Como Vencer Qualquer Debate Sem Precisar Ter Um Pingo de Razão

Toda verdade passa por três estágios:

No primeiro ela é ridicularizada.
No segundo é rejeitada com violência.
No terceiro é aceita como algo óbvio e evidente por si própria.

– Arthur Schopenhauer

 

ENtãO, vOCê QuRE sER o tROLLzÃo DA INTerNeT?
– Sr. Meias

 

Estou escrevendo isto na última semana de outubro de 2018, logo o primeiro parágrafo oficial começa com: “acabamos de passar pela cólica de diarréia mais estranha que a Realidade já teve, os incultos nas artes ocultas, os não ligados ao ocultismo, os prisioneiros do véu de Maya chamaram simplesmente de as eleições mais sinistras da democracia do Brasil…” Este parágrafo que você lê agora, então, não é o primeiro parágrafo do texto. Ele serve apenas para localizar o que você vai ler no tempo para não ter nenhum desavisado[1] pensando “mas do que ele está falando? Não teve eleição agora!” e pode ser ignorado! Vamos ao primeiro parágrafo de verdade agora:

Acabamos de passar pela cólica de diarréia mais estranha que a Realidade já teve, os incultos nas artes ocultas, os não ligados ao ocultismo, os prisioneiros do véu de Maya chamaram simplesmente de as eleições mais sinistras da democracia do Brasil. Além de qualquer importância histórica ou democrática, essas eleições tiveram uma importância fundamental para nos mostrar 2 coisas:

1- O Brasil não precisa ter medo de uma ditadura ou um governo autoritário psicopata de direita ou esquerda: o próprio povo já faz o papel do líder fanático torturando, atacando, desacreditando e massacrando a sim mesmo ANTES DE QUALQUER RESULTADO DE ELEIÇÃO!

E

2- Um deputado hoje ganha um salário de R$33.763,00 reais. Além disso, durante o exercício do mandato cada deputado tem mais uma cota para o exercício da atividade parlamentar (conhecida como Ceap). O valor depende do estado de cada deputado por causa dos valores das passagens aéreas, para ter ideia os representantes do Distrito Federal recebem a menor quantia (R$30.788,66) enquanto os de Roraima recebem a maior (R$45.612,53). Além disso cada um recebe mais R$106.866,59 por mês para gastar com a contratação de secretários para sí. Mais R$4.253,00 de auxílio moradia. Fora isso tem mais algumas regalias como Ajuda de custo: no início e no fim do mandato, o parlamentar recebe ajuda de custo equivalente ao valor mensal da remuneração. A ajuda é destinada a compensar as despesas com mudança e transporte. E no fim ainda ganham uma Aposentadoria: a lei do Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC – Lei 9.506/97) prevê aposentadoria com proventos proporcionais ao tempo de mandato.

Isso é o dinheiro que ganha um deputado. Não um senador, não um presidente não um milionário… um mero deputado. Pegue uma calculadora e faça a conta.

De cara vemos que a primeira coisa só nos diz respeito a nossos vizinhos e parentes, colegas de trabalho e cônjuges. Já a segunda coisa nos diz respeito a podermos ganhar tanto dinheiro que a lei dos homens vai deixar de significar qualquer coisa para nós. É dinheiro no bolso e você nem precisa ser competente ou bom no que faz. Sério. Passa uma semana assistindo a TV Câmara e pense que cada tiozinho e tiazinha que você vê está com cara de saco cheio tem a conta bancária muito mais cheia do que o saco. Do que a sua 🙂

Nem terminou de ler o texto e já decidiu que quer entrar para a política junto com o tiozinho da borracharia, o dono da churrascaria e aqueles caras que fazem santinhos com a foto do Faustão e o número de chapa deles? Ótimo!

Vamos então te dar o curso completo de como entrar para vencer. Como vencer. Como virar um ator da TV Câmara!

 

LIÇÃO 1

Com quantos paus se elege um deputado?

Nas eleições para a Presidência, os governos estaduais, as prefeituras e o Senado, um voto corresponde a um voto. Nas eleições para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa, não é bem assim. O sistema proporcional adotado no Brasil faz com que um deputado federal por São Paulo, por exemplo, represente 432.000 habitantes, enquanto um colega eleito por Roraima representa 33.000 pessoas.

As distorções nas eleições proporcionais têm origem no chamado quociente (ou coeficiente) eleitoral e são agravadas pela existência de limites para as representações estaduais, que podem ser de no mínimo oito e de no máximo 70.

O quociente eleitoral indica quais partidos terão direito a ocupar vagas no legislativo e é obtido a partir da divisão do total de votos válidos – excluindo nulos e em branco – pelo número de cadeiras a serem preenchidas. São Paulo, por exemplo, tem direito à 70 vagas na Câmara. Caso 30 milhões dos 33 milhões eleitores do estado compareçam às urnas em 2010 (e não haja nenhum voto nulo ou em branco) o quociente será de 430 mil: ou seja, a cada 430 mil votos o partido elege um deputado, caso não atinja essa marca, não terá representantes.

Já, para saber quantas vagas caberão a cada legenda que atingiu o coeficiente eleitoral, calcula-se o quociente partidário: é só dividir o número de votos que o partido recebeu (soma dos votos de todos os seus candidatos, mais aqueles dados à legenda) pelo quociente eleitoral do estado.

A partir do exemplo descrito acima se um partido qualquer de São Paulo alcançar 900 mil votos, ele terá direito a duas vagas na Câmara. É por isso que, no Brasil, um candidato que recebe mais de 100.000 votos pode não se eleger, enquanto outro com menos de 100 consegue uma vaga.

Pronto. Fim da lição 1. Você achou que seria longa e chata e se deu mal. Foi curta e legal. Curta porque tem 5 parágrafos rápidos. Legal porque te mostra como traçar sua estratégia geográfica: se candidatar em uma área com menos habitantes significa que você precisa de menos votos, se for uma área pequena longe do DF significa que você vai ganhar uma Ceap maior.

Ótimo, agora vamos para a lição 2

 

LIÇÃO 2

Com quantos paus se faz uma eleição?

É claro que você encontrará concorrência, afinal não precisa ser muito inteligente para ver como ser um candidato eleito tem vantagens. E não falamos apenas das vantagens óbvias como poder fazer suruba sem se mexer, mas das vantagens financeiras! Assim muitas pessoas vão entrar na briga com você, mas quantas pessoas exatamente? Quantas pedras entram no seu sapato se você decidir abraçar a vida pública?

Nas eleições de 2018 o Acre teve 445 candidatos concorrendo a Deputado Estadual. São Paulo teve 2047. Roraima, os que recebem a maior Ceap: 458.

Você vê que mesmo no Acre teria que concorrer com 445 candidatos dos quais

24 foram eleitos – e desses 12 reeleitos. Numa linguagem jovem que todo mundo que já prestou vestibular entende, no acre seriam 18 candidatos por vaga.

Em São Paulo são 70 cadeiras, 46 a mais que o Acre, e você as disputaria com outros 2047 concorrentes: 29 candidatos disputando cada vaga.

Faça a lição então e busque a proporção mais interessante de candidatos por cadeira para ver onde você teria brigas mais interessantes e podemos ir para a lição 3.

 

LIÇÃO 3

Com quantos paus se faz uma suruba?

Em qualquer disputa eleitoral você vai depender de basicamente 2 coisas:

1- Seu plano de mandato, aquilo que você acredita e representa, sua integridade e sua moral, sua capacidade de exercer o cargo, etc. etc. etc.

e

2- Como você se sai em todo e qualquer debate.

Lembre-se que você vive em um mundo onde as pessoas preferem estar juntas do que estar certas. Lembre-se que a psicologia humana se utiliza de termos como “comportamento de manada”, “Olocracia” e “tirania da maioria” quando o assunto é viver a vida e votar em alguém.

Assim, antes de ser bom, bonito ou inteligente o vencedor é aquele que mostra o quão ruim, feio e burro são os seus oponentes e acredite isto não é exagero – a não ser que você ache que Alexandre Frota e Tiririca são mesmo exemplos de ótimos … não sei o que dizer aqui… bem a não ser que ache que Frota e Tiririca sejam ótimos exemplos que qualquer outra coisa além do que escrevi até aqui!

A lição 3, esta que você lê agora, então é a última e mais importante deste curso. Nela vou resumir em 23 estratagemas a arte de Como Vencer Qualquer Debate Sem Precisar Ter Um Pingo de Razão – dai tiro o nome do artigo.

Você não precisa ser culto. Você não precisa ser erudito. Você não precisa ser inteligente. Você não precisa ser um bom estrategista, nem um mal estrategista… diabos, você nem precisa saber o que “estrategista” significa!

O mais lindo é que você pode usar nossos pequenos estratagemas para ser simplesmente aquele chato com quem ninguém mais tem saco de conversar. O senhor ou senhora da Razão. Se dominar com maestria o que vou ensinar as empresas de telemarketing vão ter medo de ligar para você – mesmo a NET ou a VIVO ou o Santander!

Pois bem se prepara então e vamos cair de boca nos “principais esquemas argumentativos enganosos que os maus filósofos utilizam, com razoável sucesso, para persuadir o público de que 2 + 2 = 5.

De hoje em diante a “arte de discutir” vai se tornar, em suas mãos, “a arte de discutir de modo a vencer” – per fas et per nefas (por meios lícitos ou ilícitos)”. Como acima, usarei termos em latim não apenas para parecer mais inteligente do que você, mas porquê eles trazem significados importantes fáceis de serem pesquisados e mostram como um pouco de palavras diferentes podem tornar o seu discurso ainda mais potente! Pesquise-as se quiser.

 

ESTRATAGEMA 1

Ampliação indevida ou Expansão

Levar a afirmação do adversário para além de seu limite natural, interpretá-la da maneira mais genérica possível, tomá-la no sentido mais amplo possível e exagerá-la; inversamente, concentrar a própria afirmação no sentido mais limitado, no limite mais restrito possível; pois, quanto mais genérica se torna uma afirmação, a mais ataques ela fica exposta. O antídoto é a colocação exata dos puncti (Latim; pontos, terminação, fim) ou status controversiae (Latim; controvérsia, no caso, apontar a controvérsia, contradição)

Exemplo:
Candidato A diz que as drogas devem ser legalizadas. Você deve dizer que, como os traficantes usualmente cometem homicídios, sequestros, extorsões, etc, o candidato A está sugerindo os bandidos devem ser perdoados por todos esses crimes.

Comentário:
O argumento a favor da legalização propõe o fim de um único crime: o comércio de determinadas substâncias. Nada foi dito em relação aos demais crimes, pois supõe-se que estes devam permanecer proibidos.

Está percebendo como a coisa funciona? Está vendo para onde vamos te levar?

 

ESTRATAGEMA 2

Homonímia sutil

Homonímia são palavras que possuem a mesma grafia ou a mesma pronúncia, mas com significados diferentes entre si: manga a fruta e manga da camisa, sessão que indica período de tempo e seção que indica um departamento, etc.

Use a homonímia para tornar a afirmação apresentada pelo concorrente extensiva também àquilo que, fora a identidade de nome, pouco ou nada tem em comum com a coisa de que se trata; depois refutar com ênfase esta afirmação e dar a impressão de ter refutado a primeira.

Exemplo:
Candidato A diz que pretende combater o sistema que gera prejuízo à sociedade. Você deve dizer que a esquerda usa a palavra “sistema” para se referir ao “sistema capitalista” que consiste do livre mercado, propriedade privada, direito a emprego, busca do lucro, etc. Logo seu concorrente, obviamente o pior dos comunistas, deseja combater o seu direito ao emprego, à propriedade privada, etc…

Comentário:
Obviamente o concorrente está tratando da cultura da imoralidade e da impunidade, que permite que o crime se alastre, contando com o apoio de políticos e policiais corruptos, mas o público nem vai se atentar a isso se seu rosto ficar vermelho e suas veias saltarem enquanto você o critica.

 

ESTRATAGEMA 3

Mudança de modo

A afirmação que foi apresentada em modo relativo … é tomada como se tivesse sido apresentada em modo absoluto, universalmente …, ou pelo menos é compreendida em um sentido totalmente diferente, e assim refutada com base neste segundo contexto.” Isto faz com que “o adversário, na realidade, fala de uma coisa distinta daquela que se havia colocado. Quando nos deixamos levar por este ‘’estratagema’’, cometemos, então, uma ‘’ignoratio elenchi’’ (ignorância do contra-argumento).

Exemplo: 

Candidato A defende a descriminalização do aborto. Você deve argumentar que ao descriminalizar o assassinato de crianças dentro do útero da própria mãe o homicídio de qualquer natureza será descriminalizado.

 

ESTRATAGEMA 4

Pré-silogismos

Silogismos são a ‘conexão de ideias’ o ‘raciocínio’, necessários para a argumentação lógica perfeita.

Quando desejar chegar a uma certa conclusão, evite que esta seja prevista, e trabalhe de forma que o adversário, sem percebê-lo, admita as premissas uma de cada vez e dispersas sem ordem na conversação.

Para isso apresente as premissas dessas premissas e faça uso de pré-silogismos; fazer com que as premissas de vários desses pré-silogismos sejam aceitas de modo desordenado e confuso, ocultando, portanto, o próprio jogo até que tudo o que se necessita esteja admitido.

Quando o seu concorrente admitir que cada pedaço de coisa que você falou faz sentido, ordene sua lógica e agradeça a ele por concordar que sua ideia – por mais esdrúxula que seja – é melhor do que a dele próprio.

 

ESTRATAGEMA 5

Uso intencional de premissas falsas

Pode-se, para comprovar as próprias “proposições, fazer antes uso de proposições falsas, se o adversário não quiser aceitar as verdadeiras, seja porque percebe que delas a tese será deduzida como conseqüência imediata. Então adote proposições que são falsas em si mesmas mas verdadeiras ad hominem, e argumente ex concessis, a partir do modo de pensar do adversário.”

 

ESTRATAGEMA 6

Petição de princípio oculta

Petitio principii é uma retórica falaciosa que consiste em afirmar uma tese que se pretende demonstrar verdadeira na conclusão do argumento, já partindo do princípio que essa mesma conclusão seja verdadeira em uma das premissas.

Você deve ocultar uma petitio principii, ao postular o que deseja provar:

  1. usando um nome distinto ou ainda usando conceitos intercambiáveis;
  2. fazendo com que se aceite de um modo geral aquilo que é controvertido num caso particular;
  3. se, em contrapartida, duas coisas são consequência uma da outra, demonstraremos uma postulando a outra;
  4. se precisamos demonstrar uma verdade geral e fazemos que se admitam todas as particulares (o contrário do número 2).

ESTRATAGEMA 7

Perguntas em desordem

Quando a disputa é conduzida de modo rigoroso e formal e queremos fazer com que nos entendam com perfeita clareza, então aquele que apresentou a afirmação e deve prová-la procede contra o adversário fazendo perguntas para concluir a verdade a partir das próprias concessões do adversário. Simplesmente faça de uma só vez muitas perguntas pormenorizadas, e oculte o que, na realidade, quer que seja admitido.

 

ESTRATAGEMA 8

Encolerizar o adversário

Provoque a cólera do adversário, para que, em sua fúria, ele não seja capaz de raciocinar corretamente e perceber sua própria vantagem.

 

ESTRATAGEMA 9

Perguntas em ordem alterada

Dê uma de louco! Ouça o que seu concorrente diz e ao invés de começar a questioná-lo de forma lógica e racional faça perguntas numa ordem diferente da exigida pela razão que levaria à conclusão que dela pretendemos, com mudanças de todo tipo; assim, o adversário não conseguirá saber aonde queremos chegar e não poderá se defender de seus ataques.

 

ESTRATAGEMA 10

Pista falsa

Se percebemos que o adversário, intencionalmente, responde pela negativa às perguntas cuja resposta afirmativa poderia confirmar nossas proposições, então devemos perguntar o contrário da proposição que queremos usar, como se quiséssemos que fosse aprovada, ou então, pelo menos, por as duas à escolha, de modo que não se perceba qual delas queremos afirmar. Você não gosta de não colocar açúcar no seu café?

 

ESTRATAGEMA 11

Salto indutivo

Se o adversário já aceitar casos particulares, não “perguntar-lhe se admite também a verdade geral” derivada dos casos particulares; introduzi-la “como se estivesse estabelecida e aceita”.

 

ESTRATAGEMA 12

Manipulação semântica

Faça o concorrente trabalhar para você associando a um termo um conjunto de significados diferentes do original, significados que mostrem que você é a escolha certa. Com isso, o termo já conterá, em si, a conclusão a que se quer chegar de que até a concorrência te apóia.

 

ESTRATAGEMA 13

Alternativa forçada

Apresentar ao adversário uma alternativa menos provável que sua própria. Faça com que ele comece a debater essa alternativa como se a defendesse. Faça ele chegar à conclusão de que a sua alternativa é melhor do que a que ele estava discutindo como se fosse dele. Sorria para as câmeras.

 

ESTRATAGEMA 14

Falsa proclamação de vitória

Non causae ut causae – tratar como prova o que não é prova!

Uso as respostas tolas de seu concorrente – geralmente resultado de sua timidez ou ingenuidade – e passe a falsa certeza de que você venceu o debate.

Esta técnica também pode ser usada como castigo para o concorrente com uma leve modificação: faça muitas perguntas e, mesmo sem obter respostas favoráveis, ou mesmo mínimas respostas, proclame o reconhecimento da tese apresentada.

 

ESTRATAGEMA  15

Anulação do paradoxo

Para triunfar, faz-se uma redução ad absurdum.

Basta que você assuma uma ou mais hipóteses a partir de qualquer coisa que o concorrente diga e, a partir destas, deriva uma consequência absurda ou ridícula, e então conclui que a suposição original deve estar errada “como qualquer tolo pode ver”. Neste estratagema quanto mais criativo você for, melhores os resultados!

 

ESTRATAGEMA 16

Uso intencional da mutatio controversiae

Estratagema que consiste em “interromper o debate a tempo” quando se está ameaçado de ser abatido, sair do debate “ou desviá-lo e levá-lo para outra questão”.

 

ESTRATAGEMA 17

Fuga do específico para o universal

Por exemplo, “se temos de dizer por que uma determinada hipótese física não é crível, falaremos da incerteza geral do saber humano, ilustrando-a com toda sorte de exemplos.”

 

ESTRATAGEMA 18

Falsa reductio ad absurdum

É o estratagema 15 entupido de esteróides! Tire falsas conclusões absurdas dos argumentos do adversário. Com isso você refuta essas conclusões, fazendo tudo parecer uma reductio ad absurdum.

 

ESTRATAGEMA 19

Retorsio argumenti

Usar o argumento do adversário contra ele próprio, sempre que isso for possível. E acredite, SEMPRE É POSSÍVEL!

 

ESTRATAGEMA 20

Argumento ad auditores

Apresentar uma objeção falsa, mas cuja falsidade somente poderia ser percebida por um auditório capacitado no assunto em questão.

Exemplo:
Qualquer político que use qualquer ou todos os argumentos de ONGs e ambientalistas, que dizem que é preciso reduzir a emissão de gás carbônico a fim de reduzir o efeito estufa (e, consequentemente o aquecimento global).

Comentário:
Enquanto 50% dos cientistas defende que as causas e o próprio aquecimento global serão a ruína do planeta ou outros 50% dos cientistas questionam as causas e a própria existência do fenômeno. Ou seja, apesar de ser politicamente incorreto ou mesmo socialmente de mal gosto o aquecimento global ainda é uma incógnita, não sabemos o que o causa ou o que mesmo ele é. Mesmo assim o argumento é sempre apresentado à plateia leiga como se fosse consensual e o melhor é ainda encerrar afirmando que não há convergência científica sobre o assunto quando na verdade há.

Em resumo:
80% das pessoas costumam acreditar em qualquer dado seguido de um símbolo de ‘%’ sem se preocupar em checar a sua veracidade, inclusive neste resumo.

 

ESTRATAGEMA 21

Negação da teoria na prática

Aceite os fundamentos de um argumento apresentado, mas negue que eles possam ser colocados em prática. Se utilize do ESTRATAGEMA 20 sempre que precisar parecer melhor informado.

Exemplo:

Você diz que o Estado deve proibir a produção de anúncios que tem como público alvo crianças com menos de 14 anos porque elas não tem capacidade de discernir um anúncio publicitário de uma peça de entretenimento, e assim as empresas obrigam as crianças a se tornarem defensoras de suas marcas, etc.

Seu concorrente contesta dizendo que você está totalmente correto: “a infância é muito bela e importante para ser corrompida” mas… é dever dos pais fazer essa vigilância e explicar a diferença entre uma propaganda e um programa infantil. Os pais é que devem ensinar os filhos a serem consumidores conscientes.

Você simplesmente responde: “Ah, se na prática fosse assim…”

Obs.: O tom irônico é fundamental para dar força a este estratagema. O sarcasmo ajuda a esconder o sofisma: se na prática os pais não são capazes de cuidar de seus próprios filhos, tanto menos será o Estado, que tem provado consistentemente sua incompetência em toda as áreas, em particular na educação das crianças.

Este estratagema é ótimo porque pode, em muitos casos, cortar ataques que você pode receber do concorrente. “Ah claro… se o mundo fosse assim…”

 

ESTRATAGEMA 22

Discurso incompreensível

Desconcertar, aturdir o adversário com um caudal de palavras sem sentido. Isto baseia-se em que, ‘normalmente o homem, ao escutar apenas palavras, acredita que também deve haver nelas algo para pensar’ (Goethe, Fausto)

 

ESTRATAGEMA 23

Último estratagema: Ofensas pessoais

E, caso o debate se mostre totalmente uma perda de tempo: ataque seu concorrente pessoalmente, com grosseria e agressividade!

 

 

Conclusão

A maioria dos seres humanos, por terem uma inteligência mediana, recorrem a um ou mais desses estratagemas instintivamente! Ao invés de evitar o horário político nas épocas de eleição o abrace. Procure assistir debates atuais e antigos de candidatos. O Youtube está ai para isso. Como lição de casa tente desmontar cada embate discernindo que estratagema cada um usa em todos os momentos. Torne-se um mestre do ataque e da retórica.
Estude com afinco e logo você poderá se gabar de estar jogando no mesmo time que todos adoram xingar e criticar, mesmo continuando a lhes dar caminhões e mais caminhões de dinheiro todo mês!
Notas:
[1] Por “desavisado” quis dizer idiota, mas acharam que começar um texto chamando as pessoas de idiotas não era “educado”, então escrevi desavisado, mas quero dizer mesmo é idiota.

por Senhor Meias

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/satanismo/como-vencer-qualquer-debate-sem-precisar-ter-um-pingo-de-razao/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/satanismo/como-vencer-qualquer-debate-sem-precisar-ter-um-pingo-de-razao/

A Magia de ARBATEL

Tradução, organização edição, comentários por
Robson Bélli [1]

Arbatel de magia veterum

A Magia de ARBATEL:

Ou ainda,

A Sabedoria Espiritual dos Antigos,
bem como Sábios do povo de Deus,
como magos dos gentios:
para a ilustração da glória de Deus e seu amor à humanidade.

Agora, antes de tudo, produzido das trevas para a luz, contra todos os feiticeiros malignos e desprezadores dos dons de Deus; para proveito e deleite de todos aqueles que amam verdadeira e piedosamente as criaturas de Deus e as usam com ações de graças, para honra de Deus e proveito de si mesmos e de seus próximos.

INDEX

Conteúdo

Contendo os nove volumes (tomos) e os sete ternários de aforismos.

O primeiro volume (tomo) chama-se ISAGOGE, ou o livro dos princípios (gerais) da magia, ou do (mundo) espiritual que em quarenta e os nove aforismos gerais que abarcam os ensinamentos da arte.

O segundo volume chama-se Magia Microcósmica: O que é o microcosmo e como realizar sua magia, que é a sabedoria espiritual, através de seu próprio espírito e do espírito guardião (SAG) ligado a ele desde o nascimento, isto é, com a sabedoria espiritual.

O terceiro volume é a MAGIA OLÍMPICA, como se pode pratica-la e submeter os espíritos do Olimpo.

O quarto volume é A MAGIA DE HESIODO E HOMERO, que ensina as operações por meio de espíritos chamados Eudaemons (bons daemons). Eles não são hostis à espécie humana.

O quinto volume  é a MAGIA ROMANA ou SIBILINA, que discute e trabalha com os espíritos guardiões e Senhores, a quem é distribuído o orbe da Terra. Esta magia é muito distinta. Aqui também são referidos os ensinamentos dos druidas.

O sexto volume é a MAGIA PITAGÓRICA, que os espíritos só atendem a quem é atribuído o ensino de artes como a cura, a medicina, a matemática, a alquimia e artes afins.

O sétimo volume é a MAGIA DE APOLÔNIO e similares, que se sobrepõe à magia romana e microcósmica. Tem apenas uma distinção, pois tem poder sobre os espíritos hostis à raça humana.

O oitavo volume é sobre MAGIA HERMETICA, que é EGÍPCIA, e não está muito longe da magia divina. Isso revela deuses de todos os tipos, que habitam os templos.

O nono volume é aquela SABEDORIA, que depende apenas da palavra de DEUS, e se chama profética.

O primeiro volume dos tomos do Arbatel Relativo à Magia chamada Isagoge.

No nome (YHWH) do criador do visível e do invisível, que revela seus mistérios e segredos de seus tesouros, quando chamado, e como um pai, e com clemência nos concede sem medida. Que ele nos dê, por meio de seu filho unigênito nosso Senhor Jesus ​​Cristo, seus espíritos ministradores que revelam os segredos, para que possamos nos comprometer a escrever o livro de ARBATEL (anjo) – sobre os maiores segredos que a lei divina permite que a humanidade conheça e use sem ofensa à Deus. Amém.

O PRIMEIRO DOS SETENÁRIOS.

Aforismo 01. Sobre segredos

Quem deseja saber os segredos, precisa saber guardar segredos, revelando o que pode ser revelado, selando o que pode ser selado, e não dando aos cães o que é sagrado; não jogue pérolas aos porcos (citando Mateus 7:6). Observe esta lei, e os olhos de sua mente se abrirão para você entenda os segredos, e você ouvirá divinamente revelado tudo o que sua mente desejar. Você também encontrará os anjos de Deus e os espíritos mais prontos e dispostos em sua natureza para ensinar a você, tanto quanto qualquer mente humana poderia desejar.

Aforismo 02. Invocar no nome do Senhor

Em todas as coisas invoque o nome do Senhor, e você não deve desejar empreender ou realizar nada sem a invocação de DEUS por meio de seu Filho unigênito.” Portanto, use os espíritos dados a você e designados como ministros, sem temeridade ou presunção, com o devido respeito para com o senhor dos espíritos, tanto quanto você dá a Deus. E termine o resto de sua vida pacificamente, para a honra de Deus e para o benefício de si mesmo e de seu próximo.

Aforismo 03. Modo de vida

Viva para si e para as Musas; evite a amizade das massas e multidões. Seja mesquinho com o seu tempo. Seja benéfico para todas as pessoas. Use seus dons. Seja diligente em sua vocação (verdadeira vontade). Nunca se permita que as palavras de Deus deixem seus lábios.

Aforismo 04. Sobre ser

Preste atenção àqueles com bons conselhos. Evite toda procrastinação.

Acostume-se a ser perseverante e sério, tanto em suas palavras quanto em suas ações. Resista às tentações do tentador (o diabo) através da palavra de Deus. Fuja do mundano; busque as coisas celestiais. Não confie em sua própria sabedoria, mas observe à Deus em tudo, seguindo a opinião das Escrituras: “Quando não sabemos o que fazer, levantamos nossos olhos para você, ó Deus, e de você esperamos ajuda”. Pois onde a ajuda humana nos abandona, ali resplandece a ajuda de Deus. O segundo ditado de Filo.

Aforismo 05. Cuidados

“Ame o Senhor seu Deus com todo o seu coração e com todas as suas forças o seu próximo como a si mesmo” e o Senhor cuidará de você como a pupila de seus olhos, e ele te livrará de todo mal, e ele te encherá novamente com toda a sua bondade, e não há nada que sua alma deseje que não será concedido no futuro, desde que sirva para a salvação do corpo e da alma.

Aforismo 06. Aprendizado

O que quer que você tenha aprendido, repita-o com frequência, e fixe em sua mente, e aprenda muito, mas não muitas coisas, porque a mente humana não pode ser igualmente capaz em todas as coisas, a menos que você seja capaz de ser divinamente renovado. Para ele não há nada que seja tão árduo ou complexo quanto o que ele é.

Aforismo 07. Ignorancia

“e clame a mim no dia da angústia; eu o livrarei, e você me honrará. ” Salmos 50:15, diz o Senhor. Toda ignorância é apenas a tribulação da mente; portanto, invoque o Senhor em sua ignorância, e ele o ouvirá claramente. E lembre-se de que você atribui a honra a Deus e diz com o salmista: “Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua fidelidade! Salmos 115:1”

O SEGUNDO DOS SETERNARIO

Aforismo 08. Nomes e atribuições

Bem como as Escrituras testificam que, Deus impõe nomes a coisas ou pessoas, e ao mesmo tempo dá a eles capacidades (poderes) e certas responsabilidades. Assim, os caracteres e nomes das estrelas não têm poder por causa de sua forma ou como eles são pronunciados, mas por causa do poder e responsabilidade divinamente atribuída em seus nomes e caracteres. De fato, não há poder, seja no céu, ou na terra, ou no inferno, que não provenha de Deus, tal que sem sua benção (ou ajuda) nada pode ser obtido, feito ou trazido à existência.

Aforismo 09. Sabedoria

A sabedoria suprema é a que está em Deus, depois nas criaturas espirituais, depois nas criaturas corpóreas, em quarto lugar a que está na natureza e nas coisas naturais. Os espíritos rebeldes seguem-nas depois de um longo intervalo, que é reservado ao juízo final. Seis são os agentes de punições no inferno, e os obedientes a Deus são sete, os gnomos ocupam o lugar mais baixo, daqueles que habitam entre elementos e são compostos por elementos. Convém ver e reconhecer todas as diferenças da sabedoria do Criador e da Criação, para que propósito devemos escolher cada um, para nosso uso, assim pois certamente (suas capacidades) estarão de acordo, e pode de fato descobrir exatamente como as coisas acontecem: Pois de fato toda criação existe para a utilidade da raça humana e para seu serviço, como atestado pelas escrituras, raciocínio e experimentação.

Aforismo 10. Obediencia

Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra, e de tudo o que é visível e invisível, a Sagrada Escritura relata que ele mesmo é vigilante: E como um pai que ama com ternura seus filhos, ele nos ensina o que pode ser útil, o que não, o que devemos nos afastar, o que abraçar. Então também ele gentilmente nos atrai à obediência com as mais altas perspectivas de benefícios físicos e eternos, e nos impede de coisas que não são benéficas com as perspectivas de punição. Portanto, continue revirando em suas mãos a sagrada escritura de noite e de dia, para que você seja feliz e abençoado, tanto no presente como por toda a eternidade. Faça isso e você viverá, como as páginas sagradas lhes ensinam.

Aforismo 11. Quaternario (elementos)

O número quaternário é o pitagórico, e o primeiro quadrado. Portanto, colocaremos aqui o fundamento de toda sabedoria, segundo a sabedoria de DEUS revelada nas Sagradas Escrituras, e examinando a natureza. “·Portanto, atribuirei apenas àquele que depende inteiramente de Deus, a sabedoria de todas as criaturas, para servir e obedecer, querendo ou não. E nisso a onipotência de Deus começa a brilhar. Nisto, portanto temos O LIMITE DAS COISAS que consiste em: que a criação cuide DAQUILO QUE NÓS DESEJAMOS. E devemos reconhecer aqueles que estão dispostos a nos servir e ver quais não estão dispostos e, portanto, aprender a adaptar a discrição e os deveres de cada um para nós mesmos. Isto não nos é dado senão divinamente, Há àqueles a quem Deus está disposto a revelar esses segredos; e há aqueles a quem ele não está disposto a conceder nada de seus tesouros, nada pode ser tomado à força.

Portanto, com razão, podemos pedir somente a Deus a ciência espiritual, que misericordiosamente nos concederá. De fato, já que ele nos deu seu Filho e nos ordenou orar por seu Espírito Santo, quanto mais ele nos sujeitará toda a criação, visível e invisível. VOCÊ RECEBERÁ TUDO O QUE PEDIR (parafraseando Mt 21:22, Jo 14:13). Cuide para não fazer mau uso dos dons de Deus, e tudo cooperará para sua preservação. E antes de tudo esteja sempre vigilante nisso, para que seus nomes sejam escritos no céu. É mais trivial que os espíritos lhe obedeçam, como Cristo nos lembra.

Aforismo 12. Ide e não duvide!

No Ato dos Apóstolos, o Espírito diz a Pedro após a Visão, “Vai, e não duvide que eu vos enviei”, quando ele foi intimado por Cornelius o Centurião. Desta maneira, em palavras ditas, todos os ensinos são entregues, pelos santos anjos de Deus, como é perceptível nos monumentos dos Egípcios. E posteriormente estas coisas foram corrompidas com as opiniões humanas; e por instigação dos Espíritos malignos, que semeiam o joio entre os filhos da desobediência, como demonstrado por São Paulo, e Hermes Trismegistus. Não há outra forma de restaurar estas Artes além da doutrina dos santos espíritos de Deus; pois a verdadeira fé vem pelo ouvir (Romanos, 10:17). Mas desde que voce possas estar certo da verdade, e não duvidar se os Espíritos que falam contigo declaram coisas verdadeiras ou falsas, apenas deixa que tua fé dependa de Deus; para que possas dizer como Paulo, Eu sei em quem confio (Romanos, 14:14). Se nenhum pardal pode cair no chão sem a vontade do Pai, que está no Céu, Quanto mais não sofrerá Deus em ti ver enganado, ó voce, homem de pouca fé, se voce dependes inteiramente de Deus, e prende-se a ele? (Mateus 10:29-31, Lucas 12:6-7)

Aforismo 13. Viver

O Senhor vive, e tudo o que vive, vive nele. E ele é verdadeiramente YHWH, que dá ao mundo inteiro para que eles sejam o que são, e somente com a sua Palavra falada, através do Filho, trouxe todas as coisas do nada, para que elas possam existir. Ele chama todas as estrelas, e todas as hostes do céu pelos seus nomes. A quem, portanto, Deus mostrou os NOMES DA CRIAÇÃO, ele conhecerá os verdadeiros poderes e natureza das coisas: a posição e administração de todas as criaturas visíveis e invisíveis. Também permanece que ele recebe de Deus o poder de tomar os poderes da natureza e toda a criação oculta, e produzir ação do poder: Das trevas para a luz. Seu OBJETIVO, portanto, deve ser que você domine os nomes dos espíritos, que é seu ofício e poderes, e como eles estão sujeitos ao seu ministério ou serviço por Deus. Então RAFAEL foi enviado a Tobias para que ele curasse seu pai “, e livrasse seu filho do perigo e persuadisse sua querida esposa. Assim MICHAEL, a “força de Deus”, governa o povo de Deus. GABRIEL, o “mensageiro de Deus”, foi enviado a Daniel, Maria e Zacarias, pai de João Batista, E se voce pedir por isto, a ti será dado, aquele te ensinará tudo aquilo que tua alma desejar, na natureza das coisas. Você deve usar o ministro com respeito e temor ao teu Criador, Redentor e Santificador, isto é, ao Pai, Filho e Espírito Santo: e não deixe escapar qualquer ocasião de aprendizado, e sê vigilante em teu chamado, e tu não desejarás nada além do que é necessário para ti.

Aforismo 14. Obrigações

Tua alma vive eternamente, por meio daquele que vos criou: portanto, clama ao Senhor, teu Deus, e só a ele tu servirás. Isto tu farás, se tu considerares cuidadosamente o fim para o qual Deus te preparou e quais tuas obrigações com Deus e com o teu próximo. Deus requer de ti uma mente sã, para que tu possas honrar o seu Filho, e manter as palavras deste mesmo Filho em teu coração: se tu honrá-lo, então faz a vontade de teu Pai que está no céu. Ao teu próximo você deve os ofícios de benevolência, e que você recebas todos os homens que vierem a ti, para honrar o Filho. Esta é a Lei e os Profetas (Mateus 7:12). E nos momentos apropriados voce deve invocar a Deus como um pai, para que ele dê a ti todas as coisas necessárias desta vida: e voce deves ainda ajudar o teu próximo com os dons que Deus conferiu a ti, sejam eles espirituais ou corporais.

Portanto, assim deves orar:

Ó Senhor do céu e da terra, Autor e Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; Eu, embora indigno, clamo por teu auxílio e te invoco, por meio de teu Filho unigênito, Jesus Cristo, nosso Senhor, para que tu possas conceder a mim o teu Espírito Santo, para que me guie em tua verdade para o bem. Amém.

Pois ardentemente desejo conhecer de forma perfeita as Artes  desta vida; e aquelas coisas que são necessárias para nós, e que estão sobrecarregadas em imensas trevas, e poluídas com infinitas opiniões humanas, pois eu percebo que em meu poder próprio, não sou capaz de alcançar qualquer conhecimento nelas, a menos que tu me ensines: Concede-me, portanto, um dos teus Espíritos, para que possa me ensinar tais coisas, quais anseio por aprender e conhecer, para teu louvor e glória, e o benefício do meu próximo. Concede-me também um coração apto e ensinável, a fim de facilmente eu possa entender as coisas que tu tens me ensinado, e possa escondê-las em meu entendimento, para que  eu possa levá-los adiante, como teus inesgotáveis tesouros, para todos os usos necessários. E concede-me graça, para que eu possa usar tais dons humildemente, com respeito e temor, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, com teu Espírito Santo. Amém.

O TERCEIRO DOS SETERNARIOS

Aforismo 15. Olímpicos

Os Espíritos chamados de Olímpicos são aqueles que habitam nos céus, e nas estrelas do céu: e as funções destes Espíritos é determinar destinos, e gerir casualidades do destino, na medida em que Deus consente e permite: pois nada, nem espírito do mal nem mau destino, será capaz de afligir aquele que possuí o Altíssimo como seu refúgio. Em verdade, qualquer um dos espíritos olímpicos pode ensinar ou afetar tudo o que é pressagiado ou adequado à sua estrela, porém, sem a permissão divina, nada pode ser feito. É somente Deus quem concede a eles o poder de realizar tais coisas. A Deus, o criador de todas as coisas, são obedientes todas as coisas celestiais, sublunares, e infernais. Portanto, apóia-te nisto: Que Deus seja teu guia em todas as coisas que tu fizerdes, e todas as coisas alcançarão um fim próspero e desejado; tal como a história do mundo inteiro atesta, e demonstra diariamente. Há paz para o devoto: não há para o os ímpios, diz o Senhor (Isaías, 42:22, 57:21)

Aforismo 16. As sete autoridades

Existem sete diferentes autoridades de espíritos do Olímpo, a quem Deus sabiamente determinou o governo de toda a estrutura do universo e deste mundo: e suas estrelas visíveis são Aratron, Bethor, Phaleg, Och, Hagith, Ophiel, Phul, de acordo com o discurso Olímpico. Cada um deles possui sob seu comando uma poderosa legião no firmamento.

Aratron senhoria 49 Províncias.

Bethor, 42.

Phaleg, 35.

Och, 28.

Hagith, 21.

Ophiel, 14.

Phul, 7.

Há portanto, 196 Províncias Olímpicas (este conhecimento foi perdido) em todo o Universo, no qual os sete governantes exercem sua influencia: os quais todos são elegantemente demonstrados na Astronomia da graça (obras perdidas de Ptolomeu). Porém, é neste espaço que deve ser explicado, de que maneira estes Príncipes e Poderes podem ser atraídos para comunicação. Aratron surge na primeira hora do Sábado, e de forma muito verdadeira concede respostas sobre suas Províncias e Partes. Do mesmo modo todos os outros aparecerão em ordem em seus dias e horas. Cada um deles também governa 490 anos. O primeiro ciclo iniciou 60 anos antes do Nascimento do Cristo, quando foi o início da regência de Bethor; e ela durou até o ano 430 de Nosso Senhor. Em seguida sucedeu Phaleg, até o 920º ano. Então começa a regência de Och, e continua até o ano de 1410, e desde então rege Hagith até o ano de 1900.

Tabela de regencias

60ac – 430dc Bethor
431dc – 920dc Phaeleg
921dc – 1410dc Och
1411dc – 1900dc Hadith
1901dc – 2390dc Ophiel
2391dc – 2880dc Phul
2881dc – 3370dc Aratron

Aforismo 17. Os principes regentes

Os sete príncipes regentes são evocados somente por meio da magia, no período, dia, e hora em que eles governam visível ou invisivelmente, pelos Nomes e atributos que Deus concedeu a eles; e expondo o simbolo deles, qual eles deram ou confirmaram.

O Regente Aratron possui em seu poder estas coisas, quais ele faz naturalmente, ou  seja, a respeito do mesmo modo e essência das coisas que na Astronomia são atribuídas ao poder de Saturno.

As coisas quais ele faz por sua própria vontade, são estas:

  1. Ele é capaz de converter qualquer coisa em pedra num instante, seja animal ou planta, mantendo o mesmo em sua aparência própria.
  2. Ele transforma tesouros em carvão, e carvão em
  3. Ele concede familiares com um poder
  4. Ele ensina Alquimia, Magia, e
  5. Ele reconcilia os espíritos subterrâneos aos homens; os homens
  6. Ele torna alguém invisível.
  7. O estéril ele torna fecundo, e concede vida

Ele possui 49 Reis sob seu comando, 42 Príncipes, 35 Presidentes, 28 Duques, 21 Ministros, diante dele; 14 familiares, sete Mensageiros: ele comanda 36000 legiões de Espíritos; o número de uma legião é 490.

Bethor governa as coisas que são atribuídas a Júpiter: ele virá rapidamente, ao ser chamado. Aquele que é dignificado com seu sigilo, ele elevará a dignidades muito elevadas, exporá tesouros e garantirá a cooperação dos espíritos aéreos para que eles concedam respostas verdadeiras: eles transportam pedras preciosas de um lugar a outro, e eles produzem remédios que operaram milagres em seus efeitos: ele também concede os familiares do firmamento, e prolonga a vida em 700 anos, se for da vontade de Deus.

Sob seu comando há 42 Reis, 35 Príncipes, 28 Duques, 21 Conselheiros, 14 Ministros, 7 Mensageiros, 29000 legiões de Espíritos.

Phaleg governa as coisas que são atribuídas a Marte, o Príncipe da Paz. Aquele que porta seu sigilo a ele, ele erguerá a grandes honras em questões marciais.

Och governa sobre questões solares; ele dá 600 anos, com saúde perfeita; ele defere grande sabedoria, concede os mais excelentes espíritos; ensina remédios perfeitos: ele converte todas as coisas no mais puro ouro e pedras preciosas: ele concede ouro, e uma bolsa que verte ouro. Aquele que é exaltado com seu sigilo, ele o fará adorado como uma deidade, pelos os Reis de todo o mundo.

Ele possui 36536 legiões sob seu comando: ele governa todas as coisas sozinho: e todos os seus Espíritos o servem há séculos.

Hagith governa as questões relativas a venûs. Aquele que é enobrecido com seu sigilo, ele o fará amável, e adornado com toda beleza. Ele converte cobre em ouro num instante, e ouro em cobre: ele dá espíritos que servem fielmente aqueles a quem eles são entregues.

Há 4000 legiões de Espíritos para ele, e sobre cada mil destes ele determina Reis para suas estações estabelecidas.

Ophiel é o senhor das coisas atribuídas a mercúrio: Seus espíritos constituem cem mil legiões: ele concede espíritos familiares facilmente: ele ensina todas as artes: e aquele que é exaltado com seu sigilo, ele o torna capaz de, num instante, de transformar o Mercúrio na Pedra dos Filósofos.

Phul governa as coisas Lunares; cura edema (hidropsia): Ele transforma todos os metais em prata, em palavra e ação; ele concede espíritos da água, que servem aos homens em forma corpórea e visível; e faz com que os homens vivam 300 anos.

  1. Cada governante age com todos os seus Espíritos, seja naturalmente, sempre da mesma maneira; ou, de outra forma, por seu próprio e livre arbítrio, se Deus os permitir.
  2. Cada governante é capaz de fazer todas as coisas que são feitas naturalmente em muito tempo (muito lentamente), a partir da matéria antes preparada; e também as fazem repentinamente, a partir da matéria nunca antes preparada. Och, como o Príncipe das coisas Solares, elabora ouro nas montanhas em períodos longos; em menos tempo, pela Arte Alquímica; e Magicamente, isto é feito num instante.
  3. O verdadeiro Mago divino pode utilizar todas as criaturas de Deus, e os atributos dos governantes do mundo, à sua própria vontade, pois os governantes do mundo são obedientes a ele, e vêm quando são chamados, e executam os comandos dele: mas Deus é o autor disso e isto não é feito sem a autoridade dele: tal como Josué fez o Sol ficar parado no céu (Josué, 10:12-13).
  4. Eles enviam alguns de seus espíritos aos magos medianos, aos quais eles obedecem apenas em alguns determinados assuntos: mas eles não ouvem os falsos magos, exceto os expondo aos enganos dos mordazes demônios, e os lançando para que mergulhem em perigos, segundo o comando de Deus; como o Profeta Jeremias testifica, em seu oitavo Capítulo.
  5. Em todos os elementos há os sete Governantes com suas hostes, que os movem com movimento igual do firmamento; e os inferiores sempre dependem dos superiores, como é ensinado na Filosofia.
  6. Um homem que é um verdadeiro Mago é gerado como um Mago desde o útero de sua mãe: os outros, que se dão a este ofício, são ineficientes. Eis o que João Batista fala sobre isto: Nenhum homem pode fazer qualquer coisa de si, exceto o que lhe é dado de cima (João, 3:27).
  7. Cada sigilo dado por um Espírito, para qualquer causa que seja, possui sua eficácia naquele assunto para o qual é dado, no tempo instituído: mas ele é para ser utilizado no mesmo dia e hora Planetária a qual ele pertence.
  8. Deus vive, e tua alma vive nele: mantenha a tua Aliança, e tu terás tudo o que o Espírito revelará a ti em Deus, pois todas as coisas que o Espírito te promete deverão ser feitas.

Aforismo 18. Outros espiritos

Há outros nomes dos Espíritos Olímpicos apresentado por outras pessoas; mas estes nomes somente são efetivos para aqueles quais foram entregues, pelo Espírito revelador, visível ou invisível: e eles são entregues a todos conforme estes sejam predestinados:

por essa razão eles são chamados por nomes estelares; e eles raramente possuem qualquer eficácia acima de 140 anos. Por isso, é mais seguro, para os praticantes mais novos na Arte, que eles trabalhem somente pelos atributos dos Espíritos, sem seus nomes; e se eles são predeterminados para alcançar a Arte da Magia, as outras partes da Arte serão oferecidas a eles de acordo com sua vontade. Rogai, pois, por uma fé constante, e Deus fará com que todas as coisas aconteçam no tempo devido.

Aforismo 19. Resguardo

O Olímpo e seus habitantes voluntariamente se apresentam na forma de espíritos, por vontade própria, aos homens, e estão prontos para realizar seus atributos a eles, segundo ou não a vontade deles: mas quantas vezes eles vos atenderão, se são eles apetecidos? Mas também aparecerão espíritos malignos, e destruidores, e isto é causado pela inveja e malícia do demônio; e devido aos homens se fascinarem e atraí-los para si através de seus pecados, como uma punição aos pecadores. Portanto, aquele que deseja familiarmente ter uma conversa com os espíritos, que ele se resguarde dos infames pecados, e implore diligentemente ao Altíssimo para que ele seja seu protetor, e ele romperá todos os laços e impedimentos do demônio: e que ele se dedique ao serviço de Deus, e ele receberá crescimento em sabedoria.

Aforismo 20. Tudo é possivel

 

Todas as coisas são possíveis para aqueles que nelas acreditam, e são desejosos por recebê-las; mas para o incrédulo e relutante, todas as coisas são impossíveis: não há maior obstáculo do que uma mente distraída, leviandade, inconstância, burburinho tolo, embriaguez, luxúrias, e desobediência à Palavra de Deus. Por conseguinte, um mago deve ser uma pessoa que é piedosa, honesta, constante em suas palavras e ações, tendo uma fé firme em direção a Deus, prudente, e ávida de sabedoria e coisas divinas.

Aforismo 21. (RITUAL A SER EXECUTADO)

Quando voce desejar chamar qualquer um dos espíritos Olímpicos, observa (saiba qual o horario) o nascer do sol neste dia (dia apropriado ao espirito), e qual a natureza do espírito que tu desejas; e dizendo a seguinte Oração, teus desejos serão aperfeiçoados.

Deus eterno e onipotente, que determina toda a criação ao teu louvor e glória, e para a salvação do homem, te peço que envie seu espírito (Nome do espirito), da ordem (Nome do planeta), para que me instrua e me ensine as coisas que eu pedir a ele; ou, que ele possa trazer a mim remédio contra a hidropisia, &c. No entanto, que não seja feita a minha vontade, mas a tua, através de Jesus Cristo, teu único Filho, nosso Senhor. Amém.

Mas tu não deves deter o Espírito por mais de uma hora, a menos que ele esteja familiarmente devotado a ti (Seja seu espirito familiar).

[Licença para partir]

Visto que voce veio em paz e quietamente, e respondeu aos meus pedidos; dou graças a Deus, por cujo nome voce veio: e agora voce pode partir em paz para teus comandos; e retornar novamente a mim quando eu chamar por teu nome, ou por tua ordem, ou por teu atributo, que é concedido a ti pelo Criador. Amém.

Eclesiastes, Capítulo 5. Não te precipites com tua boca, nem o teu coração se apresse em pronunciar palavra alguma diante de Deus; pois Deus está nos céus, e tu na terra: Portanto, que tuas palavras sejam poucas, pois um sonho vem de uma multidão de ações, e da multidão de palavras, a voz de um tolo.

O QUARTO DOS SETERNARIOS

 

Aforismo 22. Os segredos espirituais

Aquilo que nós chamamos de segredo, é o que nenhum homem pode alcançar por meio da habilidade humana, sem revelação; aquilo que para a ciência está obscurecido, ocultado por Deus na criação; que, no entanto, Ele permite que seja revelado pelos espíritos, para o devido uso. E estes segredos são relativos sejam a coisas divinas, naturais, ou humanas. Mas voce deve ponderar um pouco, e o mais seleto, que tu guardará com muitos outros segredos.

Aforismo 23. A natureza dos segredos

Primeiro, considera a natureza do que é secreto, quer seja ou não feito por meio de um espírito na forma de uma pessoa, ou por meio de forças distintas, ou por qualquer outra coisa. E isto sendo conhecido, pede a um espírito que conheça tal arte, para que ele brevemente declare a ti o que é secreto: e ora a Deus, para que ele possa te inspirar com sua graça, através da qual tu poderás conduzir o segredo ao fim que tu desejas, para glória e louvor de Deus, e para o benefício de teu próximo.

Aforismo 24. Três conjuntos de segredos

Os maiores segredos estão no número sete.

  1. A primeira coisa é a cura de todas as doenças no espaço de sete dias, seja pelos sigilos, ou pelas coisas naturais, ou pelos espíritos superiores com o auxílio
  2. A segunda é ser capaz de prolongar a vida de tudo o que envelhece, daquilo que nos agrada: ou seja, uma vida corpórea e
  3. A terceira é ter a obediência das criaturas nos elementos que estão nas formas dos espíritos pessoais; também dos gnomos, Fadas, Ninfas, Dríades e Espíritos dos Bosques.
  4. O quarto é ser capaz de dialogar com conhecimento e entendimento de todas as coisas visíveis e invisíveis, e entender o poder de cada coisa, e a que ela
  5. O quinto é que o homem seja capaz de governar a si mesmo de acordo com a finalidade que Deus determinou a
  6. O sexto é conhecer Deus, e Cristo, e seu Espírito Santo: esta é a perfeição do Microcosmo.
  7. O sétimo é ser regenerado, como Enoch o Rei do mundo

Estes sete segredos um homem honesto e com uma mente e coração constante pode aprender dos Espíritos, sem qualquer ofensa a Deus.

Os segredos médios também estão em número sete.

  1. O primeiro é a transmutação dos Metais, qual é vulgarmente chamada de Alquimia: que certamente é dada a muito poucos, e não senão por graça
  2. O segundo é a cura das doenças com Metais, seja pelas virtudes magnéticas das pedras preciosas, ou pelo o uso da Pedra dos Filósofos, e
  3. O terceiro é ser capaz de realizar milagres Astronômicos e Matemáticos, tais como os mecanismos hidráulicos, administrar negócios pela influência do Céu, e coisas similares.
  4. O quarto é realizar as obras da Magia natural, de qualquer tipo que elas
  5. O quinto é conhecer todas as visões proféticas.
  6. O sexto é conhecer a fundação de todas as artes que são exercitadas com as mãos e os ofícios do
  7. O sétimo é conhecer a fundação de todas as Artes que são exercidas pela natureza angelical do

 

Os segredos menores são sete.

  1. O primeiro é fazer algo de forma eficaz e energeticamente, e adquirir fortuna.
  2. O segundo é ascender de um estado médio de dignidades e honras, e estabelecer uma nova família, que possa ser ilustre e fazer grandes coisas.
  3. A terceira coisa é sobressair em questões militares, e alegremente alcançar grandes coisas, e ser um chefe do comando dos Reis e Príncipes.
  4. O quarto é ser um(a) bom(a) amo(a) de um lar, tanto no Interior quanto na Cidade.
  5. O quinto é ser um laborioso e afortunado Comerciante.
  6. O sexto é ser um Filósofo, Matemático, e Físico, de acordo com Aristóteles, Platão, Ptolomeu, Euclídes, Hipócrates e Galeno.
  7. Ser um bom teólogo ou estudioso bíblico e escolástico, educado em todos os escritos de teologia, antiga e moderna.

Aforismo 25. Conhecer o que desejamos

Nós já declaramos o que é o um segredo, e os tipos e espécies de tal: o que resta agora é mostrar como podemos chegar a conhecer as coisas que desejamos.

A verdade e único caminho a todos os segredos, é recorrer a Deus, Autor de todas as coisas boas; e como Cristo ensina:

  1. Em primeiro lugar, buscai o reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas. (Mateus, 6:33)
  2. Procurai também para que vossos corações não se sobrecarreguem com intemperança, e embriaguez, e dos cuidados desta vida. (Lucas, 21:34)
  3. E confia teus cuidados ao Senhor, e ele o fará. (Salmo 55:22)
  4. E eu, Senhor teu Deus te ensinarei quais coisas são proveitosas a ti, e te guiarei no caminho por onde deves seguir. (Isaías, 48:17)
  5. E eu te darei entendimento, e te ensinarei por onde deves ir, e eu te guiarei com meus olhos. (Salmo 32:8)
  6. Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? (Mateus 7:11)
  7. Se vós fizerdes a vontade de meu Pai que está no Céu, vós sois verdadeiramente meus discípulos, e viremos até vós, e faremos nossa morada convosco. (Comparar com João 14:23)

Se voce entender estas sete passagens das escrituras em seu sentido exato, e colocá-las em teu espírito, ou em ação, voce não será capaz de errar, e somente alcançará os teus desejos, e o teu objetivo não perderás o alvo, e o próprio Deus, através de seu Espírito Santo vos ensinará coisas úteis e verdadeiras. Ele também concederá os seus anjos auxiliares a ti, para que sejam teus companheiros, instrutores, e assistentes em todos os segredos deste mundo. Ele também comandará todas as criaturas para que te obedeçam, para que alegremente e jubilosamente voce possas dizer como os apóstolos:

 

“Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.”

(Lucas 10:20).

 

Aforismo 26. Sonhos espirituais

Há outra forma mais comum, na qual segredos podem ser revelados a voce, mesmo sem o teu conhecimento, vindos de Deus ou dos espíritos; que é através dos sonhos, ou através das poderosas imagens ou impressões mentais, ou das tuas constelações de nascença, através das inteligências celestiais. Da mesma forma surgem os heróis, bem como as pessoas mais sábias do mundo, Aristóteles, Hipócrates, Galeno, Euclides, Arquimedes, Hermes Trismegistus O Pai dos Segredos, juntamente com Theophrastus Paracelsus, e eles tinham dentro de si todos os poderes destes segredos. E dizem que também Homero, Hesíodo, Orfeu, e Pitágoras possuíram este mesmo segredo, mesmo que não na mesma medida que os listados anteriormente. Aqui são referidas as ninfas, tal como as filhas de Melusina, e os deuses criados, como Aquiles, Enéias, Hércules, bem como Ciro, Alexandre o Grande, Júlio César, Lúculo, Sylla e Marius.

É de um principio geral, que cada um possa identificar seu espírito guardião (SAG), e que ele o obedeça como se fosse a palavra de Deus: e ele deve acautelar-se das armadilhas do espírito do mal, e que ele evite as calamidades de Brutus e Marco Antônio.

A terceira forma é o trabalho árduo, pois sem a vontade divina nada grandioso ou maravilha pode ser alcançada, como diz o verso:

Nada tu podes dizer ou fazer se não for da vontade de Minerva.

Tu nihil invita dices facie sue Minerva

Nós abominamos todos os caco-magi (magos malignos) que, com superstições proibidas associam-se com demônios, e embora eles alcancem determinadas coisas permitidas por Deus, em troca eles sofrem a punição dos demônios. E assim o diabo também faz com que coisas más aconteçam, como testifica as escrituras sobre Judas. Aqui são referidas toda a idolomania dos tempos antigos e de nossa era, e o abuso da divinação, que foi tão comum entre os pagãos. Aqui também estão relacionadas a sombra dos mortos carônticas (pertencente ao Submundo), como no trabalho de Saul com a mulher, e a profecia de Lucan do soldado morto quanto ao resultado da batalha de Farsália, e coisas similares.

Aforismo 27 Circulo mnemônico

Fazei um círculo cujo centro seja A, qual é modelado por um quadrado BCDE, tal que o lado BC esteja em direção ao Leste, CD em direção ao Norte, DE em direção ao Oeste, e EB ao Sul. Divide cada um dos quatro quadrantes em sete partes, de modo que ao todo existam 28 partes. E cada setor é dividido em quatro, perfazendo um total de 112 partes para o círculo, e muitos são os verdadeiros segredos a serem revelados. E este círculo assim dividido é o Selo dos Segredos de todo o universo, qual emana do centro único A, ou seja, do Deus indivisível em toda a criação.

O príncipe dos segredos orientais reside no meio, e possui três governadores em cada lado. Há quatro [segredos] sob cada um destes governadores, além de quatro sob o próprio príncipe. De forma similar, os quadrantes restantes (Norte, Oeste, e Sul) possuem seus próprios príncipes e governadores, com quatro segredos cada.

Em cada um dos quatro quadrantes estão os seguintes assuntos a serem estudados ou buscados: Leste, toda a sabedoria; Oeste, força; Sul, zelo; Norte, uma vida mais rígida.

Os segredos do Leste são, assim, considerados como os maiores, os do Sul são médios, enquanto os do Oeste e Norte são os menores.

O uso deste selo dos segredos é a forma pela qual tu podes saber onde os espíritos ou anjos são revelados, que podem ensinar os segredos que foram entregues a eles por Deus. Mas os nomes deles são escolhidos a partir das funções e virtudes que Deus distribuiu a cada um deles. Assim, um destes anjos ou espíritos possui o poder da espada, outro possui o poder da peste, outro possui o poder de infligir a fome ao povo, como ordenado por Deus. Outros destroem cidades, como os dois mensageiros que foram enviados para destruir Sodoma e Gomorra, e a área ao redor. E as escrituras descrevem outros exemplos destes fatos. Alguns deles zelam pelos reinos, enquanto outros guardam cidadãos em particular.

Assim, tu poderás facilmente formar os nomes deles em tua própria língua. E conseqüentemente tu poderás pedir o Anjo da Cura, ou da Filosofia, ou Matemática, ou o Anjo da Orientação Legal, ou Sobrenatural ou da Sabedoria Natural, e assim por diante. Mas pede a eles com seriedade, com o maior dos sentimentos, com Fé e Perseverança, e sem dúvida de que aquilo que tu buscas tu receberás de Deus, o pai de todos os espíritos. Esta Fé supera todos os selos, e submete todos os anjos à vontade humana. O método característico de evocação dos anjos vem depois desta fé, qual depende unicamente da revelação divina. Mas sem que esta fé venha antes e preceda a evocação, o evocador permanecerá na obscuridade.

Se tu quiseres utilizar este desenho apenas como um dispositivo mnemônico, e assim somente como algo criado por Deus, ele terá a vantagem de estar ligado à essência espiritual, e pode ser utilizado sem a ofensa a Deus. Porém, que tu sejas cuidadoso para que não caias na idolatria e nas ciladas do demônio, que é um caçador intencionado e obstinado, e pode facilmente enganar os incautos. E tu não serás capturado, exceto pelo o dedo de Deus, e devotado ao serviço das pessoas, de modo que tu serás instigado a servir o justo. Porém, ainda haverá tentações e tribulações, pois certamente isto é ordenado àquele que ferirás o calcanhar do Cristo, a semente da mulher. Portanto, com temor e respeito devemos nos aproximar do espiritual, e com grande reverência a Deus, e nos harmonizar com as entidades espirituais com seriedade e justiça. Mas se tu tentares tal incumbência deve tomar cuidado de toda leviandade, arrogância, ganância, vaidade, inveja e impiedade, a menos que queiras uma morte miserável.

Aforismo 28. O que é bom vem de Deus

Visto que tudo o que é bom provém de Deus, aquele que é unicamente bom, aquilo que desejamos, devemos obter dele ao orar em espírito e verdade, e com um coração simples. A conclusão do segredo dos segredos é: aquele que incita oração fervorosa para aquilo que deseja não sofrerá rejeição. Ninguém deve desprezar suas preces, pois Deus, se a ele pedirmos, pode e irá nos dar aquilo que buscamos; devemos, portanto, reconhecê-lo como o autor, e humildemente pedir a ele aquilo que desejamos. Este bom e misericordioso pai ama os desejos dos filhos, como fez a Daniel, e ouve-nos mais rapidamente e com mais clareza, quando vencemos a dureza de nossos corações em oração. Mas ele não quer que nós “entreguemos aos cães aquilo que é sagrado”; ele não deseja que as jóias de seu tesouro sejam desprezadas, ou subestimadas. Portanto, lê e relê diligentemente o primeiro setenário dos segredos. E preparai e organizai tua vida e todos os teus pensamentos para estas instruções, e todos os teus desejos se sujeitarão ao Senhor, em quem tu confias.

O QUINTO DOS SETERNARIOS

 

Aforismo 29.  Avançando nos estudos

Para que possamos prosseguir nosso estudo da magia, passaremos agora dos preceitos gerais para as explicações mais específicas. Os Espíritos são tanto os atendentes divinos da Palavra e da Igreja e de seus membros, quanto os zeladores da criação física, e alguns deles são para o benefício do corpo e alma, e outros para a ruína destes. E nada de bom ou ruim acontece sem uma ordem específica e definida e uma determinação. Quem deseja um fim bom deve buscar o bem. E maus desejos conduzirão a um fim infeliz, e de forma muito rápida, devido à retribuição divina, pois aquele que escolheu isto se afastou da vontade divina. Portanto, todos devem unir seus objetivos com a Palavra de Deus, e usá- la como uma pedra lídia, ou um padrão-ouro, para decidir entre o bem e o mal. E eles devem decidir o que evitar, e o que aspirar. Quer seja o que tu decidas ou determines, energeticamente segue sem procrastinar, a fim de alcançar o objetivo determinado.

Aforismo 30. Riquezas terrenas

Aqueles que desejam obter riquezas, uma vida fascinante, honras, dignidades ou poderes políticos por meio da magia, se eles se esforçarem o suficiente, isto eles obterão, cada um segundo o seu destino, diligência, e conhecimento da magia. A história de Melusina testifica isto. Outro exemplo é o mago que decretou que nenhum italiano jamais reinaria em Nápoles. E assim ele sucedeu mesmo na época em que o governante foi destronado. Quão grande é o poder dos anjos guardiões dos reinos do mundo.

Aforismo 31. Desejos e autoridade

Evocai o anjo regente do Reino, pede o que tu desejas, e tenha certeza de que isto será feito, até a ocasião em que tal regente seja liberto por um mago subseqüente. Assim o Reino de Nápoles poderia novamente ser restituído a um italiano, se o mago que o convocou fosse obrigado a remover o vínculo. Ele também pode ser obrigado a restituir as jóias roubadas de um tesouro mágico, o livro, a gema, e o chifre mágico cuja propriedade poderia facilmente tornar alguém o monarca do mundo, se assim ele desejasse. Mas este mago judeu escolheu viver entre os deuses, até o dia do julgamento, em vez de viver neste mundo de coisas fugazes. E o coração dele está iludido e ainda não entende ou considera que eles também são do Deus do Céu e da Terra. Desta forma ele desfruta dos prazeres dos imortais para a sua própria ruína eterna. E ele pode ser evocado com mais facilidade do que o espírito guardião que Plotino chamou no templo de Ísis.

Aforismo 32. Tamanho é documento

De maneira similar, os romanos foram bem instruídos a partir dos livros das Sibilas, por meio de tais eles seriam capazes de se fazerem mestres do mundo, como a história testifica. Mas ofícios menores são concedidos aos subordinados do príncipe do reino. Portanto, se tu cobiças um cargo ou dignidade menor, convoca magicamente o subordinado do príncipe, e teu pedido será concedido.

Aforismo 33. As ferramentas certas

Entretanto, se tu desprezas dignidades, e anseia riqueza, convoca o príncipe da riqueza, ou um de seus regentes subordinados, e teu desejo será concedido, e tu ficarás rico da forma que tu desejas, seja através dos bens terrenos, ou através do comércio, ou através dos presentes dos príncipes, ou por meio da prática da metalurgia ou química, desde que tu faças o governador apropriado aparecer, e obtenha dele a autoridade necessária.

Aforismo 34. Evocação de espiritos

Toda evocação dos espíritos é de um tipo e forma, e este é o método utilizado nos tempos antigos pelas Sibilas e seus sumos sacerdotes. Em nossa época isso está totalmente perdido, devido à ignorância e impiedade. O que resta está distorcido com superstição e infinitas falsificações.

Aforismo 35. Prodígios

A alma humana é a única produtora de prodígios, à medida que ela está acompanhada com o espírito escolhido; uma vez acompanhada, ela revelará o que voce deseja. Portanto, devemos proceder cautelosamente nos atos de magia, para que não sejamos enganados pelas sereias e monstros, que também são atraídos em direção à alma humana. Por esta razão, te esconde sempre sob as asas do Altíssimo, a fim de que voce não te ofereças para ser devorado pelo leão que ruge. Pois aqueles que desejam as coisas do mundo são fortemente pressionados para fugir das armadilhas de Satanás.

O SEXTO DOS SETERNARIOS

Aforismo 36. Palavras

Cuidado deve ser tomado, para que os experimentos não sejam misturados com outros experimentos; todavia, que cada um seja simples e diferente: pois Deus e a Natureza ordenaram a todas as coisas um fim certo e determinado: deste modo, por causa dos exemplos, aqueles que realizam curas com as mais simples ervas e raízes, curam da forma mais feliz. E desta maneira, nas Constelações, Palavras e Caracteres, Pedras, e similares, jazem ocultas as maiores influências ou virtudes que, na verdade, fluem como milagres.

Assim também são as palavras, que sendo pronunciadas, imediatamente induzem que criaturas tanto visíveis e invisíveis se rendam em obediência, tanto as criaturas deste nosso mundo, como as do aquoso, aéreo, subterrâneo, e Olímpico, celestial e infernal, e também o divino.

Por conseguinte, a simplicidade deve ser especialmente estudada e buscada, e o conhecimento de tal simplicidade deve ser buscado a partir de Deus; caso contrário, por nenhum outro meio ou experiência eles poderão encontrá-la.

Aforismo 37. Três coisas importantes

E que todas as partes possuam seus lugares apropriadamente: a Ordem, Razão, e os Meios, que são as três coisas que conferem todo o aprendizado das criaturas visíveis, bem como das invisíveis. Este é o curso da Ordem, de modo que algumas criaturas são criaturas da luz; outras, da escuridão: estas estão sujeitas à vaidade, pois elas rumam impetuosamente para a escuridão, e sua rebelião contra a graça provocou a punição eterna delas. Parte do reino deles é muito bonito em coisas transitórias e corruptíveis por um lado, pois ele não poderia existir sem alguma virtude e muitos dos grandes presentes de Deus; e a outra parte é muito suja e horrível para que dela seja falado, pois desta parte transborda toda a maldade e pecado, idolatria, o desprezo de Deus, blasfêmias contra o verdadeiro Deus e suas obras, adoração de demônios, desobediência contra as autoridades, dissensões, homicídios, roubos, mentiras, perjúrios, orgulho, e um ávido desejo de poder; nesta mistura consiste o Reino da escuridão: mas as criaturas da luz são preenchidas com a luz eterna, e com a graça de Deus, e os Senhores de todo o mundo reinam sobre os Senhores da escuridão, e são como os membros de Cristo. Entre estes e aqueles, há uma guerra continua, até que Deus ponha um fim nesta contenda, em seu Julgamento Final.

Aforismo 38. Divisão da magia

Deste modo, a divisão da Magia é dupla; o primeiro aspecto é dado por Deus, que ele concede às criaturas de luz; o outro também é de Deus, mas este é o dom que ele concede às criaturas da escuridão: e este aspecto também é duplo:

A primeira divisao é para uma finalidade boa, como quando os príncipes da escuridão são compelidos a fazer algo bom para as criaturas, através do poder de Deus; o outro é para uma finalidade infeliz, quando Deus permite a punição de pessoas más, que magicamente ele permite que elas sejam iludidas e direcionadas para a destruição.

A segunda divisão da Magia é aquela que cumpre seus efeitos com  instrumentos visíveis através do visível. E ela afeta outras obras com instrumentos invisíveis através de coisas invisíveis; e age em outras coisas, com a mistura das técnicas, instrumentos e efeitos.

A terceira divisão são aquelas coisas que são realizadas por meio das invocações a Deus. Isto é parcialmente Profético, e Filosófico; bem como parcialmente Teosófico.

Alternativamente, em ignorância ao verdadeiro Deus, é isto o que é realizado por meio dos príncipes dos Espíritos, para que os desejos possam ser realizados; este é o trabalho dos Mercurialistas.

A quarta divisão é a que faz uso do exercício dos bons Anjos em vez de Deus, como se fosse uma prática descendida do Altíssimo: tal era a Magia dos Baalim, ou da Magia dos ídolos.

Outra Magia é aquela que realiza suas ações com os chefes dos espíritos do mal; esta foi a magia forjada pelos Deuses menores dos pagãos.

A quinta divisão é aquela em que agem abertamente alguns dos Espíritos, frente a frente; isto é dado a alguns: os outros fazem o trabalho através de sonhos e outros sinais; como o que os antigos alcançavam através de seus augúrios e sacrifícios.

A sexta divisão é aquela do trabalho com criaturas imortais, e com criaturas mortais, como Ninfas, Sátiros, e habitantes similares dos outros elementos, gnomos, etc.

A sétima divisão é aquela dos Espíritos que servem aos outros voluntariamente, sem qualquer tipo de arte; outras pessoas estes Espíritos dificilmente atenderão, mesmo sendo chamados pela arte.

Entre todas estas espécies de Magia, a mais excelente de todas é aquela que depende unicamente de Deus. A segunda é aquela a quem os Espíritos servem fielmente. A terceira é aquela que é propriedade dos cristãos, que dependem do poder de Cristo, tanto no céu quanto na terra.

Aforismo 39. Preparação para o aprendizado

Para se aprender a Arte da Magia há uma preparação sétupla.

A primeira parte é meditar dia e noite sobre como alcançar o verdadeiro conhecimento de Deus, tanto por sua palavra revelada a partir da criação do mundo; como também pelo o selo ou escada da criação, e das criaturas; e pelos maravilhosos efeitos que as criaturas visíveis e invisíveis de Deus manifestam.

O segundo requisito é de que desça em si, e principalmente estudar para se conhecer; quais as partes em si ele possui que são mortais e quais são as imortais; e quais são as partes pertencem a ele, e quais são as partes alheias.

Em terceiro lugar, ao contemplar a parte imortal de si, ele deve aprender a adorar, amar e temer ao Deus eterno, e a adorá-lo em Espírito e Verdade; a contemplação de sua mortalidade deve levá-lo a conhecer o que é aceitável por Deus, e o benefício de seu próximo.

Estes são os primeiros três e principais preceitos da Magia, e é com cada um destes que aquele que deseja alcançar a verdadeira Magia ou Sabedoria divina deve se preparar. E desta forma ele poderá se tornar digno de que as criaturas angelicais possam atendê-lo, não apenas invisivelmente, mas também visivelmente, frente a frente.

Em quarto lugar, a partir do útero materno, cada um é destinado a uma determinada posição na vida; e, portanto, que ele seja vigilante para discernir se ele nasceu para a Magia, e para qual tipo de Magia. Qualquer um pode perceber isto facilmente se ele cuidadosamente estudar nossos escritos, e com sucesso testar os experimentos por si próprio. Pois grandes coisas e dons são dados somente aos pequenos e humildes.

A quinta condição prévia é ele seja capaz de perceber os Espíritos que estão nos auxiliando, quando estamos realizando grandes obras; se ele perceber isto, é sinal que Deus ordenou que tal pessoa seja um Mago e que ele pode utilizar o poder dos espíritos para realizar grandes coisas. Aqui, muitos caem em pecado, por meio da desatenção, negligência, ignorância, desprezo, ou por muita superstição; eles também pecam por conta da ingratidão a Deus, motivo pelo qual muitos homens de grande fama atraem sua própria destruição. Eles também pecam pela imprudência e teimosia; e também quando eles não utilizam seus dons para a honra de Deus, que é necessária, e é preferido que seja feito em menores trabalhos.

O sexto requisito é que o Mago deve ter Fé e Discrição, especialmente para que ele não revele nenhum segredo que o espírito o proibiu, como ordenou para que Daniel selasse ou guardasse determinadas coisas, ou, para que ele não as declarasse em público; de modo semelhante, nem para Paulo era lícito falar abertamente sobre todas as coisas que lhe eram entregues em uma visão. homem algum acreditará o quanto está contido neste único preceito.

A sétima exigência para aquele que deseja ser um Mago é o maior nível de justiça, para que ele não empreenda coisa alguma que seja ímpia, perversa, ou injusta, nem permita que isso se passe em sua mente; e assim ele estará divinamente protegido de todo o mal.

Aforismo 40. As sete leis

Quando o Mago percebe agentes imateriais em torno dele, seja com a percepção externa ou interna, ele deve governar a si mesmo de acordo com as sete leis seguintes, para realizar o seu objetivo Mágico.

  1. A primeira Lei é, Que ele saiba que tal espírito é ordenado a ele por Deus; e que ele esteja atento de que Deus é o observador de todos os seus pensamentos e ações; Por esta razão, que ele direcione todo o andamento de sua vida de acordo com a Palavra de
  2. A segunda Lei é, Ore sempre como Davi:
    1. Não retireis de mim teu Espírito Santo; e fortalece-me com um Espírito livre; e não nos deixei cair em tentação, e livrai-nos do mal: eu te imploro, ó Pai celestial, que não entregues poder a qualquer Espírito mentiroso, como tu fizeste a Ahab para que ele perecesse; mas mantenha-me em tua verdade. Amém.
  3. Terceiro, Que ele acostume-se a testar os espíritos, como as escrituras admoestam; pois uvas não podem ser colhidas dos espinheiros (Mateus 7:16): Devemos testar todas as coisas, e reter aquilo que é bom e louvável, para que possamos evitar tudo aquilo que é repugnante para o poder divino.
  4. A quarta Lei é estar afastado, segregado e livre de toda forma de superstições; pois isto é superstição: atribuir divindade às coisas que não possuem relação alguma com a divindade; ou escolher ou tomarmos formas de adorar a Deus quais ele não ordenou: tais são as cerimônias mágicas de Satanás, através das quais ele se oferece descaradamente para ser adorado como
  5. A quinta coisa a ser evitada é a adoração dos Ídolos, que vinculam qualquer poder divino às imagens ou ídolos ou outras coisas próprias, onde estes poderes não foram colocados pelo Criador, ou pela ordem da Natureza: tais coisas muitos caco-magos dissimulam.
  6. Em sexto lugar, Todas as imitações fraudulentas e enganosas e afeições do diabo devem ser evitadas truques, e é através disto que ele imita o poder da Criação, e do Criador, para que ele possa produzir coisas com uma palavra, parecendo ser o que não são. Isto pertence somente à Onipotência de Deus, e não é comunicável para a criatura.
  7. A sétima Lei é que nos apeguemos firme aos dons de Deus, e de seu Espírito Santo, para que possamos conhecê-los, e diligentemente cingi-los plenamente com nosso coração, e toda a nossa força.

Aforismo 41. Algumas questões finais

Nós nos aproximamos agora dos últimos nove Aforismos com os quais finalizaremos este Tomo; no qual iremos, com a misericórdia divina nos assistindo, concluir todo este Isagoge (resumo) Mágico.

Portanto, em primeiro lugar, deve ser entendido, i.e. deve ser esclarecido, aquilo que entendemos pela palavra Mago/Magus neste trabalho.

Aquele que consideramos como sendo um Mago, é aquele que pela graça de Deus as essências espirituais servem para manifestar o conhecimento de todo o universo, e dos segredos da natureza nele contido, sejam eles visíveis ou invisíveis, por meio da graça divina. Esta descrição de um Mago é ampla e universal.

Um Caco-mago é aquele, que pela permissão divina os espíritos malignos servem, para a destruição temporal e eterna dele e também para a perdição, para atrair os homens, e afastá-los de Deus; tal como ocorreu a Simão, o Mago, a quem o Ato dos Apóstolos menciona, e em Clemente; a quem o Divino São Pedro ordenou que fosse lançado a terra, pois ele havia sido elevado ao ar por meio dos espíritos imundos.

A esta categoria pertence as referências das Duas Tábuas da Lei; onde são registradas as várias formas criminosas de magia.

As divisões e espécies de ambos os tipos de Magia, observaremos nos Tomos seguintes. Neste será suficiente, que façamos a distinção das Ciências, daquela que é boa, e daquela é que maligna: visto que quando o homem que busca o conhecimento de cada um destes, ele é conduzido para sua própria ruína e destruição, como Moisés e Hermes demonstram.

Aforismo 42. Predestinação

Em segunda instância, devemos saber: Um Mago é uma pessoa predestinada a este tipo de obra desde o útero de sua mãe; e que ele não assuma coisas grandes, a menos que ele seja divinamente designado para uma boa finalidade pela graça; ou para um fim infeliz, em cumprimento destas escrituras:

 

As coisas que induzem as pessoas ao pecado são obrigadas a virem, mas ai daquela pessoa por meio de quem o pecado vem.

Por esta razão, como muitas vezes admoestamos anteriormente, Devemos viver com temor e respeito neste mundo.

Não negarei que, alguns homens podem com o estudo e diligência obter algum sucesso em cada um dos tipos de Magia, se permitido. Mas eles nunca alcançarão os tipos mais elevados desta; pelo o contrário, se ele cobiça abordá-las, ele sem dúvida será injuriado tanto em corpo quanto em alma. Tais são aqueles, que pelas operações dos Caco-magos, às vezes são transportados para o Monte Horeb/Horch, ou em alguma selva, ou desertos; ou são mutilado ou desfigurado de alguma forma, ou são simplesmente rasgados em pedaços, ou são privados da razão; assim como muitas coisas que acontecem por uso disto, onde os homens são abandonados por Deus, e entregues ao poder de Satanás.

O SÉTIMO DOS SETERNARIOS

Aforismo 43. O poder de satanás

O Senhor vive, e as obras de Deus vivem nele por ordenação dele, nas condições em  que elas são almejadas; pois ele terá que usar a liberdade delas em obediência à sua ordem, ou desobediência de tal. Ao obediente, ele brinda com suas recompensas; ao desobediente ele propõe sua merecida punição. Portanto, estes Espíritos, pela livre vontade deles, através de seu orgulho e desprezo do Filho de Deus, se rebelaram contra Deus, seu Criador, e estão reservados ao dia da Ira (Jó 21:30); e embora eles tenham abandonado os maiores poderes na criação, eles ainda possuem poder limitado, que é mantido em restrição, confinados em seus limites com a rédea de Deus. Portanto, o Magus de Deus, que significa Um Homem Sábio de Deus, ou a Pessoa Instruída de Deus, é conduzido pela mão de Deus para o bem eterno, e também para os bens médios e pequenos, e também para as coisas físicas mais corpóreas.

Grande é o poder de Satanás por causa dos grandes pecados dos homens. Por essa razão também os Magus de Satanás realizam grandes coisas, coisas maiores do que qualquer homem possa acreditar: embora eles subsistam em seus próprios limites, eles possuem uma incompreensível influência, tanto para as coisas corpóreas quanto para as coisas transitórias desta vida; muitas antigas Histórias e exemplos diários disto são testificados. Ambos os tipos de Magia são diferentes um do outro em suas finalidades: um conduz às boas coisas eternas, e utiliza as coisas temporais com gratidão; o outro é pouco preocupado com as coisas eternas; mas deleita-se completamente em torno das coisas físicas, para que possa livremente aproveitar todas as suas luxúrias e deleites em desprezo e ira contra Deus.

Aforismo 44. Dialogo interno

A passagem da vida comum do homem para uma vida Mágica, não é tão diferente quanto à passagem do estado de sono para o estado de estar completamente acordado/desperto nesta vida; pois aquelas coisas que acontecem ao ignorante e ao homem desconhecedor em sua vida comum, as mesmas acontecem ao Magus disposto e instruído.

O Magus entende quando sua mente medita; ele pondera, raciocina, institui, e determina o que deve ser feito; ele observa quando suas cogitações são frutos de uma essência divina em separado, e ele prova de que forma tal essência divina é separada.

Porém, o homem que é ignorante da Magia ou inconsciente dela, é impulsionado para um lado e outro como um animal, como se estivesse em Guerra com suas afeições; ele não sabe quando estas afeições saem de sua própria mente, ou se está impressionada por uma essência auxiliar ou entidade; e ele não sabe como derrotar os conselhos de seus inimigos pela Palavra de Deus, ou se prevenir das ciladas e fraudes do tentador.

Aforismo 45. Os maiores ensinamentos

O maior dos ensinamentos da Magia é que cada homem entenda o que pode  ser recebido de um Espírito assistente, e o que deve ser rejeitado: Isto ele pode aprender a partir daquilo que o Salmista diz:

 

Com o que purificará um jovem homem o seu próprio caminho? Sendo fiel às vossas palavras, ó Senhor.

Acautelar-se para manter a Palavra de Deus, para que o demônio não arranque esta do teu coração, é o maior dos ensinamentos da sabedoria. É lícito admirar, e exercer outras sugestões que não sejam contrárias à glória de Deus, ou a caridade de nossos próximos, sem indagar de qual Espírito tais sugestões originam-se; mas devemos tomar cuidado, para que não estejamos muito ocupados com coisas desnecessárias, de acordo com a admoestação de Cristo:

Marta, Marta, tu que estais preocupada com tantas coisas; mas Maria escolheu a melhor parte, qual não será retirada dela.

(Lucas 10:41-42).

Assim, que sempre levemos em consideração o que diz Cristo:

 

Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua retidão, e todas as outras coisas vos serão acrescentadas.

Isto é, todas as coisas que são próprias ao Microcosmo mortal, como alimento, vestuário, e as artes necessárias desta vida.

Aforismo 46. Constância

Nada convém tanto a um homem quanto a constância em suas palavras e ações, e quando o semelhante regozija-se em seu semelhante; ninguém é mais feliz do que estes (aqueles que vivem em harmonia), pois os santos Anjos permanecem próximos a eles, e a eles protegem: ao contrário, os homens que são inconstantes são mais leves do que as folhas podres e o nada. A estes nós entregamos o Quadragésimo Sexto aforismo. Conforme cada pessoa escolhe conduzir sua vida, deste modo tal pessoa atrairá os tipos de espíritos que possuem uma natureza e qualidade semelhante: este, porém, é um bom conselho, para que não tentemos nos elevar acima daquele que nós chamamos, a fim de que não possamos atrair para nós mesmos algum Espírito maligno das regiões mais distantes da terra, por quem nos enamoraremos e nos iludiremos, ou seremos levados à destruição final.

Este ensinamento é amplamente conhecido: pois Midas, quando queria transformar todas as coisas em ouro, atraia para si um Espírito, que era capaz de realizar isto; e sendo iludido por tal espírito, ele poderia ter sido levado a morrer de fome, se sua loucura não tivesse sido corrigida pela misericórdia de Deus. A mesma coisa ocorreu a uma mulher próxima de Frankfurt em Odera, em nossos tempos, que apanhava e consumia qualquer tipo de dinheiro. Bom seria se os homens pesassem diligentemente este preceito, e não considerassem as Histórias de Midas como meras fábulas; eles seriam muito mais fervorosos em moderar seus pensamentos e afeições, nem que eles sejam, assim, perpetuamente vexados com os Espíritos das montanhas douradas da Utopia. Desta forma, devemos observar com atenção para expulsar estas presunções da mente, pela palavra, enquanto elas são novas; nem permitir que elas tenham qualquer hábito na mente ociosa, que está vazia da palavra divina.

Aforismo 47. Fidelidade

Aquele que é fiel e devotado a sua vocação, também terá constância devotosa da companhia dos espíritos, que suprirão as necessidades dele em todas as coisas. Mas se ele possui algum conhecimento em Magia, eles não serão relutantes em se mostrarem a ele, e de forma familiar conversarão com ele, para servi-lo nas formas que são adequadas aos ofícios e naturezas deles; os bons Espíritos em boas coisas, até a salvação, e os espíritos malignos em toda coisa infeliz, até a destruição. Exemplos não faltam nas Histórias de todo o mundo. Teodósio antes da vitória de Arbogasto, é um exemplo do bom uso; Brutus, antes de ser morto, foi um exemplo de ser usado pelos Espíritos malignos, quando ele foi perseguido pelo Espírito de César, e este espírito exigindo vingança, fez com que ele se matasse, aquele que matou seu próprio Pai, e o Pai de seu país.

Aforismo 48. Revelação

Toda Magia é a revelação de uma espécie de espírito desta natureza; de modo que as nove musas são chamadas em Hesíodo de a Nona Magia, como ele testifica claramente em Teogonia. Na obra de Homero, o gênio de Ulisses, em Psicogogia. Hermes, os Espíritos das partes mais sublimes da mente. O próprio Deus se revelou a Moisés em um arbusto. Os três homens sábios foram procurar Cristo em Jerusalém, sendo o Anjo do Senhor o líder deles. Os Anjos do Senhor direcionaram Daniel. Portanto, não devemos nos vangloriar; Pois não depende daquele que quer, nem daquele que corre; mas de Deus, que se compadece (Romanos, 9:16), ou de algum destino espiritual. A partir daí brota toda a Magia, e assim também ele penetrará, seja bom ou mau. Desta forma, Tages, o primeiro professor de Magia dos Romanos, brotou da terra. Diana dos Efésios apresentou sua adoração, como se fosse enviado do céu. Assim também Apolo. E toda a Religião dos Pagãos é retirada dos mesmos Espíritos; nem são as crenças dos saduceus, invenções humanas.

Aforismo 49. Conclusão

A conclusão deste Isagoge é, portanto, o mesmo qual apresentamos acima, Mesmo que exista um só Deus, de onde tudo o que é bom procede; e um pecado, a saber, desobediência, contra a vontade do comando de Deus, de onde procede todo o mal; por esta razão o temor a Deus é o início de toda sabedoria, e a graça de toda Magia; pois a obediência à vontade de Deus, resulta no temor a Deus; e após isto, sucede a presença de Deus e do Espírito Santo, e o ministério dos santos Anjos, todas as coisas boas dos tesouros inesgotáveis de Deus.

Mas a Magia inútil e condenável nasce disto: quando de nossos corações extinguimos o temor a Deus, e sofremos deixando que o pecado reine em nós, e eis que o Príncipe deste mundo, o Deus que originou este mundo, e estabeleceu seu reino em vez de coisas santas, tal como achou útil para seu próprio reino; assim, tal como a aranha que apanha a mosca que cai em sua rede, igualmente Satanás propaga suas armadilhas, e apanha os homens com os laços da cobiça, até que ele sugue-os, e arraste-os para o fogo eterno, a estes ele valoriza e nestes ele investe, para que a queda deles possa ser a maior.

Para que o Leitor Cortês e Atencioso, utilizando seus olhos próprios e sua mente para as Histórias sagradas e profanas, e para aquelas coisas que voce busca que sejam feitas diariamente no mundo, e para que voce possas encontrar todas as coisas repletas da Magia, de acordo com a Ciência dupla, boa e má; para que, elas possam ser melhor discernidas, aqui dispomos suas divisões e subdivisões, como a conclusão desta Isagoge; na qual todos possam considerar, o que deve ser seguido, e o que deve ser evitado, e o quão longe está a ser trabalhado por cada um, para um final de vida e uma vivência idônea.

Respostas para perguntas gerais sobre a prática

  1. Preciso de circulo de proteção, baqueta bola de cristal ou qualquer coisa para a pratica desse grimorio?

Resposta: sim, mas, apenas dos medalhoes de cada uma dessas entidades, nada mais ou alem é necessario, pois, usar estes amuletos vai lhe trazer contato com essas entidades, seja através da conjuração do aforismo 21 seja através de sonhos, onde voce poderá conversar com estas entidades diretamente, conforme o 26.

  1. Posso chamar as entidades fora dos seus dias e horarios estipulados para elas?

Resposta: poder chamar voce pode, o que virá no entando, cabe como ensina o proprio livro, ser julgado pelo seu entendimento do que são as forças demoniacas ou celestiais.

  1. Preciso fazer banimentos?

 

Resposta: não é obrigatorio, contudo sim é aconselhado fazer algum tipo de limpeza espiritual com regularidade, se voce souber como realizar o ritual de invocação das forças planetarias com o ritual maior do hexagrama poderia ser interessante, faça pesquisas e descubra qual ritual de banimento melhor se adequa para voce!

  1. Como posso saber quais os dias e horarios para usando os medalhoes dos espiritos olimpicos possa fazer o que ensina o aforismo 21 para fazer meus pedidos a estas forças olimpicas?

Resposta: olhe as tabelas a seguir:

Dia Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
Planeta Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat
Espirito Och Phul Phalec Ophiel Bethor Hadit Aratron

 

  Dom Seg Ter Qua Qui sex sab Hr
Horas do dia Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 1
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 2
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 3
Lua Mar Mer Júp Vên Sat Sol 4
Sat Sol Lua Mar Mer Júp Vên 5
Júp Vên Sat Sol Lua Mar Mer 6
Mar Mer Júp Vên Sat Sol Lua 7
Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 8
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 9
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 10
Lua Mar Mer Júp Vên Sat Sol 11
Sat Sol Lua Mar Mer Júp Vên 12

 

  Dom Seg Ter Qua Qui sex sab Hr
Horas da noite Júp Vên Sat Sol Lua Mar Mer 1
Mar Mer Júp Vên Sat Sol Lua 2
Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 3
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 4
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 5
Lua Mar Mer Júp Vên Sat Sol 6
Sat Sol Lua Mar Mer Júp Vên 7
Júp Vên Sat Sol Lua Mar Mer 8
Mar Mer Júp Vên Sat Sol Lua 9
Sol Lua Mar Mer Júp Vên Sat 10
Vên Sat Sol Lua Mar Mer Júp 11
Mer Júp Vên Sat Sol Lua Mar 12
  1. Preciso de um circulo magico e um altar?

Resposta: Não para ambos, pois estes espiritos não são perigosos e não é necessario altar ou circulo para o ritual, mas caso se sinta confortavel em utilizar tais implemetos, fique a vontade, contudo não é canonico neste grimorio.

 

 Textos usados

  • Primeira Impressão Original, Basiléia, 1575 (Biblioteca Yale Beinecke)
  • Primeira Impressão Original, Basiléia, 1575 (Biblioteca Britânica)
  • C. Rooks, Londres, 1665 (Biblioteca Oxford Bodleian)
  • Publicação Desconhecida, Londres, Londres, 1655 (Biblioteca da Universidade de Harvard)
  • C. para J. Harrison, Londres, 1655 (Biblioteca do Congresso)
  • Leipzig Cod.Mag. 55

Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

Arbatel da Magia (pdf)

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/a-magia-de-arbatel/

A Bruxaria na Velha Itália

E quando um padre causar-te mal com suas bênçãos,
deves imputar a ele males duas vezes piores.
-Mito da Vinda de Aradia

Charles G. Leland no século XIX apresentou para o mundo em seu livro Aradia: Evangelho das Bruxas, a obra que cem anos mais tarde inspiraria Gardner junto com os escritos de Crowley a tecer a Wicca ou Bruxaria Moderna. Mas a crença das Bruxas da Itália, nem de longe se limitaria a ele. Outro historiador e escritor, Raven Grimassi, dedicou sua vida a explorar os mistérios da Bruxaria da Velha Europa.

Altamente influenciado pela Wicca, Grimassi manteve em seus livros um paradigma cerimonial básico para a estrutura da Bruxaria, isto é, celebrações de lua cheia, oito festivais ligados a roda do ano (as treguendas), e adoração a Diana e estranhamente Dianus. Dianus não é outro senão Lúcifer, que utilizando seu outro nome, tornava seu material mais viável e menos diabólico. Afinal, as bruxas do século XXI fazem de tudo para se afastar da imagem de adoradores do Diabo. Talvez mais ligadas ao cristianismo do que eram as bruxas de antigamente, a palavra diabo sequer é mencionada em livros de bruxaria. Ou totalmente repugnada.

É interessante que a palavra diabo vem de diabolus, em latim, “o adversário”. Assim como a palavra Bruxaria e Witchcraft, a Stregheria era um culto marginal. Era encontrado mais nas beiras da comunidade, com mulheres que jogavam cartas ou faziam poções. E um aborto ou outro de vez em quando.

E uma das coisas que mantinha a fé na Stregheria era a Sagrada Strega – Aradia.

Aradia, a Filha de Lúcifer

E deves ser a primeira das bruxas conhecidas;
E deves ser a primeira de todas no mundo;
E deves ensinar a arte do envenenamento,
-Aradia, Evangelho das Bruxas

Na Itália, a Inquisição foi fundada para reprimir a seita dos cátaros e começou a funcionar em 1224 quando o Papa Honório III incumbiu vários bispos para proceder contra os hereges; como tribunal, oficialmente começou a funcionar, como nos demais países, no ano de 1232 pela bula do Papa Gregório IX. Ela era responsável por julgar indivíduos acusados de um vasto leque de crimes relacionados com a heresia, incluindo a feitiçaria, a imoralidade, blasfêmia, e bem como para a censura da literatura impressa.

A Igreja não imaginava que no meio de toda sua diversão – o roubo de terras, estupros, saques, abuso de poder dos papas e tudo que só o Catolicismo faz por você – iria nascer uma contra cultura, uma mulher que mudaria os rumos daquela terra. No norte da Itália na região de Toscana, no dia 11 de agosto de 1313 iria nascer uma das figuras mais peculiares da Bruxaria: Aradia.

Foi dito que Aradia ouvia vozes desde pequena. E em um certo dia, ela escutou Diana a chamando e então começou a aprender com Ela a arte da Stregheria. E nem de longe era essa bruxaria regada a borboletas e unicórnios que vemos atualmente. Diana ensinava a ela evocar tempestades, envenenar pessoas, amaldiçoar padres. Padres eram os alvos mais claros de toda bruxaria italiana. Em um dos seus vários mitos, um padre após ter insultado uma imagem de Diana, é acordado várias vezes com assombrações e então decepado.

Lúcifer, o pai de Aradia e filho/irmão de Diana tem um mito interessante. Ele foi criado pela própria Diana logo no inicio, que em seguida se apaixonou pela sua criação. Tão grande era a beleza de Lúcifer que fez Diana fazer o primeiro de todos os feitiços de amor: e então prende-lo a si para gerar toda a criação.

No trabalho de Raven Grimassi, o nome Lúcifer foi substituído por Dianus, “Divino”. Dianus Lucifero, o nome correto do Deus da Luz e do Esplendor da Itália, que mais adiante se tornou o temido Lúcifer, rei do inferno.  É interessante que no livro do Leland, Lúcifer e Diana são tidos tanto como reis do céu como do inferno. Charles Godfrey Leland (18241903) escritor de diversas obras sobre folclore e ocultismo, entre as mais conhecidas Aradia, or The Gospel of the Italian Witches, Etruscan and Roman Remains e Legends of Florence, obras que falam sobre Stregheria, a Bruxaria Italiana. O evangelho das bruxas, foi lançado em 1899 através de umas cartas que ele recebeu de uma bruxa chamada Madalena, que jogava tarot e ocasionalmente, passava uma parte dos mistérios para ele.

Aradia então passou a ensinar as pessoas a cultuar Lúcifer e Diana. A própria figura de Aradia é muito discutida entre historiadores e poucos realmente acreditam que ela viveu. Ela supostamente foi capturada pela inquisição e então, após seduzir os guardas e escapar desapareceu pela velha Itália. Sua magia, que na época passou para seus treze discípulos, foi então espalhada em vários outros grupos e sobreviveu a fogueiras, torturas e missas nauseantes.

O Elo Perdido do Catolicismo e a Stregheria

 

Se há algo que as bruxas italianas entendem, é de missas e santos. É dito que quem é do sangue, nasce vendo e usando o poder em cada oportunidade. A missa é a base da magia cerimonial cristã – é o encontro entre o céu e a terra, a purificação e a iluminação. É aonde as bruxas buscam para amaldiçoar nomes, enfiando-os na agua benta.

Os movimentos da streghe são sempre delicados. O terço nas mãos é usado antes de qualquer ritual, que muito diferente da cerimônia atualmente praticada em grupos modernos, se baseia tradicionalmente em se sentar na cozinha, com algumas velas acesas e um terço na mão. E então evocando enquanto conta o terço, o streghe começa a dar vida a Chama – o elo espiritual entre as bruxas da Velha Europa.

A Chama é um conceito espiritual erroneamente tido como um fogo no meio da cerimônia, por grupos que tentam modernizar a stregheria. A Chama, é a palavra Fé, é o espírito da própria bruxaria, que é pedido enquanto o praticante reza “Diana , bella Diana , pensa a me in questo momento”, é acreditado dentro da Stregheria que a Chama, é algo que deve ser alimentado, através da pratica de adoração aos antigos. Segundo contam as lendas, no dia que não houver mais um streghe para para alimentar a Chama, nem o Sol, nem a Lua irão brilhar mais.

As Bruxas da Velha Itália mantém uma vela acesa ao San Michele Arcangelo, que assim como San Pietro e Santa Luzia, tem papel fundamental. Ele não é visto como um arcanjo guerreiro pronto para combater Satã. Pelo contrario, ele é visto como um antigo espírito de guerra, que foi usurpado pelo catolicismo e ganhou a forma de anjo; o mesmo ocorreu com San Pietro que é um espírito que prende, amarra ou libera as pessoas e situações.

Por nascer em uma terra fortemente católica, a bruxaria italiana mantém essas raízes. Tanto católicas, como etruscas. Os etruscos são povos que viveram na região da Península Itálica. O período exato em que houve a ocupação não se sabe, mas acreditam que ela ocorreu por volta dos anos de 1200 a 700 a.C. A região cuja qual eles habitavam equivale o que é hoje a Toscana, com partes no Lácio e Umbria, na Itália.

A Bruxaria se espalhou pelo mundo e aqui no Brasil também tem fortes representantes. Obviamente, cada grupo de bruxaria incorpora sua visão, suas praticas e acaba alterando um pouco o conteúdo recebido. É importante que a tradição se mantenha viva, mesmo que não nos tornemos fanáticos pela mesma, mas mantendo um respeito pela sua beleza e sua manifestação.

A Stregueria é uma das manifestações da Bruxaria, carregando consigo a riqueza de um povo apaixonado, fervoroso e forte. Que Aradia abençoe a cada um de nós.

 

 

por King

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-bruxaria-na-velha-italia/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-bruxaria-na-velha-italia/

A Interpretação do Conhecimento (Nah Hamadi)

(faltam 13 linhas)
… eles passaram a acreditar por meio de sinais e maravilhas e fabricações. A semelhança que veio a ser através deles o seguiu, mas através de reprovações e humilhações antes de receberem a apreensão de uma visão que fugiram sem ter ouvido que o Cristo tinha sido crucificado. Mas nossa geração está fugindo, pois ainda nem sequer acredita que o Cristo está vivo. Para que nossa fé seja santa (e) pura, não confiando em si mesma ativamente, mas mantendo-se plantada nEle, não diga: “De onde vem a paciência para medir a fé?”, pois cada um é persuadido pelas coisas em que acredita. Se ele os desacredita, então ele não seria capaz de ser persuadido. Mas é uma grande coisa para um homem que tem fé, já que ele não está na incredulidade, que é o mundo.

Agora o mundo é o lugar da infidelidade e o lugar da morte. E a morte existe como … (faltam 14 linhas)… semelhança e eles não acreditarão. Uma coisa santa é a fé para ver a semelhança. O oposto é a infiel à semelhança. As coisas que ele lhes concederá os apoiará. Era impossível para eles alcançarem a imperecibilidade […] tornar-se-ão […] soltos […] aqueles que foram enviados […]. Pois aquele que está angustiado não acreditará. Ele é incapaz de trazer uma grande igreja, já que ela é reunida a partir de uma pequena reunião.

Ele se tornou uma emanação do vestígio. Pois também dizem sobre a semelhança que ele é apreendido por meio de seu rastro. A estrutura é apreendida por meio da semelhança, mas Deus apreende por meio de seus membros. Ele os conhecia antes de serem gerados, e eles o conhecerão. E aquele que gerou cada um desde o primeiro, residirá neles. Ele governará sobre eles. Pois é necessário para cada um … (faltam 25 linhas)… o Salvador se retirou, pois é apropriado. De fato, não ignorante, mas carnal, é a palavra que o tomou como marido. E é ele que existe como imagem, já que aquele (masc.) também existe, assim como aquele (fem.) que nos fez nascer. E ela fez com que ele soubesse que ela é o Ventre. Esta é uma maravilha dela que ela nos faz transcender a paciência. Mas esta é a maravilha: ele ama aquele que foi o primeiro a permitir uma virgem […]. É próprio […] dela […] até a morte […] desejo de praticar […]. (faltam 23 linhas)Portanto, ela se rendeu a ele em seu caminho. Ele foi o primeiro a fixar nosso olhar nesta virgem que está fixada na cruz que está naqueles lugares. E vemos que é sua água que a autoridade suprema concedeu àquele em quem há um sinal. Esta é a água da imortalidade que as grandes potências lhe concederão enquanto ele estiver abaixo, à semelhança de seu jovem filho. Ela não parou por causa dele. Ela […] o […] ele se tornou […] na palavra […] que aparece ao […]. Ele não […]. (13 linhas faltando)… em […] através de […] veio desses lugares. Alguns caíram no caminho. Outros caíram nas rochas. E ainda outros ele semeou nos espinhos. E ainda outros ele deu de beber […] e a sombra. Eis […] ele […] E esta é a realidade eterna antes que as almas saiam daqueles que estão sendo mortos.

Mas ele estava sendo perseguido naquele lugar pelo rastro produzido pelo Salvador. E ele foi crucificado e morreu – não sua própria morte, pois ele não merecia de modo algum morrer por causa da igreja dos mortais. E ele foi pregado para que eles pudessem mantê-lo na Igreja. Ele lhe respondeu com humilhações, pois desta forma havia suportado o sofrimento que havia sofrido. Pois Jesus é para nós uma semelhança, por causa de … (faltam 14 linhas)… esta […] toda a estrutura e […] a grande amargura do mundo […] nós com os […] ladrões […] os escravos […] até Jericó […] eles receberam […]. Pois […] até aqueles que vão esperar enquanto todo o defeito os prende até a realidade final que é sua porção, já que ele nos derrubou, tendo nos amarrado em redes de carne. Como o corpo é uma morada temporária que os governantes e as autoridades têm como morada, o homem dentro dele, após ter sido aprisionado na fabricação, caiu em sofrimento. E depois de tê-lo obrigado a servi-los, eles o constrangeram a servir as energias. Dividiram a Igreja de modo a herdar … (faltando 9 linhas)… poder para […] e […] e […] ter tocado […] antes de […] é a beleza que […] vai querer […] e estar com [… […] lutar uns com os outros […] como outros […] virgens […] para destruir […] feridas […] mas ela […] gosta de […] a […] desde que eles tinham golpeado […] imperecíveis. Esta […] que ele permanece […] virgem. A […] sua beleza […] sua fidelidade […] e portanto […] ela. Ele apressou […] ele não atendeu […] eles desprezam […]. Pois quando a Mãe tinha [… (5 linhas faltando)… a Mãe […] seu inimigo […] o ensinamento […] da força […] da natureza […] eis que uma donzela […] é incapaz […] primeiro […] o oposto […]. Mas como ele […] não foi capaz […] ele se tornou […] matou-o […] vivo […] ele a considerou […] melhor do que a vida […] pois ele sabe que se […] o mundo o criou […] para criá-lo […] a partir de […] sobre as regiões […] aqueles que eles governam […]. Mas […] ele o emitiu […] ele habita nele […] o Pai de Todos […] seja mais para ela […] ele. Ele […] ele … (faltam 8 linhas)… como […] em […] ele as tem […] elas […] cada uma será digna […] levá-lo e […] o professor deve se esconder como se ele fosse um deus que abraçaria suas obras e as destruiria. Pois ele também falou com a Igreja e se fez seu mestre da imortalidade, e destruiu o professor arrogante, ensinando-a a morrer.

E esse professor fez uma escola viva, pois esse professor tem outra escola: enquanto nos ensina sobre os escritos mortos, ele, por outro lado, estava nos fazendo sair do excesso do mundo; através deles nos ensinavam sobre nossa morte.

Agora este é o seu ensinamento: não chame um pai sobre a terra. Seu Pai, que está no céu, é um só. Vós sois a luz do mundo. Eles são meus irmãos e meus companheiros que fazem a vontade do Pai. Para que serve se você ganha o mundo e perde a sua alma? Pois quando estávamos no escuro, costumávamos chamar muitos de “pai”, já que ignorávamos o verdadeiro Pai. E esta é a grande concepção de todos os pecados … (faltam 8 linhas)… prazer. Somos como […] ele a […] alma […] homens que […] o lugar de morada.

O que é agora a fé estabelecida pelo mestre que o libertou da grande ignorância e da escuridão do olho ignorante? Ele o lembrou das coisas boas de seu Pai e da raça. Pois ele lhe disse: “Agora o mundo não é teu, que não estimes a forma que está nele como vantajosa; antes (como) desvantajosa e (como) um castigo”. Receba agora o ensinamento daquele que foi censurado – uma vantagem e um lucro para a alma – e receba sua forma. É a forma que existe na presença do Pai, a palavra e a altura, que o faz conhecer antes de ter sido desviado enquanto estava em (a) carne da condenação.

Da mesma forma eu me tornei muito pequeno, para que através da minha humildade eu pudesse levá-lo até a grande altura, de onde você tinha caído. Você foi levado a este poço. Se agora você acredita em mim, sou eu que o levarei para cima, através desta forma que você vê. Serei eu quem te levará sobre meus ombros. Entra pela costela de onde vieste e esconde-te das feras. O fardo que você carrega agora não é seu. Sempre que você (fêmea) for … (faltam 14 linhas)… de sua glória […] desde a primeira. De ser contado com a fêmea, o sono trouxe o trabalho de parto e o sábado, que é o mundo. Pois de ser contado com o Pai, o sono trouxe o sábado e o êxodo do mundo dos animais. Pois o mundo é das bestas e é uma besta. Portanto, aquele que está perdido foi contado para o astuto, e aquele que é das bestas que surgiram. Eles colocaram sobre ele uma roupa de condenação, pois a fêmea não tinha outra roupa para vestir sua semente, exceto aquela que ela trouxe no sábado. Pois nenhuma besta existe no Éon. Pois o Pai não guarda o sábado, mas (ao contrário) aciona o Filho, e através do Filho ele continuou a se munir dos Éons. O Pai tem elementos racionais vivos dos quais ele veste meus membros como vestes. O homem … (faltam 11 linhas)… este é o nome. O […] ele se emitiu a si mesmo e ele emitiu o reprovado. Aquele que foi reprovado mudou (seu) nome e, junto com aquele que seria como a reprovação, ele apareceu como carne. E o humilhado não tem equipamento. Ele não tem necessidade da glória que não é sua; ele tem sua própria glória com o nome, que é o Filho. Agora ele veio para que pudéssemos nos tornar gloriosos através do humilhado que habita nos lugares da humilhação. E através dele que foi censurado, recebemos o perdão dos pecados. E por aquele que foi censurado e por aquele que foi redimido, recebemos a graça.

Mas quem redimiu aquele que foi repreendido? É a emanação do nome. Pois assim como a carne tem necessidade de um nome, também a carne é um Éon que a Sabedoria emitiu. Ela recebeu a majestade que está descendo, para que o Éon possa entrar naquele que foi censurado, para que possamos escapar da desgraça da carcaça e ser regenerado na carne e no sangue de … (faltam 8 linhas)… destino. Ele […] e os Éons […] aceitaram o Filho embora ele fosse um mistério completo […] cada um de seus membros […] graça. Quando ele gritou, ele foi separado da Igreja como porções da escuridão da Mãe, enquanto seus pés lhe deram traços, e estes queimaram o caminho da ascensão ao Pai.

Mas qual é o caminho e a maneira (em) como ela (fêmea) se tornou sua cabeça? Bem, ela (fême.) fez a morada para trazer a luz àqueles que habitam dentro dele, para que pudessem ver a Igreja ascendente. Pois a Cabeça se levantou do poço; estava dobrada sobre a cruz e olhou para baixo para Tártaros, para que os de baixo pudessem olhar para cima. Assim, por exemplo, quando alguém olha para alguém, então o rosto daquele que olhou para baixo olha para cima; assim também uma vez que a Cabeça olhou da altura para seus membros, nossos membros foram para cima, onde estava a Cabeça. E ela, a cruz, estava sendo pregada para os membros, e apenas para que eles pudessem … (7 linhas faltando)… têm […] porque eram como […] escravos. A consumação é assim: Aquele que ela indicou será completado por aquele que indicou. E as sementes que restarem durarão até que o Todo seja separado e tome forma.

E assim o decreto será cumprido, pois assim como a mulher que for honrada até a morte tem a vantagem do tempo, assim também ela dará à luz. E esta descendência receberá o corpo designado para ela, e se tornará perfeita. Ele tem uma natureza generosa, uma vez que o Filho de Deus habita nele. E sempre que ele adquire o Todo, o que quer que ele possua < será dissolvido> no fogo porque desprezava e ultrajava muito o Pai.

Além disso, quando o grande Filho foi enviado após seus pequenos irmãos, ele espalhou o Édito do Pai e o proclamou, opondo-se ao Todo. E ele removeu o velho vínculo da dívida, o da condenação. E este é o édito que foi: Aqueles que se fizeram escravos se tornaram condenados em Adão. Eles foram trazidos da morte, receberam perdão por seus pecados e foram redimidos por … (faltam 9 linhas)… já que somos dignos […] e […] mas eu digo […] e estes […]. Pois […] é digno de […] a Deus. E o Pai […] o Cristo se afastou de tudo isso, pois ama seus membros com todo o seu coração. Aquele que é invejoso põe seus membros uns contra os outros. Se não tiver ciúmes, não será afastado de (os) outros membros e do bem que ele vê.

Ao ter um irmão que nos considera como ele também é, glorifica-se aquele que nos dá graça. Além disso, é conveniente para cada um de nós desfrutar do dom que recebeu de Deus, e que não tenhamos ciúmes, pois sabemos que aquele que tem ciúmes é um obstáculo em seu (próprio) caminho, pois destrói somente a si mesmo com o dom e desconhece a Deus. Ele deve se alegrar e se alegrar e participar da graça e da generosidade. Será que alguém tem um dom profético? Compartilhe-o sem hesitar. Não se aproxime de seu irmão com inveja nem … (faltam 8 linhas)… escolhidos como […] vazios enquanto escapam […] caídos de seu […] ignoram que […] desta forma eles […] os têm […] em […] para que possam refletir forçosamente sobre as coisas que você quer que eles pensem quando pensam em você. Agora seu irmão também tem sua graça: Não se menospreze, mas alegre-se e agradeça espiritualmente, e reze por isso, para que você possa compartilhar a graça que habita dentro dele. Portanto, não o considere estrangeiro para você, mas (como) aquele que é seu, a quem cada um de seus <-colegas> membros recebeu. Ao amar o Chefe que os possui, você também possui aquele de quem é que essas efusões de dons existem entre seus irmãos.

Mas será que alguém está fazendo progressos na Palavra? Não se deixe impedir por isso; não diga: ”Por que ele fala enquanto eu não falo”, pois o que ele diz é (também) seu, e o que discerne a Palavra e o que fala é o mesmo poder. A Palavra … (faltam 13 linhas)… apenas um olho ou uma mão, embora sejam um só corpo. Aqueles que pertencem a todos nós, servem à Cabeça juntos. E cada um dos membros a considera como um membro. Todos eles não podem tornar-se inteiramente um pé ou inteiramente um olho ou inteiramente uma mão, pois estes membros não viverão sozinhos; ao contrário, estão mortos. Sabemos que eles estão sendo mortos. Então, por que você ama os membros que ainda estão mortos, ao invés daqueles que vivem? Como você sabe que alguém ignora os irmãos? Pois você é ignorante quando os odeia e tem ciúmes deles, pois não receberá a graça que habita dentro deles, não estando disposto a reconciliá-los com a generosidade da Cabeça. Você deve agradecer por nossos membros e pedir que também a você seja concedida a graça que lhes foi dada. Pois a Palavra é rica, generosa e bondosa. Aqui ele dá presentes a seus homens sem ciúmes, de acordo com … (faltam 11 linhas)… apareceram em cada um dos membros […] ele mesmo […] já que eles não brigam entre si por causa de suas diferenças. Ao contrário, trabalhando uns com os outros, eles trabalharão uns com os outros, e se um deles sofrer, eles sofrerão com ele, e quando cada um deles for salvo, eles serão salvos juntos.

Além disso, se eles esperarem pelo êxodo da harmonia (terrena), eles virão para o Éon. Se estiverem aptos a participar da (verdadeira) harmonia, quanto mais aqueles que derivam da unidade única? Eles devem ser reconciliados uns com os outros. Não acuse sua cabeça porque ela não o nomeou como um olho, mas sim como um dedo. E não tenha ciúmes daquilo que foi colocado na classe de um olho, de uma mão ou de um pé, mas esteja grato por não existir fora do Corpo. Pelo contrário, você tem a mesma cabeça por conta da qual o olho existe, assim como a mão e o pé e o resto das partes. Por que você despreza aquele que é nomeado como […] desejava […] caluniou […] não abraça […] corpo não misturado […] escolhido […] dissolve […] da descendência de Éon […] por mais que nos arrancou de <os> Éons que existem naquele lugar. Alguns existem na Igreja visível – aqueles que existem na Igreja dos homens – e unanimemente proclamam uns aos outros o Pleroma de seu éon. E alguns existem para a morte na Igreja em cujo nome eles vão – ela para quem eles são a morte – enquanto outros são para a vida. Portanto, eles são amantes da vida em abundância. E cada um dos demais resiste por sua própria raiz. Ele dá frutos que são como ele, já que as raízes têm uma conexão entre si e seus frutos são indivisíveis, o melhor de cada um. Eles os possuem, existindo para eles e uns para os outros. Assim, sejamos como as raízes, pois somos iguais […] que Éon […] aqueles que não são nossos […] acima do […] o agarram […] desde […] sua alma. Ele vai […] nós lhe demos […] a ele. Se você o purificar, ele permanecerá em mim. Se a encerrares, ela pertence ao Diabo. Mesmo se você matar suas forças que estão ativas, ela estará com você. Pois se a alma está morta, ainda assim ela foi decretada (por) os governantes e autoridades.

O que, agora, você pensa como espírito? Ou por que eles perseguem homens desse tipo até a morte? Eles não estão satisfeitos em estar com a alma e procurá-la? Pois cada lugar é excluído deles pelos homens de Deus enquanto eles existirem em carne e osso. E quando não podem vê-los, já que eles (os homens de Deus) vivem pelo espírito, destroem o que aparece, como se assim pudessem encontrá-los. Mas qual é o lucro para eles? Eles são insensatamente loucos! Eles rasgam o que os rodeia! Escavam a terra! […] ele […] esconde […] existe […] purifica […] porém […] depois que Deus […] nos agarra […] mas nós caminhamos […]. Pois se os pecados são muitos, tanto mais agora é o ciúme da Igreja do Salvador. Pois cada um era capaz de ambas (tipos) de transgressão, a de um adepto, e a de uma pessoa comum. É ainda uma única capacidade que eles possuem. E quanto a nós, somos adeptos da Palavra. Se pecamos contra ela, pecamos mais do que os gentios. Mas se superarmos cada pecado, receberemos a coroa da vitória, mesmo quando nossa Cabeça foi glorificada pelo Pai.

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Fonte:

http://gnosis.org/naghamm/intpr.html.

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

 

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A Lei da Kimbanda

A Lei da Kimbanda vem dos bantos, dos povos Angola-Congo. A “misturança”, ou ainda podemos dizer “sincretismo” entre o Exu-iorubá, os Ngangas e Tatás (almas de chefes kimbandeiros das nações bantas) foi o que deixou esse ar de confusão no povo, que muitos até mesmo sendo “feitos na kimbanda”, não entendem, ou o que é pior, tratam-no de diabo. Na verdade, o Exu da kimbanda não é o Exu-Iorubá (Orixá ou Imalé dessa cultura). Os Espíritos que chegam na linha da kimbanda são espíritos de Ngangas ou Tatás, aqueles que quando encarnados na terra eram sacerdotes bantos adoradores de algum Nkisi ou Npungu.

No Brasil, o culto aos Npungus e Nkisis através dos seus mensageiros – os Ngangas – foi misturado na escravidão com o culto aos Encantados e aos pajés (da cultura tupi-guarani) e também com o dos Iorubás, surgindo os seguintes novos cultos, fruto da miscelânea: Makumba – que vem de “ma-kiumba” (espíritos da noite). Foi assim chamado o mais primitivo culto sincretista no sul do Brasil (e o primeiro originado no Brasil), dada sua maior preponderância banto; é dela que descendem os outros cultos afro-brasileiros com influência das nações Angola-Congo, Tupi-guarani, Nagô e a Igreja, nessa ordem. A razão de se chamar makiumba (logo após por deturpação da palavra ficaria makumba ou macumba) foi justamente, porque é um culto que se faz na noite, onde se deveriam chamar necessariamente os espíritos da noite (almas de outros sacerdotes do culto – Eguns ou Ancestrais). No culto iorubano-nagô conhece-se e rende-se culto aos Ancestrais-Egun, porém eles são afastados dos rituais aos Orixás, tentando ter um contato com outro tipo de energia. Isto contribuiu para que os rituais onde se chamavam os eguns fossem menosprezados, tratados pejorativamente e mal interpretados.

Por outro lado, a Igreja também condenava os cultos com influência índio-banto onde se fazia beberagem e supostamente “orgias”.

Na verdade, as danças bantús eram no Brasil e ainda são na África, bastante eróticas, e também é verdade que os Guias bebem e fumam, porém é muito distante de ser uma orgia ou uma bebedeira. Depois, quando os grupos de nações começaram a procurar sua identidade, dividiram-se os principais componentes da makumba, aparecendo: Candomblé de Angola; Candomblé de Congo; Candomblé de Caboclo ou dos Encantados; Catimbó; – todos eles à procura de uma raiz cultural – e também, ao final do século XIX surgem da macumba urbana, (onde se tinha muita participação dos brancos pobres e os descendentes de escravos) a Umbanda e a Kimbanda com influências para o Espiritismo e com muito sincretismo. Na Kimbanda, permaneceu grande parte do culto aos Ngangas da nação Angola-Congo, porém misturado com o diabo (pelas influências dos mitos e tabus dos próprios integrantes – que não tinham conhecimento das origens) e também embaixo do pé do Orixá Iorubá Exu.

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Postagem original feita no https://mortesubita.net/cultos-afros/a-lei-da-kimbanda/

Alberto Magno

pesquisa & texto Ligia Cabús

albertomagno.gifO Grande Alberto ou Alberto Magno nascido na Bavária ─ Alemanha em data incerta, 1193 ou 1206, é um dos nomes mais citados entre os ocultistas de diferentes épocas, do fim da Idade Média à Renascença até o Iluminismo. Ele é um santo, [santo Albertus Magnus],  beatificado em 1622, canonizado pelo papa Pio XI e honrado com o título de Doutor da Igreja em 1931. Mestre de outros doutores, São Tomás de Aquino, figura notável da escolástica, foi seu pupilo e seus livros influenciaram fortemente a formação do abade Johannes Trithemius [1462-1516, nascido Johann Heidenberg] e Cornelius Agrippa [1486-1535].

Educado em Pádua, ali conheceu o pensamento de Aristóteles e foi um dos primeiros filósofos cristãos-católicos a se empenhar na tarefa de conciliar pensamento aristotélico e doutrina cristã. Entre 1221 e 1223 Alberto teria tido um encontro místico, uma visão com a Virgem Maria. Depois disso, contrariando a vontade paterna, decidiu se dedicar à vida religiosa. Dizem que antes da visão ele era um jovem completamente estúpido. A experiência com o sobrenatural teria resultado na “iluminação mental” que tomou conta do rapaz. Caso semelhante ocorreu com o padre Vieira no Brasil, completamente bronco até sofrer o “estalo de Vieira”, uma dor de cabeça acachapante, um desmaio e um despertar de gênio.

Albertus tornou-se membro da Ordem Dominicana e como monge dominicano foi estudar teologia em Bolonha. Em Colônia, foi pregador. Em 1254 foi designado para ser provincial, o mais alto posto regional da Ordem e, em 1260, o papa Alexandre IV ordenou-o bispo de Rosensburg. Em 1263, já beirando os 70 anos, renunciou a todos os cargos e retirou-se no convento de Wuzburg, [em Colônia], onde dedicou-se aos estudos pelo resto da vida.

Embora seja uma contradição, na Europa ocidental medieval muitos dos estudiosos proeminentes das ciências ocultas pertenceram ao clero da Igreja católica, o que deu origem a uma curiosa geração de ocultistas fervorosamente cristãos cuja herança aparece claramente nas obras de mestres como abade Thritemius, Paracelso, Agrippa, Eliphas Levi, Papus.

Na chamada Alta Idade Média ou nos primeiros tempos do cristianismo medieval os mosteiros eram centros de cultura onde a erudição da obras de cientistas e artistas clássicos era preservada em meio à treva intelectual que dominava o povo e mesmo parte da nobreza do período. Os monges, muitos dos frades enclausurados, escribas das bibliotecas, tornavam-se intelectuais que transcendiam a esfera doa teologia; eram poliglotas, estudiosos de ciências comparadas, tinham acesso aos textos pagãos e adquiriam um saber enciclopédico.

Os escritos de Alberto Magno, reunidos em 1899, somaram 38 volumes sobre os mais variados temas: lógica, botânica, geografia, astronomia, astrologia, mineralogia, química, zoologia, psicologia, frenologia (estudo da relação entre a configuração do crânio e traços de caráter e personalidade) e, naturalmente, sobre teologia. Possivelmente, foi o autor mais lido de sua época. Poucos séculos depois de sua morte, em 15 de novembro de 1280, surgiram rumores de que o bispo dominicano tinha sido um mago alquimista. Afinal, entre suas numerosas obras havia tratados como Alchemy, Metals and Materials, Secrets of Chemistry, Orign of Metals, Origns of Compounds e Theatrum Chemicum, esta, uma coleção de observações sobre a Pedra Filosofal, Sobre a pedra filosofal, um segredo que teria sido a ele transmitido pelos discípulos de São Domenico [1170-1221].

Estudava astrologia; tal como muitos intelectuais de seu tempo, Alberto Magno admitia que os corpos celestes influenciam a vida dos homens determinando características físicas e comportamentais. Escreveu sobre suas teorias astrológicas em Speculum Astronomiae. Acreditava que as pedras possuem propriedades ocultas conforme relata em De mineralibus. Atribui-se a Magno a descoberta do arsênico e diz a tradição que pouco antes de morrer em 15 de novembro de 1280 ele transmitiu o segredo da pedra filosofal para o discípulo Thomas de Aquino, a quem teria revelado que testemunhara a criação de ouro por meio de um processo de transmutação.

Bispo & Mago

É curioso que o religioso e santo Albertus Magnus, respeitado estudioso escolástico do século XIII tenha sido o mestre virtual, por meio de seus escritos, de alguns dos nomes mais destacados do ocultismo ocidental. Sua influência é evidente quando se conhece um pouco dos textos, que necessitam de uma urgente reedição em português; são títulos muito raros.

Collin Wilson, em The Occult, transcreve um ensinamento atribuído a Magno: “O alquimista deve viver em solidão, afastado dos homens. Deve ser silencioso e discreto… Deve saber escolher a hora certa para suas operações, isto é, quando os corpos celestes estão propícios”. Agrippa, Paracelso, Eliphas Levi, Papus, todos esses grandes mestres recomendam a mesma postura ao pesquisador da Magia.

É notório que Alberto Magno conhecia extensivamente as propriedades ocultas das pedras preciosas para influenciar a saúde do corpo e do espírito. a ametista, propiciando concentração; a esmeralda, inspiradora da virtude, castidade, temperança, abstenção; ágata, para a saúde dos dentes e para afastar fantasmas e serpentes.

Sobre ervas, diz que a betônica (Betônica Officinalis) produz o poder da profecia e a verbena, o encantamento do amor.  O Eupatório (Eupatorium perfoliatum) é usado no tratamento de febres, em quadros de dengue, por exemplo.

Alberto Magno, com toda a sua erudição, também ensinou sobre a eficiência da magia simpática ação à distância, indireta, sobre um objeto relacionado ao objetivo desejado. Trata-se de uma crença bastante difundida e é a base da magia que trabalha com roupas e objetos de indivíduos ou bonequinhos de cera representativos de uma pessoa.

O Grande Alberto acreditava ser possível tratar a lesão de um homem operando simultaneamente sobre o objeto/arma que o feriu: a faca, a pedra com que o golpe foi desferido ou aconteceu. A machadinha com a qual o açougueiro feriu a si mesmo em um momento de descuido deve ser “medicada” com o mesmo remédio que é ministrado ao doente.

Depois, o objeto assim “magnetizado” deve ser colocado atrás da porta do quarto. Em alguns casos, quando o paciente reclamava de dor verificava-se que o objeto tinha caído.  Outros ocultistas, nos séculos seguintes à época de Magno, repetiram o ensinamento e esforçaram-se para explicar este fenômeno. Apesar de, a primeira vista, “operar objetos” ou, ainda ─ operar as/nas secreções do paciente, no sangue ─ pareça uma providência absurda, sem lógica, o fato é que a magia simpática está na origem de todas as “técnicas” de auto-cura/auto-ajuda tão disseminadas nesta pós-modernidade doentia.

Embora as autoridades eclesiásticas insistissem em negar o teor ocultista dos escritos de Albertus classificando obras alquímicas a ele atribuídas como espúrias, em 1480, The Great Chronicle of Belgium referia-se a ele como “Grande em magia, grande em filosofia, grande em teologia”. Um escritor anônimo tenta desconstruir a imagem do monge mago alegando que Albertus jamais praticou a Arte Hermética sobre a qual escreveu.

O Andróide do Grande Alberto

Consta que uma das mais fantásticas proezas de Albertus Magnus foi a invenção de um andróide. A artefato teria consumido 30 anos de estudos das ciências ocultas e, muito evidentemente, ciências exatas. Foi confeccionado com metais cuidadosamente escolhidos sob as influências planetárias adequadas. O autômato era maravilhoso: falava e tinha a sabedoria de um oráculo infalível, respondendo a qualquer questão ou problema que lhe fosse proposto. Eliphas Levi relata o fim daquele que teria sido o primeiro robô dotado de inteligência artificial de todo o mundo:

Asseguram os cronistas que ele [Alberto Magno] … conseguiu depois de trinta anos de trabalho, a solução do problema do andróide, isto é, ele fabricou um homem artificial, vivo, falante, dizendo e respondendo a todas as questões com uma precisão e sutileza tal que Santo Tomás de Aquino [discípulo de Magno], aborrecido de não poder reduzi-lo ao silêncio, o partiu com uma cajadada. [LEVI, 2004 ─ p 208]

Eliphas Levi explica que a “lenda do andróide de Alberto, o Grande” é uma metáfora para o fanatismo aristotélico do monge, escolástico do tipo que pretendia promover a filosofia aristotélica a sustentáculo da teologia cristã-católica, fonte inesgotável de respostas para tudo com suas “palavras preparadas” pela “lógica do silogismo que argumentava em vez de raciocinar”. A filosofia de Aristóteles era o “autômato filosófico”, o “Andróide” de Alberto e a “Suma Theologica… foi o bastão magistral” que destruiu a aberração
[LEVI, 2004].

Segundo Clute e Nicholls a palavra andróide apareceu na língua inglesa em 1727 para referir-se justamente as supostas tentativas do alquimista Albertus Magnus (1200-1280) de criar o homem artificial(8) (apud Oliveira, op. cit. p. 9). …De Albertus Magnus era dito que tinha trato com o próprio diabo, pois tinha confeccionado uma cabeça de cobre que era capaz de falar e responder a estímulos. Seus inimigos o acusavam também de ter fabricado um autômato capaz de falar. [BOECHAT, , 2009]

Senhor do Tempo

Embora o Andróide seja incrível, o mais assombroso prodígio realizado pelo Grande Alberto entrou para a história da Universidade Paris. O religioso ocultista tinha convidado William II, Conde de Holanda e Rei dos Romanos para um jantar, uma ceia em sua sua casa monacal, em Colônia. Estavam em pleno inverno e Albertus mandou preparar as mesas no jardim do convento.

A terra estava coberta de neve e os cortesãos que acompanhavam William murmuravam sobre a imprudência do filósofo, expondo o príncipe ao desconforto do tempo. Porém, quando tomaram seus lugares, a neve subitamente desapareceu e todos sentiram o frescor de um dia primaveril. O jardim coloriu-se de flores perfumadas que desabrocharam, nas árvores e arbustos; pássaros voavam e cantavam sob o sol. Era uma metamorfose da natureza e espetáculo tornou-se ainda mais impressionante quando, ao fim do jantar, todas as maravilhas desapareceram em um instante e o vento frio voltou a soprar castigando o jardim invernal.

Reputação Duvidosa

Apesar da fama de poderoso, há quem diga que “Magno”, no nome de Alberto não proveio, originalmente, de sua grandeza intelectual mas, antes, é um nome de família: Albert the Groot.  Para Eliphas Levi, que notoriamente não aprecia os escolásticos aristotélicos, o prestígio do monge é um folclore entre e somente entre a plebe ignara ele é considerado “o grande mestre de todos os Magos”. De sua extensa produção científica, poucos textos genuínos teriam chegados aos dias atuais e, ironicamente, suas obras mais conhecidas seriam “espúrias”. O ocultista Gerard Anacelet Vincent Encausse, o Papus, comenta os dois textos.

Os Admiráveis Segredos de Alberto, o Grande, publicado em 1791, “contém certos ensinamentos que podem ser utilizados, misturados com receitas bizarras e tradições da magia dos campos. O Grande Alberto compreende:

1º ─ Um tratado de embriologia…
2º ─  Um tratado de correspondências mágicas consagrado ao estudo das virtudes de ervas, pedras e animais, acompanhado de um quadro de influências planetárias.
3º ─  Um livro de “segredo” que se refere mais às práticas da feitiçaria que às da Magia.
4º ─  Um apêndice contendo noções fundamentais de fisionomia.

Pequeno Alberto

Segredos Maravilhosos da Magia Natural e Cabalística do Pequeno Alberto, Lion ─ 1758. O Pequeno Alberto é consagrados às tradições populares relativas à Magia. Encontram-se aí páginas inteiras inspiradas na Filosofia Oculta de Agrippa [Henry Cornelius Agrippa, 1486–1535]. São receitas ingênuas e curiosas sobre os processos empregados nos campos para inspirar e aumentar o amor… satisfação dos interesses materiais e resolução de questões de dinheiro. Relata processos mais ou menos pueris para conseguir ganhar no jogo e para a descoberta de tesouros. Este último capítulo só é interessante pelo estudo teórico que faz referente aos espíritos dos defuntos e aos que gnomos que guardam os referidos tesouros. [[PAPUS, 2003].

Sobre trechos “inspirados” na Filosofia Oculta de Agrippa, não é de se estranhar o fato: a biografia de Agrippa, [também alemão e também nascido em Colônia], mostra que este ocultista também estudou os textos atribuídos a Alberto Magno pouco mais de 200 anos depois da morte do monge, época em que, talvez, ainda fosse possível diferenciar os livros falsos dos verdadeiros. Deste modo, é muito difícil determinar se os livros de Agrippa influenciaram os “espúrios” de Alberto; se os originais de Magno influenciaram os “espúrios” de Magno; e seus originais [ou não], por sua vez, fizeram parte da formação de Agrippa.

O próprio Agrippa confessa em uma carta [epístola  23, I, I] que desde muito jovem era dominado por uma curiosidade pelos mistérios. Esse interesse pelas coisas secretas pode ter sido romantizado e exagerado pela sombra histórica do grande estudioso do oculto Alberto Magno. Ele [Agrippa] escreve a Teodorico, bispo de Cirene, que um dos primeiros livros de magia que estudou foi o Speculum, de Alberto. Devia ser fácil para um jovem corajoso e rico adquirir os grimórios de magia em um centro comercial e escolástico tão prolífero. [TYSON, 2008 ─  p 14]

O fato é que hoje a autenticidade das obras é colocada em dúvida. Em português, os títulos são raríssimos. Este articulista pesquisou e encontrou três exemplares de O Grande e o Pequeno Alberto, editado pela Edições 70 Lisboa em 1977, 458 páginas, listado em Estante Virtual, livros usados, aos preços salgadinhos de 180 e 200 reais. Online, outros poucos títulos como: O Composto dos Compostos ─ IV volume do Theatrum Chemicum  ─ e o suspeitíssimo Egyptian Secrets, White and Black Art for Man and Beast.

Os Admiráveis Segredos de Alberto, o Grande

Apesar da imensa obra deixada pelo dominicano seu nome foi eternizado justamente pelos livros considerados falsos, não escritos, de fato, por Magnus. O Grande Alberto e o Pequeno Alberto, mais se parecem com almanaques que reúnem receitas mágicas para enfrentar todo tipo de mazela ou infortúnio. O valor destes textos é conservar a memória de uma cultura que é a matéria prima de uma magia popular [magia exotérica, folclórica] que floresceu na Europa medieval, levou muita gente para a fogueira, atravessou eras e ainda se mostra presente em costumes e crenças hoje cultivados nas áreas rurais, pelas comunidades mais simplórias, especialmente no mundo ocidental.

Trata-se do conhecimento não científico mas tradicional das propriedades ocultas de plantas, pedras, animais e do poder dos rituais [e orações, pois é uma curiosa magia cristã] como forma de projeção da vontade. Algumas “receitas” são, atualmente, impensáveis, pelo tanto que ofendem aos princípios básicos da higiene e assepsia. Conforme assinala Marco Antonio Lopes em Princípios de ciência médica na época de Montaigne e Cervantes [2009]:

O pepino, por exemplo, figurava nessa farmacologia estritamente empírica como eficaz repelente de insetos. É o que afirma o tratado alemão de sabedoria médica popular intitulado Os admiráveis segredos de Alberto, o Grande, publicado em 1703, em finais da Idade Média. Para erradicar percevejos, o livro recomenda apanhar um pepino em forma de serpente, mergulhá-lo em água para, em seguida, esfregá-lo na cama infestada. Excremento de boi era recomendado para o mesmo fim, com a garantia expressa de que nenhum percevejo jamais seria encontrado nessa cama. Já o excremento de rato misturado com mel era recurso infalível para a calvície; a sua fricção tópica promovia a recomposição dos pêlos, em qualquer parte do corpo em que tinham existido [cf. Sallmann, 2002, p.172-173].

Fontes:
AUGHTERSON, Kate. The english Renaissence: Sources and Documents. Routledge, 2008. IN Google Books ─ acessado em 06/04/2009.
BOECHAT, Walter. Ficções do Corpo na Era Tecnológica: Mitologias da Ficção Científica. IN Revista Coniunctio nº 5 Volume 2 | SIZIGIA: Núcleo de Estudos em Psicologia Analítica ─ acessado em 06/04/2009.
Grimoires: Albertus Magnus.  In The Miskatonic University Library.
LEVI, Eliphas. História da Magia. [Trad. Rosabis Camayasar] São Paulo: Pensamento, 2004.
TYSON, Donald. A Vida de Agrippa IN Três Livros de Filosofia Oculta. [Trad. Marcos Malvezzi] ─  São Paulo: Madras, 2008.
WAITE, Arthur E.. Alchemists Through the Ages. In Google Books ─ acessado em 05/04/2009.

1193 – 1280

[…] dentro das paredes da Igreja. Todos os grandes alquimistas desta fase foram sacerdotes católicos. Albertus Magnus, Basilio Valentim e Roger Bacon são alguns desses nomes.  Foi apenas a partir de Nicolas Flamel […]

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/biografias/alberto-magno/ […]

[…] dentro das paredes da Igreja. Todos os grandes alquimistas desta fase foram sacerdotes católicos. Albertus Magnus, Basilio Valentim e Roger Bacon são alguns desses nomes.  Foi apenas a partir de Nicolas Flamel […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/biografias/alberto-magno/

A influência da bruxaria européia na Umbanda

A bruxaria européia entrou no Brasil via Portugal. Escreve Luís da Câmara Cascudo, em Meleagro (Rio 1951) p. 179: “A presença do feiticeiro, da feiticeira especialmente, é um documento histórico, uma constante etnográfica desde as manhãs do Brasil colonial. As denunciações e confissões prestadas ao Santo Ofício em Baía, 1591-1593, e Pernambuco, Paraíba, 1593- 1595, evidenciam a fauna prestigiosa da bruxaria européia, em funcionamento normal e regular”. E cita uma porção de portuguêsas, divulgadoras dos processos da magia tradicional. “Ao findar do séc. XVI o brasileiro estava com todos os elementos disponíveis do espírito para ser um fiel consulente do candomblé, muamba, macumba, canjerê e xangô. Os volumes que registaram as confissões e denúncias em Baía, Pernambuco e Paraíba evidenciam que a credulidade popular contemporânea tem raízes fundas na terra em que a raça se formou” (p. 181).

Nas Denunciações de Pernambuco (1593-1595), segundo publicação feita por Rodolpho Garcia (São Paulo 1929), damos com as seguintes feiticeiras e bruxas: Ana Jácome, acusada de ter embruxado uma menina recém-nascida de seis dias (pp. 24 s.); Lianor Martins, a Salteadeira, que, como se dizia, tinha um familiar, uma medrácu1a, um buço de lobo, uma carta de Santo Erasmo, semente do feito colhida na noite de São João com um clérigo revestido e com esse arsenal mágico pod1a fazer com que os homens quisessem bem às mulheres e vice-versa, com que os maridos não vissem o que as mulheres faziam e outras coisas semelhantes (pp. 108-109); Felícia Toulrinha, presa na cadeia pública por amancebada com um homem casado, tomou um chapim, pregou-lhe no meio uma tesoura e, com os dedos indicadores colocados abaixo dos anéis, levantou para o ar o chapim e de1xou-o cair, invocando o diabo guedelhudo, o diabo orelhudo, o diabo felpudo, para que lhe dissessem se certo homem ia por onde tinha dito que havia de ir (p. 187). -Mas não conseguimos ver, nas Atas publicadas das “Denunciações”, nenhum processo que lidasse diretamente com alguma bruxa “profissional”. Nos outros processos, porém, ocorrem freqüentemente casos de supostas feitiçarias, encantamentos e envultamentos. Era sem dúvida bem difundida a superstição e a credulidade no ambiente de origem européia do nosso século XVI.

Ora, a bruxaria européia, a “tradicional”, dispõe de literatura própria, que encontra sua expressão mais fiel no famoso Livro de São Cipriano. Ao lado dele há outros, do mesmo tipo, como: As Verdadeiras Clavículas de Salomão, Enquiridião do Papa Leão, Grimório do Papa Honório, O Dragão Vermelho, Os Maravilhosos Segredos do Grande e Pequeno A/berto, O Livro Completo das Bruxas, O Livro do Feiticeiro, Cruz de Caravaca, etc. Tudo traduzido para o português e exposto nas livrarias do Brasil. Estão sempre entre a literatura umbandista ou “espiritualista” (sic). Inclusive livrarias espíritas mais sérias e “ortodoxas”, como a LAKE de São Paulo, expõem e propagam a literatura que poderíamos qualificar como “sãociprianista”.

E a coisa não é de hoje. Em 1904 o conhecido jornalista João do Rio (Paulo Barreto) constatou que o Livro de São Cipriano era, já então, o vademecum dos feiticeiros cariocas. Assim lemos em As Religiões do Rio (edição de 1951), p. 40: “Mas o que não sabem os que sustentam os feiticeiros, é que a base, o fundo de toda a sua ciência é o Livro de S. Cipriano. Os maiores alufás, os mais complicados pais-de-santo, têm escondida entre os tiras e a bicharada uma edição nada fantástica do S. Cipriano. Enquanto criaturas chorosas esperam os quebrantos e as misturas fatais, os negros soletram o S. Cipriano, à luz dos candeeiros…”.
Há diferentes edições do S. Cipriano. Temos várias na nossa coleção: “O Grande e Verdadeiro Livro de São Cipriano”, “O Antigo e Verdadeiro Livro de São Cipriano” e “O Único Verdadeiro Livro de São Cipriano”. Haverá outros, “mais autênticos”. Abrimos o “Antigo e Verdadeiro” (“única edição completa conforme antigo original”). Tem 411 páginas. Apresenta o material em quatro partes distintas: I. Tesouros do Feiticeiro; II. Verdadeiro Tesouro da Mágica; III. Enguerimanços de S. Cipriano ou Prodígios do Diabo; IV. Oráculo dos Segredos. Na primeira parte, além de esconjuros e orações supersticiosas misturadas com orações católicas, há dois tratados de cartomancia e um de astrologia. Nas outras partes há numerosas receitas para fazer amuletos e talismãs, inclusive uma para fazer pacto com o demônio. Fantasiam-se modos para fazer o mal, para obrigar o marido a ser, fiel, para forçar as mulheres a dizer tudo o que tencionam fazer, para ser feliz nos negócios, para fazer-se amar pelas mulheres, para obrigar a amar contra a vontade, para fazer casamentos, para ganhar no jogo, para apressar casamento, para ligar namorados, para obrigar as almas a fazer o que se deseja, para aquecer as mulheres frias, para saber se a pessoa ausente é fiel, para fazer ouro puro, etc.

O Enquiridião do Papa Leão é apresentado como obra escrita pelo Pa.pa Leão III a Carlos Magno. São 174 páginas com orações supersticiosas, contra toda sorte de encantos, malefícios, feitiçarias, sortilégios, visões, obstáculos, malefícios de casamentos, etc. Apresenta também sinais cabalísticos com forças misteriosas contra o demônio e as adversidades. Muitas vêzes o texto é totalmente ininteligível, como, por exemplo, este da p. 89: “Adonay, Jod, Magister, dicit Jo. Oh bom Jesus, exorcisa-me! Manuel, Sathor, Jessé, adorável Tetragrammaton. Heli, Heli, Heli, Laebé Hey Hámy, este é meu corpo Tetragrammaton…”.

Já o Grimórios do Papa Honório (“Os misteriosos segredos ocultos do Papa Honório”), traduzido do francês, é um produto da mais consumada malícia. Tudo é apresentado piedosamente sob forma de uma Constituição Apostólica de Honório III. Entre blasfemas invocações do Santo Nome de Deus, da Santíssima Trindade, de Jesus, da Eucaristia, entre numerosas prescrições de Pai-Nossos, Ave-Marias, jejuns e santas missas, apresentam-se fórmulas de conjurações de demônios, espíritos e divindades. Há encantos, feitiços e magias para ver os espíritos dos quais o ar está cheio, para atrair uma moça por mais esperta que seja, para ganhar no jogo, para tornar-se invisível, para possuir ouro e prata, para ter o corpo fechado contra todos os tipos de armas, para fazer vir uma pessoa, para fazer uma moça dançar nua, para tirar o sono de alguém, para gozar e possuir a mulher a quem se deseja (é o “segredo do Padre Girard”!), para romper e destruir todos os malefícios, para aprisionar cavalos, equipagem e extraviar uma pessoa, para ajudar lebres nos partos difíceis e contra uma porção de doenças. Para calcular a maldade com que são misturadas as coisas mais sujas com as mais santas, veja-se a receita indicada na p. 90, “para fazer uma moça dançar nua”: é preciso escrever o nome da moça num pergaminho novo com uma pena molhada no sangue de um morcego e colocá-la debaixo da laje de um altar “a fim de que uma Missa seja rezada em cima”… E tudo isso numa Constituição Apostólica do Papa Honório III…

As Verdadeiras Clavículas de Salomão (“ou o Tesouro das Ciências Ocultas… acompanhadas de um grande número de segredos”), como também O Dragão Vermelho, outra forma das “Clavículas”, pretendem ensinar o modo como fazer pactos com os demônios. Descrevem o modo de “consagrar” os objetos necessários para o “trabalho” (faca, lancêta, defumadores, tinta, penas, sal), como sacrificar os animais (cabrito e galo preto), etc. Dão uma lista enorme de demônios, com nomes e especialidades, fazendo recordar a lista dos Exus da Umbanda. Há também os mais variados sinais (desenhos) cabalísticos, capazes de atrair o respectivo espírito, exatamente como os “pontos riscados” dos umbandistas.

Cheio de perversidades está O Livro Completo das Bruxas, “o único verdadeiro, completo e de acordo com os manuscritos existentes nos museus de Londres, Cairo e Louvre, bem como de diversos países do Oriente”. Sabe o A., exatamente, que os habitantes do Inferno estão divididos em 6.666 legiões, contendo cada uma 6.666 elementos, o que dá um total de 44.435.556. E que cada diabo vive aproximadamente 680.400 anos.

Bem no início da obra temos também os mandamentos da bruxa: 1) Renegar a Deus; 2) blasfemar continuamente; 3) adorar ao diabo; 4) esforçar-se por não ter filhos; 5) jurar em nome do diabo; 6) alimentar-se de carnes; 7) imaginar que pratica o ato sexual com o diabo, todas as noites; 8) trazer consigo a imagem do diabo; 9) lavar o rosto e pentear-se de 4 em 4 dias; 10) tornar banho cada 42.º dia; 11) mudar de roupa cada 57.º dia; 12) Se for homem, barbear-se cada 91.º dia; 13) não cortar nem polir as unhas… Também deverá comer quatro dentes de alho, sem tempero nenhum, em cada refeição, de quatro em quatro horas.

Entre cruzes, Pai-Nossos e Ave-Marias, invocações de Lúcifer e Satanás, conjurações e esconjuras, aparecem mil formas e fórmulas para praticar o mal e enfeitiçar meio mundo, num ambiente de meia-noite, sexta-feira, lua minguante e encruzilhadas, recorrendo a gatas pretas, galos pretos, galinhas pretas, bodes pretos, sapos pretos, ouriços pretos, corujas pretas, olhos de cães pretos, ovos de galinhas pretas, miolo de burro, corações de pombas pretas, sangue de rã, rim de lebre, pernas esquerdas de galinhas pretas, fígados de rouxinol; com o auxílio de panos pretos, seda vermelha, azeite, farofa, moedas, urinas, suores, ervas, raízes, flores, pedras de cevar, filtros de amor, cavalos marinhos, estrelas do mar, figas de Guiné, de arruda e de azeviche… É o bazar barato e constante da feitiçaria universal, sempre preocupada com questões de saúde, problemas de fortuna e os mistérios do amor.

Continua, assim, abundante a literatura da bruxaria européia: Lá está o Breviário de Nostradamus, outro Livro da Bruxa, o Tratado de Magia Oculta, o Livro dos Sonhos, o Livro do Feiticeiro e mais obras de Astrologia, Cartomancia e Quiromancia, sem esquecer os livros de Papus, Eliphas Levi, do Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, das Sociedades Teosóficas, dos Rosacruzes, de Allan Kardec.

Eis as causas remotas da Umbanda. O movimento umbandista ainda está na fase de formação e elaboração. Mas é nestes elementos de origem africana, ameríndia e européia que os dirigentes da Umbanda encontram sua principal fonte. Há, certamente, também o aspecto cristão ou católico, e com ele ainda nos ocuparemos. É, porém, mais um elemento para a superfície, de decoração ou de fachada. O cerne da Umbanda não é cristão: é profunda e visceralmente contrário à autêntica vida cristã. A idolatria e as superstições do paganismo constituem a verdadeira essência do Espiritismo Umbandista. Quem conhece a vida e as práticas dos nossos terreiros ou tendas, reconhecerá imediatamente as várias causas que acabamos de lembrar.

Fonte:

KLOPPENBURG, Boaventura. A Umbanda no Brasil: Orientação para os católicos. Petrópolis, Vozes, 1961, p 37-41.

Boaventura Kloppenburg

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/a-influencia-da-bruxaria-europeia-na-umbanda/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/alta-magia/a-influencia-da-bruxaria-europeia-na-umbanda/

Appetite For Destruction – Guns N’ Roses

Axl Rose e sua trupe lançaram este disco justamente em 87, no ápice de uma época em que os EUA viviam a grande histeria dos rituais de abuso, conhecida como o Pânico Satânico. Os filhos das trevas estavam por todos os lados e obviamente os pastores evangélicos reconheceram sabiamente no Guns N’ Roses a chama do Diabo. Na capa do disco está estampado o comportamento anticristão do grupo que promovia a tríade sexo, drogas e rock n’ roll, estes três famosos sacramentos de satanas.

Odes a heroína, a cocaína, as orgias e a tudo o que estivesse oculto ou proibido. Appetite for Destruction é considerado o disco mais perigoso produzido por sua geração. O disco têm em seu título e em cada uma de suas faixas seu verdadeiro propósito: destruir, destruir, destruir, destruir, destruir…  A iconoclastia de Guns N’ Roses é celebrada com Axl Rose usando uma camisa com a imagem de Jesus Cristo e a inscrição: “Mate seus Ídolos” GENIAL.

Welcome To The Jungle – Guns N’ Roses

 

 

Welcome to the jungle
We got fun ‘n’ games
We got everything you want
Honey we know the names
We are the people that can find
Whatever you may need
If you got no money honey
We got your disease

In the jungle
Welcome to the jungle
Watch it bring you to your sha na na na na… knees, knees
I wanna watch you bleed

Welcome to the jungle
We take it day by day
If you want it you’re gonna bleed
But it’s the price you pay
And you’re a very sexy girl
That’s very hard to please
You can taste the bright lights
But you won’t get them for free
In the jungle
Welcome to the jungle
Feel my, my, my, my serpentine
I, I wanna hear you scream
Welcome to the jungle
It gets worse here everyday
Ya learn to live like an animal
In the jungle where we play
If you got a hunger for what you see
You’ll take it eventually
You can have anything you want
But you better not take it from me

In the jungle
Welcome to the jungle
Watch it bring you to your sha na na na na… knees, knees
I wanna watch you bleed

And when you’re high you never
Ever want to come down,so down,so down,so down YEAH!
Down!

You know where you are?
You’re in the jungle baby
You’re gonna die
In the jungle
Welcome to the jungle
Watch it bring you to your sha na na na na… knees, kness
In the jungle
Welcome to the jungle
Feel my, my, my, my serpentine
In the jungle
Welcome to the jungle
Watch it bring you to your sha na na na na… knees, knees
In the jungle
Welcome to the jungle
Watch it bring you to your
It’s gonna bring you down
Huh!

Tradução de  Welcome To The Jungle
(Bem-vindo à selva)

Bem-vinda à selva
Nós temos diversões e jogos
Nós temos tudo o que você quiser
Querida, sabemos os nomes
Nós somos as pessoas que podem encontrar
Qualquer coisa que você precisar
Se você tiver o dinheiro, querida
Nós temos sua doença

Na selva
Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus joelhos
Venha, eu quero ver você sangrar

Bem-vinda à selva
Nós a enfrentamos dia após dia
Se você quiser, você vai sangrar
Este é o preço que você pagará
E você é uma garota muito sexy
Muito difícil de satisfazer
Você pode provar as luzer brilhantes
Mas você não vai tê-las de graça

Na selva
Bem-vinda à selva
Sinta minha, minha, minha, minha serpentina…
Venha, eu quero ouvir você gritar

Bem-vinda à selva
Fica pior a cada dia
Você aprende a viver como um animal
Na selva em que jogamos
Se você tem fome pelo o que vê
Você vai tê-lo, finalmente
Você pode ter o que quiser
Mas é melhor não tirá-lo de mim

Na selva
Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus joelhos
Venha, eu quero ver você sangrar

E quando você está no alto, você nunca
Nunca quer voltar pra baixo, pra baixo, pra baixo, SIM!

Você sabe onde você está?
Você está na selva, baby
Você vai morrer

Na selva
Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus joelhos
Na selva
Bem-vinda à selva
Sinta minha, minha, minha, minha serpentina…
Eu quero ouvir você gritar
Na selva
Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus joelhos
Na selva
Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus
Ela vai te derrubar
HA!

 

Nº 64 – Os 100 álbuns satânicos mais importantes da história

[…] 64 – Appetite For Destruction – Guns N’ Roses […]

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/musica-e-ocultismo/appetite-for-destruction-guns-n-roses/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/musica-e-ocultismo/appetite-for-destruction-guns-n-roses/

Odin, o Grande Xamã

Neste vídeo falo sobre a volta do paganismo nórdico na Islândia, terra da “Edda Poética” e de Odin, o rei xamã, que também já foi andarilho e as vezes faz até bico de Papai Noel ou de mago em filmes do “Senhor dos Anéis”. Através deste deus riquíssimo em simbologia, vamos compreender melhor do que diabos se trata um mito: algo que não existe, mas existe sempre!

Se gostaram, não esqueçam de curtir, compartilhar e se inscrever no canal!

#Mitologia #Odin #Paganismo #xamanismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/odin-o-grande-xam%C3%A3

A História da Ordem dos Cavaleiros Templários

Por Spartakus FreeMann.

A História da Ordem
Organização do Templo
A vida no Templo
Lista dos Grão-Mestres
Símbolos e História oculta
Dante e os Templários
Godfrey de Bouillon e a Ordem do Priorado de Sião
Relação com as comunidades muçulmanas e gnósticas

História

 Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.

Em 1097, a primeira cruzada liderada por Godfrey de Bouillon, Robert de Flandres e Bohémon de Tarento é lançada pelo Papa Urbano II.

Em 1099, Jerusalém foi tomada. Godfrey, não se sentindo digno de usar uma coroa na cidade onde Cristo foi crucificado, tomou o título de “Protetor do Santo Sepulcro”.

Em 1100, a morte de Godfrey de Bouillon, Baudoin de Boulogne, seu irmão, foi coroado Rei de Jerusalém.

Em 1118, Baudoin II foi coroado Rei de Jerusalém. Nesse mesmo ano, nove cavaleiros franceses, liderados por Hugues de Payens, chegaram a Jerusalém, onde se apresentaram a Baldwin II. Eles foram recebidos no recinto do Templo do Rei Salomão. Os cânones do Santo Sepulcro foram movidos para a ocasião. Antes do Patriarca de Jerusalém (Garimond) eles fizeram os três votos de pobreza, castidade e obediência e seguiram a regra de Santo Agostinho. A origem de Hugues de Payens levantou muitas controvérsias entre os historiadores. Nada se sabe sobre isso, exceto que ele provavelmente veio da região de Champagne. O personagem deve ser de alguma importância, pois seu nome aparece em duas cartas de Hugh de Troyes. O vilarejo cujo nome ele leva está localizado a cerca de dez quilômetros de Troyes.

“… O rei, os cavaleiros e o senhor patriarca, cheios de compaixão por esses homens nobres que haviam desistido de tudo por Cristo, apoiaram-nos com seus próprios recursos e posteriormente lhes conferiram… alguns benefícios e algumas propriedades. Como eles ainda não tinham uma igreja própria, nem uma residência fixa, o rei senhor lhes concedeu uma pequena moradia por um tempo em uma parte de seu palácio, perto do templo do Senhor… eles foram posteriormente chamados de Cavaleiros do Templo Irmãos”.

 Jacques de Vitry

 Em 27 de dezembro de 1118, dia de São João Evangelista, estes nove cavaleiros (Hugues de Payns, Geoffroy de Saint-Omer, André de Monbard (tio de São Bernardo), Payen de Montdidier, Archambaud de Saint Aignan (ou de Saint Amant), Geoffroy Bisol, Hugues Rigaud, Rossal e Gondemare) reuniram-se no local do Templo de Salomão onde revelaram a fundação da Ordem dos Cavaleiros Pobres de Cristo e do Templo de Salomão (pauperes commilitones Christi Templique Salomonici).

“Há um templo em Jerusalém onde eles vivem em comum; se ele está longe de igualar na arquitetura o antigo e famoso templo de Salomão, ao menos não é inferior a ele em glória. Na verdade, toda a magnificência da primeira consistia na riqueza dos materiais corruptíveis de ouro e prata e na montagem de pedras e madeiras de todos os tipos que entraram em sua construção; A segunda, ao contrário, deve toda sua beleza, seus ornamentos mais ricos e agradáveis, à piedade, a religião de seus habitantes e sua vida perfeitamente regulamentada; uma encantava os olhos por suas pinturas; mas a outra exige respeito pelo espetáculo variado das virtudes que ali são praticadas e dos atos de santidade que ali são realizados.”

(São Bernardo de Claraval, “Para os Cavaleiros do Templo”)

A Ordem dos Templários havia acabado de nascer. Sua missão era proteger as rotas dos peregrinos para a Terra Santa.

De 1118 a 1127, durante 9 anos, os Templários se organizaram, mas estranhamente, eles que queriam proteger os peregrinos, não tomaram parte em nenhuma batalha. Sua única ocupação era renovar os estábulos subterrâneos do Templo. Em 1220, Baldwin II deu todo o Palácio do Templo aos Templários. Durante o mesmo período, a Ordem recrutou escudeiros e sargentos de armas.

Em 1126, o Conde Hugues de Champagne aderiu à Ordem, uma importante contribuição, pois era um grande amigo de Bernardo de Claraval, cuja autoridade era imensa nos círculos eclesiásticos.

Em 1227, Baldwin II enviou Hugues de Payens e alguns de seus companheiros para a Europa. O Papa Honório II os recebeu. Foram feitos contatos com Bernardo de Claraval, que organizou o Conselho que deveria dar existência legal à Ordem.

Em 14 de janeiro de 1128, o Conselho de Troyes, reunido na Catedral de Troyes, sob o impulso de Bernardo de Claraval, dotou oficialmente a nova congregação com as “Regras da Ordem”. Na verdade, isto só aprovou uma regra pré-existente. Esta regra, escrita em latim, contém 72 artigos e subordina o Templo à autoridade do Patriarca de Jerusalém.

Por volta de 1130, Bernardo de Claraval escreve “De Laude Novae Militiae”, uma obra na qual ele contrasta a cavalaria secular e o cavalheirismo celestial dos Templários.

“Diz-se que um novo tipo de milícia nasceu na terra, na mesma terra que o sol nascente veio visitar do céu, para que onde ele espalhou os príncipes das trevas com seu poderoso braço, a espada desta corajosa milícia extermine logo seus satélites, ou seja, os filhos da infidelidade. Ela redimirá novamente o povo de Deus e fará o chifre da salvação crescer aos nossos olhos na casa de Davi, seu filho (Lucas I, passim). Sim, é um novo tipo de milícia, desconhecido dos séculos passados, destinada a lutar sem descanso contra a carne e o sangue, e contra os espíritos da maldade espalhados no ar. Não é tão raro ver homens lutando contra um inimigo corporal apenas com a força do corpo que eu me surpreenda; por outro lado, travar guerra contra o vício e o diabo apenas com a força da alma também não é tão extraordinário a ponto de ser louvável; o mundo está cheio de monges que lutam essas batalhas; Mas o que eu acho tão admirável quanto é obviamente raro é ver ambas as coisas combinadas, o mesmo homem pendurando corajosamente sua espada dupla a seu lado e cingindo nobremente seus flancos com seu arnês duplo ao mesmo tempo. O soldado que veste sua alma com a couraça da fé e seu corpo com uma couraça de ferro ao mesmo tempo não pode deixar de ser destemido e em perfeita segurança; pois sob sua dupla armadura ele não teme nem o homem nem o diabo. Longe de temer a morte, ele a deseja. Pois o que ele pode temer, seja ele vivo ou morto, já que só Jesus Cristo é sua vida e a morte é seu ganho? Ele vive sua vida com confiança e de todo o coração por Cristo, mas o que ele preferiria é estar livre dos laços do corpo e estar com Cristo; isso é o que lhe parece melhor. Ide, pois, para a batalha em segurança, e acusai os inimigos da cruz de Jesus Cristo com coragem e destemor, pois sabeis que nem a morte nem a vida podem separar-vos do amor de Deus, que se fundamenta nas indulgências que Ele toma em Jesus Cristo, e recordai estas palavras do Apóstolo, em meio a perigos: “Se vivemos ou morremos, pertencemos ao Senhor” (Romanos XIV. 8). Que glória para aqueles que retornam vitoriosos da batalha, mas que felicidade para aqueles que encontram o martírio! Alegrai-vos, generosos atletas, se sobreviverdes à vossa vitória no Senhor, mas deixai que vossa alegria e alegria sejam dobradas se a morte vos une a Ele: sem dúvida vossa vida é útil e vossa vitória gloriosa; mas é com boa razão que se prefere a morte santa a eles; pois se é verdade que aqueles que morrem no Senhor são abençoados, quanto mais felizes ainda são aqueles que morrem pelo Senhor?

São Bernardo de Claraval, “Aos Templários Louvores de sua Nova Milícia”

Em 29 de março de 1139, Inocêncio II emitiu a bula papal “Omne Datum Optimum”, a fonte de todos os privilégios da Ordem. O objetivo disto era fornecer ao Templo capelães para o serviço religioso e assim libertá-lo da jurisdição episcopal. A Ordem foi submetida diretamente à autoridade do Papa, deixando assim o Mestre e seu capítulo quase total liberdade. Além disso, os Templários tiveram o privilégio de coletar o dízimo.

“Nós os exortamos a combater os inimigos da cruz com ardor e, como sinal de nossa recompensa, permitimos que guardem para si todos os saques que tiraram dos sarracenos sem que ninguém tenha o direito de reivindicar uma parte deles. E declaramos que sua casa, com todos os seus bens adquiridos pela generosidade dos príncipes, permanece sob a proteção e a tutela da Santa Sé.”

Em 1146, o Papa Eugênio III lhes deu a túnica branca com a cruz vermelha no ombro com quatro ramos iguais.

A partir daquele momento, a Ordem cresceu constantemente e logo teve comandantes em toda a Europa, bem como na Palestina. A Ordem fretou sua própria frota sediada em La Rochelle. De lá, navios com destino ao Levante partiram e navios da Inglaterra e da Bretanha chegaram a este porto.

Durante os séculos XII e XIII, a história do Templo se entrelaçou com a história das Cruzadas.

Esquieu de Floyrian, sob pressão de Guillaume de Nogaret, confessou em 1305 ao Rei da França as práticas obscenas dos ritos de entrada da ordem, e Filipe, o Belo aproveitou esta informação para encomendar uma investigação, e assim em 13 de outubro de 1307 os sargentos de Felipe, o Belo apreenderam quase todos os Templários da França. Quase todos os outros estados europeus seguiram o exemplo. De acordo com os documentos da investigação papal, que contêm até 127 itens, os Templários foram acusados principalmente de simonia (tráfico criminal de coisas sagradas), heresia, idolatria, magia e sodomia. Além disso, eles foram acusados de forçar seus neófitos a negar Cristo, cuspir no crucifixo e dar beijos obscenos. Os sacerdotes, enquanto celebravam a missa, foram omitidos voluntariamente para consagrar os anfitriões; foi dito que eles não acreditavam na eficácia dos sacramentos.

Finalmente, foi dito que os Templários se dedicaram à adoração de um ídolo conhecido como “Bafomet” (uma cabeça humana, que discutiremos mais tarde) ou de um gato; foi dito que eles usaram cordas encantadas em suas camisas noite e dia. A acusação representou todos estes crimes como sendo ordenados por uma Regra secreta.

O Conselho de Viena de 1311-1312 examinou o caso dos Templários, mas a maioria dos cardeais concluiu que não havia provas da culpa da Ordem e que seus representantes deveriam ser ouvidos novamente. Sob pressão de Felipe, o Belo, o Papa oficializou a supressão da Ordem em 22 de março de 1312 com a bula papal “Vox in excelso”.

“Considerando, portanto, as infâmias, suspeitas e insinuações ruidosas e outras coisas acima mencionadas que surgiram contra a ordem, e também a recepção secreta e clandestina dos irmãos desta ordem; que muitos destes irmãos se afastaram dos costumes, vida e hábitos gerais dos outros fiéis de Cristo, e isto especialmente quando receberam outros [homens] entre os irmãos de sua ordem; [que] durante esta recepção fizeram com que aqueles que receberam fizessem profissão e jurassem não revelar a ninguém a forma de sua recepção e não deixar esta ordem, por causa da qual surgiram presunções contra eles;

 Considerando ainda o grave escândalo que essas coisas causaram contra a ordem, que parecia não poder ser apaziguada enquanto essa ordem permanecesse, e também o perigo para a fé e as almas; que tantas coisas horríveis foram cometidas por muitos irmãos dessa ordem […] que caíram no pecado de uma apostasia atroz contra o próprio Senhor Jesus Cristo, no crime de uma idolatria detestável, no execrável ultraje dos sodomitas […] ;

 Considerando também que a Igreja Romana às vezes reprimiu outras ordens ilustres de obras muito menos do que as acima mencionadas, sem sequer uma reprovação apegada aos irmãos: Não sem amargura e tristeza de coração, não em virtude de uma sentença judicial, mas por meio de disposição ou decreto apostólico, a referida ordem do Templo e sua constituição, hábito e nome por decreto irrevogável e válido perpetuamente, e o submetemos à proibição perpétua com a aprovação do santo conselho, proibindo formalmente qualquer pessoa de se permitir no futuro entrar na referida ordem, de receber ou vestir seu hábito, ou de agir como Templário. Quem transgredi-lo incorrerá ipso facto na sentença de excomunhão.

Além disso, reservamos as pessoas e bens desta ordem à ordem e disposição de nossa sede apostólica, que, pela graça do favor divino, pretendemos dispor para a honra de Deus, a exaltação da fé cristã e a prosperidade da Terra Santa antes do fim do presente Concílio.”

A bula papal “Ad providam” de 2 de maio decretou que a propriedade do Templo passaria para as mãos dos Hospitalários.

O Papa Clemente V apoiou o Rei da França e assim, em 1314, Jacques de Molay (22o Grande Mestre), Geoffroy de Charnay (Colecionador da Normandia) e 37 cavaleiros da Ordem foram queimados vivos em Paris, na Ilha dos Judeus. Godfrey de Paris foi uma testemunha ocular desta execução. Em sua Crônica Métrica (1312-1316), ele escreveu as palavras do Mestre da Ordem: “Eu vejo aqui meu julgamento, onde morrer me convém livremente; Deus sabe quem está errado, quem pecou. Deus sabe quem está errado, quem pecou. A infelicidade logo recairá sobre aqueles que erroneamente nos condenaram: Deus vingará nossa morte”. Esta é uma versão muito distante da versão de Rois Maudits de Druon (Reis Malditos de Druon) das diatribes de Molay.

Na Alemanha, os Templários foram absolvidos e se juntaram a outras ordens. Na Espanha, os Templários se refugiaram na Ordem de Calatrava e foi criada uma nova ordem, a de Montesa. Em Portugal, os Templários foram absolvidos e fundaram a Ordem de Cristo (da qual Vasco da Gama e Henrique o Navegador eram membros). Vale a pena notar que os navios de Colombo carregavam a Cruz Templária e que ele mesmo era casado com a filha de um antigo Grão Mestre desta ordem.

Organização do Templo

Os territórios onde são realizadas as atividades do Templo estão divididos em Províncias. Em 1294, havia 22 deles (5 na França, 4 na Espanha, 3 na Itália, 2 na Alemanha, 1 na Inglaterra, 1 na Hungria, 6 no Leste).

Os Templários formaram um exército permanente de vários milhares de homens, liderado por 500 cavaleiros e 1000 sargentos. Todos eles obedeciam ao Mestre e sua equipe.

Baldwin II cedendo o Templo de Salomão a Hugues de Payns e Gaudefroy de Saint-Homer, de William of Tyre, século XIII.

Hierarquia :

O pessoal do Templo é composto por:

  • O Mestre da Ordem: comparado a um Abade ou, melhor dizendo, a um soberano. Ele não pode tomar nenhuma decisão sem o acordo do Capítulo.
  • O Seneschal da Ordem: ele tem o selo da Ordem.
  • O Marechal: líder militar e responsável pela disciplina.
  • O Comandante da Terra e do Reino de Jerusalém: Tesoureiro do Templo e chefe da Marinha.
  • O Comandante de Trípoli e de Antioquia.
  • O Drapier: encarregados dos suprimentos da Ordem.
  • O Turcopolier.
  • O Submarechal.
  • O Gonfanonier.
  • O Comandante de Jerusalém: guardião dos peregrinos, da Santa Cruz e Embaixador da Ordem.

O Mestre do Templo, que mais tarde foi chamado Grande Mestre, tinha a autoridade de um líder supremo, mas só podia tomar uma decisão após consulta ao Capítulo. Ele não podia dar ou emprestar os bens da ordem e não podia começar ou terminar uma guerra. Na verdade, o Grande Mestre era como um presidente controlado pelo capítulo. Ele tinha que cumprir com as decisões do capítulo. “Todos os Irmãos devem obedecer ao Mestre e o Mestre deve obedecer a seu Convento”. (Estatutos Hierárquicos).

Com a morte do Mestre, as funções são assumidas pelo Marechal que reúne todos os dignitários da Ordem. Eles nomeiam o Grande Comandante que atuará até a eleição do novo Mestre. O Grande Comandante forma um pequeno conselho que fixa o dia da eleição. Naquele dia, ele convoca um capítulo restrito que escolhe três irmãos, um dos quais é nomeado Comandante da Eleição. O Capítulo escolhe um deputado. O Comandante da Eleição e seu deputado se retiram para a capela onde rezam até o nascer do sol. Pela manhã, o Comandante da Eleição e seu deputado nomeiam mais dois Irmãos. Depois elegem mais dois Irmãos e assim por diante até que haja 12 (em memória dos Apóstolos) e depois um décimo terceiro que deve ser capelão da Ordem. Entre este Capítulo devem existir 8 Cavaleiros e 4 Sargentos. Os treze eleitores se aposentam e quando parece haver acordo sobre dois nomes, o Comandante coloca à votação e aquele que recebe a maioria é designado como o novo Mestre da Ordem do Templo.

Os demais membros do Templo foram distribuídos da seguinte forma: Cavaleiros, Escudeiros, Sargentos, Capelães e Irmãos Artesãos.

Além disso, havia três categorias de pessoas que serviram a Ordem por um período fixo de tempo: Cavaleiros Clientes, Escudeiros Clientes e Turcopoles.

A vida no Templo

O enxoval dos cavaleiros consistia de duas camisas, dois pares de sapatos, dois calções, um gibão, uma peliça, uma capa, dois casacos, uma túnica e um amplo cinto de couro. Além dessas roupas, há duas toalhas: uma para a mesa e a segunda para a lavagem.

O traje militar consistia de uma cota de malha, um par de calções de ferro, um chapéu de ferro, um elmo, sapatos e um brasão. O armamento consistia de uma espada, uma lança e um escudo.

Além de suas ocupações civis e do serviço militar, sua existência era a dos monges. Quando soa o sino das matinas, os Templários vão à capela onde devem dizer 13 Pais-nossos para Nossa Senhora e 13 para o santo do dia. Após as matinas, eles devem ir para os estábulos. À prima, os cavaleiros vão novamente à missa. Os Templários não podem comer sem ouvir ou recitar 60 Pais-nossos. Antes das refeições, são recitados a Bênção e um Pai-nosso. Graças na capela após o refeitório, depois as vésperas, as horas da nona e completa.

Cada uma das horas é acompanhada por 13 ou 18 Pais-nossos. Além disso, há toda a gama de obrigações nas festas católicas. Ao cair da noite, os irmãos fazem um lanche e depois vão para a capela.

Lista dos Grão-Mestres

Observe que a lista aqui apresentada é indicativa e é apenas uma das muitas listas emitidas por historiadores. De fato, parece que os historiadores não concordam com o número e os nomes dos Grão-Mestres da Ordem do Templo…

  1. Hugues de Payens
  1. Robert le Bourgignon
  1. Evrard des Barres
  1. Bernard de Tramelay
  1. Bertrand de Blanquefort
  1. Filippe de Napelouse
  1. Odon de Saint-Amand
  1. Arnaud de Toroge
  1. Terrie (ou Thierry ou Therence)
  1. Gerard de Riddeford
  1. Robert de Sablé
  1. Gilbert Horal
  1. Filippe de Plessiez
  1. Guillaume de Chartres
  1. Pierre de Montaigu
  1. Armand de Périgord
  1. Guillaume de Tonnac
  1. Renaud de Vichiers
  1. Thomas Beraut
  1. Guillaume de Beaujeu
  1. O monge Gaudin
  1. Jacques de Molay

Símbolos e História oculta

Aqui estão algumas hipóteses e elementos de ocultismo relacionados com o Templo. Os templários sempre animaram a imaginação de muitos pesquisadores profissionais e não profissionais. Assim, há aqueles que defendem a ideia do esoterismo templário e tentam ligar todos os eventos mundiais à intervenção direta ou indireta dos Templários. O objetivo desta seção não é defender ou rejeitar esta ou aquela hipótese.

1 – O Selo da Ordem: representa dois cavaleiros cavalgando juntos em um cavalo. Este selo pode então simbolizar a pobreza da Ordem, mas também em um nível mais profundo, pode simbolizar:

  • A natureza dupla da Ordem, exotérica e esotérica, bélica e monástica
  • A natureza dual do homem, divina e humana
  • A tripartição do ser em spiritus (mente), animus (alma) e corpus (corpo)

Descriptio Terrae Sanctae, 1283. De Jerusalém, por Michel Join-Lambert. Elek Books, 1958.

2 – O Bafomet: antes de tudo, é importante saber que o termo “Bafomet” nunca foi usado pelos acusadores ou pelos próprios Templários. Na verdade, apenas a forma adjetival “bafomética” ou “bafomético” é encontrada. Assim, um irmão occitano da Ordem em Montpezat, Gaucerant, confessou ter adorado uma “imagem bafomética” que, em langue d’oc, poderia ser uma distorção do nome do profeta islâmico Maomé. Segundo os ocultistas, o Bafomet é um ídolo de origem islâmica, enquanto o Islã proíbe qualquer representação humana, ou uma simbolização dos dois São João na forma de Jano, um símbolo de batismo e iniciação?

Aqui, antes de tudo, estão os termos precisos de um artigo da primeira investigação (articulo super quibus inquiretur contra ordinem Templi): “Que os cavaleiros nas várias províncias tinham ídolos, ou seja, cabeças, algumas com três rostos e outras apenas uma; outras tinham um crânio humano. Estes ídolos ou este ídolo foram adorados… Os cavaleiros disseram que esta cabeça podia salvá-los, enriquecê-los, que fazia florescer as árvores, que fazia brotar as colheitas; os cavaleiros cingiram ou tocaram com cordas uma certa cabeça destes ídolos e depois se cingiram com esta corda, seja sobre a camisa ou sobre a pele.”

O historiador dinamarquês Munter, assim como outros, levantou a hipótese de que as chamadas cabeças adoradas pelos Templários eram simples cabeças relicárias, como ainda são encontradas em muitos museus e tesouros da igreja.

3 – A Beaucéant: preto e branco ou vermelho e dourado, poderia simbolizar as Trevas e a Luz. Veja o livro de Gérard de Sède para outras implicações desta bandeira.

4 – Números Simbólicos:

O número três aparece frequentemente na vida da Ordem (esmola três vezes por semana, aceitando três assaltos antes de retaliar…)

O número nove de fato, a Ordem foi fundada por nove cavaleiros em 27 de dezembro de 1118 (2+7=9, 12=9+3…), a Regra Latina tem 72 artigos (7+2=9), há nove anos entre 1118 e 1127 e os anos 18 e 27 são múltiplos de nove, a Ordem tinha nove províncias, a Beaucéant era às vezes um composta de 81 quadrados pretos e brancos (quadrados de 9, 8+1=9).

Dante e os Templários

Em 1318, Dante terminou sua Divina Comédia, na qual alude várias vezes aos Templários. No Paraíso (Canto XXX), Beatrice é cercada e protegida por “um conjunto de capas brancas” (nome pelo qual os Templários eram conhecidos). Também nos círculos do Paraíso, Dante escolhe São Bernardo como seu guia (Canto XXXII) por causa de seu papel na fundação da Ordem do Templo. São Bernardo em sua De laude novae militiae estabelece, como vimos, a missão e o ideal do cavalheirismo cristão, a ‘milícia de Deus’, termo muitas vezes encontrado nos escritos dos Fiéis do Amor, dos quais Dante era um membro proeminente.

No Purgatório (Canto XXVII), Dante lembra-se de testemunhar a execução de Jacques de Molay e Geoffroy de Charnay na fogueira em 18 de março de 1314 em Paris: “Estiquei-me para frente com as mãos fechadas e me deitei, olhando para o fogo e imaginando vividamente os corpos humanos que eu já tinha visto queimados”.

Finalmente, Dante compara o Papa Clemente V ao Anticristo, e lhe atribui um lugar em seu Inferno (Canto XIX): ‘Um pastor sem lei virá do oeste […] Ele será um novo Jasão, do qual os Macabeus falam, e quanto a este flexível foi seu rei, a este será o rei que governa a França’. Ele compara ainda o rei da França, Felipe, o Belo, a Pilatos em seu Purgatório (Canto XX): “Vejo o novo Pilatos tão cruel que não o satisfaz, mas sem decreto ele empurra seus véus gananciosos para dentro do Templo”.

Dante e os Fiéis do Amor, aos quais Dante pertencia, aspergiram suas obras com vários símbolos esotéricos a fim de lembrar sua filiação ao espírito cavalheiresco da Ordem do Templo. Assim, Dante frequentemente usa o número 9 como um número sagrado, simbolizando a trindade: espírito, alma, corpo, cada um com 3 aspectos e 3 princípios. Este número, também muito simbólico para os Templários, lembra os 9 fundadores tradicionais da Ordem, assim como as 9 províncias do Templo Ocidental; através do significado dos “Céus” dado por Dante em sua Divina Comédia – os 9 “Céus” são os graus da hierarquia iniciática que conduzem à “Terra Santa”.

Godfrey de Bouillon e a Ordem do Priorado de Sião

Em 1099, diz-se que ele fundou a Ordem do Priorado de Sião na Abadia de Notre-Dame du Mont de Sion (Nossa Senhora do Monte Sião), que é a origem da fundação da Ordem do Templo. De acordo com algumas fontes, o Priorado de Sião era a estrutura esotérica enquanto o Templo era a estrutura exotérica visível. Diz-se que o Priorado sobreviveu de várias formas até os dias de hoje. Na realidade, e para grande desgosto dos fãs do Código Da Vinci e outros disparates místicos e misteriosos, o Priorado de Sião foi mencionado pela primeira vez em 1956, a invenção do mistificador francês Pierre Plantard. Em uma série de documentos forjados depositados na Biblioteca Nacional em meados dos anos 60 e intitulados “Arquivos Secretos de Henri Lobineau”, Plantard apresenta o Priorado como uma irmandade datada de 1099, ligada à Ordem do Templo e cuja missão teria sido preservar o segredo de uma descendência oculta dos merovíngios para a restauração de uma monarquia merovíngia na França.

Relação com as comunidades muçulmanas e gnósticas

 1- Os Assassinos: uma seita xiita fundada no século XI por Hassan Ibn Sabbah, os Assassinos são cavaleiros baseados principalmente na Síria e na Pérsia que obedecem cegamente a seu líder, o “Velho da Montanha”.

Existe um certo paralelismo entre a ordem Assassina e a ordem Templária:

  • cavaleiros – refiks
  • escudeiros – fedavi
  • sargentos – lassiks
  • priores – daîkebir
  • grande mestre – xeque el djebel

Embora religiosamente opostas, houve um certo grau de colaboração entre as duas ordens. Além disso, os Templários mantiveram relações diplomáticas e até militares com os Assassinos da Síria. Também vale a pena notar que havia uma certa comunidade de espírito na linha das ordens de cavalheirismo.

2- Ordem dos Irmãos do Oriente: fundada na segunda metade do século XI por Michael Psellos, esta ordem está impregnada de doutrinas herméticas neopitagóricas.

3- Ordem dos Santos (ou Kaddosh): esta ordem era de inspiração Essênia, Gnóstica e Joanina. Diz-se que um certo Arnaud de Toulouse foi para a Palestina no início do século IX para estudar e penetrar nos mistérios desta sociedade. Ele atingiu o início das três graus e obteve permissão para fundar uma emanação da Ordem na Europa. A primeiro alojamento, ou loja, foi fundado em 804 em Toulouse por Arnaud sob o nome de Amus. A ordem teria incluído figuras como Gerber de Aurillac (futuro Papa Silvestre II), Raymond de Saint-Gilles (Conde de Toulouse), Godefroi de Bouillon e os nove cavaleiros fundadores da Ordem dos Templários. No Museu de Viena, uma medalha de Dante de Pisanello está em exposição. No verso da medalha, que representa Dante, pode-se ler a seguinte estranha sequência de letras: “F.S.K.I.P.F.T.”. Segundo René Guénon, estas letras significam “Fidei Sanctae Kadosh Imperialis Principatus Frater Templarius”.

Se você quiser saber mais sobre o esoterismo templário, não hesite em consultar nosso livro, coautoria de Spartakus FreeMann e Soror D.S., Le Bafomet, Figure de l’ésotérisme templier & de la franc maçonnerie, retraçando a lenta elaboração do mito do Bafomet, recém-publicado pela Alliance Magique.

Ordem do Templo, Spartakus FreeMann, agosto de 2008.

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Fonte:

Ordre du Temple : histoire, Spartakus FreeMann, août 2008. 

https://www.esoblogs.net/211/l-ordre-du-temple-histoire-1/

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/sociedades-secretas-conspiracoes/a-historia-da-ordem-dos-cavaleiros-templarios/