Guia das Raças Alienígenas já observadas

Uma cópia deste guia foi encontrada  na Sibéria, em 1981 em Buryatia. Sua primeira versão vem da época de Stalin e foi sendo melhorado ao longo dos anos com estatísticas e fotos de pessoas abduzidas.

Raça Maitre: constelação Megopei visita a terra desde a pré-história, raptando humanos e com intenções de colonizar a terra, foram impedidos por outras raças alienígenas, hermafroditas com 120 anos de vida em média.

Raça Dries, 2 metros e meio de altura em média, crânio complexo visitou a terra 20 vezes. Raptam humanos para escravizar, fizeram 520 desparecimentos de pessoas. Oriundos da terceira estrela da constelação de Cetus(baleia). Tem 40 planetas colonizados com ajuda de seus escravos, 10 foram pegos a força, mas trabalham em conjunto com 8 outras raças. Alimentação carnívora. Planeta de origem similar à Terra, mas incapazes de interagir com outras raças positivamente. Pretendem se revelar aos humanos em 2022.

Raça Lang. Pequenas criaturas ,de aproximadamente 70 centímetros de altura, oriundos da sexta estrela da constelação Coma Berenices., com 3 planetas de origem, colonizaram outros 10, um dos visitantes mais antigos, fonte das lendas sobre gnomos e elfos.Ultima visita ocorreu em 2006, já abduziram mais de 10.000.000 de pessoas.

Raça Smad, planeta Svok da constelação Batteray.(não consta)Naves cônicas, idênticos aos humanos, possuem apenas 6 naves em funcionamento ,já colonizaram 18 planetas, tem grande interesse pela religião humana em seus estudos. Uma raça moribunda.

Raça Tengri Tengri, oriundos de um planeta do mesmo nome do setor galáctico 56 (?), vida subterrânea/intraterrestre, população 10.000.000 de indivíduos, visitam a Terra há 10000 anos. Não precisam de água nem oxigênio, vivendo em naves gigantescas que podem levar 5 milhões de indivíduos.Em constante contato com governos da Terra.

Raça Graysli. Da altura de um humano, com fino cabelo sedoso, oriundos da constelação de Virgem.Primeira visita na época dos faraós. Acompanham a historia da humanidade, passaram 10 anos entre os egípcios antigos. Naves acomodam 6 indivíduos de cada vez.

Raça Dorsay. Pequenos, aproximadamente meio metro de altura. Visitam a terra com frequência. Oriundos do sistema Cassiopeia, 2 planetas de origem. Carnívoros, comem outros extraterrestres e humanos. Estão em guerra há 2 bilhões de anos contra outra espécie alienígena. Ultima visita nos alpes suíços em 2001.

Raça Strom. Oriundos da Ursa menor, invertebrados e celenterados(semelhantes a medusas e águas-vivas), 2 metros de altura, estudam a flora da Terra, muito cautelosos, visitam e Terra desde a era do gelo, possuem 20 planetas colonizados. Naves octogonais.

Raça Afim Spiantsy. Oriundos da constelação de Lira. Pequenos, com pele azul com pintinhas. Planeta Crime Ai Petri. Avançadíssimos, chegam aqui em 20 minutos. Atmosfera rica em hidrogênio. Não violentos, tem 40 planetas colonizados. Ficam invisíveis quando próximos a humanos a não ser que desejem o contrario, porém sua presença causa nos humanos uma ansiedade, mesmo quando invisíveis. Naves esféricas. Estudam o “desvio da raça humana”, como chamam. Sua ação é importante em determinar o futuro da raça humana e seu desenvolvimento.

Raça Solipsi Rai.Lider Ymartin, raça harmoniosa, tem 2 bilhões de anos de civilização. Não possui colônias. Estudam o desenvolvimento de outros planetas. Oriundos da constelação de Cygnus. Possuem armas poderosas para se defender apenas.Eles dizem que a raça humana ainda tem 645 opções de futuro.São o que chamamos de greys.

Annunakis de Nibiru, passam aqui a cada 4000 anos, não 3500 como se pensa, e são idênticos aos humanos so que mais altos.Para ficar na Terra, os annunakis derrotaram outra raça poderosa que já vivia aqui. O rei Samael e sua esposa Lilith dos annunaki desconheciam a presença reptiliana aqui e vieram coletar humanos para escraviza-los. Eles só cooperam com oz zeta reticulianos, que não são os greys. Os descendentes dos zeta foram os faraós do Egito.

Raça Kalenia.Originarios da estrela Tarazed da constelação de Aquila (Aguia),3 planetas colônia tempo de vida aproximado de 150 anos. Frequentemente avistados na África saariana.tem visitado a terra por 2300 anos.Seu interesse se restringe aos minerais terrestres.

Raça Mithillae, primos distantes dos reptilianos. Vem da estrela Alya na constelação da serpente,mas não podem ser considerados com verdadeiros reptilianos. Visitam a terra desde 1965 e tem aparência assustadora, circulam muito pelo polos da Terra.

Reptilianos. Na verdade uma de 3 espécies, tem estado na terra por 15000 anos, oriundos da constelação de Draco, tem 500 planetas colonizados mediante infiltração nos governos de cada planeta. Gostam de trabalhar por trás da cena, muito avançados tecnologicamente. Vários poderes paranormais, entre eles a invisibilidade, interdimensionalidade, habilidade em tomar formas. Têm bases no triangulo das Bermudas, na costa da Dinamarca e da Nova Zelândia. Jamais partirão!

Raça Alcohbata. Tem 5000 naves, tem 100 planetas colonizados. Espécie parasitaria, abduzem humanos para fins desconhecidos, não interagem com outras espécies alienígenas. Agressivos, constelação de origem: Perseu. Derrubam aviões.Vistos pela ultima vez em 2001 no Canadá.

Raça Negumak, ou Gnomopo, chegam pela primeira vez em 1989.Exercem controle mental sobre humanos abduzidos após serem liberados. O objetivo disto é desconhecido. Lembram as criaturas insetóides que inspiraram o filme Independence Day. Antiquissimos, temidos pelos governos terrestres.

Zeta reticulianos ou Shamtbhala. Parecem-se com os Maitre e os Solipsi Rai, os famosos greys,oriunods da constelação de Nets (não consta).Representantes do annunaki na Terra. Subespécie artificial derivada dos Zetas, porém mais semelhante ao humano. Akhenaton era um exemplo típico, removido do poder pelos reptilianos. Existem há 4000 anos ,sendo o tipo mais antigo de hibrido. Podem ter forma humana normal porem com deformidades ou crânio alongado.

Raça Ramay. Pacificos, responsáveis pelo desenvolvimento dos maias, trazendo humanos de varias partes do planeta e juntando-os na América do Sul. Muito voltados para a ciência. Ensinaram tudo aos maias ,astronomia, etc, mas ao deixa-los os maias resolveram honrá-los com sacrifícios humanos. Oriundos de Capela na constelação do Cocheiro. Vistos pela ultima vez em 2001 em Bora Bora. Os homens vivem 130 anos ,as mulheres apenas 26!

Raça Moovianthan-Kaiphik. “Os que brilham”,oriundos da constelação Vulpecula (raposa)tiveram encontros com presidentes americanos, e lideres russos. Trocam tecnologia pelo direito a abduzir. Influenciaram muito a cultura tibetana com bases no norte desta região. Colonizaram 40 planetas .

Raça Rak. Visitaram a Terra menos vezes que as demais, apenas 5 vezes, sendo a ultima no ano 71 DC, gerando a crença nos gênios no Islamismo e no oriente médio ,mas deixaram de visitar este planeta por ser incompatível como sistema imunológico deles.

Raça Hav-Hannuae-Kondras. Vem da galáxia anã do Sextante. Aparecem na Terra desde o ano 941 DC pela primeira vez na Romênia e são famosos por abduzir e matar humanos, bebendo seu sangue, dando origem às lendas dos vampiros. São tolerados pelos governos humanos. Vistos pela ultima vez na Escócia em 1996.

Raça Allmahuluk Strat 163. Perderam uma guerra contra os reptilianos na Índia no passado distante. Extremamente avançados, foram forçados a partir mas voltaram por volta de 200 anos atrás porém não mais após 1948. Trafegam em invisibilidade. Oriundos de Júpiter.

Raça Ainanna, os marcianos, oriundos da constelação de gêmeos. Habitam bases em marte por milênios para mineral um metal semelhante ao ouro. Chegaram pela primeira vez na Terra há 3000 anos atrás no Japão. Vistos em Madagascar em 2003.

Raça Indugutk, os “altos brancos”. Têm bases na lua, onde mineram com uso de escravos. Alegam cuidar muito bem de seus escravos. Mantêm contato com o governo americano ,russo e chinês, procurando manter o segredo de sua existência na lua. Podem tomar a forma humana se assim o desejarem, tomando a forma dos men in black.”

Postagem original feita no https://mortesubita.net/ufologia/guia-das-racas-alienigenas-ja-observadas/

Carta a um Maçom

Rio de Janeiro, 9 de julho de 1963.

Caro Dr. G.:

Faze o que tu queres há de saer tudo da Lei.

Li, com maior prazer, a entrevista concedida ao Diário de Notícias, através da qual o Grande Oriente do Brasil manifesta à nação a sua intenção de, finalmente, fazer com que a Maçonaria venha a ocupar na vida brasileira o papel que lhe cabe e sempre lhe coube desde a Independência – que, como todos sabemos, foi feita por maçons.

Relembrei nessa ocasião minha conversa com o senhor, e as nossas palavras de despedida, nas quais buscou o senhor gentilmente trazer à minha atenção o fato de que (na sua opinião) a Igreja Católica Romana é uma boa introdução à vida adulta para crianças. Eu lhe disse então: “Mas a Maçonaria é infinitamente melhor”, e aproveito esta oportunidade para repetir e ampliar estas palavras.

Eu não quis discutir a validade ou falta de validade da Igreja Romana como campo de treino para crianças, porque não é assunto que se possa, propriamente, discutir. É assunto que deve — repito, deve – – ser pesquisado por todo homem consciencioso e responsável, principalmente por maçon de alto grau e no Brasil, onde essa Igreja teve tanta influência na formação psíquica do povo — com os resultados que estamos vendo no presente.

Para esta pesquisa, vitalmente necessária a todos os maçons neste momento de transição, é necessário uma análise cuidadosa da evidência espalhada pelas obras de muitos pesquisadores imparciais e fidedignos; e isto não pode ser resumido numa breve discussão. Eu estou a par dos fatos; o senhor não estava, na ocasião; e afirmativas de minha parte teriam forçosamente de parecer ao senhor opiniões arbitrárias e caprichosas, principalmente por o senhor, com certeza, suspeitar de mim e de minhas intenções. Thelemitas não são mais benquistos no momento do que o foram os gnósticos e os essênios em seu tempo! A finalidade desta carta é expor, de maneira mais ordeira e clara, minhas conclusões, e citar as obras nas quais me baseio; de forma que o senhor possa, se quiser, consulta-las e tirar suas próprias conclusões, que podem ou não virem a coincidir com as minhas. Peço-lhe apenas que, tendo lido a minha carta; examinado, se lhe aprouver, as fontes nela citadas; e chegado, porventura, à conclusão de que são ambas de valor a seus irmãos maçons, transmita-lhes a carta assim como as fontes, para que, por sua vez, tenham a oportunidade de examinar, ponderar, e julgar.

Devo começar por repetir-lhe o que lhe disse por ocasião de nossa conversa, e que tanto chocou seus bons sentimentos e sua honesta devoção: que o homem chamado “Jesus Cristo” nos Evangelhos nunca existiu. Suas peripécias são fictícias; não padeceu sob nenhum Pôncio Pilatos; não foi nem poderia jamais ser a única Encarnação do Verbo; e qualquer Igreja, seita ou pessoa que diga o contrário ou está enganada ou enganando. Não quero dizer com isto que um homem assim não pudesse ter nascido, pregado, e padecido. Pelo contrário: tais homens nascem continuamente, e continuarão a nascer por todos os tempos: Encarnações do Logos, Templos do Espírito Santo, Cruzes de Matéria coroadas pela chama do Espírito.

Direi mais: houve, em certa ocasião, um homem que alcançou no mais alto grau a consciência de sua própria Divindade; e este homem morreu em circunstâncias análogas (porém não idênticas!) àquelas narradas nos Evangelhos. Seu nascimento perdeu-se na noite dos tempos: ele foi o original do “Enforcado” ou “sacrificado” no Taro, e os egípcios o conheciam pelo nome de Osiris. Foi esse Iniciado quem formulou na carne a fórmula do Deus Sacrificado. Esta é a fórmula da Cerimônia da Morte de Asar na Pirâmide, que foi reproduzida nos mistérios de fraternidades maçônicas da tradição de Hiram, das quais o exemplo mais perfeito foi o Antigo e Aceito Rito Escocês. O Graus 33º desse rito indicava uma Encarnação do Logos; a descida do espírito Santo; a manifestação, na carne, de um Cristo; a presença do Deus Vivo.

Para os fatos que servem de base às asserções acima, indico ao senhor as seguintes obras, de maçons ilustres e merecedores:

LA MISA Y SUS MISTERIOS, de J.M. Ragón.

THE ARCANE SCHOOLS, de John Yarker.

DO SEXO À DIVINDADE, do Dr. Jorge Adoum.

CURSO FILOSÓFICO DE LAS INICIACIONES ANTIGUAS Y MODERNAS, de J.M.Ragón.

ISIS DESVELADA, de Helena Blavatsky, seção sobre o Cristianismo. Mme Blavatsky não era dos vossos, mas era dos Nossos…

Na minha opinião, Dr. G., um maçon de alto grau, com tempo a seu dispor, faria um grande benefício a seus irmãos ao traduzir para o português as obras acima citadas, principalmente as duas primeiras.

Os documentos incluídos no assim-chamado “Novo Testamento” (a saber, os Quatro Evangelhos, os Atos, as Cartas e o Apocalipse) são falsificações perpetradas pelos patriarcas da Igreja Romana na época de Constantino, por eles chamado “o Grande” porque permitiu esta contrafação, colaborando com ela. Constantino não teve sonho algum de “In Hoc Signo Vinces”. Tais lendas são mentiras desavergonhadas inventadas pelos patriarcas romanos dos três séculos que se seguiram, durante os quais todos os documentos dos primórdios da assim- chamada “Era Cristã” existentes nos arquivos do Império Romano foram completamente alterados.

O que realmente aconteceu na época de Constantino foi que, aliados, os presbíteros de Roma e Alexandria, com a cumplicidade dos patriarcas das igrejas locais, dirigiram-se ao Imperador, fizeram-lhe ver que a religião oficial era seguida apenas por uma minoria de patrícios, que a quase totalidade da população do Império era cristão ( pertencendo às várias seitas e congregações das províncias ); que o Império se estava desintegrando devido à discrepância entre a fé do povo e a dos patrícios; que as investidas constantes das seitas guerreiras essênias da Palestina incitavam as províncias contra a autoridade de Roma; e que, resumindo, a única forma de Constantino conservar o Império seria aceitar a versão Romano-Alexandrina do Cristianismo. Então os bispos aconselhariam o povo a cooperar com ele; em troca, Constantino ajudaria os bispos a destruírem a influência de todas as outras seitas cristãs! Constantino aceitou este pacto político, tornando a versão romano- alexandrina de Cristianismo na religião oficial do Império.

Conseqüentemente, a liderança religiosa passou às mãos dos patriarcas romano-alexandrinos, que, auxiliados pelo exército do Imperador, começaram uma “purgação” bem nos moldes daquelas da Rússia moderna. Os cabeças das seitas cristãs independentes foram aprisionados; seus templos, interditados; e congregações inteiras foram sacrificadas nas arenas das províncias de Roma e Alexandria. Os gnósticos gregos, herdeiros dos Mistérios de Eleusis, foram acusados de práticas infames por padres castrados como Orígenes e Irineu (a castração era um método singular de preservar a castidade, derivado do culto de Atis, do qual se originou a psicologia romano-alexandrina). Os essênios foram condenados através do hábil truque de fazer dos judeus os vilões do Mistério da Paixão; e com a derrota e dispersão finais dos judeus pelos quatro cantos do Império, a Igreja Romano- Alexandrina respirou desafogada e pode dedicar-se completamente ao que tem sido sua especialidade desde então: ajudar os tiranos do mundo a escravizarem os homens livres.

Para o escrito acima, indico ao senhor os seguintes livros:

ISIS DESVELADA, de Blavatsky, seção sobre o Cristianismo OUTLINES ON THE ORIGIN OF DOGMA, de Adolf von Harnack.

DECLINE AND FALL OF THE ROMAN EMPIRE, de Gibbon.

THE AGE OF CONSTANTINE THE GREAT, de Burckhardt.

Quanto às falsificações da Igreja Romano-Alexandrina, indico ao senhor as palavras do grande erudito americano Moses Hadas, em suas notas à tradução do livro de Burckhardt, à página 367, que passo a traduzir:

“A História Augusta apresenta biografias de imperadores, cézares e usurpadores, de Afriano a Numério (117-284), com uma lacuna no período de 244 a 253. Pretende ser o trabalho de seis autores (Aelius Spartianus, Vulcacius Gallicanus, Aelius Lampridius, Julius Capitolinus, trebellius Pollius e Flavius Vopiscus), e ter sido escrita entre os reinados de Diocleciano e Constantino, ou cerca de 330. Alguns estudiosos creêm tais asserções verdadeiras, mas outros mantêm que a obra foi escrita um século mais tarde, e por uma só pessoa. Em tal caso o nome dos seis autores terá sido adicionado para tornar mais convincente o que foi escrito.

Trocando em miúdos, o que ele quer dizer é o seguinte: os patriarcas romanos, ansiosos por esconder seus crimes (especialmente a perseguição a cristãos de outras seitas ou igrejas) e por se declararem os únicos cristãos verdadeiros, destruíram todos os documentos autênticos nos quais conseguiram por as mãos. (Isto lhes era particularmente fácil já que, desde a era de Constantino, eles foram os guardiães de tais manuscritos.) Feito isto, substituíram os destruídos por outros, forjados, que descreviam a sua clique como oprimida pelos imperadores e outras seitas cristãs como inexistentes ou obscenas. (Na realidade, ela bajulara os imperadores desde o começo: o culto de Átis era o único em Roma ao qual os patrícios podiam ir legalmente.) Um pouco mais tarde, Romanos e Alexandrinos brigaram. Isto porque cada facção queria fazer de sua cidade o centro político e religioso do Império. Foi então que um dos poucos historiadores pagãos que escaparam à atenção dos Patriarcas escreveu: “As atrocidades dos cristãos uns contra o outros ultrapassa a fúria das bestas selvagens contra o homem.”(Ammianus Marcellinus) O capítulo final da disputa foi a divisão do Império em Romano e Bizantino. Desde então, a Igreja Romana tem se chamado “Católica”, e a Bizantina, “Ortodoxa”.

Ambas, é claro, um amontoado de mentiras.

Qual o motivo, o senhor perguntará, para essa perseguição impiedosa às seitas gnósticas e essênias? No caso dos essênios, as razões foram políticas e dogmáticas.

Aproximadamente um século antes do assim-chamado “Ano Um” nascera na Palestina um rabi, cujo nome é desconhecido (embora alguns estudiosos presumam ter sido Ionas, ou Jonas). Ele criou um novo sistema de Essenismo, fundando muitos ramos dessa fraternidade judeo-cóptica, e adquirindo um grande número de seguidores na Ásia Menor. Muitos documentos foram escritos acerca dos incidentes de sua vida e doutrina. Foi um Adepto Cristão, ou seja, defendeu a tese de que todo homem é um Templo do Deus Vivo; deu testemunho do Logos e do Espírito Santo, e tal foi seu impacto no pensamento religioso de sua época que os patriarcas romano-alexandrinos, ao escreverem a “história de Jesús Cristo”, foram forçados a incluí-lo, para evitar suspeitas. Chamaram-no de “João Batista”…

Acerca deste: THE DEAD SEA SCROLLS, AN INTRODUCTION, de R.K.Harrison.

Também este livro deveria ser traduzido para o português por um maçon! Abaixo, cito uma passagem atribuída a esse iniciado, extraída de um manuscrito cóptico intitulado “Evangelho de Maria”, apócrifo, desde 1896 no Museu de Berlim. Depois de haver explicado vários pontos de sua doutrina, ele se despede de seus discípulos:

“… Quando o Abençoado havia dito isto, ele saudou a todos, dizendo: ‘Paz seja convosco. Recebei minha paz para vós mesmos. Cuidai-vos de que nenhum vos desvie com as palavras “olha alí” ou “olha lá”, pois o Filho do Homem está dentro de vós. Seguí-o: aqueles que o buscam o encontrarão. Ide, pois, e pregai a Boa Nova do Reino. Eu não vos deixo nenhuma regra, salvo o que vos recomendei (Amai-vos uns aos outros), e eu não vos dei nenhuma lei, qual fez o legislador (Moisés), para evitar que vos sentísseis obrigados por ela.’ E quando acabou de dizer isto, ele foi embora.” (Gnosticism, An Anthology, ed. Robert M. Grant, Collins, London, pp.65-66, “The Gospel of Mary”)

Esta passagem pode ser comparada a muitas outras nos Evangelhos nas quais, quando interrogado, “Jesús” diz explicitamente: “O Reino de Deus está dentro de vós.” E que razão tinham os Romanos e Alexandrinos para perseguir e exterminar os gnósticos gregos? Desta feita o motivo era puramente dogmático. Na época posteriormente atribuída pelos patriarcas ao “nascimento de Jesús Cristo”, um iniciado grego deu vida nova aos mistérios de Apolo e Diôniso, restabeleceu o culto ao Sol Espiritual e ao Logos, praticou maravilhas taumatúrgicas e, em suma, causou tal impressão que os Romano-Alexandrinos foram forçados a incorporar diversos “milagres” em sua miscelânia evangélica, de forma que o seu “Jesus” pudesse igualar os prodígios atribuídos a Apolônio de Tyana. Ao mesmo tempo, afirmaram que Apolônio de Tyana havia sido enviado por “Satã” para reproduzir os milagres de “Jesús” e assim desviar as pessoas do “verdadeiro Cristo”. destruíram também, sistematicamente, todos os documentos autênticos da vida de Apolônio, salvo um, a fantástica e inacreditável Vita, atribuída a um pretenso “discípulo” desse grande Adepto.

Novamente lhe indico ISIS DESVELADA, e o artigo “Apollonius” na Enciclopédia Britânica.

Devo aqui, Dr. Gastão, apender um parêntese um pouco prolongado, de forma a estabelecer a maneira pela qual o Catoliscismo Romano difere do verdadeiro Cristianismo. Para este fim, começarei por apresentar um dos poucos textos que nos chegaram quase sem alterações cometidas pelos patriarcas de Roma e Alexandria. As modificações relevantes vão comentadas entre parênteses, e o texto, apresento o original, intacto. É o Intróito do Evangelho de “São João”:

“No princípio era o Verbo. E o verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

“Ele estava no princípio com Deus.

“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

“A vida estava nele, e a vida era a luz dos homens.

“A luz resplandece nas trevas, e as trevas não o escondem ( isto é, não escondem o fato que a luz brilha nelas!).

“Houve um homem enviado por Deus, cujo nome foi Jonas (Johannes no original em grego).

“Ele veio como testemunha da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.

“Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: a saber, a verdadeira luz que, vinda ao mundo, ilumina todo homem.

“Estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dela, mas o mundo não a conheceu ( no masculino na Vulgata, para sugerir “Jesús”).

“Veio para o que era seu, e os seus não a receberam ( idem).

“Mas, a todos quanto a (idem) receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus ( e aqui os Romanos-Alexandrinos acrescentaram: a saber, os que crêem no seu nome, isto é, no “Jesús” que eles inventaram para servir aos seus propósitos), os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

“E o Verbo se fez carne, e habitou em nós ( a Vulgata aqui põe “entre”, o que muda totalmente o sentido da passagem) cheio de graça e verdade, e vimos a sua glória, glória como a do primogênito do Pai ( o primogênito do Pai é, claro, Chokmah, o Verbo Espiritual, a Primeira Emanação do Ancião dos Dias, Kether. “Primogênito” também traz à lembrança o “mais velho dos filhos de Deus”, Lúcifer ou Satã.” Na versão acima, original, desse documento cristão, e nas interpolações introduzidas pelos romanos-alexandrinos, Dr. G., tem o senhor o sumário e a base do dógma católico romano.

Jonas, Apolônio, Simão ( Simão Pedro e Simão o Mago; a isto aludiremos depois), Adeptos cristãos, ensinaram todos os três: “Vós sois o Templo do Deus Vivo. Contemplai a Luz dentro de vós, e sabei que sois Filhos da Luz!” Repetidamente esta mensagem é encontrada nos Evangelhos; mas sempre deformada, condicionada ou “explicada” pelas interpolações e teologismos romano- alexandrinos. O resultado é que, algumas vezes, “Jesús” fala como um santo, como uma verdadeira Encarnação do Verbo; o mais das vezes, porém, como fanático e sectarista.

Contradições deste tipo abundam.

Este é o resultado das alterações a interpolações dos romanos e alexandrinos. Copiaram, adaptando-os às suas necessidades político- financeiras, os documentos essênios que descreviam as pregações de Jonas ( entre outros, o “Sermão da Montanha”). Inseriram “milagres” do tipo atribuído a Apolônio de Tyana. Arranjaram um Mistério da Paixão em drama nos moldes dos cultos de Mitras, de Adonis, de Átis, de Diôniso e de Oannes — o que era necessário para tornar o seu “Jesús” numa Encarnação do Logos do Aeon de Osiris, o Deus Sacrificado. Tão cuidadosamente misturaram a verdade e mentira que durante quase mil e seiscentos anos todo cristão que procurou encontrar o Verbo em si mesmo — o único lugar onde pode ser encontrado — deparou, nos portais de sua alma, com este fantasma insidioso, esta blásfema quimera, este pesadelo teológico: “Nosso Senhor Jesus Cristo”.

“Adora-me!” — diz o Egrégora — “Eu sou o filho de Deus. Tu não és nada mais que uma criatura sem valor e pecadora, condenada desde o nascimento e destinada ao inferno não fosse por meu sacrifício; e sem mim nunca alcançarás o céu.” Talvez o senhor comece a compreender agora, Dr. G., a natureza daquilo a que nós chamamos a Grande feitiçaria? Após mil e seiscentos anos de vitalização por multidões de adorantes, e a absorção das cascas vazias de padres, freiras e fanáticos que se deixaram vampirizar por ele, o Egrégora existe no assim-chamado plano astral; e é um demônio, quer dizer, uma entidade ilusória. Não é um verdadeiro Microcosmo, mas uma gestalt de cascões vitalizados, um foco para tudo que há de negativo, derrotista, piegas, preconceituoso e introvertido na natureza dos cristãos: um lodaçal completamente hostíl ao progresso e á evolução espiritual deles.

E, no entanto, nada há mais sagrado ou puro do que está oculto neste nome, “Jesus Cristo”… É um híbrido dos títulos pelos quais os cabalistas essênios e os gnósticos gregos, respectivamente, chamavam o Iniciado que alcançasse a esfera de Tiphareth, o Filho — ou seja, a “sephira”, ou “plano” de consciência que em Nosso sistema corresponde ao grau de Adeptus Minor, e, no Rito Escocês, ao 33º grau.

Cristo, Chrestos, significa “Bom” e “ungido”. Este era um título nobre nos Mistérios de Eleusis. O Iniciado tem sempre sido um sacerdote-rei desde a antiguidade; a superstição absurda do “direito divino hereditário” dos reis foi outra adulteração dos romanos- alexandrinos para ajudar aos tiranos que os apoiavam. Seria realmente fácil se a verdadeira realeza, dura recompensa da Iniciação, pudesse ser transmitida por métodos dinásticos, ou conferida por um papa! Para fazer justiça a este tema um volume inteiro seria necessário; diremos apenas que os símbolos tradicionais da realeza são os símbolos da completa iniciação. O Cetro representa o Falo, a imagem material do Verbo; o Globo e a Cruz são formas da Cruz Ansata, o símbolo da imortalidade conferida pela Iniciação ( mostra a mulher “dominada” pelo homem, ou seja, satisfeita pelo homem….); a Coroa é Kether, o Sahashara Cakkram em completo funcionamento, a Primeira Sephira, o Ancião dos Dias, o Pai; o Manto Púrpura ornado de estrelas ou flores representa o Céu Noturno, a Aura do Sacerdote de Nuit; e finalmente, as roupagens rubro-douradas são o símbolo do Corpo Solar, o Corpo de Glória do Iniciado — vermelho e ouro sendo as cores heraldicas do sol.

Quanto ao nome “Jesús”, é escrito em hebraico IHShVH ( pronuncia- se Jehêshua). Note que isto é IHVH ( Tetragrammaton ) com Shin (Sh) intercalada. Shin é a letra que representa a um só tempo os elementos Fogo e Espírito, e, estando no centro de IHVH, equilibra as Quatro Forças Elementais Cegas do Demiurgo. Jeová — a Palavra de Moisés — torna-se Jeheshua — a Palavra de Jonas. Nesta Palavra o senhor tem o Deus Crucificado, Dr. G.: nela o Pentagrama, o Sinal do Homem, a Estrela Flamejante do Santuário; nela a chave cabalistica do Tetragrammaton Cristão, INRI, que significa, entre outras coisas, Igne Natura Renovatur Integra, ou seja: Pelo Fogo (do Espírito Santo) a natureza se Renova Inteiramente…

A diferença básica entre o Cristianismo e as religiões que o precederam é que o Mistério de Osíris, até então revelado apenas a aspirantes cuidadosamente selecionados nos mais profundos recônditos dos mais remotos santuários, foi abertamente oferecido ao mundo.

Antes do Aeon de Osíris, no Aeon de Isis, os homens adoravam a Deus em uma de Suas múltiplas imagens (adaptadas à visão espiritual de indivíduos diversos em nações diversas) da mesma forma que uma criança ama e adora sua mãe: como Alguém que protege, alimenta, conforta e ocasionalmente corrige e castiga, mas sempre como alguém exterior a si mesmos.

Foi a revelação do Mistério da Morte de Osíris que acordou os homens para a consciência de que eles, em si mesmos, são a divindade encarnada. Tampouco podemos ir muito longe neste assunto, pois é matéria para outro volume. O Aeon de Virgo-Pisces, com suas vibrações, adaptava-se às idéias de devoção e auto-sacrifício, tornando a Iniciação Racial possível em larga escala; mas é necessário que o senhor compreenda, Dr.G., que o Mistério de Osíris data da mais remota antiguidade. O Deus Sacrificado é fórmula anterior à destruição da Atlântida, quando o verdadeiro significado dos símbolos, até então geralmente conhecido, tornou-se o privilégio de alguns poucos iniciados. Um sacrifício humano anual, para ajudar a colheita, era um rito genérico entre todas as tribos agricultoras da Europa e da Ásia Menor há cinco mil anos atrás; e mesmo nos primórdios do Romanismo ainda era praticado por tribos indo- européias. O sacrificado era, originalmente, o rei da tribo; reinava durante o ano, e era executado nos Ritos da Primavera, ou Páscoa (em ingles Easter, corruptela de Ishtar). Era tratado como encarnação do deus tribal, e adorado até o momento de sua morte. Com seu sangue os campos de cultivo eram salpicados; sua carne era comida por nobres e sacerdotes; e o povo tinha de contentar-se em respirar a fumaça de certas partes queimadas e oferecidas à divindade que ele havia encarnado (estas partes variavam: algumas tribos queimavam os órgãos sexuais, outras o coração).

Eventualmente, com o desenvolvimento da inteligência, a fórmula tornou-se mais conveniente para os reis: algum gênio tribal concebeu a idéia de um vicário; e desde então, um rei substituto era simbolicamente ungido para a ocasião, para ser sacrificado no lugar do rei verdadeiro. Primeiro usaram voluntários, depois velhos e doentes ou criancinhas, a seguir inimigos, e por último animais.

Em muitas tribos os pais, em vez de se sacrificarem, sacrificavam seus primogênitos (neste caso eram os pais os chefes ou patriarcas das tribos). Na Bíblia, a história do primogênito de Abraão é uma hábil fábula que marca a transição, entre os primeiros judeus, do sacrifício dos primogênitos a Jeová para aquele dos bodes expiatórios.

Sacrifícios humanos, acompanhados de antropofagia ritual, eram costume no continente indoeuropeu, na Austrália, no continente africano e no Novo Mundo. A presença universal de tal rito, numa época em que a arte da navegação era praticamente nula, indica uma origem comum na Antiguidade, Esta foi a Atlantida, se bem que o senhor deva notar que seus habitantes não praticavam sacrifícios humanos. Foi precisamente a destruição desta civilização (devida não a “castigo divino”, mas a um dos grandes movimentos periódicos da crosta terrestre a intervalos de vinte mil anos) que, havendo deixado apenas algumas colônias em outras terras, resultou na volta à barbárie que ali ocorreu quando o símbolos passaram a ser interpretados da forma mais grosseira. Alguns mais avançados da cultura atlante mantiveram o verdadeiro significado. Entre eles, o Egípto, onde os Mistérios Menores ( de Isis e Osíris ) eram celebrados com pleno conhecimento de seu significado verdadeiro (é suficiente que o senhor recorde que no Livro dos Mortos a alma do morto ou da morta é sempre chamada Osíris), e os Mistérios Maiores ( de Nuit-Hadit-Hoor ) preservados com o máximo segredo.

Foi do Egito que veio a Corrente de Osíris, a qual, devido à diversidade de povos e línguas, e às dificuldades de comunicação no plano material, manifestou-se em pontos diferentes do continente indoeuropeu sob formas diversas, embora seguindo sempre a fórmula do Deus sacrificado. A corrente começou aproximadamente no ano 500 A.C.

Um estático da Ásia Menor, cujas aventuras tornaram-se lendárias, e que eventualmente ficou conhecido pelo nome de Diôniso, viajou pela Grécia, Ásia Menor e India, ensinando a nova fórmula de Iniciação Racial. Este iniciado, o original verdadeiro do “Jesús Cristo” evangélico, foi um filho espiritual de Krishna, ou antes, de Vishnu, de quem foi Krishna o principal avatar; e sua Palavra era INRI, que é uma modificação da Palavra de Krishna, AUM. Citamos aqui o Capítulo 71 de LIBER ALEPH, um dos mais profundos trabalhos do Mestre Therion: “Krishna tem inumeráveis nomes e formas, e não conheço seu verdadeiro Nascimento humano. Pois sua Fórmula é de alta Antiguidade. Mas Sua Palavra espalhou- se por muitas terras, e hoje a conhecemos como INRI com o IAO secreto aí oculto. E o significado desta Palavra é a Maneira de Trabalho da Natureza em Suas Mutações: isto é, é a Fórmula de Magia pela qual todas as Coisas se reproduzem e recriam a si mesmas. Porém, esta Extensão e Especialização foi antes a Palavra de Diôniso; pois a verdadeira Palavra de Krishna era AUM(OM), implicando antes numa asserção da Verdade da Natureza do que numa Instrução prática sobre Operações Detalhadas de Magia. Mas Diôniso, pela palavra INRI, estabeleceu a fundação de toda Ciência, da forma como hoje entendemos a palavra Ciência em seu senso particular, ou seja, o de causar a Natureza externa a mudar em Harmonia com nossas Vontades.” Este Iniciado, cujo nome carnal é hoje desconhecido, mas que conhecemos por Diôniso (o qual pode ter sido seu nome, pois se tornou bastante comum na Ásia e na Grécia depois de sua morte), viveu e trabalhou aproximadamente quinhentos anos antes da assim-chamada “era cristã”. Foi mencionado por um dos profetas judeus — Isaias — em várias passagens do Livro de Isaías. Estas eram estudadas com veneração profunda pelos velhos Essênios, que sabiam do seu sentido oculto. A passagem principal é citada aqui (parênteses meus):

“Quem acreditou em nossa pregação? A quem foi mostrado o braço de Adonai? (braço é um eufemismo para o falo, o órgão material do Verbo.

Coxa, braço, quafril, chifre, etc., são eufemismos para penis, usados tanto no Novo quanto no Velho Testamento para apaziguar as mentes prurientes dos tradutores que, projetando seus próprios traumas psíquicos, acharam que o povo ficaria chocado ao ouvir uma pica chamada de pica. Este tipo de “censura bem intencionada” ainda hoje é praticado: os cristãos todos parecem achar-se capazes de “proteger a virtude” de seus semelhantes!) . Porque foi subindo como um rebento novo ( ou seja, como uma Palavra nova, necessariamente mal-entendida e temida a princípio) perante Ele, e sua raiz em uma terra seca; não tinha presença nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza tinha ele que nos agradasse.

“Foi desprezado, o mais rejeitado entre os homens; homem que sofrera, e sabia o que é padecer; como um de quem os homens se desviam, foi desprezado, e dele não fizemos caso.

“Em verdade ele tomou sobre si nossas mazelas; as nossas dores carregou sobre si; e por isto o considerávamos, aflito, ferido de Deus, e opresso; “Ele foi golpeado, mas por nossas transgressões; moído, mas por nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe a paz caíu sobre ele, e pelas suas pisaduras nós fomos sarados.

“Andávamos todos desgarrados, como ovelhas; cada um se desviava do caminho, mas Adonai fez caír sobre ele a iniquidade de nós todos”.

“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e como ovelha, muda perante seus tosquiadores, manteve silêncio.

“Por decreto tirânico nos foi arrebatado, e sua linhagem, quem dela cogitou? Pois ele foi cortado da terra dos vivos; por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido.

“Deram-lhe sepultura com os perversos, mas com o rico habitou em sua morte; pois nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.

“Todavia, a Adonai agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando ele deu a sua alma (a Vulgata tem der , para sugerir que isto é uma profecia sobre — claro — “Jesús Cristo”) como oferta pelo pecado, viu a sua posteridade ( isto é, seus filhos mágicos ) e prolongará seus dias; a vontade de Adonai prosperará em sua mãos.

“Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com a sua compreensão ( isto é, Binah; a “entrega da alma” corresponde à Passagem do Abismo ) justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.

“Por isso eu lhe darei muitos como a sua parte ( isto é, como seus discípulos ), e com os poderosos (isto é, os Reis ou Potestades — uma das hierarquias celestiais ) repartirá ele os despojos; porquanto derramou a sua alma ( isto é, o seu sangue — vinho de IAO — na Taça de BABALON, que contém o sangue dos santos ) na morte; foi contado com os transgressores ( isto é, considerado malígno ); contudo levou sobre si os pecados de muitos, e pelos transgressores ( isto é, os malígnos entre os quais foi contado, os quais eram na realidade os que o condenavam ) intercedeu.”

LIVRO DE ISAÍAS, III, vv. 1 – 12.

Talvez o senhor compreenda melhor o acima se eu citar aqui alguns raros versos de um dos Livros Santos de Télema:

“46. Ó meu Deus, mas o amor em Me rebenta sobre os laços de Espaço e Tempo; meu amor é derramado entre aqueles que não amam o amor.

“47. Meu vinho é servido àqueles que nunca provaram vinho.

“48. Os fumos dele os intoxicarão, e o vigor do meu amor engendrará bebês pujantes em suas virgens.”

LIBER VII, vii, vv. 46 – 48.

Há certos segredos iniciáticos, Dr. G., que não podem ser revelados pela simples razão que apenas aqueles que os experimentaram em si mesmos são capazes de compreender referências a eles feitas.

Portanto limitar-me-ei a dizer que a história simples contada nos versos de Isaías descreve a carreira de todo Adepto Cristão. Isto, em teoria, seria também a história de todo maçon do grau 33º; mas na prática, embora não tenham os srs. perdido a Palavra, mantêm a letra mas não o espírito. Os senhores maçons caíram bem aquém do que era intencionado por seu sistema — isto principalmente devido ao constante ataque da Igreja de Roma.

Os patriarcas romanos-alexandrinos que escreveram o Novo Testamento copiaram palavras de verdadeiros Iniciados; resulta que, encerradas em seus evangelhos adulterados, ainda há várias chaves que aqueles que “tiverem ouvidos de ouvir” (isto é, percepção espiritual: o sentido da audição corresponde ao Akasha hindu, o Elemento do Espírito) podem usar para encontrar a Medicina Universal e o Elixir da Vida …

No entanto, os romanos-alexandrinos erraram tristemente ao tentar usar de métodos profanos para expandir um cristianismo viciado por interpretações dogmáticas e ambições temporais de poder político e financeiro. Falharam por não fazerem o preconizado por Jonas aos essênios: “Dar a Cesar o que é de César e a Deus o que é de Deus.” Invariavelmente, quando quer que na história da humanidade um sistema de teurgia é conspurcado e se torna uma religião organizada, sofrem os elos entre o sistema e sua fonte espiritual. Os planos não podem ser misturados, e acreditando-se movidos pelas melhores intenções, os romanos-alexandrinos foram na verdade impelidos por vaidade e orgulho — sentimentos enraizados no ego, precisamente a faculdade que o homem deve destruir na passagem do Abismo.

O resultado foi que, perdendo contato com o Logos do Aeon de Osíris, a igreja romano-alexandrina tornou-se instrumento de forças demoníacas — isto é, de forças ilusórias, egóicas — e deu-se desde então a erros espantosos, a crueldades indizíveis.

Consequentemente, os verdadeiros cristãos retiraram-se daquela igreja no momento mesmo em que ela triunfava sobre suas “rivais” gnósticas e essênias, e aliava-se aos príncipes do mal deste mundo.

Retiraram-se, e silenciosamente continuaram seu trabalho através de todo o abuso e perseguição que se seguiram; e eventualmente, para contrafazer mais eficientemente os efeitos da Grande Feitiçaria, criaram a Maçonaria.

O senhor sabe, é claro, que o Rito Antigo, ou melhor, a Grande Loja da Inglaterra, foi organizada ( e o Rito inteiro reformado ) por um certo Elias Ashmole, judeu, e Irmão da R.C. A R.C. (que só existe neste mundo com este nome desde que o grande iniciado que se ocultou sob o nome de “Cristian Rosenkreutz” começou o movimento que resultou na Renascença, na Reforma e nas revoluções Francesa e Americana ) é responsável pelo Mistério do Logos — o Mistério do cristo. É tarefa dela zelar para que este Mistério jamais seja perdido pela humanidade. Quando quer que, por erros humanos, por oscilações do karma terrestre, ou pelas leis do acaso, a transmissão da Palavra e do Sinal (isto é, a sucessão apostólica) é ameaçada, é a R.C., sob um de seus muitos véus (ela nunca usa abertamente o nome de R.C.!), através de um ou mais de seus Irmãos, que lembra a humanidade o significado espiritual da Encarnação; da promessa da Ressurreição; da Grande Obra, isto é: o estabelecimento do Reino de Deus sobre a Terra.

A R.C. nunca interfere de forma alguma com a organização ou direção de ritos maçônicos; nem seus Adeptos, necessáriamente, ingressam em tais ritos. Apenas, informação em quantidades suficientes é outorgada, e fontes de pesquisa são sugeridas ao exame dos maçons, para que o significado espiritual dos ritos seja reestabelecido pelos próprios maçons.

A R.C. está abaixo do Abismo: a Grande Ordem que não tem nome é simbolizada pelo Olho no Triângulo, e este é o Collegium Summum, ou a S.S., da A.•.A.•.

A A.•.A.•. é apenas uma das Fraternidades Iniciáticas, e abaixo do Abismo é das mais novas. Foi organizada em sua forma presente na primeira década deste século.

Quanto à S.S., é a mesma para todas as fraternidades iniciáticas.

Isto é fonte de surpresa, às vezes, para iniciados de graus mais baixos, pois, chegando a certas consecuções, verificam que Mestres que pareceram pregar doutrinas completamente opostas ( como, por exemplo, Maomé e Jonas ) estão sentados lado a lado no Areópago dos Adeptos.

Recapitulando: Quem é “São João Batista”? É Jonas, Ionas, Jon, Johannes, João, o Mestre de retidão dos essênios, cujos sermões são postos nos Evangelhos na boca de “Jesús”.

Quem é “Jesús”? É qualquer indivíduo que tenha atingido o Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião, o Paracleto.

Quem é “Jesús Cristo”? É o nome dado pelos Romano-Alexandrinos à sua versão fictícia do Logos do Aeon de Osíris, cuja Palavra foi INRI, e a quem Nós conhecemos por Diôniso.

Quem é o “Pai” a quem “Jesús” sempre se refere nos Evangelhos? É o Logos, a LVX, o Verbo, cuja Sephira é Chokmah, o Primogênito de Kether.

Quem é o Cristo? Tecnicamente é todo e qualquer Adepto, desde que, no simbolismo grego, o nome corresponde ao essênio Jeheshua; mas na prática o título é usado para designar o LOGOS AIONOS.

Do ponto de vista místico, “ninguém atinge o Pai a não ser pelo Filho”; consequentemente, desde que todo Adepto Cristão é uma Encarnação do Verbo, a distinção entre o Cristo Solar e o Cristo Interno é mera ilusão do profano. Ego sum qui sum, diz o Iniciado: AHIH, EU SOU O QUE SOU.

Quando Aleister Crowley estava sendo “julgado” (foi nesta ocasião que o juiz presidindo o chamou de “o pior homem do mundo”), o promotor lhe perguntou: “Não é verdade que o senhor se chama a si mesmo de A Besta do Apocalipse?” Crowley, que já estava acostumado a esperar o pior de seus semelhantes, respondeu com a paciência e agudeza de humor que lhe eram característicos: “Esse nome significa apenas O Sol. O senhor pode me chamar de Raio-de-Sol, se quizer.” Isto é: chamá-lo de Adepto, ou seja, Jeheshua, ou seja, Maçon 33º, Dr. G.: Sol em miniatura, isto é, Tiphareth…

Esta confusão entre o Adepto e seu Pai aparece até em “João Batista”, quando ele diz: “Eu sou a Voz (ou seja, o Verbo) que clama no Deserto ( isto é, no Abismo).” O mais antigo símbolo conhecido para o Logos é o Olho dos Egípcios; e o Olho está no Abismo; este é o Olho no triângulo, e este é o verdadeiro Baphomet, o Chefe Secreto de todos os maçons.

Abaixo do Abismo, Ele é representado por dois Adeptos, um do Pilar Branco, o outro do Pilar Negro. O do Pilar Branco é o Adepto Exempto, e ele promulga a Lei; o do Pilar Negro é o Adepto Maior, e ele faz com que as promulgações do Adepto Exempto sejam cumpridas.

Os judeus, depois que pararam de sacrificar primogênitos, tinham dois bodes sagrados para os festivais, um branco e outro negro. O branco era sacrificado a IAO ( o nome mais antigo de Jeová); o negro, carregado com as maldições dos sacerdotes, era impelido para o deserto…

Compreende o senhor melhor agora, Dr. G., por que razão a Sala dos Maçons é chamada a Sala do Bode Preto? O Olho no Abismo é o Olho do Sol, o Olho de Hoor, que, por certas razões ocultas, é identificado com o anus. É por isto que se dizia, dos iniciados de Satã, que eles “beijavam o anus de um bode preto”…. No Egito antigo, em certo ritual onde cada parte do corpo do Iniciado era colocada em relação com cada parte correspondente de algum ser divino, o Iniciado dizia em dado momento: “Minhas nádegas são as Nádegas do Olho de Hoor.” Mas quem diabo — perdoe o trocadilho — é na verdade este notório Satã que os padres romanos nos acusam de adorar, e a quem eles culpam por seus fracassos (ao invés de culparem a sua estupidez preconceituosa)? Quando a Igreja Romana começou a “catequização” das províncias, encontrou continuamente deuses locais. Aprendendo as peripécias lendárias de tais deuses, os engenhosos padres romanos fabricavam um “santo” com as mesmas proezas, e diziam aos ignorantes pagãos: “Esse seu deus não é mais que um demônio que tenta lhes desviar de Nosso Senhor Jesús Cristo, e para este fim imita as façanhas de nosso amado mártir Fulano. E se vocês não me acreditam, ouçam a história da vida de nosso santo mártir…” Desta forma, a Igreja Romana assimilou em sua liturgia um panteão inteiro de deuses pagãos que eram transformados em santos e santas e mártires imaginários — os únicos mártires cristãos do início do cristianismo foram os essênios e os gnósticos, a quem os romanos- alexandrinos acusaram, caluniaram, e denunciaram aos imperadores.

Exemplos: aqueles que adoravam o Cristo sob a forma de um asno ( Príapus ), os que adoravam o Cristo sob a forma de um peixe ( Oannes ); os que adoravam o Cristo sob seu nome de Baco ou Diôniso…

Mas houve um deus pagão que os romanos não conseguiram absorver, porque suas peripécias eram por demais virís para serem atribuídas a um “santo romano”, que era necessariamente um castrado, no corpo ou no espírito. Por outro lado, seus ritos eram tão vitais, tão universalmente populares nas províncias, que era impossível esperar que o povo o esquecesse: depois de seis séculos de tirania romano- alexandrina, ele ainda era conhecido e adorado: o deus PÃ, o deus de chifres e de cascos de bode…

Portanto, não podendo fazer dele um santo, Dr.G.’fizeram dele o diabo.

Uma profusão de dados sobre tudo o que foi escrito acima pode ser encontrado nos seguintes livros:

THE GOD OF THE WITCHES, de Margaret Murray O LIVRO DOS MORTOS, trauzido do egípcio por Sir Wallis Budge.

THE GOLDEN BOUGH, de Sir James Frazer, na edição completa em vários volumes. Neste trabalho monumental o senhor encontrará um estudo detalhado dos deuses pagãos tornados em “santos” e “mártires” do calendário romano…

Mas voltando ao deus PÃ: a igreja Romana lutou contra os ritos deste deus durante vários séculos. Os festivais de Pã eram orgiásticos — daí sua popularidade — e celebrados nos Equinócios e Solstícios. Eventualmente, a Igreja Romana foi forçada a incorporar estes rituais em sua liturgia, visto ser impossível eliminá-los; e sabiamente fez deles os festivais mais importantes do culto a “Nosso Senhor Jesus Cristo”: a Páscoa ( com Corpus Christi ), o “Natal”, o dia de “São João Batista” e o dia de “São João Apóstolo”.

Eventualmente, a reforma gregoriana mudou o “Natal”, que a princípio era oscilável como a Páscoa e Corpus Christi, e caía no Solstício; e tendo finalmente absorvido o rito orgiástico que então tinha lugar, os padres fixaram a data de 25 de dezembro (dava muito na vista, um aniversário oscilante…). Então os católicos romanos, seus derivados posteriores e muitas ordens ocultistas espúreas celebram nessa data a “ressurreição” ou “nascimento” do Sol: isto porque o solstício de inverno é o momento em que o Sol, tendo alcançado seu máximo declínio meridional na eclítica, começa sua volta para o Norte, levando o calor que renovará a vida da vegetação na Primavera.

Mas, do ponto de vista iniciático, quem era este Pã? Como qualquer deus de toda e qualquer terra em todo e qualquer período da história do mundo, era uma das formas pelas quais ou o Sol espiritual, que é o Pai verdadeiro, ou o seu primogênito, que é a “Bêsta”, são adorados. Esta Besta varia segundo a precessão dos equinócios, pois o Equinócio de Primavera se move ( devido ao deslocamento de ponto vernal ) de signo para signo no Zodíaco aproximadamente em cada dois mil e quinhentos anos; e no Zodíaco os signos são alternadamente representados sob a forma humana e animal.

No Aeon Passado, os pontos vernais caíam respectivamente em Virgo e Pisces, a Virgem e o Peixe; no que lhe antecedeu, caíam em Áries e Libra, o Carneiro e a Justiça (a mulher com a espada e a balança dos romanos antigos); no presente os pontos vernais caem em Aquarius, ou seja, a Mulher com a Taça (BABALON) e em Leo, ou seja, a Grande Besta Selvagem (THERION).

O deus Pã é simplesmente a fórmula do Logos que data do Aeon de Câncer- Capricórneo. Aí está o “diabo” dos padres romanos reduzido a suas verdadeiras proporções. Reduzido?… Bem, é uma questão de ponto de vista…

Não podemos nos aprofundar nesta questão do deus Pã, nem no simbolismo dos chifres, nem mesmo na história completa da luta da Igreja Romana contra o culto do “Diabo”; um culto que, diga-se de passagem, Roma jamais conseguiu destruir, a despeito de seus esforços sinistros. O senhor encontrará os dados fundamentais para tal estudo num livro precioso, publicado pela primeira vez no Século XVIII, mas recentemente republicado nos Estados Unidos e Inglaterra:

TWO ESSAYS ON THE WORSHIP OF PRIAPUS, de Payne Knight.

Limitar-nos-emos a dizer aqui que este era o deus adorado por “bruxos” e “feiticeiros”, que preservaram seus ritos orgiásticos apesar de toda a perseguição implacável, das calúnias absurdas e do terrível risco de tortura e morte na fogueira, alem de outras punições impostas pela Igreja de Roma não só na Idade Média como até ao Século XVIII — e que só não são impostas até hoje devido ao trabalho paciente e silencioso dos maçons, representantes dos verdadeiros cristãos…

Depois que Romanos e Alexandrinos estabeleceram seu domínio teológico no Concílio de Nicéia (disto falaremos depois) e instituiram o dógma de “Jesus Cristo” como personagem histórico e “única” encarnação do Verbo, os poucos essênios e gnósticos que sobreviveram à “purgação” continuaram, sob o maior segredo, a tradição pura e original dos Mistérios Menores do Egito e da Fórmula de Diôniso.

Várias vezes, no curso destes mil e quinhentos anos, os Iniciados tentaram reconstituir abertamente os ensinamentos essênios e gnósticos. Em toda ocasião em que isto aconteceu, a Igreja Romana interveio com fúria demoníaca, assassinando homens, mulheres, velhos e até criancinhas, sem a mínima compunção; ao ponto mesmo ( como no caso dos Albigenses ) de capitães medievais, homens supostamente embrutecidos pela violência das batalhas selvagens da época, terem ficado tão fartos da chacina que foram perguntar ao papa se, por ventura, não estariam exterminando inocentes com os culpados (essa gente morria tão virtuosamente, o senhor compreende!). E foi em tal ocasião que o Bispo de Roma honrou a tradição cristã de sua igreja com as seguintes palavras: “Matai a todos; Deus distinguirá os seus.”

A matança, Dr. G.. incluía até recém-nascidos.

E não é que se tratasse de fé cega, por parte do Bispo de Roma, na crassa teologia do seu credo. Não é que ele acreditasse realmente na existência de um “salvador” chamado “Jesus”, e no fato dos Albigenses serem “criaturas do Diabo”. Não, DR. G., não havia sequer a justificativa do fanatismo – se de justificativa podemos chamá-la – pois os papas romanos sabem, e sempre souberam, que nunca houve nenhum “Jesus Cristo!”.

Talvez lhe seja difícil crer no que digo? Pois lembre-se das palavras históricas, proferidas num momento de descuido por um dos mais cínicos e mais prósperos dos papas, Leão X:

“Quantum nobis prodeste haec fabula Christi!”.

Ou seja: “Quanto nos ajuda esta fábula de Cristo!”.

O senhor deve se lembrar de que os documentos originais daquilo que os Romanos chamavam de “Cristianismo” estão preservados na Biblioteca Secreta, do Vaticano. É bastante simples para os pouquíssimos prelados a quem a Cúria dá acesso aos documentos mais antigos, verificarem onde acabam os fatos e começa a ficção.

Creio que já falamos suficientemente da história passada da Igreja de Roma. Não deve ser necessário que eu lhe lembre Joana D’Arc, nem Gilles de Rais (contra o qual foram feitas as acusações mais horrendas, mas contra o qual jamais apresentaram evidências – nem sequer um ossinho! – das centenas de crianças que ele havia, supostamente, sacrificado; e seus acusadores, e juizes, dividiram entre si, seus consideráveis bens), nem os Templários, nem o Imperador Frederico Hohenstaufen, nem João Huss, nem Michel Servent, nem Henrique IV (assassinado por ordem dos Jesuítas), nem os Cátaros, nem os Albigenses, nem os Huguenotes, nem os Judeus e Árabes de Portugal e Espanha, nem os Gnósticos franceses, alemães, escoceses, irlandeses e ingleses que foram chamados de “feiticeiros” e forçados a confessar obscenidades sob torturas diabólicas, nem Cagliostro, nem uma quantidade imensa de Maçons cujos ossos branquejam a estrada que leva à Roma. Creio que, a um Maçon, não deve ser necessário falar mais do passado dessa igreja infame.

Falemos então do presente – desta época de “reforma” e do “Papa da Paz”. Mudou a Igreja de Roma? Dr. G., o senhor acha, certamente que essa propalada reforma romana, que esse muito propagandizado concílio ecumênico, que as duas bulas de João XXIII (na realidade João XXIV: houve uma época, entre outras da história do papado, em que havia três papas. Um deles chamou-se João XXIII, foi forçado a renunciar ao papado quando os dois outros fizeram um pacto contra ele, e pouco após morreu envenenado – por quem, deixamos ao senhor ponderar) – o senhor acha que tudo isso fará da Igreja de Roma algo mais humano, mais próximo de Deus e do Seu Logos? Muito bem; tenho diante de mim, neste instante em que lhe escrevo, um catecismo católico romano chamado “Doutrina Cristã”. É publicado pelas Edições Paulinas e leva o nº. 1; é destinado, portanto, ao condicionamento das mais tenras criancinhas. O senhor me disse que, na sua opinião, a Igreja Romana era uma boa introdução à vida adulta para crianças. Se assim é. Considere as seguintes passagens que transcreverei desse livreto infame (os parênteses são meus):

“Eu gosto do meu catecismo.” (Auto-sugestão inconsciente).

“O catecismo me ensina o caminho do céu.”(Do outro lado, o inferno).

“O caminho do céu é: conhecer a Deus”(pela boca dos padres), “amar a Deus” (de acordo com a definição de “amor” por parte dos homens que evitam todas as manifestações sadias desse sentimento), “e obedecer a Deus”(pela boca dos padres, seus únicos representantes legítimos; os demais são servos do diabo, e se alguém tentar definir por si mesmo a obediência a Deus, esse alguém na Idade Média era queimado vivo, e hoje em dia é culpado de orgulho, um dos pecados mortais).

“Eu irei sempre ao catecismo para conhecer o caminho do céu” (a ameaça velada é que, se a criança não for ao catecismo para aprender o caminho do céu, acabará no inferno).

“Estudarei sempre direitinho o meu catecismo”(e há quem diga que os comunistas inventaram a lavagem cerebral!).

Isto, apenas como introdução. Seguem-se as seguintes notáveis “verdades”: “Jesus morreu na cruz para nos salvar” (falsidade histórica; mas a implicação dogmática é que, desde que somos criaturas condenadas ao inferno desde o nascimento não fosse por “Jesus”, precisamos, mesmo na infância, de salvação. Que distância entre isto e “Deixai virem a mim as criancinhas, pois delas é o reino dos céus…”.

“As criancinhas gostam muito de Nossa Senhora” (se isto fosse uma cartilha usa, e em vez de “Nossa Senhora” estivesse Lênin, nós chamaríamos este tipo de propaganda de atentado contra a mente humana; no entanto, Lênin, pelo menos, realmente existiu!…) “Nossa Senhora é a mãe de Jesus”. (De fato, BABALON é a Mãe de Adepto; mas não é assim que eles interpretam!…) Mais adiante, o “Credo”, com a nota: “O Credo é o resumo da religião que Jesus nos ensinou.” Isto é uma mentira deslavada, pois nem Jon nem Dioniso, os originais de “Jesus Cristo” evangélico, ensinaram religiões. Buda não pregou o Budismo, nem Lao-Tsé o Taoísmo, nem Maomé o Islamismo; nenhum guia espiritual de vulto estabeleceu qualquer dogma formal, com exceção de Moisés; e ele, ao menos, tinha a desculpa de precisar criar uma cultura do nada, de fazer uma nação daquela multidão de ex- escravos superticiosos e rebeldes que o seguia. São sempre os sucessores dos Magos (diga-se de passagem, os falsos sucessores) que organizam religiões e dissociam o Espírito da Letra, mais cedo mais tarde comportando-se de forma completamente oposta àquela recomendada pelo Instrutor.

No entanto, no caso presente, a mentira é dupla; pois além do fato de que Jon não deixou “religião” a ser seguida, o Credo de Nicéia, que é o credo a que o catecismo em questão se refere, não era sequer um sumário da religião que começava a se cristalizar em redor dos ensinamentos de Jon. Este credo era antes um códice dos dogmas que os Romano- Alexandrinos consideravam essenciais ao estabelecimento de sua dominação política, material, temporal, sobre as muitas congregações – igrejas – fundadas na Ásia Menor e na península romana por seguidores e discípulos de Jon, cada qual com variações de doutrina e temperamento determinadas por condições locais e idiossincrasias do discípulo fundador. Estes discípulos foram os originais dos “apóstolos” dos “Atos” (os “Atos” são uma antologia cuidadosamente censurada; e deturpada pela introdução de incidentes e nomes altamente imaginários, de alguns dos discípulos de Jon. As mais gritantes falsidades lá se encontram misturadas a fatos históricos. O propósito de tais falsificações foi a afirmação da autoridade da Igreja Romana, a qual, longe de ser a mais velha das igrejas Cristãs, era a mais nova e certamente a menos Cristã, de todas. Um exemplo interessante é “Simão Pedro”, que é o mesmo “Simão o Mago” que a ele se opõe nos Atos… Era um Gnóstico a quem a Igreja Romana teve que atribuir a sua fundação, pois ele pregara em Roma e era universalmente respeitado por todas as congregações; mas ao mesmo tempo, teve que ser atacado devido as doutrinas que tinha em comum com os Gnósticos Gregos e os Essênios Hebreus. “Pedro” e “Paulo” são, possivelmente a mesma pessoa, mas só pesquisas futuras, empreendidas por investigadores sem preconceitos que tenham acesso a verdadeira documentação, poderão esclarecer tal ponto). A história da maneira pela qual os Romano-Alexandrinos forçaram o Concílio de Nicéia a votar neste Credo é um pântano de horrores. Tal era a situação que os patriarcas visitantes não ousavam andar pelas ruas de Nicéia, Roma ou Alexandria, sem terem ao menos uma dúzia de guarda-costas, por medo de serem assassinados por ordem dos patriarcas Romano-Alexandrinos.

(Vide OUTLINES ON THE ORIGIN OF DOGMA, DECLINE AND FALL OF THE ROMAN EMPIRE e LA MESSE ET SES MYSTERES para uma discussão detalhada deste assunto).

Mas examinemos esse “resumo da religião que Jesus nos ensinou”! “Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra…” (Já começa deturpado, pois o “Pai” a quem Jon se refere em seus sermões era Dionísio, o Logos do Aeon, o pai espiritual de Jon. O Criador do Céu e da Terra” era, na verdade, “Criadores”, no plural. A Gênese, um trabalho cabalístico, é sempre mal traduzida. Os “Elohim”, criadores do céu e da terra, eram literalmente “deuses macho-fêmea”, ou seja, uma hoste divina andrógina. Então, o senhor talvez perguntará, quem era Jeová? Era o Pai de Moisés, da mesma forma que Dionísio era o Pai de Jon!…) Mas continuemos: “…e em Jesus Cristo, um só seu filho, Nosso Senhor…” (Estas dez palavras causaram mais mortes no Concílio de Nicéia do que quaisquer outras. Houve ocasiões em que patriarcas Romano- Alexandrinos provocaram com insultos pessoais outros patriarcas que se opunham a este “um só seu filho” ou a este “Nosso Senhor” até que os ofendidos reagissem – e fossem imediatamente apunhalados por assassinos previamente instruídos. Quanto a parte de “Jesus Cristo” ninguém a ela se opôs seriamente, visto que os verdadeiros Iniciadores Cristãos nem sequer se deram ao trabalho de ir ao Concílio, sabendo tratar-se de caso fraudulento, como quaisquer outros concílios convocados pelos Romano-Alexandrinos antes ou depois deste. Os Iniciados Cristãos já começavam a organizar (prevendo a necessidade premente que para eles haveria) as irmandades secretas que apareceriam abertamente na Idade Média, como Franco-Maçonaria – o grêmio maçon que construiu as grandes catedrais Góticas. Esses franco- maçons formavam uma classe social a parte, pois, não sendo nobres nem padres, nem militares, não eram camponeses ou vassalos, tampouco. A Igreja Romana os protegia porque deles precisava para a construção – sendo ela, até hoje, incapaz de construir coisa alguma… E foi através dessas associações de pedreiros que o verdadeiro Cristianismo foi transmitido de reino a reino, de cidade a cidade, e isto, ironicamente, sob a proteção dos romanos… Veja-se THE ARCANE SCHOOLS, ou qualquer bom compêndio de história da maçonaria para maiores detalhes).

“…o qual foi concebido do Espírito Santo…” (Outra fonte de muitos assassinatos foi este dogma. Sobre ele não faremos comentários: padres romanos certamente lerão esta carta, e não temos qualquer intenção de dar a eles quaisquer dados sobre a natureza do Espírito Santo. Já que eles o invocam tanto, devem saber o que Ele é!…) “…nasceu da Virgem Maria…” (esta Virgem Maria é também a Grande Puta do Apocalipse. É a Grande puta porque Ela se dá a tudo o que vive; e é a Virgem porque permanece intocada por tudo a que se entrega. Quem é Ela? É a Casa de Deus, a Natureza, a Grande Mãe, e as leis naturais são as únicas leis realmente divinas… Ísis-Urânia, NUIT, Nossa Senhora das Estrelas, é a concepção dessa Mãe Grande e Eterna, copulando desavergonhadamente e avidamente com todas as suas criaturas, pois em cada uma delas Seu Senhor se manifesta e A ocupa.

É também a mais alta e mais verdadeira forma de PÃ. A Ísis eternamente inviolada e esta Virgem Imaculada, e as imagens de Virgem com o Menino Jesus nas Igrejas Romanas são cópias das múltiplas imagens de Ísis com o Menino Hoor, que podem ser examinadas na seção de Egiptologia de qualquer museu).

“…padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos…”(pessoa altamente questionável esse Pôncio Pilatos, do ponto de vista histórico.

Recentemente foram “descobertas” e “reveladas” nos E.U.A umas “cartas da mulher de Pilatos a uma amiga”. Estas relatam como a vida do casal tornou-se puro melodrama depois de haverem lavado as mãos no caso “Cristo Jesus”. Mais conversa fiada jesuítica, sem dúvida…) “…foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu dos mortos, está sentado a mão de Deus Pai Todo Poderoso donde há de vir julgar os vivos e os mortos” (Tudo isto tem um significado esotérico, e é verdade de todo Cristo, de todo Adepto; mas os padres de Roma profanam estes símbolos quando os interpretam da forma mais crassa).

“Creio no Espírito Santo… (eles nem sabem o que Ele é, não tendo merecido Sua presença sequer uma vez, ao longo de mil e seiscentos anos!) “…na Santa Igreja Católica… ” (esta é a única e verdadeira Igreja acima do Abismo, e inclui todos os cultos dos homens; mas os padres romanos querem aludir, naturalmente a igreja de Roma).

“…na remissão dos pecados…”(esta “remissão dos pecados”, que faz da humanidade uma raça suja e maldita é, de todas as blasfêmias deste credo, a menos perdoável. Esta é precisamente a razão pela qual a Igreja de Roma nunca mereceu a manifestação do Espírito Santo!) “…na ressurreição da carne…” (isto se refere a doutrina da regeneração, isto é, da Medicina Universal; mas tendo este e outros segredos do Cristianismo primitivo sido perdido pelos romanos, eles interpretam esta frase da forma mais grosseira. Veja-se o RITUAL DA MAÇONARIA EGÍPCIA de Cagliostro para maiores detalhes.) “…na vida Eterna…”(isto se refere ao Elixir da Vida, novamente mal interpretado).

“…Amém”.

Agora, por favor, atente bem para esta passagem que se segue: “Um dia, alguns anjos fizeram pecado.” (Mais adiante explicam o que é pecado.) “Os anjos maus são chamados demônios.” “Os anjos maus foram para o inferno.” (É necessário que haja inferno. Pondere como essas criancinhas eram felizes, sem saberem que havia inferno antes de entrarem em contacto com a Igreja de Roma!…) “Para que Deus nos criou? Deus nos criou para conhecê-Lo… (na versão de Roma) “…para amá-lo e serví-lo neste mundo… (os pais têm filhos porque precisam de admiradores e escravos, nenhum ser sobrehumano poderia ter outra motivação…) “… e depois ir com Ele ao Céu.” (todo cachorro bem treinado merece uma recompensa) Convenhamos: a versão romana do Criador mostra bem pouca imaginação criadora! Mas a insensatez continua:

“Adão e Eva eram felizes no Paraíso.

“Um dia, porém, fizeram pecado.

“Que é pecado? “O pecado é uma desobediência voluntária à lei de Deus ou LEI DA IGREJA.” (a ênfase é nossa. Note, por gentileza, que os astuciosos roupetas estão duplamente assegurados: primeiro, porque foram eles que escreveram “a lei de Deus”; segundo, porque são eles que escrevem a lei da igreja!) “Jesus morreu na cruz para nos salvar do pecado.” (eles nem sabem mais o que é “Jesus”, e nunca souberam o que é a Cruz) “Deus dá o prêmio aos bons e o castigo aos maus.

“O prêmio para os bons é o céu.

“O castigo para os maus é o inferno.

“O céu e o inferno NÃO TERÃO FIM. (a ênfase é nossa. Deus não é apenas destituído de imaginação, é também destituído de misericórdia, para não falar em senso de humor. Este “Deus” é um demônio — feito à imagem daqueles que o promovem!) “Quem vai para o céu? “Vai para o céu quem morre sem pecado grave.” Note que não é necessário ser virtuoso, alegre, corajoso, honrado, para ir para o céu. As virtudes positivas não têm sentido para as criancinhas “cristãs” à moda romana: é suficiente “morrer sem pecado grave”. Veja o senhor, no Apocalípse, o que o Amém tem a dizer à Igreja em Laodicéia, Cap. III, vv. 14-22.

“Quem vai para o inferno? “Vai para o inferno quem morre em pecado grave.” Desta forma, os cavaleiros de Roma podem manter seu bolo e comê-lo ao mesmo tempo. Se o senhor não é batizado ( por eles ) ao nascer, está destinado ao menos ao purgatório (favor lembrar que o purgatório é uma invenção relativamente recente, promulgada quando o povo começou a reclamar que Roma mostrava pouca caridade para com os homens: no começo, o inferno era a única alternativa para o céu). A vida do senhor, do nascimento à morte, é completamente subordinada a eles: comunhão, sacramento, confirmação, casamento, confissão….

Lembre-se, dr. G., que toda esta teologia que ameaça de tormento eterno aos que não a aceitam, toda esta síndrome de repressão, de escravidão psíquica e social, toda esta maquinação, está baseada nas mentiras deliberadas e conscientes dos patriarcas de Roma e Alexandria! Verdadeiramente, eles podem se gabar: “Quantum nobis prodest haec fabula Christi!” Mas, infelizmente para eles, Dr. G., o Cristo não é uma fábula.

E o Verbo se fez carne, e habitou em nós.

Tu que és eu mesmo, além de tudo meu; Sem natureza, inominado, ateu; Que quando o mais se esfuma, ficas no crisol; Tu que és o segredo e o coração do Sol; Tu que és a escondida fonte do universo; Tu solitário, real fogo no bastão imerso, Sempre abrasando; tu que és a só semente; De liberdade, vida, amor e luz, eternamente; Tu, além da visão e da palavra; Tu eu invoco, e assim meu fogo lavra! Tu eu invoco, minha vida, meu farol, Tu que és o segredo e o coração do Sol E aquele arcano dos arcanos santo Do qual eu sou veículo e sou manto Demonstra teu terrível, doce brilho: Aparece, como é lei, neste teu filho!

Os versos acima, Dr. G., foram escritos por Aleister Crowley, o “pior homem do mundo” de acordo com a opinião dos padres que organizaram a campanha difamatória que o seguiu por toda a vida.

Estes versos deveriam ser cantados com orgulho por todo Filho da Luz, ou seja, por cada ser humano, cada Filho de Deus! O senhor ainda acha que a Igreja Romana pode ser encarregada, por homens responsáveis, honrados e ajuizados, da educação de crianças? Dr. G., enquanto esta igreja não reconhecer publicamente seus crimes contra Deus e a humanidade; enquanto não renunciar para sempre a essa ameaça de inferno e a esse dógma de pecado com os quais forças negativas, que se opõem à evolução da humanidade, tentam impedir ao homem e à mulher que se tornem Deus por meio do ato sexual (veja o Evangelho de “João”, Cap. IV, vv. 13-16); enquanto ela for a causadora de masturbação e autismo entre os seus assim-chamados monges e freiras, em vez de permitir que se expressem livremente como homossexuais (qual são frequentemente) ou como heterosexuais (qual são algumas vezes); enquanto o Bispo de Roma não admitir que ele é um entre muitos, e herdeiros de uma história acumulada de erros; em suma, enquanto a Igreja de Romana existir (pois no dia em que renunciar a todas as suas infâmias não será mais “Romana”, mas finalmente parte da verdadeira Igreja Católica, a Humanidade), a ela se aplicam as palavras de Jon, o filho da Luz, copiadas por ela em seus assim-chamados “Evangelhos”: “Cuidado com os falsos profetas, que a vós se mostram como cordeiros, mas que internamente são lobos vorazes.

“Pelos seus frutos os conhecereis.

“Nem todo aquele que me diz Senhor! Senhor! entrará no reino dos céus, mas só aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.

“Muitos, naquele dia, me dirão: Senhor! Senhor! Não temos nós profetizado em Teu nome, não temos expelido demônios em Teu nome, e em teu nome não realizamos muitos milagres? “Então eu lhes direi claramente: nunca vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquiade.” – Mateus”, VIII, vv. 15-23.

Francamente, Dr.G., não posso entender como um maçon, como um homem sensato e honrado pode, por um momento, defender uma instituição que é uma nódoa na história da humanidade. Nós, verdadeiros herdeiros do Cristo, temos sido acusados de odiar a Igreja de Roma. Sabe Deus que não a odiamos: nós a abominamos e desprezamos com a intensidade devida àquilo que não só é vil em si mesmo, como aviltante para tudo que é sagrado e valoroso no homem.

Dizem que o diabo corre da Igreja de Roma, e é verdade. Mas não é que nós a temamos: ela nos enoja. É inútil proclamar o efeito maravilhoso que o Romanismo tem exercido sobre a civilização ocidental. A verdade é precisamente o oposto. Roma tem combatido toda reforma e todo progresso a cada passo, aceitando-os apenas no último minuto, e então fingindo — aos incautos — tê-los inventado. A renovação das artes, das ciências, da liberdade humana, jamais veio de Roma; veio dos maçons, dos árabes, dos judeus, da herança pagã redescoberta na Renascença, dos protestantes alemães, franceses e ingleses, das invasões dos piratas normandos e até das hordas de tártaros e turcos: nunca de Roma.

Considere a evidência histórica, Dr. G.! Durante mil anos, o sistema feudal, tornado odioso justamente pelos abusos decorridos da aliança da igreja com os senhores feudais, oprimiu a população da Europa. Veio a reforma — e em um século o sistema havia praticamente desaparecido. A Inglaterra católica romana era uma ilhota insignificante perdida no mapa da Europa: veio Henrique VIII, expulsou os jesuítas, criou o Anglicanismo — e em duas gerações a Inglaterra derrotava a Espanha católica romana, tornava-se o maior poder naval do mundo e estava prestes a construir um império mais poderoso do que o dos Césares. A França decaíu com os Valois católicos romanos: veio Henrique IV, protegeu os huguenotes, foi assassinado por isto, mas em um século a França de Luis XIV deslumbraria o mundo. Os protestantes colonizaram a América do Norte; compare o progresso da civilização da América do Norte com a situação das Américas Central e do Sul, colonizadas por padres jesuítas! Os países onde, no momento, prevalece o dógma romano, estão atrasados de cinquenta a cem anos em progresso material, e moralmente, em certa áreas, o atraso é de quinhentos a mil anos. Os países protestantes têm sina muito melhor. Mas infelizmente, mesmo os protestantes não estão livres da mancha do “pecado original” e do complexo de culpa, como tampouco de crença na necessidade de “salvação”, já que usam os textos evangélicos fabricados pelos romano-alexandrinos; e não foi à toa que Ambrose Bierce, por muitos considerado um dos maiores iniciados americanos, escreveu, como parte da definição da palavra “cristão” em seu impagável e realista “O Dicionário do Diabo”:

“Sonhei-me no alto dum morro, e vejam só: Em baixo, pias multidões, com ar de dó

Triste e devoto, andavam de cá para lá, Domingadas em suas roupas de sabá, Enquanto na igreja os sinos gemiam Solenes, alertando os que em falta viviam.

Foi então que pessoa alta e magra eu vi Vestida de branco, a olhar para ali Com a face tranquila, suave, simbólica, E os olhos repletos de luz melancólica.

‘Deus te abençoe, estranho!’ — exclamei.

‘Inda que, por teu diverso traje, bem sei Que vens sem dúvida de longínquo cantão, Espero sejas, como essa gente, cristão.’ Ele os olhos ergueu, com tão severo ardor Que senti meu rosto a queimar de rubor, E respondeu com desdém: ‘Como! O que é isto?! Eu um cristão? Na verdade não! Eu sou cristo.’”

Se o senhor quiser ler um magnífico estudo psicológico do Romanismo, leia “O Anticristo” de Nietzsche, e quando quer que o senhor encontre escrita a palavra “cristão”, substitua-a por “católico romano”. O senhor terá a Igreja de Roma exatamente como é.

Resumindo o conteúdo desta carta: Todos os homens são filhos de Deus. Todos os homens são capazes de realizar sobre a terra o Reino dos Céus, que está dentro de nós.

Somos todos membros do Corpo de Deus, todos Templos do Espírito Santo, e basta limpar o Templo — o que não significa castrar- se física ou psicologicamente! — para que a Presença se manifeste.

Não há nenhum “Jesús, Filho Único de Deus” para ser adorado; e quaisquer pessoas que afirmem o contrário ou estão enganadas ou estão enganando.

Está escrito nos “Evangelhos”: Vós conhecereis a verdade, e a verdade vos fará livres.

E também está escrito, nos originais santos, blasfemados e traídos pelas perpetrações romano-alexandrinas, que Jon olhou sorridente para a multidão e, abrindo os braços, lhes bradou:

“Vós sois o Caminho, a Ressurreição e a Vida!

Pois é eternamente verdade que o Verbo se faz carne; e neste exato momento, habita em nós.

Amor é a lei, amor sob vontade.

**********************************************************************************************

NOTA BIBLIOGRÁFICA E ADDENDUM

Esta carta foi originalmente escrita no dia 9 de julho de 1963 e.v., endereçada a um maçom osiriano, médico, o Dr. Luiz Gastão da Costa e Souza, clinicando em Petrópolis, RJ. Foi-nos posteriormente dito, por outro maçom osiriano e ex-aspirante, Euclydes Lacerda de Almeida, que o Dr. Gastão cuidadosamente guardou a carta, mas se absteve por completo de mostrá-la a outros maçons.

Após o Primeiro de Abril de 1964 e.v., a carta foi copiada a carbono pelo autor, e distribuída livremente nas ruas do Rio de Janeiro a pessoas a quem ele se sentia impulsionado a entregá-la. A segunda versão foi consideravelmente ampliada na parte bibliográfica e histórica. O presente documento representa a terceira, e, esperamos, final versão.

A carta original terminava com os seguintes dizeres: “Doutor Gastão, este momento é dos mais graves da história da humanidade. Dos quatro cantos do mundo, forças das mais hediondas, das mais diabólicas, forças desalmadas se concentram em um ataque ao Homem, a Deus, à Justiça e à Verdade. Os comunistas encarnam um dos aspectos destas forças; as religiões organizadas do Aeon passado encarnam outros. No momento presente, são pouquíssimos os homens que conservam contacto com os planos espirituais; e no entanto eu levanto a minha voz em profecia e lhe digo:

Esta é a escuridão da Passagem dos Aeons.

No Novo Aeon, serão os bodes que organizarão a Igreja.

A maçonaria é a chave do Templo de Deus.

Eu avisei o senhor quando nos vimos: se os maçons brasileiros tentarem honestamente limpar a maçonaria das forças malignas que tentam infiltrar-se nela; se eles se despertarem novamente para a luta espiritual e para a luta cívica, eles terão todo o auxílio que for necessário. O Olho ainda está no Triângulo. MAS SE VÓS FIZERDES PACTOS COM DEMÔNIOS O OLHO SE FECHARÁ SOBRE VÓS.

Não é possível ser maçon e ser católico romano.

Não é possível ser marxista e ser maçon.

Não é possível ser maçon sem ser cristão.

Limpai as Lojas! Ou o Olho se fechará sobre vós.

Calafatai as Lojas! Ou a energia espiritual que nelas se acumula se escoará (esta é a razão pela qual o vosso segredo é a vossa força).

Serví o Brasil antes de mais nada; acima de toda outra nação; sois brasileiros, e o progresso como a caridade começa em casa.

Daí aos pobres do vosso excesso, mas não da vossa substância.

Sede verdadeiros maçons: maçons dignos dos que vos precederam, maçons dignos dos que fizeram a Independência, o Segundo Império e a República.

Nunca tenhais medo de lutar pela Verdade e pela Justiça, e perdoai os vossos adversários mas vencei-os, antes! Não agradeçais à Igreja de Roma as concessões que ela vos “faz”. Ó meus Irmãos pois como homens, somos todos Irmãos essas “concessões”, vós já as conquistastes: não ouvis os gemidos de dor? Não vedes os oceanos de sangue, não percebeis a legião de mártires maçônicos, não sentis ainda o cheiro e o clarão das fogueiras? A Igreja de Roma nunca fez concessões de ordem teológica a não ser por razões econômicas e políticas; ela sempre se aliou aos tiranos contra os oprimidos, e aliar-se-á aos marxistas, se necessário, para combater-vos; mas sede fiéis ao olho e o olho vos servirá.

Todo o progresso humano; toda lei humanitária; toda proteção à ciência pura; toda tolerância religiosa que existe no mundo presente foi o resultado do trabalho dos maçons! Nunca vos esqueçais disto! Não deveis agradecer ao inimigo oculto aquilo que ele nunca te concedeu, mas que vós conquistastes pelo sacrifício de muitos e pelo paciente trabalho de incontáveis outros.

Repito-vos: sede dignos do Olho, ou o Olho se fechará sobre vós.” O Primeiro de Abril de 1964 e.v. não teria ocorrido se os maçons tivessem cumprido as condições desta profecia. Em vez de fazer isto, a maçonaria brasileira deu os seguintes passos para trás nos anos que se seguiram a esta carta:

1) – Dividiu a sua direção em duas facções antagônicas.

2) – Permitiu a publicação em jornais de fotografias do interior das Lojas, inclusive em funcionamento.

3) – Promoveu declarações públicas de aliança com a Igreja de Roma.

4) – Espionou-nos e cooperou em armar-nos ciladas e na busca por desvendar os nossos “segredos”. Infelizmente, não temos segredos.

Ponde um tratado sobre o cálculo tensorial nas

mãos de um estudante primário e deixai-o ler o livro a vontade: de nada lhe adiantará.

O “esoterismo” é uma farsa: verdadeiros segredos NÃO PODEM ser revelados, pela simples razão que sem vivência é impossível compreende-los, mesmo quando são explicados da forma mais simples e mais franca.

Devido ao desleixo ou a inércia dos maçons, a profecia da carta se cumpriu e continua se cumprindo. Como consequência, a maçonaria brasileira só está viva agora na O.T.O. e na Ordem de Télema. Nós não reconhecemos nenhum movimento maçônico do Velho Aeon.

A bom entendedor, meia palavra basta; aos maus entendedores, milhares de discursos não surtirão efeito.

Não existe Lei além de faze o que tu queres.

Fraternalmente

Marcelo Motta

#Maçonaria #Thelema

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/carta-a-um-ma%C3%A7om

A Convivência de dois Mundos: Islamismo e a Umbanda Omoloko – Com Mario Filho

Bate-Papo Mayhem 056 – Com Mario Filho – A Convivência de dois Mundos: Islamismo e a Umbanda Omoloko

https://projetomayhem.com.br/

O vídeo desta conversa está disponível em: https://youtu.be/kNHYJ44NtJ4

Bate Papo Mayhem é um projeto extra desbloqueado nas Metas do Projeto Mayhem.

Todas as 3as, 5as e Sabados as 21h os coordenadores do Projeto Mayhem batem papo com algum convidado sobre Temas escolhidos pelos membros, que participam ao vivo da conversa, podendo fazer perguntas e colocações. Os vídeos ficam disponíveis para os membros e são liberados para o público em geral duas vezes por semana, às segundas e quintas feiras e os áudios são editados na forma de podcast e liberados uma vez por semana.

Faça parte do projeto Mayhem:

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/a-conviv%C3%AAncia-de-dois-mundos-islamismo-e-a-umbanda-omoloko-com-mario-filho

Caos, o sincretismo dos Aeons

Ex autoritate leges

Faze o que tu queres há de ser tudo da lei

Atualmente, de acordo com o exame de uma inciclopédia, há aproximadamente 9.900 religiões sendo professadas pelo mundo. Estima-se que 70% da humanidade seja de prosélitos das quatro religiões principais- hinduísmo, budismo, islamismo e cristianismo- e ainda cresce o número. A conclusão é óbvia. A humanidade esta dividida pela religião que, como o nome mesmo evoca, deveria unir e não separar as pessoas. Se um profeta diz ” escolhei a quem servireis” outro profeta afronta com ” Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei”, mas o que faz realmente a diferença?

Vejamos…

O formalismo religioso, sobretudo nomenal, de fórmula e tabelamento que chegou ao auge com o desenvolvimento exagerado do rabinismo, prolixamente suporta o psicodrama de que somente compete a regra cultual ligada ao seu deus e ao regulamento de seu sistema. É uma increpação herética qualquer modo de ver, opinar e agir que não o ordenado pela maneira “iniludível” de sua óptica. Tal religiosidade desdenha, com excesso de comedimento, o reconhecimento de que muitos dogmas e fatores aparentemente desconexos estão estreitamente interligados, não importando a denominação, e evoca que batizando-se, benzendo-se, rezando, fazendo procissões, tendo nichos, inclinando-se perante altares, conforme o Modus Faciendi, cria-se  o verdeiro caminho para a distinção que liga o homem ao Reino de Deus.

Ao contrario, na pessoa de Helena Petrovina Blasvastky, uma russa ambiciosa por conhecimento que nasceu no ano de 1831 e viveu até o ano de 1875, as religiões tiveram um sincretismo com a criação da Sociedade Teosófica. A teosofia ensina que todas as religiões têm verdades e princípios comuns. Isto também revelou o ensino panteísta onde deus é essência em tudo, até mesmo nas coisas ditas “oposta e malignas”. Mas o maior feito que o movimento de H.P Blasvastky realizou, sem dúvida fora a reinterpretação teosófica onde essa essência não é aquela pessoa da Trindade encontrada em várias religiões mas a fonte única de energia cósmica de onde emanaram as demais coisas existentes. Outros assuntos como, p.ex., o problema antigo do pecado e o que dizem sobre a salvação, a senhora Blasvastky tratou como um problema de ignorância. Na medida em que o homem evoluir ruamo á sua divindade, estará atingindo o seu estado de liberdade e perfeição. Com isso percebemos que a repressão, muito encontrada nas religiões, quando não é malbaratada em coibir as aspirações legítimas e compatíveis com a Vontade, está, de tal finalidade, em condição benéfica de recalcar as motivações insensatas e, portanto, enexequíveis que de forma descabida alimentamos. É nesse senso que a Liberdade é uma Regra exata que somente através da santa Ciência e Arte podemso compreender.

A gnose, cujo nome grego significa Conhecimento, com apêlo ás radições mais antigas da humanidade, penetrando alguns mistérios, apresenta-se com a mesma intenção de uma ciência de deus, isto é, uma ciência que seja a base de todas as religiões. Pode-se supôr que a Gnose é uma conjunção, as vezes assaz ilógica, de idéias e símbolos extraídos do Egito assim como da Judéia, de Jesus, de Krishna, etc. Mas a principal condição da Gnose é a unidade dos dogmas que, segundo os gnósticos, contém o segredo do universo, o segredo da evolução. É assim que em Catecismo Gnóstico, publicado por Sofrônio, a Gnose é ensinada e inspirada para assegurar a iluminação divina através dos códigos e fórmulas religiosas.

Encontraremos essa ‘unidade do dogma’ em ensinamentos tradicionais, como o célebre Poemander atribuído a autoria de Hermes Trismegisto, na ficção dos poemas de Homero sobre a iniciação helênica, no ensinamento essencialmente laico de Pitágoras, na fábula de Eleusis com os mistérios de AGRA, no influxo do espírito que vivifica professado por Jesus, o  Cristo e muitos outros que destacam a aversão pelos prazeres materiais que causam o rebaixamento da Inteligência e que enaltecem o auto-conhecimento como o caminho da evolução. É o que Pimandro expremi ao seu discípulo: ” É preciso rasgar esta roupa que trazes, esta vestimenta da ignorância, obscurecendo-te o que parece claro, mergulhando-te na matéria, enervando-te em volúpias infames, a fim de que não possas entender o que deves entender e ver o que deves ver.”

De forma análoga, muitos ocultista, usuando a religião ou penetrando na própria ciência em busca de respostas para as grandes questões da vida, têm formado uam verdadeira ciranda mística, misturando filosofias orientais com cientismo, percepção cristológica com outras doutrinas e religiões, como um grande guarda-chuva, que sob si, abriga até os enfoques contraditórios da humanidade. Uma obra muito comentada sobre isso é o Liber Pennae Praenumbra, onde a autora Soror Nema afirma que os aeons ocorrem ao mesmo tempo. O que sobreveio á lei do tempo passado é, segundo a Soror, um eon com a nossa cara, ou seja, com a Lei que atende a Vontade latente de cada um de nós, não uma nova verdade única para confrontar outros caminhos, assim criando a possibilidade de reinterpretações das leis antigas. O conceito caótico, ou caoticista como preferiu Nema, ao contrário do que pode-se supôr, não é um sistema para antender a nossa desordem mas uma demonstração, ou tentativa, de que existe harmonia no somatório de nossos meios de atingir o Fim. O presente eon é um código de origem, uma regra sã nascida da união dos opostos.

Eis o que faz realmente a diferença!

O direito de concluírmos com experiência buscando a consecução em qualquer parte em liberdade. Portanto, com uma variedade de crenças e métodos e sistemas, não precisamos que outrem faça as mesmas escolhas que nós para estar no ” caminho correto” ou ao contrario. Como diria um irmão ‘nenhum, um e todo indivídua está certo’. Para resumir, deixo aquela solene paravra do Leber Leges 1, 56 : ” Todas as palavras são sagradas e todos profetas verdadeiros; salvo somente que eles entendam um pouco.”

Amor é a lei, amor sob vontade

Por Dom Wilians (Seilenós)

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-do-caos/caos-o-sincretismo-dos-aeons/

De onde vêm as 72 virgens?

Supondo que a religião islâmica realmente assegure 72 virgens aos que morrem em nome de Alah, será que esta graça está reservada aos mártires ou é estendida a todos os fiéis que adentram o paraíso? E de onde vêm 72 mulheres virgens para cada homem do reino dos céus? São as almas das mulheres que morreram imaculadas que vão ao céu servir os mártires? Se não, o que reserva o céu às mulheres mártires? maridos perfeitos que nunca se esquecem de abaixar a tampa da privada? Pensando em todas estas questões decidi pesquisar um pouco mais sobre o paraíso islâmico.

Comecei pelo Alcorão. O livro máximo da religião islâmica não deixa dúvidas de que o paraíso islâmico é um lugar bastante sensual, mas nada é dito sobre a quantidade de virgens que aguarda os eleitos.

“E se deitarão sobre leitos incrustados com pedras preciosas, frente a frente, onde lhes servirão jovens de frescores imortais com taças e jarras cheias de vinho que não lhes provocará dores de cabeça nem intoxicação, e frutas de sua predileção, e carne das aves que desejarem. E deles serão as huris [virgens] de olhos escuros, castas como pérolas bem guardadas, em recompensa por tudo quanto houverem feito. (…) Sabei que criamos as huris para eles, e as fizemos virgens, companheiras amorosas para os justos.”

Alcorão, surata 56, versículos 12-40.

(todas as traduções deste texto foram feitas a partir do inglês)

São inúmeras as passagens como esta que mencionam a existência no paraíso de jóias, criados jovens e cheirosos, vinho (uma extravagância, já que o islã proíbe consumir bebidas alcoólicas em vida), rios de leite, rios de mel, rios de água (que costuma ser coisa preciosa nos países muçulmanos), frutas abundantes e moçoilas virgens para fazer “companhia” aos justos… Comparado ao paraíso cristão, com seus anjos assexuados de aparência andrógina tocando harpa e entoando cânticos (quando não estão em missão para destruir alguma cidade ou coisa assim), o céu islâmico parece o Club Med dos paraísos.

Só que diferentemente da Bíblia, que é a única fonte autenticada pela Igreja das palavras de Deus, na religião islâmica o Alcorão é complementado pelos hadiths, uma coletânea de histórias sobre tudo o que supostamente disse ou fez o profeta Maomé durante sua vida, que circularam no boca a boca por mais de um século até serem redigidas em sua forma atual. É aí, nessa barafunda de textos, às vezes antagônicos, que vamos encontrar mais detalhes sobre o paraíso islâmico, incluindo o número de virgens com que os eleitos são agraciados:

“A menor recompensa para aqueles que se encontram no paraíso é um átrio com 80.000 servos e 72 esposas, sobre o qual repousa um domo decorado com pérolas, aquamarinas e rubis, tão largo quanto a distância entre Al-Jabiyyah (hoje na cidade de Damasco) e Sana’a (hoje o Iemem)”

Hadith 2687 (Livro de Sunan, volume IV).

Se esta é a menor recompensa que aguarda os felizardos no paraíso, então é certo que os servos e as virgens não foram parar lá por mérito. Quem sabe fossem candidatos ao inferno (não dizem que “é melhor reinar no inferno que servir no paraíso”?). No caso das virgens isto faria todo o sentido, já que a rotina delas no céu não é moleza; sobre isso escreveu Al-Suyuti, um renomado comentador do Alcorão e estudioso dos hadith, no século XV:

“Cada vez que se dorme com uma huri descobre-se que ela continua virgem. Além disso o pênis dos eleitos nunca amolece. A ereção é eterna. A sensação que se sente cada vez que se faz amor é mais do que deliciosa e se você a experimentasse neste mundo você desmaiaria. Cada escolhido se casa com setenta huris, além das mulheres com que se casou na terra, e todas têm sexos apetitosos.”

Para as virgens o paraíso islâmico é mais ou menos como uma versão pornô do mito de Prometheus (aquele do titã que tinha seu fígado devorado todos os dias por uma águia), só que é o hímen das jovens donzelas, e não o fígado do titã, que se regenera perpetuamente.

Se você tem uma ereção permanente e o resto da eternidade nas mãos algumas dezenas de virgens não devem bastar, por isso o paraíso islâmico conta ainda com um local que, cá embaixo seria chamado de “bordel”, mas que no paraíso islâmico chamam de “mercado”. Segundo os hadith, Maomé teria dito:

“Existe no paraíso um mercado onde não há compra ou venda, mas homens e mulheres. Quando um homem deseja uma mulher ele vai até lá e tem relações sexuais com ela.”

Al Hadis, Vol. 4, p. 172, No. 34

Os cristãos, a quem devemos a noção agostiniana de que o mundo físico é impuro, gostam muito de apontar o dedo na cara dos muçulmanos e dizer que o paraíso deles é “liberal” demais. Aí, é a vez dos muçulmanos dizerem aos cristãos que se eles querem mesmo falar sobre sacanagem em livros sagrados é bom que se lembrem que têm teto de vidro. É impressionante quanta energia é gasta na internet nesta troca de citações porno-sacras entre cristãos e muçulmanos; eu imagino que jovens beatos de ambas as religiões aprendam bastante sobre estupro, pedofilia e prostituição nestes sites.

Bem, na defesa dos muçulmanos é justo dizer que como os hadith foram escritos muito tempo depois da morte de Maomé, nem todos eles são considerados genuínos pelos estudiosos islâmicos (segundo eles, por exemplo, o trecho acima é falso). Só que mesmo as passagens consideradas verdadeiras podem ser bastante embaraçosas; em algumas delas o constrangimento dos tradutores fez com que a formosura das virgens fosse minguando até que seus detalhes anatômicos desaparecessem por completo. Eis um bom exemplo:

Versão 1 – por Arberry

Para os tementes aguardam um lugar seguro, jardins, vinhedos, donzelas de seios arredondados (maduros) e um copo transbordante de vinho.

Versão 2 – por Yusuf Ali

Para os justos haverá a satisfação dos desejos em seu coração, jardins e vinhedos, companheiras da mesma idade e um copo cheio de vinho.

Versão 3 – por Rashad Khalifa

Os justos merecerão uma recompensa. Jardins e uvas. Esposas magníficas. Drinques deliciosos.

Surah an-Naba’ (78:31-34)

Mas existe uma boa chance de que os tradutores islâmicos nunca mais precisem dissimular a exuberância das virgens. Um livro publicado recentemente na Alemanha e muito bem recebido pela comunidade científica, “Die Syro-Aramaische Lesart des Koran” (“Uma Leitura Sírio-Aramaica do Alcorão”), do professor de línguas antigas Christoph Luxenberg, defende a tese de que muita coisa faria mais sentido nos textos sagrados se os tradutores levassem em conta que o Alcorão não foi escrito apenas em árabe, mas num mix de antigos dialetos aramaicos. Por exemplo, a palavra “hur”, que em árabe quer dizer “virgem”, em sírio significa “branca”. Assim, segundo Luxenberg, as “castas huris de olhos castanhos” descritas no Alcorão seriam na verdade “uvas brancas secas” de “clareza cristalina”, uma iguaria bastante apreciada naquela época. Dá para imaginar a decepção dos mártires? Deve ser como comprar uma passagem para um cruzeiro de solteiros e ao embarcar descobrir que não vai ter mulher…

No final o problema das virgens vai ser resolvido com a troca de uma única palavrinha. Nenhum candidato a homem-bomba vai ficar mesmo muito entusiasmado em abandonar esta vida quando souber que sua recompensa por morrer abraçado em dinamite será um suprimento vitalício de passas.

Mas é claro que esta não deveria ser a solução. A continuidade da civilização como a conhecemos não deveria depender da tradução de uma palavra num livro sagrado, ou de distinguir o que de fato disse um homem denominado profeta das fantasias eróticas de um bando de velhos babões. Melhor seria se não houvesse pessoas no mundo dispostas a acreditar literalmente em histórias escritas há milhares de anos, numa época em que a maioria das pessoas sabia tanto sobre o mundo natural quanto provavelmente sabe hoje uma criança da sétima série, e tinha os mesmos temores e superstições infantis de uma criança da quinta série.

Retirado de: http://dragaodagaragem.blogspot.com/

#Islamismo

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/de-onde-v%C3%AAm-as-72-virgens

A História e as Polêmicas da Ordem dos Nove Ângulos

A Ordem dos Nove Ângulos (Order of Nine Angles, ONA ou O9A) é um grupo ocultista satânico e do Caminho da Mão Esquerda sediado no Reino Unido, mas com grupos associados em outras partes do mundo. Afirmando ter sido estabelecida na década de 1960, ganhou reconhecimento público no início de 1980, atraindo a atenção por suas ideologias neonazistas e ativismo. Descrevendo sua abordagem como “Satanismo Tradicional”, também foi identificada como exibindo elementos pagãos herméticos e modernos em suas crenças por pesquisadores acadêmicos.

De acordo com as próprias reivindicações da Ordem, ela foi estabelecida nas Marchas Galesas da Inglaterra Ocidental durante o final da década de 1960 por uma mulher que já havia se envolvido em uma seita pré-cristã secreta que sobreviveu na região. Esse relato também afirma que em 1973 um homem chamado “Anton Long” foi iniciado no grupo, tornando-se posteriormente seu grão-mestre. Vários comentaristas acadêmicos que estudaram a ONA expressam a opinião de que o nome “Anton Long” é provavelmente o pseudônimo do ativista neonazista britânico David Myatt, embora Myatt tenha negado que esse seja o caso. A partir do final da década de 1970, Long escreveu livros e artigos que propagavam as ideias da Ordem e, em 1988, começou a publicar seu próprio jornal, Fenrir. Por meio desses empreendimentos, estabeleceu vínculos com outros grupos satanistas neonazistas em todo o mundo, promovendo sua causa ao abraçar a Internet nos anos 2000.

A ONA promove a ideia de que a história humana pode ser dividida em uma série de eras, cada uma contendo uma civilização humana correspondente. Expressa a visão de que a atual civilização aeônica é a do mundo ocidental, mas afirma que a evolução desta sociedade está ameaçada pela influência “mago/nazareno” da religião judaico-cristã, que a Ordem procura combater para estabelecer uma nova ordem social militarista, que chama de “Imperium”. De acordo com os ensinamentos da Ordem, isso é necessário para que uma civilização galáctica se forme, na qual a sociedade “ariana” colonizará a Via Láctea. Ele defende um caminho espiritual em que os praticantes são obrigados a quebrar tabus sociais, isolando-se da sociedade, cometendo crimes, abraçando o extremismo político e a violência e realizando atos de sacrifício humano. Os membros da ONA praticam magia, acreditando que são capazes de fazê-lo canalizando energias para seu próprio reino “causal” de um reino “acausal” onde as leis da física não se aplicam, e essas ações mágicas são projetadas para ajudá-los a alcançar seu objetivo final. objetivo de estabelecer o imperium.

A ONA evita qualquer autoridade ou estrutura central; em vez disso, opera como uma ampla rede de associados – denominados “kollective” – ​​que são inspirados nos textos originalmente de autoria de Long e outros membros da “ONA interna”. O grupo é composto em grande parte por células clandestinas, que são chamadas de “nexions”. Algumas estimativas acadêmicas sugerem que o número de indivíduos amplamente associados à Ordem cai na casa dos milhares. Vários estupros, assassinatos e atos de terrorismo foram perpetrados por indivíduos de extrema direita influenciados pela ONA, com vários políticos e ativistas britânicos pedindo que a ONA fosse proscrita como um grupo terrorista.

A HISTÓRIA DA ORDEM DOS NOVE ÂNGULOS:

Origens:

A primeira célula da ONA, “Nexion Zero”, foi estabelecida em Shropshire, Reino Unido (foto).

Acadêmicos têm encontrado dificuldades para apurar “informações exatas e verificáveis” sobre as origens da ONA, dado o alto nível de sigilo em que ela se envolve, a fim de se proteger. Tal como acontece com muitas outras organizações ocultas, a Ordem envolve sua história em “mistério e lenda”, criando uma “narrativa mítica” para suas origens e desenvolvimento. A ONA afirma ser descendente de tradições pagãs pré-cristãs que sobreviveram à cristianização da Grã-Bretanha e que foram transmitidas a partir da Idade Média em pequenos grupos ou “templos” baseados nas Marchas de Gales – uma área de fronteira entre a Inglaterra e o País de Gales – que eram cada um liderado por um grão-mestre ou grande mestra. De acordo com a Ordem, no final da década de 1960, uma grande mestra de um desses grupos uniu três desses templos – Camlad, o Temple of Sun e os Noctulians – para formar a ONA, antes de receber forasteiros na tradição.

De acordo com o relato da Ordem, um daqueles que a grande mestra iniciou no grupo foi “Anton Long”, um indivíduo que se descreveu como um cidadão britânico que passou grande parte de sua juventude visitando a África, Ásia e Oriente Médio. Long afirmou que, antes de seu envolvimento na ONA, ele se interessou por ocultismo por vários anos, tendo contatado um coven baseado em Fenland em 1968, antes de se mudar para Londres e ingressar em grupos que praticavam magia cerimonial no estilo da Ordem Hermética da Golden Dawn e Aleister Crowley. Ele também reivindicou um breve envolvimento em um grupo satânico baseado em Manchester, o Templo Ortodoxo do Príncipe dirigido por Ray Bogart, durante o qual ele encontrou a Grande Mestra da ONA. Segundo o relato da Ordem, Long ingressou na ONA em 1973 – o primeiro a fazê-lo em cinco anos – e tornou-se herdeiro da grande mestra. Mais tarde, ele lembrou que naquela época o grupo realizava rituais em henges e círculos de pedra ao redor dos solstícios e equinócios.

Este relato afirma ainda que quando a Grande Mestra da Ordem migrou para a Austrália, Long assumiu como o novo grão-mestre do grupo. O grupo afirmou que Long “implementou a próxima etapa da Estratégia Sinistra – para tornar os ensinamentos conhecidos em larga escala”. A partir do final da década de 1970, Long incentivou o estabelecimento de novos grupos ONA, que eram conhecidos como “templos”, e a partir de 1976 ele escreveu uma série de textos para a tradição, codificando e estendendo seus ensinamentos, mitos e estrutura. Esses textos são tipicamente escritos em inglês, embora incluam passagens do grego clássico, bem como termos do sânscrito e do árabe, refletindo a fluência de Long em tais idiomas. Depois de examinar esses textos, o historiador Nicholas Goodrick-Clarke afirmou que neles, Long “evoca um mundo de bruxas, feiticeiros camponeses fora da lei, orgias e sacrifícios de sangue em cabanas solitárias nas florestas e vales desta área, Shropshire e Herefordshire, onde ele viveu desde o início dos anos 1980”.

Ona2

David Myatt (foto de 1998) é frequentemente citado como o ideólogo central da ONA.

A verdadeira identidade de “Anton Long” permanece desconhecida tanto para os membros da Ordem quanto para os acadêmicos que a estudaram. No entanto, em uma edição de 1998 da revista antifascista Searchlight, afirmou-se que “Anton Long” era um pseudônimo de David Myatt, uma figura proeminente do movimento neonazista britânico. Nascido no início dos anos 1950, Myatt esteve envolvido em vários grupos neonazistas, inicialmente servindo como guarda-costas de Colin Jordan do Movimento Britânico antes de ingressar na milícia Combat 18 e se tornar membro fundador e líder do Movimento Nacional Socialista. Seu texto sobre A Practical Guide to Aryan Revolution (Um Guia Prático da Revolução Ariana), no qual defendia a militância violenta em prol da causa neonazista, foi citado como uma influência sobre o bombardeiro de pregos David Copeland. Em 1998, Myatt se converteu ao Islã e permaneceu muçulmano praticante por oito anos, período em que encorajou a jihad violenta contra o sionismo e os aliados ocidentais de Israel. Em 2010, ele anunciou que havia renunciado ao Islã e estava praticando uma tradição esotérica que denominou “Caminho Numinoso”.

Goodrick-Clarke apoiou a ideia de que Myatt era Long, com o estudioso de estudos religiosos Jacob C. Senholt acrescentando que “o papel de David Myatt é primordial para toda a criação e existência da ONA”. Senholt apresentou evidências adicionais que ele acreditava confirmaram a identidade de Myatt como Long, escrevendo que o abraço de Myatt ao neonazismo e ao islamismo radical representava “papéis de percepção” que Myatt havia adotado como parte da “estratégia sinistra” da ONA para minar a sociedade ocidental, uma visão endossada pelo estudioso do satanismo Per Faxneld. Em 2015, um membro da ONA conhecido como R. Parker argumentou a favor da ideia de que Myatt era Long. Como resultado da publicação de Page, o sociólogo da religião Massimo Introvigne afirmou que a ONA “mais ou menos reconheceu” que Myatt e Long são a mesma pessoa, o que a alegação sobre Myatt a ONA contestou.

O próprio Myatt negou repetidamente as alegações de que ele tem qualquer envolvimento com a ONA, e que ele usou o pseudônimo “Anton Long”, além de contestar os argumentos usados ​​para conectá-lo a Long, alegando que eles são baseados em evidências insuficientes. O estudioso de estudos religiosos George Sieg expressou preocupação com essa associação, afirmando que a considerava “imlausível e insustentável com base na extensão da variação no estilo de escrita, personalidade e tom” entre Myatt e Long. Jeffrey Kaplan, um especialista acadêmico da extrema direita, também sugeriu que Myatt e Long são pessoas separadas, enquanto o estudioso de estudos religiosos Connell R. Monette postulou a possibilidade de que “Anton Long” não fosse um indivíduo singular, mas sim um pseudônimo usado por várias pessoas diferentes.

Aparecimento ao Público:

A ONA surgiu à atenção do público no início de 1980. Durante as décadas de 1980 e 1990, espalhou sua mensagem por meio de artigos em revistas, como Nox, de Stephen Sennitt, bem como pela publicação de volumes como The Black Book of Satan (O Livro Negro de Satã) e Naos. Em 1988, iniciou a publicação de seu próprio jornal interno, intitulado Fenrir. Entre o material que publicou para consumo público estão folhetos filosóficos, instruções rituais, cartas, poesia e ficção gótica. Seu texto ritual central é intitulado The Black Book of Satan (O Livro Negro de Satã). Também lançou sua própria música, um conjunto de tarô pintado conhecido como Sinister Tarot (O Tarô Sinistro) e um jogo de tabuleiro tridimensional conhecido como Star Game (O Jogo da Estrela). A ONA estabeleceu ligações com outros grupos satanistas neonazistas: seu distribuidor internacional foi o neozelandês Kerry Bolton, o fundador da Black Order, que é descrito como um adepto da ONA na correspondência publicada do grupo, e tem acesso a um biblioteca de material oculto e de extrema direita de propriedade da Order of the Jarls de Bælder. Segundo Monette, o grupo agora tem associados e grupos nos Estados Unidos, Europa, Brasil, Egito, Austrália e Rússia. Um desses grupos associados é o Tempel ov Blood, com sede nos EUA, que publicou vários textos através da Ixaxaar Press, enquanto outro é o White Star Acception, com sede na Califórnia, que foi designado como “Flagship Nexion” da ONA nos Estados Unidos apesar de se desviarem dos ensinamentos tradicionais da ONA sobre uma série de questões.

Durante o início da década de 1990, a Ordem declarou que estava entrando no segundo estágio de seu desenvolvimento, no qual deixaria para trás seu foco anterior no recrutamento e divulgação pública dentro da comunidade oculta e que, em vez disso, se concentraria em refinar seus ensinamentos; sua quietude resultante levou alguns ocultistas a especular erroneamente que a ONA havia se extinguido. Em 2000, a ONA estabeleceu uma presença na Internet, utilizando-a como meio de comunicação com os outros e de distribuição dos seus escritos. Em 2008, a ONA anunciou que estava entrando na terceira fase de sua história, na qual voltaria a focar fortemente na promoção, utilizando mídias sociais como blogs online, fóruns, Facebook e YouTube para divulgar sua mensagem. Em 2011, a “Old Guard”, um grupo de membros de longa data da Ordem, afirmou que se retiraria do trabalho público ativo com o grupo. Em março de 2012, Long anunciou que se retiraria da atividade pública, embora pareça ter permanecido ativo na Ordem.

AS CRENÇAS E A ESTRUTURA DA ONA:

A ONA descreve suas crenças como pertencentes a “uma tradição mística sinistramente numinosa”, acrescentando que “não é agora e nunca foi estritamente satanista ou estritamente Caminho da Mão Esquerda, mas usa “satanismo” e o LHP como “formas causais”; isto é, como técnicas/experiências/provas/desafios” para auxiliar o avanço espiritual do praticante. Monette descreveu a ONA como “uma fascinante mistura de Hermetismo e Satanismo Tradicional, com alguns elementos pagãos”. Faxneld descreveu a ONA como “uma forma perigosa e extrema de satanismo” e como “um dos grupos satanistas mais extremos do mundo”. Jeffrey Kaplan e Leonard Weinberg o caracterizaram como um “grupo satanista de orientação nacional-socialista”, enquanto Nicholas Goodrick-Clarke também o considerou um “culto nazista satânico” que “combina o paganismo com o louvor a Hitler”. Ele acrescentou que a ONA “celebrou o lado escuro e destrutivo da vida através de doutrinas anti-cristãs, elitistas e darwinistas sociais”. Considerando a maneira pela qual a ONA sincretizou tanto o satanismo quanto o paganismo, o historiador da religião Mattias Gardell descreveu sua perspectiva espiritual como “um caminho satânico pagão”. O estudioso George Sieg, no entanto, argumentou que a ONA deveria ser categorizada como “pós-satânica” porque “ultrapassou (sem abandonar totalmente) a identificação com seu paradigma satânico original”.

Satanismo Tradicional e Paganismo:

“[Long] rejeita a organização quase religiosa e as palhaçadas cerimoniais da Igreja de Satã, o Templo de Set e outros grupos satânicos. Ele acredita que o satanismo tradicional vai muito além da gratificação do princípio do prazer e envolve a árdua conquista do eu – maestria, auto-superação em um sentido nietzschiano e, finalmente, sabedoria cósmica. Sua concepção de satanismo é prática, com ênfase no crescimento individual em reinos de escuridão e perigo por meio de atos práticos de coragem, resistência e risco de vida.”

— Estudioso do esoterismo Nicholas Goodrick-Clarke.

A ONA descreve seu ocultismo como “Satanismo Tradicional” e como uma “tradição mística sinistra-numinosa”. De acordo com Jesper Aagaard Petersen, um acadêmico especialista em satanismo, a Ordem apresenta “uma nova interpretação reconhecível do satanismo e do Caminho da Mão Esquerda”, e para os envolvidos no grupo, o satanismo não é simplesmente uma religião, mas um modo de vida. A Ordem postula o satanismo como uma árdua conquista individual de autodomínio e autossuperação nietzschiana, com ênfase no crescimento individual através de atos práticos de risco, bravura e resistência. Portanto, “o objetivo do satanismo da ONA é criar um novo indivíduo através da experiência direta, prática e autodesenvolvimento com os graus do sistema ONA sendo altamente individuais, com base nos próprios atos práticos e da vida real dos iniciados, em vez de meramente realizar certos rituais cerimoniais”. Assim, o satanismo, afirma a ONA, exige aventurar-se no reino do proibido e do ilegal para libertar o praticante do condicionamento cultural e político. Intencionalmente transgressora, a Ordem tem se caracterizado por proporcionar “uma espiritualidade agressiva e elitista”. O estudioso de estudos religiosos Graham Harvey escreveu que a ONA se encaixava no estereótipo do satanista “melhor do que outros grupos”, algo que ele achava que foi deliberadamente alcançado ao abraçar atos “profundamente chocantes” e ilegais.

A ONA critica fortemente grupos satânicos maiores como a Igreja de Satã e o Templo de Set, que eles consideram “satânicos falsos” porque abraçam o “glamour associado ao satanismo”, mas têm “medo de experimentar sua realidade dentro e externo a eles”. Por sua vez, a Igreja de Satã criticou o que eles alegaram ser a “insistência paranoica da Ordem de que eles são os únicos defensores da tradição satânica”, com Kaplan afirmando que esses comentários refletem “as tensões internas” que são comuns dentro “do mundo do satanismo “, e sobre qual crítica Anton Long escreveu que a ONA não “afirma ser uma organização de pares com a reivindicação de algum tipo de autoridade … Quando no passado nós e outros como nós dissemos coisas que outros interpretam como sendo contra o Templo de Set ou LaVey, estávamos simplesmente assumindo o papel de Adversário – desafiando o que parecia estar se tornando um dogma aceito.”

Embora se conceba como tendo origens pré-cristãs e descreva o satanismo como “paganismo militante”, a ONA não defende o restabelecimento de sistemas de crenças pré-cristãs, com um tratado da ONA afirmando que “todos os deuses do passado das várias tradições ocidentais são tornados obsoletos pelas forças que o satanismo sozinho está desencadeando”. No entanto, Goodrick-Clarke observou que as “ideias e rituais” do grupo se baseiam em “uma tradição nativa”, com referências ao conceito anglo-saxão pré-cristão de wyrd, uma ênfase em cerimônias realizadas em equinócios e a construção de incenso usando árvores indígenas, sugerindo assim a ideia de “enraizamento na natureza inglesa”. Os praticantes passam por “peregrinações negras” a locais cerimoniais pré-históricos na área ao redor de Shropshire e Herefordshire nas Midlands inglesas. Além disso, Monette escreve que “um exame crítico dos textos-chave da ONA sugere que as conotações satânicas podem ser cosméticas e que seus mitos e cosmologia centrais são genuinamente herméticos, com influências pagãs”.

Cosmologia Aeônica e o Nazismo:

 

“Adolf Hitler foi enviado por nossos deuses

Para nos guiar à grandeza

Acreditamos na desigualdade de raças

E no direito do ariano de viver

De acordo com as leis do povo.

Reconhecemos que a história do “holocausto” judaico

É uma mentira para manter nossa raça acorrentada

E expressar nosso desejo de ver a verdade revelada.

Acreditamos na justiça para nossos companheiros oprimidos

E buscar um fim em todo o mundo da

Perseguição dos Nacional-Socialistas.”

 

— A “Missa da Heresia” da ONA.

A ONA afirma que a evolução cósmica é guiada por uma “dialética sinistra” de energias Aeônicas alternadas. Ele divide a história humana em uma série de Aeons, acreditando que cada Aeon foi dominado por uma civilização humana que surgiu, evoluiu e depois morreu. Ele afirma que cada Aeon dura aproximadamente 2.000 anos, com sua respectiva civilização humana dominante se desenvolvendo nos últimos 1.500 anos desse período. Sustenta que após 800 anos de crescimento, cada civilização enfrenta problemas, resultando em um “Tempo de Problemas” que dura entre 398 e 400 anos. No estágio final de cada civilização há um período que dura aproximadamente 390 anos, no qual ela é controlada por um forte regime militar e imperial, após o qual a civilização cai. A ONA afirma que a humanidade viveu cinco desses Aeons, cada um com uma civilização associada: a Primal, a Hiperbórea, a Suméria, a Helênica e a Ocidental. Tanto Goodrick-Clarke quanto Senholt afirmaram que este sistema de Aeons é inspirado nas obras de Arnold J. Toynbee, com Senholt sugerindo que também pode ter sido influenciado pelas ideias de Crowley sobre Thelêmicos Aeons. No entanto, a ONA afirmou que seu conceito “não tem nada a ver com Crowley”, mas é baseado no trabalho de Toynbee e Spengler.

A ONA afirma que a atual civilização ocidental tem um ethos faustiano e passou recentemente por seu Tempo de Perturbações, com seu estágio final, um “Imperium” de governança militarista, que deve começar em algum momento de 1990-2011 e durar até 2390. será seguido por um período de caos a partir do qual será estabelecido um sexto Aeon, o Aeon do Fogo, que será representado pela civilização galáctica na qual uma sociedade ariana colonizará a galáxia Via Láctea. No entanto, a Ordem sustenta que, ao contrário das civilizações Aeônicas anteriores, a civilização ocidental foi infectada com a distorção “Magia / Nazareno”, que eles associam à religião judaico-cristã. Os escritos do grupo afirmam que enquanto a civilização ocidental já foi “uma entidade pioneira, imbuída de valores elitistas e exaltando o caminho do guerreiro”, sob o impacto do ethos mago/nazareno tornou-se “essencialmente neurótica, introspectiva e obcecada “, abraçando o humanismo, o capitalismo, o comunismo, bem como “a farsa da democracia” e “o dogma da igualdade racial”. Eles acreditam que essas forças magos/nazarenos representam uma tendência contra-evolucionária que ameaça impedir o surgimento do Império Ocidental e, portanto, a evolução da humanidade, opinando que esse inimigo cósmico deve ser superado pela força da vontade. Tanto Goodrick-Clarke quanto Sieg observam que essas ideias sobre a “alma mágica” e a “distorção cultural” trazida pelos judeus foram derivadas das obras de Oswald Spengler e Francis Parker Yockey.

A ONA elogia a Alemanha nazista como “uma expressão prática do espírito satânico… uma explosão de luz luciferiana – de entusiasmo e poder – em um mundo nazareno, pacificado e chato”. Abraçando a negação do Holocausto, afirma que o Holocausto foi um mito que foi construído pelo estabelecimento mago/nazareno para denegrir a administração nazista após a Segunda Guerra Mundial e apagar suas conquistas da “psique do Ocidente”. O grupo acredita que uma revolução neonazista é necessária para derrubar o domínio mago-nazareno da sociedade ocidental e estabelecer o Império, permitindo que a humanidade entre na civilização galáctica do futuro. Assim, referências positivas ao nazismo e neonazismo podem ser encontradas no material escrito do grupo, e evoca o líder nazista Adolf Hitler como uma força positiva em seu texto para a realização de uma Missa Negra, também conhecida como A Missa da Heresia. No entanto, alguns textos da ONA enfatizam que os membros devem abraçar o neonazismo e o racismo não por uma crença genuína na ideologia nazista, mas como parte de uma “estratégia sinistra” para avançar a evolução Aeônica. Uma versão da Missa Negra produzida por um grupo australiano da ONA, The Temple of THEM, substitui elogios a Hitler por elogios ao militante islâmico Osama bin Laden, enquanto os escritos de Chloe Ortega e Kayla DiGiovanni, principais publicitários do White Star Acception, expressam o que Sieg denominou uma plataforma “anarquista de esquerda” que carecia da condenação do sionismo e do endosso do racismo ariano que é encontrado nos escritos de Long. A Ordem é, portanto, muito mais abertamente politicamente extrema em seus objetivos do que outras organizações satânicas e do Caminho da Mão Esquerda, buscando se infiltrar e desestabilizar a sociedade moderna através de meios mágicos e práticos.

Iniciação e o Caminho Sétuplo:

A ONA encoraja seus membros a adotar “papéis de insight” em grupos anarquistas, neonazistas e islâmicos para perturbar a sociedade ocidental moderna.

O sistema central da ONA é conhecido como o “O Caminho Sétuplo” ou a “Hebdomadria”, e é descrito em um dos textos principais da Ordem, Naos. O sistema sétuplo é refletido na cosmologia simbólica do grupo, a “Árvore de Wyrd”, na qual sete corpos celestes – a Lua, Vênus, Mercúrio, Sol, Marte, Júpiter e Saturno – estão localizados. O termo wyrd foi adotado do inglês antigo, onde se referia ao destino ou destino. Monette identificou isso como um “sistema hermético”, destacando que o uso de sete corpos planetários havia sido influenciado pelos textos árabes medievais Ghāyat al-Ḥakīm (conhecido também como o grimório Picatrix) e o Shams I-Maarif. O Caminho Sétuplo também se reflete no sistema iniciático do grupo, que possui sete graus pelos quais o membro pode progredir gradualmente. São eles: (1) Neófito, (2) Iniciado, (3) Adepto Externo, (4) Adepto Interno, (5) Mestre/Mestra, (6) Grão-Mestre/Mousa e (7) Imortal. O grupo revelou que muito poucos de seus membros ascendem ao quinto e sexto graus, e em um artigo de 1989 a ONA afirmou que naquele momento havia apenas quatro indivíduos que haviam alcançado o estágio de Mestre.

A ONA não inicia membros no grupo em si, mas espera que um indivíduo inicie a si mesmo. Exige que os iniciados estejam em boas condições físicas e recomenda um regime de treinamento para os futuros membros seguirem. Espera-se que os recém-chegados assumam um parceiro mágico do sexo oposto, ou do mesmo sexo, se forem lésbicas ou gays. A partir daí, o praticante deve enfrentar desafios pessoais e cada vez mais difíceis para transitar pelos diferentes graus. A maioria das provações que permitem ao iniciado avançar para a próxima etapa são reveladas publicamente pela Ordem em seu material introdutório, pois acredita-se que o verdadeiro elemento iniciático está na própria experiência e só pode ser alcançada através da sua realização. Por exemplo, parte do ritual para se tornar um Adepto Externo envolve uma provação na qual o membro em potencial deve encontrar um lugar solitário e ficar ali, quieto, por uma noite inteira sem se mexer ou dormir. O processo iniciático para o papel de Adepto Interno implica que o praticante se retire da sociedade humana por três meses, de um equinócio a um solstício, ou (mais geralmente) por seis meses, período durante o qual deve viver em estado selvagem sem conveniências modernas ou contato. com a civilização. A próxima etapa – o Ritual do Abismo – envolve o candidato vivendo sozinho em uma caverna escura e isolada por um mês lunar. De acordo com Jeffrey Kaplan, um especialista acadêmico da extrema direita, essas tarefas iniciáticas física e mentalmente desafiadoras refletem “a concepção da ONA de si mesma como uma organização de vanguarda composta por um pequeno círculo de elites nietzschianas”.

Dentro do sistema iniciático da ONA, há uma ênfase na adoção de “papéis de discernimento” pelos praticantes em que trabalham disfarçados em um grupo politicamente extremista por um período de seis a dezoito meses, ganhando experiência em algo diferente de sua vida normal. Entre as tendências ideológicas que a ONA sugere que seus membros adotem “papéis de insight” estão o anarquismo, o neonazismo e o islamismo, afirmando que, além dos benefícios pessoais de tal envolvimento, a participação nesses grupos tem o benefício de minar o poder mágico. sistema sócio-político nazareno do Ocidente e, assim, ajudando a trazer a instabilidade da qual uma nova ordem, o Imperium, pode emergir. No entanto, Monette observou uma mudança potencial nas funções de insight recomendadas pelo grupo ao longo das décadas; ele destacou que, enquanto a ONA recomendava atividades criminosas ou militares durante os anos 1980 e início dos anos 1990, no final dos anos 1990 e 2000 eles estavam recomendando o monaquismo budista como um papel de insight para os praticantes adotarem. Através da prática de “papéis de insight”, a ordem defende a transgressão contínua de normas, papéis e zonas de conforto estabelecidos no desenvolvimento do iniciado … , Essa aplicação extrema de ideias amplifica ainda mais a ambiguidade das práticas satânicas e do Caminho da Mão Esquerda de antinomianismo, tornando quase impossível penetrar nas camadas de subversão, jogo e contra-dicotomia inerentes à dialética sinistra.” Senholt sugeriu que o envolvimento de Myatt com o neonazismo e o islamismo representam esses “papéis de insight” em sua própria vida.

O Reino Acausal, a Mágicka e os Deuses das Trevas:

A ONA acredita que os humanos vivem dentro do reino causal, que obedece às leis de causa e efeito. No entanto, eles também acreditam em um reino acausal, no qual as leis da física não se aplicam, promovendo ainda mais a ideia de que energias numinosas do reino acausal podem ser atraídas para o causal, permitindo o desempenho da magia. Acreditando na existência de magia – que o grupo soletra “mágicka” seguindo o exemplo da obra de Elias Ashmole de 1652, o Theatrum Chemicum Britannicum – a ONA distingue entre mágicka externa, interna e aeônica. A magia externa em si é dividida em duas categorias: mágicka cerimonial, que é realizada por mais de duas pessoas para atingir um objetivo específico, e mágicka hermética, que é realizada solitária ou em casal e que geralmente é de natureza sexual. A mágicka interna é projetada para produzir um estado alterado de consciência no participante, a fim de resultar em um processo de “individuação” que confere um bem-estar. A forma mais avançada de mágicka no sistema ONA é a mágicka aeônica, cuja prática é restrita àqueles que já são percebidos como tendo dominado a mágicka externa e interna e alcançado o grau de mestre. O propósito da mágicka aeônica é influenciar um grande número de pessoas por um longo período de tempo, afetando assim o desenvolvimento de eras futuras. Em particular, é empregado com a intenção de perturbar o atual sistema sociopolítico do mundo ocidental, que a ONA acredita ter sido corrompido pela religião judaico-cristã.

A ONA utiliza dois métodos em seu desempenho de mágicka aeônica. A primeira envolve ritos e cânticos com a intenção de abrir um portal – conhecido como “nexion” – para o “reino acausal” a fim de manifestar energias no “reino causal” que influenciarão o aeon existente na direção desejada pelo praticante. O segundo método envolve jogar uma forma avançada de um jogo de tabuleiro conhecido como Star Game; o jogo foi idealizado pelo grupo, com as peças do jogo representando diferentes eras. O grupo acredita que quando um iniciado joga o jogo, ele pode se tornar um “nexion vivo” e, portanto, um canal para que as energias acausais entrem no reino causal e efetuem a mudança aeônica. Uma forma avançada do jogo é usada como parte do treinamento para o grau de Adepto Interno. De acordo com Myatt, ele inventou o jogo em 1975.

A Ordem promove a ideia de que “Deuses das Trevas” existem dentro do reino acausal, embora seja aceito que alguns membros os interpretem não como entidades reais, mas como facetas do subconsciente humano. Essas entidades são percebidas como perigosas, com a ONA aconselhando cautela ao interagir com elas. Entre os Deuses das Trevas cujas identidades foram discutidas no material publicamente disponível da Ordem estão uma deusa chamada Baphomet que é retratada como uma mulher madura carregando uma cabeça decepada, com a ONA afirmando que o nome é de origem grega antiga. Além disso, existem entidades cujos nomes, segundo Monette, são emprestados ou influenciados por figuras de fontes clássicas e astronômicas, como Kthunae, Nemicu e Atazoth.

Outra dessas figuras acausais é denominada Vindex, após a palavra latina para “vingador”. A ONA acredita que Vindex acabará encarnando como um humano – embora o gênero e a etnia desse indivíduo sejam desconhecidos – através da “presença” bem-sucedida de energias acausais dentro do reino causal, e que eles atuarão como uma figura messiânica ao derrubar o Mago forças e levando a ONA à proeminência no estabelecimento de uma nova sociedade. Sieg fez comparações entre essa crença em Vindex e as ideias de Savitri Devi, o proeminente hitlerista esotérico, sobre a chegada de Kalki, um avatar do deus hindu Vishnu, à Terra. A ONA também propaga a ideia de que é possível ao praticante garantir uma vida após a morte no reino acausal através de suas atividades espirituais. É por esta razão que o estágio final do Caminho Sétuplo é conhecido como o “Imortal”, constituindo aqueles iniciados que conseguiram avançar para o estágio de habitação no reino acausal.

Sacrifício Humano:

Os escritos da ONA toleram e encorajam o sacrifício humano, referindo-se às suas vítimas como opfers. A ONA descreve suas diretrizes para o sacrifício humano em vários documentos: “A Gift for the Prince – A Guide to Human Sacrifice”, “Culling – A Guide to Sacrifice II”, “Victims – A Sinister Exposé” e ” Guidelines for the Testing of Opfers”. De acordo com as crenças da ONA, o assassino deve permitir que sua vítima se “auto-selecione”; isso é conseguido testando a vítima para ver se ela expõe falhas de caráter percebidas. Se este for o caso, acredita-se que a vítima tenha demonstrado que é digna de morte, e o sacrifício pode começar. Aqueles considerados ideais para o sacrifício pelo grupo incluem indivíduos percebidos como sendo de baixo caráter, membros do que eles consideram “grupos falso-satânicos” como a Igreja de Satã e o Templo de Set, bem como “nazarenos zelosos e interferentes” e jornalistas , empresários e ativistas políticos que atrapalham as operações do grupo. A ONA explica que, devido à necessidade dessa “autoseleção”, as crianças nunca devem ser vítimas de sacrifícios. Da mesma forma, a ONA “despreza o sacrifício de animais, sustentando que é muito melhor sacrificar mundanos adequados, dada a abundância de escórias humanas”.

O sacrifício é então realizado através de meios físicos ou mágicos, quando acredita-se que o assassino absorva o poder do corpo e do espírito da vítima, entrando assim em um novo nível de consciência “sinistra”. Além de fortalecer o caráter do assassino ao aumentar sua conexão com as forças acausais de morte e destruição, tais sacrifícios também são vistos como de maior benefício pela ONA, pois retiram da sociedade indivíduos que o grupo considera seres humanos inúteis. Monette observou que nenhuma célula nexion da ONA admitiu publicamente realizar um sacrifício de maneira ritual, mas que os membros se juntaram à polícia e aos grupos militares para se envolver em violência legal e assassinato.

A ONA acredita que existem precedentes históricos para sua prática de sacrifício humano, expressando a crença em uma tradição pré-histórica na qual os seres humanos foram sacrificados a uma deusa chamada Baphomet no equinócio da primavera e à estrela Arcturus no outono. No entanto, a defesa do sacrifício humano pela ONA atraiu fortes críticas de outros grupos satanistas como o Templo de Set, que o consideram prejudicial às suas próprias tentativas de tornar o satanismo mais socialmente aceitável dentro das nações ocidentais.

O Termo “Nove Ângulos”:

Embora os estudiosos ocultistas atribuam o conceito de Nove Ângulos à Igreja de Satã, em seus ensaios e outros escritos a ONA oferece explicações diferentes quanto ao significado do termo “Nove Ângulos”. Uma explicação é que se trata dos sete planetas da cosmologia do grupo (os sete ângulos), somados ao sistema como um todo (o oitavo ângulo), e os próprios místicos (o nono ângulo). Uma segunda explicação é que se refere a sete estágios alquímicos “normais”, com dois processos adicionais. Uma terceira é que se refere às nove emanações do divino, um conceito originalmente encontrado em textos medievais produzidos dentro da tradição mística islâmica do sufismo. Monette sugeriu ainda que era uma referência a uma tradição indiana clássica que dividia o sistema solar em nove planetas.

De acordo com o O9A, eles usam o termo “nove ângulos” em referência não apenas às nove emanações e transformações das três substâncias alquímicas básicas (mercúrio, enxofre, sal), como ocorre em seu uso oculto do Jogo Estelar, mas também em referência à sua jornada hermética com suas sete esferas e seus dois aspectos acausais.

A ORGANIZAÇÃO DA ONA:

A ONA é um coletivo diversificado e mundial de diversos grupos, tribos e indivíduos, que compartilham e buscam interesses, objetivos e estilos de vida sinistros, subversivos semelhantes, e que cooperam quando necessário para seu benefício mútuo. e na busca de seus propósitos e objetivos comuns… O critério para pertencer à ONA é essa busca de interesses, objetivos e estilos de vida semelhantes sinistros, subversivos, juntamente com o desejo de cooperar quando for benéfico para eles e a prossecução dos nossos objectivos comuns. Não há, portanto, nenhum membro formal da ONA, e nenhum Antigo-Aeon, mundano, hierarquia ou mesmo quaisquer regras.

— The ONA, 2010.

A ONA é uma organização secreta. Falta qualquer administração central, operando como uma rede de praticantes satânicos aliados, que chama de “coletivo”. Assim, Monette afirmou que a Ordem “não é uma loja ou templo estruturado, mas sim um movimento, uma subcultura ou talvez uma metacultura que seus adeptos escolhem incorporar ou se identificar”. Monette também sugeriu que essa ausência de uma estrutura centralizada ajudaria a sobrevivência da Ordem, porque seu destino não seria investido apenas em um líder em particular. A ONA não gosta do termo “membro”, preferindo a palavra “associado”. Em 2012, Long afirmou que os afiliados à Ordem se enquadravam em seis categorias diferentes: associados de nexions tradicionais, Niners, Balobians, membros de gangues e tribos, seguidores da tradição Rounwytha e aqueles envolvidos com grupos inspirados na ONA.

O grupo consiste em grande parte de células autônomas conhecidas como “nexions”. A célula original, baseada em Shropshire, é conhecida como “Nexion Zero”, com a maioria dos grupos subsequentes estabelecidos na Grã-Bretanha, Irlanda e Alemanha, no entanto, nexions e outros grupos associados também foram estabelecidos nos Estados Unidos, Austrália, Brasil, Egito, Itália, Espanha, Portugal, Polônia, Sérvia, Rússia e África do Sul. A ala grega da ONA atende pelo nome de Mirós tou Zeús. Alguns desses grupos, como o Tempel ov Blood, com sede nos EUA, descrevem-se como distintos da ONA, embora ambos tenham sido muito influenciados por ela e tenham conexões com ela.

Na terminologia da ONA, os termos Drecc e Niner referem-se à cultura popular ou baseada em gangues ou indivíduos que apoiam os objetivos da Ordem por meios práticos (incluindo criminosos) em vez de esotéricos. Um desses grupos é o White Star Acceptation, que afirma ter perpetrado estupros, agressões e roubos para aumentar o poder do grupo; Sieg observou que a realidade dessas ações não foi verificada. Um balobiano é um artista ou músico que contribui para o grupo através de sua produção de belas artes. A Rounwytha é uma tradição de místicos populares ou folclóricos considerados como exibindo poderes psíquicos talentosos refletindo sua encarnação do “arquétipo feminino sinistro”. Embora uma minoria seja de homens, a maioria das Rounwytha é do sexo feminino, e muitas vezes vivem reclusas como parte de grupos pequenos e muitas vezes lésbicos.

Representante Externo:

Vários comentaristas acadêmicos destacaram a existência de uma posição dentro da ONA chamada de “Representante Externo”, que atua como porta-voz oficial do grupo para o mundo exterior. O primeiro a afirmar publicamente ser o “Representante Externo” do grupo foi Richard Moult, um artista e compositor de Shropshire que usou o pseudônimo de “Christos Beest”. Moult foi seguido como “Representante Externo” por “Vilnius Thornian”, que ocupou o cargo de 1996 a 2002, e que foi identificado por membros da ONA como o ideólogo do Caminho da Mão Esquerda Michael Ford. Posteriormente, no blog do White Star Acception, foi feita a alegação de que o membro do grupo Chloe Ortega era o representante externo da ONA, também este blog mais tarde foi extinto em 2013. Em 2013, uma americana Rounwytha usando o nome de “Jall” apareceu alegando ser o “Representante Externo” da Ordem.

No entanto, de acordo com Long, o “representante externo” era “um exemplo interessante e instrutivo do Labyrinthos Mythologicus da O9A, … um estratagema”, e que foi projetado para “intrigar, selecionar, testar, confundir, irritar, enganar”. Long escreveu que “o estratagema era para um candidato ou um iniciado divulgar abertamente o material da ONA, e possivelmente dar entrevistas sobre a O9A para a mídia, sob o pretexto de ter recebido algum tipo de ‘autoridade’ para fazê-lo, embora tal autoridade – e a hierarquia necessária para dotá-la – era de fato uma contradição de nossa razão de ser; um fato que naturalmente esperávamos que aqueles incipientes de nossa espécie soubessem ou sentissem”. De acordo com Senholt, a ONA “não concede títulos”, com Monette escrevendo que “não há autoridade central dentro da ONA”.

Dentro da ONA havia um grupo de iniciados de longa data conhecidos como a “Velha Guarda” ou “Inner ONA”, cuja experiência com a tradição os levou a se tornarem influentes sobre os membros mais novos que frequentemente procuravam seus conselhos. Os membros desta Velha Guarda incluíam Christos Beest, Sinister Moon, Dark Logos e Pointy Hat, embora em 2011 tenham declarado que se retirariam da esfera pública.

Filiação:

Uma edição da revista Fenrir original da ONA.

Embora a ONA tenha declarado que não é uma organização oculta no sentido convencional, mas uma filosofia esotérica, vários acadêmicos escreveram sobre a associação à ONA. Em uma visão geral de 1995 dos grupos satanistas britânicos, Harvey sugeriu que a ONA consistia em menos de dez membros, “e talvez menos de cinco”. Em 1998, Jeffrey Kaplan e Leonard Weinberg afirmaram que os membros da ONA eram “infinitamente pequenos”, com o grupo atuando principalmente como um “ministério de correspondência”. Quanto à questão da adesão, Anton Long, em carta a Aquino datada de outubro de 1990, escreveu que “uma vez que as técnicas e a essência da ONA estão mais amplamente disponíveis, a adesão como tal é irrelevante, pois tudo está disponível e acessível … com o indivíduo assumindo a responsabilidade por seu próprio desenvolvimento, suas próprias experiências”.

Em 2013, Senholt observou que, como o grupo não possui membros oficiais, é “difícil, se não impossível, estimar o número de membros da ONA”. Senholt sugeriu que uma “estimativa aproximada” do “número total” de indivíduos envolvidos com a ONA em alguma capacidade de 1980 a 2009 era de “alguns milhares”; ele havia chegado a essa conclusão a partir de um exame do número de revistas e periódicos sobre o assunto que circulavam e do número de membros de grupos de discussão on-line dedicados à ONA. Ao mesmo tempo, ele achava que o número de “adeptos de longa data é muito menor”. Também em 2013, Monette estimou que havia mais de dois mil associados da ONA, amplamente definidos. Ele acreditava que o equilíbrio de gênero era aproximadamente igual, embora com variação regional e diferenças entre os nexos particulares. Introvigne observou que se a estimativa de Monette estivesse correta, isso significaria que a ONA é “facilmente… a maior organização satanista do mundo”.

De acordo com uma pesquisa em 2015, a ONA tem mais apoiadores do sexo feminino do que a Igreja de Satã ou o Templo de Set; mais mulheres com filhos; mais torcedores mais velhos; mais adeptos mais bem estabelecidos em termos socioeconômicos; e mais que politicamente estão mais à direita.

TERRORISMO E CRIMES ATRIBUÍDOS À ONA:

De acordo com um relatório do grupo de direitos civis Southern Poverty Law Center, a ONA “detém uma posição importante no nicho, nexo internacional de grupos neonazistas ocultos, esotéricos e/ou satânicos”. Vários jornais relataram que a O9A está ligada a uma série de figuras de alto perfil da extrema direita e que o grupo é afiliado e compartilha membros com grupos terroristas neonazistas, como a Divisão Atomwaffen e a proscrita Ação Nacional, Divisão Sonnenkrieg e Resistência Nórdica. Movimento.

Em 23 de setembro de 2019, o especialista Jarrett William Smith, 24, de Fort Riley, Kansas, foi acusado de distribuir informações relacionadas a explosivos e armas de destruição em massa. O procurador-adjunto dos EUA, Anthony Mattivi, alegou no tribunal federal que Smith distribuiu informações sobre explosivos e estava planejando assassinar agentes federais com três outras pessoas “para a glória de sua religião satanista”. Em 10 de fevereiro de 2020, Smith se declarou culpado de duas acusações de distribuição de informações relacionadas a explosivos, dispositivos destrutivos e armas de destruição em massa e foi condenado a 30 meses de prisão federal.

Um paraquedista norte-americano chamado Ethan Melzer dos Sky Soldiers da 173ª Brigada Aerotransportada, que foi designado para o 1º Batalhão, 503º Regimento de Infantaria, em Vicenza, Itália, em 2019 até 2020, planejou uma emboscada em sua unidade, “para resultar na morte de tantos de seus companheiros de serviço quanto possível.” Ele foi acusado em junho de 2020 de conspirar e tentar assassinar membros do serviço militar e fornecer e tentar fornecer apoio material a terroristas. O paraquedista foi acusado de vazar informações classificadas (incluindo a localização da unidade) para seus co-conspiradores no nexion RapeWaffen e na Ordem dos Nove Ângulos (O9A). Ele enfrenta uma sentença máxima de prisão perpétua.

Depois que Melzer foi exposto, vários outros membros ativos das forças armadas dos EUA também foram descobertos como membros da O9A. Corwyn Storm Carver foi encontrado para ser outro membro em comunicação com o grupo e na posse de parafernália e literatura O9A enquanto estacionado no Kuwait. Shandon Simpson, membro da Guarda Nacional do Exército de Ohio enviado para reprimir os distúrbios de George Floyd em Washington, D.C. defendeu abertamente as opiniões neonazistas e também foi encontrado no Rapewaffen. Simpson disse que planejava atirar nos manifestantes como parte da “guerra santa racial” e foi interceptado pelo FBI, mas só depois de já ter sido destacado.

Em janeiro de 2020, o seguidor da O9A, Luke Austin Lane e dois cúmplices foram presos por supostamente estocar armas e conspirar para matar um casal antifascista e seus filhos pequenos. Em preparação, Lane, juntamente com dezenas de outras pessoas, se envolveu em treinamento paramilitar e sacrificou um carneiro, bebeu seu sangue e consumiu drogas psicodélicas em um ritual oculto em sua propriedade.

O grupo britânico de defesa política Hope not Hate informou em março de 2020 que havia seis casos de neonazistas ligados à O9A sendo processados ​​por crimes terroristas apenas durante o ano. Um artigo de 2019 no jornal The Times afirmou que “um repórter do Times se disfarçou na plataforma de jogos Discord para se infiltrar em um grupo neonazista satanista chamado The Order of Nine Angles (O9A). O grupo encorajou abertamente atos de terrorismo e celebrou o que foi descrito como hitlerismo esotérico.” Em março de 2020, Hope not Hate iniciou uma campanha para banir a Ordem dos Nove, proscrever, como grupo terrorista, uma campanha apoiada por vários membros do Parlamento britânico, incluindo Yvette Cooper, do Partido Trabalhista, presidente do Comitê Seleto de Assuntos Internos.

Em 18 de setembro de 2020, a polícia de Toronto prendeu Guilherme “William” Von Neutegem, de 34 anos, e o acusou do assassinato de Mohamed-Aslim Zafis. Zafis era o zelador de uma mesquita local que foi encontrado morto com a garganta cortada. O Serviço de Polícia de Toronto disse que o assassinato está possivelmente ligado ao assassinato a facadas de Rampreet Singh alguns dias antes, a uma curta distância do local onde ocorreu o assassinato de Zafis. Von Neutegem é membro da O9A e contas de mídia social estabelecidas como pertencentes a ele promovem o grupo e incluíam gravações de Von Neutegem realizando cânticos satânicos. Em sua casa havia também um altar com o símbolo da O9A adornando um monólito. De acordo com Evan Balgord, da Canadian Anti-Hate Network, eles estão cientes de mais membros da O9A no Canadá e de sua organização afiliada Northern Order. A CAHN relatou anteriormente sobre a Ordem do Norte quando um membro das Forças Armadas Canadenses foi pego vendendo armas de fogo e explosivos para outros neonazistas.

Em 11 de dezembro de 2020, a BitChute, com sede no Reino Unido, removeu todo o material da O9A por violar a política antiterror do site, citando as “conexões próximas da O9A com outras organizações proscritas”. No mesmo mês, o Yahoo News adquiriu um relatório do Centro Nacional de Contraterrorismo dos EUA, o FBI e o Departamento de Segurança Interna circulou para as agências de inteligência dos EUA, avaliando que o O9A representa uma ameaça violenta e que desempenha um papel influente entre os grupos terroristas de direita. . O relatório, no entanto, acrescentou que a O9A foi rejeitada por certos grupos por incitar seus membros a cometer estupro e pedofilia. Em janeiro de 2021, após a tomada do Capitólio dos Estados Unidos em 2021, a discussão sobre a proibição de grupos de extrema direita foi renovada pelo ministro da Segurança Pública Bill Blair, e a O9A foi apontada por especialistas como um dos grupos mais perigosos do Canadá, cuja proibição é uma prioridade. Em abril de 2021, a deputada democrata Elissa Slotkin pressionou o governo de Joe Biden a designar a O9A como uma Organização Terrorista Estrangeira (FTO) em uma carta ao secretário de Estado Antony Blinken. A Divisão Sonnenkrieg foi oficialmente proscrita na Austrália em 22 de março de 2021, com sua adesão à “violenta ideologia supremacista branca inspirada no Partido Nazista e no movimento satânico ‘Ordem dos Nove Ângulos’” citado como o motivo.

As Forças Armadas do Canadá lançaram uma investigação interna em outubro de 2020, depois que um soldado das forças especiais do CJIRU foi identificado como membro da Ordem do Norte e da Ordem dos Nove Ângulos. De acordo com o SPLC, o homem está entre “algumas pessoas bem conhecidas e de alto nível nessas organizações” e um conhecido de James Mason e do ex-mestre cabo Patrik Mathews, que foi exposto anteriormente como recrutador da Ordem e Base do Norte. no Canadá. Em 1º de fevereiro de 2021, um homem da Cornualha disse ter sido o líder da filial britânica da Divisão Feuerkrieg se declarou culpado de 12 crimes de terrorismo. A polícia já havia invadido sua casa em 2019 por armas de fogo e encontrou instruções de construção de bombas e O9A literatura.

Danyal Hussein, que matou duas irmãs, Bibaa Henry e Nicole Smallman, em um parque de Wembley, em Londres, estava “intimamente associado” à Ordem dos Nove Ângulos e participou do fórum da Internet O9A. Ele matou as duas mulheres para cumprir um “pacto demoníaco”. Em resposta, a deputada Stephanie Peacock pediu ao Ministro do Interior que proíba a O9A. Na Rússia, quatro membros da Ordem dos Nove Ângulos foram presos depois que dois confessaram assassinatos rituais envolvendo canibalismo na Carélia e em São Petersburgo. Dois deles também são acusados ​​de tráfico de drogas em larga escala, pois uma grande quantidade de entorpecentes foi encontrada em sua casa.

Em 12 de agosto de 2021, Ben John foi condenado por crimes terroristas após uma investigação de 11 meses pelo Comando Antiterrorista. A declaração da polícia de Lincolnshire afirmou que “John tinha uma riqueza de material supremacista branco e anti-semita, bem como material relacionado à organização satanista chamada Ordem dos Nove Ângulos (ONA), que está cada vez mais sob o foco da aplicação da lei. ” Em outubro de 2021, o Facebook e o Instagram baniram o membro da O9A, E.A Koetting, cuja página tinha 128.000 assinantes por incitar assassinato. O Serviço de Inteligência de Segurança finlandês também destacou a O9A como fonte de radicalização e preocupação no país.

Abuso Sexual:

Alegações foram feitas por organizações antifascistas, vários políticos britânicos e a mídia de que o O9A tolera e incentiva o abuso sexual, e isso foi dado como uma das razões pelas quais o O9A deveria ser proscrito pelo governo britânico. Muitos membros da O9A veem abertamente o estupro como uma forma eficaz de minar a sociedade ao transgredir suas normas. A White Star Acception comete estupros por sua própria admissão e textos da O9A como “The Drectian Way”, “Iron Gates”, “Bluebird” e “The Rape Anthology” recomendam e elogiam o estupro e a pedofilia, até sugerindo que o estupro é necessário para “ascensão do Ubermensch”. Segundo a BBC News, “as autoridades estão preocupadas com o número de pedófilos associados à ONA”. Crianças de pelo menos 13 anos foram preparadas pelo grupo.

Ryan Fleming, da O9A nexion Drakon Covenant, com sede em Yorkshire, está atualmente na prisão pelo estupro de uma menina de 14 anos, depois de já ter sido condenado por agressão sexual e tortura de um menor. O membro da O9A, Andrew Dymock, que foi condenado por 15 crimes terroristas, também foi interrogado pela polícia sobre a agressão sexual de uma adolescente que tinha símbolos nazistas e ocultistas esculpidos em seu corpo. Em julho de 2020, outro membro da O9A, Jacek Tchorzewski, foi condenado pelo Harrow Crown Court por crimes de terrorismo e por possuir mais de 500 fotos e vídeos que retratavam crianças de seis anos sendo estupradas e necrofilia. Tchorzewski também possuía nazi e “literatura satanista retratando estupro e pedofilia”. O co-réu de Tchorzewski, Michal Szewczuk, “administrou um blog que incentivava o estupro e a tortura de oponentes, incluindo crianças pequenas” e também foi condenado a quatro anos de prisão por crimes terroristas. Ethan Melzer também pertencia a uma sala de bate-papo criptografada da O9A, onde os membros encorajavam uns aos outros a cometer violência sexual e compartilhavam vídeos desses estupros. Em novembro de 2019, um adolescente de Durham que, de acordo com a BBC News, adere ao “nazismo oculto” e “influenciado pela ONA, procurou se alterar de acordo com sua literatura” foi considerado culpado de preparar um ataque terrorista. Além dos crimes terroristas, ele é acusado de agredir sexualmente uma menina de 12 anos. Ele acabou sendo condenado por cinco agressões sexuais, além dos crimes de terrorismo.

Em março de 2020, um proeminente membro da O9A e ex-líder da Divisão Atomwaffen John Cameron Denton foi acusado pelos promotores de possuir e compartilhar pornografia infantil de abuso sexual de uma jovem menor de idade por seu grupo, além de fazer 134 ameaças de morte e bomba contra repórteres. e comunidades minoritárias. Em 2 de setembro de 2020, outro membro Harry Vaughan se declarou culpado de 14 crimes de terrorismo e posse de pornografia infantil. Uma busca policial em sua casa descobriu vídeos de estupros brutais de crianças, documentos mostrando como construir bombas, detonadores, armas de fogo e livros “satânicos, neonazistas” da ONA aconselhando estupro e assassinato. Além disso, ele foi descrito no Old Bailey como um entusiasta de armas de fogo e vivendo com suas duas irmãs no momento da prisão. Cinco finlandeses também foram presos por abusar sexualmente de várias crianças, segundo a polícia as atividades envolviam “nazismo e satanismo” e consumo de metanfetamina.

Em Montenegro:

O Astral Bone Gnawers Lodge (comumente conhecido como ABG Lodge) é uma afiliada da ONA (“nexion”) que opera nos Balcãs. Na comunidade virtual da ONA o ABG Lodge tem status de nexion de destaque, conhecido por seu projeto musical Dark Imperivm, bem como por seus ensaios polêmicos. Eles são um dos poucos nexions que fizeram e publicaram gravações de vários Cantos Sinistros da ONA.

A ABG Lodge está estruturada como uma sociedade secreta tradicional, liderada por uma matriarca conhecida como ‘Blood Mistress’. ABG Lodge relata que sua fundadora é ‘Zorya Aeterna’, que também é a atual força motriz por trás da organização. Os membros da Loja ABG afirmam que a loja também se baseia nas tradições herméticas e iniciaram sua própria igreja chamada Igreja Gnóstica de Cristo-Lúcifer.

A Ramificação The Legion Ave Satan:

Os Serviços de Segurança Federal da Rússia prenderam um grupo de satanistas em abril de 2020 em Krasnodar suspeitos de “chamadas públicas para realizar atividades extremistas”, incitação ao assassinato devido ao ódio religioso e racial e atividades criminosas contra mulheres. A polícia também apreendeu “material extremista” oculto durante as batidas. Eles pertenciam a um grupo chamado Legion Ave Satan, um capítulo da O9A, usando o Reichsadler nazista segurando um pentagrama e uma espada como seu símbolo. Em sua página VKontakte agora banida, eles reivindicaram nexions em todos os países da CEI, promoveram a O9A e se identificaram como seguidores do “satanismo tradicional” e da “fé pré-cristã”. Eles apareceram pela primeira vez na mídia russa em 2018, quando um adolescente incendiou uma igreja na República da Carélia. O adolescente expressou seu apoio à Legion Ave Satan no VKontakte e postou fotos usando uma máscara de caveira associada à Atomwaffen e à O9A. Ele foi enviado para tratamento psiquiátrico involuntário. O nexion local usava uma antiga granja de aves em Kondopoga para reuniões, e o grupo atraiu crianças para a prostituição de acordo com Moskovskij Komsomolets. Como é o caso em outros lugares, o grupo está conectado ao capítulo local da Atomwaffen. Quatro membros russos da Ordem dos Nove Ângulos foram presos por assassinatos rituais na Carélia e em São Petersburgo.

O LEGADO E A INFLUÊNCIA DA ONA:

A principal influência da ONA não está no grupo em si, mas no lançamento prolífico de material escrito. De acordo com Senholt, “a ONA produziu mais material sobre os aspectos práticos e teóricos da magia, bem como mais textos ideológicos sobre o satanismo e o Caminho da Mão Esquerda em geral, do que grupos maiores como a Igreja de Satã e o Templo of Set produziu em conjunto o que torna a ONA um importante ator na discussão teórica do que é e deve ser o Caminho da Mão Esquerda e o Satanismo de acordo com os praticantes”.

Esses escritos foram inicialmente distribuídos para outros grupos satanistas e neonazistas, embora com o desenvolvimento da Internet isso também tenha sido usado como meio para propagar seus escritos, com Monette afirmando que eles alcançaram “uma presença considerável no ciberespaço oculto”, e tornando-se assim “um dos grupos mais proeminentes do Caminho da Mão Esquerda em virtude de sua presença pública”. Muitos desses escritos foram então reproduzidos por outros grupos. Kaplan considerou a ONA como “uma importante fonte de ideologia/teologia satânica” para “a margem ocultista do nacional-socialismo”, ou seja, grupos neonazistas como a Ordem Negra. O grupo ganhou maior atenção após o crescimento do interesse público no impacto de Myatt em grupos terroristas durante a Guerra ao Terror nos anos 2000. O historiador do esoterismo Dave Evans afirmou que a ONA era “digna de uma tese de doutorado inteira”, enquanto Senholt afirmou que seria “potencialmente perigoso ignorar esses fanáticos, por mais limitados que sejam seus números”.

Na Música e na Literatura:

A influência da ONA estende-se a algumas bandas de black metal como Hvile I Kaos, que segundo uma reportagem da secção de música do LA Weekly, “atribuem o seu propósito e temas às filosofias da Ordem dos Nove Ângulos”, embora a partir de dezembro de 2018 o a banda não está mais envolvida com a ONA. A banda francesa Aosoth tem o nome de uma divindade O9A e tem influência lírica direta do O9A. O álbum Intra NAOS da banda italiana Altar of Perversion tem o nome do ensaio O9A NAOS: A Practical Guide to Modern Magick e mostra o próprio caminho dos membros da banda através do Numminous Way. Algumas músicas associadas ao O9A também foram controversas; The Quietus publicou uma série de artigos durante 2018 explorando as conexões entre a política de extrema direita, a música e a ONA. Filósofo inglês, contista de terror e “pai do aceleracionismo” Nick Land também promoveu o grupo em seus escritos.

Na série de romances de Jack Nightingale de Stephen Leather, uma satânica “Ordem dos Nove Ângulos” são os principais antagonistas. Da mesma forma, um grupo satânico fictício chamado “Ordem dos Nove Anjos” aparece no romance de 2013 de Conrad Jones, Child for the Devil. Em outro de seus romances, Black Angel, Jones incluiu uma página intitulada “Informações Adicionais” dando um aviso sobre a Ordem dos Nove Ângulos.

No primeiro episódio da história em quadrinhos Zenith a antagonista Greta Haas, uma ocultista nazista, realiza um ato demoníaco chamado “O Ritual dos Nove Ângulos”.

Nota:

A ONA usou o termo Satanismo Tradicional em seu Black Book of Satan (Livro Negro de Satã), publicado em 1984. Desde o estabelecimento da ONA, o termo “Satanismo Tradicional” também foi adotado por grupos satanistas teístas como a Brotherhood of Satan (Irmandade de Satã). Faxneld sugeriu que a adoção da palavra “tradicional” pela Ordem possivelmente refletiu uma “estratégia consciente para construir legitimidade”, remetendo à “sabedoria antiga arcana” de uma maneira deliberadamente distinta da maneira pela qual Anton LaVey procurou ganhar legitimidade para sua Igreja de Satã  apelando para a racionalidade, ciência e seu próprio carisma pessoal. Em outro lugar, Faxneld sugeriu que o uso do “satanismo tradicional” pela ONA para se diferenciar das formas dominantes de satanismo tinha comparações com a forma como aqueles que se descrevem como praticantes de “feitiçaria tradicional” o fazem para distinguir suas práticas mágico-religiosas da forma dominante de bruxaria moderna, Wicca. Segundo Anton Long, escrevendo no texto Selling Water By The River “O Satanismo Tradicional é um termo usado para descrever o caminho sinistro que durante séculos foi ensinado individualmente… A este caminho pertence o Sistema Setenário, o Canto Esotérico e o treinamento abrangente de noviços (incluindo o desenvolvimento do lado físico) e, mais importante, o sistema interno de magia (os Rituais de Grau etc.).”

Dados da ONA:

A ONA foi fundada em Shropshire, no Reino Unido. Ela tem estado em atividade dos anos 1960 até os dias de hoje. Ela possui grupos na Europa, Rússia, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Seus quartéis-generais estão localizados em: Shropshire (Reino Unido), Carolina do Sul (EUA), Carélia (Rússia), Colúmbia Britânica (Canadá) e Tampere (Finlândia).

À ONA são atribuídas as seguintes atividades criminais: Terrorismo de supremacia branca, abusos sexuais, abuso sexual infantil e prostituição infantil.

Os supostos aliados da ONA são: Atomwaffen Division, Black Order, Combat 18, National Action e Nordic Resistance Movement. A ONA tem como rivais a Igreja de Satã e o Templo de Set.

Os membros mais notáveis da ONA são: Jarrett Smith, Garron Helm, Jacek Tchorzewski, Andrew Dymock, Ethan Melzer, Nikola Poleksić e Mirna Nikčević.

***

Referências:

Baddeley, Gavin (2010). Lucifer Rising: Sin, Devil Worship & Rock n’ Roll (third ed.). London: Plexus. ISBN 978-0-85965-455-5.

Evans, Dave (2007). The History of British Magick After Crowley. n.p.: Hidden Publishing. ISBN 978-0-9555237-0-0.

Faxneld, Per (2013a). “Post-Satanism, Left-Hand Paths, and Beyond: Visiting the Margins”. The Devil’s Party: Satanism in Modernity. Per Faxneld and Jesper Aagaard Petersen (editors). Oxford: Oxford University Press. pp. 205–208. ISBN 978-0-19-977924-6.

Faxneld, Per (2013b). “Secret Lineages and De Facto Satanists: Anton LaVey’s Use of Esoteric Tradition”. Contemporary Esotericism. Egil Asprem and Kennet Granholm (editors). Durham: Acumen. pp. 72–90. ISBN 978-1-317-54357-2.

Faxneld, Per; Petersen, Jesper Aagaard (2013). “Introduction: At the Devil’s Crossroads”. The Devil’s Party: Satanism in Modernity. Per Faxneld and Jesper Aagaard Petersen (editors). Oxford: Oxford University Press. pp. 3–18. ISBN 978-0-19-977924-6.

Gardell, Matthias (2003). Gods of the Blood: The Pagan Revival and White Separatism. Durham and London: Duke University Press. ISBN 978-0-8223-3071-4.

Goodrick-Clarke, Nicholas (2003). Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism, and the Politics of Identity. New York: New York University Press. ISBN 978-0-8147-3155-0.

Harvey, Graham (1995). “Satanism in Britain Today”. Journal of Contemporary Religion. 10 (3): 283–296. doi:10.1080/13537909508580747.

Introvigne, Massimo (2016). Satanism: A Social History. Leiden and Boston: Brill. ISBN 978-9004288287.

Kaplan, Jeffrey (1998). “Religiosity and the Radical Right: Toward the Creation of a New Ethnic Identity”. Nation and Race: The Developing Euro-American Racist Subculture. Jeffrey Kaplan and Tore Bjørgo (editors). Northeastern University Press. pp. 102–125. ISBN 978-1-55553-331-1.

Kaplan, Jeffrey (2000). “Order of Nine Angles”. Encyclopedia of White Power: A Sourcebook on the Radical Racist Right. Jeffrey Kaplan (editor). Lanham: AltaMira Press. pp. 235–238. ISBN 978-0-7425-0340-3.

Kaplan, Jeffrey; Weinberg, Leonard (1998). The Emergence of a Euro-American Radical Right. New Brunswick: Rutgers University Press. ISBN 978-0-8135-2564-8.

Monette, Connell (2013). Mysticism in the 21st Century. Wilsonville, Oregon: Sirius Academic Press. ISBN 978-1-940964-00-3.

ONA (2015). “Guide To The Order Of Nine Angles” (PDF). Archived from the original (PDF) on 2015-09-23. Retrieved 2015-08-26.

ONA (2011). “Magian Occultism and The Sinister Way” (PDF). Archived from the original (PDF) on 2016-11-16. Retrieved 2016-07-04.

Petersen, Jesper Aagaard (2014). “Carnal, Chthonian, Complicated: The Matter of Modern Satanism”. Controversial New Religions. James R. Lewis, Jesper Aagaard Petersen (editors) (second ed.). pp. 399–434. ISBN 978-0-19-931531-4.

Long, Anton (1992a). The Satanic Letters of Stephen Brown, Volume I. Shrewsbury, Shropshire: Thormynd Press.

Long, Anton (1992c). Hostia, Volume I. Shrewsbury, Shropshire: Thormynd Press.

Perlmutter, Dawn (2016-05-25). “Skandalon 2001: The Religious Practices of Modern Satanists and Terrorists”. Anthropoetics. VII (2). Archived from the original on 2008-07-09. Retrieved 2007-07-09.

Perlmutter, Dawn (Fall 2003 – Winter 2004). “The Forensics of Sacrifice: A Symbolic Analysis of Ritualistic Crime”. Anthropoetics. IX (2).

Ryan, Nick (2003). Homeland: Into a World of Hate. Edinburgh and London: Mainstream Publishing. ISBN 978-1-84018-465-5.

Senholt, Jacob C. (2013). “Secret Identities in the Sinister Tradition: Political Esotericism and the Convergence of Radical Islam, Satanism, and National Socialism in the Order of Nine Angles”. The Devil’s Party: Satanism in Modernity. Per Faxneld and Jesper Aagaard Petersen (editors). Oxford: Oxford University Press. pp. 250–274. ISBN 978-0-19-977924-6.

Senholt, Jacob C. (2009). “The Sinister Tradition” (PDF). Archived from the original (PDF) on 2016-11-16. Retrieved 2016-07-04.

Sieg, George (2013). “Angular Momentum: From Traditional to Progressive Satanism in the Order of Nine Angles”. International Journal for the Study of New Religions. 4 (2): 251–283. doi:10.1558/ijsnr.v4i2.251.

Weitzmann, Mark (2010). “Anti-Semitism and Terrorism on the Electronic Highway”. Terrorism and the Internet: Threats, Target Groups, Deradicalisation Strategies. NATO Science for Peace and Security Series. Hans-Liudger Diniel (editor). Amsterdam: IOS Press. pp. 7–26. ISBN 978-1-60750-536-5.

Wessinger, Catherine Lowman (2000). Millennialism, Persecution, and Violence. Syracuse, New York: Syracuse University Press. ISBN 0-8156-0599-4.

Order of Nine Angles blog

Fenrir. Journal of Satanism and the Sinister

O9A Archive. An Archive of the Order of Nine Angles

***

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/satanismo/a-historia-e-as-polemicas-da-ordem-dos-nove-angulos/

Entrevistas e Palestras de Agosto/2020

Bate-Papo Mayhem #049 – Com Franz Meier – Kimbanda Malei
https://youtu.be/_EYT_pw_Gy8

Bate-Papo Mayhem #050 – Com Aluisio Cabianca (IFD) – A História do Martinismo
https://youtu.be/DYpaVzV5AkI

Bate-Papo Mayhem #051 – Com Claudio Ramos – A História da Bruxaria Moderna: Gardner, Doreen e Alexanders
https://youtu.be/OV8Efkub66Q

Bate-Papo Mayhem #052 – Com Samuel Souza de Paula – Espiritualidade Xamânica
https://youtu.be/-izFiFfhaGs

Bate-Papo Mayhem #053 – Com Vinicius de Mello Rosa – Todas as Magias são Magia do Caos
https://youtu.be/pOMG6yyYCqk

Bate-Papo Mayhem #054 – Com Anderson Silvério – Os Cavaleiros Templários e seu legado na Maçonaria
https://youtu.be/gCgPv-4sL1k

Bate-Papo Mayhem #055 – Com Frater Iskuros – A História da Ordo Saturni: O Caminho Saturniano
https://youtu.be/N22Bnbdgzss

Bate-Papo Mayhem #056 – Com Mario Filho – A Convivência de dois Mundos: Islamismo e a Umbanda Omoloko
https://youtu.be/kNHYJ44NtJ4

Bate-Papo Mayhem #057 – Com Samuel Aguilare Ibarra – Serenissimo Gran Maestro – Esoterismo e Maçonaria no México
https://youtu.be/JMJc5NGyp8Q

Bate-Papo Mayhem #058 – Com Chrystian Revelles – Saint Martin, Jacob Boehme: O Martinismo e a Alma do Mundo
https://youtu.be/deXzAtOPECU

Bate-Papo Mayhem #059 – Com Waldir Persona – Umbanda de Raiz
https://youtu.be/MZRDjpOQOLI

Bate-Papo Mayhem #060 – Com Cesar Mingardi – As Origens da Maçonaria na Vertente Inglesa
https://youtu.be/dr1lWmIOYLA

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/entrevistas-e-palestras-de-agosto-2020

Evolucionismo, o Conto de Fadas de Darwin

Todos nós fomos presos em uma fábula sem saber. Todos vivemos um conto de fadas sem nos atentarmos a isso, acreditamos que ele seja real. Sempre que…

Ok, você já leu o título do artigo, na verdade clicou nele para chegar aqui, vamos deixar o melodrama introdutório de lado. Na verdade, ao contrário do que possa parecer, este texto não tem como objetivo mostrar como Darwin está errado, como seus seguidores levaram o naturalismo ao patamar de uma religião e como os evolucionistas querem dominar o mundo. Este texto está sendo escrito apenas para mostrar como Darwin e o Darwinismo não estão certos.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOHHHHHHHH!

Breque sua mente agora. Antes que qualquer idéia de Deus não existe, Monstro do Espaguete Voador, Eles Vs Nós continue a se desenvolver. A genética é uma ciência séria e bem desenvolvida. Milhões e mais milhões de dinheiros são gastos a todo o instante com ela para provar. Existem centenas e milhares de terabytes de códigos genéticos armazenados em arquivos de computadores e graças a ela você pode dizer hoje que o seu segundo dedo do pé ser maior do que o seu dedão é uma lembrença de seus antepassados egípcios. Mas o que muitos se esquecem é que a genética é uma ferramenta, apenas isso, não uma verdade final e nem algo que nos ajude a descobrir algo sobre o surgimento da vida, que parece ser o uso que estão dando para ela nos dias de hoje, a genética e a biologia sendo usadas como forma de confirmar o evolucionismo, e isso é engraçado, já que não existem provas de que a evolução exista.

Agora acredito que podemos começar com o texto de fato, e assim sendo vamos começar estabelecendo uma base comum para podermos dialogar; vamos, por assim dizer, nos familiarizar com alguns termos e conceitos para tentar eliminar o máximo possível de futuros desentendimentos. Se você é um “cético-ateu-materialista” já devo ter ganhado seu ódio a essa altura do texto. Mas como você ainda está lendo, há esperança. Comporte-se e no final ganhará uma banana.

 

Religião Vs Ciência, o vencedor é…

 

Acredito que uma das maiores frustrações dos ateus brasileiros é não haver por aqui o fundamentalismo religioso que existe em outras partes do mundo (Especialmente nos países mais primitivos como Estados Unidos e Afeganistão). Nestes lugares a religião ou tem o posto de política ou faz parte do cerne político. Aqui no Brasil não. Claro que terá gente gritando “COMO NÃO? VOCÊ NÃO ASSISTE TELEVISÃO? NÃO LÊ JORNAL?”. Respondo que não, prefiro estragar meu cérebro com algo mais saudável, como fumar meio quilo de metanfetamina por dia, do que com nossa mídia privada[1], e então novamente respondo que mesmo tendo evangélicos se elegendo deputados, tendo a igreja pressionando leis anti-aborto, religiosos pedófilos e romarias a Nossa-Senhora Aparecida todo ano no aniversário de Aleister Crowley, nossa religião é como nosso carnaval, um bando de bundões pra cima e pra baixo. Eymael, o democrata cristão tenta se eleger ha décadas, ele até mudou o jingle de sua campanha agora. Mas o máximo que temos são religiosos que de vez em quando falam que homossexualismo é doença, que roubam sem parar aqueles que querem ser roubados e que fazem passeatas pela paulista. Por Deus, pare para pensar que neste país, a pessoa que se diz a encarnação de Jesus Cristo é um senhor que aparece na televisão jogando boliche e sinuca, ele não está construindo o maior Templo religioso do mundo, nem pedindo para enviarem dinheiro para ele. Se parar para ver ele inclusive fala mal do que hoje os ateus consideram ser o cristianismo.

Assim a igreja aqui é mulata, tem seus altos e baixos, mas como toda empresa que não quer perder sua fatia do mercado. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem regiões conhecidas como Cinturões da Bíblia – Bible Belts – onde o protestantismo é levado a ferro e fogo. O filme Footloose aqui pode ser uma prova de que Kevin Bacon talvez dance melhor do que atue, lá isso é realidade. Aqui quando dizem que vão obrigar escolas a ter uma bíblia não se compara com o que acontece lá quando falam que vão tirar biologia do currículo escolar. Como no caso de Galileu, e mais para frente vamos voltar a isso, aqueles que de fato foram contra a sua idéia não foram os religiosos, foram os outros cientistas de sua época. Nos EUA, quando descem uma lei religiosa não é a igreja se impondo, são os cidadãos pedindo. Aqui uma playboy de uma bela mulher nua carregando um crucifixo pode deixar pessoas bravas, no Irã um livro sem imagens pode causar uma ordem política de morte do escritor. Nos EUA, em contra partida, as pessoas acham divertido queimar livros sagrados para mostrar como a religião está ultrapassada no melhor estilo nazista, Deus pode não existir para ficar bravo com eles, mas Hitler, se estivesse vivo, com certeza ficaria orgulhoso.

Desta forma, ser ateu no brasil é meio sem graça, da mesma forma que foi ser um hippie aqui nos anos 1960 e 1970, a tropicália podia ser boa, mas nunca foi um Woodstock. Hoje alguém dizer, por aqui, que é discriminado por ser ateu é um berro por atenção. E não digo isso da boca para fora. Já fui contratado em empresas grandes e tradicionais mesmo afirmando que era Satanista na entrevista de emprego. Se ateus sofrem discriminação, imaginem satanistas. Mas não aconteceu nada. É por isso que campanhas atéias em ônibus neste país nunca passarão de mera curiosidade. Assim, a primeira coisa que os ateus devem fazer é ter em mente que seu ateísmo deveria afetar apenas a si mesmos. Ser agressivos em relação à religião apenas torna uma crença que deveria ser arreligiosa em uma crença religiosa – “Minha fé é que Deus não existe”.

Por outro lado, religião não é catolicismo, cristianismo e islamismo. Os judeus se deram bem nessa porque uma pessoa que fale do judaísmo da mesma forma que se costumam falar de suas duas religiões irmãs é tachada de anti-semita e isso é muito feio hoje em dia. No Brasil de fato é pior ser anti-semita assumido do que ateu assumido, nessa os nazistas levaram a melhor, eles tem uma discriminação real em cima deles. A religião é simplesmente o meio que um indivíduo tem de se re ligar ao que considera sagrado. A própria palavra religião de deriva de religare.

Mas esse sagrado é Deus?

No caso dos Judeus, Cristãos, Mulçumanos, Rastafaris, Bahais, etc. sim. No caso do paganismo esse sagrado é uma mulher. No caso dos Satanistas esse sagrado é seu próprio ego satânico. No caso do Budismo é a iluminação interior. Para os Xintoistas são os antepassados, a natureza e várias deidades. No caso dos pitagóricos eram números, no caso de alguns é a música, de outros é a matemática. No caso do Morbitvs é aquela coisa que ele esconde naquela caixinha preta. Nem toda religião precisa de um Deus, e nem todo Deus é um senhor de barbas que fica bravo cada vez que você se masturba. Einsten disse certa vez que “todo aquele que está seriamente envolvido na busca da ciência se torna convencido de que um espírito está manifesto nas leis do universo, um espírito muito superior ao do homem, um espírito diante do qual nós, com nossos modestos poderes, devemos nos sentir humildes”.

Da mesma maneira que é fácil confundir religião com “Deus”, é fácil se confundir ciência com método científico. Enquanto o método científico é uma série de procedimentos pelo qual uma experiência é repetida na busca de um resultado – se depois de vários experimentos o resultado se repete então a experiência comprova ou desprova algo. O método científico necessita rigor, um rigor tão fundamental e sério que muitos cientistas acabam forjando resultados para conseguir comprovar idéias, conseguir fundos, ou mais fundos para suas pesquisas e fama. Neste aspecto cientistas não são diferentes de pastores evangélicos, independente de alguma coisa que queiram vender para os outros, também podem fazer de tudo para encher suas cuecas de dinheiro.

Já a ciência representa o conhecimento. Assim como religião se deriva de uma palavra latina, neste caso scientia. A ciência é o meio que um indivíduo tem de se ligar a uma fonte de conhecimento. E assim como os protestantes afirmam que os católicos são o diabo, que os mulçumanos juraram acabar com os infiéis cristãos e que todo mundo já tentou dar um fim ao judaísmo, as diferentes áreas da ciência adoram se atacar umas às outras. A alopatia desdenha a homeopatia, os físicos tiravam sarro de quem defendia que o universo era formado por cordas, os astrônomos gritam que ufologia é a maior fraude de todas e nenhum cientista sério leva os estudos parapsicológicos a sério. Para cada Aiatolá mulçumano que condena escritores à morte em nome da religião temos um doutor Menguele injetando tinta nos olhos de pessoas despertas em nome da ciência. Isso nos mostra que nem todo mundo sabe de fato o que é religião nem ciência, assustadoramente que nem aqueles que hoje representam a religião e a ciência parecem saber o que significa aquilo que representam.

Assim da mesma forma que é mister que se compreenda que a religião não está dentro de uma igreja e sim a igreja está dentro da religião, a ciência não está dentro de um laboratório, o laboratório está dentro da ciência. E já que Einstein foi citado uma vez, citê-mo-lo mais uma:

“Ciência sem religião é manca. Religião sem ciência é cega.”

Hoje um encontro dos mais estimados porta-vozes de ambos os lados não passa de um confronto de gente que não anda direito com gente que não sabe pra que lado deve xingar. Mas as coisas estão começando a mudar.

 

Evolucionismo Vs Criacionismo, o vencedor é…

Existe uma expressão muito interessante que, embora usada raramente em português, é bem popular nos países de língua inglesa: Cuidado para não jogar fora o bebê junto com a água do banho. O termo em inglês “Throw out the baby with the bath water” chegou a ser usado por Martin Luther em seus discursos, mas ele é ainda mais popular entre os alemães como Johannes Kepler, Johann Wolfgang von Goethe, Otto von Bismarck, Thomas Mann and Günter Grass já mostraram. A expressão deriva-se de um provérbio alemão “das Kind mit dem Bade ausschütten” e tem sua versão impressa mais antiga no livro Narrenbeschwörung de Thomas Murner, publicado em 1512. O livro de Murner traz uma ilustração de uma mãe jogando fora uma criança junto com a água suja do banho[2].

Essa expressão sugere que devemos nos livrar de erros onde algo bom é eliminado com algo supérfluo, ou pior: onde algo essencial é descartado enquanto o supérfluo é mantido. Ambas as sugestões se encaixam como uma luva aqui. A discussão de Evolucionismo Vs Criacionismo deixou o objetivo de tentar se chegar ao conhecimento sobre a vida (sua origem e seu desenvolvimento) e se tornou um braço de ferro para se provar se Deus existe ou não!

Novamente o Brasil ficou parcialmente de fora dessa discussão, que teve seu campo de batalha em solo estadunidense e se espalhou para as terras de sua antiga senhora, a Inglaterra tomando as dores da antiga colônia. Toda vez que esse assunto surge no Brasil ele é mostrado como um ignorante discutindo com um alucinado, esse assunto dificilmente encontra solo cultural para se desenvolver aqui, mas os religiosos-mirins e os pseudo-céticos adoram discuti-lo como se fosse a bolacha mais saborosa do pacote.

Na prática o que acontece é que nos EUA os religiosos e os cientistas entraram em guerra e se perderam nos detalhes, deixando o assunto principal para trás. O nome de Darwin é usado como exemplo de um herói, mesmo seu Darwinismo tendo sido revisado e corrigido até se tornar algo diverso do que ele havia proposto da mesma forma que Deus é evocado na esperança de lavar a terra dos pagãos com um novo dilúvio – ignorando que no capítulo da Bíblia que descreve como Ele criou a vida, Ele era retratado como uma presença física que fazia barulho quando caminhava e tinha uma presença real como a das árvores.

Tecnicamente o que ambas as teorias defendem são coisas diferentes. Uma defende que a vida não surgiu no planeta como resultado de acasos químicos e elétricos, a outra defende que a vida uma vez presente se adapta ao meio ambiente. Na verdade as duas poderiam se complementar, mas como todo mundo tem um lado racista esperando um motivo para brotar, os defensores de ambas as filosofias se atacam e consideram a existência do oponente um crime contra a própria fé.

Agora vejamos o centro da discussão:

“Hoje eu existo, e acesso a internet. Existem outros como eu que também acessam. Meu cão não acessa a internet nem tem diploma. Um macaco pode acessar a internet e jogar pac-man, mas ele fede mais do que eu e é mais peludo. Me convenço que existem criaturas inferiores a mim e como sou eu que estou pensando não admito nenhuma superior. De onde veio isso tudo?”

No início, milhares e milhares de anos atrás, as pessoas não possuíam a nossa tecnologia mas possuíam nossa curiosidade. Tentando explicar a vida diferentes povos chegavam a diferentes conclusões.

Os Antigos Egípcios diziam que no início havia apenas trevas e a água primordial Num, uma espécie de oceano, que continha todos os germes da vida. Surgiu então a forma suprema Khepera, que se criou a sim mesmo pronuncinado o próprio nome, Atum. Dele vieram o Ar Seco e o Ar Úmido, que deram origem ao céu e às águas, surgiram então a Terra Seca e o Céu. O mundo e a vida teriam surgido da união do céu com a terra.

Os Gregos diziam que no início havia o Caos, dele surgiu Ébero, a parte mais profunda do submundo, e Nyx a noite. Deles vieram o Ar e o Dia. Veio Gaia, a terra, que seria a base em que todas as coisas vivas tem sua origem. Urano, o céu, se casou com Gaia, a terra e deram origem a todas as criaturas.

O mito Abrahâmico diz que no princípio Deus criou o céu e a terra. A terra era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo. O espírito de Deus se movia sobre as águas. Deus diz Faça-se a Luz e houve a luz. Então houve a separação das águas, criando o firmamento e os oceanos. Dos oceanos veio a terra seca. Da terra seca veio a vida.

Essas e incontáveis outras idéias pré século XVII acabam, em sua maioria, apontando para um princípio antes do princípio onde reinava o Caos, as Trevas, a Escuridão. De lá um princípio criador se fez, alguns o identificam com um princípio masculino, outros feminino, alguns como um casal e ainda aqueles que dizem que esse princípio era impessoal. Dai houve uma separação, as águas do céu e as águas da terra, e das águas da terra surgiram as porções de terreno seco. E da união do céu e da terra veio a vida.

Em alguns casos, antes do surgimento da matéria propriamente dita há uma explosão, um fogo insuportável, uma luz. E então tudo surge. Lembre-se que essas idéias tem sua origem há mais de 2000 anos atrás, quando espectrômetros, radares, medidores de microondas ainda não existiam – se vamos acreditar nos antropólogos e arqueólogos de plantão.

E então no século XX surge uma nova idéia que curiosamente se originou dos trabalhos de um padre católico. Em 1927 Georges Lemaitre, trabalhando com as equações de campo de Einstein chegou a algumas equações interessantes que mostravam que os desvios espectrais observados em nebulosas se deviam a uma expansão do universo. Se o universo estava se expandido algo devia ter acontecido, como uma grande explosão. Mas o que teria explodido? Um átomo primordial foi a resposta. Dois anos depois Edwin Hubble forneceu bases observacionais para a teoria de Lamaitre.

De acordo com a crença do Big-Bang, não há como se descrever o que havia antes, acredita-se que nem espaço nem tempo. Então algo explodiu, talvez uma uma concentração de matéria e energia extremamente densa e quente, e então essa explosão cria nuvens de matéria que se tornam densas. Se separam da matéria mais esparsa do universo formando estrelas e planetas. Os planetas se solidificam, e no caso da terra, assim que a massa gasosa se torna uma esfera sólida, ela se cobre de água e nuvens de vapor, com o tempo surge a terra seca desse oceano primevo e a vida surge no planeta. Hoje o Big-Bang evoluiu para novas teorias como a teoria que o nosso universo é criado quando duas membranas se chocam e energia vira energia + matéria e a história segue dai.

Todas essas histórias são ótimas para explicar o surgimento do universo, dos planetas e daquilo que nos cerca. Mas todas falham ao chegar no cerne da questão: o surgimento da vida!

O criacionismo, em sua pluralidade, afirma que a vida não brota do nada, ela precisa de um princípio criador para surgir.

O evolucionismo, proposto por Darwin, aponta que a vida evolui, mas não tem nada a ver com a origem da vida, a não ser em um aspecto distante e filosófico: se seres complexos evoluem de seres mais simples, qual teria sido o primeiro ser?

Assim os estudos científicos da origem da vida acabam envolvendo mais de uma área da ciência: química, biologia, física, astronomia e geologia. Grande parte dos evolucionistas acabam sendo os biólogos. Por algum motivo a ciência tropeçou na religião que tropeçou na ciência que tropeçou na religião e criou-se um debate que perdura hoje, principalmente nos EUA, praticamente por birra. Em teoria, enquanto o evolucionismo afirma que no momento em que a vida surge ela evolui, o criacionismo defende que um princípio criador é necessário para que se haja vida. Na prática o que acontece é que protestantes radicais ficam trocando insultos com ateus radicais e ninguém nunca chegará a lugar nenhum. Mancos tentando alcançar cegos que não sabem para que lado correr.

 

 

Surge a vida – e uma vaga idéia sobre mudança

 

Ninguém sabe como a vida surgiu. Para sermos sinceros ninguém sabe o que é a vida e como classificar um ser vivo. A vida em si é um conceito que admite mais de uma definição. Podemos dizer que vida é o período entre o nascimento e a morte de um organismo ou então aquilo que torna um ser vivo algo vivo. Mesmo na biologia há confusão, se considerando algo como “ser vivo” se esse algo demonstra pelo menos uma vez durante sua existência os seguintes fenômenos:

– Crescimento, produção de novas células;
– Metabolismo, consumo, transformação e armazenamento de energia e massa; crescimento por absorção e reorganização de massa; excreção de desperdício;
– Movimento, quer movimento próprio ou movimento interno;
– Reprodução, a capacidade de gerar entidades semelhantes a si própria;
– Resposta a estímulos, a capacidade de avaliar as propriedades do ambiente que a rodeia e de agir em resposta a determinadas condições.

O problema com essas definições é que existem exemplos que as tornam insatisfatórias:

– Um fungo é um ser vivo

Se adicionarmos o requisito de limitação espacial, através da presença de alguma estrutura que delimite a extensão espacial do ser vivo, como por exemplo a membrana celular. O problema com isso é que surgem novos problemas na definição de indivíduo em organismos como a maioria dos fungos e certas plantas herbáceas.

– As estrelas são seres vivos

Por motivos semelhantes aos do fungo.

– O fogo é um ser vivo.

Por motivos semelhantes a estrelas. O fogo nasce, cresce, se reproduz assexuadamente, possui um metabolismo (oxida), tem movimento e responde a estímulos externos. Como um rato ou um rapper ele até mesmo morre se você tira seu ar. Na verdade em alguns momentos da história (como na Pérsia Antiga) as pessoas tinham até fogo de estimação.

– Vírus e afins não são seres vivos porque não crescem e não se conseguem reproduzir fora da célula hospedeira

Mas muitos parasitas externos, que são considerados seres vivos, levantam problemas semelhantes.

Assim não há como saber exatamente o que podemos considerar algo vivo e, assim sendo, não há como apontarmos se a vida pode se originar de matéria sem vida ou não. Mas do momento em que a vida surge ela passa a se comportar de uma maneira previsível, ou não.

O evolucionismo sugere apenas uma resposta para algumas perguntas interessantes: De onde viemos? Por que existe tanta variedade de coisas no mundo? Por que uma pessoa é tão diferente de um coelho, embora tenham tanto em comum?Tecnicamente tudo o que o evolucionismo afirma é que as espécies podem sofrer transformações ao longo do tempo. Ele é um conto de fadas como todos os outros que temos e até que tenhamos alguma evidência da origem da vida continuará assim. Para entender isso vamos mergulhar na história da evolução.

A teoria da evolução das espécies teve seu primeiro defensor em um senhor que ficou conhecido por suas longas barbas, sua cabeça calva e suas roupas exóticas. Ele viveu do outro lado do oceano no século VI antes de Cristo e se chamava Anaximandro. Em sua época ele defendeu que os organismos vivos se transformam gradualmente a partir da água graças à ação do calor até que se formam as formas mais complexas e que o Homem tem a sua origem em animais de outro tipo. Demócrito, outro grego clássico, defendeu no século V antes de Cristo que as formas de vida mais simples tinham origem no “lodo primordial”.

Essa idéia voltou a surgir mais de dois mil anos depois nos trabalhos de George-Louis Leclerc no século XVIII, que permitiram o surgimento da ideia de “Transformismo”, onde se admite que as diferentes espécies derivam uma das outras por degeneração num processo lento e progressivo, existindo espécies intermediárias até surgirem as formas atuais. Leclerc afirmava que as condições ambientais a que as espécies estavam sujeitas eram fundamentais ao processo de degeneração, criando a necessidade da noção de tempo geológico em suas idéias. Outro europeu do século XVIII que trabalhou com a idéia do transformismo foi Pierre Louis Maupertuis, que acreditava que as espécies resultavam de uma seleção provocada pelo meio ambiente resultando na infinidade de seres vivos existentes.

Ainda no século XVIII outra área da ciência surge para influenciar a visão da evolução da vida. Em 1778, James Hutton publica o livro Theory of the Earth, Teoria da Terra, um tratado sobre os fenômenos geológicos onde estabelece uma idade para a Terra, bastante superior àquela admitida até então, e defende que as forças naturais de hoje são as mesmas desde sempre, isto é, os fenômenos geológicos repetem-se ao longo da história da Terra. No século XIX Charles Lyell, um geólogo britânico, desenvolve o trabalho de Hutton concluindo que:

  • as leis naturais são constantes no espaço e no tempo;
  • a maioria das alterações geológicas dá-se de forma lenta e gradual.

O que Lyell fez foi lançar a idéia de que a natureza avançava, mudava, de forma gradual e assim, mesmo contra a sua vontade, sua teoria acabou servindo de mais combustível para a discussão sobre a evolução biológica.

E assim se abrem as portas para Lamark, Wallace e Darwin.

 

Surge Darwin

 

Charles Darwin nasceu em Shrewsbury, Inglaterra, em 12 de fevereiro de 1809, pertencente à proeminente e abastada família Darwin-Wedgwood e à elite intelectual da época. Desde jovem mostrou interesse por história natural, antes de se tornar um naturalista famoso atendeu a um curso de medicina, que abandonou por causa da brutalidade médica da época – e a um de teologia. Terminado o curso de Teologia Darwin não desejou ser ordenado imediatamente, desejando conhecer o mundo antes. Foi então que embarcou em sua famosa viagem de 5 anos a bordo do Beagle, as anotações e estudos que fez à época lhe trouxeram reconhecimento como geólogo e fama como escritor. As observações da natureza que coletou durante a vida, até então, ao estudo da diversificação das espécie.

Darwin tinha plena consciência de que outros antes dele haviam publicado idéias que sugeriam que a vida evoluia e se adaptava, e todos haviam sido punidos de forma severa por defender aquele tipo de idéia, por isso ele apenas compartilhou suas hipóteses com amigos próximos e continuou a desenvolver suas pesquisas tentando antecipar possíveis ataques de críticos a suas idéias. Em 1859 publica A Origem das Espécies, onde introduz a idéia de evolução a partir de um ancestral comum graças ao mecanismo da seleção natural. E então o mundo enlouqueceu.

Hoje muito se discute sobre a posição religiosa de Darwin, como ele pulou de um brilhante estudante de teologia para um ateu que não via mais sentido na bíblia ou em Deus. Supostamente seus estudos eram tão contundentes de que a vida não precisava de um Deus que isso acabou com a tolice que era sua religião. Outros dizem que com a morte de sua filha ele ficou recentido com um Criador capaz de algo tão mesquinho quanto a morte de uma criança inocente.

Tudo isso, é claro, é totalmente irrelevante para sua teoria da evolução. Se algo é verdade, não importa o mensageiro que distribui a mensagem, a mensagem é que se torna relevante. O que é de fato relevante é que Darwin tinha em mãos as ferramentas de sua época para realizar suas pesquisas, o que ele fazia como um cientista “bona fide”. Vejamos então no que consiste o trabalho que ele desenvolveu.

Darwin não criou uma teoria, ele trabalhou com várias. Suas teorias consistiam de sete hipóteses principais, sendo apenas duas e meia originais:

– Transmutação das Espécies

– Luta pela Sobrevivência

– Descendência Comum

– Especiação Biogeográfica

– Seleção Natural

– Seleção Sexual

– Hereditariedade – Uso e Desuso e Pangênesis

  • 1. Transmutacionismo (também chamado de Descendente Modificado por Darwin)Na Grécia antiga, se formulou a idéia de que espécies eram entidades fixas, imutáveis. Platão, observando as variações dentro das espécies, concluiu que estas eram imperfeições, e o imutável seria a essência do organismo, idêntica para todos membros de uma mesma espécie. Erasmus Darwin (o avô) escreveu alguns ensaios sobre suas teorias transformistas, que foram lidas por Charles Darwin na adolescência, sendo relembrados assim que teve sua primeira idéia de que as espécies pudessem se transformar em outras.

 

  • 2. Luta Pela ExistênciaEste aspecto abordado frequentemente na teoria de Darwin dizia respeito à competição inter e intra espécies. As primeiras idéias sobre o tema veio da leitura do ensaio de Malthus (1838), Principle of Population, onde se falava que em breve o mundo teria mais pessoas do que a quantidade de comida produzida. Se nascessem mais pessoas do que pudessem sobreviver, isto geraria uma alta competição na espécie humana.
  • 3. Descendência comum (ancestralidade)Lamarck apresentou sua teoria em 1809, na qual apareciam as primeiras idéias de origem das espécies, mas estas eram restritas a determinados grupos de animais e plantas, que no princípio eram derivados de diferentes eventos de geração espontânea. Richard Owen utilizou anatomia comparada e introduziu os princípios de Homologia e Analogia. Asas de patos e colibris seriam homólogas, mas no entanto as asas de morcegos e borboletas seriam análogas a estas primeiras. Von Baer publicou sua “Teoria da Recapitulação” em 1832 onde o desenvolvimento do embrião recapitulava os estágios anteriores das histórias das espécies. Então os arcos branquiais dos embriões de mamíferos seriam resquícios de sua vida aquática. Ernest Haeckel (após a publicação de Darwin) renovou a “Teoria da Recapitulação” dizendo estar esta totalmente de acordo com os princípios de Darwin, publicando a chamada Lei Biogenética – Ontogenia recapitula a Filogenia.Durante as viagens a bordo do Beagle, Darwin leu atentamente as obras do grande geologista e criacionista Charles Lyell. Incorporando a teoria do “uniformitarismo”, o qual a Terra estava em constante mudança, Darwin sincronizou a mudança geológica com a biológica, e passou a observar os fósseis como possíveis ancestrais dos organismos modernos.

 

  • 4. Especiação BiogeográficaAlguns precursores, tais como Bufon e Gmelin, hipotetizaram múltiplos centros de criação das espécies no mundo e estas eram produto das condições da região onde se originavam. Uma série de zoologistas da época de Darwin acreditava que as espécies se distribuíam a partir de um ponto de origem. Esta distribuição, quando interrompida por uma barreira geográfica, levou Darwin a propor um modo de especiação alopátrica. No entanto Darwin parecia dar mais peso aos modos de especiação simpátrica, sem necessidade de isolamento geográfico.Darwin, assim como Alfred Russel Wallace, utilizara-se de extensa informação advinda de suas coletas de material biológico de diferentes regiões: América do Sul e Galápagos durante a viagem do Beagle por Charles Darwin e na Amazônia e Arquipélago Malaio por A.R. Wallace. Os dois independentemente descobriram os princípios de especiação geográfica e seleção natural.
  • 5. Seleção naturalLamarck apontava duas causas para a mudança evolutiva: direcionamento à perfeição (progresso) e capacidade de adaptação do organismo (uso e desuso). A primeira parte foi inteiramente discordante da teoria de Darwin, mas a possibilidade de influência do ambiente na herança foi também evidenciada na obra de Darwin. Na verdade, os mecanismos de herança não eram conhecidos, e se imaginava que as chamadas gêmulas pudessem captar sinais do ambiente e transferi-los às próximas gerações.No entanto, Darwin atribuiu como causa principal de mudança evolutiva, a seleção natural, que se baseava na ação do ambiente sobre variações previamente existentes, geradas aleatoriamente. A seleção natural, parecida com a que Darwin publicara, foi abordada brevemente em alguns ensaios por Patrick Mathew, em 1831, e Charles Wells, em 1813, este último trabalhando sobre “raças” humanas. Darwin deu um sentido global, abrangente a todos os organismos, para o papel da Seleção Natural. Além disto, Darwin didaticamente, fez analogias entre os métodos de seleção artificial de animais domésticos e o princípio da seleção natural.
  • 6. Seleção sexualAparentemente não houve precursores a abordarem este tema, mas Darwin e Wallace exploraram bastante o tópico para explicar a plumagem diferencial de machos e fêmeas em alguns pássaros. No entanto, Wallace não concordava com Darwin a respeito da escolha da fêmea se relacionar com a plumagem mais colorida dos machos, e somente considerava que estas eram selecionadas assim para proporcionar camuflagem.
  • 7. HereditariedadeO princípio das gêmulas de Hipócrates foi reformulado por Darwin com a Pangênese para explicar o mecanismo de herança por mistura de caracteres que poderia envolver algum direcionamento ambiental, tal como Lamarck sugeria. No entanto a maior parte da variabilidade de acordo com Darwin teria uma origem alheia ao ambiente, sendo este apenas o fator direcionador de características relacionadas à adaptabilidade do indivíduo que foram geradas ao acaso.

A Herança por Mistura, uma crença comum na época, dizia que em geral os filhos herdavam caracteres que seriam a média daqueles dos pais. Deste modo a variabilidade ia se perdendo a cada geração como muitos argumentavam, e em contrapartida Darwin sugeria que talvez o ambiente fizesse com que novas variações aparecessem em alguns casos, aumentando a variação que era perdida pela mistura. No entanto esta variação seria ainda gerada ao acaso e não sendo para um determinado propósito como Lamarck sugeria.

Após a sétima edição do “Origem das espécies” a Pangênese recebeu maior ênfase, o que hoje é visto como resultado da perplexidade de Darwin em não conseguir explicar a hereditariedade e seu papel na Evolução, que apesar de ter sido explicada por Gregor Mendel em 1865, não foi reconhecida e divulgada até o ano de 1900. Para muitos, Darwin se tornou um pouco “Lamarckiano” com o passar dos anos. No entanto, apesar do desconhecimento de Darwin acerca da hereditariedade, os princípios evolutivos e o mecanismo de seleção natural se mostraram compatíveis com a moderna visão da genética, o que levou a uma fusão das duas que teve início em 1930, com estudos de genética das populações na chamada Síntese Evolutiva.

Dessas a Transmutação das Espécies já havia sido estudada por Lamarck e por Erasmus Darwin – o avô de Darwin – e já havia sido explorada nos escritos anti lamarck de Lyell. A Luta pela Sobrevivência já vinha sendo debatida desde a época de Heráclito, e já havia sido estudada e publicada em obras e inúmeros cientistas, como Malthus, contemporâneo e conhecido de Darwin. Já a  Descendência Comum, apesar de ter sido tratada por outros cientistas como von Baer, Owen e Maupertuis, foi usada pela primeira vez para sugerir a existência de um único ancestral por Darwin. Especiação Biogeográfica também já era um assunto conhecido, Wallace, Gmelin, von Buch eram alguns de seus estudiosos. A Seleção Natural foi um dos insights de Darwin, ela chegou a ser proposta de maneira independente por Wallace, e Wells já a havia discutido, mas nunca como um dos mecanismo que torna a evolução possível. A Seleção Sexual também já era discutida desde a antiguidade, mas foi com Lamark que se desenvolveu na época de Darwin. A Hereditariedade foi outra das inovações originais de Darwin.

Desde que começou a trabalhar em sua obra, nos momentos livres, Darwin temia publicar sua teoria. Não pelo fato de suas idéias serem bombásticas, mas temendo a crítica que poderiam receber. Em sua época ele não era o primeiro a se embrenhar com a origem do homem e das espécies mas todos aqueles que se arriscavam a publicar suas idéias eram duramente criticados, especialmente o trabalho de Jean-Baptiste Lamarck, que não penas haviam sido consistentemente rejeitadas pela comunidade científica britânica como também foram associadas à noção de radicalismo político. Outra publicação sobre o assunto, a “Vestígios da História Natural da Criação” – Vestiges of the Natural History of Creation- editada de forma anônima em 1844, foi novamente alvo de críticas, inclusive de muitos amigos e conhecidos de Darwin, e novamente associada a idéias de radicalismo político.

Antes de prosseguirmos é interessante notar que Darwin sempre foi uma pessoa extremamente fragilizada, alguns estudiosos, cínicos e não, chegaram a sugerir que fosse homossexual, como se homossexualismo fosse sinônimo de fragilidade. Independente de suas preferências eróticas, Darwin durante sua vida sofreu inúmeras crises de saúde, que o obrigavam a buscar tratamentos que às vezes duravam meses. Essa natureza também fazia com que ele buscasse evitar conflitos e atritos com as autoridades, eclesiásticas ou não. O tratamento que os “evolucionistas” de sua época vinham recebendo lhe dava a entender que nenhum cientista de reputação iria querer estar associado com tais ideias.

Em um de seus retiros para tratar a saúde em 1849 Darwin conheceu um jovem naturalista e livre pensador chamado Tomas Huxley. Huxely nos próximos anos teria um papel funcamental para a aceitação da Teoria da Evolução, não como pesquisador ou como biólogo, mas como defensor de Darwin.

Assim que Darwin começou a anunciar suas idéias, as mencionando em algumas resenhas que escrevia, ela atraiu pouca atenção. Muitos apenas a encaravam como mais uma dentre as várias teorias evolutivas independentes que existiam na época. Mas então a saúde da Darwin piora novamente e ele precisa de um novo retiro de 13 meses. Incentivado por amigos, Darwin escreveu um resumo de seu trabalho, que foi publicado por Lyell e Murray. Este primeiro livro, resumido, tinha o título de “Sobre a origem das espécies por meio de seleção natural” – On the Origin of Species by Means of Natural Selection – e assim que foi colocado à venda teve sua tiragem de 1250 cópias esgotada. Na época muitas pessoas associavam palavras como “evolução” com uma criação sem a participação de Deus, por isso Darwin tentou evitá-la sempre que possível. Outro cuidado que Darwin tomou foi o de escrever de forma um tanto sutil sobre a idéia de que os seres humanos, a não apenas os animais, deveriam evoluir.

Na mesma época, começavam a surgir outros trabalhos que também lidavam com a evolução da vida, como o escrito por Walace. Lyell então começou a pressionar Darwin para que publicasse logo sua teoria na íntegra. Em 1857 o próprio Wallace, ciente das teorias de Darwin e do projeto da publicação de suas idéias, perguntou ao naturalista se ele pretendia se aprofundar na questão das origens do homem, Darwin respondeu: “Eu acho que irei evitar completamente este assunto, uma vez que ele é rodeado de preconceitos, embora eu admita que este é o maior e mais interessante problema para um naturalista […] não há observações boas e originais sem especulação”.

Sua teoria, assim que publicada, deu início a uma controvérsia que foi acompanhada avidamente por Darwin. Apesar de ter sido extremamente cauteloso em teorizar qualquer coisa sobre a origem do homem, os críticos de sua obra foram rápidos em apontar as implicações que Darwin tentara deixar de fora: os seres humanos também evoluíam, e o homem deveria então ter o macaco como antepassado! Homens evoluíam dos macacos!

Houve críticas e resenhas favoráveis a Darwin e foi ai que suas amizades lhe prestaram o que talvez tenha sido seu maior e mais importante auxílio. Huxley, dentre todos, se tornou um defensor incansável de Darwin, servindo não apenas de entusiasta de sua teoria, mas também de escudo para os contra-ataques. O próprio Darwin não defendia suas ideias em público, se restringindo a fazer comentários através de cartas e correspondência, o “trabalho sujo” ficou a cargo de seu círculo central de amigos cientistas – Huxley, Hooker, Charles Lyell e Asa Gray – que colocavam seu trabalho em discussão nos palcos científico e públicos, defendendo-o de seus muitos críticos e ajudando-o a ganhar respeito.

Foi nesta época que começaram a surgir boatos de um debate acalorado entre Wilberforce, o bispo de Oxford, e huxley onde tendo sido questionado por Wilberforce se ele descendia de macacos por parte de pai ou de mãe, Huxley murmurou: “O Senhor o deixou em minhas mãos” e respondeu que “preferia ser descendente de um macaco que de um homem educado que usava sua cultura e eloquência a serviço do preconceito e da mentira”. Huxley dizia que preferia ser um macaco a um bispo.

A teoria de Darwin, que lhe valeu a medalha Copley da Royal Society em 1864, acabou com o tempo, eliminando a distinção que entre homem e animais. Contrário à sua vontade, sua teoria também foi usada como base para vários movimentos da época ajudando a criar e fortalecer inúmeros movimentos políticos, um dos maiores exemplos sendo o trabalho de Francis Galton, o primo de Darwin, que aplicou as idéias evolucionistas à sociedade, de forma a promover o conceito de “melhorias hereditárias”. Darwin concordava com Galton que “talento” e “genialidade” em humanos eram provavelmente herdados. Em 1883, depois da morte de Darwin, Galton começou a chamar a sua filosofia social de Eugenia, uma idéia que ganhou muitos admiradores na alemanha Nazista que não pouparam esforços para de alcançar a “pureza” racial.

 

Onde o Darwinismo Peca

 

Se o objetivo de Darwin era de fato criar uma ferramenta anti-religiosa ou não, não há como afirmar, talvez nem ele mesmo soubesse responder isso.

Como vimos há forte evidência de que a história da perda gradual de fé do velho britânico seja um pouco exagerada, que talvez desde o princípio a única preocupação de Darwin fosse apenas a resposta do meio científico e nunca tenha tido nada a ver com a igreja. Mas o fato é que hoje se os ateus fossem criar uma bandeira para o seu movimento – que eles juram não ser uma nova religião – provavelmente seria um triângulo com a foto de darwin no meio e um LIBERTAS QUAE SERA TAMÉN ao redor e um padre chorando fora do triângulo. O evolucionismo se tornou um dos argumentos contra a religião, a fé religiosa e, em última instância, contra a existência de Deus, e isso o transformou, ironicamente, em uma nova vaca sagrada, ou bezerro dourado, ou dogma se prefirir, tente não concordar com ele e automaticamente você receberá um rótulo e o que disser não será mais levado a sério, não importa o que seja.

Dizer que Darwin errou é apenas uma afirmação do óbvio. Darwin estava errado, independente da religião ou não religião de quem debate esta questão. Praticamente tudo o que ele escreveu foi reescrito nessas últimas décadas. Da mesma forma que Newton estava errado – a relatividade e a física quântica estão ai para provar isso. O argumento de Darwin apenas faz sentido no mesmo âmbito que o de Newton, para explicar superficialmente uma idéia a uma pessoa que não perderá tempo se aprofundando nela.

As idéias de Darwin sofreram mutações, em alguns casos foram substituídas por outras completamente diferentes e viraram o evolucionismo contemporâneo. Esse novo evolucionismo, como qualquer outra idéia tida por pessoas, é falho e cheio de lacunas, mas como ele calhou de se tornar uma arma anti-religiosa, essas falhas e lacunas são completamente ignoradas. Vamos nos atentar a algumas delas:

 

1- Evolucionismo não pode ser provado cientificamente

 

O evolucionismo como é defendido nos dias de hoje combina duas idéias diferentes: Variação e Mudanças em novas espécies. Uma dessas idéias é real e pode ser observada, a outra não.

Variação, que podemos chamar de micro evolução, é o que muda o formato e tamanho de bicos de pássaros, cores de penas, formato de asas, etc.

A variação acontece da seguinte forma: em seu material genético você tem a informação de como seu corpo irá se formar – dois braços, duas pernas, etc. Essa informação traz características principais e características que estão presentes mas que não serão impressas em você, são recessívas. Por exemplo a cor dos seus olhos. Uma pessoa de olhos azuis pode ter um filho de olhos castanhos, e essa criança pode, mesmo fazendo sexo com outra pessoa de olhos castanhos, ter uma criança de olhos claros. Existe uma variação possível na cor dos olhos.

Agora algo que o público em geral não tem muita idéia é que existem limites para essa variação. Biólogos sempre tentam aperfeiçoar animais, criar vacas que ocupam menos espaço e dão mais leite, abelhas que produzam um mel mais doce, aranhas com teias mais resistentes, etc. Uma coisa que todos esses biólogos sabem, graças à suas experiências, é que essa variação tem um limite. Se você tenta ir além desse limite começa a criar um bando de animais estéreis. Todo criador de animais e plantas sabe disso. Chega um momento que a manipulação cria um beco sem saída, onde os seres não poderão mais procriar e levar essas características adiante.

Um exemplo conhecidíssimo disso são as mariposas da Inglaterra. Séculos atrás as mariposas eram de uma coloração clara, mas com o advento da Revolução Industrial todo o meio ambiente foi bombardeado com grande emissão de poluentes e os troncos das árvores ficaram mais escuros. As mariposas podiam ser vistas mais facilmente, se tornando alvo fácil para predadores. Por causa disso, essa mudança no meio ambiente, as mariposas tiveram que evoluir para sobreviver e se tornaram mais escuras.

Esse é um dos estudos de caso dos evolucionistas para mostrar como a seleção natural acontece e como a evolução pode ser acompanhada e estudada. Mas essa conclusão é um erro, e um erro conhecido hoje em dia.

Com o desenvolvimento da genética, hoje podemos afirmar que qualquer mudança de característica em uma espécie só pode ocorrer se seu material genético o permitir, e essa mudança, essa variação, apenas ocorre nos limites permitidos pela carga genética do indivíduo. As mariposas não mudaram de cor, apenas começaram a nascer mariposas mais escuras dentre aquelas que tinham em seu DNA uma variação genética para a cor escura. Assim como continuaram a nascer mariposas claras, dentre aquelas cujo DNA ditava a cor clara. Mas eram todas mariposas, e da mesma espécie. Não houve o surgimento de uma nova espécie.

Suponha que Hitler houvesse vencido a II Guerra Mundial e que criasse programas de eugenia para todo o mundo. Depois de 100 anos a população de pessoas que não se enquadrassem em seu ideal ariano teriam sido exterminadas. O mundo seria como uma versão maior da Suécia, todos de pele clara e cabelos claros. Isso significa que o ser humano teria evoluído? Ou apenas que a nova leva de pessoas teria sido selecionada? Provavelmente de quando em quando nasceriam crianças de olhos escuros. Isso mostra uma seleção, mas não uma evolução.

E esse é um dos problemas. Nós temos como observar as micro evoluções – uma mudança dentro da própria espécie – mas não há como observar as macro evoluções.

O evolucionismo depende da idéia de que as espécies de hoje, todas elas em sua enorme variedade, se derivam de uma única origem. O homem e o macaco evoluíram de um mesmo ancestral, os pássaros evoluíram dos dinossauros (répteis), os répteis dos peixes, os peixes das algas e as algas das bactérias.

Só que isso não apenas não é observável como também não pode ser testado, e todas as experiências feitas para se procurar a macro evolução, o surgimento de uma nova espécie, deram resultados negativos.

Evolucionistas afirmam que nós não podemos observar a evolução acontecendo porque ela é muito lenta. Uma geração humana leva, em média, 20 anos para nascer e poder ter filhos. A crença evolucionista é que foram necessárias dezenas de milhares de gerações para que os humanos se tornassem uma raça diferente da dos outros símios. E mesmo então a população de novos seres era composta por algumas centenas ou milhares de indivíduos.

A idéia é simples: um ancestral X, através da evolução e da seleção natural teve descendentes que viraram macacos e descendentes que viraram nós. Duas espécies diferentes vindo de um mesmo indivíduo, depois de dezenas de milhares de gerações. De fato não temos como acompanhar esse tipo de evolução, mas podemos acompanhar outro tipo: o de bactérias.

Diferente de seres humanos um geração de bactérias leva de 12 minutos a 24 horas para crescer – dependendo da bactéria e do ambiente onde é criada. Hoje existem mais bactérias no mundo do que grãos de areia nas praias – a grande maioria desses grãos, inclusive, está coberto de bactérias.

Bactérias existem em praticamente qualquer ambiente, frio quente, seco, úmido, alta pressão, baixa pressão, pequenos grupos, colônias imensas, isoladas, onde há abundância de alimento, onde não há alimento, onde há oxigênio, não há oxigênio, em gases tóxicos, em químicos tóxicos, etc.

Existe hoje uma enorme variedade de bactérias catalogada. Existe também um número enorme de mutações – acreditasse hoje que quanto menor for o organismo maior a taxa de mutação. Mas nunca se ouviu falar de uma bactéria se transformando em algo diferente. Em um ano é possível se criar mais de 26.000 gerações de um grupo de bactérias e mesmo assim elas permanecem bactérias.

Moscas de fruta. Muito mais complexas do que bactérias, uma geração leva 9 dias para se desenvolver. Elas são testadas sob todas as condições imaginadas. Existem muitas variações de moscas de fruta. Existem muitas mutações. Mas elas nunca viram uma nova espécie. Elas permanecessem moscas de fruta.

Décadas de estudos em incontáveis gerações de moscas de frutas, bactérias e tudo mais o que você possa imaginar e a evolução nunca foi observada. Temos mudanças, mas não a evolução em novas espécies.

 

2- A Seleção Natural é um mecanismo anti-evolução

 

De acordo com os evolucionistas a evolução ocorre através de um mecanismo que foi batizado: seleção natural. A seleção natural explica que as características favoráveis que são hereditárias tornam-se mais comuns em gerações sucessivas de uma população de organismos que se reproduzem, e que características desfavoráveis que são hereditárias tornam-se menos comuns.

O primeiro problema ao lidarmos com seleção natural é que ela também não pode ser observada, apenas seus resultados. Como no caso das mariposas visto acima. A mudança no meio foi “artificial” – o aumento de poluentes sujando os troncos de árvore – e a seleção “favoreceu” os indivíduos escuros. Isso é o mesmo que depois de um terremoto dizermos que a evolução natural “favoreceu” os sobreviventes, ou que um meteoro que caiu na terra há milhões de anos matando quase toda a vida “favoreceu” o surgimento da raça humana.

Logo que Darwin concluiu seu texto sobre a evolução das espécies ele usou o termo a sobrevivência do mais apto – the survival of the fitest – para explicar como uma espécie nova evolui. O problema com isso é que não há como dizer quem é o mais apto. Seriam os indivíduos mais fortes, mais rápidos, mais ociosos, mais inteligentes, mais burros? Apenas podemos observar quem sobreviveu e dizer que eles foram os mais aptos, seja qual for o motivo. É como dizer que a seleção natural favorece o sobrevivente. A máxima de Darwin poderia ser alterada para A Sobrevivência do Sobrevivente.

Curiosamente a seleção natural, se a tomamos como algo ativo e não apenas uma constatação, vai contra a evolução. Ela seria a responsável pela sobrevivência dos seres em uma ambiente que muda – troncos ficam escuros as mariposas ficam escuras.

Agora, à medida que a seleção natural possibilita a predominância das características consideradas mais vantajosas ou superiores em um determinado meio, isso torna os indivíduos que variaram mais parecidos entre si e não mais diferentes. Um estudo recente inclusive diz que no futuro todas as pessoas do mundo serão brasileiras.

Assim podemos ver que em um meio onde a seleção natural opera ela funciona como uma força conservadora, evitando a diferenciação, já que qualquer diferença que não reflita a característica mais vantajosa, é prejudicial ao ser. A seleção natural preveniria o surgimento de novas espécies, isso porque seu mecanismo se mostra antagônico ao mecanismo proposto pela evolução.

Suponha que um réptil desenvolva asas. As asas só lhe seriam úteis, ou seja, ele apenas se beneficiaria das asas quando elas fossem práticas. Agora, asas não brotam prontas em uma espécie, elas teriam que evoluir ao longo do tempo. Só que nesse tempo entre começo de desenvolvimento e as asas serem minimamente utilizáveis, elas seriam prejudiciais. Por que a seleção natural iria favorecer um animal com um órgão em formação? Essa característica nova, essa asa em formação não apenas deixou de cumprir as funções da estrutura original como ainda não desempenha sua própria função, já que ainda está “evoluindo”.

Assim como poderíamos explicar a evolução de peixes em anfíbios, anfíbios em répteis e répteis em mamíferos e aves? Imagine um peixe que começa a desenvolver-se. A converter suas nadadeiras em patas. Nas primeiras gerações ele não conseguiria nadar tão bem quanto os outros peixes – que teriam suas nadadeiras evoluídas de forma mais vantajosa – nem conseguiriam se locomover, por suas patas estariam ainda rumo à forma mais vantajosa. A seleção acabaria eliminando esse peixe capenga.

 

3- Seres Imunes à Evolução

 

Os foraminíferos e radiolários são seres unicelulares, que tiveram sua presença confirmada em rochas sedimentárias datadas do período Pré-Cambriano e existem até os dias de hoje. Curiosamente, mesmo depois de tantos milênios eles permanecem animais unicelulares, não evoluíram para seres pluricelulares. Por que?

Esses animais não são o único mistério evolutivo, o elo perdido que liga os seres humanos aos macacos é fichinha se comparado ao elo perdido que liga bactérias unicelulares a seres pluricelulares. Não se sabe como seres pluricelulares simples começaram a desenvolver órgãos novos, como um núcleo protegido por membrana e todas as organelas celulares. O evolucionismo prega que houveram mutações que criaram esses novos seres, mas isso é complicado. Esses órgãos foram criados, não simples variações do que havia antes. Muitos estudiosos hoje afirmam que os novos seres não foram resultado de evolução e sim de simbiose. Um exemplo claro disso é a nossa mitocôndria, uma das organelas mais importantes de nossas células. Basicamente é ela que produz a energia da célula. E ninguém sabe de onde veio ou como surgiu, apenas que parece ser alienígena a nosso organismo e que no passado criou uma relação simbiótica e está ai até hoje. Todos temos hoje mitocôndrias, mas não a evoluímos.

Como vimos anteriormente, o estudo com milhares de bactérias não causou em nenhum momento o surgimento de uma nova forma de vida, apenas de bactérias diferentes. Como explicar a evolução de um ser unicelular em nós?

Além disso existem seres mais complexos que também não mostram sinais de evolução, como o celacanto.

O celacanto é um peixe que aparece em estratos geológicos com mais de 300 milhões de anos. Os registros fósseis mais recentes desse animal datam de 60 milhões de anos atrás. Pensava-se que era uma espécie extinta até que em 1938 vários espécimes vivos e saudáveis foram encontrados no Oceano Índico.

Temos então hoje um exemplo de um animal que possui mais de 300 milhões de anos de existência que, apesar das variações, não evoluiu. Durante esse tempo os evolucionistas afirmam que peixes se tornaram anfíbios, esses se tornaram répteis, que se tornaram mamíferos, mas o celacanto não se tornou nada, permaneceu um peixe. É como se a evolução ignorasse certas criaturas.

4- O Silêncio Paleontológico

A Paleontologia é o ramo da ciência que estuda a vida do passado da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de integração da informação biológica no registro geológico, os fósseis.

O objeto imediato de estudo da Paleontologia são os fósseis, pois são eles que, na atualidade, encerram a informação sobre o passado geológico do planeta Terra, mas oo contrário do que se pode imaginar as grandes durações da história geológica e seu registro, ao invés de favorecer as especulações evolucionístas, fornecem objeções a elas.

Quando paramos para estudar a documentação fóssil existente hoje fica evidente uma sucessão hierárquica das formas de vida ao longo do tempo – quanto mais antigos os estratos fósseis, menos complexas são as espécies da escala biológica.

O evolucionismo olha para essa sucessão e deduz que então as formas mais complexas surgem das formas menos complexas.

Antes de prosseguirmos é interessante entender o porque disso. Toda a discussão que envolve a vida neste planeta tem como fundo a busca em responder a questão: de onde ela surgiu?

A terra é, supostamente, um sistema fechado. Não temos naves alienígenas, ou portais dimensionais se abrindo e jogando aqui novos tipos de seres de tempos em tempos. Pelo menos não de forma que possamos observar. Nós temos a vida que existe ao nosso redor e que podemos observar diretamente e registros, tanto fósseis quanto artificiais[3]. Agora o problema surge quando os registros mostram que em determinada época não havia determinada espécie de vida no planeta e logo depois ela surgiu. A lógica do evolucionismo é simples e direta: se antes não havia mastodontes e depois eles surgiram e não chegaram aqui em um disco voador vindo de vênus, eles devem ter sido criados aqui. Agora como eles foram criados? Não havia laboratórios de manipulação genética, não havia cientistas ou criadores que manipulassem as espécies, logo esse novo tipo de animal deve ter acontecido naturalmente. E como ele aconteceu? Se a teoria diz que a vida evolui de forma simples para mais complexas ele deve ter vindo de uma forma de vida mais simples!

Essa é uma idéia simples e bonita, mas nem tudo o que acontece vem de algo simples e bonito. Só estamos aqui porque os dinossauros foram varridos para fora do planeta por um evento, não porque somos o próximo passo evolutivo natural.

Mas então como uma nova espécie como o mastodonte surge? A tentação da evolução como causa é grande. Tão grande quanto a tentação da explicação de um Deus que resolveu criar um mastodonte para ver como ele seria.

O evolucionismo vê os registros de seres menos complexos para os mais complexos, e, depois de os enfileirar, enxerga um padrão evolutivo, como se eles indicassem um filão genealógico da primeira bactéria em uma ponta e a Michelle Pfifer na outra.

O problema com essa visão é: se uma ameba evoluiu ao longo da história genealógia, até se tornar um ser mais complexo, criando no processo uma vastidão de criaturas diferentes, haveria o registro das milhares de formas intermediárias do primeiro ser até os seres atuais, mas o que existem são milhares de lacunas, todas batizadas de “o elo perdido” entre espécies. Como vimos, não existe um experimento que mostre um ser eucarionte se tornando um ser procarionte, ou um ser unicelular se tornando um ser pluricelular. Cientificamente essa evolução não passa de uma hipótese não confirmada, não pode nem ser chamada de teoria, pelos padrões do próprio processo científico.

E o próprio Darwin sabia dessas lacunas, ele chegou a afirmar que essa descontinuidade no registro fóssil ““talvez fosse a objeção mais óbvia e mais séria” à sua teoria. Assim a confirmação da hipótese evolucionista ficou dependendo de se encontrarem esses elos perdidos. Dois séculos após o apelo de Darwin e nenhum foi encontrado.

Mas isso não significa que o registro de novas espécies não exista, ou que sua existência seja especulativa. Os fósseis dessas novidades existem, e em abundância, mas de uma forma curiosa.

No livro “Dopo Darwin. Critica all’ evoluzionismo”, o doutor G. Sermont, especialista em genética dos microorganismos, diretor da Escola Internacional de Genética Geral e professor da Universidade de Peruggia e R. Fondi, professor de paleontologia da Universidade de Siena, afirmam que:

“é se constrangido a reconhecer que os fósseis não dão mostras de fenômeno evolutivo nenhum… Cada vez que se estuda uma categoria qualquer de organismos e se acompanha sua história paleontológica… acaba-se sempre, mais cedo ou mais tarde, por encontrar uma repentina interrupção exatamente no ponto onde ‘segundo a hipótese evolucionista’ deveríamos ter a conexão genealógica com uma cepa progenitora mais primitiva. A partir do momento em que isso acontece, sempre e sistematicamente, este fato não pode ser interpretado como algo secundário, antes deve ser considerado como um fenômeno primordial da natureza.”

Isso porque sempre que vemos o aparecimento de novidades evolutivas, ou seja, o aparecimento de novos grupos de plantas e animais, isso ocorre como um estrondo, de forma abrupta. Não há evidências de que haja ligações entre esses novos grupos e seus antecessores. Até porque, em alguns casos, esses animais estão separados por grandes intervalos de até mais de 100 milhões de anos.

O exemplo mais gritante de descontinuidade no registro fóssil é o que encontramos na passagem do Pré-Cambriano (primeira era geológica), para o Cambriano. No primeiro encontramos uma certa variedade de microorganismos: bactérias, algas azuis etc. Já no Cambriano, repentinamente, o que surge é uma infinidade de invertebrados, muito complexos: ouriços-do-mar, crustáceos, medusas, moluscos… Esse fenômeno é tão extraordinário que ficou conhecido como “explosão cambriana”.

Susume Ohno, em seu livro “The Notion of the Cambrian Pananimalia Genome, afirma:

“Segue daí que 6 a 10 milhões de anos na escala de tempo evolutiva não é mais do que um piscar de olhos. A explosão cambriana, demonstrando o quase simultâneo aparecimento de virtualmente todos os animais no espaço de 6 a 10 milhões de anos não pode ser explicada por divergências de mutações em funções genéticas individuais.”

O próprio Richard Dawkins, ao tratar da “explosão cambriana” em seu livro “O Relojoeiro Cego” afirma que a fauna deste período:

“já está em estado avançado ou evoluído, no mesmo momento em que surge. É como se eles tivessem sido simplesmente plantados lá, sem qualquer histórico evolutivo”.

Pois bem, se a evolução fosse uma realidade, o surgimento dessa enorme variedade de espécies mais complexas do período Cambriano deveria imprescindivelmente estar precedida de uma série de formas de transição entre os seres unicelulares do Pré-Cambriano e os invertebrados do Cambriano. Nunca foi encontrado nada no registro fóssil. Esse é, aliás, um ponto que nenhum evolucionista ignora.

Isso nos levanta a primeira dúvida: onde estão os registros dos elos perdidos? Das seres intermediários? Por que não existem registros fósseis deles?

Outra questão interessante é: os organismos registrados de uma era, permanecem sempre os mesmos, desde quando surgem até se extinguirem. De fato apresentam variações, como já vimos, mas não mudanças que caracterizariam o início de uma mudança que acarretaria em uma nova espécie. Assim, mesmo que o fóssil de um animal mostre que ele possui características que pertençam a dois grupos diferentes de seres, ele não pode ser tratado como um elo perdido enquanto não surgirem os registros dos outros estágios intermediários de sua “evolução”.

Outro ponto que serve como peso contra a idéia da evolução é que sempre que surge um suposto elo perdido, ligando duas espécies, não se passa muito tempo antes que provem que esse elo era uma falsificação. Um dos mais recentes foi o caso do archeoraptor, a criatura que supostamente seria o elo perdido entre os dinossauros e as aves e que descobriram não passar de uma construção mal-feita de diferentes fósseis criado com o único intuito de dar “uma mãozinha a uma idéia que acreditam ser real”. O mesmo acontece sempre que surge um elo perdido entre primatas e humanos. Passa-se um tempo e se descobrem ser apenas uma montagem feita por alguém que queria por um motivo ou outro criar provas da evolução.

Essa inclusive é uma das questões mais perturbadoras levantadas pelo evolucionismo: de onde vem os humanos?

Existem inúmeras hipóteses, como a hipótese de que nos desenvolvemos na África e então nos debandamos de lá nos espalhando ao redor do mundo, tomando o lugar de outras espécies humanóides que porventura vivessem no lugar. Mas essa não é a única hipótese existente, existem outras que afirmam que na verdade os humanos modernos evoluíram de diferentes tipos arcaicos de humanóides ao redor do globo, que habitavam diferentes regiões.

Independente de nossa origem evolutiva, o evolucionismo não consegue explicar questões mais práticas, como por exemplo:

  • Por que nosso cérebro cresceu tanto?Evolutivamente isso seria um desperdício de energia – um órgão que possui apenas 2% da massa do corpo e consome mais de 20% de nossa energia. Isso seria um acidente de apenas uma espécie? Não existem outros com um cérebro como o nosso, se existe mesmo uma vantagem evolutiva em ter cérebros como os nossos, por que somos os únicos a te-los?
  • Por que andamos sobre duas pernas?Nossos ancestrais, de acordo com a teoria evolutiva, desenvolveram a postura erguida muito antes de desenvolver o cérebro diferenciado dos humanos, ou seja, começamos a andar como andamos hoje quando ainda não éramos diferentes de outros símios. Por que então nos tornar bípedes se todas as outras espécies se viravam e continuam se virando usando os quatro membros para se locomover?
  • O que aconteceu com os pêlos de nosso corpo?

Por que outros humanóides não votam para presidente hoje? Por que outras espécies de homo se extinguiram? Hoje temos diferentes espécies de cães, de pássaros, de peixes, de cetáceos, mas apenas uma espécie de humanos que sofrem variações regionais e culturais.

 

5- O problema das mutações

Tudo isso acaba levando o evolucionismo a buscar apoio em sua última grande cartada. As mutações!

Em muitos casos, afirmam, essas mudanças são o resultado de mutações genéticas. É curioso ver o papel que a mutação teve na cultura popular e pseudo científica através dos meios de cultura em massa a partir das décadas de 1940 e 1950. Os filmes, livros e quadrinhos de ficção científica da época mostravam criaturas e pessoas ganhando poderes extraordinários. Animais radioativos davam super-poderes àqueles que picavam ou mordiam, a radiação era usada para se criar híbridos horripilantes. Raios cósmicos transformavam pessoas comuns em seres com habilidades jamais vistas. Com o tempo, é claro, esses mitos foram negados pelos cientistas, mas servem para nos mostrar como a visão de mutação acaba nos dando a idéia errada dos rumos que a vida pode tomar.

Ao contrário do que muitos fãs de X-Men acreditam, mutações não costumam ser tão positivas. O problema é que o evolucionismo, apesar de saber disso, parece fingir que não sabe.

Vejamos como a crença nas mutações se comporta: 

Em raras ocasiões surge uma mutação no DNA de uma criatura – a mutação ocorre em indivíduos em uma primeiro momento e não em uma espécie. Essa mutação aumenta a habilidade dessa criatura de sobreviver, sendo assim é muito provável que ela seja passada adiante quando essa criatura se reproduzir. Essa seria então uma das ferramentas mais importantes – se não a única como vimos até agora – da evolução para se criar novas espécies.

E essa mutação poderia ser benéfica se ela ocorresse em apenas um gene e ele fosse o único e exclusivo responsável pela habilidade aumentada. O problema começa quando começamos a estudar genética. O corpo de qualquer criatura, por mais simples que seja, é construído de uma forma bem mais complexa do que essa. Não existe apenas um botão que controle apenas uma função do corpo, na verdade o corpo é muito mais intrincado do que isso, é necessário que todos os seus componentes estejam funcionando para que o todo esteja em ordem.

Além disso uma mutação não ocorre como forma de adaptação, ela é um processo completamente aleatório. Uma mutação é um erro de leitura de um DNA quando ele está sendo copiado. A mutação só acontece se a alteração no DNA modificar o organismo. Em geral esses erros não provocam nenhum resultado porque o código genético está engendrado de modo tão formidável, que torna neutras as mutações nocivas. Mas quando geram efeitos, eles são quase que sempre negativos, quando não o são acabam se revelando neutros.

Em seres humanos, por exemplo, existem mais de 6 mil doenças genéticas catalogadas como o melanoma maligno, a hemofilia, o alzheimer e anemia falciforme, para citar apenas quatro delas. Essas doenças – e grande parte das catalogadas – foram localizadas nos genes correspondentes. Desta forma as mutações acabam tento um peso negativo na “evolução” da vida.

Para que um novo ser surgisse seria necessário que ele fosse acometido de inúmeras mutações específicas de forma que nenhuma causasse algum traço degenerativo e que todas elas ocorressem pelo mero acaso. Isso é como o famoso exercício de colocar centenas de chimpanzés datilografando centenas de páginas aleatoriamente para depois de algum tempo ver que um deles havia criado uma peça de Sheakespeare.

Com efeito, não há registro de mutações benéficas e a possibilidade delas existirem é tão reduzida que pode ser descartada, ainda mais se pensarmos que milhares ou milhões delas deveriam acontecer cada vez que surge uma explosão com novas formas de vida. As experiências de T. Morgan com a mosca da fruta atestam isso. Ele nos mostrou que as mutações, em geral, mostram deterioração, desgaste ou desaparecimento geral de certos órgãos, nunca o surgimento de um órgão novo ou uma função/habilidade nova. A maioria das mutações provoca alterações em caracteres secundários tais como cor dos olhos e pelos, sendo que, quando provocavam maiores modificações, eram sempre letais. Os mutantes criados que poderiam ser comparados à mosca normal, no que diz respeito ao vigor são uma minoria e, mutantes que tenham sofrido um desenvolvimento realmente valioso na organização normal, em ambientes normais, são desconhecidos. Ou seja, houve mutações, várias delas, mas nenhuma foi passada adiante e a experiência acabou se chocando com os limites da variação permitida pelos genes.

 

E Por Que a Insistência?

 

Inúmeras respostas poderiam ser dadas tentando se explicar porque uma idéia acaba sendo adotada por um grupo como verdade a ponto de cegar o próprio grupo, mas na verdade a única que faz sentido é: porque as pessoas são humanas, e os humanos preferem estar juntos a estar certos.

Richard Dawkins escreveu no prefácio da edição de bolso de seu livro Deus um Delírio que:

“O verdadeiro cientista, por mais apaixonadamente que ‘acredite’ na evolução, sabe exatamente o que é necessário para fazê-lo mudar de opinião: evidências. Como disse J. B. S. Haldane, quando questionado sobre que tipo de evidência poderia contradizer a evolução: ‘Fósseis de coelho no Pré-cambriano’. Cunho aqui minha própria versão contrária ao manifesto de Kurt Wise: ‘Se todas as evidências do universo se voltarem a favor do criacionismo, serei o primeiro a admiti-las, e mudarei de opinião imediatamente. Na atual situação, porém, todas as evidências disponíveis (e há uma quantidade enorme delas) sustentam a evolução. É por esse motivo, e apenas por esse motivo, que defendo a evolução com uma paixão comparável à paixão daqueles que a atacam. Minha paixão baseia-se nas evidências. A deles, que ignora as evidências, é verdadeiramente fundamentalista.”

Uma opinião muito sensata, mas curiosamente em uma sessão do livro cujo o objetivo não é analisar algo e sim atacar algo.

Desde o momento em que passou a ser usado como arma anti-religiosa, o evolucionismo acabou criando novos monstros, como as novas teorias de design inteligente e outras ainda mais esdrúxulas, e passou a atacar todas como se elas tivessem se originado na religião como forma de atacar a ciência. O Dr. Frankestein passou a ser perseguido pelo monstro que ele mesmo criou.

Nenhuma das duas hipóteses – criacionista e evolucionista – são verdades absolutas, deveriam parar de se comportar como candidatas a uma única vaga. É claro que uma filosofia não sai andando por conta própria na rua, ela precisa de hospedeiros humanos para poder crescer, se desenvolver e se multiplicar. É curioso notar como muito do material escrito hoje não busca desenvolver nenhuma das idéias que defende e sim tenta atacar a idéia alheia geralmente atacando as pessoas que a defende e não pontos fortes e fracos da própria hipótese. Dawkins afirmou que “Se todas as evidências do universo se voltarem a favor do criacionismo, serei o primeiro a admiti-las, e mudarei de opinião imediatamente. Na atual situação, porém, todas as evidências disponíveis (e há uma quantidade enorme delas) sustentam a evolução. É por esse motivo, e apenas por esse motivo, que defendo a evolução com uma paixão comparável à paixão daqueles que a atacam. Minha paixão baseia-se nas evidências”, o problema começa justamente quando essas evidências começam a se manifestar, juntamente com a falta das evidências que deveriam haver.

Acredita-se hoje que a vida surgiu há 3,5 bilhões de anos, na forma de bactérias e pouco depois algas. Mariscos e Moluscos surgiram posteriormente, por volta de 500 milhões de anos. Mais alguns anos de evolução e surgiram peixes e logo depois anfíbios. Os répteis só apareceram no planeta a 360 milhões de anos, quando os dinossauros se espalharam pelo Planeta Terra. Seu domínio extende-se até aproximadamente 65 milhões de anos atrás, quando eles desapareceram repentina e misteriosamente. Os mamíferos, por sua vez, teriam surgido somente por volta de 3 milhões de anos atrás. A humanidade, como civilização, teria apenas 45 mil anos, segundo a Ciência da Arqueologia.

Mas… em 1882, prisioneiros da cadeia da cidade de Carson descobriram acidentalmente pegadas fossilizadas, com aproximadamente 55,88 centímetros cada uma. Logo surgiram outras descobertas no mesmo local. Todas as marcas identificadas eram de pés calçados, e datavam de 5 milhões de anos.

Em 26 de maio de 1910, foram descobertos alguns fósseis em um granito na região de Gravelbourg, Saskatchwan, no Canadá. Investigações de especialistas indicaram que o fóssil, um conjunto de pegadas humanas, teria vários milhões de anos de idade.

Em 1919, o cientista Wilhelm Freudenberg descobriu “possíveis pegadas humanas” impressas no começo do período Plioceno, entre 4 e 7 milhões de anos atrás. A descoberta ocorreu nas proximidades de Meuleken, na Antuérpia, Bélgica.

Em 1938, o geologista Wilbor G. Burroughs, anunciou ter descoberto dez pegadas humanas perfeitas, com cinco dedos semelhantes aos pés humanos atuais. Elas mediam 23,73×10,25 cm e foram encontradas ao norte de Mount Vernon, nos Estados Unidos. A descoberta dataria do período Carbonífero, cerca de 250 milhões de anos atrás. Pegadas semelhantes foram descobertas em Jackson County, e também nos Estados da Pensilvânia e Missouri, todos no Estados Unidos. Arqueologistas e geologistas estão divididos quanto à  origem destas pegadas. Em Mount Victória, também nos Estados Unidos, foram descobertas pegadas humanas gigantes medindo 59 x 18 cm, indicando um peso de 250 kg. As pegadas são reais. Não são fraudes ou marcas de erosão.

Em 1959, o cientista chinês, Dr. Tschu Myn Tschen e sua equipe (Tschau Ming Tschen/Chow Mingchen) descobriram uma pegada com idade estimada em 15 milhões de anos. Trata-se de uma marca produzida por um calçado com sola.

Em 3 de junho de 1968, William Meister e Francis Shape descobriram pegadas calçadas em Antelope Springs, próximo a Delta, no estado de Utah, (EUA). Elas mediam 32,5 x 11,25 cm. O interessante destas pegadas é que elas esmagaram um trilobite, no momento em que foram impressas, sendo que o trilobite está extinto a 240 milhões de anos!

Na primavera de 1983, uma expedição do Instituto de Geologia do Turcomenistão descobriu mais de 1500 pegadas de dinossauros na região sudeste da república. O chefe da expedição, Dr. Kurban Amanniyazov, declarou ao jornal Moscow News que “nós temos descoberto pegadas semelhantes à  pegadas humanas, mas até o momento falhamos em determinar, com metodologia cientifica, à  quem elas pertencem. É claro, se nós pudermos provar que elas pertencem à  um hominídio, isto causaria uma revolução na ciência humana. A humanidade vai ficar 150 milhões de anos mais velha”.

Em 1987, o paleontologista Jerry MacDonald descobriu várias pegadas fossilizadas de diferentes espécies de animais, incluindo seres humanos, em uma camada de rocha originada no período Siluriano, uma época entre 290 e 248 milhões de anos atrás.

Além dessas na localidade de Navalsaz, em Soria, na Espanha, mais de 500 pegadas de Tiranossaurus rex foram descobertas. Junto destas pegadas haviam pegadas humanas produzidas na mesma época em que o resto do conjunto de pegadas foram produzidas, a aproximadamente 70 milhões de anos atrás.

O paleontologista Dr. C.N. Dougherty descobriu possíveis pegadas humanas de aproximadamente 140 milhões de anos. Segundo a ciência nessa época, os dinossauros dominavam a Terra e o ser humano ainda não existia. A descoberta de Paluxy, se comprovada, poderia causar uma revolução na ciência pois ela seria a prova de que a humanidade seria muito mais antiga do que se supõe e teria coexistido com os dinossauros. Neste local encontram-se pegadas de aproximadamente 54 cm no seu eixo maior. Em 1986, o pesquisador Glen J. Kuban descobriu que as marcas de dedos presentes na pegada apresentam coloração diferente do resto das marcas. Isso sugere, segundo os cientistas, uma possível manipulação nas marcas. Na verdade esta é uma explicação simplista utilizada pelos cientistas para explicar aquilo que eles não podem explicar. Se houvesse manipulação nas marcas, a estranha coloração seria encontrada em todas as marcas impressas pelo pé humano, e não apenas na região dos dedos. Além disso, a pegada humana é mais profunda e estreita que a do dinossauro. Esta estranha coloração pode ser explicada pela presença de um rio nas proximidades que poderia lixiviar os sedimentos próximos à superfície da rocha.


Pegada Delk: foi descoberta em um afluente do Rio Paluxy, cerca de
meia milha rio acima dos limites do parque.  

Homens caminhando junto com dinossauros é algo ainda mais estranho, paleontologicamente se falando, do que coelhos no Cambriano, mas o evolucionismo se tornou tão arraigado e mecânico, que esse tipo de evidência quando surge é automaticamente descartada como fraude ou como ilusão. O que nos faz lembrar Nietzsche que nos avisava para nos acautelarmos quando lutássemos contra monstros, para que nãos nos tornássemos monstros também.

“Minha paixão baseia-se nas evidências. A deles, que ignora as evidências, é verdadeiramente fundamentalista.”

Notas:

[1] Lembre-se, ingênuo leitor ou leitora, vivemos em uma sociedade onde existe a privatização de imprensa e não a liberdade de imprensa. Só porque não há mais linhas pretas cobrindo textos nos jornais, como na época da ditadura, não quer dizer que sua informação não está sendo censurada ou adulterada. Vivemos em um mundo de ignorantes e esses ignorantes não são apenas aqueles que lêem jornais, mas a maioria dos que os escreve também.

[2] Tenha em mente que nossos costumes de higiene de hoje em dia não são os mesmos de séculos atrás, especialmente os europeus. Há uns 400 anos, por exemplo, o banho diário não era costume, e não haviam chuveiros e duchas. Semanalmente juntava-se uma quantidade de água numa grande bacia e toda a família tomava banho naquela água. Primeiro entrava o chefe da família seguido pelos homens, por idade, então era a vez das mulheres ordenadas também por idade e por último, caso houvesse, os bebês. Imagine então a situação da água no fim da semana, era costume se pegar a bacia e a virar para fora para mandar aquele líquido escuro rua a fora para tornar a enchê-la para a próxima semana.

[3] Existem muitas espécies hoje extintas que foram registradas por pessoas na época que existiam, o pássaro Dodô é um exemplo.

Lon Plo

Postagem original feita no https://mortesubita.net/realismo-fantastico/evolucionismo-o-conto-de-fadas-de-darwin/

Em Busca de Alhazred

Por Donald Tyson

Abdul Alhazred é atribuído como o misterioso autor do Necronomicon. Como o livro negro que ele tem a fama de ter escrito, ele foi a criação da mente fértil de Howard Phillips Lovecraft (1890-1937), que inventou tanto Alhazred quanto o Necronomicon como detalhes de fundo para suas terríveis histórias de horror cósmico.

Lovecraft escreveu que Alhazred era um poeta louco do Iêmen que em sua juventude explorou o grande deserto árabe conhecido como o Espaço Vazio. Ele viajou muito pelo mundo antigo em busca da sabedoria arcana, e em sua velhice escreveu um livro documentando o que ele havia colhido em lugares secretos sob a terra – necromancia estranha, cidades perdidas e raças de extraterrestres tão alienígenas que nem eram compostas de carne. Alhazred adorava esses deuses, e no ano 738, enquanto vivia sua velhice em Damasco, ele pagou o preço final por sua arrogância. Ele foi apanhado no ar no mercado da cidade em plena vista da multidão e devorado pedaço a pedaço por um monstro invisível.

Alhazred não desempenha nenhum papel ativo nas histórias de Lovecraft, mas é meramente dito ser o autor do Necronomicon, que é o foco da atenção do leitor. Quando montei o Necronomicon (Llewellyn, 2004), senti constantemente a presença de Alhazred no meu ombro, enchendo minha mente com suas andanças e suas curiosas aventuras. Ele não aparece em minha versão do Necronomicon, exceto por uma breve menção no final do livro, mas sua presença invisível assombra cada página. O Necronomicon foi baseado no conhecimento que ele adquiriu enquanto perambulava pelo Espaço Vazio e viajava pelo Egito, Pérsia e outras terras. Foi escrito em sua velhice, enquanto ele olhava para trás, ao longo dos anos, para seu passado.

Quando terminei Necronomicon, eu sabia que havia outra história para contar – a história de Alhazred em sua juventude, as maravilhas e os terrores que ele experimentou enquanto perambulava por terras distantes adquirindo sabedoria proibida, a paixão que o levou a aventurar-se nas cavernas escuras nas raízes do mundo e a enfrentar as abominações da natureza que ali habitam, as circunstâncias de sua vida que resultaram em sua loucura nas areias ardentes do Espaço Vazio. Enquanto o Necronomicon é uma reunião de sabedoria do poeta em sua velhice, despojado da emoção humana e de detalhes pessoais, o romance Alhazred apresenta a vida real do jovem poeta como ela está sendo vivida.

Por causa de indiscrições juvenis com a filha do rei, Alhazred, que havia sido poeta da corte do Iêmen e favorito do rei, foi exilado no Espaço Vazio. Antes de sua expulsão para o deserto, ele foi castigado de maneiras horripilantes demais para mencionar neste ensaio, maneiras que o roubaram de seu amor, de sua humanidade, até mesmo de sua própria razão. Suas andanças detalham seus esforços para recuperar o que lhe havia sido tão cruelmente despojado e para se transformar de um vagabundo nu e sem um tostão em um necromante. Ao viajar por cidades perdidas e portais ocultos desconhecidos para aqueles que andam eretos, ele aprende da história inicial deste planeta, das raças das estrelas que foram seus mestres muito antes da evolução da humanidade, de suas terríveis guerras e das consequências de seu inevitável retorno.

Alhazred não vagueia em solidão, mas se move pelo mundo rico do Oriente Médio no final do século VII, não muitas décadas depois que os exércitos de Maomé varreram a Arábia, Síria, Egito, Pérsia e outras terras para criar o império muçulmano. Ele é externamente um membro da classe dominante muçulmana, mas em sua alma torturada ele não dá nenhuma lealdade aos ensinamentos de Maomé. Os deuses de Alhazred são os Grandes Antigos que vieram do passado éons além das estrelas, e que continuam a manter uma posição de apoio em nosso mundo, dando seu tempo até que os céus se realinhem e deixem de lançar raios venenosos para sua espécie.

Contra sua vontade, Alhazred é forçado a se tornar um espião do Antigo conhecido como Nyarlathotep, que procura usá-lo para sondar os enredos de seus inimigos. No século VII, muitos cultos sem nome ainda floresceram ao lado do cristianismo e do islamismo. Grande parte do mundo permaneceu inexplorado e desconhecido. Estranhos adoradores de deuses alienígenas realizavam rituais obscuros sob a lua, e davam sacrifícios de sangue humano. No entanto, além daqueles que permaneceram leais aos Antigos, havia inimigos jurados que os combatiam com artes potentes.

Alhazred encontra estas e outras maravilhas em suas andanças, mas talvez a maior de todas elas seja o amor. Apesar dos horrores cometidos contra ele e de sua loucura, que juntos o transformam em algo diferente do humano, ele não está sem companheirismo e afeto, embora eles tomem formas que lhe renderiam uma sentença de morte se eles se tornassem conhecidos, pois seu amante é ainda menos humano que Alhazred.

***

Fonte:

TYSON, Donald. In Quest Of Alhazred. The Llewellyn’s Journal, 2006. Disponível em: <https://www.llewellyn.com/journal/article/1163>. Acesso em 8 de março de 2022.

COPYRIGHT (2006). Llewellyn Worldwide, Ltd. All rights reserved.

***

Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/lovecraft/em-busca-de-alhazred/