Hábitos

Distrações e entretenimento saltam aos nossos olhos o tempo todo. Como ganchos ou anzóis, surgem para nos agarrar e puxar. E nós, peixes a serem pescados e consumidos, mordemos a isca. A isca é entretenimento, é diversão, é rir, deleitar-se com comidas deliciosas, manjares, quitutes e volúpias imensas para os sentidos. Grandes tentações que estão constantemente nos assediando.

Nada há de errado em se saborear uma deliciosa comida. Não há problema em se conquistar aquela façanha naquele jogo online. Essas atitudes e outras são perfeitamente louváveis. A questão é: você está sendo manipulado para agir assim ou está agindo de legítima própria vontade?

Você está sendo coagido, incentivado, atiçado para certas atitudes as quais já vem praticando há algum tempo? Se sim, então tome cuidado. Isso está se tornando um hábito.

Hábitos podem ser saudáveis ou não. Qual é qual?

Hábito saudável é aquele que resulta em uma sensação de “estou melhor agora do que antes”. Acontece quando os resultados representam ganhos, lucros, crescimento, satisfação verdadeira, tanto a curto como a longo prazo.

Um exemplo de hábito: caminhada. Ao término de uma caminhada, você se sente cansado. Mas é só isso mesmo que você está sentindo? Preste atenção a todos os seus sentidos, a todo o seu corpo. Tenha consciência de si mesmo. Qual o “saldo” da caminhada? (o resultado desse exame varia de pessoa para pessoa – o que vem a seguir é o que eu sinto quando caminho)

+ mais energia

+ maior ânimo, inclusive para outras atividades

+ mais desperto, mais atento

+ respiração livre, fluída

+ contentamento por sair, ver o mundo, pessoas, animais, plantas. A efervescência de tudo, contagiante.

+ o banho pós-caminhada é muito mais refrescante, energizante

+ melhor capacidade respiratória e cardíaca (a longo prazo)

– cansaço

– suor

– mau-cheiro

– roupas sujas (se caminhei em bosques/terreno baldios, etc)

Fazendo a somatória dos pontos acima, o resultado é positivo. Portanto, caminhadas são, para mim, um hábito saudável.

Um outro exemplo de hábito: comer cheesebúrgueres.

+ prazer em sentir o cheiro do cheesebúrguer.

+ prazer em saborear o hambúrguer de carne, o queijo, o pão. A combinação dos ingredientes. O catchup e a mostarda.

+ sensação de saciedade

– dificuldade na digestão

– sensação de empanturramento/barriga pesada

– gases

– aumento do colesterol e da pressão sanguínea (a longo prazo)

Pelo mesmo modelo do exemplo anterior, a somatória resulta negativa, concluindo-se que o hábito de comer cheesebúrgueres não é saudável para mim.

Essa auto-avaliação de hábitos pode possuir muito mais pontos positivos e negativos. Podem ser listas enormes de pontos, se você desejar. O importante é ser sincero e claro consigo mesmo, se você quiser melhorar sua qualidade de vida.

É claro que esse exemplos foram apenas utilizados no sentido da didática para esse texto. Há muitas outras consequências de se ter um hábito, tanto em pontos físicos quanto em pontos mais sutis e psíquicos, como capacidade de concentração, memória, rapidez de pensamentos, etc. Se você está se perguntando “caramba, até isso afeta?”, a resposta é: sim, meu caro, afeta. Afeta até mesmo características que você ainda não está consciente, como a vida útil de suas células, a capacidade dos seus neurônios, a facilidade de digestão… enfim, tudo o que compõe seu organismo. Como seu organismo é ponte entre você e sua mente e seu espírito, então a comunicação entre essas camadas também será afetada.

É muito fácil nos deixar levar por imediatismos para satisfazer desejos momentâneos. Mas é nesse momento que nos distinguimos dos animais, ao decidirmos se agiremos pelo instinto ou se agiremos através de nossa reflexão. “Você é um homem ou um rato?”. Ter a força para tomar as rédeas do seu corpo e de suas atitudes é pré-requisito para ser feliz de verdade.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/h%C3%A1bitos

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