Arcano 1 – O Mago – Beth

O título francês desta carta, Le Bateleur, pode ser traduzido também como Prestidigitador, Malabarista, Pelotiqueiro, Bufão, Acrobata ou Cômico. O termo Prestidigitador talvez fosse o mais adequado ao simbolismo dinâmico do personagem, mas é comum que seu nome seja traduzido do inglês Magician, Mágico ou Mago.

Um prestidigitador, de pé, frente à mesa onde coloca os seus instrumentos, segura uma esfera ou um disco amarelo entre o polegar e o indicador da mão direita, enquanto com a mão esquerda aponta obliquamente para o chão uma vareta curta.

O personagem é representado de frente, com o rosto voltado para a esquerda. [Nas referências aos protagonistas de cada carta, será considerada sempre a esquerda e a direita do leitor]. Usa um chapéu cuja forma lembra o símbolo algébrico de infinito e seus cabelos, em cachos louros, escapam desse curioso chapéu. Veste uma túnica multicolorida, presa por um cinto amarelo.

Sobre a mesa, da qual se vêem apenas três pernas, há diversos objetos: copos, pequenos discos amontoados, dados, uma bolsa e uma faca com a lâmina descoberta ao lado de sua bainha.

O prestidigitador está só, no meio de uma campina árida com três tufos de erva; no horizonte, entre as pernas da figura, uma árvore se desenha contra o céu incolor.

Significados simbólicos
Arcano da relação entre o esforço pessoal e a realidade espiritual. Domínio, poder, auto-realização, capacidade, impulso criador, atenção, concentração sem esforço, espontaneidade.

O ser, o espírito, o homem ou Deus; o espírito que se pode compreender; a unidade geradora dos números, a substância primordial. Ponto de partida. Causa primeira. Influência mercuriana.

Interpretações usuais na cartomancia
Destreza, habilidade, finura, diplomacia, eloqüência, capacidade para convencer, espírito alerta, inteligência rápida, homem inquieto nas suas atividades e negócios.

Mental: Facilidade de combinar as coisas, apropriação inteligente dos elementos e dos temas que se apresentam ao espírito.

Emocional: Psicologia materialista; tende para a busca das sensações, do vigor, da qualidade criativa. Generosidade unida a cortesia. Fecundidade em todos os sentidos.

Físico: Muita vitalidade e poder sobre as enfermidades de ordem mental ou nervosa, neuroses e obsessões. Esta Carta indica uma tendência favorável para questões de saúde, mas não assegura a cura. Para conhecer o diagnóstico é necessário considerar outras cartas.

Sentido negativo: Charlatão persuasivo, sugestivo, ilusionista, intrigante, politiqueiro, impostor, mentiroso, explorador de inocentes. Agitação vã, ausência de escrúpulos. Discussões, brigas que podem se tornar violentas, dado o vigor do personagem. Mau uso do poder, orientação defeituosa na ação, operações inoportunas. Tendência à dispersão nas ações, falta de unidade nos processos e atividades. Duvida. Indecisão. Incerteza frente aos acontecimentos.

História e iconografia
Desde a antiguidade clássica são bem conhecidos esses personagens que ganhavam a vida com suas habilidades. Seu ofício se combinava freqüentemente com a dança e o charlatanismo – passavam o seu tempo a vagabundear pelas feiras.

Não há muitas marcas literárias de sua passagem pela cultura européia, mas, em compensação, foi um personagem de prestígio nas artes gráficas desde os primeiros tempos. As gravações medievais costumam mostrá-lo no desempenho de suas mágicas frente a um grupo de espectadores absortos.

O Tarô suprime as testemunhas e acrescenta detalhes originais (a mesa de três pernas, a posição das pernas e dos braços do protagonista, entre outros), mas o seu parentesco com os registros sobre as feiras é evidente.

Pode-se acrescentar que, no mundo islâmico, o Prestidigitador foi também um personagem de vasta popularidade.

Num sentido mais geral, o Prestidigitador é símbolo da atividade originária e do poder criador existente no homem. Como ponto de partida do Tarô, é também o primeiro passo iniciático, a vontade básica no caminho para a sabedoria, a matéria primordial dos alquimistas, o barro paradisíaco do qual será obtido o Adão Kadmon.

“Se o mundo visível não passa de ilusão – pergunta-se Oswald Wirth – o seu criador não será o ilusionista por excelência?”

Neste plano, o Prestidigitador identifica-se com a materialidade do ser criado, até que o demiurgo e a criatura tornam-se o mesmo: certamente há aqui um sentido psicológico, para o qual a identidade é produto da experiência pessoal (o homem é o resultado das suas próprias ações). Desta maneira, pode-se interpretar a supressão da quarta perna da mesa como representativa do ternário humano no mundo (espírito-psique-corpo).

Uma das especulações em torno do personagem do Arcano I pode ser estabelecida a partir da sua atividade intensa, de seu dinamismo sem repouso (produto de seu caráter de intermediário entre o sensível e o virtual), atributo que o relaciona de modo estreito ao simbolismo de Mercúrio.

Nesse sentido, a vareta que traz na mão esquerda seria a simplificação do caduceu, assim como seu estranho chapéu corresponde quase exatamente ao capacete alado da divindade. Seu nome grego significaria “intérprete, mediador”, o que confirmaria essa hipótese.

Muito já se estudou sobre o papel fundamental desempenhado por Hermes Trimegisto na história do ocultismo; os alquimistas desenvolveram boa parte de suas sutis investigações em torno do simbolismo de Mercúrio; não é absurdo, portanto, supor que o Tarô tenha sido colocado sob sua invocação.

O arcano do Mago é também relacionado ao Aleph, do alfabeto hebraico, e pode ser associado à idéia de princípio e também ao primeiro som articulável ( a ) que, segundo a tradição “expressa a força, a causa, a atividade, o poder” e seria o paradigma do homem em sua relação com as demais criaturas.

Por Constantino K. Riemma
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@MDD – Este último parágrafo está errado. A associação entre Mago e aleph foi feita por Eliphas Levi em seu livro “Rituais e Dogmas da Alta Magia” onde ele associou o arcano à letra porque a posição dos braços do mago lembra o desenho da letra, mas ao estudarmos a Kabbalah, vemos claramente que o Mago conecta Binah a Keter, sendo, portanto, representado pela letra Beth.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/arcano-1-o-mago-beth

Principia Alchimica – Financiamento Coletivo

Dia 04/02 começa o Financiamento Coletivo dos livros de alquimia e Jornada da Alma.

Dos mesmos editores de Kabbalah Hermética, da Enciclopédia de Mitologia, dos Livros Sagrados de Thelema, do Tarot Hermético e dos Livros Essenciais da Cabalá.

Um projeto de Cinco Livros relacionados com a alquimia e a transformação do Ser.

https://www.catarse.me/Principia_alchimica

Principia Alchimica – Da colheita do orvalho ao ouro, o objetivo desta obra é explicar de forma simples e praticável todo processo da alquimia. Trata-se de uma metodologia para a ascensão, ou seja, uma forma de transformar seu eu cotidiano em uma condição mais elevada. Como resultado desta metodologia surge uma nova condição superior de vida física, emocional, intelectual e espiritual. A Alquimia e sua busca pela Pedra Filosofal – cuja receita está neste livro – pode ser entendida como uma metodologia para a expansão da consciência. Aqui toda sua simbologia clássica é esclarecida de maneira definitiva como uma metodologia objetiva e eficaz para a expansão da consciência e dos poderes que surgem com ela. Escrito por Thiago Tamosauskas.

Teodiceia Psíquica – A Alquimia e transformação da alma pelo ponto de vista Martinista. Os princípios psíquicos do bem e do mal no paradigma Junguiano e sua discussão no Midrash judaico-cristão de Martinez de Pasqualy. Escrito por Ivan Corrêa.

Ivan Corrêa, Mestre em Psicologia Clínica pelo Núcleo de Estudos Junguianos do Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é psicólogo formado pela PUCSP, estudioso da psicologia junguiana e atua em clínica na cidade de São Paulo. Há anos, dedica-se à pesquisa da mística religiosa do Ocidente, com especial ênfase naquelas tradições que a história teve como heréticas, transitando principalmente entra os mitos gnósticos e herméticos.

O Tarot Egípcio + Deck com 22 Arcanos – Publicado originalmente em 1929, este pequeno tratado explica os Arcanos do Tarot pela visão de R. Falconnier. Traduzido por Rafael Daher e as imagens das lâminas originais de 1929 transformadas em um deck jogável de Tarot pelas mãos de Rodrigo Grola.

LeMULgeton: Os Espíritos Estelares Babilônicos – Publicado originalmente pela editora “Fall of Men” por Leo Holmes. Ao longo das páginas deste trabalho, o autor relaciona o Lemegeton e Mul.Apin (um compêndio babilônico que lida com muitos aspectos diversos da astronomia e astrologia babilônica), atribuindo os Espíritos Goécios às Constelações Sumérias (que incluem estrelas e planetas)

A Sorte do Coveiro – O Coveiro foi um marido zeloso, um pai presente e um professor dedicado. Porém, após um golpe impiedoso ele passa a contestar a ventura dos vivos. Desnorteado, rejeita o fio de existência que lhe resta e se volta completamente para uma busca sinistra. Neste caminho, encontra uma entidade misteriosa conhecida como “O Psicopompo” que passa a figurar como seu mentor. É o desaparecimento de um corpo no cemitério, entretanto, que finalmente dispara uma série de acontecimentos que levará o Coveiro ao confronto final consigo mesmo e com sua sorte.

“A Sorte do Coveiro” é um romance angustiante adornado de elementos fantásticos e macabros. O cemitério é o palco principal do desenrolar da história permeada por elementos de magia e de tradições espirituais do Novo Mundo. Nestas páginas, descortina-se uma narrativa que passeia entre os mundos visível e invisível e que fará o leitor se confrontar com sua própria jornada rumo à sepultura.

Eduardo Regis é praticante de vertentes da tradição esotérica ocidental e ougan de Vodou Haitiano. Ele escreve regularmente no site “Espelho de Circe” e também no site da OTOA-LCN Brasil, onde assina como Frater Vameri. Além disso, é um dos coordenadores do Grupo de Estudos de Espiritualidade Haitiana – Gedeh, em colaboração com o “Espelho de Circe” e com o Instituto Pretos Novos. Ele já publicou contos em antologia e revistas e está trabalhando em livros de religião e magia! “A Sorte do Coveiro” é seu primeiro romance.

Você pode acrescentar qualquer um dos Livros cima ao Apoio, ou uma combinação deles, com um preço promocional e sem precisar adicionar nada ao valor do frete!

– POSTERS da Árvore da Vida + Lamen Rosacruz (+ R$ 30 o conjunto)

– POSTERS de Hermetismo (6 Posters do FC do livro de Kabbalah) (+ R$ 60)

– LIVRO DOS SALMOS (+R$ 60,00): o “Schimmush Sepher Tehillim – Usos mágicos dos Salmos”, faz parte de um Grimório medieval chamado 6° e 7° Livros de Moisés.

– KABBALAH HERMÉTICA (+R$ 250,00) – O melhor trabalho de Kabbalah Hermética já produzido em português. Em suas quase 700 pgs coloridas e ricamente ilustradas, o autor, Marcelo Del Debbio, detalha todos os aspectos da Árvore da Vida, História da Arte e religiões comparadas. Uma obra-prima.

– ENCICLOPÉDIA DE MITOLOGIA (+R$275) – Com 8500 verbetes e 1200 ilustrações, totalmente colorida e capa dura, é o maior e mais completo livro de mitologia comparada em língua portuguesa.

– LIVROS SAGRADOS DE THELEMA (+R$ 175,00) – Coletânea em alta qualidade dos 15 libers mais importantes da Thelema. Edição bilíngue Inglês/Português.

– LIBER 333 (+R$ 60,00) – nas palavras do próprio Crowley: “Esse livro lida com muitos assuntos em todos os planos da mais alta importância. Ele é uma publicação oficial para Bebês do Abismo, mas recomendado até mesmo para iniciantes como altamente sugestivo”

– RPGQUEST (+R$ 275,00) – Um Jogo de RPG/Boardgame baseado na alquimia e na Jornada do Herói. Crie um mundo de Fantasia Medieval com Grandes Desafios e viva uma Campanha Épica de RPG em uma tarde! (versão completa com todas as metas conquistadas no FC).

– RPGQUEST Dungeons (+R$ 275,00) – Um Jogo de Dungeon Crawler baseado nos Túneis de Seth e na Jornada do Herói.

– AS AVENTURAS DE LILITH (+R$ 35,00) – Um livro infantil com a Jornada Iniciática mais antiga da história. Detalha de uma maneira simples as virtudes e defeitos planetários e a jornada da Deusa Lilith através do Mundo Subterrâneo.

– AS AVENTURAS DE ISIS (+R$ 35,00) – Conheça as Aventuras de Isis e Osíris. escrito em uma linguagem simples para crianças. Ideal para presente de natal para crianças que gostam de Mitologia e Aventuras!

– AS AVENTURAS DE HÉRCULES (+R$ 35,00) – Os Doze Trabalhos de Hércules narrados sob a perspectiva do hermetismo. Cada Trabalho é uma tarefa que nós mesmos devemos resolver em nossas vidas para nos aproximarmos de nossa Verdadeira Vontade. Escrito na forma de um livro infantil.

– PEQUENAS IGREJAS, GRANDES NEGÓCIOS (+R$ 175,00) – Kit Pastor com todas as 360 cartas do FC. Um engraçadíssimo Cardgame no qual os jogadores devem representar pastores picaretas e igrejas caça-níqueis com o objetivo de arrecadar o máximo possível em cima da fé alheia enquanto tentam tirar seus oponentes da jogada com acusações absurdas (versão completa com todas as metas conquistadas no FC).

O Frete será calculado e pago apenas quando o Projeto for finalizado. Existem várias razões para isso: a primeira é que ele ficará mais barato 13% pois não teremos de incluir as taxas de FC, a segunda razão é que não sabemos ainda o peso de todas as metas e presentes liberados no decorrer do projeto. Também existe a possibilidade do Mundo voltar ao normal e organizarmos uma confraternização onde os apoiadores poderão pegar seus pacotes pessoalmente. No final da Campanha será enviado email para confirmação dos endereços de envio.

Se conseguirmos os valores estipulados, conseguiremos imprimir 300 Exemplares de cada título e enviar os livros para todos os apoiadores mas, conforme as Metas vão sendo batidas, todos os apoiadores ganham presentes da Editora.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/principia-alchimica-financiamento-coletivo

Arcano 2 – Gimmel – A Sacerdotisa

A Sacerdotisa - Marselha Grimaud (1760)

Uma mulher sentada, com um livro aberto sobre a saia e uma coroa tripla na cabeça.

Olha para a esquerda e veste uma túnica vermelha sobre a qual se desdobra um manto azul (em algumas versões as cores são opostas). Duas partes da sua tiara estão ornadas de florões, mas a parte superior é uma simples abóbada. Um véu, que lhe cai sobre os ombros, cobre totalmente os seus cabelos; na mesma altura desse véu, por trás, aparece uma cortina cujos pontos de fixação não são visíveis. Tampouco se podem ver os pés da mulher, assim como a base do trono.

Fato curioso, que é reencontrado somente no arcano XXI, é que a figura ultrapassa a margem superior do quadro: o extremo da tiara supera a linha negra, um pouco à direita do número II.

Significados simbólicos

A Sabedoria, a Gnose, a Casa de Deus e do homem, o santuário, a lei, a Cabala, a igreja oculta, a reflexão.

Fala também do binário, do princípio feminino, receptivo, materno.

Mistério. Intuição. Piedade. Paciência, influência saturnina passiva.

Interpretações usuais na cartomancia

Reserva, discrição, silêncio, meditação, fé, confiança atenta. Paciência, sentimento religioso, resignação. Favorável às coisas ocultas.

Mental: Grande riqueza de ideias. Responde a problemas concretos melhor do que a questões vagas.

Emocional: É amistosa, recebe bem. Mas não é afetuosa.

Físico: Situação garantida, poder sobre os acontecimentos, revelação de coisas ocultas, segurança de triunfo sobre o mal. Boa saúde, mas com um ritmo físico lento.

Sentido negativo: Dissimulação, hipocrisia, intenções secretas. Mesquinharia, inação, preguiça. beatice. Rancor, disposição hostil ou indiferença. Misticismo absorvente, fanático. Peso, passividade, carga. As intuições que traz invertem seu sentido e se tornam falsas. Atraso, lentidão nas realizações.

História e iconografia

A tradução exata do nome que o Tarô de Marselha dá a este arcano (La Papesse) é A Papisa. Outras versões, como A Sacerdotisa ou A Alta Sacerdotisa, vêm do nome que lhe é dado em inglês (The High Priestess).

A figura da Papisa faz alusão a um fato histórico, ou melhor, lendário, que ocupa um lugar notável na literatura da Idade Média: a pretensa existência de um Papa do sexo feminino. A tradição popular diz que uma mulher ocupou a cadeira de São Pedro durante alguns anos sob o nome de João VIII.

Várias versões aparecem, mas o mais antigo testemunho que chegou até nós é bastante posterior à data de seu suposto reinado.

De qualquer modo, para o estudo tradicional e iconográfico do Tarô, não importa estabelecer alguma fidelidade histórica. Embelezada com o correr do tempo, uma de suas versões combina admiravelmente com o simbolismo maternal que se atribui à estampa: segundo tal versão, a papisa teria ficado grávida de um dos seus familiares e, como não se recolheu à época do parto, o acontecimento teria se dado em plena rua, durante uma procissão entre a igreja de São Clemente e o palácio de Latrão.

Com a dramática descoberta do embuste, o enfurecido séquito papal teria assassinado Joana e seu filho. Antigas tradições romanas asseguram que, no lugar do homicídio, permaneceu durante séculos um túmulo ornado por seis letras P, que podiam ser lidas de três maneiras diferentes (jogando com a inicial comum a Papa, Pedro, pai e parto).

Ainda com relação a essa lenda, deve-se assinalar um fato notável: na célebre Bíblia ilustrada alemã do ano de 1533, a grande prostituta do Apocalipse está representada com uma tiara na cabeça, A tradição afirma que foi desenhada deste modo por desejo expresso e sugestão de Martinho Lutero.

Enquanto o Mágico não poderia permanecer em repouso (numa unidade andrógina onde tudo é impulso e estímulo), a Sacerdotisa é o próprio repouso: sentada, majestosa, receptiva, seu reino é binário, uma etapa na distinção da polaridade do universo. Se o binário equivale a conflito, no sentido de rompimento da unidade, de abandono do caos essencial onde não existem as magnitudes nem os nomes, é também a primeira etapa dolorosa e imprescindível das vias iniciáticas, o começo da busca da identidade.

A Sacerdotisa representa a submissão majestosa às exigências dessa iniciação, o equilíbrio que a repartição elementar de forcas produz no conflito.

O que o Arcano I era para a encarnação das energias espirituais o Arcano II o é quanto à aceitação dessa metamorfose: o reconhecimento prévio da luta entre os princípios branco-negro, dia-noite, Yang-Yin.

Alguns autores veem na Sacerdotisa a representação de Isis, com todas as suas conotações noturnas e ocultas. Também a associam a Cassiopéia, a rainha negra da Etiópia e mãe da constelação Andrômeda, e a Belkis, a belíssima rainha de Sabá, para quem Salomão teria composto o Cântico dos Cânticos. Essa relação da Sacerdotisa com deusas e rainhas negras (ou escuras) não parece casual e acentua a contrapartida com a carta a seguir: o simbolismo branco, luminoso e diurno do Arcano III (A Imperatriz), com quem a Sacerdotisa forma a dupla oposta e complementar da feminilidade.

Este símbolo subterrâneo, que se refere ao aspecto esotérico da revelação, teria passado para o cristianismo sob a forma das virgens negras, cujo ritual se realiza com frequência numa cripta ou num lugar inacessível.

Mãe, esposa celeste, senhora do saber esotérico, a Papisa ou Sacerdotisa ocupa na estrutura do Tarô o lugar da porta, da passagem entre o exterior e o interior, do ponto imóvel e comum entre a Casa e a rua.

Por Constantino K. Riemma

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#Kabbalah #Tarot

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/arcano-2-gimmel-a-sacerdotisa

Daemon reimprime livros Clássicos de RPG

rpg-daemon-natal-2016

A Daemon Editora lançou uma nova impressão de seus títulos clássicos de RPGs, para os colecionadores que queiram completar suas coleções e também para os novos RPGistas conhecerem aqueles que foram os mais importantes RPGs Nacionais da era de Ouro dos RPGs no Brasil.

– Anjos: A Cidade de Prata, um RPG onde os personagens são Anjos trabalhando para as Castas Celestiais da Cidade de Prata. Anjos explica detalhadamente as cinco castas que habitam a Cidade de Prata: Corpore, os Anjos da Guarda; Protetore, os anjos cabalísticos; Captare, os caçadores de demônios; Recípere, os negociantes de almas e Nimbus, os governantes celestiais para serem utilizados como personagens ou NPCs em sua campanha.

– Demônios: A Divina Comédia faz um passeio completo pelos nove círculos do Inferno, lar dos Demônios, Anjos Caídos e Perdedores na Guerra Celestial. Totalmente baseado nos livros A Divina Comédia e Paraíso Perdido, Demônios mantém-se fiel ao texto e às descrições de Allighieri e Milton.

– Vampiros Mitológicos. Totalmente baseado em culturas e lendas reais, traz a descrição completa das principais raças de vampiros, originárias das diferentes culturas e civilizações antigas.

– Spiritum: O Reino dos Mortos traz a explicação detalhada dos Planos Espirituais, Umbrais, Etéreos e Astrais; suas regras, suas criaturas, seus anjos, fantasmas e demônios.

– Abismo, provavelmente o mais macabro e pesado título da linha Arkanun/Trevas até agora, que vai fazer a alegria dos fãs de RPGs de horror. Escrito por Antônio Augusto Shaftiel, autor de Jyhad e a trilogia das Lanças de Christos, Abismo traz a descrição detalhada do Abismo, lar dos mais maléficos, distorcidos e pervertidos demônios de Infernun e Tenebras que assolam a Orbe Terrena. Descrições dos demônios mais importantes já citados nos livros da linha Arkanun (Magnus Petraak, Luvithy, Pyros…), seus poderes, influências e serviçais.

– Jyhad: Guerra Santa. Escrito por Antônio Augusto Shaftiel, o autor com o maior número de romances de RPG publicados no Brasil, com a capa espetacular de Vitor Ishimura (desenhista do RPG Conan, da Moongoose) e ilustrado por Ronaldo Barata, Ig e Eduardo Ferrara, Jyhad: Guerra Santa traz a descrição detalhada dos Anjos Judeus e Muçulmanos; suas relações com os Anjos Católicos e a Guerra Celestial no Oriente Médio, ampliada após os ataques de 11 de Setembro.

– ARKANUN, o RPG de horror na Idade das Trevas, possui toda a ambientação da Europa Medieval do século XIV onde você poderá jogar com Alquimistas, Rosacruzes, Cabalistas, Templários e Magos em meio a Anjos, Demônios e Inquisidores. Seus suplementos INQUISIÇÃO e TEMPLÁRIOS trazem regras para se jogar com duas das mais poderosas forças da Idade Média, os Cavaleiros do Templo de um dos lados e as Forças da Santa Inquisição do outro!

Além destes, Clássicos como CÃES DE GUERRA, um RPG ambientado na Segunda Guerra Mundial; ANIMERPG, um RPG com todas as regras que você precisa para adaptar qualquer tipo de Anime ou Mangá para RPGs. Escrito por Luka Chan, é o único RPG Brasileiro escrito por uma mulher e também um dos mais vendidos de todos os tempos! SUPERS-RPG traz regras completas para jogar campanhas de super heróis com um tom mais realista. E Maytreia, o RPG baseado nos textos esotéricos da Eubiose.

Finalmente, NEOKOSMOS traz um RPG baseado na Mitologia Grega, com seus heróis, monstros, deuses e criaturas sobrenaturais.

RPGQUEST
Para esquentar os motores na preparação do Boardgame RPGQuest – A Jornada do Herói, a Daemon traz de volta o Módulo Básico do RPGQuest; Se você nunca jogou RPG antes, sugerimos começar as aventuras pelo Módulo Básico, que é o maior e mais completo livro de RPG já publicado no Brasil. Ele possui 80 raças, 110 Classes, 200 habilidades, 100 armas, 120 deuses em 13 panteões, Magias, Psiônicos, Animais Familiares, veículos, 56 Mundos de Jogo e tudo mais que você precisa para criar aventuras em QUALQUER tipo de cenário. Também reimprimiu o GUIA DE MONSTROS, que traz mais de 680 monstros diferentes para colocar em ação nas suas campanhas, passando por dragões, demônios, mortos-vivos, trolls, abissais, asuras, goblinóides, dinossauros, fantasmas, aberrações, vampiros, monstros marinhos e gigantes, com mais de 440 ilustrações.

Você pode encontrar todos os RPGs da Daemon, junto com o Livro de Kabbalah Hermética, Enciclopédia de Mitologia, Tarot hermético e os Livros das Aventuras Mitológicas de Lilith, Isis e Hércules na Loja de RPG.

#Blogosfera #Jogos #RPG

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/daemon-reimprime-livros-cl%C3%A1ssicos-de-rpg

A Formação do Tempo e do Espaço – O Mundo de Yetzira

Por Moshe Miller

As características do mundo de Yetzira estão além das limitações do espaço físico.

A limitação que é adicionada pela descida ao mundo de Yetzira, o mundo da Formação, é a da própria dimensão. A formação é essencialmente um conceito espacial, e a Cabala também discute a natureza do espaço. É importante saber que a Cabala vê o tempo e o espaço como condições criadas e não como qualidades intrínsecas, como será discutido em breve. Isso quer dizer que até a descida da luz ao mundo de Yetzira, a luz não é limitada por dimensão. E mesmo no mundo de Yetzira a dimensão ainda é espiritual e ainda não entrou nas limitações físicas do espaço.

O espaço físico tem seis dimensões que o limitam e definem. São elas: acima e abaixo, direita (sul) e esquerda (norte), na frente (leste) e atrás (oeste). Na Cabalá, cada uma das direções é derivada de uma qualidade espiritual, a saber, um dos seis aspectos do mundo de Yetzira. (A dimensão espiritual do mundo de Yetzira se transforma no mundo de Asiya no espaço físico real.) No mundo de Yetzira, essas seis dimensões são chamadas de seis midot, ou seis sefirot, que são reveladas principalmente nesse mundo. A palavra midda em hebraico significa “dimensão”, “limitação” ou “medição”. Esta é a característica primária do mundo de Yetzira: aquela luz que desce lá é limitada e medida.

Uma das características da dimensão ou medida é que ela requer pelo menos dois pontos de referência – o lugar onde algo começa e onde termina. Assim, Yetzira, a fonte da dimensão, é o primeiro plano de existência onde a polaridade e a dualidade (o oposto de unidade e unidade) surgem. Assim, há o início do relacionamento, ou seja, uma situação em que cada aspecto é definido em referência a outra coisa, e não em termos de suas próprias qualidades intrínsecas. É importante notar que, em Yetzira, essa dualidade ainda é espiritual e, portanto, as características do mundo de Yetzira estão além das limitações do espaço físico.

A dimensão espacial no mundo de Yetzira pode ser entendida da seguinte maneira: “Acima” é o alcance ativo da luz e da força vital (análoga à luz do sol que desce de cima), que desce aos vasos, que estão prontos para recebê-los (continuando a analogia – como plantas ou árvores que absorvem a luz do sol). “Abaixo” é o recebimento pelas embarcações; quanto mais luz os vasos recebem, mais eles se expandem e crescem (sul, em direção ao caminho do sol, em direção à luz) e, consequentemente, mais elevados eles se tornam (isto é, avançam em direção à origem da luz). Se os vasos, no entanto, são muito imaturos e contraídos, ou porque algo impede que a luz atinja os vasos, eles se contraem e não crescem. Eles podem até se afastar da fonte de luz e recuar, como uma planta murchando e morrendo. Esta é a dimensão espiritual interna do espaço físico.

Na analogia usada anteriormente para descrever os mundos, se a ideia original e sua expansão na compreensão representam o mundo de Atzilut, e considerar como descrever a ideia para outra pessoa representa o mundo de Beriya, então a explicação real da ideia para outra pessoa representa o mundo de Yetzira. Ao explicar uma ideia para outra pessoa, é inevitável que haja um limite de quanto do entendimento original pode ser transmitido através da fala. Alguns têm mais sucesso nisso do que outros, mas mesmo o melhor professor não consegue comunicar sua própria compreensão exata ao aluno. O aluno tem que trabalhar isso sozinho. Assim, a fala é muito mais limitada do que o pensamento. Assim também, a descida da luz no mundo de Yetzira define e limita a luz para que possa ser absorvida pelos vasos de nível mais baixo do mundo de Asiya. Ao fazer isso, a luz se torna muito mais oculta e muito mais limitada. Desta forma, cada vaso se separa do outro, porque cada um recebe a luz e a expressa de acordo com sua própria natureza específica. Assim, há divisão e diversidade.

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Fonte:

Forming Time and Space – The characteristics of the world of Yetzira are beyond the limitations of physical space, by Moshe Miller.

https://www.chabad.org/kabbalah/article_cdo/aid/431126/jewish/Forming-Time-and-Space.htm

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/a-formacao-do-tempo-e-do-espaco-o-mundo-de-yetzira/

Thantifaxath

Olá crianças,

Eu dificilmente falo de Qlipoth aqui no Blog, mas as manifestações populares desta semana (@MDD – Semana de protestos durante a Copa do mundo na postagem original) levantaram uma excelente oportunidade para exemplificar o que vem a ser uma qlipha e como elas se manifestam.

Thantifaxath é a contraparte nefasta de Tav, o 32o caminho da Árvore da Vida.

Tav conecta Malkuth a Yesod; é regido por Saturno e representa as portas do Templo. A Imaginação, a Criatividade e a Expressão são suas principais características, combinando a transposição do Reino Material (Malkuth) para o Subconsciente (Yesod). Entre suas inúmeras representações, temos a “Ponte Bifrost” (Arco Íris), protegida por Heimdall, na mitologia Nórdica; a lenda do tesouro no fim do arco-Íris, protegido por Leprechauns, o Caminho de Persefone entre a Grécia e Hades e o passeio do Barqueiro Caronte.

Muitas vezes chamada de “Portal”, Tav é o Caminho da Iniciação.

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/thantifaxath

As raízes judaicas da Magia Sexual

Excerto de “Modern Sex Magick” de Donald Michael Kraig

Para aqueles que não estão familiarizados, a história da magia sexual começa com os Cavaleiros Templários. Fundado em 1118 EC, o propósito declarado dos Templários era proteger os peregrinos que iam para o Oriente Médio durante a Segunda Cruzada. A história dos Templários é bastante fascinante, mas para nossos propósitos basta dizer que eles foram suprimidos em 1312 por autoridades religiosas e temporais que tinham inveja de seu poder e riqueza. Vários dos seus membros foram presos ou mortos. Seu líder, Jacques DeMolay, foi queimado vivo. Os Templários, como outros acusados ​​de heresia, feitiçaria e prática de magia, foram acusados ​​de uma litania de crimes. Essas acusações provavelmente foram apenas um ardil perpetuado pela igreja e pelo estado para obter a imensa riqueza e amplas propriedades que os Templários possuíam. A história aceita é que os templários aprenderam magia sexual com os sufis do Oriente Médio, que a aprenderam com os tântricos da Índia. Os alquimistas medievais receberam esta informação dos Templários e a codificaram em alguns ensinamentos em suas obras. Eventualmente, Aleister Crowley, que aprendeu sobre magia sexual em suas viagens à Índia e à África, começou a experimentar tanto as técnicas tradicionais quanto as suas próprias técnicas recém-criadas.

Enquanto isso, um homem chamado Pascal Beverly Randolph havia descoberto os segredos da magia sexual ou inventado algumas novas técnicas também. Nascido em 1815, era filho de um médico e de uma dançarina de salão. Tornou-se grumete e aprendeu o ofício de marinheiro, tornando-se em seguida mestre de embarcação. Ser marinheiro permitiu-lhe viajar muito. Aos vinte e cinco anos, foi iniciado na Irmandade Hermética de Luxor. Em 1868 (depois de várias viagens à França), fundou a Irmandade de Eulis, que acabou tendo muitos seguidores. Ele publicou um livro (Magia Sexual) que postulava um tipo de bissexualidade espiritual junto com a ideia de que o orgasmo era mágico e sagrado. Randolph influenciou as pessoas que recriaram os Cavaleiros Templários na forma da Ordo Templi Orientis (OTO). Crowley se juntou a esta Ordem e, eventualmente, após uma batalha divisória, tornou-se seu chefe. Hoje, assim como a maioria dos ensinamentos sobre magia cerimonial foi filtrada pelas lentes dos membros da Golden Dawn, também a maioria dos ensinamentos sobre magia sexual foi filtrada através da lente de Aleister Crowley e da OTO.

A história acima é precisa, mas representa apenas uma parte da corrente. É uma versão um tanto quanto limitada da história da magia sexual ocidental – uma visão de túnel que ignora a realidade mais ampla e falha em duas áreas:  Primeiro, não identifica onde e como a magia sexual se desenvolveu originalmente. Em segundo lugar, implica que a magia sexual permaneceu relativamente inalterada ao longo do tempo (especialmente no último século) e simplesmente transportada para o presente. De fato, há ampla evidência de que a magia sexual tem uma história muito mais ampla do que é comumente reconhecida. Para entender essa história mais profunda, no entanto, devemos primeiro examinar a natureza da Cabala.

Nos últimos anos, tive a sorte de dar palestras em todos os EUA, da Flórida a São Francisco e de San Diego a Nova York. Uma das coisas que faço agora perto do início de cada palestra, não importa o assunto, é escrever as seguintes letras no quadro-negro: T F Y Q A

As letras representam as palavras em inglês para “Pense por si mesmo. Questione a autoridade”. Continuo explicando que simplesmente porque eu ou qualquer outra “autoridade” ou autor escreve ou diz algo não o torna verdadeiro. Eu sempre peço aos meus alunos que ouçam o que eu tenho a dizer, mas depois que verifiquem. Encorajo as pessoas a confiar em si mesmas em vez de acreditar em um líder ou professor, mesmo quando esse professor seja eu.

Muitos de vocês, sem dúvida, estão familiarizados com a Cabala. São os fundamentos místicos do judaísmo, do cristianismo e até, até certo ponto, do islamismo. Aqueles de vocês familiarizados com a Cabala usada em grupos ocultistas conhecem suas teorias sobre a Árvore da Vida com suas correspondências, bem como os sistemas numerológicos como a gematria. Na minha biblioteca, tenho bem mais de 1.000 livros especificamente relacionados à Cabala ou associados a ela. A maioria deles são semelhantes em conteúdo, simplesmente expressando as mesmas coisas de maneiras diferentes. Todos eles alegam explicar as bases do que é a “A” Kabalah.

Todos eles estão errados.

Para aqueles de vocês que foram estudantes da Cabala, eu lhes peço que reflitam sobre estas questões: Não é possível que a Cabala seja muito mais do que gematria, notarikon, temurah e a Árvore da Vida e suas correspondências? Se sim, então por que tão pouco se sabe de outros aspectos da Cabala? Para responder isso temos que olhar um pouco de história.

Nos anos 1700, um grupo de judeus ortodoxos e piedosos se formou na Europa Oriental. A palavra para “piedoso” em hebraico é Hasid (pronuncia-se: “RASSID”). Assim, essas pessoas ficaram conhecidas como os “Piedosos” ou os Hasidim.

Anteriormente, o judaísmo místico incluía muitas maneiras de desenvolver poder sobre o ambiente: o que hoje chamaríamos de magia. Mas os hassidim não queriam nada disso. Eles buscavam a exaltação espiritual, não a capacidade de mudar o mundo. Eles queriam aumentar o poder de suas orações, não o poder sobre as coisas ao seu redor. Como resultado, eles se concentraram nos aspectos mentais da Cabala, incluindo correspondências sobre a Árvore da Vida, meditação sobre como Deus criou o mundo e as manipulações de letras e números, uma versão moderna (para a época) de formas místicas mais antigas do que é chamado de “magia das letras”.

Como essa informação era mística, era inevitável que ela chegasse ao mundo oculto local (alemão), onde se tornou parte da tradição maçônica daquele país. Esses ensinamentos foram posteriormente traduzidos para as línguas românicas e acabaram se tornando, para muitas pessoas, os ensinamentos centrais da Cabala.

Mesmo depois dessa história, muitas pessoas vão duvidar do que estou dizendo sobre a Cabala. Peço-lhe, então, que olhe para o único trabalho publicado que é aceito como talvez o texto cabalístico mais importante – o Zohar. Há muito pouco lá sobre tal numerologia. O mesmo ocorre no pequeno mas importante livro cabalístico primitivo, o Sepher Yetzirah.

Para resumir, a versão da Cabala que é mais amplamente aceita entre os ocultistas hoje é basicamente nada mais do que parte dos ensinamentos místicos dos hassidim alemães. Isso não torna tais estudos de forma alguma “ruins” ou “errados” ou mesmo incompletos. Em vez disso, simplesmente indica que tais estudos são apenas uma abordagem em um tipo ou escola da Cabala,  e não na coisa toda.

Quando comecei a estudar a Cabala, ou melhor, o que é comumente conhecido entre os ocultistas ocidentais por esse nome, eu era como um cachorro faminto na loja de um açougueiro de bom coração. Eu queria provar e experimentar tudo.

Para quem não conhece a gematria, sua ideia básica é simples. Cada letra hebraica está associada a um número. Soma-se os números das letras de uma palavra e, se forem iguais ou tiverem relação com os números de outra palavra, há uma relação entre as duas palavras. Em Magia Moderna dei o famoso exemplo que mostrava como, em hebraico, a enumeração da palavra “amor” era igual ao valor numérico da palavra “unidade” e como, quando suas numerações são somadas, o total é igual a o valor numérico de uma palavra hebraica para “Deus”. É um sistema numerológico simples que, neste caso, indica que Deus é uma unidade e que Deus é amor.

Muitas noites eu ficava acordado até as primeiras horas da manhã seguinte me debruçando sobre cálculos para tentar provar alguma coisa. Analisei meu nome mágico de três letras escolhido em um papel que tinha várias páginas. Da mesma forma, tenho visto pessoas analisando seções das obras de Aleister Crowley, rituais da famosa Ordem Hermética da Golden Dawn, seções da Bíblia, etc., por mais páginas do que gostaria de lembrar.

Mas um dia percebi que faltava algo. Fiquei com a pergunta atormentadora que Peggy Lee fez em sua música: “Isso é tudo o que existe?” Depois de anos de manipulação numerológica cabalística, cheguei à conclusão de que – para mim, pelo menos – uma exploração mais aprofundada já não provava nada de importante. Percebi que havia se tornado uma estrada falsa, como um falso vidente que parece dar muitas informações, mas na verdade fala pouco.

Claro, eu poderia passar horas provando que as palavras estavam relacionadas. Esse tipo de trabalho ainda é feito hoje (veja, por exemplo, os livros de Kenneth Grant) e pode ser de grande valia para pessoas que sentem que precisam desse tipo de prova. Para eles, esse trabalho é importante e valioso. Eu também precisei disso no passado e recebi isto muitas recompensas e insights espirituais.

Mas para mim, os ensinamentos comumente considerados o núcleo da Cabala agora pareciam nada mais do que uma forma de masturbação mental. Para o exemplo de “amor mais unidade é igual a Deus”, eu disse: “E daí? Isso já não é aceito por muitos (inclusive eu)?” Eu já sabia disso. Eu não precisava “provar” isso para mim ou para qualquer outra pessoa. Sei que a Declaração da Independência foi assinada em 1776. Não preciso passar horas tentando provar que esse evento aconteceu. Não preciso ler centenas de livros para saber que esse evento ocorreu em um determinado ano. Fazer tal estudo neste momento da minha vida seria chato e uma perda de tempo. Um dos tipos de pessoas que encontramos no caminho oculto é o “mago de poltrona” que fará alguma magia assim que “acabar com mais um livro” ou “construir mais uma ferramenta mágica”. Ele não consegue nada prático porque nunca faz mágica. Sim, ele ganha conhecimento, o que certamente é um objetivo digno em si. Mas o conhecimento por si só não é o objetivo de um mago praticante. Para todos os efeitos práticos, ele está fazendo o mesmo trabalho que os do místico hassídico do século XVIII. Isso não era o suficiente para mim. Um mágico de poltrona não era alguém que eu queria ser. Esta foi uma grande crise. Eu estava prestes a perder completamente meu interesse pela Cabala – algo que havia me transformado e tinha sido o maior interesse da minha vida por mais de vinte anos. Eu hibernei, fiz leituras de tarô para mim mesmo e meditava. Então, um dia, ficou claro.

Experiência! Era isso que faltava em todas as manipulações numerológicas. Cheguei à conclusão de que pensar em algo não era suficiente para mim. Eu sou ação. E embora muitas das técnicas cabalísticas que usam a numerologia cabalística para fazer talismãs bem-sucedidos, por exemplo, proporcionassem uma gratificação tardia quando o talismã atingia seu objetivo, eu queria algo mais imediato. Eu conhecia apenas uma técnica que forneceu a aventura, ação e experiência que eu desejava: Pathworking cabalístico.

Devido a muitos trabalhos publicados, o termo pathworking perdeu seu significado original. Hoje, pathworking significa qualquer tipo de meditação guiada em que se faz uma viagem mental ou astral visualizada ou algum tipo de viagem. Eu uso a expressão “pathwork cabalístico para representar o significado original da palavra pathworking: andar na Árvore da Vida cabalística enquanto estiver no plano astral. A chave aqui é ser capaz de separar a consciência do corpo e viajar no plano astral. Em outras palavras, esta técnica cabalística requer que você alcance um estado alterado de consciência. Exceto pelos métodos fornecidos em fontes como The Golden Dawn de Regardie e as várias versões dessas instruções que foram publicadas, pouca informação apareceu de um antigo ponto de vista cabalístico. Se o pathworking cabalístico requerer acesso ao plano astral através de um estado alterado de consciência, segue-se que deve haver métodos cabalísticos tradicionais para alcançar tal estado.

Um método que descobri nas obras de Aryeh Kapi era simplesmente colocar a cabeça entre os joelhos. Isso muda o fluxo de sangue para o cérebro, resultando em um estado alterado. No entanto, ao investigar mais, descobri outro método para alcançar um estado alterado, uma técnica que Marsha Schuchard chama de transe sexual. Este método faz parte da teoria cabalística, embora tenha sido ignorado pela maioria dos pesquisadores e praticantes, pois não era uma parte publicada do movimento hassídico alemão. E enquanto esta chave cabalística para o mistério tem estado no subsolo por mais de 2.500 anos, ela vazou ou foi redescoberta de tempos em tempos e formou a base da magia sexual ocidental, em todas as suas formas, como existe hoje. Eu precisava daquilo.

Se você ler a Bíblia como um tipo de história, verá que os profetas de todas as gerações criticaram os hebreus por não adorarem os deuses e deusas de outras culturas. A implicação disso é que os hebreus não eram monoteístas desde a época de Abraão, mas eram tão politeístas quanto suas culturas vizinhas. De fato, em The Hebrew Goddess, o respeitado antropólogo Raphael Patai mostra que os hebreus adoravam uma deusa tanto em suas casas quanto no templo sagrado em Jerusalém até a destruição do segundo templo em 70 EC, você encontrará frequentemente nos artigos sobre as práticas religiosas dos primeiros hebreus, práticas que incluíam a adoração tanto de um Deus quanto de uma Deusa.

Na maioria dos templos judaicos de hoje, o local onde reside a Torá – os primeiros cinco livros da Bíblia em forma de pergaminho – está localizado em uma plataforma elevada. Essa plataforma geralmente tem a forma de um tipo de palco onde o Rabino (o líder das orações) e o Cantor (o líder dos cantos ) também têm suas posições rituais. Esta área é conhecida como bimah (pronuncia-se: bee-mah). A palavra “bimah” significa uma plataforma ou palco. No entanto, a origem da palavra é bamah (bah-mah) que se refere à ideia de um “lugar alto”. No Oriente Médio, uma área elevada era comumente onde várias divindades, não apenas o Deus judeu, eram adoradas. Outros resquícios de tempos pagãos anteriores – incluindo a adoração da Lua como uma forma da Deusa Lunar Levanah (que agora é o próprio nome da Lua em hebraico) – também são encontrados em várias tradições folclóricas judaicas.

As primeiras formas de paganismo tinham vários propósitos, talvez o mais importante fosse a fertilidade. Os primeiros pagãos praticavam ritos para garantir a fertilidade das colheitas, rebanhos e pessoas. Freqüentemente, esses ritos incluíam comportamento sexual. Por exemplo, em algumas culturas, os pagãos teriam ritualizado a relação sexual em cima de colheitas recém-plantadas. Acreditava-se que a energia levantada durante seu rito, através da imitação de sua magia sexual elementar, ajudaria as plantações a crescer.

Existe alguma evidência de que os primeiros hebreus, como seus vizinhos politeístas, tinham ritos e mistérios sexuais? A resposta é sim. Na verdade, alguns desses ritos têm até versões modernas.

Um exemplo é a prática da circuncisão. Antes que essa prática fosse fixada no judaísmo para oito dias após o nascimento de um menino, provavelmente fazia parte dos ritos da puberdade. Em outras palavras, era realizada quando um menino atingia a maioridade como sinal de maturidade sexual. Os ritos de puberdade para meninos e meninas são comuns nas culturas pagãs. Em algumas culturas, os ritos de circuncisão masculina na puberdade ainda são praticados como parte dos “Mistérios Masculinos”. No judaísmo, os meninos ainda têm um tipo de tal rito (embora sem a circuncisão) quando passam pelo ritual de entrada na idade adulta conhecido como Bar Mitzvah. Mais recentemente, as meninas foram adicionadas a essa tradição quando passam por um Bat Mitzvah semelhante.

Na Torá, a circuncisão é um sinal de um pacto entre Deus e os judeus. Nisto se insinua a ligação entre sexualidade e espiritualidade. Outras vezes, você lerá sobre situações em que colocar a mão na “coxa” é sinal de acordo, geralmente entre um humano e o Divino. “Coxa” é um eufemismo para “pênis” (assim como a Bíblia usa o verbo “conhecer” para significar “coito”). Essa ideia foi adotada ou emprestada de outras culturas onde um homem juraria colocando a mão sobre os testículos do outro. De fato, nossa palavra “testemunhar” (derivada, é claro, da palavra “testes”) vem dessa prática.

Há mais evidências de ritos sexuais no antigo judaísmo. O livro de Raphael Patai, “The Hebrew Goddess “, mostra claramente que não havia apenas um forte componente sexual no misticismo judaico mais antigo, mas que era algo muito importante.

Desde a realização do filme Caçadores da Arca Perdida, muitas pessoas se familiarizaram com a forma da Arca da Aliança. Em cima dela estavam dois Querubins. De acordo com Patai, há uma tradição talmúdica de que “… enquanto Israel cumpriu a vontade de Deus, os rostos dos querubins estavam voltados um para o outro: no entanto, quando Israel pecou, ​​eles viraram os rostos um do outro. ” O que isso pode significar?

A Arca da Aliança foi mantida no “Santo dos Santos”, a parte mais privada e sagrada do templo em Jerusalém. Já o famoso historiador primitivo dos judeus, Flávio Josefo (37 D.C.–100 D.C.), escreveu que não havia nada no Santo dos Santos. Por quê? É bem aceito que ele queria representar o judaísmo como “anti-icônico”, uma religião livre da adoração de ídolos ou ícones. Mas haveria algo mais? Algo que Josefo poderia até ter vergonha de mencionar?

A resposta vem de um historiador ainda mais antigo, Filo (30 A.C-45 D.C ). Ele escreveu que na parte mais interna do templo, na parte mais sagrada do local judaico mais sagrado, havia as estátuas dos Querubins. E esses Querubins estavam “entrelaçados como marido e mulher”. Ou seja, eles foram mostrados tendo relações sexuais.

Isso foi verificado mais tarde pelo relato de um talmudista conhecido como Rabi Qetina, que afirmou que nos dias santos, quando as pessoas iam em peregrinação para ir ao templo, os sacerdotes realmente mostravam os Querubins a eles e diziam: “Vejam! o amor diante de Deus é como o amor do homem e da mulher”. Várias centenas de anos depois, o famoso Rashi escreveu: “Os Querubins estavam unidos, agarrados e abraçados, como um macho que abraça uma fêmea”.
Em outras palavras, o segredo final do Santo dos Santos não era que ele continha a Arca da Aliança, a Torá ou as tábuas dos Dez Mandamentos. Em vez disso, era a natureza espiritual do sexo. A tradição talmúdica mencionada anteriormente implicaria que os querubins estariam envolvidos em relações sexuais constantes enquanto Israel cumprisse a vontade de Deus, mas eles se separariam de seu abraço se Israel pecasse. Além disso, acreditava-se que Deus “falava” entre os Querubins.

Lembre-se, de acordo com a Torá e a Cabala, Deus cria através da fala: “E o Senhor disse: “Haja luz.” E eis que havia luz.” Esta, então, é a revelação do segredo cabalístico da magia sexual: profecia, adivinhação e invocação que podem resultar do sexo espiritualizado.  De fontes talmúdicas também sabemos que um dos maiores feriados para os antigos judeus ocorreu cerca de duas semanas após o Ano Novo Hebraico. Os peregrinos vinham ao templo em Jerusalém de todas as partes para este feriado que era considerado uma festa alegre. No entanto, ao final dos sete dias desta festa, que era celebrada tanto por homens como por mulheres, as festividades se tornariam tão intensas que homens e mulheres se misturariam e cometeriam atos que eufemisticamente chamavam de “vertigem”. Em termos modernos, a multidão corria sexualmente desenfreada. Este comportamento terminou algo entre cerca de 100 AEC. e 70 d.C.

Outra fonte que indica que o judaísmo primitivo tinha ritos sexuais é encontrada no livro O Cântico dos Cânticos, de Carlo Suares, que é sua interpretação desse pequeno texto bíblico (conhecido também por seu título mal traduzido, Cantares de Salomão). Na introdução, Suares descreve brevemente o honrado Rabi Akivah (também conhecido como Akiba), que nasceu em 40 D.C e foi executado no ano 135.
D.C. depois de passar muitos anos na prisão por ser um apoiador da guerra judaica contra Roma. Hoje, Rabi Akivah é homenageado por judeus em todo o mundo. Poemas e orações atribuídos a ele são recitados por judeus fiéis. Ainda me lembro da bela e ritmada oração cantada que começa com “Amar Rabi Akivah…” (assim falou Rabi Akiba…). Ele é considerado o pai da versão escrita das leis orais judaicas conhecidas como Mishná. Ele também é considerado por muitos como o pai da Cabala.

Assim como as principais seitas cristãs têm divisões entre si, também houve divisões no judaísmo. No primeiro século EC, o rabino Ismael assumiu uma posição semelhante à de alguns cristãos fundamentalistas modernos de hoje. Ele e seus apoiadores sustentavam que os escritos sagrados judaicos foram escritos em uma linguagem que falava diretamente aos homens e deveriam ser aceitos literalmente. Rabi Akivah discordou e sustentou que as palavras eram apenas a forma da mensagem. O verdadeiro significado da Torá deveria ser encontrado em sua interpretação mística, sua essência interior. Assim, quando uma discussão sobre quais livros deveriam ser considerados parte da Bíblia judaica estava ocorrendo entre os principais Rabinos, a maioria deles queria excluir o aparentemente profano poema de amor que é o Cântico dos Cânticos. Afinal, como poderia um judeu hoje em dia ter frases como “beije-me com os beijos de sua boca” e “seus seios são como dois filhotes” em seu livro sagrado?

Rabi Akivah foi um dos rabinos mais honrados de seu tempo e assim permanece até os dias atuais. Em seu tempo, ele foi mantido em grande respeito e era considerado uma autoridade poderosa no judaísmo. Akivah exerceu sua reputação e autoridade para mudar a atitude dos outros rabinos. “O universo inteiro não vale o dia em que aquele livro… [foi] dado a Israel”, disse ele, “porque todas as escrituras são sagradas, mas o Cântico dos Cânticos é o mais sagrado”.

Quando li pela primeira vez esta citação, fiquei fascinado e intrigado. Não é estranho que um dos rabinos mais importantes da história judaica tenha defendido a canção de amor não apenas como um bom livro, não (como alguns diriam) porque é Deus dizendo como Ele ama Israel (ou vice-versa), mas porque é a “santíssima” de todas as escrituras?

Lembre-se, Akivah é considerado o pai da Cabala. Não poderia a razão para a defesa do livro de Akivah ser que ele retinha o segredo sagrado do judaísmo, o segredo da magia sexual? Este segredo teria então sido passado para seus seguidores e de lá para muitas das escolas da Cabala.

Mesmo o bastante enfadonho e pedante AE Waite, em The Holy Kabbalah, refere-se ao fato de que os judeus místicos consideravam o casamento um sacramento e que praticavam um “ensino em caminhos pouco freqüentados, algo herdado do passado … [dos quais ] há algum vestígio de ensino no Oriente.” Isso aparece na seção do livro de Waite intitulada “O Mistério do Sexo”, e indica que entre os cabalistas havia um ensinamento de magia sexual que era de certa forma semelhante aos ensinamentos sexuais dos taoístas e tântricos. Em uma nota de rodapé ele diz que os magos sexuais cabalísticos:

… tinham um ideal interior, espiritual e divino, no qual eles habitavam, e pelo qual eles parecem ter realizado transmutações abaixo. Isto é, sua magia sexual (que era tanto um ato físico quanto espiritual) e produzia mudanças – magia – no plano físico.

Como nota final para esta seção, eu acrescentaria que entre os judeus devotos de hoje é uma mitsvá (uma palavra que significa tanto um mandamento de Deus quanto uma bênção) fazer sexo com seu cônjuge no sábado. Isso porque Deus é considerado um andrógino Divino e ao fazer sexo, unindo homem e mulher, eles estão simulando Deus. Uma interpretação alternativa é que eles estão imitando Deus em união com sua consorte, a Shekhina (semelhante à noção pagã ocidental do Deus unido à Deusa ou à noção hindu de Shiva unida a Shakti).

A Disseminação da Cabala Após a destruição do Segundo Templo no ano 70 d.C., os judeus foram dispersos por toda a Ásia e Europa. Muitos judeus consideravam isso um castigo de Deus sobre eles por não seguirem as tradições do judaísmo. Especificamente, eles não estavam seguindo as muitas leis judaicas e estavam adorando outros deuses e deusas. Mas os cabalistas alegaram que, ao dispersar os judeus, a sabedoria da Cabala se espalhou por todo o mundo. Deste ponto de vista, a diáspora não era uma maldição para os judeus, mas uma bênção para o resto do mundo. E essa bênção, a Cabala, consistia, pelo menos em parte, nos segredos da magia sexual. À medida que os judeus se moviam pela Europa, formavam pequenas comunidades. Em alguns deles havia escolas de cabalistas. A separação entre as comunidades acrescentou diversidade, e muitos dos ensinamentos cabalísticos, incluindo aqueles relativos à magia sexual, devem ter mudado e evoluído. Mas como os ensinamentos foram além das escolas do judaísmo místico? A resposta, acredito, vem da própria natureza do judaísmo e sua longa tradição de judeus sendo o povo do livro. À medida que a Igreja Católica se fortaleceu, a educação secular (incluindo leitura, escrita e matemática) dos fiéis foi desaprovada e limitada à realeza, aos ricos, escribas da Igreja e certos membros das forças armadas. Mas porque muitos judeus sabiam ler, escrever e sabiam matemática, agiam como mensageiros viajantes ou como cobradores de impostos para os ricos. Com alguns deles veio junto Cabala e a magia sexual.

Eles se comunicavam com outros que viajavam, incluindo os músicos errantes conhecidos por nomes como trovadores, menestreis, bardose os posteriores minicantores e meistersingers que vagavam por partes da Europa ocidental nos séculos XII e XIII d.C.  Não eram apenas homens como como registrado por historiadores do sexo masculino que, durante séculos, subestimaram a importância das mulheres na história, algumas mulheres também atuavam assim.

No século XIII, um livro pouco conhecido chamado Iggeret Ha Kodesh (A Carta Sagrada) foi difundido entre os judeus na Espanha. Foi por muitos anos atribuído ao famoso rabino chamado Nachmanides, mas os estudiosos hoje concordam que o rabino provavelmente não foi o autor. O livro era tão popular que três manuscritos variados deste livro são conhecidos. Foi dito que todos os livros verdadeiramente sagrados podem ser lidos em três níveis: físico, espiritual e místico. No nível físico, este livro parece ser um manual de casamento judaico. Em um nível espiritual, este livro é visto como uma “obra cabalística que descreve o relacionamento de Deus” com os judeus. Mas em um nível místico revela virtualmente todos os mistérios e técnicas de magia sexual que estão em uso até hoje. É minha opinião que os menestréis errantes medievais tinham alguma familiaridade com este livro ou com aqueles que usaram suas técnicas e ajudaram a difundir o conhecimento.

Até então, os casamentos não eram muito conhecidos. As pessoas viveriam juntas e se chamariam de marido e mulher. Eles eram considerados casados ​​mesmo sem um ritual de casamento. Nas Ilhas Britânicas, as regras para proteger as mulheres tornaram-se parte do que era conhecido como “lei comum [principalmente não escrita]”. Assim, após um certo período de tempo de convivência e alegando ser marido e mulher (e aceito como tal pela comunidade), uma mulher seria legalmente reconhecida como esposa de direito comum de um homem. Daquele ponto em diante, ele não poderia simplesmente jogá-la na rua quando estivesse cansado dela. Ela tinha direitos sob as leis do divórcio, embora eles não tivessem passado por uma cerimônia formal de casamento. O direito comum é inda hoje uma das bases do sistema jurídico americano.

Geralmente, na sociedade ocidental, controlada pelos cristãos, eram apenas os ricos e a realeza que se casavam. O objetivo dessa exibição pública era mostrar a todos que apenas os filhos dessa mulher seriam os herdeiros legítimos de um determinado homem. Na verdade, o casamento era mais um contrato legal do que um desejo de se unir por amor. Às vezes, pinturas eram feitas para mostrar a cena do casamento para provar que um casamento havia sido realizado.

Governantes e homens ricos queriam saber que seus filhos, na verdade, eram seus filhos de sangue. Acreditava-se que o sangue tinha qualidades mágicas inatas. Existe até uma crença hoje entre alguns bretões no “Toque do Rei” – que o próprio toque de um rei (que também foi aprovado pelo Deus cristão, ou então como ele poderia ser rei?) poderia curar várias doenças. Para garantir uma linhagem contínua, a monogamia tornou-se a regra para as esposas dos ricos e da realeza. Mesmo assim, há ampla evidência de que tanto as esposas quanto os maridos costumavam fazer sexo fora do casamento.

Eventualmente, a ideia de amor tornou-se um acessório do casamento. Foi uma conseqüência da noção de “amor cortês” que foi difundida pelos bardos viajantes. Eles até tinham regras para o amor cortês, algumas das quais escondiam os segredos da magia sexual. Por exemplo, a regra 30, de acordo com Andreas Capellanus cerca de 1.500 anos atrás, diz: “Um verdadeiro amante é continuamente é ininterruptamente obcecado pela imagem de sua amada”.

Dentro dessas palavras está um segredo de magia sexual que alguns dizem ter sido “descoberto” por A. O. Spare neste século. Como pode ser visto, este aspecto da magia sexual antecedeu Spare em mais de um milênio!

Outro grupo de viajantes eram os comerciantes, artesãos capazes de muitas habilidades valiosas. Eles vieram desde os primeiros tempos (quando cada ofício também estava associado a uma divindade) e continuaram no Renascimento. Na Roma antiga, essas guildas eram conhecidas como collegia (a fonte de nossa palavra “faculdade”). Eles tinham seus próprios edifícios onde eles compartilhariam os segredos de sua guilda. Os membros realizavam festas conhecidas como ágape, provavelmente a fonte das festas ágape cristãs do primeiro século. Para identificar outros membros ou permitir entrada nos limites das casas de guildas, eles tinham sinais de mão, gestos e toques especiais, incluindo beijos especiais e ritualísticos. Dessa forma, eles eram os elos entre as antigas escolas de mistérios e as modernas lojas ocultistas. De fato, os collegia foram influenciados pelos gregos, que, por sua vez, foram influenciados por uma variedade de culturas do Oriente Médio, incluindo os ensinamentos dos egípcios, dos sírios e dos antigos Hebreus.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/magia-sexual/as-raizes-judaicas-da-magia-sexual/

A Física Moderna e o Shamir

Por Paul Goldstein.

É o sonho de todos os judeus ajudar na construção do Terceiro (e último) Templo. Para isso, as pedras devem ser esculpidas. Mas estaríamos fazendo isso da mesma forma que o rei Salomão fez, ou estaríamos apenas construindo um edifício? Um elemento essencial na construção do Templo de Salomão foi o milagroso shamir cortador de pedra. Ao nos instruir sobre como fazer o altar permanente a D’us, a Torá diz: “não o construa de pedra lapidada” (Êxodo, 20:22). Rashi comenta neste versículo que o ferro, o material das armas mortais, não deve ser usado para moldar as pedras do Templo, cuja essência é a paz.

A NATUREZA DO SHAMIR:

O shamir (de shamira em aramaico, que significa “como uma pedra de pederneira”) era um organismo sobrenatural. A palavra “shamir” no hebraico bíblico era usada em dois sentidos: a) uma ponta de caneta feita de uma substância dura (Jeremias 17:1); ou b) espinhos afiados (Isaías 5:6).

Cada uso está relacionado à capacidade do shamir de perfurar superfícies duras. O “olhar” do shamir sobrenatural poderia esculpir grandes pedras. O Talmude e os grandes rabinos posteriores descreveram como a passagem do shamir ao longo da superfície de uma pedra faria com que ela se partisse perfeitamente em dois pedaços.

O shamir era mineral, vegetal ou animal? Em uma lenda abissínia, supõe-se que o shamir tenha sido uma espécie de madeira ou erva. Maimônides, no entanto, e Rashi, o consideravam um animal vivo. O Talmude diz que o “olhar” de uma criatura viva fez madeira e pedra se partirem. Uma obra pseudoepígrafa, o Testamento de Salomão, no entanto, considera o shamir como uma pedra verde talvez semelhante à pitda colocada no peitoral do Sumo Sacerdote representando a tribo de Simeão.

Pequeno como um grão de cevada (menos de um centímetro), o shamir não tinha uma aparência física inspiradora. Sua essência sobrenatural veio de ter sido criada no crepúsculo da primeira véspera do Sabbath durante os Seis Dias da Criação. De acordo com R’ Bachiya no Talmude, o shamir foi usado pela primeira vez na época da construção do Tabernáculo para gravar os nomes das tribos nas joias preciosas do peitoral do Sumo Sacerdote.

Por segurança, o shamir não poderia ser colocado diretamente em qualquer tipo de recipiente de metal, incluindo ferro, que seria dividido. Foi mantido envolto em lã, colocado num cesto de chumbo cheio de farelo de cevada (Talmude, Sota 48b). A escolha destes materiais foi específica, uma vez que nenhum outro material foi capaz de resistir ao seu poder de penetração.

Os governantes dos cananeus e de outras nações perceberam o valor do shamir, mas nunca conseguiram localizá-lo. O Midrash conta que mesmo o Rei Salomão não tinha ideia de onde encontrar o shamir, embora soubesse que precisava dele para construir o Templo. Salomão fez um grande esforço para obter o shamir, até o ponto de contatar demônios. Também criados no crepúsculo da véspera do Sabbath dos Seis Dias da Criação, esses seres tiveram alguma relação com o shamir e os outros fenômenos sobrenaturais criados neste crepúsculo excepcional. O Midrash relata que Salomão consultou o rei dos demônios, que não o tinha, mas sabia que o anjo do mar havia dado o shamir ao pássaro poupa (dukhifat, Levítico, 11:19), um tipo de ave que precisava dele para sobreviver. No final, o rei Salomão capturou o shamir da poupa.

O shamir foi usado pelo homem apenas na construção do Tabernáculo e do Templo. Seres sobrenaturais criados por D’us para funções específicas não existem para sempre. A Mishná (Sota 9:12) afirma que o shamir existiu até a destruição do Segundo Templo. Tosafot (Gittin 68a) diz que o shamir existiu na Era Comum. De acordo com o Tosefta, o shamir desapareceu após a destruição do Templo, já que não era mais necessário. Da mesma forma, o tachash, que havia sido criado para que sua pele pudesse ser usada para o Tabernáculo, desapareceu depois que o Tabernáculo foi concluído. Considerado um animal kosher, o tachash era semelhante a um unicórnio com um único chifre na cabeça (Shabat 28b).

Outra criatura, a alcaparra, compartilhava características com o shamir e, portanto, foi confundida com o shamir. Mas porque o surto de alcaparras existia na Idade Média (1000 d.C.), os rabinos argumentam que os dois não eram idênticos.

O QUE CAUSAVA O “OLHAR” PENETRANTE?

Por definição, uma criatura sobrenatural feita por D’us para realizar milagres específicos não pode ser explicada racionalmente. No entanto, abundam teorias na ciência que correlacionam os fenômenos naturais com o sobrenatural. Nesse espírito, o “olhar” do shamir que poderia rachar madeira e pedra pode ser explicado por: 1) a produção de ondas de alta ou baixa frequência que podem ressoar a estrutura molecular dos materiais e perturbá-los, 2) a produção de ondas confluentes raios de luz como um “raio de laser”, ou 3) a radioatividade.

A essência do “olhar” permanece especulativa, mas o falecido Immanuel Velikovsky [1], um especialista nos tempos de Salomão, e Frederic Jueneman [2], um estudioso notável, sugeriram que o shamir era uma substância radioativa. Eles argumentam que uma caixa de chumbo seria o meio mais lógico para sabiamente conter um radionucleotídeo tão altamente energético. Assim, o “olhar” do shamir pode ter sido radiação alfa. A radiação alfa é uma partícula de alta energia, que pode destruir ou descolorir tudo o que está exposto a ela. O enfraquecimento relatado dos poderes do shamir no decorrer do tempo até o ponto de inatividade possivelmente indica decaimento radioativo e meia-vida de sua antiga potência radioativa.

Se o shamir fosse um mineral, poderia ter sido qualquer uma das várias pedras verdes nativas. Pode ter vindo dos locais de cobre na Armênia ou Chipre – ou das próprias minas do rei Salomão no Sinai, onde malaquita ou verdete também teriam sido encontrados no corpo de minério original. De fato, Jueneman cita escritos antigos de Zósimo, o Panopolitano (também chamado de Tebano), afirmando que a malaquita é um “inimigo do topázio, nublando sua cor e estragando seu brilho”. Um material altamente valorizado para objetos ornamentais, a malaquita, no entanto, também era conhecida por produzir feridas nos intestinos e inflamar os olhos – dois sintomas conhecidos hoje como efeitos característicos da exposição à radiação. A malaquita de hoje (ou crisocola como era conhecida pelos antigos) não é radioativa, mas poderiam ter existido exceções quando combinadas com outros minerais. A calcolita (ou torbenita), por exemplo, um fosfato de uranila de cobre verde, exibe radioatividade.

ESCULPINDO AS PEDRAS:

O Talmude diz que a precisão necessária para gravar os nomes das tribos nas joias preciosas do peitoral do sumo sacerdote sem perder nenhum material não era humanamente possível. Usando um composto radioativo (seguindo a linha de pensamento de F. Jueneman), isso não seria difícil de realizar. Os tufos de lã e farelo de cevada embalando o shamir seriam transparentes à sua radiação, enquanto o recipiente de chumbo seria impenetrável. Se a tinta usada para escrever nas pedras contivesse chumbo, uma descoloração graduada seria destacada nas gemas após a exposição ao shamir. A posterior retirada da tinta deixaria tal caligrafia contrastada com o fundo, dando também a aparência de profundidade à escrita. A maioria dos minerais preciosos, como diamantes, safiras, esmeraldas ou topázios, são descoloridos pela radioatividade. Outras gemas, como as opalas, são silicatos contendo água de cristalização. A exposição à radiação alfa desintegra esses cristais liberando a água quimicamente ligada, que volatiza sem deixar resíduos. Isso significa que nem uma lasca seria perdida, deixando uma textura turva ou granular.

A “VERDADEIRA” ESSÊNCIA DO SHAMIR:

A Mishná (Avot 5:6) relata que o shamir foi criado no Sexto Dia da Criação, no crepúsculo da véspera do Sabbath. O Maharal elabora o significado deste ponto: Todo o mundo físico criado durante os Seis Dias é governado pelas leis da natureza. Não tendo sido criado exatamente dentro desse prazo, o shamir é, portanto, sobrenatural.

Os outros fenômenos excepcionais criados durante o primeiro crepúsculo da véspera do Sabbath relacionam-se, de alguma forma, com o shamir. Eles incluem os demônios, o carneiro que Abraão sacrificou no lugar de Isaque, o primeiro par de tenazes, que foram então usados ​​para fazer outros instrumentos, o cajado de Moisés, as roupas de Adão e Eva, o fogo, a boca da jumenta de Balaão, a Coluna de Fogo e a Coluna de Nuvens que conduziram os Filhos de Israel pelo deserto, e o vaso em que o maná foi preservado no Santo dos Santos no Templo.

A criação, existência e função do shamir e dos organismos que o guardavam eram todos milagrosos. O Midrash relaciona o conceito de que uma substância mais macia pode ter a capacidade de perfurar uma mais dura. Por exemplo, a pedra que Davi atirou em Golias perfurou o capacete do gigante e o matou (Samuel I 17:49). O shamir também não tinha limitações físicas. Podia penetrar sem esforço nos materiais mais duros e, no entanto, foi preservado em uma cesta de chumbo (um metal macio), atestando sua origem não natural.

Embora, por definição, os milagres não precisem ser explicados como fenômenos cientificamente observáveis, o milagroso shamir que cortou as pedras para o Templo do Rei Salomão corresponde à descrição da radiação alfa.

Adaptado do artigo original e reimpresso com a gentil permissão de B’Or HaTorah vol. X (1997), pp. 173-176.

NOTAS DE RODAPÉ:

1. Immanuel Velikovsky, Ramses II and his Time (Garden City, NY: Doubleday, 1978).

2. Frederic Jueneman, “The Stone of the Shamir ” in R & D Magazine (September 1990) page 45.

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Fonte:

Modern Physics and the Shamir.

We have lost an important instrument for the building of the Temple.

By Paul Goldstein.

https://www.chabad.org/kabbalah/article_cdo/aid/380303/jewish/Modern-Physics-and-the-Shamir.htm

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/a-fisica-moderna-e-o-shamir/

Energia Telúrica, Linha de Ley 1 ½

Fico feliz que a idéia destas colunas “intermediárias” tenha agradado o pessoal. Sei que os assuntos que tratamos aqui são razoavelmente complexos, quase nunca abordados na internet e às vezes eu me empolgo, vou escrevendo… e esqueço que certas coisas, apesar de óbvias e corriqueiras para os ocultistas, são um tanto quanto complicadas para quem nunca teve contato com este tipo de informação.

Mas, volto a insistir, se pintar alguma dúvida, basta perguntar que eu tento responder na medida do possível.

Ah, eu andei apagando uns comentários desta vez… acho que comentários de céticos fanáticos sem argumentação que falam apenas “seu texto é uma baboseira, isso ai não está nos livros de ciência” tem tanto valor pra mim quanto os fanáticos religiosos que falarão “seu texto é uma baboseira, isso ai não está na Bíblia”. Se o cara quer questionar e pedir uma explicação adicional (como o Zatraz fez) a gente tenta ajudar da melhor maneira possível, mas ninguém aqui tem de ficar dando espaço pra xingamento gratuito. E é mais triste ainda que isso venha de gente que quer posar de “argumentador pela lógica racional”.

Douglas Moraes, Pokan – Quanto as perguntas. Eu percebi que isso deixaria o post interminável, então não vou fazer… mas dá pra usar o “localizar palavra” com o nome da pessoa que eu coloco em negrito para achar o comentário dela, e vou tentar colocar um subtítulo na frente da resposta para ajudar o povo a se localizar. E outra… de acordo com um dos comentários, a gente só escreve estas colunas para fazer vocês visitarem as páginas do site, então esta é uma conspiração para fazer vocês voltarem inúmeras vezes nos meus posts… =D

Caio – Sobre o Benitez. Sim, ele é autor de ficção, mas… até ai… eu também sou… muitos autores de ficção (escritores, tanto de livros quanto de HQs) eram (e são) ocultistas e usam o recurso da “ficção” para preparar a mente das pessoas para aceitar algumas coisas que virão posteriormente. Alguns exemplos incluem Shakespeare, Victor Hugo, Alexandre Dumas, Arthur Conan Doyle e Julio Verne, pra ficar nos clássicos. Alan Moore e Grant Morrison pra ficar nos contemporâneos.

Igniz – Este site tem muitos textos legais para ler e consultar.

Thiago – Daniel Mastral? Aquele pastor evangélico que se finge de ex-satanista pra inventar bizarrices medievais contra o “tinhoso” e os “adoradores do capeta” e faturar com isso?… Assim como o “TIO CHICO” (ex-bruxo, ex-macumbeiro, ex-maçom, ex-aidético, ex-homossexual… entre outras bizarrices) que se “converteu” e agora ganha uma grana dando “testemunhos”. As igrejas caça-níqueis são pródigas em inventar atrações circenses.

Mais pra frente, eu pretendo falar sobre satanistas de verdade aqui na coluna.

CacauPE, Daniel – Kardec, a Maçonaria e Espiritismo. Allan Kardec, ou melhor, Hippolyte Léon Denizard Rivail, pertenceu à Grande Loja da França, foi um dos primeiros estudiosos a promover uma pesquisa científica séria e metódica a respeito do Plano Astral e seus habitantes e manifestações (chamados de “espíritos” por ele), em 1857. Apesar das otoridades classificarem o kardecismo como “religião” nos rótulos que gostam de colocar nas pessoas, o kardecismo não é uma religião, mas uma filosofia, mesmo porque a Maçonaria não permite debates religiosos dentro de suas lojas e os estudos que Kardec coordenou eram puramente científicos.

Se você já leu os livros básicos dele, eu recomendo os trabalhos do prof. WALDO VIEIRA e da CONSCIENCIOLOGIA, que coordena estudos científicos há 40 anos, com centenas de experimentos em laboratórios sobre todo tipo de manifestação extrafísica. Recomendo especialmente o livro “700 experimentos da Conscienciologia”.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Waldo_vieira
http://www.iipc.org/
700 Experimentos da Conscienciologia

Scherer– o Projeto HAARP (High Frequency Active Auroral Reserach Program) era para ser usado em comunicações ao redor do planeta, controle do clima, irrigação de áreas desérticas, iluminação noturna entre outros usos que os Atlantes possuíam através da combinação das camadas mais sutis da Ionosfera atuando em com as Linhas de Ley. Hoje este projeto está classificado de Top Secret e é coordenado pela USAF, com estudos voltados apenas para o lado bélico, como “ataques de ondas eletromagnéticas”. Uma das minhas teorias da conspiração favoritas envolvem Nicolai Testa (o gênio) e a explosão “inexplicada” de Tunguska. Outro dia falamos mais sobre isso…

Evandro – Yoga. Não tem como falar sobre yoga em apenas um parágrafo, mas eu prometo que, quando chegar nos chakras, a gente entra em detalhes sobre a origem e explicação das 6 linhas de yoga (Hatha, Raja, Bhakti, Jnana, Kriya e Karma).

Daniel, Julien – Vocês estão certos, eu acabei mandando o texto pro eightbits faltando um parágrafo. Apesar de Stonehenge ser construída com base nos mesmos moldes dos templos romanos, ela possui 10 conjuntos de pedras, sendo que o local onde fica a sexta posição é o local onde os sacerdotes levavam certas pedras como as Lia Fail ou Pedra de Scone (a bíblia fala sobre a pedra onde Jacob descansou sua cabeça antes de vislumbrar a “Escada de Jacó” mas falaremos mais sobre isso na Kabbalah) que faziam às vezes de canalizador de energia (como a Arca da Aliança fazia nas Pirâmides). Ou seja: da mesma maneira que os sacerdotes egípcios recebiam suas iniciações dentro da pirâmide na câmara do Faraó, os sacerdotes celtas recebiam suas iniciações neste ponto do círculo. E este costume mágico continua até os dias de hoje. TODOS os reis e rainhas da Inglaterra e Escócia não eram coroados se não estivessem sentados sobre a “Pedra de Scone”. Até eu chegar na parte do Rei Arthur, vamos todos parar para meditar sobre o que pode ter de coincidência nisto que falei acima e na história da “espada cravada na pedra”.

Cícero – Arquivo kmz das linhas de Ley: http://www.vortexmaps.com/hagens-grid-google.php

David – Quem foi que disse que elas não tentaram?

Tio Patinhas – sim, você pode. Eu vou explicar com calma isso no post dos Chakras, mas se você estiver curioso sobre que tipo de efeitos práticos você pode ter, vai no youtube, digita meu nome lá e dá uma olhada nos vídeos de Chi-kung que eu deixei. São demonstrações que a energia dos chakras pode ser manipulada para efeitos práticos/visíveis a qualquer hora em qualquer local, exatamente como os céticos adoram dizer que as coisas científicas devem ser… o único “senão” é que a disciplina mental para chegar neste ponto é extremamente trabalhosa… Ah, as barras de aço tem meia polegada cada uma (e são 4 em cada demonstração).

A HELLSTONE fica em Dorset, é um mini observatório usado para calcular datas de plantio e colheita. Tem este nome porque os cristãos acusavam os bruxos de fazerem “sacrifícios humanos” sobre o altar de pedra central. Como curiosidade, o desenho formado no chão ao redor das pedras é um ouroboros.

Lázaro, Xtecox, Dave, PH, Bolívar, Lego, Thahy, Pet – Thelema rulez. É claro que vou falar sobre Golden Dawn, Rosa Cruz Alfa et Omega e OTO. Tudo a seu tempo… Por sinal, ontem (12/10) foi aniversário do Aleister Crowley.

Jean Bulinckx, Arthur, Krebys – Não importa o quão avançada seja a sua civilização, não dá pra segurar ondas com 500m de altura chegando nas suas cidades. Segundo as informações que temos, o continente afundou em um único dia. Apesar dos avisos dos sacerdotes/cientistas, os governantes não deram atenção a eles. Você já deve ter visto alguma história fictícia semelhante nas HQs, com um cara de capa vermelha e um planeta que explode… Mas, como estamos conversando nas colunas, muitas das informações e conhecimentos se salvaram, SIM. Apenas ficaram sob a guarda de Iniciados para que os erros cometidos pelas civilizações antigas não se repetisse.

Betopow – Na medida do possível, sempre vamos colocar fotos, links ou vídeos para mostrar que todas as pesquisas estão muito bem embasadas. Mas nunca ouvi falar na “Teoria da Terra Chata”. Nos campos ocultistas, os estudiosos já sabiam que a Terra era esférica desde os tempos Egípcios.

Zatraz – Sobre computadores de cristal, controlados por ondas mentais. Os cientistas ortodoxos estão engatinhando nesta tecnologia ainda, mas já possuem alguma coisa pesquisada. Veja estes dois sites das autoridades sobre estas pesquisas (é… autoridades, porque eu gosto dos japoneses e hindus quando se trata de tecnologia, pois eles não têm os preconceitos católicos/muçulmanos/ateus para trabalhar com o espiritual x tecnológico).

http://www.livescience.com/health/050317_brain_interface.html
http://www.newscientist.com/article/mg16922741.000-a-clear-winner.html

O conceito dos “computadores de cristal acionados pela mente humana” exigem um domínio e concentração mental que devem existir em 0,001% da população de hoje em dia, no máximo… Histórias sobre estes computadores de cristal conectados a Linhas de Ley sobreviveram entre os profanos na forma das lendas de “bolas de cristal” das bruxas.

Renan, Mateus, – Vocês estão confundindo as bolas… Místicos e Ocultistas são coisas BEM diferentes… ocultistas são extremamente céticos também… conhecem e estudam todos os livros ateus e normalmente fazem parte de grupos de discussão como os Céticos S/A do Mori… só que são discretos. Nada me irrita mais do que falsos videntes, tarólogos picaretas, astrólogos de programas femininos, falsos médiuns e todo tipo de esquisotérico demente que colabora para colocar mais preconceito na cabeça das pessoas.

É uma burrice achar que estamos em posições antagônicas. A única diferença entre ocultistas e cientistas ortodoxos é que os ocultistas possuem mais informações que vocês para trabalhar seus estudos.

#Astrologia #Pirâmides

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/energia-tel%C3%BArica-linha-de-ley-1

A Era do Aspecto Mais Íntimo da Torá

Dos ensinamentos do rabino Yehudah Leib Ashlag.

É necessário que uma pessoa se envolva na Torá e nas mitsvot com intenção, a fim de receber a luz de Ruach, de acordo com sua capacidade. Da mesma forma, é necessário que a pessoa lide com o aspecto mais íntimo da Torá de acordo com sua capacidade para que possa receber a luz de Neshamá em seu nível. O mesmo se aplica à compreensão das razões das mitsvot; mesmo a menor luz na realidade da santidade não pode ser completada sem o envolvimento deles.

A partir daqui você entenderá a natureza da secura e da escuridão que se encontra no judaísmo de nossa geração. Não havia nada parecido nas gerações anteriores. Isso porque mesmo aquelas pessoas que levam sua vida religiosa a sério abandonaram o estudo dos segredos da Torá, ou seja, a Cabala. Maimônides dá um exemplo verdadeiro disso: Ele nos pede para imaginar uma fila de mil cegos indo em uma jornada que são conduzidos à frente da fila por pelo menos uma pessoa que pode ver. Eles ainda podem ter certeza de que estão indo na direção certa. Eles não cairão em armadilhas ou armadilhas em seu caminho, pois estão seguindo aquele que pode ver. Mas se a única pessoa que pode ver estiver faltando, eles sem dúvida tropeçarão em todos os obstáculos colocados em seu caminho e todos cairão em um poço escuro.

Essa é exatamente a nossa situação. Se pelo menos as pessoas que são os líderes espirituais de nossa geração se ocupassem com o aspecto mais íntimo da Torá, a Cabala, atrairiam para si uma luz completa do Ein Sof, Bendito seja Ele. Como consequência, toda a geração seria capaz de segui-los. Todos teriam certeza de seu caminho e não tropeçariam. Mas se os líderes espirituais de nossa geração se afastaram dessa sabedoria, não é de admirar que toda a geração tropece por causa deles. Da grande tristeza que sinto, não posso escrever mais sobre isso.

Eu sei que a razão pela qual isso surgiu é principalmente devido a uma diminuição da fé em geral e, em particular, um enfraquecimento da fé nos grandes tzadikim e mestres das gerações anteriores. Os livros da Cabalá e do Zohar estão cheios de imagens extraídas do mundo físico, e assim as pessoas ficaram com medo de não entender essas imagens da maneira correta e cair em uma forma de idolatria…

Nós dois podemos e devemos perguntar neste momento por que o Zohar não foi revelado às gerações anteriores. Eram, sem dúvida, almas mais elevadas do que as gerações posteriores e mais adequadas a ela. Também podemos perguntar por que a explicação do Zohar só foi revelada na época do Ari e não aos cabalistas que o precederam. O enigma mais surpreendente de todos, no entanto, é por que a explicação das palavras do Ari e do Zohar só foram reveladas abertamente nesta geração e não antes dela?

A resposta a essas perguntas é que o mundo é uma entidade espiritual, que se divide em três partes dentro do período de sua existência. Há uma parte da cabeça, uma parte do corpo e uma parte da cauda, ​​que se divide de acordo com as sefirot da seguinte forma: chochma, bina e daat sendo a cabeça; chesed, gevura e tiferet sendo o corpo; netzach, hod e yesod sendo a parte da cauda. Segundo os sábios, a parte da cabeça da entidade espiritual corresponde ao estágio do caos; a parte do corpo corresponde ao estágio da Torá, e a parte da cauda corresponde aos dias do Mashiach.

No primeiro período da existência do mundo, nomeadamente na parte da cabeça, as luzes eram poucas e consideradas apenas como luzes potenciais; eles eram da qualidade de Nefesh.

Em qualquer entidade espiritual, o crescimento dos vasos dessa entidade sempre ocorre na ordem oposta quando comparado com a encarnação das luzes, sendo a regra geral que os vasos mais elevados crescem primeiro, enquanto, para as luzes, ocorre o contrário. As luzes mais baixas entram na entidade espiritual inicialmente. Assim, enquanto apenas os vasos mais elevados estiverem presentes – ou seja, aqueles relacionados às sefirot de chochma, bina e daat, somente as luzes de Nefesh – as luzes mais baixas – podem descer para serem revestidas dentro desses vasos. Assim, o primeiro período de tempo do mundo é designado pelos sábios como o estágio do Caos.

Então veio o segundo período de tempo do mundo. Os vasos que evoluíram naquela época se relacionam com as sefirot de chesed, gevura e tiferet. Os vasos envolveram a luz de Ruach no mundo que é a Torá. Assim, os sábios designaram este período de tempo como o estágio da Torá.

No período final da existência do mundo, os últimos vasos de netzach, hod, yesod e malchut entram, e então a luz de Neshamá é revestida no mundo. Neshamá é uma luz maior e, portanto, esse período é chamado de dias do Mashiach.

Este processo se aplica a qualquer entidade espiritual. Quando os vasos mais altos, chochma, bina, daat, juntamente com chesed, gevura e tiferet estão na entidade, isto é, da cabeça até o nível do peito, então as luzes ainda estão cobertas e não começam a brilhar com o iluminação revelada da luz de D’us até que os vasos inferiores estejam prontos. Estes são netzach, hod, yesod e malchut, que pertencem à entidade espiritual do nível do peito e para baixo.

Assim, portanto, em relação à entidade espiritual que constitui o mundo, antes que seus vasos de netzach, hod, yesod e malchut começassem a emergir – ou seja, no último período de sua existência – a sabedoria da Cabala em geral e da Zohar em particular estava escondido do mundo. No entanto, durante o tempo do Ari, em que os vasos inferiores estavam se formando, a luz superior foi revelada através da alma divina de Rabi Yitzchak Luria (o Ari), que foi capaz de receber esta grande luz. Ele foi capaz de revelar os princípios subjacentes do livro do Zohar e da sabedoria da Cabala, na medida em que ele substituiu todos aqueles que o precederam.

Como, no entanto, os vasos ainda não estavam concluídos em seu tempo, o mundo ainda não estava pronto para suas palavras e, assim, seus ensinamentos permaneceram disponíveis apenas para alguns indivíduos muito especiais de grande realização que não tiveram permissão [do Alto] para revelar sua compreensão ao mundo.

No entanto, em nossa geração estamos próximos da conclusão do último período do mundo. Portanto, nos foi permitido revelar os ensinamentos do Ari e os do Zohar em uma medida muito significativa para o mundo. De nossa geração em diante, as palavras do Zohar começarão a ser reveladas cada vez mais até que toda a sua medida seja revelada de acordo com a vontade de D’us.

[De “Na Sombra da Escada” de Mark e Yedidah Cohen, Introdução ao Zohar, parágrafos 56-61]

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Fonte:

The Time Has Come – We have entered the age of the innermost aspect of Torah.

From the teachings of Rabbi Yehudah Leib Ashlag.

https://www.chabad.org/kabbalah/article_cdo/aid/380308/jewish/The-Time-Has-Come.htm

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/cabala/a-era-do-aspecto-mais-intimo-da-tora/