ sǎn (油纸伞), um guarda chuva de papel em estilo chinês, é estruturalmente semelhante ao kasa (傘), o guarda-chuva comum, porém se trata dum item decorativo que os noivos carregam na cerimônia de casamento. Se alguém decidir guardar estes apetrechos perecíveis e descartáveis, em algumas décadas eles se tornarão os monstros folclóricos chōchin-obake (提灯お化け) e kasa-obake (傘おばけ)[23]. Assim como um gato doméstico muito mimado pode se tornar um bakeneko (化け猫), um tanuki eventualmente evolui para bake-danuki (化け狸) e outros animais da fauna local se convertem nas mais variadas fantasmagorias.

Um kasa-obake não precisa necessariamente evoluir de um yóuzhǐ sǎn, mas suponhamos que assim seja. Como todo bakemono ele é um objeto imbuído da força vital projetada por alguém que congelou sentimentos experimentados à época de sua posse. Quem não deseja mudar de atitude ou de opinião faria bem em ter um bakemono amigo. As emoções impregnadas na memorabilia nupcial carregariam e vivificariam o objeto de estimação que transmuta a haste de sua alma artificial num corpo sutil e abre as asas na forma do animal que lhe é mais semelhante: Um elegante morcego.

Este quiróptero etéreo promoveria a união do casal evocando a lembrança daqueles momentos felizes. Enquanto o objeto existisse, ele faria tudo para não deixar seus proprietários se separarem, brigarem ou pararem de desejar um ao outro. Contudo, se fosse jogado fora ou acabasse nas mãos de outrem, por herança ou mero acaso, tumultuaria a vida alheia tentando controlar sua vontade para realizar sua função social. Enfim, o novo dono viraria um mulherengo, um libertino, ou se apressaria a casar.

Ilustração de Hokusai representando um chōchin-obake (1826/1837) e detalhe de uma ilustração de Yoshitoshi (1839-1892) figurando um provável kasa-obake ou morcego associado ao guarda-chuva. Ele pode ser a alma do objeto porque, em nihongo, uma das palavras sinônimas tanto de quirópteros quanto de guarda-chuvas é kōmori (コウモリ ou こうもり), por causa dos dedos e estruturas que suportam tecidos esticados. Cesar Gordon observou que em mebêngôkre, o idioma dos indígenas Kayapó, os guarda-chuvas também são chamados de morcegos (njêp).[24]

No início não havia nenhuma padronização da aparência de objetos mutantes na arte nipônica. E nem seria lógico se houvesse; afinal, eles têm poder de mutação. Hoje, contudo, a variação na aparência depende do tipo de item que os originou, assim como as condições de como o objeto estava. [25] Imagens da lanterna chōchin-obake (提灯お化け), do guarda-chuva kasa-obake (傘おばけ), do chinelo de palha bakezōri (化け草履) e doutros objetos que viram obake muitas vezes os mostram fazendo careta, com língua de fora, certamente por influência do padrão iconográfico estabelecido na era Kanei (1848-1853) pelo bonequeiro Hikoshichi Nishijinya (西陣屋彦七), natural da cidade Kumamoto, criador do boneco mecânico obake no Kinta (おばけの金太).

Arte em de papel machê: 1) Cabeças vermelhas e outros brinquedos obake no Kinta que exibem as línguas na Loja de Bonecos Atsuga (厚賀人形店), em Kumamoto, Japão.[26] 2) Máscara “O Linguarudo” representando o diabo, produzia por Dionísio (1909-2007), em Niterói, RJ, Brasil.

Este brinquedo folclórico tem aspecto duma cabeça humana ou animal de papel machê, fixada sobre haste de bambu, com engrenagens internas que permitem mover os globos oculares, abrir a boca e mostrar a língua quando puxamos uma corda.[27] Os descendentes de Hikoshichi Nishijinya ainda fabricam o brinquedo e explicam que seu nome era Kinta, porém alguém se assustou com o movimento e supôs ser um obake.

Oposição entre valores morais e pecuniários

Uma antiga lenda diz que Bodhidharma () atingiu o nirvana meditando durante nove anos numa caverna. Durante esse exercício meditativo ele permanecia imóvel, observando fixamente o vazio numa posição chamada bìguān (壁觀) ou “olhar perene” até suas pupilas ficarem reduzidas ao tamanho mínimo. Depois que o fundador do zen-budismo na China se mumificou em vida, os chineses começaram a esculpir santos e brinquedos verdadeiros sem pupilas em sua homenagem, transmitindo a tradição aos japoneses que hoje fabricam o boneco-amuleto Darumá (だるま).

Diz a lenda que Bodhidharma meditou em uma caverna por 9 anos sem nem ao menos piscar. Sua persistência foi tão forte, que ele continuou sem parar mesmo depois de seus braços, pernas e pálpebras caírem. Essa lenda (…) é a origem do formato redondo do Darumá. Os Darumás possuem mais peso na parte inferior para que fiquem de pé, não importa quantas vezes sejam derrubados.[28]

Na tradição zen-budista japonesa o devoto compra o Darumá cego, pinta uma pupila no olho esquerdo e faz um desejo. Quando o Bodhidharma atende este desejo o devoto retribui concedendo a visão do olho direito, desenhando a pupila que falta. Esses são bonecos inarticulados, humildes, feitos de materiais baratos, geralmente vendidos em feiras e festivais religiosos, mas também em lojas de souvenir. Ao fim de um ano é preciso devolver o Darumá para qualquer templo, onde ele será queimado num ritual, liberando o seu espírito. Esse ritual pode ser individual ou coletivo. Em razão da enorme demanda, desde 1954 o templo budista Nishiarai Daishi (西新井大師) promove o festival Darumá kuyō (だるま供養) onde milhares de exemplares são queimados juntos.

No Japão, China e Coréia do Sul é comum encontrar bonequeiros e vidraceiros produtores de olhos para bonecos de Resina PU com opções de íris monocromática, sem pupilas, disponíveis inclusive em cores fantasia como salmão e vermelho vivo. A artesã chinesa Heise Jin Yao (黑色禁药) é uma entre os muitos comerciantes de olhos para BJD que parodiam a iconografia do Darumá. Porém seus bonecos não são santos conservadores e ninguém os queimaria em sã consciência, pois hoje cada um chega a valer mil dólares americanos. Eles são personagens fantásticos de novelas de temática BDSM. Um deles, Huika (毁卡), teve o nome inspirado por Huìkě (慧可), discípulo de Bodhidharma, segundo patriarca da escola de zen-budismo na China, historicamente conhecido por haver sido um nobre de pouca virtude, pouca sabedoria, coração raso e mente arrogante, descendente direto de Sidarta Gautama.

O filme de horror coreano The Doll Master (인형사; 2004), dirigido por Yong-ki Jeong, foi patrocinado pela Ai Dolls, atual Custom House. Imagine como seria se a indústria estadunidense Mattel, produtora da boneca Barbie, patrocinasse um filme protagonizado por uma Bárbie assassina. Foi exatamente isto que a Custom House fez com seus preciosos produtos! Estariam decretando a obsolescência e recomendando aos proprietários que cremem todos os modelos antigos, a serem substituídos pela nova coleção? No Brasil juristas formulariam hipóteses de crime contra a economia popular; pois, se não destruir, papões com mãos geladas puxarão seus pés para baixo da cama!

Verificamos que o filme The Doll Master retrata fielmente a antiquíssima crença oriental de que certos objetos inanimados podem prejudicar seus donos quando tratados de modo irregular. Ou seja, que “se você se apegar a um objeto e andar sempre com ele a coisa pode formar uma alma”, e que objetos inanimados “como uma rocha, uma boneca ou uma casa” pela qual alguém se apega desmesuradamente, obsessivamente, acabam carregados de sentimentos deletérios que eles reproduzem e irradiam.

Esta obra de ficção apresenta vários resultados para o que acontece quando objetos feitos de Resina PU desenvolvem alma por culpa de seus donos: Damian, um boneco articulado por elásticos internos (BJD), foi adotado e transportado pela mesma pessoa durante dezenove anos, sete meses e vinte e oito dias. Esta mulher tímida se tornou ouvidora de vozes e dialogava com a coisa. Virou uma excluída social. No mesmo filme uma designer de bonecos encontrou um manequim sentado sobre um túmulo. O espírito vingativo do manequim passou para o corpo da mulher e começou a perseguir todos os descendentes do assassino do seu criador. A artesã possessa disse:

Eu acredito que meu trabalho da vida aos objetos inanimados. (…) Você nunca possuiu coisas às quais era apegado? Você já ficou triste após perder aquelas coisas? Eu penso que quando os objetos perdem seus donos, eles ficam tristes também. Você sabia que quando algo está perdido, há algumas ocasiões em que parece que ele nunca desapareceu do seu local de origem? Eles retornam para os seus antigos donos.

Mina, outra BJD, ganhou alma quando sua dona sofreu um acidente. Com o tempo a menina enjoou da boneca e jogou fora, mas a boneca não enjoou da menina. Mina passou a perseguir sua dona, inconformada com o descarte e esquecimento. A boneca era capaz de projetar seu espírito em forma humana diante da antiga proprietária, fazendo-a acreditar que dialogava com uma menina de verdade enquanto os outros a viam falar sozinha. Por isso aquela mulher deixou de ser uma modelo desinibida e bem sucedida. Ela acabou igualmente rotulada como louca.

O exemplo da BJD Mina, de The Doll Master, é idêntico ao da pequena boneca de porcelana Mary, que aparece no episódio 11 do anime Histórias de Fantasmas (学校の怪談; Japão, 2000), Mary reencontrou o caminho de casa e voltou, querendo brincar, mas só achou a filha órfã da sua falecida dona, que era bastante madura e não gostava de bonecas. O brinquedo problemático assombrou a adolescente até ser entregue a um templo budista onde um monge explicou que o certo teria sido cremar os pertences da falecida junto ao corpo na data do óbito. Enfim, nestas obras de ficção as almas dos brinquedos amados sempre requerem mais amor e as dos brinquedos maltratados devolvem a violência às pessoas. Assim todos continuam absorvendo energia alheia.

Propaganda da microempresa sul-coreana HyperManiac, onde são comercializados personagens da designer de bonecos Ka-Hyun.

No sexto episódio da série Witch Hunter Robin (2002), criada por Sunrise e pelo diretor de animação Shūkō Murase, uma jovem bruxa diagnosticada com transtorno de personalidade múltipla transfere suas personalidades para várias bonecas até restar só uma delas em sua mente.  No seriado Another (アナザー; 2012) a filha duma bonequeira extrai um olho tomado pelo câncer e equipa um olho de vidro, um olho de boneca, que transmuta e lhe dá capacidade de ver o mundo sob a perspectiva de um bakemono.

No segundo episódio da primeira versão do seriado Vampire Princess Miyu (吸血姫美夕; 1988), de Narumi Kakinouchi e Toshiki Hirano, algumas pessoas foram transformadas em bonecos articulados por uma criatura de mesma espécie que lhes prometeu beleza eterna. A energia emitida pelos embonecados sustentava o bakemono, porém a Princesa Miyu nada obteve ao mordiscar um aparentemente saboroso menino de plástico. No meio de tudo um personagem coadjuvante se recusou a comprar um brinquedo para sua filha: “Você não acha que as bonecas japonesas são assombradas? O folclore diz que o cabelo das bonecas cresce, e outras coisas deste tipo”.

No desenho animado Dantalian no Shoka (ダンタリアンの書架), sexto capítulo Funsho kan (焚書官), que foi ao ar no Japão pelo canal TV Tokyo, em 19/08/2011, os personagens protagonistas descobrem que todos os coadjuvantes moradores duma cidade misteriosa são bonecos articulados transformados por meios mágicos em shikigami (式神) para servirem de receptáculo das almas dos mortos.[29]

Isto parece uma versão em roteiro de horror da história real da aldeia Nagoro, situada na ilha de Shikoku, Japão, onde a artesã Tsukimi Ayano (月見綾乃) enfeitou áreas públicas e prédios vazios com centenas de bonecos de pano forrados com palha, jornal, etc., para combater a solidão, de modo que sua arte ocupa hoje os lugares dos mortos e dos moradores abduzidos pelo êxodo rural. Esses bonecos são mantidos limpos e substituídos quando se deterioram. Quando a quantidade de falsas pessoas superou a população humana na proporção de dez para um, agências de turismo passaram a chamar Nagoro de Kakashi No Sato (かかしの里), a Vila dos Espantalhos.[30]

Bonecos para um vampiro

Na primeira vez em que assisti ao filme Higanjima (彼岸島; Japão, 2010) pensei que Miyabi (雅) fosse um baquemono tsukumogami pois este personagem, interpretado pelo ator e modelo fashion Louis Kurihara (栗原 類), têm uma presença estética bastante diferenciada da dos demais vampiros. O seu nome significa elegância, refinamento ou cortesania, podendo designar um metrossexual, um destruidor de corações. Enfim, ele parece um boneco e foi achado num templo repleto de bonecos. Além do mais, o jogo Ragnarök Online apresenta uma versão da futa-kuchi-onna (二口女) chamada Miyabi Ningyō (雅人形) vivendo num mapa que obviamente inspirou a criação do labirinto que aparece no capítulo 295 do primeiro romance gráfico da outra franquia.

Miyabi (Louis Kurihara) em Higanjima (彼岸島; Japão, 2010).

Porém tudo se explica no capítulo 39 do romance gráfico, com roteiro e desenho de Kōji Matsumoto (松本 光司).[31] Uma mutação genética ocorrida numa família nobre criou os vampiros. Miyabi foi aprisionado num frigorífico. Durante os cinquenta e sete anos em que esteve preso os ilhéus oraram e construíram ao seu redor. Fizeram um altar para oferendas de alimentos e prosseguiram com as benfeitorias até o local virar um templo ornamentado com estantes de bonecos representando vampiros. No exterior erigiram um torii[32], uma escadaria e tudo que um templo tem direito. Enfim, tentou-se de tudo para apaziguar o vampiro exceto deixa-lo escapar do confinamento.  Foi assim até que um turista desinformado e curioso cometeu o erro de abrir a prisão.

Às vezes os seres humanos imaginam que deuses abstratos precisam de olhos e corpos para representação. O mesmo acontece com fantasmas. Em Chihuahua, México, uma loja de roupas chamada La Popular se transformou em atração turística por ostentar a mesma manequim na vitrine desde 25 de março de 1930. Esta manequim com olhos de vidro está sempre vestida de noiva e foi chamada de Pascualita por parecer com Pascuala Esparza, filha da primeira proprietária da loja, que morreu envenenada pela picada duma aranha viúva negra bem no dia do seu casamento.

Desde o início as pessoas espalharam a lenda urbana de que Pascualita observa os clientes da loja e muda de posição à noite. No Japão, a desenhista Naoko Takeucki parodiou uma lenda urbana semelhante: Até 1992 existia uma loja de vestidos de noiva num shopping de Minami Aoyama, que, para chamar atenção, posava uma manequim prestes a pular da janela do terceiro andar. Muitos transeuntes se assustaram pensando ser uma suicida e contaram estórias. Na versão fictícia do quinto ato do romance gráfico Sailor Moon esta noiva manequim[33] foi animada pela yōma (妖魔) do corpo redivivo do avatar dum shitenōu (四天王) controlado por poderes das trevas e pulava da sacada à noite procurando noivos para extrair energia (精力) e, com isso, nutrir o Dark Kingdom[34].

O sepultamento da cultura

Na vida real enquanto milhares de pessoas comparecem ao Darumá kuyō, dispondo peças para consolação e cremação, e bastante gente leva washi ningyō ao festival Hinamatsuri, como deve ser, somente poucas dezenas participam do ningyō kuyō. E mesmo assim a maioria leva washi ningyō, evitando o desapego de bens duráveis e dispendiosos que são o verdadeiro foco desta bonita cerimônia religiosa.

Fica óbvio que japoneses têm dó de entregar qualquer item superior a bichos de pelúcia. Coisas boas são revendidas, pois a maioria entende que o ideal é cremar no templo aquilo que se faz pelo templo e para o templo. Ou então os próprios monges preservam brinquedos seletos para a não-cremação conforme critérios misteriosos.

Se o problema ainda não ficou claro observem o polêmico artesão chinês Ryo Yoshida (吉田 凌) cremando duas bonecas de terracota que ele mesmo esculpiu, numa ilustração da monografia Articulated Doll, Anatomy of the Ball-Jointed Maiden (2007). Tenha em mente que seis bonecas articuladas, em tamanho humano, esculpidas por Ryo Yoshida entre os anos 1986 e 1999 constam na exposição permanente 球体関節人形展・Dolls of Innocence, do Museu Nacional do Japão.[35] Estando o artista vivo e atuante, o valor mínimo para essa categoria de arte gira em torno do equivalente a quatro mil dólares americanos. Então são pelo menos oito mil dólares em obras de arte com qualidade de museu crepitando no fogo. (Pense no Coringa queimando dinheiro).

O que acontece quando monges pedem para cremar uma categoria de bonecos que custa vários salários mínimos? O homem médio obedece ou questiona? Um artista consagrado como Ryo Yoshida pode se dar ao luxo de capitalizar a religião vendendo livro e postais com foto do rito secular, porém os colecionadores guardam itens valiosos mesmo que sejam objetos agourentos. Geralmente, quando solicitado, o colecionador leva qualquer treco dizendo “este é meu boneco”, os monges educadamente fingem que foram enganados e os bonequeiros se divertem desconstruindo o dogma.

A ideia duma dimensão espiritual intrinsecamente relacionada à produção de bonecos aparece ludicamente sugerida nos nomes-fantasia de microempresas sul-coreanas e chinesas, surgidas no século XXI, fabricantes de peças em Resina PU, a exemplo da Loong Soul (龙魂人形社; alma de dragão), Immortality of Soul (imortalidade da alma), Resin Soul (alma de resina), Souldoll (boneca com alma), Angel Studio (fábrica de anjos), Illusion Spirit (espírito ilusório), etc. No catálogo da Souldoll o nome do modelo Kagel vem de kage (影, sombra) e ele existe nas versões humano e vampiro.

O ateliê chinês ★ANother Secret★ produz cabeças para montagem de bonecos e possui uma coleção chamada Hyakki Yakō (百鬼夜行) que leva o nome duma folclórica parada onde uma centena de yōkai percorre as ruas à noite, aterrorizando os humanos.

Esses bonecos orientais de Resina PU destinados ao nicho do hobby específico já não são tão enormes e dispendiosos quanto as peças de terracota e porcelana fria em escala 1/1, mas ainda são maiores que a escala 1/6 adotada perlo padrão ocidental, custando em média de trezentos a setecentos dólares, salvo casos excepcionais.

Por que os bonequeiros do século XXI descontroem e subvertem a religiosidade popular? Quem fabrica peças para consumo em território nacional e internacional são predominantemente mulheres vivendo em países onde a lei e os costumes estabelecem salário diferenciado para o sexo masculino, a fim de assegurar a posição hierárquica do homem como arrimo de família. A existência de artistas de sexo feminino ganhando mais do que o homem médio nas indústrias de publicação de mangás shoujo e josei, nas fábricas de bonecos, etc., quebra todos os tabus. Elas chefiam os seus negócios.

A classe conservadora se mostra hostil às mulheres trabalhadoras e seus iguais, que retribuem com deboche e – no caso das bonequeiras – chegam a utilizar o ônus do folclore como propaganda indireta ao promover produções de horror, como The Doll Master (2004) e Rozen Maiden – Träumend (2005). Afinal, já dizia o velho bordão: “falem mal, mas falem de mim”. Entretanto, não podemos descartar a possibilidade de às vezes estarmos importando objetos feitos por algumas pessoas que sinceramente acreditam na tradição local e tiveram a intenção de nos vender seus receptáculos de programação energética sujeitos ao ganho de vida artificial.

Resumo geral: fluxo e refluxo energético

A queima de artefatos não é uma realidade apagada no ocidente. No Brasil, nos Estados Unidos e noutros lugares onde organizações religiosas cristãs possuem grande influência no ambiente cultural, existe uma ostensiva propaganda de “batalha espiritual” ordenando o exorcismo de pessoas e a queima de determinados objetos passíveis de canalizar a possessão demoníaca (normalmente brinquedos, revistas em quadrinhos, filmes, discos de vinil, camisetas com estampa de banda musical, livros de biologia lecionando sobre os princípios da seleção natural e da ancestralidade comum, etc.).

Isso é diferente do que acontece no oriente porque o cristão queima os objetos proscritos com desdém, em nome Jesus, lutando contra o Diabo, enquanto o zen-budista crema com respeito. O bakemono do folclore nipônico não é um objeto possuído por anjo rebelde. Ele ficou impregnado de energia desprendida por um ou mais humanos e fixou-a como uma espécie de programação, passando então a reproduzi-la e irradiá-la. Ou seja, qualquer objeto pode adquirir o poder de congelar sentimentos havidos à época de seu uso. Por isso quando qualquer coisa absorve um malefício o prejuízo se torna parte da coisa e ela precisa ser destruída, mesmo que seja uma estátua de santo.

A sabedoria oriental aconselha a consolar e cremar, como se morto fosse, quase tudo que vira bakemono porque não é possível transformar tantas coisas em artigos de devoção. Se uma coisa dessas for doada para caridade ou jogada no lixo ela continuará amando e sofrendo, ficará ressentida e retornará ao usuário, podendo expressar desejo de vingança. Depois, em caso de morte do usuário, a herança buscará os herdeiros.

O ser humano exala grandes quantidades de energia durante momentos de angústia, stress, paixão, etc. A energia exalada por um estressado, por exemplo, ficaria impregnada na casa como a poeira que se acumula atrás dos móveis. Isso faria com que os objetos inanimados se transformassem em verdadeiros depósitos de stress. Visitas que sentassem num sofá estressado perderiam a alegria e ficariam estressadas em decorrência da contaminação. Nem o proprietário da coisa conseguiria melhorar e mudar de humor, pois ele continuaria a absorver e exalar o seu próprio baixo astral.

Todos nós conhecemos contos folclóricos sobre imóveis que influenciam novos habitantes porque, no passado, houve ali algum crime violento ou alguém morreu de doença grave, em intensa agonia. Antigos hospícios enlouquecem visitantes. Antigas prisões e cemitérios geralmente são mal assombrados. Museus também. Todavia nem todos as coisas são tão grandes ou carregam experiências tão intensas. A diferença entre uma boneca carregada, uma memorabilia nupcial e uma espada de guerra é que a boneca quer brincar, a memorabilia quer presenciar o amor e a espada quer matar.

Várias narrativas descrevem coisas dotadas de pouca inteligência, emotividade excessiva e inclinação ao cometimento de crimes passionais. Quem descarta algo que foi um dia muito amado deixa a coisa saudosa, indignada, ciumenta e enraivecida.  Um bakemono criado a partir dum objeto superestimado será intensamente passional. Quando um homem vive intensamente a paixão por uma companheira ele está feliz, mas quando o sentimento acaba e a mulher rejeitada demonstra um ciúme doentio, ela o persegue e o faz infeliz. Com bakemono é a mesma situação.

Um objeto dotado de espírito precisa ser consolado em sinal de agradecimento e, depois, diluído em água corrente ou cremado para que descanse em paz após a prestação de serviços. Depois que um item não descartável promove uma cura absorvendo um malefício por osmose, a energia negativa absorvida se torna parte da coisa e o objeto precisa receber limpeza espiritual para não causar um refluxo, um efeito reverso, contaminando o ambiente.

Quem não deseja mudar de atitude ou opinião não precisa cremar o bakemono. Ele é literalmente sua alma gêmea (a menos que esteja possuído por um yōkai). Tem gente que programa cristais para catalisar a energia canalizada pelo Eu superior na intenção de auxiliar a si mesmo a manter o foco no serviço ou num objetivo a ser alcançado. Tudo bem se você se apaixonar por um brinquedo, permanecer com ele durante setenta anos e alguém depositar isto no seu túmulo. Provavelmente vocês serão felizes para sempre. O problema não existirá até que você deixe de ter prazer na interação com algo que passou a lhe causar vergonha e incômodo, que te deixa infeliz e escraviza como um vício. Desse jeito este velho amigo pode paralisar a vida do dono.

Não importa se o folclore alerta sobre a possibilidade de o espírito do vampiro de brinquedo sair do baú à noite para penetrar nos seus sonhos e mordiscar seu pescoço. As vezes a carga mitológica só agrega valor ao item de estimação, assim como histórias de fantasmas incitam a curiosidade sobre prédios históricos. Certa vez, no programa Trato Feito, o proprietário duma estátua de cavalo forjada no velho oeste estadunidense ficou feliz por encontrar nela um furo porque no que diz respeito às antiguidades do velho oeste “buracos de bala sempre deixam a coisa interessante”.

Bibliografia recomendada:

AMBROSIUS, Mario. 球体関節人形展・Dolls of Innocence. Tokyo, Nippon Television Network Corporation, 2004. 152p.

ITO, Eika (伊藤 叡香). Washi ningyō o tsukuru和紙人形を創る」. Japão, MPC (エムピーシー), 01/06/2002. 140p

YOSHIDA, Ryo. Articulated Doll, Anatomy of the Ball-Jointed Maiden.解体人形 吉田良人形作品集」. Japão, Editions Treville, 2007. 152p.

Notas:

[1] O termo bake (化け), “transformando”, é a forma ren’yōkei (連用形), correspondente ao nosso gerúndio, do verbo bakeru (化ける), “transformar” ou “mudar”.

[2] Todos os catálogos virtuais de folclore escritos em idiomas ocidentais classificam o bakemono dentro da categoria ontológica yōkai (妖怪). Porém na série Natsume Yūjinchō (夏目友人) o protagonista explica que existem diferenças entre bakemono e yōkai. “Se você conseguir beber sem se embebedar, você deve ser um bakemono…”.

[3] O animismo é a cosmovisão em que entidades não humanas possuem uma essência espiritual.

[4] WIKTIONARY, verbete 「霊魂」. URL: <https://en.wiktionary.org/wiki/%E9%9C%8A%E9%AD%82>. Acessado em 19/04/2022 14h16.

[5] TRAVI, Mauricio. A misteriosa lenda da boneca japonesa Okiku. Em: DANJOU, publicado em 08/06/2018. URL: <https://www.danjou.com.br/post/2018/06/08/a-misteriosa-lenda-da-boneca-japonesa-okiku>.

[6] NINGYOO – BONECAS. © 2003 Aliança Cultural Brasil Japão de Joinville. Texto salvo do Geocities em outubro de 2009. Acessado em 28/04/2022 às 19h. <URL: http://www.oocities.org/br/japaojoinville/ningyoo.htm>.

[7] ABUMI-GUCHI. Em: Yōkai Wiki. Acessado em 14/05/2022. URL: <https://yokai.fandom.com/wiki/Abumi-Guchi>.

[8] TEZUKA, Osamu. 無残帖Cruel. Em: TEZUKA, Osamu. Dororo: Volume 2. São Paulo, New Pop, 2011, p 07.

[9] Talvez não seja inútil mencionar o MMORPG coreano Ragnarök Online onde os avatares do jogador combatem cavalos pegando fogo chamados “pesadelos sombrios”.

[10] DORORO WIKI, verbete Dororo no Uta. URL: <https://dororo.fandom.com/wiki/Dororo_no_Uta#English>. Acessado em 18/04/2022 16h02.

[11] TUZI. Tsukumogami: yōkai de objetos antigos. Publicado na Radio Hero em 18/03/2021, 01h23. URL: <https://radiojhero.com/tsukinousagi/2021/03/tsukumogami-yokai-de-objetos-antigos/>.

[12] PAN. O que são os Tsukumogami: Os Objetos Possuídos. Publicado no blog Suco de Manga em 31/10/2021. URL: <https://sucodemanga.com.br/saiba-o-que-sao-os-tsukumogami-os-objetos-possuidos/>.

[13] TUZI. Tsukumogami: yōkai de objetos antigos. Publicado na Radio Hero em 18/03/2021, 01h23. URL: <https://radiojhero.com/tsukinousagi/2021/03/tsukumogami-yokai-de-objetos-antigos/>.

[14] TSUKUMO-GAMI: OS ESPÍRITOS ZOMBETEIROS DE ANTIGOS ARTEFATOS JAPONESES. Publicado em Caçadores De Lendas, 06/2013. URL: <https://cacadoresdelendas.com.br/japao/tsukumo-gami-espirito-de-artefato/>.

[15] DAVE, Ronin. Japanese Doll Memorial with Geisha in Kyoto – Ningyo Kuyo 人形供養. Publicado no canal do autor no Youtube em 16/10/2015. URL: <https://www.youtube.com/watch?v=JwiDg7mMU5Q>.

[16] A MAGIA DAS BONECAS. Em: Super Interessante. Publicado em 31/07/1992, 22h00. Atualizado em 31/10/2016. URL: <Leia mais em: https://super.abril.com.br/historia/a-magia-das-bonecas/>.

[17] WIKIPEDIA, verbete Tsukumogami. URL: <https://en.wikipedia.org/wiki/Tsukumogami>. Acessado em 27/04/2022 17h06.

[18] PAN. O que são os Tsukumogami: Os Objetos Possuídos. Publicado no blog Suco de Manga em 31/10/2021. URL: <https://sucodemanga.com.br/saiba-o-que-sao-os-tsukumogami-os-objetos-possuidos/>.

[19] ITO, Eika (伊藤 叡香). Washi ningyō o tsukuru和紙人形を創る」. Japão, MPC (エムピーシー), 01/06/2002, p 30-31.

[20] Tsundoku (積ん読) é o hábito de comprar livros e deixá-los de lado sem ler.

[21] RIBEIRO, Aline. Guia Conhecer Fantástico Extra: Samurai & Ninja. São Paulo, OnLine, 2015, p 31.

[22] TUZI. Tsukumogami: yōkai de objetos antigos. Publicado em Rádio Hero, em 18/03/2021, 01h23. URL: <https://radiojhero.com/tsukinousagi/2021/03/tsukumogami-yokai-de-objetos-antigos/>.

[23] Um Kasa Obake (傘お化け) é também chamado Karakasa Obake (唐傘お化け) ou Karakasa Kozo (唐傘小僧).

[24] GORDON, Cesar. Economia selvagem: Ritual e mercadoria entre os índios Xikrin – Mebêngôkre. São Paulo SciELO – Editora UNESP, 2006, p 356-357.

[25] TSUKUMO-GAMI: OS ESPÍRITOS ZOMBETEIROS DE ANTIGOS ARTEFATOS JAPONESES. Publicado em Caçadores De Lendas, 06/2013. URL: <https://cacadoresdelendas.com.br/japao/tsukumo-gami-espirito-de-artefato/>.

[26] SHIRAISHI, Yuta (白石雄太). Kumamoto no kyōdo omocha “obakenokinta” (熊本の郷土玩具「おばけの金太」). Publicado em Story Nakagawa, 27/08/2019. URL: <https://story.nakagawa-masashichi.jp/104515>.

[27] OBAKE NO KINTA お化けの金太 KINTA THE GHOST. Publicado na Daruma Pedia, em 26/05/2015. URL: <https://darumapedianews.blogspot.com/2015/05/mingei-kyushu-obake-no-kinta.html>.

[28] NISISHIMA, Leandro. A surpreendente história do boneco Daruma. Em: GO! GO! NIHON, 12/01/2022. URL: <https://gogonihon.com/pt/blog/boneco-daruma/>

[29] ANIME REVIEW: DANTALIAN NO SHOKA – 6. Publicado no blog Population GO, no Tumblr, em 24/08/2011. URL: <https://populationgo.tumblr.com/post/9338032459/anime-review-dantalian-no-shoka-6>.

[30] CONHEÇA NAGORO, A VILA JAPONESA ONDE BONECOS SUBSTITUEM OS MORTOS. Publicado no portal de notícias Mega Curioso. Acessado em 18/05/2022. URL: <https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/114824-conheca-nagoro-a-vila-japonesa-onde-bonecos-substituem-os-mortos.htm>.

[31] Higanjima (彼岸島) foi originalmente publicada na antologia de quadrinhos Shukkan Young Magazine (週刊ヤングマガジン), pela editora Kōdansha (講談社), desde 04/04/2003 até 06/12/2010.

[32] Um torii (鳥居) é um portão tradicional japonês encontrado na entrada ou dentro de um santuário xintoísta, onde simbolicamente marca a transição do mundano para o sagrado.

[33] NAVOK, Jay e RUDRANATH, Sushil K. Warriors of Legend: Reflections of Japan in Sailor Moon. South Carolina, BookSurge, 2006, p 51

[34] TAKEUCHI, Naoko. コードネームはセーラーV— 1. Japão, Kodansha Comics, 1993, ato 5, p 172-173.

[35] AMBROSIUS, Mario. 球体関節人形展・Dolls of Innocence. Tokyo, Nippon Television Network Corporation, 2004, p 66-71.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/asia-oculta/almas-vintage/

10 Vampiros que você talvez não conheça

Vampiros Existem? Depende para quem você pergunta. Se for para um cético ele vai citar o famoso livro de Bram Stoker e talvez alguns menos famosos, mas não menos importantes para a construção do mito como por exemplo “Não desperte o morto !” de Ludwig Tieck e vai tentar te convencer que tudo não passa de besteira.

Mas se você perguntar para alguém que ainda acha que velho e surrado planeta ainda guarda alguns mistérios você pode ser soterrado por uma avalanche de informações sobre tipos de vampiros – a saber, os mortos-vivos, os vivos e os psíquicos – e vai ficar sabendo de algo intrigante: há relatos sobre vampiros em várias culturas ao redor do globo terrestre, das Américas ao Japão.

Aí, se você colocar o cético e o crédulo frente a frente o cético vai rebater que isso não prova nada, só que o sangue tem grande importância no inconsciente humano e que até hoje esse vínculo permanece, por exemplo, na importância do sangue de Cristo para a remissão dos pecados entre os cristãos.

Já meio enfurecido, o crédulo poderia rebater que existem histórias reais de vampiros, como a da condessa Elisabeth Batory – sobre quem pretendo escrever um post detalhado qualquer dia desses – ao que o cético com certeza vai responder que a nobre húngara nada mais era do que uma sádica lésbica. Desse ponto em diante, os argumentos dos dois lados podem ficar confusos e, dependendo do temperamento de ambos, eles podem sair no tapa. Ou as duas coisas simultaneamente. E aí você vai ficar mais confuso ainda do que estava quando fez a pergunta.

Para resolver esse problema Depokafé, num esforço de reportagem que incluiu ler o maçante (mas rico em informações) livro Lendas de Sangue – O vampiro na história e no mito e navegar por incontáveis websites sobre vampiros compilou uma lista com os dez tipos (ou espécies, se você preferir) mais interessante de vampiros ao redor do mundo. Assim você poderá destilar toda a sua cultura inútil para seus amigos. Ou ainda ficar prevenido caso goste de viagens internacionais. Nunca se sabe, não é mesmo ?

1 – Pijavica

País de origem: Croácia.

O que causa o vampirismo: Incesto.

Como se livrar dele: Decapitação (mas cabeça tem que ser colocada entre as pernas antes de enterra-lo novamente).

2 – Vlkoslak, Mulo ou Dhampir

País de origem: Sérvia.

O que causa o vampirismo: Incesto (é, esse assunto é tabu).

Como se livrar dele: Cravar um prego na cabeça, pescoço ou umbigo (eu ouvi alguém aí falar em chacras ?).

3 – Strigoiul ou Moroiul

País de origem: Romênia.

O que causa o vampirismo: ser um filho ilegítimo de pais também nascidos fora do casamento (naquela época devia ser raro, se fosse hoje em dia…).

Como se livrar dele: Golpear o coração com uma estaca de madeira ou cravar um prego na cabeça, pescoço ou umbigo.

Na Romênia existe ainda a distinção entre os vampiros mortos, chamados de Strigoiul Morti, e os vampiros vivos, os Strigoiul Vii, que eram bruxos que abandonam os seus corpos para vampirizar psiquicamente as suas vitimas.

4 – Vrykolaka

País de origem: Macedônia

O que causa o vampirismo: Ritos fúnebres não eram seguidos corretamente ou quando uma criança não batizada morria.

Como se livrar dele: Cravar um prego na cabeça, pescoço ou umbigo.

5 – Upior ou Upyr

Países de origem: Rússia e Polônia

O que causa o vampirismo: Ser filho de uma bruxa ou lobisomem ou nascer com dentes. Ou ambos, suponho.

Como se livrar dele: Golpear o coração com uma estaca de madeira, mas somente uma vez. Se fosse golpeado mais de uma não faria efeito.

Métodos de prevenção: Enterrar o suspeito de ser vampiro de bruços, para que ele ficasse cavando eternamente para o lado errado (engenhoso, não ?) ou pegar o sangue do suposto vampiro, misturar na massa do pão e comer (blergh !).

6 – Langsuir

País de origem: Malásia.

O que causa o vampirismo: mulheres que morriam de parto após darem a luz a um nati-morto.

Como se livrar dele: Cortar os cabelos e as unhas e os enfiar num buraco que elas tem atrás do pescoço.

7 – Adze

País de origem: Gana.

Particularidades: Assume a forma de um vaga-lume (!!!). Se alimenta de sangue de crianças, azeite de dendê e água de coco. Ele se daria bem na Bahia, como vocês podem perceber. Outro tipo de vampiro ganês é o obayifo que tem o poder de estragar as colheitas.

8 – Brahmaparush

País de origem: Índia.

Particularidades: Na Índia há tipos de vampiros para todos os gostos. Existem inclusive deuses vampiros. O Brahmaparush entrou para a lista porque é particularmente aterrador pois bebe o sangue das vítimas pelo crânio e depois come seus cérebros, sendo assim uma espécie de vampiro e zumbi.

9 – Danag

País de Origem: Filipinas

Particularidades: O Danag tem uma lenda interessante a seu respeito. Conta-se que foi aliado do homem até o dia em que uma mulher (sempre elas) cortou o dedo perto de um deles e ao provar o sangue humano ele se tornou obcecado por sangue. Nas Filipinas há ainda o Aswang, que se alimenta exclusivamente do sangue de crianças.

10 – Talamaur

País de origem: Austrália

Particularidades: Caso raro de vampiro vivo, semelhante a um sapo que extrai qualquer força vital residual ainda existente em um cadáver recente. Na Austrália há também o Yara-mara-yha-who, uma criatura pequena que saltava sobre as suas vítimas e sugava seu sangue através de ventosas nas pontas dos dedos.

Depokafé

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/10-vampiros-que-voce-talvez-nao-conheca/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/10-vampiros-que-voce-talvez-nao-conheca/

do Vampiro Histórico

Primeiro artigo de uma série sobre vampirismo, intercalado aos outros assuntos do blog, começando com uma breve história do vampirismo no imaginário popular.

O mito do Vampiro assombra e fascina a mente humana desde tempos imemoriais, estando presente em diversas culturas e em seus respectivos folclores sob as mais variadas formas, mas com certos pontos em comum, como sendo mortos-vivos que retornam de seus túmulos e alimentando-se de sangue humano, tendo sua maior expressão na mitologia da Idade Média na Europa Cristã. Apresento aqui um breve resumo, do Vampiro histórico, ao Vampiro Literário e sua presença no cinema moderno:

-Pré História – Crenças e mitos sobre vampiros emergem nas culturas do mundo inteiro.

-1047 – Primeiras aparições, na forma escrita, da palavra Upir (forma primitiva da palavra que mais tarde se tornaria “vampiro”) num documento se referindo a um príncipe russo como “Upir Lichy”, ou Vampiro Perverso.

-1190 – De Nagis Curialium, de Walter Map, inclui relatos de seres vampíricos na Inglaterra.

-1196 – Chronicles, de Willian de Newburgh, registram diversas histórias de fantasmas vampíricos na Inglaterra.

-1428/29 – Nasce Vlad Tepes, filho de Vlad Dracul.

-1436 – Vlad Tepes se torna príncinpe da Wallachia e se muda para Tirgoviste.

-1442 – Vlad Tepes é aprisionado com seu pai pelos turcos.

-1443 – Vlad Tepes se torna refém dos turcos.

-1447 – Vlad Dracul é decapitado.

-1448 – Vlad conquista brevemente o trono da Wallachia. Destronado, vai para a Moldávia e se torna amigo do príncipe Stefan.

-1451 – Vlad e Stefan fogem para a Transilvânia.

-1455 – Queda de Constantinopla.

-1456 – John Hunyadi ajuda Vlad Tepes a conquistar o trono da Wallachia. Vladislav Dan é executado.

-1458 – Mathias Corvinus sucede a John Hunyandi como rei da Hungria.

-1459 – Massacre dos boiardos na Páscoa e reconstrução do Castelo de Drácula. Bucareste é estabelecida como o segundo centro do governo.

-1460 – Ataque sobre a cidade de Brasov, na Romênia.

-1461 – Campanha bem-sucedida contra os agrupamentos turcos ao longo do Danúbio. Retirada, no verão, para Tirgoviste.

-1462 – Após a batalha no Castelo de Drácula, Vlad foge para a Transilvânia. Vlad inicia período de treze anos na prisão.

-1475 – Guerras de Verão na Sérvia contra os turcos. Novembro: Vlad retoma o trono de Wallachia.

-1476/77 – Vlad é assassinado.

-1560 – nasce Elizabeth Bathory.

-1610 – Bathory é presa por ter matado centenas de pessoas e ter nadado em seu sangue. Julgada e condenada, é sentenciada à prisão perpétua.

-1614 – Elizabeth Bathory morre.

-1645 – Leo Allatius acada de escrever o primeiro tratado moderno sobre os vampiros, De Graecorum hodie quirundam opinationabus.

-1657 – Fr. Françoise Richard escreve Relation de ce qui s’est passé à Sant-Erini Isle de l’Archipel ligando o vampirismo à bruxaria.

-1672 – Onda de histeria vampírica varre Istra.

-1679 – Philip Rohr escreve De Masticatione Mortuorum, um texto alemão sobre os vampiros.

-1710 – A histeria do vampiro varre a Prússia oriental.

-1725 – A histeria do vampiro volta à Prussia oriental.

-1725/30 – A histeria do vampiro continua na Hungria.

-1725/32 – A onda da histeria do vampiro na Sérvia austríaca produz os famosos casos de Peter Plogojowitz e Arnold Paul (Paole).

-1734 – A palavra vampyre entra para a língua inglesa traduzida de relatos alemães sobre as ondas de histeria vampíricas européias.

-1744 – O Cardeal Giuseppe Davanzati publica seu tratado Dissertazione sopre I Vampiri.

-1746 – Dom Augustin Calmet publica seu tratado sobre os vampiros, Dissertations sur les Apparitions des Anges, des Démons et des Esprits, et sur les revenants, et Vampires de Hundrie, de Bohême, de Moravie, et Silésie.

-1748 – É publicado o primeiro poema moderno de vampiros, “Der Vampir”, por Heinrich August Ossenfelder.

-1750 – Outra onda de histeria vampirica ocorre na Prússia oriental.

-1755 – A Imperatriz Maria Theresa, da Áustria, instaurou leis contra a exumação de corpos na região eslava e na Áustria.

-1756 – A histeria do vampiro atinge o pico na Wallachia.

– 1765 – O naturalista francês Louis Lecrerc de Buffon batizou uma espécie de morcego do Novo Mundo de ‘vampiro’ em seu livro Histoire Naturelle ao descobrir sua alimentação à base de sangue, e a sua habilidade de chupar o sangue de pessoas e animais sem acordá-los associando assim o morcego pela primeira vez ao mito do vampiro.

-1772 – A histeria do vampiro ocorre na Rússia.

-1797 – Publicação do poema de Goethe “Bride of Corinth” (poema concernente ao vampiro).

-1780/1800 – Samuel Taylor Coleridge escreve “Christabel”, considerado hoje como o primeiro poema sobre vampiros em inglês.

-1800 – I Vampiri, ópera de Silvestro de Palma, estréia em Milão, Itália.

-1801 – “Thalaba”, de Robert Southey, é o primeiro poema a mencionar a palavra vampiro, em inglês.

-1810 – Circulam no norte da Inglaterra reatos de ovelhas com a juguar cortada e o sangue drenado. Publicação de “The Vfampyre”, de John Stagg, um dos primeiros poemas sobre vampiros.

-1813 – O poema de Lord Byron, “The Giaour”, inclui o encontro de um herói com um vampiro.

-1819 – The Vampyre, de John Polidori, a primeira história de vampiros em inglês, é publicada na edição de Abril do New Monthly Magazine. Esta obra é considerada por muitos a origem do Vampiro na Ficção moderna. John Keats compõe “The Lamia”, um poema calcado em antigas lendas gregas.

-1820 – Lord Ruthwen, ou Les Vampires, de Cypren Berard, é publicado anonimamente em paris, em 13 de junho; Le Vampire, a peça de Charles Nodier, estréia no héatre de la Pore Saint-Martin, em Paris; agosto: The Vampire/ or The Bride os the Isles, uma tradução da peça de James R. Planché, estréia em Londres.

-1829 – Março: a ópera de Heinrich Marshner, Der Vampyr, baseada na história de Nodier, estréia em Leipzig.

-1841 – Alexey Tolstói publica seu conto, “Upyr”, quando morava em Paris. É a primeira história moderna sobre vampiros escrita por um Russo.

-1847 – Nasce Bram Stoker. Começa a longa seriação de Varney the Vampire.

-1851 – A ultima obra dramática de Alexandre Dumas, Le Vampire, estréia em Paris.

-1854 – O caso do vampiro na familia Ray, de Jewett, Connecticut, é publicado nos jornais locais.

-1872 – Sheridan Le Fanu escreve “Carmilla”. Vincenzo Verzeni, na Itália, é condenado por assassinar duas pessoas e por ebber seu sangue.

-1874 – Relatos de Ceven, na Irlanda, informam que ovelhas tiveram o pescoço cortado e o sangue drenado.

-1888 – Editado o Land Beyond the Forest, de Emily Gerard. Vai se tornar a principal fonte de informações sobre a Transilvânia para o Dracula, de Bram Stoker.

-1894 – O conto de H. G. Wells, “The Flowering of the Strange Orchild”, é o precursos das histórias de ficção científica sobre vampiros.

-1897 – Dracula, de Bram Stoker, é publicado em Londres. “The Vampire”, de Rudyard Kipling, se torna uma inspiração para a criação do vampiro como um personagem estereotipado no palco e na tela.

-1912 – The Secret of House nº 5, possivelmente o primeiro filme sobre vampiros, é produzido na Grã-Bretanha.

-1913 – É publicado Dracula’s Guest, de Stoker.

-1920 – Dracula, o primeiro filme baseado no livro, é produzido na Russia. Não há copias.

-1921 – Cineastas Húngaros produzem uma versão de Drácula.

-1922 – Nosferatu, um filme mudo alemão, é produzido pela Prana Films, é a terceira tentativa de filmar Drácula.

-1924 – A versão de Dracula para o palco, de Hamilton Deane, estréia em Derby. Fritz Haarmann, de Hanover, Alemanha, é preso, julgado e condenado por matar mais de vinte pessoas numa orgia criminal vampirica. Sherlock Holmes tem seu único encontro com um vampiro em “The Case of the Sussex Vampire”.

– 1927 – 14 de fevereiro: versão para o palco de Dracula estréia no Little Theatre de Londres. Outubro: a versão americana de Dracula, estrelando Bela Lugosi, estréia no Fulton Theatre de New York. Tod Browning dirige Lon Chaney em London After Midnight, o primeiro longa-metragem sobre vampiros.

– 1928 – A primeira edição do influente trabalho de Montague Summers, The Vampire: His Kith and Kin, aparece na Inglaterra.

-1929 – O Segundo livro de Montague Summers, The Vampire in Europe, é pulicado.

-1931 – Janeiro: avant-première da versão espanhola Dracula. Fevereiro: versão americana para o cinema, Drácula, com Bela Lugosi, estréia em Roxy Theatre, em New York. Peter Kiirten, de Diisseldorf, Alemanha, é executado após ser julgado culpado de assassinar várias pessoas numa orgia vampirica.

-1932 – Lançado o altamente aclamado filme Vampyr, dirigido por Carl Theodor Dreyer.

-1936 – Lançado o filme Dracula’s Daughter, pela Universal Pictures.

-1942 – “Asylum”, a primeira história sobre um vampiro alienígena, de A.E.Van Gogt.

-1943 – Son of Dracula (Universal Pictures) com Lon Chansey Jr., como Drácula.

-1944 – John Carradine interpreta Drácula pela primeira vez em Horror of Frankenstein.

-1953 – Dracula Istanbula, um filme turco adaptado de Dracula, é lançado. Série nº 8 inclui a primeira história em quadrinhos adaptada de Dracula.

-1954 – O Código das Histórias em Quadrinhos bane os vampiros. I Am Legend, de Richard Matheson, apresenta o vampirismo que altera o corpo.

-1956 – John Carradine interpreta Drácula na primeira adaptação para a televisão no programa Matinee Theater. Kyuketsuki Ga, o primeiro filme japonês sobre vampiros é lançado.

– 1957 – O primeiro filme Italiano sobre vampiros, I Vampiri, é lançado. O produtor americano Roger Corman faz o primeiro filme de ficção científica sobre o vampiro, Not of This Earth. El Vampiro, com German Robles, é o primeiro de uma série de filmes mexicanos sobre vampiros.

-1958 – A Hammer Films, da Grã-Bretanha, inicia uma nova onda de interesse pelos vampiros com o seu primeiro filme Dracula, lançado nos Estados Unidos como The Horror of Dracula filme que lançou Christopher Lee no papel de Drácula, interpretando o mesmo como um conde violento, dinâmico e fisicamente poderoso, apresentando a peculiaridade que se seguiria nos romances de vampiros: caninos afiados. O primeiro número de Famous Monsters of Filmland assinala um novo interesse pelos filmes de horror nos Estados Unidos.

-1959 – Plan 9 from Outer Space é o último filme de Bela Lugosi.

-1961 – The Bad Flower é a primeira adaptação coreana de Dracula.

-1962 – Fundação da Count Dracula Society, em Los Angeles, por Donald Reed.

-1964 – The Munsteers e A Familia Addams, duas comédias de horror com personagens vampiricos, abrem a temporada de outono na televisão.

-1965 – Jeanne Youngson funda The Count Dracula Fan Club. The Munsters, baseado na série de TV do memso nome, é a primeira série de histórias em quadrinhos que destaca um personagem vampirico.

-1966 – Dark Shadows estréia na rede ABC, na programação da tarde.

-1967 – Abril: no episódio 210 de Dark Shadows, o vampiro Barnabas Collins faz sua primeira aparição.

-1969 – O primeiro número de Vampirella, a história em quadrinhos de maior duração até hoje, é lançado. Denholm Elliot fazz o papel-titulo na série Dracula, produção televisiva da BBC. Does Dracula Realy Suk? (Dracula and the Boys) é lançado como o primeiro filme a apresentar um vampiro gay.

-1970 – Christopher Lee estrela em El Conde Dracula, adaptação espanhola de Drácula. Sean Manchester funda The Vampire Research Society.

-1971 – A Marvel Comics lança a primeira cópia de um livro sobre vampiros pós-Código das Histórias em Quadrinhos, The Tomb of Dracula. Morbius, o Vampiro Vivo, é o primeiro novo personagem introduzido após a revisão do Código, que permitiu o reaparecimento de vampiros em histórias de quadrinhos.

-1972 – The Night Stalker, com David McGavin, se torna o filme de TV mais visto até essa data. Vampire Kung-fu é lançaod em Hong Kong como o primeiro de uma série de filmes de artes marciais vampíricos. In Search os Dracula, de Raymond T. McNally e Radu Florescu, introduz Vlad, o Empalador, o Drácula Histórico, ao mundo dos fãs do vampiro contemporâneo. A dream of Dracula, de Leonard Wolf, complementa o trabalho de McNally e de Florescu ao chamar a atenção para a lenda do vampiro. True Vampires os History, de Donald Glut, é a primeira tentativa de juntar as histórias de todas as figuras históricas de vampiros. Stephen Kaplan funda The Vampire Research Center.

-1973 – A versão de Dracula, da Can Curtis Productions, apresenta o ator Jack Palance num filme feito para a TV. Vampires, de nancy Garden, inicia uma onda de literatura juvenil para crianças e jovens.

-1975 – Fred Saberhagen propõe que se veja Dracula mais como um herói do que como vilão em The Dracula Tape. The World of Dark Shadows é fundada como a primeira fanzine Dark Shadows.

-1976 – Publicaçãod e Interview With the Vampire, de Anne Rice. Stephen King é recomendado para o World Fantasy Award por seu romance Salem’s Lot. Shadowcon, a primeira covnenção nacional Dark Shadows, é organizada pelos fãs de Dark Shadows.

-1977 – Uma nova e dramática versão de Dracula estréia na Broadway, com Frank Langella. Louis Jordan faz o papel principal em Count Dracula, uma versão de três horas do romance de Bram Stoker, na TV BBC. Martin V. Riccardo funda o Vampire Studies Society.

-1978 – O livro Hotel Transylvania, de Chealsea Quinn Yarbro, junta-se aos voumes de Fred Saberhagen e Anne Rice como um terceiro grande esforço para iniciar uma reavaliação do mito do vampiro durante a década. Eric Held e Dorothy Nixon fundam o Vampire Information Exchange.

-1979 – Baseado no sucesso da nova produção da Broadway, a Universal Pictures refilma Dracula (1979), com Frank Langella. A gravação pela banda Bauhaus de “Bela Lugosi’s Dead” torna-se o primeiro sucesso do novo movimento de rock gótico. Shadowgram é fundada como uma fanzine Dark Shadows.

-1980 – A Bram Stoker Society é fundada em Dublin, na Irlanda. Richard Chase, conhecido como o Drácula Assassino de Sacramento, Califórnia, comete suicídio na prisão. A World Federation of Dark Shadows Clubs (atualmente Dark Shadows Official Fan Club) é fundada.

-1983 – Na edição de dezembro de Dr Strange, o ás ocultista da Marvel Comics mata todos os vampiros do mundo, banindo-os assim da shistórias em quadrinhos pelos seis anos seguintes. É fundado o Dark Shadows Festival para anfitriar a convenção anual de Dark Shadows. Hunger, filme baseado no romance de Whitley Streiber (1981).

-1985 – Publicação do livro The Vampire Lestat, de Anne Rice, que alcança a lista dos best-sellers. Lançamento do filme Fright Night (A Hora do Espanto).

-1987 – O filme Lost Boys;

-1989 – A derrubada do ditador romeno Nicolae Ceaucescu abre a Transilvânia para os fãns de Dracula. Nancy Collins ganha o Bram Stoker Award por seu romance Sunglass After Dark.

– 1991 – Lisa Jane Smith lança o livro de terror e romance Diários do Vampiro, The Vampire Diaries no original, sobre a vida de uma garota chamada Elena Gilbert que se vê ás voltas com dois irmãos vampiros. Dark Reunion, segundo livro da série, lançado em 1992, e após 16 anos lança a primeira parte dos novos títulos, intitulado The Vampire Diaries – The Return: Nightfall, publicado em 10 de feveriero de 2009. Vampire: The Masquerade, o mais bem-sucedido role-playing game, ou RPG, é lançado por White Wolf.

-1992 – Estréia Bram Stoker’s Dracula, dirigido por Francis Ford Coppola, considerado uma das melhores adaptações do filme para o cinema, com Gary Oldman no papel de Dracula e Winona Rider no papel de Mina Murray. Andrei Chikatilo, da Rússia, é condenado á morte após matar e vampirizar cerca de 55 pessoas. É lançado também o Romance Lost Souls, de Poppy Z. Bright. É Lançado também o filme Buffy, a Caça-Vampiros, dirigido por fran Rubel Kuzui.

-1994 – A versão cinematográfica de Interview With the ampire (entrevista com Vampiro), de Anne Rice, estréia com Tom Cruise no papel do Vampiro Lestat e Brad Pitt como Louis.

-1995 – Em maio, a International Transylvania Society of Dracula promove a Wrold Dracula Conference na Romênia.

-1996 – Os membros de um “culto” ao vampiro, liderados por Rod Ferrell, são presos pelo assassinato de duas pessaos na Flórida. Eles foram em seguida julgados e condenados por assassinato. Lançado Santanico Pandemonium (Um Drink no Inferno).

-1997 – O centenário de publicação do romance Dracula, de Bram Stoker, provoca um surto de atividades durante 1997 e 1998, incluindo o lançamento de diversos livros comemorativos, muitos programas para televisão e a criação de selos (no Canadá, na Irlanda, no Reino Unido e nos Estados Unidos). De 13 a 15 de junho, ocorreu em Whitby, na Inglaterra, o evento “Dracula the Centenary”, patrocinado pela Whitby Dracula Society. Em 13 de agosto, o serial killer Ali Reza Khoshruy Juran Kordiyeh, conhecido como “o vampiro de Teerã”, é executado publicamente no Irã. De 14 a 17 de agosto, ocorreu em Los Angeles a Dracula’ 97: A Centennial Celebration, o maior de todo os eventos que comemoraram o centésimo aniversário de publicação de Dracula. O evento foi patrocinado pelas divisões americana e canadense da Transylvania Society of Dracula e pelo Count Dracula Fan Club.

-1998 – Lançamento de Balde, Caçador de Vampiros, com Wesley Snipes no papel principal.

-2002 – Lançamento de Blade II, continuação da história do meio-vampiro Negro Blade.

-2004 – Blade Trinity, o terceiro filme da série é lançado.

-2005 – 5 de outubro: Stephenie Meyer publica: Twillight, adaptado ao cinema em 2008 sob o titulo Crepusculo, no Brasil;

-2006 – Lançado Blade: A nova Geração, e o seriado para TV Blade: The Series. 6 de setembro: Lança New Moon, segundo titulo da série Twillight, lançado no Brasil em 27 de setembro de 2008 e adaptado ao cinema em 20 de novembro de 2009.

-2007 – 7 de agosto: Lançado em inglês o livro Eclipse, da Saga Twillignt, em 16 de Janeiro, adaptado ao cinema em 30 de Junho de 2010, dirigido por David Slade.

-2008 – lançado em inglês o titulo breaking Dawn, da série Twillight em2 de agosto, e no Brasil em 26 de junho de 2009; a adaptação do livro será dividido em dois filmes: a primeira parte tem previsão de lançamento para 18 de novembro de 2011 e a segunda para 16 de novembro de 2012. Em 7 de Setembro estréia a Série de TV True Blood pela HBO, estreando no Brasil em 5 de Janeiro de 2010. Lançado o Filme “Deixa Ela Entrar”, onde a jovem Eli chamou a atenção do público ao mesclar tanto o lado existencial dos vampiros quanto o sanguinolento.

– 2009 – Lançado no Brasil o primeiro volume da série Vampire Diaries, chamado ‘O Despertar’, em novembro foi lançado o segundo volume, sob o nome de ‘O Confronto’, em março de 2010 foi lançado A Fúria, e em agosto de 2010 o Reunião Sombria. A nova trilogia O Retorno teve seu primeiro livro lançado em Dezembro de 2010, sob o titulo: Anoitecer.

Essa é uma breve explanação sobre a figura do Vampiro no ideário medieval, sua influência na literatura e no cinema até os dias de hoje, em breve falarei sobre poderes e fraquezas associadas ao vampiro literário, e a presença do Vampiro no Ocultismo, revisado e atualizado.

Fontes:

Wikipédia, no nomes de pesquisadores e consulta d lançamento dos livros e filmes citados

-O Livro dos Vampiros – A Enciclopédia dos Mortos-Vivos” – MELTON, J, Gordon, Makron Books, São Paulo, 1996.

-Enciclopédia dos Vampiros – Edição Compacta – MELTON, J. Gordon, M. Books do Brasil, São Paulo, 2008

#Filosofia #Mitologia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/do-vampiro-hist%C3%B3rico