A alma, ka ou duplo do homem pode tornar-se um espírito errante se as cerimônias funerárias não forem observadas. De especial importância são as provisões de comida e água que devem abastecer o morto, tal como foram encontradas nos túmulos e pirâmides descobertos pelos arqueólogos. A concepção da constituição física-metafísica do homem em mais de uma alma era conhecida no Egito.
O espírito sempre transcendia a realidade terrena porém, na tumba, permanecia a alma animal e era esta que consumia os alimentos e bebidas depositados no sepulcro. Sem isso, esta alma sairia vagando pelo mundo satisfazendo sua fome e sede ainda que fosse consumindo coisas imundas. O Livro dos Mortos refere-se insistentemente a esses casos, quando o fantasma bebe “águas sujas”.
Árabes e egípcios também receiam a ação dos fantasmas. No Egito o termo éfreet é aplicado tanto aos fantasmas quanto aos gênios do mal. Mr. Lane conta o caso de um criado, viciado em haxixe que encontrou, certo dia, falando sozinho, sentado no chão, do lado de fora da casa. Exigiu que voltasse ao serviço, mas o homem não respondia e continuava seu falatório sem responder. Irritado, o patrão insistiu e finalmente, o homem declarou: “O éfreet de um soldado turco está aqui, sentado neste chão, fumando seu cachimbo e recusa-se a ir embora”. O patrão nada via e atribuiu o comportamento do empregado aos efeitos da droga. Mais tarde, Mr. Lane descobriu que a casa era considerada assombrada e que, de fato, um soldado turco havia sido assassinado ali [RADCLIFF].
por Ligia Cabús
Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/fantasmas-no-egito-antigo/