Aceitação e Entrega

Essa semana me contaram um caso de uma mulher que, ao visitar a amiga, as plantas ao redor dela murchavam ou morriam. Acho que todo mundo conhece algum caso de “olho de seca pimenteira”, o tipo de pessoa que basta gostar ou elogiar alguma coisa viva de pequeno porte (planta, crianças, animal), que a “vítima” adoece ou fica fraca. É o caso onde a pessoa consciente ou inconscientemente rouba energia vital através do olhar. Daí que dizem pra vítima em potencial usar alguma peça de roupa ou detalhe vermelho-vivo, porque a atenção do “vampiro” (como qualquer outra pessoa) vai ser sempre atraída (ou perturbada) pela cor vermelha.

Esse negócio de planta é muito interessante!! É uma coisa que devia ser estudada pela ciência, pois ocorre NA SUA FRENTE, em pouco tempo. Não sei como funciona, mas deve ser o mesmo princípio pelo qual as plantas “sentem” o ambiente ao seu redor. Uma das plantas mais sensíveis é o manjericão, que, pelo menos na crença popular, atrai a energia ruim pra ela (evitando que vá pra alguma pessoa ou animal). Minha mãe de vez em quando usa na cozinha, onde todo mundo sempre fica tomando café e conversando, e a vida média dela num jarro com água é de alguns poucos dias, mas basta uma pessoa mais “carregada” chegar pra ela murchar COMPLETAMENTE em 1 hora apenas, não importando se ela estava verdinha e saudável 1 hora antes. Até mesmo os evangélicos estão usando essa sabedoria, quando distribuem aos seus fiéis a “rosa ungida” ou alguma coisa assim, pra levar pra casa e deixar num jarro. Eles dizem que deve-se trocar a rosa por uma nova toda vez que ela murchar, pois ela vai “limpando” a casa. É o mesmo princípio: se um parente (ou a própria pessoa) está perturbado (e comumente quem vai a centros religiosos vai em busca de paz na família e na própria vida) a rosa, tadinha, absorve aquilo e morre prematuramente. A pessoa vai continuar com seus problemas, mas pelo menos o ambiente da casa não vai ficando impregnado de fluidos mentais deletérios.

Mas, voltando ao assunto, imaginei que, se aquela mulher – sem sequer prestar atenção ao seu redor – consegue matar várias plantas, ela deve estar totalmente descompensada emocionalmente. O que se revelou uma verdade, já que ela perdeu o filho por suicídio. A dor de perder um filho deve ser a maior de todas, especialmente sendo mãe. A mulher então perdeu sua capacidade de ser auto-suficiente energeticamente e passou a ser um buraco-negro, pois aposto que tudo o que ela absorve se perde em elucubrações mentais e pensamentos que a exaurem. Recomendei então que ela fizesse trilhas, trekking, e tomasse banhos de cachoeira, para que entrasse em contato intensivo com a natureza a fim de poder pegar ao máximo energia (a floresta é GIGANTESCA fonte de energia) e, uma vez repleta (no curto espaço de tempo em que ela estivesse lá estaria “sadia”) o organismo espiritual pudesse se reequilibrar. Mas me disseram que ela detesta o contato com a natureza. Normal. Quem está deprimido só pensa em ficar trancado em casa, longe do sol. É uma forma de auto-sabotagem do ego, que simplesmente adora remoer pensamentos tristes. Por mais que a pessoa queira em sã consciência sair daquela situação, buscar uma luz, uma felicidade, a própria mente (identificada com o ego) vai trazer de volta aqueles pensamentos que você queria esquecer. Por que? Porque aquilo lhe define melhor do que qualquer coisa. A tristeza lhe traz um centramento, um recolhimento, que é o oposto da felicidade. Então, o que acontece aqui? Há um estado de negação, onde a pessoa se recusa a “largar o osso” (no caso, aceitar que deixou de ser a mãe daquele filho aqui na Terra, e tal). A solução é a entrega, a aceitação das coisas como elas são (e pra isso muitas pessoas gastam anos em terapias).

Novamente recorro ao livro de Eckhart Tolle “O poder do Agora” (eu já merecia uns mil reais pelas propagandas constantes) para ilustrar a idéia de entrega:

Para muitas pessoas, a entrega talvez tenha conotações negativas, como uma desistência, certa letargia, etc. A verdadeira entrega, entretanto, é algo completamente diferente. Não significa suportar passivamente uma situação qualquer que nos aconteça e não fazer nada a respeito, nem deixar de fazer planos ou de ter confiança para começar algo novo. A entrega é a sabedoria simples mas profunda de nos submetermos e não de nos opormos ao fluxo da vida. O único lugar em que podemos sentir o fluxo da vida é no Agora. Isso significa que se entregar é aceitar o momento presente sem restrições e sem nenhuma reserva. É abandonar a resistência interior àquilo que é. A resistência interior acontece quando dizemos “não” para aquilo que é, através do nosso julgamento mental e de uma negatividade emocional. Isso se agrava especialmente quando as coisas “vão mal”, o que significa que há um espaço entre as exigências ou expectativas rígidas da nossa mente a aquilo que é. Isso não quer dizer que não possamos fazer alguma coisa no campo exterior para mudar a situação. Na verdade, não é a situação completa que temos de aceitar quando falo de entrega, mas apenas o segmento minúsculo chamado o Agora.
Por exemplo: Você está andando por uma estrada à noite, com uma neblina cerrada, mas possui uma lanterna potente que corta a neblina e cria um espaço estreito e nítido na sua frente. A neblina é a sua situação de vida, que inclui o passado e o futuro. A lanterna é a sua presença consciente, e o espaço nítido é o Agora.

No estado de entrega, você vê claramente o que precisa ser feito e parte para a ação, fazendo uma coisa de cada vez e se concentrando em uma coisa de cada vez. Aprenda com a natureza. Veja como todas as coisas se realizam e como o milagre da vida se desenrola sem insatisfação ou infelicidade. É por isso que Jesus disse: “Olhai os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam”.

Se a sua situação geral é insatisfatória ou desagradável, separe esse instante e entregue-se ao que é. Eis aqui a lanterna cortando através da neblina. O seu estado de consciência deixa então de ser controlado pelas condições externas. Você não age mais a partir de uma resistência ou de uma reação.

Olhe para uma situação específica e pergunte-se: “Existe alguma coisa que eu possa fazer para mudar essa situação, melhorá-la ou me retirar dela?” Se houver, você toma a atitude adequada. Não se prenda às mil coisas que você vai ter que fazer em algum tempo futuro, mas na única coisa que você pode fazer agora. Isso não significa que você não deva traçar um plano. Planejar talvez seja a única coisa que você possa fazer agora. Mas certifique-se de que você não vai começar a rodar “filmes mentais”, se projetar no futuro e, assim, perder o Agora. Talvez a atitude que você tomar não dê frutos imediatamente. Até que ela dê, não resista ao que é.

Não se entregar endurece a casca do ego, e assim cria uma forte sensação de separação. O mundo e as pessoas à sua volta passam a ser vistos como ameaças. Surge uma compulsão inconsciente para destruir os outros através do julgamento e uma necessidade de competir e dominar. Até mesmo a natureza vira sua inimiga e o medo passa a governar a sua percepção e a interpretação das coisas. A doença mental conhecida como paranóia é apenas uma forma ligeiramente mais aguda desse estado normal, embora disfuncional, da consciência.

A resistência faz com que tanto a sua mente quanto o seu corpo fiquem mais “pesados”. A tensão se manifesta em diferentes partes do corpo, que se contrai para se defender. O fluxo de energia vital, essencial para o funcionamento saudável do corpo, fica prejudicado.

A negatividade é completamente antinatural. É um poluente psíquico e existe um vínculo profundo entre o envenenamento e a destruição da natureza e a grande negatividade que vem sendo acumulada na psique coletiva humana. Nenhuma outra forma de vida no planeta conhece a negatividade, somente os seres humanos, assim como nenhuma outra forma de vida violenta e envenena a Terra que a sustenta. Você já viu uma flor infeliz ou um carvalho estressado? Já cruzou com um golfinho deprimido, um sapo com problemas de auto-estima, um gato que não consegue relaxar, ou um pássaro com ódio e ressentimento? Os únicos animais que eventualmente vivenciam alguma coisa semelhante à negatividade, ou mostram sinais de comportamento neurótico, são os que vivem em contato íntimo com os seres humanos e assim se ligam à mente humana e à insanidade deles.

Vivi com alguns mestres zen – todos eles gatos. Até mesmo os patos me ensinaram importantes lições espirituais. Observá-los é uma meditação. Como eles flutuam em paz, de bem com eles mesmos, totalmente presentes no Agora, dignos e perfeitos, tanto quanto uma criatura sem mente pode ser. Eventualmente, no entanto, dois patos vão se envolver em uma briga, algumas vezes sem nenhuma razão aparente ou porque um pato penetrou no espaço particular do outro. A briga geralmente dura só alguns segundos e então os patos se separam, nadam em direções opostas e batem suas asas com força, por algumas vezes. Então continuam a nadar em paz, como se a briga nunca tivesse acontecido. Quando observei isso pela primeira vez, percebi, num relance, que ao bater as asas eles estavam soltando a energia acumulada, evitando assim que ela ficasse aprisionada no corpo e se transformado em negatividade. Isso é sabedoria natural. É fácil para eles porque não têm uma mente para manter vivo o passado, sem necessidade, e então construir uma identidade em volta dele.

#Espiritualidade #espiritualismo

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O Mundo das Relações

Existem dois mundos, o mundo exterior e o mundo interior. O primeiro é percebido pelos sentidos de percepção externa, já o segundo só é percebido mediante o sentido de auto-observação interna. Os pensamentos, ideias, emoções, anelos, esperanças, desenganos, etc., são interiores, invisíveis para os sentidos ordinários, comuns e correntes, todavia são mais reais que a mesa de refeições ou as poltronas da sala.

Em nossos mundos internos, neste mundo secreto, amamos, desejamos, suspeitamos, bendizemos, maldizemos, anelamos, sofremos, somos premiados, etc.

Assim como existe um país com seus estados, cidades, internamente também, em um nível psicológico. Nestas cidades, existem áreas mais afastadas onde se encontram agregados psicológicos terríveis, Eus malvados, vilões, reflexo do que existe no mundo externo. Recordemos pois que “Como é em cima é embaixo, como é dentro é fora”.

Se tomarmos o corpo humano, verificamos que este é formado por sistemas, e que estes sistemas por sua vez são formados por órgãos, e que estes órgãos formam-se a partir de células e que as células são a união de átomos. A Sociedade da mesma forma é composta por partes menores que tem como base a Pessoa. Muito se fala que a sociedade vai mal, que a sociedade tem problemas, porém se a sociedade vai mal, nós vamos mal, pois somos a própria sociedade. A pessoa é a menor parte da sociedade e se queremos ajudar a sociedade devemos começar a ajudar a nós mesmos, fazendo mudanças a nível interno, psicológico, emocional e físico, para que isto se reflita exteriormente e possa assim auxiliar na mudança da sociedade. Bem sabemos que mudando um átomo se muda uma célula, por exemplo, mudando uma célula muda um órgão, mudando um órgão muda-se o organismo humano, sendo assim, mudemos a nós mesmos.

O Mundo das relações tem três aspectos muito diferentes, que necessitamos aclarar de forma precisa. Primeiro, estamos relacionados com o corpo planetário, quer dizer, o corpo físico. Segundo, vivemos no planeta Terra e como conseqüência lógica, estamos relacionados com o mundo exterior e com as questões atinentes a nós: familiares, negócios, finanças, questões profissionais, política, etc. Terceiro, vem a relação do homem consigo mesmo. Para a maioria das pessoas este tipo de relação não tem a menor importância, infelizmente se interessam apenas pelos dois primeiros tipos de relações, vendo com tamanha indiferença o terceiro tipo.

Cuidar deste corpo é indispensável, e para isso devemos cuidar de ter pensamentos adequados, pois é algo que vai influenciar diretamente em seu funcionamento. Não é por acaso que muitas pessoas sofrem de doenças psicossomáticas. Saber respirar é algo indispensável para este corpo, pois ninguém consegue ficar mais que quatro minutos sem respirar, demonstrando a importância deste “alimento” ao organismo humano. É mediante ao processo respiratório que levamos a vida a nossas células e órgãos. O que comemos é algo que influencia diretamente nosso organismo, pois é a matéria que vai ser usada para formar nosso corpo. É como uma pessoa que vai fazer uma casa: se quer que dure, usará matéria prima da melhor qualidade.

Temos que ter em conta que sempre somos vítimas das circunstâncias. É lamentável que não saibamos originar conscientemente as circunstâncias. Muitas pessoas são incapazes de se adaptarem as coisas ou as pessoas ou ter verdadeiro êxito na vida.

Devemos verificar em qual destes três tipos de relações estamos em falta, pois pode ocorrer que estejamos mal relacionados com nosso corpo físico e por conseqüência disto estarmos enfermos. Pode ser que estejamos mal relacionados com o mundo exterior e como resultado tenhamos conflitos, problemas econômicos, sociais e outros. Pode ainda, que estejamos mal relacionados conosco mesmos e conseqüentemente soframos muito por falta de iluminação interior.

Bem sabemos a importância dos Três Fatores da Revolução da Consciência, estes são também, a forma de equilibrarmos estes Três Tipos de Relações anteriormente tratados.

Para equilibrar nossa relação com nosso corpo físico, precisamos viver o fator Nascer, pois este nascimento alquímico, além da formação dos corpos internos, permite a revitalização e regeneração do corpo físico, sendo este muito importante, pois é o laboratório alquímico para a Grande Obra.

Para equilibrar nossa relação com a sociedade, necessitamos o sacrifício pela humanidade, pois este nos permite conviver com as demais pessoas tendo sempre a devida harmonia e o valor para podermos ajudá-los.

Para equilibrar nossa relação conosco mesmos, necessitamos morrer psicologicamente, pois é a eliminação de nossos defeitos que permite que possamos viver neste mundo interior com sabedoria e, em conseqüência, melhorar nossa vida no campo exterior.

Conforme vamos mudando o que pensamos, o que sentimos e o que fazemos, estamos beneficiando a sociedade. Existe o que esotericamente é chamado Ginásio Psicológico, é esta série de problemas e situações que as demais pessoas nos impõem e nos levam a aflorar nossos defeitos de tipo psicológico, sendo estes fatos que nos permitem conhecer-nos de forma profunda. Na escola jamais fugiríamos dos professores que nos dão as melhores matérias, da mesma forma não podemos fugir das pessoas que nos mostram como professores o que devemos eliminar de nosso País Psicológico.

“O Exterior é um reflexo do Interior, o dia que mudarmos  internamente mudaremos o exterior, se temos problemas econômicos, sociais, físicos, é pois um reflexo de nossa parte psicológica.”

Texto de Aurum, um dos autores do blog O Alvorecer.

#Gnose #oalvorecer

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-mundo-das-rela%C3%A7%C3%B5es

Hábitos

Distrações e entretenimento saltam aos nossos olhos o tempo todo. Como ganchos ou anzóis, surgem para nos agarrar e puxar. E nós, peixes a serem pescados e consumidos, mordemos a isca. A isca é entretenimento, é diversão, é rir, deleitar-se com comidas deliciosas, manjares, quitutes e volúpias imensas para os sentidos. Grandes tentações que estão constantemente nos assediando.

Nada há de errado em se saborear uma deliciosa comida. Não há problema em se conquistar aquela façanha naquele jogo online. Essas atitudes e outras são perfeitamente louváveis. A questão é: você está sendo manipulado para agir assim ou está agindo de legítima própria vontade?

Você está sendo coagido, incentivado, atiçado para certas atitudes as quais já vem praticando há algum tempo? Se sim, então tome cuidado. Isso está se tornando um hábito.

Hábitos podem ser saudáveis ou não. Qual é qual?

Hábito saudável é aquele que resulta em uma sensação de “estou melhor agora do que antes”. Acontece quando os resultados representam ganhos, lucros, crescimento, satisfação verdadeira, tanto a curto como a longo prazo.

Um exemplo de hábito: caminhada. Ao término de uma caminhada, você se sente cansado. Mas é só isso mesmo que você está sentindo? Preste atenção a todos os seus sentidos, a todo o seu corpo. Tenha consciência de si mesmo. Qual o “saldo” da caminhada? (o resultado desse exame varia de pessoa para pessoa – o que vem a seguir é o que eu sinto quando caminho)

+ mais energia

+ maior ânimo, inclusive para outras atividades

+ mais desperto, mais atento

+ respiração livre, fluída

+ contentamento por sair, ver o mundo, pessoas, animais, plantas. A efervescência de tudo, contagiante.

+ o banho pós-caminhada é muito mais refrescante, energizante

+ melhor capacidade respiratória e cardíaca (a longo prazo)

– cansaço

– suor

– mau-cheiro

– roupas sujas (se caminhei em bosques/terreno baldios, etc)

Fazendo a somatória dos pontos acima, o resultado é positivo. Portanto, caminhadas são, para mim, um hábito saudável.

Um outro exemplo de hábito: comer cheesebúrgueres.

+ prazer em sentir o cheiro do cheesebúrguer.

+ prazer em saborear o hambúrguer de carne, o queijo, o pão. A combinação dos ingredientes. O catchup e a mostarda.

+ sensação de saciedade

– dificuldade na digestão

– sensação de empanturramento/barriga pesada

– gases

– aumento do colesterol e da pressão sanguínea (a longo prazo)

Pelo mesmo modelo do exemplo anterior, a somatória resulta negativa, concluindo-se que o hábito de comer cheesebúrgueres não é saudável para mim.

Essa auto-avaliação de hábitos pode possuir muito mais pontos positivos e negativos. Podem ser listas enormes de pontos, se você desejar. O importante é ser sincero e claro consigo mesmo, se você quiser melhorar sua qualidade de vida.

É claro que esse exemplos foram apenas utilizados no sentido da didática para esse texto. Há muitas outras consequências de se ter um hábito, tanto em pontos físicos quanto em pontos mais sutis e psíquicos, como capacidade de concentração, memória, rapidez de pensamentos, etc. Se você está se perguntando “caramba, até isso afeta?”, a resposta é: sim, meu caro, afeta. Afeta até mesmo características que você ainda não está consciente, como a vida útil de suas células, a capacidade dos seus neurônios, a facilidade de digestão… enfim, tudo o que compõe seu organismo. Como seu organismo é ponte entre você e sua mente e seu espírito, então a comunicação entre essas camadas também será afetada.

É muito fácil nos deixar levar por imediatismos para satisfazer desejos momentâneos. Mas é nesse momento que nos distinguimos dos animais, ao decidirmos se agiremos pelo instinto ou se agiremos através de nossa reflexão. “Você é um homem ou um rato?”. Ter a força para tomar as rédeas do seu corpo e de suas atitudes é pré-requisito para ser feliz de verdade.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/h%C3%A1bitos

Satanismo de LaVey / O Verdadeiro Satanismo

Depois dessa pequena jornada, finalmente chegamos ao Post que trata do VERDADEIRO Satanismo. Depois de percorrermos esse caminho, tratando de como surgiu a primeira concepção de Satanismo, na época da Idade Média, e de suas bases primordiais (na época do Renascimento), chegamos ao século XX.

Muito se produziu na história desde o fim do Renascimento até os dias atuais.

O Iluminismo foi o movimento mais importante que veio a seguir, no século XVII (em 1650). Dele surgiram (já no século XVIII) os primeiros movimentos empiristas (que se baseavam, exclusivamente, na “autoridade” da experiência) e, os primeiros movimentos Ateístas – que, até aquele momento, não existiam.

Não existiam movimentos que pudessem questionar, abertamente, a existência de Deus – e esse foi um dos passos mais importantes para a libertação intelectual do homem. O próprio surgimento da Maçonaria Moderna (em 1717) foi reflexo desse cenário.

No século seguinte (XIX) surgem outras Ordens, de caráter mais Ocultista, como o Martinismo e a Teosofia, que abrem caminho para que,  a partir desse desenvolvimento ocultista, surgisse o Satanismo de Anton Lavey, no século seguinte.

Não vou tomar muito tempo falando sobre quem foi Anton LaVey, já que, futuramente, haverá um post dedicado a ele. Basta saber, nesse momento, que Anton LaVey foi um grande estudioso do Ocultismo de Aleister Crowley e dos estudos da “Golden Dawn”.

Outros estudos de seu interesse envolviam a filosofia pouco convencional de Friedrich Nietzsche e do Objetivismo, de Ayn Rand. Essas correntes de pensamento o ajudaram a formular melhor os conceitos dessa religião que ele viria a fundar.

Antes de mais nada, é importante deixar bem claro que, apesar dos conceitos ideológicos do Satanismo ficarem bem claros, nas obras de LaVey, existe uma lacuna nos preceitos ocultistas.

Essa lacuna consiste no fato de ocorrerem claras citações e afirmações, sobre as correntes ocultistas, que LaVey partia do pressuposto que o leitor já conhecia. Ele demonstra admitir, como verdade, aquelas premissas – mas não dedica tempo algum para explicá-las.

Pode não parecer, a primeira vista, mas essas doutrinas e correntes de pensamento estão ligados a um caminho, que é chamado de “Caminho da Mão-Esquerda” – que será um assunto bem explorado nesse blog.

Terminamos o último post Satanismo e o Renascimento, falando sobre Shaitan ser a personificação do Humanismo, que era a corrente de pensamento onde o homem era tido como o centro do universo, sendo ela a “doutrina libertária” da época.

Essa é a raiz do Satanismo. Mas vamos entender como tudo isso funciona, a partir do que já vimos até aqui.

Como já foi abordado no Satanismo na Idade Média, nunca existiu a idéia de um Demônio Cristão, até aquele momento – quando foi criado pela Igreja Católica.

Na época do Renascimento passou-se a questionar o verdadeiro Deus, momento em que surge o Humanismo – onde Shaitan já pode ser visto como exemplo, e até, como símbolo.

Nos dias de hoje, no verdadeiro Satanismo, Lúcifer precisa ser o próprio homem (apenas para esclarecer, vou usar o termo Lúcifer, mesmo tendo explicado-o, no Post anterior, por preferência pessoal).

A ideia principal é que o homem esteja liberto e o questionamento esteja sempre presente em seu julgamento. O homem também deve centrar-se primeiro em si, depois nos outros e, por fim, no universo. Ele também deve buscar ser sempre o senhor de si, através da sua vontade (que pode produzir efeito a partir do plano físico e a partir do plano metafísico). Por fim, o homem deve ser o seu próprio Deus.

Sobre o princípio do questionamento, característica fortíssima do personagem Lúcifer, LaVey fala:

Tem sido dito “a verdade vos libertará”. A verdade sozinha não tornará ninguém livre. É somente a dúvida que trará a emancipação mental. Sem o maravilhoso elemento da dúvida, o vão por onde a verdade se move seria firmemente fechado e impenetrável – Anton LaVey

A questão ideológica sobre “o homem ser o seu próprio Deus” também é muito simples de se entender. O Satanista crê que toda personalidade, atribuída aos Deuses até hoje, não são mais do que características exaltadas do próprio homem – e de como ele desejaria ser.  Ou seja, a partir disso, não seria mais fácil venerar a si mesmo do que venerar um Deus que foi criado de acordo com as próprias necessidades emocionais do homem?

Além disso, alguns chegam a questionar porque não utilizar outro nome, ao invés de “Satanismo”?

LaVey fala sobre isso em sua Obra “A Bíblia Satânica”:

“Satanismo é baseado numa filosofia muito sadia”, diz o emancipado. “Mas por que chamá-lo de Satanismo? Porque não chamá-lo de algo como Humanismo ou um nome que poderia ter a conotação de um grupo de magos, ou algo um pouco mais esotérico – algo menos barulhento”.

Há mais de uma razão para isto. Humanismo não é religião. É simplesmente um modo de vida sem nenhuma cerimônia ou dogma. Satanismo tem ambos, Dogma e Cerimônia. Ambos, como  já foi explicado, são necessários.

E o Satanismo é exatamente isso porque não existe, nem nunca existiu, qualquer motivo para que a sociedade acreditasse que existem pessoas que veneram o demônio cristão. Ele foi um personagem criado pela Santa Igreja e foi dessa forma que ele se desenvolveu: Como um personagem!

A partir dessas características é que surgiu essa grande ideologia, na forma de religião, que é o Satanismo.

A concepção de universo, no Satanismo, não é o da existência de um Deus pessoal, porém, também não é a concepção Ateísta.

Para o Satanismo, Deus – ou seja lá o nome que você quiser dar – é uma força poderosa – e impessoal – que permeia e equilibra o universo que, por ser impessoal, não teria como se preocupar com a felicidade ou a tristeza das criaturas que habitam esse planeta.

E a definição não vai muito longe disso. Afinal, eles admitem essa ideia porque admitem a existência de forças metafísicas e de “agentes mágicos” (e essas forças não estão no mundo físico). Portanto, não há porque “povoar” o mundo espiritual com muitos personagens, basta uma força de equilíbrio para o universo.

Entender a concepção de universo do Satanismo é bem simples. Você só precisa lembrar de duas coisas:

Que existe uma força – ou energia – de equilíbrio no universo

Que é possível provocar mudanças no universo através da Vontade

No próximo Post sobre Satanismo vamos entender, mais a fundo, os princípios do Satanismo. Por hora, espero que tenha ficado claro as características essenciais do Satanismo e porque ele é dessa forma.

Dúvidas ou Sugestões? Comente abaixo…

Até a próxima!

#satanismo

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