Wu Xing (五行) Os Cinco Elementos do Taoismo

Wu Xing, também chamada de Teoria das Cinco Energias, ela é algumas vezes citada como da época de Tsou Yen, que é sempre descrito como o fundador do pensamento científico chinês. No livro “O Documento Histórico”, que data do século I d.C., Tsou Yen é descrito como fundador de idéias essenciais do sistema das Cinco Energias. O estudo desses movimentos forma a base de um sistema da sabedoria chinesa. Associados a cada uma dessas cinco energias estão os mais variados tipos de sensações experimentadas por nós no cotidiano, cores, odores, paladares, estações do ano, comidas, direções, números. Cada um dos órgãos internos e os doze principais canais ou caminho de energia do corpo são classificados de acordo com os cinco elementos.

Obviamente, esses Elementos são estudados e entendidos como caracterização de forças e nunca como substâncias materiais; são forças nas quais a energia Ch’i se expressa de 5 maneiras diferentes. Devemos saber que as palavras com que representamos estas energias são somente palavras que se assemelham mais satisfatoriamente à conduta e ao caráter destas energias. Assim temos: Metal = Agudo e solitário; Água = Liberal, extenso, nutridor; Madeira = Ascendente, móvel, crescente; Fogo = Radiante, quente, dissipando; Terra = Estável, concentrado.

Quando uma situação requer adaptação, um modo de efetuar a mudança é acrescentar a cor, a forma, o material ou a emoção que cada Elemento expressa. Por exemplo, quando você está cansado, acrescente um pouco de energia de FOGO ao ambiente. Quando está nervoso por causa de um exame em pendência, acrescente a energia da ÁGUA ao ambiente, ou em você (roupas azuis, etc.). Quando precisa ser corajoso, acrescente MADEIRA. Quando precisa desenvolver-se mentalmente, acrescente METAL.

Os 5 Elementos têm efeitos um sobre o outro, criando um ao outro em uma seqüência fixa.

CICLO DE CRIAÇÃO DOS ELEMENTOS 

No Ciclo de Geração, MADEIRA alimenta FOGO, que produz cinzas (representada pela TERRA), que gera minerais (representados pelas rochas de onde deriva o METAL), que gera ÁGUA a partir da sua fusão fluindo como água, ÁGUA nutre as árvores, gerando MADEIRA [acompanhe o diagrama acima].

CICLO DE DESTRUIÇÃO DOS ELEMENTOS 

O FOGO derrete o METAL, que destrói a MADEIRA, que se nutre da TERRA, que vence a ÁGUA, a qual apaga o FOGO.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/asia-oculta/wu-xing-%e4%ba%94%e8%a1%8c-os-cinco-elementos-do-taoismo/

Qi Gong [氣功]

Chi Kun (ou Qi Gong) é derivado da alquimia taoísta e foi introduzido em diversas artes marciais e na medicina oriental como prática preventiva e curativa. A prática do Chi Kun vem sendo experimentada há mais de cinco mil anos e sua origem está relatada no Nei-Ching que é o primeiro texto sobre Medicina Taoista.

Chi Kun é um ramo milenar da medicina chinesa, que reúne mais de 260 combinações de posições para diferentes tratamentos. Lembra o Tai Chi Chuan, com a diferença de incluir também meditação. O Chi Kun foi criado há três mil anos, na China, por Hwa-T’o, um cirurgião que vivia na corte do imperador Huang-T’i Para o médico, o ser humano não relaxa tanto quanto os animais porque não respira plenamente. Partindo desse princípio, ele inventou os primeiros exercícios do Chi Kun, que imitam os movimentos dos animais.

Na China, o método se chama Qi Gong (que significa prática de energia). No Ocidente, foi batizado de Chi Kun (respiração benéfica da terra). A palavra Chi significa sopro vital, ar, ou ainda energia. Kun significa exercício ou treinamento. Assim, Chi Kun pode ser entendido como exercício respiratório e energético, ou seja, exercícios respiratórios que estimulam a estrutura energética. Com tal prática, desenvolve-se os centros, os canais (Jing luo) e o campo energético.

A respiração ajuda a trazer mais energia, através do ar, para dentro do nosso corpo. A movimentação auxilia no deslocamento dessa energia para os locais onde se necessite. A mentalização, além de prover uma maior captação da energia externa para dentro do corpo, também auxilia a sua movimentação interna, podendo tanto aumentar a saúde corporal como desenvolver certas aptidões marciais, como é o caso da camisa e palma de ferro, e outras técnicas que conseguem reforçar o corpo de tal maneira, que se pode envergar barras de aço em diversas regiões do corpo (costelas, braços, abdômen e pescoço) e até evitar penetrações de objetos metálicos pontiagudos.

Chi Kun é uma ginástica energética hoje em dia praticada por cerca de 20% da população chinesa (como manutenção diária) e pelos convalescentes de grande parte dos hospitais chineses (como complemento terapêutico plenamente integrado pelo corpo médico).

Tal como acontece com outras técnicas da MTC, o objetivo do Chi Kun é desfazer ou prevenir os bloqueamentos de energia, para que esta flua plenamente e nas direções convenientes – com isso evitando a doença ou contribuindo para curá-la.

Há exercícios de Chi Kun sentado, em pé ou em movimento. A respiração controlada desempenha um papel de relevo, bem como a concentração num ponto que é considerado o centro da energia: o Tantien, cerca de quatro dedos abaixo do umbigo.

O movimento constante e fluido do Chi Kun estimula os sistemas circulatório e respiratório, além de dar ao corpo grande flexibilidade; beneficia o metabolismo e previne (ou atenua) a maior parte das doenças típicas da meia idade, como o endurecimento das artérias e articulações.

Pode-se dividir o Chi Kun em 02 tipos: para saúde e marciais. Os Chi Kun‘s para saúde geralmente são suaves.

Os Chi Kun‘s para desenvolvimento de aptidões marciais são executados de uma forma mais forte, exigindo maior reserva energética do praticante. No T’ai Chi o praticante deve desenvolver a energia interna, o que é feito através do treinamento de Chi Kun.

Por isto que muitos praticantes quando terminam sua prática, mesmo que sejam suaves, sentem-se cansados e esgotados. Sua técnica não está correta e não está conseguindo absorver e potencializar o Chi, enquanto outros praticam arduamente durante horas e sentem-se cada vez com mais disposição. Esta é uma das diferenças entre a técnica certa e a errada no T’ai Chi.

Um ponto a ser detalhado: o Chi Kun “marcial” também amplia a saúde do praticante, inclusive a um nível superior do que o específico para saúde.

Outros efeitos do Chi Kun, quando praticado regularmente:

  1. Melhora o autoconhecimento do corpo.
  2. Corrige a postura.
  3. Produz um progressivo relaxamento das zonas em tensão.
  4. Beneficia o sistema nervoso central.
  5. Desenvolve a capacidade de concentração.
  6. Regulariza o apetite.
  7. Torna a pele mais macia.
  8. Aumenta a energia e reduz o número de horas de sono necessárias.
  9. Torna a mente mais perspicaz e acalma o espírito.
  10. Reduz significativamente o stress.

Rotina Diária Completa de Qijong

Postagem original feita no https://mortesubita.net/asia-oculta/qi-gong-%e6%b0%a3%e5%8a%9f/

Os Oito Trigramas

“O Ilimitado gera o limitado, isto é o absoluto (Taiji). O Taiji gera as duas aparências, o yin e o yang. As duas aparências geram as quatro imagens, pequeno yin, grande yin, pequeno yang, grande yang. As quatro imagens agem sobre os oito trigramas, e oito vezes oito resulta em sessenta e quatro hexagramas”.

Esta é a tradução de um pequeno poema composto por Fu Hsi, tido como o criador do I Ching, para explicar as suas relações.

Os oito trigramas são refinamentos do Taiji, o yin e o yang, e por isso também se encontram em constante movimento. Combinados, eles formam os sessenta e quatro hexagramas que pautam a consulta oracular. Por isso, é importante estudar o seu significado, seu simbolismo e suas relações, pois é através da interação entre os dois trigramas e de suas linhas (que podem ser móveis ou fixas) que obtemos a interpretação do hexagrama.

Para hoje, reservo apenas a análise dos trigramas.

 Céu (Ch’ien), o Criativo – Três linhas yang representam o Céu. Este trigrama significa o Pai, o Criador, o Céu, o começo da criação, a força, a elevação espiritual. É o trigrama que contém o máximo de energia yang. Está associado ao movimento Metal (agora que vocês já sabem que os cinco elementos chineses não são elementos, mas movimentos, passarei a usar esse termo), pois o Metal, para os chineses, está associado também às pedras preciosas que são geradas no seio da terra, como o cristal que, se polido, é claro e transparente, e que representa o processo de transmutação.

 Lago (Tui), a Suavidade – Uma linha yin sobre duas linhas yang representam o Lago. Este trigrama significa a Filha mais Nova, a Alegria e a Suavidade. Está associado ao movimento Metal, pois a sua imagem representa um espelho: a linha yin no topo é a água que reflete o céu, representado pelas duas linhas yang abaixo. Da mesma forma que um espelho apenas reflete o que existe, seja bom ou ruim, o Lago também associa-se ao pântano.

 Fogo (Li), a Luminosidade – Uma linha yin cercada por duas linhas yang representam o Fogo. Este trigrama significa a Filha do Meio, o Sol, a Luz que a todos ilumina. Está associado ao movimento Fogo, e sua imagem representa o Sol que brilha no meio do Céu.

 Trovão (Chen), o Incitar – Uma linha yang debaixo de duas linhas yin representam o Trovão. Este trigrama significa o Filho mais Velho, o Incitar, o movimento ascendente. Está associado ao movimento Madeira, pois a sua imagem é a de uma semente que germina debaixo da terra, representada pelas duas linhas yin no topo do trigrama.

 Vento (Sun), a Serenidade – Uma linha yin debaixo de duas linhas yang representam o Vento. Este trigrama significa a Filha mais Velha, a Serenidade, o Vento que Penetra em todas as frestas e alcança a todos. Está associado ao movimento Madeira, pois o vento só é perceptível quando dobra suavemente os galhos das árvores.

(A Madeira é o que une o Céu com a Terra, e tanto o Trovão quanto o Vento fazem essa ligação: o Trovão é a energia yin da semente que sobe, o Vento é a energia yang do Céu que desce).

 Água (Kan), o Abismo – Uma linha yang cercada por duas linhas yin representam a Água. Este trigrama significa o Filho do Meio, a Lua, a água em movimento, o Abismo, o Perigo. Está associado ao movimento Água, e sua imagem representa a água que corre pela Terra, pelas rochas e pelos desfiladeiros, daí conotando perigo.

 Montanha (Ken), a Quietude – Uma linha yang no topo de duas linhas yin representam a Montanha. Este trigrama significa o Filho mais Novo, a Quietude, a Parada, o Repouso. Está associado ao movimento Terra, e sua imagem representa a Terra elevando-se aos Céus.

 Terra (Kun), o Receptivo – Três linhas yin representam a Terra. Este trigrama significa a Mãe, a Vida, o Receptivo, a Terra que recebe a energia Criativa para dar frutos. Está associado ao movimento Terra e contém o máximo de energia yin.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/asia-oculta/os-oito-trigramas/