A Cabala e o Tarot na Capela Sistina – Com Rosa Maria Bastos

Bate-Papo Mayhem 186 – Com Rosa Maria Bastos – A Cabala e o Tarot na Capela Sistina

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O vídeo desta conversa está disponível em: https://youtu.be/_lSfEFyF1rY

Bate Papo Mayhem é um projeto extra desbloqueado nas Metas do Projeto Mayhem.

Todas as 3as, 5as e Sabados as 21h os coordenadores do Projeto Mayhem batem papo com algum convidado sobre Temas escolhidos pelos membros, que participam ao vivo da conversa, podendo fazer perguntas e colocações. Os vídeos ficam disponíveis para os membros e são liberados para o público em geral três vezes por semana, às terças, quartas e quintas feiras e os áudios são editados na forma de podcast e liberados duas vezes por semana.

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Uma introdução à Cabala, ao Tarô, à magia cerimonial e ao ocultismo em geral

As Edições Textos para Reflexão trazem o grande clássico das ciências ocultas em uma edição digital memorável.

Dogma e Ritual da Alta Magia, de Éliphas Lévi, é uma das obras mais célebres no meio ocultista, de modo que até o século atual continua sendo considerada uma das introduções mais confiáveis à Cabala, ao Tarô, à prática da magia cerimonial e ao ocultismo em geral. Nossa edição possui mais de 40 ilustrações do próprio autor, prefácio de Arthur Edward Waite (cocriador do Tarô de Waite-Smith), fontes hebraicas dinâmicas (elas acompanham o tamanho do texto em geral) e guia de leitura – tudo isso pelo preço de um café!

Um ebook já disponível para o Amazon Kindle:

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A Cabala Judaica pela visão da Escola Bnei Baruch

Bate-Papo Mayhem #080 – gravado dia 24/09/2020 (Quinta) Marcelo Del Debbio bate papo com Felipe Nunes – A Cabala Judaica pela visão da Escola Bnei Baruch

Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as, 5as e sábados com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados. Além disto, temos grupos fechados no Facebook e Telegram para debater os assuntos tratados aqui.

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A Árvore da Vida: Um Clássico Mágico Renascido para o Século XXI

Por Llewellyn.

Numa época em que a magia era vista pela maioria como suspeita na melhor das hipóteses e perigosamente má na pior, Israel Regardie via a magia como uma disciplina científica precisa, bem como um modo de vida altamente espiritual. Aos 24 anos, ele assumiu a enorme tarefa de torná-la acessível a uma ampla audiência de ávidos buscadores espirituais. Regardie queria apontar os princípios fundamentais comuns a toda magia, independentemente de qualquer tradição específica ou caminho espiritual.

O resultado foi o livro A Árvore da Vida, que apresenta uma enorme quantidade de material diversificado em um todo notavelmente unificado. Desde o dia em que foi publicado pela primeira vez, este livro permaneceu em alta demanda por sua habilidosa combinação de sabedoria antiga e experiência mágica moderna.

Esta obra-prima agora foi meticulosamente editada por dois Adeptos Sênior da Ordem Hermética da Golden Dawn (Aurora Dourada) que trabalharam pessoalmente com Regardie. O material foi esclarecido com anotações, comentários e notas explicativas. Há uma nova introdução, glossário, bibliografia e índice e uma riqueza de novas ilustrações.

“A Árvore da Vida é um livro que seria difícil elogiar demais; será um dos clássicos do ocultismo.”

Essa foi a opinião de Dion Fortune, uma respeitada autoridade nos círculos esotéricos, cujo artigo “Cerimonial Magic Unveiled (Magia Cerimonial Revelada)”, impresso na edição de janeiro de 1933 da The Occult Review, foi uma enorme ajuda para a carreira mágica do jovem Israel Regardie – uma carreira tão bem sucedida e influente que Regardie mais tarde se tornaria conhecido como o homem que removeu o sigilo excessivo que velava o ocultismo moderno e tornou as práticas mágicas da Ordem Hermética da Golden Dawn acessíveis a todos os buscadores espirituais. Antes de sua morte em 1985, “Francis” Israel Regardie foi considerado por muitas pessoas como um dos principais zeladores da tradição da Golden Dawn, uma corrente de magia e disciplina espiritual que atraiu muitos ocultistas proeminentes do final do século XIX e início do século XX. incluindo o Dr. William W. Westcott, Samuel L. MacGregor Mathers, Arthur Edward Waite, William Butler Yeats e Aleister Crowley.

A Árvore da Vida é considerada por muitos como um dos textos mais abrangentes sobre magia já escritos. Ao mesmo tempo, é uma excelente introdução ao assunto. Crowley também tentou escrever livros mágicos que fossem fáceis de ler e fáceis de compreender, mas ele nunca foi realmente capaz de fazer isso. O texto de Regardie, por outro lado, é muitas vezes considerado indispensável para a compreensão dos escritos mais obscuros de Crowley. De acordo com Francis King e Isabel Sutherland em The Rebirth of Magic (O Renascimento da Magia):

“[Crowley] escreveu com grande clareza e simplicidade sobre ioga, mas seus escritos puramente mágicos são em grande parte incompreensíveis para o leitor não equipado com um conhecimento detalhado do sistema cabalístico de Mathers, os ritos da Golden Dawn e até mesmo os eventos da própria vida de Crowley.”

“O aluno teve sucesso onde o mestre falhou. Em 1932, Regardie publicou dois livros, A Árvore da Vida e Um Jardim de Romãs, que muitos consideram pequenas obras-primas ocultas.” Temos o prazer de apresentar esta nova edição comentada e ilustrada do texto clássico de Regardie, A Árvore da Vida. Os títulos dos capítulos foram adicionados por nós para conveniência do leitor. Todas as notas finais também são nossas. Embora as edições anteriores de A Árvore da Vida contivessem um pequeno número de ilustrações, muitas outras foram adicionadas a esta nova edição. Também incluímos uma bibliografia, um glossário abrangente e um índice.

A Árvore da Vida apresenta ao leitor uma extensa pesquisa das práticas da tradição mágica ocidental, bem como uma visão panorâmica da teoria por trás dessas práticas. Em sua introdução à segunda edição, Regardie escreveu que: “Este livro tem um significado especial para mim que nenhum de meus outros escritos jamais teve”. Concordamos plenamente com esta opinião, pois A Árvore da Vida também tem um significado especial para nós. De todos os seus livros, este texto em particular parece expressar aquela rara qualidade de escrita que passamos a valorizar da caneta de Regardie – seu desejo de tocar o leitor com inspiração, seu amor pela poesia mística e invocações sagradas, seu senso de a alegria na busca espiritual pela união com o divino e, acima de tudo, seu desejo altruísta de compartilhar com os outros o que descobriu. A Árvore da Vida é uma joia de livro que tornará o leitor mais rico em espírito.

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Fonte:

The Tree of Life: A Magical Classic Reborn for the 21st Century, by Lllewellyn.

https://www.llewellyn.com/journal/article/91

COPYRIGHT (2001) Llewellyn Worldwide, Ltd. All rights reserved.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/a-arvore-da-vida-um-classico-magico-renascido-para-o-seculo-xxi/

A Analogia do Soprador de Vidro

Tradução e comentários de Aryeh Kaplan

Baseado em “Derech Hashem”.

No Zohar III:25a encontramos que “a Nefesh está ligada ao Ruach, o Ruach ao Neshamá, e o Neshamá ao Abençoado Santo.” Os três formam assim uma espécie de corrente, ligando o homem a D’us. A ideia dessas três partes é melhor explicada com base no versículo (Gn 2:7), “D’us formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas um sopro de vida”. Isso é comparado ao processo de sopro de vidro, que começa com a respiração (neshima) do soprador de vidro, flui como um vento (Ruach) através do tubo de sopro de vidro e finalmente chega ao repouso (Nefesh) no recipiente que está sendo formado. A Neshamá, portanto, vem da mesma raiz que Neshima, que significa respiração, e esta é a “sopro de D’us”. A Nefesh vem de uma raiz que significa “descansar” e, portanto, refere-se à parte da alma que está ligada ao corpo e “descansa” ali. Ruach significa vento, e é a parte da alma que liga a Neshamá e a Nefesh.

Veja Nefesh ha-Chaim 1:15….

[“O Caminho de D’us” (Feldheim); parte 3, nota de rodapé 6.]

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Fonte:

The Glassblower Analogy.

The soul — a vessel being formed.

Translation and commentary by Aryeh Kaplan

https://www.chabad.org/kabbalah/article_cdo/aid/380610/jewish/The-Glassblower-Analogy.htm

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/a-analogia-do-soprador-de-vidro/

A Alma Natural: Uma Pequena Centelha da Divindade se Reveste em uma Alma Extremamente Etérea

Por Moshe Miller.

A cabala clássica identifica quatro níveis da alma – chamadas Nefesh, Ruach, Neshama e Neshama L’neshama. Nefesh é o princípio animador do corpo físico e dos sentidos; ruach é a força que vitaliza as emoções; neshama é a vitalidade do intelecto; e neshama l’neshama é a essência da vida da alma humana. O Arizal se refere a este quarto nível de alma como Chaya, significando sua função como a essência da vida. Entretanto, todos estes quatro aspectos da alma ele considerava como meras extensões da essência da alma, que ele chamou de Yechida.

…Entre o Criador e o criado [isto é, o aspecto da espiritualidade em geral, em oposição à criação física] existe um nível intermediário, a respeito do qual ele afirma: “Vós sois filhos de Deus vosso Senhor…”, pois nossos Sábios declararam: “os Patriarcas são o merkava [a Carruagem Divina]”. A intenção aqui é que uma minúscula centelha de Divindade, tirada do nível mais baixo do Criador, se veste em uma única centelha do criado “in potentia”, que é uma alma extremamente etérea. Dentro desta alma-espinha, chamada Yechida, estão as raízes de todos os outros quatro níveis de espiritualidade – Nefesh, Ruach, Neshama e Chaya. (Etz Chaim, shaar 42, cap 1)

Em outras palavras, a alma é parte do Criador e, ao mesmo tempo, é criada. Sua essência luminosa é “uma minúscula centelha de alegria”, e a bainha na qual está vestida é um ser criado, embora um ser espiritual e não físico. Como a alma emana do Ein Sof para eventualmente ser vestida no corpo físico, a alma desce através dos quatro mundos mencionados acima, deixando uma raiz em cada um dos mundos1 – Chaya no mundo de Atzilut, Neshama no mundo de Beriya, Ruach no mundo de Yetzira, e Nefesh na dimensão espiritual da Asiya. (Shaar HaGilgulim, hakdama 1) Tudo isso é então revestido dentro de um corpo físico.

A alma revestida dentro do corpo é um reflexo da Forma Divina, chamada “Tzelem”, ou “Tzelem Elokim”. Este “Tzelem Elokim” pode ser descrito como o molde humano da forma física do homem, ligando seu corpo e alma. Este molde deriva da configuração do sefirot, que forma a estrutura dos mundos através dos quais a alma desce em sua jornada para o corpo.

Ao mesmo tempo em que a dimensão externa da alma reflete a configuração do sefirot, a dimensão interna da alma reflete a Luz Infinita que ilumina o sefirot. Este reflexo é chamado de “Demut Elokim” (literalmente, a “Imagem de D-us”; ver Shaarei Kedusha de R. Chaim Vital, parte 3, cap. 5, e Likutei Torah, Shir Hashirim, Rabino Shneur Zalman de Liadi). Assim, o homem inclui toda a criação dentro dele, desde a mais sublime espiritualidade até a mais mundana fisicalidade. (Pardes, shaar 4, cap. 10)

Da perspectiva do serviço do homem a D-us, estes níveis de alma podem ser descritos como cinco níveis ascendentes de consciência de D-us e comunhão com D-us. A respeito destes níveis de alma, Zohar2 afirma que quando uma pessoa nasce, lhe é dado um Nefesh do mundo de Asiya, o mundo mais baixo, representando a maior ocultação de D-us. Se, através de seu serviço divino e ação apropriada, ele se faz digno, então é dado a Ruach no plano de Yetzira. Com maior esforço, ele pode ganhar a revelação de Neshama, paralelizando o mundo de Beriya. Se ele se purificar muito, poderá atingir o nível de Chaya, paralelo a Atzilut, e até mesmo Yechida, a consciência D-us do nível de Adam Kadmon e mais além. (“Além”, porque o nível de alma chamado yechida, em essência, transcende todos os mundos, já que nunca está separado de D-us. É descrito como sendo “verdadeiramente parte de D-us acima”, a “centelha do Criador vestida dentro de uma centelha do criado” descrita anteriormente. Ver Jó 31:2 e Tanya ch. 2)

Esta configuração coloca a humanidade em uma posição única, pois através de sua composição espiritual e física (alma e corpo) ele está vinculado a todos os níveis da Criação. Suas ações e comportamentos são, portanto, capazes de afetar todos os mundos e todo o sefirot. Assim, o homem é um microcosmo da Criação, e suas ações têm um significado cósmico. (R. Chaim Vital, Shaarei Kedusha III, 2-3) Ele é capaz de afetar o equilíbrio do universo, tanto espiritual como físico, por seu kavanot (intenções místicas) e yichudim (unificações do sefirot). O Arizal revelou um elaborado sistema de kavanot e yichudim projetado para atingir este mesmo propósito.

Isto termina nossa introdução aos conceitos básicos da Cabala Luriânica.

Notas de Rodapé:

1.      Ver R. Chaim Vital’s Shaarei Kedusha, parte 3, cap. 5, e Likutei Torah, Shir Hashirim, Rabino Shneur Zalman de Liadi.

2.      Ver vol. II, p. 94b; vol. III, p. 24b-25a, 70b; vol. I, p. 62a, comentários; Pardes, shaar 31, cap. 3.

O rabino Moshe Miller nasceu na África do Sul e recebeu sua educação yeshivah em Israel e na América. Ele é um prolífico autor e tradutor, com cerca de vinte livros em seu nome sobre uma grande variedade de tópicos, incluindo uma tradução autorizada e anotada do Zohar. Ele desenvolveu uma abordagem do tipo coach para lidar com questões da vida baseada no Chassidismo e na Cabala – uma ferramenta para lidar com questões normais que todos enfrentam, bem como questões que os psicólogos geralmente abordam, muitas vezes de forma ineficaz. Ele também dá aulas ao vivo gratuitas através da Internet.

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Fonte:

MILLER, Moshe. Natural Soul – A tiny spark of G-dliness clothes itself in an extremely ethereal soul. Kabbalah Online. Chabad. Disponível em: <https://www.chabad.org/kabbalah/article_cdo/aid/380794/jewish/Natural-Soul.htm>. Acesso em 16 de março de 2022.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/a-alma-natural-uma-pequena-centelha-da-divindade-se-reveste-em-uma-alma-extremamente-eterea/

5 formas como a Cabala afirma minha identidade bissexual e Não-binária

Por Enfys J. Book.

Minha jornada de identidade como pessoa não binária e bissexual está entrelaçada com minha jornada espiritual com a Cabala Hermética. Em meu livro, Queer Qabala: Nonbinary, Genderfluid, Omnisexual Mysticism & Magick (A Cabala Queer: Magia e Misticismo Omnisexual, Gênero Fluido e Não-Binário), mostro várias maneiras pelas quais a Cabala é inerentemente queer e como usar a Árvore da Vida como uma autêntica lente queer e ferramenta espiritual para experiências e ritos de passagem queer.

Aqui estão cinco maneiras pelas quais a Cabala me ajudou pessoalmente, afirmando minha identidade bissexual não-binária.

1. A Cabala mostra que você não pode assumir a identidade de gênero ou expressão de gênero de alguém apenas pelo nome.

Cada esfera (ou Sephiroth) na Árvore da Vida tem um nome hebraico masculino ou feminino. Mas o gênero do nome de cada esfera nem sempre combina com o lugar se está no pilar masculino ou feminino, qual imagem mágica está associada a ela ou quais correspondências mitológicas ou astrológicas ela possui. Por exemplo, Netzach é um nome masculino e está no pilar masculino, mas está associado a Vênus e sua imagem mágica é a de uma bela mulher nua. Enquanto lutava com nomes e rótulos, era reconfortante perceber que a Árvore da Vida às vezes também é inconsistente com identidade e expressão.

2. O Pilar do Meio mostra o poder do não-binário.

A Cabala tem um pilar masculino e um pilar feminino (também conhecidos como pilares de força e forma, ou misericórdia e severidade), mas há um terceiro pilar entre eles, o pilar do equilíbrio. Em vez de identificar o pilar do meio como uma espécie de “terceiro gênero” com uma expressão definida, o pilar do equilíbrio harmoniza e cria coisas novas a partir das energias dos outros dois pilares. Como não experimento meu gênero não-binário como estando no meio de um continuum masculino-feminino, mas como algo em um eixo totalmente separado, adoro como o pilar do equilíbrio é retratado na Árvore da Vida.

3. Na Árvore da Vida, cada esfera é fluida de gênero.

Assumindo que a chamada energia “masculina” é projetiva e a energia “feminina” é receptiva, cada esfera age como masculina e feminina quando observamos como a energia flui pela Árvore da Vida. Por exemplo, Kether projeta energia para ser recebida por Chokmah, que por sua vez projeta essa energia para ser recebida por Binah, e assim por diante. Minha identidade de gênero pode ser fluida às vezes, então isso é muito afirmativo para mim.

4. Cada esfera também é bissexual.

Continuando o fio do ponto anterior sobre os fluxos de energia na Árvore da Vida, cada esfera interage com uma esfera vizinha se comportando de maneira masculina/projetiva, e com a outra esfera vizinha se comportando de maneira feminina/receptiva. Em outras palavras, está sempre se conectando energeticamente com uma esfera de atuação masculina e feminina. Mais uma vez, sinto-me muito afirmado por isso!

5. Na Cabala, o ser (ou a natureza) queer (queerness) é divino.

A totalidade da Árvore da Vida nasce da centelha divina originada em Kether, a esfera da unidade absoluta com a fonte de tudo, o projeto do potencial. Nada existe em Malkuth que não tenha iniciado sua jornada na fonte divina e, portanto, tudo é divino, incluindo todas as pessoas queer.

Você já teve alguma experiência conectando identidades e experiências queer com a Qabala? Eu adoraria ouvi-los nos comentários.

Se você gosta deste texto, confira meu blog em MajorArqueerna.com.

BÔNUS: Quer aprender mais sobre queer magick (a magia queer)? Recomendo muito o livro da minha amiga Misha Magdalene,  Outside the Charmed Circle: Exploring Gender and Sexuality in Magical Practice (Fora do Círculo Encantado: Explorando Gênero e Sexualidade na Prática Mágica). Foi fundamental na escrita do livro Queer Qabala (A Cabala Queer)!

Sobre o autor(a):

Enfys J. Book é um membro do clero não-binário e bissexual na Assembly of the Sacred Wheel   (Assembleia da Roda Sagrada), e o Sumo Sacerdote da Fellowship of the Ancient White Stag (Irmandade do Antigo Coven do Cervo Branco) perto de Washington, DC. Enfys estuda Cabala desde 2012 e ministra aulas de prática mágica desde 2015, inclusive apresentando na Sacred Space Conference (Conferência do Espaço Sagrado).

Sobre o livro:

Queer Qabala, Nonbinary, Genderfluid, Omnisexual Mysticism & Magick ( A Cabala Queer: Magia e Misticismo Omnisexual, Gênero Fluido e Não-Binário), Enfys J. Book, prefácio de Christopher Penczack:

Ramifique-se das interpretações antiquadas da Árvore da Vida

A Cabala Hermética é uma estrutura rica para entender a nós mesmos, nossos trabalhos mágicos e o universo, mas descrições desatualizadas muitas vezes obscurecem sua natureza intrinsecamente queer e não binária. Com metáforas e escolhas de palavras atualizadas e afirmativas, este guia torna mais fácil para qualquer praticante entender e trabalhar com a Árvore da Vida.

Enfys J. Book convida as pessoas queer a se verem nesta prática esotérica e oferece uma variedade de caminhos, exercícios e feitiços para aprofundar sua compreensão de cada uma das dez esferas (sephiroth). Este livro também mostra às comunidades mágicas como co-criar espaços e estruturas mais amigáveis e acessíveis a todos. Com uma compreensão moderna e inclusiva da Cabala, você pode aprimorar sua magia, expressar plenamente sua identidade e vencer os desafios da vida.

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Fonte:5 Ways Qabala Affirms My Nonbinary, Bisexual Identity, by Enfys J. Book.

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/5-maneiras-pelas-quais-a-cabala-afirma-minha-identidade-bissexual-e-nao-binaria/

‘Sepher Yetzirah

Sepher Yetzirah (Ou Sefer Ietzirá) é um texto cabalístico cuja origem a tradição remonta à Abraão. Seu título pode ser traduzido como “O Livro da Formação” e é a obra que descreve pela primeira vez na história o poder de criar e moldar a realidade atribuído aos números e as letras do alfabeto hebraico e suas combinações.  O tratado discute a formação do universo através dos números de 1 a 10 e das 22 letras do alfabeto hebreu. Juntos os dez algarismos e as 22 letras são chamados de as 32 partes do conhecimento. A tradução seguinte foi feita no século 19 por Papus celebrado ocultista do período.

CAPÍTULO I – Exposição Geral

É com as trinta e duas vias da sabedoria, vias admiráveis e ocultas, que IOAH (Iod-He-Vau-He) DEUS de Israel, DEUS VIVO e Rei dos Séculos, DEUS de Misericórdia e de Graça, DEUS Sublime tão Exaltado, DEUS vivendo na Eternidade, DEUS santo, grava seu nome por três numerações: SEPHER. SEPHAR e SIPUR, isto é. o NÚMERO, O QUE NUMERA e o NUMERADO (Também traduzido por Escritura, Número e Palavra – Abendana), contido nas dez Sephiroth, isto é, dez propriedades, com exceção do inefável, e vinte e duas letras.

As letras são constituidas por três mães, sete duplas e doze simples. As dez Sephiroth, com exceção do inefável (EN SOF), são constituidas pelo número dez, como os dedos das mãos, são cinco mais cinco, mas no meio deles está a aliança da unidade. Na interpretação a língua e da circuncisão encontram-se as dez sephiroth, com exceção do inefável.

Dez e não nove, dez e não onze, compreende isto em tua sabedoria e saberás dentro de tua compreensão. Exercita o teu espírito sobre elas, pesquisa, relaciona, pensa, imagina, restabelece as coisas em seus lugares e assenta o Criador no seu Trono.

Dez Sephiroth, com exceção do inefável, cujas dez propriedades são infinitas: o infinito do princípio, o infinito do fim, o infinito do bem, o infinito do mal, o infinito em elevação, o infinito em profundidade, o infinito ao Oriente, o infinito ao Ocidente, o infinito ao Norte, o infinito ao Sul. Só o Senhor está acima; Rei fiel, ele domina tudo do alto do seu Trono pelos séculos afora.

Vinte e duas letras fundamentais, três mães: Aleph Mem Shin, a elas correspondem ao prato do mérito, ao prato do demérito e à balança da lei que conserva o quilíbrio entre eles; sete duplas, Beth, Ghimel, Daleth, Caph, Phe, Resh e Thau, que correpondem à vida, à paz, à sabedoria, à riqueza, à posteridade, à graça, à dominação; doze simples: He, Vau, Zain, Cheth, Teth, Iod, Lamed, Nun, Samech, Hain, Tsade, Cuph, que correpondem à visão, ao ouvido, ao olfato, à palavra, à nutrição, à cohabitação, à ação, ao caminhar, à cólera, ao riso, ao pensamento e ao sono.

Pelo qual Yah, Eterno Sebaoth, Deus de Israel, Deus Vivo, Deus Onipotente, elevado, sublime, vivendo na Eternidade e cujo nome é santo, propagou três princípios e suas posteridades Ar, ;Agua e Fogo), sete conquistadores e suas legiões (Os Planetas e as Estrelas), doze arestas do cubo ( O nome Aleph Lamed Beth Samech Iod – não parece significar diagonal…).

A prova das coisas é (dada por) testemunhos dignos de fé, o mundo, o ano e o homem, que tem a regra das dez, três, sete e doze; seus prepostos são o dragão, a esfera e o coração.

 

CAPÍTULO II – O Sephiroth ou as Dez Numerações

Dez Sephiroth, com exceção do inefável; seu aspecto é semelhante ao das chamas cintilantes, seu fim perde-se no infinito. O verbo de Deus circula nelas; saem e voltam sem cessar, semelhantes a um turbilhão, e executam a todo instante a palavra divina e se inclinam diante do Trono do Eterno.

Dez Sephiroth, com exceção do inefável; considera que seu fim está junto ao princípio como a chama está unida ao tição, porque só o Senhor está acima e não há segundo. O que poderia enumerar-se antes do número um ?

Dez Sephiroth, com exceção do inefável. Fecha teus lábios e suspende tua meditação, e, se teu coração desfalece, retorna ao ponto de partida. Porque está escrito: sair e retornar, pois por isso a aliança foi feita: Dez Sephiroth, com exceção do inefável.

A primeira das Sephirah, um, é o Espírito do Deus Vivo, é o nome abençoado e bendito de Deus eternamente vivo. A voz, o espírito e a palavra, é o Espírito Santo.

Dois é o sopro do Espírito. e com ele são gravadas e esculpidas as vinte e duas letras, as três mães, as sete duplas e as doze simples; cada uma delas é espírito.

Três é a Água que vem do sopro. Com eles esculpiu e gravou a matéria prima inanimada e vazia, edificou TOHU, a linha que volteia ao redor do mundo, e BOHU as pedras ocultas enterradas no abismo, de onde saem as Águas.

Eis uma variação desta passagem por M. Mayer Lambert – “Em terceiro lugar: criou a água e o ar; traçou e talhou com ela o TOHU e o BOHU, o lodo e a argila; fez uma espécie de canteiro, talhou-os em uma espécie de muro, encobriu-os com uma especie de telhado; fez correr água em cima, e ela penetrou a terra, como está escrito: Pois à neve dise: sê a terra (TOHU é a linha verde que engloba o mundo inteiro; BOHU são as pedras esburacadas e enterradas no Oceano, de onde sai a água, como está dito: Ele esticará sobre ela a linha de TOHU e as pedras de BOHU)”.

Quatro é o Fogo que vem da Água, e com eles esculpiu o trono de honra, os Ophanim (rodas celestes), os Serafins, os Animais santos e os Anjos servidores; e de sua dominação fez sua morada como diz o texto: Foi ele quem fez seus anjos e seus espíritos ministros se movendo no fogo.

Cinco é o sinete com o qual selou a altura quando a contemplou acima dele. Ele a selou com o nome Iod He Vau – IEV.

Seis é o sinete com o qual selou a profundidade quando a contemplou abaixo dele. Ele a selou com o nome de Iod Vau He – IVE.

… e assim por diante:

Sete Oriente EIV
Oito Ocidente VEI
Nove Sul VIE
Dez Norte EVI

 

Tais são os dez Espíritos inefáveis do Deus vivo: o Espírito, o Sopro ou o Ar, a Água. o Fogo, a Altura, a Profundidade, o Oriente, o Ocidente, o Norte e o Sul.

CAPÍTULO III – As Vinte e Duas Letras

As vinte e duas letras são constituidas por três mães, sete duplas e doze simples.

As três mães são Aleph Mem Shin, isto é, o Ar, a Água e o Fogo. A Água é muda, o Fogo é sibilante, o Ar é intermediário entre os dois, como a balança da lei O C H ( Cuph He) tem o centro entre o mérito e a culpabilidade. Essas vinte e duas letras tomam forma, peso, misturando-se e transformando-se de diversas maneiras, criando a alma de tudo que foi ou que será criado.

As vinte e duas letras são esculpidas na voz, gravadas no Ar, e colocadas, pela pronúncia em cinco partes: na garganta, no céu da boca, na língua, nos dentes e nos lábios.

As 22 letras, os fundamentos, estão colocadas sobre a esfera do número 231. O círculo que as contem pode variar diretamente; e, então, significa felicidade, o retrógrado passa a ser o contrário. Por isso ele as tornou pesadas e as permutou, Aleph com todas e todas com Aleph, Beth com todas e todas com Beth, etc.

É por este meio que nascem 231 portas, que todos os idiomas e todas as criaturas derivam desta formação e em consequência, toda a criação procede de um único nome. Foi assim que ele fez (Thau Aleph), isto é Alfa e Ômega, o que não se transformará nem envelhecerá jamais.

O sinal de tudo isto é vinte e dois totais em um só corpo:

22 letras fundamentais: três principais, sete duplas, doze simples. Três principais: Aleph Mem Shin; o fogo, o ar e a água. A origem do céu é o fogo, a origem da atmosfera é o ar, a origem da terra é a água: o fogo sobe, a água desce e o ar é a regra que põe equilíbrio entre eles; o Mem é grave, o Shin é agudo e o Aleph intermediário entre eles. Aleph Mem Shin é selado por seis selos e contido no macho e na fêmea. Sabe, pensa e imagina que o Fogo suporta a Água.

Sete duplas, b, g, d, k, p, r, t, que são usadas com duas pronúncias: bet beth, guimel ghimel, dalet dhalet, kaf, khaf, pé, phé, resch, rhesch, tau, thau, uma suave, outra dura, à semelhança do forte e do fraco. As duplas representam os contrários. O contrário da vida é a morte, o contrário da paz é a desgraça, da sabedoria é a tolice, riqueza probreza, cultura deserto, graça fealdade, poder servidão.

Doze letras simples, he, vau, zain, chet, teth, iod, lamed, nun, samech, hain, tsade, coph. Ele as traçou, talhou, multiplicou, pesou e permutou; como as multiplicou ? Duas pedras constroem 2 casas, três constroem 6 casas, quatro constroem 24 casas, cinco 120, seis 720 e sete 5040 casas. A partir daí, vai e conta o que tua boca não pode exprimir, o que teu ouvido não pode escutar.

Por elas Yah, o Eterno Sebaoth, o Deus de Israel, Deus vivo, Senhor todo-poderoso, elevado e sublime, habitando a eternidade e cujo nome é santo, traçou o mundo. YaH se compõe de três letras, Iod He Vau He (IEVE) de quatro letras. Sebaoth: é como um signo no seu exército. Deus de Israel (Israel) é um príncipe perante Deus. Deus vivo: três coisas são chamadas vivas: Deus vivo, água viva e Árvore da Vida. El – Forte. Sadday – até aí é suficiente. Elevado – porque Ele reside no alto do mundo, e está acima de todos os seres elevados. Sublime – porque ele carrega e sustenta o alto e o baixo, enquanto que os carregadores estão em baixo e a carga no alto. ELE está no alto e dirige para embaixo; carrega e sustém a eternidade. Habitando a Eternidade – porque seu reino é cruel e ininterrupto. Seu nome é santo – porque ele e seus servidores são santos e lhe dizem cada vêz: santo, santo, santo.

A prova da coisa (é fornecida por) testemunhos dignos de fé: o mundo, o ano, a alma. Os doze estão em baixo, os sete estão acima deles e as três acima dos sete. Das três faz seu santuário, e todos estão ligados ao Um: Sinal do Um que não tem segundo, Rei Único em seu mundo, que é um cujo nome é um.

CAPÍTULO IV – As Três Mães

Três mães A, M, S são os fundamentos. Elas representam o prato do merecimento, o prato da culpabilidade e a balança da lei O C H ( Coph He) que está no meio.

Três mães Aleph Mem Shin. Insígnia secreta, tão admirável e tão oculta, gravada por seis anéis dos quais saem fogo, água e ar que se divide em machos e fêmeas.

Três mães  A, M, S e três pais; com eles todas as coisas são criadas.

Três mães  A, M, S no mundo, o Ar, a Água, o Fogo. No princípio, os céus foram criados do Fogo, a Terra a Água e o Ar do Espírito que está no meio.

Três mães A, M, S no ano, o Quente, o Frio e o Temperado. O Quente foi criado do Fogo, o Frio da Água e o Temperado do Espírito, meio-termo entre eles.

Três mães  A, M, S no Homem, a Cabeça, o Ventre e o Peito. A Cabeça foi criada do Fogo, o Ventre da Água e o Peito, meio-termo entre eles, do Espírito.

Três mães  A, M, S. Ele as esculpe, as grava, as compões e com elas foram criadas três mães no mundo, três mães no ano, três mães no Homem, machos e fêmeas.

Ele fez reinar Aleph sobre o Espírito, ligou-os por um laço e os compôs um com outro, e com eles selou o ar do mundo, o temperado no ano e o peito do homem, machos e fêmeas. Machos em A M S, isto é no Ar, na Água e no Fogo, fêmeas em A S M, isto é no Ar, no Fogo e na Água.

Ele fez reinar Mem sobre a Água, ele o encadeou de tal maneira e os combinou um com outro de tal modo que selou com eles a terra no mundo, o frio no ano, o fruto do ventre no homem, machos e fêmeas.

Ele fez reinar Shin sobre o Fogo e o encadeou e os combinou um com outro, de tal modo que selou com eles os céus no mundo, o quente no ano, e a cabeça no homem, machos e fêmeas.

De que maneira os misturou ? Aleph Mem Shin, Aleph Shin Mem, Mem Shin Aleph, Mem Aleph Shin, Shin Aleph Mem, Shin Mem Aleph. O céu é do fogo, a atmosfera é do ar, a terra é da água. A cabeça do homem é do fogo, seu coração é do ar, seu ventre é da água.

CAPÍTULO V – As Sete Duplas

As Sete Duplas (B Beth – G Ghimel – D Daleth – CH Caph – R Resh – T Thau, constituem as sílabas: Vida, Paz, Ciência, Riqueza, Graça, Semente, Dominação).

Duplas porque elas são reduzidas, em seus opostos, pela permutação; no lugar da Vida é a Morte, da Paz a Guerra, da CIência a Ignorância, da Riqueza a Pobreza, da Graça a Abominação, da Semente a Esterilidade, e da Dominação a Escravidão. As sete duplas são opostas aos sete termos: o Oriente, o Ocidente, a Altura, a Profundidade, o Norte, o Sul e o Santo Palácio fixado no centro que tudo sustenta.

Essas 7 duplas, ele as esculpe, as grava, as combina e cria com elas os Astros do mundo, os Dias no ano, e as aberturas no Homem, e com elas esculpe sete céus, sete elementos, sete animalidades vazias desde a obra. E é por isso que ele escolheu o setenário sob o céu.

1. Sete letras duplas, ele as traçou, talhou, misturou, equilibrou e permutou; criou com elas as palavras, os dias e as aberturas.

2. Fez reinar o Beth e lhe colocou uma coroa, e combinou um com outro e criou com ele Saturno no mundo, o Sabbat no ano e a boca no homem.

3. Fez reinar o Ghimel, colocou-lhe uma coroa e os misturou um com outro, com ele criou Júpiter no mundo, domingo no ano e o olho direito no homem.

… e assim por diante, como se resume no capítulo VII.

Separou as testemunhas e as colocou cada uma à parte, o mundo à parte, o ano à parte e o homem à parte.

Duas letras constroem 2 casas, 3 edificam 6, 4 fazem 24, 5 -> 120, 6 -> 720 e daí em diante o número progride para o indescritível e o inconcebível.

Os astros no mundo são o Sol, Vênus, Mercúrio, Lua, Saturno, Júpiter e Marte. Os dias no ano são os 7 dias da criação, e as sete portas do homem são 2 olhos, 2 ouvidos, 2 narinas e uma boca.

CAPÍTULO VI – As Doze Simples

Doze Simples (E He – V Vau – Z Zain – H Cheth – T Teth – I Iod – L Lamed – N Nun – S Samech – GH Hain – TS Tsade – K Cuph).

Seu fundamento é o seguinte: a Visão, a Audição, o Olfato, a Palavra, a Nutrição, o Coito, a Ação, a Locomoção, a Cólera, o Riso, a Meditação, o Sono. Sua medida é constituida pelas doze partes do mundo.

O Norte-Leste, o Sul-Leste, o Leste-Altura, o Leste-Profundidade.

O Norte-Oeste, o Sul-Oeste, o Oeste-Altura, o Oeste-Profundidade

O Sul- Altura, o Sul-Profundidade, o Norte-Altura, o Norte-Profundidade.

Os marcos se propagam e avançam pelos séculos afora e são os braços do Universo.

As doze simples, ele as esculpe, as grava, as reúne, as pesa e as transmuta e cria com elas os doze signos no Universo, a saber: O Carneiro, O Touro … etc

Essas 12 letras são as 12 diretrizes do Homem, como se segue: Mão Direita e Mão Esquerda, os 2 pés, os 2 rins, o fígado, a bílis, o baço, o cólon, a bexiga, as artérias.

Ele fez reinar o He, colocou-lhe uma coroa, misturou-os um com outro e com ele criou o Carneiro no mundo, nisan (março) no ano e o fígado no homem.

… e assim por diante, como resumido no capítulo seguinte…

CAPÍTULO VII

1 – Quadro das Correspondências

 

Mem Mem Shin
Ar Água Fogo
Atmosfera Terra Céu
Temperado Frio Calor
Peito Ventre Cabeça
Regra do Equilíbrio
(Flagelo)
Prato do Desmerecimento Prato do Mérito

 

Beth Saturno Sabbat Boca Vida e Morte
Guimel Júpiter Domingo Olho Direito Paz e Desgraça
Daleth Marte Segunda Olho Esquerdo Sabedoria e Ignorância
Caph Sol Terça Narina Direita Riqueza e Pobreza
Phe Vênus Quarta Narina Esquerda Cultura e Deserto
Resh Mercúrio Quinta Ouvido Direito Graça e Fealdade
Tau Lua Sexta Ouvido Esquerdo Domínio e Servidão

 

He Carneiro Nisan Fígado Visão e Cegueira
Vau Touro Iyyar Bílis Audição e Surdez
Zain Gêmeos Sivan Baço Olfato e Ausência
Cheth Câncer Tammuz Estômago Palavra e Mudez
Teth Leão Ab Rim Direito Deglutição e Fome
Iod Virgem Elul Rim Esquerdo Comércio Sexual e Castração
Lamed Balança Tischrei Intestino Delgado Atividade e Impotência
Nun Escorpião Marheschvan Intestino Grosso Andar e Claudicação
Samech Sagitário Kislev Mão Direita Cólera e Arrebatamento do Fígado
Hain Capricórnio Tebet Mão Esquerda Riso e Arrebatamento do Baço
Tsade Aquário Shebat Pé Direito Pensamento e Arrebatamento do Coração
Cuph Peixes Adar Pé Esquerdo Sono e Apatia

 

E todos estão ligados ao Dragão, à esfera do coração.

 

Três coisas estão no poder do homem: as mãos, os pés e os lábios.

Três coisas não estão no poder do homem: os olhos, os ouvidos e as narinas.

Há três coisas penosas a escutar: a maldição, a blasfêmia e a notícia maldosa.

Há três coisas agradáveis a escutar: a bênção, o louvor e a boa nova.

Três olhares são maus: o olhar do adultero, o olhar do ladrão e o olhar do avarento.

Três coisas são agradáveis de se verem: o olhar do pudor, o olhar da franqueza e o olhar da generosidade.

Três odores são ruins: o odor do ar corrompido, o odor de um vento pesado e o odor dos venenos.

Três odores são bons: o odor das especiarias, o odor dos banquetes e o odor dos perfumes.

Três coisas são nefastas à língua: a tagarelice, o ano e o olho esquerdo na pessoa.

Três coisas são boas para a língua: o silêncio, a reserva e a sinceridade.

 

Resumo Geral

Três mães, sete duplas e doze simples. Tais são as 22 letras com as quais é feito o tetragrama IEVE, isto é, Nosso Deus Sabaoth, o Deus Sublime de Israel, o Todo-Poderoso residindo nos séculos; e seu santo nome cria três pais e seus descendentes e sete céus com suas cortes celestes e doze limites do Universo.

A prova de tudo isto, o testamento fiel, é o universo, o ano e o homem. Ele os erigiu em testemunho e os esculpiu por três, sete e doze. Doze signos Chefes no Dragão Celeste, no Zodíaco e no coração. Três, o fogo, a água e o ar. O fogo mais acima, a água mais abaixo e o ar no meio. Isto significa que o ar participa dos dois.

O Dragão Celeste significa a Integligência do mundo, o Zodíaco no ano e o coração no homem. Três, o fogo, a água e o ar. O fogo superior, a água inferior, e o ar no meio, porque participa dos dois.

O Dragão Celeste é no universo semelhante a um rei sobre o trono, o Zodíaco no ano é smelhante a um rei em sua cidade, o Coração no homem, assemelha-se a um rei em guerra.

E Deus os fez opostos, Bem e Mal. Ele fez o Bem do Bem e o Mal do Mal. O Bem demonstra o Mal e o Mal o Bem. O Bem inflama nos justos e o Mal nos ímpios. E cada um é constituido pelo ternário.

Sete partes são constituídas por dois ternários no meio dos quais têm-se a unidade.

O duodenário é constituído por partes opopstas, três amigos, três inimigos, três vivos vivificam, três matam, e Deus, rei fiel, domina a todos no limiar de sua santidade.

A unidade domina sobre o ternário, o ternário sobre o setenário, o setenário sobre o duodenário, mas cada parte é inseparável de todas as outras desde que A braão nosso pai compreendeu e que considerou, examinou, penetrou, esculpiu, gravou e compôs tudo isso, e fez assim, a criatura unir-se ao criador. Então o mestre do Universo manifestou-se para ele, chamou-o de seu amigo e empenhou-se numa aliança eterna com ele e sua posteridade; como está escrito: Ele creu em IOAH (Iod He Vau He) e foi incluído como uma obra de Justiça. Ele contraiu com Abraão um pacto entre seus dez dedos dos pés, é o pacto da circuncisão, e um outro entre os dez dedos da mão, é o pacto da língua. Ele ligou as 22 letras à sua língua e descobriu seu mistério. As fez descer à água, subir ao fogo, lançou-as ao ar, iluminou-as nos sete planetas e as espalhou pelos doze signos celestes.

 

Tradução do livro da formação por Papus

[…] de acordo com sua localização e associação com os órgãos físicos, conforme descrito no Sepher Yetzirah. Isso pode ser feito também no corpo físico, antes da projeção do simulacro, e auxiliará na […]

[…] livro fundamental da Cabala é o “Sepher Yetzirah” ou Livro da Criação. É um panfleto muito pequeno cuja tradução literal não ultrapassa […]

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/sepher-yetzirah/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/sepher-yetzirah/

‘Sepher HaBahir

O Sepher haBahir também chamado de Midrash do Rabi Nehuniah ben Hakana é, juntamente com o Sepher Yetzirah que o precedeu e o Sepher haZohar que o suscedeu, um dos trabalhos clássicos da Cabala.

Seu nome vem do primeiro versículo citado no seu próprio texto: (Jó, 37-21) “E agora não se vê luz, o céu é luminoso (bahir)”.

Citado no comentário de Raavad a respeito do Sepher Yetzirah e pelo Ranban (Rabi Moshe Nachman) em seu comentário sobre a Torah, é também, por diversas vêzes, parafraseado no Zohar, conforme Aryeh Kaplan em sua introdução à tradução e comentário do Bahir.

Dizia Moshe Cordovero (1522-1570): “As palavras deste texto são lumionosas (Bahir) e cintilantes, mas o seu brilho pode cegar…”.

Acredita-se que o Bahir foi composto em meados do século XII (1175), na escola cabalística de Provance (França), e circulou por quase cinco séculos em forma de manuscrito, restrito a um círculo restrito de cabalistas judeus, antes que fosse impresso em Amsterdã no ano de 1651.

Sua primeira edição em outra língua deu-se em 1923 para o alemão e após em 1980 para o inglês. Assim, o Bahir é, como o Zohar um trabalho não muito popular, seu texto é porém muito menor que o do Zohar, em torno de 12.000 palavras, e maior que o Sepher Yetzirah.

Embora o Bahir seja considerado como produto dos ensinamentos do Rabi Nehuniah, partes consideráveis do trabalho são atribuidos a outros autores de sua escola ou descendência. Dentre estes, são citados o Rabino Akiba, o Rabino Eliezer o Grande, Rabino Berachia, Rabino Yochanan ben Dahabai, Rabino Levitas ben Tavros e Rabino Rahumai o mais citado dentre todos, suscessor do Rabi Nehuniah como líder da escola, que também conheceu o Rabi Pinhas ben Yair, sogro do Rabi Shimon bar Yochai, autor do Zohar. Diz a lenda que Rabi Rahumai estava junto com o Rabi Pinhas, quando Rabi Shimon saiu de sua caverna no Kineret, onde o Zohar lhe foi revelado…

Conta-nos Aryeh Kaplan, que com o encerramento do período Talmúdico, o círculo de cabalistas diminuiu e, em certas épocas, pode não ter ultrapassado uma parca dúzia de indivíduos. Porém este grupo era tão unido que, muitas vêzes, pessoas estranhas nem suspeitavam de sua existência. Embora fosse importante manter a tradição da Cabala, também era importante evitar que caísse em mãos erradas…Dentre os cabalistas “pré-Bahir”, podemos citar Natronai Gaon (794-861), Sherira Gaon(906-1006), Hai Gaon (939-1038).

Por outro lado, sábios como Maimônides (1135-1204) que escreveu a Mishné Torah e o Rabi Yehudá ben Barzilai (1035-1105) autor de um dos mais extensos comentários sobre o Sepher Yetzirah, nunca viram ou comentaram nada sobre o Bahir.

Ainda dentre os conhecedores da Tradição encontram-se Ravaad o Rabino Avraham ben David de Posquieres (1120-1198), filho de Avraham ben Itzrak e pai de Isaac o Cego, que embora fosse cego possuia a reputação de poder ver a alma de uma pessoa e de ser capaz de ler os seus pensamentos. Isaac o Cego, que foi chamado de “Pai da Cabala” pelo Rabi Bachya Asher (1276-1340) em seu comentário sobre a Torah, transmitiu a tradição a seus discípulos Ezra e Ariel, e estes ao Rabino Moshe ben Nachman (Nachmanides), conhecido como Ranban (1194-1270) que citou frequentemente o Bahir em seus comentários sobre a Torah.

O Bahir foi o texto mais importante da Cabala Clássica, até a publicação do Zohar em 1295. E este último extende-se em muitas oportunidades sobre comentários e conceitos encontrados inicialmente no Bahir. De fato um estudo cuidadoso revela uma considerável semelhança entre os dois trabalhos, o que pode ser explicado pelo fato de que o Rabino Shimeon bar Yochai, autor do Zohar, conhecia os ensinamentos de Rabi Nehuniah, mesmo antes da revelação mística especial da caverna o Rabi Shimeon já devia ter sido iniciado na Tradição dos “Mistérios da Carruagem” conforme o Bahir chama a Cabala, e a ligação deve ter sido o Rabi Pinhas ben Yair, sogro de Shimeon e amigo do Rev Rahumai, conforme citado. De especial interesse é também o fato de que ambos os trabalhos Zohar e Bahir referem-se à Luz e a Brilho…

Ainda conforme Kaplan, resumimos a seguir a estrutura do Bahir e seus ensinamentos:

1 – Primeiros versículos da criação (1-16)

2 – O alfabeto (27-44)

3 – As Sete Vozes e Sephiroth (45-123)

4 – As dez Sephiroth (123-193)

5 – Mistérios da Alma (194-200)

O Texto inicia-se por uma declaração do Rabino Nehuniah:

Disse o Rabi Nehuniah ben Hakanah – como está escrito:

“E agora não se vê a luz, o céu é luminoso (bahir)”.

“Ele fez das trevas o Seu esconderijo”.

“Nuvens e trevas O envolvem”.

“Mesmo a treva não é para Tí”.

“A noite reluz qual dia – luz e treva são o mesmo”.

…prossegue com o Rabi Berachiah, está escrito:

“A terra era Caos (Tohu) e Desolação (Bohu)”.

Rabi Rahumai e Amorai entram no debate, sobre o conceito de “o que preenche” (maley) – (Isaias 6:3) “Sua glória preenche toda a terra”.

A letra beith, que inicia a Torah recebe considerável atenção.

A segunda parte trata das oito primeiras letras do aleph-beth, de Aleph à Cheth. No final desta parte (40-44) trata-se das vogais e de alguns dos sinais massoréticos, Kaplan, em seu comentário sobre o Bahir curiosamente vincula-os ao Sephiroth.

A terceira parte inicia-se pelo exame das sete vozes escutadas no Sinai, e ao indagar a relação entre estas e os Dez Mandamentos, inicia um exame do Sephiroth.

Subseções importantes nesta parte incluem explicações sobre Isaías (51-56) e do terceiro capítulo de Habacuc (68-81). Numerosos conceitos do Sepher Yetzirah são introduzidos e comentados (63-106) o que conduz a um exame dos diversos nomes místicos de Deus (106-112). Importância especial é dada ao número 32, que corresponde aos Caminhos da Sabedoria ao valor numérico de Lev (coração) e ao número de fios do Tzittzit:

63. O que é o seu coração ?

… O coração (Lev) é trinta e dois. Esses são secretos, e com eles o mundo foi criado (alusão ao Sepher Yetzirah).

Que são esses trinta e dois ?

Disse ele: São os 32 Caminhos.

É qual um rei que estivesse na mais recôndita de várias câmaras. Deveria o rei, então, trazer todos para sua câmara através destes caminhos ? Concordareis que ele não deveria. Deveria ele revelar suas jóias, suas tapeçarias, seus segredos ocultos e escondidos ? Concordareis mais uma vez que ele não deveria. O que faz o rei ? Ele toca a Filha e inclui todos os caminhos nela e em suas vestimentas.

Aquele que desejar entrar, deve alí fitar.

Ele a casou com um rei e, também lhe deu ela como presente.

Por causa do seu amor por ela, ele, às vezes, a chama de “minha irmã”, pois são ambos do mesmo lugar. Às vezes, a chama de minha filha, pois ela é de fato sua filha. E, às vezes a chama de “minha mãe”.

Em seu comentário, Kaplan esclarece várias passagens, sendo interessante que o Coração (Lamed Beth) representa a Torah em sua totalidade pois esta inicia-se com a letra Beth e termina com a letra Lamed).

Kaplan continua, com a complexa explicação do parágrafo final:

…Embora a origem da revelação seja Netzach (Vitória) e Hod (Esplendor), em sua última instância, toda revelação vem através do Reino (Malchuth), que é Fêmea. É também, a Presença Divina – Schinah. Por isso os Trinta e Dois Caminhos são revelados principalmente por intermédio da Filha.

…Entretanto o conceito de Fêmea está dividido em dois conceitos, os quais nos ensinamentos cabalísticos, são representados pelas duas esposas de Jacó: Lia e Raquel. Raquel é o coneito de Fêmea que se origina de Malchuth própriamente dito. Lia, por outro lado, é de fato o Malchuth (Reino) de Imma (Mãe) de Binah (Compreensão), e, como tal, representa o nível mais inferior de Imma (Mãe), que está no lugar de Malchuth (Reino). Normalmente, considera-se Lia em posição superior à Raquel.

Originando-se ambos, Zeir Anpin e Raquel, do útero de Imma (Mãe), são representados como irmão e irmã. São também, marido e mulher, sendo este significado de “minha irmã, minha noiva” (Cantico dos Canticos 4:9, 5:1). A Fêmea ;e, também a filha de Zeir Anpin, do mesmo modo que Eva, derivou-se da costela de seu companheiro. Além disso, sendo Lia um aspecto da Fêmea, que, de fato, é o nível mais inferior de Imma (Mãe), em parte, ela também é, realmente, mãe do Zeir Anpin.

Está portanto escrito: “Diga à Sabedoria, és minha irmã, e chama à Compreensão de mãe”. (Provérbios 7:4)….

Na quarta parte do Bahir encontra-se o primeiro exame do Sephiroth, introduzido por uma explicação sobre a benção sacerdotal, onde diz-se que os dez dedos correspondem às dez Sephiroth, conceito também encontrado so Sepher Yetzirah. A palavra Sephirah, é definida como sendo aquilo que expressa (saper) o poder e a glória de Deus (125). Existem nesta parte subseções relativas a permanência dos israelitas em Elim (161-167) e sobre o mandamento a respeito do Lulav (172-178). A seção termina com uma análise entre o relacionamento do Sephiroth e as esferas (179ss), e uma breve introdução à reencarnação (183), igualmente em relação ao Sephiroth.

A parte final, de número cinco, trata da alma, iniciando-se com um discurso sobre a reencarnação e seu relacionamento com a justiça Divina (194). O conceito da alma é relatado por Raba e Rav Zeira, dentro do contexto da criação da vida através das artes místicas (196).

No final, o Bahir trata dos conceitos de alma feminina e masculina, com uma análise do Tamar (197) e uma explicação de porque Eva foi a pessoa a ser tentada…O Bahir, não emprega o termo Cabala (Kabbalah), que conforme a lenda foi utilizado por Isaac o Cego, posteriormente, mas sim Maaseh Mercavah ou “Mistérios da Carruagem” numa referência à visão de Ezequiel, e diz que: sondar estes mistérios é tão aceitável quanto a oração (68), mas, adverte ser impossível fazê-lo sem errar (150).

Conforme o Talmud, a Kabbalah deve ser ensinada apenas através de sugestões e alusões, diretriz que é seguida ao pé da letra pelo autor ou autores do Bahir. Quem ler este trabalho como um livro qualquer, encontrará longas passagens que aparentemente não fazem nenhum sentido. Nào é pois um trabalho para leitura casual, mas para estudo sério e concentrado, o que era aceito pelos cabalistas, para os quais os principais textos foram escritos para serem compreendidos apenas quando analisados de modo integrado. Somos advertidos de que quem lê sobre a Cabala de maneira literal e superficial, decerto não a compreenderá… conclui Kaplan.

Dentre os conceitos mais explorados no Bahir está o Sephiroth e, com exceção de tres, seus nomes são também introduzidos. A ordem do Sephiroth é tal que as sete últimas correspondem aos sete dias da semana e derivam do versículo – Teus são, Ó Deus, a Grandeza, a Força, A Beleza, a Vitória e o Esplendor, tudo (Fundação) que se encontra entre o céu e a terra, Teu, Ó Deus, é o Reino (1 Crônicas 29:11). Embora esta seja a ordem adotada na grande maioria dos textos cabalistas, no Bahir, as últimas quatro são invertidas: Reino (Aravot, 7), Fundação (8), Vitória (9) e Esplendor (10).

Outro importante conceito encontrado no Bahir é o da transmigração das almas (Gilgul) ou reencanações, conceito introduzido em nome do Rabi Akiba (121, 155). Este conceito é melhor desenvolvido no Zohar, e em maiores detalhes no Sepher Gilgulim e nos diversos trabalhos da escola do Ari.

O Bahir trata das letras do alfabeto hebraico, das quais quinze são mencionadas e de alguns mandamentos como Tefilim, Tzitzit, Lulzv e Etrog.

Dois termos incomuns são encontrados, e ambos referem-se aos anjos ou forças angélicas: Tzurá – que significa forma, e Komah, que pode ser traduzido como estrutura (8, 166). Na cultura cabalística são mais conhecidos em sua forma aramaica, sendo a primeira Diukna e o último Parzuf. Outros termos para designar os anjos são Manhiguim (Diretores) e Pedikim (Funcionários).

Outra revelação importante são os nomes de Deus. O Nome contendo 12 letras é examinado (107, 111), como é igualmente o Nome de 72 combinações.

112 – São esses os Sagrados Exaltados Nomes Explícitos. Existem doze Nomes, uma para cada uma das doze tribos de Israel:

AH-TzYTzaH-RON

ACLYTha-RON

ShMaKTha-RON

DMUShaH-RON

Ve-TzaPhTzaPhYth-RON

HURMY-RON

BRaChYaH-RON

EReSh GaDRa-AON

BaSAVaH MoNA-HON

ChaZHaVaYaH

HaVaHaYRY HAH

Ve-HaRAYTh-HON

 

Todos eles estão incluídos no Coração do céu. Incluem macho e fêmea. São cedidos ao Eixo, à Esfera e ao Coração, e são os poços da Sabedoria…

 

 

Em seu comentário, Kaplan diz que o total de letras destes nomes, quando escritos corretamente e sem computarem-se sufixos, é setenta e dois. Esses nomes não são encontrados em nenhum outro texto cabalístico, nem existem quaisquer instruções a respeito de sua utilização. O sufixo on ou ron é também encontrado nos nomes de alguns anjos, como por exemplo Mitatron e Sandalphon…

TZIMTZUM

 

A auto-constrição da Luz Divina ou TzimTzum é um dos conceitos filosóficos mais importantes da Cabala, e é introduzido pelo Bahir.

Kaplan afirma que a explicação mais clara para o TzimTzum pode ser encontrada nos escritos do Ari – Rabi Itzrak Luria (1534-1572).

Conforme descrito em Etz Hahaiim (Árvore da Vida), o processo era o seguinte:

Antes de todas as coisas serem criadas… a Luz Divina era simples e enchia toda a existência. Não havia espaço vazio…

Quando a Sua simples Vontade decidiu criar todos os universos… Ele comprimiu os lados da Luz, deixando um espaço vazio… Este espaço era perfeitamente redondo…

Após essa compressão ter ocorrido… passou a existir um lugar onde todas as coisas poderiam ser criadas… Ele, então, traçou uma única linha reta da Luz infinita… e a trouxe até aquele espaço vazio… A Luz infinita foi trazida para baixo por intermédio desta linha…

 

 

O espaço vazio e redondo do Tzimtzum, mostrando-se a fina Linha de Luz da Criação

Dizem os cabalistas modernos, que não se deve considerar o conceito de Tzimtzum literalmente, pois é impossível aplicar-se qualquer conceito espacial à Deus. A referencia ao Tzimtzum é meramente conceitual, pois se Deus preenchesse cada perfeição, não haveria motivo para a existência do homem. Deus portanto, comprimiu a sua perfeição infinita, permitindo a exitência de “um lugar” para o livre arbítrio e consequente realização do homem.

No Zohar, podemos encontrar uma referência ao Tzimtzum:

Na cabeça da autoridade do Rei

Ele talhou da luminescência divina,

uma Lâmpada de Trevas

E alí emergiu do Oculto dos Ocultos

o Mistério do Infinito

uma linha sem forma, embutida em um anel…

medida por uma linha…

A razão do Tzimtzum é a solução de um aparente paradoxo, detectado pelos cabalistas: Deus deve estar no mundo, contudo, se Ele não Se restringir, toda a criação seria completamente dominada por Sua Essência. O Bahir alude tanto ao paradoxo, como à sua solução (54).

O Tzimtzum trás também um paradoxo mais difícil: a Sua Essência deveria estar então ausente do espaço vazio, pois Deus removeu dalí a Sua Luz… Todavia Deus deve também preencher este espaço, pois “não existe lugar onde Ele não esteja”…

Este paradoxo relaciona-se com a dicotomia da imanência e transcendência de Deus.

A Lâmpada das Trevas citada no Zohar, assim como a própria abertura do Bahir, mostrada no início, escolhida pelo Rabi Nehuniah, tratam deste tema da Cabala teórica: Como Deus absolutamente transcendental pode interagir com a sua criação ?

A estrutura do Sephiroth, e os conceitos a eles ligados, é que formam a ponte ente Deus e o Universo segundo a Cabala.

Para não se pensar que isso inclui qualquer transformação no próprio Deus, é que o Rabi Nehuniah afirma claramente que as trevas do espaço vazio são, de fato, luz, no que diz respeito à Deus. A criação do espaço vazio e todas as posteriores transformações e mudanças de fase (conforme o Zohar), pois não transformam ou diminuem a luz de Deus…

Semelhante afirmação faz o Rabi Shimon no princípio da Idra Raba, uma das partes mais misteriosas do Zohar, ao citar: “Amaldiçoado é o homem que faz qualquer imagem… e a coloca em lugar escondido.” (Deuteronômio 26:15).

Rabi Nehuniah também faz uma advertência semelhante: “Não pense que as Sephiroth sejam luzes destinadas a preencher qualquer escuridão referente à Deus, pois, para Ele, tudo é Luz…”.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/sepher-habahir/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/sepher-habahir/

‘Qabalah Fundamentum Magni

Introdução ao Estudo da Cabala Sinistra

Lucifer Luciferax XI (Pharzhup)

Ao iniciar o estudo da cabala costumamos dividi-la basicamente em duas partes: uma teórica e outra prática. A cabala teórica primariamente investiga o conteúdo dos livros e dos manuscritos que compõem sua vasta tradição.

A cabala prática aplica determinados conhecimentos e operações ao conteúdo dos manuscritos, além de abarcar as práticas mágicas e místicas, o cerimonial mágico e a meditação criativa.

Em hebraico escreve-se qabalah קבלה, vocábulo que deriva da raiz primitiva qabal קבל, que signi-fica receber, aceitar e demonstrar oposição.

Os dicionaristas modernos definem cabala como um sistema filosófico e religioso medieval de origem judaica, mas que integra elementos que remontam ao início da era cristã, compreendendo preceitos práticos, especulações de natureza mística e literalmente esotérica. As origens da cabala são amiúde reputadas ao judaísmo, embora nela encontremos elementos originais provenientes de outras culturas. Em Cabala, Qliphoth e Magia Goética, Thomas Karlsson observa com propriedade:

“Para o praticante de cabala as suas raízes históricas são de importância secundária. O que importa não é se ela é judaica, cristã, grega, hermética ou nórdica, e sim que é um sistema oculto que se provou adaptável à maioria das tradições espirituais.”

Na tradição cabalística sinistra subentende-se que o universo criado, manifesto e imanifesto, emana de duas fontes geradoras antagônicas cujos polos são Chavajoth e Jeová.

Jeová, o senhor dos rebanhos de reses, é o antipolo de Chavajoth e representa o criador do mundo da falsa luz, universo tirânico que condena eternamente a própria criação à ilusão obscurecedora e ao cativeiro espiritual. Chavajoth inflama o cerne de sua criação a quebrar as barreiras que obscurecem a visão e a destruir a ilusão do universo demiúrgico.

O Alfabeto Hebraico

Para o aproveitamento mínimo da disciplina cabalística, seja ela de orientação destra ou sinistra, é necessário obter algum conhecimento básicosobre os fundamentos do idioma hebraico ou sobre a cultura e/ou sistema sobre a qual a mesma será aplicada e desenvolvida.

A grafia no idioma hebraico é realizada da direita para a esquerda. As letras hebraicas possuem a função de numeração (cardinal, porexemplo), ou seja, o número 1 é representado em hebraico pela letra Aleph א, o número 2 pela letra Beth בe assim sucessivamente. Através dessa característica podemos atribuir valores numéricos às palavras.

O alfabeto hebraico é composto basicamente por vinte e duas letras consoantes e femininas, que por sua vez se dividem em três grupos: três letras mães (ou fundamentais), doze letras simples e sete letras duplas. Dentro da tradição cabalística as letras estão associadas a numerosas e diversas ideias e conceitos.

Podemos dizer que cada letra representa basicamente: um sinal gráfico (glifo), um número e incontáveis ideias.

As três letras mães são: Aleph א, Mem מe Shin שe representam o caráter trinitário dos opostos que se equilibram, representam a água, o fogo e o ar.

As sete letras duplas são: Beth ב, Gimel ג, Daleth ד, Kaph כ, Peh פ, Resh רe Tau ת. Representam os pares de opostos: Morte e Vida, Guerra e Paz, Conhecimento e Ignorância, Riqueza e Miséria, Graça e Abominação, Semente e Esterilidade, Dominação e Escravidão. Associam-se naturalmente aos dias da semana, aos sete astros principais da tradição oculta e às Sete Habitações Infernais.

As doze letras simples são: Heh ה, Vau ו, Zayin ז, Cheth ח, Teth ט, Yod י, Lamed ל, Nun נ, Samekh ס, Ayin ע, Tzaddi צe Qoph ק. Representam: a Visão, a Audição, o Olfato, a Voz, o Nutrimento, o Intercurso Sexual, a Ação, a Locomoção, a Ira, o Riso, a Meditação e o Sono.

A letra Yod י é uma letra simples, no entanto é conhecida como a formadora das demais letras, conceitualmente próxima ao ponto ou à semente das quais as outras letras figurativamente derivam.

As letras Kaph, Mem, Nun, Peh e Tzaddi possuem duas grafias: quando utilizadas como sufixo aparecem somente no final da palavra e são mudas. Essas cinco letras são chamadas letras sofit.

No alfabeto hebraico não há vogais, a formação vocálica se dá através da utilização de sinais diacríticos posicionados de acordo com a gramática do idioma. Para nossa exploração e utilização não será necessário abordar esse tema.

Gematria

A Gematria גמטריאé basicamente a operação cabalística através da qual obtemos os valores nu-méricos das palavras. O nome gematria é uma metátese3do vocábulo grego γραμματεια. Suas raízes históricas remontam o quinto século antes do início da era vulgar nas culturas sírias e fenícias e culminaram na gematria grega e hebraica.

Utilizamos a gematria como uma ferramenta de investigação cabalística para decifrar conhecimentos e ensinamentos esotéricos ocultos em determinados escritos. É utilizada largamente para descobrir os valores numéricos das palavras para relacioná-las a conceitos e ideias, sendo que palavras que possuem valores gematricos iguais compartilham de uma natureza comum e nos proporcionam caminhos diretos de compreensão e insights de natureza mística. Através da gematria empreendemos interpretação pela associação e uma particular compreensão do uso das palavras escritas na ritualística cerimonial e na composição dos símbolos de natureza mágica.

Por exemplo: tomemos a palavra Hayah (calamidade, destruição), היה, formada por Heh (5), Yod (10) e Heh (5): o valor gematrico é igual à soma dos valores correspondentes às letras, ou seja, 20. Tome-mos agora a palavra Chazahחזה(predizer, profetizar), formada por Cheth (8), Zayin (7) e Heh (5), cujo valor gematrico é também igual a 20. Ambas as palavras possuem o mesmo valor, podemos dizer então que elas possuem afinidade, sintonia e características associativas,além de possuírem algo de natureza numérica comum.

Apreender os valores numéricos possibilita aprofundar a investigação da natureza mística dos textos e nos permite aplicar operações e conceitos matemáticos e geométricos à via de consecução mágica sinistra.

As Letras Hebraicas

Outra característica importante de se observar é que a largura de uma letra pode conferir a ela um fator de multiplicação por mil. Por exemplo, um Aleph escrito de maneira mais larga do que as demais letras apresentará valor gemátrico igual a 1000.

Os sinais diacríticos doidioma hebraico não alteram o valor numérico das letras e das palavras. Tomemos, por exemplo, a palavra Satã: em hebraico שָׂטָׂן(com os sinais diacríticos) ou שטן(sem os sinais diacríticos) possui valor gematrico igual a 359.

O método de gematria que apresentamos é o mais simples e é também o mais utilizado, porém não é o único. Existem diversos métodos de aplicação e cálculo de gematrias que não serão abordadas nesse trabalho introdutório e superficial.

Notariqon

O Notariqonנוטריקוןou notárico é basicamente um conjunto de operações cabalísticas utilizadas para criar ou apreender vocábulos acrônimosao longo dos manuscritos. A palavra notariqoné a deriva-ção direta do vocábulo latino notarius, que por sua vez significa “o [indivíduo] que escreve por abreviatu-ras, estenógrafo, taquígrafo”.

Um método primário de Notariqon utiliza a primeira letra de um conjunto de palavras para gerar ou compreender um novo vocábulo, por exemplo: a palavra hebraica אביעé o notárico formado pela primeira letra de Atziluth אצילות, Briah בריאה, Yetzirah יצרהe Assiah עשיה. No contexto apropriado, a palavra אביעpode significar simultaneamente regozijo e ser uma alusão aos quatro mundos cabalísticos principais.

As palavras que originam os notáricos podem advir de uma frase ou oração, como no acrônimo VITRIOL que pode ser entendido como o notárico da sentença latina “Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem”. Outro exemplo clássico se encerra na palavra hebraica nimrezet נמרצתque é um notárico para adúltero נואף, moabita מואבי, assassino רוצח, opressor צוררe desprezado תועבה.

O procedimento reverso do método primário é considerado como uma segunda forma de notá-rico. Knorr Von Rosenroth11o apresenta como a forma que compila as letras iniciais, finais ou medianas e, com elas, gera uma ou mais palavras. Por exemplo, se tomarmos as letras iniciais do termo Chokhmah Nesethrahחכמה נסתרה(sabedoria secreta) –uma denominação da cabala –poderemos gerar a palavra Chenחן(graça), que nesse contexto é um notárico de Chokhmah Nesethrah.

Temura

Temura תמורהsignifica permutação. Designa basicamente a operação cabalística que abrange nu-merosos métodos de substituição das letras de uma palavra no intuito de gerar um novo vocábulocom ortografia diferente, mantendo ou não o significado original da palavra. Através das regras peculiares de cada método transcreve-se uma palavra (ou texto) em código (cifra).

Os 24 métodos mais conhecidos de temura são apresentados na tábua de comutações de Tziruph צירוף. Para utilizar a tábua basta recorrer ao método e fazer a substituição conforme as 22 comutações possíveis. O nome de cada método de Tziruphtemura deriva das 4 primeiras letras que o compõe.

A Tábua de Tziruph em Caracteres Hebraicos

A Tábua de Tziruph em Caracteres Latinos

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Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/qabalah-fundamentum-magni/