Galo Celestial

Segundo os chineses, o galo celestial é uma ave de plumagem de ouro, que canta três vezes por dia. A primeira quando o sol toma seu banho matinal nos confins do oceano; a segunda, quando o sol está no zênite; a última, quando desaparece no poente. O primeiro canto sacode os céus e desperta a humanidade. É antepassado do yang, princípio masculino do universo. É dotado de três patas e faz seu ninhos na árvore fu-sang, cuja altura se mede por centenas de milhas e que cresce na região do amanhecer. A voz do galo celestial é muito forte; seu porte majestoso. Põe ovos dos quais saem filhotes com cristas vermelhas que respondem a seu canto cada manhã. Todos os galos da terra descendem do galo celestial, que se chama também ave da aurora.

Fonte: O Livros dos Seres Imaginários – Jorge Luís Borges e Margarita Guerrero

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Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/galo-celestial/

Fenômenos Estranhos

“Observatio diuturna, notandis rebus, fecit artem”, dixit Cicero num livrinho que se intitula De divinatione Liber II“Observatio diuturna, notandis rebus, fecit artem”, dixit Cícero num livrinho que se intitula De divinatione Liber II. Essa passou a ser a divisa do Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina do Porto que se tornou, ao tempo de J. A. Pires de Lima, um centro de estudos de teratologia descritiva. Que fazer dos nado-mortos, senão autópsias? Que fazer do conceito biométrico de anomalia, ou do conceito estatístico de normalidade?

É verdade. Para ver basta ter olhos. Olhar exige muito mais: é necessário discernir o visível de si próprio, distinguindo nele planos em profundidade e em largura, delimitar formas, observar mudanças e seguir movimentos. Olhar acaba por ser impôr objectivos ao visível e, pouco a pouco, a fazer dele objectos.

A ciência tal qual é. A ciência pura. Puros fantasmas ao serviço de. Agamben, ao fazer a genealogia do conceito de vida, conclui que em toda a medicina grega não há um conceito médico-científico, como se pensa, mas um conceito filosófico-político. “O homem é o ser vivo que não tem nenhuma vocação biológica, histórica, etc.. É um ser de potência que não se identifica com nenhuma figura determinada” (Guerreiro).

O fantasma da inquisição é a pureza da fé. Que destino tiveram os judeus e os ciganos, mas também os atrasados mentais e outras criaturas consideradas como desvios à “raça pura”? Onde nos levará o horroroso culto da uniformização em que todos temos de corresponder a um formato? A que fantasma serve a ciência? De que “vida” se ocupa? Que formas de eugenismo dissimula desde Francis Galton (1890/1962) que defende o apuramento da raça humana através de cruzamentos selectivos? (Agamben). Não teremos entrado há muito na projecção aterrorizadora de uma forma de eugenismo, não ideológico – aquele que designaria categorias de pessoas que não merecem viver – mas técnico? Não se terá a técnica separado da ciência que servia a Vida, que, essa, fala em verdade? Não estará o próprio discurso ético a alinhar-se com o discurso técnico, sob pretexto de caridade: fazer as coisas o melhor possível? Barbosa Sueiro fala, a propósito da anatomia, de “finalidade utilitária – mas de virtuoso utilitarismo”.

“O monstro reflecte sempre uma determinada ordenação do mundo, seja este natural ou cultural. Eles são a ruptura da ordem em que cristalizam valores sociais e formas de conhecimento. Produz sentimentos e reacções contraditórias: medo, temor, asco, mas também prazer e lubricidade. Parte às vezes de uma cultura demonológica, outras vezes representação do exótico, do desconhecido, do estranho. Ou se manifesta de forma lúdica (lusus naturae), carnavalesca, ou transporta consigo o estigma da admonição (Deus Irae). O monstro não é só o negativo de formas variadas, mas também de graus diferentes de civilidade. Ambíguo, portanto (Mourão). O recurso à Antiguidade tem aqui alguma pertinência. A definição aristotélica de monstro (teras): “Aliás aquele que não se parece com os pais é já, de certa maneira, um monstro porque, neste caso, a natureza se afastou do tipo genérico” (Aristóteles). Um andrógino é um prodígio que publicamente deve ser exposto como sinal maléfico que o Estado deve fazer desaparecer. Levou tempo para que se passasse a uma outra atitude: interpretar o fenómeno como um erro da natureza, uma má-formação anatómica rara, mas explicável. Os seres dotados dos dois sexos serão vistos como um jogo da natureza, é o que Plínio o Velho explicitamente diz. A bixexualidade foi recebida primeiro como monstruosidade, ameaça, depois como fenómeno explicável e finalmente tolerado, recuperado como um “bem” de consumo (Bisson).

A norma anatómica (Sueiro, 1950) faz lei. “Monstra vero per excessum sunt”, escreve Vandelli (1776). Porém, o normal foi sempre a crux da ciência. As normas são essenciais aos discursos que animam a vida social. A sua constituição esquemática explica o impacto afectivo que acompanha a sua aparição discursiva. A norma parece exigir uma boa distância, da parte das ocorrências que ela avalia, e que não devem tomar o seu lugar. As normas manifestam uma sensibilidade dupla, correspondendo a uma topologia com duas entradas (pouco/assaz/demasiado), que regula os comportamentos aproximativos, nomeadamente a imprecisão exigida, de todos os fenómenos normativos, do domínio da gramática ao da jurisdição. Mas, em último caso, na norma trata-se da estabilização do imaginário através da referência ao semelhante, mecanismo que caracteriza a identificação categorial e analógica, diz P. A. Brandt.

Não obstante, mesmo entre cientistas o conceito de norma está sujeito a discussão. Carlos May Figueira (1864) considera impossível aceitar a ideia de Pareo, segundo a qual haveria hermafroditas com dupla aptidão geradora. Geoffroy Saint-Hilaire (fundador da teratologia em bases científicas) tem a melhor classificação: “hermafroditas com excesso e sem excesso). Para Luís Guerreiro (1921) o corpus da anatomia é o corps – cadáver. E, no entanto, tudo isto é considerado Biologia.

É fácil identificar um monstro. É fácil idealizar a forma humana, as suas variações musculares. Para o naturalista a vida não tem mistérios, tão bem ele vê, tão bem educou o senso crítico. Não será então necessário bem ver para melhor compreender? Se não podemos negar ao corpo medical uma existência histórica, científica ou ideológica, é pelo menos necessário reconhecer que esse corpo não é todo o corpo (quer dizer o todo duma imaginação do seu real) e trabalhar pelo menos com o mínimo de imaginário com que Valéry tentava descobrir nele funções figurativas, ordens fantasmáticas.

Todo o discurso médico contemporâneo, higienista e moral, de que as bonecas de Pierre Spitzner são uma espécie de caricatura, apoia-se num catálogo desordenado das aberrações de imagens do corpo (Schefer). Para lá das aberrações iconológicas, é necessário notar que a “escrita” médica não tende a fazer significar algo ao corpo. E não se esqueça o seguinte: “From the point of view of the subject, the representation of the body, even when narrowly biological, is always an image of the self: identity, genealogical resemblance, cultural norm and configuration, etc.” (Abel)”. E todavia, haverá, no discurso dos saberes, discurso mais marcado por uma espécie de regularidade do fantasma (o do corpo como objecto, como labirinto, etc.) do que o discurso da medicina?

Artigo originalmente publicado na revista Triplov

José Augusto Mourão

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Fantasmas

Vultos e vozes à noite.
Medo do que não conheço.
Depois que meu pai morreu,
ele nunca mais foi o mesmo.

Texto e Pesquisa de Ligia Cabús

Fantasma é manifestação sensível, no sentido de perceptível, de uma pessoa que morreu, que não pertence mais a este mundo ou não pertence a este plano de existência. Em termos de normalidade metafísica é um ser que não deveria estar na Terra… mas está. Relatos e crenças sobre essas manifestações de “mortos” existem em culturas de todos os tempos e lugares e esta universalidade é o que confere um considerável grau de credibilidade ao fenômeno. Os registros são encontrados desde a mais remota antiguidade: representações gravadas em petroglifos, as preocupações funerárias de homens pré-históricos, desenhos, lendas, sim, mas, em época mais recente, inúmeras são as fotografias e fonografias. A internet, somente em língua inglesa, abriga centenas de milhares de sites sobre o assunto repletos de relatos, fotos e vídeos de fantasmas.

Admitir a existência de fantasmas implica, antes de mais nada, aceitar a continuidade da existência do Ser humano depois da morte ou depois da falência completa do organismo, do corpo físico de matéria densa terrena. Portanto, acreditar em fantasmas significa acreditar no Espiritismo em termos gerais ou seja, sem que seja necessária a adoção de uma doutrina específica.

 

– Alemanha: Geist

– Arábia Saudita: شبح

– Argentina: Fantasma.

– Brasil: Fantasma, Assombração, Espírito

– China:

鬼魂

 

– Finlândia:

Kummitus

 

França:

Fantôme

 

– Grécia:

φάντασμα, πνεύμα

 

Holanda:

Spook


– Hungria: Kísértet

– Índia: Butha, Preta, Pisaca

– Indonésia: Hantu

– Israel:

רוח רפאים


– Itália

: Spirito, Fantasma

 

– Japão

: 幻影


– Polônia:

Duch

 

– Rússia:

привидение, дух

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Fadas

“Quando um bebê ri pela primeira vez, sua risada se quebra em um milhão de pedaços e todos eles saem pulando por ai. É assim que nascem as fadas.”
J.M Barrie, Peter Pan

Quando queremos dizer que alguém é ingênuo, dizemos que esta pessoa acredita em Fadas. Quando contamos histórias de fantasia para crianças chamamos de “Contos de Fada”. Elas estão presentes nas histórias da Cinderela e do Peter Pan entre outras e seu fascínio não diminuiu com o passar dos séculos figurando ainda em obras ,contemporâneas como Harry Poter, na qual aparecem como humanóides diminutos de natureza mágica. Mas a idéia central por trás da figura folclórica das fadas é muito mais profunda e intrigante do que as maravilhas das histórias infantis e a frieza que nosso ceticismo cotidiano deixa transparecer. O que é uma fada? De onde surgiram suas lendas? O que há por trás dos relatos destas fascinantes criaturas? Estas e outras dúvidas foram o alvo da pesquisa que apresentaremos agora no presente artigo.

Mesmo que não constituam prova de sua existência as pessoas vêem ou pensam que vêem coisas estranhas como fantasmas, lobisomens, discos-voadores e, é claro, fadas. O primeiro testemunho escrito sobre este seres é de Pompônio Mela, um geógrafo euro-asiático que viveu durante o século I d.c. Desde então muitas são as lendas que descrevem estas criaturas ou contam suas façanhas.  Estes relatos são sempre esporádicos e isolados na vida de uma pessoa, mas persistentes e constantes na história da humanidade. As fadas não existem portanto apenas nas histórias, mas antes disso existem também naquilo que as pessoas chamam de experiências. Mas falta de precisão científica atribuída aos relatos populares, além do preconceito que julga que qualquer relato popular é baseado sempre em ignorância e crendices tolas, tornam-se uma desculpa para a má-vontade acadêmica de pesquisar estes assuntos. assim, em vez de estudar o que estas experiências realmente trazem de verdade, descarta-se previamente todo o testemunho e assim livra-se do problema. Este é um erro histórico da Ciência, foi essa rejeição da livre observação que retardou em séculos a descoberta “científica” do calamar gigante, do celacanto, da paralisia no sono, dos meteoros e pasmem até dos gorilas, só para citar alguns exemplos.

Isso não significa que devemos acreditar em todo relato que ouvimos sobre qualquer coisa, isso seria tão precipitado como descartar tudo. Ao contrário, nossa postura deve ser de exploração. Não é um absurdo completo considerarmos que as algumas pessoas e sociedades tradicionais acreditem em fadas, no mínimo porque parcialmente alguma coisa que eles não sabemos explicar foi vista. Como escreveu o criptozoólogo irlandês Douglas Hyde: “O conto folclórico não deve ser confundido com a crença no folclore. a história é coisa muito mais intrincada complicada e elaborada do que a crença. É muito fácil distinguir um do outro. A crença é curta e oral, relacionada a pessoas reais e não contêm uma extensa seqüência de incidentes; já o conto folclórico é comprido, complicado mais ou menos convencional e, acima de tudo, tem o interesse agrupado em torno de uma figura tradicional em particular. O que Hyde chama de crenças podemos chamar de aparições.

Existem basicamente três formas de lidar com essa questão. Para alguns folcloristas, como Stewart Sanderson e Katharine Briggs, ambos notadamente cristãos,  as “aparições” são descartadas e passadas adiante sem qualquer reflexão. Para os parapsicólogos em geral o assunto têm despertado interesse zero. Por fim para autores como Evans-Wentz (Autor de The Fairy-Faith in Celtic Countries) e o poeta W.B Yeats (o mesmo que escreveu extensamente sobre as tradições e aparições dos duendes irlandeses em The Celtic Twilight) e para a historiadora ocultista Leslie Shepard, os avistamentos de fadas pela história são indícios fortes da existência de um mundo paralelo, localizado numa espécie de dimensão alternativa.

Fadas: definições e descrições

A própria definição do que é um fada é tão fugidia quanto as suas aparições. O folclorista Joseph Ritson, na sua dissertação On Faries, define fadas como uma espécie de seres parcialmente materiais, parcialmente espirituais, com o poder de mudarem a sua aparência e de, conforme a sua vontade, serem visíveis ou invisíveis para os seres humanos. Já Jorge Luís Borges e Margarita Guerrero em O Livros dos Seres Imaginários dá a seguinte descrição: “Seu nome se vincula ao vocábulo latino fatum (fado, destino). Intervêm magicamente no que sucede aos homens. Já foi dito que as fadas são as mais numerosas, as mais belas e as mais memoráveis das divindades menores. Não estão limitadas a uma única região ou a uma única época. Os antigos gregos, os esquimós e os pele-vermelhas narram histórias de heróis que alcançaram o amor dessas fantásticas criaturas. Tais aventuras são perigosas; a fada, uma vez satisfeita sua paixão, pode matar seus amantes. Na Irlanda e na Escócia atribuem-lhes moradas subterrâneas, onde confinam crianças e os homens que costumam seqüestrar. O povo crê que elas possuíam as pontas de flechas neolíticas que desenterraram nos campos e as quais dotam de infalíveis virtudes medicinais. As fadas gostam da cor verde, do canto e da música.”

Apesar de nos dias de hoje, principalmente por causa da mídia de filmes e desenhos infantis, as fadas serem retratadas como pequenas mulheres com asas, originalmente e até hoj em locais onde a crença nesses seres é forte, elas eram descritas de formas muito diferente, inclusive conflitantes: para alguns era seres altos, com mais de 3 metros de altura, canibais e violentos, para outros eram criatura deformadas e ignorantes, ainda existem aqueles que as descrevem como seres quase angelicais. Isso mostra que provavelmente Fada era um adjetivo usado para se descrever grande parte dos seres culturais que existiam em certas localidades, mesmo que se tratassem de criaturas muito diferentes entre si. Da mesma que eram descritas como seres pequenos, existem inúmeros relatos que lhes conferem a estatura de uma pessoa normal. Isso pode indicar também que sua estatura está associada a sua natureza sutil, o resultado de sua vontade e não de sua limitação física.

Suas asas se tornaram populares na era vitoriana, nos séculos XV e XVI, quando as fadas passarma a ser pintadas, mas elas são raramente mencionadas nas compilações folclóricas, onde mesmo quando voam o fazem através de mágica e não asas, ou então surgem voando nas costas de insetos ou pássaros.

Além de descrições antropomórficas, existem relatos de fadas descritas com a aparência de um animal, às vezes a fada tem a capacidade de assumir a forma de um animal, outras ela não muda de forma e o animal, como cachorros negros, por exemplo, mantém sua forma constantemente, mas se difere de um simples cão por ser uma fada.

 

Em alguns casos surgem como seres que apesar de confundir não podem dizer uma mentira, outras vezes como seres malignos e mentirosos por natureza.

 

A breve abordagem acadêmica

Um dos primeiros estudos importantes sobre as fadas é “A República Secreta dos Elfos, das Fadas e dos Faunos“, escrito em 1691 pelo  pastor presbiteriano escocês, reverendo Robert Kirk de Aberboyle. Trabalhando nas Highlands da Escócia, ele tinha interesse vívido pelas crenças sobrenaturais da região e estava convencido da realidade das fadas. Ele mesmo pergunta no início do seu tratado: “Como seria possível a uma crença tão disseminada, mesmo que tenha apenas um décimo de verdade em suas histórias, brotar do nada?. Ele realizou suas investigações tendo em vista que quando tivesse informações sucifientes, poderia esmiuçar ao máximo a natureza da vida destas criaturas. Segundo ele as fadas são de uma “natureza intermediária entre os homens e os anjos, como eram os daemons descritos pelos antigos”. Esta definição não é muito diferente da dada pela teosofia. Dora Gelger em seu livro O mundo real das fadas e que as descreve como uma sorte de elemental.

Rev. Kirk detalha a aparência das fadas em seu tratado diz que elas possuem corpos de espíritos fluídos, capazes de mudar a cor da luz que emanam, mais ou menos da mesma natureza de uma nuvem condensada e que podem ser mais facilmente observadas durante o crepúsculo do anoitecer. Seu corpo é de uma matéria tão sutil que elas parecem poder aparecer e desaparecer ao seu bel prazer. Elas guardam costumes e idioma como o do povo do país em que vivem. Certas fadas possuem uma natureza tal que podem ser vistas em trânsito, mas nunca estacionárias. Outras nunca ficam paradas estando sempre em algum tipo de movimento. Outras ainda podiam ser ouvidas mas não vistas. Viajam muito, amiúde pelos ares, podiam roubar o que  quisessem (desde alimentos até bebês humanos)  e não tinham religião particular. Os mortais dotados de clarividência  tinham maior probabilidade de vê-las, já que eram geralmente invisiveis ao olho humano. Diz a lenda que o Rev Kirk foi arrebatado para o mundo das fadas pouco depois de publicar seu tratado, as fadas o teriam levado embora por ter revelado seus mistérios. Em 1815, Sir Walter Stooth Scott ( Não confundir com o famoso literato de mesmo nome) fez publicar esse manuscrito, e surpreendentemente também sumiu do dia para noite.

O assunto só ganhou interesse acadêmico um século depois quando o já citado W. Y Evans-Wentz publicou em 1911 seu livro “A Crença nos duendes nos Países Celtas“. Evans era antropólogo especializado em religião e doutorado pela Universidade de Oxford. Ele percorreu as ilhas britânicas e a Bretanha na costa oeste da França e publicou o resultado de suas viagens em um espesso livro que permanece um clássico dos estudos de criptozoologia. Além de documentar o que restava da tradição oral da crença Wentz concluiu que “Podemos postular cientificamente que, diante dos dados da pesquisa a existência dessas inteligências sutis. Se são deuses, gênios, demônios, ou como alega o próprio povo que o descreve fadas legítimas este é um trabalho inconcluso que o futuro nos reserva.”

Como vimos, a influência das fadas em escolas iniciáticas ou em grupos ocultistas se desenvolveu criando-se uma cultura igualmente rica à folclórica, mas focada para um aspecto menos cotidiano: a busca pela sabedoria. Inlfuencidos pelo cristianismo esotérico muitos esotéricos, como a própria Gelder, dividem os seres invisíveis da criação em grupos, os seres superiores seriam os anjos ou devas, que além dos próprios afazeres teriam também a supervisão dos seres “inferiores” em sua lista de tarefas. Então, tomados pela mesma sanha de catalogar e dividir, esses esoteriastas separam os seres invisíveis e os associam com os diferentes quatro elementos da cultura mística ocidental. De acordo com essa divisão as fadas seriam elementais do ar.

Embora com o tempo tenham sido comparadas com anjos, ou colocadas sob sua guarda e sejam vistas em sua maioria como seres benignos que gostam de ajudar as pessoas, uma compilação folclórica sobre costumes em relação a fadas mostram que grande parte do que se sabe a respeito de fadas são maneiras de se proteger se sua magia e sua malícia. Além disso uma crença comum era a de que fadas eram conhecidas por roubar recém nascidos, muitas vezes substituíndo-os por crianças fadas ou outro tipo de criaturas que se assemelhavam ao bebê, mas com o tempo iam revelando sua origem não humana.

No Brasil as fadas também não são desconhecidas, existem várias histórias, algumas até paralelos de contos europeus como o da Cinderela, batizada de Bicho de Palha, onde para fugir dos maus tratos de uma madrasta que se casou com seu pai, um rico comerciante, e possuía uma filha com a sua idade, uma jovem foge de casa e busca viver a vida em outro lugar. Ao passar perto de um rio encontra uma senhora de cara bondosa que a instrui a criar um manto de palha que lhe deixasse à mostra apenas os olhos e buscasse emprego em um castelo, lhe deixando de presente uma vara de condão. Bicho de Palha consegue o emprego e fica no castelo até que o belo príncipe decide se casar e prepara uma festa que durará três dias para escolher a futura esposa. Como todas as mulheres do castelo estão ocupadas se preparando para a festa todo o trabalho sobra para Bicho de Palha, de quem ninguém conhece a identidade. Eventualmente ela apela para a vara de condão e faz suas roupas de palha virarem um belo vestido e ganha seus sapatos de cristal. O resto da história todos conhecem, mas o curioso é que no final da história a velha senhora volta a encontrar ela para pegar de volta sua varinha e Bicho de Palha descobre que ela uma fada. Com o tempo e com a evangelização do pais, a figura da fada foi substituída pela de Nossa Senhora, mas o elemento da magia e da vara de condão permanecem presentes.

As Fadas de Cottingley

Muito do ceticismo atual em torno das fadas se deve a um episódio ocorrido em meados de 1917, o famoso caso conhecido como “As Fadas de Cottingley”. Nele, duas adolescentes inglesas Elsie Wright e Frances Griffiths ganharam fama ao alegar que conseguiram fotografias autênticas de fadas e duendes que habitavam o jardim da casa onde viviam. O caso ganhou atenção internacional, em especial do público espiritualista e foram publicadas no Strand Magazine em 1920. Confira algumas delas abaixo:

  

  

 

As duas primas de Cottingley ganharam um insuspeito advogado quando Sir Arthur Conan Doyle, criador do famoso personagem Sherlock Holmes chegou a escrever um livro The Coming of the Fairies (“A Vinda das Fadas”) para defender a veracidade das mesmas. De fato nenhum especialista até hoje conseguiu qualquer evidência de montagem fotográfica ou manipulação de imagens. Entrevistadas pela BBC muitos anos depois, em 1970 as duas senhoras continuaram defendendo sua história, mas Elsie declarou que “se você pensar seriamente em alguma coisa ela se tornará sólida, real. Acredito que as fadas eram invenção da nossa imaginação” e muitas pessoas viram nisso uma velada confissão de fraude. As suspeitas se confirmaram em 1982 quando numa entrevista a Joe Cooper as primas admitiram que haviam forjado as fotos. Sem nenhum talento para manipulação fotográfica, elas apenas posaram ao lado de recortes de papel.

Presente de Fadas

Independente de sua aparência ou motivação, as fadas são conhecidas por seus presentes. Geralmente após presentear uma pessoa, elas esperam um outro presente em troca, caso não recebam elas infernizam a vida e a calma da pessoa que teve a sorte de receber o que elas tinham para dar. Alguns consideram seus presentes um sinal de boa sorte, outros afirmam que nada que venha de uma fada é coisa boa, e deve ser evitado a qualquer custo e assim desenvolveram uma série de costumes para se afastar fadas, como o uso de amuletos, preces e o Ferro-Frio, que para uma fada é pior do que veneno.

Por outro lado, uma tradição que mostra como presentes de fadas são bem-vindos é a crença na fada-do-dente, disseminada para as crianças, onde os dentes de leite que caem são deixados deaixo do travesseiro para que a fada-dos-dentes o substitua por um doce, uma moeda ou um presente.

Acreditar em Fadas

Se o objetivo das fadas é esconder-se dos humanos nenhum golpe poderia ser mais certeiro. Desde então nenhum crédito científico ou acadêmico foi dado para qualquer relato envolvendo estes seres fantásticos. Se as fadas existirem de fato, estão hoje mais protegidas do que nunca. Porém, para sermos imparciais devemos admitir que  mesmo aquelas pessoas que desejam dar um salto de fé e confirmar a existência delas se deparam com um problema que não é trivial: as tradições sobre as fadas quando consideradas em seu conjunto são complexas e variadas demais para constituírem um todo coerente. Quando lemos a vasta quantidade de relatos pensamos muito mais em divagações da imaginação do que em um misterioso mundo invisível no qual elas habitariam.  De fato, a palavra fairyplain (o mundo das fadas) procede de uma palavra mais antiga fai-erie, que significava mais um estado de encantamento do que um lugar sobrenatural.  No clássico Peter Pan, lemos ludicamente que cada vez que alguém diz “Não acredito em Fadas”, uma fada cai morta no chão em algum lugar.  A título de hipótese talvez as fadas sejam dependentes de nossa imaginação, como sugere esta citação. Não por serem meras crenças, pois os relatos durante toda história nos proibe de achar isso, mas por serem centelhas de inteligências automonas que vivem em nossa imaginação. Vivem em nossa mente tal como as bacterias e microorganismos vivem em nossos corpos físicos e se revelam apenas quando nos tornamos receptivos a elas.

Dossiê de Criptozoologia de Herman Flegenheimer Jr.

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Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/fadas/

Elementais, os Espíritos da Natureza

Na literatura ocultista, a mais compreensível e lúcida exposição sobre a pneumatologia oculta – ramo dedicado as  substâncias espirituais — encontra-se no trabalho de Philippus Aureolus Paracelsus de Paracelso, príncipe do alquimistas e dos filósofos Herméticos, verdadeiro mestre do Segredo Real – A Pedra Filosofal e o Elixir da Vida. Paracelso acreditava que cada um dos quatro elementos primários conhecidos dos antigos — terra, fogo, ar e água, era constituído de um dois princípios: um sutil, vaporoso e metafísico; outro, de substância corporal grosseira e material.

O Ar possui dois aspectos: sua natureza tangível, atmosférica, e sua natureza intangível, o substratum, a essência viva  volátil que pode ser denominado Ar Espiritual ou, ainda, Espírito do Ar. O Fogo é visível e invisível, discernível e indiscernível: espiritual, flama etérea manifestando-se através da chama material, substancial. Seguindo a mesma analogia, a água é, ao mesmo tempo, um fluido denso e uma potência essencial de natureza fluídica. Também a terra é um Ser fixo, terreno, imóvel, em um plano inferior da realidade; em plano superior, a terra possui um Espírito rarefeito, móvel, virtual.

O termo elemento tem sido, então, aplicado aos aspectos inferiores, físicos dos quatro princípios primários. O termo elemental, é aplicado às essências invisíveis, à constituição espiritual que, de fato, anima os quatro elementos. Minerais, plantas, animais e homens vivem e experimentam, normalmente, a realidade mais grosseira, meramente física, tangível dos quatro elementos… e das várias combinações destes elementos constroem seus organismos físicos.

Henry Drummond, em Natural Law in the Spiritual World, descreve o seguinte processo: “Se analisarmos o ponto material no qual começa a Vida, encontraremos uma estrutura clara, uma substância gelatinosa, albuminosa de albumina:proteína de alto valor biológico presente na clara do ovo, no leite e no sangue, como clara de ovo. Esta substância elementar na formação da vida é feita de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

É o protoplasma; não apenas a unidade estrutural fundamental para o surgimento da vida em todos os corpos de todos os viventes, mas também, a substância que os constitui em si mesmo. Segundo Huxley, ‘Protoplasma, simples ou nucleado, é a forma básica de toda a vida. É a argila do vaso’”. O elemento ao qual os antigos denominavam, genericamente, ÁGUA, a moderna ciência chama de Hidrogênio; o AR, tornou-se Oxigênio; o FOGO, Nitrogênio e a TERRA, Carbono.

Assim como a Natureza visível é habitada por um infinito número de criaturas vivas, de acordo com Paracelso, também o Invisível, contraparte espiritual da Natureza Visível composto de tênues princípios dos elementos visíveis é habitado por seres peculiares chamados Elementais ou Espíritos da Natureza. Paracelso divide estes seres em quatro grupos: gnomos — ondinas — silfos e salamandras. Paracelso assegura que são entidades viventes.

Em suas formas, muitas lembram seres humanos. Seus mundos são distintos do mundo humano, ainda que coexistentes. O homem não percebe a dimensão existencial destes seres porque seus sentidos, sua percepção física é insuficiente ou não adequada à percepção da realidade metafísica — além ou, ainda, outra, que não é a realidade física.

Povos antigos, como os Gregos, Egípcios, Chineses, Indianos, acreditaram na existência de sátiros, duendes, fadas, demônios. Seus mares eram povoados de sereias; os rios e fontes abrigavam ninfas; fadas no ar; Lares e Penates no fogo, faunos, dríades e hamadríades* na terra.  Espíritos da Natureza eram tidos em alta conta e  rituais propiciatórios eram oferecidos a eles. Ocasionalmente, como resultado de condições atmosféricas ou pela sensibilidade especial de um devoto, podiam tornar-se visíveis. Vários estudiosos acham que muitos dos deuses pagãos foram/eram Elementais.

Os gregos davam o nome de dæmon a alguns desses elementais, especialmente de ordens superiores; estes, eram venerados. Provavelmente, o mais famoso desses dæmons é o misterioso espírito instrutor de Sócrates, ao qual o grande filósofo se referiu com freqüência. Aqueles que estudam a constituição invisível do homem acreditam que o dæmon de Sócrates e/ou o anjo de Jacob Böheme foram, não eram elementais; antes, foram reflexos da natureza divina ou Eu Superior dos próprios filósofos. …

A idéia de que entidades, seres invisíveis envolvam e interpenetrem o mundo coexistindo com os seres vivos e inteligentes, pode parecer ridícula para a mente prosaica da contemporaneidade. Ainda assim, essa doutrina,da existência dos Elementais, é aceita por alguns notáveis intelectos do mundo. Os silfos de Facius Cardin, o filósofo de Milão; a salamandra observada por Benvenuto Cellini; o Pan de Santo Antônio; e o Pequeno Homem Vermelho, possivelmente um gnomo, de Napoleão Bonaparte; são figuras que têm seu lugar nas páginas da História.

A Literatura também tem perpetuado a idéia e a crença nos Espíritos da Natureza. Em Sheakesppeare, o malígno Puck, personagem de Sonho de uma noite de verão; os Elementais do poema rosacruciano de Pope, The rape of the lock; as misteriosas criaturas do Zanoni de Lord Lytton. O folclore e a mitologia de todos os povos possuem suas lendas sobre estas “figurinhas” que assombram velhos castelos, guardam tesouros nas profundezas da terra e constroem suas casas embaixo das grandes raízes das árvores e das orelhas de sapo* que brotam largas às margens dos lagos. As fadas, que encantam as crianças, já seduziram mentes notáveis que acreditaram em sua existência e ainda está aberta a questão sobre a crenças de Platão, Sócrates e Jâmblico nestas criaturas mágicas.

Paracelso, descrevendo as substâncias constituintes dos corpos dos elementais, distinguiu duas qualidades de matéria carnal: a primeira é aquela que todos os seres humanos herdaram de Adão. Essa é visível, a carne corpórea humana. A segunda qualidade de matéria carnal não procede de Adão; é mais tênue e não está sujeita às limitações da forma. O corpos dos elementais são feitos de uma carne trans-substancial. Paracelso diz que existe enorme diferença entre os corpos humanos e os corpos dos Espíritos da Natureza; tanto quanto diferem a matéria e o espírito.

Ainda, segundo Paracelso, “os Elementais não são espíritos porque eles têm carne, sangue e ossos; vivem e se reproduzem; eles falam, agem, dormem, acordam e, conseqüentemente não podem ser chamados, propriamente, espíritos. Estes seres ocupam um lugar entre Homens e Espíritos, são semelhantes a ambos; lembram homens e mulheres em sua organização e forma e lembram espíritos na rapidez de sua locomoção” – Philosophia Occulta, traduzido por Franz Hartman.

O ocultista chama essas criaturas de composita, referindo-se à composição, mistura de espírito e matéria. Paracelso faz analogia com a mistura de cores para explicar sua idéia. A mistura de azul e vermelho resulta em violeta ou roxo; o violeta não nem azul nem vermelho. É uma outra cor. No caso dos Espíritos da Natureza, eles combinam espírito e matéria resultando em um Ser que não é nem  espírito nem matéria. São compostos de uma substância que pode ser chamada matéria espiritual ou o ether dos ocultistas e dos filósofos.

Paracelso explica, ainda, que enquanto o homem é constituído de diferentes corpos inter-agentes, cada um pertencente a um plano da Natureza, espírito, alma, mente, corpo — o Elemental possui apenas um princípio ou corpo, o corpo etérico, feito de éter, no qual ele vive. O éter ou ether, em ocultismo, é uma essência espiritual; nos quatro Elementos, o ether é a essência. Existem muitos ethers assim como há distintas famílias de Espíritos da Natureza dos Elementos.

As famílias existem em completo isolamento em seu próprio elemento sem intercurso com os habitantes de outros ethers; mas, tal como o Homem possui, dentro de seus próprios centros de consciência, sensibilidade para perceber manifestações e impulsos de todos os outros quatro ethers, é possível, para qualquer Reino Elemental comunicar-se com o Homem em condições apropriadas.

Os Espíritos da Natureza não podem ser destruídos por elementos físicos, como o fogo material, a terra, o ar, a água, isto porque sua existência se mantém e se caracteriza por um nível de vibração superior àquela vibração própria das substância terrenas. Sendo compostos por somente um elemento, o ether no qual funcionam, eles não têm ou não são espíritos imortais. Ao morrer, seu Ser simplesmente desintegra-se e retorna ou é reabsorvido no todo do Elemento no qual o Ser havia, originariamente, tomado uma forma individualizada.  Nenhuma consciência individual sobrevive porque não havia ali consciência nem veículo para abrigar uma.

Sendo feito de uma só substância, o ether, os Elementais não sofrem a fricção e não sofrem de conflito, atrito, dialética… entre veículos; por isso, em termos práticos, os Elementais sofrem pouco desgaste do corpo ao longo do tempo; suas funções biológicas têm poucas possibilidades de danos a sofrer; por isso, vivem muito, alcançam idades avançadas. Os que vivem menos são aqueles compostos de ether da terra; os mais longevos são os Elementais do Ar.

A média de vida destes Seres está situada entre 300 e 1000 anos. Apesar destas diferenças, Paracelso afirma que os Elementais vivem em condições ambientais semelhantes àquelas experimentadas no mundo físico e estão sujeitos a adoecer. Em geral, são considerados incapazes de desenvolvimento espiritual mas, muitos deles, parecem ter demonstrado um elevado caráter moral.

Observações Gerais

Muitos antigos, diferentes de Paracelso, partilharam a opinião de que havia querelas, batalhas entre os Reinos Elementais e reconheciam essas batalhas nos fenômenos mais violentos da Natureza, que seriam o resultado dos conflitos entre os Elementais. Quando um relâmpago incidia em uma rocha, partindo-a, acreditavam que Salamandras estavam atacando Gnomos. Como os elementais não podem atacar um ao outro no plano de sua essência etérica peculiar [em seus ambientes], isso, devido ao fato de que não existe correspondência vibratória entre os quatro ethers dos quais cada um dos Reinos é composto, eles têm de atacar indiretamente a um denominador comum:  a substância material do universo físico, [essa substância, fundamento atômico-molecular do ar bem como da pedra/terra, água, fogo/luz/calor], sobre a qual eles [os elementais] podem exercer certo poder.

As guerras também acontecem entre elementais do mesmo elemento, como Gnomos contra Gnomos. Os pensadores antigos, poder-se-ia dizer, até primitivos, explicaram fenômenos da Natureza aparentemente inexplicáveis e/ou incontroláveis, individualizando e personalizando as forças naturais, atribuindo a estas forças humores, temperamento, emoções semelhantes àquelas que assolam a alma humana.

O quatro signos fixos do Zodíaco eram assinalados pelos quatro Reinos Elementais [tal como os pontos cardeais]: aos Gnomos, corresponde o signo de Touro; às Ondinas, a natureza de Escorpião; às Salamandras, a constituição de Leão; os Silfos, receptores da emanações de Aquário.

A doutrina cristã dos primeiros apóstolos, evangelistas e Papas, reuniu todas as entidades Elementais sob o título, genérico, demon — demônios. Essa denominação errônea tem conseqüências de longo alcance, associando para sempre, no ocidente, a palavra demon à idéia de coisa do mal. No entanto, os Espíritos da Natureza, essencialmente, não são malévolos; não mais ou menos do que os minerais, as plantas, os animais. Muitos dos primeiros padres da Igreja asseguraram ter encontrado e travado debates com Elementais.

Já foi estabelecido que os Espíritos da Natureza não são imortais; não obstante, alguns filósofos afirmam que, em casos isolados, a imortalidade pode ser conferida a um elemental por um Adepto Iniciado que domine certos princípios sutis do mundo invisível. Tal como a desintegração dos corpos acontece no mundo físico, processo análogo ocorre no mundo etérico. Em condições normais, na morte, um Espírito da natureza simplesmente retorna, reabsorvido na primária essência da qual um dia emergiu individualizado.

Qualquer que seja o desenvolvimento evolucionário do Ser ele pertence unicamente à consciência da essência primária da qual o ser foi originado. Desprovidos de componentes humanos, veículo espiritual e veículo material, os Espíritos da Natureza são sub-humanos no aspecto da inteligência racional mas, por suas funções, limitadas a um elemento, resulta que se especializam em determinado tipo de inteligência superior à humana no que diz respeito ao Elemento que habita.

Os Espíritos Elementais

 

Sobre os ethers nos quais vivem os Espíritos da Natureza, escreve Paracelso: “Eles habitam os quatros elementos:

1. Nymphæ (Ninfas), na água;

2. Silfos, no ar;

3. Pygmies (Anões), da terra;

4. Salamandras, no fogo.

São também chamados respectivamente: Ondinas, Silvestres, Gnomos e Vulcanos. Cada espécie somente pode habitar [se mover] no Elemento ao qual pertence e nenhum pode subsistir fora do Elemento apropriado. O Elemento está, para o Elemental, como a atmosfera está para o Homem; como a água para os peixes e nenhum deles sobrevive em elemento pertencente a outra classe. Para o Ser Elemental o Elemento no qual ele vive é transparente, invisível e respirável, como a atmosfera para nós mesmos”  – Philophia Occulta, traduzido por Franz Hartman.

É preciso atenção para não confundir os Espíritos da Natureza com as verdadeiras hordas vivas nos evolvendo nos mundos invisíveis. Enquanto os Elementais são compostos somente de substância etherica, os anjos, arcanjos e outras entidades superiores e transcendentais possuem organismos compostos, constituídos de uma natureza espiritual e uma estrutura de veículos que expressam o Ser destas entidades, diferente daquele Ser dos Homens, porque não inclui o corpo físico e suas limitações.

A filosofia oculta dos Espíritos da Natureza é considerada um conhecimento de origem Oriental, mais especificamente Bramânica e, portanto, indiana ou hinduísta. Paracelso assegura que seu próprio conhecimento sobre os Elementais veio do Oriente; ele os adquiriu durante suas viagens em busca de conhecimento. Egípcios e Gregos obtiveram suas informações da mesma fonte. Os quatro tipos principais de Espíritos da Natureza podem, agora, ser estudados separadamente, de acordo com os ensinamentos de Paracelso, Abbé de Villars e alguns outros poucos autores, entre os poucos que tratam deste tema.

FONTE: The Elements and Their Inhabitants by  THE SECRET TEACHINGS OF ALL AGES

Manly P. Hall, 1928. Trad. adapt. & pesquisa: Ligia Cabús do Nascimento

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/elementais-os-espiritos-da-natureza/ […]

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Dragões: Parceiros Míticos no Poder

Por Llewellyn.

Então você tem pensado sobre magia e seu papel em sua vida. Talvez você queira levar seu interesse por magia a um nível mais profundo, mais profundo. Talvez você esteja pronto para experimentar a magia que é criativa, amorosa, risonha. Ou talvez você esteja pronto para essas duas coisas. Se você estiver, então você está pronto para ler o livro Dancing with Dragons (Dançar com Dragões), de D. J. Conway.

Por que tantas histórias foram escritas e histórias contadas sobre uma criatura que nunca existiu? Como as crianças podem dar descrições vívidas de algo que nunca viram? Imaginação? As ilusões imaturas de uma mente criativa? Ou será que a liberdade que nos permitiu na infância e na contação de histórias nos conecta à energia de uma espécie que realmente existe e interagiu com a humanidade ao longo da história?

Certamente parece que sim, pois os dragões têm um papel real em nossas lendas e culturas atemporais. Em todo o mundo, o dragão e a serpente sempre foram fortes símbolos de energia vital. Os sacerdotes do Egito e da Babilônia chamavam-se Filhos do Deus-Serpente ou Filhos do Dragão. A palavra galesa para dragão, Draig, era usada para denotar um líder ou um herói. Os chineses conhecem há muito tempo o dragão e seu poder, e ainda é uma característica proeminente na arte e celebração chinesas. Essa conexão íntima permitiu que eles vissem os dragões como uma espécie inteira, que eles dividiram em mais de vinte subespécies, cada uma com suas características e propósitos próprios. Bastante complexo para uma fantasia sem sentido, você não concorda?

Dancing with Dragons (Dançar com Dragões) é especial porque não apenas nos diz o “o quê” e o “porquê” da magia do dragão – também nos diz o “como”. D. J. Conway tem um amor especial por dragões e procurou seu significado e propósito ao longo de sua vida. Incluído em Dancing With Dragons (Dançar com Dragões) está uma explicação completa dos diferentes tipos de dragões e seus propósitos específicos, juntamente com rituais eficazes para invocar cada um. Existem dragões que governam cada um dos elementos – ar, fogo, água, terra, luz e escuridão. Existem dragões guardiões, bem como dragões para o caos.

Junto com cada propósito do dragão vem uma personalidade, com gostos e desgostos específicos que estão incluídos. Os tipos de especiarias e ervas que cada energia de dragão prefere estão listados. Os óleos, cores, pedras e horários dos eventos com os quais cada personalidade do dragão funciona melhor são fornecidos neste livro. Um “script de dragão” para escrita simbólica em uma linguagem de entrada é incluído até mesmo para interações efetivas.

Antigamente, os dragões eram retratados nas bordas dos mapas para denotar território desconhecido. A maioria aceitou, e voltou quando chegaram à borda. Depois, havia os poucos que foram compelidos por essa linha tênue e a curiosidade do que estava além. Eles não podiam deixar de se perguntar o que esses dragões estavam guardando. Eles queriam conhecer o desconhecido e tiveram fé para ir onde nunca estiveram antes. Felizmente, esses buscadores existiram ao longo do tempo, mapeando novos horizontes para o resto da humanidade. Estas são as almas que dançam com dragões.

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Fonte:

Dragons: Mythical Partners in Power, by Lllewellyn.

https://www.llewellyn.com/journal/article/85

COPYRIGHT (2001) Llewellyn Worldwide, Ltd. All rights reserved.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

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Devorador de Sombras

Há um gênero literário que surgiu independentemente em diversas [épocas e nações: o roteiro do morto nas regiões ultraterrenas. O Céu e o Inferno de Swedenborg, as escrituras gnósticas, o Bardo Thödol dos tibetanos (título que, segundos Evans-Wentz, deve ser traduzido por Libertação por Audição no Plano da Pós-Morte) e o Livro Egípcio dos Mortos não esgotam os exemplos possível. As “afinidades e diferenças” dos dois últimos têm merecido a atenção dos eruditos; baste-nos repetir aqui que, para o manual tibetano, o outro mundo é tão ilusório quanto este, e, para o egípcio, é real e objetivo.

Há nos dois textos um tribunal de divindades, algumas com cabeça de macacos; nos dois, uma ponderação das virtudes e das culpas. No Livro dos Mortos, uma pena e um coração ocupam os pratos da balança; no Bardo Thödol, pedrinhas de cor branca e negra. Os tibetanos têm demônios que oficiam como ferozes verdugos; os egípcios, o devorador das sombras.

O morto jura não ter sido a causa de fome ou de pranto, não ter matado e não ter mandado matar, não ter roubado os alimentos funerários, não ter falsificado as medidas, não ter tirado o leite da boca da criança, não ter afastado do pasto os animais, não ter capturado os pássaros dos deuses.

Se ele mentir, os quarenta e dois juízes o entregarão ao devorador, “que é, na frente, crocodilo, no meio leão e, atrás, hipopótamo”. É auxiliado por outro animal, Babai, do qual só sabemos que é assombroso e que Plutarco o identifica com um titã, pai da Quimera.

Fonte: O Livros dos Seres Imaginários – Jorge Luís Borges e Margarita Guerrero

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Curupira

A primeira coisa que o pesquisador deve tirar da cabeça é aquela figura do Curupira, como um simples menino levado. Nada poderia ser menos fidedigno do que imaginar essa criatura com a inocência e a ingenuidade de uma criança. O Curupira original, aquele que assombrava as noites dos índios e os sonhos dos bandeirantes é um dos seres mais perigosos e maliciosos que a cultura brasileira produziu. As histórias vindas desde os tempos em que os índios apenas habitavam as terras brasileiras, contam casos de investidas violentas, abusos sexuais, rapto de crianças e horror psicológico.

Entre os mitos indígenas, o Curupira é incontestavelmente o mais antigo, companheiro inseparável das crenças populares, de onde se admite a possibilidade de ser verdadeiramente indígena, senão antes legado pela população primitiva que habitou o Brasil no período pré-colombiano e que descendia dos invasores asiáticos. Por esta hipótese, teria passado dos Nauas aos Caraibas e destes aos Tupis e Guaranis.

Trata-se de um dos mais espantosos e populares entes fantásticos, das matas brasileiras. De curu, contrato de corumi, e pira, corpo, corpo de menino, segundo Stradelli. O curupira é representado por um anão , cabeleira rubra e corpo peludo. Tem a particularidade de ser descrito sem os órgãos sexuais (no Pará); com dentes azuis ou verdes e orelhudo (no rio Solimões) e com os pés virados para trás (no rio Negro), ou seja com calcanhares para frente de modo a suas pegadas enganarem aqueles que o tentarem perseguir.

A mais antiga menção de seu nome foi feita pelo padre José de Anchieta de São Vicente em 30 de maio de 1560:

É cousa sabida e pela bôca de todos corre que há certos demôniose que os Brasis chamam Corupira, que acometem aos índios muitas bezes no mato, dão-lhe açoites, machucam-nos e matam-nos. São testemunhas disto os nossos irmãos que viram algumas vêzes os mortos por êles. Por isso, costumam os índios deixar em certo caminho, que por ásperas brenhas vai ter ao interior das terras, no cume da mais alta montanha, quando por cá passam, penas de aves, abanadores, flechas e outras cousas semelhantes, como uma espécie de oblação togando fervorosamente aos Curupiras que não lhes façam mal.”

Nenhum outro fantasma brasileiro colonial determinou oferenda propiciatória. Ainda hoje para não serem incomodados, os seringueiros e caçadores, adaptando um costume indígena, fazem oferendas de pinga e fumo na entrada da floresta.

Ao deliciar-se com a oferenda ou ao sentar-se na sobra das mangueiras para comer os frutos. Lá fica entretido ao deliciar cada manga ou gole de pinga. Mas se percebe que é observado, o Curupira logo sai correndo, e numa velocidade tão grande que a visão humana não consegue acompanhar. “Não adianta correr atrás de um Curupira”, dizem os caboclos, “porque não há quem o alcance”.

Há muitos casos também de Curupiras que se encantam por crianças pequenas, que são levadas embora por algum tempo e depois devolvidas aos pais, em geral depois de 7 anos. As crianças encantadas pelo Curupira nunca voltam a ser as mesmas depois de terem vivido na floresta, encantadas pela visagem.

Por vezes, o Curupira mundia os caçadores que se aventuram a permanecer no mato nas chamadas horas mortas. O encantado tenta sair da mata, mas não consegue. Surpreende-se passando sempre pelos mesmos locais e percebe que está na verdade andando em círculos. Em algum lugar bem próximo, o Curupira está lhe observando: “estou sendo mundiado pelo Curupira”, pensa o encantado. Daí só resta uma alternativa: parar de andar, pegar um pedaço de cipó e fazer dele uma bolinha. Deve-se tecer o cipó muito bem escondendo a ponta, de forma que seja muito difícil desenrolar o novelo. Depois disso, a pessoa deve jogar a pequena bola bem longe e gritar: “quero ver tu achares a ponta”. A pessoa mundiada deve aguarda um pouco para recomeçar a tentativa de sair da mata.

Diz a lenda que, de tão curioso, o Curupira não resiste ao novelo. Senta e fica lá entretido tentando desenrolar a bola de cipó para achar a ponta. Vira a bola de um lado, de outro e acaba se esquecendo da pessoa de quem malinou. Dessa forma, desfaz-se o encanto e a pessoa consegue encontrar o caminho de casa.

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Criptóides: eles sempre estarão entre nós

Charlie Cox e Martin Sanders jamais viram um ao outro, apesar de terem vivido quase toda vida a menos de 10 milhas um do outro, no condado de Gloucestershire na Inglaterra. Durante alguns dias do mês de Outubro de 1976, ambos os fazendeiros tiveram juntos quase 60 ovelhas mortas por uma estranha criatura que assombrava seus rebanhos. A polícia local deixou de dar atenção ao caso quando ambos – mesmo não se conhecendo – deram as mesmas descrições do caso.

Disse Martin ao Daily Telegraph na edição de 27 de Novembro de 1976: Eu acordei com um barulho ensurdecedor de ovelhas correndo pelo pasto; eu tinha a certeza de que estavam sendo atacadas. Peguei o rifle e sai imediatamente para ver o que se passava. Um lobo de tamanho muito acima do normal, de cor branca e olhos amarelados perseguia meu rebanho.

Ele saía do nada, galgando como um típico animal de sua espécie, mas ao atingir certa velocidade, passava a perseguí-las apenas nas patas traseiras, de onde onde eu pude notar que nesta posição, apenas a cabeça mantinha-se na forma canina; tronco e membros eram muito parecidos como nós humanos. Era como um homem muito corpulento e muito, muito veloz. Todas as minhas ovelhas tinham ferimentos enormes no pescoço, totalmente drenadas de sangue.

O chefe de polícia de Gloucestershire admite que não conteve os risos:”Se tivesse sido o contrário; começasse correndo como um bípede e só então virasse um lobo, aí eu teria acreditado”. Nosso país está mergulhado numa recessão econômica e altos índices de violência e você quer que eu dê atenção a dois caipiras lunáticos ?  Casos criptozoológicos como esses acontecem aos montes ano após ano, e passaram a ter mais atenção da mídia quando pessoas como Jena Miller decidiram estudar e reportar com mais atenção os acontecimentos. Ela mesma, interessou-se pelo assunto após as férias “macabras” que vivenciou nos assombrosos templos do Império Khmer no Camboja, em 1999 quando lá esteve em férias com o noivo. “O nosso guia na ocasião, diz Jena, nos aconselhou a experimentar a atmosfera do local após o anoitecer, mas ter o máximo de cuidado com batedores de carteira.”

Pareceu-me interessante, até avistar enormes felinos parecidos com aquelas panteras negras das quais eu já tinha ouvido falar sobre seus ataques em Ohio, EUA. O estranho no caso era o fato de terem asas. Levei meses para me recuperar do susto e acabamos encurtando nossas férias. Hoje sou mais esclarecida e sei quando se trata de fraude e de quando se trata de algo legítimo e excitante. Mas admito que ainda sou um pouco medrosa em relação a um contato mais direto com o assunto.

Douglas Shelton, 15 anos de idade, capturou um gato com asas enquanto caçava nas redondezas de Pinesville, West Virgínia. O bicho parecia amigável e nada feroz, exceto quando suas asas eram tocadas. Foi dado o nome de Thomas ao animal, e, não foi trocado mais tarde quando descobriu-se que ele na verdade era ela. O gato parecia um típico persa peludo, embora seu tamanho fosse bem maior do que o normal.

Quando um veterinário examinou Thomas pela primeira vez,  pensou que tratava-se de uma simples e típica aberração da natureza, típica na maneira de dizer, pois patas extras, tamanho anormal de membros não é exatamente incomum na medicina veterinária. Uma ou duas avaliações a mais e o veterinário mudou de idéia.

Thomas tornou-se uma celebridade local. Chegou a aparecer no The Today Show mas parecia bem entediada. Foi oferecido 400 dólares por ela mas a família Shelton recusou, percebendo que poderia fazer muito mais dinheiro com a gata.  Repórteres que queriam tirar fotografias tinham de pagar uma taxa. Alguns trocados também eram cobrados da vizinhança se quisessem ver o animal. A celebridade em que tinha se transformado o caso chamou a atenção da senhora Hicks, uma socialite local; ela alegava que Thomas pertencia a ela e que um amigo que deu o apelido de Mitzi para a gata poderia confirmar tudo.

O caso foi aos tribunais e no dia 5 de Outubro de 1959, ficou decidido que os Shelton deveriam devolver Thomas/Mitzi a família Hicks. Todos que estavam presentes à audiência, ficaram chocados ao perceber que quando foi aberta a caixa em estava Thomas/Mitzi, suas asas tinham desaparecido.

Mas sem dúvida nenhuma, o caso que mais deixa criptozoologistas perplexos ao redor do mundo, é o do Chupa-Cabra. A primeira descrição que temos destas criaturas, datam do ano de 1956 no estado do Arizona. Entre Fevereiro e Julho de 1975, foi a vez de Porto Rico sofrer com ataques bestias que deixavam litros de sangue na forma de rastros. New Jersey, New Mexico, Oregon, Florida, Michigan, Illinois, Texas, Brazil e México também entraram na rota do terror nos anos seguintes.

A maioria dos casos mostram animais mortos sendo feridos brutalmente na região do pescoço. Dois ou três furos é sempre o bastante. Não há mutilação. Nunca foi encontrado sinais de luta, o que mostra que o ataque do chupa-cabra é sempre eficaz e indefensável. As descrições da besta podem variar, mas a maioria aponta seu tamanho como superior a de um ser humano médio, olhos vermelhos e rosto oval.

As testemunhas ainda apontam o terrível odor exalado pela criatura, e que acaba impregnando o local do ataque; muitos criptozoologistas afirmam que pode ser parte de uma técnica para manter afastados os perseguidores, como atesta o mexicano Juan Solires, um ex-coiote de imigrantes que presenciou um ataque na fronteira com o Texas: “De longe o odor já é insuportável. Mesmo depois do ataque, dezenas de metros antes de chegar aos animais mortos, você já respira com uma dificuldade imensa. É impossível permanecer por perto dos animais por mais que alguns poucos segundos”.

“Os imigrantes achavam que tratava-se de uma forma do governo americano nos assustar e não mais voltarmos para lá, era um dos locais preferidos dos ilegais; hoje ( fim da década de 90 ) o número de imigrantes ilegais que tentam atravessar a fronteira caiu muito por aquelas bandas, conclui Juan”. Como sempre, a ciência deixa-nos a ver navios; não resolve nem esclarece o mistério, mas também não leva em consideração o trabalho suado dos criptozoologistas.

Como diz Jill Stefko, membro de um dos mais renomados e respeitáveis sites sobre o assunto: “O que seria do sinistro, do oculto, do mistério sem a ciência ? Séculos para desvendar o genoma humano, se a maioria dos estudiosos pagãos já fizeram isso muito tempo atrás; confio muito mais nos nossos instintos do que nos laboratórios deles”.

Paulie Hollefeld

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/criptozoologia/criptoides-eles-sempre-estarao-entre-nos/ […]

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Confissões de um metamorfo

Soror Ísis

Eu sou um metamorfo. É um dom, um talento que tenho. Pense em mim não como uma criatura nascida do folclore, nem como um produto das teias de aranha da superstição e do pensamento arcano desmascarado. Eu mudo minha aparência à vontade, e outros me verão em diferentes peles em noites diferentes. Você não conhece meu verdadeiro gênero, minha verdadeira raça e cor. Isso é um segredo só meu.

A senhora Antoinette, durante um jantar na casa do embaixador em Washington D.C., apresentou-se a mim quando eu era um homem de boa educação e reputação. Passamos a noite conversando furiosamente sobre nossas atividades e nossos passatempos. Deliciei-me em tocá-la suave e brevemente durante toda a noite, sua respeitabilidade sendo o véu de suas frias reações aos meus avanços. Recebi o número dela e a agraciei com um beijo suave na varanda. Essa mesma senhora, ao ver-me no dia seguinte, velha e abatida senhora de saco, com a pele áspera como uma lixa, empurrando um carrinho de compras cheio de coisas sujas e sujas, me jogou na esquina da rua ao lado do Morro tão rapidamente quanto ela piscou os olhos para mim na noite anterior. Não vejo isso como um teste de preferência ou caráter. Tenho razões muito mais sutis para minhas escolhas.

A mudança de forma é uma reencarnação menor. O segredo para mudar de forma é que você não muda sua forma, mas convence os outros a vê-lo de forma diferente. A hipnose é uma ferramenta fundamental. É uma ferramenta que aprendi enquanto sob a orientação do meu mentor, enquanto nas montanhas em um país que eu não tenho liberdade para divulgar.

O sigilo da linhagem dessa habilidade é primordial para minha sobrevivência, minha existência. No entanto, ao contar alguns segredos não entrego tudo. Pois, uma coisa é dizer e outra é fazer. Um estranho não pode entender o que significa mudar de forma, a menos que eles próprios possuam o talento e a compreensão de tal.

Sem dúvida, minha habilidade me deu força para fazer coisas que apenas homens comuns podem sonhar. Você pode me perguntar: “O que uma pessoa como você faria com tal presente? Como você pasaria seus momentos de vigília em busca? Existem poucos como eu. Posso contá-los em uma mão. E, no entanto, possivelmente ainda alguns sem o meu conhecimento, por razões fora do meu alcance de habilidade. Se seus motivos são nobres ou vis, cabe a eles decidir. Não pense em nós como uma organização secreta; um Illuminati, por assim dizer, de homens e mulheres que se reúnem nas profundezas de uma caverna, decidindo o destino da humanidade.

Manter o controle das massas, na minha humilde opinião, seria uma perda de tempo. A maioria, se não todos os homens da terra, trabalham e vivem dentro de seu próprio alcance limitado. Eles não podem ver o que está além deles, então por que devo gastar meu tempo executando as mesmas ações repetitivas neles? Se o objetivo da minha vida fosse riqueza material e poder, eu poderia facilmente fazer de mim um império. Eu poderia facilmente brincar com as massas, os governos, os príncipes e reis do poder. Mas, isso faz um desserviço ao meu talento. Há riquezas muito maiores que o estranho não pode ver. Então, para responder à pergunta que me foi imposta, meu talento é o meu fim. O ato em si é o fim;

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