O Panteão Taoista

   por Guilherme Korte

O Taoismo teve início no século II baseado nas religiões indígenas, e sua ideologia deriva de antigas tradições, incluindo Huang-Lao, uma tradição cultural batizada depois de Hunag Di, O Imperador Amarelo, e Lao Tzu, e seguida por seus fiéis durante a dinastia Han do oeste (206 a.C. – 24 d.C.).

Durante as dinastias Tang (618 – 907) e Song (960-1279), devido ao apoio de seus imperadores, o Taoismo entrou em um período de pleno desenvolvimento e se converteu em uma importante religião na China, somente menor que o Budismo. Lao Tzu, o fundador da escola de Taoismo, no começo da dinastia Qin, é venerado como seu fundador, e a idéia do Caminho (Dao ou Tao), que se preconiza no livro “Tao te Ching”, é a base da religião. Crendo que o Caminho é a origem do universo e criador de todos os seres vivos. Os taoistas adoram toda a vida no universo e todas as coisas criadas pela natureza. Também crêem que o homem pode alcançar a imortalidade e converter-se em um ser celeste (“xian”) mediante a prática da austeridade.

No século 12, o Taoismo dividiu-se em duas seitas: O taoismo Chuan-chen e o Taoismo Cheng-I. Os seguidores do Taoismo Chuan-chen abandonam suas famílias e vivem em templos. Tornam-se vegetarianos e praticam a austeridade tendo em vista a imortalidade. Outros, seguidores do Taoismo Cheng-I, viveram perto de suas famílias e não deixaram de comer carne e como ideal, ajudavam outras pessoas a conseguir fortuna e evitar seus males.

De acordo com o Taoismo, os deuses atuam como administradores e controlam cada coisa no Universo. Entre muitos deuses venerados pelos taoistas, estão o Deus de Origem Primitiva, o Deus da Pedra Sagrada, e o Deus do Caminho da Energia (Lao Tzu)

Muitos dos templos taoistas foram construídos em montanhas donde, segundo a tradição, nasceram os seres celestiais ou se transformaram em imortais, os antigos taoistas que haviam praticado a austeridade física, mental e espiritual.

Os Três Puros

Dentre os imortais se destacam Fu Xing, Lu Xing e Shou Xing, os 3 deuses que representam respectivamente a prosperidade, sucesso e longevidade.

Fu Xing: O deus da felicidade, da sorte e das oportunidades. Acredita-se que tenha sido um personagem histórico do século VI chamado Yang Chang, que foi deificado em Daoxian, na província de Hunan, da qual era governador. Após sua morte, por ser muito bem quisto pela população, erigiu-se um templo em sua homenagem. Sua figura aparece muitas vezes nas portas, para trazer a felicidade e a sorte. Apresenta-se em geral com um chapéu de abas largas e portando um pergaminho enrolado. Muitas vezes aparece carregando uma ou mais crianças, símbolo de felicidade na China Antiga.

Lu Xing: Conhecido como o deus da prosperidade, que traz a felicidade na forma de aumentos salariais ou promoções. O personagem histórico ligado a ele é um estudioso do século II a.C. chamado Shi Fen. Ele era um alto funcionário imperial e predileto do próprio imperador, o que colocou sua família em um alto nível social e financeiro. Aparece geralmente vestido com trajes nobres e pode carregar um lingote de ouro.

Shou Xing: Também chamado de Nanji Laoren (“Velho Homem do Polo Sul”). Muito reverenciado como o deus da longevidade. Em geral carrega um pêssego, pois a palavra “pêssego” em chinês tem o mesmo som de “longevidade” – “shou”. É retratado muitas vezes acompanhado de uma garça ou tartaruga, símbolos de longevidade. Traz um cajado feito de madeira de pessegueiro (o fruto da imortalidade) e uma cabaça, que está cheia com o elixir da imortalidade. Muitas vezes é denominado como “Shou Xi”, onde “xi” significa “felicidade” e passa a representar a “longevidade feliz”. É o símbolo de nosso site principal, Longevidade.

Os Oito Imortais

Os Oito Imortais são outro grupo destes lendários xian. Estes são frequentemente chamados por invocações taistas em busca de proteção ou para destruição do mal. A maioria deles teria nascido na dinastia Tang ou Song e além de serem reverenciados pelos taoístas também são um elemento popular na cultura secular chinesa. Dizem que vivem em um grupo de cinco ilhas no Mar de Bohai, que inclui o Monte Penglai. Os Oito Imortais são:

  • He Xiangu (He Xiangu), geralmente vista como a única mulher do grupo, muitas vezes retratada segurando uma flor de lótus.
  • Cao Guojiu (赵国ujiu), relacionado a um imperador da dinastia Song antes de se tornar um imortal.
  • Li Tieguai (李馬國), considerado mentalmente ébrio e associado à medicina e aliviando o sofrimento dos doentes e necessitados, identificado por sua muleta de ferro e garrafa de cabaça.
  • Lan Caihe, um imortal de gênero ambíguo considerado o patrono dos floristas e dos jardineiros.
  • Lü Dongbin, um estudioso e poeta considerado o líder dos Oito Imortais.
  • Han Xiangzi, um flautista e patrono das artes e inspirações.
  • Zhang Guolao, um fangshi associado à velhice, sabedoria e longevidade.
  • Zhongli Quan, associado à morte e ao poder de criar prata e ouro e portanto a prosperidade muitas vezes representado segurando um leque.

Em resumo o panteão taoista é composto por seres humanos que se tornaram imortais seguindo o Tao. Existem muitos outros, como o famoso Kuan Ti (ou Guan Yu), cujas façanhas e qualidades morais foram celebradas no Romance dos Três Reinos.

Taoismo Hoje

Atualmente existem mais de 1600 templos taoistas aonde vivem 25 mil sacerdotes. A Organização Taoista da China, estabelecida em 1957, em Beijing, é uma organização nacional, com Ming Zhiting como presidente. Para levar adiante e divulgar a cultura taoista, a associação publicou dezenas de obras clássicas taoistas e compilou mais de 30 livros sobre o Taoismo e uma série de livro sobre a cultura taoista. Publicam ainda uma revista bimestral, “O Taoismo da China”, distribuída no interior e enviada ao exterior. A Academia Chinesa de Taoismo, fundada em 1990, oferece cursos aos jovens interessados sobre as investigações e estudos taoistas. Milhares de estudantes graduaram na academia desde seu estabelecimento. Os taoistas chineses sempre mantêm estreitos contatos com os taoistas em todas as partes do mundo. A Associação Taoista da China, também é membro da União de Proteção Religiosa e Ambiental.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/asia-oculta/o-panteao-taoista/

O Mapa Astral de Friedrich Nietzsche

Nietzsche, sem dúvida considera o Cristianismo e o Budismo como “as duas religiões da decadência”, embora ele afirme haver uma grande diferença nessas duas concepções. O budismo para Nietzsche “é cem vezes mais realista que o cristianismo” (O anticristo). Religiões que aspiram ao Nada, cujos valores dissolveram a mesquinhez histórica. Não obstante, também se auto-intitula ateu.

Para Nietzsche o homem é individualidade irredutível, à qual os limites e imposições de uma razão que tolhe a vida permanecem estranhos a ela mesma, à semelhança de máscaras de que pode e deve libertar-se. Em Nietzsche, diferentemente de Kant, o mundo não tem ordem, estrutura, forma e inteligência. Nele as coisas “dançam nos pés do acaso” e somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida.

Nietzsche passou os últimos 11 anos da sua vida sob observação psiquiátrica, inicialmente num manicômio em Jena, depois em casa de sua mãe em Naumburg e finalmente na casa chamada Villa Silberblick em Weimar, onde, após a morte de sua mãe, foi cuidado por sua irmã. Como diria o Datena, “Falta de Deus no coração”.

O Mapa de Nietzche possui Sol em Libra; Lua, Ascendente e Caput Draconis em Sagitário (por “enorme coincidência” justamente as energias mais voltadas para a filosofia e academia). Uma pessoa com facilidade para se comunicar e entender os outros e cujo mapa é voltado para Filosofia. A inclinação para observar o mundo ao redor e tirar conclusões é extremamente marcante no Mapa de Nietzche (Stellium de Lua, Ascendente e Caput Draconis com menos de 2 graus entre eles). Some a isso Marte e Mercúrio em Virgem-Libra (Rainha de Espadas, a energia mais fria e cínica do zodíaco, manifestada nele na forma de pensar e de lutar/gastar energia) e Saturno em Capricórnio-Aquário (Cavaleiro de Espadas, a pessoa que consegue enxergar as regras do mundo ao redor e quebrá-las influenciano o planeta ranzinza).

Uma Aspectação importante a ser destacada neste Mapa é a Oposição de Urano (seu Planeta mais forte com nada menos do que 9 Aspectações) em Peixe-Áries (Rainha de Bastões, que indica energia relacionada com conselheiros filosóficos) com Marte (em Virgem-Libra, a energia cínica que falei acima).

Resumindo o Mapa: o tio Bigodudo era mesmo um filósofo osso duro de roer mas, no final da vida seu ceticismo e ateísmo exagerados entraram em conflito com seu Júpiter em Peixes (facilidade para entrar em contato com o Astral). Os biografos de sua vida dizem que ele se tornou esquizofrênico por conta da Sífilis, embora esta avaliação seja controversa… é possível que um ateu de pedra como ele tenha simplesmente ficado louco com as coisas que via e ouvia como médium, já que não acreditava em nada espiritual…

#Astrologia #Biografias

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-mapa-astral-de-friedrich-nietzsche

Iniciação a Thanatos

Um preâmbulo necessário

Shakti, a consorte de Shiva tece pelo universo a triplicidade dos Gunas (Sattvas, Rjas e Tamas) cujas qualidades estão nas formas das secreções cósmicas de Kalas que são manifestos em sua encarnação superior, Kali. Shakti tem dez formas distintas, das quais a mais alta é Kali. De kali emanam as outras nove formas que dão corpo ao seu espectro de atividade.

 

  • Tara – Poder de Creação
  • Sodasi – Materialização do Desejo
  • Bhairavi – Infinidade de Formas
  • Bhuvanesvari – Forças Materiais
  • Chinnamasta – Distribuição da Força de Vida
  • Dhumabati – Forças da Paixão
  • Bagala – Destruidor do Desequilíbrio
  • Matangi – Dominação
  • Kamala – Unidade

Juntas, estas encarnações formam a Qaballah de Kali, que é a matriz Ain/Kether da Árvore Negativa (universo B). Ela é a Mahavidya e a Deusa Primal. Cuja forma externa é furiosa e terrível, ela é ainda a dadora e destruidora do tempo e molda o universo em todas as suas formas.

Para entender a interação entre a Magia Sexual e os reinos Qlipphóticos, devemos adentrar o culto de Kali. Seu Yantra é o triângulo invertido (a Yoni), seu mantram é o som raiz de Krim e seu Tantra é aquele da Magia Sexual em solo de cremação, onde todos os desejos são queimados salvo o da pureza do Eu. Aqui, todas as forças são absorvidas no vórtice do Eros cósmico e as experiências de medo e morte são transformadas em pura paixão de Vontade Perfeita.

Uma Descrição de Kali

O termo Kali vem do radical ‘Kal’ que significa ‘impelir’. Kali é a Deusa Secreta dos Tantristas e deste modo impele o mago a encarar os aspectos finais da Iniciação. Sua relação com Nuit é a de que ela é a máscara da Iniciação da Morte (Thanatos). A experiência de Kali é muito afim àquela do Antigo Egito, onde, no auge da iniciação, é dito ao neófito que ‘Osíris é um Deus Negro’ e o neófito fica face a face com Set, o Senhor Negro. Set sendo aquele que despe o mago de todos conceitos e o leva à experiência da morte, que finalmente causa a total manifestação do Humano Superior.

Uma descrição completa de Kali é encontrada no livro ‘Caminho Tântrico’ (Tantrick Way), de Ajit Mookerjee e Madhu Khanna, Thames e Hudson, 1977.

“Kali é o símbolo do poder ativo do tempo eterno, Kala, e neste aspecto ela significa aniquilação, através da morte ou destruição. Creação, a semente da vida, emerge como a destruição da semente leva ao nascimento da árvore. Portanto, desintegração é um passo normal e necessário da natureza movendo-se em direção ao progresso ou desdobramento.

“Kali é a materialização da creação, preservação e aniquilação. Ela inspira repúdia e amor ao mesmo tempo. Como uma tendência desintegradora, Kali é representada em preto ‘pois todas cores desaparecem no negro, portanto todos os nomes e formas nela desaparecem’ (Thanirvana Tantra). A densidade da escuridão é também identificada com a consciência massiva, compacta, sem divisões, pura. Em hinos tântricos à deusa Kali, ela é descrita como ‘digambar’, trajada no espaço, em sua nudez, ela está livre de qualquer cobertura de ilusão. Ela tem o peito inflado, sua maternidade, uma creação incessável denotando preservação. Seu cabelo desgrenhado, ‘Clokeshi’, forma uma cortina de morte que permeia a vida com mistério. Sua grinalda de cinquenta cabeças humanas representando uma das cinquenta letras do alfabeto sânscrito, simboliza o repositório de poder e conhecimento; as letras são elementos sonoros nucleares simbolizando o poder dos mantras. Ela veste um cinto de mãos humanas, mãos são os principais instrumentos de trabalho e portanto significam a ação do Karma ou relações acumuladas para serem desfrutadas em nascimentos subsequentes, constatemente relembrando que a liberdade suprema é condicionada pelos frutos das ações perpetradas. Seus três olhos governam as três forças de Creação, Preservação e Destruição. Seus dentes brancos, símbolos de Sattvas, a inteligência translúcida, pressionam sua língua vermelha para fora da boca, indicativa de Rajas, um nível determinado de existência conduzindo para Tamas, inércia.

Kali tem quatro mãos, uma mão esquerda porta uma cabeça separada, indicando destruição, e a outra carrega a espada da exterminação física, com a qual ela corta a linha da escravidão. Suas duas mãos da direita expulsam o medo e exortam para força espiritual. Ela é o poder imutável, ilimitado, primordial (Adyasakti), atuando no grande drama despertando o imanifesto Shiva, um observado passivo. Sua unidade inseparável reflete a não dualidade.”

Iniciação a Thanatos

Uma das mais profundas iniciações da Magia é a de Thanatos ou morte. Em Aeons passados a fórmula para experienciar Thanatos e Eros era através do sacrifício, onde o ego inferior morria e com ele as paixões e era ressuscitado mais tarde em um Novo Eu. A fórmula sacrificial era útil no velho Aeon de Osíris pois trazia liberação (Moksha) do Verdadeiro Eu do ciclo de recorrência eterna. Após esta experiência a alma recém-nascida começa a reencarnar, no verdadeiro sentido da palavra, e ganhar experiência. A experiência e gradução supremas para esta alma é a iniciação de Thanatos, onde através de ritos sexuais, os medos e destruições das facetas Qlipphóticas do Universo são tão necessárias como os aspectos Sephiróticos e tudo é consumido na paixão erótica de Kali.

Para algum mago, pode ser possível que ele tenha encontrado seu Verdadeiro Eu em Aeons prévios, portanto seu trabalho, nesta época, é aplicar aquela Vontade para plena manifestação. Para outros, simplesmente a descoberta do Eu Verdadeiro será tarefa suficiente. É imperativo notar a diferença ! A magia de Kali toma o mago que encontrou seu Verdadeiro Eu e o empurra além para a plena manifestação (Humano Superior). Da mesma maneira, a descoberta do Eu Verdadeiro é um pré-requisito para esta forma de trabalho.

Trabalhos preliminares focalizados em meditações sobre a morte, como as quarenta meditações da morte no Budismo ou o Liber HHH, seção AAA (de Crowley) são úteis, contudo, meditações em cemitérios não podem ser superadas.

A iniciação a Thanatos usa as imagens da morte, volência, medo e dor e é baseada nos Princípios de Reversão Sensorial. Na feitiçaria de Kali as imagens reúnem os dois aspectos da energia universal, positividade e negatividade e através de sua interação cria uma nova força. Este processo é afim à dialética filosófica de Hegel, onde Tese + Antítese = Síntese. Contudo, o duelo pessoal de imagens de vida e morte é de longe mais imperativo do que uma discussão filosófica. A iniciação em Thanatos reúne sexo e morte, gosto e desgosto, forçando o mago a experienciar todas as coisas sem respeito a preferências, gostos, normalidades, etc. É a mais terrível de todas as iniciações e engloba a experiência tradicional de “cruzar o Abismo”.

Esta experiência usa os opostos diretos do que experienciamos para mostrar a totalidade do universo e portanto oferece a maior libertação possível e ainda, é uma das maiores demandas de todo o ocultismo, magia e tantrismo.

O Solo de Cremação

O solo de cremação é a cena da iniciação, aqui o mago é despido de todos suportes e máscaras. Thanatos e Eros atuam como os aspectos duais de uma força, sua Shakti ou Kali, que materializa as forças e o ritual torna-se um ato simbólico de necrofilia onde o processo sexual leva-o diretamente a um encontro sexual com o equilíbrio entre vida e morte. Isto é acompanhado por imagens de violência e intoxicação intensas.

As imagens de violência são um imperativo ao processo, elas demonstram a finalidade do ciclo de sofrimento a respeito da vida mortal e destrói as ilusões finais dentro da mente do mago. Sadomasoquismo é normalmente usado para aprimorar a experiência, entretanto, morte e dor não são o objeto mas são postos como aspectos do processo para experienciar a Vontade Verdadeira. Em tempos antigos, os Thuggi levaram este aspecto muito longe e literalmente usavam de violência e assassinato em sua adoração a Kali. Isto é o mais distante que você pode estar da feitiçaria de Kali ! O uso de imagens violentas e conceitos de morte levam o iniciado a um estado pessoal de confusão onde a morte e a vida, sofrimento e prazer, emergem num redemoinho de frenesi sexual e emoção, amor, ódio, terror, beleza. Através disto um novo sentido despontapor sobre estas dualidades e forma uma experiência suprema do Eu Verdadeiro manifestando-se nos veículos inferiores aperfeiçoados. Apenas através deste processo de ‘cruzar o Abismo’ é que é possível a total manifestação da consciência do Humano Superior.

A Sombra

” O confronto de alguém com seu próprio mal pode ser uma experiência mortificante, similar à morte, mas como esta, está além do significado pessoal de existência, representando o primeiro estágio no encontro do Eu. Não há, de fato, acesso ao inconsciente e da nossa própria realidade a não ser através da Sombra. Apenas quando percebemos aquela parte de nós mesmos que até agora não havíamos visto ou preferimos não enxergar podemos então prosseguir com a busca e encontrar as fontes da qual se alimenta e a base na qual se sustenta.

“Portanto, nenhum progresso ou crescimento na análise é possível até que a Sombra esteja adequada e confrontar significa mais do que meramente conhecer sobre ela. Não até que fiquemos verdadeiramente chocados de nos vermos como realmente somos, ao invés de como desejamos ou esperançosamente assumimos que somos, que poderemos tomar o primeiro passo em direção à individualidade.”

A Busca Simbólica (The Symbolic Quest),de Edward C. Whitmont

O exerto acima sugere que a experiência similar à morte é disparada através do encontro com a Sombra. A Sombra é melhor entendida como a faceta do ego inferior que nos força ao conflito dentro do inconsciente para que uma experiência mais plena do Eu Verdadeiro seja possível. Esta Sombra é responsável pelos terrores que experimentamos nos primórdios de nosso treinamento oculto e os períodos de crise que experimentamos logo após começarmos nossa busca iniciática. Deste modo é algumas vezes conhecida como o “Habitante da Entrada”. Esta força de crise leva-nos a nos ver como realmente somos e é o primeiro passo no processo que deve desembocar na Iniciação a Thanatos. A relação entre a Sombra e o Ego é refletida de perto na dualidade de Set e Hórus, escondido dentro da força de Hórus está o aspecto oculto de Set. Set é como a Sombra, mas numa base macrocósmica. Ele purifica o planeta para prepará-lo para uma plena experiência de despertar, este sendo a visão de Ain, que é na realidade a verdadeira natureza da Sombra ou Set exaltado.

Kali como Matriz Iniciática

Kali é, portanto, a mais alta matriz iniciática. Ela resume sob um glifo as imagens de vida e morte e oferece as experiências de Thanatos e Eros moldadas juntas para levar a uma iniciação final nas Supernais. As verdadeiras técnicas da Iniciação a Thanatos são as de reversão dos sentidos, entretanto, o fator chave da feitiçaria de Kali é a de que ela é intensamente pessoal e altamente destrutivaantes de ser construtiva.

Oferece a maior experiência iniciática possível, a dissolução de todas as barreiras entre os veículos inferiores e o Eu, a transfiguração do Humano Superior através da total visão da realidade.

Para completar este capítulo, repetiremos a velha oração a Kali encontrada em Chandi, Capítulo Cinco, versos 16-80 :

Aquele poder que é definido como consciência em todos os seres,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.

Aquele poder que é conhecido como razão em todos os seres,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.

Aquele poder que existe em todos os seres como fome,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.

Aquele poder que existe em todos os seres como Sombra,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.

Aquele poder que existe em todos os seres como energia,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.

Aquele poder que existe em todos os seres na forma de sede,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.

Aquele poder que existe em todos os seres na forma de ilusão,
Reverência a ela, reverência a ela, reverência a ela,
Reverência, reverência.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-sexual/iniciacao-a-thanatos/

Síntese da Vontade Vampírica

F
*Estudo do Livro da Maestria Diurna do Templo do Vampiro

Os Vampiros Diurnos são distintos por sua força pessoal de caráter. Possuem sábio discernimento para escolha de empreendimentos verdadeiramente valiosos e a determinação necessária para o alcance de tais objetivos. Este desenvolvimento do eu é a base para ser bem-sucedido em todas as áreas da vida:

  • A determinação pessoal permite que você ignore os hábitos ineficazes de pensamento e aja de forma a se preparar para o futuro próximo.
  • Você desenvolverá imunidade aos medos e irracionalidades que incomodam os
  • A clareza da mente que você aprimora acalmará seus nervos e vitalizará sua saúde.
  • Você se tornará mais responsivo mentalmente e mais capaz de ignorar a dor, permitindo que você aja de forma eficaz em emergências.
  • Você desenvolverá a paciência necessária para ver sua independência financeira se

Todas as coisas estão ao alcance de um vampiro desenvolvido.

As duas áreas-chaves para o desenvolvimento do eu são: Primeira área- o fortalecimento da sua força de vontade, compreendendo como essa funciona, desenvolvendo uma consciência de seus desejos e estabelecendo e enfrentando desafios pessoais, intencionalmente; segunda área- aprender a comandar a sua mente, desenvolvendo um amor pela vida, uma paciência profunda e um ceticismo saudável, o que leva tempo para acontecer, requerendo, portanto, diligência.

As seções a seguir fornecem Segredos essenciais para o desenvolvimento eficaz dessas áreas- chave. Leia todo o material com atenção e siga as instruções dadas. Este é um começo essencial para a implementação de todos os outros Segredos do Lado Diurno.

A vontade é requisito essencial para o sucesso em qualquer coisa. Alcançar qualquer fim, conquistar qualquer inimigo, superar qualquer obstáculo, alcançar qualquer destino desejado depende e não pode ocorrer à parte da Vontade. Seja o desejo de uma xícara de café ou as glórias do império conquistado, tudo se resume a este elemento vital: Vontade.

A princípio devemos compreender que o conceito de vontade e força de vontade, entre os humanos, é mal definido e obscuro, descrevendo “algo”. A maioria das pessoas poderiam reconhecer o poder da vontade no outro. Eles podiam sentir admiração pela força de vontade do soldado heroico que enfrentou probabilidades impossíveis de arriscar tudo para derrotar seus inimigos. Eles podiam reconhecer o exercício da Vontade no inventor que nunca desistiria até que tivesse conseguido resolver o problema da lâmpada elétrica ou do voo motorizado. Mas, acima de tudo, as massas vagamente conscientes da  humanidade foram rápidas em definir a Força de Vontade como algo que elas mesmas não possuem.

“Eu poderia perder peso, mas simplesmente não tenho força de vontade.” “Eu poderia parar de fumar, mas não tenho força de vontade.”

Como eles sabem o que lhes falta? O que é essa qualidade heroica chamada Vontade? Por que tão poucos demonstram sua presença e tantos sabem que não têm?

A força de vontade é a capacidade de escolher fazer algo, apesar dos obstáculos que estão em seu caminho. Pense assim:

SEUS DESEJOS -> OBSTÁCULOS -> REALIZAÇÃO

Primeiro você tem um desejo. Você deseja algum objetivo, algum destino, alguma recompensa a ser alcançada. Mas à espreita diante de você, entre você e seu desejo, estão obstáculos, bloqueios, problemas.

Na solução de problemas cabe analisar se o problema é realmente um problema ou não, pois as vezes trata-se de uma percepção equivocada da situação.

Superada esta fase, sendo o problema real, existem apenas duas opções: lidar com os obstáculos e superá-los ou falhar. A maioria dos humanos falha. Eles já esperam falhar. Desistem ao considerarem um objetivo, porque raramente ou nunca, superaram ou resolveram problemas importantes em suas vidas. Eles esperam que Deus ou o governou a mamãe ou o papai os acudam , resolvam tudo e consigam o que desejam.

O Vampiro age de forma diferente. Determinado o objeto, o Vampiro trabalha na identificação dos obstáculos no caminho. Então bate neles. Ele usa soluções semelhantes às usadas na resolução de problemas anteriores os Aborda com novos métodos que funcionaram para outros ou que ele tenha inventado por conta própria.

O seguinte esclarecimento sobre nosso processo para atingir metas, esclarecerá o fato da maioria dos humanos nunca tentar alcançar seus objetivos.

SEUS DESEJOS à DOR OU TRABALHO à REALIZAÇÃO

O Vampiro, pelo fato de entender e desenvolver sua Vontade, segue em frente através da dor ou esforço necessários ao alcance de seus objetivos. O humano médio, não. Está condicionado em não ir e não poder.

Essa dor pode assumir formas variadas. Pode ser a dor de se sentir sozinho para atingir o objetivo de abandonar um velho amigo que se tornou um inconveniente. Pode ser a dor de recusar um prato delicioso para atingir a meta para perder excesso de peso. Pode ser a dor de ter que suportar o estresse em vez de fumar um cigarro para atingir o objetivo de parar de fumar.

Em cada objetivo desejado há um preço a ser pago para alcançá-lo.

A maioria dos humanos se vitimizam e alegam carregar um fardo muito pesado, decorrente de situações que lhe foram impostas durante a infância, o que cria uma incapacidade de lidar com suas emoções em situações sociais corriqueiras. Ao se identificar com um problema ele se torna uma vítima inevitável, especialmente quando este problema é imutável por definição, como por exemplo “filhos adultos de alcoólatras”, que apesar de que já estarem crescidos , se tornando adultos, continuam se rotulando e se vitimizando, sentindo-se confortável com tal posição.

O Vampiro por sua vez, constrói sua vontade reconhecendo primeiro a verdade sobre qualquer situação. A primeira verdade é que você não é seus problemas, diferentemente de alguns humanos que estão convencidos de que são os seus problemas. Esta situação dos filhos adultos de alcoólatras, não se configura em condicionamento emocional inicial, uma vez que a experiencia dolorosa os ensinam a não confiar ou acreditar nas pessoas. Tal atitude de desconfiança, ao contrário, são necessárias a realidade, na qual a maioria das pessoas tem que esconder seus sentimentos e já espera se surpreender com as atitudes dos outros, bem como espera que mintam. Assim, teoricamente tais vítimas deveriam estar mais bem preparadas que os demais para a realidade da vida já que tiveram experiencias difíceis outrora.

Fato comum são tais vítimas buscarem repetir o passado, se colocando constantemente em uma situação similar a situação dolorosa da infância, tendo por objetivo manter o status de “vítima” de forma a ter a simpatia e a atenção de outras pessoas. Eles se abstêm de usar a sua Vontade para decidir fazer algo a respeito e sentir a dor de desistir de suas desculpas por todos os seus fracassos.

Esta é uma aplicação direta da teoria fundamental para identificar e utilizar a Vontade Vampírica, o Processo de Desidentificação. Compreender e usar esse processo criará a Vontade Vampírica e permitirá que você supere qualquer obstáculo para alcançar qualquer objetivo. É a pedra angular no edifício criativo da arte do mago e o primeiro passo necessário na criação do ego verdadeiramente Vampírico.

Passei a compreender este Processo através da dor. Em qualquer situação que exija um esforço extraordinário para sobreviver, há dor a ser superada ou o ser humano morre. Em situações específicas dessa natureza, em circunstâncias em que minha sobrevivência física dependia da superação da dor do frio, do fogo ardente, do ferimento de bala, da carne rasgada e do osso quebrado, aprendi a crua verdade do segredo da Vontade Vampírica.

Muitas vezes é na guerra que o homem se torna forte e se sente verdadeiramente vivo. Por que as pessoas em paz procuram experiências perigosas, como paraquedismo, escalada e assim por diante?

O que é enfrentar e superar desafios que ameaçam a morte, velada ou visível, que atrai os vibrantes que levam a vida em grandes mordidas?

O treinamento básico militar permaneceu essencialmente inalterado desde os dias de Alexandre, o Grande. O processo de converter o filho da mamãe medroso em uma

máquina de matar obediente não foi alterado com os tempos modernos. Um campo de treinamento ainda leva o novo recruta e retira seus antigos símbolos de identidade pessoal (seu cabelo, suas roupas, suas joias, até mesmo seu nome), e então lhe dá um novo conjunto de símbolos para criar uma nova identidade. O recruta recebe desafios diariamente, de hora em hora, sem aviso prévio. Espera-se que ele renuncie ao sono. Espera-se que ele exceda os limites físicos anteriores de força, velocidade e resistência. Espera-se que ele mate sob comando, obedeça sem hesitação.

À medida que o recruta confronta e supera a dor que o separa de suas novas realizações, ele está exercitando e desenvolvendo sua Vontade. Ele descobre que pode tolerar a dor e o desconforto. Ele descobre que pode superar suas limitações anteriores, superá-las e alcançar objetivos. Não é de admirar que por milênios a maioria dos heróis tenha vindo dos campos de batalha, a maioria dos líderes, primeiro liderou as tropas. Não é de admirar que a guerra tenha sido um lugar de testes.

O que torna tais transformações de presas em predadores, pelo menos dentro da vida militar, é o Processo de Desidentificação. Em suma, o Processo de Desidentificação é baseado em um princípio único e evidente:

VOCÊ NÃO É SUA EXPERIÊNCIA.

Pegue o papel que você está lendo agora. Como você sabe que não é este papel? Eu fiz essas perguntas de homens e mulheres em todo o mundo por anos e recebeu muitas, muitas respostas incorretas:

“Eu não sou este papel (ou outro objeto) porque está lá e eu estou aqui.”

— E como você sabe que isso é verdade? Eu vou perguntar. “Porque eu sei!”

Novamente pergunto como eles sabem disso. “Porque eu sou um ser humano e não um papel.”

Mais uma vez vou perguntar: “Mas mesmo que você seja essa coisa que você chama de ‘ser humano’, como você sabe que não é este papel?”

Apenas vampiros me deram a resposta correta. A maneira pela qual você sabe que não é algum outro objeto, seja esse objeto um papel, um lápis, um submarino ou o planeta Júpiter, é devido ao fato de você experimentar o objeto e o que isso implica.

Você pode ver este papel. Você pode potencialmente ouvi-lo produzir um som ao tocá- lo. Da mesma forma, você pode sentir o papel e possivelmente até cheirá-lo ou saboreá- lo. Em outras palavras, você pode experimentar este papel por meio de seus cinco sentidos. A questão é: “Quem sabe sobre este papel?” e se a resposta for : “Sim!”, então você acabou de empregar o Processo de Desidentificação.

Em termos mais simples, o processo de desidentificação é o seguinte: Posso saber sobre X?

 

Se for possível, então não sou X.

Outra maneira de expressar essa ideia é afirmar que o observador não é o observado, o ouvinte não é o som, o que toca não é o sentimento ou, mais globalmente, o experimentador não é a experiência.

Por favor, esteja ciente de que a metafísica vampírica sustenta que toda experiência é real e não tem níveis de “realidade” para a experiência. Em vez disso, temos três dimensões pelas quais definimos precisamente a experiência. No entanto, observe que você, o experimentador, não é a experiência.

Para ter Vontade de superar a dor da luta contra os obstáculos entre você e seus objetivos existe um truque. Você deixa de se identificar com a dor.

No início dos anos 70, a pesquisa sobre os limites externos do potencial humano foi conduzida pelo Dr. Elmer Greene no Instituto Menninger em Topeka, Kansas. Um sujeito verdadeiramente incomum, um americano chamado Jack Schwartz, demonstrou repetidamente uma capacidade extraordinária de suportar a dor e controlar outras funções corporais. Ele geralmente pegava uma grande agulha de tricô e a enfiava completamente no bíceps superior, sem demonstrar desconforto ou tensão. Quando perguntado mais tarde como ele fez isso, Schwartz explicou que usou um pequeno truque mental. Ele não consideraria o braço perfurado como seu braço, mas apenas como um braço. Assim, a dor experimentada não era sua dor, mas, simplesmente, dor.

Isto não significa que o Processo de Desidentificação remova a experiência da dor. O Processo de Desidentificação simplesmente permite que você encontre e use a Vontade Vampírica para a dor não o interrompa.

No clássico do cinema vencedor do Oscar, “Lawrence da Arábia”, minha cena favorita consiste em Lawrence acendendo dramaticamente um fósforo e deixando-o queimar contra seus dedos. Outro oficial britânico presente experimentou e, quando a chama se aproximou da ponta dos dedos, sentiu a dor, largou o fósforo e exigiu saber de Lawrence qual era o “truque”.

“O truque”, respondeu Lawrence, “é não se importar que doa.”

A maioria das pessoas se identifica com suas experiências. Elas não têm um senso de si separado ou superior às dores e prazeres que as conduzem, chutando e gritando, choramingando, implorando e reclamando, pelos corredores de suas vidas até chegarem ao matadouro e, em silêncio ou gritando, finalmente expirarem.

O Vampiro é aquele que percebe que o mundo está quase vazio de pessoas. Ele vê bilhões de corpos sem alma! Em vez de entidades sencientes e conscientes, ele vê máquinas humanóides seguindo a atração do prazer e movidas pelo medo da dor; autômatos estúpidos e fracos que proclamam em voz alta seu “livre arbítrio” enquanto fumam cigarros que matam; robôs pré-programados afirmando que sua “natureza divina” lhes concede a imortalidade em um paraíso robótico dirigido por um Deus robô.

O Processo de Desidentificação permite ao Vampiro descobrir o mistério do que ele realmente é e quão vitalmente poderoso e importante é seu verdadeiro Eu no esquema cósmico.

Como acontece essa descoberta? Primeiro, o Vampiro apreende a essência do Processo de Desidentificação e coloca em prática. Ele identifica seus objetivos e os obstáculos para alcançar esses objetivos. Então, percebendo que, se ele sabe o que precisa ser feito, ele só precisa fazer, o Vampiro toma as ações necessárias para atingir seus objetivos. Não importa para ele o grau de dificuldade. Ele entende que a dor é algo que ele pode experimentar e não algo que ele é. Ele pode “não se importar” que isso doa. Ele pode fazê-lo de qualquer maneira, o que for necessário. Ele pode agir enquanto experimenta a dor!

Essa é a chave para a Vontade Vampírica e o exercício e desenvolvimento, o fortalecimento dessa Vontade.

De repente, os problemas da vida tornam-se desafios. Os obstáculos à realização tornam- se oportunidades para fortalecer a Vontade. A vida se torna uma série especial de jogos para o Vampiro até que, finalmente, o fortalecimento da Vontade se torna mais gratificante do que a conquista de qualquer outro objetivo! Esses vampiros produzem um comportamento bastante bizarro, visto pelas massas humanas.

Um Vampiro desta ordem pode praticar um esporte ou arte marcial não com o propósito primário de meramente ganhar ou aumentar as habilidades de autodefesa, mas porque tal arena lhe permite desafiar e fortalecer sua Vontade cada vez mais. Por exemplo, o fisiculturista pode ver a dor envolvida em certas repetições de levantamento de peso como o preço a pagar para alcançar o crescimento muscular que ele procura. O Vampiro pode, em vez disso, ver cada instante de agonia física como uma oportunidade momento a momento para ele triunfar sobre a dor, fortalecendo assim sua Vontade, sendo o crescimento muscular como apenas um efeito colateral. O boxeador pode correr longas distâncias, amaldiçoando o desconforto, percebendo que é o preço necessário a pagar para construir a resistência necessária para vencer uma próxima luta. O boxeador Vampírico pode correr ainda mais longe, colocando a exaustão que está experimentando em seu corpo contra a Vontade que o impulsiona e, como um fator que também o capacitará a construir o vento necessário para vencer melhor uma luta de box.

A diferença é invisível, mas gigantesca. O ser humano inconsciente é impedido por evitar a dor em tentativas geralmente fúteis de alcançar objetivos difíceis.

O Vampiro usa objetivos não apenas como recompensas, mas como oportunidades para a adversidade, para aprimorar e fortalecer sua Vontade.

Em tudo isso, não estamos descrevendo masoquismo, a propósito. Masoquismo é encontrar prazer na dor. O masoquista gosta da dor. O Vampiro não é um masoquista. O Vampiro não gosta da dor. Ele usa a dor. Assim como um vampiro é um mestre do prazer e não é dominado pelo prazer, ele também é um mestre da dor, e não um escravo dela.

 

E o que vem dessa exploração peculiar do poder sobre a dor? Qual é o propósito final desse esforço heroico? Não se engane sobre isso! Todos os heróis são aqueles que encontram a Vontade de desafiar e seguem até o limite máximo de seu ser a intenção de esmagar a dor para alcançar seus objetivos.

O propósito final é a criação de um verdadeiro ego, a criação de um Ser imortal. Assim como a Vontade Vampírica, o Ser é tanto uma descoberta quanto uma criação. O nome dado a este Ser é o Dragão.

Pouco tempo depois de explorar o significado do Processo de Desidentificação, a maioria dos Vampiros perguntará: “Mas se não sou nada que posso experimentar, o que sou?”

A armadilha aqui é tentar responder a essa pergunta de forma definitiva. Obviamente, qualquer coisa que você possa conhecer não pode ser você. Você sempre pode se perguntar: “Sei sobre isso?” e responda: “Sim”. A diferença é invisível, mas gigantesca.

O experimentador não é a experiência.

É aqui que as distorções distorcidas do misticismo levantam suas cabeças vazias para falar de “Deus” como este Eu que não pode ser conhecido. Existem alguns exemplos limitados de valor que vêm dos pensadores difusos do misticismo aqui. Um exemplo é o velho ditado Zen: “Se você encontrar o Buda (o Eu) na estrada, mate-o!” Esta é apenas outra maneira de repetir o fundamento do Processo de Desidentificação de que o experimentador não é a experiência. Outras cabeças de alfinete místicas nos fariam então abandonar todo pensamento consciente para “buscar” esse Eu, que, por definição, não pode ser “encontrado” (com experiência).

Sem experimentador, sem experiência!

O famoso filósofo, Descartes, afirmou: “Cogito ergo sum” (“Penso, logo existo”). Descartes estava errado. O pensamento pode ser realizado pelo mais estúpido de todos os autômatos, o computador eletrônico. Não, a afirmação correta é: “Eu experimento, logo existo.

Você é o experimentador. No entanto, na doença da religião mística encontramos a depravação final. O Budismo Theraveda afirma que o Self, o próprio experimentador, é uma ilusão. Eles afirmam que o que chamamos de Self é o resultado de um erro na linguística. Eles propõem a ideia de que a experiência e somente a experiência existe enquanto o conceito errôneo de um “experimentador” surge da própria sintaxe da linguagem. Eles acreditam que quando um homem diz “eu vejo a cobra”, essa frase cria a ilusão de um “eu”. Eles afirmam que o que está realmente acontecendo é simplesmente uma experiência de “serpente” com a reflexão tardia de um “eu”.

O Budismo Theraveda acredita que a iluminação consiste em perceber que o Self é uma ilusão resultante de um erro de pensamento.

O Vampiro simplesmente responderia: “E daí? Se você está certo e não existe o Eu, como isso ajuda? Qual é a vantagem?”

 

O budista falará conscientemente sobre se libertar da dor e da frustração. O Vampiro usa a dor para criar um Eu forte.

O budista quer escapar do mundo. O Vampiro quer possuí-lo! Esta é a diferença vital!

A visão Theravédica é míope. A verdade é que o “ponto de vista” ao qual nos referimos como o Ser é um Dragão adormecido até e a menos que haja uma Vontade poderosa o suficiente para apoiar o despertar desse Dragão. O Self requer uma mente consciente que, por meio do desenvolvimento da Vontade (por meio do Processo de Desidentificação), possa refletir sobre o mistério do Self incognoscível e se elevar acima das limitações do universo da experiência. É este despertar do Dragão através da Vontade que é a chave para a magia, bem como para a criação de um Eu duradouro e poderoso.

O Dragão desperto consiste no Ser quando conscientemente refletido por uma forte Vontade Vampírica.

O dragão desperto caminha pela vida, sem medo das dores e armadilhas da humanidade adormecida. O budista quer escapar do mundo. O Vampiro quer possuí-lo! Esta é a diferença vital!

O Dragão desperto foi e continua sendo o objetivo supremo de toda verdadeira atividade oculta, seja pintada nas descrições coloridas do alquimista ou nas lutas sangrentas de um guerreiro de espada em treinamento.

A imagem do Dragão é a concepção mais antiga do caos incognoscível que existe à parte da experiência.

TIAMAT era a mãe dragão do grande mar salgado do caos para os sumérios. O símbolo do Oroborus, a cobra que engole a própria cauda, encontra-se nas esculturas mais antigas do nosso mundo. O Ser que não pode ser conhecido, mas surge em sombras escuras na presença de uma crescente Vontade Vampírica é o Dragão. Aqui encontramos a fonte de muitos dos símbolos do Vampirismo. O Poço das Trevas é o mesmo Dragão e esse mesmo Eu é o Príncipe das Trevas e o Rei do Mundo.

À noite podemos ver a verdade do universo, os bilhões de estrelas brilhantes piscando no veludo negro. De dia, o sol impetuoso, representando a mente tagarela e sem Vontade das massas, lança a ilusão de uma tigela azul e opaca e esconde as verdadeiras glórias daquilo que é. O cérebro mais antigo, o cérebro do réptil, também é o Dragão. Escondido na escuridão no âmago do nosso ser, controlando os impulsos e instintos básicos necessários para permanecer vivo, o Dragão biológico espreita escondido e incognoscível. No entanto, todas as suas ações são visíveis na continuação da vida física, na respiração, no movimento e no sexo.

Então, o Vampiro pode usar a mente por meio do Processo de Desidentificação para revelar o Eu escuro para sempre oculto, mas sempre presente. O Vampiro pode usar as técnicas diretas de Andar pelo Mundo (WTW) ou Atrás dos Olhos (BTE) para ter uma experiência imediata desse estado alterado de consciência e percepção que é a Vontade Vampírica em ação.

 

BTE está lembrando a cada momento que você existe… em algum lugar. Esse “algum lugar” está localizado diretamente atrás de seus olhos físicos. Esta técnica é executada simplesmente posicionando-se do ponto de vista de que o piscar de suas pálpebras é o abaixamento de uma grande cortina diante da ampla janela de sua visão. Consiste em lembrar (1) que você está e (2) onde você está. Cerca de vinte anos atrás, eu sabia de excelente autoridade que uma hora de BTE remanescente era superior em seus efeitos poderosos à ingestão da droga mescalina.

WTW estende BTE com qualquer movimento físico. Imagine que você estava dando um passeio em algum lugar. Em vez de imaginar que seu corpo estava se movendo, você teria a sensação de que seus pés estavam puxando a estrada sob você. Você imaginaria que sua posição permanecesse imóvel e que os músculos de seu corpo estivessem movendo o mundo da experiência ao seu redor.

Outro exemplo disso é virar a cabeça. Em vez de acreditar que é sua cabeça que está girando, você presta atenção ao que sua experiência real está apresentando aos seus sentidos. Na verdade, o que você vê é que o cenário ao seu redor está se movendo. Os músculos do pescoço estão literalmente girando a parte inferior do corpo e o resto do universo experiencial em torno de sua perspectiva visual imóvel.

Ainda outro exemplo é se sentar em uma cadeira enquanto percebe que o que você realmente vê e está fazendo é permitir que a cadeira e o resto do universo se movam em sua direção! Ficar de pé é exatamente o contrário, pois você está usando as pernas para pressionar o resto do universo.

Com a prática, esses exercícios fazem com que a Vontade Vampírica “clique”, ative. Alterando sua perspectiva interna em relação à sua experiência para reconhecer o que seus sentidos estão dizendo você o tempo todo usando WTW ou BTE, e usando diretamente o Processo de Desidentificação para alcançar objetivos difíceis, você descobre e pode usar sua Vontade Vampírica.

Com a descoberta e fortalecimento de sua Vontade Vampírica, você expandirá cada vez mais seu controle sobre o universo da experiência enquanto descobre o mais oculto e recompensador de todos os segredos: o despertar do Dragão interior! Apenas um dragão desperto pode produzir a mais poderosa magia através do ritual vampírico.

 

Desafiando sua Força de Vontade

Desenvolver Força de Vontade requer esforço. Você tem que encontrar uma dificuldade que faça você querer se afastar e então escolher continuar. Nunca se torna fácil como andar de bicicleta acaba ficando com a prática contínua. Você também descobrirá com o tempo que o desenvolvimento da Força de Vontade é sua própria recompensa gloriosa. Eventualmente, você deve ver cada obstáculo como uma oportunidade para se tornar mais forte, e não como algo a ser perdurado. Você deve desafiar sua Força de Vontade todos os dias. Com a prática, você encontrará continuamente oportunidades para fortalecer sua Vontade, mas quando começar, precisará reservar uma parte de cada dia para se esforçar.

 

É somente através desse tipo de prática regular que você pode entender como usar a Vontade Vampírica de maneira pragmática. No entanto, sua habilidade aumentará e você se verá cada vez mais capaz de ignorar qualquer inclinação para desistir. É essa resolução que trará todos os seus desejos ao seu alcance.

As formas potenciais de desafiar a si mesmo são incontáveis. Abaixo, oferecemos apenas algumas possibilidades. Você pode escolher qualquer um ou todos esses, ou usar seus próprios métodos, se desejar. O que quer que você escolha deve ser extremamente desafiador e útil para você praticar. Deve ser desafiador para fortalecer sua Vontade, e deve ser útil porque tudo que você fizer daqui em diante deve ter como objetivo melhorar a qualidade de sua vida.

  • Um método clássico de fortalecimento da Força de Vontade é através do exercício físico. No entanto, não basta apenas se exercitar. O ponto em que seu corpo implora para você parar e descansar é o momento em que seu treinamento de Força de Vontade começa. Mantenha o rosto relaxado, não cerre os dentes e apenas escolha continuar. Experimente a dor completamente, mas desidentifique-se dela. Cada momento excruciante torna-se uma oportunidade para fortalecer sua Vontade. Tome cuidado para se alongar antes e depois do exercício e tome cuidado para não causar danos físicos
  • Enfrente seus Se você está nervoso em conversar com membros do sexo oposto, apenas faça isso. Se você tem medo de altura, vá para algum lugar alto e olhe ao redor, escolhendo relaxar fisicamente enquanto faz isso. A função do medo é prepará-lo para lidar com ameaças físicas reais e imediatas. Claro, se a ameaça é real, você não deve ignorá-la. No entanto, muitas vezes você descobrirá que os medos habituais que não são imediatos e ameaças físicas reais desaparecem após apenas alguns confrontos usando a Vontade Vampírica, principalmente se você fizer questão de relaxar fisicamente.
  • Quando sentir uma emoção extremamente negativa (raiva, depressão, ), opte por não reagir. Apenas experimente a emoção. Reagir à emoção gritando, ficando fisicamente tenso, perdendo-se em pensamentos sombrios ou qualquer outra resposta habitual imediata impedirá que você experimente a emoção em si. Seja sensato quanto a isso: o medo e a raiva podem mantê-lo vivo em emergências reais e imediatas. No entanto, tais emergências são muito raras na era moderna. É quase sempre melhor manter a calma para poder lidar com a situação em questão de forma eficaz.
  • Mantenha-se completamente imóvel. Assim como no exercício, o treinamento da Força de Vontade começa apenas quando você começa a ter dificuldade em fazer isso. A dificuldade geralmente não é a exaustão, no entanto. O tédio, a ansiedade sobre as coisas que devem ser feitas, o medo de parecer bobo ou até mesmo a discussão de que você está sentado há tempo suficiente podem instigá-lo a se mexer.

Faça algo agora para desafiar sua vontade antes de continuar lendo. Isso é necessário para entender a Vontade Vampírica como mais do que apenas uma teoria. É somente através da experiência pessoal que você pode apreciar o poder do Processo de Desidentificação. Isso não precisa levar muito tempo; por exemplo, a maioria das pessoas pode atingir o limite de sua Força de Vontade em menos de um minuto fazendo flexões.

 

Escolha uma maneira de se desafiar, use BTE e WTW e aplique o Processo de Desidentificação para obter seu primeiro gosto da verdadeira Vontade Vampírica agora mesmo. Apenas continue. Eventualmente, você pode atingir um estado de quietude mental e consciência perfeita do seu entorno – e você deve se sentir totalmente confortável permanecendo lá. Se você acha que chegou a esse estado e pode, portanto, parar, provavelmente está enganado. A maioria das pessoas desiste muito antes de atingir esse estado por razões que serão discutidas nos Segredos para aprender a comandar sua mente.

 

 

Desenvolvendo seus desejos

O ponto de partida para a aplicação séria da Vontade Vampírica é o desejo. Embora o Processo de Desidentificação permita que você supere qualquer obstáculo, é o desejo que o leva a vencer o obstáculo em primeiro lugar.

Abaixo estão as instruções que devem ajudá-lo a definir seus desejos com clareza e estabelecer um plano de realização. Leia esta lista e, em seguida, aplique cada instrução na ordem dada. Isso significa que você deve começar a implementar os dois primeiros pontos antes de ler qualquer outra coisa. Isso permitirá que você use os outros Segredos de uma maneira que lhe permita alcançar tudo o que deseja.

  • Crie e mantenha uma lista escrita de experiências específicas que você deseja. Cada desejo que você escreve deve ter quatro atributos:
  1. Deve referir-se a uma experiência específica (“Quero viajar regularmente”) e não a uma experiência vaga (“Quero ser feliz”);
  2. deve referir-se a uma experiência que você deseja (“eu quero ir para a escola de culinária”) em vez do banimento de uma experiência (“eu quero ficar livre de dívidas”);
  3. deve basear-se na realização pessoal (“Quero iniciar uma organização de caridade porque me sinto bem ajudando as pessoas”) em vez de um exercício de pura moralidade (“Quero iniciar uma organização de caridade porque é a coisa certa a fazer” ); e
  4. deve ser tão extremo quanto você desejar, reconhecendo que mais pode ser possível para você do que você sabe

Há uma excelente razão para cada atributo, mas tudo o que importa agora é que você gere esta lista. Você deve retornar a esta lista uma vez por mês para atualizá-la conforme necessário, pois muitas vezes você descobrirá que entende melhor o que deseja ao longo do tempo.

  • Revise seus hábitos e compare-os com seus desejos. Isso inclui seu trabalho, seus hobbies, suas interações com amigos e familiares e tudo sobre sua rotina diária. Anote tudo o que você faz regularmente e pergunte a si mesmo: “Como exatamente isso me ajuda a realizar meus desejos?” Você não precisa fazer nada sobre isso ainda. Apenas classifique suas práticas habituais em duas categorias: aquelas que claramente o ajudam

 

a alcançar seus desejos e aquelas que não o fazem. Mais tarde, você melhorará a eficácia do primeiro e substituirá o último por hábitos mais úteis.

  • Leia todos os Segredos do Por enquanto, você deve apenas lê-los para saber o que está disponível. Comece lendo o restante dos Segredos intrapessoais neste capítulo, pois eles ajudarão a contextualizar as outras cinco áreas. Depois disso, você pode ler os Segredos restantes na ordem que desejar. Certifique-se de pelo menos iniciar a lista de desejos e sua revisão de seus hábitos regulares antes de fazer isso.
  • Desenvolva e siga um plano para implementar cada um dos Segredos do Lado Diurno, um de cada Os Segredos são ferramentas poderosas para alcançar qualquer objetivo. Os meios para fazer isso requerem alguma elaboração dada na próxima página. Leia depois de escrever sua lista de desejos.

 

Implementando os segredos

Neste ponto, você deve ter começado sua lista de experiências desejadas. Você também deve ter alguma ideia de quais de suas práticas habituais realmente o ajudam a alcançar esses objetivos e quais simplesmente o distraem. Em seguida, você construirá seu plano de realização. Isso lhe dará uma direção para aplicar sua Vontade Vampírica recém- crescida. Alguns Segredos são ações únicas, como fazer alguma pesquisa essencial ou obter recursos vitais. Você deve definir uma data específica para implementar cada um desses segredos.

Por exemplo, aconselhamos a preparar um kit de emergência para o caso de ter de evacuar a sua casa, pelo que deve definir uma data em que obterá todos os componentes necessários para tal e juntá-los numa espécie de embalagem.

A sequência pode ser importante; por exemplo, você pode precisar de tempo para construir os recursos financeiros necessários para comprar todo o equipamento que você determinar que precisa para seu kit de emergência. Portanto, você deve planejar a partir da conclusão para determinar qual sequência de esforços você precisa fazer para implementar esses Segredos.

Outros Segredos são habilidades que você vai querer usar, porém apropriadas a situações específicas. Por exemplo, esperamos que nossos membros aprendam a se defender de agressões físicas. Você deve descobrir uma maneira de praticar cada um desses Segredos baseados em habilidades regularmente, para que cada um se torne um recurso para você.

Sugerimos que liste todos esses Segredos em ordem de importância para você, desenvolva um plano de treinamento para cada um e comece a treiná-los um de cada vez. Por exemplo, você pode decidir começar em autodefesa e treinar regularmente por um mês, e então, no segundo mês, começar a praticar mensagens “eu” além de seu treinamento em autodefesa. Ao adicionar a prática de cada Segredo baseado em habilidades à sua rotina regular, um de cada vez, você pode facilmente dominar todos eles.

 

O restante dos Segredos descreve práticas contínuas, como meditações diárias ou exercícios regulares. O truque aqui é iniciar apenas um deles de cada vez. É quase impossível começar dois novos hábitos ao mesmo tempo. Em vez disso, liste as práticas contínuas dadas nos Segredos na ordem em que você deseja começar a praticá-las. Então comece com o primeiro hoje e pratique até que esteja integrado à sua rotina regular. Quando isso acontecer, continue essa prática e passe para a segunda. Faça apenas uma alteração de cada vez. Você deve começar com a prática de desafios diários à Força de Vontade, embora você deva descobrir que isso se integra muito bem com outros Segredos.

Mantenha seus objetivos em mente ao decidir sobre um plano para implementar os Segredos do Dia. Se você considera a admiração dos outros mais importante do que a maioria dos outros objetivos, considere colocar alguns Segredos interpessoais no topo da sua lista de implementação. Se você acha que sentir-se fisicamente confortável e saudável é mais valioso, faça alguns dos Segredos de Saúde de maior prioridade.

No entanto, há dois pontos a serem lembrados. Primeiro, todos os segredos estão intimamente entrelaçados. Você será mais capaz de ganhar a admiração dos outros se aprender a controlar sua própria mente. Você terá mais recursos para se tornar saudável se tiver uma renda passiva respeitável.

Quaisquer que sejam seus objetivos, todos eles serão mais fáceis de alcançar, independentemente de quais Segredos você implemente. Por outro lado, eles serão mais difíceis de alcançar se você for fraco em qualquer área. Portanto, tome cuidado para não negligenciar nenhuma área por muito tempo.

Em segundo lugar, a maioria das pessoas subestima a importância dos Segredos da imortalidade. Eles não têm como prever o imenso impacto pessoal que garantir a imortalidade física prática terá sobre eles. Aconselhamos vivamente a colocar os Segredos da imortalidade o mais alto possível na sua lista de prioridades. Não podemos subestimar a importância disso.

Com isso dito, leia os Segredos intrapessoais restantes, que explicam como desenvolver o comando de sua mente. Continue lendo os Segredos restantes e depois desenvolva seu plano.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/vampirismo-e-licantropia/sintese-da-vontade-vampirica/

Karma e Linearidade

Um dos problemas centrais na busca espiritualista é a conciliação entre a crença intuitiva em uma Criação perfeita e o oceano de dúvida e dor que existe em nossa realidade cotidiana. Filosoficamente isso resulta em dezenas de especulações e interpretações que chegam até mesmo a negar a relação direta entre Criador e Criação (supondo que exista tal diferenciação) através de um personagem intermediário, o demiurgo gnóstico, que teria gerado o mundo corrupto que observamos.

Outra maneira de tentar conciliar essas percepções opostas é a concepção de um processo de causa e efeito tão natural e impessoal quanto a gravidade, que ajusta essas realidades aparentemente díspares. Enquanto a tradição ocidental, de raízes egípcias, fala em um julgamento final da alma humana, o oriente imagina um processo dinâmico e cotidiano, que dispensa júri e juiz (embora algumas linhas, como a teosofia, citem a figura dos Senhores do carma, essa personificação da lei não é a mais comum, mantendo seu caráter natural).

O quanto desse conceito é útil e o quanto é apenas uma fantasia egóica? Dando um passo atrás, pensemos a reencarnação e veremos o mesmo comportamento. De uma hipótese sistêmica muito interessante, ela passa a ser uma simples maneira de afagar o ego. Quantas princesas e generais não se redescobrem em centros espíritas e terapias de vidas passadas? Nunca a humanidade foi tão nobre quanto em suas pretensões…

Em sua interpretação tradicional, todo o mecanismo reencarnatório/cármico é tradicionalmente respaldado por um interpretação linear do tempo. Mas essa interpretação faz sentido de um ponto de vista do Self (vamos chamar assim uma possível dimensão maior do Ser) ou é apenas um ponto de vista raso do ego? A argentina Zulma Reyo, em seu livro Karma e Sexualidade faz uma representação interessante entre o que ela chama de tempo linear e o tempo concêntrico, a realidade vivida pelo Self. Ela considera a existência egóica, linear, como uma experiência do Self projetado na tridimensionalidade, a partir de condições absolutamente aleatórias. O mecanismo cármico existe apenas como elemento de aprendizagem dentro dessa única existência linear, não atuando como elemento de ajuste entre consecutivas experiências lineares. Do ponto de vista de uma Criação una, essa visão é absolutamente harmônica. Mas do ponto de vista do ego individualizado, a perspectiva de uma vida iniciada em condições aleatórias não difere em nada de uma visão absolutamente materialista.

A autora também define como elemento chave para entender o processo cármico aquilo que chamamos de forma-pensamento. É através dessas estruturas mentais/emocionais geradas e mantidas por nossos pensamentos e ações que se dá a atração das condições externas que caracterizam a relação de causa e efeito. E essas formas-pensamento seriam visíveis a médiuns treinados como aderências no campo causal. É praticamente a mesma interpretação, dita em termos atuais, do processo cármico tal como compreendido no Jainismo, uma das religiões mais antigas da India. Os janistas crêem que o carma é uma substância que se adere à alma, e essa quantidade e qualidade de substância aderida que define as condições atuais da vida do individuo. Essa substância pode ser eliminada através de jejuns e meditações.

Fica então a questão. É possível conciliar reencarnação, causa e efeito e uma existência não linear?

Texto fantástico do Andrei, do Anoitan.

#Budismo #Espiritismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/karma-e-linearidade

O espírito no tempo

» Parte 1 da série “Para ser um médium” ver a introdução

O homem, as gerações humanas, morrem no tempo. Mas o espírito não. O tempo é o campo de batalha e que os vencidos tombam para ressuscitar. Quem poderia deter a evolução do espírito no tempo? (J. Herculano Pires)

Ernesto Bozzano foi um pesquisador e intelectual italiano com grande interesse em antropologia, sociologia, evolução e as origens da mediunidade no palco obscuro da pré-história. Num de seus livros ele inicia suas exposições dizendo que “se consultarmos as obras dos mais eminentes antropólogos e sociólogos, notamos que todos concordam em reconhecer que a crença na sobrevivência do espírito humano se mostra universal”. Na época em que Bozzano publicou seus primeiros livros, no final do século XIX, falar abertamente sobre “espírito” ainda não era tão escandaloso na Academia. Os espiritualistas europeus daquela época, muitos influenciados pelas ideias expostas nos livros de Allan Kardec, eram igualmente grandes entusiastas da teoria de Darwin-Wallace… Mas, enquanto esta se ocupava exclusivamente da evolução física das espécies, alguns espiritualistas – dentre eles o próprio Wallace – se interessavam em tentar elucidar a evolução espiritual, particularmente em como o espírito humano havia evoluído através do tempo.

Se saltarmos diretamente para a época em que os primeiros hominídios surgiram no tempo, podemos nos aproveitar de uma bela, simples e elegante teoria proposta pelo arqueólogo Steven Mithen, conforme exposta em A pré-história da mente: Mithen acreditava que algumas potencialidades da mente eram suficientemente conectadas entre si para que pudessem ser agrupadas conceitualmente em módulos mentais… A inteligência geral foi herdada das outras espécies das quais os hominídios evoluíram, e é responsável pelos processos básicos de instinto e sobrevivência; A inteligência naturalista desenvolveu-se ao longo da persistente guerra da fome – o conhecimento do terreno em sua volta, a análise dos rastros de presas livres deixados no solo, o cuidado para evitar plantas venenosas, etc.; A inteligência técnica permitiu o manuseio de objetos e até mesmo a elaboração de ferramentas, como pedras pontiagudas que facilitam o corte da carne das presas abatidas; E, finalmente, a inteligência social evoluiu desde que nossos ancestrais reconheceram que caminhar pelo mundo em bandos era mais seguro do que enfrentar as caçadas sozinho.

Mithen acreditava que o que nos separava definitivamente dos outros hominídios de inteligência primitiva era a interseção entre tais módulos mentais, que parece ter ocorrido de forma mais abrangente no homo sapiens. Subitamente, os dentes de animais caçados, que antes eram descartados, se tornaram decoração de colares; Colares estes que também serviam para demonstrar para outros membros (e mulheres, quem sabe) da mesma tribo quão bons eram os caçadores que os ostentavam; Da mesma forma, as pegadas deixadas na terra pelas presas tornaram-se também símbolos que demonstravam o tamanho e a direção em que o animal se deslocou; E logo tanto símbolos naturais quanto animais quanto os próprios homens se fundiram em pictogramas pintados em cavernas profundas – registros da história de um povo que se reconheceu como povo; Talvez ao mesmo tempo, surgiram os mitos, as forças naturais tornadas meio-homem, meio-animal, meio-espírito, meio-deus – a religião ancestral surgia em meio ao animismo e ao xamanismo, juntamente com a consciência de nossa vida e nossa mortalidade.

A teoria de Mithen não têm absolutamente nada de espiritualista, como podemos ver, mas a sorte de sermos espiritualistas é que não precisamos ignorar as teorias daqueles que não creem em espíritos. Se alguns sentem-se escandalizados com a possibilidade do espírito ter surgido antes do homem, e ser formado por matéria fluida, parte dos 96% da matéria cósmica que não interage com a luz, e que vêm habitando corpos das mais variadas espécies, desde organismos unicelulares até os hominídios e animais com cérebro adequado para comportar um espírito em processo de individualização consciente, numa odisseia multimilenar que caminha lado a lado com a evolução descrita por Darwin e Wallace, deixem estar: lembremos que boa parte de nossa compreensão espiritual se baseia em experiências subjetivas, e que a matéria fluida, espiritual, ainda não foi detectada em laboratório.

Ainda assim, nos anais da pré-história humana, e das primeiras tribos e civilizações, permanece a dúvida objetiva: como podem tantas comunidades isoladas terem chegado a crenças tão parecidas? Em realidade, as crenças nem são tão próximas quanto às atividades místicas em si: a mediunidade, esta sim, conecta de forma definitiva todos os povos primitivos da Terra, sem exceção.

Define-se religião primal como um “sistema de crenças anterior às grandes religiões mundiais”. As religiões primais seguidas por povos tão distintos quanto os inuítes da América do Norte e os aborígenes australianos são variadas, mas com amplas similaridades. Os adeptos ainda hoje vivem quase sempre isolados e privados das comodidades modernas. Enfrentam rigores climáticos, escassez de comida e desastres naturais. Suas crenças lhes dão suporte para lidar com esses problemas. Seus milhares de espíritos ou divindades os ajudam a lidar com as forças naturais, e suas práticas religiosas variam desde experiências místicas e extáticas, normalmente guardadas aos médiuns ativos, até coisas bem mais práticas, como perguntar a um espírito qual a região próxima mais apropriada para a caçada de amanhã…

Muitos chamam tais médiuns ancestrais de xamãs, mas este é um termo surgido na Sibéria, e significa algo como “aquele que enxerga no escuro” na língua local. Mas sejam xamãs, ou pajés, babalorixás, iogues, curandeiros, feiticeiros, etc., todos são em essência médiuns, e suas práticas de comunicação com espíritos, sejam os seus próprios, sejam os de fora, são, estas sim, a grande prática universal que os conecta a todos, e assim conecta a humanidade como um todo, desde sua origem. Conforme disse o Chefe Seattle em sua carta ao presidente americano: “Todas as coisas são interligadas, como o sangue que nos une. O homem não tece a teia da vida – ele é apenas um fio dela. O que fizer à teia, fará a si mesmo.”

Como por vezes é complexo identificar como exatamente tantas sociedades primitivas chegaram a ideias e símbolos tão elaborados e “fora da realidade”, muitos antropólogos preferem deixar tudo a cargo das experiências psicodélicas induzidas por alucinógenos naturais. Por exemplo, há escritos do hinduísmo, que é reconhecidamente uma das religiões mais antigas do globo, que louvam a soma, uma planta alucinógena. No Brasil muitos já conhecem o Santo Daime, que é uma doutrina religiosa totalmente baseada nos costumes de povos da grande floresta amazônica, que consomem o chá de ayahuasca a fim de desencadearem experiências místicas… Esta explicação, porém, é incapaz de dar conta de todas as experiências mediúnicas, pois sabemos melhor do que ninguém que a mediunidade hoje pode ser praticada sem o consumo de qualquer tipo de substâncias alucinógenas, e, de fato, esta é a recomendação da grande maioria das doutrinas espiritualistas de hoje em dia. Não há a menor razão para crermos que na pré-história todos os médiuns usavam substâncias do tipo – na verdade, há razões para crer que eles eram minorias localizadas em algumas regiões do globo onde era possível extrair tais substâncias da natureza. Não haviam cogumelos alucinógenos em todas as partes do planeta.

Talvez a religião primal que mais intrigue os antropólogos materialistas seja a religião nativa do Japão que, a despeito do país ter se tornado um verdadeiro polo tecnológico e comportar provavelmente a sociedade mais moderna do mundo, continua plenamente ativa. O xintoísmo, ou “o caminho dos deuses”, foi o título dado à religião nativa do Japão aproximadamente em 720 d.C., poucas décadas após a chegada do budismo na ilha. A questão é que se trata de uma religião pré-histórica, que só foi nomeada em razão de diferencia-la do budismo, recém chegado. Antes o xintoísmo era apenas “a religião”. O xintoísmo reconhece diversos seres divinos chamados kami, supostamente infinitos, que preenchem tudo o que exibe poder ou força vital. Para os japoneses, a natureza é literalmente divina.

Como sabemos, a natureza não é somente divina, como potencialmente viva. Nos dias atuais, presos em nossas selvas de concreto, talvez tenhamos esquecido de como um pequeno galho partido é apenas a parte morta de uma árvore, mas que irá se decompor e formar novamente coisas vivas… Ou que mesmo uma pedra abriga tanto parte da matéria que forma nossos corpos, como parte da matéria que formará espíritos das eras vindouras, embora hoje estejam confortavelmente dormindo no ventre sagrado da Mãe Terra, esperando o chamado do Pai Céu…

Termos antigos, conhecimento antigo, intuição antiga. Certamente tinham uma compreensão precária, parcial, da natureza à volta. Mas, estariam todos eles errados em tudo o que perceberam? Talvez a essência daquilo que viram e sentiram em suas experiências mais sagradas seja exatamente aquilo que falte hoje no mundo moderno. Alguns japoneses o sabem, e também alguns xamãs em meio ao frio do norte, alguns aborígenes, alguns indígenas, alguns poetas, alguns médiuns… Talvez você possa ser um deles, talvez já o seja. Esta é a nossa história, a história do espírito no tempo. Caberá a você escrever os próximos capítulos.

» A seguir, loucura e normalidade…

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Leitura recomendada: O espírito e o tempo, de J. Herculano Pires (Paidéia). Religiões, de Philip Wilkinson (Zahar, Guia Ilustrado).

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Crédito das imagens: [topo] Edward S. Curtis/Corbis (indígena da ilha de Nunivak, no Alasca – EUA, com sua máscara cerimonial); [ao longo] Rainer Hackenberg/Corbis (um torii, símbolo xintoísta, em Kyoto – Japão)

O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.

Ad infinitum

Se gostam do que tenho escrito por aqui, considerem conhecer meu livro. Nele, chamo 4 personagens para um diálogo acerca do Tudo: uma filósofa, um agnóstico, um espiritualista e um cristão. Um hino a tolerância escrito sobre ombros de gigantes como Espinosa, Hermes, Sagan, Gibran, etc.

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#Antropologia #Espiritismo #Mediunidade

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-esp%C3%ADrito-no-tempo

Anatomia Oculta

Olá, jovens aprendizes Padawan. Eu trouxe este texto que originalmente deveria ser postado no Blog mês que vem. Mas já que estava me coçando para colocá-lo no ar (ou na web) trouxe ele pra cá. Devo logo avisar que o texto a seguir não tem embasamento na ciência ortodoxa, e sim na ciência oculta. Ou seja, aquele que quiser buscar realmente não deve ficar apenas nos textos desta ou de outras colunas ou do site inteiro. Pergunte, discorde, busque por si só. O verdadeiro cientista ocultista não aprende na teoria, e sim na prática. Não lemos em periódicos para termos “certeza”. Lemos para ter uma base e depois seguirmos a partir dela. Aproveitem o texto. 🙂

Luz, energia, matéria. Há muito tempo o Universo foi criado segundo a imagem do Criador. Sobre a idéia da Criação se formou tudo o que era a Idéia do Criador.

O homem, imagem microcósmica da Criação compartilha dos atributos de Deus, de uma maneira limitada. Porém desta forma limitada ele já erigiu grandes templos, construiu cidades suntuosas, monumentos faraônicos. Sobre a égide da raça humana o Universo observável tem se desvelado ante nossos singelos olhares admirados. Ainda assim, é pouco…

A capacidade humana é muito superior ao que observamos até agora. Para vermos o potencial que nos foi concedido com bilhões de anos de evolução temos que recorrer à sabedoria oculta. Para descobrir o que o corpo humano, tão perfeito, ainda precisa trabalhar, precisamos prestar mais atenção. E para isso que existe a anatomia oculta.

O homem naturalmente já se deu conta de que possui um corpo rígido de carne, pele, ossos e sangue. Que suas terminações nervosas são o que faz com que sinta as sensações. E que todo o aparato deste maravilhoso organismo. Porém sem seus componentes mais sutis este esplêndido maquinário não passa de um simples corpo inerte. Mineral. O corpo físico (ou denso) é como que a unidade de processamento onde os outros componentes serão instalados para o funcionamento da máquina humana. Ou seja, o computador é apenas um computador.

Da jornada do espírito até a matéria densa, adquirimos a capacidade de operar nos corpos mais sutis, em seguida nos mais densos, até que agora estamos cegos em relação aos anteriores.

Os quatro corpos que possuímos para iterarmo-nos do Cosmo são: o corpo denso, o corpo vital (ou energético), o corpo de desejos (ou astral) e a mente. Esta última ainda não passa de uma pequena nuvem branca que fica pairando ao redor da cabeça, como os clarividentes podem atestar. Quanto ao corpo denso, não falarei dele neste post, pois apesar de possuir muitos segredos, seria muito imprudente falar dele sem um conhecimento prévio do funcionamento dos outros. O que posso dizer é que ele, em algumas Tradições é confundido com o corpo vital. Pois se diz que ele tem uma matriz astral que o forma a sua imagem e semelhança. Mas esta matriz nada mais é que o corpo vital.

O corpo vital é constituído de quatro éteres. O éter químico, o éter de vida, o éter refletor e o éter de luz. Cada qual está em conformidade com a sabedoria oculta e os quatro elementos dos antigos. Começaremos com o Éter Químico.

O éter químico, que é o responsável pela assimilação e excreção de componentes químicos no corpo. Naturalmente ele funciona por dois polos, um positivo e outro negativo. O polo positivo é o responsável pelo crescimento e manutenção do corpo físico através da obtenção de elementos químicos e agregação dos mesmos no nosso corpo denso. O polo negativo do éter químico é responsável pela excreção das substâncias que não são nutrientes e se mantidas se tornariam um veneno para o nosso corpo. A urina e fezes são a forma que nosso corpo tem de evacuar estas substâncias sob a direção do éter químico em seu polo negativo. Por vezes, se há uma disfunção ou um desequilíbrio em seu funcionamento, estas substâncias são mal eliminadas ou mantidas no corpo denso. Muitas vezes este caso de desequilíbrio das funções do éter químico é o responsável por algumas doenças relacionadas ao mantenimento destas substâncias em nosso organismo.

Assim como o éter químico, o éter de vida é responsável por funções inerentes ao corpo físico. E também é dividido em dois polos funcionais. Positivo e negativo. Este éter é o responsável mela manutenção da forma individual. E também é responsável pela propagação da espécie, fazendo assim o trabalho de manter sempre veículos para a manifestação no Mundo Físico. O polo positivo deste éter é o responsável por trabalhar na gestação, capacitando a fêmea ao trabalho positivo da construção do corpo para um novo ser. Já o polo negativo deste éter, é o responsável pela produção dos gametas masculinos (pólen nas plantas e espermatozoides nos animais) nas mais variadas espécies. Durante a concepção dos seres nas esferas, vegetal, animal e hominal de manifestação, o polo positivo deste éter que torna um ser masculino da união nos gametas. O inverso, ou seja, o polo negativo é que gera fêmeas.

O éter de luz possui também dois polos de manifestação. Seu polo positivo é o que torna os animais superiores e o homem capazes de gerar calor do seu próprio sangue, fazendo com que cada um seja uma fonte individual de calor e energia. Nos animais de sangue frio, o polo positivo é responsável apenas pela função de fazer circular o sangue pelo seu corpo. Já o polo negativo é o responsável pelos sentidos passivos de percepção visão, audição, tato, paladar e olfato. Ele também é responsável pela geração dos olhos (ou de outros meios de percepção equivalentes em seres que não os possuam). Nas plantas, o polo positivo do éter de luz é o responsável pela circulação da seiva . Portanto, no inverno, ou quando a planta se encontra ausente da presença da luz solar, sua seiva para de fluir. Já o polo negativo é responsável pela clorofila nas plantas e pela regulação de melanina no reino animal. Este é também um dos motivos que a ausência de sol torna a tez das pessoas mais clara. A adaptação ao meio pelas espécies fez com que em lugares onde há menos sol os seres são mais claros e o contrário em lugares onde a luz solar predomina.

O éter refletor está relacionado diretamente com a ligação que o pensamento tem com nosso corpo físico e a memória. Para saber como funciona a mente eu recomendo este post. O éter refletor está ligado diretamente coma Região Etérica do Mundo Físico (em outro artigo falarei sobre ela). Lá é onde você pode ver imprecisamente o que houve no passado e o que acontece no presente em qualquer lugar. É imprecisa pois está manifestada demais no mundo físico, e sofre influência das emoções, tanto suas, quanto alheias. Pode-se dizer que é uma memória coletiva. Ainda assim não é a Memória da Natureza, que muitas Tradições chamam de Arquivos Akáshicos, já que estes se encontram na subdivisão mais elevada da Região do Pensamento Concreto (que também falarei num post futuro).

O corpo de desejos é um veículo do Mundo do Desejo. Também chamado de Plano astral. Este corpo é regido por duas forças. A Força de Repulsão e a de Atração. Logo mais falarei delas. O corpo de desejos é o responsável pelas nossas emoções. Impelido para o bem, faz com que tenhamos a vontade de crescermos e evoluirmos segundo nossa vontade, muitas vezes de modo egoísta, pois este corpo está totalmente ligado as emoções. Impelido para o mal, este corpo se entrega as paixões mais insalubres para satisfação e prazer. Geralmente estas paixões estão ligadas a estados de consciência alterados, e a maioria envolve o vício por sensações e experiências fora do normal. As forças antes citadas são responsáveis por colocar em ação (Atração) ou ignorar (Repulsão) algum pensamento que tenha vindo a ser lançado neste veículo. O corpo etérico, assim como o corpo físico, possuem órgãos já bem formados. Já o corpo de desejos não possui órgãos. Está mais para um emaranhado de centros de energia em matéria formada pelo seu plano correspondente. Ele tem a forma oval (nas pessoas mais equilibradas) e é feito de cores fantásticas. Quanto mais “sujos” são os desejos de uma pessoa, mais estas cores são opacas. O corpo astral de um santo ou de um grande adepto possui cores espetaculares e de um brilho arrasador. Existem casos da aura (exteriorização de energia do corpo etérico reflexa ao corpo de desejos) ser imensa nesses seres iluminados.

A Mente, ou corpo mental, é um foco onde o espírito projeta suas vontades para que suas ações sejam executadas. Ele se assemelha a uma pequena nuvem branca pairando ao redor da cabeça das pessoas. Apenas os seres humanos possuem mente. Animais vão até o corpo de desejos, plantas só possuem o corpo denso e vital e os minerais apenas o corpo denso. Para o funcionamento da mente ser melhor entendido, veja o post recomendado anteriormente.

Acima destes corpos em elevada vibração, existem mais três veículos que não podem ser chamados de corpos, tal sua sutileza. Seria muita informação falar deles por agora. Por hoje ficamos com isso.

Que as vossas Rosas floresçam na Tua Cruz.

Créditos da imagem: Magic Budha by Ezschneider (Divulgação)

Sérvio Túlio é estudante de Letras, membro do Projeto Mayhem e autor do blog Jedi Teraphim.

#Alquimia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/anatomia-oculta

Além da Caverna

Por Ken Wilber

Física e misticismo, física e misticismo, física e misticismo… Na década passada foram lançadas, literalmente, dúzias de livros de físicos, filósofos, psicólogos e teólogos com o objetivo de descrever ou explicar a extraordinária relação entre a física moderna, a mais dura das ciências, e o misticismo, a mais suave das religiões. A física e o misticismo estão rapidamente aproximando-se de uma notável visão comum de mundo, dizem alguns. São aproximações complementares para uma mesma realidade, afirmam outros. Não, nada têm em comum, anunciam os céticos; seus métodos, objetivos e resultados são diametralmente opostos. Em verdade, a física moderna vem sendo usada para apoiar ou refutar o determinismo, o livre-arbítrio, Deus, Espírito, a imortalidade, a causalidade, a predestinação, o Budismo, o Hinduísmo, o Cristianismo e o Taoísmo.

O fato é que cada geração tem usado a física para provar ou negar o Espírito – o que deve nos dizer algo a respeito. Platão declarou que toda a física era, usando suas próprias palavras, nada mais que uma “história plausível”, uma vez que ela dependia, em última análise, da evidência de sentidos fugidios e vagos, enquanto a verdade residia nas Formas transcendentais além da física (daí a “metafísica”). Por outro lado, Demócrito acreditava somente em “átomos e no vazio”, desde que, ele sentia, nada mais existia – uma noção tão desprezível para Platão, a ponto de levá-lo a expressar o mais forte desejo de que toda a obra de Demócrito fosse queimada imediatamente.

Quando a física newtoniana passou a reinar, os materialistas se agarraram a ela para provar que uma vez que o universo era, obviamente, uma máquina determinística, não havia espaço para livre-arbítrio, Deus, graça, intervenção divina, ou qualquer outra coisa que, mesmo vagamente, se assemelhasse ao Espírito. Este argumento, aparentemente impenetrável, não causou o menor impacto nos filósofos espiritualistas ou idealistas. Realmente, estes argumentavam, a segunda lei da termodinâmica – que, inequivocamente, anuncia que o universo está gastando a corda – significa somente uma coisa: se o universo está gastando a corda é porque, previamente, algo ou alguém deu corda no universo. A física newtoniana não refuta Deus; pelo contrário, afirmavam, ela prova a absoluta necessidade de um Divino Criador!

Ao entrar em cena a teoria da relatividade, repetiu-se o mesmo drama. O Cardeal O’Connell de Boston preveniu os bons católicos que a relatividade era “uma confusa especulação produzindo uma dúvida universal sobre Deus e Sua criação”; a teoria era uma “hedionda aparição do Ateísmo”. Por outro lado, o Rabino Goldstein anunciou, solenemente, que Einstein tinha conseguido nada menos que produzir “uma fórmula científica para o monoteísmo”. Similarmente, os trabalhos de James Jeans e Arthur Eddington foram saudados efusivamente nos púlpitos de toda a Inglaterra – a física moderna sustenta a Cristandade em todos os aspectos essenciais! O problema era que tanto Jeans quanto Eddington não concordavam com esse entendimento e muito menos concordavam entre si, o que inspirou o famoso chiste de Bertrand Russel de que “Sir Arthur Eddington deduz a religião do fato de que os átomos não obedecem às leis da matemática; Sir James Jeans a deduz do fato de que eles as obedecem”.

Hoje ouvimos falar da suposta relação entre a física moderna e o misticismo oriental. A teoria “bootstrap”, o teorema de Bell, a ordem implicada, o paradigma holográfico – supõe-se que tudo isto prova (ou refuta?) o misticismo oriental. Em todos os aspectos essenciais, repete-se a mesma história com personagens diferentes. Os prós e os contras apresentam seus argumentos, mas o que resta de verdadeiro e inalterado é que, simplesmente, o assunto em si é extremamente complexo.

No meio dessa confusão, então, parece ser uma boa idéia consultar os fundadores da física moderna sobre o que eles pensavam a respeito de ciência e religião. Qual é a relação, se existe alguma, entre a física moderna e o misticismo transcendental? A física dá suporte a temas como livre-arbítrio, criação, Espírito, alma? Quais são os respectivos papéis da ciência e da religião? A física trata mesmo da Realidade (com “R” maiúsculo) ou está necessariamente confinada a estudar as sombras na caverna?

#hermetismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/al%C3%A9m-da-caverna

Taoismo e os Cavaleiros Jedi

Por Gilberto Antônio Silva

A série de filmes de Guerra nas Estrelas (a trilogia original) foi um marco na história do cinema, não apenas pela sua importância cinematográfica, mas por criar uma mitologia que apenas cresce nesses quase 40 anos. Dentro dessa mitologia existe um grupo que se destaca: os Cavaleiros Jedi. Uma ordem de guerreiros-filósofos destinados a manter a paz e o equilíbrio na Galáxia e que possuem uma cultura com forte influência oriental, especialmente próxima ao Taoismo

A Força é o elemento principal dos Jedi. É ela que conduz as atitudes dos cavaleiros e lhes confere enormes poderes. Conforme Obi-Wan Kenobi em Guerra nas Estrelas: “A Força é o que dá ao Jedi seu poder. É um campo de energia criado por todas as coisas vivas. Ela nos cerca e nos penetra e une toda a Galáxia”. Essa descrição já nos fornece uma prova de sua essência: Qi. Todos que estudam ou trabalham com técnicas taoistas conhecem o poder do Qi. Com ele, os Jedi podem manipular objetos à distância (Psicocinese), ler e influenciar mentes (Telepatia), pressentir perigos e se manter em harmonia com o Universo. A Força é a base de sustentação dos Cavaleiros Jedi. Podemos ter um vislumbre da Força em ação nos vídeos de demonstrações e aulas do Grande Mestre Morihei Ueshiba. Principalmente no final de sua vida, Mestre Ueshiba não precisava sequer tocar fisicamente em seus alunos para poder dominá-los e repeli-los. A importância e o poder da Força foram claramente mencionados por Darth Vader em Guerra nas Estrelas: “A capacidade de destruir um planeta é insignificante perto do poder da Força”.

A filosofia dos Jedi também se aproxima bastante do Taoismo. O Mestre Yoda afirma, em O Império Contra-Ataca: “Um Jedi usa a força para ter conhecimento e para defesa. Nunca para o ataque”. A utilização dos conhecimentos marciais apenas para a defesa é o mote central da grande maioria das artes marciais orientais, com exceção da arte taoista do Xingyi Quan, que possui um forte ímpeto do ataque. Mais tarde, no mesmo filme, quando Luke Skywalker duvida da Força, Yoda diz: “O tamanho não importa. Olhe para mim. Julga-me pelo meu tamanho? E não deve, mesmo, pois a Força é minha aliada. E uma poderosa aliada”. Este é um dos itens básicos da estratégia: nunca subestimar ninguém, não importa se é homem ou mulher, fraco ou forte, alto ou baixo, magro ou gordo. Principalmente quando se utiliza a energia interior, qualquer um pode ser poderoso. Mas a filosofia de vida dos Jedi com a Força é ainda mais profunda, como prossegue Yoda: “A vida a cria e a faz crescer. Sua energia nos cerca e nos une. Somos seres de luz, não de matéria. Precisa sentir a Força em sua volta, aqui, entre você e eu, na árvore, na pedra, em tudo”.

O Taoismo ensina que tudo é feito de Qi e o Qi permeia tudo, fluindo em correntes energéticas por entre todas as coisas e fazendo as ações visíveis do Universo ocorrerem. “Somos todos um” não é apenas um bordão new age, mas uma verdade universal.

Obi-Wan Kenobi inicia o treinamento de Luke explicando o que é a Força e como funciona. Em seguida ele o adestra no manejo do sabre de luz, com técnicas muito similares à espada Samurai. Luke é levado a não confiar no que vê, mas no que sente. Esse tipo de colocação é semelhante à dos orientais. Para eles quem deve manipular a espada é o espírito, não a mente, através do estado mental de quietude (zanchin). Na seqüência final de Guerra nas Estrelas, Luke deixa a tecnologia de lado e usa a sua percepção desenvolvida para disparar os torpedos que destroem a Estrela da Morte. O Taoismo coloca que a arma se integre com o portador, tornando-se um só. Nas artes marciais taoistas o fluxo de Qi sobe pelo braço e não para na mão, prosseguindo até tomar conta da arma toda. Existe uma unicidade energética entre arma e guerreiro, que flui pelo Qi do universo. Você não luta com uma arma, mas com o Qi e, portanto, com o universo todo.

Quando Luke inicia seu treinamento com Yoda, este se ressente da teimosia e impaciência de seu aluno e de sua idade, muito avançada para os padrões Jedi de treinamento. As artes marciais também pregam o treinamento precoce como forma de desenvolver o verdadeiro guerreiro. E qual faixa branca não é descrente, impaciente e teimoso? Em meio a corridas com obstáculos, Yoda leva seu jovem aluno a uma determinada parte da floresta. Ali ele é deixado para que enfrente seus medos e temores, que assumem a forma de seu oponente, Darth Vader. Esse tipo de confronto mental é largamente utilizado pelos tibetanos no treinamento de seus discípulos e pelos japoneses do budismo esotérico Shingon, que denominam essa técnica de combates mentais como Dojutsu-Sempo. O medo, para os taoistas, é manifestação do desconhecimento. Só tememos o que não conhecemos, e ele está ligado ao sistema do Rim, que é sede da Essência (Jing). Então o medo não é apenas um problema em si, mas afeta todo o sistema energético humano. Esse desequilíbrio pode levar a um afastamento do Tao, neste caso, um mergulho no Lado Negro da Força.

O Taoismo também apregoa a existência de duas polaridades complementares: o Yin e o Yang. Para os Jedi também a força possui dois lados: o claro e o escuro. Embora tenhamos propensão a considerar o lado escuro como o mal, devemos nos lembrar que isto depende de um referencial e não pode ser considerado como uma verdade absoluta. Na realidade todos nós temos ambos os lados em nosso próprio íntimo. Isso é colocado de maneira muito clara na saga de Guerra nas Estrelas: qualquer um, a qualquer momento, pode se voltar para o Lado Negro da Força. Segundo Yoda, o Lado Negro é mais fácil, por isso mais atrativo. Realmente, na vida real podemos observar que fazer as coisas de forma considerada não-correta pela sociedade não é tão difícil quanto seguir as regras. Roubar é mais fácil do que trabalhar. Enganar é mais fácil do que fazer um trabalho sério. Esse é o grande atrativo do Lado Negro (que está cada vez mais seguido, hoje em dia…). Mas da mesma forma como é fácil cair no Lado Negro, o retorno ao Lado Claro é muito penoso. Em O Retorno de Jedi, Luke consegue finalmente trazer seu pai, Anakin Skywalker, de volta para o Lado Claro apelando para os bons sentimentos que ele ainda guarda dentro de si. Dessa forma, ele deixa de ser Darth Vader e volta a ser Anakin, o Jedi. Isso é mostrado no final do filme, quando aparecem Obi-Wan, Yoda e Anakin em forma astral. Ele finalmente conseguiu seu lugar ao lado dos Jedi.

Dentro do Taoismo, o mal existe como um afastamento do Tao. Isso está bem claro no Tao Te Ching:
Por isso, à perda do Caminho segue-se então a Virtude
À perda da Virtude segue-se então a Bondade
À perda da Bondade segue-se então a Justiça
À perda da Justiça segue-se então a Polidez
Assim a Polidez é o empobrecimento da fidelidade e da confiança

É o princípio da confusão
Daodejing, Cap 38
Perceba que ao afastamento do Caminho (Tao) segue-se uma contínua regressão moral. A Virtude, a Bondade e a Justiça nada mais são do que recursos utilizados para tentar compensar a perda do contato com o Absoluto. Essa passagem poderia ser mais claramente compreendida dessa forma: ao afastamento do Tao segue-se a Virtude; quando a Virtude não é suficiente, é necessário se apoiar na Bondade; quando a Bondade não é suficiente, é necessário prescrever leis e criar a Justiça; quando a Justiça e as leis não são suficientes e nem respeitadas, é necessário ao menos se apoiar na Polidez, uma polidez superficial que mesmo assim não é suficiente para manter alto o padrão moral humano. Quando a pessoa tem que se apoiar na superficialidade da Polidez, se instaura a “confusão”, ou seja, o caos na vida da pessoa, que passa a viver de aparências e sem o apoio de suas virtudes maiores.
O mergulho no Lado Negro da Força é um caminho que se profunda facilmente e do qual é muito difícil regressar.
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Gilberto Antônio Silva é Parapsicólogo, Terapeuta e Jornalista. Como Taoista, atua amplamente na pesquisa e divulgação desta fantástica cultura chinesa através de cursos, palestras e artigos. É autor de 14 livros, a maioria sobre cultura oriental e Taoismo. Sites: www.taoismo.org e www.laoshan.com.br

#StarWars #Tao #taoísmo

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As Quatro Correntes da Umbanda

As quatro quatro correntes de Umbanda

Se a Umbanda é uma religião nova, seus valores religiosos fundamentais são ancestrais e foram herdados de culturas religiosas anteriores ao Cristianismo.

A Umbanda tem na sua base de informação os cultos afros, os cultos nativos, a doutrina espírita kardecista, a religião católica e um pouco da religião oriental (budismo e hinduísmo) e também da magia, pois é uma religião magística por excelência o que a distingue e a honra, porque dentro dos seus templos a magia é combatida e anulada pelos espíritos que neles se manifestam incorporando nos seus médiuns.

Dos elementos formadores das bases da Umbanda surgiram as sua principais correntes religiosas, as quais interpretamos assim:

1ª Corrente: Formada pelos espíritos nativos que aqui viviam antes da chegada dos estrangeiros conquistadores. Esses espíritos já conheciam o fenômeno da mediunidade de incorporação, pois o xamanismo multimilenar já era praticado pelos seus pajés em suas cerimônias. Eles já acreditavam na imortalidade do espírito, na existência do mundo sobrenatural e na capacidade de “os mortos” interferirem na vida dos encarnados. Também acreditavam na existência de divindades associadas a aspectos da natureza e da Criação Divina. Tinham um panteão ao qual temiam, respeitavam e recorriam sempre que se sentiam ameaçados pela natureza, pelos inimigos ou pelo mundo sobrenatural. Também acreditavam na existência de espíritos malignos e de demônios infernais, mas sem a elaboração da religião cristã que aqui se estabeleceu.

2ª Corrente: Os cultos de nação africana, sem contato com os nativos brasileiros, tinham essas mesmas crenças, só que mais elaboradas e muito bem definidas. Seus sacerdotes praticavam rituais e magias para equilibrar as influências do mundo sobrenatural sobre o mundo terreno e também para equilibrar as pessoas.

Acreditavam na imortalidade dos es­píritos e no poder deles sobre os encarnados, chegando mesmo a criar um culto para eles (o culto de egungum dos povos nigerianos).

Também cultuavam os ancestrais por meios de ritos elaboradíssimos e que perduram até hoje, pois são um dos pilares de suas crenças religiosas.

Sua cultura era transmitida oralmente de pai para filho, na forma de lendas, preservando conhecimentos muito antigos, como a criação do mundo, dos homens e até eventos análogos ao dilúvio bíblico.

A Umbanda herdou dos cultos de nação afro o seu vasto panteão Divino e tem no culto às divindades de Deus um dos seus fundamentos religiosos, tendo desenvolvido rituais próprios do religamento do encarnado com sua divindade.

O panteão Divino dos cultos afros era pontificado por um Ser Supremo e povoado por divindades quês são os executores e manifestadores Dele junto aos seres humanos, assim como são seus auxiliares Divinos que o ajudaram na concretização do mundo material, demonstrando-nos que, de forma simples, tinham uma noção exata, ainda que limitada por fatores culturais, da forma como se nos mostra Deus e seu universo Divino.

3ª Corrente: Formada pelos kar­decistas de mesa, que incorporavam espíritos de índios, de ex-excravos negros, de orientais, etc. Criaram a corrente denominada “Umbanda Branca”, nos moldes espíritas, mas na qual aceitavam a manifestação de caboclos, pretos-velhos e crianças.

Esta corrente pode ser descrita como um meio termo entre o espiritismo, os cultos nativos e os afros, pois se fundamenta na doutrina cristã, mas cultua valores religiosos herdados dos índios e negros.

Não abre seus cultos com cantos e atabaques, mas sim com orações a Jesus Cristo. As suas sessões são mais próximas dos kardecistas que das um­bandistas genuínas, que usam cantos, palmas e atabaques. Seus membros se identificam como Espíritas de Umbanda.

4ª Corrente: A magia é comum a toda a humanidade e as pessoas recorrem a ela sempre que se sentem ameaçadas por fatores desconhecidos ou pelo mundo sobrenatural, principalmente pela atuação de espíritos malignos e por processos de magia negra ou negativa.

Dentro da Umbanda, o uso da magia branca ou magia positiva se disseminou de forma tão abrangente que se tornou parte da religião, sendo impossível separar os trabalhos religiosos espirituais puros dos trabalhos espirituais mágicos. Muitas pessoas desconhecem a magia classificada como magia religiosa. Mas esta nada mais é que a fusão da religião com a magia.

Estas são as principais correntes religiosas e doutrinarias que formam as bases da Umbanda. E isso sem falarmos do sincretismo religioso, pela qual a religião católica nos forneceu as suas imagens que, colocadas em nossos altares, facilitaram o processo de transição de católicos para a Umbanda.

A estrutura religiosa espiritual da Umbanda já está pronta e só falta ser estruturada aqui, no plano material, para dar-lhe uma feição uniforme, quando seus valores religiosos e seus fundamentos Divinos serão definitivos, deixando de mudar ao sabor das suas correntes mais expressivas.

Os mensageiros espirituais nos alertam que esta estruturação deve ser feita de forma lenta e muito bem pensada. Nós temos certeza de que no futuro a Umbanda terá uma feição religiosa muito bem definida, pois suas correntes formadoras se unificarão e se uniformizarão, fortalecendo a Umbanda como religião.

Texto extraído do livro do autor “Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada – A Religião dos mistérios – Um hino de amor à vida”. – Editora Madras
Rubens Saraceni, Umbanda

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