Arcano 3 – Imperatriz – Daleth

Uma mulher coroada, sentada num trono, mantém contra si, com sua mão direita, um escudo ornado com uma águia amarela, enquanto que com a esquerda sustenta um cetro que termina por um globo encimado pela cruz.

Está representada de frente, com os joelhos separados e com os pés ocultos nas dobras da túnica. A cintura da Imperatriz está marcada por um cinto, que se une a uma gola dourada. A coroa leva florões amarelos e permite que os cabelos da figura se derramem sobre os ombros.

O trono está bem visível e seu espaldar sobressai à altura da cabeça da Imperatriz. No ângulo inferior esquerdo da estampa cresce uma planta. A águia desenhada no escudo olha para a direita.

Significados simbólicos
O verbo, o ternário, a plenitude, a natureza, a fecundidade, a geração nos três mundos.
Sabedoria. Discernimento. Idealismo. Influência solar intelectual. É o arcano da Magia Sagrada, instrumento do poder divino.

Interpretações usuais na cartomancia
Gravidez, criatividade, sucesso. Compreensão, inteligência, instrução, encanto, amabilidade. Elegância, distinção, cortesia. Domínio do espírito, abundância, riqueza.

Mental: Penetração na matéria por meio do conhecimento das coisas práticas. Os problemas vêem à tona e podem ser reconhecidos.

Emocional: Capacidade para penetrar na alma dos seres. Pensamento fecundo e criador.

Físico: Esperança, equilíbrio. Soluciona os problemas. Renova e melhora as situações. Poder continuo e irresistível nas ações.

Sentido negativo: Desavenças, discussões em todos os planos. As coisas se embaralham e ficam confusas. Atraso na realização de um acontecimento que, no entanto, ocorrerá.
Afetação, pose, coqueteria. Vaidade, presunção, desdém. Futilidade, luxo, prodigalidade. Deixa-se levar pelas adulações, falta de refinamento, modos de novo-rico.

História e iconografia
A Imperatriz, adornada dos símbolos atribuídos à feminilidade triunfante, pode ser relacionada a um repertório interminável: a Madona cristã, a esposa do rei ou mãe do herói; a deusa primordial de todos os ritos matriarcais, as quatro damas do baralho.

Sobre a figura da Imperatriz parece ser mais importante considerar a sua localização no Tarô (como a terceira da série) e à sua relação com outras figuras do que o seu simbolismo individual, já que o caráter difuso da carta torna sua amplitude inesgotável. Assim, será interessante recapitular tudo que foi escrito sobre o simbolismo do três e a ordem do ternário, bem como às variadas significações atribuídas às damas dos Arcanos Menores.

Na versão de Wirth, a Imperatriz aparece aureolada por doze estrelas, das quais somente nove são visíveis: é evidente o duplo sentido alegórico desta representação, que se refere simultaneamente aos signos do Zodíaco e ao período da gestação.

Como o 9 é também representação da inteligência, no momento da sua maturidade, é possível associar os atributos centrais do Arcano III: feminilidade-experiência-sabedoria.

Relacionada em todas as cosmogonias ao simbolismo lunar e à face oculta do conhecimento (Sacerdotisa), a mulher admite também um período solar (Imperatriz), do qual há correspondências nas organizações culturais mais remotas da humanidade.

Do ponto de vista matriarcal, a Imperatriz não é ainda a Eva protagonista do pecado e da queda, mas a que aparece em certas tradições talmúdicas: a fundadora, que reencontra Adão depois de trezentos anos de separação; a que aniquila Lilit – a rival estéril e luxuriosa – para organizar junto ao primeiro pai a família dos homens.

Alguns comentaristas do Islã vêem nesta Eva triunfante do adultério a representação da passagem das sociedades anárquicas ao princípio de ordem dos tempos históricos. Seu túmulo mítico se localiza em Djeda ou Djidda, às margens do mar Vermelho e próximo da montanha sagrada de Arafat, onde o teria ocorrido seu reencontro com Adão, para formar o casal primordial.

A Imperatriz, finalmente, é símbolo da palavra e representa o envoltório material do corpo, seus órgãos e suas funções. Ouspensky a imagina repousando sobre um trono de luz, bela e fecunda, em meio à interminável primavera.

Por Constantino K. Riemma
http://www.clubedotaro.com.br/

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Levi, Crowley, Moore e a magia nos dias atuais

Neste vídeo damos prosseguimento ao que já foi dito sobre a magia no canal, desta feita focando na definição de prática mágica dos tempos modernos, afinal o xamanismo já não é mais o mesmo após dezenas de milhares de anos! Assim, tentaremos uma vez mais desvendar os mistérios e segredos da Arte, com a ajuda de grandes magistas: Éliphas Lévi, Aleister Crowley e, não menos importante, Mr. Alan Moore… Também tentarei explicar algumas diferenças entre os sistemas mais tradicionais de magia e o sistema mais pop dos dias atuais: a magia do caos! Fiquem até o fim para ver minhas indicações de podcasts, canais no YouTube e livros sobre o tema.

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#AleisterCrowley #Ocultismo #Magia #AlanMoore #MagiadoCaos

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Ação e o Físico

Por Moshe Miller.

Asiya, o mundo da Ação, é realmente o propósito final da Criação.

A característica mais limitante de todas é a limitação do tempo. A limitação de tempo significa que um objeto não pode estar em dois lugares diferentes simultaneamente. Além disso, o conceito de tempo está vinculado ao de mudança. Isto significa que quando uma coisa deixa de ser e outra começa a ser, ocorre uma mudança. A mudança só pode ocorrer onde a unidade e o infinito de D-us estão ocultos, ou seja, onde a continuidade do ser não é evidente.

O tempo é criado através do processo de extensão e retração da luz e da força vital à medida que ela alcança os vasos abaixo e retorna ao seu lugar original. O “intervalo” entre a extensão e o retorno da luz e da força vital, ao pulsar continuamente de cima, cria o tempo. De momento em momento a luz e a força vital se estende “para baixo”, e depois se retrai, retornando ao seu lugar original. Aquilo que ativou ou vitalizou “morre”, por assim dizer, assim que a força vital é retirada, e então, quando ela alcança novamente para baixo, cria um novo ser. Esta mudança é a origem do tempo, pois o tempo é uma medida de mudança. Este processo é análogo a um filme. A luz que brilha através da constante mudança dos quadros da tira de filme parece criar uma cena contínua. Na realidade, porém, cada quadro da tira de filme é distinto do anterior; é apenas porque o movimento dos quadros é tão rápido que o olho humano desconhece que existem imagens separadas. Assim, a cena parece ser contínua para o olho. Assim também é com a pulsação da força da vida no mundo físico – a “lacuna” entre um pulso e outro é tão ínfima, que a cena parece ser contínua.

Este alcance e retorno da força vital de cima é espelhado no avanço e recuo da força vital de baixo. O pulso que você pode sentir no pulso e no batimento do seu coração é o resultado deste processo. Cada vez que você sente o batimento de seu pulso ou seu batimento cardíaco, isso indica que uma “permutação” diferente da luz e da força vital está lhe animando. Devido a esta constante renovação, você muda de momento em momento.

Na Cabala, esta pulsação ou flutuação contínua se manifesta no mundo de Asiya, ou no mundo da Ação. A essência do mundo de Asiya é a ação. A história da Criação termina com as palavras “que D-us fez para fazer (ou para retificar)”. A palavra “fazer”, em hebraico “la’asot”, é derivada da mesma palavra que Asiya – ação. Este mundo é criado em nome da ação, o que significa retificação. O estado quase perfeito de retificação do mundo de Atzilut (ver acima) precisa ser arrastado para este mundo também. Este mundo é criado “incompleto”. O que lhe “falta” é a revelação de Divindade que se encontra, em maior ou menor grau, nos mundos superiores. A retificação de Asiya é a revelação da mesquinhez neste mundo através das ações do homem.

Portanto, os sábios judeus recomendam que cada pessoa diga a si mesma “para mim o mundo foi criado”. Isto não significa que se deva considerar como o centro do universo e tudo foi criado para servir ao próprio ego. Muito pelo contrário. Ao invés disso, entenda a frase para significar: “Para mim, a ocultação de D-us foi criada para que eu revelasse a Divindade neste mundo e assim o retificasse”. Esta é a tarefa que D-us criou para nós: revelar as dimensões interiores, a Divindade, contidas e ainda escondidas neste mundo. Assim, o mundo de Asiya, o mundo da Ação, é realmente o propósito último da Criação. Pois aqui, mais do que em qualquer outro lugar, a Divindade está escondida. E D-us pode ser revelado aqui ainda mais do que nos mundos acima.

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Fonte:

https://www.chabad.org/kabbalah/article_cdo/aid/431127/jewish/Action-and-the-Physical.htm

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/acao-e-o-fisico/

Sócrates, Asclépio e a oferenda do galo

Neste vídeo vamos analisar o que diabos Sócrates quis dizer, afinal, em suas últimas palavras no leito de morte. O que simbolizava o tal galo que ele devia a Asclépio? Quem era Asclépio? Teria isso a ver com ritos de cunho místico e iniciático? Vamos tentar responder tais questões.

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A visão de um mago sobre o primeiro paragrafo do Sepher Yetzirá

por Robson Bélli

Nos trinta e dois maravilhosos caminhos místicos da Sabedoria gravou JAH, Adonai Tzevaoth: Deus dos exércitos de Israel, Deus vivente e rei do universo, El Shaddai, que é grande em misericórdia e benevolência. Criou o universo pelas três formas de expressão:

1. Pelas letras
2. Pelos números
3. Pelo som

Temos aqui então a formula clássica de magia tradicional dos grimórios que descende da Kabbalah, letras hebraicas ou símbolos que as representem, números que ainda remete a ideia de símbolos e por fim o som ou a vibração do mesmo. Por isso vemos em todos os grimórios e tratados a presença quase que onipresente dessas questões.

A gramatica é uma disciplina fundamental e a palavra grimório tem sua raiz em gramatica, é fundamental a todos aqueles que desejam criar qualquer coisa que seja, seja através de meios magísticos ou através de sua atitude proativa, que coloquem essas ideias ou projetos em escrita e representada em uma grafia compreensível e lógica, e para escrever entendemos que a pessoa pensará em como quer realizar aquilo que deseja, por quais meios aquilo pode se manifestar em sua realidade, e independentemente se é por meios mágicos ou não, aquele que fizer isso, ganhará muito, seja através do exercício reflexivo, seja pela capacidade de ordenação e logica, pelo exercício de sua capacidade de expressar suas ideias, e só isso já traria ao praticante de tal formula inúmeros benefícios que poderíamos dizer, são mágicos.

Os números têm um papel muito importante na psique humana, falar de números é muitas vezes falar de cálculo, e cálculo nada mais é do que novamente ativar a capacidade humana de analise, raciocínio, logica, comparação, valor, e se ao escrever pudéssemos ver o valor de nossas palavras, poderíamos então medir e comparar, se as nossas palavras têm ou não valor igual ao de nosso desejo ou objetivo, e neste ponto cabe a você entender que palavras magicas tem um valor, frases e conjurações inteiras tem um valor, a pergunta que eu lhe faço é: -seus desejos estão alinhados com o seu objetivo? Suas práticas e palavras estão alinhados tem o mesmo valor?

O som da fala, som é vibração, som tem uma frequência que pode ser medida em números, e se para além do valor de significado e numérico de nossas palavras pudéssemos (e podemos) fazer nossa voz vibrar na frequência daquilo que desejamos obter, entenda que o mistério aqui descrito no primeiro paragrafo é sobre como o todo poderoso criou todas as coisas, e o desafio implícito nesse livro é ensinar através da Kabbalah como se utilizar dos mesmos meios, sendo imitadores do altíssimo todo poderoso, a criar uma vida em conformidade com a sua verdadeira vontade.

É mencionado o fato de que o todo poderoso gravou em trinta e dois maravilhosos caminhos místicos de sabedoria o como ele criou o nosso universo, e mesmo que você ainda não entenda as letras hebraicas os números e nem mesmo saiba como fazer sua voz vibrar adequadamente, agora pelo menos nessa misera introdução você adquiriu a chave dos mistérios e o segredo de praticamente toda a magia ocidental, e apenas o que te falta é estudar estas letras, números e sons.


Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

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Texto de Fernando Pessoa sobre a Maçonaria

A Maçonaria compõe-se de três elementos: o elemento iniciático, pelo qual é secreta; o elemento fraternal; e o elemento a que chamarei humano – isto é, o que resulta de ela ser composta por diversas espécies de homens, de diferentes graus de inteligência e cultura, e o que resulta de ela existir em muitos países, sujeita portanto a diversas circunstâncias de meio e de momento histórico, perante as quais, de país para país e de época para época reage, quanto à atitude social, diferentemente.

Nos primeiros dois elementos, onde reside essencialmente o espírito maçônico, a Ordem é a mesma sempre e em todo o mundo. No terceiro, a Maçonaria – como aliás qualquer instituição humana, secreta ou não – apresenta diferentes aspectos, conforme a mentalidade de Maçons individuais, e conforme circunstâncias de meio e momento histórico, de que ela não tem culpa.

Neste terceiro ponto de vista, toda a Maçonaria gira, porém, em torno de uma só idéia – a “tolerância”; isto é, o não impor a alguém dogma nenhum, deixando-o pensar como entender. Por isso a Maçonaria não tem uma doutrina. Tudo quanto se chama “doutrina maçônica” são opiniões individuais de Maçons, quer sobre a Ordem em si mesma, quer sobre as suas relações com o mundo profano. São divertidíssimas: vão desde o panteísmo naturalista de Oswald Wirth até ao misticismo cristão de Arthur Edward Waite, ambos tentando converter em doutrina o espírito da Ordem. As suas afirmações, porém, são simplesmente suas; a Maçonaria nada tem com elas. Ora o primeiro erro dos Antimaçons consiste em tentar definir o espírito maçônico em geral pelas afirmações de Maçons particulares, escolhidas ordinariamente com grande má fé.

O segundo erro dos Antimaçons consiste em não querer ver que a Maçonaria, unida espiritualmente, está materialmente dividida, como já expliquei. A sua ação social varia de país para país, de momento histórico para momento histórico, em função das circunstâncias do meio e da época, que afetam a Maçonaria como afetam toda a gente. A sua ação social varia, dentro do mesmo país, de Obediência para Obediência, onde houver mais que uma, em virtude de divergências doutrinárias – as que provocaram a formação dessas Obediências distintas, pois, a haver entre elas acordo em tudo, estariam unidas. Segue daqui que nenhum ato político ocasional de nenhuma Obediência pode ser levado à conta da Maçonaria em geral, ou até dessa Obediência particular, pois pode provir, como em geral provém, de circunstâncias políticas de momento, que a Maçonaria não criou.

Resulta de tudo isto que todas as campanhas antimaçônicas – baseadas nesta dupla confusão do particular com o geral e do ocasional com o permanente – estão absolutamente erradas, e que nada até hoje se provou em desabono da Maçonaria. Por esse critério – o de avaliar uma instituição pelos seus atos ocasionais porventura infelizes, ou um homem por seus lapsos ou erros ocasionais – que haveria neste mundo senão abominação? Quer o Sr. José Cabral que se avaliem os papas por Rodrigo Bórgia, assassino e incestuoso? Quer que se considere a Igreja de Roma perfeitamente definida em seu íntimo espírito pelas torturas dos Inquisidores (provenientes de um uso profano do tempo) ou pelos massacres dos albigenses e dos piemonteses? E contudo com muito mais razão se o poderia fazer, pois essas crueldades foram feitas com ordem ou com consentimento dos papas, obrigando assim, espiritualmente, a Igreja inteira.

Sejamos, ao menos, justos. Se debitamos à Maçonaria em geral todos aqueles casos particulares, ponhamos-lhe a crédito, em contrapartida, os benefícios que dela temos recebido em iguais condições. Beijem-lhe os jesuítas as mãos, por lhes ter sido dado acolhimento e liberdade na Prússia, no século dezoito – quando expulsos de toda a parte, os repudiava o próprio Papa – pelo Maçom Frederico II. Agradeçamos-lhe a vitória de Waterloo, pois que Wellinton e Blucher eram ambos Maçons. Sejamos-lhe gratos por ter sido ela quem criou a base onde veio a assentar a futura vitória dos Aliados – a “Entente Cordiale”, obra do Maçom Eduardo VII. Nem esqueçamos, finalmente, que devemos à Maçonaria a maior obra da literatura moderna – o “Fausto” do Maçom Goeth.

Acabei de vez. Deixe o Sr. José Cabral a Maçonaria aos Maçons e aos que, embora o não sejam, viram, ainda que noutro Templo, a mesma Luz. Deixe a Antimaçonaria àqueles Antimaçons que são os legítimos descendentes intelectuais do célebre pregador que descobriu que Herodes e Pilatos eram Vigilantes de uma Loja de Jerusalém.

(*) Fernando Pessoa – Este é um trecho do artigo que Fernando Pessoa publicou no Diário de Lisboa, no 4.388 de 4 de fevereiro de 1935, contra o projeto de lei, do deputado José Cabral, proibindo o funcionamento das associações secretas, sejam quais forem os seus fins e organização.

#FernandoPessoa #Maçonaria

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A Unidade da Criação

Jean Dubuis

A percepção da Unidade de Criação está se tornando mais ou menos rápida e sob diferentes aspectos. Com efeito, cada pessoa percebe a Unidade, por um lado, através do filtro que ela mesma é e por outro lado, dependendo da natureza do sentimento esotérico que segue, seja cabalista, martinista, alquimista ou originário. de outras filosofias.

Em nosso próprio curso, notamos que a Cabala – ou os caminhos semelhantes – dão o aspecto unitário principalmente nas estruturas da criação, enquanto a Alquimia, o mesmo é o dado nas funções do criado. Com efeito, a Cabala mostra a semelhança das estruturas energéticas nas três regiões (mineral, vegetal, animal) enquanto a Alquimia mostra através das três regiões, a semelhança do processo de geração de éteres.

No entanto, o campeão dos Anais do Quaternário, é que a fonte de tudo tenha um aspecto quádruplo. Esta fonte de todas as coisas é refletida no Tétragrama, o Nome Imprimível, o Yod He Vav He, ou יהוה (da esquerda para adireita).

Cada uma das letras deste nome representa um dos princípios presentes no Sentido Original de cada ser, e este, sempre está nas três linhas. É por isso que os quatro princípios da Semence constituem em cada ser sua única realidade. A diferença de regras são os quatro elementos do Tétragramme, também representados pelo Fogo, o Ar, a Água e a Terra.

Esses quatro elementos, redisona-o, estão todos presentes nas três regras, mas:

  • na regra mineral, apenas o segundo He (He final) é revelado;
  • na regra vegetariana, Vav e He são eliminados
  • no reino animal, He Vav Ele são dados
  • no Homem, que se distingue da regra animal, todos os elementos são dados: Yod He Vav He, o que lhe dá a consciência.

O resultado disso é um ponto extremamente importante: há, entre todas as coisas, a possibilidade do harmônico já que o Sentido Original é o mesmo em todas as coisas. A comunicação é, portanto, praticável, melhor ainda, a comunhão.

Reflexões que vieram de um pouco de Guematria:

Yod He Vav He a para valor: 10 + 5 + 6 + 5 = 26.

26 dá 2 + 6 = 8, ambas as vezes o quaternário (2 x 4) que se manifesta na dualidade de evolução e evolução.

26 mulheres também 2 x 13 que por sua vez se manifesta na dualidade.

Ou, em hebraico, Unidade diz Achad (Ahad) e escreve Aleph (1), Chet (8), Daleth (4), o que dá um total de 13.

A propósito, o Amor se diz Ahebah (amor) e escreve: Aleph (1) Ele (5) Beth (2) Ele (5) que dá um total de 13.

A Unidade é Amor, ou a Unidade Rayon O amor e a dualidade são necessários para sua recepção.

Todo caminho esotérico conduz pouco a pouco ao Conhecimento unitário e, por ele, ao Amor Universal.

Juntamos a esta carta de estudo, como exercício de reflexão e meditação, a trajetória do hexagrama (ver imagem acima) que simboliza a intersecção dos mundos espiritual e material. Esta estrela, tecnicamente viável onde passa as suas férias, e que pode ser traçada na praia ou no caminho dos castelos, foi proposta por André Renoult, membro da associação.

Todas as linhas da imagem têm o mesmo valor numérico que o Tétragramme (26)

Boas meditações e boas festas!

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A Transmissão da Cabalá

Por Aryeh Kaplan.

A palavra “Cabala” deriva da raiz hebraica “kabal”, que significa “receber”. O termo implica que é um certo tipo de sabedoria que é recebida.

A Mishná diz: “Moisés recebeu [kibel] a Torá no Sinai e [posteriormente] a transmitiu a Josué, Josué a transmitiu aos Anciãos. Os Anciãos a transmitiram aos Profetas. Os Profetas a transmitiram aos “Homens da Grande Assembleia”. ”

Moisés era o mestre de todos os profetas. Ele entendeu a Torá completamente. Nesse sentido, sua visão profética estava no nível de um vaso aberto que sempre poderia receber mais. Talvez o segredo de Moisés receber fosse, quanto mais ele transmitia, mais ele era capaz de receber. A Mishná diz assim, “Moisés ‘kibel’ Torá” porque ele era o paradigma da cabalá completa e total – receptividade à experiência profética.

A ideia da Cabalá, então, é tornar-se completamente infundida com a Torá e conectar-se com ela em todos os níveis possíveis. Sem a Cabalá, uma pessoa poderia entender a Torá em vários níveis. A única maneira de compreender cada nuance da Torá, no entanto, é através da sabedoria profética contida na Cabalá.

Podemos agora entender o que Moisés “transmitiu a Josué e Josué transmitiu aos Anciãos, etc.” De acordo com a Torá, D’us disse a Moshê que colocasse seu espírito sobre Josué (Nm 27:20). Em outras palavras, Moisés deveria investir Josué com seu próprio espírito de profecia. De acordo com um antigo Midrash, isso incluía os métodos e disciplinas necessários para adquirir profecia. Assim, Moisés transmitiu as chaves para entrar no estado profético a Josué. Essas chaves constituíam a tradição Cabalística.

Durante todo o período dos Profetas, a Cabala foi guardada pelos mestres profetas e transmitida a discípulos selecionados. Durante este tempo, o Santuário, e mais tarde o Primeiro Templo, serviu como ponto focal para toda a experiência profética. Quando o Templo estava prestes a ser destruído, o profeta Ezequiel teve uma visão que sinalizaria o fim de um período de mil anos de profecia. Esta visão é conhecida como Maaseh Merkava, a Disciplina (ou Funcionamento) da Carruagem. Embora se refira especificamente ao capítulo de abertura do livro de Ezequiel, o termo Maaseh Merkava também é uma denominação geral para toda a tradição Cabalística.

Na época da construção do Segundo Templo, as chaves da tradição da Cabala haviam sido confiadas aos últimos profetas do povo judeu, bem como aos seus maiores sábios. Juntos, eles constituíam os 120 Homens da Grande Assembleia. Foi este corpo de sábios que formulou a Mishna no Tractate Chagigah, afirmando: “O Maaseh Merkava pode ser ensinado apenas a estudantes individuais [um de cada vez], e eles devem ser sábios, compreendendo com seu próprio conhecimento.” Eles assim asseguraram a transmissão contínua da tradição da Cabala, restringindo suas práticas ao menor círculo possível de mestres. Fora desse círculo essas práticas permaneceriam quase totalmente desconhecidas. Essa política continuou até depois da destruição do Segundo Templo em 70 EC. Foi só então que as coisas começaram a mudar.

Após a revolta de Bar Kochba em 132-135 EC, as coisas pioraram drasticamente. Nessa época, os romanos se empenharam em arrancar os últimos vestígios da Torá do povo judeu. As perseguições de Adriano atingiram tal crescendo que todos os mestres da Torá foram condenados à morte. Este foi o tempo dos Dez Mártires, entre os quais estavam os transmissores finais da tradição Cabalística.

Como resultado dessas perseguições, a tradição oral do Sinai, em particular a tradição da Cabala, corria o risco de ser esquecida. Nesta época, Rabi Akiva (50-135 EC) recebeu sua tradição. Ele foi considerado o maior sábio de sua geração, um mestre da Torá revelada, bem como da oculta. Rabi Akiva possuía a tradição Merkava (Carruagem). Muitas fontes atribuem a Rabi Akiva a autoria do Sefer Yetzira (Livro da Formação), um dos textos cabalísticos mais antigos e obscuros. Assim como a grande maioria do Talmud traz a marca do rabino Akiva, o mesmo acontece com o Sefer Yetzira. Foi Rabi Akiva quem transmitiu esses ensinamentos de forma bem definida.

Neste momento, Rabi Nehunia ben Hakanah e seu discípulo, o Sumo Sacerdote Rabi Yishmael ben Elisha, escreveram o Sefer Bahir (Livro da Iluminação) e o Pirkey Hekhalot Rabatai (O Livro Maior das Câmaras Divinas). Esses dois sábios redigiram as tradições que receberam para preservá-las do esquecimento durante os tempos violentos em que viveram. Comentando a Mishná citada acima, Rashi (Rabi Shlomo Yitzchaki-Yarchi 1040-1105) afirma que um dos principais textos para o estudo de Maaseh Merkava foi o Pirkei Hekhalot Rabatai. Este texto contém exercícios meditativos reais, disciplinas e instruções para entrar no estado profético.

O Zohar (Livro do Esplendor), um dos principais pilares da Cabala, foi ensinado por Rabi Shimon bar Yochai por volta de 135 EC. tradições reveladas e ocultas. Durante os treze anos que Rabi Shimon passou escondido em uma caverna com seus discípulos, ele ensinou o que havia recebido de seus professores. Durante este tempo também, ele recebeu Inspiração Divina (Ruach HaKodesh) e mereceu a revelação do profeta Elias. Havia uma tradição de que se a Torá Oral fosse ameaçada a ponto de ser esquecida, era permitido colocá-la por escrito. Portanto, todos os mestres, Rabi Akiva, Rabi Nehunia, Rabi Yishmael e Rabi Shimon, abriram um precedente. Eles começaram a escrever partes da tradição oral. Apesar disso, no entanto, todos esses textos não receberam forma final por várias gerações depois desses professores. Esta seria a tarefa de seus discípulos.

Todos esses textos principais, o Yitzira, o Bahir, o Hekhalot Rabatai, o Zohar e as várias partes da Torá revelada, continham os ensinamentos básicos que foram transmitidos pelos profetas e sábios de Moisés. Chegou a hora de comprometer esses ensinamentos por escrito. Curiosamente, todas essas obras são obscuras a ponto de levantar a questão: o que foi ganho? O que foi escrito permaneceu, como a Torá em seu tempo, um livro fechado. As chaves deveriam permanecer orais. Apenas o suficiente havia sido escrito para garantir que apenas alguém familiarizado com a tradição entenderia. Todo esse corpus de escritos, desde a compreensão prática dos mandamentos até a mais sublime experiência da profecia, permaneceu um livro fechado. No entanto, a tradição da Cabala foi salva.

Mencionamos que um dos principais pilares da Cabala era o Zohar, da escola de Rabi Shimon bar Yochai. Foi sobre os ensinamentos do Zohar que os dois maiores cabalistas dos tempos modernos construíram seus sistemas inteiros: Rabi Moses Cordovero (falecido em 1570), conhecido como Ramak, e Rabi Isaac Luria (1534-1572), universalmente referido como o Ari, um acrônimo para “Elo-hi Rabi Yitzchak”, “O Divino Rabi Isaac”.

O Zohar é opaco. A principal relação entre os escritos do Ari (Kitvei Ari) e o Zohar é que sem os ensinamentos do Ari o Zohar não faz sentido algum. Você poderia estudar o Zohar, que é um texto muito poético, mas não pode detectar nenhum sistema ou estrutura. Uma vez que você conhece o Kitvei Ari, todo o Zohar se torna um livro aberto.

A principal obra do Kitvei Ari é o Etz Chaim (“Árvore da Vida”). Este trabalho expõe a fundamentação teórica da Cabala. Para quem domina o conteúdo desta obra, o resto é essencialmente revelado. Então, o Pri Etz Chaim (Fruto da Árvore da Vida) e Sha’ar HaKavanot mostram como aplicar os vários ensinamentos do Etz Chaim a todos os tipos de situações diárias; meditações quando você coloca tzitzit ou tefilin, quando você reza ou quando você come matsá. Eles também mostram como desenvolver técnicas meditativas baseadas nos ensinamentos do Ari.

Em seguida, vêm as obras conhecidas como Shemona Shearim (Oito Portais). O primeiro portal, Shaar HaHakdamot, (Portal das Introduções), cobre o mesmo fundamento teórico do Etz Chaim. O segundo é Shaar Maamarei Rashbi, o Portal dos Ensinamentos Zoharicos; o terceiro é Shaar Maamarei Chazal, o Portal dos Ensinamentos Talmúdicos, o quarto é Shaar HaPesukim, o Portal dos Versículos Bíblicos; o quinto é Shaar HaMitzvot, o Portal dos Mandamentos; o sexto é Shaar HaKavanot, o Portal das Meditações; o sétimo é Shaar Ruach HaKodesh, o Portal da Inspiração Divina, que é uma recapitulação geral e descreve como usar o sistema do Ari como uma disciplina meditativa. De muitas maneiras, o Shaar Ruach HaKodesh é a chave para todo o Kitvei Ari, porque todos os portais anteriores lidam com a teoria, enquanto o Shaar Ruach HaKodesh ensina como colocar isso em prática. O oitavo portal é Shaar HaGilgulim, o Portal das Reencarnações.

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Fonte:

The Transmission of Kabbalah – The study of Kabbala today is a tradition dating back to the most ancient of Jewish sages.

By Aryeh Kaplan.

https://www.chabad.org/kabbalah/article_cdo/aid/380324/jewish/The-Transmission-of-Kabbalah.htm

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/a-transmissao-da-cabala/