A Música na Umbanda

Um dos mais importantes fundamentos na umbanda é o ponto cantado e as cantigas em louvor aos Orixás. Estes pontos funcionam de maneira análoga aos mantras que evocam determinadas energias, entre diversas finalidades, servem tanto para trazer as entidades como para se despedir delas. As pessoas responsáveis por isso recebem o título de Curimba, eles “defendem” a gira com uma série de pontos corretamente selecionados, purificam o ambiente e auxiliam o médium na incorporação.

De origem africana, o atabaque é um instrumento Sagrado, Consagrado e Firmado por Orixás e Guias. Constituído por couro animal, madeira e ferragens, essas três partes correspondem as seguintes regências: O couro pertence ao Caboclo que dá força ao atabaqueiro para tocá-lo, a madeira a Pai Xangô que dá ao atabaque a condição de justiça para não ser utilizado para o mal, a ferragem aos Exús que não permitem que eles sofram demandas. “É na verdade o caminho e a ligação entre o homem e seus orixás, os toques são o código de acesso e a chave para o mundo espiritual“
Existem três tipos de atabaques:
Rum (grave) – É o primeiro atabaque, onde fica o chefe da Curimba. Ele lidera todos os outros curimbeiros que se seguem. Geralmente é quem dá início aos cânticos e o toque. Estes deverão ter conhecimentos mais aprofundados sobre a doutrina umbandista e música.
Rumpi (médio) – Neste fica o segundo curimbeiro que auxilia “puxando” e cantando os pontos, podendo também iniciar o toque.
Lê (agudo) – O terceiro curimbeiro realça o toque e acompanha o canto. Nestes últimos atabaques, geralmente são colocadas pessoas amadoras com relação ao conhecimento musical e doutrina umbandista.
O uso do atabaque na Umbanda também ajuda no processo de sincronização do ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, tornando possível que tanto pessoas muito agitadas, como muito sonolentas tenham seu ritmo cardíaco normalizado.
Em suma, os atabaqueiros transmitem a vibração da espiritualidade superior através dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, são como mensageiros entre nós e o mundo espiritual.
Sabemos que, grosso modo, a comunicação entre os planos espiritual e material, efetua-se através da sintonização de frequências. Cantar e bater palmas juntos, faz com que a vibração das pessoas entre na mesma faixa de freqüência do trabalho que será realizado, afastando maus espíritos, diluindo miasmas, larvas astrais e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais.
No plano espiritual, antes de dar início no processo de incorporação, os guias aguardam nossa vibração equilibrar-se com a vibração deles, desta forma, quando começamos a cantar os pontos dos guias que trabalharão na gira, estamos avisando os guias que estamos prontos. Uma só melodia, ritmo cardíaco igualado, foco em um mesmo objetivo, tudo isso fortalece os trabalhos dentro de uma egrégora e facilita a aproximação das entidades.
Os cantos, quando vibrados de coração (assim como nos mantras indianos é a vibração do osso esterno, localizado logo a frente do coração), atuam diretamente nos chakras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando-os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como, os toques dos atabaques atuam nos chakras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação.
“Ah, como é lindo o batuque do Tambor
Ah, como é lindo o batuque do Tambor
Na Umbanda linda de Nosso Senhor
Na Umbanda linda de Nosso Senhor
É a mensagem que enaltece os Orixás
É a oração que elevo ao senhor
É a vibração que nos faz incorporar
Sem batuque na Umbanda não se pode trabalhar
Eu não sabia, mas agora aprendi
Que o canto faz a gira de Umbanda
Quem canta, encanta a vida dos Orixás
É uma benção divina que emana muita paz”
(Louvação aos Atabaqueiros)
Referências
MATTOS, Sandro da Costa O livro Básico dos Ogans.
ORPHANAKE, João Edson A umbanda às suas ordens.
http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/umbanda2.htm
http://www.umbandacomamor.com.br/aumbanda/elementos/atabaques.html
https://www.daemon.com.br/wiki/index.php?title=Umbanda

Fabio Almeida

Fabio Almeida

#Arte #Música #Umbanda

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-m%C3%BAsica-na-umbanda

A Crença das Bruxas

Gerald Gardner

Acho difícil dizer exatamente no que crêem as bruxa de nossos dias. Conheço uma que vai à Igreja de vez em quando, embora seja apenas uma conformista ocasional. Acredita firmemente em reencarnação, assim como muitos cristãos. Não sei como ela ou eles reconciliam isso com os ensinamentos da Igreja. Mas, para começar, a crença em muitos paraísos diferentes, cada um com seu deus diferente, não é incomum. O deus do culto é o deus do próximo mundo, da morte e da ressurreição, ou da reencarnação, o consolador, o confortador. Após a vida, você vai alegremente a seu reino para o descanso e o alívio, tornando-se jovem e forte, esperando a época de renascer na terra de novo, e você pede a ele que mande de volta os espíritos de seus mortos queridos para que se regozijem com você em suas festas.

Torna-se claro que elas acreditam em algo desse tipo, por causa do mito da deusa que forma a parte central de um de seus rituais. É um tipo de espiritualismo primitivo.

Bruxas não têm livros de teologia, então para mim é difícil descobrir em que elas realmente acreditam. Com todos os milhares de livros escritos sobre a cristandade, ainda acho difícil definir as crenças cristãs. Transubstanciação, por exemplo. Por outro lado, é fácil fornecer a idéia central ou mito, que em minha opinião pode-se definir como uma história que afeta as ações das pessoas. Estritamente falando, nesse sentido o mito da cristandade está na crucifixão e na ressurreição, e poucos cristãos discordam disso. O mito da bruxaria parece ser a história da deusa aqui citada. Estou proibido de fornecer seu nome, então vou chamá-la G.

G. nunca amou, mas ela resolve todos os mistérios, mesmo o mistério da Morte, e assim ela viajou às terras baixas. Os guardiões dos portais a desafiaram. “Despe teus trajes, tira tuas jóias, pois nada disso podes trazer contigo em nossa terra. “Assim, ela pôs de lado seus trajes e suas jóias e foi amarrada como o eram todos os que entravam nos reinos da Morte, a poderosa.

Tal era a sua beleza que a própria Morte se ajoelhou e beijou seus pés, dizendo: ”Abençoados sejam esses pés que te trouxeram por estes caminhos. Permanece comigo, mas deixa-me pôr minha mão fria sobre teu coração “. E ela respondeu: “Eu não te amo. Por que fazes com que todas as coisas que eu amo e que me alegram se apaguem e morram? ” “Dama, ” respondeu a Morte, “isto é a idade e o destino, contra os quais não sou de nenhuma ajuda. A idade faz com que todas as coisas feneçam; mas, quando o homem morre ao fim de seu tempo, eu lhe dou descanso e paz e força para que ele possa retornar. Mas tu és adorável. Não retornes; permanece comigo. ” Mas ela respondeu: “Eu não te amo “. Então a Morte disse: “Como não recebes minha mão em teu coração, receberás o açoite da Morte”. “Esse é o destino, que seja cumprido, ” disse ela, ajoelhando-se. A Morte açoitou-a e ela gritou: “Conheço os sofrimentos do amor “. E a Morte disse: “Abençoada sejas ” e lhe deu o beijo quíntuplo, dizendo: “Que possas atingir a felicidade e o conhecimento”.

E ela lhe contou todos os mistérios e eles se amaram e se tornaram um; e ela lhe ensinou todas as magias. Por isso, há três grandes eventos na vida do homem – amor, morte e ressurreição no novo corpo – e a magia os controla a todos. Para realizar o amor, você deve retornar na mesma época e lugar que os entes amados e deve lembrar-se e amá-lo ou amá-la novamente. Mas, para renascer, você deve morrer e ficar pronto para um novo corpo; para morrer, você deve ter nascido; sem amor você não pode nascer e eis toda a magia. Esse mito sobre os quais os membros baseiam suas ações é a idéia central do culto. Talvez seja trabalhoso explicar idéias e rituais já concebidos e explicar por que o deus mais sábio, mais velho e poderoso deveria dar seu poder à deusa por intermédio da magia.

Havia um costume céltico de amarrar cadáveres; a corda com a qual um deles fora amarrado era de grande valia na obtenção da segunda visão. Mas no Mundo Antigo parece ter sido difundida a idéia de que uma pessoa viva deve ser amarrada para chegar à presença dos Senhores da Morte. Tácito, em Germânia XXIX, fala de bosques sagrados onde homens se juntam para obter augúrios ancestrais, para entrar nesses domínios sagrado dos Senhores da Morte. “Todos são atados com correntes para mostrar que estão em poder da Divindade e, se lhes acontecesse cair, não tinham ajuda para levantar. Deitados como estão, devem rolar pelo caminho da melhor forma possível. ” Isso mostra que eles eram amarrados bem forte, de forma que não podiam erguer-se; logo, é claro que não era uma amarração “simbólica”.

Luciano, em sua obra Vera Historia, que, embora seja um romance, trata de crenças populares, fala de pessoas vivas desembarcando na Ilha dos Abençoados, sendo instantaneamente atados com correntes e levados à presença do Rei dos Mortos.

A idéia de pessoas vivas, ou recém-mortos, sendo amarrados com correntes logo que chegam à terra dos mortos pode ser, em minha opinião, a origem da idéia de fantasmas arrastando correntes; mesmo no Limbo eles permaneceriam amarrados. apenas a história de Ishtar descendo aos infernos, mas o ponto principal da história é outro. Pode-se dizer também que é simplesmente Shiva, o deus da Morte e da Ressurreição; mas novamente a história é diferente. É bastante possível que as histórias de Ishtar e Shiva tenham influenciado o mito, mas acho que sua origem é mais provavelmente céltica. Nas lendas célticas, os Senhores do Submundo preparavam a pessoa para o renascimento; dizia-se que muitos vivos haviam entrado em suas regiões, formado alianças com eles e retornado em segurança, mas era preciso grande coragem; apenas um herói ou um semideus se arriscaria desse modo. Os mistérios célticos certamente continham rituais de morte e ressurreição e possivelmente visitas ao submundo com um retorno em segurança. Acho que o purgatório de São Patrício em Lough Derg é uma versão cristianizada dessa lenda.

O homem primitivo temia a idéia de renascer em outra tribo, entre estranhos, de forma que rezava e realizava ritos para se assegurar de que nasceria novamente na mesma época e no mesmo lugar que seus amados, que o conheceriam e o amariam em sua nova vida. A deusa do culto das bruxas é obviamente a Grande Mãe, a que dá a vida, o amor encarnado. Ela comanda a primavera, o prazer, a festa e todos os deleites. Mais tarde, ela foi identificada com outras deusas e tinha uma especial afinidade com a lua.

Antes de uma iniciação, lê-se uma declaração que começa assim:

Ouça as palavras da Grande Mãe, que antigamente foi chamada pelos homens de Artemis, Astartéia, Diana, Melusina, Afrodite e muitos outros nomes. Em meus altares a juventude da Lacedemônia fez o devido sacrifício. Uma vez por mês, de preferência quando a lua está cheia, encontrem-se em algum lugar secreto e me adorem. Pois sou a rainha de todas as magias… Pois sou uma deusa graciosa, dou alegria à terra, certamente, não a fé, durante a vida; e após a morte, a paz inexprimível, o descanso e o êxtase da deusa. Nada peço em sacrifício…

Essa declaração vem, eu acho, da época em que romanos ou estrangeiros chegaram; isso explicaria o que nem todos sabiam em épocas passadas e identifica a deusa com deusas de outras terras. Imagino que uma declaração similar era uma característica nos antigos mistérios.

Estou proibido de revelar algo mais; mas, se você aceitar a regra dela, tem a promessa de vários benefícios e é admitido no círculo, apresentado à Morte Poderosa e aos membros do culto.

Há também um pequeno “susto”, uma “prova” e um “juramento”; mostram-lhe algumas coisas e lhe dão alguma instrução. Tudo é muito simples e direto.

Entre as declarações mais comuns contra as bruxas está a de que elas repudiam ou negam a religião cristã. Tudo o que posso dizer é que eu e meus amigos jamais ouvimos algo sobre tais negações e repúdios. Minha opinião é de que em tempos primitivos todos pertenciam à velha crença e adoravam regularmente os antigos deuses antes de serem iniciados. Para as pessoas como os romanos e romano-bretões, eles estariam apenas adorando seus próprios deuses, identificados com os célticos; logo, nada haveria para ser repudiado.

Possivelmente, durante a perseguição, se pessoas desconhecidas apareciam em um encontro religioso, seriam questionadas para se descobrir se eram espiões; provavelmente lhes pediam para negar o cristianismo, como uma espécie de teste. Eles nunca iniciariam alguém, não o trariam ao círculo, a menos que soubessem com certeza que era pertencente à velha crença. Quando a perseguição aumentou, o culto escondeu-se e praticamente só as crianças nascidas e criadas no culto eram iniciadas. Acredito que algumas vezes, quando alguém que não fosse do sangue desejasse ingressar, ele era questionado; mas daria na mesma pedir ao postulante médio que negasse o cristianismo ou que negasse uma crença em Fidlers Green, sobre o qual os velhos marinheiros costumavam falar: o paraíso para onde os velhos marinheiros iam, que ficava bem longe do Inferno.

Logo, penso que, embora houvesse casos de pessoas que negavam o cristianismo, estas foram bem poucas. Dizer que isso é “provado” porque muitas bruxas foram torturadas para admitir que repudiavam o cristianismo é a mesma coisa que dizer que tal testemunho prova que elas voavam em vassouras. Meu grande problema para descobrir quais foram suas crenças reside no fato de elas terem esquecido praticamente tudo sobre seu deus; tudo o que posso saber é por meio dos ritos e orações dirigidos a ele.

As bruxas não conhecem a origem de seu culto. Minha própria teoria é, como já disse, que é um culto da Idade da Pedra, dos tempos matriarcais, quando a mulher era líder; mais tarde, o deus homem se tornou dominante, mas o culto das mulheres, por causa de seus segredos mágicos, continuou como uma ordem distinta. O grande sacerdote do deus homem às vezes compareceria aos encontros delas e os lideraria; quando estivesse ausente, a grande sacerdotisa era sua representante.

Deve-se notar também que há certos ritos em que um homem deve liderar, mas, se um homem do grau requisitado não está disponível, uma sacerdotisa chefe veste uma espada e é vista como um homem para a ocasião. Mas embora a mulher possa ocasionalmente tomar o lugar do homem, o homem nunca pode tomar o lugar da mulher. Isso deve vir da época da associação das Druidesas, que os romanos tratavam de bruxas. Se eram druidesas verdadeiras, eu não sei. Essa parece ter sido uma organização religiosa separada, possivelmente sob o comando do druida líder, da mesma forma que havia um sacerdote ou alguém que num encontro de bruxas era reconhecido chefe. Ele era chamado “o Diabo” na época medieval.

 

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-crenca-das-bruxas/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/paganismo/a-crenca-das-bruxas/

Como Fotografar Fantasmas

A Máquina de fotografar o passado

por Ligia Cabús

O geólogo e geofísico Henry Silanov apareceu na edição eletrônica do Pravda, em agosto de 2004, como inventor de uma máquina capaz de fotografar o passado, o que significa fotografar fantasmas. A lentes de uma objetiva e outros instrumentos óticos convencionais bloqueiam a passagem de raios de luz ultravioleta. Silanov acredita que é justamente essa freqüência permitiria ao filme captar o que ele chama de “memória do campo”, campo constituído de uma matéria sutil: a luz quanta, que retém as imagens do passado.

O pesquisador desenvolveu lentes adequadas, usando minúsculos grãos de quartzo natural na fusão para vidro. Essas lentes são polidas manualmente. O filme também é especial, desprovido da camada de gelatina que funciona como um outro filtro anti-ultravioleta. Silanov, que já fotografou seu próprio espectro, obtém a maioria das imagens nos meses de verão, quando lidera um grupo de estudos do paranormal na região do rio Hopyor. Ali ele obteve do registro póstumo: de uma unidade militar de soldados tchecos que estiveram no local em 1943, durante a Segunda Guerra; de guerreiros Cítas, de Cítia, terra do povo que habitou a Eurásia na antiguidade [700 a.C.] e um dinossauro, que somente pode ter vivido a milhões de anos.

É impossível escolher o período histórico capturado nas fotografias. O cientista não sabe sintonizar sua ghost-photocam. Ele tentou usar cinco câmeras de uma vez; e cada câmera registrou uma época diferente. Especialistas não encontraram fraudes ou defeitos nas fotos. Se a interpretação de Silanov para a captação dessas imagens estiver correta, então, este tipo de fantasma, a memória do passado, não depende dos vivos para existir: elas, as memórias, estão lá, invisíveis, e percebê-las através de um recurso tecnológico apenas confirma sua existência. Resta saber se estas são as únicas modalidades de espectros que se ocultam nas sutilezas das freqüências óticas, sonoras e táteis da realidade.

Fotografia Kirlian eo registro da aura

Por: Quackwatch

A fotografia Kirlian segundo se alega representa a “aura” do corpo, um suposto “campo energético humano” que se diz não ser comumente visível. Durante o procedimento, o objeto, como a mão de uma pessoa, é colocado em uma emulsão fotográfica dentro de um aparelho que gera uma corrente elétrica de alta freqüência, baixa amperagem e alta voltagem (15.000 a 100.000 volts). A foto resultante mostra uma luminescência felpuda ao redor das linhas do objeto. Os proponentes correlacionam esses padrões com os meridianos da acupuntura e alegam que as qualidades “áuricas” revelam mudanças no estado emocional e de saúde. Também tem se alegado que a fotografia Kirlian é útil para demonstrar mudanças antes e após a manipulação da coluna pelo quiropata. Entretanto, investigadores científicos mostraram que os efeitos Kirlian dependem de fatores físicos que são bem compreendidos.

A fotografia Kirlian recebeu esse nome devido a Semyon Davidovich Kirlian (1900-1980), um eletricista russo que observou que uma faísca elétrica podia “tirar sua própria foto” conforme fosse passada através de uma emulsão fotográfica. Este fenômeno era bem conhecido dos físicos e engenheiros elétricos desde os primeiros dias da fotografia. Mas em 1939, Kirlian proclamou que ele estava fotografando um campo energético humano sobrenatural.

O processo fotográfico Kirlian requer um suprimento de corrente alternada de alta freqüência e alta-voltagem. O processo básico — um fenômeno de descarga coronal — ocorre quando um objeto aterrado eletricamente descarrega faíscas entre ele mesmo e um eletrodo gerando o campo elétrico [1]. Duas estruturas podem ser usadas para tirar fotografias Kirlian. Na primeira, uma extremidade do circuito é anexado a um eletrodo acima de um pedaço de filme, a outra em um eletrodo idêntico abaixo do pedaço de filme. O segundo método envolve aterrar um eletrodo do suprimento de força e colocar uma placa dielétrica no outro. Um pedaço de filme é então colocado na placa. Qualquer objeto colocado entre os dois filmes no primeiro método, ou sobre o filme no segundo método, produzirá uma fotografia bonita como “uma aurora boreal” de partículas descarregadas desviando-se de qualquer aspecto “protuberante” do objeto e passando através do filme [2].

O próprio Kirlian não compreendia a ciência envolvida. Para ele, o campo “felpudo” ao redor de qualquer objeto era uma fotografia de sua “aura”. Ele foi ignorado por cientistas russos, mas durante o início dos anos 60 a imprensa e revistas populares russas o promoviam como um “grande descobridor”. Jornalistas e pseudocientistas americanos e europeus se reuniam para vê-lo e retornavam para casa prontos para “estudar a aura” e “investigar o campo de bioenergia”.

Alega-se que a fotografia Kirlian detecta todos os tipos de doenças (mesmo antes de aparecerem sinais físicos) e estados emocionais. Muitos “curandeiros por energia”, “videntes”, e outros praticantes do ocultismo ainda hoje confiam nela. Alega-se que pessoas “com dons sobrenaturais” geram fotos notavelmente dramáticas. Entretanto, a investigação científica descobriu que o resultado depende do tipo de filme, da voltagem, da resistência da pele (que pode ser afetada por transpiração e a quantidade de pressão do dedo sobre o filme), quão bem o sujeito está eletricamente aterrado, da umidade da sala, do tempo de exposição, do tempo de desenvolvimento fotográfico, e mesmo da ordem da fotografia em uma série [3,4]. Além disso, moedas e gotículas d’água podem gerar “auras” Kirlian tão eficazmente quando seres vivos. De fato, pelo menos 22 características físicas, químicas e fotoquímicas podem influenciar as descargas coronais vistas nas fotos Kirlian.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/como-fotografar-fantasmas/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/como-fotografar-fantasmas/

Ali al-Rida

Ali ibn Musa, mais conhecido como o Imam Ali “Al-Rida” (A.S.) “A Aprovação”, nasceu na cidade de Medina, no ano de 765 d.C. Ele viveu com seu pai durante vinte e cinco anos. Ali Al-Rida foi o oitavo Iman do Xiismo dos Doze Imans.

Seu pai foi o Imam Musa Ibn Jaafar “Al-Kazim”. Sua mãe se chamava Tacatom, era uma das servas da mãe do Imam Musa Ibn Jaafar, e, era apelidada de “Attáhera”, isto é, “A Pura”.

SEUS FILHOS:

Não teve outros filhos além do Imam Mohammad “Al-Jauád”.

SEU MINISTÉRIO:

O Imam Ali Ibn Musa “Al-Rida” tomou posse do seu ministério no imamato após a morte de seu pai, o Imam Musa Ibn Jaafar, no ano de 173 da Hijra, prolongando-se por trinta anos, sendo dez anos durante o califado Abássida de Haroun Al-Rachid, cinco anos durante o califado de seu filho Al-Amin e outros quinze anos durante o califado de Al-Mamun Ibn Haroun Al-Rachid.

SEU CARÁTER E CONDUTA:

O Imam Ali Ibn Musa “Al-Rida” era bondoso em suas ações e atitudes, cumpridor da palavra dada, jamais caindo em contradições, sendo o exemplo em sua convocação e disciplina. Ele (A.S.) foi tal como foram os Imames anteriores, um belo exemplo para os muçulmanos na sua devoção, paciência, caráter, humildade, remissão do mal que lhes fora feito, em todas as virtudes e altos valores; por isso, os Imames purificados (a paz estejam com eles) não só possuíram a dignidade representativa, mas também a dignidade no trabalho, empenho e dedicação à Deus, fazendo jus com isto a serem o modelo de virtude para a humanidade.

ALGUMAS DAS QUALIDADES DO IMAM “AL-RIDA”:

Um dos seus parentes falou ao se referir à sua moral e polidez: “Jamais vi Abu Al-Hassan, isto é, o Imam, ofender alguém em uma palavra sequer, e nunca o vi interromper alguém, ouvindo-o até o fim, como nunca o vi recusar auxilio que estava ao seu alcance. Não estendia as suas pernas diante de quem quer que seja. Jamais insultou alguém e tampouco os que o serviam, sejam servos seus ou não, e jamais o vi se coçar ou dar gargalhadas, pois sorria somente”.

Um dos seus companheiros disse: “Certa vez estive viajando em companhia de “Al-Rida” para Khorassan, onde convidou seus servos para comerem na mesma mesa com ele; então lhe propus: “Que tal se reservássemos uma mesa a parte para eles?” E ele (A.S.) respondeu: “Ora! Deus Supremo e Bendito é único. A mãe e o pai são únicos e a recompensa é pelos atos”. Assim era o Imam Al-Rida (A.S.), ele personificava o bom caráter e o sentimento humanitário através de seu procedimento para com todos, sejam servos ou não, e os olhava com ternura e humildade sem jamais mostrar-se superior ou prioritário a quem quer que seja, exceto na devoção. O seu servo Yasser disse-nos certa vez: “O Imam nos falou, se alguma vez eu chegar enquanto estiverdes comendo, não levanteis até terminardes”. Se o Imam (A.S.) mandava chamar um dos seus servos e este estivesse comendo, ele dizia, “deixai-o até terminar a refeição”. Ele (A.S.) reunia os pequenos e os grandes e palestrava com eles; até os cavalariços ou os tratadores de sangria fazia-os sentarem-se a sua mesa de refeições.”

Certo homem se aproximou do Imam “Al-Rida” (A.S.) e lhe disse: “Por Deus, ó venerável Imam! Não há na face da Terra um pai mais honrado do que vós!”. O Imam respondeu: “A devoção os honrou e a obediência a Deus os privilegiou”. Outro veio e lhe falou: “Juro que és o melhor dos homens que conheci!” e o Imam retrucou: “Não jures para tal. Aquele que é devoto a Deus e o Obedece é melhor do que eu. Acaso não leste o versículo que diz: “… e Nós os fizemos povos e tribos a fim de saberdes, a vossa devoção vos enobrece diante de Deus?”.”

Em se tratando da devoção do Imam “Al-Rida” (A.S.), ele era tido como o melhor dos exemplos aos outros, expoente pela piedade e relacionamento com Deus Supremo. Dizia um dos seus companheiros: “Quando viajava com ele, de Medina para Merw. Por Deus! Nunca vi um homem tão devoto à Deus como ele, e ninguém menciona Deus como ele o faz em qualquer tempo e hora, como não vi alguém temente a Deus Protetor e Majestoso como ele o foi… Logo que amanhecia, o Imam orava e glorificava Deus e O Engrandecia e agradecia, orando pelo Profeta Mohammad (S.A.A.S.) até o surgimento do sol, ficando de joelhos até que o dia clareasse por completo, e só depois disto é que se aproximava do povo e conversava com ele até o crepúsculo”. Outra narrativa sobre ele diz que um de seus amigos o descrevia: “Dormia pouco e a noite ficava de vigília orando na maioria das vezes, até o amanhecer, jejuava muito e dizia: “Este é o jejum da vida”. Praticava muito o favor e a caridade enquanto passava pelas ruas, principalmente quando andava pelas noites escuras… e se ouvires falar que houve alguém como ele, não acredite”.

MOVIMENTO CIENTÍFICO NA ÉPOCA DO IMAM “AL-RIDA”:

O Imam “Al-Rida” (A.S.) viveu numa época em que florescia o movimento cientifico, dinamizando nele a pesquisa e a constituição, bem como, a especificação do conhecimento e do ensino, instituindo a corrente filosófica e a escola do espiritualismo diversificado; começou, outrossim, o movimento das traduções e registros de outros idiomas, aliás, isto já havia sido encorajado desde a época do sexto Imam Jaafar Ibn Mohammad “Assadeq”, permanecendo no tempo do Imam “Al-Rida”, e esta foi a fase mais rica das etapas do pensamento e da cultura islâmica (foi nessa fase que viveram os fundadores dos dogmas da erudição tais como: Al-Cháfii, Ahmad Ibn Hanbal, Mâlek Ibn Ans, Sufian Al-Tauri, Yahia Ibn Akhtam e outros), e o Imam Al-Rida (A.S.) era o refúgio dos senhores do conhecimento, da ciência e da legislação islâmica.

O califa abássida Al-Mamún reunia para si os sábios e oradores de todas as religiões e dogmas, para fins de diálogo e investigação, e o Imam “Al-Rida” (A.S.), lhes respondia com firmeza e eloquência, tanto é que um dos notáveis chamado Mohammad Ibn Issa Al-Yaqtini lhe apresentou quinze mil questões, as quais foram resolvidas satisfatoriamente pelo Imam (A.S.), que tinha inclusive, a posição de ser o servidor para os cientistas, e amparo dos discípulos do pensamento e do conhecimento, e sua palavra era a palavra de virtude e decisão.

Um dos amigos do Imam (A.S.) falou: “Nunca vi alguém mais sábio do que Ali Ibn Musa “Al-Rida” e todo erudito que o conheceu apoia totalmente meu testemunho.”

Certa vez, Al-Mamun reuniu em assembleia um determinado número de eruditos, teólogos e oradores, questionando o Imam “Al-Rida” (A.S.), o qual sobrepujou a todos, sem exceção, e todos lhe reconheceram a sapiência. Para esclarecimento, citaremos a seguir alguns questionários feitos ao Imam (A.S.) e suas respostas:

Onde esteve Deus e como era e em que Ele se apoia?

“Deus criou o local, por isso não havia local. Ele é como é, portanto não poderia ser de outra forma e Ele se apoia no Próprio Poder”.

O que significa o Poder de Deus?

“São as suas ações nada mais. Se ele ordena seja então será, sem pronúncias, nem pensamentos nem como será”.

O que significam as palavras de seu avô o Imam “Assadeq”: Sem determinismo e sem delegação, porém, uma ordem entre duas questões”?

“Quem pensou que Deus faz nossas ações e depois nos castiga por elas, afirmou pelo determinismo; quem pensou que Deus delegou a questão da criação e da graça aos seus peregrinos, isto é, os Imames, então afirmou na delegação. Aquele que fala pelo determinismo é um blasfemo e aquele que fala pela delegação é um idólatra, porém, o significado da ordem entre duas questões, significa a existência da vereda em praticar o que Deus ordena e abandonar o que Ele alerta, isto é, Deus Glorificado e Supremo é mais Poderoso do que o mal e se o permitiu foi porque deixou-nos a opção para fazer o bem ou mal. Deus ordena algo e alerta contra outro”.

Perguntaram-lhe sobre o conceito.

“Existem conceitos em camadas: se analisarem a má ação de alguém e a aprovam, já tiveram um mal conceito; se pensam que alguém fez algo e dele obter a benção de seu Senhor Deus, e se Deus o abençoou, é então um bom conceito”.

Perguntaram-lhe sobre o melhor na devoção.

“Aqueles que foram caridosos se consultaram; aqueles que se conduziram mal, pediram perdão; e se ofereceram algo, agradeceram; e se afligiram, enfraqueceram; e se irritaram, perdoaram”.

Perguntaram-lhe os significados das Palavras de Deus: “… e os abandonou na escuridão onde nada se enxerga”.

“Deus Supremo descreve o abandono tal como descreve a Sua criação, porém, ao saber que eles não renunciarão à blasfêmia e à aberração, Ele afasta deles o auxílio e a gentileza, deixando a opção a cargos deles”.

SITUAÇÃO POLÍTICA NA ÉPOCA DO IMAM “AL-RIDA”:

O Imam “Al-Rida” (A.S.) notabilizou-se pela grande popularidade e simpatia na maioria das províncias da nação, pois quando tomou posse do ministério, após a morte de seu pai, fez um extenso giro no mundo islâmico a partir de Medina até Basra no Iraque, e daí a todas as localidades do conhecimento islâmico, onde se reunia com os eruditos e oradores, dialogando com todos a respeito de diversos assuntos. Inclusive visitava as cidades principais tais como Al-Cufá, Al-Yomna, Maruá, Naichabur, etc. O Empenho do Imam “Al-Rida” (A.S.) destacou-se muito pela atenção no conhecimento religioso entre a população.

Os Abássidas deram continuidade à política do terror e suplícios contra os partidários dos Imames, e as perseguições contra os mesmos aumentavam a cada dia, enquanto que os chefes que eram contrários ao califado continuaram a liderar os levantes e as revoluções contra o Governo Abássida, porque, tanto os Omíadas como os Abássidas eram usurpadores no califado, e eram tiranos e perversos nos seus procedimentos contra a população, totalmente contrários aos preceitos islâmicos. Entre os rebeldes defendia-se a ideia que os verdadeiros sucessores (califas) seriam na verdade, os descendentes da “gente da Casa” que é a Linhagem do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), representados pelos Imames purificados.

Quando Al-Mamun chegou ao poder, decidiu mudar a sua política, por aperceber-se de que já estavam em perigo a paz e a tranquilidade nos países islâmicos. Astuciosamente, começou a traçar novos planos a fim de conquistar a confiança e a simpatia do povo, principalmente a dos rebeldes, trocando a política da perversão e das condenações a morte, praticada durante setenta anos por seus ancestrais, os califas, sem resultado algum, por outra política astuciosa, nomeando o Imam “Al-Rida” (A.S.) como seu sucessor no califado, pois tendo-o ao seu lado e afastando o encanto e a inquietação de seu governo, poderia assim acalmar as insatisfações e revoltas da população islâmica, e por outro lado, aprisionaria o Imam “Al-Rida” (A.S.) em uma ‘gaiola de ouro’, isto é, não numa fétida prisão, mas no Palácio, onde ele poderia ser observado sutilmente em todos os seus passos.

Quando o califa Abássida Al-Mamun propôs ao Imam (A.S.) ficar ao seu lado, este se recusou terminantemente, pois sabia que não teria liberdade e teria de pedir a permissão do Al-Mamun para cada passo seu por mais curto que fosse. Diante da recusa, Al-Mamun lhe falou com severidade: “Com a tua recusa, tu me obrigas àquilo que detesto e tu ultrajaste a minha autoridade… Pois juro por Deus! Ou aceites a sucessão no califado ou te obrigarei a isto, caso contrário, se recusardes, decapitarei a tua cabeça”. O Imam (A.S.), não teve outra opção, aceitando o califado contra a sua vontade, pois sabia que com isto perderia a própria paz e o povo o desprezaria ao vê-lo se aliar ao Abássidas excedentes na opressão e na perversidade, enquanto que ele não poderia fazer nada para impedi-los ou modificá-los. Enfim, o Imam (A.S.) se encontrava de mãos atadas diante da situação.

Assim sendo, por causa desta sucessão, o califa Al-Mamun mandou o Imam “Al-Rida” (A.S.) para Khorassan, ao norte do Irã, que era a capital do Califado. Lá estando, o Imam passou a sentir o gosto da solidão no exílio, longe dos parentes e de sua família, separado do povo. O califa Al-Mamun procedeu propositadamente ao confinar o Imam (A.S.) em seu Palácio, onde os olhares o observavam e os serviçais o espionavam. A vida do Imam “Al-Rida” (A.S.) tornou-se insuportavelmente controlada e fiscalizada.

O PLANO DE AL-MAMUN COM A SUCESSÃO:

Houve vários motivos que levaram o Califa Al-Mamun a agir assim, eis que mencionaremos a seguir:

Quis cobrir o seu califado com a vestidura legal, pois os próprios Abássidas olhavam para o seu governo com a dúvida e a desconfiança, principalmente após o assassinato de seu irmão Al-Amin; daí, quis o Al-Mamun acrescentar ao seu mandato o que chamaríamos de “santidade” e “fé” no conceito dos outros, e, por outro lado, pretendeu atrair para si os rebeldes e os muçulmanos em geral.

Al-Mamun tentou plantar a semente da desconfiança e da dúvida sobre o ministério do imamato, e dessa forma se aproximava do sistema dos governantes Abássidas, cheio de contradições, espalhando cinzas nos olhos ao nomear como seu sucessor, o Imam “Al-Rida” (A.S.), e inclusive isolando seu próprio irmão Al-Mutamen. Após a nomeação, determinou o que segue: casou o Imam “Al-Rida” com sua filha Umm Habiba; substituiu a insígnia da vestimenta negra dos Abássidas como cor oficial da corte, pela cor verde dos xiitas; ordenou os Abássidas, colaboradores e oficiais da corte, a patentear a sucessão ao califado do Imam “Al-Rida”; e cunhou moedas com o nome do Imam “Al-Rida”.

Al-Mamun quis com essa sucessão épica fazer com que o Imam (A.S.) permanecesse ao seu lado e controlar suas ações, a fim de afastá-lo dos preceitos do xiismo e do resto do povo; e assim o Imam “Al-Rida” (A.S.) passou a viver sob a espionagem permanente no Palácio de Al-Mamun, vivendo o exílio no sufoco da saudade de sua gente e de seus adeptos.

A MORTE DO IMAM “AL-RIDA”:

Mencionamos de forma breve os motivos que levaram Al-Mamun a nomear o Imam “Al-Rida” (A.S.) como seu sucessor ao califado e esclarecemos que a causa para tal era a pretensão de afastar o ponto de vista negativo que pairava sobre ele, incluindo a inquietação política que as províncias sofriam, e por fim, mostramos que o Imam “Al-Rida” (A.S.) estava bem ciente das intenções de Al-Mamun e seus projetos.

Al-Mamun temia a inteligência do Imam considerando-o de suma importância e influência junto ao povo e personalidades de gabarito. Diante deste fato, Al-Mamun se empenhou em se livrar dele, assassinando-o pelo envenenamento fatal e fulminante, administrado em sua comida. Estrategicamente, Al-Mamun omitiu o fato, escondendo o corpo por um dia e uma noite, e depois, mandou chamar o tio e o pessoal dos Abi Táleb, a fim de notificá-los da morte repentina e “natural” do Imam “Al-Rida”, entregando-lhes os restos mortais do ente querido.

Entretanto, os historiadores relatam de que o povo se aglomerou ao redor do Palácio em que se encontrava o Imam, surgindo boatos de que foi o próprio califa Al-Mamun que mandara matar o Imam “Al-Rida” (A.S.). Temeroso, Al-Mamun pediu ao tio do Imam que anunciasse o féretro. Feito isto, as pessoas se afastaram, e, durante a noite escura, o Imam “Al-Rida” (A.S.) foi sepultado ao lado do sepulcro de Haroun Al-Rachid, no ano 203 da Hijra correspondente ao ano de 818 d.C, morrendo aos 55 anos de idade, pelo calendário lunar da Hijra, na cidade de Tuss em Khorassan.

Atualmente seu sepulcro é uma das maiores sepulturas sagradas do mundo, e é onde há um museu do Alcorão Sagrado e outro do Imam “Al-Rida”, onde se encontram pertences pessoais que ele usava em vida, inclusive as moedas cunhadas em seu nome.

Certa vez, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) falou: “Será enterrado um pedaço de mim em Khorassan, onde cada visitante será recompensado por Deus com o Paraíso e livrará seu corpo do fogo”.

Outra frase do Profeta (S.A.A.S.) sobre o Imam “Al-Rida”: “Aquele que me visitou longe do meu lar, eu virei a ele no Dia do Juízo Final em três atribuições a fim de livrá-lo de seus horrores, nem que os livros tenham se espalhado pela direita ou pela esquerda, nos caminhos e nas qualificações”.

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Fonte:

https://www.arresala.org.br/profeta-mohammad-s-a-a-s/8-imam-ali-ibn-mussa-a-s

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/biografias/ali-al-rida/

Causos de Fantasmas Brasileiros

No Brasil, país que tem o maior contingente do mundo de adeptos declarados da religião Espírita, o elenco de fantasmas da tradição popular são caracterizados pelas cores da História que permeiam a formação da cultura nacional. As assombrações são personagens que viveram episódios dramáticos e/ou traumáticos da colonização, dos tempos do Império e da República Velha, misturando elementos indígenas, lusos e africanos. Assim, há muitos fantasmas de escravos e sua contrapartida, de senhores [as] de engenho ou de cafezais que foram extremamente cruéis. São todos atormentados e tormentosos. Na história mais recente, fantasmas do século XX já assombram grandes metrópoles, como São Paulo que, assim como Londres e outras localidades do Reino Unido, tem até roteiro turístico de lugares assombrados bem como Recife, esta, uma cidade que conta com tradições fantasmagóricas mais antigas e bem documentadas.

A Procissão dos Mortos

 

Essa procissão assombrada é o tema de uma lenda contada em vários estados, especialmente no Nordeste e Centro-Oeste. O caso se passa nas cidades pequenas e vilas do interior onde é costume ir dormir cedo. Existem, porém, os insones, que altas horas da noite, se põem à janela observando o “nada acontece”  da rua. Nestas ocasiões sucede o episódio macabro: eis que lá vem uma procissão com toda a aparência de uma caminhada de penitentes usando túnicas escuras com capuz, segurando velas acesas, entoando ladainhas tristes. Em dado momento, um ou uma destas aparentemente piedosas criaturas, aproxima-se do [a] curioso [a] que está na janela e lhe oferece uma vela. O incauto aceita a oferta e lá fica, vendo passar o estranho cortejo. O sono vem, apaga a vela e vai dormir sem suspeitar de qualquer estranheza. No dia seguinte, ao despertar, vai constatar, com grande pavor, que a vela se transmutou em osso de gente e a procissão era um cortejo de mortos vagando no vilarejo, cumprindo a sina das almas penadas que, sem descanso, nada mais têm a fazer senão assombrar os viventes. [Conforme relatou Dona Antônia, a avó cearense desta jornalista].

A Missa dos Mortos de Ouro Preto – MG

 

O caso aconteceu entre o fim do século XVIII e começo do século XIX, na igreja de Nossa Senhora das Mercês que fica ao lado de um cemitério. Quem viu foi João Leite, zelador e sacristão que se preparava para dormir em sua casa, próxima ao templo, quando percebeu luzes na igreja e foi verificar o que acontecia. Deu com uma missa em andamento, repleta de fiéis vestidos em longas túnicas escuras e um estranho padre cuja nuca era pelada e branca. Eis que o padre voltou-se para a assembléia e pronunciou “Dominus Vobiscum”. Foi aí que o sacristão viu-lhe a face cadavérica e bem reparando constatou que todos os presentes eram igualmente esqueletos. Tratou se escafeder-se sem chamar a atenção mas ainda a tempo de observar que a porta de acesso ao cemitério estava aberta. O episódio entrou para os anais das histórias de assombração da cidade de Ouro Preto.

O Fantasma de Teresa Bicuda & Outros Filhos que Maltratam os Pais [Jaraguá ─ Goiás]

Teresa Bicuda era uma moça de lábios grossos que lhe valeram o apelido. Morava em Jaraguá, no Larguinho de Santana. Pessoa de maus bofes, tratava a mãe de forma absolutamente cruel: botava a velha para mendigar nas ruas, batia nela, humilhava. Um dia, chegou ao extremo da maldade e, diz o povo, colocou um freio de cavalo na bocada genitora, montou, e nela andou montada à frente de todo o povo. Aquilo foi demais: a pobre mulher morreu mas, antes, excomungou a filha desnaturada. Teresa Bicuda, que já era psicopata, finalmente, ficou maluca de vez: deu de beber e vagava pelas ruas gritando todo tipo de sandices até que morreu e foi enterrada no cemitério. Perturbada em vida, virou fantasma atormentado e tormentoso na morte. Alma penada, seu espírito vagava pelas ruas e gritando do mesmo jeito, como no dia em que cavalgara a própria mãe; os lamentos da vítima também eram ouvidos. Desenterraram seu corpo e sepultaram atrás da Igreja do Rosário. De nada adiantou a providência: o fantasma continuava com seus escândalos. Mais uma vez, trocaram-na de cova, desta vez, foi para a cabeceira de um córrego onde puseram uma cruz e desde então o lugar ficou mal assombrado, o córrego da Teresa Bicuda.

Corpo-Seco [São Paulo]

O caso de Teresa Bicuda não é exclusivo de Goiás. Outros filhos que maltrataram seus pais e por isso se tornaram almas penadas são lembrados em vários estados e há indícios que crença vem de além mar, posto que existe tradição semelhante em Portugal. O “Corpo-Seco” é outra assombração desse gênero cuja lenda, relativamente recente, meados do século XX, é contada em São Paulo. “Nem a terra aceita receber essas pessoas”. Este foi um homem chamado Zé Maximiano, morador do município de Monteiro Lobato, região da Serra da Mantiqueira, conhecido por bater no pai e na mãe.

Quando morreu, supostamente de “morte matada”, foi enterrado em cemitério porém, rejeitado pela sepultura e assombrando lugares habitados, tal como Maria Bicuda, acharam por bem transferir o corpo para um lugar ermo e, por recomendação do próprio padre [apesar dos dogmas católicos], decidiram por uma gruta cuja entrada era delimitada por um córrego, medida de segurança porque esse tipo de fantasma não atravessa a água. Um amigo do defunto, que mesmo sendo “sangue ruim” ainda tinha um amigo, um tal de Pedro Vicente, encarregou-se de fazer o transporte. O corpo foi colocado em um balaio e, ainda por recomendação do padre, Pedro levou consigo uma vara de marmelo: o de cujus podia se rebelar e, nesse caso, o jeito era bater no morto com a vara. Dito e feito: o fantasma tentou agarrar o amigo a fim de matá-lo mas foi repelido com varadas.

Diz o povo que fantasmas como Corpo-Seco agem nas noites de sexta-feira à meia noite. Aparece na beira dos rios e açudes e se alguém aparece, pede para ser transportado para a outra margem. Em troca, promete revelar o esconderijo de um tesouro. Seja no barco ou nas costa do benfeitor, quando está no meio do curso d’água, a assombração começa a pesar e assim, afunda pequenas embarcações ou a pessoa que o carrega nas costas matando sua vítima por afogamento. Outros contam que ele fica nas estradas tocaiando os viandantes dos quais, ao modo dos vampiros, chupa o sangue para se manter na Terra evitando, deste modo, ser tragado para os quintos dos infernos.

Almas Sedutoras

Este tipo de assombração já virou lenda urbana e faz suas aparições em muitas metrópoles brasileiras: são damas de branco e as louras do táxi que têm rendido histórias desde o começo do século XX e se renovam, em versões contemporâneas que já viraram tema de reportagem em programa de televisão, como uma bem recente que apareceu no SBT e assombra taxistas em São Paulo. Neste caso, era uma jovem que tinha morrido no dia do seu aniversário e todos anos, neste mesmo dia, acena para um táxi, pede para dar voltas na cidade e, ao cair da noite, parando em frente a uma casa, alega não ter dinheiro para pagar a corrida e combina com o taxista saldar a dívida no dia seguinte. O motorista volta ao endereço e lá descobre que a bela passageira morreu há algum tempo. Minas Gerais também tem sua alma penada sedutora: é a  Loira do Bonfim de Belo Horizonte, datada entre 1940 e 1950:

“…uma mulher que aparecia por volta das duas horas da madrugada, sempre vestindo roupas brancas, insinuando-se junto aos boêmios que aguardavam condução no ponto de bonde existente diante de uma drogaria, no centro da cidade. Dizia que morava no Bonfim, que estava afim de um programa, e quando alguém se interessava, ela o levava para o cemitério do bairro, desaparecendo assim que chegavam àquele local. Como às vezes a criatura preferia chamar um táxi, os motoristas desses veículos de aluguel, além dos motorneiros e condutores dos bondes, passaram a não aceitar a escala de trabalho no horário noturno. Não era por medo, diziam eles, mas sim por precaução…

Existem, porém, algumas variações sobre essa história fantasmagórica: na primeira delas, a loira é apenas um vulto meio indefinido que aparece aos freqüentadores das regiões boêmias existentes nas imediações do bairro do Bonfim; uma segunda versão diz que ela, na verdade, não tem a intenção de seduzir qualquer homem, limitando-se a chamar um táxi e pedir ao seu motorista que a leve ao alto do Bonfim, onde desaparece dentro do cemitério tão logo o veículo pare diante de seu portão de entrada; a terceira diz que certa noite a loira procurou a delegacia policial existente no atual bairro da Lagoinha, vizinho ao do Bonfim, e pediu que um dos policiais a acompanhasse até sua casa, no que foi atendida: mas o detetive quase morreu de susto quando descobriu que o destino da moça era o cemitério. Seja como for, o fato é que, na época, os comentários sobre a misteriosa mulher apavoraram muitos moradores da capital mineira, que simplesmente deixaram de sair de casa após certa hora da noite” [DANNMANN].

O Fantasma de Ana Jansen [Maranhão]

Ana Joaquina Jansen Pereira [1787-1889], Donana Jansen, nasceu e morreu em São Luis do Maranhão. Duas vezes casada, duas vezes viúva, teve 12 filhos, nem todos fruto dos casamentos, mas das relações com amantes que escandalizavam a sociedade da época. Comerciante poderosa, foi uma pessoa influente, posição rara para as mulheres daquele tempo. Senhora de muitos escravos, tornou-se conhecida pela crueldade com que tratava os negros, submetendo-os às mais bárbaras torturas que, não raro, provocavam a morte de suas vítimas. Muitas das ossadas destes infelizes foram encontradas em um poço localizado nas terras da tirana.

Quando morreu, aos 82 anos, em seu casarão da Praia Grande, sua alma não encontrou descanso. Nas noites de sexta-feira, ela assombra as ruas da capital maranhense, à bordo de uma carruagem que passa em desabalada carreira puxada por uma parelha de cavalos brancos sem cabeça [algumas versões dizem: “com chamas no lugar das cabeças”], guiada pelo esqueleto espectral de um escravo também decapitado. É o coche “maldito”, que sai do cemitério do Gavião em seu passeio macabro seguido pelo som dos lamentos dos escravos supliciados. O fantasma quer orações pela sua salvação e quem se recusa a atender o pedido, é visitado pelo fespectro de Donana: aparece ao leito do devedor antes que caia no sono e entrega-lhe uma vela que, no dia seguinte, terá se transformado em osso humano [olha a vela-osso de novo!].

por Ligia Cabús

Essa igreja Nossa Senhora das Mercês em Ouro Preto tem muitos “causos” sobre ela.

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/causos-de-fantasmas-brasileiros/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/causos-de-fantasmas-brasileiros/

Brincadeira do Copo: Falar Com os Mortos é Coisa de Criança

Lembro-me de uma noite, uns 15 anos atrás, quando o Clube de Caça do Morte Súbita Inc. depois dos afazeres diários, se reuniu na lanchonete atrás do IML, carinhosamente chamada de necroburguer pelos frequentadores assíduos, para encher a cara de cerveja e coca-cola servida em temperatura ambiente em copos de vidro com gelo até a boca.Naquela noite, durante a reunião “happy-hour” que acontecia noite sim noite não, um pessoal sentado na mesa ao lado da nossa entrou na conversa dizendo:

“Esse papo de loira do banheiro e jogo do copo podem ser besteira, mas assustavam a gente pra caralho quando a gente era pequeno né?”

Na verdade não falávamos nem de loira do banheiro, nem de jogo do copo, mas de algo que provavelmente assustaria pra caralho aqueles adultos da mesa ao lado. A reunião prosseguiu, encerramos o assunto de grimórios e evocações medievais, mas a intromissão da mesa vizinha ficou em minha mente. “É curioso como quando pequenos, a maioria das pessoas se mete com esse ‘pseudo-ocultismo’, sem se importar com o resultado. Parece que o medo serve mais de combustível do que de freio para elas”. Pensando nisto, e anos depois daquele incidente, resolvemos pesquisar as brincadeiras infantis mais sinistras e então ver o que as faz funcionar deixando o sobrenatural de lado. Não que o sobrenatural não exista, mas sim porque se cada vez que alguém evocasse um demônio, de fato um demônio aparecesse, o inferno viveria vazio. O que acontece então nessas brincadeiras que as fazem funcionar, mesmo quando os espíritos estão de férias?

Para muitas crianças, se reunir para assistir filmes de terror, contar histórias de fantasmas e desafiar colegas, depois de se chapar de xarope pra tosse e coca-cola misturada com colírio, para se meter em situações cabreiras é algo como um ritual de passagem. Mas não importa o quão assustadora seja a brincadeira sendo realizada, o que dá medo é perceber como um bando de crianças de 6 ou 7 anos, sem internet ou qualquer outro meio de comunicação semelhante, conheçam tão bem as brincadeiras e rituais. Isso já é um indicativo de que por mais absurdas que sejam essas brincadeiras, elas funcionam, se não funcionassem provavelmente não se difundiriam por tanto tempo. Vejamos uma das favoritas:

O Jogo do Copo

Quando falamos das brincadeiras que tirariam os fabricantes de purgante do mercado, o Jogo do Copo é a campeã no quesito maior cagaço; e aparentemente é a brincadeira assustadora mais velha do livro de brincadeiras assustadoras.

Tecnicamente acontece assim. Um bando de pré-adolescentes sem namorados ou namoradas se reune de noite e decidem falar com espíritos – principal motivo por não terem namorados ou namoradas. Alguém então pega um caderno, e escreve grandes letras de A a Z, números de 0 a 9 e duas palavras, SIM e NÃO. Enquanto isso outra pessoa corre para buscar um copo, de cristal, de preferência, e todo mundo senta em círculos. Apesar da brincadeira variar de lugar para lugar geralmente se rezam alguns Pai-Nosso e algumas Ave-Maria e talvez alguns Credo (creio em Deus Pai). Então todos colocam um dedo sobre o copo, que está de boca para baixo, no centro de um círculo forma pelas letras e números e alguém pergunta:

“Existe um espírito aqui?”

Quando o copo começar a se mexer saberão que sim. A etiqueta paranormal aparentemente diz que deve-se perguntar se o espírito é bom ou mal, e a partir dai seguem-se perguntas que são respondidas pelo copo que é impulsinado pelo espírito e vai em direção às letras formando palavras e datas. Depois que todas as perguntas forem respondidas, certifica-se que o espírito saiu do copo que em seguida é quebrado, sendo jogado o mais longe possível de suas casas.

Agora se de fato esta experiência não é patrocinada por espíritos como é que ela funciona?

Bem prepare-se para uma explicação tão assustadora quanto a a explicação de que espíritos e demônios de fato são chamados por crianças que entoam preces católicas e ficam dentro de copos respondendo verdades secretas.

Na verdade quando você faz o jogo do copo, você abre um canal de comunicação com algo invisível. Você está se comunicando com o subconsciente do seu cérebro.

Quem move o copo de encontro às letras e números são movimentos involuntários de seus músculos. Acredite ou não, esse fenômeno chega a ter um nome científico: Efeito Ideomotor.

Pegando a explicação do que é esse efeito e dando uma lavada e esfregada nela para nos livrar do palavrório sem sentido, terminamos com algo mais ou menos assim: o seu cérebro pode e vai fazer seus músculos se mexerem sem sua permissão porque, na maior parte do tempo seu corpo meio que já funciona em modo de piloto automático de qualquer forma; o problema é que você normalmente não presta atenção nisso. Já calhou de queimar uma luz na sua casa, e mesmo sabendo que aquele cômodo em espacial não tel luz, cada vez que entra nele fica inconscientemente apertando o interruptor na parede? Muito prazer, efeito Ideomotor.

Assim, sempre que o lider do bando faz uma pergunta para o espírito, sua mente já pensa em uma resposta, e seu dedo incoscientemente tenta arrastar o copo para as letras da resposta. Claro que como o jogo é feito com muitos dedos sobre o copo, a sensação de todos é que o copo se move sozinho.

É neste momento que todo mundo começa a dizer: eu não estou fazendo isso, é você? E todos começam a fazer Psiu!, e depois segue-se o silêncio sepulcral como todos tentando adivinhar qual palavra se formará enquanto o espírito parece ganhar força e o copo vai se movendo mais rápido. Claro que conforme as letras começam a fazer sentido, o subconsciente de todos começam a reconhecer a palavra e mais dedos emprestam mais firmeza e rapidez ao “espírito”.

Mas como dizer que é mesmo o subconciente e não um espírito?

A explicação do subconsciente começa a ficar estranha quando no meio da brincadeira começam a surgir nomes completos, datas de nascimento e morte, locais onde o espírito viveu, que são desconhecidos por todos.

Neste caso a Morte Súbita Inc. oferece um dos testes que criamos para determinar se há um espírito naquele copo de requeijão, ou se é apenas alguém empurrando ele de um lado para o outro sem perceber.

TESTE DE COMPROVAÇÃO DE ATIVIDADE PARANORMAL

Assim que realizar o ritual inicial da brincadeira, recortas as letras e números e os dispor em círculo, coloque o copo no centro do círculo, vende as pessoas. Faça com que elas façam suas rezas/orações e então mude as letras e números de lugar sem que elas saibam. Em teoria, caso haja um fantasma lá, ele vai ver a nova disposição das letras, mesmo que os participantes estejam vendados. Se o copo tentar formar palavras buscando as letras onde elas estavam antes de serem mudadas temos um cérebro operando com imagens de back-up.

Se mesmo com os participantes vendados o copo formar nomes e frases com letras embaralhadas, então é hora de você pegar o seu ateismo e preparar para enfiar ele no meio do seu ceticismo.

por Sr. Meias

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/brincadeira-do-copo-falar-com-os-mortos-e-coisa-de-crianca/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/brincadeira-do-copo-falar-com-os-mortos-e-coisa-de-crianca/

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  • RADCLIFFE, John Neten. Fiends, ghosts and sprites, including an account of the origin and nature. LONDRES: OXFORD UNIVERSITY, 1954. In Google Books   ─  acessado em 25/04/2008.
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  • RENATO, Claudio. Gritos Sinistros no Antigo Prédio do DOPs. In O Globo, publicado em 03/12/1971 acessado em 01/04/2008
  • SMITH, Peter. Australia in The Raw: An Ecletic Colletion of Meandering Musings. Trafford Publishing, 2004. In Google Books ─ acessado em 29/04/2008.
  • The Shadows Lands Haunted Places ─ acessado em 10/05/2008
  • The Haunted Museum. The History of “The Most Haunted House in England” ─ acessado em 11/05/2008.
  • WALHOUSE, M.J.. On Belief in Bhutas, 1876. The Journal Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland ─ acessado em 25/04/2008.
  • WARREN, Joshua P. 2005, Como Caçar Fantasmas. M. Books
  • WHITE, Charla. Japanese Ghosts and Spirits. In Shadowlands acessado ─ em 26/04/2008.
  • YUTANG. Lin. A Deusa de Jade e Outros Contos Chineses Famosos. [Trad. Marina Guaspari]. Rio de Janeiro: Pongetti Editores, 1954.

por Ligia Cabús

[…] Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/bibliografia-sobre-fantasmas/ […]

Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/bibliografia-sobre-fantasmas/

Pirâmides Submersas no Japão – parte 1

Apenas finalizando a matéria de Astrologia (mas sempre voltaremos a este assunto, porque não há como estudar Ordens Secretas, Jesus, Pirâmides e Círculos de Pedra sem entender astrologia), a pedido dos leitores hiperativos, segue uma lista de livros sérios para estudar o assunto. Embora 90% dos livros sobre Astrologia Hermética estejam em inglês, separei apenas os livros em português que sejam mais fáceis de encontrar:

Comecem por “O livro dos Signos” e “Os astros e sua Personalidade”, de Maria Eugenia de Castro, ed. Ground; “Astrologia, Psicologia e os Quatro Elementos”, de Stephen Arroyo, ed. Pensamento; “Astrologia, Karma e Transformação”, de Stephen Arroyo; o pessoal que já tem uma base de espiritualismo pode ler “Astrologia de Transformação” de Dane Rudhyar (e os demais livros deste autor, que podem ser baixados na página oficial dele aqui. Também recomendo a autora inglesa Liz Greene.

Sobre outros planos vibracionais, comecem pelos textos do Allan Kardec (são 5 livros, facílimos de achar) e depois passem para a Doutrina Secreta (de H.Blavatsky), Dogma et Rituel e Haute Magie (traduzido para o português pela Madras), “Lições de Cabala” de Eliphas Levi e finalmente os textos de Louis Claude de Saint Martin, Francis Bacon e Papus.

Quanto ao debate dos “céticos” versus “esoterismo” que alguns levantaram, eu poderia citar uma centena de nomes como Albert Einstein, Francis Bacon, Shakespeare, Isaac Newton, Benjamin Franklin, George Washington, Descartes, Voltaire, Nicolai Tesla, Winston Churchill (uma lista bacana pode ser encontrada AQUI mas esta lista nem envolve Rosacruzes, só maçons; a lista de R+C famosos levaria outra centena de nomes..) que estavam envolvidos ou estudavam esoterismo.

Então, a moral é que pessoas BEM mais inteligentes do que nós levaram e levam muito a sério estes estudos esotéricos. Se Churchill, que era Churchill, consultava um astrólogo antes de tomar decisões militares, é porque alguma coisa ele sabia…

Agora… se você acha que Astrologia é o que se vê nas revistinhas de horóscopo e Ocultistas são aqueles manés cheio de penduricalhos que vão em programas femininos da tarde, então fique à vontade para continuar na ignorância…

E, como diria o filósofo John Cleese

“And now, for something completely different…”

As Pirâmides Submersas do Japão

Ao longo de mais de uma década de explorações, mergulhadores já haviam localizado nada menos do que oito grandes estruturas feitas pelo homem, incluindo um enorme platô com mais de 200m de comprimento, uma pirâmide no mesmo estilo das aztecas e maias (constituídas de 5 andares e alinhadas de acordo com pontos cardeais), bem como um conjunto completo de zigurates, demarcando áreas e regiões específicas no platô.

Vocês podem pegar mais detalhes sobre estas pirâmides neste site:

http://www.cyberspaceorbit.com/phikent/japan/japan2.html

E no documentário do History Channel:
https://www.youtube.com/watch?v=b-xLZivvoyM

Claro que pirâmides de 11.000 anos de idade nos remetem a outras pirâmides que também possuem 11.000 anos de idade, que foram construídas no mesmo período e pela mesma civilização, mas que são muito mais conhecidas do que estas pirâmides submersas… as pirâmides do Egito.

Mais para a frente, quando os especialistas descobrirem outras estruturas no platô japonês e perceberem que elas correspondem perfeitamente a uma constelação, os céticos vão fazer a cara de paisagem de sempre e dirão que “é uma coincidência”.

Assim como são “coincidências” o fato das pirâmides do Egito estarem alinhadas com a constelação de Orion (Osíris), as pirâmides encontradas na China alinharem perfeitamente com a constelação de Gêmeos, os Templos astecas de Tecnochtitlan estarem alinhados com a constelação de Urso, Angkor Wat (aqueles templos que a Lara Croft explora no Cambodja) estarem alinhados com a constelação do Dragão e assim por diante…

“As above, so below”

#Pirâmides

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/pir%C3%A2mides-submersas-no-jap%C3%A3o-parte-1

Waking Life: A Eterna Pergunta

-Deixe eu lhe contar um sonho que tive. Li um ensaio de Philip K. Dick…

– No seu sonho?

– Não, eu o li antes do sonho. Esse é o preâmbulo. Era sobre aquele livro, Flow My Tears, the Policeman Said, você o conhece?

– Ele ganhou um prêmio por esse livro.

– É um que ele escreveu muito rápido. Simplesmente fluiu. Ele sentiu como se o estivesse psicografando, ou algo. Quatro anos antes de vir a ser publicado o livro, ele estava em uma festa, e conheceu uma mulher com o mesmo nome que a mulher do livro. E o namorado dela tinha o mesmo nome que o namorado da mulher do livro. E ela estava tendo um caso com um delegado de polícia, que tinha o mesmo nome que o delegado de seu livro. Tudo o que ela dizia sobre a vida dela parecia ter saído de seu livro.

Isso tudo o deixou muito assustado, mas o que ele podia fazer?

Anos depois, ele foi pôr uma carta no correio e viu um sujeito meio estranho em pé, ao lado de seu carro. Mas, ao invés de evitá-lo, como normalmente teria feito, ele disse: “Posso ajudá-lo?” E o sujeito disse: “Sim, eu fiquei sem gasolina”. Ele lhe deu algum dinheiro, coisa que jamais teria feito.

Ele chega em casa e pensa “Ele não conseguirá chegar ao posto. Ele está sem gasolina!”

Então, ele volta, acha o sujeito e o leva ao posto de gasolina. Enquanto estaciona, ele pensa: “Isto também está no meu livro! Este mesmo posto. Este mesmo sujeito. Tudo!”

Bem, este ocorrido é um tanto assustador, certo? Então ele resolve contar a um padre que ele escreveu um livro e que, quatro anos depois, tudo isso aconteceu.

E o padre diz: “Este é o Livro de Atos dos Apóstolos”. Ele responde: “Mas eu nunca o li!” . Então ele lê o Livro de Atos e lhe é estranhamente familiar. Até os nomes dos personagens são iguais aos da Bíblia!

O Livro dos Atos se passa em 50 d.C. Então, Dick criou uma teoria segundo a qual o tempo é uma ilusão e estaríamos todos em 50 d.C. E que a razão pra ele ter escrito esse livro era que ele, de algum modo atravessou essa ilusão, esse véu do tempo, e o que ele viu ali foi o que acontecera no Livro dos Atos.

Ele se interessava pelo gnosticismo e pela idéia de que um Demiurgo, ou demônio, teria criado essa ilusão do tempo para nos fazer esquecer que Cristo retornaria e que o Reino dos Céus estava pra chegar. E que estamos todos em 50 d.C e há alguém tentando nos fazer esquecer que Deus é iminente. Isso define o tempo e a História. É só um tipo de devaneio ou distração contínuos.

Então eu li isso e pensei: “Que estranho”. E, naquela noite, eu tive um sonho. E nele havia um homem que, supostamente, era um paranormal. Mas eu pensava: “Ele não é realmente um vidente”. Então, de repente, começo a flutuar, levitando até atingir o teto. Eu estava quase atravessando o telhado, quando digo: “Ok, Sr. paranormal, tudo bem, eu acredito em você”. E flutuo de volta. Quando meus pés tocam o chão o vidente vira uma mulher usando um vestido verde, e esta mulher é Lady Gregory. Ela era a patrona de Yeats, uma irlandesa. Mesmo nunca tendo visto a sua imagem eu tinha certeza de que esse era o rosto de Lady Gregory.

Então, enquanto andávamos, Lady Gregory vira-se para mim e diz “Deixe-me explicar-lhe a natureza do universo. Philip Dick está certo quanto ao tempo, mas errado quanto a ser 50 d.C. Na verdade, só existe um instante, que é agora. E é a eternidade. É um instante no qual Deus está apresentando um pergunta, que é basicamente: “Você quer fundir-se com a eternidade? Você quer estar no céu?” E estamos todos dizendo: “Nããão, obrigado. Ainda não”. Logo, o tempo é apenas o constante “não” que dizemos ao convite de Deus. Isso é o tempo. Não estamos em 50 d.C., como não estamos em 2001. Só existe um instante. E é nele que estamos sempre”.

Então ela me disse que esta é a narrativa da vida de todo mundo. Por detrás da enorme diferença, há apenas uma única história, a de se ir do “não” ao “sim”.

Toda a vida é: “Não, obrigado. Não, obrigado”. E, em última instância é: “Sim, eu me rendo. Sim, eu aceito. Sim, eu compreendo”. Essa é a jornada. Todos chegam ao “sim” no final, certo?

Então, continuamos a andar e meu cachorro corre em minha direção. Fico tão feliz. Ele morreu anos atrás. Estou fazendo carinho nele e percebo um troço nojento saindo de seu estômago. Olho para Lady Gregory e ela tosse, se desculpando. E há vômito escorrendo por seu queixo, e o cheiro é horrível. E eu penso: “Peraí, isto não é só cheiro de vômito. É cheiro de vômito de gente morta!”. Isso é duplamente horripilante. Então percebo que estou no Mundo dos Mortos. Todos à minha volta estão mortos. Meu cachorro morrera há 10 anos, Lady Gregory há muito mais tempo.

Quando acordei, pensei: “Aquilo não foi um sonho. Foi uma visita a um lugar real, o Mundo dos Mortos!”.

– O que aconteceu? Como você conseguiu sair de lá?

– Cara, isso foi uma daquelas experiências que transformam a vida. Eu nunca mais voltei a ver o mundo do mesmo jeito.

– Mas como é que você finalmente saiu do sonho? Esse é o meu problema. Eu estou aprisionado! Fico achando que estou acordando, mas ainda estou num sonho. Quero acordar de verdade. Como se acorda de verdade?

– Eu não sei… Não sou mais tão bom nisso. Mas, se é o que está pensando, você deve fazê-lo, se puder. Porque, um dia, não será mais capaz… então – é fácil – simplesmente acorde.

(Diálogo final do filme Waking Life, de Richard Linklater)

#espiritualismo #Filmes #Mitologia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/waking-life-a-eterna-pergunta

Aylan

por Raph Arrais

Primeira vez que vi anjinha foi em noite fria. Anjinha escorregou do céu e entrou em quarto de eu. Tinha vestido todo branco que nem a lua, e era tão bonita que nem mamãe. Papai e mamãe não gosta que eu vá para longe brincar com gente que não sei o nome, no parque e na rua e todo lugar. Dizem que quem a gente não sabe o nome pode ser homem mau e machucar eu. Mas anjinha não diz o nome dela.

Anjinha vai e volta de escorrega do céu ainda muitas noitinha. Como já conheço ela brinco com ela e tudo e não preciso saber de nome. Mas anjinha já sabia meu nome quando me viu primeira vez: Aylan.

Quando era bebê não sabia nada. Mas papai me diz que somos filhos do Curdão. Então eu cheguei no mundo lá em Babani, onde mamãe e papai e irmãozinho morava. Babani era lugar bonito cheio de criança que nem eu, e árvore e flor e parque e gente com sorriso. Assim eu fiquei grandinho e não era mais bebê, e achei que iria ficar para sempre ali com mamãe e papai e irmãozinho e gente amiga, no Curdão.

Um dia falei para mamãe da anjinha, e ela não gostou. Disse que essas coisa é de povo atrasado que não conhece Alá. Disse que Alá é maior que tudo e tem coração gigante que ama todo mundo. Disse que anjinha podia ser coisa da minha cuca, coisa que veio na cabeça. Não entendi mamãe nunca porque anjinha escorregava do céu, coisa que nunca vi nenhuma gente fazer. E nunca vi esse Alá.

Mas eu continuava crescendo e brincando de monte. Numa noite que tava ventando quente e fiquei olhando pro teto, anjinha apareceu e tava triste. Ela disse que ficaria tempos sem escorregar e vir a noite brincar comigo. Disse que mundo tava meio doido e que eu e mamãe e papai e irmãozinho logo teria de viajar pra bem longe. Que era perigoso, mas que ia cuidar de nós, e que um dia ela voltava para me ver. Fiquei triste de ver ela indo embora, não sabia quando ia ver anjinha de novo.

Um dia, muitos dia depois, acordei com um BUM. Papai entrou correndo no quarto de eu e irmãozinho e disse para gente ir pra baixo da cama no quarto de mamãe. Disse que era nova brincadeira que a gente ia fazer toda hora que desse um BUM. Tava com medo. Nesses dia e noite tinha muitos, muitos BUM, e a casa tremia toda que nem na história dos porquinho.

Assim foi muito tempo e eu e irmãozinho já não saia muito de casa. Em volta de casa tudo ficava cheio de pó e bem cinza, cheiro ruim! Não ia mais a parque, nem sabia se tinha parque ainda. Babani tava sendo atacada pelos homens mau do Isi. Papai falou que o povo do Curdão ia defender cidade e com máquina de fazer BUM iam fazer povo mau correr pra longe.

Eu tinha saudade de anjinha, mas não falava para mamãe nem papai porque eles já tava muito chatiado com tanto BUM que estourava em Babani. Mamãe chorava mais que irmãozinho. Eu não chorava porque meu pai falou que não era bom de homem chorar. E eu não era mais bebezinho.

No dia que papai chorou, foi porque tinha de sair de casa, sair de Babani e do Curdão. Papai pegou terra de Babani na mão e beijou, e disse que um dia a gente voltava, mas que a gente tinha de ir para a terra da titia, no Nanadá, para ter escola e parque e brincadeira para eu e irmãozinho de volta. Papai disse que a gente ia pra Tuquia e ia pegar um barco bem bonito na praia. Eu nunca tinha ido na praia nem andado de barco! Achei que anjinha tava enganada em preocupar comigo. Era muito bom fazer viagem depois de ficar tantos tempo em casa sem nada para brincar, com mamãe e irmãozinho chorando, e tanto BUM, BUM, BUM!

Assim a gente pegou camião cheio de pessoa que não sabia o nome. Mas papai disse que era tudo gente boa, que também tinha de viajar com a gente. Ali naqueles dia andando no camião com tudo tremendo, fiquei com fome e sede vez de quando, mas foi legal porque vi muitas terra de longe e conheci algumas crianças já maiores que eu. Algumas delas chorava vez de quando também. Não eu, porque sabia que anjinha tava de olho em eu, em mamãe, papai e irmãozinho.

A gente chego na praia. Que lindo o marzão. Nossa dava vontade de ir correndo lá no fundo até ver o que tinha do outro lado. Mas papai disse que eu não podia andar na água e que afundar era perigoso e coisa assim. Disse que para a gente andar em cima da água tinha de ir de barco.

Mas quando chego o barco papai ficou muito chatiado. Disse que era barquinho pequeno demais para toda a gente. Mesmo assim a gente foi. Eu gostei porque nunca tinha ido de barco, e tremia menos que camião. A gente toda apertada em barco era que nem brincadeira em parquinho com todas criança na areia. No começo as onda balançava a gente mas não muito, e assim foi indo e indo e indo, e já quase não via nem praia nem Tuquia nem Babani. Tinha saído do Curdão e indo pro Nanadá.

Depois as onda começou a balançar demais a gente. Teve gente que fez coisa feia e cuspiu comida para fora. Mas eu não fazia isso porque sabia que era coisa feia. Assim foi indo toda a gente no barco, cheio de medo. Irmãozinho começa a chorar e muita gente começa a reza para Alá. Mas eu não sei reza e daí eu só lembrava da anjinha que disse que ia cuidar de nós.

Então o barco viro e caí na água gelada do mar. Tava gelada demais e não lembro direito o que passou. Lembro que papai gritava e tentava segurar eu e irmãozinho e mamãe, mas não deu para ele segurar nós tudo porque vinha muitas onda, sobe e desce de onda enorme no mar. Assim eu nem senti direito quando escorreguei que nem fazia a anjinha, só que de baixo pra cima.

Escorreguei do mar para o céu e lá tava a anjinha e um pavão bem bonito. Não dava para entender em que casa eu tava, nem se anjinha tava triste ou feliz. Anjinha tava é preocupada com resto de nós que ficou no mar. Eu não, porque tava bem melhor ali do que na água gelada, e sabia que anjinha ia ajudar mamãe e papai e irmãozinho a chegar no Nanadá.

Eu não, eu não queria ir pro Nanadá ver titia. Queria ver anjinha, então para mim tava bom. Mas eu queria saber só uma coisa, então disse pra ela:

“Mas por que homens mau do Isi vem e faz maldade em Babani se nós nunca fez maldade para eles?”

Assim, anjinha deu sorriso que nem os tempo que vinha de noite escorregar no meu quarto e me disse:

“Aylan, eles se esqueceram a tempo demais como é ser criança…”


* Conto inspirado no que vi no documentário “Kobani Vive”, que traz o olhar do fotógrafo brasileiro Gabriel Chaim sobre as ruínas de Kobani, a cidade curda que derrotou o Estado Islâmico, perto da fronteira entre a Síria e a Turquia. Através dele, podemos imaginar porque o pai de Aylan Kurdi decidiu fugir de Kobani, onde vivia, para tentar alcançar sua irmã no Canadá. Também incluí algumas pitadas da mitologia dos Iazidis, uma minoria curda que até hoje segue uma vertente do zoroastrismo antigo. Os curdos são um dos povos, no mundo, que vive sem país próprio.

Saiba mais sobre o autor em www.raph.com.br

Obs.: Texto destinado ao site Morte Súbita inc.

 

Postagem original feita no https://mortesubita.net/espiritualismo/aylan/