O Cavalo e o Poço

Conta-se que um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos para ajudar no trabalho de sua fazenda.

Um dia, o capataz lhe trouxe a notícia que um de seus cavalos havia caído num velho poço abandonado.

O buraco era muito fundo e seria difícil tirar o animal de lá. O fazendeiro avaliou a situação e certificou-se de que o cavalo estava vivo. Mas pela dificuldade e o alto custo para retirá-lo do fundo do poço, decidiu que não valia a pena investir no resgate.

Chamou o capataz e ordenou que sacrificasse o animal soterrando-o ali mesmo. O capataz chamou alguns empregados e orientou-os para que jogassem terra sobre o cavalo até que o encobrissem totalmente e o poço não oferecesse mais perigo aos outros animais.

No entanto, na medida que a terra caía sobre seu dorso, o cavalo se sacudia e a derrubava no chão e ia pisando sobre ela.

Logo os homens perceberam que o animal não se deixava soterrar, mas, ao contrário, estava subindo à medida que a terra caía, até que , finalmente, conseguiu sair…”.

Muitas vezes nós nos sentimos como se estivéssemos no fundo do poço e, de quebra, ainda temos a impressão de que estão tentando nos soterrar para sempre. É como se o mundo jogasse sobre nós a terra da incompreensão, da falta de oportunidade, da desvalorização, do desprezo e da indiferença. Nesses momentos difíceis, é importante que lembremos da lição profunda da história do cavalo e façamos a nossa parte para sair da dificuldade.

Afinal, se permitimos chegar ao fundo do poço, só nos restam duas opções:

Ou nos servimos dele como ponto de apoio para o impulso que nos levará ao topo; – Ou nos deixamos ficar ali até que a morte nos encontre. É importante que, se estamos nos sentindo soterrar, sacudamos a terra e a aproveitemos para subir.

#Contos

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Metraton

Todos os povos, desde a mais remota Antigüidade, conservaram a realidade do mito como um componente essencial de sua concepção do mundo, de sua Cosmogonia e Teogonia. Por muito longe que nos remontemos na história das civilizações tradicionais, sempre encontramos nelas uma rica profusão de relatos e lendas relacionados com seres míticos, que servem de comunicação entre a Terra e o Céu, entre o de baixo e o de cima. A tradição cabalística também conserva um grande número de gestas míticas vinculadas com o descenso à Terra das energias celestes, angélicas ou espirituais. Assim, na Cabala se acha com freqüência o nome de Metatron, que se identifica com o arcanjo Miguel, também chamado o “Príncipe das Milícias Celestes”.

A Cabala considera o Metatron como o princípio ativo e espiritual de Kether, a Unidade, que com as tropas divinas sob seu comando (as sefiroth de construção cósmica) empreendem a luta contra as potências do mal e das trevas (que constituem seu próprio reflexo escuro e invertido, as “cascas”, “escórias” ou keliphoth) dissipando a dúvida e a ignorância no coração do homem, fecundando-o, simultaneamente a essa mesma ação, com a influência espiritual que transmitem. Em algumas representações da iconografia cristã e Hermética pode se ver este combate mítico nas figuras do arcanjo Miguel e das hostes angélicas, lutando contra os demônios e Satã, o “príncipe deste mundo”, segundo a conhecida expressão evangélica.

Com o mesmo significado, mas a nível humano, encontramos o cavaleiro São Jorge combatendo o Dragão terrestre, símbolo das paixões inferiores e do “caos”. Precisamente, a lança ou espada (símbolos do eixo) de São Jorge atravessando o corpo do monstro, sugere a “penetração” das idéias celestes, verticais e ordenadoras, em dito “caos”. Esta variante do mito é análoga à luta que o homem acomete na busca do Conhecimento, o que lhe dá a possibilidade de viver um processo mítico idêntico ao dessas mesmas energias cósmicas e telúricas, celestes e infernais, em permanente luta e conciliação.

Relacionado em certo modo com as origens da Tradição Hermética, e intimamente vinculado com o que vimos dizendo, encontra-se o mito dos “anjos caídos”, que igualmente é relatado no Gênesis bíblico. Considerado desde o ponto de vista da Ciência esotérica –que tende a resolver os opostos e, portanto, exclui, por insuficientes, o simplesmente moral e sentimental, bem como as leituras demasiado literais das coisas, que estão incluídas no ponto de vista simplesmente religioso e exotérico– a “queda dos anjos” representa, ante tudo, um símbolo do descenso das influências espirituais no seio da própria vida e da natureza humana.

Certos anjos caíram acesos pelo amor que professavam às filhas dos homens às quais, diz-se, “encontraram formosas e belas”. De seu casamento, nasceram seres semidivinos (os antepassados míticos), que revelaram aos homens as ciências e as artes teúrgicas, mágicas e naturais, ou seja, todas aquelas disciplinas que, como já sabemos, integram os textos sagrados dos “Hermética” e do “Corpus Hermeticum”.

#hermetismo

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Equivalência da Forma: O Decodificador Cabalístico

A sabedoria da Cabala é algo que hoje, mais do que nunca, exerce um enorme interesse sobre as pessoas, o que pode chocar à primeira vista, mas que já era previsto por nossos sábios. No século XXI, onde as mídias democratizaram tanta coisa., uma informação se espalha como rastilho de pólvora e a facilidade de se correlacionar sabedorias diferentes, comparando duas páginas de internet acabou por simplificar o processo. Com certeza, exige-se muito menos tempo do que no passado, quando pesquisas duravam uma infinidade de tempo.

O lado negativo disso, chama-se “autodidatismo”. A pessoa acha-se capaz de apreender TODA E QUALQUER forma de conhecimento simplesmente porque fez uma pesquisa de internet ou leu alguns pares de livros. Por isso, canso de receber pedidos para traduzir livros em hebraico (o que de fato estou fazendo, mas com fins de aprendizado verdadeiro no CCI), ou ver pessoas que ao invés de dedicar-se a aprender DE FATO à ciência cabalística, preferem unicamente consultar uma ou outra fonte, acreditando piamente que podem revelar o que nossos sábios demoram tempos razoáveis para adquirir, até que pudessem transmitir aos seus alunos.

Certa vez eu ministrava uma palestra, na qual abordava a bibliografia cabalística de importância primária, tendo levado alguns livros, simplesmente para fazer uma demonstração. Neste evento havia um rapaz muito inteligente, que volta e meia me interrompia com alguma pergunta interessante, sendo que a última pergunta que ele me fez, foi se não poderia passar à ele a lista bibliográfica para que ele pudesse estudar a cabala sozinho, em casa. Rindo, eu peguei dois volumes do Zohar e falei, enquanto passava os livros às suas mãos: “por que não começa então estudando agora?”. Ele pegou os livros e começou a ler, deixando com que eu conduzisse a palestra, sem mais me perguntar.

Ao final da palestra, antes de liberar as perguntas para os participantes, indaguei: “o que o meu amigo achou?” E ele disse: “Nossa, é humanamente impossível aprender isso aqui sem orientação!” Após ele dizer àquilo, eu afirmei que não só era humanamente impossível para ele, como seria também para qualquer pessoa, ainda que falássemos de mentes inteligentíssimas. Isto porque em cabala, há um conceito, que nossos sábios nos transmitem há milhares de anos, que hoje é chamado cientificamente de EQUIVALÊNCIA DE FORMA.

Isto significa, que escritos cabalísticos profundos como a Torá, o Talmud, O Zohar, O Sêfer Yetzirá, o Bahir e outros, foram escritos por pessoas que estavam sob efeito de forte Ruach Hakodesh (Inspiração Divina), o que nos leva simplesmente à conclusão que existem códigos em seus escritos. É verdade que todo código pode ser quebrado, mas trata-se de algo tão engenhoso, que os mistérios para a revelação e entendimento da sabedoria ocultos nestes livros, não são algo que estão fora e sim, dentro do “decodificador”.

Vamos por um exemplo: imagine que você ama uma mulher, e que ela não sabe nada disso. Você a admira pela cultura que ela tem, porque é inteligente, se comunica bem e aprecia música clássica. Sabe falar sobre várias coisas, em especial cinema, literatura e teatro. É muito correta com os assuntos do trabalho e em todas as ocasiões possíveis está folheando um livro. Você então se olha e constata que odeia ler, não é interessado em cinema, música, assim como acha teatro um saco. Está num trabalho por falta de opção melhor, o que o torna extremamente desleixado com os assuntos dele. Não estou dizendo que você precisa ser idêntico com uma pessoa para que se apaixonem, mas é preciso ter uma proximidade e questões internas afins, isto é o caminho para a equivalência de forma.

Então você aprende, que se realmente quiser se aproximar da mulher de seus sonhos, você só tem uma opção. Buscar as qualidades que lhe faltam e que podiam causar interesse nela, e nas qualidades que você já possui, você precisa refiná-las, até que levem automaticamente á uma proximidade. Com certeza as suas chances sairão de 0%, para algo mais elevado. Pode ser que você não conquista ESTA MULHER, mas com certeza abrirá as portas para alguém semelhante na sua vida.

A verdade é que usei um exemplo cotidiano para explicar algo profundamente espiritual. Em Cabala para que possamos desvendar certos códigos, é necessário que nos aproximemos do alvo a ser desvendado. Se pegarmos um livro como o Zohar, para entendê-lo não se trata somente de uma questão de leitura, mas sim uma aproximação espiritual com o autor daquele livro. Isto significa que é preciso que eu tenha uma aproximação com as qualidades daquele autor, para que possa de fato vir a compreendê-lo.

Mas como posso compreender ou provocar um estado que vai me levar até a equivalência de forma com os autores dos livros cabalísticos, se eu nem ao menos conheço as características espirituais que eles cultivavam? Aí entra o papel do Rav (Mestre). Tendo ele percorrido tal caminho, ele será capaz de evocar no estudo da Cabala, situações, através das quais estes estados serão atingidos, até que você vai ler o livro ou partes dele, uma, duas, três vezes, sentindo que em cada lida, um novo véu está sendo revelado. Aí, a equivalência de forma vai acontecendo e quanto mais eu cultivo em mim as características daqueles sábios, mais eu os compreendo e mais o conteúdo transmitido por eles fica claro.

No final das contas, nossos antigos sábios dizem, que tudo no universo nos “empurra” para a equivalência de forma, já que o objetivo final do ser humano é a similaridade com D´us. Até que sejamos tão parecidos com ele em qualidades espirituais, até o ponto em que não aja eu ou D´us e sim nós. Como na matemática cabalística: 1+1= 1.

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A Cabala do Gênero

A Cabalá ensina que o masculino vê de cima para baixo – o feminino de baixo para cima.

Por Rabi Yitzchak Luria (dos Escritos de Isaac Luria, o Ari, conforme registrado pelo Rabi Chaim Vital); adaptado por Tzvi Freeman.

Quando a Luz Infinita emanou um mundo, fê-lo com duas mentes, dois estados de consciência. Uma mente vê de Cima para Baixo – e assim, tudo é insignificante diante dela. De Cima para Baixo, não há mundo, apenas Um.

A outra mente vê de baixo para cima – e assim toda a criação é divina para ela. De baixo para cima, há um mundo – um mundo para apontar para a Unidade acima.

No nexo dessas duas mentes, no fio da navalha de seu paradoxo, brilha a própria Essência da Luz Infinita. A primeira mente desceu ao homem; o segundo em mulher. É por isso que o homem tem o poder de conquistar e subjugar, mas lhe falta o sentido do outro. É por isso que a mulher sente o outro. Ela não conquista, ela nutre. Mas sua luz é fortemente restringida e, portanto, ela pode ficar cheia de julgamentos severos.

À medida que se unem, o homem adoça o julgamento da mulher e a mulher ensina o homem a sentir o outro. E na união brilha a própria Essência do Infinito.

[Sefer Halikutim, Shmot, de acordo com Chabad Chasidut]

* * * * *

Há três parceiros na concepção de cada criança: a mãe, o pai e Aquele que está acima.

O Aquele que está acima fornece o sopro da vida. Mas essa respiração não pode entrar neste mundo sem roupa. Se esse sopro é uma alma “nova”, é delicado demais para sobreviver aqui sem proteção. Se já esteve aqui muitas vezes antes (como acontece com a maioria de nós), então sua memória do passado, seu fracasso e suas contusões o impedirão muito de lidar com um novo corpo e uma nova vida. E assim ele entra com um “traje”, adaptado para respirar a vida de Cima enquanto manipula o corpo que é dado aqui Abaixo.

Cada pensamento, palavra e ato que a alma faz em sua vida deve se relacionar através desse naipe. Até mesmo a corrente de bênçãos e vida do Alto deve passar por seu canal. A própria alma pode ser pura e luminosa, mas se seu traje não combinar, essa luz terá grande dificuldade em penetrar.

Como esse terno é formado? É moldado pelos pensamentos e conduta da mãe e do pai no momento da concepção. Pensamentos egoístas, pensamentos distraídos, pensamentos grosseiros – estes fornecerão grandes desafios para a criança ao longo da vida. Unidade de mente, pensamentos elevados e pensamentos carinhosos – isso permitirá que a alma da criança brilhe.

Mesmo quando nenhuma criança nasce de relacionamentos, há almas nascidas acima em reinos mais elevados. E tudo o que uma pessoa faz por essas almas retornará a ela.

[Extraído de “Men, Women & Kabala (Homens, Mulheres e a Cabala)” (Class One Press; ClassOne@theRebbe.com); baseado em Likutei Torá, Vayera]

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Fonte: The Kabbalah of Gender.

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

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Os Livros Essenciais da Cabalá

Dia 12/Agosto (em stellium de Sol, Vênus e Marte em Leão e Stellium de Lua, Saturno e Plutão em Capricórnio, jupiter e Ascendente em Sagitario e Netuno em peixes como a cereja do bolo, como se a data tivesse sido escolhida de propósito pelo Divino para este projeto) começa o Financiamento Coletivo dos primeiros livros da Coleção dos Livros Essenciais da Cabalá Judaica.

– O Sepher Yetzirah (O Livro da Formação)
– O Sepher Ha-Zohar (o Livro do Esplendor) – Prólogo & Bereshet A
– O Livro da Reencarnação das Almas
– O Livro do Anjo Raziel

Como sempre, quem apoiar nas primeiras 48hs receberá um presente especial surpresa.

Livros Essenciais da Cabalá

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O Tarot, a Kabbalah e a Alquimia

O sistema do Tarot, no seu sentido mais profundo, mais amplo e mais variado, está para a metafísica e o misticismo na mesma relação que um sistema de notação decimal ou outra qualquer está para a matemática. O Tarot poderá ser apenas uma tentativa para criar tal sistema, mas mesmo assim é interessante.

Para conhecer o Tarot, é necessário estar familiarizado com a idéia da Cabala, da Alquimia, da Magia e da Astrologia.

De acordo com a opinião muito plausível de vários comentadores do Tarot, ele é uma sinopse das ciências herméticas com as suas diversas subdivisões, ou uma tentativa de tal sinopse.

Todas essas ciências constituem um único sistema de estudo psicológico do homem nas suas relações com o mundo dos númenos (com Deus, com o mundo espiritual) e com o mundo dos fenômenos (com o mundo físico visível).

As letras do alfabeto hebraico e as várias alegorias da Cabala, os nomes dos metais, dos ácidos e sais na Alquimia, os nomes dos planetas e constelações na Astrologia, os nomes dos espíritos bons e maus na Magia, tudo isso nada mais era do que uma linguagem oculta convencional para as idéias psicológicas.

O estudo aberto da Psicologia, sobretudo no seu sentido mais amplo, era impossível. A tortura e a fogueira estavam reservadas aos investigadores.

Se nos aprofundarmos ainda mais nas épocas passadas, veremos ainda mais te­mor em todas as tentativas de estudo do homem. Como era possível em meio a toda escuridão, ignorância e superstição daqueles tempos falar e agir abertamente? O estudo livre da Psicologia está sob suspeita mesmo em nossa época, que é considerada esclarecida.

A verdadeira essência das ciências herméticas estava, por isso, oculta por trás dos símbolos da Alquimia, da Astrologia e da Cabala. Entre estas, a Alquimia adotou como meta exterior a preparação de ouro ou a descoberta do elixir da vida; a Astrologia e a Cabala, a adivinhação; e a Magia, a subjugação dos espíritos. Mas, quando o alquimista autêntico falava da busca do ouro, falava da busca do ouro na alma do homem. E, ao falar do elixir da vida, falava da busca da vida eterna e dos caminhos da imortalidade. Nesses casos, dava o nome de “ouro” ao que nos Evangelhos é chamado Reino do Céu e, no Budismo, Nirvana. Quando o astrólogo verdadeiro falava das constelações e planetas, se referia a constelações e planetas na alma do homem, isto é, a propriedades da alma humana e suas relações com Deus e o mundo. Quando o cabalista legítimo falava do Nome de Deus, ele buscava esse Nome na alma do homem e da Natureza, e não nos livros mortos, não nos textos bíblicos, como os cabalistas escolásticos. Quando o verdadeiro mago falava da subjugação dos “espíritos”, elementais e outros à vontade do homem, compreendia isso como a submissão a uma única vontade dos diferentes “eus” do homem, de seus diversos desejos e tendências. A Cabala, a Alquimia, a Astrologia e a Magia são sistemas simbólicos paralelos de Psicologia e Metafísica.

Oswald Wirth, num de seus livros (L’Imposition des mains et la médecine philosophale. Paris. Chamuel Editor, 1897), fala de modo muito interessante da Alquimia:

“A Alquimia estuda, na verdade, a metalurgia e a metafísica, isto é, as operações que a Natureza opera nos seres vivos; a mais profunda ciência da vida estava oculta aqui sob estranhos símbolos…

“Mas essas idéias imensas teriam queimado cérebros que eram demasiadamente limitados. Nem todos os alquimistas eram autênticos. A ganância atraiu para a Alquimia homens que visavam o ouro, alheios a qualquer esoterismo; eles compreendiam tudo literalmente e suas loucuras muitas vezes não conheciam limites.

“Dessa fantástica cozinha de charlatães vulgares resultou a química moderna. Mas os filósofos verdadeiros, dignos desse nome, amantes ou amigos da sabedoria, cuidadosamente separaram o sutil do grosseiro, com cuidado e previsão, como exigia a Tábua de Esmeralda, de Hermes Trismegistos, isto é, rejeitavam o significado pertencente à letra morta e conservavam apenas o espírito secreto da doutrina.

“Nos nossos dias, confundimos o sábio com o insensato e rejeitamos completamente tudo que não tem o selo oficial.”

Por P.D. Ouspensk

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O Símbolo do Coração

É desse Princípio de onde, efetivamente, o homem recebe o hálito vital, ao mesmo tempo em que a luz da Inteligência, ou autêntica intuição intelectual, permite-lhe conhecer de maneira direta, simultânea e sem reflexos (ou seja, não dual, racional ou cerebral) a Unidade em todas as coisas. Neste sentido, lembraremos que na Cabala a sefirah Tifereth (que na simbólica construtiva corresponde ao altar do templo) é chamada o coração da Árvore da Vida, pois ao estar situada no próprio centro do pilar do equilíbrio faz possível que nela se unifiquem e sintetizem as restantes sefiroth. Por isso, esta sefirah também é chamada “Harmonia”, entendida como a autêntica expressão da “concórdia” universal, palavra que precisamente significa “união dos corações”.

#hermetismo

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Dabar (yod-heh-vav-heh)

Surgida no século II de nossa era, no povo de Israel, a Cabala se desenvolveu na Alta e Baixa Idade Média, em países cristãos como França e Espanha, particularmente neste último, onde no século XIII foi escrito nada menos que O Zohar, o grande livro cabalístico, brilhando na Itália durante o Renascimento sob sua forma cristianizada, e passando aos países do norte e centro da Europa, à Inglaterra, Polônia, etc., em distintas épocas, e onde ainda hoje se mantém viva, bem como em Jerusalém e muitas outras cidades do mundo moderno, entre judeus e não judeus. Isto quanto ao que se refere à Cabala histórica.

O termo dabar em hebraico significa ao mesmo tempo “palavra” e “coisa”. Nesse sentido, para os hebreus o nome de Deus, constituído pelas quatro letras sagradas, é impronunciável, por respeito a sua imanifestação, e porque o pronunciar de seu nome o revelaria em sua tremenda majestade e grandeza. Estas quatro letras são: Iod – letra a partir da qual surgiu todo o alfabeto hebreu, que é considerada um ponto e cujo valor numeral é dez; Hé – chamada a primeira Hé para distinguí-la da segunda que compõe o nome divino, de valor numeral cinco; Vau – de valor numeral seis; e Hé – a segunda, de idêntico valor cinco. A soma das letras do Nome Divino dá vinte e seis, e este número é de particular importância no esoterismo e na Cosmogonia cabalística. Abordaremos tão logo as letras do alfabeto hebreu. Estes elementos são muito importantes para determinadas operações. Não se trata aqui de dar um curso de hebraico, senão de nos familiarizarmos com os símbolos e valores cabalísticos. Se nossos leitores tivessem oportunidade de estudar hebraico, sugerir-lhes-íamos que o fizessem para aumentar as fronteiras das relações e sua ressonância em nosso trabalho hermético.

#hermetismo

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O Pessach

E naquela noite comerão a carne assada ao fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. (…) Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. (…) E este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.
(Êxodo 12:8-14)

A páscoa é uma celebração judaica, onde este povo comemora a fuga da escravidão do Egito liderada por Moisés (retratada no livro “Êxodo” do Velho Testamento). Tornou-se uma celebração também cristã por conta de um pequeno detalhe: Jesus era judeu. SIIIIIIM, Jesus era judeu (embora todas as igrejas tentem ignorar isso), e como tal respeitava suas tradições (nem todas, é verdade). E foi justamente na páscoa, quando Jesus está a mesa com os apóstolos, repartindo o pão ázimo (sem fermento) de acordo com a simbologia judaica, e introduzindo um sentido único para os cristãos: ao repartir o pão e beber o vinho, lembrem-se dele, especialmente do que falava aos discípulos: “Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede.” (João 6:32-35). Foi aí também que Jesus disse para Judas: “Judas, amigão, vai fazer aquele negócio que a gente combinou, mas que só vão decobrir daqui a 1.940 anos”.

O significado dessa simbologia é impenetrável para a maioria dos cristãos, porque é puramente espiritual. Mas as pessoas se apegam à letra morta, e sua visão (entendimento) fica limitada. Analisemos, pois, os versículos de João 6:48-63 com tradução simultânea:

“Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.

Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a sua carne a comer?

Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é como o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.

Estas coisas falou Jesus quando ensinava na sinagoga em Cafarnaum. Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Mas, sabendo Jesus em si mesmo que murmuravam disto os seus discípulos, disse-lhes: Isto vos escandaliza? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.”

Outra linda passagem dessa Páscoa é o lava-pés, onde o Mestre Jesus, mais uma vez através de AÇÕES, deixa claro sua doutrina ao fazer um trabalho que era relegado às mulheres ou servos: lavar os pés dos convidados, antes da refeição.

“Ora, depois de lhes ter lavado os pés, tomou o manto, tornou a reclinar-se à mesa e perguntou-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo: Não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.”
(João 13:12-16)

Ainda assim, os discípulos continuaram orgulhosos, e Jesus mais uma vez lembra a eles da humildade:

“Levantou-se também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior. Ao que Jesus lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que sobre eles exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sereis assim; antes o maior entre vós seja como o mais novo; e quem governa como quem serve. Pois qual é maior, quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa? Eu, porém, estou entre vós como quem serve.”
(Lucas 22:24-27)

Sim… e durante milênios a doutrina de Jesus foi usada (NÃO SEI COMO!) pra justificar hierarquias políticas eclesiásticas onde o maior, em vez de servir, é servido!

E onde entra o coelhinho e o chocolate, nessa história? Quando a Igreja Romana dominou o ocidente, autoridades do clero iam às feiras livres para ver quem comprava ervas amargas nos dias da Páscoa, para sentenciá-los à morte nas fogueiras do Tribunal do Santo Ofício (a “Santa Inquisição”, a mesma Ordem a que o Papa Benedito XVI pertence), por serem tidos como judeus, por estarem cumprindo a ordem de Deus de celebrar a Páscoa. Isso causou tal pânico ao povo, que quase todos os cristãos deixaram de comemorar de maneira devida, essa tão importante festa cristã.

Vamos ver agora a simbologia por detrás da comemoração da Páscoa, dessa vez do ponto de vista judeu (ou seja, dos criadores da Páscoa), através deste texto do Rabino Henry Sobel:

Em todas as gerações, cada pessoa deve sentir-se como se ela própria tivesse saído do Egito
“Esta frase, que leremos na mesa do Seder nas noites de 12 e 13 de Abril, afirma que devemos considerar Pessach como uma época de libertação pessoal, que cada judeu deve ver nesta comemoração a ocasião de sua própria redenção. Mais ainda, Pessach não é um acontecimento que ocorreu no passado, séculos atrás, mas sim uma força redentora em nossos dias. A implicação é que o êxodo do Egito é uma experiência vivida por todos nós e faz parte da história existencial, individual, de cada judeu.

Meus amigos: o Egito não é apenas um ponto no mapa, um país; é um estado de espírito. O Êxodo não é apenas um evento histórico, mas uma possibilidade sempre atual. O Egito dos tempos bíblicos representa todas as forças que escravizam o homem. E toda vez que o homem consegue se libertar destas forças, ele vivencia um novo Êxodo. Um rabino observou que a palavra hebraica Mitzraim (Egito) vem da mesma raiz que metzonm, literalmente “lugares estreitos”. A essência do Egito é a estreiteza da vida. Tudo que restringe e limita nossa visão constitui um “Egito”. Pessach é a hora de nos libertarmos deste Mitzraim.

Nesta época do ano, quando celebramos nossa liberdade, cada um de nós deve se perguntar: “Qual é o meu Egito particular?”. O que é que constringe e obstrui minha própria vida?. São muitos os Egitos que nos oprimem: Ambição excessiva, inveja, materialismo, o apego ao status quo, para citar apenas alguns. Mais difícil que retirar o judeu do Egito é retirar este Egito de dentro do judeu.

Que Pessach traga para cada um de nós o Êxodo do seu Egito interior. E que possamos alargar e engrandecer nossa vida em serviço à nossa família, à nossa comunidade, ao nosso povo e a nossa fé.

Referência: A verdade sobre a Páscoa;

#cabala

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Podcast Mayhem – 02 – O Sefirat ha Omer

Neste episódio, Soror Tiamat, Frater Qos, Rodrigo Grola e Marcelo Del Debbio debatem sobre o o Sefirat ha Omer, o mais importante exercício cabalista que ocorre todos os anos entre o Pessach e o Shavuot, realizado por dezenas de milhares de hermetistas ao redor do mundo. Para que serve? o que esperar dele? Quão difícil é completar com sucesso estes exercícios?

Podcast do Projeto Mayhem

Ajudem a divulgar e sejam nossos padrinhos para participar do Projeto Mayhem que, além da orientação em ritualística (rituais jupiterianos semanais, Rituais de Solstícios e Equinócios, Sefirat ha Omer), revista Hermetismo trimestral e grupos fechados de debate e plantão de dúvidas no Facebook e Telegram, possamos chegar agora a um episódio a cada quinze dias (a próxima meta!).

#cabala #Kabbalah #Podcast #SefirathaOmer

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