Deu ruim lá no Jardim do Éden!

Neste vídeo falo sobre um dos mitos mais conhecidos e universais da história humana, que narra o dia em que fomos expulsos do Paraíso e adquirimos a consciência do bem e do mal. Também veremos como Rousseau considerava puros e imaculados os primeiros selvagens, e como isso pode não estar assim tão certo. Ah, e também tem ele, o Coisa Ruim:

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#Mitologia

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O dia em que Richard Dawkins (quase) encontrou Deus

Neste vídeo vamos tentar entender o que diabos é o “capacete de deus”, e porque um experimento científico pode ser arruinado pelas próprias expectativas dos cientistas em relação ao seu resultado. Teria o célebre ateu, Richard Dawkins, encontrado a Deus em um capacete que irradia ondas eletromagnéticas? Seriam as experiências místicas e religiosas tão somente “devaneios” do cérebro? Faz sentido a existência de uma “neuroteologia” na Academia?

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#Ceticismo #Ciência #Deus #neurologia

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O software angélico que roda no eixo do mundo (parte final)

« continuando da parte 2

Eu tendo a pensar o Paganismo como um tipo de alfabeto, de linguagem. É como se todos os deuses fossem letras dessa linguagem. Elas expressam nuances, sombras de uma espécie de significado ou certa sutileza de ideias, enquanto o Monoteísmo é só uma vogal, onde tudo está reduzido a uma simples nota, e quem a emite nem sequer a entende (Alan Moore).

“Watson derrota a humanidade”

Essa foi uma das manchetes para a vitória de Watson, um computador que ganhou dos melhores competidores que a raça humana tinha disponível no Jeopardy!, um jogo de perguntas e respostas da TV americana. Como seus concorrentes humanos, Watson não estava ligado à internet. Tudo o que ele tinha à disposição era uma memória de 15 mil gigabytes com alguns milhões de textos arquivados e uma capacidade de processamento equivalente à de 2.800 micros caseiros. Um computadorzão bem programado, só isso.

Os cérebros humanos por trás são tão importantes que o próprio Watson errou questões por bobeira de programação. Um dos deslizes: perguntaram qual categoria da elite do automobilismo tem o nome de uma tecla de computador. “F-1” era a resposta. Qualquer batedeira tem capacidade de processamento para cruzar uma lista de nomes de teclas com uma de categorias de corridas. Mas a coisa mais próxima que Watson tinha para dizer era “Nascar”. Falha dele? Não, dos programadores – a Fórmula 1 é solenemente ignorada nos EUA.

O erro nessas horas é imaginar que as máquinas são uma espécie à parte. Computadores são só alicates e martelos mais complexos. E quando você marreta o dedo não é culpa da natureza do martelo, mas sua, que não soube “programar” a martelada. A vida é melhor com martelos. Com supercomputadores também [1].

O que os bons observadores constatam, portanto, é que não existe nem existirá exatamente uma inteligência artificial, mas apenas uma ferramenta que é a extensão de alguma inteligência natural, que a programou. Computadores somente computam informação, mas são os seres que as interpretam, são os seres que as moldam em suas mentes, e as passam adiante, com uma nova forma e uma nova luz. E quem sabe disso, torna-se, nesta Criação, um cocriador.

Os muwakkals

Os sufis, místicos do Islã, dizem que assim como no corpo físico de um indivíduo muitos germes nascem e se desenvolvem como seres vivos, de forma análoga, existem também muitos seres no plano mental, chamados muwakkals ou elementais. Estes são entidades ainda mais etéreas nascidas do pensamento humano, e assim como os germes vivem no corpo humano, tais elementais sobrevivem de seus pensamentos. Segundo os místicos do Islã, o homem muitas vezes imagina que seus pensamentos não têm vida; ele não percebe que eles são mais vivos do que os germes físicos, e que eles também passam por nascimento, infância, juventude, velhice e morte. Eles trabalham contra ou a favor dos homens de acordo com sua natureza. Os sufis afirmam que os criam, elaboram e controlam. Um sufi os repete e os educa através de sua vida; ele forma seu exército e subjuga seus desejos.

Para os descrentes, a possibilidade de que nossa mente possa criar “pensamentos vivos”, e os educar para que sigam adiante com vidas próprias, pode parecer algo mais próximo do pensamento mágico do que da ciência. Mas, se procurarem saber o que Richard Dawkins, apóstolo do ateísmo, descreveu tão bem em sua obra prima, O gene egoísta, chegarão a um conceito muito próximo dos muwakkals sufi – apenas Dawkins os chamou de memes.

Sejam o que for, entretanto, estamos aqui analisando a possibilidade lógica de que seres possam ser criados “com algum grau de perfeição” do nada, sem passar por evolução alguma. Sejam robôs com inteligência artificial, sejam memes, sejam muwakkals, todos estes são candidatos, mas absolutamente nenhum deles é realmente capaz de se enquadrar no que buscamos. Pois o que buscamos, de fato, não existe: uma ferramenta, um computador, um algoritmo, um pensamento vivo – todos são tão somente extensões da mente que os criou em primeiro lugar, e não seres que evoluem por conta própria. No fim, um robô será sempre um robô.

O Grande Desconhecido

Conforme já dissemos, muitas mitos de criação das mais diversas e antigas culturas humanas falam de um “deus obscuro e ocioso”, que criou tudo o que há, inclusive os demais deuses, e depois se retirou. Olorun, afinal, não aceita oferendas, pois já possuí todas as oferendas do Cosmos, pois que é o próprio Cosmos, e estamos neste momento, como em todos os outros, encharcados por sua substância divina. No Evangelho de Tomé, Jesus também diz que o Reino de Deus se encontra espalhado pela Terra, mas os homens não o veem. No taoismo, o Tao é aquela substância “anterior ao Soberano do Céu”, um “vazio” que a tudo preenche, profundo e inesgotável. Benedito Espinosa a chamou de “a substância que não poderia haver criado a si mesma”. Mesmo o cristão de religiosidade mais superficial a conhece como algum elemento estranho chamado de Espírito Santo…

Mas e qual é o santo, iogue, rabi ou guru, que pode bater no peito e bradar: “Eu sei o que é Deus”? E, ainda que saiba, será mesmo que qualquer outra mente, qualquer outra máquina de interpretar a realidade, poderá chegar exatamente a mesma concepção? Como saber de que forma seu amante lhe ama? Como saber de que forma uma pessoa sente dor?

Para criar uma torta de maçã a partir do nada, antes seria preciso criar todo o universo… Para compreender exatamente como outro ser sente, ama ou sofre, antes seria preciso ser todo o universo.

Seria preciso conhecer o Grande Desconhecido, o Inefável, o Inalcançável, como ele mesmo se conhece. E esta é a aventura, a jornada, o prazer de todo verdadeiro religioso: religar-se a Deus.

O software angélico que roda no eixo do mundo

Tendemos a ver o xamanismo, o politeísmo e o paganismo em geral com certa desconfiança, particularmente no Ocidente. O que o monoteísmo sempre nos ensinou é que os pagãos são incapazes de perceber a mais básica das ideias: que tudo o que existe necessariamente surgiu de algo eterno e incriado, um Deus antes dos deuses… Entretanto, como já vimos, sempre existiram pagãos que sabiam perfeitamente disso, e devemos antes nos sentir orgulhosos destes sábios ancestrais, que muito antes dos hebreus já haviam chegado a tal concepção maravilhosa: a ideia de que há um Deus, uma substância ou ser incriado, anterior a tudo, causa primeira de tudo, o que se opõe ao nada… Aquele quem primeiro disse, quem sabe, “Eu sou”.

Como podemos ter alguma esperança de conhecer este Infinito? Ora, da mesma forma que temos esperança de um dia conhecer todas as leis da Natureza… A ciência nos ensinou, na verdade, uma lição que lhe era ainda muito anterior: separar o Infinito em pequenas partes, em aspectos e reflexos, para quem sabe um dia, estudando e compreendendo, amando e sentindo, uma a uma, cheguemos a uma compreensão melhor e mais profunda daquele Ser que tanto incomodou a Nietzsche: “Eu quero Te conhecer, Desconhecido” – disse o alemão quando ainda jovem, para uma plateia de jovens.

Assim como a ciência elaborou a Biologia, a Física, a Química ou a Neurologia, a mitologia elaborou o Soberano do Céu, Palas Atena, Hermes, Odin, Oxalá, e tantos outros deuses (e orixás) que são tão somente pequenas partes do Uno, aspectos do Infinito… Os deuses são o alfabeto com o qual a mente humana é capaz de reencenar, neste mundo objetivo, os fatos subjetivos de sua própria alma. Toda a mitologia é uma encenação da alma humana, toda a mitologia diz respeito a você: “Você venceu o seu monstro interior? Você morreu para seu lado animal, para renascer, três dias depois, como um novo ser?”.

Mas, seja este Grande Desconhecido quem for, talvez tenha tanta necessidade de nos amar, e reconhecer a si mesmo, através de nós, quanto nós temos esta necessidade ancestral de caminhar em sua direção – cada vez mais adentro. Nesta grande aventura, talvez também sejamos como o João no Pé de Feijão, que precisa escalar o axis mundi, e retornar com a galinha dos ovos de ouro… Ou talvez sejam precisas várias tarefas de Hércules, muitas e muitas aventuras, e inúmeras vidas.

Podemos então precisar de aliados, pois a longa jornada por vezes vai além de nossas capacidades humanas… E se o Grande Desconhecido não pode se revelar ainda, se é ainda muito arriscado que o vejamos face a face, sem estarmos amadurecidos para tal momento, quem sabe ele não nos ajude de outra forma?

Um software é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de uma informação ou acontecimento. Na mente divina existe tudo o que há, o Todo é mental. Na própria engenharia da realidade, ou mesmo no eixo que liga a Terra ao Céu, e o consciente ao inconsciente, pode sim haver um software rodando sem que o percebamos. Não fomos nós os programadores – os anjos podem ser robôs, portanto, mas robôs programados pelo Grande Arquiteto, o Programador dos programadores, o Deus dos deuses.

Eles são o Seu presente para esta grande aventura, e dizem que existem 72 deles a bailar pelo axis mundi. De vez em quando, um poeta vê uma de suas asas no céu, e de alguma forma sabe que não se trata apenas de um pássaro…

***

[1] O texto dos últimos 3 parágrafos foi retirado de um artigo de Pedro Burgos e Alexandre Versignassi para a revista Superinteressante, edição 290.

Crédito da imagem: Latajace

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Ad infinitum

Se gostam do que tenho escrito por aqui, considerem conhecer meu livro. Nele, chamo 4 personagens para um diálogo acerca do Tudo: uma filósofa, um agnóstico, um espiritualista e um cristão. Um hino a tolerância escrito sobre ombros de gigantes como Espinosa, Hermes, Sagan, Gibran, etc.

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#anjos #Deus #Mitologia #Paganismo

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A Crença do Espiritualista

Através de diálogos pela internet uma vez fiquei sabendo de uma história, conforme contada por um amigo cético. Ele dizia que um amigo a quem admirava a inteligência sofreu um acidente de carro e ficou alguns dias desacordado. Ao recobrar a consciência, consta que ele perguntou “se ainda estava vivo, ou se já estava do outro lado”. Seu amigo era espírita e acreditava em vida após a morte (na realidade, em vida após a vida), e ele se perguntou: “mas como uma pessoa tão inteligente pode crer numa coisa dessas?” – Esta é uma excelente pergunta…

Muitos céticos e aqueles classificados como “eruditos ou intelectuais” parecem não conseguir resolver tal enigma. É que eles esbarram em duas interpretações algo preconceituosas: a primeira é a de que a fé não pode ser racional, e a segunda é a de que a grande maioria dos espiritualistas e religiosos é alienada da realidade. Este artigo tentará abrir os olhos dessas pessoas, para que possam analisar aos espiritualistas pelo que eles realmente são: pessoas como qualquer outra, mas que consideram a possibilidade da existência do espírito.

Fé e Razão
A etimologia da palavra “fé” nos traz duas origens não necessariamente complementares. A primeira deriva do grego pistia e quer dizer “acreditar”. Este é o significado mais usual, entretanto ainda incompleto, pois não basta crer, é necessário também compreender a razão pela qual se crê. Esta é a chamada fé raciocinada. Antes de ser uma contradição, como podem pensar alguns, o uso da razão solidifica a fé, pois ao analisarmos o objeto de nossa fé, compreendo-o e aceitando-o, estamos criando alicerces que tornarão nossa fé inquebrantável, fortalecendo-nos frente aos desafios mais árduos. Por outro lado, a fé sem a razão é frágil, está sujeita a ser desfeita e pode, frente ao menor abalo, desmoronar. Ou ainda pior, esta fé irracional pode nos conduzir ao fanatismo, a negação de tudo que seja contra o nosso ponto de vista. Por não ser oposta a razão, a pistia é por si mesma não dogmática e, portanto, perfeitamente compatível com o ceticismo.

Mas temos uma outra origem da palavra “fé”, derivada do latim fides, que também possui o sentido de acreditar, mas agrega a este o conceito de fidelidade, ou seja, é necessário que sejamos fieis ao objeto de nossa fé. Falando em fé religiosa, estamos falando em Deus, portanto é preciso que sejamos fieis a Deus e isto só é possível seguindo os seus preceitos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos”.

No entanto, é preciso tomar muito cuidado na definição deste Deus, pois muitas vezes as pessoas de fé seguem o deus definido pelo discurso eclesiástico, quando o caminho da espiritualidade nos leva a busca de nossa própria definição de Deus. E isso nos leva ao contraponto do segundo tipo de interpretação preconceituosa…

O Deus de cada um
Cada doutrina religiosa traz sua própria concepção de Deus, e na maioria das vezes elas são conflitantes. Isto, por si só (e não sem razão), já soa absurdo para aqueles que cultivam um pensamento mais cético e racional. Não é a toa que muitos acabam taxando a maioria dos teístas de alienados: se não chegam a um acordo sequer sobre a natureza de Deus, como podem querer ditar regras de conduta a serem seguidas?

Essa pergunta é pertinente porque toca no cerne da religiosidade. O verdadeiro religioso não é aquele que se inscreveu em uma comunidade dos escolhidos de Deus (a origem de “igreja”, do grego ekklesia), mas aquele que pratica uma comunhão com Deus ou com o Cosmos, um caminho de retorno a compreensão de sua própria origem (do latim re-ligare, origem de “religião”). Desnecessário seria dizer que são definições bastante distintas, e que embora todo seguidor de igrejas possa ser religioso, nem todo religioso é seguidor de igrejas. Mas, ainda mais profundo do que isso: a todo verdadeiro espiritualista parece mesmo óbvio que a forma de comunhão com Deus (ou o Cosmos) é própria de cada um, pessoal e intransferível. Não serão livros nem padres nem gurus espirituais quem poderão lhe ensinar – todos esses ajudam, mas cada um aprende por si próprio, e na prática.

Uma comparação pertinente pode ser feita entre aprender espiritualidade e aprender a nadar: de nada adianta ler extensos manuais sobre natação, ou infindáveis palestras de grandes nadadores – você só irá se tornar um grande nadador se tomar coragem de mergulhar e enfrentar as ondas por si próprio.

O verdadeiro espiritualista não é, portanto, um alienado da realidade. Ele apenas mergulhou na própria consciência, enquanto outros (não sem razão) preferiram abster-se da aventura.

Navegar é preciso
Para o espiritualista em constante estudo e deslumbramento perante o infinito do Cosmos, a razão e a fé andam lado a lado com a moral e o amor, e ele encontra na religião, assim como na filosofia e na ciência, preciosos instrumentos para sua longa caminhada…

Nada pode ter contra o cético. Se este ainda não acredita, é por dois motivos: ou porque ainda não passou pela mesma experiência religiosa – e, portanto, subjetiva – que o espiritualista; ou porque simplesmente o espírito realmente não existe, e todas as questões espirituais se resumem a questões psicológicas, a serem analisadas conforme o avanço da ciência. Em ambos os casos, não há razão para nenhuma inimizade entre o espiritualista e aquele que não crê.

Na verdade, se alguém tem o dever moral de evitar brigas e permanecer em postura apaziguadora e amorosa, este é o espiritualista – que bem ou mal, assumiu a responsabilidade de assim o ser, um ente amoroso e equilibrado. Os outros não têm responsabilidade alguma, tampouco Deus algum para lhes inspirar temor, e não há nenhum problema nisso.

Pois que se o caminho espiritual foi trilhado apenas por medo de punições divinas, por barganhas ridículas em troca de um céu para poucos, então ele já se iniciou na direção errada. Que aquele que ainda não compreendeu que todos os seres do infinito são filhos da mesma substância, e que entrarão todos no céu de mãos dadas, é porque ainda está no início da trilha.

Então, perdoai-vos, pois eles não sabem o que fazem. E perdoai-nos, pois nós também não. Mas dos confins do Cosmos uma ponta da longa teia é puxada, e todos somos impelidos em sua direção… quer compreendamos, quer não.

***

Crédito da foto: 21guilherme

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#Espiritualidade #Deus #Ceticismo #Religiões #Preconceito

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Cursos de Kabbalah e 72 Nomes de Deus

Dias 29/06/19 e 30/06/19 serão ministrados os Cursos de Kabbalah Hermética e dos 72 Nomes de Deus.

Informações: marcelo@daemon.com.br

Kabbalah

Pré-Requisitos: Nenhum.

A Kabbalah Hermética é baseada na Kabbalah judaica adaptada para a alquimia durante o período medieval, servindo de base para todos os estudos da Golden Dawn e Ordo Templi Orientis no século XIX. Ela envolve todo o traçado do mapa dos estados de consciência no ser humano, de extrema importância na magia ritualística.

O curso abordará as diferenças entre a Kabbalah Judaica e Hermética, a descrição da Árvore da Vida nas diversas mitologias, explicação sobre as 10 Sephiroth (Keter, Hochma, Binah, Chesed, Geburah, Tiferet, Netzach, Hod, Yesod e Malkuth), os 22 Caminhos e Daath, além dos planetas, signos, elementos, cores, sons, incensos, anjos, demônios, deuses, arcanos do tarot, runas e símbolos associados a cada um dos caminhos.

O curso básico aborda os seguintes aspectos:

– A Árvore da Vida em todas as mitologias.

– Simbolismo e Alegorias na Kabbalah

– Descrição e explicação completa sobre as 10 esferas (sefirot).

– Descrição e explicação completa sobre os 22 caminhos.

– Cruzando o Abismo (Véu de Paroketh).

– Alquimia e sua relação com a Árvore da Vida.

– O Rigor e a Misericórdia.

– A Estrela Setenária e os sete defeitos capitais.

– Cores, metais, incensos,

– Construção do Templo Astral e exercícios relacionados.

– Letras hebraicas, elementos, planetas e signos.

– Sigilações envolvendo a Kabbalah.

Total: 8h de curso.

72 Nomes de Deus

Shemhamphorash é o nome dado aos 72 Nomes de Deus, estudado principalmente a partir das anotações de Cornellius Agrippa. Ao todo, são especificações zodiacais que possuem atributos antropomórficos, podendo ser utilizados em rituais e evocações.

Os 72 Nomes de Deus não são nomes no sentido comum, são 72 sequências de três letras hebraicas que atuam como um disparador de frequências espirituais específicas. Simplesmente passar os olhos sobre as letras, bem como formar uma imagem mental delas, pode nos conectar com essas diferentes energias que formam a corrente espiritual infinita que flui no Universo.

Inclui o estudo dos 72 nomes/anjos

Imagens Telesmaticas

Estudo dos Anjos no Mapa pessoal

Salmos e meditações

Total: 8h de curso.

#Cursos #Kabbalah

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A Oração ao Deus Desconhecido

“Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós!” [1]

Quem disse isso foi um dos bigodudos mais geniais da filosofia, e também um dos maiores escritores da história. Muitos “ateus militantes” tem elegido Friedrich Nietzsche, filósofo alemão que viveu no fim do século XIX, como um de seus grandes “heróis”. Talvez pelo fato de o próprio Nietzsche ter se auto-intitulado um ateu:

“Para mim o ateísmo não é nem uma consequência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto” [2]

Basear argumentos com base na opinião de escritores famosos não deixa de ser uma falácia do apelo à autoridade – não é muito diferente de defender a infalibilidade da bíblia com base no que algum papa antigo disse sobre o assunto -, mas funciona… As pessoas ficam impressionadas – “nossa, esse bigodudo escrevia muito bem, se ele falou que Deus está morto, é bem capaz de estar mesmo!”.

Estamos mesmo na era das generalizações apressadas, talvez porque com a internet os pequenos pedaços de informação tenham sido compartilhados de forma cada vez mais frenética… Faz muito efeito citar Nietzsche em 140 caracteres e completar com algo como #orgulhoateu ou coisa do gênero.

Você deve estar achando que eu estou aqui para criticar os ateus, mas não é bem esse o meu ponto: quero criticar nossa tendência a ler frases, e não parágrafos, páginas, livros, ou quem sabe até boa parte da obra e da biografia de um dado filósofo, e interpretar a crença alheia de forma super simplificada, tornando nosso próprio conhecimento um tanto quanto superficial.

E o pior de tudo é que muitos nem se dão ao trabalho de perder uns 30 minutos na própria internet para se inteirar mais sobre o assunto. É muito simples chegar a esta interpretação um pouco mais profunda da frase de Nietzsche, pesquisando na Wikipedia:

“A morte de Deus representa metaforicamente o fato dos homens não mais serem capazes de crer numa ordenação cósmica transcendente, o que os levaria a uma rejeição dos valores absolutos e, por fim, à descrença em quaisquer valores. Isso conduziria ao niilismo, que Nietzsche considerava um sintoma de decadência associada ao fato de ainda mantermos uma sombra, um trono vazio, um lugar reservado ao princípio transcendente agora destruído, que não podemos voltar a ocupar. Para isso ele procurou, com o seu projeto de transmutação dos valores, reformular os fundamentos dos valores humanos em bases, segundo ele, mais profundas do que as crenças do cristianismo.

Segundo ele, quando o cheiro do cadáver se tornasse inegável, o relativismo, a negação de qualquer valoração, tomaria conta da cultura. Seria tarefa dos verdadeiros filósofos estabelecer novos valores em bases naturais e iminentes, evitando que isso aconteça. Assim, a morte de Deus abriria caminho para novas possibilidades humanas.”

O bigodudo atacava a religião institucionalizada, baseada em dogmas “castradores do potencial humano”. Seu alvo era, sobretudo, as igrejas baseadas no cristianismo. Segundo o filósofo alemão, “o evangelho morreu na cruz”…

Ora, o que Nietzsche anunciou não era nada de novo, muitos antes dele já haviam anunciado a decadência da igreja, e uma nova oportunidade para a ascensão da religião livre, da espiritualidade genuína [3]. Poderíamos retornar até muito mais no tempo, mas bastará lembrar de Benedito de Espinosa, o grande filósofo holandês que foi excomungado do judaísmo. Espinosa, em sua Ética, havia chegado à conclusão de que “uma substância não poderia criar a si mesma, mas haveria de ter criado tudo o que há”.

A grande peça oculta do Iluminismo também foi acusado de ateísmo – mas é preciso ser racionalmente cego para acusar Espinosa de não acreditar em Deus. Toda sua obra foi dedicada a Deus… Conforme Borges bem disse em sua homenagem em forma de poema: “O feiticeiro insiste em esculpir a Deus com geometria delicada” – Mas, que espécie de Deus estaria visualizando Espinosa do alto de sua grandiosa racionalidade geométrica? Seria um Senhor dos Exércitos? Seria um deus que opera barganhas com os homens? Seria alguma espécie de avatar divino encarnado em algum profeta?

Embora possamos hoje chamar de ateu aquele que não acredita em um Criador nem tampouco em deus algum, na época de Espinosa, de Jesus, e até mesmo de Sócrates, ser acusado de ateísmo era ser acusado de não seguir a cartilha religiosa da igreja dominante, era ser acusado de subverter dogmas, de rezar secretamente, quem sabe, para “algum deus estranho e desconhecido, que ninguém sabe onde está e nem exatamente como é”… Ora, não se enganem: Espinosa foi excomungado por ser ateu! Jesus foi crucificado por ser ateu! Sócrates se viu condenado a beber veneno por ser ateu!

Mas, é claro, todos esses acreditavam em algum Criador… Esbarramos aqui em um profundo problema etimológico. É como pedir para um grupo de pessoas interpretar a frase “disciplina é liberdade” – cada qual vai interpretá-la, obviamente, de acordo com sua própria definição dos termos “disciplina” e “liberdade”. E, por mais que tais conceitos já sejam capazes de gerar uma imensidão de interpretações diversas, mesmo combinados eles mal chegam aos pés das quase infinitas interpretações para que se responda a pergunta “o que é Deus para você?”.

Nietzsche também era um filósofo profundamente espiritual, o que pode ser constatado facilmente em uma de suas obras primas, Assim falou Zaratustra. Mas, e qual seria a visão que o bigodudo tinha de Deus? Talvez este poema, que ele escreveu na juventude, possa nos dar uma boa pista:

Antes de prosseguir em meu caminho
e lançar o meu olhar para frente uma vez mais,
elevo, só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas de meu coração,
tenho dedicado altares festivos para que, em
cada momento, Tua voz me pudesse chamar.
Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:
“Ao Deus desconhecido”.
Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos.
Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.
Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo.
Eu quero Te conhecer, desconhecido.
Tu, que me penetras a alma e, tal qual turbilhão, invades a minha vida.
Tu, o incompreensível, mas meu semelhante,
quero Te conhecer, quero servir só a Ti.

Oração ao Deus desconhecido (traduzido do alemão por Leonardo Boff) [4]

Existem algumas interpretações bem detalhadas sobre o motivo de Nietzsche ter escrito um poema tão profundamente espiritual, e tão aparentemente teísta, mas o que nos importa aqui é reconhecer a complexidade inata da relação que cada ser tem com Deus – e, quanto mais sábio este ser, mais deliciosamente complexa será sua interpretação, pelo menos se a formos tentar resumir com meras palavras, que no fundo são apenas cascas de sentimentos…

Se você crê ou não nalgum Criador, contente-se com sua própria crença ou descrença, pois a não ser que faça parte de alguma comunidade eclesiástica profundamente ortodoxa e dogmática, é bem provável que a interpretação do que seja Deus de seus semelhantes, mesmo aqueles mais próximos e queridos, seja algo diversa da sua própria… Uns crêem em líderes militares que comandam povos escolhidos, outros em um pai bondoso muito velho e de barba perfeitamente branca, outros em um avatar que encarnou na Terra e ressuscitou 3 dias após ser crucificado, outros em alguma espécie de ser de pela azulada que gosta muito de música e dança, outros apenas em um conceito de libertação da mente do sofrimento mundano, outros na mãe natureza, outros em uma substância que abarca a tudo e a todos, outros num evento aleatório que gerou leis profundamente simétricas por todo o Cosmos… E, quem sabe, cada um deles tenha conseguido visualizar um pequeno pedaço do incompreensível, do desconhecido, do nosso mais profundo semelhante.

Mas não adianta apenas crer, é preciso se mover em sua direção. É preciso amar. Julguemos os seres por seus frutos, por suas obras; Pois julgá-los por suas crenças ou descrenças não é muito diferente de julgar que Nietzsche era apenas mais um louco, apenas porque achamos o seu imenso bigode um tanto quanto fora de moda…

***
[1] Retirado de A Gaia Ciência, de Friedrich Nietzsche.
[2] Retirado de Ecce Homo, de Friedrich Nietzsche.
[3] Embora todo seguidor de igrejas seja religioso, nem todo religioso é um seguidor de igrejas. Religião vem do latim religare e significa “religação a Deus ou ao Cosmos”, enquanto que Igreja vem do grego ekklesia e significa algo como “a comunidade dos escolhidos por Deus”. É claro que é possível seguir uma doutrina eclesiástica ou algum dogma e ainda assim ser genuinamente religioso e espiritual, mas a maioria se contenta em repetir orações decoradas uma vez por semana, e esperar pelo tão aguardado céu de ócio eterno… A crítica de Nietzsche era endereçada diretamente e esses últimos.
[4] O texto em alemão pode ser encontrado em Die schönsten Gedichte von Friederich Nietzsche, Diogenes Taschenbuch, Zürich 2000, 11-12 ou em F.Nietzsche, Gedichte, Diogenes Verlag, Zurich 1994. Ver também o artigo Wotan, por Carl Jung; e também este trecho do livro Nietzsche, God and the Jews, por Weaver Santaniello.

***

Crédito das imagens: [topo] Bettmann/Corbis (Nietzsche); [ao longo] Philippe Lissac/Godong/Corbis (imagem de Krishna quando criança)

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#Espiritualidade #Filosofia #Nietzsche #Linguagem #Espinosa

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Deus e o Diabo Estão na Sua Cabeça

Por Adriano Camargo Monteiro

“Meu sistema nervoso é meu único deus”.

Isso pode ser uma metáfora, ou pode ser literal…

Experiências não dependem de crenças, mas as crenças muitas vezes surgem das experiências. As experiências são interpretadas conforme a crença de cada um, conforme o “filtro” psicossocial-religioso de cada indivíduo, e podem ser tão reais como sentir o sabor de uma comida. O indivíduo sente e experimenta, e isso é real para ele; a experiência em si, puramente, nada tem a ver com religião; a religião é o “mau” filtro que a interpreta.

Experiências são experiências, e são sentidas e vivenciadas, trazendo sensações físicas, mentais e emocionais que podem ser intensas ou fracas. É preciso entender que dogmas científicos nada têm a ver com a experiência individual em si, assim como a religião também não; é a religião do indivíduo que reveste experiências ocorridas em nível mental/espiritual com interpretações religiosas (muitas vezes pessoais e tendenciosas). Isso não acontece com indivíduos sem vínculos religiosos e dogmáticos.

“Meu sistema nervoso é o único diabo”. O sistema nervoso pode trazer prazer ou dor como experiências e verdades individuais. Podem estar no sistema cérebro-espinhal a origem do céu e do inferno, dependendo da experiência e dos estados alterados em variados graus por variados meios, tais como ingestão de substâncias psicoativas, disciplina físico-mental, meditações, rituais, exercícios físicos extremos, privações (e “provações”) extremas, etc. O inferno não existe (ou existe, se as pessoas quiserem acreditar numa ilusão forjada). “Inferno” quer dizer “o que está embaixo”, “inferior”. E, de fato, aquilo que é inferior depende muito do referencial e do ponto de vista de cada um, com suas devidas justificativas, idiossincrasias e discernimento. O “inferno” de uma pessoa pode ser considerado um paraíso para outra. Mas, muitas vezes, quase tudo é o inferno e o Diabo para o “religioso” fundamentalista.

Contudo, é óbvio que nem todo mundo quer experimentar coisas novas ou diferentes em seu próprio cérebro, mente e espírito, por motivos diversos (tabus; preconceitos; desinformação; receios; medo do desconhecido, sendo o desconhecido o próprio indivíduo para ele mesmo; etc.) Mas o fato de que céticos tenham medo, receio ou preconceito com experiências cerebrais (mentais e emocionais) não muda o fato de que tais experiências existem como experiências em si, sejam elas chamadas de fantasias, alucinações ou fenômenos religiosos e místicos. A experiência existe e pronto; nem a ciência nem a religião mudam esse fato. Nada do que a ciência (e a religão) diz sobre isso, importa para o indivíduo psiconauta; não importam teorias científicas nem dogmas religiosos. Muitos pseudocientistas apenas teorizam e repetem teorias de outros sem ao menos fazer uma pesquisa em si mesmos, experimentando no próprio sistema nervoso a experiência “transcendental” (que transcende o comum e o corrente, o banal e o conveniente). Então, são apenas teorias para categorizar e classificar fenômenos cerebrais. E a real experiência com o assunto? Não há.

É importante ter em mente que somente as experiências deveriam valorizar e validar qualquer opinião. Além disso, a única coisa que importa para um indivíduo é a experiência que ele vivencia. E é importante apenas para ele, não para o mundo, nem para a humanidade, nem para a ciência ou para a religião; a experiência é importante para quem a experimenta. E, desde que o indivíduo não queira impor à força crenças e dogmas baseados em sua experiência, ou criar religiões doentias, não importam também as interpretações que ele tenha de sua experiência. As teorias científicas nesse caso nada importam porque elas não mudam os fatos nem apagam as experiências individuais. Nossa visão, audição, olfato, etc., funcionam, obviamente, porque temos cérebro. Outras experiências também ocorrem por causa do cérebro, experiências que não são comuns e correntes porque o cérebro é “alterado” em seu funcionamento. Nada de sobrenatural. São apenas experiências que não ocorrem normalmente porque o cérebro também está condicionado ao comum e corrente, ao banal da vida cotidiana e ao normal das percepções dos sentidos. Mas quando o cérebro é alterado, o indivíduo experimenta outras sensações, outros sentidos além dos sentidos comuns, emoções não habituais, novas percepções, novos conhecimentos, etc.

Exemplos sobre experiências individuais podem ser qualquer coisa. Alguém pode ter uma experiência maravilhosa numa viagem (ou em qualquer outra coisa) e contar a outro como foi. O outro jamais vai saber como é a experiência se não fizer essa viagem, sendo que ainda poderá experimentar sensações diferentes nessa mesma viagem, ou ainda não sentir nada e achar que a pessoa está inventando, exagerando ou mentindo sobre sua experiência. Como alguém pode dizer que sua experiência mental e emocional é falsa, que é uma fantasia, só porque outros não tiveram a mesma experiência? Como pode desvalidar a experiência emocional, física e mental só porque outros não vivenciaram as mesmas coisas? Como pode dizer que a pessoa está inventando e que sua experiência não pode ser comprovada em laboratório como fato incontestável para a humanidade? Esse é o ponto da questão. Ninguém pode contestar a experiência de ninguém porquer ela é unicamente individual, pessoal e intransferível, vivenciada por um indivíduo, e que jamais outra pessoa (seja cientista, crente, descrente, etc.) poderá sentir, ou talvez chegar próximo. É uma verdade individual incontestável, e não alienações coletivas impostas à força ou sob ameaças dogmáticas.

Assim são as experiências que ocorrem no cérebro/mente/espírito (como queira chamar) de cada indivíduo. Sim, espírito. Porque o espírito autoconsciente pode ser considerado a contraparte invisível de um cérebro potencializado e totalmente em atividade, funcionando em toda a sua capacidade, além do cotidiano, muitas vezes medíocre. Mas, apesar de tudo, é claro que ninguém é obrigado a experimentar nada mais além. Porém, negar que experiências individuais existam seria tão fanático e dogmático quanto qualquer postura fundamentalista e intransigente. Há fanatismo entre ateus e há fanatismo na religião, especialmente quando, em certos assuntos, somente há teorias sem a experiência pessoal no próprio sistema nervoso e quando ditam regras e lançam anátemas.

Nem a ciência nem a religião podem ditar “regras” sobre experiências individuais; nem a religião nem a ciência podem cercear a natureza humana nem regrar dogmaticamente vontades e desejos. Esse é o ponto. Além disso, a ciência (com toda a sua inegável utilidade) e a religião servem ao sistema (sociopolítico-econômico), que busca impedir que as pessoas tenham experiências diferentes do comum e impedir que busquem expandir a consciência; o sistema obviamente faz de tudo para desestimular e desacreditar tais experiências e disseminar ideias preconceituosas nas massas controladas por interesses políticos, por dogmas e tabus sociorreligiosos e por teorias cientificistas total ou parcialmente impostas, por vezes sutilmente. O cérebro humano é muito limitado em seu estado “normal”, podendo ter suas atividades potencializadas e expandidas. Mas isso parece não ser interessante para o sistema sociopolítico-religioso.

Muitas pessoas ao redor do mundo, pessoas de extremo senso comum e completamente desinformadas, criticam depreciativamente a busca por experiências, a busca pelo prazer e a busca pela expansão da consciência que são empreendidas por diversos meios, tais como aqueles já mencionados (substâncias, rituais, práticas físicas e mentais, etc.). Por outro lado, milhões de pessoas têm cometido os piores desatinos, as piores barbaridades e atrocidades sem estar sob o efeito de coisa alguma. Milhões de pessoas causam acidentes, matam, roubam, humilham umas as outras, sofrem e fazem sofrer sem estar sob o efeito de nada mais que sua própria ignorância, miséria interior e degradação, o que nem a ciência nem a religião podem “curar”. Milhões sofrem de problemas psicológicos, traumas, complexos, manias, psicoses profundas, sem ao menos beberem álcool (sendo o álcool a droga da hipocrisia que rende ao sistema milhões em dinheiro enquanto milhões de pessoas fracas são aprisionadas pelo vício). Milhares enlouquecem e se matam após voltar dos horrores da guerra (uma coisa “normal”, comum e corrente!), sem saber sequer da existência de meios que alteram a consciência (sadia e positivamente). O mundo é louco e ninguém é normal nem está completamente em sua sanidade, como as pessoas supõem.

É preciso ter a mente aberta e discernimento. O fanatismo pode existir em todos os lugares: na religião, na ciência, no entretenimento, no lar… O preconceito também existe em todos os lugares: na religião, na ciência, na sociedade, nas famílias, etc… É interessante para o sistema que as pessoas não conheçam nada além do comum e corrente, nada além do que é oferecido sob controle e com a marca da restrição. As informações mais interessantes talvez não estejam abertamente disponíveis para as massas, não são divulgadas porque é interessante para o sistema que as pessoas não saibam e não avancem. Mas, afinal, nem todo mundo está preparado para mais, para o “desconhecido”, para conhecer a si mesmo. A ciência, a religião e a cultura divulgam informações (e desinformações) controladas, difundem apenas o que eles querem que as pessoas saibam, divulgam aquilo que serve para desestimular as pessoas de buscarem mais, de experimentarem mais, de irem além dos limites que o sistema impõe, disseminando o medo, o cisma e os preconceitos científicos, religiosos e sociais. Isso tudo parece evidente.

Muitas teorias não mudam os fatos e, nesses assuntos, não levam a nada. Certas teorias apenas desestimulam a busca pela experiência, pois as pessoas meramente dizem crer e evitam experimentar. E aqueles indivíduos inteligentes, de mente livre e discernimento não pretendem impor suas experiências ao mundo nem mudar as massas cegas. Afinal, o sistema já tem a sociedade no cabresto, já estabeleceram a conveniência e o que as pessoas devem fazer e o que devem pensar.

Passar a vida preso a limitações cotidianas e banais, para muitas pessoas é algo muito triste, deprimente e desestimulante; a vida sempre pode ser mais do que o comum e corrente. E muitos felizmente estão contra essa corrente limitadora, contra a “moral”, como dizem, e subvertem os paradigmas usuais e condicionados. Muitos não se contentam com essas limitações, com tantas regras inúteis e proibições pseudomorais baseadas em interesse sociopolítico e dominação religiosa, difundidas por meio de desinformações e preconceitos, “blasfemando” o deus/diabo cerebral individual com suas próprias verdades.

Lembre-se de que Deus e o Diabo estão na sua cabeça. Um faz se passar pelo outro e você, mesmo que não perceba, faz se passar pelos dois!

#LHP

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/deus-e-o-diabo-est%C3%A3o-na-sua-cabe%C3%A7a

A arte de Kiotomi – 木偶厭魅の術

Por Robson Bélli

Kiyomi é uma magia negra comum que usa bonecas de madeira para amaldiçoar as pessoas, mas na China, o uso de madeira como material para bonecas era frequentemente destinado a indivíduos específicos. Mokugu Uenmi, que era usado principalmente para amaldiçoar um indivíduo específico.

Bonecos de madeira são parte integrante da magia negra chinesa, que usa bonecos de madeira para amaldiçoar as pessoas. Na China, como em outras partes do mundo, a magia das marionetes é praticada há muito tempo. Existem muitos materiais possíveis para estas bonecas, mas a tendência geral é que as bonecas de madeira sejam frequentemente usadas para amaldiçoar e matar certos indivíduos. Além disso, mas não podia ser de qualquer madeira deveria ser de paulownia (sim este é o nome mesmo!).

Os procedimentos e rituais detalhados da maldição variam de acordo com a região, mas a ideia básica era esculpir em madeira de paulownia em forma humana e enterrá-la no solo (sepultando a vitima). Além disso, se houvesse muito rancor envolvido, deveria se amarrar o boneco e pregar um prego nele (no lugar referente ao seu coração).

Agora, vamos dar uma olhada no método de fascinação com figuras de madeira descrito na literatura chinesa antiga. Kenko Koshu Esta é uma história no livro “Kankyo Hiroshu” de um escritor da dinastia Qing. De acordo com ele, a certa altura, uma pessoa chamada Han Zhuangyuan na província de Zhejiang invadiu a terra da casa do vizinho, e estes por sua vez queriam fazer algo a respeito, mas o estado não o apoiava. Então descobriram um feiticeiro que poderia ajuda-los a obter sua vingança de maneira secreta, imediatamente a família foi a este feiticeiro e pagaram uma enorme quantia de dinheiro. Este então por sua vez foi para fora e voltou com um pedaço de madeira e passou sete dias e sete noites cantando uma formula magica secreta enquanto esculpia o boneco de sete polegadas. Então, ele escreveu a data de nascimento de Zhuangyuan na boneca e a colocou no chão. Então, enquanto lançava um feitiço pediu que se desse marteladas de cima para baixo no boneco até que afunda-se uma polegada por noite, o ritual se seguiu por sete noites até que o boneco estivesse todo embaixo da terra, quando o boneco penetrou sua ultima polegada na terra a pessoa de Zhuangyuan morreu. Sem ar e com fortes dores de cabeça.


Robson Belli, é tarólogo, praticante das artes ocultas com larga experiência em magia enochiana e salomônica, colaborador fixo do projeto Morte Súbita, cohost do Bate-Papo Mayhem e autor de diversos livros sobre ocultismo prático.

Postagem original feita no https://mortesubita.net/asia-oculta/a-arte-de-kiotomi-%e6%9c%a8%e5%81%b6%e5%8e%ad%e9%ad%85%e3%81%ae%e8%a1%93/

O Sexto Deus

Era um planeta minúsculo, não mais do que 100 km quadrados, a vagar em torno de alguma estrela de alguma galáxia do universo. Mas os deuses que o habitavam não se importavam com o restante do cosmos, estavam bem atribulados com suas existências imortais. Nesse distinto mundo, contavam-se ao todo seis deuses:

O primeiro deus era o Legislador. Era quem determinava as relações entre os demais deuses, cuidando para que ninguém fosse injustiçado. Ele recebia um imposto dos demais por seu trabalho, de acordo com as condições de cada um.

O segundo deus era o Lorde. Foi quem primeiro descobriu a única mina de ouro que existia em seu planetóide, e portanto a proclamou como sua posse. Era com o ouro do Lorde que a economia girava, e obviamente ele ficava com a maior parte dele (“para o caso de alguma crise”, explicava).

O terceiro deus era o Mercador. Era o responsável pelo giro financeiro do mundo. Através dele todos os outros deuses podiam comprar e vender mercadorias, de modo que todos ficavam satisfeitos de poder fazer alguma coisa com o ouro que recebiam. O Mercador sobrevivia da taxação de todas as transações comerciais. Muitos diziam que ele certamente teria mais ouro que o próprio Lorde, embora ninguém soubesse onde o escondia…

O quarto deus era o Minerador. Foi quem primeiro descobriu as técnicas para se extrair o ouro da terra, a convite do Lorde. Desde então trabalhou incansavelmente para extrair a maior quantidade de ouro possível, visto que seu pagamento equivalia a uma percentagem do que conseguia extrair. Obviamente que a maior parte ficava com o próprio Lorde.

O quinto deus era o Agricultor. Era ele quem conhecia os segredos das plantações de árvores frutíferas, folhas e legumes em geral. Apesar de imortais, todos os deuses precisavam comer para se manterem saudáveis. Estranhamente, o Agricultor era quem recebia menos ouro pelo seu trabalho, já que quase todos os outros deuses (menos o sexto) valorizavam mais o ouro do que a própria saúde. Dessa forma as frutas e verduras eram vendidas por preços ínfimos.

O sexto deus era o Sábio. Ele se recusava a trabalhar para outros deuses, e como era amigo do Agricultor, aprendeu com ele o necessário para plantar as próprias sementes. Tirando seu amigo, todos os outros deuses eram inimigos do Sábio: O Legislador não gostava dele porque quase nunca tinha qualquer imposto a pagar (já que não tinha renda alguma); O Lorde o ignorava solenemente porque abominava seu discurso de que “o ouro não é tão importante quanto à sabedoria”; O Mercador o tratava como um reles mendigo porque nunca tinha ouro suficiente para comprar qualquer mercadoria; Já o Minerador nunca havia compreendido como o Sábio podia viver sem o fascínio pelo ouro.

Então veio uma catástrofe mundial: o ouro que havia na montanha do Lorde acabou! Não havia mais nada para se extrair, e o ouro que já havia sido extraído estava adornando as mansões e os cofres secretos dos deuses mais abastados… Mas não havia mais como pagar pelos trabalhos do Minerador ou pelas frutas e verduras do Agricultor!

De um dia para o outro, todos eram tão mendigos quanto o Sábio. Porém, ao contrário do sexto deus, que dedicou sua imortalidade a estudar a si mesmo, eles haviam relegado a existência ao estudo do ouro, e de tudo que ele podia comprar e adornar – tudo que de nada mais serviria a eles…

Após confabularem entre si, para evitar um colapso mundial de seu sistema de existência, foram humildemente pedir conselho ao sexto deus, que fora chamado a fazenda de seu amigo Agricultor. O Legislador falou por todos:

“Sabes que sou responsável por manter nosso sistema justo para todos. Sempre me pareceu que o sistema de mérito pelo trabalho era o mais adequado, e que todo mérito deveria ser pago em ouro… Mas o ouro acabou e não sabemos mais com o que pagar nossos irmãos. Tu sempre fostes alienado de nosso sistema, nunca concordou com ele. Por isso viemos lhe pedir conselho sobre o que fazer agora. Acaso durante todo esse tempo tendes pensado em um novo sistema para o mundo? Acaso havia previsto que o ouro acabaria?”

“Eu nunca previ que o ouro acabaria, mas fico satisfeito que finalmente acabou. Tu dizes que eu era contra o sistema de mérito, mas não é verdade: sou contra o pagamento em ouro. Durante todo esse tempo tenho pensado numa melhor forma de pagar pelo mérito alheio.” – Respondeu o Sábio.

“E achastes uma forma melhor?” – Prosseguiu aflito o Mercador.

“Não. Mas o que importa é que tenho sobrevivido esse tempo todo sem participar do sistema de vocês graças ao que o Agricultor me ensinou. E ele não me ensinou apenas a plantar sementes… Ensinou também a plantar amizades. Não tenho, depois de todo esse tempo, uma resposta simples para nosso sistema futuro. Mas tenho uma resposta simples para o que me manteve contente e mentalmente produtivo durante todos esses ciclos: sementes e amizade.”

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» Veja também em meu blog a continuação deste conto, “O sétimo deus” (obrigado a Mariana e a todos que comentaram abaixo, as vezes comentários se refletem e viram novas histórias…)

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Crédito da imagem: Divânia

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» Onde está o seu deus?

» O que é o dinheiro? (este da coluna Labirinto da Mente)

O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.

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#Contos #Economia #Filosofia

Postagem original feita no https://www.projetomayhem.com.br/o-sexto-deus

Signos Intermediários, os 72 Nomes de Deus – Marcelo Del Debbio

Bate-Papo Mayhem #069 – gravado dia 03/09/2020 (Quinta)

Com Marcelo Del Debbio – Signos Intermediários, os 72 Nomes de Deus

Os bate-Papos são gravados ao vivo todas as 3as e 5as com a participação dos membros do Projeto Mayhem, que assistem ao vivo e fazem perguntas aos entrevistados.

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#Astrologia #Batepapo

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