Sanatório para Espíritos

Pra comemorar os 160 anos de “O Livro dos Espíritos”, posto um trecho do livro “Na próxima dimensão”, de Carlos A. Baccelli, que conta a história de Inácio Fereira, médico que, encarnado, cuidava de um sanatório em Uberaba e era ferrenho defensor da doutrina espírita. Ao desencarnar, continuou cuidando de um sanatório (do lado de lá), mas passou a ver as coisas com outros olhos:

– Mas – redargüiu o valoroso companheiro -, os espíritas haverão de se decepcionar; eu não sei a causa de, ao nos tornarmos espíritas, passarmos a achar que somos privilegiados… A Doutrina nos torna conscientes de nossas enfermidades, porém a tarefa da cura nos pertence, pois a simples condição de adepto do Espiritismo não isenta ninguém de suas provas…
– É, principalmente, do esforço de renovação… O espírita sincero é aquele que não recua diante das lutas que trava para ser melhor. Deus não cultiva preferencias… As orações dos fiéis de todas as crenças têm para Ele o mesmo valor; às vezes, quem ora aos pés de um santo de barro ora com maior fervor do que aquele que já libertou a fé de tantas formalidades…
– Como você mudou, Inácio! – brincou Odilon comigo. – Eu diria tratar-se de um espírito… Se eu não fizer esta ressalva, os nossos irmãos do mundo não acreditarão que eu esteja conversando com você, o ferrenho adversário da Igreja Católica…
– Ora, não exagere! Você sabe que eu apenas me defendia, ou melhor, procurava defender a Doutrina… Agora, no entanto, estou aqui, às voltas com a própria realidade…
– E com muito trabalho neste hospital, não é?
– Neste hospital onde, por incrível que pareça, a maioria dos pacientes é espírita… Eu preferiria lidar com um louco espírito do que com um espírita louco… Como somos, Odilon, vaidosos do nosso pequeno saber!
– Muitos médiuns internados aqui?
– O problema maior não são os médiuns que, na maioria das vezes, faliram por falta de discernimento; o problema maior são os dirigentes espíritas, aqueles que quiseram ter as rédeas do Movimento nas mãos e impunham os seus pontos de vista. Já os médiuns se assemelham aos pecadores do Evangelho, mas os dirigentes são os doutores da lei…
– Algum católico ou evangélico por aqui?
– Poucos. E são os que me dão menos trabalho… Conforme lhe disse, os espíritas é que estão mal arrumados: conversam comigo de igual para igual e, não raro, acabam invertendo de papel comigo, ou seja: tratam-me como se o doente fosse eu… Citam trechos de “O Livro dos Espíritos”, referem-se ao Espiritismo científico, fazem questão de demonstrar conhecimentos, no entanto já pude fazer entre eles curiosa constatação: quase todos foram espíritas teóricos; nunca arregaçaram as mangas numa atividade assistencial que, ao contrário, criticavam veladamente…
Conheci alguns deles, quando ainda no mundo – aparteou o devotado amigo. – Um aos quais eu me refiro chegou a combater com veemência o nosso trabalho de Sopa Fraterna na “Casa do Cinza”, em Uberaba; disse-me que o Espiritismo tinha que parar com aquilo, que nós estávamos desvirtuando tudo – o povo precisava de luz, não de pão…
– Por acaso – indaguei -, teria sido o R.?
– Ele mesmo, Inácio – respondeu. Sempre que me via no Mercado Municipal pedindo verduras e legumes para a nossa Sopa, eu tinha que ouvir um sermão… Coitado!… Nem sei se já desencarnou.
– Ele é um dos meus pacientes aqui, Odilon, e, por sinal, é um dos que mais reivindicam…
– O R., internado neste hospital?…
– E deveria dar graças a Deus, pois, a rigor, o seu lugar seria mais embaixo… Não sei como foi que conseguiu chegar até aqui.
Ele cuidava da mãe, que morava sozinha, e não deixava que nada lhe faltasse…
De fato, eu não sei o que seria dos filhos, se não fossem as mães – comentei, emocionado. – Não fosse por elas, as regiões trevosas estariam regurgitando…
– Mas, Odilon – falei, com a intenção de mudar de assunto. E o seu trabalho com os médiuns junto à Crosta, como é que tem se desenrolado?
– Estamos indo, Inácio. Como você não desconhece, os progressos são lentos – tão lentos, que, por vezes, nos parecem inexistentes, mas vamos caminhando. A turma não quer estudar e assumir a tarefa com disciplina. Muitos começam e quase todos desistem…
– Querem colher antes de semear, não é?
– E semear antes de preparar o terreno…
– Não é mesmo fácil perseverar, ainda mais no mundo de hoje, que mete medo em qualquer candidato à reencarnação…
– Porém não existe alternativa; se você deseja escalar a montanha, não adianta ficar rodeando-a, concorda?…
E nem esperar, indefinidamente, melhor tempo para fazê-lo… Creio, Odilon, que talvez este tenha sido o nosso mérito, se é que algum mérito tivemos: embora conscientes de nossas imperfeições e mazelas, ousávamos fazer o que era preciso.
– Os médiuns, Inácio, acham que mediunidade corre por conta dos espíritos; quase nenhum quer ser parceiro ou sócio e entrar com a parte que lhe compete… Fazem uma série de alegações, quase todas sofismas, para justificar a sua falta de empenho e melhor adequação da instrumentalidade.
– O velho “fantasma” da dúvida…
– Dúvida que, conforme sabemos, persistirá em cada um, até que seja definitivamente afastada pela sua lucidez espiritual; é a dúvida que desafia o homem a caminhar… A certeza é o ponto final de jornada empreendida.
– Se o Espiritismo pudesse contar com médiuns mais conscientes… – lamentei.
– Seria uma maravilha, mas estamos confiantes para o futuro… Tudo está certo. Será, por outro lado, que se tivéssemos sobre a Terra um número maior de medianeiros convictos e responsáveis, o excesso de luz, ao invés de lhes facilitar a visão da Verdade, não induziria os homens à cegueira? Sempre me intrigou o fato de Jesus ensinar por parábolas; por que o Mestre não falava claramente?… Quero crer que não era por falta de capacidade pedagógica ou por pobreza de vocabulário… Ele tencionava nos induzir à procura, exercitando a nossa capacidade interpretativa. A Humanidade não se redimirá coletivamente; a porta é estreita exatamente para conceder passagem a um de cada vez…
– Você, como sempre, tem razão, Odilon – concordei com a linha de raciocínio do companheiro. – É possível que Moisés, se tornasse a viver hoje sobre a Terra, viesse a reeditar a sua proibição dos homens se contactarem com os mortos; queremos mais, no entanto não estamos tão preparados assim…

#Espiritismo #espiritualismo

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O Inconsciente é o divino

A superfície consciente da nossa natureza é o nosso pequeno ego humano – as profundezas inconscientes são o nosso grande Eu divino.

A Realidade Universal é o grande Inconsciente, não o Inconsciente da vacuidade, mas o Inconsciente da plenitude. O Inconsciente da plenitude é o Oniconsciente, mas esse Oniconsciente se apresenta ao nosso ego consciente como sendo o Inconsciente. Os extremos se tocam. Quem olha para dentro da treva nada enxerga; quem olha diretamente dentro da luz solar, nada enxerga. Aquela escuridão é a ausência da luz, esta é a plenipresença da luz. Treva total e luz total são, para nossa percepção finita, a mesma coisa – o Nada, o Vácuo, a Treva, a Ausência. Nós, os finitos, só enxergamos o Todo quando ele é reduzido a Algo, mas não o enxergamos como o Todo, que nos parece o Nada.

A luz Incolor da Realidade Total não é objeto de nossa percepção finita; só a Luz Colorida da Realidade Parcial, isto é, do Algo Finito, é que pode ser percebida por nós. Os nossos sentidos e o nosso Intelecto – o nosso ego humano – funcionam como “válvulas de redução”, diz Aldous Huxley; se assim não fosse, não poderíamos existir como indivíduos. O impacto da Realidade Total nos aniquilaria, desindividualizando-nos, universalizando-nos; deixaríamos de existir finitamente, continuando a ser universalmente. Mas esse “ser universal” não sou eu, não és tu, não é nenhuma creatura finita, isto é a Realidade Infinita do puro Ser. Nós, os finitos, existimos graças à nossa finitude; existimos a mercê das nossas limitações. Se não fôssemos limitados, não existiríamos como indivíduos.

Por isto, o Inconsciente do Todo, do Ser, do Infinito, é percebido por nós como um Inconsciente. O ontologicamente Inconsciente é, para nós, logicamente consciente, uma vez que “o conhecido está no cognoscente segundo o modo do cognoscente”.

Quando nos abismamos em profunda contemplação espiritual, estabelecemos ponto de contato entre o nosso finito consciente e o Infinito Inconsciente. E, quando o Inconsciente do Infinito sobrepuja o nosso consciente finito, então perdemos a percepção dos sentidos e a concepção do intelecto; tudo “desmaia” [1] diante do nosso consciente, nada mais sabemos de tempo e espaço, que são criações do ego consciente, e temos a impressão de submergirmos no eterno e no infinito, que são a negação de tempo e espaço.

Quando entramos profundamente no sagrado “Aum”, e quando espira a derradeira vibração sutil do “m” final, então, dizem os orientais, entramos no grande “nada” [2], que é a derrota do nosso consciente pelo Inconsciente. Estamos no terceiro céu, no samadhi, no ekstasis (êxtase), expressões várias para designar a absorção do consciente pelo Inconsciente.

Fonte:

Huberto Rohden, Roteiro Cósmico: Martin Claret, 2011. pg. 129.

[1] – A palavra “desmaiar” não vem do latim. Provavelmente, os portugueses a trouxeram do Oriente, em séculos pretéritos. Maya é a palavra sânscrita para “natureza”, quem desmaia, perde a noção de Maya; está fora de tempo e espaço, ambiente da natureza perceptivo-conceptiva.

[2] – Como a palavra “desmaiar”, também o vocábulo “nada” não é de origem latina. Na língua sânscrita, o termo “nada” quer dizer silêncio absoluto, o Infinito, o Vácuo. Quando o homem atinge o auge da sua contemplação mística, depois de esgotar todas as vibrações do sacro trigrama “AUM”, abisma-se no grandioso “Nada” do silêncio de Brahman. Esse Nada do existir é o Todo do Ser. O Nada da Imanência de Deus é o Todo da Transcendência da Divindade. Da Divindade nada pode o homem saber, de Deus ele sabe um pouco.

#Filosofia #Inconsciente #Universalismo

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O Símbolo da Pedra

Entre os materiais de construção, o mais importante é naturalmente a pedra. Mas esta, como tudo o que forma parte do Templo, tinha para os construtores das civilizações tradicionais que utilizaram esse material (pois se sabe que antes dele se edificava com madeira), um sentido simbólico bem preciso, que é o que lhe dá toda sua importância desde o ponto de vista sagrado.

A pedra expressa dois aspectos bem distintos. Por um lado, e devido a sua tosquedade e arestas, simboliza a natureza grosseira e imperfeita do homem profano. Por outro, graças a sua solidez e estabilidade, reflete mais do que nenhuma outra coisa a presença imutável de Deus no seio da Criação. E isto é precisamente o que faz que uma determinada pedra seja venerada como sagrada. É o caso dos betylos-oráculos2, que eram geralmente aerólitos, ou pedras “descidas do céu”, e associadas, portanto, com o raio e com a luz. Adicionaremos que “betylo” procede de Beith-El (que significa “Casa de Deus”), nome dado ao lugar onde Jacob repousou sua cabeça e teve o sonho no qual via descer e ascender anjos por uma escada que unia o Céu e a Terra. (Essa mesma palavra, Beith-El, converteu-se posteriormente em Beith-Lehem, ou Belém, a “Casa do Pão”, e designou a cidade na qual devia nascer Cristo, o Verbo descido no seio da substância terrestre).

Por tal razão houve épocas e culturas onde se estava terminantemente proibido talhar as pedras destinadas a um culto especial, pois estas eram consideradas como a própria expressão da substância indiferenciada (a matéria prima) e virginal da natureza divina. Mas este não é o caso dos templos que, como as catedrais, precisam para sua solidez pedras completamente talhadas, esquadrejadas, polidas e trabalhadas com o martelo e o cinzel. A pedra já não expressará essa virgindade indiferenciada, mas o caos amorfo do profano que precisa ser ordenado pelas réguas e métodos da Arte.

Ao polir a pedra bruta, o aprendiz construtor estava realizando um trabalho e um gesto ritual consigo mesmo. A pedra era ele mesmo, e a transformação desta em pedra talhada e cúbica simbolizava a transmutação qualitativa de todo seu ser.

2 N.T. – Betylo – Pedra sem lavrar, ou toscamente talhada, à qual rendiam culto os povos da antiguidade, considerando-a como a representação de uma divindade, ou como a própria divindade.

#hermetismo #Maçonaria

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Dia de Tyr

Tyr sempre foi considerado um dos Deuses mais corajosos.

Este foi o único Deus que teve coragem de colocar suas mãos nuas na boca do lobo Fenrir, assim permitindo que os demais deuses o acorrentassem.

Todavia teve sua mão direita dilacerada.

Muitos Clãs Vikings clamavam à si de “Tyr”.

Fazendo clara alusão à si como Guerreiros Corajosos e Nobilíssimos como o referido Deus.

Estes interpretavam a História como sendo por sua vez, Tyr uma encarnação de Força e do Guerreiro Honroso, aquele que sacrifica-se por seu povo em prol de um destino melhor para estes.

Como, alguns clans também julgavam e analisavam o mito a partir do momento da perda da mão direita por Tyr e pelas significâncias que isto poderia ter.

Segundo alguns nórdicos, o ato de dar a mão direita ao outro é um sinal de confiança assim como também um sinal de que a pessoa está desarmada e por sua vez é digna de confiança.

Tudo isto a partir da análise do referido Mito.

Para os nórdicos o uso de armas na mão esquerda era um sinal de que a pessoa era por sua vez deveras traiçoeira, pois poderia utilizar sua mão sinistra enquanto mostrava a destra em um ato da mais vil covardia digna dos fracos e traiçoeiros.

Alguns outros nomes para Tyr seriam: Tiw e Tiu.

Tyr habitava os palacetes enormes e atemporais de Odin como um dos mais nobres e impávidos Deuses.

Muitos guerreiros nórdicos antes de entrar em batalhas clamavam por Tyr de forma selvática em altos brados com as espadas em punho.

Quando os Normandos (que possuiam cerne genético Viking ) instalaram-se nas rochosas costas da Bretanha estes possuíam um calendário de dias utilizando seu Panteão Nordico.

E um destes dias traduzido para o inglês chamava-se Tyr Day ou “Dia de Tyr”.

Com as influências gramático-ortográficas da língua saxônica e o passar do tempo o nome do dia transmigrou-se para Tuesday.

Um fato comprobatório de tal afirmação é quando pronunciamos ambas as formas designativas dos dias (Tyr Day e Tuesday) vemos que ambas possuem igual valor fonético.

#Deuses

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Osho e o Ciúme

Mais um excelente texto de Osho, desta vez sobre a causa do ciúme:

Osho, o que é o ciúme e por que isso magoa tanto?

Ciúme é comparação. E fomos ensinados a comparar, fomos condicionados a comparar, comparar sempre. Alguém possui uma casa melhor, alguém tem um corpo mais bonito, alguém tem mais dinheiro, alguém possui uma personalidade mais carismática. Compare, continue comparando a si mesmo com todo mundo que você encontrar, e o resultado será um grande ciúme; esse é o sub produto do condicionamento da comparação.

De outra maneira, se você deixa de comparar, o ciúme desaparece. Assim você simplesmente sabe que você é você e ninguém mais, e que não há nenhuma necessidade de ser outro alguém. É bom que você não se compare com as árvores, senão você começaria a se sentir muito ciumento: porque você não é verde? E porque Deus tem sido tão duro com você – e nenhuma flor? É melhor você não se comparar com os pássaros, com os rios, com as montanhas; do contrário você irá sofrer. Você só se compara com os seres humanos, porque você foi condicionado a só se comparar com os seres humanos; você não se compara com os pavões e com os papagaios. Senão seu ciúme seria bem maior; você estaria tão sobrecarregado de ciúmes que você não seria capaz de viver de maneira nenhuma.

A comparação é uma atitude muito tola, porque cada pessoa é única e incomparável. Uma vez que esse entendimento se estabelece em você, o ciúme desaparece. Cada um é único e incomparável. Você é apenas você mesmo: ninguém nunca foi como você e ninguém nunca será como você. E você também não precisa ser nenhum outro.

Deus cria somente originais; ele não acredita em cópias carbono.

Um grupo de galinhas estava no quintal quando uma bola de futebol passou por sobre a cerca e caiu no meio delas. Um galo chegou gingando, estudou-a, e então disse, “Não estou reclamando garotas, mas vejam o trabalho que eles estão fazendo no vizinho ao lado”.

Na porta do vizinho grandes coisas estão acontecendo: a grama é mais verde, as rosas são mais rosadas. Todo mundo parece estar tão feliz – exceto você. Você está continuamente comparando. E a mesma coisa está acontecendo com os outros, eles também estão comparando. Talvez eles também achem que seu gramado é mais verde – sempre parece mais verde à distância – que você tem uma esposa mais bonita… Você está cansado, você não pode acreditar como você permitiu se envolver com essa mulher, você não sabe como se livrar dela – e o vizinho pode estar com ciúmes de você, que você tem uma mulher tão bonita! E você pode estar com ciúmes dele…

Todo mundo tem ciúmes de todo mundo. E com ciúmes criamos um tal inferno, e com ciúmes nos tornamos muito medíocres.

Um velho fazendeiro estava mal-humoradamente avaliando os estragos da inundação.

“Hiram!” Gritou o vizinho, “seus porcos foram todos levados pela correnteza”.

“E quanto aos porcos do Thompsom?” Perguntou o fazendeiro.

“Eles também foram levados”.

“E os de Larsen?”

“Também”.

“Hum!” Exclamou o fazendeiro, comemorando. “Não foi tão ruim como eu pensava”.

Se todos estão na miséria, isso parece bom; se todos estão perdendo, isso parece bom. Se todos estão felizes e bem sucedidos, isso tem um sabor muito amargo.

Mas por que antes de tudo a idéia do outro entra na sua cabeça? Deixe-me lembrá-lo novamente: porque você não permitiu sua própria seiva fluir; você não permitiu sua própria felicidade brotar, você não permitiu seu próprio ser florescer. Daí você se sentir vazio no íntimo, então você olha para o exterior de cada um e de todo mundo porque isso é só o que você pode ver.

Você conhece seu íntimo e você conhece o exterior dos outros:

isso gera ciúmes. Eles conhecem seu exterior e eles conhecem o interior deles: isso gera ciúmes. Ninguém mais conhece seu íntimo. Lá você sabe que você não é nada, não vale nada. E os outros parecem tão sorridentes exteriormente. O sorriso deles pode ser falso, mas como você pode saber que são falsos? Talvez seus corações sejam também sorridentes. Você sabe que seu sorriso é falso porque seu coração não está sorrindo de maneira alguma, ele pode estar lamentando e chorando.

Você conhece sua interioridade, e só você a conhece, ninguém mais. E você conhece o exterior de todos, e as pessoas fizeram o exterior delas parecer bonito. Exteriores são vitrines e são muito enganadoras.

Há uma antiga história Sufi:

Um homem estava muito oprimido pelo seu sofrimento. Ele costumava orar diariamente a Deus, “Porque eu? Todos parecem ser tão felizes, porque só eu estou sofrendo tanto?” Um dia, em grande desespero, ele orou a Deus, “Você pode me dar o sofrimento de qualquer um outro e estou pronto para aceitar isso. Mas leve o meu, não posso mais suportá-lo”.

Aquela noite ele teve um belo sonho, belo e muito revelador. Ele sonhou naquela noite que Deus aparecia no céu e dizia para todos, “Tragam todos os seus sofrimentos para o templo”. Todos estavam cansados de sofrer – na verdade todos tinham orado alguma vez ou outra, “Estou pronto para aceitar o sofrimento de qualquer um outro, porém leve o meu sofrimento, é demais, é insuportável”.

Assim todo mundo colocou seu próprio sofrimento em sacolas e levaram para o templo e todos pareciam muito felizes; o dia havia chegado, suas preces foram ouvidas. E esse homem também correu para o templo.

E então Deus falou, “Coloquem suas sacolas na parede”. Todos as sacolas foram colocadas na parede e então Deus declarou: “Agora vocês podem escolher. Podem pegar qualquer sacola”.

E a coisa mais surpreendente foi: que esse homem que tinha estado sempre orando, correu em direção a sua sacola antes que alguém mais pudesse escolhê-la! Ele contudo, ficou surpreso porque todo mundo correu para sua própria sacola e todos estavam contentes com a escolha. O que aconteceu? Pela primeira vez, todos viram a miséria dos outros, o sofrimento dos outros – as sacolas deles eram tão grandes, ou até mesmo maiores!

E o segundo problema era, as pessoas tinham se acostumado com os seus próprios sofrimentos. E agora escolher o sofrimento de outra pessoa – quem sabe que tipo de sofrimento estará dentro da sacola? Pra que se incomodar? Pelo menos você está familiarizado com o seu próprio sofrimento e você já está acostumado com ele, e ele é suportável. Por tantos anos você o tolerou – porque escolher o desconhecido?

E todos foram para casa felizes. Nada havia mudado, eles estavam trazendo o mesmo sofrimento de volta, mas todos estavam felizes e sorridentes e alegres porque conseguiram suas próprias sacolas de volta.

Pela manhã ele orou para Deus e disse, “Grato pelo sonho; nunca mais pedirei novamente. Tudo que você me tem dado é bom para mim, tem que ser bom para mim; eis porque você me deu isso”.

Devido ao ciúme você está em constante sofrimento; você torna-se medíocre para os outros. E por causa do ciúme você começa a ficar falso, porque você começa a fingir. Você começa a fingir coisas que você não possui, você começa a fingir coisas as quais você não pode ter, que não são naturais a você. Você se torna cada vez mais artificial. Imitando os outros, competindo com os outros, que mais você pode fazer? Se alguém tem alguma coisa e você não tem, e você não tem a possibilidade natural de ter isso, o único jeito é arranjar algum substituto barato para isso.

Eu soube que Jim e Nancy Smith divertiram-se muito na Europa nesse verão. É tão legal quando um casal finalmente tem a oportunidade de realmente viver bem. Eles estiveram por toda parte e fizeram de tudo. Paris, Roma… Você diz o nome, eles estiveram lá e viram tudo.

Porém foi tão embaraçante voltar para casa e passar pela alfândega. Vocês sabem como a os oficiais da alfândega espionam todos os seus pertences. Eles abriram uma sacola e tiraram três perucas, cuecas de seda, perfume, tintura para os cabelos… Realmente embaraçante. E era apenas a sacola de Jim!

Basta olhar para dentro de sua mala e você irá encontrar tantas coisas artificiais, falsas, coisas fictícias – pra que? Porque você não pode ser natural e espontâneo? – devido aos ciúmes.

O homem ciumento vive no inferno. Pare de comparar e os ciúmes desaparecem, a mediocridade desaparece, a falsidade desaparece. Mas você só pode deixá-los se seus tesouros íntimos começarem a crescer; não existe outra maneira.

Cresça, torne-se um individuo mais e mais autêntico. Ame e respeite a si mesmo do jeito que Deus lhe fez e então, imediatamente, as portas do paraíso se abrem para você. Elas sempre estiveram abertas, você simplesmente nunca deu atenção a elas.

#Osho

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Trigo, Vinho, Óleo e Sal

Trigo, Vinho, Óleo e Sal na Cerimônia de Consagração

Há vários casos na Bíblia em que todos os quatro “elementos” são mencionados juntos em uma única frase, por exemplo em Esdras, 6:9, “trigo, sal, vinho e óleo…” e novamente em Esdras, 7:22, e em I Esdras, 6:30. Nas nossas cerimônias de consagração da atualidade, esses “elementos” devem a introdução, quase que certamente, ao seu uso nos tempos bíblicos como oblações, oferendas e sacrifícios sem sangue, como no Templo. Trigo, Vinho e Óleo são mencionados em Deuteronômio, 11:14, entre as recompensas para os que seguiam os mandamentos de Deus. Eles também eram considerados as necessidades primárias da vida diária, daí o seu uso entre os hebreus como oferendas de agradecimento e sacrifícios (não animais).

O sal também é relacionado com o sacrifício, mas possui uma variedade de significados simbólicos na Bíblia. O seu uso é determinado em Levítico 2:13.

Salgarás todas as tuas oblações… Porás, pois, sal em todas as tuas ofertas.

Cruden, na sua Concordance, interpreta o Sal, nessa passagem, como um símbolo de amizade, e na Idade Média era costume na Europa e no Oriente Próximo receber visitantes distintos em uma vila ou cidade com Pão e Sal.

Como o Sal ajuda a preservar da corrupção e é imune ao apodrecimento, ele tornou-se símbolo da incorruptibilidade. Brewer, Dict. of Phrase and Fable, chama-o de símbolo da perpetuidade e essa associação do Sal com a ideia de permanência aparece frequentemente na Bíblia:

“Esta é uma aliança de sal, que vale perpetuamente diante do Senhor…” (Números 18:19).

Rashi, um dos maiores comentaristas hebraicos, disse o seguinte dessa passagem:

“Assim como o sal nunca apodrece, a aliança de Deus… irá perdurar”.

Em um tema mais próximo à Maçonaria,

“O Deus de Israel deu para sempre o reino… para Davi por uma aliança de sal” (2 Crônicas 13:5)

Aqui, mais uma vez, a ideia da permanência é enfatizada e esse é, sem dúvida, um dos principais motivos para o uso do Sal nas nossas cerimônias de consagração maçônica. Pelo que sei, o tema da preservação e permanência não costuma ser mencionado pelo Oficial Consagrador, mas em alguns dos numerosos memoriais de Consagração na nossa biblioteca, o verso cantado, antes que o Sal seja usado na cerimônia, é o seguinte:

Derramamos sal sobre nosso labor,

Divisa de Teu poder conservador,

Em Tua presença oramos, Senhor,

De nosso templo sede o protetor

Pode ser interessante reproduzir as explicações simbólicas dos elementos, como foram fornecidas na cerimônia de Consagração inglesa.

Trigo (Ar): símbolo da Abundância.

Vinho (Água): símbolo da Felicidade e Alegria.

Óleo (Fogo): símbolo da Paz e Unanimidade.

Sal (Terra): símbolo da Fidelidade e Amizade.

O simbolismo Maçônico para os elementos parece ter variado consideravelmente em diferentes épocas e locais. C. C. Hunt, na sua obra Masonic Symbolism (Iowa, 1939, pp. 100, 101), cita o relato de uma cerimônia de pedra fundamental na década de 1920, na qual o Grão-Mestre Provincial de Nottinghamshire oficiou, naquela ocasião, o Óleo como “emblema da caridade”, e o Sal, “emblema da hospitalidade e da amizade”. O mesmo escritor nota os poderes curativos e purificadores do Sal, citando II Reis, 2:20-21, em que Eliseu com um vaso de Sal “sanou as águas”. Outra referência similar em Êxodo, 30:35, “Farás com tudo isso um perfume… temperado com sal, puro e santo”.

O uso do Sal na Consagração de Lojas Maçônicas parece ser introdução moderna, provavelmente posterior a 1850. No fim da década de 1780, as descrições feitas por Preston das Cerimônias de Dedicação mencionam Trigo, Vinho e Óleo, mas nunca Sal. Além disso, o Irmão T. O. Haunch, Bibliotecário da Grande Loja, verificou um certo número de descrições das cerimônias Maçônicas de Consagração e Dedicação até a década de 1840. Nenhuma delas menciona o Sal, parecendo impossível dizer com certeza quando esse “elemento” foi introduzido. Incidentalmente, a cerimônia de Consagração praticada na Grande Loja da Escócia usa Trigo, Vinho e Óleo, mas não há menção ao Sal.

Fraternalmente,

Wagner Veneziani Costa

#Maçonaria #MagiaPrática

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Deus no Taoismo

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Uma das perguntas que soam bastante freqüentes quando eu falo sobre Taoismo é o clássico “os taoistas acreditam em Deus?”. Isso é bastante natural vindo de um ocidental, nascido e criado em uma tradição judaico-cristã, mas pode ser bastante difícil de responder do ponto de vista oriental.

Se você pensar em termos de um Deus antropomorfizado, que possui sensações e sentimentos humanos, vigia a humanidade de barba branca e tem “favoritos” entre as pessoas, a resposta é “não”. Se você imaginar Deus como um princípio ordenador, sem forma mas dotado de consciência e que permeia todo o universo, a resposta é “sim”.

Muitos traduzem “Tao” simplesmente por “Deus”, mas é um erro de metafísica já que são coisas diferentes. O Tao é um conceito muito complexo, que extrapola a mera racionalidade humana.

Aí o leitor atento pergunta: “mas Deus não é um só?”. Sim, claro, mas mudam as formas como os povos O compreendem. No Oriente a concepção de Deus como pregada nas religiões reveladas (Cristianismo, Judaísmo e Islamismo) é algo desconhecido. Quando os missionários cristãos pregaram na China tiveram uma dificuldade imensa pois os chineses não conseguiam entender a idéia de um Deus Único, Criador e Onipotente. Então usaram o termo “shen” para traduzir “Deus”, por significar algo parecido. Mesmo assim não tiveram muito sucesso, pois esse conceito continua obscuro para os chineses. Os missionários, então, se concentraram na figura de Jesus, pois um homem sábio que vagava pela terra acompanhado de discípulos e ensinando a todos é coisa bem comum na história chinesa. Confúcio mesmo fez muito disso.

Shen é um termo em chinês muito difícil de ser traduzido, pois pode significar “alma”, “espírito” ou “divindade”. A religião primitiva da China, que não tem fundador nem origem conhecida, passou a ser chamada de Shendao (“Caminho do Shen”) a partir da Dinastia Han (206 a.C.-220 d.C.) para se diferenciar do Taoismo e, principalmente, do Budismo (Fodao). Curioso que em japonês o termo “Shendao” se pronuncia “Shinto”, a religião tradicional japonesa. Shen, de modo isolado, se pronuncia Kami em japonês. Como pode perceber, tudo está conectado.

Enquanto crescia como religião organizada, o Taoismo foi incorporando muitos desses rituais e crenças do Shendao, que eram bastante populares. Isso tornou o Taoismo muito próximo da população, favorecendo que sua profunda filosofia pudesse ser divulgada até as camadas mais simples. O grau de fusão entre a filosofia taoista e as práticas tradicionais se tornou tão grande que hoje é difícil separá-los.

Para o Taoismo, o universo com todo o seu tamanho imenso e infinita complexidade gera uma consciência. Assim como nossos neurônios somados formam uma mente consciente, a miríade de objetos no universo também forma uma consciência. Essa consciência organiza e mantém tudo funcionando. Quando se reza, é para essa consciência que nos voltamos. Quando dizemos que buscamos o Tao, é dessa consciência que nos aproximamos em primeiro lugar. Estamos imersos nele e ao mesmo tempo somos parte dele.

Essa consciência é identificada na religião taoista com o Rei de Jade ou Imperador de Jade. Ele tem esse nome em razão do jade ser considerado um símbolo da pureza absoluta. É o administrador do Universo, o guardião do Tao. É a mais alta divindade do panteão taoista. Então, quando se faz uma oferenda ou se acende um incenso ao Rei de Jade, na verdade invocamos a Consciência Universal. A religião taoista possui quase sempre duas leituras, a mais simples e popular e a mais sofisticada e filosófica.

É interessante que na Medicina Chinesa haja uma grande preocupação em manter o espírito sereno e tranqüilo. É a principal causa da saúde ou da doença. Espírito, nesse caso, é chamado de “shen”. Como o ideograma é o mesmo do Shen universal, trata-se do mesmo princípio. Desse modo temos uma centelha da Consciência Universal dentro de nós, ancorado no Coração (Xin).

Para o Taoismo, Deus não apenas existe como habita em nosso peito.

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Gilberto Antônio Silva é Parapsicólogo, Terapeuta e Jornalista. Como Taoista, atua amplamente na pesquisa e divulgação desta fantástica cultura chinesa através de cursos, palestras e artigos. É autor de 14 livros, a maioria sobre cultura oriental e Taoismo. Sites: www.taoismo.org e www.laoshan.com.br

#Tao

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Os pomos de ouro do Jardim das Hespérides

Hesperides

“Agora como alma consciente é responsável pela sua própria sabedoria…”

Os pomos de ouro do jardim das Hespérides: A descoberta dos talentos e potenciais

Hércules teve que superar vários percalços para obter os frutos de ouro de uma árvore maravilhosa, que representam a força fecunda e criadora dos homens, protegidos por um dragão imortal. Assim como Hércules teve que ir aos extremos do mundo para descobrir esses frutos, nós também precisamos fazer uma viagem a nosso mundo interior para descobrir nossos talentos e potenciais, que são os pomos de ouro.

– Os Doze Trabalhos de Hércules e a iniciação

– O Leão da Neméia

– A Hidra de Lerna

– A Corça Cerínia

– O Javali de Erimanto

– Os Estábulos de Augias

– As Aves de Estinfalo

– O Touro de Creta

– As Éguas de Diomedes

– O cinturão de Hipólita

– O Gado de Gerião

Mitologia

Num longínquo país crescia a árvore sagrada, a árvore da sabedoria, que produzia as maçãs de ouro de Hespérides. Esse frutos eram desejados por todos os filhos dos homens que se reconheciam igualmente como filhos de Deus. Havia duas coisas que Hércules sabia sobre a árvore sagrada: que ela era carinhosamente cuidada por três belas donzelas e que um dragão de cem cabeças protegia as donzelas e a árvore.

Hércules pôs-se a caminho, cheio de confiança, seguro de si, de sua sabedoria e de sua força. Seguiu em direcção ao norte e percorreu a terra à procura da árvore sagrada, mas não a encontrou. Perguntava a todos os homens que encontrava, mas nenhum pode guiá-lo no caminho; nenhum conhecia o lugar.

O tempo passava e ele ainda procurava, vagando de um lado para o outro, frequentemente retornando sobre os próprios passos. Triste e desencorajado, ainda assim procurava por toda a parte. Não encontrando a árvore sagrada no caminho do norte, Hércules partiu para o sul e, no lugar da escuridão, continuou na sua busca. Sonhou com um rápido sucesso, mas Anteu, a serpente, atravessou-lhe o caminho e lutou com ele, vencendo-o a cada investida. “Ela guarda a árvore”, disse Hércules, “isto me disseram, portanto a árvore deve estar por perto. Preciso derrubar sua guarda e assim, destruindo-a, vencê-la e arrancar os frutos.”

Contudo, lutando com todas as forças, ele não as vencia. “Onde está o meu erro?” dizia Hércules. “Por que Anteu pode vencer-me? Mesmo quando criança destruí uma serpente em meu berço. Com as minhas próprias mãos a estrangulei. Porque fracasso agora?”

Lutando novamente com todo o seu poder, ele agarrou a serpente em suas mãos e levantou-a no ar, longe do chão. E conseguiu realizar seu intento. Feliz, confiante, seguro de si e com nova coragem, Hércules continuou em sua busca. Agora se voltou para o ocidente, e tomando essa direcção, encontrou o fracasso. Atirou-se ao grande teste sem pensar e por muito tempo o fracasso atrasou seus passos.

Lá ele encontrou Busiris, o grande arqui-enganador, filho das águas e parente de Poseidon. Seu trabalho é trazer a ilusão aos filhos dos homens através de palavras de aparente sabedoria. Ele afirma conhecer a verdade e rapidamente eles acreditam. Ele diz belas palavras: “Eu sou o mestre. A mim é dado o conhecimento da verdade, aceita o meu modo de vida. Só eu sei, ninguém mais. Minha verdade é correta. Qualquer outra verdade é errónea e falsa. Fica comigo e salva-te.” E Hércules obedeceu: e a cada dia enfraquecia em seu anterior caminho, a sua vontade estava minada. Ele amava Busiris e aceitava tudo o que ele dizia, tornando-se cada vez mais fraco, até que chegou o dia que o seu amado mestre o amarrou a um altar e lá o manteve um ano inteiro.

Repentinamente, um dia, quando lutava por se libertar, e lentamente começava a perceber quem Busiris realmente era, palavras que ouvira há muito tempo vieram-lhe à mente: “A verdade está dentro de ti mesmo. . No teu interior há um poder mais elevado, força e sabedoria. Volta-te para o teu interior e evoca a força que existe, o poder que é a herança de todos os homens que são filhos de Deus.”

Com a força que é a força de todos os filhos de Deus, ele rompeu as amarras, agarrou o falso mestre e prendeu-o no altar em seu lugar.

Não disse uma palavra, apenas deixou-o lá para que aprendesse. Mais contido, embora cheio de indagações Hércules percorreu longas distâncias sem rumo certo, prosseguindo em sua busca.

Aprendera muito durante o ano que passara preso ao altar e agora percorria o Caminho com maior sabedoria. Por todos os caminhos a busca prosseguiu; de norte a sul e de leste a oeste foi procurada a árvore, mas não encontrada. Até que um dia, esgotado pelo medo e pela longa viagem, ele ouviu, de um peregrino que passava no caminho, rumores de que, perto de uma montanha distante a árvore seria encontrada, a primeira afirmação verdadeira que lhe fora feita até então.

Assim, ele retrocedeu sobre seus passos em direção às altas montanhas do leste, e num certo dia, brilhante e ensolarado, ele viu o objeto da sua busca e então apressou o passo. “Agora tocarei a árvore sagrada”, gritou alegre, “montarei o dragão que a guarda; e verei as belas renomadas virgens, e colherei as maçãs.”

Mas novamente foi detido por um sentimento de profunda tristeza. À sua frente estava Atlas, cambaleante sob o peso do mundo às suas costas. Sua face estava vincada pelo sofrimento; seus membros vergados pela dor; seus olhos cerrados em agonia; ele não pedia auxílio; ele não viu Hércules; apenas lá estava, curvado pela dor, pelo peso do mundo. Trémulo, Hércules observava e avaliava o quanto havia de peso e de dor. E esqueceu sua busca.

A árvore sagrada e as maçãs desapareceram de sua mente; ele só pensava em como ajudar o gigante rapidamente. Correu para ele e animadamente retirou a carga dos ombros de seu irmão, passou-a para suas próprias costas, aguentando ele mesmo a carga dos mundos.

Cerrou os olhos, enrijecendo os músculos sob o esforço e então eis que a carga se desprendeu e lá estava ele livre, como Atlas.

Diante dele, as mãos estendidas num gesto de amor, o gigante ofereceu a Hércules as maçãs de ouro. Era o fim da busca. As virgens trouxeram mais maçãs de ouro e também as depositaram em suas mãos e Aegle, a bela virgem que é a glória do sol poente, disse-lhe:

“O Caminho que traz a nós é sempre marcado pelo serviço. Atos de amor são sinalizações do Caminho.”

Então Eritéia, a guardiã do portão que todos devem atravessar antes de se apresentarem diante do Criador, deu-lhe uma maçã na qual estava inscrita em luz a palavra de ouro: SERVIÇO.

“Lembra-te disto” disse ela “jamais te esqueças.” Por ultimo veio Héspero, a maravilha da estrela vespertina, que com clareza e amor disse: “Vai e serve, e a partir de hoje e para sempre, palmilha o caminho de todos os servidores do mundo.”

“Então eu devolvo estas maçãs para aqueles que virão”, disse Hércules, e retomou ao lugar de onde viera. Então ele ouviu a voz de seu Mestre, que lhe falava pela primeira vez desde que iniciara o Caminho: “Não houve retardamento. A regra que acelera todo o sucesso na senda escolhida é Aprender a servir”.

Simbologia

Em Peixes/Virgem, Hércules termina um grande ciclo de realizações que marcam a sua Este trabalho, no signo de Gêmeos e Sagitário, é relacionado com o trabalho ativo do aspirante no plano físico à proporção que ele chega a uma compreensão de si mesmo.

Antes que este trabalho ativo se torne possível, deve haver um ciclo de pensamento interior e anseio místico; a aspiração à visão é um processo subjetivo desenvolvido, talvez por longo tempo, antes que o homem, no plano físico, comece o trabalho de unificação da alma e corpo. Este é o tema deste trabalho. É neste plano físico de realização, e no trabalho de obter as maçãs de ouro da sabedoria, que a prova real da sinceridade do aspirante tem lugar.

Um anseio de ser bom, um profundo desejo de averiguar os fatos da vida espiritual, esforços para auto-disciplina, oração e meditação, precedem quase que inevitavelmente, este real e tenaz esforço. O visionário (Sagitário) precisa tornar-se um homem de ação; o desejo tem que ser trazido para o mundo da concretização, e é nisto que consiste a prova de Gêmeos.

O plano físico é o lugar onde se obtém a experiência e onde as causas, que foram iniciadas no mundo do esforço mental, têm que se manifestar e alcançar objetividade. É também o lugar onde o mecanismo de contato se desenvolve, onde, pouco a pouco, os cinco sentidos abrem ao ser humano, novos campos de percepção e lhe oferecem novas esferas de conquistas e realização. É o lugar, portanto, onde conhecimento é obtido, e onde esse conhecimento tem que ser transmutado em sabedoria.

Conhecimento é a busca do sentido, enquanto que sabedoria é o onisciente e sintético conhecimento da alma. Contudo, sem compreensão na aplicação do conhecimento, nós perecemos; pois compreensão é a aplicação do conhecimento sob a luz da sabedoria aos problemas da vida e à conquista da meta.

Neste trabalho, Hércules defronta-se com a tremenda tarefa de aproximar os dois pólos do seu ser e de coordenar, ou unificar, alma e corpo, de modo que a dualidade de lugar à unidade e os pares de oposto se mesclem. É através das virgens que o serviço altruísta é cumprido, pois foi este mesmo que o conduziu até elas, pois elas representavam o seu alinhamento na tridimensionalidade.

Agora como alma consciente é responsável pela sua própria sabedoria…

#Hércules #Mitologia

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A Cornucópia

Do latim cornu copiae ou “corno da abundância”, de cornu ou “chifre” e copiae ou “abundância, muitos recursos, posses”.

Cornucópia é um símbolo representativo de fertilidade , riqueza e abundância . Na mitologia greco-romana era representada por um vaso em forma de chifre , com uma abundância de frutas e flores se espalhando dele. Hoje, simboliza a agricultura e o comércio. Na culinária , designa um bolo pequeno feito em geral com massa folhada, em forma de cone e recheado com creme.

A versão principal da origem da cornucópia é semelhante tanto na mitologia grega quanto na mitologia romana , na qual o rei dos deuses, depois de ter acidentalmente quebrado o chifre do bode místico em um jogo, prometeu que o chifre nunca iria esvaziar os frutos de seu desejo. O chifre foi, posteriormente, entregue para os cuidados de Abundantia.

Em outra versão mitologia greco-romana o seu significado provém da cabra Amaltéia que amamentou Zeus/ Júpiter enquanto bebé.

Instrumento Religioso

O próprio chifre é um símbolo fálico , representante do sagrado masculino . E, como a cornucópia remete a um chifre, é uma das representações mais utilizadas do Deus Cornífero nas religiões pagãs e neopagãs .

Entretanto, o seu interior simboliza o útero – representado assim a Deusa -, que quando cheio de alimentos simboliza a generosidade da terra fértil, representando o sagrado feminino.

A cornucópia é o símbolo mais utilizado para representar o equinócio de outono (no sabá Mabon), onde é cheio de frutas, grãos, moedas, folhas, castanhas, cartas de tarô , e diversos outros símbolos da fartura e do paganismo, de forma que eles sejam derramados sobre o altar.

#MagiaPrática #Mitologia

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Signos do Fogo

ÁRIES: O Cordeiro é o primeiro signo da roda zodiacal, aonde esta começa sua rotação retrógrada. Sua energia é vital, e tem que ter a força necessária para mover toda a roda sob seu impulso. Seu regente é Marte, deus da guerra e se lhe costuma fazer ligação com a violência, mas sempre com a energia necessária a toda ação paciente e duradoura. Se a paixão é um de seus atributos, a experiência leva a temperar o caráter de Áries e a enriquecer suas virtudes.

LEÃO: Colocado no centro do solstício de verão, a localização de Leão (Rei da Selva) no meio do ano e em metade do verão, fazem dele um signo tão ardente como resplandecente. O amarelo dourado do leão, o sol (que o rege), e o ouro, conjugam-se no brilho de Leão, que o leva à maturação dos frutos.

SAGITÁRIO: O fogo de Sagitário (o arqueiro) não é arrebatador, nem se deixa ganhar por uma excessiva euforia. Os grandes ardores passaram, e o calor vem dando lugar à luz clara de Sagitário, onde os contornos das coisas se perfilam como mais nítidos. Sagitário, regido por Júpiter, envia sua flecha para o Sol, devolvendo a este a seiva da vida que dele recebeu.

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