Evangelhos Gnósticos – 28/06/08

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Palestra Pública – EVANGELHOS GNÓSTICOS – A herança de Nag Hammadi

Data: Sábado, dia 28 de junho de 2008

Horário: 15:30h

Entrada franca

Local: Auditório ABINEE, Avenida Paulista, 1439, 6º andar, próximo à estação Trianon-Masp do Metrô

Informações: saopaulo@rosacruzaurea.org.br – 11 3208-8682 – www.rosacruzaurea.org.br

ENTRADA FRANCA

Em dezembro de 1945 um camponês árabe fez uma espantosa e acidental descoberta arqueológica no Alto Egito na cidade de Nag Hammadi: numa caverna, protegidos em um grande pote de barro, 52 textos escritos há 1.500 anos, dentre eles, manuscritos, evangelhos gnósticos e outros textos apócrifos foram encontrados e traduzidos, tendo provocado enorme interesse tanto no meio acadêmico como no público em geral.

Qual é o significado desses evangelhos para a humanidade de hoje? Eles têm algo a acrescentar aos evangelhos que fazem parte do cânone bíblico? Qual o significado de Gnose ou Gnosis? Além de responder a essas perguntas, esta palestra abordará a história da descoberta da Biblioteca de Nag Hammadi e os fundamentos do pensamento gnóstico, que dá respostas claras às questões existenciais que fustigam a humanidade. Será dada uma visão geral da grande sabedoria contida nesses evangelhos, um tesouro resgatado para nós, habitantes do século XXI. Será considerada também a viabilidade de pôr em prática nos dias atuais o caminho gnóstico preconizado nesses evangelhos.

Até lá!

Trabalho Público do Lectorium Rosicrucianum

#Palestras

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/evangelhos-gn%C3%B3sticos-28-06-08

Velho novo ano

Novos ciclos parecem novos casamentos ou novas vidas e cabe de fato tais associações.

No entanto o que cabe do novo ano que vem do velho que foi? O que se levantou?

Do tarot retiro a torre. Caindo em pedaços que nunca chegam ao chão. Dela vejo que do passado ainda ficam os escombros. E é tentando ver o que se aproveita deles que partimos em busca do novo. Aceitar que velhas somas já não resultam nos mesmos significantes é parar e aceitar que foi de fato você a dar o nó no pé. Mas o universo é justo e só implica em novas marés cósmicas quando das antigas só se tem agora o espaço que faziam delas algo mais que um vento no rosto. E qual será a próxima carta? Não retiro, mas imagino um carro entristecido por ver o tempo que se depositou em coisas que já não são, mas pode ser  fácil a justiça enclausurada em seu modus operandi.

O que virá ainda está implícito no vácuo novo, mas quantas vezes somos de fato capazes de realmente pegar o carro e partir. Ainda vejo a tristeza ligando os passos aos escombros e os corpos virando sal. De que será feito este sal? Não importa, já não se faz contas quando somos estátuas.

E iludindo-nos caminhamos vendo não só carros, vendo um mundo renovado do qual só fazemos imaginar. As mãos enfraquecidas pela falta de uso tremem só de pensar. É cansativo demais perceber que ainda nem levantou, precisa tirar alguns pedaços de parede de cima do corpo doído. Vai ver é assim que se vê uma página de um diário antigo, rasgada em meio à poeira. Relacionando claramente a sexta sephira ao sol. Quando?

Todos nós somos uma estrela, e lá nós somos perfeitos. Mas essa perfeição é enfadonha e cansativa tendo em vista que quando paramos de chorar tudo tem gosto de vida. Conhecer distoa do acreditar, em pontos, estes, que passam despercebidos e vemos o quanto de coisas depositamos tempo e energia para agora não serem praticamente nada. Vamos destronar os velhos  feitiços, para que novos possam ser idealizados. Mas feitiço por feitiço dá em que? Ainda continuamos como a justiça, só que com a venda a amarrar as mãos. E a espada aonde estará? Não conseguimos ver… os olhos não aguentam sentir a luz a incidir neles. Estamos no escuro do medo que ainda segura os pés nos deixando de ponta-cabeça.

É de fato angustiante ver o caminho que se tem a frente sem ao menos poder pensar no que se precisa sacrificar ainda. Mas a casa não caiu? O que de fato ainda falta? Aceitar que do velho temos o novo é aceitar que este velho já não nos acompanha. É soltar a sacola cheia de defuntos presos às canelas e alçar voou, agora, mais leve. Ver que num dia como n’outro o novo que se inicia é mais que simbólico, é sonho entremanhado na carne que dói. Deste que pode ser realidade.

É quando deste mesmo tarot retiro o mago seguido do louco dinamizado pela ciência maior a construir reinos internos quando acordamos no julgamento. Já não somos os mesmos. E olhar no espelho é algo bom. Mesmo tendo tido tantos erros nesse tempo. E nossa alma enfim encara a morte a dividir os bens. Sabe-se lá pra quem.  Assim reencontramos a força de abrir leões. E percebemos que a floresta da noite nunca acaba num muro ou portões, estes estão quebrados e longe, na velha torre desmanchada de tempos idos.  Assim abrimos acampamento ali mesmo rodeados pelos nossos monstros que não mais nos assustam esperando o sol mostrar que mesmo eles sabem sorrir.

Mas ainda se sente frio na barriga, é claro… somos humanos ainda. É quando cai das mãos o resto das cartas que ainda estavam sendo levadas, pois já não importa a cara, importa a mão a reagrupa-las e relança-las para a brincadeira eterna que é ser vivente.

Sonha criança, escuto eu agora, palavras vindas daquela estrela. Sonha correndo no mundo real atrás de alcançar teus sonhos, pois eles já são reais. Pois você é real. É quando pego da mesa aquele instrumento magnetizado. Realço seu poder envolvendo meu sentimento nele. Rasgo na poeira do altar os traços necessários. Retirei a mão doente, respirando aliviado. Posso agora de fato conduzir o carro, desde que se solte a tempo o instrumento magnetizado. Pois cada passo a seu tempo no compasso.

E neste novo ciclo que já se apresentou à todos fica o espaço das coisas que foram soltas do passado. E dos objetos que temos percebemos que o que de fato importa mesmo é o espaço a não ter fim.

Que seja feita a verdadeira vontade. Assim no interno como no externo. Desde que esta mesma vontade seja esse “ser” do qual inflamos tanto o peito a dizer ouriçados: somos nós! Somos nossos.

“Eu sou aquele que é.”

Djaysel Pessôa

S.O.Q.C.

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#Tarot

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/velho-novo-ano

Considerações sobre o Hermetic Kabbalah Tarot

HKT2-cards

Há alguns dias, com o lançamento dos aguardados pôsteres impressos (sim esperamos quatro anos até chegarmos ao momento certo de trazê-los ao físico), temos aos poucos mostrado alguns detalhes do HKT2.

No meio tempo em que este projeto está em andamento, algumas demandas surgiram, fazendo com que o projeto tomasse alguns rumos novos. A princípio seria uma edição atualizada, também em PVC com as mesmas características da primeira, mas com a possibilidade do lançamento de uma versão independente em inglês. Algumas alterações foram feitas.

A principal diferença estrutural é o formato, que teve que ser adaptado para uma faca padrão para o mercado “gringo”. O tarot novo é ligeiramente diferente, mais próximo de um deck da LoScarabeo do que a primeira edição (que usou o formato original do Thoth Tarot, do Crowley). A caixa que foi demonstrada, era um modelo para essa versão. Vejam na arte que os textos estão em inglês. Esta caixa também já está obsoleta, foram feitas algumas alterações, deixando-a mais escura para melhor aproveitamento do texto. A imagem neste post é da versão final da caixa.

Estamos aguardando as provas desta edição chegarem no Brasil para que a loja online dos tarots em outras línguas seja liberada. Mas o que isso muda para a versão nacional? Estive ontem conversando com o Marcelo e, atendendo a alguns pedidos, estamos cotando uma versão em papel como os tarots normais. Mas por quê? Vou deixar aqui a minha defesa.

O projeto inicial era que o HKT fosse um deck que superasse o uso oracular, dando também um excelente suporte magístico. Nossas próprias observações e o relato de inúmeros usuários nos mostram quem fomos bem sucedidos. O deck passou por dezenas de provas, rituais sofisticados, técnicas de meditação e visualização, longas viagens, tiradas ao público, dentre outras coisas. E mesmo tendo sido atingido por água, vinho, sangue, terra, areia da praia, respingos de vela, etc, ele ainda passou ileso. Ele só não resistiu a chama direta, portanto recomendamos que você coloque um pires se quiser acender uma vela sobre as cartas.

Antes de lançar a primeira edição, acreditava que a maioria dos decks fosse comprado pelo pessoal mais avançado em tarot, mas ocorreu um fenômeno contrário. Muitos novos estudantes adquiriram o deck. Para facilitar mais este aspecto (e por consequência o uso oracular), foram adicionados símbolos planetários nas Sephiroth, a relação dos elementos na Escada de Jacó, o nome das Runas e uma marca d´agua baseada na edição original do Rider-Waite-Smith.

Isso dá ao deck uma familiaridade a mais para quem já possui literatura especializada e para quem faz uso oracular da ferramenta. Como muitos dos que aguardam o deck já possuem a primeira edição, não há mais a necessidade de um deck em PVC; já existe a ferramenta para uso magistico e ritualístico. Entra agora a ferramenta que se foca no campo dos estudos, simbolismo e tiradas.

Outro fato importante, lembrado pelo Marcelo é que vamos tentar reduzir o custo desta edição, e isso com o PVC é impossível. Com o tarot no formato europeu, o valor final ficou em R$ 75,00. E, claro, para quem nos apoiou no HKT1, faremos uma promoção Show de bola.

Por Rodrigo Grola

Publicado no Facebook dia 17/11

#KabbalisticTarot #Tarot

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/considera%C3%A7%C3%B5es-sobre-o-hermetic-kabbalah-tarot

Últimos decks do Hermetic Kabbalah Tarot

hkt-1-5

Salve

Vi hoje que acabaram os Decks para compra do Hermetic Kabbalah Tarot no financiamento coletivo. Eu havia separado 50 decks dos últimos que tínhamos do Hermetic Kabbalah Tarot para o projeto de Crowdfunding e não imaginava que eles se esgotariam tão rápido. Avisei o pessoal que havia feito a reserva do Deck e ainda não efetuou a compra que suspendi todas as reservas e que agora quem chegar primeiro chegou…

Temos aproximadamente 120 decks, dos quais 50 já estão comprados nos apoios, restando ai uns 70 Decks no estoque e depois adeus… não devemos reimprimir o HKT1 nos próximos anos (a dor de cabeça e os custos não compensam; Fazemos por amor à qualidade da Arte mesmo).

Quem quiser comprar o Hermetic Kabbalah Tarot versão PVC:

http://www.lojaderpg.com.br/index.php?cPath=69

A Versão do HKT2 de Papel continua à venda normalmente.

#KabbalisticTarot #Tarot

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/%C3%BAltimos-decks-do-hermetic-kabbalah-tarot

Arcano 13 – A Morte – Nun

Esta carta, comumente designada como “Morte”, não tem nome algum inscrito no tarô de Marselha, nem em suas variantes mais significativas.

Um esqueleto revestido por uma espécie de pele tem uma foice nas mãos. Do chão negro brotam plantas azuis e amarelas, e diversos restos humanos. O fundo não está colorido.

No primeiro plano, à esquerda, uma cabeça de mulher; à direita, uma cabeça de homem com uma coroa.

Um pé e uma mão aparecem também no chão; outras duas mãos – uma mostrando a palma e outra as costas – brotam atrás, ultrapassando a linha do horizonte.

O esqueleto está representado de perfil e parece dirigir-se para a direita. Maneja a foice, sobre a qual apóia as duas mãos. Em algumas variantes, seu pé direito não está visível.

Para o iniciante, mostra-se como a carta mais temível, mas os estudos simbólicos ajudam a entender um outro sentido no plano da evolução humana.

Significados simbólicos

Grandes transmutações e novos espaços de realização.

Dominação e força. Renascimento, criação e destruição.

Fatalidade irredutível. Fim necessário.

Interpretações usuais na cartomancia

Fim de uma fase. Abandono de velhos hábitos.

Profundidade, penetração intelectual, pensar metafísico. Discernimento severo, sabedoria drástica. Resignação, estoicismo, dom para enfrentar situações difíceis. Indiferença, desapego, desilusão.

Mental: Renovação de idéias, total ou parcial, porque algo vai intervir e tudo transformar; como um fenômeno catalisador ou um corpo novo que modifica totalmente a ação do corpo atual.

Emocional: Afastamento, dispersão. Destruição de um sentimento, de uma esperança.

Físico: Morte, perdas, imobilidade. Completa transformação nos negócios ou atividades.

Sentido negativo: Do ponto de vista da saúde, estagnação de enfermidade ou processo. A morte poderá ser evitada, mas em troca de uma lesão incurável. Segundo sua posição, pode significar a morte, em seus múltiplos matizes, mas também maus acontecimentos, más notícias.

Prazo fatal. Xeque-mate inevitável, mas não provocado pela vítima.

Ânimo baixo, pessimismo, perda de coragem. Suspensão de um processo para começar de modo diametralmente oposto.

História e iconografia

E provável que a alegoria da morte representada como um esqueleto com a foice, seja original do Tarô; se isto for verdade, trata-se de uma das contribuições fundamentais feitas pelas cartas à iconografia contemporânea, considerando a ampla popularidade desta metáfora macabra.

Van Rijneberk divide o estudo deste arcano em três aspectos: o número treze, o esqueleto, a foice. Como emissário de uma premonição sombria, o treze tem seu antecedente cristão nos comensais da Última Ceia, de onde a tradição extraiu um conto bastante popular da Idade Média: quando treze pessoas se sentam à mesa, uma delas morrerá em breve.

Esta superstição seria herdeira de outras versões mais antigas: Diodoro da Sicília, contemporâneo do imperador Augusto, explica desse modo a morte de Filipe da Macedônia, cuja estátua havia sido colocada junto as dos 12 deuses principais, dias antes de ser assassinado.

Simbolicamente, o 13 é a unidade superadora do dodecadenário, ou seja, a morte necessária de um ciclo completo, que implica também – ainda que este aspecto tenha sido esquecido na transmissão popular – a idéia conseqüente de renascimento.

Na arte cristã primitiva não há traços deste simbolismo durante os primeiros séculos, o que não parece estranho se considerarmos as idéias centrais dos catecúmenos: a morte entendida como pórtico de uma vida melhor, a confiança na proximidade do Juízo Final (e a conseqüente ressurreição da carne); a absoluta falta de medo frente a um estado transitório.

O esqueleto propriamente dito só aparece em todo o seu esplendor nas Danças da morte, disseminadas pelos cemitérios e claustros europeus, quase que simultaneamente, e com certeza não antes do séc. XV.

O tema das composições desse período mostra-se idêntico em todos os lugares: o esqueleto se apodera (o matiz está apenas no grau de violência ou gentileza) de criaturas humanas de ambos os sexos, de qualquer idade e condição.

Outro elemento que as Danças da morte têm em comum é que todas são posteriores ao Tarô, de cuja popularidade puderam extrair o encanto de suas imagens.

Nestas danças, no entanto, não há esqueletos com foices, mas sim com diversos objetos (uma espada, um arado, um par de tesouras, um arco e flechas) que se referem em geral ao ofício da pessoa que será levada pela morte.

Em Joel (4,13), Mateus (13,39), Marcos (4,29) e no Apocalipse (14,14-20) podem ser encontradas metáforas bíblicas em que se fala da foice como instrumento de justiça empunhado por Jeová, pelo Filho do Homem e, mais tarde, pelos anjos: como derivação deste princípio moral.

Os esotéricos não vêem a morte como falha ou imperfeição: as formas se dissolvem, variam de aparência quando se tornam incapazes de servir ao seu destino. Desse modo, entre o Imperador e a Morte (primeiros termos do segundo e do quinto ternário, respectivamente), há apenas uma diferença de matizes: ao esplendor máximo do poder e da matéria sucede sua extinção, que é uma conseqüência lógica e também uma necessidade. Como parábola do processo iniciático em oposição à vida corrente, é talvez o arcano mais explícito: “O profano deve morrer – lembra Wirth – para que renasça a vida superior que a Iniciação concede”.

A morte guarda relações simbólicas com a terra, com os quatro elementos, e com a gama de cores que vai do negro ao verde, passando pelos matizes terrosos. Também é associada ao esterco, menos pelo que este tem de desagradável do que pelo processo de transmutação material que representa.

Por Constantino K. Riemma
http://www.clubedotaro.com.br/

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/arcano-13-a-morte-nun

Arcano 14 – Temperança – Samekh

Significados simbólicos

A alquimia, a transmutação dos elementos.

Renovação da vida, influência celeste, circulação, adaptação.

Serenidade. Harmonia. Equilíbrio.

Interpretações usuais na cartomancia

Tolerância, paciência, praticidade, felicidade. Aceitação dos acontecimentos,

flexibilidade para adaptar-se às circunstâncias. Educação, trato social. Caráter elástico para enfrentar as transformações. Temperamento descuidado.

Mental: Espírito de conciliação, ausência de paixões no julgamento; dá o sentido profundo das coisas, como representante de um princípio eterno de moderação. Exclui a rigidez, o emperramento. Corresponde à flexibilidade e ao plástico.

Emocional: Os seres se reconhecem e se encontram por suas afinidades. Sob a influência desta carta são felizes, mas não evoluem e não conseguirão se livrar um do outro.

Físico: Conciliação nos negócios, atividades e empreendimentos. Pesam-se os prós e contras, encontra-se a maneira de estabelecer um compromisso, mas se ignora se o empreendimento será ou não coroado de êxito. Reflexão, decisão que não pode ser tomada de imediato.

Do ponto de vista da saúde: enfermidade difícil de curar, porque se alimenta de si mesma.

Sentido negativo: Desordens, discordâncias. Indiferença. Falta de personalidade, passividade. Inconstância, humor irregular, desequilíbrio. Tendência a se deixar levar pela corrente, submissão à moda e aos preconceitos. Resultados não conformes às aspirações. Derramamento, saída, fluxo involuntário. As coisas seguem o seu curso.

História e iconografia
A mulher que derrama líquido é uma alegoria muito comum durante a Idade Média para representar a virtude da temperança: supunha-se que misturava água no vinho para diminuir os seus efeitos. Curiosamente, a mesma imagem serviu durante os primeiros séculos do cristianismo para ilustrar o contrário: o milagre das bodas de Canaã, onde a mulher – por ordem de Jesus – vira a água que vai se transformar em vinho.

Com outros significados pode ser encontrada nos versos de Horácio: “O cântaro reterá por longo tempo o perfume que o encheu pela primeira vez”.

Mistura de anjo e mulher, A Temperança evocou sempre, para os investigadores do Tarô, o mito do hermafrodita. Tema recorrente e vastíssimo, por um de seus aspectos – que é o que aqui interessa – a androginia tem sido considerada desde tempos antigos como premonição feliz. Isto faz da Temperança uma carta amável, do ponto de vista adivinhatório, cuja presença alivia sempre a densidade do oráculo.

Arcano de reunião, e portanto de equilíbrio – a coniunctio oppositorum, em sua fase anterior à bissexualidade – onde o derramamento do líquido já foi interpretado como uma metáfora das transformações: a passagem do espiritual ao físico, do sentimento à razão.

Astrologicamente, não deixa dúvidas sobre sua filiação sagitariana, que guarda correspondência com o simbolismo de Indra, divindade hindu da purificação.

Wirth relaciona a androginia da Temperança ao elemento relacionado ao quinto ternário do Tarô, que provém da morte assexuada (XIII) e culmina no Diabo bissexual (XV). É preciso assinalar também sua localização como último termo do segundo setenário, que corresponde à Alma ou psique, plano da personalidade fluente, flexível e instável na natureza, relacionada às águas em quase todas as teofanias, assim como o Espírito é associado à luz (fogo, ar) e o Corpo à terra.

O tema do derramamento e dos vasos gêmeos e opostos dominam, por outro lado, as especulações sobre os prodígios terapêuticos. Neste aspecto, o Arcano XIIII é claramente o curador, o agente reparador e reconstituinte, aquele que verte a harmonia universal sobre o desequilíbrio individual. Como o Eremita, lembra os médicos, curandeiros e charlatães; mais ainda, lembra conselheiros, confessores e terapeutas.

Resta estabelecer uma leitura da Temperança no contexto do interminável simbolismo aquático, pois refere-se à matéria unívoca (o oceano primordial), à corrente circulatória que mantém a vida (chuva, seiva, leite, sangue, sêmen), à mãe (as águas como elemento pré-natal) e às imersões como rito de morte e ressurreição (batismo).

Por Constantino K. Riemma
http://www.clubedotaro.com.br/

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/arcano-14-temperan%C3%A7a-samekh